Prêmio Edward Hatton ...................................................................... H-001 à H-007

 

  H001

 

Expressão do gene mdm2 em neoplasias de glândulas salivares.

A. MANTESSO*, S. V. LODUCCA*, I. BENDIT**, B. GARICOCHEA**, V. C. ARAÚJO*.

*Faculdade de Odontologia da USP – Patologia Bucal; **Hemocentro de São Paulo – Laboratório de Biologia Tumoral. Tel.: (0**11) 3091-7902/ 3091-7912. E-mail: p-deia@fo.usp.br

O tratamento do câncer caminha em direção à terapia gênica. Portanto, torna-se imprescindível o conhecimento das bases moleculares envolvidas em sua tumorigênese. Neste estudo foi analisada a expressão do gene mdm2 em neoplasias de glândula salivar. Este gene, quando amplificado ou superexpresso tem a capacidade de inativar genes supressores como p53 e Rb, fazendo com que as células percam seu controle sobre o ciclo celular e assim proliferem de forma incontrolada. Deste modo, alterações neste gene são relacionadas não só à tumorigênese, mas também ao grau de malignidade de neoplasias. Linhagens celulares provenientes de neoplasias de glândulas salivares foram obtidas pela técnica do explante, e a partir de então, foi procedida extração de RNA, confecção de cDNA, co-amplificação pela técnica de PCR diferencial e leitura da intensidade de bandas em gel de agarose. Os dados organizados em 4 grupos foram comparados com a expressão dos genes p53 e p21 obtidos por técnica de imunofluorescência.

Existe superexpressão de mdm2 na maioria das neoplasias estudadas e esta superexpressão pode estar ligada à tumorigênese e/ou progressão tumoral.

 

  H002  

Microdureza do esmalte dental hígido e desmineralizado submetido à ação in situ do peróxido de carbamida a 10%.

R. T. BASTING*, A. L. RODRIGUES Jr., M. C. SERRA.

FOP – UNICAMP; FOAr – UNESP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: mcserra@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar in situ a microdureza do esmalte humano hígido e desmineralizado submetido ao peróxido de carbamida à 10%, pelo período de 3 semanas. Um agente clareador de peróxido de carbamida – Opalescence/Ultradent (OPA) – foi avaliado e um agente placebo foi utilizado como controle (PLA). Cento e vinte fragmentos dentais – 60 de esmalte hígido (EH) e 60 de esmalte desmineralizado (ED) – foram fixados aleatoriamente na face vestibular dos segundos pré-molares e primeiros molares superiores de 30 voluntários. Os participantes foram divididos em dois grupos, tendo recebido os agentes clareador ou placebo em seqüências e em dois períodos distintos, em um estudo “crossover” 2 x 2 e duplo-cego. Ensaios de microdureza foram realizados na superfície dos fragmentos. O teste t de Student não revelou a presença de efeito de “carry-over”. A análise de variância mostrou diferenças significativas de microdureza entre OPA e PLA e entre EH e ED.

Tipo de esmalte

Tratamento

Microdureza
(valores em Knoop)

Desmineralizado

Clareador

58,5

 

Placebo

80,1

Hígido

Clareador

218,8

 

Placebo

259,8

A microdureza do esmalte tratado com OPA mostrou-se significativamente menor que o tratado com PLA. A microdureza para o EH foi significativamente maior que a do ED para ambos os tratamentos. Quando aplicado sobre esmalte hígido ou desmineralizado pelo período de 3 semanas, o peróxido de carbamida a 10% pode causar alteração de sua microdureza. (FAPESP - 98/14425-1.)

 

  H003  

Análise clínica, radiográfica, em cães, da periimplantite em diferentes implantes.

M. C. MARTINS*, J. A. SHIBLI, R. S. G. ABIRACHED, E. MARCANTONIO Jr.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1860. E-mail: perio@foar.unesp.br

Foram avaliados, clínica e radiograficamente, as reações de quatro diferentes superfícies de implante frente ao desenvolvimento e progressão da periimplantite: Ticp: Titânio comercialmente puro; TPS: titânio revestido com plasma “spray” de titânio; HA: hidroxiapatita; Osteotite: Superfície híbrida, tratada com ácidos. Para tanto, foram utilizados seis cães, cujos pré-molares inferiores e superiores foram extraídos. Decorridos 90 dias, os implantes foram aleatoriamente colocados, e iniciou-se o controle químico e mecânico do biofilme bacteriano; após o período de osseointegração (90 dias) foram colocados os conectores, e após 45 dias da colocação dos conectores, iniciou-se a indução da periimplantite através de ligaduras de fio de algodão (suspensão do controle do biofilme bacteriano), e os primeiros exames clínicos (profundidade de sondagem, sangramento à sondagem, índices de placa e sangramento, e mobilidade) e radiográficos (perda óssea) foram realizados. Esses parâmetros foram novamente avaliados após 20, 40 e 60 dias, quando da troca das ligaduras. A análise dos resultados não demonstrou diferença significante entre as superfícies, em nenhum dos parâmetros analisados, com exceção da mobilidade (avaliada pelo Periotest®) e perda óssea, que foram menores nos implantes TPS.

Concluiu-se que as superfícies apresentam comportamento semelhante durante a indução da periimplantite, com exceção nos parâmetros mobilidade e perda óssea, que apresentaram os implantes TPS com comportamento superior.

 

  H004  

Microbiologia da periimplantite induzida em diferentes superfícies de implantes osseointegrados.

J. A. SHIBLI*, M. C. MARTINS, R. S. G. ABI RACHED, E. MARCANTONIO Jr.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1860. E-mail: perio@foar.unesp.br

A microbiota presente na periimplantite induzida por ligadura, em diferentes superfícies de implantes, foi analisada, através de culturas, em 6 cães adultos; 36 implantes (Ticp; TPS; HA; superfícies tratadas com ácidos) foram inseridos de maneira aleatória e distribuídos igualmente 3 meses após exodontia dos pré-molares inferiores. Após a osseointegração, os cicatrizadores foram instalados e 45 dias após, amostras periimplantares foram coletadas com pontas de papel nos períodos 0, 20, 40 e 60 dias. A contagem total de microrganismos (CTM) e a proporção de A. actinomycetemcomitans, B. forsythus, P. gingivalis, Prevotella sp., Campylobacter sp., Capnocytophaga sp., Fusobacterium sp., P. micros, bastonetes anaeróbios gram-negativos, S beta-hemolíticos, E. corrodens e Candida sp. foram analisadas. A P. gingivalis estava presente nos tempos 20 e 40 sendo detectada em 33% dos implantes e no período 60 dias, em 29%, tendo menor afinidade à superfície tratada com ácidos. Prevotella sp. foi detectada em 14% dos implantes no período 0 e em 100% nos demais períodos. Fusobacterium sp. foi detectado em todos os períodos, tendo uma maior afinidade à HA. S beta-hemolíticos foi detectado em 16% dos implantes período 0 e 83; 72 e 77% dos implantes respectivamente nos demais períodos. Campylobacter sp. e Candida sp. foram detectadas em baixas proporções.

Não houve diferença estatisticamente significante da CTM e dos microrganismos encontrados entre as diferentes superfícies (p > 0,05) em todos os períodos. Os demais microrganismos não foram identificados neste estudo. Observou-se “shift” bacteriano aos 20 dias; não houve diferença estatisticamente significante entre os microrganismos identificados e as várias superfícies, entretanto alguns microrganismos tiveram ou não afinidade à determinadas superfícies.

  H005  

Avaliação clínica e enzimática do metronidazol sistêmico na periodontite crônica.

S. ALONSO VERGANI*, E. B. SILVA, A. H. C. VINHOLIS, R. A. C. MARCANTONIO.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1860. E-mail: perio@foar.unesp.br

o objetivo do presente estudo foi o de avaliar os efeitos do uso do metronidazol sistêmico associado ou não à raspagem e alisamento radiculares sobre a doença periodontal crônica do adulto, observados por 30, 60 e 90 dias. Foram selecionados 12 pacientes, totalizando 83 sítios, distribuídos em 3 grupos: (1) raspagem e alisamento radicular (RAR); (2) RAR mais 250 mg de metronidazol (3 X/dia, durante 10 dias); (3) somente metronidazol. Os parâmetros clínicos avaliados foram profundidade de sondagem (PS), nível de inserção clínica (NI), índices de placa (IPl) e gengival (IG) e sangramento à sondagem (SS). Os pacientes foram submetidos ainda à análise enzimática (Pocket Wacth). A análise enzimática não apresentou diferença estatística entre os três grupos no período de 90 dias (r = 0,7757). Já nos parâmetros clínicos encontrou-se diferença estatística somente no índice gengival (p = 0,0261) e profundidade de sondagem (p = 0,0124).

Pode-se concluir que todos os tratamentos realizados resultaram em uma melhora nos parâmetros utilizados entre os períodos inicial, 30, 60 e 90 dias.

 

  H006  

Apoptose de células mononucleares na periodontite do adulto em pacientes HIV- e HIV+.

F. M. AARESTRUP*, B. J. VIEIRA, R. R. P. MACHADO, A. R. DE SOUZA, F. F. CALDONCCELLI.

Laboratório de Imunologia do ICB/UFJF (MG).

A apoptose, ou morte celular programada, está associada com a regulação do ciclo de vida dos leucócitos em estado de saúde e de doença. No presente estudo nós investigamos a presença de apoptose em células mononucleares inflamatórias em lesão periodontal de pacientes HIV- (grupo A, n = 5) e HIV+ (grupo B, n = 5) portadores de periodontite do adulto. Foi obtido , com o consentimento formal dos pacientes, uma amostra de tecido (papila gengival) adjacente à sulco gengival com 5-6 mm de profundidade durante procedimento de rotina cirúrgico-periodontal. Os tecidos foram fixados em formol à 10%, processados para estudo histopatológico, corados com hematoxilina-eosina e submetidos a análise morfométrica usando o software Scion Image. O método Tunel foi utilizado para detecção in situ de células em apoptose no tecido gengival. Os tipos de células mononucleares (CD3+, CD8+, CD4+, e CD68+) foi investigado usando o método imuno-histoquímico do complexo avidina-biotina-peroxidase (ABC). Não foi observado diferença significativa na extensão da área tecidual inflamada quando comparadas as amostras dos pacientes HIV+ e HIV-. O estudo imuno-histoquímico revelou que as células CD8+ são os principais tipos celulares encontrados na área tecidual inflamada em ambos os grupos de pacientes. Adicionalmente, foi observado um número significativamente maior (p < 0,05) de células em apoptose nas amostras teciduais dos pacientes HIV+ quando comparados com os HIV-.

Os resultados sugerem um importante papel da apoptose de células mononucleares na patogênese da periodontite do adulto em pacientes HIV+. (Apoio financeiro: CNPq e CAPES.)

 

  H007  

Colagem ortodôntica com Transbond XT™ em esmalte exposto a Coca-Cola®.

F. L. DE SOUZA*, D. M. P. PADILHA, M. A. L. DE SOUZA.

PUCRS. Tel.: (0**51) 233-8778. E-mail: carollo@zaz.com.br

o objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, o efeito do refrigerante “cola”, na morfologia da superfície do esmalte e da interface esmalte/resina, e na resistência de união. A coroa de 20 terceiros molares superiores humanos retidos foram cortadas em 4 partes. Estes espécimes foram divididos em três grupos para diferentes análises. Grupo 1 objetivou a análise morfológica da superfície. Duas quartas partes de 10 dentes foram selecionadas, metade da amostra serviu como controle e a outra metade foi exposta ao refrigerante (200 minutos - intermitente). Os espécimens foram analisados ao MEV. Os dentes expostos ao refrigerante apresentavam extensas áreas de erosão, com perda das características superficiais do esmalte normal. Grupo 2 avaliou a resistência de união à tração. Duas quartas partes de todos os dentes da amostra foram montadas em corpos-de-prova. Metade da amostra serviu como controle e outra metade foi exposta ao refrigerante seguindo o mesmo protocolo. Cones de resina (Transbond XT – 3M/Unitek) foram colados ao esmalte. O teste de resistência de união foi realizado 24 horas após a colagem. A resistência de união no grupo controle (x = 17,94 ± 6,34 MPa) foi significantemente menor do que no grupo exposto (x = 24,03 ± 6,89 MPa) (p < 0,05). Para a análise da interface, duas partes de 10 dentes foram incluídas em bases de resina acrílica, metade foi exposta ao refrigerante e metade serviu como controle. Procedeu-se à colagem de “brackets” (3M/Unitek) com a resina. Um dia após a colagem, as peças foram cortadas no longo eixo do “bracket” e analisadas ao MEV. O grupo controle e o grupo exposto apresentavam falhas na linha de união.

A exposição in vitro do esmalte dentário ao refrigerante “cola” produz alteração morfológica na superfície do esmalte e no processo de colagem ortodôntica, aumentando a resistência de união à tração, achado este que não teve relação com o número de “gaps” encontrados na interface resina/esmalte.