Análise Nacional das Teleconsultorias Odontológicas do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes
Paixão LC, Ferreira EF, Ribeiro Sobrinho AP, Martins RC
Faculdade de Odontologia Ufmg - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo transversal avaliou as teleconsultorias assíncronas de Odontologia do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes em 2019. Dados foram extraídos do Sistema de Monitoramento e Avaliação dos Resultados do Programa Telessaúde. Realizou-se uma análise descritiva, por meio de frequência (SPSS v.22.0), coletando as variáveis: núcleo e macrorregião da teleconsultoria (caracterizadas socioeconomicamente), sexo e especialidade do solicitante, satisfação dos profissionais, encaminhamento, data e horário da pergunta e resposta, e tempo até a resposta. 3387 teleconsultorias foram realizadas no Brasil. A maior demanda correspondeu ao Núcleo de Telessaúde Estadual de Goiás (27,4%) e à macrorregião Sudeste (45,3%). A maioria dos dentistas era do sexo feminino (60,3%), da especialidade de Cirurgião-Dentista da Estratégia de Saúde da Família (57,4%). Observou-se 70,8% de satisfação e 70,2% de encaminhamentos evitados pelas teleconsultorias, entre os dentistas que responderam estas questões. A maioria das teleconsultorias foi solicitada durante o horário de trabalho (85,4%) e devolvida em até 72 horas (63,9%). As diferentes demandas das macrorregiões são consistentes com as diferenças regionais existentes. Os profissionais incorporaram as teleconsultorias à sua rotina de trabalho e receberam devolutivas dentro do tempo limite. É necessária a estimulação pelo governo sobre o uso e feedback das ferramentas do Telessaúde para melhor entendimento de seu impacto como suporte à Atenção Primária à Saúde. (Apoio: PRPq/UFMG | CAPES | CNPq)PN0693 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Percepção de docentes sobre a aplicação das resoluções das DCN em cursos de graduação em Odontologia
Menezes CC, Leao ATT, Barros MCM
Clínica Odontológica - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Esse estudo avaliou a percepção dos docentes do curso de Graduação em Odontologia do Rio de Janeiro sobre a aplicação das resoluções das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) nos cursos. Um questionário semi-estruturado envolvendo 4 dimensões, Perfil do egresso, Orientação do cuidado em saúde, Integração ensino serviço e Abordagem pedagógica, foi aplicado de forma online, após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa. As dimensões foram avaliadas utilizando uma escala que variava de "muito pouco" a "muito bom". Seis instituições (IES) participaram, sendo as IES 1, 2 e 6 públicas e 3, 4 e 5 privadas. Uma amostra de 103 docentes participou da pesquisa, totalizando taxa de resposta de 25,7%. A média de idade foi de 50 (±10,1) anos, sendo a maioria mulheres (59,2%). O número de participantes na IES 1 foi 21 (20,4%), IES 2, 19 (18,4%), IES 3, 13 (12,6%), IES 4, 13 (12,6%), IES 5, 24 (23,3%) e IES 6, 13 (12,6%). As 4 dimensões foram bem avaliadas pelos docentes, variando entre "moderado" e "muito bom" com exceção de subdimensões como "Gestão de serviço" que foi considerada como "pouco" pela IES 1 e 6; "Enfoque epidemiológico" e "Equipe de saúde" que foram consideradas como "pouco" e "moderado" pela IES 1; "Vivências no SUS" que teve uma divergência de opiniões nas IES 3 e 4, variando entre "pouco", "moderado" e "muito bom", e "Flexibilização curricular" variou entre "pouco" pela IES 1 e "pouco" e "muito bom" na IES 6. Observou-se que os docentes avaliaram positivamente as aplicações das resoluções das DCN nos seus respectivos cursos, com variações pontuais nas subdimensões. (Apoio: CAPES N° 001)PN0694 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Gestão do cuidado em saúde bucal no enfrentamento da pandemia da COVID-19
Pereira MC, Godoi H, Costa CB, Nunes P, Cardoso D, Mello ALSF
Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Objetivou-se analisar as ações de saúde bucal, no contexto municipal, para o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Estudo qualitativo realizado em dois momentos sequenciais. Desenvolveu-se modelo teórico-empírico sobre o significado da gestão do cuidado em saúde bucal, seguindo o método da Teoria Fundamentada nos Dados. Participaram 14 cirurgiões-dentistas e 5 gestores, por meio de entrevista aberta. Posteriormente, realizou-se uma pesquisa participante-colaborativa e o modelo foi aplicado para análise dos documentos oficiais produzidos para o enfrentamento local da pandemia, em quatro municípios catarinenses. Foram identificadas ações em todas as dimensões do modelo. Houve redução da oferta de atendimentos eletivos; busca por padrões assistenciais biosseguros; disseminação de orientações padronizadas e embasadas; adaptação dos serviços especializados e ações coletivas; e realocação dos profissionais da saúde bucal em outros setores. A gestão do cuidado em saúde bucal pode servir de referencial para redesenhar as ações e serviços de saúde bucal no nível local em tempos de pandemia da COVID-19, em perspectiva ampliada. O estudo identificou ações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19 em todas as dimensões do modelo: seguimento aos princípios do SUS, papel da gestão em saúde bucal, acesso, integralidade, interdisciplinaridade, integração ensino-serviço, participação popular, monitoramento de indicadores e ações próprias da clínica odontológica. Estas ações ratificaram, amplificaram ou comprometeram a gestão do cuidado em saúde bucal. (Apoio: CAPES N° 88882.437763/2019-01)PN0696 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Índices de oclusopatias e sua relevância para saúde pública
Gonçalves CS, Moimaz SAS, Saliba TA, Garbin AJI, Garbin CAS, Chiba FY
Saúde Coletiva Em Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARAÇATUBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
As oclusopatias são um problema de saúde pública de alta prevalência, com possibilidade de prevenção e tratamento, que podem provocar alterações funcionais, estéticas, fonoaudiológicas, psicológicas e sociais, afetando a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. O propósito deste estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre os índices de oclusopatias e analisar suas aplicações em saúde pública. A revisão incluiu trabalhos nacionais e internacionais publicados nas bases de dados Pubmed, SciELO, Web of Science, Scopus, Bireme e Embase. A busca nas bases de dados considerou o período de 1899 a 2019 e utilizou os seguintes termos: saúde pública, métodos epidemiológicos, índices, levantamentos epidemiológicos, odontologia preventiva, maloclusão, oclusopatia e ortodontia. Esta pesquisa incluiu publicações sobre o desenvolvimento e uso de índices de oclusopatias em estudos clínicos e epidemiológicos, sem restrições de metodologia e linguagem. Foram identificados 52 índices e suas variações, porém a maioria era destinado a avaliações individuais, com difícil aplicação em saúde pública em decorrência da metodologia empregada, como necessidade de especialistas, exames complementares, equipamentos específicos, acompanhamento longitudinal e avaliações exclusivamente objetivas ou subjetivas. Alguns índices apresentaram aspectos positivos, envolvendo a avaliação de características físicas, funcionais, psicológicas e sociais, entretanto, ainda é um desafio encontrar um índice unânime para aplicação em saúde pública.PN0698 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Impacto da autoavaliação de saúde bucal e da frequência de escovação dentária sobre a qualidade de vida de pacientes em tratamento oncológico
Machado BMSM, Parreiras SS, Barbosa MCF, Nunes ACMS, Oliveira EJP, Fernandes LA, Lima DC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Apesar dos reconhecidos prejuízos de uma saúde bucal insatisfatória sobre a qualidade de vida, há poucos estudos que avaliem essa relação em pacientes em tratamento oncológico. Este trabalho objetivou avaliar o impacto da autoavaliação de saúde bucal e da frequência de escovação dentária na qualidade de vida de pacientes oncológicos. Trata-se de um estudo descritivo-analítico, realizado com 399 pacientes atendidos por uma instituição da região sul de Minas Gerais. Frequência de escovação e autoavaliação de saúde bucal foram obtidas por meio de entrevista; a qualidade de vida foi avaliada por meio do instrumento EORTC QLQ-C30. A estatística consistiu de análises bivariadas seguidas da utilização de modelos generalizados lineares múltiplos. Os resultados indicaram melhor qualidade de vida na subescala de capacidade social e pior qualidade de vida na subescala de insônia. A autoavaliação de saúde bucal ruim foi associada a piores escores de qualidade de vida nas subescalas de capacidade funcional (p =0,006), capacidade emocional (p = 0,013), capacidade cognitiva (p = 0,008), capacidade social (p = 0,022), fadiga (p = 0,007) e dor (p = 0,024). A frequência de escovação dentária não foi associada a nenhuma subescala do instrumento. Conclui-se que a autoavaliação de saúde bucal ruim foi associada a pior qualidade de vida, entretanto, a frequência de escovação dentária não foi capaz de impactar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.PN0699 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Análise do sistema de referência e contrarreferência na especialidade de Endodontia, em Contagem, Minas Gerais, Brasil
Oliveira-Júnior M, Mello VMBM, Werneck MAF, Mattos FF, Vargas-Ferreira F, Abreu MHNG, Martins RC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo analisou a referência e contrarreferência entre a atenção primária e secundária no serviço de Endodontia do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de Contagem, Minas Gerais. Trata-se de um estudo transversal quantitativo que utilizou dados secundários do Sistema de Informação Municipal e prontuários do CEO, do período de 2009 a 2014. Os dados foram analisados por meio do Teste Exato de Fisher, por meio do programa Stata 14.0. Um total de 507 pacientes foi referenciado para o serviço de Endodontia no CEO, sendo a maioria do sexo feminino (71,7%), com idades entre 31 a 59 anos. Um total de 521 dentes foram tratados endodonticamente, sendo 50,29% multirradiculares. O tempo médio de tratamento nas diferentes regiões de Contagem foi de 3,12 meses. A perda de dentes antes de iniciar o tratamento endodôntico foi menor na faixa etária de 19-59 anos (28,57%). A taxa de abandono do tratamento após a primeira consulta foi mais alta na região Industrial (85,34%), faixa etária de 60 anos ou mais (84,21%) e no sexo feminino (80,88%), mas sem diferença estatística (p>0,005). A taxa de dentes sem restauração temporária não diferenciou estatisticamente entre as regiões (23,81%; p>0,005), e foi maior para o sexo masculino (28,8%) e na faixa etária de 6 a 12 anos (41,6%). É necessário monitorar a indicação correta de tratamento endodôntico, realização de restaurações temporárias nos dentes encaminhados, tempo de encaminhamento e de espera pelo tratamento endodôntico, e redução do intervalo de tempo médio entre a primeira consulta no CEO e conclusão do tratamento. (Apoio: CAPES)PN0702 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Insegurança quanto ao processo de trabalho dos profissionais de saúde bucal do SUS durante a pandemia de Covid-19 no Ceará
Silva RADA, Calvasina PG, Pereira PM, Firmeza LMD, Teixeira AKM
CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A pesquisa analisou o processo de trabalho dos profissionais de saúde bucal do Sistema Único de Saúde do Ceará, e identificou os fatores associados à insegurança quanto a realização de suas funções laborais durante a pandemia de COVID-19. Foram utilizados dados secundários coletados pela Coordenadoria de Atenção à Saúde do Ceará em maio de 2020, período do pico da primeira onda de COVID-19 no estado. Foram analisadas as variáveis relacionadas com à formação e atuação profissional, o processo de trabalho durante a pandemia e o contágio de COVID-19. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 22.0 considerando um nível de confiança de 95%. Observou-se que os profissionais que relataram maior insegurança para exercer o trabalho odontológico na pandemia eram aqueles com maior tempo de formado (p=0,004), sem acesso às informações sobre os novos protocolos odontológicos (p<0,001) e aos equipamentos de proteção individual adequados (EPI) (p<0,001). A ausência de EPI adequado esteve mais presente entre os técnicos e auxiliares de saúde bucal (p<0,001) e nos que atuavam no interior do estado (p<0,001). Conclui-se que apesar do baixo número de profissionais de saúde bucal infectados pela COVID-19, estes atuavam em situação de insegurança laboral durante o primeiro pico da pandemia, seja por falta de acesso ao EPI ou por falta de atualização profissional, o que evidencia a necessidade de mobilizar esforços da gestão para garantir condições de trabalho adequadas aos profissionais do SUS durante a pandemia.PN0703 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Condição de saúde bucal e qualidade de vida em pacientes com anorexia e bulimia nervosa
Oliveira RAF, Moimaz SAS, Saliba TA, Garbin AJI, Garbin CAS, Chiba FY
Odontologia Infantil e S - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARAÇATUBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Os transtornos alimentares são distúrbios do comportamento alimentar associados à instabilidade nos pensamentos, ações e atitudes, resultando em severos prejuízos físicos e psicológicos. Objetivou-se avaliar a condição de saúde bucal e a relação com a qualidade de vida em pacientes com anorexia nervosa e bulimia nervosa. Participaram da pesquisa 30 mulheres atendidas em uma Faculdade de Medicina do Estado de São Paulo, em 2019. Os dados sobre a condição dentária, erosão dentária, lesões bucais, uso e necessidade de prótese foram coletados de acordo com o Manual de Levantamentos em Saúde Bucal da OMS, e a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) foi avaliada por meio do questionário OHIP-14. Observou-se que todas as pacientes tinham experiência de cárie, com CPOD médio de 14,14 + 6,16; o número médio de elementos dentários acometidos por erosão dentária foi de 10,71 + 4,64, com predomínio de casos de lesão envolvendo a estrutura dentinária; 14,29% das pacientes apresentavam lesões na forma de úlceras na região da mucosa bucal; duas pacientes utilizavam prótese dentária, porém, 21,43% das pacientes necessitava de prótese superior e 50,00% necessitava de prótese inferior. Houve associação significante (p<0,05) entre escores do questionário OHIP-14 e maior índice CPOD, presença de lesões na mucosa bucal e necessidade de prótese. Concluiu-se que as pacientes com anorexia e bulimia nervosa apresentaram prejuízos na condição de saúde bucal, com alto índices de cárie dentária, erosão dentária e necessidade de prótese, os quais estiveram associados à pior QVRSB. (Apoio: CAPES)PN0704 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Lesões bucais e maxilofaciais em crianças e adolescentes vítimas de abuso físico
Sampaio TRC, Trajano RKN, Nogueira DGM, Barbosa LM, Castro CCLP, Andrade ESS, Dourado ACAG
Cirurgia Oral e Maxillof - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desse estudo foi caracterizar os episódios de lesões bucais e maxilofaciais em crianças e adolescentes vítimas de violência física, traçando o perfil do agressor e das lesões encontradas. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, por meio de coleta de dados secundários, presentes em laudos periciais arquivados no banco de dados do Instituto Médico Legal Gerardo Vasconcelos, em Teresina-PI, entre os anos de 2017 e 2019. O estudo foi submetido à aprovação no comitê de ética e a análise estatística foi realizada através do teste qui-quadrado e de estatísticas descritivas. Foram avaliados 811 laudos de lesão corporal, nos quais apontam que há um predomínio de vítimas com idade entre 12 e 18 anos (70,8%). A maior parte dos agressores foram do sexo masculino (48,5%) e com vínculo extrafamiliar (38,1%). A região corporal mais acometida por lesões foi cabeça e pescoço (41,6%), destacando-se as situadas na região bucofacial, em que a região orbitária foi a mais afetada, seguida pelas regiões frontal, malar, labial e bucinadora e, as lesões mais prevalentes foram equimose (31,8%), edema (29,6%) e escoriação (22,2%). Dessa forma, os dados encontrados podem facilitar a identificação da violência infantil no momento do atendimento inicial, além disso, a alta prevalência de lesões na cabeça e face reforça a importância de peritos Odontolegistas na análise e interpretação dessas lesões durante o exame pericial.