Associação entre fatores socioeconômicos e origem do encaminhamento hospitalar de pacientes com câncer bucal
Raymundo MLB, Freire DEWG, Silva RO, Freire AR, Ferreira LF, Araújo ECF, Lucena EHG, Cavalcanti YW
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo buscou verificar se a origem do encaminhamento hospitalar de pacientes com câncer bucal está associada a fatores socioeconômicos. Realizou-se um estudo transversal, a partir dos registros hospitalares de câncer do Instituto Nacional do Câncer (RHC-INCA), considerando as localizações primárias (C00 a C06) diagnosticadas entre 2016 e 2019. Dados sobre sexo, cor da pele (brancos e não brancos), escolaridade (até o fundamental completo; ensino médio; ensino superior incompleto e completo) e origem do encaminhamento (SUS e não SUS) foram analisados por regressão logística múltipla (p<0,05). Em relação ao ano, em 2017, os indivíduos tiveram 27% mais chance de serem encaminhados pelo SUS, se comparado com 2016 (OR=1,27; IC 95%=1,098-1,480); em 2018, os indivíduos tiveram 28% mais chance de serem encaminhados pelo SUS se comparado a 2016 (OR=1,28; IC 95%=1,101-1,490); em 2019 não houve diferença entre a origem do encaminhamento. Com relação ao sexo, homens tiveram 40% mais chance de terem o SUS como origem do encaminhamento (OR=1,40; IC 95%=1,233-1,600). Indivíduos não brancos tiveram 34% mais chance de ter o SUS como origem do encaminhamento (OR=1,34; IC 95%=1,190-1,512). Indivíduos analfabetos ou que cursaram até o ensino fundamental, tiveram 6,38 vezes mais chance de serem encaminhados pelo SUS, do que indivíduos com ensino superior (OR=6,38; IC 95%=5,228-7,796). Conclui-se que o encaminhamento hospitalar de pacientes com câncer bucal via SUS prioriza indivíduos com vulnerabilidade social, o que pode ser um indicador de equidade.PI0239 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Depressão e comportamentos suicidas entre estudantes de pós-graduação em Odontologia durante a pandemia de COVID-19
Dias BMF, Teixeira KOM, Lisboa JL, Ferreira RC, Zarzar PMPA, Sampaio AA
Colegiado de Pós-graduação Em Odontologi - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Objetivou-se avaliar a frequência e os fatores associados aos sintomas de depressão entre estudantes de Programas de pós-graduação stricto sensu em Odontologia durante a pandemia de COVID-19. Estudo transversal realizado com estudantes de universidades públicas e privadas do Brasil entre janeiro e abril de 2021. Os dados foram coletados por meio de questionário online, composto pelos instrumentos Inventário Beck de Depressão, Youth Risk Behavior Survey, e perguntas sobre perfil sociodemográfico, características do curso da pós-graduação e religiosidade. Foi realizada análise descritiva e de regressão logística. Dos 405 estudantes que responderam ao questionário, a depressão moderada/severa foi observada em 29,6% (n = 120), com sentimento de tristeza (OR= 13,2; 6,55-26,8), ideação suicida (OR= 27,8; 3,40-228,0), exaustão no home-office (OR: 12,32; 2,31-65,65) e relato de necessidade de acompanhamento psicológico/psiquiátrico (OR: 3,81; 1,47-9,92) associados a maiores chances de depressão moderada/severa. Estudantes que moravam sozinhos (OR= 0,20; 0,06-0,69), possuíam renda mensal familiar > 2 salários-mínimos (OR= 0,21; 0,07-0,61 / OR= 0,29; 0,09-0,89) e ter > 2 turnos de aulas síncronas (OR= 0,35; 0,13-0,97) apresentaram menores chances. Em torno de 30% dos estudantes de pós-graduação em odontologia apresentaram sintomas de depressão moderada/severa durante a pandemia. Renda, aspectos psicológicos, comportamentais e atividades acadêmicas foram associadas à ocorrência de depressão. (Apoio: CAPES N° 001)PI0240 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Implantação de uma rotina de cuidados em higiene bucal e o tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva
Soares KM, Dias VFL, Carvalho AIS, Araujo NGC, Freire WAS, Ribeiro ILA, Viana-Filho JMC, Almeida LFD
Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Objetivou-se analisar o efeito de uma rotina de higiene bucal no tempo de internação dos pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), comparando a quantidade de dias de internação antes e após a implantação. Realizou-se um estudo quase-experimental, desempenhado em uma UTI na cidade João Pessoa-PB, Brasil. A amostra foi composta por 126 prontuários de pacientes admitidos entre janeiro de 2004 e dezembro de 2020. Esses prontuários foram alocados com pareamento por sexo e idade, em grupos com e sem rotina de higiene bucal com clorexidina 0,12%, uma vez ao dia, cinco vezes por semana. Os dados foram tabulados e analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, no software IBM SPSS (25.0). A média de idade foi de 55 anos (±18,76) e o sexo masculino foi o mais predominante (51,6%; n=65). As doenças de base mais prevalentes foram as cardiovasculares (40,5%; n=51) e a Hipertensão Arterial foi a comorbidade sistêmica mais encontrada (11,1%; n=14). A identificação de restos radiculares foi a alteração bucal mais presente (19,0%; n=12) e nenhum procedimento odontológico foi registrado nos prontuários, com exceção da higiene bucal. O tempo mediano de internação antes e após a implantação da rotina de higiene bucal foram de 3 e 5 dias, respectivamente. Observou-se um aumento no tempo de internação na UTI após a implementação da rotina de higiene oral com clorexidina 0,12% (OR=2,82; IC95%=1,06-4,87; p=0,033). Houve aumento no tempo de internação dos pacientes na UTI após implantação da rotina de higiene bucal com clorexidina 0,12%, uma vez ao dia, cinco vezes por semana.PI0241 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Alfabetismo midiático e perfil de busca de informações sobre saúde na internet
Ceron DF, Collet GO, Fracasso MLC, Ferreira FM, Scheffel DLS, Martins RYT, Santin GC
Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo avaliou a influência do alfabetismo midiático em saúde no perfil de busca de informações sobre saúde na internet bem como na qualidade de tomada de decisões referentes a saúde. Foi realizado um estudo transversal com uma amostra não probabilística do tipo bola de neve. Os dados foram coletados entre janeiro e fevereiro de 2021 por meio de um questionário online, elaborado na plataforma Google Forms, encaminhado aos participantes pelos aplicativos de mensagens WhatsApp, Facebook e Instragram. Para isso, foi utilizado o questionário eHealth Literacy Scale (eHeals), além de questões sobre busca a respeito de saúde na internet, questões socioeconômicas e demográficas. 418 voluntários responderam ao questionário. A pontuação média foi 27,85 (±8,13), houve relação estatisticamente significativa entre o escore do questionário eHeals e aqueles que buscam informações na internet sobre sintomas (p<0,001), diagnóstico e tratamento sugerido pelo profissional (p<0,001) e também entre aqueles que buscam as redes sociais do dentista antes de marcar uma consulta (p<0,001). Este estudo demonstrou que pessoas com maior nível de alfabetismo de mídia em saúde foram mais críticas quanto as informações disponíveis na internet, e não deixaram de seguir orientações dos profissionais da saúde devido a alguma informação encontrada online. Sendo assim, foi possível observar que o alfabetismo de mídia em saúde pode estar associado a decisões e escolhas mais prudentes em relação a saúde, podendo ajudar no auto gerenciamento das condições de saúde.PI0242 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Fatores associados ao absenteísmo nos Centros de Especialidades Odontológicas no Brasil a partir do PMAQ-CEO
Santos FGA, Galvão ICM, Rodrigues RCS, Martins JPG, Lima KF, Silva RO, Cavalcanti YW, Lucena EHG
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Identificar os fatores associados ao absenteísmo de usuários em Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no Brasil. Realizou-se um estudo transversal baseado nos dados do 2º ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontológicas (PMAQ-CEO). A variável dependente foi o absenteísmo dos usuários nos CEO. As variáveis independentes foram: gestão de lista de espera, confirmação prévia da consulta, forma de marcação de consulta, forma de acesso da demanda, realização de sobreagendamento (overbooking), priorização de pacientes quanto à condição de saúde, de saúde bucal, econômica, idade e necessidade individual do paciente. Os dados foram analisados de forma descritiva e por regressão multivariada de Tweedie (p<0,05). Dos 1042 CEO avaliados no 2º ciclo do PMAQ-CEO, 772 tinham conhecimento do percentual de absenteísmo no serviço. O absenteísmo variou de 0 a 66% (média de 19,12%). A regressão ajustada demostrou que quando a consulta é marcada apenas pelo próprio paciente (B=0,815 [0,708 - 0,937] IC 95%, p=0,004), há aumento do absenteísmo. Por outro lado, a forma de acesso da demanda quando mista, sendo espontânea e referenciada, (B= -9,16[-1,734 - -0,098] IC 95%, p=0,028) e apenas referenciada (B= -9,56[-1,772 - -0,139] IC 95%, p=0,022) resultou na diminuição do absenteísmo. O absenteísmo nos CEO está associado a forma de marcação de consulta e de acesso ao serviço. Os resultados sugerem que a marcação de consulta não deve depender apenas dos usuários, devendo ser estimulada a demanda referenciada.PI0243 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Gamificação como estratégia pedagógica no ensino superior: uma revisão integrativa
Araújo LF, Silva DRS, Miranda MAA, Saito MT, Silveira ADS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A gamificação do ensino tem se mostrado um importante aliado do processo de aprendizado quando aplicado na forma de metodologia ativa. O objetivo deste trabalho é investigar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, diferentes processos de aplicação da gamificação como método pedagógico no ensino superior. Foi realizada uma busca sistematizada nas bases LILACS, MEDLINE, SciELO e PUBMED, com os termos "game based" AND "graduation" OR "college". Elencaram-se como critérios de inclusão artigos publicados entre janeiro de 2016 e abril de 2021, sem restrição de idioma. Foram excluídos artigos que não apresentassem relação com o tema ou estudos de revisão sistemática. A busca inicial identificou 867 estudos e após a leitura do título, resumo, e do artigo na íntegra, selecionaram-se 8 artigos. Jogos de simulação ou em realidade alternativa (5) foram os mais descritos seguidos por jogos de perguntas e respostas (2), e outros jogos lúdicos (1). Nos estudos analisados, as metodologias ativas baseadas na gamificação são válidas como método complementar no processo de ensino-aprendizagem na graduação. Contudo, a escassez de trabalhos que atenderam aos critérios de inclusão sugere que o processo de gamificação ainda é utilizado e avaliado de forma incipiente como método pedagógico no ensino superior.PI0244 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
A fronteira internacional exerce influência sobre os indicadores municipais de saúde bucal?
Costa MW, Carli AD, Zárate P, Tagliaferro EPS, Probst LF
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo deste estudo foi comparar os Indicadores de Saúde Bucal de municípios da região de fronteira internacional com municípios que não fazem fronteira. Estudo observacional do tipo transversal que incluiu dados coletados no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) referentes aos 79 municípios sul-mato-grossenses no período de 2016-2019. Para análise, os municípios foram divididos entre municípios fronteiriços, da faixa de fronteira e não-fronteiriços e os indicadores de atrição, da relação restauração e extração, de ênfase em ações coletivas, da relação 1ª consulta e urgência e da cobertura da equipe de saúde bucal foram comparados por meio do teste não-paramétrico (Kruskal-Wallis), adotando-se 5% como nível de significância (Bioestat 5.3). A análise evidenciou que não houve diferença entre os indicadores, com exceção do indicador da relação restauração e extração, para o qual os municípios fronteiriços apresentaram piores resultados em comparação aos municípios não-fronteiriços (p<0,05). O indicador da relação entre restaurações e exodontias expressa a orientação das ações para a reabilitação ou para a mutilação. A diferença encontrada pode indicar um importante dinamismo nas áreas de fronteira e procura por atendimento de estrangeiros nas Unidades de Saúde brasileiras, quadro reforçado pela presença de sistemas de saúde assimétricos. Apesar dos estrangeiros conseguirem atendimento nas Unidades, eles não são contemplados pelas ações de promoção e prevenção à saúde, pois não são usuários permanentes do território assistido.PI0245 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Prevalência de sintomas de Disfunção Temporomandibular e associação com Qualidade de Vida relacionada à Saúde Bucal
Barbosa RS, Carvalho LRA, Sampaio AA, Soares ARS, Campos FL, Rhodes GAC, Chalub LLFH, Ferreira RC
Odontologia Social e Preventiva - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Avaliou-se a prevalência de sintomas de disfunção temporomandibular (DTM) e sua associação com presença de impacto nas dimensões da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde Bucal (QVRSB) entre adultos. Amostragem probabilística por conglomerado foi adotada para seleção de adultos de 30-49 anos residentes em Rio Acima (MG), que foram entrevistados e submetidos a exame epidemiológico por examinadoras calibradas (Kappa > 0,7). Presença de sintomas de DTM foi avaliada pelo Questionário Anamnésico de Fonseca e presença de impacto pelo Oral Health Impact Profile (OHIP-14). A associação entre sintomas de DTM e presença de impacto foi ajustada para condições de saúde bucal, perfis sociodemográfico e socioeconômico e comportamentos em saúde. Associações foram investigadas por Modelo de Regressão de Poisson. Dos 197 participantes, 135 (68,19%) apresentaram pelo menos um sintoma de DTM. A associação entre sintomas de DTM e presença de impacto foi significativa para as dimensões Dor física (RP = 2,00; IC 95% 1,20 - 4,15), Desconforto psicológico (RP = 2,06; IC 95% 1,28 - 3,31), Incapacidade física (RP = 3,58; IC 95% 1,27 - 10,06), Incapacidade psicológica (RP = 6,27; IC 95% 1,98 - 19,80) e Deficiência (RP = 4,12; IC 95% 1,11 - 15,33), sendo Desconforto psicológico (60,46%), Dor física (40,19%) e Incapacidade psicológica (35,71%), as dimensões mais afetadas (p<0,01). A presença de sintomas de DTM é uma condição de alta prevalência e está associada com impacto nas diferentes dimensões da QVRSB, o que evidencia a importância da identificação precoce de sintomas dessa condição. (Apoio: FAPEMIG N° PPM 00686 16 | FAPEMIG N° PPM 00603 18 | CAPES N° 001)PI0246 - Painel Iniciante
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Cartilha de educação em saúde bucal para crianças com deficiência visual: revisão integrativa
Santos INAO, Nemezio MA, Nóbrega DF, Paes LR, Araújo AFC, Santos NB, Santos-Junior VE, Romão DA
Foufal - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
As crianças com deficiência visual podem apresentar dificuldade de realizar higiene bucal adequada quando não tem acompanhamento adequado. Assim, esta revisão integrativa teve como objetivo fazer uma análise da literatura sobre a saúde bucal e os cuidados dentários em crianças com deficiência visual e desenvolver uma cartilha em Braille com informações sobre: problemas mais encontrados nesta população e higiene bucal. Para isto, foi realizada uma busca dos artigos no mês de setembro 2020, nas bases de dados SciELO e PubMed considerando como descritores em português e inglês: criança/child; deficiência visual/visual impairment e saúde bucal/Oral health, de forma individual e em seguida pelo cruzamento com operador booleano AND. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em português e inglês até 2020, disponíveis na íntegra e que abordassem a temática proposta. Foram excluídos: livros, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. Após a elaboração do fluxograma apenas 10 artigos foram selecionados. Foram identificados os principais problemas: traumatismos bucais, cárie dentária e doenças periodontais. Uma cartilha abordando estes problemas e os cuidados em saúde bucal foi escrita em Braille direcionada para crianças de 6 a 12 anos. Logo, verifica-se que saúde bucal e os cuidados dentários em crianças com deficiência visual são precários, sendo necessário concentrar esforços na educação em saúde bucal e utilizar métodos, como as cartilhas em Braille por serem um artefato eficaz para higiene bucal de qualidade.PI0247 - Painel Iniciante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Efeito da cobertura de saúde bucal e indicadores socioeconômicos sobre a frequência de hospitalizações por câncer de boca no Brasil
Ferreira LF, Freire AR, Freire DEWG, Raymundo MLB, Lucena EHG, Cavalcanti YW
Ccs - Centro de Ciências da Saúde - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Objetivou-se analisar a frequência de novos casos hospitalizados de câncer bucal no Brasil, segundo variáveis socioeconômicas dos municípios e dados de cobertura de saúde bucal no Sistema Único de Saúde, de 2002 a 2017. Trata-se de um estudo observacional que analisou todos os municípios brasileiros com ao menos um caso hospitalizado de câncer bucal (n=4516) no banco de dados do Instituto Nacional do Câncer, de 2002-2017. Para cada cidade foram coletados: tamanho da população, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), Coeficiente de desigualdade de Gini, cobertura de saúde bucal na atenção básica e presença de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). A razão de risco de um município apresentar um novo caso de câncer bucal foi determinada por regressão COX, e o efeito das variáveis preditoras sobre a incidência de casos foi verificada pela medida de Hazard Ratio (HR), considerando intervalo de confiança de 95% e p<0,05. Curvas de risco acumulado foram obtidas para cada variável independente. Cidades com mais de 50.000 habitantes (HR=1,25), com IDHM alto ou muito alto (HR=1,18), mais desiguais (Gini>0,4) (HR=1,07), com menor cobertura de saúde bucal na atenção básica (<50%) (HR=1,29) e sem CEO (HR=1,15) tiveram maior risco acumulado de apresentar 1 ou mais casos (p<0,001). O número de internações por câncer de boca no Brasil foi influenciado pelo porte populacional do municípios, nível socioeconômico da população e disponibilidade de serviços públicos odontológicos.