Pulpotomia em dentes decíduos: autoavaliação através de questionário com diferentes grupos de cirurgiões dentistas
Garrido BDTM, Souza BK, Sakai VT, Jorge PK, Rios D, Machado MAAM, Oliveira TM, Lourenço-Neto N
Saúde Coletiva - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - BAURU
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo propôs-se a identificar como os diferentes grupos de cirurgiões dentistas se autoavaliam quanto a aptidão para diagnosticar possíveis casos de pulpotomia em dentes decíduos e como se atualizam sobre o tema. Para isso, os profissionais foram divididos em 3 grupos: G1-Docentes de Odontopediatria; G2-Especialistas em Odontopediatria não docentes e G3-Cirurgiões dentistas das demais especialidades. De forma online os grupos responderam um questionário contendo 20 questões, retornando 416 questionários, sendo 91 do G1, 109 do G2 e 216 do G3. Os dados passaram pelos testes associativos qui-quadrado e teste t, com p< 0,05. G1 e G2 se sentem mais aptos para indicar pulpotomia. Dentre os três grupos, aqueles que se declararam aptos tendem a buscar atualização sobre o tema. Os 3 grupos utilizam materiais acadêmicos para atualização, porém, somado a isso, G2 tem uma alta busca através de congressos e G3 uma distribuição de buscas através de redes sociais, Google e Google Scholar. A indicação que mais se destacou entre G1 e G2 foi "Exposição pulpar acidental" e para G3 foi "dentes com lesões de cárie extensas que tenham envolvimento pulpar com confirmação radiográfica". Quanto ao motivo, os 3 grupos optam pela pulpotomia para manter o dente no arco. G1 e G2 são os grupos que mais se atualizam sobre o tema, utilizando principalmente materiais acadêmicos, o que pode estar associado ao fato de tais grupos se sentirem mais aptos indicar pulpotomia em dentes decíduos. O menor interesse de busca pelo tema em G3 pode ser entendido como uma não aplicação clínica do tema para esse grupo. (Apoio: CNPq N° 133233/2019-7)PN1147 - Painel Aspirante
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4 - Ortodontia
Uso da fotobiomodulação com laser na clínica de ortodontia e ortopedia funcional dos maxilares: uma revisão integrativa
Farias LG, Souza AON, Ferreira ACD, Batista ALA, Fernandes-Neto JA, Sousa JA, Simões TMS, Catão MHCV
Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Os tratamentos ortodônticos nos últimos anos demandaram alternativas que pudessem deixá-los mais curtos e menos dolorosos. Estudos avaliaram que os lasers podem ser empregados nesta especialidade de forma satisfatória, como o laser de baixa potência que pode acelerar o tratamento ortodôntico, possuindo efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e na resposta radicular. O objetivo da presente revisão integrativa foi revisar o uso da fotobiomodulação com laser dentro da especialidade da ortodontia e ortopedia facial. Como estratégia de busca, fez-se pesquisa bibliográfica nas bases de dados eletrônicas: PubMed, Lilacs e Web of Science, e selecionou-se estudos realizados em humanos e em laboratório in vivo com ratos, entre os anos 2010 e 2021. Uma combinação das seguintes palavras-chaves foi utilizada: laser, in vivo, humanos e laboratório. Vinte e sete estudos foram selecionados, destes, treze foram eliminados como duplicatas e quatorze foram incluídos a fim de análise qualitativa. Em 64% dos artigos estudados, a terapia com o laser obteve resultados positivos, atuando de forma satisfatória aos objetivos propostos nos estudos, e os outros 36% não encontraram resultados satisfatórios. Após a análise dos estudos, pode-se concluir que a fotobiomodulação com laser de baixa intensidade são realmente eficazes, podendo ser utilizada como procedimento coadjuvante concomitante ao tratamento ortodôntico. Entretanto, há necessidade de mais conhecimento e estudos para que a terapia seja realmente incorporada ao dia a dia prático do clínico ortodontista.PN1148 - Painel Aspirante
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4 - Odontopediatria
Experiência de atendimentos de traumatismos dentários durante a pandemia da COVID-19: relato de cirurgiões-dentistas da Zona da Mata, MG
Fernandes RB, Soares LP, Fiche GE, Villela MD, Procopio SW, Scalioni FAR, Campos MJS, Machado FC
Doutorado Em Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo deste estudo foi avaliar a experiência de atendimentos relacionados a traumatismos dentários (TD) durante a pandemia da COVID-19, relatada por cirurgiões-dentistas (CD) da região da Zona da Mata - MG. Foi aplicado um questionário on-line, abordando informações pessoais e atendimentos odontológicos antes e durante o isolamento social. Foi realizada uma análise descritiva. A amostra foi composta por 213 CD, que atuam em serviços privados (n=182), serviços públicos (n=60) e/ou na área acadêmica (n=33). Dentre os CD, 39% possui menos de 5 anos de formados e 72,7% possui algum curso de pós-graduação. Aproximadamente a metade dos CD (56,3%) relatou que não notou diferença no número de casos de TD atendidos durante a pandemia e 33,8% percebeu um aumento. Cerca de 58% dos participantes foram procurados para atender ou dar orientações a pacientes que sofreram TD neste período, sendo que a maioria dos atendimentos foi realizada presencialmente. A maior parte dos CD (79,9%) atendeu de 1 a 5 pacientes entre março/2020 e abril/2021, sendo que os atendimentos foram principalmente em adultos (n=62) e crianças na primeira infância (n=54). Os principais tipos de injúrias atendidas foram fratura coronária (n=104) e lesão em tecido mole (n=49). Somente 31% dos CD buscaram algum conhecimento sobre TD durante a pandemia e as principais fontes foram livros/artigos (n=46) e redes sociais (n=34). Conclui-se que os CD presenciaram ocorrências frequentes de TD no cenário de isolamento social, ressaltando a importância da profissão durante o período da pandemia da COVID-19.PN1149 - Painel Aspirante
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4 - Ortodontia
Avaliação de associação entre dentes supranumerários e polimorfismos genéticos
Cunha AS, Soares ARL, Antunes LAA, Antunes LS, Baratto-Filho F, Costa MC, Miguel JAM, Kuchler EC
Odontologia - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Objetivou-se avaliar a associação entre dentes supranumerários e variações genéticas em BMP4 (codifica a Proteína Morfogenética Óssea-4) e TGFB3 (codifica Fator de Crescimento Transformante b3). Foram selecionados 303 pacientes com idade variando entre 5-57 anos (146 sexo feminino; 157 sexo masculino) atendidos em clinicas particulares e em Universidades do Estado do Rio de Janeiro, sendo 37 portadores de um ou mais dentes supranumerários isolado e 266 pacientes controle. O diagnóstico foi realizado através dos exames clínicos e radiográficos. Amostras de DNA extraídas de saliva foram utilizadas para genotipagem das variações genéticas rs17563 (BMP4) e rs2268626 (TGFB3) por PCR em tempo real. Na análise estatística foram utilizados os testes X2 e exato de Fisher (p<0,05). Dentre os 37 pacientes portadores de dentes supranumerários 17 eram do sexo feminino e 20 do sexo masculino, sendo a maioria caucasianos (n=26). Não houve diferença na distribuição do gênero e da etnia entre os grupos (p=0,771 e p=0,171, respectivamente). O arco mais acometido foi o maxilar. A região mais afetada foi a região de mesiodente (n=9), seguida pela região de incisivo superior (n=4). Polimorfismos genéticos em BMP4 (rs17563) foram associados com dentes supranumerários (p=0.044), no modelo dominante, carregar o genótipo GG estava envolvido com uma chance aumentada de apresentar dente supranumerário (OR=2,46; IC 95%=1,11-5,38). Não houve associação entre TGFB3 (rs2268626) e dentes supranumerário (p=0,131). Houve associação entre o gene BMP4 e dentes supranumerários em humanos. (Apoio: CAPES)PN1150 - Painel Aspirante
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4 - Ortodontia
Comparação dos efeitos esqueléticos e dentários das técnicas de SARPE e MISMARPE através de avaliação por Tomografia Cone Beam
Silva AV, Haas Junior OL, Oliveira RB, Rizzatto SMD, Favoreto AXP, Menezes LM
Ortodontia - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A expansão cirúrgica da maxila (SARPE) foi, durante muito tempo, a única opção para correção transversal em adultos. Recentemente, surgiu a técnica da expansão apoiada em mini-implantes, possibilitando uma intervenção não cirúrgica em adultos jovens. Para indivíduos maduros, foi sugerida a realização de osteotomias conservadoras, em ambulatório, simplificando a técnica operatória, associada com um expansor suportado por mini-implantes palatinos (MISMARPE). Foram avaliadas 44 tomografias computadorizadas Cone Beam (TCCB) de 20 pacientes adultos, de 18 a 56 anos, de ambos os sexos, em dois momentos: T0 (Inicial) e T1 (imediatamente após a expansão). A amostra consistiu de 2 grupos: SARPE (n=11) e MISMARPE (n=11) para investigação das mudanças esqueléticas e dentárias decorrentes das duas técnicas. Os resultados obtidos foram similares entre as duas técnicas. Apesar de não ser estatisticamente significante (p<0,005), observou-se maior inclinação dos 1ºs molares superiores no grupo SARPE e um maior paralelismo da expansão no grupo MISMARPE. As mudanças esqueléticas e dentárias produzidas pelas técnicas de SARPE e MISMARPE foram similares e com poucas variáveis com diferença estatística. Estes resultados preliminares indicam que o MISMARPE pode ser uma alternativa mais simples e viável que a SARPE produzindo uma expansão similar com ganhos esqueléticos ainda mais expressivos devido à aplicação de força diretamente sob o osso por meio dos mini-implantes.PN1151 - Painel Aspirante
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4 - Ortodontia
Estudo clínico randomizado comparando a movimentação dos incisivos e as alterações nos tecidos moles entre a retração em massa e duas etapas
Bernardino RMP, Schneider PP, Monini AC, Jacob HB, Borsato KT, Kim KB, Gandini Júnior LG
Ciências Odontológicas - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARARAQUARA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo deste estudo clínico randomizado foi comparar os efeitos do tratamento na retração dos incisivos e nas alterações do tecido mole após o fechamento dos espaços da extração com a retração em massa (RE) e retração em duas etapas (TSR). Foram selecionados 48 pacientes biprotrusos cujos os tratamentos foram realizados com extração de quatro primeiros pré-molares. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: ER (n = 24) ou TSR (n = 24). O principal desfecho deste estudo foi comparar a movimentação dos incisivos durante a retração e as alterações dos tecidos moles entre ER e TSR. Secundariamente, as diferenças entre o início e o fim do tratamento intragrupo foram avaliadas. Radiografias cefalométricas laterais foram obtidas no antes do tratamento (T1) e pós-tratamento (T2). A distribuição normal dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk e testes t pareados foram usados para comparar as diferenças entre T2-T1 intragrupo e intergrupo. Os resultados mostraram não haver diferença significativa entre a quantidade de retração dos incisivos e as alterações do tecido mole entre os grupos RM e RDE. No entanto, diferenças significativas foram observadas do início ao fim do tratamento intragrupo no overjet, inclinação e retração dos incisivos, bem como na espessura e retração dos lábios. A quantidade de retração dos incisivos e alterações nos tecidos moles são similares entre a RM e RDE. As mudanças entre o início e o final do tratamento foram favoráveis para ambos os métodos de retração. (Apoio: FAPESP N° 2015/100990)PN1152 - Painel Aspirante
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4 - Ortodontia
Impacto da cirurgia ortognática na prevalência de deiscência óssea em pacientes ortodônticos Classe II e Classe III: Um estudo tomográfico
Santos MC, Iwaki LCV, Valladares-Neto J, Ramos AL
Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O presente estudo teve como propósito avaliar e comparar a presença de deiscência óssea antes e após a cirurgia ortognática. Neste estudo retrospectivo, 90 tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC) de 45 pacientes ortodônticos classe II (n = 23) e classe III (n = 22) que estavam sendo preparados para cirurgia ortognática foram mensuradas. As imagens de TCFC foram obtidas cerca de 30 dias antes (T0) e 6 meses após (T1) a cirurgia ortognática bimaxilar. A distância entre a junção cemento-esmalte (JEC) e a crista óssea alveolar foi avaliada nas faces vestibular e lingual de todos os dentes, em ambos os lados das arcadas superior e inferior, exceto para os segundos pré-molares e segundos e terceiros molares. Um total de 1.332 mensurações foram feitas dos exames de pacientes Classe II (644) e Classe III (688). O programa utilizado foi o OsiriX (versão 3.3 de 32 bits). Os dados foram comparados com os testes de Wilcoxon e McNemar ao nível de 5% de significância. A deiscência óssea antes da cirurgia foi observada em 26% e 15% dos grupos Classe II e III, respectivamente. A presença de deiscência aumentou para 31% nos pacientes Classe II e 20% nos pacientes Classe III após a cirurgia. A prevalência de deiscência óssea aumentou ligeiramente em pacientes ortodônticos Classe II e Classe III após a cirurgia ortognática. A redução temporária do suprimento vascular e as dificuldades de higiene oral podem explicar esses resultados, no entanto, mais estudos são necessários. (Apoio: CAPES)PN1153 - Painel Aspirante
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4 - Ortodontia
Análise volumétrica do côndilo mandibular nos padrões esqueléticos de classe I, II e III
Sá APT, Ruellas ACO, Castro ACR, Visconti MA, Lima LS, Araujo MTS
Ortodontia - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O côndilo mandibular é um importante local de crescimento que impacta significativamente a relação antero-posterior maxilomandibular. O objetivo do estudo foi comparar o volume condilar em indivíduos com diferentes classes esqueléticas. Modelos tridimensionais (3D) dos côndilos foram construídos e os volumes mensurados nos softwares ITK-SNAP e 3D Slicer, a partir de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) de 58 indivíduos. Foram identificados 14 pontos de referência na mandíbula, maxila e base do crânio por operador calibrado, e análises cefalométricas 3D foram realizadas. A amostra foi dividida nos seguintes grupos: Classe I (0 ≤ ANB ≥ 4,5°) (n=18), Classe II (ANB > 4,5°) (n=21) e Classe III (ANB < 0°) (n=19). A comparação do volume condilar entre os lados direito e esquerdo foi realizada pelo teste de Wilcoxon (Classe I) e Test t pareado (Classe II e III) , e a comparação inter-grupos foi realizada com o teste ANOVA/Tukey (a=0,05). Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os volumes condilares dos lados direito e esquerdo em diferentes maloclusões esqueléticas (Classe I: p=0,728; Classe II: p=0,741 e Classe III: p=0,155). Indivíduos de classe III apresentaram maior volume condilar (Classe III: 1990,85 ± 559,42) em comparação aos indivíduos de classe I e II (Classe I: 1835,22 ± 552,15; Classe II: 1725,47 ± 394,64), embora a diferença não tenha sido estatisticamente significativa (p=0,214). Conclui-se que os volumes condilares não variam significativamente em diferentes padrões esqueléticos e entre os lados direito e esquerdo. (Apoio: CAPES)PN1154 - Painel Aspirante
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4 - Odontopediatria
Análise da Qualidade de Vida, Condição Bucal e Composição Salivar de um Paciente Odontológico com Síndrome de Prader-Willi
Michels B, Bruzamolin CD, Torres MF, Gabardo MCL, Carneiro E, Fregoneze AP, Brancher JA
Odontologia - UNIVERSIDADE POSITIVO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A Síndrome de Prader-Willi (SPW) é uma desordem genética rara, neurocomportamental e que altera o desenvolvimento físico e cognitivo do indivíduo. Presume-se que a síndrome provoque uma desordem importante no hipotálamo que induz à hiperfagia e obesidade comprometendo a qualidade de vida. As alterações bucais desta síndrome são pouco estudadas. Este trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade de vida, condição bucal e salivar de um paciente diagnosticado com SPW. O paciente é um homem com 19 anos com nível cognitivo suficiente para responder ao Mini Exame de Estado Mental (MEEM), World Health Organization's Quality of Life (WHOQOL-bref), Sleep Assessment Questionnaire (SAQ), State-Trait Anxiety Inventory (STAI-T) e Oral Health Impact Profile (OHIP-14). O exame clínico foi realizado por um pesquisador treinado e a saliva foi coletada para análise sialométrica e sialoquímica. Os resultados mostram que o paciente percebe ter uma boa qualidade de vida, não apresenta distúrbios do sono, porém pode ser considerado um individuo com ansiedade moderada. Em relação a condição bucal, constatou-se baixo índice de placa visível, inflamação gengival e sangramento a sondagem. Índice de dentes cariados, perdidos e restaurados igual a 5,0, sendo 3 perdidos e 2 cariados. Apinhamento dentário anterior e maloclusão presentes. A análise salivar revelou pH, capacidade tampão e velocidade de fluxo sem alteração Ansiedade, associada ao hábito de consumo de carboidratos e ao posicionamento dentário alterado, aumentam significativamente o risco de carie dentaria neste paciente.PN1155 - Painel Aspirante
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4 - Odontopediatria
Impacto da pandemia de Covid-19 na qualidade do sono e no bruxismo do sono em crianças de 8 a 10 anos
Leal TR, Lima LCM, Silva SE, Araújo LJS, Sousa MLC, Ferreira FM, Serra-Negra JMC, Granville-Garcia AF
Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Verificar o impacto da pandemia de COVID-19 na qualidade do sono e no possível bruxismo do sono (BS) em crianças de 8 a 10 anos. Foi um estudo longitudinal prospectivo realizado em dois momentos antes da pandemia por COVID-19, de forma presencial (T1), e durante este evento, de forma online (T2). A amostra foi composta por 105 crianças selecionadas por conveniência. Os pais/cuidadores responderam um questionário sociodemográfico, sobre uso de dispositivos eletrônicos e relato do bruxismo do sono pelas crianças, além do instrumento Sleep Disturbance Scale for Children, tanto no T1 quanto no T2. Realizou-se o Teste de Wilcoxon para comparar o BS e os distúrbios do sono nos dois tempos, além da regressão de Poisson para verificar o Risco Relativo(RR) e o Intervalo de Confiança (IC) entre as variáveis (α≤0,05). Observou-se um aumento significativo do BS (p<0,01) e distúrbios do sono (p<0,01) quando comparados os dois momentos (T1 e T2). A incidência do BS foi de 29,5%. Crianças cujos pais tinham menor nível de escolaridade (RR: 8,61;IC:3,14-23,95, p<0,01), com acesso a dispositivos eletrônicos próprios (RR: 1,69; IC:1,04-3,05,p=0,04) e com distúrbios do sono (RR: 2,14; IC:1,96-4,60, p<0,01) demonstraram maior risco de ter BS durante a pandemia. Conclui-se que houve uma maior incidência de bruxismo e distúrbios do sono durante a pandemia. Os fatores que influenciaram a incidência do BS durante o período pandêmico foram a menor escolaridade, o maior acesso a dispositivos eletrônicos próprios e sofrer distúrbio do sono.