B001

Efeito de substitutos ósseos na superfície de implantes – estudo em coelhos.

SARDINHA, S. C. S.*, MAZZONETTO, R., MOREIRA, R. W. F., TOREZAN, I. F. R.

Departamento de Diagnóstico Oral, Área de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5274, fax: (0**19) 430-5218. E-mail: scsardinha@yahoo.com

Este trabalho teve como objetivo analisar histologicamente o comportamento do polímero de mamona, do osso humano desmineralizado e do sulfato de cálcio associados a implantes de titânio comercialmente puro, com 2,6 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento, implantados em tíbias de coelhos. Os experimentos foram realizados em ambas as tíbias de 10 coelhos da raça Nova Zelândia, com idade variando entre 6 e 8 meses e peso médio de 3,9 kg. Nas perfurações realizadas em cada tíbia foram colocados o material e o implante, sendo que na perfuração proximal da tíbia direita o implante permaneceu envolvido apenas por sangue, que serviu como controle. Após o período de 12 semanas os animais foram sacrificados e blocos ósseos contendo os implantes, foram fixados, descalcificados e processados para posterior análise histológica em microscopia óptica comum. Os resultados mostraram neoformação óssea e vascular, sem a presença de reação inflamatória tipo de corpo estranho em todos os grupos estudados.

Com base na revisão da literatura e na metodologia empregada, pôde-se concluir que em todos os grupos houve reparo ósseo, histologicamente compatível com osseointegração; os materiais analisados não interferiram no período de reparo; histologicamente, não houve diferença entre o grupo controle e os demais grupos.

B002

Avaliação da eminectomia no tratamento das luxações da ATM.

HAYASHI, G.*, BRAGA, C. S., LIMA, G. S., MEDEIROS, P. J.

Doutorado em Odontologia – Cirurgia Buco-Maxilo-Facial – FO – UFRJ. E-mail: ghayashi@bridge.com.br

O deslocamento crônico da ATM pode apresentar-se basicamente de duas formas: aguda ou crônica, sendo esta última indicado o tratamento cirúrgico. Nosso objetivo é avaliar os resultados funcionais dos pacientes portadores de luxação crônica da ATM, tratados através da técnica da eminectomia. Foram analisados 15 pacientes, onde realizamos 25 eminectomias e foram analisados os seguintes fatores: idade, sexo, raça, duração da patologia, avaliação função mastigatória pré- e pós-operatória através da mensuração dos movimentos de abertura, protrusão e lateralidade mandibular e o grau de satisfação do paciente no pós-operatório. Os dados foram analisados por avaliação direta ou através de testes estatísticos específicos (teste “t” de Student e teste de Wilcoxon). As medidas de abertura de boca foram analisados através do teste “t”, e obtiveram no pré-operatório a média = 33,4 e no pós-operatório a média = 52,32, sendo t = 7,35** (p << 0,01), nas medidas de protrusão e lateralidade utilizamos o teste de Wilcoxon. As medidas de protrusão pré-operatória tiveram mediana = 4,5 (1 – 8) e as pós-operatórias mediana = 5,2 (1,5 – 8,5), sendo W = 78,0* (p << 0,05). As medidas de lateralidade direita obtiveram no pré-operatório mediana = 5,0 (1 – 9,5) e as pós-operatórias mediana = 5,5 (1 – 11), sendo W = 78,8* (p << 0,05) e as medidas de lateralidade esquerda obtiveram no pré-operatório mediana = 4,0 (2,5 – 9) e as pós-operatórias mediana = 5,5 (3 – 11,5), sendo W = 68,0* (p << 0,05).

Podemos observar que esta técnica resulta em melhora funcional dos pacientes e que possui um alto grau de satisfação destes.

B003

Cuidados com o paciente diabético submetido a cirurgia oral menor.

BARCELLOS, I. F.*, COSTA, P. E.

Pós-Graduação – Doutorado – FO – UFRJ.

O diabetes mellitus é uma doença em que a insulina produzida pelo pâncreas não consegue metabolizar os açúcares, proteínas e gorduras de forma devida no organismo, provocando o aumento da taxa de glicose no sangue. Em conseqüência da incidência da enfermidade nos dias atuais, todo cirurgião-dentista deveria se familiarizar com as manifestações orais e os aspectos dentais do paciente portador de diabetes. O estudo teve como objetivo avaliar as condições sistêmicas (pressão arterial e glicemia capilar) do diabético, nos momentos do pré- e pós-operatórios imediatos. Uma amostra de 20 pacientes diabéticos tipos 1 e 2, de ambos os sexos, com idade variando de 15 a 65 anos, aparentemente controlados com indicações para exodontias, foi selecionada para o estudo. Os pacientes pertencem ao ambulatório de Nutrologia do HUCFF/UFRJ. Os resultados mostraram a média da glicemia capilar de 200 mg/dl e a média da pressão arterial de 140 x 90 mmHg para o atentimento cirúrgico na consulta com duração de 40 minutos.

Concluiu-se que a cirurgia dentária em diabéticos requer cuidados, como prevenção da elevação do açúcar no sangue, escolha do anestésico local e prevenção de complicações pós-operatórias.

B004

Incidência de maloclusões dentárias em pacientes respiradores bucais.

MATSUMOTO, M. A. N.1, ENOKI, C.*2

1Professora doutora – FORP – USP; 2Mestranda – FO – UFRJ.

A alta incidência de respiração bucal em indivíduos portadores de maloclusões dentárias requer uma integração multidisciplinar entre a Ortodontia, Fonoaudiologia e a Otorrinolaringologia, pois muitos são os efeitos provocados pela respiração bucal, quer seja por hábito ou por deficiência fisiológica. Com o objetivo de verificar a ocorrência de mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior e hábitos bucais associados a mordida aberta anterior em crianças com respiração bucal ou mista, foram selecionados 100 pacientes da Clínica de Ortodontia Preventiva da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (USP), na fase inicial de tratamento ortodôntico, de ambos os sexos, entre 6 e 10 anos. Os dados do estudo submetidos a tratamento estatístico (teste c2), com nível de significância de 5%, mostraram não haver prevalência significante de nenhuma das 2 maloclusões citadas, devido ao fato da alta prevalência (43%) de pacientes sem este tipo de maloclusões. O número de indivíduos com mordida aberta anterior foi de 22%; com mordida cruzada posterior de 16%; e com mordida aberta e cruzada foi de 19%, sendo observado na mordida aberta anterior quanto aos hábitos orais danosos a cavidade bucal, maior incidência de sucção de dedo (42%), seguida da sucção de chupeta (24%) e interposição de língua (12%).

B005

Pré-anestésico nas exodontias dos sisos inclusos.

GANDELMANN, I., CAVALVANTE, M., ALENCASTRO, V.*, CHAIA, A., RODRIGUES, F.

Lato sensu – Cirurgia Oral Maxilo-Facial – FO – UFRJ. E-mail: mfpinto@hucff.ufrj.br

Muitas pesquisas confirmam que a ansiedade com relação ao tratamento cirúrgico oral ainda é significativa. A ansiedade pode produzir reações adversas como hiperventilação, lipotimia e síncope. Este trabalho comparou três drogas: diazepam, bromazepam e midazolam por via oral. Foi avaliada a pressão arterial, o batimento cardíaco e a saturação de oxigênio de 120 pacientes adultos, nas cirurgias dos terceiros molares inclusos. A importância da monitorização do paciente também é abordada, já que a partir da mesma, é que foram obtidos os dados clínicos. Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados sob anestesia local.

Concluiu-se que as vantagens do pré-anestésico são relevantes. A saturação de oxigênio, batimento cardíaco e a pressão arterial permaneceram estáveis nos pacientes submetidos a sedação, o que não ocorreu nos pacientes que não foram sedados.

B006

Prevalência do posicionamento dos terceiros molares inclusos no HUCFF – UFRJ.

HORTA, F.*, GANDELMANN, I., CAVALCANTE, M., FAVILLA, E., MANDARINO, S., BORBA, C.

Lato Sensu – Cirurgia Oral Maxilo-Facial – FO – UFRJ. E-mail: mfpinto@hucff.ufrj.br

A inclusão dentária é caracterizada por um órgão dentário, que mesmo completamente desenvolvido não fez sua erupção na época normal. É uma patologia comumente encontrada no consultório odontológico, com uma prevalência estimada em torno de 17%. Entre os dentes mais comumente afetados destacam-se os terceiros molares inferiores com uma prevalência variando entre 35% e 74%. Tentativas de classificação do posicionamento dos terceiros molares inclusos tem sido propostas na literatura mundial desde o início do século passado, visto que a determinação do posicionamento do dente no espaço, facilita em muito, a escolha do planejamento cirúrgico. A classificação mais aceita pela comunidade científica, devido a sua facilidade, objetividade e especificidade é a de Pell & Gregory, a qual analisa a posição dos terceiros molares inferiores com relação a superficie oclusal do 2° molar inferior adjacente e ramo mandibular. O presente estudo foi realizado através da análise de radiografias panorâmicas por um único indivíduo, de 55 pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos, completamente dentados, num total de 100 dentes, operados no Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho FO – UFRJ no ano de 1999. A seguinte prevalência foi encontrada: A- 48%, B- 31%, C- 21%; I- 38%, II- 58%, III- 6%.

Concluímos que a prevalência encontrada é correspondente a apresentada na literatura mundial e que mais estudos que correlacionem a classificação de Pell & Gregory com o tipo de cirurgia devem ser feitos.

B007

Avaliação das condições de saúde geral dos pacientes submetidos à cirurgia bucal na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – estudo crítico.

ANDRIOLO, A. R.*, PRADO, M. C. P., GREGORI, C., CARDOSO, R.

Disciplina de Cirurgia do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo-Faciais – FOUSP.

Diversas patologias sistêmicas podem comprometer o ato cirúrgico, pondo em risco a vida do paciente. O objetivo deste estudo é avaliar através da análise de depoimentos registrados em ficha de anamnese, o estado de saúde sistêmica dos pacientes que procuram atendimento cirúrgico na Clínica da Disciplina de Cirurgia do Departamento de CPTMF da FOUSP. Foram avaliados 500 prontuários de pacientes atendidos no serviço durante o período de fevereiro a novembro de 1999. Foram anotados em fichas próprias para posterior análise os dados referentes à idade, sexo, procedência e quando presentes, as patologias de ordem geral. Verificamos, em 500 prontuários analisados, que a idade dos pacientes variou de 08 a 83 anos, com média de 35,55 anos; o gênero predominante foi o feminino (62,8%); a raça prevalente foi a branca (69,8%), seguida da negra (29,2%) e amarela (2%); a maioria da procedência foi de São Paulo; 17% dos pacientes situados na idade média de 49,06 anos, referiram alguma doença sistêmica; sendo que neste grupo, predominaram o gênero feminino (69,41%), a raça branca (68,23%) e as doenças mais freqüentemente relatadas foram hipertensão arterial (44,70%), seguida de diabete (14,11%).

Os resultados sugerem que há relação direta entre a idade mais avançada e a presença de patologias sistêmicas.

B008

Fraturas cominutivas mandibulares causadas por projéteis de baixa velocidade. Análise de 27 casos tratados em São Paulo.

CARDOSO, R.*, CRIVELLO Jr., O., SALGADO, C. V., ANDRIOLO, A. R.

Disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial do Departamento de CPTMF – FOUSP.

A proposta desse estudo foi avaliar, através da análise de 27 prontuários de pacientes que sofreram fraturas cominutivas mandibulares provocadas por projéteis de baixa velocidade a prevalência com relação à idade e o gênero; o tipo de arma e o projétil que causou o ferimento; o local das fraturas, o tratamento instituído e suas complicações imediatas ou tardias. Em nosso estudo, 26 pacientes eram do gênero masculino, a maioria na faixa etária de 20 a 29 anos (52%). Encontramos 44 fraturas mandibulares, sendo o ângulo mandibular atingido em 32% das vezes, o corpo em 20%, o processo condilar em 16%, o ramo ascendente em 9%, sínfise em 9%, processo alveolar em 9% e o processo coronóide em 5%. Os revólveres com projéteis de calibre 38 provocaram a maioria dos ferimentos (81%). 20 pacientes (69%) apresentaram 28 fraturas mandibulares tratadas não cirurgicamente, tendo como complicações um caso de não-união; 4 casos de infecção; 3 casos de limitação de movimentos mandibulares e 1 de má-oclusão. Nove pacientes (33,3%) com 14 sítios de fraturas foram tratados cirurgicamente, através de redução aberta e fixação interna rígida dos segmentos com placas reconstrutivas mandibulares para parafusos de 2,4 mm bicorticais. Os segmentos intermediários foram fixados através de miniplacas para parafusos de 2,0 mm, parafusos interfragmentários ou fio de aço, quando necessário, tendo como complicações uma exposição do material de síntese associada a seqüestro ósseo, uma limitação de abertura bucal associada à má-oclusão e um caso de paralisia do nervo facial.

B009

Estudo comparativo de análises cefalométricas: manual e computadorizada, em norma lateral.

BERTOLLO, R. M.*, OLIVEIRA, M. G.

Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – FO – PUCRS. Tel.: (0**51) 339-9107. E-mail: rbertollo@ig.com.br

Com vistas à necessidade de realização de pesquisas que comprovem ou não a eficácia de programas de análise cefalométrica computadorizada, o presente estudo objetiva comparar os valores obtidos entre mensurações realizadas de forma manual e as efetuadas com o programa Radiocef 2.0®, denominados análise computadorizada, verificando, desta forma, a confiabilidade e desempenho do programa. A amostra referente a este estudo são telerradiografias em norma lateral de 40 indivíduos clinicamente simétricos. Foram revisados os pontos cefalométricos prevalecendo aqueles emitidos no programa Radiocef 2.0®, na análise de Ricketts. As telerradiografias foram escaneadas e as imagens arquivadas, realizando-se posteriormente o traçado manual. Verificou-se não haver diferenças significantes entre os métodos de análise cefalométrica, com exceção de: Trespasse Vertical; Comprimento do Lábio Superior; Localização do Pório; Comprimento do Corpo; Ângulo Interincisal; Altura da Dentição; Altura Maxilar; Plano Palatal; Deflexão Craniana; Posição do Ramo.

O programa Radiocef 2.0® pode ser utilizado com segurança, como recurso complementar no diagnóstico, no plano de tratamento ortodôntico e/ou cirúrgico, tanto no âmbito da clínica e da pesquisa. (Apoio financeiro: CAPES – demanda social. Aprovação da Comissão Científica e de Ética: protocolo n.º 61/99.)

B010

Reações do tecido conjuntivo ao AlloDerm e Teflon: estudo histológico em ratos.

RAMOS, R. Q., MAGRO-ÉRNICA, N.*, MAGRO-FILHO, O., OKAMOTO, T.

Departamento de Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

O objetivo deste trabalho é analisar histologicamente as reações do tecido conjuntivo subcutâneo em ratos, quando em contato com o enxerto dérmico humano acelular (AlloDerm) e com o politetrafluoretileno não-expandido (Teflon). Dezesseis ratos foram utilizados no presente estudo. Um fragmento de 1 cm2 de AlloDerm e de Teflon não expandido foi implantado no tecido conjuntivo. Os animais foram sacrificados aos 6, 15, 30 e 90 dias pós-operatórios. As peças contendo o material implantado e tecido adjacente foram submetidas à rotina laboratorial e os cortes histológicos foram corados pela hematoxilina e eosina e tricrômico de Masson. Os resultados revelaram comportamentos distintos de ambos. O Grupo AlloDerm provocou, nos períodos iniciais, um quadro inflamatório crônico, inclusive com a presença de algumas células gigantes multinucleadas de corpo estranho. Já o Grupo Teflon apresentou resposta inflamatória aguda nos mesmos períodos. O enxerto dérmico humano acelular exibiu indícios de incorporação e o politetrafluoretano foi encapsulado pelo organismo, ambos nos períodos tardios.

Apesar destas respostas celulares exibidas pelos produtos, não houve complicações pós-operatórias e os materiais foram bem-aceitos pelo animal. (Apoio financeiro: CAPES.)

B011

Alterações no perfil facial em pacientes Classe III tratados com cirurgia ortognática bimaxilar.

TAVARES, H. S.*, PINTO, A. S., GONÇALVES, J. R., RAPOPORT, A.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6325.

O presente estudo avaliou as alterações no perfil facial em 16 pacientes portadores de maloclusão esquelética Classe III associada a padrão vertical, tratados com ortodontia e cirurgia ortognática bimaxilar. Foram utilizadas telerradiografias laterais tomadas na fase pré-cirúrgica e pós-cirúrgica tardia. Foram digitalizados os pontos cefalométricos em um software específico denominado Dentofacial Planner Plus, foi elaborada uma análise cefalométrica a fim de mensurar as alteracões ocorridas nos pontos do perfil ósseo e outra análise cefalométrica com a finalidade de detectar as alterações no perfil mole. Após a análise dos resultados foi possível concluir que as alterações no plano horizontal para os pontos relacionados no tecido ósseo e tecidos moles apresentaram boa correspondência em movimentos ântero-posteriores (0,56 Pronasale, 0,48 Philtrun, 0,89 Pogônio, 0,76 Gnátio, 0,63 Menton) e baixa correlação para alterações verticais (p << 0,05).

As alterações indicaram uma elevação do ápice nasal nos avanços maxilares, o lábio superior respondeu de forma gradativa variando sua posição anteroposterior de acordo com a magnitude do movimento. As maiores alterações ocorreram nos pontos Pogônio, Philtrun, Labrale inferior e Labrale superior.

B012

Avaliação ortodôntica e ortopédica no tratamento da mordida aberta anterior.

BRONZI, E. S.*, SAKIMA, M. T., SANTOS-PINTO, A., SIMPLÍCIO, H., BARRETO, G. M.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
 Tel.: (0**16) 201-6325. E-mail: infantil@foar.unesp.br

A mordida aberta anterior representa um importante problema na área de saúde bucal dada sua grande importância e seu caráter precoce de aparecimento. O presente estudo propôs mensurar as alterações dentárias e esqueléticas ocorridas no tratamento da mordida aberta anterior utilizando-se aparelhos ortodônticos removíveis com grades palatinas, em pacientes Classe I de Angle tratados durante a fase de dentadura mista. Foram triados 21 pacientes junto à clínica de Graduação, na disciplina de Ortodontia, sendo avaliadas as telerradiografias cefalométricas em norma lateral, antes e após o tratamento. Mensurações angulares e lineares foram calculadas com o auxílio de um programa disponível comercialmente (Dentofacial Planner 5.32, Toronto, Canadá). As médias de algumas variáveis estudadas podem ser observadas na tabela a seguir:

Fase / Variável

SNPO

SNPM

SNPP

U1SN

L1PM

Interinc.

U1POd

L1POd

Inicial

22,43

37,59

6,20

109,92

94,09

118,39

4,46

0,51

Final

22,12

37,00

6,44

104,51

91,54

126,48

1,77

2,72

Concluiu-se que, de acordo com a metodologia utilizada, o tratamento proposto não promoveu alterações esqueléticas significantes, mas movimentos de verticalização e extrusão foram observados nos incisivos superiores e inferiores.

B013

Desenvolvimento transversal do arco maxilar e simetria palatina em mordidas cruzadas posteriores.

SIMPLÍCIO, H.*, SANTOS-PINTO, A., GANDINI Jr., L. G., BARRETO, G. M., BRONZI, E. S.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
 Tel.: (0**16) 201-6325, fax: (0**16) 201-6329.

O presente estudo teve como objetivo registrar o contorno do palato e as dimensões do arco superior de pacientes com mordida cruzada posterior tratados com aparelho Hyrax. Modelos de estudo pré- e pós-tratamento de 10 pa­cientes submetidos a expansão rápida da maxila com Hyrax foram utilizados. Nove pontos foram digitalizados com um Digitizer 3D (Microinscriber): cúspide do canino e margem cervical direita e esquerda, cúspide mesiovestibular e palatina direita e esquerda do primeiro molar e ponto médio na rafe palatina. Foi calculada a distância entre as cúspides palatinas direita e esquerda do primeiro molar, cúspide e margens cervicais direita e esquerda do canino e a distância do plano oclusal ao ponto médio na rafe palatina. O contorno do palato e a inclinação do primeiro molar foi obtido com um template ajustável ao nível da cúspide palatina do primeiro molar. A imagem escaneada do template ajustável com o contorno do palato foi impressa na sua dimensão original. Nesta imagem impressa, foi medido o ângulo e o contorno palatino direito e esquerdo em relação à linha passando pelas cúspides palatina e mesiovestibular do primeiro molar, e do plano oclusal. O aparelho Hyrax produz uma abertura do arco superior de 9,2 mm na região posterior (primeiro molar) e 8,1 mm na anterior (cúspide) em crianças com mordida cruzada posterior unilateral. O contorno palatino aumentou 16,8º na inclinação dento-alveolar, com 6,5º no lado direito e 6,1º no esquerdo.

Conclui-se que a proporção de aumento da largura intermolar e de inclinação palatina foi 1:2 sem aumento significativo na profundidade palatina.

B014

Profilaxia antimicrobiana para cirurgia de remoção de dentes retidos.

MARTINS, V. J.*, MARTINS, M. H. W., TORRIANI, M. A., PIRES, M. S. M.

Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – UFPEL. Tel.: (0**51) 715-1091. E-mail: marciawagner@viavale.com.br

A profilaxia antimicrobiana nas cirurgias bucomaxilofaciais como, por exemplo, na remoção de dentes retidos, ênfase aos terceiros molares inferiores, é controvertida. As pesquisas mostram essa polêmica em relação ao uso profilático dos antimicrobianos, onde são utilizadas doses mais elevadas e de curta duração do fármaco, para o momento da cirurgia. Assim a maior concentração da droga, quando da bacteremia induzida, deveria ser eficaz na prevenção de infecções metastáticas e na melhoria do pós-operatório. Ao se fazer a revisão da literatura percebeu-se os vários pontos de vista sobre o assunto. Os objetivos deste estudo são analisar a utilização da profilaxia antimicrobiana no Brasil, quando da realização de cirurgias bucomaxilofaciais, e colaborar para a racionalização do uso dos antimicrobianos. Foi enviado um questionário sobre como é realizada a profilaxia antimicrobiana em cirurgia bucomaxilofacial, aos professores de Cirurgia das Faculdades de Odontologia do Brasil. A análise dos dados obtidos mostrou que as mais variadas formas de prescrição dos antimicrobianos estão sendo realizadas para prevenir a infecção local e a metastática, mas sem um padrão adequado.

Existe uma falta de uniformidade quanto ao uso profilático dos antimicrobianos nas cirurgias bucomaxilofaciais e uma defasagem em relação às medidas consideradas as mais coerentes na atualidade.

B015

Estudo do dreno nas cirurgias dos terceiros molares inferiores retidos.

CERQUEIRA, P. R. F.*, VASCONCELOS, B. C. E.

FOP – UPE. Tel./fax: (0**81) 3458-2867.

Nesta pesquisa buscou-se avaliar clinicamente as variáveis dor, edema e trismo, ao aplicar-se os procedimentos de sutura associado a dreno, nas cirurgias dos terceiros molares inferiores retidos. Assim, a amostra foi composta de 53 pacientes de ambos os gêneros, com terceiros molares inferiores retidos bilateralmente. Foram constituídos grupos experimental e controle, onde respectivamente foi realizado o procedimento de sutura associado a dreno ou apenas sutura após a exérese de terceiro molar inferior retido. Os resultados mostraram que o fato de associar-se o dreno a sutura no que se refere às variáveis estudadas, este foi estatisticamente significante para variável edema nos intervalos de 24 e 72 horas do pós-operatório, no entanto, para as variáveis dor e trismo não foram significantes. Descritivamente os dados demonstraram um melhor resultado para as variáveis dor e trismo para todos os instantes de avaliação no pós-operatório quando foi usado o procedimento de sutura associado ao dreno, exceto no que se refere a dor para 24 horas.

B016

Lesão nervosa após cirurgia dos terceiros molares inferiores retidos.

VASCONCELOS, B. C. E.*, GOMES, A. C. A., SILVA, E. D. O.

FOP – UPE. Tel./fax: (0**81) 3458-2867.

Nesta pesquisa buscou-se avaliar clinicamente a freqüência e tipo de lesão nervosa, após cirurgia dos terceiros molares inferiores retidos para os nervos alveolar inferior, lingual e bucal, levando-se em consideração variáveis associadas a esse tipo de procedimento, onde se destaca o descolamento e proteção ou não do retalho lingual e a relação de profundidade dos ápices radiculares em relação ao canal mandibular. Assim, a amostra foi composta de 55 pacientes de ambos os gêneros, com terceiros molares inferiores retidos bilateralmente. Foram constituídos grupos experimental e controle, onde foi realizado o procedimento de descolamento e proteção do retalho lingual ou não. Os resultados indicaram que o procedimento de descolamento e proteção do retalho lingual, provocou lesão do nervo lingual em um percentual de 9,1% (grupo experimental), o que não ocorreu quando o procedimento não foi realizado (grupo controle), e através do teste de Cochran observou-se diferença estatística significativa (p << 0,001). No que se refere à relação dos ápices do terceiro molar inferior com o canal mandibular, quanto à distância e ocorrência de lesões sensoriais não se comprovou associação significativa quando se utilizou o teste Exato de Fisher para raiz mesial (p = 0,515) e distal (p = 0,773).

B017

Anatomia cirúrgica do canal redondo.

AMADO, F. M.*, HAYASHI, F., NAVARRO, J. A. C.

Departamento de Ciências Biológicas – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.
 Tel.: (0**14) 235-8226. E-mail: jnavarro@usp.br

O advento e os constantes avanços da cirurgia microscópica e dos meios de diagnósticos como a tomografia e a ressonância magnética têm contribuído muito para tornar as técnicas cirúrgicas mais seletivas e os diagnósticos mais precisos. Porém, como conseqüência, faz-se necessário o melhor conhecimento de anatomia humana, para que haja uma relação positiva entre o avanço e sua adequada utilização. O estudo do canal redondo e regiões adjacentes vem contribuir ao melhor conhecimento da morfologia da área. O presente estudo procurou avaliar qual a melhor denominação para a estrutura que conduz o nervo maxilar do endocrânio para o exocrânio, se forame ou canal redondo, e também averiguar a existência e freqüência de ramificações daquele nervo dentro desta estrutura. Foram moldados 32 crânios com polissulfeto utilizado em Odontologia e as moldagens foram medidas, chegando-se à conclusão de que a estrutura é um canal, visto que em 62,5% dos casos o comprimento é maior que o diâmetro. Para averiguar a presença de ramificações, 29 hemicabeças formolizadas de adultos tiveram a região do canal redondo dissecada, e pôde-se constatar a presença de ramificações em 51,72% dos casos. A maior parte delas apresentou direção medial (60%), uma menor parte para lateral (26,66%) e, por último, para inferior (13,33%). Em uma das peças foram encontradas 3 ramificações.

Conclui-se que a estrutura óssea é um canal e que ramos do nervo maxilar dentro do canal redondo, foram observados em 51,72% das peças anatômicas analisadas. (Este trabalho teve o apoio da FAPESP.)

B018

Análise histomorfométrica da reparação de alvéolos dentais infectados em ratos diabéticos.

ARANEGA, A., CLÁUDIO, C. C., RODRIGUES, A. M., OKAMOTO, T.

Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

O processo de reparo em alvéolos dentais infectados de ratos (Rattus novergicus, albinus, Wistar) diabéticos controlado e não-controlado foi avaliado qualitativa e quantitativamente. Para isso foram utilizados 60 animais. O Grupo I (controle) foi submetido à inoculação de solução tampão, os Grupos II e III (diabéticos) receberam estreptozotocina (45 mg/kg), dissolvida em tampão citrato 0,01 M, sendo administradas 3 unidades/dia de insulina apenas no Grupo III (diabético controlado). Após a verificação do estado glicêmico dos animais, todos os incisivos superiores direitos foram extraídos e induziu-se a alveolite com solução salina pré-reduzida e epinefrina. Os animais foram sacrificados no 3º, 7º, 14º e 28º dias pós- operatórios. Suas maxilas foram separadas, fixadas em formalina, descalcificadas em EDTA e incluídas em parafina. Os cortes com 6 mm de espessura foram corados com hematoxilina-eosina (H. E.) e tricrômico de Masson. Após a análise qualitativa e quantitativa ao microscópico óptico e histometria óssea com o software Image Lab, os resultados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis.

Concluiu-se que: qualitativamente o reparo alveolar do grupo diabético não controlado foi mais retardado em relação ao controle e ao diabético controlado nas últimas fases da reparação sem apresentar diferenças estatisticamente significantes.

B019

Processo de reparação da mucosa gengival após exodontia e sutura com fios de seda siliconizado e de poliéster siliconizado. Estudo microscópico comparativo em ratos.

ARANEGA, A.*, CLÁUDIO, C. C., OKAMOTO, T.

Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

O tipo de fio de sutura empregado pode interferir na reparação da mucosa gengival e alvéolo dental após exodontia. No presente trabalho, foi realizado um estudo comparativo entre os fios de poliéster siliconizado e seda siliconizada. Para tanto foram empregados 32 ratos divididos em 2 grupos de 16 animais, onde os mesmos foram anestesiados por infiltração intraperitoneal de pentobarbital sódico seguido de extração de incisivo superior direito. No grupo I, logo após extração, a mucosa gengival foi suturada com fio de poliéster siliconizado. No grupo II, o mesmo procedimento foi realizado porém, a sutura foi feita com fio de seda siliconizado. Em número de 4 para cada período e grupo experimental, os ratos foram sacrificados aos 3, 7, 15 e 21 dias após o ato cirúrgico. As peças foram fixadas em formalina 10% e descalcificadas em solução de citrato de sódio e ácido fórmico, seguindo-se tramitação laboratorial de rotina em inclusão em parafina. Nos blocos obtidos, foi realizado a microtomia colhendo-se cortes semi-seriados que posteriormente foram corados pela hematoxilina e eosina para estudo microscópico.

Os resultados obtidos mostraram que o fio de poliéster siliconizado permite uma proliferação epitelial mais precoce e intensa do que o fio de seda siliconizado, e que, ao nível do alvéolo dental, a neoformação conjuntiva e óssea é mais pronunciada.

B020

Infiltração coronária em diferentes cimentos para fixação de retentores intra-radiculares.

MANIGLIA, C. A. G., RAZABONI, A. M., FERNANDES, D. R., DIAS, A. P., PICOLI, F.*

Departamento de Endodontia – Universidade de Franca – UNIFRAN.

O objetivo deste trabalho foi verificar in vitro, a capacidade de selamento coronário proporcionado por diferentes agentes de fixação de retentores intra-radiculares. Utilizou-se um total de 100 raízes de caninos superiores humanos que foram instrumentadas e posteriormente obturadas, 1 mm aquém do ápice. Após a obturação, os canais foram preparados até 10 mm de profundidade para receberem retentores intra-radiculares. Para a cimentação dos pinos, os dentes foram divididos em 4 grupos: G1 - cimentação com Enforce®; G2 - cimentação com Fillmagic®; G3 - cimentação com Vidrion C®; G4 - cimentação com fosfato de zinco. Completado o tempo de endurecimento dos cimentos, os dentes foram impermeabilizados, imersos em corante (nanquim), permanecendo sob constante agitação por 7 dias. Após a remoção dos dentes do corante e lavagem dos mesmos por 12 horas em água corrente, estes foram então cortados em cinco secções transversais com 1 mm de espessura cada, a partir da cervical, e observados em um estereoscópio para a avaliação da infiltração do corante. Cada secção foi avaliada por quadrante através de escores (cada quadrante com infiltração = 1; quadrante sem infiltração = 0). A análise estatística dos resultados evidenciou haver diferença significante ao nível de 1%.

Os cimentos fosfato de zinco (5,72) e Enforce® (5,76) apresentaram uma melhor capacidade de selamento coronário, sem diferença estatisticamente significante entre si, porém, foram significativamente superiores ao Vidrion C® (7,68) e Fillmagic® (8,84), respectivamente.

B021

Quantidade de cálcio proveniente da remoção de “smear layer” por EDTA, ácido cítrico e EDTA-T.

GOMES, C. C.*, CHEVITARESE, O., VAITSMAAN, D. S., GOMES, L. M. B., AVILA, A. K., COSTA, R.

Departamento de Odontoclínica, Especialização em Endodontia – UFF. Tel.: (0**21) 611-2013. E-mail:cinthyagomes@bol.com.br

Este estudo avaliou a quantidade de cálcio extraída dos canais radiculares, quando da aplicação de três diferentes quelantes, usados após instrumentação, para a remoção do “smear layer”. Selecionaram-se 30 pré-molares inferiores unirradiculares que foram instrumentados pela técnica “crown-down”, utilizando-se NaOCl 5,25% e padronizando-se como último instrumento uma lima tipo K #45. Para irrigação final, os dentes foram divididos em 3 grupos contendo 10 espécimes cada: Grupo 1 - aplicação de EDTA a 17% (5 minutos) e irrigação com 10 ml de água tridestilada (30 segundos); Grupo 2 - irrigação com 10 ml de ácido cítrico a 10% (30 segundos) e irrigação com 10 ml de água tridestilada (30 segundos); Grupo 3 - irrigação com 10 ml de EDTA-T a 17% (30 segundos) e irrigação com 10 ml de água tridestilada (30 segundos). O volume final foi recolhido em tubo de ensaio e levado ao espectrofotômetro de absorção atômica, para medir a massa total de cálcio removida. A média dos grupos foi: Grupo 1 - 385,2 mg; Grupo 2 - 635,5 mg; Grupo 3 - 296,9 mg. A análise estatística pelo teste Kruskal-Wallis mostrou diferença significativa entre todas as amostras.

Pode-se concluir que o ácido cítrico removeu maior quantidade de cálcio seguido pelo EDTA e EDTA-T.

B022

Moldagem apical através do calor: avaliação da infiltração marginal apical.

BOER, M. C.*, MOURA, A. A. M.

Departamento de Endodontia – UNIP – São Paulo.

A técnica da condensação lateral é a que vem, através dos tempos, confirmando uma maior aceitação no meio clínico. Quando utilizada, a adaptação do cone principal na região apical, é aceito como sendo o objetivo principal para a obtenção do melhor selamento. Considerando estes fatos, os autores se propuseram avaliar quantitativamente in vitro a infiltração marginal apical do corante azul de metileno em dentes obturados pela técnica da condensação lateral, onde o preparo apical foi moldado através da plastificação do cone principal pelo calor. Foram utilizados 120 dentes humanos unirradiculares distribuídos em 4 grupos de 30 espécimes cada. A adaptação do cone principal nos grupos G1 e G2 foi obtida através do travamento no terço apical. Nos grupos G3 e G4 esta adaptação se de deu através da moldagem do preparo apical. Apenas nos grupos G2 e G4 se utilizou cimento obturador. A análise quantitativa da infiltração do corante foi feita em microscópio de perfil com aumento de 10 vezes. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística pelo teste de Tukey. As médias de infiltração marginal (mm) obtidas foram: G1- 1,60; G2- 1,27; G3- 1,39; G4- 1,16. Na análise dos grupos G2 e G4 não houve diferença estatisticamente significante. Comparando os grupos G2 e G3, também, não houve diferença significante. As infiltrações observadas no grupo G1 foram as mais expressivas, diferindo estatisticamente dos demais grupos.

Portanto, conclui-se que além do cimento obturador, a moldagem apical também representou fator importante para a obtenção do melhor selamento.

B023

Avaliação do selamento apical em obturações retrógradas usando diferentes materiais.

GRECCA, F. S.*, BRAMANTE, C. M., GARCIA, R. B.

Endodontia – UNIMAR. Tel.: (0**14) 422-3673, fax: (0**14) 433-9932. E-mail: fakera@terra.com.br

O selamento apical proporcionado pelo material retrobturador é fator fundamental para o desenvolvimento do processo de reparo apical e periapical. O objetivo do trabalho foi avaliar a capacidade de selamento do cimento Sealer 26, Sealapex acrescido de óxido de zinco e do Coltosol empregados em obturação retrógrada. Trinta dentes unirradiculares humanos tiveram seus canais radiculares preparados biomecanicamente e obturados. Após a realização da apicectomia e preparo da cavidade para obturação retrógrada, as raízes foram divididas aleatoriamente em 3 grupos, onde foram utilizados os seguintes materiais: I- Coltosol; II- Sealer 26 (5:1 em volume); III- Sealapex acrescido de óxido de zinco. Todas as raízes foram imersas em solução de azul de metileno a 2%, durante 7 dias. A infiltração apical foi avaliada e os resultados submetidos a análise estatística.

De acordo com os resultados obtidos, podemos concluir que partindo-se do material com melhor selamento apical para o pior, obteve-se a seguinte ordenação: Sealer 26, Sealapex acrescido de óxido de zinco e Coltosol, sendo que entre o primeiro e segundo colocado não houve diferença estatística significante (p << 0,05).

B024

Tratamento endodôntico em uma ou mais sessões.

PANZARINI, S. R.*, SOUZA, V., HOLLAND, R.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3240. E-mail: panzarin@foa.unesp.br

O objetivo do trabalho foi analisar a resposta dos tecidos periapicais de dentes de cães com lesão periapical crônica induzida experimentalmente ao tratamento endodôntico efetuado em uma ou duas sessões, utilizando-se como material obturador cimentos resinosos, à base de óxido de zinco e eugenol ou de hidróxido de cálcio. Neste trabalho foram tratados 66 canais radiculares de dentes de cães portadores de lesão periapical crônica, induzida experimentalmente. Após o preparo biomecânico, metade dos canais receberam curativo de demora de paramonoclorofenol associado ao Furacin por sete dias, antes de se efetuar a obturação definitiva e na outra metade os canais foram obturados na primeira sessão, sem receberem medicação intracanal. A técnica de obturação empregada foi a da condensação lateral convencional e os cimentos obturadores utilizados foram: Endométhasone, AH26 e Sealapex. Os resultados foram analisados histologicamente 180 dias após o final do tratamento.

Os dados foram submetidos à análise estatística, onde foi possível concluir que o tratamento realizado em duas sessões foi melhor do que o efetuado em sessão única para os cimentos obturadores AH26 e Sealapex.

B025

Limpeza apical de canais radiculares promovida por 3 técnicas de instrumentação.

SIQUEIRA Jr., J. F., GAHYVA, S. M., GONÇALVES, R. S.*

Universidade Estácio de Sá. Tel.: (0**21) 503-7289, r. 19. E-mail: siqueira@estacio.br

A limpeza do sistema de canais radiculares assume especial relevância no sucesso do tratamento endodôntico. O objetivo deste trabalho foi avaliar histologicamente a capacidade das técnicas “Step-back”, Movimentos Contínuos de Rotação Alternada (MRA) e do Sistema Quantec Series 2000 de promover a limpeza do terço apical de canais radiculares. Canais mesiais de primeiros molares inferiores foram preparados pelas 3 técnicas testadas e irrigados com hipoclorito de sódio a 5%. Após o preparo, os 5 mm apicais de cada raiz foram seccionados e removidos para processamento histológico. Os cortes seriados foram examinados e a limpeza do canal avaliada conforme uma escala que variou de 0 a 3.

Os resultados demonstraram que não houve diferença estatisticamente significante entre as técnicas testadas (p >> 0,01), sendo que na maioria das vezes, os canais ainda apresentavam remanescentes teciduais, mormente em áreas de variações da anatomia interna.

B026

Selamento apical – efetividade de quatro técnicas de instrumentação.

SABA, F. J.*, MANGELI, M. D. B., SABA, T. R.

Departamento de Pós-Graduação em Endodontia – UGF, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: fsaba@uol.com.br

Este trabalho objetiva avaliar a efetividade de 4 técnicas de instrumentação quanto a capacidade de gerar, após obturação do sistema de canais radiculares, o melhor selamento apical. Foram utilizados 52 molares inferiores humanos obtidos no laboratório de Endodontia da UGF. Os espécimes foram divididos em quatro grupos de 13, de acordo com a técnica de preparo dos canais, sendo que 4 elementos foram utilizados como controle positivo e negativo: GR.1 - técnica de instrumentação de canais curvos (manual) com limas de aço inoxidável (TICCm); GR.2 - TICCm com limas de níquel-titânio; GR.3 - técnica de Ruddle (manual); GR.4 - técnica de instrumentação de canais curvos rotatória de níquel-titânio (TICCr). Foi realizada obturação com técnica da condensação vertical da guta-percha aquecida, de Schilder, com a utilização de Kerr Pulp Canal Sealer, infiltração com tinta nanquim por 48 horas e posterior processo de diafanização. Os resultados foram analisados por 2 examinadores em estudo cego, a partir de “scores” predeterminados, com auxílio de microscópio cirúrgico D.F. Vasconcelos (20 X).

Os resultados demonstraram não existir diferenças significantes entre as médias de tratamento em nível de 99,9% (p = 0,4672); p (0,1%) utilizando-se o método ANOVA, donde conclui-se que não há diferença significante entre as técnicas estudadas quanto ao selamento apical.

B027

Efeito da neutralização e do curativo de demora na reparação de dentes de cães com necrose pulpar e reação periapical.

MATTOS, A. F. R.*, SILVA, L. A. B., LEONARDO, M. R., TANOMARU FILHO, M.

Departamento de Endodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar radiográfica e histopatologicamente a reparação apical e periapical em dentes de cães, empregando-se 2 diferentes técnicas de neutralização do conteúdo séptico/tóxico, sendo o tratamento endodôntico realizado em uma única sessão ou em duas sessões, utilizando como curativo de demora o hidróxido de cálcio associado ao PMCC, por um período de tempo de 15 e 30 dias. A neutralização foi realizada pelo método mediato, com emprego do formocresol, ou pelo método imediato, no qual foram utilizadas limas tipo K nº 55 e 50 introduzidas progressivamente no canal radicular, coadjuvada com solução de hipoclorito de sódio a 5,25%. Nos grupos que receberam medicação intracanal, após o preparo biomecânico, os canais radiculares foram preenchidos com Calen/PMCC, por um período de tempo de 15 e 30 dias, sendo a obturação realizada após este período. Os resultados obtidos após análise estatística mostraram que radiográfica e histologicamente não houve diferença significante entre as técnicas de neutralização do canal radicular. Ocorreu diferença significante nos grupos que receberam a medicação intracanal, podendo ser observado melhores resultados radiográfico e histopatológico nesses grupos, sendo que histologicamente, aos 30 dias os resultados foram considerados mais satisfatórios do que aos 15 dias. Ainda, os grupos que receberam o curativo de demora mostraram resultados radiográfico e histopatológico estatisticamente melhores do que no grupo que foi realizado em uma única sessão. (Apoio financeiro: FAPESP.)

B028

Permeabilidade cervical dentinária à diferentes substâncias.

CARVALHO, C. M.*1,2, ALBUQUERQUE, D.1, MOURA, M.2, SOUSA, M.2, PORTO, P.1

1FOP – UPE; 2UFPI. E-mail: edmilnew@yahoo.com

Avaliou-se a infiltração cervical do corante azul de metileno a 2% em dentes tratados endodonticamente, para serem submetidos a tratamento clareador. Para o experimento foram selecionados 40 caninos humanos. Utilizou-se a técnica escalonada com recuo progressivo anatômico e obturou-se pela técnica da condensação lateral ativa. Em seguida, foram radiografados e as câmaras pulpares lavadas. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 5 grupos e as câmaras pulpares tratadas da seguinte forma: G1- soda clorada; G2- soda clorada + 15 ml de EDTA a 17%; G3- soda clorada + ácido fosfórico; G4- soda clorada + ácido poliacrílico; G5- soda clorada + álcool a 70%. Os espécimes foram impermeabilizados externamente, submersos em azul de metileno a 2% por 24 horas a 37ºC. Estes foram lavados, seccionados transversalmente e mensuradas as infiltrações do corante através do programa UTHSCSA (mm) nas faces vestibular (V) e lingual (L). As médias dos valores obtidos (V) e (L) foram respectivamente: G1- 0,47; 0,39; G2- 1,45; 1,33; G3- 2,46; 1,37; G4- 0,87; 1,00; G5- 0,77; 1,06. O teste de Fisher indicou diferença fortemente significativa entre os grupos, em relação a penetração do agente traçador, na face vestibular (F = 14,69, p << 0,001) e na face lingual (F = 8,75, p << 0,001).

Conclui-se que em todas as soluções testadas observou-se infiltração do corante, verificando-se a per­meabilidade dentinária cervical, no entanto, o grupo 3 promoveu maior permeabilidade quando comparado aos demais grupos, enquanto que o grupo 1 promoveu a menor em relação aos outros grupos estudados.

B029

Análise da interação irrigação/irradiação laser Er:YAG na permeabilidade dentinária do sistema endodôntico.

RALDI, D. P.*, LAGE-MARQUES, J. L.

Universidade de São Paulo; Universidade Ibirapuera.

Objetiva-se, durante o tratamento endodôntico, aumentar a permeabilidade dentinária para favorecer a penetração das soluções irrigantes e medicação intracanal para o interior dos túbulos dentinários. Este experimento teve como objetivo avaliar in vitro os efeitos das substâncias irrigantes (EDTA-T e ácido cítrico) e da irradiação com laser Er:YAG na permeabilidade dentinária. Utilizaram-se 37 dentes unirradiculares que foram instrumentados e divididos em 5 grupos: G1 (7)- irrigação final com EDTA-T; G2 (7)- ácido cítrico; G3 (9)- EDTA-T + laser Er:YAG; G4 (9)- ácido cítrico + laser Er:YAG e G5 (5)- irrigação final com água destilada e sem laser. Quatro espécimes dos grupos 3 e 4 foram preparados para análise em microscopia eletrônica de varredura. Os canais radiculares dos 34 espécimes restantes foram preenchidos com medicação intracanal NDP (fosfato de dexametasona) saturada com corante Rodamina B. Após a remoção da medicação intracanal foram realizados 6 cortes transversais (2,0 mm): terço cervical (C1 e C2), médio (C3 e C4) e apical (C5 e C6). Os cortes tiveram suas imagens digitalizadas e com software Image Lab, avaliou-se a penetração da medicação intracanal pela mensuração das áreas coradas. Os resultados analisados pelo teste Kruskal-Wallis revelaram haver diferença significante (p << 0,05) no terço cervical C1 dos grupos: 1 e 4; 2 e 3; 2 e 4; 2 e 5; 4 e 5; no terço cervical C2: 1 e 4; 2 e 4; 2 e 5; e no terço médio C3: 2 e 4; 2 e 5.

Pode-se concluir que a interação substância irrigante e laser Er:YAG mostrou resultados inferiores de permeabilidade dentinária.

B030

Prevalência de lesões periapicais associadas a dentes humanos e sua correlação com a reabsorção apical.

VIER, F. V.*, FIGUEIREDO, J. A. P.

Departamento de Endodontia – ULBRA - Canoas -RS. Tel.: (0**51) 635-1641. E-mail: endovier@caiweb.com.br

Os objetivos foram avaliar a prevalência de diferentes patologias periapicais e a expressão da reabsorção externa apical em dentes humanos associada a essas lesões, buscando uma possível correlação entre a reabsorção externa e o diagnóstico histopatológico da lesão periapical. Foram selecionados 104 dentes associados a lesões periapicais. Cortes semi-seriados das lesões foram corados com H. E. As lesões foram agrupadas em: lesões císticas e não-císticas, com diferentes graus de severidade de abscesso (0, 1, 2 e 3). Os ápices radiculares foram analisados em MEV. A reabsorção radicular externa foi classificada, segundo sua localização, em reabsorção periforaminal e foraminal e, segundo sua extensão, em diferentes graus (0, 1, 2 e 3). 24,5% das lesões periapicais constituíram-se em lesões císticas. A maioria das lesões (84,3%), independentemente de serem císticas (20,6%) ou não-císticas (63,7%), exibiram graus severos de abscesso. O diagnóstico histológico mais prevalente (63,7%) foi o de lesões não-císticas com graus avançados de abscesso. O granuloma periapical foi um achado incomum. Do total dos ápices analisados, 42,2% apresentaram reabsorção periforaminal em mais da metade da área examinada, enquanto que 28,7% demonstraram reabsorção foraminal em mais da metade do perímetro observado. Apenas 8,9% das amostras apresentaram ausência de reabsorção, tanto periforaminal quanto foraminal. A reabsorção radicular periforaminal esteve presente em 87,3% dos ápices analisados, enquanto que a foraminal, em 83,2% dos casos. A presença e extensão da reabsorção periforaminal independeu da foraminal.

Não houve correlação entre a reabsorção radicular externa e o diagnóstico histopatológico das lesões periapicais. (Apoio financeiro: CNPq.)

B031

Avaliação radiográfica da resposta de ratas diabéticas após 21 dias de indução de lesões perirradiculares.

BREDA, J., ALVES, M. U.*, TEIXEIRA, F., SIQUEIRA Jr., J., ARMADA-DIAS, L.

FO – UNESA; UNICAMP - SP. Tel.: (0**21) 503-7289. E-mail: urania@estácio.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar radiograficamente, a evolução de inflamação perirradicular em ratas controles, diabéticas e tratadas com insulina, 21 dias após indução de infecção pulpar. Ratas Wistar com 3 meses de idade, receberam dose única de estreptozotocina (45 mg/kg P.C., i.p.) em tampão citrato (pH 4,5). Os animais diabéticos foram divididos em 2 grupos: ratas diabéticas (DM21, n = 8) e ratas tratadas com doses diárias de insulina (2 U/100 g P.C., s.c.) (DM21+ I, n = 7). Os animais foram anestesiados com pentobarbital (0,08 ml/100 g P.C.) e, inclusive o grupo controle (C: n = 9), foram submetidos à exposição pulpar com broca esférica “carbide” ½ em motor de alta rotação, para indução de infecção pulpar. Após 21 dias, as ratas foram sacrificadas e as mandíbulas excisadas e radiografadas com filme periapical ultra-sensível (Kodak – 0,3 s). As imagens radiográficas foram capturadas (ScanJet 3) e processadas. As áreas das lesões perirradiculares foram medidas em um sistema específico de imagem (Image Lab, Softium Informática Ltda. ME, Brasil) e os resultados foram avaliados por teste Kruskal-Wallis. Os animais diabéticos e tratados apresentaram maior área de lesão que os controle (DM21 = 30.335,8 ± 7.789,5; DM21 = 31.993,9 ± 8.498,4; C = 21.438,3 ± 7.934,2 pixels, p << 0,05).

Nossos dados sugerem que o diabetes mellitus promove diminuição na capacidade de defesa dos animais frente a agentes microbianos e que o tratamento com insulina não reverteu adequadamente esse quadro fisiopatológico. (Apoio financeiro: CNPq/UNESA.)

B032

Ação antimicrobiana do preparo biomecânico com diferentes soluções irrigadoras.

TANOMARU, J. M. G.*, TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, M. R., SILVA, L. A. B., ITO, I. Y.

FOAr – UNESP; FORP – USP; FCFRP – USP. E-mail: tanomaru@foar.unesp.br

A ação do preparo biomecânico realizado com soluções irrigadoras com atividade antimicrobiana tem grande importância na diminuição da microbiota endodôntica. O objetivo deste estudo foi a avaliação das condições microbiológicas antes e 30 dias após o preparo biomecânico dos canais radiculares com diferentes soluções irrigadoras. Reações periapicais crônicas foram induzidas em 78 canais radiculares de dentes de cães, os quais foram divididos em 4 grupos experimentais. Previamente ao preparo biomecânico, amostras do conteúdo dos canais radiculares foram colhidas para avaliação microbiológica. Em seguida, o preparo dos canais radiculares foi realizado, empregando-se solução de digluconato de clorexidina a 2%, hipoclorito de sódio a 2,5% ou soro fisiológico, permanecendo o último grupo sem manipulação. Os canais radiculares permaneceram vazios, com selamento coronário por 30 dias, quando procedeu-se a segunda colheita para análise microbiológica. Os resultados demonstraram que a solução de clorexidina proporcionou a maior diminuição de unidades formadoras de colônias em relação aos microrganismos anaeróbios, aeróbios e estreptococos, seguida da solução de hipoclorito de sódio a 2,5%. O preparo biomecânico com solução fisiológica não diminuiu a microbiota endodôntica.

Conclui-se que o preparo biomecânico com solução de clorexidina a 2% tem capacidade de reduzir a quantidade de microrganismos de canais radiculares infectados, porém é incapaz de eliminá-los.

B033

Influência do método e corante na avaliação do selamento apical.

SILVA, R. S. F.*, TANOMARU, J. M. G., TANOMARU FILHO, M.

Disciplina de Endodontia – FOAr – UNESP. Tel./fax: (0**16) 201-6392. E-mail: tanomaru@foar.unesp.br

Inúmeras metodologias são empregadas para análise da infiltração marginal em obturações de canais radiculares. O objetivo deste estudo foi avaliar dois métodos e corantes utilizados para esta finalidade. Foram utilizados quarenta caninos superiores extraídos de humanos. Após a abertura coronária, os forames apicais foram padronizados utilizando-se lima tipo K até a de número 30 e os canais radiculares instrumentados de forma padronizada. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 4 grupos. Após a impermeabilização da superfície dentária externa, os canais radiculares foram obturados com cones de guta-percha e cimento de óxido de zinco e eugenol, sendo dois grupos imersos em solução de azul de metileno a 2% e dois em solução nanquim, por 48 horas em ambiente com vácuo. Decorrido este período, os dentes foram lavados e submetidos ao método de fratura longitudinal ou ao processo de diafanização, para análise da infiltração apical. Os resultados obtidos demonstraram que maiores infiltrações foram observadas nos grupos com azul de metileno e pelo método de fratura longitudinal (p << 0,05). Ainda, quando utilizado o azul de metileno o método de fratura mostrou maior infiltração que a avaliação pela diafanização (p << 0,05).

Conclui-se que o corante azul de metileno apresentou maior capacidade de penetração, sendo o método de fratura mais apropriado para o seu emprego.

B034

Estudo anatômico de canais radiculares de molares permanentes inferiores humanos.

MANIGLIA, C. A. G.*, OLIVEIRA, A. C. J., TRABUCO, M., MANIGLIA, A. B., PICOLI, F.,
PARDINI, L. C.

Departamento de Endodontia e Radiologia – UNIFRAN.

O tratamento endodôntico de molares inferiores pode não traduzir-se em sucesso se a anatomia interna não puder ser reconhecida, mostrando os múltiplos aspectos dos canais radiculares. Os graus de curvatura e a configuração dos canais radiculares criam algumas dificuldades técnicas durante a sua preparação mecânica. Assim, seu conhecimento é essencial para o êxito da terapia. O objetivo deste estudo foi determinar a freqüência, grau de curvatura e configuração dos canais de primeiros e segundos molares inferiores, através dos seguintes métodos: exame clínico, fotográfico, radiográfico e por diafanização. Foram estudados os canais radiculares de 200 primeiros e segundos molares inferiores humanos. Os resultados permitiram concluir que as entradas dos canais das raízes mesiais são distintas, circulares e arredondas e separadas. Entretanto, o mesmo não ocorre com os canais das raízes distais. A análise estatística da avaliação clínica e radiográfica demonstrou haver uma incidência significativamente maior de 2 canais nas raízes distais dos primeiros molares, em comparação as dos segundos molares. As configurações radiográficas da lima no interior dos canais mostraram curvaturas que variam entre 11,42º a 18,86º para as raízes mesiais e 2,94º a 14,72º para as distais. As imagens diafanizadas mostram a predominância de canais do tipo III nas raízes mesiais e tipo I nas raízes distais.

Este estudo demonstrou que existem algumas diferenças significantes entre a anatomia interna do primeiro e do segundo molar inferior.

B035

Inervação de dentes decíduos humanos em diferentes fases de rizólise.

MOREIRA, A.*, SILVA, G. A. B., ALVES, J. B.

Departamento de Morfologia – Instituto de Ciências Biológicas – UFMG.
Tel.: (0**31) 3499-2784. E-mail: adrianamoreira@ig.com.br

Apesar do enfoque preventivo da Odontologia atual, ainda é freqüente o número de dentes decíduos com comprometimento pulpar. O correto diagnóstico e adequado tratamento requerem do cirurgião-dentista o conhecimento das características pulpares destes dentes. O período de reabsorção fisiológica, rizólise, pode ocorrer durante alguns anos até a esfoliação do dente. Poucos estudos têm sido feitos sobre a inervação da polpa de dentes decíduos. O objetivo deste trabalho foi determinar o efeito da reabsorção radicular fisiológica na inervação pulpar de dentes decíduos humanos. Quarenta dentes decíduos humanos em diferentes fases de reabsorção, extraídos por razões ortodônticas, foram utilizados. As amostras foram fixadas em formalina tamponada 10%, desmineralizadas em EDTA 10% e incluídas em parafina. Foram feitos cortes de 6 µm de espessura. Utilizou-se método de impregnação pela prata para evidenciação das fibras nervosas e técnica imuno-histoquímica indireta para detecção de proteína de neurofilamento de 160 kDa. As amostras foram examinadas à microscopia de luz.

Nossos resultados mostram a presença de nervos na polpa dental durante a reabsorção. Observamos uma redução gradativa na quantidade de fibras nervosas durante o processo de reabsorção. Em dentes com raiz totalmente, ou quase totalmente, reabsorvida a quantidade de nervos no tecido pulpar foi escassa ou ausente.

B036

Análise comparativa da remoção de “smear layer” dos canais radiculares – microscopia eletrônica de varredura.

DAMETTO, F. R.*, FERRAZ, C. C. R., TANOMARU FILHO, M., BONIFÁCIO, K. C.,
SOUZA FILHO, F. J.

Área de Endodontia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro, por meio de microscopia eletrônica de varredura, a limpeza superficial da parede de canais radiculares preparados com instrumentos manuais e rotatórios. Foram utilizados raízes mesiais de molares inferiores recém-extraídos. Estas, foram divididas em 2 grupos experimentais: o grupo 1 foi submetido a instrumentação rotatória com limas Pow-R (Moyco Union Broach, USA) de acordo com as instruções do fabricante e, o grupo 2 submetido a instrumentação manual pela técnica “step-back” com limas tipo K de aço inoxidável (Maillefer Dentsply, Swiss). A cada troca de lima os grupos foram irrigados apenas com hipoclorito de sódio 2,5%. A limpeza das paredes dos canais radiculares foi avaliada nos terços cervical, médio e apical em cada espécime, por meio de atribuição de escores. Os escores foram submetidos ao teste estatístico de Mann-Whitney.

Os resultados demonstraram que os instrumentos rotatórios promoveram maior limpeza no terço apical em relação aos instrumentos manuais (p << 0,05), no entanto, não houve diferença nos terços médio e cervical (p >> 0,05).

B037

Avaliação da hipersensibilidade dental tratada com laser.

BREGAGNOLO, J. C.*, VILLA, G. E. P., SILVA, A. B. M., LIZARELLI, R. F. Z., PAULINO, S. M., PARDINI, L. C.

FORP – USP; IFSC – USP. E-mail: jjanete@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho é testar in vivo a capacidade do laser de baixa intensidade, em retirar a sensibilidade do colo dental em dentes humanos, devido a sua capacidade de promover efeito antiinflamatório e analgésico, atuando na repolarização. Aplicou-se no colo de 84 dentes com sensibilidade dentinária. Usou-se o LILT “laser beam”, e comparou-se as pontas infravermelho e vermelho, nos modos contínuos e pulsados, sob a mesma dosimetria de 6 J/cm2. Ambas possuem uma potência de 50 miliwatts e comprimentos de ondas de 785 e 685 nm respectivamente. Após três aplicações em cada dente, com intervalo de 72 horas entre elas, fez-se a avaliação final, 15 dias após a última aplicação do laser. Por meio de uma tabela de contingência, submeteu-se os dados ao teste de qui-quadrado ao nível de 1% de liberdade. Vimos que dos 84 dentes testados, sensíveis ao jato de ar, 58 perderam a sensibilidade havendo semelhança (estatisticamente não significante) entre os diferentes comprimentos de ondas; infravermelho e vermelho. Mais da metade dos dentes sensíveis perderam a sensibilidade após as três aplicações com laser de baixa intensidade.

As pontas infravermelho contínuo e pulsado e vermelho contínuo e pulsado tiveram comportamento clínico semelhante, ou seja foram eficientes na remoção da dor, independente do modo ou do comprimento de onda usado.

B038

Comparação das pontas dos cones principais com a padronização ISO.

FERREIRA, M. S.*, CARVALHO, R. G., DELFIN, L. E., FIDEL, R. A., FIDEL, S.

Escola de Odontologia – Departamento de Odontologia – UNIGRANRIO - RJ.
 Tel.: (0**21) 672-7777.

A guta-percha é considerada o principal material sólido obturador de canais radiculares, este trabalho tem por objetivo verificar a melhor equivalência do cone de guta-percha principal ao diâmetro D0 de uma lima K correspondente, a fim de que a adaptação deste cone ao batente apical criado pelas técnicas atuais de instrumentação seja a mais eficiente possível. Foram utilizados 300 cones das marcas comerciais Dentsply, Tanari e Endo Points. Cem cones de cada marca subdividem-se em 10 grupos com 10 cones cada, divididos conforme os seus diâmetros (# 25 ao # 80), e selecionados ao acaso. Para avaliação e obtenção das mensurações dos cones utilizou-se um perfilômetro de procedência japonesa com precisão de medida de até milésimo de milímetro (ProFile Projector Nikon).

Os resultados mostraram que os cones da marca Endo Points foram os que apresentaram uma maior fidelidade ao diâmetro das limas, seguidos dos cones da marca Tanari e posteriormente os da Dentsply.

B039

Análise do travamento apical de cones principais de guta-percha.

BIZ, M. T.*, GUARIENTI, D., MASIERO, A. V., FIGUEIREDO, J. A. P.

FO – Universidade Federal de Pelotas.

Foi objetivo desse estudo avaliar o travamento apical de cones principais de guta-percha (Dentsply e Tanari) e cones confeccionados com régua calibradora (Maillefer) e lâmina de barbear (Gillette). 21 dentes humanos, que tiveram seus preparos padronizados, foram divididos em 7 grupos, de 3 dentes cada, de acordo com o calibre do batente confeccionado, sendo os mesmos: # 30, 35, 40, 45, 50, 55 e 60. A prova do cone foi realizada em cada dente com 10 cones confeccionados e 10 cones de cada uma das marcas, verificando a presença ou não do travamento no comprimento de trabalho (CT). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística (Exato de Fisher e qui-quadrado), onde verificamos que nos grupos de cones de calibres # 30, 35, 40, 45, 55 e 60 houve diferença estatística entre os três tipos de cones utilizados (p £ 0,05), exceto no grupo de calibre # 30 e 35 entre os cones confeccionados e Tanari, que não apresentaram essa diferença (p >> 0,05); nos cones de calibre # 50 não houve diferença estatística entre os três tipos de cones (p >> 0,05). Os cones confeccionados com auxílio de régua calibradora foram os que apresentaram melhores resultados, seguidos pelos cones Tanari que tiveram um desempenho intermediário. Os cones Dentsply foram os que obtiveram desempenho inferior, muitas vezes ultrapassando o limite de trabalho.

Desta forma, pode-se concluir que a utilização da régua calibradora determina a obtenção de melhores resultados no travamento apical de cones principais de guta-percha.

B040

Biocompatibilidade de cimentos endodônticos em tecido subcutâneo de ratos.

GOMES FILHO, J. E.*, TEIXEIRA, F. B., FERRAZ, C. C. R., ZAIA, A. A., GOMES, B. P. F. A., SOUZA-FILHO, F. J.

Endodontia – FOP – UNICAMP.

O objetivo deste estudo foi avaliar in vivo a biocompatibilidade dos cimentos endodônticos Endométhasone, Pulp Canal Sealer e AH Plus, após a implantação em tecido subcutâneo de ratos. Vinte e quatro ratos Wistar-Furth foram utilizados. Cada cimento foi colocado no interior de tubos de polietileno e implantados em locais específicos no subcutâneo do dorso do animal. Os blocos de tecido foram removidos após 3, 7 e 30 dias, fixados e processados pelo método de inclusão em glicol metacrilato para avaliação microscópica. Observou-se no terceiro dia, uma resposta inflamatória mais intensa, com células do infiltrado agudo para todos os cimentos, sendo que o cimento Pulp Canal Sealer apresentou uma reação mais branda. No sétimo dia, o tecido já se apresentava mais organizado principalmente para o cimento AH Plus, o qual permitiu o início de formação de cápsula fibrosa na embocadura do tubo. No trigésimo dia, todos os cimentos apresentaram formação de cápsula fibrosa, com poucas células inflamatórias crônicas. Neste período mais longo, o cimento Pulp Canal Sealer apresentou um estágio mais avançado de organização tecidual, enquanto os cimentos AH Plus e Endométhasone não diferiram muito entre si, mostrando ainda um leve grau de inflamação.

B041

Avaliação de quatro métodos de colocação de curativo à base de hidróxido de cálcio.

AGUIAR, C. M*, PINHEIRO, J. T.

Departamento de Prótese e Cirurgia Bucofacial – CCS – UFPE. Tel.: (0**81) 3271-8338. E-mail: cmaguiar@hotmail.com

O hidróxido de cálcio tem sido advogado na terapia endodôntica como agente antimicrobiano. O uso ideal é que ele seja colocado o mais profundamente no interior do canal radicular, devido a proximidade dos tecidos periapicais. O propósito deste estudo, foi avaliar, comparativamente quatro métodos de colocação de curativo à base de hidróxido de cálcio após o preparo do canal radicular. Foram utilizados oitenta molares superiores com os ápices formados. O canais radiculares foram instrumentados com a técnica incremental até o instrumento  n° 25, no limite de um milímetro aquém do ápice e, irrigados com solução à base de hipoclorito a 1% e, secos com cones de papel absorvente. Para detectar o hidróxido de cálcio no interior do canal radicular, foi adicionado um corante a base de negro de ericrômio T, que é específico para detecção de íons cálcio. Os dentes eram aleatoriamente divididos em quatro grupos com vinte dentes cada. No grupo I foi utilizado uma seringa especial ML para a colocação da medicação; no grupo II foi utilizado uma lima tipo K n° 25; no grupo III foi utilizado um cone de guta-percha nº 25; e no grupo IV o hidróxido de cálcio foi colocado com auxílio de brocas lentulo n° 25. Em seguida as aberturas coronárias eram seladas e os espécimes levados para estufa com umidade de 100% por uma semana. Os dentes foram seccionados no sentido bucolingual, fotografados e projetados em “screen”, sendo avaliados pela quantidade e pela distância da medicação em relação ao ápice.

Os resultados demonstram não haver diferença significativa entre os métodos utilizados.

B042

Efeitos da radiação laser de vapor de cobre na parede de dentina de canais radiculares.

SILVEIRA, M. C. G.*, NICCOLI-FILHO, W. D., VIEIRA Jr., N. D., RIVA, R.

Mestrado Profissionalizante – Laser em Odontologia – USP – IPEN.

Dez dentes humanos unirradiculares tiveram suas coroas removidas no limite amelocementário e, após preparo químico-cirúrgico nos canais radiculares, as raízes foram clivadas longitudinalmente para permitir desta forma a irradiação da superfície da parede de dentina do canal radicular. As hemi-raízes foram separadas em dois grupos: grupo I (controle), com quatro hemi-raízes, não irradiado, e grupo II, com 16 hemi-raízes, subdivididas em quatro grupos com os respectivos tempos de exposição: 0,02 s; 0,05 s; 0,l s e 0,5 s. Foi utilizado um laser de vapor de cobre, com comprimento de onda de emissão de 510,6 nm, potência média total quando emitindo no verde mais amarelo de 11 W, potência média emitindo no verde de 6,5 W, taxa de repetição de 16.000 Hz e duração de pulso de 30 ns, energia por pulso (no verde) de 0,4 mJ e potência pico de 13,5 kW. Os resultados obtidos por meio da análise com microscopia eletrônica de varredura mostraram a ocorrência de formação de uma cavidade no local da incidência do feixe laser, onde a dentina, nas bordas desta cavidade, apresentou-se fundida e ressolidificada, além da presença de trincas devido à difusão do calor.

Embasados nestes resultados, concluímos que o tamanho da cavidade formada na dentina é diretamente proporcional ao tempo de exposição e quanto mais emissão de radiação laser numa mesma área, maior o comprometimento na parede de dentina do canal radicular. Estas conclusões demonstram a necessidade de novos estudos com diferentes tempos de exposição a fim de estipularmos um protocolo seguro.

B043

Comprimento do arco influenciando fratura por flexão das limas rotatórias.

MOREIRA, E. J. L.*, LOPES, H., REIS, R., RIBEIRO, G., FIDEL, S., FIDEL, R. A. S.

Endodontia – Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FO – UERJ; UNIGRANRIO - RJ. E-mail: edsonjorgeendo@aol.com

O objetivo deste trabalho foi observar a influência da extensão do segmento curvo do canal na fratura por flexão das limas de níquel-titânio acionadas a motor. Foram empregadas 40 limas nº 25 de 25 mm dos sistemas Quantec e Profile acionadas pelo motor TC 3000. Dois canais foram confeccionados a partir de um tubo de náilon de 1,04 mm de diâmetro interno. Ambos os canais mediam 20 mm e apresentavam o mesmo raio de curvatura (6 mm), diferiam apenas quanto ao comprimento do arco, um com 90º e o outro com 135º. As limas eram acionadas no interior dos canais e o tempo decorrido para a fratura era cronometrado em segundos. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente pela ANOVA e teste de Tukey.

 

Q90

Q135

Pf90

Pf135

 (média)

241,28

124,04

328,49

182,15

S (desvio-padrão)

  47,20

  21,27

  87,60

  67,55

CV (coeficiente de variação)

     19,56%

     17,14%

     26,60%

     37,08%

Os resultados permitiram concluir que os canais que apresentavam a parte curva correspondente a 135º induziram a fratura do instrumento mais rapidamente que os canais com arco correspondente a 90º.

B044

Contaminação em soluções de ácido cítrico contendo ou não estabilizante microbiológico.

BARROSO, L. S.*, HABITANTE, S. M., JORGE, A. O. C., FARIA, I. S.

Departamento de Odontologia – Universidade de Taubaté - SP. E-mail: tytos@terra.com.br

O objetivo do presente estudo foi pesquisar se soluções de ácido cítrico a 10%, pH 1,8 para uso endodôntico podem se contaminar com a inoculação de microrganismos e se a adição de um estabilizante microbiológico, utilizado na indústria alimentícia, seria suficiente para inibir essa contaminação. Para tanto, um frasco de 60 ml de ácido cítrico a 10%, pH 1,8 e um frasco de ácido cítrico a 10%, pH 1,8 associado a benzoato de sódio a 0,1% foram analisados. O líquido contido em cada frasco foi distribuído em 100 tubos contendo 1 ml de cada solução, constituindo 50 tubos no grupo A (ácido cítrico a 10%, pH 1,8) e 50 tubos no grupo B (ácido cítrico com benzoato de sódio a 0,1%). Cada seqüência de dez tubos de cada grupo foi inoculada com os seguintes microrganismos: Candida albicans, Streptococcus mutans, Enterococcus faecalis, Bacillus subtilis e Escherichia coli. Cada tubo contendo a solução + microrganismo permaneceu em estufa a 37ºC por 48 horas. Os dados mostraram que no grupo A (sem estabilizante microbiológico), C. albicans permaneceu viável em 100% dos tubos, E. coli em 80% das amostras e E. faecalis em 50% das mesmas. No grupo B (com adição do estabilizante), C. albicans ainda permaneceu viável em 30% das amostras e todos os outros microrganismos foram neutralizados.

Concluiu-se que as soluções de ácido cítrico a 10% para uso endodôntico podem se contaminar com microrganismos e que a adição do benzoato de sódio a 0,1% diminuiu sensivelmente os níveis de contaminação.

B045

Avaliação da capacidade de limpeza de alguns irrigantes endodônticos – estudo em MEV.

YAMASHITA, J. C.*, TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, M. L., SILVA, L. A. B., ROSSI, M. A.

Departamento de Endodontia – FOAr – UNESP. E-mail: rezeyama@usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro, por meio de microscopia eletrônica de varredura, a limpeza superficial da parede de canais radiculares promovida por diferentes soluções irrigadoras. Foram utilizados dentes humanos recém-extraídos, divididos em quatro grupos experimentais, os quais utilizaram as seguintes soluções irrigadoras: solução fisiológica, solução de clorexidina a 2%, solução de hipoclorito de sódio a 2,5% e solução de hipoclorito de sódio a 2,5% + EDTA. A limpeza das paredes dos canais radiculares foi avaliada nos terços cervical, médio e apical em cada espécime, por atribuição de escores. Os resultados obtidos demostraram que a melhor limpeza da superfície das paredes dos canais radiculares foi obtida pela associação da solução de hipoclorito de sódio a 2,5% e EDTA, seguida pela solução de hipoclorito de sódio a 2,5% (p << 0,05), sendo esta semelhante à solução de clorexidina apenas no terço cervical. As solução de clorexidina a 2% e solução fisiológica obtiveram resultados inferiores aos grupos anteriores e semelhantes entre si, nos três terços do canal radicular (p >> 0,05). Em todos os grupos experimentais foi observada melhor limpeza no terços cervical e médio, com piores resultados para o terço apical. A melhor limpeza superficial foi obtida quando se utilizou o a associação da solução de NaOCl com EDTA.

A solução de NaOCl somente não apresentou resultado satisfatório, porém teve melhor desempenho que as soluções de clorexidina e fisiológica. As soluções fisiológica e de clorexidina obtiveram os piores resultados, sendo estes semelhantes entre si. Nos diferentes grupos experimentais houve melhor limpeza nos terços cervical e médio, que no terço apical.

B046

Microdureza dentinária: ação de duas formulações diferentes de EDTA.

GUARIENTI, D.*, OSINAGA, P. W. R., BIZ, M. T., MASIERO, A. V.

Mestrado em Endodontia e Dentística – FO – UFPel. E-mail: osinaga@ufpel.tche.br

O objetivo do presente estudo foi comparar o efeito de duas marcas comerciais de EDTA de formulação e forma de apresentação diferentes sobre a microdureza dentinária. Foi utilizado o terço médio de 7 raízes palatinas de molares superiores (obtidos do banco de dentes da UFPel). Os mesmos foram incluídos em resina acrílica, os corpos-de-prova (n = 7) foram lixados em uma seqüência de lixas d’água de granulação 600 a 1.200 quando então foi realizada a leitura da dureza inicial na escala Knoop (50 g durante 30 s). A seguir foram lixados (lixa 1.200) e submetidos à ação de soda clorada (Macroquímica) por 2 horas, quando então foi realizada a segunda leitura No passo seguinte, as amostras foram levemente lixadas (lixa 1.200) e expostas à ação da solução de EDTA 17% (Macroquímica) durante 5 minutos, procedendo então a terceira leitura. Após, as amostras foram novamente lixadas (lixa 1.200), quando foram submetidas ao EDTA 24% (Biodinâmica) em forma de gel por 5 minutos, realizando-se a quarta leitura. Cada leitura consistiu da média dos valores obtidos após cinco indentações para cada grupo. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis, que foi significante ao nível de 1% entre o grupo controle e o grupo da soda clorada, 5% entre o grupo controle e o grupo do EDTA 24% e 0,1% entre o grupo controle e o grupo do EDTA 17%.

Diante do exposto, pareceu-nos lícito concluir que a solução de EDTA 17% realmente causa redução considerável na dureza dentinária, ao passo que as demais substâncias não apresentaram um efeito significativo.

B047

Avaliação in vitro da infiltração marginal de 4 materiais utilizados no selamento coronário em dentes tratados endodonticamente.

SAUÁIA, T. S.*, ZAIA, A. A., GOMES, B. P., TEIXEIRA, F. B., FERRAZ, C. C. R.,
SOUZA FILHO, F. J.

UNICAMP; UFMA.

O presente trabalho teve por objetivo avaliar in vitro a capacidade de selamento coronário de quatro materiais colocados na câmara pulpar, imediatamente após a obturação dos canais radiculares. Foram utilizados 100 molares humanos recém-extraídos com raízes completamente formadas, divididos aleatoriamente em cinco grupos experimentais com 20 dentes cada, sendo um grupo controle positivo. O preparo químico-mecânico dos canais radiculares foi realizado conforme a técnica híbrida modificada e obturados pela técnica da condensação lateral. Após a limpeza final da câmara coronária, foram colocados os materiais seladores, Cavit, Vitremer, resina composta Flow e resina composta Z100. A seguir, os dentes foram submetidos a 600 ciclos térmicos, e depois submersos em tinta nanquim por 5 dias. A amostra foi descalcificada, desidratada e diafanizada, sendo então examinada em lupa estereoscópica. Os níveis de infiltração foram codificados e examinados por três examinadores em ocasiões diferentes. Após a análise da infiltração, os resultados foram submetidos a cálculos estatísticos usando o teste de Kruskal-Wallis, e em seguida o teste de Wilcoxon para comparação dos seladores.

A análise estatística revelou que o Cavit e a resina composta Z100, selaram melhor, embora não tenha havido diferença significante entre os materiais. O Vitremer apresentou o pior selamento, e a resina composta Flow apresentou comportamento de média infiltração.

B048

Contaminação com sangue: influência sobre a microinfiltração de obturações retrógradas.

FREITAS, J. M.*, PINHEIRO, M. G., OLIVEIRA, M., DEMARCO, F. F.

Mestrado em Endodontia e Dentística – UFPel. Tel.: (0**53) 222-4439. E-mail: ffdemarco@hotmail.com

O objetivo desse estudo foi avaliar a influência da contaminação com sangue na microinfiltração de obturações retrógradas, com o uso de dois materiais adesivos. Foram utilizados 60 dentes anteriores humanos extraídos, nos quais, após tratamento endodôntico, foram preparadas cavidades retrógradas utilizando broca “carbide” esférica (cavidade em foram de pires). Os dentes foram aleatoriamente divididos em 4 grupos (n = 15), sendo restaurados como segue: Grupo 1- contaminação com sangue + uso do “primer” do Vitremer + preenchimento com ionômero modificado por resina (Vitremer - 3M); Grupo 2 - similar ao Grupo 1, porém, a contaminação ocorreu após o uso do “primer”; Grupo 3 - contaminação com sangue + adesivo autocondicionante (CLB2V - Kuraray) + resina composta (Z250 - 3M); e Grupo 4 - similar ao Grupo 3, apenas a contaminação ocorreu após o uso do sistema adesivo. A contaminação foi realizada com duas gotas de sangue humano, seguida por lavagem e secagem da cavidade. Em seguida, os espécimes foram imersos em azul de metileno. Depois de seccionados, a infiltração foi avaliada em aumento de 40 X, com base em escore padronizado. Os dados foram submetidos a análise estatística (Kruskal-Wallis). A contaminação antes do “primer” ou do adesivo levou a maior penetração do corante (p << 0,05). Observou-se, também, que o Vitremer exibiu menor grau de infiltração que o adesivo CLB2V (p << 0,05).

Baseado na metodologia empregada, foi possível verificar que a contaminação com sangue influenciou na performance dos materiais testados.

B049

Estudo das lesões perirradiculares crônicas em dentes humanos tratados, ou não, endodonticamente – análise morfológica.

CARVALHO, R. A*., MIRANDA, M. C. M., PINTO, L. P., SOUZA, L. B., MEDEIROS, A. M. C., ARRUDA, M. L., NESI, M. A.

Departamento de Odontologia – Faculdade de Odontologia – UFRN. Telefax: (0**84) 221-4532. E-mail: carvalhora@digi.com.br

O presente estudo teve como objetivo analisar as alterações microscópicas em vinte e quatro lesões perirradiculares crônicas de dentes humanos tratados ou não endodonticamente. As amostras do grupo I (controle - dentes sem tratamento endodôntico), grupo II (dentes com canais instrumentados e obturados) e grupo III (dentes com os canais instrumentados e curativo de hidróxido de cálcio extravasado na lesão periapical). O terceiro grupo foi o que apresentou lesões extensas e os dentes foram instrumentados e receberam curativo de demora, por sete dias, com extravasamento proposital com hidróxido de cálcio mais soro fisiológico, e renovado após 8 dias. Decorridos trinta dias após o primeiro curativo, as lesões extensas foram biopsiadas e fixadas em solução de formalina a 10%. Após o processamento histológico de rotina, os cortes foram corados pela hematoxilina e eosina.

Concluiu-se que: a magnitude do processo inflamatório foi semelhante nos três grupos; o processo de reparo da lesão encontrava-se histologicamente em estado evolutivo, tanto no grupo II (dentes com canais instrumentados e obturados) como no grupo III (dentes com os canais instrumentados e curativo de hidróxido de cálcio extravasado na lesão periapical), porém, predominantemente no grupo III e sempre ausente no grupo I (controle - dentes sem tratamento endodôntico); e o curativo intracanal a base de hidróxido de cálcio, foi de fundamental importância na reparação das lesões císticas. (Apoio financeiro: CAPES.)

B050

Avaliação da infiltração marginal por meio da técnica termomecânica híbrida após remoção do “smear layer”.

LIBERA, L. D., ARRUDA, M. P.*, FERRAZ, J. R., SOUSA NETO, M. D.

Universidade de Ribeirão Preto. Tel.: (0**16) 603-6717. E-mail: sousanet@unaerp.br

A presença do “smear layer” impede um contato do cimento obturador com as paredes da dentina radicular. No presente estudo foi avaliado in vitro, por meio da infiltração apical, a técnica de obturação termomecânica híbrida com e sem a remoção do “smear layer”. Foram utilizados 12 dentes caninos superiores. Após a instrumentação dos canais radiculares os dentes foram divididos em 2 grupos. O grupo 1 recebeu 2 ml da solução de EDTA, sendo que esta permaneceu em contato com a dentina durante 10 minutos, após esse período os canais foram irrigados com líquido de Dakin. O grupo 2 não recebeu nenhuma solução, permanecendo da mesma forma após o término da instrumentação. Terminada essa fase os dentes foram preparados para a obturação do canal radicular. O cimento utilizado para a obturação dos canais foi o Sealer 26â.Os dentes foram imersos em nanquim e submetidos a diafanização para a visualização do nível de infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida por meio do microscópio. Os resultados evidenciaram que o grupo em que houve a remoção de “smear layer” apresentou menores índices de infiltração apical do que o grupo sem a remoção de “smear layer”.

Conclui-se que a remoção do “smear layer” diminui os índices de infiltração marginal em dentes obturados com a técnica termomecânica híbrida com cimento à base de resina epóxi.

B051

Ánalise comparativa de dois aparelhos para odontometria eletrônica.

HECK, A. R.*, ARAGÃO, E. M., VALDRIGHI, L., JAKOBSON, S. J. M., ARCHEGAS, L. R. P., MORAES, S. H., SOUZA FILHO, F.

Universidade Federal do Paraná.

O desenvolvimento de métodos eletrônicos para a realização da odontometria têm utilizado aparelhos com duas freqüências de corrente alternada. Estes apresentam a vantagem de trabalhar com precisão em canais repletos de solução irrigadora eletro-condutora, tecido pulpar organizado ou não, sangue ou exsudato. O objetivo deste trabalho foi avaliar 2 destes aparelhos (Endex e Root ZX), em 5 variáveis (Endex - 1o sinal e ápice e Root ZX a 1 mm, 0,5 mm, e ápice) propostas pelos fabricantes e comparar os resultados com a medida dos dentes previamente determinadas. Utilizaram-se sempre os mesmos 20 incisivos inferiores extraídos de humanos, que para a realização das medidas foram fixados numa plataforma de “nylon” com suas raízes mergulhadas numa cuba contendo gelatina preparada com soro fisiológico para simular as condições elétricas dos tecidos periodontais. A comparação entre o comprimento real (controle) e os comprimentos obtidos pelos aparelhos foi realizada por meio da análise de variância – um fator e comparações múltiplas pelo teste de Scheffé (NS 5%). Não houve diferença significativa entre os grupos.

Pode-se concluir que a metodologia empregada foi adequada, que os dois aparelhos testados apresentaram comportamento semelhante sem diferenças estatísticas significativas o que sugere que em casos de limitação radiográfica pode-se realizar o tratamento endodôntico orientado somente por este método.

B052

Avaliação da infiltração marginal de diferentes materiais retroobturadores.

DE PAULA, E. A.*, ARRUDA, M. P., SOUSA-NETO, M. D., CRUZ FILHO, A. M.

Universidade de Ribeirão Preto. Tel.: (0**16) 603-6717. E-mail: sousanet@unaerp.br

O sucesso nas apicectomias está relacionado com o vedamento oferecido pelo material empregado nas retroobturações. O objetivo do presente estudo consiste em avaliar in vitro a infiltração marginal em retrobturações realizadas com 4 diferentes materiais obturadores: amálgama convencional, cimento de ionômero de vidro, IRM e resina composta. Neste experimento foram utilizados 24 dentes caninos superiores. Após a instrumentação dos canais radiculares os dentes foram obturados pela técnica da condensação lateral utilizando o cimento obturador Sealer 26. Em seguida os dentes foram medidos da ponta da cúspide até o ápice, com auxílio de um paquímetro digital, recuando-se 2 mm da medida obtida, no qual se realizou a apicectomia. O preparo apical foi realizado utilizando-se a seqüência de pontas diamantadas do aparelho Nac Plus, por 20 segundos a uma profundidade de 3 mm. Foram divididos aleatoriamente 4 grupos de 5 elementos, utilizando para cada grupo um dos materiais estudados. Realizada a retroobturação, os dentes foram imersos em nanquim e submetidos a diafanização para a visualização do nível de infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida através do microscópio de mensuração.

Os resultados evidenciaram que não houve diferença estatisticamente significante (p >> 0,05) entre o cimento de ionômero de vidro, IRM e resina composta, entretanto apresentaram diferença estatisticamente significante (p >> 0,05) em relação ao amálgama convencional.

B053

Alteração morfológica da superfície dentinária após apicectomia com os lasers de CO2 9,6 ou Er:YAG.

GOUW-SOARES, S.*1, STABHOLZ, A.2, LAGE-MARQUES, J. L.1, EDUARDO, C. P.1

1FOUSP - São Paulo - Brasil; 2Hebrew University - Israel.

A permeabilidade dentinária superficial e marginal após a apicectomia permitem a percolação de microrganismos e seus produtos do sistema de canais radiculares à região do periodonto comprometendo a reparação periapical. Este trabalho propõe avaliar a alteração morfológica da superfície dentinária após apicectomia e tratamento com os lasers de CO2 9,6 ou Er:YAG em 65 dentes humanos unirradiculares com os canais tratados endodonticamente e divididos em: grupo I, de controle cujos ápices foram seccionados com alta rotação; grupo II, da mesma maneira que o grupo anterior, porém com a superfície dentinária tratada com o laser de CO2 9,6; o grupo III, da mesma maneira que o grupo anterior, porém com a superfície dentinária tratada com o laser de Er:YAG; o grupo IV, apicectomizados e tratados com o laser de CO2 9,6 e o grupo V, apicectomizados e tratados com o laser de Er:YAG. As fotomicrografias demonstram que as amostras dos grupos II e IV (CO2 9,6) apresentam superfícies limpas, mais lisas, com fusão e resolidificação da dentina, distribuídas de maneira homogênea em toda superfície irradiada vedando túbulos dentinários. As amostras dos grupos III e V (Er:YAG) também apresentaram superfícies limpas, sem “smear layer”, no entanto, ligeiramente rugosas, compatíveis com aspecto de dentina ablacionada e sem a evidenciação de túbulos dentinários.

Nas condições deste estudo, as superfícies irradiadas e tratadas com os lasers de CO2 9,6 ou Er:YAG apresentaram alterações morfológicas que sugerem menor permeabilidade dentinária.

B054

Influência do laser Er:YAG na infiltração marginal apical de quatro cimentos obturadores.

MELLO, I.*, ANTONIAZZI, J. H., ROBAZZA, C. R. C.

Departamento de Denstística Restauradora – FOUSP. E-mail: robisabel@int.efoa.br

O presente estudo teve como objetivo avaliar in vitro a influência da aplicação do laser Er:YAG após o preparo químico-cirúrgico no selamento marginal apical quando da utilização de diferentes cimentos obturadores. Os espécimes utilizados no experimento foram separados em quatro grupos de acordo com o cimento a ser utilizado: Sealapex, N-Rickert, AH Plus e Ketac-Endo. Metade dos dentes de cada grupo recebeu um tratamento nas paredes do canal radicular com laser Er:YAG para remover o magma dentinário enquanto a outra metade não recebeu. Após a obturação o selamento marginal foi determinado através da penetração do corante azul de metileno a 0,5% na interface material obturador/parede dentinária com prévio isolamento externo com cianoacrilato de etila.

Pela análise dos resultados verificou-se que não houve diferença estatística de penetração do agente indicador entre os dentes submetidos à aplicação do laser e os dentes que não receberam este tratamento. Entretanto, para os cimentos testados, as diferenças aconteceram entre o grupo formado pelo AH Plus e N-Rickert, com menor índice de infiltração em relação ao grupo formado pelo Ketac-Endo e Sealapex.

B055

Avaliação da determinação da odontometria utilizando-se métodos radiográfico e eletrônico.

FERREIRA, C. M.*, GURGEL FILHO, E. D., FRÖNER, I. C.

Disciplina de Endodontia – UNIFOR. Tel.: (0**85) 477-3200. E-mail: manigliaf@yahoo.com

Na busca de maior facilidade para se realizar a odontometria durante o tratamento endodôntico, muitos aparelhos eletrônicos têm sido desenvolvidos na tentativa de substituir as tomadas radiográficas. Nosso objetivo foi avaliar e comparar clinicamente a eficácia dos aparelhos Apex Finder (Analytic Technology, EUA) e Endosonic (Videotek, Brasil) em relação à técnica radiográfica, utilizada como rotina nas clínicas de Endodontia. Foram avaliados 220 canais radiculares, vitais e necrosados, sendo obtido o comprimento real do dente com os aparelhos eletrônicos e realizada a radiografia periapical de odontometria. Os comprimentos obtidos foram concordantes entre os 3 métodos em 67,72% dos canais com polpa vital, e em 70,0% dos canais com polpas necrosadas. O Endosonic mostrou-se superior ao Apex Finder quando comparados com o método radiográfico, sendo que houve concordância entre os métodos em 91,36% e 69,09% respectivamente. Os aparelhos não apresentaram bons resultados quando os canais apresentam-se com os ápices totalmente atresiados, incompletos ou arrombados.

Nossos resultados permitem-nos concluir que os aparelhos eletrônicos são de grande valia para se determinar o comprimento real dos dentes em Endodontia, porém ainda faz-se necessário o uso da radiografia periapical para a confirmação da odontometria em algumas situações clínicas que o uso do aparelho não é indicado.

B056

Estudo histopatológico da polpa de dentes portadores de periodontite agressiva.

AGUIAR, T. R. S.*, LOTUFO, R. F., JAEGGER, M., MANDARINO, D.

Departamento de Odontoclínica – FOUFF; FOUSP.

O objetivo deste trabalho foi analisar as possíveis alterações pulpares em dentes humanos portadores de periodontite agressiva. Selecionou-se 28 pacientes, cuja idade variou entre 18 e 22 anos, obtendo-se 30 dentes unirradiculares isentos de cárie, abrasão, atrição, erosão, restaurações e tratamento periodontal prévio. O exame radiográfico evidenciou destruição de todo o osso de suporte até o ápice radicular. Na avaliação periodontal também observou-se destruição dos tecidos de suporte ultrapassando o ápice radicular. O exame endodôntico mostrou que todos os dentes eram vitais. Após exodontia e procedimentos para microscopia de luz, as lâminas foram analisadas em fotomicroscópio. Em 100% das amostras a polpa coronária apresentou características de normalidade (tecido conjuntivo frouxo). Em todas as amostras a polpa radicular mostrou alterações. As alterações mais freqüentemente observadas na porção apical da polpa radicular foi fibrose (100%) e calcificação distrófica (56,3%). A única alteração observada na porção cervical da polpa radicular foi fibrose (73,3%).

Foi possível concluirmos que dentes sem cárie, abrasão, atrição, erosão, restaurações em pacientes portadores de periodontite agressiva envolvendo o ápice radicular apresentam alterações pulpares, as alterações mais freqüentes foram fibrose e calcificação distrófica, estas alterações são mais observadas na porção apical da polpa radicular, a porção coronária da polpa apresenta características de normalildade.

B057

Prognóstico pulpar em dentes portadores de obliteração do canal radicular pós-traumática.

BASTOS, J. V.*, CORTES, M. I. S., BASTOS, F. P.

Departamento de Odontologia Restauradora – FO – UFMG. E-mail: anailuj@dedalus.lcc.ufmg.br

O presente estudo teve como objetivo acompanhar, clínica e radiograficamente, a evolução da condição pulpar de dentes portadores de obliteração do canal radicular pós-traumática (OCR), seus fatores determinantes e características clínico-radiográficas. Embora já existisse na literatura referências à ocorrência e natureza cicatricial benigna das calcificações pulpares após lesões traumáticas, foram ANDREASEN et al. que em 1987, primeiro descreveram este fenômeno como uma das possíveis modalidades de reparo pulpar após traumatismos que afetavam o feixe vásculo-nervoso apical, denominando-o obliteração do canal radicular pós-traumática. Neste levantamento foram analisados dados de 71 pacientes da Clínica de Traumatismos Dentários da Faculdade de Odontologia da UFMG, num total de 80 dentes portadores de OCR pós-traumática acompanhados durante um período médio de controle de 4,6 anos.

Os resultados obtidos permitem confirmar as luxações em dentes jovens como situações propícias para a evolução da OCR uma vez que na sua maioria, os pacientes foram acometidos por lesões por luxação (53,9%) em idades inferiores a 12 anos de idade (80%). A maioria dos dentes respondeu positivamente à prova elétrica e a ocorrência de alteração de cor da coroa não foi significativa (9%). Além disso, a necrose pulpar não representou um achado freqüente (6,3% dos casos) demonstrando o bom prognóstico em relação à cicatrização pulpar, o que justifica condutas mais conservadoras diante destes casos.

B058

Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana da clorexidina.

VIANNA, M. E.*, GOMES, B. P. F. A., FERRAZ, C. C. R., BERBER, V. B., SOUZA-FILHO, F. J.

Endodontia – FOP – UNICAMP.

A clorexidina tem sido utilizada em Endodontia como irrigante e medicação intracanal. O propósito deste estudo foi avaliar a ação antimicrobiana do gluconato de clorexidina a 0,2%, 1,0% e 2,0% nas formas gel e líquida, utilizando dois métodos: a) difusão em ágar; b) contato direto. Os microrganismos testados foram: E. faecalis, C. albicans, S. aureus, P. endodontalis, P. gingivalis e P. intermedia. No método de difusão em ágar cilindros de aço inox foram colocados sobre placas de ágar previamente inoculadas. Os irrigantes testados e seus controles foram introduzidos dentro dos cilindros. As zonas de inibição de crescimento microbiano foram medidas depois do período de incubação de cada placa e os resultados analisados estatiscamente. No método de contato direto, foi utilizada a diluição em caldo e os tempos gastos para que as substâncias testadas destruíssem as células microbianas foram anotados. Os resultados mostraram que os microrganismos anaeróbios estritos foram os mais suscetíveis, apresentando as maiores zonas de inibição (n = 15,43 mm) e inibição imediata quando em contato direto com todas as substâncias testadas. Por outro lado, E. faecalis foi o que apresentou as menores zonas de inibição (n = 4,11 mm) e levou mais tempo para ser eliminado no teste de contato direto.

Concluímos que o gluconato de clorexidina possui ação antimicrobiana em todas as concentrações testadas, em ambos os métodos utilizados. Entretanto sua ação depende da concentração, forma de apresentação e da suscetibilidade microbiana. (Apoio: FAPESP 96/05584-3 e CNPq 520277/99-6.)

B059

Avaliação da técnica híbrida de Tagger em presença e ausência de “smear layer”.

FREITAS, L. F.*, GOMES, I. C., CHEVITARESE, O., ALMEIDA, N. S., NASCIMENTO, J.

Departamento de Odontoclínica – UFF. Tel.: (0**21) 274-5228. E-mail: icamoes@matrix.com.br

Este trabalho avaliou a capacidade de penetração do material obturador no sistema de canais radiculares em presença e ausência de “smear layer”. Foram usados 14 caninos extraídos, por razões clínicas, que após limpeza e saneamento dos condutos foram divididos em dois grupos de sete: Grupo 1 - foi realizada remoção de “smear layer” por meio de irrigação com 10 ml de ácido cítrico em fluxo constante por 30 s; Grupo 2 - não foi realizada remoção de “smear layer”. Todos os canais foram preenchidos com cimento Endo-Fill e cones de guta-percha, pela técnica híbrida de Tagger. As raízes foram cortadas em terços e apenas os terços médios foram aproveitados sendo “splitados” obtendo-se um total de 28 amostras, observadas ao microscópio eletrônico de varredura (MEV), com finalidade de se observar o grau de penetração do material obturador nos túbulos dentinários. Os corpos-de-prova foram visualizados com aumentos de 16, 500, 1.000, 2.000, 6.000 e 7.000 vezes, avaliando-se o percentual de túbulos dentinários preenchidos.

Pode-se concluir que o Grupo 1 mostrou presença de material obturador em 56,6% de seus túbulos dentinários, percentagem significativamente maior que a do Grupo 2 onde observou-se apenas 10% de túbulos preenchidos, deixando explícito que a remoção de “smear layer” possibilita um embricamento mecânico do material obturador substancialmente superior.

B060

Avaliação comparativa in vitro da capacidade de preenchimento do sistema de canais radiculares de diferentes técnicas de obturação.

MAZOTTI, D.*, BONETTI FILHO, I.

Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a capacidade de preenchimento do canal radicular utilizando-se da técnica de condensação lateral ativa, híbrida modificada, ultra-som Enac, Thermafil, Microseal e System B. Para este estudo foram empregados 174 dentes humanos unirradiculados, incluídos em blocos de resina, seccionados longitudinalmente, unidos em um aparato de madeira com parafusos e divididos em seis grupos com 29 dentes cada. Após a instrumentação com auxílio de brocas, foi confeccionada uma depressão em cada terço do canal radicular em uma das metades do dente. Em seguida, os dentes foram obturados com as técnicas citadas. Para a avaliação da qualidade da obturação, foram realizadas fotos com aumento de 1,5 X e tomadas radiográficas, submetidas a diferentes escores.

Após análise estatística macroscópica e radiográfica, as técnicas Microseal e Thermafil foram as que apresentaram melhores resultados quanto a capacidade de preenchimento, número de falhas e homogeneidade em relação às técnicas condensação lateral ativa, híbrida modificada, ultra-som Enac e System B.

B061

Soluções irrigadoras versus selamento apical de obturações de canais radiculares.

RIBEIRO, G. G.*, MEDINA, J., MORAES, I. G.

Departamento de Endodontia – FOB – USP. Tel.: (0**14) 226-1002. E-mail: guigarcetti@zipmail.com.br

Dentre as várias propriedades, uma solução irrigadora não deve interferir na qualidade da obturação dos canais. Propôs-se avaliar a infiltração marginal apical em obturações de canais, após a utilização de diferentes soluções irrigadoras. Utilizou-se 40 incisivos centrais superiores extraídos, cujas coroas foram removidas. Foram divididos em 4 grupos de 10, de acordo com as soluções utilizadas na instrumentação: EDTA, ácido cítrico 10%, clorexidina 2% e Endoquil. Após odontometria, os forames foram padronizados com LK 30, realizando o batente apical a 1 mm do forame com LK 45, escalonando- se até LK 70. Realizou-se a impermeabilização da superfície externa radicular de todos os elementos. Os canais foram obturados pela condensação lateral passiva com cimento Endométhasone, e as raízes imediatamente imersas em azul de metileno 2% por 72 h à 37ºC. Cortes longitudinais radiculares expuseram as obturações, e as infiltrações foram analisadas em microscópio pela técnica da planimetria.

O teste de Kruskal-Wallis mostrou não haver diferença significante (p << 0,05) entre os grupos, em função das condições experimentais. Numericamente, observou-se a seguinte ordem crescente de infiltração: Endoquil, ácido cítrico 10%, clorexidina 2% e EDTA. (Apoio: CNPq.)

B062

Patologia periapical: avaliação do risco no insucesso da terapia endodôntica.

TRAVASSOS, R. M .C.*, ALBUQUERQUE, D. S., CALDAS Jr., A. F.

Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco – FOP – UPE.

Nesta pesquisa foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com pacientes submetidos a terapia endodôntica nos anos de 1998 e 1999 na Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco, numa amostra de 169 pacientes de ambos os gêneros com idade variando de 13 a 71 anos de idade, sendo analisado a relação entre a patologia pulpar e periapical com o sucesso do tratamento endodôntico. Em 2001 os pacientes retornaram para o exame clínico e radiográfico. Os exames foram padronizados, tomando-se os cuidados necessários quanto a obtenção dos dados (calibração). A análise estatística foi feita mediante distribuição de freqüências, obtenção de médias e desvio-padrão e regressão linear entre as variáveis estudadas, no programa estatístico SPSS. O erro-padrão de 5% e intervalo de confiaça de 95% foram previamente estabelecidos. Observou-se que nos casos de sucesso, 76,1% tinham polpa viva, 72,4% apresentaram necrose sem lesão periapical e 58,8% com lesão periapical.

Na regressão linear obteve-se uma relação significativa entre a patologia periapical (p = 0,05) com o índice de sucesso dos casos avaliados. O risco relativo da necrose com lesão periapical propiciar um insucesso foi de 18 vezes quando comparado com as patologias pulpares.

B063

Avaliação da eficiência na limpeza e esterilização de limas endodônticas manuais.

CORTEZ, D. G. N.*, TEIXEIRA, F. B., NÓBREGA, R. E., GOMES, B. P. F. A., LOCATELLI, R.

Universidade Norte do Paraná (UNOPAR); UNICAMP. Tel.: (0**43) 371-7700.

O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficiência na limpeza e esterilização de limas endodônticas manuais por métodos freqüentemente utilizados em consultórios e faculdades de Odontologia. Foram utilizadas 216 limas tipo K. Inicialmente os instrumentos receberam banho ultra-sônico, foram lavados com esponja e detergente, secos, acondicionados em caixas endodônticas e autoclavados. Culturas de Bacillus stearothermophilus e Bacillus subtilis foram obtidas a partir de fitas do controle biológico e utilizadas para a contaminação das limas. No controle positivo, as limas foram contaminadas e não sofreram nenhum processo de limpeza e esterilização e no controle negativo as limas não foram contaminadas permanecendo apenas com a esterilização inicial. As limas do grupo 1 foram limpas em gaze/álcool e esterilizadas em estufa, as do grupo 2 foram limpas com esponja e detergente e esterilizadas em estufa, no grupo 3 foram limpas em gaze/álcool e autoclavadas e no grupo 4 limpas com esponja e detergente e autoclavadas. Após o período de incubação as amostras do grupo controle positivo foram positivas para o crescimento microbiano e as do grupo controle negativo foram negativas. Nos grupos experimentais apenas o grupo 4 apresentou crescimento bacteriano em duas amostras. A análise estatística mostrou que frente ao número de amostras de cada grupo o resultado obtido no grupo 4 foi significativo.

Os dados obtidos permitem concluir que todos os métodos de limpeza e esterilização estudados foram eficientes com exceção do método utilizado no grupo 4.

B064

Zona de risco e zona de segurança – medidas e importância clínica.

GARCIA FILHO, P. F.*, LETRA, A., SILVA, R. M., CARMO, A. M. R.

Endodontia, Clínica Odontológica – Universidade Gama Filho. E-mail: pgarciaf@globo.com

O objetivo deste trabalho foi o estudo e análise das medidas realizadas, em cortes transversais de raízes mesiais de cem primeiros molares inferiores permanentes extraídos (200 canais), a uma altura de dois milímetros além da bifurcação das raízes, em microscópio óptico com micrômetros integrados com precisão de 1 µ, sob iluminação episcópica, e aumento de 10 X, e de testes estatísticos adequados, das espessuras médias das zonas de risco e de segurança dos canais da raiz mesial (canais mésio-vestibulares - CMV e canais mésio-linguais - CML), correlacionando-as com a instrumentação e formatação do SCR, bem como descrever e revelar o potencial de risco que existe em relação às mesmas. Após análises estatísticas das medidas obtidas (análise de variância a um critério de classificação - p £ 0,05 e do teste de Tukey-Kramer - p £ 0,05). Os resultados indicam para as zonas de risco dos CMV espessura média de 0,791 ± 0,187 mm e para os CML espessura média de 0,788 ± 0,178 mm; para as Zonas de Segurança dos CMV, os resultados indicam espessura média de 1,67 ± 0,152 mm e para os CML espessura média de 1,44 ± 0,144 mm, e concluímos que: 1- Não existe diferença estatística significativa entre as zonas de risco dos canais mesiais (CMV e CML); 2- Não existe diferença estatística significante entre as zonas de segurança dos canais mesiais (CMV e CML),e 3- Existe diferença estatística significante quando se comparou as zonas de risco com as zonas de segurança dos canais mesiais (CMV versus CML) das raízes mesiais dos primeiros molares inferiores permanentes.

B065

Resistência à fratura das limas Ni-Ti e avaliação por MEV.

CARMO, A. M. R.*, VALERA, M. C.

Disciplina de Endodontia do Departamento de Clínica Odontológica – UFJF.
Tel.: (0**32) 3215-7006. E-mail: docarmo@odonto.ufjf.br

No presente trabalho avaliou-se a resistência à fratura das limas de níquel-titânio, rotatórias, através de ensaios de torção, e as características da superfície de fratura por microscopia eletrônica de varredura. Foram utilizados 40 instrumentos da marca Pow-R, Moyco Union Broach - EUA e 40 da marca Maillefer ProFile, Dentsply/Maillefer - Suíça. O ângulo de torção e torque máximo no momento da fratura, foram analisados sem submeter as limas a carregamento axial. As deformações plásticas das hélices e as características morfológicas da superfície de fratura foram avaliadas por fotomicrografias em MEV. Os valores obtidos nos ensaios mecânicos referentes ao ângulo de torção e de torque máximo na fratura foram analisados estatisticamente através da análise de variância - ANOVA Two-Way.

Os resultados obtidos permitem concluir que houve diferença estatística significativa entre o ângulo de rotação e torque máximo na fratura, enquanto que a avaliação da superfície, indicou fratura dúctil e reversão das lâminas em todas as amostras analisadas.

B066

Análise dos microrganismos envolvidos na sintomatologia e insucessos do tratamento endodôntico.

GOMES, B. P. F. A.*, FERRAZ, C. C. R., PINHEIRO, E. T., SOUZA, E. L. R., GADÊ-NETO, C. R., SOUZA-FILHO, F. J.

FOP – UNICAMP.

O canal radicular constitui-se num ambiente especial, o qual está sujeito a pressões seletivas que resultam no estabelecimento de um grupo restrito da microbiota oral. O objetivo deste trabalho foi analisar a microbiota isolada de canais radiculares infectados e a sua possível correlação com a sintomatologia e os insucessos endodônticos. Foram examinados microbiologicamente 60 canais radiculares utilizando técnicas anaeróbicas estritas. Foram isoladas 224 bactérias cultiváveis, as quais pertenciam a 56 diferentes espécies e 21 diferentes gêneros. Os canais radiculares continham no máximo 9 espécies bacterianas. Setenta por cento dos isolados eram anaeróbios estritos. Análise estatística foi feita através dos testes de c2 de Pearson ou de Fisher, quando apropriados. Possíveis associações foram encontradas entre anaeróbios, principalmente gram-negativos, e a presença de dor, história prévia de dor, dor à percussão, edema, exsudato purulento e tratamento endodôntico prévio (todos p << 0,01). Associações foram encontradas entre: a) dor (n = 29) e Peptostreptococcus micros (p << 0,01), Prevotella intermedia/nigrescens e Eubacterium spp. (ambos p << 0,05); b) edema (n = 20) e Peptostreptococcus spp. (p << 0,01) e Porphyromonas gingivalis (p << 0,05); c) tratamento endodôntico prévio (n = 19) e P. micros, Fusobacterium necrophorum e Enterococcus spp. (todos p << 0,05).

Nossos resultados indicam que bactérias específicas estão associadas com a sintomatologia e com os insucessos do tratamento endodôntico. (Apoio: FAPESP 96/05584-3; 99/05641; 99/08504-9 e CNPq 520277/99-6.)

B067

Estudo químico de diferentes marcas de cones de guta-percha.

GURGEL-FILHO, E.*, TEIXEIRA, F. B., SILVA-JÚNIOR, J., DE PAULA, R., FEITOSA, J.,
SOUZA-FILHO, F. J.

Área de Endodontia – FOP – UNICAMP; Química Inorgânica – UFC.

O conhecimento químico das diversas marcas de cones de guta-percha é importante quando se utiliza técnica termoplástica. O objetivo deste trabalho foi quantificar a guta-percha e o óxido de zinco presente em quatro marcas comerciais de cones: Dentsply, Tanari, Diadent e Obtura Spartan. Os componentes orgânicos (guta e ceras) foram separados dos inorgânicos (ZnO e BaSO4) através da dissolução do cone em clorofórmio seguida de centrifugação. A guta-percha foi separada da cera através de coagulação com acetona, e pesada após secagem. A quantificação do óxido de zinco, a fração do cone insolúvel em clorofórmio, foi posta para reagir com HCl e a solução resultante (oriunda do ZnO) foi separada do resíduo (BaSO4). O solvente foi evaporado e o sólido pesado. Todas as análises foram feitas em triplicata. A média e desvio-padrão da guta-percha presente foi: Dentsply (14,2 ± 0,64%), Tanari (15,2 ± 0,58%), Obtura (16,7 ± 1,26%) e Diadent (17,4 ± 0,25%). A média e desvio-padrão do óxido de zinco no cone ficou assim estabelecida: Obtura (57,3 ± 8,18%), Dentsply (53,1 ± 4,49%), Tanari (46,0 ± 1,73%) e Diadent (43,4 ± 1,98%). Houve diferença estatisticamente significativa (teste de Kruskal-Wallis) entre a quantidade de guta-percha dos cones da Dentsply e Diadent (p << 0,01) e entre Dentsply e Obtura (p << 0,05). Já para o óxido de zinco houve diferença estatística entre Dentsply e Diadent, Diadent e Obtura (p << 0,01) e Obtura e Tanari (p << 0,05).

Concluiu-se que o cone da marca Diadent é o que possui a maior quantidade de guta-percha e a menor de óxido de zinco. (Apoio: CNPq.)

B068

Investigação de bactérias associadas ao insucesso endodôntico e sua suscetibilidade antimicrobiana.

PINHEIRO, E. T.*, GOMES, B. P. F. A., SOUSA, E. L. R., FERRAZ, C. C. R., TEIXEIRA, F. B., SOUZA-FILHO, F. J.

Endodontia – FOP – UNICAMP.

Estudos sobre a microbiota de dentes com insucesso endodôntico são escassos, e revelam que esta difere substancialmente da microbiota de canais com polpas necrosadas. O objetivo deste trabalho foi estudar a microbiota de 30 dentes com insucesso endodôntico e sua sensibilidade antimicrobiana. As coletas microbiológicas dos canais foram realizadas após a remoção do material obturador durante o retratamento. Foram utilizados meios de transporte, cultura e incubação que propiciam o crescimento de bactérias anaeróbias estritas. Microrganismos estavam presentes em 80% dos canais, que apresentavam, em sua maioria, 1 ou 2 espécies. Do total de 55 espécies isoladas, 58% eram bactérias anaeróbias facultativas e 80% gram-positivas. Os gêneros bacterianos mais freqüentes foram: Enterococcus, Streptococcus, Peptostreptococcus e Actinomyces. Enterococcus spp. e Peptostreptococcus spp. foram testados quanto à suscetibilidade antimicrobiana através do “E-test”, utilizando benzilpenicilina, amoxicilina, amoxicilina + ácido clavulânico, eritromicina, azitromicina e clindamicina. As cepas estudadas foram  sensíveis a benzilpenicilina, amoxicilina e amoxicilina + ácido clavulânico. Entretanto, 20% dos Enterococcus spp. foram resistentes a eritromicina e 60% a azitromicina.

Concluímos que a microbiota de dentes com insucesso endodôntico é composta em sua maioria por bactérias anaeróbias facultativas, predominantemente gram-positivas. Enterococcus foi o gênero bacteriano mais isolado, apresentando cepas resistentes a eritromicina e azitromicina. (Apoio: FAPESP e CNPq.)

B069

Avaliação microbiológica de canais radiculares inoculados com endotoxina bacteriana.

FERREIRA, F. B. A.*1, GOMES, B. P. F. A.2, GADÊ-NETO, C. R.2, TEIXEIRA, F. B.2,
SOUZA FILHO, F. J.2

1FOB – USP; 2FOP – UNICAMP. E-mail: flavianaferreira@uol.com.br

A endotoxina (LPS) das membranas de microrganismos gram-negativos é um agente estimulador das reações periapicais em canais contaminados. Neste estudo verificou-se o período de aparecimento das reações e a microbiota dos canais radiculares frente a administração de LPS. Foram utilizados 7 pré-molares de um cão adulto. Os dentes foram isolados, abertos e instrumentados com ampliação foraminal padronizada. Foram inoculadas assepticamente nos canais, soluções de LPS de Escherichia coli sorotipo 011-B4 (Sigma-Aldrich) nas concentrações de 10, 50, 100 e 200 ug/ml, vedando-os com resina composta. Dois dentes foram expostos à contaminação oral para controle, sendo um selado após uma semana e o outro mantido aberto. Foram feitos controles clínicos e radiográficos após 1, 2, 3 e 4 semanas e 2, 3 e 4 meses. Ao final do período foram feitas coletas microbiológicas e as amostras processadas. Com 200 ug/ml de LPS a reação periapical foi vista radiograficamente em 2 semanas, com 50 e 100 ug/ml em 4 semanas e com 10 ug/ml em 2 meses. Nas culturas microbiológicas foram observadas um total de 28 espécies, sendo 2 a 5 espécies por dente. Anaeróbios facultativos estavam presentes em apenas dois dentes. O dente exposto ao meio oral por uma semana foi o que apresentou maior número de espécies. A presença de LPS gerou reação periapical em pré-molares de cão a partir de 2 semanas e viabilizou a contaminação dos canais radiculares, essencialmente por anaeróbios estritos. (Apoio: FAPESP - 1996/05584 e CNPq - 520277/99-6.)

B070

Avaliação in vitro do selamento apical conferido por duas técnicas de retrobturação com compômero e adesivo dentinário.

SOUZA-FILHO, A. M.*, SOUZA-FILHO, F. J.

Há relatos de resultados positivos em cirurgia perirradicular com variadas marcas de resinas compostas e adesivos dentinários, observando-se também variações de técnica do retropreparo quando do emprego desses materiais. Os objetivos deste trabalho foram: a) determinar se há infiltração marginal de corante in vitro em retrobturações realizadas com o compômero Geristore e o adesivo dentinário Tenure; b) verificar se há diferença significativa quanto ao selamento conferido por esses mesmos materiais empregando-se duas técnicas de retrobturação distintas. Quarenta dentes humanos unirradiculares recém-extraídos, após terem seus canais tratados, foram apicectomizados e receberam preparos apicais ultra-sônicos. Foram, então, retrobturados segundo duas técnicas: a) condicionamento e retrobturação em toda a superfície radicular ressecada e no retropreparo; b) condicionamento e retrobturação apenas dentro do retropreparo. Em seguida as raízes foram isoladas externamente deixando-se expostas apenas a superfície radicular ressecada e as retrobturações, e foram imersas em corante nanquim por sete dias. Foram então lavadas em água corrente, e em seguida diafanizadas e observadas em microscópio óptico. Os resultados mostraram que 94,4% das amostras não apresentaram infiltração.

Concluiu-se que: os materiais testados apresentaram eficiente capacidade de vedamento in vitro; b) embora não tenha sido estatisticamente significativa, foi encontrada diferença em favor da técnica que recobre toda a superfície radicular ressecada além do retropreparo.

B071

Microbiologia da bolsa periodontal e canais radiculares de dentes de cães com doença periodontal induzida.

GADÊ-NETO, C. R.*, GOMES, B. P. F. A., TEIXEIRA, F. B., RODRIGUES, R. R.,
SOUZA-FILHO, F. J.

Endodontia – FOP – UNICAMP.

Apesar de não ser universalmente aceito existem evidências que infecções cruzadas podem ocorrer entre polpas infectadas e bolsas periodontais profundas. O objetivo deste trabalho foi investigar os microrganismos dos canais radiculares e bolsas periodontais de dentes de cães com doença periodontal induzida, comparando a similaridade das microbiotas entre estas duas regiões. A doença periodontal foi induzida pelo uso combinado de ligaduras de aço e de algodão. Após 125 dias da colocação das ligaduras foram feitas as coletas microbiológicas das bolsas periodontais e dos canais radiculares. O número de espécies microbianas na bolsa periodontal foi maior do que no canal radicular, consistindo em sua maioria de anaeróbios estritos e gram-negativos, sendo os microrganismos mais prevalentes Streptococcus spp. (79,9%), Fusobacterium necrophorum (42,1%), Veillonella spp. (26,3%), Prevotella loescheii (21,1%), Prevotella corporis (15,8%) e Pasteurella multocida (15,8%). De um total de 19 coletas endodônticas, 9 foram positivas, sendo os gêneros Staphylococcus, Streptococcus e Neisseria os mais encontrados. O gênero Streptococcus foi encontrado na bolsa periodontal e canal radicular de um mesmo dente. Mobilidade dentária e lesão de furca foram achados comuns.

Os resultados sugerem que em certas circunstâncias microrganismos da bolsa periodontal podem infectar a polpa dentária. Entretanto, fatores como tempo de duração da doença periodontal e especificidade de algumas bactérias podem exercer um papel fundamental na doença pulpar. (Apoio: FAPESP e CAPES.)

B072

Atividade antimicrobiana in vitro de alguns cimentos endodônticos.

PEDROSO, J. A., GOMES, B. P. F. A., JACINTO, R. C.*, FERRAZ, C. C. R., SOUZA-FILHO, F. J.

Endodontia – FOP – UNICAMP.

A atividade antimicrobiana é importante na eficácia do cimento endodôntico na obturação de canais radiculares. O objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades antimicrobianas de 4 cimentos endodônticos (Endo-Fill, Endométhasone, Sealer 26 e AH Plus), nos seguintes tempos após manipulação: imediatamente, 24, 48 horas e 7 dias; contra os microrganismos: C. albicans, S. aureus, E. faecalis, S. sanguis e A. naeslundii. Foram empregados os métodos de difusão em ágar e o de diluição em caldo. Quanto a difusão em ágar, os resultados demostraram que houve variações de ação antimicrobiana entre os cimentos, sendo esta mais pronunciada nos estágios iniciais de manipulação. Endo-Fill apresentou os maiores halos de inibição. Quanto ao teste de diluição em caldo: 1) No tempo de manipulação imediato, Endo-Fill e Endométhasone tiveram maior ação antimicrobiana, não diferindo entre si. O Sealer 26 foi o que teve menor ação antimicrobiana; 2) Nos demais tempos de manipulação não houve diferenças estatística entre os cimentos; 3) Para A. naeslundii e S. aureus, o Endo-Fill apresentou maior inibição; 4) Para E. faecalis não houve diferença estatística significante entre os cimentos; 5) Para S. sanguis os cimentos Endo-Fill e Endométhasone apresentaram as maiores inibições de crescimento; 6) Para C. albicans, o Endométhasone apresentou maior inibição.

Concluiu-se que a atividade antimicrobiana de cada cimento diminui com o decorrer do tempo e depende da vulnerabilidade do microrganismo envolvido. (Apoio: FAPESP e CNPq.)

B073

Avaliação comparativa pelo MEV do EDTA a 17% e ácido cítrico a 10% em três diferentes tempos.

COSTA, L. R. S.*, SCELZA, P., SCELZA, M. Z.

PMERJ, OCEx, FOUFF. Tel.: (0**21) 254-0948. E-mail: lila@openlink.com.br

A pesquisa avaliou pela MEV, a capacidade da remoção de “smear layer” dos túbulos dentinários das substâncias quelantes (EDTA a 17% e ácido cítrico a 10%) em três diferentes tempos de irrigação. Utilizaram-se 30 raízes unirradiculares de dentes humanos. Os canais foram instrumentados pela técnica coroa-ápice com solução de hipoclorito de sódio a 5% totalizando um volume de 20 ml. Os dentes foram distribuídos aleatoriamente, em três grupos de cinco elementos para receberem 20 ml de irrigação final com as soluções quelantes da seguinte maneira: GI- ácido cítrico por 3 min., GII- ácido cítrico por 10 min.; GIII- ácido cítrico por 15 min.; GIV- EDTA por 3 min.; GV: EDTA por 10 min.; GVI- EDTA por 15 min. Os dentes foram clivados e preparados para MEV. As paredes dos canais foram registradas em fotomicrografias com aumento de 350 X. Com o somatório de túbulos dentinários abertos, os resultados foram analisados estatisticamente tendo como nível crítico de significância 5%.

Os autores concluíram que o ácido cítrico a 10% no tempo de 3 min., apresentou maior quantidade de túbulos dentinários livres de “smear layer” em relação ao EDTA a 17%, porém essa diferença não foi estatisticamente significante (p >> 0,05). Quanto ao EDTA a quantidade de túbulos dentinários abertos foi ­maior que o ácido cítrico a 10% nos tempos de 10 e 15 min., no entanto essa diferença não foi estatisticamente significante (p >> 0,05).

B074

Emprego do localizador eletrônico apical Bingoâ na determinação da odontometria.

MOREIRA, E. J. L., SENNE, M. I.*, MANGELI, M., FIDEL, S. R., FIDEL, R. A. S.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FO – UERJ - Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: isenne@ig.com.br

Tradicionalmente, a determinação das dimensões do dente para o estabelecimento do comprimento de trabalho no tratamento endodôntico tem sido feita pelo método radiográfico. Alguns aparelhos eletrônicos localizadores de ápice vêm sendo introduzidos no mercado com a proposta de auxiliar nessa fase do tratamento. O objetivo do presente trabalho foi estabelecer a confiabilidade do aparelho Bingoâ na determinação do comprimento do dente. Foram selecionados 90 pacientes que necessitavam de tratamento endodôntico em dentes unirradiculares com diagnóstico de pulpite irreversível. Com a cavidade de acesso inundada com soro fisiológico, uma lima tipo K # 15 era introduzida no canal até que se ouvisse o sinal do aparelho indicando que o instrumento atingiu o ápice. Nesse momento era feita uma tomada radiográfica para se observar a posição da lima no canal. Dos 90 casos estudados, apenas três não revelaram coincidência entre as informações do aparelho com as da radiografia. Podemos concluir que o aparelho Bingoâ se mostrou eficaz na determinação do comprimento do dente para o estabelecimento do comprimento de trabalho e apresentou uma precisão de 96,7%.

B075

Influência dos agentes para cimentação de retentores intra-radiculares no selamento do canal radicular.

ARAÚJO, T. P.*, BOMBANA, A. C., SAITO, T.

Departamento de Prótese Dentária – FOUSP.

O objetivo deste trabalho foi testar in vitro, em dentes com tratamento endodôntico e ausência de cemento na região cervical, se os materiais para fixação de retentores intra-radiculares podem constituir barreira à infiltração de fluidos, vindos do meio externo, para o interior do canal radicular. Utilizou-se 54 dentes humanos que foram divididos em 2 grupos controle, um positivo e outro negativo, cada um com 3 amostras, e 4 grupos experimentais com 12 amostras. Fixou-se os retentores intra-radiculares nas amostras dos grupos experimentais com oxifosfato de zinco, verniz/oxifosfato de zinco, ionômero de vidro modificado por resina e cimento resinoso adesivo. Delimitou-se uma janela na região cervical da raiz, onde o cemento radicular foi removido. Exceto nas janelas, as amostras foram impermeabilizadas externamente e expostas ao azul de metileno durante 48 horas. Foram desgastadas no sentido mésio-distal e avaliadas através de um microscópio acoplado a um computador, onde um programa possibilitou a mensuração da área de infiltração. No grupo controle negativo, onde foi mantido o cemento na região da janela, observou-se que o cemento atua como barreira protetora à dentina. No controle positivo verificou-se que na ausência do cemento o corante atravessou a dentina e atingiu o canal. Os dados dos grupos experimentais foram submetidos a análise de variância.

Os resultados indicaram que, dentre os materiais empregados, o agente resinoso adesivo foi o mais resistente à infiltração do corante.

B076

Teor de umidade no material extruído além do forame apical.

DEONIZIO, M. D. A., GAVINI, G.*, PONTAROLO, R.

Departamento de Endodontia – FOUSP. E-mail: maridoro@rla01.pucpr.br

O objetivo do presente trabalho foi determinar a quantidade de umidade no material extruído além do forame apical. Para essa avaliação foram utilizados dez incisivos inferiores do banco de dentes da FOUSP, radiografados, com comprimento entre 19 e 24 mm, medidos externamente com paquímetro digital. Mergulhados em timol a 0,1% e suas superfícies radiculares alisadas. A cirurgia de acesso foi realizada para cada espécime de acordo com Paiva & Antoniazzi (1988). Cada espécime foi fixado em dispositivo metálico com isolamento absoluto. A padronização do diâmetro do forame foi realizada com instrumento # 15 ultrapassando-se em 2 mm além do forame apical. Tanto o dispositivo metálico, com o elemento dental e com isolamento absoluto; quanto o cadinho, sobre uma placa de vidro, foram fixados em uma haste universal com garra dupla. Todos os espécimes foram preparados de acordo com parte da técnica proposta por Paiva & Antoniazzi (1988), 5 desses espécimes foram instrumentados sem a utilização de qualquer líquido irrigante (extrusão seca), outros 5 elementos dentais foram preparados empregando-se água destilada (extrusão úmida), sendo 10 ml o volume total de irrigante utilizado para cada espécime. Os materiais extruídos de cada grupo foram coletados em recipientes distintos (cadinho) e homogeneizados. O teor de umidade dos mesmos foi determinado por secagem em estufa a 100ºC por 1 hora, sobre papel de alumínio previamente tarado até peso constante.

A associação ao líquido irrigante contém, em média, 47,65% mais umidade que aquele obtido sem irrigante.

B077

Infiltração apical com variação nos ângulos de corte nas apicectomias.

DEONIZIO, M. D. A., WESTHEPHALEN, V. P. D.*, GOMES, R. S., GAVINI, G.

Departamento de Endodontia – FO – PUCPR. E-mail: maridoro@rla01.pucpr.br

O objetivo do presente estudo foi determinar, in vitro, a influência dos ângulos de 90º e 45º na infiltração marginal apical nas apicectomias. Sessenta incisivos centrais superiores foram selecionados do banco de dentes da FO – PUCPR, mergulhados em timol a 0,1%, as coroas seccionadas com auxílio de disco de carburundum. Os canais foram preparados até o instrumento # 70 e obturados com guta-percha e cimento de N-Rickert. Os 3 mm apicais foram seccionados com broca # 330 com 90º para o Grupo I e 45º para o Grupo II e as cavidades para conter o material retroobturador (amálgama) foram preparadas com 3 mm de profundidade e 1 mm de diâmetro. Imediatamente após a inserção do material, todos os espécimes foram impermeabilizados, exceto no 1/3 apical e então mergulhados em azul de metileno a 0,5% pH 7,2 por 48 horas, após este período a clivagem das raízes no sentido vestíbulo-lingual foi realizada com auxílio de disco de carburundum e cinzel especial, e as obturações retrógradas removidas. Dois espécimes foram utilizados como grupo controle positivo e 2 como controle negativo. A penetração do corante na interface dentina e amálgama foi medida linearmente no maior comprimento com auxílio de lupa estereoscópica com 4 vezes de aumento. Os valores correspondentes às infiltrações de cada grupo foram submetidos à análise estatística através do teste “t” de Student e verificou-se diferença significante ao nível de 5% para o Grupo I.

Os dados do presente trabalho permitem sugerir ressecção apical de 90º em relação ao longo eixo dental nas apicectomias.

B078

Composição iônica e enzimática da saliva e placa dental.

MANCINI, M. N. G.*, AMORIM, J. B. O., ROSA, C. D.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – Bioquímica – FOSJC – UNESP.

No presente estudo, avaliamos o pH, níveis de cálcio e fósforo, atividade da fosfatase alcalina (ALP) e da lactato-desidrogenase (LDH) na saliva (integral em repouso) e na placa dental. O objetivo foi estabelecer a relação entre a concentração desses constituintes químicos na saliva e placa no desenvolvimento da cárie. Foram utilizadas 30 crianças na faixa etária de 9 a 12 anos de idade divididos em um grupo de alta atividade de cárie (Grupo A - CPO-D =12,5 ± 3,2) e outro de baixa atividade (B - CPOD =  0,30 ± 0,62). Os níveis de cálcio e fósforo foram analisados espectrofotometricamente, a atividade da ALP foi medida utilizando p-nitrofenolfosfato como substrato e a atividade da LDH foi determinada na presença de piruvato de sódio e NADH. Os valores médios e desvios padrão foram: Grupo A - Saliva: pH = 6,98 ± 0,20, Ca = 15,00 ± 5,11 mg/ml, P = 131,93 ± 15,5 mg/ml, ALP = 0,047 ± 0,021 U/mg prot, LDH 0,086 ± 0,024 U/mg prot. Placa: pH = 6,17 ± 0,13, Ca = 1,49 ± 0,66 mg/mg placa, P = 3,17 ± 0,84 mg/mg placa ALP = 0,098 ± 0,031 U/mg prot. e LDH = 0,289 ± 0,072 U/mg prot. Grupo B - Saliva: pH = 7,19 ± 0,13, Ca = 25,06 ± 4,19 mg/ml, P = 159,15 ± 13,12 mg/ml, ALP = 0,018 ± 0,004 U/mg prot. e LDH = 0,082 ± 0,022 U/mg prot. Placa: pH = 6,54 ± 0,27, Ca = 2,90 ± 0,66 mg/mg placa, P = 4,00 ± 0,90 mg/mg placa, ALP = 0,030 ± 0,012 e LDH = 0,164 ± 0,056 U/mg prot.

Concluímos que o grupo de alta atividade de cárie (Grupo A) apresentou menores valores de pH, cálcio, fósforo e maior atividade da ALP e LDH.

B079

Perfil de aleitamento materno em pacientes especiais.

BARROSO NETO, L. G.*, BOUÇAS, M. F., MATUCK, I. C., ROQUE, C. D. M.

Associação Fluminense de Reabilitação – Odontologia Social – UFF. E-mail: afr@afr.org.br

O objetivo desta pesquisa foi o de verificar qual o perfil de aleitamento materno em uma população de crianças portadoras de deficiências com comprometimento neurológico, principalmente paralisia cerebral. Foi estudado um grupo de 49 sujeitos, crianças portadoras de deficiências de ambos os sexos com idades entre 2 e 15 anos, e suas mães, em tratamento no Ambulatório de Odontologia da Associação Fluminense de Reabilitação - Niterói, RJ. Para a coleta dos dados, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as mães e encontrados os seguintes resultados : 34 (70%) das crianças foram aleitadas no peito e 15 (30%) não o foram. Das que foram aleitadas, 16 (47%) o foram por um período igual ou superior a seis meses e 20 (53%) por menos de seis meses. Os motivos principais para o não aleitamento foram a internação hospitalar das crianças e falta de reflexo de sucção (66%), encontrando-se ainda a “falta de leite”, falecimento da mãe e “rejeição” (34%). Para o aleitamento por menos de seis meses foram encontrados os seguintes motivos : internação (20%), “falta de leite” (40%) e outros – convulsão, “rejeitou”, falta de reflexo de sucção (40%).

Conclui-se que apesar da alta prevalência de aleitamento no grupo estudado (70%), fatores como a internação hospitalar e características neurológicas das crianças contribuíram relevantemente para o desmame precoce (menos de seis meses) e não-aleitamento, merecendo serem objetos de atenção específica para esta clientela.

B080

Nutrição, dieta e cárie: representações dos odontólogos da rede pública de Niterói.

SENNA, M. A. A.*, LÁZARO, C. P., MAIA, L. C.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF; UNIVERSO - Niterói - RJ.

Este trabalho teve como objetivo avaliar as representações dos odontólogos da rede pública de Niterói - RJ sobre a relação existente entre nutrição, dieta e cárie dentária. Para tal, trabalhou-se com 52 profissionais lotados nas Unidades Públicas de Saúde (outubro/novembro de 2000), utilizando-se como instrumento metodológico uma entrevista semi-estruturada. Os dados obtidos foram categorizados e analisados sob forma de percentual. Os resultados demonstraram que 97,5% dos profissionais relataram ter conhecimento sobre cariogenicidade (C) dos alimentos, sendo que, destes, apenas 48% justificaram com conhecimentos reais da questão. Para 80% dos entrevistados o modo de preparo dos alimentos influi no seu potencial cariogênico, sendo que 35,5% vincularam a (C) à adição de açúcar durante o preparo. Quanto à orientação dietética, 27% o fazem relacionando a dieta ao risco de cárie do paciente, 15,5% para prevenir outras doenças bucais, 12% não responderam e 9,5% objetiva controlar placa com esta informação. Sobre a multidisciplinaridade nesta abordagem, 34,5% consideram a nutricionista fundamental e 24,5% apontam o médico pediatra como elemento importante nesta questão.

Conclui-se que embora os profissionais afirmem ter conhecimento sobre o assunto, ainda há os que fazem uma confusão entre os termos e sua aplicação. Neste sentido, sugere-se a necessidade de se setorizar as ações, visando uma melhora na abordagem e resolutividade dos problemas odontológicos, principalmente quando se vislumbra a necessidade de um novo perfil de profissional no Programa Saúde da Família.

B081

Polimorfismo genético de cepas de Streptococcus mutans isoladas de indivíduos livres de cárie.

ROSA, R. T.*, ROSA, E. A. R., NAPIMOGA, M. H., HÖFLING, J. F., GONÇALVES, R. B.

Departamento de Diagnóstico Oral. Tel.: (0**19) 430-5321. E-mail: reginald@fop.unicamp.br

A presente pesquisa teve por objetivo analisar a variabilidade infraespecífica de cepas de Streptococcus mutans isoladas de indivíduos livres de cárie. Foram coletadas amostras de saliva total não estimulada, placa dental e de dorso de língua de indivíduos que apresentavam índice CPOD igual a zero. Após dispersão e diluição seriada das amostras, alíquotas de cada diluição foram inoculadas em duplicata em meio Mitis Salivarius Bacitracina. Após incubação em estufa de pCO2 10% a 37ºC foram isoladas de cada sítio colônias com morfologia típica, que foram posteriormente identificadas por provas bioquímicas. As amostras identificadas como S. mutans foram incubadas em meio Brain Heart Infusion, centrifugadas e lavadas. Os sedimentos obtidos foram submetidos a processo de extração das proteínas intracelulares. Os extratos protéicos foram separados por eletroforese em gel de amido e corados especificamente para a detecção do polimorfismo isoenzimático. Os géis foram analisados através dos sistemas enzimáticos: M1P, LAP, MPI, NSP e PLP. A análise comparativa dos perfis da MLEE destes isolados, acessada pela soma de todos sistemas enzimáticos, permitiu observar a ocorrência de um ou mais clones de S. mutans nos diferentes sítios nestes voluntários.

Os resultados obtidos mostraram que pode ser encontrado mais de um tipo genético de S. mutans colonizando os diferentes sítios em um mesmo indivíduo. (Apoio financeiro: FAPESP – Processos: 99/05183-7; 99/09393-6.)

B082

Caracterização de Candida sp. isolada da cavidade bucal de humanos.

RODRIGUES, J. A. O.*, DUARTE, K. M. R., BORIOLLO, M. F., GOMES, L. H., GONÇALVES, R. B., HÖFLING, J. F.

Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. E-mail: rodriguesjao@yahoo.com

O projeto de pesquisa teve por objetivo avaliar métodos bioquímicos e sorológicos na caracterização de espécies de Candida isoladas da cavidade bucal de humanos, com ênfase na taxonomia, sistemática e estudos epidemiológicos. Foram empregadas linhagens representativas de 5 espécies de Candida: 97-a, F-72, E-37, 17-b e CBS-562T (C. albicans), FCF-405 e FCF-152 e CBS-566T (C. guilliermondii), 21-c, 7-a e CBS-604T (C. parapsilosis), 1M-90, 4-c e CBS-573T (C. krusei), 1-b, FCF-430, Ct-4 e CBS-94T (C. tropicalis) e empregada a linhagem IZ-1339 (Kluyveromyces marxianus) como controle negativo. Os três métodos utilizados, se basearam no cultivo em meio cromogênico CHROMagar Candidaâ, ensaio imunoenzimático (ELISA indireto) e eletroforese de proteínas SDS-PAGE. Os resultados obtidos nos testes com CHROMagar Candidaâ revelaram especificidade para as espécies C. albicans, C. tropicalis e C. krusei; as espécies C. guilliermondii e C. parapsilosis apresentaram coloração rosa e creme respectivamente, o que não é específico para essas espécies.

Em ordem decrescente de especificidade o SDS-PAGE mostrou-se mais eficiente na caracterização dos isolados agrupando-os em espécies, seguida do uso do CHROMagar Candidaâ que apresentou maior especificidade para C. albicans, C. tropicalis e C. krusei, mas não para as demais espécies. O método de ELISA utilizando anticorpos policlonais, se mostrou pouco efetivo na identificação das espécies por apresentar um alto grau de reação cruzada com outras leveduras.

B083

Caracterização infra-específica de Candida albicans isolada da cavidade oral de escolares.

BORIOLLO, M. F. G.*, BERNARDO, W. L. C., RODRIGUES, J. A. O., PEREIRA, C. V., GONÇALVES, R. B., HÖFLING, J. F.

Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP.

Amostras de Candida albicans isoladas da cavidade oral de escolares saudáveis, do município de Piracicaba, estado de São Paulo, com idades variando entre seis e nove anos, foram estudadas. O propósito da presente pesquisa foi analisar os graus de similaridade entre os isolados, através da técnica de eletroforese de proteínas (SDS-PAGE), com ênfase nos estudos de caracterização epidemiológica. As amostras foram inoculadas em 50 ml de meio YPD. Os sedimentos obtidos foram fracionados em alíquotas de 0,5 ml, os quais foram submetidos ao processo de extração de proteínas por pérolas de vidro. Os extratos celulares foram submetidos à técnica de SDS-PAGE. Após a revelação dos géis, as bandas de proteínas, indicativas do perfil eletroforético de cada amostra, receberam valores 1 e 0 para a presença e ausência de bandas, respectivamente, numa comparação entre os “lanes”. O conjunto desses dados foi plotado no pacote estatístico NTSYS-pc 1.70, aplicando o coeficiente de DICE e o algoritmo UPGMA, que gerou o dendrograma para análise dos graus de similaridade existentes entre os isolados. Os resultados obtidos mostraram a formação de vários “clusters” com características heterogêneas, contendo amostras de escolares provenientes de diferentes instituições. Essa heterogeneidade sugere a existência de polimorfismo nessa espécie.

A aplicação de proteínas para análise numérica de Candida albicans, permite a determinação preliminar dos agrupamentos desses isolados, independentemente de suas origens. (Apoio financeiro: FAPESP.)

B084

Isolamento de enterobactérias de baratas hospitalares.

PRADO, M. A.*, GIR, E., FLÁVIO, F. M., NAGATO, G. M., QUEIROA, M. M., PIMENTA, F. C.

Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública – UFG. E-mail: pimentaf@hotmail.com

Estudar a infecção hospitalar é tarefa imperativa para os profissionais de saúde. Muitas são as formas de transmissão, mas sem dúvida a limpeza inadequada do ambiente propicia o aparecimento e proliferação de insetos e roedores. Um grande número de baratas pode ser encontrado nos diversos setores das instituições de saúde. Baratas são de hábitos noturnos, vorazes e carreiam microrganismos patogênicos, contaminando materiais, ambiente, equipamentos e os alimentos. Neste estudo objetivou-se isolar enterobactérias da superfície externa de baratas coletadas em várias unidades de um hospital público de Goiânia – Goiás. Foram coletadas 103 baratas em frascos esterilizados. Os insetos eram imobilizados a 0oC por 5 minutos e lavados em solução salina. Foram realizadas diluições decimais da suspensão e semeadas em ágar MacConkey. As placas foram incubadas a 37oC por 24-48 horas. As colônias desenvolvidas foram contadas, analisadas macro e microscopicamente e repicadas para a realização da identificação bioquímica. As enterobactérias foram isoladas de 90 (92,7%) baratas analisadas. A identificação presuntiva, empregando o ágar tríplice açúcar ferro, permitiu caracterizar a maioria dos isolados com Escherichia coli.

Desta forma, demonstrou que as baratas veiculam enterobactérias em sua superfície e representam um grande problema no âmbito da infecção hospitalar.

B085

Gerenciamento de resíduos sólidos odontológicos: um estudo preliminar em consultórios odontológicos particulares.

NAZAR, M. W.

Colegiado de Pós-Graduação – FOUFMG.

Na prática odontológica são gerados resíduos contendo agentes biológicos, substâncias químicas e lixo comum, que podem colocar em risco a saúde da equipe odontológica, dos trabalhadores da coleta de lixo e da população em geral. O gerenciamento correto dos resíduos odontológicos reduzem significativamente os riscos à saúde dos profissionais envolvidos em seu manejo. O objetivo deste trabalho foi avaliar as etapas de acondicionamento e descarte de resíduos sólidos produzidos na prática odontológica privada. Foi adotada a metodologia quantitativa, entrevistando 50 dentistas sobre suas rotinas de acondicionamento e descarte dos diversos resíduos gerados em suas práticas odontológicas. Apenas 4% dos entrevistados fa­ziam o acondicionamento final para descarte dos resíduos contaminados em saco branco rotulado manualmente, enquanto 96% utilizavam o saco de lixo comum para descartar todos os resíduos do consultório (grupos A, B e D). Cinqüenta e dois por cento adotavam algum tipo de segregação antes do descarte. Assim, 62% acondicionavam adequadamente os resíduos de amálgama; destes, 48,4% descartavam os resíduos no lixo. Quarenta e seis por cento utilizavam recipientes adequados para os pérfuro-cortantes; 8% rotulavam manualmente estes recipiente; 28% re-encapavam as agulhas usadas e 92% não acondicionavam adequadamente os recipientes para descarte final.

Concluindo, se adotarmos as normas da ABNT, nenhum dos entrevistados gerenciou corretamente os resíduos sólidos gerados em sua prática profissional diária.

B086

Efeito antimicrobiano de cimentos endodônticos.

CARRASCOZA, A.*, BOMBANA, A. C.

Estudou-se o efeito antimicrobiano dos cimentos endodônticos: Sealapex®, Sealer 26®, Sealer Plus®, Endofill® e N-Rickert, empregando método de difusão em ágar, em placas com BHI ágar.Os mesmos foram testados ante o Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Enterococcus faecalis (ATCC 29212), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Bacillus subtilis (ATCC 6633), Candida albicans (ICB/USP-562) e a mistura destas. A comprovação prévia das culturas foi feita pelo método de Gram, sendo então semeadas em trinta placas de Petri e, em seguida, confeccionou-se três cavidades no ágar medindo 4 mm de profundidade por 4 mm de diâmetro. Após a manipulação dos cimentos, as mesmas foram completamente preenchidas, sempre respeitando as condições assépticas. As placas foram incubadas a 37oC por 48 h, atendendo-se as exigências respiratórias dos microrganismos. As leituras das zonas de inibição de crescimento microbiano foram efetuadas, decorrido o período de incubação de 24 e 48 h, procedendo-se suas tabulações. Amostras das zonas de difusão e inibição foram extraídas de cada placa e imersas em 7 ml de caldo BHI e incubadas a 37oC por 48 h.Os resultados mostraram que o cimento Sealapex®, N-Rickert e Endofill® evidenciaram apenas zonas de difusão, em ordem decrescente. Para Sealer 26® ocorreram zonas de difusão para todos os microrganismos e zonas de inibição somente para Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans. O Sealer Plus® denotou ausência de zonas de difusão para Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans, enquanto verificou-se zonas de inibição para o Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e a mistura. A cultura de Enterococcus faecalis foi resistente a todos os cimentos.

B087

Resistência a antimicrobianos de linhagens de S. aureus e Staphylococcus spp., obtidos na clínica odontológica.

BERNARDO, W. L. C.*, BORIOLLO, M. F. G., GONÇALVES, R. B., ROSA, E. A. R.,
RODRIGUES, J. A. O., HÖFLING, J. F.

Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP.

O S. aureus é um microrganismo patogênico que habita assintomaticamente as fossas nasais, a pele e a nasofaringe, podendo causar diferentes tipos de infecções, ao contrário dos Staphylococcus coagulase negativos que são considerados patógenos oportunistas nos seres humanos. Baseado na freqüente contaminação e a possível ocorrência de infecção cruzada no ambiente clínico odontológico, essa pesquisa teve como objetivo isolar e investigar a resistência de linhagens de Staphylococcus aureus e outros Staphylococcus spp. coletados do ar da clínica odontológica. Para o isolamento e identificação das linhagens utilizou-se o meio seletivo ágar manitol salgado, coloração de Gram, teste de catalase, teste da coagulase e para investigar a resistência das linhagens foram realizados antibiogramas utilizando discos de antibióticos contendo ampicilina, eritromicina, tetraciclina e oxacilina. A partir dos antibiogramas foram obtidos os seguintes resultados: das 27 diferentes linhagens isoladas (13 de Staphylococcus aureus e 14 Staphylococcus coagulase negativos), 73,1% foram resistentes a ampicilina, 26,9% a eritromicina, 7,7% a tetraciclina e 3,8% a oxacilina.

Isso nos permite concluir que a maioria das linhagens foram resistentes a ampicilina, indicando que as mesmas são produtoras de ß-lactamase; para infecções em que o agente etiológico é do gênero Staphylococcus, o antibiótico de escolha deverá ser a oxacilina, seguida dos outros antibióticos testados. (Apoio financeiro: FAPESP.)

B088

Efeito do Carisolv sobre a capacidade fagocítica de macrófagos.

PONTES, M. M. A.*, ASFORA, K. K., CASTRO, C. M. M. B. de

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UPE; Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami – UFPE.

O objetivo deste estudo foi avaliar a biocompatibilidade do Carisolv (C). Observou-se o potencial do produto em alterar a capacidade fagocítica (CF) de macrófagos (M). Ratos machos foram estimulados i, p, com caseinato. Após 4 dias, foram sacrificados e a cavidade peritoneal lavada com soro fisiológico. O lavado foi centrifugado e as células ressuspensas em RPMI para contagem e distribuição em tubos (1 x 106 macrófagos/ml). O controle (sem tratamento) e o teste, tratados com C nas diluições de 1:10, 1:100 e 1:1.000, permaneceram 30 min em estufa a 37ºC. A CF foi avaliada através da adição de fungos Saccharomyces sp. (1 x 107/ml) aos M, distribuídos em lâminas e encubados a 37ºC por 1 h. Após coloração das lâminas foi feito a leitura para avaliação da taxa de fagocitose em todos os grupos. Os resultados foram expressos em média ± EP, comparando-se (p << 0,01; Tukey) com o controle (35 ± 1,0), C aumentou a CF de M em todas as diluições pesquisadas 1/10 (57 ± 1,6), 1/100 (52 ± 1,7) e 1/1.000 (49 ± 3,7).

O C aumenta a CF de M no tempo pesquisado (30 min). Pode-se supor que in vivo o C ativa M induzindo um processo inflamatório. Contudo, estudos são ainda necessários para se comprovar esta hipótese.

B089

Estudo eletromiográfico de músculos periorais em crianças na fase da dentadura decídua.

GONÇALVES, S. R. J.*, SEMEGHINI, T. A., OLIVEIRA, A. S., GAVIÃO, M. G. .D., BÉRZIN, F.

Fisiologia Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5200. E-mail: sjacinto@dglnet.com.br

O objetivo dessa pesquisa foi analisar o sinal eletromiográfico (EMG) através dos valores de RMS bruto e o padrão de ativação muscular pela envoltória normalizada do sinal EMG. As análises foram feitas a partir da comparação da amplitude das atividades elétricas dos músculos orbicularares da boca – parte superior e mentoniano de 12 crianças com dentadura decídua em sucções de diferentes líquidos com canudo. Utilizou-se o software Matlab para obtenção dos coeficientes de variação das curvas de ativação muscular e o teste “t” de Student não pareado para a análise dos dados de RMS. Os resultados mostraram que, para a análise do RMS bruto, não houve diferença estatística significativa (p << 0,05) entre as amplitudes de ativação dos músculos estudados, sendo que o m. orbicular da boca apresentou: 143,63, 156,89 e 144,06 µV e o m. mentoniano: 159,06, 160,95 e 164,79 µV, respectivamente para sucção de água, iogurte e Chandelle (Nestlé®). Para a curva do envoltório linear, os padrões de ativação do m. orbicular da boca e do m. mentoniano não apresentaram coeficientes de variação maiores que 17% durante a sucção dos líquidos de diferentes consistências, indicando a existência de padrões de ativação de tais músculos na amostra estudada.

De acordo com os dados encontrados das duas análises realizadas e nas situações experimentais utilizadas, não foram encontradas diferenças nas atividades elétricas e na qualidade de ativação dos mm. orbicular da boca – parte superior e mentoniano durante a sucção de líquidos com diferentes consistências. (Apoio financeiro: CAPES.)

B090

Prevalência de CPOD em crianças, jovens e adultos da zona rural.

PALLOS, D.*, CORTELLI, S. C., OLIVEIRA, O. M. S., RICARDO, L. H., CORTELLI, J. R.

Faculdade de Odontologia – UNITAU. E-mail: dpallos@netpoint.com.br

Em geral, os países desenvolvidos apresentaram um importante declínio nos níveis de CPOD durante os últimos 25 anos. Por outro lado, níveis elevados de CPOD devem ser detectados em algumas partes do mundo, especialmente em áreas rurais nas quais medidas odontológicas preventivas não foram implementadas. O objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência de CPOD em crianças, jovens e adultos de Campo Redondo, uma vila rural de Itamonte, MG. Um total de 175 indivíduos foram incluídos neste estudo. Noventa e quatro mulheres e 81 homens foram examinados e divididos em 3 grupos de acordo com a idade. Os dados de CPOD para estes grupos estão abaixo apresentados:

Grupos

Indivíduos  n

Idade (anos)

CD média (dp)

PD média (dp)

OD média (dp)

CPOD média (dp)

A

62

  6-12               

6,7 (4,9)

1,4 (2,8)

0,8 (1,8)

  8,9 (4,3)

B

41

13-18               

7,3 (3,9)

2,8 (3,2)

3,4 (4,6)

13,5 (5,0)

C

72

19-34

4,3 (4,3)

13,2 (9,1) 

4,9 (5,5)

22,4 (5,4)

Os dados observados no presente estudo mostraram que em algumas áreas rurais nós estamos longe de alcançar o objetivo de saúde bucal proposto pela Organização Mundial de Saúde para o ano 2010.

B091

Efeito dos analgésicos Tramal e Dipirona na dor proveniente da ATM de ratos.

BONJARDIM, L. R.*, TAMBELI, C. H., VEIGA, M. C. F. A.

Laboratório de Dor Orofacial – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5212, fax: (0**19) 430-5218. E-mail: lbonjardim@yahoo.com.br

O tratamento das disfunções craniomandibulares geralmente envolve farmacoterapia. O objetivo desse trabalho foi verificar o efeito dos analgésicos Tramal (Tr) e Dipirona (Di) sobre as respostas comportamentais nociceptivas induzidas pela aplicação de Óleo de Mostarda (OM) na articulação temporomandibular (ATM) de ratos. A Di (19, 57, 95 mg/kg), Tr (5, 7,5, 10 mg/kg) ou NaCl 0,9% (controle) foi administrado (i.p.) 30 min antes da administração de OM 2,5% (50 ml) na ATM direita, e as respostas comportamentais nociceptivas caracterizadas pelo ato de coçar a região orofacial (CO) e levantar rapidamente a cabeça (LC) foram quantificadas por 45 min (ROVERONI et al., J Dent Res, v. 79, p. 321, 2000). Tais respostas foram significativamente reduzidas de maneira dose-dependente, p << 0,05 (ANOVA + Tukey) pela administração de Di (19; 57; 95 mg/kg), CO: (média ± EPM) 231 ± 6,4; 89 ± 4,9; 16 ± 1,6; LC: 46 ± 1,3; 35 ± 2,2; 13 ± 1,1, e de Tr (5; 7,5 ;10 mg/kg), CO: 118 ± 3,5; 52 ± 3,9; 28 ± 2,9, LC: 26 ± 1,1; 10 ± 0,7; 5 ± 1,02, respectivamente, quando comparado ao grupo controle, CO: 315 ± 6,1 e, LC: 60 ± 1,6, p << 0,05 (ANOVA + Dunnet).

Os analgésicos Dipirona e Tramal reduziram de maneira dose-dependente o número de comportamentos nociceptivos desencadeados pela administração de OM na ATM de ratos, sendo o Tramal mais efetivo que a Dipirona. (Apoio: CAPES – aprovado pelo COBEA.)

B092

Efeitos do laser de CO2 (modo superpulso) em dentes humanos.

MURGO, D. O. A.*, CERRUTI, B., REDÍGOLO, M. L., CHAVANTES, M. C., NEVES, A. C. C.

IP & D – UNIVAP. Tel.: (0**12) 347-1128/347-1149. E-mail: doamurgo@directnet.com.br

Vários lasers vêm sendo estudados na aplicação em tecidos mineralizados, como o esmalte dental, para a remoção de cárie e o preparo cavitário, sendo que a eficiência na remoção de massa dentária é um dos grandes obstáculos desta técnica. O objetivo deste trabalho foi analisar através de Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), os efeitos causados por um laser de CO2 na superfície dental, operando com uma alta densidade de energia no modo superpulso. As medidas de MEV foram realizadas no Laboratório de Microscopia Eletrônica (LME) do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas. Utilizamos seis dentes in vitro, terceiros molares hígidos, irradiados com o laser de CO2 (10.600 nm), com diferentes densidades de energia, observando-se a profundidade de penetração e a superfície interna da cavidade ablada. Este tipo de radiação apresentou alta eficiência na remoção da massa dentária, sendo que a superfície ablada não apresentou quaisquer sinais de carbonização. A cavidade provocada pelo laser apresentou forma cônica, expulsiva, com irregularidade superficial, profundidade de ablação média de 1,0 mm e túbulos dentinários fechados.

Este estudo confirma que o laser de CO2, nestes parâmetros, apresenta alta eficiência na remoção de tecido mineral, sem a presença de carbonização, porém estudos devem ser realizados para mensurar a elevação da temperatura provocada pelo laser no tecido dentinário e na polpa. Análise com EDX (Energia Dispersiva de Raio X) deverão ser realizados no sentido de evidenciar modificações na estrutura do tecido irradiado.

B093

Avaliação de acidentes na clínica odontológica da Universidade de Taubaté.

QUIRINO, M. R. S.*, JORGE, A. O. C., MOREIRA, M., MOREIRA, M. E.

Departamento de Odontologia e Hospital Universitário – UNITAU. Tel: (0**12) 225-4142.

O risco de exposição ocupacional ao HIV, HBV e HCV preocupa os dentistas e, trabalhos à este respeito são poucos. Assim, procuramos conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes ocorridos na Clínica Odontológica/UNITAU. No período de um ano, 35 acidentes foram notificados ao Serviço de Controle de Infecção do Hospital Universitário/UNITAU, afetando com maior freqüência os acadêmicos do sexo feminino (68,57%). Dos acidentes, 97,14% foram percutâneos e 2,85% exposição da mucosa ocular. A maior parte deles (62,85%) ocorreu durante o atendimento, afetando os dedos (85,71%) e o sangue foi o material orgânico mais envolvido (54,28%). Ocorreram 28,37% dos casos na Periodontia, 20% na Clínica Integrada, 17,14% na Cirurgia e outras em menor número. Dos 35 acidentados, 5,71% não usavam Equipamento de Proteção Individual (EPI) e 20% não apresentavam vacinação completa para hepatite B. Todos os acidentados e 94,28% dos pacientes fonte foram negativos para HIV, HBV e HCV. Um paciente foi positivo para os três tipos de vírus e um não foi identificado porque o acidente ocorreu na sala de lavagem de material.

Portanto, diante dos dados obtidos, concluímos que a inexperiência e insegurança contribuíram para os acidentes e que ainda é preciso incentivar o uso de EPI e a vacinação de hepatite B.

B094

Avaliação radiográfica e histológica da profundidade da cárie dental.

FRANCO, Z. L. V.*, BIFFI, J. C. G., CARVALHO, L. A .P.

Endodontia – Universidade Federal de Uberlândia - MG. Tel./fax: (0**34) 3218-2209.  E-mail: jcgbiffi@ufu.br

A cárie dental é uma doença universal e ainda de grande incidência, a determinação de sua profundidade de forma precisa é uma das dificuldades encontradas pelo profissional na sua rotina de consultório. Com o intuito de analisar radiograficamente a profundidade da cárie por mais de um operador, serão selecionados 30 dentes pré-molares com cárie mesial e/ou distal, que após avulsão serão mantidos em formol a 10% tamponado em pH 7,0. Quatro operadores, após prévia calibração, farão a classificação da profundidade da cárie em radiografias obtidas pela técnica interproximal, utilizando o negatoscópio como único recurso, e em um período posterior esses mesmos operadores farão nova análise dos mesmos dentes usando o visor de radiografia idealizado por BRYNOLF (Oral Surg, 32:808, Nov. 1971) que segundo o autor sua utilização elimina todas as interferências laterais favorecendo a análise radiográfica. Os resultados obtidos serão comparados, tendo como controle o corte histológico seriado dos dentes. Serão realizados corte de cinco micrômetros de espessura, corados alternadamente em hematoxilina e eosina, tricrômico de Masson e Gram. Para cada caso será identificado o corte histológico representativo da maior profundidade de cárie, sendo que a cárie a nível de esmalte será avaliada no dente antes do processamento histológico.

B095

Influência da textura e volume dos alimentos na função mastigatória.

GAVIÃO, M. B. D.*, Van der BILT, A., BOSMAN, F.

Departamento de Odontologia Infantil – FOP – UNICAMP; Departamento de Fisiopatologia Oral – Utrecht University. E-mail: mbgaviao@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade elétrica (EMG) dos músculos temporal anterior e masseter e os movimentos mandibulares 3D (Northern Digital Optotrak™) na mastigação de alimentos com diferentes texturas e volumes: goma de mascar (2,7 g) por 60 s, torradas (2,7 g) com e sem margarina (2,0 g), queijos (3, 6 e 9 g) e bolos (5,5, 8,6 e 13,2 g), durante a mastigação natural, e o alimento artificial Optocal (3,6 g), durante 15 e 30 ciclos mastigatórios. A goma de mascar, o queijo e o bolo foram considerados alimentos macios, e as torradas e o Optocal, alimentos duros. Avaliou-se a eficiência mastigatória pelo método da peneiragem (volume das partículas mastigadas de Optocal – equação de Rosin-Rammler). A amostra consistiu de 16 indivíduos saudáveis, sendo cada um seu próprio controle dentro das variáveis analisadas. Os dados foram tratados pela análise multivariada e correlação de Pearson (SPSS 9.0). As torradas e Optocal induziram as maiores atividades (336,39 e 374,24 µV) e a goma de mascar e o queijo 3 g, as menores (204,95 e 183,62 µV) e ciclos mais longos (0,71 s). As correlações entre EMG e volume e entre volume e número de ciclos foram significativas; a margarina reduziu o número de ciclos com as torradas. O volume influiu significativamente mais nos movimentos verticais do que nos horizontais; a textura não induziu variações. A correlação entre eficiência mastigatória e EMG foi significativa.

Concluiu-se que alimentos duros induziram maior EMG, o volume influenciou os movimentos mandibulares e os alimentos macios determinaram ciclos mais longos. (Apoio: FAPESP – Processo: 99/00018-8.)

B096

Níveis de estreptococos mutans na saliva de mães e filhos.

CASOTTI, C. A.*, INTRA, J. B. G., SILVA, A. G., BENTO, A. C., HARARI, S. G., BALDOTTO, J. H., ALMEIDA, T. J. S., DIAS, L. Z. S.

Pós-Graduação – Odontologia Social – UFF.

Neste estudo coletou-se amostras de salivas e estabeleceu-se o índice CPOD e ceo de 20 pares de mães/filhos - 40 indivíduos, divididos em 4 grupos de 5 crianças com idade entre: 3 - 6; 6 - 11; 25 - 34, meses e 7 - 8 anos. Coletou-se aproximadamente 1,5 ml de saliva não estimulada e depositou-se alíquotas de 1 microlitros em placas de Petri contendo ágar-sangue modificado contendo azida sódica para seleção de estreptococos, seguida de inoculação uniforme por meio de alça bacteriológica e incubada a 37ºC em microaerofilia, pelo método de chama de vela, durante 3 dias. Após incubação procedeu-se a contagem do número de UFC considerando-se o volume inicial inoculado com auxílio de estereomicroscópio. Transferiu-se 4 a 5 colônias com tipos morfológicos característicos para tubos contendo caldo BHI (caldo de infusão de cérebro e coração), incubados a 35ºC por 4 h a partir do qual procedeu-se a provas bioquímicas, utilizando-se painéis Dade Behring utilizando-se a técnica de fase log. Após a inoculação dos painéis introduziu-se os no Walk-Away-40 que efetuou a leitura das provas bioquímicas. Todos os indivíduos apresentaram níveis salivares >> que 106 UFC/ml de saliva. Os resultados sofreram transformação logarítmica e submetidos aos testes de correlação linear de Pearson, e teste de regressão linear simples.

Concluímos que toda população pesquisada é mutans milionária classificada como muito alto risco de cárie, havendo correlação entre os níveis salivares de mutans e o CPOD/ceo.

B097

Presença dos gêneros Staphylococcus e Candida na cavidade bucal humana.

MARTINS, C. A. P.*, SANTOS, S. S. F., JORGE, A. O. C.

Departamento de Biociências e Diagnóstico – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

A presença de leveduras e Staphylococcus na cavidade bucal humana adquire importância, pois podem atuar como microbiota suplementar e em determinadas situações ocasionar doença bucal ou sistêmica. O objetivo do presente trabalho foi correlacionar a presença de leveduras do gênero Candida e espécies de Staphylococcus na cavidade bucal humana. Enxágüe bucal foi coletado de 70 indivíduos saudáveis e com ausência de lesões na cavidade oral, e a seguir alíquotas do material foram semeados em ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol e ágar Baird-Parker, posteriormente, os microrganismos foram isolados e identificados através das provas bioquímicas. Os dados foram analisados através de análise de variância (ANOVA) Leveduras do gênero Candida foram encontradas em 71,42% dos indivíduos examinados, sendo C. albicans a mais freqüente. Observou-se também presença de C. tropicalis (22%), C. glabrata (4%), e C. kefyr (2%). Staphylococcus foram isolados em 92,85% das cavidades bucais, sendo 41 cepas coagulase negativas (63%). Das cepas coagulase positivas, nove eram S. aureus (13,9%), 11 S. hyicus (17%) e quatro S. schleiferi subespécie coagulans (6,1%).

Não ocorreu entretanto correlação significativa entre as quantidades (UFC) de Candida e Staphylococcus encontradas nos enxágües bucais dos indivíduos examinados.

B098

Compostos sulforados voláteis em dois protocolos de indução ao estresse.

KURIHARA, E.*, MARCONDES, F. K., OLIVEIRA, C.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. E-mail: fklein@fop.unicamp.br

A halitose pode ser avaliada pelo aumento da concentração bucal de compostos sulfurados voláteis (CSV). Em ratos de laboratório, a influência do estresse por NT sobre a concentração dos CSV foi demonstrada anteriormente. Considerando que a qualidade do agente estressor pode influenciar a reação de estresse, o objetivo deste trabalho foi comparar o efeito de dois modelos indutores de estresse, NT e IM, sobre o aumento da concentração bucal de CSV de ratos. Ratos Wistar adultos (n = 9-10) foram submetidos a uma sessão diária de 30 min de natação ou de 2 horas de IM durante três dias consecutivos, entre 8 e 10 h. Os CSV foram medidos imediatamente antes, 1 e 3 h após a primeira e terceira sessões de estresse, e comparados por análise de variância bifatorial seguida do teste de Tukey. Ratos submetidos à NT apresentaram aumento na concentração bucal de CSV 3 h após a primeira (20 ± 1 x 27 ± 1 ppb  – antes x 3 h após, respectivamente – p << 0,05) e a terceira sessões (18 ± 1 x 21 ± 0,6 ppb – antes x 3 h após, respectivamente – p << 0,05), sem alteração significativa 1 h após as sessões de estresse. Os animais submetidos ao estresse por IM apresentaram alterações semelhantes após a primeira (17 ± 0,7 x 28 ± 2 ppb  – antes x 3 h após, respectivamente – p << 0,05) e a terceira sessões (19 ± 1 x 25 ± 2 ppb – antes x 3 h após, respectivamente – p << 0,05), sem alteração significativa 1 h após as sessões de estresse.

Nossos resultados confirmam estudo anterior sobre o efeito da NT na concentração bucal do CSV de ratos de laboratório e mostram que esta resposta não é influenciada pela qualidade do agente estressor. (Apoio: FAPESP – Processo: 00/08348-6.)

B099

Utilização de diferentes métodos para o diagnóstico da cárie dentária.

PEREIRA, A. C.*, EGGERTSSON, H. B., MARTINEZ-MIER, A., GONZALEZ-CABEZAS, C., ECKERT, G. J., ZERO, D.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5278. E-mail: apereira@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi comparar a reprodutibilidade e confiança de alguns métodos de diagnóstico de cárie. Noventa e seis (96) molares permanentes extraídos foram selecionados. Após um prévio treinamento (piloto), três examinadores realizaram os exames. Leituras foram repetidas em vinte e cinco (25) dentes. Exame histológico dos dentes validaram os métodos de exame. Concordância intra-examinador e interexaminador para os scores dos exames visuais (característica clínica, tratamento recomendado e profundidade de lesão), radiográficos (extensão de radiolucidez e percepção), além do método combinado foram avaliados utilizando a estatística Kappa ponderado enquanto os métodos ECM e DIAGNOdent utilizaram o coeficiente de correlação intraclasse. Os métodos foram comparados em relação às diferenças dos percentuais de superfícies corretamente diagnosticadas, sensibilidade e especificidade utilizando o método generalizado para estimação de equações (GEE) aplicado para um modelo de regressão logística. A concordância intra-examinador foi substancial para todos os métodos, e quase perfeita para algumas combinações examinador-método. Concordância interexaminador foi geralmente baixa a moderada. As discordâncias eram devido principalmente às diferenças nas distribuições dos escores (sem cárie ou lesão de cárie em dentina). Os valores de sensibilidade variavam de 0,20 a 0,94 . Todos os valores de especificidade foram maiores que 0,74, exceto os valores do exame radiográfico.

Conclui-se que a reprodutibilidade para todos os métodos foi aceitável enquanto o DIAGNOdent, o método combinado e as recomendações de tratamento efetuadas pelos examinadores, baseadas na percepção da profundidade da lesão, mostraram ser mais confiáveis.

B100

Avaliação de fatores para o risco à cárie dental, em escolares do município de Piracicaba - SP.

GOMES, M. J.*, PEREIRA, A. C., MENEGHIM, M., PASCON, F., AMBROSANO, G. M. B.

Este trabalho teve por objetivo verificar a relação entre as variáveis socioeconômicas, microbiológicas e clínicas como fatores de predição à cárie dental em escolares da cidade de Piracicaba - SP. A amostra foi inicialmente constituída por 457 crianças de 6 a 8 anos de idade, matriculadas nas instituições de ensino do SESI - Piracicaba. Foram realizadas 3 levantamentos epidemiológicos em maio de 1998, maio de 1999 e maio de 2000, respectivamente, totalizando um período de 24 meses de avaliação. Durante a anamnese foram identificadas, junto ao paciente, diversas variáveis: clínicas (índice ceo e CPOS, IHOS, fluorose, presença de mancha branca, conformação anatômica de fossas e fissuras de dentes posteriores, presença de selantes, freqüência de ingestão de açúcar), microbiológicas (contagem de SM e Lactobacilos) e socioeconômicas (grau de instrução dos pais e mães, raça, sexo, idade, número de visitas ao dentista, nível salarial em salários mínimos da família, número de pessoas no ambiente familiar). O número de novas lesões de cárie no período de 24 meses foi correlacionado, utilizando a correlação de Spearman, com todas as variáveis, sendo que as variáveis fluorose e anatomia de fissuras foram estatisticamente significantes (p << 0,05), além disso, diversas variáveis apresentaram correlação significante entre si.

Conclusão: embora o dentista tenha uma gama de variáveis para análise do risco à cárie, a grande maioria delas não são fortes preditores de risco isoladamente, sendo mais importante o CD buscar elaborar o seu diagnóstico e planejamento baseado em todas as informações coletadas.

B101

Efeito de gomas de mascar sobre o pH da placa.

HAAS, A. N.*, MARCHIORO, M., OPPERMANN, R. V.

FO – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tel.: (0**51) 316-5318. E-mail: alexhaas@conex.com.br

O objetivo deste ensaio clínico randomizado, cruzado, duplo-cego foi avaliar o efeito do uso de gomas de mascar sobre o pH da placa dental na presença de sacarose. Participaram do estudo 5 homens e 3 mulheres. Foram testadas 3 gomas de mascar: goma 1 à base de sacarose; goma 2 à base de sorbitol; e goma 3 à base de xilitol e zinco. Após um período de 4 dias sem higiene bucal, placa foi coletada com uma colher de dentina e diluída em 100 ml de água deionizada. O registro do pH foi realizado com um microeletrodo (Tritolab®). O pH foi medido antes e 5, 15, 30 e 45 minutos após um bochecho de 1 minuto com uma solução de sacarose a 15%. O mesmo procedimento foi repetido com o uso de dois tabletes de goma após o bochecho com sacarose. Um período de 3 dias foi permitido entre cada série experimental. As médias foram comparadas com ANOVA (p = 0,05). As maiores quedas do pH foram observadas a partir dos 5 minutos após o bochecho com sacarose (pH = 5,43), mantendo-se significativamente reduzidos até os 45 minutos, quando o pH de 6,49 se aproximou do inicial (6,56) (p = 0,001). Não foram observadas diferenças significativas entre o pH inicial e aqueles observados ao longo do uso das 3 gomas. Quando comparadas entre si, não foram observadas diferenças significativas entre as gomas, com exceção da goma 2 (pH = 7,3) e goma 1 (pH = 6,53) aos 15 minutos (p << 0,001).

Assim, a utilização de gomas de mascar foi capaz de manter elevado o pH da placa dental na presença de sacarose, independentemente do tipo de goma utilizado.

B102

Determinação da erosão do esmalte decíduo após tratamento com iogurte (MEV).

MARQUES, A. C.*, ALTO, L. A. M., RAMOS, M. E. B., SILVA, J. B. O. R.

Departamento de Odontopediatria – Doutorado – FO – UFRJ; UNESA; UNIG. Tel.: (0**21) 503-7289.

O objetivo deste estudo foi observar o efeito erosivo de dois tipos de iogurte (com sabor morango e sem sabor), sobre o esmalte dental humano decíduo hígido. Foram seccionados 5 molares decíduos inferiores no sentido vestíbulo-lingual e mésio-distal, resultando em 20 amostras que foram distribuídas aleatoriamente em 5 grupos, contendo 4 fragmentos dentários cada: Grupo controle; Grupo iogurte morango 1 h; Grupo iogurte morango 24 h; Grupo iogurte natural 1 h; Grupo iogurte natural 24 h. As amostras foram então incluídas em bases de resina acrílica. Foi realizado o polimento com taça de borracha e pedra-pomes, lavagem com água destilada e em seguida incubadas em recipientes devidamente limpos, contendo 20 ml dos produtos a serem testados durante os períodos previamente determinados em temperatura ambiente. Posteriormente os fragmentos foram lavados com água destilada, sob agitação, durante 1 minuto e armazenados em recipientes identificados, para posterior análise. Após observação no microscópio eletrônico de varredura, pode-se observar que as amostras incubadas pelo período de 1 h, tanto a com sabor quanto a sem sabor, não apresentaram diferença na superfície, quando comparadas com o grupo controle. Porém, as amostras incubadas por 24 h apresentaram alteração superficial, demonstrando um aumento do número de poros na superfície do esmalte dentário.

Pode-se concluir que com o maior tempo de tratamento houve alteração superficial do esmalte tratado com os dois tipos de iogurte, entretanto sem demonstrar aspecto danoso da estrutura dentária.

B103

Inibição da adesão de Porphyromonas gingivalis em células KB com soro.

OLIVEIRA, A. B. B.*, GATTI, M. S. V., CASTRO, A. F. P.

Departamento de Microbiologia e Imunologia – Universidade Estadual de Campinas.
Tel.: (0**19) 3788-7945. E-mail: anboni@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar a inibição da adesão e conseqüente invasão de Porphyromonas gingivalis em células KB (Epidermoid carcinoma, oral, human, HeLa markers) in vitro através do pré-tratamento das células ou bactérias com soro fetal bovino e soro humano, visualizado através da reação de imunoperoxidase. P. gingivalis foi cultivada em caldo BHI por 48 horas e lavada três vezes com PBS. As células ou as bactérias foram incubadas separadamente por 1 hora com soro fetal bovino ou soro humano em concentrações de 1:100. Bactérias tratadas com soro foram inoculadas em células não-tratadas e bactérias não-tratadas foram inoculadas em células tratadas e incubadas por 1 hora. Após o período de incubação as células foram lavadas três vezes com PBS e incubadas com metronidazol por mais três horas, seguindo-se nova lavagem com PBS e reação de imunoperoxidase com anti-soro anti-P. gingivalis produzido em coelhos. Quando as células foram tratadas com soro fetal bovino ou soro humano não foi observada adesão de P. gingivalis, porém quando as bactérias foram tratadas da mesma forma, ocorreu adesão.

Estes resultados sugerem que existe algum componente no soro, tanto humano como fetal bovino, que se liga no sítio receptor da célula na bactéria, impedindo assim sua adesão nas células KB. (Apoio financeiro: CAPES.)

B104

Situação dos primeiros molares permanentes em escola da rede pública.

HERDY, L.*, MIASATO, J. M., CARNEIRO, A. A., SILVA, C. J., AROUCHA, B.

Disciplina de Odontopediatria – UNIGRANRIO – FESO.

O objetivo deste trabalho foi conhecer a situação clínica dos primeiros molares permanentes (1 MPs) em relação à visita ou não ao cirurgião-dentista (CD), por alunos de uma escola do ensino fundamental da rede pública, no município de Duque de Caxias, RJ. Os 1 MPs foram examinados pelos alunos do curso de especialização em Odontopediatria da UNIGRANRIO, no pátio da escola, através do método clínico ­visual e sob iluminação natural. A amostra constitui-se de 382 alunos, com média de idade de 9,5 ± 1,9 anos, sendo 49,5% (n = 189) do sexo masculino e 50,5% (n = 193) do sexo feminino. Foram examinados 1.511 dentes, 11 dentes não haviam erupcionado e 6 dentes já haviam sido extraidos. Em relação à visita ao CD, somente 56,8% (n = 217) tinham recebido assistência profissional. Destes, apenas 7,4% (n = 16) por rotina e o restante para tratamento curativo. A situação dos 1 MPs em relação à visita ou não ao CD, foi respectivamente: Cárie - 22,6% (n = 194) e 20,6% (n = 134), p = 0,39, Chi² Yates; Extração indicada - 3,1% (n = 27) e 1,5% (n = 10), p = 0,06, Chi² Yates; Hígido - 69,3% (n = 596) e 77,9% (n = 507), p = 0,0002, Chi2 Yates; Obturados 5% (n = 43) e não houve associação em relação ao sexo (p = 0,28, Chi2 Yates) e sim com a média de idade (p = 0,04, Análise de Variância F).

Diante dos resultados, pode-se concluir que, independente da visita ou não ao CD, é alta a manifestação da doença e suas conseqüências nos 1 MPs, sugerindo-se a criação de um programa de educação em saúde e intervenção curativa imediata na amostra estudada.

B105

Prevalência de cárie oculta em um grupo de escolares.

COSTA, H. S.*, ROSENBLATT, A., MOTA, E. L. A.

Universidade Estadual de Feira de Santana e Universidade de Pernambuco.
Tel.:(0**75) 224-8096.

A literatura científica indica que a cárie em superfície oclusal está mais difícil de ser diagnosticada e que há um aumento de prevalência de lesões de cárie não detectadas no exame clínico. Este estudo teve como objetivo determinar a prevalência de lesão de cárie oculta em molares permanentes de escolares de ambos os sexos, de 12 a 14 anos, das escolas municipais de Camaragibe, Pernambuco, no ano 2000. O grupo de estudo foi composto por 392 escolares, submetidos a exames clínico e radiográfico (pela técnica interproximal), compondo uma amostra de 1.814 molares sem lesão de cárie cavitada, selante ou restauração em uma ou mais faces. Após profilaxia, lavagem e secagem de todos os dentes com seringa de ar/água, sob iluminação de foco operatório, registrou-se o CPO-S, atividade de cárie e classificou-se a superfície oclusal dos molares em hígida (sem descoloração ou descalcificação) ou com lesão de esmalte sem cavitação. A prevalência de lesão de cárie oculta em escolares foi de 51,5%. A prevalência geral em molares foi de 19,3%. Nos molares, 10,5% dos hígidos e 22,8% dos molares com lesão de esmalte apresentaram lesão de cárie oculta. Os primeiros molares inferiores foram os dentes mais acometidos. A prevalência em molares não diferiu quanto a idade, sexo e freqüência de escovação diária dos escolares. Os valores mais altos de prevalência de lesão de cárie oculta em molares foram observados nos escolares com CPO-S maior do que cinco e nos escolares com alta atividade de cárie.

B106

Morte celular programada: relação com bactérias isoladas de infecções endodônticas.

RIBEIRO-SOBRINHO, A. P., RABELO, F. L. A., FIGUEIREDO, C. B. O.*, ALVAREZ-LEITE, J. I., NICOLI, J. R., UZEDA, M., VIEIRA, L. Q.

FO – ICB – UFMG - MG.

Há evidência crescente de que a apoptose, ou morte celular programada, desempenha um papel crítico na patogênese de diversas doenças infecciosas. O objetivo deste trabalho foi verificar o potencial de indução de apoptose de quatro diferentes espécies bacterianas, recuperadas de infecções endodônticas em humanos: G. morbillorum (1), C. butyricum (2), F. nucleatum (3) e B. adolescentis (4). Em paralelo, verificou-se o papel do receptor para TNF-alfa na ativação de mecanismos apoptóticos por tais bactérias. Culturas de linfócitos, em triplicata, foram obtidas pela remoção de linfonodos de 22 camundongos suíços (NIH), sendo tais células estimuladas, in vitro, por 24 horas, com antígenos derivados das preparações das bactérias listadas, isoladas ou em associação, mortas pela ação do calor ou do paraformaldeído a 1%. Algumas preparações de células receberam também anticorpos anti-TNF-alfa. Após tal estimulação, as culturas de linfócitos foram submetidas à avaliação de viabilidade pela capacidade de redução do MTT por células vivas. A apoptose foi avaliada por meio da determinação da ploidia celular por citometria de fluxo e pela verificação, por eletroforese, da degradação internucleosomal do DNA. Os resultados preliminares indicam que antígenos das bactérias 2, 3 e associação 2, 3 e 4, mortas pelo formol, e 1, morta pelo calor, foram capazes de induzir a apoptose em linfócitos, não parecendo ter sido este fenômeno mediado pelo receptor para TNF-alfa. A apoptose em linfócitos, por sua vez, pode estar correlacionada à patogênese das lesões periapicais de origem endodôntica.

B107

Efeito de drogas antiinflamatórias sobre a concentração tecidual da amoxicilina.

JUNQUEIRA, M. S.*, PERAZZO, F. F., GROPPO, F. C., MATTOS FILHO, T. R.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP.

A prescrição de antimicrobianos associados a antiinflamatórios é bastante comum na prática odontológica e os seus efeitos têm sido estudados. Assim, objetivou-se avaliar a interação da amoxicilina (amoxi) com o diclofenaco potássico (diclo) e com a betametasona (beta) em tecidos granulomatosos induzidos em ratos, in vivo. Utilizaram-se ratos Wistar machos (2 grupos, n = 8), com 6 semanas, mantidos em biotério climatizado com água e ração ad libitum. Implantaram-se quatro esponjas de PVC em quatro pontos distintos do dorso de cada animal, sendo duas em direção à cauda e duas em direção à cabeça. Sete dias depois, administraram-se p.o. amoxi 25 mg/kg + diclo 2,5 mg/kg e amoxi 25 mg/kg + beta 0,1 mg/kg. Após noventa minutos, colheram e colocaram-se os tecidos granulomatosos sobre MHA com S. aureus a 108. Passadas dezoito horas, foram medidos os halos de inibição. Uma curva padrão, ou de regressão, foi elaborada para se relacionar os diâmetros dos halos produzidos pelas amostras e a provável concentração do antimicrobiano em estudo. Os halos referentes à associação amoxi-diclo apresentaram valor médio de 21,56 mm de diâmetro com uma provável concentração tecidual média de 0,01284 mg/grama, enquanto que os da associação amoxi-beta apresentaram halos com diâmetros médios de 25,50 mm com uma provável concentração tecidual média de 0,03687 mg/g. A associação amoxi-diclo apresentou uma menor concentração tecidual do antimicrobiano em relação à sua associação com beta.

B108

Microbiota da necrose pulpar: decíduos versus permanentes (coloração de Gram).

SOUZA-GUGELMIN, M. C. M.*1, NELSON-FILHO, P.2, FARIA, G.2, PALHARES, J. C.1., ITO, I. Y.1

1Departamento de ACTB – FCFRP – USP; 2Departamento de CIOPS – FORP – USP. Tel.: (0**16) 623-7361.

Este trabalho visa detectar por meio da coloração de Gram, similaridades entre dentes decíduos e permanentes, em relação à morfologia microscópica e ao Gram apresentados pela microbiota de canais radiculares de dentes com necrose pulpar e lesão periapical. As amostras foram colhidas, assepticamente, com limas K, antes do preparo químico-mecânico de 40 canais radiculares (20 decíduos e 20 permanentes). Com estas amostras eram realizados esfregaços, que eram corados pela técnica de Gram e observados sob microscopia de imersão. Das amostras colhidas de dentes permanentes, 80,0% foram positivas para a coloração de Gram; sendo que, em relação à morfologia microscópica e ao Gram, apresentaram os seguintes resultados: cocos Gram + (80,0%), cocos Gram – (50,0%)), bacilos Gram – (50,0%), bacilos Gram + (30,0%), filamentosos (80,0%) e leveduras (10,0%). As amostras oriundas dos decíduos mostraram 85,0% de positividade para a coloração de Gram, e os seguintes resultados: cocos Gram + (85,0%), cocos Gram – (40,0%); bacilos Gram + (30,0 %), bacilos Gram – (60,0%), filamentosos (40,0%) e leveduras (15,0%).

Concluiu-se que: 1) a maioria das amostras puderam ser coradas pelo Gram, indicando a utilidade desta coloração como auxiliar no diagnóstico endodôntico; 2) com exceção dos filamentosos, a incidência de microrganismos (cocos, bacilos e leveduras) Gram-positivos e Gram-negativos, nos canais necrosados, foi semelhante entre dentes decíduos e permanentes, o que parece demonstrar similaridade entre a microbiota dos canais radiculares de dentes decíduos e permanentes com necrose pulpar.

B109

Comparação dos exames clínico por transiluminação, radiográfico e avaliação microscópica no diagnóstico de cáries incipientes.

MOMOSE, D. R.*, PRATA, T. H. C., CUNHA, T. C. R., ARAÚJO, M. A. M., VALERA, M. C.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste estudo foi avaliar o diagnóstico da presença de cárie comparando os métodos clínico por transiluminação, radiográfico e avaliação microscópica. Foram selecionados 37 dentes humanos extraídos (13 molares e 24 pré-molares) onde no exame clínico visual houve dificuldade no diagnóstico de cárie em sulcos e fossas. Todos os dentes foram submetidos a 3 métodos de avaliação: 1) exame clínico por transiluminação; 2) exame radiográfico; 3) avaliação microscópica. O exame clínico por transiluminação foi realizado com uso do aparelho fotopolimerizador, onde o foco de luz foi colocado próximo a superfície lingual dos dentes para a avaliação dos sulcos e fossas oclusais, sendo que a opacidade foi classificada como desmineralização do esmalte. No exame radiográfico, utilizamos aparelho de raios X, filme radiográfico nº 2 e anteparo confeccionado para padronizar as radiografias, sendo a imagem radiolúcida sugestiva de cárie. No exame microscópico, os dentes foram secionados, incluídos em resina acrílica e desgastados até a região do sulco para observação por microscopia de luz polarizada. Os resultados foram submetidos a análise estatística pelo teste Kappa, o qual mostrou uma leve concordância no diagnóstico entre o exame clínico por transiluminação e a avaliação microscópica (Kappa: 0,149) e uma pobre concordância no diagnóstico entre o exame radiográfico e a avaliação microscópica (Kappa: 0,007).

Concluiu-se que o exame clínico por transiluminação e o radiográfico não foram métodos confiáveis no diagnóstico de cáries incipientes. (Comitê de Ética 023/2001-PH/CEP.)

B110

Evidenciação do biofilme e avaliação de um método para desinfecção de chupetas.

LOUVAIN, M.*, MACARI, S., NELSON-FILHO, P., SILVA, L. B., ITO, I. Y.

Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social – FORP; FCFRP – USP. E-mail: mlouvain@rol.com.br

Avaliou-se o nível de contaminação de chupetas por estreptococos do grupo mutans e a formação de biofilme, utilizando a técnica de cultura e identificação microbiana, e a eficácia da clorexidina como possível método de desinfecção. Um total de 16 crianças, de 2 a 7 anos, receberam sucessivamente 2 chupetas de látex (Neopan), utilizadas por 5 dias cada. Após utilização, as 13 chupetas do Grupo I (experimental) foram borrifadas (5 vezes), sob a forma de “spray”, com uma formulação à base de digluconato de clorexidina a 0,12%, e as 16 do Grupo II (controle) borrifadas com água de torneira esterilizada. As chupetas de cada grupo foram suspensas em frasco de Borel contendo 30,0 ml de meio de cultura CaSaB, e incubadas por 72 a 90 horas, a 37ºC. Decorrido este período, foi efetuada a contagem do número de UFC do grupo mutans, na superfície das chupetas, em microscópio estereoscópico. Os resultados foram expressos sob a forma de escore: 0) ausência de desenvolvimento bacteriano; 1) 1 a 20 UFC; 2) 21 a 50 UFC; 3) >> 51 UFC. Em 77,0% das chupetas do Grupo I não observou- se desenvolvimento bacteriano, estando os estreptococos do grupo mutans presentes em 23,0% delas, com escore 1. Por outro lado, em 93,8% das chupetas do Grupo II houve desenvolvimento de estreptococos do grupo mutans, com predominância de escores 1 e 2.

Concluiu-se que houve formação de biofilme bacteriano na superfície das chupetas do Grupo II, com desenvolvimento de estreptococos do grupo mutans, e que a clorexidina foi eficiente na desinfecção das chupetas.

B111

Dissecação de lesões cariosas: nova técnica de estudo histopatológico tridimensional.

SOUSA, F. B.*, PEREIRA, T. B.

Departamento de Morfologia – Universidade Federal da Paraíba - João Pessoa.
Tel.: (0**83) 221-3901. E-mail: fbsousa@openline.com.br

O objetivo deste estudo é apresentar uma nova técnica para análise histopatológica tridimensional de lesões cariosas que não requer a perda de partes das mesmas que ocorre com as técnicas bidimensionais (BD) e tridimensionais computadorizadas (3Dcomp) atuais. Lesões cariosas oclusais (de dez dentes), com e sem cavitação, visíveis clinicamente, foram dissecadas com instrumentos rotatórios de desgaste, sob refrigeração, com auxílio de um estereomicroscópio, de modo a evidenciar a lesão através do esmalte hígido e da dentina esclerótica circunjacentes. Todas as lesões cariosas mostraram correlação entre as desmineralizações de esmalte e dentina, não havendo espalhamento lateral em dentina, contrariando resultados de estudos com técnicas convencionais. A técnica da dissecação evidenciou trajetos bastante inclinados de lesões de esmalte, o que pode explicar resultados conflitantes de estudos BD e 3Dcomp.

Concluímos que a análise tridimensional pela dissecação possibilita o estudo histopatológico de lesões cariosas sem perda de estrutura, sendo, também, promissora no estudo da direção dos ameloblastos durante a amelogênese, associado à anatomia dental.

B112

Presença de Enterobacteriaceae e bactérias do gênero Pseudomonas na cavidade bucal e bolsa periodontal de pacientes com periodontite crônica.

SANTOS, S. S. F.*, JORGE, A. O. C.

UNITAU; UNESP.

Periodontite crônica é a mais comum das formas de doença periodontal destrutiva em adultos, caracterizada por perda clínica de inserção em decorrência de destruição do ligamento periodontal e perda de osso de suporte. Microrganismos da família Enterobacteriaceae e gênero Pseudomonas estudados no presente trabalho apresentam fatores de virulência capazes de agravar o quadro de doença periodontal e seu controle pode ser um pré-requisito para uma terapia bem-sucedida. Além de dificultar o tratamento periodontal convencional, reservatórios bucais destes microrganismos podem comprometer a vida de pacientes debilitados pela idade avançada, doenças ou tratamentos que provoquem imunossupressão. No presente trabalho foram estudados 88 pacientes que procuraram a Clínica de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Taubaté, onde 43,18% (n = 38) apresentaram Enterobacteriaceae e/ou bactérias do gênero Pseudomonas na cavidade bucal e 15,9% (n = 14) na bolsa periodontal, sendo que 12,5% (n = 11) apresentaram estes microrganismos na cavidade bucal e bolsa periodontal, 30,68% (n = 27) apresentaram somente na cavidade bucal e 3,4% (n = 3) somente na bolsa periodontal.

Os gêneros mais freqüentes foram Enterobacter, Klebsiella e Pseudomonas. Houve maior prevalência em indivíduos do sexo masculino e não foi encontrada diferença estatisticamente significativa quanto a presença destes microrganismos e profundidade de bolsa periodontal, faixa etária, hábito de fumar e presença de doença sistêmica.

B113

Identificação genética intrafamilial de Streptococcus mutans por AP-PCR.

SPOLIDÓRIO, D. M. P.*, HÖFLING, J. F., PIZZOLITTO, A. C., SPOLIDÓRIO, L. C.

Departamento de Patologia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
Tel.: 236-8619. E-mail: dspolido@foar.unesp.br

Com o objetivo de estabelecer as mais prováveis fontes primárias de infecção por Streptococcus mutans através da técnica AP-PCR (polimorfismo do DNA amplificado ao acaso), nos propusemos a isolar e identificar esses microrganismos e estabelecer o grau de similaridade intrafamilial para os isolados. Para o presente estudo, foram selecionados 22 famílias. As amostras de saliva foram analisadas e identificadas através de testes bioquímicos. Após identificação, o DNA das amostras foram preparados, purificados e amplificados. Os fragmentos de DNA obtidos foram comparados e analisados através de eletroforese em gel de agarose. Os resultados demonstraram que das famílias analisadas, 3 pais, 7 mães e 12 irmãos contribuíram para a transmissão de Streptococcus mutans para os bebês.

Assim, os dados obtidos demonstraram que o uso de técnicas de biologia molecular, especialmente o AP-PCR podem detectar polimorfismos entre isolados de Streptococcus mutans e estabelecer o grau de similaridade intrafamilial entre os mesmos. (Apoio financeiro: FAPESP – Processo: 97/07330-1.)

B114

Efeitos de um condicionador não lavável no esmalte de dentes decíduos.

FAVA, M.*, MYAKI, S. I., ARANA-CHAVEZ, V. E.

Disciplina de Odontopediatria – UNIBAN e UNESP - São José dos Campos; Departamento de Histologia – ICB – USP. Tel.: (0**12) 321-8166, r. 1.300.

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar ao microscópio eletrônico de varredura os aspectos morfológicos do esmalte de dentes decíduos após condicionamento com ácido fosfórico a 36% ou com um agente condicionador não lavável. Foram selecionados 10 dentes decíduos anteriores esfoliados naturalmente. As amostras sofreram profilaxia com pasta de pedra-pomes e água, em baixa velocidade. O condicionamento foi realizado no esmalte da face vestibular. Os espécimes foram divididos em dois grupos. G1 (n = 10): condicionamento com ácido fosfórico a 36% na forma de gel - Conditioner 36 (Dentsply) durante 20 segundos, seguido de lavagem com água durante 15 segundos. G2 (n = 10): condicionamento com NRC - Non Rinse Conditioner (Dentsply) durante 20 segundos, seguido de secagem com ar durante 15 segundos. As amostras foram desidratadas, montadas em bases metálicas e cobertas com ouro para análise ao microscópio eletrônico de varredura (Jeol JSM 6.100). A análise das fotomicrografias revelou que ambos os agentes condicionadores foram efetivos para condicionar o esmalte de dentes decíduos, porém o condicionamento pareceu mais efetivo quando utilizou-se o ácido fosfórico a 36% na forma de gel.

Concluiu-se que ambos os agentes condicionadores promoveram a formação de um esmalte com microporosidades, porém estas foram mais evidentes quando utilizou-se o ácido fosfórico a 36%.

B115

Proteases secretadas por Candida spp. isoladas de eritema linear gengival.

PORTELA, M. B.*, COSTA, E. M. M. B., SANTOS, A. L. S., ABREU, C. M., SOUZA, I. P. R.,
SOARES, R. M. A.

Disciplina de Odontopediatria – FO; Instituto de Microbiologia – UFRJ.

O eritema linear gengival (ELG) tem sido considerado uma forma de candidíase eritematosa em pacientes HIV+. O presente estudo visa a caracterização do perfil proteolítico de Candida spp., isoladas de ELG, em crianças HIV+ e correlacioná-lo com as características clínicas do ELG e as condições sistêmicas de cada paciente. De três crianças HIV+ com ELG foram isoladas três C. albicans e uma C. dubliniensis. Os quatro isolados foram cultivados em meio BHI a 37ºC durante 48 h. O sobrenadante obtido foi filtrado e concentrado através de ultrafiltração. O perfil proteolítico foi avaliado através de gelatina-SDS-PAGE. Os géis foram incubados por 1 h em Triton X-100 e, em seguida em tampão fosfato (pH 5,5) por 48 h a 37ºC, com e sem os seguintes inibidores proteolíticos: 1,10-fenantrolina, E-64, pepstatina e PMSF. As proteases foram evidenciadas após coloração dos géis com Coomassie Brilliant Blue R-250. Os três isolados de C. albicans mostraram um perfil proteolítico distinto, porém todos expressaram uma protease majoritária de 40-50 kDa. O isolado de C. dubliniensis apresentou três proteases com massas moleculares entre 40-100 kDa. Todas as atividades proteolíticas foram inibidas na presença de PMSF, um inibidor específico de serina proteases. Observou-se uma correlação positiva entre a intensidade da atividade proteolítica, severidade do ELG e a condição sistêmica do paciente.

Desta forma, podemos inferir que as espécies de Candida isoladas de ELG produzem serina proteases extracelulares e essa secreção está associada à gravidade do ELG e da infecção pelo HIV.

B116

Avaliação antimicrobiana in vitro de extratos aquosos fitoterápicos para uso endodôntico.

PERIN, F. M.*, FRANÇA, S., SAQUY, P., SOUSA NETO, M. D.

A descoberta de biocompostos naturais isolados de plantas com ação eficaz contra a microbiota endodôntica será de grande contribuição para novas terapêuticas dentro da Odontologia. Este projeto tem como principal meta avaliar in vitro o pontecial bactericida do extrato bruto obtido da espécie Arctium lappa frente a alguns microrganismos endodônticos. Foram testadas três formas fitoterápicas: tintura 20%, rotaevaporada da tintura e a liofilizada, frente a solução de hipoclorito de sódio a 1% e ampicilina. Neste estudo, foram utilizadas quatro cepas ATCC: Enterococcus faecalis (ATCC 29212), Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Bacillus subtilis (ATCC 6633) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), e uma cepa oriunda do Instituto de Ciências Biológicas da USP: Candida albicans (CBS-ICB/USP 562). A atividade antimicrobiana foi avaliada através do método de difusão em ágar, no meio de cultura BHI, tendo todas as suspensões ajustadas ao tubo 2 da escala de MacFarland (6 x 108 bactérias/ml). As placas-ágar foram semeadas em triplicata, e tiveram as soluções dispensadas em poços realizados sobre o ágar. A atividade bactericida foi observada através da mensuração de halos inibitórios.

Das três formulações fitoterápicas, a liofilizada apresentou-se mais efetiva, com halos maiores que os da solução de Milton sobre as espécies de C. albicans e B. subtillis, exceto na espécie E. faecalis, que mostrou-se inefetiva.

B117

Desmineralização do esmalte in situ por 4, 7 e 10 dias e influência de fatores salivares.

TENUTA, L. M. A.*1,2, LIMA, J. E. O.1, CARDOSO, C. L.2, CURY, J. A.3

1Departamento de Odontopediatria – FOB – USP; 2DOD/DAC - UEM; ³FOP – UNICAMP. E-mail: litenuta@hotmail.com

O objetivo deste trabalho é avaliar a desmineralização do esmalte após períodos de 4, 7 e 10 dias de acúmulo de placa bacteriana in situ e a influência do fluxo salivar, capacidade tampão da saliva e níveis salivares de estreptococos mutans no processo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru. Após a avaliação inicial dos fatores salivares citados, 13 voluntários iniciaram o uso de um dispositivo intrabucal palatino contendo 4 blocos de esmalte bovino (4 x 4 x 2 mm) cobertos por uma tela plástica, durante 3 períodos de 4, 7 e 10 dias. Durante a fase experimental, os voluntários utilizaram um dentifrício não fluoretado e gotejaram uma solução de sacarose a 20% sobre os blocos de esmalte 10 vezes ao dia. A microdureza dos blocos foi determinada antes e após o período de desmineralização in situ, com um penetrador Knoop e carga de 50 g por 5 s. A porcentagem de perda de dureza superficial foi progressivamente maior nos períodos de 4, 7 e 10 dias (13,8% ± 18,1%; 19,3% ± 25,1%; 48,3% ± 25,4%, respectivamente), não havendo diferença estatisticamente significante entre os períodos de 4 e 7 dias (p << 0,05). O coeficiente de correlação de Pearson não mostrou correlação estatisticamente significante entre os fatores salivares estudados e a porcentagem de perda de dureza superficial (p << 0,05).

Os resultados demonstram desmineralização do esmalte in situ após curtos períodos de acúmulo de placa bacteriana, que não foi influenciada pelos fatores salivares avaliados. (Apoio: FAPESP – Processo: 98/16471-0.)

B118

Universidade Solidária: Oficina de Capacitação em Saúde Bucal.

FUSCELLA, M. A. P.*, OSÓRIO, J. S., ARAÚJO, A. M. A., FERNANDES, L. M. A. G.,
FERNANDES, T. G., CUNHA, C. E. F.

Universidade Potiguar. Tel./fax: (0**84) 215-1230.

A Universidade Potiguar (UnP) vem participando do Projeto Universidade Solidária desde 1998 e a partir de janeiro de 2000, o curso de Odontologia integrou-se às atividades, desenvolvendo uma Oficina de Capacitação em Saúde Bucal, no município de São Miguel - RN, para professores do ensino fundamental e agentes comunitários de saúde, com o objetivo de transmitir conhecimentos e motivá-los a atuarem como multiplicadores de saúde bucal. Na Oficina abordou-se a prevenção da cárie e da doença periodontal, através de textos de apoio e construção de diferentes instrumentos educativos, utilizando-se material de sucata, em atividades lúdicas. Os 20 participantes trabalharam em pequenos grupos e apresentaram o instrumento construído, utilizando-o numa breve explanação sobre o tema abordado. Avaliou-se as atividades aplicando-se um mesmo questionário ao início e ao final da Oficina.

Concluiu-se, que se conseguiu transmitir conhecimentos de saúde bucal aos participantes. Pode-se observar, também, o envolvimento satisfatório e a segurança dos participantes durante as explanações, ministrando explicações corretas sobre o assunto abordado. A partir desses resultados positivos, a Oficina foi implementada no ano de 2001, no município de Ten. Laurentino Cruz, obtendo novamente êxito, além de estar sendo aplicada em outros projetos de extensão da UnP, junto a escolas públicas.

B119

Potencial cariogênico de leites e efeitos da suplementação com flúor.

COPPI, L. C.*, PERES, R. C. R., ROSALEN, P. L., CURY, J. A., FRANCO, E. M., GROPPO, F. C.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel./fax: (0**19) 430-5308. E-mail: rosalen@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial cariogênico dos leites humano, bovino e fórmula infantil suplementada ou não com flúor (F). Utilizou-se um modelo animal sob elevado desafio cariogênico em que 60 ratas Wistar, spf, foram infectadas com Streptococcus sobrinus 6715, e aos 25 dias de idade, foram dessalivadas cirurgicamente. Os animais foram divididos em 6 grupos experimentais que receberam ad libitum: (1) água destilada e esterilizada (ADE) com 5% de sacarose; (2) leite humano; (3) leite Ninho em crescimento®; (4) leite Ninho em crescimento® suplementado com 10 ppm F; (5) leite bovino; e (6) ADE. Os grupos 1 e 6 receberam dieta essencial NCP#2, via gavagem, duas vezes ao dia. Após 21 dias experimentais os animais foram sacrificados e avaliados quanto à microbiota oral e índice de cárie usando o método de Keyes modificado por Larson. Os resultados foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis. ­Quanto à porcentagem de S. sobrinus, não houve diferença estatística entre os grupos 1 a 5 (27,1-32,7%), exceto para o grupo 6 (5,0%) (p << 0,05). Os índices de cárie de superfície lisa e [sulco], foram os seguintes: (1) 51,8 [51,9]; (2) 24,1 [21,3]; (3) 42,4 [44,6]; (4) 26,7 [26,8]; (5) 15,0 [24,2]; (6) 18,4 [10,5].

Concluiu-se que os leites bovino e humano não apresentaram cariogenicidade significativa, enquanto que o leite formulado sem flúor foi o mais cariogênico. A adição de flúor, na reconstituição do leite formulado, diminuiu significativamente a sua cariogenicidade, podendo ser um veículo alternativo para uso preventivo de cárie em saúde pública. (Apoio: CAPES; CNPq; FAPESP: 9804779-0.)

B120

O efeito de substâncias metabólicas de estreptococos cariogênicos em Veillonellas.

FERRO, M. I. G*., ANNAN, S. G., VALLADARES, R. R., CARDENAS, L. B.

Facultad de Odontología – Universidad Nacional de Tucumán – Argentina. E-mail: ferrolab@infovia.com.ar

O gênero Veillonella, para sua habilidade para usar o ácido láctico, apresentam uma interdependência nutricional com microorganismos cariogênicos como estreptococos orais. Em estudos prévios de interações entre estes microorganismos em caldo lactate (CL), foi achada inibição de crescimento de Veillonella (V1) quando é cultivado com Streptococcus sobrinus (Ss) e há incentivo quando é cultivado em presença de Streptococcus mutans (Sm). O objetivo da investigação presente era estudar o efeito dos produtos metabólicos das duas tensões de estreptococos em caldo sem lactate (CSL) no crescimento de V1. Provar isto: a) Lá foi estudado o efeito de volumes crescentes de sobrenadantes correspondentes um 72 h cultiva de Sm e Ss no crescimento de V1. b) Tratamentos diferentes dos sobrenadantes de Sm e de Ss foram levados a cabo. Em todos os casos o absorvance às 560 nm eram determinados contra resultados de time. Os resultados desta investigação indicam o seguinte: 1) em CSL, Sm e Ss estimulam o crescimento de V1 com diluições de sobrenadante de 1/80, 1/40, 1/20, 1/10 e 1/5. 2) O efeito estimulante de Sm e Ss em V1 não desaparece quando os sobrenadantes são neutralizados ou calentados, nenhum quando o proteinasa foi somado.

Destes resultados concluímos que aquele lactato produzido pelo metabolismo dos estreptococos iria estimular o crescimento de Veillonella. Estas interações metabólicas favoreceriam a proporção destes últimos microorganismos nos ecossistemas orais. (Apoiado pelo Conselho de Investigação da Universidade Nacional de Tucumán - Argentina.)

B121

Avaliação microscópica de dois tratamentos para cárie incipiente: estudo in situ.

NEVES, A. A.*, PRIMO, L. G.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2098. E-mail: alineves@unisys.com.br

Este trabalho teve por objetivo avaliar, in situ, o esmalte desmineralizado submetido à escovação dentária ou a uma aplicação tópica de NaF através de estereomicroscopia, MEV e luz polarizada (MLP). Fragmentos de esmalte desmineralizados por um gel acidificado foram incluídos em dispositivos intrabucais de 5 voluntários. O estudo constou de 3 fases de 14 dias: (C+) esmalte desmineralizado exposto ao ambiente bucal; (E) esmalte desmineralizado + escovação 3 vezes ao dia + exposição ao ambiente bucal e (F) esmalte desmineralizado + NaF neutro a 2% por 4 minutos previamente à exposição na cavidade bucal. Os voluntários utilizaram dentifrício fluoretado durante o estudo. Um último grupo consistiu de esmalte desmineralizado não-exposto ao meio bucal (C-). Todos os grupos que passaram pela etapa in situ apresentaram cavitação na superfície além de diminuição da área desmineralizada quando comparado ao C-, sendo que no E este valor foi estatisticamente significante (p = 0,003). Ao MEV, C+ e F mantiveram as irregularidades causadas pelo desafio ácido. No grupo E houve maior lisura superficial com exposição da camada subjacente. Em MLP, C+, E e F tiveram diminuição da profundidade das lesões estatisticamente significantes quando comparado ao C- (p << 0,0l).

Diante da amostra estudada, conclui-se que a escovação do esmalte desmineralizado com dentifrício fluoretado provoca regularização da superfície atacada. O uso do gel fluoretado não causou maior diminuição da área desmineralizada ou modificações significativas na porosidade das lesões comparado ao grupo E.

B122

Análise da concentração de flúor na água de abastecimento público da cidade de Niterói - RJ.

MAIA, L. C.*, VALENÇA, A. O. M. C., CURY, J. A.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF; UFPB; UNICAMP. E-mail: rorefa@microlink.com.br

O objetivo do presente estudo foi realizar um monitoramento externo da concentração de flúor das águas de abastecimento público do município de Niterói - RJ, visando observar possíveis variações na sua concentração e o percentual de adequação dos valores encontrados. Foram coletadas três amostras mensais de cada um dos 34 bairros abastecidos por água tratada pela única estação de tratamento local, durante o período de janeiro à dezembro de 2000, as quais foram analisadas através do método potenciométrico. Como resultados, pode-se observar que a média (n = 1.233) anual da concentração de fluoreto na água foi 0,44 ppm (0,02-2,7 ppm). Mensalmente foram encontrados os seguintes teores médios (ppm F): 0,05 (jan.), 0,04 (fev.), 0,33 (mar.), 0,85 (abr.); 0,68 (mai.), 0,05 (jun.), 0,10 (jul.); 0,91 (ago.); 0,71 (set.); 0,52 (out.); 0,53 (nov.); 0,52 (dez.). Em relação ao percentual de adequação, pode-se observar que 563 (45,7%) amostras possuíam teores desprezíveis de íon flúor (até 0,1 ppm); 248 (20,1%) eram abaixo da média ótima (0,11 à 0,59); 163 (13,2%) encontravam-se dentro do limite ótimo (0,6 à 0,8) e 259 (21,0%) estavam acima do teor ótimo de fluoreto (acima de 0,8), caracterizando um total de inadequação de 1.070 (86,8%) amostras.

Pode-se concluir que no transcorrer do ano 2000, o município de Niterói não apresentou níveis ideais de fluoreto nas águas de abastecimento, o que reitera a necessidade de controle desta medida para que a população possa, efetivamente, alcançar o seu benefício máximo na diminuição da prevalência de cárie.

B123

Diagnóstico visual e visual-radiográfico de cárie oclusal em molares decíduos.

SANTOS, L. M.*, ROCHA, M. J. C.

Departamento de Estomatologia – UFSC. E-mail: lmsantos@loja.net

Este estudo teve por objetivo avaliar a concordância quanto ao diagnóstico visual e visual-radiográfico de cárie oclusal em um grupo de examinadores não calibrados, a influência do raio X interproximal no diagnóstico e relacionar os achados dos examinadores com os do estereomicroscópio (40 X). 27 odontopediatras examinaram molares decíduos fixados em blocos de resina acrílica e numerados de 1 a 32. O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira, realizaram o exame visual e para cada dente, responderam as seguintes questões: 1) Na sua opinião, existe cárie oclusal neste dente?; 2) Caso a resposta seja positiva, em que nível a cárie se encontra? A)esmalte, B)esmalte/dentina. Na segunda etapa, responderam as mesmas questões da primeira, porém com o auxílio do raio X. As concordâncias entre os examinadores quanto aos diagnósticos sem e com raio X expressas em estatística Kappa foram consideradas moderadas (K = 0,454941) e (K = 0,47715). De acordo com o cálculo do intervalo de confiança (95%), foi considerada, de média a moderada, com nível de significância de 2,5%. As médias dos diagnósticos positivos e negativos de cárie, sem o uso de raio X foram 10 e 22 e, com o uso de raio X, 9 e 23. A sensibilidade e especificidade média dos examinadores foi respectivamente, 0,36 e 0,82.

Concluiu-se que houve uma grande variação entre os examinadores; o raio X interproximal não alterou significativamente o diagnóstico visual e houve uma considerável falta de correspondência entre os diagnósticos realizados pelos examinadores e os achados no estereomicroscópio.

B124

Alterações histológicas e histoquantitativas durante a movimentação ortodôntica.

AGUIAR, A. C. F.1, ALVES, J. B.1, CRUZ, S. C. C.*1, BORBA, W. A.2

FO – PUC - Belo Horizonte, Minas Gerais; 2UNIUBE - Uberaba, Minas Gerais.

O presente estudo compara o efeito do paracetamol e do ácido acetilssalicílico na remodelação óssea durante a movimentação ortodôntica em ratos. Foram utilizados 24 animais, machos, da raça Wistar, divididos em 3 grupos, segundo a medicação administrada: grupo I (grupo controle) - sem medicação; grupo II - paracetamol e grupo III - ácido acetilssalicílico. Toda a amostra recebeu uma banda elástica entre os primeiros e os segundos molares superiores do lado direito, por um período de 4 dias. O lado esquerdo serviu de controle em todos os grupos.

A análise histológica mostrou em todos os animais submetidos à separação dentária, intenso processo inflamatório na região da papila interdentária, assim como reabsorção da crista óssea. Os dados histométricos revelaram maior número de osteoclastos no lado direito (experimental) do que do lado esquerdo (controle). No grupo III, o número de osteoclastos foi menor que nos demais grupos. Medidas lineares da separação dentária foram obtidas e analisadas pelo teste t, sendo que a menor separação entre os dentes foi observada no grupo tratado com ácido acetilsalicílico. Dessa forma, os resultados ressaltam as propriedades do ácido acetilsalicílico de inibir a ciclooxigenase e, conseqüentemente, a produção de prostaglandinas, mediadores importantes da reabsorção óssea no movimento dentário induzido, reforçando a contra-indicação desta droga na terapêutica do desconforto associado ao tratamento ortodôntico.

B125

Avaliação in vitro da ação do laser de baixa potência em amostra de Streptococcus.

SPONCHIADO-Jr., E. C.*, CARVALHO-Jr., J. R., PERIN, F. M., COSTA, L. A. S. S.,
SOUSA-NETO, M. D.

Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.

Os lasers de baixa potência possuem uma série de aplicações, sendo elas: antiálgica, bioestimulante e antiinflamatória. No entanto, na literatura encontramos pesquisas que comprovam a ação bactericida dos raios lasers de baixa potência em amostras de microrganismos. O objetivo do presente estudo é avaliar, in vitro, a ação bactericida do laser de baixa potência em colônias de Streptococcus. Nesta pesquisa, utilizou-se o aparelho laser semicondutor de arsenieto de gálio e alumínio, infravermelho e de 830 nm de comprimento de onda, nos tempos de aplicação de 3, 6 e 12 minutos. Tubos de ensaio de 10 x 75 mm foram cortados numa altura de aproximadamente 15 mm, para colocação da suspensão, facilitando a aplicação laser. Os raios foram dirigidos diretamente ao centro do longo eixo do tubo de ensaio, em feixes perpendiculares à superfície da suspensão. As irradiações foram feitas sobre o volume de 0,5 ml da suspensão bacteriana devidamente padronizada. Após a aplicação do laser, os tubos de ensaio foram incubados a 37ºC por 24 horas. A atividade antimicrobiana foi avaliada por meio do método experimental de difusão em ágar, no meio de cultura líquida Brain Heart Infusion, onde verificou-se crescimento bacteriano após a aplicação dos raio laser de baixa potência.

Pode-se concluir que o raio laser foi incapaz de produzir efeito letal sobre o Streptococcus.

B126

Membrana absorvível promove a regeneração óssea em defeitos em crânio de cobaias.

TAGA, M. M. L.*, CESTARI, T. M., TAGA, E. M., TAGA, R., GRANJEIRO, J. M.

Departamento de Prótese/Periodontia – FOB – USP. E-mail: jomagra@fob.usp.br

Materiais à base de colágeno bovino têm sido extensivamente usados na Medicina e Odontologia devido às suas propriedades biológicas e físicas. No atual trabalho com intuito de avaliar a reparação de defeito ósseo de tamanho crítico com utilização de dupla membrana de cortical óssea bovina desmineralizada (Gen-derm, 250-300 µm de espessura), produzimos uma lesão óssea de 12 mm de diâmetro no crânio de 30 cobaias. Nos grupos experimentais, o defeito foi protegido por uma membrana sobre a dura-máter, sendo acima desta, colocada uma haste de osso alogênico desmineralizado e inativado de 3 mm de diâmetro como mantenedor de espaço, e após preenchimento com coágulo sangüíneo, recoberto por uma segunda membrana colocada abaixo do periósteo. Os grupos controles foram preenchidos somente com coágulo sangüíneo. As calvárias foram coletadas 1, 3 e 6 meses após as cirurgias. As análises radiográfica, morfométrica e histológica mostraram que no grupo tratado com Gen-derm, um mês após a cirurgia, novo tecido ósseo de arranjo trabecular já ocupava 49% da área dos defeitos e ao final de 6 meses, em dois casos, ocorreu fechamento total dos defeitos com tecido ósseo neoformado já tendendo a um arranjo compacto e nos outros três casos, 78% da área total dos defeitos estava preenchida por tecido ósseo, sendo que no grupo controle a área total de osso neoformado foi somente de 48%.

Estes dados indicaram que o uso de dupla membrana e um material mantenedor do espaço favoreceu a reparação de defeito ósseo de tamanho crítico em crânio de cobaia.

B127

Prematuro: avaliação das condições orais de risco.

RUBIO, C. L.*, GARBERO, I., LEÓN, R. G. P. de, CARDENAS, I. L. B. de

Cát. de Microbiología Odontología e Cát. de Obstetricia. Medicine – UNT – Argentina.

O objetivo do trabalho presente era avaliar a presença de condições orais de risco em mães de recém-nascidos prematuros (PNB). O estudo incluía uma amostra de mães de 49 recém-nascidos no Quarto de Internação Combinada Diferenciada do Instituto de Maternidade e Ginecologia Nossa Senhora do Mercedes de San Miguel de Tucumán, desde fevereiro para abril de 2001. Para a análise estatística dos dados foi estratificado de acordo com o prematuro foi espontâneo (Grupo I) ou associou a outra patologia materna (Grupo II). As variáveis orais registradas eram: CPO, IG (Löe e Silness), sondando profundidades (SP), unidades formadoras de colônias de C. albicans em saliva sem estimular (UFC/ml); fumando. Os resultados obtidos foram os seguintes: meios e SD em Grupo I: Idade: 23,05 ± 4,9 anos; Gestacional envelhecem: 34,02 ±3,50 semanas; recém-nascido pese 2.009 ± 777,40 g; IG:1,05 ± 0,4; SP: 2,36 ± 2,46; UFC/ml: 3.641,82 ± 5.444,26; componente C: 8,16 ± 5,42; número de cigarros diários: 0,63 ± 1,65 e em Grupo II: Idade: 29,815 ± 8,15 anos; Gestacional envelhecem: 35,92 ± 3,04 semanas; recém-nascido pese: 2.641,54 ± 838,86 g; IG: 1,22 ± 0,40; SP: 3,23 ± 2,7; UFC/ml: 975,38 ± 1.916,14; componente C: 8 ± 4,22; número de cigarros diários: 3,76 ± 7,39.

Apesar das diferenças significantes na idade e no número de cigarros diários consumidos pela mãe e no peso do recém-nascido, em ambos os grupos não conheceram diferenças com significado estatístico nas condições orais avaliadas. (A investigação presente foi subsidiada pelo Conselho de Investigações do UNT – CIUNT.)

B128

Reanimação cardiopulmonar: um estudo piloto em Belo Horizonte.

PERONI, L. D.*, LIMA, T. K. S., SANTORO, L. C., BOTELHO, R., ALVES, L. C. F.,
NOMAM-FEREIRA, L. C., MENDONÇA, L. L., BARREIROS, I. D.

DCPCO – FO – UFMG. Tel.: (0**31) 3499-2427.

O presente estudo piloto tem como objetivo avaliar por meio de questionários aplicados a profissionais da área odontológica, se os mesmos estão preparados em relação à execução dos procedimentos de reanimação cardiopulmonar (RCP) e se possuem em seus consultórios os equipamentos necessários à realização da mesma. Além disto, pretende-se verificar se os dados obtidos com a aplicação dos questionários se encontram em concordância com a bibliografia atual sobre o assunto estudado. A amostra randomizada é constituída por cinqüenta cirurgiões-dentistas trabalhando em diferentes regiões da cidade de Belo Horizonte. Foi realizada uma entrevista com os profissionais cujo questionário abordava questões relacionadas à habilidade do profissional na realização da RCP, como e onde esses profissionais tiveram acesso às informações a respeito da técnica e quais os equipamentos estavam disponíveis em seus consultórios.

Os resultados demonstraram que a maioria (72%) dos cirurgiões-dentistas não domina o conhecimento nem tampouco as técnicas e os passos da RCP, além de não possuírem ou mesmo conhecerem os equipamentos necessários para tal procedimento. Já os cirurgiões-dentistas, que se encontram preparados para a realização da reanimação cardiopulmonar, possuem os instrumentos utilizados na execução da mesma.

B129

Latência e duração de ação anestésica local da mepivacaína 2% associada à epinefrina ou à levonordefrina.

SOARES, M. S., BORSATTI, M. A.*, PENHA, S. S., BUSCARIOLO, I. A.

O estudo comparou a latência e duração de ação anestésica em tecido pulpar após administração intrabucal de cloridrato de mepivacaína 2% (36 mg/1,8 ml) associada à epinefrina (Mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000, DFL) ou à levonordefrina (Mepivacaína 2% com levonordefrina 1:20.000, DFL). Foram atendidos 32 pacientes normorreativos deambulantes que sofreram procedimento restaurador em 4 dentes: 2 dentes inferiores posteriores pela técnica de bloqueio regional (sendo utilizada em cada consulta uma das associações anestésicas) e 2 dentes superiores pela técnica infiltrativa (utilizando as duas associações anestésicas). Foi realizada apenas uma anestesia local e uma restauração por consulta. A latência e a duração de ação foram obtidas pelo estímulo térmico com frio (tetrafluoretano) aplicado a cada 1 minuto na face vestibular de dente hígido vizinho ao restaurado. Em ambas as técnicas utilizadas, embora a latência da associação com epinefrina tenha sido menor do que com a levonordefrina (pela técnica infiltrativa: 113 ± 40 e 128 ± 58 s, e por bloqueio: 199 ± 81 e 220 ± 92 s, respectivamente), não houve diferença significativa entre os grupos de drogas (teste “t” de Student, p << 0,05). Para ambas as técnicas, a duração da ação anestésica não diferiu significativamente entre os grupos com epinefrina e levonordefrina (p << 0,05) (técnica infiltrativa: 123 ± 41 e 120 ± 40 min, bloqueio regional: 153 ± 45 e 156 ± 55 min., respectivamente).

Nenhuma das associações anestésicas estudadas apresentou vantagem sobre a outra quanto a latência ou duração da ação, para ambas as técnicas realizadas.

B130

Utilização das imagens digitais: aspectos jurídicos e forenses em Medicina e Odontologia.

MIYAJIMA, F.*, PEREIRA, C. B., DARUGE, E.

Departamento de Odontologia Social – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

O assunto em pauta seria de inexpressiva relevância se fosse abordado até pouco tempo atrás, onde informatização eletrônica era algo relacionado exclusivamente aos especialistas da área, e a busca de um resultado planejado, isto é, a finalidade, tinha como principal veículo o trabalho do indivíduo de uma forma manual e até certo ponto artesanal. Atualmente o que se sucede é uma incrementação geométrica dos sistemas mundiais, onde o limiar, bem como a exigência de um desempenho para uma determinada tarefa atinge níveis estratosféricos. Houve uma repentina mudança nos paradigmas do “possível” e “atingível” que o homem trazia desde o seu surgimento até então. Todavia como a Lei não acompanha a velocidade e o ritmo dos avanços tecnológicos da sociedade, não houve uma regularização governamental explícita, no Brasil, sobre a validade legal dos arquivos eletrônicos e de várias de suas metodologias derivadas até o momento, apesar do próprio governo lançar mão desta tecnologia em seus diversos serviços, como no recadastro de pessoas físicas e na declaração anual de imposto de renda. O presente trabalho visa abordar alguns aspectos recomendáveis aos profissionais e peritos nas ciências médicas e odontológicas, propor algumas soluções e finalmente esclarecer de forma sucinta que os arquivos digitais não são ilegais, apenas a Lei não se refere ainda a eles.

B131

Verificação do conceito de saúde bucal de professores do ensino fundamental.

MIRANDA, I. M. P.*, SILVEIRA, J. L. G. C., PEREIRA, H. C., AMARAL, M. C. P.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF; UFRJ; UNIG - RJ.

Este trabalho tem o objetivo de avaliar o conceito de saúde-doença bucal dos professores do ensino fundamental. Pretende-se obter um diagnóstico para a implantação de um Programa Educativo em Saúde Bucal específico para os professores. O método de abordagem foi o indutivo com procedimento estatístico. Trata-se de pesquisa censitária direcionada aos 35 professores do Colégio de Aplicação da UNIG - RJ. A técnica empregada foi a de observação direta extensiva através de questionários. Observou-se: 1) Quanto ao perfil: 39 anos em média, 90% do sexo feminino. 2) Escolaridade: 100% nível universitário sem pós-graduação. 3) Quanto ao conceito de saúde: 60% refere-se ao conceito de saúde da OMS, omitindo a vertente social. Apenas 15% respondeu o conceito completo. 4) Quanto à saúde bucal: 45% atribui causa bacteriana para a cárie. 25% acha que é causada apenas pela falta de higiene. 5) Origem das informações odontológicas apresentadas: 80% atribui às palestras ministradas pelos alunos de graduação em Odontologia da UNIG e 10% aos seus dentistas. 6) Quanto aos hábitos alimentares, 55% relata ingerir alimentos açucarados mais de 5 vezes/dia.

Uma das possibilidades de se trabalhar, de forma efetiva e continuada, em promoção de saúde com crianças do 1º grau ocorre através de seus professores. Estes, necessitam de capacitação que relacione saúde e cidadania, a fim de torná-los promotores de saúde.

B132

Percepções de adolescentes sobre saúde bucal.

NEIVA, A.*, SILVA, V. S., MAIA, L. C.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF; CBMERJ.

O objetivo deste estudo foi avaliar as percepções de adolescentes (A) a respeito de saúde bucal através de um questionário respondido por 109 A matriculados no Centro Integrado de Educação Pública 316 - Belford Roxo - RJ, onde o “Projeto Saúde na Escola” está implementado. Os dados foram inseridos num banco de dados do programa Epi Info 6.04 e os testes estatísticos utilizados foram qui-quadrado e Fisher, com significância de 1% e 5%. A maioria dos A (56,1%) consideram boca saudável aquela que é adequadamente higienizada. Dos 82 A (80,4%) que relataram nunca ter tido problemas bucais, 69 (84,1%) citaram a higiene bucal (HB) como importante para a saúde da boca, entretanto, a importância da HB também foi citada por 19 (95%) dos 20 A que relataram episódios prévios de dor e/ou cárie (p >> 0,05). Da mesma forma, a maioria dos A que se submeteram a exodontias (88,9%) também ressaltaram a importância da HB para a manutenção da saúde bucal (p >> 0,05). Adicionalmente, dos 42 A (42,4%) que se submeteram a exodontias, 17 (40,5%) relataram nunca ter tido problema de saúde bucal (p << 0,001).

Conclui-se que a maioria dos adolescentes associam a saúde da boca com a sua adequada higiene. No entanto, apesar de perceberem a relevância da higiene, o grupo estudado não parece colocá-la em prática de forma a prevenir os problemas bucais relatados. No campo das percepções, as exodontias não foram consideradas problemas de saúde bucal por uma parcela significativa dos adolescentes que se submeteram às mesmas.

B133

Percepção dos pacientes fumantes sobre a participação do fumo nas lesões bucais.

SOUZA, R. A.*, CALAZANS, P. M., SOARES, E. L., MAIA, L. C.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF; UNIGRANRIO.

O objetivo deste trabalho foi avaliar as percepções dos pacientes fumantes (PF) quanto à relação do fumo (F) na indução de lesões bucais (LB), particularmente sobre o câncer bucal (CB), bem como avaliar a participação dos dentistas (CD) no fornecimento de informações (I) aos PF sobre tal relação. Para tanto, foi realizada entrevista semi-estruturada, aplicada aleatoriamente em 52 PF (25 homens e 27 mulheres) atendidos no Hospital Municipal Lourenço Jorge (SMS - SUS) no Rio de Janeiro - RJ, no ano 2001. Os dados obtidos foram analisados percentualmente e pelo teste não-paramétrico do c² com nível de significância de 5%. Embora a maioria 32 (61,5%) dos PF fume mais que 10 cigarros/dia, não houve diferença estatisticamente significante entre o número de cigarros fumados por dia pelos PF e a percepção de que o F cause LB (p >> 0,05). Dentre os PF, 9 (28,1%) reconhecem o CB como lesão decorrente do hábito de fumar, 29 (55,8%) receberam I sobre a associação do F com LB através da mídia ou por outros profissionais de saúde, sendo que apenas 8 (15,3%) obtiveram tal informação por um CD e 37 (71,15%) PF não receberam quaisquer informações por parte dos CDs a respeito da importância de parar de fumar e da relação do F na indução de LB, especialmente o CB.

Os resultados deste estudo apontam para a necessidade de uma mudança de postura dos dentistas no enfrentamento das doenças bucais relacionadas ao hábito de fumar para que os pacientes fumantes possam obter destes profissionais informações que melhorem as suas percepções sobre a relação entre fumo e lesões bucais.

B134

Avaliação do perfil epidemiológico da cárie dentária na região centro-oeste do estado de São Paulo.

BASTOS, J. R. M.*, SALES PERES, S. H. C.

Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva – FOB – USP.
Tel.: (0**14) 234-8257. E-mail: jrbastos@fob.usp.br

Este estudo teve por objetivo analisar as condições de saúde bucal dos escolares de 12 anos de idade residentes na região centro-oeste do estado de São Paulo, Brasil. Participaram da pesquisa 485 crianças, sendo 253 meninos e 232 meninas, distribuídos em oito municípios participantes. Os resultados foram:

Conclui-se que a maior prevalência de cárie ocorreu no gênero masculino em todos os municípios com exceção Pongaí, diferente dos resultados da maioria dos trabalhos publicados. Fica a sugestão de que o perfil epidemiológico de cárie dentária está mudando na população, devendo ser avaliado, seja na conscientização ao autocuidado, escovação com dentifrício fluoretado e manutenção da saúde bucal.

B135

Traumatismos dentários em pacientes assistidos na Bebê-Clínica da FOA – UNESP.

PUGLIESI, D. M. C.*, VIEIRA, A. E. M., CUNHA, R. F., NERY, R. S.

Odontologia Infantil e Social – FOA – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: cunha@foa.unesp.br

A recomendação de que a primeira visita da criança ao dentista deve ser realizada no primeiro ano de vida, provocou o desenvolvimento de programas com filosofia educativa (conscientização dos pais sobre a saúde bucal de seus filhos) e preventiva (manutenção da saúde bucal do bebê). O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo dos traumatismos dentários em crianças de 0 a 3 anos de idade. Foram analisados um total de 1.654 prontuários de pacientes atendidos na Bebê-Clínica da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP no período de janeiro de 1996 a outubro de 2000. A freqüência de injúrias traumáticas foi de 16,3%. Houve maior acometimento do gênero masculino (62,6%), de crianças entre 1 e 2 anos de idade (39,9%) e dos incisivos centrais superiores (86%). A queda foi a principal causa dos traumatismos dentários (58,3%). Em 22,7% dos casos a busca pelo atendimento ocorreu entre 3 a 15 dias, após o traumatismo. Foi observado uma predominância de fraturas coronárias (49,4%) ao invés das luxações dentárias (40,9%).

Concluímos que o atendimento odontológico em bebês propicia uma observação mais precisa da ocorrência dos traumatismos dentários, apontando para um perfil diferente daquele relatado na literatura com relação ao tipo de traumatismo mais freqüente.

B136

Como é tratada a prevenção em Odontopediatria no Brasil?

GARCIA, L. D.*, CUNHA, R. F., PUGLIESI, D. M. C., VALERA, F. B., VIEIRA, A. E. M.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: cunha@foa.unesp.br

O propósito deste trabalho foi verificar a existência de programas de prevenção relacionados à área de Odontopediatria em Faculdade de Odontologia do território nacional. Foram encaminhados questionários à disciplina de Odontopediatria de 40 instituições, constando questões relacionados a programas de prevenção: sua existência, os procedimentos realizados, a sistemática de manutenção preventiva, realização de palestras, bem como assistência odontológica a bebês. Das 40 instituições consultadas, 27 responderam ao questionário (67,5%). Todas relataram que existe um programa de prevenção executado pelos alunos de graduação, sendo que em 13 faculdades este é desenvolvido em uma clínica específica. Os procedimentos realizados com maior freqüência foram a aplicação de selante, aplicação tópica de flúor, evidenciação de placa, profilaxia e escovação supervisionada. Após a conclusão do tratamento restaurador, o paciente é dispensado em 8 faculdades (29,63%) e encaminhado para manutenção preventiva em 19 (70,37%). Em 15 faculdades, palestras de orientação são realizadas, direcionadas aos pais e pacientes (80%), aos pacientes, (13,33%) e aos pais, (6,67%). Das 27 faculdades, 15 apresentaram um programa de assistência odontológica para bebês (55,6%).

Concluímos que existe conscientização quanto a realização de programas de prevenção, entretanto, há necessidade de uma melhor estruturação dos mesmos.

B137

Perfil de 181 famílias participantes em programa em saúde bucal.

LOUREIRO, R. M. T.*, SALIBA-GARBIN, C. A., SALIBA, N. A.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

Tendo em vista a necessidade de se conhecer o perfil de famílias participantes de um programa educativo-preventivo de saúde bucal a pais, alunos e professores em creches, escolas municipais e estaduais, realizou-se uma análise através de um questionário com os seguintes indicadores: escolaridade, renda familiar, quantidade de pessoas na família, tipo de moradia, estado civil, locomoção ao trabalho, perda de dentes, visitas ao dentista, uso de prótese, média de escovação ao dia. Verificou-se os seguintes resultados: 79,18% das famílias tem em sua composição 2 a 5 pessoas. Do total, 68,98% têm sua renda mensal de 1 a 3 salários mínimos; 4,88% não têm renda fixa; 31,2% recebe de 3 a 5 salários mínimos. Em relação à escolaridade apresentam-se com o primeiro grau incompleto 57,02%; 37,22% escovam os dentes em media 3 vezes ao dia. A perda de dentes por extração nas famílias, considerando-se o total foi de 86,22%.

Posto isso, conclui-se que existe a necessidade de reforçar e induzir comportamentos relacionados aos problemas bucais dos indivíduos, bem como considerar o perfil sócio-econômico da comunidade envolvida no programa.

B138

Avaliação histométrica ultra-estrutural de polpa dental de decíduos humanos com rizólise.

CAMARGO, F., CLARO, M. F. M.*, FEDERIGHI LEME, L. A. P., RIBEIRO, C. B.

CCBS – Curso de Odontologia – Universidade São Francisco - Bragança Paulista. Tel.: (0**11) 4034-8000.

O objetivo deste é avaliar histometricamente a ultra-estrutura pulpar de dentes decíduos humanos com rizólise fisiológica e sem cárie, através do inter-relacionamento entre macromoléculas não-fibrilares e fibrilas colágenas. Como controle usou-se polpa de caninos decíduos humanos sem cárie e sem rizólise fisiológica. Para o grupo experimental utilizou-se de polpa de caninos decíduos humanos sem cárie e com rizólise fisiológica até o terço médio da raiz. Os respectivos tecidos foram preparados para a técnica de rotina para MET, adicionando-se vermelho de rutênio ao glutaraldeído nas fases de pré-fixação e fixação. A partir dos cortes ultrafinos e com aumento de 5.000 X obteve-se as micrografias. Para a avaliação histométrica foram selecionados por amostragem aleatória simples 30 fotos de cada grupo, as quais foram aparadas para se obter uma área de 16 cm². Elaborou-se uma transparência, de mesmo tamanho, contendo 25 traços de 3 mm, eqüidistantes entre si, que foi realizada através de método simples de computador. Para a análise estatística foram construídos intervalos de confiança de 95% para as proporções de elementos da população para cada uma das estruturas estudadas. Para verificar se existe ou não diferença significativa entre os grupos controle e experimental, quanto às proporções de elementos de cada estrutura, foram realizados os testes de hipótese paramétricos para diferença de proporções.

Através dos resultados obtidos não é possível afirmar que a proporção de fibrilas colágenas e material não-fibrilar seja a mesma no grupo controle e experimental. (Apoio financeiro: Propep – USF - Bragança Paulista.)

B139

Prática de pesquisa como princípio educativo na graduação em Odontologia.

SILVEIRA, J. L. G. C.*, PADILHA, W. W. N.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF - RJ; UFPB – PB.

Este trabalho apresenta evidências de que o princípio educativo da prática de pesquisa possibilita a diferenciação dos resultados do processo de ensino-aprendizagem. A técnica de pesquisa foi a pesquisa documental a partir dos artigos científicos elaborados pelos alunos. O método de abordagem foi dialético com procedimento comparativo e estatístico (teste exato de  Fisher). Verificou-se a variação das freqüências quanto ao aspecto lógico (coerência entre Objetivos e Resultados e entre Metodologia e Conclusão) e formal (definição correta de Objetivo, Amostra, Teste de Significância Estatística, Gráficos e Tabelas), além da capacidade crítica. Amostra: 40 trabalhos, sendo 15 realizados em 1994 (G1: sem influência da prática de pesquisa no processo) e 25 realizados em 1998 (G2: após 8 períodos  de prática de pesquisa). Os resultados demonstraram melhoria na qualidade dos trabalhos, quanto ao aspecto lógico de coerência entre Objetivos e Resultados de 44% e entre Metodologia e Conclusão de 56%; quanto ao aspecto formal: definição de Objetivo: 33%, definição de Amostra: 29%, Teste de Significância Estatística: 12%, Gráficos e Tabelas: 76%. Desenvolvimento da capacidade crítica: no G1 nenhum trabalho atingiu a categoria 3 (capacidade de síntese e avaliação) contra 56% no G2, que atingiram o mais alto nível do domínio cognitivo.

Conclui-se que a prática de pesquisa apresenta evidências de determinar um aprimoramento da qualidade lógica e formal dos trabalhos, favorecendo o desenvolvimento da capacidade crítica dos alunos, demonstrando o princípio educativo da pesquisa.

B140

Histometria ao MET da polpa de decíduos humanos sem rizólise tratados com Safluoride.

CAMARGO, F. G., FEDERIGHI LEME, L. A.*, CLARO, M. F. M., SASAHARA, L. Y. A.

CCBS – Curso de Odontologia – Universidade São Francisco - Bragança Paulista. Tel.: (0**11) 4034-8000.

O objetivo deste foi avaliar histometricamente a proporção de macromoléculas não-fibrilares e fibrilas colágenas em polpa de dentes decíduos humanos sem rizólise e sem cárie após a aplicação de Safluoride na superfície dentinária. O grupo controle constou de polpa de caninos decíduos humanos sem rizólise e sem cárie. O grupo experimental de decíduos humanos que receberam desgaste na face mesial com cerca de 1,5 mm a partir da superfície externa, expondo a dentina. Imediatamente procedeu-se a aplicação de Safluoride (30%) por 5 minutos na superfície dentinária seguida de lavagem abundante, com exodontia após uma semana. Usou-se técnica de rotina para MET com vermelho de rutênio na fase de pré-fixação e fixação. Trinta micrografias com 16 cm² de área foram selecionadas por amostragem aleatória simples de cada grupo. Confeccionou-se uma transparência, de mesmo tamanho, com 25 traços de 3 mm cada um, eqüidistantes entre si, através de programa simples de computador. Para análise estatística foram construídos intervalos de confiança de 95% para as proporções de elementos da população para cada uma das estruturas estudadas. Para verificar se existe ou não diferença significativa entre os grupos de controle e experimental quanto às proporções de elementos de cada estrutura foram realizados os testes de hipótese paramétricos para diferença de proporções.

Os resultados mostram que não é possível afirmar que tanto a proporção de fibrilas colágenas, bem como a proporção de material não-fibrilar da matriz extracelular é a mesma nos grupos controle e experimental. (Apoio financeiro: Propep – USF - Bragança Paulista.)

B141

Verificação de aspectos relacionados à saúde bucal utilizando duas metodologias.

VALLE, D. D.*, VIANNA, R., QUINTANILHA, L., NEVES, T.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ. E-mail: dellavalle@openlink.com.br

O objetivo deste estudo foi verificar o desempenho de dois testes cariogênicos, antes e depois da aplicação de um Programa de Educação em Saúde. A amostra piloto consistiu de 25 crianças, de ambos os gêneros, com idades variando entre 60 e 71 meses, escolhidas aleatoriamente, pertencentes à rede escolar pública. Foi realizado um exame inicial e aplicado o teste salivar colorimétrico quantitativo No Cariesâ (Reny Lab), com o objetivo de avaliar o risco de cárie do paciente. Em seguida, foi aplicado o índice de placa de Quigley-Hein modificado por Turesky. Ao final de 30 dias, após a implantação de um Programa Preventivo de Educação em Saúde, as crianças foram reavaliadas da mesma forma. O índice de placa médio inicial foi de 2,58 e o final de 2,24, sendo que o índice No Caries® permaneceu em ambos momentos igual a “A” (número elevado de Streptococcus mutans e Neisseria bucalis).

Podemos concluir, apesar da pequena diferença entre os índices de placa inicial e final, que não existe o mesmo comportamento quanto ao risco de cárie pois os índices salivares mantiveram-se iguais nos momentos mencionados.

B142

Manifestações locais e/ou sistêmicas relacionadas à erupção dentária decídua.

VALLE, D. D., MARQUES, P.*, CASTRO, L. A., MODESTO, A.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ. E-mail: dellavalle@openlink.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência de manifestações locais e/ou sistêmicas durante a erupção dos dentes decíduos em crianças de 0 a 36 meses de idade da Clínica de Bebês da FO – UFRJ. Os dados foram coletados de 175 prontuários e analisados através do teste qui-quadrado. A ocorrência de manifestações foi observada em grande parte da amostra, n = 155 (88,5%), independente do gênero (p = 0,94). Dentre as manifestações observadas, as mais encontradas foram: aumento da salivação (81), diarréia (39), febre, irritação e coceira gengival (63), e outros sintomas (14). Destas crianças, 65 fizeram uso de algum tipo de medicação. Observou-se uma associação estatisticamente significante entre as seguintes variáveis: aumento da salivação e diarréia (p = 0,01), aumento da salivação e uso de medicação paliativa (p = 0,04), febre e irritação (p = 0,02), e, coceira gengival e uso de medicação paliativa (p = 0,01).

A maioria dos pacientes apresentou alterações locais e/ou sistêmicas, corroborando com os dados encontrados na literatura que sugerem uma associação entre estes sintomas e erupção dos dentes decíduos. Este estudo sugere a necessidade de um reforço nas orientações aos pais quanto às medidas preventivas a serem aplicadas, para que o bebê atravesse esta fase da maneira mais tranqüila possível.

B143

Avaliação da efetividade da radiografia digital em odontometria de dentes decíduos.

BASSO, M. D.*, SANTOS-PINTO, L. A. M.

Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

O objetivo deste estudo foi avaliar comparativamente os valores de odontometria obtidos em radiografia convencional e digital de dentes decíduos, utilizando-se diferentes instrumentos de medida para cada modalidade radiográfica. Duas radiografias periapicais, uma convencional e outra digital, foram obtidas de 22 incisivos decíduos com extração indicada, de crianças entre 3 e 5 anos de idade. O comprimento dos dentes nas radiografias foi medido por um único examinador. A aplicação da análise estatística dos dados obtidos demonstrou que os valores de odontometria obtidos na radiografia digital utilizando a régua eletrônica e a grade, apresentaram alto grau de concordância e foram diferentes estatisticamente, sendo que a régua eletrônica produziu valores maiores. Na radiografia convencional, utilizando-se o paquímetro e régua milimetrada, os valores de odontometria apresentaram alto grau de concordância e foram estatisticamente diferentes; a régua milimetrada apresentou valores maiores.

Os valores de odontometria realizada na radiografia digital com régua eletrônica foram estatisticamente iguais ao comprimento real do dente. (Apoio financeiro: FAPESP.)

B144

Responsabilidade civil do cirurgião-dentista: o pós-tratamento ortodôntico.

FERNANDES, F.*, CARDOZO, H. F.

Departamento de Odontologia Social – FOUSP. E-mail: fernandfernandes@uol.com.br

O objetivo deste trabalho foi investigar quais os procedimentos clínicos e as dificuldades do ortodontista no pós-tratamento ortodôntico (contenção e pós-contenção), verificando se as condutas adotadas satisfazem possíveis reclames de pacientes que já terminaram o tratamento corretivo, com base nas determinações do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor quanto ao relacionamento profissional/paciente. A literatura ortodôntica é controversa no que diz respeito a técnicas, tempo, estabilidade e dificuldades inerentes ao tratamento. Um questionário foi enviado pelo correio a todos os especialistas inscritos no CRO/PR; 95 deles enviaram respostas. A análise percentual das respostas obtidas demonstrou que 73,6% dos profissionais não têm consciência plena do tempo para reclamos à Justiça em relação ao tratamento odontológico. Não conhecem o Art. 177 do CCB (83,1%). Adotam contrato (67%), fazem ressalvas (48%), porém não estão cientes da validade das mesmas (59%). A maioria (60%) considera a responsabilidade civil do ortodontista como de resultado. Nos casos de recidiva pós-contenção, 70% propõem retratamento ortodôntico. Perante a insatisfação do paciente com o resultado do tratamento ortodôntico, 55% dos profissionais responderam que procurariam, de qualquer forma, evitar que o mesmo impetrasse ação de ordem cível.

O desconhecimento da Legislação e a existência de controvérsias no pós-tratamento ortodôntico, podem estar levando o ortodontista a responder civilmente pelas movimentações dentárias e alterações neuromusculares que ocorrerem nessa fase. (Apoio financeiro: CAPES/PICD.)

B145

Relação entre hábitos de sucção não-nutritiva e más-oclusões.

FORTE, F. D. S.*, BOSCO, V. L.

Pós-Graduação em Odontopediatria – UFSC. E-mail: bosco@ccs.ufsc.com.br

O aumento da freqüência de más-oclusões e hábitos de sucção não-nutritiva (HSNN) têm sido relatado em crianças na fase de dentição decídua. Com o objetivo de verificar a associação entre HSNN e a presença de más-oclusões, foram examinadas 180 crianças (90 com e 90 sem más-oclusões), de ambos os sexos, entre 3 e 6 anos, em Florianópolis - SC. Os dados sobre presença de HSNN foram obtidos através de questionário enviado aos pais que permitiram a participação de seus filhos no estudo. O exame clínico, para diagnóstico de má-oclusão, foi realizado por um profissional, previamente calibrado, nas próprias creches sob iluminação artificial. Para verificar a existência de associação entre as variáveis estudadas foi utilizado o teste do qui-quadrado (p £ 0,05). O Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da UFSC aprovou a realização deste estudo, assim como a direção das creches autorizaram seu desenvolvimento. A maioria das crianças não apresentaram hábitos (67,7% - 122/180) frente a 32,2% (58/180) que os praticavam, sendo 25% (45/180) sucção de chupetas e 7,2% (13/180) sucção de dedos. O desenvolvimento de má-oclusão esteve relacionado a presença de HSNN (p << 0,0001) embora não tenham sido encontradas diferenças quanto ao tipo de sucção (dedo ou chupeta).

Os HSNN foram encontrados em uma porcentagem significativa da população e sua presença contribuiu para o desenvolvimento de más-oclusões na dentição decídua.

B146

Análise do estágio extramuro da FOP – UNICAMP: 1994-2000.

ASSAF, A. V., KOZLOWSKI, F. C., ZANIN, L., MENEGHIM, M. C.*, PEREIRA, A. C.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209, fax: (0**19) 430-5362. E-mail: thalesam@hotmail.com

Os estágios extramuros têm se mostrado fundamentais na formação profissional e social do cirurgião-dentista. O objetivo deste estudo foi: verificar a produtividade do estágio extramuro da FOP – UNICAMP de 1994 a 2000 através da análise dos procedimentos curativos e ações preventivas; avaliar o perfil epidemiológico das crianças assistidas. Para tanto, foram analisadas 11.674 fichas clínicas e registradas de acordo com a metodologia previamente desenvolvida para a pesquisa. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FOP – UNICAMP. O número de crianças atendidas no período foi de 10.812, sendo que a média anual de restaurações foi de 4.071, selantes, 3.138 e aplicação tópica de flúor (ATF), 2.051. Observou-se durante o período da pesquisa um ceo médio de 2,83 sendo que o componente cariado foi o de maior representatividade (84,01%). O percentual médio de crianças livres de cárie foi de 30,83%.

De uma maneira geral observou-se uma maior demanda por ações preventivas em relação às curativas. Um aumento no número de restaurações adesivas em detrimento das restaurações de amálgama também foi constatado, acompanhando as mudanças da própria abordagem atual do tratamento da cárie. Observou-se também que o perfil epidemiológico das crianças que ingressaram no programa não vem se alterando com o tempo.

B147

Prevalência de cárie e fluorose após a fluoretação da água.

KOZLOWSKI, F. C.*, MENEGHIM, M. C., PEREIRA, A. C., AMBROSANO, G. M. B.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209, fax: (0**19) 430-5362. E-mail: fabiock@yahoo.com.br

Procurou-se determinar a prevalência de cárie e fluorose dental após a fluoretação da água de abastecimento público efetivada em 1997, em Iracemápolis, SP, Brasil, por meio de levantamento epidemiológico realizado em 2000 e comparação dos resultados obtidos com estudos de 1991, 1995 e 1997, que apresentavam metodologias semelhantes. Posteriormente à aprovação pelo CEP da FOP – UNICAMP e obtenção das autorizações necessárias, 244 crianças de 11 a 12 anos de idade, foram examinadas com espelho bucal plano e sonda exploradora por dois examinadores previamente calibrados, no pátio das escolas e sob luz natural. Os índices utilizados foram o CPOD, com média de 2,1 e o T-F, que apresentou 12,7% das crianças com fluorose igual ou maior que o grau 1. A variação do índice CPOD em função do tempo foi avaliada utilizando-se regressão polinomial, e a comparação dos percentuais de crianças com fluorose dentária (T-F ³ 1) em relação ao ano de estudo realizada pelo teste exato de Fisher. Os testes apresentaram-se estatisticamente significantes ao nível de 1%, demonstrando uma redução do índice CPOD em 68,7% e um incremento de fluorose de 84,3%, desde 1991.

Observa-se uma redução marcante da prevalência de cárie e um aumento da prevalência de fluorose, inferindo necessidade da realização de pesquisas futuras com o intuito de manter-se monitorada esta relação.

B148

Primeiro molar permanente e sua relação com o índice CPOD.

ASSAF, A. V.*, KOZLOWSKI, F. C., ZANIN, L., MENEGHIM, M. C., PEREIRA, A. C.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209, fax: (0**19) 430-5362. E-mail: thalesam@hotmail.com

Este trabalho buscou verificar a importância e a relação do primeiro molar permanente na determinação do índice CPOD e analisar as mudanças no perfil epidemiológico da cárie dental. Foram examinados, em Iracemápolis - SP, 1.878 primeiros molares permanentes de crianças de 11 e 12 anos de idade, de ambos os sexos, sendo 902 dentes no ano de 1996 e 976 no ano 2000. Os exames clínicos foram realizados por um mesmo examinador previamente calibrado, nos pátios das escolas e sob luz natural, com a utilização de um espelho bucal plano. Em 1996, para a idade de 11 anos, verificou-se um CPOD médio de 3,10 e um CPOD de 2,33, em relação aos primeiros molares permanentes (75,2% do índice); aos 12 anos, um CPOD médio de 4,06, e em relação aos primeiros molares, de 2,06 (64,0% do índice). Em 2000, o CPOD médio para os 11 anos de idade foi de 1,53 e com relação aos primeiros molares, de 1,37 (89,5% do índice). Aos 12 anos, o CPOD médio foi de 2,43 e em relação aos primeiros molares, de 1,96 (80,7% do índice). Apesar de ter ocorrido uma redução no índice CPOD em 50,6% e 40,1%, respectivamente, aos 11 e 12 anos de idade, entre 1996 e 2000, observa-se um aumento da participação dos primeiros molares permanentes na composição do índice CPOD, em média de 85,0%.

O componente “O” foi o mais prevalente em ambos os anos, sugerindo atenção especial aos primeiros molares permanentes desde a sua erupção, através do incremento de ações educativas e preventivas para as crianças e seus responsáveis, buscando-se a manutenção da higidez dental.

B149

A inserção da Odontologia para bebês na formação do médico pediatra.

MENESES, M. T. V.*, MARTINS, L. H. P. M., PORDEUS, I. A.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. E-mail: mtvmeneses@ig.com.br

Nos últimos anos intensificou-se a discussão sobre o trabalho transdisciplinar nos programas de promoção da saúde. O objetivo deste estudo foi verificar como o médico pediatra está inserido no contexto atual da promoção da saúde bucal do bebê, buscando avaliar as fontes de informação sobre saúde bucal infantil dos pediatras durante sua formação profissional. Os participantes foram sorteados a partir da listagem dos sócios da Sociedade Mineira de Pediatria e residentes em Belo Horizonte - MG. Foi feito o cálculo amostral, utilizando a fórmula de estimativa para proporções. Aplicou-se um questionário pré-testado, entregues e recolhidos pelo pesquisador, com 26 questões abertas e fechadas em 181 médico pediatras. A maioria dos médicos relatou que, durante sua formação profissional, nos cursos de graduação em Medicina (77,3%), residência médica (75,5%) e educação continuada (59,1%), os conteúdos de saúde bucal foram deficientes ou ausentes, e 70% dos profissionais consideraram seus conhecimentos sobre saúde bucal insuficientes frente às necessidades do seu dia-a-dia. Dentre as fontes de informações sugeridas pelos pediatras para informar a si próprios, eles destacaram os artigos científicos (71,8%), congressos e jornadas (62,4%), conferências e reuniões clínicas (65,2%), contato direto com odontopediatras (51,4%) e livros de medicina (49,2%).

Os pediatras mostraram-se abertos a uma abordagem multidisciplinar na promoção da saúde na primeira infância. Para isso, o tema saúde bucal deve ser incluído e revisto nas diversas etapas de formação profissional do médico pediatra. (Apoio: CAPES.)

B150

Erupção de caninos superiores permanentes: estudo em radiografias panorâmicas.

MARASSI, C. S.*, BASTOS, E. P.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ; FOV. E-mail: claudiamarasso@hotmail.com

O conhecimento dos padrões de erupção dos caninos superiores permanentes permitem o diagnóstico de alterações que podem variar de uma simples fase transitória do patinho feio na dentição mista ao trajeto de erupção ectópica e suas conseqüências desfavoráveis. A radiografia panorâmica provê uma variedade de informações, sendo provavelmente o exame preliminar na rotina clínica e ortodôntica. O objetivo deste projeto piloto foi estabelecer parâmetros radiográficos da erupção dos caninos superiores permanentes. Foram analisados a idade, o gênero, a inclinação do canino, sua relação com o incisivo central e lateral e o estágio de desenvolvimento da dentição. Utilizou-se 137 radiografias de crianças na faixa etária de 8 a 14 anos, com ausência de anomalias na região que foram digitalizadas e importadas para um programa de análise radiográfica (Radiocef 2000®). Os dados obtidos foram tabulados e analisados através do Epi Info 6. Os resultados foram analisados comparando diferentes estágios de desenvolvimento dentário: incisivos centrais permanentes erupcionados (Grupo 1), incisivos centrais e laterais permanentes erupcionados (Grupo 2), incisivos centrais, laterais e caninos presentes.

Houve diferença significante entre as médias da inclinação do longo eixo do canino com o incisivo lateral no G1 (n = 78) foi de 19,53º  11,31), no G2 (n = 100) foi de 20,65º (± 4,20) e no G3 (n = 96) foi de 5,21º (± 4,20) demostrando que existe uma grande variação na angulção destes elementos dentários, porém a análise dos fatores dependentes pode ser descrita quando se analisam os fatores dos lados direito e esquerdo.

B151

Comparação dos movimentos mandibulares em crianças portadoras ou não de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular.

LEMOS, A. D.*, BONJARDIM, L. R., GAVIÃO, M. B. D.

Departamento de Odontologia Infantil – FOP – UNICAMP. E-mail: adlemos@yahoo.com.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a amplitude máxima dos movimentos mandibulares em crianças com e sem sinais e sintomas de disfunção da articulação temporomandibular. A amostra consistiu de 68 crianças de 3 a 5 anos, de ambos os sexos, distribuídas em 2 grupos: Grupo I, crianças apresentando pelo menos um sinal e/ou sintoma de disfunção (n = 34) e Grupo II (grupo controle) crianças sem sinais e sintomas de disfunção (n = 34). Os sinais e sintomas subjetivos foram avaliados através de questionário dirigido aos responsáveis e, os objetivos, através de exame clínico intra- e extrabucal. Os movimentos avaliados foram abertura bucal, lateralidade direita e esquerda, mensurados com paquímetro digital e movimento de protrusão, com régua milimetrada, todos sob leve pressão bidigital. O teste “t” de Student foi utilizado para comparação entre os grupos. A média e o desvio-padrão de abertura bucal máxima para o Grupo I foi de 40,46 ± 6,66 mm e para o Grupo II, 40,26 ± 4,5 mm. Tanto na lateralidade direita quanto esquerda o Grupo I apresentou o valor médio de 6,74 mm e 1,77 mm e 1,55 para seus respectivos desvios-padrões. Já no Grupo II os valores foram 6,46 ± 1,48 mm e 6,62 ± 1,49 mm. Para a protrusão máxima, os valores foram 5,97 ± 1,72 e 5,56 ± 1,86 para os Grupos I e II, respectivamente. Todas estas médias não diferiram estatisticamente.

Concluiu-se que as amplitudes dos movimentos mandibulares não diferiram entre os dois grupos estudados, sugerindo que esta variável não seria indicativa de disfunção. (FAPESP – Processo 96/0714-6.)

B152

Programa de Odontologia para bebês: uma avaliação quantitativa e qualitativa.

PAIVA, S. V. de A.*, SILVA, E. M., RÊGO, D. M.

CMOS/UFRN.

O presente estudo teve como objetivo avaliar um programa de Odontologia para bebês em funcionamento há cinco anos na cidade de Natal. A pesquisa foi baseada em duas análises, uma quantitativa que buscou verificar a prevalência de cárie em 52 crianças acompanhadas pelo programa e outra qualitativa, onde através de entrevistas às mães, pela técnica do grupo focal, procurou-se apreender o efeito do programa nas atitudes relacionadas aos cuidados em saúde bucal de seus filhos. Para a análise quantitativa da prevalência de cárie foram aplicados os índices ceo-d, ceo-s e Knutson e os valores obtidos apresentados de forma descritiva e analítica. Os resultados apontaram que 4,2% das crianças de 24 a 35 meses apresentaram-se com a doença cárie, 18,1% das crianças de 36 a 48 e 16,7% daquelas de 49 a 60 meses. O ceo-s médio encontrado nas faixas etárias de 24 a 35, 36 a 48, 49 a 60 meses foi respectivamente 0,08; 0,40 e 1,16, acompanhando os dados do índice de Knutson. A análise qualitativa revelou satisfação das mães relacionado ao acesso, relação profissional-paciente e possibilidade de manutenção de saúde bucal de seus filhos.

As crianças acompanhadas pelo programa apresentaram uma baixa prevalência de cárie bem como o serviço mostrou-se resolutivo e eficaz sob a ótica das mães.

B153

Aspectos legais do atendimento à criança vítima de maus-tratos.

SILVEIRA, M. U. C.*, MIRANDA, I. M. P., SILVEIRA, J. L. G. C.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF - RJ; CUMSB - RJ; UNIG - RJ.

Este trabalho tem o objetivo de esclarecer os aspectos legais determinantes da conduta do odontólogo frente ao atendimento à criança vítima de maus-tratos. Pretende-se informar ao profissional os deveres e limites legais da sua atuação como profissional de Saúde, favorecendo a sua conduta. O método de abordagem foi o indutivo com técnica de observação direta extensiva utilizando questionários dirigidos aos representantes do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e da 1ª Vara da Infância e da Juventude - RJ, baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90, verificou-se: 1) obrigatoriedade em efetuar denúncia em casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos à criança ou adolescente; 2) aplicação de multa nos casos de omissão quanto ao dever de proceder à denúncia; 3) não se faz distinção no que se refere ao tipo de atendimento: público ou privado; 4) a denúncia não constitui-se em infração ética, vez que o dever é de observância legal; 5) o dever de denúncia não está condicionado à identificação do profissional nem determina a sua vinculação na investigação; 6) a denúncia pode ser efetuada oralmente ou por escrito nos Conselhos Tutelares, Juizados da Infância e Juventude, Divisão de Proteção da Criança e do Adolescente e ABRAPIA, fornecendo identificação e dados para apuração.

A conscientização do dentista da sua obrigatoriedade em denunciar os casos de suspeita de maus-tratos no seu exercício profissional é fundamental para viabilizar a providência dos órgãos competentes, o pleno atendimento das necessidades físico-psicossociais do seu paciente.

B154

Saúde bucal: informação entre estudantes do curso técnico de Enfermagem.

SERRÃO, J. H. V.*, FRANÇA, L. C. M., SILVEIRA, F. M., PADILHA, W. W. N.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF. E-mail: jh28rj@hotmail.com

Esta pesquisa objetivou verificar entre estudantes do curso técnico de Enfermagem o conhecimento que possuem sobre a doença cárie e informações de métodos preventivos e técnicas de higiene oral. Métodos: indutivo de abordagem e estatístico-descritivo de procedimento. Técnica: observação direta extensiva – questionário estruturado. Universo: estudantes do curso técnico de Enfermagem de instituição localizada em Niterói - RJ. Amostra: 66,6% do total de alunos matriculados. Deste total, 44,1% reconhecem a cárie como doença de origem bacteriana e infecto-contagiosa; 25% não a reconhecem como doença; para manutenção da saúde bucal, apontam: escovação freqüente e após refeições (63 indicações); anti-sépticos bucais e soluções fluoretadas (11); alimentação não-cariogênica (15); consideram a cárie problema de saúde pública 80,8% dos estudantes; 55,8% afirmam não saber lidar com pacientes impossibilitados de realizar sua própria higienização, como pacientes do CTI ou UTI. Entre os 39,7% que conhecem as técnicas, as indicações mais freqüentes foram: gazes embebidas em anti-séptico bucal e higienização de próteses, no caso de pacientes geriátricos. Algumas das conseqüências citadas do não-tratamento da doença cárie: abcessos, problemas endodônticos e perda dental. 89,7% consideram importantes conhecimentos de saúde bucal em enfermagem e para 33,8% a doença cárie tem relação direta com a qualidade de vida do indivíduo.

Embora reconheçam a cárie como problema de saúde pública, o percentual de estudantes com conhecimento da doença e métodos preventivos é pouco expressivo.

B155

Evasão do tratamento: um indicador de qualidade dos serviços odontológicos.

MARTINS. M., CELESTINO Jr., A., SILVA, M. G., ALMEIDA, Jr., L., OLIVEIRA, V., ROCHA, S., LIQUORI, M., GRAÇA, T. C. A.*

UFF; UFMG; UEPA; CESUPA; SMSRJ.

A avaliação de qualidade dos serviços odontológicos não se limita à abordagem clínica. Múltiplos elementos constituem-se como balizadores de um serviço que vise promover e manter a saúde. A evasão é um destes elementos que, apesar de relevante, por estar relacionada à satisfação do usuário, é muito pouco estudada. Através de pesquisa documental a partir dos prontuários de pacientes que iniciaram seu tratamento odontológico entre janeiro de 1999 e junho de 2000 num posto de saúde do município do Rio de Janeiro, os autores avaliaram os índices de evasão no período. Buscaram ainda caracterizar tais ocorrências em função de categorias estabelecidas segundo: o volume e complexidade do tratamento requerido, a proximidade da moradia do paciente em relação à unidade de saúde e à etapa do tratamento em que se encontrava o paciente quando o abandonou. A pesquisa permitiu conhecer a origem do encaminhamento dos pacientes que buscam atendimento odontológico. Verificou-se que mais da metade dos abandonos de tratamento ocorreram na primeira fase do tratamento (56,72%) e que 32,83% foram de pacientes que vieram do programa de manutenção com novas necessidades de tratamento cirúrgico-restaurador.

Concluiu-se que o abandono de tratamento está mais ligado à extensa necessidade de tratamento, que conseqüentemente demanda de um número maior de idas ao consultório odontológico do que à qualidade dos serviços propriamente ditos.

B156

Expectativa materna e reação da criança ao tratamento odontológico.

CHARLIER, S. C.*, FERREIRA, F. T., COSTA, M. E., CHIANCA, T., VIANNA, R. B. C.,
NOGUEIRA, R.

Disciplina de Odontopediatria – Doutorado – UFR. E-mail: sheylacharlier@ig.com.br

O estudo verificou a relação entre a expectativa das mães e a reação dos filhos ao tratamento odontológico. A amostra foi composta de 41 crianças de 7 à 39 meses de idade – 20 do sexo masculino e 21 do sexo feminino – atendidas na Clínica de Odontopediatria da UFRJ. Antes da consulta a mãe indicava, utilizando ilustrações numa ficha específica, como achava que seu filho reagiria ao tratamento. Ao final da consulta, o dentista registrava, na mesma ficha, como a criança havia reagido. Análises descritivas e comparativas dos dados foram realizadas, utilizando o programa Epi Info (versão 6.04). Vinte e cinco mães (60,98%) achavam que seus filhos iriam reagir negativamente (51,22%) ou desconfortavelmente (9,76%) ao tratamento, enquanto que dezesseis (39,02%) achavam que seus filhos reagiriam positivamente. As reações das crianças observadas pelo profissional foram: 43,9% - negativamente; 24,39% - desconfortavelmente; e 31,71% - positivamente. O teste qui-quadrado, comparando a expectativa da mãe com a reação observada da criança, apresentou um resultado altamente significativo (c² = 16,22; p << 0,0001).

Concluiu-se que houve uma forte relação entre o nível de expectativa materna e o comportamento apresentado pela criança no atendimento odontológico, fato que coaduna com a necessidade de orientação profissional prévia ao tratamento, a fim de diminuir a ansiedade da mãe e contribuir para melhorar o comportamento da criança durante a consulta.

B157

Dificuldades para realização de higiene bucal em pacientes especiais.

BOUÇAS, M. F.*, BARROSO NETO, L.G., MATUCK, I. C., VASCONCELLOS, B. S. S.

Associação Fluminense de Reabilitação – Odontologia Social –  UFF. E-mail: afr@afr.org.br

O objetivo desta pesquisa foi o de verificar a prevalência de dificuldades para a realização de higiene bucal em crianças portadoras de deficiências e estabelecer estratégias para sua superação. Foi estudada uma população de 54 crianças portadoras de deficiências com comprometimento neurológico – principalmente paralisia cerebral – em tratamento no Ambulatório de Odontologia da Associação Fluminense de Reabilitação. Os pais e cuidadores das crianças também foram estudados. As crianças eram de ambos os sexos e tinham entre 2 e 15 anos. Para a coleta dos dados, realizou-se entrevistas semi-estruturadas com os pais e cuidadores. Os resultados mostraram que 37% dos pacientes realizavam higiene bucal por meios próprios e que em 63% quem a realizava eram os responsáveis. Dos que realizavam a higiene, 65% relataram dificuldades-incoordenação motora 61%, ânsia de vômito 15% e falta de motivação 24%. No caso de pais e cuidadores que realizavam a higiene, encontrou-se dificuldades relatadas em 80% dos casos, 63% relataram reflexo de mordida ou cerramento dos maxilares, 23% dificuldades para cuspir ou sufocamento pela pasta e 14% hipersensibilidade ao dentifrício.

Conclui-se que a maior prevalência de dificuldades se situa no manejo das características de postura e espasticidade desta clientela e que medidas de treinamento dos cuidadores e de uso de adaptações simplificadas como abridores de boca podem influir nesta situação.

B158

Freqüência do consumo de lanches versus prevalência de cáries em bebês.

FERREIRA, F. T.*, NEVES, L. A., CHARLIER, S. C., COSTA, M. E., VIANNA, R. B. C.

Departamento de Odontopediatria – FO – UFRJ; UGF. Tel.: (0**) 433-2914.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a freqüência do consumo de lanches entre as refeições e sua relação com a presença de lesões de cárie em 100 crianças de ambos os sexos, sendo 47 do sexo masculino e 53 do sexo feminino, escolhidas aleatoriamente, com idades compreendidas entre 0 a 36 meses, atendidas na Clínica de Bebês do Departamento de Odontopediatria da Universidade Gama Filho. Foi feito um levantamento nas fichas dos pacientes atendidos no período de 1998 a 2000, as quais haviam sido respondidas pelos pais ou responsáveis, sendo todos os dados colhidos pelos alunos de especialização. Através das fichas pôde-se avaliar o índice de ceo-d (número de dentes decíduos cariados, com extração indicada e obturados) e hábitos alimentares como aleitamento natural e artificial, consumo de açúcar e freqüência do consumo de lanches entre as refeições. O índice de ceo-d médio das crianças foi 4,7. Das crianças selecionadas, 27 (27%) estavam livres de cárie e 73 (73%) apresentavam lesões cariosas. A freqüência do consumo de lanches entre as refeições foi constatada em 100% das crianças, sendo a faixa etária de maior consumo entre 19 e 36 meses (67,09%), consumindo 4 ou mais lanches entre as refeições.

Foi concluído que: a freqüência do consumo de lanches está diretamente associada com o alto índice de ceo-d encontrado; dentro dos grupos avaliados foi observado que quanto maior a faixa etária, maior foi a ingestão de lanches entre as refeições; todos os lanches ingeridos pelas crianças eram a base de açúcares e seus derivados.

B159

Avaliação do programa de promoção de saúde “Sorriso no campo”.

COSTA, M. E. P. R.*, CHARLIER, S. C., FERREIRA, F. T. S. C., CHIANCA, T., VIANNA, R. B. C.

Departamento de Odontopediatria – Doutorado – FO – UFRJ.

Este trabalho avalia um programa de promoção de saúde bucal, com base educativa e preventiva, na zona rural do município não-fluoretado, de Carmo de Minas - MG. Foram atendidas 86 crianças de 0 a 60 meses, com acompanhamento semestral, durante 18 meses. A avaliação do ceo, ceos e mancha branca ativa (MBA), foi feita na 1ª e 4ª visitas. O índice de placa visível (Ribeiro; Thylstrup) foi observado a cada 6 meses, juntamente com a instrução de higiene e aplicação de flúor tópico. A partir da 3ª visita, foi aplicado cariostático em dentes com lesão cavitada, sem comprometimento pulpar e verniz com flúor em MBA. Dos 69 dentes (34,5%), que apresentavam MBA, nas crianças acima de 24 meses de idade; 60,87% continuaram estáveis; 24,64% inativaram e 14,49% cavitaram ao final do trabalho. 93,5% das crianças com menos de 24 meses, não apresentaram MBA. Alterações na quantidade e qualidade de placa visível entre a 1ª e 4ª medições não foram significativas (c2 = 0,15; p = 0,69). O aumento da proporção de crianças abaixo de 25 meses de idade com novas lesões cariosas (19,3%), foi estatisticamente significativo (c2 = 4,22; p = 0,04), enquanto que nas maiores de 24 meses (9,1%), não foi significativo (c2 = 1,22; p = 0,27). O aumento de crianças apresentando lesões cariosas acompanhou a progressão da idade e do nº de dentes erupcionados.

Para maior eficácia do programa, será necessário aumentar a freqüência de exposição das crianças ao flúor e incorporar estratégias curativas para lesões cavitadas.

B160

Conhecimento dos responsáveis sobre dieta, mancha branca e lesão de cárie.

GRAZZIOTIN, G*., FERREIRA, F., CHARLIER, S., COSTA, M. E. P., VIANNA, R. B., CHIANCA, T.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UGF; UFRJ. Tel.: (0**21) 434-1812/3396-6520.

Este estudo investigou o conhecimento dos responsáveis sobre dieta, mancha branca e identificação da presença de lesão de cárie em seus filhos. A amostra foi composta por 45 responsáveis, que acompanhavam um único filho para atendimento na Clínica de Odontopediatria da Universidade Gama Filho, em novembro de 2000. A coleta de dados dos responsáveis foi realizada por um dentista, através de um questionário com perguntas fechadas. Foi coletado da ficha de atendimento dos filhos dos entrevistados, o índice de CPOD para verificar se o conhecimento dos pais tinha relação com a presença de lesão de cárie. Em relação às informações obtidas sobre dieta, 73,3% dos responsáveis informaram nunca ter recebido; 84,4% nunca obtiveram nenhum tipo de informação sobre mancha branca e quanto a lesão de cárie, 57,7%, disseram ser capazes de identificá-la. Os pais que não obtiveram informação sobre dieta apresentaram 100% dos filhos com cárie; dos que obtiveram informação, 83,3% apresentaram cárie. Dos pais que não obtiveram informação sobre mancha branca, 94,7% dos filhos apresentaram cárie, e em relação aos que receberam, 100% dos filhos à obtinham. Quanto à identificação de lesão de cárie, 94,7% das crianças das quais os pais não sabiam identificar, tinham cárie e 96,15% das quais os pais sabiam, possuíam cárie. Não houveram diferenças estatisticamente significativas entre as proporções comparadas (p >> 0,05).

Os resultados do estudo mostraram que não houve relação entre o nível de conhecimento dos pais sobre dieta, mancha branca e lesão de cárie e presença de lesão de cárie nos filhos.

B161

Avaliação da ansiedade e comportamento de crianças frente a procedimentos odontológicos e a correlação dos fatores influenciadores.

GONÇALVES, M. R., CASTRO, A. M.*, MACHADO, A. S., SUNDEFELD, M. L. M.,
GONÇALVES, S. F. M.

Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

Os objetivos deste estudo foram avaliar a ansiedade e o comportamento de crianças frente a procedimentos odontológicos preventivos, assim como os fatores influenciadores. Foram selecionadas 50 crianças, as quais recebiam assistência preventiva na Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Araçatuba. Os pacientes foram separados de acordo com a idade, sendo 22 da faixa etária de 6 a 7 anos e 28 de 8 a 9 anos. Os instrumentos utilizados para avaliar a ansiedade foram um teste projetivo, monitoramento da freqüência cardíaca e avaliação do comportamento. Os resultados do teste projetivo revelaram que 70% das crianças apresentaram-se sem ou com baixo nível de ansiedade. Na faixa etária de 8 a 9 anos verificou-se maior proporção de pacientes com ansiedade moderada e comportamento potencialmente não-cooperativo. Uma relação estatisticamente significante entre os resultados do teste projetivo e avaliação do comportamento foi observada. A freqüência cardíaca permaneceu na faixa de normalidade, não sendo relacionada à ansiedade. Entre os fatores considerados influenciadores da ansiedade odontológica infantil, idade, gênero, experiência odontológica anterior traumática, influências negativas de terceiros e ansiedade materna, não constatou-se associações estatisticamente significantes. (Apoio financeiro: CAPES.)

B162

Reimplante de dentes decíduos: estudo histológico em cães.

BOER, F. A. C.*, PERCINOTO, C.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. E-mail: percinot@foa.unesp.br

O propósito do presente estudo foi avaliar, histologicamente, a resposta biológica dos dentes decíduos de cães, após reimplante imediato. Utilizou-se 12 cães divididos em 2 grupos de acordo com o período experimental de 1 e 3 semanas. Em 21 incisivos intermédios superiores e inferiores realizou-se a extração, a endodontia, o reimplante e a esplintagem. Os 21 dentes homólogos, sem tratamento, serviram como controle. Após os períodos experimentais os animais foram sacrificados e, as peças obtidas, processadas para análise histológica. Na maioria dos cães de 1 semana o epitélio gengival estava inserido na junção amelocementária com pequeno número de células inflamatórias crônicas no cório gengival; o ligamento periodontal mostrou-se parcialmente restabelecido com infiltrado inflamatório mais expressivo no 1/3 apical; pequenas reabsorções radiculares foram observadas no lado palatino/lingual no 1/3 apical. Nos cães de 3 semanas observou-se: ausência de inserção epitelial gengival, predominantemente no lado vestibular, com moderado infiltrado inflamatório crônico; o ligamento periodontal, no geral, mostrou-se com ausência de reinserção ósseo-cementária principalmente no lado palatino/lingual, com infiltrado inflamatório expressivo na região apical e também, grandes reabsorções radiculares foram encontradas predominantemente nos lados palatino e lingual.

Após análise, concluiu-se que o reimplante dos dentes decíduos provocou alterações histológicas, tanto no dente quanto na gengiva e no alvéolo, sugestivas de impossibilidade de sua manutenção, quando comparadas aos dentes controles.

B163

Avaliação de um programa de promoção de saúde bucal em crianças HIV+.

RIBEIRO, A. A.*, SOUZA, I. P. R.

Departamento de Odontopediatria – UFRJ; UNESA; UNIGRANRIO; IFF – FIOCRUZ. E-mail: apoenaribeiro@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar um Programa de Promoção de Saúde Bucal (PROGRAMA) em 57 crianças (cças) HIV+ [idade entre 0 e 14 anos; média 68,9 meses (DP 36,3)], pacientes de 2 hospitais públicos do RJ. Após aprovação do Comitê de Ética do NESC/UFRJ, as cças e suas famílias foram treinadas para a realização de escovação caseira com qualidade. Mensalmente, as crianças recebiam reforço para o controle e manutenção da saúde bucal, remoção profissional de biofilme (biof), exames de tecidos moles e superfícies dentais. Inicialmente, a qualidade da higiene era deficiente [somente 7 cças apresentaram ausência de biof visível e 19 (33,9%) apresentaram biof espesso em dentes anteriores e posteriores – Índice de Ribeiro & Thylstrup, SBPqO 2000]; 58,9% apresentavam gengivite [média: 4,44 (DP 6,97) superfícies com sangramento gengival provocado]. 73% das cças apresentavam lesões cariosas ativas, com, em média, 8,03 (DP 10,91) superfícies com lesão em atividade. Após 12 meses observou-se melhora na qualidade da higiene [15 (26,3%) cças apresentaram ausência de biof visível e 8 (14%) apresentavam biof espesso em dentes anteriores e posteriores] e o número médio de superfícies com sangramento gengival diminuiu para 2,54 (DP 4,74). O número médio de lesões cariosas em atividade diminuiu [5,80 (DP 9,51)], aumentando o número médio de lesões cariosas inativas [antes: 3,76 (DP 4,33); depois: 5,91 (DP 6,11)].

Conclui-se que o PROGRAMA foi efetivo no controle das doenças cárie e gengivite, representando uma alternativa para promover saúde bucal em cças HIV+.

B164

A inserção da Odontologia no curso de Medicina da UERJ.

RAMOS, M. E.*, SOVIERO, V. M., CARVALHO, F. M., FERNANDES, J. C.

Odontologia – Ambulatório de Pediatria – UERJ; UNESA; Doutorado – UFRJ. E-mail: elizar@brfree.com.br

O objetivo deste trabalho foi demonstrar a inserção da Odontologia no curso de Medicina da UERJ e avaliar o nível de conhecimento dos internos/residentes em Pediatria sobre saúde bucal. De 1997 a 2001, durante a Disciplina de Pediatria, todos alunos (n = 109) estiveram presentes em pelo menos uma aula sobre prevenção da cárie e responderam a um questionário sobre o assunto. Esta foi uma das atividades do Projeto Odontologia Médica, já aprovado pelo Comitê de Ética. Os dados foram analisados pelo Epi Info utilizando o teste qui-quadrado. A idade média dos alunos foi 23,9 anos, destes 52 (47,7%) eram residentes. Em relação à amamentação 90 (86,6%) orientavam o início do desmame aos 6 meses, 62 (56,9%) sugeriam que após esta idade a amamentação noturna poderia ser eliminada e 50 (45,9%) indicavam o desmame completo aos 12 meses. O encaminhamento para o odontopediatra era realizado por 66 (60,6%), mas 40 (60,6%) o faziam apenas quando detectavam algum problema bucal. De toda a amostra, 88 (80,7%) não acreditavam na associação entre cárie e antibiótico e 108 (99,1%) não achavam necessária a prescrição de flúor sistêmico. Embora não significativo, os residentes discutiam mais sobre higiene bucal com as mães do que os internos (p = 0,07).

Os resultados sugerem que o conhecimento sobre saúde bucal dos internos/residentes, em alguns aspectos, deve ser melhorado e acredita-se que a presença da Odontologia no ambulatório possa atuar como um fator facilitador para este fim.

B165

Análise comparativa da percepção em saúde bucal entre professores do ensino fundamental com diferentes níveis de escolaridade.

VASCONCELOS, R., MATTA, M. L., OLIVEIRA, M. J. L.*, PAIVA, S. M., PORDEUS, I. A.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG.

Um dos papéis do ensino fundamental é educar para a saúde, fazendo com que as crianças sejam capazes de formar hábitos e comportamentos saudáveis, buscando melhor qualidade de vida. Assim, o professor assume um papel importante na saúde do escolar. O objetivo desse trabalho foi analisar a percepção em saúde bucal de professores do ensino fundamental com diferentes níveis de titulação. Para tal, foram comparados 46 professores, pertencentes a três escolas públicas de Belo Horizonte e Divinópolis - MG. Os dados foram coletados através de um questionário semi-estruturado e analisados de acordo com a titulação dos professores: Curso Normal (13%), Graduados (38%), Especialistas (24%), Mestres e Doutores (25%). Observou-se que, independente da titulação, apenas 54% receberam informação em saúde bucal, sendo que, os menos titulados relataram a escola fundamental como a principal fonte destas informações e os mais titulados, a própria família. Os professores com menor titulação trabalhavam mais o conteúdo saúde bucal (85%) e havia um desejo pela obtenção destas informações, independente do grau de formação (87%). Quanto à integração entre as áreas de Saúde e Educação, 82% dos professores relataram não haver integração.

Conclui-se que o conteúdo Saúde Bucal não é trabalhado nos cursos de formação de professores, a escola e a família são importantes fontes de informação em saúde, os professores têm interesse em receber informações sobre o tema, é importante realizar projetos pedagógicos que integrem profissionais da Odontologia e Educação.

B166

A escolaridade como fator de interferência na percepção de saúde bucal de gestantes.

MATTA, M. L.*, VASCONCELOS, R., PAIVA, S. M., PORDEUS, I. A.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. Tel.: (0**31) 3224-0815. E-mail: mattaml@bol.com.br

Sabe-se que a gestação é uma fase de alta receptividade a mudanças de comportamentos. Assim, o objetivo deste estudo foi relacionar escolaridade, conhecimentos e hábitos em saúde bucal de gestantes, na busca de dados que contribuam para um planejamento de ações em saúde bucal voltadas para este grupo específico de mulheres. Entrevistou-se 33 grávidas, 61% de 20 a 30 anos e 40% encontravam-se no 3o trimestre de gravidez. A renda mensal de 76% delas foi de 3 salários mínimos e 45% havia cursado o ensino fundamental incompleto. Oitenta e seis por cento se responsabilizaram pelas próprias perdas dentária. A atenção odontológica durante a gravidez, foi buscada por 21% destas, sendo que 60% só procuraram tratamentos para o alívio de dor. Dentre as que não procuraram o serviço odontológico, a falta de orientação foi o motivo alegado por 34% das gestantes, 21% alegaram falta de vaga nos serviços públicos ou falta de condições financeiras e 15% não consideraram necessário. Indagadas sobre a realização de procedimentos odontológicos durante a gravidez, 42% temiam prejuízo ao bebê. Através do teste exato de Fisher, ficou claro a homogeneidade do grupo quanto aos conhecimentos e atitudes em saúde bucal, independente da escolaridade.

Neste contexto, conclui-se que a escolaridade das gestantes não interferiu na sua percepção quanto as questões de saúde bucal.

B167

Avaliação do conhecimento de gestantes de baixo poder aquisitivo sobre práticas cotidianas em saúde bucal.

MATTA, M. L., VASCONCELOS, R., BARRÊTTO, E. P. R.*, PORDEUS, I. A., PAIVA, S. M.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. E-mail: lilident@uai.com.br

A atenção odontológica à gestante é hoje uma das maiores preocupações da Odontopediatria, que visa diminuir o risco de doenças bucais no bebê. Em comunidades carentes, pela falta de acesso aos serviços odontológicos, o autocuidado acaba sendo a única maneira de minimizar o efeito de tais doenças. O objetivo desta pesquisa foi avaliar, através de entrevista, a aplicação dos métodos caseiros de higiene bucal e hábitos de dieta de 33 gestantes de baixo nível sócio-econômico, que fizeram o pré-natal no Posto de Saúde São José, bairro de periferia de Belo Horizonte - MG. Escova dental e dentifrício foram utilizados por 100% delas. Quanto à freqüência de troca das escovas, 43% a faziam com intervalo de até 3 meses e 57% acima deste prazo. O número de escovações/dia foi de 2 vezes ou mais para 91% delas e para 9%, menos de 2 vezes. Quanto ao objetivo do uso da pasta dental, 91% a relacionaram à limpeza dos dentes e bem-estar físico, e apenas 7% relacionaram à proteção contra cárie. Quanto ao fio dental, 61% usavam sempre, 9% às vezes e 30% nunca usaram, sendo que 15% delas não sabem para que serve o fio e 70% atribuem a ele funções incorretas. Sobre o consumo de lanches entre refeições, 61% relataram fazer com alta freqüência, 18% faziam 2 lanches e apenas 21% faziam 1 só lanche. Estes lanches, em 64% dos casos, eram compostos por alimentos com sacarose.

Ficou claro que as gestantes de baixo poder aquisitivo mantiveram inadequados hábitos de higienização bucal e de dieta, reflexo da desinformação, o que pode influenciar os cuidados com a saúde bucal do bebê.

B168

Condicionamento da furca de decíduos com cianoacrilato e laser Er:YAG.

LOPES-SILVA*, A. M. S., LAGE-MARQUES, J. L.

Departamento de Odontologia – UNITAU. Tel.: (0**12) 232-8718. E-mail: adrienelopes@uol.com.br

A proposta do presente experimento foi avaliar in vitro a permeabilidade da dentina no assoalho da câmara pulpar de dentes decíduos, com o emprego do 2-octil cianoacrilato associado ou não ao laser de Er:YAG. Foram empregados 24 molares decíduos, divididos em quatro grupos, em que após preparo químico-cirúrgico cada grupo recebeu um tratamento diferente: Grupo 1 - foi controle, sem tratamento; Grupo 2 - o assoalho da câmara pulpar foi coberto com uma fina camada de Dermabond (2-octil cianoacrilato); Grupo 3 - o assoalho da câmara pulpar foi irradiado com laser de Er:YAG (250 mJ, 10 Hz por 30 segundos, energia total de 80 J e 320 pulsos), e coberto com uma fina camada de Dermabond; e Grupo 4 - o assoalho da câmara pulpar foi irradiado com laser de Er:YAG, nos parâmetros já descritos. Em seguida, os espécimes receberam aplicação do corante azul de metileno 0,5%, por 15 minutos. Todos os espécimes foram cortados no sentido mésio-distal e realizada a leitura das imagens digitalizadas no programa Image Lab, e os resultados obtidos submetidos à análise estatística. O Grupo 4 (Er:YAG) apresentou as maiores médias em porcentagem de área corada (19,5%), seguidos do Grupo 1 (11,1%), Grupo 3 (1,4%) e Grupo 2 (0,2%). O estudo estatístico permitiu identificar as seguintes diferenças: G1 versus G2 (0,1%); G1 versus G3 (1%); G1 versus G4 (não significante); G2 versus G3 (não significante); G2 versus G4 (1%) e G3 versus G4 (1%).

B169

Atividade anticariogênica em esmalte do Duraphat e Safluoride di Walter.

BERGAMASCHI, M.*, DELBEM, A. C. B., SASSAKI, K. T.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: mauberga@linsnet.br

Este trabalho avaliou o efeito anticariogênico do flúor liberado pelo verniz fluoretado e pela solução de diamino fluoreto de prata, utilizando ciclagens de pH. Foram utilizados 72 blocos de esmalte (4 x 4 mm) de dentes bovinos, selecionados através de análise da microdureza (Knoop) superficial do esmalte e feita a divisão dos grupos (n = 24) em controle (GC), verniz (GV) e diamino (GD), recebendo os respectivos tratamentos. Em seguida, analisou-se a concentração do flúor formado (FF) em metade dos blocos, e os restantes foram submetidos à ciclagem de pH a 37ºC. Posteriormente, foi analisada microdureza superficial final para o cálculo da % de perda de microdureza superficial (%PDS), a microdureza em secção longitudinal (MSL), e a concentração do flúor retido (FR). Para análise estatística, foram empregados a análise de variância (teste de Tukey) e o teste de Kruskal-Wallis (p << 0,01). Os resultados do FF e FR (ppm) foram para GC, GV e GD, respectivamente: 645,74A, 8091,87B, 1389,25C e 825,18A, 1473,27B, 701,82A. Os valores de %PDS foram para GC, GV e GD, respectivamente: 63,98 (± 4,94)a, 45,19 (± 4,10)b e 53,15 (± 1,85)c. Para MSL os valores foram para GC, GV e GD, respectivamente: 20 mm - 86,86 (± 14,04)a, 210,04 (± 50,59)b, 132,50 (± 42,35)a; 40 mm - 165,78 (± 35,44)a, 364,20 (± 53,30)b, 181,06 (± 31,28)a; 60 mm - 250,93 (± 36,51)a, 381,39 (± 35,89)b, 281,45 (± 34,20)a.

Conclui-se que o verniz fluoretado apresentou melhor ação anticariogênica, com menor perda mineral e maior concentração de flúor antes e após o desafio cariogênico.

B170

Atendimento odontológico regular: observação de pré-adolescentes pertencentes a escola da rede particular de ensino.

PINTO, L. R.*, BONAN, R. F., GARCIA, P. P. N. S.

Departamento de Odontologia Social – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6343.

O presente trabalho propôs-se observar a conduta de pré-escolares pertencentes a escolas da rede particular de ensino quanto ao atendimento odontológico regular. Para isso, um questionário, contendo questões relativas à fonte de informações sobre a importância do atendimento odontológico regular, freqüência de retorno prescrita, tempo da última visita ao dentista, bem como o motivo de retomo foi aplicado. A população de estudo foi composta por 263 escolares, de 10 a 15 anos, pertencentes a uma escola particular da cidade de Araraquara. Verificou-se que 83,6% dos dentistas dos escolares analisados informaram sobre a necessidade do atendimento odontológico regular, sendo que a freqüência mais recomendada foi a semestral para 23,9% dos escolares e quadrimestral para 31,5%. 31,5% dos pré-adolescentes haviam recebido atendimento odontológico no período de um mês, 10,3% de 3 a 6 meses e 8,7% de 1 a 2 meses, sendo que a grande maioria (65,8%) apresentou retorno espontâneo. Dentre os motivos observados para o último retorno ao consultório odontológico, o mais citado foi exame de rotina e prevenção (43,7%).

Mediante a metodologia aplicada pode-se concluir que a maioria dos escolares receberam informações sobre o atendimento odontológico regular de seus dentistas, que estes haviam retornado recentemente ao consultório odontológico e que o principal motivo deste retorno foi o exame de rotina e a prevenção das doenças bucais, sugerindo que a conduta de retorno de pré-adolescentes de escola particular apresentou enfoque preventivo.

B171

Condições bucais de crianças portadoras de distúrbios neurológicos.

WINZ, M. L. P.*, SOUZA, I. P., SILVA, V. S., LEPECKI, C., CESAR, J., ESTEVES, C.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ.

O objetivo deste estudo foi avaliar a condição bucal de 104 crianças portadoras de distúrbios neurológicos, com idade de 6 meses a 7,8 anos (48,6 ± 22,6 meses), usuárias de uma instituição municipal na cidade do Rio de Janeiro. Através de exame clínico, observou-se a presença de biofilme, gengivite e cárie. Para as análises estatísticas utilizou-se o teste do qui-quadrado (p << 0,05). 80,2% (n = 77) apresentaram gengivite enquanto que apenas 17,0% (n = 16) possuíam hiperplasia gengival. 7,1% (n = 7) da amostra apresentou cálculo supragengival porém, o biofilme estava presente em 83,5% (n = 81), estando este diretamente relacionado a gengivite (p << 0,001). Houve uma associação estatisticamente significativa da doença cárie com a presença de biofilme (p << 0,01) e gengivite (p << 0,05), sendo 88% a proporção de gengivite entre as crianças que têm cárie e 71,1% entre as que não têm.

Conclui-se que houve uma alta prevalência de biofilme em crianças com distúrbios neurológicos e, em razão deste estar diretamente associado à cárie e gengivite, torna-se fundamental a orientação dos responsáveis quanto à instituição de técnicas efetivas de controle de higiene bucal.

B172

Prevalência de bruxismo em crianças com distúrbios neurológicos.

ESTEVES, C. C.*, WINZ, M. L. P., SOUZA, I. P. R.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ.

A proposta do estudo foi avaliar a prevalência de bruxismo e fatores associados em crianças especiais. Foram selecionadas 87 crianças com distúrbios neurológicos (54,98 ± 18,46 meses) de uma fundação municipal na cidade do Rio de Janeiro. O estudo consistia de duas etapas. Na 1ª foi realizada exame clínico e questionamento quanto à presença de hábitos bucais como história de bruxismo (HB), sucção de chupeta, dedo, objetos e onicofagia. Na 2ª etapa, 40 crianças da fase anterior foram escolhidas aleatoriamente para realização de entrevista com os responsáveis sobre o bruxismo. Para as análises estatísticas utilizou-se o teste do qui-quadrado (p << 0,05). O bruxismo constitui-se no hábito mais prevalecente nesta população, estando presente em 72,4% (n = 63) da amostra. Houve associação entre a presença de facetas de desgaste dentário e HB (p << 0,05). Na segunda fase foi verificado que 35% (n = 14) das crianças apresentavam bruxismo atual (BA), 52,5% (n = 21) história passada (BP) e 12,5% (n = 5) nunca possuíram o hábito. 51,4% não possuíam motivo aparente relacionado ao ranger de dentes e o restante estava associado à alteração de humor (22,9%), verme (14,3%) e alteração sistêmica (11,4%). 83,3% das crianças que apresentavam sono agitado possuíam BA (p << 0,05). 52,9% apresentaram uma freqüência de bruxismo menor que 3 vezes na semana.

Conclui-se que crianças portadoras com distúrbios neurológicos têm elevada prevalência de bruxismo, estando este relacionado com a presença de desgaste dentário não-fisiológico, porém os fatores associados não estão claramente definidos.

B173

Micromorfologia da dentina de dentes decíduos submetidos a instrumentação endodôntica.

PITONI, C. M.*, FIGUEIREDO, M. C., SOUZA, M. A. L.

Disciplina de Odontopediatria – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tel.: (0**51) 223-3951. E-mail: cmpitoni@mailbr.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a micromorfologia da dentina radicular de dentes decíduos após instrumentação endodôntica in vitro, com três diferentes sistemas de irrigação, utilizando-se como parâmetro a presença de “smear layer” (SL). Trinta dentes decíduos ântero-superiores, com no máximo 113 de rizólise, foram instrumentados até a lima nº 30, irrigados com hipoclorito de sódio a 1% (HS) e após divididos em três grupos, de acordo com o sistema final de irrigação: Grupo 1: 1,8 ml de HS a 1%; Grupo 2: 1,8 ml de EDTA à 17%, seguido de 1,8 ml de HS; Grupo 3: 1,8 ml de ácido cítrico a 6% (AC), seguido de 1,8 ml de HS. Tanto o EDTA quanto o AC permaneceram 3 minutos nos canais radiculares. Os espécimes foram preparados para exame ao microscópio eletrônico de varredura no qual obteve-se fotografias da zona média dos canais. Como forma de diagnóstico da presença da “smear layer”, três examinadores atribuíram escores para as fotografias (0: ausência de SL; 1: SL moderada; 2: SL abundante), e concordaram em 74% dos escores atribuídos. De acordo com a mediana calculada a partir dos três escores obtidos para cada foto, observou-se que: G1: 100% de escore 2; G2: 50% de escore 0, 30% de escore 1 e 20% de escore 2; G3: 60 % de escore 0 e 40% de escore 1.

O HS promoveu a formação de SL e o uso de substâncias como o EDTA e o AC permitiu sua remoção e a obtenção de túbulos dentinários desobstruídos ou apenas parcialmente recobertos, obtendo-se escores 0 e 1 na maioria das amostras.

B174

Capacidade de limpeza da instrumentação manual e rotatória em molares decíduos.

MEDEIROS, A. S.*, NELSON-FILHO, P., SILVA, L. A. B., TANOMARU, J. M. G.,
TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, M. R.

FORP – USP; FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 602-3995.

O objetivo deste estudo foi comparar a capacidade de limpeza e tempo necessário para instrumentação de canais radiculares de dentes decíduos pelas técnicas manual e rotatória. Foram utilizados 17 molares decíduos, cujos canais radiculares receberam injeção de tinta nanquim, sendo divididos em 3 grupos. O Grupo I (n = 13) foi instrumentado utilizando-se o sistema rotatório ProFile 0.04, até o diâmetro 30 no comprimento real de trabalho. As raízes do Grupo II (n = 13) foram instrumentadas pela técnica manual, com limas tipo K até o número 30 e escalonamento anatômico até LK 40. No Grupo III (controle; n = 10) não foi efetuada instrumentação. Os dentes foram submetidos ao processo de diafanização, sendo a remoção da tinta nanquim mensurada em lupa estereoscópica, de acordo com os seguintes escores: 0- limpeza total; 1- remoção quase completa do corante; 2- média remoção de corante; 3- nenhuma remoção de corante. Não foi observada diferença entre a capacidade de limpeza nos terços radiculares cervical, médio e apical, após utilização da instrumentação rotatória ou manual (p >> 0,05), sendo predominante o escore 1. Ambas as técnicas de instrumentação foram diferentes do grupo controle (p << 0,001). O tempo médio gasto (3,46 min. para a instrumentação rotatória e 9,06 min. para a manual) foi estatisticamente diferente entre as duas técnicas.

Conclui-se que, embora não tenham sido observadas diferenças na capacidade de limpeza, a redução no tempo proporcionada pela técnica rotatória é um fator de relevância clínica na instrumentação de canais radiculares de dentes decíduos.

B175

Dentes decíduos com lesão periapical: microbiota, eficácia do preparo biomecânico e do curativo de demora.

FARIA, G.*, NELSON-FILHO, P., SILVA, L. A. B., SOUZA-GUGELMIN, M. C. M., ITO, I. Y.

FORP, FCFRP – USP. Tel.: (0**16) 602-4099.

O objetivo deste trabalho foi avaliar, por meio de cultura bacteriológica de amostras obtidas de 20 canais radiculares de dentes decíduos de humanos com necrose pulpar e lesão periapical, a prevalência de microrganismos nestes canais, assim como a ação antibacteriana do preparo biomecânico utilizando como solução irrigadora o hipoclorito de sódio a 2,5% e da pasta Calen utilizada como curativo de demora. Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FORP – USP (processo nº 2000.1.92.58.6), efetuou-se as colheitas microbiológicas antes e 48 a 72 horas após o preparo biomecânico e 48 a 72 horas após a remoção do curativo de demora, o qual permaneceu nos canais radiculares por um período de 21 a 30 dias. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de Wilcoxon. Na primeira colheita microbiológica, os microrganismos anaeróbios foram quantificados em 100% dos casos, os bacilos pigmentados de negro em 30%, os aeróbios em 60%, os estreptococos em 85%, os estreptococos do grupo mutans em 30%, os bacilos gram-negativos aeróbios em 15% dos casos e os estafilococos não foram quantificados. O preparo biomecânico foi eficaz na “esterilização” dos canais radiculares em 20% dos casos e o curativo de demora em 62,5%, enquanto que a ação cumulativa do preparo biomecânico e do curativo de demora foi eficaz em “esterilizar” os canais radiculares em 70,0% dos casos.

Concluiu-se que há necessidade da instrumentação e aplicação tópica de um curativo de demora entre sessões em dentes decíduos portadores de necrose pulpar e lesão periapical.

B176

Procedimentos odontológicos: promoção de saúde versus atividades curativas.

CARVALHO, D. M.*, OLIVEIRA, V., PADILHA, W. W. N., SILVEIRA, J. L. G. C.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF; Clínica Integrada – UFPB.

O modelo de atenção à saúde bucal incorpora a partir de 1988, uma nova abordagem conceitual que prioriza intervenções de caráter preventivo, visando a manutenção da saúde tanto em níveis individuais como coletivos. Este trabalho teve o objetivo de analisar os tipos de procedimentos odontológicos, em um posto de saúde no munícipio de Nova Friburgo no estado do Rio de Janeiro. O método de abordagem empregado foi o indutivo, com procedimento estatístico. A técnica utilizada foi a pesquisa documental, por intermédio da análise das planilhas de tratamentos executados no período de 1997 ao 2000, em 11.779 consultas odontológicas. Observamos que 92,5% referem-se às ações curativas e 7,5% às de promoção de saúde (PS) – fluorterapia, controle de placa bacteriana e cariostáticos. Quanto aos procedimentos de PS, identificamos no anos de 1998 (28,4%), 1999 (10,4%) e 2000 (5,6%) um decréscimo de tratamentos odontológicos preventivos.

Conclui-se que, apesar da recomendação do modelo de atenção à saúde bucal, a prática das intervenções odontológicas, ainda priorizam às ações curativas e que medidas de caráter preventivo são empregadas de forma restrita.

B177

Má-oclusão: prevalência em escolares do estado do Rio de Janeiro.

JORGE, R. R.*, BASTOS, L. F., HARARI, S. G., MEDEIROS, U. V.

UFF; UNIGRANRIO; UFRJ. Tel.: (0**21) 710-2178.

As oclusopatias constituem-se em problemas de saúde bucal de considerável relevância para a Saúde Pública. A ciência epidemiológica, neste contexto, procura definir a freqüência e severidade destas alterações nas diferentes comunidades do mundo, permitindo a implementação de estratégias de prevenção ou controle. O objetivo deste trabalho consistiu em determinar a prevalência de más-oclusões em escolares de 6 a 12 anos do estado do Rio de Janeiro. O presente estudo constituiu-se em uma pesquisa de campo realizada em cinco cidades representativas das regiões deste estado. Foram examinadas 2.916 crianças de ambos os sexos e ambas as redes de ensino (pública e particular), sendo 571 crianças da cidade do Rio de Janeiro, 565 da cidade de Petrópolis, 609 de Angra dos Reis, 589 na cidade de Rio das Ostras e 582 em Bom Jesus do Itabapoana. O Índice Simplificado utilizado baseou-se na orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS,1991). Os resultados obtidos revelaram que apenas 12,7% das crianças apresentavam oclusão normal (código 0), 12,5% dos escolares apresentavam alterações oclusais classificadas como leves (código 1) e 74,8% apresentavam má-oclusão de moderada à severa (código 2), havendo pequena diferença na prevalência de má-oclusão entre os escolares da rede pública e particular.

Conclui-se que a maioria dos escolares do estado do Rio de Janeiro apresentam algum tipo de má-oclusão (87,3%), sendo necessário a implementação de medidas preventivas, a fim de se minimizar a problemática da má-oclusão no referido estado. (CEP CMM/HUAP nº 09/00.)

B178

Programa de conservação auditiva da Faculdade de Odontologia da UERJ.

VALLADARES, C. P.*, SOUZA, H. M. M. R.

Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6131. E-mail: hilda@ccard.com.br

A cronicidade dos efeitos e a dificuldade de se estabelecer nexo causal com várias doenças fazem do ruído um inimigo pouco visível, mas a sua exposição contínua e prolongada pode levar ao “stress” físico e psicológico. Os ambientes odontológicos possuem várias fontes emissoras de ruídos, tornando o cirurgião-dentista um profissional sujeito a tais problemas. O objetivo do nosso trabalho é promover a educação e prevenção através de um Programa de Conservação Auditiva criado para a Faculdade de Odontologia da UERJ. Com base no levantamento do material educativo de prevenção ao ruído existente em diversas áreas, criamos um específico para a nossa Unidade. Desenvolveu-se um cartaz com figura ilustrativa e frase de trabalho: “Perda auditiva – não deixe que este mal chegue aos seus ouvidos”. Criou-se, também, um “folder” explicativo detalhado sobre as etapas de um Programa de Conservação Auditiva, os efeitos e principais fontes emissoras de ruído encontradas nos ambientes de trabalho e as medidas preventivas.

Em função da não-existência de cura para a maioria dos efeitos produzidos pelo ruído, sendo, portanto, a prevenção o único meio de se evitar o dano à saúde, este programa procura, através da informação, melhorar a qualidade de vida dos profissionais de Odontologia.

B179

Prevalência da doença cárie em escolares de 6 a 12 anos do estado do Rio de Janeiro.

BASTOS, L. F.*, JORGE, R. R., MEDEIROS, U. V., HARARI, S. G., REIS, R.

UNIGRANRIO; UFRJ; UFF.

O presente estudo teve como objetivo determinar a prevalência da doença cárie, em escolares de 6 a 12 anos, nas diversas regiões geográficas do estado do Rio de Janeiro. As cidades pesquisadas foram representativas de cada região do estado totalizando cinco cidades: Rio de Janeiro representativa da região Metropolitana; Petrópolis na região Serrana; Bom Jesus do Itabapoana na região Noroeste; Angra dos Reis na região do Litoral-Sul e Rio das Ostras na região dos Lagos. A amostra constou de 2.916 crianças de escolas públicas e particulares. Os índices utilizados basearam-se na orientação da Organização Mundial de Saúde, cujos critérios foram adaptados dos índices CPOD e ceo-d e aplicados por dois examinadores. Os resultados revelaram que: 1- em todas as idades a condição dos elementos hígidos predominam sobre as demais. 2- O CPOD médio encontrado na faixa etária de 6-12 anos foi de 1,1 e o ceo-d 1,6. 3- O estado do Rio de Janeiro possui aos 12 anos, a média de CPOD igual a 2,3. 4- As escolas públicas possuem maior número de elementos cariados quando comparado às escolas particulares.

Foi possível concluir que: o estado do Rio apresenta valores de CPOD aos 12 anos considerados baixos e até mesmo inferior à meta que a OMS estimou nesta faixa etária para o ano 2000 em todo o mundo e o moderado índice do ceo-d aos 6 anos (2,2) e 7 anos (2,7), justificando a implementação e/ou manutenção de programas preventivos, que incluam educação para saúde em escolas, não permitindo um aumento do referido índice, e conseqüentemente do CPOD.

B180

Avaliação do uso da técnica da mão sobre a boca por odontopediatras em Porto Alegre - RS.

GRANVILLE-GARCIA, A. F.*, BARATA, J. B., MENESES, S., ARAUJO, F. B.

Departamento de Cirurgia e Ortopedia – FO – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5026. E-mail: jbarata@cpovo.net

O presente estudo procurou obter a posição dos profissionais especialistas em Odontopediatria da cidade de Porto Alegre (RS) com relação à utilização da técnica da mão sobre a boca. Foram enviados questionários para todos os odontopediatras residentes nesta cidade e registrados no CRO - RS até o ano de 2000, totalizando 115 especialistas. Destes, houve um retorno de 76 questionários (66%), sendo que 62% utiliza a técnica da mão sobre a boca, principalmente na faixa etária de 3 a 6 anos de idade (59%). Entretanto, apenas 4% dos profissionais a utiliza com freqüência (média de 3 vezes por dia). Com relação aos objetivos para a sua realização, 59% dos odontopediatras procura fazer-se escutar pela criança, quando esta apresenta reação de histeria. Observou-se ainda que o aumento da experiência clínica diminui a sua utilização; 32,9% dos profissionais considera o medo uma contra-indicação e 64,4% verifica melhora no relacionamento com a criança após a aplicação desta manobra de comportamento. As exigências legais relacionadas à autorização pelos pais ou responsáveis para uso da técnica são seguidas por apenas 9,2% dos especialistas questionados.

Pode-se concluir que a técnica de mão sobre a boca ainda é um recurso utilizado pela maioria dos odontopediatras na cidade estudada. Entretanto, a sua aplicação está diretamente relacionada a uma menor experiência profissional, sendo que as devidas exigências legais requeridas para tal não estão sendo cumpridas.

B181

Avaliação das arcadas de crianças de 6-39 meses de idade.

CASTRO, L. A.*, MODESTO, A., SOVIERO, V. L., VALLE, D. D. R., VIANNA, R.

Departamento de Odontopediatria – FO – UFRJ.

O objetivo deste trabalho foi avaliar as arcadas dentárias de 111 crianças com idade média de 23,4 meses pertencentes a duas creches da municipalidade da cidade do Rio de Janeiro. Foram consideradas a forma dos arcos dentários, sobressaliência e sobremordida, relacionando-as com a idade e gênero. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética do NESC – UFRJ e os resultados analisados pelo o teste qui-quadrado. Cerca de 93,6% das crianças apresentaram um arco inferior em forma de “U” e 6,4% em forma de quadrado. Com relação ao arco superior, 62,2% das crianças possuíam forma do arco arredondado e 37,8% a forma triangular, sendo a diferença estatisticamente significante. A sobressaliência moderada variou entre 2,1-4,0 mm, não apresentando uma diferença estatística significante entre ela e a sobressaliência leve e a exagerada. A sobremordida apresentou uma variação estatisticamente não significante entre a incidência de sobremordida exagerada (26,2%) e a mordida aberta anterior (28,0%).

Além das conclusões acima verificamos que com relação à  idade e o gênero, tanto a sobressaliência quanto a sobremordida seguiram o padrão de normalidade.

B182

Saúde bucal: noções e atitudes de profissionais que atendem crianças especiais.

POMARICO, L.*, SOUZA, I. P. R., TURA, L. F. R., MAGNANINI, M. M. F.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ. E-mail: pomarico@novanet.com.br

Este estudo avaliou as noções e atitudes sobre saúde bucal de profissionais de Educação [G1: professoras (n = 8) e G2: atendentes (n = 38)] e Saúde [G3: fonoaudiólogas, fisioterapeutas etc. (n = 17)], que atuam em um programa de atenção à criança de 0 a 6 anos de idade portadora de necessidades especiais, em uma instituição municipal do Rio de Janeiro. De um universo de 68 profissionais, 63 foram entrevistados, com apoio de um formulário. As entrevistas foram confrontadas com uma observação direta da rotina da creche da instituição (duração: 5 meses), que foi registrada em um caderno de campo. As respostas às entrevistas foram tabuladas no programa Epi Info 6.04d. Embora quase todos tenham afirmado que a saúde bucal pode interferir na saúde geral (96,8%), somente 28,9% dos profissionais de Educação responderam corretamente a respeito desta interferência. Com relação aos métodos de prevenção da cárie, 92,1% afirmaram conhecê-los, com índice alto de acerto nos três grupos; contudo somente 11 (17,5%) foram ao dentista para prevenção, sendo 9 do G3 e ninguém do G2. A maioria (80%) apontou a higiene bucal como o modo de prevenir a cárie, porém a observação mostrou que nem sempre esta prática é realizada na creche. Quanto à época de início de escovação dos dentes das crianças, houve uma diferença significativa (qui-quadrado, p = 0,007), observando-se que os grupos G1 e G3 afirmaram em sua maioria conhecer a necessidade de iniciar a escovação antes dos 12 meses de vida.

Pôde-se concluir que as atitudes em saúde bucal não são coerentes com as noções que estes profissionais expressam.

B183

Evolução das manifestações bucais em crianças HIV+: acompanhamento longitudinal.

SOARES, L. F.*, PORTELA, M. B., HUGO, R., SOUZA, I. P. R.

Disciplina de Odontopediatria – FO – IPPMG; UFRJ. E-mail: liviafer@bol.com.br

O objetivo do estudo é comparar a freqüência de manifestações bucais (MB), uso de terapia anti-retroviral combinada (TAC), grau de imunossupressão (CD4%) em 18 crianças infectadas pelo HIV, acompanhadas pelo Projeto SIDA/AIDS em Odontopediatria em quatro momentos distintos. Todos os pacientes possuem consentimento assinado por parte de seus responsáveis. O critério utilizado para o diagnóstico das lesões bucais foi o proposto pelo EEC (1994). Os dados foram obtidos dos prontuários médicos e odontológicos, onde foram considerados os exames anuais realizados de janeiro de 1997 a dezembro de 2000. As lesões pesquisadas foram: gengivite (Geng), eritema linear gengival (ELG), hipertrofia de parótidas (HP) e candidíase (Cand). A freqüência e distribuição das MB, CD4% e uso de TAC podem ser vistas na tabela que se segue:

Período

MB (%)*

Geng (%)*

ELG (%)*

HP (%)*

Cand (%)*

CD4%*

TAC (%)**

1997

38,9

16,7

5,6

22,2

11,1

18,4

  0,0

1998

44,4

27,8

16,7

16,7

16,7

20,5

22,2

1999

50,0

27,8

16,7

11,1

11,1

21,6

33,3

2000

27,8

11,8

16,7

5,0

0,0

20,7

33,3

*p >> 0,05; **p << 0,05.

Embora não estatisticamente significante, os resultados sugerem que a redução da freqüência de MB e de candidíase, e o aumento da média de CD4% foram concomitantes ao aumento do uso da TAC.

B184

Programa Médico de Família: prevalência de cárie de estabelecimento precoce.

VOLSCHAN, B. C. G.*, NAEGELE, M. A., SILVA, A. C. C., SOARES, E. L.

Odontologia Social – UFF; Odontopediatria – UNESA. E-mail: bvolschan@openlink.com.br

O presente estudo objetiva avaliar a prevalência de cárie de estabelecimento precoce em uma comunidade assistida pelo Setor 123 do Programa Médico de Família do município de Niterói - RJ. Os sujeitos do estudo foram 65 crianças de 0 a 5 anos de idade, 27 do sexo feminino e 38 do sexo masculino, residentes em área de risco social. Durante as visitas aos domicílios, todas as crianças foram examinadas pela mesma profissional e através do exame clínico foi levantado os dados para o índice ceo-s modificado. Foram consideradas como cariadas as superfícies com lesões de manchas brancas. Obteve-se a média de ceo-s modificado igual a 7,15; 58,5% das crianças apresentaram lesões cariosas. Quanto a distribuição por idade verificou-se que de 0 a 1 ano a média de ceo-s foi igual a 0; de 1 a 2 anos, 2,9; 2 a 3 anos, 3,4; 3 a 4 anos, 3,9; 4 a 5 anos, 5,6 e nas crianças de 5 a 6 anos foi de 29,3.

Os resultados nos permitem concluir que a prevalência de cárie de estabelecimento precoce nesta comunidade é alta e que ocorre um agravo evidente na faixa etária acima de 5 anos, evidenciando a necessidade da inclusão de um programa de promoção de saúde bucal no Programa Médico de Família - Niterói - RJ.

B185

Perfil dos pacientes da Clínica de Bebês da ULBRA - Canoas.

RAUPP, S. M. M.*, FELDENS, E. G., RUSCHEL, H. C., FERREIRA, S. H., KRAMER, P. F.,
FARACO Jr., I. M., TOVO, M. F.

Odontopediatria – ULBRA - Canoas - RS, Brasil. Tel.: (0**51) 222-0033.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o perfil dos pacientes da Clínica de Bebês da ULBRA - Canoas quanto a idade do primeiro atendimento, motivo de consulta e experiência de cárie. A amostra consistiu-se dos pacientes atendidos no período de agosto de 1994 a dezembro de 2000. Os dados desta pesquisa foram obtidos a partir da avaliação da ficha clínica dos referidos pacientes. O número total de crianças foi de 495, sendo 61 com idade de 0 a 1 ano, 168 com idade >> 1 até 2 anos e 266 com idade >> 2 até 3 anos. Quanto ao motivo de consulta obtiveram-se os dados de 397 crianças, onde 178 (44,84%) buscaram o serviço por cárie, 121 (30,48%) por orientação/prevenção, 61 (15,36%) por trauma e 37 (9,32%) por afecções/anomalias. No primeiro ano de vida a busca de orientação/prevenção foi o motivo mais prevalente (72,55%), enquanto que no segundo e terceiro anos o motivo cárie predominou (34,53% e 62,32% respectivamente). Do total de 495 crianças da amostra, 301 (60,8%) apresentavam experiência de cárie, com uma prevalência de 6,56% no grupo de 0 até 1 ano, 52,38% nas crianças com idade >> 1 até 2 anos e de 78,57% no grupo com idade >> 2 até 3 anos.

Este estudo permite concluir que a procura do serviço foi maior nas crianças com idade superior a 2 anos, a cárie foi o motivo de consulta mais relatado e a experiência de cárie foi mais prevalente no grupo com idade >> 2 até 3 anos, com seu maior incremento do primeiro para o segundo ano de vida.

B186

Validade do exame radiográfico digital e a discriminação de lesões cavitadas e não-cavitadas em molares decíduos.

BERVIAN, J.*, SARI, G. T., TOVO, M. F., KRAMER, P. F., FARACO Jr., I. M.

Odontopediatria – ULBRA - Canoas - RS, Brasil. Tel./fax: (0**54) 337-2409.

A pesquisa avaliou o desempenho diagnóstico dos métodos radiográficos convencional (filme Ektaspeed plus) e digital (sistema Digora), e correlacionou a densidade digital das imagens com o aspecto macroscópico das superfícies proximais, de 30 molares decíduos esfoliados. Após serem macrofotografados, os dentes foram posicionados dois a dois por meio de blocos de cera, e submetidos às incidências radiográficas (70 kV). Os exames radiográficos seguiram 6 critérios: da ausência de radiotransparência (0) até radiotransparência em dentina, na metade mais interna de sua espessura (5). O sistema digital foi operado pelo software original em 5 modalidades (0,5 X, 1 X, 2 X, imagem invertida e tridimensional) e a avaliação da densidade obedeceu ao padrão do software. O “gold standard” adotado foi a análise microscópica. O filme radiográfico convencional demonstrou ser mais específico (100%) que sensível (55%). Com exceção da imagem invertida, o sistema Digora apresentou tendência a maiores valores de especificidade (de 80 a 100%) que sensibilidade (70 a 80%).

A acurácia do filme radiográfico convencional apresentou o menor valor, quando comparada às modalidades de imagem digital. Não houve diferenças com significância estatística entre os grupos de dentes com mancha branca e cavidade, ao ser realizada a leitura de densidade medida pelo software do sistema Digora.

B187

Cormportamento dos tecidos apicais e periapicais de dentes decíduos de cães, após biopulpectomia e obturação dos canais radiculares com Sealapex, Sealer Plus e MTA.

NERY, R. S.*, BERNABÉ, P. F. E., HOLLAND, R., PERCINOTO, C.

Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

A terapia endodôntica de dentes decíduos representa um desafio aos investigadores, e uma das dificuldades verificadas é a seleção de materiais a serem empregados nas obturações dos canais radiculares. Assim, nos propusemos a verificar a resposta biológica a alguns materiais obturadores de canais radiculares à base de hidróxido de cálcio, bem como sua possível interferência ou não no processo de rizólise da dentição decídua. Foram realizadas biopulpectomias em 30 dentes decíduos de cães que foram obturados com cimento Sealapex, Sealer Plus e o Agregado de Trióxido Mineral (MTA), e, no grupo controle, 10 canais não receberam obturação permanecendo vazios. Decorridos 30 dias pós-operatório a análise histopatológica revelou que os cimentos MTA e Sealapex foram reabsorvidos durante a rizólise, o mesmo não acontecendo com o Sealer Plus. Nos canais que permaneceram vazios ocorreu invaginação de tecido conjuntivo apical. De maneira geral, os dentes tratados demonstraram reabsorções apicais laterais mais evidentes, selamento biológico do forame apical, fatos que não foram observados nos canais vazios.

No geral os cimentos estudados demonstraram-se biologicamente bem tolerados pelos tecidos periapi­cais, revelando boas perspectivas quanto a sua indicação no tratamento endodôntico de dentes decíduos.

B188

Avaliação biopsicossocial da perda dentária.

BEZERRA, S. R. S.*, CALDAS Jr., A. F.

Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco. Tel./fax: (0**81) 3458-1208.

Um estudo transversal foi realizado com o objetivo de comparar a perda dental, em pacientes de ambos os gêneros, numa faixa etária variando entre 20 a 45 anos de idade, oriundos da Odontoclínica de Aeronáutica de Recife - PE, com as variáveis socioeconômicas e demográficas. O cálculo amostral determinou uma amostra final de 196 pacientes. Dentre os pacientes sorteados e convidados, 200 concordaram em participar da pesquisa. A amostra foi constituída de 63,5% de mulheres e 36,5% de homens. Do total da amostra, 57,5% dos pacientes apresentaram dentes perdidos por cárie, com média de 2,2 dentes por paciente (desvio-padrão = 3,09). Associando-se a perda com as variáveis socioeconômicas e demográficas, observou-se que foi estatisticamente significativa para o gênero (p = 0,018), faixa etária (p << 0,001), estado civil (p << 0,001), número de filhos (p << 0,001), escolaridade (p << 0,001), renda familiar (p << 0,001) e classe social (p << 0,001). Entre as variáveis comportamentais, encontrou-se relação estatisticamente significativa com a autopercepção da saúde geral (p = 0,027) e saúde bucal (p << 0,001) e com a quantidade de creme dental utilizada (p = 0,031).

Conclui-se que a prevalência da perda dental foi alta, necessitando de ações de promoção de saúde destinado à população adulta com o intuito de melhoria da qualidade de vida.

B189

Conhecimento em saúde bucal das mães do Programa Médico de Família.

GODOY, C. V. C.*, RABELLO, S. B., GARRITANO, E., MATUCK, I. C.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF - Niterói - RJ. Tel.: (0**21) 234-3562. E-mail: pjgodoy@aol.com

O objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento e as atitudes, em relação à saude bucal, das mães de crianças atendidas no Programa Médico de Família, no módulo Jurujuba, Niterói, RJ. A amostra foi composta por 38 mães de crianças, entre 12 e 36 meses, no período de janeiro a março de 2001. O método utilizado foi o indutivo direto, tendo como instrumento um questionário contendo 16 questões abertas e fechadas. As mães apresentavam idade entre 17 e 48 anos (Md = 27), renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos e grau de escolaridade médio de 3 anos de estudo. Foi observado que 71% das mães considera os dentes importantes, mas não associa saúde bucal com saúde geral. 83% da amostra oferece a mamadeira noturna. 74% das mães não realiza nenhum tipo de higiene bucal. 77% considera normal a perda precoce dos dentes decíduos. 67% das mães nunca recebeu orientação sobre saúde bucal. Quando questionadas sobre a dieta os alimentos oferecidos foram considerados bastante cariogênicos, em relação a presença de sacarose, freqüência de ingestão e consistência.

Concluímos que o padrão de conhecimento das mães é muito limitado e suas atitudes representam fator de risco à saúde bucal das crianças. É necessário planejar-se ações voltadas à educação e promoção de saúde bucal em populações de estratos sociais menos favorecidos.

B190

Relação da cárie dentária com o sucesso do tratamento endodôntico.

CALDAS Jr., A. F.*, ALBUQUERQUE, D. S., TRAVASSOS, R. M. C.

Faculdade de Odontologia – Universidade de Pernambuco. Tel./fax: (0**81) 3458-1208.

Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com pacientes submetidos a terapia endodôntica nos anos de 1998 e 1999 na Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco, numa amostra de 169 pacientes de ambos os sexos com idade variando de 13 a 71 anos de idade, analisando-se a relação entre a presença de cárie e o sucesso do tratamento endodôntico. Em 2001 os pacientes retornaram para o exame clínico e radiográfico. Os exames foram padronizados, tomando-se os cuidados necessários quanto a obtenção dos dados (calibração). A análise estatística foi feita mediante distribuição de freqüências, obtenção de médias e desvio-padrão, teste qui-quadrado e regressão linear no programa estatístico SPSS. O erro padrão de 5% e intervalo de confiança de 95% foram previamente estabelecidos. Observou-se relação estatisticamente significativa entre presença de cárie com a escolaridade do paciente (p = 0,02), renda (p = 0,01), presença do material restaurador (p << 0,01) e estado civil do paciente (p = 0,03). Obteve-se sucesso em 72,8% dos casos onde a cárie estava ausente e apenas 27,2% quando a lesão estava presente. Na regressão linear obteve-se uma relação significativa entre a presença de cárie primária ou secundária (p = 0,048) com o índice de sucesso.

Conclui-se que a avaliação do risco de cárie do paciente deverá ser considerada na determinação do sucesso endodôntico.

B191

Influência do comportamento da criança sobre a higiene bucal domiciliar.

SILVA, C. J.*, MIASATO, J. M., DAMASCENO, L. M., GAMA, R. S., HERDY, L.

Odontopediatria – UNICASTELO; UNIGRANRIO; UFRJ; FESO.

O objetivo deste estudo foi analisar a influência do comportamento da criança frente a higiene bucal rotineira domiciliar. A amostra foi constituída por 100 crianças na faixa etária de 15 a 37 meses, cadastradas no Programa de Atenção Odontológica na 1ª Infância, desenvolvido na UNIGRANRIO - RJ, avaliadas no mês de março/2001 durante as consultas de manutenção periódica preventiva. As crianças foram examinadas na Bebê-Clínica e as informações acerca do comportamento durante a higiene bucal caseira foram coletadas de suas respectivas mães, as quais assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foi constatado que dentre as crianças cujas mães não realizavam a higiene bucal domiciliar 81,8% (n = 9), apresentavam comportamento desfavorável ao passo que apenas 18,2% (n = 2), apresentavam comportamento favorável (p << 0,001 - teste exato de Fisher). A presença de placa visível foi observada em 71,4% (n = 20), das crianças com comportamento desfavorável, enquanto que em 31,9% (n = 23), crianças com comportamento favorável (p << 0,001 - c2). As crianças com comportamento desfavorável apresentaram maior atividade de cárie (46,42%) do que as com comportamento favorável (31,94%), porém esta associação não foi estatisticamente significante (p = 0,00175 - c2).

Diante dos resultados pode-se concluir que a higiene bucal domiciliar está fortemente associada ao comportamento apresentado pela criança.

B192

Sucção não-nutritiva: importância da integração entre Pediatria e Odontologia.

MARTINS, R. J.*, SALIBA-GARBIN, C. A., GARBIN, A. J. I., MOIMAZ, S. A. S.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

A sucção que é uma função vital, além de suprir as necessidades nutricionais do recém-nascido (sucção nutritiva), apresenta um aspecto emocional importante, proporcionando à criança uma sensação de segurança, prazer e satisfação (sucção não-nutritiva). Devido a este fato, muitas vezes ela recorre a chupeta, dedo ou objetos, pois atingiu a sensação de plenitude alimentar, mas não supriu seus aspectos psicoemocionais. A chupeta ortodôntica parece ser o mais indicado para essa complementação, pois melhor se adapta à boca, permitindo um contato maior da língua com o palato durante a deglutição, minimizando os efeitos negativos do hábito. Neste estudo participaram 29 pediatras, que atendem na cidade de Araçatuba - SP e região. Foram confeccionados e distribuídos questionários objetivos com perguntas que visavam verificar a conduta do profissional quanto à indicação do uso de chupeta. Utilizou-se o programa Epi Info para elaboração do banco de dados e obtenção dos resultados. A grande maioria (82,8%) recomenda o seu uso, sendo que 62,1% indicam chupetas ortodônticas. Há grande divergência quanto ao período de uso na vida da criança.

De acordo com os resultados observados, conclui-se que há uma conscientização da importância da utilização da chupeta entre os pediatras.

B193

Fluoretação da água de abastecimento público nos municípios da DIR VII - Araraquara.

BRANDÃO, I. M. G., SOUZA, R. A. A. R., CHIARATTO, R. A., BERGAMASCHI Jr., E.,
MOIMAZ, S. A. S.*

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP.

O objetivo do presente trabalho foi verificar a situação dos municípios da DIR VII quanto ao sistema de fluoretação das águas de abastecimento público e o grau de participação do cirurgião-dentista no controle operacional deste sistema. Para tanto foi enviado um questionário, composto por questões abertas e fechadas, aos Coordenadores de Saúde Bucal dos 12 municípios da VII Divisão Regional de Saúde - Araraquara que adotavam o sistema de fluoretação das águas de abastecimento público. Obteve-se o retorno de 75,0% (n = 9) dos questionários, sendo observado que 33,3% (n = 3) dos municípios adotavam este sistema há um período variando entre 3 meses e 1 ano; outros 33,3% (n = 3) entre 3 e 15 anos e também 33,3% (n = 3) entre 23 e 37 anos. Em 66,7% (n = 6) dos municípios, tanto os cirurgiões-dentistas da rede pública quanto os da rede privada não eram informados quanto ao teor de flúor na água de seu município. Muito embora 100% dos Coordenadores considerem importante a participação do cirurgião-dentista no controle e supervisão da fluoretação, 55,6% (n = 5) dos mesmos nunca haviam participado deste processo. Em apenas 33,3% (n = 3) dos municípios já foram realizados estudos epidemiológicos de fluorose dentária.

Há a necessidade de maior participação do cirurgião-dentista no controle operacional do sistema de fluoretação das águas de abastecimento público, com regular divulgação para toda a comunidade dos teores de flúor na água e realização de levantamentos epidemiológicos de fluorose dentária com regularidade.

B194

Auto-eficácia e índices clínicos de saúde oral.

SOUZA, G. A., MONTEIRO DA SILVA, A. M., GALVÃO, R., CERQUEIRA FILHO, J. R. A.*

Departamento de Odontologia – Universidade Gama Filho.

O conceito de auto-eficácia (AE) utilizado na área de Saúde tem se revelado um poderoso preditor em vários domínios de comportamentos, tais como: parar de fumar, perder peso, participar de programas de prevenção, entre outros. Este estudo investigou se uma intervenção psicossocial produz melhora de índices clínicos em pacientes prestes a receberem tratamento odontológico. Previu-se que o grupo de teste (GT) melhoraria mais do que o grupo de controle (GC) nos índices clínicos de placa e sangramento e que a AE mediaria esta melhora. Os 30 participantes do GT, além do procedimento odontológico padrão, receberam uma intervenção psicossocial baseada no modelo de PROCHASKA; DICLEMENTE (J Consult Clin Psychol, v. 51, p. 3, 1983). Os 30 participantes do GC receberam procedimento odontológico padrão. Os resultados indicaram que os dois grupos apresentaram uma redução significativa dos índices clínicos de pré- para o pós-teste. Porém, os escores 2 e 3 de placa e sangramento sofreram um decréscimo significativamente maior no GT comparado ao GC (U = 197,00, p = 0,0001 e U = 179,00, p = 0,0001, respectivamente). Apenas o GT apresentou um incremento significativo na AE de pré- para pós-tratamento (Z = –3,58, p << 0,0001). No entanto, não houve diferença entre os grupos em termos de aumento de AE do pré- para o pós-teste.

Concluindo, os resultados revelaram que a intervenção psicossocial foi efetiva e sugerem a possibilidade de que outros fatores além da AE medeiem a melhora significativa do GT em índices clínicos.

B195

Procedimentos coletivos odontológicos – avaliação do trabalho do CD nas escolas de Itaguaí - RJ.

CRUZ, C. W. M.*, GOUVÊA, M. V., BASTOS, M. F. A., SOARES, E. L.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF - Niterói - RJ.

O Sistema Único de Saúde brasileiro, através da NOB/96 estabelece que o modelo de atenção à saúde deve priorizar os Procedimentos Coletivos (PC), transcendendo a abordagem dos Procedimentos Individuais (PI). Este trabalho surgiu em função de uma inversão detectada nos dados odontológicos do município, em que, apesar da existência de número suficiente de cirurgiões-dentistas (CD) lotados nas escolas, a meta de PC não estava sendo alcançada. Assim, o objetivo do estudo foi avaliar o trabalho desses profissionais com relação aos PC odontológicos do município. Para tanto, os 30 CDs lotados nas 9 unidades escolares (6 CIEPS e 3 municipais) foram entrevistados em seus próprios locais de atuação. Observou-se que a média de atendimento diário é de 15 escolares. Dentre os procedimentos preventivos, apenas 10,26% são realizados de forma coletiva, sendo 89,74% executados de forma individualizada durante a consulta odontológica. Apesar de 56,66% dos profissionais terem relatado conhecer os principais indicadores de saúde bucal, em nenhuma das unidades existem dados epidemiológicos registrados. A maioria dos CDs (56,25%) apontou a falta de manutenção do equipamento odontológico como a principal barreira para o desenvolvimento de seu trabalho.

Concluiu-se que os CDs lotados nas escolas do município trabalham prioritariamente sob a ótica cirúrgico-restauradora, e que como a maioria dos procedimentos preventivos são executados de forma individualizada, o percentual de PC odontológicos do município se distancia da meta estabelecida pela NOB/96.

B196

Efetividade de selantes ionoméricos e resinosos em Odontologia Comunitária.

OLIVEIRA, B. H., MARIANO, A., LORIATO, D.

Faculdade de Odontologia – UERJ; Secretaria Municipal de Saúde – Resende. E-mail: branca@uerj.br

Selantes são considerados eficazes na prevenção de cárie em superfície oclusal. Entretanto, a sua efetividade em programas de saúde pública não se encontra ainda bem documentada. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho clínico do Vidrion R e do Delton, aplicados por estudantes de Odontologia nas superfícies oclusais de 123 dentes permanentes, 67 molares e 56 pré-molares, de 27 escolares com idade média de 9 anos, residentes em área rural. Delton foi aplicado nos dentes do lado direito da boca (n = 61) e Vidrion nos dentes do lado esquerdo (n = 62), sob isolamento relativo. Depois de 32 meses, 92 dentes foram avaliados no pátio da escola, por um único examinador previamente treinado, empregando sonda exploradora e espelho dental plano. Dezoito dentes (19,5%) encontravam-se cariados ou restaurados, sendo que 7 haviam sido selados com Delton e 11 com Vidrion. Não se obteve associação estatisticamente significativa entre o material empregado no selamento e a ocorrência de cárie (qui-quadrado, p = 0,34). Entretanto, 96% dos selamentos feitos com Vidrion e 31% dos realizados com Delton estavam totalmente perdidos, sendo a associação tipo de material/retenção do selante altamente significativa (qui-quadrado, p << 0,001). A freqüência de cárie em molares foi significativamente maior do que em pré-molares (qui-quadrado, p = 0,007).

Os selamentos feitos em programas de saúde pública com material resinoso e ionomérico podem ser considerados efetivos mas, para se alcançar benefício máximo, devem ser acompanhados de outras medidas preventivas.

B197

Avaliação do conhecimento e atitudes do cirurgião-dentista frente aos maus-tratos infantis.

ALVES, A. C.*, CARVALHO, A. C. R, GURGEL, C. A. S., BARROS, S. G.

Odontopediatria – FO – UFBA; UEFS. Tel.: (0**71) 264-5377. E-mail: acastroalves@hotmail.com

Este estudo avaliou o conhecimento e atitudes do cirurgião-dentista frente aos maus-tratos infantis. Foi elaborado um questionário e aplicado a 260 profissionais durante o XI Congresso Internacional de Odontologia da Bahia, sendo incluídos 199. Os dados foram analisados pelo Epi Info 2000. Dos dentistas avaliados, 60,3% atendiam crianças com freqüência; 92%, em clínica particular e 22,6%, em serviço público. Quanto a prática clínica, 45,7% tinham mais de 10 anos. Relataram saber definir maus-tratos 72,4%, mas 93,5% não receberam informação sobre o tema na graduação e 92,5% nunca buscaram treinamento específico. A suspeita ocorreu para 32,7% dos pesquisados e 64,8% denunciaram/denunciariam, sendo os órgãos de proteção à criança escolhidos por 84,5%. O motivo de omissão, em 40% dos casos, seria o receio de diagnóstico incorreto. Traumas orofaciais, edema labial e queimaduras na mucosa oral ou língua foram considerados sinais de negligência dental, por 39%, 36,5% e 37,5%, respectivamente. Como sinais de abuso, foram mais prevalentes os relacionados a abuso físico: traumas orofaciais (86,6%), edema labial (77,6%), queimaduras (72,1%) e traumatismos dentários (73,6%). Os sinais de abuso sexual foram irrelevantes para a maioria: condiloma oral (31%), herpes (27%) e petéquias palatinas (25%).

Dentistas têm obrigação de assistir vítimas de violência, identificando e encaminhando os casos suspeitos. Observam-se, entretanto, carência de informação durante a graduação, gerando dificuldade de diagnóstico e insegurança nos procedimentos de denúncia.

B198

Liberação de flúor por resinas compostas modificadas por poliácidos.

GARCIA, F. C. P.*, WANG, L., BUZALAF, M. A. R., MONDELLI, R. F. L.

Departamento de Dentística e de Ciências Biológicas – FOB – USP. Tel.: (0**14) 235-8265. E-mail: garciafcp@uol.com.br

Este estudo se propôs a avaliar in vitro a quantidade e o padrão de liberação de flúor de resinas compostas modificadas por poliácidos em meio aquoso. Seis espécimes de 11 mm de diâmetro e 1,5 mm de espessura de cada material foram obtidos de acordo com as instruções dos fabricantes: Compoglass F (CF), F2000 (F2), Freedom (Fr), Dyract (D) e Dyract AP (DAP) e o cimento de ionômero de vidro convencional Chelon-Fil (CH) como controle positivo. Os espécimes preparados foram acondicionados em água deionizada a 37ºC durante o período experimental de 28 dias. A solução era trocada a cada 6 horas até completar as primeiras 24 horas e nos demais períodos a troca se dava a cada 24 horas. O flúor liberado foi analisado pelo eletrodo (Orion 9609) previamente calibrado com as soluções de 0,05; 0,1; 0,2; 0,4; 0,8; 1,6; 3,2 ppm. Os resultados foram analisados pela ANOVA e o teste de Tukey (p << 0,05). Todos os materiais liberaram flúor em um padrão similar. Houve uma maior liberação de flúor no início, um rápido declínio e posterior estabilização no período de 7 a 14 dias. O total acumulado de flúor em 28 dias foi 0,654; 0,187; 0,133; 0,083; 0,073 e 0,062 mg/mm2 para CH, CF, F2, Fr, D e DAP, respectivamente. Todas as resinas compostas modificadas por poliácidos demonstraram uma menor liberação de flúor que o cimento de ionômero de vidro convencional, sendo estatisticamente significante, mas sem diferenças entre os materiais da mesma categoria.

Uma quantidade pequena, porém constante de liberação de flúor, foi verificada pelas resinas compostas modificadas por poliácidos, sugerindo um padrão necessário para a prevenção da recorrência de cárie, o que deveria ser confirmado por estudos clínicos. (Apoio: CNPq - 520210/98-0.)

B199

Efeitos de géis clareadores a base de peróxido de carbamida a 10% e 15% na microdureza de materiais restauradores.

CAMPOS, I. C.*, BRISO, A. L. F., AMBROSANO, G., PIMENTA, L. A. F.

Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5337.

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar quantitativamente os efeitos dos géis de peróxido de carbamida (PC) a 10% e 15% (Opalescence - Ultradent Prod.) nos materiais restauradores, utilizando-se análise de microdureza superficial. Matrizes cilíndricas de acrílico (4 x 2 mm) foram preenchidas com os seguintes materiais restauradores: Charisma (Heraeus Kulzer), Durafill VS (Heraeus Kulzer), Vitremer (3M), Dyract AP (Dentsply) e Permite C (SDI). Confeccionaram-se sessenta corpos-de-prova para cada material restaurador. Vinte espécimes (n = 20) foram destinados para o grupo controle, que permaneceu imerso em saliva artificial substituída diariamente, vinte receberam peróxido de carbamida a 10% e vinte peróxido de carbamida a 15%, por seis horas diárias, durante três semanas. Após este período, foi feita a medida da microdureza Knoop (KHN) em cada espécime, em cinco locais diferentes (carga de 25 g, 20”). Os valores obtidos, foram transformados em KHN, a média dos valores foi calculada e aplicados os testes estatísticos ANOVA e Tukey, p << 0,05 (Charisma - PC10% 38,52a; PC15% 34,31b; saliva 37,36ab, Durafill VS - PC10% 18,65a; PC15% 19,38a; saliva 18,27a; Dyract AP - PC10% 30,26b; PC15% 28,64b; saliva 33,88a, Vitremer - PC10% 28,15b; PC15% 17,40c; saliva 40,93a; Permite C - PC10% 183,50b; PC15% 159,45c; saliva 215,80a).

Através dos resultados obtidos foi possível concluir que o clareamento caseiro com gel de peróxido de carbamida a 10% e 15% provocou diminuição na microdureza dos materiais Dyract AP, Vitremer e Permite C. (Apoio: FAPESP.)

B200

Avaliação do efeito do ambiente clínico na performance da técnica ART.

PACHÁ, D. S.*, PISANESCHI, E., DIAS, K. R. H. C., NAVARRO, M. F. L.

Departamento de Odontologia Restauradora – PUC - Campinas. Tel.: (0**19) 729-8624. E-mail: fo@puc-campinas.br

Apesar da prevalência da cárie dental ter diminuído em países mais desenvolvidos, este ainda é um problema de saúde pública em comunidades carentes, sem acesso aos tratamentos preventivos e curativos. Com objetivo de reverter esta situação a técnica ART desenvolvida em 1994 se caracteriza por empregar poucos instrumentos e dispensar o equipamento odontológico convencional, exceto em casos de pacientes idosos, gestantes e naqueles com problemas motores. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia da técnica ART realizada em mesa com colchonete com a realizada em equipo odontológico. Para este estudo foram escolhidos 26 escolares com idade de 6 a 12 anos, de ambos os sexos e restaurados 55 dentes decíduos e permanentes com CIV - Ketac-Molar, divididos em dois grupos: Grupo I - dentes restaurados em consultório odontológico e Grupo II - dentes restaurados numa escola, com auxílio de uma mesa e colchonete. Aos 3 e 6 meses as restaurações receberam escores, de acordo com os critérios do USPHS e divididas em quatro subgrupos: Subgrupo I A - 3 meses, Subgrupo I B - 6 meses, Subgrupo II A - 3 meses e Subgrupo II B - 6 meses. Os postos médios dos subgrupos foram: I A = 637,50; I B = 637,50; II A = 611,50 e II B = 663,50, os quais não diferem de forma estatisticamente significativa de acordo com testes (p << 0,05) de ANOVA, de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney.

Através dos resultados, os autores concluíram que a abordagem da mesa com colchonete é tão eficiente quanto à do equipamento convencional, pelo menos durante o período de 6 meses da restauração dos dentes.

B201

Análise quantitativa da microinfiltração marginal de materiais restauradores.

BIJELLA, M. F. T. B.*, BIJELLA, M. F. B., SILVA, S. M. B.

Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Tel.: (0**14) 235-8218. E-mail: mfbijella@uol.com.br

Avaliou-se quantitativamente in vitro a microinfiltração marginal em restaurações classe II realizadas com o cimento de ionômero de vidro modificado por resina Vitremer e com as resinas compostas Ariston pHc ou P60, com o propósito de verificar a influência da ciclagem térmica para estes materiais. Foram utilizados 60 pré-molares, divididos em 3 grupos, cujas cavidades proximais apresentavam parede cervical 1 mm abaixo da junção cemento-esmalte. Metade de cada grupo sofreu processo de termociclagem com 500 ciclos nas temperaturas de 5ºC e 55ºC, em banhos de 15 segundos cada, enquanto a outra metade permaneceu em água deionizada a 37ºC. Os espécimes foram imersos em solução de fucsina básica a 0,5% por 24 horas a 37ºC. Para análise da microinfiltração os dentes foram seccionados no sentido mésio-distal e a análise realizada através da máxima infiltração com auxílio do software Imagetools. Os resultados foram, respectivamente para com e sem termociclagem: Vitremer (0,1120 mm e 0,1145 mm); P60 (0,8960 mm e 0,6215 mm) e Ariston pHc (0,9330 mm e 1,0260 mm). A análise estatística foi realizada através do teste ANOVA 2 critérios e Tukey a 5%.

Pelos resultados, todos os grupos testados apresentaram microinfiltração marginal, sendo que o Vitremer apresentou resultados sempre melhores, vindos a seguir a resina composta P60 e por último a resina composta Ariston pHc. Não houve diferença estatisticamente significante no uso ou não da termociclagem para estes materiais.

B202

Comparação da resistência à tração de resina composta polimerizada por laser de argônio utilizando duas diferentes distâncias entre a fonte e o corpo-de-prova.

LLORET, P. R.*, RODE, K. M., EDUARDO, C. P., TURBINO, M. L.

Departamento de Dentística, LELO – FOUSP.

A fonte luminosa é uma variável muito importante na determinação do grau de conversão e em última análise, para que haja sucesso clínico na ativação de resinas compostas. O objetivo deste estudo foi comparar se havia alguma diferença na resistência de união à dentina, de uma resina híbrida (Z250 - 3M) utilizando o laser de argônio (Accucure 3000 - LaserMed) em duas diferentes distâncias (0,5 mm e 6 mm) entre a fonte polimerizadora e o corpo-de-prova. Foram usados neste estudo 60 dentes bovinos, os espécimes receberam ataque ácido e aplicação do sistema adesivo (Scothbond Multi-Purpose - 3M) seguindo as instruções do fabricante. Através de uma matriz de polipropileno preta, fixadas em uma mesa metálica especialmente confeccionados para esse fim, juntamente com o dente, foi inserida a resina composta em único incremento de 3 mm e em 3 incrementos de 1 mm e fotopolimerizada com o laser de argônio, por 10, 20 e 30 segundos, com uma distância da fonte de menos de 0,5 mm em um grupo e de 6 mm em outro grupo. Para os testes de tração utilizou-se uma máquina de ensaios Mini 4442 (Instron), com célula de carga de 50 kg, sob velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos a análise estatística, não encontrando diferença estatística ao comparar as duas distâncias. Entretanto, obtivemos maiores valores de resistência à tração nos grupos de 3 incrementos de 1 mm quando comparados aos grupos de incremento único. Os grupos de 20 e 30 segundos também apresentaram maiores valores que os grupos de 10 segundos.

Assim pudemos concluir que a distância até 6 mm entre a fonte de luz do laser de argônio e as amostras, não interfere na resistência à adesão. (FAPESP - projeto nº 99/08433-4.)

B203

A melhor distância necessária para polimerizar resina composta usando laser de argônio.

RODE, K. M.*, LLORET, P. R., EDUARDO, C. P., TURBINO, M. L.

Departamento de Dentística e Laboratório Experimental de Laser em Odontologia (LELO) – FOUSP.

Atualmente com o aumento das pesquisas de polimerização de resinas compostas com o laser de argônio vimos a necessidade de estudar qual a melhor distância da peça de mão em relação a resina. Assim, este trabalho tem como objetivo comparar in vitro a microdureza de uma resina composta híbrida, inserida em incrementos de diferentes espessuras, com duas distâncias da peça de mão do laser de argônio em relação ao corpo-de-prova. Para isso, foram utilizados 40 corpos-de-prova, confeccionados através de uma matriz preta de polipropileno cilíndrica fixada em mesas metálicas especialmente confeccionadas para este fim. A resina (Z250 - 3M) foi inserida em único incremento de 3 mm e 3 incrementos de 1 mm e fotopolimerizada com o laser de argônio (Lasermed) por 10 segundos, com uma distância da peça de mão de 0,5 mm e 6 mm em cada grupo. Cada corpo foi posicionado e levado ao microdurômetro (HMV-2000 - Shimadzu). As medidas foram realizadas com 1, 2 e 3 mm de distância da borda, e em 3 locais diferentes, e obtidas em microdureza Vickers com carga de 50 g por 45 segundos.

Os valores foram submetidos a análise estatística e mostraram que houve diferença estatisticamente significante entre os grupos realizados em incremento único e em 3 incrementos, sendo neste mais alto, e que houve uma diminuição na microdureza conforme aumentava a profundidade, porém não houve diferença significante na microdureza entre as duas distâncias estudadas, isto é a microdureza não diminuiu com o aumento da distância entre a peça de mão e o corpo-de-prova. (FAPESP - 99/11408-1.)

B204

Avaliação de pastas de polimento mecânico de restaurações cerâmicas odontológicas.

CAMACHO, G. B.*, ZANELLA, L., MALINSKI, S.

Departamento de Odontologia Restauradora – UFPel. E-mail: charrua@ufpel.tche.br

As restaurações cerâmicas necessitam de um acabamento e polimento mecânico adequado após sofrerem algum tipo de desgaste na cavidade oral. Com este propósito, neste trabalho foi realizada uma análise da eficácia de quatro pastas de polimento de porcelanas: a. Brinel Polierpast (Renfert) - P1; b. Crystar-Past (Kota) - P2; c. Diamond Excell (FGM) - P3; d. Ivoclar Universal (Ivoclar) - P4; e. pasta experimental (carbeto de silício) - P5, todas associadas a uma roda de feltro e micromotor com rotação padronizada. O polimento foi realizado sobre pastilhas das porcelanas Ceramco II (Ceramco Inc.), Duceram LFC (Duceram Inc.) e Vitadur Alpha (Vita Zahnfabrik) e comparadas com espécimes autoglazeados das mesmas - Controle. Após terem sofrido a ação das pastas, os espécimes sofreram uma análise fotomicrográfica e da rugosidade média (Ra) de suas superfícies com um aparelho rugosímetro (RUG-03, Aro S.A.). Os resultados apontaram para uma diferença estatística entre as cerâmicas e o mesmo ocorreu entre as pastas. Todavia, os resultados mostraram que todas as pastas, comparadas ao Controle, foram efetivas no polimento. O emprego das pastas P4, P2 e P5 apresentaram desempenhos semelhantes mas inferiores às pastas P1 e P3 que mostraram os melhores desempenhos. As porcelanas Vitadur Alpha e Ceramco II permitiram a obtenção de um melhor polimento.

Estes resultados indicam que as pastas podem ser empregadas pelo clínico. No entanto, verificou-se que o desempenho de determinado polimento mecânico é influenciado pelo tipo de cerâmica utilizada. (Apoio: FAPERGS.)

B205

Efeito direto das técnicas de inserção e fotoativação na microinfiltração.

HORI, F. S.*, GOMES, F. M., SANTOS, A. J. S., AGUIAR, F. H. B., LOVADINO, J. R.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Este estudo in vitro se propôs a avaliar quantitativamente através de espectrofotometria, a influência das técnicas incremental de resina e de fotopolimerização progressiva na microinfiltração de restaurações. Foram confeccionados 40 corpos-de-prova contendo cavidades classe V cilíndricas na superfície vestibular radicular de dentes incisivos bovinos restauradas com resina microhíbrida Z250 - 3M. As amostras foram divididas em quatro grupos: A - inserção da resina na cavidade em uma única camada; e B - inserção da resina em duas camadas incrementais. Estes grupos foram subdivididos em A1 e B1 - fotopolimerização contínua por 40 segundos; e A2 e B2 - fotopolimerização progressiva. A resina Z250 foi inserida na cavidade em dois incrementos de 1 mm com fotopolimerização individual de cada incremento. Após a realização das restaurações os espécimes sofreram 3.000 ciclos térmicos em banhos de 5º ± 2ºC e 55º ± 2ºC, protegidos com esmalte para unha, corados com azul de metileno a 2% e seccionados em blocos. Estes foram então triturados e o corante foi resgatado com etanol PA e os sobrenadantes das soluções avaliados em aparelho de espectrofotometria. Os resultados demonstraram as seguinte médias para o fator inserção na cavidade: inserção única e fotopolimerização convencional (grupo A1) 0,06075; inserção única e fotopolimerização progressiva (grupo A2) 0,04030; inserção incremental e fotopolimerização convencional (grupo B1) 0,04648; inserção incremental e polimerização progressiva (grupo B2) 0,04339. Não foram obtidas diferenças estatísticas entre os dados.

B206

Resistência ao cisalhamento de colagem selante/esmalte: efeito da profilaxia.

TEIXEIRA, S.*, SOUZA, I. P. R., CHEVITARESE, O.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil.
Tel.: (0**27) 225-4807. E-mail: cribari@zaz.com.br

O objetivo deste trabalho foi a investigação da influência de duas técnicas de profilaxia (pedra-pomes e água/taça de borracha - grupo A e jato de bicarbonato de sódio e água - grupo B) sobre a resistência ao cisalhamento de colagem entre esmalte bovino aplainado e um selante fotopolimerizável (FluroShield®). Cada dente foi preso por sua raiz no interior de um anel de PVC (2 cm de altura por 2,5 cm de diâmetro) por meio de uma resina acrílica autopolimerizável, de tal modo que sua superfície aplainada ficasse perpendicular à base do anel, graças ao emprego de um esquadro confeccionado para este fim. Cada dente recebeu a profilaxia, conforme o grupo que pertence, bem como o tratamento superficial recomendado pelo fabricante do selante. Nesta ocasião, à superfície do esmalte foi adaptada uma arruela de borracha com um orifício central de 3 mm de diâmetro e 2 mm de altura, orifício este que foi preeenchido pelo selante dispensado por uma seringa descartável revestida de papel alumínio. Polimerizado o selante e removida a arruela, cada conjunto foi armazenado na água a uma temperatura de 36º ± 1ºC, por uma semana. O teste de cisalhamento se deu então com uma velocidade de deformação de 0,5 mm/min. em uma máquina Emic de ensaios mecânicos. Os resultados (em MPa: 15,45 para o grupo A e 13,30 para o grupo B) apontaram um ganho de 13,8% para o grupo A. Estatiscamente os resultados foram significantes (teste de Mann-Whitney, p = 0,047).

Concluiu-se que a profilaxia em pedra-pomes/água com taça de borracha melhorou a retenção do selante Fluro­Shield® em esmalte bovino.

B207

Avaliação da resistência da união de sistemas adesivos sobre superfícies contaminadas com saliva.

SALVIO, L. A.*, SINHORETI, M. A. C., CORRER SOBRINHO, L., CONSANI, S., KONNO, A. N. K.

FOP – UNICAMP. Tel./fax: (0**14) 622-2203. E-mail: lsalvio@yahoo.com

Este estudo teve como objetivo avaliar in vitro os valores da resistência da união de dois sistemas adesivos (Scotchbond Multi-Uso e Clearfil Liner Bond 2V) sobre a dentina bovina quando esta apresentava-se contaminada com saliva humana em diferentes estágios da aplicação dos materiais. Para a preparação das amostras foram utilizados 90 incisivos bovinos, os quais foram preparados seguindo a metodologia de cisalhamento preconizada pela ISO (TR11405). Elas foram dividas em nove grupos de dez amostras cada: G1 - controle do SBMU (sem contaminação); G2 - similar ao G1, com contaminação após o “primer”; G3 - similar ao G1, com contaminação após o adesivo; G4 - similar ao G1, com contaminação após o ataque ácido; G5 - similar ao G1, com recondicionamento após contaminação; G6 - controle do Clearfil (sem contaminação); G7 - similar ao G6, com a contaminação após o “primer”; G8 - similar ao G6, com contaminação após o agente de união; e, G9 - similar ao G6, porém o Clearfil foi aplicado sobre dentina sem realização de profilaxia. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (5%).

Para o SBMU, os valores de resistência da união foram: grupo 1 (4,8 MPa), 2 (5,0 MPa), 3 (5,2 MPa), 4 (6,6 MPa) e 5 (4,2 MPa), os quais não diferiram estatisticamente entre si. Para o Clearfil, as médias dos grupos 6 (8,0 MPa), 8 (6,9 MPa) e 9 (8,8 MPa) não diferiram estatisticamente entre si, mas foram superiores ao grupo 7 (4,7 MPa), com exceção do grupo 8, o qual não diferiu estatisticamente do grupo 7.

B208

Verificação da profundidade de polimerização de compósitos fotoativados por quatro métodos.

CUNHA, L. G.*, SINHORETI, M. A. C., CONSANI, S., CORRER SOBRINHO, L., GOES, M. F.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345. E-mail: leofop@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi verificar a profundidade de polimerização do compósito odontológico Z100 (3M), através da leitura de dureza Knoop, utilizando quatro métodos de fotoativação. Vinte corpos-de-prova cilíndricos (3 mm de diâmetro por 5 mm de altura) foram preparados em uma matriz bipartida e fotoativados por quatro métodos: luz contínua; dupla intensidade de luz; luz pulsátil e arco de plasma de xenônio. A mensuração de dureza Knoop foi feita nas regiões de superfície, 1,5 mm, 2,5 mm, 4,0 mm e fundo. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%). As médias para cada método e região estão comparadas abaixo.

 

Superfície

1,5 mm

2,5 mm

4,0 mm

5,0 mm

Contínua

74,62 a,A

64,02 a,B 

58,76 a,B  

45,82 b,C 

38,94 a,C

Dupla

72,16 a,A

65,38 a,AB

60,08 a,B  

56,60 a,B 

45,16 a,C

Pulsátil

61,40 b,A

54,58 b,AB

47,76 b,BC

40,02 bc,C

25,00 b,D

Xenônio

 69,90 ab,A

61,94 ab,A

52,39 ab,B

35,58 c,C 

  0,00 c,D

Letras minúsculas em coluna e maiúsculas em linha.

De maneira geral, conclui-se que: o método de fotoativação por arco de plasma de xenônio mostrou média de dureza Knoop alta nas regiões de superfície e 1,5 mm, diminuindo acentuadamente nas regiões mais profundas. Os métodos por luz contínua e dupla intensidade de luz mostraram os maiores valores de dureza Knoop, em todas as regiões. O método pulsátil mostrou resultados intermediários.

B209

Influência do uso do compósito de baixa viscosidade sobre a resistência da união metal-compósitos.

SINHORETI, M. A. C.*, CONSANI, S., GOES, M. F., CORRER SOBRINHO, L.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. E-mail: sinhoret@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi verificar a influência do uso do compósito de baixa viscosidade Flow-It (Jeneric/Pentron) como base de restaurações confeccionadas com os compósitos Z100 (3M), P60 (3M) e A110 (3M), sobre a contração de polimerização e sua influência na resistência da união da interface metal-compósito. Foram confeccionadas 60 matrizes circulares metálicas de 3 mm de espessura contendo uma cavidade vazada tronco-cônica de 6 mm de diâmetro menor e 9 mm de diâmetro maior. Essas cavidades foram jateadas internamente e divididas em 3 grupos de 20 matrizes, de acordo com o compósito utilizado. Cada grupo foi subdividido em dois subgrupos de 10 matrizes cada, de acordo com o uso ou não do compósito de baixa viscosidade. A superfície do metal foi tratada com o sistema adesivo SBMP Plus (3M), e os compósitos aplicados e fotoativados por 40 segundos. Os corpos-de-prova foram armazenados em temperatura ambiente por 24 horas e levados a uma máquina de ensaio Instron (0,5 mm/min.) para o ensaio de resistência da união (“push-out”). Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%).

Pôde-se verificar que o uso da base de resina de alto escoamento promoveu maiores valores médios de resistência (9,37 MPa) quando comparado ao grupo sem sua utilização (6,94 MPa), independentemente do compósito utilizado. Para os compósitos A110 (9,84 MPa) e P60 (8,54 MPa), os valores de resistência de união foram maiores do que com o compósito Z100 (6,09 MPa), independentemente dos demais fatores.

B210

Estudo comparativo do tipo de substrato dental utilizado em testes de resistência de união.

LOPES, M. B.*, SINHORETI, M. A. C., CONSANI, S., CORRER SOBRINHO, L., KONNO, A. N. K.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345. E-mail: baenalops@yahoo.com

O propósito deste estudo foi comparar os valores de resistência de união obtidos sobre o esmalte e dentina humanos com os valores obtidos em dentes bovinos, utilizando dois sistemas de união com princípio de atuação distinto. Para isto, desgastou-se 40 dentes humanos e 40 dentes bovinos, até se obter uma área plana de pelo menos 5 mm de diâmetro. As 80 amostras foram divididas em 4 grupos de 20 amostras cada, sendo: 1) dente humano em esmalte, 2) dente bovino em esmalte, 3) dente humano em dentina, 4) dente bovino em dentina. As amostras de cada grupo foram divididas em 2 subgrupos de 10 amostras cada, de acordo com o sistema de união utilizado: 1) Scotchbond Multi-Uso (SBMU); e 2) Clearfil Liner Bond 2v (CLB2v), ambos aplicados de acordo com o fabricante. Após, confeccionou-se um cilindro do compósito Z100 (4 mm de diâmetro x 5 mm de altura) utilizando uma matriz bipartida, para submeter os corpos-de-prova ao ensaio de cisalhamento numa máquina de ensaio Instron com velocidade de 0,5 mm/min. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias ao teste de Tukey (5%).

Em esmalte, não se verificou diferença estatística entre os dentes humanos e bovinos para os materiais SBMU (7,36 MPa, humano; e 8,24 MPa, bovino) nem no CLB2v (10,01 MPa, humano; e 7,95 MPa, bovino). Em dentina, verificou-se que o SBMU apresentou média estatisticamente inferior em dentina humana (5,01 MPa), quando comparado à dentina bovina (11,74 MPa). Para o material CLB2v, não houve diferença estatística entre os substratos humano (7,43 MPa) e bovino (9,27 MPa).

B211

Efeito da sinérese na infiltração marginal de materiais restauradores.

SANTOS, A. J. S.*, AGUIAR, F. H. B., GOMES, F. M., LOVADINO, J. R.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. E-mail: alexjss@yahoo.com

O objetivo desse estudo in vitro foi avaliar o efeito da sinérese na infiltração marginal de materiais restauradores. Cavidades cilíndricas foram preparadas em blocos de esmalte e de dentina, obtidos de 120 incisivos bovinos. As cavidades foram restauradas com Dyract (Dy), Compoglass F (Co), Vitremer (Vi), Fuji II LC (Fu), Ketac-Fill Plus (Ke) e Z100 (Z1). Os espécimes foram termociclados por 3.000 ciclos, entre temperaturas de 5º ± 2ºC e 55º ± 2ºC. Metade das amostras foi submetida à desidratação por 45 minutos, em temperatura de 30ºC e 60% de umidade relativa do ar. Os espécimes foram imersos em solução aquosa de azul de metileno a 2%, por 12 horas, e a infiltração marginal foi mensurada quantitativamente através de espectrofotometria. A análise estatística ANOVA (p << 0,05), seguida pelo teste de Tukey, mostrou diferenças estatísticas significativas entre as médias de infiltração marginal dos materiais testados no esmalte (Ke << Vi = Dy; Dy = Fu = Z1; Fu = Z1 = Co) e na dentina (Ke << Vi = Co = Fu = Z1; Co = Fu = Z1 = Dy). A sinérese aumentou significativamente as médias de infiltração marginal para todos os materiais (p << 0,05) e de forma menos acentuada na dentina (11,6%) que no esmalte (27,8%).

Os resultados permitiram concluir que nenhum dos sistemas restauradores foi capaz de conter a infiltração marginal. Os materiais híbridos foram melhores que o cimento de ionômero de vidro convencional e a maioria foi similar à resina composta. A sinérese aumentou significativamente a infiltração marginal em todos os materiais híbridos, mostrando que eles ainda são susceptíveis à desidratação. (Apoio: CAPES.)

B212

Avaliação quantitativa da infiltração marginal em restaurações para dentes posteriores.

AGUIAR, F. H. B.*, SANTOS, A. J. S., GOMES, F. M., LOVADINO, J. R.

Dentística – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: flaguiar1@yahoo.com

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar quantitativamente a infiltração marginal ao redor de restaurações dentais, realizadas com três compósitos de alta viscosidade, um de média viscosidade, e amálgama de prata, e a possível influência da ciclagem térmica. Para tanto, foram obtidos 100 blocos dentais, utilizando-se terceiros molares humanos. Cavidades cilíndricas foram preparadas medindo 1,85 mm de diâmetro com 1,5 mm de profundidade. Esses blocos foram aleatoriamente divididos em dez grupos os quais diferiram no tipo de material utilizado, e na realização ou não da ciclagem térmica. Os corpos-de-prova foram imersos em tubos de ensaio, separadamente, contendo azul de metileno, por 12 horas. Após, foram lavadas, secadas, trituradas e imersas em tubo de ensaio, contendo álcool absoluto por 24 horas. O sobrenadante da solução foi submetido à análise da espectrofotometria. Os resultados foram submetidos a análise estatística, pelos testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p << 0,05). Para os grupo não-termociclados, as médias de infiltração foram (mg/ml): amálgama - 4,279 (A); Solitaire - 4,148 (AB); Z250 - 3,418 (ABC); P60 - 3,184 (BC); Surefil - 2,890 (C). Para os grupos termociclados, as médias foram: amálgama - 7,572 (A); Solitaire - 5,471 (A); Z250 - 4,330 (AB); P60 - 3,418 (BC); Surefil - 2,779 (C).

Os resultados permitem concluir que os compósitos Surefil e P60 apresentaram melhores médias de infiltração marginal, e a ciclagem térmica não influenciou significativamente os resultados de infiltração, para todos os materiais testados. (FAPESP - processo nº 00/01792-8.)

B213

Efeito do ácido peracético sobre o ângulo de contato do gesso.

HEHN, L.*, CAMPREGHER, U. B., ROSA, D., FORTES, C. B., SAMUEL, S. M. W.

Departamento de Odontologia Conservadora – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5198. E-mail: samuelsp@adufrgs.ufrgs.br

Os procedimentos de impressão estão sujeitos à contaminação com saliva e eventualmente com sangue, que podem conter microorganismos patogênicos, justificando a necessidade de adoção de um método rotineiro de desinfecção das impressões de alginato. O propósito deste trabalho foi avaliar o efeito do processo de desinfeção do alginato, com ácido peracético, sobre o ângulo de contato (umedecimento) entre gesso-pedra e alginato. Foram confeccionadas 10 superfícies planas de alginato para cada um dos seguintes grupos: A) controle; B) imerso em ácido peracético (10 min.). Após a espatulação, 2 ml de gesso foram vertidos sobre a superfície de alginato, sob vibração. Depois de tomarem presa, os corpos de gesso-pedra foram incluídos em gesso comum. O conjunto foi seccionado em seu diâmetro e o ângulo de contato foi medido através de uma imagem escaneada, usando os programas Photoshop 6.0 e CorelDRAW 9.0. Em cada espécime foram realizadas quatro medidas de ângulo, totalizando 80 leituras. Os valores médios do ângulo de contato para cada grupo foram: A) 68,7 (± 3,23), B) 68,6 (± 3,60).

Os resultados foram submetidos à análise estatística através do teste t, o que mostrou que o processo de desinfeção em ácido peracético não interferiu no ângulo de contato entre o gesso-pedra e o alginato usados neste estudo (p = 0,95), mantendo a desejável capacidade de umedecimento do gesso.

B214

Influência do microondas na dureza do gesso-pedra.

FORTES, C. B.*, CREMONESE, R., RANGEL, S., CAMPREGHER, U. B., CALVEYRA, R.,
FROSIL, L., SAMUEL, S. M. W.

Departamento de Odontologia Conservadora – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5198. E-mail: fortes@adufrgs.ufrgs.br

O objetivo deste estudo foi verificar a influência da energia de microondas na dureza do gesso-pedra tipo III. Foram confeccionados 10 corpos-de-prova cilíndricos com 12 mm de altura e 6 mm de diâmetro. A dureza Knoop foi obtida através do NU-Research Microscope, inicialmente logo depois do tempo de presa (1 hora) e logo após submeter os corpos-de-prova ao forno de microondas durante 45 s na potência de 1.050 W. Os valores de dureza obtidos foram: A) 9,95 (± 1,80) antes do tratamento e B) 14,85 (± 1,60) depois do tratamento. Foi encontrada uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p << 0,001) usando o teste t.

Os autores concluíram que a energia de microondas, usada neste estudo, pode aumentar a dureza superficial do gesso-pedra em aproximadamente 40% em um curto espaço de tempo (45 s).

B215

Avaliação micromorfológica da interface dentina/restauração de dentes decíduos e permanentes.

TELLES, P. D. S.*1, MACHADO, M. A. A. M.1, NÖR, J. E.2

1Faculdade de Odontologia de Bauru – USP; 2Universidade de Michigan – Ann Arbor, Michigan.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a micromorfologia da interface dentina/sistema adesivo/material restaurador. Foram utilizados 15 dentes decíduos e 15 permanentes, e a dentina foi exposta com uma broca “carbide”. O Prompt L-Pop, PLP, (Espe) foi aplicado em metade de cada superfície oclusal. Um sistema de adesão controle, Single Bond (SB, 3M) ou Vitremer Primer (VP, 3M), foi usado na outra metade. Os dentes foram restaurados com resina composta, (Z250, 3M), compômero (Hytac, Espe), ou um ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer, 3M). Os exames duplo-cego foram feitos por 2 examinadores calibrados através do microscópio eletrônico de varredura, e 25 campos de cada 5 dentes (1.500 X) foram analisados para cada condição. Teste t pareado não demonstrou diferença entre dentes decíduos e permanentes quanto a qualidade da interface de selamento (p >> 0,05). As medidas dos “gaps” (µm) da interface (DP) estão descritos a seguir:

 

SB/Z250

PLP/Z250

SB/Hytac

PLP/Hytac

VP/Vitremer

PLP/Vitremer

Dentes permanentes

0 (0)*

10,2 (5)*

0 (0)

   8,0 (6,4)

   33,2   (9,6)

16,3 (10)

Dentes decíduos

0 (0)*

  9,9 (4)*

0 (0)

10,6 (6) 

24,4 (14)

14,5 (10)

* sobrescritos indicam p £ 0,05.

Pode-se concluir que o PLP não apresentou interfaces seladas entre dentina e resina composta, compômero ou cimento de ionômero de vidro modificado por resina avaliados neste estudo in vitro. (Este trabalho foi financiado pelo CNPq.)

B216

Efeito do peróxido de carbamida a 10% sobre a microdureza da dentina em diferentes tempos.

FREITAS, P. M.*, BASTING, R. T., RODRIGUES Jr., L. A., SERRA, M. C.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: patfreitas@yahoo.com

O objetivo desse estudo in vitro foi avaliar a microdureza da dentina humana exposta a dois agentes clareadores de peróxido de carbamida a 10% em diferentes tempos. Opalescence 10%/Ultradent (OPA) e Rembrandt 10%/Den-Mat Corporation (REM) foram analisados e um agente placebo foi utilizado como grupo controle (PLA). Os agentes clareadores e placebo foram aplicados à superfície da dentina por 8 horas diárias e armazenados separadamente em saliva artificial por 16 horas. Ensaios de microdureza foram realizadas previamente à aplicação dos agentes, 8 horas, 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias de tratamento e 7 e 14 dias após o término do clareamento. A análise de variância (ANOVA) e o teste de Tukey demonstraram diferenças nos valores de microdureza para dentina submetida ao tratamento com OPA, REM e PLA dentro de cada intervalo de tempo (p << 0,0001). Houve uma diminuição nos valores de microdureza para ambos os agentes clareadores após 8 horas de tratamento. Após 14 dias do término do tratamento, a microdureza da dentina tratada com OPA ou REM apresentou um aumento que se igualou aos valores encontrados previamente à aplicação dos agentes. Para o PLA, houve um aumento significativo da microdureza no período pós-clareamento que superou os valores iniciais.

Os agentes clareadores de peróxido de carbamida a 10% diminuem a microdureza da dentina ao longo do tempo. Porém, após 14 dias do término do clareamento, a saliva artificial apresentou um efeito remineralizante sobre a dentina com a recuperação dos valores inicias de microdureza. (FAPESP - 99/11735-2 e PIBIC.)

B217

Influência de tipos de polimento sobre propriedades de resinas acrílicas.

RAHAL, J. S.*, MESQUITA, M. F., ALMEIDA, M. A. B., HENRIQUES, G. E. P., NÓBILO, M. A. A.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. E-mail: mesquita@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência dos polimentos mecânico e químico sobre rugosidade superficial, absorção de água e solubilidade de 3 resinas acrílicas ativadas termicamente. Foram confeccionadas 60 amostras, divididas entre os 3 grupos de resinas: Clássico (CL), QC-20 (QC) e Acron MC (AC). Após processamento e acabamento, cada grupo foi subdividido segundo o polimento: 1) mecânico (PM) - escova com pedra-pomes e água, flanela com branco de espanha e água, ambos em torno de bancada, 2) químico (PQ) - fluido específico, em polidora química. Realizou-se as leituras de rugosidade superficial (rugosímetro Surf Corder SE 1700). Foi realizada a 1ª dessecação das amostras, seguida de armazenagem em água destilada a 37º ± 1ºC. Ao término dos tempos de 1 h; 1 dia; 1, 2, 3 e 4 semanas, mensurou-se a absorção de água. Ao final das 4 semanas, realizou-se a 2ª dessecação para cálculo da solubilidade. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (p << 5%). Os resultados de rugosidade superficial (µm), absorção de água (%) e solubilidade (%) foram respectivamente: CL-PM: 0,0350, 1,92 e 0,02; CL-PQ: 0,2298, 1,98 e 0,52; QC-PM: 0,0307, 2,31 e –0,05; QC-PQ: 0,1792, 2,32 e 0,25; AC-PM: 0,0312, 2,45 e –0,07; AC-PQ: 0,2700, 2,43 e 0,41.

Conclui-se que o polimento mecânico promoveu valores de rugosidade superficial e solubilidade significativamente menores que o químico; o polimento químico promoveu maior absorção inicial de água, mas semelhante aos demais grupos ao final de 4 semanas. (Apoio: FAPESP.)

B218

Avaliação da microinfiltração de sistemas restauradores utilizando resinas compostas.

ARANHA, A. C. C.*, PIMENTA, L. A. F.

Departamento de Odontontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de sistemas restauradores resinosos (Tetric Ceram - TC/Vivadent e Surefil - S/Dentsply) em minimizar a microinfiltração marginal em preparos classe II, variando a localização das margens (esmalte - E ou dentina - D) e o tipo de inserção (incremental - I ou único - U). Utilizaram-se 100 dentes bovinos, para a confecção de 200 preparos, estes divididos em 8 grupos (n = 25). Concluídas as restaurações, as amostras foram termocicladas (1.000 X) e a seguir imersas em solução aquosa azul de metileno a 2%. A análise foi realizada em lupa estereoscópica (Meiji 2000 - 45 X). Os resultados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis. Independente da margem e da resina composta, a técnica de inserção não diferiu estatisticamente. Entretanto, em relação às margens de esmalte e dentina, ocorreram diferenças estatísticas significantes entre as resinas compostas utilizadas (p = 0,0001).

Conclui-se que a resina Tetric Ceram apresentou comportamento superior à Surefil, e a técnica de inserção deve ser escolhida de acordo com o tamanho e formato do preparo. (Apoio financeiro: Fapesp - 99/07465-0.)

B219

Estabilidade de reparos em resina composta por tração e cisalhamento.

FREITAS, A. B. D. A.*, SILVA e SOUZA Jr., M. H.

Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários – FOB – USP; UNIFENAS. E-mail: amanda@alfenas.psi.br

Este estudo teve como objetivo avaliar a estabilidade de reparos em resina composta, por meio de aplicação de forças de cisalhamento e de tração. No momento do reparo, cada grupo recebeu um tratamento de superfície específico: ácido fosfórico a 35%, ácido fluorídrico a 10% ou jateamento com partículas de óxido de alumínio de 50 mm. Tais tratamentos foram seguidos da aplicação de um agente adesivo, associado ou não a um agente silanizador. Os espécimes reparados foram armazenados em água destilada por 30 dias e oito meses. Após esses períodos, os corpos-de-prova foram levados a uma máquina de ensaios universal, sendo realizados os testes de resistência. Após análise dos resultados, pôde-se verificar que os tratamentos que proporcionaram maior rugosidade superficial obtiveram maior resistência, sendo eles: o jateamento com óxido de alumínio e condicionamento com ácido fluorídrico. Esse resultado foi obtido para os dois ensaios propostos, cisalhamento e tração. Pôde-se observar, ainda, que a utilização do agente silano não conseguiu elevar, com significância, a resistência dos reparos quando comparada à aplicação do adesivo isoladamente.

Comparando-se os resultados dos testes realizados após 30 (trinta) dias e 8 (oito) meses, pôde-se verificar que o reparo manteve-se estável para os grupos tratados com jateamento de partículas de óxido de alumínio, fato que possibilita a indicação clínica segura deste procedimento.

B220

Efeito do laser Er:YAG sobre a resistência adesiva de um sistema restaurador.

CHIMELLO, D. T.*, PALMA DIBB, R. G., BORSATTO, M. C., PÉCORA, J. D., CORONA, S. A. M.

Departamento de Odontologia Restauradora – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4078, 633-0999. E-mail: rgpalma@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a resistência adesiva de um sistema restaurador após o tratamento dentinário com laser Er:YAG, associado ou não ao ácido fosfórico. Quinze molares humanos foram seccionados no sentido mésio-distal e incluídos em resina acrílica. As superfícies foram desgastadas com lixas d’água nº 180-600 até expor dentina, obtendo-se um total de 30 corpos-de-prova, divididos aleatoriamente em 3 grupos: I - tratamento com laser Er:YAG (80 mJ e 2 Hz), II - associação laser + ácido fosfórico a 35% por 15 segundos e III - controle - apenas ácido. O sistema adesivo Single Bond (3M) foi aplicado sobre a dentina condicionada, confeccionando-se em seguida um cone com resina composta Filtek Z250 (3M), de acordo com as recomendações do fabricante. Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas e submetidos ao teste de tração em máquina universal de ensaios a 0,5 mm/min. Os dados foram submetidos à análise estatística utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis. Os grupos testados mostraram diferença estatisticamente significante, sendo que os maiores valores de resistência adesiva foram obtidos quando a superfície recebeu apenas condicionamento ácido. As médias em MPa foram: I - 10,46 (± 1,73); II - 14,23 (± 5,12); III - 16,95 (± 2,57).

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que o tratamento da superfície dentinária somente com laser Er:YAG não forneceu ao sistema restaurador testado uma resistência adesiva efetiva, em comparação ao condicionamento com ácido fosfórico. (Apoio financeiro: CAPES.)

B221

Resistência à fratura de pré-molares restaurados com compósito, amálgama e amálgama adesivo.

WORSCHECH, C. C.*, MARTINS, L. R. M.

FOP – UNICAMP.

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência à fratura de pré-molares superiores com extensos preparos cavitários e restaurados com sistemas adesivos e não-adesivos. Trinta pré-molares superiores extraídos e livres de cáries foram aleatoriamente divididos em 6 grupos com 5 dentes cada. Os dentes do grupo 1 não receberam preparos cavitários mésio-oclusais (controle positivo). No grupo 2, os dentes receberam preparos cavitários, mas não receberam restaurações (controle negativo). Os grupos 3, 4, 5 e 6 receberam os preparos cavitários e foram restaurados de acordo com os respectivos grupos experimentais: G3: Single Bond + Solitaire; G4: Single Bond + Z250; G5: amálgama (Dispersalloy); G6: amálgama (Dispersalloy) + Panavia. Todos os grupos foram submetidos ao teste de resistência à fratura numa máquina de ensaio universal (Instron). O carregamento foi aplicado verticalmente através de uma esfera metálica de 4,7 mm de diâmetro a 0,5 mm/min. As médias de carregamento necessárias para fraturar as amostras em cada grupo foram (em kgf), G6 = 168,46 (A); G5 = 155,19 (A); G1 = 153,54 (A); G4 = 148,86 (A); G3 = 80,08 (B); G2 = 20,51 (C). Os resultados do teste de Tukey revelaram diferenças entre os grupos mostrados acima com letras diferentes.

Pôde-se concluir que os pré-molares restaurados através dos materiais citados foram capazes de resistir à fratura tanto quanto um dente íntegro, exceto aqueles restaurados com resina composta Solitaire.

B222

Influência de agentes desinfetantes nos núcleos de cristalização do gesso especial tipo IV.

CHAVES, E.*, CONSANI, S., CONSANI, R. L. X., CHAVES, W. O.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. E-mail: chaves@ginet.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da adição de agentes desinfetantes no crescimento e orientação dos cristais do gesso-pedra especial tipo IV. Foram obtidas 16 amostras de gesso a partir dos 4 desinfetantes testados. A amostra do Grupo I foi considerada controle; Grupo II: detergente Endozime nas concentrações de 25%, 50%, 75% e 100%; Grupo III: gluconato de clorexidina nas concentrações de 25%, 50% e 75%; Grupo VI: glutaraldeído nas concentrações de 25%, 50%, 75% e 100%; Grupo V: hipoclorito de sódio nas concentrações de 25%, 50%, 75% e 100%. Pó e líquidos foram misturados seguindo as diluições e recomendações dos fabricantes. O gesso foi colocado em matrizes plásticas cilíndricas com 6 x 2 mm. Após a presa os cilindros foram fraturados e fixados em “stubs” para observação em microscópio eletrônico de varredura. O padrão de crescimento e orientação dos cristais de gesso foi documentado através de fotomicrografias.

Em comparação ao controle, o Grupo II (Endozime) apresentou o melhor resultado, muito semelhante ao controle que utilizou água somente, seguido pelos Grupos V e IV respectivamente. O Grupo III apresentou o pior resultado, alterando muito a morfologia e crescimento dos cristais de gesso.

B223

Resistência de união entre bráquetes e cerâmica com diferentes tratamentos superficiais.

BORGES, G. A.*, CORRER SOBRINHO, L., CONSANI, S., SINHORETI, M. A. C., SANTOS, P. H.

FOP – UNICAMP; Universidade de Uberaba. E-mail: gborgescec@zipmail.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento de bráquetes de aço inoxidável unidos à cerâmica Duceram com resina composta, sob diferentes tratamentos de superfície da cerâmica. Foram confeccionados 32 discos de cerâmica de 5 mm de diâmetro por 2 mm de espessura, posteriormente incluídos em resina acrílica autopolimerizável e divididos em quatro grupos: Grupo I - limpeza com pedra-pomes e água (controle); Grupo II - idem controle e condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos; Grupo III - idem controle e condicionamento com ácido hidrofluorídrico a 10% por 2 minutos e Grupo IV - idem controle e jateamento com óxido de alumínio de 50 micrômetros por 5 segundos. Todos os grupos receberam a aplicação de silano. Os bráquetes foram fixados com Transbond XT (3M do Brasil) de acordo com as recomendações do fabricante. Todas as amostras foram armazenadas em água destilada a 37ºC por 24 horas, submetidas ao teste de cisalhamento em máquina de teste universal Instron a velocidade de 1 mm/min. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (p << 0,05). Os resultados mostraram que o tratamento com ácido hidrofluorídrico a 10% (11,69 MPa) e óxido de alumínio (10,58 MPa) não diferiram estatisticamente entre si, mas foram superiores aos tratamentos controle (8,30 MPa) e ácido fosfórico (8,10 MPa), os quais também não diferiram entre si.

Em conclusão, o condicionamento da superfície com ácido hidrofluorídrico e óxido de alumínio aumentaram a resistência de união de bráquetes de aço inoxidável unidos à cerâmica.

B224

Influência do tempo da armazenagem na resistência da união de sistemas adesivos à dentina bovina.

KONNO, A. N. K.*, SINHORETI, M. A. C., CORRER SOBRINHO, L., CONSANI, S.

FOP – UNICAMP. Tel./fax: (0**11) 6950-6339. E-mail: akonno@terra.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento de cinco sistemas de união após 3 períodos de armazenagem (1 dia, 3 meses e 6 meses). Foram usados 150 incisivos bovinos, os quais foram desgastados até expor uma superfície plana de dentina de aproximadamente 5 mm de diâmetro. Uma área de 4 mm diâmetro foi delimitada para aplicação dos sistemas de união Clearfil Liner Bond 2v (CLB2v); Scotchbond Multi-Purpose Plus (SBMP); OptiBond Solo (SOLO); Prime & Bond NT (PBNT) e Etch & Prime 3.0 (E&P). Com o auxílio de uma matriz metálica bipartida foi realizada a restauração, com forma de cilindro (4 mm de diâmetro x 5 mm de altura), sobre a superfície tratada, usando o compósito Z100. Após os períodos de armazenagem em água à 37ºC, as amostras foram levadas à máquina Instron para realização do ensaio de cisalhamento com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste Tukey (5%).

Verificou-se que os sistemas SBMP (4,14 MPa; 3,28 MPa; 3,24 MPa), PBNT (2,12 MPa; 3,89 MPa; 2,09 MPa) e E&P (1,06 MPa; 0,73 MPa; 1,43 MPa) não apresentaram valores estatisticamente diferentes entre si nos períodos testados (1 dia, 3 meses e 6 meses, respectivamente). O CLB2v apresentou a maior média no período de 3 meses (9,27 MPa) não diferindo com o período de 6 meses (7,69 MPa); obtendo também a maior média em todos os períodos testados. O SOLO, apresentou menor média no período de 6 meses (1,81 MPa), a qual diferiu estatisticamente do período de 3 meses (2,93 MPa) e 1 dia (1,81 MPa).

B225

Efeito do método de fotoativação sobre a contração de polimerização de compósitos restauradores.

OBICI, A. C.*, SINHORETI, M. A. C., CONSANI, S., GOES, M. F., CORRER SOBRINHO, L.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345. E-mail: andresaobici@yahoo.com

O objetivo deste trabalho foi mensurar a fenda resultante da contração de polimerização de sete compósitos restauradores fotoativados por três métodos diferentes, bem como verificar o comportamento de contração segundo a região do corpo-de-prova. Os materiais usados foram: Alert (Jeneric/Pentron), Surefil (Dentsply), P60 (3M), Z250 (3M), Z100 (3M), Definite (Degussa) e Flow-It (Jeneric/Pentron). O compósito foi inserido em matrizes metálicas circulares com 7 mm de diâmetro e 2 mm de altura. A fotoativação foi feita por: a) luz contínua (500 mW/cm2) por 40 s; b) dupla intensidade de luz, sendo 10 s a baixa intensidade (150 mW/cm2), e 30 s a alta intensidade (500 mW/cm2), ou; c) luz intermitente (450 mW/cm2) por 60 s. Logo após, ambas superfícies foram polidas. Após 24 ± 1 hora, a fenda de contração foi mensurada em microscópio eletrônico de varredura sob baixo vácuo (LEO 435 VP, Cambridge, England) e os dados submetidos à análise de variância e as médias ao teste de Tukey (5%). Os resultados mostraram que: (1) a fotoativação por luz contínua resultou em maiores valores de fenda (15,88 mm), enquanto que com os demais métodos, os valores foram reduzidos (dupla intensidade, 13,26 mm; e intermitente, 12,79 mm); (2) os compósitos contraíram mais na região de base (15,84 mm) do que na superfície (12,11 mm), e; (3) os compósitos Alert (12,02 mm), Surefil (11,86 mm), Z250 (10,81 mm) e P60 (10,17 mm) apresentaram os menores valores de fenda, seguidos por Z100 (15,84 mm) e Definite (14,06 mm) e por fim o compósito Flow-It (23,09 µm) com os maiores valores.

B226

Estado da superfície externa do esmalte submetido à microabrasão: estudo in vitro.

PAIXÃO, R. F., ANDO, T., GUIMARÃES, A. R.*

Área de Odontopediatria – UEFS – BA. Tel.: (0**75) 625-2299. E-mail: ronaldfp@zaz.com.br

Este estudo avaliou a repercussão dos tratamentos de microabrasão sobre a superfície do esmalte de dentes humanos utilizando o ácido hidroclorídrico a 18% sozinho, o ácido hidroclorídrico a 18% mais pedra-pomes e o composto PREMA, in vitro empregando o microscópio eletrônico de varredura. Para isso, foram utilizados 23 pré-molares erupcionados, de pacientes na faixa etária de 11 a 14 anos, recém-extraídos, por razões ortodônticas e armazenados em soluções de álcool a 70%. Os resultados mostraram que houve aumento da rugosidade em todas as superfícies tratadas, quando comparadas com as do grupo controle. O grupo tratado com ácido hidroclorídrico a 18% sozinho exibiu predominância do padrão de desmineralização tipo I, onde o centro do prisma foi preferencialmente removido, ao contrário do grupo tratado com esse ácido associado com a pedra-pomes, que mostrou predominância do padrão de desmineralização tipo II, onde a periferia foi preferencialmente removida. A principal característica observada no grupo tratado com PREMA foi a presença de vários riscos e ranhuras, bem como restos provenientes do composto. O padrão de desmineralização não mostrou semelhança com estrutura prismática, sendo classificado como tipo III.

B227
FC04

Microinfiltração marginal: efeito de diferentes equipamentos para preparos cavitários e sistemas adesivos.

TEIXEIRA, S. C.*, ARAÚJO, M. A. M.

FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo desse trabalho foi avaliar in vitro a microinfiltração marginal de preparos com turbina de alta rotação (AR), jato abrasivo (AB), ultra-som (US) e laser de Er:YAG (LA) e restaurações com sistemas adesivos multipasso e autocondicionante. Foram selecionados 160 incisivos bovinos para preparos de classe V na face vestibular, com margem gengival na junção esmalte-cemento e oclusal em esmalte. Os materiais utilizados foram Scotchbond Multi-Uso Plus/3M (SMUP), Etch & Prime 3.0/Degussa (EP) e a resina composta Z100/3M. Foram obtidos 8 grupos de 20 dentes, de acordo com equipamento e sistema adesivo empregado: AR + SMUP; AR + EP; AB + SMUP; AB + EP; US + SMUP; US + EP; LA + SMUP e LA + EP. Os dentes restaurados foram armazenados a 37ºC por 5 dias, termociclados (500 ciclos, 5º-55ºC), colocados em solução de Rodamina B a 2% por 24 horas, seccionados e avaliados em estereomicroscopia para determinar o grau de microinfiltração numa escala de 0 a 4. Os dados foram submetidos aos testes estatísticos de sinais de postos de Wilcoxon, Kruskal-Wallis e Tukey.

Houve diferença estatisticamente significante entre as margens, com maior microinfiltração na cervical; o melhor selamento marginal foi obtido no grupo US/SMUP; não houve diferença estatisticamente significante entre os preparos cavitários realizados com LA e AR e AR e AB; os maiores valores de microinfiltração foram obtidos no grupo AB/EP.

B228

Profundidade de polimerização versus intensidades de potência do laser argônio.

NAUFEL, F. S.*, YOUSSEF, M. N., MATSON, E., TURBINO, M. L.

Dentística – Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.

O objetivo do trabalho foi avaliar a profundidade de polimerização, através da dureza Vickers, da resina Alert, em função de diferentes tempos de fotoativação do laser de argônio: 10, 20 e 30 segundos e em função de duas diferentes intensidades do laser. Foram estudadas as intensidades 600 e 250 mW/cm2. Como controle foi realizado um grupo onde a resina foi polimerizada por luz visível por 40 segundos. Medidas de dureza foram feitas a 0,5, 1,5, 2,5, 3,5 e 4,5 mm de profundidade, a partir da superfície de exposição. Os resultados permitem concluir que a intensidade de 600 mW/cm2 é superior a 250 mW/cm2; a exposição por 30 segundos pelo laser de argônio a 600 mW/cm2 foi superior a todas as outras; e 10 segundos pelo laser de argônio a 250 mW/cm2 foi inferior a todas as outras técnicas de polimerização; quando exposta à luz visível por 40 segundos, a resina Alert apresentou queda de dureza aos 2,5 mm, e quando ao laser de argônio 600 mW/cm2 por 30 segundos, a dureza caiu aos 4,5 mm.

Maiores profundidades levaram a menores durezas da resina estudada. A polimerização por 40 segundos por luz vusível foi equiparável a 10 e 20 segundos pelo laser a 600 mW/cm2 e 20 e 30 segundos pelo laser a 250 mW/cm2.

B229

Laser de argônio ou luz halógena? Avaliação de microinfiltração em restaurações classe V.

Alves, E. B.*, Montoya, C. A., Silva, C. M., Matson, E., Russo, E. M. A.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3062-3646.

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a microinfiltração em cavidades classe V, em dentes bovinos. Preparos padronizados foram restaurados com duas diferentes resinas compostas: uma resina de baixa viscosidade (Wave - SDI) e uma resina híbrida (Glacier - SDI) ambas polimerizadas com laser de argônio (Accucure 3000 - Lasermed) ou luz halógena (XL1500 - 3M). Dezesseis dentes bovinos foram divididos em quatro grupos: G1 (Glacier/luz halógena) como grupo controle, G2 (Glacier/laser de Argônio), G3 (Wave/luz halógena) e G4 (Wave /laser de argônio). Foi utilizado um sistema adesivo de componente único (Stae - SDI) em todas as restaurações. As dentes restaurados foram submetidos a ciclagem térmica (500 ciclos completos em temperatura entre 5º e 55ºC), imersos em traçador químico (nitrato de prata à 50%). Após a seção longitudinal dos espécimes os mesmos foram avaliados através de escores que variaram entre 0 e 4.

Os resultados foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis e mostraram que nas condições estabelecidas neste estudo não houve diferença estatística significante entre os grupos em relação a microinfiltração quando comparados ao grupo controle. Não foi possível prevenir a microinfiltração em nenhum dos grupos.

B230

Potencial cariostático de sistemas adesivos de frasco único contendo flúor.

MAGALHÃES, C. S.*, GIANNINI, M., HARA, A. T., TURSSI, C. P., SERRA, M. C.

FOP – UNICAMP; FO – UFMG. Tel.: (0**31) 3499-2440, fax: (0**31) 3499-2430. E-mail: silamics@dedalus.lcc.ufmg.br

Há pouca evidência sobre o potencial cariostático de sistemas adesivos (SA) contendo flúor. O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a ação cariostática de (SA) contendo flúor sobre o esmalte adjacente a restaurações de compósito, sob condições que simulam alto desafio cariogênico. Cavidades cilíndricas foram preparadas em 175 blocos de esmalte humano, divididas aleatoriamente e restauradas com compósito (Durafill VS - Kulzer), após aplicação de um dos sete tratamentos: [CN] controle negativo - Single Bond (3M) - (SA) sem flúor; [CP] controle positivo - Vitrebond (3M) - ionômero de vidro modificado por resina; [CM] controle do método, não submetido aos desafios térmico e cariogênico - Single Bond (3M) - (SA) sem flúor; [PB] Prime & Bond 2.1 (Dentsply/De Trey); [SS] Syntac Sprint (Vivadent); [TQ] Tenure Quick (Dent-Mat Co.); [OB] OptiBond Solo (Kerr). Os espécimens foram submetidos a 1.000 ciclos térmicos e a um modelo de ciclagem de pH. A formação de lesão de cárie foi avaliada por medida da microdureza Knoop (KHN) do esmalte, em secções longitudinais. Os resultados foram analisados por ANOVA e teste de Duncan. As médias de KHN seguidas de letras diferentes foram estatisticamente significativas (p << 0,05; n = 24): [CM] 629,01a; [CN] 513,55b; [CP] 507,80b; [TQ] 487,86b; [OB] 455,95c; [PB] 426,61d; [SS] 417,47d.

À exceção do sistema [TQ], os adesivos contendo flúor apresentaram potencial cariostático menor que o adesivo sem flúor e o ionômero modificado por resina. A presença de flúor na composição dos materiais não evitou o desenvolvimento de lesões de cárie adjacentes às restaurações.

B231

Efeito da postergação do polimento no vedamento marginal de restaurações de resina composta compactável.

FERREIRA, R. C.*, NOGUEIRA MOREIRA, A., MAGALHÃES, C. S., BARREIROS, I. D.,
BUONO, V. T.

ODR – FO – UFMG. E-mail: raquelcf@dedalus.lcc.ufmg.br

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o efeito da postergação do polimento no vedamento marginal de sistemas restauradores adesivo dentinário/resina composta compactável. Foram utilizadas 72 coroas de dentes bovinos planificadas em uma das superfícies proximais até atingir dentina. Cavidades cilíndricas (Ø = 3,0 mm e profundidade = 1,5 mm) foram preparadas e divididas aleatoriamente em grupos que receberam os seguintes tratamentos: G1 - controle Unibond®/Fill Magic® micro-híbrida (Vigodent); G2 - Unibond®/Fill Magic® condensável (Vigodent); G3 - Etch & Prime/Definite Ormocer® (Degussa). Após 10 min. e 7 dias de imersão em água à 37ºC foi realizado o polimento e a medida das fendas na interface dente/restauração, utilizando estereomicroscópio (500 X) com uma ocular para mensuração. Foi calculado o valor percentual da maior fenda encontrada em relação ao diâmetro da cavidade. Os dados foram submetidos a ANOVA e ao teste t de Student (p << 0,05; n = 12). As médias seguidas de letras diferentes (em linha) e por barras interrompidas (em coluna) apresentam diferenças significativas.

 

Grupo 1 (%)

Grupo 2 (%)

Grupo 3 (%)

10 minutos

0,1350 (± 0,0593) a

0,1450 (± 0,0593) b

0,2017 (± 0,0501) c

7 dias

0,1208 (± 0,0323) a

0,1392 (± 0,0553) b

 0,2000 (± 0,0634) c

A postergação do polimento promoveu melhor vedamento marginal, exceto para o sistema Etch & Primer/Definite Ormocer®. O vedamento marginal dos grupos experimentais foi inferior ao grupo controle.

B232

Desenvolvimento de dispositivo de teste de materiais odontológicos.

KOSMANN, C.*, ZANI, I. M., STOETERAU, R. L.

Departamento de Estomatologia – UFSC. Tel.: (0**48) 331-5086. E-mail: protesep@ccs.ufsc.br

Restaurações e próteses dentárias bem-sucedidas dependem em parte da precisão dos modelos de trabalho. A precisão de superfície das próteses dentárias está relacionada com a molhabilidade dos materiais de impressão usados na prática odontológica e do relacionamento interfacial entre o material de impressão e o material do modelo, os quais determinam a reprodução de detalhes destes materiais. Esta reprodução de detalhes influencia a adaptação marginal do material restaurador, com o objetivo de reduzir a infiltração marginal na interface dente/restauração melhorando a resistência e a durabilidade destas restaurações. O dispositivo de testes de materiais odontológicos (DTMO), consistindo de uma placa de alumínio com ranhuras gravadas de forma geométrica e concêntrica com profundidades variando de 100 mm a 1 mm, com raios de fundo de 0,1 mm, foi obtido por técnica de usinagem de ultraprecisão com uma ferramenta de diamante de dimensão submicrométrica. As etapas de usinagem foram realizadas em um torno de ultraprecisão, onde o DTMO foi usinado visando-se obter uma superfície polida para entalhar micro-ranhuras concêntricas em forma de V. Após a conclusão dos procedimentos de usinagem, o protótipo foi submetido à estereomicroscopia e avaliado quanto a presença de danos de superfície ou outras imperfeições. Foram realizados testes experimentais que apresentaram excelentes resultados.

Concluiu-se que o DTMO pode ser usado na análise de duplicação de detalhes e pode contribuir significativamente para o estudo e a pesquisa de qualidade de restaurações e próteses dentárias.

B233

Avaliação da influência de uma resina de baixa viscosidade na microinfiltração em restaurações de resina composta.

PERIS, A. R.*, DUARTE Jr., S. L. L.

Dentística – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6440. E-mail: sillaslo@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a microinfiltração nas paredes de esmalte e dentina em restaurações de classe II de acordo com o tipo de resina composta e a influência de resina de baixa viscosidade. Foram utilizados 40 terceiros molares humanos íntegros e extraídos, onde, na face mesial e distal foram realizados preparos cavitários de classe II padronizados. Os grupos obtidos foram: G1 - sistema adesivo Scotchbond Multi-Purpose (SBMP) (3M) + Z100 (3M); G2 - SBMP (3M) + Prodigy Condensable (Kerr); G3 - SBMP (3M) + resina de baixa viscosidade Revolution (Kerr) + Z100 (3M); G4 - SBMP (3M) + resina Revolution (Kerr) + Prodigy Condensable (Kerr). Foi realizado a termociclagem dos corpos-de-prova (200 ciclos à temperatura de 5ºC ± 5ºC e 55ºC ± 5ºC) e imersão dos mesmos em solução corante de nitrato de prata a 50%. Em seguida, os corpos-de-prova foram seccionados e avaliados segundo escore (0-3) de infiltração. Os resultados foram avaliados pelo teste de Kruskal-Wallis (p << 0,05) que demonstrou haver uma diferença estatisticamente significante entre os grupos (postos médios dos escores: G1 = 52,5a; G2 = 46,2a; G3 = 39,6a; G4 = 23,7b).

A avaliação dos resultados permitiu concluir que a utilização de uma resina de baixa viscosidade Revolution, associada com a resina compactável Prodigy Condensable diminuiu significativamente a microinfiltração, contudo não foi capaz de elimina-lá por completo. (Apoio financeiro: FAPESP - 99/11145-0.)

B234

Avaliação da adaptação de resina composta posterior em cavidades classe II, variando-se as técnicas restauradoras.

DAYRELL, A. C.*, CANDIDO, S. M., LOFFREDO, L. C. M.

Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. E-mail: dayrellac@bol.com.br

O objetivo deste estudo foi analisar in vitro, por meio de MEV, a amplitude da fenda cervical em restaurações classe II com resina composta posterior. Foram realizadas cavidades conservadoras acima da junção amelocementária, nas faces proximais de molares humanos hígidos. As restaurações foram feitas através da técnica incremental com as resinas compostas e respectivos adesivos: Z250/Single Bond; ou Surefil/Prime & Bond NT; variando-se as técnicas restauradoras nos grupos: GI- Surefil/Prime & Bond NT, ponta fotocondensadora transparente (PFC); GII- Surefil/Prime & Bond NT, PFC, Revolution (“flow”); GIII- Z250/Single Bond, PFC; GIV- Z250/Single Bond, PFC, Revolution; GV- Surefil/Prime & Bond NT e GVI- Z250/Single Bond. Os dentes foram armazenados em saliva artificial, submetidos à ciclagem térmica (500 ciclos, 5º-55ºC), seccionados e a adaptação cervical analisada em MEV. Após obtenção das fotomicrografias, a amplitude da fenda cervical foi mensurada.

Os resultados foram submetidos à análise estatística de Kruskal-Wallis e ao teste de Müller para os contrastes, concluindo-se que: 1 - nenhuma das técnicas impediu o desenvolvimento de fendas na parede cervical; entretanto os grupos que utilizaram a associação da ponta fotocondensadora (PFC) e resina “flow”, demonstraram resultados estatisticamente significantes, com menor amplitude de fenda cervical; 2 - a fenda cervical na região A1 (interface resina/esmalte), apresentou menor amplitude em relação às regiões A2 e A3 (interface resina/ dentina). (Apoio financeiro: CAPES.)

B235

Avaliação da microdureza de uma resina composta híbrida submetida a três tipos de aparelhos fotopolimerizadores.

MACHADO, C. T.*, PORTO NETO, S. T., CRUZ, C. A. S.

Departamento de Odontologia – Dentística Clínica – UFNR. Tel.: (0**84) 215-4100.

Este estudo avaliou in vitro a capacidade de polimerização, utilizando o teste de dureza Vickers em uma única resina composta fotopolimerizável variando aparelhos fotopolimerizadores com intensidades de luz diferentes, tempo e profundidade. Para isso, foram utilizados 3 (três) tipos de aparelhos o Curing Light 2500 - 3M, Apollo 95E e o Kreativ. A resina composta utilizada foi a Charisma, que é uma resina híbrida, na cor A30.

Em face dos resultados obtidos e da metodologia aplicada foi possível concluir que: 1) com relação a aparelho, estes apresentaram uma variabilidade significativa, ou seja, os diferentes aparelhos levaram a variabilidade significativa de dureza Vickers, independente da profundidade, 2) com relação a profundidade, verificou-se que a de 3 mm apresentou um menor valor de dureza, enquanto a de 1 mm apresentou um maior valor de dureza, ficando a de 2 mm em uma posição intermediária às médias de dureza; 3) com relação a interação aparelho-profundidade, foi observado que: 3.1) o aparelho Apollo 95E apresentou valores de dureza semelhantes entre o 1 e 2 mm e entre 2 e 3 mm.; 3.2) o aparelho Curing Light apresentou valores de dureza semelhantes entre o 1 e 2 mm e entre 2 e 3 mm; 3.3) o aparelho Kreativ apresentou valores de dureza distintos nas diferentes profundidades.

B236

Efeito da termociclagem na união entre “soft liners” e resinas acrílicas.

PINTO, J. R. R.*, MESQUITA, M. F., HENRIQUES, G. E. P., NÓBILO, M. A. A., GOMES, I. M.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. E-mail: mesquita@fop.unicamp.br

Este trabalho avaliou o efeito da termociclagem sobre a resistência à tração da união de quatro materiais reembasadores resilientes utilizados com a base de resina acrílica da prótese total, sendo dois à base de silicone (Molloplast-B e Flexor) e dois à base de resina acrílica (Eversoft e Pro Tech). As resinas acrílicas selecionadas foram a Clássico e a Lucitone 199. Para o ensaio foram utilizadas 160 amostras divididas em 16 grupos. Para confecção das amostras, foram utilizadas matrizes metálicas incluídas em mufla, cujo molde impresso no silicone de condensação e no gesso foi preenchido com resina acrílica e/ou material resiliente. Em seguida, metade das amostras foi levada ao termociclador MCT2 AMM onde foram realizados 3.000 ciclos de 1 minuto em água à 5ºC (± 1ºC) e 1 minuto em água à 55ºC (± 1ºC). A outra metade das amostras foi armazenada em água à 37ºC durante 24 horas. As amostras foram submetidas a tracionamento no equipamento EMIC com velocidade de 5 mm/minuto. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Independentemente do tratamento recebido e resina acrílica utilizada, o material Molloplast-B apresentou os maiores valores de resistência à tração e o Eversoft, os menores.

A termociclagem diminuiu todos os valores de resistência à tração da união. O tipo de resina acrílica utilizada independente do material e tratamento, não gerou diferença estatística. (Apoio: FAPESP.)

B237

Influência do uso de materiais resinosos como base na infiltração marginal de restaurações de compósitos.

ALONSO, R. C. B.*, SINHORETI, M. A. C., CORRER SOBRINHO, L., CONSANI, S., GOES, M. F.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP.

O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do uso de camadas variadas de adesivo e de resina de baixa viscosidade na infiltração marginal de restaurações em compósito. Quarenta incisivos bovinos foram selecionados, nos quais cavidades classe V circulares (4 mm diâmetro x 2 mm profundidade) foram preparadas na região do limite amelocementário. Os dentes foram então divididos em 4 grupos, segundo as bases utilizadas: Grupo 1(controle): aplicação do sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso (SBMU - 3M); Grupo 2: SBMU, porém com aplicação de 3 camadas do adesivo; Grupo 3: SBMU, mais 1 camada do adesivo com carga OptiBond FL (Kerr); Grupo 4: SBMU e aplicação da resina de baixa viscosidade Flow-It (Jeneric/Pentron) como base. Após, todas as cavidades foram restauradas com o compósito Z100 (3M). Os dentes foram então preparados para o teste de microinfiltração e imersos por 2 h em solução tamponada de azul de metileno a 2%. Após, foram cortados no sentido longitudinal, passando pelo centro da restauração numa cortadeira com disco diamantado. As amostras foram então avaliadas em lupa estereoscópica com aumento de 40 X, segundo os escores preconizados pela ISO (TR11405) para esmalte e dentina. Os dados obtidos foram analisados através do teste de Kruskal-Wallis (5%).

Em esmalte, não foi verificada diferença estatística entre os grupos. Quanto à infiltração em dentina, o grupo 4 apresentou significativamente menor infiltração que o grupo 1 e não houve diferença estatística entre os outros grupos quando comparados.

B238

Sensibilidade do ensaio de microdureza na determinação da extensão de polimerização.

DISCACCIATI, J. A. C.*, NEVES, A. D., YARED, K. F. G., ORÉFICE, R. L., JANSEN, W. C.

Departamento de Odontologia Restauradora e Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais – UFMG. E-mail: adneves@uol.com.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a sensibilidade do ensaio de microdureza Knoop na determinação da extensão de polimerização de uma resina composta (Z250â - 3M). Corpos-de-prova, medindo 10 mm de diâmetro por 1 mm de espessura, foram confeccionados utilizando um espaçador metálico e a unidade fotoativadora Optiluxâ.Os corpos-de-prova foram divididos em três grupos: G1- fotoativados por 5 s, representando uma subpolimerização, G2- fotoativados por 20 s, tempo recomendado pelo fabricante; e G3- fotoativados por 80 s, na tentativa de se obter uma maior extensão de polimerização. Valores de microdureza foram tomados a partir das superfícies superiores (s) e inferiores (i) dos corpos-de-prova. Os resultados foram submetidos à ANOVA e ao teste de Tukey, considerando um nível de significância de 5%. Os valores médios de microdureza e desvios-padrão para superfícies superiores e inferiores foram os seguintes, respectivamente: G1s: 76,3 (1,6); G2s: 84,7 (2,1); G3s: 89,1 (1,4); com valor de p = 0,000 e G1i: 71,0 (3,4); G2i: 83,8 (2,4); G3i: 84,5 (2,4); com valor de p = 0,002. Através do teste de Tukey, considerando as superfícies superiores, observou-se diferença estatisticamente significante entre os três grupos (G1s, G2s e G3s), o que não aconteceu quando se considerou as superfícies inferiores (G1i e G2i = G3i).

Concluiu-se que, sob as condições e métodos empregados, o ensaio de microdureza Knoop apresenta alta sensibilidade na determinação da extensão de polimerização do material avaliado.

B239

Correlação entre grau de conversão, microdureza e conteúdo inorgânico em compósitos.

NEVES, A. D.*, DISCACCIATI, J. A. C., ORÉFICE, R. L., JANSEN, W. C.

Departamento de  Odontologia – Unimontes; Departamento de Odontologia Restauradora, Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais – UFMG. E-mail: adneves@uol.com.br

Este estudo teve como objetivo avaliar a correlação entre o grau de conversão monomérica e a microdureza em resinas compostas, e o efeito do conteúdo de partículas sobre esses parâmetros. Três resinas compostas, indicadas para técnica indireta (Artglass®, Solidex® e Zeta LC®), foram polimerizadas em três diferentes unidades laboratoriais de fotoativação. Para cada material, quinze corpos-de-prova foram confeccionados em uma matriz metálica, sendo submetidos à análise do grau de conversão monomérica através de FTIR (espectroscopia de infravermelho) e microdureza Vickers. O conteúdo de partículas inorgânicas foi determinado através de análise termogravimétrica (TGA). O comportamento conjunto das variáveis – grau de conversão e microdureza – foi medido através do coeficiente de correlação de Pearson (r). Para a resina Artglass®, o grau de conversão variou de 37,5% a 79,2%, com valores de microdureza de 32,4 a 50,3 (r = 0,904). Para a resina Solidex®, o grau de conversão variou de 41,2% a 60,4%, com valores de microdureza de 33,3 a 44,1 (r = 0,707). Para a resina Zeta LC®, os valores de grau de conversão e microdureza foram, respectivamente, de 62,0% a 78,0% e de 22,6 a 33,6 (r = 0,710).

Concluiu-se que, para os materiais individualmente, existe uma forte correlação entre o grau de conversão e a microdureza. Por outro lado, quando materiais diferentes foram comparados, observou-se que o conteúdo de partículas inorgânicas afeta diretamente os valores de microdureza dos materiais.

B240

Efeito da fundição sobre a rugosidade de ligas alternativas.

PEDRAZZI, H.*, BEZZON, O. L., ZANIQUELLI, O.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3983,
fax: (0**16) 633-0999.

A rugosidade superficial das ligas odontológicas é fator importante no processo de acabamento das próteses fixas e removíveis. Quanto mais rugosa a superfície da liga no estado bruto de fusão, mais difícil se torna o processo de acabamento e polimento desses materiais. Foi estudada a influência do processo de fundição na rugosidade superficial de dois tipos de ligas (Co-Cr - WironitÒ e Ni-Cr - Verabond IIÒ). Para tanto foram obtidos padrões de cera em forma de moeda com 8 mm de diâmetro por 2 mm de espessura que, uma vez incluídas em revestimento TermocastÒ, tiveram sua fundição orientada por dois métodos: por maçarico (gás/oxigênio) e por indução ao vácuo (Neutrodyn Easyti - ManfrediÒ) . Para cada liga, 8 corpos-de-prova foram fundidos nas duas condições citadas acima, e, para cada corpo-de-prova, 3 medidas de rugosidade foram tomadas, perfazendo um total de 24 mensurações para cada situação.

Os resultados se mostraram estatisticamente diferentes (ANOVA/Tukey - p £ 0,05), evidenciando que o processo de fundição por indução, produziu superfícies mais lisas (Ni-Cr 2,43 mm ± 22%; Co-Cr 2,23 mm ± 22%), que o processo por maçarico (Ni-Cr 2,99 mm ± 15%; Co-Cr 2,83 mm ± 21%).

B241

Efeito da termociclagem na deformação permanente de materiais reembasadores resilientes.

GOMES, I. M.*, MESQUITA, M. F., PINTO, J. R. R., NÓBILO, M. A. A., HENRIQUES, G. E. P.

FOP – UNICAMP. E-mail: mesquita@fop.unicamp.br

Este trabalho avaliou o efeito da termociclagem sobre a deformação permanente de quatro materiais reembasadores resilientes utilizados com a base de resina acrílica da prótese total, sendo dois à base de silicone (Molloplast-B e Flexor) e dois à base de resina acrílica (Eversoft e Pro Tech). Foram utilizadas 80 amostras divididas em 8 grupos. Para a confecção das amostras, foram utilizadas matrizes metálicas incluídas em mufla, cujo molde impresso no silicone de condensação e no gesso foi preenchido com o material resiliente. Em seguida, metade das amostras foi levada ao termociclador MCT2 AMM Instrumental onde foram realizados 3.000 ciclos de 1 minuto em água à 5ºC (± 1ºC) e 1 minuto em água à 55ºC (± 1ºC). A outra metade das amostras foi armazenada em água à 37ºC durante 24 horas. As amostras foram ensaiadas em um aparelho mecânico descrito na especificação nº 18 da ADA. Todos os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Independentemente do tratamento recebido, o material Eversoft apresentou os maiores valores, e o Molloplast-B, os menores.

A termociclagem aumentou a porcentagem de deformação permanente e causou diferença estatística apenas para os materiais à base de resina acrílica. (Apoio: FAPESP.)

B242

Abrasividade na região cervical de dentes, provocada pela escovação mecânica com dentifrícios.

SANTOS, P. H.*, FORTUNA, S., CONSANI, S., SINHORETI, M. A. C., CORRER SOBRINHO, L., BORGES, G. A.

FOP – UNICAMP. E-mail: paulohsantos@bol.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a abrasividade de três dentifrícios comerciais sobre a região cervical (junção cemento-esmalte) de dentes pré-molares, provocada pela escovação mecânica. Foram utilizados 24 dentes pré-molares superiores e inferiores, separados em três grupos de oito. O terço apical da raiz foi seccionado em cortador com disco de diamante, a fim de obter corpos-de-prova com 15 mm de comprimento. Em seguida, as amostras foram submetidas a 30.000 ciclos numa máquina de escovação Equilabor, com dentifrícios Sorriso, Sensodyne e Colgate branqueador e escova Oral-B 30. Foram usados seis gramas de dentifrício para cada etapa de escovação. A rugosidade foi verificada com aparelho rugosímetro (Surfcorder SE 1700) antes e após os corpos-de-prova serem submetidos à escovação. Foram feitas 5 leituras em cada corpo-de-prova e os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (p << 0,05) e indicaram que: a escovação com o dentifrício Colgate branqueador (3,71 mm), Sorriso (3,05 mm) e Sensodyne (2,28 mm) promoveram nos corpos-de-prova maior rugosidade com diferença estatística em relação aos corpos-de-prova sem escovação (1,06 mm) (p << 0,05). Os dentifrícios Colgate branquedor (3,71 mm) e Sorriso (3,05 mm) foram significativamente mais abrasivos do que o dentifrício Sensodyne (2,28 mm).

Como conclusão, a escovação promoveu aumento na rugosidade de superfície e os dentifrícios Colgate branqueador e Sorriso foram os mais abrasivos.

B243

Sistema de forças gerado pela alça T padrão UNESP - Araraquara.

SOUZA, R. S.*, SANTOS PINTO, A., SAKIMA, M. T., SHIMIZU, R. H., GANDINI Jr., L. G.

Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

O fechamento de espaços é uma rotina no consultório ortodôntico. Existem vários recursos para se realizar tal manobra, mas na maioria destes não se conhece o sistema de forças liberado. Nesse trabalho, procurou-se descrever o sistema de forças liberado pela alça T com as pré-ativações utilizadas pela Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP, utilizando teste de tração. Foram realizados testes de tração em 14 alças, as quais foram posicionadas centralizadas no espaço entre os acessórios e foram feitas ativações iniciais de 5 mm. As alças foram desativadas de 0,5 em 0,5 mm, quando eram realizadas as leituras da força horizontal e do momento gerado. Os resultados mostraram uma força horizontal inicial média de 253,6 g e uma proporção momento/força de 7,6, sendo que o movimento de translação ocorreu a partir de 1,5 mm de desativação, e o de correção radicular com 2 mm de desativação.

Frente aos resultados obtidos, indica-se a utilização desta alça para retração de caninos, incisivos ou retração dos seis dentes anteriores, devendo ser ativada inicialmente em 5 mm, e reativada a cada 2,5 mm de desativação. (Apoio financeiro: CAPES.)

B244

Avaliação da desadaptação na caixa proximal de restaurações classe II em amálgama de prata: estudo in vitro.

SILVA, F. R. da1, PEREIRA, L. C.2, DANTAS, M. C.*3, NASCIMENTO, D. F.3

1UFRJ; 2PEMM/COPPE-EE/UFRJ; 3Clínica Odontológica – UFRJ.

O ensino em laboratório de restaurações metálicas diretas envolve 2 estágios. O 1º corresponde ao ensino dos preparos cavitários. O 2º a técnica restauradora, o tempo e a pressão necessários para a correta condensação do amálgama para obter-se um mínimo de porosidade e o máximo de adaptação. Ao final do período teórico/prático o aluno deveria confeccionar restaurações em amálgama de prata com o mínimo de erros. A fim de avaliar a evolução no aprendizado durante o período pré-clínico, que facilite ao professor e ao aluno a visualização de erros e acertos, é proposto um processo de quantificação das fendas existentes na caixa proximal de restaurações classe II em diferentes fases do período letivo. Foram realizadas 2 amostragens aleatórias compostas cada uma de 10 dentes em resina. O 1º grupo corresponde a 1ª restauração classe II confeccionada pelos alunos e o 2º grupo, também classe II, refere-se àqueles restaurados na prova prática final. Após seccionamento V-L ao nível da caixa proximal, foram embutidos em resina epóxi, seguindo-se de lixamento (240, 600 e 1.200) e polimento com alumina. Os corpos-de-prova foram analisados em microscopia óptica com aumento de 25 X (Olympus BX60M com câmara digital Olympus DP10). As análises microestruturais para a determinação da desadaptação do amálgama às paredes cavitárias utilizaram programas de processamento de imagens digitais. O método de avaliação permitiu uma quantificação das fendas.

Verificou-se diferenças de medidas na largura dessas fendas entre os grupos 1 e 2, de modo a indicar uma metodologia para a avaliação da prática pré-clínica.

B245

Avaliação da variação na aplicação do sistema adesivo na microinfiltração em restaurações de resina composta.

MASSAUD, A. M.*, BUCZYNSKI, A. K. C., VIDAL, J. B. B., SILVA, M. P. R., PINHEIRO, R. F.

Departamento de Prótese e Materiais Dentários – Universidade Federal do Rio de Janeiro; Universidade Gama Filho. Tel./fax: (0**21) 205-0720. E-mail: rogeriofulgencio@uol.com.br

Os sistemas adesivos são, muitas vezes, utilizados de forma diferente daquela preconizada pelos fabricantes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da variação na aplicação do sistema adesivo na microinfiltração marginal em restaurações de resina composta. Cavidades MOD para resina composta foram preparadas em 40 pré-molares. O sistema adesivo utilizado foi o Prime & Bond NT e as restaurações realizadas com a resina composta TPH. As cavidades foram tratadas com o sistema adesivo conforme preconizado pelo fabricante (Grupo Controle) ou com as seguintes variações: aplicação de apenas uma camada do sistema adesivo (Grupo 2), aplicação da segunda camada do sistema adesivo por tempo prolongado de 30 s (Grupo 3) ou secagem do sistema adesivo por tempo prolongado de 60 s com jatos de ar (Grupo 4). A resina composta foi inserida e polimerizada. Os espécimes foram termociclados e imersos em solução de fucsina básica a 0,5% por 24 horas. Em seguida, os espécimes foram lavados e seccionados, no sentido mesiodistal, obtendo-se três secções. As análises seguiram os seguintes escores: 0 - nenhuma infiltração; 1 - infiltração do corante na parede gengival; 2 - infiltração do corante na parede axial; 3 - infiltração do corante na parede axial e em direção à polpa. Os dados foram submetidos ao teste estatístico pela análise de variância não-paramétrica, método Kruskal-Wallis (p << 0,05). As comparações individuais foram feitas pelo teste de Mann-Whitney.

Os resultados mostraram que o grupo 3 apresentou-se estatisticamente superior ao grupo 2. Os demais grupos foram semelhantes estatisticamente.

B246

Resistência à fratura de dentes com preparos retentivos restaurados com amálgama adesivo.

DIAS DE SOUZA, G. M.*, PEREIRA, G. D. S., PAULILLO, L. A. M. S., DIAS, C. T. S.

Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340; 430-5218. E-mail: paulillo@fop.unicamp.br

O amálgama de prata é freqüentemente aplicado em dentes posteriores devido às suas propriedades mecânicas favoráveis e fácil manipulação. Entretanto, as restaurações em amálgama apresentam elevada infiltração marginal inicial e, por isso, foram associados sistemas de união, com o objetivo de reduzir a mesma, o que leva ao reforço da estrutura coronária enfraquecida pelo preparo cavitário. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência à fratura, promovida pela técnica do amálgama adesivo, em pré-molares superiores com cavidades MOD padronizadas. Como paredes paralelas resultam em cúspides com elasticidade suficiente para mascarar o reforço promovido pela técnica restauradora, foram feitos preparos com paredes convergentes para a oclusal, assim, os dentes foram restaurados de acordo com o grupo experimental: Grupo 1 (controle) - amálgama de prata; Grupo 2 - Scotchbond Multi-Uso Plus e amálgama de prata; Grupo 3 - Panavia F e amálgama de prata. O carregamento axial de compressão foi aplicado sobre as vertentes das cúspides através de esfera com 6 mm de diâmetro (Instron). Os resultados encontrados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey: G1: 72,433 kgf(a), G2: 105,720 kgf(b), G3: 80,505 kgf(a). A média de resistência à fratura do grupo 2 foi superior e apresentou diferença estatística significativa em relação aos outros grupos.

Desta forma, pode-se concluir que o Scotchbond Multi-Uso Plus associado ao amálgama de prata aumentou a resistência à fratura de dentes enfraquecidos pelo preparo cavitário com cavidades MOD e paredes convergentes.

B247

Resistência à tração de pinos pré-fabricados em função do sistema adesivo e do cimento.

FERREIRA, R. S. P., MARTINS, M. R.*, MENDES, L. M., ANDRADE FILHO, H.

Departamento de Dentística – FO – UERJ. E-mail: marciopatricia@uol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência à tração de pinos pré-fabricados, utilizando sistema adesivo e cimento resinoso fotoativado e quimicamente ativado. Para tal, foram selecionados 40 caninos humanos recém-extraídos, divididos em 4 grupos, onde cada grupo recebeu um tipo de adesivo e um tipo de cimento: G1 - adesivo e cimento quimicamente ativados; G2 - adesivo quimicamente ativado e cimento fotoativado; G3 - adesivo fotoativado e cimento quimicamente ativado; G4 - adesivo e cimento fotoativados. Todos os grupos de dentes foram previamente tratados endodonticamente e receberam o sistema de pinos Europost (Anthogyr) de aço inoxidável. O sistema adesivo utilizado foi o Scotchbond Multi-Uso Plus (3M), o cimento resinoso fotoativado foi o Rely X (3M) e o cimento resinoso quimicamente ativado foi o Cement-It (Jeneric/Pentron). Após a cimentação de todos os pinos, os dentes foram montados em blocos de resina acrílica e armazenados em soro fisiológico até que fossem submetidos ao teste de tração através da máquina EMIC DL 500 MF, com velocidade de tração de 5 mm/min. e a força de tração medida em Newton (N). Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA (p << 0,05) e pelo teste Student-Newman-Keuls. A média e o desvio-padrão dos grupos foram: G1 - 366,6/191,7; G2 - 456,4/128,9; G3 - 235,2/134,9; G4 - 256,1/146,3.

Os autores concluíram que o grupo G2 obteve os melhores resultados e os grupos G3 e G4 os piores resultados.

B248

Efeito da remoção do colágeno na resistência de união de adesivos à base de acetona.

SABOIA, V. P. A.*, SANTOS, P. H., SINHORETI, M. A. C.

FO – Universidade Federal do Ceará; FOP – Unicamp.

O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da remoção do colágeno da dentina na resistência ao cisalhamento de dois sistemas adesivos de frasco único. Quarenta coroas de incisivos bovinos foram incluídas em resina de poliestireno e desgastadas até expor a dentina. As coroas foram divididas em 4 grupos (n = 10): G1 - Prime & Bond 2.1 aplicado de acordo com as instruções do fabricante (PB); G2 - Prime & Bond 2.1 aplicado sobre a dentina tratada com NaOCl a 10% por 1 minuto após o condicionamento ácido (PBH); G3 - Gluma aplicado de acordo com as instruções do fabricante (GL) e G4 - Gluma aplicado após remoção do colágeno da dentina, conforme descrito para o grupo 2 (GLH). Foram confeccionados cilindros com resina composta Z100 sobre área de adesão e os espécimes foram estocados em água destilada à 37ºC por 24 h. O teste de cisalhamento foi realizado à uma velocidade de 0,5 mm/min. em máquina de ensaio universal Instron. Os resultados foram submetidos à análise estatística (ANOVA e teste de Tukey) e diferenças significativas foram encontradas entre os grupos (p = 0,05). As médias obtidas foram as seguintes (MPa): G4 = 6,512(a); G1 = 6,291(a); G2 = 5,575(ab) e G3 = 4,583(b).

A remoção do colágeno aumentou a resistência ao cisalhamento para o Gluma e não interferiu nos valores de adesão para o Prime & Bond 2.1.

B249

Correlação entre dureza Knoop e grau de conversão de resinas compostas.

CARVALHO, C. M. L. S.*, GOES, M. F., ROSOLEN, M.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345. E-mail:chrislanna@ig.com.br

O propósito do estudo foi avaliar o grau de polimerização de resinas compostas por meio mecânico e químico. Foram utilizados os materiais Alert (Jeneric/Pentron), Fill Magic (Vigodent), Filtek Z250, P60 e Z100 (3M), Prodigy (Kerr), Solitaire (Kulzer) e Surefil (Dentsply). Para o ensaio de dureza Knoop (microdurômetro Shimadzu - HMV 2000) amostras cilíndricas (5 mm x 5 mm) foram polimerizadas em único incremento (fotoativador XL2500 - 3M - 500 mW - por 40 s), armazenadas em ambiente escuro e umidade relativa (100%) - 37ºC - 24 horas. A análise do grau de conversão - espectroscopia de transmissão infravermelha de Fourrier (FTIR - modelo Nicolet - 52Dx FT-IR spectometer 400-4.000 cm-1), usou dois tipos de amostras. Amostras de resina não-polimerizada prensadas entre dois discos de vidro de KBr para obtenção de uma película . O material polimerizado, utilizou o mesmo procedimento de confecção de amostras para dureza Knoop. A amostra foi seccionada com espessura de 0,5 mm e triturada para obtenção de um pó, misturado ao KBr e prensado (10 ton.) para obtenção de um disco. Para ambos os ensaios, as amostras foram avaliadas nas profundidades de 1-4 mm em relação à fonte de luz. Os resultados obedeceram os seguintes valores decrescentes - Dureza: Alert >> Z100 >> Surefil >> Z250 = Fill Magic = P60 >> Prodigy >> Solitaire. Para grau de conversão: P60 >> Z100 >> Surefil >> Prodigy = Alert = Fill Magic >> Z250 >> Solitaire.

Os resultados levam à conclusão de que há uma correlação proporcionalmente positiva entre os valores de dureza Knoop e o grau de conversão para as resinas Z100, Surefil e Solitaire. (Apoio financeiro: CAPES.)

B250

Avaliação clínica da eficácia imediata do laser de Ga-Al-As na terapia da sensibilidade dentinária.

LOPES, J. L.*, BEZERRA, R. B., NOYA, M. S., MIRANDA, C. B.

Departamento de Saúde – UEFS. Tel./fax: (0**71) 358-8726. E-mail: dentariu@uol.com.br

O objetivo deste estudo clínico foi avaliar a eficácia do laser de Ga-Al-As (KC 611/Kroman) na terapia da sensibilidade dentinária, para tal foram utilizados 32 dentes hígidos de 20 pacientes. Num mesmo paciente, foram escolhidos dois dentes: um sem sensibilidade (grupo I - controle) e outro, homólogo ao primeiro, com sensibilidade dentinária (grupo II - teste). Os dentes do grupo I serviram como parâmetro de comparação para a mensuração da sensibilidade do grupo II. Essa sensibilidade foi mensurada mediante estimulação térmica (água gelada), mecânica (sonda exploradora) e evaporativa (jato de ar) e em seguida registrada de acordo com uma escala preestabelecida, com valores que variaram de 0 a 3. O registro da sensibilidade dentinária foi feito antes e imediatamente após a aplicação do laser (5 Joules/cm; 670 nm; 15 mW). Se após essa aplicação o paciente ainda relatasse sensibilidade dentinária de graus 2 ou 3 (indicando que não houve dessensibilização), este recebia mais uma ou, no máximo duas novas aplicações de laser, sempre com intervalos de 4 dias. Após a obtenção dos dados, estes foram analisados estatisticamente através do teste qui-quadrado, os quais revelaram que nestas condições experimentais o laser de Ga-Al-As promoveu uma redução estatisticamente significante da sensibilidade dentinária (p << 0,05).

Para os estímulos mecânico e térmico, apenas uma sessão de laser já foi suficiente para promover a dessensibilização, enquanto que para o estímulo evaporativo foram necessárias duas sessões para obter-se o mesmo resultado.

B251

Análise da biocompatibilidade de três cimentos endodônticos à base de hidróxido de cálcio.

VELOSO, H. H. P.*, SANTOS, R. A., ARAÚJO, T. P.

Departamento de Odontologia Preventiva e Social – Faculdade de Odontologia de Pernambuco – UPE. Tel.: (0**83) 245-9671, 9302-3063. E-mail: hhveloso@bol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar histologicamente o comportamento tecidual subcutâneo de ratos após implantes de tubos de polietileno preenchidos com cimentos obturadores de canal à base de hidróxido de cálcio (Sealapex, Apexit e Sealer 26), utilizando como controle os tubos de polietileno vazios. Foram utilizados para este fim, 60 ratos que foram divididos em oito grupos: quatro grupos experimentais, cada um com 10 ratos, e quatro grupos controle, com cinco ratos. Foram analisados em intervalos de 48 horas, sete, 21 e 60 dias. Os resultados da análise histológica mostraram que todos os cimentos foram irritantes, porém em intensidade que variaram entre si e em função do tempo. Nos períodos iniciais (48 horas e sete dias) todos os materiais exibiram resultados próximos, com quadro inflamatório entre severo e moderado, respectivamente, evidenciando uma intensa reação tecidual. Nos períodos finais (21 e 60 dias), as reações teciduais aos implantes contendo o cimento Sealapex apresentaram um quadro ativo mas em fase involutiva, em relação aos cimentos Apexit e Sealer 26 que se caracterizaram por uma intensa reação inflamatória crônica granulomatosa de corpo estranho. Os grupos controle apresentaram o número de células inflamatórias inferior aos grupos experimentais, mantendo um quadro reacional em fase involutiva.

Os resultados obtidos neste estudo, demonstraram que o Sealapex foi o mais biocompatível dos cimentos analisados.

B252

Eatudo comparativo da infiltração marginal utilizando-se técnica adesiva convencional e autocondicionante.

VIEIRA, F. L. T.*, LEÃO, E. C.

Este estudo in vitro teve como objetivo analisar e comparar a eficácia dos adesivos dentinários Prime & Bond 2.1 com flúor (Dentsply) e Etch & Prime 3.0 (Degussa) em relação às suas capacidades de protegerem o complexo dentinopulpar, minimizando a infiltração marginal na interface dente/restauração. Utilizou-se 20 dentes pré-molares de humanos, com substrato dentinário cariado, obtidos no banco de dentes dos cursos de Pós-Graduação em Odontologia da UFPE, tendo como requisito serem possuidores de paredes vestibular, lingual/palatina e pulpar. Os dentes assim selecionados tiveram o tecido cariado removido e foram divididos em dois grupos de estudo: Grupo 1 - cujas cavidades foram restauradas pela técnica adesiva convencional, com o condicionamento de ácido forfórico a 37% utilizando-se o adesivo Prime & Bond 2.1 com flúor (Dentsply). Grupo 2 - cujas cavidades foram restauradas utilizando-se o adesivo autocondicionante Etch & Prime 3.0 (Degussa), que dispensa o ataque ácido prévio às estrturas dentárias. Foi utilizada a resina Definite (Degussa) para as restaurações dos espécimes nos dois grupos.

Na análise estatística dos resultados, não observou-se diferenças significantes entre os adesivos utilizados.

B253

Microinfiltração em compósitos: importância da utilização em adesivos dentinários.

MORAES, R. C. M., GOUVÊA, M. V., ALMEIDA, L. R., MATUCK, I. C., LOPES, D. M.*,
GOUVÊA, C. V. D.

Faculdade de Odontologia – UFF - Niterói - RJ.

Para minimizar o problema da microinfiltração utiliza-se os sistemas adesivos. Nosso trabalho objetiva avaliar a microinfiltração quando se utiliza adesivos de última geração com compósitos. Foram utilizados quarenta dentes bovinos, que foram divididos em quatro grupos de dez amostras cada. Grupo A: corpo-de-prova testemunho, sem aplicação de adesivo, restaurado com a resina APH da Dentsply; grupo B: corpo-de-prova testemunho, sem aplicação de adesivo e material restaurador Z100 da 3M; grupo C: corpo-de-prova com aplicação de adesivo Pro-Bond e material restaurador APH; grupo D: corpo-de-prova com aplicação de adesivo Scotchbond MP e material restaurador Z100. A face vestibular dos dentes foram planificadas e os preparos executados, todos idênticos. As amostras foram embutidas em cilindros de acrílico e submetidas ao condicionamento ácido. Os materiais restauradores foram inseridos nas cavidades dos quatro grupos pela técnica incremental. Submetidas a acabamento, foram aplicados duas camadas de esmalte sobre os dentes, deixando-se livre uma moldura de 1,0 mm ao redor das restaurações, para penetração do corante. As amostras foram colocadas em azul de metileno à 2% e submetidas à ciclagem térmica. Foram seccionadas para leitura da pigmentação através de microscopia óptica.

Concluímos: a microinfiltração ocorreu em todos os casos nas paredes axiais dos preparos; nenhuma das técnicas com a utilização de adesivos impediu, na sua totalidade a microinfiltração marginal; a utilização dois adesivos é benéfica com vistas à microinfiltração.

B254

Microinfiltração marginal entre resinas compostas: convencional versus condensável.

GOUVÊA, C. V. D., MORAES, R. C. M., ALMEIDA, L. R., GOUVÊA, M. V., AMARANE, J. E. V., JORGE, M. Z.*

Faculdade de Odontologia – UFF - Niterói - RJ.

Um dos fatores que mais compromete uma restauração é a ausência de vedamento pelo material restaurador na sua interface com a superfície dentária. O objetivo desse estudo foi comparar o comportamento de uma resina composta convencional e outra condensável no que se refere à microinfiltração marginal. Foram utilizados trinta dentes bovinos divididos aleatoriamente em dois grupos (A e B). Nas superfícies dentárias, de ambos os grupos, foram preparadas cavidades de igual forma e a seguir realizou-se condicionamento ácido e saplicou-se sistema adesivo. Inseriu-se posteriormente no grupo A a resina tipo convencional e no grupo B a do tipo condensável, segundo as instruções dos fabricantes. Os corpos-de-prova foram armazenados em saliva artificial por igual tempo, mergulhados em fucsina básica e submetidos ao processo de ciclagem térmica. Isso feito, avaliou-se a penetração do pigmento mediante resina convencional: 10 corpos-de-prova foram classificados no grau 2, e 5 no grau 3; e para a resina condensável: 8 classificaram-se no grau 2, e 7 no grau 3. Os dados foram analisados pelo teste não-paramétrico de Mann-Whitney e não houve diferença estatística significante entre os grupos (p >> 0,05).

Pode-se concluir que, embora nenhum dos tipos de resina tenha sido capaz de evitar a infiltração marginal, houve uma tendência maior para esse aspecto na do tipo condensável.

B255

Avaliação in vitro do desajuste e da microinfiltração marginal em coroas metalocerâmicas cimentadas com três tipos de cimentos.

MOTTA, A. B.*, PEGORARO, L. F.

Departamento de Prótese Dental – FOB – USP - SP. Tel.: (0**21) 3150-6172. E-mail: andreamotta@uol.com.br

Este trabalho teve como objetivo analisar o desajuste marginal existente em coroas totais cimentadas com três tipos de cimentos (fosfato de zinco, ionômero de vidro e resinoso) em 100% de umidade, e verificar a correlação existente com o grau de microinfiltração marginal. Foram realizados preparos para coroas metalocerâmicas em 30 dentes pré-molares humanos recém-extraídos e aleatoriamente distribuídos em três grupos de acordo com o cimento utilizado. Imediatamente após a cimentação, a região cervical das coroas e dentes foi envolvida com algodão embebido em saliva artificial. As medidas de desajuste foram realizadas em microscópio comparador, antes e após a cimentação e nas quatro faces das coroas. Após os testes de ciclagem térmica, os corpos-de-prova foram corados em solução de fucsina básica 5%, lavados, incluídos em resina e secionados no sentido vestíbulo-lingual. Os cortes foram analisados quanto a infiltração por meio de escores, em microscópio. Os resultados de desajuste marginal foram submetidos ao teste estatístico de análise de variância a um critério (ANOVA), e os de infiltração marginal ao teste de Kruskal-Wallis. A relação entre esses dois aspectos foi analisada usando-se o coeficiente de correlação de Spearman.

Dentre os três cimentos analisados, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nos resultados de desajuste e infiltração marginal. Não foi encontrada também correlação entre a quantidade de desajuste e o grau de infiltração marginal.

B256

Diamino fluoreto de prata como fotoiniciador do laser Nd:YAG.

AVILEZ, A. C.*, GROTH, E., MIRAGE, A.

Laser – FO – USP – IPEN. Tel.: (0**21) 556-4739. E-mail: zezila@zaz.com.br

Desde que o laser de Nd:YAG foi introduzido como tratamento odontológico, vários fotoiniciadores vêm sendo estudados com a finalidade de melhorar a ação deste laser sobre o tecido cariado. O objetivo da presente pesquisa é o de avaliar através da microscopia óptica e eletrônica de varredura a profundidade de atuação do laser de Nd:YAG em tecido dentinário cariado de dentes decíduos. Tendo o carvão mineral ou o diamino fluoreto de prata a 12%, como fotoiniciadores. 15 dentes decíduos foram utilizados. Duas cavidades na face palatina e uma na vestibular foram cariadas in vitro em cada espécime. As cavidades mésio-palatinas foram preenchidas por carvão mineral e as vestibulares por diamino fluoreto de prata, a terceira cavidade na face palatina foi mantida como cárie para efeito de controle. Os espécimes foram então irradiados pelo laser de Nd:YAG emitido em 1.064 nm de comprimento de onda em forma pulsada, em potência média de 0,8 W, freqüência de 10 Hz e com 80 mJ de energia por pulso. As amostras foram cortadas transversalmente e analisadas por MEV e MO. Os resultados obtidos demonstram que o diamino fluoreto de prata é um bom fotoiniciador pois propicia fusão em dentina abaixo da camada superficial, além das propriedades já conhecidas de cariostase. O carvão mineral só proporciona a ação do laser superficialmente.

Por esta capacidade apresentada podemos propô-lo como tratamento coadjuvante para pacientes de baixa idade que tenham sido tratados pelo cariostático, aproveitando a coloração escura por ele deixada para promover a sua interação.

B257

Avaliação da união de sistemas adesivos autocondicionantes a dentina humana e bovina.

PARAIZO, M.*, GABRIEL, J. M., MACHADO, M., RABELLO, T., DIAS, K.

Departamento de Dentística – FOUERJ; FOUFRJ; MB. Tel.: (0**21) 587-6466.

O objetivo deste estudo foi comparar a união de sistemas adesivos autocondicionantes a dentina humana e bovina, por meio do teste de resistência ao cisalhamento. Dentes bovinos (Gr. 1, 2 e 3) e humanos (Gr. 4, 5 e 6) recém-extraídos foram selecionados e incluídos em tubos de PVC, usando resina autopolimerizável. Suas superfícies vestibulares foram desgastadas até a obtenção de uma área adesiva com diâmetro de 3 mm. Os sistemas adesivos foram aplicados, seguindo as recomendações dos fabricantes. Seis grupos foram formados: Gr. 1 - Scotchbond Multi-Uso Plus (3M); Gr. 2 - Clearfil Liner Bond 2v (Kuraray); Gr. 3 - Etch & Prime 3.0 (Degussa); Gr. 4 - Scotchbond Multi-Uso Plus; Gr. 5 - Clearfil Liner Bond 2v; e Gr. 6 - Etch & Prime 3.0. Sobre estas áreas foram construídos cilindros de resina composta TPH Spectrum (Dentsply) e após uma semana armazenados a 100% de umidade relativa, foram submetidos ao cisalhamento em uma máquina de ensaios a 0,5 mm/min. Os resultados foram tratados por ANOVA, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, e as médias e desvios-padrões foram (MPa): Gr. 1 - 12,76 ± 6,56; Gr. 2 - 7,73 ± 5,48; Gr. 3 - 3,77 ± 2,39; Gr. 4 - 9,03 ± 4,60; Gr. 5 - 11,98 ± 5,98; e Gr. 6 - 8,03 ± 2,94. Os sistemas adesivos autocondicionantes tiveram comportamento semelhante ao controle (Scotchbond Multi-Uso Plus) em dentina humana, enquanto que em dentina bovina foram inferiores.

Os autores concluíram que a dentina bovina foi mais sensível a ação de sistemas adesivos distintos e, portanto, os resultados não devem ser extrapolados para a dentina humana.

B258

Textura superficial de materiais restauradores ao longo de ensaios de escovação precedidos por desafios ácidos.

TURSSI, C. P.*, MAGALHÃES, C. S., SERRA, M. C., RODRIGUES Jr., A. L.

FOP – UNICAMP; FORP – USP; FO – UFMG; FOAr – UNESP. E-mail: mcserra@forp.usp.br

Este estudo avaliou a textura superficial de materiais restauradores no decorrer de ensaios de escovação precedidos por um modelo de desafios ácidos. Cem corpos-de-prova (n = 20) foram confeccionados com duas resinas compostas (Renamel Microfill/Cosmedent [Re] e Charisma/Kulzer [Ch]), duas resinas compostas modificadas por poliácidos (Compoglass F/Vivadent [Co] e Dyract AP/Dentsply [Dy]) e um ionômero de vidro modificado por resina (Fuji II LC/GC [Fj]). Após o acabamento e polimento, os espécimes foram avaliados quanto a sua rugosidade superficial (Ra) e submetidos a um desafio ácido. A seguir, simulou-se 10.000 movimentos de escovação e obteve-se novas leituras de rugosidade. O mesmo protocolo de desafio ácido, escovação e análise da textura foi repetido dez vezes. A ANOVA mostrou efeito significativo para a interação material-movimentos de escovação. O teste de Tukey (alfa = 0,05) e o método de regressão polinomial revelaram que após o primeiro ensaio de escovação, os materiais, com exceção do Re, apresentaram aumento significativo na rugosidade superficial. No decorrer das demais simulações, não houve aumento significativo na rugosidade dos materiais Re, Ch, Co e Dy, enquanto para o Fj, observou-se incremento significativo.

Concluiu-se que houve constância na textura das resinas compostas e das resinas modificadas por poliácidos em função do número de movimentos de escovação precedidos por desafios ácidos e que o ionômero modificado por resina apresentou aumento progressivo em sua rugosidade. (Apoio: FAPESP, processos 99/01638-0 e 99/03605-1.)

B259

Influência do NaOCl a 5% na morfologia da dentina condicionada por diferentes ácidos.

RABELLO, T. B.*, MIRANDA, M. S., DIAS, K.

Departamento de Clínica Odontológica – FO – UFRJ; UERJ. Tel.: (0**21) 562-2033.

O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar a influência do NaOCl a 5% aplicado por 15, 30 e 60 segundos na micromorfologia da dentina condicionada por 2 diferentes ácidos. Foram utilizados 110 discos de dentina superficial de terceiros molares humanos divididos em 11 grupos: Gr. 1 = ácido fosfórico a 37% (AF); Gr. 2 = Non Rinse Conditioner (NRC); Gr. 3 = NaOCl a 5% por 15 s (15); Gr. 4 = NaOCl a 5% por 30 s (30); Gr. 5 = NaOCl a 5% por 60 s (60); Gr. 6 = AF + 15; Gr. 7 = AF + 30; Gr. 8 = AF + 60; Gr. 9 = NRC + 15; Gr. 10 = NRC + 30; Gr. 11 = NRC + 60. Os espécimes foram tratados e observados em MEV. As fotomicrografias foram avaliadas por meio de escore, que variou de 0 = não abre os túbulos até 4 = degrada obliterando os túbulos. Os dados foram analisados estatisticamente por ANOVA e testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p << 0,05). Os postos médios obtidos foram: Gr. 1 = 41,00; Gr. 2 = 38,95; Gr. 3 = 6,55; Gr. 4 = 20,50; Gr. 5 = 20,50; Gr. 6 = 77,00; Gr. 7 = 68,00; Gr. 8 = 95,00; Gr. 9 = 65,00; Gr. 10 = 89,00; Gr. 11 = 89,00. Os resultados obtidos mostraram a formação de 5 grupos distintos: {Gr. 3}; {Gr. 4, Gr. 5}; {Gr. 1, Gr. 2}; {Gr. 7, Gr. 9}; {Gr. 8}, e 1 grupo de transição: {Gr. 6, Gr. 10, Gr. 11}.

Baseados nos resultados, os autores concluíram que: a) o tempo de aplicação do NaOCl a 5% influenciou na morfologia dentinária tratada ou não previamente por ácido; b) a morfologia da dentina condicionada e desproteinizada foi diferente daquela apenas condicionada; e c) o NaOCl aplicado sobre a “smear layer” não modificou significativamente sua morfologia superficial.

B260

Estudo da amplitude do efeito cariostático de materiais restauradores fluoretados em superfície dentinária radicular.

HARA, A. T.*, TURSSI, C. P., SERRA, M. C.

FOP – UNICAMP; FORP – USP. E-mail: mcserra@forp.usp.br

Este estudo avaliou a amplitude do efeito cariostático em superfície dentinária de quatro materiais restauradores fluoretados: Ketac-Fil/Espe [Ke], Fuji II LC/GC Corp. [Fj], Dyract AP/Dentsply [Dy] e Surefil/Dentsply [Su], e de um não-fluoretado: Z250/3M [controle]. Noventa e cinco fragmentos (6 x 5 mm) de dentina radicular bovina foram obtidos, embutidos em resina de poliéster e planificados. Cavidades (1,5 x 3,5 x 1 mm) foram preparadas e restauradas com os cinco materiais (n = 19), seguindo as instruções dos fabricantes e obedecendo um delineamento em blocos completos casualizados. Após 24 h foi feito o polimento da superfície dentina/restauração. A área a ser submetida ao desafio cariogênico foi delimitada, expondo a restauração e uma área adjacente de 3 x 3 mm. Os corpos-de-prova foram imersos em soluções des- e remineralizante, para indução de cárie artificial. Foi feita a medição da microdureza superficial Knoop (5 g, 5 s) da dentina, em dez distâncias: 50, 100, 150, 300, 600, 900, 1.200, 1.500, 1.800, 2.100 mm, a partir da margem da restauração. A ANOVA “split-plot” detectou efeito significativo para a interação material versus distância (alfa = 0,05). O teste de Tukey e o estudo de regressões revelaram que as médias de microdureza superficial de [Ke] e [Fj] foram similares, com superioridade ao grupo [controle] nas distâncias: 50, 150 e 300 mm. As médias de microdureza de [Dy] e [Su] não diferiram do [controle], permanecendo constantes ao longo das distâncias.

Concluiu-se que a amplitude do efeito cariostático em dentina de [Ke] e [Fj] foi de 300 mm. [Dy] e [Su] não demonstraram efeito cariostático.

B261

Infiltração marginal em restaurações em resinas compostas: luz halógena versus laser de argônio.

LIPORONI, P. C. S.*, PAULILLO, L. A. M. S., LOFFREDO, L. C. M.

Departamento de Odontologia Restauradora – Unicamp; IP&D – Univap. E-mail: prili@yahoo.com

O propósito deste estudo foi avaliar a infiltração marginal, através da penetração de corante, em restaurações classe V em compósitos, comparando-se a polimerização com lâmpada de luz halógena e laser de argônio. Cavidades circulares foram preparadas em terceiros molares, na JCE, e divididas em seis grupos. Todos os grupos foram restaurados utilizando-se o mesmo sistema adesivo, Scotchbond Multi-Uso Plus, polimerizando-se por 5 segundos com o laser de argônio e 10 segundos com lâmpada de luz halógena. Os dentes foram restaurados com resinas compostas: Charisma, Natural Flow e Solitaire. A polimerização foi de 20 segundos com laser de argônio e 40 segundos com lâmpada de luz halógena. Logo em seguida, foram estocados em 100% de umidade relativa a 37ºC por 24 h antes do acabamento e polimento. Os espécimes foram termociclados por 2.000 ciclos às temperaturas: 5ºC e 55ºC durante 1 minuto em cada banho e imersos em solução de azul de metileno a 2% por 4 h. Seccionaram-se os dentes no sentido vestíbulo-lingual e a infiltração nas margens em esmalte e dentina, avaliada por dois examinadores calibrados que atribuíram um escore para os níveis de penetração de corante: 0 - não infiltrou; 1 - infiltração até 1/3 da parede gengival/oclusal; 2 - até 2/3 da parede gengival/oclusal; 3 - até 3/3 da parede gengival/oclusal; 4 - infiltração na parede axial.

Foi realizado teste de Kruskal-Wallis (5%) que indicou não haver diferença estatística significativa para as diferentes resinas compostas avaliadas e tipo de polimerização empregada: lâmpada de luz halógena e laser de argônio.

B262

Emprego do eletrodo íon-seletivo na liberação de flúor de um cimento ionomérico.

GIOVANNINI, J. F. B. G.*, ALMEIDA, H., SALOMÃO, U., JANSEN, W. C., MANSUR, H. S.

Departamento de Odontologia Restauradora, Departamento de Engenharia Metalúrgica – UFMG – CDTN/CNEN.

Este experimento foi desenvolvido com o objetivo de determinar, pela técnica do eletrodo íon-seletivo, o padrão de liberação de flúor por um cimento ionômero de vidro encapsulado para cimentação. Para tal, corpos-de-prova (n = 8) de Ketac-Cem (Espe) foram obtidos a partir de uma matriz de dimensões predeterminadas, sendo os materiais preparados de acordo com as instruções do fabricante e manipulados mecanicamente em alta velocidade (Capmix - Espe - 4.300 rpm). Aguardado o tempo de presa inicial do material, os corpos-de-prova foram armazenados em recipientes plásticos contendo 100 ml de água deionizada (18,2 MOhm), à temperatura ambiente. Para determinação da cinética de liberação de flúor, alíquotas de 25 ml foram colhidas em diferentes tempos após a manipulação: 1 hora (1H), 4 horas (4H), 8 horas (8H), 24 horas (1D), 48 horas (2D), 3 dias (3D), 5 dias (5D) e 7 dias (7D). Estes filtrados foram destilados para análise pelo método da potenciometria direta com eletrodo íon-seletivo para flúor (Metrohm), acoplado a um ajustador de força iônica (solução tampão pH 5 a 5,5). O equipamento foi calibrado pelo eletrodo de calomelano Ag/AgCl. Os resultados, obtidos em microgramas de flúor/ml, determinados em função do tempo, foram: 0,24 ± 0,02 (1H); 0,75 ± 0,08 (4H); 0,81 ± 0,08 (8H); 1,1 ± 0,1 (1D); 1,8 ± 0,1 (2D); 1,3 ± 0,1 (3D); 1,6 ± 0,2 (5D); 1,4 ± 0,1 (7D), com um nível de confiança de 95%.

Pode-se concluir que o nível de flúor liberado pelo cimento avaliado foi crescente até as primeiras 24 horas após sua manipulação, com tendências a estabilizar-se nos períodos seguintes.

B263

Quantificação da contração de polimerização de uma silicona de condensação.

HANNAS, A. R.*, POLETTO, L. T., SOUZA, E. L., GIOVANNINI, J. F. B. G.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia – UFMG. E-mail: jfgabrich@zipmail.com.br

É objetivo deste experimento verificar e quantificar a contração de polimerização sofrida por uma silicona de condensação (Speedex - Coltène), caracterizada pelo fabricante como sendo de elevada estabilidade dimensional, com possibilidade de vazamento em até 7 dias. Para efeito de comparação, moldagens foram obtidas em silicona de adição (President - Coltène), cuja excelente estabilidade dimensional é confirmada pela literatura. Para a obtenção dos dados, empregou-se um dispositivo metálico, de formato semelhante ao arco dental, a partir do qual foram estabelecidas duas referências. A distância entre estes dois pontos foi estabelecida previamente à obtenção das moldagens (Medida A), com o auxílio de um micrômetro digital (Mitutoyo). Em seguida, foram obtidas moldagens com ambos os materiais, empregando-se a técnica da moldeira individual com a silicona de consistência densa. Para a moldagem das referências com o material de consistência fluida, executou-se um alívio de espessura média de 2 mm. A redução na distância entre os pontos de referência (Medida B) caracterizou a contração de polimerização do material, avaliada em diferentes intervalos de tempo (10 minutos, 30 minutos, 1 hora, 3 horas, 12 horas, 24 horas, 5 dias e 7 dias).

Pode-se concluir que os valores de contração de polimerização demonstrados pela silicona de condensação em função do tempo foram: 0,23% (10 min.), 0,29% (30 min.), 0,34% (1 h), 0,38% (3 h), 0,47% (12 h), 0,47% (24 h), 0,48% (5D) e 0,49% (7D). A silicona de adição manteve-se estável ao longo dos períodos avaliados.

B264

Ensaio dilatométrico em ligas de Ni-Cr e Pd-Ag e cerâmicas odontológicas.

CROSARA, S.*, BEZZON, O. L., ROLLO, J. M. A., Di LORENZO, P. L.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4008. E-mail: lacrosara@aol.com

Em complexos metalocerâmicos, a compatibilidade entre os coeficientes de expansão térmico-linear da liga metálica e da cerâmica contribui para o sucesso clínico dessas restaurações. O objetivo deste estudo foi analisar as curvas de expansão térmica de duas ligas de Ni-Cr (Verabond e Verabond II), uma liga de Pd-Ag (Pors-on 4) e duas cerâmicas: IPS e Duceram, e avaliar a compatibilidade térmica liga/cerâmica. Foram obtidos corpos-de-prova cilíndricos de 12,0 x 2,0 mm. Os corpos-de-prova metálicos foram obtidos a partir de hastes metálicas de 3 mm de diâmetro, previamente fundidas, usinadas em torno mecânico. Para as cerâmicas, cânulas de irrigação foram incluídas em refratário. Após a remoção, resultou no espaço necessário para a aplicação da cerâmica. Um termopar crômel-alumel foi soldado nos cilindros metálicos e embutido nos cilindros cerâmicos durante a confecção dos corpos-de-prova. Os ciclos térmicos foram realizados em um Dilatômetro Adamel Lhomargy modelo DT 1000 e os resultados armazenados na memória de um computador acoplado ao equipamento. Os valores obtidos resultaram em tabelas e traçados gráficos que foram analisados pela comparação dos valores obtidos e sobreposição dos traçados.

Concluímos que no intervalo de 100º a 600ºC a diferença de valores de DL/Lo para a liga Pors-on 4 em relação às duas cerâmicas foi ligeiramente maior que para as ligas de Ni-Cr. (Apoio: FAPESP - processo 2000/002471-0.)

B265

Resistência ao cisalhamento de sistemas adesivos à dentina tratada com abrasão a ar.

NOGUEIRA Jr., L.*, TEIXEIRA, S. C., ARAÚJO, M. A. M.

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo desse estudo in vitro foi avaliar o efeito do tratamento da dentina com abrasão a ar na resistência adesiva dos sistemas adesivos Scotchbond Multi-Uso Plus (SMUP) e Etch & Prime 3.0 (EP). Foram utilizados cinqüenta incisivos bovinos. As superfícies dentárias foram desgastadas até exposição da dentina; e os dentes divididos em dois grupos frente ao tratamento da dentina (lixa d’água de granulação 600 ou jato de óxido de alumínio com partícula de 27,5 mm e 50 psi de pressão); e subdivididos, de acordo com o sistema adesivo empregado: A1 - lixa 600 + SMUP; A2 - lixa 600 + EP; B1 - jato abrasivo + SMUP; B2 - jato abrasivo + EP. Os espécimes foram mantidos em azido de sódio a 0,4% a 37ºC por 120 dias, até serem submetidos aos esforços de cisalhamento em máquina Instron. Baseado nos testes de Kruskal-Wallis e de Tukey, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos A1 e B1 e ambos diferiram com significância estatística dos grupos A2 e B2.

Concluiu-se que o tratamento da dentina com abrasão a ar não influenciou nos valores de resistência adesiva, mas sim o tipo de sistema adesivo utilizado.

B266

Comparação da resistência da colagem ao cisalhamento entre “brackets” de titânio e de aço inoxidável.

MENEZES, L. M.*, SANTOS, C., LOCKS, A., CHEVITARESE, O., RIBEIRO, G. U., ROCHA, R.

Disciplina de Ortodontia – FO – UFSC. Tel./fax: (0**48) 331-5141.

Os acessórios de aço inoxidável representaram, por muitos anos, a única opção no tratamento ortodôntico. Atualmente, continuam sendo os mais utilizados, porém, foram desenvolvidos “brackets” de titânio que apresentam tolerância tecidual, biocompatibilidade e resistência superiores às dos “brackets” de aço. Neste estudo, comparou-se a resistência da colagem ao cisalhamento entre “brackets” de titânio e de aço inoxidável. Foram utilizados 38 pré-molares, extraídos por indicação ortodôntica. Os dentes foram divididos em 2 grupos, de acordo com o tipo de “bracket”. Os corpos-de-prova foram preparados e, após a colagem com Concise, permaneceram em água destilada por 7 dias, a temperatura de 36º ± 1ºC. As amostras foram submetidas ao teste de cisalhamento, em máquina Instron, com velocidade de 1 mm/min. Análise estatística foi realizada, aplicando-se o teste t de Student (p << 0,005). O modo de fratura foi observado através de microscópio óptico com 25 X de aumento (Ransor Light Microscope).

De acordo com o experimento realizado, conclui-se que: tanto os “brackets” de titânio, quanto os de aço, apresentaram resistência de união compatível com as necessidades clínicas exigidas em Ortodontia; os “brackets” de aço inoxidável apresentaram resistência de união significativamente menor do que os “brackets” de titânio; os danos ao esmalte, decorrentes da descolagem, foram maiores no grupo dos “brackets” de titânio.

B267

Avaliação in vitro da microinfiltração em restaurações classe II empregando quatro bases adesivas estendidas.

MENEZES FILHO, P. F.*, BRAZ, R., SILVA e SOUZA Jr., M. H.

Os autores avaliaram in vitro a microinfiltração marginal da resina condensável Alert em cavidades classe II (com terminação em esmalte e dentina) realizadas em pré-molares humanos extraídos. Foram confeccionadas restaurações nas faces mesial e distal dos dentes empregando quatro diferentes materiais como base adesiva estendida até o cavossuperficial gengival. Foram utilizados 50 dentes na pesquisa divididos aleatoriamente em cinco grupos distintos, sendo: G1 (controle) - sem base; G2 - Vitremer + Alert; G3 - Dyract + Alert; G4 - Flow-It + Alert; G5 - Flow-It Self Cure + Alert. Após a confecção das restaurações, os dentes foram termociclados (500 ciclos) e imersos em fucsina básica a 0,5% por 24 horas. Posteriormente os espécimes foram seccionados e avaliados quanto ao grau de microinfiltração marginal.

De acordo com os nossos resultados podemos concluir que: 1 - nenhum dos materiais empregados foi capaz de impedir totalmente a infiltração marginal à nível cervical; 2 - a localização da margem cervical exerce influência no grau de infiltração marginal, sendo esta mais acentuada em dentina; 3 - em restaurações classe II com resinas condensáveis, devemos fazer uma base adesiva estendida na caixa proximal para minimizar a microinfiltração, devendo esta ser de ionômero em dentina (Vitremer) e compômero em esmalte (Dyract).

B268

Avaliação da adaptação de materiais obturadores após a aplicação do laser de Nd:YAG.

MARSILIO, A. L.*, GONÇALVES, A. R., ALMEIDA, I. M. N., ALVES, M. C., ARAUJO, M. A. M., VALERA, M. C.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOSJC – UNESP.

O propósito deste trabalho foi avaliar o selamento marginal das obturações de canais radiculares realizadas com dois cimentos endodônticos após aplicação de laser Nd:YAG. Foram utilizados 48 dentes unirradiculares extraídos que tiveram suas coroas seccionadas e seus canais preparados no comprimento do dente até a lima tipo K nº 60. As raízes foram divididas em 4 grupos, de acordo com o tratamento das paredes dentinárias e o cimento utilizado para obturação: G1: Nd:YAG (100 mJ, 15 Hz e 1,5 W), obturação com cimento AH Plus; G2: EDTA por 2 minutos, obturação com cimento AH Plus; G3: Nd:YAG, obturação com cimento Sealapex; G4: EDTA, obturação com cimento Sealapex. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral, as raízes foram impermeabilizadas externamente e imersas em solução de Rodamina B 0,2% por 12 h. As raízes foram seccionadas e as infiltrações analisadas em estereomicroscópio. Os resultados mostraram as infiltrações, em ordem decrescente, nos grupos G3, G4, G2 e G1. Aplicou-se o teste estatístico ANOVA a um critério onde verificou-se que o p-valor (p = 0,059) obtido foi muito próximo do valor adotado (5%) como nível de significância. O grupo 3 (Nd:YAG - Sealapex) apresenta média aproximadamente três vezes maior que o grupo 1 (Nd:YAG - AH Plus).

Concluiu-se que a aplicação do laser Nd:YAG, previamente às obturações de canais radiculares, é uma alternativa viável dependendo do cimento obturador utilizado.

B269

Rugosidade superficial de resinas compostas compactáveis submetidas à diferentes sistemas de polimento.

PAGANI, C.*, BORGES, A. B., MARSILIO, A. L.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, r. 1303.

O objetivo deste estudo foi avaliar a rugosidade superficial de três resinas compostas compactáveis (Surefil - Dentsply, Prodigy Condensable - Kerr e Filtek P60 - 3M), submetidas à quatro diferentes sistemas de polimento. Foram confeccionados 20 corpos-de-prova (cp) cilíndricos, com 5 mm de diâmetro e 4 mm de altura, os quais foram avaliados por um aparelho Perthometer S8P (Perthen, Mahr, Germany) para se obter os valores médios de rugosidade superficial (Ra). Após a medição da Ra inicial, os cp foram divididos em 4 grupos (n = 5), de acordo com o sistema de polimento utilizado: Grupo 1 - Sof-Lex/3M, Grupo 2 - Enhance/Dentsply, Grupo 3 - pontas abrasivas/KG Sorensen e Grupo 4 - pontas abrasivas/Oraltech. Após o polimento, os cp foram novamente avaliados quanto à Ra e os dados obtidos antes e depois do polimento foram submetidos ao teste estatístico de ANOVA, ANCOVA e teste de Tukey (5%). Os resultados mostraram que os materiais apresentaram desempenho semelhante quando submetidos aos diferentes sistemas de polimento, com exceção das associações Surefil/pontas KG e Prodigy Condensable/Sof-Lex, os quais apresentaram médias significantemente maiores de Ra.

Conclui-se que para a Surefil, o polimento com pontas KG apresentou média de Ra significantemente maior do que com os outros sistemas de polimento; a Prodigy Condensable polida com Sof-Lex apresentou-se significantemente mais rugosa do que com as demais condições de polimento e; para a Filtek P60, não houve diferença estatisticamente significante com as quatro condições de polimento.

B270

Resistência à tração entre adesivos para moldeiras individuais.

PIMENTEL, V.*, GUERRA, C.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Pernambuco.
Tel.: (0**81) 3325-2512. E-mail: diegops@hotlink.com.br

O objetivo deste foi avaliar comparativamente a influência da superfície da moldeira individual (lisa e rugosa) e o emprego do esmalte para unha como alternativa adesiva na resistência à tração dos materiais de moldagem de precisão (Impregum F - poliéter; Imprint II - silicona de adição e Permlastic Regular - polissulfeto). As variáveis deram origem a 24 grupos e ensaiados 15 vezes através de sorteio aleatório. Para os testes de resistência à tração empregou-se a máquina eletrônica para ensaios mecânicos Kratos. Os dados obtidos foram anotados em fichas específicas e analisados estatisticamente através do teste de Tukey e do teste F (Sidenecon).

Concluiu-se que: 1. independente do adesivo a resistência à tração foi mais elevada para superfície rugosa do que para essa; 2. a silicona de adição Imprint II apresentou maior resistência à tração quando empregado o seu próprio adesivo; 3. o esmalte para unha ofereceu maior resistência à tração para material Impregum F que seu próprio adesivo; 4. o esmalte para unha apresentou-se como uma excelente alternativa para o material de moldagem poliéter (Impregum F).

B271

Radiopacidade das resinas compostas condensáveis.

AMARAL, I. P. G.*, ALVES, J.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Pernambuco.
Tel.: (0**81) 3231-2355. E-mail: ingridporto@ieg.com.br

O grau de radiopacidade foi estabelecido em 9 (nove) resinas compostas empregados em Dentística Restauradora, 6 condensáveis e 3 convencionais, comparando-os ao do amálgama. Cinco amostras de cada material foram confeccionadas com 10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura. Sobre um filme oclusal Ektaspeed Plus foram posicionadas uma amostra de cada material, o penetrômetro de alumínio e um bloco de chumbo e radiografadas através de um aparelho de raio X Spectro II (Dabi Atlante) com 70 kVp, 10 mA, 0,4 s e distância foco-filme de 40 cm. A leitura da densidade óptica (DO) de cada amostra foi efetuada utilizando-se o aparelho fotodensitômetro MRA (Indústria de Comércio e Eletrônica MRA Ltda.). As médias das DO obtidas para as cinco amostras de cada material foram relacionadas com a espessura de alumínio de DO equivalente. Os materiais apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre si quanto à radiopacidade. Nenhum deles apresentou DO próxima ao amálgama (0,014). Os materiais que apresentaram as maiores DO foram Solitaire (0,568) e Alert (0,502), seguidos do Suprafill (0,434) e Prodigy (0,400). Dentre as resinas, as que apresentaram as menores DO foram a Z100 (0,296), seguido da P60 (0,307) e TPH (0,318). As resinas Surefil e Fill Magic tiveram valores intermediários com valores de DO iguais 0,334 e 0,358 respectivamente.

Todos os materiais analisados apresentaram valores superiores ao mínimo do equivalente a 4 mm de alumínio estabelecido pela norma da American Dental Association.

B272

Estudo histológico da biocompatibilidade de três sistemas adesivos.

TEIXEIRA, M. H.*, NASCIMENTO, A. B. L., COSTA, C. A. S.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UPE; FOAr – UNESP.
Tel.: (0**81) 3241-5721. E-mail: hilcia@uol.com.br

O objetivo deste trabalho de pesquisa foi avaliar a biocompatibilidade de três sistemas adesivos atuais bem como de um cimento de hidróxido de cálcio. Para isto, noventa tubos de polietileno preenchidos com os materiais experimentais: Grupo 1: Prime & Bond NT (PB - Dentsply, USA); Grupo 2: Bond 1 (BO - Jeneric/Pentron, USA); Grupo 3: OptiBond Solo (OP - Kerr, USA) e Grupo 4: hidróxido de cálcio - Dycal (HC - Dentsply, USA) foram implantados no tecido conjuntivo subcutâneo de 45 ratos. Decorridos 15, 30 e 60 dias, a área do implante foi cirurgicamente removida. Em seguida os animais foram sacrificados. As peças cirúrgicas foram imersas no fixador de Karnovsky (pH 7,2) e foram processados para avaliação em microscopia óptica. Cortes histológicos com 6 mm de espessura foram corados com hematoxilina-eosina e tricrômico de Masson. O exame ao microscópio comparou as reações teciduais provocadas por cada um dos materiais implantados junto à abertura tubular.

Foi possível concluir, de acordo com as normas da ISO 10993-3 (1992), que o HC permitiu completa reparação tecidual, podendo ser considerado mais biocompatível do que os sistemas adesivos avaliados nesta pesquisa. O sistema adesivo Prime & Bond NT foi mais irritante ao tecido conjuntivo do que os sistemas adesivos Bond 1 e OptiBond Solo.

B273

Avaliação de rugosidade superficial de materiais estéticos submetidos ao selamento de superfície e agente clareador.

BORGES, A. L. S.*, ARAUJO, R. M., VALERA, M. C., ARAUJO, M. A. M.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo do trabalho foi avaliar a rugosidade superficial de uma resina composta (RC) e um cimento de ionômero de vidro modificado por resina (CIVMR) com e sem selador de superfície e antes e após o emprego de um agente clareador. Foram realizadas 40 cavidades de classe V em pré-molares humanos e divididas em dois grupos: 20 restauradas com RC Z100/3M e 20 com CIVRM Vitremer/3M, sendo posteriormente polidas com discos Sof-Lex/3M. Cada material foi subdividido em 2 grupos de acordo com a aplicação ou não do selante de superfície (Protect-It/Jeneric/Pentron) sobre a restauração. Os corpos-de-prova foram avaliados quanto à rugosidade superficial (Ra) utilizando um aparelho Perthometer S8P (Perthen, Mahr, Germany). Todos os corpos-de-prova foram submetidos ao agente clareador peróxido de carbamida a 11% (Night White Excel) por 8 h durante 15 dias. Após este período, procedeu-se nova avaliação da Ra. Os dados foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey (5%). Os resultados mostraram que: a) com relação ao material, a associação Z100/Protect-It apresentou Ra significantemente menor do que Vitremer/Protect-It; b) após a aplicação do agente clareador, houve um aumento da Ra, porém, não se observou diferença significante entre os grupos.

Conclui-se que o selamento de superfície não influenciou a rugosidade superficial dos materiais após clareamento.

B274

Influência da configuração e do bisel em esmalte, nas cavidades de classe V, para resina composta compactável.

CARVALHO, J. C.*, ARAUJO, M. A. M., PAGANI, C.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo foi avaliar o selamento em cavidades de classe V de esmalte em dentes bovinos, empregando-se teste de microinfiltração, considerando-se os fatores: preparo cavitário, presença ou não de bisel e o emprego de uma resina fluida e uma compactável. Foram selecionados 80 dentes bovinos, limpos, seccionados os terços apicais, removendo-se a polpa radicular e coronária. Os ápices foram vedados com resina composta e os dentes receberam uma base de resina acrílica e foram conservados em freezer a –18ºC. Os dentes foram restaurados, usando-se condicionamento ácido/adesivo Prime & Bond NT, resina Surefil - Dentsply e em metade dos corpos-de-prova a resina fluida – Flow-It - Jeneric/Pentron. Os corpos-de-prova foram termociclados à temperatura de 5ºC ± 2ºC e 55ºC ± 2ºC por 30 s, e após, imersos em Rodamina B 2% por 24 h; lavagem em água corrente por 20 min. para remoção do corante e secagem. Foram realizados cortes no sentido vestíbulo-lingual para avaliação em estereomicroscópio, atribuindo-se escores de acordo com os graus de infiltração marginal. Empregamos os métodos estatísticos Kruskal-Wallis, comparação múltipla de Tukey e Mann-Whitney com nível de significância de 5%.

Concluímos que: 1 - a configuração do preparo cavitário não influencia o grau de infiltração marginal; 2 - a presença de bisel, para o preparo em forma de caixa mostrou redução estatisticamente significante do grau de infiltração marginal; 3 - o emprego da resina fluida foi favorável apenas no preparo tipo gota sem bisel; 4 - o melhor comportamento ocorreu no preparo tipo caixa com bisel.

B275

Selamento de restaurações com CIV empregando como pré-tratamento da dentina os ácidos poliacrílico e tânico e laser de Nd:YAG.

LIMA, D. R.*, SALGADO, J. A. P., ARMOND, M. C., CARLOS, R. G., ARAÚJO, M. A. M.,
VALERA, M. C.

O objetivo desse trabalho, foi avaliar o selamento de restaurações de ionômero de vidro (CIV), utilizando como pré-tratamento da dentina o ácido poliacrílico, ácido tânico ou laser Nd:YAG. Foram preparados 40 dentes, terceiros molares humanos hígidos, extraídos por indicação cirúrgica, limpos e armazenados em soro fisiológico. Foram feitos preparos classe V, na face vestibular dos dentes com broca esférica diamantada nº 3.018 - KG Sorensen, com dimensões 2,5 mm de diâmetro por 1,0 mm de profundidade. Após os dentes foram divididos em 4 grupos, de acordo com o pré-tratamento da dentina: G1: ácido poliacrílico à 11,5%, por 60 segundos; G2: ácido tânico à 25%, por 30 segundos; G3: laser Nd:YAG, com 160 mJ/pulso, 10 Hz, 1,6 W, com tempo de aplicação de 5 segundos, sem contato da fibra com a superfície dentinária; e G4: sem pré-tratamento da dentina (grupo controle). As cavidades foram restauradas com CIV (Vitremer - 3M), e submetidos à termociclagem, com banhos alternados de 5º e 55ºC (± 2ºC) e com 300 ciclos por 30 segundos cada banho, em seguida imersos em solução Rodamina B à 0,2%, à 37ºC, por 24 horas. Os dentes foram seccionados e submetidos à leitura das infiltrações em estereomicroscópio. Os resultados mostraram que ocorreu uma maior quantidade de infiltração nos grupos controle e do laser Nd:YAG, entretanto não houve diferenças estatística entre eles – p >> 0,01 (teste Kruskal-Wallis).

Conclui-se que há necessidade do pré-tratamento da dentina com ácido poliacrílico ou ácido tânico para realização de restaurações com CIV.

B276

Efeito do grau de mineralização dentinária e da remoção do colágeno na resistência adesiva de dois sistemas frasco único.

ERHARDT, M. C. G.*, RODRIGUES, J. A., PIMENTA, L. A. F.

Área de Dentística – FOP – UNICAMP. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do grau de mineralização dentinária (normal - DN ou hipermineralizada - DH) e da remoção do colágeno (com colágeno - CC ou sem colágeno - SC) na resistência adesiva de dois sistemas frasco único (Excite/Vivadent - EX ou Prime & Bond/Dentsply - PB). 48 incisivos bovinos foram divididos aleatoriamente em 8 grupos (n = 6), recebendo os seguintes tratamentos de superfície e sistemas adesivos: G1 - DN+CC+EX; G2 - DN+CC+PB; G3 - DN+SC+EX; G4 - DN+SC+PB; G5 - DH+CC+EX; G6 - DH+CC+PB; G7 - DH+SC+EX; G8 - DH+SC+PB. Em todos os grupos, a dentina sofreu condicionamento ácido com gel de ácido fosfórico a 37%. Nos grupos predeterminados, solução de NaOCl a 10% foi aplicada por 30 s, e em seguida lavada por 10 s. Após aplicação e polimerização do sistema adesivo, uma coroa de 5 mm de altura em resina composta micro-híbrida Filtek Z250/3M foi aplicada e polimerizada. Os dentes foram seccionados em fatias de 1,0 mm de espessura paralelamente ao longo eixo dental, em seguida, dispositivos “hour glass” foram confeccionados. O teste de microtração foi realizado em máquina de ensaio universal (EMIC) com velocidade de 0,5 mm/min. Os dados foram expressos em MPa, e submetidos ao teste “three-way” ANOVA e Tukey (p << 0,05), apresentando os sequintes resultados (médias): G1 - 22,79; G2 - 16,32; G3 - 22,41; G4 - 18,44; G5 - 16,45; G6 - 16,27; G7 - 22,02; G8 - 12,81.

O adesivo Excite apresentou os melhores resultados, independentemente do substrato dentinário e da presença de colágeno.

B277

Sistema adesivo autocondicionante: microinfiltração em preparos com laser Er:YAG.

VICENTE SILVA, C. H.1, PÉCORA, J. D.2, PALMA DIBB, R. G.2, CORREIA, M. N.3,
MASSA LIMA, M. E.*3

1UFPE; 2FORP – USP; 3FOP – UPE. E-mail: chvs@npd.ufpe.br

A proposta deste estudo foi avaliar a capacidade de selamento marginal de um sistema adesivo autocondicionante em cavidades tipo classe V, com término cervical em dentina. Vinte preparos cavitários foram confeccionados em 10 pré-molares humanos, sendo 10 cavidades com turbina de alta rotação (Grupo 1 - controle) e 10 cavidades com laser Er:YAG 350 mJ, 4 Hz (Grupo 2 - teste), restauradas com Prompt L-Pop® (Espe) + Z100 (3M). Os dentes foram armazenados em solução fisiológica (24 horas, 37ºC), termociclados (250 ciclos, 5º/55ºC, banhos de 15”), imersos em azul de metileno (24 horas, 37ºC), lavados, seccionados e avaliados quanto a penetração do corante nas margens de esmalte (oclusal) e dentina (cervical) por meio de escores de zero (sem infiltração) a 3 (máxima infiltração). Os resultados evidenciaram similaridade estatística (p << 0,05) entre os grupos, nas margens em dentina (z = -0,6425) e esmalte (z = 0,8315) quando usado o teste de Mann-Whitney. Entretanto, os maiores percentuais (50% e 40%) de penetração zero do corante ocorreram nas margens cervicais preparadas com laser Er:YAG e broca respectivamente.

Conclui-se que, com o sistema adesivo empregado, não houve melhoria significante no selamento marginal dos preparos confeccionados com laser Er:YAG.

B278

Ensaios de tração e fractografia em liga de Co-Cr, sob dois métodos distintos de fundição.

SILVA, L. R.*, RIZZATTI-BARBOSA, C. M.

Prótese e Periodontia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A reabilitação oral possui um importante papel na Odontologia, visto que restabelece a saúde das estruturas bucais e fisiológicas do sistema mastigatório. Neste contexto a prótese parcial removível (PPR) quando indicada, planejada e confeccionada criteriosamente apresenta índices satisfatórios de sucesso na reabilitação oral, e custo relativamente baixo. A técnica de fundição pode alterar as propriedades físicas das ligas de Co-Cr utilizadas na confecção de estruturas metálicas de PPR. O propósito deste trabalho foi realizar ensaios de tração e análise fractográfica da região de fratura em amostras fundidas com liga de Co-Cr (Degussa), segundo a especificação nº 14 da ADA, através de dois métodos distintos de fundição: arco voltáico (ARCVOLT) e oxigênio-acetileno (OXACET). Cada grupo possuia 10 amostras. O ensaio de tração foi realizado em equipamento mecânico (Test Star II) e a região de fratura analisada através de microscópio eletrônico de varredura (MEV). Os valores do ensaio de tração foram: ARCVOLT = 46,62 kgf/mm2 e OXACET = 74,9 kgf/mm2, diferentes estatisticamente (teste t, p << 0,05).

No ensaio de fractografia foram observadas presença de poros, trincas e incrustações nas amostras de ambos os grupos, com um valor médio maior de porosidade no grupo ARCVOLT, porém sem diferença estatística (p >> 0,05). O grupo OXACET apresentou valor médio maior no ensaio de tração quando comparado ao grupo ARCVOLT. (PIBIC/CNPq.)

B279

Microinfiltração em preparos com Er:YAG laser com ou sem reumedecimento.

LIZARELLI, R. F. Z.*, BAGNATO, V. S.

Departamento de FCM – IFSC – USP. Tel.: (0**16) 271-2012, 273-9811. E-mail: lizarelli@hotmail.com

Prevenir a percolação marginal garantindo melhor proservação da restauração adesiva se constitui em preocupação para instituir uma nova modalidade em dentisteria. Dezoito molares recém-extraídos foram selecionados e divididos para constituirem cinco amostras, com sete repetições cada, quando faces V e L aleatoriamente receberam preparos classe V diferentemente: GI - controle: broca “carbide”, ataque com ácido fosfórico 35% e agente adesivo (Single Bond - 3M) e resina composta Filtek Z250 (3M); GII - broca “carbide”, ataque ácido, “primer” (SBMPP - 3M), adesivo e resina; GIII - laser de Er:YAG, agente adesivo; GIV - laser, ataque ácido e adesivo; e, GV - laser, ácido, “primer” e adesivo. Os parâmetros de irradiação foram 300 mJ, 10 Hz, 3 W, durante 90 segundos cada classe V, sendo que a parede oclusal atingia esmalte e a cervical, dentina. Após preparo de todas amostras para teste de microinfiltração, cada repetição foi cortada longitudinalmente para observação sob a lupa estereoscópica graduada, com 40 vezes de aumento. Foram conferidos graus em escores, de 0 a 3. Os resultados apresentaram distribuição amostral não-normal e foram submetidas ao teste estatístico não-paramétrico: Kruskal-Wallis, para tipo de tratamento

 Nosso trabalho sugere que para esmalte, o reumedecimento, através do ataque com ácido e lavagem, após o preparo cavitário com laser de Er:YAG diminui os níveis de microinfiltração (GII # GIV = 1%); enquanto que para a dentina, após o laser, além do ataque ácido, é necessária a aplicação do “primer” (HEMA) para minimizar a microinfiltração (GIII # GV = 5%). (Apoio financeiro: CAPES.)

B280

Desajuste cervical em coroas metálicas, utilizando ligas odontológicas alternativas.

VARJÃO, F. M.*, SEGALLA, I. C. M., GUIMARÃES, N. C., ADABO, G. L., PEREZ, F., BELOTI, A. M.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6406.

O desajuste cervical de restaurações metálicas fundidas tem sido motivo de preocupação entre os clínicos e pesquisadores, principalmente quando se utilizam ligas alternativas, cujas propriedades não equivalem àquelas exibidas pelas ligas de ouro. O objetivo deste trabalho foi avaliar a desadaptação cervical de coroas metálicas com ligas alternativas em preparo dental com término em chanfrado. Foram utilizadas as seguintes ligas: Duracast MS, Goldent LA, Cronident, NPG e Ni-Cu (experimental). A partir de um dente hígido (primeiro molar superior) extraído e preparado para coroa total, foi obtido um troquel metálico, fixado a uma base retangular plástica. Sobre este troquel, foram confeccionados padrões em resina Duralay, os quais foram devidamente incluídos, fundidos e adaptados sobre o troquel. O conjunto troquel/coroa foi levado a um perfilômetro (NiKon, precisão 0,001 mm) para realização das medidas em quatro pontos demarcados do troquel. Com sete repetições para cada liga utilizada, somada a quatro medidas em cada corpo-de-prova, foram obtidas, ao final, 140 leituras, as quais foram submetidas à análise estatística empregando-se o teste de Tukey. Os resultados médios obtidos foram: 71,64 mm (Ni-Cu), 73,38 mm (NPG), 86,64 mm (Duracast MS), 93,29 mm (Goldent LA) e 101,82 mm (Cronident).

As ligas Goldent LA e Cronident apresentaram a maior desadaptação cervical, com valores iguais entre si; a liga Duracast MS mostrou valores menores que as ligas Goldent LA e Cronident, porém, maiores que as ligas Ni-Cu e NPG; as ligas Ni-Cu e NPG apresentaram os menores valores, sendo iguais entre si.

B281

Resistência mecânica de facetas cerâmicas com e sem preparo de “overlap”.

BELOTI, A. M.*, SEGALLA, J. C. M., VARJÃO, F. M., GUIMARÃES, N. C., PEREZ, F.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara. Tel.: (0**16) 201-6406.

O objetivo deste trabalho foi analisar uma técnica de preparo dental para confecção de facetas laminadas enfatizando a resistência da mesma, buscando uma espessura adequada do desgaste para superfície vestibular assim como para confecção ou não do sobrepasse palatino ou “overlap”. Para isto foram utilizados 40 dentes artificiais Cymell 1077 (Columbia Dentoform Corp, NY, USA), divididos em quatro grupos com diferentes preparos. Grupo 1: preparo com desgaste de 1,0 mm na face vestibular, 1,5 mm de redução incisal, sem sobrepasse palatino. Grupo 2: desgaste de 1,0 mm na face vestibular; 1,5 mm de redução incisal, com sobrepasse palatino de 1,0 mm abaixo da redução. Grupo 3: desgaste de 0,7 mm na face vestibular, 1,5 mm de redução incisal, sem sobrepasse palatino. Grupo 4: desgaste de 0,7 mm na face vestibular, 1,5 mm de redução incisal, com sobrepasse palatino de 1,0 mm abaixo da redução. Depois do preparo dental foram confeccionados facetas laminadas em cerâmica IPS Empress (Ivoclar - Germany) com padronização da espessura estabelecida pelo preparo dental. Através de um dispositivo que simulava as condições da cavidade oral, o conjunto dente/faceta foi submentido à testes mecânicos numa máquina de ensaios universais, utilizando-se uma velocidade de 1,0 mm/min.

Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente, permitindo concluir que o desgaste da face vestibular, maior em espessura, e a presença de “overlap” na borda incisal, atuando em conjunto, contribuíram significativamente para aumentar a resistência mecânica das facetas cerâmicas.

B282

Resistência à compressão de compósitos polimerizados em diferentes espessuras.

PIZI, E. C. G.*1, MARTINS, L. R. M.2, SOARES, C. J.3, RICCO, R. A. O.1

1Faculdade de Odontologia de Presidente Prudente – UNOESTE; 2Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP; 3Faculdade de Odontologia de Uberlândia –UFU. E-mail: eliane@viaplus.com.br

A técnica incremental e a variabilidade de composição dos compósitos para posteriores podem influenciar a resistência das restaurações em dentes posteriores. Este estudo se propõe verificar a resistência à compressão e tração diametral de 5 resinas para posteriores: Definite (D), Filtek P60 (P60), Prodigy Condensable (PC), Surefil (SF), Solitaire (S) e um compósito universal, Z100 (Z). No teste de compressão, os corpos-de-prova apresentaram 2,5 mm de diâmetro e 5 mm de altura, submetidos à polimerização com G1 - incremento único de 5 mm (n = 8); G2 - dois incrementos de 2,5 mm (n = 8). Para o teste de compressão diametral os corpos-de-prova apresentaram  mm de diâmetro e 3 mm de altura, polimerizados em incremento único. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada à 37ºC/24 horas. Os testes foram realizados em máquina Instron 4411, com velocidade de 1 cm/min. Os dados foram analisados pela ANOVA, teste de Tukey e teste t de Student. Os valores médios para o teste de compressão em MPa, foram: DG1 (213), DG2 (233); P60G1 (299), P60G2 (335); PCG1 (120), PCG2 (206); SFG1 (251); SFG2 (317); SG1 (75), SG2 (223) e ZG1 (342), ZG2 (340). As médias para o teste de compressão diametral em MPa foram: D (49); P60 (67); PC (41); S (43); SF (60) e Z (69).

A técnica de polimerização em dois incrementos, somente diferiu para as resinas Prodigy Condensable e Solitaire. Os compósitos Z100, Filtek P60 e Surefil, apresentaram os valores superiores às demais, tanto para o teste de compressão, quanto compressão diametral.

B283

Avaliação da adesividade do cimento Ketac-Cem na superfície de dentina radicular tratada com diferentes substâncias.

SALAZAR-SILVA, J. R.*, MARQUES, J. L. L., ANTONIAZZI, J. H.

Disciplina de Endodontia – FOUSP - SP.

Avaliou-se a adesividade de cimento empregado na cimentação de retentor intra-radicular na superfície de dentina humana. Foram selecionados 20 dentes pré-molares inferiores extraídos, e preparados para obter 40 corpos-de-prova com superfícies dentinárias planas e lisas após uso de maquina politriz Ecomet 3 (Buehler Ltda., USA). Os espécimes formaram quatro grupos: G I - sem tratamento; G II - tratados com solução de tetrafluoreto de titânio 4% durante 4 minutos; G III - com gel de ácido fosfórico 37% por 30 segundos; e G IV - irrigação com 10 ml de EDTA-T 17% seguida de irrigação com 10 ml de hipoclorito de sódio a 0,5%. Sobre as superfícies tratadas foram confeccionados corpos-de-prova de forma tronco-cônica do cimento de ionômero de vidro Ketac-Cem (Espe - Germany) os quais ficaram aderidos à superfície dentinária. Posteriormente, os corpos-de-prova foram posicionados em máquina de testes Instron modelo 4442 (Canton, MA, EUA) para análise da resistência à tração e os resultados obtidos foram registrados e analisados estatisticamente (ANOVA), mostrando que o grupo cuja dentina foi tratada com ácido fosfórico apresentou a maior adesividade (6,66 MPa), sendo superior estatisticamente aos outros. O grupo do tetrafluoreto apresentou a segunda colocação (3,70 MPa), sendo também superior estatisticamente aos grupos do EDTA-T/NaOCl (1,22 MPa), e sem tratamento (0,60 MPa), que não apresentaram diferenças estatísticas entre si.

Concluiu-se que os espécimes tratados com gel de ácido fosfórico 37% promoveram a melhor resistência adesiva do cimento ionômerico Ketac-Cem.

B284

Avaliação clínica de restaurações de resinas condensáveis em dentes posteriores.

PIVA, E.*, MOURA, F. R. R., MOTTA, C. S., JUSTINO, L. M., DEMARCO, F. F.

Mestrado em Dentística Restauradora – FO – UFPel - RS. E-mail: ejpiva@uol.com.br

O objetivo desse trabalho foi avaliar dois anos de comportamento clínico de restaurações de resina condensável (Alert, Jeneric/Pentron), de resina composta micro-híbrida (Sculpt-It, Jeneric/Pentron) e de amálgama (Logic C, SDI) em dentes posteriores. Um único profissional realizou 33 restaurações de classes I e II, em 6 pacientes, selecionados na clínica de Dentística, mediante termo de consentimento esclarecido aos pacientes. Cada paciente deveria ter, no mínimo, uma restauração de cada material, que eram aleatoriamente distribuídos. Três avaliações foram realizadas por um mesmo examinador treinado; após o acabamento e polimento (“baseline”), um ano e dois anos. Foram utilizados os critérios de avaliação clínica da USPHS para amálgama e de USPHS modificado para as restaurações de resina. Em cada avaliação era também realizada moldagem com silicona de adição (Express - 3M), e vazada com gesso especial (Durone - Dentsply) para confecção de modelos para avaliação indireta. Com base na avaliação clínica (direta) e na análise dos modelos (indiretas), as restaurações foram classificadas como clinicamente satisfató­rias (Alfa & Bravo) e insatisfatórias (Charlie & Delta). A análise estatística através do teste exato de Fisher demonstrou não haver diferenças em relação ao desempenho dos diferente materiais testados (p >> 0,05).

Conclui-se que quase a totalidade das restaurações estavam aceitáveis e que os materiais apresentavam-se semelhantes clinicamente.

B285

Avaliação da infiltração marginal nas restaurações de classe V de resina composta comparando a utilização de duas resinas de superfície através de estudo in vitro.

SANSEVERINO, M. C. S.*, BUSATO, A. L. S.

Dentística – Faculdade de Odontologia – Universidade Luterana do Brasil.

O estudo buscou avaliar in vitro a eficácia de duas resinas de superfície (Fortify e OptiGuard) no selamento marginal nas margens oclusal e cervical de restaurações de classe V, o efeito do condicionamento ácido prévio à aplicação dessas resinas e o efeito da ciclagem térmica sobre as restaurações seladas. Foram selecionados 88 molares humanos hígidos, que receberam preparos de classe V na face vestibular e lingual, com a margem oclusal em esmalte e cervical em cemento. Os dentes foram restaurados com Single Bond e Z100. Após polimento foi aplicada resina de superfície (com prévio condicionamento ácido na face V e sem condicionamento ácido na face L). Os espécimes foram divididos em 4 grupos: G1- controle; G2- com aplicação de Fortify; G3- com aplicação de OptiGuard; G4- aplicação de Fortify e ciclagem térmica. Os espécimes do G4 foram submetidos a 500 ciclos de 5ºC e 55ºC com duração de 15 s e após todos os espécimes foram imersos por 24 h em solução de azul de metileno 5% em estufa 37ºC. A penetração do corante nas paredes O e C foi avaliada como grau 0 (sem infiltração) e graus 1, 2, 3 (com infiltração).

Os resultados foram submetidos ao teste de qui-quadrado (5% de significância) demonstrando que: a) a aplicação das resinas de superfície reduz a infiltração marginal, porém não houve diferença entre as duas resinas; b) o condicionamento ácido prévio a aplicação das resinas de superfície não reduziu a infiltração marginal; c) a ciclagem térmica não influenciou nos escores de infiltração marginal; d) a incidência de infiltração marginal ocorreu com maior intensidade na parede cervical em relação a oclusal.

B286

Alterações cromáticas do esmalte submetido ao procedimento de clareamento pós-descolagem.

OSORIO, L. B.*, MONNERAT, M. E., BOLOGNESE, A.

Curso de Mestrado em Ortodontia – UFRJ; Departamento de Estomatologia – UFSM. E-mail: losorio@ccs.ufsm.br

Os autores avaliaram as modificações cromáticas do esmalte bovino submetido ao procedimento de clareamento com peróxido de carbamida pós-descolagem. Cada grupo apresentou 41 dentes. O grupo A (Controle) não recebeu colagem, os grupos B e C receberam condicionamento ácido por 30” e colagem de “brackets”, utilizando os sistemas adesivos Concise (3M) e Enlight (ORMCO), respectivamente. Após a remoção dos “brackets”, moldeiras individuais acondicionaram o agente clareador peróxido de carbaminda a 10% (Opalescense - Ultradent) sobre os dentes por 8 horas diárias, durante 14 dias consecutivos. As leituras obtidas em colorímetro computadorizado (Spectraflash 500 - Datacolor International) foram realizadas com um posicionador, no mesmo lugar do dente em quatro tempos: inicial, após a descolagem e polimento, aos 7 dias e aos 14 dias de clareamento. Os resultados foram avaliados pelo teste t e ANOVA.

Os dados encontrados permitiram concluir que o procedimento de colagem proporcionou modificação cromática no esmalte, porém apenas no grupo C essa variação foi expressiva (DEC = 4,18; dp 1,186. DEB = 1,68; dp 0,899); o clareamento com peróxido de carbamida foi eficaz para os três grupos estudados (p >> 0,05).

B287

Microinfiltração: comparação entre amálgama e resina condensável.

GOUVÊA, C. V. D.*, MORAES, R. C. M., ALMEIDA, L. R., GOUVÊA, M. V., AMARANTE, J. E. V.

Faculdade de Odontologia – UFF - Niterói - RJ.

The Dental Advisor (1999) relata que apesar de muita pesquisa para a substituição de amálgama, não existe ainda um material que apresente suas propriedades. O propósito deste estudo foi avaliar o grau de microinfiltração em restaurações entre resina composta condensável e amálgama. Para tanto foram utilizados trinta dentes bovinos, aplainados na sua face vestibular. Em cada dente preparou-se uma cavidade de 2,5 mm de comprimento, 2,0 mm de largura e 1,5 mm de profundidade. Os corpos-de-prova foram divididos em grupo A (15) que foram restaurados com amálgama e as amostras do grupo B (15) com resina condensável. Os ápices radiculares foram vedados e aplicou-se duas camadas de esmalte incolor a 1 mm das margens das restaurações. Os trinta corpos (grupos A e B) foram imersos em saliva artificial e em tempo hábil em fucsina básica a 2% em recipientes separados. As amostras foram embutidas em um cilindro de resina incolor quimicamente ativada e seccionadas no sentido mesiodistal, verificando-se a penetração do pigmento através de um microscópico óptico de acordo com critérios estabelecidos por RETIEF; DENNYS.

Com base nos resultados obtidos nos é lícito concluir: a microinfiltração ocorreu em todas as amostras do grupo A e B; a microinfiltração com o uso do amálgama se deu em 60% dos casos no grau 3 e 40% no grau 4 e na resina condensável 86,6% no grau 3 e 13,4% no grau 1.

B288

Resistência de união de resinas compostas de dupla ativação ao titânio comercialmente puro.

SCHNEIDER, R.*, DE GOES, M. F., HENRIQUES, G. E. P.

Departamento de Odontologia Restauradora e de Materiais Dentários – FOP – Unicamp.
Tel.: (0**19) 430-5345. E-mail: rafschneider@usa.net

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união de discos de titânio comercialmente puro unidos a duas resinas compostas para fixação de ativação química e física. Cento e vinte discos de titânio foram fundidos, embutidos em tubos plásticos com resina acrílica autopolimerizável, planificados e polidos. Os discos foram submetidos ao jateamento com óxido de alumíno (50 mm) e limpos em água sob ultra-som. Os espécimes foram unidos aos pares com as resinas compostas Panavia Fluoro Cement e Rely X ARC aos 10 minutos e 24 horas após o jateamento. Após armazenagem em água destilada a 37ºC por 24 horas, os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração axial em máquina de ensaio universal com velocidade de 0,5 mm/min. O tipo de fratura na interface foi avaliado em MEV. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância (p >> 0,05). O material Rely X ARC apresentou 18,27 MPa 24 horas após o jateamento e 13,90 MPa após 10 min. A resina Panavia Fluoro Cement 14,76 MPa após 24 h e 13,96 MPa após 10 min. Os valores não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos (p >> 0,05) independente do tipo de resina composta utilizada ou do tempo de formação da camada de óxidos.

Em todos os corpos-de-prova ocorreu uma combinação de falha adesiva entre resina composta e titânio e coesiva da resina composta. Entretanto, nos corpos-de-prova da resina Panavia Fluoro Cement houve predominâcia de falha coesiva e na Rely X ARC de falha adesiva. (Apoio financeiro: CNPq.)

B289

Avaliação in vitro da microinfiltração de três sistemas adesivos em restaurações classe II com resina composta.

COSTA, J. F.*, PIMENTA, L. A. F., COSTA, E. L., CASANOVAS, R. C., BARON, G. M. M.,
BEDRAN, A. K.

UFMA. E-mail: balc@ig.com.br

A proposta deste estudo foi investigar in vitro a microinfiltração marginal em restaurações classe II realizadas com três sistemas adesivos e resina composta em dentes bovinos. Setenta e cinco cavidades classe II, do tipo “slot” vertical foram preparadas, com margem gengival localizada 1,0 mm além da junção esmalte/cemento, numeradas e divididas aleatoriamente em três grupos distintos de acordo com o sistema adesivo utilizado: Grupo SBMP - sistema adesivo múltiplos frascos, Scotchbond Multi-Uso (3M); Grupo PB2.1 - sistema adesivo frasco único, Prime & Bond 2.1 (Dentsply); grupo CLB2v - sistema adesivo autocondicionante, Clearfil Liner Bond 2v (Kuraray). As cavidades foram restauradas com resina composta Tetric Ceram com três incrementos, polidas e os dentes, adequadamente impermeabilizados, foram submetidos a 1.000 ciclos em água destilada nas temperaturas de 5oC e 55oC. Em seguida corados com azul de metileno por 4 horas e seccionados nos centro das restaurações e analisados em lupa estereoscópica. Os resultados através das somas somas das ordens foram: Grupo SBMP - 936,50; Grupo PB2.1 - 1.053,00; Grupo CLB2v - 860,50. Embora o Clearfil Liner Bond 2v tenha apresentado melhor performance, o teste de Kruskal-Wallis revelou não possuir estatisticamente diferença significante na microinfiltração, para a = 0,4531 e p = 0,05.

Concluiu-se, que os três sistemas adesivos estudados não foram capazes de evitar completamente a microinfiltração, e o adesivo autocondicionante comportou-se igual aos adesivos que utilizam ácido fosfórico como condicionador.

B290

Propriedades de um compósito até cinco anos após o vencimento.

MENEZES, M. A.*, SANO, W., PORTO, S. S., ROSA, V. F., LOGUERCIO, A. D.

Odontologia – UFSM; Instituto de Física e Odontologia – USP. E-mail: marcoam@ccs.ufsm.br

Os fabricantes de resinas compostas determinam o prazo de validade dos produtos comercializados, sem elucidar os profissionais quanto aos critérios empregados. Pouco se sabe sobre as propriedades do material após a data de vencimento. Uma avaliação preliminar da dureza (KHN) e do grau de polimerização (número relativo de radicais livres) foi realizada com a resina Durafill VS. Os corpos-de-prova foram confeccionados de resinas armazenadas sob refrigeração (-6ºC) com datas de vencimentos em 05/1996, 12/1998, 06/1999; de resinas armazenadas a temperatura ambiente (+20ºC) com datas de validade expirada em 06/1999 e 12/1998; e de resina dentro do período indicado para uso. Os valores médios de dureza para cada grupo foram determinados, através de microdurômetro, em 4 perfurações realizadas por corpo-de-prova (n = 5). O mesmo número de amostras foi obtido para definir o número relativo de radicais livres, através de testes de ressonância paramagnética eletrônica. Os dados foram tratados por análise de variância e teste de Tukey (p = 0,05%).

Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, o que nos permitiu concluir que, em relação às duas propriedades estudadas, o comportamento do material foi semelhante, independente do prazo da validade e do modo de armazenamento.

B291

Avaliação da interface de três sistemas adesivos por meio de microscopia eletrônica de varredura.

MACARI, S.*, NONAKA, T., GONÇALVES, M.

FORP – USP. Tel.: (0**16) 624-9787. E-mail: somacari@ieg.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar através de microscopia eletrônica de varredura a interface de três sistemas adesivos, Scotchbond Multi-Purpose (3M), Optibond (Kerr) e Denthesive Bond II (Kulzer). Os sistemas adesivos e suas respectivas resinas compostas foram aplicadas no terço cervical do canal radicular de incisivos e caninos permanentes humanos, de acordo com as instruções do fabricante. As amostras foram incluídas em resina acrílica, cortadas transversalmente ao canal radicular e perpendicularmente à interface resina-dentina e analisadas através de microscopia eletrônica de varredura. Os sistemas adesivos Scotchbond Multi-Purpose (SBMP - Grupo I) e Optibond (OPB - Grupo II) apresentaram algumas características similares, camada híbrida homogênea e penetração de resina na dentina intertubular e peritubular. Entretanto, os “tags” apresentaram diferenças morfológicas, o sistema adesivo SBMP apresentou “tags” mais longos e em maior quantidade que OPB. O sistema adesivo DT não mostrou as mesmas características em sua interface. Os túbulos dentinários não foram abertos e a “smear layer” não foi removida, devido a ausência do condicionamento ácido prévio da dentina, prejudicando a formação da camada híbrida.

A análise da camada híbrida por microscopia eletrônica de varredura revelou diferentes padrões de hibridização, sugerindo que a união dentina-sistema adesivo-resina composta é influenciada por muitos fatores, além disso, a padronização do substrato dentinário é impossível.

B292

Resistência de um sistema restaurador adesivo aplicado em diferentes profundidades de dentina de dentes decíduos.

MARANGONI, S.*, GIRO, E. M. A.

Departamento de Clínica Infantil – UNESP - Araraquara. Tel.: (0**16) 201-6325, 201-6328. E-mail: egiro@foar.unesp.br

Com o objetivo de avaliar a resistência da união de um sistema restaurador adesivo à dentina superficial e profunda de dentes decíduos humanos, foram utilizados 38 molares divididos aleatoriamente em dois grupos de 19 espécimes. Após a aplicação do sistema adesivo sobre a dentina, foram confeccionados cilindros de resina composta de 3 mm de diâmetro e 5 mm de altura. Os espécimes obtidos foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 h, antes de serem submetidos ao teste de cisalhamento utilizando máquina de ensaios mecânicos MTS 810, a uma velocidade de 0,5 mm/min., com célula de carga de 1 kN. Na seqüência, os espécimes foram corados com alizarina, e as superfícies de dentina examinadas em lupa estereoscópica, num aumento de 50 X, para determinação do tipo de falha (tipos I, IIa, IIb, IIIa, IIIb), sendo que os mais representativos foram observados ao MEV. Os resultados mostraram que não existe evidência estatística de diferença entre os valores de tensão de ruptura em dentina superficial (7,74 ± 4,61) e em dentina profunda (9,00 ± 5,26) (p >> 0,05) e que a correlação positiva (r = 0,550) entre tensão de ruptura e tipo de falha é estatisticamente significativa (p << 0,001).

Pode-se concluir que: 1 - não houve evidência estatística de que a profundidade de dentina de molares decíduos humanos interfere na resistência da união dentina/sistema adesivo/resina composta; 2 - houve correlação positiva, estatisticamente significativa, entre tensão de ruptura e tipo de falha, sendo que as falhas do tipo IIIb se relacionaram com os maiores valores de tensão de ruptura. (Apoio financeiro: CAPES.)

B293

Resistência de união de materiais restauradores adesivos à dentina de dentes decíduos.

CERQUEIRA-LEITE, J. B. B.*, GIRO, E. M. A., CRUZ, C. A.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 201-6325. E-mail: egiro@foar.unesp.br

A introdução de componentes resinosos ao cimento de ionômero de vidro permitiu a melhora de algumas de suas propriedades. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de união à dentina de dentes decíduos, de um CIV modificado por resina (Vitremer) e duas resinas modificadas por poliácidos (F2000 e Dyract AP), comparados a um CIV convencional (Vidrion R) e uma resina composta (Z100). Foram utilizados 50 molares decíduos, divididos aleatoriamente em 5 grupos de 10 espécimes, nos quais foram confeccionados, sobre a superfície dentinária, cilindros de 5 mm de diâmetro e 5 mm de altura, com os materiais restauradores. Após 72 horas de armazenamento em água destilada em estufa a 37ºC os corpos-de-prova foram submetidos a teste de cisalhamento, e em seguida, examinados em lupa estereoscópica para determinação do tipo de fratura. Os resultados de resistência de união à dentina foram: F2000 = 6,95 (1,7) MPa, Dyract AP = 5,94 (1,0) MPa, Z100 = 5,54 (1,6) MPa, Vitremer = 4,1 (1,9) MPa e Vidrion R = 1,4 (0,3) MPa.

Concluiu-se que: 1 - As resinas compostas modificadas por poliácidos não mostraram diferença estatisticamente significativa entre si. 2 - A resina composta Z100 apresentou resistência de união à dentina semelhante à resina composta modificada por poliácidos Dyract AP. 3 - O CIV modificado por resina (Vitremer) apresentou resistência de união à dentina estatisticamente superior apenas ao CIV convencional (Vidrion R). 4 - Houve correlação positiva (r = 0,78) entre os valores de resistência de união à dentina de dentes decíduos e o tipo de fratura. (CAPES.)

B294

Avaliação da dureza superficial de diferentes sistemas restauradores estéticos indiretos.

OERTLI, D. C. B.*, MANDARINO, F.

Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp.
Tel.: (0**16) 201-6300. E-mail: posgradu@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar, através dos testes de dureza, a efetividade da polimerização dos sistemas restauradores estéticos indiretos em função de diferentes materiais e sistemas de polimerização. Foram utilizadas três resinas compostas fotopolimerizáveis: Cesead II, Artglass, Charisma. Os sistemas de polimerização empregados nesta pesquisa foram; EDG Lux, UniXS, e a associação do aparelho fotopolimerizador KM-200R + Lightbox. Cada material foi submetido aos três sistemas de polimerização. Foram confeccionados cinco corpos-de-prova para cada condição experimental. O procedimento restaurador em todas as condições experimentais seguiu o mesmo padrão. Para a obtenção dos valores de microdureza Vickers, foi utilizado o microdurímetro digital Bueler Micromet 2003, aplicando-se uma carga de 200 kgf por 15 segundos. Em cada corpo-de-prova foram realizadas 12 leituras.

Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística, com as seguintes conclusões: 1 - a dureza das resinas compostas depende do sistema de polimerização; 2 - os menores valores de dureza foram obtidos quando a polimerização foi realizada pelo sistema EDG Lux; 3 - os maiores valores de dureza foram obtidos quando a polimerização foi realizada pelo sistema KM-200R + Lightbox; 4 - a resina composta Charisma apresentou maiores valores de dureza com todos os sistemas de polimerização; 5 - os menores valores de dureza foram encontrados na resina composta Artglass quando polimerizada pelo sistema EDG Lux. (Apoio financeiro: Capes.)

B295

Avaliação clínica de restaurações de dois compômeros em dentes posteriores.

MOURA, F. R. R.*, PIVA, E., LUND, R. G., PALHA, B., DEMARCO, F. F.

Mestrado de Endodontia e Dentística – FO – UFPel.

O objetivo do presente estudo foi avaliar o desempenho clínico de dois compômeros, Dyract (Dentsply) e F2000 (3M) em dentes posteriores, após período de 2 anos. Foram realizadas 59 restaurações de classe I em 24 pacientes, na clínica de Dentística da FO – UFPel. Foram colocadas 82% das restaurações em molares. Todos os procedimentos foram realizados por um único operador. O presente trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética da FO - UFPel e os pacientes assinaram um termo de consentimento esclarecido para sua participação no estudo. Cada paciente recebeu no mínimo uma restauração de cada material. Os materiais foram utilizados de acordo com as indicações do fabricante. Após acabamento e polimento, como “baseline”, as restaurações eram avaliadas utilizando o sistema de avaliação clínica da USPHS modificado, por um examinador. Decorridos 2 anos, os 24 pacientes foram chamados sendo as restaurações avaliadas novamente pelo sistema de avaliação clínica da USPHS modificado. Todas as restaurações encontravam-se clinicamente satisfatórias (Alfa & Bravo). Quando os critérios alteração de cor, descoloração do cavossuperficial ou manchamento da interface, rugosidade, adaptação marginal e forma anatômica foram submetidos à análise estatística (testes c2 e exato de Fisher), os materiais apresentaram desempenho similar, exceto na rugosidade. Para esse critério o F2000 apresentou superfície mais rugosa (p = 0,01).

Conclui-se que os materiais tiveram desempenhos clínicos similares, mas o material F2000 apresentou maior rugosidade após 2 anos de acompanhamento.

B296

Avaliação da resistência ao cisalhamento entre cerâmica injetada e feldspática.

ROCHA, P. V., HELFENSTEIN, A., MACHADO, L. S.*, SOUSA, C., THEODORO, V.

Departamento de Saúde – Universidade Estadual de Feira de Santana. Tel.: (0**71) 353-7775. E-mail: pr@uefs.br

A compatibilidade entre diferentes tipos de sistemas cerâmicos é de grande interesse para os profissionais da área odontológica, pois uniões eficientes entre cerâmicas podem proporcionar vantagens ou fracassos tanto mecânicos quanto estéticos. Foi objetivo deste trabalho avaliar a resistência ao cisalhamento entre cerâmicas injetadas e feldspáticas. Para isso, foram obtidos trinta cilindros de porcelana IPS Empress 2, com 8 mm de espessura por 10 mm de diâmetro, sendo divididos em três grupos de dez discos cada, nos quais foram aplicadas camadas subseqüentes das seguintes cerâmicas: grupo I - IPS Design, considerado grupo controle; grupo II - Noritake; grupo III - Duceram LFC (cerâmica de baixa fusão). Em seguida, os espécimes foram submetidos a uma força de cisalhamento, em uma máquina de ensaio universal EMIC DL 2000. Os resultados apresentaram para força máxima as seguintes médias em kgf: grupo I (controle) - 190,9; Grupo II (Noritake) - 177,2; Grupo III (Duceram LFC) - 30,53. Todas as fraturas foram do tipo coesiva. Foi aplicado o teste de análise de variância a 5% que mostrou diferença estatística.

O teste Tukey, identificou diferença estatisticamente significante somente para o grupo III em relação aos grupos I e II, o que nos permite concluir que existe uma similaridade quanto à resistência ao cisalhamento entre a cerâmica Noritake (feldspática) e a IPS Design sobre a base de IPS Empress 2, enquanto a Duceram LFC, apresentou-se inferior. (Apoio do PROBIC – UEFS - BA.)

B297

Influência de dessensibilizantes na resistência de união de 2 adesivos à dentina.

BEDRAN de CASTRO, A. K. B.*, ARAMAL, C. M., SHINOHARA, M. S., AMBROSANO, G. M. B., PIMENTA, L. A. F.

Dentística – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do uso de 4 agentes dessensibilizantes na resistência ao cisalhamento de 2 adesivos. Foram utilizados 150 dentes bovinos incluídos, lixados até dentina e divididos aleatoriamente em 10 grupos (n = 15): G1 - Single Bond/3M (SB); G2 - Excite/Vivadent (EX); G3 - Oxagel (OXA) + SB; G4 - OXA + EX; G5 - Gluma Desensitizer/Heraeus Kulzer (GLU) + SB; G6 - GLU + EX; G7 - Desensibilize/FGM (DES) + SB; G8 - DES + EX; G9 - Experimental/FGM (EXP) + SB; G10 - EXP + EX. Em todos os grupos, a dentina foi condicionda com ácido fosfórico a 37%, em seguida foram aplicados, respectivamente, os dessensibilizantes, quando indicado, e os sistemas adesivos de acordo com as instruções dos fabricantes. Foi inserida resina composta Z100 (3M) em matriz de teflon e fotopolimerizado. Os espécimes foram armazenados sob umidade à 37ºC, por 7 dias. A resistência ao cisalhamento foi obtida em máquina universal de ensaio (EMIC), com velocidade de 0,5 mm/min. Os dados foram submetidos ao testes estatísticos (“two-way” ANOVA e teste de Tukey) e as diferenças foram representadas por letras diferentes (p << 0,05). Os valores em MPa (DP) foram: G1 = 13,07 (5,82)ab; G2 = 13,00 (4,83)ab; G3 = 10,21 (5,01)b; G4 = 10,57 (3,94)b; G5 = 15,77 (4,09)a; G6 = 13,55 (4,19)a; G7 = 11,17 (4,17)ab; G8 = 13,31 (3,11)ab; G9 = 12,18 (5,22)ab; G10 = 12,57 (4,43)ab. Não houve diferença entre os sistemas adesivos, e o uso de GLU apresentou os maiores valores e OXA os menores valores.

Conclui-se que a aplicação de dessensibilizante não interferiu na adesão de 2 sistemas adesivos.

B298

Avaliação de resina acrílica termocondicionada na técnica do casquete.

RODRIGUES, D. M.*, MATSUMOTO, W., DIAS, S. C.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto. E-mail: dalton_rodrigues@bol.com.br

As restaurações fixas são rotineiramente fabricadas sobre um modelo de gesso, obtidos a partir de um molde de elastômero do dente preparado. A precisão na adaptação é diretamente influenciada pelas propriedades dos materiais utilizados na moldagem e fabricação dos modelos. O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente o desajuste cervical de infra-estruturas metálicas, a partir da técnica de obtenção de moldes em casquete acrílico carregado com resina acrílica (Duralay, Dental Mfg. Co.) vazados em resina epóxica (Sikadur 32, Sika) com moldes de poliéter (Impregum, Espe) vazados em gesso tipo IV (Vel-Mix, Kerr). Foi utilizado um dispositivo para moldagem semelhante a um delineador na moldagem de um troquel mestre, sendo obtidos 10 troquéis em resina epóxica e 10 em gesso tipo IV e para cada troquel foi confeccionada uma estrutura metálica. O desajuste cervical das infra-estruturas metálicas ao troquel mestre foi medido com o auxílio de microscópio comparador, em quatro pontos diametralmente opostos nas bordas cervicais. A associação Duralay/Sikadur 32 apresentou menor desajuste (4,96 mm) que a Impregum/Vel-Mix (7,81 mm), com diferença estatisticamente significante (teste t de Student) ao nível de 5,0%.

Dentro dos limites do estudo, pode-se concluir que apesar da diferença estatística, ambas as técnicas de moldagem proporcionaram excelente adaptação cervical. (Apoio: FAPESP - processo 98/16086-0.)

B299

Resina epóxica Epoxiglass 1504: uma opção para obtenção de modelos.

DIAS, S. C.*, RODRIGUES, D. M., PANZERI, H., AGNELLI, J. A. M.

FORP – USP; Unifenas; UFSCar. E-mail: cdcsergio@bol.com.br

Este estudo avaliou uma resina epóxica de uso industrial na obtenção de modelos odontológicos. Foi utilizada a resina Epoxiglass 1504 modificada pela adição de zirconita silicato de zircônio na proporção de 1/1 em peso, manipulada com o endurecedor Epoxiglass 1603 conforme recomendações do fabricante. Foram confeccionadas matrizes com características particulares que proporcionaram a obtenção de corpos-de-prova em resina epóxica pura e carregada com zirconita que foram ensaiados para análise da compatibilidade da resina com elastômeros, sua dureza superficial, resistências à compressão e tração, fidelidade de cópia de detalhes, comportamento dimensional, e textura superficial (rugosidade). Os resultados encontrados foram comparados aos obtidos de gessos tipo IV e V quando submetidos às mesmas análises. Esse estudo revelou que a resina Epoxiglass 1504 modificada por zirconita é compatível com elastômeros, e quando comparada com gessos IV e V apresenta inferior dureza de superfície, superiores resistências à compressão e tração, superior capacidade de reproduzir detalhes da impressão, apresenta comportamento dimensional que possibilita ser utilizada na confecção de modelos precisos, e apresenta superior lisura superficial.

Diante dos resultados encontrados a resina epóxica Epoxiglass 1504 modificada com zirconita está indicada na obtenção de modelos odontológicos precisos, e duráveis.

B300

Análise da tensão cisalhante pura em sistemas adesivos dentinários.

SILVA, T. B. C.*, ZANIQUELLI, O., BOSE, W. W.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP; Engenharia de Materiais – EESC – USP. E-mail: ozanique@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a resistência à adesão de dois sistemas adesivos, utilizando um dispositivo que desenvolve um único tipo de tensão na interface adesiva (cisalhante). Foram preparados dez terceiros molares, divididos em dois grupos de acordo com o sistema adesivo utilizado. Grupo 1 - Single Bond (3M) e Grupo 2 - Prime & Bond 2.1 (Dentsply). Os dentes foram incluídos em resina acrílica e, as superfícies vestibulares foram desgastadas até ser obtida uma região dentinária plana e lisa. A área de adesão foi delimitada por uma fita adesiva com orifício de 4,7 mm de diâmetro. Em todos os grupos, a dentina sofreu condicionamento com ácido fosfórico a 35%, lavadas e secas com papel absorvente. Os sistemas adesivos foram aplicados conforme as normas do fabricante e, após sua fotopolimerização, foram restaurados com resina Z100 (3M) com o auxílio de uma matriz de aço inoxidável e polimerizada em camadas. Os corpos-de-prova foram armazenados sob umidade em estufa à 37ºC por 7 dias. A seguir os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento no dispositivo desenvolvido especialmente para esta finalidade, acoplado à um sistema de ensaio Instron e célula de carga de 10 kgf. Os resultados foram avaliados estatisticamente (teste t, p << 0,05) evidenciando diferença significatica entre os dois grupos ensaiados. A tensão cisalhante (pura) média ± desvio-padrão obtida foi 14,83 ± 2,64 e 28,53 ± 3,49 MPa, para o grupo 1 e grupo 2 respectivamente.

Concluímos que o grupo 2 apresentou resistência cisalhante bem maior que aquele pertencente ao grupo 1. (Apoio: CAPES.)

B301

Análise quantitativa do conteúdo de carga inorgânica das resinas compostas diretas e indiretas.

CORRÊA, G. O.*, REGES, R. V., CRUZ, C. A. S., ADABO, G. L., CONSANI, S.,
CORRER SOBRINHO, L., SANTOS, P. H.

FOAr – UNESP; FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345.

O propósito deste estudo foi avaliar o conteúdo de carga em massa e volume de 8 resinas compostas diretas e 4 indiretas. Cinco corpos-de-prova cilíndricos, com 5 mm de diâmetro por 2 mm de profundidade, foram confeccionados para cada resina: Vitalescense (Ultradent); Surefil (Dentsply/Caulk); Point 4 (Kerr); Esterneomega Composite LC (Sternegold); Glacier (SDI); Alert (Jeneric/Pentron); A110 e Z250 (3M); Solidex (Shofu); Artglass (Kulzer); Targis (Ivoclar) e Cesead II (Kuraray). Os corpos-de-provas foram polimerizados por 40 segundos e pesados em balança analítica (Sartorius) à seco e imersos em água destilada. Após a eliminação da matriz orgânica realizada em forno elétrico a 700ºC por 3 horas, os corpos-de-prova foram pesados à seco e armazenados em água destilada, por 7 dias para nova pesagem em imersão. O conteúdo por massa foi calculado com base nas massas secas do compósito e do resíduo inorgânico e o conteúdo em volume foi baseado na aplicação do Princípio de Arquimedes. Os resultados percentuais em massa e volume, respectivamente, foram: 1) compósitos diretos: Alert (84% e 71%); Z250 (79% e 62%); Glacier (78% e 63%); Surefil (77% e 56%); Esterneomega Composite LC (74% e 51%); Point 4 (71% e 66%); Vitalescense (70% e 55%); A110 (68% e 42%), e 2) compósitos indiretos: Cesead II (83% e 79%); Targis (73% e 58%); Artglass (68% e 52%); Solidex (53% e 40%).

Concluindo, todos os materiais estudados apresentaram composição quantitativa de carga em massa e volume de acordo com o demonstrado na literatura.

B302

Influência do clareamento externo em restaurações de resina composta preexistentes ao tratamento clareador.

SHINOHARA, M. S.*, CAMPOS, I. T., MORAIS, P. M. R., PIMENTA, L. A. F.,
AMBROSANO, G. M. B.

Fop – Unicamp. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento clareador na microinfiltração de restaurações em compósito preexistentes ao clareamento. Foram preparadas cavidades classe V na junção cemento-esmalte de 140 dentes bovinos, restauradas com sistema adesivo/compósito e divididas aleatoriamente em 4 grupos (n = 35), em função do envelhecimento da restauração antes do clareamento (T1 = 1 mês em saliva artificial/SA + 1.000 ciclos térmicos/T2 = 3 meses em SA + 3.000 ciclos) e do clareamento (CL): G1 [T1 + CL]; G2 [T1 não-clareado]; G3 [T2 + CL]; G4 [T2 não-clareado]. Para o CL foi utilizado o gel de peróxido de carbamida a 10% (Whiteness) por 21 dias (6 h diárias). Durante esse período, os espécimes não-clareados permaneceram em SA. Em seguida, as amostras foram imersas em solução de azul de metileno 2%, seccionadas, analisadas em lupa estereoscópica (50 X) e classificadas pelo grau de penetração do corante, em esmalte e dentina. Os dados foram submetidos aos testes estatísticos Kruskal-Wallis e de comparações múltiplas (p << 0,05). Em dentina, as somas das ordens foram: G1 - 2.227,5a; G2 - 1.774,5b; G3 - 2.553,5a; G4 - 1.959,5c. Para esmalte: G1 - 2.179,0a; G2 - 1.397,5b; G3 - 2.535,0a; G4 - 2.403,5a. O CL aumentou o grau de microinfiltração nas restaurações preexistentes com margens em dentina, independente do tempo de envelhecimento (T1 e T2); e em esmalte, o CL interferiu somente na infiltração após 1 mês de envelhecimento (T1).

Conclui-se que o CL pode alterar a adesão de restaurações preexistentes.

B303

Efeito do clareamento dental interno na resistência ao cisalhamento da interface resina composta/esmalte.

TEIXEIRA, E. C. N.*, TURSSI, C. P., HARA, A. T., SERRA, M. C.

FOP – UNICAMP; FORP – USP. E-mail: mcserra@forp.usp.br

Este estudo avaliou o efeito do clareamento dental interno na resistência ao cisalhamento entre resina composta e esmalte bovino, em diferentes tempos após o clareamento. Trezentos e vinte dentes foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos: PSH - perborato de sódio + peróxido de hidrogênio a 30%; PSA - perborato de sódio + água destilada; PC - peróxido de carbamida 37% e PLA - água destilada (placebo). Foram realizadas em intervalos de 7 dias, trocas dos agentes clareadores por 4 semanas. Para o teste de cisalhamento, os grupos citados foram divididos em quatro subgrupos (n = 20), de acordo com os seguintes tempos: 0 (“baseline”), 7, 14 e 21 dias após o término do clareamento. Para tal procedimento, fragmentos de esmalte foram obtidos, embutidos em resina de poliestireno e planificados. Cilindros de resina composta (Z100/Single Bond - 3M) foram confeccionados sobre a superfície do esmalte e submetidos ao teste de cisalhamento em máquina de ensaio universal. A ANOVA mostrou diferenças significativas entre os agentes clareadores apenas no tempo 0, que foram evidenciadas pelo teste de Tukey (p << 0,05): PLA = PC = PSA >> PSH.

Considerando as condições experimentais deste trabalho, pode-se concluir que houve uma redução na resistência ao cisalhamento entre resina composta/esmalte logo após o clareamento interno com PSH, que não foi observada a partir de sete dias. Para os demais agentes clareadores, PSA e PC, a resistência ao cisalhamento não se alterou nos tempos avaliados.

B304

Resistência adesiva de sistemas adesivos em dentes submetidos ao clareamento interno.

RODRIGUES, J. A.*, SHINOHARA, M. S., PERES, A. R., PIMENTA L. A. F., AMBROSANO, G. M. B.

Dentística – FOP – UNICAMP. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento de 3 sistemas adesivos (SA) ao esmalte (E) e a dentina (D) submetidos ao clareamento interno (CL). Foram utilizados 270 dentes bovinos divididos em 3 grupos (n = 90): PS = pasta de perborato de sódio + água; PC = peróxido de carbamida 37% e CO = controle, não-clareado. Após 20 dias de CL, foram obtidos fragmentos da porção coronária de cada espécime, incluídos em resina de poliestireno e lixados até obter superfícies planas em E e D. Cada grupo foi subdividido em 6 subgrupos (n = 15), em função do substrato (E e D) e do SA: SB = Single Bond; PB = Prime & Bond NT; CLF = Clearfil SE Bond. Os SA foram aplicados seguindo as instruções do fabricante e com uma matriz de teflon bipartida foram confeccionados cilindros de resina composta (Z250). Após estocagem em umidade por 7 dias a 37ºC, o teste de cisalhamento foi realizado com v = 0,5 mm/min. Os valores em MPa foram submetidos à ANOVA e teste Tukey (p << 0,05). E: PSSB 16,50A, PSPB 10,92A, PSCLF 21,62A, PCSB 21,44A, PCPB 11,93A, PCCLF 19,14A, COSB 21,44B, COPB 17,46B, COCLF 23,69B, D: PSSB 14,55A, PSPB 8,50A, PSCLF 18,41A, PCSB 19,88B, PCPB 15,41B, PCCLF 18,54B, COSB 19,09B, COPB 11,40B, COCLF 22,29B. Não houve interação entre os SA e o CL. Em E o tratamento com PS e PC diminuiu significantemente a resistência adesiva. Em D o PS apresentou uma resistência adesiva inferior ao PC e ao CO, que não diferiram entre si.

Pode-se concluir que o CL interfere na força de adesão ao E e a D, independentemente do SA aplicado.

B305

Efeito do peróxido de carbamida a 10% e dentifrícios dessensibilizantes sobre a microdureza do esmalte.

OLIVEIRA, R.*, BASTING, R. T., RODRIGUES, J. A., RODRIGUES Jr., L. A., SERRA, M. C.

Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340.

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a microdureza do esmalte exposto ao peróxido de carbamida a 10% associado a dois dentifrícios dessensibilizantes em diferentes tempos. O gel clareador Rembrandt 10%/ Dent-Mat Corporation (REM) foi avaliado e um agente placebo foi usado como controle (PLA). Os agentes foram aplicados na superfície do esmalte por 8 horas diárias, seguidos pela imersão por 5 minutos em uma solução de água e dentifrícios dessensibilizantes: Sensodyne/Stafford-Miller (S) ou Sensodyne Fluor/Stafford-Miller (SF). Durante o tempo restante (16 horas), os fragmentos foram mantidos individualmente em 13,5 ml de saliva artificial. Testes de microdureza foram realizados antes da aplicação dos agentes, após 8 horas, 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias de tratamento, além de 7 e 14 dias após o término do tratamento. A análise de variância e o teste de Tukey não mostraram diferenças na microdureza do esmalte para REM + SF (p = 0,0688) e PLA + SF (p = 0,9265) em cada intervalo de tempo durante e após o tratamento. O esmalte tratado com REM + S e PLA + S mostrou um aumento na microdureza em função do tempo (p << 0,0001). O REM + S aumentou significativamente a microdureza do esmalte após 28 dias de tratamento, enquanto que, esse aumento para o PLA + S ocorreu somente no período pós-tratamento.

O uso de dentifrícios dessensibilizantes associados ao peróxido de carbamida a 10% podem manter ou aumentar a microdureza do esmalte. (FAPESP - 99/11735-2 e 99/10830-1.)

B306

Avaliação da microinfiltração e microdureza em restaurações realizadas com diferentes materiais resinosos e técnicas de inserção.

PIMENTA, L. A. F.*, BRISO, A. L. F., CAMPOS, I. T., AMBROSANO, G.

FOP – UNICAMP. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

Este trabalho avaliou a microinfiltração em restaurações classe II, e a microdureza Knoop de 5 materiais restauradores: Alert (G1), Flow-It + Alert (G2), Definite (G3), Surefil (G4), e Charisma (G5) e duas técnicas de inserção (incrementos horizontais - H e único incremento - U). Preparos nas superfícies mesial e distal, com margem gengival em dentina, foram realizados em 115 molares. Após a execução das restaurações e polimento, os dentes foram termociclados, cobertos com esmalte de unha e imersos em solução de azul de metileno a 2%. Em seguida foram seccionados e classificados conforme o grau de penetração do corante. As superfícies obtidas pelo corte das restaurações foram submetidas ao teste de microdureza. Para a microinfiltração o teste de Kruskal-Wallis apontou haver semelhança estatística para os grupos restaurados pela técnica de incremento único. Já para os espécimes restaurados pela técnica incremental, os grupos G4-H e G1-H alcançaram os menores índices de microinfiltração (39,52a e 53,82ab, respectivamente), sendo que o último alcançou resultados semelhantes aos demais grupos (G2-H = 59,32b, G5-H = 63,68b, G3-H = 65,17b). A avaliação de microdureza, pelo teste de Tukey, no terço cervical e médio demonstrou que o material Alert obteve menor média de valores quando a técnica de incremento único foi empregada.

Concluiu-se que nenhuma técnica ou material impediram a ocorrência de microinfiltração; o material Alert não foi polimerizado, de forma uniforme, em incrementos superiores a 2 mm. (Apoio: FAPESP, nº 99/02428-9.)

B307

Avaliação da dureza e conteúdo de carga inorgânica de compósitos de baixa viscosidade.

REGES, R. V.*, CRUZ, C. A. S., ADABO, G. L., CORRER SOBRINHO, L., SANTOS, P. H.

Materiais Dentários – FOAr – UNESP; FOP – UNICAMP. E-mail: reges@vipmail.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a dureza Vickers e o conteúdo de carga inorgânica de quatro compósitos de baixa viscosidade. Vinte corpos-de-prova cilíndricos com 5 mm de diâmetro por 2 mm de profundidade, foram confeccionados com as resinas compostas: Natural Flow (DFL); Flow-It e Flow-It LF (Jeneric/Pentron) e Revolution (Kerr). A dureza Vickers foi mensurada em aparelho Wolpert com carga de 50 g, por 30 segundos, imediatamente e sete dias após a confecção dos corpos-de-prova. Doze penetrações foram feitas em cada amostra. Em seguida, os corpos-de-prova foram pesados em balança analítica (Sartorius). Após a eliminação da matriz orgânica em forno elétrico a 700ºC durante 3 horas, os corpos-de-prova foram novamente pesados e feito o cálculo do conteúdo de carga inorgânica por massa. Os resultados submetidos à análise de variância e ao teste de Fisher (p << 0,05) mostraram que a dureza Vickers imediata para a Flow-It (44,53) e Flow-It LF (40,65) foi significantemente superior a Revolution (29,56) e Natural Flow (29,89). Após 7 dias, a dureza do Flow-It LF (49,64) e Flow-It (46,30) foram significantemente superiores ao Revolution (35,90) e Natural Flow (28,63). Para o conteúdo de carga em massa, os compostos Flow-It (74,61%) e Flow-It LF (65%) apresentaram os maiores valores percentuais, seguido das resinas compostas Natural Flow (51,60%) e Revolution (53,80%).

Assim, as resinas Flow-It e Flow-It LF apresentaram maiores conteúdos de carga inorgânica e maiores valores de dureza imediata e sete dias após a fotoativação.

B308

Resistência de união à tração de cimentos resinosos de dupla ativação aos 10 min. e 24 h pós-polimerização.

DUARTE, R. M.*, DE GOES, M. F.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345,
fax: (0**19) 430-5218. E-mail: rmduarte@imagenet.com.br, degoes@fop.unicamp.br

Este estudo avaliou a resistência à tração de cimentos resinosos de dupla ativação aos 10 min. e 24 h após a polimerização química ou física. Foram utilizados 80 incisivos bovinos divididos nos seguintes grupos: PQ10, PQ24, RQ10 e RQ24 (Panavia - P e Rely X - R aos 10 min. e 24 h pós-ativação química); PF10; PF24; RF10; RF24 (Panavia - P e Rely X - R aos 10 min. e 24 h pós-ativação física). As faces vestibulares foram desgastadas até a exposição de superfície plana de dentina. A área de união foi demarcada com fita adesiva vazada (Æ 4,0 mm).Os materiais utilizados foram: Rely X + Single Bond (3M) e Panavia F Cement + Ed Primer A + B (Kuraray - Japan). Os procedimentos de união seguiram as instruções do fabricante. Após a aplicação do sistema adesivo, foi aplicada a camada de cimento resinoso sobre a qual foi fixado um cilindro de resina (Æ 4 mm x 20 mm) para o teste de tração. O ensaio de tração foi realizado em máquina de ensaio universal Instron (0,5 mm/min). Os resultados foram submetidos a ANOVA e ao teste de Tukey (p << 0,05). Os resultados em MPa foram: PQ10 - 3,29 ± 1,47b; PQ24 - 4,99 ± 2,01a; PF10 - 4,94 ± 3,17b; PF24 - 6,71 ± 1,37a; RQ10 - 4,81 ± 1,63b; RQ24 - 7,84 ± 2,13a; RF10 - 9,50 ± 3,17a; RF24 - 10,31 ± 2,62a. Houve diferença estatisticamente significativa nos tempos entre 10 min. e 24 h e no tipo de ativação utilizada.

Os resultados demonstraram que a ativação física foi o método mais eficiente na polimerização dos cimentos resinosos de dupla ativação avaliados. (CAPES-PICDt.)

B309

Resistência de união de combinações Ti c.p., Ti-6Al-4V e Pd-Ag com porcelanas.

TROIA Jr., M. G.*, HENRIQUES, G. E. P., NÓBILO, M. A., MESQUITA, M. F.,
CONTRERAS, E. F. R.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. E-mail: guilherm@fop.unicamp.br

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência de união do titânio comercialmente puro (Ti c.p.) e liga titânio-alumínio-vanádio (Ti-6Al-4V) unidos a uma porcelana específica (Vita Titankeramik), e comparar os resultados com a combinação liga Pd-Ag e porcelana convencional (Duceram). Para tanto, foram confeccionadas tiras metálicas medindo 25 x 3 x 0,5 mm, aplicando-se porcelana no centro de cada uma das faces das tiras, restrita às dimensões de 8 x 3 x 1 mm, obtendo-se 4 grupos, com 12 repetições, a saber: G1 = Ti c.p./Vita Titankeramik; G2 = Ti c.p./Vita Titankeramik + termociclagem; G3 = Ti-6Al-4V/VitaTitankeramik; G4 = Ti-6Al-4V/Vita Titankeramik + termociclagem. Como controle, foram obtidos 2 grupos com 10 repetições, a saber: G5 = Pd-Ag/Duceram e G6 = Pd-Ag/Duceram + termociclagem. Todos os grupos foram submetidos ao teste de flexão de 3 pontos. Como resultados, os grupos G5 e G6 obtiveram valores médios de 47,98 MPa e 45,30 MPa respectivamente, sendo estes, significativamente superiores aos apresentados pelos grupos G1/G2 (24,99 MPa e 23,60 MPa respectivamente) e G3/G4 (25,60 MPa e 24,98 MPa respectivamente).

Concluiu-se que: a) a termociclagem não afetou significativamente a resistência de união de nenhum dos grupos; b) os valores de resistência de união dos sistemas metalocerâmicos de titânio foram cerca da metade daqueles apresentados pelo controle Pd-Ag/Duceram. (Apoio financeiro: CAPES.)

B310

Efeito de diferentes concentrações de NaOCl e tempos de aplicação na resistência ao cisalhamento de sistemas adesivos.

ARIAS, V. G.*, PERIS, A. R., PIMENTA, L. F., AMBRIZANO, G. M. B.

Dentística – FOP – UNICAMP. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de diferentes concentrações de NaOCl (1%, 5% e 10%), em solução, com diferentes tempos de aplicação (15, 30 e 60 s) na resistência ao cisalhamento de dois sistemas adesivos. 300 dentes bovinos foram incluídos em resina de poliestireno e as superfícies vestibulares lixadas com lixas de Al2O3 até # 600, expondo a dentina. Os espécimes foram divididos aleatoriamente em 20 grupos (n = 15). De G1 a G10 foi aplicado o adesivo Prime & Bond 2.1 (Dentsply) e de G11 a G20 o adesivo Gluma Comfort (Heraeus Kulzer), sendo G1 e G11 os controles. NaOCl 1% foi aplicado nos grupos 2, 5, 8, 12, 15 e 18, durante 15, 30 e 60 s. NaOCl 5% foi aplicado nos grupos 3, 6, 9, 13, 16, 19, durante 15, 30 e 60 s e os grupos 4, 7, 10, 14, 17, 20 receberam NaOCl 10% durante 15, 30 e 60 s. Os espécimes foram restaurados com resina composta Z250 (3M) e realizado o cisalhamento em máquina Universal, sendo os valores dados em MPa. Foi utilizada a análise estatística “three-way” ANOVA e Tukey. As médias dos grupos foram: G1 = 8,96; G2 = 12,21; G3 = 10,47; G4 = 8,23; G5 = 10,23; G6 = 9,84; G7 = 11,21; G8 = 10,82; G9 = 10,97; G10 = 13,19; G11 = 13,92; G12 = 9,51; G13 = 10,68; G14 = 14,42; G15 = 9,80; G16 = 10,47; G17 = 9,84; G18 = 7,71; G19 = 9,89; G20 = 12,85. Os resultados não mostraram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos que utilizaram diferentes concentrações de NaOCl e tempos com os controles.

O uso de diferentes concentrações e tempos de aplicação de NaOCl não aumentou os valores de resistência ao cisalhamento.

B311

Laser de vapor de cobre em esmalte e dentina: estudo comparativo morfológico ultra-estrutural.

PENNA, L. A. P.*, NICCOLI-FILHO, W., RODE, S. M.

DMOP – FOSJC – UNESP; Curso de Odontologia – Universidade Ibirapuera. E-mail: lapen@uol.com.br

Estudo comparativo morfológico dos efeitos da radiação laser de vapor de cobre em esmalte e dentina feito em 15 dentes molares humanos, clivados no sentido mésio-distal e divididos aleatoriamente em 5 grupos com 3 hemi-secções cada para irradiação no esmalte e 5 grupos com 3 hemi-secções cada para irradiação na dentina, sendo que 1 grupo de cada tecido mineralizado foi utilizado como controle e os demais para serem irradiados, com potência fixa de 7 W, durante 500, 600, 800 ms e 1 s, sendo um grupo para cada tempo. Os dentes foram limpos com aparelho de ultra-som (Tempo Ultrasonic, mod. T14), secos em estufa e receberam cobertura de ouro em aparelho específico para tal (Ions Sputter - Balzers SCD-040). No exame ultra-estrutural em MEV (DSM 950 - Zeiss), observou-se que nos dentes em que se irradiou a superfície de esmalte, apenas os do grupo irradiado durante 1 s apresentaram alteração morfológica, mostrando uma superfície bastante irregular, com depressões semelhantes a crateras, e estruturas irregulares de esmalte fundido.

Nos dentes onde se irradiou a dentina observou-se, no grupo irradiado durante 1 s, evidente alteração ultra-estrutural apresentando uma região com o tecido fundido e com perda das características morfológicas e, no grupo irradiado por 800 ms, observou-se uma região de ablação tecidual e perda parcial das características morfológicas, sendo que nos grupos irradiados durante 500 e 600 ms, não houve alteração da dentina, concluindo-se portanto que esse tipo de radiação tem a capacidade de alterar ultra-estruturalmente a morfologia de tecidos dentários mineralizados.

B312

Efeito do tratamento da superfície de uma liga metálica na resistência da união dos cimentos.

PRATES, L. H. M.*, CONSANI, S., SINHORETI, M. A. C., CORRER SOBRINHO, L.

Universidade Federal de Santa Catarina; Faculdade de Odontologia de Piracicaba.
 Tel.: (0**48) 331-9469.

O propósito foi avaliar o efeito de quatro tratamentos de superfície, realizados em uma liga de paládio-prata, na resistência da união de três cimentos. Fundições (Pors-on 4, Degussa) confeccionadas em forma de disco, e agrupadas em pares, foram separadas em quatro grupos de 30 cada, para realização de um dos seguintes tratamentos: 1 - bruto de fundição (controle); 2 - jato de óxido de alumínio malha 320; 3 - jato de óxido de alumínio malha 60; e 4 - jato de esferas de vidro malha 270. Os exemplares de cada grupo foram separados em três subgrupos de 10 cada, para a fixação, através das faces tratadas, com os seguintes cimentos: A - fosfato de zinco (SS White); B - ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer, 3M); e C - resinoso (Rely X, 3M). Após 24 horas, as amostras foram submetidas aos ensaios de cisalhamento (1 mm/min.). Os resultados, analisados com ANOVA e teste de Tukey (5 %), foram (MPa): Grupo 1A: 1,77 (0,51); Grupo 1B: 3,18 (1,42); Grupo 1C: 1,63 (0,55); Grupo 2A: 5,22 (0,88); Grupo 2B: 11,90 (1,94); Grupo 2C: 16,29 (3,94); Grupo 3A: 4,03 (0,78); Grupo 3B: 11,41 (2,69); Grupo 3C: 14,15 (2,71); Grupo 4A: 1,59 (0,44); Grupo 4B: 2,24 (0,71); Grupo 4C: 1,74 (0,51).

As superfícies submetidas ao óxido de alumínio (malhas 320 ou 60) proporcionaram maior resistência de união que a condição de bruto de fundição e que as superfícies tratadas com jato de esferas de vidro. Nas superfícies tratadas com óxido de alumínio, os cimentos resinoso e de ionômero de vidro modificado por resina proporcionaram resistências de união estatisticamente superiores à do fosfato de zinco.

B313

Avaliação da microinfiltração de diferentes cimentos em “inlays” de cerômero.

ELIAS, R. V.*, OSÓRIO, A. B., CAMACHO, G. B., OSINAGA, P. W. R., DEMARCO, F. F.

Mestrado em Endodontia e Dentística – FO – UFPel - RS. E-mail: rvelias@terra.com.br

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a infiltração marginal em “inlays” confeccionadas com o cerômero belleGlass (Kerr) e cimentadas com diferentes agentes resinosos. Em 14 terceiros molares humanos hígidos foram confeccionados preparos cavitários MOD, do tipo “inlay”, com margem mesial em esmalte e distal em cemento e, após os “inlays” foram preparados com belleGlass (Kerr). Os espécimes foram aleatoriamente divididos em 2 grupos (n = 7), de acordo com o cimento resinoso empregado: Grupo 1 – Rely X ARC (3M); Grupo 2 - Panavia 21 (Kuraray). Na técnica de cimentação, os materiais foram empregados conforme as orientações dos fabricantes. Um fotopolimerizador XL 3000 (3M) foi utilizado. Os espécimes foram submetidos à ciclagem térmica, isolados com esmalte, com exceção das margens cervicais das restaurações e, posteriormente, imersos no corante azul de metileno, por 8 horas. Após lavagem, foram seccionados para avaliação do grau de infiltração, em aumento de 40 vezes, com base em escore padronizado. As médias dos resultados das leituras foram analisadas pelo teste Kruskal-Wallis, à nível de 5%. Os resultados não mostraram diferença estatisticamente significante entre os grupos a nível de cemento, porém no esmalte houve diferença significante (p << 0,05) com melhores resultados para o cimento Rely X.

Foi possível concluir que os cimentos e o substrato influenciaram a microinfiltração das “inlays” de cerômero.

B314

Resistência à fratura de pré-molares restaurados com diferentes materiais restauradores.

OSÓRIO, A. B.*1, CAMACHO, G. B.1, NONAKA, T.2, GONÇALVES, M.2

1Departamento de Odontologia Restauradora – UFPel; 2Departamento de Odontologia Restauradora – FORP – USP. E-mail: angelao@conex.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência à compressão axial de restaurações do tipo MOD com diversos materiais restauradores, realizando-se ensaio de compressão axial com uma esfera de 9 mm de diâmetro. Com este propósito, executou-se as seguintes técnicas restauradoras, empregando-se 10 espécimes por grupo: I. restaurações tipo MOD de resina composta direta Z250 (3M), II. resina composta indireta Z250 (3M), III. “inlays” de cerâmica aluminizada Vitadur Alpha (Vita Zanfabrik); IV. restaurações convencionais de amálgama Amalgam (SDI) e, V. restaurações de amálgama adesivo Amalgam (SDI), os quais foram comparados à dentes humanos pré-molares hígidos jovens e recém-extraídos (grupo controle). As restaurações foram adesivadas com o cimento resinoso Enforce (Dentsply) que foi manipulado segundo as recomendações do fabricante. Nos dentes foi executada a técnica do condicionamento ácido total. Os resultados apontaram para uma diferença significante entre os grupos estudados. Houve uma diferença estatística do grupo controle em relação à restaurações de amálgama, tanto convencional como o adesivo. A análise empregada também mostrou que estas restaurações diferiam das demais. Todavia, houve uma semelhança do grupo controle com as restaurações de resina (direta e indireta) e cerâmica.

Apesar das “inlays” de cerâmica apresentarem os maiores valores de resistência, não diferiam em relação às restaurações de resina. (Apoio: FAPERGS.)

B315

Resistência a microtração de dois adesivos particulados e um sem carga à dentina.

CASTRO, F. L. A.*, ANDRADE, M. F., VAZ, L. G., AHID, F. J. M.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Araraquara.
Tel.: (0**16) 201-6300. E-mail: restaura@foar.unesp.br.

O objetivo deste estudo foi comparar a resistência a microtração de dois sistemas adesivos particulados, Prime & Bond NT (Dentsply) e Clearfil SE Bond (Kuraray), e um sem carga, Single Bond (3M), à dentina. Superfícies planas de dentina foram obtidas a partir de nove terceiros molares humanos extraídos. Os dentes foram divididos aleatoriamente em três grupos experimentais sendo as dentinas tratadas com um dos três sistemas adesivos, de acordo com as instruções de cada fabricante. Coroas de resina composta foram construídas sobre as superfícies tratadas. As amostras foram termocicladas para depois serem cortadas paralelamente ao seu longo eixo, obtendo-se espécimes com secção transversal de 1,0 mm2 ± 0,1 mm2. Os espécimes foram submetidos a um ensaio de tração e posteriormente, as superfícies de dentina e resina correspondentes ao local da área da adesão foram observadas ao microscópio óptico, verificando o modo das falhas. Os dados foram submetidos à análise de variância para comparação entre os grupos, ao nível de 5% de significância. As amostras mais representativas das fraturas foram preparadas e observadas ao microscópio eletrônico de varredura. Os resultados deste estudo mostraram não haver diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. A análise das fraturas revelou ausência de falhas estritamente adesivas entre os sistemas adesivos e a dentina, mas com ocorrência predominante de fraturas exclusivamente na união. (Apoio: FAPESP, processo 98/15496-0.)

B316

Efeito de agentes de limpeza sobre a dureza de dentes artificiais.

NOGUEIRA, C. M.*, CAMPOS, F. P., ADABO, G. L., FONSECA, R. G.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese –  Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6415. E-mail: adabo@foar.unesp.br

A limpeza de próteses totais e parciais removíveis é indicada para a prevenção de infecções dos tecidos de suporte, por meio da imersão das peças protéticas em diversas soluções durante a noite. Porém, existem algumas dúvidas quanto aos efeitos destes tratamentos sobre as propriedades dos materiais utilizados para a confecção dos trabalhos protéticos. O objetivo deste estudo foi avaliar a dureza de dentes artificiais de resina acrílica (Dentron), submetidos a diferentes agentes de limpeza, em função do tempo. Molares artificiais foram incluídos em anel de PVC com resina acrílica ativada termicamente (Lucitone) e após a polimerização e demuflagem foram submetidos a processo de abrasão e polimento, por meio de politriz elétrica, com o objetivo de promover uma superfície plana e polida. As medidas de dureza Vickers foram realizadas em microdurômetro Wolpert, imediatamente e 6 meses após a imersão dos corpos-de-prova em 4 diferentes soluções: água (controle), clorexidina, hipoclorito de sódio a 1% e hipoclorito de sódio caseiro diluído. Os dados de 10 réplicas foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey onde foi evidenciado que houve significativa redução na dureza superficial dos dentes artificiais imediata (32,93 VHN) e aos 6 meses (20,02 VHN) e que não foram encontradas diferenças significativas entre os dentes imersos em água e nas soluções desinfetantes.

Conclui-se que o uso dos agentes de limpeza estudados exercem efeito sobre a dureza dos dentes artifi­ciais de resina acrílica semelhante ao produzido pela simples imersão em água.

B317

Avaliação do desgaste das resinas compostas, com diferentes tempos de polimerização.

ANTONIAZZI, R. G.*, BONATO, L. L., NAGEM FILHO, H.

Departamento de Dentística – FO – Universidade de Taubaté. Tel.: (0**12) 218-4052. E-mail: rgantoniazzi@uol.com.br

O objetivo neste trabalho foi verificar a resistência ao desgaste de três resinas compostas, polimerizadas de duas maneiras diferentes, quando usado um simulador de escovação. Foram utilizadas as resinas Definite, Suprafill e Surefil, foram confeccionados 16 cp de cada material, divididos em 2 grupos, e polimerizados de duas maneiras: integral com 40 s à distância de 0 mm da fonte de luz/material; e gradual, 10 s à 0 mm, seguida de 30 s à 2 mm de distância. Os cp foram pesados e os valores registrados como iniciais. Foi utilizada uma máquina de escovação de três corpos, usando escovas dentais e dentifrício, os cp sofreram 100.000 ciclos de escovação, e em seguida sofreram nova pesagem, sendo os valores registrados como finais. A porcentagem de desgaste do cp foi a diferença entre os valores iniciais e finais. Nos resultados houve diferenças estatisticamente significantes no desgaste dos materiais, quando comparada a resina Definite gradual, com a Surefil gradual; a Definite, gradual e integral, comparada com a Suprafill gradual e integral, e com a Surefil integral. Em contrapartida, em relação aos dois tipos de polimerização, não houve diferença estatisticamente significante no desgaste dos materiais.

Assim, concluímos que o desgaste das resinas compostas está relacionado com a composição do material restaurador e que ambos os tipos de polimerização foram adequados para a completa polimerização destes materiais.

B318

Resistência à compressão de resinas posteriores após ciclagem mecânica e selamento superficial.

CRUZ, C. A. S.*, ADABO, G. L., FONSECA, R. G.,VAZ, L. G.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6425. E-mail: cruz@foar.unesp.br

As resinas compostas posteriores são submetidas a estresses complexos de compressão e abrasão durante a mastigação. A aplicação de selantes superficiais tem sido indicada como forma de aumentar a resistência ao desgaste destes materiais. Este estudo teve por objetivo avaliar a resistência à compressão de compósitos posteriores após 90 dias de imersão em água destilada recobertos com selante superficial (Protect-It/Jeneric/Pentron) e submetidos a ciclagem mecânica (10.000 ciclos, 600 N, 5 Hz). Os ensaios foram efetuados em máquina MTS-810 com célula de carga de 10 kN (ciclagem) e 100 kN (compressão) e velocidade de 0,5 mm/min. em corpos-de-prova medindo 4 mm de diâmetro por 8 mm de altura (n = 8). No grupo controle, os materiais apresentaram a seguinte ordem decrescente de resistência à compressão (Anova, p << 0,05): Z100 (336,28 MPa) = Alert (334,35 MPa) = P60 (331,00 MPa) >> Surefil (306,90 MPa) = Solitaire (294,76 MPa) >> Definite (272,45 MPa) >> Ariston (212,23 MPa). Após a ciclagem mecânica, houve redução estatística apenas para os materiais Definite (235,8 MPa) e Z100 (220,00 MPa). A aplicação do selante superficial minimizou os efeitos da ciclagem somente para a resina Z100 (285,70 MPa).

Este estudo mostrou que a ciclagem mecânica pode reduzir a resistência à compressão das resinas compostas comprometendo por fadiga a longevidade das restaurações. Evidenciou também comportamentos diferentes para os materiais estudados quanto à aplicação do selante superficial.

B319

Microinfiltração em resina condensável: influência da matriz interproximal e técnica.

REIS, N. A.*, POLETTO, L. T. A., AKAKI, E., SANTOS, M. H., LANZA, L. D.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia; Escola de Engenharia – UFMG. E-mail: niveareis@uol.com.br

As tensões geradas nas paredes cavitárias, devido à contração de polimerização e coeficiente de expansão térmica linear, persistem como um dos principais inconvenientes das resinas compostas, o que leva à formação de fendas marginais e conseqüente microinfiltração. O presente estudo se propôs a avaliar a influência do tipo de matriz interproximal, poliéster versus metálica, e da técnica restauradora, incremental versus incremento único, em restaurações de resina composta condensável quanto à microinfiltração marginal, gengival e oclusal, em cavidades classe II. Foram preparadas 40 cavidades “slot” vertical nas faces mesial e distal de pré-molares humanos hígidos, nas quais a resina condensável AlertÒ foi inserida de um lado pela técnica de inserção incremental (face mesial) e do outro por inserção em incremento único (face distal), utilizando-se para o grupo I matriz de poliéster e para o grupo II matriz metálica. Realizadas as restaurações os dentes foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 h, posteriormente submetidos a termociclagem (500 ciclos, em 5ºC, 37ºC e 55ºC) e imersos em fucsina básica a 0,5% por 24 horas.

Após o seccionamento, avaliação em MO (30 X) e análise estatística dos resultados, concluiu-se que não houve diferença significante na microinfiltração quanto ao tipo de matriz interproximal, mas em relação à técnica restauradora a incremental demonstrou significativamente menores índices de microinfiltração marginal. As paredes gengivais apresentaram maiores índices de microinfiltração quando comparadas às faces oclusais. (Apoio financeiro: CAPES.)

B320

Microdureza Vickers em resina “flow”, cimento resinoso e selante.

SANTOS, M. H.*, AKAKI, E., REIS, N. A., JANSEN, W. C., MANSUR, H. S.

Departamento de Metalurgia e Materiais – EE/UFMG; Departamento de Odontologia Restauradora – FO – UFMG. E-mail: hmansur@demet.ufmg.br

Resinas compostas de alta fluidez, denominadas “flow”, têm sido consideradas os mesmos materiais resinosos usados como agentes cimentantes para porcelana e como selantes oclusais, não sendo indicadas em situações de alto estresse. O sucesso destas resinas tem sido creditado a fatores comerciais e estratégias de marketing e não às suas propriedades. O objetivo deste estudo foi avaliar a microdureza superficial de uma resina “flow” e compará-la à microdureza de outras resinas de alta fluidez como um cimento resinoso dual e um selante de fossas e fissuras. Cinco amostras de cada uma das resinas selecionadas, Fill Magic Flow (F), Dual Cement (C) e Fluor Seal (S) (Vigodent), foram confeccionadas utilizando-se uma matriz metálica (10 mm diâmetro - 1 mm profundidade) e fotoativadas (500 mW/cm² - 40 s - Optilux 1 - VLC 403 - Demetron). As amostras foram submetidas a 10 leituras em um microdurômetro (Microhardness Tester FM), aplicando-se uma carga de 0,5 kgf por 15 segundos. As médias foram calculadas e convertidas a números de microdureza Vickers (VHN): (F) 37,3; (C) 35,5; (S) 35,0. Os resultados foram avaliados através da análise de variância (ANOVA), não apresentando diferença estatisticamente significante entre as resinas testadas (p = 0,497). Os resultados sugerem que a resina composta “flow” tende a apresentar microdureza superficial bem próxima à microdureza de um agente cimentante resinoso e um selante oclusal.

Os dados mostram a necessidade do desenvolvimento de mais estudos para a caracterização e avaliação das propriedades físicas de resinas compostas “flow”.

B321

Tratamento clareador: comparação entre a fotopolimerização tradicional e a laser.

CESAR, I. C. R.*, REDÍGOLO, M. L., LIPORONI, P. C. S., MUNIN, E.

IP&D – UNIVAP. Tel.: (0*12) 347-1128, 347-1149. E-mail: ilecris@univap.br

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o efeito de 2 agentes clareadores, associados com a aplicação de laser de argônio. Foram utilizados 15 dentes terceiros molares humanos inclusos. Cada dente foi seccionado transversalmente, eliminando-se a porção radicular, e longitudinalmente, dividindo-o em 4 fragmentos obtendo-se num total de 75 fragmentos dentais. As amostras foram desgastadas com discos diamantados dupla-face até se obter as dimensões em esmalte de 4 x 4 mm (16 mm2), conferidos com paquímetro. Os espécimes foram divididos aleatoriamente em 5 grupos utilizando a técnica de clareamento vital e um gel clareador. O grupo 1 foi o grupo controle, nos grupos 2 e 3 foram utilizados peróxido de carbamida a 37%, sendo com laser e um fotopolimerizador. Nos grupos 4 e 5 foram utilizados peróxido de carbamida a 35%, sendo um com laser e outro grupo com fotopolimerizador. O tratamento foi realizado em 3 sessões num intervalo de 7 dias. O efeito dos agentes clareadores sobre o esmalte dental hígido foi analizado por foto-refletância, comparando-se o clareamento convencional com o clareamento com laser de argônio e as duas marcas submetidas a técnica.

Observamos que todas as amostras irradiadas com laser tiveram o mesmo resultado, independente da marca, já as amostras irradiadas com o aparelho fotopolimerizador, tiveram uma diferença, sendo que o peróxido de carbamida 37% não teve um clareamento com a mesma efetividade que o peróxido de carbamida 35%.

B322

Comparação da força de retenção de grampos circunferenciais de PPR obtidos em titânio e ligas de Co-Cr.

RODRIGUES, R. C. S.*, RIBEIRO, R. F., MATTOS, M. G. C., SILVA, E. P., MATOS, R. L.

Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. E-mail: rribeiro@forp.usp.br

O uso das ligas de Co-Cr é realidade incontestável na PPR, mas o interesse pelo uso do titânio e suas ligas para a confecção de próteses dentais têm aumentado continuamente desde a década de 80. Vários estudos têm sido realizados procurando demonstrar a viabilidade do uso do titânio para a confecção de estruturas metálicas de prótese parcial removível retidas a grampo, utilizando maior grau de retentividade sem gerar carga demasiada sobre o dente pilar. O objetivo deste estudo foi comparar estruturas metálicas, com grampos circunferenciais em retenções de 0,25 mm e 0,50 mm, obtidas em ligas de Co-Cr (Remanium GM380 e Magnum H50N) e titânio (Rematitan). As estruturas confeccionadas foram submetidas ao ensaio de fadiga, simulando 5 anos de uso da prótese, utilizando a máquina de ensaios idealizada por RIBEIRO (1998). Os dados gerados na inserção e remoção dos corpos-de-prova foram gravados num computador conectado à máquina e submetidos à análise estatística pela análise de variância e teste de Tukey em nível de 5%. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes para as comparações ao longo do tempo de simulação para as ligas e em cada intervalo de tempo entre as ligas, bem como entre os diferentes graus de retentividade.

Pelos dados obtidos podemos concluir que o titânio permite o uso da retenção de 0,50 mm sem que haja grande esforço adicional sobre o dente pilar, ao contrário das ligas de Co-Cr, que geraram cargas bem maiores em comparação àquelas geradas com retenção de 0,25 mm. (FAPESP – 98/12553-2.)

B323

Avaliação da fundibilidade de uma liga de Co-Cr-Mo indicada para coroas metolocerâmicas em função da técnica de inclusão.

CARREIRO, A. F. P.*, RIBEIRO, R. F., MATTOS, M. G. C., RODRIGUES, R. C. S.

Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. E-mail: rribeiro@forp.usp.br

O presente trabalho tem como propósito avaliar a fundibilidade de uma liga de Co-Cr-Mo (Remanium 2000, Dentaurum) indicada para restaurações metalocerâmicas, em função do emprego de técnica de inclusão mista, comparada à técnica convencional de inclusão, e a ligas de Ni-Cr (Durabond, Marquart S/A) e Co-Cr (Vera PDI, AALBA Dent. Inc.). Foram preparados 45 corpos-de-prova, na forma de uma rede de “nylon”, com 10 x 10 mm, contendo 100 espaços. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey e demonstraram que a liga Durabond (85,06%) apresentou maior fundibilidade que as demais ligas (Vera PDI = 67,20% e Remanium 2000 = 61,53%), as quais apresentaram-se se­melhantes entre si. Com relação à técnica de inclusão, as ligas Durabond e Vera PDI apresentaram maior fundibilidade quando empregado revestimento aglutinado por sílica (Refratil QZF-600 FR, CITARC) ou inclusão mista (revestimento aglutinado por fosfato - Termocast, Polidental Ind. e Com. Ltda. + revestimento aglutinado por sílica). A liga Remanium 2000 apresentou maior fundibilidade quando utilizado revestimento aglutinado por sílica.

Conclui-se que a liga Remanium 2000 apresentou fundibilidade estatisticamente similar à da liga Vera PDI e inferior à da liga Durabond; e que apenas para a liga Remanium 2000 a técnica de inclusão mista não melhorou a capacidade de reprodução de detalhes do molde, quando comparada à técnica de inclusão com revestimento aglutinado por fosfato. (FAPESP - 00/06823-9.)

B324

Avaliação da resistência da união metalocerâmica com ligas de Ni-Cr-Ti e Ag-Pd.

COSTA, H. M. F., RIBEIRO, R. F., MATTOS, M. G. C., CROSARA, S., PONTES, C. B.*

Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. E-mail: rribeiro@forp.usp.br

Durante vários anos, diferentes formulações de ligas alternativas têm sido propostas para a substituição das ligas áuricas utilizadas na produção de próteses fixas, sobre implantes ou convencionais. Na maioria dos casos o material estético associado é a cerâmica, sendo importante, portanto, verificar a efetividade de união entre essas ligas alternativas e a cerâmica odontológica. O propósito deste trabalho foi verificar a resistência da união metalocerâmica entre uma liga de Ni-Cr-Ti (Tilite Omega) comparando-a à obtida com uma liga de Ag-Pd (Pors-on). A cerâmica utilizada foi a IPS. A resistência da união metalocerâmica foi verificada em ensaio por carga de tração. Para o ensaio foram construídos anéis cerâmicos em torno de hastes metálicas fundidas com as ligas avaliadas, posteriormente embutidos em gesso. Estes corpos-de-prova foram submetidos à aplicação de carga de tração em máquina universal de ensaios (EMIC MEM 2000), com velocidade de 1 mm/s, até que a união metalocerâmica fosse rompida. As cargas de ruptura foram registradas em kgf/mm2 e convertidas para MPa. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística pelo teste teste “t” de Student para comparação de médias provenientes de amostras com variâncias não-equivalentes. Os resultados estatísticos demonstraram diferença estatisticamente signficante em nível de 1% entre a resistência observada para as duas ligas.

Dos dados observados e analisados estatisticamente pode-se concluir que a liga de Ni-Cr-Ti proporciona a obtenção de resistência de união à cerâmica IPS significativamente mais alta que a liga de Ag-Pd.

B325

Resistência à tração de pinos intra-radiculares cimentados com diferentes cimentos.

BRITO, A. A., ROLLA, J. N.*, SILVA, R. B., CONCEIÇÃO, E. N.

Departamento de Dentística Restauradora – Faculdade de Odontologia – UFRGS. Tel.: (0**51) 342-0346. E-mail: lrolla@zaz.com.br

O propósito deste estudo foi analisar, in vitro, a força de resistência à tração dos pinos de fibra de vidro (FibreKor Posts), cimentados com quatro agentes de cimentação: cimento resinoso dual Rely X (3M), cimento fotopolimerizável Lute-It (Jeneric/Pentron), cimento resinoso de polimerização química Cement-It (Jeneric/Pentron); e sistema adesivo dual Scotchbond Multi-Uso Plus (3M). Foram utilizadas 40 raízes de dentes humanos ântero-superiores com canais de diâmetros semelhantes. As raízes foram tratadas endodonticamente e desobturadas com a broca do “kit” correspondente ao pino de 1,5 mm numa profundidade de 9 mm, sendo aleatoriamente divididas em 4 grupos de 10 raízes cada. Os pinos foram cimentados com os agentes de cimentação empregados para cada grupo de acordo coma as instruções do fabricante. Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC por 48 horas e submetidos ao teste de resistência à tração em uma máquina de ensaio universal EMIC DL 2000 a um a velocidade de 0,5 mm/min. As médias obtidas foram: Rely X - 3M (36,72 kgf); Lute-It - Jeneric/Pentron (37,76 kgf); Cement-It - Jeneric/Pentron (40,89 kgf) e SBMUP - 3M (52,04 kgf). Os resultados foram submetidos aos testes estatísticos de análise de variância e de Duncan ao nível de significância de 5%.

Foi possível concluir que os pinos de fibra de vidro cimentados com sistema adesivo dual SBMUP - 3M foram estatisticamente mais retentivos que os outros grupos.

B326

Correlação entre dureza superficial e resistência à abrasão de resinas compostas indiretas, em diferentes tempos.

BENASSI, U. M.*, GALO, R., MATTOS, M. G. C., RIBEIRO, R. F.

FORP – USP.

Este estudo avaliou a correlação entre dureza superficial e resistência a abrasão de resinas compostas indiretas, em diferentes tempos após polimerização. Foram selecionadas duas (2) resinas compostas (Artglass – micropartículas – Kulzer - Alemanha; Solidex – híbrida – Shofu - Japão). Foram confeccionados 24 corpos-de-prova (12 de cada material) e foram submetidos: 1 - medida de dureza superficial após 24 ou 1.320 horas da polimerização, 2 - ensaio de resistência a abrasão, 3 - medida de dureza superficial após ensaio de abrasão. Os resultados para a dureza superficial mostraram diferença estatisticamente significante ao nível de 1% de probabilidade quando levou-se em consideração os tempos e os materiais estudados. O maior valor de dureza encontrado foi para o tempo de 24 horas para a resina Artglass. A resistência à abrasão mostrou diferença estatisticamente significante ao nível de 1% de probabilidade quando se levou em consideração o fator tempo e a interação tempo versus material. O maior valor médio de desgaste encontrado foi no tempo de 1.320 horas. A resistência à abrasão mostrou diferença estatisticamente significante ao nível de 5% de probabilidade quando levou-se em consideração o material estudado. O maior valor médio de desgaste foi encontrado para a resina Solidex. Quanto à correlação entre a dureza/resistência à abrasão, houve uma correlação linear inversa entre o grau de dureza e a suscetibilidade ao desgaste em diferentes tempos das superfícies dos corpos-de-prova construídos em resina composta indireta Artglass e Solidex. (Bolsa: CAPES.)

B327

Resistência adesiva de diferentes resinas compostas à dentina.

CORREIA, M. N.*, VICENTE SILVA, C. H., BUSATO, A. L. S.

FOP – UPE; UFPE; ULBRA. E-mail: chvs@npd.ufpe.br

A proposta deste estudo foi avaliar a resistência adesiva à dentina profunda de uma resina composta híbrida e duas resinas condensáveis. Quinze pré-molares humanos foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual, incluídos em resina de poliéster insaturada e desgastados com lixas de nº 180, 400 e 600, formando um total de trinta amostras. As superfícies dentinárias receberam tratamento de acordo com o material restaurador a ser empregado tendo-se: G1 (Single Bond + Z100); G2 (Single Bond + Filtek P60) e G3 (Prime & Bond NT + Surefil), sendo as resinas aplicadas com auxílio de uma matriz cilíndrica (d = 4 mm, h = 5 mm). Os corpos-de-prova foram armazenados em solução salina por 24 horas, 37ºC, e submetidos a teste de cisalhamento em máquina universal de testes Kratos. Os valores médios encontrados foram: G1 = 7,69 MPa; G2 = 4,02 MPa; G3 = 5,94 MPa. Foram utilizadas técnicas paramétricas de análise de variância (ANOVA) através do teste F, identificando diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p << 0,05).

Apesar dos baixos valores de resistência adesiva encontrados, atribuídos a profundidade do substrato dentinário, estes guardam proporcionalidade entre si o que possibilita concluir que as resinas condensáveis aqui testadas apresentam valores de resistência adesiva inferiores à resina híbrida convencional.

B328

Microinfiltração de um adesivo autocondicionante em esmalte e dentina.

VICENTE SILVA, C. H.*1, GUIMARÃES, R. P.1, SOUZA, F. B.1, CORREIA, M. N.2

1Universidade Federal de Pernambuco; 2FOP – UPE. E-mail: chvs@npd.ufpe.br

A proposta deste estudo foi comparar a capacidade de selamento marginal em esmalte e dentina de um sistema adesivo convencional (condicionamento total) e um autocondicionante. Vinte cavidades tipo classe V, com margem cervical em dentina, foram realizadas em 20 pré-molares humanos, sendo dez cavidades por grupo: G1 Controle (Single Bond/3M + Z100/3M) e G2 (Prompt L-Popâ/Espe + Z100/3M). Os dentes foram armazenados em solução fisiológica (24 horas/37ºC), termociclados (250 ciclos, 5º/55ºC, 15” cada banho), imersos em fucsina básica 0,5% (24 horas/37ºC), lavados e seccionados para avaliação da penetração do corante, na margem cervical (dentina) e oclusal (esmalte), por meio de escores de zero (sem infiltração) a 3 (máxima infiltração). Os resultados foram: G1 Esmalte: grau 0 = 80%, grau 1 = 10%, grau 2 = 10%; G1 Dentina: grau 0 = 10%; grau 1 = 70%, grau 2 = 10%, grau 3 = 10%; G2 Esmalte: grau 0 = 20%; 1 = 80%; G2 Dentina: grau 0 = 80%; grau 1 = 20%. Houve diferença estatisticamente significante entre os grupos para p £ 0,05 quando aplicado o teste de Kruskal-Wallis, exceto entre os grupos G1 Esmalte e G2 Dentina, G1 Dentina e G2 Esmalte.

Pode-se concluir que o sistema adesivo autocondicionante empregado foi mais efetivo no selamento marginal em dentina enquanto o sistema adesivo convencional o foi em esmalte.

B329

Resistência flexural de materiais cerâmicos empregados como casquete em prótese fixa.

GIRARD, A.*1, NÓBREGA, M.2, FERNANDES, C.1

1Professores de Prótese Dental – UVA, 2Professora de Ciência dos Materiais – COPPE – UFRJ.
 Tel.: (0**21) 712-6228. E-mail: antoniogirard@uol.com.br

Os materiais cerâmicos empregados como casquete em prótese fixa devem apresentar resistência flexural (RF) suficiente para suportar as cargas gerardas durante a mastigação. Quanto maior a RF, maior o leque de indicações clínicas que próteses construídas com este material podem receber. A microestrutura destes materiais tem grande influência na RF, pois a linha de fratura pode ser desviada ou retardada em função do tipo de reforço cristalino que é adicionado ao material. Dez corpos-de-prova discoidais, com dimensões de 12 mm de diâmetro e 1,05 ± 0,02 mm de espessura foram construídos com cada um dos materiais In-Ceram Espinélio (Grupo I), Alumina (Grupo II) e Zircônia (Grupo III). Dez corpos-de-prova com omaterial Procera (Grupo IV) foram construídos nas dimensões de 14 mm de diâmetro e 1,13 ± 0,01 mm de espessura. Os corpos-de-prova foram fraturados em um teste “pistão sobre três bolas”, segundo a ISO 6872. Os resultados foram (MPa) Espinélio - 251,1 ± 54,1, Alumina - 515,5 ± 93,1; Zircônia - 676,2 ± 44,0 e Procera - 646,1 ± 86,1. O teste de Kruskal-Wallis não revelou diferenças estatísticas entre os Grupos III e IV, embora estes fossem estatisticamente diferentes dos demais. As fotomicrografias revelaram um padrão de fratura essencialmente transgranular para o Grupo I, predominantemente transgranular para o Grupo II e predominantemente intergranular para os Grupos II e IV. Os Grupos II e IV não apresentam diferenças estatisticamente significativas em relação a resistência flexural, mas diferem significativamente dos Grupos I e II. A microestrutura interfere diretamente nos resultados.

B330

Influência de sistemas de tração sobre a resistência da união.

OSHIMA, H. M. S.*, SINHORETI, M. A. C., CORRER SOBRINHO, L., CONSANI, S.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345. E-mail: hoshima@zaz.com.br

Este estudo avaliou, in vitro, a influência de quatro sistemas de tração sobre a resistência da união. O sistema do Grupo A, empregou a matriz preconizada pela ISO TR 11405 a qual serviu de padrão de comparação com os sistemas de tracionamento de travessa metálica (Grupo B), sistema monoarticulado (Grupo C) e sistema biarticulado (Grupo D). Sessenta terceiros molares humanos tiveram as raízes seccionadas e as coroas remanescentes divididas em duas metades, as quais foram incluídas em tubos plásticos com resina acrílica ativada quimicamente. As amostras foram divididas em quatro grupos de 15 e tiveram as superfícies lixadas até se obter uma superfície plana em esmalte de pelo menos 4 mm de diâmetro. Sobre a superfície de esmalte foram aplicados o sistema adesivo Single Bond e o compósito Z250 (3M), para obtenção de corpos-de-prova. Todos os procedimentos referentes a esta etapa seguiram as recomendações ISO TR 11405. Os corpos-de-prova foram armazenados a 37ºC e 100% de umidade relativa, durante 1 hora, e posteriormente em água destilada a 37ºC, por 23 horas. Após, foram tracionadas por um dos métodos em uma máquina Instron, a 0,5 mm/min., até a ruptura. A análise de variância e teste de Tukey (p << 0,05), mostraram os seguintes resultados: Grupo D = 14,26 MPa (a), Grupo C = 12,25 MPa (ab), Grupo B = 11,63 MPa (ab), Grupo A = 9,69 MPa (b). O menor coeficiente de variação dos resultados foi do Grupo D (23,11%), seguido do Grupos B (31,45%), C (46,29%) e A (66,64%).

 O método de tração influenciou de maneira significativa nos valores de resistência de união e no coefi­ciente de variação.

B331

Contração volumétrica de resinas compostas fotoativadas por meio de dois diferentes métodos.

SANTOS, M. J. M. C.*, NAGEM FILHO, H., SILVA e SOUZA Jr., M. H.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.

Este trabalho se propôs a mensurar a contração volumétrica de polimerização de três resinas compostas - RC híbridas (Suprafill - S, SS White; Z100, 3M e Filtek P60, 3M) mediante o uso da fotoativação convencional - FC (500 mW/cm2, por 60 s) e a fotoativação em rampa - FR (150 a 800 mW/cm2, por 15 s, permanecendo a 800 mW/cm2 por 45 s) utilizando o aparelho Elipar TriLight, Espe. Foram utilizadas 5 amostras de cada RC, as quais eram inseridas numa matriz metálica, com 6 mm de diâmetro, com o objetivo de obter discos de RC de tamanhos semelhantes. Estas amostras eram pesadas numa balança analítica eletrônica hidrostática, com precisão de 0,0001 g, no ar e na água, antes e após a polimerização. A partir da pesagem do material, determinou-se a densidade e calculou-se o volume antes e depois da reação de polimerização. A diferença obtida determinou a variação em porcentagem da contração.

Após análise estatística (ANOVA a dois critérios) dos resultados, mediante o teste de Tukey, verificou-se que não houve diferença estatisticamente significante na contração de polimerização das RC entre os métodos de fotoativação utilizados. No entanto, constatou-se que a resina Suprafill exibiu uma menor contração de polimerização quando comparada as outras resinas: S (1,880, FC; 1,886, FR), P60 (2,058, FC; 2,050, FR) e Z100 (2,065, FC; 2,104, FR).

B332

Resistência à fratura de raízes bovinas reconstruídas com pinos intra-radiculares.

MITSUI, F. H. O.*, MARCHI, G. M., PIMENTA, L. A. F., FERRARESI, P. M.

Odontologia Restauradora – FOP – Unicamp. tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: gimarchi@fop.unicamp.br

A utilização de diferentes sistemas de pinos intra-radiculares, com o objetivo de se aumentar a retenção para a coroa protética, é um procedimento indicado para dentes com coroa clínica destruída. Diante da grande variedade de pinos existentes na Odontologia, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência à fratura de raízes de dentes bovinos reconstruídas morfologicamente com diferentes sistemas de pinos intra-radiculares. Setenta e cinco raízes de incisivos bovinos foram divididas em cinco grupos experimentais, cada um deles recebendo um tipo diferente de retentor: núcleo metálico fundido (NMF), pino metálico (Radix-Anker), pino de fibra de carbono (C-Post), pino de fibra de vidro (FibreKor Post) e pino de óxido de zircônio (Cosmopost). Após a fixação dos pinos nas raízes com cimento resinoso, estas foram submetidas a forças de compressão oblíqua, em uma máquina de ensaio universal a uma velocidade de 0,05 mm/min. Foram obtidos os seguintes valores médios ± (D.P.), em kgf, os quais foram submetidos à análise de variância ANOVA e teste Sidak (p << 0,05): NMF: 36,35 ± (10,09) (ab); Radix-Anker: 47,4 ± (19,95) (a); C-Post: 37,7 ± (7,01) (ab); FibreKor Post: 33,46 ± (8,91) (b); e Cosmopost: 30,73 ± (7,53) (b).

Assim, conclui-se que todos os sistemas de pinos intra-radiculares comportaram-se de forma semelhante ao núcleo metálico fundido, sendo que o pino Radix-Anker obteve as maiores médias de resistência à fratura, diferindo estatisticamente apenas dos pinos estéticos (FibreKor Post e Cosmopost). (Apoio finan­ceiro: FAPESP nº 00/03355-4; FAEP nº 0685/00.)

B333

Influência do laser Er:YAG na microinfiltração em restaurações com cimento ionomérico modificado.

CHINELATTI, M. A.*, CHIMELLO, D. T., RAMOS, R. P., PÉCORA, J. D., PALMA DIBB, R. G.

Departamento de Odontologia Restauradora – Forp – USP. Tel.: (0**16) 602 4078. E-mail: rgpalma@forp.usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar quantitativamente in vitro a microinfiltração marginal em cavidades classe V preparadas com laser Er:YAG variando o tratamento superficial. Cinqüenta cavidades classe V foram preparadas nas faces vestibular e lingual de molares humanos utilizando laser e turbina de alta-rotação, apresentando as margens oclusal em esmalte e cervical em dentina/cemento, tomando-se o cuidado de não coincidir o mesmo grupo no mesmo dente. Variou-se o tratamento superficial empregando laser (G1); ácido poliacrílico 40% (G2); laser + ácido poliacrílico (G3); acabamento com baixa rotação + laser + ácido poliacrílico (G4); alta rotação + baixa rotação + ácido poliacrílico (G5). Os espécimes foram restaurados com Fuji II LC, termociclados, isolados, imersos em nitrato de prata a 50% por 8 horas, incluídos em resina acrílica e seccionados longitudinalmente. Os cortes foram analisados em microscópio óptico acoplado a uma câmera e um computador. A imagem foi digitalizada e a microinfiltração medida em mm nas margens oclusal e cervical. Os resultados foram analisados estatisticamente através da ANOVA e teste de Tukey, verificando que o G5 apresentou infiltração semelhante ao G4 e diferente dos demais grupos. As margens em esmalte apresentaram menor infiltração que aquelas em dentina/cemento, existindo diferença estatística.

Conclui-se que o laser pode influenciar no vedamento marginal, porém quando se realiza acabamento no preparo, deixa de produzir seus efeitos negativos. (Apoio financeiro: CAPES.)

B334

Análise morfológica da superfície dental tratada por dois equipamentos de laser de Er:YAG.

RAMOS, R. P.*, PÉCORA, J. D., BRUGNERA Jr., A., CORONA, S. A. M., PALMA DIBB, R. G.

Departamento de Odontologia Restauradora – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4078,
 fax: (0**16) 633-0999.

O objetivo deste trabalho foi analisar morfologicamente superfícies de esmalte e dentina tratadas por laser Er:YAG, em diferentes potências, utilizando-se 2 equipamentos: Fotona Fidelis (FF) e KaVo Key Laser 2 (KKL2). Foram preparados 9 discos de molares humanos (e = 1 mm), padronizando-se a “smear layer” com lixas d’água nº 280 a 600. Os espécimes foram seccionados ao meio, num total de 18 hemidiscos divididos aleatoriamente em 6 grupos, de acordo com o equipamento e a potência utilizada: 1, 2 e 3 foram tratados com FF nas potências de 80, 120 e 140 mJ respectivamente; 4, 5 e 6 foram tratados com KKL2, nas mesmas potências. Para aplicação do laser, as amostras foram fixadas com cera num bloco de resina acrílica e as irradiações foram feitas no modo desfocado, com distância de 20 mm e freqüência de 4 Hz. Os espécimes foram então preparados para análise em MEV e para cada um foram feitas fotografias em 3 aumentos (150 X, 750 X e 1.500 X). Observou-se que o FF determinou um padrão de condicionamento desigual, sendo que a periferia do feixe promoveu melhor tratamento e a porção central deixou áreas não-condicionadas. Já o padrão obtido pelo KKL2 apresentou-se mais homogêneo. Comparando-se as potências, 80 e 120 mJ proporcionaram um condicionamento mais uniforme, enquanto que com 140 mJ foi obtida uma superfície irregular com áreas aparentemente carbonizadas.

Concluiu-se assim que o KKL2 mostrou-se mais eficiente para o tratamento do substrato dental e que as potências de 80 e 120 mJ promoveram um padrão de condicionamento mais aceitável. (Apoio: CAPES.)

B335

Avaliação in vitro da resistência adesiva ao cisalhamento entre a dentina bovina, cimentos resinosos e materiais restauradores indiretos, tratados ou não com jato de óxido de alumínio, ácido fluorídrico e silano.

PAGANI, C.*, ARAÚJO, M. A. M.

Departamentode Odontologia Restauradora – FOSJC – UNESP.

Neste trabalho avaliamos in vitro a resistência adesiva aos testes de cisalhamento na dentina bovina, com as seguintes variáveis: cimentos resinosos Enforce e Panavia F; materiais restauradores Artglass, IPS Empress 2 e Targis e o tratamento da superfície destes materiais com jato de óxido de alumínio, ácido fluorídrico e silano, nos períodos de 24 h e 30 dias. Foram utilizados 288 dentes bovinos hígidos de animais com 3 anos de idade, com os quais foram confeccionados os corpos-de-prova, em caixas de resina de poliéster. Os testes foram executados em máquinas de ensaios mecânicos Instron, modelo 430, com célula de 500 kg de carga e com velocidade da ponta de 0,5 mm/min. Os resultados obtidos em kgf foram transformados em MPa e analisados estatisticamente pelo ANOVA, teste de Tukey e Box-Whisker-Plot.

O material IPS Empress 2 tratado com jato de óxido de alumínio, ácido fluorídrico e silano, cimentado com Panavia F e estocado em água destilada a 37º C, durante trinta dias, quando submetido aos testes de resistência ao cisalhamento, mostrou os melhores resultados.

B336

Resistência à fratura de coroas totalmente cerâmicas para implante.

SUZUKI, R. M.*, MEZZOMO, E., TEIXEIRA, E. R.

Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia – Universidade Luterana do Brasil.

Este estudo analisou a resistência à fratura de coroas totalmente cerâmicas confeccionadas com três tipos de coifas cerâmicas. Os três grupos experimentais analisados foram: grupo I, CeraOne, grupo II, Procera e o grupo III, In-Ceram. Dez corpos-de-prova foram confeccionados para cada grupo experimental. Dez coroas padronizadas com forma de incisivo central superior esquerdo foram confeccionadas a partir de dez coifas com três tipos distintos: CeraOne® (Nobel Biocare), Procera® AllCeram (Nobel Biocare) e Vita® In-Ceram Alumina). Estas coroas foram cimentadas em pilares incluídos em resina acrílica. A seguir, uma carga foi aplicada até a fratura das coroas em uma máquina de ensaio universal Versat com um ângulo de 45º e comum velocidade de deslocamento de 0,5 mm/min. A média das resistências máximas antes da fratura foram: grupo In-Ceram: 255,50 N (D.P. = 33,12); grupo Procera: 266,97 N (D.P. = 61,41) e grupo CeraOne 256,80 N (D.P. = 43,93). A análise estatística dos dados demonstrou que não há diferença estatística entre os grupos testados (ANOVA; p = 0,143).

Podemos concluir que as coifas cerâmicas analisadas não determinam diferenças importantes na resistência à fratura das coroas totalmente cerâmicas analisadas.

B337

Resistência flexural da cerâmica IPS Empress 2 comparada a liga Ni-Cr Balken®.

VENDRUSCULO, A.*, CAAS, C., SUZUKI, R. M., MEZZOMO, E., BRAGA, C., LOPES, L. A. Z.

Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia – Universidade Luterana do Brasil.

O presente estudo avaliou a resistência flexural da cerâmica IPS Empress 2 e da liga Ni-Cr (Balken®). As dimensões dos corpos-de-prova foram: 4,0 x 4,0 x 15,0 mm, 2,0 x 3,5 x 15,0 mm e 3,0 x 3,5 x 15,0 mm, para os três grupos experimentais: grupo I: IPS Empress 2 ceramic, grupo II: liga de Ni-Cr (Balken®) com 2,0 mm de espessura e grupo III: liga de Ni-Cr (Balken®) com 3,0 mm de espesssura, respectivamente. Dez corpos-de-prova foram confeccionados para cada grupo experimental de acordo com as indicações do fabricante. Os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de resistência flexural de três pontos, dois ­cilindros de apoio, distantes 62 mm entre si, e um de aplicação de carga. Para tanto, foi utilizada uma ­máquina de ensaio universal (Versat) com uma velocidade de deslocamento 0,5 mm/min. até a fratura dos corpos de cerâmica e a flexão dos corpos de liga metálica. A média de resistência máxima à flexão foram: grupo I: 1.805,0 N (S.D. = 213,04); grupo II: 1.032,1 N (S.D. = 45,2); grupo III: 2.849,7 N (S.D. = 103,80). A análise estatística (teste de ANOVA) dos dados demonstrou que houve diferença estatística entre todos os grupos (p = 0,05).

A cerâmica IPS Empress 2 demonstrou resistência intermediária em relação a liga Ni-Cr (Balken®).

B338

Alterações na dimensão vertical de oclusão utilizando-se métodos diferentes para prensagem de próteses totais.

DUTRA R. A.*, MARQUES, S. M. L., MOURÃO, R. L., ALVES, B. P., CARVALHO, M. C. F. S., COSTA, S. C.

Odontologia Restauradora – FO – UFMG.

A prótese total, como qualquer outro tipo de prótese, é uma reabilitação oral complexa e que apresenta dificuldades na confecção, tanto nas fases clínicas como nas laboratoriais. Dentre os problemas encontrados nas próteses totais, os que mais têm sido motivo de estudo são as alterações oclusais, tendo destaque o aumento da dimensão vertical de oclusão. O objetivo do presente estudo é avaliar três diferentes técnicas de polimerização da resina acrílica de prótese total quanto à influência que poderiam exercer no aparecimento de alterações na dimensão vertical de oclusão. Foram confeccionados quinze pares de prótese total em modelos e chapas de prova padronizados sendo divididos em três grupos de cinco. Um grupo foi polimerizado através da técnica convencional, outro por meio da técnica com polimerização em microondas e o terceiro através do uso de um injetor de resina. As possíveis alterações na dimensão vertical de oclusão foram medidas em articulador semi-ajustável usando-se um paquímetro digital. Após a análise estatística dos resultados obtidos, observamos ser significante a diferença das medidas de dimensão vertical observadas nas próteses confeccionadas através da utilização do injetor de resina, tendo sido esta a que apresentou os melhores resultados, enquanto que as duas outras apresentaram resultados estatisticamente semelhantes.

Desta maneira pode-se concluir que a polimerização através do uso de um injetor de resina apresenta menor alteração na dimensão vertical de oclusão quando comparada com a técnica de polimerização convencional ou através de microondas.

B339

Testes psicossociais como fatores prognósticos em pacientes com desordens temporomandibulares.

GROSSI, M. L.*, SELAIMEN, C., BRILHANTE, D. P.

Faculdade de Odontologia – PUCRS - Brasil.

O objetivo principal deste estudo foi o de avaliar testes psicossociais que possam ser de valor prognóstico no tratamento de pacientes com desordens temporomandibulares idiopáticas (iDTM). Neste estudo nós comparamos os testes psicossociais entre pacientes com iDTM que responderam bem após tratamento conservador (respondentes ou rDTM) versus aqueles que não responderam bem (não-respondentes ou nrDTM). Pacientes selecionados foram os seguintes: i) aqueles que foram tratados de seis meses a três anos, ii) pacientes do sexo feminino (n = 20, faixa etária: 15-50 anos), e iii) aqueles que procuraram tratamento por dor orofacial na Faculdade de Odontologia da PUCRS - Brasil, e que preencheram os critérios do RDC/TMD. Os testes utilizados foram o Teste de Aprendizado Verbal da Califórnia (CVLT), o Teste do Trigrama de Consoantes de Brown-Peterson (CCC), e o Inventário de Depressão de Beck (BDI), níveis de fadiga e energia foram medidos com escalas de análise visual de 100 mm (VAS), e o Questionário de Avaliação de Sono (SAQ). Os sinais e sintomas de DTM, definidos pelo RDC/TMD, também foram avaliados. Os resultados demonstraram que não haviam diferenças clínicas entre rDTM e nrDTM; contudo, os escores do CVLT e do CTT foram maiores (15-20%, p << 0,05) nos pacientes com nrDTM quando comparado com os com rDTM; bem como os níveis de fadiga e do BDI (10-30%, p << 0,05), respectivamente.

Estes dados confirmam a hipótese de que fatores psicossociais tem um papel importante na etiologia multifatorial da DTM. (Apoio financeiro: FAPERGS.)

B340

Avaliação do grau de satisfação e da qualidade das próteses em pacientes portadores de dentaduras.

PINELLI, L. A .P.*, RIBEIRO, R. A., BATISTA, A. U. D., ARIOLI Jr., J. N., MOLLO Jr., F. A.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6406. E-mail: pinnus@hotmail.com

Foi avaliado o efeito da qualidade técnica das próteses no grau de satisfação de pacientes portadores de próteses totais bimaxilares. Foram examinados 170 pacientes onde se buscou determinar a satisfação com relação às suas próteses por meio de um questionário relativo à aparência, retenção, habilidade em mastigar, habilidade no paladar, fala e conforto. 110 indivíduos estavam satisfeitos e 60 insatisfeitos. Para a análise da qualidade da prótese total foram examinados clinicamente 16 fatores, sendo que somente seis se mostraram predominantes na definição do grau de satisfação, foram eles: adaptação, estabilidade e retenção da prótese mandibular, oclusão, articulação e retenção da prótese superior.

Pode-se concluir que a qualidade da prótese influenciou no grau de satisfação do paciente, e que fatores relacionados à prótese total inferior foram os mais influentes nessa satisfação. (Apoio financeiro: FAPESP.)

B341

Avaliação da utilização das próteses parciais removíveis em pacientes fissurados.

TEIXEIRA, M. L.*, MAGANHA, L. F. C., LOPES, J. F. S., PINTO, J. H. N.

Setor de Prótese – HRAC – USP – Bauru. Tel.: (0**14) 235-8086. E-mail: mltx@uol.com.br

A reabilitação oral de pacientes fissurados é um desafio para os dentistas, pois esses pacientes apresentam grandes alterações oclusais e funcionais. A utilização de próteses parciais removíveis (PPR) na reabilitação oral de pacientes fissurados é uma alternativa de tratamento de baixo custo que consegue preencher os requisitos funcionais, estéticos e fonéticos, tão prejudicados nesse grupo de pacientes. Assim, o objetivo do presente trabalho foi verificar o comportamento clínico das PPR em pacientes fissurados, após longo tempo de uso. Foram avaliados 50 pacientes fissurados, perfazendo um total de 66 próteses analisadas, com tempo de uso médio de 33 meses. A investigação constou de exame clínico, onde foram analisados fatores relacionados às próteses e aos dentes remanescentes, tais como cárie, gengivite, mobilidade dentária ou da prótese, fratura de grampos, manchamento e desgaste oclusal acentuado. Os resultados mostraram que a incidência de cáries relacionadas às próteses ocorreu em somente 1,1% dos dentes e que os índices de gengivite e mobilidade estavam mais relacionados aos dentes adjacentes à área da fissura. Em relação às próteses, o problema mais significativo foi a fratura de grampos, que ocorreu em 22% das próteses, sem que houvesse, entretanto, grandes problemas relacionados aos dentes afetados por essas fraturas.

Os resultados obtidos permitem concluir que a utilização de PPR na reabilitação oral de pacientes fissurados é bastante viável e que as mesmas apresentam um comportamento clínico bastante satisfatório após sua instalação.

B342

Estudo cefalométrico da posição de dentes artificiais montados pela técnica da Zona Neutra.

SILVA, A. S. F.*, NÓBILO, M. A. A., POMILIO, A., MESQUITA, M. F., HENRIQUES, G. E.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP; FO – PUC - Campinas. Tel.: (0**19) 430-5295.

O objetivo deste estudo foi avaliar a posição dos dentes artificiais montados em próteses totais duplas confeccionadas pela técnica da Zona Neutra, por meio cefalometria e posteriormente comparar estas posições com aquelas ocupadas por dentes naturais, tomando como base os padrões de normalidade das análises. Foram avaliados 28 indivíduos, previamente reabilitados com próteses totais duplas, da raça branca e sexo feminino. Após a adaptação, foram tomadas telerradiografias em norma frontal e lateral, com as superfícies dentárias marcadas com uma substância contraste, executados os traçados pelo método manual e realizadas as mensurações lineares. Os resultados foram analisados pelo intervalo de confiança para a média ao nível de 95%, sendo estes intervalos comparados com os padrões das análises, indicando diferenças significativas ou não. Os valores da posição ântero-posterior dos incisivos centrais superior (99,84 mm) e inferior (97,39 mm); da dimensão transversal intermolares (53,91 mm) e da relação dos primeiros molares inferiores esquerdo (10,79 mm) e direito (10,45 mm) em relação ao complexo maxilomandibular não apresentaram diferença significativa, quando comparados com os padrões de normalidade, que eram respectivamente: 94,1 mm ± 5,05; 90,0 mm ± 5,33; 54 mm ± 2 e 11,6 mm ± 2, para ambos os lados. A posição ântero-posterior do primeiro molar superior (23,41 mm), quando comparada ao padrão de normalidade (18 mm ± 3) foi significativamente diferente.

As posições vestíbulo-linguais dos dentes artificiais montados pela Zona Neutra e naturais são compatíveis.

B343

Estudo dos materiais e métodos de higiene oral estabelecidos para o portador de prótese.

CUNHA, L. D. P.*, ROCHA, E. P., PELLIZZER, E. P., DEL BEL CURY, A. A.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOA – UNESP. E-mail: eprocha@foa.unesp.br

Suspeita-se que o usuário de prótese desconhece os materias e métodos empregados na higienização bucal ou não aplica as instruções recebidas pelo profissional. Tendo em vista este aspecto, e após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Humanos, o presente trabalho teve o objetivo de avaliar os materiais e métodos empregados por 15 cirurgiões-dentistas na cidade de Araçatuba - SP. Assim, utilizou-se um questionário com 16 perguntas sobre: graduação e ano; momento da orientação de higiene; materiais empregados para prótese total, parcial removível ou fixa; produto comercial de eleição para uso caseiro; conduta nos casos de fixadores ou bases resilientes; controle após instalação e conceito sobre índices diferenciados de placa e cárie nos casos de prótese total ou parcial removível. Como resultados verificou-se que a orientação basicamente ocorre no momento da instalação, recai no uso de escovas de dentes e dentifrício; não há uniformidade no uso de anti-sépticos e na proservação do caso; 73% acreditam que o uso de prótese total ou parcial removível influencia negativamente nos índices de placa e cárie.

Concluiu-se que o cirurgião-dentista apresenta um conhecimento reduzido sobre os materiais e métodos mais eficazes para auxiliar a higienização do portador de prótese, com critérios de escolha mal definidos, estando desatualizado em relação aos conceitos de promoção de saúde para o portador de prótese.

B344

Infiltração cérvico-apical em canais radiculares obturados e preparados para pino intra-radicular.

BORBA, M. V.*, MEZZOMO, E., ZUCCO, L., SOUZA, M. A. L.

Universidade Luterana do Brasil. Tel.: (0**51) 346-1493. E-mail: miborba@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar, in vitro, a infiltração coronária em canais radiculares preparados para pino em diferentes tempos de exposição à saliva artificial e Staphylococcus aureus (ATCC 25923), usando-se medicação intracanal de hidróxido de cálcio nos espécimes com 120 minutos de exposição. Os canais radiculares foram tratados pela técnica coroa-ápice, obturados pela técnica da condensação lateral, e o espaço para pino realizado com brocas Largo. Foram então distribuidos em 4 grupos experimentais e 3 grupos controle. Experimentais: (1)- exposição por 120 minutos e medicação de hidróxido de cálcio, (2)- exposição por 120 min., (3)- exposição por 14 dias, e (4)- exposição por 90 dias. Controles: positivo- espécimes não-obturados, negativos (1)- ausência de exposição, (2)- totalmente obturados, selados coronariamente e expostos à contaminação. Os espécimes foram observados diariamente por 90 dias e a infiltração constatada pela turvação do meio de cultura (BHI). Todos os controles positivos turvaram em 24 horas e nenhum espécime dos grupos controles negativos apresentou turvação. Todos os grupos experimentais apresentaram espécimes turvos e isto ocorreu do 2º ao 86º dias. Apesar dos grupos 3 e 4 apresentarem maior número de espécimes com infiltração, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Os resultados indicam que a falta de selamento coronário pode causar infiltração em canais radiculares obturados e preparados para pino em um curto período de tempo, e que hidróxido de cálcio aplicado após a contaminação não impede a infiltração.

B345

Desenvolvimento do apinhamento dentário nas dentições decídua, mista e permanente.

DI NICOLÓ, R.*, McNAMARA, J., BARBOSA, C. S.

Departamento de Odontologia Social e Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

O objetivo deste estudo foi o de acompanhar o desenvolvimento do apinhamento dentário dos arcos superior e inferior durante os períodos das dentições decídua, mista e permanente através de um estudo longitudinal envolvendo 90 pacientes. Desta forma, 180 modelos de estudo superiores e inferiores foram selecionados do acervo da The University of Michigan Elementary and Secondary School Growth Study (UMGS), totalizando 540 modelos. Nenhum dos pacientes foi submetido a qualquer tipo de tratamento restaurador ou ortodôntico. Foi medido o valor do perímetro dos arcos com o auxílio de um sistema de mensuração computadorizado (Bioscan OPTIMAS Imaging System, Seattle, Washington). Foi realizada também a somatória das distâncias mésio-distais dos dentes presentes nos arcos. A obtenção do valor numérico do apinhamento dentário nos arcos superior e inferior foi obtida através da subtração das duas medidas citadas anteriormente. A fórmula seria o valor do perímetro do subtraído da somatória das distâncias mésio-distais dos dentes presentes.

Os resultados revelaram que tanto para o arco superior como para o arco inferior houve uma tendência a um aumento no apinhamento dentário entre a dentição decídua e mista, ocorrendo uma discreta melhora no quadro quando estes pacientes atingem a dentição permanente. (Apoio financeiro: CAPES.)

B346

Análise dos princípios dos preparos protéticos para coroas metalocerâmicas.

OLIVEIRA, M. S.*, ROCHA, P. V. B., FILHO, A. L. B., CAVALCANTI, A. F. S.

Departamento de Odontologia – Universidade Federal de Sergipe.

O fundamento da pesquisa foi a avaliação dos fatores para execução de preparos dentários para confecção de coroas metalocerâmicas e se estão sendo seguidos, possibilitando uma adequada retenção com preservação de estrutura dentária, saúde dos tecidos periodontais, resistência da infra-estrutura e espaço para adequado volume de porcelana que favoreça um resultado estético e funcional. Foi utilizada uma amostra de 200 troquéis de modelos de trabalho, no período de março a junho de 1997. Utilizamos pontas diamantadas, cuja finalidade era avaliar a quantidade de desgaste das paredes axiais, oclusais/incisais, 1ª e 2ª inclinações dessas paredes e tipo de término cervical, além do lápis grafite para observar a nitidez do término cervical do preparo no troquel. Os dados foram coletados numa tabela e para confirmação estatística foi realizado o teste qui-quadrado. No geral 50,8% estavam enquadrados nos critérios básicos dos princípios dos preparos e 20,8% apresentavam-se num padrão aceitável, enquanto 28,4% não estavam seguindo os mesmo princípios.

Apesar da importância dos princípios, estes não estavam sendo seguidos, ficando os parâmetros de análise adequados e aceitáveis bem abaixo do esperado, conforme o teste qui-quadrado, sendo significativo o percentual de preparos inadequados em cada característica observada, levando ao fracasso os tratamentos protéticos restauradores.

B347

Avaliação da interface, através de líquido penetrante, entre ligas metálicas e sistemas estéticos.

GIANNINI, V.*, FIGUEIREDO, A. R., PAVANELLI, C. A., BALDUCCI, I., MOURA, A. H.,
BOTTINO, M. A.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP.

O propósito deste estudo foi avaliar a interface metal/material estético, através de líquido penetrante, entre 2 ligas metálicas: Au (Degulor M) e Co-Cr (Duracrom G) e 2 sistemas estéticos: Targis (Ivoclar) e Artglass (Heraeus Kulzer). Para tanto, uma matriz de silicone foi utilizada para a confecção de 40 corpos-de-prova, que foram divididos em 2 grupos, com e sem retenções mecânicas (esferas de vidro) nas dimensões de 4 mm de altura, 7,5 mm de diâmetro e 0,5 mm de espessura. Após fundição foram jateados com óxido de Al para aplicação dos sistemas estéticos conforme recomendação dos fabricantes. Formaram-se 8 grupos: 4 para Artglass e 4 para Targis, variando-se a liga metálica e o tipo de retenção. As amostras concluídas foram termocicladas (600 ciclos, 5º e 55ºC) e avaliadas através de líquido penetrante fluorescente visível à luz negra. Os resultados foram obtidos através de lupa (5 X) com escala de 0 a 4 e tratados no programa Sigma Stat 2.03. Confrontamos o desempenho entre Targis e Artglass pelo teste de Mann-Whitney e verificamos uma relação não significante com p = 0,597. Comparando-se os sistemas estéticos com ligas independente do tipo de retenção, teste de Kruskal-Wallis, encontramos uma diferença significativa com nível de 5%, e ainda no teste de comparação múltipla de Dunn verificamos diferença significativa entre grupos Artglass/Au/sem retenção e Targis/Co-Cr/com retenção.

Concluiu-se que o sistema de retenção tem influência na interface liga/material estético, observando-se maior grau de infiltração nos espécimes sem retenção mecânica. (FAPESP - 99/10831-8.)

B348

Resistência à fratura de dentes restaurados com reforço intra-radicular em resina composta.

GUIMARÃES, J. C.*, FREITAS, V. P., GUERRA, S. M. G., ZANDONADE, E.

Departamento de Prótese Dentária – CBM – UFES. Tel.: (0**27) 335-7227. E-mail: ppgo@npd.ufes.br

A técnica de reforço intra-radicular com resina composta vem sendo indicada para a restauração de raízes com paredes delgadas em dentes tratados endodonticamente. Este estudo se propôs a comparar a resistência à fratura de dentes com raízes debilitadas quando restaurados com e sem reforço intra-radicular. Foram selecionados vinte incisivos centrais superiores hígidos e anatomicamente semelhantes. Os dentes foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos de dez dentes cada e após a remoção das coroas foram desgastados internamente para simular o enfraquecimento radicular. As raízes foram restauradas no grupo I com pinos e núcleos metálicos fundidos e no grupo II com reforço intra-radicular em resina composta e com pinos e núcleos metálicos fundidos. Foi utilizado o mesmo agente cimentante em todos os grupos. Os dentes foram termociclados e montados em blocos de resina acrílica. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de resistência através da aplicação de carga compressiva com uma velocidade constante de 2 mm/min. até que ocorresse a falha. A carga média no momento da falha foi de 79,52 kgf para o grupo I e de 67,02 kgf para o grupo II. Foi realizado o teste paramétrico t de independência para comparação de médias entre os grupos. A análise estatística revelou a ausência de diferenças estatisticamente significantes (t =  2,07; p = 0,053) entre os grupos.

Nas condições deste estudo, o reforço intra-radicular em resina composta não aumentou a resistência de raízes estruturalmente comprometidas.

B349

Avaliação da resistência ao cisalhamento de três porcelanas com três ligas não-nobres.

ELIAS, G. A.*, FERNANDES NETO, A. J., PRADO, R. A., PANZERI, H., MENDONÇA, G.

Faculdade de Odontologia – UFU. Tel.: (0**34) 3218-2222. E-mail: alfredon@ufu.br

Devido à rápida evolução e contínua disponibilidade de novas ligas não-nobres e sistemas cerâmicos uma avaliação constante da resistência de união destes materiais tornou-se necessária, principalmente no que diz respeito ao uso das possíveis combinações metal/porcelana. Este estudo avaliou a resistência da união metal/porcelana de três marcas comerciais de sistemas cerâmicos, em diversas combinações com três ligas metálicas à base de níquel-cromo (Ni-Cr). As ligas de níquel-cromo usadas foram: Durabond, Verabond e Viron; aplicadas sobre os sistemas cerâmicos: Duceram, Williams e Noritake. Foram utilizados 30 corpos-de-prova para cada liga testada em um total de 120 amostras. Os testes foram feitos em corpos-de-prova, seguindo o modelo de Chiodi Netto, para verificar a resistência ao cisalhamento usando uma máquina de testes de tração e compressão universal (EMIC). A avaliação da resistência ao cisalhamento foi calculada usando a força aplicada dividida pela área de superfície da camada de opaco. Dos sistemas cerâmicos avaliados Noritake/Viron (32,93 MPa) apresentou o melhor desempenho, enquanto Duceram/Verabond (19,86 MPa) mostrou menor resistência quando submetido aos testes.

Das interações testadas, a combinação da liga metálica de nome comercial Viron associada ao sistema cerâmico Noritake (32,93 MPa), apresentou o melhor desempenho, seguido por Viron/Duceram (24,33 MPa) e Verabond/Noritake (22,306 MPa).

B350

Avaliação da resistência de união de três porcelanas sobre três ligas de Ni-Cr e uma de Cr-Co-Ti.

NOGUEIRA, L. A. A.*, FERNANDES NETO, A. J., PANZERI, H., NEVES, F. D., MENDONÇA, G.

Faculdade de Odontologia – UFU. Tel.: (0**34) 3218-2222. E-mail: alfredon@ufu.br

Foi avaliado pelos autores a resistência da união metal/porcelana de três marcas comerciais de sistemas cerâmicos: Vita VMK 88, Duceram e Williams; em diversas combinações com três ligas metálicas à base de níquel-cromo (Ni-Cr): Durabond, Lite Cast B e Resistal P, todas citadas como as mais procuradas nas Dentais estabelecidas na cidade de Uberlândia - Minas Gerais, e também uma liga experimental à base de cromo-cobalto, contendo titânio, utilizando o teste de Chiodi Netto para os experimentos. Foram utilizados 30 corpos-de-prova para cada tipo de liga metálica, em um total de 120 amostras. A resistência ao cisalhamento foi verificada utilizando uma máquina de testes universal (EMIC). A avaliação da resistência ao cisalhamento foi calculada usando a força aplicada dividida pela área de superfície da camada de opaco.

A partir dos resultados obtidos concluiu-se que: 1) dos sistemas cerâmicos avaliados, o da marca Duceram apresentou o melhor desempenho, seguido pelo da Vita VMK 88 e, o da Williams que mostrou menor resistência; 2) das ligas analisadas, a experimental denotou melhor desempenho, seguida da Resistal P, Durabond e Lite Cast B, esta última com menor resistência às forças de cisalhamento; 3) das interações testadas, a combinação liga Resistal P/sistema de porcelana Duceram apresentou o melhor resultado, seguida por experimental/Vita VMK 88; experimental/Duceram; Durabond/Duceram e Resistal P/Vita VMK 88.

B351

Análise fotoelástica do comportamento mecânico de um sistema de encaixe rompe-forças.

LEITE, K. S.*, ROCHA, P. V., LAGANÁ, D., SPYRIDES, G.

Departamento de Dentística Restauradora – Universidade Federal da Bahia.
Tel.: (0**71) 358-9451. E-mail: shadow@quasar.com.br

O objetivo deste trabalho foi analisar, através do método fotoelástico quasi-tridimensional, o comportamento mecânico das próteses parciais removíveis de extremidades livres com o sistema de encaixe tipo rompe-forças Rezende (com encaixes intracoronários profundos e conexão semi-rígida, retenção funcional) em relação à distribuição de tensões que ocorreram nos corpos-de-prova que simularam o tecido periodontal dos dentes-suporte (primeiros e segundos pré-molares), a fibromucosa e o tecido ósseo de suporte. Este sistema tem 40 anos de sucesso clínico e radiográfico (REZENDE, A. B., J Bras JBC, v. 3, n. 13, p. 9-17, 1999). Os corpos-de-prova utilizados apresentaram próteses parciais fixas associadas às próteses removíveis com sistema de encaixe rompe-forças e com as selas contendo dois pônticos (primeiros e segundos molares). Foram aplicadas cargas concentradas com valores de 1 a 13 kg em ordem crescente nas fossas centrais dos molares. A análise foi feita no lado de trabalho e no lado de balanceio.

Concluiu-se que no lado de trabalho, houve axialização de cargas sobre os pilares e tensões equilibradas de baixa intensidade sobre o rebordo. No lado de balanceio não foram observadas tensões.

B352

Desordens temporomandibulares: prevalência de sinais e sintomas.

GOUVÊA, C. V. D., MORAES, R. C. M.*, ALMEIDA, L. R., JORGE, M. Z., OLIVEIRA, S. S. I., GOUVÊA, M. V.

Faculdade de Odontologia – UFF.

O objetivo deste trabalho foi verificar os sinais e sintomas associados às desordens temporomandibulares presentes em alunos do Curso de Odontologia da Universidade Federal Fluminense. Para tanto, foram examinados clinicamente 180 alunos, na faixa etária compreendida entre 21 a 26 anos, durante o ano de 2000, após calibração dos pesquisadores. Os achados clínicos (sons articulares, mastigação unilateral, interferências, restrição de movimentos, desvio de linha média em Máxima Intercuspidação Habitual (MIH), trajetória de abertura da boca e dor orofacial) foram anotados em ficha clínica especialmente elaborada para este fim. Foi possível observar que 16% dos alunos apresentaram estalido e 8% crepitação. A mastigação unilateral achava-se presente em 22% da amostra. As interferências foram encontradas tanto no lado de trabalho (14%), quanto no lado de balanceio (22%). A restrição de movimentos mandibulares foi encontrada em 6% dos examinados. Desvio da linha média em MIH estava presente em 13% dos examinados. A trajetória de abertura desviada em 16% da amostra e a dor orofacial em 8% do total.

Com base na análise dos resultados obtidos pode-se concluir que existe na amostra estudada um quadro relevante de sinais e sintomas associados às desordens temporomandibulares.

B353

Efeito da combinação de gessos de inclusão sobre a adaptação das bases de prótese total.

ALMEIDA, M. H. W.*, DOMITTI, S. S., CONSANI, R. L. X., CONSANI, S.

Departamento de Prótese e Periodontia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Este estudo avaliou o efeito da combinação de gessos de inclusão (tipos II, III e IV), sobre a adaptação de bases de prótese total superior confeccionadas com resinas acrílicas Clássico e Acron MC, curadas nos ciclos convencional (banho de água a 74ºC, por 9 horas), estufa seca (9 horas a 74ºC) e por energia de microondas (500 W por 3 minutos). Foram feitos 45 modelos em gesso-pedra representando uma arcada maxilar. Sobre os modelos foram feitas bases de cera, com 2 mm de espessura, separadas em 9 grupos de 5 réplicas e incluídas em muflas específicas, de acordo com as interações gessos tipos II x III, tipos II x IV e tipos III x IV. Após remoção das bases de cera, prensagem e polimerização das resinas, as muflas foram esfriadas em temperatura ambiente. Em seguida, as bases de resina foram removidas, limpas, acabadas e fixadas em seus modelos com adesivo Super Bonder (Loctite). Os conjuntos base de resina-modelo de gesso foram seccionados em três secções transversais, nas regiões correspondentes à distal de caninos, mesial de primeiros molares e região palatina posterior. O desajuste foi verificado em 5 pontos referenciais para cada corte, com microscópio comparador linear (Leitz) com precisão de 0,001 mm. Os resultados foram submetidos a ANOVA e ao teste de Tukey (5%).

Os autores concluíram que: 1) a combinação gessos comum/pedra mostrou os melhores resultados nos ciclos convencional (0,090 mm), microondas (0,056 mm) e estufa (0,039 mm); 2) a combinação comum/pedra mostrou menor desajuste nos cortes das regiões dos molares (0,058 mm) e palatina (0,080 mm).

B354

Efeito da desprogramação neuromuscular na altura facial anterior inferior.

ANDRIGHETTO, A. R.*, PAIVA, J. B., FANTINI, S. M.

Departamento de Ortodontia – Faculdade de Odontologia – Universidade de São Paulo.

O propósito do presente estudo foi determinar, radiograficamente, o efeito da desprogramação neuromuscular, por meio do uso da placa miorrelaxante superior, na altura facial anterior inferior. A desprogramação neuromuscular foi feita objetivando-se realizar o diagnóstico ortodôntico com a mandíbula em relação cêntrica (RC). Foram avaliados 15 indivíduos assintomáticos, com maloclusões Classe II de Angle, entre 15 anos e 7 meses e 20 anos e 2 meses de idade, sendo 7 do sexo masculino e 8 do feminino. De cada paciente, foram obtidas duas telerradiografias em norma lateral, na posição natural da cabeça (PNC), sendo a primeira previamente, e a segunda, após a desprogramação neuromuscular. O tempo médio de uso da placa miorrelaxante foi de 10 meses e 6 dias. A altura facial anterior inferior foi avaliada por meio da grandeza linear ENA-Me. Os valores médios pré- e pós-desprogramação foram de 64,59 mm (± 6,57) e de 68,97 mm (± 6,56), respectivamente. A diferença foi significativa no nível de 0,1% (p << 0,001).

Concluiu-se que houve aumento significativo da altura facial anterior inferior após a desprogramação neuromuscular em pacientes com maloclusão de Classe II de Angle.

B355

Influência da polimerização de próteses totais na alteração da dimensão vertical.

CARVALHO, A. L. A.*, COMPAGNONI, M. A.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. E-mail: andrea.alac@ig.com.br

O objetivo desse trabalho foi avaliar a alteração da dimensão vertical de oclusão em próteses totais após a polimerização da prótese total superior em três diferentes ciclos em banho de água quente, sendo eles: A) ciclo longo; B) ciclo australiano e C) ciclo empírico. Os resultados para cada ciclo de polimerização proposto foram comparados entre si através da análise de variância ao nível de significância de 5%. Foi observado um aumento médio na dimensão vertical de oclusão após a polimerização da prótese total superior nos ciclos A, B e C de 0,336 mm, 0,236 mm e 0,233 mm respectivamente, não existindo, no entanto, diferença estatisticamente significante entre estes valores.

Portanto, os ciclos de polimerização em banho de água quente avaliados produziram efeitos semelhantes sobre a alteração da dimensão vertical de oclusão em próteses totais. (Apoio financeiro: FAPESP - 96/03674-5.)

B356

Importância da hipermobilidade condilar na etiologia de disfunção craniomandibular.

DUARTE, M. S. R.*, MORAES, L. C., OLIVEIRA, W.

Centro de Oclusão e Articulação Temporomandibular (COAT) e Disciplina de Radiologia – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-2073.

Com o propósito de verificar a influência da hipermobilidade condilar sobre sintomas de disfunção craniomandibular (DCM), foram analisados 49 pacientes (P) com queixas de DCM (43 F e 6 M com idades entre 11-56, com média de 32 anos) e 31 indivíduos de controle (C) sem queixas (22 F e 9 M com idades entre 17-54, com média de 34 anos) com hipermobilidade condilar. Por intermédio de radiografias transcranianas foi medido o grau de translação dos côndilos em relação ao tubérculo articular, encontrando a média de 9,0 mm de projeção além deste referencial anatômico. Deste modo, cada grupo pôde ser subdividido em dois outros: aqueles que não ultrapassavam o valor médio de 9,0 mm (grupo I) e os que o faziam (grupo II). A amostra final constou respectivamente de: I-P = 27, I-C = 15 e II-P = 22, II-C = 16 indivíduos. Os grupos foram então comparados em relação à presença de outros fatores considerados etiológicos de DCM: sintomas de estresse, alterações sistêmicas, hábitos parafuncionais, trauma, hipermobilidade articular geral e má-oclusão. Os resultados mostraram que pacientes com queixas de DCM apresentaram, com significância estatística, mais sintomas relacionados ao estresse, mais alterações sistêmicas e hábitos parafuncionais.

Pode-se concluir que o grau de hipermobilidade condilar não influenciou os sintomas de DCM, no entanto, quando exacerbado e associado a outros fatores pareceu aumentar a predisposição à disfunção.

B357

Autocorreção da mordida aberta anterior após remoção de hábitos.

DEGAN, V. V.*, BONI, R. C., ALMEIDA, R. C., VEIGA, M. C.

Área de Fisiologia Oral – FOP – UNICAMP; UNICASTELO. Tel.: (0**19) 430-5286. E-mail: vvdegan@yahoo.com.br

Essa pesquisa teve como objetivo verificar alteração oclusal em pacientes com mordida aberta anterior em decorrência da remoção de hábitos de sucção de chupeta e/ou mamadeira. A amostra foi constituída de 30 crianças, com idade entre 4 anos e 6 anos e 3 meses, de ambos os sexos, portadoras de hábito de sucção de chupeta e/ou mamadeira, que possuíssem mordida aberta anterior, podendo ou não apresentar outra maloclusão associada. As alterações morfológicas decorrentes da remoção do hábito foram avaliadas através de análise cefalométrica em telerradiografias, em norma lateral da cabeça, executadas no início do tratamento e de 30 a 45 dias após a eliminação do hábito. A avaliação cefalométrica considerou as grandezas: 1.NA, Ângulo Interincisivo, 1-NA, Sobremordida e Sobressaliência. Para a remoção dos hábitos de sucção de chupeta e/ou mamadeira foi utilizado o Método de Esclarecimento (BONI et al., 1997 e DEGAN, 1999). Os resultados demonstraram, que as medidas cefalométricas sofreram alterações decorrentes do tratamento de remoção dos hábitos de sucção. As alterações foram estatisticamente significantes a nível de 5% para todas as medidas analisadas (1.NA: 5,19º; Ângulo Interincisivo: 9,1º; 1-NA: 1,15 mm; Sobremordida: 2 mm; e, Sobressaliência: 0,6 mm). Após a análise dos resultados, bem como as observações clínicas, verificamos que, ocorreram alterações no posicionamento dos incisivos, e conseqüente diminuição, ou mesmo fechamento, da mordida aberta anterior.

Portanto pode-se concluir que as alterações oclusais ocorreram devido ao abandono dos hábitos de sucção de chupeta e/ou mamadeira. (Apoio financeiro: CAPES.)

B358

Efeito da instalação de próteses sobre o espaço funcional livre.

RODRIGUES GARCIA, R. C. M.*, OLIVEIRA, V. M. B., DEL BEL CURY, A. A.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5294. E-mail: regarcia@fop.unicamp.br

O objetivo do presente trabalho foi estudar a alteração do espaço funcional livre (EFL) durante a pronúncia dos fonemas /s/ e /m/ da Língua Portuguesa, em pacientes parcialmente edentados, antes e após períodos de tempo da instalação de próteses total superior e parcial inferior. Os voluntários foram divididos em 2 grupos: G1) composto por 9 pacientes que receberam as próteses, e G2) composto por 9 pacientes dentados. O método eletromagnético de traçado dos movimentos mandibulares foi utilizado para medir as alterações do EFL. A análise estatística demonstrou que na comparação entre os grupos (teste t), houve diferença significante para o som /m/ (p << 0,05) em todos os tempos: antes da reabilitação - T0 (3,38 ± 1,23), imediatamente após - T1 (2,15 ± 1,06), 6 h - T2 (3,41 ± 1,33), 24 h - T3 (2,92 ± 0,92), 2 dias - T4 (4,80 ± 1,93), 1 semana - T5 (3,87 ± 1,43), 2 semanas - T6 (3,03 ± 0,96), 1 mês - T7 (3,03 ± 0,96), 2 meses - T8 (4,47 ± 1,45) e 3 meses - T9 (4,33 ± 2,56), exceto 6 meses - T10 após a instalação das próteses. Para o /s/ os resultados diferiram entre os grupos nos tempos T1 (2,89 ± 1,33), T2 (3,37 ± 1,22), T3 (3,19 ± 1,06), T4 (3,86 ± 1,21), T5 (3,83 ± 1,32), T6 (3,27 ± 1,10), T7 (3,37 ± 0,99) e T10 (3,84 ± 1,38) após a reabilitação. O teste t pareado, para comparação das médias do EFL antes e após a reabilitação, indicou diferenças significantes (p << 0,05) para o /m/ em T1, e para o /s/ em T1, T2, T3, T6, T7 e T10.

Conclui-se que a instalação de novas próteses, corrigindo-se a dimensão vertical de oclusão altera o EFL, e para a pronúncia do /m/ este foi recuperado após seis meses. (FAPESP - 99/01140-1.)

B359

Avaliação de sulfurados voláteis na halitose de portadores de próteses.

OLIVEIRA, V. M. B.*, DEL BEL CURY, A. A., CURY, J. A., RODRIGUES GARCIA, R. C. M.,
IVO, D. R.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. E-mail: altcury@fop.unicamp.br

O mau hálito é uma condição comum que afeta aproximadamente 50% da população adulta e em 90% dos casos tem origem na cavidade bucal, causada pela presença de componentes sulfurados voláteis (CSV) resultantes do metabolismo bacteriano. O objetivo desta pesquisa foi estabelecer a relação quantitativa de CSV e o uso de próteses. Foram selecionados 10 voluntários saudáveis desdentados totais superiores e classe I de Kennedy inferiores, que não possuíssem doença periodontal, infecções orais, nasais ou faríngeas. As próteses foram confeccionadas e foi realizada a mensuração de CSV no dia da instalação das próteses (T0 - “baseline”), após 30 e 90 dias (T1 e T2, respectivamente), utilizando uma aparelho digital sensível ao CSV (Halimeter) que calcula a concentração de CSV em ppb. Foram realizadas três medidas para cada voluntário e obtida uma média. No tempo T0 foi realizada também a mensuração do fluxo salivar não-estimulado e o índice de placa. Os pacientes foram instruídos a não fumar 4 h antes do experimento, não comer comidas condimentadas 24 h antes e, nos dias da pesquisa, não usar perfume e estar em jejum de 8 h. As médias e os desvios-padrão para CSV foram: T0: 48,20 ± 26,4; T1: 58,22 ± 23,8 e T2: 54,63 ± 20,3. Não houve correlação direta entre o índice de placa visível e a quantidade de CSV, entretanto houve significância estatística na correlação entre o fluxo salivar não-estimulado e a quantidade de CSV no hálito (p << 0,001).

Conclui-se que na maioria dos voluntários houve aumento estatisticamente significante de CSV após a instalação das próteses. (FAPESP - 00/02487-4.)

B360

Comparação da resistência à tração de quatro cimentos temporários.

MACHADO, R. S. P.*, SANTIAGO, L. C., TELLES, D. M.

Departamento de Prótese – UNIGRANRIO.

Uma das funções dos cimentos temporários é manter a restauração provisória em posição durante a função mastigatória e para tal, esses materiais devem possuir resistência à tração suficiente para suportar as forças de deslocamento vertical. Sendo assim, o objetivo desse estudo é comparar a resistência à tração dos cimentos Temp-Bond NE (Gr. 1), Freegenol (Gr. 2), Procem (Gr. 3) e Provy New (Gr. 4), quando mantidos constantes os princípios mecânicos dos preparos: altura, conicidade e extensão. Quarenta primeiros pré-molares humanos foram preparados para coroa total em um delineador BioArt1000 com turbina de alta rotação reta e ponta diamantada 4.138 KG Sorensen, conferindo ao preparo uma conicidade de 6º e uma altura de 4 mm. Em seguida, utilizando a técnica do pincel, foram confeccionadas restaurações provisórias em resina acrílica com uma haste metálica fixada na face oclusal e cimentadas sob pressão de 5 kg em uma prensa para cimentação, de acordo com seus grupos. Após armazenadas em saliva artificial durante 24 horas, as restaurações foram tracionadas em uma máquina de ensaios com velocidade 0,5 mm/min. Os valores médios para as forças de deslocamento foram: Gr. 1- 33,8 (12,5), Gr. 2- 31,0 (11,7), Gr. 3- 50,6 (12,7) e Gr. 4- 42,6 (10,9) e quando submetidas ao teste ANOVA foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos 1/3 e 2/3 (p << 0,05).

Desta forma, concluímos que o cimento Procem foi mais resistente à tração do que o Temp-Bond NE e Freegenol, nas condições estudadas.

B361

A ressonância magnética da ATM: relação com sinais clínicos.

KALCZUK, L., SANTOS, S. H.*, SCHAWN, A., CARVALHAL, A. J. S., CABRAL, L. A. G.,
ROSA, L. E. B.

Biociências e Diagnóstico Bucal – FOSJC; PLANI. Tel.: (0**12) 321-8166. E-mail: blumer@fosjc.unesp.br

A ressonância magnética (RM) é um método auxiliar no diagnóstico dos distúrbios da ATM, pois possibilita a visualização do disco articular em sua posição e morfologia, fossa mandibular, côndilo mandibular e eminência articular do temporal, mobilidade do côndilo mandibular, espaço articular, derrame articular e da musculatura mastigatória associada à ATM. O objetivo principal desse trabalho foi relacionar os si­nais clínicos mais evidentes – clique, limitação de abertura, dor e assimetria facial – com os achados na RM. Para isso, foram observados 44 pacientes da clínica PLANI de diagnóstico por imagem localizada em São José dos Campos. Após a análise das imagens de RM por uma equipe de radiologistas e de patologistas, constatou-se que em 80% dos casos houve anteriorização do disco articular, sendo 70% com recaptura e 20% sem recaptura; medialização do disco em 10%; alterações morfológicas do côndilo em 30% e do disco em 20%; derrame intra-articular em 1 caso e aderência do disco em outro.

Com base nestes dados foi possível concluir que a RM traduz o estado real dos processos patológicos da ATM. Concluiu-se também que o exame clínico é importante na avaliação da ATM, porém deverá sempre que possível estar associado a outros métodos de diagnóstico, sendo que dentre eles a RM é o que traduz com mais fidelidade a real situação da ATM.

B362

Biocorrosão induzida por Streptococcus mutans.

ZAVANELLI, A. C.*, PANZERI, H., PIMENTA, F. C., ZAVANELLI, R. A., DEKON, S. F. C., ITO, I. Y.

Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. E-mail: adriana@foa.unesp.br

A biocorrosão é definida como a deterioração do metal induzida pela atividade de microrganismos. Este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de analisar a liberação de íons metálicos de corpos-de-prova confeccionados com um amálgama de prata (Velvalloy, SS White) e uma liga à base de cobre/alumínio (Duracast M.S.) na presença (grupo experimental) e ausência (grupo controle) do microrganismo Streptococcus mutans por meio da espectrofotometria de absorção atômica (Shimadzu) e observação das superfícies metálicas por meio do microscópio eletrônico de varredura (JEOL-JSM 5410). Os corpos-de-prova de amálgama foram polidos com polimento metalográfico ou brunimento e da liga à base de cobre/alumínio foram polidos com borrachas abrasivas seqüenciais ou polimento metalográfico, esterilizados em óxido de etileno, e imersos em 15 ml do meio de cultura Mueller-Hinton Broth (Difco) preparado com água Milli-Q (Millipore) com sacarose P.A. (Reagen) a 0,025% e inoculado com Streptococcus mutans (cepa de campo) a 37ºC, sob agitação constante de 100 rpm (Agitador Orbital Marconi) durante 60 dias. O meio de cultura trocado a cada 72 h, foi reservado para análise dos metais liberados. Os corpos-de-prova foram removidos do meio de cultura aos 15, 30, 48 e 60 dias para observação por meio do microscópio eletrônico de varredura.

Os dados coletados evidenciaram a formação do biofilme e a corrosão induzida pelo S. mutans no amálgama e liga de cobre/alumínio e revelaram  a liberação de cobre, ferro, manganês, níquel e zinco e prata, níquel e zinco.

B363

Efeito de limpadores de próteses sobre o peso de material reembasador.

FEITOSA, M. A. L.*, VASCONCELOS, L. M. R., RODRIGUES GARCIA, R. C. M.,
DEL BEL CURY, A. A.

Odontologia I – UFMA. Tel.: (0**98) 232-3822. E-mail: altcury@fop.unicamp.br

Este trabalho avaliou a alteração de peso do material reembasador temporário Coe-Soft quando armazenado em saliva artificial e submetido a tratamentos com limpadores de próteses: Polident e Efferdent. Quarenta e oito amostras de Coe-Soft foram confeccionadas e divididas em quatro grupos, de acordo com o tratamento recebido: G1 e G2) amostras mantidas em saliva artificial e imersas diariamente em água (controle); G3 e G4) amostras mantidas no mesmo meio, e imersas diariamente em soluções de Polident e Efferdent respectivamente. As avaliações de peso (g) foram realizadas após a confecção das amostras (T0) e após 24 horas (T1), 7 dias (T2) e 15 dias (T3). Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey. Foi observado que houve diferença significante (p << 0,05) entre os grupos G2, G3 e G4 em todos os tempos avaliados: G2-T0: 2,66 ± 0,08, G2-T1: 2,61 ± 0,09, G2-T2: 2,58 ± 0,08, G2-T3: 2,57 ± 0,08, G3-T0: 2,65 ± 0,14, G3-T1: 2,60 ± 0,14, G3-T2: 2,58 ± 0,14, G3-T3: 2,57 ± 0,14; G4-T0: 2,63 ± 0,11, G4-T1: 2,58 ± 0,11, G4-T2: 2,55 ± 0,11, G4-T3: 2,54 ± 0,11. Para o grupo G1 os resultados diferiram apenas no tempo T1 (2,63 ± 0,08). Comparando-se a alteração de peso para cada tempo, os dados não apresentaram diferenças significantes (p << 0,05).

Conclui-se que o Coe-Soft, quando imerso em saliva artificial sofre alteração de peso mesmo antes das imersões nos agentes limpadores, e esta alteração de peso continua no decorrer do tempo, independente do tratamento realizado. (Apoio financeiro: CAPES.)

B364

Avaliação de um ciclo alternativo de polimerização para resina Onda Cryl.

VASCONCELOS, L. M. R.*, FEITOSA, M. L., DEL BEL CURY, A. A.,
RODRIGUES GARCIA, R. C. M.

Odontologia I – UFMA. Tel.: (0**98) 232-3822. E-mail: regarcia@fop.unicamp.br

A energia de microondas vem sendo amplamente utilizada na confecção de próteses removíveis, e existem várias resinas específicas para esta técnica de polimerização. O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência flexural (RF), microdureza superficial (MDS) e porosidade (P) da resina para microondas Onda Cryl, quando submetida a dois ciclos de polimerização. Foram confeccionados 72 corpos-de-prova e divididos em 2 grupos: G1) as amostras foram polimerizadas através do ciclo: 3 minutos a 40% da potência do forno de microondas, seguido de 4 minutos de pausa, e mais 3 minutos a 90% da potência do forno de microondas; e G2) as amostras foram polimerizadas durante 6 minutos a 70% da potência do forno, eliminando-se o período de pausa. Após a polimerização as amostras foram submetidas aos testes de RF, MDS e P. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste t. Os resultados para os grupos G1 e G2 foram respectivamente: 1) RF (MPa) = 82,42 ± 9,07a ; 82,51 ± 6,12a; 2) MDS (kg/mm2) = 16,93 ± 4,11a; 16,86 ± 4,10 a; 3) P (n/mm2) = 10,83 ± 3,29a; 8,90 ± 3,0b, sendo que houve diferença significante (p << 0,05) entre os grupos somente para os dados de porosidade.

Conclui-se que o ciclo alternativo permitiu a polimerização da resina com a mesma qualidade do ciclo indicado pelo fabricante quanto à resistência flexural e microdureza superficial, além de acarretar menor porosidade superficial. (Apoio financeiro: CAPES.)

B365

Avaliação da relação altura dos preparos coronários e retenção em prótese parcial fixa.

PAVANELLI, C. A.*, NOGUEIRA Jr., L., ITINOCHE, M. K., ABREU FILHO, A. C., ARAÚJO, J. E. J.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, ramal 1305. E-mail: pavanelli@fosjc.unesp.br

Este trabalho in vitro, foi realizado com a finalidade de verificar a relação entre a quantidade de retenção gerada e o aumento da altura de preparos coronários totais em prótese parcial fixa. Foram utilizados neste experimento, representando preparos coronários e coroas totais, respectivamente, onze troquéis e onze cápsulas metálicas, obtidos por usinagem de cilindros de aço inoxidável em torno mecânico industrial de precisão. O diâmetro cervical (8 mm); a expulsividade (10 graus) e a terminação cervical (lâmina de faca), foram mantidas constantes. Somente a altura variou: o primeiro troquel foi usinado com 3 mm de altura e os demais, sucessivamente maiores em 0,5 mm, até atingir 8 mm no décimo primeiro troquel. O mesmo tratamento foi aplicado às cápsulas. Troquéis e cápsulas, após ajustagem adequada, foram cimentados com cimento fosfato de zinco. Testes de tração foram realizados após 24 horas, em uma máquina de testes EMIC - 1000, acoplada a uma máquina universal de ensaios - Itaquá - SP - Brasil. Completados os testes com os onze conjuntos, cápsulas e troquéis foram cuidadosamente limpos em ultra-som e idênticos procedimentos foram repetidos por mais quatro vezes.

Os valores obtidos, de resistência à tração, cresceram proporcionalmente com a altura, evidenciando sua influência direta sobre a capacidade de retenção de coroas totais in vitro e permitiram concluir que: aumentos ou reduções de 0,5 mm na altura de preparos coronários para coroas totais, causam acréscimos ou reduções proporcionais de aproximadamente 7 N na resistência à tração dos corpos-de-prova.

B366

Efetividade de polimerização da resina composta fotopolimerizável e quimicamente ativada em reforço radicular.

HENNRICH, V.*, RIVALDO, E. G., MEZZOMO, E., GOES, M. F.

Departamento de Prótese Dentária – ULBRA. Tel.: (0**51) 241-3337. E-mail: rsf7179@pro.via-rs.com.br

Este estudo avaliou a efetividade de polimerização da resina composta quimicamente ativada e resina composta fotopolimerizável no reforço radicular em diferentes profundidades e analisou a interface dentina/resina. Foram empregados vinte caninos superiores hígidos, que receberam tratamento endodôntico e tiveram suas coroas seccionadas 2 mm aquém da junção amelocementária. Os condutos foram preparados numa profundidade de 12 mm, divididos em três diferentes diâmetros, com extensão de 4 mm cada. Resina composta fotopolimerizável Z100 (3M) foi injetada nos condutos de 10 caninos após a hibridização dos mesmos e a fotopolimerização foi realizada com o auxílio de pinos fototransmissores do sistema Luminex. Resina composta quimicamente ativada Bis-Core (Bisco) foi injetada nos condutos dos outros 10 caninos, após a hibridização dos mesmos e aguardou-se o tempo de 5 min. para sua completa polimerização. As raízes foram seccionadas transversalmente nos terços cervical, médio e apical. As amostras foram alisadas, polidas e submetidas a análise de dureza Knoop no microdurômetro HMV2000 Shimadzu 4. A análise da interface dentina/resina foi realizada em uma lupa estereoscópica. Os resultados mostraram dureza Knoop compatível com polimerização efetiva somente nas amostras do terço cervical em ambas resinas. A resina composta quimicamente ativada mostrou-se mais efetiva do que a fotopolimerizável nas amostras do terço apical.

A análise da interface dentina/resina evidenciou solução de continuidade de diferentes extensões em todas as amostras, sugerindo a falta de união dentina/resina.

B367

Adaptação marginal de coroas em titânio e Ti-6Al-4V submetidas a eletroerosão.

CONTRERAS, E. F. R.*, HENRIQUES, G. E. P., NÓBILO, M. A. A., TROIA Jr., M. G.,
MESQUITA, M. F.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350.

O titânio apresenta propriedades químicas, físicas e mecânicas satisfatórias ao uso em prótese, entretanto ainda deixa a desejar em relação a adaptação marginal. A proposta deste estudo foi avaliar a efetividade da eletroerosão na redução do desajuste marginal de coroas totais fundidas em titânio comercialmente puro (Ti c.p.) e Ti-6Al-4V e comparar os resultados com coroas fundidas em paládio-prata (Pd-Ag). Preparos padronizados foram feitos em 45 dentes bovinos com término em ombro reto. Foram fundidas 45 coroas (n = 15) e o processo de eletroerosão foi aplicado nas coroas posicionadas sobre troquéis de gesso previamente metalizados. As mensurações foram realizadas, em 4 pontos distintos, em microscópio mensurador. Os resultados foram analisados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis (p = 0,01), que indicou haver diferenças significativas, imediatamente após a fundição, entre os valores médios das coroas em Ti c.p. (83,9 mm ± 26,1) e os demais grupos: Ti-6Al-4V (50,8 mm ± 17,2) e Pd-Ag (45,2 mm ± 10,4) (p << 0,01). Após a eletroerosão, foram detectadas diferenças estatísticas significativas entre o grupo em Ti-6Al-4V (24,5 mm ± 10,9) e os demais grupos: Ti c.p. (50,6 mm ± 20,0) e Pd-Ag (45,2 mm ± 10,4) (p << 0,01).

Concluiu-se que o processo de eletroerosão foi igualmente eficaz na redução do desajuste marginal das coroas fundidas em ambos os metais (Ti c.p. e Ti-6Al-4V). (Financiamento fornecido pela FAPESP - processos nº 99/03896-6 e 99/03793-2.)

B368

Resistência à fadiga-corrosão do titânio após soldagem a laser.

ZAVANELLI, R. A.*, HENRIQUES, G. E. P., MESQUITA, M. F., NÓBILO, M. A. A.,
ZAVANELLI, A. C.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350. E-mail: zavanelli@uol.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar, analisar e comparar a vida em fadiga-corrosão de amostras confeccionadas em titânio comercialmente puro e liga Ti-6Al-4V intactas e soldadas a laser, e ensaiadas em diferentes meios de armazenagem. Para cada metal, 60 amostras semelhantes a um haltere, com 2,3 mm de diâmetro no segmento central, foram obtidas a partir do sistema de fundição Rematitan. Os ensaios de fadiga-corrosão foram realizados em máquina universal de ensaios (MTS - Test Star II) com carga 30% abaixo do limite de escoamento a 0,2% do deslocamento, e combinando três situações de armazenagem: sem imersão, com saliva artificial e com saliva artificial fluoretada. Após a fratura, o número de ciclos foi registrado e a superfície de fratura analisada em MEV. As amostras fraturadas foram subseqüentemente soldadas a laser, usinadas e ensaiadas novamente nas mesmas condições das amostras intactas. A análise de variância (ANOVA) e o teste de Tukey com 5% de probabilidade, indicaram redução no número de ciclos até a fratura (5.674 - saliva artificial e 3.948 ciclos - saliva fluoretada) quando as amostras foram ensaiadas na presença das soluções de armazenagem, com diferença estatisticamente significativa em relação às amostras ensaiadas sem os meios (16.186 ciclos).

O processo de soldagem a laser influenciou negativamente, diminuindo o número de ciclos até a fratura (6.146 ciclos), mostrando diferença estatisticamente significativa em relação às amostras intactas (11.060 ciclos).

B369

Retenção de pinos metálicos – efeito do cimento e configuração radicular.

MOTA, A. S.*, BIFFI, J. C. G., SOARES, C. J., FERNANDES NETO, A. J.

Área de Prótese Fixa e Oclusão – FO – UFU; FORP – USP. Tel.: (0**34) 3218-2222. E-mail: aderitom@umuarama.ufu.br

O tipo de cimento e a adaptação do núcleo às paredes do canal radicular podem influenciar na retenção dos retentores intra-radiculares. Este estudo avaliou a retenção de pinos metálicos, pré-fabricados e moldados e fundidos, inseridos em canais circulares com diâmetros de: A (0,80), B (1,0) e C (1,2 mm), cimentados com fosfato de zinco e ionômero de vidro. Foram utilizadas 120 raízes dentais humanas com canais circulares tratadas com pinos: (G1)- pré-fabricados, Unimetric 308 (0,8 mm); e (G2)- moldados e fundidos em cobre-alumínio. Os canais foram preparados, obturados e aliviados com diâmetros de 0,8; 1,0 e 1,2 mm, com brocas estandardizadas do “kit” (Unimetric - Maillefer) num comprimento de 10,0 mm. Os dentes foram incluídos em cilindro metálico e os pinos cimentados com fosfato de zinco (SS White), e ionômero de vidro (GC América), sob carga de 5 kg (50 N) por 7 minutos. O conjunto foi acoplado à máquina de ensaio universal (EMIC), e então submetido a carregamento de tração com velocidade de 1 mm/min. Os dados foram analisados por testes não-paramétricos, U de Mann-Whitney (a = 0,05). A espessura de película do cimento, influenciou significativamente a retenção dos pinos fixados com fosfato de zinco, e não para o ionômero de vidro. O diâmetro dos pinos (G1) foi fator significante para o fosfato de zinco, porém não o foi para o ionômero de vidro. O G1 apresentou maior retenção que o G2 para o fosfato de zinco, nos subgrupos A e C, e para os três subgrupos para o ionômero de vidro.

O cimento ionômero de vidro apresentou maior resistência à tração que o fosfato de zinco.

B370

Influência do estresse emocional na prevalência de desordens têmporo-mandibulares.

CALAZANS, P. M.*, SOUZA, R. A., MAIA, L. C.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF - Niterói - RJ - Brasil. Tel.: (0**21) 610-3024.

O presente estudo teve por objetivo identificar a influência do estresse emocional na prevalência de desordens têmporo-mandibulares (DTMs). Para tanto foram avaliadas 87 fichas clínicas de pacientes (62 mullheres e 25 homens) em tratamento, na Clínica de Oclusão da Faculdade de Odontologia - UFF. O levantamento foi realizado tomando-se por base as percepções destes pacientes sobre a presença de estresse e sua relação como fator etiológico das DTMs, e os dados de anamnese e exame clínico obtidos de suas fichas clínicas. Os dados foram tabulados e analisados através do teste não-paramétrico do qui-quadrado com nível de significância de 5%. Pode-se verificar que do total de 87 pacientes, 67 (77,1%) possuíam algum relato de estresse, enquanto 20 (22,9%) não o possuíam. Houve diferença significante entre a idade dos pacientes e o relato de estresse (p << 0,05). Não se verificou diferença estatisticamente significante entre a presença de fatores etiológicos desencadeadores das DTMs e o sexo dos pacientes (p >> 0,05). O mesmo ocorrendo em relação à freqüência de relato de estresse e o sexo dos pacientes (p >> 0,05); entre a presença de estresse como fator desencadeante do distúrbio entre os sexos (p >> 0,05); e entre a percepção dos pacientes de ambos os sexos sobre a presença de estresse como agravante dos sintomas das DTMs (p >> 0,05).

Embora neste estudo tenha havido relação entre idade e relato de estresse, observou-se, nesta amostra, uma fraca relação entre a percepção dos pacientes sobre a presença de estresse como fator etiológico desencadeador ou agravante das desordens têmporo-mandibulares.

B371

Métodos de contagem de pontos e planímetro na quantificação do biofilme dentadura.

FERNANDES, R. A. G.*, ZANIQUELLI, O., PARANHOS, H. F. O.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. Tel.: (0**16) 637-8180.

O objetivo deste trabalho foi testar dois métodos experimentais de quantificação do biofilme dentadura (contagem de pontos e planímetro) e compará-los com o método de pesagem de papel e o Índice de Higiene de Prótese. As superfícies internas de 62 próteses totais superiores foram coradas e fotografadas em ângulo de 90 graus. Os “slides” foram projetados em papel e área total e do biofilme foram contornadas com grafite. O método de contagem de pontos (experimental 1) foi aplicado com a utilização de uma grade de pontos eqüidistantes. Para o método do planímetro (experimental 2), as áreas interessadas foram medidas com um planímetro digital e para o método de pesagem de papel (controle 1) foram recortadas e pesadas em balança de precisão. No Índice de Higiene de Prótese (controle 2) o acúmulo de biofilme foi avaliado utilizando-se o método de atribuição de escores. Os resultados mostraram uma porcentagem de concordância entre os métodos experimentais e o controle 1 de 82% (contagem de pontos) e 95% (planímetro), bem como um alto grau de correlação (r = 0,98; r = 0,99) entre os valores obtidos. Quando comparados com o controle 2, houve concordância em 55% (contagem de pontos) e 37% (planímetro) dos casos.

Os métodos experimentais de quantificação do biofilme dentadura propostos mostraram-se eficazes, podendo ser úteis em estudos clínicos para avaliar a eficácia de agentes de higienização.

B372

Avaliação da reprodutibilidade interexaminadores na palpação muscular após calibração.

SANTOS, C. N.*, CONTI, P. C. R., XIBLE, A. A., LAURIS, J. R. P.

Departamento de Periodontia e Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. E-mail: carlosneanes@uol.com.br

Há um consenso de que a sensibilidade muscular é um importante sinal clínico em pacientes com desordens temporomandibulares e a palpação é o método mais utilizado em sua detecção. Há bastante controvérsia entre os autores em relação a concordância entre os examinadores nesse método de exame. Por outro lado, essa concordância parece ser bastante melhorada após um programa de calibração e treinamento. Para isso, este estudo se propõe a avaliar a reprodutibilidade interexaminadores na palpação muscular após um programa de calibração. Para tal, utilizou-se 32 indivíduos divididos em relação ao sexo, e escolhidos aleatoriamente em dois grupos, sintomáticos e assintomáticos. Grupo I: composto por 16 indivíduos com patologias de origem muscular e Grupo II: sem queixas de sintomas de DTM. Os exames de palpação foram realizados por 4 examinadores, previamente calibrados. Foram realizados 3 exames: inicial, intermediário (30 dias após) e final (45 dias após) utilizando músculos da mastigação e cervical. Verificou-se, através de teste de concordância de Kendall, que houve concordância interexaminadores.

Portanto, conclui-se que programas de calibração podem ser efetivos na padronização da palpação muscular, o que credencia tal procedimento como uma importante etapa no exame das disfunções temporomandibulares.

B373

Processamento de próteses totais: influência de quatro técnicas na alteração da posição dos dentes artificiais.

BARNABÉ, W.*1, VIEIRA, L. F.2

1Professor Assistente da Faculdade de Odontologia – Universidade Federal de Goiás, 2Professora Doutora Assistente da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo. Departamento de Prótese – FOB/USP. Tel.: (0**14) 235-8277. E-mail: williambarnabe@uol.com.br

Avaliou-se a relação entre a movimentação de dentes artificiais durante os procedimentos de inclusão, prensagem e polimerização de próteses totais. Utilizaram-se 64 amostras de próteses totais superiores e inferiores, divididas em 4 grupos: 1) as amostras foram incluídas com muralha de silicona, prensagem por 1 hora e polimerização em microondas; 2) as amostras foram incluídas com muralha de silicona, prensagem por 12 horas e polimerização em banho de água; 3) as amostras foram incluídas com muralha de gesso-pedra e polimerização em microondas, 1 hora após a injeção do molde; 4) as amostras foram incluídas com muralha de silicona, prensagem por 1 hora e polimerização em banho de água.

A análise dos resultados permitiu concluir que: a) em todas as amostras os dentes artificiais sofreram movimentação de contração, b) o grupo 1, com menor movimentação dos dentes, apresentou diferença estatisticamente significativa em relação às demais, c) quando comparados os arcos superiores e inferiores, não se encontrou diferença estatisticamente significativa, d) o tempo de prensagem interferiu na movimentação dos dentes artificiais e e) a medida que apresentou maior alteração foi a distância entre os molares, com diferença estatisticamente significativa com as demais.

B374

Estudo in vitro da resistência à remoção por tração de núcleos (Cu-Al) utilizando diferentes cimentos.

SOUZA-FILHO, C. B.*, ALFREDO, E., PAULINO, S. M., VANSAN, L. P.

Departamento de Odontologia – Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.

Este estudo teve por objetivo avaliar a resistência à remoção por tração de núcleos metálicos fundidos em liga de Cu-Al (Goldent LA) de comprimento e diâmetro constantes, cimentados com três diferentes cimentos: cimento de fosfato de zinco, cimento resinoso Enforce e cimento de ionômero de vidro Vidrion C. Vinte e quatro caninos hígidos tiveram seus canais tratados, coroas seccionadas e, posteriormente, foram incluídos em blocos de resina acrílica. Os condutos foram preparados utilizando-se um paralelômetro, para que o comprimento e diâmetro dos núcleos permanecessem constantes, sendo que os mesmos foram confeccionados pela técnica direta, utilizando-se resina acrílica ativada quimicamente. Após a fundição os núcleos foram jateados e tiveram as suas dimensões conferidas com um paquímetro digital (Digilmess) para verificação das medidas. Três grupos de oito amostras foram sorteados aleatoriamente para se efetuar a cimentação: Grupo 1 - cimento de ionômero de vidro Vidrion C; Grupo 2 - cimento de fosfato de zinco; Grupo 3 - cimento resinoso Enforce. Após 72 horas da cimentação, os núcleos foram submetidos a teste de tração em uma máquina de teste universal a uma velocidade de 5 mm/min.

Os resultados foram submetidos à análise estatística e concluiu-se que o cimento de fosfato de zinco e o Vidrion C apresentaram resultados iguais e melhor desempenho que o cimento resinoso Enforce, sendo esta diferença significante ao nível de 5%.

B375

Expressão de proteínas da matriz extracelular em cistos odontogênicos.

OLIVEIRA, M. D. C., MIRANDA, J. L.*, FREITAS, R. A.

Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN. Tel./fax: (0**84) 215-4138. E-mail: roseanafreitas@hotmail.com

Os cistos odontogênicos apresentam evolução e comportamentos clínicos diversos. Visando buscar ­dados contribuitivos ao entendimento dessas diferenças, realizou-se estudo imuno-histoquímico objetivando verificar o padrão de expressão da laminina, colágeno IV, fibronectina e tenascina em 10 cistos radiculares, 10 cistos dentígeros e 10 ceratocistos odontogênicos. Laminina e colágeno IV mostraram imunomarcação mais intensa na membrana basal do cisto radicular. A fibronectina expressou padrão mais intenso no mesênquima e em membrana basal do ceratocisto odontogênico. O padrão de expressão da tenascina foi similar entre os cistos radiculares e ceratocistos odontogênicos, sendo predominantemente intenso em região justa-epitelial. Nos cistos radiculares, a marcação mais intensa estava associada com inflamação. Em espécimes dos três cistos, observou-se expressão de tenascina em camadas superficiais do epitélio. Estes resultados demonstram diferenças no padrão de expressão das proteínas da matriz extracelular entre os cistos estudados.

Uma expressão mais significativa da tenascina na cápsula do ceratocisto odontogênico sugere marcante instabilidade nesta estrutura cística, o que contribui para o comportamento biológico mais agressivo do ceratocisto, quando comparado aos demais cistos estudados. (Apoio financeiro: CNPq.)

B376

Carcinoma epidermóide oral: correlação de fatores prognósticos.

PEREIRA, J. C., FIGUEIREDO, C. R. L. V., NUNES, A. A. F., COSTA*, A. L. L.

Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN. E-mail: mstpator@odonto.ufrn.br

O objetivo deste estudo foi investigar a existência de correlação da classificação clínica TNM com gradação histológica de malignidade e localização anatômica do carcinoma epidermóide oral, com a finalidade de obtermos parâmetros indicadores de prognóstico. Selecionamos 120 casos de carcinoma epidermóide de boca retirados dos arquivos do Hospital Dr. Luiz Antonio (Natal - RN). Após a análise dos prontuários, foram obtidos os dados referentes à classificação clínica TNM e localização anatômica da lesão. A gradação histológica de malignidade foi realizada de acordo com os parâmetros estabelecidos por WAHI (1971). A análise estatística dos dados foi realizada utilizando-se o teste de correlação de Pearson que demonstrou correlação (r = 0,2993) estatisticamente significante entre a classificação clínica TNM e gradação histológica de malignidade, como também foi observada correlação (r = 0,4463) entre a classificação clínica TNM e localização anatômica do carcinoma epidermóide oral.

Diante destes resultados concluímos que a classificação clínica TNM exibiu correlação com a diferenciação histológica e as diferentes localizações anatômicas acometidas pelo carcinoma epidermóide oral.

B377

Cuidados de saúde bucal em pacientes parcialmente desdentados reabilitados com prótese.

JORGE, J. H.*, PAVARINA, A. C., GARCIA, P. P. N. S., VARJÃO, F. M., MACHADO, A. L.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr – UNESP. Fax: (0**16) 201-6406. E-mail: pavarina@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar os conhecimentos e atitudes relativas à higiene bucal de pacientes parcialmente desdentados submetidos ao tratamento com prótese parcial removível na clínica da Faculdade de Odontologia de Araraquara. Na consulta inicial, um questionário foi aplicado a 44 pacientes com idade entre 30 e 60 anos. Os pacientes foram informados sobre os objetivos do trabalho, tendo consentido em fornecer informações sobre saúde bucal, placa bacteriana e higiene bucal. Os resultados obtidos mostraram que 56,8% dos pacientes já haviam recebido informações sobre saúde bucal, sendo os alunos de graduação (60,4%) a principal fonte de informação. Cinqüenta por cento afirmaram ter conhecimentos sobre a placa bacteriana, porém, 81,8% não sabiam quais as doenças que ela poderia causar na cavidade bucal. Dentre os motivos enumerados para explicar a importância da correta higienização bucal, destaca-se a conservação dos dentes (26,5%) e a prevenção de infecções e doenças (32,3%). Quanto à freqüência de escovação, os maiores valores (47,7%) foram para 3 vezes ao dia. Apenas 40,9% dos pacientes relataram utilizar o fio dental diariamente, e destes 83,3% o faziam de 1 a 2 vezes.

Mediante a metodologia aplicada pode-se concluir que a população estudada apresenta grandes deficiências tanto no conhecimento quanto nas atitudes relativas à higiene bucal, tornando imprescindível a elaboração de programas educativo-preventivos, com vistas à manutenção da saúde bucal, direcionados para pacientes que receberão tratamento reabilitador com prótese parcial removível.

B378
FC06

Análise morfológica da matriz do esmalte em incisivos de ratos submetidos à fluorose.

COSTA, M. R. S. N.*, ASSIS, G. F.

Departamento de Estomatologia e Ciências Biológicas – FOB – USP.

As amelogeninas representam o principal grupo de proteínas do esmalte e sua retenção pós-transicional apresenta-se como um dos fatores relacionados à patogenia da fluorose dentária. Propôs-se  a determinar o padrão distribuição das amelogeninas em dentes com fluorose, evidenciadas por técnica imuno-histoquímica, bem como analisar o comprimento linear da matriz do esmalte, por meio de morfometria. Foram utilizados 15 ratos, divididos em três grupos e tratados com 100 ppm, 7 ppm e com água deionizada, durante 42 dias. Os resultados obtidos por imuno-histoquímica indicaram possíveis variações na exposição dos epítopos de amelogeninas, que foram marcadas de forma heterogênea. Os resultados da análise morfométrica permitiram a constatação de que não houve diferenças significantes entre os grupos tratados com 7 ppm de fluoreto de sódio e com  água deionizada e que, no grupo de 100 ppm o comprimento linear da matriz foi aproximadamente 300% maior, em relação aos outros grupos testados. Observou-se ainda que, no grupo tratado com 100 ppm a densidade óptica da matriz mostrou-se mais homogênea e intensa mesmo após o início da fase de maturação.

Frente à metodologia adotada, concluiu-se que 100 ppm de fluoreto de sódio reservam a capacidade de reter as proteínas do esmalte ao longo da fase de maturação, onde deveriam ser clivadas e reabsorvidas, resultando em um padrão morfológico de hipomineralização, característico da fluorose dentária. (Apoio financeiro: CNPq.)

B379

Identificação do vírus Epstein-Barr em CCE de língua, laringe em mucosa oral.

SALIM, M. A. A.*, DIAS, E. P.

Mestrado em Patologia Buco-Dental – UFF. Tel.: (0**21) 9649-4271. E-mail: marthasalim@yahoo.com.br

O vírus Epstein-Barr é o mais onipresente do grupo de herpes vírus humano e a exemplo de outros membros deste grupo pode permanecer latente por toda a vida no hospedeiro. Desde a sua descoberta o vírus Epstein-Barr vem sendo associado a doenças como o linfoma de Burkitt, mononucleose infecciosa, carcinoma nasofaríngeo, linfomas Hodgkin, leucoplasias pilosa oral, entre outros e mais recentemente tem sido relacionado aos carcinomas de células escamosas oral e de laringe. Este estudo teve por objetivo investigar a associação do vírus Epstein-Barr com carcinoma de células escamosas de língua e laringe e em mucosas orais normais, através de um estudo imuno-histoquímico identificando a proteína latente de membrana (LPM 1) do vírus. Foram avaliados 47 carcinomas de células escamosas (18 localizados em língua e 29 localizados em laringe) e 13 mucosas orais não-neoplásicas ou displásicas. Foi identificado 78,8% de imunopositividade para a LPM 1 do EBV nos carcinomas estudados. Constatou-se índices de imunopositividade de 67% nos carcinomas em língua; 86% nos carcinomas em laringe e 54% das mucosas orais não-neoplásicas ou displásicas.

Nossos estudos sugerem a possibilidade de que o EBV esteja envolvido na carcinogênese dos carcinomas de células escamosas de língua e laringe.

B380

Avaliação clínica da presença do biofilme em prótese total.

GUERRA, C. M. F.*, ARAUJO, F. P., MOURA, S. V. M. M. F., GONÇALVES, S. L. M.

Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial – Curso de Odontologia – UFPE.

Atualmente acompanha-se no mundo inteiro o crescimento da população de indivíduos com 60 anos ou mais. Nesse grupo etário tem-se encontrado um elevado percentual de usuários de próteses totais. O objetivo desse trabalho foi avaliar clinicamente os métodos empregados para higienização das próteses totais e a eficiência dos mesmos através da evidenciação por corante do biofilme aderido as superfícies protéticas. Avaliou-se 54 próteses totais, de 27 pacientes idosos que procuraram a Clínica de Prótese Total da FOP entre agosto e outubro de 2000, que se mostraram receptivos a participar da investigação. Após assinarem um termo de livre consentimento, responderam questões específicas sobre o uso das próteses totais e método de higienização empregado, contidas em um questionário elaborado especificamente para esse fim. As próteses foram submersas por 10 segundos em solução de fucsina 5% para detecção da presença do ­biofilme. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente pelo teste de comparação de proporções pareadas com grau de significância de 5%.

Concluiu-se que: 1. a maioria dos participantes dormia com suas dentaduras; 2. o método de higienização empregado pela totalidade da amostra foi o mecânico; 3. o método de higienização empregado mostrou-se ineficaz; 4. o biofilme foi detectado clinicamente em todas as próteses, sendo as regiões interproximal e da face interna vestibular as mais prevalentes; 5. há necessidade de uma melhor orientação ao idoso usuário de prótese total para a higienização e uso adequados de suas próteses.

B381

Análise radiográfica e microscópica do reparo em defeitos ósseos parietais implantados com dentina em cães.

GONÇALVES, E. A. L.*, CAMARINI, E. T., PAVAN, N. N. O., TAVANO, O., PAVAN, A. J., CATANZARO GUIMARÃES, S. A.

UEM; FOB – USP; UNIMAR; USC.

Os estudos investigando a atuação de biomateriais em lesões ósseas têm contribuído para o conhecimento da natureza da osteogênese e métodos de controlá-la e estimulá-la. Evoluídos na escala filogenética, cães são modelos experimentais estabelecidos, compartilhando similaridades anatômicas e vasculares com humanos, e foram usados neste trabalho objetivando estudar o reparo ósseo e a resposta ao implante da matriz dentinária em forma de fatias. Em ossos parietais de 12 cães, após a confecção de defeitos cirúrgicos, implantou-se dentina autógena, obtida de dentes incisivos, em defeitos experimentais, e coágulo nos defeitos controle. Decorridos períodos de 15, 45, 60 e 90 dias, os animais foram sacrificados, as peças excisadas e expostas aos raios X, a 40 cm dff e a 70 kVp, utilizando-se filmes Agfa M2. Em seguida as peças foram desmineralizadas e submetidas a procedimento histotécnico de rotina e coloração com H. E. e tricrômico de Mallory. As análises radiográficas e microscópicas permitiram acompanhar a evolução do reparo ósseo, mais rápida em defeitos experimentais que controle, desenvolvida da periferia para a área central do defeito. Células osteoblásticas e matriz óssea estavam associadas às fatias de dentina.

Estes resultados indicam seu potencial osteoindutor e condutor e, aliados a flexibilidade e facilidade de obtenção da matriz dentinária autógena desmineralizada, sugerem ser esta uma opção em cirurgias de reconstrução óssea. (Apoio: CNPq - processo 522.226/94-9.)

B382

Comparação dos métodos de diagnóstico: exame radiográfico e DIAGNOdent.

VALERA, F. B.*, SGAVIOLI, C. P. P., FRANCHISCHONE, C. E.

Departamento de Odontologia – Universidade do Sagrado Coração - Bauru. Tel.: (0**14) 235-7000.

O diagnóstico precoce da lesão cariosa é de suma importância tanto para decisão sobre o tipo de tratamento de escolha, bem como para o controle da doença cárie. Este estudo comparou dois métodos para o diagnóstico de lesões cariosas (exame radiográfico e DIAGNOdent). Foram analisados 76 dentes molares permanentes extraídos de pacientes com idade entre 18 e 50 anos. Após profilaxia prévia cada dente foi submetido aos dois métodos de exames de diagnóstico. A primeira análise deste estudo foi o cálculo do coeficiente de concordância Kappa de Cohen, entre o teste para cáries oclusais por meio de raios X, o qual foi o padrão ouro no presente estudo, e o teste DIAGNOdent. A seguir calculou-se a sensibilidade, a especificidade, os valores preditivos positivo e negativo e a acurácia (eficiência) do teste diagnóstico DIAGNOdent, como preditivo de cáries oclusais. Os resultados obtidos do exame DIAGNOdent foram de 100% para sensibilidade, 14,8% para especificidade, 32,4% para o valor preditivo positivo, 100% para o valor preditivo negativo e 39,5% para sua eficiência.

Conclui-se que devido aos baixos valores encontrados para especificidade, valor preditivo positivo e eficiência, quando se utilizou o teste de raios X como padrão ouro, não obteve-se segurança para sua utilização, pois, na literatura quando utilizado o teste histológico como padrão ouro, a sensibilidade, a especificidade e o valor preditivo positivo obtido foram altos. (Apoio: FAPESP - processo nº 00/00392-6.)

B383

Perfil imuno-histoquímico intersticial do cisto odontogênico ortoqueratinizado.

SILVA, M. J. A.*, CORREA, L., CARVALHOSA, A. A., TODDAY, E., ARAÚJO, V. C.

Patologia Oral – UFC; FOUSP. Tel./fax: (0**85) 288-8400. E-mail: jamesil@bol.com.br

O cisto odontogênico ortoqueratinizado (COO) é um cisto de desenvolvimento, considerado pela OMS como uma incomum variante do queratocisto odontogênico (QO). O COO apresenta distinto aspecto histopatológico, dependente das interações forro-capsulares. A expressão imuno-histoquímica das proteínas de matriz extracelular desta lesão é pouco estudada. Cortes de tecido parafinado de COO (n = 5) e de QO (n = 5), estes usados como grupo comparativo, foram estudados imuno-histoquimicamente para proteínas intersticiais (tenascina - TN, fibronectina - FN e colágenos I e III - COLs I e III), pelo método da estreptavidina-biotina peroxidase. Por seus respectivos padrões imuno-histoquímicos foi possível distinguir as duas entidades.

A cápsula do COO exibiu positividade para TN e padrão fibrilar de imunodistribuição para FN, COLs I e III, revelando-se estruturalmente mais organizada e madura, enquanto a do QO foi negativa para TN e marcou, em padrão amorfo, as demais proteínas deste estudo, consistente com um conjuntivo mais instável, similar ao apresentado por processos neoplásicos odontogênicos.

B384

Avaliação morfológica e histoquímica do efeito radioprotetor do selenito de sódio no processo de reparação tecidual em ratos.

TUJI, F. M.*, ALMEIDA, S. M., VIZIOLI, M. R., MANZI, F. R.

Departamento de Diagnóstico Oral – Área de Radiologia – FOP – UNICAMP.

O presente trabalho teve como finalidade avaliar a ação do selenito de sódio (selênio) como substância radioprotetora através do processo de reparação tecidual. Para isto, foram produzidas feridas retangulares (2,5 x 1,5 cm) na região dorsal de ratos, que foram então divididos em quatro grupos: Controle, onde foram feitos somente as feridas; Selênio, no qual foram administrados 2,0 mg de selenito de sódio; Irradiado, onde as bordas das feridas foram irradiadas (6 MeV de radiação de elétrons em dose única) e; Selênio irradiado, no qual administrou-se o selênio 24 horas antes da exposição à radiação. Após 4, 7, 13 e 21 dias da produção das feridas, todos os animais, controle e irradiados, foram sacrificados e a ação radioprotetora do selênio foi avaliada através da análise morfológica, histoquímica e avaliação por luz polarizada.

Os resultados obtidos mostraram que a aplicação de selenito de sódio administrado 24 horas antes de altas doses de irradiação de elétrons (6 MeV) em tecido de granulação apresentou-se como radioprotetror eficaz, visto que o grupo irradiado no qual foi administrado o selenito de sódio comportou-se histologicamente semelhante ao grupo controle.

B385

Efeitos da administração materna de etanol e AAS em epitélio lingual de fetos de ratas.

MARINHO, S. A.*, SALA, M. A., LOPES, R. A., NOVAES Jr., A. B., GRISI, M. F. M., SOUZA, S. L. S., TABA Jr., M.

FORP – USP. E-mail: san_mar@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar alterações produzidas em epitélio de língua de fetos de ratas tratadas com etanol e AAS. As ratas receberam, no décimo dia de prenhez, injeção intraperitoneal de etanol e/ou AAS, e no vigésimo dia de prenhez, foram sacrificadas e os fetos colhidos, fixados e corados por hematoxilina-eosina (H. E.). Os resultados histológicos denotaram a presença de discreta camada córnea apenas em algumas regiões da língua e papilas linguais rudimentares nos fetos controles, e fetos tratados com AAS e etanol. Nos fetos tratados apenas com etanol, o epitélio apresentou-se mais fino, com ausência de papilas na superfície dorsal da língua, além de não possuir camada córnea. Os fetos tratados apenas com AAS apresentaram diminuição da espessura epitelial apenas na região dorsal posterior da língua. No estudo cariométrico (Sala et al., Braz Dent Res, v. 5, p. 11-14, 1994), verificou-se que o núcleo das células basais e espinhosas foram menores nos fetos tratados; e a forma nuclear em ambas camadas estava modificada apenas na região dorsal posterior nos fetos tratados. No estudo estereológico, foram consideradas a densidade numérica celular, que mostrou diferenças significantes entre tratados e controles; e espessura da camada epitelial, que mostrou diferenças significantes apenas na região dorsal posterior da língua dos fetos tratados.

As alterações epiteliais verificadas neste trabalho evidenciam retardo na diferenciação celular da língua, com epitélio morfologicamente mais desorganizado, nos fetos de ratas tratadas. (Apoio: FAPESP - processo 00/00360-7.)

B386

Identificação das necessidades básicas de saúde bucal através da autopercepção em idosos de Teresina - PI.

CAVALCANTE, A. C. A.*, MOURA, L. F. A. D., MOURA, M. D., MOURA, W. L., TELES, J. B., OLIVEIRA, E. F.

DPCO – UFPI.

O objetivo foi avaliar as necessidades odontológicas de pacientes idosos, de diferentes classes sociais, de Teresina - Piauí, através da auto-percepção. Foi aplicado questionário em 365 pacientes idosos, residentes nas cinco zonas de Teresina. Foram entrevistados 232 pacientes do sexo feminino e 133 do sexo masculino. Desses, 12,05% estavam na ativa, 69,32% aposentado e 18,63% sem profissão fixa. Grau de escolaridade: 63,56% eram analfabetos ou só liam e 3,9% tinham nível superior. Última visita ao dentista: 1,47% menos de 1 ano e 32,32% mais de 10 anos. Número de dentes presentes: 51,23% tinham algum dente presente, sendo que 61,09% usavam próteses dentárias, desses, 45,75% usavam prótese total. Dos pacientes que usavam próteses, 46,02% a consideravam bem adaptada e 32,32% tinham substituído a prótese há mais de 10 anos. Dos entrevistados, 66,57% mastigam bem os alimentos e 5,47% apresentam queilite angular. Número de escovações dentárias diárias: 25,75% mais de duas vezes e 4,93% não escovam; desses, 83,01% nunca tinham recebido orientações profissionais.

É necessário uma política de saúde direcionada para este grupo populacional, visto que a atual política prioriza outros grupos etários. Os CDs devem se adaptar a essa realidade. Os idosos precisam ter qualidade de vida, e esta começa com a saúde da boca, local capaz de expressar sentimentos e necessidades. (Apoio: pesquisa aplicada aprovada pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica - PIBIC/CNPq.)

B387

Detecção de vírus na cavidade bucal, contagem de linfócitos T-CD4+ e carga viral de crianças infectadas pelo HIV.

GRANDO, L. J.*, MACHADO, D. C., SPITZER, S., YURGEL, L. S., MICHAELSEN, V. S.,
AGUIAR, B. B., ERMEL, T.

Universidade Federal de Santa Catarina. Tel.: (0**48) 333-6970, fax: (0**48) 333-6785. E-mail: liliane@ccs.ufsc.br

A presença dos vírus herpes simples (HSV), Epstein-Barr (EBV) e citomegalovírus (CMV), na cavidade bucal de pacientes infectados pelo HIV tem sido determinada através da técnica da PCR, devido a grande sensibilidade e pouca quantidade de material biológico necessário neste método. Além disso, a presença de infecções bucais nestes pacientes tem sido relacionada a dados laboratoriais como contagem de linfócitos T-CD4+ e carga viral, os quais permitem a avaliação da velocidade de progressão da infecção pelo HIV. A amostra deste estudo foi de 143 crianças brasileiras e 41 crianças norte-americanas infectadas pelo HIV, de zero a 13 anos de idade. Após o consentimento informado dos pais/responsáveis, foram colhidos “swabs” da cavidade bucal destas crianças, independentemente da existência ou não de manifestações estomatológicas. Após extração do DNA das amostras, foi empregada a técnica da DNA-PCR para detectar a presença do HSV, CMV e EBV. b-globina humana foi utilizada como controle positivo da qualidade do DNA extraído das amostras. Os dados foram analisados estatisticamente através dos testes do qui-quadrado e ANOVA. Os resultados das PCRs das crianças foram: 50 brasileiras (63,29%) e 6 norte-americanas (16,22%) apresentaram HSV; 13 brasileiras (19,12%) e 3 norte-americanas (8,11%) apresentaram CMV e 79 brasileiras (54,43%) e 10 norte-americanas (27,03%) apresentaram EBV. A contagem de linfócitos T-CD4+ das crianças infectadas pelos vírus pesquisados foi próxima a 25%, sugerindo “ausência de supressão” e a carga viral das mesmas foi superior a 1.585 cópias do vírus/ml, a qual é considerada elevada.

Pode-se concluir que foi alta a freqüência de infecções virais detectadas na cavidade bucal das crianças da amostra, através da técnica da PCR e que a contagem média de linfócitos T-CD4+ das crianças com vírus encontrava-se próximo a normalidade, e a carga viral foi elevada. (Apoio financeiro: PUCRS, Porto Alegre, RS, Brasil; State University of New York at Stony ­Brook, NY, USA.)

B388

Implante de vidro bioativo no alvéolo dental de ratas osteopênicas.

TEÓFILO, J. M.*, BRENTEGANI, L. G., LAMANO-CARVALHO, T. L.

Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4012. E-mail: tllc@forp.usp.br

Na menopausa, a depleção de estrógeno associada à má absorção de Ca pode provocar osteopenia. No presente trabalho, utilizou-se o modelo experimental de ratas Wistar ovariectomizadas (ovx) recebendo dieta pobre em Ca (0,1%) para simular a menopausa e investigar sua interferência no reparo ósseo alveolar. Investigou-se também se um vidro bioativo (Perioglass, USBiomaterials, USA), implantado no alvéolo imediatamente após a exodontia, recuperaria a osteogênese reparacional nas ratas ovx. Foram constituídos 4 grupos experimentais (n = 4-12 por grupo): cirurgia simulada (“sham”), ovariectomia bilateral com dieta pobre (ovx), “sham” (“sham” + imp) e ovariectomia (ovx + imp) com implante. As extrações do incisivo superior foram realizadas 2 semanas após “sham” ou ovx e os sacrifícios 2 e 3 semanas após a exodontia; as hemimaxilas foram processadas para obtenção de cortes histológicos corados com H. E. para análises histológica e histometria (contagem diferencial de pontos para densidade volumétrica dos elementos reparacionais). Nas ratas ovx houve redução de 45-70% no volume relativo de osso neoformado, concomitante ao atraso na remissão/organização do coágulo sangüíneo. A presença do material no terço médio alveolar determinou recuperação total da osteogênese no terço médio e parcial (24%) no terço apical das ratas ovx, mas não alterou o reparo nas ratas “sham” (teste de Kruskal-Wallis, p << 0,05).

Conclui-se que o modelo experimental de menopausa utilizado retarda o reparo ósseo alveolar e o biomaterial recupera total ou parcialmente a osteogênese reparacional. (Apoio: FAPESP e CNPq.)

B389

Estudo da liga alumínio-zinco como filtração alternativa à radiação X.

HAITER, C.*, BÓSCOLO, F. N., HAITER NETO, F., ALMEIDA, S. M.

Departamento de Diagnóstico Oral – Área de Radiologia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5327. E-mail: haiter@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da filtração pela liga alumínio-zinco em aparelhos de raios X odontológicos, com relação ao espectro de energia dos feixes de raios X, a taxa de “kerma” no ar, o contraste das radiografias obtidas e qualidade das imagens radiográficas. Este estudo foi realizado comparando o filtro convencional de alumínio com várias espessuras do filtro de liga alumínio-zinco, em diferentes porcentagens do elemento zinco na liga (2%, 3%, 4% e 5%). Foi utilizado um aparelho de raios X odontológico convencional, operando com 60 kVp e 70 kVp, e filmes radiográficos pertencentes ao grupo D e E de sensibilidade. Foram realizadas radiografias de uma escala de densidade de alumínio e de um “phantom”. Os espectros dos feixes obtidos com os filtros Al-Zn não mostram aumento da energia média, quando comparados com os obtidos com o filtro convencional de alumínio. O uso dos filtros de liga Al-Zn resultou em uma diminuição na taxa de “kerma” no ar em até 18,53%, sem alteração no contraste das radiografias. A qualidade das imagens obtidas com os filtros de liga Al-Zn manteve-se em condições de diagnóstico.

A análise dos resultados mostrou que o filtro de liga Al-Zn 2%, com 1,99 mm de espessura, quando usado com tensão de 60 kVp e filme D, foi o que obteve melhor desempenho, reduzindo a taxa de “kerma” no ar sem variar o índice de contraste das radiografias, mantendo a qualidade da imagem aceitável para diagnóstico, sem contudo aumentar o tempo de exposição. (Este estudo obteve apoio financeiro da CAPES e do CNPq.)

B390

Influência da sinvastatina, via oral ou subcutânea, na reparação óssea murina.

ANBINDER, A. L.*, MANCINI, M. N. G., CARVALHO, Y. R.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da sinvastatina, administrada por via oral ou subcutânea, na reparação de defeitos ósseos monocorticais, correlacionando-a com os níveis de colesterol sangüíneo em ratos. Foram utilizados 40 animais machos, nos quais foram realizados defeitos monocorticais na tíbia direita. Os animais do grupo A receberam injeção subcutânea de sinvastatina (7 mg/kg) ou apenas do veículo de suspensão da droga, sobre a região do defeito, durante 5 dias. Os animais do grupo B receberam 20 mg/kg de sinvastatina ou água filtrada via oral diariamente, durante todo o período de observação. Os animais foram sacrificados após 15 ou 30 dias, quando amostras sangüíneas foram colhidas para verificação do nível de colesterol. As tíbias foram descalcificadas e processadas como de rotina para que se procedesse a análise histomorfométrica (planimetria por contagem de pontos) e histológica. Para avaliação estatística utilizou-se a análise de variância ao nível de 5%. Histomorfométrica e histologicamente verificou-se diferença entre os grupos apenas com relação ao período experimental, apresentando maior formação óssea os animais sacrificados em trinta dias. Quanto ao nível de colesterol sangüíneo, não houve diferença estatisticamente significante.

Conclui-se que, nas condições utilizadas, a sinvastatina, administrada via oral ou subcutânea, não melhora o reparo ósseo de defeitos experimentais em tíbia de ratos e não altera os níveis de colesterol sangüíneo. (Aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa - protocolo 06/2000 - PA/CEP.)

B391

Estudo histopatológico comparativo entre folículos pericoronários oriundos de terceiros molares semi-inclusos e inclusos.

SOUZA, E. S. de, SILVEIRA, M. M. F., RAIMUNDO, R. de C., COSTA FILHO, J. Z.,
SOBRAL, A. P. V.*

Departamento de Medicina Oral – FOP – UPE; FO – UFAL. Tel.: (0**81) 3458-1186.

Este trabalho teve como objetivo estudar os aspectos histopatológicos dos folículos pericoronários oriundos de terceiros molares semi-inclusos e inclusos, comparando-os. Foram selecionados e analisados 46 folículos de dentes inclusos (grupo A) e 104 folículos de dentes semi-inclusos (grupo B) provenientes de vários serviços de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial através da exérese dos terceiros molares. O material foi processado e corado com H. E., no laboratório de Patologia Cirúrgica da FOP - UPE e analisado em microscopia de luz. Os resultados demonstraram que os espécimes do grupo A exibiram uma predominância de epitélio reduzido do esmalte na forma inativa, como também remanescentes epiteliais. O grupo B exibiu epitélio odontogênico na forma inativa. A análise do tecido conjuntivo demonstrou, no grupo A uma predominância de conjuntivo denso, ausência de inflamação e áreas de calcificação; enquanto o grupo B ocorreu uma predominância de conjuntivo denso, áreas de calcificação, porém presença de inflamação em graus variados.

Concluímos que a atividade epitelial neste tecido está diminuída e compatível com o período da odontogênese; sendo a presença da inflamação no grupo B justificada pela comunicação deste tecido com o meio bucal.

B392

Efeitos do diabetes mellitus em tecidos periapicais de ratas 40 dias após exposição pulpar.

RODRIGUES, M.*, ALVES, M. U., AZEVEDO, A. L. R., ARMADA-DIAS, L.

FO – UNESA - RJ. Tel.: (0**21) 503-7289. E-mail: urania@estacio.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar histologicamente a evolução de inflamação periapical em ratas controles, diabéticas e tratadas com insulina, 40 dias após indução de infecção pulpar. Ratas Wistar com 3 meses de idade, receberam estreptozotocina (45 mg/kg P.C., dose única, i.p.) em tampão citrato pH 4,5. Os animais diabéticos foram divididos em 2 grupos: ratas diabéticas (DM40, n = 5) e ratas tratadas com doses diárias de insulina (2 U/100 g P.C., s.c.) (DM40 + I, n = 5). Os animais foram anestesiados com pentobarbital (0,08 ml/100 g P.C.) e, inclusive o grupo controle (C: n = 5), foram submetidos à exposição pulpar com broca esférica “carbide” ½ em motor de alta rotação, para indução de infecção pulpar. Após 40 dias, as ratas foram sacrificadas e as mandíbulas excisadas, fixadas em formalina a 19%, tratadas com solução descalcificante e incluídas em parafina. Cortes de 7 mm foram corados com H. E. e analisados ao microscópio óptico. Os cortes histológicos do grupo controle e tratado (DM40 + I) apresentaram lesões inflamatórias crônicas, com presença de granuloma periapical. Os animais diabéticos (DM40), exibiram um processo inflamatório mais severo, compatível com cisto radicular.

Nossos dados sugerem que o diabetes mellitus promove alterações que modificam a capacidade de defesa dos animais frente a agentes microbianos e que o tratamento com insulina não reverteu adequadamente esse quadro fisiopatológico. (Apoio financeiro: CNPq, UNESA.)

B393

Expressão de colágeno tipo III e fibronectina durante regeneração da glândula submandibular de ratos.

GAIO, E. J., SALGADO, F., SANTOS, M. F., FOSSATI, C. M.*

Departamento de Ciências Morfológicas – UFRGS; Departamento de Histologia e Embriologia – ICB – USP.

Este estudo teve como objetivo avaliar o processo de regeneração e a expressão de fibronectina (FN) e colágeno III após excisão parcial cirúrgica de um dos lobos glanulares. Ratos Wistar machos com 30 e 60 dias de idade foram submetidos à remoção de 1/3 inferior do lobo esquerdo da glândula submandibular (GSM), sendo sacrificados após 7 e 15 dias. As GSM foram fixadas em solução Methacarn durante 3 h, processadas e incluídas em parafina. Cortes de 7 mm foram submetidos à coloração com H. E. e reação imuno-histoquímica para FN e colágeno III, utilizando-se a técnica da avidina-biotina-peroxidase. Aos 7 dias a área de regeneração apresentava ácinos e ductos em diferenciação, envolvidos por grande quantidade de estroma. O aspecto era semelhante ao da GSM de um rato recém-nascido. Aos 15 dias parênquima e estroma da área regenerada no animal de 30 dias apresentavam aspecto semelhante ao da GSM controle diferenciada. Houve nítido aumento da quantidade de fibronectina e colágeno III nas áreas de regeneração, provavelmente devido à maior quantidade de estroma presente e não à maior expressão destas proteínas pelas células do tecido conjuntivo.

Concluiu-se que a regeneração da GSM madura ocorre precocemente e é mais rápida em animais jovens. As etapas da regeneração podem assemelhar-se a etapas já descritas durante o desenvolvimento da GSM, sendo possível que a MEC seja tão importante neste processo quanto é durante a organogênese. (Apoio financeiro: FAPESP, FAPERGS.)

B394

Presença de Candida na saliva de pacientes hemofílicos.

PEREIRA, C. M.*, PIRES, F. R., CORRÊA, M. E. P., ALMEIDA, O. P., SOUZA, C. A.

Área de Patologia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5266. E-mail: claudiomaranhao@hotmail.com

Candida está presente na cavidade bucal de 20-50 % dos indivíduos saudáveis e C. albicans é a espécie mais comum. Não há dados na literatura sobre a presença de Candida na boca de pacientes hemofílicos. O objetivo deste estudo foi quantificar e identificar as espécies do gênero Candida na saliva de pacientes hemofílicos, e correlacionar os dados encontrados com o fluxo salivar e lesões na cavidade bucal. Foram avaliados 48 pacientes hemofílicos atendidos no Hemocentro - HC/UNICAMP. Após anamnese e exame físico, foi coletada saliva não estimulada durante 5 minutos. A quantificação de Candida (UFC/ml) foi feita após semeadura em ágar Sabouraud Dextrose durante 48 horas, e a identificação das espécies pelos métodos de formação de tubo germinativo, clamidoconídeos e fermentação e assimilação de carboidratos. Do total de 48 pacientes, 65% apresentaram Candida na cavidade bucal. C. albicans correspondem a 70% das espécies isoladas, e C. tropicalis foi a segunda mais freqüente. Não houve correlação entre a presença de Candida e o fluxo salivar e a presença de lesões bucais.

Os resultados sugerem que os pacientes hemofílicos podem apresentar o gênero Candida na cavidade bucal com maior freqüência que os indivíduos normais, entretanto estes pacientes não apresentam maior risco de desenvolvimento de candidose. (Apoio financeiro: CAPES.)

B395

Levantamento de diagnósticos histopatológicos orais – estudo retrospectivo de 33 anos.

FREGNANI, E. R.*, ALMEIDA, O. P., JORGE, J., LOPES, M. A., VARGAS, P. A.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5315. E-mail: pavargas@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo é apresentar os índices epidemiológicos das lesões orais do Serviço de Diagnóstico Oral da Disciplina de Patologia Oral da FOP - UNICAMP durante um período de 33 anos (1968-2001). Foi levado em consideração o diagnóstico histopatológico, idade, sexo e localização da alteração. A histopatologia de cada caso foi reavaliada, e as informações armazenadas em um banco de dados informatizado. Um total de 8.873 casos foram revisados. A maioria consistia em processos proliferativos não-neoplásicos e alterações periapicais como hiperplasias fibrosas (26%), periodontites (10%), alterações periapicais (10%) e mucoceles (8%). O carcinoma espinocelular foi responsável por 5% dos casos, correspondendo à 84% de todas as neoplasias malignas. É interessante notar a ocorrência de 150 casos de paracoccidioidomicose. Tumores odontogênicos somaram 1,25% do total, sendo 42% casos de odontoma e 23% de ameloblastoma. Os tumores de glândula salivar totalizaram 72 casos (0,85%), sendo 42% adenoma pleomórfico e 19% carcinoma mucoepidermóide.

Através dos resultados, nota-se a alta incidência do carcinoma espinocelular e da paracoccidioidomicose na região de Piracicaba. Estes dados podem servir como orientação para o cirurgião-dentista da região de Piracicaba, bem como para estudos epidemiológicos de doenças bucais no Brasil. (Apoio financeiro: CNPq - processo 112901/99-9 e CAPES.)

B396

Estudo da expressão imuno-histoquímica da metalotioneína em carcinoma epidermóide bucal.

CARDOSO, S. V.*, LOYOLA, A. M., AGUIAR, M. C. F.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica – FO – UFMG. Tel.: (0**31) 3499-2476. E-mail: cardososv@hotmail.com

A metalotioneína (MT), proteína de baixo peso molecular com alto conteúdo de cisteína, parece estar envolvida nos fenômenos de resistência tumoral ao tratamento oncológico e tem sido estudada como fator prognóstico em diversas neoplasias malignas humanas. A origem ectodérmica do epitélio da mucosa bucal prenunciava que a superexpressão da MT no carcinoma epidermóide de boca (CaEB) pudesse estar associada a pior prognóstico para os pacientes. O objetivo do presente trabalho foi estudar a expressão imuno-histoquímica da MT, bem como sua capacidade prognóstica para o CaEB. Avaliou-se a expressão da MT, por marcação imuno-histoquímica, em 60 casos de carcinomas epidermóides bucais, e esta foi comparada ao estadiamento clínico, graduação histológica e índice proliferativo (Ki-67) das lesões, através de testes de correlação entre as variáveis. O impacto das variáveis estudadas na sobrevida global dos casos foi analisado por testes uni- e multivariados de sobrevida. O índice de marcação da MT teve média de 60%. Não houve correlação estatisticamente significante entre nenhuma das variáveis em estudo. Entretanto, índices elevados (maiores que 76%) de marcação da MT estiveram relacionados a pior sobrevida em análise estatística univariada. Em análise multivariada, o índice de marcação da MT, o estadiamento clínico e a graduação histológica mostraram-se fatores prognósticos independentes. A superexpressão da metalo­tioneína em carcinomas epidermóides bucais parece estar associada a pior prognóstico para os pacientes. (Financiamento: CNPq.)

B397

Prevalência de alterações de mucosa bucal em crianças atendidas no Hospital das Clínicas – UFMG.

BESSA, C. F. N.*, AGUIAR, M. C. F., CARMO, M. A. V.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica – Faculdade de Odontologia – UFMG.

Objetivou-se com o presente trabalho a realização de um estudo piloto sobre a prevalência de alterações de mucosa bucal em crianças de 0 a 12 anos atendidas no Ambulatório de Pediatria do Hospital das Clínicas da UFMG. Aprovado pelo Comitê de Ética da UFMG e após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, foram examinadas aleatoriamente 170 crianças divididas em duas faixas etárias: 61% de 0 a 4 anos e 39% de 5 a 12 anos. Os pacientes foram classificados sócio-economicamente pelos critérios da ABIPEME e os dados relevantes da história médica das crianças foram obtidos através dos prontuários médicos. O exame clínico da mucosa bucal seguiu uma seqüência padronizada e preestabelecida e foi realizado com o auxílio de luz artificial, observando-se as normas universais de biossegurança. O teste Kappa mostrou uma concordância interexaminadoras de 85%. Os dados coletados foram analisados com o teste qui-quadrado, considerando o nível de significância de 95%. A prevalência de crianças acometidas foi de 28,2%, sem diferenças significativas quanto ao sexo e à idade, sendo que havia crianças com mais de uma alteração. Considerando-se todo o grupo, as alterações mais prevalentes foram a lesão traumática, língua geográfica e afta recidivante. A língua geográfica foi a lesão mais prevalente na faixa etária de 0 a 4 anos e a lesão traumática por mordida na mucosa jugal predominou nas crianças de 5 a 12 anos.

Não houve diferenças estatísticas na prevalência das alterações de mucosa bucal em relação à classe sócio-econômica e à história médica dos pacientes.

B398

Descrição da manifestação bucal de lesões de leishmaniose.

SOUZA FILHO, O. P.*, SILVEIRA, J. L. G. C., OLIVEIRA, V.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF - RJ; UNIG - RJ.

Este trabalho teve o objetivo de verificar a freqüência relativa de manifestações bucais, dos casos de leishmaniose, atendidos no Hospital Evandro Chagas - FIOCRUZ/RJ, descrevendo anatomicamente as características das lesões bucais e o perfil dos pacientes. Foi utilizado o método de abordagem indutivo com procedimento estatístico, aplicando-se a técnica de observação indireta através de pesquisa documental. Foram analisados 130 prontuários, com diagnóstico de leishmaniose tegumentar americana (LTA), no período de 1991 a 2000. Em relação ao sexo, verificamos que 71% pertenciam ao sexo masculino e em 74% dos casos de raça branca. O local de moradia dos acometidos foi na área urbana em 52%. Quanto à ocupação dos pacientes, verificamos que 26% eram lavradores, 19% do lar, 16% estudantes, 6,5% militares, 6,5% aposentados, 6,5% pedreiros e 19,5% outras ocupações. Dos casos analisados 0,9% apresentavam lesão mucosa indeterminada (lesões da cavidade oral), assim divididas: palato duro 26%, palato mole 42%, lábio superior 16%, lábio inferior 8% e língua 8%. Quanto ao aspecto das lesões 80% foram do tipo úlcero-vegetantes.

Concluímos que a manifestação da LTA oral é de baixa prevalência, acometendo indivíduos da cor branca, sexo masculino e de área urbana. A maioria das lesões ocorre no palato mole, sendo do tipo úlcero-vegetantes.

B399

Comparação de técnicas radiográficas na análise dos níveis ósseos alveolares.

GONÇALVES, M.*, HAITER NETO, F., BÓSCOLO, F. N., GONÇALVES, A.

Disciplina de Radiologia – FOP – Unicamp. Tel.: (0**16) 201-6379. E-mail: marcelog@foar.unesp.br

O objetivo desse trabalho foi comparar até que ponto as radiografias digital e digitalizada podem contribuir para a superação das limitações dos exames radiográficos intrabucais convencionais (periapical e interproximal) na determinação das mensurações dos níveis ósseos alveolares interproximais. Foi proposto, também, realizar uma análise das aparências radiográficas convencionais e digitalizadas das superfícies vestibulares e linguais/palatinas das cristas ósseas alveolares com o emprego da tomografia linear em cortes transversais dos maxilares, comparando-as com as mensurações realizadas durante os procedimentos cirúrgicos periodontais com descolamento de retalho. Para todas as incidências radiográficas foi utilizada uma placa de acrílico oclusal com artefatos radiopacos que permitiam a comparação das mensurações cirúrgicas e radiográficas. Os resultados mostraram que, num âmbito geral, todas as técnicas intrabucais convencionais, digitais diretas e digitalizadas, e as tomografias convencional e digitalizada subestimaram os valores cirúrgicos dos níveis ósseos alveolares.

Concluiu-se que os resultados radiográficos fornecidos pelas técnicas utilizadas neste experimento foram passíveis de alterações dimensionais (subestimação) quando comparadas às mensurações cirúrgicas. (Agradecimento à FAPESP pelo concebimento de auxílio-pesquisa referente ao processo nº 97/13197-2.)

B400

Endodontia: avaliação da biossegurança em aparelho de raios X.

PARDINI, L. C.*, SILVA, A. B. M., FRÖNER, I. C.

FORP – USP; LACIRO. E-mail: pardini@forp.usp.br

Aparelho de raios X odontológico deve ser fabricado obedecendo às normas de biossegurança conforme as recomendações do Ministério da Saúde do Brasil (Proteção Radiológica n. 453, p. 1-15, 1998, Brasil). Na execução da técnica radiográfica intraoral é obrigatório que os raios X sejam colimados e não ultrapassem 6 cm de diâmetro ao incidir na região dental. O objetivo desta é avaliar se 50 aparelhos de raios X utilizados por 50 endodontistas da cidade de Ribeirão Preto (SP - Brasil), foram fabricados obedecendo a normativa de biossegurança. Como metodologia utilizou-se chassis metálico (18 x 24 cm - filme Kodak) simulando a região dental do paciente, quando do tratamento endodôntico. O chassis foi posicionado perpendicular à extremidade do aparelho de raios X (distância foco-filme de 20 cm), e 0,4 s foi o tempo de exposição simulando a técnica radiográfica intraoral. Após o processamento (temperatura/tempo) e a secagem dos 50 filmes (1filme/aparelho de raios X) o diâmetro ortogonal da imagem radiolúcida (D1/D2) formada no filme foram medidos (paquímetro digital, negatoscópio e lupa). Nos resultados obtidos observou-se a existência de diferença significante entre os 37 (74%) aparelhos (p << 0,001) que não obedecem as recomendações do Ministério da Saúde. Portanto, verificou-se que 37 endodontistas expõem desnecessariamente o paciente durante o tratamento endodôntico.

Concluímos que há aumento significante da área irradiada e a necessidade urgente de rigoroso controle na fabricação do aparelho de raios X odontológico. (Apoio financeiro: CNPq/PIBIC/USP.)

B401

Quantificação do consumo de etanol em pacientes com câncer bucal.

REIS, S. R. A., ANDRADE, M. G. S., MARCHIONNI, A. M. T.*, NISA-CASTRO-NETO, W.

Departamento de Diagnóstico e Terapêutica – FO – UFBA; Pós-Graduação em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais – FO – PUCRS; Lab. Din. Pop. Fac. Bioc. – PUCRS.

O etanol é um dos principais fatores de risco para o câncer da boca atuando como promotor. Objetiva-se identificar as distintas formas e quantias de ingestão de etanol em indivíduos com câncer da cavidade bucal comparando a um grupo controle. Foram selecionados 140 pacientes com câncer nas diferentes regiões da boca e 136 controles com ausência clínica de neoplasias. Todos os indivíduos selecionados consumiam bebidas alcoólicas e consentiram sua inclusão no estudo. Coletaram-se informações sobre o tipo de bebida consumida e a quantidade de etanol ingerida foi mensurada em ml/semana. Calculou-se a média deste consumo, o desvio-padrão, a “odds ratio” (OR) e o intervalo de confiança a = 0,05 (IC95%). A ingestão de etanol nos casos (1.202,92 ± 1.381,18 ml/semana) foi aproximadamente o dobro da verificada nos controles (647,88 ± 854,19 ml/semana). Os indivíduos com câncer de mucosa jugal apresentaram maior consumo de etanol (1.592,85 ± 1.633,20 ml/semana). Entre os casos, a bebida com maior média de consumo foi a cachaça (1.171,47 ± 753,56 ml/semana), enquanto nos controles, a vodca, apesar de ser consumida por apenas um paciente (1.107 ml/semana). O alto desvio-padrão encontrado reflete uma grande variabilidade de consumo na amostra. A cachaça apresentou uma OR de 1,61 (IC 95%; 1,27-2,04) para o câncer da boca, enquanto o consumo associado de diferentes bebidas não apresentou risco [OR = 0,97 (IC 95% 0,75-1,20)].

Nos pacientes portadores de câncer da boca, o consumo de etanol é maior que entre os controles e o tipo de bebida ingerida tem maior concentração de etanol sugerindo sua relevância na carcinogênese bucal.

B402

Fios de sutura: análise da superfície e processo de absorção.

ANDRADE, M. G. S.*, WEISMANN, R., MACHADO, G., REIS, S. R. A.

Programa de Pós-Graduação em CTBMF – FO – PUCRS; Centro de Microscopia e Microanálise – PUCRS.

Este trabalho objetiva avaliar, por microscopia eletrônica de varredura, a superfície do “catgut” cromado e “vicryl rapide” antes e depois da implantação em dorso de ratos. Utilizaram-se 20 ratos machos. Os fios foram implantados após anestesia, tricotomia e anti-sepsia. O sacrifício ocorreu aos 1, 2, 3, 7, 14 dias. Os fios foram removidos, metalizados e submetidos a varredura. Antes da implantação, reservou-se um fragmento para avaliação da superfície original. A superfície original do “catgut” cromado é rugosa pois é revestida por partículas de 20 mm. À secção horizontal, notava-se aglomeração de fibras amorfas. Nos três primeiros dias, células semelhantes a linfócitos colonizavam sua superfície. A quantidade decresceu até o 3º dia quando estrias longitudinais sugeriam diminuição da coesão entre as fibras. No 14º dia, o fio tendia a distorcer. O “vicryl rapide” é multifilamentar por apresentar 10 a 12 agrupamentos de 25 a 30 filamentos, vistos em secções horizontais, que formam um trançado organizado sugerindo resistência. A compatibilidade é confirmada por menor população celular em sua superfície nos três primeiros dias. Desde o 3º dia, os filamentos começavam a romper. No 14º dia, a hidrólise promoveu dissolução da fibras desorganizando o trançado e os filamentos estavam mais fragmentados.

A superfície do “vicryl rapide” permite maior aderência de indutos e apresenta nichos para colonização bateriana o que não se verifica no “catgut”. O material orgânico que constitui o “catgut” induz maior quimiotaxia de células inflamatória. As alterações oriundas da absorção são compatíveis com a organização do fio.

B403

Comparação entre materiais simuladores de tecidos moles utilizando o sistema Digora.

MEURER, E.*, SOUZA, P. H. C., COSTA, N. P.

PUCRS.

Considerando a influência dos tecidos moles na determinação dos níveis de cinza em radiografias, os autores realizaram este estudo com o intuito de determinar qual material simulador de tecidos moles mais se aproximaria do padrão escolhido. Três materiais de natureza distinta foram testados como simuladores de tecidos moles, sendo que o músculo bovino na espessura de 1 cm foi escolhido como padrão ouro neste trabalho. Três blocos de acrílico com 0,5 cm; 1,0 cm; e 2,0 cm, de espessura foram confeccionados. Outro material testado foi a cera 7 com 1,0 cm de espessura. Os valores das médias da densidade dos níveis de cinza obtidos foram analisados pelo teste não-paramétrico de Mann-Whitney.

Foi observado que o acrílico com 2 cm de espessura não foi significativamente diferente do músculo bovino sendo este considerado o melhor simulador de tecidos moles utilizando o sistema Digora.

B404

Análise comparativa do diagnóstico de lesões dentárias por estudantes de Odontologia.

SANTOS, C. B.*, BATITUCCI, E., BATITUCCI, M. H. G., DAROZ, L. G. D.

Departamento de Prótese – UFES. E-mail: edubatitucci@uol.com.br

Lesões dentárias caracterizadas pela perda de superfície dental na ausência de cárie são cada vez mais encontradas na prática odontológica, porém parece existir entre os profissionais uma falta de entendimento sobre a origem, prevenção e tratamento dessas lesões. O objetivo deste trabalho foi de realizar um levantamento para verificar a capacidade de diagnóstico dessas lesões. O estudo constou de questionários, cada um contendo uma foto de um tipo de lesão (atrição, abrasão, erosão, abfração e cárie), aplicados a 57 alunos do último ano do curso de Odontologia da UFES (oitavo e nono período). O tratamento estatístico dos dados foi feito através de análise descritiva e teste não-paramétrico do qui-quadrado. As análises demonstraram não haver diferença estatisticamente significante. Segue tabela:

 

8º Período

9º Período

 

Cárie

85,7%

89,7%

Fisher; p = 0,706

Atrição

77,8%

58,6%

Qui-quadrado = 2,353; p = 0,125

Abrasão

34,5%

37,9%

Qui-quadrado = 1,048; p = 0,592

Erosão

58,6%

62,1%

Qui-quadrado = 1,029; p = 0,598

Abfração

62,1%

57,7%

Qui-quadrado = 2,316; p = 0,314

Observa-se que a lesão representada por abrasão obteve menor índice de acertos entre os participantes. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq.)

B405

Avaliação da proliferação celular em camundongos submetidos à ingestão e aplicação tópica de álcool à 40ºGL.

DALMORO MAITO, F.*, SANT’ANA FILHO, M., RADOS, P. V., BARBACHAN, J. J.

Departamento de Odontologia Conservadora, Disciplina de Patologia Bucal – Faculdade de Odontologia da UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5023.

Com o objetivo de avaliar o efeito da ação local ou sistêmica na proliferação celular, realizou-se um experimento com sessenta camundongos divididos em três grupos de vinte, durante um ano. Um grupo ingeria álcool à 40ºGL em substituição à água durante todo o período do experimento, outro grupo recebia aplicações tópicas de álcool 40ºGL no dorso da língua duas vezes por semana e o terceiro grupo foi o controle. A quantificação da proliferação celular considerou as células positivas para a evidenciação do PCNA pela técnica imuno-histoquímica. Foram consideradas as células da camada basal e intermediária do epitélio lingual. A contagem foi realizada em três momentos do trabalho, antes dos animais serem submetidos ao álcool 40ºGL, aos seis e aos doze meses, fazendo comparações entre os grupos e intragrupos. Nos resultados observou-se que aos doze meses de experimento houve aumento da proliferação celular na camada intermediária no epitélio do grupo que ingeria álcool continuamente (p = 0,01). Os grupos controle e de aplicação tópica não mostraram diferenças significativas na proliferação celular em momento algum do trabalho.

Com isso, conclui-se que o efeito do álcool na promoção da proliferação celular é sistêmico e acontece ao longo do tempo.

B406

Reações liquenóides ao amálgama – acompanhamento clínico.

ARAÚJO, L. M. A., GOMES, A. P. N.*, PAPPEN, F. G., SALUM, F. G., TARQUÍNIO, S. B. C., ZANELLA, L.

Departamento de Semiologia e Clínica – FO – UFPel.

Estudos tem demonstrado que certos componentes dos materiais restauradores estão associados com lesões da mucosa bucal. Destas, as reações liquenóides limitadas a áreas em contato com restaurações de amálgama são as mais estudadas, podendo representar uma reação de hipersensibilidade tardia ao mercúrio. A freqüência de efeitos adversos do amálgama é estimada em um caso por milhão. O objetivo deste trabalho foi realizar um acompanhamento de casos do Centro de Diagnóstico e Histopatologia da FO - UFPel diagnosticados clinicamente como reações liquenóides ao amálgama, analisando as alterações clínicas da mucosa bucal quando da substituição deste por compósitos. Após o exame com diagnóstico clínico e documentação fotográfica das lesões, para controle posterior, as restaurações de amálgama foram substituídas por restaurações de resina composta e os pacientes avaliados em intervalos semanais durante o primeiro mês e semestrais até completar 1,5 anos. Da totalidade de 5 pacientes acompanhados, todas mulheres com idade entre 35 e 50 anos, 4 seguiram o tratamento proposto, obtendo-se regressão das lesões em 2 semanas nos 4 casos. Em 3 casos restaram “áreas cicatriciais” na mucosa. As lesões localizavam-se na mucosa jugal e borda lateral de língua. Uma paciente optou por não fazer o tratamento e permaneceu com as lesões estáveis.

Destes resultados foi possível verificar a relação direta entre reações liquenóides e restaurações de amálgama, sendo esta relação confirmada pela remissão das alterações após a troca das restaurações.

B407

Comparação de valores cefalométricos obtidos por centros especializados, ortodontistas e clínicos.

FERREIRA, F. M.*, MENEZES, L. F. S.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. Tel.: (0**31) 3499-2472. E-mail: femorais@lycos.com

Com o objetivo de avaliar se a falta de experiência é realmente um fator introjetor de erro na análise cefalométrica e se são confiáveis os dados fornecidos por 5 centros comerciais de documentação ortodôntica de Belo Horizonte, foram selecionadas 50 telerradiografias iniciais de crianças em tratamento na clínica de Ortodontia da FO - UFMG, sendo 10 oriundas de cada centro. Essas telerradiografias foram retraçadas por 4 participantes do estudo (2 mestres em Ortodontia e professores da FO – UFMG e 2 clínicos gerais recém-graduados pela mesma faculdade), isoladamente, sem conhecimento prévio dos demais resultados. Foram aferidas 12 medidas das análises de Steiner, Tweed e Downs. Para comparar as médias dos traçadores 2 a 2 foi usado o teste t de Student pareado, com nível de significância de 0,05. Diferenças estatísticas foram observadas em várias medidas para todos os traçadores (eixo Y, IMPA, FMA, 1.NB). As médias de cada centro foram comparadas com as dos demais traçadores através dos testes multivariado de Wilks e não-paramétrico de Wilcoxon. As concordâncias obtidas foram de 50%, 25%, 66,7%, 75% e 75%.

Neste estudo, a maioria dos centros apresentou uma concordância aceitável com os traçadores e a falta de experiência não foi determinante na introdução do erro cefalométrico, erro este que apareceu como uma constante.

B408

Leucoplasia pilosa: prevalência e impacto dos anti-retrovirais em 353 HIV+.

DIAS, E. P.*, POLIGNAMO, G. A. C., FERREIRA, S. M. S., SILVA Jr., A.

Departamento de Patologia – UFF - RJ; Departamento de Diagnóstico Oral – FO – UFRJ - RJ.

A leucoplasia pilosa oral (LPO) tem valor diagnóstico e prognóstico. As alterações nucleares (efeito citopático do vírus Epstein-Barr) permitem o diagnóstico histocitopatológico. Os objetivos desse estudo foram investigar a prevalência da LPO e verificar o impacto dos novos medicamentos anti-retrovirais sobre a prevalência. Realizamos a análise retrospectiva dos dados clínicos e de esfregaços das bordas da língua de 353 pacientes HIV+, colhidos entre 1996 e 2000. Utilizou-se o teste não-paramétrico do c2. A prevalência identificada foi de 45%, sendo que 17% dos pacientes exibiam lesão clínica e 28% subclínica. A prevalência da LPO clínica teve uma queda de 18%, enquanto subclínica um aumento de 14%. A prevalência da LPO foi menor nos pacientes que, no momento da coleta do material, estavam utilizando a associação de medicamentos. Candidíase foi diagnosticada em 35% dos pacientes.

Os nossos resultados indicam que a citopatologia deve ser o método de escolha para o diagnóstico da LPO e sugerem que a prevalência da LPO é maior que a relatada pela literatura, sendo que a introdução dos anti-retrovirais contribuiu para a sua redução.

B409

Dados epidemiológicos da Patologia Cirúrgica da FOSJC entre 1962-2001.

ROSA, L. E. B., BERTINI, F.*, SOUSA, F. G., SOUZA, A. P. B., BOLANHO, A., CARMO, E. D.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166. E-mail: blumer@fosjc.unesp.br

Com quase 40 anos de funcionamento, o serviço de Patologia Cirúrgica da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (FOSJC) já ultrapassou os 6.000 registros de exames anátomo-patológicos. O presente trabalho teve por objetivo inserir numa planilha eletrônica (Excel® Microsoft Co.), os dados referentes a sexo, raça, idade, localização, diagnóstico clínico e diagnóstico histopatológico de 6.200 fichas cadastradas no período de 1962-2001. A partir dos dados tabulados e analisados constatamos que no grupo das neoplasias malignas (4,27%), o carcinoma epidermóide (3,31%) e o linfoma maligno (0,27%) são os tumores malignos epitelial e mesenquimal mais freqüentes, respectivamente. Já no grupo dos tumores odontogênicos benignos e malignos (1,51%), o ameloblastoma (0,63%) aparece como o mais freqüente, seguido pelo odontoma (0,50%), quando na clínica o que ocorre é justamente o contrário. Quanto aos tumores benignos e malignos de glândula salivar, o adenoma pleomórfico (0,66%) é a lesão mais encontrada, representando sozinho quase 60% dos casos dentro do grupo. Curiosamente, encontramos uma alta incidência de mucocele (8,14%), diferente de outros serviços. Os PPNNs (22,13%) e as lesões císticas + granulomas dentários (21,53%) representam quase metade do arquivo (43,66%), destacando-se as hiperplasias gengivais/fibrosas inflamatórias (16,44%) e os cistos radiculares (11,62%), respectivamente. Estes são alguns dos dados obtidos após análise das planilhas, o restante será apresentado em forma de histogramas, tabelas, correlações e análise estatística.

B410

Atrofia e regeneração da parótida após ligadura do ducto excretor.

COLOMBO, C. E. D.*, ROCHA, R. F., CARVALHO, Y. R.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

A proposta deste trabalho foi estudar a atrofia unilateral da glândula parótida de ratos após ligadura do ducto excretor e a regeneração glandular através de ligadura ductal seguida pela remoção da obstrução após 7 dias, analisando as alterações morfológicas glandulares e o potencial proliferativo dos ductos intercalares, durante a atrofia e regeneração, e das células acinares, durante a regeneração. Análise similar foi realizada na parótida contralateral. Os ratos foram sacrificados e suas glândulas parótidas foram processadas e submetidas às colorações histológicas (H. E. e PAS), histoquímica (AgNOR) e imuno-histoquímicas (calponina e PCNA). Os índices de PCNA e AgNOR foram analisados estatisticamente (ANOVA, Tukey e coeficiente de Spearman). Durante a atrofia, houve degeneração e redução do parênquima, evidenciação das células mioepiteliais, inflamação e fibrose. Durante a regeneração, houve o restabelecimento do parênquima, retorno das células mioepiteliais ao normal e redução da inflamação. Nas glândulas contralaterais, houve desorganização e degeneração teciduais. Não houve alteração do potencial proliferativo dos ductos intercalares. As células acinares apresentaram aumento de seu potencial proliferativo nas glândulas em regeneração, mas não nas glândulas opostas. Houve correlação entre PCNA e AgNOR somente nas células acinares das glândulas em regeneração.

Portanto, verificou-se o potencial regenerativo glandular e a correlação entre PCNA e AgNOR somente em células com capacidade proliferativa aumentada. (Comitê de Ética nº 17/99 - PA/CEP. Apoio: FAPESP.)

B411

Estudo citológico da mucosa bucal de mulheres durante ciclo menstrual.

TAVARES, P. G.*, BRANDÃO, A. A. H., CABRAL, L. A. G.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – FOSJC; Faculdade de Odontologia – UNITAU. Tel.: (0**12) 321-8166. E-mail: pablogimenes@easygold.com.br

No presente trabalho estudamos os aspectos citológicos da mucosa bucal de mulheres durante o ciclo menstrual, para tanto comparamos os valores de maturação e picnose nuclear obtidos através da citologia esfoliativa de quatro grupos distintos: mulheres com ciclo menstrual regular, homens adultos, meninas antes da menarca e mulheres com pelo menos dois anos de menopausa. Os dados coletados foram analisados através dos testes de Friedman, Kruskal-Wallis e Tukey.

Concluímos haver diferenças entre os valores de maturação e de picnose nuclear quando comparamos os três períodos do ciclo menstrual estudados sendo significantes a diferença em relação ao início e meio do ciclo, existindo também, diferenças significativas particulares entre os valores de maturação e picnose observados em mulheres com ciclo menstrual regular e os obtidos em meninas antes da menarca, homens adultos e mulheres na menopausa há pelo menos dois anos. (Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FOSJC - protocolo nº 002/2000 - PH/CEP.)

B412

Estudo comparativo da calcitonina e Plumbum mettalicum na reparação óssea.

ALMEIDA, J. D.*, ROCHA, R. F., ARISAWA, E. A. L., CARVALHO, Y. R.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166. E-mail: janete@fosjc.unesp.br

Foi realizado estudo comparativo dos efeitos da calcitonina e do Plumbum mettalicum 30CH na reparação óssea guiada em mandíbulas de ratos. Foram utilizados 75 ratos com idade aproximada de três meses, que foram divididos em três grupos de 25 animais. Todos os ratos foram submetidos à cirurgia para realização de defeito ósseo na região de ângulo de mandíbula de aproximadamente 4 mm, o qual foi recoberto por uma barreira de politetrafluoretileno. Após a cirurgia, o grupo tratado com calcitonina passou a receber 2 UI/kg, i.m., três vezes por semana, e o grupo tratado com Plumbum mettalicum 30CH, três gotas diluídas em água diariamente. Os animais foram sacrificados em períodos de três, sete, 14, 21 e 28 dias, sendo suas mandíbulas removidas e encaminhadas para preparação histológica. Análises densitométrica, histológica e histomorfométrica foram realizadas. Para análise estatística, utilizou-se ANOVA, teste de Tukey e teste de Scheffé ao nível de 5%. A análise densitométrica mostrou menor densidade óptica no grupo controle em todos os períodos. Foi observado o preenchimento total do defeito tecido ósseo neoformado apenas no grupo tratado com homeopatia, já aos 21 dias. A análise histomorfométrica não mostrou diferença estatística entre os grupos tratados e controle, porém o grupo tratado com homeopatia apresentou melhores resultados.

Concluiu-se que, nas condições utilizadas, a reparação óssea desses defeitos em ratos machos é favorecida pelo Plumbum mettalicum 30CH. (Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FOSJC, protocolo 07/99 - PA/CEP.)

B413

Método de inspeção de porosidade em fundição de cobalto-cromo.

PAULINO, S. M.*, PARDINI, L. C., SILVA, A. B. M, STEGUN, R. C., GOMES, F. P.

Universidade Ibirapuera; FORP – USP; LACIRO. E-mail: sil@online.unaerp.br

A porosidade é um dos defeitos mais freqüentes em fundições de estrutura metálica da prótese parcial removível, podendo ter como conseqüência, a fratura da prótese. O objetivo desta é avaliar se o raio X é método efetivo para detectar porosidades em estrutura metálica de prótese parcial removível. Foram utilizadas duas amostras fundidas em cobalto-cromo (Vitallium), na forma retangular de dimensões: 15 x 4 x 3 mm (amostra A) e 15 x 4 x 1,5 mm (amostra B). Na superfície das amostras A e B foram realizados 5 orifícios com brocas esféricas “carbide”, em escala crescente de 1/2, 1, 4, 5 e 6, para simularem porosidades. As amostras A e B foram posicionadas em uma superfície plana sobre um filme periapical (EP-21), perpendicular à extremidade do aparelho de raios X (dff 20 cm, 60 kVp, 10 mA) para técnica radiográfica. Os tempos de exposição foram de 0,2; 0,4; 0,8; e 1,0 s. Após o processamento (temperatura/tempo) das 4 radiografias (1 filme para cada exposição), as imagens foram analisadas por 3 observadores em negatoscópio com lupa. Os resultados demonstraram a existência de diferença significativa entre as imagens das amostras A e B em relação aos tempos de 0, 8 e 1,0 s. Os orifícios foram detectados pelos raios X com maior nitidez com o tempo de exposição de 1,0 s.

Concluiu-se que, para detectar a presença de porosidades na estrutura metálica da prótese parcial removível, quando utilizando aparelho de raios X de 60 kVp e 10 mA, é indicado o tempo de exposição de 1,0 s.

B414

Graduação histológica imuno-histoquímica para carcinoma epidermóide oral.

PIVA, M. R.*, PIVA, N., PEREIRA PINTO, L., SOUZA, L. B.

Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral – Mestrado Interinstitucional – UFRN; UFS.

O objetivo do presente estudo foi comparar a positividade das células epiteliais às proteínas p53 e Ki-67 com as alterações encontradas no exame de rotina pela técnica da H. E. com a finalidade de detectar um indicador prognóstico do carcinoma epidermóide oral (CEO) através da histopatologia. Para isso foram selecionados 30 casos sendo 10 de cada uma das regiões de maior incidência em nosso levantamento (lábio, língua e assoalho da boca), os quais foram graduados pelo sistema de Anneroth et al. (Scand J Dent Rev, v. 95, p. 229-49, 1987), e comparados às marcações imuno-histoquímicas para p53 e Ki-67. O escore médio e índice de positividade (IP) para p53 e Ki-67 foram respectivamente: para o lábio 1,74; 66,72 e 31,08, para a língua 2,30; 49,67 e 31,23 e para o assoalho da boca 2,58; 50,55 e 36,20. Só foi encontrado diferença significativa a nível de 5% entre os escores do lábio e assoalho da boca e correlação positiva entre os escores e IP Ki-67 do lábio.

Com tais resultados pôde-se constatar que os escores encontrados pelo sistema adotado não condizem com os achados imuno-histoquímicos, os quais mostraram ter grande relação com o tempo de atuação e agressividade do fator desencadeante. Portanto, ficou clara a importância da imuno-histoquímica para avaliação prognóstica do CEO, o que levou à proposta de um novo Sistema de Graduação Histológica de Malignidade pela Imuno-Histoquímica. (Apoio: CAPES; MINTER.)

B415

Efeitos da filtração de liga de alumínio-cobre em Radiologia Odontológica.

GONÇALVES, A.*, BÓSCOLO, F. N., ROLLO, J. M. D. A., GONÇALVES, M.

FOAr – UNESP; FOP – UNICAMP. Tel.: (0**16) 201-6380. E-mail: andreag@foar.unesp.br

O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito da filtração alternativa de liga de alumínio-cobre em aparelhos de raios X odontológicos, avaliando a redução da taxa de “kerma” no ar, o espectro de energia dos ­raios X e as alterações na qualidade da imagem radiográfica. Comparação de diferentes espessuras de filtro de liga de alumínio-cobre em três diferentes porcentagens (2%, 3% e 4% do elemento cobre na liga) foram feitas com o filtro padrão de alumínio. Os experimentos foram realizados utilizando-se um aparelho de ­raios X odontológico convencional operando com 70 kVp, utilizando filme Ektaspeed Plus, e obtendo radiografias com o auxílio de um fantoma de segmento de mandíbula e uma escala de densidade, confeccionada com alumínio laminado. Dependendo da espessura do filtro de liga de alumínio-cobre, o feixe de ­raios X foi endurecido e filtrado.

O uso dos filtros de liga de alumínio-cobre resultou em 8,40% a 47,33% de redução da taxa média de “kerma” no ar e indicou contraste da imagem radiográfica sem alteração, quando comparado com a filtração de alumínio, mostrando que os filtros de liga de alumínio-cobre tornam-se alternativas aceitáveis em relação aos filtros de alumínio, considerando que, para o filtro de liga de alumínio-cobre, os tempos de exposição foram iguais ou menores que os utilizados para o filtro padrão de alumínio.

B416

O paciente idoso no contexto do traumatismo buco-maxilo-facial.

TORRIANI, M. A.*, OLIVEIRA, M. G.

Departamento de Cirurgia, Traumatologia e Prótese Buco-Maxilo-Faciais – Faculdade de Odontologia de Pelotas – UFPel. Tel.: (0**53) 222-4305. E-mail: torriani@ig.com.br

Os objetivos do presente estudo são: verificar a proporção da população idosa acometida por traumatismo facial; conhecer a abordagem adotada pelos cirurgiões buco-maxilo-faciais para este grupo de pacientes; estabelecer as necessidades para construir e incorporar estas informações específicas nos programas de pós-graduação. Os dados para este estudo foram coletados nos prontuários dos pacientes portadores de traumatismo facial atendidos no Hospital Cristo Redentor, Porto Alegre, RS, no período de 08/1991 a 12/1999. Dados adicionais foram obtidos através de entrevista com quatro cirurgiões buco-maxilo-faciais da equipe do mesmo hospital. Os resultados mostraram que 3,60% dos pacientes eram idosos, 65,70% destes eram do gênero masculino e 34,30% feminino. As etiologias mais prevalentes foram: quedas, acidentes automobilísticos e agressão física. Os sítios de traumatismo mais freqüentes foram: o zigoma, a mandíbula, a maxila e os ossos nasais. A análise do conteúdo das entrevistas mostra que os profissionais não se consideram adequadamente preparados para atender traumatismos faciais em idosos e entendem ser necessária a introdução destes conteúdos nos programas de formação do cirurgião buco-maxilo-facial.

Conclui-se, portanto, que é significativa a proporção de idosos portadores de traumatismos faciais, sendo verificada uma deficiência na formação profissional para atender este grupo de pacientes, sugerindo-se a incorporação destes conteúdos específicos nos programas de pós-graduação.

B417

Quantificação imuno-histoquímica dos linfócitos T e B nas lesões inflamatórias periapicais crônicas.

PHILIPPI, C. K.*, RADOS, P. V., BARBACHAN, J. J. D.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Mestrado em Patologia Bucal – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5023. E-mail: kalvelag@terra.com.br

A lesão inflamatória periapical é uma patologia bastante freqüente, sendo na maioria dos casos, conseqüência da cárie dental. O objetivo deste trabalho foi quantificar as populações linfocitárias CD8+ e CD20+ em lesões inflamatórias periapicais crônicas. Foram utilizadas 90 lesões inflamatórias periapicais. Através da técnica de imuno-histoquímica pelo método da estreptoavidina-biotina, utilizou-se os marcadores CD8 e CD20 para identificação dos linfócitos T citotóxicos/supressores e linfócitos B, respectivamente. A contagem das células foi feita em 3 campos microscópicos da lâmina, mantendo-se um aumento de 400 vezes. A média da contagem das células CD8+ foi de 7,72 células para os cistos inflamatórios, enquanto que nos grupos cisto abscedado e abscesso crônico foi 11,25 e 11,62, respectivamente, com diferença estatisticamente significante. E, a média da contagem das células CD20+ foi 12,19; 11,06 e 12,91 células nos cistos abscedados, cistos inflamatórios e abscessos crônicos, respectivamente, sem diferença estatisticamente significante.

As lesões inflamatórias periapicais supuradas apresentaram número maior de linfócitos CD8+ do que as lesões não supuradas e; a presença de supuração e proliferação epitelial nas lesões não interferiu na quantidade de linfócitos B presentes. (Apoio: Capes.)

B418

Estudo comparativo entre dois métodos de estimativa da maturação óssea.

SCHUSTERSCHITZ, T.*, MANZI, F. R., BÓSCOLO, F. N., ALMEIDA, S. M., HAITER NETO, F.

Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5327. E-mail: tassoschuster@hotmail.com

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a aplicabilidade e a confiabilidade de dois métodos de estimativa de maturação óssea, utilizando-se de uma amostra de crianças brasileiras. Para a estimativa da maturação óssea, foram utilizados os métodos de GRAVE; BROWN (1976), que analisam a seqüência de eventos de ossificação observada numa radiografia de mão e punho, e o método de HASSEL; FARMAN (1995) que avaliam a maturação óssea, utilizando as variações morfológicas observadas nas vértebras cervicais dois, três e quatro, visualizadas em radiografias laterais cefalométricas. A amostra estudada foi composta de 240 indivíduos brasileiros, de ambos os sexos, com idade variando de 7 a 15 anos. Foram formados nove grupos, distribuídos por sexo e por idade cronológica, com intervalo de 12 meses de idade entre cada grupo. As radiografias obtidas foram examinadas e reexaminadas por seis avaliadores, e os dados obtidos foram submetidos ao teste estatístico de Spearman. Os resultados encontrados demonstraram que, para a determinação do estágio de maturação óssea em que o indivíduo se encontra, as radiografias de mão e punho apresentaram uma melhor correlação. As radiografias cefalométricas apresentaram uma menor correlação intra- e interavaliadores, por grupo e por sexo.

Ambos os métodos estudados provaram ser capazes de estimar o período de ocorrência do surto de crescimento puberal.

B419

Avaliação subjetiva da qualidade da imagem radiográfica quanto aos tipos de filmes periapicais e tempo de revelação.

PONTUAL, M. L.*, SILVEIRA, M. M. F.

Departamento de Medicina Oral – FOP – UPE.

O exame radiográfico é um meio auxiliar muito importante no diagnóstico de certas condições patológicas. O conhecimento dos fatores na produção da imagem radiográfica é de fundamental importância para obtenção de uma imagem que forneça o maior número possível de informações diagnósticas. Este trabalho avaliou subjetivamente a influência da sensibilidade dos filmes radiográficos periapicais (Kodak Ektaspeed Plus, Agfa-Gevaert de sensibilidade do grupo E e o filme Kodak Insight do grupo F) e tempo de revelação em solução GBX (líquido concentrado) na qualidade da imagem, obtidas a partir de uma mandíbula humana seca adulta. Após testes prévios para a determinação do tempo de exposição para cada tipo de filme, doze filmes de cada grupo foram expostos de forma padronizada. Os filmes foram processados pelo método temperatura/tempo em doze tempos de revelação à temperatura de 24ºC. Obtidas as imagens, estas foram montadas em máscaras e avaliadas por nove examinadores. Em cada um dos tempos de revelação, foi escolhida a radiografia considerada de melhor qualidade, correspondendo cada uma a um tipo de filme.

Após a análise dos resultados concluiu-se que o filme Ektaspeed (40%) seguido pelo Agfa (33%) foram os que apresentaram as melhores imagens, sendo o Ektaspeed (50%) preferido pelos clínicos, o Agfa (41,7%) pelos radiologistas, enquanto os endodontistas não mostraram preferência. O filme Agfa revelado com 2 minutos foi a radiografia de escolha por todos os examinadores.

B420

Avaliação subjetiva da qualidade em imagens digitais panorâmicas.

CASANOVA, M. L. S.*, HAITER NETO, F., OLIVEIRA, A. E., MARTINS, M. G.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5327. E-mail: marciaspinelli@ig.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência de resoluções da imagem e do formato do arquivo na qualidade final da imagem panorâmica, utilizando o sistema digital (Gendex Dental X-Ray) que obtém imagens radiográficas por meio de placa de fósforo. Foram obtidas imagens com duas diferentes resoluções – 150 e 300 dpi – e estas foram armazenadas em diferentes formatos de arquivo – TIFF e JPEG. Os objetos de análise foram quatro crânios macerados, onde cinco avaliadores identificaram reparos anatômicos previamente selecionados. Os resultados não mostraram diferença estatisticamente significante na maioria dos casos, com exceção de estruturas mais sutis que foram melhores visualizadas nas imagens com 300 dpi de resolução.

Com base nos resultados, concluiu-se que imagens de 150 e 300 dpi, assim como os formatos de arquivo TIFF e JPEG, de um modo geral, apresentaram-se equivalentes em relação à qualidade de imagem.

B421

Estudo do efeito radioprotetor da vitamina E na reparação tecidual tecidual em ratos.

MANZI, F. R.*, BÓSCOLO, F. N., ALMEIDA, S. M., TUJI, F. M, SCHUSTERSCHITZ, T.

Departamento de Diagnóstico Oral, Área de Radiologia – FOP – UNICAMP. E-mail: flaviomanzi@hotmail.com

Sendo já descrito na literatura, o efeito deletério da radiação ionizante nos tecidos vivos, propõe-se com este trabalho avaliar a ação da vitamina E como radioprotetor no processo de reparação tecidual em ratos, que sofreram um procedimento cirúrgico, onde foi realizada uma ferida na região dorsal anterior. Os animais foram divididos em 8 grupos: grupo C (controle) – realização da ferida, grupos VE60 e VE – pré-tratamento com vitamina E (60 e 90 UI) e realização da ferida, grupo IRR – ferida e irradiação de suas bordas 3 dias após a cirurgia, grupos VE60IRR e VE90IRR – pré-tratamento com vitamina E (60 e 90 UI), realização da ferida e irradiação de suas bordas 3 dias após a cirurgia, grupos OOL e OOLIRR – pré-tratamento com óleo de oliva e realização da ferida com e sem irradiação. Os dias de obtenção das peças para análise foram 4, 7, 14 e 21 dias após a produção das feridas. A ação radioprotetora da vitamina E foi avaliada pelos seguintes métodos: coloração por hematoxilina-eosina, coloração por picro sirius para avaliar, quantitativamente e qualitativamente a birrefringência dos feixes de colágeno e reação histoquímica do azul de toluidina para observação do dicroísmo linear apresentado pelos tecidos organizados.

A análise dos resultados obtidos mostrou que 6 Gy de radiação de elétrons com um feixe de 6 MeV, causou um retardo no processo de reparação tecidual e a vitamina E foi efetiva como radioprotetora nas duas doses estudadas, apresentando resultados semelhantes aos animais do grupo controle. (Agência de fomento: CAPES; CNPq.)

B422

Reparação óssea sob ação de duas formulações de bifosfonatos.

FAYAD, M. V. L.*, ROCHA, R. F., BRANDÃO, A. A. H.

Departamento de Biociências e Diagnóstico – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

No presente trabalho foram avaliadas as ações de duas formulações de bifosfonatos no processo de reparação óssea em mandíbulas de ratos. Noventa e dois ratos machos adultos foram submetidos à cirurgia para confecção do defeito ósseo na mandíbula. Em seqüência, os animais foram divididos em 5 grupos de acordo com o momento da administração e substância utilizada, sendo eles: controle; alendronato (dez dias com início no dia da cirurgia – AL 10d após); clodronato (dez dias com início no dia da cirurgia – CL 10d após); alendronato (dez dias com início cinco dias antes da cirurgia – AL 5d antes) e clodronato (dez dias com início cinco dias antes da cirurgia – CL 5d antes); todos na dose de 1 mg/kg/dia administrados por via oral. Os sacrifícios seguiram os intervalos de 7, 14, 30 e 60 dias, acompanhados da remoção das mandíbulas e encaminhamento das mesmas para exame radiográfico e posterior preparação histológica. Os espécimes foram analisados radiográfica, histológica e morfometricamente e os dados obtidos submetidos à análise estatística. A análise histomorfométrica mostrou diferença estatisticamente significante apenas entre o grupo controle e CL 10d após. Histologicamente observou-se que os grupos tratados com clodronato mostraram reparo inferior, embora o comportamento entre os grupos tenha sido semelhante.

Foi possível concluir que o alendronato e o clodronato não estimularam a reparação óssea em defeitos mandibulares circunscritos e que a administração prévia à confecção do defeito não apresentou ação benéfica no processo de reparo.

B423

Análise por computador dos crescimentos teciduais em gengiva.

HIROTA, S. K., SUGAYA, N. N.

Departamento de Estomatologia – FOUSP. Tel.: (0**11) 5073-0658. E-mail: skh@zipmail.com.br

Estudamos os crescimentos teciduais em gengiva, sob os aspectos de volume, área de superfície, fator de forma e velocidade de crescimento, com auxilio do software Image Lab em modelos de gesso correspondentes às lesões. Os modelos de gesso foram fatiados e digitalizados para permitir análise computadorizada e aplicação de fórmulas matemáticas adequadas ao cálculo do volume e área superficial dos processos proliferativos, além do fator de forma tridimensional dessas lesões, o qual indica se o mesmo apresenta forma regular ou irregular. Foram avaliados 32 pacientes com lesões de origem inflamatória, sendo que um deles apresentava 2 (duas) lesões, e 10 portadores de neoplasias benignas. Os resultados demonstraram que as neoplasias benignas apresentaram forma mais regular , comparando-se com o restante das lesões, inflamatórias e neoplásicas .O fibroma ossificante periférico apresentou maior potencial de crescimento. Entre os processos proliferativos inflamatórios a lesão periférica de células gigantes atingiu maior volume e área superficial, apresentando forma mais regular e menor velocidade de crescimento, enquanto que o granuloma piogênico e a hiperplasia fibrosa inflamatória mostraram semelhanças nos parâmetros analisados. A análise estatística (Kruskal-Wallis) não demonstrou diferenças significativas.

Concluímos que a utilização de softwares de computador na análise de lesões orais é vantajosa, permitindo medidas precisas, utilizando fórmulas matemáticas e adicionando informações ao processo diagnóstico e tratamento.

B424

Avaliação da validade na localização de pontos de referência anatômicos em radiografias cefalométricas em norma lateral.

ANTONIAZZI, M. C. C.*, MORAES, L. C.

Departamento de Radiologia – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 218-4052. E-mail: rgantoniazzi@uol.com.br

A localização de pontos cefalométricos é a principal fonte de erros em cefalometria. Com o emprego cada vez mais crescente de métodos computadorizados em análises cefalométricas, a localização de pontos se tornou uma tarefa mais rápida. O objetivo neste trabalho foi analisar comparativamente a localização de pontos cefalométricos nos métodos manual e computadorizado e verificar a validade dos pontos utilizados. A amostra constou de dez radiografias cefalométricas idênticas, em norma lateral, de crânios secos. Dez profissionais de clínicas de radiologia odontológica realizaram a localização de 11 pontos cefalométricos, pelos dois métodos, em duas ocasiões, com intervalo de tempo de uma semana entre elas. Pelos resultados obtidos, verificou-se que não houve diferença estatística significante entre os dois métodos (teste t de Student). O ponto que apresentou maior validade foi o Na, com média de desvio de 0,90 mm, e o ponto Pt foi o de menor validade, com 8,33 mm de desvio.

Nenhum ponto apresentou desvio de significância estatística, porém concluímos que o ponto Pt deve ser usado com cautela em análises cefalométricas, pois seu desvio pode apresentar significância clínica.

B425

Prevalência de alongamento do processo estilóide em radiografias panorâmicas.

SCAF, G., FREITAS, D. Q.*, LOFFREDO, L. C. M.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

O objetivo do trabalho foi estimar a prevalência de alongamento do processo estilóide (ape) em radiografias panorâmicas. Foram utilizadas cento e sessenta e seis radiografias panorâmicas, de pacientes desdentados que necessitavam de próteses totais, durante o período de 1987 e 1990. Cento e vinte um pacientes eram do sexo masculino e quarenta e cinco do feminino. As idades variaram de 26 a 81 anos, com média de 55,2 anos. As radiografias foram avaliadas por dois examinadores calibrados, independentemente. Foi utilizado um paquímetro para a realização das medidas, em milímetros, que se estenderam da base do osso temporal até à extremidade da estrutura. O ape foi considerado presente quando as medidas ultrapassavam 30 mm. Foi aplicada a estatística Kappa (k) e a correlação intraclasse (r). Os resultados mostraram uma prevalência de ape em 12%. Com relação a presença do ape, a concordância interexaminador foi k = 0,85 e com relação às medidas a concordância interexaminador foi r = 0,52.

Concluindo, a prevalência do ape foi 12% e o nível de concordância foi maior quando os examinadores avaliaram a presença do ape do que quando eles realizaram as respectivas medidas. (CNPq – processo nº 5233136/95-1.)

B426

Efeito do banho de álcool no processamento de radiografias intra-orais.

DAMIAN, M. F., HAITER NETO, F., BÓSCOLO, F. N.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5356. E-mail: haiter@fop.unicamp.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a ação do álcool etílico no tempo de secagem de radiografias intra-orais e as possíveis alterações causadas por esta substância na proservação das radiografias. Foram utilizados filmes radiográficos periapicais Kodak Ektaspeed Plus e Agfa Gevaert Dentus M2 Comfort, que compuseram os grupos principais da pesquisa. Cada grupo principal foi dividido em dois grupos secundários, que diferenciaram-se quanto ao tempo de lavagem final de 10 e 2,5 minutos. Os grupos secundários foram divididos em 5 subgrupos, diferenciando-se quanto à lavagem ou não em álcool. O primeiro subgrupo AG recebeu lavagem final em água. O subgrupo AG/AL recebeu lavagem em álcool por 10 segundos após a lavagem em água. Os demais subgrupos foram AL/AG, AL/AG/AL e AL. Para verificar a ação do álcool, cada grupo de radiografias teve seu tempo de secagem cronometrado. Ainda, as radiografias passaram por análises densitométrica, visual subjetiva e microscópica nos períodos de 1, 6 e 12 meses após o processamento.

Após todas as análises, pôde-se observar que as radiografias cuja última etapa da lavagem foi um banho em álcool, secaram em um tempo efetivamente menor. Contudo, as radiografias lavadas em álcool, durante alguma etapa do processamento, mostraram alterações em suas propriedades, que poderiam in­fluenciar a proservação das radiografias. (Projeto financiado pela FAPESP - processo 99/04324-6.)

B427

Comparação entre métodos de validação para diagnóstico de superfícies oclusais.

OLIVEIRA, M. D. M.*, GUEDES-PINTO, A. C., RODRIGUES, C. R. M. D., ROCHA, R. O., RAMIRES-ROMITO, A. C. D., OLIVEIRA, L. C.

Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP; Estomatologia – UFSM. E-mail: leandro@inf.ufsm.br

A proposta desta pesquisa foi comparar sete métodos de validação utilizados para comprovação de diagnóstico de lesões de cárie em superfícies oclusais de molares decíduos, determinando, através do exame efetuado por três observadores, qual oferece maior concordância e confiabilidade. Foram selecionados 40 molares decíduos do Banco de Dentes da FOUSP, com suspeita de lesão de cárie oclusal e sem cavitação franca. Os dentes foram incluídos e seccionados em espessura de 0,5 mm, sendo selecionadas secções totalizando 72 sítios com lesões em diferentes estágios. Os espécimes foram observados através de visualização direta com lupa de 8 X de aumento (1); exame de fotografias em papel realizadas com equipamento Nikon (2); exame de diapositivos realizados com equipamento Nikon (3); exame de fotografias em papel realizadas com lupa estereoscópica – 35 X de aumento (4); exame de diapositivos realizados com lupa estereoscópica – 35 X de aumento (5); exame direto em lupa estereoscópica – 35 X de aumento (6) e exame de diapositivos realizados com microscopia de luz polarizada (7). Os dados foram agrupados e foi realizado teste de concordância pelo método de Kappa-Cohen, sendo que os resultados das médias dos valores de Kappa entre examinadores foram: 0,51 - método 7; 0,49 - método 4; 0,48 - método 2; 0,46 - método 6; 0,42 - método 5; 0,39 - método 1 e 0,30 - método 3.

O método de validação com microscopia de luz polarizada, ofereceu o maior valor de concordância interexaminadores, sendo o mais confiável para a comprovação de diagnóstico de superfícies oclusais.

B428

Implante submucoso de materiais abrasivos de uso odontológico em língua de ratos.

PISTÓIA, A. D., FIGUEIREDO, M. A. Z.*

Curso de Doutorado em Estomatologia – PPG – Odontologia – PUCRS. Tel.: (0**51) 222-2031. E-mail: mazfig@terra.com.br

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar as manifestações clínicas e histológicas produzidas a partir da implantação submucosa, em língua de ratos, de materiais abrasivos de uso odontológico. Foram utilizados 128 ratos divididos em 16 grupos de 8 ratos cada, de acordo com o material a ser implantado. Deste modo, a pasta profilática Herjos-F tanto na sua composição normal como desprovida de seus componentes abrasivos, a pedra-pomes da SS White e o pó abrasivo da lixa de acabamento e polimento dental 3M foram implantados individualmente, na submucosa do dorso lingual, em 32 animais para cada material. Os espécimes foram submetidos às análises clínica e histológica em intervalos temporais de 30, 60, 90 e 120 dias. Na avaliação clínica, a partir do observado aos 90 dias, constatou-se que houve formação de lesões nodulares em animais implantados com os materiais contendo substâncias abrasivas na composição. Histologicamente, tais materiais produziram marcantes reações crônicas granulomatosas, onde as de maior exuberância e variedade celular foram promovidas pela pasta profilática Herjos-F. Por outro lado, esta mesma pasta, quando desprovida de seus componentes abrasivos, suscitou as mais brandas reações teciduais, inclusive com ausência de resposta inflamatória, verificada, em um número progressivamente maior de casos, a partir do intervalo de 90 dias.

B429

A cronologia do reparo cutâneo – influência do raio laser de baixa densidade de energia.

MEDRADO, A. R. A. P.*, PUGLIESE, L. S., REIS, S. R. A., ANDRADE, Z. A.

Fundação Oswaldo Cruz – BA.

O reparo tecidual que se processa durante a cicatrização de ferimentos cutâneos se faz às custas de intensa proliferação celular, bem como remodelamento da matriz extracelular. Diversas variáveis podem interferir no curso da cicatrização tecidual, incluindo fatores endógenos e exógenos. Um dos fatores exógenos recentemente estudado é a terapia com laser de baixa potência. Contudo, a eficácia desta fototerapia tem suscitado opiniões contraditórias e, em uma tentativa de contribuir para o seu entendimento, ela foi particularmente considerada. Realizou-se ferimentos cutâneos padronizados no dorso de 72 ratos Wistar e, em seguida, aplicação pontual do raio laser de baixa potência do tipo Ga-As-Al com diferentes densidades de energia. Os animais foram sacrificados com 24, 48 e 72 horas, bem como, 5, 7 e 14 dias. Procedeu-se a análise das secções teciduais coradas por hematoxilina-eosina, sírius vermelho e orceína. Observou-se que nos grupos submetidos à laserterapia houve maior redução nos níveis de edema e infiltrado inflamatório, assim como intensa degranulação de mastócitos. Com a evolução da cicatrização, os níveis de colágeno demonstraram-se mais pronunciados nos grupos tratados com laser. Com relação às fibras elásticas, não se constatou diferenças entre os grupos. O grupo tratado com 4 J/cm² de densidade de energia apresentou resultados mais favoráveis, em detrimento ao de 8 J/cm².

O laser contribuiu para a redução do edema pós-operatório e acentuou a degranulação de mastócitos, em comparação ao grupo controle.

B430

Candida spp. na saliva de indivíduos idosos xerostômicos.

SILVA, E. B.*, TORRES, S. R., UZEDA, M., NUCCI, M. L. M., MAGALHÃES, F. A. C.

Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral – Faculdade de Odontologia – UFRJ.

A proposta do estudo foi avaliar a prevalência de Candida spp. na saliva de idosos com queixa de xerostomia. Grupo de estudo: 40 pessoas com idade mínima de 60 anos. Grupo controle: 29 pessoas e 59 anos como idade máxima sem queixa de xerostomia. A saliva, coletada pelo método de estimulação mecânica, foi semeada no meio CHROMagar® Candida. A contagem das unidades formadoras de colônia (ufc/ml de saliva) foi realizada após incubação por 72 horas. As espécies foram identificadas com base em testes padronizados. Para a comparação entre as variáveis utilizou-se o teste qui-quadrado (variáveis dicotômicas) e o teste de Mann-Whitney (variáveis contínuas). Foram avaliados 29 indivíduos de sexo masculino e 40 do sexo feminino. No grupo de estudo havia mais indivíduos usando prótese (p << 0,0001). Havia menor produção salivar no grupo de estudo (p = 0,0001). Não houve distinção na freqüência de colonização por Candida entre os 2 grupos. Entre os colonizados havia uma carga de colonização mais alta no grupo de estudo (p = 0,01). Havia maior prevalência de carga de colonização alta (>> 400 ufc/ml) no grupo de estudo, quando se dividiu os pacientes em 3 grupos (não-colonizados, colonização baixa e alta) (p = 0,02). Aqueles do grupo de estudo que usavam prótese apresentavam maior carga de colonização (p = 0,01). Espécies mais freqüentes: grupo de estudo - C. albicans (73,3 %), C. parapsilosis (46,7%), C. tropicalis (26,7%) e C. krusei (20%); grupo controle - C. albicans (77,7 %), C. tropicalis (22,2%) e C. krusei (11,1%).

Indivíduos idosos xerostômicos apresentam maior carga de colonização por espécies de Candida que indivíduos controle.

B431

Efeito da desnutrição sobre as células de defesa na cicatrização do rato.

MACARI, M. Z.*, CAVENAGHI, F. M., SALA, M. A., LOPES, R. A., KOMESU, M. C.

Departamento M.E.F. – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3985. E-mail: macari@investnet.com.br

A desnutrição parece ter diversos e devastadores efeitos no mecanismo de defesa do hospedeiro sendo controversa a possibilidade de reversão das alterações produzidas pela desnutrição infantil. A proposta desta pesquisa é avaliar as células de defesa envolvidas com o reparo tecidual (macrófagos, mastócitos, linfócitos e neutrófilos) frente à desnutrição pós-natal em animais desnutridos, desnutridos/recuperados e seus respectivos controles. Ratos machos recém-nascidos foram submetidos a desnutrição por restrição de mamada no período de amamentação (21 dias). Os resultados da comparação entre as áreas de cicatrização em animais controles e desnutridos mostraram que: 1) a contagem de neutrófilos, linfócitos e macrófagos se mostrou alterada em animais desnutridos e desnutridos/recuperados quando comaparadas aos seus controles, no entanto a contagem de mastócitos não mostrou alteração significativa; 2) a contagem celular mostra que nos animais desnutridos/recuperados existe uma deficiência basal de linfócitos e macrófagos não observada nos animais desnutridos; 3) existiu uma tendência de prolongamento da fase inflamatória da cicatrização, principalmente nos animais recuperados.

Nossos resultados nos permitiram concluir que animais desnutridos logo após o nascimento apresentam boa recuperação do peso corporal após receberem alimentação normal, no entanto, apesar dessa recuperação física, as células de defesa apresentam ainda deficiência numérica em áreas de cicatrização, o que evidencia existirem efeitos tardios relacionados à desnutrição infantil.

B432

Atividades de promoção de saúde na Clínica Integrada.

WEYNE, S. C.*, MAIA, K. D., GAMA,V. R. C. M., MELLO, P. B. M., CASTRO, A. J. R.

UNESA - RJ; UFF - RJ; UFRJ - RJ.

Diversos estudos epidemiológicos e clínicos têm comprovado a eficácia das práticas odontológicas baseadas nos referenciais de promoção de saúde. Neste sentido, a Disciplina de Clínica Integrada do 8º período da UNESA vem trabalhando os Índices de Placa Visível (IPV), de Sangramento Gengival (ISG) e o de Consumo de Sacarose (ICS) como indicadores do processo saúde/doença cárie e periodontal (gengivite), de forma que, o tratamento reabilitador só seja iniciado após a obtenção do controle da atividade de tais doenças. Neste estudo foram avaliados, no 1º semestre de 2000, 117 pacientes adultos, com perfil de renda familiar mensal médio de 6 salários mínimos e 40% da amostra com 2º grau completo. Foram encontrados os seguintes resultados, em média: IPV inicial = 37% e final = 11%; ISG inicial = 32% e final = 11%; ICS = 7 (equilibrado). Os dados iniciais e finais foram submetidos ao teste t de Student, obtendo-se valores para IPV = 5,32** (p << 0,01) e para o ISG = 116,66** (p << 0,01).

Os resultados oriundos das avaliações procedidas nos induzem a acreditar que o reequilíbrio do meio bucal cria condições propícias para o desenvolvimento dos procedimentos restauradores e dos conteúdos educativos, sem os quais, não se pode pretender conseguir as necessárias mudanças comportamentais requeridas para a manutenção dos níveis de saúde bucal obtidos. Verificou-se, ainda, que o bom padrão sócio-econômico-cultural da população favoreceu à receptividade das atividades propostas, o que fez com que as ações de promoção de saúde realizadas pelos alunos e equipe se mostrassem mais eficazes.

B433

Concentração dos componentes inorgânicos salivares em indivíduos submetidos à radioterapia.

LIMA, A. A. S.*, FIGUEIREDO, M. A. Z., SOUZA, F. R., KRAPF, S. M. R.

Curso de Odontologia – PUCPR. Tel.: (0**41) 330-1637, 330-1405. E-mail: adillima@terra.com.br

Os danos provocados pelas radiações ionizantes ao funcionamento das glândulas salivares já são reconhecidos. Os mecanismos responsáveis pela destruição do parênquima da glândula ainda permanecem incertos, no entanto, a saliva manifesta alterações de natureza qualitativa e quantitativa que refletem na qualidade de vida do indivíduo irradiado. A proposta deste estudo foi verificar as alterações ocorridas nos componentes inorgânicos da saliva humana durante e após um protocolo padronizado de radioterapia na região da cabeça e pescoço. Amostras de saliva total estimulada de um grupo de 42 indivíduos foram, então, coletadas antes, durante e até seis meses após a radioterapia. As concentrações dos íons sódio, potássio, magnésio, ferro, cálcio, cloretos e fosfato foram analisadas através de técnicas bioquímicas. Esta mesma avaliação sialoquímica foi realizada num grupo de indivíduos saudáveis e serviu de controle. Os efeitos da radioterapia sobre a concentração de alguns componentes já puderam ser observados durante as primeiras semanas do tratamento. A concentração dos íons cálcio, sódio, potássio, cloretos e magnésio elevaram-se significativamente, enquanto que a concentração do potássio diminuiu (p << 0,05).

Baseados nestes achados, conclui-se que a radioterapia por Cobalto60 quando aplicada sobre as glândulas salivares é capaz de produzir significativas alterações nos constituintes inorgânicos da saliva, tornando-a, uma secreção mais concentrada, no entanto, incapaz de desempenhar suas funções de maneira eficiente.

B434

Análise histomorfométrica e expressão do receptor para o fator de crescimento epidérmico e PCNA em fibromatose gengival hereditária.

ARAÚJO, C. S. A.*, BOZZO, L., ANDRADE, C., COLETTA, R.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP; Universidade Paranaense – UNIPAR.

Fibromatose gengival hereditária (FGH) é uma doença bucal incomum, clinicamente caracterizada por um aumento gengival generalizado e progressivo. Histologicamente a FGH apresenta um epitélio com profundas criptas epiteliais que se projetam em direção a tecido conjuntivo subjacente, que é denso e rico em fibras colágenas. O objetivo do estudo foi analisar o padrão histomorfométrico e a expressão imuno-histoquímica do receptor para o fator de crescimento epidérmico (EGF) e PCNA em 10 amostras de FGH e 10 de gengiva normal (GN). Os resultados da análise histomorfométrica demonstraram que o perímetro epitelial e a profundidade das criptas epiteliais são significantemente maiores em FGH quando comparado com GN (p << 0,01). Embora a área epitelial tenha sido maior em FGH, esta diferença não foi estatisticamente significante. A expressão do receptor para EGF foi detectada nas camadas basal, espinhosa e granulosa do epitélio de todas as amostras de GN e FGH, com uma porcentagem de células positivas significantemente maior em GN (p << 0,005). Uma forte correlação negativa foi observada entre a expressão para o receptor de EGF e perímetro e profundidade das criptas epiteliais (r = 0,72, p << 0,0001). A expressão de PCNA foi localizada principalmente nas camadas basal e espinhosa do epitélio das amostras de GN e FGH, sem diferenças significantes.

Estes resultados sugerem que a expressão de receptores para EGF está inversamente relacionada à profundidade e irregularidade das criptas epiteliais da gengiva de pacientes com FGH. (Suporte: FAPESP - processo 1999/08191-0.)

B435

Avaliação do efeito da ciclosporina após exodontia em ratos.

ZECCHIN, K. G.*, JUNIOR, J. J., ALMEIDA, O. P.

Área de Patologia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Ciclosporina (csa) é um polipeptídio cíclico usado como imunossupressor em transplantes alógenos de órgãos. Seus efeitos em processos de reparo ainda são contraditórios. Neste trabalho analisamos a influência do uso da csa sobre o processo de reparo alveolar após exodontia bilateral do primeiro molar inferior de rato. O experimento foi realizado com 150 ratos Wistar machos, divididos em 3 grupos (controle, Csa1 e Csa2) de 50 animais cada. Os animais receberam injeções subcutâneas diárias de ciclosporina (Sandimun®) ou de solução salina, a partir de 7 dias antes da extração até o sacrifício. Dez ratos de cada grupo foram sacrificados aos 3, 7, 14, 21 e 28 dias após a extração do primeiro molar inferior. Cortes histológicos seriados das hemimandíbulas foram corados com hematoxilina-eosina (H. E.) e analisados por meio de microscopia óptica computadorizada. Áreas ocupadas por osso neoformado, índice de cobertura epitelial sobre o alvéolo e a densidade volumétrica de fibroblastos e colágeno foram quantificadas. O uso da csa não interferiu significativamente no recobrimento epitelial, na angiogênese, na produção de colágeno e na neoformação óssea alveolar.

Em conclusão, a csa não influenciou o processo de reparo alveolar ao final do período avaliado, apesar de causar alterações em alguns dos parâmetros mensurados. (Apoio financeiro: FAPESP, processo nº 98/02831-5.)

B436

Pseudocisto no seio maxilar: detecção através de radiografias panorâmicas.

PASSEADO, D.*, GUTFILEN, B., BITTENCOURT, L. P.

Departamento de Radiologia e Odontologia Social – FM, FO – UFRJ. Tel.: (0**21) 259-9529. E-mail: danilopasseado@olimpo.com.br

O pseudocisto antral é observado como uma área radiopaca, em forma de cúpula, localizado no seio maxilar, mais freqüentemente na região de soalho, podendo ser diagnosticado através da radiografia panorâmica dos maxilares. Neste estudo foi analisada a prevalência de pseudocisto do seio maxilar através de radiografias panorâmicas. O método constou do exame de 1.000 radiografias panorâmicas, escolhidas aleatoriamente, por sorteio, de pacientes de ambos os sexos, entre 5 e 82 anos de idade, matriculados na Faculdade de Odontologia da Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro. As radiografias foram analisadas por dois examinadores, um cirurgião bucomaxilofacial e um radiologista oral. Os resultados foram tratados estatisticamente pelos testes qui-quadrado e Fisher, utilizando o programa Epi Info 6.02. A partir do levantamento dos dados, pôde-se verificar a prevalência de 3,7% do pseudocisto antral, predominantemente encontrado no soalho do seio maxilar. Não foi encontrada relação significante entre a ocorrência do pseudocisto antral e o sexo, a cor da pele e a idade dos indivíduos. A freqüência de pacientes com sintomas, tais como, alergia e doenças como sinusite e rinite, foi aproximadamente duas vezes maior naqueles que possuíam o pseudocisto antral. O tratamento cirúrgico não está indicado, devendo ser realizado apenas controle radiográfico.

B437

Desaparecimento numérico das células acinosas da glândula parótida após obstrução de seu ducto.

ASSIS, G. F.*, CARVALHO, A. B. Y., CESTARI, T. M., TAGA, R.

Departamento de Ciências Biológicas – FOB – USP. E-mail: cestari@fob.usp.br

A obstrução do ducto excretor principal em uma glândula salivar promove a sua atrofia caracterizada pela desorganização do parênquima com desaparecimento dos ácinos, dilatação dos ductos, pronunciada fibrose e infiltração de células inflamatórias. No atual trabalho, os eventos que ocorrem na glândula parótida de ratos albinos após 0, 2, 4, 6 e 8 dias da obstrução de seu ducto excretor principal, foram avaliados por métodos morfométricos. A análise dos resultados demonstrou que: a) ocorreu uma diminuição da massa glandular de 39% (p << 0,01) entre 0 e 8 dias; b) durante essa diminuição ocorreu redução de 73% (p << 0,01) no volume absoluto do parênquima e aumento no volume absoluto dos ductos e estroma de, respectivamente, 94% (p << 0,01) e 74% (p << 0,01); c) o número total de células acinosas sofreu uma redução de 87% (p << 0,01) no período de 0 a 8 dias, enquanto que, o número total de células dos ductos e estroma neste mesmo período aumentaram, respectivamente, 57% (p << 0,01) e 328% (p << 0,01); e d) o volume da célula acinosa diminuiu 63% (p << 0,01) entre 0 a 4 dias, recuperando 47% (p << 0,01) entre 4 e 8 dias.

Concluímos que no período analisado ocorreu uma significativa atrofia da glândula parótida de rato devido ao desaparecimento das células acinosas, provavelmente por processo apoptótico, e também por uma diminuição do volume individual das células acinosas residuais.

B438

Matriz extracelular em carcinoma epidermóide da cavidade oral.

MARTINS, G. B.*, REIS, S. R. A., FREITAS, L. A. R., SETÚBAL, M. G.

Faculdade de Odontologia – UFBA. E-mail: gabym@zaz.com.br

A matriz extracelular no carcinoma epidermóide da cavidade oral sofre modificações qualitativas e quantitativas durante a sua progressão que possibilitam os processos de invasão e metástase e são mais evidentes na interface tumor-hospedeiro. Este trabalho se propõe a investigar as alterações morfológicas, imuno-histoquímicas e ultra-estruturais que ocorrem na matriz extracelular de carcinomas epidermóides da cavidade oral. Neste estudo qualitativo, vinte e três casos de biópsias incisionais de carcinomas epidermóides de diversas localizações da cavidade oral foram classificados segundo o sistema de graduação histológica preconizado por Anneroth et al. (1997) modificado por Pinto Jr. (1991). Foram utilizadas as colorações pela H. E., a do tipo picro sirius, específica para colágeno, e método imuno-histoquímico com marcação para colágeno do tipo I, fibronectina e vimentina. A microscopia eletrônica de transmissão foi utilizada a fim de melhor caracterizar a matriz extracelular. Foi observada a expressão da vimentina e da fibronectina nas células epiteliais malignas nas lesões com altos escores de malignidade. O colágeno tipo I foi mais expressivo no estroma das lesões menos agressivas. Ultra-estruturalmente foram observadas fibras colágenas com periodicidade típica nas lesões menos agressivas.

Conclui-se que a matriz extracelular do carcinoma epidermóide da cavidade oral sofre modificações morfológicas, imuno-histoquímicas e ultra-estruturais de alguns de seus componentes nos diferentes escores histológicos de malignidade.

 

B439

Novo método para estimação da severidade da doença periodontal.

TABA Jr., M.*, NOVAES Jr., A. B., GRISI, M. F. M., SOUZA, S. L. S.

Periodontia – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo. E-mail: mariot@doctor.com

O padrão de progressão e tendência de destruição da doença periodontal foi analisada longitudinalmente baseado nas alterações do nível de inserção, a nível de indivíduo e sítio específico, observadas a partir de medidas de sondagem seqüenciais. Dados de sondagem periodontal obtidos de 14 indivíduos com doença periodontal estabelecida monitorados por dois anos a cada seis meses foram utilizados para a demonstração da abordagem estatística. A análise de regressão foi aplicada em 739 sítios para a determinação da alteração do nível de inserção e severidade da progressão da doença. A severidade da doença periodontal foi definida pelo coeficiente angular da regressão “b” dada pela equação y = a + b*x. Assim, considera-se que a severidade da doença periodontal é maior quanto maior for o valor do coeficiente “b”, que define a inclinação da reta de regressão. A média de alteração do nível de inserção encontrada foi de 0,015 mm (indicando 0,18 mm/ano), nos indivíduos com tendência de perda de inserção.

A análise de regressão linear, considerando o coeficiente “b” mostrou ser um interessante método para determinação de tendências de alteração do nível de inserção e severidade da doença periodontal. Sugere-se que os estudos clínicos que avaliam comparativamente terapias utilizem a análise de severidade para determinação do tipo de doença tratada.

B440

Estudo da interface intermediário/prótese após aplicação da porcelana.

VALLE, A. A. L.*, BONFANTE, G., AZEVEDO, R. M. G.

Departamento de Odontologia – Universidade do Sagrado Coração - Bauru.
 Tel.: (0**14) 235-7000.

O uso de próteses fixas suportadas por implantes osseointegrados para a reabilitação de pacientes desdentados tem sido documentado com resultados de sucesso a longo prazo. O desajuste entre intermediário e estrutura protética leva à tensão no parafuso de ouro, interferindo tanto na força que os mantém unidos como também na manutenção da carga estática sobre a fixação. A proposta deste estudo foi avaliar in vitro o desajuste da interface intermediário/cilindro de outo cônico, anti-rotacional, após a fundição e aplicação da porcelana. A amostra era constituída de 15 corpos-de-prova. As infra-estruturas eram enceradas sobre o cilindro de ouro (Conexão), fundidas com liga paládio-prata (Pors-on 4), sendo posteriormente aplicados o opaco e a porcelana (Duceram Plus). Após a adaptação dos mesmos o aperto do parafuso foi padronizado a 10 Ncm com auxílio de um torquímetro eletrônico e a análise da interface realizada em um microscópio óptico (Mitutoyo TM) em 6 locais distintos, para posteriormente serem submetidos a análise estatística (prova não-paramétrica de Friedman). Observou-se que, dos 15 corpos-de-prova, 5 mantiveram o ajuste inicial após a vitrificação e os demais um desajuste variável de 1,50 mm a 64,66 mm, com média de 14,2 mm. Os desajustes observados após a fundição, aplicação do opaco, porcelana e vitrificação foram respectivamente de: 5,79; 14,01; 11,84 e 9,47 mm.

Conclui-se que: (1) o maior desajuste foi encontrado após aplicação do opaco; (2) ocorreu redução do desajuste após a aplicação e vitrificação da porcelana e, (3) o desajuste final foi considerado clinicamente aceitável.

B441

Análise da interface intermediário/prótese usando diferentes ligas e técnicas.

TICIANELLI, F. A. C.*, FRANCISCHONE, C. E., SARTORI, I. A. M.

Faculdade de Odontologia – Universidade do Sagrado Coração - Bauru - SP.

O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento de matrizes plásticas fundidas em diferentes ligas e submetidas a diferentes técnicas de expansão do revestimento. Trinta matrizes plásticas foram divididas em 3 grupos de ligas. Cada grupo de ligas foi subdividido em 2 grupos de técnicas de expansão do revestimento diferentes (livre e higroscópica) totalizando 6 grupos com 5 amostras em cada. As ligas utilizadas foram: liga de Ouro Tipo IV (Dental Columbia Ltda.); liga de níquel-cromo Verabond II (A Alba Dent Inc.); liga de níquel-cromo Durabond (Odonto Comércio Ltda.). As matrizes receberam enceramento, foram incluídas e fundidas com técnicas padronizadas. As medidas das interfaces foram feitas em um microscópio comparador (Mitutoyo, Mfg Ltd.) onde mediu-se a interface vertical que se estabelecia entre o intermediário e a prótese. Após as leituras, os dados foram submetidos a análise ANOVA e aplicado o teste de Tukey para as comparações individuais. Os resultados foram: grupo ouro/expansão livre 10,63 ± 1,83 mm, ouro/higroscópica 13,54 ± 4,84 mm. Grupo Verabond II/expansão livre 13,83 ± 4,80 mm; Verabond II/higroscópica 17,43 ± 0,90 mm. Grupo Durabond/expansão livre 32,42 ± 18,11 mm, Durabond/higroscópica 34,19 ± 11,64 mm.

Com base nos dados pode-se concluir que existe diferença estatisticamente significante nas interfaces, com melhor resultado para Ouro Tipo IV, seguida de Verabond II e Durabond. Quando a comparação foi realizada dentro de cada grupo de ligas os resultados não apresentaram diferença estatisticamente significante.

B442

Perda dentária: estudo retrospectivo numa clínica particular especializada em periodontia.

FEIST, I. S.*, DE MICHELI, G., GEORGETTI, M. A. P., CARNEIRO, S. R. S., GOMES, M. H. G.

Periodontia – FOUSP. E-mail: iliria.ops@zaz.com.br

O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a perda dentária em pacientes portadores de periodontite crônica (ARMITAGE, G. C. Ann Periodontol, v. 4, p. 1-6, 1999) numa clínica particular especializada em Periodontia. Foram analisadas as fichas de 217 pacientes, 90 homens (41,5%) e 127 mulheres (58,5%), acompanhados por no mínimo 4 anos, que retornaram ao consultório pelo menos 2 vezes por ano. A média de idade destes pacientes foi de 41,9 anos. A distribuição dos pacientes de acordo com o grau de severidade da perda óssea seguiu os critérios estabelecidos por LINDHE (Periodontologia Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1989, p. 493) e foi de 98 pacientes (45,2%) com periodontite branda, 71 (32,7%) grave e 48 (22,1 %) grave e complicada. Todos os pacientes foram submetidos a tratamento ativo e controle e manutenção periódicos, este último, realizado por um período médio de 10,2 anos. A média de dentes perdidos por paciente foi de 0,56 durante a fase de tratamento ativo e 0,80 durante a fase de controle e manutenção. Com relação ao padrão de perda dentária, dois grupos puderam ser delineados: “well-maintained” (bem mantidos), composto por 204 pacientes (94,0%) que perderam entre 0 e 3 dentes, e “downhill” (em declínio) composto por 13 pacientes (6,0%) que perderam 4 ou mais dentes.

Baseados nestes dados, concluiu-se que, quanto mais severa a perda óssea, maior a perda dentária, sendo esta relação mais evidente no sexo masculino. Adicionalmente, ficou claro que quanto maior a idade do paciente, maior também a severidade da perda óssea.

B443

Efeito do metronidazol sistêmico na periodontite crônica – avaliação clínica e microbiológica.

ALONSO VERGANI, S.*, SILVA, E. B., VINHÓLIS, A. H. C., MARCANTONIO, R. A. C.

Departamento de Periodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
 Tel.: (0**16) 201-6369. E-mail: peio@foar.unesp.br

Os efeitos do uso do metronidazol sistêmico sobre a doença periodontal crônica, associado ou não à raspagem e alisamento radiculares, foram avaliados e observados por um período de 90 dias. Para tanto, foram selecionados 12 pacientes, totalizando 83 sítios, sendo estes distribuídos em 3 grupos: (1) raspagem e alisamento radicular (RAR); (2) RAR mais 250 mg de metronidazol (3 X/dia, por 10 dias); (3) somente metronidazol. Os parâmetros clínicos avaliados foram: profundidade de sondagem (PS), nível de inserção clínica (NI), índice de placa (IPl) índice gengival (IG) e sangramento à sondagem (SS), sendo os mesmos reavaliados após 30, 60 e 90 dias. Foi realizado ainda o teste microbiológico BANA. Os resultados demonstraram diferenças estatisticamente significantes, em favor dos grupos onde o metronidazol foi administrado, somente em relação ao índice gengival (p = 0,0261) e profundidade de sondagem (p = 0,0124). Não foram observadas diferenças entre os grupos com relação ao teste microbiológico 90 dias após o tratamento (r = 0,7924).

De acordo com os resultados encontrados pode-se concluir que todos os tratamentos realizados resultaram em uma melhora nos parâmetros utilizados entre os períodos inicial, 30, 60 e 90 dias. (Apoio: CNPq.)

B444

Efeito de bochechos com triclosan co-polímero sobre placa e gengivite.

FESTUGATTO, F. E.*, ARTECHE, L. A., OPPERMANN, R. V., CHIAPPINOTTO, G. A.

PPG – Odontologia – ULBRA. E-mail: festucat@aol.com

O presente estudo teve por objetivo observar o efeito de bochechos com um colutório contendo triclosan e co-polímero sobre a formação de placa e inflamação gengival. O estudo foi duplo-cego, paralelo controlado, tendo participado 24 alunos, não-fumantes, com idade entre 15-24 anos. Após um período de 30 dias de uso de um placebo, foram formados 2 grupos balanceados pelo IG. Neste momento foram realizados o IPl e medidas do fluido gengival (FG). Os colutórios teste (T) e placebo (P) foram distribuídos por sorteio com a recomendação de 2 bochechos diários, com 15 ml por 1 minuto. O IPl e a quantidade de FG foram novamente registrados após 30 e 60 dias. FG foi coletado, por 3 minutos, em tiras de papel absorvente, revelado com niidrina e medido com régua. As médias do IPl e FG (mm) foram comparadas por ANOVA com p << 0,05. Não foram observadas diferenças significativas no IPl inicial e final. Da mesma forma não foram observadas diferenças significativas no FG do início para o final porém nas faces proximais foi observada, aos 60 dias uma quantidade menor de FG associada com T (T = 2,22, p = 2,81 – sendo 2,09 e 2,03 os valores iniciais).

Ambos colutórios não se mostraram capazes de reduzir os níveis de placa e inflamação, entretanto o colutório teste esteve associado a menores níveis inflamatórios nas faces proximais ao final do estudo.

B445

Efeito da aplicação tópica subgengival do triclosan em bolsas periodontais.

DAUDT, F. A. R. L.*, CHIAPINOTTO, G. A., OPPERMANN, R. V.

PPG – Periodontia – ULBRA - Canoas - RS. E-mail: fernando.daudt@zipmail.com.br

O presente estudo experimental, duplo-cego, paralelo, teve por objetivo avaliar o efeito de irrigações com triclosan a 0,6% em bolsas periodontais de dentes unirradiculares que noventa dias após a terapêutica periodontal subgengival não cirúrgica ainda apresentassem sinais clínicos de inflamação. Participaram 15 pacientes, entre 35 e 61 anos, que por sorteio foram divididos em grupo teste (GT) e placebo (GP). No GT foi feita aplicação tópica subgengival de 10 ml por sítio de triclosan e no GP com placebo. Foi realizada 1 irrigação por sítio a cada 14 dias durante 70 dias (total de 6 irrigações). As médias de profundidade de sondagem (PS) de sítios com PS inicial ³ 4 mm, no momento inicial e 30 dias após a última irrigação foram analisadas em sítios com e sem irrigação no GT e GP através da ANOVA (p << 0,05). No GT sítios irrigados apresentaram redução da PS de 0,82 mm e nos locais não irrigados 0,86 mm. No GP sítios irrigados apresentaram uma redução da PS de 0,44 mm e não irrigados 0,76 mm. Sítios irrigados ou não apresentaram reduções significativas da PS do início para o final com exceção dos locais irrigados no GP. Tanto os valores iniciais quanto os valores finais, quando comparados entre os grupos, não diferiram significativamente.

Em sítios tratados não cirurgicamente, que após 3 meses ainda apresentavam sinais inflamatórios, a irrigação, seja com triclosan 0,6% ou placebo, não se mostrou mais eficaz do que a ausência de irrigação para a redução da PS.

B446
FC05

Estimulação autócrina de TGF-b1 regula a proliferação de fibroblatos em fibromatose gengival hereditária.

ANDRADE, C. R.*, MARTELLI-JUNIOR, H., GRANER, E., ALMEIDA, O. P., COLETTA, R. D.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

FGH é uma condição oral rara caracterizada por um aumento gengival generalizado e fibroso. Evidências experimentais demonstraram que o aumento gengival observado em pacientes com FGH pode estar associado com uma elevada capacidade proliferativa de fibroblastos residentes, um aumento na síntese de colágeno ou uma redução nos níveis de expressão e produção de metaloproteinases de matriz. TGF-b1 é uma citocina com papel importante na patogênese de desordens fibróticas, incluindo FGH, devido a sua habilidade de estimular a síntese e reduzir a degradação de matriz extracelular. O objetivo deste estudo foi verificar o comportamento proliferativo de fibroblastos gengivais de 12 indivíduos com FGH e determinar o papel de TGF-b1 como um estimulador do crescimento celular, através de 2 métodos bem descritos na literatura: oligonucleotídeos “antisense” contra a região de tradução e anticorpos neutralizantes. Quatro diferentes ensaios de análise de proliferação celular: incorporação de BrdU, expressão de PCNA, análise quantitativa de AgNORs e índice mitótico demonstraram que os índices de proliferação foram significantemente maiores em fibroblastos de FGH que em células controle. A redução na produção e atividade de TGF-b1 acompanhadas pelo tratamento com oligonucleotídeos e anticorpos neutralizantes resultaram na redução na capacidade proliferativa de fibroblastos de FGH.

Estes resultados indicam a existência de um papel autócrino de TGF-b1 como um estimulador da proliferação celular de fibroblastos de FGH. (Suporte: FAPESP - processo 1999/08191-0.)

B447

Remoção do “smear layer” radicular com ultra-som – análise em MEV.

MATA, A. C.*, SAMPAIO, J. E. C., FERREIRA, S. T.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. E-mail: carumata@terra.com.br

Esse trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da aplicação do ultra-som sobre a superfície radicular após raspagem e alisamento radicular (RAR), como uma maneira alternativa para a remoção da camada de “smear layer”. Foram utilizados trinta molares inferiores extraídos, divididos ao meio, sendo a raiz mesial o grupo controle (grupo I) onde apenas realizou-se RAR e a raízes distais foram submetidas à RAR e divididas em dois grupos: grupo II utilizou-se a ponta nº 31 do ultra-som Profi II (Dabi Atlante) e foram divididos em três subgrupos (sendo que cada um continha cinco raízes) segundo o tempo de aplicação do ultra-som: por 1 minuto, 2 minutos e 3 minutos; idem para o grupo III, sendo que neste foi aplicada a ponta nº 37. As amostras foram preparadas para análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Através de análise de variância observou-se que o fator tempo de aplicação do ultra-som não foi fator significante dentro de um mesmo grupo, apresentando resultados estatisticamente iguais, comparado pelo teste de Tukey que demonstrou homogeneidade dos resultados. Ao se comparar os diferentes tratamentos, observou-se resultados estatisticamente diferentes entre si, porém nenhum foi capaz de remover a “smear layer” totalmente. O melhor resultado para remoção do “smear layer” foi encontrado no grupo II. Os grupos testes apresentaram-se estatisticamente superiores, quanto à remoção do “smear layer”, sendo que o grupo II apresentou os melhores resultados. Os diferentes tempos de aplicação do ultra-som dentro de um mesmo grupo, não apresentaram diferenças estatisticamente significantes.

B448

Efeito da imunossupressão sobre a osseointegração – estudo em coelhos.

DUARTE, P. M.*, NOGUEIRA-FILHO, G., SALLUM, E. A., TOLEDO, S., SALLUM, A. W.,
NOCITI Jr., F. H.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5298,
 fax: (0**19) 430-5218. E-mail: nociti@fop.unicamp.br

O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da associação ciclosporina A/nifedipina sobre o tecido ósseo neoformado ao redor de implantes de titânio inserido em tíbias de coelhos. Vinte e oito coelhos Nova Zelândia foram incluídos no presente estudo. Cada tíbia recebeu dois implantes de titânio comercialmente puro, do tipo osseointegrável, rosqueável, medindo 7,0 mm de comprimento por 3,75 mm de diâmetro. Os animais foram aleatoriamente divididos em quatro grupos experimentais e receberam durante 14 dias, via subcutânea, as seguintes soluções: Grupos A e C: solução fisiológica/DMSO. Grupos B e D: ciclosporina A (10 mg/kg) e nifedipina (0,5 mg/kg). Os animais do grupo A/B e C/D foram sacrificados 14 e 42 dias após a colocação dos implantes, respectivamente. Os parâmetros avaliados foram: 1. extensão linear de contato direto entre o tecido ósseo e a superfície do implante e 2. área de tecido ósseo neoformado nos limites das roscas dos implantes. Análise intergrupos não revelou diferenças estatisticamente significativas (p >> 0,05) em relação ao contato osso/implante aos 14 e 42 dias. Entretanto, em relação a área de tecido ósseo neoformado, observou-se uma diminuição significativa para os animais do grupo teste em ambos os períodos (p << 0,05).

Os dados do presente estudo sugerem que o uso de ciclosporina A/nifedipina pode influenciar o metabolismo ósseo ao redor de implantes de titânio e este efeito pode não ser reversível. (FAPESP: 00/02390-0.)

B449

Características morfológicas, potencial proliferativo e síntese protéica de fibroblastos gengivais e do ligamento periodontal.

Palioto, D. B.*, Martelli Jr., H., Coletta, R., Graner, E., Lima, A. F. M.

FOP – UNICAMP.

O conhecimento das diferenças morfológicas e proliferativas de FLP e FG são fundamentais para o melhor entendimento do papel destas células na regeneração periodontal. O objetivo desse estudo foi comparar as características morfológicas, o potencial proliferativo e a síntese protéica de fibroblastos isolados do ligamento periodontal (FLP) e do tecido gengival (FG). FLP e FG foram cultivados pela técnica do explante a partir de fragmentos de tecidos de um mesmo paciente. Para análise morfológica, células foram isoladas e plaqueadas para análise em microscopia de contraste de fase, microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. O índice de proliferação celular foi determinado por contagem automática nos dias 1, 4, 7, 15 e 21 e pelo ensaio de incorporação de BrdU. A síntese de proteína total foi verificada por eletroforese em gel de poliacrilamida e zimografia. Os FLP são maiores e mais alongados que os FG em condições de subconfluência e confluência celular; e proliferam mais rapidamente que os FG nos períodos de 1, 4 e 7 dias (p << 0,05). Nos períodos subseqüentes de 15 e 21 dias, não houve diferença estatística significativa entre o número de células do dois tipos celulares. O índice de incorporação de BrdU demonstrou um potencial proliferativo de 61% para FLP e 43% para FG (p << 0,05). A síntese de proteína total verificada em nosso experimento no período de 24 horas mostrou resultados similares para FLP e FG, tanto qualitativa quanto quantitativamente.

Nossos resultados demonstraram que FLP e FG são diferentes na morfologia e na capacidade proliferativa.

B450

Resistência à fratura de componentes dos implantes osseointegrados.

MORAES, E. J.*, ELIAS, C. N., MORAES, M. C. C. S. B.

Instituto Brasileiro de Implantodontia. UNICASTELO - Campinas.

A osseointegração apresentou um novo conceito para a Implantodontia, com resultados previsíveis para a prática desta modalidade de tratamento. Entretanto, complicações como a fratura de componentes é considerada, por alguns autores como catastrófica; pois acarreta na remoção da prótese e sua reconstrução. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência mecânica de componentes dos implantes osseointegrados realizando ensaios mecânicos de compressão máxima e fadiga, utilizando implantes do Sistema Master Screw® (Conexão Sistema de Prótese - SP). Para o ensaio de compressão máxima foram acoplados pilares angulados (15º) à implantes de três diâmetros (3,3; 4,0 e 5,0 mm) e dois tipos de anti-rotacionais sextavados (interno e externo). No ensaio de fadiga foram utilizados pilares retos e angulados (15º) acoplados à implantes de 4,0 mm de diâmetro com anti-rotacional externo. Em seguida o complexo pilar-implante foi fixado em uma base de resina epóxi e as amostras submetidas a ensaios de compressão máxima e fadiga. Em compressão máxima os corpos-de-prova foram submetidos à carregamentos estáticos, até apresentar falha no sistema. No ensaio de fadiga os corpos-de-prova foram submetidos a carregamentos cíclicos. Os implantes de maior diâmetro e de sistema anti-rotacional interno, apresentaram melhores resultados nos ensaios de resistência à compressão máxima. Nos ensaios de fadiga uma das amostras apresentou fratura após 173.000 ciclos sob carregamentos de 1.400 N e as amostras restantes não apresentaram qualquer tipo de falha após 2.500.000 ciclos sob carregamentos de 1.100 N.

B451

A influência do sangramento marginal no tratamento da periodontite.

AZEVEDO, L. A.*, CHAPPER, A., SUSIN, C., OPERMANN, R. V.

FO – Universidade Luterana do Brasil. Tel.: (0**51) 330-6963. E-mail: laise.azevedo@zipmail.com.br

O presente estudo avaliou a influência do sangramento marginal (SM) nos parâmetros clínicos de pacientes tratados de periodontite. Participaram 13 indivíduos, não-fumantes, com idade maior que 35 anos. Os tratamentos supra- e subgengival foram realizados seqüencialmente. A presença de SM foi registrada após o tratamento supragengival, 30 e 90 dias após o término do tratamento subgengival. Os parâmetros de profundidade de sondagem (PS) e nível de inserção clínica (NIC) foram avaliados previamente ao tratamento e 90 dias após o tratamento subgengival por examinador treinado, calibrado e cego. Para avaliar a influência de SM foram analisados 420 sítios com PS ³ 5 mm. Os sítios foram divididos em grupo 1 (G1): aqueles que não apresentaram sangramento marginal em nenhum momento após o tratamento supragengival; grupo 2 (G2): os que apresentaram sangramento apenas uma vez; e grupo 3 (G3): os que sangraram duas ou mais vezes. A diminuição na PS para G1 foi de 3,41 ± 1,67 (média ± desvio-padrão), sendo esse valor estatisticamente diferente de G3, que apresentou PS de 2,92 ± 1,48 (ANOVA, p << 0,05). G2 com PS igual a 3,16 ± 1,46 não diferiu estatisticamente dos demais grupos (ANOVA, p >> 0,05). O ganho de NIC foi de 1,75 ± 1,87 nos sítios de G1, 1,58 ± 1,69 para G2 e 1,88 ± 1,59 para G3, sendo que diferenças estatisticamente significantes não foram encontradas (ANOVA, p >> 0,05).

Conclui-se que o SM constitui-se em um importante fator condicionante dos resultados do tratamento da periodontite, em especial no parâmetro clínico da PS.

B452

Correção de defeitos estéticos em tecido mole utilizando matriz dérmica acelular.

PEDREIRA, R. H. S.*, WASSALL, T.

Departamento de Implantodontia do Centro de Pós-Graduação – Unicastelo.
 Tel.: (0**19) 3234-6197; 3237-3611. E-mail: logistica@mogi.com.br

Neste trabalho foi avaliada a viabilidade de correção de defeitos estéticos de tecido mole de rebordos edêntulos durante a instalação de implantes osseointegrados na maxila e/ou mandíbula utilizando matriz dérmica acelular (Alloderm - Lifecell). Foram avaliados parâmetros morfométricos e histológicos, onde mensurou-se os ganhos em espessura e/ou altura da mucosa e a incorporação da matriz dérmica acelular ao leito receptor. Participaram da pesquisa sete pacientes de ambos os sexos selecionados por amostragem de conveniência, com faixa etária de 18 a 60 anos, provenientes da clínica de Implantodontia do Programa de Mestrado do Centro de Pós-Graduação da Unicastelo. A análise morfométrica foi efetuada comparativamente por meio de modelos anatômicos em gesso especial confeccionados antes e após 3 meses do ato operatório, e a análise histológica das biópsias realizada decorridos 3 meses das mensurações iniciais, com processamento de rotina e exame por microscopia de luz. Como resultados foram obtidos um aumento médio de tecido mole em altura e/ou espessura de 1 mm e histologicamente a matriz dérmica acelular estava incorporada ao leito receptor mostrando revascularização e recelularização.

A matriz dérmica acelular mostrou-se um material viável para correção de defeitos estéticos em tecido mole.

B453

Reação do tecido subcutâneo de ratos a dois tipos de parafusos de cobertura de implantes.

MATUDA, F. S.*, MACEDO, N. L., CARVALHO, Y. R., MACEDO, L. G. S., MONTEIRO, A. S. F., OUCHI, S. M.

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

Este trabalho avaliou comparativamente a reação do tecido subcutâneo de ratos a parafusos de cobertura para implantes novos e reutilizados autoclavados. Foram utilizados doze ratos adultos da raça Wistar com peso entre 200 a 250 g, anestesiados com uma mistura de uma solução de cloridrato de xilazina a 0,2 g (Vibraxyl) e ketamina 1,0 g (Francotar) na proporção de 1:0,5 ml, na dosagem de 0,1 ml/100 mg de peso, nos quais, executamos após assepsia do local com álcool iodado, duas incisões paralelas no dorso com 1,0 mm de comprimento, afastadas 4,0 cm uma da outra no sentido crânio-caudal, após a incisão foi feita a divulsão do tecido e a colocação no leito esquerdo do animal um parafuso de cobertura novo (CN) para implantes Branemark com 3,75 mm de diâmetro e no leito direito um parafuso devidamente limpo em ultra-som e autoclavado (CE), e as incisões suturadas com fio “mononylon” Ethicon 4-0. Os animais foram sacrificados após 7, 14, 21 e 28 dias, e as peças imediatamente fixadas em formol a 10%, para então serem submetidas a análise histológica dos resultados. Após sete dias não foi observada diferença entre os grupos com exceção de um dos espécimes do grupo CE que apresentava um infiltrado de PMN em contato com o parafuso. Nos demais períodos de observação de 14, 21 e 28 dias não foi observada nenhuma diferença entre os grupos.

Dentro dos limites deste estudo experimental podemos concluir que não houve diferença quanto a resposta inflamatória na utilização de parafusos de cobertura novos e reutilizados, podendo assim indicar a reutilização destes parafusos após a devida limpeza e esterilização.

B454

Avaliação da interface de adaptação de supra-estruturas de implantes obtidas em ligas de Ni-Cr-Ti e Ag-Pd, em monobloco.

COSTA, H. M. F.*, RIBEIRO, R. F., MATTOS, M. G. C., CROSARA, S., RODRIGUES, R. C. S.

Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. E-mail: rribeiro@forp.usp.br

Várias formulações de ligas alternativas têm sido propostas para a substituição das ligas à base de ouro utilizadas na Odontologia. Recentemente foi lançada uma liga à base de Ni-Cr-Ti (Tilite Omega). Um dos fatores mais importantes é a adaptação verificada entre a supra-estrutura e o implante. O propósito deste trabalho foi verificar a adaptação marginal obtida com supra-estruturas para próteses sobre implantes produzidas em Ni-Cr-Ti comparada à obtida com uma liga nobre, de Ag-Pd (Pors-on). Foram confeccionadas 8 supra-estruturas, sobre 4 implantes na região anterior da mandíbula, em monobloco. As estruturas foram posicionadas e o parafuso de fixação do implante 1 foi parafusado com carga de 10 N em torquímetro, com os demais desparafusados (teste de Sheffield). Utilizando um medidor óptico tridimensional foi medida a desadaptação (em mm) em cada implante, nas faces vestibular e lingual. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística pela análise de variância e teste de Tukey em nível de 5%. Nessa análise foram detectadas diferenças estatisticamente significantes para os fatores material, em nível de 5%, e implante, em nível de 1%. Para o fator posição e interações entre os fatores não houve diferença estatisticamente significante.

Pela análise dos dados obtidos podemos concluir que a liga de Ni-Cr-Ti possibilita a obtenção de supra-estruturas de próteses sobre implantes, em monobloco, com desadaptação menor que a obtida com liga de Ag-Pd, classicamente indicada para esta situação. Testes complementares poderão atestar a superioridade da liga de Ni-Cr-Ti.

B455

Periodontite induzida por ligadura e reposição hormonal em ratos.

SILVA, C. M.*, BASSANI, D. G., OPPERMANN, R. V.

PPG - Odontologia – ULBRA. E-mail: cmacielsilva@hotmail.com

O objetivo do presente estudo foi avaliar o grau do infiltrado inflamatório e a extensão de periodontite induzida por ligadura em ratas Wistar ovariectomizadas submetidas ou não à reposição hormonal. O estudo contou com 3 grupos de 6 animais. Os grupos 1 e 2 sofreram ovariectomia. Enquanto o grupo 1 foi submetido à reposição estrogênica com injeções subcutâneas de estradiol 17-beta, os grupos 2 e 3 receberam, no mesmo período, injeções subcutâneas de placebo. Em todos os grupos foram colocadas ligaduras nos segundos molares superiores para a indução de periodontite. Após 45 dias, os animais foram sacrificados e tiveram suas maxilas removidas para preparo histológico. A análise da perda óssea alveolar foi realizada por meio de histometria, medindo a distância (em micrômetros, mm) entre o limite amelocementário e a crista óssea. Para verificar o grau do infiltrado inflamatório, o espaço proximal foi dividido em zonas nas quais atribuiu-se um escore de acordo com a quantidade de células inflamatórias no tecido. As médias da análise histométrica foram submetidos ao teste ANOVA e as medianas dos escores inflamatórios ao Kruskal-Wallis (p << 0,05). Na análise histométrica, não houve diferenças entre os valores médios (desvio-padrão) do grupo 1 de 643,4 mm (169,6), para o grupo 2 de 655,86 mm (171,0) e para o grupo 3 de 571,61 mm (82,12). Quanto ao infiltrado inflamatório, não detectou-se diferenças nos valores das medianas entre os grupos.

No presente estudo verificou-se que os grupos ovariectomizados com ou sem reposição hormonal não diferiram quanto ao grau do infiltrado inflamatório ou extensão de periodontite induzida por ligadura.

B456

Estudo comparativo da ação de substâncias químicas e do laser de er:yag em superfícies radiculares.

THEODORO, L. H.*, GARCIA, V. G., ZEZELL, D. M., EDUARDO, C. P.

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN. Tel./fax: (0**18) 622-2928. E-mail: theodoro@folhanet.com.br

O objetivo do presente estudo foi comparar in vitro, através de microscopia eletrônica de varredura, a efetividade do ácido cítrico, EDTA, ácido cítrico associado à tetraciclina e laser de Er:YAG, na remoção de “smear layer” de superfícies radiculares submetidas à raspagem e aplainamento radicular. Trinta espécimes (n = 30) de superfícies radiculares, após raspagem com instrumentos manuais, foram divididas em 6 grupos com 5 espécimes cada (n = 5). O grupo controle (G1) não recebeu nenhum tratamento; o Grupo 2 (G2) foi condicionado com gel de ácido cítrico 24%, pH 1, durante 2 minutos; o Grupo 3 (G3) foi condicionado com gel de EDTA, 24%, pH 1, durante 2 minutos; o Grupo 4 (G4) foi condicionado com gel de ácido cítrico associado à tetraciclina 50%, pH 1, durante 2 minutos; o Grupo 5 (G5) foi irradiado com laser de Er:YAG (2,94 mm), 47 mJ/10 Hz, focado, sobre refrigeração à água, durante 15 segundos e fluência de 0,58 J/cm2; o Grupo 6 (G6) foi irradiado com laser de Er:YAG (2,94 mm), 87 mJ/10 Hz, focado, sob refrigeração à água, durante 15 segundos e fluência de 1,03 J/cm². As micrografias eletrônicas obtidas foram analisadas através de escores de remoção de “smear layer” e em seguida, os dados foram analisados através do teste estatístico de Kruskal-Wallis (p << 0,05) H = 20,31. Os resultados demonstraram que o G1 foi estatisticamente o menos efetivo de todos os grupos (28,0). O G2 (13,4), G3 (11,7) e o G4 (13,6) não foram estatisticamente diferentes do G5 (20,3) e do G6 (6,0), mas o G6 foi estatisticamente mais efetivo que o G5 na remoção de “smear layer”.

B457

Nível de AST na saliva de pacientes com saúde gengival e doença periodontal.

CESCO, R. T.*, ALBUQUERQUE Jr., R. F., ITO, I. Y.

FORP – USP; FCFRP – USP. E-mail: cesco@forp.usp.br

O presente trabalho teve por objetivo avaliar os níveis da enzima aspartato aminotransferase (AST) na saliva de indivíduos com saúde gengival e com diferentes condições clínicas periodontais. Foram selecionados 50 pacientes de ambos os sexos, com idades entre 22 a 72 anos, sem alterações sistêmicas aparentes, e que não fizeram uso de antimicrobianos nos últimos 90 dias ao experimento. Os pacientes foram avaliados por um mesmo profissional, sendo submetidos à sondagem periodontal com auxílio de uma sonda modelo 621 (OMS) e subdivididos em 4 grupos com base no exame periodontal CPITN: no grupo I, 10 pacientes apresentando escore 0 (saúde gengival); no grupo II, 10 pacientes apresentando escore 1 (sangramento à sondagem); no grupo III, 15 pacientes com escore 3 (profundidade de sondagem entre 3,5 e 5,5 mm); e, no grupo IV, 15 pacientes com escore 4 (profundidade de sondagem >> 5,5 mm). Após um bochecho com água, cerca de 1,0 ml da saliva foi coletada por estímulo mecânico diretamente em um tubo de ensaio esterilizado (15 mm x 100 mm) e, então, congelada a –20ºC para posterior análise. A análise bioquímica da saliva foi processada a fim de quantificar os níveis da enzima AST, utilizando o sistema Reflotron® de diagnóstico (Roche® Diagnostics - Mannheim/Alemanha).

A análise dos resultados permite concluir que não houve diferença estatística significativa entre os níveis de AST dos grupo I, II e III; já o grupo IV diferenciou-se estatisticamente dos demais. Níveis elevados de AST na saliva parecem estar associados a uma maior atividade da doença periodontal.

B458

Padrão de reparação do enxerto ósseo autógeno em bloco associado ou não a membranas de PTFE-e.

JARDINI, M. A. N.*, AZEM, A. C., PUSTIGLIONI, F. E., LIMA, L.

Periodontia – FOUSP. E-mail: lapalima@fo.usp.br

O objetivo deste estudo foi analisar qualitativamente, o padrão de reparação do enxerto ósseo autógeno em bloco utilizado para reconstrução de rebordo alveolar, associado ou não à membrana de PTFE-e. Foram utilizados 60 ratos machos da raça Wistar, dos quais 30 receberam o enxerto mais a membrana (ME) e outros 30 receberam somente o enxerto (E). Os animais foram sacrificados em cinco períodos como segue: 0 hora, 7, 14, 21, e 45 dias. Foi realizado o processamento histológico rotineiro para microscopia óptica. A análise histológica descritiva mostrou que a reparação parece ocorrer de maneira semelhante para ambos os grupos até o período de 14 dias. As diferenças começam a partir do período de 21 dias, o grupo E mostra extensa reabsorção nas bordas laterais e na face superior do enxerto, enquanto no grupo ME, observa-se neoformação óssea originária do leito, ultrapassando os limites da borda lateral do enxerto sob a membrana. Aos 45 dias, o grupo E mostra extensa substituição do enxerto e maior reabsorção nas suas bordas laterais. No grupo ME, uma parte significativa do enxerto já mostra sinais de substituição por novo osso.

Em conclusão, a seqüência de reparação é semelhante para os dois grupos até o período de 14 dias, tornando-se diferente a partir do período de 21 dias, quando o grupo E passa a mostrar reabsorção óssea extensa e o grupo ME mostra ampla regeneração óssea inclusive ultrapassando os bordos laterais do enxerto. As duas técnicas mostraram integração adequada do enxerto ósseo, e o início de sua substituição. (Apoio financeiro: FAPESP - nº 99/04367-7.)

B459

Prevalência de periodontite agressiva em indivíduos jovens.

CORTELLI, J. R.*, PALLOS, D., CORTELLI, S. C., JORGE, A. O. C.

Departamento de Odontologia – UNITAU. E-mail: cortelli@iconet.com.br

A periodontite agressiva, que inclui as formas localizada (PAL) e generalizada (PAG), é um tipo específico de periodontite cujos achados clínicos diferem da periodontite crônica. As características comuns da PAL e PAG incluem acometimento de indivíduos saudáveis, presença de rápida perda de inserção conjuntiva e destruição óssea e, quantidade de placa bacteriana incompatível com a severidade da destruição dos tecidos periodontais. O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de PAL e PAG em uma população de indivíduos jovens da região do Vale do Paraíba, São Paulo. Seiscentos pacientes, 244 do sexo masculino e 356 do sexo feminino, entre 15 e 25 anos de idade (19,4 ± 3,44) foram incluídos neste estudo. A condição periodontal da população estudada foi determinada através de profundidade de sondagem e perda de inserção clínica avaliada por um único examinador em 6 pontos por dente. O diagnóstico periodontal foi estabelecido associando-se parâmetros clínicos e radiográficos. Dez indivíduos (1,7%) apresentaram PAL, 2 do sexo masculino (18,50 ± 2,12) e 8 do sexo feminino (19,25 ± 3,91) e, 22 (3,7%) indivíduos receberam diagnóstico de PAG, sendo 6 do sexo masculino (19,18 ± 3,06) e 16 do sexo feminino (20,18 ± 2,71). Houve correlação positiva entre sexo feminino e doença periodontal (c2 = 5,27, p = 0,02, OR = 1,65) e correlação negativa entre raça e PAL ou PAG (c2 = 1,96, p = 0,38, 2 gl).

Os dados observados mostraram prevalência elevada de PAL e PAG dentre os jovens incluídos no presente estudo.

B460

Bolsas periodontais profundas e presença de A. actinomycetemcomitans.

CORTELLI, S. C.*, JORGE, A. O. C., CORTELLI, J. R.

Periodontia – Odontologia – UNITAU. E-mail: cortelli@iconet.com.br

Actinobacillus actinomycetemcomitans é um importante patógeno em formas severas e recorrentes de doença periodontal. A prevalência de A. actinomycetemcomitans na periodontite agressiva localizada é próxima a 90% dos casos, enquanto na periodontite crônica estes valores ficam entre 30% e 40%. Este microrganismo é freqüentemente associado com bolsas periodontais profundas (BPP). O objetivo do presente estudo foi correlacionar a presença de A. actinomycetemcomitans e BPP. Foram incluídos neste estudo 205 indivíduos, diagnosticados de acordo com a AAP (1999) como portadores de periodontite crônica (87), periodontite agressiva (32) e periodontite incipiente (86). Para a pesquisa de A. actinomycetemcomitans, foram selecionados para cada indivíduo, os dois sítios periodontais correspondentes às duas bolsas periodontais de maior profundidade. As amostras de placa bacteriana subgengival foram obtidas com cones de papel e a presença do microrganismo detectada por meio de cultura em meio seletivo. A fim de se associar a presença do patógeno com BPP foram construídos intervalos de 95% de confiança para a média populacional de cada grupo. Os resultados encontrados mostraram associação entre A. actinomycetemcomitans e BPP para os indivíduos com periodontite agressiva na sua forma generalizada e para os indivíduos com periodontite incipiente.

Estes resultados sugerem que uma correlação positiva entre A. actinomycetemcomitans e BPP foi observada em dois tipos de doença periodontal.

B461

Avaliação da perda óssea em diferentes superfícies de implantes após um ano da instalação da periimplantite.

MARTINS, M. C.*, SHIBLI, J. A., ABI RACHED, R. S. G., MARCANTONIO Jr., E.

Periodontia – UNESP - Araraquara.

A perda óssea vertical durante o curso natural da doença periimplantar foi avaliada em três diferentes superfícies de implantes: Ticp: titânio comercialmente puro; TPS: titânio revestido com plasma “spray” de titânio; e Ost: superfícies tratadas com ácidos. Para este estudo, foram utilizados seis cães de raça indefinida, cujos pré-molares inferiores e superiores foram extraídos. Decorridos 90 dias, 27 implantes (9 de cada superfície) foram aleatoriamente colocados, e iniciou-se o controle químico e mecânico do biofilme bacteriano; após o período de osseointegração foram colocados os conectores, e após a cicatrização do tecido mole (45 dias), iniciou-se a indução da periimplantite por meio de ligaduras de fio de algodão e todas as medidas de controle do biofilme bacteriano foram suspensas, a cada 20 dias as ligaduras eram trocadas até ocorrer a indução da periimplantite (60 dias). Nesse momento as primeiras tomadas radiográficas foram realizadas para avaliação da perda óssea e a indução da doença por meio de ligaduras foi interrompida para que a periimplantite tivese sua progressão natural por 365 dias, quando o último exame radiográfico foi realizado. Ao final do estudo apenas o grupo Ticp e TPS puderam ser avaliados estatisticamente, pois o grupo Ost perdeu 5 amostras.

A análise estatística mostrou que houve um melhor comportamento dos implantes de superfície lisa (Ticp) do que porosa (TPS), sendo que os implantes de superfície lisa perderam em média 0,47 mm/ano, e os de superfície porosa 1,35 mm/ano.

B462

Efeito da nicotina na viabilidade e morfologia de fibroblastos.

MARTÍNEZ, A. E. T.*, SILVÉRIO, K. G., ROSSA Jr., C.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – FOAr – UNESP. Tel./fax: (0**16) 201-6369. E-mail: perio@foar.unesp.br

O objetivo foi avaliar in vitro o efeito da nicotina sobre a viabilidade e a morfologia celular utilizando uma linhagem contínua de fibroblastos. Foram formados dois grupos experimentais: segundo a dose (0- controle, 10 mg, 100 mg, 5 mg, 1 mg) e tempo de condicionamento (1 e 24 h). O experimento foi realizado em placas de 12 poços; cada orificio recebeu 2 ml de meio Eagle, 1 ml de suspensão de meio de cultura contendo 1 ´ 105 cél./ml e a droga nas diferentes concentrações. Após o condicionamento, as células foram coradas com azul de trypan 0,4% e observadas por 1 examinador cego para os grupos experimentais em microscópio invertido avaliando viabilidade e morfologia celular. Os experimentos foram repetidos 5 vezes. Os resultados obtidos com o teste de Kruskal-Wallis demostraram que o condicionamento com nicotina esteve associado a um maior número de células “não viáveis” em comparação aos controles, tanto após 1 quanto 24 horas (p << 0,05). Existiu uma tendência significativa após 1 e 24 horas de aumentar o número de células “não viáveis” com o aumento da dose de nicotina (qui-quadrado: p = 0,0053; p = 0,00001 após 1 e 24 h). Quanto à morfologia, no grupo condicionado por 1 h os controles apresentaram diferenças estatisticamente significantes em relação à maior dose de nicotina, no entanto foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre o controle e todas as concentraçõs após 24 horas.

Portanto se conclui que a nicotina pode alterar, in vitro, a viabilidade e a morfologia de fibroblastos de forma proporcional à dose e o tempo de exposição.

B463

Presença de Candida sp. em sulco gengival de crianças HIV+.

PORTELA, M. B., CASTRO, G.*, ESTEVES, C., SOARES, R. M. A., SOUZA, I. P. R.

Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia; Instituto de Microbiologia Geral – UFRJ.

O objetivo do estudo é identificar a presença de Candida sp. no sulco gengival de 44 crianças infectadas pelo HIV e avaliar a influência da condição gengival (CG), placa visível (PV) e condição sistêmica (CS) na colonização destes microrganismos. Todos os pacientes possuem consentimento assinado por parte dos responsáveis e o presente trabalho possui autorização do Comitê de Ética do NESC - UFRJ. Utilizou-se um índice PV [0- ausência de placa visível; 1- placa fina e facilmente removida; 2- placa espessa] e a CG foi avaliada através do sangramento à sondagem [0- saudável; 1- sangramento provocado; 2- sangramento espontâneo]. A coleta do material foi realizada após remoção da placa supragengival, sob isolamento relativo, onde se inseriu no sulco gengival um cone de papel absorvente previamente esterilizado, que permaneceu por aproximadamente 15 segundos. A Candida sp. foi identificada através do meio de cultura CHROMagar Candida que permitiu identificar a sua presença em 34,1% das crianças. Não se observou relação entre o IPV, CG e colonização por Candida sp. (CCS) (p >> 0,05). Das crianças com CCS, 79,9% apresentavam algum sinal ou sintoma da AIDS, enquanto que no grupo com ausência de CCS este percentual foi de 60,0 (p >> 0,05), e uma relação inversa foi observada em relação à média de CD4%: 20,9 (DP 13,1) e 25,4 (DP 9,5), respectivamente.

Conclui-se que Candida sp. pode estar presente em sulco gengival de crianças infectadas pelo HIV, não apresentando relação com o IPV e CG, embora possa estar mais freqüente nos pacientes mais debilitados pela infecção.

B464

Avaliação clínica longitudinal da eficácia do Perio-Chip® no tratamento periodontal.

GRISI, D. C.*, FIGUEIREDO, L. C., SALVADOR, S. L., GRISI, M. F. M., SOUZA, S. L. S.,
NOVAES Jr., A. B., TABA Jr., M.

CTBMF, Periodontia – FORP – USP. E-mail: sldssalv@usp.br

O objetivo deste estudo longitudinal foi avaliar a eficácia do dispositivo de liberação controlada de clorexidina (Perio-Chip®), associado à raspagem e alisamento radicular (RAR), nas alterações da profundidade de sondagem e do nível de inserção, em pacientes com periodontite do adulto. Foram examinados 14 pacientes durante um período de 18 meses, os quais apresentaram, inicialmente, no mínimo, quatro dentes com sangramento à sondagem e profundidade de sondagem maior ou igual a 5 mm. Os pacientes foram aleatoriamente divididos em dois grupos: Grupo I - uso combinado do Perio-Chip® aos procedimentos de RAR, Grupo II - RAR. Os tratamentos foram realizados, inicialmente e após 3 e 6 meses, caso a PS permanecesse >> 5 mm. As medidas de Profundidade de Sondagem (PS) e Nível de Inserção Relativo (NIR) foram obtidas através de sonda computadorizada de pressão controlada, no exame inicial e 3, 6, 9 e 18 meses após os tratamentos. Ambos os grupos apresentaram uma melhora significativa aos 3 meses, com tendências de melhoras progressivas até os 18 meses, na PS (Grupo I: r² = 0,82 versus Grupo II: r² = 0,77) e no NIR (Grupo I: r² = 0,93 versus Grupo II: r² = 0,70). Aos 18 meses, as médias de redução na PS e os ganhos de inserção foram equivalentes a 2,07 mm e 0,78 mm no Grupo I e à 2,51 mm e 1,47 mm no Grupo II, respectivamente.

A análise de regressão demonstrou que o uso do Perio-Chip® em associação à RAR proporcionou uma melhora mais uniforme nos parâmetros de PS e NIR, quando comparado à terapia mecânica convencional. (Apoio: FAPESP - 98/11953-7.)

B465

Comparação de dois tratamentos periodontais na redução dos compostos sulfurados voláteis após 9 meses.

SALVADOR, S. L.*, GRISI, D. C., FIGUEIREDO, L. C., GRISI, M. F.

FCFRP – USP; FORP – USP; UNIP - Ribeirão Preto. E-mail: sldssalv@usp.br

O objetivo desta investigação foi comparar dois tratamentos periodontais quanto à redução nos níveis de compostos sulfurados voláteis (CSV) produzidos por microrganismos periodontopatogênicos. Foram selecionados 20 pacientes com periodontite do adulto e profundidade à sondagem maior ou igual a 5 mm em no mínimo 4 sítios, os quais foram divididos em dois grupos: Grupo I - raspagem e alisamento radicular (RAR) e Grupo II - uso combinado de RAR e dispositivo biodegradável de liberação controlada de clorexidina. Os parâmetros clínicos (Índice de Placa - IPl, Profundidade à Sondagem - PS, Sangramento à Sondagem - SS) foram realizados no início, 3, 6 e 9 meses após o tratamento. Assim como amostras de placa bacteriana subgengival foram analisadas quanto a presença de P. gingivalis, B. forsythus e/ou T. denticola (teste BANA). As concentrações de CSV na cavidade oral foram determinadas através de um monitor portátil (Halimeter). Os parâmetros PS e SS (teste de Wilcoxon) e IPl e número de sítios BANA positivos (teste qui-quadrado) mostraram-se reduzidos em ambos os grupos após 3, 6 e 9 meses. Em relação à halitose, observou-se uma diminuição estatisticamente significante (teste de Wilcoxon, p << 0,05) no Grupo I, em todos os tempos de avaliações: de 295,41 ppb (inicial) para 118,16 ppb (9 meses). No Grupo II, essa diferença foi observada somente aos 6 meses.

Os dois tratamentos foram eficazes na eliminação de microrganismos anaeróbios nas bolsas periodon­tais, porém apenas a RAR reduziu significativamente os níveis de compostos sulfurados voláteis.

B466

Resposta clínica periodontal a restaurações subsulculares de ionômero de vidro.

MANDARINO, D.*, FILHO, E. J. F., AGUIAR, T. R. S.

Departamento de Odontoclínica – FO – Universidade Federal Fluminense.

Este estudo avaliou a resposta clínica de periodonto clinicamente saudável de humanos, quando restaurações classe V com ionômero de vidro são localizadas 1 mm coronalmente à crista óssea alveolar. Foram utilizados 18 pares de dentes unirradiculares, homólogos, obtidos de 13 pacientes, com indicação de exodontia por finalidade protética. Os elementos dentários apresentavam profundidade clínica de sondagem (PCS) menor ou igual a 3 mm e presença de gengiva inserida. Índices de placa e gengival, nível de inserção clínica (NIC), PCS e a posição da margem gengival foram registrados nos sítios mesial, central e distal da superfície vestibular dos dentes, no exame inicial e no pós-operatório de 4 a 6 meses. No lado Teste, após rebatimento de retalho total, foi realizada restauração de ionômero de vidro, com o limite cervical a 1 mm da crista óssea. No lado Controle, retalho mucoperiosteal foi elevado mas nenhuma restauração foi realizada. Os resultados mostraram que tanto o grupo Teste quanto o Controle apresentaram sítios com sangramento à sondagem, muito embora não houvesse placa visível, mas a diferença, não foi estatisticamente significativa. Em relação a PCS, a diferença entre o exame inicial e final não foi estatisticamente significativa no grupo Teste. Entretanto, no grupo Controle foi observada redução da PCS (p << 0,01). Maior perda de inserção foi observada no grupo Teste, 0,76 mm (p << 0,05), contrapondo a 0,24 mm do grupo Controle.

Concluiu-se que restaurações subsulculares de ionômero de vidro, causam perda de inserção clínica periodontal (0,76 mm), com mínima inflamação gengival.

B467

Cicatrização periodontal após aplicação de Emdogain em defeitos tipo deiscência.

MANTOVANI, A.*, GRISI, M. F. M., NOVAES Jr., A. B., SOUZA, S. L. S., TABA Jr., M.,
SILVA, A. R. M., LUNARDI, L. O.

CBMFT, Periodontia – FORP – USP.

O presente estudo avaliou a efetividade da aplicação de proteínas derivadas da matriz de esmalte (Emdogain), no processo de cicatrização dos tecidos periodontais, em defeitos agudos, tipo deiscência óssea, em 4 cães. No lado experimental, foi feito condicionamento radicular com gel de EDTA a 24%, aliado à aplicação do Emdogain, e no lado controle, apenas gel de EDTA a 24%. Os animais foram sacrificados com 2, 4, 12 e 16 semanas, após as cirurgias. Os blocos removidos foram processados histologicamente, corados com H. E. e Mallory e observados em microscópio de luz (Axiophot Zeiss). Os parâmetros avaliados foram: extensão linear e área de: 1) osso neoformado (ON) e 2) cemento neoformado (CN); 3) extensão do epitélio juncional - migração epitelial (ME), os quais foram relacionados com o comprimento total do defeito. Após 16 semanas de cicatrização, o lado experimental e controle, apresentaram respectivamente: ON = 39% e 12%, CN = 48% e 16% e a ME = 52% e 84%. O cemento neoformado, do lado experimental, apresentou uma grande quantidade de fibras de Sharpey, funcionalmente inseridas ao longo de sua extensão.

A utilização de proteínas derivadas da matriz de esmalte (Emdogain), possibilitou a formação de cemento, representando uma alternativa viável na regeneração dos tecidos periodontais.

B468

Efeito do “celecoxib” sobre a doença periodontal induzida em ratos.

HOLZHAUSEN, M.*, NASSAR, P. O., ROSSA Jr., C., MARCANTONIO Jr., E., SPOLIDÓRIO, L. C.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6369. E-mail: perio@foar.unesp.br

O efeito de uma droga inibidora específica da ciclooxigenase-2, “celecoxib”, sobre o desenvolvimento da doença periodontal induzida, foi avaliado em 180 ratos submetidos à colocação de ligadura ao redor do primeiro molar inferior direito. Os animais foram divididos aleatoriamente nos seguintes grupos de tratamento diário: 60 ratos receberam 0,1 ml/100 g de solução salina (controle - C), 60 ratos receberam 1 mg/100 g de “celecoxib” (Ce1) e 60 ratos receberam 2 mg/100 g de “celecoxib” (Ce2). Radiografias digitais padronizadas foram obtidas, após o sacrifício dos animais, aos 3, 5, 10, 18 e 30 dias, para medir a quantidade de perda óssea na superfície mesial do primeiro molar mandibular direito de cada rato. O teste de Kruskal-Wallis indicou influência do fator tratamento sobre a perda óssea (p << 0,0141), e as comparações pareadas identificaram diferenças significativas aos 5 dias (C >> Ce1 = Ce2, medianas 0,8 mm, 0,4 mm, 0,4 mm) e 18 dias (C >> Ce2; medianas 1,4 mm e 0,8 mm). Além disso, não houve diferença estatística entre as diferentes dosagens de “celecoxib”. Ainda, a perda óssea apresentou-se com uma tendência crescente nos períodos 3, 5, 10, 18 e 30 dias para o grupo controle, enquanto que nos grupos tratados com “celecoxib”, ela parece ter sofrido uma estabilização aos 10, 18 e 30 dias.

Com estes resultados, pode-se concluir que a terapia sistêmica com “celecoxib” pode alterar a progressão da doença periodontal induzida em ratos. (Processo FAPESP: 00/04433-9.)

B469

Avaliação de uma nova hidroxiapatita no tratamento de defeitos ósseos.

HOLZHAUSEN, M., MARGONAR, R.*, SPOLIDÓRIO, L. C., MARCANTONIO Jr., E.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6369. E-mail: perio@foar.unesp.br

A hidroxiapatita é um biomaterial à base de fosfato de cálcio que tem sido extensivamente utilizado em várias aplicações odontológicas visando a reconstrução óssea. O presente trabalho teve como objetivo avaliar comparativamente a eficácia de uma nova hidroxiapatita, HAF, em relação a eficácia de uma hidroxiapatita comercial (Osteogen), no tratamento de defeitos ósseos cirurgicamente criados em tíbia de 60 ratos Holtzman. Após anestesia, as cavidades ósseas foram confeccionadas nas superfícies laterais das tíbias direita e esquerda, e preenchidas com HAF (40 cavidades) ou Osteogen (40 cavidades). 40 cavidades do grupo controle não foram preenchidas. Após o sacrifício, aos 7, 15, 30, 60 e 120 dias, realizou-se a análise histológica descritiva. Ambas as hidroxipatitas apresentaram biocompatibilidade. Ainda, a regeneração no grupo controle foi mais rápida (60 dias) do que nos demais grupos. Nos primeiros períodos do experimento, 7, 15 e 30 dias, o comportamento das hidroxipatitas HAF e Osteogen apresentou-se bastante heterogêneo e não conclusivo. Nos períodos mais tardios observou-se semelhança histológica entre o grupo controle e o grupo Osteogen que se caracterizava pela presença de tecido ósseo compacto. Já no grupo HAF, apesar de haver formação óssea, ainda havia presença de material envolvido por tecido conjuntivo fibroso.

As observações do presente trabalho demonstraram que apesar de biocompatível, a hidroxiapatita HAF apresentou menor eficácia em relação ao Osteogen, no que se refere à capacidade de reparar os defeitos ósseos de tíbia de ratos. (Apoio financeiro: CNPq.)

B470

Movimento ortodôntico de dentes com defeitos intra-ósseos – estudo em cães.

CIRELLI, C. C.*, CIRELLI, J. A., MARTINS, J. C. R., LIA, R. C. C., MARCANTONIO Jr., E.

Departamento de Clínica Infantil – FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6325. E-mail: cirelli@uol.com.br

Este estudo teve como objetivo analisar histologicamente, em cães, as alterações periodontais que ocorrem quando a raiz de um dente que apresenta um defeito intra-ósseo de uma parede é movimentada em direção a este defeito. Foram utilizados quatro cães adultos, nos quais os defeitos foram criados nas faces mesiais dos segundos pré-molares superiores e distais dos segundos pré-molares inferiores. Sete dias após, instalou-se o aparelho ortodôntico e os dentes foram divididos em dois grupos: Grupo Teste, o qual recebeu uma mola de fio retangular de TMA que realizou um movimento de inclinação radicular, e Grupo Controle, o qual recebeu um fio retangular de aço inoxidável, passivo, e os dentes não foram movimentados. A fase ativa do movimento ortodôntico durou dois meses e após um período igual de estabilização, os animais foram sacrificados. Durante todo o estudo, os animais receberam um controle de placa bacteriana com aplicação diária de gel de clorexidina a 2,0%. Os resultados foram semelhantes em ambos os grupos, com regularização do defeito e regeneração periodontal parcial, limitada à sua porção apical. A análise histométrica mostrou diferença estatística, através do teste de Wilcoxon, apenas para a altura óssea, que foi, em média, 0,53 mm menor no Grupo Teste (p << 0,05), não havendo diferenças para a altura de novo cemento, inserção conjuntiva e migração epitelial (p >> 0,05).

Os resultados nos permitiram concluir que o movimento ortodôntico realizado não interferiu na reparação dos defeitos intra-ósseos de uma parede, exceto na extensão linear coronária de osso novo formado.

B471

Condições periodontais e hábitos de higiene bucal entre mães e filhos.

RÊGO, R. O. C. C.*, ELIAS, F. A., ROSSA Jr., C., CIRELLI, J. A.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6360. E-mail: perio@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre a presença de placa visível (PV) e sangramento marginal (SM) e a associação da utilização de fio dental (FD) e a freqüência de escovações por dia (FE), em mães e seus respectivos filhos. Vinte e uma mães com idade média de 37,5 anos (± 6) e seus filhos com idade média de 13,4 anos (± 2,3) foram utilizados neste estudo perfazendo um total de 29 pares de mãe e filho. Informações referentes aos hábitos de higiene bucal foram obtidas por meio de anamnese. A freqüência de escovações foi dicotomizada em duas categorias (FE << 3 e FE ³ 3). O exame clínico periodontal foi realizado por dois examinadores previamente calibrados obtendo-se a percentagem de faces dentais com PV e SM. Os dados de PV foram analisados através do coeficiente de correlação de Spearman com rs = 0,363 (p = 0,05). Os dados de SM foram avaliados da mesma forma, no entanto cinco pares onde as mães eram fumantes foram eliminados desta avaliação verificando-se rs = 0,08 (p >> 0,05). O teste do qui-quadrado foi utilizado para análise de FD e FE obtendo-se c2 = 6,187 (p = 0,01) e c2 = 3,427 (p >> 0,05) respectivamente.

Verificou-se uma correlação estatisticamente significante (p << 0,10), porém fraca, para presença de placa visível nas mães e nos filhos e observou-se que a utilização de fio dental nas mães influenciou este hábito nos filhos.

B472

Influência do jato de bicarbonato na adesão de fibroblastos em titânio.

SILVÉRIO, K. G.*, SHIBLI, J. A., MARTINS, M., ROSSA Jr., C.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. E-mail: crossajr@foar.unesp.br

O objetivo do estudo foi avaliar através da MEV a influência do jato de bicarbonato de sódio aplicado em “abutments” de cicatrização de titânio sobre a morfologia e quantidade de fibroblastos de linhagem contínua. Vinte e dois “abutments” foram distribuídos em 2 grupos: G1 - controle (nenhum tratamento) e G2- tratado (exposto ao jato de bicarbonato de sódio por 30 s). As amostras foram incubadas por 24 h em placas multiorifício contendo 2 ´ 105 células/ml. Após 24 h, as amostras foram fixadas e submetidas à tramitação de rotina para avaliação em MEV, onde foram obtidas fotografias de cada amostra em aumento de 750 X. As fotografias foram submetidas a 3 examinadores previamente calibrados para avaliação da morfologia dos fibroblastos, segundo escore proposto por GAMAL et al. (1998), além da contagem do número de células presentes. O teste de concordância de Kendall indicou uma concordância interexaminadores altamente significante (p << 0,0001) para escores de morfologia celular. Embora o teste de Mann-Whitney não tenha indicado a existência de diferença estatisticamente significativa na morfologia celular entre os grupos (p >> 0,05), o grupo controle apresentou número de células significativamente maior (71,44 ± 31,93) quando comparado ao grupo teste (35,31 ± 28,14), como indicou o teste t não-pareado (p = 0,001).

Conclui-se que a aplicação do jato de bicarbonato de sódio em “abutments” de titânio levou à redução no número de células, não influenciando na morfologia celular, predominando as células achatadas, indicativa de adesão dos fibroblastos ao titânio.

B473

Influência da imunossupressão na osseointegração de implantes dentais.

SAKAKURA, C. E.*, MARGONAR, R., HOLZHAUSEN, M., PILATTI, G. L., MARCANTONIO Jr., E.

Departamento de Periodontia – FOAr – UNESP. E-mail: cesakakura@hotmail.com

O objetivo desse trabalho foi avaliar, através da força de torque reverso para remoção, a influência da imunossupressão induzida pela administração de ciclosporina-A, na osseointegração de implantes dentais. Foram utilizados 12 coelhos brancos (Nova Zelândia), divididos aleatoriamente em 2 grupos experimentais, com seis animais cada. No grupo ciclosporina (CICL), seis animais receberam injeção subcutânea de 10 mg/kg/dia de ciclosporina A (Sandimun - Sandoz), iniciada 4 dias antes do procedimento cirúrgico, estendendo-se por todo o período experimental. No grupo controle (CTLE), os animais receberam solução de cloreto de sódio a 0,9% da mesma forma e dose que o grupo experimental. Foram instalados 24 implantes dentais (7 x 3,75 mm - Master Screw). Quatro e 12 semanas pós-implantação foi mensurado, através de um torquímetro manual (Tohnichi 15 BTG-N), a força de torque reverso realizada para remoção dos implantes. Para o grupo CTLE as medianas para força de torque reverso foram de 15,5 e 40 N.cm, com 4 e 12 semanas, respectivamente. Para o grupo CICL foram de 23 e 29,5 N.cm, respectivamente. A análise estatística por método não-paramétrico, mostrou diferença estatisticamente significativa entre 4 e 12 semanas apenas para o grupo CTLE (p << 0,05) e entre os grupos CTLE e CICL para o período de 12 semanas.

Os resultados nos levaram a concluir que a imunossupressão causada pela ciclosporina A não exerce ­efeito negativo sobre a retenção dos implantes dentais nos períodos iniciais, porém prejudica sensivelmente os resultados finais. (Apoio financeiro: FAPESP e CAPES.)

B474

Avaliação histológica-qualitativa da reação tecidual ao implante do polímero da mamona analisada pela microscopia de luz transmitida e microscopia eletrônica de varredura.

BELMONTE, G. C.*, GUIMARÃES, S. A. C., CARVALHO, R. S.

USC - Bauru.

Foram utilizados doze coelhos machos, nos quais foram criados defeitos nos ossos do crânio (frontal) e do rádio com uma broca trefina de 5,0 mm de diâmetro. Os animais foram divididos em dois grupos, experimental e controle. Os animais do grupo experimental tiveram os defeitos preenchidos com o polímero vegetal osteocondutivo derivado da mamona e, os defeitos criados nos animais do grupo controle foram preenchidos apenas por coágulo sanguíneo. Os animais foram sacrificados nos períodos de 30 e 90 dias após os procedimentos cirúrgicos. A análise dos espécimes foi realizada através da microscopia de luz transmitida e microscopia eletrônica de varredura. Nos grupos controles, tanto no osso rádio como no crânio, o processo de reparo se caracterizou pelo formação de extenso coágulo sanguíneo envolvido por infiltrado inflamatório. Subseqüentemente, observou-se áreas de regeneração óssea endocondral e intramembranosa, produzindo extenso calo ósseo. Nos defeitos implantados não se observou áreas hemorrágicas nem infiltrado inflamatório.

O polímero mostrou-se biocompatível e osteocondutivo, guiando a regeneração óssea para a área implantada. A microscopia eletrônica de varredura relatou que o polímero possui poros intercomunicantes. O tecido ósseo em regeneração penetra nestes poros e substitui o polímero em processo de desmembramento, comprovando sua osteocondutividade.

B475

Detecção por PCR de periodontopatógenos em indivíduos com diferentes condições periodontais.

KLEIN, M. I.*, HÖFLING, J. F., NOGUEIRA FILHO, G. R., GONÇALVES, R. B.

Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. E-mail: (0**19) 430-5321. E-mail: reginald@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi detectar a presença de Bacteroides forsythus e Porphyromonas gingivalis em amostras de placa bacteriana subgengival. Os indivíduos selecionados foram divididos em 4 grupos de acordo com seu diagnóstico periodontal: grupo 1 - saúde periodontal (n = 5); grupo 2 - gengivite (n = 5); grupo 3 - periodontite com bolsa £ 5 mm (n = 10); grupo 4 - periodontite com bolsa >> 5 mm (n=10). Os indivíduos dos grupos 2, 3 e 4 possuíam pelo menos 3 sítios relacionados com seu diagnóstico e 1 sítio saudável. Após a remoção da placa supragengival, os dentes foram isolados e as amostras foram coletadas com cones de papel: 1 cone introduzido em cada um dos 3 sítios com bolsa periodontal mais profunda e 1 cone em sulco gengival saudável do mesmo indivíduo. A análise das amostras foi realizada pela técnica de PCR. Não foi detectado B. forsythus em nenhuma amostra proveniente de sítios com saúde periodontal e P. gingivalis foi detectado em apenas 1 sítio saudável do grupo 4. Nos sítios doentes do grupo 2, B. forsythus não foi detectado e P. gingivalis foi detectado em apenas 1 amostra. A prevalência em sítios doentes nos grupos 3 e 4 foi de 70% e 100% para B. forsythus, e de 40% e 90% para P. gingivalis, respectivamente. Ainda, B. forsythus e P. gingivalis foram detectados no mesmo sítio doente, nos grupos 3 e 4, em 30% e 80% das amostras, respectivamente.

Os resultados encontrados indicam que a presença de B. forsythus e P. gingivalis pode estar associada com a severidade da doença periodontal. (Apoio financeiro: FAPESP – processo: 99/09377-0.)

B476

Avaliação da extrusão dentária com e sem fibrotomia gengival supra-alveolar (estudo clínico e radiográfico).

CIRUFFO, P. A. D. R.*, NOUER, D. F., SALUM, A. W.

Departamento de Odontologia Infantil – FOP – UNICAMP; UNIG; MB. Tel.: (0**21) 265-6380.

A presente pesquisa teve por objetivo, verificar as alterações periodontais através de exames clínicos e radiográficos dos dentes submetidos à extrusão ortodôntica, em relação as alterações da margem gengival a margem de preparo radicular e da margem óssea a margem do preparo radicular de dentes portadores de fraturas radiculares, lesões cariosas, perfurações ao nível cervical da raiz, que dificultam a terapia periodontal, protética, endodôntica e restauradora. Foram usados na pesquisa 30 dentes divididos em dois grupos: o grupo A com 15 dentes submetidos à extrusão ortodôntica e o grupo B com 15 dentes submetidos à extrusão ortodôntica combinada com a fibrotomia gengival supra-alveolar. As médias do comprimento radicular dos dentes do grupo A em função do tempo de tratamento, no primeiro dia, aos 15, 30, 45 e 60 dias foram 13,87 mm, 12,63 mm, 12,17 mm, 11,57 mm e 11,13 mm, enquanto que a média da extrusão ortodôntica obtida foi de 2,77 mm. No grupo B as médias do comprimento radicular dos dentes em função do tempo de correção ortodôntica no primeiro dias aos 15, 30, 45 e 60 dias foram 17,63 mm, 15,16 mm, 14,50 mm, 14,50 mm e a média de extrusão foi de 3,13 mm. A média do grau da recidiva no grupo A foi de 0,25 mm, enquanto que no grupo B foi de 0,17 mm. O teste de Mann-Whitney foi significativo ao nível 0,0067 para a distância entre MG e MP.

Concluiu-se que os dentes do grupo A tiveram maior acompanhamento durante a extrusão das estruturas da margem óssea e gengival, quando comparado com os dentes do grupo B.

B477

Avaliação da profundidade de sondagem de sulco nas dentições decídua, mista e permanente.

ALVES, C. M. C.*, BRAHUNA, D. F., PEREIRA, A. F. V., PEREIRA, A. L. A.

Disciplina de Periodontia – FO – UFMA. E-mail: cacaucoelho@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a variação da PSG na dentição decídua, mista e permanente em crianças e adolescentes (3 a 17 anos) do Colégio Estado do Piauí, em São Luís (MA). Dentre os requisitos para participar da pesquisa, estavam a ausência de doenças sistêmicas, bem como a presença de saúde gengival. A PSG foi medida a partir da margem gengival até a extensão mais apical da sonda. As medidas foram tomadas em três pontos, na superfície vestibular de todos os dentes, usando sonda periodontal nº 5 (Hu Friedy). Os resultados mostraram que a PSG nos dentes decíduos superiores variou de 1,10 mm a 1,67 mm, com desvio-padrão de ± 0,20 e ± 0,33, respectivamente, e nos inferiores de 1,04 mm a 1,28 mm, com desvio-padrão de ± 0,08 e ± 0,22, respectivamente. Nos dentes permanentes superiores, os valores médios da PSG variaram entre 1,34 mm a 1,90 mm, com desvio-padrão de ± 0,37 e ± 0,45, respectivamente. Nos inferiores, esses valores variaram numa faixa de 1,40 mm a 1,91 mm, com desvio-padrão de ± 0,34 e ± 0,39, respectivamente. A PSG foi ligeiramente maior na maxila que na mandíbula tanto nos dentes decíduos como nos permanentes.

Os autores concluem que: 1) a profundidade do sulco gengival foi maior na superfície vestibular dos dentes decíduos e permanentes superiores; 2) houve um aumento com a idade na média da profundidade do sulco gengival nos dentes decíduos; 3) houve uma redução da profundidade do sulco gengival com a idade nos dentes permanentes.