Fórum Myaki Issáo - Sócios Iniciantes .............................................. I-001 à I-130

 

  I001

 

Resistência de união entre três sistemas cerâmicos de uso odontológico com uma liga de paládio-prata.

J. M. SCOLARO, A. L. VALLE, G. BONFANTE, L. F. PEGORARO, J. R. PEREIRA.

Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.

Avaliou-se a resistência ao cisalhamento da união metalocerâmica, de três diferentes sistemas cerâmicos de uso odontológico (Ceramco, Noritake e Vita VMK-68) aplicados sobre uma liga de paládio-prata (Pors-on 4), utilizando-se para isto, forças de compressão. Foram confeccionados 30 padrões metálicos divididos em três grupos de dez espécimes, sob os quais foi aplicada a cerâmica. Para a confecção dos corpos-de-prova, aplicação da cerâmica e realização dos testes de cisalhamento, utilizou-se uma matriz de aço inoxidável, em formato cilíndrico, com uma perfuração central de tamanho predeterminado, obtendo-se assim, corpos-de-prova padronizados. Após a fundição os padrões metálicos foram jateados com óxido de alumínio 50 µm e levados ao forno sem vácuo a 980ºC por dez minutos para a oxidação prévia. Recolocados novamente no interior da matriz, receberam duas camadas de cerâmica opaca e duas camadas de cerâmica de corpo. Em seguida foram realizados os testes de resistência ao cisalhamento em uma máquina de tração e compressão, utilizando-se uma célula de carga de 100 kgf e velocidade de 0,5 mm/min. As médias dos valores de resistência de união obtidas foram de 28,21 MPa para o sistema Ceramco, 28,96 MPa para o Noritake e 24,11 MPa para o Vita VMK-68.

Quando submetidos à análise de variância a um critério, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes, o que nos levou à conclusão de que todos os sistemas possuem uma característica de união metalocerâmica satisfatórias quando utilizados em conjunto com a liga selecionada. Além disso, os resultados são semelhantes aos descritos na literatura e se encontram além das forças necessárias para provocar a falha dos mesmos.

  I002  

Saúde bucal em adolescentes da região sudeste do estado de São Paulo e as metas da OMS.

M. R. J. MEDINA*, M. L. R. SOUSA, R. S. WADA.

Departamento de Odontologia Social da FOP – UNICAMP.
E-mail: mrajordao@merconet.com.br

Cada vez mais os estudos epidemiológicos se fazem necessários pois os programas locais de saúde devem estar baseados na tríade “diagnosticar-planejar-avaliar”, dando dessa forma visibilidade, credibilidade e concretismo às propostas de saúde bucal. Assim, em 1998 um grupo de 6 dentistas foram treinados e calibrados de acordo com os critérios da OMS para realizarem exames bucais em crianças de 12 anos de idade, que é uma das idades sugeridas pela OMS. Sete municípios foram sorteados dos 48 que compõem a Direção Regional de Saúde XXIII - Sorocaba, situada à sudeste do Estado de São Paulo. Itapetininga (ITA) representou os municípios de grande porte com água fluoretada; Iperó (IP) e Porto Feliz (PF) representaram os municípios de médio porte com e sem água fluoretada, respectivamente. Os municípios de pequeno porte com água fluoretada foram representados por Itaoca e Barra do Chapéu (IBC). Os de pequeno porte sem água fluoretada foram representados por Bom Sucesso de Itararé e Itapirapuã Paulista (BSIP). Os resultados de CPO nos municípios onde a água é fluoretada foram: 1,89 para ITA; 2,73 para IP e 3,01 para IBC. Para os municípios onde a água não é fluoretada os índices foram: 2,24 para PF e 3,11 para BSIP. Nos municípios com e sem água fluoretada a porcentagem de crianças livres de cárie foi respectivamente de 51,5% (ITA); 35,7% (IP); 25,7%(IBC); 30,0% (PF) e 16,1% (BSIP). Esses dados devem ser revistos, pois PF, apesar de nos registros oficiais não possuir água fluoretada, na coleta de água realizada na ocasião verificou-se a presença de flúor.

Por esse estudo verificou-se que ITA; IP; PF já atingiram a meta para o ano 2000 preconizada pela OMS, de CPO até 3,0 aos 12 anos e que os demais municípios praticamente estão no limite esperado para o ano 2000.

 

  I003  

Emprego da motivação para escovação em crianças pré-escolares.

L. G. FERREIRA*, J. H. CHUN, J. R. M. BASTOS, A. S. PERES, S. H. de C. SALES PERES.

FOB – USP.

Nos últimos anos, a Odontologia Preventiva tem sido o grande enfoque dos programas coletivos, procurando tornar os procedimentos de higiene bucal em hábitos a serem utilizados na rotina diária das pessoas. Quando nos referimos às comunidades de baixa renda e baixo nível de informação, parece ser ainda mais importante levar a educação preventiva às crianças. A escovação é método de higiene bucal eficaz e acessível às pessoas em sua vida cotidiana, devendo ser realizada com técnica adequada e como um hábito. Um programa de escovação diária, supervisionado, foi realizado na Creche Monteiro Lobato na cidade de Bauru - SP, participando 43 crianças de ambos os sexos, de 5 a 6 anos de idade, em um período de 28 dias. Foram utilizados os índices ceo e PHP no exame clínico. Havia dois grupos de estudo, sendo que um usava a técnica de escovação horizontal simples (grupo controle) e o outro a dupla escovação (grupo experimental). Os resultados observados ao fim do estudo foram: grupo controle (PHP inicial 4,04 e final 2,8; redução de 30,67%; ceo 1,356) e grupo experimental (PHP inicial 3,34 e final 2,16; redução de 30,10%; ceo 1,672). A presença diária de agentes de saúde supervisionando a escovação motivou as crianças a melhorarem e a valorizarem a atividade em ambos os grupos.

Os autores concluem que um programa odontológico comunitário deve contar com uma fase educativa forte, para motivar as crianças, e com escovação, que deve ser supervisionada nas escolas, conduzindo os pré-escolares a um melhor desempenho em relação a sua higiene bucal.

 

  I004  

Prevalência e características de hábitos orais em crianças de 4 a 12 anos atendidas na Clínica de Odontopediatria da UFPB.

F. G. VASCONCELOS*, A. M. G. VALENÇA, A. L. CAVALCANTI, R. C. DUARTE.

Disciplina de Odontopediatria – UFPB – Paraíba.

O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e características dos hábitos orais - sucção de chupeta (SC), sucção digital (SD), respiração bucal (RB), morder objetos (MO), morder lábios (ML), interposição lingual (IL), onicofagia (ON) e bruxismo (BR), em pacientes de 4 a 12 anos, atendidos na Disciplina de Odontopediatria da UFPB. Foram avaliados 689 prontuários odontológicos, sendo que 330 (48%) pertenciam a pacientes do sexo masculino (SM) e 359 (52%) aos do sexo feminino (SF), distribuídos nas seguintes faixas etárias: 4 a 6 - 214 (31%); 7 a 9 - 253 (37%); 10 a 12 - 222 (32%). A análise estatística foi realizada através do teste não paramétrico do Qui-quadrado (X2). Das crianças pertencentes ao SM e SF, respectivamente, 270 (82%) e 296 (92%) portavam hábitos, não sendo esta diferença significativa (p > 0,05). Em relação ao número de hábitos portados (1; 2; 3; mais de 3 hábitos), observou-se, no SM, 1 hábito - 112 (41%); 2 hábitos - 91 (34%); 3 hábitos - 44 (16%); mais de 3 hábitos - 23 (9%) e, no SF, 1 hábito - 84 (28%); 2 hábitos - 107 (36%); 3 hábitos - 71 (24%); mais de 3 hábitos - 34 (12%), sendo esta diferença estatisticamente significativa (p < 0,01). A prevalência dos hábitos estudados, em pacientes do SM e SF foi, respectivamente: SC - 6% e 5%; SD - 5% e 8%; RB - 16% e 14%; MO - 22% e 22%; ML - 10% e 10%; ON - 26% e 26%; IN - 3% e 4% e BR- 12% e 11. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa quanto a prevalência dos diferentes hábitos, em relação ao sexo.

Através dos resultados obtidos pode-se concluir que a prevalência dos hábitos orais não foi influenciada pelo sexo, contudo, os pacientes infantis do sexo feminino apresentaram um número mais elevado de hábitos - dois ou mais hábitos, em relação àqueles do sexo masculino, os quais eram, com mais freqüência, portadores de apenas um hábito.

 

  I005  

Prevalência de fluorose dentária em escolares de 6 a 9 anos de idade da rede pública de ensino do município de Niterói (RJ).

N. A. T. HAAS*, M. U. ALVES, A. M. G. VALENÇA, E. L. SOARES.

Curso Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF, UNIG, UNESA, UERJ – RJ.
Fax: (0**21) 350-5699.

O presente trabalho visa estudar a prevalência de fluorose no município de Niterói em escolares de 6 a 9 anos de idade da rede pública. Para coletar os dados, realizou-se um mapeamento dos escolares de 6 a 9 anos da cidade de Niterói que foi subdividida em cinco macrorregiões: Região das Praias da Baía; região Norte; região de Pendotiba; região Oceânica e região Leste. Foram examinados 1036 escolares, calculados em uma amostra estratificada de 394; 415; 132; 78 e 17 escolares respectivamente. Do total de crianças examinadas para compor a amostra, foram excluídos os casos de crianças com dentes anteriores superiores decíduos, com os incisivos centrais superiores permanentes ausentes, com erupção inferior a 2/3 da coroa dos incisivos centrais superiores permanentes, com os incisivos centrais superiores permanentes com cáries, restaurações ou fraturas extensas. O exame dos dentes foi realizado em um ambiente de luz natural, com uso de carteiras escolares para operador e para o paciente e uma mesa auxiliar. A inspeção dos dentes foi feita com auxílio de afastadores de madeira e secagem com algodão. Foram encontrados 14 casos de fluorose. Treze casos foram classificados como fluorose grau 1 segundo o índice de Thylstrup e Fejerskov e apenas um como grau 2.

Conclui-se que há uma baixa prevalência de fluorose nos escolares da rede pública de ensino do município de Niterói. (O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do CMM/HUAP 28/99.)

  I006  

Higiene bucal: avaliação de um programa educativo-preventivo em adultos.

J. FARAONI*, P. P. N. S. GARCIA, M. C. SERRA, S. A. M. CORONA, A. B. E. CATIRSE.

Faculdade de Odontologia de Araraquara.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de um programa educativo-preventivo sobre o comportamento de higiene bucal em adultos. Participaram do programa 61 pacientes, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 40 anos. Esses pacientes receberam noções básicas sobre etiologia e prevenção da cárie e doença periodontal, e também foram submetidos a escovação supervisionada, que foi reforçada em outras duas sessões. O método de motivação utilizado foi a orientação direta e individual associada a recursos audiovisuais. A análise do comportamento de higiene bucal baseou-se na observação e registro dos procedimentos executados pelos pacientes, relativos à técnica de uso do fio dental e escovação, em fichas previamente elaboradas, na primeira sessão e 6 meses após a aplicação do programa. Os resultados mostram que antes do programa, 75,4% dos pacientes passavam fio dental antes da escovação e seis meses após 93,4% procediam da mesma forma. Antes do programa 27,9% executavam a técnica de uso do fio dental de maneira correta e 6 meses após 75,4% usavam adequadamente o fio dental. 47,5% dos pacientes transportavam a escova dental devidamente protegida antes do programa, ao passo que 80,3% procederam da mesma maneira na avaliação final. Inicialmente a técnica de escovação Stillman Modificada foi utilizada por 36,1% e na avaliação final por 96,7%. Quanto à forma de execução da técnica de escovação, 34,4% e 73,8% faziam-na corretamente, antes e após o programa, respectivamente.

Mediante a metodologia aplicada pode-se concluir que o programa avaliado promoveu efeitos positivos sobre o comportamento de higiene bucal dos pacientes, com melhoria tanto na forma de utilização do fio dental como na técnica de escovação.

 

  I007  

Impacto da educação na saúde bucal de escolares da cidade de Niterói.

R. P. MATTOS*, L. ZARRANZ, T. A. SERPA, R. R. JORGE, L. F. BASTOS, U. V. MEDEIROS.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF – UNIGRANRIO – RJ.

A etiologia da gengivite está relacionada à presença da placa bacteriana, sendo o sangramento à sondagem um dos sinais mais comumente usados para o diagnóstico. O presente estudo foi realizado com o intuito de verificar a presença ou ausência de depósitos de placa supragengival e a condição gengival de 90 escolares na faixa etária de 11 a 13 anos da rede pública e particular do bairro de Icaraí na cidade de Niterói. O exame clínico, constituído de 2 etapas (inicial e final) foi realizado por 2 examinadores aplicando-se o Índice de Placa Visível (IPV) e o Índice de Sangramento Gengival (ISG) para o qual utilizou-se a sonda periodontal preconizada pela OMS. Os examinadores foram pré–calibrados (Kappa = 0,9) e os escolares divididos em 2 grupos: A = escola pública e B = particular sendo cada grupo dividido em 2 subgrupos (A1 e A2) (B1 e B2) de acordo com o número de superfícies dentárias examinadas. As atividades educativas e preventivas foram realizadas durante 2 semanas sendo direcionadas aos alunos e responsáveis, de forma a permitir mudanças comportamentais. Na análise dos dados obtidos o percentual médio inicial e final foi, respectivamente, para o IPV de: 17,3 % e 8,63% (A1); 18,79% e 8,42 % (A2); 18,24% e 9,30% (B1); 19,76% e 10,23% (B2). Já o ISG mostrou os seguintes resultados: 2,14% e 0,63% (A1); 2,85% e 0,82% (A2); 5,44% e 1,61% (B1); 2,53% e 2,08%(B2). Os dados iniciais e finais foram submetidos ao teste t de Student, obtendo-se um resultado para o IPV de 43,03**(A1); 16,48**(A2); 7,84** (B1) e 3,47 (B2) e para o ISG de 6,66**(A1); 23,00**(A2); 10,23**(B1) e 2,87(B2).

Concluiu-se que, em sua maioria, os grupos apresentaram uma redução estatisticamente significativa (p < 0,01) no IPV e no ISG ao término das atividades.

  I008  

Fatores não biológicos associados à cárie precoce.

D. TEIXEIRA , B. VOLSCHAN.

Odontopediatria – UNESA. E-mail: thcelo@olimpo.com.br

Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre fatores não biológicos e cárie precoce na infância. Os sujeitos do estudo foram 60 crianças de 0 à 36 meses matriculadas em duas creches públicas do município de Belford Roxo - RJ, e sua respectivas mães, cuja renda familiar era de até 4 salários mínimos e o grau de escolaridade médio, 1º grau incompleto. Após autorização do Cômite de Ética, a coleta de dados foi realizada pela autora através de exame clínico das crianças, sendo adotado o índice de placa visível (IPV) de SILNESS & LÖE e o ceo-s; e através de entrevista semi-estruturada realizada com as mães constando de perguntas sobre o estado sócio-econômico-cultural da família, conhecimento sobre saúde bucal, assim como história médica e odontológica, hábitos alimentares e de higiene e, comportamento da criança. Os resultados foram analisados estatísticamente pelo Programa Epi Info, utilizando o teste Qui-quadrado e p valores < 0,05 considerados significativos estatísticamente. As médias do índice de placa visível e ceo-s encontradas foram de 19,5% e 5,2% respectivamente, sendo que do total de crianças examinadas, 67,7% apresentavam atividade de cárie e 49% eram amamentadas (peito/mamadeira) durante à noite. Foi observado cárie em 70% das crianças filhas únicas, 73% filhas de pais separados e 79% que apresentavam distúrbios durante o sono. Entre as mães entrevistadas, 96,6% procuravam o dentista apenas em caso de urgência e 85% conheciam algum método de prevenção da doença.

Estes resultados nos levam à concluir que a abordagem de fatores não biológicos devem estar inseridos nos programas educativos e de tratamento da cárie precoce.

 

  I009  

Educação e saúde em Odontologia: limitações na prática dos cirurgiões-dentistas.

V. R. COSTA*, R. P. SILVA, R. L. CARMO, R. B. RIBEIRO, J. H. SERRÃO, J. L. SILVEIRA, V. OLIVEIRA.

Disciplina de Metodologia Científica – FACBS – UNIG – RJ.

A proposta deste trabalho foi verificar as principais dificuldades encontradas pelos cirurgiões-dentistas no desenvolvimento de atividades educativas e preventivas, no sentido de apresentar contribuições para a reflexão de conceitos e práticas adotados em relação à promoção de saúde bucal. Utilizou-se como forma de abordagem, o método indutivo, para o procedimento empregou-se os métodos, comparativo e o estatístico-descritivo. A técnica de pesquisa foi a observação direta extensiva realizada através de um formulário aplicado aos cirurgiões-dentistas que atendem em serviços públicos de saúde. Os resultados obtidos indicam que 80% dos profissionais realizam atividades preventivas, deste universo, 60% realizam também atividades educativas. Quanto a população a que se destina às atividades preventivas e educativas verificamos: 83% dirigido às crianças (6 a 12 anos) e 10% às crianças e responsáveis. O conteúdo ministrado nas atividades preventivas mostrou que 100% utiliza o controle da placa e 80% a técnica de escovação, mesmo não tendo um local apropriado para essa atividades, que são então, desenvolvidas na própria cadeira do dentista. O conteúdo veiculado nas atividades educativas versam sobre dieta alimentar (70%) e higienização oral (controle de placa bacteriana). A freqüência das atividades preventivas e educativas varia de paciente para paciente em 65%, a elaboração das atividades preventivas e educativas é do próprio dentista em 100%, nos serviços pesquisados 85% não trabalham com THD.

Percebemos que a prática de educação e saúde é predominantemente higienista associada a visão biológica e individualista.

  I010  

Pré-escolares: epidemiologia da desigualdade.

N. E. TOMITA, L. R. OLIVEIRA, C. A. MACHARELLI, V. M. PORTO, R. PERNAMBUCO,
A. OLIVEIRA, A. C. MAGALHÃES, A. P. CAVALCANTI, A. SOUZA, A. CASTRO, D. BORGO,
E. MUNHOZ, F. BRIGHENTI, G. GENNARO, G. DIAS, I. FROES, J. JESUS, J. BRASIL, J. PESSAN, K. GASQUE, K. CHIQUETO, L. YAMAMOTO, M. KATO, P. MOURA, R. SILVA, R. YAEDU,
R. SILVA, R. FORTI, R. MARQUES, T. YAMANAKA, T. SOUZA, V. SAKAI*.

FOB – USP; FMB – UNESP.

A saúde infantil tem sido freqüentemente estudada, na maioria das vezes, a partir de abordagens institucionais. A avaliação das condições de saúde bucal da maneira como é percebida pela população e seus determinantes sociais a partir de uma abordagem in loco foi realizada no presente estudo. Neste estudo transversal, um bairro de baixa inserção socioeconômica do município Bauru - SP - Brasil foi visitado. Foi realizado um censo populacional para identificar crianças abaixo de 7 anos, sendo localizadas 1133 crianças (572 meninas e 561 meninos). Foram coletadas informações sobre a composição familiar, acesso à pré-escola e ao tratamento odontológico, relato de cárie e queixa de dor de dente. As respostas negativas foram predominantes, sendo que 88,0% das crianças não freqüentavam a creche, 72,4% não freqüentavam a pré-escola, 67,4% nunca haviam ido ao cirurgião-dentista e 24,1% não possuíam escova dentária. A queixa de dor de dente foi referida por 12,4% e a presença de cárie foi relatada por 21,9% da amostra.

O quadro observado é excludente quanto ao acesso à educação infantil, ao acesso à assistência odontológica e ao consumo de alguns bens, como escova dentária, refletindo no padrão de percepção de doenças bucais referidas.

 

  I011  

Restaurações atraumáticas em dentes decíduos.

C. D. T. RODRIGUES*, M. D. MOURA, L. F. A. D. MOURA, L. G. SOARES.

Universidade Federal do Piauí. E-mail: iso@webone.com.br

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o comportamento clínico da técnica ART em bebês, observando o desempenho clínico, reação e comportamento frente aos procedimentos operatórios. Foram executadas 49 res­taurações em 16 bebês, de ambos os sexos, na faixa etária de 19 a 36 meses, cadastrados no Projeto de Extensão Universitária: Programa Preventivo para Gestantes e Bebês. As crianças foram atendidas na posição “Joelho a Joelho”, sob iluminação de luz de teto. A técnica restauradora seguiu as recomendações de NAVARRO e PASCOTTO (1998) e o cimento de ionômero de vidro utilizado foi o Vidrion R (SS White). Os escores utilizados na avaliação das restaurações foram: perfeita integridade, pequeno desgaste nas bordas das restaurações, fratura do material restaurador, queda do material restaurador e recidiva de cárie. Os resultados obtidos frente ao comportamento e à colaboração das crianças foram: 25% apresentaram bom comportamento, 40% comportamento regular e 35 % não colaboraram. 40% das crianças apresentaram sensibilidade durante a remoção do tecido cariado. Após 6 meses de avaliação clínica, as restaurações apresentaram a seguinte performance clínica: 34 (69,3%) perfeita integridade; 6 (12,2%) pequeno desgaste das bordas; 5 (10,2%) fratura do material e 4 (8,1%) quedas da restauração.

Pelos resultados clínicos obtidos pôde-se concluir que a técnica restauradora proposta é indicada para clínicas de bebês. (Iniciação Científica: bolsa da UFPI.)

 

  I012  

Estudo clínico da largura de gengiva queratinizada nas dentições decídua, mista, permanente.

D. F. BRAHUNA*, C. M. C. ALVES.

Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia – Universidade Federal do Maranhão. Tel.: (0**98) 236-8913. E-mail: denira@elo.com.br

A gengiva queratinizada (GQ) tem grande importância para saúde periodontal. Observações clínicas mostram que em presença de gengivite, a quantidade de GQ, diminui (LANG; LÖE, J. Perodontol., 43: 623-627, 1972). O objetivo do presente estudo foi avaliar a variação na largura da GQ na dentição decídua, mista e permanente em crianças e adolescentes na faixa etária de 3 a 17 anos. Dentre os requisitos para participar da pesquisa, estavam a ausência de doenças sistêmicas, bem como a presença de saúde gengival. A largura da GQ foi medida a partir de 0,5 mm da gengiva marginal até a junção mucogengival na superfície médio-vestibular de todos os dentes, usando uma sonda periodontal calibrada nº 5 (Hu Friedy). Os resultados mostraram que em crianças com dentição decídua, houve um aumento de 0,5 mm de incisivo central (IC) para incisivo lateral (IL), e diminuição de 1,0 mm para a região de 2º molar nos dentes superiores. Na mandíbula, houve uma diminuição de 0,5 mm na região de 1º molar. Na dentição permanente, houve uma diminuição na faixa de GI de IC para IL de IL para canino (0,69 mm) e de canino para 1º PM (0,5 mm). Houve aumento na região de 2º PM para retornar aos mesmos valores de canino na região de molares nos dentes inferiores. Nos superiores, houve um aumento de IC para IL, porém diminuiu de IL para canino e de canino para 1º PM, voltando a aumentar a largura na região de 2º PM, 1º Molar e 2º Molar.

Com base dados e nas limitações da presente pesquisa podemos concluir que: 1) Na dentição decídua, houve diminuição nos valores da largura de GQ, para a região de molares; 2) nos dentes permanentes, houve uma tendência a aumento na região de molares nos dentes superiores e diminuição na região de 1º PM inferior, onde a faixa apresentou-se a mais estreita dos dentes pesquisados.

 

  I013  

Avaliação do TRA na promoção de saúde em crianças HIV+.

C. MASULLO*, M. B. PORTELA, G. F. CASTRO, M. D. COSTA, I. P. R. SOUZA.

Odontopediatria – Faculdade de Odontologia – UFRJ. E-mail: glorinha70@hotmail.com

O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia clínica da Técnica de Restauração Atraumática (TRA) em uma população de crianças infectadas pelo HIV com grande atividade de cárie, participantes do Projeto SIDA/AIDS em Odontopediatria, todas com consentimento assinado por parte dos responsáveis. A seleção e restauração dos dentes obedecem ao critério do Guia Prático para o TRA (OMS, 1993), sendo a restauração feita com Fuji IX®. Para avaliação da eficácia clínica do TRA, foram avaliados, através de pesquisa aos prontuários, 61 dentes com TRA , com acompanhamento de 6 meses, sendo 34 decíduos e 7 permanentes, utilizando a seguinte classificação: sucesso; insucesso (perda parcial ou total). Dos 34 decíduos (D) 6 eram anteriores (a) e 28 posteriores (p) e dos 7 permanentes (P) 3 eram a e 4 p. Dos 34 D, 50% tiveram sucesso, sendo 83% no arco anterior e 42% no posterior. Dos Dp os superiores tiveram 50% de sucesso (5) contra 39% dos inferiores. O maior percentual de insucesso se deu no primeiro molar inferior. Dos 7 P, 43% tiveram sucesso. Não houve sucesso nos a (3) e nos p houve sucesso de 75%. Para os dentes Pp não houve diferença entre os arcos superior e inferior.

Pode-se concluir que, de acordo com o rígido critério utilizado para avaliação, a eficácia do TRA nesta população com alta atividade de cárie foi baixa, mostrando que há uma grande necessidade de intensificar os métodos educacionais já existentes para promoção de saúde.

 

  I014  

Avaliação da pressão arterial em procedimentos cirúrgicos.

H. Z. VONO*, J. L. TOLEDO NETO, C. L. FERREIRA, I. P. DESIDÉRIO, P. C. NOVAES,
J. P. RODRIGUES.

Departamento de Anatomia e Cirurgia – UNIP – Bauru. E-mail: Bauru-anato@uol.com.br

O nível da pressão arterial possui grande importância no atendimento odontológico, sendo a sua alteração de causa multifatorial e o fator psicológico de grande influência. O objetivo do trabalho foi verificar a variação da pressão arterial em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. Foram avaliados 50 pacientes, entre 20 e 60 anos de idade, sendo 25 do gênero masculino e 35 do gênero feminino. Foi aferida a pressão arterial, no pré, trans e pós-operatório, levando em consideração a quantidade de anestésico utilizado. Os valores considerados de pressão arterial normal eram de 120/80 mmHg. Os dados levantados mostraram que no gênero masculino os pacientes hígidos apresentavam pressão arterial normal no pré-operatório, sendo que 50% desenvolveram um leve aumento desta pressão e 50% um leve decréscimo no transoperatório, voltando em ambos a normalidade da pressão arterial no pós-operatório. Para o gênero feminino as pacientes hígidas apresentavam pressão arterial normal, sendo que no transoperatório 25% desenvolveram leve aumento da pressão arterial e 75% um leve decréscimo desta pressão, porém no pós-operatório os níveis de pressão arterial permaneceram como no transoperatório.

Os resultados permitiram concluir que o fator emocional adicionado a ação anestésica local promovem uma leve alteração da pressão arterial voltando a se normalizar no pós-operatório, situação esta mais rápida para o gênero masculino do que para o feminino.

 

  I015  

Avaliação epidemiológica e terapêutica do ameloblastoma dos maxilares.

F. G. RODRIGUES*, I. H. GANDELMANN, M. A. CAVALCANTE, T. L. C. RODRIGUES.

Doutorando em Odontologia – CTBMF – Faculdade de Odontologia – UFRJ.
E-mail: fabianogonzaga@terra.com.br

Este estudo teve como objetivo analisar as características clínicas quanto a idade, sexo e região anatômica, além dos tipos histológicos e tratamento em 22 casos de ameloblastoma tratados pelo Serviço de Cirurgia Oral do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ no período de 1990 a 1999. Os resultados demonstraram que a faixa etária mais incidente foi a segunda e quarta décadas de vida, numa média de idade de 36,8 anos, sendo 59,1% (n = 13) do sexo feminino e 40,9% (n = 9) do masculino. A mandíbula foi afetada em 95,4% (n = 21), na seguinte distribuição: 72,7% (n = 16) exclusivamente na região posterior, e 22,7% (n = 5) na anterior e posterior. A maxila foi acometida em apenas um caso. A análise dos espécimes submetidos ao exame histopatológico evidenciou que os tipos folicular e plexiforme compreenderam 36,3% (n = 8) cada, seguidos pelo acantomatoso com 22,8% (n = 5), e ameloblastoma cístico com 4,6% (n = 1). A terapêutica realizada foi: ressecção total associada a reconstrução com enxerto autógeno de crista ilíaca em 68,2% (n = 15) dos casos e ressecção parcial com margem de segurança em 31,8% (n = 7). Não foi observado nenhum caso de recorrência da lesão no controle pós-operatório.

Concluímos, baseados nestes resultados que o ameloblastoma atinge principalmente a região posterior da mandíbula de pacientes adultos do sexo feminino, sendo os tipos histológicos mais freqüentes o folicular e plexiforme. Quanto a eficácia do tipo de tratamento aplicado, não se evidenciou diferença estatística entre a ressecção parcial e a ressecção total associada a reconstrução com enxerto de crista ilíaca.

  I016  

Ocorrência da mineralização do complexo do ligamento estilo-hioideo em pacientes com disfunção da ATM e em indivíduos assintomáticos.

L. RODRIGUES*, J. G. C. LUZ, J. M. P. SOLER.

Departamento de CPTBMF – Faculdade de Odontologia – USP. Tel.: (0**11) 3091-7887.

A mineralização do complexo do ligamento estilo-hioideo pode causar dores orofaciais e sua presença associada à disfunção da articulação temporomandibular (ATM) é pouco estudada. A ocorrência de mineralização do complexo do ligamento estilo-hioideo foi avaliada de modo comparativo, em pacientes com disfunção da ATM e em indivíduos assintomáticos. Assim, foram analisadas radiografias panorâmicas provenientes de 500 pacientes com disfunção da ATM e 500 indivíduos assintomáticos. Os grupos foram similares considerando a prevalência do gênero feminino (p = 0,0013 e p = 0,0065), bem como a distribuição de acordo com a faixa etária (p = 0,755). Foram detectados 20 casos (4,8%) entre os pacientes com disfunção da ATM e 14 casos (2,8%) entre os indivíduos assintomáticos. O aspecto radiográfico mais freqüente foi o alongado em ambos os grupos (p < 0,050). O padrão de mineralização mais freqüente foi o parcialmente mineralizado no grupo com disfunção da ATM (p < 0,050). A localização mais freqüente foi na porção inferior do ramo mandibular em ambos os grupos (p < 0,050). Quando comparados entre os grupos e de acordo com cada classe, houve somente uma diferença significante no aspecto radiográfico, sendo o tipo pseudo-articulado mais freqüente no grupo com disfunção da ATM (p < 0,050).

Concluímos que a ocorrência e as características de mineralização do complexo do ligamento estilo-hioideo são similares em pacientes com disfunção da ATM e em indivíduos assintomáticos.

 

  I017  

Estudo comparativo entre adesivo tecidual Coloskin e fio de poliglactina 910.

C. C. CLÁUDIO*, T. OKAMOTO, C. T. M. H. SAITO, A. ARANEGA.

Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada – Faculdade de Odontologia do Campus de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3241.

O emprego de adesivos teciduais em substituição ao convencional fio de sutura vem sendo estudado já há algum tempo. Em contribuição a esta investigação, realizou-se neste trabalho uma avaliação comparativa do comportamento histomorfológico do adesivo tecidual Coloskin e fio de poliglactina 910. Este último já bem estudado e considerado excelente material para suturas. Para tanto foram empregados 18 ratos machos, que receberam duas incisões dorsais de dimensões padronizadas, das quais uma recebeu sutura com fio de poliglactina 910 (Vicryl) e outra onde após aproximação das bordas aplicou-se o adesivo Coloskin. Os animais foram sacrificados aos 2, 5 e 7 dias pós-operatórios para obtenção de peças que foram analisadas histomorfologicamente.

Os resultados obtidos mostraram que o adesivo Coloskin permite uma regeneração epitelial mais rápida e uniforme quando comparado ao grupo suturado com fio de poliglactina 910 (Vicryl), onde, nas feridas suturadas, observou-se, com freqüência, invaginação do epitélio da mucosa gengival.

 

  I018  

A desinfecção de moldes e modelos na clínica odontológica.

M. A. GALLITO*, W. V. ALVES, M. S. MIRANDA.

Departamento de Dentística – UERJ.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o percentual de cirurgiões-dentistas que executam a desinfecção de moldes e modelos na clínica odontológica. Foram distribuídos 170 questionários na Faculdade de Odontologia da UERJ, e na Associação Brasileira de Odontologia do Rio de Janeiro, com a intenção de abordar se os CDs apresentam conhecimento sobre o assunto, técnicas, materiais utilizados, e se executam a desinfecção de moldes e modelos na clínica odontológica. Foram respondidos 110 questionários, os quais foram submetidos à análise estatística descritiva, e obtivemos os seguintes resultados aproximados: 84,54% dos CDs conheciam o assunto abordado, e 15,45% não conheciam: 90,90% consideram que os moldes e modelos são vias de contaminação e 9,090% não consideram; 40% executam a desinfecção e 60% não a executa. Dentre os CDs que fazem a desinfecção de moldes e modelos 77,27% utilizam a técnica de imersão e 22,72% utilizam a técnica do “spray”. Quanto ao desinfetante empregado, 61,63% dos que fazem a desinfeção utilizam o glutaraldeído a 2%; 22,27% o hipoclorito de Na em várias concentrações, 4,54% usam a clorexedina e 11,36% não relataram qual o desinfetante empregado.

Baseado nesses dados, pudemos concluir que este assunto ainda não faz parte da realidade de uma grande parte dos cirurgiões-dentistas entrevistados, mesmo sabendo que é uma via de contaminação cruzada, diante de numerosas doenças abordadas na clínica odontológica causadas por fungos, bactérias, vírus e diversos microorganismos.

 

  I019  

Suscetibilidade antimicrobiana de enterobactérias e pseudomonas isoladas de pacientes com periodontite.

F. C. B. BARBOSA*, M. P. A. MAYER, S. CAI.

Departamento de Microbiologia – ICB – USP – SP. Tel.:(0**11) 3091-7202,
fax: (0**11) 818-7345. E-mail: silvanac@icb.usp.br

Microorganismos pertencentes às famílias Enterobacteriaceae e Pseudomonadaceae têm sido isolados da microbiota subgengival de pacientes com periodontite severa. Essas bactérias podem não responder ao tratamento periodontal convencional e exibem resistência aos níveis terapêuticos de diversos antibióticos sistêmicos, o que pode interferir no sucesso da terapia periodontal. Este estudo teve como objetivo avaliar a sensibilidade antimicrobiana in vitro de 26 amostras de bacilos entéricos e pseudomonas isoladas da placa subgengival de 25 pacientes com periodontite (9 homens e 16 mulheres), habitantes de São Paulo - Brasil. Todos os pacientes foram informados da pesquisa e consentiram na coleta do material. Os ensaios foram realizados utilizando Etest para amoxicilina/ácido clavulânico, ciprofloxacina e doxiciclina. As espécies foram semeadas em ágar Mueller-Hinton e a concentração inibitória mínima (CIM), em µg/ml, foi determinada de acordo com as recomendações do fabricante, após 18 horas de incubação aeróbica a 37ºC. Todos os microrganismos estudados demonstraram alta suscetibilidade à ciprofloxacina e exibiram padrões variáveis de suscetibilidade aos demais agentes antimicrobianos testados.

Portanto, os resultados indicaram que ciprofloxacina seria o antibiótico de escolha para erradicar da bolsa periodontal esses patógenos em potencial.

 

  I020  

Desinfecção de moldes e modelos com hipoclorito de sódio.

E. M. SANTOS*, L. E. F. COTRIM, A. O. C. JORGE.

Departamento de Odontologia – UNITAU; Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

O presente estudo avaliou, in vitro, a efetividade na desinfecção por imersão em hipoclorito de sódio (1%) de moldes de alginato tipo I (presa rápida) e de modelos de gesso pedra tipo III. Moldes e modelos foram obtidos a partir de corpo-de-prova padronizado com linhas de referência traçadas em sua superfície. A contaminação foi realizada nos moldes com 0,1 ml de culturas de Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Bacillus subtilis e Candida albicans e a desinfecção foi realizada nos moldes, modelos e em ambos, durante 10 e 30 minutos. Após desinfecção, os modelos obtidos tiveram sua superfície impressa por 30 segundos na superfície dos meios de cultura de acordo com o microrganismo testado e após incubação observou-se o crescimento calculando-se a área de crescimento. A seguir os modelos foram avaliados visualmente e através de rugosímetro para verificação da rugosidade superficial. Os resultados foram submetidos à análise estatística pelo método da distribuição normal considerando p £ 0,05. A desinfecção foi efetiva, exceto para o grupo modelo desinfectado por 10 minutos, onde houve crescimento de microrganismos. Na análise dimensional os piores resultados foram obtidos no grupo molde/modelo desinfectados por 30 minutos e os melhores no grupo molde desinfectado por 10 minutos.

Concluiu-se através deste estudo que a desinfecção de moldes de alginato por imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% foi um procedimento eficiente frente aos microrganismos testados.

 

  I021  

Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana de dentifrícios.

D. ROSSI1, G. FARIA1, A. S. MEDEIROS1, I. Y. ITO2, P. NELSON FILHO1.

1Departamento de Clínica Infantil – FORP – USP; 2Departamento Anal. Clin., Toxicol. e Bromatol. – FCFRP – USP. Tel.: (0**16) 602-4099.

Alguns agentes químicos, como o triclosan e a clorexidina (CHX), têm sido incorporados aos dentifrícios por apresentarem atividade antimicrobiana. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade dos dentifrícios: Cariax (CHX 0,12%), Dent Plaque (eritrosina 0,5%), Sanogil (triclosan 0,3%), AZ (triclosan) e Sorriso, frente a 23 microrganismos indicadores (bactérias gram-positivas, gram-negativas e leveduras), pelo método de difusão de disco. Discos impregnados nos respectivos dentifrícios foram depositados em placas de Petri contendo meios de cultura Triptic Soy Agar (Difco) ou Mueller-Hinton Medium (Difco) inoculados com os microrganismos indicadores pelo método de pour plate, sendo duas placas para cada microrganismo. As placas foram mantidas à temperatura ambiente por 2 horas e incubadas por 24 horas a 37ºC. Decorrido este período, foi efetuada a mensuração dos halos de inibição de crescimento e realizada a análise estatística (ANOVA e teste de Tukey). Os resultados demonstraram que todas as formulações de dentifrício testadas, exceto a Sorriso, apresentaram atividade antimicrobiana contra bactérias gram-positivas e leveduras, na seguinte ordem decrescente: AZ = Sanogil > Cariax = Dent Plaque. Dentre as bactérias gram-negativas, apenas a P. aeruginosa (ATCC 2327 e cepa de campo), não foi inibida por nenhuma formulação.

Pôde-se concluir que os dentifrícios testados, contendo triclosan, clorexidina ou eritrosina, apresentaram atividade antimicrobiana in vitro.

 

  I022  

Atividade antimicrobiana de diferentes materiais restauradores.

J. C. CICCONE*, W. C. S. SOUZA, M. P. VERRI, R. G. PALMA DIBB, S. L. SALVADOR, T. NONAKA, M. F. L. NAVARRO.

FORP – USP; FCFRP – USP; FOB – USP. Tel.: (0**16) 620-5962.

O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antimicrobiana dos seguintes materiais restauradores - Fuji II LC, Ketac-Fill, Ketac-Molar, Vidrion R, Fuji IX, Ariston pHc, Degufill Mineral, Z100 e Compoglass. Para tal finalidade, utilizou-se o teste de difusão em ágar, determinando-se o halo de inibição do crescimento bacteriano sobre Streptococcus mutans (ATCC25175), Staphylococcus aureus (ATCC25923) e Micrococcus luteus (ATCC9341). Os materiais foram avaliados logo após a manipulação, assim como, para os cimentos de ionômero de vidro (CIV), sob forma de seus componentes (pó e líquido). De acordo com a exigência nutricional de cada microorganismo, foram utilizados os meio de cultura Mha (Difco) e BHIa (Difco). O preparo e a manipulação dos materiais foram realizados assepticamente, seguindo-se as recomendações dos fabricantes. Os corpos-de-prova foram então inseridos nos meios de cultura, enquanto que os componentes foram aplicados nos poços (6 mm Æ, 4 mm de profundidade)em quantidades suficientes para o seu total preenchimento. Decorridas 2 horas de pré-incubação à temperatura ambiente, as placas foram incubadas a 37ºC por 48 horas em aerobiose (S. aureus e M. luteus) e em microaerofilia (S. mutans). A seguir determinou-se o diâmetro dos halos de inibição do crescimento (mm). Apenas o Vidrion R, recém-manipulado, apresentou atividade antimicrobiana.

Os componentes líquidos de todos os CIV testados produziram variados halos de inibição sobre os microrganismo indicadores, enquanto que o componente pó não demonstrou nenhum atividade antimicrobiana. (Financiado CNPq/PIBIC.)

 

  I023  

Concentração inibitória mínima (CIM) e bactericida da clorexidina: b-ciclodextrina sobre Streptococcus mutans.

A. L. PATARO, F. C. GIFFONI*, L. C. R. SOUZA, V. R. SANTOS, R. D. SINISTERRA, M. E. CORTÉS

FO - UFMG; Departamento de Química – UFMG. Fax: 292-7282. E-mail: mecortes@yahoo.com

Clorexidina é eficaz no controle da placa bacteriana. Efeitos indesejáveis tem sido relacionados ao seu uso prolongado, restringindo a sua utilização na prevenção de cáries. A b-ciclodextrina é um oligossacarídeo cíclico que forma complexos de inclusão com outras moléculas, inclusive com a clorexidina, melhorando suas características de solubilidade, estabilidade e biodisponibilidade. O objetivo desse trabalho foi verificar CIM e concentração bactericida (CB) do composto de inclusão clorexidina: b-ciclodextrina sobre o crescimento in vitro de S. mutans. Cultura de 24 horas de S. mutans (ATCC 10556) correspondente a 5.9 x 108 UFC/ml foram testadas para concentrações de 0,12%, 0,06%. 0,03%, 0,015%, 0,0075% do composto em meio Brain Hearth Infusion (BHI). Os controles foram clorexidina e b-ciclodextrina puras e BHI com e sem microrganismos. Os resultados mostraram que a CIM foi de 0,03% e a CB foi de 0,06%.

Concluiu-se que baixas concentrações do composto de inclusão clorexidina:b-ciclodextrina são eficazes para inibir o crescimento do S. mutans in vitro. (Apoio: Probic/FAPEMIG- PIBIC/CNPq.)

 

  I024  

Alterações dimensionais nos arcos do nascimento aos 3 anos idade.

E. M. SANTOS, M. A. C. BORGES*, V. P. FREITAS, A. CHELOTTI.

Departamento de Odontopediatria – FO – USP. Tel.: (0**11) 293-7794.

O desenvolvimento da dentição é caracterizado por alterações em diversos períodos. O período neonatal é um aspecto do desenvolvimento oral que tem despertado pouco interesse por estudiosos. Nosso objetivo foi avaliar as alterações dimensionais em largura, comprimento e altura dos arcos em crianças do nascimento aos 3 anos de idade. A amostra consistiu de 52 crianças, das quais obtivemos modelos de estudo, pela moldagem dos arcos superior e inferior. A média de idade na época da impressão foi de 6 dias a 3 anos. Foram feitas medidas lineares nos modelos de estudo referentes a largura do arco superior e inferior, nas quais avaliamos as larguras externas, internas e posterior; ao comprimento dos arcos, e à altura do palato. Além disso, utilizamos medidas angulares nos arcos superior e inferior, baseadas no ponto médio anterior superior e inferior. Observamos diferenças dimensionais nos vários parâmetros estudados, em diferentes períodos do desenvolvimento, o que demonstrou a necessidade de estudos longitudinais para o esclarecimento destas variações.

Nossos resultados suportam a conclusão que existem marcadas diferenças dimensionais de largura e comprimento dos arcos em crianças do nascimento aos 3 anos de idade.

 

  I025  

Atividades enzimáticas em glândulas salivares em desenvolvimento.

E. GANZERLA*, J. NICOLAU.

Centro de Pesquisa em Biologia Oral – FOUSP – SP. Tel./Fax: (0**11) 3091-7840.

O objetivo da presente investigação é o de estudar as enzimas do metabolismo de carboidratos, em glândulas submandibular (SM) e parótida (P) de ratos em desenvolvimento. Ratos da raça Wistar, com idades de 2, 7, 14, 21 e 30 dias foram sacrificados ou por deslocamento cervical ou por traumatismo craniano. As glândulas SM e P foram imediatamente removidas, pesadas e homogeneizadas a 10% num meio contendo imidazol 50 mM pH 7, EDTA 2 mM e mercaptoetanol 1 mM. Após centrifugação a 12.100 g, o sobrenadante foi usado para as análises. Na glândula SM a HK tem sua atividade aumentada até 21 dias para depois sofrer uma diminuição. A PFK-1 aumenta gradativamente até o grupo de 30 dias de idade. Na glândula P, a HK sofre diminuição gradativa enquanto a PFK-1 inicialmente aumenta para depois diminuir posteriormente.

Em conclusão, existem diferenças nas atividades das enzimas estudadas durante o desenvolvimento das glândulas salivares. (Apoio financeiro: FAPESP.)

 

  I026  

Dimensões morfométricas da glândula parótida de camundongos de ambos os sexos.

T. T. C. RIBEIRO*, T. M. CESTARI, R. TAGA.

Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.
E-mail: cestari@fob.usp.br

O objetivo da presente pesquisa, foi avaliar as dimensões morfométricas das diferentes estruturas de glândulas parótidas de camundongos albinos, machos e fêmeas. As seguintes dimensões morfométricas foram avaliadas para os ácinos, ductos intercalares, ductos estriados, ductos excretores e estroma: densidade de volume, volume total compartimental, densidade de superfície, superfície externa total, proporção superfície-volume, volume celular e número absoluto de células. A análise dos resultados mostrou que a massa das glândulas parótidas é 43,7% maior (p < 0,01) nos camundongos machos do que nas fêmeas. Esta diferença deveu-se ao fato dos volumes compartimentais dos ácinos, ductos intercalares e ductos estriados serem marcadamente maiores nos machos, respectivamente, 57,6% (p < 0,01), 253,1% (p < 0,01) e 91,1% (p < 0,05). O maior volume do compartimento acinar foi devido a um número total de células e volume celular médio, respectivamente, 24,8% (p < 0,01) e 47,7% (p < 0,01) maiores nos machos do que nas fêmeas.

Baseados nos resultados obtidos, concluímos que existem diferenças morfológicas entre as glândulas parótidas de camundongos machos e fêmeas passíveis de serem detectadas pela morfometria, principalmente nos compartimentos morfológicos dos ácinos e dos ductos intercalares que são mais desenvolvidos nos machos. (*CNPq Research fellow - Proc. 98/11744-9.)

 

  I027  

Produção de leucotoxina e indução de liberação de elastase por amostras de A. actinomycetemcomitans.

S. CAI*, R. BRUGUGNOLI, M. P. A. MAYER.

Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas – USP.
Tel.: (0**11) 3091-7202. E-mail: silvanac@icb.usp.br

Diversos fatores de virulência são responsáveis pela patogenicidade de Actinobacillus actinomycetemcomitans, microrganismo implicado no estabelecimento e progressão de diferentes periodontopatias. Este estudo teve por objetivos analisar a atividade leucotóxica e a capacidade de liberação de elastase após interação deste patógeno com células polimorfonucleares (PMN). Foram estudadas 16 amostras bacterianas isoladas de indivíduos com periodontite de estabelecimento precoce e com periodontite do adulto, não portadores de condições patológicas sistêmicas e não submetidos à antibioticoterapia nos seis meses que antecederam a coleta de placa subgengival. Consentimento informado foi obtido de todos os indivíduos. As amostras foram isoladas em meio seletivo TSBV. A atividade leu­cotóxica foi analisada através da determinação e quantificação da enzima desidrogenase láctica. A liberação de elastase, contida em grânulos de PMN, foi avaliada utilizando-se o substrato succinil-alanil-alanil-valina-p-nitroanilídio. Como controle positivo dos testes foram utilizados PMN rompidos através de sonicação. Células PMN sem adição de bactérias foram usadas como controle negativo. A análise estatística dos resultados revelou atividade leucotóxica significantemente maior nas amostras isoladas de pacientes com periodontite de estabelecimento precoce. Porém, a quantidade de elastase liberada após interação dos PMN com as bactérias foi igual, não havendo diferença significante ao se comparar as amostras dos dois grupos de pacientes.

Os resultados sugerem que os estímulos bacterianos que desencadeiam o processo de degranulação de PMN não se relacionam apenas à atividade leucotóxica do microrganismo. (FAPESP: Processo 97/10934-6.)

 

  I028 

Determinação de anticorpos humorais em indivíduos com doença periodontal do adulto.

R. P. TELES, A. P. COLOMBO, M. C. M. B. TORRES, A. F. B. ANDRADE, R. HIRATA,
W. ROSALÉM*, M. C. S. MENDES.

UNESA – UERJ – UFRJ. E-mail: rteles@yahoo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do hospedeiro para determinadas espécies subgengivais, através dos níveis de IgG no soro de indivíduos com doença periodontal do adulto que nunca sofreram tratamento periodontal. Foi realizada a comparação entre achados clínicos e imunológicos destes indivíduos. Após a aprovação do Comitê de Ética e consentimento livre e esclarecido, formam selecionados 20 pacientes com idade entre 36 a 55 anos (idade média: 42,05 ± 5,25) nas Clínicas de Odontologia da Universidade Estácio de Sá. A análise dos anticorpos sistêmicos foi feita utilizando a técnica do ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), enquanto que a identificação dos microorganismos utilizou a técnica de sonda de DNA (Checkerboard DNA-DNA Hybridization). A avaliação clínica periodontal, incluiu: índice de placa, profundidade de bolsa, nível de inserção, sangramento à sondagem e supuração, em seis sítios por dente. Os dados foram analisados utilizando o programa estatístico SPSS medindo o grau de associação através do Spearman`s Correlation Coeffi­cient. A resposta imunológica considerada elevada foi aquela que ultrapassou 2 desvios padrões da média encontrada no grupo de indivíduos sadios (controle, n = 16). Os resultados sugerem que os níveis de anticorpos estavam elevados para P. gingivalis, A. naeslundii, V. parvula, P. nigrescens, S. intermedius e P. micros, por outro lado, não havia resposta elevada para AaY4 em nenhum dos indivíduos testados. Os níveis de anticorpos para P. gingivalis apresentaram uma correlação positiva com sangramento à sondagem (p < 0,05).

Os resultados sugerem que a resposta através de anticorpos para as espécies testadas aparecem elevadas em indivíduos que nunca se submeteram à tratamento periodontal, exceto para o AaY4.

 

  I029 

Formação de lesões cariosas utilizando um sistema bacteriano, in vitro.

GAMA-TEIXEIRA *, M. R. L. SIMIONATO, M. A. A. C. LUZ.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7841, fax: r. 11.
E-mail: gamatex@uol.com.br

O objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade de um método na indução do desenvolvimento de cárie secundária, in vitro, utilizando um sistema bacteriano e determinar o tempo necessário para a produção destas lesões. O método utilizado foi proposto por GILMOUR et al., J. of Oral Reahb., 17:6, 1990, acrescido de algumas alterações. Foram utilizados dez terceiros molares humanos sem lesões de cárie prévias. Foram realizados preparos com características de Classe V no terço médio das faces vestibular e lingual, e estes foram restaurados com diferentes mate­riais. A seguir os dentes foram esterilizados em irradiação gama. Cada dente foi imerso em um tubo contendo TSB (Tryptic Soy Broth), 5% de sacarose e Streptococcus mutans. A cada 48 horas, o dente e 200 ml do meio de cultura eram transferidos para um novo tubo com o mesmo conteúdo. Os dentes foram mantidos nesse meio cariogênico durante 20 dias (grupo I) e 40 dias (grupo II). Após remoção dos dentes do sistema microbiano, estes foram preparados para análise ao microscópio de luz convencional e polarizada. As lesões de cárie desenvolveram-se em ambos os grupos. As lesões do grupo II apresentaram-se um pouco mais profundas (0,26 mm ± 0,06), quando comparadas às do grupo I (0,22 mm ± 0,12). Todas as lesões mostraram camada superficial intacta, apresentando zonas de desmineralização na subsuperfície.

O método foi eficaz na indução da formação de lesões cariosas. O período de 20 dias foi suficiente para o desenvolvimento de cárie, sendo que as lesões desenvolvidas durante 40 dias foram ligeiramente mais profundas. (Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do ICB/USP e FO.)

  I030 

Incidência e localização de manchas brancas no esmalte dentário em escolares.

C. C. SCHREINER*, J. C. ROCHA.

Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

As manchas brancas encontradas no esmalte de dentes humanos apresentam etiologias variadas e diferentes características, sendo um correto diagnóstico diferencial um dos principais fatores para garantir o sucesso do tratamento e terapêuticas. A proposta desse trabalho foi avaliar a incidência de manchas brancas encontradas no esmalte dentário de crianças, de idade variando de 2 a 10 anos e verificar a etiologia das mesmas. Para a realização deste trabalho foram examinadas clinicamente 300 crianças, pertencentes à escolas municipais de São José dos Campos e foram selecionadas 100 crianças que apresentavam manchas brancas em seus esmaltes dentários. Nestas crianças realizou-se um exame clínico, onde se observaram as características clínicas dessas manchas: localizadas ou generalizadas; opacas ou brilhantes; localização; formas de contorno; associadas à placa bacteriana, à cáries e/ou restaurações.

Os resultados revelaram que as manchas brancas estavam presentes em 34% das crianças examinadas. Concluiu-se que a mancha branca ocasionada por fluorose foi a que teve maior índice de ocorrência.

 

  I031  

Condicionamento ácido em diferentes regiões do esmalte de molares decíduos.

M. FAVA, L. K. SHINTOME*, S. I. MYAKI.

Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar ao microscópio eletrônico de varredura, a micromorfologia do esmalte de dentes decíduos após condicionamento com ácido fosfórico a 35%, com tempos de aplicação de 15, 30 ou 45 segundos, sobre a superfície vestibular ou oclusal de molares decíduos. Foram selecionados 24 molares decíduos, clinicamente hígidos, esfoliados naturalmente, que foram armazenados em solução fisiológica à temperatura ambiente. As amostras sofreram limpeza coronária com pasta de pedra-pomes e água em baixa velocidade e foram divididas aleatoriamente em 6 grupos experimentais, com 4 dentes em cada grupo. As amostras dos grupos 1 a 3 receberam condicionamento ácido na superfície vestibular e as amostras dos grupos 4 a 6 na superfície oclusal. Nos G1 e G4, o condicionamento foi realizado durante 15 segundos, nos G2 e G5 durante 30 s e nos G3 e G6 durante 45 s. Após, todos os espécimes foram lavados com “spray” de ar água durante 15 s. Foram desidratados, montados em bases metálicas, cobertos com ouro e examinados em um microscópio eletrônico de varredura (Jeol, JSM - 6100).

A análise das fotomicrografias revelou que as amostras dos grupos G1, G2 e G6 apresentaram predominância do padrão tipo I (SILVERSTONE et al. Caries Res., 9: 373–387, 1975) enquanto nos grupos G3, G4 e G5 observou-se uma predominância do padrão tipo II. Em todos os grupos, quanto maior o tempo de aplicação do agente condicionador, os variados padrões de condicionamento mostram-se mais evidentes.

  I032  

Avaliação in situ do frutooligossacarídeo na remineralização do esmalte dental bovino.

M. S. G. COSTA*, F. ORNELAS, A. S. SERRANO, M. A. R. BUZALAF.

Departamento de Ciências Biológicas – FOB – USP. E-mail: buzalaf@techno.com.br

Vários estudos têm demonstrado que o uso de gomas de mascar aumenta o potencial remineralizante da saliva. O frutooligossacarídeo (FOS) é usado em alguns países como substituto da sacarose, devido ao seu baixo valor calórico, mas o seu potencial cariogênico ainda não foi devidamente testado. O objetivo deste trabalho, devidamente aprovado pela comissão de bioética local, foi avaliar o efeito de gomas de mascar contendo sacarose ou FOS (Meiji Seika, Japão) e de dentifrício contendo 1500 ppm de F na forma de MFP na remineralização in situ de lesões de cárie artificiais. Como controle foi usado dentifrício não fluoretado. O estudo foi do tipo crossover, com 8 voluntários em 4 etapas de 14 dias. Os voluntários utilizaram dispositivo intra-oral mandibular de resina acrílica, contendo 2 blocos de esmalte bovino com lesão de cárie artificial. Após cada etapa, foi analisada a microdureza (Vickers, carga de 100 g) dos blocos de esmalte. Os dados de dureza mostraram que, no grupo controle houve uma remineralização de 60,9% (DP = 7,7%, n = 6), no do dentifrício fluoretado, de 92,8% (DP = 18,3%, n = 16), no da sacarose, de 79,4% (DP = 13%, n = 10) e no do FOS, de 109,5% (DP = 18,2%, n = 16). A ANOVA revelou que existe diferença estatisticamente significante entre os grupos (p < 0,000001) e o teste de Tukey para comparações individuais mostrou que existe diferença significante entre o grupo do FOS e os demais e entre o grupo do dentifrício e o controle. Entre os demais, a diferença não foi estatisticamente significante (p < 0,05).

Assim, os dados obtidos neste estudo demonstraram que o uso da goma de mascar contendo FOS e de dentifrício fluoretado foram efetivos na remineralização in situ de lesões de cárie artificiais, sendo que a primeira foi ainda mais efetiva que o segundo.

 

  I033  

Influência dos agentes dessensibilizantes na resistência à tração da união resina composta-dentina.

P. SANTOS, M. A. P. SOBRAL.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia – USP. Tel./Fax: (0**11) 818-7841.

Objetivo: o objetivo do trabalho foi avaliar in vitro a resistência à tração de restaurações diretas de resina composta sobre as superfícies dentinárias quando estas são tratadas previamente com 3 diferentes agentes dessensibilizantes dentinários: Gluma Desensitizer (Heraeus Kulzer), Health-Dent Desensitizer (Health-Dent International) e Cav-Clean (Herpo). Métodos e Resultados: Foram usados 20 dentes molares humanos extraídos. Eles tiveram suas superfícies oclusais cortadas até expor dentina, que foi polida até a granulação 600. Sobre tais superfícies foram feitos condicionamento com ácido fosfórico a 37% e lavagem, ambos por 15 segundos. Então, as amostras foram divididas em 4 grupos para sofrerem diferentes tratamentos: Grupo 1 (controle): adesivo dentinário [Single Bond (3M)] + resina composta [Z100 (3M)]; Grupo 2: Gluma + adesivo dentinário + resina composta; Grupo 3: Health-­Dent + adesivo dentinário + resina composta; Grupo 4: Cav-Clean + adesivo dentinário + resina composta. Os agentes dessensibilizantes foram aplicados na dentina por 30 segundos, e o adesivo e a resina, segundo as instruções do fabricante. A resina composta foi aplicada na dentina com a ajuda de uma matriz de silicone. Após serem armazenadas por 7 dias, as amostras foram tracionadas na máquina Winstron 4442, e os dados obtidos foram analisados através do teste t de Student com a = 0,05. A análise estatística mostrou que os maiores valores de resistência à tração foram obtidos no grupo controle, seguida pelos grupos 3, 2 e 4. Porém, não houve diferenças significativas na resistência à tração entre os vários grupos analisados quando comparados com o grupo controle e entre si.

Conclusão: O uso dos agentes dessensibilizantes dentinários em questão antes de restaurações diretas de resina composta não afeta a força de adesão desta com a dentina.

 

  I034  

Diagnóstico de cárie oclusal em molares decíduos.

G. R. CIRANO*, M. D. M. OLIVEIRA, C. R. M. D. RODRIGUES, L. F. LOPES.

Departamento de Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7835.

Este trabalho analisou in vitro a sensibilidade e a especificidade dos métodos visual, visual/táctil e visual/radiografia interproximal no diagnóstico de lesão de cárie oclusal em molares decíduos e verificou as divergências inter e intra-examinadores. Foram utilizados 20 segundos molares decíduos, com pelo menos um sítio oclusal com suspeita de cárie. Os examinadores, 12 especialistas em Odontopediatria, avaliaram cada dente através dos métodos propostos, sendo a face oclusal considerada, simplesmente, hígida ou cariada. Novos exames foram realizados após 60 dias, seguindo a mesma metodologia. Para validação dos dados foi utilizado o exame histológico das secções através de lupa estereoscópica. Os resultados mostraram diagnósticos contraditórios entre os exames e também entre as consultas, apesar destas não serem estatisticamente significantes (teste X²). Os valores obtidos de sensibilidade foram 0,591, 0,651 e 0,502 e de especificidade foram 0,760, 0,750 e 0,802, respectivamente para os exames visual, visual/táctil e visual/radiografia interproximal. A comparação cruzada entre os exames, mostrou diferenças estatisticamente significantes de sensibilidade entre o exame visual/radiografia interproximal e os demais (teste de diferença entre 2 proporções). A análise da concordância inter e intra-examinadores não demostrou significância estatística.

Os métodos avaliados foram efetivos para o diagnóstico de cárie oclusal, sendo apenas significante a baixa sensibilidade do exame visual/radiografia interproximal em comparação com os outros métodos. Os exames mostraram grande variação individual e pouca reprodutibilidade, apesar destes dados não serem estatisticamente significantes.

  I035  

Eficácia de escovação em superfícies oclusais: escova unitufo versus escova convencional.

F. GONÇALVES*, M. D. M. OLIVEIRA, C. R. M. D. RODRIGUES, L. F. LOPES.

Departamento de Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7835.

O objetivo desta pesquisa foi comparar a eficácia da remoção de biofilme na superfície oclusal entre as escovas dentárias unitufo e convencional utilizando-se técnica vestibulolingual de posicionamento, em primeiros molares inferiores permanentes, com ou sem capuz gengival distal. Foram selecionados 20 dentes com e 20 dentes sem capuz, em crianças de 5-7 anos, os quais não apresentaram evidência clínica da doença cárie, estando em infra-oclusão. Os dentes foram examinados quanto à presença ou não de biofilme visível; quanto ao tipo de biofilme e quanto à presença ou não de sangramento gengival após sondagem. Foi aplicada nas superfícies oclusais solução de verde de malaquita e os índices anotados, com valores de 0-3. O Grupo I utilizou escova unitufo e o Grupo II, escova infantil com técnica vestibulolingual, sendo após aplicado o corante e os novos índices anotados. Os resultados demonstraram haver diferença estatisticamente significante, quando comparados os índices iniciais e fi­nais, para ambos os grupos (teste t pareado – p = 0,0001). Quando comparados os dois grupos, quanto ao percentual de redução de biofilme, não houve diferença estatisticamente significante (teste t – p = 0,889). Não houve influência estatisticamente significante da presença ou não de capuz, sangramento gengival e tipo de biofilme em nenhuma das situações (teste t).

Os resultados permitem concluir que as duas técnicas testadas foram eficazes na remoção de biofilme das superfícies oclusais de molares inferiores em estágios iniciais de erupção.

 

  I036  

Aciduricidade de cepas de S. mutans e sua relação com a incidência de cárie.

F. LEMBO*, Y. O. PRESTO, R. MATTOS-GRANER, P. L. LONGO, M. P. A. MAYER.

Departamento de Microbiologia – I. C. Biomédicas – USP. Tel.: (0**11) 3091-7348.
E-mail: mpamayer@icb.usp.br

A capacidade acidogênica e acidúrica de S. mutans, somadas à produção de polissacarídeos, capacidade de aderência ao esmalte e de agregação são os fatores responsáveis pela sua cariogenicidade. O presente estudo tem como objetivo analisar a variabilidade na tolerância a ácidos de cepas de S. mutans isoladas de crianças de 12-30 meses de idade, com diferentes experiências de cárie. A aciduricidade foi comparada a outros fatores analisados anteriormente (MATTOS-GRANER et al., J. Dent. Res., 79:2000) nas mesmas cepas e ao nível salivar na bactéria na criança e a prevalência e incidência de cárie. Suspensões padronizadas de 16 isolados recentes de S. mutans, da cepa GS-5, e de um isolado de S. sobrinus foram inoculadas em caldo BHI tamponado pH 4,0 e pH 7,0. Após 1 hora de incubação, realizou-se a estimativa do número de UFC de S. mutans em ambos os meios, e calculou-se a porcentagem de células sobreviventes em pH 4,0, em relação ao número obtido em pH 7,0 (controle). Todas as amostras foram capazes de resistir ao pH 4,0, embora tenha ocorrido redução no número de UFC em relação ao pH 7,0. Houve variabilidade na capacidade acidúrica das cepas de S. mutans estudadas. Através de teste de correlação de Spearman, demonstramos que a tolerância a ácidos das cepas de S. mutans não se relacionou com a acidogenicidade, com a atividade da enzima glicosiltransferase, com a prevalência ou a incidência de cárie na criança, ou com o nível de infecção por S. mutans.

Apesar da observação de variação na tolerância a ácidos entre amostras de S. mutans, os resultados sugerem que esta variabilidade não se reflete no potencial patogênico das cepas.

 

  I037  

Remoção de tecido cariado: análise em MEV.

S. K. MOURA*, P. E. C. CARDOSO, W. G. MIRANDA Jr.

Departamento de Materiais Dentários da FOUSP. Tel./Fax: (0**11) 3091-7840/3091-7842.

O objetivo deste estudo in vitro foi analisar, através de microscopia eletrônica de varredura (MEV), superfícies de dentina após a remoção de tecido cariado, através de dois métodos: tradicional (broca e solução evidenciadora de cárie) e remoção química (Carisolv™). Nove molares humanos cariados foram seccionados transversalmente (Extec Labcut 1010/Blade 12235), totalizando 5 amostras por condição experimental, divididas em: Grupo 01 – não houve remoção de cárie; Grupo 02 – remoção de cárie com solução evidenciadora (Caries Detector®) e broca de aço; Grupo 03 – remoção química de cárie (Carisolv™). Uma parte das amostras recebeu condicionamento ácido (ácido fosfórico 37% - 15 s) prévio ao preparo para MEV, a outra não. Seguiram-se: fixação em solução de glutaraldeído a 2% em tampão de cacodilato 0,1 M e pH = 7,4, imersão em solução tampão de cacodilato, desidratação em concentrações crescentes de álcool etílico, tratamento com HMDS e cobertura com ouro. A remoção tradicional da cárie resultou em superfície de dentina coberta por “smear layer” e apenas o condicionamento ácido permitiu visualizar os túbulos dentinários e colágeno em seu interior. A remoção de cárie com Carisolv™ produziu superfície de dentina rugosa e sem “smear layer”, permitindo observar túbulos dentinários sem colágeno no interior, independentemente da realização do condicionamento ácido.

Concluiu-se que a remoção química da cárie produziu superfície de dentina morfologicamente distinta do método de remoção tradicional. (Processo FAPESP 99/12714-9.)

 

  I038  

Conhecimentos sobre saúde bucal de responsáveis por pacientes especiais.

L. H. R. ANDRADE, E. R. BUNDZMAN, R. A. ELIAS, E. V. M. KEESE, E. C. CORREA.

UNIGRANRIO – RJ.

O objetivo desta pesquisa foi investigar os conhecimentos sobre saúde bucal de familiares e/ou responsáveis por pacientes com necessidades especiais. Foram entrevistados, através de um questionário fechado, 95 responsáveis por pacientes com necessidades especiais matriculados na Disciplina de Clínica de Pacientes Especiais da Faculdade de Odontologia da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO). O questionário abordava as principais doenças bucais e suas etiologias, bem como o acesso dos pacientes especiais à atenção odontológica. Com relação à cárie, 64,9% dos entrevistados consideravam-na como uma doença, contudo somente 30,4% sabiam que esta é contagiosa e 16,3% que o beijo na boca pode ser uma das formas de contágio. A grande maioria (97,9%) afirmou que a presença de açúcar nos alimentos pode causar cárie, entretanto 26,6% não tinham conhecimento de que o mel e o açúcar mascavo também são cariogênicos. A presença obrigatória do flúor no dentifrício foi ratificada por 85,1% dos participantes da pesquisa e somente 41,3% responderam que a perda de um dente decíduo poderia trazer prejuízos futuros à criança. Os responsáveis (95,7%) reconheceram que os pacientes especiais necessitam de dentistas com conhecimentos específicos e que estes pacientes (74,2%) não conseguem atendimento em quaisquer serviços de odontologia.

Os responsáveis por pacientes com necessidades especiais entrevistados detêm algum conhecimento sobre saúde bucal, mas necessitam de educação principalmente sobre a etiologia das doenças bucais e suas conseqüências e da inserção em um programa de promoção de saúde, vislumbrando a manutenção da saúde no núcleo familiar.

 

  I039  

Estudo sobre a prevalência de fluorose em pacientes da FO-Gama Filho/RJ e fatores associados.

G. B. CASTRO*, M. L. A. NEVES, S. C. CHARLIER, M. E. COSTA, F. T. FERREIRA.

Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia Gama Filho – RJ.
Tel.:(0**21) 599-6166.

O objetivo deste estudo é avaliar a presença de fluorose em pacientes atendidos pela clínica de Odontopediatria da FO-Gama Filho/RJ e relacionar a sua presença com fatores de risco. Para isto 51 fichas provenientes dos atendimentos clínicos do ano de 2000 foram examinadas. O grau de fluorose foi medido através do índice de Dean e a experiência de cárie através do índice CPOD/ceo. Dados da anamnese referentes à história pregressa de utilização de fluoretos, como o uso de suplementos vitamínicos, freqüência de escovação, ingestão de dentifrício, bochechos com fluoretos e história de aplicação tópica no colégio ou em consultório foram colhidos. A média de idade das crianças foi de 7,1 (± 2,2), variando de 4 a 13 anos, sendo 41,2% pacientes do sexo feminino e 58,8% do sexo masculino. Sinais de fluorose dental foram encontrados em 11,8% das crianças, sendo destas, 0% com grau 1, 50% com grau 2, 33,3% com grau 3 e 16,7% com grau 4. Dos fatores de risco para fluorose, a história de ingestão de vitaminas contendo fluoreto (Calcigenol - Hoechst; Kalyamon - Cilag) foi significante com relação à presença de fluorose (p = 0,002; teste de Fisher), assim como a história relatada de ingestão de dentifrício (p = 0,0009; teste de Fisher). A média do CPOD e ceo das crianças com fluorose foi de 1,0 (± 1,3) e 7,0 (± 1,4) e das crianças sem sinais de fluorose foi 1,2 (± 1,8) e 5,1 (± 5,4), sendo que estes valores não diferiram significativamente entre os grupos (p = 0,79 e p = 0,42 respectivamente; ANOVA).

De acordo com os dados analisados podemos concluir que o uso de suplementos vitamínicos contendo fluoreto e a ingestão de dentifrício estão relacionados ao aparecimento de fluorose. Sugere-se conscientizar a classe médica sobre possíveis reações adversas no esmalte dentário da administração destes medicamentos.

 

  I040  

Avaliação da condição bucal de bebês desnutridos.

M. LOUVAIN*, J. MIASATO, L. DAMASCENO, E. PIASSI.

Faculdade de Odontologia de Campos – RJ; Faculdade de Odontologia da UNIGRANRIO – RJ/UFRJ. E-mail: massao@unigranrio.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a condição bucal de crianças desnutridas com até 24 meses de idade, do Centro de Referência e Tratamento da Criança e do Adolescente – CRTCA na cidade de Campos dos Goytacazes – RJ. A amostra foi composta de 51 crianças que ao nascimento apresentavam peso igual ou abaixo de 2500 g (GA) e 37 crianças que apresentavam ao nascimento peso de 2.600 a 2900 g (GB). GA e GB na época do estudo apresentavam-se desnutridos. Os dados foram coletados dos prontuários das crianças e através de entrevista com as mães. As variáveis MBA, lesão cavitada (Lc), hipoplasia(H) e biofilme (B) referem-se a região anterior superior e inferior. O exame bucal do bebê foi realizado sob iluminação natural, na posição “joelho-joelho”, com o auxílio de espelho bucal e utilizando gaze para secar as superfícies dos dentes. Em relação ao sexo 43,13% (n = 22) e 45,96% (n = 17) eram do sexo masculino respectivamente do GA e GB. Os resultados estão expressos no quadro abaixo:

 

Idade

Dentes*

MBA**

Lc

H

B

GA

14,4 ± 5,4

4,0 ± 3,4

21,95% (n = 9)

14,63% (n = 6) 

21,95% (n = 9)

80,49% (n = 33)

GB

14,3 ± 5,9

8,3 ± 6,5

 63,63% (n = 21)

30,30% (n = 10)

  6,06% (n = 2)

87,88% (n = 29)

*p = 0.0001 Kruskal-Wallis. **p = 0.0002 X2

Pode-se concluir que as crianças em GA possuem menos dentes decíduos erupcionados do que em GB e que a presença de MBA é maior em GB. Sugere-se a criação de um programa de atenção odontológica e a participação do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional que assiste estas crianças.

 

  I041  

Avaliação clínica da retenção de um selante resinoso e um cimento de ionômero de vidro utilizado para o selamento oclusal.

R. S. CENTENARO, R. M. PUPPIN RONTANI, S. M. KOMATI, M. E. BAGLIONI-GOUVÊA.

Área de Odontopediatria – FOP – UNICAMP. E-mail: magdabaglioni@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi avaliar clinicamente a eficácia e retenção do selamento oclusal realizado com um selante resinoso (FluroShield - Dentsply) e um cimento de ionômero de vidro (Fuji IX - GC). Foram selecionadas 50 crianças, com idade entre 7 e 9 anos, cujos 4 primeiros molares permanentes estavam hígidos e completamente irrompidos, totalizando 200 dentes. A amostra foi separada em dois grupos: Grupo 1 – dentes 16 e 36 – selados com FluroShield; Grupo 2 – dentes 26 e 46 – selados com Fuji IX. Foi realizada a limpeza prévia dos dentes com escovas infantis e água. O campo operatório foi isolado com roletes de algodão e os materiais foram aplicados segundo instruções do fabricante. Após 6 meses foram avaliados 200 dentes, dos quais: 28% e 24% apresentaram perda parcial; 2% e 0% perda total e 70% e 76% retenção total para o FluroShield e Fuji IX, respectivamente. Após 24 meses foram avaliadas 30 crianças e os resultados obtidos para FluroShield e Fuji IX foram: 38% e 42% de perda parcial; 15% e 16% de perda total e 47% e 42% de retenção total do material, respectivamente. Os dados foram submetidos às análises estatísticas Chi-squared e Wilcoxon (p < 0,05).

Não houve diferença estatisticamente significativa entre a retenção dos materiais avaliados (p > 0,05). Embora os níveis de retenção tenham sido considerados baixos, não houve incremento no índice de CPOD para ambos os grupos estudados, sendo os materiais considerados efetivos como auxiliares na prevenção da cárie oclusal.

 

  I042  

Desenvolvimento de uma escala de cor de íris.

D. O. A. MURGO*, A. C. C. NEVES.

Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial – Faculdade de Odontologia da Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP. Tel.: (0**12) 347-1061.

Baseados no fato de que a pintura da íris protética se constitui em um dos passos mais delicados da confecção da prótese ocular, este trabalho objetivou o desenvolvimento de uma escala de cor de íris, que possa servir de guia no momento da pintura das mesmas, atenuando desta forma, a dificuldade que muitos protesistas encontram nesta etapa da confecção destas aloplastias. Após a obtenção de botões de íris confeccionados com resina acrílica incolor, cada um deles recebeu a pintura na sua face plana (inferior), na seguinte seqüência: pupila, halo externo, halo peripupilar, cor base e estrias do estroma. A escolha das cores das íris protéticas foi baseada na observação da cor da íris de aproximadamente 100 indivíduos e, determinada por tentativa (técnica de acerto e erro), a partir da mistura de diferentes cores e quantidades de tinta acrílica, procurando sempre, reproduzir as cores das íris naturais, com a maior fidelidade possível. As cores e quantidades de tinta utilizadas para a pintura de cada uma das íris, foram registradas, a fim de que qualquer uma delas possa ser reproduzida, quando necessário.

Os autores concluíram que embora as tonalidades de cores desenvolvidas no presente trabalho não reproduzam todos as cores de íris dos indivíduos observados, poderão facilitar a definição dos tons da íris do paciente, quando da confecção das próteses oculares, permitindo uma economia de tempo e de material no momento da seleção da cor.

 

  I043  

Análise com o método dos elementos finitos da simulação de uma carga aplicada em 45º sobre um pino pré-fabricado.

R. S. NISHIOKA*, M. A. BOTTINO, M. P. NEISSER, E. T. KIMPARA, F. E. TAKAHASHI.

D. M. O. P. – FOSJC – UNESP.

Na primeira parte deste trabalho mostramos a distribuição das tensões sobre a dentina com uma carga vertical. Dando continuidade a mesma filosofia utilizada, iremos mostrar a simulação de uma carga de 100 N aplicada a ponta do pino a 45º em relação ao longo eixo do dente. Utilizamos o mesmo modelo matemático para estudar o papel da tensão na dentina de um pino pré-fabricado, rosqueado e com fenda apical. Um modelo tridimensional de um incisivo central superior seccionado mesiodistalmente sem restauração foi analisado com o programa de análise MSC/NASTRAN (Mac Neal/Schwendler). O modelo foi discretizado da mesma maneira da primeira parte do trabalho em 48.954 elementos finitos axissimétricos e definidos por 10.355 nós. Todo o material foi considerado como homogêneo, isotrópico e com a mesma elasticidade linear. Para cálculo foram utilizados as tensões máxima principal e o equivalente de tensão de von Mises.

Utilizando a análise do modelo empregado neste estudo pode ser concluído a respeito de um pino rosqueado e com fenda apical (Flexi-post) que: na região cervical foi verificada a mais elevada concentração de tensão com 109 N, mas na região apical do pino foi verificada uma diminuição da tensão com valor de 54,49 N. A distribuição das tensões são diferentes quando comparadas com uma carga vertical.

 

  I044  

Resistência à remoção do grampo T de Roach: conector curto e longo.

P. V. GOLONI*, D. C. LAGANÁ, A. L. ZANETTI.

Departamento de Prótese Dental – FOUSP. Tel.: (0**11) 5506-8367.
E-mail: paulogoloni@aol.com

Objetivos: comparar a resistência à tração axial do grampo por ação de ponta T de Roach, quando este é confeccionado com conector curto e longo, na estrutura da prótese parcial removível de extremidade livre bilateral. Métodos e Resultados: foram realizados 10 corpos-de-prova para cada situação ou tipo de conector, fundidos em liga de Co-Cr e calibrados em 0,25 mm. Construiu-se em resina acrílica dois tipos de gengiva artificial, padronizando a localização, comprimento, espessura, profundidade de penetração e raio de curvatura dos braços de acesso curto e longo do grampo T. Para a tração dos corpos-de-prova foi construída uma barra transversal perpendicular ao eixo longitudinal de tração. Os resultados foram submetidos à análise estatística e verificou-se que o grampo T de Roach com braço de acesso longo apresentou menor resistência à remoção por tração axial, quando comparado ao braço de acesso curto.

Conclusão: o grampo T de Roach com conector menor longo apresenta condições mais favoráveis de funcionamento para as próteses parciais removíveis de extremidade livre.

 

  I045  

Estudo da desadaptação de próteses totais após desinfecção em microondas.

S. PAVAN*, J. N. ARIOLI FILHO, F. A. MOLLO, R. A. RIBEIRO.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Foar – UNESP.
E-mail: arioli@foar.unesp.br

Atualmente, a energia por microondas pode ser utilizada como método alternativo de desinfecção de próteses totais para proteção dos pacientes e profissionais odontológicos. Assim, neste trabalho foram avaliadas as alterações na adaptação de bases de próteses totais superiores submetidas a diferentes ciclos de desinfecção em energia de microondas. Após confecção de 30 bases com resina acrílica termicamente ativada, as amostras foram armazenadas em água destilada por 30 dias a 37ºC e divididas em 3 grupos: I - controle (armazenada em água); II - desinfecção em ciclo de 3 minutos a potência de 500 W; III - ciclo de desinfecção de 10 minutos a 604 W. Em seguida, as bases foram fixadas em seus respectivos modelos sendo efetuado um corte na região de “postdam” com serra manual. Com um microscópio comparador linear, foram realizadas mensurações entre as bases e os modelos de gesso em 5 pontos ao longo da extensão do corte. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística optando-se pela construção de intervalos com 95% de confiança, contendo a medida que representa o efeito médio da desinfecção.

Desta maneira podemos concluir que: a - o ciclo de 3 min a 500 W de potência não demonstrou, estatisticamente, alterações nas bases de próteses totais superiores quando comparadas com o grupo controle; b - as amostras desinfetadas no ciclo de 10 min a 604 W de potência apresentaram, estatisticamente, um aumento dos desajustes entre as bases de resina e os modelos de gesso. (FAPESP - proc. 99/03558-3).

 

  I046  

Prótese parcial fixa provisória. Técnica de confecção versus resistência estrutural.

R. C. CUNHA*, L. C. SANTIAGO.

Departamento de Prótese e Materiais Dentários – UERJ.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência estrutural da prótese parcial fixa provisória (PPFP) de acordo com a técnica de confecção. Para o estudo, foi utilizado um modelo metálico com preparos tipo coroa total nos elementos 35 e 37 e ausência do elemento 36. Cinqüenta PPFP foram confeccionadas a partir de um enceramento diagnóstico e matriz de acetato e divididas em 5 grupos, a saber: (1) resina autopolimerizável e conector com 2 mm de altura, (2) resina autopolimerizável e conector com 4 mm de altura, (3) resina autopolimerizável e conector com 2 mm de altura + fio de aço 0.8, (4) resina autopolimerizável e conector com 2 mm de altura + Ribbond e (5) resina termopolimerizável e conector com 2 mm de altura. A largura (2 mm) e altura dos conectores foram mensurados com um paquímetro e nos grupos 3 e 4, sulcos foram preparados na superfície oclusal das PPFP para incluir os agentes de reforço. As PPFP foram submetidas a carga vertical em uma máquina de ensaios universal. Os resultados obtidos foram submetidos ao teste ANOVA. As médias e desvio padrão obtidos foram: Gr1 = 125,1 (8,13); Gr2 = 183,0 (12,43); Gr3 = 173,3 (15,31); Gr4 = 208,8 (14,30) e Gr5 = 202,1 (15,81). Na comparação entre os grupos verificou-se uma diferença estatisticamente significante (p < 0,05) entre os grupos 1/5, 1/2, 1/4, 1/3, 3/5, 3/2, 4/5 e 4/2.

Desta forma, podemos concluir que a altura do conector é mais importante na obtenção da resistência estrutural da PPFP do que o tipo de resina ou o reforço utilizado e, quando houver limitação clínica para o aumento da altura do conector, a melhor opção seria a utilização da resina termopolimerizável.

  I047  

Construção de um torno mecânico para realizar preparos dentais padronizados.

O. D. ANDREATTA FILHO*, R. S. NISHIOKA, E. E. S. ALMEIDA.

Departamento de Mat. Odont. e Prótese da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, fax: (0**12) 321-2036.

Com o constante lançamento de novos materiais voltados para a área odontológica, principalmente agentes de cimentação, pesquisas são necessárias no intuito de avaliar as características e propriedades físicas e químicas de cada um dos materiais. Na maioria dos estudos nos quais são realizados testes de tração, análise da justeza de adaptação e cimentação, utiliza-se corpos-de-prova metálicos, pois há o problema em obter-se espécimes padronizadas em dentes naturais.

A solução desse problema foi elaborar e construir um torno mecânico que proporciona desgastes padronizados milimetricamente em dentes naturais. Neste trabalho detalharemos a técnica de confecção de preparos dentais desde a fixação do dente em uma matriz metálica até a realização dos procedimentos de desgaste.

 

  I048  

Nova classificação funcional dos sistemas de encaixes para prótese dentária.

L. S. CORPAS1, B. M. SILVEIRA1, C. P. FERNANDES1,2.

1Prótese Dentária – Universidade Veiga de Almeida; 2BIOTECH Cons. Ltda. – Rio de Janeiro. Tel.: (0**21) 567-6172. E-mail: danicorpas@uol.com.br

O uso de encaixes como sistemas de retenção para prótese dentária, tem crescido consideravelmente nos últimos anos. O processo de tomada de decisão do cirurgião-dentista, para a seleção do sistema de encaixes é dificultada pela extensa variedade dos sistemas existentes e pela falta de uma padronização da classificação desses recursos protéticos. O presente estudo visa propor uma classificação funcional para os encaixes protéticos baseada em aspectos biomecânicos e indicações clínicas específicas. Foi feita uma análise funcional de 14 tipos de encaixes protéticos. Onze classificações para encaixes protéticos extraídas da literatura foram comparadas quanto a características funcionais que incluíram os quesitos precisão, tipo de movimentação, localização e indicação clínica. Os resultados indicam que a maioria das classificações existentes não considera os aspectos funcionais como fator classificatório. A classificação proposta subdivide-se de acordo com os aspectos 1. Nível de precisão: precisão e semiprecisão; 2. Tipo de movimentação: rígido, semi-rígido e resiliente; 3. Localização: intracoronário, extracoronário e intra-radicular; 4. Indicação clínica: prótese fixa, prótese removível (classes de Kennedy I, II, III e IV) e sobredentadura sobre dentes naturais e sobredentadura sobre implantes.

A classificação proposta enfatiza a necessidade da seleção dos encaixes baseada nos aspectos funcionais do caso clínico. A relevância clínica dessa nova classificação é de auxiliar o cirurgião-dentista no processo de planejamento e decisão para seleção de sistemas de encaixes protéticos.

  I049  

Avaliação clínica e radiográfica do capeamento pulpar indireto em molares decíduos.

C. A. FALSTER*, F. B. ARAUJO, J. E. NÖR, L. H. STRAFFON.

Disciplina de Odontopediatria, Departamento de Cirurgia e Ortopedia, FO – UFRGS.
Tel./Fax: (0**51) 222-4426. E-mail: calinefalster@bol.com.br

O capeamento pulpar indireto, indicado para o tratamento conservador da polpa, tem sido alvo na literatura de muitas controvérsias a respeito da viabilidade do mesmo, quando envolve lesões de cárie dentinária profundas. O presente trabalho objetiva avaliar clínica e radiograficamente a técnica do capeamento pulpar indireto, em lesões de cárie profunda em dentina, de molares decíduos, restaurados com resina composta por um período de vinte e quatro meses. Para o desenvolvimento deste estudo foram utilizados 47 dentes, divididos em dois grupos quanto à proteção do remanescente dentinário cariado: Grupo 1 - aplicação de um cimento à base de hidróxido de cálcio (Dycal, Caulk-Dentsply) e Grupo 2 - aplicação de um sistema adesivo (Scotchbond Multi Purpose - 3M) sobre a dentina cariada.

Levando-se em consideração critérios clínicos e radiográficos de sucesso, durante o período de 2 anos, podemos constatar sucesso absoluto em todos os dentes avaliados, concluindo que a técnica do capeamento pulpar indireto pode ser considerada um procedimento conservador na terapia pulpar de dentes decíduos.

 

  I050  

Relação entre o dimorfismo sexual e as características fenotípicas das fissuras labiopalatais.

A. A. SILVA.

Doutorando em Odontologia – UFRJ. Tel.: (0**41) 244-7482. E-mail: cioc@matrix.com.br

As fissuras labiais e labiopalatais tem sido estudadas através do estabelecimento de um protocolo de investigação abrangente, o qual considera como hipótese etiológica a influência genética como fator primário e, características étnicas, fatores ambientais e o dimorfismo sexual como fatores contribuintes para a modificação do status das fissuras. Segundo o protocolo seguido, para a investigação dos genes suspeitos, as variáveis que podem afetar a expressão genética devem ser conhecidas, para seu melhor controle. A proposição deste estudo foi avaliar a relação entre o dimorfismo sexual e as características fenotípicas das fissuras. O método considerou a avaliação de 852 indivíduos, acometidos por fissuras de lábio ou labiopalatais, não sindrômicos, pacientes do Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labiopalatal (CAIF) - Curitiba/PR. Foram avaliadas as características das fissuras, a proporção sexual, e a freqüência relativa entre os sexos.

Os dados resultantes desta amostra suportaram, confirmando o embasamento teórico, que a fissura transforame unilateral esquerda foi mais prevalente no sexo feminino, porém a proporção sexual foi maior na classe transforame bilateral.

 

  I051  

Influência da radiação halógena, xenon-halógena e laser na dureza de um compósito.

M. DARONCH*, R. R. BRAGA, W. G. MIRANDA JR., A. MIRAGE.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840. E-mail: bigu@fo.usp.br

O objetivo foi avaliar a profundidade de polimerização do compósito Z100®(3M) fotoativado por aparelhos de lâmpada halógena (Optilux 500, 600 mW/cm2, 40 s), xenon-halógena (Curing light, modo “boost”: 1200 mW/cm2, 10 s, e “ramp”: de 350 a 1000 mW/cm2, 15 s) e laser de argônio (Spectra Physics, 600 mW/cm2 por 10 s). Blocos com 5 x 4 x 4 mm foram confeccionados segundo as técnicas incremental (incrementos de 1 mm) ou bloco único. A dureza Vickers foi medida nas profundidades 0 mm (superfície), 1 mm, 2 mm, 3 mm, 4 mm e 5 mm (n = 5). ANOVA e teste de Tukey mostraram que: na técnica incremental, não houve diferença entre lâmpadas em uma mesma profundidade; a dureza na superfície foi superior às demais profundidades, as quais foram semelhantes entre si. Para o bloco único, as lâmpadas forneceram durezas semelhantes para uma mesma profundidade entre 0 mm e 3 mm e a dureza diminuiu significativamente com o aumento da profundidade (*: não mensurável).

 

Técnica incremental

Técnica bloco único

 

Halógena

“Boost”

”Ramp”

Laser

Halógena

“Boost”

“Ramp”

Laser

0 mm

92,3 (5,9)

88,4 (2,3)

91,5 (14,0)

87,3 (6,4)

97,5   (6,2)

85,0 (8,0)

94,4 (8,6)

100,0 (10,3)

1 mm

59,3 (5,6)

68,7 (6,9)

61,5   (4,1)

67,7 (4,4)

72,7   (6,5)

67,2 (4,1)

66,2 (9,7)

  68,9   (7,2)

2 mm

54,9 (2,7)

53,6 (7,9)

45,8   (9,7)

67,8 (1,8)

40,3 (13,9)

36,7 (3,7)

33,5 (3,2)

  41,0 (11,7)

3 mm

52,1 (5,2)

55,1 (3,2)

44,1 (12,0)

64,0 (4,4)

12,7   (0,9)

10,7 (2,2)

  9,2 (2,0)

  13,2   (4,5)

4 mm

54,8 (5,2)

57,3 (8,0)

40,0 (10,5)

62,8 (3,5)

  7,8   (1,0)

 2,2 (2,0)

*

    4,7   (3,7)

5 mm

51,7 (2,4)

57,0 (6,7)

45,6 (10,2)

64,0 (5,0)

  3,4   (0,3)

*

*

*

Em comparação com o aparelho de lâmpada halógena, os demais são alternativas interessantes por requererem menor tempo de exposição. (FAPESP 98/10584-8.)

  I052  

Variação da dureza de compósitos relacionada ao tempo e tipo de meio de imersão.

A. MALLMANN*, M. S. MASUDA, A. MUENCH, R. H. M. GRANDE, R. R. BRAGA.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842.
E-mail: mallmann@fo.usp.br

Avaliou-se a variação de dureza Knoop ocorrida entre uma semana e quatro meses de 3 resinas compostas com flúor (Definite - Degussa; Degufill Mineral - Degussa; Charisma F – Kulzer) e uma sem flúor (Z100 - 3M), armazenadas em 4 diferentes meios: NaCl 0,9% (soro fisiológico), ácidos lático, cítrico e acético (ácidos a 2% e pH = 4) e em duas profundidades de polimerização (0,2 e 3,8 mm). Os corpos-de-prova (cp) foram obtidos em matriz especial de secção 2 mm x 3 mm e 4 mm de profundidade. A seqüência de obtenção dos cp foi: inserção da resina em porção única e o tempo de fotoativação (450 mW/cm2) seguiu a instrução de cada fabricante. As diferenças das durezas foram determinadas entre 1 semana e 4 meses (negativa indica diminuição e positiva indica aumento). Após as leituras, os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey, cujos resultados estão na tabela.

NaCl 0,9% foi pouco agressivo; a diminuição ou aumento da dureza dependem da marca do compósito, do meio de imersão e da profundidade de polimerização; nem todas as resinas com flúor foram afetadas pelos ácidos.


Meios

Z 100

Definite

Degufill M

Charisma F

 

0,2 mm

3,8 mm

0,2 mm

3,8 mm

0,2 mm

3,8 mm

0,2 mm

3,8 mm

Soro

6 bcd

– 8 fgh

10 bc

– 3 def

1 cdef

– 1 cdef

1 cdef

– 1 cdef

Ác. lático

10 bc

– 21 ij

– 4 defg

– 9 fgh

– 22 j

– 10 fghi

– 15 ghij

– 9 fgh

Ác. cítrico

– 17 hij

– 24 j

30 a

5 bcd

– 8 fgh

– 7 efgh

– 26 j

– 15 ghij

Ác. acético

3 bcde

– 9 fgh

15 b

4 bcde

0 cdef

– 1 cdefg

– 4 defg

– 4 defg

Médias (n = 3) das variações de dureza Knoop, com mesma letra são semelhantes (p > 0,05).

  I053  

Alterações dimensionais de revestimentos aglutinados por gesso.

E. LODOVICI*, R. Y. BALLESTER.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. E-mail: edlodovici@sti.com.br

Levantaram-se as curvas de expansão de presa versus tempo de 2 marcas de revestimento à base de gesso (Cristobalite – Dentsply [D] e Cristobalite – Polidental [P]) submetidas a 10 condições de presa: [1] normal; [2] higroscópica; [3, 4, 5 e 9] presa em contato com absorvente inicialmente seco (exo-hídrica): [3] 0,2 g de forro de celulose [C]; [4] 0,4 g de C; [5] 0,8g de C ou [9] 0,1 g de polímero superabsorvente granulado [SAP]; [6, 7, 8 e 10] presa inicial em contato com absorvente inicialmente seco seguida de imersão em água (exo-hídrica-higroscópica): [6] 0,2 g de C; [7] 0,4 g de C; [8] 0,8 g de C ou [10] 0,1 g de SAP. As porcentagens de expansão aos 60 minutos foram submetidas à análise de variância, que detectou diferenças significantes (p < 0,001) entre marcas, tipos de expansão e na interação. A tabela apresenta as médias da interação (valor de Tukey a 5% = 0,67):

Revest. \ Grupo

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

D

0,30

2,63

0,81

1,41

1,42

3,20

3,27

3,57

0,86

2,93

P

0,31

1,98

0,87

1,14

1,01

2,31

2,23

2,26

0,79

2,12

Em todos os grupos, a expansão máxima ocorreu antes de 60 minutos. A condição exo-hídrica-higroscópica da marca D (6, 7, 8 e 10) permitiu obter expansão maior do que a higroscópica (2). A condição exo-hídrica expande mais do que o respectivo controle, normal (1), acima de 0,4 g de C. A condição exo-hídrica-higroscópica só expandiu mais do que o respectivo controle higroscópico no caso do revestimento D com a quantidade máxima de absorvente. O absorvente SAP não produziu expansões diferentes dos seus controles.

  I054  

Uma alternativa para a mensuração da intensidade luminosa de fotopolimerizadores.

C. G. ZANET*, E. T. KIMPARA, R. N. TANGO, M. A. IMAI, M. A. J. ARAÚJO.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

A constante procura de restaurações estéticas diretas pelos pacientes nas clínicas odontológicas faz com que os aparelhos fotopolimerizadores tornem-se mais utilizados pelos profissionais. Este estudo propõe oferecer um método alternativo para o clínico verificar a intensidade luminosa transmitida pelo aparelho fotopolimerizador, sem a necessidade de um radiômetro. Utilizamos neste trabalho 3 fotopolimerizadores com intensidades luminosas previamente medidas com um radiômetro (EFOS), obtendo-se: 180 mW/cm2, 420 mW/cm2 e 580 mW/cm2. Diferentes marcas de papel, de gramatura 75 e 90 g/m2, foram justapostas num dispositivo composto por um conjunto de tubos opacos e um adaptador de modo que as pontas dos aparelhos estivessem paralelas às superfícies das folhas. Com esta disposição as folhas foram interpostas de modo gradual para que fosse possível quantificar, pelo seu número, a energia luminosa emitida. Contamos com 9 observadores para estabelecer uma média do número de folhas necessárias para bloquear totalmente a passagem da luz. Obtivemos os seguintes resultados: intensidade versus número de folhas interpostas.

 

Chamequinho

Chamex Laser

HP
Laser Jet

Report ­Laserwork

Copimax Laser

180 mW/cm2

21

24

20

23

24

420 mW/cm2

23

26

22

23

26

580 mW/cm2

24

27

22

22

28

Concluiu-se que: pode-se correlacionar número de folhas interpostas com a intensidade de luz emitida por fotopolimerizadores e, papéis com gramatura 90 g/m2 não possibilitaram uma obtenção clara e precisa da correlação do número de folhas interpostas com a intensidade luminosa dos aparelhos.

  I055  

Rugosidade de cinco resinas para posteriores condensadas contra matrizes de aço.

M. C. E. HASHIMOTO1, E. M. ADACHI1,2,3, C. ANAUATE NETTO1,4,5, F. W. CARNEVALE1,2,3,4,
L. K. ADACHI2.

1FO – UnG; 2FO – USP; 3FO – UNILUS; 4FO – UMC; 5FO – UNIBAN. Tel.: (0**11) 493-6078.

Já é consagrado na literatura que a rugosidade das restaurações aumenta a probabilidade de aderência de placa bacteriana e conseqüentemente de problemas periodontais. Como a face proximal de dentes restaurados se mostra uma região de difícil acabamento e polimento, é importante que o material restaurador apresente o máximo de lisura superficial. Este trabalho tem por objetivo avaliar in vitro a rugosidade superficial de cinco resinas para posteriores quando condensadas contra dois tipos de matrizes de aço, em preparos classe II (“slot” vertical). As resinas Surefil (Dentsply), Filtek P60 (3M), Prodigy (Kerr), Alert (Jeneric/Pentron) e Definite (Degussa-Hülls) foram condensadas em sete corpos de prova contra matriz de aço reta (Fava - Brasil), e em outros sete corpos de prova contra matriz de aço tipo bumerangue (Tofflemire - USA), totalizando 70 corpos de prova, e fotopolimerizadas de acordo com instrução do fabricante. Para leitura, utilizou-se um rugosímetro (Mitutoyo, modelo Surftest 211, parâmetro Ry). As médias encontradas para as resinas condensadas contra matriz reta foram: Surefil 1,32 (± 0,13) µm, Filtek P60 1,32 (± 0,16) µm, Prodigy 1,37 (± 0,20) µm, Alert 1,40 (± 0,35) µm, Definite 1,41 (± 0,35) µm e para as condensadas contra matriz bumerangue foram: Surefil 1,10 (± 0,34) µm, Filtek P60 1,48 (± 0,27) µm, Prodigy 1,25 (± 0,19) µm, Alert 1,39 (± 0,43) µm, Definite 1,25 (± 0,26) µm. Os resultados encontrados foram submetidos ao tratamento estatístico (ANOVA significância de 0,01).

Conclusão: 1 - Não há diferença estatisticamente significante quanto à rugosidade superficial proximal entre as resinas testadas. 2 - Os dois tipos de matrizes de aço utilizadas não interferiram nas rugosidades das resinas.

 

  I056  

Análise comparativa da alteração dimensional de materiais para obtenção de troquéis.

E. E. S. ALMEIDA*, M. P. NEISSER, M. A. BOTTINO, D. K. OYAFUSO, D. F. SOUZA,
E. T. KIMPARA.

Departamento de Mat. Odont. e Prótese da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

O conhecimento da alteração e estabilidade dimensional de materiais para a obtenção de troquéis é imprescindível na precisão e justeza de adaptação dos trabalhos protéticos laboratoriais. Os gessos odontológicos tipo IV e V têm sido amplamente utilizados e atualmente uma nova geração de materiais à base de polímeros estão sendo introduzidos no mercado com esta finalidade. O intuito deste trabalho foi o de comparar a alteração dimensional linear entre o gesso tipo IV (Vel-Mix - Kerr), gesso tipo V (Exadur - Polidental), e o poliuretano (Quartz-Die - Zhermack). Foram confeccionados três pares de corpos-de-prova para cada material estudado, com dimensões de 3,0 cm de diâmetro e 1,5 cm de altura, sobre uma plataforma metálica com as características seguindo a Especificação nº 25 da American Dental Association. Medidas padronizadas dos corpos-de-prova foram realizadas 24 h, 3 dias e 7 dias, utilizando-se um projetor de perfis (Jones & Lanson) com ampliação de 10 X. Os resultados obtidos foram comparados aos das linhas correspondentes da plataforma metálica e submetidos a tratamento estatístico de medidas repetidas com nível de significância de 5%.

Concluiu-se que não houve estatisticamente (ANOVA) diferenças significantes para os materiais estudados e o tempo, porém a análise numérica percentual média do comportamento linear dos corpos-de-prova, revelou maior contração do gesso Exadur para todos os tempos empregados, em relação aos demais materiais. O gesso Vel-Mix apresentou dimensões estáveis decorridas 24 horas.

 

  I057  

Influência do adesivo e do cimento resinoso na resistência de união porcelana/dentina bovina.

D. Y. Y. SHIH*, C. S. C. PFEIFER, R. R. BRAGA, R. Y. BALLESTER.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840.
E-mail: denise_shih79@yahoo.com.

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do adesivo e do cimento resinoso sobre a resistência de união entre porcelana feldspática e dentina bovina através do teste de cisalhamento por extrusão. Os adesivos testados foram Single Bond (3M), Prime & Bond NT (Dentsply) e One-Step (Bisco). Os cimentos testados foram RelyX ARC (3M), Enforce (Dentsply) e C & B (Bisco). Os corpos-de-prova foram confeccionados com peças tronco-cônicas de porcelana (cor A 3,5) coladas no interior de perfurações realizadas em discos de 2,5 mm de dentina radicular de incisivos bovinos. Depois de armazenados em água destilada a 37ºC por 48 horas, os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento por extrusão. Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey. As médias e desvios padrão (em MPa) estão expressos na tabela abaixo.

Considerando-se as limitações deste estudo, observou-se que a combinação entre cimento resinoso e adesivo interfere de modo significante na resistência de união. (FAPESP 99/11380-0.)

 

C & B

Enforce

RelyX ARC

One-Step

7,0 (2,76) a,b,c

8,7 (2,39) a

8,9 (2,7)   a

Prime & Bond NT

0,9 (0,36)

6,3 (1,18) a,b,c

5,3 (1,59) b,c

Single Bond

4,7 (0,97) c

8,0 (1,96) a,b

7,2 (1,69) a,b,c

 

  I058  

Comparação da resistência à condensação entre amálgama e resina composta para dentes posteriores.

C. ANAUATE NETTO, S. M. FREITAS*, C. E. PINEDO, H. R. LEWGOY, M. N. YOUSSEF.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia da UMC; Núcleo de Pesquisas Tecnológicas da UMC, São Paulo, Brasil.

As resinas compostas condensáveis foram desenvolvidas com o objetivo de substituir de forma estética, o amálgama de prata. O maior apelo deste material é a possibilidade de condensação, o que propicia o restabelecimento das relações de contato proximal. Este trabalho testou a resistência à condensação de 5 resinas compostas comparadas à 2 ligas para amálgama de prata. Foram confeccionados 28 corpos-de-prova, que foram divididos em 7 grupos contendo 4 corpos-de-prova cada, com os seguintes materiais: Solitaire, Filtek P60, Definite, Alert, Filtek Z250, Velvalloy e Velvalloy Plus. As resinas e os amálgamas foram condensados em uma cavidade padrão de 6,0 mm de diâmetro por 2,5 mm de profundidade, com carga de 3 kg. A condensabilidade foi avaliada por variação de massa e profundidade de preenchimento da cavidade. A massa e a profundidade de preenchimento foram determinadas após a solidificação final dos materiais e após a retirada do material em excesso na cavidade.

Os resultados obtidos mostram uma superioridade dos amálgamas quando comparados às resinas compostas ao nível de 0,05 de probabilidade pelo teste de Kruskal-Wallis, sendo que a resina que apresentou melhores resultados foi a Alert.

 

  I059  

Propriedades mecânicas de cimentos resinosos com diferentes modos de ativação.

R. R. BRAGA, P. F. CESAR, C. C. GONZAGA*, J. BIANCHI.

Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840. E-mail: carlacgonzaga@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a dureza (como medida indireta do grau de polimerização) e a resistência à flexão de 4 cimentos resinosos: Enforce (E), Variolink II (V), RelyX ARC (R) e C & B (C). Dez espécimes de seção retangular (10 x 2 x 1 mm) foram construídos para cada condição experimental. Para a fotoativação, um espaçador de resina composta com 2 mm de espessura (Z250, cor A3) foi interposto entre a ponta do aparelho e a superfície do cimento. Após 24 horas, foi realizado o teste de resistência à flexão. Uma das metades do espécime foi usada para a determinação da dureza Knoop (KHN). Os resultados foram analisados através de ANOVA, teste de Tukey e teste de correlação de Pearson. Para os valores de dureza, o ANOVA foi feito separadamente para cada material. R e V atingiram valores de dureza superiores no modo dual. O Enforce obteve dureza semelhante nos modos dual e “self-cure”. O teste de Pearson não detectou correlação significante entre dureza e resistência à flexão.

Portanto, conclui-se que a resistência à flexão não é função somente do grau de polimerização. Alguns materiais são mais dependentes da fotoativação para atingir melhores propriedades mecânicas.

 

Resist. à flexão (MPa) - d.p. nos parênteses

KHN - d.p. nos parênteses

 

foto

“self-cure”

dual

foto

“self-cure”

dual

C

-

158,8 (11,5) a

-

-

40,1 (5,92)

-

E

153,6 (17,32) a,b

151,1 (12,56) a,b

154,8 (11,63) a,b

37,7 (9,92)

47,4 (4,61) a

54,7 (8,12) a

R

-

172,1 (15,93) a

200,8 (13,01)

-

34,1 (5,38)

45,3 (7,57)

V

168,2 (16,52) a

137,1 (13,63) b

164,6 (18,58) a

43,3 (5,47)

28,1 (9,89)

53,1 (4,44)

  I060  

Resistência flexural de compósito com ou sem reforço de fibra.

M. POLONIATO, V. N. GOMES*, T. R. FREITAS, J. F. F. SANTOS.

Departamento de Materiais Dentários da FOUSP. Tel./Fax: (0**11) 3091-7840.
E-mail: mpoloniato@bol.com.br

Este trabalho tem por objetivo avaliar a resistência flexural de um compósito (Sculpture – Jeneric®/Pentron®) reforçado ou não por fibras (Fibrekor – Jeneric®/Pentron®) em função do tempo (1 e 7 dias). Para isto, confeccionou-se uma matriz de 10 mm de comprimento, 2 mm de largura e 2 mm de altura. Os corpos-de-prova foram confeccionados em duas camadas iguai­s, sendo que cada uma foi polimerizada (Spectra Lite 990) por 60 segundos. Os corpos-de-prova que foram reforçados, receberam uma tira (2 mm de largura e 10 mm de comprimento) sobre a primeira camada antes da polimerização. Em seguida, foram colocados na câmara de pressão (Cure Lite Plus) em atmosfera de nitrogênio sob pressão de 40 libra/pol2 durante 2 minutos, e por fim, eram introduzidos na câmara de vácuo a 110ºC por 15 minutos (Curing Unit). Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada à 37ºC e então submetidos ao teste flexural na máquina de ensaios Kratos® com velocidade de 0,5 mm/min. Após a obtenção dos resultados: Sculpture 1 dia (172,30 MPa); Sculpture + Fibrekor 1 dia (156,11 MPa); Sculpture 7 dias (132,94 MPa) e Sculpture + Fibrekor 7 dias (151,73 MPa), não houve diferenças significativas entre os valores.

Pode-se concluir, que a utilização de fibras, tal como o tempo não influenciaram na resistência flexural do compósito.

 

  I061  

Comparação de duas técnicas de acabamento para resinas condensáveis.

S. R. M. BRAGA*, E. G. VALENTE, E. M. A. RUSSO, R. C. R. CARVALHO, A. F. PAGLIARI,
M. V. CARDOSO.

Departamento de Dentística – FOUSP - SP. Tel.: (0**11) 3091-7839.

A proposta deste estudo foi avaliar a melhor técnica de acabamento para dois tipos de resinas condensáveis. Alert (Jeneric/Pentron®) e Surefil (Dentsply®), analisando a rugosidade superficial das respectivas resinas antes e após o acabamento com duas técnicas distintas. Técnica 1: broca diamantada 3195F (KG Sorensen®), Técnica 2: broca de tungstênio Carbide 12 lâminas (Maillefer®), Enhance (Dentsply®) e Soflex médio e fino (3M®). Os corpos-de-prova foram divididos em 4 grupos de 10 amostras. Grupo A: Alert - técnica 1; Grupo B: Alert - técnica 2; Grupo C: Surefil- técnica 1; Grupo D: Surefil- técnica 2. Cada amostra de resina foi inserida em tubo plástico utilizando a técnica incremental. As leituras da rugosidade foram feitas com o rugosímetro (Surftest - Mitutoyo) antes e após cada instrumento. Os resultados foram submetidos ao teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, com nível de significância a 1%.

Concluímos que após o uso da broca multilaminada, esta apresentou uma rugosidade superficial menor do que após o uso da broca diamantada para ambas as resinas. Entretanto, ao término das duas técnicas, não houve diferenças estatisticamente significantes, para as duas resinas. Quando avaliado a rugosidade superficial final entre as duas resinas, esta também não apresentou diferenças estatisticamente significantes.

 

  I062  

Avaliação in vitro e in situ de ionômeros utilizados no TRA.

M. C. S. MENDES*, W. ROSALÉM Jr., M. I. C. SOUZA, U. V. MEDEIROS.

Faculdade de Odontologia – UNESA/UERJ. Tel.: (0**21) 267-4976.
E-mail: bmg@biohard.com.br

O objetivo do presente estudo foi comparar, através de avaliação in vitro da microinfiltração e in situ da microdureza, os cimentos ionoméricos desenvolvidos para o TRA. Em 30 terceiros molares recém-extraídos foram confeccionados preparos classe I, os quais foram divididos em dois grupos (Fuji IX – F; e Ketac-Molar- KM). Após 14 dias em ciclos de DES-RE, as amostras foram colocadas em nitrato de prata 50%, posteriormente sendo seccionadas e avaliadas através de escores em estereomicroscópio. Para o estudo in situ 10 aparelhos intra-orais foram confeccionados, os quais continham 10 cavidades (5 x 2 mm), 5 do lado esquerdo (F) e 5 do lado direito (KM), e colocados em pacientes (10) com alta atividade cariogênica durante 1 mês. Logo após, as amostras foram removidas dos aparelhos e incluídas para leitura da dureza em microdurômetro.

Os resultados do estudo in vitro revelaram melhores resultados para o Ketac-Molar quanto à infiltração marginal (H = 16,248; p < 0,05), entretanto o estudo in situ demonstrou não haver diferença estatisticamente significante entre os materiais quanto a microdureza (p < 0,05).

 

  I063  

Comportamento superficial de modelos odontológicos.

S. C. DIAS, F. P. ARAÚJO*, H. PANZERI.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese, FORP – USP.

Uma superfície lisa e livre de defeitos são condições esperadas em um modelo odontológico. Essa pesquisa avaliou o comportamento superficial de modelos obtidos em gesso Tuff Rock Fórmula 44® tipo IV, Exadur extraduro tipo V e com resina epóxica Epoxiglass 1504 manipulada com endurecedor 1603. Esse material resinoso é de uso industrial e foi adaptado para uso odontológico com acréscimo de zirconita no endurecedor e na resina, em relação de l/l. A resina foi manipulada, numa relação de 35% entre a resina e o endurecedor, os gessos conforme recomendações dos fabricantes. Confeccionou-se 40 corpos-de-prova, utilizando-se como matriz 10 anéis metálicos sextavados com rosca interna “porca para parafuso” com diâmetro interno 6mm e 12mm externo, com 6mm de altura, apoiado em lâmina de vidro com 26 x 76mm, sendo 10 em gesso IV, 10 em gesso V, 10 em resina epóxica pura e 10 em resina epóxica modificada. Utilizando um rugosímetro, três leituras da superfície foram feitas em cada corpo-de-prova, seguindo orientação das vertentes hexagonais da matriz, sendo considerado a média. Os resultados analisados por Tukey HSD test com alfa 0,05 demonstrou diferenças significantes entre gessos e resinas.

Dessa pesquisa pode-se concluir que a resina epóxica apresenta comportamento superficial superior aos gessos, e a adição de zirconita não altera a lisura superficial da resina epóxica. (FAPESP: 98/13223-6.)

 

  I064  

Anamnese e tratamento odontológico de pacientes idosos.

R. V. B. CRUZ*, M. Y. MAEKAWA, J. F. F. SANTOS, L. MARCHINI.

Curso de Odontologia – UMC.

Considerando o aumento do grupo populacional de idade mais avançada no Brasil e as alterações fisiológicas e patológicas características desta faixa etária, o presente trabalho tem como objetivo verificar os tópicos abordados na anamnese e as modificações no tratamento odontológico resultantes da mesma, entre os cirurgiões-dentistas da cidade de Mogi das Cruzes. Para tanto, foram entrevistados 69 odontólogos desta cidade, por um único pesquisador previamente calibrado, utilizando um questionário pertinente ao tema. Pode ser observado que 100% dos entrevistados realizam anamnese e as patologias às quais os entrevistados mais se referiam na mesma foram a diabetes (100%), hipertensão (98,5%), e problemas cardíacos (88,4%). 98,5% dos entrevistados questionavam na anamnese sobre o uso de medicamentos, 82,6% declaram realizar contato com o médico do paciente e 91,3% preocupam-se com o estado psicológico do paciente idoso. Entre as alterações do tratamento mais relatadas observam-se a mudança do anestésico a ser empregado (citada em 50,6% das alterações sugeridas para os casos de hipertensão, 21,4% para diabetes e 31,4% para problemas cardíacos), o contato com o médico (22,9% para hipertensão, 23,9% para diabetes e 28% para problemas cardíacos) e o controle prévio (14,9% para hipertensão e 35,9% para diabetes). 63,8% dos entrevistados declararam modificar a duração da consulta para pacientes idosos.

Perante os resultados obtidos pode-se concluir que os odontólogos preconizam uma anamnese adequada para tratamento de pacientes idosos, bem como alterações pertinentes do tratamento frente aos resultados desta.

 

  I065  

Reparação óssea em defeitos cranianos implantados com cartilagem autógena.

D. N. MARTIN*, R. ROSSA, T. O. NOGUEIRA, M. F. GOMES.

FOSJC – UNESP, SP.

O propósito desta pesquisa foi verificar o processo de reparação óssea após a implantação de cartilagem autógena (CA), apresentada nas formas de pedaço e fatias, em defeitos ósseos confeccionados no osso parietal de coelho. Avaliou-se também a presença ou não de atividade osteoindutora ou osteocondutora neste processo de reparo ósseo. Nesta pesquisa, 9 coelhos adultos foram utilizados com peso médio de aproximadamente 4,5 kg e divididos em dois grupos: CAp (CA em forma de pedaço) e CAf (CA em forma de fatias). A cartilagem foi removida da base da orelha do mesmo animal. Após a confecção de dois defeitos ósseos cirúrgicos no osso parietal com 1,0 cm de diâmetro, no lado esquerdo, foi implantado a um único fragmento de cartilagem autógena (CAp) com mesmo diâmetro do defeito e, no lado direito, implantou-se fatias de cartilagem autógena (CAf) na periferia do defeito ósseo. Em seguida, procedeu-se à sutura do periósteo sobre as membranas e da pele. Decorridos 30, 60 e 90 dias, três coelhos de cada grupo foram sacrificados, as peças com os defeitos ósseos foram fixadas em formol a 10% e submetidas a análise microscópica.

Neste estudo, pode-se concluir que: 1) a CA foi bem aceita no defeito ósseo cirúrgico; 2) a CA não interferiu na neoformação óssea e apresentou propriedades osteocondutoras; 3) CAf foi incorporada ao osso neoformado e reabsorvida durante o processo de remodelação óssea; 4) o processo de reparo ósseo foi mais rápido no grupo CAf do que no grupo CAp e 5) a CAp ainda permaneceu no local do defeito ósseo até o período de observação de 90 dias. (CNPq/UNESP/PIBIC.)

 

  I066  

Efeito da laminina no fenótipo de linhagem de carcinoma adenóide cístico.

V. FREITAS, A. C. CAPUANO, M. JAEGER, R. JAEGER.

Patologia Bucal – FOUSP – São Paulo. E-mail: rgjaeger@siso.fo.usp.br

Nos últimos anos, demonstramos que uma membrana basal reconstituída (Matrigel) regula a morfodiferenciação de linhagens derivadas de neoplasias de glândula salivar. Matrigel é composto por laminina, colágeno IV, nidogênio e perlecan. Com essa multiplicidade de componentes, fica difícil afirmar que fator presente no Matrigel desempenhou o papel mais importante como molécula morforegulatória. Uma das moléculas candidatas a desempenhar esse papel é a laminina. A laminina é o componente mais abundante do Matrigel, possui peptídios ativos na diferenciação e proliferação celular, e exerce papel importante na diferenciação do epitélio da glândula salivar normal. Dessa forma, nos interessamos em estudar o efei­to da laminina no fenótipo de diferentes linhagens derivadas de neoplasias de glândula salivar. Inicialmente crescemos células derivadas de carcinoma adenóide cístico humano (CAC2) em preparações tridimensionais de laminina. Nessa preparação, a célula é crescida dentro de um gel de laminina, o que simula o ambiente tridimensional existente na neoplasia in vivo. Os resultados obtidos foram analisados em microscopia de luz, em cortes corados por HE. A laminina induziu formações tubulares e pseudoscísticas, muito semelhantes àquelas observadas na neoplasia in vivo.

Nossos resultados sugerem que a laminina é uma molécula morforregulatória das células do carcinoma adenóide cístico.

 

  I067  

Interação epitélio-mesenquimal em tumores odontogênicos. Expressão das proteínas BMP e Msx.

L. F. MATIZONKAS, A. F. GIOVANINI, F. D. NUNES.

Patologia Bucal – FOUSP.

Tumores odontogênicos (TOs), a semelhança do que ocorre durante a odontogênese, podem mostrar interações indutivas entre o epitélio odontogênico e o componente mesenquimal adjacente. A odontogênese é um fenômeno complexo resultante dessa interação epitélio-mesenquimal, a qual depende de um número considerável de moléculas de sinalização. Dentre essas moléculas, as proteínas da morfogênese do osso (BMPs) e os genes Msx ocupam papel de destaque. Propusemo-nos assim a estudar a expressão dessas moléculas nos TOs, e relacionando o padrão de marcação obtido com a odontogênese normal. Utilizou-se o método da imuno-histoquímica com streptoavidina-biotina e diaminobenzidina como substrato cromogênico para evidenciação dos anticorpos. A maioria dos tumores mostrou marcação das BMP2/4 no epitélio odontogênico, e ocasionalmente nos componentes da papila dentária. O anticorpo Msx-1 apresentou padrão de marcação inconsistente com o observado durante os estágios iniciais da odontogênese.

Concluímos que o estudo dessas moléculas pode fornecer dados importantes para a compreensão desses tumores, porém estudos adicionais são necessários. (Financiamento: FAPESP e CNPq.)

 

  I068  

Expressão imuno-histoquímica do TGFb, TGFb1 e TGFbRII em adenomas pleomórficos.

D. T. RIPARI, A. P. V. SOBRAL*, V. C. de ARAÚJO.

Departamento de Estomatologia – Disciplina de Patologia Bucal – FOUSP.
Tel.: (0**11) 818-7902. E-mail: desitr@bol.com.br

Adenoma pleomórfico é o tumor benigno de maior incidência nas glândulas salivares. É constituído por células epiteliais e mioepiteliais de fenótipos variados. A neoplasia exibe metaplasia mesenquimal e matriz extracelular abundante entre as células neoplásicas. TGFb é um fator de crescimento relacionado à diferenciação epitelial, principalmente o TGFb1. O objetivo deste trabalho é verificar a expressão do TGFb1, do TGFb e do seu receptor TGFbRII nestes tumores. Cinco casos de adenoma pleomórfico foram selecionados do arquivo da disciplina de Patologia Bucal da FOUSP. Os espécimes foram submetidos à técnica imuno-histoquímica, e os anticorpos utilizados foram anti-TGFb, TGFb1 e TGFbRII.

Nossos resultados demonstraram que as células luminais das estruturas ductais e as células mioepiteliais plasmocitóides foram positivas para TGFb, bem como para o TGFbRII. Porém, o TGFb1 só foi encontrado no estroma fibroso e hialino dos casos estudados. Concluímos que o TGFb e o TGFbRII estão relacionados à diferenciação epitelial e mesenquimal das células neoplásicas, enquanto que o TGFb1 está envolvido com o processo de maturação da matriz extracelular nestes tumores.

 

  I069  

Estudo histológico da reparação óssea de lesões críticas em calvária de cobaia com utilização de membrana de cortical óssea bovina.

T. M. CESTARI*, P. P. HERCULIANI, E. M. TAGA, R. TAGA.

Departamento de Ciências Biológicas – USP. E-mail: cestari@fob.usp.br

Com o objetivo de estudar o processo de reparo ósseo com a utilização de membrana de cortical óssea bovina, associada ou não a enxerto ósseo bovino desmineralizado, foram confeccionados defeitos cirúrgicos de 12 mm de diâmetro na calvária de 37 cobaias (Cavia porcellus). Os animais foram divididos em dois grupos experimentais de 15 animais cada, um grupo controle com 5 e um grupo 0 hora com 2 animais. No primeiro grupo a lesão foi preenchida com coágulo sangüíneo do próprio animal e recoberta com membrana; no segundo a lesão foi preenchida com matriz óssea bovina desmineralizada, aglutinada com coágulo sangüíneo e recoberta com membrana; e no grupo controle e de 0 hora foi utilizado apenas coágulo sangüíneo. As calvárias dos grupos experimentais, em subgrupos de 5 animais, foram coletadas 1, 3 e 6 meses após as cirurgias, o grupo controle após 6 meses e o 0 hora logo após a cirurgia. A análise radiográfica, morfológica e morfométrica mostrou que todos animais do grupo controle apresentaram pouca quantidade de tecido ósseo na borda do defeito e grande quantidade de tecido conjuntivo no espaço da lesão. O grupo recoberto apenas com membrana apresentou intensa neoformação óssea na borda da lesão, chegando ao final de 6 meses com 52% da área do defeito preenchida por tecido ósseo. No grupo tratado com matriz óssea bovina desmineralizada e membrana, o crescimento ósseo ocorreu principalmente em forma de ilhotas no interior da lesão e ao final de 6 meses, 62% do espaço da lesão estava preenchido por novo tecido ósseo.

Embora em nenhum dos casos tenha ocorrido o fechamento completo da lesão, a formação de maior quantidade de tecido ósseo no grupo preenchido com enxerto ósseo bovino e recoberto com membrana em relação ao controle, mostrou que este tipo de tratamento pode ser uma alternativa no tratamento cirúrgico de lesões ósseas.

 

  I070  

Atividade enzimática em tecidos de camundongos convencionais e isentos de germes.

S. M. LIMA Jr.*, D. P. SOUZA, F. A. BRAGA, F. C. RIBEIRO, R. M. RODRIGUES, V. R. SANTOS.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia – Faculdade de Odontologia – Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: vagner@gold.com.br

Fosfatase alcalina (E.C.3.1.3.1.) e fosfatase ácida (E.C.3.1.3.2.) são fosfomonoesterases hidrolíticas do ácido fosfórico e são observadas nos tecidos animais normais ou inflamados. Entretanto suas verdadeiras funções não são conhecidas. O fígado e o rim de camundongos convencionais (CV) têm demonstrado reação positiva para fosfatases alcalina (PAl) e ácida(PAc), sendo utilizados como controles positivos nos estudos destas enzimas. O propósito deste estudo foi verificar as possíveis diferenças das atividades destas enzimas em camundongos isentos de germes(GF) (n = 10) e convencionais(n = 10). Os resultados demonstraram a atividade fortemente positiva de PAl no fígado, rim e endotélio de animais CV enquanto foi ausente no epitélio da língua e fibras musculares linguais e massetéricas. Em animais GF a atividade de PAl foi fracamente positiva nos rins e endotélio e ausente no fígado e masseter. A atividade de PAc se mostrou fortemente positiva no fígado, e língua, porém foi fracamente positiva nos rins dos animais CV. Nos animais GF a atividade de PAc se mostrou fortemente positiva nos rins, fracamente positiva no fígado e língua, enquanto foi ausente no masséter desses animais.

Estes resultados sugerem que as atividades de PAl e PAc parecem depender do status CV ou GF dos animais estudados. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

 

  I071  

Efeito do flúor sobre a amilase salivar humana.

M. F. LEITE*, J. NICOLAU.

Centro de Pesquisa em Biologia Oral – FOUSP – SP. Tel./Fax: (0**11) 3091-7840.

O objetivo da presente investigação é de analisar in vitro o efeito de várias concentrações de NaF, e in vivo o efeito do bochecho de NaF a 0,05% sobre a amilase salivar humana. Saliva foi coletada por estímulo mecânico, após uma noite de jejum, sempre pelo período da manhã. Após a coleta a saliva foi centrifugada a 12.500 x g e o sobrenadante usado para a determinação da amilase em diferentes concentrações de NaF. No experimento in vivo, cada indivíduo fez um bochecho com solução de NaF a 0,05%. A saliva foi coletada vários tempos após o bochecho e analisada para a atividade da amilase.

Nas condições usadas na presente investigação, in vivo, após bochecho com solução de NaF 0,05%, ou in vitro usando concentrações até 500 mM, não foi possível observar qualquer efeito do flúor sobre a atividade da amilase salivar humana. (M. F. L.: Bolsista de IC-CNPq.)

 

  I072  

Ação de duas gomas de mascar fluoretadas na microbiota cariogênica da saliva e na placa.

P. R. DA SILVA*, G. M. D’ANTÔNIO, N. A. SALIBA, J. A. CURY.

Departamento de Odontologia Social – UNESP – Araçatuba.

Avaliar a ação de duas gomas de mascar com flúor (Maxflúor e Fluorette) nos níveis salivares de Streptococcus mutans (grupo), na redução do acúmulo de placa, recuperação do pH e liberação de flúor foi o intuito deste trabalho. A amostra foi composta por 25 indivíduos de 7 anos de ambos os sexos, que fizeram uso de gomas de mascar fluoretadas por 3 dias. As gomas com sacarose e básica (sem açúcar e sem flavorizantes), serviram de controle. A contagem de Streptococcus mutans, expressa pelo número de Unidades Formadoras de Colônias - UFC, foi determinada pela cultura de amostras de saliva em Ágar MSB. O acúmulo de placa foi determinado pelo índice proposto por Silness & Löe, em 1964. O pH da placa foi avaliado a partir da técnica de amostra de placa preconizado por RUGG-GUNN, 1975. Somente a goma de mascar Fluorette, produziu um acúmulo de placa significativamente menor que a goma básica (p < 0,01) e a goma com sacarose (p < 0,001); também em relação ao pH da placa, mostrou uma redução significativa na queda após bochecho com sacarose. Não houve diferença significativa para o número de colônias de Streptococcus mutans (grupo) com nenhum dos quatro tipos de goma de mascar. Das duas gomas fluoretadas, a Fluorette mantém um nível crescente de liberação de flúor na saliva até 20 minutos.

Os resultados do estudo sugerem que a goma de mascar Fluorette pode reduzir o acúmulo de placa, acelerar a recuperação do pH da placa e liberar lentamente o flúor, mas não causar alteração no número de Streptococcus mutans (grupo) na saliva.

  I073  

Distribuição de tensões nos implantes osseointegrados e estruturas de suporte - análise não-linear em função do tipo de osso.

A. NOVAIS*, C. L. SENDYK, W. R. SENDYK, E. MATSON.

Departamento de Prótese Dental – Faculdade de Odontologia – Universidade de São Paulo,
Brasil.

O sucesso clínico da terapêutica com implantes está intimamente relacionado à qualidade do osso ao redor do implante. Sabe-se que o osso cortical, quando aplicada uma carga ao conjunto prótese-implante, apresenta, na região correspondente ao pescoço do implante, maior concentração de tensões. Autores afirmam que conforme diminui a espessura cortical e densidade medular inversamente aumenta a concentração de tensões no tecido ósseo. O objetivo desta análise é, através de um modelo clínico, comparar a distribuição de tensões nos implantes e tecido ósseo variando-se o tipo de osso (tipos I e III). Para isso, duas imagens da região de mandíbula posterior foram comparadas por meio do elemento finito bidimensional. Na primeira, a espessura cortical compreende um padrão de osso tipo I. Na segunda o padrão ósseo foi tipo III. Em ambas um implante osseointegrado de 3,75 x 10 mm e coroa de cerâmica feldspática receberam cargas axial e horizontal concentradas de 100 N na cúspide vestibular de um molar inferior.

Demonstramos, através deste estudo, as áreas de maior concentração de tensões nas duas situações e as alterações dessas tensões quando comparados os dois modelos.

 

  I074  

Avaliação clínica de próteses sobre implantes: estudo de um ano.

G. MENDONÇA*, T. LIRA, F. D. NEVES, A. J. FERNANDES NETO.

Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia – Área de Prótese Fixa e ­Oclusão. Tel./Fax: (0**34) 218-2222. E-mail: gmendonca@ufu.br

O objetivo deste trabalho foi relatar os problemas que ocorreram com pacientes que receberam próteses sobre implantes, buscando determinar as causas e a prevalência destas falhas e insucessos, bem como as melhores formas de tratamento e soluções para estes problemas, realizando juntamente um acompanhamento dos pacientes implantados nos cursos de Aperfeiçoamento em Implantes Odontológicos do Departamento de Reabilitação Oral da Universidade Federal de Uberlândia. Foram acompanhados 86 pacientes que receberam 209 implantes para tratamento de casos totais, parciais e individuais durante os anos de 1996 e 1997 no Centro de Pesquisa de Implantes da universidade. Os dados foram coletados a partir do prontuário e exame clínico do paciente; sendo preenchida uma ficha de acompanhamento (ficha específica). O índice de sucesso para os implantes foi de 96,2% e de 94,8% para as próteses. As dificuldades encontradas foram: desaperto e fratura do parafuso de ouro, desaperto do parafuso do intermediário, fratura da porcelana, prótese mal adaptada, periimplantite e respostas adversas por parte do paciente. Estes problemas foram de pequena incidência, muitos ocorrendo em um mesmo paciente.

Uma análise destes problemas permitem ainda, concluir que um adequado domínio da técnica, bem como uma avaliação dos procedimentos realizados reduziriam ainda mais estas complicações, melhorando os resultados obtidos. Podendo comprovar assim a efetividade e previsibilidade dos implantes osseointegrados. (Apoio financeiro: PIBIC/UFU.)

 

  I075  

Estudo preliminar da utilização de Fixações Zigomáticas em maxilas atróficas.

M. A. MATSUMOTO*, C. E. FRANCISCHONE, I. A. M. SARTORI, E. TOKUTSUNE,
H. NARY FILHO.

Departamento de Odontologia da Universidade do Sagrado Coração. Tel.: (0**14) 235-7000. E-mail: iocp@blv.com.br

A Fixação Zigomática® (Branemark System) representa uma nova opção para os pacientes portadores de severa atrofia de rebordo alveolar maxilar, assim como para aqueles que sofreram algum tipo de mutilação em virtude de cirurgias ressectivas de tumores ou traumatismos faciais. Neste estudo preliminar, 11 pacientes compuseram a amostra, 2 do sexo masculino e 9 do sexo feminino, com idade variando de 38 a 67 anos (média de 50,9 anos). Todos receberam fixações zigomáticas que variaram de 35 a 50 mm de comprimento, perfazendo um total de 20 implantes. De maneira complementar, foram instalados mais 32 implantes convencionais na região anterior, com diâmetros de 3,75 e 4,0 mm e comprimento que variou de 10 a 18 mm. Estas fixações permaneceram sepultadas durante um período de 6 meses para osseointegração, após os quais procedeu-se cirurgia para exposição e instalação de “abutments” protéticos, estabilização imediata com barra metálica e confecção de prótese provisória. Neste primeiro período de controle clínico e radiográfico, que variou de 1 a 18 meses após a segunda fase cirúrgica, não se evidenciou perda de nenhuma fixação.

Depreende-se que tal procedimento, apesar do curto período de observação, pode representar uma excelente opção terapêutica pelo sua baixa invasividade, previsibilidade de resultados, resolução mais rápida e custo 40% inferior aos de procedimentos alternativos.

  I076  

Uso de elementos finitos na análise de tensões no hexágono externo de implantes.

T. C. A. REIS*, C. N. ELIAS, J. P. GOUVÊIA.

Universidade Federal Fluminense. Tel.: (0**24) 344-3012. E-mail: elias@metal.eeimvr.uff.br

O objetivo do uso dos parafusos em estruturas é manter a união e estabilidade dos componentes. A estabilidade da união por parafusos é função da pré-carga aplicada, a qual depende da geometria do parafuso, modo de contato das partes, coeficiente de atrito e propriedades mecânicas dos materiais envolvidos. Na área da Odontologia, nos sistemas implante-“abutment”, a união inadequada e a não observação das tolerâncias dimensionais das folgas entre as partes, principalmente do hexágono externo do implante e hexágono interno do “abutment” são fatores que favorecem a instabilidade e rotação do sistema. BION (Jomi 9, 48-63, 1993) cita que a qualidade da usinagem e as tolerâncias dimensionais são os principais fatores que influenciam a rotação do “abutment”. Este trabalho tem como objetivo analisar pelo método dos elementos finitos (MEF) a influência do material e da pré-carga aplicada no parafuso do “abutment” na concentração de tensão e na deformação do hexágono externo do implante. Foram aplicados diferentes torques e obtidas figuras que mostram a distribuição das tensões e das deformações com base no critério de von Mises. Os resultados obtidos mostraram que o MEF é uma ferramenta adequada para este tipo de análise.

Pode-se concluir que a pré-carga induz o maior pico de tensão e de deformação na parte superior da aresta do hexágono externo do implante e que um torque de 42 N/cm não induz a deformação plástica do implante de titânio.

 

  I077  

Regeneração de defeitos ósseos após a implantação de duas cerâmicas bioativas.

L. G. S. MACEDO, N. L. MACEDO, Y. R. CARVALHO, M. B. GONZALEZ, S. M. OUCHI*,
F. S. MATUDA.

Departamentos de Per. Cir. Rad. e Biopt. Diagn. da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, ramal 1304.

Este estudo experimental comparativo avaliou histologicamente a resposta do tecido ósseo e o seu potencial regenerativo na restauração de de­feitos ósseos criados na tíbia de ratos após a implantação de partículas de dois tipos de vidro cerâmico bioativo. Foram utilizados dezesseis ratos Wistar machos de 300-350 g que foram divididos em dois grupos: PerioGlas (PG) e BioGran (BG). Com auxílio de um trépano de 4 mm de diâmetro foram confeccionados defeitos ósseos unicorticais (32) na tíbia dos animais. As partículas de cerâmica foram colocadas e condensadas para preencher completamente os defeitos. Os animais foram sacrificados aos 7, 14, 30 e 60 dias. Após a rotina laboratorial os cortes histológicos foram avaliados em microscopia óptica para a análise descritiva dos resultados. Em ambos os grupos aos 7 dias observa-se a formação de septos conjuntivos ricos em células e formação de trabéculas ósseas mais intensas no grupo PG. Aos 14 dias o grupo PG também mostra maior formação óssea. Em 30 e 60 dias nota-se tecido ósseo mais maturo com aspecto lamelar semelhante em ambos os grupos. As trabéculas ósseas formadas em todos os períodos estavam justapostas às partículas de cerâmica.

Os resultados nos levam a conclusão que houve formação de tecido ósseo entremeando as partículas de cerâmica em contato direto com estas. Esta formação se acentuou com o decorrer do tempo sendo que aos 60 dias observou-se maior maturação das trabéculas ósseas e persistências das partículas de cerâmica.

 

  I078  

Prevalência de manchamento dental em usuários de clorexidina.

S. C. GOMES*, L. A. MIRANDA, D. G. BASSANI, R. V. OPPERMANN.

PPG. Odontologia – ULBRA – RS. E-mail: gomessabrina@hotmail.com

O manchamento dos dentes é reconhecidamente um efeito adverso do uso da clorexidina. Entretanto, pouco se sabe sobre a distribuição deste manchamento em grupos de usuários. O objetivo do presente estudo foi descrever a prevalência, intensidade e extensão do manchamento dental em uma população usuária de clorexidina. O grupo experimental foi composto de 113 voluntários adultos. Após remoção de fatores retentivos de placa e polimento dental os participantes bochecharam, 2 vezes ao dia, por um minuto, 10 ml de uma solução de digluconato de clorexidina a 0,2%. Os bochechos foram realizados após a escovação sendo escova e creme dental padronizados. Ao final de duas semanas a presença de manchamento foi aferida através do índice de Lobene que avalia intensidade e extensão do manchamento. A distribuição da freqüência dos escores do índice de Lobene e seus componentes, intensidade e extensão, foi categorizada em leve (L), escores de 0 a 4; moderada (M) escores de 4,01 a 8; e severa (S) escores de 8,01 a 12. Os resultados mostraram que, nesta população, a distribuição do índice foi de 71,1% para a categoria S, 22,1% para a categoria M e 6,2% para a categoria L. Quanto aos componentes do índice, intensidade e extensão respectivamente, 74,3% e 44,2% dos indivíduos encontravam-se na categoria S; 22,1% e 44,2% na categoria M e 10,6% e 11,5% na categoria L. Apenas 1,8% dos participantes não apresentou nenhum tipo de manchamento.

Pode-se concluir que, após um período de 14 dias de uso de bochechos diários com clorexidina 0,2%, a maioria dos indivíduos apresenta manchamento em grande intensidade e extensão, restando um pequeno grupo de indivíduos livre de manchas.

  I079  

Uso coadjuvante de clorexidina ou metronidazol em gel na terapia periodontal.

G. L. PILATTI, V. A. KOZLOWSKI Jr., E. A. N. ALEXANDRINO*, A. C. E. G. PINTO,
C. R. GERVASONI, L. C. AZIM-FILHO.

Departamento de Odontologia – Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso coadjuvante de um gel placebo (PC), gel de metronidazol a 10% (MT) ou gel de clorexidina a 1% (CX) aplicados no meio subgengival antes e imediatamente após os procedimentos de raspagem e alisamento radicular, utilizando-se instrumentos manuais, em 10 pacientes com doença periodontal, com idade entre 32 a 53 anos (x = 38,2; s = 5,81), empregando-se o paciente como unidade de avaliação (n = 10). Índice de placa (IPl), sangramento à sondagem (SS), profundidade clínica de sondagem (PS) e nível de inserção clínico (NI) foram avaliados no início do experimento (“baseline” - bs) e após 1, 3 e 6 meses. Os resultados demonstraram reduções estatisticamente significantes para IPl (controle - CT – 0,93 - bs e 0,47 - 6 m; PC – 1,11 - bs e 0,42 - 6 m; MT – 0,97 - bs e 0,40 - 6 m e CX – 0,85 - bs e 0,38 - 6 m), e para SS (CT – 94,4% - bs e 45,4% - 6 m; PC – 94,4% - bs e 44,5% - 6 m; MT – 88,5 - bs e 38,1% - 6 m e CX – 92,9% - bs e 34,0% - 6 m), sem diferenças entre os grupos. Alterações estatisticamente significantes também foram observadas para PS e NI, tanto em sítios com PS inicial entre 4 - 6 mm, como em sítios com PS inicial ³ 7 mm, porém sem diferenças entre os grupos experimentais.

Desta forma, os produtos avaliados não promoveram benefícios adicionais em relação à terapia mecânica convencional, quando empregados no meio subgengival. Novas formas farmacêuticas devem ser estudadas, no sentido de proporcionar a liberação controlada dos agentes antimicrobianos, mantendo-se níveis elevados da droga por períodos prolongados no interior da bolsa periodontal. (Apoio: PIBIC – CNPq.)

  I080  

Utilização de um dispositivo de clorexidina (Perio-Chip®) no tratamento periodontal.

D. C. GRISI*, L. C. FIGUEIREDO, S. L. SALVADOR, M. F. M. GRISI, S. L. S. SOUSA,
A. B. NOVAES Jr.

FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3980. FCFRP – USP. Tel.: (0**16) 602-4167.

O objetivo deste estudo foi comparar o efeito da raspagem e alisamento radicular (RAR) associada ou não a aplicação do dispositivo biodegradável de liberação controlada de clorexidina, no tratamento de pacientes com periodontite do adulto. Foram selecionados 20 pacientes, não fumantes, apresentando quatro bolsas periodontais com profundidade de sondagem ³ 5 mm e presença de sangramento à sondagem. O modelo do estudo foi duplo cego, paralelo e aleatório. O grupo teste recebeu a aplicação do dispositivo de clorexidina em associação à RAR, enquanto que no grupo controle foram realizados apenas os procedimentos de RAR. As avaliações foram feitas previamente e após 3 meses de tratamento e incluíram as medidas de: índice de placa (IP), sangramento à sondagem (SS), pro­fundidade de bolsa (PB) e nível clínico de inserção (NCI), avaliados através de uma sonda computadorizada de pressão controlada. O teste BANA foi realizado para a detecção dos microrganismos peridontopatogênicos anaeróbios: B. forsythus, P. gingivalis e T. denticola. Ambos os grupos apresentaram uma redução significativa na presença de IP, SS e na porcentagem de sítios BANA positivos, após 3 meses (p < 0,001). A média de redução na profundidade de bolsa foi de 1,98 ± 1,02 mm e 1,76 ± 1,08mm, nos grupos controle e teste, respectivamente. O grupo controle apresentou uma média de redução no NCI significativamente maior (1,17 ± 0,99 mm) do que o grupo teste (0,15 ± 1,32 mm). Com exceção do NCI (p < 0,001 - Mann-Whitney), não houve diferença estatisticamente significante, entre os dois grupos, para os demais parâmetros avaliados.

Os resultados demonstraram que, no período de 3 meses, ambos os procedimentos mostraram-se efetivos no tratamento da periodontite do adulto. (Apoio: FAPESP 98/11953-7.)

  I081  

Estudo comparativo de “brackets” com e sem pontos de solda.

N. F. C. MANSO, O. CHEVITARESE.

Departamento de Ortodontia – ABO/RJ. Tel./Fax: (0**21) 205-6785.
Email: marcoman@easynet.com.br

A colagem de "brackets" é uma rotina na Clínica Ortodôntica e sua estabilidade é um aspecto crucial para o sucesso dos tratamentos. A finalidade da presente pesquisa é comparar o desempenho de “brackets” da Dental Morelli (Grupo A, “brackets” com pontos de solda, e Grupo B, “brackets” sem ponto de solda) com os da American Orthodontics, sem ponto de solda (Grupo C). Cada grupo foi constituído aleatoriamente de 30 “brackets”, que foram colados pelo método convencional, com o sistema Concise (3M) em esmalte planificado de dente bovino, preso pela raiz em um anel de PVC com resina acrílica autopolimerizável, de modo a ficar a face plana perpendicular à base do anel. Após a colagem, todos os grupos ficaram em água a 36 ± 1ºC por uma semana, antes do teste de cisalhamento (Máquina de Ensaios Mecânicos EMIC com a velocidade de deformação de 0,5 mm/min). Os resultados, em MPa, foram analisados estatisticamente (testes F de Snedecor e teste de Bonferroni).

E chegou-se a conclusão de que a resistência ao cisalhamento dos Grupos A e B (4,33 e 6,85 MPa, respectivamente) não apresentaram diferença significativa entre eles enquanto o Grupo C (12,51 MPa) era significantemente superior aos dois primeiros. Houve apenas um corpo-de-prova que sofreu fratura coesiva de esmalte, pertencente ao Grupo C, onde aliás todas as descolagens se fizeram por fratura adesiva na interface esmalte-adesivo. As soldas na base dos “brackets” certamente explicam o pior desempenho do Grupo A; porém outros fatores como a regularidade e espessura dos filamentos e a distância entre eles na tela, talvez tenham comprometido os baixos desempenhos do Grupos A e B quando comparados com o C.

 

  I082  

Restaurações diretas com proteção de cúspide em pré-molares superiores despolpados.

C. UTIYAMA*, I. CONTIN, A. A. de CARA.

Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia USP – SP. Tel.: (0**11) 818-7888,
fax: (0**11) 278-0536. E-mail: cassia.u@uol.com.br

Dentes tratados endodonticamente são considerados mais susceptíveis à fratura principalmente em função da perda de estrutura dentária. Este estudo teve como objetivo avaliar o aumento da resistência à fratura de pré-molares superiores que receberam acesso endodôntico, restaurados em resina composta direta com cobertura de cúspide. Foram utilizados 40 pré-molares superiores humanos extraídos, que foram divididos em 4 grupos: I – dentes hígidos; II – dentes com acesso endodôntico, com preparo MOD, restaurados em resina composta, pela técnica direta, sem cobertura de cúspide; III – dentes com acesso endodôntico, com preparo MOD e redução de cúspide, restaurados em resina composta direta, com cobertura de cúspide; IV – dentes com acesso endodôntico, com preparo MOD, sem receber restauração. Os corpos-de-prova foram submetidos a teste de compressão até a fratura e os resultados comparados e avaliados através da análise de Tukey, podendo-se concluir que os dentes do grupo III (restaurados com cobertura de cúspide) apresentaram maior resistência à fratura, com valores significativos, em relação aos dentes do grupo II (restaurados sem cobertura) e IV(preparados, sem restauração).

A restauração em resina composta com cobertura de cúspide pode ser considerada uma alternativa restauradora para dentes pré-molares submetidos à terapia endodôntica.

 

  I083  

Avaliação in vitro da microinfiltração das resinas condensáveis em molares decíduos.

A. M. C. COTRIM, S. K. BUSSADORI, E. M. SANTOS, A. C. G. PINTO, J. C. P. IMPARATO.

Departamento de Odontopediatria da FOUSP.

O objetivo do presente estudo foi avaliar in vitro a microinfiltração nas faces proximais de molares decíduos provenientes do banco de dentes decíduos da FOUSP, utilizando resinas condensáveis. Foram realizados 40 corpos-de-prova, sendo que cada grupo apresentava 10 corpos-de-prova. O grupo 1 foi Alert da Jeneric/Pentron, o grupo 2 foi a Solitaire da Kulzer, o grupo 3 foi a Definite da Degussa e o grupo 4 foi a P60 da 3M. Após o procedimento restaurador os dentes foram impermeabilizados com resina epóxica (Araldite de presa ultra-rápida)na região radicular, e esmalte cosmético em toda superfície, ficando exposta apenas uma janela de 1 mm entre dente e restauração. Após impermeabilização os dentes foram colocados em azul de metileno a 0,5% pH 7,2, por 4 horas. Em seguida foi feita a lavagem em água corrente e os dentes foram secos em papel absorvente. Depois foram cortados no sentido longitudinal, lixados com lixa d’água número 220, 300, 400, e 600. Logo após, 3 avaliadores calibrados avaliaram os corpos-de-prova atribuindo escores de 0 a 4.

Os dados foram submetidos a análise estatística com a utilização do software GMC 7.0 e devido a distribuição amostral testada, caracterizada com curva normal, aplicou-se o teste de análise de variância complementado pelo valor crítico de Tukey (1,73) e houve diferença estatisticamente significante entre os grupos 1 e 3, 1 e 4, 2 e 3, e 3 e 4.

  I084  

Avaliação do potencial irritativo dos sistemas adesivos Bond 1 e Single Bond em subcutâneo de ratos.

C. R. MONTEIRO*, L. C. VILLELA, H. NAGEM FILHO.

Departamento de Dentística Restauradora – Faculdade de Odontologia da Universidade de Taubaté. Tel.: (0**12) 225-4217.

É de suma importância a avaliação da biocompatibilidade dos materiais dentários previamente a sua utilização clínica. Desta forma, este trabalho objetivou avaliar as alterações vasculares do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, induzidas por dois sistemas adesivos dentinários (único passo), comparados com solução fisiológica (controle negativo) e Furacin (controle positivo), durante a fase exsudativa do processo inflamatório. Com este propósito, injetou-se intravenosamente, na veia do pênis de ratos, vinte mg/kg de peso corporal de “Evan’s blue” e no tecido subcutâneo foi inoculado 0,1 ml de cada substância a ser analisada. Após intervalo de três horas, os animais foram sacrificados, suas peles excisadas e recortadas com perfurador de 2,5 cm de diâmetro. As peças foram imediatamente imersas em oito ml de formamida e levadas ao banho-maria a 37ºC, por 72 horas, para remoção do corante. O líquido contendo o corante extravazado foi filtrado, analisado em espectrofotômetro (620 nm) e classificado segundo critérios estabelecidos por NAGEM FILHO & PEREIRA., Estomat. & Cult., 10 : 1-6, 1976.

Todos os materiais, sem exceção, provocaram reações com graus variados de irritação; o soro fisiológico demonstrou ser a substância de menor grau de irritabilidade; os sistemas adesivos Single Bond e Bond 1, sem apresentarem diferença estatística entre si, revelaram moderado grau de irritabilidade e o Furacin apresentou severo grau de irritabilidade.

 

  I085  

Efeito do Er:YAG sobre a resistência de união adesivo/esmalte (humano e bovino).

F. P. FARIA*, F. BORTOLOTTO, R. R. BRAGA, E. Y. TANJI, R. H. M. GRANDE.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840.
E-mail: flapecora@hotmail.com.

O objetivo foi avaliar a resistência de união de um adesivo em esmalte humano e bovino submetido à aplicação do Laser Er:YAG, associado ou não ao condicionamento ácido. Fragmentos de esmalte foram embutidos em cilindros de PVC. O padrão de aplicação do Laser (KaVo) foi 80 mJ/2 Hz, distância focal de 20 mm, diâmetro focal de 0,7 mm, 80 impulsos e densidade de energia de 21 J/cm2. Metade dos corpos-de-prova irradiados teve a superfície condicionada com ácido fosfórico 37,5%. Como comparação, foram utilizadas superfícies asperizadas com lixa nº 100. O adesivo utilizado foi o Optibond Solo Plus (Kerr). Foi construído um tronco de cone em resina composta (Z250, cor A3, 3M) em uma área de colagem com 3 mm de diâmetro delimitada por uma fita adesiva perfurada. Após 48 horas de armazenamento em água destilada a 37ºC, foi realizado o ensaio de tração. Os resultados (em MPa) foram submetidos à análise de variância. Não houve diferença entre os resultados obtidos com o uso do substrato humano e bovino (p = 0,211), respectivamente 12,5 ± 5,96 MPa e 11,5 ± 5,28 MPa. A média obtida no grupo tratado com o Er:YAG (10,6 ± 5,46 MPa) foi inferior à do grupo cuja superfície foi asperizada com lixa (13,4 ± 5,48 MPa, p < 0,001). O condicionamento com ácido fosfórico levou a valores maiores de resistência adesiva (16,2 ± 4,45 MPa e 7,8 ± 2,9 MPa, p < 0,0001).

Os resultados permitem concluir que o esmalte bovino pode ser usado em testes de resistência de união envolvendo a irradiação da superfície com Er:YAG. O condicionamento da superfície com o Laser nos parâmetros utilizados neste estudo não contribuiu para o aumento da resistência de união. (FAPESP 99/11396-3.)


  I086  

Avaliação in vitro da microinfiltração em cavidades proximais de dentes decíduos com diferentes compômeros.

M. SMITH*, S. K. BUSSADORI, E. M. SANTOS, J. C. P. IMPARATO, A. C. GUEDES-PINTO.

Departamento de Odontopediatria – FOUSP.

O objetivo da presente pesquisa foi avaliar in vitro a microinfiltração nas faces proximais de molares decíduos, provenientes do banco de dentes decíduos - FOUSP, utilizando diferentes compômeros. Foram realizados 16 corpos-de-prova, divididos nos seguintes grupos: 1. Dyract AP- Caulk/Dentsply, 2. Compoglass-F - Vivadent, 3. F2000 - 3M, 4. Freedom - SDI. Cada grupo recebeu 4 corpos-de-prova. Após o procedimento restaurador, os dentes foram impermeabilizados com resina epóxida - Araldite ultra rápida, na região radicular e esmalte cosmético em toda a superfície, ficando exposta apenas uma janela de 1 mm entre o dente e a restauração. Em seguida, os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 0,5% em pH 7,2% por 4 horas. O procedimento seguinte foi a lavagem em água corrente e secagem em papel absorvente. Os dentes foram cortados no sentido longitudinal com discos de lixa de carborundum e lixados com lixa d’água. Após este procedimento, três avaliadores calibrados, analisaram os corpos-de-prova e atribuíram escores de 0 à 4.

Após a obtenção dos dados fez-se análise estastística com a utilização do software GMC 7.0, valendo-se do teste de Kruskal-Wallis, observou-se que houve diferença estatística significante para o grupo do Dyract, demonstrando uma menor infiltração quando comparado aos demais grupos.

 

  I087  

Condicionamento da dentina com Er:YAG laser e ácido fosfórico.

S. R. O. COSTA*, L. B. BISPO, F. A. KAWAGUCHI, H. C. P. BRUCOLI, C. P. EDUARDO,
E. MATSON.

Departamento de Dentística – USP.

A tecnologia laser proporcionou o surgimento de uma técnica para a adesão de materiais restauradores estéticos. Procurou-se avaliar a adesão da dentina sob diferentes tratamentos. Foram utilizados 30 molares hígidos, divididos em três grupos: Grupo com Er:YAG laser (4 Hz e 250 mJ); Grupo controle - aplicação do ácido fosfórico a 35%, “primer” + adesivo (Scotchbond Multi-Purpose Plus - 3M) e resina composta Glacier (SDI); Grupo laser + ácido - mesmo parâmetro para laser e procedimento adesivo. Os dentes foram submetidos à tração na Instron modelo 4442, com velocidade de 0,5 mm/seg.

A análise de variância para as médias dos valores das forças de tração das diferentes aplicações mostrou diferenças. Pelo teste de Tukey, pôde-se afirmar que existe diferença significante entre o comportamento da aplicação do laser + ácido (13,2 MPa) em relação à aplicação exclusiva com Er:YAG laser (6,1 MPa). A média da força de tração no grupo laser + ácido não diferiu estatisticamente da média do grupo controle (12,33 MPa).

 

  I088  

Influência do laser Er:YAG na resistência à tração de resina composta.

R. BEOLCHI*, R. A. YATSUDA, C. P. EDUARDO.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia da USP – SP. Tel.: (0**11) 270-4110.

O objetivo deste estudo foi comparar a influência da irradiação de superfícies dentinárias com laser de Er:YAG (l = 2940 nm), por meio da medição da resistência à tração de resina composta. Sessenta terceiros molares humanos extraídos íntegros, pertencentes ao banco de dentes do Departamento, tiveram suas superfícies dentinárias das faces vestibulares expostas e foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Grupo 1- superfícies dentinárias irradiadas com Er:YAG laser com 60 mJ de energia e 2 Hz de freqüência, por 20 segundos, estando a superfície dentinária umedecida, no modo não contato e focalizado. Grupo 2- controle com condicionamento ácido porém sem irradiação. Aplicou-se em ambos os grupos o agente de união e a resina composta fotopolimerizável (PermaQuik - Ultradent), seguindo as instruções do fabricante, de modo a preparar as amostras para testes de tração. A análise estatística dos resultados demonstrou não haver diferença significante entre os dois grupos.

Os parâmetros de irradiação do laser de Er:YAG empregados neste estudo não puderam determinar uma diferença na resistência à tração da resina composta à superfície dentinária.

 

  I089  

Estudo comparativo da infiltração marginal em selantes oclusais.

S. I. MYAKI, C. M. L. MARTINS*, M. FAVA, I. BALDUCCI.

Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste estudo in vitro foi de comparar a infiltração marginal em três diferentes tipos de selantes oclusais. Foram selecionados 30 dentes pré-molares superiores, clinicamente hígidos, extraídos por indicações ortodônticas, que receberam limpeza coronária com pasta de pedra-pomes e água, em baixa velocidade. As amostras foram divididas aleatoriamente em 3 grupos: G1 (n = 10): aplicação de um selante autopolimerizável, “sem carga”, sem liberação de flúor (Delton - Dentsply), após condicionamento com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos; G2 (n = 10): aplicação de um selante fotopolimerizável, “sem carga”, com liberação de flúor (Conseal F - SDI), após condicionamento com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos; G3 (n = 10): utilização de um selante fotopolimerizável, “com carga”, com liberação de flúor (Fluro­Shield - Dentsply), após condicionamento com ácido fosfórico a 35% durante 30 segundos. Todos os espécimes foram submetidos à ciclagem térmica (500 ciclos - 5ºC e 55ºC - 30 segundos de imersão em cada banho), foram parcialmente impermeabilizados com esmalte de unha e armazenados em solução de azul de metileno a 0,5% durante 4 horas. Cada dente foi seccionado longitudinalmente em duas partes no sentido vestibulolingual sob refrigeração com água. A penetração do corante entre o esmalte e o selante foi analisada através de “slides” com aumento original de 3 X. Os resultados obtidos demonstraram que o selante Delton apresentou valores de microinfiltração significantemente maiores do que aqueles encontrados nos selantes Conseal F e FluroShield (teste de Kruskal-Wallis, p > 0,05).

Dentro das condições experimentais, concluiu-se que os selantes Conseal F e FluroShield apresentaram-se superiores ao selante Delton quanto à microinfiltração.

  I090  

Avaliação do sistema adesivo ortodôntico MIP na presença de água e saliva.

G. M. GARONE*, F. NAUFF, R. S. C. SANTOS, A. TORTAMANO.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7812.

Este estudo in vitro tem a finalidade de comparar a força de adesão da resina para cimentação de bráquetes ortodônticos Transbond quando utilizada com o sistema adesivo MIP em ambientes úmidos com presença de água e contaminação por saliva. Foram utilizados 32 incisivos superiores humanos íntegros divididos em 4 grupos. Todos os grupos tiveram a face vestibular dos incisivos condicionados por ácido fosfórico a 37,5% por 30 segundos e remoção do ácido com água corrente. Para cada grupo foi preconizado uma diferente técnica para utilização do adesivo, e posteriormente, realizou-se a cimentação de um cone de resina Transbond, previamente preparado. Os grupos foram divididos da seguinte maneira: grupo I (controle positivo), sistema adesivo XT; grupo II (controle negativo), não foi utilizado nenhum sistema adesivo; grupo III, sistema adesivo MIP em esmalte úmido com presença de água; grupo IV, sistema adesivo MIP em ambiente úmido por contaminação com saliva artificial. Todos os grupos foram submetidos a ciclagem térmica (700 ciclos/5-55ºC) e posteriormente ao teste de tração (Instron 4400). Os resultados obtidos foram submetidos ao teste estatístico da análise de variância após os valores originais amostrais serem convertidos à raiz quadrada para obtermos uma amostra normal e homogênea que foi submetida ao teste auxiliar de Tukey.

Estatisticamente não houve diferenças significantes entre os grupos I (sistema adesivo XT), III (sistema adesivo MIP com presença de água), IV (sistema adesivo MIP com contaminação por saliva), apenas o grupo II (controle negativo) apresentou diferenças significantes entre os demais.

  I091  

Avaliação da rugosidade e micromorfologia da superfície dos tecidos dentais e de uma resina composta após jateamento microabrasivo.

L. N. IHA*, V. E. ARANACHAVEZ, M. A. A. C. LUZ.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7841.

O jateamento microabrasivo é uma técnica de tratamento de superfície que tem sido empregada atualmente em técnicas restauradoras adesivas. Embora tal procedimento ainda seja mais empregado para tratamento extrabucal da superfície interna de restaurações indiretas, pode ocorrer a necessidade da aplicação intrabucal em alguns reparos ou até mesmo para preparos diretos da estrutura dental. Este trabalho tem a finalidade de comparar a rugosidade superficial e a micromorfologia do esmalte, dentina e de uma resina composta antes e após o jateamento com micropartículas de óxido de alumínio de 50 µm. Oito terceiros molares recém-extraídos foram cortados ao meio, resultando em 15 superfícies de esmalte e 15 de dentina. Confeccionou-se ainda 15 corpos-de-prova de resina composta (Z100) de 7,0 mm de diâmetro e 3,0 mm de espessura. Os corpos foram incluídos em resina acrílica, expondo de 1,0 a 1,5 mm de sua superfície e mantidos em água destilada por 7 dias a 37ºC. Em seguida foram realizadas leituras rugosimétricas, onde cada uma das 45 superfícies recebeu 5 leituras aleatórias antes e após o tratamento jateador. O teste de Kruskal-Wallis confirmou a homogeneidade dentro da amostragem e o teste t de Tukey detectou significativa diferença na rugosidade superficial dos espécimes antes e após o tratamento microjateador. Ao MEV confirmou-se o aumento da rugosidade na resina composta; no esmalte a superfície assemelhou-se à de um condicionamento ácido; na dentina observou-se uma camada de esfregaço menos compacta e mais desorganizada.

O jateamento microabrasivo com óxido de alumínio proporciona alterações superficiais importantes, criando retenções mecânicas significativas na superfície da resina composta, aumentando a rugosidade superficial do esmalte e da dentina.

  I092  

Resistência ao cisalhamento de dois materiais para recontornamento de cíngulo.

P. P. PENNA *, E. S. UEMURA, M. F. R. L. HUHTALA.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – UNESP – SJC. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo desse estudo foi comparar as forças de adesão ao esmalte bovino de dois materiais restauradores para recontornamento de cíngulo: uma resina composta (Z100 - 3M) e um polímero de vidro (Artglass - Kulzer). As superfícies vestibulares de 40 incisivos bovinos, previamente incluídos em resina acrílica, foram planificadas. A superfície de esmalte exposta recebeu acabamento através de lixas seqüenciais até a granulação 600. Os corpos-de-prova foram aleatoriamente divididos em 2 grupos com 20 amostras cada: Grupo A (Z100) e Grupo B (Artglass). As áreas de adesão foram limpas, condicionadas com ácido fosfórico a 37% por 30 s. O Grupo A recebeu cilindros (5 mm de diâmetro e 3 mm de altura) de resina composta Z100 construídos pela técnica incremental, e o Grupo B cilindros de Artglass cimentados com cimento resinoso (3M). Os corpos-de-prova foram termociclados (300 ciclos - ± 4ºC/± 55ºC) e mantidos em água destilada à 37ºC por 24 horas antes de serem submetidos ao teste de cisalhamento em máquina de ensaio Instron, à velocidade de 0,5 mm/min. Os dados obtidos foram analisados pelo teste de Mann-Whitney, p < 0,0001. Os resultados indicaram um diferença significativa, ao nível de 5%, entre o Grupo A (15,79 MPa) e o Grupo B (11,82 MPa).

As forças de adesão do Artglass foram estatisticamente inferiores às da resina Z100, entretanto, esse material pode ser indicado para recontornamento de cíngulo.

 

  I093  

Microinfiltração de sistemas adesivos simplificados submetidos às ciclagens térmica e mecânica.

P. E. C. CARDOSO1, E. PLACIDO1, S. K. MOURA1, J. PERDIGÃO2.

1Departamento de Materiais Dentários – FOUSP; 2Univ. de Minnesota – USA.
Tel./Fax: 3091-7840.

Estudos laboratoriais são essenciais para testar se os novos materiais restauradores são capazes de suportar as cargas mastigatórias antes de seu uso clínico. O objetivo deste estudo foi avaliar a microinfiltração nas margens em dentina de restaurações classe II em resina composta usando 4 adesivos simplificados - Etch & Prime 3.0 (EP, Degussa), Prime & Bond NT (NT, Dentsply DeTrey), Clearfil Liner Bond 2V (2V, Kuraray Co.) e Clearfil SE Bond (SE, Kuraray Co.), submetidos a estresses térmicos e mecânicos. 40 cavidades classe II (5 mm x 3 mm x 1,5 mm) foram feitas em molares humanos íntegros com margens gengivais abaixo da junção esmalte/cemento. Os adesivos foram aplicados de acordo com as instruções dos fabricantes. As cavidades foram restauradas usando Clearfil AP-X (Kuraray Co.). Após o acabamento e polimento os dentes foram submetidos à ciclagem térmica (700 X, 5-55ºC, 60 s de intervalo) e mecânica (100.000 ciclos; carga de 8 kgf). Os espécimes foram cobertos com esmalte cosmético, imersos em solução de nitrato de prata por 2 horas e seccionados longitudinalmente com disco de diamante. A infiltração do corante foi medida de acordo com uma escala de 0-4 por 3 examinadores. A análise estatística foi feita usando o teste de Mann-Whitney. Mínima infiltração ocorreu com os adesivos 2V e SE, não sendo observada diferença estatisticamente significante entre eles. Também não houve diferença estatística significante entre EP e NT, que tiveram estatisticamente maior microinfiltração do que 2V e SE (p < 0,0001).

Conclui-se que o Clearfil Liner Bond 2V e Clearfil SE Bond tem potencial para evitar a microinfiltração nas margens em dentina. Etch & Prime 3.0 e Prime & Bond NT requerem maiores testes em relação a sua efetividade, especialmente sob cargas mecânicas.

 

  I094  

Utilização de dois cimentos resinos com diferentes preparos intra-radiculares.

A. GOLDBAUM*, A. R. P. do CARMO, C. ANAUATE NETTO, M. N. YOUSSEF.

Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia da UMC.

A proposta deste estudo foi avaliar a retenção de pinos rosqueáveis, Luminex® Titanium (Dentatus), cimentados com dois cimentos resinosos RelyX® (3M) e Comspan® (Dentsply) em dentes uni-radiculares. Foram utilizados 30 caninos superiores humanos tratados endodonticamente. As coroas foram removidas 1 mm acima da junção amelocementária e os canais radiculares divididos em três diferentes preparos: convencional, ampliado e retificado com resina Z100® (3M), com uma profundidade de 8 mm para receber um pino Luminex® nº 6. Após cada cimentação, os corpos-de-prova foram armazenados em soro fisiológico a 37ºC por 48 horas. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração em uma máquina de teste universal Versatest® (Mecmesin Ltda., London) com um dinamômetro digital portátil AFG®e Indicator AFTI-11 versão 340-062 VER 1.1 (Mecmesin Ltda., London).

ANOVA não mostrou diferença entre os tipos de preparos para o RelyX (r = 0,207). Houve diferença significante entre os preparos para o Comspan® (r = 0,01).Pelo teste de Duncan canal retificado Conspam® apresentou igual valores do RelyX® (r = 0,068). Na média o cimento RelyX® (24,86 kgf) apresentou maior adesão que o Conspan® (15,76 kgf).

 

  I095  

Comparação in vitro e in vivo de um sistema adesivo.

A. R. P. do CARMO*, M. K. UGADIN, S. GERALDELI.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia da UMC.

O objetivo deste trabalho foi comparar in vitro e in vivo a adesão do sistema adesivo 3M Scotchbond Multiuso Plus - Sistema Adesivo Dental. Para este estudo foram utilizados os seguintes tempos de condicionamento ácido em dentina: 5,15 e 45 segundos. E os seguintes tempos de aplicação do “primer”: 5, 60 e 120 segundos.Cada dente foi restaurado com resina Z100, armazenados em solução fisiológica a 37ºC. Os corpos-de-prova foram obtidos através de cortes de dentes, no sentido mesiodistal,em aproximadamente 1 mm de espessura. Cada corpo-de-prova por sua vez, sofreu uma redução na união dente/resina em aproximadamente 1 mm2, sendo esta área analisada através do teste de microtração. Foram utilizados 216 corpos-de-prova, obtidos através de cortes feitos em 72 dentes pré-molares sup/inf divididos em in vitro e in vivo. Através dos testes de Regressão Linear concluímos: a melhor interação foi conseguida com a associação entre 15 segundos de ácido e 5 segundos de “primer”. Aplicação do ácido e do “primer” apresentaram valores heterogêneos a exceção dos grupos que utilizaram 60 segundos de aplicação do “primer”, independente do tempo de aplicação do ácido. A avaliação em separado do “primer” não mostrou diferença significante nos tempos aplicados (r = 0,05%). Os tempos aplicados para o ácido apresentou diferença estatisticamente significante (r = 0,05%).A interação ácido e “primer” apresentou diferença estatisticamente significante (r = 0,05%).

Não houve correspondência nos valores in vivo quando comparados ao in vitro. A variabilidade introduzida em um estudo in vitro, pode alterar de sobremaneira os resultados interferindo á uma possível aplicabilidade clínica.

  I096  

Diferentes tempos de ácido e do “primer” na dentina. Estudo in vitro.

M. K. UGADIN*, A. R. P. do CARMO.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia da UMC – SP.

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a adesão do sistema adesivo 3M Scotchbond Multiuso Plus - Sistema Adesivo Dental. Para este estudo foram utilizados os seguintes tempos de condicionamento ácido em dentina: 5, 15 e 45 segundos. E os seguintes tempos de aplicação do “primer”: 5, 60 e 120 segundos. Os dentes foram restaurados com resina Z100 (3M). Os corpos-de-prova foram obtidos através de cortes de dentes, no sentido mesidoistal, em aproximadamente 1 mm de espessura. Cada corpo-de-prova por sua vez, sofreu uma redução na união dente/resina em aproximadamente 1 mm2, sendo esta área analisada através do teste de tração. Foram utilizados 108 corpos-de-prova, obtidos através de cortes feitos em 36 dentes pré-molares superiores e inferiores. Coletados os dados e analisados estatisticamente através de teste de Regressão Linear notou-se que a influência na média dos tempos de aplicação do ácido e do “primer” apresentaram valores heterogêneos a exceção dos grupos que utilizaram 60 segundos de aplicação do “primer”, independente do tempo de aplicação do ácido. A avaliação em separado do “primer” não mostrou diferença significante nos tempos aplicados. Os tempos aplicados para o ácido apresentaram diferença estatisticamente significante(r = 0,05%). A interação ácido e “primer” apresentou diferença estatisticamente significante(r = 0,05%). A melhor interação foi conseguida com a associação entre 15 segundos de ácido e 5 segundos de “primer”.

A variabilidade introduzida em um estudo in vitro, podem alterar de sobremaneira os resultados interferindo a uma possível aplicabilidade.

  I097  

Efeito de um selante de superfície na microinfiltração cervical.

C. B. NUNES*, H. A. FILHO, A. C. LAMOSA, C. SECCA.

UFRJ e UERJ. Tel.: (0**21) 501-6190.

O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência de um selante de superfície, Protect-It! (Jeneric-Pentron), na microinfiltração cervical em restaurações classe II realizadas com um compósito convencional, Herculite XRV (Kerr), e um compactável, Surefil (Dentsply). Foram utilizados 20 dentes humanos. Todos os dentes receberam duas cavidades classe II, padronizadas, do tipo “slot” vertical; uma em cada face proximal, todas com margem abaixo da junção cemento-esmalte, que foram tratadas com o adesivo dentinário Prime & Bond 2.1 (Dentsply), e restauradas pela técnica incremental. Nas cavidades mesiais utilizou-se o compósito Surefil; nas distais o compósito Herculite XRV. Após concluídas, as restaurações de cada material foram separadas aleatoriamente em dois grupos, e um deles foi tratado com o selante de superfície Protect-It!. Assim, obtivemos os seguintes grupos: Grupo I – Surefil sem selamento; Grupo II – Surefil com selamento; Grupo III – Herculite sem selamento; Grupo IV – Herculite com selamento. Os dentes foram imersos em solução de nitrato de prata a 50%, incluídos em resina epóxi, seccionados e os cortes avaliados quanto à infiltração marginal, utilizando o sistema de escores, por três avaliadores previamente calibrados. Os resultados foram tratados estatisticamente pelos testes Kruskal-Wallis, ao nível de significância de 1% (p < 0,01); e Tukey, ao nível de significância de 5% (p < 0,05). Os postos médios foram: Gr I – 33,4; Gr II – 20,35; Gr III – 13,35 e Gr IV – 14,9.

De acordo com a metodologia utilizada, conclui-se que: o uso do selante de superfície não reduziu significativamente a infiltração marginal, em região de cemento, em nenhum dos materiais utilizados; os menores índices de infiltração foram obtidos pelo compósito convencional Herculite XRV, independente do uso do selante de superfície.

  I098  

Resistência adesiva à dentina cariada de um cimento de ionômero de vidro.

C. G. de CASTRO, D.T. CHIMELLO, R.P. RAMOS, R. G. PALMA DIBB.

Departamento de Odontologia Restauradora – FORP/USP. Tel.: (0**16) 602-4078.
E-mail: rgpalma@forp.usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência adesiva de um cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Fuji II LC) à dentina cariada comparada à adesão à dentina saudável. Foram usados 20 molares humanos, sendo 10 hígidos e 10 com cárie oclusal em dentina, que foram incluídos em resina acrílica. Após a inclusão, os dentes foram desgastados até a exposição da dentina cariada e saudável, com o auxílio de lixas d’água de granulação de 280 a 600. Nos dentes cariados, a dentina foi removida com cureta e depois planificada com lixa d’água 400. Feito isso, a superfície dentinária foi tratada com ácido poliacrílico a 40% por 10 segundos, lavada e ligeiramente seca. Após o tratamento da dentina, foi feito um cone de ionômero de vidro utilizando-se uma matriz de teflon. O material foi inserido em dois incrementos, polimerizados por 40 segundos cada uma, sendo a última camada recoberta por uma tira de poliéster. Os corpos-de-prova foram mantidos em água destilada por 24 horas a 37ºC em estufa e após esse período a resistência adesiva foi testada em máquina Instron (0,5 mm/min). Os resultados em MPa para os grupos foram: Fuji II LC em dentina saudável: 11,79 (± 3,19); Fuji II LC em dentina cariada: 8,33 (± 2,35).

A análise estatística foi feita usando o ANOVA e, com base nos resultados, pode-se concluir que a adesão do Fuji II LC se dá melhor em dentina sadia com diferença estatisticamente significante, porém apresentando razoável adesão à dentina cariada. (Financiado pela FAPESP - Processo nº 99/09609-9.)

 

  I099  

Avaliação da microinfiltração marginal em um sistema restaurador.

M. S. MIRANDA, M. A. GRACIOLI*, R. I. BARROS, R. G. PALMA DIBB.

Departamento de Odonto. Rest. FORP – USP. Tel.: (0**16) 620-5962.
E-mail: rgpalma@forp.usp.br

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a microinfiltração marginal em restaurações classe V utilizando o sistema Ariston pHc, variando o tratamento das paredes cavitárias comparando com o sistema adesivo Single Bond. Foram confeccionadas 30 cavidades classe V (4 mm x 2 mm x 2 mm) divididas em 3 grupos: G1 - Ariston Liner + Ariston pHc sem condicionamento ácido, G2 - Ariston Liner + Ariston pHc com condicionamento ácido e G3 - Single Bond + Z100 com condicionamento. Os dentes foram restaurados, armazenados em água destilada por 48 horas, polidos e termociclados com 500 ciclos. Os espécimes foram isolados com esmalte cosmético deixando uma janela de 1 mm ao redor da restauração e imersos em Rodamina B 2% por 24 horas. Os dentes foram incluídos e seccionados. A análise da microinfiltração foi realizada com microscópio óptico acoplado uma câmera e um computador, avaliando através de uma imagem digital. Os dados foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis e Wilcoxon e observou diferença estatística significante entre as margens oclusal e cervical, tendo o melhor vedamento na região oclusal. Entre os materiais o G3 mostrou-se similar ao G1 e estatisticamente superior ao G2, somente para a margem oclusal. Na região cervical não houve diferença estatística significante entre eles.

Podendo concluir que independente do tratamento superficial ou material utilizado, os grupos apresentam resultados similares, porém nenhum foi efetivo em selar completamente a região cervical.

 

  I100  

Cor do esmalte após descolagem dos bráquetes: efeito do envelhecimento.

I. BARROS1, R. REIS1,4, G. QUEIROZ2, J. GAY3, C. SILVA3, O. CHEVITARESE1.

1FO – UFRJ; 2FO – UGF; 3SENAI/CETIQT; 4Doutoranda – UFRJ.

O objetivo deste trabalho foi verificar se o esmalte após a descolagem de bráquetes sofre alteração de cor. Dez incisivos bovinos tiveram a face bucal planificada (área de cerca de 5 mm de diâmetro). Após polimento com pedra-pomes e água os grupos I e II (5 dentes cada) receberam uma camada respectivamente de Concise Ortodôntico e Enlight conforme orientação do fabricante. Em seguida, as 10 amostras foram imersas em saliva artificial durante 48 h a 37ºC. Removeram-se as resinas com broca de tungstênio à baixa velocidade seguida de polimento com pedra-pomes e água. Todos os espécimes foram analisados no Espectro Fotômetro Minolta CM-3720d. A seguir, os grupos foram imersos em saliva artificial por 24 h a 37ºC para envelhecimento (BSI 3990 - 1980) e imediatamente após foi feita segunda leitura no Espectro Fotômetro. Os resultados estatísticos (teste t) mostraram que L* (variações entre claro e escuro) e b* (variação entre amarelo e azul) para p > 0,05 não apresentaram diferença significativa nos grupos e para a* (variação entre verde e vermelho), houve diferença significativa nos dois grupos (p < 0,05). Entretanto, para L* e b* as maiores diferenças nas amostras antes (Std) e após o envelhecimento (Trial 5) foram no grupo II (Enlight). Em a*, comparando-se Std e Trial 5, as diferenças foram mais evidentes no grupo I (Concise).

Comparando-se L*, a* e b* concluiu-se que o Concise apresentou melhores resultados.

 

  I101  

Colagem de compósitos sobre Artglass: resistência ao cisalhamento

C. S. DUTRA2, O. CHEVITARESE1, G. QUEIRÓZ2, I. BARROS1, R. REIS1,3.

1FO – UFRJ; 2FO – UGF; 3Doutoranda – UFRJ.

É conhecido que em algumas situações é necessária a colagem de bráquetes sobre resina como a Artglass (Kulzer), por meio de compósito. O objetivo do trabalho foi avaliar a resistência ao cisalhamento de colagem entre Artglass com a resina TPH (Dentsply) e a resina Concise Ortodôntica (3M). Foram usadas seis hastes de acrílico com base quadrada tendo, em cada face, uma cavidade de 5 mm de diâmetro e 2 mm de profundidade. As cavidades foram preenchidas com resina Artglass e posteriormente as superfícies das resinas foram jateadas com alumina (5 mm). Em 12 faces de Artglass foi aplicado o adesivo Prime Bond 2.1 seguindo-se a confecção, em forma de teflon, de cilindros de 2 mm diâmetro por 4 mm de altura de resina TPH – Dentsply (grupo I). Em outras 12 amostras de Artglass foi aplicado o adesivo do Concise e confeccionados, pelo método anterior, cilindros de Concise (grupo II). Todos os espécimes foram submetidos a ensaio de cisalhamento (vel. def. = 0,5 mm/min). Os resultados da resistência ao cisalhamento foram em kgf/cm2 para os grupos I e II respectivamente: grupo I = 7,25 e grupo II = 10,47.

Estatisticamente (teste não-paramétrico de Mann-Whitney) não houve diferença significante entre os dois grupos.

 

  I102  

Compósitos de diferentes lotes e mesma cor: análise da cor.

G. QUEIRÓZ1, R. REIS1,4, I. BARROS2, J. GAY3, C. SILVA3, O. CHEVITARESE2.

1FO – UGF; 2FO – UFR; 3SENAI/CETIQT; 4Doutoranda – UFRJ.

O objetivo deste trabalho foi verificar se há variação de cor entre compósitos de mesma cor e marca, porém, pertencentes a lotes diferentes. Foram analisados os compósitos TPH cor A2 lotes 2 e 3; e Suprafil cor A2 lotes R e P. Para cada lote confeccionaram-se 5 cubos de acrílico contendo em uma das faces uma cavidade de 8 mm de diâmetro por 2 mm de altura. As cavidades foram preenchidos com os compósitos TPH e Suprafil por incrementos de 1 mm e fotopolimerizados por 40 s. Depois de polidas com lixas # 600 e # 1000, sucessivamente, as amostras foram imersas por 48 h em saliva artificial a 37ºC e analisadas no Espectro Fotômetro Minolta CM-3720d. Os resultados estatísticos (teste t) mostraram que o compósito Suprafil apresentou maiores alterações para “L” (variação entre claro e escuro), “A” (variação entre vermelho e verde) e “B” (variação entre amarelo e azul) que o compósito TPH.

Concluiu-se que as amostras de TPH apresentaram menor variação de cor do que as amostras de Suprafil.

 

  I103  

Estudo da prevalência dos tipos de planos terminais dos segundos molares decíduos.

C. S. BARBOSA*, R. D. NICOLÓ, L. N. AQUINO.

Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O conhecimento da oclusão durante o período da dentição decídua pode auxiliar o clínico a acompanhar o desenvolvimento de pacientes jovens a fim de interceptar maloclusões nas dentições subseqüentes. A literatura revela que a erupção dos primeiros molares permanentes é guiada pela superfície distal dos segundos molares decíduos. Desta forma, a classificação do tipo de plano terminal que apresentam os segundos molares decíduos podem predizer a relação dos primeiros molares permanentes. A proposta deste trabalho foi de estudar a prevalência dos tipos de planos terminais dos segundos molares decíduos e o tipo de arco. O plano terminal foi classificado como degrau mesial, degrau distal e plano terminal reto, e os arcos foram agrupados em tipo I (espaços generalizados) e tipo II (ausência de espaços) descritos por Baume (1950). Foram obtidos modelos de estudo de vinte e sete crianças de ambos os sexos numa faixa etária de quatro à seis anos de idade. Nenhum dos pacientes tinham sido submetidos à tratamento restaurador ou ortodôntico.

Os resultados mostraram que o degrau mesial foi o mais prevalente, seguido do plano terminal reto e degrau distal. Os arcos do tipo I foram os mais freqüentes, independentemente do tipo de plano terminal observado.

 

  I104  

Dimensão vertical: avaliação da técnica de Willis e do espaço funcional livre.

D. A. VIVIANI*, P. I. SERAIDARIAN, S. M. RODE.

D.M.O.P. – FOSJC – UNESP. E-mail: vivianidaniela@hotmail.com

A correta dimensão vertical de oclusão (DVO) é importante para a manutenção da fisiologia e estética do sistema estomatognático. Na prática clínica, para a determinação dessa relação, utilizamos o método de Willis, no qual, o autor acreditava que para a grande maioria dos indivíduos existe simetria facial, ou seja, que a distância entre a linha pupilar e rima labial é igual à DVO, correspondente à distância da base do nariz à base do mento. Por outro lado, sabe-se que a diferença entre a posição de repouso e a de oclusão, corresponde ao espaço funcional livre (EFL). Assim, diante da diversidade facial apresentada pela população brasileira, buscamos avaliar em 100 indivíduos jovens e dentados a técnica de Willis e a determinação do EFL. Para tanto, foram medidas com um compasso de Willis a distância linha pupilar-rima labial (PL), a dimensão vertical de repouso (DVR), após solicitar ao indivíduo para deglutir e relaxar sua musculatura facial e a DVO. Indivíduo e operador estavam sentados um defronte ao outro, o primeiro de forma postural, numa cadeira sem encosto para cabeça e pescoço. Cada medição foi verificada por três vezes consecutivas para obtermos a média aritmética e o EFL foi determinado segundo a diferença DVR - DVO. O teste estatístico t de Student foi aplicado nos resultados.

Com relação à técnica do compasso de Willis, encontramos baixa correlação entre PL e DVO – 14% somente. Portanto, a técnica de Willis pôde ser considerada imprecisa para a determinação da DVO. Sobre o EFL, verificamos variação individual nos valores. Encontramos que a média obtida em nosso estudo de 2,4 mm não coincide com a média sugerida pela literatura de 3,3 mm. (FAPESP, 99/02762-6.)

  I105  

A Incidência de alterações posturais em pacientes com desordem craniomandibular.

I. C. GADOTTI*, D. A. BIASOTTO, F. BÉRZIN.

Departamento de Morfologia – FOP – UNICAMP – SP – Brasil. Tel.: (0**19) 430-5336,
fax: (0**19) 430-5218. E-mail: berzin@fop.unicamp.br

Buscou-se no presente trabalho, analisar o comportamento postural de pacientes portadores de desordem craniomandibular (DCM) e estabelecer uma correlação entre DCM e má postura, caracterizando seu perfil postural. Foram analisados 52 fichas de avaliação fisioterápica de pacientes com DCM, sendo que 39 eram do sexo feminino e 13 do sexo masculino, com idade variando entre 13 e 75 anos. Todos os pacientes apresentavam história de DCMs. Foram analisados alguns aspectos incidentes, dos quais, de acordo com os resultados observou-se que 75% eram do sexo feminino; 53% apresentavam cefaléia; 55,76% dor na ATM; 48,07% dor cervical; 86,54% padrão mastigatório unilateral; 40,38% dos pacientes fizeram tratamento ortodôntico antes e durante o tratamento fisioterápico, e 88,46% apresentavam alterações emocionais, característica significante nos pacientes com DCM. O bruxismo mostrou presente em 73% do total. 76,92% apresentavam relação entre DCM e alterações posturais significantes. Através deste estudo foi possível comprovar a inter-relação existente entre pacientes com DCM e alterações posturais observadas nas fichas de avaliação postural.

O sucesso terapêutico do tratamento de pacientes portadores de DCM depende de uma detalhada avaliação postural.

 

  I106  

Avaliação das queixas principais de pacientes portadores de disfunções da ATM.

A. C. GOULART *, L. RODRIGUES, E. M. V. F. da ROCHA, F. A. S. CORREIA.

Departamento de CPTMF da Faculdade de Odontologia da USP.

Pacientes portadores de disfunções da ATM (articulação temporomandibular) apresentam, geralmente, uma série de queixas que os levam a procurar tratamento. Há subsídios na literatura que indicam a dor como a queixa mais freqüente, mas outros sinais e sintomas devem ser considerados, como ruídos articulares, limitações funcionais, hábitos parafuncionais e sensibilidade muscular e articular à palpação. A proposta deste trabalho foi analisar as queixas dos pacientes portadores de disfunções da ATM e sua sintomatologia. Foram avaliados pacientes com diagnóstico de disfunção de ATM que procuraram atendimento no ambulatório da disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial, do departamento de Cirurgia, Prótese e Trau­matologia Buco-Maxilo-Faciais da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. A avaliação foi feita através de anamnese que forneceu as queixas principais, e de exame clínico, por palpação bilateral e simultânea dos músculos mastigadores e das articulações temporomandibulares, bem como ausculta destas articulações.

Com os dados obtidos concluímos que houve predomínio do gênero feminino e da faixa etária de 21 a 30 anos; a queixa mais freqüente foi de dor; houve maior incidência de dor à palpação dos músculos temporal e masseter, e da articulação, lateralmente à cápsula.

 

  I107  

Ajuste oclusal por desgaste seletivo no tratamento da disfunção temporomandibular (DTM).

R. R. MONTIBELLER*.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Departamento de Fisiologia.
Tel./Fax: (0**19) 272-8238. E-mail: montbell@correionet.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito terapêutico do ajuste oclusal por desgaste seletivo, segundo a técnica preconizada por PLANAS, P. (Rehabilitacion Neuro-Oclusal - RNO, 2ª ed., cap. 6/7, Barcelona, 1994), no alívio e tratamento dos sinais e sintomas das DTMs, após 3 meses do tratamento, através do Índice Anamnésico (FONSECA, D. M. et al., RGO, v. 42, n. 1, p.23-28, 1994) e do Índice Craniomandibular - ICM (FRICTON, J. R., SCHIFFMAN, J. Dent. Res., v. 65, n. 11, p. 1359-1364, 1986), e de registros intra-oral (NÓBILO, K. A., Comunicação Pessoal, 1990). Foram selecionadas 10 mulheres, na faixa etária de 20 e 31 anos, com boa saúde geral e pelo menos 24 dentes presentes, apresentando sinais e sintomas de DTM. Todas as pacientes assinaram termo de consentimento para a realização do trabalho. Em articulador semi-ajustável foram realizados análise oclusal, desgaste seletivo simulado e registros dos Ângulos Funcionais Mastigatórios de Planas - AFMPs (PLANAS, P., 1994). O ajuste oclusal foi realizado buscando-se o equilíbrio entre os AFMPs, a fim de obter-se mastigação bilateral alternada, com movimentos laterais amplos. Após três meses do tratamento observamos que 7 pacientes (70%) apresentaram melhoras significativas quanto aos sinais e sintomas de DTM e harmonização do traçado do arco gótico. Três pacientes (30%), apresentaram melhoras significativas quanto aos sinais de DTM e harmonização do arco gótico, mas apresentaram pequeno aumento dos sintomas (dor à palpação).

Pode-se afirmar que, em função dos resultados, a técnica de ajuste oclusal descrita pode ser o tratamento de eleição para o equilíbrio da função mastigatória e, conseqüentemente, para o alívio dos sinais e sintomas da disfunção temporomandibular (DTM). (Apoio financeiro: CAPES.)

 

  I108  

Manifestações sistêmicas e orais em pacientes diabéticos tipo 2 atendidos no CAPE - USP.

L. A. C. CHERUBINI, A. M. GEBARA CARBONI, M. H. C. G. MAGALHÃES, W. R. MELLO,
J. L. F. ANTUNES.

Faculdade de Odontologia da USP.

Pessoas portadoras de Diabetes mellitus (DM) desenvolvem diversas complicações crônicas sistêmicas, como macro e microangiopatias, nefropatias, neuropatias, hipertensão arterial e outras. Essas alterações muitas vezes se associam a agravos bucais, como xerostomia, periodontite, gengivite, infecções oportunistas e cárie dentária. Além disso, a descompensação glicêmica pode agravar o curso de evolução destas manifestações bucais e interferir sobre o plano de tratamento destes pacientes. O presente estudo acompanhou a sistemática de tratamento odontológico de pacientes diabéticos atendidos pelo CAPE - USP e encaminhados pela Associação Nacional de Assistência ao Diabético - ANAD, com o objetivo de verificar a condição de saúde bucal, as necessidades de tratamento e o tipo de cuidados especiais demandados nesses atendimentos. Foram acompanhados 108 pacientes adultos, nos anos de 1995 a 1999. Foram observados elevados indicadores da experiência de cáries, gengivite, periodontite e outros agravos bucais nesses pacientes. Além disso, pôde-se observar elevada prevalência de cardiopatia, hipertensão arterial, alteração glicêmica no momento da consulta, e outras alterações sistêmicas de relevo para o atendimento odontológico.

O dimensionamento das condições sistêmicas e dos agravos bucais experimentados pelos pacientes diabéticos deve instruir os profissionais da saúde bucal quanto ao tipo de atendimento demandado. Com base nos dados apresentados, pudemos concluir que, no atendimento odontológico aos pacientes diabéticos tipo 2, deve-se preconizar a avaliação glicêmica, a aferição de pressão arterial e exames clínicos e complementares necessários.

 

  I109  

Análise comparativa entre dois métodos de medição do espaço presente.

M. TOSTES, V. F. VIANNA*.

Departamento de Odontopediatria – UFF.

A análise do espaço presente (disponível) nas arcadas dentárias exerce um papel importante no diagnóstico ortodôntico. Assim, é importante que se escolha um método capaz de avaliar com precisão o espaço disponível no arco dentário para que o diagnóstico quanto à falta ou presença de espaço possa ser realizado de maneira adequada. O presente trabalho comparou dois métodos de medição do espaço presente na dentição mista. Para tal, 5 modelos inferiores, na fase da dentição mista foram selecionados e, posteriormente, o espaço presente foi medido de acordo com dois métodos: método 1, com o auxílio de um fio de latão e o método 2 através de compasso de ponta seca. Ambos os métodos foram realizados por 30 examinadores (alunos ou professores dos cursos de Especialização em Odontopediatria e Ortodontia da FO - UFF) nos cinco modelos.

Através da aplicação do teste paramétrico t de Student, adotando-se o nível de 95% de confiança (p < 0,05) concluiu-se que: ambos os métodos selecionados mostraram-se eficazes na medição do espaço presente na dentição mista.

 

  I110  

Análise imuno-histoquímica do infiltrado inflamatório do líquen plano oral.

P. T. OLIVEIRA*, M. SANTANA FILHO, L. S. YURGEL.

Doutorado em Estomatologia Clínica – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

O líquen plano oral (LPO) é uma doença inflamatória crônica que acomete principalmente mulheres acima dos 40 anos de idade. Microscopicamente caracteriza-se por um infiltrado inflamatório mononuclear, constituído principalmente por linfócitos T, localizado junto ao epitélio e pela perda de nitidez dos ceratinócitos basais. Sabendo que clinicamente as lesões do LPO têm comportamento dinâmico, podendo em um momento estar ulceradas e, em outro, não ulceradas, nos propusemos a analisar quantitativamente as célula do infiltrado inflamatório do LPO, levando em conta as formas ulceradas e as não ulceradas da doença. A amostra foi constituída de trinta casos de LPO (emblocados em parafina), sendo que onze espécimes correspondiam a lesões ulceradas e dezenove a não ulceradas. Foi realizada coloração imuno-histoquímica pela técnica da estreptoavidina-biotina, para a pesquisa dos antígenos CD45 RO (linfócitos T de memória), CD4 (linfócitos T auxiliar), CD8 (linfócitos T citotóxico), CD20 (linfócitos B) e CD68 (macrófagos). Os resultados demonstraram que o infiltrado inflamatório do LPO é constituído, principalmente por linfócitos T de memória, linfócitos T auxiliar, linfócitos T citotóxicos, macrófagos e linfócitos B.

Não foi encontrada diferença estatisticamente significante no tipo e na quantidade de células imunocompetentes presentes no infiltrado inflamatório do LPO, quando se comparou as lesões ulceradas com as não ulceradas. (CNPq.)

 

  I111  

Comportamento do cirurgião-dentista frente às medidas de radioproteção.

R. C. ABDO*, A. A. CAMPOS, S. A. LACERDA.

FORP – USP; UNIP – PR. E-mail: ale@forp.usp.br

Existem muitas técnicas de exames complementares em Odontologia, mas a mais utilizada, até hoje é a radiologia. Portanto, este estudo visa investigar o comportamento dos cirurgiões-dentistas, frente às técnicas radiográficas, tipos de filmes e medidas de proteção. Para tal, foi confeccionado um questionário e 104 dentistas foram entrevistados, sem a interferência do entrevistador. Os resultados mostraram que 40,3% dos profissionais realizam as radiografias somente quando o paciente apresenta sintomatologia, e 44,2% as realiza quando mais indicadas para o caso. A escolha do tipo de filme radiográfico recai sobre o custo do mesmo (60,5%), e 13,4% não sabe o tipo de filme que está utilizando no consultório. Analisando-se a técnica radiográfica, 48% usa o mesmo tempo de exposição para as diferentes regiões a serem radiografadas. Em relação à radioproteção, 86,5% dos profissionais cumprem as normas legais em relação aos laudos radiométricos. No entanto, somente 22,1% possuem protetor para tireóide, mas 86,5% possuem o avental de chumbo. A região do dente canino inferior é a mais difícil de ser radiografada (21,1%) e 41 dentistas não responderam este questionamento.

Baseado nesse resultado, nós podemos concluir que as medidas de radioproteção legais requeridas, são cumpridas. No entanto, a proteção do paciente é negligenciada em função do custo do material. Desta forma é importante conscientizar o cirurgião-dentista sobre as medidas de radioproteção para o paciente.

 

  I112  

Avaliação do comportamento do cirurgião-dentista frente a pacientes com lesões bucais.

M. V. O. VESPÚCIO*, A. A. CAMPOS, S. A. LACERDA, R. C. ABDO, R. A. LEITE.

FORP – USP – CAEDO. E-mail: ale@forp.usp.br

O tipo de patologia oral é de grande importância no prognóstico do caso e, muitas vezes, na sobrevida do paciente. O surgimento da AIDS favoreceu o reaparecimento de lesões orais de sífilis e tuberculose. O carcinoma é hoje o 7º colocado dentre as lesões de boca, e a paracoccidioidomicose a 8ª. O não reconhecimento de lesões na cavidade bucal, por parte dos cirurgiões-dentistas, está levando ao aparecimento de casos avançados de carcinomas e outras patologias. Em 1995, YELLOWITZ et al. (JADA, 126:1, 53, 1995) relataram que 65% dos cirurgiões-dentistas ignoravam a importância da detecção precoce de câncer oral, e que 17% responderam que seus conhecimentos em câncer oral não eram atualizados. É o propósito desta pesquisa: verificar o comportamento dos profissionais clínicos gerais frente à presença de lesões bucais e verificar o conhecimento atualizado destas doenças. Para tal, foi confeccionado um questionário específico para a avaliação do comportamento dos profissionais (modificação do método proposto por YELLOWITZ et al., JADA, 129:1, 579, 1998). Os questionários foram respondidos por 104 profissionais sem a interferência do entrevistador. Os resultados mostraram que, herpes simples foi a lesão mais comum (96%), seguida de outras patologias benignas. Em relação aos sinais clínicos, observou-se que somente 4,8% dos entrevistados conhecem os sinais da paracoccidioidomicose. 86% reconhecem a sintomatologia do câncer e 42% sabem a localização preferencial do carcinoma. No entanto, 72% desconhecem a relação de eritroplasias e carcinoma, bem como só associam fumo e álcool como fatores predisponentes para lesões de câncer (82,7%). Como resultados nota-se que a grande maioria (82,7%) só realiza exame completo de boca para pacientes acima de 40 anos e 42% concordaram que necessitam de treinamento para exame bucal.

Assim, pode-se concluir que há necessidade de atualização profissional para diagnóstico de lesões bucais para garantir a saúde geral da nossa população.

  I113  

Relação entre a angulação do processo estilóide alongado e a Síndrome de Eagle.

M. CHICARELLI*, S. M. ALMEIDA, F. R. MANZI, G. PISTÓIA, F. HAITER-NETO.

Radiologia. Tel.: (0**19) 430-5328/5218. E-mail: solangea@fop.unicamp.br

A Síndrome de Eagle é uma condição que envolve: alongamento do processo estilóide, dor ao movimentar e girar a cabeça, sensação de corpo estranho na garganta ao deglutir, tontura e desmaio. A literatura sugere que esses sintomas estão relacionados ao alongamento do processo estilóide. Porém, observa-se que muitas vezes isso não ocorre, pois em alguns pacientes o processo estilóide apresenta-se bastante longo, entretanto estes não desenvolvem a síndrome. Em outros casos, o processo estilóide não apresenta-se tão longo, no entanto, os pacientes apresentam toda a sintomatologia desta síndrome. O presente estudo teve por finalidade relacionar a Síndrome de Eagle com o comprimento e também com a angulação do processo estilóide. Para tanto, foi realizado em 35 pacientes que apresentavam processo estilóide alongado um exame radiográfico que constava das seguintes radiografias: panorâmica, tendo como finalidade medir o comprimento do processo estilóide e ântero-posterior de Towner, para determinar a sua inclinação em relação ao plano sagital mediano (PSM). Os dados foram submetidos a um tratamento estatístico, observando-se que não houve relacionamento estatisticamente significante entre o comprimento do processo estilóide e a sintomatologia presente na síndrome. Porém quanto a angulação do mesmo, o relacionamento foi estatisticamente significante, mostrando que aqueles processos com uma angulação menor que 62º em relação ao PSM, desenvolvem dor e tontura, o que provavelmente é decorrente da compressão de nervos e vasos presentes na região.

Conclui-se, então, que a sintomatologia da Síndrome de Eagle está relacionada à angulação do processo estilóide.

  I114  

Estudo comparativo da Odontometria frente à radiografia digital e o localizador apical.

A. F. CUSTÓDIO*, H. DAVIDOWICZ, C. G. MORELLI, A. A. M. MOURA.

Departamento de Endodontia – Universidade Paulista. Tel.: (0**11) 3842-2356.

A determinação do comprimento real de trabalho constitui-se um passo fundamental para o bom andamento do tratamento endodôntico. Para tal etapa, o endodontista conta com diversos artifícios dentre os quais podemos citar os cálculos matemáticos associados à imagem radiográfica, a radiografia digital e o localizador apical eletrônico. Posto isto, foi objetivo do presente estudo comparar a obtenção do CRT através do localizador apical eletrônico Root ZX (J. Morita Corporation) e pelo sistema radiográfico digital. Foram utilizados 32 elementos dentários unirradiculares devidamente montados em um manequim para dentes naturais modelo L. C. PARDINI (Sem Limites). Os elementos dentários foram isolados, conduziu-se as cirurgias de acesso e irrigação do conduto radicular com hipoclorito de sódio a 1%. A amostra foi dividida em três grupos, sendo G1 com determinação do CRT com auxílio de um localizador apical eletrônico pré-calibrado em 1 mm, G2 com determinação do CRT através do sistema radiográfico digital e G3 grupo controle com observação do CRT da distância entre o ponto incisal e o forame apical. A análise estatística dos dois métodos e do grupo controle, frente à análise de variância de Friedman e o teste de Wilcoxon utilizando um nível de significância de 1%, indicou uma diferença estatisticamente significante entre ambos os métodos e o controle.

O localizador apical mostrou maior rapidez e simplicidade uma vez que sua utilização não requer uma tomada radiográfica inicial para elaboração de cálculos matemáticos como o sistema radiográfico digital, assim, expondo o paciente a menos radiação de acordo com as normas de segurança. Podemos afirmar também, que o localizador apical foi mais preciso que o sistema radiográfico digital em relação ao grupo controle.

 

  I115  

Avaliação do pH das pastas de Ca(OH)2 veículadas com diferentes sais anestésicos.

A. G. VASCONCELLOS*, C. E. DATTE, G. GAVINI.

Departamento de Dentística – FOUSP.

O presente estudo objetivou avaliar o pH em diferentes períodos de tempo, de pastas de Ca(OH)2 veículadas com anestésicos locais com vasoconstritor. Antes de aferirmos o pH das pastas, através de um viscosímetro, padronizamos a viscosidade da associação, chegando-se a proporção de 3:1. A seguir, para cada grupo experimental mensuramos o valor do pH nos tempos de dez, trinta, sessenta e cento e vinte minutos. Dentre os dois sais anestésicos investigados, tanto o pH da pasta de Ca (OH)2 veículada com mepivacaína, como o da preparada com xilocaína estabilizaram após trinta minutos. Todavia, para todos os tempos avaliados, a primeira associação atingiu pH maior, quando comparada com a segunda. O pH médio do grupo da mepivacaína foi 12,76, enquanto do grupo da xilocaína 12,40. Os resultados foram submetidos ao teste t de Student, determinando-se diferenças estatísticas significantes entre os grupos (a = 1%). O valor de t calculado foi 3,63, contra o valor tabelado 2,62 para 98 graus de liberdade.

Diante do exposto podemos inferir que a velocidade de dissociação do sal anestésico, pode interferir no pH da pasta de Ca(OH)2, promovendo um aumento no seu valor.

 

  I116  

Avaliação da infiltração apical em canais curvos obturados com técnicas convencional e termoplastificada.

C. P. RIBEIRO*, C. L. CALDEIRA.

Departamento de Dentística – Endodontia, FOUSP – SP.

Este estudo teve como objetivo relacionar a etapa de preparo do canal, utilizando instrumentos rotatórios de níquel-titânio e duas diferentes técnicas de obturação (cones múltiplos e System B®), avaliando a capacidade de selamento apical pela análise da permeabilidade na região em canais curvos. Foram utilizados 20 primeiros molares superiores que foram radiografados para mensurar a curvatura das raízes pela técnica de Scheneider. A seguir, foi realizada a instrumentação dos canais mesiovestibulares com uma técnica simplificada do sistema Quantec 2000®, e o ângulo de curvatura novamente aferido. Os dentes foram obturados divididos em dois grupos: G1 (técnica convencional) e G2 (termocondensável – System B®). Os espécimes foram corados com azul de metileno 0,5% e as raízes mesiovestibulares foram seccionadas no sentido longitudinal.

A análise dos resultados foi realizada após a observação da infiltração linear do corante através de microscopia óptica, associada a softwares Image Lab98® e Vid Cap32®, onde pudemos concluir que houve influência do ângulo de curvatura sobre o selamento apical, e não ocorreu diferença estatística ao nível de 1% entre os métodos obturadores utilizados. (Apoio financeiro: CNPq.)

 

  I117  

Correlação entre instrumentação automatizada e três diferentes técnicas de obturação.

A. G. BEZERRA*, C. L. CALDEIRA, I. PROKOPOWITSCH.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia da USP. Tel.: (0**11) 3091-7839.

Para que o sucesso do tratamento endodôntico seja alcançado, é necessário que uma boa qualidade de vedamento esteja associada a um limite de trabalho adequado. Com o aparecimento de instrumentos rotatórios de níquel-titânio, que apresentam diferentes desenhos e conicidades, novas técnicas de instrumentação foram desenvolvidas, assim como surgiram métodos termoplastificados para obturação. Neste sentido, este estudo avaliou, através da infiltração apical de corante, a correlação entre três técnicas para obturação de canais radiculares preparados com instrumentos rotatórios de Ni-Ti. Para isso, foram utilizados 31 incisivos inferiores instrumentados com o sistema Quantec 2000. Após a impermeabilização externa e secagem dos canais, os dentes foram divididos em três grupos para obturação: G1 (técnica da condensação vertical), G2 (condensação lateral) e G3 (termocondensada - System B), além dos grupos controle. Finda esta etapa, os dentes foram imersos em azul de metileno 0,5% e então seccionados. Os espécimes foram analisados em microscópio óptico acoplado em computador, onde, através dos programas Vid Cap32 e Image Lab98, os valores lineares de infiltração foram obtidos.

A análise dos dados permitiu-nos concluir que o G3 apresentou maior índice de infiltração, seguidos pelos grupos G2 e G1, nesta ordem, porém, sem apresentar diferença estatisticamente significante (p > 0,05) entre os grupos.

 

  I118  

Análise espectrofotométrica da influência da fonte térmica sobre o clareamento dentário.

C. C. GOLIN*, J. L. LAGE MARQUES.

Endodontia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839. E-mail: jmarques@fo.usp.br.

A proposta do presente experimento foi avaliar, in vitro, a alteração cromática em dentes anteriores, submetidos à ação de agentes clareadores ativados ou não termicamente. Após a seleção de 36 dentes unirradiculares anteriores, efetuou-se o tratamento endodôntico, técnica de escurecimento coronário, através de amostra sangüínea e posterior clareamento dental. O modelo experimental foi baseado no que segue: no grupo 1 realizou-se clareamento isento de ativação térmica; no grupo 2, substâncias químicas foram termoativadas por calcador aquecido ao rubro e no grupo 3, a termoativação foi realizada pelo Er:YAG laser empregando os parâmetros de aplicação baseados em 350 m/J, 6 Hz, quatro ciclos de 4 segundos no total de 16 segundos. Em todos os espécimes, a técnica foi complementada pela aplicação de um curativo de demora composto pela associação do peróxido de hidrogênio 30% e perborato de sódio pró-análise por um período de sete dias sob selamento coronário e em câmara úmida à 37ºC. As alterações cromáticas foram avaliadas a partir da leitura dos espécimes no espectrofotômetro (Cintra 10), nos seguintes tempos experimentais: inicial (LI), após obturação (LO), técnica de escurecimento (LE), clareamento inicial (LC) e nos tempos de 7 (L7), 14 (L14) e 30 (L30) dias. Após leitura, calculou-se os valores L* a* b* , com os quais pôde-se quantificar, pelo auxílio do programa CIE Lab as diferenças de cor entre os espécimes.

Foi possível concluir: as menores alterações ocorreram no grupo 1, e quando comparadas aos outros grupos apresentaram diferenças estatísticas significantes, sugerindo que a ativação térmica promoveu maior efetividade das substâncias químicas empregadas no tratamento dos espécimes dos grupos 2 e 3. (Apoio Financeiro: FAPESP.)

  I119  

Avaliação da corrosão em instrumentos de níquel-titânio acionados a motor através de Microscopia Eletrônica de Varredura.

R. C. MARTINS*, V. T. L. BUONO, M. G. A. BAHIA.

Departamento de Eng. Met. Mat./Odont. Rest. – FE/FO – UFMG. E-mail: rcmartins@ig.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar, através da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), indícios de corrosão provocados pelo hipoclorito de sódio (NaOCl), na superfície de instrumentos de níquel-titânio Profile Taper .04 Series 29 utilizados no preparo mecânico químico de canais radiculares. Os instrumentos foram utilizados em oito canais mesiais de molares inferiores humanos, recém-extraídos, com curvaturas variando entre 26º a 40º. Utilizou-se RCPrep na fase de exploração dos canais, e irrigação constante ao longo da instrumentação com NaOCl a 2,5%, perfazendo um volume de 10 ml por canal. Nove instrumentos calibre # 3, # 4 e # 5 (três espécimes de cada) foram selecionados aleatoriamente para observação ao MEV. Foram encontradas superfícies alisadas, arranhadas, manchadas e com cavidades de corrosão. Algumas áreas apresentaram cavidades de corrosão bem grandes, inclusive com imagens de depósitos, provavelmente de dentina, no interior das mesmas. As cavidades de corrosão aumentaram à medida que a conicidade (regiões média e coronária) do instrumento aumentou.

Com base nestes achados sugere-se que efeito corrosivo do NaOCl, aliado à tensão provocada sobre o instrumento durante a instrumentação, pode acelerar e agravar o desenvolvimento da corrosão, afetando desta forma as condições superficiais dos instrumentos, e conseqüentemente sua vida útil.

 

  I120  

Densidade tubular de centrais superiores em função das faces e terços radiculares.

N. S. ALMEIDA, C. MEDEIROS*, I. P. C. MORAES, O. CHEVITARESE.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – UFRJ. Tel.: (0**21) 549-7507.
E-mail: crismed@gbl.com.br

Os túbulos dentinários têm um importante papel como vias de acesso para agentes estimuladores e/ou terapêuticos, sendo esse transporte diretamente dependente do número e tamanho dos túbulos. O objetivo desse trabalho foi determinar a densidade tubular ao longo do leito pulpar nas superfícies mesial, distal, vestibular e palatina nos terços radiculares de centrais superiores humanos. Foram utilizados 5 pares de incisivos centrais superiores, cada par de um mesmo indivíduo (11 e 21). Cada raiz foi seccionada em 3 terços: cervical, médio e apical e cada terço foi dividido em 2 segmentos: o elemento 11 no sentido mesiodistal e o 21 no sentido vestíbulo-palatino. Na porção central do leito do canal de cada amostra, foi feita uma mossa com broca nº 2. Identificadas, as amostras foram preparadas para exame ao MEV. O fundo de cada mossa foi verticalmente eletromicrografado com o aumento de 2.000 vezes. Levando-se em consideração o aumento, calculou-se a quantidade de túbulos por área (mm2).

Os resultados submetidos à análise estatística (p < 0,05) indicam diferenças significativas na densidade tubular entre os terços e faces, sendo decrescente de cervical para apical e as faces proximais apresentando as menores médias de densidade. O trabalho sugere que o uso dos túbulos como acesso terapêutico poderá ficar dificultado em certos casos devido às variações entre as densidades tubulares.

 

  I121  

Avaliação do tempo e capacidade de limpeza do instrumento Profile .04 no retratamento endodôntico.

G. C. RICHE*, A. J. R. CASTRO.

Faculdade de Odontologia – UNESA – Departamento de Endodontia.
E-mail: antonio.castro@biohard.com.br

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a capacidade de limpeza e o tempo gasto na desobstrução dos canais radiculares. Foram selecionados 20 molares inferiores onde a raiz mesial tinha entre 26º e 50º de curvatura. Após a obturação, os dentes foram desobstruídos com duas técnicas diferentes, uma utilizando uma técnica manual e outra utilizando instrumentos acionados a motor Profile Taper .04 e, o tempo para desobstrução foi medido com cronômetro de precisão. Após a desobstrução, as raízes foram clivadas e analisadas através de lupa estereoscópica, recebendo escores de 0 (completamente limpos), 1 (sinais de cimento) ou 2 (sinais de cimento e restos de cones de guta-percha). Os resultados do tempo foram analisados com o teste ANOVA, onde foi observada diferença estatisticamente significante entre as técnicas (F = 51,507; p = 0,000). Para os escores de limpeza o teste estatístico (Kruskal-Wallis) não apresentou diferença estatisticamente significante (H = 0,00; p = 1,0).

Os autores concluíram que a técnica utilizando os instrumentos rotatórios Profile Taper .04 apresentam a mesma capacidade de limpeza que a técnica manual e necessita de um menor tempo para a completa desobstrução do conduto radicular.

 

  I122  

Perda de massa da guta-percha sob ação de solventes.

H. WOLFF, L. K. SZMAJSER, K. A. L. V. SANTIAGO*, S. R. FIDEL, R. A. S. FIDEL.

Escola de Odontologia – Disciplina de Endodontia – UNIGRANRIO – RJ. Tel.: (0**21) 671-4251.

O tratamento endodôntico do sistema de canais radiculares, apesar de realizado utilizando-se as mais modernas técnicas, não está livre de insucessos, e portanto, da necessidade de retratá-los. O objetivo desse trabalho foi avaliar a perda de massa da guta-percha sob ação de dois solventes xilol (Quimibrás) e eucaliptol (SS White). Foram utilizados 40 cones de guta-percha número 40 de cada marca comercial (Tanari e Dentsply), sendo 20 para cada solução, subdivididos em 4 grupos para os tempos de 1, 5, 10 e 15 minutos. Cada cone foi pesado em uma balança Marte com 0,001g de precisão e, em seguida, centralizado em uma placa de Petri, onde foram inseridos 5 ml de solvente e iniciada a tomada de tempo. Vencidos os tempos, os cones foram lavados com álcool etílico e água destilada por um período de 5 minutos em cada e deixados em temperatura ambiente por 1 hora para secagem e posterior pesagem. Após análise estatística usando testes de ANOVA, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre as marcas de cones de guta-percha (p < 0,05), entretanto houve uma diferença estatisticamente significante em relação aos solventes (p > 0,05).

Assim sendo, podemos concluir que não houve diferença da ação de cada solvente nas marcas de cones testadas.

 

  I123  

Efeito da saliva sobre canais radiculares obturados, preparados para núcleos e impermeabilizados com cianoacrilatos.

M. BARBIERI, M. M. MENEZES, M. P. GUIMARÃES*, M. C. VALERA.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOSJC – UNESP – SP. Tel.: (0**12) 321-8166, fax: (0**12) 321-2036.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da saliva sobre o remanescente da obturação de canais radiculares realizadas com os cimentos Sealer 26 e Fill Canal e avaliar a capacidade de impermeabilização do etil e do butil-cianoacrilato (Super Bonder e Histoacril, respectivamente). Foram utilizadas 72 raízes de dentes humanos, extraídos e com um único canal. Após o preparo biomecânico os canais radiculares foram obturados pela técnica da condensação lateral e as obturações foram cortadas a 5 mm do comprimento radicular, simulando preparos para núcleos. Os preparos e superfície do remanescente das obturações foram impermeabilizados com cianoacrilatos, como segue: GI - obturação com Sealer 26 e impermeabilização com Super Bonder; G2 - Sealer 26 e Histoacril; G3 - Sealer 26, sem impermeabilização (controle); G4 - Fill Canal e Super Bonder; G5 - Fill Canal e Histoacril e G6 - Fill Canal, sem impermeabilização (controle). As raízes foram incubadas em saliva artificial por 45 dias e após imersas em solução de azul de metileno 2%. Os resultados mostraram que canais obturados com Sealer 26 apresentaram infiltração estatisticamente menor do que os obturados com Fill Canal. O Super Bonder e o Histoacril foram eficazes como impermeabilizantes, não havendo diferença estatisticamente significante entre eles (teste de Tukey, p < 0,05).

Concluiu-se que a impermeabilização das paredes dos canais radiculares, após preparos para núcleos pode ser realizada como etil e butil-cianoacrilato, que são eficazes na redução da infiltração marginal. (Bolsa de Iniciação Científica - PIBIQ-CNPq.)

  I124  

Selamento apical com as técnicas de Tagger e System B.

U. X. da SILVA NETO*, V. H. D. BROCHADO, J. F. GONÇALVES JÚNIOR, V. P. D. WESTPHALEN, I. G. de MORAES.

Departamento de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.
Tel.: (0**14) 226-1876.

O objetivo primordial da terapia endodôntica é a obturação hermética e tridimensional do sistema de canais radiculares. O grande número de técnicas e materiais obturadores desenvolvidos nos últimos anos demonstra que esta meta não tem sido atingida. Nesta pesquisa objetivou-se avaliar a infiltração marginal apical propiciada pelas técnicas de Tagger e System B (Buchanan). Foram utilizadas 32 raízes de caninos humanos, divididas em dois grupos de 15 elementos, um controle positivo e um negativo. Os canais foram instrumentados pela técnica telescópica regressiva com recuo anatômico, as raízes impermeabilizadas em toda extensão com exceção do último milímetro apical e obturadas pelas referidas técnicas. Em seguida, procedeu-se à imersão dos espécimes em solução de azul de metileno a 2% durante 72 horas à 37ºC. Posteriormente, realizou-se a lavagem e seccionamento dos elementos no sentido de seu longo eixo expondo-se a obturação. A infiltração foi medida em microscópio óptico com ocular micrométrica pela técnica da planimetria.

Os resultados, em milímetros, foram submetidos à análise estatística pelo teste t de Student onde constatou-se diferença estatisticamente significante (p < 0,004) favorável a técnica do System B.

 

  I125  

Avaliação radiográfica da reparação apical e periapical pós-­ tratamento de dentes de cães com lesão periapical crônica induzida.

A. F. R. MATTOS*, L. A. B. SILVA, M. R. LEONARDO.

Departamento de Endodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar radiograficamente a reparação apical e periapical após tratamento endodôntico em dentes de cães com lesão crônica experimentalmente induzida, realizado em uma única sessão, assim como utilizando como curativo de demora, o hidróxido de cálcio associado ao PMCC, por um período de tempo de 15 dias. Os dentes utilizados para o estudo foram os 2º, 3º e 4º pré-molares inferiores e os 2º e 3º pré-molares superiores, totalizando 20 raízes para cada grupo experimental. Após a constatação radiográfica das imagens radiolúcidas, sugestivas de lesão periapical crônica, foram realizadas tomadas radiográficas utilizando-se um posicionador para cães, para que fossem obtidas radiografias padronizadas, passíveis de comparação entre si. Nesse momento realizou-se o preparo biomecânico, utilizando-se, como solução irrigadora, a solução de hipoclorito de sódio a 5,25%, seguido de obturação dos canais radiculares (Grupo I). No Grupo II, após o preparo biomecânico, os canais radiculares receberam uma medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio associado ao PMCC (Calen/PMCC), por um período de tempo de 15 dias, sendo a obturação realizada após este período. Foram realizadas tomadas radiográficas padronizadas aos 60, 120 e 180 dias após o término da obturação. Pela análise da região apical e periapical, pode ser observado melhores resultados radiográfico no Grupo II do que no Grupo I.

Os resultados demonstraram que, o uso de um curativo de demora antimicrobiano (Calen/PMCC) é importante para o reparo apical e periapical de dentes com necrose pulpar e lesão periapical crônica. (Auxílio financeiro - FAPESP.)

 

  I126  

Efeito antimicrobiano in vitro de soluções irrigadoras utilizadas em Endodontia.

L. M. V. BOLZANI*, F. G. PAPPEN, M. R. AMARAL, J. A. VINHOLES, F. F. DEMARCO.

Departamento de Microbiologia e Parasitologia – Instituto de Biologia – UFPel.

A substância utilizada na irrigação dos canais radiculares visa a redução do número de bactérias existentes, tanto por sua ação mecânica quanto antimicrobiana. O objetivo deste trabalho foi testar o efeito antimicrobiano do hipoclorito de sódio e gluconato de clorexidina quando utilizados na irrigação durante o preparo endodôntico. Foram utilizados dentes humanos unirradiculares provindos do Banco de Dentes da FO-UFPel; 20 deles foram inoculados com uma suspensão de Pseudomonas aeruginosa (ATCC 10145), e 20 com Staphylococcus aureus (ATCC 10390) correspondendo à escala 0,5 de Mac Farland. O preparo dos canais radiculares, iniciado após a confirmação do inóculo, foi realizado em todo o seu comprimento, com limas tipo K selecionadas de acordo com diâmetro do canal, utilizando para irrigação, 6 ml de solução irrigadora. A amostra foi dividida em: grupo 1, onde foi usado NaOCl 1%; grupo 2, gluconato de clorexidina 2%; grupo 3, associação do NaOCl com a clorexidina, usadas alternadamente; e grupo controle, onde a irrigação foi realizada com solução salina. Após o preparo, foram introduzidos nos canais radiculares, cones de papel absorvente estéreis por 5 minutos, e transferidos para caldo BHI. O material foi mantido em estufa a 37ºC por 24 horas, e analisado macroscopicamente quanto à presença de turvação, indicativa de crescimento de microorganismos. Uma segunda leitura foi realizada após 48 horas. Os resultados mostraram que nos grupos 1, 2 e 3, não houve crescimento bacteriano em 24 e 48 horas. No grupo controle houve crescimento positivo nas duas leituras.

Concluímos que as soluções de hipoclorito de sódio e clorexidina possuem ação antimicrobiana satisfatória durante o preparo in vitro do sistema de canais radiculares infectados com as cepas estudadas.

  I127  

Estudo qualitativo do selamento apical frente a três técnicas de obturação.

A. HARNIST*, E. GURGEL, G. de DEUS, T. COUTINHO.

Departamento de Clínicas Cirúrgicas da FO – UERJ. Tel.: (0**21) 583-6373.

O presente estudo foi realizado objetivando avaliar o selamento marginal apical promovido por três diferentes técnicas de obturação através de uma mensuração da penetração linear de corante. Trinta e oito incisivos centrais superiores foram acessados e preparados de maneira padronizada até o momento anterior à obturação, onde foram então divididos em três grupos de 12 e um de 2 dentes (grupo controle). O G1 foi obturado pela técnica da condensação lateral, o G2 pela técnica do sistema Thermafil e o G3 através da técnica de Onda Contínua de Condensação. No grupo controle GC, as amostras não foram obturadas. As amostras foram então impermeabilizadas e submetidas ao corante Rodamina B a 0,5% por 72 horas. Depois de clivadas, as amostras foram levadas a um estereomicroscópio de mensuração digital com o qual procedeu-se as mensurações das áreas coradas. As médias das mensurações de cada grupo foram: G1 = 10,350, G2 = 3,163, G3 = 6,058. Os dados provenientes dos resultados foram tratados estatisticamente pelo teste paramétrico ANOVA, que determinou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (p < 0,01). Utilizando o teste de Bonferroni verificou-se que os melhores resultados foram observados no G2, seguido por G3 e por último o G1 (p < 0,05).

De acordo com a metodologia e os resultados desse trabalho, podemos concluir que o sistema Thermafil promoveu um melhor selamento apical que as outras duas técnicas estudadas.

 

  I128  

Avaliação clínica da clareação dentária usando perborato de sódio com peridrol ou água.

S. S. K. BUSQUIM*, M. C. VALERA, C. H. R. CAMARGO, A. P. M. GOMES, R. KRÄFT.

Departamento de Odontologia Restauradora – UNESP – São José dos Campos.
Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste trabalho foi comparar clinicamente, a efetividade de dois métodos de clareação dentária interna. Foram utilizados 42 dentes anteriores, com tratamento endodôntico, considerados de boa qualidade radiográfica e que apresentavam alteração de coloração. Registros da cor dos dentes foram feitos antes do início do tratamento, utilizando-se uma escala Vita; em seguida foi realizado isolamento absoluto, abertura coronária, remoção do material obturador 3 mm abaixo da coroa clínica, seguido de um tampão com 1 mm de espessura com cimento fosfato de zinco (SS White). A câmara pulpar foi irrigada com solução de NaOCl 1%, seguida da aplicação de EDTA durante 2 minutos e nova irrigação com NaOCl. As cavidades foram secas e aplicado o agente clareador: em 21 dentes foi utilizado perborato de sódio associado ao peridrol e nos demais 21 dentes foi aplicado o perborato de sódio associado a água. As cavidades foram seladas com cimento de ionômero de vidro e o agente clareador mantido durante 7 dias. Foram feitas 3 sessões de clareamento para cada dente, fazendo anotações da coloração a cada troca do medicamento. Os resultados obtidos foram comparados e analisados estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney, mostrando não haver diferença estatística entre as técnicas.

Pode-se concluir que a utilização do perborato de sódio associado a água, uma técnica menos agressiva ao periodonto, é efetiva podendo substituir o perborato de sódio associado ao peridrol.

 

  I129  

Análise comparativa da relação: irrigação final versus qualidade do selamento apical.

S. MARQUES*, T. COUTINHO, G. de DEUS, T. BERLINK.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6373.

Esta pesquisa objetivou investigar se existe uma relação entre o selamento apical e as soluções empregadas no toalete final do preparo químico-cirúrgico. Trinta e cinco incisivos centrais superiores foram acessados e preparados de maneira padronizada até o momento anterior da obturação, onde então se procedeu a divisão em três grupos de 10 e um de cinco dentes (G1, G2, G3 e GC). Cada grupo recebeu uma irrigação final diferenciada. G1: Endocris®; G2: Soda clorada; G3: Álcool isopropílico e GC (controle - soro fisiológico). Foi realizada a obturação das amostras pela técnica da compressão hidráulica. As amostras foram então impermeabilizadas e submetidas ao corante azul de metileno a 2% por 72 horas. Após a clivagem, as amostras foram digitalizadas com ampliação de 50% e com 300 dpi óticos de resolução sendo de 96 mm2 o total da área digitalizada. Cada imagem foi aberta no programa Adobe Photoshop® versão 5.5 onde se procedeu a uma inversão de cores, onde cada imagem tornou-se fluorescente sendo que as áreas coradas assumiram a cor verde. Sobre cada imagem foi colocada uma grade milimetrada, pela qual foram feitas as mensurações das áreas coradas. As médias das mensurações de cada grupo foram: G1 = 5,465, G2 = 5,715, G3 = 7,075 e GC = 8,455. Esses resultados foram tratados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis que determinou diferenças estatisticamente significantes entre o grupo controle e os grupos G1 e G2. Quando comparados entre si (G1, G2, e G3), os grupos não demonstraram diferenças estatisticamente significantes.

De acordo com a metodologia e os resultados desse trabalho, podemos concluir não existir uma grande influência das soluções empregadas como irrigante final na qualidade do selamento apical da obturação dos canais radiculares.

  I130  

Avaliação da configuração do quarto canal em primeiros molares superiores.

P. N. MARTINS*, T. COUTINHO FILHO, T. A. BERLINCK, G. A. de DEUS.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados da FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6373.

A consciência da variação de morfologia e a complexidade do sistema de canais radiculares, sempre motivou a realização de estudos sobre anatomia interna. Em relação aos primeiros molares superiores, os estudos mostram a freqüente incidência de um quarto canal radicular, presente na raiz mesiovestibular deste dente. O quarto canal pode apresentar-se independente da câmara pulpar ao ápice radicular ou possuir confluência com o canal mesiovestibular. O objetivo deste trabalho foi avaliar e classificar a configuração anatômica do quarto canal de 92 primeiros molares superiores. Os dentes foram submetidos à técnica de diafanização sugerida por PÉCORA et al. (Rev. Odont., v. 2, n. 6, p. 384-385, 1993) e armazenados em tubo de ensaio contendo resina Resapol T 208 para conservação dos mesmos. A avaliação do quarto canal foi feita pelo autor através de lupa estereoscópica com aumento de 6 X sob fonte de luz constante e completa. A classificação dos dentes foi atribuída segundo WEINE et al. (Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol., v. 28, n. 3, p. 419-425, 1969) como tipo II, de acordo com a presença de confluência do quarto canal com o canal mesiovestibular e tipo III quando estes dois canais radiculares da raiz mesiovestibular apresentavam-se independentes um do outro. O resultado estatístico mostrou que 65,22% dos dentes apresentavam a classificação tipo II e 34,78%, a classificação tipo III.

Concluímos que o quarto canal do primeiro molar superior possui um índice maior de confluência com o canal mesiovestibular formando apenas um canal radicular principal nas proximidades do ápice radicular (tipo II).

 

 

Fórum Myaki Issáo - Sócios Iniciantes.............................................. I-131 à I-260

 

  I 131

 

A Concepção do processo saúde-doença do usuário da Clínica Odontológica.

A. TOBIAS*, F. XAVIER, L. BICHARA, R. OLIVEIRA, Z. ATAÍDE, J. SERRÃO, V. OLIVEIRA,
J. SILVEIRA.

Curso de Odontologia – FACBS – UNIG – RJ.

A OMS conceitua saúde como o “completo bem-estar físico, mental, social e não apenas ausência de doença”. Esta pesquisa objetivou conhecer a percepção do usuário da Clínica Odontológica da UNIG sobre o processo saúde-doença, correlacionando os conceitos emitidos com aqueles existentes na literatura pertinente e com a concepção da própria OMS. Empregou-se o método de abordagem indutivo, com procedimentos comparativo e estatístico descritivo, técnica de documentação direta e indireta, tendo como instrumento de coleta de dados um formulário previamente testado. A amostra constitui-se de 185 pacientes em tratamento naquela clínica, no 1º semestre/2000. Dos entrevistados, 33% possuíam ensino fundamental incompleto; 46% com renda familiar de 3 a 6 salários; 90% entendem que são responsáveis pela própria saúde, enquanto 50% consideraram o médico; quanto à relação paciente/profissional. 68% pensam que um bom médico é aquele que dá maior atenção ao paciente; 75% consideram que a prática de lazer é indispensável à saúde; tanto o hábito alimentar para 100% dos pacientes, quanto os hábitos familiares para 88%, interferem na saúde. O cuidado com a cavidade oral influencia na saúde geral para 98%; entendem que o fator econômico interfere no processo saúde-doença 68%; associam doença ao mal estar físico 55% dos pacientes; para 61% a doença é causada por agentes químicos, físicos e biológicos; para 67% a saúde relaciona-se com a ausência de doença, enquanto 4% reservam uma visão fatalista ligando saúde à vontade de Deus.

Os entrevistados, em sua maioria, estabeleceram uma relação entre saúde-doença com componentes predominantemente biológicos e com uma visão finalística (bem-estar físico), o que também é contemplado pelo conceito da OMS. Entretanto, a maioria não considera os aspectos psicossociais como fatores intervenientes, excetuando-se o lazer.

  I132  

Levantamento dos temas publicados nos Anais da SBPqO (1998 e 1999).

E. SANTOS*, J. H. V. SERRÃO, M. P. LESSA, R. S. PASSOS, J. L. G. C. SILVEIRA, V. OLIVEIRA.

Disciplina de Metodologia Científica da FO – UNIG. Tel.: (0**21) 767-4905.
E-mail: reneee@ig.com.br

Este trabalho objetivou o levantamento dos temas publicados nos Anais da SBPqO (1998-1999), com a finalidade de contabilizar e verificar o incremento (Incr.) de trabalhos de pesquisa de todas as instituições (Inst.) participantes, atentando-se ao aumento de trabalhos de pesquisa na linha social e preventiva. Utilizou-se o método indutivo de abordagem, com procedimento estatístico-descritivo e comparativo, empregando-se como técnica de pesquisa a documentação indireta por meio da pesquisa documental e bibliográfica. Observamos que em 1998, 73 Inst. participaram da reunião e em 1999, 78 Inst. entre públicas e privadas. De SP, dentre as públicas destacaram-se USP – 218 trabalhos em 98 e 272, em 99, com incremento (Incr.) de 24,77%; UNICAMP – 81 em 98, contra 136 em 99, com Incr. da ordem de 67,90%; UNESP – 82 trabalhos em 98 e 119 em 99, com Incr. de 45,12%. Do RJ, dentre as públicas, destacam-se UFRJ, com 41 em 98, contra 65 em 99, com Incr. de 58,54%; UERJ – 39 trabalhos em 98 e 54 em 99, Incr. de 38,46%; UFF – 26 em 98 e 47 em 99, com Incr. de 80,76%. A UFPel-RS, com 6 em 98 e 13 em 99, teve um Incr. de 116,66%; a UFRGS, com 12 em 98 e 17 em 99, com Incr. de 41,66%. A UFRN, com 8 trabalhos em 98 e 11 em 99, com aumento de 37,50%. Dentre as Inst. observadas evidenciaram-se, na linha social e preventiva, a UFF com 18 trabalhos apresentados em 98, contra 28 em 99, com Incr. de 55,55%; a UNESA, com 4 em 98, e 7 em 99, com aumento de 75%.

Houve um aumento expressivo de trabalhos apresentados na 16ª Reunião da SBPqO em relação ao ano anterior, principalmente das instituições de São Paulo e Rio de Janeiro. Entretanto, pesquisas na linha social e preventiva sofreram um decréscimo em relação a 1998.

 

  I133  

Imagem do cirurgião-dentista entre acadêmicos do 1º e último período.

D. M. SILVA*, M. P. S. SANTOS, C. E. ALVES, J. L. SILVEIRA, J. H. SERRÃO, V. OLIVEIRA.

Disciplina de Metodologia Científica – Curso de Odontologia da UNIG – RJ.

O objetivo deste trabalho foi verificar a imagem do cirurgião-dentista entre acadêmicos do 1º e último períodos do curso de graduação, utilizado-se o método de abordagem indutiva, com procedimento estatístico-descritivo, através da técnica de documentação direta intensiva, tendo como instrumento um questionário composto por dez perguntas. Utilizamos como amostra 200 alunos das faculdades UNIG e UERJ. Quanto à escolha profis­sional: em primeiro lugar (64%) relataram incentivo de parentes e amigos ou por possuírem habilidades manuais; em segundo (23%) ficam os interesses financeiros, pela facilidade de uma vida como profissional liberal e em terceiro (13%) por outros motivos, entre eles, vocação por uma área da saúde, questão social, etc. Quanto à intenção de mudar de curso verificou-se que 45% pretende mudar de opção, apresentando como motivos: mercado de trabalho e mudança de visão da profissão. O curso que mais aparece como alternativa é o de Medicina.

A imagem do profissional de Odontologia como profissional liberal e bem remunerado está mudando entre os acadêmicos de Odontologia, que apontaram a necessidade desse profissional deixar de ser apenas um técnico, desenvolvendo capacidades e habilidades de educador e pesquisador.

 

  I134 

Formação profissional: perspectivas dos graduandos e pós-graduandos de Odontologia.

C. M. A. GOMES*, D. V. SANTOS FILHO, D. JOSÉ, J. CANDOLO, J. L. SILVEIRA, J. H. SERRÃO, V. OLIVEIRA.

Disciplina: Metodologia Científica – Curso de Odontologia – UNIG.

O presente trabalho apresenta as perspectivas e as motivações de 224 graduandos do 7º período de odontologia e 29 pós-graduandos em Ortodontia, Odontopediatria e Prótese. Os dados foram coletados em duas universidades públicas (UERJ e UFRJ) e três privadas (UGF, UNIG e UNIGRANRIO), da região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Entre os acadêmicos, 53% apresentaram idade igual ou menor que 26 anos, enquanto 52% dos pós-graduandos apresentaram idade igual ou menor que 32 anos. Tanto no grupo dos graduandos (60%), quanto no dos pós-graduandos (66%) ocorreu maior proporção de indivíduos do sexo feminino. Entre os pós-graduandos 72% disseram ter escolhido a Odontologia por vocação ou realização profissional, enquanto nos graduandos este percentual foi de 67%. Dos pós-graduandos, com menos de três anos de formado, 79% buscaram uma especialização por motivos profissionais. Entre os graduandos 45% têm como objetivo principal ganhar dinheiro na profissão, com 43% dos entrevistados apresentando expectativa de ter um emprego público e outro privado, seguidos de 40% com expectativa de ter somente emprego privado e 17% somente emprego público. Ainda entre os graduandos, 19% pensam em especializar-se.

Conclui-se que, embora um percentual significativo tenha como meta a questão financeira, a vocação e a realização profissional constituem-se em uma motivação determinante na escolha da profissão. A intenção de especializar-se é pequena entre os graduandos.

  I135 

Avaliação de métodos de higiene bucal em bebês.

M. D. MOURA*, M. C. C. B. L. REBELO, C. D. T. RODRIGUES, L. F. A. D. MOURA.

Federal do Piauí.

O presente trabalho objetivou testar métodos alternativos de remoção de placa bacteriana em dentes anteriores de bebês, para ser adotado no Projeto de Extensão Programa Preventivo para Gestantes e Bebês. Foram selecionados 43 crianças, de ambos os sexos, cadastradas no referido projeto, que não houvessem iniciado higiene bucal e tivessem os 8 incisivos erupcionados. As técnicas testadas foram: 1. escova e creme dental, 2. fralda e água filtrada (grupo controle) e 3. fralda e solução de água oxigenada. As placas bacterianas foram coradas com solução de verde malaquita e removidas de acordo com a técnica proposta. O tempo do experimento foi de 6 meses, com controles bimestrais. Foram observados também a reação das crianças frente às técnicas testadas. Os pais foram conscientizados da necessidade de iniciarem precocemente a higiene das bocas de seus filhos. Na metodologia aplicada, no grupo controle foi empregada a técnica 2 (fralda e água filtrada), e para o teste de hipóteses foi utilizado o teste para diferença de duas proporções para amostras independentes, utilizando-se a aproximação da distribuição normal para a distribuição binomial, com alfa igual a 5% (a = 5%).

Das técnicas analisadas, a escova com creme dental mostrou-se a mais eficiente, com relação à remoção de placas, seguida pelo uso da fralda com água filtrada. A técnica que apresentou melhor aceitação, por parte dos bebês, foi a que utilizou fralda com água filtrada. (Iniciação Científica CNPq.)

 

  I136 

Avaliação da prevalência de gengivite em duas escolas públicas municipais que possuem modelos diferentes de atendimento odontológico.

L. S. GONÇALVES*, C. M. C. ALVES.

Disciplina de Periodontia – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Maranhão.

A gengivite é um processo dinâmico pelo qual concorrem muitos fatores metabólicos que determinam a resistência do indivíduo aos agentes agressores, podendo ser considerada um processo de equilíbrio entre o mecanismo defensivo e regenerativo inerente ao paciente e o mecanismo agressor do agente etiológico. Cerca de 90% da população infanto-juvenil, principalmente em nosso país, apresentam gengivite em virtude de ser dada pouca atenção à doença. Existe uma relação entre pacientes não tratados e a faixa etária; assim, estes pacientes aos trinta e cinco anos de idade já perderam dois dentes, aos quarenta anos, vinte dentes, e aos quarenta e cinco, todos os dentes (Löe e cols., 1986). O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a prevalência de gengivite em escolares que recebem atendimento odontológico na escola (tratamento curativo) e escovas de dentes no início do semestre letivo e em escolares que recebem tratamento curativo, escovas e palestras mensais sobre saúde e higiene bucal. Foram utilizados os seguintes índices: Índice Gengival de Löe & SilnesS, (1963) e o Índice de Placa de Silness & Löe, (1964). A faixa etária pesquisada foi de 10 a 13 anos de idade e não houve entre os dois grupos, distinção de sexo ou raça. Os resultados mostraram que apenas 0,48% das crianças apresentaram saúde gengival e que a prevalência entre os escolares com gengivite foi de 99,52%, sendo 85,09% com gengivite leve e 14,42% com moderada.

Com base nos dados mostrados em nossa pesquisa podemos concluir que: a prevalência nos dois grupos estudados foi alta e que somente palestras informativas ministradas aos alunos não são suficientes para qualquer mudança de hábito em relação a saúde bucal.

  I137 

Avaliação do estágio extramuro em Paulínia pelos alunos da FOP/UNICAMP: um estudo longitudinal.

R. H. S. HOFFMANN*, M. L. R. SOUSA.

Departamento de Odontologia Social – FOP/UNICAMP. Tel.: (0**l9) 534-5464.
E-mail: hoffmannrhs@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi verificar a opinião dos alunos de graduação da Faculdade de Odontologia (FOP-UNICAMP) nos anos de 1995 a 1999 sobre o estágio clínico extramuro de 80 horas na cidade de ­Paulínia, avaliando-se estes resultados. No estágio os alunos do último semestre trabalham em serviço público a 4 mãos, atendendo escolares. Os dados foram coletados a partir de um questionário que foi preenchido no último dia do estágio, sem necessidade de identificação dos alunos (n = 328). Para análise, utilizou-se o teste do Qui-quadrado com a = 5%. Sobre o trabalho a 4 mãos, a maioria (100% nos anos de 95 a 97) o achou válido não havendo diferenças ao longo dos cinco anos (p = 0,73). A maioria achou o estágio necessário (100% nos anos de 95 a 97) e sem diferenças ao longo do estudo (p = 0,47). A cada ano os alunos classificaram o estágio cada vez melhor (p = 0,00), sendo “excelente” para 46,2% em 1995 e correspondendo a 69,8% em 1999. Os alunos foram ficando cada vez mais independentes (p = 0,00) ao realizarem as atividades clínicas, sendo que 20% deles não necessitaram de auxílio nos últimos 2 anos.

Assim, em 1998 e 1999 20% dos alunos freqüentaram o estágio extramuro como se fossem cirurgiões-dentistas já formados. Em todos os anos os alunos reconheceram a necessidade do estágio extramuro e valorizaram o trabalho a 4 mãos.

 

  I138 

Aspectos socioeconômicos e indicadores de saúde bucal em Clínica Integrada.

D. M. CARVALHO*, V. OLIVEIRA, M. F. AMARAL, D. S. MARTINHO, W. W. N. PADILHA.

Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – Brasil.

O objetivo deste trabalho foi verificar a associação entre indicadores de saúde bucal e aspectos socioeconômicos em pacientes submetidos ao tratamento odontológico por acadêmicos da Disciplina de Clínica Integrada da Universidade Federal Fluminense. A amostra foi composta por 98 pacientes (66,6%), examinados no ano de 1999. Os aspectos socioeconômicos considerados foram: renda, nível educacional, moradia própria e nível de consumo. Os indicadores de saúde bucal utilizados foram: CPO-D, Índice de Higiene Oral Simplificado (IHOs) e Índice de Sangramento Gengival (IS), obtidos por meio de exame clínico. Os resultados indicaram: CPO-D médio de 19,2; IHOs médio de 0,9 e presença de sangramento em 78,5% dos pacientes. A renda variou de 0 a 10 salários mínimos (SM), sendo mais freqüente a faixa de 1 a 3 SM com 48 (48,9%) pacientes e, em segundo, a faixa de 0 a 1 SM com 24 (24,4%) pacientes; a escolaridade variou do analfabetismo até o 3º grau completo, com maior freqüência para o 1º grau incompleto apresentado por 26 (26,5%) pacientes, e em seguida o 2º grau completo com 24 (24,4%) pacientes; 61 (62,2%) pacientes residiam em moradia própria e 69 (70,4%) não possuíam todos os eletrodomésticos considerados (geladeira, televisão, rádio, chuveiro elétrico). A análise estatística realizada através do teste do Qui-quadrado não indicou diferenças significativas entre os diversos aspectos socioeconômicos empregados e os indicadores de saúde bucal.

Conclui-se que, os indicadores de saúde CPO-D, IHOs e IS não foram influenciados pelos indicadores sociais - renda, escolaridade, moradia e nível de consumo. (Apoio PIBIC/CNPq/UFF.)

  I139 

Procedimentos realizados na Clínica de Odontopediatria da Universidade Federal da Paraíba, nos anos de 1993 a 1999.

C. W. COSTA*, A. L. CAVALCANTI, A. D. OLIVEIRA JÚNIOR, C. T. LUNA, A. M. G. VALENÇA,
R. C. DUARTE.

Departamento de Clínica e Odontologia Social – UFP (Paraíba).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar os tipos de procedimentos preventivos, restauradores e cirúrgicos, realizados pelos graduandos de Odontologia da UFPB, nos anos de 1993 a 1999. A partir dos prontuários odontológicos de todos os pacientes na disciplina, executou-se um levantamento dos seguintes procedimentos clínicos, em dentes decíduos e permanentes, de crianças de 4 a 12 anos: exodontia de dente decíduo (ED), restaurações - em amálgama (RA), compósito (RR), ionômero (RI) e compômero (RC), terapia pulpar (TP), selante (SL) e aplicação tópica de flúor (AF). O tratamento estatístico dos dados foi feito através de análise descritiva e pelo teste não-paramétrico do Qui-Quadrado. Os resultados (%) encontrados são descritos na tabela abaixo:

Procedi­mentos

Anos

ED

RA

RR

RI

RC

SL

TP

AF

1993

10,9

58,3

6,0

16,1

3,6

5,1

1994

15,2

56,3

7,3

0,7

7,3

4,9

8,4

1995

11,0

48,0

13,9

4,1

10,4

4,9

7,7

1996

9,5

44,0

14,5

6,8

12,8

4,6

8,2

1997

10,5

38,2

14,0

11,4

10,1

13,7

12,1

1998

9,9

17,9

17,8

2,8

12,5

21,9

7,3

9,9

1999

9,6

7,9

11,3

4,48

26,7

17,0

6,5

16,5

Observou-se um declínio estatisticamente significativo (p < 0,01) das restaurações de amálgama quando comparadas às restaurações adesivas (RR, RI e RC). Em acréscimo, verificou-se um aumento dos procedimentos preventivos – SL e AF.

  I140 

Avaliação da conduta dos odontopediatras no reimplante dos dentes decíduos.

V. O. SILVA*, M. G. A. GERAIGE, D. D. M. KANAAM.

Departamento de Odontologia – UNIP/UNAERP.

O cirurgião-dentista e especialmente o odontopediatra são freqüentemente confrontados com dentes decíduos traumatizados. Entretanto, na literatura, poucos são os dados sobre a existência e freqüência de injúrias traumáticas na dentição decídua. Em vista disso a proposta deste trabalho foi avaliar a conduta clínica sobre o reimplante dos dentes decíduos através de um questionário enviado a 400 especialistas em Odontopediatria da região de Ribeirão Preto e Araraquara, sendo que destes, 66 questionários foram devolvidos e constituíram a amostra da pesquisa. Os dados foram tabulados para análise e discussão dos resultados.

Concluiu-se que o reimplante dos dentes decíduos é contra-indicado pela maioria dos odontopediatras. E quando o realizam utilizam sempre a contenção e os dentes são tratados endodonticamente com pastas obturadoras reabsorvíveis.

 

  I141 

Avaliação in vitro do efeito erosivo de alimentos em esmalte decíduo.

R. S. SAADI*, D. D. M. KANAAN.

Departamento de Odontologia – UNIP/UNAERP.

Em função das facilidades da vida moderna, o consumo excessivo de refrigerantes, sucos de frutas cítricas naturais e leite fermentado passou a fazer parte da vida na primeira infância. Essas bebidas apresentam pH bai­xo representando um risco para o consumidor, por acelerarem a formação da erosão dental manifestada pela destruição lenta dos tecidos dentais duros. Nesse trabalho utilizou-se dentes decíduos humanos e as substâncias testadas foram refrigerante a base de cola, Coca-Cola em lata (pH 2,7), suco de laranja natural não diluído (pH 4,8), leite fermentado, Yakult (pH 3,24). A avaliação do perfil de esmalte apresentada após o tempo de incubação (45 minutos e 12 horas) foi em microscopia óptica comum.

Os resultados permitiram concluir que houve erosão do esmalte exposto às três substâncias com agravamento da lesão conforme o aumento do tempo de incubação. Comparativamente a Coca-Cola foi a que apresentou maior poder de erosão seguida pelo leite fermentado e em menor escala pelo suco de laranja.

 

  I142 

O conhecimento do cirugião-dentista sobre o controle de infecção.

L. M. A. ARAÚJO, R. TEICHERT Fº.*, A. ETGES, A. P. GOMES, S. B. C. TARQUINIO.

Centro de Diagnóstico e Histopatologia da FO – UFPel. Tel.: (0**53) 225- 6741.

Este estudo foi realizado com o intuito de avaliar o grau de esclarecimento dos cirurgiões-dentistas com relação ao controle de infecção na clínica odontológica. Foram distribuidos aleatoriamente 150 questionários, tendo sido devolvidos preenchidos 111. As perguntas, num total de 53, abrangiam utilização de barreiras de proteção individual, métodos de desinfecção e esterilização do instrumental odontológico e conhecimentos sobre doenças infecto-contagiosas. Na tabulação dos dados observou-se que 60% dos profissionais usam luvas em todos os procedimentos, 33% reserva seu uso para procedimentos cruentos e 7% não as usam. O forno Pasteur é utilizado para esterilização do instrumental por 96% dos entrevistados, entretanto somente 41% destes, soube citar corretamente os tempo/temperatura adequados. A proteção contra possível contaminação por HIV é creditada ao uso de barreiras físicas por 90%, aos cuidados com acidentes perfurocortantes por 8% e à desinfecção e esterilização, por 40% dos profissionais. Dos entrevistados, 61% avaliam como ótimos, seus procedimetos de biossegurança.

Os resultados indicam a necessidade de mudanças radicais na rotina da clínica odontológica, que somente serão possíveis a partir do momento que os profissionais tomarem consciência pelo conhecimento, da importância da adoção de medidas de controle de infecção.

 

  I143 

Perfil socioeconômico da demanda da Clínica Odontopediátrica da FOUFRJ.

V. S. SILVA*, A. QUIRINO da SILVA, M. A. RAMOS, A. RAMOS-VALENTE, A. L. FREIRE,
R. VIANNA, L. PRIMO.

Disciplina de Odontopediatria da FO – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2101.

O atendimento odontológico prestado à uma comunidade deve ser adequado às suas reais necessidades de tratamento, levando em consideração suas características epidemiológicas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi traçar o perfil socioeconômico das crianças que procuraram atendimento na Faculdade de Odontologia da UFRJ no período de setembro a dezembro de 1998. Foram realizadas 70 entrevistas com os responsáveis pelas crianças, durante a primeira consulta, constando de 13 perguntas fechadas, abordando-se os aspectos de renda familiar em salários mínimos (SM), escolaridade dos pais, número de residentes no mesmo domicílio e a situação do imóvel. Os dados foram analisados através do programa Epi Info 6.04 (CDC - USA). Os resultados demonstraram que a média de idade das crianças foi de 6,3 anos (37,3% eram meninas e 62,7% eram meninos), das quais 38,6% tinham um irmão. A maioria das famílias (45,7%) tinha renda entre 1 e 3 SM. Quanto à escolaridade, a maioria dos pais (34,3%) tinham entre 5 e 8 anos de estudo, enquanto a maioria das mães (40%) tinha 2º grau completo. 32,9% dos domicílios tinham 4 moradores e 65,2% eram próprios. Do total da amostra, 95,7% recebiam água encanada da rede pública.

Os autores concluíram que, diante da amostra entrevistada, a população atendida é de baixa renda (1 a 3 SM) e baixa escolaridade (5 a 8 anos de estudo), compondo-se, na maioria, de famílias de 4 pessoas (2 crianças e 2 adultos), vivendo em imóveis próprios.

 

  I144 

Osseointegração e osseocondução de hidroxiapatita com microporosidade variada.

M. M. BELOTI1, P. T. OLIVEIRA, R. VAN NOORT2, A. L. ROSA1.

1FORP – USP, Brasil; 2The University of Sheffield, Inglaterra. E-mail: adalrosa@forp.usp.br

O aumento da microporosidade da hidroxiapatita (Hap) reduz proliferação, síntese protéica e atividade de fosfatase alcalina de osteoblastos ROS 17/2.8 (ROSA et al., J. Dent. Res., v. 78: 409, 1999). O objetivo deste estudo foi investigar, in vivo, a relação entre a variação da microporosidade e a osseointegração e osseocondução de Hap. Cilindros de Hap (n = 5) com 5% (Hap5), 15% (Hap15) e 30% (Hap30) de microporosidade foram implantados em fêmures de coelhos. Após 8 semanas, as peças foram processadas para ­obtenção de cortes histológicos não-descalcificados, corados por Stevenel’s blue/van Gieson para observação em microscopia de luz. A osseointegração (porcentagem de cortical óssea em íntimo contato com a Hap) e a osseocondução (porcentagem de tecido ósseo formado no canal medular em íntimo contato com a Hap) foram determinadas por meio de análise de imagens. Os dados foram comparados pelo teste de Kruskal-Wallis. Para todas as amostras de Hap observou-se o reparo do defeito produzido na cortical para a implantação e a presença de endósteo revestindo a superfície da amostra no canal medular. Segmentos do endósteo exibiram formação de tecido ósseo. A porcentagem média de osseointegração para Hap5 foi 67,19 (60,5 - 72,89), para Hap15 foi 72,14 (61,65 - 81,18) e para Hap30 foi 62,79 (49,16 - 79,96). A porcentagem média de osseocondução para Hap5 foi 35,70 (22,96 - 54,28), para Hap15 foi 31,10 (11,44 - 68,64) e para Hap30 foi 18,95 (12,01 - 26,97). Estatisticamente não houve diferença significante entre as amostras para a osseointegração (p = 0,33) e osseocondução (p =  0,37).

Estes resultados sugerem que a osseointegração e a osseocondução da Hap não são influenciadas pela variação em sua microporosidade. (Auxílio financeiro: FAPESP e CNPq.)

  I145 

Tumores benignos dos maxilares: análise retrospectiva de 108 casos.

T. L. C. RODRIGUES*, I. H. GANDELMANN, M. A. CAVALCANTE, F. G. RODRIGUES.

Departamento de Cirurgia Oral da FO – UFRJ. E-mail: tanialcr@terra.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a ocorrência de tumores benignos dos maxilares nos pacientes atendidos pelo Serviço de Cirurgia Oral do HUCFF/UFRJ, no período de 1990 a 1999. A análise retrospectiva envolveu revisão dos prontuários de 108 pacientes portadores destas neoplasias, investigando idade, sexo, região anatômica da lesão, tipo de tratamento, além da análise dos espécimes submetidos a exame histopatológico. Os resultados demonstraram que dos 108 tumores dos maxilares, 61,0% (n = 66) eram odontogênicos, sendo 20,4% (n = 22) ameloblastoma, 18,5% (n = 20) odontoma, e 22,1% (n = 24) outros. A média de idade dos pacientes foi de 28,7 anos, sendo 57,6% (n = 38) do sexo feminino. A área mais afetada foi a mandíbula com 69,7% (n = 46) dos tumores, e a região posterior a mais atingida com 34 casos. Os tumores não-odontogênicos totalizaram 39,0% dos casos (n = 42), sendo 15,0% (n = 16) granuloma central de células gigantes, 11,1% (n = 12) fibroma ossificante e 12,9% (n = 14) outros. A média de idade dos pacientes foi de 33,9 anos, sendo 52,4% (n = 22) do sexo feminino. A mandíbula foi o sítio mais afetado com 81,0% (n = 34), sendo a região posterior mais atingida com 22 casos. O tratamento cirúrgico destas neoplasias teve a seguinte distribuição: 57,4% (n = 62) curetagem; 25,9% (n = 28) ressecção total associada a reconstrução com enxerto autógeno da crista ilíaca; e 16,6% (n = 18) ressecção parcial.

Concluímos, baseados nestes resultados que dos tumores benignos dos maxilares, a maior prevalência foi dos odontogênicos (61,0%). A população afetada foi caracterizada principalmente por mulheres jovens, da segunda e terceira décadas de vida, e a área de maior risco para o desenvolvimento dos tumores benignos foi a região posterior da mandíbula.

 

  I146 

Morfometria dos forames mandibular e mental - relações com a anestesiologia.

C. L. FERREIRA*, I. P. DESIDÉRIO, H. Z. VONO, J. L. TOLEDO NETO, G. L. TOLEDO,
J. C. ANDREO.

Departamento de Anatomia da UNIP. E-mail: anato.@uol.com.br.

O conhecimento morfométrico dos forames faciais possui uma grande importância durante técnicas anestésicas. Neste estudo, foram analisados os forames mandibular e mentoniano, os quais relacionam-se com a divisão III do nervo trigêmeo. Foram utilizadas 80 mandíbulas, sendo 39 (gênero masculino) e 41 (gênero feminino), dentre estas 25 parcialmente dentadas e 55 desdentadas, adquiridas junto ao laboratório de Anatomia Humana da UNIP e FOB-USP de Bauru. Foi utilizado paquímetro de precisão Mitutoyo. Foram padronizadas três medidas: A (borda inferior do forame mentoniano à base mandibular), B (incisura mandibular à borda superior do forame mandibular) e C (língula do forame mandibular à borda medial da face anterior do ramo da mandíbula), relacionando-se com o gênero e número de dentes. Os resultados que obtivemos com o estudo em andamento com relação à 160 hemimandíbulas, sendo 78 (gênero masculino) e 82 (gênero feminino) sendo a média maior para o gênero masculino somente na medida A (1,274 cm), para o feminino foram maiores as medidas B (2,407 cm) e C (1,589 cm). A relação das medidas com número de dentes obtidos maior é a media nas mandíbulas parcialmente dentadas, A (1,236 cm), B (2,413 cm) e C (1,399 cm).

Com os resultados obtidos foi permitido concluir que para o forame mentoniano, no gênero masculino este localiza-se superiormente ao feminino e o forame mandíbular localizado infero-posteriormente no gênero feminino quando comparado ao masculino. Porém, na análise das medidas relacionando-se com o número de dentes nota-se que o forame mentoniano localiza-se superiormente nas mandíbulas parcialmente dentadas quando comparadas às desdentadas.

 

  I147 

Estudo histológico na reparação alveolar em ratos tratados com fotossensibilização e laser.

E. G. PEREZ*, V. G. GARCIA, L. T. TEODORO, R. C. CEOLIN, N. R. PIOTO.

Universidade Metodista de Piracicaba; Faculdade de Odontologia de Lins.

A reparação alveolar tem sido estudo de muitos pesquisadores que avaliaram a influência tanto de fatores locais como sistêmicos. No entanto, poucos são os trabalhos que avaliaram a reparação alveolar sob a ação de laser, em especial quando associado com droga fotossensibilizante. Desta forma constituiu-se o propósito do presente trabalho, estudar histologicamente em ratos, o processo de reparação em feridas de extração dental de ratos submetidos ao tratamento com droga fotossensibilizante associada ao uso de “soft-laser”. Foram utilizados no presente estudo, 48 ratos (Rattus norvegicus, albinus Wistar) que após anestesia geral, foram submetidos à exodontia do incisivo superior direito. A seguir os animais foram divididos em 3 grupos de 16 animais cada. Os animais do grupo I, denominado de controle, as feridas não sofreram nenhum tratamento intra e/ou extra-alveolar. Os animais do grupo II, após exodontia do incisivo superor direito, as feridas foram tratadas com “soft-laser” (infravermelho, 904 nm, 3 minutos de exposição). Os animais do grupo III, após a exodontia, as feridas receberam aplicação tópica sobre a mucosa gengival do alvéolo correspondente de azul de metileno seguido de tratamento com “soft-laser”. Decorrido 3, 7, 14 e 21 dias pós-operatório, os animais foram sacrificados, em número de 4 para cada grupo. As peças obtidas foram tratadas para análise histológica.

Os resultados obtidos, evidenciaram processo de reparação diferenciado entre os grupos tratados, demonstrando reparação mais acelerada nos grupos II e III, além do que os eventos biológicos foram mais evidentes nas feridas do grupo III, nos períodos iniciais de 3 e 7 dias.

  I148 

Avaliação preliminar da contaminação bacteriana em reservatórios de seringa tríplice.

R. V. ANDRADE*, E. G. SERÓDIO, I. RICCIARDI, M. GUIMARÃES, C. H. F. PEREIRA da SILVA.

Microbiologia – Instituto de Biociências da UNIGRANRIO.

Embora restrito ao uso em procedimentos não invasivos a seringa tríplice é muitas vezes empregada na presença de soluções de continuidade, levando assim o jato de água ao contato com tecidos expostos. Considerando-se que várias bactérias com sabido potencial patogênico mantém-se e multiplicam-se na água, é importante preservar-se os reservatórios higienizados e, a água, adicionada de substâncias com efeito desinfectante. Infelizmente, esta prática é com freqüência negligenciada. Em amostras de água de 30 reservatórios de seringa tríplice, pesquisamos a presença de bacilos gram-negativos, não fermentadores, entre os quais se inclui o gênero Pseudomonas. Para tanto, utilizamos os meios GPS (Merck), seletivo e diferencial, de onde foram separadas colônias sugestivas. Estas foram submetidas ao teste de oxidase e fermentação de glicose (Hugh & Leifson). Das 30 amostras pesquisadas 16 (56,6%) foram encontrados contaminados com bacilos não oxidativos ou inativos.

A presença destes microrganismos traduz grande risco para pacientes pois são tipicamente oportunistas e freqüentemente envolvidos em infecções hospitalares, particularmente integrantes do gênero Pseudomonas.

 

  I149 

Investigação de infecção cruzada entre consultórios e laboratórios dentários.

L. E. F. COTRIM*, E. M. SANTOS, A. O. C. JORGE.

Departamento de Odontologia da UNITAU; Faculdade de Odontologia de São José dos ­Campos – UNESP.

Infecção cruzada entre consultório odontológico e laboratório de prótese pode ocorrer quando procedimentos de biossegurança não são executados adequadamente. O objetivo do presente trabalho foi verificar como cirurgiões-dentistas e laboratórios estão realizando procedimentos para prevenção de infecção cruzada durante a confecção de próteses. Foram entrevistados 100 cirurgiões-dentistas e 60 protéticos, do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo, por meio de questionários sobre a realização de procedimentos de biossegurança. Entre os laboratórios visitados, 20 foram escolhidos de forma aleatória, para se quantificar a presença de microrganismos na pedra-pomes em uso, e em 10 se quantificou a presença de microrganismos em superfícies críticas (tornos de polimento, escovas de polimento, bancadas e peças de mão). Os resultados obtidos demonstraram pouca preocupação dos protéticos e auxiliares, sobre prevenção de infecção cruzada no laboratório, e o mesmo ocorreu com os cirurgiões-dentistas, que na sua maioria não acreditavam na possibilidade de ocorrer infecção cruzada, por esta via de contaminação. Nos 20 laboratórios estudados existia contaminação em todas as amostras de pedra-pomes (média de 4,46logufc/g, em ágar sangue). A quantidade de microrganismos encontrados nas superfícies dos laboratórios, em ágar-sangue, foi em média 3,5 x 102 ufc por placa.

A partir destes dados, observa-se a necessidade de alertar os cirurgiões-dentistas para a obrigatoriedade da desinfecção dos moldes, modelos e das peças protéticas, antes do envio aos laboratórios e após o retorno dos mesmos.

  I150 

Estudo comparativo da relação transmissibilidade da doença cárie entre mães & filhos naturais & filhos adotivos.

I. CRUZ*, M. C. FIGUEIREDO, P. W. CAUFIELD.

Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da UFRGS; Univale, GV, Brasil; Universidade do Alabama, USA.

Os S. mutans são um dos principais microrganismos responsáveis pelo desenvolvimento da cárie dentária em humanos e a cavidade bucal é o reservatório deste microrganismo, que é transmitido através da saliva, sendo a mãe a principal fonte desta transmissão para a criança. Partindo desse princípio, propôs-se neste estudo, avaliar a relação transmissibilidade da cárie dentária entre 25 mães/filhos naturais (G1) e mães/filhos adotivos (G2). Foi realizado o índice de cárie (CPOS modificado) dos pares mães/filhos adotivos/filhos naturais, e avaliado através de um questionário fechado os hábitos alimentares praticados por esse grupo de mães durante a período da janela de infectividade da cárie de seus filhos. A avaliação dos genótipos de S. mutans pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) também foi realizada, pois de acordo com a literatura, a probabilidade da transmissão de S. mutans de mães para filhos naturais pode ser determinada pela genotipagem deste microorganismo. Os resultados mostraram que nos pares mães/filhos naturais houve semelhança dos genótipos de S. mutans, sendo que nos pares mães/filhos adotivos preponderaram genótipos de S. mutans diferentes. A semelhança apenas dos genótipos de S. mutans das mãe naturais é um resultado fortemente sugestivo de que a transferência deste microorganismo é mesmo materna. Os hábitos alimentares não diferiram muito entre os grupos, obviamente que apenas as mães naturais amamentaram seus filhos no seio. Quanto ao índice de cárie dos filhos adotivos foi baixo (< 25% de superfícies dentárias cariadas).

Nossos resultados permitiram concluir que a mãe é a principal fonte de transmissão do S. mutans, uma vez que os filhos adotivos possuíam cepas de S. mutans diferentes aos de suas mães adotivas e também uma baixa prevalência de cárie. Em se tratando de prevenção de cárie, sugerimos a introdução de cepas não-maternas de S. mutans e/ou outros microorganismos indígenas, que sejam menos virulentas, antes do início da irrupção dos primeiros dentes decíduos na cavidade bucal de um bebê.

 

  I151 

Evolução da infecção pelo HIV em bebês soropositivos.

L. C. SILVEIRA*, G. F. CASTRO, M. B. PORTELA, M. D. COSTA, L. F. R. TURA, I. P. R. SOUZA.

Odontopediatria da ­Faculdade de Odontologia – IPPMG/UFRJ. E-mail: lucamail@zaz.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a evolução da infecção pelo HIV em 28 bebês, pacientes do Ambulatório de AIDS Pediátrica/IPPMG-UFRJ, relacionando com a saúde bucal. Dados de exame clínico e laboratoriais iniciais, e um ano e meio depois foram coletados dos registros odontológicos do projeto SIDA/AIDS em Odontopediatria e dos prontuários médicos. Foram utilizados os testes de Kruskal-Wallis e Qui-quadrado para análises estatísticas (p < 0,05). A média de idade inicial foi 16,6 meses e dos 28 bebês, 42,9% tinha diagnóstico definitivo para o HIV (DF) e 57,1% era soropositivo para o HIV (HIV+) (diagnóstico indeterminado). Ao exame inicial, 7,1% (3) da amostra apresentava lesão bucal sendo estes todos com DF. A média inicial de CD4 percentual foi de 22% no grupo com DF e 44% nos HIV+ (p = 0,0002). No decorrer de um ano e meio observou-se que dos 16 HIV+, nenhum apresentou lesão bucal, 14 (87,5%) soronegativaram e 12,5% fecharam o DF. Dos bebês com DF inicial, somente em 1 caso houve aparecimento de nova lesão bucal ao longo do acompanhamento, e destes apenas 1 apresentou grau mais severo de imunossupressão.

A presença de lesão bucal não foi observada em pacientes com diagnóstico indeterminado e a sua freqüência parece estar diminuindo nos pacientes infectados. Isto se deve provavelmente à terapia anti-retroviral iniciada em estágio precoce da infecção pelo HIV.

 

  I152 

Análise da ação antimicrobiana das medicações Calendula, Arnica e Echinacea.

R. NARDY*, C. M. NASCIMENTO, A. O. C. JORGE, P. M. ZELANTE.

Departamento de Odontologia da UNITAU. Tel.: (0**24) 348-1647.
E-mail: rosynardy@uol.com.br

A presença da Homeopatia nos consultórios odontológicos é uma realidade. Foram avaliadas algumas substâncias homeopáticas: Calendula officinalis 5CH, Arnica montana 5CH e Echinacia 5CH preparadas segundo as normas da Farmacotécnica Homeopática Brasileira (1977) e os extratos fluidos das mesmas substâncias, frente aos microrganismos: Streptococcus mutans, Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, Enterococcus faecalis, Candida albicans e Escherichia coli. Os microrganismos foram semeados em placas de Petri contendo meio de cultura apropriada e discos de papéis embebidos em 10 µl de cada medicação. As substâncias foram testadas em quintuplicata e incubadas em estufa bacteriológica a 37ºC por 72 horas. Dos espécimes estudados, observou-se que as medicações homeopáticas dinamizadas não apresentaram halos de inibição. Dentre os extratos fluidos somente a Arnica montana apresentou o halo de inibição.

Portanto, concluímos que as medicações dinamizadas e os extratos fluidos não demonstraram atividade antimicrobiana, com exceção da Arnica montana (extrato fluido) que apresentou discreta inibição in vitro.

  I153 

Determinação da atividade antimicrobiana in vitro de diferentes enxaguatórios bucais.

D. ORSI*, E. P. FIGUEIREDO, L. C. FIGUEIREDO, S. L. SALVADOR.

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Riberão Preto – USP. Tel.: (0**16) 602-4160.

Algumas substâncias têm sido incorporadas aos enxaguatórios bucais por apresentarem propriedades antimicrobianas. O propósito deste estudo foi determinar a Diluição Inibitória Máxima (DIM) de 17 enxaguatórios bucais comercialmente disponíveis no mercado nacional e internacional frente a 21 diferentes microrganismos indicadores (bactérias gram-positivas, gram-negativas e leveduras) através da técnica de diluição em ágar. Para tal finalidade, os produtos sofreram diluições decimais com água destilada, às quais foram incorporadas os meios de cultura MHa ou BHIa (dependendo da exigência nutricional de cada microrganismo), homogeneizadas e depositadas em placas de Petri, sendo que a diluição final variou de 1:5 a 1:20.480. Após a solidificação dos meios, procedeu-se a inoculação das cepas indicadoras por meio de um multiaplicador de Steer, e a seguir as placas foram incubadas durante 24-48 horas a 37ºC. As placas foram submetidas à leitura e considerou-se como DIM, a maior diluição que não permitiu o crescimento visível dos microrganismos. Dos enxaguatórios bucais avaliados, 15 produtos testados apresentaram atividade antimicrobiana contra bactérias gram-positivas, gram-negativas e leveduras, 1 produto contra bactérias gram-positivas e leveduras e 1 produto apenas contra leveduras. O enxaguatório bucal que contém digluconato de clorexidina (0,12%) em sua formulação apresentou maior atividade antimicrobiana, com DIM variando de 1:20 a 1:2.560, dependendo do microrganismo indicador.

Os resultados obtidos indicam que todos os enxaguatórios bucais avaliados disponíveis no mercado apresentaram atividade antimicrobiana, entretanto alguns apresentam maior espectro de ação. (Apoio: PIBIC - CNPq/USP.)

  I154 

Avaliação da relação entre dor na região orofacial e ansiedade em um modelo animal.

E. F. DOMINGOS*, C. H. TAMBELI, F. K. MARCONDES.

Departamento de Ciências Fisiológicas da FOP/UNICAMP – Piracicaba - SP Brasil.
E-mail: fklein@fop.unicamp.br

A dor (ou expectativa da dor) na região orofacial, durante o tratamento odontológico geralmente induz ansiedade no paciente. O teste do labirinto em cruz elevado (LCE) é amplamente usado em estudos sobre ansiedade e depressão em animais de laboratório e baseia-se no fato de que a exploração dos braços abertos está inversamente relacionada ao nível de ansiedade do animal. O objetivo deste trabalho foi verificar se o LCE pode ser utilizado para o estudo da relação entre dor na região orofacial e ansiedade. Foram utilizados ratos Wistar adultos (n = 8-10) divididos em quatro grupos experimentais: controle (C - submetido somente à manipulação), controle anestesiado (CA - anestesia superficial com halotano), salina-lábio (SL - sob anestesia, injeção s.c. de 50 µl de salina no lábio) e formalina-lábio (FL - sob anestesia, injeção s.c. de 50 µl de formalina 2,5% no lábio, o que induz dor). Os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal do IB - UNICAMP. Trinta minutos após os tratamentos acima, os animais foram submetidos ao LCE por 5 min. Foram registrados o tempo e o número de entradas realizadas nos braços abertos e fechados e os dados foram analisados por análise de variância + teste de Tukey. A porcentagem de tempo nos braços abertos foi significativamente menor no grupo FL (0,65 ± 0,05%, p < 0,05) em relação aos grupos C, CA e SL (13,38 ± 1,3; 9,06 ± 1,3; 9,85 ± 1,9%, respectivamente). A injeção de formalina também reduziu a porcentagem de entradas nos braços abertos (C: 27,05 ± 2,17; CA: 26,34 ± 1,94; SL: 21,70 ± 2,31; FL: 3,7 ± 0,37%, p < 0,05).

Estes dados sugerem que a dor induzida por formalina na região orofacial provocou aumento no nível de ansiedade dos animais. Portanto, o modelo experimental aqui utilizado poderia ser útil em estudos sobre a relação dor e ansiedade na área odontológica. (FAPESP 99/08431-1; FAEP/UNICAMP 0028/00.)

  I155 

Estudo morfométrico da glândula zigomática da cobaia (Cavia Porcellus). Comparação entre sexos.

D. A. RIBEIRO*, G. F. ASSIS, J. H. CHUN.

Departamento de Ciências Biológicas da FOB – USP. Tel.: (0**14) 235-8259.
E-mail: gfassis@fob.usp.br

As glândulas zigomáticas são duas unidades exócrinas localizadas próximas ao globo ocular da cobaia. O trabalho tem por objetivo estudar a possibilidade de dimorfismo sexual nas glândulas zigomáticas de cobaias de 140 dias de vida pós-natal de ambos os sexos, utilizando-se de métodos morfométricos aplicados à microscopia óptica. Os resultados mostraram que: a) a massa corporal e a massa fresca da glândula zigomática são iguais em ambos os sexos (p > 0,05); b) a morfologia dos ácinos e ductos da glândula zigomática da cobaia macho observada no microscópio óptico é semelhante à da fêmea; c) a densidade de volume dos ácinos é maior nas fêmeas (p < 0,01); dos ductos é maior nos machos (p < 0,01) e do estroma é igual em ambos os sexos (p > 0,05); d) o volume total dos ácinos é 15% maior na fêmea (p < 0,05), dos ductos é 120% maior no macho (p < 0,05) e do estroma é igual em ambos os sexos (p > 0,05); e) o número total de células acinosas é igual em ambos os sexos (p > 0,05) e dos ductos é 53% maior nas fêmeas (p < 0,01); f) o volume absoluto do núcleo da célula acinosa é 18% maior no macho (p < 0,05) e o volume absoluto da célula acinosa é igual em ambos os sexos (p > 0,05).

Baseado na metodologia empregada, concluímos que a morfologia do sistema secretor e condutor da glândula zigomática da cobaia apresenta um discreto dimorfismo sexual. (Este trabalho obteve apoio do PIBIC/CNPq.)

 

  I156 

Suplementação sistêmica de flúor na gestação e na infância em Bauru.

L. A. TRENCH*, R. I. RIZZI, J. M. GRANJEIRO, D. T. OLIVEIRA.

Departamento de Estomatologia (Área – Patologia) da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Tel.: (0**14) 230-5290. E-mail: ltrenh@bol.com.br

O flúor é hoje um dos métodos mais utilizados para prevenção de cárie. Sua utilização sistêmica indiscriminada pode levar alterações irreversíveis nos dentes, a fluorose, que pode ocasionar problemas não só estéticos, como também funcionais. O objetivo deste estudo foi avaliar a opinião de ginecologistas e pediatras em relação à indicação da suplementação sistêmica de flúor pré-natal e na infância e seu benefício em relação ao controle de cárie. Para isto, elaboramos dois questioná­rios que foram respondidos individualmente por 27 ginecologistas de uma amostra total de 32 e 29 pediatras, de um total de 30, da cidade de Bauru. A suplementação sistêmica de flúor pré-natal é indicada por 59,25% dos ginecologistas, sendo que 68,75% têm conhecimento da fluoretação da água de abastecimento local. Entre os pediatras, apenas 27,6% indicam suplementações sistêmicas de flúor na infância, e 87,5% têm conhecimento da fluoretação da água de abastecimento local.

Os resultados reforçam a necessidade de uma maior interação da Odontologia Preventiva e da Odontopediatria, principalmente com os ginecologistas e pediatras para esclarecer os reais benefícios e os riscos da suplementação de flúor pré-natal e na infância.



  I157 

Actinobacillus actinomycetemcomitans em periodontite do adulto.

S. C. CORTELLI*, J. R. CORTELLI, A. O. C. JORGE.

Departamento de Odontologia – Universidade de Taubaté.

Indivíduos com periodontite do adulto demonstram freqüentemente uma ocorrência de 10 a 50% de A. actinomycetemcomitans. Em função do número elevado de fatores de virulência produzidos por A. actinomycetemcomitans, entre eles, leucotoxina, citocinas e LPS, sugere-se uma maior prevalência e severidade da doença em sítios periodontais expostos à este patógeno. Atualmente, condições sistêmicas e hábitos dos indivíduos como fumo, têm sido relacionados com aumento do risco para o desenvolvimento e progressão da patologia periodontal. O objetivo do presente estudo foi avaliar a correlação entre profundidade de sondagem (PS), hábito de fumar e presença de A. actinomycetemcomitans em indivíduos com periodontite do adulto. Foram analisados 87 indivíduos apresentando lesões periodontais moderadas a avançadas, entre 25 e 72 anos de idade. Para cada paciente foram selecionados dois dentes com bolsas profundas (maiores PS) e dois dentes periodontalmente saudáveis (menores PS). As medidas de PS foram obtidas em seis pontos para cada um dos dentes analisados e o microrganismo identificado através de cultura bacteriana. O hábito de fumar bem como o consumo de cigarros por dia foram analisados através de questionário. Os resultados analisados através do teste Qui-quadrado demonstraram associação positiva entre profundidade de sondagem e presença de A. actinomycetemcomitans (c2 = 16,97 e p < 0,01) e associação negativa entre fumo e presença deste microrganismo (c2 = 0,28 e p = 0,60).

Em função dos resultados observados no presente estudo conclui-se que a PS observada nos indivíduos com periodontite do adulto pode estar associado à presença de A. actinomycetemcomitans, todavia, a presença deste patógeno independeu do consumo diário de cigarros.

 

  I158 

Atividade leucotóxica de Actinobacillus actinomycetemcomitans à linhagem celular P3U1.

J. L. O. TANAKA1, R. I. NAKAGAWA1, M. A. ONO1, J. A. OLIVEIRA2, M. J. AVILA-CAMPOS3,
E. N. ITANO1.

*PIBIC/CNPQ. 1Departamento de Ciências Patológicas – CCB, Universidade Estadual de Londrina; 2Departamento de Patologia Clínica e Deontologia – CCS, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR; 3Departamento de Microbiologia, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP, Brasil. Tel.: (0**43) 371-4469.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a citotoxicidade de extratos sonicados de Actinobacillus actinomycetemcomitans a linhagem celular P3U1. Foram analisadas 33 amostras sendo 2 de referência (FDC Y4 e ATCC 29523), 9 isolados de pacientes com periodontite juvenil localizada (PJL) e 22 de pacientes com periodontite ulcerativa necrotizante associado a AIDS (AIDS/NUP), utilizando-se no teste de citotoxicidade a metodologia de Lactato Desidrogenase (LDH). Adicionalmente, foi analisada a citotoxicidade à linhagem celular P3U1 com A. actinomycetemcomitans viáveis na proporção de 1:50, 1:500 e 1:5.000. Os resultados obtidos demonstraram efeito citotóxico com 55,5% e 4,5% dos extratos sonicados (175, 350 e 700 µg proteína/ml) de isolados de PJL e AIDS/NUP, respectivamente e, os ensaios com A. actinomycetemcomitans viáveis demonstraram aumento de citotoxicidade com o aumento da relação célula P3U1 : bactérias e estatisticamente diferente aos dos controles negativos (p < 0,05). No entanto, isolados que demonstraram baixa atividade leucotóxica quando em alta concentração bacteriana, demonstraram atividade equivalente ao da cepa leucotóxica em baixa concentração.

Concluímos pelos resultados obtidos a possibilidade de se utilizar a linhagem celular P3U1 no estudo da leucotoxina, grande proporção de pacientes com PJL apresentam A. actinomycetemcomitans com atividade leucotóxica, e que em pacientes com AIDS/NUP embora a porcentagem de A. actinomycetemcomitans com atividade leucotóxica seja baixa, existe a possibilidade da potencialização da atividade leucotóxica na presença de elevado número deste microorganismo. (Apoio financeiro: CPG 367116-900 e PROUNI - CCS - UEL.)

  I159 

O uso do laser no diagnóstico de lesões de cárie.

A. M. COSTA*, P. M. YAMAGUTI, L. M. de PAULA, A. C. B. BEZERRA.

Departamento de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília. Tel.: (0**61) 307-2513.

O diagnóstico de lesões incipientes de cárie é uma tarefa difícil. Recentemente, um novo método de irradiação a laser (DIAGNOdent-KaVo) foi introduzido para facilitar a detecção dessas lesões. O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, o desempenho deste sistema a laser por meio da comparação com outros três métodos comumente utilizados: inspeção visual (sem sondagem), radiografia interproximal convencional e radiografia digital (sensor CCD). Foram selecionados 50 dentes permanentes recém-extraídos hígidos ou com suspeita de lesão de cárie oclusal. Após a profilaxia e secagem, os dentes foram examinados independentemente por dois dentistas previamente calibrados. As radiografias foram realizadas com técnica do cone longo e avaliadas em negatoscópio com auxílio de lupa. Para as radiografias digitais, utilizou-se o recurso de aumento da imagem e inversão de tonalidades. Para se obter a reprodutibilidade do DIAGNOdent, todos os dentes foram avaliados novamente pelos dois examinadores. Em seguida, os dentes foram seccionados com disco diamantado no ponto da fissura em que o aparelho registrou maior valor. A avaliação histológica com lupa estereoscópica (40 X) serviu como padrão-ouro de validação.

De acordo com os resultados encontrados nesse trabalho, 1) o DIAGNOdent apresenta uma ótima reprodutibilidade intra e interexaminadores (valores acima de 0,87); 2) obteve-se altos valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo para esmalte e para dentina; 3) A correlação de Spearman com o padrão-ouro foi a melhor entre os testes (R = 0,81), seguido da inspeção visual (R = 0,68).

  I160 

A unha como indicador biológico de exposição a flúor pela água e/ou dentifrício fluoretado.

A. A. O. RUI, Y. B. O. LIMA, J. A. CURY.

FOP – UNICAMP. E-mail: jcury@fop.unicamp.br

Tendo em vista a preocupação com o aumento da prevalência de fluorose dental, intensificou-se a busca por indicadores biológicos, entre os quais se enquadra a unha, para prever o risco de fluorose dental. Se na idade crítica (1-3 anos), em termos de fluorose dental em relação aos dentes permanentes superiores, a unha puder diferenciar a fonte de exposição, medidas poderiam ser adotadas para reduzir o risco. As unhas dos dedos das mãos de crianças de duas localidades foram coletadas, após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da FOP - UNICAMP. As crianças tinham de 18-36 meses de idade e eram residentes nos locais desde o nascimento. Foram estudadas crianças que escovavam os dentes com dentifrícios fluoretados, sendo 20 de Cordeirópolis, SP, e 26 do distrito de Assistência, Rio Claro, SP. Nestes locais a concentração de íon flúor encontrada na água foi de 0,04 e 1,33 ppm, respectivamente. As unhas foram limpas em ultra-som, desidratadas em estufa a 60ºC por 2 h e pesadas (± 0,01 mg). O flúor foi extraído da unhas utilizando a técnica de microdifusão facilitada por HMDS (hexametildisilazano). Após difusão determinou-se a concentração de íon flúor na amostra utilizando-se eletrodo específico. Padrões de 0,01 a 0,80 µgF/ml foram preparados nas mesmas condições das amostras. Os resultados em termos de média+erro padrão (amplitude), expressos em µgF/kg de unha, foram: 1,54 ± 0,22 (0,27 - 3,80) e 4,15 ± 0,37 (1,95 - 9,34), respectivamente para as crianças de Cordeirópolis e Assistência.

Os dados sugerem que a unha pode ser um indicador biológico para diferenciar fontes de exposição ao flúor, devendo este estudo ser complementado com outros de correlação com a dose de exposição (mgF/kg de peso corporal/dia) por outras fontes.

 

  I161 

Avaliação de produtos odontológicos, contendo flúor e clorexidina, preparados por farmácias de manipulação.

C. N. PIEROBON*, C. M. TABCHOURY, A. DEL BEL CURY, J. A. CURY.

FOP – UNICAMP. E-mail: cinthia@fop.unicamp.br

Produtos odontológicos preparados por farmácias de manipulação têm adquirido grande representatividade, porém seu preparo correto é questionável, considerando concentração adequada do princípio ativo e efetividade. No presente trabalho foram avaliados bochechos fluoretados (BF) NaF a 0,05% e bochechos (BC) e géis de clorexidina (GC) a 0,12% e 1%, respectivamente, adquiridos em 6 farmácias. Os produtos foram codificados (A a G). Dois padrões de F foram preparados no laboratório, um contendo apenas F (lab) e outro contendo F e Nipagin 0,2% (BFN), um conservante. A concentração de F nos BF foi determinada utilizando-se eletrodo específico e a reatividade foi determinada utilizando-se blocos de esmalte com lesão artificial de cárie, os quais foram cortados ao meio e apenas uma das metades reagiu com os BF. Como controle foi utilizada água destilada desionizada (ADD). F incorporado foi determinado removendo-se camadas de esmalte com HCl 0,5 M seguido de análise com eletrodo específico. A efetividade dos BC e GC foi verificada através da técnica de difusão em ágar utilizando S. mutans e comparada com um padrão (lab). Os resultados de µgF/ml nos BF A, B, C, D, E, F, lab e BFN foram respectivamente: 97,02; 233,26; 204,16; 254,61; 231,49; 211,28; 233,26; 235,05; 235,05. Os resultados (média ± ep) de F incorporado ao esmalte (µg/g) na 1ª camada dos blocos tratados com ADD e os BF A, B, C, D, E, F, lab, BFN foram respectivamente: 107,22 ± 59 d; 2193,46 ± 252,6 c; 3851,78 ± 466,9 a; 4276,69 ± 345,7 a; 2207,19 ± 174,8 bc; 4206,70 ± 340,6 a; 1873,22 ± 197,4 c; 2015,53 ± 147 c; 3247,90 ± 296,5 ab. A zona de inibição do crescimento (mm) dos BC e GC das farmácias A, B, C, D, E, G e lab foram respectivamente (média ± ep): BC: 4,76 ± 0,13 c; 6,19 ± 0,07 ab; 6,1 ± 0,15 ab; 5,85 ± 0,13 ab; 6,07 ± 0,09 ab; 5,87 ± 0,18 ab; 6,34 ± 0,09 a. GC: 4,35 ± 0,35 c; 6,46 ± 0,16 a; 6,41 ± 0,11 ab; 5,99 ± 0,14 abc; 6,0 ± 0,12 ab; 6,39 ± 0,14 a; 6,39 ± 0,11 a. Médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente (p < 0,05).

Os resultados sugerem que existem diferenças nos BF adquiridos com relação à concentração e reatividade do F, bem como a efetividade dos produtos à base de clorexidina. (FAPESP - Proc. 98/11657-9 e 98/11929-9.)

  I162 

Monitoramento da fluoretação da água de abastecimento público de Pelotas - RS.

F. G. LIMA*, E. FORMOLO, L. M. JUSTINO, F. F. DEMARCO.

Departamento de Odontologia Restauradora da FOUFPel. Tel.:(0**53) 225- 6741.

A adição de flúor à água de abastecimento público tem se mostrado mundialmente como método de excelência para a redução da cárie dentária, podendo reduzir em torno de 60% a sua ocorrência, quando as pessoas recebem o benefício permanente. A descontinuidade da aplicação ou o uso de concentrações de flúor abaixo da ideal levam a perda do efeito preventivo. O objetivo deste estudo foi acompanhar, mensalmente, os níveis de flúor na água de abastecimento público de Pelotas, a fim de verificar se os mesmos estavam em níveis ideais. Para a realização da coleta de amostras, a cidade de Pelotas foi dividida em 16 pontos geográficos, abrangendo todas as regiões da cidade, incluindo as 3 Estações de Tratamento da água (ETA’s). A coleta foi feita mensalmente, dos meses de novembro a março, nos 16 pontos, em frascos plásticos de 5 ml previamente esterilizados, em número de 3 amostras por ponto. Após a coleta, as amostras foram enviadas ao Laboratório de Vigilância Sanitária de Flúor da Universidade do Vale do Itajaí, onde a análise é feita através do método eletrométrico (Orion 720 A ou 920 A/Eletrodo Orion 9609). Após 5 meses de análise, verificamos que sempre houve um número próximo a 50% de pontos de coleta onde os níveis de flúor na água estão insuficientes à prevenção da doença cárie e que não houve uma constância entre cada ponto, havendo alternância entre pontos que estavam acima ou abaixo da média, em diferentes meses.

Os resultados indicam não haver um controle efetivo dos níveis de flúor na água de abastecimento público de Pelotas, com níveis abaixo do ideal em muitos locais, o que pode acarretar a perda do efeito preventivo do método em relação à cárie dental.

  I163 

Efeito do clareamento no esmalte: estudos in situ e in vitro.

L. M. JUSTINO*, D. R. TAMES, F. F. DEMARCO.

Mestrado em Endodontia e Dentística – Universidade Federal de Pelotas.
E-mail: Lijusti@zaz.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a microdurometria, dosagem de cálcio e morfologia do esmalte dental humano submetido ao peróxido de carbamida 10%.Vinte e quatro fragmentos de 4 mm2 de esmalte de pré-molares humanos foram submetidos à microdurometria inicial e, após, aleatoriamente divididos em 2 grupos para clareamento e ciclagem in vitro e in situ, durante 14 dias. Os fragmentos foram cobertos com gel clareador a base de peróxido de carbamida a 10% (Whiteness - FGM), durante 8 horas, à noite. Após a remoção do gel, o grupo in vitro era armazenado em água destilada e o grupo in situ, incluído em aparelhos intra-orais, era levado ao meio bucal. Seguindo-se às ciclagens, foi tomada outra leitura de dureza. A dosagem de cálcio foi aferida no gel recolhido no 1º dia, do 2º ao 7º dia e do 8º ao 14º dia. A morfologia foi avaliada ao MEV em 2 fragmentos sem tratamento (controle), 2 ciclados in vitro e 2 in situ, com aumentos de 600 e 2.000 vezes. Os resultados mostraram significante redução de dureza na condição in vitro, comparada à in situ. A perda de cálcio, medida por espectrofotometria de absorção atômica, foi 40,32% maior in vitro e a morfologia apresentou sinais de perda mineral superficial em ambas condições, principalmente na condição in vitro.

O peróxido de carbamida apresentou efeitos adversos em ambas condições, sendo estes muito menos evidentes na condição in situ, o que pode ser explicado pela presença da saliva.

 

  I164 

Efeito do laser Er:YAG na formação do CaF2 e ação anticariogênica no esmalte humano.

A. C. B. DELBEM, J. A. CURY, V. G. GARCIA*, C. K. NAKASSIMA.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – FOA – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235.
E-mail: adelbem@foa.unesp.br

O principal produto formado e responsável pela ação anticariogênica, após aplicação tópica de flúor, é o fluoreto de cálcio (CaF2); entretanto, desconhece-se o efeito do laser na sua deposição. O objetivo foi avaliar o efeito do laser na formação do CaF2, após aplicação do flúorfosfato acidulado (FFA), e sua influência na ação anticariogênica, em esmalte dental humano. Foram selecionados 120 blocos (3 x 3 x 2 mm) através da microdureza (Knoop) superficial. A seguir, foram divididos em 4 grupos com 30 blocos cada: GC - grupo controle; GL - tratamento da superfície do esmalte com laser Er:YAG com energia de 0,06 Joules/cm2; GF - aplicação do FFA, durante 4 minutos; e GLF - tratamento com laser seguido da aplicação de FFA. Destes, 80 blocos foram submetidos, durante 14 dias, a 10 ciclagens de pH em solução desmineralizadora por 3 horas e remineralizadora por 21 horas. Nos outros 40 blocos, realizaram-se dosagens de flúor formado (FF) na forma de CaF2 utilizando eletrodo específico para íon flúor e analisador de íons. Concluídas as 10 ciclagens, realizou-se o ensaio de microdureza e o cálculo da porcentagem de perda de dureza superficial (% PDS). Nos outros 40 blocos, realizaram-se as dosagens de flúor retido (FR), como descrito anteriormente. O teste estatístico utilizado foi o de Kruskal-Wallis (CaF2) e a análise de variância (% PDS), sendo que as médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente (p < 0,05). Os resultados para CaF2 (mgF/cm2) nos GC, GL, GF e GLF foram, respectivamente: FF) 1,865a; 1,800 a; 58,090 b e 38,073 c; FR) 2,478 d; 3,204 d; 3,023 d e 3,204 d. Para % PDS (média ± SD) foram: 87,72 ± 4,29 A; 69,65 ± 9,23 B; 69,35 ± 19,91 B e 58,31 ± 8,89 B.

Concluiu-se que a deposição do CaF2 no esmalte foi menor com laser, após aplicação de FFA, porém apresentou ação anticariogênica semelhante ao flúor e quando associado.

  I165 

Microabrasão do esmalte – avaliação clínica.

S. N. C. MENDES*, L. F. A. D. MOURA, W. L. MOURA.

Universidade Federal do Piauí – Departamento de Patologia e Clínica Odontológica.
Tel./Fax: (0**86) 222-2702. E-mail: iso@webone.com.br

A microabrasão do esmalte é uma técnica utilizada para a remoção de manchas superficiais do esmalte caracterizada por ser um método conservador da estrutura dentária. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência clínica de duas técnicas de microabrasão atualmente utilizadas, assim como também contribuir para o desenvolvimento de um procedimento menos oneroso para o cirurgião-dentista. A amostra constou de 15 pacientes (68 dentes) de ambos os sexos e diferentes faixas etárias com descolorações dentárias diversas, que foram submetidos à duas técnicas de microabrasão do esmalte: técnica 1, com ácido clorídrico a 18% (manipulado em farmácia especializada) e pedra-pomes, e técnica 2, com ácido fosfórico a 37% e pedra-pomes. Os resultados foram obtidos através de observação clínica e de análise fotográfica antes e depois de cada sessão. Pôde-se observar que os resultados clínicos obtidos pelas duas técnicas foram semelhantes.

Ambas as técnicas foram consideradas igualmente eficientes na remoção de manchas superficiais do esmalte e a utilização de ácido clorídrico 18% obtido em farmácia de manipulação diminuiu o custo do procedimento. (Iniciação científica CNPq.)

 

  I166 

Controle de biofilme em crianças HIV+: influência no incremento de cárie.

S. LOPES*, A. RIBEIRO, M. PORTELA, L. TURA, I. SOUZA.

Departamento de Odontopediatria – UFRJ/IFF/HMJ. Tel.: (0**21) 562-2101.
E-mail: apoenaribeiro@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do controle de biofilme (biof.) no incremento de cárie em grupos de dentes durante a realização de um programa de promoção de saúde bucal (PPSB). Participaram da amostra 57 crianças HIV+, inseridas em um PPSB, com idade entre 3 e 149 meses (média 68,9 meses), de ambos os sexos, pacientes do ambulatório de AIDS pediátrica de 2 hospitais públicos do Rio de Janeiro. Após consentimento escrito dos responsáveis, as crianças foram examinadas numa sala do hospital, utilizando-se espelho bucal, sonda exploradora romba, gaze e uma lanterna. Todos os exames foram realizados por um único examinador (A.R.). Todas as crianças e respectivos responsáveis receberam treinamento intensivo para controle caseiro de biof. Mensalmente eram realizados exames de biof. dental (qualidade de escovação) e presença de manifestações em tecidos duros bucais. Após 1 ano de acompanhamento, observou-se que a distribuição do controle das lesões de cárie variou entre os diferentes grupos de dentes. Os 1os molares decíduos (dec.), além de serem os dentes mais atingidos pela doença, foram os únicos que apresentaram um incremento de cárie. Não houve diferença no número de 2os molares inferiores dec. afetados inicialmente e no final do estudo. Os dentes anteriores dec. foram os que apresentaram maiores freqüências finais de inativação de cárie. Observou-se que os 1os molares permanentes, além de terem sido os dentes mais acometidos por lesões cariosas, foram os que apresentaram, juntamente com os incisivos centrais permanentes, o maior número de lesões controladas.

Pode-se concluir que a formulação de programas de promoção de saúde bucal direcionados para a necessidade de cada dente, de acordo com o acometimento e atividade de lesões cariosas, é capaz de controlar a doença cárie em crianças HIV+.

 

  I167 

Estudo micromorfológico comparativo das dentinas: humana e bovina.

M. D. C. BONFIM*, C. ANAUATE NETTO, F. B. KUCHINSKI, M. N. YOUSSEF, A. R. P. do CARMO.

Universidade de Mogi das Cruzes, Brasil.

A disponibilidade de dentes humanos para trabalhos científicos tem diminuído muito e, as comissões de Bioética têm feito muitas restrições em relação a esses trabalhos. Dentes bovinos têm sido utilizados em muitos trabalhos, mas a literatura apresenta poucos estudos aprofundados sobre eles. Portanto, o objetivo deste trabalho foi o de estudar aspectos morfológicos da dentina humana e bovina, com a finalidade de normalizar o uso de dentes bovinos, substituindo dentes humanos em pesquisas científicas e buscando embasar novos estudos comparativos, seguindo as conclusões aqui obtidas. Foram utilizados dentes bovinos recém-extraídos e fixados em formol a 10%, por 24 horas e conservados em formol a 2% até o momento da preparação das lâminas. Foram preparadas 10 lâminas por desgaste e 100 lâminas por descalcificação e coradas pelos métodos de HE e Tricrômico de Masson. Concluiu-se que: a dentina bovina apresenta maior número de túbulos dentinários próximo à polpa e menor número próximo ao limite amelodentinário, semelhante à dentina humana e maior diâmetro nas proximidades do limite amelodentinário e menor diâmetro nas proximidades da polpa, ao contrário da dentina humana; a distribuição da dentina intertubular bovina nas proximidades da polpa não é uniforme ao longo do dente; a dentina bovina é dotada de estruturas tubulares, aqui denominadas de estruturas tubulares dentinárias; essas estruturas estão presentes tanto na coroa como na raiz, porém mais freqüentes na coroa e não apresentam distribuição regular.

Diante disso, pode-se afirmar que: dentes bovinos utilizados em incidências e profundidades aleatórias podem alterar resultados em testes de adesão e microinfiltração, quando extrapolados os resultados para dentes humanos; na dentina bovina não há, morfologicamente, uma região idêntica à dentina humana. Outros estudos devem ser realizados para complementar esses achados.

 

  I168 

Estudo in vitro da presença e severidade da desmineralização no esmalte dental adjacente a restaurações de amálgama.

J. FAGUNDES*, T. C. COUTINHO.

Departamento de Odontoclínica da FO – UFF, Niterói – RJ. Tel.: (0**21) 719-1055.
E-mail: tcoutinho@openlink.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a presença e a severidade da desmineralização in vitro do esmalte adjacente a restaurações de amálgama forradas com diferentes materiais contendo flúor. Para tal, terceiros molares inclusos hígidos, extraídos por razões clínicas foram preparados no seu terço médio para receber as restaurações de amálgama e separados aleatoriamente em 4 grupos de 10 fragmentos cada: G I - controle (verniz Copalite e amálgama), G II - FFA 1,23% e amálgama; G III - Ketac-Bond - Espe e amálgama e G IV - amálgama adesivo (Optibond Solo - Kerr e amálgama). Depois dos dentes restaurados com Dispersalloy - Dentsply conforme instruções do fabricante e polidos após 24 hs, foi realizada ciclagens térmicas (500 ciclos de 5ºC e 55ºC) e indução de cáries artificiais por 5 dias. A avaliação da presença e severidade da desmineralização foi feita macroscopicamente com lupa 3 X por 2 examinadores calibrados e cegos em relação aos grupos e classificados em escores. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis e comparações múltiplas de Dunn. O G IV apresentou os menores escores de desmineralização estatisticamente significantes (p < 0,05), seguido do G II e posteriormente pelo G III. O G I apresentou os piores resultados, com lesões extensas e ativas.

Concluiu-se que, o uso de um sistema adesivo contendo fluoreto sob res­taurações de amálgama pode interferir no desenvolvimento de cáries secundárias.

 

  I169 

Estudo epidemiológico de uma população rural infantil sem assistência odontológica.

E. H. L. B. MOREIRA*, U. V. de MEDEIROS, M. M. CASTRO.

Departamento de Odontopediatria – UERJ.

O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência da doença cárie numa população rural infantil (5 a 12 anos) em uma escola do distrito de Taboleiro, da zona rural do município de Conceição do Mato Dentro - MG, sem qualquer assistência odontológica. Foram examinadas 185 crianças de ambos os sexos. A condição dental foi avaliada através do índice CPO-D (dente cariado, perdido e obturado) para a dentição permanente e ceo (cariado, extraído e obturado) para a dentição decídua. O exame clínico foi realizado na própria escola com iluminação natural, por um único examinador previamente calibrado, que utilizou espelho plano, sonda exploradora, seguindo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os resultados indicaram um índice relativamente baixo (CPO-D de 4,1 aos 12 anos, 2,57 aos 11 anos, 2,72 aos 10 anos, 2,69 aos 9 anos de idade) tendo em vista a ausência de quaisquer cuidados odontológicos, seja de natureza clínica ou de promoção de saúde.

Conclui-se que a implantação de um programa de educação para a saúde (já em andamento), assim como aplicação tópica de flúor, poderá beneficiar esta população, colocando-a dentro dos padrões que a OMS preconiza como satisfatório aos 12 anos de idade.

 

  I170 

A presença de determinantes sociais na avaliação de risco de cárie em faculdades privadas do Rio de Janeiro.

F. L. GELSOMINO*.

Pós-Graduação em Odontologia Social – Universidade Federal Fluminense.
Tel./Fax: (0**21) 667-7954.

Este trabalho buscou verificar a presença de determinantes sociais nos modelos de avaliação de risco de cárie dentária na disciplina de Odontopediatria em faculdades particulares de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro. Partiu-se da relevância da avaliação do risco de cárie dentro da preconização de uma prática preventiva em saúde bucal, buscando a importância dada aos determinantes sociais dentro desses avaliadores, uma serem esses fatores de risco para a cárie. A análise foi baseada no enfoque dado ao tratamento – preventivo ou curativo, a execução ou não de avaliação do risco de cárie e os critérios para a classificação dos pacientes dentro dos níveis de risco.

Os resultados encontrados demonstram que a prática nas faculdades entrevistadas ainda é voltada para a prática curativo-restauradora, biologicista, e que a avaliação de risco não tem papel relevante dentro do plano de tratamento dos pacientes atendidos nas clínicas, indo contra a filosofia da prática preventiva.

 

  I171 

Sangramento gengival como indicador de atividade de doença cárie.

A. MONNERAT, U. V. MEDEIROS, S. C. WEYNE, T. CARVALHO*.

Pós-Graduação – UFF; Faculdade de Odontologia UERJ – UFRJ.

O diagnóstico de lesões de cárie incipientes é uma prática que se enquadra no paradigma de promoção de saúde e direciona o enfoque terapêutico. O objetivo deste estudo foi observar a presença de sangramento à leve sondagem na margem gengival concomitante com a presença de lesão de mancha branca ativa. Foram examinadas 38 crianças (idade entre 6 e 12 anos) com 117 lesões de mancha branca nas faces vestibular e/ou lingual. A natureza ativa ou inativa destas lesões foi verificada através de inspeção táctil e visual após procedimento de profilaxia dental na presença de campo iluminado e seco. A presença de sangramento à sondagem do sulco gengival foi verificada com auxílio de uma sonda periodontal. Das 117 lesões de mancha branca, 86,32% estavam ativas e 13,67% inativas. No grupo de lesões inativas, apenas 3,48% apresentava sangramento da margem gengival, enquanto que no grupo das lesões ativas, verificou-se sangramento gengival em 70,96% das lesões ativas na arcada inferior e em 34,28% das lesões ativas na arcada superior. Os resultados foram analisados estatisticamente através de correlação linear (r = zero), não havendo portanto correlação significativa entre presença de sangramento gengival e atividade das lesões de mancha branca.

A presença de sangramento da margem gengival mostrou uma tendência, do ponto de vista clínico, como indicador de atividade de lesões de cárie incipientes (lesões de mancha branca) nas superfícies vestibular e lingual, não confirmada na análise estatística.

 

  I172 

Estudo da resistência da união de resinas compostas indiretas ao titânio.

R. L. MATOS*, M. G. C. MATTOS, R. F. RIBEIRO, R. C. S. RODRIGUES, G. ZANATTA.

Materiais Dentários e Prótese da FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4005.
E-mail: gloria@forp.usp.br

Atualmente, o uso do titânio para obtenção de “copings” em PPF e estruturas metálicas de PPR tem aumentado. Uma das indicações para seu uso é na associação PPF/implantes, com coroas em resinas compostas para restaurações indiretas. Esta associação, muitas vezes torna-se problemática em função da resina soltar-se da estrutura metálica, como também apresentar o fenômeno da percolação. Este trabalho teve por objetivo avaliar a resistência da união metal-resina. Para tal, foi utilizado titânio comercialmente puro (Dentaurum), resina Artglass (Kulzer) e diferentes tipos de retenção no metal: química, mecânica com esferas 0,4 ou 0,6 mm, química/mecânica associadas e sem retenção auxiliar. A resistência à união foi medida em 35 corpos-de-prova cilíndricos de resina Artglass, unidos à extremidade de uma haste de titânio de 60 mm de comprimento e 3 mm de diâmetro com ou sem as retenções adicionais, incluídos em um anel de gesso tipo III, e levados até uma máquina de ensaios universais. A técnica utilizada foi a preconizada por SHELL & NIELSEN (J. Dent. Res. 41:6, 1968). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e foi detectada diferença estatisticamente significante em nível de 1% entre as diversas retenções utilizadas. O teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade evidenciou as diferenças. De modo geral, a retenção mecânica associada à retenção química apresentou maiores e melhores valores de resistência, sendo que os piores valores de resistência foram observados quando não se utilizou retenção ou somente retenção química.

Em função dos dados obtidos podemos concluir que a retenção mecânica 0,6 mm, associada à retenção química, é uma alternativa viável para melhorar a resistência da união titânio-resina Artglass nas restaurações metaloplásticas. (FAPESP 98/13072-8.)

  I173 

Análise da dureza superficial de ligas de Co-Cr submetidas ou não a refusões.

R. F. RIBEIRO, C. B. PONTES*, R. C. S. RODRIGUES, M. G. C. MATTOS, S. CROSARA.

Materiais Dentários e Prótese da FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4005.
E-mail: rribeiro@forp.usp.br

Embora, na atualidade, quase 100% das estruturas metálicas de PPR sejam obtidas a partir de ligas de cobalto-cromo, sabe-se que a grande maioria dos laboratórios comerciais de prótese reutiliza sobras de fusões anteriores, embora sem qualquer controle sobre as sobras e seus efeitos nas estruturas obtidas. O propósito deste trabalho é verificar o efeito da adição de sobras da 1ª fusão, até o total reaproveitamento, em incrementos de 25% em peso, sobre a dureza de 3 ligas comerciais de Co-Cr. Foram fundidos 6 corpos-de-prova em forma de discos com 5 mm de diâmetro e 2 mm de espessura, sob chama de gásoxigênio e centrifugação, para cada liga/condição experimental. Foram feitas 5 medidas da dureza superficial Rockwell 30 N, sendo descartadas a maior e a menor leitura. Dos 3 valores restantes obtivemos a média para cada corpo-de-prova. As ligas também foram comparadas antes da fundição (apresentação comercial). Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey. Somente a liga Vera-PDI apresentou diferença estatisticamente significante em nível de 5% para suas condições experimentais. No entanto, todas as ligas (Vera-PDI, Steldent e Biosil) apresentaram valores dentro dos recomendados pela especificação nº 14 da ADA. Os menores valores de dureza foram observados na condição experimental C1 (100% liga nova), sugerindo nesta condição menor dificuldade para acabamento e polimento.

Da análise dos dados obtidos podemos concluir que, embora não haja diferenças estatisticamente significantes, de modo geral, a reutilização de sobras da 1ª fusão pode acarretar aumento da dureza superficial, trazendo como conseqüência maior gasto de tempo nos procedimentos de acabamento e polimento das estruturas fundidas.

  I174 

Influência da desinfecção em microondas na rugosidade das resinas acrílicas.

R. C. SILVA*, J. N. ARIOLI FO.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da Faculdade de Odontologia de ­Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1233. E-mail: arioli@foar.unesp.br

Atualmente, a energia por microondas é considerada como um método alternativo de controle da infecção cruzada. Esta técnica está sendo aplicada na desinfecção de próteses com bases de resina acrílica evitando a contaminação de pacientes, técnicos em prótese e cirurgiões-dentistas por doenças infecto-contagiosas. Assim, neste trabalho foi proposto analisar as possíveis alterações na rugosidade superficial produzidas pela técnica de desinfecção com energia por microondas em diversas marcas de resinas acrílicas térmica e quimicamente polimerizáveis. As amostras confeccionadas com as resinas acrílicas termicamente polimerizadas (Acron MC, Lucitone 550, QC 20, Clássico) e quimicamente polimerizadas (Clássico e Kooliner), foram divididas em grupo e submetidas a um ciclo de 10 minutos a potência de 720 W com exceção do grupo controle (armazenadas em água destilada a 37ºC). As possíveis mudanças na rugosidades superficiais das amostras foram registradas com auxílio de um rugosímetro de precisão 0,001 mm.

Posteriormente, os dados foram submetidos ao teste H de Kruskal-Wallis (5% de significância) permitindo as seguintes conclusões: a- o ciclo de desinfecção estudado produziu um aumento, estatisticamente significante, na rugosidade superficial da maioria das amostras estudadas; b- a exceção apenas foi observada nas amostras confeccionadas com a resina acrílica Clássico quimicamente polimerizada que apresentaram uma diminuição na rugosidade superficial. (FAPESP: proc. 98/15488-7.)

  I175 

Influência da formação profissional na indicação do tratamento ortodôntico.

D. L. CUNHA*, J. A. MIGUEL.

Departamento de Ortodontia – FO – UERJ/Doutorado – UFRJ. E-mail: j.a.miguel@terra.com.br

A Classe II de Angle foi descrita como sendo a disto-oclusão mandibular. Como a sua correção deve envolver o controle de crescimento, a indicação para tratamento tradicionalmente coincide com o início do surto puberal de crescimento. Recentemente observa-se uma crescente tendência de indicação de tratamento mais precoce, embora não existam evidências científicas definitivas que justifiquem essa decisão. O objetivo deste trabalho foi avaliar se o critério de indicação para o início do tratamento da Classe II esquelética sofre influência do tipo de formação profissional. Um questionário foi distribuído durante o Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro para 175 dentistas, sobre o momento ideal para o início do tratamento. A amostra foi dividida de acordo com a especialidade do profissional: G1 – 50 odontopediatras (28%), G2 – 53 ortodontistas (30%) e G3 – 72 clínicos gerais (41%). Avaliando a importância do potencial de crescimento na decisão para o momento ideal para início do tratamento o número de profissionais e as porcentagens foram as seguintes para os grupos G1, G2 e G3 respectivamente: a) não é critério importante – 1 (11%), 3 (33%), 5 (55%); b) deve-se tratar antes do inicio do surto – 27 (41%), 9 (13%), 29 (44%); c) tratamento deve ser no início do surto – 20 (21%), 41 (44%), 32 (34%); d) deve ser após o surto – 2 (28%), 0 (0%), 5 (71%). As respostas apresentaram diferença significativa entre os grupos (Qui-quadrado, p = 0,0004).

Pode-se concluir que os odontopediatras e os clínicos gerais indicaram com maior freqüência um tratamento precoce para Classe II esquelética (7 aos 9 anos). Os ortodontistas ainda consideram o início do surto puberal (9,5 aos 10  anos) como a época ideal para início do tratamento.

  I176 

Dimensão vertical em pacientes edêntulos: avaliação eletromiográfica.

I. M. GOMES*, M. F. MESQUITA, F. BÉRZIN, T. A. SEMEGHINI, M. A. A. NÓBILO,
G. E. P. HENRIQUES.

Departamento de Prótese e Periodontia da FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350.
E-mail: imgomes@yahoo.com

A dimensão vertical de oclusão (DVO) tem sido bastante abordada na literatura, devido a sua importância na reabilitação oral de pacientes desdentados totais e a subjetividade de sua determinação já que os métodos disponíveis são variados. Entre eles podemos citar o estético, o métrico e o fonético. O objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia desses métodos no restabelecimento da DVO através de exames eletromiográficos. Foram selecionados 7 pacientes desdentados totais, usuários de próteses, com diminuição da DVO e sem sintomatologia dolorosa. Estes pacientes foram submetidos a exames eletromiográficos antes da confecção de novas próteses totais, e após 60 dias de sua entrega. Os resultados obtidos foram submetidos à analise estatística ao teste de ordens assinaladas com nível de 5% de significância. Constatou-se que houve diminuição estatisticamente significativa na atividade muscular dos músculos temporal esquerdo, masseteres esquerdo e direito após o tratamento. O músculo temporal direito, por sua vez, apresentou aumento significativo da atividade muscular. Os masseteres se apresentaram com maior atividade que os temporais antes e após o tratamento.

Conclui-se que a reabilitação dos pacientes através de próteses totais (com as dimensões verticais estabelecidas pelos métodos já citados) parece proporcionar um maior equilíbrio na atividade muscular durante a mastigação (contração isotônica), fazendo com que os músculos trabalhem menos para efetuar a mesma função. (Apoio financeiro: FAPESP - Processo nº 99/01332-8.)

  I177 

Influência da fundição na dureza de ligas de cobalto-cromo.

L. R. da SILVA*, C. M. RIZZATTI-BARBOSA.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A liga de cobalto-cromo utilizada na elaboração de prótese parcial removível pode ser fundida através do uso de arco voltaico de carbono, fundição a indução, chama de gás liquefeito de petróleo e de oxigênio-acetileno. Estes métodos de fundição podem estabelecer uma relação direta com o sucesso ou insucesso de estruturas metálicas protéticas, visto que podem alterar algumas propriedades fisico-químicas da liga utilizada. O objetivo deste trabalho foi realizar ensaios de tração, dureza, porosidade, fractografia e microanálise estrutural em amostras fundidas com ligas de Co-Cr, através do uso de arco voltaico (Arvolt), e chama de oxigênio associado a gás liquefeito de petróleo (Oxacet). As amostras foram confeccionadas seguindo as normas de especificação nº14 da ADA (American Dental Association) e fundidas com liga de Co-Cr (Degussa®). Os valores médios obtidos para tração foram: Oxacet = 74,9 kgf/mm2 (± 9,52) e Arcvolt = 45,1 kgf/mm2 (± 13,63), havendo significância entre os valores encontrados (test t; p < 0,05). No ensaio de Dureza (Rockwell C) o grupo Arcvolt apresentou média de 39,32 kgf, e o grupo Oxacet média 32,49 kgf. No teste de porosidade, o grupo Arcvolt apresentou percentual de área porosa de 3,9248, e o grupo Oxacet, de 5,4302.

Os dados obtidos permitem concluir que o grupo no qual foi utilizado como método de fundição oxigênio-acetileno apresentou valores superiores de tração e porosidade quando comparado ao grupo fundido com arco voltáico de carbono, e que o grupo arco voltáico apresentou valores superiores de dureza quando comparado ao grupo oxigênio-acetileno. (Agradecimentos a Degussa. Órgão financiador: PIBIC/CNPq.)

 

  I178 

Avaliação in vitro da abrasão por escovação de resinas acrílicas.

R. S. SEÓ*, A. L. MACHADO, E. T. GIAMPAOLO, A. C. PAVARINA, C. E. VERGANI.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – UNESP – Araraquara.

Este estudo comparou, in vitro, a abrasão por escovação de duas resinas para reembasamento imediato (Duraliner II e Kooliner) e uma resina para base de prótese (Lucitone 550). As resinas foram manipuladas de acordo com as instruções dos fabricantes. Após o acabamento, os corpos-de-prova foram desidratados, até peso constante. Os testes foram realizados utilizando-se uma máquina de escovação com recipiente para a solução de dentifrício, na qual os corpos-de-prova permaneciam imersos. As soluções eram preparadas misturando-se dentifrício/água destilada, na proporção de 1:1, em peso. Os dois dentifrícios empregados continham os abrasivos alumina e bicarbonato de sódio. Foram selecionadas escovas com cerdas de consistência dura e macia. Uma força de 200 g era aplicada sobre as escovas, que percorriam uma extensão de 35 mm. Após 20.000 ciclos, os corpos-de-prova foram novamente desidratados, até peso constante. A diferença entre os pesos, inicial e final, foi considerada como a abrasão ocorrida. Quatro corpos-de-prova foram realizados para cada condição. O teste estatístico de Mann-Whitney foi utilizado para verificar as diferenças entre as médias. Os resultados indicaram que o fator escova foi significante somente para a resina Kooliner quando a alumina foi utilizada, tendo sido a escova dura mais abrasiva (0,15475 %) que a macia (0,06875 %). A maior e a menor média de abrasão foram obtidas com a resina Lucitone 550 e a resina Kooliner, respectivamente, em todas as condições analisadas. O bicarbonato de sódio produziu a maior perda de peso, com exceção da condição Duraliner II/escova dura, a qual não apresentou diferença significante entre os dois dentifrícios.

Concluiu-se que a abrasão foi influenciada, principalmente, pelas diferenças entre os materiais e dentifrícios. (Apoio financeiro: CNPq/PIBIC.)

  I179 

Avaliação da retenção de coroas cimentadas com diferentes cimentos provisórios.

J. R. PEREIRA*, A. L. VALLE, A. M. SILVA, P. H. O. ROSSETTI, J. M. SCOLARO.

Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Tel.: (0**14) 227-4857. E-mail: jeffripe@rocketmail.com

Diversos agentes de cimentação provisória encontram-se disponíveis no mercado. Entretanto, dúvidas permanecem quanto à efetividade desses agentes e, principalmente, qual deles oferece maior resistência à remoção das coroas. Procurou-se, dentro de um determinado período de tempo, definir a alteração da resistência à tração de coroas cimentadas com os seguintes agentes cimentantes temporários: óxido de zinco e eugenol (TempBond/Kerr), hidróxido de cálcio (Dycal/Dentsply) e óxido de zinco-eugenol (Pasta Lysanda). Trinta molares superiores humanos extraídos, com dimensões semelhantes, foram preparados para receber coroa total metálica, de acordo com JANSON e col. Sobre estes dentes preparados foram obtidas coroas fundidas em liga de níquel-cromo e ajustadas sobre seus respectivos preparos. Os espécimes (dente-coroa) foram divididos em três grupos de dez cada um. As coroas do grupo 1 foram cimentadas com hidróxido de cálcio (Dycal/Dentsply), as coroas do grupo 2 receberam o cimento óxido de zinco e eugenol (TempBond/Kerr) e as coroas do grupo 3 cimentadas com óxido de zinco-eugenol (Pasta Lysanda). Um dia após a cimentação  submeteu-se os corpos-de-prova à tração em máquina de ensaio universal e a carga necessária para deslocar a coroa de seu respectivo preparo foi registrada. Terminados os testes todas as coroas e seus respectivos preparos foram devidamente limpos, novamente divididas e cimentadas da mesma forma que anteriormente e levadas a máquina de ensaio universal 21 dias após a cimentação. As médias da força necessária para remoção das coroas um dia após a cimentação foram: Dycal (21,92 kgf, DP = 3,26), TempBond (12,95 kgf, DP = 1,90) e Lysanda (3,64 kgf, DP = 2,39) e vinte e um dias após a cimentação foram: Dycal (1,52 kgf, DP = 0,93), TempBond (1,40 kgf, DP = 0,98) e Lysanda (3,76 kgf, DP = 1,77).

A avaliação dos resultados permitiu concluir que não devemos selecionar um cimento provisório tomando como consideração principal a sua resistência a tração pois, apesar da alta resistência inicial do Dycal e do TempBond em relação a Lysanda, passados 21 dias após a cimentação aqueles cimentos têm uma queda brusca na sua resistência tornando-se muito semelhante a da Pasta Lysanda.

  I180 

A anatomia da zona bilaminar da articulação temporomandibular.

L. G. SOUSA*, S. SIÉSSERE, P. B. VASCONCELOS, M. VITTI, M. SEMPRINI.

Departamento de Morfologia, Est. e Fis. da FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4026.

A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial composta basicamente pela fossa mandibular do osso temporal e pela cabeça da mandíbula. Para que haja o ajuste destas superfícies ósseas articulares, há a presença do disco articular. O disco separa o espaço biológico da ATM em infradiscal e supradiscal. Anatomicamente o disco articular apresenta-se constituído de 4 zonas: 1) banda anterior, 2) zona intermediária, 3) banda posterior e 4) zona bilaminar ou coxim retrodiscal, área rica em tecido conjuntivo frouxo amplamente inervada e vascularizada. Este trabalho tem por objetivo mostrar a zona bilaminar bem como sua vascularização e inervação. Para a realização deste trabalho foram utilizadas cabeças humanas que foram fixadas em formol a 10%. Posteriormente, com o uso de bisturi, tesouras curvas de pontas fina e romba, pinça íris, afastadores e osteótomo, fez-se a dissecação por planos, removendo-se parcialmente as estruturas adjacentes até que se atingisse o local da ATM e conseqüentemente da zona bilaminar, expondo as estruturas relacionadas a esta última (nervo e vasos).

Com este trabalho pode-se concluir que: 1- a vascularização da zona bilaminar é feita pelas artérias timpânica anterior, auricular profunda e temporal superficial; 2- a inervação da zona bilaminar é feita pelos ramos do nervo auriculotemporal (sensitivo), tornando esta área rica em terminações nervosas livres, cuja compressão, devido a um incorreto posicionamento da cabeça da mandíbula, pode levar ao aparecimento de dores articulares; 3- a zona bilaminar não faz parte do disco articular, mas está intimamente relacionada à banda posterior do mesmo.

 

  I181 

Avaliação da porosidade da resina acrílica polimerizada por energia de microondas.

L. C. F. SILVA*, M. MARQUEZAN, K. O. BRAUN.

Ainda existem dúvidas no que diz respeito ao desenvolvimento de poros e como evitá-los durante a polimerização das resinas acrílicas. Neste trabalho foi avaliada a concentração de poros internos comparando o método de polimerização de microondas com o ciclo de polimerização convencional de corpos-de-prova feitos em resina acrílica. Foram confeccionadas dez amostras para cada grupo, com dimensões de 2,0 cm x 2,0 cm x 5,0 mm. Estas foram divididas em 3 grupos: CA (resina Clássico no ciclo convencional de polimerização), CM (resina Clássico polimerizada por energia de microoondas) e OM (resina Onda Cryl polimerizada por energia de microondas). Os blocos foram polidos, desidratados e pesados numa balança de precisão. A porosidade foi analisada visualmente por três observadores devidamente calibrados, com escores de 0 a 5 (KIMPARA et al., 1996). Para calcular a média de porosidade pelo peso, foi desenvolvido um método novo. O exame visual demonstrou nítida diferença entre os grupos. O grupo CA não apresentou poros, o grupo CM apresentou poros (escore 4) e no grupo OM somente uma amostra apresentou poros (escore 1). Embora o método de peso sugira que existe diferença entre os grupos, a análise da variância (teste F) não mostrou diferença estatística (a = 5%). Os resultados foram: CA = 0,1045 ± 0,02 (a); CM = 0,1551 ± 0,04 (a); OM = 0,0899 ± 0,03 (a).

Após a análise dos resultados concluiu-se que a resina termopolimerizável Clássico, não deve ser polimerizada em microondas, enquanto a resina Onda Cryl, própria para microondas, é o material de melhor indicação.

 

  I182 

Avaliação pela MEV dos efeitos dos fluoretos tópicos sobre a porcelana.

M. M. GONÇALVES*, A. C. ZAVANELLI.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da Faculdade de Odontologia do Campus de Araçatuba – UNESP.

As aplicações tópicas de flúor são recomendadas para a prevenção da cárie e doenças periodontais se constituindo em um importante aliado para a saúde oral. No entanto, esses agentes fluoretados podem atacar a superfície dos materiais restauradores incluindo a cerâmica, resina composta, selantes e ionômero de vidro. O flúor age sobre as partículas vítreas da cerâmica formando cristais de fluorsilicato solúvel em água, tornando a superfície áspera e irregular, com implicações para estética e propriedades desse mate­rial. O objetivo deste estudo é comparar os efeitos do fluorfosfato acidulado 1,23% na forma de gel e “mousse”, e fluoreto de sódio neutro a 2% sobre a superfície da cerâmica glazeada. Vinte corpos-de-prova cerâmicos (Ceramco II) foram confeccionados e divididos em quatro grupos. O grupo I correspondeu a imersão dos corpos-de-prova cerâmicos no gel fluorfosfato acidulado 1,23%; o grupo II, imersão em fluoreto de sódio neutro a 2%; grupo III, imersão na “mousse” e o grupo IV (controle), imersão em água destilada, nos tempos 0, 32, 64 e 96 minutos cumulativos. A topografia superficial foi observada através da microscopia eletrônica de varredura após a exposição da cerâmica aos agentes fluoretados. A superfície cerâmica apresentou-se alterada significativamente segundo escore visual (KULA & KULA, Pediatr. Dent., v. 17, n. 5, 1995) para todos os agentes fluoretados utilizados, com ataque em ordem decrescente de severidade para o grupo I, grupo II e grupo III e grupo IV.

Os efeitos deletérios do flúor sobre a cerâmica dependem do agente fluoretado utilizado e mostrou-se proporcional ao tempo de aplicação.

  I183 

Infiltração marginal em coroas metálicas – efeito dos materiais de cimentação.

A. F. REIS*, P. C. O. SOARES, M. GIANNINI, H. A. GOMIDE, C. J. SOARES.

Faculdade de Odontologia de Uberlândia – UFU; FOP – UNICAMP.
E-mail: carlosjsoares@bol.com.br

A infiltração marginal é um fator influente na longevidade das restaurações indiretas. Os autores se propuseram a avaliar a infiltração marginal em coroas totais metálicas confeccionadas em liga de níquel/cromo e cimentadas com quatro materiais: Cimento de Zinco (SS White), ionômero modificado por resina – Vitremer (3M), e dois cimentos resinosos duais – Enforce (Dentsply) e Resin Cement (3M). Empregou-se 28 molares íntegros recém-extraídos que foram preparados em aparelho padronizador de preparos cavitários. Seguiu-se as orientações dos fabricantes dos cimentos e, em seguida, as coroas foram submetidas a aplicação de força de 50 N por 10 minutos. Os corpos-de-prova foram submetidos a termociclagem com 500 ciclos, 5-37-55-37ºC, sendo então imersos em azul de metileno a 0,5% por 24 horas. Em seguida foram seccionados e analisados em lupa esterioscópica - Zeiss, em 4 níveis, N0 - sem infiltração; N1 - infiltração no término cervical; N2 - infiltração no término cervical penetrando em dentina e N3 - Infiltração atingindo a parede axial. Os resultados foram analisados estatisticamente empregando o teste de Kruskal-Wallis (p £ 0,05). Os dados estão expressos pelas somas das ordens. Vitremer 17.1429 a, Enforce 23.4286 a, Resin Cement 25.4286 a, Cimento de Zinco 48.000 b.

Pode-se concluir que o Cimento Fosfato de Zinco apresentou infiltração marginal estatisticamente superior aos demais grupos e que não houve diferenças entre os demais grupos. (Apoio: CNPq.)

 

  I184 

Avaliação da rugosidade superficial em restaurações de amálgama aderido.

K. C. F. M. AGUIAR*, T. N. NASCIMENTO, S. A. M. CORONA, M. L. TURBINO.

Departamento de Odontologia Restauradora – FORP – USP.
E-mail: nelsoncorona@linkway.com.br

O traballho propôs-se avaliar a rugosidade superficial em função da técnica de polimento em restaurações de amálgama com adesivo resinoso (Panavia) e cimento de ionômero de (Vidrion C), 24 e 168 horas após a inserção do material restaurador. Foram utilizados 60 corpos-de-prova que foram divididos em grupos, onde variou-se a técnica restauradora, o tipo de polimento e o tempo. Após os tratamentos superficiais das restaurações as mesmas foram submetidas a análise rugosimétrica (aparelho Rug 3 - Prazis) para se determinar os valores de lisura superficial com a finalidade de se avaliar qual técnica promoveu melhores resultados. A análise estatística mostrou haver diferença estatisticamente significante nos fatores polimento (F = 38,36) e técnica restauradora (F = 5,52).

Podemos concluir que para o fator técnica restauradora, R1 (adesivo Panavia 21) e R3 (sem utilização de adesivo) não apresentaram diferenças entre si e mostraram valores menores que a técnica R2 (cimento de ionômero de vidro). A técnica R2 associada com a técnica de polimento P2 induziu valores de rugosidade mais altos. Para o fator tempo não houve diferença estatisticamente significante entre os tempos de 24 e 168 horas. Com relação a técnica de polimento, P2 (multilaminada + Amalgloss) produziu maior rugosidade que a técnica P1 (multilaminada + borrachas abrasivas).

 

  I185 

Resistência da adesão entre dentes de estoque e a base da prótese.

B. M. SILVEIRA1, L. S. CORPAS1, C. P. FERNANDES1,2.

1Prótese Dentária – Universidade Veiga de Almeida; 2BIOTECH Cons. Ltda., Rio de Janeiro. Tel.: (0**21) 567-6172. E-mail: bmattos@osite.com.br

O sucesso clínico de longo prazo de um aparelho protético depende, dentre outros fatores, da performance adequada dos materiais e processos protéticos. O descolamento de dentes acrílicos das bases de prótese é exemplo de complicação clínica decorrente de tal combinação de fatores. O objetivo deste estudo é de determinar a resistência de adesão entre dentes artificiais e a base da prótese. Seis tipos de dentes acrílicos foram utilizados: I- Biocryl; II- Biodent; III- Ivoclar; IV- Trilux; V- Vitapan; VI - Vipi-Dent. Os dentes artificiais foram usinados na forma padronizada de cilindros de 4,5 mm de diâmetro e 5 mm de altura. Três amostras de cada dente foram montadas linearmente num bloco de faces paralelas, posteriormente substituído por resina termopolimerizável prensada. Os corpos-de-prova forma submetidos a um ensaio de cisalhamento numa máquina de ensaio universal utilizando uma célula de carga de 500 N. Os resultados de média da resistência da adesão (MPa) dente-base da prótese para cada grupo foram (X): I - 31,6; II- 27,7; III - 34,8; IV - 44,6; V- 54,6; VI - 22,8. Análise de variância mostrou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos testados e o teste de Scheffé revelou que o grupo de dentes V obteve a maior resistência de adesão à base da prótese.

A grande variação encontrada na resistência da união dente-base da prótese, neste estudo, sugere uma falta de homogeneidade química entre os materiais testados. Tais resultados despertam o interesse em um estudo mais abrangente averiguando a compatibilidade entre os dentes e as resinas disponíveis no mercado brasileiro.

 

  I186 

Infiltração marginal de materiais restauradores provisórios em dentes decíduos.

A. R. ROMANO, L. L. LEIVAS*, D. L. SILVEIRA, A. D. LOGUERCIO, T. V. BRAGA,

Odontopediatria da FO – UFPel; Materiais Dentários da FOUSP.
E-mail: anaromano@uol.com.br

O vedamento da dentina evita a progressão da lesão, desempenhando um importante papel no controle da cárie. O objetivo deste estudo foi analisar a infiltração marginal, em dentes decíduos, de materiais restauradores provisórios. Foram utilizados 50 dentes (25 molares e 25 caninos provenientes de banco de dentes), com duas cavidades em cada (3 x 3 x 1 mm)- margens em esmalte. As cavidades foram randomicamente distribuídas (minimizando as variáveis), divididas em cinco grupos (tabela abaixo), restauradas de acordo com as recomendações do fabricante. Após, os dentes foram termociclados (500 ciclos, 5-55ºC, 15 s cada), vedados, imersos em azul de metileno 0,5% por 8 h e seccionados. Os cortes foram analisados por 2 examinadores experientes e atribuído um escore de infiltração de 0 a 3 (consenso) a cada restauração. Os resultados foram compilados e submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (p < 0,05) demonstrados abaixo. Os valores evidenciaram que o grupo IV teve a maior infiltração marginal. O grupo III, embora sem diferença de infiltração para os grupos I, II e V, mostrou pigmentação no corpo do material e visível rugosidade superficial.

Grupos

Escores

Estatís­tica

 

0

1

2

3

 

I - IRM espátula 3 (Dentsply)

18

-

1

  1

A

II - IRM centrix (Dentsply)

19

-

-

  1

A

III - Cimpat (Septodont)

19

-

-

  1

A

IV - Vidrion R - centrix (SS White)

  4

-

2

14

B

V - F2000 (3M)

17

1

-

  2

A

Diante da metodologia utilizada concluímos que exceto o Vidrion R, os demais materiais foram eficientes no vedamento marginal em dentes decíduos. (Pesquisa financiada pela CNPq.)

  I187 

Relação dureza/resistência à abrasão de ligas de níquel-cromo.

C. de BARROS*, O. L. BEZZON, J. M. D. A. ROLLO, M. A. S. di MATTEO.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese da FORP – USP.

As ligas de metais básicos apresentam altos valores de dureza e reistência, que têm sido associados à grande resistência à abrasão e dificuldade de polimento das restaurações metalocerâmicas. Todavia, a dureza superficial tem se mostrado pobre indicador da taxa de desgaste. A metodologia apresentada permite comparar dureza e resistência à abrasão de ligas de Ni-Cr e estabelecer se há correlação entre estas duas propriedades. Nove corpos-de-prova de duas ligas de Ni-Cr para restauração metalocerâmica com diferentes valores de dureza foram submetidos aos procedimentos: (1) medida inicial da dureza Vickers: (2) ensaios de abrasão de 200 ciclos: (3) medida da perda de massa após cada ensaio de abrasão e (4) medida da dureza Vickers após cada ensaio de abrasão. Para cada liga, a regressão linear revelou uma correlação negativa entre dureza e redução na massa. Os maiores valores de dureza da liga A foram associados aos maiores valores de perda de massa durante a abrasão quando comparada com a liga B. A determinação da significância estatística do coeficiente de correlação revelou não haver correlação entre dureza e perda de massa para cada liga.

Nas condições deste estudo piloto, podemos concluir que estimar a resistência à abrasão para uma dada liga de Ni-Cr, tomando como medida o valor de dureza, pode resultar em grave erro.

 

  I188  

Avaliação da capacidade de vedamento da região cervical por materiais usados na confecção do tampão durante o clareamento dental endógeno.

R. A. DUTRA*, B. R. P. ASSIS, F. S. V. RIBEIRO, W. A. VASCONCELOS, R. C. ALBUQUERQUE.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOUFMG.

A reabsorção radicular externa é o principal problema associado ao clareamento dental endógeno, sendo a confecção de um tampão cervical a forma mais indicada de preveni-la. Este estudo se propõe a avaliar a capacidade de vedamento da região cervical de diferentes tipos de materiais usados na confecção do tampão. Foram utilizados 32 incisivos recém-extraídos, divididos aleatoriamente em 4 grupos: Grupo I (controle): desobstrução parcial do conduto deixando apenas 1 mm cervical desobturado; Grupo II: ionômero de vidro modificado por resina (Vivaglass - Vivadent); Grupo III: cimento fosfato de zinco (SS White); Grupo IV: cimento resinoso (Sealer 26 - Dentsply). A solução corante constituída de perborato de sódio e Rodamina B a 0,2% foi inserida no interior da câmara pulpar, sendo os corpos-de-prova submetidos à ciclagem térmica. Os corpos-de-prova foram lavados, incluídos em resina acrílica, cortados e realizada a leitura. Nos grupos I e IV, grau 0 de infiltração foi observado em 75% dos corpos-de-prova, enquanto nos grupos II e III, 50% dos corpos-de-prova apresentaram respectivamente grau 1 e 2. Os resultados foram submetidos à análise de variância apresentando diferença significante.

Concluiu-se que o grupo controle apresentou o melhor resultado, seguido pelo tampão de cimento resinoso, CIV modificado por resina e por último o cimento fosfato de zinco. (Apoio financeiro: FAPEMIG.)

 

  I189 

Avaliação da estabilidade dimensional da silicona de adição e condensação na obtenção do segundo vazamento.

F. M. FERNANDES*, L. O. SOTELO, R. O. MUSSEL, M. H. BATITUCCI, O. A. S. FRAGA.

Departamento de Prótese da FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6368.

Este trabalho teve como objetivo avaliar comparativamente a estabilidade dimensional da silicona de adição e condensação em função da obtenção do modelo através de um segundo vazamento. Foram utilizados quarenta corpos-de-prova, obtidos à partir de moldagens de um único troquel mestre em aço inox, onde foram feitas duas ranhuras a fim de possibilitar as medições finais padronizadas. Foi utilizado a silicona de adição Aquasil (Dentsply) e silicona de condensação Speedex (Coltene) para as moldagens e gesso pedra melhorado tipo IV Vel-Mix – Kerr para os modelos. Os corpos-de-prova foram inicialmente divididos em dois grupos, de dez elementos cada, G.1 - Aquasil, G.2 - Speedex, onde foram moldados o troquel mestre e aguardado quinze minutos para o vazamento. Após o tempo de presa, os modelos eram retirados, reservados e realizado imediatamente o segundo vazamento nas moldagens, obtendo assim os subgrupos; G.1a - Aquasil, G.2a - Speedex. As medições foram realizadas no Projetor de Perfis - Deltronic, modelo DV.114 CNC, resolução 0,001 mm, incerteza 0,001 mm e 95% para nível de confiança. Em cada corpo-de-prova foram feitas duas medições, sendo uma à 1 mm do topo e outra à 1 mm da base. Em relação ao primeiro e segundo vazamentos, os resultados foram analisados estatisticamente pelo teste t (pareado) (p £ 0,05%), onde não houve diferença estatística tanto para o Speedex quanto para o Aquasil. Quanto ao material, foi observado diferença estatisticamente significante (p = 0,000).

Baseado nos resultados obtidos, os autores concluíram que a tanto a silicona de adição quanto a de condensação possibilitam a um segundo vazamento.

 

  I190 

Avaliação da eficácia na desinfecção dos materiais de moldagem utilizados em prótese.

M. MARADEI, O. A. S. FRAGA, R. HIRATA, D. F. BALASSIANO, L. A. LOZANO*.

Departamento de Próteses da FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6368.

Rotineiramente, os moldes utilizados para a confecção de próteses dentárias são lavados apenas em água corrente sem que nenhum tipo de desinfecção seja praticado, podendo permanecer microrganismos potencialmente infecciosos, capazes de desencadear uma infecção cruzada entre o paciente, profissional e o técnico de laboratório. O objetivo deste trabalho, é avaliar a atividade antimicrobiana das soluções de glutaraldeído a 2% e hipoclorito de sódio a 1%, pelos métodos de imersão e aspersão, comprovando a efetividade na ausência e presença de saliva. Os corpos-de-prova foram confeccionados com silicona de condensação (Silon),com auxílio de uma fôrma com 16 mm de diâmetro e 5 mm de altura. As amostras foram repicadas semanalmente em ágar e mantidas a 4ºC. As cepas utilizadas foram: Bacillus sthearothermophylus - ATCC 10149, Staphylococcus aureus - ATCC 25923, Enterococcus faecalis - ATCC 29212 e Pseudomonas aeruginosa - ATCC 27853. Vinte e quatro horas antes da realização dos ensaios, as amostras foram repicadas em caldo de Mueller-Hinton e incubadas a 37ºC .As amostras foram diluídas em caldo Mueller-Hinton estéril, de modo a obter-se uma suspensão equivalente ao tubo nº 2 da escala de McFarland. Os tempos de contato com os agentes desinfetantes foram: T-0 = imediatamente após o contato, T-5 = cinco minutos, T-15 = quinze minutos após o contato e T-30 = trinta minutos após o contato. A seguir, as placas foram incubadas à 37ºC durante 24 horas. O crescimento bacteriano foi observado.

Pode-se concluir que o método mais eficaz para a desinfecção das moldagens é o realizado por imersão e o tempo ideal foi de quinze minutos para as duas soluções utilizadas.

  I191 

Qualidade de polimerização da resina fotopolimerizável em reforço radicular.

E. G. RIVALDO*, E. MEZZOMO, V. HENRICH, M. F. de GOES.

Prótese Dentária da ULBRA. Tel.: (0**51) 241-3337. E-mail: rsf7179@pro.via-rs.com.br

Este estudo avaliou a qualidade de polimerização da resina composta fotopolimerizável em diferentes profundidades e analisou a interface dentina/resina. Foram empregados dez caninos superiores hígidos, que receberam tratamento endodôntico e tiveram suas coroas seccionadas 2 mm aquém da junção amelocementária. Os condutos foram preparados numa profundidade de 12 mm, divididos em três diferentes diâmetros, com extensão de 4 mm cada. Resina composta fotopolimerizável Z100 (3M) foi injetada nos condutos, após a hibridização dos mesmos. A fotopolimerização foi realizada com o auxílio de pinos fototransmissores do sistema Luminex. As raízes foram seccionadas transversalmente nos terços cervical, médio e apical. As amostras foram alisadas, polidas e submetidas a análise de dureza Knoop no microdurômetro HMV 2000 Shimadz 4. A análise da interface dentina/resina foi realizada em um microscópio óptico comparador.

Os resultados mostraram dureza Knoop compatível com fotopolimerização efetiva somente nas amostras do terço cervical. Os terços médio e apical mostraram dureza Knoop incompatível com uma fotopolimerização efetiva, sugerindo ineficácia do pino fototransmissor. A análise da interface dentina/resina evidenciou solução de continuidade de diferentes extensões em todas as amostras, sugerindo a falta de união dentina/resina.

 

  I192 

Atividade antimicrobiana e variação de pH de cimentos ionoméricos.

R. C. FRAGA*, L. R. M. MARTINS, J. F. SIQUEIRA JR., L. R. LUCA-FRAGA, M. UZEDA.

Departamento de Odontoclínica – UFF; Departamento de Odontologia Rest. – UNICAMP; Departamento de Endodontia – UNESA; Departamento de Clínica Odontológica – FONF; Instituto de Microbiologia – UFRJ. Tel./Fax: (0**21) 622-0721. E-mail: luciola@nitnet.com.br

Este estudo teve como propósito testar a capacidade antimicrobiana de três materiais ionoméricos (Vitremer, Chelon-Fil e Vidrion N) durante a reação de presa contra cinco espécies bacterianas (S. sobrinus, S. sanguis, S. salivarius, S. mutans e L. casei), e após a hidratação, por 72 horas, contra duas espécies (S. sanguis e S. mutans). Também foi objetivo deste estudo mensurar a variação do pH em um meio aquoso no qual os materiais permaneceram imersos. Utilizou-se como método a formação de halo inibitório e a dispersão de colônias em caldo de cultura, comparando-se com um controle negativo (resina composta Charisma). Constatou-se que os três materiais ionoméricos apresentaram capacidade inibitória contra o crescimento bacteriano das cinco espécies, durante a reação de presa. Após a hidratação a capacidade inibitória dos cimentos ionoméricos também foi testada. Em outra fase do experimento mensurou-se a variação do pH do meio aquoso no qual os materiais permaneceram imersos por 3 minutos, 24 horas e 72 horas. O controle para este teste foi a água destilada (pH 6,8).

Os materiais ionoméricos estudados Vitremer, Chelon-Fil e Vidrion N apresentaram atividade antimicrobiana durante a reação de presa, mas após a hidratação este efeito manteve-se significativo apenas para Vitremer e Vidrion N (teste de Friedman, p < 0,05). Ocorreu a queda do pH da água destilada na qual os materiais recém-preparados foram imersos, mas ocorreu subida dos valores destes valores de pH, após 72 horas. (Apoio financeiro: CAPES e UNICAMP.)

  I193 

Avaliação da resistência ao cisalhamento na colagem de bráquetes utilizando diferentes materiais.

G. M. CORRER*, L. CORRER SOBRINHO, S. CONSANI, M. A. C. SINHORETI.

Departamento de Materiais Dentários da FOP – UNICAMP, São Paulo – Brasil.

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento da colagem de bráquetes utilizando cinco materiais ativados por diferentes sistemas. Cinqüenta pré-molares humanos foram embutidos em resina. As faces vestibulares de trinta pré-molares foram condicionadas com ácido fosfórico 35%, por 30 segundos e os bráquetes foram colados na superfície do esmalte usando Concise Ortodôntico (3M), Z100 (3M) e Transbond XT (3M). Em vinte pré-molares, os bráquetes foram colados com Fuji Ortho LC (GC) e Vitremer (3M) sem condicionamento das faces vestibulares dos dentes. Todas as amostras foram armazenadas em água destilada a 37ºC, por 24 horas e submetidas a 500 ciclos térmicos. Em seguida, as amostras foram submetidas ao teste de resistência ao cisalhamento numa Instron a velocidade de 0,05 mm/min. Os resultados foram submetidos a análise de variância a ao teste de Tukey (p < 0,05). Os resultados mostraram que o Concise ortodôntico (11,42 MPa) apresentou valores de resistência ao cisalhamento superiores em relação ao Transbond XT (7,33 MPa), Z100 (6,16 MPa), Fuji Ortho LC (5,60 MPa) e Vitremer (3,61 MPa). O Transbond XT, Z100 e Fuji Ortho LC foram mais resistentes do que o Vitremer. Nenhuma diferença foi encontrada entre o Transbond XT, Z100 e Fuji Ortho LC.

Concluindo, o Concise Ortodôntico apresentou maiores valores de resistência ao cisalhamento em relação aos outros quatros materiais para colagem. (Suporte financeiro: FAPESP - Processo nº 99/00020-2.)

  I194 

Incidência de desordem craniomandibular em indivíduos idosos.

C. M. F. GUERRA, S. L. M. BASTOS, P. M. MELO*, M. C. S. C. MELLO, K. R. VIANNA.

Departamento de Odontologia Restauradora da FOP – UPE. Tel.: (0**81) 458-1088. Site: http://www.upe.br

A população brasileira à semelhança dos diversos países desenvolvidos, está envelhecendo rapidamente. Os idosos são uma grande legião à parte na sociedade, com características próprias e problemas peculiares. Um dos assuntos que demanda especial interesse na terceira idade na oclusão é a desordem cranio-mandibular (DCM), denominada também Desordem Temporomandibular (DTM). Sua epidemiologia, etiologia, modalidades de tratamento, bem como a resposta terapêutica tem sido, nestes últimos anos, motivo de muita preocupação por parte dos pesquisadores. Diante do exposto, realizou-se um levantamento epidemiológico entre os indivíduos que procuram o Centro de Controle e Tratamento das Dores Faciais da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP - UPE), no período de 1997 a 2000. A amostra constou de 1.455 indivíduos. Os dados obtidos foram submetidos a uma análise estatística descritiva com nível de significância de 5%. Verificando-se que 12,5% (182) da amostra eram de indivíduos com 60 anos ou mais; destes 86,8% (157) eram do gênero feminino; 63,74% (115) apresentavam DCMs; 62,16% eram edêntulos e 18,84% não usavam próteses.

Concluindo-se que: 1) houve predominância do gênero feminino; 2) a incidência de DCMs foi alta; 3) há necessidade da criação de programas odontológicos especializados na área de oclusão para essa parcela da população.

 

  I195 

Actinomicose cervicofacial experimental em camundongos.

F. A. BRAGA*, S. M. LIMA JR., M. MATOS, V. R. SANTOS.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia – UFMG - Brasil. E-mail: vagner@gold.com.br

Actinomyces sp são saprófitas normais da cavidade bucal. O principal agente etiológico da actinomicose é Actinomyces israelii que causa inflamação crônica típica. O objetivo do presente estudo foi estabelecer um modelo animal para investigação das lesões actinomicóticas. Os microorganismos foram isolados de espécimens clínicos obtidos de pacientes do serviço de Patologia e Semiologia, Faculdade de Odontologia, UFMG, e identificados morfológica e bioquimicamente de acordo com o manual Bergey. Uma alíquota de 0,1 ml de uma cultura de 24 horas foi incubada a 37ºC em infusão de cérebro-coração, correspondendo a 108 UFC/ml, contendo 1% de partículas de gel de alginato que foram inoculados em 40 camundongos Swiss no periodonto da região incisiva inferior. Após anestesia e sacrifício dos animais, biópsias foram realizadas em 24 e 48 horas, 7, 15, 30, 45 e 60 dias após inoculação. O material, após descalcificação, foram incluídos em parafina e os cortes corados com hematoxilina e eosina. Clinicamente, abscessos e fístulas submandibulares foram observadas em 75% dos animais. Os resultados histopatológicos mostraram processo inflamatório crônico, osteomielite, necrose óssea, tecido conjuntivo fibroso, grânulos sulfurosos de A. israelii.

Com este estudo pode-se concluir que camundongos Swiss são bons modelos para estudo da patogenia da actinomicose cervicofacial experimental. (Apoio: PIBIC/CNPq - Financiado pela Biobrás.)

 

  I196 

Avaliação quantitativa e qualitativa da expressão das proteínas PCNA e p53 em ameloblastomas.

H. E. D. SILVEIRA, J. C. MUNERATO, M. SANT’ANA FILHO.

Faculdade de Odontologia – UFRGS, Ramiro Barcelos, 2492. Porto Alegre – RS.
Tel.: (0**51) 316-5199. E-mail: silvebona@cpovo.net

Com a finalidade de observar o comportamento proliferativo do epitélio de ameloblastomas, foram selecionados nove casos desta neoplasia do Laboratório de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia – UFRGS. Utilizou-se a técnica imuno-histoquímica para identificação da proteína p53 e PCNA. Cada um dos casos foi submetido a uma análise quantitativa e qualitativa da expressão destas proteínas.

A partir dos resultados obtidos, podemos concluir que o amelolastoma é um tumor cujos núcleos celulares do parênquima tumoral expressam as proteínas p53 e PCNA apresentando uma média de expressividade de 22,23% para p53 e de 51,61% para PCNA. A evidenciação da proteína p53 ocorreu com mai­or freqüência em áreas com metaplasia escamosa enquanto a PCNA se fez mais presente nos núcleos das células assemelhadas aos pré-ameloblastos.

 

  I197 

Efeito do peróxido de carbamida 35% na proliferação do epitélio bucal de ratos.

D. A. REIS*, R. A. DUTRA, W. A. VASCONCELLOS, R. C. ALBUQUERQUE, R. S. GOMEZ.

Departamento de Dentística Restauradora e Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Dental – FOUFMG. Tel.: (0**31) 223-2574.

O clareamento de dentes vitais tem se tornado um tratamento comum na clínica odontológica. No entanto, controvérsias têm surgido referentes ao risco de dano tecidual provocado pelo contato do agente clareador com a mucosa bucal. A ciclina D é uma proteína nuclear relacionada com a proliferação celular. O propósito deste estudo foi avaliar o efeito do uso tópico crônico do agente clareador na mucosa oral de ratos sobre a imunolocalização da ciclina d. os animais foram anestesiados com injeção intraperitoneal de uma solução de “ketamine” e “xylazine”. O peróxido de carbamida (35%) foi aplicado sobre um dos lados da mucosa por trinta minutos, três vezes por semana, durante três meses. A mucosa contra-lateral foi utilizada como controle. No final do tratamento os animais foram sacrificados e a mucosa bucal congelada a - 70ºC. Os cortes obtidos em criostato (Microm - HM 500 OM) foram submetidos ao sistema de amplificação biotina-estreptavidina para a imunocoloração da ciclina D. A média percentual de células positivas para ciclina D na camada basal e supra-basal do lado tratado não teve diferença significativa em relação ao lado não tratado quando comparado pelo teste Wilcoxon Signed Rank.

Concluiu-se que o uso tópico crônico de peróxido de carbamida 35% não induz proliferação celular na mucosa oral de ratos. (Apoio financeiro: FAPEMIG.)

 

  I198 

Estudo da regeneração muscular em ratos portadores de lesão dentária apical.

S. PEPATO*, A. M. LOYOLA, C. BENATTI NETO, S. E. A. PEREZ.

Faculdade de Educação Física – UFSCar – UFU; Laboratório de Patologia Bucal – FOUFU – FO – UNESP.

Periapicopatias são consideradas potenciais complicadores do estado de saúde geral. TOLEDO (1972) afirma que a reparação muscular estaria comprometida pela presença de “focos dentários”. Neste trabalho, investigamos o processo de reparação muscular em animais portadores de periapicopatia. Foram utilizados 84 ratos Wistar, divididos em 4 grupos: treinados e sedentários, com e sem lesão apical (GTC, GSC, GT, GS). A lesão muscular foi produzida no M. soleus, através de injeção subcutânea de veneno da B. jararacussu (1,5 ml salina/2,3 mg de veneno, 5 ml/kg de peso), próxima ao músculo. Os períodos de observação compreenderam: 15, 30 e 60 dias após a lesão muscular. Realizou-se análise morfológica do reparo e histomorfometria das secções transversais das fibras musculares nos referidos períodos do experimento, com a ajuda do software Vinspec-USP. Para a comparação das medidas foi utilizado o teste de Mann-Whitney (p < 0,05). Cronologicamente, não foi evidenciada diferença morfológica no processo de reparo muscular entre os grupos com e sem lesão apical e entre os animais sedentários e treinados. As áreas médias das fibras foram: 15 dias: GS-548,7 µm2, GT-433,3 µm2, GSC-505,7 µm2, GTC-435,2 µm2; 60 dias: GS-1710,3 µm2, GT-1436,6 µm2, GSC-1171,3 µm2, GTC-1488,3 µm2, sem evidenciar diferenças estatísticas significativas entre os grupos.

Concluimos que, no presente modelo, a lesão periapical não retardou o processo de reparo muscular. (Apoio: CNPq/FAPESP.)

  I199 

Análise do potencial proliferativo e invasivo do carcinoma basalóide escamoso da cavidade oral.

A. P. COTRIM*, P. A. VARGAS, O. P. ALMEIDA, R. D. COLETTA.

Departamento de Diagnóstico Oral – Disciplina de Patologia – FOP – UNICAMP.

Carcinoma basalóide escamoso (CBE) é uma variante rara e agressiva do carcinoma espinocelular (CEC) que acomete preferencialmente a região de cabeça e pescoço. O objetivo deste estudo é comparar o potencial proliferativo e invasivo de 2 casos de CBE afetando a mucosa jugal com CECs indiferenciados de pacientes que apresentavam a mesma idade, sexo, localização e TNM. A atividade proliferativa foi avaliada pelo método de coloração de AgNOR (região organizadora nucleolar arginofílica) e reação de imuno-histoquímica para PCNA (antígeno nuclear de proliferação celular). O potencial de invasividade foi analisado pela técnica de transcriptase reversa - reação em cadeia de polimerase (RT-PCR) para metaloproteinases de matriz (MMPs). A expressão de p53 foi também verificada por imuno-histoquímica. Os índices de AgNOR e PCNA foram significativamente maiores em ambos os casos de CBE comparando com os casos de CEC. Imuno-histoquímica para proteína p53 mostrou uma maior quantidade de células positivas, além de uma coloração mais intensa nos casos de CBE. RT-PCR demonstrou nos casos de CBE uma maior expressão de MMP-1, MMP-2 e MMP-9 quando comparados com os casos de CEC.

Estes resultados em conjunto sugerem que o CBE apresentam um comportamento mais agressivo que o CEC.

 

  I200 

Candidíase experimental em ratos diabéticos aloxânicos.

M. MENEZES, M. B. TANGA*, R. V. P. AZEVEDO, S. O. PETENUSCI, M. C. KOMESU.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

Embora a presença de candidíase bucal seja comumente observada no consultório odontológico, não existe ainda uma completa definição das condições locais iniciais que facilitam o seu desenvolvimento. Existem várias e diferentes situações que são consideradas como predisponentes ao aparecimento da candidíase ou facilitadoras do desenvolvimento da Candida na cavidade bucal. Este trabalho se propõe a avaliar as condições relacionadas à presença de leveduras do gênero Candida em ratos, animais que naturalmente não apresentam este microrganismo, na presença de diabete aloxânica. Para esse estudo serão utilizados ratos albinos, variedade Wistar, provocando-se a diabete aloxânica, como meio de se obter condições facilitadoras da implantação e desenvolvimento da levedura. Animais diabéticos aloxânicos e seus controles foram inoculados com um “pool” de leveduras (Candida albicans, Candida tropicalis e Candida krusei) sendo avaliada a capacidade de implantação da levedura pelo índice de recuperação desses microrganismos num período de 1, 3 e 7 dias pós-inoculação. A avaliação da glicemia em animais diabéticos mostraram níveis ascendentes cuja média no 1º dia pós-inoculação da levedura (5º dia pós-aplicação da aloxana) foi de 168,1 mg%, no 3º dia 275,2 mg%, e no 7º dia 283,0 mg%. Foi possível recuperar o microrganismo de 23,3% dos controles e 43,3% dos diabéticos após um período de 7 dias pós-inoculação.

Os animais diabéticos apresentaram uma facilitação da implantação com aumento do índice de recuperação de leveduras quando comparados aos seus controles. (Apoio financeiro: FAPESP).

 

  I201 

Histomorfometria da mucosa gengival em ratos tratados com ciclosporina/nifedipina.

M. G. ALCÂNTARA*, S. A. PROBST, M. G. BASTOS, F. M. AARESTRUP.

Departamento de Nefrologia – HU/UFJF e Lab. de Imunologia – ICB/UFJF (MG).

Neste estudo foi realizado um estudo histomorfométrico da mucosa gengival em ratos Wistar tratados com ciclosporina e nifedipina. Foram utilizados 30 ratos, machos, Wistar (CBR-UFJF), com 7 semanas, divididos nos seguintes grupos: A) animais controle (n = 7) - administração via intraperitoneal de 1 ml de PBS estéril (pH 7,4); B) animais tratados com ciclosporina (n = 7) - administração de 10 mg/kg/peso, diariamente, via intraperitoneal, por 8 semanas; C) animais tratados com nifedipina (n = 7) - administração de 10 mg/kg/peso (n = 7), diariamente, via intraperitoneal, por 8 semanas D) animais tratados com ciclosporina + nifedipina (n = 9) - administração de 10 mg/kg/peso diariamente, via intraperitoneal, por 8 semanas. A presença de sinais clínicos de HG foi investigada semanalmente e os animais que apresentaram HG macroscópica foram sacrificados por inalação com éter. O exame histopatológico revelou que no grupo D foi encontrado uma maior incidência de sinais de HG tais como: acantose, papilomatose e fibrose pronunciadas. A análise histomorfométrica utilizando o software Scion Image demonstrou que a porcentagem de tecido inflamado foi significativamente maior no grupo D quando comparado com os grupos A, B e C.

Os resultados indicam que a nifedipina potencializa a indução de HG em ratos Wistar tratados com ciclosporina. (Apoio financeiro: CNPq e FAPEMIG.)

 

  I202 

Verificação da eficácia de um questionário para detecção de hipossalivação.

R. LOTTI, S. R. TORRES, M. L. M. NUCCI, P. A. C. GRAÇA, C. C. PINA, M. E. P. LIMA.

Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da Faculdade de Odontologia – Universidade Federal Rio de Janeiro.

O objetivo deste trabalho é a avaliação da eficácia da identificação de pacientes com hipossalivação através de um questionário direcionado aos sintomas de xerostomia, identificando assim as perguntas de maior valor predizível, relacionando o fluxo salivar e freqüência de hipossalivação com o sintoma xerostomia, idade e sexo. Foi coletada saliva de 134 pessoas que responderam positivamente a pelo menos uma das dez perguntas de um questionário relacionadas ao sintoma xerostomia. Essas pessoas eram pacientes do Hospital Universitário e do Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da UFRJ. O método utilizado foi de saliva total estimulada, e os pacientes que possuiam fluxo salivar < 1,20 ml/min foram considerados com hipossalivação. 72% dos pacientes possuiam hipossalivação, sendo 63% do sexo feminino e 37% do sexo masculino (p = 0,22). A mediana do fluxo de pacientes do sexo feminino foi de 0,8 ml/min e dos pacientes do sexo masculino foi de 1,05 ml/min (p = 0,08). A mediana da idade dos pacientes com hipossalivação foi 48 anos variando enre 16 a 82 anos, e dos pacientes sem hipossalivação foi 50 anos variando entre 31 a 78 anos (p = 0,33). Entre as perguntas relacionadas a hipossalivação e ao fluxo salivar a que obteve melhor valor predizível foi a nº 6 “Você sente a boca seca outras horas do dia?” (p = 0,002).

Somente a pergunta 6 mostrou relação positiva com hipossalivação e fluxo salivar. Não houve correlação entre hipossalivação e fluxo salivar com sexo e idade, porém houve uma tendência de pacientes do sexo feminino a apresentarem um fluxo salivar menor do que pacientes do sexo masculino. (Apoio CNPq.)

  I203 

Estudo estereológico da glândula parótida do rato durante as 24 horas de um dia de verão.

A. Y. FURUSE*, G. F. ASSIS, T. M. CESTARI, R. TAGA.

Departamento de Ciências Biológicas da FOB – USP – Bauru – SP. Tel.: (0**14) 235-8259.

Durante as 24 horas de um dia a massa das glândulas parótidas do rato sofre variações. Isto se deve ao comportamento regular que esses animais mostram durante o ciclo circadiano em função do horário de alimentação e de descanso e que é diferente, quando se compara entre os períodos sazonais. Neste trabalho foi verificado, por métodos estereológicos, a influência do volume dos compartimentos morfológicos da parótida nessa variação. Para isso foram obtidas glândulas de ratos albinos Wistar (n = 5) em intervalos de 4 horas durante as 24 horas de um dia de verão e processadas para exame pela microscopia óptica. A análise dos resultados mostrou que a massa, sofreu um lento decréscimo de 26% (p < 0,05) das 12 horas da tarde para as 4 horas da madrugada e uma rápida recuperação entre 4-8 até 12 horas, devido principalmente ao volume do compartimento dos ácinos, que mostrou-se máximo as 8 horas e mínimo as 4 horas variando nesse período cerca de 19% (p < 0,05). A variação do volume dos ácinos ocorreu em função da alteração do número de células, que foi máximo às 8 horas e mínimo às 16 horas e também do volume particular de cada célula. As 8 horas todas as células acinosas apresentaram-se grandes, repletas de material de secreção e as 4 horas a maioria dessas células mostraram-se menores deixando mais aparente o estroma periacinar. O volume do estroma e dos ductos, apesar de oscilarem, tiveram pouca influência na variação da massa glandular, devido a baixa porcentagem na glândula.

Concluimos que a massa da glândula parótida no verão diminui lentamente entre 12 e 4 horas e recupera-se mais rapidamente entre 4 e 12 horas, influenciada principalmente pelo volume dos ácinos. (*Bolsista de Iniciação Científica FAPESP - Processo 98/16470-4.)

  I204 

Influência da rugosidade superficial no torque para remover implantes.

C. N. ELIAS, J. H. C. LIMA, L. A. D. MEIRELLES*, C. A. MULLER, M. A. PINTO.

Instituto Militar de Engenharia. Tel.: (0**24) 344-3012. E-mail: elias@metal.eeimvr.uff.br

A qualidade da superfície é um dos principais fatores que influenciam nas respostas biológicas dos implantes dentários de titânio na forma de parafuso. A relação exata entre os parâmetros de rugosidade e a osseointegração ainda não está totalmente explicada. O objetivo do presente trabalho é analisar a influência da rugosidade no torque necessário para remover implantes odontológicos da tíbia de coelho. Foram colocados 12 implantes de 3,7 x 6 mm na tíbia direita de coelhos machos da espécie Nova Zelândia e com peso entre 5 e 6 kg. Os implantes foram divididos em três grupos. O grupo controle formado por implantes comerciais usinados Master Screw (Conexão Sistemas e Próteses) com rugosidade Ra = 0,32 ± 0,03 µm. O segundo grupo formado por implantes tratados com ácido e parâmetro de rugosidade Ra = 0,51 ± 0,04 µm e o terceiro com Ra = 0,92 ± 0,11 µm. Um sistema para remover os implantes foi acoplado à máquina universal de ensaio mecânico, o qual permitiu medir a variação do torque aplicado com a rotação do implante com precisão de 0,1 N. Os implantes foram removidos 14 semanas após a cirurgia e o torque necessário para remover os implantes foi maior que o encontrado na literatura em que os implantes foram removidos 12 semanas após a cirurgia (A. WENNERBERG and col, Int J Oral Maxillofac Implants (1996), 11:38; J. H. C. LIMA, C. N. ELIAS, C. A. MULLER, M. A. PINTO, M. H. PRADO, H. SCHECHTMAN, SBPqO 1999).

Os implantes comerciais Master Screw foram removidos com torque médio de 62,08 N.cm, os com rugosidade Ra = xxx removidos com 76,45 N.cm e os com Ra = xxxx removidos com 66,56 N.cm. Os resultados indicam que existe uma rugosidade ótima que pode ser obtida com ataque ácido.

 

  I205 

Implantes unitários com cobertura de hidroxiapatita: análise de 7 anos.

M. GROISMAN, H. FERREIRA, W. FROSSARD, L. MENEZES, N. D. HARARI*.

*Doutorando em Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O uso de implantes osseointegrados para restaurar elementos dentários ausentes de pacientes edentados totais e parciais tornou-se uma crescente opção de tratamento nos últimos anos graças ao suporte cientifico advindo de diversos estudos longitudinais. A evolução da técnica trouxe uma nova dimensão ao tratamento do edentulismo unitário já que não há necessidade de preparo coronário de elementos adjacentes ao espaço protético e, por conseqüência, a possibilidade de conservação da integridade destes. O objetivo deste estudo é apresentar uma análise clínica retrospectiva de 7 anos em que edentulismos unitários foram restaurados através de implantes osseointegrados com cobertura de hidroxiapatita. A metodologia empregada para a avaliação do tratamento incluiu exames periódicos pós-cirúrgicos a cada 6 meses. Aspectos clínicos como edema e sangramento a sondagem, mobilidade visível, sensibilidade dolorosa a palpação e percussão foram verificados. Radiograficamente, exames periapicais com técnica de paralelismo e cone longo foram utilizados para verificação de reabsorção óssea proximal periimplantar. Do total de 271 implantes instalados 12 foram perdidos, o que representa uma taxa de sobrevida de 95,57%. Além de dificuldades estéticas, a complicação mais freqüentemente observada foi afrouxamento do parafuso de retenção do transmucoso protético.

Como conclusão, os resultados apresentados corroboram com os achados da literatura e sugerem que implantes osseointegrados podem ser utilizados como procedimento rotineiro na clínica para a substituição de elementos unitários ausentes.

 

  I206 

Morbidade da região ilíaca como zona doadora de enxertos para reconstruções alveolares

R. M. G. AZEVEDO*, H. NARY FILHO, F. A. C. TICIANELLI, A. A. L. VALLE.

Departamento de Odontologia – Universidade do Sagrado Coração – USC – Bauru.

Neste estudo, a porção anterior da crista ilíaca foi eleita como área doadora de enxertos ósseos devido ao seu rico conteúdo de osso esponjoso, tratando-se de enxertos de grande extensão para reabilitação de severas reabsorções alveolares utilizando-se implantes osseointegrados. Nosso objetivo foi verificar os níveis de dor relatados pelos pacientes e verificar as seqüelas decorrentes do procedimento para sua obtenção. Um total de 18 pacientes, sendo 5 homens e 13 mulheres, com idades variando de 15 a 68 anos, responderam questionários subjetivos no pós-operatório analisando dor, estética e grau de expectativa quanto ao procedimento, assim como receberam avaliações por equipe de fisioterapeutas em relação à normalidade da motricidade e alterações sensitivas nos seguintes prazos pós-operatórios: 1 mês, 3 e 6 meses e 1 ano. Houve queixas em relação à dor moderada no pós-operatório imediato (48 horas) e alterações na marcha, até o prazo de 3 meses. Um paciente (5,5%) apresentou parestesia persistente na região do nervo cutâneo lateral da coxa. Não houve ocorrência de fraturas do ilíaco, hérnias ou hematomas.

Devido à baixa incidência de complicações motoras e sensitivas, resultando em cicatrizes esteticamente aceitáveis, conclui-se ser esta técnica segura e de prognóstico favorável.

 

  I207 

Enxerto conjuntivo subepitelial e matriz dérmica acelular no tratamento de recessões gengivais.

D. C. GRISI, A. B. NOVAES JR., M. F. M. GRISI, S. L. S. SOUZA, G. O. MOLINA*.

FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3980.

O objetivo do presente estudo foi comparar os resultados clínicos obtidos através de enxerto de tecido conjuntivo subepitelial (TCS) ou de matriz dérmica acelular (MDA), no tratamento de recessões gengivais. Foram selecionados 12 pacientes com presença de recessões gengivais, classe I ou II de Miller, localizada em diferentes quadrantes. Um total de 36 recessões gengivais foram tratadas através de enxerto conjuntivo subepitelial ou enxerto alógeno de matriz dérmica acelular. Os parâmetros clínicos foram avaliados 2 semanas após a terapia periodontal básica e após 3 meses aos procedimentos. Os resultados demonstraram que não houve diferença significativa entre TCS e MDA quanto as médias das medidas de recobrimento radicular (TCS = 2,4 ± 1,1 mm, MDA = 2,0 ± 1,0 mm), redução de profundidade de bolsa (TCS = 1,86 ± 0,84 mm, MDA = 1,7 ± 1,13 mm) e nível de inserção clínica (TCS = 0,92 ± 0,98 mm, MDA = 1,06 ± 0,77 mm), no entanto verificou-se uma maior formação de mucosa queratinizada nas recessões tratadas através de enxerto de tecido conjuntivo (0,89 ± 0,90 mm) do que quando tratadas com o enxerto alógeno (0,08 ± 0,97 mm), possivelmente devido ao pequeno período de observação.

De acordo com os resultados, o enxerto de matriz dérmica acelular representa um possível substituto para o tecido palatino nos procedimentos cirúrgicos visando o tratamento de recessões gengivais. (­Apoio: Promodent.)

 

  I208 

Relação do “stress” e os parâmetros clínicos da doença periodontal.

Z. A. FERREIRA, A. S. OLIVEIRA, V. O. P. MACHADO*, L. N. PEREIRA.

UNAERP.

A influência do “stress” no cotidiano na condição periodontal tem sido motivo de recentes pesquisas. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar as informações pertinentes ao comportamento dos indivíduos e a condição clínica periodontal. Em um estudo transversal, foram analisados 59 indivíduos, numa faixa etária de 14 a 45 anos, de ambos os sexos, com diferentes graus de escolaridade. Foram utilizados o PSR (Periodontal Screening Recording), Índice de Placa de O’Leary e um questionário de humor, denominado IDATE. No início do tratamento periodontal, foi aplicado o questionário em todos os indivíduos para avaliar o nível de “stress”, qual a sua manifestação no cotidiano e o estado de humor dos indivíduos. A avaliação das respostas dos indivíduos demonstraram resultados significativos para presença de “stress” e humor agitado e deprimido. A condição de “stress” foi diretamente proporcional ao índice de placa.

Os resultados demonstraram uma relação direta entre “stress”, estado de humor, associados à índices de placa e PSR, ambos elevados. Indivíduos em situações desta natureza não se sentem motivados à realização dos cuidados pessoais, como escovação e uso de fio dental, pois são tomados por sentimentos de menos valia e baixa auto-estima.

 

  I209 

Avaliação quantitativa e qualitativa do grau de motivação no autocuidado bucal.

L. A. AZEVEDO*, D. M. RÊGO.

Disciplina de Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia – UFRN.

Este trabalho avaliou o grau de motivação ao autocuidado bucal através de duas abordagens em instrução de higiene. Para isso participaram 13 indivíduos, os quais foram divididos em dois grupos. O grupo 1, recebeu a instrução de forma direta e realizou simultaneamente a escovação no instante inicial, enquanto que no grupo 2 foi realizada uma profilaxia profissional no instante inicial e uma instrução de escovação de forma indireta, com o auxílio de um modelo. A análise quantitativa foi realizada através da aplicação clínica dos Índices de Placa e Gengival em dois momentos: To - 1º dia do experimento e Tf - 21 dias após. Para a avaliação qualitativa os sujeitos da pesquisa foram interrogados através de uma entrevista estruturada, a qual buscava apreender o grau de sensibilização, segurança e responsabilidade com relação ao autocuidado bucal. Os dados referentes aos índices clínicos foram analisados através do teste t de Student e para a avaliação qualitativa foi empregada a Técnica da Análise do Conteúdo. Ambos os grupos apresentaram uma redução nos Índices de Placa e Gengivite, considerando o fator tempo. Não houve uma diferença significativa (p = 0,091) entre o Índice de Placa do grupo 1 (0,48) em relação ao grupo 2 (0,22). Foi verificada uma redução significativa (p = 0,046) do Índice Gengival do G1 (0,500) em relação ao G2 (0,134), o que resultou em melhores condições de saúde gengival.

A avaliação qualitativa revelou que a abordagem utilizada no G1 envolveu o sujeito no aprendizado, o que facilitou o interesse e o desenvolvimento de habilidades. A instrução de escovação de forma direta propiciou um maior grau de sensibilização e motivação.  Palavras-Chaves: controle local, prevenção, índice de placa, índice gengival, higiene oral, escovação.

  I210 

Terapia sobre defeitos moles com matriz dérmica acelular.

A. B. NOVAES Jr., F. C. BATISTA Jr., E. L. BATISTA Jr.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
Tel.: (0**16) 602-3962.

Os defeitos de tecidos moles geralmente envolvem a necessidade de enxertos autógenos, os quais têm relação direta com sítios doadores e cicatrização primária, esta associada com a diminuição de altura tecidual. Busca-se, nesta pesquisa associar a matriz dérmica acelular (ADM) aos defeitos relatados. Em oito pacientes não fumantes e com história negativa foram selecionados 18 sítios na região anterior da maxila desprovida de dentes sendo o ganho horizontal considerado como padrão e ponto fixo para a construção de contenções de acrílico modificado e fios ortodônticos. A distância entre essas contenções e a mucosa do paciente era avaliada para ganhos horizontais teciduais. Já as variações verticais foram desprezíveis. As porções de ADM eram reidratadas e colocadas nos sítios receptores de maneira dobrada para que fossem obtidos os ganhos em espessura desejados. As suturas, feitas sem tensão, eram retiradas após 7 dias, evitando-se pressão na linha de incisão. Os pacientes usaram antimicrobianos locais e sistêmicos. As avaliações após 30 dias, 3 e 6 meses mostraram ausência de infecção e dor, com recobrimento total do tecido dentro de 21 dias. O ganho horizontal foi de 1,72 ± 0,59 mm em 6 meses e redução de 1,25 ± 0,49 mm.O ganho vertical foi de 0,61 ± 0,77 mm embora 66,7% dos resultados variando de 1a 2 mm.

A ADM foi considerada biocompatível com ganhos horizontais e cor semelhante à mucosa sendo apreciáveis outros estudos comparativos aos enxertos autógenos para defeitos de tecidos moles.

 

  I211 

Microinfiltração em restaurações com dois tipos de cimento de ionômero de vidro.

S. I. MYAKI, P. M. HAYASHI*, M. FAVA, I. BALDUCCI.

Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar a microinfiltração em cavidades proximais restauradas com dois diferentes tipos de cimento de ionômero de vidro, um convencional desenvolvido para o Tratamento Res­taurador Atraumático (Ketac-Molar - Espe) e um modificado por partículas de prata (Ketac-Silver - Espe). Foram utilizados 10 pré-molares, clinicamente hígidos, recém-extraídos, onde foram confeccionados preparos cavitários tipo “slot” vertical nas faces mesial e distal. No G1 (n = 10) foi utilizado o Ketac-Molar como material restaurador. No G2 (n = 10) os preparos foram restaurados com Ketac-Silver. Para ambos os materiais, as restaurações foram realizadas seguindo-se as recomendações do fabricante. Todos os espécimes foram termociclados (500 ciclos - 5ºC e 55ºC - 30 segundos em cada banho), impermeabilizados com duas camadas de esmalte de unha até 1 mm da margem cervical das restaurações. Os espécimes foram imersos em solução de azul de metileno a 0,5%, por 4 horas. Após, foram seccionados no sentido mesiodistal e avaliados quanto à microinfiltração. Os resultados obtidos demonstraram que os dois materiais apresentaram níveis elevados de penetração do traçador na interface dente-restauração e, a análise estatística (teste de Mann-Whitney, p = 0,8413) revelou não haver diferença significante entre os dois materiais.

Foi concluído que o Ketac-Molar e o Ketac-Silver apresentaram desempenho similar, não sendo efetivos para impedir a microinfiltração.

  I212 

Avaliação da infiltração marginal em restaurações de resina composta.

C. M. OLIVEIRA1, A. B. SOARES1, M. F. DE GÓES2, A. B. SOARES2, M. SCHUCKAR1.

1Departamento de Dentística da USC – Bauru, SP; 2Departamento de Materiais Dentários – UNICAMP.

O objetivo deste estudo foi o de avaliar in vitro a influência da utilização de inserções de porcelana Beta-Quartz® no selamento marginal de restaurações classe II de resina composta. Foram preparadas cavidades MOD em molares extraídos (n = 20), sendo o limite cervical da caixa proximal localizado 0,5mm acima da junção amelocementária. As cavidades foram restauradas com resina composta Tetric®, sendo que 10 dentes receberam inserções de porcelana Beta-Quartz nas caixas proximais. Após 48 horas de armazenagem, as amostras foram submetidas a ciclagem térmica, constituída por 2.000 ciclos, com temperaturas de 5º a 55ºC, tempo de permanência em cada temperatura de 10 segundos, e tempo de transferência entre os banhos de 2 segundos. Os dentes foram imersos em solução de fucsina básica a 1% por um período de 24 horas. Para avaliação da infiltração marginal as amostras foram seccionadas em direção MD, em fatias de 1000 µm. A leitura da quantidade de penetração (em mm) do corante foi realizada utilizando-se uma lupa estereoscópica (50 X). A avaliação estatística para comparação entre o grupo experimental (com inserções de porcelana) e o grupo controle (sem inserções de porcelana) foi realizada através do teste t de Student.

Os resultados não evidenciaram diferença estatisticamente significante nas restaurações com ou sem a utilização das inserções de porcelana.

 

  I213 

Efeito de tratamentos superficiais na porcelana sobre a resistência de união ao dente.

A. B. OSÓRIO*1, G. B. CAMACHO1, T. NONAKA, M. GONÇALVES2.

1Departamento de Odontologia Rest. da Faculdade de Odontologia de Pelotas; 2Departamento de Odontologia Rest. e Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP. E-mail: angelao@conex.com.br

A estética tem tido grande ênfase na Odontologia atual. Novas técnicas e materiais surgiram e continuam a surgir com este propósito como as res­taurações indiretas de cerâmica. O sucesso destas restaurações dependem basicamente da união da cerâmica com a estrutura dental empregando-se um cimento resinoso e uma técnica adesiva. O fracasso deste mecanismo terá como conseqüência o descolamento da restauração resultando no insucesso do tratamento restaurador. Na tentativa de obter-se uma técnica de união mais efetiva a estas restaurações que resolva ou minimize o problema acima, remete-se a importância deste estudo. Neste trabalho in vitro, foram realizados testes de cisalhamento sobre 40 corpos-de-prova confeccionados com uma cerâmica feldspática e outra aluminizada que sofreram 3 tratamentos superficiais comparando-os com o grupo controle: 1. tratamento superficial com jato de partículas de 50 µ de óxido de alumínio e um agente silano; 2. jato de partículas de 50 µ de óxido de alumínio sem o agente silano; 3. aplicação do ácido fluorídrico à 10% sem o agente silano; 4. aplicação do ácido fluorídrico à 10% e agente silano como grupo controle. Os espécimes foram cimentados na face vestibular de pré-molares humanos.

A análise estatística dos dados originais apontou para uma diferença entre os tratamentos. A cerâmica com reforço de alumina apresentou melhor desempenho da mesma forma que o ácido fluorídrico foi mais efetivo que o jato de óxido de alumínio. Outrossim, a utilização do agente silano foi fundamental para a obtenção dos maiores valores de adesão da porcelana à estrutura dental.

  I214 

Estudo comparativo da microinfiltração cervical em restaurações classe II com diferentes resinas condensáveis.

R. C. UCHÔA*, R. BRAZ, M. A. FERNANDES, R. A. ROSENDO, J. A. NASCIMENTO.

Departamento de Odontorestauradora – Faculdade de Odontologia de Pernanbuco.

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar os graus de microinfiltração cervical em restaurações Classe II, com margem em esmalte e cemento, utilizando três diferentes resinas condensáveis. Foram selecionados 30 dentes humanos hígidos, englobando molares e pré-molares, que foram armazenados em solução de timol 0,1% + salina 0,9%. Em cada dente, confeccionou-se cavidade classe II (MOD) padronizada com margem cervical localizada 1 mm abaixo da junção amelocementária na caixa mesial e 1 mm acima na ­caixa distal. Os dentes foram divididos aleatoriamente em três grupos (10 dentes em cada) e restaurados como segue: G1 - Surefil (Dentsply); G2 - Filtek P60 (3M); G3 - Fill Magic Condensável (Vigodent). A seguir, os espécimes foram termociclados (500 ciclos, 5ºC-55ºC, 20 s em cada banho), depois protegidos com adesivo plástico e esmalte de unhas, ficando exposta apenas as margens cervicais da restauração. Os dentes foram submersos em solução corante azul de metileno a 2% por 24 horas, lavados por 2 horas, secos e seccionados no sentido mesiodistal com disco diamantado dupla-face (KG Sorensen). Cada restauração foi avaliada por três examinadores previamente calibrados, através de MO com 25 X de aumento, sendo atribuídos graus 00 (nenhuma infiltração), 01(infiltração até a metade da parede gengival), 02 (infiltração em toda parede gengival), 03 (infiltração na parede axial em direção à polpa). Os escores foram compilados e submetidos à análise estatística pelo teste de Kruskal-Wallis e Wilcoxon (p £ 0,05).

Baseados neste estudo, os autores concluíram, utilizando o teste Kruskal-Wallis, que não há diferença estatística no grau de microinfiltração cervical das resinas testadas, no entanto, em relação ao G2, há diferença significativa percebida pelo teste Wilcoxon no grau de microinfiltração do cemento e do esmalte, ocorrendo maior infiltração em cemento.

  I215 

Efeito de diferentes técnicas de união na infiltração marginal de “inlays” cerâmicas.

J. L. R. LIMA, R. A. PIAIA, G. B. CAMACHO.

Departamento de Odontologia Rest. da Faculdade de Odontologia de Pelotas – UFPel.
E-mail: camacho@pel.conex.com.br

A busca pela estética tem tido um grande destaque na Odontologia atual. Novas técnicas e materiais surgiram com este propósito como as restaurações do tipo “inlay” e “onlay” cerâmicas. O sucesso destas restaurações depende basicamente da união da cerâmica com a estrutura dental empregando-se um cimento resinoso e uma técnica adesiva. O fracasso deste mecanismo fatalmente promoverá o descolamento, fratura ou infiltração marginal resultando no insucesso do tratamento restaurador. Na tentativa de obter-se uma técnica de união mais efetiva a estas restaurações que resolva ou minimize a infiltração marginal, remete-se a importância deste estudo. Para este trabalho, foram realizados ensaios de infiltração marginal de “inlays” cerâmicas com reforço de alumina que receberam quatro tratamentos superficiais de união. Para os ensaios, foram confeccionados 40 restaurações em pré-molares humanos extraídos e separados em quatro grupos referentes às três técnicas analisadas comparando-as com o grupo controle: 1. tratamento superficial com jato de partículas de 50 µ de óxido de alumínio e um agente silano; 2. jato de partículas de 50 µ de óxido de alumínio sem o agente silano; 3. aplicação do ácido fluorídrico à 10% sem o agente silano; 4. aplicação do ácido fluorídrico à 10% e agente silano como grupo controle. Estes grupos sofreram uma termociclagem e pigmentação com azul de metileno à 0,5%. Após o ensaio, foi feita uma análise quantitativa da infiltração através de um método de contagem de pontos.

A análise estatística dos dados apontou para uma significância entre os tratamentos realizados. A silanização promoveu os melhores resultados. Por outro lado, não houve diferenças entre o emprego do jateamento ou do condicionamento ácido sobre a infiltração marginal.

 

  I216 

Influência na microinfiltração do NaOCl no pré-tratamento dentinário de restaurações classe V.

M. S. SHINOHARA*, A. K. B. BEDRAN de CASTRO, C. M. AMARAL, L. A. F. PIMENTA.

Dentística da FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do hipoclorito de sódio em esmalte e dentina através do teste de microinfiltração utilizando três sistemas adesivos de frasco único. Foram utilizados 180 dentes bovinos, divididos aleatoriamente em 9 grupos (n = 20): G1- Single Bond/3M (SB); G2- NaOCl 10% solução + SB; G3- NaOCl gel + SB; G4- Prime Bond NT/Dentsply (PB); G5- NaOCl 10% solução + PB; G6- NaOCl gel + PB; G7- Gluma One Bond (GOB); G8- NaOCl 10% solução + GOB; G9- NaOCl gel + GOB. Foram confeccionadas cavidades classe V padronizadas com uma ponta diamantada especial (KG Sorensen - ref. 016) na junção amelocementária e restauradas com compósito Definite (Degussa). Após o acabamento e polimento das restaurações, os espécimes foram submetidos à termociclagem de 1.000 ciclos (5 ± 1/55 ± 1ºC por 1 minuto em cada banho). Em seguida, foram protegidos com duas camadas de esmalte de unha, imersos por 4 horas em solução neutra de azul de metileno a 2%, lavados, secos, cortados e analisados em lupa estereoscópica MEIJI 2000 (45 X). Os índices de microinfiltração foram registrados em escores (0-4), considerando a infiltração nas paredes incisal em esmalte e cervical em dentina. Os resultados foram analisados pelos testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (a = 0,05). Para o fator esmalte, não houve diferença estatística entre os grupos. Em dentina houve diferença estatisticamente significativa (p = 0,0129).

Dentina

G1

G2

G3

G4

G5

G6

G7

G8

G9

Mediana

1

4

3

1

4

4

4

4

4

Soma das ordens

1008,00a

1802,00c

1687,00ab

1301,50ab

1889,00c

1963,00c

1744,00bc

1950,00c

1963,00c

Conclui-se que o uso do NaOCl pode interferir negativamente na microinfiltração em dentina dependendo do sistema adesivo utilizado.

 

  I217 

Avaliação da microinfiltração de restaurações classe II com resinas condensáveis.

F. M. BORBA*, A. M. COSTA, L. M. de PAULA.

Departamento de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília. Tel.: (0**61) 307-2513.

Apesar da evolução na formulação original das resinas compostas, a microinfiltração continua a ser um problema observado ao longo dos anos. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a microinfiltração marginal em preparos classe II utilizando-se 3 novas marcas comerciais ditas “condensáveis”: Definite (Degussa), Solitaire (Kulzer) e P60 (3M) associadas ou não com resina de baixa viscosidade (Flow-It - Jeneric/Pentron). Foram selecionados 72 dentes recém-extraídos, entre molares e pré-molares, dos quais resultaram em 144 amostras. Durante toda a pesquisa os dentes permaneceram armazenados em água destilada e em estufa a 37ºC. As cavidades foram preparadas com margem gengival em esmalte e em cemento. Após os procedimentos de preparo, restauração e acabamento, os dentes passaram por um processo de ciclagem térmica. Depois de imersos em nitrato de prata 50%, foram seccionados longitudinalmente e avaliados através de lupa estereoscópica.

Os resultados do trabalho mostraram, pelo teste não-paramétrico Kruskal-Wallis (p > 0,05), que houve diferença estatística entre os grupos.

 

  I218 

Avaliação da microinfiltração em restaurações classe II com resinas condensáveis.

R. TEICHERT FILHO, J. A. STUDZINSKI*, E. FORMOLO, F. F. DEMARCO.

Departamento de Odontologia Restauradora da FO – UFPel. Tel.: (0**53) 273-6943.
E-mail: ffdemarco@hotmail.com

O objetivo do presente estudo foi avaliar o grau de infiltração marginal em cemento, empregando-se duas resinas condensáveis e uma resina adensável. Para o estudo foram selecionados 28 molares humanos extraídos livres de cárie. Foram confeccionadas 56 cavidades padronizadas, estritamente proximais, com margem gengival em cemento. Para simular melhor a condição bucal, os dentes foram incluídos em gesso, com dentes adjacentes. Para a realização das restaurações foram utilizadas matrizes metálicas e cunhas de madeira. As amostras foram divididas em quatro grupos (n = 14) de acordo com a resina empregada: Grupo I - controle - Z100 (3M); Grupo II - resina condensável Alert (Jeneric/Pentron); Grupo III - resina adensável P60 (3M); e Grupo IV - resina condensável Definite (Degussa). Realizou-se o condicionamento ácido e aplicação do sistema adesivo conforme a especificação do fabricante de cada material. As cavidades foram preenchidas pela técnica incremental, sendo polimerizadas por oclusal com uma unidade fotoativadora XL 3000 (3M). Após o acabamento e polimento, os dentes foram submetidos à ciclagem térmica, seguida pela imersão em azul de metileno. Seguindo a lavagem e secagem, os dentes foram seccionados e a infiltração marginal foi medida através de escores padronizados. Alta percentagem de infiltração foi observada em todos os grupos. A análise estatística (teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis) demonstrou que a resina condensável Alert apresentou graus de penetração do corante estatisticamente maiores (p < 0,05) que todos os outros mate­riais, os quais se apresentaram de maneira similar.

Com base na metodologia empregada, foi possível concluir que nenhum material foi capaz de eliminar a infiltração na parede em cemento e houve diferenças na performance dos materiais testados em relação a infiltração.

 

  I219 

Avaliação clínica de restaurações retidas a pino.

M. BRAGHINI*, M. S. da ROSA, L. F. REDANTE, E. FORMOLO, F. F. DEMARCO.

Departamento de Odontologia Restauradora da FOUFPel. Tel.: (0**53) 222-6690.
E-mail: ffdemarco@hotmail.com

O uso de pinos têm sido uma prática freqüente como meio auxiliar de retenção de restaurações de amálgama ou resina, em casos de grande perda da estrutura dental. Poucos estudos têm avaliado, a longo prazo a eficácia desse tipo de restaurações. O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento clínico das restaurações de amálgama e resina composta retidas a pino, realizadas nas clínicas da FO-UFPel no período de 1989 a 1999. Dos pacientes com restaurações retidas a pino realizadas no período, foi possível chamar 30 pacientes. Foram analisados tanto pinos cimentados quanto pinos rosqueados. Os pacientes foram submetidos a exames clínico e radiográfico. O exame clínico das restaurações foi realizado através da inspeção visual e sondagem, seguindo os critérios preconizados pelo United States Public Health Service (USPHS). Foram avaliadas um total de 44 restaurações, sendo 19 em amálgama e 25 em resina composta. Os resultados demonstraram que 18 (94,7%) das restaurações de amálgama estavam inaceitáveis e 21 (84%) das resinas se encontram nesta situação. A possibilidade de reparo foi verificada em 38,8% das restaurações de amálgama consideradas inaceitáveis, e em 38,0% das resinas. Nas restaurações restantes foi indicada a substituição imediata. Com relação a perda das restaurações, tanto em amálgama como em resina ocorreram 3 perdas restauradoras.

Os resultados demonstram alta prevalência de restaurações inaceitáveis, porém, em ambos materiais, houve poucas perdas restauradoras no período investigado.

 

  I220 

Avaliação da microinfiltração de 3 sistemas adesivos em dentes decíduos.

T. DONASSOLO*, C. VIGANÓ, A. L. FREDDO, F. R. R. MOURA, A. ROMANO, F. F. DEMARCO.

Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia – UFPel – RS.

O presente estudo teve como objetivo avaliar in vitro a infiltração marginal de 3 sistemas adesivos. Foram utilizados quinze dentes decíduos anteriores hígidos, onde foram confeccionadas duas cavidades padronizadas de classe V, nas faces vestibular e lingual. A parede incisal foi estabelecida em esmalte e a cervical em cemento. As amostras foram divididas aleatoriamente em três grupos (n = 10 cavidades), de acordo com os sistemas adesivos empregados: dois adesivos, um de quinta geração, da técnica de condicionamento ácido total (Single Bond - SB, 3M), e outro autocondicionante (Clearfil Liner Bond 2V - CLB2V, Kuraray), e um adesivo de quarta geração (Scotchbond Multi-Purpose Plus - SBMPP, 3M). Os materiais foram aplicados seguindo as orientações dos fabricantes. As cavidades foram preenchidas em incremento único com resina composta Sculpt-It (Jeneric/Petron). Um aparelho fotoativador XL 3000 (3M) foi empregado. Após o acabamento e polimento os dentes foram submetidos a termociclagem. Os ápices foram selados, os dentes isolados com esmalte e imersos em azul de metileno. Depois de seccionados, a infiltração foi analisada em aumento de 40 X, com base em escore padronizado. Os dados foram submetidos a análise estatística (testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney). A infiltração em cemento foi maior que em esmalte (p < 0,05), não havendo diferenças entre os materiais. Em esmalte, o SBMPP e o CLB2V demonstraram resultados similares, exibindo menor infiltração que o SB (p > 0,05).

Conclui-se que os sistemas adesivos SBMPP e CLB2V apresentaram comportamento similar em margens de esmalte, mas superior ao SB, não havendo diferenças entre os materiais em cemento.

  I221 

Microinfiltração de diferentes materiais em restaurações com amálgama aderido.

M. S. CENCI*, F. POTRICH, E. PIVA, E. FORMOLO, F. F. DEMARCO.

Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia – UFPel – RS.
Tel.: (0**53) 222-6690.

O objetivo desse trabalho foi verificar a capacidade de diferentes materiais adesivos de diminuir a microinfiltração em restaurações com amálgama aderido. Foram selecionados 35 incisivos bovinos, sendo confeccionadas cavidades de forma cúbica com 2 mm de aresta, nas faces vestibular e lingual, com margem gengival em cemento e oclusal em esmalte. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 5 grupos (n = 14), de acordo com o material utilizado: Grupo I- Vitrebond (3M), Grupo II- RelyX ARC (3M), Grupo III- Panavia 21 (Kuraray), Grupo IV- Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray) e Grupo V- Controle, verniz Copalex (Inodon). Os materiais adesivos foram aplicados conforme instruções dos fabricantes, sendo, antes da polimerização, realizadas as restaurações com amálgama GS-80 (SDI). Sete dias após as restaurações sofreram acabamento e polimento, sendo após submetidas à termociclagem e após, imersão em corante. Depois de seccionadas, as amostras foram avaliadas quanto à infiltração marginal seguindo escores padronizados, sob aumento de 40 X. Os resultados submetidos á análise estatística (testes não paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney) revelaram que todos materiais adesivos apresentaram melhores resultados que o controle em esmalte (p < 0,01), sendo similares entre si. Em cemento, o grupo I apresentou melhores resultados que todos os demais (p < 0,01). A infiltração marginal foi maior em cemento que em esmalte (p < 0,01).

Concluiu-se que a técnica do amálgama aderido mostrou-se efetiva, pois todos os materiais testados reduziram o grau de infiltração marginal em esmalte e cemento, com exceção do Panavia 21 em cemento, havendo a prevenção total da infiltração no material Vitrebond.

 

  I222 

Influência do selamento superficial na microinfiltração da resina P60.

E. A. CÉSAR*, A. R. P. do CARMO, C. ANAUATE NETTO, M. N. YOUSSEF.

Operative Dentistry Departament – University Mogi das Cruzes, São Paulo, Brazil.

A proposta deste trabalho foi avaliar a microinfiltração da resina composta P60 (3M) com sistema adesivo Single Bond (3M) através da técnica incremental e incremento único, associado a utilização do selante de superfície Fortify (Bisco). Trinta dentes molares recém-extraídos foram divididos em 4 grupos: G1- sem selante/incremento único; G2 - com selante/incremento único; G3- sem selante/técnica incremental; G4- com selante/técnica incremental. Foram realizadas duas cavidades proximais padronizadas, tipo “slot” vertical. Cada dente foi restaurado de acordo com os grupos acima. Depois do acabamento e polimento (Sof-Lex Pop-On - 3M) os dentes foram imersos em solução de nitrato de prata a 0,1% por 24 horas e mantidos a 37ºC. Cada dente foi cortado longitudinalmente no sentido mesiodistal. A observação da penetração foi realizada em um microscópio Olimpus BH-2 - 40 X, utilizando uma escala de 0-3 para os níveis de infiltração.

Grau de infiltração

Grupo

N

Médias

Sem sel./ único

45

139,44

Com sel./ único

45

60,33

Sem sel./Téc. incremental

45

79,59

Com sel./Téc. incremental

45

82,63

Houve microinfiltração em todos corpos-de-prova. A análise estatística Kruskal-Wallis não mostrou influência nas técnicas utilizadas. A aplicação do selante diminui significativamente a infiltração. A técnica de incremento único/selante apresentou o menor nível de infiltração (p > 0,05).

 

  I223 

Resistência de união de sistemas adesivos autocondicionantes.

G. C. LOPES, C. KRONNERS*, L. C. VIEIRA.

Dentística Restauradora – UFSC. Tel.:(0**48) 224-6990, fax: (0**48) 234- 1788.
E-mail: guilherme_lopes@usa.net

O presente trabalho teve por intenção avaliar a resistência de união ao esmalte e à dentina de quatro novos sistemas adesivos autocondicionantes. 80 molares humanos foram incluídos com resina acrílica em tudos de PVC. As superfícies oclusais foram polidas até lixa de granulação 600. E, divididos aleatoriamente entre os 8 grupos (n = 10). Os 4 sistemas adesivos foram aplicados conforme instruções dos fabricantes. Uma cápsula cilíndrica gelarinosa (d = 4,3 mm), preenchida com compósito híbrido de cada fabricante, foi posicionada sobre a superfície dental e fotopolimerizado durante 40 segundos. Após 24 horas, os corpos-de-prova foram submetidos a ensaios de cisalhamento em uma máquina de ensaios EMIC (5 mm/min). As médias de força de união (MPa) foram:

Sistema adesivo

 Clearfil SE Bond

Clearfil Liner Bond 2V

 Etch & Prime 3.0

NRC Prime&Bond NT

Esmalte

13,28 (5,0) A

17,99 (4,8) A

5,01 (3,6) B

6,46 (6,3) B

Dentina

  18,00 (4,08) a

17,52 (5,4) a

4,44 (2,2) b

2,81 (1,5) b

Os dados foram analisados por “one-way” ANOVA. Concluiu-se que em ambos substratos os sistemas Clearfil SE Bond e Clearfil Liner Bond 2V apresentaram resistência de união superior à Etch & Prime 3.0 e NRC + Prime & Bond NT.

 

  I224 

Microinfiltração em resina composta: substrato bovino versus humano.

M. PARAIZO, A. R. DIAS*, A. C. LAMOSA, T. BRAGA, K. DIAS.

Departamento de Dentística da UERJ e UFRJ. Tel.: (0**21) 587-6382.

O objetivo deste estudo foi comparar a capacidade de selamento marginal de sistemas adesivos em dentes humanos e bovinos. Para cada grupo foram preparadas dez cavidades classe V padronizadas em dentes recém-extraídos, com uma margem em dentina/cemento, e outra em esmalte. Todos os materiais foram usados de acordo com as instruções do fabricante. Gr 1 - Scotchbond Multiuso Plus (3M) - humanos; Gr 2 - Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray) - humanos; Gr 3 - Etch & Prime 3.0 (Degussa) - humanos; Gr 4 - SBMP - bovinos; Gr 5 - CLB2V - bovinos; Gr 6 - EP3.0 - bovinos. Todas as cavidades foram restauradas com o compósito TPH Spectrum (Dentsply). Os espécimes foram então armazenados em água destilada por uma semana, corados com uma solução de nitrato de prata à 50%, incluídos em resina epóxi e seccionados. As restaurações foram avaliadas por três examinadores calibrados, em uma lupa (25 X). Foi atribuída uma classificação, de acordo com a penetração do corante, indo de: 0 (ausência de penetração) a 3 (infiltração além da parede axial). Os resultados foram tratados estatisticamente pelos testes ANOVA, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Os postos médios obtidos foram: a) material: Gr 1 - 163,11; Gr 2 - 175,05; Gr 3 - 187,27; Gr 4 - 95,33; Gr 5 - 106,06; Gr 6 - 125,14, sendo que Gr 1, 2 e 3 < Gr 4, 5 e 6 (p < 0,05); b) avaliação global: humanos - 175,15 < bovinos - 108,92 (p £ 0,05); c) região: cemento - 182,49 < esmalte - 102,91 (p £ 0,05).

Baseado nos resultados, os autores concluíram que o substrato bovino impediu melhor a microinfiltração de corantes que o humano, não sendo, portanto, adequado para estudos de infiltração.

  I225 

Efeito do tipo de solvente na microinfiltração de restaurações de resina composta usando adesivos de frasco único.

G. C. LOPES, F. BIASI*, L. C. VIEIRA.

Dentística – UFSC. Tel.: (0**48) 224-6990. E-mail: guilherme_lopes@usa.net

O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de microinfiltração de res­taurações de resina composta Classe V com margens em esmalte e dentina usando quatro sistemas adesivos com diferentes solventes: Excite - Vivadent (etanol); One Coat Bond - Coltene (água); Prime & Bond NT - Dentsply (acetona) and SingleBond - 3M (etanol/água). 40 cavidades (2,5 mm x 2,0 mm x 2,0 mm) foram preparadas em pré-molares, com a margem oclusal em esmalte e a margem gengival em dentina. Todos os adesivos foram aplicados conforme as orientações dos fabricantes. As cavidades foram restauradas com as resinas híbridas em dois incrementos. Depois de 24 em água os dentes foram termociclados (250 X, 5-55ºC, 60 s cada ciclo). Os espécimes foram imersos em solução de azul de metileno por 12 horas, e seccionados longitudinalmente, com um disco diamantado. A microinfiltração foi analisada com escala de 0-4. Os dados foram submetidos ao teste Kruskal-Wallis.

Os resultados sugerem que a microinfiltração nas margens em esmalte continua sendo menor do que nas margens em dentina, mesmo para os novos sistemas de frasco único. Não houve diferença no grau de infiltração dos adesivos testados independente do tipo de solvente, em ambos os substratos.

 

  I226 

Resistência de união ao esmalte após clareamento com peróxido de carbamida à 35%.

P. G. OLIVEIRA*, C. G. GONÇALTER, V. GOULART, L. A. G. PIRES.

Departamento de Materiais Dentários – ULBRA.

O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, a resistência de união da resina composta ao esmalte dental após tratamento clareador com peróxido de carbamida à 35%. Foram utilizados 50 incisivos centrais superiores permanentes. Os dentes foram preparados, seccionando-se suas coroas a 1 mm do colo dentário, com o emprego de discos de dupla face de diamante (KG Sorensen). As coroas foram incluídas em resina acrílica autopolimerizável, deixando a superfície da face vestibular exposta. As amostras foram divididas em 5 grupos de 10 cada e armazenadas em saliva artificial por uma semana: Grupo 1, grupo controle, não recebeu tratamento clareador; Grupos 2, 3, 4 e 5 receberam tratamento clareador com gel de peróxido de carbamida (Opalescence Quick, Ultradent) durante 40 minutos por 4 dias. Após as amostras foram lavadas em água corrente e armazenadas em saliva artificial. No grupo 1, após 7 dias de saliva artificial, foi condicionado com ácido fosfórico à 37% por 15 s, lavados, secados levemente e aplicado o adesivo Single Bond (3M) e fotoativado, em seguida foram colocados 2 incrementos de resina composta Z250 (3M) de 2 mm cada e fotoativado; grupo 2 recebeu a resina composta 3 dias após tratamento clareador; grupo 3, 10 dias após; o grupo 4, 17 dias após e grupo 5, 24 dias após. As amostras foram submetidas ao teste de tração com velocidade de 1 mm/min. Resultados em MPa: grupo 1 - 22,38 MPa; grupo 2 - 23,34 MPa; grupo 3 - 22,94 MPa; grupo 4 - 20,02 MPa; e grupo 5 - 20,49 MPa.

Os resultados obtidos não indicaram diferença estatística entre os grupos testados.

  I227 

Compômeros: análise de microinfiltração.

E. M. MOTA*, L. A. G. PIRES.

Departamento de Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia da ULBRA.
Tel.: (0**51) 342-7759. E-mail: edmota@cpovo.net

O objetivo desta pesquisa é comparar cinco marcas comerciais de compômeros e determinar a capacidade de selamento marginal das restaurações com estes materiais através de teste in vitro de microinfiltração. Neste trabalho cinco destes foram testados: F2000 (3M), Dyract (Dentsply), Elan (Kerr), Freedom (SDI) e Compoglass (Vivadent). Foram utilizados 50 molares permanentes, onde duas cavidades padrão foram confeccionadas nas proximais com broca KG 2094. Após isto, foram distribuídos em cinco grupos e restaurados com os respectivos compômeros de acordo com as especificações do fabricante. Ao longo dos testes, os corpos-de-prova passaram por ciclagem térmica com intuito de simular as condições bucais. Posteriormente, foram corados com solução de azul de metileno 0,5% por 48 horas a 37ºC. Em seguida, foram seccionados e avaliados, através de microscópio ótico (100 X), para determinação do grau de microinfiltração.

Houve infiltração marginal em todas amostras de todos os grupos testados, logo os compômeros não foram capazes de selar efetivamente a margem dente restauração após estresse térmico (97% das amostras apresentaram grau 2 de infiltração). Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos testados para o teste de Kruskal-Wallis (p = 0,420) e houve formação de frestas, “gap”, em todos os grupos quando avaliados em microscopia eletrônica de varredura.

 

  I228 

Resistência à tração dos cimentos resinosos duais aos sistemas adesivos de frasco único.

L. ZITTO*, A. I. SANTOS, L. A. G. PIRES.

Departamento de Materiais Dentários – ULBRA/Canoas. E-mail: l.zitto@terra.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de união à tração dos cimentos resinosos duais com os sistemas adesivos hidrofílicos de frasco único junto à dentina. Foram utilizados 25 molares permanentes, que foram seccionados no sentido vestibulolingual com um disco de dupla face de diamante. As secções foram incluídas em resina acrílica autopolimerizável, deixando exposta a superfície de dentina. Os corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em 5 grupos de 10 cada, em todos os grupos foi feito condicionamento ácido com ácido fosfórico à 37% por 15 s, lavando-se pelo mesmo tempo e secando levemente. O grupo I foi utilizado o sistema adesivo Single Bond (3M) + o cimento resinoso RelyX (3M); o grupo II Excite + Variolink (Vivadent); o grupo III Bond  One + Lute–It (Jeneric/Pentron); grupo IV Prime & Bond NT + Enforce (Dentsply) e o grupo V OptiBond Solo + Nexus (Kerr), todos os sistemas adesivos e os cimentos foram utilizados de acordo com as normas do fabricante. Após cimentados, os dentes foram mantidos em ambiente úmido à 37% por 48 h. E então, as amostras forma submetidas ao teste de tração, com uma velocidade de 1 mm/min. Com os resultados obtidos, foi feita a análise estatística utilizando análise de variância e teste de Tukey com nível de significância de 1%.

Não houve diferença estatística entre os grupos, mas através dos resultados se observou que os grupos I e III apresentaram um desempenho clínico melhor, seguido do grupos IV, II e V.

 

  I229 

Avaliação da microinfiltração de restaurações realizadas com sistemas adesivos hidrófilos.

C. B. ELY*, D. P. BRASIL, L. A. G. PIRES.

Departamento de Materiais Dentários – ULBRA. Tel.: (0**51) 477-4000.
E-mail: carolinaely@hotmail.com

A Odontologia Adesiva ocupa um lugar de destaque no desenvolvimento de materiais e técnicas que possibilitem ao cirurgião-dentista a obtenção de restaurações ao mesmo tempo estéticas, duradouras e funcionais. Neste contexto evoluíram os sistemas adesivos utilizados em restaurações com resinas compostas. O propósito deste estudo foi avaliar o grau de microinfiltração obtido com a utilização de quatro sistemas adesivos hidrófilos, sendo um de múltiplos frascos (A - Scotchbond Multi-Purpose/3M), dois de frasco único (B - Single Bond/3M e C - Excite/Vivadent) e um autocondicionante (D - Etch & Prime 3.0/Degussa). Para tanto, foram utilizados 40 dentes molares humanos permanentes recém-extraídos. Em cada dente foram realizadas duas caixas proximais de 2 mm de largura e de parede gengival abaixo da junção cemento-esmalte, uma na face mesial e outra na distal. Os dentes foram então restaurados com os sistemas adesivos, seguindo instruções dos fabricantes, associados a um compósito micro-híbrido (Z100/3M). Após 500 ciclos térmicos, que simularam as condições bucais, os dentes foram corados em solução de azul de metileno a 0,5% por 24 horas, lavados e seccionados no sentido mesiodistal. A avaliação em microscopia óptica da microinfiltração seguiu os escores preestabelecidos (0 a 3). Através do teste Kruskal-Wallis e das comparações múltiplas, verificou-se a existência de diferenças significativas entre os materiais estudados. Observou-se que os materiais A e D apresentaram os menores graus de infiltração, não havendo diferença significativa entre eles. Os materiais B e C apresentaram os maiores graus de infiltração, sem também apresentar diferença estatisticamente significante entre si (p = 0,05).

Nenhum adesivo foi totalmente efetivo no controle da microinfiltração, porém em dentina/cemento os adesivos A e D apresentaram os melhores resultados.

 

  I230 

Propriedade de escoamento de selantes associados a adesivo em fissuras oclusais.

R. S. PEREIRA, A. C. B. BEZERRA, O. A. TOLEDO.

Departamento de Odontologia – Universidade de Brasília.

A contaminação salivar durante a aplicação de selantes é a mais freqüente razão de falhas para retenção. A utilização de adesivos dentinários hidrofílicos tem sido indicada visando diminuir a sensibilidade da técnica quando se utiliza isolamento relativo. O objetivo deste estudo é avaliar a utilização de adesivo hidrofílico associado ao selante na capacidade de escoamento para dentro das fóssulas e fissuras oclusais. 24 dentes decíduos posteriores foram separados em 4 grupos. Foram submetidos à profilaxia com pedra-pomes e água e receberam condicionamento com gel de ácido fosfórico a 37% por 30 segundos. Posteriormente, os grupos 1 e 2 receberam aplicação de selantes (FluroShield/Dentsply e Alpha Fluor Seal/DFL, respectivamente) com a técnica convencional, de acordo com as instruções dos respectivos fabricantes. Nos grupos 3 e 4 foi aplicado imediatamente antes dos selantes o adesivo dentinário hidrofílico (Prime & Bond 3.1/Dentsply), e em seguida polimerizados simultaneamente por 40 segundos. Os dentes fortam cortados no sentido mesiodistal e preparados para análise em microscopia óptica, sendo as fissuras dividas em quartos. Os dados foram analisados em percentuais. O preenchimento de 3 ou 4/4 das fissuras foi considerado satisfatório. Os grupos 1 e 2 apresentaram 80% de preenchimento de 3 e 4/4, enquanto os grupos 3 e 4 apresentaram 83% de preenchimento.

A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que o uso de adesivo dentinário associado ao selante não influi em sua propriedade de escoamento nos dentes decíduos.

 

  I231 

Estudo comparativo de microinfiltração entre três sistemas adesivos.

M. L. TOMBI, A. R. P. do CARMO, C. ANAUATE NETTO, M. N. YOUSSEF.

Departamento de Dentística – Universidade de Mogi das Cruzes.

O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente a microinfiltração dos seguintes sistemas adesivos: Clearfil Liner Bond 2 (Kuraray), Single Bond (3M) e Scotchbond Multiuso (3M). Foram utilizadas como variáveis: aplicação do condicionamento ácido por 15 segundos e sem sua aplicação e secagem total e parcial da dentina. Para este estudo foram utilizados 30 dentes 3º molares humanos inclusos recém-extraídos, armazenados em azida de sódio a 0,4% por 30 dias. Foram realizados 60 preparos de Classe V nas faces vestibular e lingual e restaurados com Herculite XRV (Kerr). Os corpos-de-prova foram imersos em nitrato de prata a 0,1% por 24 horas e mantidos a 37ºC. Cada restauração foi cortada longitudinalmente no sentido mesiodistal com 1 mm de espessura.

Após a observação em microscopia óptica de 40 X, posterior tabulação e tratamento estatístico através da análise de regressão múltipla, concluímos: a secagem e o tempo de condicionamento não apresentaram influência significativa quando analisados em separado. O Single Bond apresentou melhor resultado na associação dentina seca e úmida (p = 0,0151) e com o tempo de condicionamento de 15 segundos (p = 0,0025). O Clearfil Liner Bond 2 apresentou melhor desempenho na associação região/adesivo.

 

  I232 

Avaliação clínica da longevidade de selantes resinosos e ionoméricos aplicados em dentes posteriores: estudo transversal.

C. PINHEIRO*, T. C. COUTINHO.

Departamento de Odontoclínica – FO/UFF, Niterói – RJ. Tel.: (0**21) 719-1055.
E-mail: tcoutinho@openlink.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar transversalmente in vivo, a longevidade dos selantes de sulcos e fissuras resinosos e ionoméricos aplicados em dentes posteriores, assim como o seu desempenho clínico em pacientes atendidos na Clínica de Odontopediatria da FO-UFF, no ano de 1992 a 1999, que participaram de um programa de prevenção em saúde bucal da disciplina de Odontopediatria. Os selantes foram avaliados aos 6, 12, 24 e 48 meses após a sua aplicação através do exame visual-tátil com o auxílio da aplicação de corante fucsina básica, de acordo com a metodologia de SUNDFELD (1992). No total, 220 selantes foram avaliados. Observou-se uma retenção total de 42,7% e uma retenção parcial de 35,5%. Cerca de 11,4% dos selantes estavam ausentes, 7,2% dos dentes encontravam-se cariados e 3,2% dos selantes foram substituídos por outro material. Não foi observada diferença estatisticamente significante quanto ao desempenho clínico entre os selantes Delton, FluroShield e os selantes ionoméricos (p > 0,05). O Delton apresentou-se estável quanto a retenção em todos os períodos avaliados, por outro lado, o FluroShield apresentou maior perda após 48 meses e os ionoméricos nos primeiros 6 a 12 meses, estatisticamente significante (H = 12,1; H = 8,13; p < 0,05, respectivamente).

Concluiu-se que, apesar do baixo percentual de retenção total e parcial encontrado (78,2%), os selantes aplicados nos pacientes da amostra mostraram-se efetivos na prevenção da cárie, com apenas 10,4% dos dentes cariados/restaurados no período de tempo do estudo.

  I233 

Inserções musculares no disco articular da ATM e seu deslocamento ântero-lateral.

P. L. CASADO*, B. O. NASCIMENTO, E. S. ANTUNES, J. H. V. SERRÃO.

Mestrado em Odontologia Social – UFF – Disciplina de Metodologia Científica – FO-UFF.

Considerando-se a inserção da porção superior do músculo pterigoideo lateral no disco articular e o direcionamento ântero-medial de suas fibras, espera-se que o disco ao sofrer luxação seja também deslocado nesse sentido. Utilizando imagem de ressonância magnética nuclear, em 1996, TASAKI, WESTESSON, ISBERG, REN e TALLENTS, demonstraram a prevalência do deslocamento ântero-lateral do disco articular em pacientes com distúrbios temporomandibulares, não sendo feita qualquer correlação entre os resultados obtidos em sua pesquisa e os componentes da articulação temporomandibular. Os trabalhos de MYER (1988), LOUGHNER e MAHAN (1996), descreveram a inserção de porções dos músculos masseter e temporal na face ântero-lateral do disco articular. O presente trabalho objetiva relacionar tais inserções com os distúrbios temporomandibulares, especialmente no deslocamento ântero-lateral do disco articular. Utilizou-se, o método hipotético-dedutivo de abordagem, onde o problema levantado foi o desconhecimento da causa do deslocamento ântero-lateral do disco articular e a hipótese sugerida é que os músculos masseter e temporal, por suas inserções no disco articular, determinam a prevalência do deslocamento neste sentido. No teste de falseamento foram dissecadas 10 articulações temporomandibulares com o intuito de encontrar outras inserções musculares que pudessem participar neste deslocamento.

Não há outras inserções musculares na parte ântero-lateral do disco articular, e desta forma pode-se sugerir que os músculos masseter e temporal estejam relacionados ao deslocamento ântero-lateral do disco articular nas disfunções temporomandibulares.

 

  I234 

Correlação entre sintomas relatados na anamnese de portadores de DCM.

A. C. R. COSTA*, C. M. RIZZATTI-BARBOSA.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Tel.: (0**19) 523-4733.
E-mail: rizzatti@fop.unicamp.br

As desordens craniomandibulares (DCM) apresentam inúmeros sintomas relacionados entre si que, quando associados, podem potencializar as parafunções ligadas ao sistema estomatognático. Por apresentarem etiologia multifatorial e comprometerem aspectos físicos, psicológicos e sociais do paciente, as DCM têm sido alvo de pesquisas nos mais diversos campos da ciência. Entretanto poucos são os estudos que correlacionam os seus sintomas mais prevalentes. O presente estudo buscou verificar a correlação existente entre estes sintomas, e para este fim foram utilizados dados coletados através de entrevista padronizada por prontuário específico, realizada com 42 pacientes do sexo feminino, idade média de 35 anos, portadores de DCM buscando analisar entre outros fatores, a presença de cefaléia, dor auricular, muscular e nos ombros, dificuldade na abertura bucal, ruídos articulares e estresse emocional, com outros diferentes dados coletados na anamnese. Após a coleta dos dados, sua organização em tabelas comparativas 2 a 2, e análise estatística através do teste exato de Fisher ao nível de 5%, os dados mais representativos de correlação positiva encontrados foram: 86% entre dificuldade em abrir a boca e cefaléia; 85% entre ruído articular e deslocamento mandibular em abertura bucal e experiência com anestesia geral; 80% entre dificuldade em abrir a boca e experiência com anestesia geral; 75% entre dor na região do pescoço e experiência com anestesia geral; 58% de dor na região do pescoço e dor na região auricular; 51% de limitação de movimentos da cabeça e dor na região lombar; e 36% dorme do mesmo lado e tem dores na região lombar.

Estes achados permitem sugerir que existe correlação positiva entre sintomas relatados na anamnese de indivíduos portadores de DCM.

 

  I235 

Pode o edema, induzido experimentalmente na ATM de ratos, por si só provocar dor?

E. TING*, C. A. PARADA, R. C. ROVERONI, M. C. F. A. VEIGA, C. H. TAMBELI.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5305.
E-mail: tambeli@fop.unicamp.br

O fato da articulação temporomandibular (ATM) ser encapsulada e ricamente vascularizada e inervada, tem sugerido que o edema parece ter um papel importante no desecadeamento das condições dolorosas da ATM. O objetivo deste trabalho foi verificar se o edema da ATM é capaz de provocar respostas comportamentais nociceptivas em ratos. O modelo comportamental para estudar as condições dolorosas da ATM através da injeção de formalina na região da ATM de ratos foi utilizado (ROVERONI et al., J. Dent. Res., v. 79, p. 321, 2000). Os procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética da UNICAMP. 50 µl de dextrano (n = 6), um polissacarídeo que produz um edema não inflamatório, foi administrado na região da ATM de ratos numa concentração (200 µg) apropriada para desencadear um edema semelhante ao induzido pelo agente inflamatório formalina 2,5%. A seguir, as respostas nociceptivas caracterizadas pelo ato de coçar a região orofacial (Co) e levantar rapidamente a cabeça (Lc) foram quantificadas por 45 min. por um cronômetro (valor expresso em ms) e um contador, respectivamente, e comparadas com as induzidas pela adminstração de 50 µl de formalina 2,5% (n = 10) ou salina (n = 10) na região da ATM de ratos. O edema foi avaliado através da quantificação espectrofotométrica do extravasamento plasmático do corante azul de Evans 0,1 % (5 mg/kg) que foi administrado (i.v.) imediatamente após as administrações periarticulares. Ao contrário da formalina (mediana - Co = 142,1; Lc =1 05,5), o dextrano foi ineficaz na indução de comportamentos nociceptivos (Co = 27,8; Lc = 0). As respostas observadas após a administração de dextrano não diferiram (p > 0,05, teste Dunn) das observadas após a adminsitração de salina (Co = 55,6; Lc = 0).

Os resultados indicam que a estimulação mecânica induzida pelo edema da ATM, por si só, não provoca dor. (­Apoio FAPESP.)

  I236 

Avaliação dos contatos oclusais na dependencia do tipo de arco dentário.

C. M. F. GUERRA, S. L. M. GONÇALVES, A. C. M. FRANCO, M. F. L. PIMENTEL*.

Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial do Curso de Odontologia da UFPE.

O presente trabalho avaliou o número dos contatos oclusais na dentição natural em posição de máxima intercuspidação (PMI) nos diferentes tipos de arcos dentários, em razão da escassez de estudos sobre este assunto relatados na literatura, já que a estabilidade oclusal é um requisito básico para a função do sistema estomatognático. A amostra constou de 30 alunos do curso de graduação em Odontologia da UFPE, de ambos os sexos, com idades entre 19 e 25 anos, apresentando todos os elementos dentários, excetuando-se os terceiros molares e que tivessem como características arcos superiores e inferiores ovóides, triangulares ou quadrados. Os contatos oclusais foram demarcados através do carbono Accum-film II e, posteriormente anotados em ficha clínica específica. Os dados foram analisados através da estatística descritiva e do teste Qui-quadrado de igualdade de proporção com nível de significância de 5,0%. Para a obtenção dos cálculos estatísticos empregou-se o software estatístico na versão 6.12 para microcomputador.

Concluindo-se que: 1) os arcos triangulares apresentaram o maior número de contatos dentários, seguido dos arcos ovóides e quadrados; 2) em relação aos grupos de dentes, os contatos oclusais nos arcos trinagulares tiveram maior incidência nos pré-molares; 3) houve maior número de contatos nos molares nos arcos ovóides.



  I237 

Estudo epidemiológico dos casos de líquen plano bucal - CDH/FOUFPel.

E. A. HÜTTNER*, C. PILATI, L. M. A. ARAÚJO, A. P. N. GOMES, V. M. JARDIM,
S. B. C. TARQUINIO.

Departamento de Semiologia e Clínica – FOUFPel – RS. E-mail: sancha@uol.com.br

O objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento dos casos de líquen plano (LP) bucal, dos arquivos do Centro de Diagnóstico e Histopatologia (CDH) – FOUFPel (1996-99), procurando verificar dados epidemiológicos, clínicos, comportamentais e terapêuticos, associados à doença. Dos 45 casos de LP bucal registrados, 32 pacientes foram reavaliados, sendo realizados novo exame clínico e aplicação dos questionários SRQ-20 e categoria analítica eventos estressantes. As variáveis investigadas foram: sexo, idade, cor, doenças sistêmicas, localização, apresentação clínica e sintomatologia relacionadas ao LP bucal na primeira e na última consulta, número de atendimentos, tratamentos instituídos e presença de distúrbios psiquiátricos menores e eventos estressantes recentes. Análise estatística foi realizada com programa EpiInfo (OMS). A relação localização versus variante clínica mostrou significância estatística (p < 0,01). Os resultados demonstraram ainda maior freqüência de lesões de LP bucal no sexo feminino (71,9%), acima de 40 anos (84,4%) e acometendo múltiplas localizações (62,5% - 1ª consulta e 53,3% na última). As variantes clínicas mais freqüentes foram as associações das diferentes formas clínicas (50% e 75%), seguidas da variante reticular (25% e 12,5%), sendo os sítios múltiplos (62,5% e 56,3%) e a mucosa jugal (25% e 28,1%) as localizações mais prevalecentes.

Desta forma, pudemos concluir que nossos achados confirmaram a literatura, em relação às variáveis sexo, idade, localização, sintomatologia e variantes clínicas. Entretanto, não foi possível estabelecer que as alterações psicológicas constituem fator etiológico direto do LP bucal. Estudos posteriores com maior amostragem são necessários para confirmação destes resultados. (Apoio: FAPERGS.)

 

  I238 

Análise radiográfica dos ossos maxilares em pacientes com nefropatias crônicas.

C. O. LANGLOIS*, A. E. R. SILVA, C. PILATI, E. A. HÜTTNER, A. ETGES, A. O. COELHO,
S. B. C. TARQUINIO.

Departamento de Semiologia e Clínica – FOUFPel – RS. E-mail: sancha@uol.com.br

O objetivo do presente trabalho foi detectar, através do estudo radiográfico, a presença de lesões ósseas nos maxilares de pacientes com nefropatias crônicas, submetidos à hemodiálise, relacionando tais achados com suas taxas médias anuais de cálcio, fósforo e paratormônio (PTH) nos últimos 3 anos. Foram analisadas radiografias ortopantomográficas de 40 pacientes, provenientes do serviço de hemodiálise da Santa Casa de Pelotas/RS, com complementação periapical das regiões anteriores superior e inferior para cada paciente. Destes, 3 casos apresentaram áreas sugestivas de tumor marrom. O primeiro, em maxila anterior, apresentando aspecto de vidro despolido. No segundo caso, foram observadas duas áreas radiolúcidas focais em mandíbula posterior direita. E o último, apresentou duas áreas multiloculadas em mandíbula anterior, extendendo-se do 33 ao 42, sendo observada integridade da lâmina dura. Dada a pequena casuística de lesões suspeitas, não foi possível estabelecer correlação estatística entre presença de lesões e as taxas de cálcio e fósforo, as quais monstraram-se relativamente estáveis. Os níveis de PTH dos pacientes oscilaram bastante. Foram ainda observados achados radiográficos como: raízes residuais, processos periapicais, perda óssea associada à doença periodontal, áreas radiolúcidas em furca, extensões e velamentos de seio maxilar e pseudocistos antrais.

Com base em nossos resultados pudemos concluir que a escassez de casos radiograficamente sugestivos de tumor marrom em nossa amostra, deva-se ao controle periódico e medicamentoso dos pacientes com osteodistrofia renal. E ainda que há a necessidade de criação de um programa de atendimento odontológico, para o estabelecimento de melhores condições de saúde oral nestes pacientes. (Apoio CNPq.)

 

  I239 

Campanha de prevenção e detecção do câncer bucal - Pelotas/RS.

F. G. PAPPEN*, L. M. A. ARAÚJO, A. P. GOMES, A. ETGES, F. SALUM, F. FARIA,
J. B. MENDONÇA, S. B. C. TARQUÍNIO.

Centro de Diagnóstico e Histopatologia – FO – UFPel. Tel.: (0**53) 225- 6741.
E-mail: lenita_araujo@uol.com.br

No presente trabalho são apresentados os resultados obtidos nas 3ª e 4ª Boca à Vista, uma campanha de prevenção e detecção do câncer bucal desenvolvida pelo Centro de Diagnóstico e Histopatologia – FO-UFPel. A metodologia aplicada compreendeu duas etapas básicas: divulgação e exame de pacientes, ambas desenvolvidas por alunos da faculdade sob a orientação de professores da área de Estomatologia. Na segunda etapa foram examinados 822 pacientes dos quais 74% estavam entre a quarta e sétima décadas de vida. Do total examinado, 566 pacientes eram portadores de algum tipo de lesão que foram agrupadas quanto à sua natureza em: inflamatórias, infecciosas, císticas, imunológicas, hiperplásicas, pré-malignas, neoplásicas, traumáticas e idiopáticas. Quatro casos de neoplasias malignas foram detectados e diagnosticados como carcinomas espinocelulares (3 de lábio inferior e 1 de língua), distribuindo-se nos estadiamentos clínicos I e II. As lesões pré-malignas corresponderam a 19% das lesões diagnosticadas (86 queilites actínicas e 20 leucoplasias). Os pacientes receberam tratamento e orientação adequadas para cada caso.

Com base nos dados obtidos é possível concluir que estes eventos são importantes para a conscientização da população para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal.

 

  I240 

Estudo do crescimento maxilar e mandibular na fase de aceleração do surto de crescimento puberal.

T. H. C. PRATA*, E. MEDICI FILHO.

Departamento de Radiologia, Periodontia e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, ramal 1307.

O conhecimento do crescimento e desenvolvimento facial do indivíduo durante o surto de crescimento puberal (SCP) é importante como auxílio para o diagnóstico e para o planejamento do tratamento ortodôntico. Neste estudo propusemos comparar o crescimento maxilar e mandibular entre a fase do início e a fase do pico do surto de crescimento puberal, verificando também se existem diferenças de crescimento entre os indivíduos do sexo masculino e do feminino. Utilizamos 93 radiografias carpais e 186 telerradiografias cefalométricas laterais do arquivo dos pacientes da Disciplina de Ortodontia Preventiva da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, na faixa etária entre sete anos e dois meses a 13 anos e cinco meses. Dividimos as radiografias carpais com suas respectivas telerradiografias cefalométricas laterais com relação ao sexo (masculino e feminino) e ao período em que se encontravam na curva de crescimento puberal, em grupos I e II, correspondendo ao início e ao pico do SCP, respectivamente. Pelo método estatístico do teste t (Student), concluímos que não houve diferença estatisticamente significante para a maioria das dimensões maxilar e mandibular estudadas (CoA, CoGo, GoGn, CoGn), quando comparamos os grupos I e II, tanto para os indivíduos do sexo feminino como para os do masculino, apesar de observarmos aumento no tamanho de todas as dimensões cefalométricas estudadas. Observamos que houve diferença estatisticamente significante para todas as dimensões cefalométricas lineares estudadas entre os indivíduos do sexo masculino e do feminino, sendo que as medidas foram maiores para os meninos do que para as meninas.

Concluímos também que não houve diferença estatisticamente significante para os incrementos de cada medida cefalométrica linear estudada entre os grupos I (início do SCP) e II (pico do SCP), tanto para os meninos como para as meninas.

  I241 

Prevalência das condições sistêmicas e bucais dos pacientes na FO-UERJ.

J. H. M. LEMOS*, J. C. RIBEIRO, S. C. A. de PIRO, M. H. CANTISANO.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da FO-UERJ. Tel.: (0**21) 587-6384.

A atenção maior da Odontologia está voltada para a área da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças. Sabe-se que a saúde bucal da população é prejudicada por uma série de fatores que tornam estes pacientes suscetíveis a diversas alterações tanto de etiologia local, quanto representando manisfestações bucais de doenças sistêmicas. O objetivo deste trabalho foi estudar a prevalência das condições sistêmicas e bucais de pacientes atendidos na Disciplina de Estomatologia da FO-UERJ no período compreendido entre 1989 à 1999, dando ênfase aos parâmetros clínicos visando sobretudo auxiliar o estudante no processo do diagnóstico. Foram analisados 257 prontuários de pacientes com média de idade de 52 anos, sendo 31%, homens e 67%, mulheres. A condição sistêmica de maior prevalência foi alergia (27,5%), seguida da hipertensão arterial (25,2%), diabete melito (5,3%) e hipertensão arterial associada a artrose (4,6%). Dentre as alterações bucais, prevaleceram as varicosidades linguais (41,6%), gengivite (41,2%), língua saburrosa (39,4%), toro palatino (38,9%), estomatite por prótese (38,8%), disfunção de ATM (33,5%) e grânulos de Fordyce (32,7%). A análise dos dados pelo programa EpiInfo, revelou resultado estatisticamente significativo (p < 0,05).

Concluiu-se que há necessidade de maior conhecimento acerca das condições sistêmicas e bucais a fim de se estabelecer o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. (Apoio: PIBIC.)

 

  I242 

PCNA e p53 versus gradação histológica de malignidade.

A. T. N. NOVELLINO ALVES*, R. A. FREITAS, L. M. G. QUEIRÓS.

Disciplina de Patologia Oral da FO-UFRN.

Objetivando correlacionar a expressão das proteínas p53 e PCNA com grau histológico de malignidade em carcinoma epidermóide oral, foram selecionados 7 casos considerados de alto escore e 7 de baixo escore, classificados através dos critérios do sistema de gradação histológico de malignidade proposto por ANNEROTH et al., Scand J. Dent. Res., 95: 229-49, 1987, modificado para este estudo. Os espécimes foram corados pela técnica da imuno-histoquímica, através do método da estreptoavidina-biotina, utilizando-se os anticorpos anti-PCNA (PC-10) e anti-p53 (DO-7). Todos os casos foram positivos ao PCNA e somente 11 (78,3%) exibiram positividade à proteína p53. O índice percentual de células PCNA+ nos casos de baixo escore foi de 56%, enquanto nos de alto escore 83,8%. Em relação à proteína p53, observaram-se os seguintes índices médios: 41,2% e 41,4% respectivamente para os casos de alto e baixo escore. A análise estatística destes dados revelou diferença significativa entre os índices de positividade ao PCNA e demonstrou não existir diferença entre o número de células p53+ nos dois grupos estudados.

Nossos resultados sugerem existir uma correlação entre o índice de células PCNA+ e o grau histológico de malignidade do carcinoma epidermóide oral.

 

  I243 

Análise óptica da densidade óssea mandibular utilizando diferentes filmes radiográficos.

P. H. C. SOUZA*, N. P. da COSTA, E. MEURER, M. G. de OLIVEIRA.

Departamento de Cirurgia da Faculdade de Odontologia da PUC-RS.
Tel./Fax: (0**51) 320-3538. E-mail: pgodonto@pucrs.br

O objetivo deste trabalho é discutir a influência de diferentes filmes radiográficos na leitura óptica da densidade óssea retromolar mandibular, por meio do sistema indireto de digitalização de imagens DentScan - DentView®. Para isto, foram comparados os resultados de dois trabalhos científicos realizados com a mesma metodologia, utilizando mandíbulas secas que foram radiografadas com diferentes filmes radiográficos, na região retromolar dos lados direito e esquerdo. Em um trabalho, foi utilizado filmes radiográficos Ektaspeedplus, enquanto que no outro, foi utilizado filmes Ultraspeed, ambos da Kodak. As tomadas radiográficas foram realizadas, com e sem a presença de um simulador de tecidos moles, confeccionado com cera utilidade e posicionado de forma justaposta à região estudada. Os resultados encontrados, de acordo com teste t de Student, revelaram que houve diferenças estatisticamente significantes nos valores ópticos da densidade óssea obtidos em pixels, com e sem a interposição do simulador, quando foram analisados filmes Ultraspeed, enquanto que não houve diferenças estatísticas significantes dos mesmos valores, quando foram analisados filmes Ektaspeedplus.

Com isto, concluiu-se que diferenças quanto ao padrão de sensibilidade de filmes radiográficos podem influenciar na análise óptica da densidade óssea mandibular, por meio de imagens digitalizadas.

 

  I244 

Avaliação de seis técnicas de colocação de hidróxido de cálcio em incisivos.

L. N. CARDOSO*, A. G. BEZERRA, I. PROKOPOWITSCH.

Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia da USP. Tel.: (0**11) 818-7839.

Dentre as medicações intracanais utilizadas como curativo de demora principalmente em dentes traumatizados, as pastas com hidróxido de cálcio são as mais empregadas, devido ao potencial antimicrobiano e mineralizador da sua composição. Porém, muito se discute quanto ao adequado preenchimento do canal radicular obtido pelas técnicas empregadas para tal. Este estudo visa comparar a efetividade da colocação de pasta a base de hidróxido de cálcio veiculado em anestésico através de seis diferentes métodos: G1 (porta amálgama e condensação com limas e algodão estéril), G2 (porta amálgama e condensadores tipo Paiva), G3 (limas), G4 (propulsores de lentulo), G5 (instrumentos Profile Maillefer) e G6 (compactadores de McSpadden). Para isso, 42 incisivos de origem bovina, foram preparados com brocas de Largo e instrumento K #100, pesados antes e após a inserção da pasta medicamentosa em balança com precisão digital.

Os resultados mostraram que os grupos G3, G1, G6, G4, G2 e G5, nesta ordem, apresentaram maior diferença de pesagem entre as tomadas inicial e final, indicando de maior a menor quantidade de pasta em seu interior, sendo que apenas o grupo G5 apresentou significância estatística (p > 0,05) com relação aos outros grupos testados.

 

  I245 

Análise da capacidade de limpeza de três substâncias na irrigação final.

R. V. SALINAS*, T. COUTINHO, G. de DEUS, R. KREBS, E. GURGEL.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FOUERJ. Tel.: (0**21) 587-6373.

O objetivo deste trabalho foi analisar, através do microscópio eletrônico de varredura (MEV) a capacidade de três substâncias irrigadoras na lavagem final da porção apical do canal radicular. Foram selecionados aleatoriamente 20 caninos superiores humanos, e separados em 4 grupos de 5 dentes cada, sendo um deles o grupo controle. O acesso e o preparo biomecânico foram rigorosamente padronizados e executados pelo mesmo operador. Na manobra de refinamento foi empregada a solução de EDTA a 17% (pH 7,7) durante 5 minutos. Em seguida, cada grupo foi lavado com 1,8 ml de sua respectiva substância: A: álcool isopropílico a 70%, B: Endocris, C: hipoclorito de sódio a 5,25% e D: solução fisiológica (grupo controle). Em seguida as amostras foram preparadas para serem analisadas através do MEV. Foram obtidas 20 fotomicrografias com o aumento de 500 X e sobre cada uma delas foi desenhada, através do programa Adobe Photoshop®, uma grade formando 100 regiões distintas. Com isso pode-se fazer uma contagem numérica das regiões consideradas sujas, sendo obtidas as seguintes médias por grupo: A: 89,2, B: 85,4, C: 97,2 e D: 84,2. Os dados foram tratados estatisticamente por ANOVA através do programa Primer® versão 4.0, Mc Graw Hill 1996. E, ao nível de significância £ 0,05, não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Diante dos resultados obtidos pudemos afirmar que não existe diferença entre as substâncias irrigadoras estudadas quanto às suas capacidades de limpeza na lavagem final do canal radicular e que nenhuma amostra estava complemente livre de raspas de dentina e “debris”.

 

  I246 

Avaliação da relação entre dor pós-operatória e ampliação foraminal.

S. M. F. CARVALHO*, T. COUTINHO, G. A. de DEUS, T. C. A. BERLINCK, K. DIAS.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FOUERJ. Tel.: 587-6373.

O objetivo do presente estudo foi analisar comparativamente o grau da dor pós-operatória, nos períodos de 8, 12, 24, e 48 horas, seguintes ao tratamento endodôntico realizado em sessão única, com ampliação do forame apical. Foram tratados 25 dentes vitais unirradiculares, sempre pelo mesmo operador, na Clínica de Especialização em Endodontia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Um grupo de cinco dentes, foi preparado e obturado 2 mm aquém do forame, preservando-se assim o coto pulpar (Gr I). Os outros quatro grupos foram limpos e modelados em toda a sua extensão, mantendo-se a patência, e tendo ao final da instrumentação, o forame ampliado até as limas de calibre nº 15, nº 20, nº 25 e nº 30, correspondendo aos respectivos grupos. O comprimento de trabalho e obturação foram estabelecidos a 1mm do forame em todos os grupos. A dor foi classificada em ausente, suave, moderada e severa através de um questionário específico, respondido pelos pacientes, e monitoramento dos mesmos. Na maioria dos casos foi observada a ausência de dor ou um leve desconforto. Apenas um paciente, do grupo II (lima nº 15), apresentou dor moderada e não foi constatada dor severa em nenhum dos casos. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA e testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney com p £ 0,05. Os postos médios dos grupos foram: Gr I – 55,00; Gr II – 54,10; Gr III – 50,20; Gr IV – 45,40; Gr V – 47,80. Os postos médios considerando o tempo foram: após 8 horas – 52,90; 12 horas – 50.98; 24 horas – 49,06; 48 horas – 49,06. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos nem entre os períodos de tempo avaliados.

Em uma comparação global entre os grupos e nas condições em que esta pesquisa foi conduzida, concluiu-se não haver correlação entre a ampliação do forame apical e a dor pós-operatória.

 

  I247 

Análise do remanescente radicular após o uso das brocas Gates-Glidden.

V. AREAS*, T. COUTINHO, S. YAMASAKE, G. de DEUS, E. GURGEL, R. KREBS.

Departamento de Clínicas Cirúrgicas – FO-UERJ. Tel.: (0**21) 587-6373.

As brocas de Gates-Glidden tem sido a alternativa mais utilizada pelos endodontistas no preparo do terço cervical do sistema de canais radiculares. Seu alto poder de corte e a relação diâmetro da broca versus luz do canal, nos leva a questionar a integridade do remanescente dentinário radicular após o seu uso, principalmente em raízes achatadas e curvas. O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise crítica in vitro da estrutura radicular remanescente, através de um corte transversal das raízes, no nível de penetração máxima da última broca Gates-Glidden utilizada. Foram selecionados 20 canais mesiovestibulares de primeiros molares inferiores, com curvatura classificada de moderada à severa. Utilizou-se então as brocas Gates-Glidden em ordem decrescente (GG # 4, GG # 3, GG # 2). Posteriormente os dentes foram incluídos em modelos de resina transparente e seccionados em um cortador para tecido duro de precisão no nível da utilização da última broca de Gates-Glidden (GG2). A superfície do remanescente radicular foi então analisada em um estereomicroscópio de mensuração onde foram realizadas as medidas da estrutura dentinária de cada amostra. Depois de todas as mensurações, constatou-se que nas 20 amostras analisadas a parede distal do canal mesiovestibular apresentou a menor espessura de estrutura dental, sendo que o remanescente dentinário apresentou uma espessura média de 0,76 mm.

A média das espessuras dos remanescentes dentinários radiculares foi considerada satisfatória em relação ao risco de perfurações, ao risco de fratura durante a obturação e em relação a permeabilidade dentinária.

 

  I248 

Análise comparativa de três seladores provisórios através de infiltração bacteriana.

K. BAUMOTTE*, M. MANGELLI, R. A. S. FIDEL.

FOUGF/FOUERJ. Tel.: (0**21) 599-7100/(0**21) 587-6455.

No presente estudo foi desenvolvido um aparato de suporte que permitiu avaliar a capacidade seladora de alguns materiais seladores temporários usados em acessos endodônticos. Os materiais estudados, Cavit (Espe), IRM (Caulk Co.) e VidrionR (SS White), foram testados, isoladamente e em selamento duplo, em 60 caninos. As amostras tiveram suas coroas submetidas à presença de saliva natural e as raízes, imersas em meio de cultura. A infiltração bacteriana foi avaliada diariamente através da turvação do meio. Os resultados foram submetidos à análise através do método Qui-quadrado, que mostrou haver diferença estatisticamente significante entre os materiais testados.

Diante do exposto, pôde-se concluir que dos materiais seladores avaliados o VidrionR apresentou melhor desempenho num prazo de sete dias. O Cavit apresentou um selamento razoável em 48 horas. O IRM demonstrou infiltração exagerada sendo totalmente ineficaz em 24 horas. A adição de guta-percha, em selamento duplo, não melhorou a impermeabilidade do selamento.

 

  I249 

Análise antimicrobiana da medicação intracanal – PRP – após preparo químico-cirúrgico.

C. M. NASCIMENTO*, J. L. LAGE-MARQUES, A. O. C. JORGE.

Departamento de Odontologia – Universidade de Taubaté. Tel.: (0**12) 225-4217.
E-mail: cmnascimento@uol.com.br; jmarques@fo.usp.br.

A complexidade anatômica da região periapical dificulta a desinfecção dos canais radiculares, favorecendo a permanência microbiana, podendo comprometer o sucesso da terapia endodôntica. Sendo assim, o propósito deste estudo foi avaliar a ação antimicrobiana da medicação intracanal (PRP) no sistema endodôntico, previamente contaminados com cepas-padrão de microrganismos. Foram utilizadas 41 raízes de dentes unirradiculares submetidos ao preparo químico-cirúrgico. Após o término deste preparo, os dentes foram divididos em seis grupos e contaminados com Escherichia coli; Candida albicans; Streptococcus mutans; Staphylococcus aureus; Bacillus subtilis; Enterococcus faecalis. Realizou-se também, um grupo controle negativo e outro positivo. A primeira coleta foi feita após 24 horas, para comprovação da presença do microrganismo no canal. Após sete dias do uso de medicação intracanal (PRP) foi realizada nova coleta.

As análises e interpretações experimentais sobre a medicação estudada permitem concluir que o PRP foi efetivo para S. mutans, S. aureus e S. faecalis; reduziu C. albicans em 40% e E. coli em 80%.

 

  I250 

Análise computadorizada da radiopacidade de quatro cimentos endodônticos.

T. GUIMARÃES*, G. A. de DEUS, E. GURGEL, T. COUTINHO, R. ZANETTI.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FO-UERJ. Tel.: (0**21) 587-6373.

O objetivo final da terapia endodôntica consiste na obtenção de uma obturação tridimensional do sistema de canais radiculares. Assim, a radiopacidade assume um papel importante em relação as propriedades de um material obturador, uma vez que permite avaliar a qualidade da obturação. O objetivo deste trabalho foi avaliar qual dos quatro cimentos testados: Endo-Fill, Pulp Canal Sealer, Sealer 26 e AH Plus, possui maior radiopacidade. Inicialmente, os cimentos foram manipulados de acordo com instruções do fabricante e colocados em uma fôrma com diâmetro e espessura padronizados, tomando-se o devido cuidado para evitar a inclusão de bolhas. As amostras foram armazenadas até que o material endurecesse totalmente. A seguir, foi colocada uma amostra de cada cimento devidamente identificada sobre um filme periapical, submetendo-se o filme a um segundo de exposição radiográfica. As radiografias foram levadas a uma processadora automática, sendo, então, escaneadas e analisadas pelo programa Sens-A-Ray for Windows no computador. A área mais radiopaca de cada amostra foi selecionada pelo programa e medida a sua densidade óptica de acordo com uma escala de radiopacidade também fornecida pelo computador. Os valores variavam de zero a 255, sendo zero o valor de menor radiopacidade. De acordo com o teste estatístico de Kruskal-Wallis há diferença estatisticamente significante entre a radiopacidade dos cimentos estudados (H = 7,308). No entanto, esta só pode ser afirmada entre os cimentos AH Plus e Sealer 26, como observado através do teste de Tukey (p = 0,082).

Concluiu-se que, ao exame radiográfico, os cimentos testados apresentaram radiopacidade diferente. O Sealer 26 apresentou-se como o cimento menos radiopaco enquanto o AH Plus foi o cimento mais radiopaco.

 

  I251 

Influência da presença do ângulo cavossuperficial na infiltração marginal.

P. P. ROLA*, C. WACHO, S. M. HABITANTE.

Odontologia – UNITAU. E-mail:shabitante@uol.com.br

Objetivos: devemos sempre manter condição de saneamento conseguida durante a fase de preparo dos canais radiculares. Desse modo, o objetivo do presente trabalho foi avaliar qualitativamente a infiltração marginal em dentes com o preparo do ângulo cavossuperficial restaurados com dois materiais provisórios: Cimpat rosa e ionômero de vidro submetidos a ciclagem térmica. Métodos e Resultados: foram usados 50 dentes, realizou-se o acesso a câmara pulpar e foram divididos em 6 grupos: 2 grupos: controles positivo e negativo. Os outros 4 grupos continham 12 dentes e foram submetidos: G1- sem preparo do ângulo cavossuperficial e restaurados com Cimpat rosa. G2- com preparo do ângulo cavossuperficial e restaurados com Cimpat rosa. G3- sem preparo do bisel do ângulo cavossuperficial e restaurado com ionômero de vidro. G4- com preparo do ângulo cavossuperficial e restaurados com ionômero de vidro. Os espécimes foram submetidos a ciclagem térmica (700 ciclos por 2,5 minutos). Foram então imersos em azul de metileno a 0,5% pH 7,0 por 24 horas em estufa a 37ºC. Os espécimes clivados e fotografados e foram avaliados conforme o critério: 1- infiltração ausente; 2- infiltração leve (restrita ao 1º mm do selamento); 3- infiltração moderada - até a metade da espessura do selamento e 4- infiltração intensa - até a câmara pulpar e submetidos ao teste de Kruskal-Wallis. Os resultados não foram estatiscamente significantes a 0,5%. Porém as médias dos escores notou-se uma menor infiltração para o G2 (2,41), seguido, em ordem crescente pelos grupos: G1 (2,66), G3 (3,0) e G4 (3,25).

Conclusões: o menor grau de infiltração foi para o G2, seguido dos grupos: G1, G3 e G4.

  I252 

Capacidade antimicrobiana dos cimentos N-Rickert e Sealer 26.

C. WACHO*, P. P. ROLA, S. M. HABITANTE, A. O. C. JORGE.

UNITAU. Tel.: (0**12) 9771-0178. E-mail:shabitante@uol.com.br

Objetivos: a proposta deste trabalho foi estudar in vitro o efeito antimicrobiano dos cimentos Rickert, N-Rickert e Sealer 26 frente a Sta­phylococcus aureus, Streptococcus mutans, Streptococcus salivarius, Candida albicans e microrganismos bucais coletados do sulco gengival de pacientes com periodontite do adulto. Métodos e Resultados: placas de Petri foram semeadas com os microrganismos citados e realizou-se orifícios com tubo de vidro de 6 mm de diâmetro, onde foram colocados os cimentos N-Rickert, Rickert e Sealer 26 já proporcionados e espatulados conforme instruções do fabricante. Os meios foram incubados e após os halos de inibição foram medidos com auxílio de um paquímetro. Os resultados demonstraram atividade antimicrobiana para todos os cimentos sendo que ao aplicar o teste t de Student houve diferença estatisticamente significante ao nível de 1% ao compararmos N-Rickert versus Sealer em Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans, Streptococcus salivarius e Candida albicans. As interações Rickert versus Sealer em Streptococcus mutans, Streptococcus salivarius e Candida albicans também foram estatisticamente significantes ao nível de 1%, enquanto que nas outras interações não houve diferenças estatisticamente significantes.

Conclusões: o N-Rickert apresentou o maior halo de inibição de crescimento para os Staphylococcus aureus e Candida albicans, enquanto o cimento Sealer 26 inibiu mais o crescimeto dos microrganismos bucais e Streptococcus salivarius.

 

  I253 

MEV da ação do EDTA e do NaOCl no canal radicular.

M. V. R. SO.

Departamento de Endodontia – Curso de Odontologia da ULBRA – Canoas – RS - Brasil.
Tel.: (0**51) 346-5828. E-mail: marcosso@cpovo.net

A ação dos instrumentos endodônticos sobre a parede dentinária promove a formação de uma massa de consistência pastosa, composta por raspas de dentina, matéria orgânica, substâncias químicas e, algumas vezes, bactérias, denominada magma dentinário. Neste estudo, avaliou-se, através da microscopia eletrônica de varredura, a limpeza das paredes dentinárias no terço apical de 40 incisivos centrais superiores humanos extraídos, representada pela presença ou ausência de magma dentinário. Estes dentes foram divididos em 4 grupos de 10 espécimes, utilizando-se o hipoclorito de sódio a 1,5% e o EDTA a 17%, isoladamente, ou de forma alternada, durante o preparo químico-mecânico do canal radicular. O resultado obtido permitiu verificar que quando se emprega o hipoclorito de sódio a 1,5% como a única solução química durante o preparo do canal radicular, o magma dentinário se tornou evidente em 9 dos 10 dentes preparados.

A utilização de substâncias quelantes isoladamente ou de forma alternada durante o preparo do canal possibilitou a obtenção de um maior número de túbulos dentinários visíveis, ou seja, uma melhor limpeza das paredes de dentina.

 

  I254 

Avaliação da permeabilidade radicular após medicação intracanal com hidróxido de cálcio variando-se a solução irrigadora.

D. P. SÁNCHEZ, E. C. KAIRALLA*, J. L. LAGE-MARQUES, J. H. ANTONIAZZI.

Endodontia – FOUSP. Tel.: (**11) 3091-7839. E-mail: jmarques@fo.usp.br.

O estudo avaliou a permeabilidade dentinária radicular em sistemas endodônticos medicados com pasta de hidróxido de cálcio e irrigados com três diferentes soluções: EDTA-T 15%, ácido cítrico 10% e tetrafluoreto de titânio 4%. Após o preparo químico-cirúrgico realizado de acordo com a técnica de Paiva & Antoniazzi os 40 espécimes foram aleatoriamente distribuídos em 4 grupos. Grupo I (10)  - controle; Grupo II (10) - EDTA-T 15%; Grupo III (10) - ácido cítrico 10% e Grupo IV (10) - tetrafluoreto de titânio 4%. Os espécimes do Grupo I foram mantidos sem medicação, os demais foram medicados com pasta de hidróxido de cálcio P. A. veiculado em solução anestésica e, após dez dias, irrigados com 6 ml da respectiva solução irrigadora. Todos os espécimes foram então submetidos a infiltração do corante Rodamina B 1% e preparados para leitura.

Concluiu-se que: o percentual de infiltração nas diferentes situações expostas foi: Grupo I (76,6), Grupo II (49,5), Grupo III (46,0) e Grupo IV (30,0); ocorreram diferenças estatisticamente significativas na comparação dos resultados experimentais exceto na interação G-II versus G-IV. A análise morfológica em MEV apresentou achados relevantes quando observada a relação existente entre a superfície da parede do canal principal e o tratamento de esvaziamento dado aos espécimens de cada grupo experimental. (Apoio financeiro: FAPESP.)

 

  I255 

Avaliação radiográfica e microbiológica de dentes de ratos com lesão periapical induzida.

T. A. NORMANHA*, B. P. F. A. GOMES, C. R. GADÊ-NETO, A. A. ZAIA, F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Lesão periapical ocorre como uma reação inflamatória dos tecidos perirradiculares a uma infecção bacteriana com destruição do osso alveolar e reabsorção radicular. O propósito desta pesquisa foi induzir lesões periapicais em dentes de ratos e realizar análise radiográfica e microbiológica dos canais radiculares infectados. Foram utilizados 5 ratos machos, da raça Wistar, pesando entre 280 a 300 g. Cada animal contribuiu com 2 dentes, num total de 10. Utilizou-se as raízes mesiais dos primeiros molares inferiores. Os animais foram anestesiados com uma injeção intraperitoneal de pentobarbital sódico (3 a 4 mg por 100 g de peso corpóreo) e posicionados em uma mesa operatória. O acesso à câmara pulpar foi feito com uma broca diamantada (nº 3170 KGS) em alta rotação. Utilizando-se limas tipo K e água destilada estéril, o canal foi dilatado até a lima 30. A câmara pulpar foi deixada aberta, sem selamento coronário, por 50 dias. Após esse período, os dentes foram radiografados e foram realizadas as coletas microbiológicas dos canais radiculares com cones de papéis estéreis. Foram utilizados meios de transporte, cultura e incubação que propiciam o crescimento de bactérias anaeróbias estritas. Os ratos foram então sacrificados por inalação de éter. Lesão periapical estava presente em todos os dentes estudados. As coletas microbiológicas foram positivas em 100% dos canais, apresentando bactérias anaeróbias facultativas e anaeróbias estritas. De todas as espécies bacterianas isoladas, 63,15% foram gram-negativas e 36,84% gram-positivas. Os gêneros bacterianos mais freqüentemente isolados dos canais foram Peptostreptococcus (15,8%), Haemophilus (42,10%), Staphylococcus e Streptococcus (ambos com 10,52%).

O presente estudo demonstrou que a lesão periapical pode ser reproduzida e induzida em ratos, pela contaminação e infecção do canal radicular. (Apoio FAPESP 96/05584-3 & 99/11274-5; CNPq 520277/99-6.)

 

  I256 

Atividade antimicrobiana in vitro do gluconato de clorexidina gel.

M. E. VIANNA, B. P. F. A. GOMES, V. B. BERBER, C. C. R. FERRAZ, F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Clorexidina tem sido utilizada em Endodontia como irrigante ou medicação intracanal. O propósito deste estudo foi investigar a atividade antimicrobiana da clorexidina gel nas concentrações 0,2%, 1,0% e 2,0%, em diferentes períodos, contra E. faecalis, S. aureus, P. endodontalis e P. gingivalis através do método de difusão em caldo. Foram colocados no interior de poços de culturas de células 1 ml de clorexidina gel na concentração a ser testada e a seguir adicionados 2 ml do inóculo bacteriano. Após 0, 15 e 30 s; 1, 3, 5, 10, 15 e 30 min e 1 e 2 h foram retirados 2 ml da suspensão, sendo 1 ml distribuido em tubos contendo meio de cultura adequado no qual a solução neutralizadora de clorexidina (Tween 80 + lecitina) foi adicionada e 1 ml colocado em tubos contendo apenas o meio de cultura líquido. Natrozol (gel da clorexidina), a solução neutralizadora e solução salina foram utilizados como controles. Os tubos foram incubados a 37ºC em condições gasosas adequadas por 7 dias para verificação de crescimento microbiano, evidenciado pela turbidez do meio. Alíquotas da suspensão de cada tubo foram subcultivadas em placas de ágar-sangue. A pureza das culturas positivas foi confirmada através da morfologia do Gram, morfologia das colônias nas placas de ágar-sangue e produção de catalase. Todos os testes foram realizados em triplicatas. Os resultados mostraram que os microrganismos anaeróbios estritos foram inibidos imediatamente após contato com todas as concentrações testadas, enquanto que os facultativos mostraram-se mais resistentes às concentrações inferiores a 2,0%. Clorexidina gel a 0,2% levou 2 h para ter ação antimicrobiana contra o E. faecalis.

Concluimos que a clorexidina gel possui ação antimicrobiana em todas concentrações testadas, sendo que esta ação depende de sua concentração e da suscetibilidade microbiana. (FAPESP, CNPq & FAEP.)

 

  I257 

Análise in vitro da suscetibilidade de microrganismos à clorexidina líquida.

V. B. BERBER*, B. P. F. A. GOMES, M. E. VIANNA, F. B. TEIXEIRA, F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

As propriedades antimicrobianas de um irrigante intracanal são importantes no preparo químico-mecânico. Clorexidina, conhecida por sua ação antimicrobiana, substantividade e relativa ausência de citotoxidade, tem sido utilizada como irrigante endodôntico. O objetivo deste trabalho foi avaliar a suscetibilidade da C. albicans, E. faecalis, P. endodontalis e P. intermedia frente a clorexidina líquida a 0,2%, 1% e 2% através do teste de diluição em caldo. Um ml de cada substância a ser testada foi colocado no fundo de poços de culturas de células e a seguir adicionados 2 ml do inóculo microbiano. Decorridos 0, 15 e 30 s e 1, 3, 5, 10, 15 e 30 min, 1 ml de cada poço foi transferido para tubos contendo 3 ml de meio de cultura específico contendo neutralizador da clorexidina (Tween 80 + lecitina). Os tubos foram agitados e 1 ml de cada tubo foi subtransferido para tubos com meio de cultura adequado. A seguir os tubos foram incubados a 37ºC por 7 dias nas condições gasosas adequadas. Os tubos com crescimento microbiano foram aqueles que apresentavam turbidez do meio durante o período de incubação. A pureza das culturas positivas foi confirmada através da morfologia do Gram, morfologia das colônias nas placas de ágar-sangue e produção de catalase. Todos os testes foram feitos em triplicatas. A suscetibilidade desses microrganismos à clorexidina líquida foi variada. Baseado no tempo necessário para os irrigantes matarem as células microbianas foi observado que E. faecalis foi o organismo mais resistente (ausência de crescimento em 30 s de exposição à clorexidina 0,2%) enquanto que os outros microrganismos foram imediatamente eliminados em todas as concentrações testadas.

Concluiu-se que a clorexidina líquida nas concentrações utilizadas tem ampla ação antimicrobiana sobre fungos e bactérias anaeróbias e facultativas. (FAPESP, CNPq & FAEP.)

 

  I258 

Estudo da performance do MTA como material retrobturador.

R. ZANETTI*, G. de DEUS, T. COUTINHO, E. GURGEL, C. MANIGLIA, R. KREBS, T. PINTO.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FO-UERJ. Tel.: (0**21) 587-6373.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade do selamento marginal promovido pelo Mineral Trióxido Agregado® (MTA). Quarenta caninos superiores foram acessados, preparados e obturados de maneira padronizada. As amostras foram apicectomizadas a 3 mm do ápice e logo após, preparadas com auxílio da unidade ultra-sônica ENAC®. As cavidades tiveram a sua profundidade determinada pela penetração total das ponta ultra-sônicas. O forame apical foi padronizado pela lima # 55 e a amostragem foi então dividida em dois grupos (A e B), contendo cada um 20 amostras. O grupo A foi retrobturado com MTA e no grupo B empregou-se o amálgama de prata. Depois de impermeabilizadas, as amostras foram submetidas ao corante rodamina por 72 horas. Procedeu-se então a clivagem dos dentes. As amostras foram então levadas a um estereomicroscópio de mensuração para a realização das medidas do nível da percolação. Os postos médios obtidos através dos resultados das mensurações foram: A: 1,10 e B: 1,95. Os dados de cada grupo foram tratados estatisticamente pelo teste paramétrico de Mann-Whitney que revelou diferença significante entre os grupos, sendo p < 0,01. O teste de Kruskal-Wallis mostrou que os melhores resultados foram obtidos pelo grupo A, sendo estatisticamente significante para p < 0,01.

Dentro das condições deste experimento, podemos concluir que o MTA proporcionou um melhor selamento marginal que o amálgama de prata.

 

  I259 

Influência do tipo de ponta ultrasônica na qualidade do selamento da retrobturação.

J. ALVES*, G. de DEUS, E. GURGEL, T. COUTINHO, R. KREBS, P. GARCIA.

Departamento de Clínicas Cirúrgicas – FO-UERJ; FO-GF. Tel.: (0**21) 587-6373.

O objetivo deste trabalho foi verificar a qualidade do selamento marginal das retrobturações em cavidades com dois tipos de pontas ultra-sônicas. Quarenta incisivos centrais superiores foram acessados, preparados e obturados de maneira padronizada. As amostras foram apicetomizadas a 3 mm do ápice e logo após, a amostragem foi dividida em dois grupos (G1 e G2), contendo cada um 20 amostras. No G1, os retropreparos foram realizados com pontas ultra-sônicas lisas da unidade Mini-Endo® e no G2, foram utilizadas as pontas diamantadas da unidade ENAC®. As cavidades tiveram a sua profundidade determinada pela penetração total das pontas ultra-sônicas. O forame apical foi padronizado pela lima # 55 e todas as amostras foram retrobturadas com Super-EBA®. Toda a amostragem fora impermeabilizada e depois submetida ao corante azul de metileno a 2% por 72 horas. Depois de clivadas, as amostras tiveram suas imagens digitalizadas para realização da mensuração da penetração do corante através do programa de computador Corel Photo Paint® (v. 8.0). Os postos médios obtidos através dos resultados das mensurações foram: G1: 1,95 e G2: 2,40. Os dados de cada grupo foram tratados estatisticamente pelos testes paramétricos de Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis que revelaram não haver diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, sendo p < 0,05.

Dentro das condições deste experimento, podemos concluir que o tipo de ponta ultra-sônica utilizada no retropreparo não exerceu influência significante em relação à qualidade do selamento marginal da obturação retrógrada.

  I260 

Formação de magma em preparos com instrumentos rotatórios de níquel–titânio.

M. V. R. SÓ, R. T. MOTTA, E. C. SILVA, C. H. TROIAN, J. V. C. TEDESCO, J. A. P. FIGUEIREDO.

Departamento de Endodontia do Curso de Odontologia da ULBRA. Tel.: (0**51) 346-5828. E-mail: marcosso@cpovo.net

O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, através da MEV, a ação de instrumentos rotatórios de Ni-Ti sobre a parede dentinária do canal radicular de raízes de incisivos centrais superiores humanos, extraídos, quando do preparo do canal. Para tanto, foram selecionadas 20 raízes, divididas de forma aleatória, em 2 grupos de 10 dentes. Os canais radiculares de todos os dentes foram preparados com limas Pow-R (Moyco - EUA), de tal forma que, em nível de terço apical, todos os dentes foram dilatados até uma lima de número 40 e irrigados com 1,8 ml de NaOCl a 1% entre cada instrumento. No Grupo 1, somente o NaOCl foi empregado como solução irrigadora, enquanto que no Grupo 2, após a instrumentação, 1,8 ml de EDTA a 17% foi utilizado e agitado no canal radicular durante 3 minutos. Vinte fotomicrografias eletrônicas de varredura foram realizadas e entregues a 2 observadores para avaliação segundo o método proposta por ROME et al. (1985). O emprego de um teste kappa e um Qui-quadrado permitiram que se observasse diferenças entre os dois grupos. Nos dentes do Grupo 1, um magma dentinário consistente foi possível observar na quase totalidade das amostras, enquanto que no Grupo 2, túbulos dentinários abertos e livres de “debris” foram uma constante.

Sendo assim, foi possível concluir que as limas rotatórias de Ni-Ti permitiram a formação de magma dentinário quando de sua ação sobre a parede dentinária, removível sob a ação do EDTA.

 

 

Fórum Myaki Issáo - Sócios Iniciantes.............................................. I-261 à I-391

 

  I261

 

Análise do comportamento infantil frente ao atendimento odontológico na primeira infância.

D. C. L. CARVALHO*, A. L. F. VIEIRA, M. A. A. M. MACHADO, S. M. B. SILVA, J. E. O. LIMA.

Odontopediatria – FOB/USP. E-mail: vieira@techno.com.br

Muitos autores julgam o comportamento como a maior dificuldade no atendimento de bebês. Este estudo tem o objetivo de avaliar a adaptação destes ao tratamento odontológico. A amostra foi composta por 35 pacientes divididos em três grupos de acordo com a faixa etária (em meses): A (8-18); B (19-27); C (28-36), que tiveram seu comportamento avaliado em 5 sessões, durante a realização de profilaxia por um mesmo cirurgião-dentista, que classificava o comportamento do paciente em: não colaborador (NC), parcialmente colaborador (PC) e colaborador (C). Mediante esta classificação, ao fim das 5 sessões foi analisada a evolução da conduta dos pacientes como: positiva (P), negativa (N) ou inalterada (I). Os resultados foram submetidos ao teste Qui-quadrado, apresentando diferença estatisticamente significante (p < 0,01) entre os grupos e estão representados nas tabelas seguintes:

 

1ª sessão

5ª sessão

Grupo

A

B

C

A

B

C

Comportamento

%

%

%

%

%

%

C

8,4

6,7

66,7

16,7

73,3

100,00

PC

8,3

40,0

11,1

25,0

20,0

-

NC

83,3

53,3

22,0

58,3

6,7

-

 

Grupo

A

B

C

Evolução da conduta

%

%

%

P

25,0

86,7

100,0

Concluímos que o comportamento predominante dos bebês frente ao tratamento odontológico varia conforme idade, mas nos grupos B e C ele evolui positivamente ao longo do tempo, resultando em pacientes mais colaboradores.

  I262 

Avaliação da dieta de um grupo de adolescentes.

A. N. SILVA*, B. VOLSCHAN.

Odontopediatria e Odontologia Social – UNESA; UFF – RJ.

O objetivo deste estudo foi avaliar a dieta de um grupo de adolescentes e estabelecer uma relação entre a cariogenicidade da mesma e o sexo. Para tanto, foram analisados relatórios de dieta de 153 adolescentes entre 12 e 15 anos de idade (88 do sexo feminino e 65 do sexo masculino) regularmente matriculados na Escola Municipal Laudímia Trotta - RJ. Nestes relatórios os adolescentes descreveram todos alimentos consumidos durante um dia da semana (segunda a sexta) e durante um dia do final de semana (sábado ou domingo), bem como os respectivos horários de consumo. Os relatórios foram analisados e a cariogenicidade da dieta foi determinada de acordo com: (1) a presença de sacarose nos alimentos; (2) a aderência destes em relação à superfície dentária; (3) a freqüência de ingestão e (4) os horários de consumo. Os resultados demonstraram que 73,2% dos adolescentes consumiram dieta cariogênica. Durante a semana, a freqüência de consumo desta dieta entre as meninas foi 86,4% e entre os meninos foi 70,8%. Ao final de semana, esta freqüência foi verificada em 70,5% das meninas e 61,5% dos meninos. Os resultados obtidos foram analisados através do teste não-paramétrico do Qui-quadrado com nível de significância de 5%. Foi verificado que as meninas apresentam um maior consumo de sacarose durante a semana, entretanto não houve diferença estatística entre os sexos durante o final de semana.

Conclui-se que o grupo de adolescentes estudado apresenta consumo de dieta cariogênica, justificando a necessidade da implementação de um programa educativo em saúde bucal com o objetivo de esclarecer a importância da dieta no desenvolvimento da cárie dentária.

 

  I263 

Hábitos bucais deletérios na infância: percepção e atitudes dos responsáveis.

A. P. BRANDÃO*, R. BARCELOS, L. M. CHEVITARESE.

Disciplina de Odontopediatria – FO/UFRJ; FO/UNIGRANRIO. E-mail: apwp@ig.com.br

Este estudo avaliou a percepção e atitudes dos responsáveis (RE) de crianças (CR) de 2-11 de idade quanto aos hábitos bucais (HB) e suas conseqüências às arcadas dentárias. Distribuiu-se 150 questionários em uma escola de Niterói - RJ, retornando 73 com o consentimento para inclusão na pesquisa. A média de idade dos RE foi 35,4 ± 6,0 anos (90, 4% sexo feminino), e das CR foi 6,8 ± 6,7 anos (47,9% sexo feminino). Agrupou-se os RE segundo um índice adaptado (MARTINI & PELIANO. Est. e Pesq./IBGE, n. 8, 1981): 9,6% primário; 83,6% técnico/superior (TS) e 6,8% em atividades do lar, apresentando a maioria renda superior a 7 salários mínimos (78,8%). A prevalência dos HB entre as CR foi: 93,0% amamentação natural (AN); 84,9% amamentação artificial (AA); 12,3% sucção de dedo (SD); 64,4% sucção de chupeta (SC); 28,8% onicofagia (ON). Os HB apontados como possíveis causadores de danos à saúde da CR foram: 2,7% AN; 37,0% AA; 87,7% SD; 68,7% SC; 94,5% ON. Os motivos para descontinuação foram: vontade da CR 56,2%; orientação dos pais 29,1%; orientação do dentista 9,7% e orientação do médico 7,0%. Relacionando-se renda familiar e orientação dos RE foi encontrada relação estatística significante entre RE que instruem seus filhos a descontinuar hábito e o grupo de maior renda (c2 = 39,86; p < 0,01). Relação semelhante foi encontrada entre RE de TS e motivação dos filhos para interromper os HB (c² = 26,14; p < 0,01). CR pertencentes ao grupo de maior renda estavam mais interessadas em descontinuar os HB (c² = 90,43; p < 0,01)

Diante da amostra conclui-se que HB estão presentes na infância. Pais não consideram a AN e AA como possíveis HB deletérios e pais de nível socioeconômico mais elevado são os principais incentivadores da interrupção dos HB dos filhos em detrimento aos profissionais de saúde.

 

  I264 

Abuso e negligência: estudo na delegacia de repressão aos crimes contra a criança e o adolescente.

L. C. GARRIDO*, A. C. R. CARVALHO, S. G. BARROS, A. C. ALVES.

Departamento de Odontologia Social da Universidade Federal da Bahia.
E-mail: acastroalves@hotmail.com

A incidência de casos de maus tratos infantis vem aumentando a cada ano. Este estudo tem por objetivo a avaliação de registros de ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (Salvador, BA). Uma amostra de 414 ocorrências foi examinada por duas acadêmicas de Odontologia, sendo 377 incluídas. Dados físicos e demográficos foram utilizados. Participaram deste estudo crianças entre 0-18 anos (12,65 ± 4,10), de ambos os sexos (59,9% meninas; 40,1% meninos). Os dados foram inseridos no programa EpiInfo 6.04 e analisados através de estatística descritiva e do teste do Qui-quadrado a fim de determinar diferenças significantes (p < 0,05). Todos os tipos de abuso mostraram-se mais freqüentes em meninas, e no subgrupo de 11-15 anos. O abuso físico foi o mais encontrado (50,7%), seguido de abuso psicológico (20,2%), abuso sexual (18,0%), abuso físico/psicológico (7,7%) e negligência (3,4%). A maioria dos agressores era do sexo masculino (76,6%). Na faixa etária de 0-10 anos, os pais e vizinhos foram os principais responsáveis por maus tratos. Do total de lesões, 72,73% envolviam a região de cabeça e pescoço. Foi encontrada uma correlação positiva entre sexo (feminino) e abusos físico e sexual (c² = 12,79, p < 0,05; c² = 42,10, p < 0,05). A violência física contra meninos mostrou-se mais intensa, o que pode ser notado pela maior ocorrência de lesões (c² = 12,54; p < 0,05), inclusive lesões de cabeça e pescoço (c² = 9,25; p < 0,05).

Os profissionais de saúde devem procurar aprimorar a habilidade para o reconhecimento, documentação e denúncia de maus tratos contra menores, bem como, sensibilizar e mobilizar a comunidade a fim de reduzir a incidência e o impacto da violência ou negligência contra crianças e adolescentes.

  I265 

Avaliação comportamental longitudinal durante a assistência odontológica na primeira infância.

A. E. M. VIEIRA*, F. L. MELHADO, A. C. B. DELBEM, R. F. CUNHA.

Departamento de Odontologia Infantil e Soc. da FO de Araçatuba – UNESP.
Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: adelbem@foa.unesp.br

O propósito do presente trabalho foi analisar o comportamento de bebês durante a assistência odontológica na Bebê-Clínica da Disciplina de Odontopediatria da FO de Araçatuba - UNESP. Foram analisados um total 124 prontuários de bebês assistidos no período de agosto de 1996 a outubro de 1999. O critério de seleção das fichas clínicas foi o comparecimento a dez sessões de atendimento para realização apenas de procedimentos de rotina, como exame clínico, higiene bucal e orientação. Os pacientes foram classificados de acordo com o comportamento apresentado em cada sessão em colaborador (C), colaborador com reserva (CR), e não colaborador (NC). Foi aplicado o teste Qui-quadrado e o teste exato de Fisher para verificação da associação entre as variáveis, e o nível de significância adotado em todas as análises foi de 5%. Na primeira sessão, 83,9% dos pacientes de 0 a 6 meses de idade apresentaram comportamento (C), sendo que a porcentagem de colaboração foi de 31,6%, 14,3% e 25% nas faixas etárias de 7 a 12, 13 a 18, e 19 a 30 meses, respectivamente. Houve associação positiva entre a seqüência das visitas e o grau de colaboração. Apenas 23 bebês (18,5%) concluíram as 10 sessões em um período considerado ideal de até 12 meses.

A melhor época para ingresso no programa, visando maior adaptação ao ambiente e aos procedimentos odontológicos, situa-se entre 0 e 6 meses de idade e quanto maior o número de visitas maior a colaboração do paciente.

 

  I266 

Hábitos e atitudes de recém-mães do Hospital Maternidade de Nova Friburgo.

M. R. de VRIES*, S. HARARI, J. C. VENTURA, N. MORAES.

*Aluna de Especialização em Saúde Coletiva – UFRJ.

Mães apresentam um papel decisivo na criação de hábitos no ambiente familiar além de serem responsáveis pela transmissão de Estreptococos do Grupo mutans (EGM) BONACHALA & CORDEIRO, 1996; CAULFIELD et al., 1993. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o conhecimento sobre transmissibilidade, prevenção da doença cárie, assim como hábitos e atitudes da amostra em relação aos cuidados com seus bebês. Foram entrevistadas 200 recém-mães do Hospital Maternidade Nova Friburgo (HMNF). Os resultados mostraram que 88,5% da amostra tomam conta de seus próprios bebês e 62% não fizeram cursos para gestantes oferecidos pelo HMNF. Apesar de acharem importante limpar a boca do bebê após a amamentação, 40,5% nunca tiveram informação sobre higiene bucal, 13% a tiveram no curso de bebês, 16% através de suas mães e 30% através de revistas, colegas ou sempre souberam. Cinqüenta e cinco por cento não procuraram o dentista durante a gravidez, em 21% dos casos por não acharem necessário, 46% por não terem tido episódio de dor de dente e 25% por acharem que faria mal ao bebê. Cinqüenta por cento das mães afirmaram ter tido sangramento gengival durante a gravidez e 88% não tinham conhecimento que poderia ser prejudicial. Quarenta e nove por cento das entrevistadas relataram que seus bebês fazem uso de mamadeira noturna, 66% provam a papinha do bebê, sendo que 53% o fazem na palma de suas mãos e 73% desconheciam que poderiam transmitir bactérias da cárie através da saliva.

Existe a necessidade de implementação de programas educativos para gestantes e mães no HMNF, através de interação entre as áreas médica e odontológica, com o intuito de promover saúde.

  I267 

Dificuldades na implantação odontológica do SUS em Niterói - RJ.

M. A. BEVILACQUA*, D. NORO, M. A. A. SENNA.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF/Disciplina de Metodologia Científica da FOUFF, ­Niterói, RJ.

O SUS preconiza a perfeita interação entre fatores internos e externos ao processo de trabalho, dentro do modelo de atenção à saúde bucal. A conjunção destes fatores, nem sempre é possível, gerando dificuldades na realização da prática odontológica. Este trabalho teve como objetivo investigar os principais problemas encontrados pelos cirurgiões-dentistas (CDs) na consolidação do SUS na rede pública de Niterói e suas conseqüências na resolubilidade dos serviços. Para tanto, utilizou-se o método dedutivo, observação direta extensiva, através de questionários, com perguntas abertas e fechadas ao universo de 60 CDs lotados em 19 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Niterói, no período de 06/12/99 à 17/12/99. De acordo com os dados, 90% dos CDs não acham justo o salário que recebem. Observou-se, que 50% não se sentem motivados para trabalhar nas UBS. Outro dado foi que 100% dos profissionais acham imprescindível a presença de um auxiliar de consultório. Com relação aos materiais, 72% responderam não haver problemas no fornecimento. 60% dos odontólogos consideraram insuficientes os equipamentos existentes para execução de um bom trabalho, sendo apontados o fotopolimerizador e RX como os equipamentos necessários. Em relação à abordagem do conteúdo programático, foram apontadas falhas por 40%, sinalizando a alta demanda e o sistema de referência e contra-referência como problemas.

Concluiu-se que estes resultados constituem barreiras efetivas na resolutividade dos serviços, apontando uma necessidade real de reestruturação de ações programáticas, e busca de novos investimentos, visando melhor efetividade e cobertura da demanda odontológica.

  I268 

Avaliação de um método para ensinar pais como diagnosticar a cárie precoce.

V. C. MICELI*, V. M. SOVIERO.

Odontologia – UNESA. Tel.: (0**21) 287-7307.

Este trabalho teve o objetivo de avaliar um método de orientação aos pais sobre como detectar o primeiro sinal clínico da cárie, a mancha branca ativa (MBA), em seus filhos. Após aprovação do Comitê de Ética e obtenção do consentimento escrito, um único examinador examinou 120 crianças, de 2 a 5 anos de idade, cujos pais foram divididos, aleatoriamente, em dois grupos. O Grupo 1 recebeu a orientação antes de examinar seus filhos e o Grupo 2, após examiná-los. Utilizou-se um formulário para coleta de dados relativos à escolaridade dos pais, renda familiar, número de filhos, hábitos de higiene bucal das crianças e visitas prévias ao dentista. Os dados foram analisados através do Programa Epi Info e dos testes kappa e Qui-quadrado. O estudo foi concluído com 98 crianças, das quais 62 (63,3%) apresentaram lesão de cárie, em estágio inicial ou cavitada, e 58 (59,1%) apresentaram MBA em pelo menos um dos incisivos decíduos supe­riores.

A orientação proporcionou uma melhora na capacidade do Grupo 1 em diagnosticar a cárie nos dentes de seus filhos e em considerar as lesões de MBA como cárie. Esta diferença foi significativa estatisticamente para os dentes 52 e 62 (p £ 0,05). Com base nos resultados obtidos, sugere-se que a orientação sobre a detecção precoce destas lesões faça parte dos programas de prevenção e controle da cárie de acometimento precoce.

 

  I269 

Educação e prevenção em saúde bucal para crianças hospitalizadas.

A. C. MARQUES*, M. E. B. RAMOS, V. L. M. SOVIERO.

Odontologia – UNESA. Tel.: (0**21) 596-2627.

O objetivo deste estudo foi implementar um programa de educação em saúde bucal para crianças hospitalizadas no Setor de Pediatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Após aprovação do Comitê de Ética e consentimento livre e escrito dos responsáveis, todos os pacientes pediátricos hospitalizados, 58 crianças com idade média de 5,2 anos (± 3,7), foram inseridas na amostra. Um único examinador avaliou os índices de placa (IP) e gengival (IG), classificando-os em satisfatório (S), regular (R) e insatisfatório (I), no leito da criança, sob luz artificial. Informações pertinentes à saúde da criança e ao nível socioeconômico foram obtidas através de entrevistas com os responsáveis que receberam instrução quanto à higiene bucal da criança de forma direta. Os dados foram analisados no Epi Info através de teste c². Das 58 crianças, 38 (65,5%) usavam medicação com açúcar, 36 (62,1%) possuíam comprometimento sistêmico importante, 51 (87,9%) estavam impossibilitados de sair do leito e 40 (68,9%) permaneceram hospitalizadas por 7 a 30 dias. Após 1 mês, o IP e o IG foram reavaliados em 51 (87,9%) pacientes. A freqüência de IP-S passou de 50,9% no exame inicial para 98,0% no exame final (p < 0,01). Das 25 crianças que apresentavam IP-I ou IP-R inicialmente, 24 (96%) passaram para IP-S. A freqüência de IG-S passou de 76,5% no exame inicial para 100% no exame final (p < 0,01). As 12 crianças que possuíam IG-I ou IG-R passaram para IG-S.

Os resultados demonstraram diferença significativa entre os IP e IG iniciais e finais, demonstrando que os responsáveis assimilaram as orientações. Sugere-se que os programas de educação em saúde bucal devam ser incluídos na rotina das enfermarias pediátricas.

 

  I270 

Avaliação do padrão de aleitamento e sucção não nutritiva em um Hospital Amigo da Criança.

V. P. ESPINDOLA*, A. L. SANCHEZ, V. M. SOVIERO.

Odontopediatria – UERJ/UNESA/UFRJ. Tel.: (0**21) 587-6389.
E-mail: soviero@compuland.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar conhecimentos e atitudes de mães de recém-nascidos (RN) em relação ao aleitamento e à sucção não nutritiva na maternidade do Hospital Universitário - UERJ (HUPE), considerado Hospital Amigo da Criança pela OMS. Esta avaliação é parte inicial de um projeto de odontologia para crianças de 0-36 meses de idade. Após a aprovação do Comitê de Ética e consentimento escrito dos participantes, os dados foram coletados, na enfermaria obstétrica, através de entrevista, e analisados no Epi Info, pelos testes c² e exato de Fisher. A amostra constou de 85 RN, ambos os sexos, dos quais 58 (68,2%) fizeram pré-natal no HUPE, 25 (29,5%) em outros hospitais e 2 (2,4%) não fizeram. A idade média dos pais foi 29,3 (± 8,5) e das mães, 25 (±  7,2). O nível de escolaridade predominante das mães foi o ensino fundamental incompleto (43,5%) e a renda familiar, 1 a 3 salários mínimos (55,2%). O aleitamento materno foi iniciado no 1º dia de vida para 63 (74,1%) bebês (66,0%, até 3 h pós-parto) e 51 (60,0%) mães tinham intenção de amamentar exclusivamente no peito, no mínimo, até 6 meses, fato mais freqüente dentre as de nível de escolaridade mais alto e que fizeram pré-natal no HUPE, embora não significativo (p > 0,05). Das 85 mães, 51 (60,0%) compraram mamadeira e 37 (43,2%) compraram chupeta independente do nível socioeconômico ou intenção de amamentar (p > 0,05). As que fizeram pré-natal no HUPE foram as que menos compraram chupeta (p < 0,05) e mamadeira (p = 0,09).

Observou-se que o pré-natal do HUPE favoreceu o aleitamento materno e a não introdução de bicos artificiais, embora significativo estatisticamente somente para a chupeta. Talvez, uma maior adesão às práticas que visam o sucesso do aleitamento materno poderia ser alcançada se as mães recebessem orientação mais detalhada sobre funções e efeitos da sucção.

  I271 

Programa familiar de promoção de saúde bucal.

I. C. VASCONCELLOS, A. MONTEIRO da SILVA, R. GALVÃO.

Departamento de Clínica Odontológica – Universidade Gama Filho.

O presente estudo desenvolveu e avaliou um programa familiar de promoção de saúde bucal. Contou com a participação de 60 pacientes de uma clínica odontológica, os quais foram aleatoriamente divididos em dois grupos iguais. Durante a pesquisa procedeu-se à medição dos índices de placa e sangramento gengival na linha de base e novamente após 3 meses. Os participantes do grupo experimental receberam juntamente com seus familiares: I) informação sobre as doenças bucais mais comuns (cárie e doença periodontal); II) instruções de higiene oral e de dieta, com apresentação de “slides” e em folhetos explicativos; III) “kit” com material de higiene oral e IV) consulta de motivação, sendo que o grupo de controle recebeu apenas o tratamento convencional. O programa fundamentou-se na teoria da aprendizagem social (modelos do condicionamento operante e da auto-eficácia) e no modelo de crenças em saúde (MCS). As análises de Qui-quadrado indicaram que somente no grupo experimental os índices de placa e sangramento gengival baixaram significativamente, do pré para o pós-teste: c23 = 339,61, p < 0,01; c23 = 563,75, p < 0,01; respectivamente.

Conclui-se que o programa foi efetivo na redução dos índices de placa e sangramento gengival. Os resultados sugeriram que, dentre os modelos que fundamentaram o programa, somente o Skinneriano poderia explicar as mudanças observadas nos índices clínicos de doenças dentárias.

 

  I272 

Saúde bucal: conhecimentos e prevalência de cárie no ensino fundamental.

A. ANZAI*, A. T. HOSHI, F. S. OLIVEIRA, S. N. MARTA, S. M. B. SILVA, M. A. A. M. MACHADO.

Disciplina de Odontopediatria – FOB/USP.

A cárie dentária ocorre em grande parte da população infantil no Brasil. Sendo importante conhecer os aspectos envolvidos no processo saúde-doença para elaborar medidas preventivas e educativas eficazes, o objetivo deste estudo transversal foi avaliar, através de questionário auto-aplicado, o nível de conhecimento sobre saúde bucal de uma amostra de alunos de 2ª e 4ª séries do ensino fundamental de Bauru e pesquisar a condição bucal dessas crianças. Foram respondidos 1075 questionários com perguntas sobre placa dentária, cárie, flúor e métodos de prevenção, considerando-se para análise estatística somente crianças com 60 a 80% de acertos nas alternativas. Assim, 40,65% das crianças de 2ª série e 42,19% das de 4ª série enquadraram-se no perfil proposto, com uma média de acertos sem diferença estatística entre os dois grupos (p < 0,1764; t = 46530,5 - teste Mann-Whitney). 1108 crianças foram examinadas para levantamento dos índices ceo-d e CPO-D por um único examinador, conforme critérios da OMS. O teste Mann-Whitney demonstrou uma diferença estatística altamente significante tanto para o ceo-d (p < 0,0001; t = 305917,0) como para o CPO-D (p < 0,0001; t = 237388,5) entre as crianças de 2ª e 4ª séries. O ceo-d foi maior na 2ª série (2,45 x 1,99) e o CPO-D, na 4ª série (1,16 x 0,46).

O índice de cárie encontrado nas crianças de 2ª e 4ª séries para dentes decíduos e permanentes não foi muito elevado, mas revelou a progressão de cárie nos dentes permanentes jovens. Considerando-se alguns conhecimentos básicos sobre saúde bucal, a mesma proporção de crianças de 2ª e 4ª séries atingiu o índice esperado, revelando tanto uma estagnação do conhecimento adquirido, como uma deficiência sobre conceitos atualizados.

  I273 

Fraturas de côndilo: análise do tratamento conservador.

R. G. MACEDO*, A. F. F. ALMEIDA, M. R. OLIVEIRA Jr., I. GANDELMANN, M. A. CAVALCANTE.

Pós-Graduação em CTBMF FO/UFRJ – Rio de Janeiro; Pós-Graduação em Cirurgia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia da UFRJ.

As fraturas de côndilo são importantes por sua incidência e possibilidade de complicações. Na revisão de literatura os autores preconizam tratamento conservador, sendo o objetivo final a restauração da função e não necessariamente a redução das partes anatômicas. Propomos neste trabalho a avaliação dos parâmetros de abertura de boca, presença de anquilose e formação de côndilo funcional. Foram selecionados 26 pacientes com fraturas de côndilo uni e bilateral isoladas ou concomitantes com outros tipos de fraturas, em idade sete a 77 anos, sem distinção de sexo ou cor e de etiologias variadas. Todos os pacientes foram submetidos a redução fechada utilizando barra de Erich e bloqueio intermaxilar com bandas elásticas e fisioterapia pós-operatória imediatamente após remoção do bloqueio. O tempo de imobilização para pacientes de até 15 anos de idade, com fratura unilateral foi de três semanas e com fratura bilateral foi de quatro semanas. Nos pacientes acima de 20 anos de idade, com fraturas uni e/ou bilaterais o tempo foi de quatro semanas. A abertura de boca foi avaliada 30 e 60 dias após remoção do bloqueio, utilizando paquímetro milimetrado. A presença ou ausência de anquilose foi verificada através de análise clínica e radiográfica. As radiografias utilizadas para esta análise, bem como, para constatação de formação de côndilo funcional foram: Panorâmica, Towne e Updegrave, realizadas após seis e 18 meses do trauma. Os resultados obtidos num “follow-up” de 18 meses foram: abertura bucal entre 40 e 47 mm; inexistência de anquilose e presença de côndilo funcional em pacientes até 15 anos de idade, em torno de 12 meses, quando do início do tratamento. Os resultados foram obtidos através de média aritmética, medianas, desvio padrão e amplitude total.

Concluímos que o tratamento conservador é eficaz nas fraturas de côndilo, e, que ocorre formação de côndilo funcional em pacientes com até 15 anos de idade.

 

  I274 

Análise clínica dos traumas ocasionados por PAF na face.

P. C. P. REIS, M. C. B. GUEDES*, C. R. BORBA, M. A. A. CAVALCANTE, I. H. A. GANDELMANN.

Pós-Graduação em CTBMF da FO – UFRJ. E-mail: dra.paty@uol.com.br

No presente trabalho enfatizamos o impacto da violência nos grandes centros, como o desencadeador no aumento da criminalidade que se reflete no número de registros dos traumas de face. Fizemos uma seleção na qual avaliamos 80 pacientes vítimas de trauma por projétil de arma de fogo em face, atendidos pelo Serviço de Cirurgia Oral e Maxilo Facial do HUCFF/FO/UFRJ., no período de 1990-1999. As variáveis analisadas foram: a região anatômica da fratura por PAF; relação entre a terapêutica conservadora ou cirúrgica e os principais tipos de fratura. Nossos resultados demonstraram que em 45% dos casos a mandíbula foi afetada, onde 35% em região de corpo, 13% de ângulo e 12% outras regiões como mento e rebordo alveolar. Os outros 55% estiveram relacionados à maxila, região nasal, zigoma e órbita. No tipo de fratura verificamos a fratura do tipo cominutiva com 39% dos casos, 12,75% de fratura única e 5,50% em galho-verde, salientamos ainda que em 43,25% dos casos não provocaram fratura.

Podemos concluir com os dados analisados que as fraturas do tipo cominutiva foram as mais comuns, o corpo da mandíbula foi a região mais afetada e a terapêutica cirúrgica não foi utilizada como de rotina nos pacientes vítimas de PAF, ficando tão somente indicada para aqueles casos aonde as lesões foram mais extensas, com importante perda de substância ou impossibilidade de bons resultados com a terapia conservadora.

 

  I275 

Análise epidemiológica das fraturas de maxila.

S. MANDARINO*, E. FAVILLA, A. SAUD, M. A. CAVALCANTE, I. H. GANDELMANN.

Pós-graduação Em CTBMF – FO/UFRJ.

Do ponto de vista clínico funcional, o maxilar superior deve ser considerado como um conjunto de quatro ossos, sendo duas maxilas e dois ossos palatinos. Dentre as fraturas encontradas no complexo maxilo-facial, as fraturas de maxila ocorrem menos freqüentemente do que as fraturas de mandíbula. Contudo a relação de 1 para 4 parece estar aumentando em favor das fraturas de maxila. Os principais componentes envolvidos são: fator dinâmico, composto pela intensidade e direção do impacto, e o fator local, relativo ao formato anatômico do osso mencionado. Visando uma melhor compreensão deste tipo de trauma, o estudo analisa quais os fatores etiológicos e a localização do traço de fratura que mais freqüentemente acometem a maxila. Foram estudados 26 pacientes, portadores de 43 fraturas de maxila, sem distinção de sexo e idade, atendidos pelos serviços de CTBMF do HUCFF – FO/UFRJ. A seguinte classificação foi adotada: (1) Localização: transversa, Guerin ou Le Fort I; piramidal ou Le Fort II; disjunção craniofacial ou Le Fort III; fratura vertical ou Lannelongue e do processo alveolar; (2) Etiologia: acidentes de tráfego e agressão. Os dados obtidos foram: (1) Localização: transversa, Guerin ou Le Fort I 2 (4,65%); piramidal ou Le Fort II 10 (23,25%); disjunção craniofacial ou Le Fort III 21 (48,84%); fratura vertical ou Lannelongue 3 (6,98%); e do processo alveolar 7 (16,28%); (2) Etiologia: acidentes de tráfego 20 (76,9%) e agressões 6 (23,1%).

Concluímos então que o fator etiológico mais comum é o acidente de tráfego, o que retrata a vida diária de um grande centro urbano. Acredita-se que a grande incidência de pacientes com fraturas de tipo Le Fort III, contrariando as estatísticas comumente encontradas na literatura, se deva ao fato do HUCFF estar suprindo a deficiência da especialidade em âmbito público.

 

  I276 

Etiologia das fraturas zigomáticas e o Código Nacional de Trânsito Brasileiro.

A. L. SAUD*, E. E. FAVILLA, S. C. A. MANDARINO, I. H. A. GANDELMANN,
M. A. A. CAVALCANTE.

Pós-Graduação em CTBMF FO/UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2040.

A era de extraordinários avanços tecnológicos e infelizmente da violência, nos trouxe um grande aumento na prevalência do trauma facial, resultado de acidentes de trânsito, esportes, agressão física e extravagân­cias. Na face, devido à sua localização e contornos proeminentes da estrutura óssea, convencionalmente chamada de complexo zigomático, é mui­to suscetível a traumatismos os mais variados. O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise estatística dos fatores etiológicos das fraturas do complexo zigomático observadas no serviço de Cirurgia Oral e Maxilofacial do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho FO/UFRJ, no período de janeiro 1989 à dezembro 1999, visando estabelecer um paralelo com a etiologia e a criação do Código Nacional de Trânsito (23/12/97). A coleta de dados para pesquisa foi feita através da revisão dos prontuários dos pacientes atendidos por este serviço, apresentando fraturas do complexo zigomático, separando-os em pacientes atendidos até dezembro de 1997 e a partir desta data até hoje. A análise estatística mostrou uma diminuição de 40,5% no acidente automobilístico como causa das fraturas do complexo zigomático após dezembro de 1997. Este achado é corroborado pela literatura mundial, porém com o atraso de cerca de 10 a 15 anos, provavelmente devido ao atraso de nossas autoridades em legislar sobre o assunto.

Concluímos que o impacto dos acidentes automobilísticos na etiologia das fraturas do complexo zigomático, diminuiu significativamente após a implementação do Código Nacional de Trânsito, e a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança.

  I277 

Conduta dos graduandos da UNIGRANRIO frente a acidentes ocupacionais.

T. OTTONI*, M. MOTA-PINTO, R. LESSA, A. RIBEIRO, F. C. FREITAS.

Odontopediatria – UNIGRANRIO – Rio de Janeiro.

Após o surgimento da AIDS, o controle de infecção entre os profissionais da área odontológica tem despertado grande interesse entre a comunidade científica. Trabalhos prévios revelaram que o dentista se encontra em segundo lugar em relação à freqüência de acidentes ocupacionais entre os profissionais de saúde, precedido apenas pelos auxiliares de enfermagem. Uma das causas para a ocorrência destes acidentes pode ser a falta de uma maior informação sobre controle de infecção durante o curso de graduação. O objetivo deste trabalho foi levantar a freqüência de acidentes ocorridos nas clínicas odontológicas da UNIGRANRIO e avaliar o conhecimento dos alunos quanto as condutas a serem tomadas diante do acidente ocupacional. 212 alunos do 4º ao 9º período foram entrevistados com relação à experiência prévia de acidente ocupacional durante atividade acadêmica e conduta realizada. Os dados foram inseridos no programa Epi Info 6.04. A freqüência de acidentes foi de 26,4%, sendo o acidente com agulhas contaminadas o mais freqüente (26,3%). Os alunos de 8º e 9º períodos apresentaram maior freqüência de acidentes (17,4%). Somente 17,9% de todos os alunos acidentados teve a conduta correta diante deste tipo de acidente, e 69,6% limitou-se a fazer a limpeza do ferimento com água e sabão. Dos alunos que não sofreram acidentes ocupacionais, 40,6% relataram desconhecer a conduta adequada diante de acidentes, apesar de estarem cursando as disciplinas clínicas, ou não responderam à pergunta.

Pode-se concluir que apesar da crescente preocupação com a biossegurança, os alunos do curso de graduação não estão adequadamente conscientizados sobre as condutas frente aos acidentes ocupacionais, apesar de já terem sido orientados previamente durante as disciplinas clínicas.

  I278 

Influência das condições bucais e imunológicas na identificação de Candida sp em crianças.

E. M. B. COSTA*, A. CARDOSO, R. M. A. SOARES, A. L. SANTOS, C. M. ABREU.

Departamento de Odontopediatria, Microbiologia e Diagnóstico Oral da UFRJ.

A presença de Candida sp na mucosa da boca tem sido correlacionada com as condições bucais e o estado geral de saúde do indivíduo. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de placa visível (PV), índice de cárie (IC) e infecção pelo HIV na identificação de Candida sp na mucosa bucal clinicamente saudável de crianças. O protocolo de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética do NESC/UFRJ. Após a anuência dos responsáveis, realizaram-se o exame clínico e a coleta de saliva através de um “swab” estéril passado no dorso da língua. Foi utilizado o índice de PV estabelecido por RIBEIRO & THYLSTRUP [J. Dent. Res., 79 (IADR Abstracts): 217 (589), 2000], onde (0) representa ausência de PV, (1) PV fina em dentes anteriores (DA), (2) PV fina em dentes posteriores (DP), (3) PV espessa nos DP, (4) PV espessa nos DP e PV fina em DA, (5) PV espessa nos DA e DP. A amostra consistiu em 90 crianças, 45 HIV+ e 45 sem evidências clínicas de imunossupressão, na faixa etária de 2-13 anos. A Candida foi identificada através do meio de cultura CHROMagar® e estava presente respectivamente em 80% e 44,5% das crianças HIV+ e HIV-. Vinte e cinco crianças HIV+ (56%) e 9 do grupo controle (20%) apresentaram índice de PV 5. Das crianças com PV 0 ou 1, 15 HIV+ (80%) e 32 HIV- (47%) apresentaram Candida sp, entre 10 e 1770 ufc/ml. Das crianças com IC zero, 7 no grupo HIV+ e 12 HIV-, 100% e 67% respectivamente, apresentaram Candida, entre 10 e 1770 ufc/ml. Nas crianças com IC entre 1 e 5, 8 no grupo HIV+ e 17 HIV-, 50% e 76%, respectivamente, não apresentaram Candida.

Há uma diferença estatisticamente significativa na presença de Candida entre os dois grupos estudados (c², p < 0,01). Não há correlação estatisticamente significativa entre a presença de Candida e a quantidade de ufc/ml com o índice de PV e do IC (c², p > 0,01).

 

  I279 

Análises clínica e microscópica de dentes hígidos e cariados.

S. A. B. de MOURA*, R. A. de CARVALHO, L. M. G. QUEIROZ.

Departamento de Odontologia – UFRN – Patologia Oral. Tel.: (0**84) 215-4108.

Analisou-se clinicamente molares humanos permanentes hígidos e com cárie na face oclusal, com e sem comunicação com a câmara coronária e avaliou-se a presença ou não de bactérias gram-positivas ou gram-negativas no complexo dentina-polpa. Utilizou-se para coloração dos espécimes o método de Gram e a análise microscópica foi realizada considerando-se a divisão por terços, tanto da dentina quanto do tecido pulpar, onde estudou-se os terços coronário, médio e apical.

Concluiu-se que, bactérias gram-positivas não foram observadas nos dentes hígidos, enquanto em dentes com cárie sem comunicação com a câmara coronária estavam presentes tanto na dentina quanto na polpa, sendo mais intenso nos dentes onde havia comunicação com a câmara coronária. As bactérias gram-negativas foram encontradas casualmente em alguns dentes hígidos, o que sugere algum tipo de alteração estrutural no esmalte, permitindo a passagem de microorganismos para os túbulos dentinários. Nos dentes com cárie, sem e com comunicação com a câmara coronária, ocorreram mais nos terços coronários. O número de bactérias aumentou à medida que a cárie dentária avançou em direção à polpa.

 

  I280 

Avaliação da atividade antimicrobiana de dentifrícios.

A. T. SANT’ANNA*1, L. T. O. RAMALHO1, D. M. P. SPOLIDORIO2, L. C. SPOLIDORIO2.

1Departamento de Morfologia; 2Departamento de Patologia – UNESP – Araraquara.

O propósito deste trabalho é avaliar a atividade antimicrobiana de três dentifrícios disponíveis no mercado, observando se a adição de substâncias como o própolis são capazes de aumentar o potencial antimicrobiano dos dentifrícios. A avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada em placas de Petri contendo meio de cultura SB20 e Ágar Sabouraud para os microrganismos Streptococcus mutans e Candida albicans respectivamente. As placas foram semeadas individualmente com suspensão de microrganismos, sendo posteriormente perfuradas para o depósito dos dentifrícios a serem analisados. Os dentifrícios utilizados no teste foram Sorriso Herbal, Sorriso Herbal com própolis e Tandy. Após inoculação, as placas foram mantidas por 48 horas a 37ºC. Após 48 horas observou-se halos de inibição de diâmetros semelhantes para os três dentifrícios utilizados.

 

  I281 

Incidência de Staphylococcus aureus, na cavidade nasal e orofaringe, em crianças.

M. UENO*, I. S. FARIA, A. O. C. JORGE.

FO de São José dos Campos – UNESP; Departamento de Odontologia – UNITAU.
Tel.: (0**12) 225-4150. E-mail: mari@prppg.unitau.br

Este trabalho teve por objetivo estudar crianças portadoras assintomáticas de Staphylococcus aureus. O grupo foi constituído de 128 crianças de 3 a 10 anos. Foram coletadas amostras com “swabs”, em dois sítios: cavidade nasal e orofaringe, e semeadas em meio Baird-Parker com telurito de potássio e emulsão de gema de ovo. Colônias com características de S. aureus, isto é, colônias pretas com halo de lecitinase, foram identificadas através de provas de catalase, coagulase, Voges Proskauer e fermentação de trealose. Do total de portadores, 40 (31,3%) apresentaram o microrganismo na cavidade nasal, 39 (30,5%) o apresentaram na orofaringe e 20 (15,6%) são portadores em ambos os sítios. Verificou-se a sensibilidade das cepas à 10 antibióticos: penicilina G, oxacilina, tetraciclina, lincomicina, cefalotina, vancomicina, ampicilina, eritromicina, gentamicina e amicacina.

Todas as cepas apresentaram resistência à penicilina G e ampicilina; todas as cepas foram sensíveis à oxacilina, vancomicina, gentamicina e amicacina e 24,4% das cepas apresentaram resistência a 4 ou mais antibióticos. Dentre aqueles portadores nos dois sítios 10 (50%) apresentaram cepas distintas nos diferentes sítios, o que pode ser observado pela diferença na sensibilidade aos antibióticos.

 

  I282 

Gênero Candida na cavidade bucal de pacientes atendidos em serviço odontológico universitário.

H. O. SCHWARTZ*, E. A. SCHWARTZ, E. RAMOS Jr., V. KOZLOWZKI Jr., E. B. SANTOS.

Departamento de Odontologia – Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Estudos epidemiológicos da candidose bucal são relevantes para o controle, prevenção e profilaxia dessa infecção. Esta é uma infecção oportunista, causada pelo gênero Candida, principalmente C. albicans. O objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento epidemiológico dos pacientes portadores de Candida e com candidose bucal, que procuram atendimento na clínica odontológica universitária e correlacionar com o status intra-oral. Foi coletada saliva de 139 pacientes, 45 do sexo masculino e 94 feminino, com média de idade de 32,2 anos. A saliva foi homogeneizada, diluída até 10 –3 e semeada em duplicata em placas com agar Sabouraud Dextrose com cloranfenicol. Após incubação a 37ºC/48 h, o número de colônias características de Candida foi determinado. O status intra-oral e sistêmico foi verificado durante exame clínico e anamnese dos pacientes. A identificação das espécies de Candida foi realizada pelas provas de formação de tubo germinativo, clamidoconídio e fermentação e assimilação de açúcares. Candida foi isolada em 64,0% dos pacientes. Em 11% o número de UFC/ml foi superior a 400. A higiene bucal foi considerada boa em apenas 10% dos indivíduos. Usuários de prótese constituíram 47,19% dos portadores de Candida, sendo 13,48% prótese fixa e 33,70% prótese removível; 43,8% eram fumantes; 27,0% apresentaram queixa de boca seca, e 11,2% faziam uso de medicamentos. C. albicans foi identificada em 63,0% das colônias, que foram um total de 220.

Os resultados demonstraram uma alta incidência de Candida na população estudada e sua relação com o uso de próteses e pouca atenção à higiene bucal, o que pode favorecer o desenvolvimento de candidose.

  I283 

Colonização de estreptococos do grupo mutans em crianças de 12 a 72 meses de idade.

E. ROSSONI, D. DREHMER, G. ROSSI*, L. G. C. ROSA.

FO – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5015.

Existem evidências de que a época de colonização da cavidade bucal por estreptococos do grupo mutans (EGM) e os níveis salivares deste microrganismo desempenham um papel importante na etiologia da cárie dentária em humanos. Os objetivos do estudo foram correlacionar os níveis de EGM com a experiência de cárie em 132 crianças de 12 a 72 meses de idade de uma creche pública de Porto Alegre e determinar a “Janela de Infectividade” (CAUFIELD et al., J. Dent. Res., 72 : 1993), isto é, a época de colonização de EGM na cavidade bucal das crianças. A partir de 1 ano de idade as crianças foram avaliadas através de exames clínicos e microbiológicos trimestrais até ser detectada a infecção por EGM. Amostras de saliva não estimulada foram coletadas através de espátulas de madeira e cotonetes estéreis, os quais foram pressionados sobre placa Rodac com meio ágar MSB (Mitis salivarius com bacitracina). Após incubação em microaerofilia, a 37ºC por 48 horas, o número de colônias de EGM foi contado em uma área de 1,5 cm2. Após remoção de placa com escova e fio dental e secagem com gaze, o exame clínico foi realizado com refletor (ceo-s incluindo mancha branca ativa). Das 16 crianças entre 12 e 19 meses, 5 foram infectadas por EGM antes de 18 meses de idade. Os níveis salivares de EGM foram correlacionados com a experiência de cárie. Crianças livres de cárie apresentaram diferentes níveis salivares de EGM, contudo, 51% delas não estavam colonizadas. Níveis elevados de EGM (> 50 UFC) estavam associados com a experiência de cárie (p < 0,05 - Teste de Resíduos Ajustados).

Observou-se que a infecção por EGM nas crianças examinadas aconteceu antes dos 18 meses de idade. (PROPESQ, UFRGS.)

  I284 

Biocompatibilidade do colágeno + matriz óssea + bioapatita em subcutâneo de ratos.

M. A. COSTENARO*, J. M. GRANJEIRO, D. T. OLIVEIRA, R. TAGA, E. M. TAGA, T. CESTARY.

Departamento de Ciências Biológicas/Bioquímica, Faculdade de Odontologia de Bauru.
Tel.: (0**14) 235-8246, (0**14) 227-3383, fax: (0**14) 223-2041. E-mail: mcostenaro@bol.com.br

Diversos materiais vem sendo testados na clínica médico-odontológica como alternativas ao osso autógeno como material de preenchimento. As fosfatases ácidas são enzimas especializadas na hidrólise de éster fosfato, podendo ser classificada de acordo com a massa molecular relativa (Mr): alta Mr (marcador lisossomal), intermediária Mr (reabsorção óssea) e baixa Mr (controle do ciclo celular). Neste trabalho, avaliamos enzimática e microscopicamente a resposta biológica a enxerto de matriz orgânica bovina desmineralizada e liofilizada associada à hidroxiapatita e colágeno, em conjuntivo subcutâneo de ratos. A atividade fosfatásica total e lisossomal, bem como o infiltrado inflamatório, foram elevadas nos períodos de 10 a 30 dias após o implante. A atividade tirosina fosfatase foi muito baixa; o grau de proliferação fibroblástica, angioblástica e o fibrosamento foram moderados no mesmo período; o grau de fibrosamento foi alto após 60 dias. O infiltrado inflamatório observado era rico em células gigantes multinucleadas envolvendo e fagocitando partículas de matriz orgânica e hidroxiapatita.

Os resultados permitem constatar a existência de uma correlação entre a atividade da fosfatase ácida lisossomal e a de baixa Mr com a análise microscópica do tecido reacional induzido pelos materiais. A observação de células do sistema imune do rato (linfócitos e eosinófilos) indicam ativação do sistema pela matriz orgânica ou colágeno bovinos, uma vez que a hidroxiapatita é inerte. (PIBIC/USP/CNPq.)

 

  I285 

Influência dos estrógenos no movimento dentário decorrente do tratamento ortodôntico.

E. M. MONGHINI1, D. M. PARK3, J. A. A. FRANCI1, V. M. R. BARROS2, M. A. N. MATSUMOTO3, C. I. MIZUSAKI1

1Departamento de MEF; 2Departamento de Cirurgia; 3Departamento de Clínica Infantil – FORP – USP.

A reabsorção óssea é um fator limitante que determina o grau de movimentação dental e os estrógenos desempenham importante papel no equilíbrio entre formação e a reabsorção óssea, mantendo desta maneira um volume ósseo normal. O objetivo deste trabalho é avaliar a influência dos estrógenos no movimento dentário decorrente do tratamento ortodôntico. Foram utilizadas ratas ciclando, ovariectomizadas (OVX) e ovariectomizadas com reposição de estradiol (OVXE2). Nos dois últimos grupos, 14 dias após a castração, foram implantadas cápsulas contendo óleo (OVX) ou estradiol (OVXE2). Três dias após, o aparelho foi instalado e quatorze dias após a instalação as ratas foram sacrificadas. Nas ratas ciclando a instalação foi feita no diestro e cerca de 14 dias após, foram sacrificadas no diestro. A medida de distância entre o molar e o incisivo foi tomada na instalação do aparelho e no dia do sacrifício. A movimentação dentária das ratas OVXE2 foi similar à das ratas ciclando e nas ratas OVX esta movimentação foi maior. O ciclo estral das ratas após a instalação do aparelho manteve-se regular. As concentrações plasmáticas de estradiol no grupo OVXE2 foram similares as encontradas na tarde de proestro.

A movimentação dentária é bastante facilitada na ausência dos estrógenos e este efeito é totalmente revertido com a reposição hormonal. (Apoio financeiro: FAPESP.)

 

  I286 

Mecanismo adrenérgico central inibe a salivação induzida por pilocarpina em ratos.

T. S. MOREIRA*, A. C. T. TAKAKURA, L. A. de LUCA Jr., A. RENZI, J. V. MENANI.

Departamento de Fisiologia e Patologia, Faculdade de Odontologia – UNESP – Araraquara, SP. Tel.: (0**16) 232-1233, ramal 253. E-mail: menani@foar.unesp.br

A pilocarpina (agonista colinérgico) é um potente estimulador da salivação em animais e no homem sendo seu uso recomendado no tratamento de pacientes com xerostomia. Efeitos opostos na salivação são produzidos pelos agonistas adrenérgicos a2 que são drogas muito usadas no tratamento de hipertensão e que produzem como efeito colateral a sensação de boca seca em pacientes. Neste trabalho, verificamos se a salivação induzida por pilocarpina intraperitoneal (ip) poderia ser modificada pela administração intracerebroventricular (icv) de noradrenalina ou do agonista de receptores adrenérgicos a2 e imidazólicos moxonidina que é um dos anti-hipertensivos mais recentes lançados no mercado. Foram utilizados ratos Holtzman com cânulas de aço inoxidável implantadas no ventrículo lateral cerebral (VL). Salina (controle), moxonidina ou noradrenalina foram injetadas icv 15 minutos antes da pilocarpina em ratos anestesiados com tribromoetanol. A saliva foi coletada com bolas de algodão, previamente pesadas, colocadas na boca do animal. Moxonidina (5, 10 e 20 nmol) icv reduziu a salivação induzida pela pilocarpina (1 mg/kg) ip (342 ± 30, 129 ± 25 e 105 ± 22 mg/7 min, versus controle: 511 ± 48 mg/7 min; n = 8-10). Do mesmo modo, noradrenalina (40, 80 e 160 nmol) icv reduziu a salivação induzida pela pilocarpina (1 mg/kg) ip (468 ± 27; 204 ± 39 e 106 ± 24 mg/7 min, versus controle: 565 ± 39 mg/7 min, n = 8).

Os resultados mostraram que os agonistas adrenérgicos agem centralmente, produzindo intensa inibição da salivação em ratos. É possível que o mesmo mecanismo deve ser o responsável pelo efeito colateral de drogas desse tipo em pacientes. (Auxílio financeiro: FAPESP, CNPq. )

 

  I287 

Presença de microrganismos produtores de urease na cavidade bucal de pacientes periodontalmente comprometidos.

E. RAMOS Jr.*, H. O. SCHWARTZ, E. A. SCHWARTZ, V. KOZLOWZKI Jr., E. B. SANTOS.

Departamento de Odontologia – Universidade Estadual de Ponta Grossa.

A hidrólise da uréia pela urease produzida por bactérias bucais tem grande impacto sobre a ecologia bucal e pode favorecer a progressão de doenças. Neste estudo verificou-se a presença de microrganismos produtores de urease em indivíduos periodontalmente comprometidos, coletando-se amostras de placa supragengival; placa subgengival; dorso de língua; palato; bochecha; cálculo dental; saliva e exsudato periodontal. As amostras foram homogeneizadas em solução fisiológica, diluídas até 10 –5, semeadas em duplicata em ágar-sangue e incubadas em aerobiose a 37ºC/48 h. Cada colônia morfologicamente distinta foi reisolada em ágar-sangue e após crescimento uma UFC foi transferida para o teste TUPF (Teste de Urease Pré-Formada - Laborclin®), no qual a produção de urease é determinada pela viragem da cor do meio, de amarelo para vermelho. Os resultados mostram que a incidência de microrganismos produtores de urease isolados no laboratório, em ordem decrescente foram exsudato periodontal (33,3% das amostras isoladas); palato (29,2%); cálculo dental (25,0%); placa supragengival (21,8%); placa subgengival (18,2%); saliva (14,8%), bochecha(14,6%) e língua (14,3%). Foram isoladas 485 colônias, sendo que 97 (20%) apresentaram TUPF (+). Microscopicamente predominaram cocos gram-positivos, (78,3%) e bacilos gram-positivos (22,7%).

A expressiva incidência de microrganismos produtores de urease na cavidade bucal de pacientes periodontalmente comprometidos pode ter relevância na progressão dessas alterações e a identificação desses microrganismos pode favorecer seu controle pelos clínicos.

  I288 

Produção de b-glucuronidase (b-G) por células mononucleares na periodontite do adulto.

F. M. AARESTRUP, B. J. VIEIRA, R. R. P. MACHADO*, M. E. FALABELLA, R. FISCHER.

Laboratório de Imunologia do ICB/UFJF(MG); Pós-Graduação em Periodontia – UERJ (RJ).

O aumento da destruição tecidual na periodontite de progessão rápida está fortemente relacionado a liberação de b-G por exocitose e degranulção de leucócitos polimorfonucleares. Entretanto, o possível papel da produção da b-glucuronidase por células mononucleares na periodontite crônica, não foi ainda estudado. No presente estudo, nós investigamos in situ a presença de b-G em amostra de tecido gengival de 15 pacientes com periodontite crônica. Pacientes com idade entre 35 a 60 anos foram englobados no estudo. Foi obtido o consentimento por escrito de todos os pacientes. A papila gengival lingual de sítios com destruição óssea avançada e profundidade de sulco gengival igual ou maior que 5 mm, foram biopsiados. As amostras de tecido gengival foram divididas em dois fragmentos de tamanhos iguais. Um fragmento foi congelado em nitrogênio líquido para a investigação da presença de b-G usando o método enzimático-histoquímico. O segundo fragmento foi fixado em formalina a 10% e emblocado em parafina. Cortes de 4 mm de espessura foram obtidos e corados pela hematoxilinaeosina. Para classificação das células do infiltrado inflamatório foi utilizado a imuno-histoquímica. A presença de atividade de b-G no sítio de infiltrado inflamatório mononuclear, detectada pelo método enzimático histoquímico, revelou muitas células mononucleares b-G positivas. (figura 1C)

Em conjunto, os resultados sugerem que a produção de b-G por células mononucleares possui um importante papel no mecanismo de destruição tecidual durante o desenvolvimento da periodontite crônica. (Financiado pelo: CNPq e CAPES.)

  I289 

Concentração de flúor em alimentos infantis e risco de fluorose dental.

D. R. M. FERNANDES*, C. M. TABCHOURY, J. A. CURY.

Laboratório de Bioquímica Oral – FOP – UNICAMP. E-mail: jcury@fop.unicamp.br

Tendo em vista a preocupação com o aumento da prevalência da fluorose dental, todas as fontes de exposição sistêmica ao flúor devem ser identificadas, entre elas os alimentos infantis industrializados. Neste tipo de análise de previsão de risco seria fundamental diferenciar o flúor solúvel (FS) do total (FT) em termos do efeito real do absorvido. Este estudo teve o objetivo de avaliar as concentrações de F total (FT) e solúvel (FS) em HCL 0,01 N (“suco gástrico”) em alimentos infantis disponíveis no mercado nacional. As amostras de alimentos foram adquiridas em 6 pontos de venda da cidade de Campinas, SP, e divididos nos seguintes grupos: A) alimentos prontos para o consumo, B) mingaus, C) alimentos formulados, D) leites em pó, E) outros. O conteúdo de FT foi separado por microdifusão facilitada por hexametildisilazano (HMDS) e o de FS incubando-se as amostras a 37ºC por 1 h em HCL 0,01 N. As análises de flúor foram feitas com eletrodo específico. FS foi extraído só dos alimentos dos grupos B e C, e de um produto do grupo E, tendo em vista o potencial de risco de fluorose de acordo com a concentração de FT encontrada. As médias ± dp e amplitude das concentrações de FT e FS (mgF/g) foram, respectivamente: A) 0,040 ± 0,0317 (0,009-0,084, n = 40); B) 0,69 ± 0,573 (0,0-1,63, n = 55) e 1,06 ± 0,308 (0,53-1,47, n = 27); C) 1,62 ± 1,17 (0,47-3,84, n = 34) e 1,15 ± 0,692 (0,22-2,11, n = 27); D) 0,19 ± 0,127 (0,07-0,37, n = 20); E) 1,52 ± 2,51 (0,04-5,26, n = 18) e 3,37 (n = 1).

Em função dos resultados, da quantidade de alimento recomendada/dia e da dose diária considerada limite em termos de uma fluorose clinicamente aceitável (0,05 a 0,07 mgF/kg), concluiu-se que a maioria deles não causam preocupação do ponto de vista toxicológico. Entretanto a contribuição dos alimentos formulados para a dose total diária de flúor pode ser significativa. (FAPESP - Proc. 98/03951-4.).

 

  I290 

Cariogenicidade de edulcorantes contendo lactose – estudo in situ em dentina radicular.

C. P. AIRES*, C. M. TABCHOURY, A. DEL BEL CURY, J. A. CURY.

Departamento de Ciências Fisiológicas da FOP – UNICAMP. E-mail: cinthia@fop.unicamp.br

Lactose é um açúcar considerado como moderadamente cariogênico para o esmalte e tem sido o excipiente mais usado em edulcorantes em pó. Considerando que a dentina é mais cariogênica, a maioria dos adultos apresenta exposição radicular e o crescente consumo de edulcorantes, o objetivo do presente trabalho foi avaliar em um modelo in situ o potencial cariogênico da lactose contida em edulcorante em pó. Doze voluntários adultos (aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FOP-UNICAMP), utilizando dispositivo palatino, contendo 4 blocos (3 x 3 x 2mm) de dentina bovina radicular de dureza superficial conhecida, participaram deste estudo. O estudo foi do tipo cruzado com os seguintes tratamentos: A) água destilada deionizada; B) solução aquosa de edulcorante em pó (Zero Cal®), na proporção de um sachê/xícara de café; C) solução de lactose 1,5% e D) solução de sacarose 1,5%, as quais foram gotejadas sobre os blocos 4 X/dia. Após período experimental de 14 dias, análise de microdureza superficial (Knoop) foi realizada em todos os blocos, calculando-se a porcentagem de variação de dureza superficial (%VDS) em relação a inicial. As concentrações de F, P, Ca e polissacarídeo solúvel em álcali (PSA) foram determinadas na placa dental formada sobre os blocos. F foi determinado com eletrodo específico, P e PSA por colorimetria e Ca por absorção atômica. Os resultados (médias ± erro pad) foram: %VDS: A) +18,64 ± 3,14 a; B) -12,33 ± 1,36 ab; C) -12,31 ± 2,39 ab; D) -42,95 ± 2,67 b; F (mg/g): A) 37,43 ± 7,45 a; B) 22,68 ± 4,14 a; C) 14,5 ± 1,69 a; D) 15,95 ± 2,51 a; P (mg/mg): A) 3,96 ± 0,72 a; B) 2,37 ± 0,36 ab; C) 2,01 ± 0,21 b; D) 1,82 ± 0,26b; Ca (mg/mg): A) 10,52 ± 1,7 a; B) 7,16 ±1,21ab; C) 6,83 ± 0,8 ab; D) 5,30 ± 0,44b; PSA (mg/mg): A) 6,42 ± 0,52a; B) 6,63 ± 0,31 a; C) 6,96 ± 0,66 a; D) 7,26 ± 0,63 a.

Concluiu-se que edulcorantes contendo lactose podem ser cariogênicos para dentina radicular. (FAPESP – Proc. 98/11571-7 e 99/06348-0.)

  I291 

Percepção dos responsáveis e atividade de cárie em bebês.

D. D. VALLE*, A. MODESTO, I. P. R. SOUZA.

Odontopediatria da FO – UFRJ. E-mail: dellavalle@openlink.com.br

O presente estudo teve como objetivo avaliar a percepção dos responsá­veis em relação à atividade de cárie das crianças atendidas na Clínica de Bebês da Disciplina de Odontopediatria da FO-UFRJ, durante o ano de 1999. Foram selecionados 100 pré-escolares com idades variando entre 0 e 36 meses (média 24 meses), de ambos os sexos (55 meninas). Os seguintes dados foram coletados dos prontuários da clínica: motivo da consulta, presença de mancha branca ativa ou lesão cavitada. Através de entrevista, os responsáveis eram questionados sobre a presença de cárie em seus bebês. Estes dados foram correlacionados, sendo que para a análise estatística dos resultados, utilizou-se o teste não-paramétrico c² (Qui-quadrado de Pearson). Dos bebês, 60% não apresentaram atividade de cárie, sendo que 4% ainda não possuíam dentes; 58% das crianças sem cárie, procuraram a clínica para orientação, constatando-se uma associação estatisticamente significante (p = 0,0006). O motivo mais freqüente da consulta foi para orientação (63%) e 5% destes bebês apresentaram lesões cariosas, sendo esta associação estatisticamente significante (p = 0,0002). Verificou-se que 19% das crianças procuraram atendimento odontológico devido à presença de lesões cariosas e todas apresentaram a doença.

Pode-se concluir que a percepção dos responsáveis quanto a atividade de cárie nos bebês foi baixa, haja vista que quase a metade dos mesmos não constatou a presença da doença.

 

  I292 

Avaliação do ART em sulcos pigmentados.

L. M. CHEVITARESE, D. MATTOS, I. B. CARVALHO, R. A. MASUDA*, C. O. SOUSA, M. SANDIN, C. PASQUARELLI.

Odontopediatria – UNIGRANRIO/D. Caxias. Tel.: (0**21) 671-4251.

Este trabalho teve por objetivo avaliar a prevalência de sulcos pigmentados (SP) encontrados na população de Apuiarés (CE) antes (T1) e após 1 ano (T2) da aplicação do Programa Sorrindo com Saúde que fez uso da técnica do ART utilizando o Vidrion R®, SS White. O estudo foi desenvolvido pela FO-UNIGRANRIO em parceria com o programa Universidade Solidária, com a participação voluntária dos indivíduos da amostra. A amostra foi constituída de 104 pacientes, sendo 28,85% do sexo masculino, com média inicial de idade de 15,66 anos. O exame e o tratamento foram realizados como preconizado pela OMS para a técnica do ART. Considerou-se como SP, dentes que após serem secos com algodão apresentassem selamento biológico, lesões iniciais de cárie ativas ou não, sem cavitação. Os valores encontrados para números de dentes com SP (DSP), a sua prevalência (P) nos dentes decíduos (Dd) e permanentes (Dp) e a relação SP/indivíduo (SP/IND) nos Dd e Dp podem ser vistos na Tabela 1. Já, os resultados da avaliação em T2 dos dentes selados encontram-se na Tabela 2. As prováveis causas para a evolução da lesão de cárie foram selantes fraturados, perdidos e infiltrados.

Tabela 1

 

DSP

P-SP

SP/IND

 

Dd

Dp

Dd

Dp

Dd

Dp

T1

20

578

22%

21%

1,18

5,56

T2

zero

212

zero

  8%

zero

2,03

 

 

Tabela 2

 

DSP

P-SP

SP/IND

 

Dd

Dp

Dd

Dp

Dd

Dp

T1

20

578

22%

21%

1,18

5,56

T2

zero

212

zero

  8%

zero

2,03

Pode-se concluir que a aplicação do Programa manteve da maioria dos elementos presentes na arcada em condições funcionais, e retardou a evolução dos SP para lesões cavitadas de cárie.

  I293 

Dentistas clínicos gerais e odontopediatras: Odontologia Preventiva ou Curativa?

D. MATTOS, A. de LUCA*, L. M. CHEVITARESE.

Odontopediatria – UNIGRANRIO/D. Caxias, Brasil. Tel.: (0**21) 671-4251.

O presente estudo buscou avaliar o conhecimento de dentistas clínicos gerais (DCG) e odontopediatras (OP), do Rio de Janeiro com relação às suas atitudes, se preventivas ou se curativas, frente ao diagnóstico e tratamento da doença cárie, bem como à medidas preventivas. Para tal, confeccionou-se um questionário composto de 26 perguntas fechadas, que foi enviado pelo correio para 150 profissionais, dos quais apenas 36 responderam. Os cirurgiões-dentistas foram agrupados em DCG (72,22%) e em OP (27,78%). O tempo de formado, também foi levado em consideração: com até 5 anos (30,56%), de 5 a 15 anos (47,22%) e com mais de 15 anos (22,22%). Quando questionados sobre o que fazer diante de um indivíduo com um valor de 15 para o índice CPOD, 57,90% do DCG adotariam medidas preventivas, enquanto que apenas 31,60% optariam por medidas restauradoras; já os OP, 66,70% e 33,30% adotariam as mesmas medidas, respectivamente. O uso de exame radiográfico para o diagnóstico de lesões de cárie foi apontado por 30% e 45,50% dos DCG e OP respectivamente. O uso da sonda com essa mesma finalidade, foi escolhido por 30% do DCG e 11,10% dos OP. O intervalo de tempo entre as consultas de revisão, também foi avaliado: para os 100% dos OP, seus clientes devem retornar, de acordo com suas necessidades frente ao controle da doença cárie. Dos 41,20% DCG que fazem rechamadas, 35,30% o fazem num intervalo de tempo de 6 em 6 meses.

Pode-se concluir que tanto os DCG quanto os OP estudados, apresentam uma atitude preventiva diante das situações investigadas, relacionadas com a doença cárie.

 

  I294 

ART - Opção viável de tratamento em Apuiarés, sertão cearense.

L. CHEVITARESE, I. CARVALHO*, R. MASUDA, M. SANDIN, D. MATTOS, C. SOUSA,
C. PASQUARELLI.

Odontopediatria - UNIGRANRIO. Tel.: (0**21) 671-4251.

Apuiarés situa-se no sertão do Ceará, cuja única opção de tratamento para dentes comprometidos por lesão de cárie, em seu estágio inicial ou tardio, é a extração do elemento envolvido. Este trabalho teve por objetivo a avaliação após 1 ano da aplicação do Programa Sorrindo com Saúde que fez uso da técnica do ART utilizando o Vidrion R®, SS White. O estudo foi desenvolvido pela FO-UNIGRANRIO em parceria com o programa Universidade Solidária, com a participação voluntária dos indivíduos da amostra. A amostra constitui-se de 106 pacientes com média inicial de idade de 15,89 anos. O exame e o tratamento foram realizados como preconizado pela OMS para a técnica do ART. Foram realizadas intervenções em 309 dentes (decíduos e permanentes) com pelo uma lesão de cárie cavitada, destes 180 foram selados e 129 restaurados. Após 1 ano foi feita a avaliação cujos resultados encontram-se na tabela abaixo.

Total de dentes reavaliados = 280 (90,61%)

 

Selantes = 164 dentes

Obturações = 116 dentes

Fraturas sem lesão
de cárie ativa

14   (8,54%)

  8   (6,90%)

Fraturas com lesão
de cárie ativa

10   (6,10%)

  7   (6,03%)

Perdas sem lesão
de ­cárie ativa

34 (20,73%)

 15 (12,93%)

Perdas com lesão
de ­cárie Ativa

78 (47,55%)

 63 (54,31%)

Manteve-se íntegro

28 (17,08%)

 23 (19,83%)

Pode-se concluir que apesar da maioria dos dentes tratados avaliados apresentar-se com lesão de cárie ativa, o tratamento manteve o dente na arcada impedindo sua extração.

  I295 

Programa Sorrindo com Saúde: avaliação da saúde bucal.

L. M. CHEVITARESE, C. O. SOUSA, M. SANDIN, D. MATTOS*, I. B. CARVALHO, R. A. MASUDA, C. PASQUARELLI.

Odontopediatria – UNIGRANRIO/D. Caxias. Tel.: (0**21) 671-4251.

Este trabalho teve como objetivo avaliar a situação da saúde bucal da população de Apuiarés (CE) antes (T1) e após 1 ano (T2) da aplicação do Programa Sorrindo com Saúde, que fez uso da técnica do ART utilizando o Vidrion R®, SS White. O estudo foi desenvolvido pela FO-UNIGRANRIO em parceria com o programa Universidade Solidária, com a participação voluntária dos indivíduos da amostra. A amostra foi constituída de 114 pacientes, sendo 71,05% do sexo feminino. O exame foi realizado com o paciente deitado na posição de decúbito dorsal, em mesas com colchonetes, sob luz natural, como preconizado pela OMS para a técnica do ART. Os valores encontrados para os índices ceo, CPO-D e média de idade nos tempos T1 e T2 encontram-se na Tabela 1. O número de dentes cariados (DC) decíduos (Dd) e permanentes (Dp) e de indivíduos em T1 e T2, bem como a média desta relação nos respectivos tempos podem ser observadas na Tabela 2.

Tabela 1

 

ceo

CPO-D

Média/idade (anos)

T1

2,80

5,75

15,77

T2

2,59

6,53

17,21

 

Tabela 2

 

Dd

Dp

 

T1

T2

T1

T2

DC

45

31

439

400

Indivíduos

21

17

114

114

Média

2,14

1,82

3,85

3,51

Pode se concluir que o ART foi capaz de conter o avanço da doença cárie na população estudada.

 

  I296 

Cárie em primeiros molares permanentes de crianças HIV+: avaliação longitudinal.

R. GUEDES*, A. RIBEIRO, I. P. R. SOUZA.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – UFRJ/IFF/HMJ/HUAP.
Tel.: (0**21) 562-2101. E-mail: rgsrio@aol.com

Estudos demonstraram que crianças HIV+ apresentam elevados índices de cárie, influenciados pelo consumo crônico de medicamentos líquidos açucarados e pobres hábitos de higiene bucal. O presente trabalho objetiva avaliar os efeitos de um programa de promoção de saúde bucal em primeiros molares permanentes (PMP) de crianças HIV+, pacientes de dois hospitais públicos da cidade do Rio de Janeiro. Para isso, 26 crianças com idade entre 72 e 149 meses (média 101,69 ± 21,09) foram inseridas, após consentimento escrito do responsável, em um programa baseado em controle mecânico de biofilme. Consultas mensais foram realizadas, onde os responsáveis eram treinados intensivamente para escovação caseira de qualidade. Quando os molares estavam em erupção, a técnica de escovação diferenciada (transversal) era preconizada. Além da escovação profissional com dentifrício fluoretado a cada reexame, os dentes que apresentavam lesões em atividade também recebiam aplicação de fluoreto de sódio, de acordo com a necessidade individual de cada criança e da atividade da doença. Este programa recebeu aprovação do Comitê de Ética do NESC-UFRJ. Inicialmente, dos 93 PMP presentes, 35 encontravam-se hígidos, 41 cariados, 4 restaurados e 13 em erupção. Após um ano de acompanhamento, verificou-se que 5 PMP apresentaram lesões em cárie oclusal tipo mancha branca controladas (inativadas), 4 foram restaurados e 2 extraídos por envolvimento pulpar. Os demais dentes cariados não apresentaram aumento de profundidade ou atividade de lesão. Observou-se também que todos os PMP erupcionados durante o programa mantiveram-se hígidos.

Pode-se concluir que o programa possibilitou controlar a atividade de cárie em primeiros molares permanentes de crianças HIV+.

 

  I297 

Comportamento do esmalte bovino após utilização de soluções para bochecho.

B. C. RAMOS*, A. M. G. VALENÇA, L. C. MAIA.

FO-UFF/Pós-Graduação em Odontologia Social/UFF – Niterói, RJ – Brasil.

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro, sob ciclagem de pH o efeito da utilização de soluções fluoretadas para bochecho em associação ou não com agentes antiplaca no esmalte bovino hígido e/ou artificialmente cariado. Inicialmente, foi obtida a microdureza superficial do esmalte (M) dos 138 blocos dentários, posteriormente divididos em dois grupos: artificialmente cariado (G1) e hígido (G2). Após produção de cárie, o G1 foi novamente submetido à análise da (M). Na fase experimental G1 e G2 foram divididos em subgrupos (S), de acordo com as soluções estudadas: Triclosan a 0,03% com fluoreto de sódio a 0,05% (SA); clorexidina a 0,12% com fluoreto de sódio a 0,05% (SB); fluoreto de sódio a 0,05% (SC); Triclosan a 0,03% (SD); clorexidina a 0,12% (SE) e água deionizada como controle (SF). Foi adotado o modelo tradicional de ciclagem de pH para o G1 e o modelo reverso para o G2. Ao fim da ciclagem de pH, reavaliou-se a (M) das amostras. As médias dos percentuais (%) de desmineralização (D) foram analisadas estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis, e quando necessário, empregaram-se comparações múltiplas. Os percentuais de (D) para G1 foram: SF (67,63) > SD (65,68) > SE (68,17) > SC (55,89) > SB (50,73) > SA (50,06). Para G2: SE (90,46) > SD (90,16) > SF (86,74) > SB (68,93) > SC (66,94) > SA (62,29). Houve significância entre: SA/SD; SA/SE; SA/SF; SB/SD; SB/SE; SB/SF; SC/SD; SC/SE e SC/SF, pertencentes a G2.

Pode-se concluir que: a associação de solução fluoretada com agente antiplaca favoreceu o efeito protetor contra desmineralização no esmalte hígido quando este foi submetido a alto desafio cariogênico (ciclagem reversa). Para o esmalte cariado, sugerem-se novos estudos a fim de melhorar o entendimento dos dados observados. (Apoio: CNPq/PIBIC/UFF.)

 

  I298 

Análise da concentração de sacarose e do pH de antibacterianos pediátricos.

V. S. SILVA*, A. N. SILVA, L. C. TRUGO, L. C. MAIA.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF; Departamento de Bioquímica – UFRJ.

O objetivo deste estudo piloto foi determinar a concentração de sacarose (CS) e o pH de dez antibacterianos (Ab) de uso pediátrico existentes no mercado brasileiro. Foram analisadas duas amostras (Am) de cada uma das dez marcas comerciais utilizadas no presente estudo. A análise da CS foi feita no Laboratório de Bioquímica Nutricional e de Alimentos da UFRJ, através da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, utilizando-se uma bomba HPLC (Isco - USA) com uma válvula de injeção Rheodyne (com alça de 20 µl) e um detector de índice de refração (Waters 410 - USA). A coluna utilizada foi uma LiChrospher-5-NH2 (250 x 4 mm i. d. - Merck - Germany) e a fase móvel foi acetonitrila:água (72:28, v/v) a 1,0 ml/min. A quantificação foi obtida através de comparação das alturas de pico com padrões de sacarose, glicose e frutose (Merck). O pH dos Ab foi determinado utilizando-se um pHmetro Digimed DM 20 do Laboratório de Odontologia Social da UFF e fazendo-se a média aritmética das 2 Am de cada marca comercial de Ab. A análise dos resultados foi estabelecida através da avaliação da mediana dos valores encontrados. Dentre os Ab analisados, pôde-se verificar que embora três Ab não possuíssem sacarose em sua composição, a mediana dos valores da CS foi de 33,62% (15,75% - 41,30%). Da mesma maneira, a mediana dos valores de pH foi 5,46 (5,09 - 8,27).

Conclui-se, portanto, que a maioria das marcas comerciais de antibacterianos analisados no presente estudo apresentam uma alta concentração de sacarose e um pH abaixo do crítico (5,50), o que por si só pode estar contribuindo para o aumento dos potenciais cariogênico e erosivo destes medicamentos, considerando-se, principalmente, a freqüência com que são administrados para os pacientes infantis.

  I299 

Alteração cromática e morfológica do esmalte após tratamento com peróxido de carbamida.

F. C. GONÇALVES*, L. A. MONTE ALTO, M. E. B. RAMOS.

UNESA; UNIG; UERJ. Tel.: (0**21) 503-7289.

O objetivo deste estudo foi avaliar, in situ, a diferenciação cromática e morfológica da superfície do esmalte dental hígido, após a utilização do peróxido de carbamida 10% durante três semanas de tratamento. Cinco terceiros molares inclusos foram seccionados, originando 20 amostras das faces vestibular e lingual, das quais apenas 15 foram utilizadas. Dez amostras foram posicionadas em dois dispositivos intra-orais de acrílico, utilizados por duas voluntárias (conforme consentimento livre e esclarecido), e a cor inicial dos fragmentos foi registrada, utilizando-se a escala de cores do compósito Z100®. A primeira voluntária tratou as amostras durante oito horas noturnas (5 amostras), e a segunda durante 30 minutos diurnos (5 amostras). Cinco amostras foram desprezadas e as cinco restantes serviram como controle. Ao final deste período, a cor das amostras foi registrada novamente, sendo possível constatar que em ambos os casos o clareamento foi significante, entretanto, em maior grau quando foi utilizado o maior tempo de tratamento. A análise ao MEV demonstrou alteração do esmalte dental em ambos os casos que receberam tratamento.

Pode ser concluído que os dois tempos de tratamento promoveram o clareamento do esmalte dental, entretanto com melhor resultado durante 8 horas noturnas. Sugere-se o aumento do tempo ou do período do tratamento diurno, para que sejam alcançados os mesmos resultados. (Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estácio de Sá.)

 

  I300 

Avaliação in vitro do potencial erosivo de medicamentos a base de ácido acetil salicílico.

F. P. da LUZ*, F. MAESTRI, D. R. TAMES.

Departamento de Histologia da Faculdade de Odontologia – UNIVALI.
E-mail: petry_luz@melim.com.br

Evidências sugerem que o uso terapêutico e prolongado do ácido acetil salicílico (AAS) provoca erosão dental. Este trabalho tem a finalidade de estudar a dinâmica do potencial erosivo da Aspirina, Aspirina C e AAS tamponado encontrados no comércio. Para tanto, em 40 dentes decíduos humanos hígidos divididos igualitariamente em 2 grupos: A (incubação de 24 h) e B (incubação de 1 h), foram delimitados no esmalte áreas padronizadas em 7 mm2; cada grupo foi subdividido eqüitativamente em 4 subgrupos que foram incubados, individualmente e sob agitação constante, em 5 ml de soluções de 15 mg/dl das formulações de AAS acima citadas e do AAS puro (controle). Em cada solução foi medido o pH antes e após a incubação. Os métodos de estudo foram espectrofotometria de absorção atômica e a microscopia eletrônica de varredura. Os resultados obtidos mostraram que, exceto o AAS tamponado, em ambos grupos (A e B) todas as soluções removeram cálcio em valores estatisticamente significantes (p < 0,005), sendo que o potencial erosivo, em ordem decrescente, foi AAS puro, Aspirina e Aspirina C. As modificações na morfologia superficial acompanharam às dosagens de cálcio observadas; o padrão de solubilização do esmalte foi irregular.

Nossos resultados nos permitem concluir que os medicamentos a base de AAS tem potencial erosivo dependente do tempo de contato com o esmalte e da sua formulação.

 

 

  I301 

Termometria de duas técnicas de preparo em alta-rotação com diferentes fluxos de água.

B. N. CAVALCANTI*, C. OTANI, S. M. RODE.

DMOP – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP; Departamento de Física do ITA. E-mail: bncav@uol.com.br

O uso de instrumentos cortantes rotatórios pode provocar um excesso de calor no ato operatório, que se não for controlado com o uso de “spray” ar-água, pode causar danos à polpa dental. Assim, se faz necesária uma adequação do fluxo de água desse “spray” às mais diferentes condições de procedimentos operatórios, partindo do princípio que a polpa não suporta aumentos de temperatura acima de 5,5ºC. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia de três diferentes fluxos de água em duas diferentes técnicas de preparo: uma ideal, com baixa pressão e intermitência, e outra abusiva, com alta pressão e corte contínuo, resultando assim em 6 grupos distintos, analisados por ANOVA (p < 0,05): I. técnica abusiva sem água, II. técnica ideal sem água, III. técnica abusiva com 30 ml/min, IV. técnica ideal com 30 ml/min, V. técnica abusiva com 45 ml/min, VI. técnica ideal com 45 ml/min. Usou-se para isso termopares na câmara pulpar de 30 dentes bovinos, e um termômetro sem contato que fez as leituras de temperatura na superfície dos preparos. Observou-se que os dois grupos controle, sem refrigeração, provocaram aumentos médios de temperatura de 12,97ºC.

Nos grupos refrigerados o aumento de temperatura foi maior que 5,5ºC somente com técnicas abusivas, sendo que nos grupos IV e VI, que não ultrapassaram o DT crítico, há diferenças estatisticamente significantes, segundo o teste de Mann-Whitney (p = 0,0079). (FAPESP, processos 99/02750-8 e 99/09593-9.)

 

  I302 

Novo método de acrilização de íris para prótese ocular.

A. MONTAGNER*, T. W. AZAMBUJA, A. PERRONE, F. BERCINI, F. U. LOPEZ.

Departamento de Cirurgia e Ortopedia. Fac. Odontologia, UFRGS. Tel.: (0**51) 331 2272.

A técnica de acrilização de íris para prótese ocular consiste na inclusão em mufla dos discos de íris entre uma porção de resina acrílica incolor termopolimerizável em forma de calota e um disco ou base do mesmo material, prensagem, polimerização e acabamento. Muitos dos botões de íris são perdidos nesse processo devido a incorporação de bolhas ao acrílico, ao deslocamento dos discos de íris durante a prensagem e a ação da alta temperatura e do monômero sobre a coloração da íris. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma nova técnica de acrilização e compará-la com a técnica tradicional sobre gesso. Foram confeccionadas 30 formas de vidro temperado de 2 mm de espessura, côncavas, com diâmetro aproximado de 18 mm. Em cada forma foi colocado um incremento de resina acrílica quimicamente ativada Clássico (Artigos Odontológicos Clássico Ltda.), um disco de íris confeccionado com a técnica de pintura em cartolina e um segundo incremento de resina quimicamente ativada. Posteriormente, foi realizada prensagem bidigital isolando a resina dos dedos com um pedaço de papel celofane. Igualmente foram prensadas em muflo outros 30 discos de íris com resina termopolimerizável. Foram atribuídos valores para cada uma das íris considerando os seguintes critérios: incorporação de bolhas, posicionamento do disco, brilho e lisura. Os valores foram submetidos ao teste do X2 mostrando haver diferença significativa entre as duas técnicas.

O resultado foi: técnica de polimerização da resina contra o vidro elimina a necessidade de polimento e de acabamento além de diminuir a incorporação de bolhas e facilitar a centralização da íris.

 

  I303 

Efeito da ciclagem térmica sobre a resistência à tração de “copings” metálicos.

E. B. LOPES*, E. S. GALERA.

Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia da Universidade do Vale do Paraíba.
Tel.: (0**12) 321-5060. E-mail: dubl@uol.com.br

O estudo avaliou a resistência à tração de “copings” metálicos (Ni-Cr-Be), cimentados com cimento de fosfato de zinco e cimento resinoso submetidos ou não à termociclagem. A amostra foi de 60 dentes e respectivos “copings”, dividida em quatro grupos, sendo dois deles para os grupos controles (grupos I e III, sem ciclagem térmica) e os outros dois para os grupos experimentais (grupos II e IV, com ciclagem térmica de 8 mil ciclos com variações de 6º ± 2ºC; 61º ± 2ºC; e 37º ± 2ºC). Nos grupos controles (I e III), imediatamente após as cimentações, os corpos-de-prova foram armazenados em água a 37ºC por 48 horas, antes dos testes de tração. Nos grupos experimentais (II e IV), anteriormente ao teste de tração, os corpos-de-prova foram submetidos à ciclagem térmica. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico não paramétrico de Kruskal-Wallis, demonstrando que: para os grupos controles, a resistência média das coroas cimentadas com cimento de fosfato de zinco foi de 32,3 kgf; enquanto para as amostras cimentadas com Panavia 21, os resultados ficaram prejudicados, uma vez que os dentes não resistiram à remoção das coroas dos respectivos preparos, ocorrendo fratura em 100% deles. Para os grupos experimentais, a resistência média (ou média da resistência) das coroas cimentadas com cimento de fosfato de zinco foi de 27,63 kgf e para as cimentadas com Panavia 21, de 35,00 kgf. Os resultados mostraram uma diminuição da resistência à tração oferecida pelos dois agentes cimentantes, quando os corpos-de-prova foram submetidos previamente à ciclagem térmica. Surpreendentemente, considerando a uniformidade dos preparos imposta pela metodologia, houve uma grande variação em relação aos dados encontrados nos testes de tração para os dois agentes cimentantes, com e sem ciclagem térmica.

Concluímos que a ciclagem térmica diminuiu o valor médio de resistência à tração dos grupos experimentais.

  I304 

Retenção de retentores intra-radiculares cimentados com Panavia 21 em canais obturados com cimentos com e sem eugenol.

A. P. DAMASCENO, C. ROCHA, J. B. LIMA, A. P. ALVES.

Departamento de Odontologia – UNITAU. Tel.: (0**12) 233-2085.
E-mail: damaceno@iconet.com.br

A relação de retentividade entre o pino intra-radicular e as paredes do conduto preparado para recebê-lo é um dos fatores importantes para o sucesso de trabalhos protéticos onde a retenção intra-radicular se faz necessária. Nos últimos anos, têm surgido no mercado, cimentos resinosos com capacidade de adesão à superfície dentinária e à determinadas ligas, com a finalidade de aumentar a resistência à tração dos retentores intra-radiculares. Considerando-se que a maioria dos cimentos endodônticos têm como base o eugenol, que pode interferir na polimerização dos materiais resinosos, o presente trabalho visa avaliar a interferência ou não do eugenol presente nos cimentos endodônticos, na resistência à tração. Vinte dentes caninos humanos foram divididos em dois grupos de dez amostras: Grupo I onde o cimento endodôntico à base de óxido de zinco e eugenol foi utilizado; Grupo II onde o cimento endodôntico à base de hidróxido de cálcio foi utilizado. Concluído o tratamento endodôntico, os dentes foram estocados durante 7 dias e então realizados os preparos intra-radiculares, onde se padronizou a broca e a forma de preparo. Os condutos foram moldados pela técnica direta e os retentores fundidos em liga de cobre-alumínio. Procedeu-se a cimentação com cimento Panavia 21 e o conjunto foi submetido à teste de tração em uma máquina MTS. Os valores obtidos foram submetidos à análise estatística e a média das cargas necessárias para a remoção dos retentores intra-radiculares foi de 6,56 kgf para o Grupo I e de 9,26 kgf para o Grupo II.

Concluiu-se que o cimento resinoso Panavia 21 oferece maior resistência à tração para os retentores intra-radiculares de cobre-alumínio quando a obturação do canal foi realizada com o cimento endodôntico à base de hidróxido de cálcio do que quando foi empregado o cimento endodôntico à base de óxido de zinco e eugenol.

 

  I305 

Efeito da refundição de ligas de Ni-Cr, Ni-Cr-Be e Ni-Cr-Ti na união do cimento Panavia F.

R. M. SUZUKI*, L. A. GERMANOS, E. A. MARTINS.

Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia – ULBRA. Tel.: (0**51) 219-7392. E-mail: mrsuzuki@zaz.com.br

O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da refundição de ligas de níquel-cromo, níquel-cromo-berílio e níquel-cromo-titânio na união com o cimento resinoso Panavia F. Para tanto, seis grupos experimentais, I, III e V (grupos controle) constituídos de ligas novas de NiCr (Durabond), Ni-Cr-Be (Co-Span), Ni-Cr-Ti (Tilite), e II, IV e VI confeccionadas com ligas refundidas de Ni-Cr, Ni-Cr-Be e Ni-Cr-Ti, respectivamente, foram elaborados. Após estudo piloto, realizou-se o cálculo de amostra o qual determinou a utilização de 12 corpos-de-prova para os grupos I e II, e 17 para os demais, totalizando 92 corpos-de-prova. Cada corpo-de-prova foi constituído de dois discos metálicos unidos com cimento resinoso Panavia F (Kuraray Co. Ltd. - J. Morita) e seu sistema adesivo indicado. Após a união, os corpos-de-prova foram armazenados durante 24 horas em ambiente com 100% de umidade a 37ºC. A seguir foram submetidos ao ensaio de tração em uma máquina de ensaio universal (Pantec-Versat 500) até o rompimento dessa união. O valor médio obtido em kgf/cm2 no grupo I (157,97 ± 25,65) quando comparado ao grupo II (154,64 ± 37,79) não diferiu estatisticamente (p = 0,80, teste t para amostras independentes). Já, os grupos III (175,64 ± 20,95) e IV (155,56 ± 16,01), bem como os grupos V (154,44 ± 22,37) e VI (174,45 ± 31,00) diferiram estatisticamente (respectivamente, p = 0,04 e 0,04, teste t para amostras independentes).

Do presente estudo pode-se concluir que a refundição não causou alterações na capacidade de adesão nas ligas de Ni-Cr, tendo reduzido, significativamente, nas ligas a base de Ni-Cr-Be e aumentado, também, significativamente nas de Ni-Cr-Ti.

  I306 

Métodos para avaliação de porosidade em resinas acrílicas.

S. M. GANZAROLLI*, J. A. N. MELLO, K. O. BRAUN, A. A. DEL BEL CURY.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP-UNICAMP. E-mail: altcury@fop.unicamp.br

A formação de poros nas resinas acrílicas pode ocorrer quando a temperatura ultrapassa a do ponto de ebulição do monômero - 100,8ºC, ou quando da presença de monômero residual em excesso que pode ­levar à diminuição das propriedades físicas e estéticas do material. O método mais utilizado para avalia­ção de porosidade é a pigmentação das porosidades com tinta nanquim e contagem de poros. No entanto, este método avalia apenas a porosidade externa deixando a desejar quanto à porosidade total que é a mais ­importante quanto às propriedades mecânicas. Assim, esta pesquisa teve como objetivo a verificação da quantidade total da porosidade presente em amostras de: resina acrílica termopolimerizável convencional Clássico (C); resina para cura em forno de microondas, Acron-MC (A) e resina injetada termo­polimerizável (P) - Sistema Palaxpress - Kulzer. Foram confeccionadas 18 amostras no tamanho (32,5 x 10 x 2,5 mm). A determinação da porosidade foi realizada de acordo com a fórmula: W = g (ps - pw) + g (pa - pw), (BAFILE et al., 1991), considerando a diferença das amostras pesadas em ar e em água. Os resultados obtidos foram submetidos à ANOVA e teste de Tukey, com nível de significância de 5% (p < 0,05) onde foram encontrados os seguintes resultados (em gramas): resina C: 0,9 ± 0,03 (a); resina A: 1,2 ± 0,08 (a); resina p: 0,83 ± 0,01(a).

De acordo com a metodologia utilizada pode ser concluído que independente do tipo de resina, todas apresentaram porosidade e não diferiram entre si.

 

  I307 

Efeitos dos desinfetantes químicos na superfície de resinas acrílicas termopolimerizáveis.

E. KAMEOKA*, I. A. ORSI.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.
Tel.: (0**16) 626-7417. E-mail: eliana.kameoka@mailcity.com

Procedimentos protéticos não devem envolver fontes potenciais de infecção. Para evitar contaminação entre a aréa clínica e o laboratório odontológico deve ser estabelecido um procedimento de controle de infecção através da desinfecção química das próteses e outros itens que são enviados ao laboratório e vice-versa. O objetivo desse estudo foi analisar a ação de cinco desinfetantes químicos (hipoclorito de sódio 1%, hipoclorito de sódio 2,5%, hipoclorito de sódio 5,25%, glutaraldeído 2% e iodóforo) sobre a superfície de resinas termopolimerizáveis (QC-20, Lucitone e Clássico) em diferentes tempos de imersão (10, 20, 30, 45, 60 min). Foram confeccionados 75 corpos-de-prova para cada tipo de resina, divididos em três grupos referentes ao polimento (sem polimento, mecânico e químico) para simular as faces de uma prótese total. Cada grupo foi dividido em cinco subgrupos correspondentes aos desinfetantes químicos. Para avaliação da rugosidade superficial foi utilizado o rugosímetro Prazis Rug 03. Era realizada uma leitura inicial, previamente à imersão dos corpos-de-prova, correspondendo ao tempo 00, esses corpos-de-prova eram imersos nas soluções nos tempos determinados, sendo realizadas três leituras para cada corpo-de-prova. Foi realizado ensaio de microscopia eletrônica de varredura. Os resultados foram analisados estatisticamente pela análise de variância e testes auxiliares de Tukey e Scheffé. Houve diferença estatisticamente significante (p < 0,01) entre os tipos de polimento, tempos e soluções.

A rugosidade média da superfície aumentou ao longo do tempo de imersão nas soluções desinfetantes. (Apoio financeiro: FAPESP; Bolsa de iniciação científica – Proc. 98/16400-6.)

  I308 

O “scanner” na confecção de íris artificiais.

F. U. LOPEZ*, T. W. AZAMBUJA, A. PERRONE, F. BERCINI, A. MONTAGNER.

Departamento de Cirurgia e Ortopedia da Faculdade de Odontologia da UFRGS.
Tel.: (0**51) 331-2272.

A história registra a utilização de diferentes materiais e técnicas para o desenvolvimento de próteses oculares com resultados estéticos e fun­cionais adequados. Sabemos que a etapa de confecção da íris, mais especificamente de sua pintura é fundamental e que sua obtenção pela técnica tradicional de pintura em cartolina requer do profissional grande habilidade artística. O desenvolvimento da técnica usando o escaneamento de imagens pretende substituir o procedimento artístico pelo técnico tendo como vantagens a diminuição do tempo de trabalho e melhoria dos resultados estéticos. Os objetivos deste trabalho são: 1) desenvolver a técnica de confecção de íris artificiais com “scanner”, enriquecendo o ensino e a pesquisa na área das oftalmopróteses; 2) comparar as íris obtidas através desta nova técnica e pela técnica de pintura em cartolina, usando fotografia obtida por microcâmera digital como padrão ouro. Para isso, fotografias obtidas pelo sistema Acucam foram escaneadas e trabalhadas em programa de computação gráfica, impressas e acrilizadas e para cada fotografia foi desenvolvida uma íris pela técnica de pintura em cartolina. As íris obtidas foram avaliadas por 6 observadores que atribuíram valores para o grau de semelhança daquelas com as fotografias. Os valores atribuídos foram submetidos as teste do Qui-quadrado.

As íris confeccionadas a partir do “scanner” ficaram mais semelhantes ao modelo natural do que as confeccionadas por pintura em cartolina (p = 0,0014). (FAPERGS/PROPESQ.)

 

  I309 

Modificação do padrão esquelético facial pela redução do espaço nasofaringeano.

R. F. PAULIN*, A. SANTOS-PINTO, A. C. M. MELO.

Departamento de Clínica Infantil da FO de Araraquara – UNESP.
Tel./Fax: (0**16) 232-1233, ramal 110. E-mail: dr.rfp@zipmail.com.br

O bloqueio das vias aéreas superiores, como na hipertrofia adenoideana, está relacionado a adaptações posturais da mandíbula, língua e cabeça que podem gerar alterações morfológicas craniofaciais. Assim, o propósito deste trabalho é avaliar as modificações do padrão facial em função da redução do espaço nasofaringeano. Noventa e nove radiografias cefalométricas em norma lateral foram coletadas na Clínica de Ortodontia da FO de Araraquara, selecionadas com base na faixa etária (7 a 10 anos) e dimensão da imagem do espaço nasofaringeano (enf), correspondente à maior distância do dorso do palato mole à parede faringeana posterior. As radiografias foram divididas em 3 grupos: Grupo I (estreito), enf entre 1,7 e 5,1 mm; Grupo II (médio), enf entre 5,2 e 7,6 mm; Grupo III (amplo), enf entre 7,7 e 12,9 mm. Duas medidas angulares e seis medidas lineares foram obtidas a fim de caracterizar a morfologia facial. Foram obtidas médias e desvio-padrão de cada medida efetuada, e por meio da análise de variância (ANOVA), observou-se haver diferença significativa entre os grupos para a variável plano mandibular (0,01), e não significativa: ANperp, p = 0,07; PgNperp, p = 0,058, comprimento mandibular, p = 0,15, comprimento maxilar, p = 0,06, diferença maxilomandibular, p = 0,98, eixo facial, p = 0,96 e altura facial inferior, p = 0,84.

Concluiu-se que o plano mandibular é significantemente influenciado pela redução do espaço nasofaringeano, mostrando valores maiores com a diminuição do espaço nasofaringeano.

 

  I310 

Avaliação cefalométrica longitudinal das alterações produzidas pela expansão rápida da maxila.

P. V. P. OLTRAMARI*, D. G. GARIB, J. F. C. HENRIQUES.

Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. E-mail: paulaodontousp@hotmail.com

A expansão rápida da maxila propicia a abertura da sutura intermaxilar e alterações esqueléticas no sentido ântero-posterior e vertical. Este estudo cefalométrico objetivou inspecionar, longitudinalmente, a influência da utilização de expansores com bandas sobre o comportamento da face, no plano sagital. A amostra consistiu de 25 pacientes apresentando más-oclusões de Classe I e II de Angle com mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Esta amostra foi comparada a um grupo de 25 pacientes Classe I e II que receberam tratamento corretivo sem expansão prévia, e a um grupo controle de 26 jovens. Utilizaram-se telerradiografias em norma lateral tomadas ao início, término e três anos após o tratamento corretivo completo. Os resultados patentearam que: não apresentou influência sobre a posição ântero-posterior das bases ósseas apicais; não alterou o padrão de crescimento facial e as dimensões verticais da face; não influiu significantemente no posicionamento vertical dos primeiros molares, na inclinação vestibulolingual dos incisivos superiores e inferiores, e nos trespasses horizontal e vertical; e conseqüentemente, não introduziu alterações ao perfil tegumentar.

Concluiu-se que as alterações cefalométricas, observadas logo após a expansão rápida da maxila, constituem fenômenos temporários, e portanto, não requerem precauções quando da aplicação deste procedimento em pacientes com padrão de crescimento predominantemente vertical. (Estudo realizado com o apoio da CAPES.)

  I311 

Liberação e incorporação de flúor de compômeros.

A. C. REIS*, I. BALDUCCI, M. A. J. ARAÚJO.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

O objetivo deste trabalho foi analisar o padrão de liberação e incorporação de flúor de dois materiais restauradores, denominados compômeros. Foram confeccionados 15 corpos-de-prova de cada material (Dyract e F2000) e cada espécime foi colocado num recipiente com água deionizada. A cada 24 horas, durante 14 dias, eram realizadas medições da concentração de flúor através de eletrodos específicos. Após os 14 dias, os corpos-de-prova foram divididos em três grupos de cinco espécimes cada: um grupo controle, um grupo exposto a gel de fluorfosfato acidulado (FPA) a 1,25% e um grupo exposto a gel de fluorneutro (FN) a 2%. As medições foram realizadas por mais 14 dias ininterruptos. Os dados foram submetidos a análise estatística do ponto de vista descritiva (“box plot” e gráficos das médias) e inferencial mediante o teste t. O nível de significância adotado foi de 5%. Houve liberação e subseqüente incorporação de flúor para ambos os materiais após a exposição.

O F2000 liberou uma maior quantidade de flúor que o Dyract. Não houve diferença significativa, do ponto de vista clínico, no total de flúor liberado quando comparamos os materiais, quanto aos 3 tratamentos realizados (controle, FPA, FN). (Apoio CNPq.)

 

  I312 

Avaliação de técnicas de moldagem com alginato para prótese total.

P. N. A. PAJUABA*, W. A. VASCONCELLOS, A. H. PEREIRA, W. C. JANSEN.

Departamento de Odontologia Restauradora da FO-UFMG; Departamento de Odontologia da PUC-MG. Tel.: (0**31) 296-3940, fax: (0**31) 296-9319. E-mail: wcjansen@ig.com.br

Este estudo visa comparar a fidelidade dimensional dos modelos obtidos com alginato quando as técnicas convencional e de dupla moldagem são utilizadas para a confecção de prótese total removível. Confeccionou-se um modelo-mestre em acrílico autopolimerizável, simulando uma arcada superior totalmente desdentada. Quatorze moldes utilizando alginato foram obtidos aplicando as duas técnicas: sete pela dupla moldagem com alginato e sete pela convencional. Os modelos foram vazados imediatamente com gesso tipo IV, sendo então mensurados através de um paquímetro digital. Foram utilizados doze pontos de leitura para cada corpo-de-prova de forma a avaliar a fidelidade dimensional tanto no sentido vertical quanto no horizontal. A soma dos pontos de leitura (em mm) para moldagem dupla, moldagem convencional e modelo mestre foram respectivamente 314,16, 315,37 e 315,02. A análise de variância apresentou valor crítico de 3,32 e o método de Tukey, apresentou d.m.s. de 1,16, ao nível de 5%, não sendo constatada diferença significante entre as técnicas empregadas.

Concluiu-se que a aplicação da técnica de dupla moldagem com alginato não apresentou diferença significativa em relação a técnica convencional, estando assim bem indicada uma vez que é bem aceita pelos pacientes, possui menor custo e exige do profissional menor tempo clínico.

 

  I313 

Resinas condensáveis associadas à resina “flow”: estudo de microinfiltração.

R. CILLI*, A. PRAKKI, I. BALDUCCI, M. A. J. de ARAÚJO.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, ramal 1204.

O presente estudo objetivou avaliar a microinfiltração marginal de restaurações Classe II de duas resinas condensáveis comparando-as com as de uma resina composta universal, sendo todas associadas a uma resina tipo “flow”. Quinze molares humanos hígidos e congelados após extração foram selecionados. Confeccionou-se cavidades Classe II MOD, sendo um dos términos proximais em esmalte e o outro em cemento e dividiu-se os espécimes em três grupos: Grupo A foi restaurado com a resina condensável Alert (Jeneric/Pentron); Grupo S foi restaurado com a resina condensável Solitaire (HeraeusKulzer) e Grupo Z foi restaurado com a resina universal Z100 (3M). Como primeira camada (ou forramento), para todos os grupos, fora utilizada a resina de baixa viscosidade Flow-It! (Jeneric/Pentron). As restaurações receberam acabamento e então foram imersas em água destilada a 37ºC por sete dias, precedendo a termociclagem (300 ciclos). Finalmente, os dentes foram mergulhados em solução de nitrato de prata a 50% (duas horas) e seccionados para avaliação por três examinadores calibrados, atribuindo-se o escore: (0) não houve penetração do contraste; (1) penetração na parede gengival; (2) penetração na parede axial; (3) difusão para ou penetração na câmara pulpar. As médias escore dos examinadores foram: Grupo A: esmalte = 1,80; cemento = 2,40; Grupo S: esmalte = 2,86; cemento = 2,93; Grupo Z: esmalte = 1,20; cemento = 2,06. Submeteu-se aos valores o teste estatístico de Kruskal-Wallis, revelando que os grupos não diferiram estatisticamente para p < 0,05.

Nenhum dos grupos foi capaz de impedir a microinfiltração marginal, tanto em margens de esmalte como nas de cemento. O grupo Z em esmalte apresentou a menor média escore para infiltração.

 

  I314 

Avaliação da ação cariostática in vitro de resinas compostas contendo flúor.

R. S. SILVA*, G. M. MARCHI, M. C. SERRA, P. M. R. MORAIS.

Departamento de Odontologia Restauradora da FOP-UNICAMP. Tel.:(0**19) 430-5340.
E-mail: souza_silva@yahoo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, a ação cariostática de resinas compostas contendo flúor, após a simulação de uma situação de alto desafio cariogênico. Foram utilizados 105 fragmentos dentais, aleatoriamente divididos em cinco grupos para serem restaurados com cinco diferentes materiais: Degufill Mineral (D), Solitaire (S), Wave (W), Tetric Ceram (T) e Z100 (Z) como controle. Lesões artificiais de cárie secundária foram induzidas através de um modelo dinâmico de ciclagens de desmineralização e remineralização, aliado à ciclagens térmicas. Os fragmentos dentais foram avaliados, individualmente, por diferentes examinadores, previamente calibrados, que atribuíram escores representativos da presença e da severidade das lesões. Os resultados dos testes de Kruskal-Wallis e de comparações múltiplas não mostraram diferenças significativas entre os grupos (p < 0,05), sendo os valores médios obtidos, em ordem crescente: D = 44,69 a, Z = 47,02 a, T = 49,35 a, S = 59,16 a, W = 67,76 a.

Dado os resultados do presente estudo conclui-se que, nas condições deste experimento, as resinas compostas com flúor não apresentaram propriedades cariostáticas significantes quando comparadas as resinas compostas convencionais. (Apoio financeiro: FAPESP – Processo nº 99/02065-3.)

 

  I315 

Efeito do peróxido de carbamida na rugosidade superficial de materiais restauradores.

F. S. V. RIBEIRO*, R. A. DUTRA, W. A. VASCONCELLOS, B. R. A. NEVES, J. R. T. BRANCO,
R. C. ALBUQUERQUE.

Departamento de Odontologia Restauradora da FO-UFMG. Tel.: (0**31) 291-1199.
E-mail: fvilelarib@yahoo.com

Este trabalho visa avaliar o efeito do peróxido de carbamida 10% (Opalescence) na rugosidade superficial de corpos-de-prova confeccionados com amálgama (Dispersalloy), liga de AgSn (Duralloy), cimento ionomérico químico encapsulado (Ketac-Fil) e resina composta (Degufill Mineral). Foram confeccionados 10 corpos para cada material sendo 5 controles e 5 experimentais com dimensões de 10,0 x 3,0 mm. Todos os corpos-de-prova foram armazenados em solução salina a 37ºC e, os corpos experimentais foram submetidos a sessões de clareamento diá­rias de 8 horas durante 4 semanas. Os resultados de rugosidade foram obtidos com o auxílio de um microscópio de força atômica, permitindo a execução de uma análise quantitativa (rugosidade média) e então submetidos ao teste t Student. Para os corpos de porcelana e resina composta não se observou diferença significante na rugosidade média (nm) (controle: 1,54 e experimental 2,28; controle: 128,20 e experimental 94,00, respectivamente). Para os corpos de AgSn e cimento ionomérico observou-se aumento significativo (a = 0,01) na rugosidade média (controle: 10,02 e experimental 287,40; controle: 110,00 e experimental 320,00, respectivamente) enquanto que diminuição significativa (a = 0,01) na mesma, foi observada para os corpos em amálgama (controle: 177,60 e experimental 84,00).

Conclui-se que os materiais restauradores comportam-se de formas diferentes quando submetidos ao peróxido de carbamida e que deve-se procurar minimizar o contato do peróxido de carbamida com restaurações de AgSn e cimento ionomérico. (Apoio financeiro: FAPEMIG.)

 

  I316 

Efetividade de corte dos sistemas de preparo por abrasão.

L. A. M. SANTOS-PINTO, C. M. S. PERUCHI*.

Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, Brasil. Tel./Fax: (0**16) 232-1233, ramal 110. E-mail: lspinto@foar.unesp.br

A tecnologia abrasiva oferece nova alternativa para o diagnóstico e tratamento da cárie dentária. Foi objetivo deste estudo in vitro avaliar o efeito do ângulo e do diâmetro interno da ponta ativa dos sistemas abrasivos, sobre o preparo de cavidades. Trinta e seis terceiros molares extraídos foram abrasonados utilizando-se do aparelho PrepStar (Danville Engineering Inc.) calibrado com 80 psi de pressão e com partículas de 27 mm de diâmetro. As pontas ativas selecionadas apresentavam 80 e 145º de angulação e 0,38 e 0,48 mm de diâmetro interno, que posicionadas a 2 mm da superfície do dente e aplicadas durante 15 segundos. A largura, profundidade, ângulos cavossuperficial e de abertura foram analisados e medidos em fotografias obtidas em microscópio eletrônico de varredura.

Análise estatística utilizando análise de variância e teste de Duncan mostrou que as pontas com 80º de angulação produziram cortes mais estreitos e profundos e ângulos cavo superficial e de abertura menores que as pontas de 145º. (Apoio: CNPq/FAPESP.)

 

  I317 

Selamento de superfície em restaurações de resina composta: avaliação clínica e de modelos de estudo.

A. C. M. TORRES*, C. PAGANI, M. A. M. ARAÚJO.

Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de dois seladores de superfície e um selante de fóssulas e fissuras, no desgaste e no desempenho clínico de restaurações de resina composta. Para tal, foram selecionados 44 molares, em oclusão, que necessitassem de restaurações Classe I, divididos em 4 grupos. Após o término das restaurações com a resina composta Z100 (3M), cada grupo recebeu um dos seguintes selantes na superfície: 1) Grupo controle(nenhum selante), 2) Protect-It (Jeneric/Pentron), 3) OptiGuard (Kerr), 4) Conseal F (SDI - selante de fóssulas e fissuras). As restaurações foram avaliadas clinicamente, por 24 meses, aplicando-se os escores S (satisfatório), A (aceitável) e I (insatisfatório) quanto a cor, textura de superfície, forma anatômica, manchamento marginal, retenção de placa bacteriana e fratura. A cada 6 meses foram obtidos modelos de estudo, sendo estes analisados quanto ao desgaste comparando-os, através de um estereomicroscópio, a modelos padronizados. Os dados clínicos foram submetidos ao teste de Fisher e não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, para todos os intervalos de tempo e aspectos avaliados. Os dados obtidos através da avaliação de modelos foram submetidos aos testes de Kruskal-Wallis e Dunn, onde observamos que aos 12 meses, o grupo 4 apresentou uma média de desgaste significantemente menor que o grupo controle e, não foram constatadas diferenças significantes entre os grupos 1, 2 e 3. Aos 18 meses, o grupo 3 apresentou uma média significantemente menor de desgaste que os grupos 1 e 2. Aos 24 meses não foram detectadas diferenças estatisticamente significantes de desgaste entre todos os grupos.

Podemos concluir que clinicamente não foram observadas diferenças significantes. Porém, através dos modelos, pudemos constatar que o Conseal F proporcionou uma maior resistência ao desgaste aos 12 meses, mas seu efei­to foi menos duradouro que o do OptiGuard. O Protect-It não apresentou efeitos significantes em relação ao desgaste. Aos 24 meses, os protetores de superfície já não possuíam efetividade.

  I318 

Avaliação da espessura de película de cimentos resinosos.

F. M. VARJÃO, J. C. M. SEGALLA, A. M. BELOTI, L. E. H. ANDRADE, C. A. S. CRUZ.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da FO de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 232-1233. E-mail: luciamon@foar.unesp.br

Concomitantemente ao desenvolvimento e evolução de técnicas e materiais para restaurações indiretas, os cimentos resinosos de ativação química e fotoquímica vêm sendo largamente utilizados na Odontologia. Uma das propriedades de relevante importância para a eleição de um cimento é a espessura de película que, caso seja excessivamente alta, pode favorecer a ruptura ou fragmentação do cimento, levando a uma desadaptação da peça e propiciando uma área exposta aos fluidos bucais, contribuindo para maior solubilização do material. Como conseqüência, pode resultar em recidiva de cárie e ou deslocamento e remoção da peça cimentada. Uma vez que a especificação nº 8 da ADA preconiza espessura de película de até 25 µm para o cimento de fosfato de zinco, foi nosso objetivo medir a espessura de película de quatro cimentos resinosos utilizados atualmente na clínica odontológica. Baseados em um teste piloto realizado inicialmente, utilizamos dez amostras para cada cimento. Os resultados, analisados pelo teste de Kruskal-Wallis, indicaram que o cimento Panavia 21 (Kuraray) apresentou a menor espessura de película (21,9 mm), seguido do RelyX (3M do Brasil), com 25,5 mm, Enforce (Dentisply), com 27,7 mm e finalmente o Nexus (Kerr), com 34,9 mm de espessura de película.

Assim sendo, apenas um dos cimentos testados (Panavia 21) mostrou-se de acordo com a especificação da ADA.

 

  I319 

Determinação da rugosidade, força de deslizamento, coeficiente e resistência de atrito entre bráquetes e fios ortodônticos.

A. S. SECCO*, M. F. de GOES, D. SPINELLI.

FOP – UNICAMP; São Carlos – USP. E-mail: angelosecco@zaz.com.br

Considerando a falta de informações a respeito da força de deslize e de atrito quando se utiliza a mecânica de deslize com materiais nacionais, foi realizado esse estudo para determinar a magnitude dessas forças, o efeito da espessura dos fios na força de atrito, o coeficiente de atrito e a rugosidade dos fios. Foram avaliadas 2 marcas de fios e bráquetes nacionais (Tecnident e Morelli) e outra importada (Dentaurum) alemã, como controle. Foram utilizados fios nas espessuras: 0,016 x 0,022”, 0,018 x 0,025” e 0,021 x 0,025”. Os testes foram realizados em uma máquina de ensaios Instron a uma velocidade de 5 mm/min, e a rugosidade dos fios foi determinada com um rugosímetro Prazis Rug 03. A média da força para deslizar os bráquetes nos fios Tecnident (198 g) e Morelli (199 g) não diferiram entre si (p > 0,05), mas foram superiores (p < 0,05) a força encontrada para a Dentaurum (178 g). A variação da espessura dos fios não interferiu na força de deslizamento e de atrito. A força de atrito para os materiais Tecnident (98 g) e Morelli (99 g) foram maiores e diferiram (p < 0,05) da encontrada para o importado Dentaurum (78 g). O percentual médio de força dissipada pelo atrito entre o bráquete e o fio ortodôntico nacional durante o deslizamento foi de 49,8% e o importado 44,0%. A Tecnident apresentou o maior coeficiente de atrito (0,1645), já a Morelli (0,1501), não diferiu (p > 0,05) da Dentaurum que apresentou o menor coeficiente de atrito (0,1479). A rugosidade média do fio Tecnident foi (0,15 µm), 50% mais rugoso que a Morelli e Dentaurum (0,07 mm).

Quanto à força de deslizamento e de atrito os materiais nacionais não diferiram entre si, mas foram inferiores ao importado, apesar da rugosidade (acabamento) da Morelli ser igual a da Dentaurum. O atrito consome 49,0% da força aplicada para movimentar os bráquetes nacionais e o importado 44%.

  I320 

Rugosidade superficial de reembasadores resilientes antes e após escovação mecânica.

D. M. BOTEGA*, M. F. MESQUITA, J. L. C. FILHO, S. S. DOMITTI, G. E. P. HENRIQUES,
M. A. A. NÓBILO.

Prótese e Periodontia da FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350.
E-mail: mesquita@fop.unicamp.br

Este trabalho teve como objetivo avaliar in vitro, o efeito da escovação na manutenção das características superficiais de reembasadores resilientes. Foram confeccionadas 30 amostras, confeccionadas com os materiais resilientes Dentuflex ou Eversoft. As amostras foram submetidas à leitura de rugosidade superficial num rugosímetro Prazis modelo Rug 03 (Arotec - Argentina), e em seguida, ao ensaio de escovação mecânica (Equilabor), utilizando as escovas Tek, Johnson’s 30, e Phb, imersas numa solução água/dentifrício, totalizando 30.000 ciclos. Após a escovação, foram realizadas novas leituras da rugosidade superficial, e os valores obtidos submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey, com 5% de significância.

O material Dentuflex apresentou valores de rugosidade superficial estatisticamente superiores aos apresentados pelo Eversoft, antes da escovação. Após a escovação, os materiais não apresentaram valores estatisticamente diferentes. Para o material Eversoft, a escova Tek provocou maior rugosidade superficial, seguida pela Johnson’s 30, sendo que a Phb não alterou estatisticamente os valores de rugosidade superficial. Para o material Dentuflex, as escovas Tek, Johnson’s e Phb produziram valores estatisticamente semelhantes, entretanto a escova Phb parece ter provocado polimento na sua superfície, diminuindo seus valores de rugosidade superficial.

 

  I321 

Avaliação in vivo das adaptações de restaurações metálicas fundidas.

F. M. NAMEN, B. F. SILVA*.

FOUERJ/PET.

No presente estudo, buscou-se verificar, em pacientes cadastrados em Clínica de Serviço Público/RJ, a adaptação das restaurações metálicas fundidas, associando a liga metálica, o cimento e a técnica de cimentação empregadas. Foram analisados 60 pacientes de ambos os sexos bem como seus prontuários. Para a análise foi empregada a técnica preconizada por LEINFELDER, K., ou seja pelo método de moldagem com silicone de condensação dos pacientes selecionados. As moldagens foram com solução desinfetante (glutaraldeído), lavadas com água e secas com ar comprimido. Em seguida, as moldagens foram vazadas com resina epóxi e metalizadas com ouro/paládio para visualização em MEV com aumentos de 50, 100 e 500 X, ajustadas com escala micrométrica para possibilitar medições e comparações. As fotografias obtidas pelo MEV em branco e preto, com aumentos semelhantes, foram analisadas por dois examinadores calibrados (Método Ryge) foram tabulados. Os resultados evidenciaram que 100% das restaurações foram cimentadas com cimento fosfato de zinco, 90% das restaurações foram fundidas com liga de estanho/prata (Primalloy) e 10% com liga de cobre/alumínio (Duracast). Quanto a técnica de cimentação, 80% das restaurações foram cimentadas com o dispositivo Medart e 20% com pressão digital.

Quanto às desadaptações, concluiu-se que nenhuma restauração estava com desadaptações menores que 120 µ. 95% das restaurações tinha discrepância entre 120 e 250 µ, independente do cimento, liga metálica e da técnica de cimentação.

 

  I322 

Potencial de recarga de fluoreto por dentifrícios em ionômeros de vidro tipo II.

J. MACIEL*, F. BASTOS, G. SANTOS, R. REIS, K. DIAS.

PET–UERJ; Dentística – UNIGRANRIO; Doutorado – UFRJ. Fax: (0**21) 671-4248.
E-mail: rreis@inigranrio.br

Este trabalho comparou a efetividade e o potencial de recarga de fluoreto de dois dentrifícios: Sorriso Total (S) com fluoreto de sódio, Colgate (C) a base de monofluorfosfato e um gel placebo sem flúor (P) como controle, em dois materiais ionoméricos de presa química: um convencional Ketac-Fil (K) e outro de alta proporção pó/líquido Fuji IX (F). Para cada tratamento de recarga e tipo de material foram feitos dez corpos-de-prova, que ficaram imersos em saliva articial por 21 dias até a medição de fluoreto estar constante. Em seguida os corpos-de-prova de K e F sofreram tratamentos de recarga de fluoreto (S, C e P) por 4 minutos e seguidamente imersos em saliva artificial. A mensuração de flúor foi monitorada após recarga diariamente por até 7 dias, através de um analisador iônico com eletrodo seletivo (EA-940 – Orion Research) com precisão de até 0,02 ppm de flúor. Dados obtidos foram calculados em µgF/mm2 e tratados estatisticamente por ANOVA e teste de Tukey/Kramer com 95% de confiança e potência igual a 1,0. As médias de liberação foram: pré-recarga (K e F = 0,03); 24 horas pós recarga (KS: 0,28 ± 0,12; KC: 0,44 ± 0,04; KP: 0,03 ± 0,02; FS: 0,24 ± 0,08; FC: 0,32 ± 0,07 e FP: 0,04 ± 0,05); 03 dias (KS: 0,21 ± 0,09; KC: 0,32 ± 0,11; KP: 0,03 ± 0,01; FS: 0,17 ± 0,08; FC: 0,16 ± 0,04 e FP: 0,02 ± 0,01); 07 dias (KS: 0,13 ± 0,08; KC: 0,24 ± 0,1; KP: 0,03 ± 0,03; FS: 0,16 ± 0,08; FC: 0,13 ± 0,06 e FP: 0,03 ± 0,04).

Pode-se concluir que: 1) Excetuando-se o gel placebo, ambos dentifrícios foram efetivos aumentando a liberação de fluoreto. 2) Nos três períodos de tempo observados, para Ketac-Fil a recarga com Colgate foi o tratamento mais efetivo e para Fuji IX não houve diferença estatisticamente significativa entre os dentifrícios. 3) O ionômero Ketac-Fil possuiu maior capacidade de recarga de fluoreto do que Fuji IX.

 

  I323 

Avaliação da rugosidade superficial de três marcas comerciais de compômeros, após diferentes métodos de acabamento e polimento.

A. L. C. JORGE.

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP – Departamento de Odontologia Restauradora. Tel.: (0**12) 321-8166.

A presente pesquisa, teve por objetivo selecionar o procedimento de acabamento e polimento mais adequado conforme a marca comercial empregada, garantindo a máxima lisura superficial, imprescindível para o não depósito de detritos, placa bacteriana e pigmentos sobre a restauração. Foram empregadas três marcas comerciais de compômero: F2000 - 3M; Dyract AP – Dentsply e Compoglass – Vivadent, sendo 40 amostras de cada, a semelhança de uma pastilha, de 5 mm de diâmetro por 3 mm de altura. O acabamento foi realizado em 20 amostras com ponta diamantada e em 20 com brocas multilaminadas para cada compômero. Para polimento as amostras foram divididas em dois subgrupos de 10 amostras sendo que cada uma recebeu diferentes procedimentos: discos Sof-Lex – 3M de granulação média e fina ou ponta de silicone verde e cinza e pasta de diamante – KG Sorensen. Os corpos-de-prova foram avaliados em rugosímetro antes e após os procedimentos de acabamento e polimento e os resultados submetidos a análise estatística pelo testes de ANOVA e Tukey.

Os resultados permitiram concluir que os valores de rugosidade após o acabamento e polimento são maiores que os deixados pela tira matriz na situação inicial, o compômero F2000 apresentou maior valor de rugosidade em comparação aos demais, as brocas multilaminadas deixaram os menores valores, em comparação às pontas diamantadas e que não houve diferença estatística entre o sistema Sof-Lex e entre as pontas de silicone associadas a pasta diamantada.

  I324 

Avaliação da contração de polimerização de diferentes materiais restauradores.

E. B. FRANCO, H. M. ROSA*, L. G. LOPES, A. R. BENETTI.

Departamento de Dentística da FOB/USP.

Com base nas diferenças composicionais de materiais resinosos, este trabalho teve como objetivo comparar a contração de polimerização de cinco materiais restauradores: Z100 (3M), Durafil (Kulzer), Freedom (SDI), Vitremer (3M) e Surefil (Dentsply), em função do tempo e variação da intensidade de luz durante a polimerização (gradual e total). Para cada material, foram confeccionados dez corpos-de-prova (cilíndricos com 2 mm de espessura e 8 mm de diâmetro), cinco polimerizados gradualmente (20 s com intensidade de luz de 250 mV e 40 s com 500 mV) e cinco polimerizados com intensidade máxima (60 s com intensidade de luz de 500 mV). Através de um microscópio de medição (Gaertner Scientific Corporation - Chicago) determinou-se o diâmetro inicial de cada amostra e os valores de contração foram medidos nos seguintes tempos: após a polimerização, 1 hora, 24 horas e 1 semana. As médias dos valores obtidos podem ser observadas na tabela abaixo.

Material

Z100

Durafil

Freedom

Vitremer

Surefil

Polim total

1,78

1,53

2,13

2,26

1,29

Polim gradual

1,49

1,46

1,29

1,85

1,32

Analisados estatisticamente (ANOVA a três critérios # Tukey), os resultados permitiram verificar que a contração de polimerização é diferente para cada material, aumenta com o decorrer do tempo e diminui com o método de polimerização gradual, sendo mais significantes para o Freedom.

 

  I325 

Hiperplasia gengival induzida pelo tratamento por ciclosporina e nifedipina em ratos.

S. A. PROBST*, M. G. ALCÂNTARA, M. G. BASTOS, F. M. AARESTRUP.

Departamento de Nefrologia do HU/UFJF; Laboratório de Imunologia do ICB/UFJF (MG).

A ciclosporina-A (CsA) é um potente imunossupressor usado em pacientes transplantados para evitar a rejeição de órgãos. A terapia com CsA resulta em efeitos colaterais sendo os mais freqüentes nefrotoxicidade e hiperplasia gengival (HG). Recentemente foi sugerido que a interação medicamentosa com drogas bloqueadoras de cálcio é um fator agravante na HG. No presente estudo, nós utilizamos o modelo experimental de HG em ratos para avaliarmos o efeito da interação entre ciclosporina e nifedipina na indução da HG. Foram utilizados 30 ratos, machos, Wistar (CBR-UFJF), com 7 semanas, divididos nos seguintes grupos: A) animais controle (n = 7) - administração via intraperitoneal de 1 ml de PBS estéril (pH 7,4); B) animais tratados com ciclosporina (n = 7) - administração de 10 mg/kg/peso, diariamente, via intraperitoneal, por 8 semanas; C) animais tratados com nifedipina (n = 7)- administração de 10 mg/kg/peso (n = 7), diariamente, via intraperitoneal, por 8 semanas; D) animais tratados com ciclosporina + nifedipina (n = 9) - administração de 10 mg/kg/peso, diariamente, via intraperitoneal, por 8 semanas. A presença de sinais clínicos de HG foi investigada semanalmente e os animais que apresentaram HG macroscópica foram sacrificados por inalação com éter. Em seguida, foi realizado moldagem com silicona de condensação visando a obtenção de modelo em gesso da região anterior da maxila com a finalidade de realizar morfometria da mucosa gengival anterior (MMG) utilizando um paquímetro. Foi observado que a incidência de HG constatada macroscopicamente nos animais tratados com ciclosporina (grupo B) foi de 28,57%. Os animais tratados com nifedipina (grupo C) não apresentaram HG. Os animais tratados com ciclosporina + nifedipina apresentaram uma incidência de 44,44% de HG detectada macroscopicamente. Foi constatado uma diferença significativa entre a MMG dos grupos B e D quando comparados com o grupo A e C (p < 0,05). Entretanto, não foi observado diferença significativa (p < 0,05) entre a MMG do grupo D quando comparado com o grupo B.

Os resultados sugerem que o emprego da nifedipina associado à ciclosporina induz um aumento da incidência de HG sem alterar significativamente o grau de desenvolvimento da HG. (Apoio financeiro: CNPq e FAPEMIG.)

 

  I326 

Efeitos tóxicos do cádmio na glândula submandibular de ratos.

A. S. BRAGA, A. B. C. E. CATIRSE, R. A. LOPES, M. A. SEMPRINI, M. SALA, S. A. VALE.

Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto. E-mail: bragaas@zipmail.com.br

O cádmio (Cd) é um poluente industrial e ambiental, proveniente de indústria, cigarros e de alguns materiais odontológicos. A exposição crônica ao cádmio resulta na acumulação do metal, principalmente no fígado e rins. A retenção do Cd em outros tecidos (ex.: coração, pulmão, testículos, pâncreas e glândulas salivares) tem sido relatadas. O presente estudo foi realizado com o objetivo de investigar morfometricamente os efeitos crônicos da administração do Cd na estrutura submandibular. Ratos Wistar machos (peso médio 170 mg) receberam 300 mg de Cl Cd/l na água do bebedouro por 6 meses. Outros animais foram expostos por 6 meses e dei­xados em recuperação sem Cd por mais 6 meses. Os animais foram sacrificados por overdose de éter. As glândulas foram fixadas com solução fixadora contendo 85 ml de álcool a 80%, 100 ml de formaldeído e 5 ml de ácido acético por 24 horas. Processadas por técnicas histopatológicas padronizadas, coradas com hematoxilina e eosina, examinadas por microscospia óptica e estudos histométricos (Cariometria e Estereologia).

O parênquima glândular diferiu marcadamente do controle. Os ácinos das glândulas dos animais tratados eram menores, apresentando formas irregulares e células degeneradas. Os núcleos variaram no tamanho mas não na fórmula. Os ductos estriados, granulosos e excretores estavam desorganizados e apresentaram núcleos menores. O quadro histológico dos ratos que foram deixados em recuperação sem cádmio foi similar ao do controle. Tal resultado foi confirmado pelos dados histométricos. A metalotioneína pode agir como agente desintoxicante pela união ao Cd e sua síntese diminuída resulta em cádmio livre podendo induzir danos no DNA e inibir a síntese de proteínas. (Financiamento: CNPq e CAPES.)

 

  I327 

Efeitos da exposição combinada do etanol e vitamina A na língua do feto de rato.

R. L. FRANCO*, M. G. C. MATTOS, R. A. LOPES, M. SEMPRINI, M. SALA, I. WATANABE.

FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4005. E-mail: gloria@forp.usp.br

A Síndrome do Alcoolismo Fetal caracteriza-se por anormalidades craniofaciais, crescimento pré e pós-natal retardado, alterações cardíacas, etc. A hipervitaminose A induz no feto: exencefalia, hidrocefalia, spina bífida, palato fissurado, etc. Sabe-se que o álcool potencializa os efei­tos da vitamina A. O objetivo deste trabalho é avaliar histometricamente os efeitos do etanol e vitamina A combinados na língua do feto de rato. Foram utilizados fetos de ratos que receberam no 9º, 10º e 11º dias da prenhez: 0,03 ml/g de etanol a 25% intraperitonealmente (Grupo I), 30.000 UI de vitamina A/kg (Grupo II), etanol + vitamina A (Grupo III) e outros serviram de controles. As cabeças foram fixadas em “alfac”, cortadas seriadamente, coradas com HE e o epitélio das língua avaliado histometricamente (volumes nucleares, citoplasmáticos e celulares do epitélio, espessura, densidades de superfície e numérica). Foram observados núcleos com volumes aumentados nas células basais e espinhosas no epitélio das regiões dorsal anterior e posterior e ventral dos fetos do grupo III, mais volumosas também foram as células; o epitélio era mais espesso e as células mais numerosas.

A potencialização ou sinergismo observado neste trabalho parece ser devido a uma alteração na farmacocinética da vitamina A pela co-administração do etanol. Entretanto, o mecanismo exato desta ação é desconhecido. (Financiado pelo CNPq.)

 

  I328 

Utilização da citopatologia de prevenção do câncer bucal.

J. ROMANINI*, J. J. D. BARBACHAN, M. SANTÁNA FILHO, P. V. RADOS, O. F. QUADROS.

Mestrado em Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5023.

O carcinoma de células escamosas é a neoplasia maligna mais comum da cavidade bucal, com prevalência de 95% dos casos. Os programas de prevenção envolvem exame dos tecidos moles da cavidade bucal, com o intuito de descobrir lesões numa fase pré-invasiva ou mais precoce do que habitualmente são diagnosticadas. O exame citopatológico interpreta sumariamente alterações patológicas, podendo ser usado em larga escala com o objetivo de identificar precocemente alterações na morfologia celular. Este trabalho tem por objetivo avaliar a utilização da citopatologia em uma campanha de prevenção de câncer bucal, através de esfregaços de lábio inferior, língua e soalho bucal obtidos de 294 pacientes. Nesta campanha, todos os pacientes apresentaram mucosa normal nas áreas avaliadas. Foram examinados 882 esfregaços. Os resultados predominantes foram Classe I em lábio e Classe II em língua e soalho bucal. Não foi observada relação no consumo de cigarro, álcool, café e chimarrão, com a presença de células epiteliais alteradas nos esfregaços Classe III.

A citopatologia não mostrou alterações morfológicas sugestivas de neoplasia nas áreas de maior risco para o câncer bucal. Campanhas de prevenção permitem o diagnóstico de lesões bucais e a citopatologia pode auxiliar na triagem destes pacientes.

 

  I329 

Efeitos do cádmio na língua de ratos durante a lactação.

C. FRIEDRICHI*, R. A. LOPES, M. A. SALA, M. SEMPRINI, I. WATANABE.

FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3976. E-mail: nytrade@forp.usp.br

O cádmio (Cd) excretado no leite causa danos ao CNS dos neonatos. O Cd afeta as concentrações de catecolaminas e serotonina no cérebro. Causa aumento da concentração nos tecidos e é excretado pela urina. Este trabalho visa caracterizar os efeitos da exposição ao Cd nas estruturas da língua de ratos durante a lactação. Foram utilizados filhotes de ratos, cujas mães receberam 300 mg ClCd/l de água no bebedouro até o 15º dia de vida pós-natal. Os filhotes foram sacrificados por inalação de éter. As línguas foram seccionadas com 6 µm de espessura, processadas e incluídas em parafina, coradas em HE, e analisadas ao microscópio de luz. Foram utilizadas técnicas cariométricas. Comparado ao do controle, o peso corporal dos filhotes tratados com Cd foi significativamente menor. As células epiteliais da língua eram menos volumosas e as fibras musculares apresentaram-se menos definidas e de menor tamanho.

Nossos resultados demonstram que a exposição contínua ao Cd, incluindo o período de lactação, pode provocar riscos tóxicos funcionais e ambien­tais, provavelmente devido à interferência do Cd acumulado na produção da metalotioneína. (Financiado pelo CNPq e FAPESP.)

 

  I330 

Análise comparativa do hidróxido de cálcio + polietileno glicol 400 e Hydrox em tecido subcutâneo de ratos.

D. GONÇALVES*, M. R. B. OLIVEIRA, C. BENATTI, N. M. F. BANDEIRA, F. A. ELIAS, L. MELO.

Disciplina de Patologia da FO de Araraquara. Tel.: (0**16) 232-1233.

Dos materiais odontológicos utilizados para proteção e capeamento pulpar, o hidróxido de cálcio tem sido avaliado histologicamente sozinho, ou incorporado a vários veículos, no intuito de se encontrar um material biocompatível, que quando em contato com tecido pulpar, obtenha-se bons resultados his­tológicos e mantenha suas propriedades fisico-químicas próximas do ideal. Neste sentido, o objetivo desse ­estudo foi avaliar quanto às propriedades biológicas, o Hydrox e uma pasta de hidróxido de cálcio (0,50 g) + polietileno glicol 400 (0,50 ml), em contato direto com o tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Utilizamos 48 Rattus novergicus, Holtzman, machos, com 200 gramas, os quais foram anestesiados, depilados, realizadas incisões e implantação dos tubos de polietileno contendo os materiais a serem testados. Após os períodos experimentais de 7, 15, 30, 45 e 60 dias, os animais foram biopsiados e as peças tramitadas para avaliação histopatológica.

O exame microscópico revelou que o Hydrox apresentou comportamento semelhante ao controle, observando-se boa evolução por colagenização da cápsula reacional, a qual mostra-se aos 60 dias compacta e fina em continuidade as laterais do tubo. (Apoio financeiro: CNPq/PIBIC - 98/99.)

 

  I331 

Cisto odontogênico ortoqueratinizado (COO): aspectos histopatológico e imuno-histoquímico.

M. J. A. SILVA*, A. A. CARVALHOSA, E. TODDAI, L. CORREA, V. C. ARAÚJO.

Departamento de Patologia Bucal – FOUSP – UFC.

O COO é um raro cisto odontogênico de desenvolvimento, encontrado nos maxilares, possuidor de características histopatológicas e imuno-histoquímicas próprias, que o distingue dos demais cistos odontogênicos de desenvolvimento, em especial, dos queratocistos odontogênicos (QOs), dos quais ainda é considerado, pela OMS, como uma incomum variante ortoqueratinizada. Foi verificado o padrão histopatológico e imuno-histoquímico das citoqueratinas (CKs 10, 13, 14 e 19) no forro cístico dos COOs (n = 5) e, como grupo comparativo, QOs (n = 5).

A positividade forte para CK 10, variável para CK 14, fraca para CK 13 e negatividade para CK 19 nos COOs, revela um epitélio, consistentemente queratinizado e mais quiescente, distinto dos QOs usuais.

 

  I332 

Influência do sexo no pH, fluxo salivar, capacidade tampão, atividade da peroxidase e amilase e concentração de proteína da saliva de adolescentes.

A. A. M. GOMES.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP.

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de verificar a influência do sexo sobre o fluxo, capacidade tampão e pH da saliva. Foram analisados também, a concentração de proteína e atividade da peroxidase e amilase na saliva. Participaram da pesquisa 72 adolescentes, que foram examinados clinicamente para se avaliar as condições de saúde bucal (CPOD, índice de placa e índice gengival). Foi avaliado o fluxo salivar (ml/min), pH, a capacidade tampão da saliva (pH final) e amostras de saliva foram coletadas para análise da concentração de proteína, e da atividade da amilase e da peroxidase.

Os resultados foram comparados utilizando o teste t de Student, ao nível de 5% de significância, que nos permitiu concluir: 1- que a saliva dos adolescentes do sexo masculino apresentou concentração de proteína e atividade da peroxidase maior, do que a saliva de adolescentes do sexo feminino; 2- e que a saliva de adolescentes do sexo feminino apresentou atividade da amilase maior, do que a saliva de adolescentes do sexo masculino. (Apoio financeiro: CAPES/PICD.)

 

  I333 

Estudo da união “abutment”-implante de titânio com diferentes ligas metálicas.

V. COSTA*, M. A. BOTTINO, A. C. GUASTALDI, M. M. GUIMARÃES

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – UNITAU – SP.

Propomo-nos a analisar, in vitro, a influência das ligas metálicas de Ni-Cr e amálgama com alto teor de cobre na união existente entre as unidades “abutment”-implante de titânio. GERSTORFER, J. G. et al., Int. J. Oral Maxillofac. Implants, v. 4, p. 119-22, 1989; RECLARU & MEYER, J. Dent., v. 22, p. 159-68, 1994; HORASAWA N. et al., Dent. Materials, v. 15, p. 318-22, 1999. As amostras foram DIVIDIDAS em grupos: Grupo I – “abutment” + implante com a liga Ni-Cr; Grupo II - “abutment” + implante com amálgama e posteriormente divididas em três subgrupos, de acordo com o tempo de imersão em solução isotônica, pH 6 a 37ºC ± 2, Subgrupo I 30 dias; Subgrupo II 60 dias e Subgrupo III 90 dias. Após a remoção da solução, as amostras foram submetidas à análise por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de energia dispersiva de raios X (EDX). A microscopia de varredura (MEV) evidenciou nas amostras analisadas a presença de cristais de NaCl da solução na união “abutment”-implante, bem como nas roscas dos parafusos intermediários confirmados pelo EDX.

Baseados nos resultados obtidos, concluímos, a ocorrência de penetração de elementos constituintes da solução na união entre os componentes dos implantes osseointegrados, sugerindo a possibilidade de contaminação pelos produtos do meio de imersão possibilitando a redução da vida útil dos implantes. (­Apoio: Instituto de Química - UNESP, Araraquara - SP.)



  I334 

Regeneração óssea guiada no tratamento da periimplantite. Estudo em cães.

J. B. CÉSAR-NETO*, F. H. NOCITI Jr., E. A. SALLUM, G. R. NOGUEIRA-FILHO.

Departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5298, fax: (0**19) 430-5218. E-mail: nociti@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar, histometricamente, o preenchimento de defeitos ósseos ao redor de implantes após a utilização da regeneração óssea guiada, isolada ou em combinação com enxerto ósseo mineralizado, no tratamento da periimplantite induzida por ligadura em cães. Cinco cães foram selecionados e os pré-molares inferiores bilaterais foram extraídos. Três meses após a extração dos dentes, dois implantes de titânio foram colocados bilateralmente em cada cão. Três meses após a colocação dos implantes, foram conectados os intermediários. Após este período, foi induzido o processo de periimplantite através da colocação de ligaduras ao redor dos implantes. As ligaduras e os intermediários foram removidos após um mês e os defeitos foram aleatoriamente submetidos a uma das quatro diferentes modalidades de tratamento propostas: descontaminação (DE), descontaminação associada a regeneração óssea guiada (ROG), descontaminação associada a enxerto ósseo mineralizado (EO) e descontaminação associada a regeneração óssea guiada e enxerto ósseo mineralizado (ROG/EO). A análise histométrica não revelou diferenças significativas entre os tratamentos propostos em relação ao grau de contato osso/implante (p = 0,996) [ROG/EO (25,62 + 16,18), ROG (26,67 + 12,89), EO (28,12 + 23,38) e DE (26,86 + 13,21)] e área óssea (p = 0,946) [ROG/EO (48,66 + 14,80), ROG (51,96 + 21,61), EO (55,74 + 21,06) e DE (49,52 + 22,82 A)] nos limites das roscas do implante.

Assim, dentro dos limites do presente estudo, pode-se afirmar que não se detectou diferença, ao nível histométrico, entre as modalidades de tratamento propostas.

  I335 

Estudo da interface intermediário/prótese sobrefundidas em ouro ou níquel/cromo com variáveis laboratoriais.

F. A. C. TICIANELLI*, C. E. FRANCISCHONE, I. A. M. SARTORI, R. M. G. AZEVEDO.

USC (Sagrado Coração).

A obtenção de interfaces aceitáveis no relacionamento das próteses com os intermediários é uma preocupação clínica constante. A possibilidade de aquisição de cilindros usinados em ouro facilita em muito o procedimento laboratorial. Há, no entanto, uma dificuldade em relação ao custo dos mesmos. Estudos anteriores não encontraram comportamento favorável para as matrizes plásticas (CARR et al., Int. J. Oral Maxillofacial Implants,11 : 5 589, 1996; SARTORI, I. A. M., Dissertação, FORP, USP, 1999) e não as consideraram aptas a substituírem os cilindros de ouro. Com o propósito de avaliar se variações técnicas laboratoriais poderiam ser capazes de melhorar o comportamento das matrizes plásticas, em relação à interface marginal, foi desenvolvido o presente estudo. Foram usados 5 cilindros de ouro da Nobelbiocare, sobrefundidos em ouro tipo IV como grupo controle e 10 matrizes plásticas Conexão (105 CNB) fundidas em níquel/cromo Verabond (A. Alba Dent Inc. Cordelia, Canadá) divididas em grupos. Grupo 1: Ni-Cr, pela técnica de expansão livre e Grupo 2: Ni-Cr, pela técnica de expansão higroscópica do revestimento. As medidas das interfaces foram executadas em um microscópio comparador (Mitutoyo, Mfg Ltd.). Após as leituras, os dados foram submetidos a análise ANOVA e aplicado o teste de Tukey para as comparações individuais.

Os valores das interfaces do grupo fundido em níquel/cromo submetidos à expansão térmica livre do revestimento se mostraram mais favoráveis do que o grupo que recebeu expansão higroscópica. Quando comparados ao grupo controle, o grupo da expansão livre não mostrou diferença estatisticamente significante. Os resultados da expansão higroscópica comparados ao grupo controle mostraram diferenças estatisticamente significante.

  I336 

Perda óssea ao redor de implantes dentários.

E. P. BARBOZA, A. L. CAÚLA*, F. O. MACHADO, W. R. CARVALHO.

Departamento de Periodontia da Faculdade de Odontologia – Universidade Federal Fluminense. Tel.: (0**21) 220-6940/220-6706. E-mail: barbozae@uol.com.br

A manutenção da crista óssea ao redor de implantes dentários endósseos é importante para obtenção de resultados de sucesso a longo prazo. No entanto, a perda óssea ao redor de implantes dentários tem sido relacionada principalmente à “stress” e infecção por microorganismos. O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente a quantidade da perda óssea ao redor dos implantes durante o período de osseointegração. Foram colocados implantes endósseos tipo parafusos rosqueáveis bilaterais em 10 pacientes, seguindo o modelo de boca dividida. Em um quadrante, os implantes foram totalmente cobertos pelo retalho. No outro, o retalho foi suturado deixando o “cover screw” exposto. Fotografias e radiografias intra-orais estandardizadas foram utilizadas como método de avaliação.

Perda óssea foi observada ao redor dos implantes que não foram cobertos.

 

  I337 

Efeito do tratamento químico da superfície radicular com EDTA, associado à raspagem subgengival.

L. G. S. MACEDO*, S. M. OUCHI, F. L. RENÓ, N. L. MACEDO.

Departamento de Periodontia – UNESP – SJC.

Os procedimentos convencionais de raspagem e aplainamento da superfície radicular removem os agentes causadores da doença periodontal, porém, não têm capacidade de remover os microorganismos que estão no interior dos túbulos dentinários da superfície radicular dos dentes expostos à doença periodontal, portanto, alguns autores sugerem a utilização de agentes químicos associados ao tratamento periodontal convencional, para desmineralização da superfície radicular, abertura dos túbulos dentinários e exposição de matriz colágena. Este estudo teve como objetivo avaliar clinicamente os efeitos da irrigação subgengival com gel de EDTA 24% em dentes com doença periodontal, associado à raspagem e aplainamento radicular. Foi realizado um estudo onde dentes contendo pelo menos 1 sítio com bolsa periodontal com profundidade de sondagem maior ou igual a 4 mm, homólogos contralaterais foram divididos em dois grupos: grupo A - controle, foi submetido à terapia mecânica convencional e o grupo B - teste foi submetido à terapia periodontal mecânica e recebeu irrigação subgengival com gel de EDTA 24%. Os dados de nível de inserção clínica, profundidade de sondagem de bolsa periodontal, índice de placa, índice de sangramento e índice gengival foram avaliados no instante do tratamento (0), 30 e 60 dias após o tratamento e submetidos à análise estatística pelo teste t de Student.

Os resultados nos mostram que houve diferença entre os grupos teste e controle, porém, não significantes estatisticamente, mostrando que o uso da raspagem e aplainamento da superfície radicular sem associações ainda é o melhor procedimento na terapia periodontal.

  I338 

Condição gengival de crianças HIV+ após implementação de um Programa.

A. RIBEIRO*, A. THYLSTRUP, R. VIANNA, I. SOUZA.

Departamento de Odontopediatria – UFRJ/IFF/HMJ/UNIGRANRIO. Tel.: (0**21) 562-2101. E-mail: apoenaribeiro@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a condição gengival, após um ano de implementação de um Programa de Promoção de Saúde Bucal (Programa), em 57 crianças HIV+, com idade entre 0 e 14 anos (média 68,9 ± 36,3 meses), pacientes do ambulatório de AIDS pediátrica de dois hospitais públicos do RJ. Após aprovação do Comitê de Ética do NESC/UFRJ, as crianças e suas famílias foram inseridas em um Programa baseado em remoção mecânica de biofilme (biof.), através da educação para a realização de uma escovação caseira com qualidade. Para observação da qualidade do biof. utilizou-se o índice de RIBEIRO, A. & THYLSTRUP, A., 1999 (Anais da SBPqO 1999). Para exame gengival utilizou-se sonda periodontal estéril. Além disso, o número de superfícies com sangramento era anotado. Somente 7 crianças apresentaram ausência de biof. visível (A). 37% das crianças apresentaram biof. fino e de fácil remoção (B) e 50% biof. espesso e de difícil remoção (C). Mais da metade (58,9%) apresentava gengivite, dentre as quais 96,6% apresentavam gengiva com sangramento provocado. Número médio de superfícies com sangramento: 4,44 ± 6,97. Foi verificada forte correlação entre qualidade do biof. e de inflamação gengival (Correlação de Spear­man, rs = +0,57). Após um ano: a qualidade da higiene bucal melhorou significantemente, onde 15 crianças (25%) apresentaram biof. (A), 18 (31,6%) biof. (B) e 24 (42,2%) biof. (C). 49% das crianças apresentava gengivite (X2 de McNemar, p = 0,38). Número médio final de superfícies com sangramento gengival: 2,54 ± 4,74.

Conclui-se que o Programa baseado em controle mecânico de biofilme foi eficaz no tratamento da gengivite em crianças HIV+, demonstrando a importância do treinamento da escovação para a saúde bucal deste grupo.

 

  I339 

Prevalência e severidade da doença periodontal em estudantes de Ribeirão Preto – SP.

C. CASTILHO, M. B. SILVÉRIO*, W. MARTINS Jr., G. L. PILATTI, Z. A. FERREIRA.

UNAERP.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência e a severidade da doença periodontal em crianças e adolescentes da cidade de Ribeirão Preto - SP. Foram examinados 402 estudantes na faixa etária de 6 a 16 anos, de ambos os sexos, utilizando-se o CPITN. Este índice apresenta os seguintes escores: 0 (ausência dos sinais da doença); 1 (sangramento gengival após sondagem delicada); 2 (presença de cálculo supra ou subgengival ou qualquer fator retentivo de placa); 3 (profundidade de sondagem entre 4 e 6 mm); 4 (profundidade de sondagem superior à 6 mm). Dos 2.412 sextantes examinados observou-se a prevalência nos seguintes escores: 1 (1259 sextantes – 52,20%); 0 (961 sextantes 39,84%); 2 (142 sextantes – 5,88%); 3 (50 sextantes – 2,08%) e 4 nenhum sextante. Os indivíduos da raça negra apresentam maior número sextantes com CPITN = 3 e menor número de sextantes com CPITN = 0, comparados aos indivíduos da raça branca; não houve diferença estatisticamente significante entre os sexos, quanto ao escore mais elevado obtido em cada paciente, porém quando observado por sextantes, o sexo masculino apresentou maior número de sextantes com CPITN = 1 e menor proporção de sextantes com CPITN = 0 em relação ao sexo feminino.

A necessidade do tratamento periodontal predominante na população examinada é de instrução de higiene oral e raspagem e alisamento radicular (NT II), visto que não foram encontradas formas mais severas da doença periodontal na população examinada.

  I340 

Efeito da Mikania laevigata e Mikania glomerata sobre estreptococos do grupo mutans.

R. YATSUDA*, P. L. ROSALEN, J. A. CURY, V. G. REHDER, H. KOO, R. CECANHO,
R. B. GONÇALVES.

Departamento de Ciências Fisiológicas da FOP – UNICAMP. Tel./Fax: (0**19) 430-5308.

O objetivo deste estudo foi analisar in vitro as propriedades da Mikania laevigata e da Mikania glomerata sobre o crescimento bacteriano e a aderência celular dos estreptococos do grupo mutans que induzem a formação de cárie. Os testes foram realizados com extratos hidroetanólicos liofilizados de M. laevigata - HEMl e M. glomerata - HEMg (70% etanol, v/v), sendo que as concentrações variaram de 0,8 mg/ml a 0,006 mg/ml, em razão 2. Os testes de concentração inibitória mínima (CIM) e de concentração bactericida mínima (CBM) foram realizados usando HEMl e HEMg para Streptococcus mutans Ingbritt 1600. Teste de aderência celular (Adh) foi realizado para S. mutans Ingbritt 1600 e Streptococcus sobrinus 6715 em superfície de vidro, sendo lidos posteriormente espectrofotometricamente (O.D. l 550 nm). Para determinacão do CIM e CBM, os tubos foram incubados a 10% CO2, 37ºC, por 24 h. Para aderência, foram usadas as mesmas condições, sendo somente os tubos colocados num ângulo de 30º e incubados por 18 h. Etanol 70% (v/v) foi usado como controle negativo. Foram feitos seis replicatas para cada experiência e análise estatística por ANOVA e teste t. O crescimento celular de S. mutans foi inibido nas concentrações 0,1 mg/ml (CIM) e 0,2 mg/ml (CBM), para ambos os extratos de Mikania. HEMl inibiu a aderência celular de S. sobrinus e S. mutans nas concentrações de 0,2 mg/ml e 0,8 mg/ml, respectivamente (p < 0,05).

M. laevigata e M. glomerata apresentaram atividade antimicrobiana sobre o crescimento de S. mutans e a M. laevigata inibiu a aderência celular de S. sobrinus e S. mutans, in vitro, sugerindo que ambos extratos de Mikania têm potencial anticariogênico. (Apoio FAPESP 99/12007-0 e CNPq.)

 

  I341 

Efeito do tempo e da intensidade de luz na microinfiltração de restaurações de resina composta.

G. C. LOPES, C. BRAND*, L. C. VIEIRA.

Dentística – UFSC. Tel.: (0**48) 224-6990. E-mail: guilherme_lopes@usa.net

O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de microinfiltração de res­taurações de resina composta Classe V com margens em esmalte e dentina usando cinco diferentes técnicas de fotopolimerização. 50 cavidades em forma de cunha foram preparadas em caninos, com a margem oclusal em esmalte e a margem gengival em dentina. O sistema adesivo Excite (Vivadent) foi aplicado conforme as orientações do fabricante. As cavidades foram restauradas com as resinas híbridas (Tetric Ceram/Vivadent) em um incremento. Os ­tipos de fotopolimerização (n = 10) utilizados foram: G1 - Convencional/baixa intensidade: 40 s (300 mW/cm2); G2 - “Ramping”: 20 s (300 mW/cm2) + 20 s (550 mW/cm2); G3 - Pulso/alta intensidade: 5 s (550 mW/cm2) + 5 min (sem luz) + 35 s (550 mW/cm2); G4 - Convencional/alta intensidade: 40 s (550mW/cm2); G5 - Pulso/baixa intensidade: 5 s (300 mW/cm2) + 5 min (sem luz) + 35 s (300 mW/cm2). Depois de 24 em água os dentes foram termociclados (250 X, 5-55ºC, 60 s cada ciclo). Os espécimes foram imersos em solução de azul de metileno por 12 horas, e seccionados longitudinalmente, com um disco diamantado. A microinfiltração foi analisada com escala de 0-3. Os dados foram submetidos ao teste Kruskal-Wallis. Para ambas as margens houve menor infiltração com pulso/baixa intensidade. Os piores resultados foram encontrados com convencional/alta intensidade.

Os resultados sugerem que a técnica do pulso com baixa intensidade pode melhorar a capacidade de selamento marginal de restaurações adesivas.

 

  I342 

Efeito da utilização de resinas de baixa viscosidade na microinfiltração de restaurações de resina condensável.

M. CHAIN, G. C. LOPES, D. G. THYS*, F. B. BIASI, M. A. C. ANDRADA.

Materiais Dentários/Dentística – UFSC. Tel.: (0**48) 224- 6990. E-mail: dthys@brasilnet.net

Neste estudo objetivamos avaliar se o uso de resinas de baixa viscosidade como forradores, diminui a infiltração de restaurações com resinas de alta viscosidade (condensáveis). Para tanto, foram selecionados sessenta pré-molares separados em seis grupos, onde foram executados restaurações classe V com margem em esmalte e dentina. Três grupos foram classificados como grupos teste, nos quais foi utilizada uma resina de baixa viscosidade (Alert + Flow-It + Bond 1; Surefil + Natural Flow + Prime & Bond NT; P60 + Natural Flow + Single Bond). Os três grupos restantes, foram classificados como grupos controle, onde não foram utilizadas resinas de baixa viscosidade. A infiltração foi analisada em margens de esmalte e dentina de cada restauração. Depois de 24 em água os dentes foram termociclados (250 X, 5-55ºC, 60 s cada ciclo). Os espécimes foram imersos em solução de azul de metileno por 12 horas, e seccionados longitudinalmente, com um disco diamantado. A microinfiltração foi analisada com escala de 0-4. Os dados foram submetidos ao teste Kruskal-Wallis. Observou-se que a infiltração nas margens em esmalte foi significativamente menor do que em dentina.

A utilização da resina de baixa viscosidade como agente de forramento diminui significativamente a infiltração.

 

  I343 

Avaliação da resistência ao cisalhamento de adesivos autocondicionantes em esmalte.

M. PARAIZO, R. LINS*, A. LIMA, H. SAMPAIO, K. DIAS.

Departamento de Dentística – UERJ, UFRJ e MM. Tel.: (0**21) 587-6382.

O objetivo deste estudo foi comparar a resistência de união ao esmalte de sistemas adesivos autocondi­cionantes com aqueles que utilizam condicionamento com ácido fosfórico. Foram usados 30 dentes bovinos recém-extraídos, 10 para cada grupo. Após a inclusão dos dentes, uma superfície vestibular em esmalte foi obtida através de desgaste em politriz (3 mm de diâmetro), para que cada sistema adesivo fosse aplicado. Um cilindro de resina composta TPH (Dentsply) de 3 mm de altura foi confeccionado sobre cada super­fície. Gr 1 - Scotchbond Multiuso Plus (3M); Gr 2 - Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray); Gr 3 - Etch & Prime 3.0 (Degussa). Os espécimes foram então armazenados em água destilada por uma semana e foi aplicado o ensaio de resistência ao cisalhamento, usando uma máquina de ensaios universal EMIC à uma velocidade de 0,5 mm/min. As médias obtidas (MPa) foram: Gr 1 - 18,75 ± 5,83; Gr 2 - 22,17 ± 4,95; Gr 3 - 14,93 ± 6,79. Os resultados foram tratados estatisticamente pelos testes t de Student, LSD e ANOVA, não sendo observada diferença estatisticamente significante entre os grupos 1 e 2, e 2 e 3, porém o Gr 3 apresentou resultados significativamente inferiores ao Gr 2 (p £ 0,05).

Baseado nos resultados, os autores concluíram que o sistema adesivo Etch & Prime 3.0 apresentou uma resistência de união ao esmalte menor que o Clearfil Liner Bond 2V.

 

  I344 

Avaliação de dois métodos de remoção de resina residual do esmalte.

H. S. G. PEREIRA*, A. SANTOS-PINTO, L. A. M. SANTOS-PINTO, V. F. M. NUNES,
F. R. DAMETTO, K. C. BONIFÁCIO.

Departamento de Clínica Infantil – UNESP/Araraquara. Tel./Fax:(0**16) 222-1233, ramal 110.

O objetivo deste trabalho foi avaliar dois métodos de remoção de resina da superfície do esmalte após retirada de bráquetes ortodônticos. Foram utilizados 18 pré-molares extraídos com finalidade ortodôntica, divididos em três grupos iguais: grupo I (controle), grupo II (fresas multilaminadas, nº 9903) e grupo III (sistema de abrasão com jato de óxido de alumínio - Prepstar Denville – Engineering). Os dentes foram submetidos à profilaxia com pedra-pomes e taça de borracha na face vestibular da coroa dentária por 30 segundos, lavados com “spray” ar/água e secos. Tiras de papel “contact” recortadas, delimitaram a área tratada de esmalte onde foi realizada a colagem dos bráquetes com sistema Concise Ortodôntico (3M). Os dentes foram armazenados em água destilada por 2 dias, em temperatura ambiente. Após este período, com alicate nº 552 (Rock Mountain) removeram-se os bráquetes. A remoção da resina, evidenciada com solução evidenciadora (Replac), foi realizada com fresas multilaminadas acionadas em alta rotação (grupo II) e sistema de abrasão (grupo III) com ponta 145º e 0,48 mm de diâmetro interno com pressão entre 60 a 80 psi. Foi realizado novo polimento da superfície do esmalte com pedra-pomes. Análise em Microscópio Eletrônico de Varredura (Jeol – JSM T330A, Zeiss, Alemanha) mostrou que no grupo II a superfície vestibular, geralmente, apresentava-se livre de remanescente de resina com superfície compatível à observada no grupo I (controle), porém metade dos espécimes mostraram estrias superficiais no esmalte. No grupo III, o controle da remoção de resina não foi efetivo observando-se assim a presença de remanescentes, sendo verificado uma superfície de esmalte rugosa, com presença de microcavidades.

Os autores concluíram que ambos os métodos de remoção de resina produzem alterações na superfície do esmalte.

 

  I345 

Avaliação in vitro da infiltração marginal em restaurações classe II em compósito odontológico.

D. A. A. CAMARGO, M. A. C. SINHORETI, S. CONSANI, L. CORRER SOBRINHO, M. B. CANGIANI.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A proposta deste estudo foi avaliar, in vitro, a infiltração marginal de restaurações classe II em compósito odontológico. Foram utilizados 30 dentes humanos do grupo dos terceiros molares, com preparos cavitários oclusoproximais, sendo na face mesial com término em esmalte e na distal, com término em dentina. Estes dentes foram divididos em três grupos, de acordo com o sistema restaurador utilizado, ou seja, grupo 1 – Single Bond/Z100 (3M), grupo 2 – Bond 1/Alert (Jeneric-Pentron) e grupo 3 - Etch & Prime 3.0/Degufill Mineral (Degussa). Após o término das restaurações, as amostras foram termocicladas 500 vezes, cobertas com duas camadas de esmalte para unha e, em seguida, imersas em solução corante de azul de metileno a 2% tamponado, por 4 horas. Após, foram seccionadas e analisadas em microscópio comparador, onde foi mensurada a extensão da penetração do corante e transformado em percentagem. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas através do teste de Tukey, segundo a transformação arco seno de X/100.

Conclui-se que não houve diferença significativa (p > 0,05) entre os grupos quando a parede cervical das restaurações eram em esmalte (G1 = 27,6%; G2 = 47,1%; e G3 = 34,1%), mas em dentina, houve diferença estatística (p < 0,05) entre os grupos 1 (25,2%) e 2 (50,8%), onde o grupo 1 apresentou as menores médias de penetração do corante. O grupo 3 (40,5%) obteve média intermediária e não diferiu dos demais grupos (p > 0,05).

 

  I346 

Conhecimento sobre diagnóstico e tratamento das lesões cervicais não-cariosas.

A. B. PINHO*, A. R. COELHO, M. R. MORAES Jr., P. L. A. SCABELL.

Departamento de Prótese da FO – UERJ. E-mail: odonto@uerj.br

As lesões cervicais não-cariosas (L.C.N.C.) apresentam-se na clínica diária como uma condição comumente encontrada, e para alcançar o sucesso no controle e/ou tratamento, torna-se imprescindível o conhecimento da etiologia. O presente estudo objetivou avaliar o grau de conhecimento sobre o assunto, no que tange ao diagnóstico (classificação) e tratamento dessas lesões. O trabalho constou de levantamento através de questionários, com a apresentação de fotografias de três casos clínicos distintos, à saber: Caso 1: abfração; caso 2: erosão; Caso 3: abrasão. As fotografias, eram acompanhadas de breve descrição sobre anamnese do paciente. Foram aplicados cinqüenta questionários à alunos de pós-graduação e professores de uma faculdade de Odontologia no Rio de Janeiro, com prática clínica em consultório. As respostas foram avaliadas e os resultados mostraram que: Caso 1 - 50% dos entrevistados acertaram o diagnóstico da lesão, 62% indicaram restauração, sendo esta, na opinião da maioria, em resina (52%), e sem a necessidade de utilização de broca (68%). Caso 2 - 30% acertaram o diagnóstico, 64% indicaram restauração, sendo esta em resina (55%), com uso de broca (52%). Caso 3 - 50% acertaram o diagnóstico, 41% não indicaram restauração, 35% fariam avaliação da necessidade de restauração, e 62% utilizariam broca.

Analisando-se os dados obtidos com a metodologia utilizada, concluiu-se que: 1) o conhecimento sobre o diagnóstico das L.C.N.C. não foi satisfatório entre as pessoas avaliadas (considerando-as atualizadas em sua prática clínica diária); 2) existem ainda muitas controvérsias sobre a forma de tratamento das mesmas.

  I347 

Resistência à tração de dentes hibridizados antes/depois da cimentação provisória.

A. P. MONEGO*, L. ZITTO, A. DILLENBURG.

Departamento de Odontologia Conservadora da FO – UFRGS/POA.
E-mail: l.zitto@terra.com.br.

Uma das questões discutidas na Odontologia Restauradora é a necessidade ou não de aplicação prévia de sistema adesivo antes da cimentação provisória. O objetivo deste trabalho é avaliar a resistência de união à tração utilizando sistema adesivo de um único frasco antes e após a cimentação provisória. Foram confeccionados 20 corpos-de-prova, a partir de 10 pré-molares superiores, sendo as raízes cortadas na junção cemento-esmalte e as coroas no sentido mesiodistal, as mesmas foram incluídas em resina acrílica autopolimerizável. Os corpos-de-prova foram para o torno mecânico sob refrigeração para expor de maneira uniforme a superfície de dentina. Os corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em 2 grupos de 10 cada: Grupo I foi hibridizado, condicionado com ácido fosfórico à 37% por 15 seg., lavando pelo mesmo tempo e secando com papel absorvente; aplicado o sistema adesivo Single Bond (3M), segundo as normas do fabricante; aplicando após o cimento provisório TempBond livre de eugenol (Kerr); no Grupo II foi apenas aplicado o mesmo cimento provisório. Os corpos-de-prova foram mantidos em água por 1 semana. Decorrido este período, os cimentos provisórios foram removidos com escova Robson associado à pedra-pomes e água, no Grupo I foi aplicado novamente o sistema adesivo da mesma forma citada e aplicado a resina composta fotopolimerizável Charisma A10 (Heraeus Kulzer), o Grupo II foi hibridizado e submetido a aplicação da resina composta da mesma forma. Os corpos-de-prova foram mantidos em ambiente úmido por 72 h à 37ºC. Submetidos, então, ao teste de união à tração. Após a obtenção dos resultados, feita a análise de variância e teste de Tukey ao nível de significância de 1%.

Através dos resultados pode-se constatar que o grupo II teve uma resistência de união à tração superior ao grupo I.

 

  I348 

Influência de cimentos temporários contendo eugenol na resistência à tração resina/dentina.

E. ULZEFER*, A. DILLENBURG, E. MEZZOMO.

Departamento de Odontologia Conservadora da FO – UFRGS/POA. E-mail: ulzefer@zaz.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, a influência do eugenol contido em cimentos provisórios na resistência de união à tração resina/dentina. Utilizamos 16 terceiros molares extraídos por indicação terapêutica, as raízes foram removidas ao nível da junção cemento-esmalte e as coroas seccionadas no sentido mesiodistal, obtendo-se duas metades, uma vestibular e outra lingual. As porções coronárias vestibulares foram incluídas em resina acrílica autopolimerizável e desgastadas em torno mecânico sob refrigeração à água para obter-se uma superfície plana em dentina. Cada dente recebeu um casquete de acrílico simulando o procedimento de temporização, permitindo o contato do material cimentante com a dentina. Foram divididos em dois grupos de 8 espécimes cada: grupo 1 (cimento de hidróxido de cálcio – Dycal (Dentsply)); grupo 2 (cimento de óxido de zinco e eugenol – TempBond (Kerr)). Após armazenados em ambiente 100% úmido à 37ºC por 10 dias, os casquetes foram removidos, realizou-se limpeza das peças com pedra-pomes + água por 10 segundos. O sistema adesivo Prime & Bond NT (Dentsply) foi aplicado sobre a dentina de acordo com as instruções do fabricante, seguido da aplicação da resina composta Charisma (Heraeus Kulzer), sendo armazenados em água destilada à 37ºC por 24 horas e submetidos a teste de resistência de união à tração em máquina de ensaio universal EMIC DL 2000 com velocidade de 0,5 mm/minuto. A média dos resultados foram: grupo 1 (21 MPa) e grupo 2 (20 MPa). Os resultados foram submetidos ao tratamento estatístico pela análise de variância e pelo teste de Tukey.

Não houveram diferenças significativas entre os 2 grupos. O uso de cimentos temporários, com ou sem eugenol, não influenciou a força de união do sistema adesivo à dentina utilizando-se a técnica de condicionamento total.

 

  I349 

Avaliação do efeito do tempo de condicionamento ácido total sobre a resistência da união resina/dentina, em dentes decíduos.

A. S. CALDO-TEIXEIRA*, R. M. PUPPIN-RONTANI, M. A. C. SINHORETI,
L. C. CORRER-SOBRINHO.

Áreas de Odontopediatria e Materiais Dentários da FOP – UNICAMP.
E-mail: rmpuppin@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tempo de condicionamento ácido sobre a resistência da união resina/dentina de dentes decíduos ao cisalhamento (Cs), de dois sistemas adesivos comerciais (Scotchbond Multipurpose Plus - SB e Prime & Bond 2.1 – P&B). Foram selecionados 48 dentes decíduos, de crianças na faixa etária de 4 a 9 anos. Os dentes foram seccionados ao meio, pelo sulco central, embutidos em resina epóxica, com a superfície vestibular, lingual ou palatina externamente, e lixados na politriz, obtendo-se uma superfície plana e horizontal em dentina. Os dentes foram aleatoriamente distribuídos em 2 grupos de acordo com o material empregado e subdivididos em 6 grupos de acordo com o tempo de condicionamento ácido total: Grupo 1 - 15 s e aplicação do SB; Grupo 2 - 20 s e aplicação do SB; Grupo 3 - 7 s e aplicação do SB; Grupo 4 - por 15 s e aplicação do P&B 2.1; Grupo 5 - por 20 s e aplicação do P&B 2.1; Grupo 6 - por 7 s e aplicação do P & B 2.1. Os dentes foram restaurados em matriz de teflon, com o material  Z100 (3M Dental Products), armazenados em água destilada a 37ºC, por 72 horas, e então submetidos ao ensaio de Cs, na Instron, à velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados obtidos foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey ao nível de 5%. Considerando-se os tempos de condicionamento estudados (7, 15 e 20 s), observou-se respectivamente os valores (MPa): 3,36; 2,40 e 1,77, para P&B; e 2,80; 2,25 e 2,08, para SB. Pode-se observar, que o condicionamento por 7 seg. apresentou os maiores valores, independente do material empregado (p < 0,05). Para o P&B as maiores médias de resistência da união foram obtidas para os tempos de 7 e 15 s.

Pode-se concluir que para o condicionamento de dentes decíduos, os melhores resultados foram obtidos para os tempos de 7 e 15 seg., e quanto maior o tempo de condicionamento, menor a resistência da união ao cisalhamento, independente do material. (Apoio: FAPESP 99/07551-3. Agradecimento: Banco de Dentes do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da USP/SP.)

  I350 

Avaliação clínica de restaurações em dentes decíduos com Heliomolar e F2000.

T. NUNES-SILVA*, R. M. PUPPIN-RONTANI, J. Y. HATAYAMA, F. GARCIA-GODOY.

Área de Odontopediatria da FOP – UNICAMP; UTHSCSA – Texas.
E-mail: rmpuppin@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho clínico de restaurações classe I e II realizadas em dentes decíduos após 6 meses, com a resina composta Heliomolar (Vivadent) e resina composta modificada por poliácido F2000 (3M). Foram selecionados 65 molares decíduos de crianças de 4 a 9 anos de idade, da Clínica de Odontologia Infantil da FOP/UNICAMP, restaurados de acordo com as instruções dos fabricantes. Foram realizadas 32 restaurações em Heliomolar e 33 em F2000. As restaurações foram avaliadas no ínicio do estudo, e aos 3 e 6 meses seguintes, empregando o critério USPHS, observando-se a estabilidade da cor (EC), integridade marginal (IM), alteração de cor marginal (AM), forma anatômica (FA) e cárie secundária (CS). As restaurações foram também avaliadas radiograficamente nos mesmos períodos. Foram avaliadas aos três meses 44 restaurações (22 restaurações de cada material), e 41 restaurações aos seis meses (19 de Heliomolar e 22 de F2000). Os resultados mostraram que durante o período do estudo, o F2000 apresentou maiores percentuais de escores A (Alpha) para EC (90,9%, 86,4%), IM (81,2%, 54,5%), AM (86,4%, 59%), FA (86,4%, 54,5%) e CS (81,2%, 86,4%), aos 3 e 6 meses, respectivamente comparado ao Heliomolar (EC - 72,7%, 47,4%; IM - 50%, 15,7%; AM - 59%, 26,3%; FA - 59%, 15,7% e CS - 72,7%, 52,6%, respectivamente aos 3 e 6 meses). Pode-se observar que as restaurações realizadas com F2000 apresentaram-se mais resistentes em pacientes com alto índice de placa.

Baseados nos resultados pode-se concluir que o material F2000 apresentou melhores resultados que o Heliomolar em restaurações realizadas em molares decíduos, durante o período de 6 meses do estudo para os critérios avaliados (EC, IM, AM, FA, CS). (Apoio FAPESP 98/12456-7.)

  I351 

Avaliação da resistência de união entre diferentes materiais resinosos.

H. M. HONÓRIO*, E. B. FRANCO.

Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.
Tel.:(0**14) 235-8000, fax: (0**14) 223-4679. E-mail: hhonorio@rocketmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união entre um tipo de resina composta: Z100, um compômero: Dyract A/P (Dyct) e um ionômero de vidro: Vitremer (Vit); combinados entre si formando os seguintes grupos:

Grupo I

Grupo II

Grupo III

Grupo IV

Grupo V

Grupo VI

Z100 x Z100

Z100 x Dyct

Z100 x Vit

Dyct x Dyct

Dyct x Vit

Vit x Vit

Sessenta espécimes foram divididos em seis grupos de dez espécimes cada. Uma matriz com abertura de 6,0 mm de diâmetro e 1,0 mm de profundidade foi usada para a obtenção dos espécimes. Após uma hora a matriz foi acoplada em um dispositivo na máquina de ensaios Kratos para determinar a resistência coesiva à tração a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados, expressos em kgf, foram:

Grupo I

Grupo II

Grupo III

Grupo IV

Grupo V

Grupo VI

12,69 ± 2,93

9,36  ± 2,32

10,73  ± 3,58

7,26 ± 1,19

9,42 ± 2,32

13,04 ± 2,81

Os resultados foram analisados pelo teste estatístico ANOVA a um critério. Houve diferença estatisticamente significante (p < 0,05) na resistência à tração entre os grupos I e IV, II e VI, III e IV, IV e VI, V e VI.

A interação estabelecida entre Z100 e Vitremer mostrou-se mais efetiva, sendo que o material Dyract A/P obteve os menores índices de resistência de união influenciando na combinação com os demais materiais avaliados. (Este estudo foi financiado pela FAPESP - Processo 98/14930-8.)

  I352 

Avaliação in vitro da microinfiltração com diferentes sistemas adesivos.

R. M. GAGLIARDI*, R. P. AVELAR.

Departamento de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília, Brasil. Tel.: (0**61) 307-2513, fax: 273-0105.

O propósito do estudo foi avaliar in vitro a microinfiltração em cavidades de Classe V restauradas com diferentes sistemas adesivos. Foram utilizados 30 dentes humanos hígidos recém-extraídos. Cinco grupos, com 6 elementos cada, foram divididos e restaurados com os seguintes sistemas adesivos: Grupo 1 (G1): Etch & Prime 3.0® (Degussa) e o ORMOCER Definite® (Degussa) [ED]; Grupo 2 (G2): Etch & Prime 3.0 e a resina composta Charisma® (Kulzer) [EC]; Grupo 3 (G3): Prompt L-Pop® (Espe) e Charisma [PC]; Grupo 4 (G4): Durafill Bond® (Kulzer) e Charisma [DC]; e Grupo 5 (G5): Vitremer® (3M) [V] como controle. Todos feitos conforme recomendações dos fabricantes. As cavidades foram preparadas nas faces vetibular e lingual (3 x 2,5 x 1,5 mm), 1,0 mm abaixo da junção amelocementária. Polimento com o sistema de discos Denco-Flex® (DFL). As amostras foram armazenadas em água destilada a 37ºC (48 h) e termocicladas (200 X 5ºC-55ºC ± 2ºC). Após isolamento dos ápices com araldite (Ciba-Geigy) e das superfícies até 1,0 mm das margens das restaurações com esmalte, as amostras foram imersas em solução de AgNO3 50% (24 h) e reveladas sob luz fluorescente. A infiltração marginal foi avaliada com uma lupa estereoscópica (Zeiss) e classificadas em graus de 0 a 4. A análise estatística (Tabela) pelo método não-paramétrico de Kruskal-Wallis (a < 5%*) revelou que todos os sistemas adesivos avaliados foram significativamente diferentes do grupo controle.

Amostras

¹ entre médias

[ED] x [EC]

 2,958

[ED] x [V]

 25,666*

[ED] x [PC]

 3,083

[ED] x [DC]

 13,583*

[EC] x [V]

 28,625*

 

Amostras

¹ entre médias

[EC] x [PC]

 6,041

[EC] x [DC]

 10,625 *

[PC] x [V]

 22,583 *

[DC] x [V]

 39,250 *

[PC] x [DC]

 16,666 *

Assim, nenhum dos adesivos dentinários testados foram capazes de evitar a infiltração marginal, embora tenham apresentado comportamentos distintos.

 

  I353 

Efeito do método de polimerização sobre a infiltração marginal em restaurações com compósitos odontológicos.

R. C. B. ALONSO*, M. A. C. SINHORETI, S. CONSANI, L. CORRER-SOBRINHO.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A proposta deste estudo foi verificar a influência de três métodos de polimerização na infiltração marginal de restaurações confeccionadas com três compósitos odontológicos: Z100 (3M), Solitaire (Kulzer) e Revolution (Kerr), utilizados em associação com o sistema adesivo SBMU (3M). Foram utilizados 90 dentes bovinos, com preparos cavitários circulares padronizados com término em esmalte (4 mm de diâmetro x 2 mm de profundidade). Estes dentes foram divididos em três grupos, de acordo com o sistema restaurador utilizado e cada grupo subdividido em três, de acordo com o método de polimerização, ou seja, polimerização por luz contínua (520 mW/cm2 por 40 s); polimerização por dupla intensidade de luz (150 mW/cm2 por 10 s seguido por 520 mW/cm2 por 30 s); e, polimerizados através de luz pulsátil (520 mW/cm2 por 60 s). Após o término das restaurações, as amostras foram termocicladas 500 vezes, cobertas com duas camadas de esmalte para unha e, em seguida, imersas em solução corante de azul de metileno a 0,5%, por 24 horas. Após, foram seccionadas e analisadas em lupa estereoscópica, onde foi adotado o sistema de escores preconizado pela ISO (TR 11405). Os dados obtidos foram analisados estatisticamente através do teste de Kruskal-Wallis em (5%).

Conclui-se que não houve diferença significativa entre os métodos de polimerização empregado, considerando o valor crítico de 0,604. Verificou-se que houve diferença estatística entre os compósitos Alert e Revolution, onde o Revolution apresentou o menor nível de penetração do corante. O Z100 obteve nível intermediário e não diferiu dos demais, considerando o valor crítico de 0,553.

 

  I354 

Influência do tempo de secagem de um adesivo autocondicionante na microinfiltração.

V. G. ARIAS*, A. K. B. BEDRAN de CASTRO, C. M. AMARAL, L. A. F. PIMENTA.

Odontologia Restauradora da FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340.
E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi analisar qualitativamente através da penetração de corante, a influência do tempo de secagem em um sistema adesivo autocondicionante na redução da microinfiltração de restaurações Classe II, com término em dentina. O sistema autocondicionante utilizado nesse estudo foi o Etch & Prime 3.0® (Degussa). Foram coletados e selecionados 60 dentes bovinos, sendo confeccionadas duas cavidades do tipo “slot” vertical sob refrigeração constante, nas superfícies mesial e distal com margem cervical em dentina. As 120 cavidades foram divididas aleatoriamente em 4 grupos (n = 30). G1: controle, o adesivo foi aplicado seguindo as instruções do fabricante; G2: 10 s de secagem antes da polimerização do adesivo; G3: 20 s de secagem antes da polimerização do adesivo; G4: o adesivo foi aplicado de acordo com o fabricante e seco durante 20 s após a polimerização. As cavidades foram restauradas com resina composta Definite® (Degussa) em três incrementos, polimerizando 40 s cada. Após o polimento destas restaurações, os grupos foram submetidos à termociclagem de 1.000 ciclos (5 ± 1ºC e 55 ± 1ºC por 1 minuto em cada banho). Em seguida, os dentes foram imersos em solução aquosa de azul de metileno à 2% durante 4 horas, cortados e analisados em lupa estereoscópica Meiji 2000 (35 X).Os índices de microinfiltração foram registrados em escores (0-4) e submetidos à análise estatística (Kruskal-Wallis e Mann-Whitney), sendo os resultados expressos através da soma das ordens: G1: 1.382,00 (a); G2: 1.427,00 (a); G3: 1.623,00 (a); G4:1.896,00 (a), onde letras diferentes representam diferença estatística significante (p £ 0,05).

Conclui-se que o adesivo autocondicionante Etch & Prime 3.0® não sofreu influência do tempo de secagem no controle da microinfiltração.

 

  I355 

Avaliação da resistência ao cisalhamento de nichos em resina composta.

C. J. PRADO*, J. C. G. BIFFI.

Faculdade de Odontologia – Universidade Federal de Uberlândia, MG; Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP, SP. Tel.: (0**34) 218- 2431/218-2209.

A utilização de resina composta fotopolimerizável talvez seja uma alternativa viável para a confecção de nichos em dentes anteriores pilares de prótese parcial removível. Avaliou-se a resistência ao cisalhamento de nicho de resina composta confeccionado na face lingual de incisivos ântero-inferiores, utilizando três técnicas de tratamento da superfície do esmalte. Foram utilizados 60 incisivos mandibulares, divididos em três grupos de 20. O esmalte lingual do grupo 1 permaneceu hígido, sendo apenas condicionado com ácido fosfórico a 37% e agente de união, que também foram usados nos demais grupos. Os dentes do grupo 2 sofreram apenas abrasão com ponta diamantada e os dentes do grupo 3 foram abrasionados com uma ponta diamantada em forma de pêra, com a finalidade de remover a lisura superficial, mas sem atingir dentina. Ainda, dois sulcos mesiodistais, com profundidade de 0,5 mm, foram confeccionados por meio de uma ponta diamantada em forma de roda. Força vertical com velocidade de 0,6 cm/min foi aplicada até ocorrer falha no conjunto dente/nicho.

A análise estatística não revelou diferenças estatisticamente significantes entre os três grupos. No entanto, pôde-se observar maior incidência de fraturas no esmalte da região do cíngulo no grupo que recebeu sulcos mesiodistais. Os resultados sugerem que os nichos confeccionados apenas com condicionamento ácido do esmalte oferecem resistência similar àqueles que receberam abrasão ou abrasão e sulcos mesiodistais, com a vantagem de estarem associados a um menor índice de fraturas do esmalte. (Apoio finan­ceiro: Bolsa de mestrado (realizado na USP - Ribeirão Preto) concedida pela CAPES.)

  I356 

Microinfiltração em cavidades preparadas com jato de óxido de alumínio.

R. A. S. S. ROCHA*, S. A. M. CORONA, M. C. BORSATTO, R. G. PALMA DIBB, P. C. G. SILVA.

Odontologia Restauradora da FORP – USP. E-mail: nelsoncorona@linkway.com.br

Propôs-se avaliar in vitro a microinfiltração marginal em cavidades de classe V preparadas com o jato de óxido de alumínio e restauradas com diferentes resinas compostas. Foram utilizados 15 terceiros molares, divididos em três grupos, nos quais as cavidades foram restauradas com: no grupo I, resina composta (Z100), no grupo II, resina composta modificada por poliácidos (F2000) e no grupo III, resina composta “flowable” (Flow-It). O preparo cavitário foi realizado com o jato de óxido de alumínio (Kreativ Mach 4.1). Após a restauração das cavidades, os dentes foram armazenados por 24 horas e realizado o polimento. Os dentes foram submetidos a termociclagem por 500 ciclos, em seguida imersos em rodamina B a 0,2% por 24 horas. Os espécimes foram incluídos e seccionados. A análise da microinfiltração foi realizada com microscópio óptico acoplado a câmera e computador, a fim de obter uma imagem digitalizada para medir a penetração do corante. Os dados foram analisados pela análise de variância e teste de Tukey obtendo diferença estatística significante entre as paredes oclusal e cervical, ocorrendo maior infiltração na parede cervical. Na parede oclusal não houve diferença estatisticamente significante entre as resinas compostas. Na parede cervical as resinas compostas Flow-It 10,56% (± 16,16%) e Z100 17,66% (± 30,02%) apresentaram menor infiltração do que o material F2000 70,55% (± 42,29%), sendo está diferença estatisticamente significante.

Conclui-se que quando da aplicação do jato de óxido de alumínio para a realização do preparo cavitário os materiais resinosos que apresentaram menor microinfiltração marginal foram as resinas compostas Flow-It e Z100.

  I357 

Resistência à fratura de dentes restaurados pela técnica do amálgama adesivo.

G. M. DIAS de SOUZA*, G. D. S. PEREIRA, L. A. M. S. PAULILLO, C. T. S. DIAS.

Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340, fax: (0**19) 430-5218. E-mail: paulillo@fop.unicamp.br

O amálgama de prata, que vem sendo utilizado clinicamente há mais de 160 anos, devido às suas propriedades mecânicas favoráveis e fácil manipulação, não promove o reforço de cúspides enfraquecidas devido ao seu alto módulo de elasticidade, além do fato de, por não aderir ao dente, haver a necessidade de retenções mecânicas adicionais, levando a um maior desgaste da estrutura dental sadia. Com o avanço dos sistemas adesivos, foram elaborados materiais que se unem a íons metálicos e à estrutura dental, possibilitando o aparecimento da técnica do amálgama adesivo, que tende a reforçar a estrutura dental, entre outros benefícios. Este trabalho de pesquisa avaliou a resistência à fratura de trinta pré-molares com cavidades mésio-ocluso-distais padronizadas restaurados somente com amálgama de prata (Grupo 1), SBMUP e amálgama de prata (Grupo 2) e Panavia F e amálgama de prata (Grupo 3). Uma esfera de 4 mm de diâmetro foi comprimida sobre as vertentes das cúspides e a média da resistência para cada grupo foi: 94,15 kgf (G1), 104,43 kgf (G2) e 98,99 kgf (G3).

A análise estatística revelou não haver diferença estatisticamente significante entre os grupos avaliados, podendo-se concluir que o amálgama adesivo não demonstrou reforçar a estrutura dental para o tipo de preparo que foi realizado, com largura de 2/5 da distância intercuspídica e profundidade de 3/5 da altura da coroa.

  I358 

Comparação dos efeitos de técnicas adesivas no selamento marginal.

T. RABELLO*, E. THOMAZELLI, M. S. MIRANDA, K. DIAS.

Departamento de Dentística – UERJ e UFRJ. Tel.: (0**21) 587-6382.

O objetivo deste estudo in vitro foi comparar a capacidade de selamento marginal de diferentes técnicas adesivas em esmalte e dentina de dentes permanentes. Foram preparadas duas cavidades classe V padronizadas em 24 dentes hígidos, recém-extraídos, localizadas nas faces vestibular e lingual, com uma margem em esmalte e outra em dentina/cemento. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 4 grupos de acordo com a seqüência de tratamento a ser empregado sobre as superfícies: grupo 1, ácido fosfórico a 37% + Prime & Bond NT (PBNT - Dentsply); grupo 2, Non Rinse Conditioner (NRC - Dentsply) + PBNT; grupo 3, PBNT; e grupo 4, Clearfil Bond SE (Kuraray). Todas as cavidades foram restauradas com a resina modificada por poliácidos Dyract AP (Dentsply). Os espécimes foram então armazenados em água destilada por 24 horas, isolados com duas camadas de esmalte de unha, impregnados com uma solução de nitrato de prata a 50%, incluídos em resina epóxi e secionados. As restaurações foram avaliadas por três examinadores calibrados em uma lupa estereoscópica com aumento de 25 X. Foi atribuída uma classificação de acordo com a penetração do corante, indo de 0 (ausência total de penetração) até 3 (infiltração em direção à câmara pulpar). Os postos médios obtidos foram, em uma avaliação global: gr. 1 - 89,32; gr. 2 - 86,02; gr. 3 - 85,38 e gr. 4 - 112,43; e por região: esmalte - 73,48; e dentina/cemento - 113,52. Os testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p = 0,05) demonstraram que os grupos 1, 2 e 3 não diferiram estatisticamente entre si e que o comportamento no esmalte e no dentina/cemento eram diferentes.

Os autores concluíram que Clearfil Bond SE necessita de maior investigação laboratorial e clínica antes de ser recomendado para a prática odontológica.

  I359 

Avaliação em MEV de um adesivo autocondicionante quanto a penetração em esmalte e dentina.

M. S. MIRANDA, D. CASTANHO*, K. DIAS, E. PISANECHI, A. C. LAMOSA.

Faculdade de Odontologia – UERJ; UFRJ; IO PUC-Rio, Rio de Janeiro – RJ.

Os sistemas adesivos autocondicionantes surgiram recentemente diminuindo o número de passos operatórios. Eles são ácido, “primer” e adesivo simultaneamente e não necessitam ser lavados. Neste trabalho testou-se a hipótese de que esses materiais apresentam ação similar aos tradicio­nais, quanto a profundidade de penetração no esmalte e na dentina de dentes humanos, por meio de observação em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Para análise no esmalte, 5 terceiros molares foram cortados em 4 partes cada as quais foram distribuídas nos grupos 1A e 2A. Outros 10 dentes tiveram a dentina superficial exposta, cortando-se a face oclusal, cortados ao meio no sentido vestibulolingual e divididos nos grupos 1B e 2B. Todos os fragmentos foram planificados com lixa d’água 600 na região de esmalte ou dentina. Grupo 1 - Etch & Prime 3.0, Degussa, (EP) e Grupo 2 - ácido fosfórico a 37% + Scotchbond MP, 3M, (AFSB). Todos foram recobertos com resina composta Tetric Ceram 3M, utilizada conforme instruções dos fabricantes. Os fragmentos dentários foram descalcificados com HCl a 10% e NaOH a 5%, em banhos alternados. Réplicas em resina foram preparadas e examinadas em MEV. Dois examinadores calibrados avaliaram as fotomicrografias e atribuíram escores de 0 = sem penetração a 3 = penetração máxima. Os postos médios de EP e AFSB em esmalte/dentina foram, respectivamente 11,00/12,36 e 35,50/31,14. O teste de Mann-Whitney (p < 0,05) mostrou que os grupos eram estatisticamente diferentes.

Os autores concluem que o grupo do AFSB obteve os melhores resultados apresentando maior penetração tanto em esmalte quanto em dentina. O novo material testado (EP) não apresentou ação similar ao tradicional AFSB quanto à penetração do adesivo em esmalte e dentina.

  I360 

Avaliação de um ácido não lavável e de adesivo monocomponente quanto a penetração em esmalte.

M. S. MIRANDA, J. CAL NETO*, K. DIAS, M. F. LOPES.

Faculdade de Odontologia da UERJ; UFRJ; IO PUC –Rio, Rio de Janeiro – RJ.

Recentemente surgiram sistemas adesivos de frasco único e também um ácido que não necessita ser lavado. Neste trabalho testamos a hipótese de que esses novos materiais apresentam ação similar aos tradicionais, quanto a profundidade de penetração no esmalte de dentes humanos, através da observação em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). 15 terceiros molares foram cortados em 4 partes cada. Estas foram distribuídas em 6 grupos de 10 cada. Todos foram planificados com lixa d’água 600. Grupo 1 - Prime & Bond NT, Dentsply, (NT), controle negativo; Grupo 2 - ácido fosfórico 37% + Prime & Bond NT, Dentsply, (AFNT), controle positivo; Grupo 3 - No Rinse Conditioner, Dentsply, (NRC) + Prime & Bond NT (NRCNT); Grupo 4 - NRC + Prime & Bond 2.1, Dentsply, (NRCPB); Grupo 5 - NRC + Scotchbond MP (SBMP), 3M, (NRCSB) e Grupo 6 - Prompt L - Pop, ESPE, (PLP). Todos foram recobertos com Dyract AP, Dentsply, e utilizados conforme instruções dos fabricantes. Os fragmentos dentários foram descalcificados com HCl a 10% e NaOH a 5% e suas réplicas em resina examinadas em MEV. Três examinadores calibrados avaliaram as fotomicrografias e atribuíram escores de 0 = sem penetração a 3 = penetração máxima. Os postos médios das avalições foram: NT = 6,18; AFNT= 50,00 NRCNT = 50,00; NRCPB = 22,41; NRCSB = 50,00 e PLP = 22,41. Testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p £ 0,05) evidenciaram apenas três grupos estatisticamente homogêneos: {NT}, {NRCPB e PLP} e {NRCNT, NRCSB e AFNT}.

Os autores concluíram que a) o NT apresentou a menor penetração; b) o NRC apresentou ação similar quando utilizado como NT ou o SBMP; e c) O PLP não apresentou ação similar aos tradicionais.

 

  I361 

Efeito do resselamento marginal sobre a microinfiltração em cavidades de classe V restauradas com materiais estéticos.

M. C. G. ERHARDT*, C. S. MAGALHÃES, M. C. SERRA.

Departamento de Odontologia Restauradora – Área de Dentística. Tel.: (0**19) 430-5340,
fax: (0**19) 430-5218. E-mail: mcserra@fop.unicamp.br

O estudo teve como objetivo avaliar o efeito do resselamento marginal com uma resina fluida sobre a microinfiltração em restaurações confec­cionadas com duas resinas compostas e duas resinas compostas modificadas por poliácidos. Cavidades de Classe V foram preparadas na superfície radicular de 240 dentes incisivos bovinos, divididos aleatoriamente em quatro grupos e restaurados com um dos seguintes sistemas: Z100/SMPPlus - 3M (ZS); Solitaire/Solid Bond - Kulzer (SS); Freedom/Stae - SDI (FS); F2000/Single Bond - 3M (FSB). Cada grupo de 60 dentes, restaurados com um mesmo material foi dividido aleatoriamente em dois subgrupos. O grupo experimental (Exp) recebeu resselamento com uma resina fluida (Fortify/Bisco) e o grupo controle (Ctr) não recebeu nenhum tratamento. Todos os espécimens foram submetidos a 5.000 ciclos térmicos e a um regime de escovação manual e, após imersão em solução de azul de metileno por 4 horas, foram secionados longitudinalmente através do centro das restaurações. A profundidade de penetração do corante foi determinada de forma cega e independente, por três examinadores, através de escores, variando de 0 a 3. Os resultados dos testes de Kruskal-Wallis e da diferença mínima significativa mostraram diferenças estatísticas significativas entre os grupos (h = 156,54; p < 0,05). Considerando que letras diferentes representam diferenças estatisticamente significantes com nível de confiança de 95%; os postos médios obtidos, em ordem decrescente, foram: FS (Ctr) = 176,35a, FS (Exp) = 172,15a, SS (Exp) = 170,43a, SS (Ctr) = 165,08a, FSB (Ctr) = 89,43b, FSB (Exp) = 74,17bc, ZS (Ctr) = 62,66bc e ZS (Exp) = 51,5c.

Sob as condições experimentais usadas nesse estudo, pode-se concluir que o resselamento das margens não re­duziu a microinfiltração, que foi dependente do sistema restaurador empregado. (Apoio financeiro: FAPESP - Processo 98/13279-1.)

 

  I362 

Avaliação da resistência ao cisalhamento de híbridos associados ao condicionamento.

D. T. CARVALHO*, G. D. S. PEREIRA, C. PINELLI, B. CARLINI Jr., L. A. M. S. PAULILLO.

Departamento de Odontologia Restauradora – UNICAMP – UGF. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: giseledamiana@yahoo.com

Materiais híbridos de ionômero de vidro e resina composta foram introduzidos para superar as deficiências apresentadas pelos cimentos ionoméricos convencionais. Estes materiais fazem uso de sistemas adesivos para promover sua união ao esmalte e dentina. Contudo, a utilização de um condicionador ácido não é indicada pelo fabricante. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do condicionamento ácido em dentina na força de união de híbridos, através de testes de resistência ao cisalhamento. Foram utilizados 60 fragmentos dentários cujas superfícies em esmalte foram desgastadas com lixas até a exposição da dentina. Na metade das amostras utilizou-se ácido fosfórico a 35% e na outra metade seguiram-se apenas as recomendações dos fabricantes. Foram utilizados 3 materiais híbridos e seus respectivos adesivos: G1: Compoglass e Syntac, G2: Dyract e Prime & Bond 2.1, G3: Vitremer e Primer. As médias, em MPa, dos resultados obtidos após o teste de resistência ao cisalhamento foram:

Tratamento

Média (MPa)

 

G1 – Sem condicionamento (n = 10)

1,63

a

G3 – Sem condicionamento (n = 10)

1,80

ab

G1 – Com condicionamento (n = 10)

1,90

abc

G3 – Com condicionamento (n = 10)

2,07

 bc

G2 – Com condicionamento (n = 10)

2,18

 bc

G2 – Sem condicionamento (n = 10)

2,28

 c

 Através da análise estatística (p < 0,05) foi possível concluir que o condicionamento ácido não promoveu um aumento da união entre os híbridos e a dentina.

  I363 

Efeito do jato de óxido de alumínio na resistência ao cisalhamento.

A. E. SOUZA*, M. C. BORSATTO, S. A. M. CORONA, A. B. E. CATIRSE, T. N. NASCIMENTO.

Departamento de Odontologia Restauradora da FORP – USP.
E-mail: nelsoncorona@linkway.com.br

Propôs-se avaliar a resistência ao cisalhamento de resina composta, utilizando-se diferentes técnicas de tratamento da superfície do esmalte. Foram utilizados 15 terceiros molares, divididos em três grupos. No grupo I, a superfície de esmalte foi tratada com ácido fosfórico a 37%, durante 15 segundos. No grupo II, utilizou-se do jato de óxido de alumínio (Kreativ Mach 4.1), no grupo III, a associação de jato de óxido de alumínio e ácido fosfórico a 37%. Após a planificação das superfícies mesial e distal, uma fita adesiva, com um orifício central de 3 mm de diâmetro, foi brunida sobre as superfícies de esmalte planificadas. O sistema adesivo Single Bond (3M) foi aplicado e um tubo de teflon, com 3 mm de diâmetro e 2 mm de altura, foi colocado sobre a área previamente delimitada e preenchido com resina composta Z100 (3M), a qual foi polimerizada por 40 segundos. O tubo de teflon foi removido, os dentes foram armazenados a 37ºC, durante 40 horas, e a seguir termociclados por 500 ciclos. Os dentes foram levados à Máquina de Ensaios Universal com uma velocidade de corte de 0,5 mm/min. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância, no qual observou-se que não houve diferença estatisticamente significante na resistência ao cisalhamento entre o grupo I (ácido fosfórico a 37% - 12,49 MPa) e o grupo III (jato de óxido de alumínio e ácido fosfórico a 37% - 11,63 MPa) e ambos os grupos apresentaram diferença estatisticamente significante com o grupo II (jato de óxido de alumínio – 0,29 MPa).

Conclui-se que os maiores valores de resistência ao cisalhamento foram obtidos por meio do condicionamento ácido e da associação jato de óxido de alumínio com condicionamento ácido.

  I364 

Freqüência de sinais e sintomas de disfunção craniomandibular em desdentados totais.

D. M. de LIMA*, E. T. KIMPARA.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Disciplina de Prótese Total da Faculdade de Odontologia – UNESP - Campus de São José dos Campos.

Um grande número de pesquisas sobre sinais e sintomas de disfunção craniomandibular (DCM) avaliam indivíduos dentados. Entretanto, devido às grandes alterações que ocorrem no sistema estomatognático durante o processo de perda dos dentes, torna-se passível de erro utilizar parâmetros obtidos com indivíduos dentados para avaliar a presença de DCM em indivíduos desdentados totais. Assim sendo, a proposta deste trabalho foi avaliar a freqüência de sinais e sintomas de DCM em uma amostra de 28 indivíduos desdentados totais, sendo que destes, 21 usavam próteses totais superior e inferior, 3 usavam apenas prótese superior e 4 nunca haviam feito uso de prótese. Os pacientes responderam a um questionário elaborado pelos autores, com questões sobre saúde geral, uso de prótese, hábitos e estresse e condições musculares, articulares e de oclusão; as respostas foram submetidas à análise de freqüência e avaliadas em relação à relevância como possíveis sinais e sintomas de DCM, o objetivo foi evitar que os resultados fossem induzidos por padrões de avaliação predeterminados. A freqüência encontrada de sinais e sintomas como dores de cabeça, dores musculares, ansiedade, zumbido no ouvido, sons na articulação temporomandibular, dores na vista e história de artrite variou de 21,42% a 67,85% na amostra total, e de 23,80% a 66,66% entre os 21 usuários de prótese total dupla.

Mais estudos que possam determinar os sinais e sintomas mais freqüentes de disfunção em desdentados totais se fazem necessários, visto que tais sinais, quando presentes em um paciente, alertam para a existência de disfunção, merecendo, portanto, maior atenção por parte do profissional além de exames clínico e de imagem que complementem o diagnóstico.

 

  I365 

Prevalência de maloclusão em pacientes examinados no HCA - RJ.

D. C. SILVA*, S. C. CHARLIER, J. P. M. FERREIRA, T. K. CHIANCA, M. E. P. R. COSTA,
F. T. S. C. FERREIRA.

Disciplina de Odontopediatria – UGF.

O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência de mordida aberta e mordida cruzada relacionados com a classificação de Angle de acordo com o sexo e a faixa etária. No presente estudo foram avaliados 310 prontuários de pacientes examinados no Setor de Ortodontia da Clínica Odontológica do Hospital Central da Aeronáutica – RJ com idade variando de 6 a 12 anos, 168 do sexo feminino e 142 do sexo masculino. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando programa Epi Info versão 6.04. Quanto à classificação de Angle verificou-se a presença de 160 crianças Classe I, (51,61%), 144 Classe II (46,45%) e 6 Classe III (1,94%). Observou-se 23% de pacientes (n = 71) com maloclusões, distribuídas da seguinte forma: mordida cruzada posterior (50,7%), mordida aberta (26,8%), mordida cruzada anterior (15,5%) e mordida cruzada associada a mordida aberta (26,8%). Não houve diferença estatisticamente significativa na prevalência de maloclusão de acordo com sexo (p > 0,05). Quanto à idade, as crianças de até 7 anos (Classe I e II) apresentaram maior tendência a desenvolver maloclusões do que crianças com idade maior (8 ou mais). Classe I: OR = 2,36 (I.C. 95% 0.76; 7.18 – p = 0.0904); Classe II: OR = 2.67 (I.C. 95% 0.92; 7.72) – p = 0.0415. Entretanto, o pequeno tamanho da amostra requer cautela no momento da extrapolação dos resultados.

O estudo mostrou que a mordida cruzada posterior foi a maloclusão de maior prevalência no grupo estudado. O sexo não provou influenciar a ocorrência de maloclusões, enquanto crianças mais jovens tiveram mais chances de apresentar maloclusões do que crianças a partir de 8 anos de idade.

 

  I366 

Associação dos tipos de contatos oclusais entre arcos decíduos tipo I e tipo II em máxima intercuspidação (MIC).

A. L. B. FREITAS*, M. E. SANTOS*.

Especialização em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia – UFF – Niterói – Brasil.

A oclusão dentária representa um papel de fundamental importância tanto na dentição decídua quanto na permanente. O seu estudo compreende: análise do seu desenvolvimento, de sua função e da sua morfologia, envolvendo as relações dentárias. Analisando os parâmetros da oclusão decídua plena, poucos estudos são desenvolvidos a respeito da relação dos contatos oclusais. O propósito deste trabalho foi realizar um estudo comparativo dos tipos de contatos oclusais em crianças portadoras de arco tipo I e arco tipo II em posição de máxima intercuspidação (MIC). Dois grupos de 20 crianças na faixa etária entre 4 ½ e 5 ½ foram formados: Grupo A (arco tipo I) e Grupo B (arco tipo II) superior e inferior respectivamente. Possuidores de dentição decídua completa, livres qualquer patologia, cárie, selantes e relação canina e molar normais. Todas as crianças foram submetidas ao exame clínico e em seguida o registro dos contatos oclusais foi realizado, através do método de fitas (Carbono Accum Film) e marcado diretamente nas fichas de registros dos contatos oclusais, posteriormente transcritos para as fichas específicas (cúspide a crista marginal e cúspide a plano inclinado oposto). Para análise estatística foram empregados os testes não paramétricos de X² (Qui-quadrado) e o teste exato de Fisher adaptando-se o nível de significância de 5 % de probabilidade (p < 0,05). Resultados: não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos A (arco tipo I) e B (arco tipo II) em relação aos tipos de contatos oclusais.

Com base nestes resultados, parece certo afirmar que a presença dos espaços fisiológicos não interferiu na relação dos tipos de contatos oclu­sais.

  I367 

Prevalência da sobremordida exagerada no município de Niterói no ano 2000.

M. MONICO*, M. TOSTES-AMARAL.

Especialização em Odontopediatria – FO-UFF, Niterói – RJ.

O objetivo do presente trabalho foi verificar a prevalência da sobremordida exagerada nas dentições decídua, mista e permanente, no município de Niterói, no ano 2000, e verificar a existência de possíveis correlações entre o grau de sobremordida e: idade cronológica e sobressaliência. Para isto, 1.039 crianças brancas, na faixa etária dos 3 aos 13 anos de idade, estudantes da rede particular de ensino do Município de Niterói, foram submetidas a exames intra-orais, de modo a serem coletados dados referentes a sobremordida, sobressaliência, sexo, idade e tipo de relação molar. O teste X² foi utilizado para verificar a variação das freqüências observadas para os diferentes graus de sobremordida e para os diferentes tipos de relação molar, nas dentições decídua, mista e permanente, enquanto que para verificar a existência de correlação entre a sobremordida e idade cronológica, e sobressaliência, foi aplicada a análise de regressão e correlação linear.

A sobremordida exagerada apresentou prevalência de 28,10%. Foi encontrada correlação entre o grau de sobremordida e a idade cronológica apenas na dentição decídua (3-6 anos de idade) (p < 0,01), e entre o grau de sobremordida e a sobressaliência nas dentições mista (7-11 anos de idade) (p < 0,01) e permanente (12-13 anos de idade) (p < 0,01). Não foi observada a existência de correlação entre o grau de sobremordida e tipo de relação molar.

 

  I368 

Estudo comparativo in vivo de três métodos de diagnóstico de cárie proximal em dentes decíduos posteriores.

C. ROCHA*, T. C. COUTINHO.

Departamento de Odontoclínica – FO/UFF, Niterói – RJ. Tel.: (0**21) 719-1055.
E-mail: tcoutinho@openlink.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar comparativamente in vivo, o desempenho do exame clínico visual e do radiográfico interproximal na detecção de cavidades e lesões pré-cavitadas proximais em molares decíduos com validação após separação temporária e o exame visual de moldes das superfícies proximais. Foram avaliadas 355 superfícies de molares decíduos, clínica e radiograficamente e deste total foram selecionadas 62 que apresentavam suspeita clínica e/ou radiográfica de presença de cárie. Comparando o exame clínico convencional com o exame após separação, das 49 superfícies consideradas clinicamente sadias (escore 0), 12 (24,5%) apresentavam-se cavitadas após a separação e das 13 superfícies consideradas clinicamente como mancha pigmentada, realmente não apresentavam cavidade. A comparação entre o exame radiográfico e o exame clínico após separação foi avaliada através de escores de radiolucência: quando a radiolucidez estava localizada na metade externa do esmalte (escore R1), 95% das lesões não exibiam cavitação; porém, quando a radiolucidez envolvia metade interna da dentina (escore R4), 70% das lesões já se encontravam cavitadas. Observou-se sensibilidade de 0,14 para o exame clínico e 0,80 para o exame radiográfico e especificidade de 0,43 e de 0,75.

Concluiu-se que, o exame clínico visual direto após separação temporária mostrou ser capaz de detectar um maior número de lesões pré-cavitadas e/ou cavitadas do que o exame clínico convencional e a radiografia interproximal, sendo esta pouco sensível para o diagnóstico de lesões pré-cavitadas ou incipientes.

  I369 

Avaliação do conhecimento da infecção HIV entre estudantes da FOAr - UNESP.

S. G. SANTOS*, C. DOMANESCHI, M. R. SPOSTO, C. M. NAVARRO, M. A. ONOFRE.

Serviço de Medicina Bucal – Araraquara – UNESP. E-mail: sposto@foar.unesp.br

Atualmente o conhecimento sobre a infecção HIV e a AIDS é essencial aos estudantes de Odontologia para que estes estejam preparados e esclarecidos quanto ao uso das medidas de controle da infecção cruzada. O objetivo desta pesquisa foi avaliar os conhecimentos gerais e específicos dos estudantes de graduação da FOAr - UNESP quanto à infecção HIV, antes e após exposição de uma palestra informativa sobre o assunto. Para essa avaliação foram entregues na 1ª etapa 160 questionários (40 em cada série), desenvolvido pela Equipe de Pesquisa Ryan White da Universidade de Chicago - USA. Na 2ª etapa, 3 meses depois, foi ministrada a palestra sobre a infecção HIV com duração de 15 min. e logo após entregues 160 questionários para os mesmos alunos. Dos 160 questionários entregues na 1ª etapa foram devolvidos 96, sendo que o maior retorno foi dos alunos do 1º ano (30,2%). Na 2ª etapa foram devolvidos 102 e representado em sua maioria por alunos do 3º ano (35,3%). O índice total de acertos nos questionários preenchidos antes da palestra foi de 49% e de erros de 45,86%. Após a palestra o índice de acertos foi de 54,4% e de erros 40,76%.

A partir desses dados concluímos que, mesmo após a palestra informativa, os estudantes apresentaram um alto índice de erro e pouca assimilação sobre o assunto, indicando que, apenas 15 min. de palestra são insuficientes para um assunto de grande importância. Assim os estudantes de graduação necessitam de uma maior sedimentação do conhecimento sobre a infecção HIV, envolvendo atualização contínua dos aspectos informativos. (Apoio CNPq - Auxílio Integrado - Processo nº 523700/95-4 -NV.)

 

  I370  

Estudo caso-controle de leucoplasia e ulcerações superficiais suspeita de malignidade e uso de tabaco.

M. A. ONOFRE, A. C. E. GARCIA*, M. R. SPOSTO, C. M. NAVARRO, E. M. S. MASSUCATO.

Serviço de Medicina Bucal – Araraquara – UNESP. E-mail: maonofre@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre uso de tabaco e leucoplasias e ulcerações superficiais suspeitas de malignidade em um Serviço de Medicina Bucal. Foram selecionados 51 pacientes com diagnóstico clínico de leucoplasias (n = 33) e ulcerações superficiais suspeitas de malignidade (n = 18) e 51 pacientes controle. Dos 102 pacientes selecionados 53 eram homens e 49 mulheres, com idade média de 50,7 de anos. Para identificar os fumantes utilizou-se o critério de KULASEGARAN et al., Oral. Oncol., 31 B : 227-31, 1995. Os fumantes atuais constituíram 84,3% (58,9% pesados e 25,4% moderados) dos pacientes com lesões e 37,2% (23,5% pesados e 13,7% moderados) dos pacientes controle. O risco relativo de um fumante apresentar lesões foi 3,46 vezes maior que no não-fumante. A avaliação histológica confirmou que 29,4% das lesões eram queratoses benignas, 23,5% displasias epiteliais e 47,1% carcinomas de células escamosas microinvasivos. Foram observadas displasia epitelial ou carcinoma de células escamosas microinvasivo em 54,5% das leucoplasias.

O risco de ocorrer leucoplasias e ulcerações superficiais suspeitas de malignidade, principalmente com áreas de carcinoma microinvasivo ou displasia epitelial, foi maior entre os fumantes. Reafirmamos a importância da educação da população sobre os fatores de risco para o câncer bucal. (Apoio: CNPq 52.3062/94 e FAPESP 96/050927-8.)

  I371 

Avaliação da imagem digital em radiografias da ATM.

M. R. BRUNELLI*, F. N. BOSCOLO, S. M. ALMEIDA.

Departamento de Diagnóstico Oral da FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5327.

Este estudo teve por objetivo avaliar, comparativamente, a imagem obtida por meio de três métodos radiográficos: radiografia transcraniana convencional, imagem digitalizada da radiografia convencional, e imagem digital direta. Para tanto foram utilizados 22 hemicrânios de cadáveres, os quais foram radiografados de forma padronizada com o auxilio de cefalostato específico para exames radiográficos da ATM. Posteriormente, foi injetado líquido de contraste no espaço articular, sendo novamente radiografados. As imagens obtidas foram submetidas à pontuação por seis examinadores que avaliaram as estruturas ósseas e espaço articular. Os dados obtidos foram submetidos a tratamento estatístico, e os resultados analisados.

Verificou-se que o Sistema Digital Digora apresentou os melhores resultados, havendo a possibilidade de visualização de disco articular, especialmente utilizando os recursos de brilho/contraste e colorização. As imagens digitalizadas das radiografias convencionais mostraram-se superiores na verificação da anatomia das estruturas ósseas da ATM. (Apoio financeiro: CAPES.)

 

  I372 

Estudo epidemiológico de lesões traumáticas dentárias e periodontais em crianças de 0 a 12 anos de idade.

K. S. MOREIRA*, C. PERCINOTO.

Departamento de Odontologia Infantil e Soc. da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: percinot@foa.unesp.br

Os traumatismos em dentes decíduos ou permanentes constituem uma situação de urgência especial, não só pelo problema dentário, mas também pelo envolvimento emocional da criança e de seus acompanhantes. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo epidemiológico de lesões traumáticas das estruturas dentárias mineralizadas e da polpa e dos tecidos periodontais em crianças de 0 a 12 anos de idade atendidas na Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP e na Faculdade de Odontologia da Fundação Educacional de Barretos, de 1987 à 1999, onde foram verificados a prevalência em relação à idade, sexo, raça, localização e tipo do trauma. Foram analisados 9.293 prontuários e os dados coletados em fichas para, posteriormente, serem comparados entre si. A freqüência de injúrias trau­máticas foi de 10,12%, sendo 58,71% do sexo masculino, com predominância da raça branca. Os dentes mais afetados foram os incisivos centrais superiores: 51 (25,82%), 61 (23,42%), 21 (20,72%) e 11 (18,91%), seguidos pelos incisivos laterais superiores e incisivos inferiores. Os tipos de lesões mais prevalentes foram a fratura não complicada da coroa com 44,91% e a subluxação com 22,45%, seguidos da concussão (11,67%), avulsão (10,77%), luxação extrusiva (3,29%), luxação intrusiva e fratura complicada (ambos com 2,69%) e fratura radicular (1,49%).

Concluímos que uma documentação minuciosa padronizada é extremamente importante para obter informações básicas do trauma dental, o que pode facilitar medidas preventivas futuras, educação e investigação.

  I373 

Estudo comparativo de diferentes sistemas e recursos radiográficos digitais em mensurações endodônticas.

R. A. MATHEUS, A. E. F. OLIVEIRA, S. M. ALMEIDA, C. HAITER, F. N. BÓSCOLO, F. M. TUJI.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar, por meio de mensurações endodônticas, a eficiência dos recursos digitais, 3D, negativo e cor verificando, o desempenho destes numa análise intra e intersistemas. Os objetos de estudo se constituíram de 11 dentes unirradiculares extraídos que foram radiografados com limas 6 e 10. Os sistemas empregados foram o CDR1, Digora2 e DenOptix3. Cinco foram os examinadores que realizaram as mensurações por meio de réguas digitais. Os dados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey. A diferença entre as médias das mensurações realizadas e as medidas reais, apresentou-se estatisticamente significante entre os recursos avaliados para o mesmo sistema (p < 0,01), e para o mesmo recurso entre sistemas diferentes. (p < 0,01).

No estudo intrasistema, os resultados não mostraram diferença estatística no CDR e no Digora para as três ferramentas digitais empregadas, ao contrário do DenOptix onde a cor apresentou-se com mais fraco desempenho. Na avaliação intersistema todos os três recursos estudados foram mais eficientes no Digora. Quanto às limas empregadas, o único sistema que mostrou diferença estatística foi o DenOptix.

1Schick Technologies Inc., NY, USA. 2Soredex Orion Corporation, Helsink, Finland. 3Dentsply International/Gendex Dental X-Ray Division Des Plaines, IL.

 

  I374 

Análise do nível da penetração intradentinária de quatro cimentos endodônticos.

G. de DEUS*, E. GURGEL, T. COUTINHO, C. MANIGLIA, F. MARTINS, R. KREBS.

Departamento de C. Cirúrgicas da FO-UERJ; Departamento de C. Odontológica. UNIFOR.

O presente trabalho objetivou, através de uma análise frente ao microscópio eletrônico de varredura (MEV), elucidar qual dos cimentos endodônticos testados possui a maior capacidade de penetração no tecido dentinário radicular. Foram selecionados 40 incisivos centrais superiores que foram acessados de maneira convencional e receberam preparo biomecânico padronizado. As amostras foram então divididas aleatoriamente em quatro grupos de 10 amostras cada, onde utilizou-se os seguintes cimentos: G1: Fill Canal®; G2: AH Plus®; G3: Sealapex® e G4: Pulp Canal Sealer®. Em 8 amostras de cada grupo, foram empregados 10 ml de NaOCl à 5,25% durante a instrumentação e na irrigação final, EDTA à 17% por 3 minutos. Nas duas amostras restantes de cada grupo, não foi utilizado o EDTA (controle). Procedeu-se a obturação pela técnica da Onda de Condensação. Em seguida, as amostras foram então preparadas para a observação ao MEV, onde obteve-se à nível do terço médio, mais especificamente a 8 mm de distância do ápice, a medida, em micrômetros, da menor e da maior penetração intradentinária do respectivo cimento. Não houve penetração intradentinária do cimento endodôntico em nenhuma das amostras em que o EDTA não foi utilizado (grupo controle). As medidas encontradas foram tratadas estatísticamente através do teste de Spearman. Os postos médios de cada grupo foram: G1: 44,44; G2: 42,00; G3: 33,20; G4: 54,85. Essa análise estatística demonstrou haver diferença siginificante entre os grupos G4 e G2, para p < 0,01.

A partir da metodologia empregada, podemos concluir o cimento Pulp Canal Sealer® foi o que mais penetrou nos túbulos dentinários e que a presença do “smear layer” representa um fator limitante para a penetração dos cimento endodônticos no tecido dentinário.

  I375 

Atividade antimicrobiana in vitro do hidróxido de cálcio associado a diversos veículos.

F. D. GARRIDO1, B. P. F. A. GOMES1, C. C. R. FERRAZ1, P. L. ROSALEN2, F. J. SOUZA-FILHO1.

1Endodontia; 2Ciências Fisiológicas da FOP – UNICAMP.

Hidróxido de cálcio é um dos medicamentos intracanais mais utilizados para eliminar microrganismos residuais do sistema de canais radiculares que não foram removidos durante o preparo químico-mecânico. O objetivo deste estudo foi investigar in vitro a atividade antimicrobiana de hidróxido de cálcio associado a diversos veículos, tais como água destilada, salina estéril, solução anestésica, glicerina (GLI), polietilenoglicol, paramonoclorofenol canforado (PMCC) e PMCC + GLI, pelo método de difusão em meio sólido. A atividade antimicrobiana do veículos também foi examinada. Foram utilizados 3 microrganismos aeróbios (C. albicans - NTCC 3736, S. aureus - ATCC 25923, B. subtilis - B16); 5 facultativos (A. naeslundii - M104, E. faecalis - ATCC29212, S. sobrinus 6715, S. sanguis - ATCC 10556, S. mutans - OMZ 175) e 3 anaeróbios estritos isolados clinicamente dos canais radiculares (P. gingivalis, P. endodontalis e P. denticola). Todos os medicamentos foram inibitórios por contato direto (ANOVA, p < 0,05). A suscetibilidade de cada microrganismo aos medicamentos foi diversa. Baseado na média dos diâmetros das zonas de inibição microbiana, a atividade antimicrobiana das pastas testadas pode ser classificada da mais forte para a mais fraca como a seguir: Ca(OH)2 + PMCC + GLI, PMCC + GLI, PMCC, Ca(OH)2 + PMCC, Ca(OH)2 + GLI, Ca(OH)2 + anestésico, Ca(OH)2 + salina, Ca(OH)2 pó, Ca(OH)2 + H2O, Ca(OH)2 + polietilenoglicol. E. faecalis foi o microrganismo mais resistente, enquanto que a P. gingivalis, seguido de P. endodontalis, as bactérias mais sensíveis a todos os medicamentos testados.

Concluiu-se que a atividade antimicrobiana do hidróxido de cálcio está diretamente relacionada com o tipo de veículo utilizado. (Apoio: FAPESP - 1996/05584-3 e CNPq - 520277/99-6 & 104245/99-9.)

  I376 

Incidência de ramificações dos canais radiculares de molares inferiores obturados, radiografados e diafanizados.

I. QUADROS*, B. P. F. A. GOMES, R. NAKAGAWA, A. A. ZAIA, F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia da FOP – UNICAMP.

Bactérias e seus produtos, juntamente com restos necróticos devem ser removidos com procedimentos endodônticos de rotina. Entretanto, isto nem sempre é totalmente alcançado na clínica, devido às complexidades anatômicas de muitos canais radiculares. Canais laterais, deltas apicais e canais na região da furca de molares são importantes vias de comunicação entre polpa e periodonto devendo ser selados durante o tratamento endodôntico. O objetivo deste trabalho foi verificar a incidência das ramificações dos canais principais de molares inferiores nas seguintes situações: a) antes e depois da obturação dos canais radiculares através de radiografias e b) após a diafanização dos dentes endodonticamente obturados. Noventa e quatro molares inferiores permanentes humanos extraídos foram inicialmente radiografados em diferentes ângulos. Os canais foram instrumentados pela técnica híbrida sob irrigação de NaOCl 2,5% e EDTA 17% por 3 min. A obturação foi feita pela técnica de condensação lateral e os dentes radiografados. Após termociclagem, todas as superfícies dos dentes foram impermeabilizadas com esmalte de unha, para imersão em nanquim por 5 dias. A seguir os dentes foram descalcificados em HCl 5%, desidratados em bateria ascendente de álcoois e diafanizados em salicilato de metila. Antes da obturação dos canais radiculares não foram observadas ramificações, mas depois da obturação, 10,6% dos dentes estudados apresentaram algum tipo de ramificação visível radiograficamente, sendo que 8/94 apresentaram canais laterais e 3/94 deltas apicais. Após a diafanização dos dentes obturados foi encontrado 47,9% de incidência de dentes com ramificações, sendo observados não somente canais laterais (n = 42) e deltas apicais (n = 6), como também canais secundários (n = 2), intercondutos (n = 19) e recorrentes (n = 1).

Concluímos que apesar da obturação dos canais radiculares favorecer a observação radiográfica das ramificações dos canais principais, esta ainda é deficiente, como demonstrado pela técnica de diafanização, na qual as ramificações são observadas em maiores números. (Apoio: FAPESP 96/05584-3 & 98/11631-0.)

 

  I377 

Descontaminação de cones de guta-percha com pastilhas de formaldeido.

P. M. MACAGNAN*1, B. P. F. A. GOMES1, C. R. PADOVEZE2, M. M. LOPES2, F. J. SOUZA-FILHO1.

1Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP; 2Faculdade de Odontologia de Araras.

Redução ou eliminação de microrganismos dentro do canal radicular é o principal objetivo da terapia endodôntica. Entretanto os cones de guta-percha não podem ser esterilizados pelo calor úmido ou seco. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade das pastilhas de formaldeído para descontaminação dos cones de guta-percha. Um total de 540 cones secundários da marca Tanari® no calibre “medium” foram contaminados com culturas puras de B. subtilis, C. albicans, S. aureus, E. faecalis e S. sanguis. Eles foram então transferidos para uma caixa de acrílico usada para sua armazenagem e deixados em contato com diferentes números (n = 1, 2 e 3) de pastilhas por 45 s, 1 min, 3 min, 5 min, 10 min, 15 min, 20 min, 30 min, 1 h, 2 h, 24 h e 48 h. Depois os cones foram transferidos para tubos contendo BHI + 0,1% de sulfito de sódio, agitados, subtransferidos para tubos de BHI, incubados a 37ºC por 7 dias e observados diariamente para verificação de crescimento microbiano evidenciado pela turbidez do meio. Doze cones de guta-percha contaminados, para cada nº de pastilhas testado, foram também colocados em contato com salina estéril, sendo um cone para tempo investigado. A pureza das culturas positivas foi confirmada através da morfologia do Gram, morfologia das colônias nas placas de ágar-sangue e produção de catalase. Todos os testes foram realizados em triplicatas. Resultados mostraram que somente 3 pastilhas de formaldeído foram capazes de descontaminar os cones a partir de 1 h de contato, enquanto número menor de pastilhas foi ineficaz. As 3 pastilhas mostraram atividade antimicrobiana até 56 dias de uso constante.

Concluiu-se que somente acima de 2 pastilhas de formaldeído são capazes de descontaminar cones de guta-percha, mas elas não podem ser usadas para a descontaminação rápida dos cones. (Apoio: FAPESP & CNPq.)

 

  I378 

Correlação entre o diâmetro do forame apical e o tamanho da lesão periapical ratos.

A. TAKAHAMA Jr.*, C. C. R. FERRAZ, B. P. F. A. GOMES, F. J. SOUZA-FILHO, A. A. ZAIA.

Endodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A infecção bacteriana crônica da polpa dental estimula reações inflamatórias na região periapical com concomitante reabsorção de tecido ósseo, dando origem às lesões periapicais. Após a necrose pulpar, a infecção só pode estender-se, através do forame apical, em direção a região periapical. Este local é favorável para que o organismo combata a agressão devido à presença de vascularização e a inexistência de paredes dentinárias inelásticas. O objetivo principal do nosso trabalho foi verificar a relação entre o tamanho da lesão periapical formada e o diâmetro do forame apical. Foram utilizados molares inferiores de ratos da raça Wistar, nos quais foram realizadas aberturas coronárias. Em um grupo não se interviu no interior dos ca­nais radiculares e, nos demais, realizou-se sobreinstrumentação dos canais mesiais com limas endodônticas # 8, # 20 ou # 40, produzindo 4 grupos, constituídos de 7 ratos, com forames apicais de diferentes diâmetros. Após 50 dias de exposição ao meio bucal, os animais foram sacrificados e suas mandíbulas removidas. As peças foram radiografadas de forma padronizada e, em seguida, processadas histologicamente e coradas com hematoxilina-eosina. Realizou-se, então, captura das imagens e mensuração digital das lesões periapicais vistas radiográfica e histologicamente.

Tanto os resultados radiográficos quanto histológicos mostraram não haver diferenças estatisticamente significante (p > 0,01) entre os grupos com diferentes diâmetros dos forames apicais quanto as áreas totais das lesões formadas.

 

  I379 

Verificação de moldes executados pela técnica da descompressão apical para a confecção de retentores intra-radiculares.

J. B. LIMA, A. DAMASCENO, A. ALVES, C. ROCHA.

Departamento de Odontologia – UNITAU. Tel.: (0**12) 221-7749.

O presente trabalho, visa verificar a estabilidade dimensional de moldes, obtidos com siliconas por adição (Elite HD) e condensação (Zetaplus – Thixoflex), de condutos similares à canais dentários preparados para receber retentores intra-radiculares. A literatura específica não apresenta valores capazes de indicar a estabilidade dimensional de materiais, durante ou após moldagens executadas pela técnica da descompressão apical em uma etapa. Para obtenção dos valores referentes ao molde, imediatamente e 60 min após sua obtenção, construiu-se um modelo-padrão em aço inoxidável que apresentava dois condutos: um cilíndrico e um cônico, com dimensões previamente conhecidas. Agulhas de aço para injeções hipodérmicas foram preparadas de forma adequada para serem eficazes na descompressão durante as moldagens dos condutos. Os moldes foram submetidos à mensuração e à verificação de imagens em um projetor de perfil. As médias dos valores obtidos com mensurações imediata e, após 60 min foram discretamente superiores às dimensões do modelo-padrão. No que diz respeito ao diâmetro, observou-se que essas diferenças variaram de 0,0088 mm até 0,0529 mm, para os tipos de pino, tipos de silicona e para os tempos em que as medidas foram executadas. Somente para as siliconas por condensação, no que diz respeito à altura dos pinos, é que os valores obtidos tanto imediatamente, como após 60 min, foram inferiores aos do modelo-padrão.

Pode-se concluir que para esta técnica de moldagem e com as siliconas empregadas neste trabalho sempre haverá necessidade de se promover alívio (espaçamento entre o modelo e a cera) para o enceramento dos retentores intra-radiculares.

  I380 

Avaliação do laser Nd:YAG na desinfecção de canais radiculares contaminados com Candida albicans.

P. F. BONVECHIO*, A. C. V. CANETTIERI, A. P. M. GOMES, G. P. S. MELLO, A. O. C. JORGE.

Departamento de Odontologia Restauradora da FOSJC – UNESP.
Tel.: (0**12) 321-8166, ramal 1303.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso do laser Nd:YAG na desinfecção de canais contaminados com Candida albicans e comparar o seu efeito com o hidróxido de cálcio associado ao PMCC (Calen PMCC - SS White). Foram utilizados 52 dentes unirradiculados humanos extraídos, instrumentados e contaminados com Candida albicans, sendo mantidos a 37ºC e umidade relativa 100%. Os espécimes foram divididos aleatoriamente em 6 grupos experimentais: G1: controle positivo, G2: controle negativo, G3: canais preenchidos com Calen PMCC durante 14 dias, G4: canais radiculares irradiados com laser Nd:YAG, G5: canais preenchidos com Calen PMCC por 14 dias e posteriormente irradiados com laser Nd: YAG, G6: canais irradiados com laser Nd:YAG e posteriormente preenchidos com Calen PMCC durante 14 dias. Decorrido o tempo necessário para cada grupo, o material coletado do interior dos canais radiculares foi semeado em placas de ágar Saboraud - Dextrose a 37ºC durante 48 h. Os resultados mostraram que houve diferença significante entre os grupos estudados segundo o teste ANOVA não-paramétrico de Kruskal-Wallis, e não houve diferença significante entre o grupo positivo e o grupo laser (teste de Conover).

Os melhores resultados foram obtidos com a associação Calen PMCC e laser ou somente com o Calen. Pôde-se concluir que, nas condições experimentais deste trabalho, o laser Nd:YAG isoladamente não foi eficaz na desinfecção dos canais radiculares contaminados com Candida albicans.

 

  I381 

Análise do tempo de permanência de pastas e cimento obturador em dentes decíduos.

D. R. SCHRAMM*, M. J. C. ROCHA.

Disciplina de Odontopediatria – Universidade Federal de Santa Catarina.
E-mail: mjrocha@newsite.com.br

Este estudo foi uma análise radiográfica in vitro do tempo de permanência no canal radicular do óxido de zinco e eugenol (OZE), pasta de Holland e hidróxido de cálcio em propilenoglicol. 30 raízes de molares decíduos previamente separadas foram usadas. As raízes foram medidas pela técnica direta, preparadas biomecanicamente pela técnica convencional até a lima Flexofile # 40. Foram irrigados com NaOCl e secos com pontas de papel absorvente. Foram separados em 3 grupos de 10 raízes e obturados usando a espiral lentulo. Grupo I: OZE; Grupo II: Ca(OH)2 mais propilenoglicol; e Grupo III: pasta de Holland. Imediatamente após foram radiografados no sentido M-D e V-L, e posicionados nas perfurações da esponja embebida em soro fisiológico, contidas em 3 recipientes fechados. Foram colocados em um incubador a 37ºC com umidade relativa de 100% por 150 dias. Foram retirados em intervalos de 7, 30, 90, e 150 dias para serem radiografados nos dois sentidos. As observações radiográficas receberam escore 1, quando havia ausência de reabsorção; 2, presença de reabsorção; e 3, reabsorção total do material obturador. O grupo I recebeu escore 1 em todos os intervalos de tempo; o grupo II aos 7 dias recebeu escore 2, enquanto nos outros intervalos, escore 3. O grupo III recebeu escore 1 em 7 dias e 2 nos outros intervalos de tempo. Os grupos experimentais mostraram diferença estatística T = 119 (p < 0,001), usando o teste Kruskal-Wallis, entre os períodos de tempo analizados.

Os resultados obtidos mostraram que as pastas testadas não estão indicadas para obturação de dentes decíduos, pois precocemente deixam os ca­nais vazios ou praticamente vazios. (Iniciação Científica PIBIC-CNPq.)

 

  I382 

Avaliação de diferentes tipos de cones acessórios na obturação endodôntica.

M. CHAVES*, M. M. BELOTI, I. C. FRONER.

Departamento de Odontologia Restauradora da FORP – USP. Tel.:(0**16) 602-4055.
E-mail: froner@forp.usp.br.

Para obturação dos canais radiculares utilizamos de cones de guta-percha principal e acessório associados aos cimentos obturadores na tentativa de vedar o sistema endodôntico. No mercado nacional encontramos diferentes tipos, diâmetros e tamanhos de cones. O objetivo foi avaliar os diferentes tipos de cones acessórios de guta-percha na obturação dos canais radiculares. Os diferentes tipos de cones acessórios avaliados foram medidos, com o auxilio de um paquímetro digital, o seu diâmetro na porção apical, média e cervical. Em dez blocos de acrílicos transparentes com canais simulados e instrumentação padronizados, fixou-se coroas de dentes naturais com cirurgia de acesso. Selecionado o cone principal, os cones acessórios avaliados foram introduzidos no canal procurando preenchê-lo totalmente. Foram realizadas 20 leituras de cada grupo,avaliando a penetração e a quantidade de cada tipo de cone acessório. Os conjuntos de bloco-coroa-cones foram fotografados de maneira padronizada. Os resultados demonstraram que a penetração dos cones acessórios de 20 mm e 28 mm não mostraram diferença estatística significante, com média semelhante. Os cones acessórios de menor diâmetro, XF, FF, MF e F, penetraram próximo à porção apical do cone principal. Os cones FM, M e ML, penetraram próximo ao terço apical. Os cones L e XL penetraram até o terço médio. Quanto a quantidade de cones acessórios observou-se que o número de cones utilizados diminuiu drasticamente inversamente ao aumento do diâmetro.

Os nossos resultados permitem concluir que deve-se utilizar cones de guta-percha acessórios de menor diâmetro, com conicidade mais uniforme pois permitem uma maior penetração e a utilização de uma maior quantidade, buscando o selamento hermético do canal radicular.

 

  I383 

Terapias endodônticas radiculares em dentes decíduos: condutas clínicas e avaliação.

R. BARCELOS*, L. PRIMO, I. P. R. SOUZA.

Disciplina de Odontopediatria da FO – UFRJ. E-mail: rbsouza@nitnet.com.br

Este estudo avaliou, através de 1.171 prontuários clínicos, o perfil das terapias endodônticas em dentes decíduos realizadas na Clínica de Pós-Graduação em Odontopediatria da FO/UFRJ entre 1991-1999. Desses, 208 foram selecionados para análise, totalizando 225 dentes com terapia concluída. A média de idade dos pacientes foi 4,5 ± 1,4 anos (50,2% sexo feminino). A distribuição dos dentes quanto a localização foi: 56% dentes posteriores e 67,7% arco superior. Os principais motivos para o tratamento foram: cárie extensa (85,6%) e trauma (9,6%). Dos tratamentos concluídos, 71,6% obtiveram sucesso após acompanhamento que variou entre 1-36 meses, 7,6% não foram reavaliados e 20,9% não obtiveram sucesso. Dos insucessos, 66% resultaram em exodontias e 34,0% em retratamento, apresentando sucesso em 25,0% dos casos. As limas tipo Kerr foram as mais utilizadas, sendo as de calibre até nº 25 em posteriores e, maiores que nº 30 em anteriores (c² = 30,1; p < 0,01). O sistema de irrigação mais empregado foi a associação de soda clorada e água oxigenada (19,5%) e o PMCFC a substância de escolha para medicamento entre consultas (70,8%). Na obturação dos condutos a pasta mais utilizada foi a proposta por GUEDES-PINTO (Rev. APCD, 35 : 3, 1981) (76,5%), principalmente em dentes com sinais e sintomas como abscesso, fístula, necrose ou dor (85,4%), alcançando sucesso em 80,6% dos casos. No tratamento de dentes sintomáticos, houve relação significante entre sucesso e uso da pasta Guedes-Pinto em relação à outras pastas (c² = 90,4; p < 0,01).

Diante da amostra pesquisada conclui-se que na Disciplina de Odontopediatria da FO/UFRJ as pulpectomias são realizadas dentro dos conceitos preconizados em Endodontia e, a pasta Guedes-Pinto tem sido mais utilizada, obtendo sucesso principalmente nos casos com sinais e sintomas.

 

  I384 

Retratamento endodôntico: comparação entre as técnicas manual e rotatória.

P. SOTELO*, F. DAMASCENO, S. R. FIDEL, R. SOTELO, R. A. S. FIDEL.

Escola de Odontologia – Departamento de Odontologia – UNIGRANRIO. Tel.: (0**21) 671-4251.

O propósito deste estudo foi comparar duas técnicas de instrumentação para remoção de material obturador do sistema de canais radiculares. A amostra constituiu-se de 30 dentes caninos (unirradiculares) superiores humanos, extraídos em épocas diversas e obturados pela técnica da compactação lateral, com guta-percha e cimento de Grossman. Os dentes foram armazenados em solução de timol 1% a 9ºC e, após 3 meses, os espécimes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos - G1 e G2. No grupo G1 foi utilizada a técnica manual com uso de solvente, e instrumentação com 3 limas acima da lima de memória, sem o uso das brocas de Gates-Glidden. No grupo G2 a técnica utilizada, foi a rotatória com o sistema Profile®, série ISO Taper .04. Em cada elemento dentário de ambos os grupos foram utilizados 5 ml de hipoclorito de sódio a 2,5% como substância irrigadora. Em média, foi dispensado o tempo de 12 minutos para G1 e 9 minutos para G2, não havendo controle radiográfico para a remoção do material obturador. Finalizada as duas técnicas, os dentes sofreram clivagem longitudinal. O grau de limpeza das paredes dos canais radiculares foi aferido por 3 examinadores calibrados, que utilizaram escore de 1 a 3, sendo 1 = grau de limpeza ótima, 2 = grau de limpeza razoável e 3 = grau de limpeza ruim. Após a tabulação dos resultados os mesmos sofreram avaliação estatística pelo teste Qui-quadrado (c²).

Este estudo concluiu que as duas técnicas obtiveram o mesmo grau de remoção do material obturador do interior dos canais radiculares, não havendo diferença significante.

 

  I385 

Interpretação radiográfica de tratamentos endodônticos – radiografias periapicais e imagens computadorizadas.

K. S. PAIM*, A. C. MERCÊS, H. M. D. CASAES, J. L. LAGE–MARQUES.

Nucleodonto – Feira de Santana – Bahia. Tel.: (0**75) 625-7855. E-mail: jmarques@fo.usp.br

Imagens de radiografias periapicais computadorizadas e radiografias periapicais convencionais são comparadas na avaliação do tratamento endodôntico com o objetivo de verificar a precisão de diagnósticos nas duas técnicas. Para esse estudo foram selecionadas cem radiografias periapicais com pelo menos um dente tratado endodonticamente e processadas em computador através do uso de um "scanner". Três examinadores interpretaram as imagens radiográficas em ambiente apropriado com auxílio de lupa e negatoscópio (grupo I) além da avaliação das mesmas unidades em tela de computador (grupo II). Os critérios adotados para a interpretação foram: as condições apicais (lesões periapicais), qualidade do tratamento endodôntico, restauração da unidade e preenchimento da câmara pulpar. A média da freqüência de diagnósticos de lesões periapicais foi de 45,33 para o grupo I e de 51,34 para o grupo II. A inadequação dos tratamentos endodônticos foi identificada em maior número no grupo II, com média de 54,33 contra 52,33 no grupo I. A  freqüência de dentes com material provisório foi de 47,67 para o grupo I e de 46,33 para o grupo II. O preenchimento da câmara pulpar teve média de 60 diagnósticos considerados insatisfatórios para o grupo II e 58,33 para o grupo I. Apesar das diferenças nos resultados comparativos entre os dois grupos estas não foram estatisticamente significantes.

Foi possível concluir que o sistema proposto possui precisão diagnóstica e pode ser utilizado para avaliação e armazenagem de imagens radiográficas.

 

  I386 

Avaliação da capacidade seladora de alguns materiais usados nas retrobturações.

L. E. DELFIN*, R. G. CARVALHO, M. FERREIRA, R. FIDEL, S. FIDEL, E. MOREIRA.

Escola de Odontologia – Departamento de Odontologia – UNIGRANRIO – RJ.
Tel.: (0**21) 671-4251.

O presente trabalho avaliou in vitro a capacidade seladora de cinco materiais usados em retrobturações, verificando o seu grau de permeabilidade quando inseridos em cavidades de retropreparo. Foram selecionados 60 dentes caninos, extraídos, que encontravam-se estocados sob refrigeração. Os dentes foram acessados e os canais preparados pela técnica coroa-ápice, determinando o batente apical equivalente a uma lima tipo K 45 e obturados pela técnica de condensação lateral. Após, os dentes foram apicetomizados em 3 mm e retropreparados através de uma ponta ultra-sônica com profundidade de 2 mm, sendo em seguida duplamente impermeabilizados com cianoacrilato, 1 mm aquém do preparo apical, exceção feita ao grupo controle que foi totalmente impermeabilizado. Os dentes foram divididos em 6 grupos com 10 espécimes cada (GI- guta-percha, GII - amálgama, GIII - IRM, GIV - EBA, GV - MTA e GVI - controle), quando então receberam os materiais retrobturadores, sendo em seguida levados a uma câmara umidificadora à 37ºC por 24 h. O passo seguinte consistiu na imersão dos espécimes em solução de rodamina B a 2% por 72 h, decorrido esse período os dentes foram lavados em água corrente por 12 h. Após a secagem o isolante foi removido e os dentes clivados longitudinalmente, sendo então analisadas as infiltrações através de uma lupa esterioscópica (Olimpus) com aumento de 2 X e medição utilizando-se um paquímetro digital (Métrica). Os resultados foram avaliados pela ANOVA e teste Tukey a 5% que demonstraram serem os grupos IV e V melhores que os demais sem diferença significante entre eles.

Desta forma, os autores concluíram que os materiais dos grupos IV e V são os melhores por apresentarem o menor índice de infiltração.

 

  I387 

Estudo comparativo da eficácia do Sistema Profile acionado a ar e por motor elétrico na modelagem de canais radiculares curvos.

L. F. FARINIUK*, E. FERREIRA, A. M. CRUZ-FILHO, M. D. SOUSA-NETO.

Departamento de Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP; *Pontíficia Universidade Católica PUC-PR.

As limas de níquel-titânio trouxeram um grande avanço à Endodontia, possibilitando o desenvolvimento de inúmeras técnicas mecanizadas. Dentre estas podemos destacar o Sistema Profile, que pode ser acionado por motor elétrico ou por contra-ângulos redutores acionados pelo micromotor convencional. O objetivo deste trabalho foi comparar a eficácia do Sistema KaVo (peça angular 3630 e cabeça 67CN) com o motor elétrico, avaliando o grau de transportação dos canais radiculares e o tempo gasto para realizar o preparo. Foram preparados 12 molares inferiores com canais curvos seguindo a técnica de preparo “step down” com as limas ProFile series 29. As raízes MV foram preparadas utilizando-se o Sistema KaVo e as raízes ML (grupo controle) foram preparadas utilizando-se o motor elétrico que acompanha o Sistema Profile. A análise da transportação foi realizada por meio de radiografias obtidas na plataforma radiográfica. Este dispositivo permite a superposição de imagens, comparando a posição original do canal e o resultado final da modelagem. O tempo gasto na modelagem utilizando-se os dois sistemas também foi comparado. Como resultado pode-se destacar que em ambos os sistemas não houve transportação do canal e que não houve diferenças significativas no tempo de trabalho entre os dois tipos de motores.

Conclui-se que o sistema a ar pode ser utilizado para o preparo do canal radicular da mesma forma que o motor elétrico, sem que ocorra desvio do canal, sendo o tempo gasto estatisticamente igual.

 

  I388 

Avaliação da infiltração marginal em relação a colocação dos cimentos obturadores no interior dos canais radiculares.

M. P. ARRUDA, J. R. CARVALHO Jr., D. M. Z. GUERIZOLI, J. D. PÉCORA*, M. D. SOUSA NETO.

Departamento de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto; *Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

O selamento apical constitui um dos fatores decisivos para o sucesso da terapia endodôntica. No presente estudo, foram avaliados in vitro diferentes métodos de levar o cimento obturador no interior dos canais radiculares. Neste experimento foram utilizados 32 dentes incisivos superiores, sendo 2 (dois) dentes utilizados para os grupos de controle positivo e negativo, os demais foram divididos em 3 grupos. No primeiro grupo utilizou-se o alargador, no segundo grupo foi utilizado o próprio cone principal, no terceiro grupo foi utilizado o lentulo manualmente. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral, utilizando um cimento à base de resina epóxi (Sealer 26) e outro cimento à base de óxido de zinco e eugenol (Endo-Fill). Os dentes foram imersos em tinta nanquim e submetidos ao processo de descalcificação e clareamento para a visualização do nível de infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida através do microscópio de mensuração. Os dados foram submetidos à análise estatística paramétrica, que evidenciou não haver diferença estatística entre o modo de levar o cimento ao interior do canal radicular, porém os níveis de infiltração foram estatisticamente diferentes entre os cimentos testados.

Conclui-se que diferentes formas de levar o cimento no interior dos ca­nais radiculares não interferem na infiltração marginal, e que o cimento à base de resina epóxi permitiu menor infiltração marginal.

 

  I389 

Estudo in vitro do transporte de íons hidroxila nos casos de retratamento endodôntico.

F. M. PERIN, M. C. S. FELIPPE*, W. T. FELIPPE*, M. D. SOUSA NETO.

Departamento de Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP; * Universidade Federal de Santa Catarina.

O hidróxido de cálcio têm sido utilizado amplamente como curativo intracanal em Endodontia. A aplicação deste fármaco deve-se, principalmente, graças ao seu poder antisséptico. Esta ação é verificada pela difusão de íons hidroxila, capazes de elevar o pH do meio intra e extra-radicular. Diante disso, o propósito desta pesquisa é comparar o transporte, através da dentina radicular de dentes humanos, de íons hidroxila provenientes da pasta de hidróxido de cálcio introduzida antes da obturação e após a remoção do material obturador nos canais. Foram preparados 10 dentes humanos, unirradiculares, pela técnica escalonada, cujo comprimento de trabalho foi determinado 1 mm aquém do CRD. Os canais foram irrigados com 2 ml de água destilada após o uso de cada lima. Ao final do preparo, procedeu-se a irrigação com ETDA (15%) seguida de hipoclorito de sódio (1%). Os canais receberam a pasta de hidróxido de cálcio antes da obturação e após a desobturação. Em cada etapa do experimento, os dentes foram mantidos imersos em recipientes plásticos individuais contendo água destilada. A aferição do pH do meio extra-radicular foi de 7, 14, 21 e 28 dias. Os resultados foram submetidos a análise estatística paramétrica, indicando haver diferença estatística de 1% (0,21644) entre os grupos.

Conclui-se que, a difusão do hidróxido de cálcio para a região externa da raiz foi maior após a desobturação do canal radicular.

 

  I390 

Avaliação da limpeza de canais radiculares promovido pela instrumentação rotatória com limas de Ni-Ti.

J. V. B. BARBIZAN, J. R. CARVALHO-JUNIOR, J. D. PÉCORA, M. D. SOUSA-NETO.

Departamento de Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.

Com o advento das limas de Ni-Ti e sua aplicação na Endodontia ocorreram profundas mudanças nos conceitos do preparo biomecânico do canal radicular. O objetivo deste trabalho e avaliar in vitro, por meio de análise histológica e morfometria as condições de limpeza do terço apical de canais radiculares achatados no sentido mesiodistal com instrumentos rotatórios de níquel-titânio do tipo Profile .04. Foram usados dez incisivos centrais inferiores humanos, oriundos de estoque laboratorial, divididos aleatoriamente em dois grupos de cinco dentes cada. O primeiro grupo foi instrumentado com limas tipo K de aço inoxidável pela técnica de “crown-down” até que uma lima nº 40 atingisse o comprimento de trabalho predeterminado. O segundo grupo foi instrumentado com instrumentos rotatórios de Ni-Ti do tipo Profile .04, até que uma lima nº 40 atingisse o comprimento de trabalho. Ambos os grupos foram irrigados com soro fisiológico. Após instrumentados os dentes foram descalcificados e seus terços apicais submetidos ao processo histológico, com inclusão em blocos de parafina e cortes seqüenciais de 0,5 micrômetros, que foram a seguir montados em lâminas de vidro e coradas com hematoxilina e eosina. Os resultados foram aferidos por meio de morfometria e os dados obtidos submetidos a uma análise estatística que evidenciou diferença estatística significante ao nível de 1% entre os grupos.

Pode-se concluir que a técnica de instrumentação manual foi mais efetiva na limpeza dos canais radiculares, comparada as limas de Ni-Ti acionados ao micromotor elétrico.

 

  I391 

Avaliação in vivo da sensibilidade dolorosa após clareamento vital.

R. REIS, M. S. FERREIRA*, R. A. S. FIDEL, S. R. FIDEL.

Escola de Odontologia – UNIGRANRIO – RJ. E-mail: rivail@uerj.br

O propósito do presente estudo foi avaliar a sensibilidade dolorosa e efetividade do clareamento após o uso do agente clareador Power Gel, à base de peróxido de hidrogênio a 35% com ou sem o uso da fotopolimerização (fonte de calor). Foram selecionados 16 pacientes, cadastrados na Escola de Odontologia da UNIGRANRIO, que procuraram tratamento clareador, o qual só foi realizado após, a explicação do procedimento escolhido e do seu consentimento. Para cada paciente foram selecionadas as duas hemi-arcadas superiores. Para o grupo G1, arcada superior direita, foi utilizado o Power Gel com o emprego de fotopolimerizador (calor), através do aparelho Kreative e, para o grupo G2, arcada superior esquerda do mesmo paciente, foi utilizado somente o Power Gel. Após o tratamento em questão, foi avaliada a sensibilidade dolorosa, através de água gelada, com a temperatura de aproximadamente 10ºC, utilizando-se o tempo de aferição: imediatamente, sete dias, quinze dias e trinta dias após o uso do Power Gel. A efetividade do clareamento foi mensurada por um avaliador tipo “cego” comparando a cor das hemi-arcadas. Após a tabulação dos resultados, os mesmos sofreram análise estatística através do programa Sigma-Stat Teste Z (comparação entre proporções) constatando-se diferença estatística significante (p < 0,05).

Diante dos resultados obtidos parece-nos lícito concluir que houve maior índice de sensibilidade dolorosa no grupo G1, onde se utilizou fotopolimerizacão e, no tempo imediatamente após o uso da técnica, não havendo diferença entre os grupos no tocante à efetividade do agente clareador.