001
Infiltração
marginal em restaurações indiretas de resinas compostas
D. VIEIRA;
J. BIANCHI*; W.G. MIRANDA Jr.
Faculdade de Odontologia da
USP, Departamento de Materiais Dentários, São Paulo/SP
Escores
de infiltração. Para agente de união e interface: letras diferentes, médias
diferentes (p<0,05;n=48)
Cimento
Agente de união
Interface
F/Q
F
D/C
C/R
All Bond C & B
1,13 ab
1,32 ab
1,83 ab 0,62 c
Enforce
1,16 ab
0,61 b
1,21 bc 0,56 c
Porcelite
D. Cure
1,20 ab
1,65 ab
2,19 a 0,66
c
Twinlook
0,78 ab
2,53 a
2,16 a 1,16
c
A pesquisa
avaliou “in vitro” a microinfiltração marginal de restaurações
indiretas, tipo “onlay” de resina composta (Charisma). As restaurações
obtidas, cimentadas nos dentes, foram armazenadas em água, termocicladas e
imersas em solução de nitrato de prata. Em seguida os corpos de prova foram
seccionados e avaliados. Os cimentos foram: All-Bond C & B, de ativação química;
Enforce, dual; Porcelite Dual Cure; Twinlook, dual. Agentes de união:
Scotchbond Multi-Purpose Plus, dual (F/Q); Scotchbond Multi-Purpose,
fotoati-vado (F). As avaliações foram feitas nas interfaces dente/cimento
(D/C) e cimento/restauração (C/R). Foi usada análise de variância e teste de
Tukey (p < 0,05). As conclusões foram: encontrou-se diferença
significante entre cimentos, mas que depende do agente de união; o agente de
união dual tende a apresentar menor infiltração, o que depende dos cimentos;
a interface dente/cimento (D/C) apresentou maior infilração do que a
cimento/restauração (C/R).
002
Avaliação
do laser de argônio na polimerização de resinas compostas
M.
POLONIATO*; A. MIRAGE; J.F.F. SANTOS; P.E.C. CARDOSO; P.A. BURMANN
Fac. de Odontologia da USP
- Departamento de Materiais Dentários - São Paulo/SP
Muitos
autores têm estudado maneiras para melhorar a performance das resinas
compostas. Este trabalho tem por objetivo analisar a influência do laser de argônio
na resistência flexural das seguintes resinas compostas: Prodigy (Kerr - cor
A3); Z100 (3M - cor A3); Heliomolar RO (Vivadent - cor Ly-22) e Durafill VS
(Kulzer - cor A30). Os corpos de prova foram confeccionados através de uma
matriz de 10mm de comprimento, 2mm de largura e 1mm de altura, e metade foi
polimerizada por luz halôgena (Demetron - Optilux 403) com intensidade de
600mw/cm2
por 40 segundos e com ponta de 11mm de diâmetro, a outra metade por laser de
argônio (Spectra physics - 171) com intensidade de 600mW/cm2
por 10 segundos com feixe de 11mm de diâmetro. Após a polimerização, os
corpos de prova foram armazenados em água destilada dentro de recipientes
hermeticamente fechados e livres da passagem da luz à 37°C por períodos de 7
e 30 dias, quando submetidos ao ensaio mecânico na máquina Wolpert com
velocidade de 0,5mm/min.
Após ANOVA,
os autores concluíram que: as resinas compostas polimerizadas com o laser de
argônio apresentam menor resistência flexural quando comparadas às
polimerizadas com luz halôgena; as resinas compostas com maior quantidade de
carga apresentam maior resistência flexural; em relação ao tempo, não houve
diferença significativa entre os períodos analisados.
003
Porcelanas
- avaliação de três sistemas de polimento aplicáveis no consultório dentário
G.B.
CAMACHO*; D. VINHA; T. NONAKA
Dep. Odont. Restauradora,
Fac. Odontologia de Ribeirão Preto USP – SP
O advento
dos novos sistemas cerâmicos para restaurações adesivadas tipo inlays, onlays
e facetas laminadas estão a exigir uma definição quanto ao tipo de tratamento
a ser realizado sobre superfícies que sofrem algum tipo de desgaste local.
Ocorre que qualquer ajuste nestas restaurações somente pode ser feito após a
cimentação. Para tentar resolver este problema, os autores se propuseram a
testar três sistemas de polimento que poderiam ser aplicados em cerâmica no
consultório odontológico: A - Porcelain Venner Polishing Kit (Shofu); B - Kit
Cerapol Plus (Cerapol); C - Sof-Lex (3M), comparados com o grupo controle
composto por corpos-de-prova auto-glazeados. Foram confeccionados 10
corpos-de-prova de cerâmica para cada sistema testado, inclusive o controle. As
superfícies dos espécimes foram padronizadas, a seguir, com uma seqüência de
lixas granas 200, 360 e 600. Foram padronizadas a pressão do ar no micromotor,
a pressão manual das pontas abrasivas sobre os corpos-de-prova, o número de
aplicações das pontas, tudo desenvolvido por um único operador. Após
sofrerem a ação dos sistemas procedeu-se a leitura das superfícies através
de um rugosímetro (Prazis RUG-03-ARO). Os dados foram anotados e sofreram
tratamento estatístico pela análise de variância.
Os sistemas A
e C apresentaram desempenhos semelhantes ao grupo controle. No entanto, o
sistema C apresentou o melhor desempenho e foi diferente estatisticamente em
relação aos sistemas A e B. Os autores concluem que os sistemas Sof-Lex e
Porcelain Venner Kit são plenamente aplicáveis no consultório odontológico.
004
Avaliação
de microinfiltração utilizando diferentes cimentos provisórios.
M. DARONCH*;
M. POLONIATO; W.G. MIRANDA Jr.
Faculdade de Odontologia da
USP - Departamento de Materiais Dentários - São Paulo/SP, Brasil
Este estudo
tem por objetivo avaliar a microinfiltração em cimentos odontológicos. Para
analisar a eficiência do vedamento marginal foram confeccionadas 25 cavidades
de classe V, utilizando-se as faces vestibular e lingual de 13 dentes molares íntegros,
seguindo as dimensões: 4mm de largura, 3mm de altura e 2mm de profundidade. A
borda superior da cavidade se localizava em esmalte e a inferior em dentina. Os
cimentos restauradores provisórios utilizados foram: ZOE (SSWhite); IRM
(Caulk/Dentsply) e fosfato de zinco (SSWhite); os cimentos para cimentação
provisória foram: hidróxido de cálcio (Dentsply) ZOE (Herpo), sendo
associados à provisório de resina acrílica (Clássico). Após a confecção
das restaurações, os dentes foram armazenados em água destilada à 37ºC por
48 horas e então foram submetidos à ciclagem térmica. A seguir, os dentes
foram impermeabilizados e submersos em solução de azul de metileno à 0,5 %
por 4 horas. Então, foram seccionados e suas superfícies submetidas ao
acabamento em lixa d’água. A análise da infiltração foi realizada por 3
avaliadores de forma independente, de acordo com os seguintes valores de
infiltração: zero (nenhuma); 1 (esmalte ou 1/3 da parede gengival em dentina);
2 (junção amelo-dentinária ou 2/3 da parede gengival em dentina); 3 (toda
parede gengival) e 4 (alcance da parede axial). Os valores obtidos foram
tratados estatisticamente através do teste Kruskal - Wallis.
Assim, os
autores puderam concluir que nenhum dos cimentos analisados foi capaz de impedir
a microinfiltração e, por isso, estes materiais devem ser utilizados pelo
menor espaço de tempo.
005
Resistência
ao cisalhamento de adesivos monocomponentes em esmalte
M. GIANNINI*; G.M. MARCHI;
L.A.F. PIMENTA.
O objetivo
deste estudo foi comparar os valores de resistência às forças de cisalhamento
(RFC) de dois adesivos monocomponentes aplicados em esmalte ressecado e
umedecido. Sessenta amostras foram preparadas através das faces linguais e
vestibulares de pré-molares humanos. As superfícies de esmalte foram polidas
inicialmente com lixas de Al2O3 de granulação 220 até 600, em politriz refrigerada a água.
Após o condicionamento ácido, as superfícies de esmalte foram lavadas e secas
ou removidos os excessos de água com jatos
de ar. Os adesivos monocomponentes foram aplicados de acordo com as instruções
dos fabricantes. Cilindros de compósito (Z-100) foram inseridos nas superfícies
preparadas e os corpos de prova armazenados em umidificador a 370
C por uma semana, até o teste de cisalhamento realizado com velocidade de
0,5mm/min. Após esse ensaio, os corpos de prova foram observados em lupa
estereoscópica, para se determinar os padrões de fraturas. Obteve-se os
seguintes resultados (MPa): One Step (seco): 25,21±8,12; One Step (úmido):
22,81±11,83; Prime & Bond 2.0 (seco): 27,14±15,15 e Prime & Bond 2.0 (úmido):
28,89±12,48. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre as médias
dos valores obtidos. Foram observados fraturas adesivas (43,3%), combinadas
(25,0%), coesivas em esmalte (28,3%) e em compósito (3,4%).
Quando os
adesivos monocomponentes foram aplicados em dentina ressecada ou umedecida,
semelhantes valores de RFC foram obtidos para os sistemas adesivos hidrófilos
investigados.
006
Microinfiltração
de lesões cervicais restauradas com diferentes
materiais
adesivos e técnicas
A.B. MATOS*; E. MATSON. -
Departamento de Dentística, Faculdade de Odontologia da USP – SP
Neste
trabalho avaliou-se a microinfiltração que ocorre nas restaurações adesivas
realizadas para o tratamento de lesões cervicais não cariosas diante das
seguintes variáveis: tipo de material utilizado (Optibond + Herculite XRV - híbrida
e Scotchbond Multi Purpose Plus + Silux Plus - “microfill”), dois métodos
de polimerização dos sistemas adesivos (foto e dual) e duas técnicas
restauradoras (incremental e do incremento único). Para a realização deste
trabalho foram utilizados pré-molares humanos extraídos por motivo
periodontal, sendo realizados preparos que simulavam lesões cervicais em forma
de U, nas faces vestibular e lingual. Os procedimentos adesivos foram realizados
utilizando a técnica do condicionamento total, prévio à utilização dos
sistemas adesivos de acordo com a instrução do fabricante, para ambos os tipos
de polimerização. Na metodologia deste trabalho utilizou-se ciclagem térmica
e mecânica, técnica de infiltração com nitrato de prata, cortes seriados e
leitura dos resultados através de escala de escores. A resina composta híbrida
sofreu menos infiltração (6504) do que a microfill (9880). Com o método de
polimerização do sistema adesivo no modo dual (6724) houve menor micoinfiltração
do que com o método fotopolimerizável (9660). Quando comparadas as técnicas
restauradoras utilizadas, não houve diferença estatisticamente significante
entre as técnicas incremental (7988) e do incremento único (8396).
Com base
nos resultados obtidos conclui-se que microinfiltração foi menor quando se
utilizou uma resina composta híbrida, comparada à resina “microfill”. Ao
se utilizar o método de polimerização dual do sistema adesivo, a
microinfiltração foi menor do que com o método somente fotopolimerizável. A
técnica restauradora não exerceu influência sobre o padrão de microinfiltração.
007
Influência
da Hidroxiapatita na Liberação de Flúor por Resinas Compostas
M.A.R.,BUZALAF*;
E.M.TAGA; E.C. SOUTO
Departamento de Bioquímica,
Faculdade de Odontologia de Bauru-USP.
O conceito
atual do mecanismo de ação do flúor (F) envolve sua presença constante e em
baixos níveis na cavidade bucal. Com base nisto, o objetivo do nosso estudo foi
comparar a liberação de F a partir de resinas compostas com e sem adição de
hidroxiapatita (HA), pressupondo-se que o F se adsorveria à HA e seria liberado
por períodos de tempos maiores. As resinas utilizadas foram Z-100, à qual
foram adicionados F (grupo I) e F mais HA (grupo II) e Heliomolar (grupos III e
IV, sem e com HA, respectivamente). Foram confeccionados 6 espécimes para cada
condição experimental, os quais foram suspensos em tubos de polietileno
contendo 25 ml de água deionizada e armazenados em estufa a 37oC
por todo o período experimental. As leituras das quantidades de F liberadas
foram feitas diariamente nas duas primeiras semanas, e então semanalmente até
se completarem 56 dias, através de um eletrodo específico para o F- acoplado a um analisador de pH/íons, após a adição
de 2,5 ml de TISAB III em cada tubo. Os resultados obtidos foram submetidos ao
teste “t” de Student. Para a resina Z-100, a adição de HA levou a
uma liberação significante maior de F durante todo o período experimental,
mas para a resina Heliomolar, no grupo em que foi adicionada HA, houve uma
liberação maior de F até o 14o dia, quando a liberação passou a ser menor em relação
ao grupo sem HA (p<0,05).
Em vista
dos resultados concluiu-se que a adição conjunta de F e HA a resinas compostas
levou a um padrão de liberação de F mais desejável no período examinado.
008
Infiltração
marginal em CIV frente ao tratamento de secagem dentinária
P. B.
MORAES*; M. S. M. CÂNDIDO; A . L. RODRIGUES
Departamento de Odontologia
Restauradora, F.O.Araraquara – UNESP
Um dos
maiores problemas apresentados nas restaurações dentais é a infiltração
marginal através da interface restauração/dente. O CIV adere à estrutura
dental unindo-se ao esmalte e dentina através de forças adesivas entre os
grupos carboxílicos e os íons cálcio da estrutura dental, tendo a capacidade
de reduzir a infiltração marginal. Tem-se poucas informações quanto a execução
de tratamentos da superfície dentinária no que se refere à capacidade
seladora dos CIVs. Em vista disso, foi analisada a infiltração marginal, à nível
cervical e oclusal de cavidades Classe V executadas em pré-molares humanos e
restauradas com CIV quimicamente ativado (Vidrion-R) e foto-ativado (Vitremer).
As cavidades, antes da restauração, foram submetidas a dois tratamentos de
secagem dentinária, ou seja T1 - seca com jatos de ar, ou T2 - seca com papel
absorvente (úmida). Para verificação da infiltração marginal os corpos de
prova foram submetidos a ciclagem térmica a 5oC
± 2oC
e 55oC
± 2oC,
em uma solução evidenciadora de Rodamina B a 0.2%, com um tempo de permanência
de 10 segundos em cada temperatura, realizando um total de 200 ciclos. A avaliação
da infiltração marginal ao redor das paredes oclusal e cervical foi
determinada em escores através do uso de lupa estereoscópica que foram
submetidos a análise estatística de Kruskal-Wallis. De acordo com os
resultados os 2 cimentos avaliados apresentaram estatisticamente o mesmo
comportamento, independentemente do tratamento de secagem dentinária efetuado.
Não houve diferença no grau de infiltração quando comparou-se as parede
oclusal e a cervical.
Desta
forma, concluímos que a diferença de tratamento de secagem dentinária não
apresentou influência na determinação da infiltração marginal.
Apoio
Financeiro do CNPq
009
Influência
da ciclagem térmica na resistência da união entre metais
M. A.
SOUSA*; T. E. VALLE; R. Y. BALLESTER
Departamento de Materiais
Dentários, Faculdade de Odontologia da USP – SP
Este
trabalho propôs-se a avaliar a influência da alternância de temperaturas ou
permanência dos corpos de prova (cp) em temperaturas extremas
sobre a resistência da união metal/metal. Foram ciclados 4 grupos de cp
constituídos por anel e tronco de cone em NiCr (Biobond IIâ Dentsply),
jateados com óxido de alumínio (50mm) e cimentados com Panavia Ex, conforme
esquema da tabela. Cada grupo foi considerado como um lote, executado em dia
distinto, tendo 15 cp ciclados (5°C / 60°C) e 4 cp controle (37°C). O grupo 3
recebeu um ciclo complementar de 9,7 hs para igualar o tempo de permanência em
temperaturas extremas com o do grupo 2. Foi testada a resistência ao
descolamento do conjunto. A ANOVA revelou não haver diferenças significantes
entre as médias dos grupos ciclados. A ANOVA e o teste de Tuckey dos valores
ci/co revelou razões semelhantes entre os grupos 1 e 4 e entre 2 e 3.
Concluiu-se
que: 1) Há importantes influências ligadas ao lote, cujo efeito mascara a
influência do tipo de ciclagem; 2) O esquema de ciclagem pode reforçar (pela
associação de alternância e permanência) ou deteriorar (pelo uso de alternância
ou permanência separadamente) a resistência da colagem.
010
Influência
do primer na retenção de resina sobre o esmalte seco
L.T.
AGUILAR*; N.P.M. REZENDE; R.Y. BALLESTER; R.H.M. GRANDE
Departamento de Materiais
Dentários FOUSP, S. Paulo
Objetivamos
verificar “in vitro” a resistência à tração de uma resina composta
(Z-100) colada com diferentes marcas de adesivos, usando ou não os respectivos primers,
sobre o esmalte condicionado e seco. Foram usadas as faces vestibulares de 96 pré-molares,
e os sistemas adesivos: Scotchbond MP, Optibond FL, Amalgambond Plus, Optibond (dual
cure). Com a ajuda de um cone oco de metal fundido, fixado sobre a superfície
preparada do esmalte, a resina foi aplicada sobre o adesivo e fotopolimerizada.
Com o emprego de um dispositivo especialmente desenvolvido, o corpo de prova foi
embutido em resina acrílica para permitir o correto alinhamento do conjunto
numa máquina de ensaios Wolpert. Metade da amostra foi submetida à
termociclagem (3.000x/1min/5-37°C e 37-55°C) e a outra permaneceu imersa em água
a 37°C pelo mesmo tempo. O cone metálico apresentava na porção superior um
encaixe para inserção de uma garra metálica da máquina para tração; no
bloco de embutimento estava presente um furo para encaixe na outra garra da máquina.
Os valores de resistência à tração foram submetidos à ANOVA, que revelou não
haver diferença estatisticamente significante entre os diversos grupos, ao nível
de 5%.
Concluímos
que, em se tratando da união de resina ao esmalte condicionado e seco, não há
influência significante pelo uso ou não de primer hidrofílico, nem
pela aplicação ou não da ciclagem térmica.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processos no.
96/05748-6 e
96/6216-8.
011
Dureza
Knoop de resina composta em função da fonte de ativação e da técnica de
inserção
J.B.C.MEIRA*; P.E.C.
CARDOSO - Faculdade de Odontologia da USP, Departamento de Materiais Dentários,
São Paulo – Brasil
O trabalho
visa avaliar da dureza Knoop de uma resina composta (Herculite XRV - cor A2) em
função da fonte de ativação e da técnica de inserção. Para a fotoativação
foram usados os aparelhos Optilux 400 (350 mW/cm2),
Optilux 400 com ponta turbo (700 mW/cm2)
e o Translux (100 mW/cm2). Cavidades proximais padronizadas (“slots”) foram feitas
em 15 molares humanos hígidos e restauradas seguindo os princípios da técnica
adesiva. As cavidades mesiais foram preenchidas pela técnica incremental, com 3
camadas de aproximadamente 1,5mm de espessura. Cada camada foi polimerizada por
40 segundos, dando um total de 120 segundos. Os “slots” distais foram
preenchidos por incremento único polimerizado por 120 segundos.. Depois de 24
horas os dentes foram seccionados em fatias longitudinais de 2 mm de espessura.
Essas fatias foram embutidas em resina acrilica para que fossem polidas sob
constante refrigeração. Duas leituras de dureza foram feitas: uma após 7 dias
e outra após 1 mês. Para cada leitura 6 penetrações foram feitas: 3 no terço
oclusal e 3 no cervical. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de
variância e, quando necessário, ao teste de Tukey. Todos os fatores estudados
mostraram-se estatisticamente significantes.
Com a técnica
do incremento único a camada cervical fica sub-polimerizada ou mesmo não
polimerizada. A resina composta polimerizada pelo Translux apresentou baixos
valores de dureza mesmo na camada oclusal.
(Apoio
financeiro CNPq. Apoio científico NAPEM)
012
Rugosidade
superficial: estudo “in vitro” de resinas compostas híbridas após
polimento
M.N.
YOUSSEF; V.L. MOLDES; A.M. FOSSEN*; A. CASSONI*
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
A lisura de
uma superfície acabada depende da composição do material, do método de
polimerização utilizado e dos instrumentos de acabamento empregados. Este
trabalho teve como objetivo o estudo rugosimétrico “in vitro” da
superfície de duas resinas compostas do tipo híbrida, após o polimento. As
resinas foram denominadas A e B, sendo A - Z 100 (Prod. Dent. 3 M do Brasil) e B
- Prodyge (Sybron Kerr Ind. Com. Ltda.). Confeccionamos 18 corpos de prova em
resina acrílica de lenta polimerização para base de dentaduras, de forma cilíndrica.
Esses corpos receberam na sua parte central um orifício, de 5mm de diâmetro
com altura de 3mm, e foram enumerados sequencialmente de 1 a 18. Através da técnica
incremental, os corpos de prova foram preenchidos com as duas resinas estudadas,
em grupos de igual número. Foram utilizadas três técnicas de polimento, a
saber: a.) sem polimento (somente com o uso de tira matriz, grupo controle); b.)
utilização de discos de lixa Sof
- Lex (Prod. Dent. 3 M do Brasil);
c.) utilização de discos de lixa Super - Snap (Shofu Dental Inc.), numa sequência
de granulação decrescente. Os corpos de prova foram divididos em três
grupos distintos de acordo com o polimento. Para a avaliação dos corpos de
prova, serviu como instrumento de leitura o rugosímetro Surftest, modelo 211, série
178, marca Mitutoyo, com aplicação do método do Ra ou C.L.A. (Center Line
Average) sendo que efetuamos 10 leituras em cada corpo de prova, totalizando 180
leituras.
A análise estatística dos
dados demonstrou que: 1.) inexiste diferença estatística na rugosidade
superficial, como decorrência dos materiais que serviram para o teste; 2.)
quanto ao polimento, observou-se que na técnica a.) é estatisticamente
inferior quando comparada com as técnicas b.) e c.) que assemelham-se, para
tanto utilizamos ANOVA e o teste de TUKEY.
013
Resistência
ao cisalhamento de compósitos à dentina de dentes decíduos utilizando-se
diferentes agentes condicionadores
A.S. BUCHALA; S.I. MYAKI*;
W.T. OLIVEIRA Jr.; M.R. MATSON - Disc. Odontopediatria e Depto. Dentística da
UNIP e FOUSP - S.P.
O objetivo
deste estudo é de comparar “in vitro” a resistência à força de
cisalhamento de uma resina composta à superfície da dentina de dentes decíduos,
utilizando-se 2 diferentes tipos de agentes condicionadores. Foram utilizados 20
dentes decíduos anteriores superiores, clinicamente hígidos, esfoliados
naturalmente. A superfície do esmalte foi desgastada na sua face vestibular por
uma profundidade aproximada de 1,5 mm expondo-se a superfície da dentina. G1
(n=10) recebeu condicionamento com ácido maléico a 10% durante 15 segundos,
lavagem, secagem mantendo-se a dentina úmida, aplicação do “primer”, do
adesivo e fotopolimerização por 10 segundos (Scotchbond MP - 3M). G2 recebeu o
mesmo procedimento, alterando-se apenas o agente condicionador para ácido fosfórico
a 35%. A seguir um molde de teflon de 3 mm de diâmetro e 2 mm de altura foi
adaptado para colocação da resina composta (Z-100 - 3M), que foi
fotopolimerizada por 40 segundos (Optilux 150 - Demetron). Todas as amostras
sofreram ciclagem térmica (700 ciclos - 5o
e 55oC).
O teste foi realizado em um instrumento Wolpert-Werke, regulado para trabalhar
numa velocidade de 5 mm/min. Observou-se que no G1 a média da resistência à
força de cisalhamento foi de 8,73 MPa e no G2 de 7,46 MPa. Após a análise
estatística (teste-t de Student), concluiu-se que não houve diferença
estatisticamente significante entre os dois grupos comparados.
014
Avaliação
clínica do Optibond usado como selante: 22 meses
R.H.M.GRANDE*;
L.E. RODRIGUES FILHO; A.C.P.LIMA; J.F.F. SANTOS
Depto. de Materiais Dentários,
FOUSP e Depto. de Estatística, IMEUSP
O objetivo
deste estudo foi o de comparar o desempenho da retenção do adesivo Optibond
“dual cure”, usado como material único para o selamento de fissuras, em
relação à retenção do adesivo Delton. O fundamento para esta pesquisa clínica
encontra-se em um trabalho “in vitro”, no qual foram detectados menores
valores de microinfiltração para o Optibond (Grande et al., J.Dent.Res.,
75:1087, 1996). Os 38 jovens, com idade média de 14 anos e risco à cárie
participaram do estudo. Todos assinaram o termo de consentimento. A cada jovem
aleatorizou-se a aplicação do Delton a um lado da boca e do Optibond ao outro
lado. As aplicações foram feitas sob isolamento relativo e com auxiliar
qualificado. No total, 91 dentes receberam Delton, e 84 dentes receberam
Optibond. Avaliações clínicas realizadas entre 3 e 22 meses forneceram dados
classificados em falha (queda pelo menos parcial) ou retenção total.
A análise
estatística foi feita através do modelo de riscos proporcionais de Cox que
indicou melhor desempenho do Optibond ( p=0,003).
015
Estudo
“in vitro” de restaurações preventivas de resina em molares decíduos,
através da microscopia eletrônica de varredura
R.D.N. FONOFF*; I. WATANABE
- Depto. Odontopediatria, FOUSP; Depto. Anatomia, ICB-USP, São Paulo, Brasil
A maior
incidência de cárie dental se dá nas faces oclusais, iniciando-se através de
suas fossas e fissuras. Portanto, para restaurar cáries mínimas e ao mesmo
tempo prevenir o ataque em outras áreas, utiliza-se a associação de resinas e
selantes. O objetivo deste estudo foi avaliar através da microscopia eletrônica
de varredura restaurações preventivas de resina composta em dentes decíduos.
Para tal, foram utilizados dez molares decíduos humanos, sendo cinco 1os
molares superiores e cinco 2os
molares inferiores, esfoliados e provenientes de crianças de ambos os sexos.
Todos os dentes foram restaurados conforme a técnica preconizada.
Posteriormente, os dentes foram termociclados entre 55º e 5º C por 700 ciclos
com intervalo de 30 segundos. Depois cada dente foi fraturado com auxílio de
uma morsa no sentido vestíbulo-lingual, obtendo-se duas amostras que foram
desidratadas, cobertas em ouro e examinadas ao microscópio eletrônico de
varredura. As fotomicrografias revelaram nitidamente a observação dos
materiais restauradores-resina composta (Z 100(R)),
selante (Delton(R))
e adesivo (Scotchbond(R))
e dos tecidos dentais-esmalte e dentina. Não foi observado qualquer gap entre
os materiais restauradores (selante/resina ou resina/adesivo), mas algumas
amostras revelaram a presença de gaps variáveis entre a restauração e o
dente.
Concluiu-se
que a observação de gaps mais frequentes no fundo da cavidade(entre
resina/adesivo e dentina), do que na região média e cavo-superficial
(esmalte/selante) estaria relacionada à contração de polimerização do
material restaurador.
016
Análise da
infiltração marginal de restaurações classe V com resina composta
A.F.
PAGLIARI*; F. NAUFF; R.C.R. CARVALHO
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
Este estudo
visou observar a influência da hidratação e do acabamento e polimento na
infiltração marginal em restaurações classe V com resina composta. Foram
selecionados 35 molares humanos íntegros, onde foram realizados 70 preparos
classe V com a parede pulpar em dentina e todo o ângulo cavo-superficial em
esmalte. Os preparos foram restaurados com Z100 (3M) utilizando o sistema
adesivo Scotchbond (3M). As restaurações foram divididas em 7 grupos de 10
amostras cada, tendo como controle o grupo I, variando a hidratação,
glazeamento com Delton (Dentsply), acabamento com brocas diamantadas e polimento
com discos Soflex (3M), de acordo com a tabela abaixo. Os dentes foram corados
em solução de AgNO3 a 50% e em seguida sofreram um corte longitudinal para
análise da infiltração marginal.
Grupo
Hidratação
Hidratação
Glaze
Acabamento/
Glaze
Grau de infiltração
10 minutos
07 dias
pré
Polimento
pós
0
I
II
III
I
-
-
-
-
-
30%
70%
0%
0%
II
-
-
-
x
-
10%
20%
30%
40%
III
x
-
-
x
-
0%
20%
40%
40%
Classificação adotada:
IV
-
x
-
x
-
20%
40%
40%
0%
Grau 0: sem infiltração
V
-
-
x
x
-
0%
60%
40%
0%
Grau I: esmalte
VI
-
-
x
x
x
10%
80%
10%
0%
Grau II: dentina
VII
x
-
x
x
x
10%
90%
0%
0%
Grau III: parede pulpar
Concluiu-se
que o acabamento e o polimento aumentaram a infiltração marginal nestas
restaurações, e que a hidratação de 7 dias e o glazeamento antes e após o
acabamento e polimento, reduziram substancialmente esta infiltração.
017
Resistência
ao cisalhamento de reparos compômero-compômero e compômero-resina composta
E.M.ªRUSSO; N.GARONE
NETTO; E.MATSON; R.C.R.CARVALHO; M.G.SANTOS - Depto. de Dentística, Fac. de
Odontologia da USP – SP
A proposta
deste estudo foi determinar a resistência ao cisalhamento entre
reparos de compômero ou de
resina composta em restauração de compômero. Cinqüenta e seis corpos de
prova de compômeros embutidos em resina acrílica foram
divididos em dois grupos: 28
com Dyract (Dentsply) e 28 com Compoglass (Vivadent). Cada grupo foi dividido em
dois subgrupos: 14 receberam
reparo com o mesmo compômero e 14 com Z100 (3M), utilizados segundo
as orientações
do fabricante.
Todos os corpos de prova, antes do reparo, receberam acabamento com
discos Sof - Lex, asperiza ção com instrumentos diamantados da série F
com refrigeração, profilaxia com pedra
pomes e
água, Tergentol e aplicação de ácido fosfórico. Os corpos de prova
reparados foram mantidos em á- gua a 37°C por
24 horas, termociclados
entre 5
e 55°C por
455 ciclos, com banho de imersão
de um
minuto. Uma máquina “Instron” foi utilizada para medir a
força de
cisalhamento. A aná- lise
de variância e o teste de Scheffe’ foram utilizados para
comparar os
vários grupos (p<0,05).
Os resultados em MPa estão na tabela abaixo.
Dyract +
Dyract +
Compoglass
+
Compoglass +
Dyract
Z100
Compoglass
Z100
23,21
21,96
18,25
23,46
Em vista
dos resultados os autores puderam concluir que houve diferença
estatisticamente significante entre o grupo Compoglass-Compoglass e os demais.
018
Retenção
de compósito em dentina sadia e cariada, com refixação
S.
GERALDELI*; J.F.F. SANTOS; B.T. ROSA
Departamento de Materiais
Dentários da Faculdade de Odontologia da USP, São Paulo, Brasil
A pesquisa
avaliou a resistência à tração em dentina de uma resina composta.
Consideraram-se dois critérios na remoção da cárie: dureza superficial
(DCRD) ou uso de evidenciador de cárie (DCRE). Os dentes foram desgastados em
lixas de papel (220, 400, 600) até o terço médio da coroa dental. Os tempos
de condicionamento ácido foram 5, 15 e 45 seg. O adesivo usado foi o Scotchbond
MP Plus e a resina composta Z100 (3M). Os corpos de prova tinham sobre a dentina
cones de resina composta sendo a base menor de 2 mm de diâmetro (a = 0,03 cm2).
Estes foram imersos em água por 2 semanas e termociclados 700x / 5 e 55°C. Após
os ensaios da 1a fixação, um desgaste da dentina de 150 a 200mm
possibilitou uma segunda fixação seguindo os mesmos princípios laboratoriais
da 1a. Os dados foram submetidos ao teste ANOVA e de Tukey. Concluiu-se
que o tempo de condicionamento não influiu na retenção; a dentina íntegra
conduziu a uma maior retenção; a refixação tende a diminuir a retentividade
na dentina íntegra e a aumentar na afetada.
Médias de
resistência de união (MPa). Com a mesma letra não diferem entre si
significantemente (p<0,05, n = 30)
Ordem de
Condição dentina
fixação
Íntegra
DCRD
DCRE
1a
11,1 a
4,6 b
5,6 b
2a
7,6 ab
5,1 b
6,6 ab
019
Liberação
e absorção de flúor in vitro de materiais restauradores
P. WEIDLICH;
L. A. MIRANDA; M. MALTZ*; S. W. SAMUEL.
Faculdade de Odontologia
– UFRGS (051) 316-5015.
O objetivo
do trabalho foi avaliar a liberação e absorção de flúor de 4 cimentos de
ionômero de vidro (CIV) e 2 resinas compostas (RC): Vitremer (VIT), Fuji II LC
(FII), Fuji IX (FIX), Chelon Fill (CHE), Heliomolar (H) e Zeta-100 (Z-100).
Foram confeccionados 8 discos (8 mm x 2 mm) para cada material. Logo após
confeccionados, os discos foram armazenados em potes de polietileno contendo
saliva artificial a 37ºC, até
serem submetidos aos tratamentos. No grupo 1, os espécimes foram imersos em
saliva artificial, a qual foi trocada diariamente ao longo de 25 dias. No grupo
2, além de serem submetidos ao mesmo procedimento do grupo 1, os espécimes
foram imersos, após 24 horas, em
solução fluoretada (NaF 1%) durante 1 minuto antes de ser feita a
troca diária da saliva. Para a mensuração do conteúdo de flúor
liberado nos dias 1, 2, 5, 10, 15, 20 e 25 foi usado um eletrodo combinado para
flúor (9609 BN-Orion) acoplado a um aparelho analisador de íons (SA-720
Procyon). A análise estatística dos dados foi realizada através dos testes de
Wilcoxon e de Friedman. Os
resultados mostraram que os CIVs liberaram maior quantidade de flúor durante o
primeiro dia, sendo que após esse período a taxa de liberação decresceu. A
RC H liberou flúor somente no primeiro dia e a Z-100 não mostrou liberação
de íons flúor. Com relação ao tratamento com NaF 1%, as RCs não exibiram
absorção de flúor, enquanto que nos demais materiais observou-se absorção
do referido íon (VIT=FII=CHE>FIX).
Os CIVs
foram capazes de liberar e absorver íons flúor quando comparados à RC Z-100.
A RC H apresentou pequena liberação mas não absorção de flúor.
FAPERGS -
Processo 95/60377.3
020
Adesivos
universais usados como selante de fissuras: análise de microinfiltração
M.F. WITZEL
*; M.A. CARDOSO; P. ROSA; R.H.M. GRANDE
Depto. de Materiais Dentários
FOUSP e Depto. de Estatística IMEUSP
Dando
continuidade ao estudo de adesivos hidrofílicos usados como agente único para
selamento de fissuras (Grande et al., J.Dent.Res., 75:1087, 1996), avaliamos o
desempenho “in vitro” quanto a microinfiltração de 3 produtos: Optibond,
AllBond 2, e Scotchbond MP. Foram utilizados 36 molares e 36 pré-molares
humanos: metade da amostra foi selada de acordo com os procedimentos
convencionais, e a outra metade foi contaminada com 1ml de plasma após o
condicionamento ácido. Para testarmos se o estresse físico influenciaria na
microinfiltração, dividimos a amostra em subgrupos. Alguns subgrupos foram
submetidos à ciclagem térmica (4.000x/60seg/5-55°C), outros receberam
alternadamente ciclagem térmica e mecânica (300.000x/8kgf), e os demais foram
o controle (em água a 37°C durante 72 h). Os espécimes foram imersos em solução
de AgNO3(50%)
por 2h; e logo após em revelador radiográfico sob iluminação fluorescente
por 8h. Posteriormente, todos os corpos de prova foram submetidos a 3 seções
longitudinais em micrótomo (Labcut 1010 Extec), totalizando 432 superfícies de
leitura. Através de uma lupa estereoscópica num aumento de 40x (Zeiss), 3
avaliadores classificaram cada superfície de leitura de acordo com a severidade
da penetração do corante, com escores de 0 a 4. Técnicas de ANOVA e modelos
lineares foram empregados para adesivos, contaminação e ciclagem.
Os
resultados indicaram, ao nível de 5%, que o Optibond teve um desempenho melhor
que os outros produtos em ambos os campos; a ciclagem térmica aumentou a
microinfiltração, que foi ainda maior com a associação de ciclagens.
Apoio
financeiro da FAPESP: processos 96/49000-9
e 96/6216-8.
021
Avaliação
da infiltração marginal em molares decíduos restaurados com compômero
S.I. MYAKI;
S.K. BUSSADORI*; J.C.P. IMPARATO; W.G. MIRANDA Jr.
Disc. Odontopediatria e
Depto. Materiais Dentários da FOUSP - S.P.
O objetivo
do estudo foi avaliar “in vitro” a infiltração marginal em restaurações
classe II de molares decíduos restaurados com uma resina composta modificada
por poliácido (Dyract-Dentsply), utilizando-se duas diferentes técnicas
restauradoras. Foram selecionados 10 segundos molares decíduos superiores,
clinicamente hígidos, esfoliados naturalmente, que receberam preparos cavitários
classe II nas faces mesial e distal. No G1 (n=5) seguiu-se as recomendações do
fabricante (aplicação do Dyract PSA-Dentsply), sem prévio condicionamento ácido.
No G2 (n=5) utilizou-se um sistema adesivo convencional (Scotchbond MP Plus-3M)
com condicionamento ácido. Os espécimes foram montados em bases de cera para
adaptação de matriz metálica e cunha de madeira. Os dois sistemas adesivos
foram aplicados segundo recomendações dos fabricantes, para em seguida receber
o material restaurador em 3 camadas incrementais e posterior fotopolimerização.
As amostras sofreram ciclagem térmica (700 ciclos - 5o
e 55oC),
foram impermeabilizadas com resina epóxica (Araldite Ultra-rápido) na região
radicular e receberam aplicação de 2 camadas de esmalte de unha (Colorama),
deixando-se uma “janela” de 1 mm na margem cervical da restauração. A
seguir foram imersas em solução de azul de metileno a 0,5% durante 4 horas.
Finalmente as amostras foram seccionadas no sentido mésio-distal e avaliadas
por 3 examinadores quanto à microinfiltração.
Os
resultados após serem submetidos a análise estatística de (Mann-Whitney)
demonstraram baixos valores de infiltração para ambas as técnicas.
022
Rugosimetria
e MEV da influência do tratamento superficial, idade e tipo de liga de amálgama
R.S.NAVARRO*; G.ESTEVES;
W.T.OLIVEIRA Jr.; M.YOUSSEF; E.MATSON - Depto. Dentística- Faculdade de
Odontologia da USP-SP-Brasil
O objetivo
deste estudo foi avaliar a influência de diferentes tratamentos superficiais em
relação à idade de amálgamas com alto teor de cobre. Em 40 corpos de prova
de resina acrílica foi condensado o amálgama esférico, encapsulado, pré-dosado
(LOGIC +, SDI) e realizada a brunidura utilizando um cilindro metálico com
movimento e direção únicos. Foram divididos em 4 grupos: 1-brunido;
2-polimento imediato (10 min. após a trituração da liga); 3-polimento mediato
ou convencional (48 hs. após a trituração da liga); 4-polimento imediato e
mediato. Os polimentos foram executados com pastas abrasivas e contra-angulo em
rotação convencional, padronizando a velocidade, o tempo e o n° de
movimentos.Foram realizadas análises rugosimétrica, através de três leituras
nos sentidos transversal e longitudinal à brunidura, com o aparelho rugosímetro
(SURFTEST- MITUTOYO) e em MEV. As médias da rugosidade superficial, Ra
em mm, foram as
seguintes: G 1- 1,008mm (±0,466); G 2- 0,325 mm (± 0,312), G 3- 0,221 mm
(±0,159), G 4- 0,152 mm (±
0,037). Os resultados foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey (nível 5%),
concluindo: as leituras rugosimétricas transversal e longitudinal não
diferiram estatisticamente entre si; os tratamentos superficiais aplicados foram
estatisticamente diferentes com exceção dos grupos 3 e 4, o sistema de
polimento utilizado promoveu redução nos valores de rugosidade; quanto mais
tardio for realizado o polimento melhor a rugosidade da superfície; o polimento
imediato não influenciou na rugosidade quando associado ao polimento mediato.
023
Avaliação
da microinfiltração em restaurações com resina composta
CANPIDO,
M.S.M.; POZZOBON, R.T.*; RODRIGUES Jr., A.L., PORTO NETO, S.T.
Depto.Odont.Restauradora,
Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP-SP-Brasil
O objetivo
deste estudo foi avaliar qualitativamente a microinfiltração em cavidades de
classe V com margens em esmalte e dentina/cemento, utilizando duas resinas
compostas, dois sistemas adesivos e duas técnicas restauradoras distintas (técnica
única e técnica mista). Sessenta cavidades padronizadas foram confeccionadas
nas faces vestibular e lingual de trinta dentes pré-molares, hígidos, recém
extraídos. Após serem restaurados, foram submetidos a ciclagem térmica,
imersos em solução de nitrato de prata 50%, seccionados e avaliados em lupa
estereoscópica quanto à penetração do traçador. Após análise estatística
dos dados através do teste de Kolmogoroff-Smirnoff, conclui-se que ao nível de parede oclusal e gengival não
houve diferença estatisticamente significativa, assim como entre as duas técnicas
restauradoras distintas avaliadas, o que sugere que o intercâmbio entre resinas
compostas e sistemas adesivos de diferentes fabricantes não afeta o desempenho
das restaurações, com relação à microinfiltração.
024
Colagem de
bráquetes em pré-molares - região cervical
C. de Campista* ; O Chevitarese ; S. H. Lage ; A M Bolognese
Departamento de
Odontopediatria e Ortodontia; UFRJ, Rio de Janeiro – Brasil
O objetivo
do estudo foi avaliar, in vitro, a resistência ao cisalhamento na colagem de bráquetes
ortodônticos metálicos na região cervical vestibular de pré- molares. O
material de colagem usado foi um cimento de ionômero de vidro fotoativado -
Fuji Ortho LC( CG Corp.-Tokio - Japan). Para o presente estudo foram
selecionados 30 pré-molares extraídos por razões ortodônticas e conservados
em solução de formol a 10%. Com isso dois grupos com 15 corpos de prova cada,
puderam ser formados. O primeiro grupo (A) recebeu condicionamento ácido ( gel
de H3PO4
a 37% por 20 segundos) no esmalte e o segundo grupo (B) não recebeu tal
tratamento. Todas as superfícies de colagem foram molhadas com spray ar/ água
imediatamente antes de cada colagem. As amostras foram estocadas em água a 37±1°C
por 15 dias antes do teste de resistência ao cisalhamento pela máquina de
Testes EMIC com a velocidade de deformação de 0,5mm/min. Os resultados
relativos as médias (dp) da resistência ao cisalhamento em Kgf/cm2 dos grupos foram: A = 42,65 (27,40) e B = 36,77 (16,71).
A análise
estatística do Teste de Mann - Whitney permitiu concluir que não houve diferença
estatística significativa entre os grupos.
Apoio
financeiro do CNPq - Processo n° 522176 / 95 - 0
025
Influência
de fontes de fundição sobre a adaptação cervical de coroas fundidas
F.M. Milan*;
S. Consani; M.A.C. Sinhoreti;
L. CORRER SOBRINHO
Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da UNICAMP – SP
O propósito
deste estudo foi verificar a influência das fontes de fundição gás-oxigênio,
acetileno-oxigênio e resistência elétrica sobre a adaptação cervical de
coroas totais confeccionadas com ligas de paládio-prata (Pors-on 4) e prata-paládio
(Palliag-M), em função do término
cervical em ombro reto, ombro biselado a 20º C e chanfro a 45º C. Os padrões
de cera foram incluídos em revestimento aglutinado por fosfato (Deguvest CF),
de acordo com as instruções do fabricante. Foram confeccionados 15 padrões de
cera para cada binômio tipo de ombro-ligas, totalizando 90 corpos-de-prova. Após
a fundição, os corpos-de-prova foram submetidos a jatos de ar com microesferas
de vidro e ao ultra-som, em solução de detergente caseiro. Em seguida, foram
acentados nos troquéis de aço inoxidável, sob carga estática de 9 Kg. As
leituras da interface troquel-coroa foram feitas no microscópio comparador
Leitz (Alemanha) e os dados submetidos à análise de variância e ao teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Os
resultados mostraram que a liga à base de prata-paládio (Palliag-M) apresentou
melhor ajuste cervical, quando analisado o fator ligas. As fontes resistência
elétrica e gás-oxigênio determinaram o melhor ajuste cervical, ambos
estatisticamente diferentes da fonte acetileno-oxigênio. O ombro reto mostrou
melhor ajuste cervical, quando analisado o fator término cervical.
Apoio Financeiro da FAPESP
- Processo 1996/1976-4
026
Liberação
e recarregamento de fluoreto de materiais compósitos e ionoméricos
A.R.
VIEIRA*; I.P.R. SOUZA; A. MODESTO
Odontopediatria - FO.UFRJ
O objetivo
deste trabalho foi avaliar o padrão de liberação de fluoreto de compósitos e
cimentos de ionômero de vidro, frente a uma situação de alto desafio cariogênico.
Foram confeccionados 15 corpos de prova padronizados de Chelon Fil-ESPE (CF),
Vitremer-3M(Vi), VariGlass-Dentsply (VG), Dyract-Dentsply (Dy) e
Heliomolar-Vigodent(Hm), perfazendo um total de 75, os quais foram submetidos
por 14 dias a ciclos de desmineralização e remineralização, para simular um
alto desafio cariogênico. A partir do 8º dia em diante, efetuou-se a aplicação
de uma solução a base de dentifrício (1.100 ppmF) por 5 minutos/2 vezes ao
dia, e a liberação diária de fluoreto dos materiais para os meios foi
quantificada.. Os valores de fluoreto mensurados foram analisados
estatisticamente (ANOVA) a um nível de significância de 5%. Os materiais,
exceto o HM, do quarto ao sétimo dias na solução desmineralizante, foram
capazes de liberar fluoreto em quantidades mensuráveis durante todo o
experimento, tanto para a solução desmineralizante, quanto para a
remineralizante. Os valores de fluoreto liberado pelo CF, Vi, VG e Dy foram
maiores na solução desmineralizante (p<0.05) durante praticamente todo o
experimento. Já o Hm apresentou maiores valores na solução remineralizante
(p<0.05), durante todo o experimento.
Foi possível
concluir que todos os materiais foram capazes de captar fluoreto do meio para
posteriormente liberá-lo e as variações encontradas, provavelmente, se devem
as suas características distintas.
027
Efeito
do tratamento superficial e sistema adesivo na resistência da união de reparos
de cerâmica –
W.G.
ASSUNÇÃO*; M.A.J. ARAÚJO; E.C.S.SALGADO; R.Q. PADILHA
Depto de Mat. Odontol. e Prótese
- FOSJCampos - UNESP - C.P. 314- CTA-SJC
O objetivo
do trabalho foi avaliar a resistência ao cisalhamento da união resina
composta/cerâmica frente a dois diferentes tratamentos da superfície cerâmica
e dois sistemas adesivos multi-uso ou universais. Foram confeccionados quarenta
corpos-de-prova cerâmicos divididos em dois grupos de tratamento da superfície
cerâmica: grupo I - abrasão com ponta diamantada, grupo II - jateamento com óxido
de alumínio, seguidos do condicionamento com ácido fluorídrico gel a 10%.
Esses dois grupos foram divididos em dois sub-grupos para tratamento com
diferentes sistemas adesivos: A-Optibond-Kerr e B-Scotchbond Multi-Uso Plus-3M e
posterior aplicação da resina composta (Z-100). As amostras foram estocadas em
água destilada durante 24 horas a uma temperatura constante de 37oC,
em seguida submetidas a ciclagem térmica e rearmazenadas no mesmo ambiente por
mais 24 horas. Em seguida foram levadas ao ensaio mecânico a uma velocidade
constante de 0,25mm/min até a fratura, depois da qual as amostras foram
avaliadas a olho nú e ao microscópio eletrônico de varredura para análise
dos sítios de fratura. As médias de resistência ao cisalhamento (MPa) da união
cerâmica/resina composta foram: grupo IA = 37,89; grupo IB = 40,14; grupo IIA =
41,8; grupo IIB = 39,86. Esses resultados foram submetidos a análise de variância
ao nível de 5%, e não apresentaram diferenças estatisticamente significantes.
Pode-se
concluir que os diferentes tratamentos superficiais e sistemas adesivos
utilizados não influenciaram na resistência ao cisalhamento da união cerâmica/resina
composta. As falhas coesivas superaram em muito as adesivas e ocorreram
predominantemente na cerâmica.
Apoio
Financeiro: FAPESP - Processo n0 95/3574-8
028
Desajuste
das bases de prova de resina em prótese total
E.T.KIMPARA*;
L.C. VILLELA; I.BALDUCCI.
Depto de Mat. Odontol. e Prótese
- FOSJCampos - UNESP - C.P. 314.
A proposta
deste trabalho foi de verificar se existia diferença entre o grau de desajuste
nas bases de prova de resina empregada em prótese total, levando-se em
consideração as seguintes variáveis: técnica de confecção; forma de
armazenagem; tempo de armazenagem e diferentes locais da base. O material
empregado foi a resina acrílica ativada quimicamente da marca “Clássico”.
Foram utilizados 12 modelos de gesso pedra simulando uma maxila desdentada. No
primeiro grupo, 6 modelos, o material foi depositado, sobre o modelo isolado, na
fase pegajosa, adaptado até se conseguir espessura uniforme e o excesso
recortado. No segundo grupo, 6 modelos, a resina foi prensada entre duas placas
de vidro, na fase plástica, até se conseguir espessura de +/- 2 mm e adaptado
ao modelo. Após a polimerização foi interposta, entre a base e o modelo,
silicona para moldagem de consistência leve. Polimerizada a silicona esta foi
removida e mensurada com um espessímetro na região posterior do palato,
vertente vestibular da tuberosidade e na região do canino. Três bases de cada
grupo foram armazenadas em água e as outras reposicionada nos respectivos
modelos. Repetiu-se a mensuração depois de 24 horas, 1 semana e 1mes. Os
resultados foram submetidos a análise estatística sendo verificada significância
nos fatores local e tempo de armazenagem, assim como na interação técnica X
local.
Conclui-se
que a técnica de confecção e a forma de se armazenar não influíram no grau
de desajuste das bases de prova; o grau de desajuste observado nos diversos
locais foi diferente e também houve diferença de acordo com o tempo de
armazenagem.
029
Adesão à
dentina - Influência do laser, condicionamento ácido e hipermineralização
S.E.P. GONÇALVES*;
M.A.M. ARAUJO.
Depto. de Odontologia
Restauradora, Fac. Odont. de S. J Campos, UNESP.
As
desvantagens geradas pelo condicionamento ácido total, sobretudo em função da
profundidade dentinária, têm estimulado a pesquisa de novos tratamentos desse
substrato. Este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos do pré-tratamento
da dentina com laser Nd, condicionamento ácido e hipermineralização, na
resistência adesiva (RA) do sistema SMUP. Foram empregados 60 incisivos bovinos
íntegros e conservados em freezer -18°C. Após a exposição da dentina
vestibular, radiografias foram tomadas para controlar a espessura do
remanescente. Os espécimens foram divididos em dois grupos:(1) Controle, imerso
em água destilada e conservado em geladeira a 4°C; (2) Mineralizado, imerso em
solução mineralizante por 14 d. Cada grupo foi dividido em três sub-grupos,
conforme o pré-tratamento da dentina: F-(ácido + primer + adesivo);
AL-(ácido + primer + adesivo + laser); LA-(laser + ácido + primer
+ adesivo). Um cilindro de resina (Z100-3M) foi confeccionado sobre a dentina e
a RA testada em Instron a uma velocidade de 0,5mm/min. ANOVA e ANCOVA, ao nível
de 5%, revelaram que: os Pré-Tratamentos influenciaram significativamente a RA
(p<0,05), proporcionando efeitos médios na ordem AL (9,96 MPa), F (7,28 MPa)
e LA (4,87 MPa); a interação entre os fatores Grupo (1 e 2) e Pré-Tratamento
(F,AL, LA) influenciou significativamente a RA (p<0,05), sendo maior para a
interação Controle/AL (11,64 MPa); a espessura de dentina não influenciou
significativamente a RA.
Os
resultados obtidos sugerem que o pré-tratamento
da dentina com laser Nd, após a aplicação do sistema adesivo, é eficiente na
obtenção de maiores valores de RA e promissor na criação de um novo
substrato adesivo.
030
Efeito do
polimento na liberação do fluor do CIV resinoso
M.C.
FIGUEIREDO*; A.F. GRANVILLE-GARCIA; A. WANDERA; J.E. NÖR
Disciplina de
Odontopediatria. Universidade de Michigan / FO.UFRGS – Brasil
A liberação
de flúor medida em saliva artificial do cimento de ionômero de vidro
modificado é semelhante ao cimento de ionômero de vidro autopolimerizável.
Contudo a camada superficial formada pela não polimerização do BIS-GMA em
contato com o ar pode influenciar a liberação inicial de flúor. O objetivo
deste estudo foi deterninar o efeito do polimento do cimento de ionômero de
vidro modificado na liberação de flúor “in vitro”. Dez discos medindo
3x4x2mm de VitrEmer (V) [3M] e Photactil (PF) [Espe Premier], Fuji II LC (FLC),
e o controle Fuji IX (FIX) [GC Corporation] foram preparados. Cinco espécimes
de cada grupo escolhido ao acaso para serem polidos (P) e outros cinco
continuaram não polidos (NP). Todos os discos foram então separados em frascos
com 5 ml com saliva artificial dos quais foram analisadas a liberação de flúor
(PPM) usando um fluorímetro (Orion Research) depois de 1,5 e 10 dias. Os
resultados foram estatisticamente analisados utilizando os métodos de Kruskal
Wallis One Way Anova on Ranks e o Student Newan-keuls para as múltiplas comparações.
Os resultados foram os seguintes (medidas de liberação de flúor em ppm):
Diferenças
estatisticamente significantes entre os grupos estudados foram observados
(p<0,001), assim como também quando se comparou os grupos dos espécimes
polidos com os não polidos (p<0,05). Estes resultados demonstraram que o
polimento reduz a liberação de flúor do cimento de ionômero modificado as
primeiras 24 horas após a sua polimerização.
1 DIA
5 DIAS 10
DIAS
FLCP
2.680*
2.076*
1.570*
FLCUP 5.690
3.506 2.256
VP
9.372*
4.318
2.126
VUP
12.592
5.022
2.238
PFP
9.380*
5.272*
3.534*
PFUP 19.080
14.320 9.262
FIXP
3.508
1.454*
0.762
FIXUP 5.044
2.144 1.020
031
Influência
do OZE no tracionamento de coroas de níquel-cromo
F. Martins*; F..A. e Silva; S. Consani; M. F. De Goes.
Depto. de Odont. Rest.-Área
Mat. Dentários. F.O.Piracicaba-UNICAMP
O objetivo
deste estudo foi verificar a resistência à tração de retentores totais metálicos,
cimentados em dentes humanos, utilizando cimento provisório a base
de óxido de zinco contendo ou não eugenol, previamente a cimentação
com três cimentos definitivos: um cimento de fosfato de zinco, um cimento de
ionômero de vidro e um cimento resinoso dual. Foram usados 45 dentes molares
humanos hígidos recém-extraídos. A coroa de cada dente foi preparada em torno
mecânico até a obtenção da forma de um preparo cônico para coroa total Os
retentores foram obtidos através da técnica de fundição de liga à base de
Ni-Cr pelo método da cera perdida. As amostras foram divididas em três grupos
de 15 unidades. A cimentação foi realizada através de um dispositivo de carga
estática compressiva de 15Kg durante 15 minutos e os testes de tração através
de uma máquina de ensaio universal. O grupo número 1 não recebeu cimentação
provisória (Controle), e cada subgrupo foi cimentado com um dos cimentos
definitivos. O grupo 2 recebeu cimentação provisória com cimento Temp Bond e
posterior cimentação definitiva da mesma forma que o grupo 1. O grupo 3
recebeu cimentação provisória com cimento Temp Bond NE e cimentação
definitiva como o descrito anteriormente. A análise de variância e o teste de
Tukey mostraram que os valores médios obtidos para os três grupos
(Controle,Bond e Bond NE) não apresentaram diferenças estatisticamente
significantes, detectando-as somente quando se comparou os três cimentos
definitivos entre si (Cimento de ionômero de vidro 20,379 kg/cm2
, cimento de fosfato de zinco 12,445 Kg/cm2
e o cimento resinoso 8,082 Kg/cm2).
Analisando
os resultados os autores concluíram que não há influência dos cimentos
provisórios contendo ou não eugenol na resistência à remoção por tração
de coroas totais de níquel-cromo cimentadas definitivamente com cimento de
fosfato de zinco, cimento de ionômero de vidro e cimento resinoso dual sobre
dentina.
032
Resina epóxica
como material para modelo
O.ZANIQUELLI*;
I.A.ORSI.
Departamento de Materiais
Dentários e Prótese - FORP/USP- Ribeirão Preto-SP
O objetivo
deste trabalho foi avaliar a alteração dimensional de uma formulação com
resina epóxica mais material de carga, como material alternativo do gesso tipo
IV para confecção de troquéis.
Como matriz
polimérica utilizou-se resina epóxica MY-750 (10g), catalisador HY-837 (3,5g),
comercializados pela Ciba-Geigy. Como material de carga utilizou-se carbonato de
cálcio (10,0 g) e óxido de zinco (3,0g). Para avaliação da alteração
dimensional do material em questão foram confeccionados dez corpos de prova de
cada um dos modelos, a partir de: 1) uma matriz metálica cilíndrica (f = 8 mm
e h = 5 mm) e 2) uma matriz metálica com preparo MOD. A adaptação da restauração
MOD, que se encaixava perfeitamente à matriz metálica, foi avaliada em pontos
de referência, abrangendo as regiões oclusal, mesial, distal e cervical. As
medições foram realizadas com microscópio de dupla coordenada Zeiss, (modelo
ZKM-0-250), que apresenta uma precisão de 0,2 mm. Em relação à matriz cilíndrica,
a resina epóxica apresentou contração de (0,038+0,002) %. Pelo teste t
(Student), não houve diferença estatisticamente significativa a nível de 1%,
entre a adaptação da restauração MOD nas matriz metálica e no troquel de
resina epóxica, em quaisquer dos pontos avaliados.
Em relação
aos resultados obtidos conclui-se que a resina epóxica avaliada é uma
alternativa viável como material para confecção de troquéis, com a vantagem
de não absorver água do ambiente e possuir uma resiliência favorável à
resistência ao impacto.
033
Selante vs
Compômero. Avaliação da penetração e infiltração em fóssulas e fissuras
M.F.A.
SOUSA*; R.M.P. RONTANI
Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da UNICAMP – SP
A
efetividade dos selantes e sucesso clínico depende da retenção e redução da cárie oclusal. Este estudo avaliou a penetração
e a microinfiltração do selante FluroShield (Dentsply) e do compômero
Compoglass (Vivadent). Foram selecionados 64 pré-molares hígidos, divididos em
8 grupos, na qual 4 deles foram submetidos à técnica Convencional (TC) e os
outros à técnica Invasiva (TI). Grupo 1:TC e aplicação do Compoglass; grupo
2: TI e aplicação do Compoglass; grupo 3: TC, primer SCA e Compoglass; grupo
4: TI, primer SCA e Compoglass; grupo 5: TC e aplicação do FluroShield; grupo
6: TI e aplicação do FluroShield; grupo 7: TC, primer PSA e FluroShield; grupo
8: TI, primer PSA e FluroShield. Em seguida, os dentes foram submetidos a 500
ciclos térmicos, em banhos alternados de 5° e 60°C e imersos em uma solução
de fucsina básica a 0,5% por 24 hs. A seguir, os dentes foram seccionados no
sentidos vestíbulo-lingual, polidos, as superfícies observadas em um microscópio
óptico e as imagens processadas em um computador (Diracom3). Os valores de
percentuais de penetração dos materiais foram submetidos à análise de variância
e ao teste de Tukey (p< 0,05). Os valores de penetração foram
significativamente maiores para os dois materiais na técnica invasiva e o grupo
4 foi estatisticamente superior aos demais (p<0,05). A presença de
microinfiltração foi observada em todos os grupos, sendo decrescente na
seguinte ordem percentual: grupos 1>2>8>7>4>5>6.
O uso do
primer melhorou a capacidade de penetração dos materiais, mas não impediu a
microinfiltração.
Apoio
Financeiro da CNPq - Processo 135102/95-2
034
Efeito dos
métodos de secagem na adesão da resina à dentina
G.C.F.PACHANE*;
M.F.DE GOES; F.GARCIA-GODOY
Fac. Odont.de
Piracicaba-UNICAMP, Univ. of Texas, HSC at San Antonio
Esse estudo comparou a resistênica de união
da resina composta aderida à dentina úmida, após condicionamento ácido e
procedimentos técnicos para remover o excesso de água. Sessenta molares
humanos foram usados. A superfície oclusal de cada dente foi desgastada com
lixas de carboneto de silício de granulação: 240, 320, 400 e 600. Após a
limpeza em ultra-som, uma fita de teflon com uma abertura de 4mm de diâmetro
foi aplicada no centro da superfície exposta da dentina de cada molar. A
seguir, a dentina foi condicionada com ácido fosfórico a 32% (Uni-Etch, Bisco)
por 15s e lavadas com água. Quarenta mL de água destilada foram adicionadas
sobre a dentina delimitada para assegurar excesso de água na superfície dentinária.
As amostras foram divididas aleatoriamente em quatro grupos de 15 dentes cada.
Grupo 1: As superfícies dentinárias condicionadas foram secas com jato de ar
por 3s; Grupo 2: Secagem com papel absorvente (Kimwipes); Grupo 3: O excesso de
água foi removido com pincel (Benda Brush); Grupo 4: O excesso de água foi
removido com algodão hidrofílico (Tidi). Nos grupos 2, 3 e 4 a superfície da
dentina permaneceu visivelmente úmida. Duas camadas de “One-Step” (Bisco)
foram aplicadas nas superfícies dentinárias seguida por secagens suaves de ar
por 5 segundos. Duas camadas adicionais foram aplicadas, secas e polimerizadas
por 10 segundos. Dois terços do cilindro plástico foi preenchido com resina
composta (Z 100, 3M Co.), e polimerizado por 40 segundos. O terço final do
cilindro foi preenchido, posicionado sobre a dentina e polimerizado por 40
segundos. Todas as amostras foram imersas em água destilada por 24 horas à
temperatura ambiente e logo após submetidas a 500 ciclos térmicos nas
temperaturas de 5 e 55ºC. A seguir
os corpos-de-prova foram submetidos ao esforço de cisalhamento em uma máquina
Instron sob velocidade de 0,5mm/min. Os dados foram analisados usando ANOVA e
teste de Tukey (p< 0,05). As médias em MPa foram: Grupo 1: 12,43(±0,86);
Grupo 2: 20,13(±1,28); Grupo 3: 17,73(±1,30); Grupo 4: 20,96(±1,33). Os
resultados obtidos no Grupo 1 foram significantemente menores que os dos grupos
2,3 e 4, que não apresentaram diferenças entre si. A resistência de união
foi menor na técnica de secagem com ar por 3 segundos do que nas demais técnicas,
cujos valores foram semelhantes entre si. Apoio FAPESP 95/4467-0.
035
Avaliação
da rugosidade da superfície de uma resina composta híbrida
A . K.
BARON; E. PISANESCHI*
Departamento de Odontologia
Restauradora da FO-PUCCAMP
O acabamento
e polimento de restaurações em resina composta é um importante passo para o
sucesso final destas restaurações, pois sabe-se que a falta de polimento
promove uma superfície rugosa com a possibilidade de ocorrer degradação
marginal, bolhas e descoloração das restaurações. Esse trabalho teve como
objetivo principal o estudo de quatro diferentes técnicas de acabamento e
polimento que foram empregadas em espécimes de uma resina composta de partícula
híbrida (APH - Dentsply). A rugosidade das superfícies da resina composta foi
avaliada através de um rugosímetro (Surftest - Mitutoyo do Brasil). As técnicas
empregadas foram todas precedidas pelo uso de uma tira de matriz de poliéster.
Quatro tipos de polimento foram empregados, a saber: a) Grupo I - controle -
somente o uso da tira matriz de poliéster; b) Grupo II - uso dos discos Sof-Lex
(3M) segundo recomendações do fabricante; c) Grupo III - uso de uma broca
multilaminada de 14 lâminas (Maillefer) e Grupo IV - uso de uma ponta
diamantada de fina granulação (Fava) seguida do uso do sistema Enhance
(Dentsply). Os resultados foram obtidos através da média de quatro leituras da
rugosidade sobre a superfície dos espécimes, como pode ser observado: Grupo I
- 0,062 mm; Grupo II - 0,165 mm; Grupo III - 0,440 mm e Grupo IV - 0,690mm.
Esses resultados foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey (valor crítico
do teste Tukey = 0,1528).
Pelos
resultados da análise de variância (Grupo
I= -1.2090; Grupo II = - 0.8031; Grupo III= - 0.3606 e Grupo IV= - 0.1666)
pode-se concluir que houve significância
entre os grupos, tendo o Grupo I apresentado a maior lisura de superfície
seguido pelos Grupos II, III e IV.
036
Avaliação
da união do compósito a ligas metálicas tratadas com Silicoater MD
G.
IAZZETTI*; O. CHEVITARESE; M. JOÃO; E.T. COUTINHO
COPIPED - Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
O objetivo
da pesquisa foi avaliar o desempenho do sistema Silicoater MD quanto a resistência
ao cisalhamento (RC) em quatro ligas brasileiras e uma estrangeira (Biobond II).
Foram confeccionados 75 corpos-de-prova fundidos (cp’s) de base
retangular (5x6x1 mm) com Durabond II - NiCr (A); Duracast - CuAl (B); Palad -
AgPd (C); Biobond II - NiCr (D); Premium - CoCr (E), cada grupo com 15 cp’s.
Após jateamento com alumina (partículas de 250 mm), uma das superfícies
maiores de cada um dos cp’s foi silanizada (Silicoater MD, Kulzer) e sobre ela
foi aplicada uma matriz de silicone com um orifício de 3 mm de diâmetro por 3
mm de altura, que foi preenchido com compósito fotopolimerizável (Dentacolor,
Kulzer). Os cp’s foram
termociclados (720 ciclos em 5o e 55oC - 1 min em cada) e posteriormente submetidos ao teste de
cisalhamento com velocidade de deformação de carga de 0,5 mm/min.
As médias dos resultados encontrados em MPa e seus respectivos
desvios-padrão foram: A=19,19 (2,90); B=16,71 (2,37); C=14,63 (1,38); D=13,17
(2,22); E=11,31 (3,64). A análise estatística foi feita utilizando o teste F de
Brieger, onde verificou-se diferença significativa a nível de 1% entre as médias
do resultados, e posteriormente o teste de Tukey, onde constatou-se diferença
significativa a nível de 5% entre as médias dos resultados dos grupos A e C, A
e D, A e E, B e E. Após análise
ao MEV verificou-se ausência de solução de continuidade entre a resina e o
metal em todos os casos.
De acordo com a
metodologia empregada o sistema Silicoater MD mostrou-se eficiente na união de
resina a metal com as cinco diferentes ligas metálicas utilizadas, quanto à
RC. A liga que apresentou maior média
de RC foi a Durabond II e a liga que apresentou menor desvio-padrão entre as médias
de RC foi a Palad.
037
Alteração
dimensional de moldes em resina acrílica gelada e elastômeros
J.C.F.
SOARES*; J. MONDELLI; D.F. CÔRTES
Departamento de Dentística
- Faculdade de Odontologia de Bauru –USP
Avaliou-se a
alteração dimensional de moldes em resina acrílica gelada, variando-se a técnica
de moldagem (reembasamento do casquete), comparativamente a moldes obtidos por
casquete acrílico preenchido com mercaptana, silicona de adição e poliéter.
Foi utilizado um dispositivo metálico contendo um troquel para casquetes e um
para moldagem. Os moldes foram metalizados pela eletrodeposição de íons
prata. A alteração dimensional foi mensurada em microscópio de profundidade,
pela discrepância de alinhamento horizontal entre a borda oclusal de um anel de
aço que se adapta perfeitamente ao troquel padrão, e a face oclusal de cada
troquel reproduzido. As médias das alterações dimensionais e respectivos
desvios-padrão, em micrômetros foram: A-) 678,8 (+ 59,2) para Duralay
sem reembasamento, 379,9 (+ 72,9) para Duralay com reembasamento, 18,8 (+
6,2) para Permlastic, 21,6 (+ 19,9) para Impregum F, 1,4 (+ 9,5)
para Provil M e 34,7 (+ 22,4) para Imprint. Os resultados foram
submetidos à Análise de Variância e método de comparação individual
Tukey-Kramer.
Os dois
grupos experimentais de resina acrílica (com e sem reembasamento) apresentaram
diferença estatisticamente significante entre si e em relação aos demais
grupos experimentais.A silicona de adição Provil M apresentou o menor valor de
desadaptação e diferença estatística significante quando comparada ao
Imprint e ao Impregum F.
CNPq
processo no 303802/86-3.
038
Reparo com
compósito em métalo cerâmica: tratamento superficial do metal
R. S.
MAMEDES; O. CHEVITARESE*; R. MAMEDES
Dep. de Dentística da
FO-UERJ/Dep. Odontopediatria e Ortodontia da FO-UFRJ
Os trabalhos
de métalo-cerâmica estão sujeitos à fratura da parte estética deixando por
vezes a parte metálica exposta.
O presente trabalho objetiva comparar dois tratamentos superficiais do
metal, visando ao reparo com compósito. Trinta
fundições (Litecast B. Williams) (10 x 10 x 2mm) foram obtidas e cada uma foi
fixada pelos respectivos sprue e botão com gesso (Durone, Dentsply) em anéis
de PVC, após acabamento da superfície com lixa d’água 600, de tal modo que
esta superfície ficasse perpendicular a base do anel.
Foram formados 2 grupos com 15 corpos de prova cada.
Adesivo (Prime & Bond, Dentsply) foi aplicado aos espécimes do grupo
A e aos do grupo B somente após jateamento com alumina (#60) (Microetcher II,
Danville Eng. Inc.) por 15s à 2mm da superfície.
Um disco de borracha com orifício de 3,55mm de diâmetro e 2mm de altura
foi apoiado na área central de cada espécime e o orifício preenchido com
Z-100 (3M) e fotopolimerizado por 30s. Após
10 minutos, cada espécime foi armazenada à
36 ± 1o
C por 12 dias. Teste de cisalhamento com velocidade de 0,5mm/min. foi realizado.
Resultados em Mpa (DP): A: 4,42 (2,50) e B: 10,75 (3,86). Houve diferença
estatisticamente significante (Anova, p£0,05) entre os dois grupos.
Dentro
dos limites deste trabalho o jateamento associado ao adesivo pode ser útil no
reparo clínico de metalocerâmica danificada com exposição do metal.
Apoio
financeiro CAPES
039
Microinfiltração
Marginal do amálgama aderido. Efeito de vários agentes intermediários
ORBEGOSO
FLORES; V.H.*, CANDIDO, M.S.M.; RODRIGUES,A.L.
Depto.Odont.Restauradora,
Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP-SP-Brasil.
O objetivo
deste estudo foi analisar a microinfiltração
marginal nas paredes oclusal e gengival de cavidades de classe V
restauradas com amálgama. Para este estudo foram confeccionadas 60 cavidades em
dentes pré-molares de humanos recentemente extraídos, livres de cáries. Os
dentes foram divididos em 4 grupos: G1- somente com amálgama (Controle); G2-
Verniz cavitário (Cavestesim) Amálgama; G3- Cimento de Ionômero de
Vidro(Vidrion C)+Amálgama e G4-Sistema Adesivo (All Bond 2)+Amálgama. As
restaurações foram realizadas com a liga de alto teor de cobre, Permite C.
Após a confecção das amostras foram armazenadas por 24 horas, a 37+1o
C e posteriormente submetidas a tratamento de termociclagem em água por 200
ciclos a temperatura de 8+2o
C e 50+2o
C. A seguir as amostras foram submetidas ao teste de microinfiltração
utilizando uma solução aquosa de Rodamina B 0,2% por 24 horas, e após, as
amostras foram avaliadas de acordo com os critérios de microinfiltração de
Retief et al. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística de
Kruskal-Wallis, onde através dos resultados concluiu-se que:
•
Nenhum material intermediário associado ao amálgama foi capaz de controlar a
microinfiltração marginal
• Os
materiais adesivos, representados através dos grupos G3 e G4 apresentaram
melhor comportamento no controle da microinfiltração marginal.
• Na
parede oclusal, os materiais intermediários apresentaram comportamentos
estatisticamente diferentes no controle da microinfiltração marginal, onde
G4>G3>G1>G2.
• Na
parede cervical, os materiais intermediários apresentaram comportamentos
estatisticamente diferentes no controle da microinfiltração marginal, onde
G4>G3>G2>G1.
040
Efeito da
umidade relativa na estabilidade dimensional de materiais restauradores
A.B.
SOARES*; M.F. DE GOES; S. CONSANI; M.A.C. SINHORETI
Faculdade de Odontologia de
Piracicaba - UNICAMP - SP.
O objetivo
deste estudo foi avaliar o efeito da umidade relativa (U.R.) na estabilidade
dimensional dos cimentos restauradores ionoméricos Vidrion R (SS White) e
Chelon Fil (ESPE), modificado por resina (Vitremer-3M), duas resina modificadas
por poliácidos (Compoglass/ Vivadent e Dyract/Dentsply) e a resina composta
Z-100 (3M). Os corpos-de-prova foram obtidos em matrizes metálicas circulares
medindo 16 mm de diâmetro por 2 mm de espessura. Foram confeccionados dez
corpos-de-prova para cada produto, sendo cinco deles em ambiente à temperatura
de 230
± 10C
e 50 ± 5% de U.R. e os outros cinco à temperatura de 230
± 10C
e umidade relativa de 80%. Os materiais foram manipulados de acordo com as
instruções dos fabricantes. Logo após os procedimentos de confecção, os
corpos de prova foram armazenados a 370C
e 100% de U.R., durante uma hora. Decorrido o tempo de armazenagem, a interface
material-matriz metálica foi mensurada através de ocular micrométrica com
tambor graduado acoplada na objetiva de um microscópio. Os valores obtidos
foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey em nível de 5% de
significância. Os materiais Vidrion R e Chelon Fil apresentaram valores de
contração de presa significativamente maiores no ambiente de 50% de U.R, em
relação ao ambiente de 80% de U.R. Os valores apresentados pelos demais
materiais não diferiram estatisticamente entre si (p > 0,05) e foram
inferiores àqueles dos cimentos Vidrion
R e Chelon Fil. Os valores de contração de presa apresentados por todos os
materiais foram significativamente diferentes entre si (p < 0,05) nos
ambientes de 50% ou 80% de U.R. na seguinte ordem decrescente: Vidrion R >
Chelon Fil > Z-100 > Vitremer > Compoglass > Dyract. Todos os
materiais apresentaram contração de presa, independentes da composição e
umidade relativa. Apoio
financeiro do CNPq - Processo 131467/95-6.
041
Avaliação
da adesão de materiais a base de ionômero de vidro à dentina e ao esmalte de
dentes decíduos
L. BITTTENCOURT*;
K. DIAS; M. S. MIRANDA -
Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e UFRJ,
O objetivo
deste estudo foi avaliar a adesão à dentina de três materiais a base de ionômero
de vidro: Vitremer (3M) - VIT, Dyract Dentisply - DYR e Vidrion (SSW) - VID.
Trinta dentes decíduos foram selecionados para este experimento. Os dentes
foram embebidos em resina epóxi, lixados para exposição da face vestibular e
divididos em três grupos. Após o condicionamento da superfície segundo as
instruções do fabricante, cada corpo de prova recebeu um cilindro
confeccionado com um dos materiais. O
cilindro, construído com auxílio de um molde de teflon, possuía 5mm. de
altura e 3mm. de diâmetro. Após a presa do material, os corpos de prova foram
estocados em 100% de umidade a 370C
e, após 7 dias, submetidos a teste de cisalhamento, em uma máquina de ensaios
mecânicos. A força média, em Kgf, foi: DYR= 13,36; Vit
= 5,78 e Vid = 2,81. Os resultados
foram tratados por ANOVA e teste de Tukey (P < 0,05). O material DYR
foi estatisticamente diferente do VIT e do VID. Após o teste de cisalhamento,
as superfícies de cinco corpos de prova de cada grupo foram avaliadas em
Microscopia Eletrônica de Varredura, que comprovou que a natureza da união do
VID era adesiva enquanto que no VIT e DYR era coesiva.
Baseado
nos resultados, os autores concluíram que o material Dyract apresentou a melhor
adesão ao esmalte e dentina de dentes decíduos.
042
Influência da esterilização de dentes humanos na força
de adesão de um adesivo dentinário
M. S. MIRANDA*; E. F.
LOPES; A. D. TEDESCO; K. DIAS - Dep. de Clínica Odontológica, FO. UFRJ. e UERJ
Rio de Janeiro,RJ (021) 571-2404
A
necessidade de se reduzir o risco de contaminação durante a manipulação de
dentes humanos extraídos, em pesquisas in vitro, levou os autores
a avaliar a influência de dois métodos de esterilização na força de adesão
de um adesivo dentinário. Foram utilizados 15 terceiros molares hígidos, recém
extraídos, armazenados em água destilada à temperatura ambiente. Estes foram
divididos em 3 grupos. O grupo 1 foi submetido à esterilização química com
solução de glutaraldeído à 2 %, Anti G Plus (Herpo), durante 10 horas. O
grupo 2 foi esterilizado por método físico, em Autoclave à temperatura de 260o
F, à 20 psi, por 20
minutos. E o grupo 3, controle, não recebeu qualquer tratamento. Logo após, os
dentes foram seccionados longitudinalmente separando as faces linguais das
vestibulares, e incluídos em resina. As superfícies dentinárias foram
planificadas com lixas d’água 400 e 600 e recobertas com uma fita de teflon
contendo uma perfuração de 4 mm. A dentina foi condicionada com ácido fosfórico
à 37 % (Dentsply) por 15 segundos e com o sistema adesivo Prime & Bond 2.1
(Dentsply), conforme especificações do fabricante. A resina TPH Spectrum
(Dentsply) foi aplicada sobre a dentina preparada, formando um cilindro de 6 mm
de comprimento por 3mm de diâmetro. Após 7 dias armazenados em água destilada
à temperatura ambiente foi realizado o teste de cisalhamento em máquina de
ensaios mecânicos. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA e
LSD, (p < 0,05). As médias em Kgf foram: grupo 1=5,13 + 1,55; grupo
2=6,62 + 2,88 e Grupo 3=8,44 + 3,11.
O grupo 3
foi estatisticamente diferente dos grupos 1 e 2. Os métodos de esterilização
testados alteraram a força de adesão dentinária., o que impossibilita a sua
utilização para experimentos in vitro.
043
Influência
do tratamento do esmalte na força de adesão da recimentação de prótese
adesiva
A. D. TEDESCO; M. S.
MIRANDA; E. F. LOPES; K. DIAS - Depto. de Clínica Odontológica FO UFRJ e UERJ,
Rio de Janeiro, RJ
O objetivo
deste estudo foi avaliar a influência de dois métodos de tratamento do esmalte
dentário, na força de adesão de próteses adesivas recimentadas. Foram
utilizados 21 terceiros molares humanos hígidos, recém-extraídos, seccionados
longitudinalmente em vestibular e lingual. Estes foram incluídos em resina,
totalizando 42 corpos de prova. O esmalte planificado com lixas d’água 400 e
600. As superfícies foram cobertas com fita de teflon contendo uma janela de
4mm de diâmetro e condicionadas com ácido fosfórico 37% (Dentsply) por 30
seg., e com o adesivo, Pró-bond (Dentsply). Foram cimentados cilindros metálicos
de Ni-Cu Verabond (Albadent), tratados com jato de óxido de alumínio Microetch
(Danville Enginneering) 50 microns, 80lbs utilizando-se cimento resinoso Enforce
(Dentsply), conforme recomendação do fabricante. Os corpos de prova foram
armazenados por 7 dias em água destilada à temperatura ambiente, e submetidos
ao 1o.
teste de cisalhamento. Os espécimes foram distribuídos em 3 grupos, e
receberam diferentes tratamentos. Grupo 1- ácido fosfórico 37% por 40 seg.;
Grupo 2 - jato de bicarbonato de sódio Odontojet (Rhos) 60lbs por 90 seg. + ácido
fosfórico 37% por 40 seg.; Grupo 3 - ultra-som Cavitron (Dentsply) por 90 seg.
+ ácido fosfórico 37% por 40 seg. Os cilindros foram recimentados nos seus
respectivos espécimes utilizando a mesma técnica. Após 7 dias armazenados em
água destilada à temperatura ambiente, os corpos de prova foram submetidos ao
2o.
teste de cisalhamento. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA e
LSD (p£0,05). A media dos grupos em Kgf, foi: Grupo 1=15,38± 3,14, grupo
2=12,73± 2,22 e grupo 3=13,82±4,50.
Os
autores concluíram que não houve diferença estatística entre os 3 grupos,
tendo os métodos a mesma eficiência.
044
Avaliação
da microinfiltração em restaurações de resina composta com adesivos de última
geração
M. PARAIZO*; K. DIAS; A.
NOVIS - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
O objetivo
deste experimento foi avaliar o efeito do selante superficial Fortify (Bisco) no
controle de infiltração marginal de restaurações tipo Cl. V de resina
composta. Vinte dentes humanos foram selecionados. Cada dente recebeu duas
cavidades tipo Cl. V com 3mm. de largura e de profundidade, com uma margem em
esmalte e outra em cemento. Os dentes foram divididos em 4 grupos: Grupo I -
Scotchbond Multi Uso (3M) e TPH (Dentisply); Grupo 2- Scotchbond Multi Uso, TPH
e Fortify (Bisco); Grupo 3 - Prime§Bond 2.1 (Dentisply) e TPH E Grupo 4 Prime§Bond
2.1, TPH e Fortify. O dentes foram
restaurados segundo as instruções do fabricante.
Após restaurados, os dentes sofreram ciclagem térmica, foram corados
com solução de nitrato de prata a 50% e seccionados. Três avaliadores
calibrados avaliaram a infiltração do corante e adaptação marginal em uma
escala de 0 a 3, utilizando lupa e MEV. Os resultados foram tratados
estatisticamente por ANOVA, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p < 0,05).
Os postos médios dos resultados para esmalte e cemento foram respectivamente:
Grupo 1= 0,0 e 24,77; Grupo 2= 0,0 e 14,91; Grupo 3= 0,0 e 32,82 e Grupo 4= 0,0
e 21,27. Não foi possível observar diferença estatisticamente significante
entre os Grupos 1 e 3 e entre os Grupos 2 e 4.
A análise
com MEV e os resultados estatísticos levaram os autores a concluir que o
Fortify reduziu a microinfiltração em cemento, que não houve microinfiltração
nas margens de esmalte e que os adesivos tiveram comportamento semelhantes.
045
Resistência
ao arrancamento de três cimentos ao níquel-cromo e dentina
E.M.ADACHI*;
D.M.FICHMAN; M.N.YOUSSEF; L.K.ADACHI
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
Com o
surgimento de uma geração de cimentos resinosos com propriedades adesivas em
dentina e a certas ligas metálicas, despertou-nos o interesse de verificar até
que ponto essas propriedades adesivas tem influência na retenção de restaurações
fundidas em ligas de níquel-cromo, em preparos de diferentes profundidades,
cimentados em dentina, verificando também a influência do tempo de
armazenamento. Sessenta pré-molares e molares hígidos tiveram as faces
oclusais desbastadas até ficarem totalmente em dentina e foram incluídos em
resina acrílica com a face de dentina exposta. Foram feitos preparos tipo
“inlay” na face oclusal do dente, todos com comprimento e largura iguais,
com diferença nas profundidades, sendo 30 de 1mm e 30 de 2mm. Todos os preparos
foram moldados com silicona, feitos modelos de gesso, enceramento e fundições
com liga de Ni-Cr. Nos 30 preparos com 1mm de profundidade, as fundições foram
cimentadas da seguinte forma: 10 com cimento de fosfato de zinco, 10 com cimento
Imperva Dual/Bond e 10 com Panavia 21. As 30 restantes com 2mm de profundidade
foram cimentadas da mesma forma. Todos foram submetidos a ciclagem térmica. Com
três dias de cimentação, 30 corpos de prova (15 com 1mm, e 15 com 2mm de
profundidade) foram submetidos ao ensaio de tração. Os restantes foram
submetidos ao ensaio com 20 dias. Os resultados foram submetidos a análise de
variância e ao teste Tukey.
Concluimos
que: O fator cimento foi altamente significativo ao nível de 0,1%. O Panavia
21 é o que apresentou melhores resultados, seguido pelo Imperva Dual/Bond.
Houve um aumento da retenção com o aumento da idade e da profundidade do
preparo.
046
Rugosidade
do esmalte após o uso de agente clareador caseiro
L.K.
ADACHI*; T.N. CAMPOS; F.W. CARNEVALE; E.M. ADACHI
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
Um número
considerável de vezes, dentes vitalizados apresentam alterações de cor,
contendo forma, contorno e alinhamento que não comprometem a estética. Em
alguns casos o uso de agentes clareadores caseiros tem sido uma opção de
tratamento. Este estudo teve como objetivo avaliar a alteração da rugosidade
superficial do esmalte com o uso dos agentes clareadores à base de peróxido de
carbamida à 10%. Foram utilizados dez dentes, incisivos inferiores centrais e
laterais, recentemente extraídos por problemas periodontais, armazenados em
soro fisiológico. Inicialmente os dentes foram polidos com escova Robison com
pedra pomes e branco de espanha e incluídos em resina acrílica com exceção
da face vestibular. Em cada corpo de prova foi utilizado o agente clareador por
4 períodos de 8 horas, definidos em 8, 16, 24 e 32 horas, mantidos à
temperatura de 37ºC e umidade de 100%. Para análise da rugosidade foi
utilizado um rugosímetro do tipo surftest Mitutoyo, com resultados do Ra em
micra. Inicialmente foi feita análise da rugosidade nos corpos de prova sem a
aplicação do agente clareador por 8 vezes cada no sentido cervico-incisal. Após
cada período de 8 horas de aplicação
do agente clareador, foram lavados em água corrente e secos com jatos de ar e
submetido novamente a análise da rugosidade. Cada corpo de prova foi submetido
8 vezes à análise, em períodos de zero horas (sem aplicação do agente
clareador), 8, 16, 24 e 32 horas e feito a média aritimética de cada período.
Em vista dos resultados da análise estátistica das médias, os autores
concluíram que não houve diferença estatística dos resultados da
rugosidade superficial do esmalte sem tratamento comparado com esmalte submetido
ao tratamento com agente clareador à base de peróxido de carbamida a 10% com
carbopol, em períodos de aplicação de 8, 16, 24 e 32 horas.
047
Avaliação
da profundidade de polimerização de resina composta fotopolimerizável em função
de diferentes intensidades de luz
E.B.FRANCO; L.R.AZEVEDO* -
Departamento de Dentística, Faculdade de Odontologia de Bauru-USP
O objetivo
deste trabalho foi avaliar a profundidade de polimerização da resina composta
Glacier (SDI,#61001), cor A2, em função de diferentes intensidades de
luz(50-650mw/cm2). Com a utilização de radiômetro e de um variador de tensão
foi possível estabelecer diferentes intensidades de luz do fotopolimerizador
(Optilux - Demetron Research Corporation). Três corpos de prova foram
preparados para cada intensidade de luz com tempo de exposição de 40s.,
utilizando-se uma matriz cilíndrica de teflon (10mm de altura X 5mm de diâmetro).
O conjunto (micromotor/ponta reta/broca de aço #8) foi conectado a um peso de
320g. para padronizar a pressão exercida na superfície exposta diretamente à
fonte de luz, assim como no lado oposto. A profundidade de penetração da broca
foi determinada com um espessímetro. As médias das profundidades de polimerização(em
mm) e desvios padrões estão na tabela abaixo:
Grupos
mw/cm2
Média
D. P.
A
50
3.70
0.2646
B
150
5.60
0.3606
C
250
6.27
0.0577
D
350
7.33
0.2646
E
450
7.03
0.3215
F
550
7.57
0.2517
G
650
8.33
0.4041
Os
resultados foram submetidos aos testes ANOVA e Student-Newman-Keuls. A
profundidade de polimerização da resina composta é diretamente proporcional
à intensidade de luz, sendo que intensidades de luz abaixo de 200 mw/cm2
proporcionaram profundidades de polimerização acima dos valores especificados
pelo fabricante.
Apoio
:PET/CAPES-FOB/USP
048
Avaliação
da profundidade de polimerização de resina composta fotopolimerizável, com e
sem a interferência de estrutura dentária
E.B. FRANCO; M. COUTINHO*;
L. R. AZEVEDO - Depto. de Dentística, Faculdade de Odontologia de Bauru-USP
O propósito
desta pesquisa foi investigar a profundidade de polimerização da resina
composta foto Glacier (SDI), cor A2, com intensidade de luz de 200 e 600 mw/cm2,
nos tempos de 40 e 80 s., com e sem a interferência de esmalte(1,5 mm de
espessura) ou esmalte/dentina (2,5 mm de espessura). Para cada condição
confeccionou-se 3 corpos-de-prova, onde utilizou-se uma matriz cilíndrica de
teflon com orifício de 10mm X 5mm. A intensidade de luz do fotopolimerizador
(Optilux, Demetron Research Corp.) foi previamente determinada com um variador
de tensão e por um radiômetro. A remoção da porção de resina composta não
polimerizada foi realizada com broca esférica #8 acoplada a um micromotor/peça
reta e a um peso de 320g., sendo a profundidade de penetração mensurada por um
espessímetro. As médias (mm) e desvios padrões estão na tabela abaixo:
mw/cm2
Interfer. Tempo
Média
D. P. mw/cm2
Interfer. Tempo
Média
D. P.
600
controle 80s.
9.53
0.3786
200 controle
80s.
8.37
0.1202
600
controle 40s.
8.67
0.1667
200 controle
40s.
7.20
0.0577
600
esmalte 80s.
6.73
0.1202
200 esmalte
80s.
6.87
0.0333
600
esmalte 40s.
6.30
0.1155
200 esmalte
40s.
4.27
0.1202
600
esm/dent 80s.
5.73
0.1856
200 esm/dent
80s.
4.23
0.0333
600
esm/dent 40s.
5.47
0.2603
200 esm/dent
40s.
3.63
0.0667
Os
resultados foram submetidos aos testes ANOVA e Student-Newman-Keuls.
O aumento
no tempo de polimerização, principalmente quando do emprego de menor
intensidade de luz (200mw/cm2)
ou pela interposição de esmalte ou esmalte/dentina, favorece uma maior
profundidade de polimerização.
049
Liberação de flúor de 1 cimento de ionômero de vidro
encapsulado e 2 manipulados manualmente
L.M.A* TENUTA; A.L.F. VIEIRA; R.C. PASCOTTO; M.F.L. NAVARRO;
E.M TAGA
Deptos. Dentística e Bioquímica,
Fac. de Odont. de Bauru – USP
O objetivo
deste trabalho foi comparar a liberação de flúor de 3 cimentos de ionômero
de vidro: Fuji II LC Capsule (F2cap), Fuji II LC (F2) e Fuji Ortho (Forto).
Foram confeccionados 8 discos (11,0 mm x 1,5 mm) para cada material. Os espécimes
foram suspensos em tubos de polietileno contendo 32 mL de água deionizada a 37oC
±1oC.
As leituras foram feitas diariamente durante 7 dias, e semanalmente aos 14, 21 e
28 dias, através de um eletrodo específico para o íon flúor (Orion, modelo
96-09) acoplado a um analisador de pH/íons (Procyon, modelo SA 720). Para cada
análise, 10 mL da água foram coletados, e a eles adicionado 1,0 mL de TISAB
III. Os dados foram submetidos a ANOVA e teste de Tukey-Kramer. A quantidade de
flúor liberada foi maior para F2, seguido de Forto e F2cap. Não houve diferença
estatisticamente significante entre a liberação de flúor de F2 e Forto
(p<0,05).
Os
resultados mostraram que o material encapsulado liberou menos flúor que o mesmo
material manipulado manualmente. Não
houve diferença entre a liberação de flúor de F2 e Forto.
7 dias
14 dias
21 dias
28 dias
F2cap
0,52 ±0,12
0,14 ±0,02
0,11 ±0,01
0,09 ±0,01
F2
0,75 ±0,12
0,21 ±0,01
0,15 ±0,01 0,12
±0,02
Forto
0,75 ±0,06
0,19 ±0,02
0,16 ±0,02
0,12 ±0,01
Liberação
cumulativa de flúor: média ± desvio-padrão, em mgF-.mm-2
Apoio:
FAPESP - Processo no
96/05361-4
050
Efeito do
tempo na resistência à tração diamentral de cimentos de ionômero de vidro
reforçados com resina
D.F.G. CEFALY*; L.L.
RIBEIRO; M.F.L. NAVARRO - Faculdade de Odontologia de Bauru FOB-USP
Este estudo
teve por objetivo avaliar a resistência à tração diamentral de três
cimentos de ionômero de vidro reforçados com resina, sendo dois deles
utilizados para restauração (Fuji II LC (F) e Fuji II LC capsule (FC)) e o
outro para cimentação de brackets ortodônticos (Fuji Ortho LC (FO)). Foram
confeccionados 5 corpos de prova de cada material (6,0mm de diâmetro (D) por
3,0mm de espessura (E)) para cada periodo de tempo (1 hora, 1 dia e 1 semana).
Os espécimes foram armazenados em água desionizada a 37±1°C antes dos
testes. A máquina de teste Kratos foi utilizada com velocidade de 0,5mm/min. A
resistência à tração diametral (RTD) foi calculada com carga de fratura (C)
usando a seguinte equação: RTD = 2C/pDE. As médias da resistência à tração
diametral e os desvios padrões (±) em MPa foram:
TEMPO/MATERIAL
F
FC
FO
1HORA
21,18 ± 1,33
22,36 ± 2,34
16,49 ± 0,91
1DIA
16,42 ± 2,80
22,42 ± 2,71
17,60 ± 1,19
1SEMANA
19,89 ± 1,06
22,83 ± 2,98
18,86 ± 1,41
Os dados
foram analizados pelos testes ANOVA e Tukey-Kramer e mostraram diferenças
estatisticamente significantes entre os materiais (p<0,05). O padrão de
resistência à tração diamentral em função do tempo foi diferente para cada
um dos materiais. O FC apresentou a maior resistência em todos os períodos.
Apoio
financeiro CNPq - processo: 523620/96-9
051
Resistência
de união entre resinas convencional e reembasadoras diretas
R.N.RACHED*;
A.L.M.CUCCI; E.T.GIAMPAOLO; C.E.VERGANI
Dep. Mat. Odont. e Prótese,
Fac. de Odontologia de Araraquara-UNESP
O
reembasamento imediato definitivo tem sido discutido recentemente na literatura.
Este estudo avaliou a resistência à tração de espécimes confeccionados com
resina termopolimerizável reparados com resinas reembasadoras autopolimerizáveis
definitivas. Os espécimes foram confeccionados com resina Lucitone 550 (M3),
seccionados e unidos com os reembasadores investigados: Duraliner II (M2) e
Kooliner (M1). Os espécimes foram submetidos ao teste de tração até a
ruptura, a qual foi classificada de natureza adesiva ou coesiva. As médias
(kgf/cm2) obtidas para os períodos T1/T2 foram: M1=200,00/196,00;
M2=320,16/69,83; M3=837,66/553,83. O teste estatístico de Kruskal-Wallis (x2=26,22;
a=0.01) forneceu os seguintes dados: 1)As médias dos valores de resistência
para todos os materiais no tempo T1 reveleram diferenças significativas
(p<0,05; M3>M2>M1); 2)As médias dos valores de resistência para os três
materiais no tempo T2 revelaram diferenças significativas
(p<0,05; M3>M1>M2); 3) Para os materiais M1 e M3, nenhuma
diferença estatística (p>0,05) foi observada as médias obtidas nos tempos
T1 e T2 e, quanto ao material M2, os valores de resistência mostrados no tempo
T1 foram estatisticamente diferentes (P<0,05) e maiores que aqueles obtidos
no tempo T2; 4) Os corpos reparados evidenciaram, após os testes, apenas falhas
adesivas.
Os
autores concluem que, nas condições do estudo, os reembasadores testados
mostraram uma união fraca à resina termopolimerizável.
FAPESP
(95/6762-0)
052
Colagem
esmalte/compósito com ou sem condicionamento e aplicação TiF4
A.P.
MORAIS*; L.M.CHEVITARESE; P.B. DUTRA; O. CHEVITARESE
Dep.Odontopediatria, F.O./
Dep.Química Analítica, IQ – UFRJ
O objetivo
deste estudo foi comparar a resistência ao cisalhamento (s) da união do
Concise Ortodôntico ao esmalte bovino com e sem condicionamento ácido, seguido
da aplicação de TiF4. Trinta dentes bovinos tiveram sua face bucal planificada
e foram fixados com gesso em anel de PVC ficando aquela face
perpendicular à base. Foi feita profilaxia, lavagem e secagem convencionais.
Foram divididos em dois grupos: C e S. No primeiro foi feito condicionamento com
H3PO4
a 37% seguido de lavagem, secagem e aplicação de TiF4 a 1% por 1 min, seguido de lavagem por igual tempo e secagem.
No grupo S os procedimentos foram semelhantes com exceção do condicionamento.
Foi aplicada matriz de borracha com orifício de 0,32 cm de diâmetro e 0,2 cm
de altura sobre o centro da área planificada e o orifício preenchido com
Concise Ortodôntico. Após 1 semana de estocagem em água foram submetidos ao
cisalhamento (velocidade = 0,5 mm/min) e observados ao microscópio ótico (MO).
Os resultados em Kgf/cm2
(DP) para s foram para o grupo C = 80,85 (31,43) e para o grupo S = 6,06 (5,72).
O teste
de Mann Whitney feito a partir dos valores do s mostrou diferença altamente
significativa entre os dois grupos com p = 0,000003. As observações ao MO não
revelaram presença de fraturas de esmalte nem foram encontrados resíduos de
material resinoso cobrindo a área de colagem em nenhum espécime.
053
Bactérias
cariogênicas na placa adjacente a bráquetes retidos com ionômero de vidro
R.C.
PASCOTTO*; M.F.L. NAVARRO; A. GASPARETTO; C.L. CARDOSO
Deptos de Odontologia e Análises
Clínicas, Universidade Estadual de Maringá – PR
O objetivo
deste estudo foi avaliar a presença de estreptococos do “grupo mutans” (SM)
e lactobacilos (LB) na placa adjacente a bráquetes ortodônticos retidos com
cimento de ionômero de vidro (CIV) - Fuji Ortho LC, GC e resina composta (RC) -
Concise Orthodontic, 3M, fixados em quadrantes opostos in vivo. Trinta
dias antes do início da terapia ortodôntica, 10 adolescentes foram instruídos
a usar uma pasta sem flúor e ficar 48 h sem higienizar os dentes antes das
coletas. Com auxílio de sondas estéreis, as placas foram coletadas antes da
fixação dos acessórios (inicial) 2 e 30 dias após a instalação do aparelho
fixo e transferidas para o meio fluido reduzido de transporte. Após homogenização
por 30 s, volumes de 0,02 mL das diluições 100
- 10-6
foram semeados em triplicata nos seguintes meios: ágar sangue Brucella
suplementado, para determinar o total de bactérias viáveis; ágar mitis
salivarius bacitracina para a contagem de SM e ágar Rogosa para estimar os LB.
A análise estatística foi realizada pelo teste não paramétrico de Wilcoxon
(p < 0,05). A proporção de SM expressa em porcentagem do total de bactérias
viáveis foi menor nas amostras de placa ao redor dos bráquetes retidos com CIV
(2,32 ± 1,16) que com RC (8,76 ± 6,20) dois dias após o início do tratamento
bem como com relação aos valores iniciais (9,62 ± 6,36). Um mês após houve
uma diminuição na prevalência de SM (CIV: 0,26 ± 0,43; RC: 0,31 ± 0,58) e
um aumento na prevalência de LB (inicial: 0,002 ± 0,006; CIV: 0,75 ± 1,34;
RC: 0,76 ± 1,71) na placa ao redor de ambos os materiais.
Os
resultados sugerem que uma menor quantidade de bactérias cariogênicas pode se
desenvolver quando o CIV é usado como agente para fixação de acessórios
ortodônticos.
054
O efeito da
temperatura de queima e polimento superficial na dureza das cerâmicas
A. DELLA
BONA; M.E. BITTENCOURT*; S.T.C.S. CARRÉ; C.L.I. QUADROS
Grupo de Pesquisas Odontológicas,
Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil
A variação
na temperatura de queima e o tipo de polimento superficial são aspectos
importantes nas restaurações em cerâmica. Esse estudo teve por objetivo
avaliar o efeito da variação da temperatura (T) de queima e o tipo de
polimento superficial (S) na dureza de nove tipos de cerâmicas. As cerâmicas
utilizadas foram: Vita VMK68 (V68)ƒ, Vita Alpha (VA)ƒ, Vita VMK95 (V95)ƒ,
Fortress (FR)‡, Mirage II Fiber (MF)‡, Mirage (MR)‡, Ceramco II (CM)§,
Ceramco Colorlogic (CC)§ e Duceram LFC (LF)p. Foram realizadas três queimas
com seis corpos de prova por cerâmica: no grupo 1 (Gp1) as cerâmicas foram
sinterizadas de acordo com as instruções dos fabricantes; no Gp2 o ciclo de
queima foi interrompido 50C
antes de chegar na temperatura ideal preconizada pelo fabricante e no Gp3 a
queima se excedeu em 50C
do normal. Cada um destes grupos foram divididos em 2 subgrupos de 3 corpos de
prova, sendo que em um subgrupo foi realizado um polimento artificial até 1mm
com suspensão de diamante (P) e no outro foi conservado o glaze natural (N).
Todos os corpos de prova (162) foram submetidos a 3 pontos de dureza Vickers
(VH). Os resultados médios (HV5) foram analisados estatisticamente por ANOVA e
Tukey (P>0.05). Houveram diferenças significativas entre as cerâmicas para
VH nas três T e nos dois S. Quanto a T, houveram diferenças em N nas MF, MR,
LF, CM e FR, e em P nas V68, VA, CC, MF, MR, LF e CM. Quanto a S, houveram
diferenças no Gp1 para V68 e LF, no Gp2 para V68, MF, LF e FR, e no Gp3 para
CC, MF, MR e FR.
A variação
na T de queima e o tipo de S influenciaram significativamente na VH da maioria
das cerâmicas examinadas.
‡Mirage;
ƒVita Zahnfabrik; §Ceramco; pDucera
Apoio
FAPERGS - Proc 95/50758.9
055
Avaliação
da expansão livre e confinada de gessos odontológicos
J.F.B.G.GIOVANNINI*;
W.C.JANSEN; E.L.SOUZA
Depto de Odontologia
Restauradora-Fac. de Odontologia da UFMG – MG
Este estudo
foi realizado para avaliar a capacidade de expansão livre e confinada de gessos
tipo IV e V. A expansão livre foi verificada através de um artefato de metal
bipartido que não oferecia resistência à expansão. Foram confeccionados seis
corpos de prova para cada tipo de gesso, que foram mensurados através de um
micrômetro, sendo obtida uma média aritmética Para a obtenção dos dados da
expansão confinada, foi utilizado um molde semelhante a um preparo cavitário,
onde foram confeccionados doze corpos de prova para cada tipo de gesso. Metade
dessas amostras foi obtida com moldagens com silicona de adição e a outra
metade com silicona de condensação, observando-se as instruções do
fabricante nos procedimentos técnicos para obtenção de moldes. Em seguida,
foi realizado o vazamento dos gessos tipo IV E V, obtendo-se assim os corpos de
prova para serem medidos. O sistema de mensuração foi o mesmo para os corpos
de expansão livre.
Concluiu-se
que, quanto à expansão livre, os valores obtidos para o gesso tipo V foram
semelhantes ao valor mencionado pelo fabricante. Para o gesso tipo IV,
observou-se uma expansão aumentada em 55%. Quanto à expansão confinada, os
resultados mostraram semelhança para os dois tipos de gessos.
056
Liberação
de flúor de materiais restauradores através de adesivos.
L. A.
MIRANDA*; P. WEIDLICH; M. MALTZ; S.M.W.SAMUEL.
Faculdade de
Odontologia/UFRGS
Tanto os
compósitos com flúor como os cimentos de ionômero de vidro modificados por
resina podem ter aumentada sua retenção aos tecidos dentários com a associação
de um sistema adesivo que promove a ligação do componente resinoso à dentina,
hibridizando-a (Tam et al, Oper Dent, 20:144-150, 1995). Tal técnica traria
vantagens desde que a presença do adesivo na camada híbrida não funcionasse
como uma barreira, impedindo a passagem do flúor para o dente. A proposta deste
trabalho foi avaliar o efeito da aplicação do adesivo (Scotch Bond Multi Uso
Plus/3M) na liberação de flúor de materiais restauradores: Vitremer (3M) e
Heliomolar (Vivadent), tendo como controle a resina Z100 (3M). Foram
confeccionados 10 discos de cada material, sendo que 5 de cada foram cobertos
com o adesivo, enquanto os outros 5 não. Os corpos foram imersos em saliva
artificial, a qual foi trocada diariamente. Para a mensuração do conteúdo de
flúor liberado nos dias 1, 5, 10, 15 e 20 foi usado um eletrodo combinado para
flúor (9609 BN-Orion) acoplado a um analisador de íons (SA-720 Procyon). Os
testes One Way ANOVA e SNK foram aplicados para comparar os materiais em cada
tempo e identificar as diferenças entre os mesmos.
Os
resultados mostraram que a utilização do adesivo foi capaz de reduzir
significantemente a passagem de flúor do Vitremer e, no caso da Heliomolar,
reduziu a tal ponto que não atingiu níveis possíveis de serem detectados pela
metodologia empregada.
FAPERGS -
Processo 95/60333.5
057
Radiopacidade
em Híbridos de Ionômero de Vidro / Resina Composta
A. T. Hara*; M. C.
Serra; A. L. Rodrigues
F.O.P. - UNICAMP / F.O.A.R.
– UNESP
A
radiopacidade é uma propriedade de suma importância em um material
restaurador. Num exame radiográfico permite
diferenciá-lo de cáries secundárias, vazios ou bolhas, e também possibilita
o diagnóstico de excessos cervicais, contorno e contatos inadequados de
restaurações interproximais. Foram analisadas a radiopacidade de seis híbridos
de ionômero de vidro/resina composta
(A-Variglass/Dentsply,
B-Dyract/Dentsply, C-Compoglass/Vivadent, D-Fuji II LC/GC Corporation,
E-Vitremer./3M Dental, F-Photac-Fil/ESPE), de um cimento de ionômero de
vidro convencional (G-Ketac-Fil/ESPE), e de um dente humano hígido.
Confeccionaram-se 24 corpos de prova de cada material, com 2 mm de espessura por
4,5 mm de diâmetro, e um padrão - com 1 mm em esmalte e 1 mm em dentina. Essas unidades
experimentais foram dispostas sobre películas radiográficas codificadas, para
serem radiografadas (10mA, 60kVp, 0,4s) e reveladas e fixadas em processadora
automática. Cada película apresentava os sete materiais avaliados e o padrão
de dente aleatoriamente ordenados, além de uma escala de alumínio com dez níveis.
As radiografias obtidas foram submetidas a uma avaliação sensorial cega,
realizada por três examinadores independentes, que atribuíram escores de 1 a
10 a cada corpo de prova, em comparação com a escala de alumínio. Na análise
estatística, os Testes de Kruskal-Wallis e de Comparações Múltiplas
mostraram que, em relação a
radiopacidade: A > B
> C = D > E > dente > F = G.
Com
excessão do material F, os híbridos de ionômero de vidro/resina composta
apresentaram-se mais radiopacos que a estrutura dental sadia e que o cimento
ionomérico convencional.
Apoio FAPESP
- Processo 96/6044-2
058
Microinfiltração
“in vitro” em híbridos de ionômero de vidro / resina composta
J.A. Rodrigues*; C.S. Magalhães; M.S. Serra; A.L. Rodrigues
F.O.P. - UNICAMP / F.O.A.R.
– UNESP
Materiais híbridos
de ionômero de vidro / resina composta foram desenvolvidos com o objetivo de
superar algumas deficiências apresentadas pelos cimentos ionoméricos
convencionais. O objetivo deste estudo foi avaliar a microinfiltração de seis
materiais híbridos, comparando-os com um cimento ionomérico convencional e com
uma resina composta. Cavidades classe V padronizadas foram preparadas na superfície
radicular de 240 dentes humanos extraídos, divididas aleatoriamente em oito
grupos e restauradas com os seguintes materiais:1-Vitremer (3M), 2-Compoglass
(Vivadent), 3-Photac-Fil (Espe), 4-Variglass (Dentsply), 5-Dyract (Dentsply),
6-Fuji II LC (GC Corporation), 7- Ketac-Fil (Espe) e 8-Z-100 (3M). Os dentes
foram submetidos a 500 ciclos térmicos, imersos em solução de azul de
metileno, seccionados e avaliados quanto ao grau de penetração de corante
através de escores pré-estabelecidos. A análise estatística dos dados foi
realizada pelo teste de Friedman. Não houve diferença significante na
microinfiltração para os grupos 8, 4, 1, 5, 6, 3 e 2. Estes três últimos não
diferiram do grupo 7, apresentando maior grau de microinfiltração.
Sob as
condições deste experimento, os materiais híbridos apresentaram desempenho
similar às resinas compostas e ao ionômero convencional, frente à
microinfiltração.
Apoio:
FAPESP processo N.º 96/6045-9.
059
Selamento
provisório em endodontia – estudo comparativo da infiltração marginal
S.CARVALHO*;
T. BERLINCK; R. FIDEL; V. VILANOVA; J. TELES.PET
F.O.UERJ, RJ
O objetivo
deste estudo foi avaliar o grau de infiltração marginal de nove materiais
seladores provisórios utilizados por endodontistas empregando 45 dentes humanos
extraídos. São eles: Grupo I-Pulposan; Grupo II - Po-li; Grupo III- Coltosol; Grupo IV- Cimento de zinco SS
White; Grupo V- Cimpat; Grupo VI- Lee Smith; Grupo VII- Cavit B; Grupo VIII -
Ci-Riv (cimento experimental de presa rápida); Grupo IX- Vidrion R (SS
White). Os corpos de prova foram impermeabilizados, corados com Rodamina B,
submetidos a ciclagem térmica por 24 horas, seccionados em seu longo eixo e
submetidos a 3 avaliadores calibrados. As médias de infiltração obtidas
foram: Grupo I : 54,77 ; Grupo II :37,90 ; Grupo III :59,80; Grupo IV: 86,00;
Grupo V : 69,87; Grupo VI: 86,00; Grupo VII: 53,73; Grupo VIII: 77,93; Grupo IX
: 86,00. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA , com
testes de Kruskal Wallis e Teste de Mann Whitney ( P< 0,5). A análise
dividiu os grupos em três subgrupos: A) Composto
pelos grupos I, II e VII; B) Composto pelos grupos III, V e VIII; C)
Composto pelos grupos IV, VI e IX. O subgrupo A apresentou a menor e o subgrupo
C a maior infiltração, ficando o subgrupo B numa situação intermediária.
Os
autores concluíram que nenhum material desempenhou selamento hermético. Os que
apresentaram menor grau de infiltração marginal foram Po-li, Cavit B e
Pulposan.
Apoio
financeiro da CAPES.
060
Rugosidade
superficial: Avaliação de diferentes procedimentos
de
acabamento e polimento
R.C.S.P. SILVA;
M.A.M..ARAUJO; M.F.R.L HUHTALA* - Depto. Odont. Restauradora, Fac. de
Odontologia de São José dos Campos/UNESP
O propósito
do presente trabalho foi avaliar “in vitro” a rugosidade superficial de dois
materiais restauradores estéticos, resina composta TPH (Dentsply) e compósito
poliácido modificado VariGlass (Dentsply) e também do esmalte adjacente a
estas restaurações, após procedimentos de acabamento e polimento. Foram
selecionados 114 dentes sendo que seis foram deixados intactos para se avaliar a
rugosidade do esmalte sem nenhum tipo de tratamento e os demais receberam
preparos cavitários no terço médio da face vestibular, sendo restaurados
conforme instruções do fabricante. Os corpos de prova foram armazenados em água
destilada, em estufa a 37o, por 24 horas, após o que receberam acabamento e polimento.
Após estes procedimentos os corpos de prova foram analisados num rugosímetro
Perthometer S8P (Perthen, Mahr, Germany) e os dados obtidos foram analisados
estatisticamente.
De acordo
com os resultados pudemos verificar que a resina composta apresenta menor
rugosidade que o cimento de ionômero vítreo;
que o esmalte adjacente às restaurações tornou-se mais liso que o
esmalte íntegro; as brocas multilaminadas mostraram menores valores de
rugosidade quando comparadas às pontas diamantadas, com diferença
estatisticamente significante; nenhum dos procedimentos de acabamento e
polimento empregados foi satisfatório para o cimento de ionômero vítreo, que
apresentou os maiores valores de rugosidade média e são necessárias novas
investigações sobre acabamento e polimento desses materiais, assim como
pesquisas sobre o próprio material para que possamos vir a ter restaurações
com melhor qualidade de superfície.
061
Comparação
de moldagens com polivinilsiloxanas por única e dupla impressão
L.C.LOPES*;
D.G.BENOTTI; F.A.M.SANTOS; P.SHIU; C.P.EDUARDO
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
O trabalho
se propôs a avaliar a fidelidade de reprodução de moldagens realizadas com
silicona de adição e o uso de moldeiras individuais de resina acrílica.
Utilizou-se as técnicas de única e de dupla impressão em moldeiras
individuais (com perfurações esféricas e ranhuras verticais) com ou sem o uso
de adesivo de moldeira específico para o material. Fez-se um total de 80
moldagens, obtendo-se assim 80 moldes de um troquel metálico simulando um
preparo cavitário para coroa total de um molar e de um pré-molar. As moldagens
foram divididas em 8 grupos distintos, de 10 moldagens cada. Estes grupos foram
elaborados com a combinação das três variáveis do trabalho (técnica de
moldagem, tipo de moldeira, utilização ou não do adesivo). A deformação
observada no molde foi avaliada no momento da remoção do mesmo e 30 minutos após.
Comparou-se esta deformação afim de se obter uma seqüência das três variáveis
que resultasse num molde com a menor distorção final possível. Segundo a análise
estatística de ‘t-Student’, os grupos que apresentaram as menores distorções
finais nos dois momentos de avaliação foram: moldeira perfurada, com adesivo e
moldagem única; moldeira com ranhura, com adesivo e moldagem única; moldeira
com ranhura, sem adesivo e moldagem única.
Com base
nestes resultados, os autores concluiram que com a técnica de moldagem de única
impressão obtêm-se um molde com fidelidade de reprodução superior àquele
obtido pela dupla impressão. Além disso, a retenção química obtida com o
uso de adesivo reduz a deformação final do molde.
062Avaliação
da polimerização da resina acrílica próxima ao metal, quando ativada pela
energia de microondas
K. O. BRAUN*;
A. A. DEL BEL CURY - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP.
Para
verificar a efetividade da energia de microondas na polimerização da resina
acrílica próxima ao metal foram feitas 36 amostras cilíndricas com 30,0 x 4,0
mm, tendo no seu interior uma sela metálica com 28,0 x 8,0 x 0,5 mm. Foram
divididas aleatoriamente em 3 grupos: G1)
resina Clássico curada em Ciclo curto de 3h; G2
) resina
Acron-MC curada em forno de microondas 3 min. a 500W; G3)
resina Clássico curada em forno de microondas 3 min. a 500W. Após o ciclo, as
amostras foram divididas em duas partes semelhantes, sendo uma usada para a
avaliação de monômero residual e a outra submetida aos testes de dureza e
porosidade. A dosagem de monômero liberada na água durante doze dias foi
avaliada através da espectrofotometria. A dureza Knoop foi verificada às distâncias
de 50, 100, 200, 400 e 800mm da sela e a porosidade interna e externa foi
avaliada a olho nu e com microscópio (100x). As médias e desvios padrões
obtidos para as dosagens de monômero residual foram: 1o
dia- G1
) 178,8 + 17,9 A,
G2 )
59,5 + 11,1 B, G3) 116,5 + 12,0 C; 12o
dia- G1)
44,3 + 2,2 A, G2)
6,8 + 1,3 B, G3)
40,1 + 2,7 A. Os valores da dureza Knoop: A 50 mm G1 ) 16, 45 + 0,22 B , G2 )
17,46 + 0,20 A, G3)
17,14 + 0,26 AB; A 800 mm: G1)
16,75 +
0,14 B G2)
18,14 + 0,32 A,
G3)
17,55 + 0,22 A.
A análise de variância mostrou diferença entre os grupos e, as médias
seguidas de mesma letra não mostraram diferença significativa (Tukey 5%). Na
porosidade avaliada a olho nu foram observados poros em todas as amostras do
grupo 3 e em 50% das, dos grupos 1 e 2. Na avaliação feita com microscópio,
foi observada porosidade na totalidade das amostras. Concluiu-se que
energia de microondas pode ser usada para polimerização de prótese
parcial removível e que a resina convencional, polimerizada por energia de
microondas, apresentou maior número de poros. Apoio financeiro FAPESP. no: 96/04814-5.
063
Avaliação
da infiltração marginal em dentes decíduos restaurados com materiais a base
de ionômero de vidro
L. BITTENCOURT; K. DIAS; M.
S. MIRANDA; F. TEIXEIRA* - Faculdade de Odontologia da UERJ e UFRJ, Rio de
Janeiro RJ
O objetivo
deste estudo foi avaliar a adesão de três materiais, à base de ionômero de
Vidro, Vitremer (3M) - VIT, Dyract (Dentisply) - DYR e Vidrion (SSW) - VID, à
dentina e ao esmalte de dentes decíduos. Quinze molares recém-extraídos foram
selecionados para este estudo. Cada dente recebeu duas cavidades tipo Cl. V, uma
por vestibular e outra por lingual. As cavidades possuíam 3mm. de largura e de
profundidade, com o bordo oclusal em esmalte e o bordo cervical em cemento. Após
o preparo cavitário os dentes foram separados em três grupos e restaurados com
os materiais segundo as instruções do fabricante. Após a presa do material
restaurador, os dentes foram estocados a 370C.
em 100% umidade por 7 dias, submetidos a ciclagem térmica, corados com nitrato
de prata a 50% e seccionados. A micro-infiltração foi avaliada em uma escala
de 0 a 3 por dois avaliadores calibrados. Os resultados foram tratados por ANOVA
e testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (P < 0,05). O posto médio
das infiltrações para esmalte e cemento foi respectivamente: VIT = 12,58 e
24,12; dyr 22,19 e 14,81 e VID
16,42 e 20,58.
Baseado
nos resultados, os autores concluíram que a adesão ao esmalte foi superior à
do cemento em todos os materiais. Os materiais VIT e VID, foram estatisticamente
semelhantes. O DYR apresentou os melhores resultados em cemento e o pior em
esmalte. O resultado em esmalte foi provavelmente por falta de ataque ácido prévio.
064
Diferentes
tempos de ácido e “primer “ aplicados “in-vivo” na dentina
A.R.P. DO
CARMO*; M.N.YOUSSEF; C.A. ANAUATE NETTO
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USPSPeUMC.
Poucos são
os trabalhos “in-vivo” que abordam o comportamento dos sistemas adesivos.
Este estudo procura verificar as possíveis diferenças causadas pela variação
no tempo de aplicação do ácido fosfórico a 35% e do“primer”Scothcbond
M.P.-Plus(3M) na dentina “in-vivo”. Foram selecionados 36 dentes pré-molares
superiores e inferiores integros, com indicação a extração por motivos ortodônticos.
Incialmente o dente era radiografado para que se avaliasse a espessura dentinária
entre o teto da câmara pulpar e as pontas das cúspides. Após esta medida era
removida toda a oclusal criando uma superfície plana em dentina mantendo uma
espessura de aproximadamente 2mm de remanescente. Aplicou-se o ácido fosfórico
por 5”,15” e 45”e “primer” por 5”, 60”e 120”para cada grupo.
Cada dente foi restaurado com resina micro-hibrida Z-100(3M) completando a
espessura de 5mm, seguido da sua exodontia e armazenamento em formol a 10% a 37ºC.
Fatias de aproximadamente 1mm foram realizadas no sentido ocluso-apical.Cada
fatia foi reduzida, no sentido mésio-distal, em aproximadamente 1mm com o
objetivo de limitar a área de tração sendo novamente armazendos na mesmas
condições anteriores. Após a cilcagem térmica de 1000 ciclos, a 5º-55ºC os
C.P. foram submetidos a teste de micro-tração em uma máquina de ensaio
universal. Após a tabulação dos dados originais e estatística concluíu-se
que: A variação no tempo de aplicação do ácido foi altamente
significante(0,01%) e a variação no tempo de aplicção do “primer” foi
significante(0,4%). A melhor condição foi obtida com a aplicação de ácido
por 45” e aplicação do “primer” por 60”.
065
Comparação
de dois tipos de resinas compostas em cavidades de classe V sob esforços
mastigatórios
M.R. MATSON*; L. C. BELAN;
C. ANAUATE NETO
Dentre os
procedimentos executados na Dentística Restauradora, as restaurações
cervicais de classe V em cavidades não cariosas, apesar dos avanços dos
materiais e técnicas, continuam a ser um dos procedimentos com alto índice de
insucesso. Mais recentemente, um fator etiológico tem sido associado a este
tipo de cavidade, a flexão das cúspides dentais (abfração). Devido a este
fator muitos pesquisadores tem recomendado o uso de resinas compostas de
micropartículas na tentativa de compensar este fenômeno. Pensando nesta
problemática os autores propuseram a estudar com o auxílio do método dos
elementos finitos o comportamento de dois tipos de resinas compostas (micropartícula
e híbrida) quanto ao desenvolvimento de tensões no seu interior, quando
utilizadas para restaurar lesões cervicais não cariosas. Para tanto,
utilizaram um software (McNastran) que faz uma simulação em duas dimensões
dos esforços desenvolvidos por um elemento dental restaurado com dois tipos de
resinas compostas comerciais (Durafill e Z-100) mostrando o comportamento destas
frente a aplicação de uma carga mastigatória. Devido a diferença de módulos
de elasticidade os autores puderam observar um melhor comportamento das restauraçoes
de resina composta do tipo micropartícula, já que estas apresentaram uma
concentração de esforços 27,70% menor quando comparadas
com as resinas compostas do tipo híbrida.
Em vista
dos resultados obtidos os autores concluiram que para os tipos de lesões
cervicais não cariosas as resinas compostas do tipo micropartícula são as
mais indicadas quando comparadas com as resinas compostas do tipo híbridas, o
que vem de encontro com vários estudos a respeito do assunto.
066
Correlação
entre radicais livres e dureza Knoop de resinas compostas
M.A.
MENEZES*; A. MUENCH
Deptº de Materiais Dentários,
Fac. Odontologia da USP-SP
Foi
determinado o número relativo de radicais livres de resinas compostas, por meio
de ressonância paramagnética eletrônica, e
sua correlação com a microdureza Knoop. Utilizou-se as cores
A2
e B2
da resina Z100 (3M); XL e U da Silux Plus (3M) e 20 e 30 da Heliomolar RO
(Vivadent). Todas as amostras tinham 2,5 mm de diâmetro e 2,0 mm de altura.
Para os ensaios de radicais livres as resinas foram ativadas com intensidades de
luz de 110, 180, 300 e 580 mW/cm2
durante
tempos de 10,20,30,40,50,60,80 e 90 seg. Para determinar a dureza das amostras,
nos lados da frente e dos fundos, nas idades de 5 min, 1 h, 1 dia, 1 sem e 1 mês,
usou-se somente as cores mais claras, com intensidades de 110 e 300 mW/cm2 e
tempos de 20,40,60 e 80 seg. As análises de variâncias dos
números de radicais livres mostraram significâncias(p<0,001) para cor, intensidade e tempo com todos os materiais. Para a
dureza a intensidade foi
significante (Z100 = p<0,05; Silux Plus = p<0,01 e Heliomolar RO =
p<0,001). O tempo não foi significante para a Z100, mas foi para as outras
duas(p<0,001). Foram feitas correlações para lados e idades e não
encontrou-se significância para a Z100, mas sim para as resinas Silux Plus e
Heliomolar.
Conclusão:
No que se refere a dureza, uma resina rica em radicais livres é menos sensível
as variações de intensidade e tempo de ativação. A polimerização continua
até pelo menos 30 dias após cessado o estimulo luminoso. É possível
polimerizar-se resinas compostas à partir de intensidades de luz de 110 mW/cm2
em diante.
067
Reprodutibilidade
em fundição, relacionada ao comprimento do canal de alimentação
R. C.
STEGUN*; T. SAITO; A. MUENCH; W. I. MALUF.
Depto. Mat.
Dentários, Fac. Odontologia da U.S.P., Cid. Universitária, CEP-05508-900, São
Paulo, BrasilObjetivou-se o estudo da influência do comprimento do canal de
alimentação na reprodutibilidade em fundição, com o emprego da centrífuga,
usando o método da tela de malhas. Empregou-se 4 comprimentos de canal de
alimentação (curto, médio, longo e longo curvo), usando como variável, também,
a posição da tela (lados esquerdo e direito), em relação ao sentido de rotação
da centrífuga. Três ligas foram usadas (Pd-Ag, Pors On 4, Degussa; Ni-Cr,
Nicron, Vigodent; Ni-Cr, Durabond, Odonto Com.). Os dados foram submetidos à análise
de variância e teste de Tukey.
As
conclusões foram: entre lados não foram encontradas diferenças significantes;
os fatores liga, canal de alimentação e interação foram significantes
(p<0,001); a liga Nicron apresentou a melhor reprodutibilidade; a liga Pors
On 4 apresentou pouca dependência do canal de alimentação; em média, quanto
mais comprido o canal de alimentação, melhor a reprodutibilidade, em especial
com as ligas de Ni-Cr.
Médias de
reprodut.(%).(letras diferentes, diferenças significantes p<0,05; n =10)
Liga
Canal de alimentação
Curto
Médio
Longo
L. curvo
Pors On 4
27cdef
28cdef
30cdef
33cde
Nicron
49cd
84ab
89a
89a
068
Falhas de
grampos de próteses removíveis em função de flexões
M.A.
MELONCINI*; P.E.C. CARDOSO; C.A. MUZILLI
Faculdade de Odontologia da
USP, Departamento de Materiais Dentários, São Paulo, Brasil.
Tab.
1 Freqüência (%) de células vazias. Valores com letras diferentes são
diferentes (p<0,05)
Liga
Remanium
Dentorium
Vera
Regalloy
Ajuste
GM 380
PDI
100
Sem
15,4 a
33,0 b
29,1 b
22,5 ab
Com
12,1 a
51,5 b
21,2 a
15,2 a
Tab.
2 Freqüência (%) de grampos com falhas nos ciclos (x 103).
Valores com letras diferentes são diferentes (p<0,05)
0 - 1
1 - 5
5 - 15
15 - 25
45,0 a
18,3 b
31,7 ab
5,0 c
Procurou-se
computar a freqüencia de falta de retenção de grampos de próteses removíveis,
observadas após certos números de ciclos de inserção e remoção em um
modelo de Co-Cr. A ausência de retenção foi chamada de “célula” vazia,
que podia ser fratura ou abertura por fadiga do grampo. A abordagem foi com ou
sem reajuste do grampo, quando perdia retenção. O número de “células“
vazias é tanto maior quanto maior o número de grampos que perdiam a retenção
e quanto mais cedo ocorreu, ao longo dos períodos de ciclagem. Outra avaliação
foi verificar o número de grampos que chegou à falha. As ligas usadas foram:
Remanium GM 380, da Dentaurum, Dentorium, da Dentorium, Vera PDI, da AALBA e
Regalloy 100, da Dentsply. As freqüências foram submetidas ao teste
qui-quadrado, com resultados e contrastes indicados na tabela 1 e 2.
As conclusões
foram: o número de “células” vazias depende da liga, tendo sido melhor
a Remanium que a Dentorium, principalmente após ajuste; a freqüencia de falhas
foi muito alta e quase a metade ocorreu até 1.000 ciclos.
069
Influência
da forma geométrica do palato na adaptação de próteses totais
J.N.ARIOLI
FILHO*; S.S.DOMITTI; S.CONSANI; M.F. MESQUITA
Dep. de Periodontia e Prótese,
Faculdade de Odontologia da UNICAMP – SP
Neste
trabalho foram analisadas as influências das formas geométricas dos palatos
triangular, oval e plano na adaptação das bases de próteses totais
confeccionadas com resina acrílica polimerizada termicamente em diferentes regiões
da área de suporte maxilar. Após o enceramento padronizado, inclusão,
polimerização e demuflagem, as peças protéticas foram fixadas sobre seus
respectivos modelos mestres de gesso com adesivo instantâneo em um aparelho
específico adaptado a uma mesa de fixação. Posteriormente, confeccionou-se
cortes correspondentes as regiões
do selado periférico posterior (corte I), fossas centrais dos primeiros molares
(corte II) e regiões distais dos caninos (corte III). Os desajustes foram
mensurados com o auxílio de um microscópio comparador linear e os dados numéricos
submetidos a análise estatística pelo Teste de Tukey a nível de significância
de 5%. Os resultados indicaram que a forma geométrica plana do palato é favorável
a adaptação (2,23 mm), tendo o palato triangular demonstrado maior média de
desajuste (2,78 mm). O corte I revelou as maiores médias de desajuste (4,30
mm), seguido pelos cortes II (2,22 mm) e III (1,21 mm), respectivamente.
Em vista
dos resultados, os autores concluíram que a região posterior do palato foi a
mais desfavorável na adaptação das próteses totais superiores, tendo a forma
geométrica triangular do palato contribuído para o aumento dos desajustes que
poderão interferir na retenção e estabilidade.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo 95/6658-8
070
Forças de
mordida relacionadas a próteses parciais removíveis mandibulares
E.P.
PELLIZZER*; A. MUENCH
Departamento de Materiais
Dentários, Faculdade de Odontologia da USP – SP
Médias
(kgf, n > 9). Em mesma linha com letras diferentes há diferença (p <
0,05). Para grupos (1) e (2) em condições (1) e (2) há diferenças (p <
0,05)
G
1
2
3
4m
4f
C
1
7,0 an
7,2 an
—-
—-
—-
2
12,4 am
11,8 am
10,2 a
—-
—-
3
11,2 d
—-
21,0 c
38,3 a
26,8 b
4
13,2 d
16,1 d
21,7 c
34,5 a
25,9 b
O objetivo
da pesquisa foi a determinação das forças de mordida de pacientes com próteses
parciais removíveis mandibulares e na arcada superior havia vários tipos. Os
grupos e dentes da determinação respectivamente foram: 1 (inf. classe I, II ou
III e sup. em dentadura); 2 (inf. classe I, sup. classe II ou III, em dente
natural); 3 (inf. classe II e sup. classe I, II ou III ou dente natural, em
dente natural); 4 (inf. classe III e sup. classe I, II, III, dente natural ou de
fixa, em dente natural, m, masculino ou f, feminino. Condições do dente
inferior para a determinação: 1 (no último molar da sela de extremidade
livre); 2 (em molar da sela vizinho ao suporte); 3 (molar natural); 4 (premolar
natural). A análise de variância e teste de Tukey permitiram concluir: em
selas de extremidade livre as forças foram bem baixas, em especial quando
distante do suporte; o sexo masculino apresentou maiores valores; dentes
naturais com envolvimento de classe III apresentaram maiores valores que os
relacionados com classes I e II.
071
Propriedades
físicas de resinas para facetas em função do S. Silicoater
E.T.GIAMPAOLO*;
A.L.M.CUCCI; C.E.VERGANI
Depto. Mat. Odontológicos
e Prótese, Faculdade de Odontologia de Araraquara- UNESP - Fax: (016) 222-4823
Muitos estudos têm
relatado que a união química entre resinas e ligas metálicas é superior à
união mecânica. As resinas compostas de micropartículas têm sido utilizadas
como revestimento devido às suas propriedades estéticas, estabilidade de cor e
biocompatibilidade. O propósito deste estudo foi comparar a resistência de união
e alongamento de duas resinas utilizadas na execução de facetas estéticas e
próteses fixas (SR Chromasit e Dentacolor), empregando-se três condições de
retenção na estrutura metálica: somente retenção mecânica (micropérolas),
somente sistema Silicoater e associação retenção mecânica - sistema
Silicoater. Estas duas resinas foram unidas a uma liga de níquel-cromo. Os
corpos-de-prova foram armazenados em água durante sete dias antes dos ensaios
de resistência à tração em uma máquina de testes Sintech 6. A análise de
variância (ANOVA) dos dados, seguida do teste de Duncan ao nível de 95%,
revelou os seguintes resultados: 1)A combinação retenção mecânica e
sistema Silicoater apresentou os maiores valores de resistência de união,
seguido da retenção mecânica sem sistema Silicoater e sistema Silicoater sem
retenção mecânica. 2) Os valores médios de resistência de união
evidenciados pela resina Dentacolor foram superiores aos da resina SR Chromasit.
3) A média dos valores de alongamento da resina Dentacolor foi superior àquela
mostrada pela resina SR Chromasit.
072
Estabilidade
dimensional de resinas para reembasamento imediato
A.L.M.CUCCI*;
E.T.GIAMPAOLO; C.E. VERGANI
Dept materiais odontológicos
e prótese- Faculdade de
Odontologia de Araraquara-UNESP, São Paulo, Brasil
Em estudo
anterior (Cucci et al., J.Prosthet.Dent., 76:414-7,1996), foi observado
que a resina para reembasamento imediato Duraliner II apresentou alterações
dimensionais maiores que outras duas resinas avaliadas as quais poderiam estar
relacionadas a um maior conteúdo de monômero residual. De acordo com o
fabricante, após o reembasamento a prótese pode ser submetida a tratamento térmico
em água a 550C
por 10 minutos, para reduzir o monômero residual. O objetivo deste estudo foi
avaliar a influência desse tratamento na estabilidade dimensional do Duraliner
II e comparar as alterações obtidas com as de uma resina termopolimerizável
(Lucitone 550). para a obtenção
dos corpos-de-prova, foi utilizada uma matriz metálica com 4 pontos de referência.
Os corpos-de-prova do Duraliner II foram divididos em 2 grupos, um deles
submetido ao tratamento descrito. Seis corpos-de-prova foram também
confeccionados para a resina Lucitone 550. As distâncias entre os pontos de
referência foram mensuradas com um projetor de perfil e comparadas com as distâncias
da matriz, mensurações estas realizadas imediatamente após a polimerização
( tempo T0) e após os corpos-de-prova terem sido armazenados em água
destilada a 370C
por vários períodos de tempo. Os resultados obtidos foram submetidos à análise
de variância, seguida pelo teste de Duncan ao nível de 95% de confiança,
indicando que: 1) Todos os materiais apresentaram contração imediatamente
após a polimerização (T0);
2) O tratamento térmico resultou em maior contração no tempo T0;
3) Após o armazenamento em água, o Duraliner II exibiu uma tendência a um
aumento na contração em todos os demais tempos avaliados, tendo sido maiores
os valores observados quando esse material não foi tratado termicamente.
Apoio
financeiro: CNPq
073
Alteração
dimensional vertical de oclusal metálica e de resina composta
C.E.
VERGANI*; A.L.M. CUCCI; E.T. GIAMPAOLO
Depto. de Mat. Odontol. e
Prótese, Fac. de Odontologia de Araraquara - UNESP - Fax: (016) 222-4823
Apesar das
oclusais metálicas reduzirem a velocidade de desgaste dos dentes artificiais,
podem ocorrer alterações na dimensão vertical durante a sua confecção.
Recentemente, foi proposta a substituição das oclusais dos dentes artificiais
por resina composta (Vergani et al., J. Prosthet. Dent., 77:328-31,1997).
Desta forma, foi realizada uma avaliação comparativa das alterações
dimensionais verticais nas técnicas de oclusal metálica e de resina composta.
Para isso, foi obtido um modelo padrão composto de um pré-molar metálico.
Sobre este modelo padrão foi confeccionada uma matriz de resina incolor que
permitiu a confecção tanto das oclusais de resina composta como dos padrões
de resina acrílica para a fundição das oclusais metálicas. Em seguida, o
modelo padrão foi levado ao aparelho para medições, para se estabelecer a sua
dimensão vertical inicial. Em seguida, a superfície oclusal do modelo padrão
foi reduzida em aproximadamente 2 mm. Os padrões de resina acrílica eram então
obtidos e fundidos. Após a cimentação da oclusal metálica com resina acrílica,
o modelo era levado ao aparelho para medições e o resultado era comparado com
o valor da dimensão vertical inicial. Para a confecção das oclusais de resina
composta, a matriz era preenchida com resina composta e pressionada sobre o
modelo padrão. Após a fotopolimerização da resina, os resultados eram
obtidos de maneira descrita acima
A análise
estatística de t de Student permitiu a seguinte conclusão (a=0,01): As
superfícies oclusais metálicas proporcionaram maior alteração dimensional
vertical (116,55 mm) em comparação com as oclusais de resina composta (13,25
mm).
Apoio financeiro da FAPESP
- Processo 96/2389-5
074
Determinação
da resistência flexural de ligas odontológicas soldadas à laser e
convencionalmente
J. C.
DINATO*; M.P. NEISSER; R.Q. PADILHA; M.A.BOTTINO - Disciplina de Prótese
Parcial Fixa, Fac. de Odont. de S.J.Campos-UNESP
As
propriedades mecânicas das uniões soldadas com a utilização de maçarico têm
sido exaustivamente avaliadas, comparando-se-as com fundições sem solução de
continuidade, também chamadas monobloco. A aplicação do laser em Odontologia
abriu um campo novo e promissor no estudo destas uniões. O objetivo deste
trabalho foi determinar a resistência flexural de corpos de prova, obtidos por
fundição pelo método de cera perdida, de quatro ligas metálicas utilizadas
em prótese parcial fixa e disponíveis no mercado brasileiro (Co-Span, Stabilor
G, Deva 4 e Palliag), submetidas a soldagem com maçarico de GLP/O2
e a laser de Nd-YAG em equipamento espeçífico de soldagem (Dental Laser 2002 S
- Dentaurum) e comparar os resultados com os de ensaios realizados em monoblocos
destes mesmos materiais. Foram confeccionados 15 corpos de prova cilíndricos
com 3mm de diâmetro e 25 mm de comprimento para cada liga, divididos em três
grupos iguais para cada tipo de soldagem utilizada (laser, GLP/O2
e monobloco), totalizando 60 corpos de prova. Para determinar a resistência
flexural foi utilizada uma máquina de ensaios universal tipo Instron (modelo
4301) com capacidade máxima de 500 kg. Os resultados numéricos obtidos foram
submetidos à Análise de Variância e ao teste de Tukey, em nível de 5% de
probabilidade. Em vista dos resultados obtidos, pudemos concluir que o maior
valor numérico de resistência flexural foi encontrado para a liga Co-Span
seguido do Deva 4, para os grupos de soldagem à laser e monobloco. O material
Palliag apresentou valores estatisticamente semelhantes para os
três grupos (laser, GLP/O2
e monobloco), enquanto que o Stabilor G apresentou os maiores valores na
soldagem com GLP/O2.
075
Avaliação
da fundibilidade de uma liga de cobalto-cromo
CARREIRO,
A.F.P.*; RIBEIRO, R.F.; BEZZON. O.L.; MATTOS, M). .G.C
Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto – USP
Desde o lançamento
comercial, na década de 30 as ligas alternativas vem sendo cada vez mais
utilizadas devido ao desenvolvimento de técnicas e materiais adequados. Na
atualidade quase que a totalidade das estruturas das Próteses Parciais Removíveis
é obtida com ligas de cobalto-cromo. Neste trabalho nos propusemos a avaliar a
fundibilidade de uma liga de cobalto-cromo (Vera-PDI) em função da utilização
de três revestimentos: Knebel (aglutinado por sílica), Termocast e Wirovest
(aglutinados por fosfato) e duas temperaturas de aquecimento para o molde (900o
C e 950o
C). Para a execução do teste foi utilizado o método descrito por WHITLOCK et
al. (1981O método de fundição foi o de cera perdida sob chama de gás-oxigênio.
Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística e demonstraram não
haver diferença estatisticamente significante para os revestimentos Knebel e
Wirovest, e diferença wazzu estatisticamente significante ao nível de 0,1%
para o revestimento Termocast quando da variação da temperatura de aquecimento
do molde. Quando analisamos os revestimentos sob temperatura do molde de 900o
C verificamos diferença estatisticamente significante entre Knebel e Termocast
e Knebel e Wirovest ao nível de 0,1%, e diferença entre o Termocast e Wirovest
ao nível de 5%. Para a temperatura de 950o C houve diferença estatisticamente significante ao nível de
0,1% entre todos os revestimentos.
Dentro
dos parâmetros utilizados neste estudo pudemos concluir que, para a liga
Vera-PDI, a utilização do revestimento Knebel e temperatura de aquecimento do
molde de 950o
C proporcionaram melhores resultados quanto à fundibilidade.
076
Efeito do
Polimento Químico sobre a Dureza das Resinas Acrílicas.
M. F.
MESQUITA*; S. S. DOMITTI; S. CONSANI ; J. N. ARIOLI FILHO.
Departamento de Prótese e
Periodontia - Área de Prótese Total - FOP – UNICAMP
Este
trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do polimento químico sobre a
dureza de resinas acrílicas ativadas química e termicamente, em diferentes períodos
de armazenagem. Foram utilizadas 80 amostras divididas em 4 grupos de variáveis,
com 5 repetições cada variável, nos períodos de tempo de 1 dia, 1 semana e 1
mês. Para a confecção das amostras foi utilizada uma matriz retangular de
alumínio incluída em mufla, cujo molde impresso no gesso foi preenchido com
resina acrílica. Após polimerizadas, as amostras divididas em dois grupos
foram polidas pelos processos de polimento químico e convencional. Em seguida,
foram armazenadas em água destilada a 37oC
durante os períodos de tempo propostos. Decorridos os períodos, as amostras
foram submetidas ao teste, num penetrômetro Durimet. Os resultados médios de
dureza submetidos ao teste de Tukey, revelaram diferença entre as resinas
quando polidas de modo convencional, com superioridade para a ativada
termicamente com 1 dia de armazenagem, e para a ativada quimicamente com 1 mês
de armazenagem. Com polimento químico, a ativada termicamente apresentou
superioridade estatística com armazenagem de 1 dia e 1 semana. Para a ativada
termicamente, foi apresentada diferença estatística entre os polimentos com 1
dia e 1 semana de armazenagem, com superioridade para o polimento convencional,
e para a ativada quimicamente, houve superioridade para o polimento convencional
em todos os períodos de armazenagem (p<0,05).
Concluímos
que o polimento químico diminuiu a dureza das resinas acrílicas.
077
Silicone de
adição: avaliação da impressão e reprodutibilidade em gesso
L.B. ABREU*;
L. LUQUETTI; G. IAZZETTI; E.T. COUTINHO
COPIPED - Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
O objeto do
presente estudo foi verificar a capacidade de cópia (CC) e a reprodutibilidade
em gesso (RG) de impressões com três silicones de adição: Elite HD LB
(Zhermarck) (El), Provil LCD (Bayer Dental) (Po) e President LB (Coltène) (Pe).
Foram confeccionadas 36 impressões da superfície do padrão “Ruled Test
Block” (espec. #19 - ADA) (RTB) para cada material, sendo divididas em 3
grupos iguais: para El, grupos El1, El2 e El3; para Po, grupos Po1,
Po2
e Po3;
para Pe, grupos Pe1,
Pe2
e Pe3.
Todas as superfícies das impressões do RTB foram observadas e constatou-se
continuidade em 100% das linhas x, y e z, com larguras respectivamente em mm:
50, 20 e 75. Os grupos com índice 1, 2 e 3 receberam gesso tipo IV (Herodent -
Vigodent) respectivamente 1, 2 e 24 hs após o início da manipulação do
silicone. Os modelos de gesso foram separados 45 min. após o vazamento e
analisados em microscópio estereoscópio (Olimpus - modelo SZ) com 10x de
aumento. Os resultados obtidos quanto à RG estão expressos na tabela na forma
de continuidade das linhas (%).
Material
El
Po
Pe
x
y
z
x
y
z
x
y
z
Tempo
1h
100
16,67 100
0
0
0
0
0
08,33
2hs
100
0
100 0
0
0
0
0
0
24hs
100
100
100 0
44,44
0
22,22
44,44 11,11
Dentro
dos limites da presente pesquisa os resultados apontam melhor desempenho quanto
à RG para os produtos El, Pe e Po, em ordem decrescente.
Quanto à CC, todos os produtos testados apresentam desempenho semelhante
à nível de 100% de fidelidade.
078
Silicone de
adição: alterações dimensionais de três produtos em função do tempo
E.T.
COUTINHO*; G. IAZZETTI; O. CHEVITARESE; R. SILVA
COPIPED - Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Para o
sucesso clínico de restaurações fundidas os materiais de moldagem não devem
sofrer alterações dimensionais durante sua polimerização ou, caso sofram,
estas devem ser reduzidas ao mínimo. O
objetivo deste trabalho foi verificar o comportamento de impressões de três
silicones de adição: Elite HD LB (Zhermarck), Provil LCD (Bayer Dental) e
President LB (Coltène), quanto às alterações dimensionais em quatro momentos
a partir do início da manipulação (hs): 0,25; 1; 2 e 24.
Para cada material foram feitas 12 impressões de acordo com as instruções
do fabricante da superfície do “Ruled Test Block” (RTB) (espec. #19 - ADA).
As medições foram feitas com projetor de perfil (Nikon - modelo 6C),
com precisão de 0,001 mm, entre as linhas cc’ e dd’ das impressões do RTB.
A tabela apresenta a média dos resultados de cada produto (em mm) em função
do tempo (em horas).
0,25
1
2
24
Elite
25,009
24,976
24,936
24,993
Provil
25,057
24,997
24,991
24,981
President
24,989
24,985
24,987
24,978
Controle:
24,977 mm
A análise
estatística foi feita através do teste F de Brieger onde não foi constatada
diferença significativa entre as médias a nível de 5%, num mesmo material em
relação ao tempo e entre os materiais num mesmo momento.
Os
resultados encontrados sugerem um bom comportamento clínico dos produtos
testados quanto à alteração dimensional em função do tempo dentro dos
limites desta pesquisa.
079
Influência
de agentes impermeabilizantes na adaptação de restaurações collarless
W. Matsumoto*; I. A. Orsi; R.P.A. Antunes; R.M. Fernandes
Depto de Mat. Dentários e
Prótese, FORP - USP, Ribeirão Preto – SP
As restaurações
metalocerâmicas collarless tem sido utilizadas com grande frequência onde
existe grande exigência estética, porém estas restaurações apresentam
dificuldades na confecção de margens cervicais precisas. O objetivo deste
trabalho foi avaliar a influência do materiais impermeabilizantes de troquéis
de gesso na adaptação cervical de restaurações metalocerâmicas collarless.
A partir de um troquel metálico de incisivo central com preparo para coroa
total foram confeccionadas 30 troquéis de gesso para a confecção das
estruturas metálicas em liga de Ni-Cr(Wiron 99). Após a fundição das
estruturas metálicas, estes troquéis foram divididos em 3 grupos:grupo A:
aplicação de impermeabilizante Ceramco II;grupo B:aplicação de cianoacrilato
(SuperBonder - Loctite) e grupoC: grupo controle, onde não foi aplicado
impermeabilizante. Após a aplicação da cerâmica (CeramcoII), as restaurações
foram levadas ao troquel metálico e observadas em um microscópio NIKKON para
as medições das discrepâncias marginais. Os resultados foram analizados
estatisticamente pelo teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, que mostrou não
haver diferenças estatisticamente significantes entre os 3 grupos estudados.
Os
resultados revelam que substâncias impermeabilizantes de troquéis de gesso não
interferem na adaptação cervical da margem cerâmica de restaurações
metalocerâmicas collarless.
080
Análise
fotoelástica da distribuição de tensões na mandíbula
sob esforço
mastigatório em sobredentaduras muco-dento-suportadas
M.A.K.VAZ*; A.A.D.B.CURY;
J.R.L.MARIOLANI; N.L.ULBRICH - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
- SP - (019) 430-5294
Este estudo verificou a dissipação dos
esforços mastigatórios em mandíbulas sob próteses do tipo sobredentaduras
(overdentures) e prótese total. Foram confeccionadas 3 mandíbulas em resina
fotoelástica, moldadas a partir de uma mandíbula humana desdentada. Foram
colocados dentes compostos de resina fotoelástica nas mandíbulas variando a
distribuição destes pilares radiculares, dividindo-as em 3 grupos, de maneira
que no grupo I, a mandíbula não apresentava dentes, sendo este o grupo
controle; no grupo II, raízes dispostas bilateralmente na arcada dentária
correspondendo as raízes dos dois caninos; e no grupo III, raiz de um canino e
de um molar dispostos no mesmo hemi-arco, de maneira unilateral. Foram
confeccionadas sobre as mesmas prótese total e sobredentaduras,
respectivamente, montadas em articulador semi-ajustável para a aplicação do
carregamento, simulando os esforços mastigatórios. Após o “congelamento”
das tensões, as peças foram cortadas em sua porção mais anterior e
analisadas em um polariscópio. A partir deste corte e seguindo uma linha
paralela à 5 mm da base da mandíbula, foram marcados pontos de 5 em 5 mm nas
peças até a distância de 75 mm, nos quais foram obtidos os seguintes valores
de Ordem de Franja: 0,000; 0,000; 0,000; 0,000; 0,180; 0,295; 0,490; 0,560;
0,640; 0,355; 0,100; 0,220; 0,000; 0,000 e 0,000 para a mandíbula do grupo I;
0,100; 0,000; 0,160; 0,355; 0,890; 0,260; 0,200; 0,120; 0,090; 0,040; 0,000;
0,000; 0,000; 0,000 e 0,000 para o grupo II e
0,140; 0,770; 0,590; 0,220; 0,220; 0,110; 0,000; 0,000; 1,020; 1,450;
1,010; 0,900; 0,300; 0,000 e 0,000 para o grupo III. Diante dos resultados
encontrados pode-se concluir que: 1) O grupo II apresentou a melhor dissipação
do stress quando comparado com os outros grupos. 2) No grupo I houve maior
concentração de tensões em toda a extensão do rebordo, conseqüentemente uma
maior reabsorção óssea pode ser esperada. 3) No grupo III
houve uma concentração de tensões também na região desdentada entre
as raízes, provavelmente por alguma componente de força resultando em torção
de toda a peça.
Apoio financeiro e científico: FAPESP proc.
nº 95/1678-0.
081
Erosão
dental - pH das frutas nacionais
M. A. P.
SOBRAL*; M. A. A. C. LUZ; A.GAMA; N. GARONE NETTO.
Faculdade de Odontologia,
Universidade de São Paulo,
São Paulo - SP – Brasil
O objetivo
desta pesquisa foi conhecer o pH de alguns sucos de frutas naturais e bebidas
industrializadas mais consumidas e supostamente ácidas, tendo em vista o
aumento da incidência de lesões por erosão causadas por hábitos alimentares.
A literatura nacional não relata esses dados,
que consideramos importante como complemento no tratamento destas lesões.
As frutas e bebidas analisadas no experimento foram: acerola, laranja, limão,
uva, maracujá, morango, manga, abacaxi, goiaba, suco de caju industrializado,
Gatorade, Coca-Cola, Coca-Cola diet, Guaraná, Guaraná diet, iogurte natural e
vitamina C, utilizando-se um pH-metro, mediu-se o pH do suco de frutas naturais,
puro e diluído na proporção de 1:2,
imediatamente após o preparo e depois de 30 minutos. O pH das bebidas
industrializadas foi medido imediatamente após a abertura da embalagem e após
30 minutos. Os valores do pH oscilaram de 2,13
a 4,86 (média 3,48). A diluição e o tempo não alteraram
consideravelmente o pH.
Todas as
bebidas e sucos testados mostraram valores de pH abaixo do pH crítico de
dissolução da estrutura dental (5,5), sugerindo a possibilidade de
desmineralização. A orientação quanto à dieta ácida é um fator importante
no tratamento e na prevenção das lesões por erosão.
082
Visualização
das proteoglicanas na dentinogênese utilizando azul de cuprolínico e
criosubstituição
L. S. CASTRO* ; V. E.
ARANA-CHAVEZ - Dpto. de Histologia e Embriologia, I.C.B., Universidade de São
Paulo, S.P.
Pelo fato
das proteoglicanas (PGs) terem sido relacionadas com o processo de mineralização,
no presente estudo examinamos germes dentários dos 1os
molares superiores de ratos Wistar de 2-3 dias, para visualização das PGs na
matriz extracelular nas fases iniciais da dentinogênese. Os espécimes foram
fixados “overnight” em glutaraldeído 2,5%, contendo 0,05% de Azul de Cuprolínico
(AC) em acetato de sódio 25 mM, pH 5,6, e cloreto de magnésio 0,3 M por 36 hs.
O material foi corado en bloc com solução aquosa tungstato de sódio a
0,5% e desidratado em concentrações crescentes de etanol e acetona. Outros espécimes
foram fixados como descrito acima, crioprotegidos com sacarose 2,3 M, congelados
em nitrogênio líquido e criosubstituídos em etanol 100% a -800C
por 7 dias, -350C
por 48 hs e 40C
por 12 hs. Todos os espécimes foram infiltrados e incluídos em resina Spurr à
temperatura ambiente. Cortes ultrafinos, contrastados com acetato de uranila e
citrato de chumbo, ou deixados sem contrastar, foram examinados em microscópio
eletrônico Jeol 100 CX II. Nos germes dentários processados
convencionalmente, antes e durante o início da mineralização, foram
observados depósitos elétron-opacos semelhantes a fitas, distribuídos
irregularmente na matriz, associados a fibrilas colágenas e a membrana plasmática
dos processos dos odontoblastos e vesículas da matriz. Em estágios mais avançados
de mineralização, os depósitos apareceram principalmente na pré-dentina. Os
espécimes processados por criosubstituição exibiram as fitas associadas a
finos filamentos, sugerindo que a estrutura das PGs é melhor preservada pelo método
da criosubstituição.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo 96/8868-2
083
Estudo
ultra-estrutural revela reparação do cemento reabsorbido durante intrusão
contínua em humanos
R.M. FALTIN; V.E.
ARANA-CHAVEZ*; K. FALTIN; M.A. CASA - Depto. de
Histologia, USP & Depto. de Ortodontia,
UNIP, SP
Com o
intuito de analisar ultra-estruturalmente o cemento e ligamento periodontal após
intrusão continua, doze primeiros pré-molares, no estágio 10 de Nolla,
ortodonticamente indicados para extração em 6 pacientes (13-16 anos de idade),
foram divididos em 3 grupos experimentais, distribuídos intra-individualmente
como: controle (não movimentado), e após intrusão continua por 4 semanas com
forças de 50cN ou 100cN. Para tanto, foi utilizado um modelo de biomecânica
precisa com fios superelásticos (NiTi-Se), os quais foram desenvolvidos e
calibrados individualmente na Univ. de Ulm, Alemanha. Após a extração, os
dentes foram fixados, descalcificados e processados convencionalmente para
microscopia eletrônica de transmissão, sendo examinados em microscópio Jeol
100 CX II. Sinais evidentes de degeneração de estruturas celulares,
componentes vasculares e matriz extracelular do cemento e ligamento periodontal
foram observadas com as duas forças de intrusão, com mais severidade na região
apical e em proporção à magnitude de força aplicada. Foram verificadas,
ainda, áreas de reabsorção e irregularidade da superfície radicular nos
dentes intruídos, seguindo os mesmos padrões descritos acima. Apesar da
magnitude de força permanecer a mesma durante o período experimental, áreas
de reparação também foram detectadas no cemento e ligamento periodontal dos
dentes intruídos continuamente.
Grandes
mudanças nos padrões estruturais e funcionais do cemento e ligamento
periodontal são induzidos pela aplicação de forças de intrusão continua.
Entretanto, claros sinais de regeneração ocorrem mesmo com a manutenção dos
níveis de força aplicados.
Auxílio
financeiro: FAPESP No 95/5024-5
084
Estudo in
vitro das alterações do esmalte dental submetido ao tratamento com Peróxido
de Carbamida 10%
D. TAMES;
L.J. GRANDO; D.R. TAMES*
Com a
finalidade de estudar os efeitos de um agente clareador dental a base de Peróxido
de Carbamida 10% (Opalescence®)
sobre o esmalte dental humano, foi realizado um estudo “in vitro” em 8
amostras obtidas a partir de 4 terceiros molares inclusos, nos quais foram
delimitadas áreas experimentais de 32 mm2, localizadas nas superfícies
vestibular e lingual de cada dente. As amostras permaneceram imersas no agente
clareador por 2 semanas, sendo posteriormente analisadas com microscópio eletrônico
de varredura (SEM). O pH do agente clareador testado foi de 6,5. Apesar de terem
sido observadas nítidas alterações na superfície do esmalte, as mesmas não
apresentaram-se de maneira uniforme.
Foi
observado um aumento no número de poros, com diâmetros aumentados e
embocaduras adotando forma afunilada. Foram realizadas ainda análises das
superfícies de fraturas transversais à área experimental, observando-se
grande número de estruturas globulares, distribuídas por toda a superfície,
provavelmente um produto de dissolução do esmalte, sugerindo um efeito erosivo
do agente clareador sobre a superfície do esmalte, uma vez que a espectroscopia
de dispersão de energia identificou-as como sendo compostas basicamente por Cálcio
e Fósforo.
085
Estudo do
reparo ósseo em defeitos implantados com matriz dentinária desmineralizada
E.A.L. GONÇALVES*; A.J.
PAVAN; O. TAVANO; S.A. CATANZARO GUIMARÃES - UEM - Maringá ; FOB-USP
A reconstrução
de defeitos ósseos amplos representa um desafio para os cirurgiões, demandando
investigações continuadas na natureza da osteogênese e em métodos de controlá-la
e estimulá-la. Com o objetivo de estudar a dinâmica temporal do reparo ósseo
e avaliar a atividade osteoindutora da matriz dentinária em forma de fatias,
foram confeccionados defeitos cirúrgicos no osso rádio de quinze cães. O
material de implante, autógeno, obtido de dentes incisivos, foi implantado em
defeitos experimentais, sendo os defeitos controles preenchidos com coágulo
sangüíneo. Os animais foram sacrificados em períodos de 15, 30, 45, 60, e 90
dias, sendo as peças contendo os defeitos submetidas a desmineralização com
solução de ácido fórmico e citrato de sódio. Para as análises microscópicas,
utilizaram-se as colorações H.E. e Tricrômico de Mallory. Os fenômenos
morfológicos mais freqüentemente encontrados foram descritos e apresentados em
forma de tabelas.
Os
resultados obtidos permitiram concluir: (a) As fatias de matriz dentinária autógena
desmineralizada estimulam a neoformação óssea de forma direta e aceleram a
remodelação do osso imaturo não osteonal para osso osteonal maduro. (b) As
fatias de matriz dentinária são rapidamente incorporadas ao osso neoformado, não
ocorrendo sinal de qualquer atividade osteoclástica.
Apoio
financeiro CNPq - proc. 522.226/94-9
086
Modelo
experimental de luxação de molares de ratos para o estudo
do
comportamento do periodonto
M.L. GARBARINO*; J.H.
ANTONIAZZI; J.A. BAUER - Depto. de Ortodontia e Odontopediatria, Faculdade de
Odontologia da USP-SP
As reações
periodontais, após a luxação dos molares mandibulares de ratos, foram
analisadas em um modelo experimental, dando ênfase ao estudo da reabsorção
radicular. Foi efetuada a luxação experimental com uma pinça especial nos
primeiros e segundos molares mandibulares em 11 ratos de linhagem Wistar de 160
a 190 gramas. Efetuou-se o processamento histológico para microscopia óptica,
realizando-se cortes semi-seriados de 7 mm de espessura, os quais foram corados
com H.E. Posteriormente, aplicou-se à análise histomorfometrica de Andreasen
para estudar o comportamento dos tecidos periodontais após a luação nos
tempos experimentais de 0, 1, 7 e 21 dias. Os resultados foram analisados
estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis e demonstraram um aumento
significante nos índices de reabsorção radicular superficial e inflamatório
aos 21 dias, sempre superior para a raiz mesial dos primeiros molares em comparação
com os segundos e terceiros molares.
Conclui-se
que este modelo experimental em molares de ratos pode ser utilizado no estudo
de traumatologia dentária, sempre que sejam analisadas separadamente as
respostas teciduais em cada um dos molares.
Apoio
financiero da FAPESP - Processo 95/ 07153-7.
087
Avaliação
do efeito do jato de bicarbonato sobre a superfície de
dentes
humanos permanentes
K. DIAS*;
M. S. MIRANDA ; M. .F. S. LOPES -
Fac. de Odontologia UERJ, UFRJ e
Depto.. de Metalurgia PUC, Rio de Janeiro – RJ
O objetivo
deste estudo, foi avaliar o efeito do jato de bicarbonato de sódio sobre a
superfície de dentes humanos. Para este estudo, foram selecionados quinze
dentes recém-extraídos e o aparelho Odontojet (RHOS) com 60 lbs de pressão.
Foram utilizados 15 dentes, cada dente teve metade das faces vestibular e
lingual protegidas com uma matriz de aço. Os dentes foram divididos em 3 grupos
e suas faces vestibular e lingual, submetidas a ação do jato de bicarbonato
por: grupo A=5 segundos, grupo B=15 segundos e grupo C=30 segundos. O jato foi
sempre aplicado em ângulo reto com a superfície do dente a uma distância de
1cm. Após o jateamento, a matriz foi removida e os dentes avaliados em
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), com aumento de 50, 100 e 200 vezes.
A avaliação mostrou que as superfícies de esmalte, apresentavam-se polidas e
as de cemento, abrasionadas, com alteração do contorno e perda de substância.
O desgaste médio no cemento em microns, foi: Grupo A = 79,53, Grupo B = 209,52
e Grupo C = 226,10. A análise estatística, realizada com ANOVA e teste LSD, (p
< 0,05), mostrou que o grupo A era estatisticamente diferente dos
grupos B e C.
Baseados
nos resultados, os autores concluíram que o jato de bicarbonato pode ser usado
em esmalte, mas deve ser evitado em cemento.
088
Mineralização
no manto dentinário e na dentina circumpulpar.
A.W.
ALMEIDA*; M.L.P. ALMEIDA; P. DECHICHI
Departamento de
Morfologia,CEBIM, Univ.Fed. Uberlândia - Tel / Fax: (034) 232-9871
O processo de mineralização de tecidos
derivados do mesênquima é assunto muito estudado e ainda não esclarecido. Sem
dúvida, a presença do colágeno tipo I é decisiva no processo. Contudo,várias
substâncias ditas não colágenas, devem participar da mineralização que,
provavelmente, deva estar ocorrendo dentro das fibrilas colágenas. Admite-se
que a fibrila colágena venha a se comportar como elemento estrutural que
suportaria as moléculas não colágenas e estas juntas, seriam o elemento
nucleador responsável pela agregação dos íons cálcio e fosfato para definição
do cristal de hidroxiapatita.Também não está definido se a mineralização
das fibrilas, que ocorre ao nível do manto dentinário, se repete da mesma
forma na dentina circumpulpar, que sucede
aquela depositada no manto durante o processo de desenvolvimento do germe
dental. Procurando definir as possíveis diferenças quanto ao comportamento das
fibrilas colágenas no processo de mineralização, as duas áreas citadas foram
comparadas no mesmo germe dental de
Ratus novergicus com 4 dias de vida. Os 1º molares
superiores foram retirados e fixados em uma mistura tipo Karnovsky (glutaraldeído
4% e paraformaldeído 4%) em tampão cacodilato, e pós-fixados em tetróxido de
ósmio 1%, conforme as técnicas
convencionais. A inclusão foi feita em resina do tipo epoxi. Os cortes,
contrastados, foram analisados no TEM EM -109 da Carl Zeiss. Obtidas as
micrografias das áreas selecionadas, tais cortes foram submetidos à ação da
condroitinase AC. Após a ação da enzima, as áreas em estudo, foram
comparadas morfologicamente. Os resultados mostraram que a condroitinase AC
retirou material elétrondispersante que envolve as fibrilas colágenas tanto no
manto dentinário como na dentina circumpulpar. Este material corresponde a
glicosaminoglicanas relacionadas com fibrilas colágenas e que provavelmente as
preparam para receber os cristais minerais.
Apoio finac. CNPq Processo 300615/96.
089
Esmalte
clareado e teste de vitalidade pulpar com gás refrigerante (-20o
C )
A. ROSSI
Jr.; T.S. DUARTE; M.V. BORBA*; M.A.L. de SOUZA
Faculdade de Odontologia,
UFRGS, Porto Alegre, RS, BRASIL - Tel.: (051) 316-5024
Estudos prévios
mostram que dentes clareados com peróxido de carbamida a 10% apresentam
modificações na superfície do esmalte constituídas de rachaduras
superficiais. O objetivo deste estudo foi avaliar se dentes humanos clareados
“in vitro” com Opalescence (peróxido de carbamida a 10% , da Ultradent
Inc.Co.) poderiam apresentar modificações adicionais quando em sua superfície
fosse aplicado um teste de vitalidade pulpar usando um gás refrigerante cuja
temperatura é -20oC.
Dez terceiros molares recentemente extraídos foram seccionados em quatro. As
superfícies cortadas foram cobertas por esmalte para unhas. O esmalte dos
grupos 1 e 2 foram tratados por 240 horas com agente clareador enquanto os
grupos 3 e 4 permaneceram em água destilada. Após este período, o esmalte
dos grupos 1 e 3 foi submetido a aplicação de bolinha de algodão
embebida no gás refrigerante. As 40 espécimes foram recobertas por ouro e
examinadas em microscópio eletrônico de varredura para avaliar a morfologia
superficial do esmalte. Encontrou-se que tanto o esmalte clareado submetido a
baixa temperatura como o não submetido apresentaram o mesmo aspecto morfológico, com algumas rachaduras
superficiais. O grupo que foi somente submetido a baixa temperatura apresentou
aspecto morfológico semelhante ao seu grupo controle, com topografia normal.
Concluiu-se
que o teste pulpar de baixa temperatura não produz qualquer tipo de mudança
morfológica na superfície de esmalte mesmo em dentes clareados.
090
Observações
em esmalte condicionado em molares decíduos
não-erupcionados.
E.M.E.V.
F. FAVA*; M. FAVA; I.
WATANABE; L.R.R.S. COSTA - Departamento de Histologia. Inst. Cien. Biom.,
Universidade de São Paulo-USP
No presente
trabalho, empregando a técnica de microscopia eletrônica de varredura, foram
estudadas as características do esmalte da superfície vestibular de molares
decíduos humanos não-erupcionados, avaliando-os após utilização de ácido
fosfórico durante períodos de 15, 30 e 45 segundos. Os dentes foram extraidos e mantidos em solução de álcool
a 70% e posteriormente desidratados e montados em bases metálicas para análise
em microscópio eletrônico de varredura JEOL, JSM-6.100.
A experiência
in vitro com ácido fosfórico a 35% revelou que há uma tendência de
predominância de dissolução de esmalte interprismático, ou padrão tipo II,
com 15 e 45 segundos de tempo de condicionamento.
A dissolução do esmalte interprismático é mais pronunciada quando são
utilizados 45 segundos de condicionamento ácido.
A superfície do esmalte demonstrou padrões tipo I e tipo II, no caso de
condicionamento ácido de 30 segundos.
Apoio
financeiro CNPq - Processo 150.033-74-0
091
Importância
do primeiro molar permanente na determinação do índice CPOD.
M.C.
MENEGHIM*; N.A. SALIBA.
Pós-graduação
Odontologia Preventiva e Social-F.O.Araçatuba/SP - UNESP.
Para
qualquer programa de saúde pública, é necessário o conhecimento da situação
epidemiológica, visando o planejamento, execução e avaliação dos serviços
odontológicos. Os autores tiveram como objetivo avaliar :a)importância do
primeiro molar permanente na determinação do índice CPOD;b)importância de um
modelo de atenção que priorize as necessidades educativas-preventivas na promoção
de saúde bucal. Foram examinados 2.276 primeiros molares permanentes de crianças
de 7 a 12 anos de idade, ambos os sexos, de Iracemápolis/SP, que não tiveram o
benefício da fluoretação das águas de abastecimento público. Os
examinadores foram previamente calibrados. O índice utilizado foi o CPOD
seguindo os critérios da O.M.S. O exame clínico foi realizado no pátio das
escolas, sob luz natural e utilizando-se espelho bucal plano e sonda
exploradora.
Pode-se
concluir que : 1- o primeiro molar permanente foi responsável por 93,4% e 64,0%
do índice CPOD aos 7 e 12 anos de idade respectivamente; 2- aos 7 e 8 anos de
idade, o maior componente do índice CPOD foi o ‘C’, enquanto que dos 9 aos
12 o componente ‘O’ foi o mais prevalente; 3- a incidência de cárie dentária
foi constante ao longo do tempo; 4- a falta de planejamento educativo-preventivo
não implica em mudanças na prevalência da cárie dentária e nem do índice
CPOD.
092
Velocidade
de formação de placa dental após a aplicação de vernizes fluoretados
M.R.L.
SIMIONATO*; A.M.R. GUIMARÃES; F. ZELANTE
Departamento de
Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas-USP, SP
Os vernizes
fluoretados são importantes agentes de prevenção de cárie dental. Este
estudo avaliou a possível interferência da aplicação de vernizes fluoretados
na formação da placa dental de 64 crianças entre 7 e 10 anos de idade. Os
vernizes fluoretados usados foram Duraphat de procedência alemã e Duraphat,
Duraflur e Fluorniz, de procedência nacional. Os pacientes foram submetidos à
limpeza dental mecânica profissional e, após dois dias, a placa dental foi
avaliada pelo índice de O’Leary, considerando-se estes valores como
controles. Após sete dias realizou-se nova limpeza profissional, seguida da
aplicação de cada um dos vernizes fluoretados. Após dois dias, verificou-se
novamente o índice de placa dental de cada criança, comparando-o ao respectivo
controle. Os resultados demonstraram redução significante (p<0,001) do índice
de placa após a aplicação de todos os vernizes estudados. A redução foi de
10,51% para o verniz Fluorniz, 10,48% para Duraphat alemão, 6,70% para Duraflur
e 6,25% para Duraphat nacional. Entretanto, não se verificou diferença de atuação
entre os vernizes (p>0,05).
Estes
resultados sugerem que a aplicação de vernizes fluoretados reduz a formação
da placa dental, no período analisado.
Este estudo
foi financiado pela FAPESP (91/5064-6).
093
Influência
de soluções para bochechos sobre placa bacteriana, em crianças
S.B.M.
SILVA; M.F.T.B. BIJELLA; N.L.M. ZANELLA; M.F.B. BIJELLA*
Departamento de
Odontopediatria, Universidade do Sagrado Coração
Avaliou-se o
efeito inibidor de bochechos diários com solução de esteviosídeo à 0,5% e
fluoreto de sódio à 0,05% pH3,4 sobre a placa bacteriana em crianças. Para
tanto, 50 crianças com idade entre 7 e 11 anos foram divididas em 2 grupos,
sendo 1 controle e 1 experimental, utilizando-se para avaliação clínica o índice
de placa de Löe. Dividiu-se os grupos em: grupo I ( controle ), água
deionizada e grupo II ( experimental ), solução de esteviosídeo à 0,5% e
fluoreto de sódio à 0,05% pH 3,4. No inicio do experimento, as crianças
receberam profilaxia profissional e em seguida executaram bochechos diários com
5 ml de solução por 1 minuto, sob supervisão, durante um período de 3
semanas. Os resultados mostraram uma inibição do acúmulo da placa de 2,48% e
23,82%, para os grupos I e II, respectivamente. A diferença entre os
tratamentos foi estatisticamente significante a 5%.
Concluiu-se,
com a pesquisa, que a solução de esteviosídeo a 0,5% e fluoreto de sódio à
0,05% pH 3,4 apresentou efeito antiplaca, necessitando, entretanto, de mais
trabalhos com a solução, a fim de se aprimorar a sua aplicação clínica.
094
Avaliação
de parâmetros salivares e clínicos na predição de cárie em crianças
T.C.
COUTINHO *; A.A. RIBEIRO; L.D. GONÇALVES
Disciplina de
Odontopediatria, Fac. de Odontologia da UFF - RJ, BRASIL
A pesquisa
objetivou avaliar o efeito combinado (modelo multifatorial) e isolado de
indicadores de risco clínicos e salivares quanto a sua eficácia na predição
de cárie em crianças de 06 a 12 anos. A amostra consistiu de 130 crianças,
selecionadas da Clínica de Odontopediatria da UFF. Avaliou-se os índices CPO-D
(experiência de cárie) e IHO-S, dieta (freqüência de ingestão de sacarose)
e análise do fluxo salivar e capacidade tampão através do uso do kit
Dentobuff R
(Inodon).
Análise estatística baseou-se no teste de correlação de Spearman, teste t e
de correlação múltipla, adotando-se o nível de significância de p <
0,05. Resultados: analisando-se os
indicadores isoladamente, não foi observada correlação significativa entre
fluxo salivar e experiência de cárie nos meninos (rs=
0,29; p > 0,05), enquanto que nas meninas foi significante
(rs =
0,63; p < 0,01). Com relação à capacidade tampão, não foi possível
estabelecer correlação, uma vez que os valores obtidos foram similares para
toda a amostra (pH entre 6,5 e 7,0). Considerando-se a freqüência de ingestão
de sacarose, a correlação foi significativa em ambos os sexos, principalmente
entre as meninas (rs=
0,86; p < 0,001). Quanto ao IHO-S, a correlação foi significativa apenas
entre os meninos (rs=
0,69; p < 0,05). Quando todos os indicadores foram analisados de forma
combinada, observou-se uma correlação positiva em ambos os sexos.
Concluiu-se
que, a eficácia dos testes salivares quando aplicados isoladamente na predição
de cárie em crianças ainda é duvidosa, entretanto, sua utilização em um
modelo multifatorial pode fornecer informações adicionais valiosas para a
predição do risco à cárie neste grupo etário.
095
Programa
educativo e preventivo em saúde bucal para crianças
V.L. GODOY*;
N. L. M. ZANELA; M. F. T. B. BIJELLA
Depto.
Ortodontia/Odontopediatria, Faculdade
Odontologia Bauru USP-SP
Os programas
educativos e preventivos em saúde bucal têm como meta baixar o risco de cárie
por meio do controle da placa bacteriana. Assim, direcionou-se este trabalho
dando-se enfoque para a educação de pais, professores e crianças com
relação à promoção da saúde bucal. O programa foi desenvolvido por duas
odontopediatras que semanalmente realizavam os procedimentos preventivos,
palestras e trabalhos manuais para as crianças, pais e professores. Nesta
pesquisa, participaram bebês de 0 a 2 anos e crianças até 6 anos de idade;
nos bebês que não apresentavam o 1º molar decíduo, a remoção mecânica da
placa bacteriana visível era
realizada por meio de uma gaze umedecida em água oxigenada 10 vol., diluída a
1/4; naqueles bebês que já apresentavam 1º molar decíduo, foram utilizados o
fio dental, a escova dentária e o dentifrício fluoretado e posteriormente a
aplicação de flúor a 0,05% com cotonete. Nas crianças de 2 a 6 anos de idade
em pregava-se um evidenciador de placa bacteriana e a higiene bucal era
executada com fio dental, escova e dentifrício fluoretado. O flúor a 0,2% era
aplicado nas crianças de 2 a 4 anos com cotonete e nas de 5 a 6 anos, bochechos
com 5 ml da solução por 1 minuto. Na avaliação do programa realizou-se um índice
de placa (PHP) e um exame clínico, considerando: número de dentes hígidos,
desmineralizações ativas ou inativas e cáries incipientes, crônicas ou
agudas. Houve uma redução do índice de placa em torno de 63,58% após 6 meses
e de 72,07% após 1 ano. Ao exame clínico observou-se um aumento no número de
dentes hígidos e o número de dentes com desmineralização ativa diminuiu,
sendo as cáries tratadas, quando constatadas, no início do programa.
Os
resultados demonstraram a eficiência do programa abrangendo pais, professores e
crianças.
096
Aspectos
microscópicos da cárie dentária
G. S.
DALBEN*; F. C. RIBEIRO; A. A. C. PEREIRA; A. CONSOLARO
Departamento de Patologia -
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
A fundamentação
do diagnóstico e da evolução clínica da cárie dentária pode ser obtida
utilizando-se da análise microscópica dos eventos teciduais e celulares. O
objetivo deste trabalho é reconhecer e correlacionar os aspectos microscópicos
com os achados clínico-radiográficos. Para tanto, foram utilizados 100 dentes
: em 70, foram obtidos cortes por desgaste e cortes por desmineralização; em
30, as estruturas foram preservadas com a finalidade de análise macroscópica e
documentação fotográfica. Na cárie de esmalte, destacam-se as várias áreas
correspondentes aos aspectos evolutivos de lesões bem estabelecidas, ainda que,
com superfície dentária preservada. Na cárie de dentina, a esclerose dentinária
e os tratos mortos apresentam-se exuberantemente nos cortes por desgaste. Nos
cortes por desmineralização, a invasão bacteriana apresenta-se comprometendo
grandes áreas da estrutura tecidual. Na cárie de cemento, a extensão e
superficialidade caracterizam a forma e aspecto evolutivo da lesão.
Desta
forma, podemos afirmar que os achados microscópicos permitem compreender e
investigar, de forma precisa e dinâmica, os aspectos relacionados à
etiopatogenia e terapêutica da cárie.
097
Avaliação
da resistência à fratura de dentes com restaurações
conservadoras
de classe II
C.F. BORTOLOZZI*; L.A.F.
PIMENTA - Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia de
Piracicaba – UNICAMP
O objetivo
deste trabalho foi avaliar a resistência à compressão de dentes tratados com
preparos cavitários classe II - “túnel” e “slot horizontal”,
restaurados com cimento de ionômero de vidro Cermet. Paralelamente, verificar
também, qual desses preparos oferece melhores condições de preservar a resistência
do elemento dental. Foram selecionados 36 pré-molares que se apresentavam sem cáries
e com suas coroas intactas, armazenados em formol a 2% em pH neutro desde sua
extração. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 3 grupos, sendo: hígidos
(H), preparo tipo “túnel” (TT) e preparo tipo “slot horizontal” (SH).
Por meio de uma seringa “Centrix”, inseriu-se o material restaurador,
cimento de ionômero de vidro Cermet (Chelon-Silver-ESPE). Preparados,
restaurados e com os nichos confeccionados, os dentes foram armazenados em
estufa umidificadora a 37 oC
durante 7 dias, quando então, submetidos a força de compressão vertical em Máquina
Universal de Ensaios (Kratos), na velocidade de 0,5 mm/min. Para os resultados
obtidos, a análise estatística (ANOVA e Teste de Tukey) demonstrou não haver
diferenças significantes entre os tratamentos. As médias, +/- desvio padrão,
de resistência às forças de compressão vertical foram em Kg: H - 76.60 (a)
+/- 18,88; TT - 69.43 (a) +/- 25,27; SH - 75.03 (a) +/- 20,00, onde letras
iguais implicam em semelhança estatisticamente verificada em nível de 1%.
Conclui-se
que os preparos conservadores de classe II restaurados com Cermet recupera a
resistência quando comparados aos dentes hígidos.
Apoio da
FAPESP - Processo 95/2680-9
098
Avaliação
das variáveis do risco de cárie
M.R.L.
SOUSA; C.R. TORNISIELLO*
Departamento de Odontologia
Social - Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP
A proposta
deste trabalho foi verificar as variáveis de risco de cárie antes e após o
tratamento preventivo-curativo, em crianças atendidas no serviço público.
Assim, 32 escolares, de 6 a 8 anos, da EEPG “Barão de Serra Negra”, Rio das
Pedras-SP, foram examinadas segundo os critérios da OMS, sob luz artificial e
secagem, com sonda e espelho bucal. Coletou-se a saliva por 5
minutos obtendo-se a VFS (Velocidade de Fluxo Salivar) e a CT (Capacidade
Tampão da saliva) verificada por potenciômetro após adicionar-se 1,5ml de HCl
5mM a 0,5ml de saliva. Observou-se a dieta através de um questionário. Durante
o ano foram realizados os tratamentos curativos, sendo que o programa preventivo
contou com bochechos de NaF a 0.2% semanais, palestras e escovação
supervisionada a cada 2 meses. Obteve-se que tanto a VFS quanto a CT diminuíram
em média de 1.06 para 0.73 ml/min (p=0.002) e de 5.5 para 4.0 (p=0.000),
respectivamente, com µ=5%. Os índices de cárie tanto para a dentição
permanente (CPO-S = 5.11) como para a dentição decídua (ceo-s = 17.55)
apresentaram valores de média semelhantes ao início e término do tratamento
(p=0.033 e p=0.492, respectivamente); havendo
a inversão do componente cariado para obturado. Quanto à dieta,
verificou-se que percentualmente houve oscilação ao longo deste ano no número
de crianças que consomem produtos açucarados (77%, 73% e 86%).
Conclui-se
que há necessidade de que outras medidas preventivas, de caráter mais
intensivo, associadas ao aconselhamento do estímulo mastigatório, sejam
instauradas com a finalidade de aumentar a VFS e consequentemente a CT, para
manutenção do tratamento curativo realizado e da saúde bucal.
Apoio
financeiro do SAE/UNICAMP - Processo372/95
099
Efeito da
associação, in vitro, de métodos de aplicação tópica de fluoretos
L.C. MAIA*;
I.P.R. SOUZA; J.A. CURY
FO-UFRJ, Rio de Janeiro/
FOP-UNICAMP, São Paulo – Brasil
Este estudo
teve por objetivo avaliar, in vitro, sob condições cíclicas de pH, o
efeito isolado e/ou da associação da aplicação tópica de fluoretos(F) na
remineralização e incorporação de F no esmalte bovino com lesão superficial
artificial de cárie. Inicialmente, foi medida a microdureza superficial (Knoop)
do esmalte hígido(EH), do cariado(EC), e do cariado após aplicação tópica
de verniz(EC/ATF). Após as ciclagens de pH, o grupo controle(C) e os grupos
experimentais (dentifrício fluoretado-D, dentifrício fluoretado + aplicação
tópica de verniz-DV, e aplicação tópica de verniz-V) tiveram a microdureza
reavaliada, e estimou-se matematicamente o % de remineralização do esmalte(E).
Em acréscimo, determinou-se o F incorporado(ppm) com um eletrodo combinado íon
específico após remoção de três camadas sucessivas de E com 0,5M HCl. O
total de E foi estimado pela análise colorimétrica do fósforo. Para a análise
estatística dos resultados utilizou-se os testes: t para comparações múltiplas,
Kruskal-Wallis e correlação, com nível de significância de 5%. As médias e
erros padrões do % de remineralização demonstraram que D (35,90ñ 2,3) >
DV (25,90ñ 1,65) > C (15,10 ñ 1,48) > V (8,20 ñ 1,68) com (p < 0,05). Quanto ao F incorporado, as maiores
médias ocorreram em D e DV, e diferiram significativamente de C e V (p <
0,05). Não houve correlação significativa (p<0,05) entre o % de
remineralização e o F incorporado nos grupos.
Assim,
sugere-se que a associação de métodos de baixa e alta concentração de F não
traz , a princípio, benefícios adicionais na remineralização e na incorporação
de F em esmalte bovino cariado,
quando comparado com a utilização isolada de baixa concentração com alta
freqüência.
100
Avaliação
de um Programa de Prevenção de Cárie em crianças HIV+
G.F.
CASTRO*; I.P. SOUZA; T.K. CHIANCA; R. HUGO
FO/IPPMG NESC/UFRJ
Este
trabalho avalia um programa de prevenção de cárie em 21 crianças com diagnóstico
definitivo para o HIV, pacientes do IPPMG-UFRJ, entre 2 e 13 anos de idade, de
ambos os sexos. Todos os pacientes tinham autorização de participação por
parte dos responsáveis. O exame oral foi realizado por um único examinador
obtendo-se os índices ceo/CPOD baseado nos critérios da OMS. As crianças
foram divididas em dois grupos: Alta Atividade (AA) e Baixa Atividade de cárie
(BA) sendo consideradas AA aquelas com 1 ou + lesões de cárie em bateria
labial superior e/ou mais de 10% dos dentes apresentando lesão de cárie. Cada
criança, após escovação supervisionada, recebeu aplicação tópica de 2
vernizes: Fluor Protector® (Fluoreto 0,7%) e Cervitec® (Clorexidine 1%; Timol
1%) de acordo com especificações do fabricante, sendo o intervalo de aplicação
de 3 e 6 meses para os grupos AA e BA, respectivamente. A qualificação da eficácia
do tratamento baseou-se na análise à nível de indivíduo (incremento CPOD) e
a nível de dente (percentual de incremento de dentes cariados) após 1 ano. A média
de idade foi 7,82(±2,13) e 5,30 (±2,91) para AA e BA, respectivamente
(p<0,05- Qui2). Houve incremento do CPOD em ambos os grupos (AA=1,00;
BA=0,33). Essas médias não tiveram diferença estatística (p>0,05-ANOVA).
Os percentuais de incremento de dentes decíduos e permanentes afetados por cárie
em 1 ano nos grupos BA (8,28% e 4,77%) e AA (10,14% e 11,96%) foram
estatisticamente semelhantes (P>0,05-Qui2).
Os
resultados desta avaliação
indicam que o tratamento oferecido às crianças não foi efetivo no controle da
doença, independentemente do nível de atividade de cárie das crianças. Apoio
CNPq-521652/95-2.
101
Avaliação
da modificação dos fatores de risco à doença cárie
A. RIBEIRO*;
C.NISHIO; G.F.CASTRO; A.MODESTO
FO - Odontopediatria - UFRJ
(5521- 290-81-48 Fax)
Este estudo
avaliou os fatores de risco à doença cárie em bebês e verificou as mudanças
no comportamento dos pais quanto aos hábitos de dieta, higiene bucal e uso de
fluoreto. A amostra foi composta de 20 bebês, de 0-24 meses de idade (média=15,05±8,56),
de ambos os sexos (45% meninas e 55% meninos), pacientes da Clínica de Bebês
(CB) - FO-UFRJ. Foram realizadas 3 consultas, com intervalo de 1 semana cada,
nas quais foi aplicado 1 questionário aos responsáveis contendo perguntas
sobre dieta, higiene e uso de fluoretos, determinando-se, então, o risco de cárie
(RC): alto, médio ou baixo. Em toda consulta, os bebês recebiam cuidados de
limpeza com H2O2 diluída e
aplicação de flúor tópico a 0,02%; e os pais eram instruídos quanto às práticas
de prevenção de cárie (dieta, higiene e uso de fluoreto). Teste do
Qui-quadrado foi usado para análises estatísticas. A maioria da amostra (70%)
procurou a CB para orientação. Não ocorreram mudanças significativas nos hábitos
de amamentação noturna (p>0,05). Na primeira consulta, 75% dos pais
limpavam a cavidade bucal e os dentes de seus bebês e, embora a diferença não
foi estatisticamente significante, esse percentual elevou-se a 100% (p=0,06); a
freqüência da limpeza aumentou em 100% (p=0,02). Na última consulta,
observou-se que 90% dos bebês faziam uso de flúor caseiro comparado com os 10%
iniciais (p=0,001). Dos 13 bebês (65%) que eram alto RC ao primeiro exame,
somente 4 (20%) permaneceram nesta classificação, indicando uma modificação
altamente significante (p=0,01).
Pôde-se
verificar que, após o reforço das instruções sobre os hábitos de prevenção,
o impacto inicial foi benéfico em relação aos hábitos de higiene bucal e uso
de fluoreto, diminuindo assim o risco de cárie dos pacientes. Porém, há
necessidade de um maior acompanhamento das mudanças ocorridas.
102
Ação da
goma de mascar sobre a placa após ingestão de sacarose
A.G.R.C.
OLIVEIRA; I.C.C.COSTA; P.R. SILVA; S.A.S.MOIMAZ
Pós-Graduação em Odont
Prev. Social-UNESP-FOAraçatuba /UFRN-CMOS
O papel da
sacarose no estabelecimento da cárie dentária já está bastante consolidado
na literatura odontológica. No experimento de Stephan (Stephan, R.M.
J. Dent. Res. 43: 257-66, 1944), na década de 40, a evolução do pH da placa
em função do tempo por ocasião da ingestão de carboidrato fermentável,
mostrou uma curva característica com uma queda inicial e uma lenta recuperação
e ficou conhecida como “Curva de Stephan”. Desde então, usualmente, é
analisada a curva, provocada por determinado alimento, para determinação da
cariogenicidade deste, basicamente a partir da estimativa da área formada pela
curva (área cH). Tem sido relatado, por alguns autores, que a goma de mascar
restaura o pH da placa, diminuído pela ação de carboidratos, de uma forma
bastante significativa. O objetivo deste trabalho foi verificar a ação de uma
goma de mascar, à base de xilitol, na Curva de Stephan provocada por uma
sobremesa típica brasileira, o doce de leite. O experimento foi realizado em
duas fases, em 5 indivíduos: na primeira, consumiu-se somente doce de leite e,
na segunda, consumiu-se o doce e, em seguida, a goma de mascar. Em ambas, o pH
da placa foi monitorado ao longo de 25 minutos, em intervalos de 5 minutos.
Foi utilizada a técnica da “amostra de placa” (Englander, H.R. et
al. J.Dent.Res.35:792,1956) para a leitura do pH e a análise foi feita a
partir da comparação das áreas formadas pelas curvas
(áreas cH) em cada fase. Observou-se que o uso da goma de mascar após
ingestão do doce proporcionou uma área cH significativamente menor do que
quando somente o doce era ingerido, podendo-se concluir que o uso de goma de
mascar à base de xilitol após ingestão de alimento com sacarose diminui a
acidogenicidade deste.
103
Dinâmica
da colonização da cavidade bucal de recém-nascidos
IG Borba1;
JECV Menezes1*; IY Ito2; LAB
Silva1; LB
Rocha1; P
Nelson Filho1.
1Departamento de Clínica Infantil
da FORP-USP, 2FCFRP-USP..
O objetivo
do presente trabalho foi avaliar quando e quais microrganismos podem ser
detectados em amostras da cavidade bucal de recém-nascidos da cidade de Ribeirão
Preto. Oitenta e uma amostras de 51 recém-nascidos saudáveis foram obtidas
durante o período de 10 minutos a 53 horas pós-parto, com o uso de cotonetes
esterilizados, esfregados levemente na superfície da língua, mucosa bucal,
processo alveolar e palato. Após processamento microbiológico, efetuou-se a
contagem do número de unidades formadora de colônia de estreptococos,
estafilococos e bacilos aeróbios gram-negativos. Os resultados obtidos
demonstraram que, no período de 10 minutos a 8 horas pós-parto, em
aproximadamente 69,2% das amostras não evidenciou-se crescimento bacteriano, e
cerca de 23,8% das amostras permaneceram isentas de microrganismos até 24 horas
após o parto. Os estreptococos estavam presentes na microbiota bucal em cerca
de 65,4% dos casos, e os estafilococos, em aproximadamente 75,3%.
Estes
dois gêneros (estreptococos e estafilococos) foram os mais prevalentes nas
amostras avaliadas, enquanto que os bacilos aeróbios gram-negativos foram
detectados esporadicamente. Os estreptococos do grupo mutans não foram
evidenciados em nenhuma das amostras.
104
Avaliação
da efetividade de um método educativo aplicado em escolares
S.A.M.
CORONA*; P.P.N.S. GARCIA; W. DINELLI.
Depto de Odontologia
Restauradora, Fac. de Odontologia de Araraquara-UNESP
Avaliou-se
um novo método educativo, baseado na utilização do Robô-Sorriso, em
diferentes fases: antes, imediatamente após e decorridos 30 dias da aplicação
da mensagem. Uma mensagem educativa-preventiva, contendo noções sobre placa
bacteriana, higiene oral, flúor, cárie/doença periodontal, dieta e importância
do Cirurgião Dentista, foi transmitida pelo robô, por meio de uma fita
cassete. Para avaliação do ensino e da motivação por meio do Robô-Sorriso
selecionaram-se 305 crianças, das 4as e 5as
séries, de duas escolas particulares, utilizando-se de um questionário, no
qual atribuiram-se escores (A, B, C, D e E), correspondendo a excelente, bom,
regular, ruim e péssimo. Na 1a
avaliação, grande parte dos alunos obtiveram conceitos A e B (81,9%),
mostrando um bom nível de conhecimento, antes da aplicação do programa. Na 2a
avaliação, nota-se nítido aumento no percentual de alunos que obtiveram
escore A (de 25,2% para 66,2%). Isto indica que houve uma boa assimilação
imediata da mensagem após a apresentação do robô. Na 3a avaliação, comparando-se com o desempenho anterior,
percebe-se uma queda de 7,8 pontos percentuais no total de alunos com escore A,
mostrando elevada fixação dos ensinamentos, decorridos 30 dias, indicando que
o método provocou um grande impacto.
Conclui-se
entre outras, que o método didático de ensino aplicado demonstrou-se efetivo
na motivação e educação, com excelente receptividade por parte dos alunos.
Apoio
financeiro do CNPq
105
Estudo de
uma solução remineralizante em lesões de mancha branca
MACHADO, R.F.B.; ALVES,
M.S.C.F. CMOS/UFRN. Natal-RN.
O objetivo
principal deste trabalho foi verificar “in vivo” a capacidade
remineralizante de uma solução artificial e sua relação com o
desaparecimento de lesões de mancha branca em 13 escolares, de ambos os sexos,
na faixa etária de 12 a 17 anos, divididos em dois grupos, controle e
experimental. O grupo experimental
usou diariamente a solução remineralizadora composta de Ca(NO3)2,
ZnCl2,
SrCl2,
Al(NO3)3,
KNO3,
KH2PO4,
NaCl, Tartarato de Sódio, NaF. O
controle usou uma solução placebo. Foram
coletadas informações sobre mancha branca, índice de placa, fluxo salivar
antes e após a aplicação das soluções, artificial no grupo A e placebo no
grupo B. Para tanto, foram
realizados tratamento odontológico em todos os escolares, análise da dieta e
orientação quanto a saúde bucal, além do registro fotográfico.
Para a análise dos dados foram empregados os testes t (student) para
amostras pareadas, quando a comparação foi feita entre observações do mesmo
indivíduo; e o teste “t” para amostras independentes, quando a comparação
foi feita entre grupos independentes.
Pode-se
concluir que nas condições deste estudo observou-se a remineralização das
manchas brancas em ambos os grupos pesquisados.
106
Efeito de
diferentes tratamentos com fluoretos tópicos na remineralização
de lesões
artificiais de cárie
A.M.G. VALENÇA*; S.S.
OLIVEIRA; O. CHEVITARESE; P.J.S. NEVES. Doutorado em Odont. Social. Univ. Fed.
Fluminense - Niterói – RJ
A proposição
deste estudo foi avaliar, in vitro, as mudanças macroscópicas e microscópicas
(em luz polarizada), ocorridas em lesões artificiais de cárie, produzidas em
esmalte bovino e submetidas à ação de fluoretos tópicos, diante de condições
cíclicas de pH. Para tanto, 230 incisivos bovinos foram divididos
aleatoriamente em 7 grupos: 1. exposto à ação de dentifrício (Kolynos Super
Branco/Kolynos); 2. solução de fluoreto de sódio (NaF) a 0,05%; 3. solução
de NaF a 0,2%; 4. gel de fluorfosfato acidulado (FFA) por 1 minuto
(Nupro/Dentsplay); 5. gel de FFA por 4 minutos (Nupro/Dentsplay); 6. verniz
(Duraphat/Inpharma) e 7. controle. Foram produzidas lesões de cárie com área
padronizada (12,6cm2) em secções de esmalte, removidas da região central da
face vestibular desses elementos dentários. Após 14 dias de ciclagem de pH,
verificou-se que, macroscopicamente, as lesões de cárie, submetidas à ação
do dentifrício e do verniz, apresentavam remineralização total
significativamente mais elevada do que aquela registrada com a utilização das
soluções para bochecho e do gel, aplicando-se o teste não paramétrico de x2.
A remineralização total obtida com as soluções para bochecho foi
significativamente maior do que a obtida com o uso do gel. Constatou-se através
da análise microscópica quantitativa, que as lesões de cárie expostas à ação
do dentifrício e da solução para bochecho de NaF a 0,05% apresentaram redução
significativamente superior da profundidade da lesão cariosa, em relação aos
demais grupos, ao ser aplicado o teste não paramétrico de Wilcoxon.
Os
resultados indicam que agentes com baixa concentração de fluoreto, utilizados
freqüentemente, são mais eficazes em reverter processos incipientes de cárie
em esmalte.
107
Microinfiltração
“in vitro” dos cimentos usados em prótese fixa
E. K. YNGA;
M. A. SARAVIA; L. CARBAJAL
Fac. Odontologia
Universidade Peruana Cayetano Heredia, Lima, Peru
O objetivo
do estudo é a comparação “in vitro” da microinfiltração das coroas
totais metálicas com 4 diferentes cimentos. Os preparos foram feitos em 60
exodontias de premolares, conservados em água; o término do preparo foi feito
em degrau com bisel sendo que, por vestibular e lingual o término foi em
esmalte e por mesial e distal em cemento e dentina. A técnica de manipulação
foi de acordo com as instruções dos fabricantes. Quinze dentes foram
trabalhados em cada um dos quatro grupos: (1) fosfato de zinco(Missy), (2) compósito
de resina-ionômero de vidro híbrido Vitremer Luting (3M), (3) resina Avanto
(Voco) e (4) resina Panavia 21 Ex (Kuraray). Os espécimes foram termociclados
400 ciclos (5o
C-55o
C), colocados em solução de azul de metileno 2% e onservados em microscopia
estereoscópica (mesio-distal; vestibular-lingual). No grupo (1) a linha de término
do preparo apresentou significativamente mais microinfiltração que em outros
grupos. Eles foram analisados com o teste qui quadrado e kruskall wallis
(0,001<0,01).
Somente o
grupo (1) apresentou diferença significativa do término em cemento e dentina
em relação ao de esmalte, para o qual foi utilizado o teste exato de
fischer’s (p<0,05). Os resultados mostraram ainda que o grupo (3) com
resina Avanto apresentou uma conduta similar em cemento e dentina e esmalte,
quando comparados ao Vitremer Luting (2) e Panavia 21 Ex (4).
108
Experiência
de cárie na dentição decídua após um programa de promoção
de saúde
bucal
E.Rossoni*;C.G.Borges
- DOPS Faculdade de Odontologia - UFRGS-RS, Fax (051)330-2951
O declínio
na experiência de cárie em crianças tem sido atribuido principalmente ao uso
de fluoretos em suas várias formas. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito
de um programa de promoção de saúde bucal, baseado na utilização de gel de
fluor fosfato acidulado a 1,23%, sobre a dentição decídua de crianças de 1 a
5 anos de idade de uma creche institucional. Inicialmente, exames clínicos de cárie
(ceos) incluindo diagnóstico de mancha branca foram realizados em 140 crianças.
O exame clínico foi realizado após remoção de placa com escova e fio dental,
secagem com gaze das superfícies e refletor. Na faixa etária de 1 a 2 anos
completos haviam 88 crianças. Elas foram examinadas duas vezes por ano até
completarem cinco anos de idade e quando apresentavam atividade de cárie
recebiam fluorterapia intensiva (4 a 6 sessões semanais). Chegaram ao
final do estudo 60 crianças cujo ceos inicial era igual a 0 e ceos médio
final igual a 0,87±1,84, sendo que 62% delas continuavam livres de cárie aos 5
anos de idade. Comparando as crianças de 5 anos que passaram pelo programa de
saúde bucal com aquelas crianças examinadas inicialmente na creche já com 5
anos de idade (grupo controle - ceos=4,35±5,59) e que não passaram por nenhum
programa de saúde bucal, observamos diferença
estatística (p‹0,05 - teste t de Student).
Concluimos que o programa de saúde bucal foi capaz de diminuir a
prevalência de cárie na população estudada.
109
Relação
entre acúmulo de placa dental e níveis salivares de estreptococcos do grupo mutans
e a prevalência de cárie dental em crianças de 1,0 a 2,5 anos de idade
R.O.MATTOS-GRANER*; F.
ZELANTE; M.P.A. MAYER - FOUSP.
Fax:(011)8187854.
O objetivo
deste trabalho foi avaliar a associação entre o acúmulo de de placa dental
nos incisivos superiores e níveis salivares de estreptococos do grupo mutans
(SM) com a prevalência de cárie dental em
idade precoce. Foram estudadas 142 crianças de 1,0 a 2,5 anos de idade
de ambos os sexos. Amostras de saliva não estimulada foram coletadas de acordo
com o método de KÖHLER et al. (1979). A análise da presença de placa dental
visível nas superfícies vestibulares dos incisivos superiores foi realizada
através do exame visual, sem a utilização de solução evidenciadora
(ALALLUSUA et al., 1994). Os dentes foram então escovados e secos para o diagnóstico
das lesões cariosas, de mancha branca (MB) e cavitadas (C), realizado com auxílio
de espelho bucal e lanterna portátil por um único examinador devidamente
calibrado (coef. kappa=0,766, p<0,000). Das 142 crianças examinadas, 35,9%
apresentavam uma ou mais lesões de cárie, sendo que 17% apresentavam pelo
menos uma cavidade de cárie. Os ceos médios foram
0,63 (C) e 1,32 (MB+C). Observou-se dependência entre o número de crianças
afetadas e o acúmulo de placa nos incisivos superiores (c2
= 12,1; p<0,001). Houve associação positiva entre os níveis salivares de
SM e o número de crianças afetadas (c2 =
28,7, p<0,001). Os índices ceos foram estatisticamente maiores em crianças
com placa dental visível (Mann Whitney, p<0,001) e em crianças com mais de
50 UFC de SM (Kruskall-Wallis, p<0,05). As diferenças entre os ceos médios
aumentaram quando se associou o acúmulo
de placa dental aos níveis salivares de SM.
Estes
dados mostram uma associação positiva entre a prevalência de cárie dental e
o acúmulo de placa nos incisivos superiores e níveis salivares de SM. Apoio
financeiro: FAPESP (proc.no.
9131/0)
110
Avaliação
de métodos de diagnóstico da lesão de cárie.
E.C.
KAIRALLA*; J.L. LAGE MARQUES; S.M. RODE; F.R.X. SILVEIRA
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
Comparou-se,
in vitro, a efetividade de três métodos de diagnóstico da lesão de cárie
em 26 sítios de interesse, dispostos na face palatina de 20 coroas de dentes
caninos permanentes. Quatro examinadores receberam orientação teórico-prática
para o diagnóstico, através de três métodos - inspeção visual; táctil
(inspeção visual - sonda exploradora com ponta romba); e videoscópico
(sistema AcuCam). As avaliações dos sítios foram realizadas de modo
independente entre os examinadores e métodos, obedecendo a seguinte classificação:
0- ausência de lesão de cárie; 1- lesão do esmalte superficial; 2- lesão do
esmalte mais profundo;e 3- lesão de cárie em nível de dentina. Obteve-se uma
imagem das coroas através de scanner, onde os sítios foram demarcados
(Mapeamento). Para a validação dos dados os dentes foram seccionados
paralelamente ao seu longo eixo, por um disco de diamante e analisados
histologicamente em um microscópio estereoscópico com aumento de 40x. Os
resultados demonstraram que 84,6% dos sítios apresentavam lesão de cárie
(90,9% em esmalte; 9,1% em dentina). Diagnósticos compatíveis com o exame
histológico apresentaram percentual de acerto no método de inspeção visual
de 40,4%, no exame táctil de 38,5% e no videoscópico de 41,3%, resultados que
não demonstraram diferença estatisticamente significante.
Concluiu-se,
pelos resultados obtidos, que os três métodos apresentaram acuidade semelhante
no diagnóstico da lesão de cárie; dentre os métodos estudados o exame ao
videoscópio foi o que mais se aproximou do histológico, seguido pelo visual, e
o mais distante foi o táctil; constatou-se também uma elevada porcentagem de
erro de diagnósticos (59,9%), o que consequentemente acarretaria uma conduta
terapêutica inadequada.
111
Cárie
dental e práticas de alimentação infantil em pré escolares de 18 a 48 meses
S.K. SAITO*;
H.M.U. DECCICO; M. NOBRE DOS SANTOS
Departamento de Odontologia
Infantil - FOP/UNICAMP
Este estudo
foi realizado para determinar a prevalência e extensão da cárie dental em pré-escolares
e indagar sobre fatores associados. Cento e cinqüenta e seis crianças com
idade de 18 a 48 meses foram examinadas clinicamente para determinar o ceod e o
ceos por um investigador que desconhecia as respostas que as mães haviam dado
para o questionário administrado por um entrevistador. A cárie dental foi
determinada pelo diagnóstico visual sob luz natural usando-se espelho bucal.
Antes do exame os dentes das crianças foram limpos e secos com uma gaze. Os
resultados foram analisados pelos testes, qui-quadrado e Man Whitney. A média
do ceos por criança foi 3,4 com 40% delas livres de cáries. Observou-se, que
das crianças com cárie 36% e 24% delas tinham um ceod maior que 0 e 4
respectivamente. Os dados sobre as práticas de alimentação ao nascimento
mostraram que as porcentagens de crianças sem e com cárie foram de 42% e 52%
para aquelas apenas amamentadas ao seio, 38% e 62% naquelas que mamaram ao seio
e com mamadeira e 30% e 70%
naquelas que apenas mamaram com mamadeira (p< 0,05). A cárie de mamadeira
foi observada 20% das crianças. Daquelas com cárie de mamadeira 77% tinham
sido amamentadas pelos 03 métodos por mais de 12 meses. As médias do ceod para
as crianças nas classes sociais I, II e III foram 1,6 , 3,6 e 2,3 com 50, 25 e
29% livres de cárie respectivamente. Da mesma forma, as crianças cujas mães
haviam feito curso de graduação ou pós-graduação tinham um ceod médio
menor do que aquelas cujas mães haviam cursado apenas o primeiro grau
(p< 0,05).
Concluíu-se
que a cárie dental ocorre cedo na infância e que sua prevalência e
relativamente alta. As crianças com cárie de mamadeira tenderam a manter seus
hábitos de aleitamento por mais de 12 meses.
112
Efeito de
um dentifrício com bicarbonato de sódio, na contagem de mutans,
acidogenicidade e composição da placa dental
R.F. IGNÁCIO*; P.E.C.
PERES; J.A. CURY. FOP-UNICAMP /
UNIMEP.
Avaliou-se o
efeito de um dentifrício contendo bicarbonato na contagem de estreptococos do
grupo mutans (EM), acidogenicidade e composição da placa dental. Vinte e três
voluntários escovaram os dentes 3 vezes ao dia, com formulações fluoretadas
(1500 ppm F), contendo ou sílica (SIL), ou CaCO3
(CARB), ou CaCO3
mais NaHCO3
(CARB/BICAR), num delineamento duplo cego cruzado, com etapas de 28 dias. No 28o
dia, 8 horas após a última
escovação, foi realizada a contagem de EM na saliva (MS). No 30o
dia, após 48 horas nas quais os voluntários bochecharam 3 vezes ao dia uma
suspensão de dentifrício/água, e 6 vezes ao dia sacarose a 10%, analisou-se
na placa dental: a)Contagem de mutans (MP); b)Polissacarídeos álcali solúveis
(P.S.A); c)Flúor solúvel em ácido (F.S.A); d)pH no tempo zero (T0), após 5 min. de bochecho com sacarose (T5),
calculando-se o DpH (T0-T5).
Os resultados (média+erro padrão) para SIL, CARB e CARB/BICAR foram
respectivamente:1)MS (x106UFC/mL
saliva) = 11,43+7,62 A; 2,33+1,04
A; 2,07+1,10 A; 2)MP (x106UFC/mg) = 0,099+0,095 A; 0,027+0,018 A;
0,007+0,003 A; 3)P.S.A (mg/mg) = 6,89+
0,62 AC; 8,46+ 0,80 AB; 6,11+ 0,59 C; 4)F.S.A (mg/g) =
36,67+10,10 A; 48,12+19,23 A; 52,21+ 15,12 A; 5)T0 = 6,72+0,12
A; 6,88+0,13 A; 6,65+ 0,11 A; 6)T5
= 5,61+ 0,13 A; 5,71+
0,13 A; 5,70+ 0,12 A; 7)DpH = 1,12+ 0,11 A; 1,17+ 0,11 A;
0,95+ 0,10 A; sendo que médias seguidas por letras distintas, diferem
entre si ao nível de 5% de significância.
Embora o
dentifrício contendo bicarbonato de sódio tenha apresentado, coletivamente,
uma tendência a influenciar positivamente nos diversos fatores relacionados á
cárie dental, essa diferença não alcançou nível de significância estatística.
113
Desenvolvimento
de uma formulação de dentifrício contendo NaF/CaCO3
E.M.FRANCO*; J.A.CURY
Faculdade de Odontologia de Piracicaba,UNICAMP
Dentifrícios
com NaF ou MFP tem sido alvo de debates nos últimos anos. Embora haja uma tendência
de se considerar um dentifrício com NaF superior ao com MFP, o
problema é que NaF é quimicamente incompatível com carbonato de cálcio
(CaCO3),
o abrasivo utilizado em 90% dos dentifrícios do mercado brasileiro. Assim, o
objetivo deste trabalho foi tentar desenvolver uma formulação contendo
NaF/CaCO3
que mantivesse uma concentração de flúor solúvel de acordo com normas
brasileiras (mínimo de 600 ppm F pelo prazo de 01 ano de fabricação). Foram
formulados no laboratório dentifrícios,
contendo ou não estabilizantes químicos
com composição mínima, e foram também preparados industrialmente dentifrícios
com estabilizantes e todos os ingredientes de uma formulação comercial. A
concentração de flúor solúvel nestes dentifrícios foram comparados com a de
um dentifrício comercial (MFP/CaCO3). As análises de flúor foram
feitas nas amostras recém-preparadas e tempos após o envelhecimento precoce
(correspondendo a 01 ano a temperatura ambiente). As análises de flúor fora
feitas em no mínimo 03 formulações utilizando eletrodo específico Orion
96-09. Nos dentifrícios preparados sem estabilizante, logo após o preparo 40%
do flúor foi inativado pelo
abrasivo, restando 410 + 23,8 (média + d.p., n=3) de flúor solúvel
após o envelhecimento. Quando os dentifrícios foram formulados com
estabilizantes, tanto laboratorial como industrialmente foi mantida uma
concentração respectivamente de 844,7 +23,3 (n=3) e 827,2+28,2
(n=6) ppm de flúor solúvel após
o envelhecimento. O dentifrícios comercial MFP/CaCO3 após o envelhecimento apresentou
656,7 +43,8 (n=6) ppm de flúor solúvel.
Estes
dados sugerem que é possível formular um dentifrício com NaF/CaCO3
o qual mantém uma concentração de flúor solúvel não só atendendo as
normas brasileiras, como sendo superior a de um dentifrício comercial
convencional MFP/CaCO3.
(CNPq processo 522679/96-0)
114
Efeito do
tempo de aplicação do flúor fosfato acidulado na composição da placa
Estudo
in situ
R.S. VILLENA*; J.A. CURY.
Odontopediatria-FOUSP e Bioquimica
FOP-UNICAMP. São Paulo, Brasil
Estudos
recentes vem mostrando que não existe uma relação direta entre flúor
formado, retido e ação anticariogênica com o tempo de aplicação do flúor
gel fosfato acidulado 1,23% (FFA). Porém, estudos que avaliem a composição
bioquímica da placa em relação ao tempo de aplicação não são encontrados
na literatura. O objetivo foi
determinar a quantidade de placa formada e sua composição de polissacarídeos,
assim como a concentração de flúor (F) após a aplicação de 1 e 4 min de
FFA. Quinze voluntários participaram do estudo cruzado de três
etapas de 28 dias (controle, FFA-1min e 4 min), utilizando dispositivos
intrabucais palatinos contendo 4 blocos de esmalte dental (1mm abaixo da superfície
de acrílico) cobertos com tela plástica perfurada para acúmulo de placa.
Os dispositivos intrabucais foram imersos em sacarose 10% 3x/dia e os
voluntários utilizaram dentifrícios não fluoretados, porém bebiam água
fluoretada. Após cada fase, a placa bacteriana formada sobre as superfícies
dos blocos de esmalte foi coletada para respectiva análise. O peso total da
placa e a determinação de polissacarídeos solúveis em alcali foi : 5,5(+3,9),
5,1(+4,0), 5,3(+4,6) mg e 73,3(+77,8), 72,3(+48,6)
e 70,1(+51,0) µg/mg para os grupos controle, 1 min e 4 min
respectivamente, sendo que as concentrações médias de flúor (µg/mg) e
desvios padrão determinadas no peso seco da placa utilizando eletrodo específico
foram: 79,5 (+18,7); 71,1 (+15,3) e 101,1(+25,6). Não
foram observadas diferenças significantes (p<0,05) entre os grupos.
Os
resultados sugerem que o tempo de aplicação do gel FFA 1,23%, não teve influência
significante na quantidade de placa formada (peso total), concentração de F e
polissacarídeos solúveis em alcali. (FAPESP, Proc. 96/0188-2).
115
Efeito da
própolis coletada de duas regiões diferentes do Brasil
sobre
microrganismos bucais
H. KOO*; J.
A. CURY; P. L. ROSALEN; Y. K. PARK - Fac. de Odont. de Piracicaba e Fac. de
Engenharia de Alimentos-UNICAMP
Própolis é
o nome genérico dado para uma resina coletada por Apis mellifera de
brotos e botões florais de plantas e o extrato etanólico da própolis (EEP)
apresenta diversas propriedades farmacológicas, entre elas, a atividade
antimicrobiana. Os principais compostos químicos isolados da própolis são os
flavonóides agliconas e ácidos fenólicos. O objetivo deste trabalho foi
analisar a composição de flavonóides da própolis coletada de duas regiões
diferentes e o seu efeito sobre os microrganismos bucais. Amostras de própolis
bruta obtidas de São Paulo (SP), Minas Gerais (MG) (Região Sudeste) e Rio
Grande do Sul (RS) (Região Sul) foram extraídas com etanol 80% e o EEP
utilizado para análise de atividade antibacteriana contra Streptococcus
mutans, Streptococcus sanguis e Actinomyces naeslundii e inibição
da glicosiltranferase de S. mutans. Os flavonóides foram analisados por
Cromatografia em Camada Delgada de Alta Eficiência (CCDAE) e Cromatografia Líquida
de Alta Eficiência (CLAE). Todos os EEPs analisados inibiram a atividade da
glicosiltransferase, bem como o crescimento dos microrganismos testados, porém
o EEP de RS apresentou maior inibição da glicosiltransferase (30,5% +0,18,
n=3) que os outros EEPs (8,0+0,25, 13,3%+0,16, respectivamente
para SP e MG, n=3), e também maior atividade antibacteriana. Os dados obtidos
do CCDAE e CLAE demonstraram que a composição de flavonóides foram diferentes
entre os EEPs de SP/MG e RS. O EEP de RS demonstrou maior quantidade de
galangina e crisina.
Assim, os
resultados sugerem que o efeito da própolis sobre os microrganismos testados
dependem da região de coleta da própolis, provavelmente devido a diferença
qualitativa e quantitativa da composição dos flavonóides.
116
Avaliação
dos métodos de conhecimentos do Diagnóstico de cárie proximal.
T. R. F. MURAD*; R. A. S.
SANTOS; R. S. GAMA; E.S.FERREIRA Depto.Odontologia
FO-UNIGRANRIO-D.Caxias-RJ.
O objetivo
deste trabalho é conhecer os métodos de diagnóstico de cárie proximais
utilizados pelos cirurgiões dentistas e verificar se existe dificuldade em
diagnosticar cárie proximal quando somente um método é utilizado. A pesquisa
foi realizada no município do Rio de Janeiro-RJ, no período de maio a agosto
de 1996. Foram distribuídos 250 questionários, de questões abertas, para
cirurgiões - dentistas sem distinção da especialidade e o tempo de formado. O
questionário constava de 3 perguntas : Quais os métodos de diagnóstico de cárie
proximal que conhece? Quais os que utiliza? (isolados ou combinados). Sente
dificuldade no diagnóstico PRECISO desta lesão, quando usa apenas um dos métodos?
Especifique-o(s). Houve um retorno de 90 (36%) questionários respondidos. A
amostra então, foi dividida em dois grupos: Grupo I formado por não
odontopediatras - 50 (55,55%) e Grupo II formado por odontopediatras - 40
(44,45%). Os métodos citados foram : Bitewing, Periapical, Panorâmica, Exame
clínico, Fio dental, Separação dentária, Transluminação. Os resultados
demonstraram não haver diferença estatisticamente significante ( x2
p>0,05 ) entre os grupos, em relação a quantidade de métodos conhecidos,
quantidade de métodos utilizados e dificuldade em diagnosticar com precisão a
cárie proximal quando somente um método é utilizado ( Ambos têm
dificuldades). A radiografia Bitewing esteve presente em 100% dos métodos
utilizados.
Os
resultados sugerem a necessidade dos cirurgiões-dentistas utilizarem
a associação de métodos para o diagnóstico de cárie proximal.
117
Uso de
selantes em Saúde Pública: uma Meta-análise
T.CHIANCA*;
M.CHAVES
Rede CEDROS,
Odontopediatria, FO-UFRJ
O presente
trabalho verificou a efetividade dos selantes de cicatrículas e fissuras quando
utilizados em programas de saúde pública, através da análise de estudos
específicos publicados na literatura mundial. Os estudos foram selecionados
através do acesso à base de dados MEDLINE nos últimos 30 anos (jan/66 -
nov/96), utilizando o cruzamento das palavras-chave: “sealants”, “public
health”, “school programs” e “health services”. Os critérios para
inclusão na meta-análise foram três: 1) estudos avaliando a efetividade dos
selantes em programas de controle da cárie em escolas ou serviços de saúde;
2) estudos longitudinais ou seccionais sequenciais com desenho experimental ou
quase-experimental incluíndo grupos controle;
3) utilização do indivíduo como a unidade de análise. Dos 21 estudos
resultantes da busca bibliográfica que se enquadravam nos dois primeiros critérios
de inclusão, apenas seis utilizaram como unidade de análise a redução do
incremento de cárie a nível de indivíduo. Desses estudos, quatro foram
realizados nos EUA e dois em países da europa (Espanha e Dinamarca), incluíndo
crianças entre 5 e 14 anos de idade. Apenas um deles não apresentou diferença
estatisticamente significativa entre as médias de incremento de cárie do grupo
experimento e controle (P>0,05). A redução da média do incremento do CPOS
nos grupos experimentais e controles variou entre 0,65 e 1,83. A meta-análise
sugere que existem poucos trabalhos publicados que avaliam a efetividade dos
selantes na redução do incremento de cárie a nivel do indivíduo. Selantes,
quando usados em programas de saúde pública, podem ser considerados fatores
protetores no processo de incremento de cárie em crianças.
118
Concentração
e estabilidade do flúor nos dentifrícios mais consumidos no Brasil
F.F.
DUARTE*; E. PISANESCHI; J.A. CURY
Disciplina de Periodontia,
Faculdade de Odontologia de Campinas / SP – PUCC
Normas
brasileiras exigem que um dentifrício mantenha
um mínimo de 600ppm de flúor solúvel
pelo prazo de 01 ano de fabricação. Todos os dentifrícios brasileiros são
produzidos no estado de São Paulo e depois distribuídos para as diferentes
regiões, e a condição do flúor no local de venda é desconhecida. Amostras
(141 tubos) dos cinco dentifrícios mais consumidos (92% de venda) provenientes
das 5 regiões brasileiras foram analisadas, quanto ao flúor solúvel total,
logo que o dentifrício chegou ao laboratório e após o tempo de envelhecimento
precoce (16 dias, a 55º C), o que corresponde a 01 ano a temperatura ambiente.
Para análise utilizou-se eletrodo específico para flúor Orion 96-09. Os
resultados em termos de ppm de flúor solúvel (média), respectivamente, para
as regiões foram (sendo que médias seguidas por letras distintas indicam
diferenças estatisticamente significantes, 5%):. 1)Amostras recém adquiridas:
Kolynos SB=968,8B; 938,4B; 987,9AB; 1014AB; 1051A; Colgate MFP Ca=1024,2A;
1106,2A; 1082,5A; 1000A; 1097,3A; Signal Orig=1331,3BC; 1255,5C; 1446,4A;
1381,3AB; 1361,8B; Gessy=1256,8AB; 1146,7B; 1377,7A; 1272,3AB; 1284,8A;
Close-up=1036,2B; 1039B; 1095,5A; 1059AB; 1074,7AB. 2)Amostras envelhecidas:
Kolynos SB=810B; 779,3A; 755,1A; 760A; 811,9A; Colgate MFP Ca=634,9B; 833,8A;
687,5B; 628,6B; 756,5AB; Signal Orig=768,1B; 743,5B; 741,5B; 712,5B; 865,28A;
Gessy=804,9A; 724,6A; 819,6A; 748,4A; 818,4A; Close-up=1091,5B; 1109,9B;
1039,8A; 1037A; 1067,2AB.
Conclui-se
que os dentifrícios estão de acordo com as normas brasileiras e que apesar de
mostrarem diferenças entre as regiões, estas não são de magnitude que possam
resultar em menor eficácia no controle da cárie dental .
119
Demonstração
clínica do padrão de colonização de
EGM na dentição humana
U.V.MEDEIROS;
C.B.RAMOS; N.M.MORAES*
Departamento de Odontologia
Preventiva da UFRJ, RJ
O padrão de
colonização dos estreptococos do grupo mutans foi observado em modelos feitos
em agar mitis salivarius bacitracina. Estes modelos foram obtidos a partir
da moldagem de doze indiví- duos, sendo seis portadores de grande
quantidade de restaurações de amálgama de prata e resina
composta, e seis
apresentando toda a dentição hígida. Após
a molda - gem, os modelos foram va- zados com o meio de cultura seletivo
para S.mutans, e após reação de presa foram incubados em es- tufa
bacteriológica a 37°C por 48 horas. Decorrido este tempo os modelos ficaram em
temperatura ambiente por mais 24 horas, quando então iniciou-se a leitura. Os
resultados mostraram que os es- treptococos do grupo mutans se apresentaram num
gradiente postero-anterior, localizados com maior prevalência na região dos
dentes posteriores e menos frequentemente nos dentes anteriores. Grande
quantidade de colônias estava presente, também, nas áreas interproximais e
nas regiões res-tauradas, principalmente nas margens das restaurações.
Comparativamente, as regiões restauradas apresentaram maior concentração de
colônias de S.mutans do que nas regiões hígidas. Ainda numa análise
comparativa, observamos maior concentração de colônias nos modelos dos indivíduos
com múltiplas restaurações do que naqueles de indivíduos com a dentição hígida.
Consequentemente,
o
padrão de colonização refletiu a predominância destes microorganismos nas
regiões mais retenti- vas da dentição, bem como a relação direta entre as
áreas mais densamente colonizadas e aquelas mais frequentemente cariadas e
restauradas.
120
Presença de S. mutans e S. mutans/S. sobrinus
em escolares
de diferentes classes sociais e sua relação com a atividade
cariogênica
PEREIRA, C.V.*;
SPOLIDORIO, D.M.P.; ROSA, E.A.R..; CAMPOS, A.S. ; J.F. HÖFLING
Lab. de
Microbiologia, Fac. de Odont. de Piracicaba-UNICAMP.
As espécies
de estreptococos do grupo mutans mais predominantemente isoladas de amostras
salivares, tem sido as espécies S. mutans e S. sobrinus. A detecção
desses microrganismos em escolares de diferentes classes sócio-econômicas e
sua relação com a atividade cariogênica dessas populações foi estudada,
correlacionando-os com os parâmetros clínicos CPOD, CPOS, ceo e ceos. Duzentos
(200) escolares pertencentes a cinco classes sócio- econômicas foram separados
em sub-grupos de acordo com as espécies de microrganismos identificadas em suas
amostras salivares. Do total de crianças analisadas, 103 (51,0%) apresentaram
apenas S. mutans na saliva, 33 (17,0%) a associação S. mutans / S.
sobrinus, e o restante, 64 (32,0%), outras espécies do grupo mutans
(individualmente ou em associação).
A avaliação
estatística dos dados disponíveis quanto ao número de crianças portadoras de
cárie dental, demonstrou, preliminarmente, valores de 79,0% (81) e 76,0% (25),
respectivamente, para os sub-grupos S. mutans e S. mutans / S.
sobrinus, sugerindo um alto índice cariogênico. Para os indivíduos
colonizados por S. mutans / S. sobrinus e apenas S. mutans,
obteve-se valores médios de 9,40 e 6,70, respectivamente, para o índice de
ceos, sugerindo que a associação S. mutans / S. sobrinus é
potencialmente mais cariogênica que os colonizados apenas por S. mutans.
121
Avaliação
dos programas preventivos e fluorose em area fluoretada
M.L.R. DE
SOUSA*; W.S.MARCENES; A.SHEIHAM.
Depto. de Odontologia
Social, Fac. de Odont. de Piracicaba - Brasil; Dept. Epidemiology and
PublicHealth , University College London - UK.
A prevalência de fluorose dentária tem aumentado. Considerações
têm sido feitas relacionando este aumento com o aumento do uso do flúor através
de várias fontes. Os objetivos deste estudo foram avaliar se bochechos com flúor
ou bochechos com fúdor mais gel fluoretado oferecem proteção adicional a
molares e determinar a prevalência de fluorose nestas crianças, que utilizam
dentifrício fluoretado e consomem água fluoretada. Este estudo de coorte
retrospectivo utillizou a técnica de amostragem multi-estágio para selecionar
3 grupos de 220 escolares de 8 anos. O Grupo 1 utilizou bochechos fluoretados
semanalmente (NaF 0.05%), o Grupo 2 utilizou gel fluoretado a cada 3 meses (APF
1.23%) mais o bochecho semanal. O Grupo Controle não utilizou programas
preventivos. Todos participantes dos Grupos 1 e 2 receberam os programas por
pelo menos 2 anos. Foram utilizados os critérios da OMS para codificar o DMFS
dos primeiros molares e fluorose. Os grupos eram similares em relação ao nível
sócio-econômico, sexo, consumo de açúcar e frequência de escovação. A
porcentagem de crianças livres de cárie nos Grupos Controle, 1 e 2 foi 55%,
65% e 65.5% respectivamente (p=0.04). A diferença significativa foi devido às
diferenças entre os Grupos 1 e 2 em relação ao Controle, mas não entre os
Grupos 1 e 2 (p=0.92). No geral a prevalência de fluorose foi 40% com 271 crianças
classificadas como tendo algum grau definitivo de fluorose. A maioria estava
relacionada com fluorose muito leve (73%). Nenhuma criança teve fluorose
severa. Nenhuma diferença estatística na prevalência de fluorose foi
encontrada entre os grupos (p=0.92). Não houve diferença estatística
significante entre os grupos em relação aos níveis de fluorose dental o qual
foi alto para todos grupos e nem no DMFS de primeiros molares entre os Grupos 1
e 2. Os resultados sugerem prudência no uso de fontes de flúor por crianças,
para minimizar o risco de fluorose, principalmente numa população que vive em
área de água fluoretada.
Apoio Financeiro CNPq (201486-95 4)
122
Avaliação
microbiológica da efetividade do corante vermelho-ácido
a 1% na identificação da dentina cariada
S.L.
Henz*; A. Volkweis; P. Weidnants; P. Lacerda;
M. Maltz.
Durante o
preparo cavitário buscamos a remoção da dentina infectada. O critério
utilizado na identificação da dentina que deve ser removida é geralmente o critério clínico de dureza, que é um método
empírico. A fim de proporcionar métodos mais objetivos, corantes têm sido
propostos para identificar a dentina infectada que deve ser removida. O presente
estudo avaliou a especificidade do corante vermelho ácido a 1% em
propileno-glicol na identificação da dentina infectada in vivo através
de análises microbiológicas. Preparou-se 80 cavidades com isolamento absoluto.
Foram obtidas amostras de dentina antes da remoção do tecido cariado (dentina
inicial) e de dentina corada e não corada da parede pulpar da cavidade, após a
remoção da dentina cariada pelo critério clínico de dureza e aplicação do
corante vermelho-ácido a 1%. Avaliou-se a quantidade de bactérias anaeróbicas,
aeróbicas, estreptococos do grupo mutans e lactobacilos. Observou-se que
a dentina inicial possuía uma
maior quantidade de bactérias do que a dentina remanescente após o término do
preparo cavitário.
Não
houve diferenças nos níveis bacterianos da dentina corada e não corada. O
corante não foi eficaz na identificação da dentina infectada, podendo levar a
um desgaste excessivo da estrutura dental e aumentar o risco de exposição
pulpar em cáries profundas.
Apoio financeiro: CNPq - Processo 52139/95-1.
123
Desinfecção
in vitro de túbulos dentinários por soluções de clorexidina
C.H.F.PEREIRA
DA SILVA*; K.C.LIMA; J.F.SIQUEIRA JR.; M.UZEDA
Laboratório de
Microbiologia Oral, Instituto de Microbiologia da UFRJ-RJ
A invasão
bacteriana dos túbulos dentinários pode ocorrer em infecções endodônticas,
cárie e doença periodontal. Esta característica pode representar uma das
causas de insucessos nos tratamentos antinfecciosos na clínica odontológica.
Alguns estudos têm sugerido o uso de agentes antimicrobianos como coadjuvantes
do tratamento mecânico, visando a eliminação da infecção intratubular.
Diante do exposto, foi proposta a avaliação da descontaminação dos túbulos
dentinários, infectados previamente com Streptococcus sanguis,
utilizando 3 diferentes soluções de clorexidina. Para tanto, as raízes de 20
incisivos bovinos foram seccionadas, dando origem a 60 cilindros de dentina
bovina. Os mesmos foram divididos em 4 grupos e infectados com uma cepa padrão
de Streptococcus sanguis ATCC 10586 durante 28 dias e posteriormente
submetidos a soluções de clorexidina a 0,12%, 0,2% , 2% e a solução salina
como grupo controle .Cada uma das soluções foi testada banhando os cilindros
por 5 minutos, 1 dia e 1 semana. Após o tratamento com o antimicrobiano, cada
cilindro foi lavado duas vezes com solução salina estéril e depois inseridos
em caldo tioglicolato e incubados por 1 mês. A presença de turvação no meio
de cultura foi indicativo da ineficiência na descontaminação do cilindro. Os
resultados mostraram que todas as soluções foram capazes de descontaminar 100%
dos cilindros de dentina após 1 dia de exposição a solução.
Em vista
do exposto, sugere-se que a utilização da clorexidina na descontaminação dos
túbulos dentinários, possa ocorrer, desde que o tecido permaneça em contato
com o antimicrobiano pelo tempo mínimo de 1 dia.
Apoio
financeiro da CAPES e CNPq.
124
Vernizes
fluoretados: influência na contagem de microrganismos da saliva
e da placa
dental
A.M.R.GUIMARÃES*; M.R.L
SIMIONATO; J.R.M. BASTOS -
Departamento de Prática de Saúde Pública, Fac. de Saúde Pública-USP/SP
Em meados da
década de 60 surgiram os vernizes fluoretados que além de prevenir a ocorrência
de cárie dental também retardam o seu avanço. Este trabalho foi realizado em
64 escolares de 7 a 10 anos, com objetivo de avaliar se uma única aplicação
de verniz contendo NaF à 5% influe na contagem de microrganismos (Streptococcus
spp.e Streptococcus mutans) da saliva e da placa dental. Foram testados
quatro vernizes fluoretados: Duraphat Woelm, de procedência alemã, Duraphat,
Duraflur e Fluorniz, de procedência nacional. As amostras de saliva e placa
dental foram coletadas antes da aplicação do verniz e após dois e sete dias.
Os resultados obtidos indicaram, ao nível de 5% de significância que: 1) o
verniz fluoretado que induziu maior redução nas contagens de Streptococcus
spp.da saliva após dois dias foi o Fluorniz em 68,75% dos indivíduos; após
sete dias foi o Duraphat, em 50% dos indivíduos; 2) observou-se aumento
estatisticamente significante nas contagens de Streptococcus spp.da placa
dental após dois dias em 54,69% dos indivíduos, e redução das contagens após
sete dias em 57,81% dos indivíduos;
3) todos os vernizes determinaram redução das contagens de Streptococcus
mutans da saliva em 60,94% dos
indivíduos após dois dias, embora na placa dental as contagens não tenham
sido afetadas.
De modo
geral, para todos os vernizes, houve uma redução nas contagens de Streptococcus
spp. e Streptococcus mutans da saliva, após dois dias da aplicação; o
mesmo não foi observado após sete dias.
Este estudo
foi financiado pela FAPESP (91/5064-6).
125
Aderência
de S. mutans à película tratada com agentes químicos
R.
BRUGUGNOLI*; C.I YAMAGUCHI; S. CAI.
Departamento de
Microbiologia- Instituto de Ciências Biomédicas da USP-SP.
O objetivo
do estudo foi verificar “in vitro”, através do recurso da boca artificial,
se aplicações de clorexidina, triclosam ou fluoreto de sódio, à película
adquirida, interferem na colonização de S. mutans à superfície dental, na
ausência ou presença de sacarose. O modelo adotado para a montagem da boca
artificial foi baseado em Sorvari et al, Scan. J. Dent. Res., 102:206-9,1994.
Corpos de prova, constituídos de fragmentos de esmalte, foram submersos,
durante uma hora, em saliva total esterilizada para permitir a formação da película
adquirida. Os ensaios foram realizados empregando-se a cepa de S. mutans ATCC
25175. Aplicações tópicas, dos diferentes agentes, com duração de um
minuto, foram realizadas nos fragmentos, e a seguir, tanto os fragmentos
experimentais como os controles foram mergulhados em água destilada
esterilizada durante um minuto. Os ensaios para avaliação da aderência e da
formação de placa tiveram duração de 10 e 48 horas, respectivamente. A
avaliação dos resultados foi feita através de coloração da placa com
eritrosina. Os resultados da aderência bacteriana revelaram que não houve
diferença significante entre a quantidade de placa nos corpos de prova tratados
com os agentes químicos e os controles. No entanto, a quantidade de placa
formada após 48 horas, na presença de sacarose, foi significantemente menor
nos fragmentos tratados com as substâncias químicas.
Portanto,
a aderência de S. mutans à superfície dental não foi alterada após o
tratamento da película com os agentes químicos. Porém, estas substâncias, em
concentrações utilizadas comercialmente, interferiram na formação da placa
dental.
Apoio
financeiro Fapesp -Processo 95/5029-7
126
Sensibilidade
de microrganismos da cavidade bucal à anti-sépticos: avaliação “in
vitro”
S. L.
CASTRO*; M. A S. MARDEGAN; M. F. C. L. BANDEIRA; U. F. FONTANA
Depto de Odontologia
Restauradora, Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP
A importante
função dos anti-sépticos usados na complementação da higiene e terapia das
infecções bucais, levou os autores a avaliarem “in vitro” a atividade
antibacteriana de quatro soluções indicadas para bochecho, Cepacol, Listerine,
Periogard, Amosan e grupo controle
com etanol 70 %. Analisaram a ação inibitória em amostras de cultura de coleção
de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus sobrinus,
Streptococcus mutans, Staphylococcus aureus e Lactobacillus casei, através
do método de difusão em agar utilizando discos de papel. As amostras dessas
culturas foram ativadas em Brain Heart Infusion agar DIFCO,
ressuspendidas em tampão fosfato de sódio (pH 7,2). Em seguida foram semeadas
alíquotas de 0,1 mL das suspensões bacterianas e espalhadas em placas de Petri
contendo 20ml de Mueller Hinton Medium DIFCO. Foram aplicados sobre o meio,
discos de papel embebidos em 10µL das soluções usadas com cinco réplicas
inseridas equidistantemente em cada placa e incubadas 35-37ºC por 48 h em
atmosfera de microaerofilia (Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e
Lactobacillus casei) e as demais em aerobiose. A leitura dos halos de inibição
em milímetros para cada solução testada frente aos vários microrganismos
avaliados mostra “in vitro” diferentes atividades de inibição das soluções.
Em vista
dos resultados obtidos os autores concluíram que as soluções Amosan e
Periogard apresentaram maior efeito inibitório no crescimento bacteriano,
ficando o Cepacol com atividade intermediária.
127
Avaliação
do fluxo salivar em pacientes geriátricos
G.S.BAENA*;
E.G.BIRMAN; N.N.SUGAYA
Departamento de
Estomatologia, FOUSP – SP
A queixa de
“boca seca” é frequente em pacientes acima dos 50 anos. Para melhor avaliar
esse sintoma realizamos estudo longitudinal investigando o fluxo salivar destes
pacientes. Consituímos um grupo de 12 pacientes com queixa de boca seca (11
mulheres, um homem, média de 62,4
anos), e um grupo controle de mesma faixa etária, composto por 8 pacientes, sem
queixa de boca seca (quatro mulheres, quatro homens, média de 66,2 anos).
Obteve-se de cada paciente, três coletas de saliva total não estimulada
(STNE), por dez minutos, em diferentes dias, seguidas da coleta de saliva total
estimulada (STE) com solução aquosa de ácido cítrico a 2%, aplicada com swab
nas bordas linguais a cada minuto, durante 5 minutos. Os resultados apontaram
fluxo salivar médio de 0,33ml/min de STNE para o grupo com boca seca
e 0,38ml/min para o grupo controle. A análise estatística revelou
diferença significativa entre o fluxo salivar não estimulado de pacientes com
queixa e sem queixa ao nível de 5%, e resultado não significante quando
considerados os resultados de saliva estimulada (Mann-Whitney). O mesmo teste
mostrou-se significante ao nível de 5% quando comparados os resultados de STNE,
e significante a 1% para STE, entre pacientes sob medicação sistêmica e
pacientes sem medicação.
Concluímos
que o fluxo salivar de pacientes com queixa de boca seca foi menor que o de
pacientes, de mesma faixa etária, sem queixa, e que a medicação de uso sistêmico,
especialmente antihipertensivos, constituiu o fator modificador mais importante
da produção salivar, dentre as variáveis observadas em nossa amostra.
128
“Efeitos
do álcool etílico no desenvolvimento dos incisivos de ratos”.
S.A.
TOMAZEZA*; M.A.C. SALGADO; V.E. ARÄNA-CHAVEZ
Departamento de Morfologia,
Fac. de Odontologia de São José dos Campos-UNESP
O álcool etílico,
quando administrado durante o período gestacional, pode causar alterações do
desenvolvimento fetal pelo retardo da diferenciação e/ou proliferação
celular, causando anomalias como, defeitos cardio-vasculares, desenvolvimento
cerebral anormal, anomalias crânio-faciais, dentre elas, hipoplasia do filtro
labial e mesmo anomalias dentárias como dentes pequenos ou hipoplasia do
esmalte. O objetivo desta pesquisa é analisar os efeitos que o álcool pode
trazer ao germe dentário em formação. Para isto foram aplicadas duas doses de
0,015 ml de álcool etílico por grama de peso corpóreo no 7º dia de gestação
de ratas prenhas. Os resultados da observação macroscópica referem-se à
comparação quanto ao comprimento crânio-caudal e peso dos filhotes de ratas
tratadas e controles no 1º, 6º e 10º dias de vida; período eruptivo dos
incisivos superiores e inferiores e as medidas pós-eruptivas cérvico-incisais.
Para análise em microscopia eletrônica de cortes ultra finos foram observados
os germes dos incisivos superiores dos filhotes no 1º dia de vida, para comparação
dos odontoblastos e dentina em formação. Para análise em microscopia óptica,
foram sacrificados filhotes ao 14º dia de gestação e ao 1º dia de vida para
observação dos germes dos incisivos, pela técnica histológica de uso
rotineiro da Disciplina de Histologia (H-E).
Os
resultados evidenciaram um aparente retardo do desenvolvimento e crescimento
corporal e do processo eruptivo, manifestando-se em alguns animais num
determinado intervalo de tempo. A análise microscópica mostrou semelhança
entre os grupos controles e tratados.
129
Inibição
da erupção dentária pelo óxido nítrico em ratos
A. C.
PEREZ*; M. G. VILELA-GOULART; W. P. BASTOS RAMOS
Departamento de Ciências
Fisiológicas UNESP FOCSJC
Análogos da
L-arginina como L-NG-nitro-arginina metil éster (L-NAME) inibem a síntese de óxido
nítrico de uma maneira dose-dependente e estereoespecífica.
Como o NO
tem um papel regulador importante no sistema cardiovascular e é responsável
pela manutenção do tono vascular, decidimos estudar os efeitos da inibição
crônica do NO sobre a erupção dentária e gestação de ratas.
Vinte ratas
fêmeas (150-200 g) receberam L-NAME (20 mg/Kg/dia) dissolvido na água de beber
por 7 semanas antes do acasalamento e 3 semanas durante a gestação. O grupo
controle recebeu água pura. Ambos os grupos foram divididos em um grupo que
sofreu cesariana e outro parto normal.
O número de
filhotes do grupo tratado com L-NAME foi significantemente menor do que o
controle (92%). O grupo tratado também teve alta incidência de reabsorção
fetal além de apresentar um útero com aspecto fibroso. A erupção dentária
dos filhotes de mães tratadas foi retardado em 24%.
Fica
evidente o envolvimento do NO na regulação do fluxo sanguíneo de alguns
locais importantes como pulpa dentária e placenta interferindo com a formação
de novos tecidos como osso e feto.
130
Eficiência
dos anti-sépticos sobre microrganismos da cavidade bucal: estudo “in vivo”
M.F.C.L.BANDEIRA*;
M. A S. MARDEGAN; S. L. CASTRO; U. F. FONTANA
Depto de Odontologia
Restauradora, Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP.
Considerando
que não existe um método totalmente eficaz para impedir o aparecimento da
placa bacteriana, seria interessante associar aos procedimentos mecânicos também
métodos químicos aumentando as possibilidades de desorganizá-la tão logo
quanto possível. Assim, os autores analisaram o efeito antibacteriano de quatro
soluções anti-sépticas utilizadas na clínica odontológica: Cepacol,
Listerine, Periogard e Amosan, através da contagem do número de colônias de
bactérias presentes na saliva. Foram colhidas amostras salivares (10mL) de doze
pacientes antes e após o bochecho com os anti-sépticos. Estas amostras eram
deixadas por 30 minutos em estufa bacteriológica. Em seguida, foram preparadas
diluições decimais até o sexto/tubo em solução tampão fosfato (pH 7,2) e
semeadas alíquotas de 0,1 mL em ágar sangue com base de Tryptic soy agar- DIFCO
enriquecido com 5% de sangue desfibrinado de carneiro. As placas foram incubadas
em microaerofilia (jarra com vela 35-37ºC), sendo realizada a leitura e
contagem das colônias após 48 h. Os resultados da ação de antissépticos no
número total de microrganismos da cavidade bucal mostraram a eficácia das soluções
testadas, que apresentam melhor padrão de sensibilidade e semelhante para os
produtos Listerine, Periorgard e Amosan.
Em vista
dos resultados os autores sugerem que a utilização das soluções anti-sépticas
reduzem efetivamente o número de microrganismos na saliva, sendo portanto,
importante sua aplicação no controle da formação da placa bacteriana.
131
Estudo
morfológico e estereológico da glândula submandibular de rato durante o ciclo
circadiano
T.M.CESTARI*; G.F.ASSIS;
R.M.HASSUNUMA; A.C.M.STIPP; R.TAGA. Depto. de Morfologia, Fac. de Odont. de
Bauru USP-SP
A glândula
submandibular sofre alterações ponderais durante o ciclo circadiano. Com o
objetivo de verificar essa variação em termos de volume de seus diferentes
compartimentos, foram coletadas glândulas submandibulares de ratos albinos
Wistar em intervalos de 4 horas durante as 24 horas de um dia de inverno. A análise
dos resultados mostrou que as alterações mais significativas ocorreram no período
entre 24 e 4 horas. Às 24 horas foi aferida a maior massa glandular e as
estruturas parenquimatosas apareceram mais evidentes. Às 4 horas foi verificado
a menor massa glandular, os ácinos e ductos granulosos encontravam-se reduzidos
à pequenas estruturas e o estroma mais expressivo. Das 24 para 4 horas da manhã,
período de maior atividade alimentar do animal, verificou-se: a) uma redução
significante (P<0,01) de 37% da massa glandular; b) uma diminuição
significante (P<0,01) do volume absoluto dos compartimentos acinar (73%) e
dos ductos granulosos (44%) e c) um aumento significativo (P<0,01) do volume
compartimental do estroma (165%). O aumento do volume do estroma é
provavelmente devido ao aumento da transudação.
Concluímos
que durante o ciclo circadiano, no inverno, a massa da glândula submandibular
sofre uma grande redução entre 24 e 4 horas, provocada principalmente pela
diminuição do volume dos ácinos e ductos granulosos. Após esse período, as
células do parênquima recuperam-se lentamente.
132
Estudo de
parâmetros salivares em crianças asmáticas usuárias de antiinflamatórios
A.
MEDEIROS JÚNIOR*;
M.S.C.F. ALVES; V. M. DANTAS; CMOS/UFRN.Natal-RN.
Foram
estudados longitudinalmente por um período de 210 dias os parâmetros salivares
pH, capacidade tampão, fluxo e percentual de cálcio em crianças usando
antiinflamatórios inalatórios dos tipos dipropionato de beclometasona (DPB) e
o cromoglicato dissódico (CGD). O grupo experimental foi constituído por 14
crianças asmáticas, com idade entre 7-13 anos e, o grupo controle por 35 crianças
saudáveis pareadas por idade e sexo. No grupo experimental os parâmetros
salivares foram monitorados a cada 30 dias. De início, 7 crianças usaram o DPB
por 90 dias, as outras 7, usaram o CGD por igual período. A seguir, os
medicamentos foram suspensos por 30 dias.Após esse intervalo, ocorreu a inversão
dos medicamentos por 90 dias. A comparação entre os grupos experimental e
controle, realizou-se aos 30 dias iniciais de uso dos medicamentos. Para a análise
dos dados, utilizou-se testes T pareados para amostras dependentes com vistas a
comparar longitudinalmente os efeitos das medicações na saliva do grupo
experimental; e o teste T para amostras independentes para verificar se o uso
das medicações por 30 dias, afetaria as variáveis estudadas no grupo
experimental em relação aos valores encontrados no grupo controle.
Pode-se
concluir que não ocorreram diferenças significativas no pH e na capacidade
tampão da saliva quando usou-se o DPB e CGD. O fluxo salivar apresentou-se
significativamente diminuído aos 90 dias de uso do DPB e o percentual do cálcio
salivar mostrou-se significativamente menor aos 30 dias de uso do CGD em relação
ao mesmo tempo de uso do DPB. Não ocorreram diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos controle e experimental.
133
Efeito do
PMSF na Incorporação de Flúor e Remineralização do Esmalte Dental
P.E.C.
PERES*; J.A. CURY; J.FU, D.T.ZERO
FOP-UNICAMP, Brasil /
Eastman Dental Center,USA.
Fenilmetilsulfonilflúor (PMSF) é um inibidor de proteases
que por liberar íon flúor pode ter efeitos indiretos em enzimas, na formação
de película e no esmalte dental. Com o objetivo de estudar o efeito do PMSF na
remineralização do esmalte pela ação da saliva, 49 blocos polidos de esmalte
bovino (4x4mm) foram utilizados. Determinou-se a dureza superficial do
esmalte(DSE). A seguir, os blocos foram submetidos à uma solução
desmineralizante(SD), para provocar lesão superficial de cárie. A DSE foi
novamente determinada, sendo os blocos divididos em 5 grupos e submetidos aos seguintes tratamentos: I= Saliva
Humana Estimulada (SHE); II=SHE contendo PMSF a 10,0 mM; III=SHE contendo PMSF a
50,0 mM; IV=SHE contendo PMSF a 100,0 mM e V=SHE contendo 1,0 ppm F. Os blocos
foram submetidos à ciclagens de pH
(12 dias), permanecendo 22h nas soluções tratamento (Grupos I a V) e 2h na SD.
A saliva foi trocada 2x/dia e a SD após o 6o
dia. A DSE (Knoop) foi novamente determinada. Flúor incorporado no esmalte
(FIE) foi determinado, removendo-se 05 camadas de esmalte com HCL 0,5 M .A
liberação do íon flúor do PMSF (100µM) pela ação da saliva foi
determinada. Para as análises de microdureza, utilizou-se o Microdurômetro
SHIMADZU HMV-2000 e para as análises de flúor utilizou-se eletrodo específico
Orion 96-09.Os resultados mostraram que o PMSF liberou íon
flúor e, em 10min/37°C, a concentração na saliva aumentou de 0,078
para 1,732 ppm F. Calculou-se a % média de recuperação da DSE, sendo os
resultados para os grupos de I a V, respectivamente: 10,7+1,97A;
30,8+2,90B; 43,5+5,07B,C; 54,5+6,59C; e 43,2+5,82B,C.
Os resultados (ppm F) de FIE na 1a camada foram: 2544,8+203,7A; 6281,0+429,9B;
13732,7+1372,8C; 13719,0+1552,1C e 11650,3+1394,2C, médias
seguidas de letras distintas diferem estatísticamente(P<0,05).
Concluiu-se que o PMSF libera íon flúor quando em contato
com a saliva, o qual não só remineraliza e se incorpora ao esmalte, como poderá
ter efeitos indiretos em outras pesquisas onde o PMSF é usado como inibidor de
enzimas proteolíticas.
134
Desenvolvimento
do germe dental em Calomys callosus
M.I.C.
MORENO; M.L.H.MACEDO; P. DECHICHI*
Departamento de Morfologia,
Universidade Federal de Uberlândia-MG
A proposta
deste trabalho foi descrever morfologicamente a gênese do 10
molar superior de Calomys callosus no período compreendido entre o 110
e 200
dia do desenvolvimento intra uterino e compará-la à odontogênese de outros
roedores. Foram coletados 30 fetos, sendo 3 para cada dia de gestação
estudado. Os animais foram decapitados e as cabeças fixadas“in totum” em
AFA (etanol 95%, formalina, ácido acético glacial e água destilada, na proporção
de 3:1:1:5, em volume). Após desidratação em concentrações crescentes de álcool
etílico, o material foi processado para inclusão em resina hidrossolúvel.
Cortes frontais semi seriados com 2mm de espessura, foram corados com azul de
toluidina e analisados ao microscópio de luz. No 110
dia do desenvolvimento não se observou indício de odontogênese. Aos 12 dias
observou-se o surgimento da banda epitelial primária. Aos 13 a formação da lâmina
dentária e o início da fase em botão, que se definiu aos 14 dias. Aos 15 dias
iniciou-se a formação da fase em capuz definida aos 16 dias. Aos 17, 18 e 19
dias observou-se a progressiva diferenciação da fase em campânula. Aos 20
dias observou-se o início da formação da fase em coroa.
Os
resultados obtidos indicam que a odontogênese no C. Callosus, até o início
da fase em coroa, é semelhante à de outros roedores utilizados em laboratório,
o que coloca esta espécie como mais um modelo biológico para estudos nesta área.
135
“Variações na análise numérica de SDS-PAGE de
proteínas
intra-celulares de leveduras orais.”
J.F. HÖFLING*; S.L.A.
ROCHELLE; E.A.R. ROSA; D.M.P. SPOLIDORIO; D. MOREIRA. Laboratório de
Microbiologia e Imunologia, FOP-UNICAMP, S.P, Brasil.
A afinidade
filogenética entre 12 amostras de
Candida oral, foi determinada através da análise do perfil eletroforético de
proteínas intracelulares por SDS-PAGE, usando-se diferentes meios de cultura
para o cultivo das células leveduriformes. Os dendogramas foram feitos baseados
no coeficiente Simple Matching (SM) e no método de agrupamento (UPGMA). As
amostras investigadas representaram leveduras do gênero Candida, espécies
albicans, tropicalis, guilliermondii, parapsilosis and krusei, todas isoladas da
cavidade oral de indivíduos normais. Os dados obtidos dos dendogramas,
demonstraram uma diferença significativa no grau de afinidade filogenética
entre as espécies sugerindo que composições nutricionais diversas (presentes
nos meios de cultura), levam a expressão de diferentes proteínas derivadas de
processos metabólicos alternativos, os quais são expressos no perfil eletroforético.
A construção de dendogramas, baseados em dados dessa natureza, deve ter alguma
implicação na classificação e identificação de tais espécies com propósito
taxonômico.
A análise
do perfil eletroforético de proteínas intracelulares, associada à análise
numérica computadorizada, é entretanto, um importante recurso nos estudos com
ênfase em sistemática.
136
Estudo da participação das glândulas salivares na
produção
do óxido nítrico presente na saliva.
F.B. LIMA1;
P.E.P. LEITE2*;
E.A. DEL BEL3;
E.S.; OLIVEIRA1. 1Depto.Biologia
FFCLRP - USP; 2Depto.
Histologia
e Embriologia ICB - USP; 3Depto.
Fisiologia FORP - USP.
O óxido nítrico
(NO) é um gás enzimaticamente derivado da L-arginina através da ação da óxido
nítrico sintase (NOS) e encontra-se em concentrações consideráveis na
saliva. Estudos anteriores de nosso grupo demonstraram que as glândulas
salivares submandibulares (GSM) de camundongos podem ser um importante sítio de
síntese desse NO. Presentemente nosso objetivo foi o de estudar o envolvimento
de outras glândulas salivares com a produção do NO de camundongo. Para tanto
foi utilizado o método histoquímico de marcação da NADPH-diaforase, visto
que esta enzima se encontra colocalizada com a NOS. Utilizamos 6 camundongas
adultas que foram anestesiadas com sódio pentobarbital para dissecção das glândulas
salivares. Estas foram fixadas em formaldeido 4% e crioprotegidas. As lâminas
foram montadas, pós-fixadas em formaldeído 4% em PB e lavadas, sendo incubadas
em PB contendo 0,1% b-NADPH-d; 0,01% Nitro Blue Tetrazolium e 0,3% Triton X-100,
por ml., à 37oC por 30-60 minutos, no escuro. Foram confirmados os
resultados de detecção de dois diferentes padrões de uma marcação intensa
para a NADPH-d nas células dos ductos estriados das GSM, sendo um basal e um
apical. O mesmo não foi encontrado nas glândulas salivares sublinguais (GSL),
havendo apenas uma marcação uniforme e menos intensa. A marcação para a
NADPH-d, assim como outros aspectos da GSM, apresentou ainda um dimorfismo
sexual. Observou-se também reação positiva no estroma, fibras nervosas e
vasos das GSM.
Os
resultados sugerem uma atuação do NO presente na saliva, podendo este fazer
parte de um mecanismo de defesa não específica da cavidade oral.
137
Variação
do ângulo de curvatura de canais simulados, quando do uso de diferentes limas
pré-curvadas ou não
S.M.S.LAMARÃO.Departamento
de Dentística da Faculdade de Odontologia da USP-SP.
O preparo químico-cirúrgico é o responsável pela forma e limpeza do
canal radicular, características indispensáveis à correta obturação do
mesmo. Este trabalho buscou avaliar, após o preparo químico-cirúrgico, a
modificação de ângulo de curvatura de canais radiculares simulados,
confeccionados em blocos de resina epóxica com curvaturas de 35 graus,
instrumentados acorde técnica seriada de Paiva;Antoniazzi usando-se limas tipo
K e Flexofile pré-curvadas e retas e limas Nitiflex. Os resultados mostraram
que menor alteração da curvatura foi provocada pela lima Flexofile pré-curvada,
seguida da lima Nitiflex e da tipo K pré-curvada. Os canais instrumentados com
lima tipo K e Flexofile retas mostraram as maiores deformações angulares.
A pré-curvatura
influencia na deformação dos canais, uma vez que houve diferenças estatísticas
significantes entre os valores obtidos pelas limas Flexofile e tipo K pré-curvada
ou não.
138
Avaliação
em MEV da eficácia de três técnicas de irrigação endodôntica
M.F.Z. SCELZA*; J.H.
ANTONIAZZI; P. SCELZA Pós-Graduação. em Endodontia FOUSP / UFF-Niterói -
Fone/Fax (011) 818-7843.
Avaliou-se
comparativamente a remoção de magma dentinário por meio de três técnicas de
irrigação. Foi realizado em 30 dentes unirradiculares o PQC (preparo químico
cirúrgico) pela técnica telescópica com hipoclorito de sódio a 1%. A seguir,
foram divididos aleatoriamente em 3 grupos para irrigação-aspiração final da
seguinte forma: GI 10 ml de hipoclorito de sódio a 1% + 10 ml de ácido cítrico
(10%) + 10 ml de água destilada; GII 15 ml de hipoclorito de sódio 0,5% + 15
ml de EDTAT; e, GIII 10 ml de hipoclorito de sódio 5% + 10 ml de água
oxigenada a 10 v. + 10 ml de hipoclorito de sódio 5%. As amostras foram
analisadas em MEV com aumento de 350x, dividindo as raízes em terços.
Documentou-se em fotomicrografias com área de leitura de 7,2 X 7,2 cm. Para a
avaliação confeccionou-se uma grade com 64 quadrados de 9mm de lado, sendo
selecionados 16 destes para leitura dos túbulos dentinários cuja abertura
fosse visível.
Os
autores concluíram que no terço médio o GII mostrou-se estatisticamente
superior aos demais grupos e o GI em relação ao GIII (teste de Kruskal-Wallis
a=0,05). Para os terços cervical e apical, os resultados apontaram os GI e GII
estatisticamente superiores ao GIII
139
Simplificação
do método de diafanizar dentes
R.A. LIMA*;
A.C. BOMBANA.
(FCBS - IMES - São
Bernardo do Campo - S.P. - Brasil).
O objetivo
deste trabalho foi apresentar um método de diafanização de dentes, através
de um processo relativamente simples, e que não necessita de complexas
aparelhagens, utilizando uma resina de poliéster corada para a visualização
da anatomia dos canais radiculares. Imediatamente após a exodontia, os dentes
destinados à diafanização foram limpos externamente por raspagem e escovação,
e mergulhados em solução de hipoclorito de sódio a 0,5% por 12 horas. Em
seguida, foram conservados em frascos com soro fisiológico e na geladeira.
Posteriormente foi executado em cada espécime a cirurgia de acesso à câmara
pulpar e uma nova imersão em solução de hipoclorito de sódio a 0,5% por 12
horas. Os dentes foram lavados em água corrente por 4 horas, e conservados em
soro fisiológico e na geladeira. Uma resina de poliéster corada e diluída em
monômero de estireno foi injetada à vácuo no interior dos canais radiculares.
Os dentes foram então, imersos em solução de ácido clorídrico 5% v/v por 5
dias, com trocas a cada 24 horas. Concluída a descalcificação, foram lavados
em água corrente por 24 horas, e secos à temperatura ambiente. Findos esses
procedimentos, foram desidratados em uma bateria de álcoois em escala
ascendente, permanecendo em álcool 70% e 80% por um período de 6 horas em cada
banho, e 24 horas em álcool absoluto, com trocas a cada 6 horas. Para
completar-se a diafanização, foram imersos em salicilato de metila. Os dentes
apresentaram uma ótima transparência, e a resina evidenciou com clareza a
anatomia dos canais radiculares.
Os
autores concluíram que esse método de diafanização é de simples execução,
atingindo todas as expectativas quanto à qualidade de transparência e definição
da anatomia interna pulpar.
140
Análise
comparativa de ductilidade de instrumentos endodônticos de diferentes tipos
S.K. KAMEI*;
M. SANTOS.
Disciplina de endodontia,
Faculdade de Odontologia IMS - SBC - SP.
Durante a
fase de instrumentação de canais radiculares curvos, é indiscutível a importância
de se manter o mais possível a forma original do conduto. As propriedades mecânicas
dos instrumentos endodônticos pode interferir no seu comportamento clínico,
principalmente o trabalho nestes canais curvos. A maior adaptabilidade do
instrumento à anatomia do canal é condicionada, dentre outros fatores, à sua
ductilidade. Assim instrumentos mais dúcteis exerceriam menos esforços não
controlado nas paredes dos canais, permitindo uma instrumentação mais suave. O
objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de ensaio de dobramento, a
ductilidade de limas endodônticas tipo K e Flexofile de números 15, 25 e 30. O
resultados mostraram ângulo alfa a médio para limas tipo K número 15=30,33; número
25=36,53; número 30=38,97. Para as limas Flexofile o valor médio de a foi,
para limas número
15= 31,08; 25=36,20 e 30=38,82. Não houve diferenças estatísticas
significantes entre as limas K e Flexofile, de mesmo número.
Conclui-se
que não existem variações na ductilidade, entre as limas K e Flexofile do
mesmo número.
141
Análise do
selamento de alguns materiais no preenchimento de perfurações de furca
E.S. PÁTTARO*;
G. GAVINI
Dep. de Dentística,
Endodontia, Faculdade de Odontologia da USP – SP
Mesmo com a
evolução do tratamento endodôntico, as perfurações decorrentes de
iatrogenias, cáries ou reabsorções idiopáticas, ainda permanecem como grande
causa de insucesso, tornando muitas vezes o prognóstico do tratamento duvidoso.
Ainda não há consenso entre os pesquisadores, quanto ao material mais
eficiente para o selamento de perfurações. Para tanto, foram selecionados 60
dentes molares inferiores recém-extraídos, nos quais foram realizadas perfurações
na região de furca e divididos em 4 grupos, de acordo com o material a ser
utilizado no preenchimento da comunicação, a saber: ionômero de vidro dual,
resina composta fotopolimerizável, amálgama adesivo e amálgama tendo como
forramento Cavit. Em seguida os dentes foram imersos em solução corante e
cortados longitudinalmente na área da perfuração para a mensuração em milímetros
da penetração linear do corante na interface dente/material restaurador, bem
como para avaliar a presença de extrusão do material.
Verificou-se
que dentre estes 4 materiais, o ionômero de vidro apresentou a melhor
capacidade de selamento, tendo uma média de penetração do corante na extensão
da perfuração de 33,49%, e o amálgama associado ao Cavit como o pior material
com o valor de 91,57%. Verificou-se também, o maior número de extrusões no
grupo do ionômero ( 9 espécimes ), e o maior número de obturações no limite
no grupo da resina composta ( 7 espécimes ).
Apoio
financeiro FAPESP - Processo
96/0034-5
142
Avaliação
das retrobturações com variação dos equipamentos de preparo e materiais de
preenchimento
M.R.L. NUNES*; H.F. PESCE.
- Disciplina de Endodontia da FOUSP. Fone (012) 272-3374.
Através da
permeabilidade marginal, avaliou-se diferentes técnicas de preparo e cimentos
utilizados em retrobturações endodonticas. Após preparo e obturação de 30
dentes unirradiculares pela técnica de Paiva e Antoniazzi, os ápices foram
cortados a 4 mm perpendicularmente ao longo eixo. Os espécimes foram divididos
aleatoriamente em 3 grupos para o preparo da caixa apical: GI - micro-motor
(Kavo especial para retro cirurgia); GII - ultra-som (Gnatus); e, GIII - associação
micro-motor e ultra-som. A retrobturação foi realizada com cimentos Sealer 26
e N-Rickert ( 5 de cada grupo). Os dentes foram imersos em Azul de Metileno
0,5%, pH 7,2 por 48H a 370
C. As raízes foram fraturadas no sentido longitudinal (MD) e feita a leitura da
maior penetração em lupa estereoscópica (Olympus SZ-PT 15x).
Os
resultados mostraram que apenas para o micro-motor x ultra-som utilizando
N-Rickert houve diferença estatisticamente significante.
143
Resposta pulpar de dentes decíduos de cães
ao condicionamento ácido ou ao hidróxido de cálcio
R.A. RIBEIRO*; S.I. MYAKI; N.S. ARAÚJO; M.A. GIOSO. Disc.
Odontopediatria e Disc. Patologia Bucal
FOUSP. Disc. Técnica Cirúrgica
- FMVZ - USP.
Este estudo
avaliou a resposta pulpar de dentes decíduos de cães submetidos à aplicação
de ácido fosfórico a 35% ou de hidróxido de cálcio após exposição pulpar.
Foram utilizados 3 cães sem raça definida onde, em cada animal, sob anestesia
geral, foram confeccionadas 10 cavidades de Classe V. Na porção central do
preparo, foi realizada a exposição pulpar com a ponta de uma sonda exploradora
com tamanho aproximado de 0,5 mm. A hemostasia foi realizada com bolinha de
algodão estéril. Em um grupo (5 dentes em cada animal) o tratamento realizado
foi o condicionamento ácido total (esmalte, dentina e polpa exposta) e aplicação
do sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus (3M), segundo recomendações do
fabricante. Nos outros 5 dentes (em cada animal), o ponto de exposição pulpar
recebeu a aplicação do cimento de hidróxido de cálcio (Hydro C - Dentsply),
antes da aplicação do sistema adesivo. Todos os dentes foram restaurados com a
resina composta Z-100 (3M). Nos intervalos de tempo de 7, 30 e 45 dias, os
animais foram anestesiados e perfundidos com soro fisiológico, seguido de uma
solução de formalina neutra tamponada. As maxilas e mandíbulas foram
seccionadas, colocadas em solução desmineralizante, embebidas em parafina e
cortadas longitudinalmente para coloração em hematoxilina e eosina e exame ao
microscópio de luz.
Os
resultados obtidos com os dois tratamentos realizados, mostram a presença e
persistência de resposta inflamatória de intensidade variável, nos três
tempos experimentais, embasando a conclusão que não houve diferença entre os
tratamentos propostos.
144
Estudo da
composição das ligas metálicas de quatro marcas comerciais de limas NiTi
N.F.CLASEN*;
G.GAVINI; C.E.AUN
Departamento de Dentística
- Faculdade de Odontologia da USP – SP
As ligas de
Níquel - Titânio vêm se apresentando como um novo e eficaz recurso na
Odontologia atual. Tais ligas, denominadas inicialmente de “nitalloy”, têm
sua aplicação já consagrada na Ortodontia, e na Endodontia constituem a base
de novas limas (NiTi). Estes instrumentos tem sido indicados para uso em canais
radiculares extremamente curvos, devido `a sua ductilidade e capacidade de
realizar curvaturas com pouco ou nenhum desvio do conduto original. Tal
flexibilidade é devida, segundo os fabricantes, à presença do elemento Níquel
(Ni) em alta concentração. Em vista do exposto, os autores se propuseram a
executar análises qualitativa e quantitativa das ligas metálicas de quatro
marcas comerciais de limas de níquel- titânio, sendo elas: 1. Mity K-file ( JS
Dental MFG- USA); 2. Hyflex X-file (Hygenic - Suécia); 3. Nitiflex (Maillefer -
Suécia); e 4. Onyx R-file (Union Broach - USA). O estudo realizou-se através
da Microscopia Eletrônica de Varredura, sistema EDS, onde se pôde verificar
quais os componentes das ligas metálicas e em qual porcentagem eles se
apresentavam. Foi encontrado o elemento Alumínio em baixas concentrações em
todas as amostras. As leituras forneceram dados em porcentagem do elemento e em
peso atômico.
Concluiu-se
que valores oscilaram, em porcentagem do elemento, entre 38.22 e 50.13 (Níquel);
49.75 e 61.68 (Titânio) e 0.09 e 0.12 (Alumínio). Em relação ao peso atômico,
as médias variaram entre 34.57 e 45.16 (Níquel); 54.64 e 65.24 (Titânio) e
0.18 e 1.14 (Alumínio).
145
Selamento
de ápices radiculares retrobturados ou recobertos
com
diferentes materiais
A.P.M. GOMES*; J.F.
RIBEIRO; S.M. RODE - Depto. de Odontologia Restauradora, Fac. de Odontologia de
São José dos Campos – UNESP
O objetivo
deste trabalho foi avaliar a capacidade de selamento apical e a adaptação
marginal de cinco materiais odontológicos empregados na retrobturação ou
recobrimento de ápices radiculares. Foram utilizados 140 dentes unirradiculares
humanos extraídos, divididos em 7 grupos de 20. Nos grupos 1, 2, 3 e 4, os
dentes receberam apicectomia, preparo cavitário e retrobturação com amálgama
de prata sem zinco, sistema adesivo dentinário e resina composta, cimento de
ionômero de vidro e compômero. Nos grupos 5, 6 e 7, os dentes receberam apenas
apicectomia e recobrimento da superfície radicular seccionada com sistema
adesivo dentinário e resina composta, cimento de ionômero de vidro e compômero.
Foram utilizados dois espécimes de cada grupo experimental para a avaliação
da adaptação marginal em microscopia eletrônica de varredura. Os 126 espécimes
restantes foram imersos em corante azul de metileno a 2% durante uma semana a 370C
e as infiltrações ocorridas foram avaliadas com auxílio de um estereomicroscópio.
Os
resultados mostraram que o cimento de ionômero de vidro apresentou os menores
valores de infiltração marginal quando inserido nos preparos cavitários, com
diferenças estatisticamente significantes em relação aos outros materiais.
Quando empregados no recobrimento apical, o cimento de ionômero de vidro e o
compômero foram equivalentes entre si e significativamente melhores que o
sistema adesivo dentinário e resina composta. Em microscopia eletrônica de
varredura, todos os materiais apresentaram algum desajuste marginal.
146
Ação de
diferentes curativos de demora sobre leveduras presentes no canal radicular
J. M. RÊGO*;
M.C. VALERA; A. O. C. JORGE
Depto Odontologia
Restauradora da Fac. Odont. S.J. Campos/UNESP
Este
trabalho avaliou, in vitro, o efeito de diferentes curativos de demora sobre Candida
albicans em canais radiculares previamente contaminados. Para isto, foram
utilizados 60 dentes unirradiculados humanos, extraídos e com único canal. As
coroas dentárias foram removidas e após o preparo biomecânico, as raízes
foram autoclavadas, os canais contaminados com C.
albicans e as aberturas de acesso e forame apical selados. Após 48
horas, foi realizado novo preparo e os canais receberam os curativos com: PMCC
(2,5:7,5); solução iodo iodetada a 2%; tricresol formalina e pasta Calen (S.S.
white - Artigos Dentários Ltda). Dois grupos serviram como controle, sendo que
em um deles, os canais foram irrigados com hipoclorito de sódio a 1% e no outro
com solução fisiológica. Ambos não receberam medicação intracanal. Os
resultados mostraram que dos medicamentos testados, houve redução das
leveduras, em ordem crescente, quando do uso da pasta Calen, solução
iodo-iodetado 2%, tricresol formalina e
PMCC (2,5:7,5). Quando não se utilizou medicação, os canais que foram
irrigados com hipoclorito de sódio 1%, apresentaram 87,5% de diminuição dos
microrganismos. De acordo com os resultados obtidos e os dados da
análise estatística, pode-se concluir que ocorreu diminuição de C.
albicans, quando da associação do preparo biomecânico com o uso de
curativo de demora, sendo o PMCC o mais eficaz (100% de redução).
Apoio:
FAPESP
147
Elásticos intra-orais: citotoxicidade após diferentes
métodos de
esterilização e desinfecção
C.A. QUINTÃO*; L.M. MENEZES; T.C. MOREIRA; M.D. WIGG; O.
CHEVITARESE - Disciplina de Ortodontia,
Fac. de Odonto. da UFRJ -
Fax: (021) 590-9771
Os elásticos
são amplamente utilizados em Ortodontia e variam quanto à composição, forma,
diâmetro e cor. Porém, poucos são
os estudos que avaliam a
biocompatibilidade destes materiais. Os autores realizaram o ensaio de
citotoxicidade utilizando o teste de difusão em ágar (“overlay test”),
empregando a linhagem de células HEp-2, do tipo epitelióide, que tem origem em
carcinoma de laringe humana, cultivada em monocamada, utilizando-se o meio mínimo
essencial de Eagle (MEM-Eagle) adicionado de 5% de soro fetal bovino, garamicina
e fungizona. Para este ensaio, as amostras foram previamente submetidas a dois métodos
de esterilização, por autoclavação (30minutos) e imersão em glutaraldeído
a 2% (15 horas), e um método de desinfecção, por imersão em álcool etílico
a 70% (30 minutos). Foram avaliados 27 elásticos incolores intra-orais, de 3
marcas comerciais.
Os
resultados revelaram que os elásticos das marcas Dental Morelli e G&H
mostraram-se citotóxicos quando submetidos a autoclavação e imersão em
glutaraldeído e álcool etílico. Os da marca
Unitek não apresentaram citotoxicidade em nenhum dos métodos de
esterilização e desinfecção empregados, sendo considerados biocompatíveis
sob este aspecto.
148
Avaliação
sob M.E.V. de duas técnicas de instrumentação empregadas no retratamento
endodôntico
S.R.FIDEL; R.A.S FIDEL*;
L.M. SASSONE; A.S. OTERO -
FO/UERJ
Na terapia
endodôntica atual, observamos com frequência a ocorrência de casos que
necessitam de retratamento visto que, por vezes, o tratamento endodôntico não
foi capaz de preencher as condições necessárias, resultando em insucesso.
Ademais, estudos indicam que o
tratamento convencional é preferido à extração ou ao tratamento cirúrgico
e, diante disso, é necessário o esvaziamento, a reinstrumentação e a
reobturação do canal radicular. O objetivo do presente estudo foi comparar in
vitro duas técnicas de retratamento dos canais radiculares, sob a luz da
microscopia eletrônica de varredura. Para análise da limpeza das paredes dos
canais radiculares foram empregados
14 dentes unirradiculares divididos em dois grupos de 7 dentes cada . Para o
grupo I, utilizou-se limas tipo Kerr associadas a limas Hedstroen e para o grupo
II, limas Flexofile associadas à lima Hedstroen e instrumentação manual para
ambos os grupos. A avaliação foi realizada por seis observadores através do
estudo das imagens fotográficas dos terços médios e apicais classificando-os
de acordo com os escores.
Os
resultados foram tratados estatisticamente e pode-se concluir que o grupo II
apresentou o melhor grau de limpeza.
149
Avaliação
da capacidade de selamento marginal apical de dois cimentos endodônticos
acrescidos ou não de delta-hidrocortisona
S.R.FIDEL*; A.C. BOMBANA;
R.A.S FIDEL - Depto. de Clínicas Cirúrgicas- FO/UERJ
Para que a
terapia endodôntica possa oferecer bom êxito, um dos fatores de destacada
importância constitui o selamento tridimensional de todo o sistema de canais
radiculares. O presente estudo teve
como objetivo avaliar, in vitro, a capacidade de selamento marginal
apical dos cimentos de Rickert e N-Rickert, em comparação com o cimento de
Grossman, em sua fórmula original e modificado pelo acréscimo de 2% de
delta-hidrocortisona. Para tal,
foram utilizados 72 dentes humanos, incisivos centrais e caninos.
O corante empregado como agente evidenciador foi o azul-de-metileno a
0,5% (pH 7,2) e a leitura dos resultados foi efetuada com auxílio do Profile
Projector Mitutoyo - Japan.
Os dados
foram estatisticamente avaliados pelo teste de Kruskal-Wallis e, os resultados
evidenciaram as menores médias de infiltração para o cimento N-Rickert,
seguido em ordem decrescente do cimento de Rickert, cimento de Grossman e
cimento de Grossman modificado.
150
Análise
radiográfica da qualidade do tratamento endodôntico da FO-UERJ
S.R. FIDEL;
T.C.A. BERLINCK; A.S. OTERO*; H.C. UTRINI
Departamento de Clínicas
Cirúrgicas - FO-UERJ - RJ – Brasil
Sabendo-se
que a avaliação da terapia endodôntica executada é parte integrante do plano
de tratamento e que o exame radiográfico embora ainda limitado seja um dos
meios mais utilizados para este fim, o objetivo do presente trabalho foi estudar
a qualidade dos tratamentos endodônticos realizados por acadêmicos da FO-UERJ,
através da observação de 500 radiografias periapicais, enfocando-se a adequação
do seu preenchimento e presença ou
não de rarefação óssea. A análise radiográfica foi feita com auxílio de
um negatoscópio Ranger e uma lupa de 8 dioptrias, por 3 diferentes
examinadores, todos especialistas. Os resultados encontrados revelaram: 62,2%
dos pacientes eram do sexo feminino; 65% dos tratamentos executados foram
considerados adequados; 71,6% dos elementos observados não eram portadores de
rarefação óssea na região periapical, sendo que dos 28,4% restantes, 50%
apresentavam lesão óssea difusa e 50%, circunscrita.
Em vista
dos resultados, os autores concluíram que: as mulheres representam a maioria no
universo dos tratamentos endodônticos; a porcentagem de insucesso observada
pode ser considerada baixa ( 35% ), tendo-se como parâmetros o limite
longitudinal da obturação, contraste radiográfico do preenchimento e presença
de lesão óssea periapical; a ausência de radiolucidez perirradicular foi observada na grande maioria dos casos (
71,6% ).
151
Injeção
central de clonidina na salivação induzida por pilocarpina em ratos
M. ANAYA;
L.A. DE LUCA JR.; A. RENZI *; J.V. MenaNI
Dep. Ciências Fisiológicas,
Fac. de Odontologia, UNESP, Araraquara, SP, Brasil
Injeção
intracerebroventricular (I.C.V.) de pilocarpina, agonista colinérgico muscarínico,
induz salivação dependente da ativação de receptores adrenérgicos alfa-1.
Neste trabalho investigamos se a salivação induzida por pilocarpina I.C.V. é
alterada pela clonidina, um agonista adrenérgico alfa-2. Pilocarpina (500
nmol/rato) foi injetada no ventrículo lateral (VL) de ratos adultos machos
anestesiados com tribromoetanol. Bolas de algodão pré-pesadas foram inseridas
na cavidade oral e pesadas novamente após 7 minutos. Clonidina (10 e 20
nmol/ml) injetada 20 minutos antes da pilocarpina no VL reduziu a salivação
para 33 + 11% e 46 + 11%, respectivamente. Clonidina (10 e 20
nmol/0,1 ml) injetada intraperitonealmente 20 minuto antes da pilocarpina I.C.V.
não alterou a salivação.
Os
resultados mostram que a clonidina injetada I.C.V. reduz a salivação induzida
por pilocarpina I.C.V. por atuação central, sugerindo então uma interação
central entre receptores adrenérgicos alfa-2 e receptores colinérgicos no
controle da salivação.
Apoio
financeiro: UFSCAR-CAPES*, CNPq, FAPESP*
152
Estudo
morfológico da polpa de molares de ratos Wistar frente a
uma
interferência oclusal experimental
L.A.P. PENNA*; M.R. FARIA;
S.M. RODE - FO UNIMES; ICB-USP, FO
S.J.Campos – UNESP
As alterações
morfológicas pulpares em dentes molares da mandíbula de ratos, decorrentes de
um estímulo externo experimental (interferência oclusal), provocado na maxila,
foram estudadas, em nível de microscopia de luz. Utilizou-se a confecção de
restaurações de amálgama, em sobreoclusão nos primeiros molares superiores
direitos de dez ratos Wistar, divididos em três grupos e sacrificados
por perfusão transcardíaca com formol a 10%, nos seguintes tempos operatórios:
dez, vinte e trinta dias. A avaliação foi feita nos molares inferiores
direitos (lado experimental) e esquerdos (lado controle), após a descalcificação
das peças ósseas em solução de EDTA associada às microondas, seguida de técnica
histológica de rotina e coloração por H.E. e Tricrômico de Mallory.
Verificou-se no lado controle uma reação intensa caracterizada por um
posicionamento atípico dos odontoblastos, seguida pelo aparecimento de cálculos
pulpares e posteriormente por uma aparente e uniforme acomodação tecidual em
toda a polpa, com moderada incidência de fibras colágenas. No lado
experimental, as alterações foram similares parecendo, porém, aumentar com o
tempo, principalmente aos trinta dias, onde a imagem histológica era semelhante
à do lado controle aos dez dias.
Os
resultados obtidos permitiram concluir que a interferência oclusal provocou
alterações no tecido conjuntivo pulpar tanto no lado experimental como no
controle e que as mesmas foram proporcionais à direção dos movimentos
mandibulares.
153
Análise clínica,
radiográfica e histopatológica de dentes decíduos
submetidos
à proteção direta com sistema adesivo
F.B. ARAUJO*; J.S. BARATA;
A.L. PALMINI; C.A. COSTA; F. GARCIA-GODOY - Disciplina de Odontopediatria,
FO-UFRGS, Porto Alegre
O objetivo
deste estudo foi avaliar clínica e radiograficamente, o comportamento da polpa
de dentes decíduos submetida ao contato direto com um sistema adesivo de última
geração (SMP-3M), após um ano de acompanhamento. Sob isolamento absoluto, 25
molares decíduos de crianças de 3 a 8 anos de idade sofreram micro-exposição
pulpar acidental (menos de 0,5mm de diâmetro) durante o preparo cavitário, já
na ausência de tecido cariado evidenciado clinicamente. Após a avaliação das
condições inflamatórias da polpa (sensibilidade e tipo de sangramento), o
condicionamento ácido total foi realizado com H3PO4
- 10% (Ultradent) durante 15 segundos, seguido da aplicação do sistema adesivo
e restauração com resina composta (Z100 - 3M). Alguns dentes decíduos, já em
fase adiantada de exfoliação, foram extraídos para análise histopatológica,
sendo corados com HE e pela técnica de Brown & Brenn. Apesar dos excelentes
resultados clínicos e radiográficos obtidos (88%), a análise histopatológica
mostrou que a utilização desta técnica não promove uma reparação pulpar
adequada (sem formação de ponte dentinária). Em 50% dos espécimes, não
houve penetração de bactérias e
observou-se um tecido pulpar livre de inflamação e com intensa deposição de
dentina reparadora adjacente à exposição. Nos espécimes onde havia presença
de bactérias, verificou-se um intenso infiltrado inflamatório.
Novas
pesquisas clínicas e histológicas devem ser conduzidas previamente à indicação
da técnica no tratamento capeador pulpar de dentes decíduos.
154
Estudo
longitudinal das estruturas de suporte de próteses parciais removíveis
E.M.
ASCKAR*; L.F. VIEIRA; A.L.F. VIEIRA
Departamento de Prótese,
Faculdade de Odontologia de Bauru-USP
As próteses
devem não só substituir os dentes ausentes, como preservar as estruturas
remanescentes. Para isso há necessidade de um programa de manutenção. Estes
procedimentos rotineiros em outros países, não o são no Brasil. Os autores se
propuseram a estudar as estruturas de suporte de próteses parciais removíveis
(P.P.R.) avaliando comparativamente grupos com e sem acompanhamento profissional
variando-se o tempo de uso das próteses. Três grupos de 38 pacientes
portadores de P.P.R. foram avaliados: Grupo I - após 1 ano de uso; Grupo II -
após 2 anos e, Grupo III - na entrega da prótese. Eles preencheram um questionário,
um diário de ingestão alimentar, foram avaliados quanto a capacidade tampão e
pH da Saliva, submeteram-se a um exame bucal inicial e classificados quanto ao
risco à cárie. O grupo II foi chamado a cada 3 meses para um programa de
manutenção. No final de 2 anos, baseado em novo exame bucal, e aplicando-se o
teste de correlação de Pearson, encontrou-se uma relação entre média de
placa2 x Grupo (-0,705) e
entre média gengival2 x
Grupo (-0,590); houve diferença estatisticamente significante entre os
grupos para a variável mobilidade com o teste de Pearson. Qui-quadrado para p =
0,021 (p<0,05); - O aumento de cáries no Grupo I e II quase dobrou, enquanto
que o Grupo II apresentou uma incidência de 0,5%.
Em vista
dos resultados concluiu-se que: O programa de manutenção de higiene oral
desenvolvido no Grupo II, proporcionou uma diminuição do Índice de Placa
Dental (IPD), do Índice de Inflamação Gengival (I.G. = 35%), da mobilidade
dos dentes (10%) e uma quantidade mínima de cárie.
Apoio
Financeiro CNPq - Processo 300500/90-4 (RN)
155
Postura dos
cursos de Odontopediatria frente à técnica de pulpectomia
E.R.BUNDZMAN*;
A.MODESTO; A.P.MORAIS; A.R. RAMOS; R.B.C.VIANNA
Odontopediatria FO-UFRJ.
O
procedimento da pulpectomia em dentes decíduos (PDD) é descrito há mais de 20
anos, contudo não existe uma uniformidade na literatura odontopediátrica
quanto a sua execução. O objetivo desta pesquisa foi identificar o
posicionamento das instituições de ensino de Odontologia do estado do Rio de
Janeiro frente à técnica de pulpectomia em dentes decíduos. Em 1997, foram
distribuídos questionários para 16 coordenadores de cursos de pós-graduação
- POS (atualização, especialização e mestrado) e 10 de graduação - GRAD.
Ocorreu uma grande diversidade de respostas em relação a todos os ítens
pesquisados. Todos os cursos POS preconizam a PDD, sendo que 10% dos GRAD não o
fazem. As indicações mais freqüentes foram polpa necrosada sem fístula
(81,25% POS e 80% GRAD) e hemorragia abundante na pulpotomia (80% GRAD). Das
soluções irrigadoras, soro fisiológico aparece em 62,5% das respostas para
POS e 70% para GRAD seguido do líquido de Dakin (50% POS e 40% GRAD). 37,5% dos
POS recomendam PMCFC como curativo de demora, enquanto os GRAD, PMCFC (30%) ou
formocresol (30%). Para a obturação dos condutos, as pastas mais indicadas
foram: OZE (68,75% POS e 70% GRAD)
e PMCFC, Rifocort e iodofórmio (50% POS e 40% GRAD) . 68,7% dos alunos de POS e
60% dos GRAD fazem controle radiográfico dos dentes pulpectomizados, com a
periodicidade variando entre mensal e anual.
Foi
observada uma grande heterogeneidade na PPD entre os cursos pesquisados, o que
sugere a necessidade de uma padronização nas indicações e materiais
utilizados.
156
Avaliação
das propriedades físico-químicas de soluções de hipoclorito de sódio
D.M.Z.
GUERISOLI*; R.S. da SILVA; J.C.E. SPANÓ; E. L. BARBIN; J.D. PÉCORA
Odontologia Restauradora -
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP
Os
tensoativos ganharam destaque entre as soluções irrigantes auxiliares da
instrumentação dos canais radiculares a partir da década de cinqüenta e seu
uso vem sendo preconizado desde então. Como existem poucas informações sobre
as propriedades físico-químicas destas soluções, propusemos estudá-las.
Assim, neste trabalho, foram avaliadas as propriedades físico-químicas
(densidade, tensão superficial, pH, viscosidade e capacidade de umectação)
das soluções de hipoclorito de sódio nas concentrações de 0,5; 1,0; 2,5 e
5,0 por cento puras e associadas ao tensoativo aniônico lauril dietilenoglicol
éter sulfato de sódio na proporção de 1:1000 (0,1%). A análise destas
propriedades foi feita a partir de diferentes testes, específicos para cada
uma.
Verificou-se
que as soluções com diferentes concentrações possuem valores distintos para
as diferentes propriedades físico-químicas estudadas.
A adição
de tensoativo alterou significantemente a tensão superficial, viscosidade e
capacidade de umectação das soluções, não tendo efeito sobre as outras
propriedades pesquisadas.
Apoio:
FAPESP (número do processo - 95/4678-1)
157
Potencial
antimicrobiano de alguns medicamentos intracanais
B.P.F.A.GOMES*1;
D.B. DRUCKER2;
J.D.LILLEY2
1. Endodontia - FOP-
UNICAMP; 2. University Dental Hospital of Manchester, UK
Apesar dos
procedimentos biomecânicos removerem grande parte da população bacteriana do
interior dos canais radiculares, algumas bactérias ainda permanecem inacessíveis
a eles. O problema aumenta nos casos de lesões periapicais de longa duração,
onde existe maior número de espécies
bacterianas e de unidade formadora de colônia (ufc). Tais casos justificam o
uso de um medicamento intracanal. O objetivo deste estudo foi investigar
clinicamente a ação antimicrobiana de três tipos de medicamentos: a) Ca(OH)2
(n=6 canais), b) Ledermix (n=7) e c) paramonoclorofenol canforado (PMCC, n=15).
Um total de 28 canais foram investigados microbiologicamente durante o
tratamento endodôntico. Todos foram sujeitos ao mesmo regime de instrumentação
manual e irrigação (NaOCl 2,5%) pelo mesmo operador. Uma amostra foi coletada
uma semana após a colocação do medicamento e os resultados analisados
(teste exato de Fisher). Houve crescimento bacteriano em todos os casos
investigados, exceto em 3 canais tratados com Ca(OH)2.
Os resultados mostraram que: a) Ca(OH)2 não
foi efetivo no controle de bactérias Gram-positivas (p=0,03), b) Ledermix não
foi efetivo para P. intermedia (p=0,002) ou A. israelii (p=0,05) e
c) PMCC para Peptostreptococcus, Clostridium spp. ou Lactobacillus
fermentum (todos p=0.05).
Conclui-se
que os medicamentos estudados falharam na desinfecção dos canais radiculares,
por não impedirem o crescimento de algumas espécies bacterianas, mas dos
medicamentos testados, o Ca(OH)2 foi
o mais satisfatório.
Apoio: CNPq.
158
Atividade
antimicrobiana in vitro de cimentos e pastas utilizados na endodontia
MR Leonardo1;
KC Bonifácio2*; LAB Silva2; M Tanomaru Fo1; RFG André2;
IY Ito3.
1FOA-UNESP, 2FORP-USP,
3FCFRP-USP
O objetivo
deste trabalho foi avaliar in vitro a atividade antimicrobiana de
cimentos endodônticos: AH Plus, Sealapex, Ketac Endo e Fill Canal e de pastas
à base de hidróxido de cálcio: Calen e Calasept e pasta de Oxido de Zinco.
Foram utilizadas sete cepas, sendo cinco cepas padrão: Micrococcus luteus
ATCC 9341, Staphylococcus aureus ATCC 25923, Pseudomonas aeruginosa
ATCC 27853, Escherichia coli ATCC 25922 e Enterococcus faecalis
ATCC 10541 e duas cepas de campo: Staphylococcus aureus e Streptococcus
mutans isoladas da saliva. Os testes foram realizados pelo método de difusão
em meios sólidos: Brain Heart Infusion Agar (Difco) e Mueller Hinton Medium
(Difco) semeados pela técnica de pour plate. Os cimentos e as pastas à
base de hidróxido de cálcio foram colocados em poços de 4x4mm e os mesmos
cimentos e as pastas Calen e de Óxido de Zinco com pontas de papel absorvente,
e mantidos à temperatura ambiente por duas horas para a difusão. Decorrido o
período de incubação em condições adequadas por 24h a 37ºC os halos de
inibição foram mensurados. Todas as cepas foram inibidas por todos os
materiais avaliados pelo método do poço. Entretanto, quando aplicado com
pontas de papel, todos os mateiras inibiram todas as cepas exceto a cepa E.faecalis
não inibida pela pasta de óxido de zinco e a cepa P.aeruginosa que não
foi inibida pelos cimentos AH Plus e Fill Canal, e pela pasta de óxido de zinco.
Pode-se
concluir que, de maneira geral, os cimentos e pastas avaliadas, apresentam
atividade antimicrobiana in vitro e que, a otimização pelo gel de TTC a
1,0%, facilita a observação dos halos de inibição.
159
Avaliação
histomicrobiológica de dentes de cães 270 dias após tratamento endodôntico
M Tanomaru Filho1*;
MR Leonardo1; LS Utrilla1; LAB da Silva3; IY Ito2
1FOA-UNESP, 2FCFRP-USP,
3FORP-USP
Dentes de cães
com reação periapical crônica induzida foram submetidos ao preparo biomecânico,
empregando-se limas tipo K e hipoclorito de sódio a 5,25% como solução
irrigadora. Após o preparo biomecânico,
todos os canais radiculares foram preenchidos com uma medicação intracanal à
base de hidróxido de cálcio mantida por 7 dias.
Decorrido este período, os canais radiculares foram obturados com cones
de gutta-percha e cimento à base de óxido de zinco e eugenol Fill Canal (D.G.
Ligas Odontológicas Ltda, São Paulo, Brasil) ou à base de hidróxido de cálcio
Sealapex (Kerr/Sybron, Romulus, MI, USA). Duzentos e setenta dias após, os
animais foram sacrificados e os cortes histológicos obtidos foram corados pelo
método de Brown e Brenn. Microrganismos foram observados nos túbulos dentinários,
cemento apical e delta apical de ambos os grupos, porém, não na luz do canal.
Entretanto, bactérias foram encontradas na região periapical em 14,3%
dos casos obturados com Fill Canal.
Além
disso, maior número de bactérias foram observadas no grupo obturado com Fill
Canal em relação àqueles obturados com Sealapex.
160
Estudo da
extrusão apical frente a quatro técnicas de instrumentação
E.D.GURGEL*;
R.A.S.FIDEL
Departamento de Clínica
Cirúrgica FO-UERJ
A extrusão
de material contaminado durante o preparo químico-cirúrgico, pode ocasionar o
aparecimento de flare-ups, ou mesmo uma agressão aos tecidos normais do periápice,
causando um pós-operatório doloroso. Pesquisas têm sido conduzidas com o
objetivo de se buscar recursos que diminuam ou eliminem esses riscos de extrusão.
Este trabalho tem como objetivo a comparação da quantidade de material extruído
através do forame apical durante a instrumentação in vitro dos canais
radiculares usando quatro técnicas: Técnica
Step-Back (controle), Técnica sônica do Canal Finder, Técnica de Oregon e
a Técnica Step-Down. Sessenta dentes humanos foram divididos em quatro grupos
de 15. As raspas de dentina extruídas pelo forame resultante da instrumentação,
foram coletadas em filtros de papel, previamente pesados, usando um dispositivo
coletor. Subseqüentemente os discos foram à estufa e posteriormente pesados em
uma balança analítica. As amostras foram lidas e analisadas através de uma análise
de variância, teste ANOVA.
A técnica
Step-Back extruiu a maior quantidade de raspas, sendo significante a nível de p
< 0,05, em relação as técnicas de Oregon, Step-Down e o sistema Canal
Finder. Portanto houve extrusão em todas as técnicas estudadas.
161
Avaliação
da microinfiltração marginal nas retrobturações empregando-se
ionômero
de vidro
R.L.KREBS*; T.A. BERLINCK;
C.N. MONTALVÃO; N. A .FERREIRA - Departamento de Clínicas Cirúrgicas FO-UERJ
O objetivo
desse trabalho é avaliar “in vitro” a capacidade seladora promovida
por dois cimentos de ionômero de vidro, quando os mesmos são utilizados nas
retrobturações. Trinta dentes incisivos centrais superiores humanos, extraídos
recentemente, cuja instrumentação e obturação
foram padronizadas e os elementos divididos aleatoriamente em grupos com dez
dentes cada. Todos os dentes receberam apicetomia e preparo apical com auxílio
de um microscópio cirúrgico série M 900 (DF Vasconcelos) e o preparo apical
com o uso de uma unidade ultra-sônica (mini-endo da Excelence in Endodontics).
Em seguida, cada grupo recebeu um dos seguintes materiais: Grupo I- Ionômero de
Vidro (Vidrion Endo- SS White); GrupoII- Compômero (Photac-Fill da Espe
Premier) e condicionamento prévio com ácido poliacrílico; Grupo III- Compômero
(Photac-Fill da Espe Premier) sem condicionamento prévio. Os corpos de prova
foram impermeabilizados, corados, lavados, seccionados longitudinalmente e
avaliados numa escala de Grau I a III por três avaliadores calibrados com auxílio
de microscópio.
Os
resultados foram tratados estatisticamente e mostraram a seguinte ordem
crescente de infiltração marginal: Grupo III- infiltração média de 14%;
Grupo I- infiltração média de 25%; e Grupo II- infiltração média de33%.
162
Tratamento
endodôntico via retrógrada em cães. Emprego de guta-percha
termoplastificada
P.F.E.BERNABÉ; M. ZARDO*;
A.E.KROLING; R.HOLLAND. Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Unesp.
U.E.Ponta Grossa - Brasil.
0 tratamento
endodôntico via retrógrada é freqüentemente associado à retrobturação com
a finalidade de isolar dos tecidos periapicais, as toxinas presentes no interior
do canal radicular. 0 objetivo deste estudo foi avaliar histologicamente a eficiência
da gutya-percha termoplastificada e do cimento de óxido de zinco e eugenol
quando empregados como material retrobturador.
Lesões periapicais foram induzidas em prémolares maxilares e
mandibulares em quatro cães. Seis meses após, as raízes foram apicectomizadas e o
tratamento endodôntico via retrógrada foi realizado com auxílio de limas
endodônticas tipo K, pró-curvadas. As
32 raízes foram divididas em três grupos. 0 Grupo I foi retrobturado com
guta-percha termoplastificada (sistema Ultrafil), o Grupo II recebeu a obturação
corn óxido de zinco e eugenol e no Grupo III nenhum material foi empregado. A
análise histológica mostrou 60% de selamento biológico no Grupo I, 40 % no
Grupo II e nenhum selamento no Grupo III.
Os
autores concluiram que a guta-percha termoplastificada pode ser empregada como
material retrobturador quando associada ao tratamento endodôntico via retrógrada.
163
Influência
do sangue na capacidade seladora de obturações retrógradas
E.S.
BRONZI*; M. TANOMARU F° ; N.S.W. WILHELMSEN; I. BONETTI F°
Departamento de Odontologia
Restauradora. F. O . de Araraquara – UNESP
É comum a
presença de umidade durante a realização de obturações retrógradas. O
objetivo do trabalho foi avaliar a influência da contaminação pelo sangue na
capacidade seladora de dois materiais retrobturadores. Foram utilizados 40
caninos superiores humanos recém-extraídos. Após a instrumentação e obturação
dos canais radiculares, realizou-se a secção da porção apical radicular e
preparo da cavidade retrógrada. As raízes foram então divididas
aleatoriamente em quatro grupos de dez. Realizada a impermeabilização da
superfície radicular externa, as obturações retrógradas foram realizadas com
cimento de óxido de zinco e eugenol ou Sealer
26, com ou sem a colocação prévia de sangue na cavidade apical, constituindo
os quatro grupos experimentais. Em seguida, as raízes foram imersas em solução
de azul de metileno a 2% em ambiente com vácuo por 48 horas. Decorrido este período,
as raízes foram seccionadas para avaliação da penetração do agente
marcador.
Os
resultados obtidos foram submetidos a análise estatística, demonstrando que o
Sealer 26 apresentou melhor capacidade de selamento em relação ao óxido de
zinco e eugenol e a presença de sangue não influenciou significantemente
(p<0,05).
164
Junção
amelocementária: análise morfológica microscópica
L. R.
NEUVALD*; A. CONSOLARO
Departamento de Patologia,
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
Nos
processos biológicos de desencadeamento das reabsorções cervicais externas, são
relevantes os aspectos da morfologia dentária. A inexistência de dados
conclusivos quanto à forma de contorno e à inter-relação dos tecidos
mineralizados na região cervical despertou uma investigação mais minuciosa da
morfologia da junção amelocementária. A metodologia empregada propôs
comparar dois métodos de avaliação até então recomendados pela literatura
correspondente: microscopia eletrônica de varredura e óptica. Avaliou-se 198
dentes humanos permanentes, subdivididos de forma a permitir uma análise de
todos os grupos dentários, previamente selecionados a partir de análise
macroscópica e estereomicroscópica. Destes, 108 foram destinados para análise
em microscopia óptica e 90 à microscopia eletrônica de varredura. A
microscopia eletrônica de varredura revelou uma distribuição variável, em
toda a circunferência da junção amelocementária, nos três tipos de relação
entre os tecidos mineralizados nos diferentes grupos dentários: esmalte
recoberto por cemento; esmalte e cemento justapondo-se topo-a-topo, e a presença
de “gap” entre o esmalte e o cemento, revelando áreas de exposição dentinária.
De acordo
com os padrões histomorfológicos observados entre as duas metodologias
aplicadas, a avaliação pela microscopia óptica demonstrou ser deficiente. A
região da junção amelocementária pode ser identificada como um local de
excelência à instalação das reabsorções cervicais externas, em decorrência
da alta irregularidade morfológica apresentada.
165
Efeitos do
peróxido de hidrogênio sobre o tecido conjuntivo
A. A. C.
PEREIRA*; L. R. NEUVALD; A. CONSOLARO; A. ANZAI
Departamento de Patologia,
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
O peróxido
de hidrogênio empregado como agente clareador, na técnica intracoronária em
dentes tratados endodonticamente, encontra-se em soluções de 30% ou em
concentrações menores, podendo ser utilizado puro ou misturado ao pó de
perborato de sódio. Evidências experimentais sobre seu uso revelam um
potencial estimulador da osteoclasia, indução a alterações celulares e
extensivas agressões teciduais. Com o objetivo de analisar a reação tecidual
ao peróxido de hidrogênio sobre o tecido conjuntivo, fragmentos de esponjas de
PVC, densidade 20, medindo 1cm de altura por 1cm de diâmetro foram impregnadas
no centro ou uniformemente com substâncias clareadoras e implantados no subcutâneo
de 36 ratos da linhagem Wistar (Rattus norvegicus, albinus). Três grupos
fizeram parte do estudo: Controle ou grupo I - utilizando-se de água destilada;
grupo II - solução de peróxido de hidrogênio, nas concentrações de 3%
(subgrupo IIa) e 30 (subgrupo IIb); e, grupo III - pasta obtida pela mistura do
perborato de sódio com peróxido de hidrogênio a 3% (subgrupo IIIa) e 30%
(subgrupo IIIb). Após períodos determinados de 7, 20 e 30 dias,
sacrificaram-se os animais.
Os
resultados, obtidos pela análise em microscopia óptica dos cortes corados em
HE, revelaram diferentes graus de lesão tecidual e reação inflamatória
relacionados com a concentração e forma de contato do peróxido de hidrogênio
nos diferentes grupos experimentais.
166
Análise da
metodologia de Schneider e do ângulo de Schneider modificado
A.N.YAMAZAKI;
I.PROKOPOWITSCH; W.B.ANDRADE*
Departamento de Dentística,
Disciplina de Endodontia da FOUSP – SP
Através
deste trabalho, foram analisadas duas diferentes metodologias de avaliação de
preparos para canais curvos, o ângulo de Schneider e o ângulo de Schneider
modificado pela introdução de uma lima no interior do conduto radicular. Com o
intuito de obter o grau de curvatura de Schneider (ângulo 1A), realizamos
tomadas radiográficas no sentido vestíbulo-lingual de todos as quarenta raízes
mésio-vestibulares de molares superiores selecionadas. Após essa manobra, as
cirurgias de acesso foram realizadas e, então, introduziu-se um instrumento
endodôntico tipo K # 15 no canal, tomando-se novas radiografias, visando a
obtenção da angulação de Schneider modificada (ângulo 2A). Os canais foram
preparados valendo-se da técnica escalonada acorde PAIVA; ANTONIAZZI. .A angulação
de Schneider (ângulo 1B) e a angulação de Schneider modificada (ângulo 2B)
foram determinadas através de novas tomadas radiográficas.
Os dados
obtidos foram submetidos a análise estatística, concluindo-se que há diferença
estatisticamente significante entre as duas metodologias de avaliação, não
podendo assim proceder comparações de dados quando da avaliação de técnicas
de preparo de canais radiculares.
167
Avaliação
da capacidade de penetração dentinária da calcitonina em meio gel
L.CAVADA *;
I. PROKOPOWITSCH; W.B. ANDRADE
Departamento de Dentística,
Disciplina de Endodontia da FOUSP – SP
A reabsorção
radicular externa do tipo substitutiva é um problema enfrentado no traumatismo
dental, não tendo ainda sido encontrada uma medicação capaz de estabilizar
por definitivo a perda de tecido da superfície radicular. Com este objetivo,
alguns autores tem preconizado o uso da calcitonina que, por ser um hormônio,
tem dificultada sua interação com os diversos veículos usados em endodontia,
além de ser apresentada sob a forma líquida, o que dificulta sua permanência
no interior do canal radicular. Com este propósito, avaliamos um veículo gel,
de composição aquosa, com propriedades umectantes, bactericidas e conhecida
biocompatibilidade tecidual. Para este trabalho, selecionamos 30 incisivos
laterais que, divididos em 3 grupos, foram preenchidos somente com o veículo,
somente com calcitonina e com ambos, todos corados com Rodamina B. A leitura dos
resultados foi realizada através de um Perfilômetro. No presente trabalho, não
foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos do
experimento.
Assim, do
ponto de vista da permeabilidade dentinária, é viável a utilização da
calcitonina veiculada no gel testado.
168
Resposta do
Tecido Ósseo a Medicamentos de Uso Intracanal
E.Á.Pascon*; C.J.A. Sousa; D.C. Grisi; C.C. Queiroz
DEOCR, Escola de
Odontologia da UFU, Uberlândia, MG
As soluções
medicamentosas utilizadas no conduto radicular devem possuir características
antimicrobianas potentes e ser, ao mesmo tempo, não irritante aos tecidos vivos
da região apical. O propósito deste estudo foi o de avaliar as propriedades
biológicas de medicamentos intracanal à base de Ca(OH)2
- Calasept, Calen, e Pasta LC - tendo o Ca(OH)2
p.a., como controle. Foram utilizadas 72 cobaias (+ 800 gr de peso). Cada
animal recebeu dois implantes de Teflon contendo um dos 4 materiais (6 animais
cada) por períodos de observação de 30, 90, e 180 dias. (Spängberg, 1969) Os
testes foram realizados de acordo com as normas da FDI, Technical Report #9.
Os animais foram mortos por inalação de CO2
e os espécimes foram processados para exame histológico de rotina. Aos 30 dias
os resultados mostraram que todos os materiais apresentaram resposta inflamatória
severa. A mais severa foi provocada pela pasta LC, seguida do Ca(OH)2,
Calen, e o Calasept. Aos 90 dias a resposta inflamatória continuou severa para
a pasta LC e o Calén. O Ca(OH)2 e o Calasept apresentaram resposta moderada e o copo de
Teflon já estava parcialmente preenchido com osso neo-formado. Aos 180 dias o
copo de Teflon já estava quase que completamente preenchido por osso para o
Calasept e o Ca(OH)2. O Calén ainda apresentava inflamação moderada, mas com
parcial preenchimento de osso, enquanto que a pasta LC apresentava reação
inflamatória severa.
Segundo
os critérios da FDI o Calasept, o Ca(OH)2,
e o Calén foram considerados materiais aceitáveis para o uso intracanal,
enquanto que a pasta LC foi considerada não aceitável.
Apoio
FAPEMIG.
169
Apicectomia
e tratamento endodôntico via retrógrada
Estudo
histopatológico em dentes de cães
A.E.KRÖLING*; P.F.E.BERNABÉ;
M.ZARDO; R.HOLLAND; E.DEZAN JUNIOR - Dep.Odont.Restauradora, F. Odont. de Araçatuba
– UNESP
A cirurgia
parendodôntica é usada naqueles casos em que não podemos ter acesso ao
interior dos canais radiculares em função da presença de pinos
intra-radiculares, fragmentos de limas endodônticas, calcificações, cimento
obturador ou anomalias. Há uma tendência de se utilizar nas cirurgias parendodônticas
os mesmos cimentos obturadores usados nos tratamentos endodônticos
convencionais. A maioria desses são cimentos
à base de óxido de zinco e eugenol e são normalmente irritantes aos
tecidos periapicais. O objetivo deste trabalho foi avaliar as reações dos
tecidos periapicais de dentes de cães após apicectomia, tratamento endodôntico
via retrógrada e aplicação de uma pasta de hidróxido de cálcio hidrossolúvel
ou não hidrossolúvel sobre o cimento de óxido de zinco e eugenol e sobre a
dentina apicectomizada. Neste trabalho foram usadas 48 raízes de 24 pré-molares
superiores e inferiores de 3 cães adultos jovens com lesões periapicais crônicas
induzidas.
Os
autores concluíram que a aplicação tópica das pastas de hidróxido de cálcio
hidrossolúvel ou não hidrossolúvel determinou melhores resultados do que no
grupo em que este procedimento não foi realizado.
170
Influência
da clorexidina na contaminação microbiana em suturas com poliéster
T. OKAMOTO;
E.GAETTI JARDIM Jr; A. ARANEGA*
Depart. de Diag. e Cirurgia
da Faculdade de Odontologia de Araçatuba- UNESP
O propósito
deste estudo foi avaliar os efeitos antissépticos da aplicação tópica da
clorexidina a 0,2% sobre a contaminação do fio de poliéster e sobre o reparo
alveolar após a exodontia. 15 ratos foram divididos em 3 grupos. No grupo I, os
animais receberam antissepsia com clorexidina antes da extração do incisivo
superior direito e antes da remoção da sutura com fio de poliéster. No grupo
II, todos os procedimentos foram semelhantes, com exceção da antissepsia que
foi simulada com soro fisiológico e no grupo III, não se utilizou nenhuma
substância antisséptica. Os fios de sutura foram removidos após 48 horas da
exodontia e transferidos em solução fosfatada tamponada e plaqueadas com ágar
infuso cérebro coração. As placas foram incubadas a 37o
C, em aerobiose por 72 horas. Os animais foram sacrificados e seus alvéolos
removidos e fixados em formol a 10%. Após processamento laboratorial foram
realizados cortes com 6 µm para coloração de Gram e hematoxilina e eosina.
Os
resultados indicaram que a clorexidina reduziu significativamente a contaminação
microbiana na superfície do fio de poliéster e possibilitou uma proliferação
fibroblástica e vascular mais precoce.
CNPq- Proc.
No. 820437/91-3.
171
Condicionamento dentinário com Saforide ou Ca(OH)
2 e irradiação
com laser Nd:YAG ou CO2
I.T.HONMA*;J.L.LAGE-MARQUES; E.MATSON; C.P.EDUARDO; K.
MATSUMOTO
Disciplina de Endodontia -
FOUSP - SP - (011) 818-7843
Muitos são
os estudos que se preocupam em analisar procedimentos e/ou materiais capazes de
proteger o remanescente dentinário. Apesar dos comprovados métodos cirúrgicos
para a remoção do tecido cariado, muitos revestimentos biológicos tem por
objetivo conferir à superfície dentinária limpa, maior dureza e resistência
ao ataque dos agentes agressores. Com intuito de atingir esse propósito, o
estudo do laser sobre a superfície do esmalte e dentina tem sido profundamente
avaliado. Assim sendo, foram preparadas cavidades em dentes extraídos e as
superfícies dentinárias condicionadas como segue: No grupo I – Saforide,
30” e aplicação de laser Nd:YAG ¾ 2W-20Hz-30”, grupo II – Ca(OH)2
30” e aplicação de laser Nd:YAG ¾ 2W-20Hz-30”, grupo III – Saforide,
30” e aplicação de laser CO2, grupo
IV – Ca(OH)2,
30” e aplicação de laser CO2.
Os resultados foram avaliados em análise
realizada em M.E.V., permitindo concluir que existem diferenças marcantes
produzidas pela ação da irradiação laser.
Os espécimes
irradiados apresentaram a superfície dentinária com túbulos dentinários
obliterados, ficando clara a participação do laser incorporando os materiais
empregados na estrutura intratubular dentinária.
172
Análise do
preparo de canais curvos usando instrumentos de Ni-Ti
L.V. BETTI*
; C.M. BRAMANTE
Disciplina de Endodontia,
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
A manutenção
do trajeto original do canal é o maior objetivo durante o preparo de canais
curvos. Propusemo-nos, então, a comparar as limas Ni-Ti Flex e tipo Kerr
utilizando radiografias pré e pós-operatórias. Foram utilizados os canais mésio-vestibulares
curvos de vinte molares superiores humanos extraídos, onde após a remoção da
raiz palatina e realização da abertura coronária, foi feita a odontometria e
foram incluídos em resina acrílica. Foram realizadas radiografias pré-operatórias
com a lima n°15 no interior dos
canais, as quais foram projetadas com aumento de 10x e desenhadas. Os grupos
foram divididos de acordo com o grau e posição da curvatura, medidos pelo método
de BERBERT et. al. A técnica de instrumentação utilizada foi a escalonada
regressiva com recuo programado, variando apenas os instrumentos. Foram
novamente radiografados com o instrumento memória, desenhados, e este foi
superposto ao primeiro desenho. Houve diferença estatisticamente significante
no desvio cervical e apical (p<0,05).
Assim,
pode-se concluir que os instrumentos de Ni-Ti acompanham melhor a forma do
canal, embora no terço médio persista uma tendência de retificação,
provavelmente devido a lima ser direcionada contra a curvatura durante a
instrumentação.
173
Interferência
da medicação intracanal sobre o selamento marginal apical
E.C.KAIRALLA;
J.B.LABATE*; T.S.T.PRADO; J.L.LAGE-MARQUES
Disc. de Endodontia, Depto.
de Dentística, FOUSP-SP - (011) 818-7843
Considerando-se
a importância da sanificação do sistema de canais radiculares e a manutenção
desta condição, com o objetivo de alcançar o hermetismo tridimensional da
obturação, avaliou-se, através da infiltração do corante evidenciador, a
possível influência que a medicação intracanal poderia exercer ao interagir
com os agentes cimentantes, no que tange ao selamento marginal apical. Para
tanto, foram selecionados 150 dentes humanos, unirradiculares, sem coroas, que
foram instrumentados segundo a técnica preconizada por PAIVA & ANTONIAZZI
(1988) e divididos aleatoriamente em 15 grupos onde variou-se a medicação
intracanal e o agente cimentante. As medicações empregadas foram
Rifocort/Depomedrol, NDP e Hidróxido de Cálcio veiculado em anestésico, que
permaneceram no interior do canal durante 72 horas mimetizando uma situação clínica.
Os cimentos obturadores utilizados foram N-Rickert, Fillcanal, Sealer-26,
Sealapex e Óxido de zinco-eugenol. O corante evidenciador escolhido foi a
Rodamina B 1%. Foram realizados cortes transversais de 1,0 mm de espessura a
partir do ápice radicular, que foram analisados em sua porção frente e verso
em microscopia óptica com aumento de 5 vezes, avaliando-se o espécime seqüencialmente
até o momento em que não se observa mais a presença do corante. Tendo em
vista os resultados, pode-se concluir que nenhum dos cimentos testados promoveu
o total selamento do sistema de canais radiculares e que, baseado nos dados
estatístiscos, a menor infiltração de corante ocorreu no grupo medicado com
Rifocort/Depomedrol e obturado com N-Rickert.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo 96/1672-5; 96/1959-2; 96/ 1671-9.
174
Análise em
microscopia eletrônica de varredura da adaptação de materiais
empregados
na retrobturação
E.C.KAIRALLA; J.B.LABATE;
T.S.T.PRADO*; J.L.LAGE-MARQUES - Disc. de Endodontia, Depto. de Dentística,
Fac. de Odont. da USP-SP
Tendo em
vista que existem situações em que não é possível alcançar o hermetismo do
sistema de canais radiculares através de um tratamento endodôntico
convencional, a cirurgia apical pode ser realizada. Para seu sucesso é
indispensável o total selamento marginal apical, visando impedir a percolação.
Diante disso, os materiais empregados com tal finalidade devem ser analisados
quanto às suas propriedades físicas e biológicas. Foram selecionados 12
dentes humanos, unirradiculares, recém-extraídos, que foram tratados
endodonticamente e tiveram os 3 milímetros finais das raízes seccionados,
obedecendo a angulação de 180º, simulando uma apicectomia. Foram realizadas
cavidades para as obturações retrógradas e os espécimes foram divididos
aleatoriamente em 4 grupos onde variou-se o material retrobturador : MTA,
Biosyte®, Super EBA e Tissuacryl®.
O estudo
em microscopia eletrônica permitiu verificar que dos grupos analisados o
Tissuacryl® (grupo 4) apresentou melhores níveis de adaptação no que se
refere a interação preparo cavitário-material obturador. Os espécimes do
grupo 1 (MTA) apresentaram uma superfície lisa, isenta de porosidades e/ou
cavidades, porém com falhas nítidas na adaptação com a parede do preparo
cavitário. Os outros dois grupos (Biosyte® e Super EBA) apresentaram adaptação
incompatível com o objetivo da retrobturação.
175
Avaliação
da limpeza de canais radiculares irrigados com EDTA T a 17%
S. LAMARÃO;
J.L. LAGE MARQUES
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP-SP - (011) 818-7843
O objetivo
do estudo foi avaliar a eficiência de 3 técnicas de irrigação na remoção
da sujida-de do canal após preparo químico-cirúrgico. Foram selecionados 30
dentes pré-molares humanos unirradiculares, que foram imersos em Formol a 10% e
posteriormente hidratados em câmara úmida. As coroas foram seccionadas na
altura da junção esmalte-cemento e foi reali zado o preparo químico-cirúrgico
acorde técnica Paiva; Antoniazzi, empregando-se limas tipo K (Maillefer) .Os
espécimes foram divididos em 3 grupos de 10 dentes e tratados acordeo seguinte:
Grupo I: irrigação final com 6ml de EDTA-T a 17%;Grupo II: irrigação
final com 6ml de EDTA-T a 17% agitada por uma lima tipo K
# 10 a cada ml. Grupo III: irrigação final com
6ml de EDTA-T a 17% que permaneceu no canal por 15 segundos sem agitação.
Finalmente todos os espécimes receberam nova irrigação para neutralização
das substâncias químicas utilizadas, foi realizada a clivagem e o dente
preparado para fotografia em microscópio óptico com aumento de 4 XS. As
fotografias foram analisadas por 5 examinadores que identificaram as condições
de limpeza e sujidade em cada um dos terços radiculares. Dos espécimes
estudados, foram selecionados aleatoriamente 4 para observações em microscopia
eletrônica de varredura.
Os
resultados experimentais, permitiram concluir que o grupo III (irrigação final
com 6ml de EDTA-T a 17% que permaneceu no canal por 15 segundos sem agitação)
apresentou condições superiores de limpeza das paredes dos canais estudados,
sendo o terço médio classificado como o mais limpo dos grupos experimentais
avaliados. As conclusões foram suportadas pela análise estatística.
176
Análise de
gases oriundos de procedimentos utilizados no clareamento dental
E. L.
BARBIN*; J. C. E. SPANÓ; T. C. SANTOS; D. M. GUERISOLI; J. D. PÉCORA
Departamento de Odontologia
Restauradora da FORP-USP - (016) 602-3982
Quantificou-se
a liberação gasosa de algumas reações químicas utilizadas no clareamento
dental entre perborato de sódio trihidratado e água destilada e deionizada,
perborato de sódio trihidratado e peróxido de hidrogênio a 3,0% e perborato
de sódio trihidratado e peróxido de hidrogênio a 30,0% com e sem a aplicação
de calor. Utilizando-se um sistema fechado, determinou-se a pressão gerada
pelas reações químicas e, por meio da Equação de Clapeyron, determinou-se o
número de moles de gás liberado. Todas as liberações gasosas foram mensuráveis.
A menor liberação gasosa ocorreu com a água destilada e deionizada e a maior
liberação gasosa com o peróxido de hidrogênio a 30,0%. A aplicação de
calor não alterou a liberação gasosa no grupo da água destilada e deionizada
mas aumentou a liberação gasosa dos outros grupos.
Pode-se
quantificar a liberação gasosa das reações químicas estudadas pelo método
utilizado, a maior liberação gasosa ocorreu nas reações utilizando peróxido
de hidrogênio a 30,0%, a menor, utilizando-se a água destilada e deionizada e
com valor intermediário, utilizando-se o peróxido de hidrogênio a 3,0%.
Apoio
financeiro CNPq / Processo: 520.168/94-1.
177
Liberação
gasosa do perborato de sódio utilizado no clareamento dental
J.D. PÉCORA;
T.C. SANTOS; A. BONINI; E.L. BARBIN; J.C.E. SPANÓ
Laboratório de Pesquisa em
Endodontia, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP
Estudou-se
in vitro a quantidade de gás liberado durante a reação química entre os
diferentes tipos de perboratos de sódio (mono, tri e tetrahidratados) com água
destilada deionizada. Utilizaram-se um manômetro de mercúrio conectado a um
kitassato, de volume igual a 125 ml. No interior do kitassado realizava-se a reação
entre 0,1 g de perborato de sódio e 0,1 ml de água destilada deionizada. Essa
mistura era agitada com um bastão de vidro por um período de 45 segundos,
colocada no interior do kitassado, que era arrolhado. Valor de pressão era
anotado e submetido à equação de Clapeyron, obtendo-se assim o número de
moles de gás liberado durante a reação. Realizaram-se os testes estatísticos
mais adequados aos resultados obtidos.
De acordo
com a metodologia aplicada e os resultados obtidos é lícito concluir que o
perborato de sódio tetrahideatado liberou maior quantidade de moles de gás que
o perborato de sódio trihidratado que, por sua vez, liberou maior quantidade de
gás que o perborato de sódio monohidratado.
Apoio
financeiro CNPq - Processo 820553/91-3
178
Estudo
comparativo de três localizadores apicais eletrônicos
L.L
TEIXEIRA*; H.F.PESCE; S.R.FIDEL
Disciplina de Endodontia -
Departamento de Dentística - FO/USP
A determinação
do comprimento do canal dentinário é de fundamental importância
pois, a junção cemento-dentinária é o sítio onde ocorre um
estreitamento natural do canal radicular que, sendo preservado, evitará as
agressões químicas e mecânicas aos tecidos periapicais, além de servir como
anteparo para o material obturador. Portanto, inúmeras pesquisas investigam
alternativas que possam substituir, aprimorar, ou aliar-se às técnicas radiográficas,
na localização precisa da real posição anatômica do forame apical e/ou da
porção mais estreita do canal radicular. Assim os localizadores apicais eletrônicos
surgiram como uma alternativa às técnicas odontométricas radiográficas. Ante
o exposto, os autores avaliaram o comportamento clínico do Apit, Endosonic e
Endosonic-M em 288 canais radiculares, comparando os resultados com seus
comprimentos real. Os resultados mostraram um índice de indicação da zona
estreita apical, entre zero e 2,5mm aquém do forame apical de 98% dos casos.
Em vista
dos resultados, os autores concluíram que os localizadores apicais eletrônicos
são confiáveis para a realização da odontometria, em virtude da precisão
das medidas, confiabilidade e facilidade de manuseio.
179
Avaliação
in vitro da limpeza das paredes do canal radicular sob
irrigação
final de ácido cítrico a 10%
M. C. SKELTON*; J. L. LAGE
MARQUES; J.H. ANTONIAZZI -
Disciplina de Endodontia - FOUSP - SP - Brasil - (011) 818-7843
A irrigação
final do sistema de canais radiculares vem sendo tema de preocupação por parte
dos endodontistas. A permanência do magma dentinário sugere o comprometimento
do selamento tão almejado na obturação. A irrigação final de substâncias
químicas quelantes associa a ação ácida sobre os resíduos cálcicos com a
eliminação mecânica da própria irrigação, permitindo uma obturação de
contato mais íntimo com as paredes do canal. Para avaliar este fato, foram
utilizados 30 dentes caninos humanos, preparados acorde a técnica
Paiva;Antoniazzi. Os dentes foram divididos em três grupos e receberam irrigação
final de 6ml de ácido cítrico a 10%, a saber: grupo 1 - irrigação total dos
6ml; grupo 2 - irrigação dos 6ml associada a agitação mecânica de lima tipo
K no
10 a cada ml irrigado; grupo 3 - irrigação de 3ml com um tempo de ação de 15
minutos para proceder a irrigação dos 3ml restantes. Os espécimes foram, então
clivados e fotografados em lupa estereoscópica para posterior avaliação da
condição de limpeza das paredes, realizada por um grupo de 05 especialistas.
Os resultados obtidos foram tabulados e analisados estatisticamente pelo método
ANOVA, possibilitando concluir que os espécimes do grupo 2 obtiveram os
melhores índices de limpeza nos terços médio e apical do canal.
180
Análise
“in vitro” do selamento marginal apical após obturação
com
distintos cimentos
F. PAULA SOUZA JÚNIOR*;
J.L.L. MARQUES; L.R.C. PEREIRA.
A capacidade
de vedamento marginal é uma importante propriedade exigida dos cimentos
obturadores. O objetivo deste trabalho foi comparar a infiltração marginal
apical pós-obturação com cimentos de diferentes composições. 50 dentes
humanos unirradiculares foram tratados endodonticamente e obturados pela técnica
de condensação vertical utilizando os cimentos: G1. Canals-N, G2. Sealer-26,
G3. N-Rickert, G4. Sealapex e G5. Ketac-Endo. Após a obturação, os dentes
foram selados com gutapercha e selador provisório na sua porção cervical e
cera utilidade no forame apical. A seguir realizou-se a impermeabilização de
toda a superfície externa dos espécimes com duas camadas de cianocrilato de
etila, com exceção do forame apical, sendo os espécimes colocados em frascos
com azul de metileno a 0,5 % por 1 semana à temperatura ambiente. Os dentes
foram lavados em água corrente, para eliminação do excesso de corante, secos
e incluídos em gesso para o desgaste em sentido longitudinal. A análise
quantitativa da infiltração do corante no sentido ápico-cervical em relação
às faces mesial e distal foi feita em microscópio óptico de perfil com
aumento de 10 vezes. Os dados foram submetidos a análise estatística pelo
teste de Tukey. As médias de infiltração marginal (mm) obtidas foram: G1.
3,24; G2. 3,30; G3. 4,24; G4. 4,53; G5. 5,38.
Concluiu-se
que o cimento Canals-N obteve os menores índices de infiltração (estatísticamente
significativos em relação a G3, G4 e G5), seguido pelo Sealer-26, enquanto o
N-Rickert e o Sealapex ficaram numa posição intermediária, cabendo ao
Ketac-Endo o pior desempenho.
181
Selamento
apical pós-preparo para núcleo frente a diferentes
cimentos
obturadores
L.R. CAMPOLIM PEREIRA *;
J.L.L. MARQUES; F.P. SOUZA JR
Na
endodontia, a obtenção de um bom selamento apical tem relação direta com o
sucesso da terapia. A permanência
desta condição ideal, porém, está vinculada a uma série de fatores que
podem influir no selamento apical. Considerando que boa parte dos dentes que
sofrem intervenção endodôntica submete-se à confecção de núcleo, os
autores se propuseram avaliar quantitativamente “in vitro” a infiltração
marginal no sentido ápico-cervical
do corante azul de metileno em dentes obturados pela técnica da condensação
vertical com diferentes cimentos obturadores e preparados para retentor
intra-radicular. Para isso, foram utilizados 50 dentes humanos unirradiculares
que sofreram tratamento endodôntico, sendo obturados pelos cimentos:
G1. Sealer 26, G2. N-Rickert, G3. Canals-N, G4. Sealapex, e G5.
Ketac-Endo. Uma semana após as manobras de obturação, os espécimes foram
preparados para retentor intra-radicular, sendo em seguida imersos em azul de
metileno a 0,5 % por 1 semana. Em seguida os espécimes foram lavados, secos e incluídos em
blocos de gesso, sofrendo desgaste longitudinal até a visualização do
remanescente obturador. Foram então observados em microscópio óptico com
aumento de 10 vezes. Os dados obtidos sofreram análise estatística pelo teste
de Tukey.
Os
resultados revelaram as seguintes médias de infiltração. G1. 2,74; G2. 3,24;
G3. 3,44; G4. 4,83; G5. 5,29. Portanto,
concluiu-se que os cimentos Sealer 26 e N-Rickert apresentaram o melhor
desempenho (estatisticamente significante em relação ao G3, G4, e G5). O
Canals-N mostrou-se com resultados intermediários e o Ketac-Endo apresentou o pior desempenho.
182
Concentração
urinária de mercúrio em Cirurgiões-Dentistas da cidade de Salvador
E.B.SANTANA;
L.GOMES; C.F.BRANDÃO*
Departamento de Diagnóstico
e Terapêutica, Faculdade de Odontologia da UFBA
Os problemas
de exposição prolongada ao mercúrio são vários, afetando principalmente o
SNC e também os rins. Como fontes de contaminação podemos enumerar: mercúrio
derramado acidentalmente, remoção do excesso de mercúrio, infiltração dos
dispensadores, armazenagem inadequada, vazamento das cápsulas durante a trituração,
vaporização do mercúrio de instrumentais contaminados colocados em estufas,
desprendimento durante a remoção de restauração e condensação do amálgama.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar os níveis de mercúrio na urina
de Cirurgiões-Dentistas da cidade de Salvador, fazendo uma comparação entre
os níveis encontrados na urina de profissionais que realizam atendimento
individual em consultórios privados com os níveis encontrados na urina de
profissionais que realizam atendimento coletivo. Para tanto foram colhidas
amostras de urina de 45 Cirurgiões Dentistas, sendo que 28 destes trabalhavam
em consultórios privados com atendimento individual, denominado grupo I, e os
outros 17 profissionais foram selecionados por atenderem em ambulatório, o
grupo II. Para análise dos níveis de mercúrio foi utilizado um espectofotômetro
de absorção atômica, onde a precisão do método é de 93-95%. A concentração
média de mercúrio das 45 amostras foi de 18,4 mgHg/L, acima do valor normal
que é de 10,0 mgHg/L. A concentração média das amostras no grupo I foi de
12,0 mgHg/L. Já a concentração média do grupo II foi de 29,0 mgHg/L.
Em vista
dos resultados, constatamos que há uma maior exposição da classe odontológica
ao mercúrio e os profissionais em maior risco são os que trabalham em ambulatórios
coletivos.
183
Padrão
alimentar em crianças de 0-3 anos
TOLLARA, M.;
CIAMPONI, A.L.*
Departamento de
Odontopediatria e Ortodontia, Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo – SP
A relação
entre cárie e dieta está bem estabelecida na literatura. É de especial importância
conhecer os hábitos alimentares e padrão de consumo de açúcar em crianças
até 36 meses para desenvolver um programa de educação nutricional visando
induzir atitudes de saúde positiva entre as mesmas. Foram distribuídos 134
questionários a mães de crianças na faixa etária de 0-36 meses. Tal questionário
procurou obter informações sobre amamentação (orientações prévias, período
de amamentação, desmame) aleitamento artificial (utilização de mamadeira,
abandono), nível educacional das mães e informações sobre puerpério. Foi
observado que 73,1% das mães receberam orientações sobre amamentação e a
maioria amamentou seu filho (79,8%). O desmame ocorreu precocemente (0-3 meses)
em 20,9% e algumas (14,1%) amamentaram por período superior a 12 meses. Grande
parte das crianças (69,4%) utilizam mamadeira, apesar de 75,3% da população
avaliada apresentar idade superior a 12 meses. Destas,66,3% utilizam a mamadeira
antes de dormir. O consumo de açúcar( mel ou açúcar refinado associado ao
leite ou chá) teve início precocemente (0-6 meses) para 56,7% das mesmas. Com
relação aos hábitos de sucção 58,9% das crianças utilizam ou utilizaram
chupeta e 6% chupam ou chuparam dedo. A análise estatística revelou correlação
positiva entre alguns dados.
Os
resultados indicam que a educação em saúde deve integrar orientações
alimentares, fundamentais para reduzir a alta prevalência de cárie em crianças
menores de 3 anos.
184
Cronologia
de erupção e suscetibilidade a cárie dentária em nascidos com baixo peso
E. MORAES*;
R. F. ROCHA; R. BRAYNER; M.B. CURY
Depto. de Patologia, Fac.
Odontologia de São José dos Campos- UNESP
O baixo peso
ao nascimento é um problema de saúde pública, por serem os recém-nascidos
suscetíveis a várias doenças. Devido à falta de informação sobre as condições
de saúde bucal, procurou-se verificar a
cronologia de erupção da dentição decídua e a suscetibilidade à cárie
dentária de crianças nascidas com menos de 2.500g (O.M.S.). Foram examinadas
75 crianças com baixo peso ao nascimento e comparadas com 180 crianças
nascidas em condições normais de condições socioeconômicas semelhantes, com
idades variando de 12 a 60 meses. As variáveis estudadas foram: peso/altura ao
nascimento e na época do exame; ataque de cárie (ceo) e duração da amamentação.
O peso e a altura atingiram níveis de normalidade ao redor dos 48 meses.
Observou-se um atraso na cronologia de erupção de aproximadamente 6 meses nas
crianças nascidas com baixo peso. Essas crianças apresentaram, apesar disso,
maior suscetibilidade à cárie (X2= 5,353), quando foram comparadas as sem cárie e com cárie
nas idades de 24 a 60 meses. Não foi observada diferença quanto à duração
do período de amamentação.
As crianças
com baixo peso ao nascimento são, portanto, um grupo que pode ser considerado
de risco e que deve merecer atenção especial não só em relação à saúde
geral mas também à bucal.
Apoio
financeiro: CNPq
185
Saúde
bucal em idosos institucionalizados em Araraquara, SP
S. R. C.
SILVA*
Departamento de Odontologia
Social, Fac. de Odontologia de Araraquara-UNESP - (016) 232-4823
Existem
poucos estudos disponíveis sobre as condições de saúde bucal de idosos no
Brasil. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de edentulismo, cárie
dentária, doença periodontal e o uso e a necessidade de próteses em idosos
institucionalizados na cidade de Araraquara, SP. Foram examinadas 91 pessoas
(62,6% mulheres) e a média de idade foi de 73 anos (sd=8,1). Os resultados
mostraram que a prevalência de edentulismo foi de 72,5% e que cada pessoa tinha
em média 3,15 dentes presentes. O índice CPO-D foi de 30,9 (C=4,3%; P=93,3%;
O=2,4%). O índice CPITN não foi aplicado em 76,9% dos indivíduos porque todos
os sextantes estavam excluídos por terem menos de 2 dentes presentes. As condições
periodontais mais freqüentes nos indivíduos examinados foram o cálculo dental
(38,1%) e a bolsa periodontal rasa (33,3%). A porcentagem de pessoas usando
algum tipo de aparelho protético foi de 62,6%, no entanto, apenas 1 pessoa
examinada não necessitava do uso de prótese, enquanto que 36,3% das pessoas
eram total ou parcialmente desdentadas e não utilizavam nenhuma prótese. Das
próteses em uso, 72,5% das superiores e 78,0% das inferiores precisavam ser
trocadas pois estavam inadequadas para o uso. As próteses eram usadas em média
por 21 anos.
Os
resultados revelaram uma população com níveis precários de saúde bucal
devido ao grande número de dentes extraídos, de pessoas edêntulas e pelo uso
de próteses que necessitam ser trocadas. Diante das consequências desta situação
nesta população, recomenda-se a implementação de programas de saúde bucal
especificamente direcionados a estas pessoas.
186
Avaliação
das condições bucais em pacientes da terceira idade
A.L.A.
CAPELOZZA; N.E.TOMITA; C.G. LIMA*.
Depto. de Odontologia
Social; Depto. de Estomatologia-FOB/USP,HPRLLP-USP - Tel.: (014) 235-8256
Tendo como
propósito avaliar as condições de saúde bucal de pacientes internos no
“Lar para Idosos Sociedade São Vicente de Paula”, em Bauru-SP - Brasil,
este estudo tranversal foi delineado. Esta entidade é assistida pelo programa
de clínica extra-muros do HPRLLP-USP, e o diagnóstico das condições mais
prevalentes nesta população visa direcionar o atendimento clínico.
A amostra
foi constituida de 53 pacientes institucionalizados, cujos principais agravos à
saúde geral eram: locomoção (73,6%), fala (56,6%), e audição (47,2%), além
de disturbios cárdio-vasculares (5,7%) e diabetes mellitus (9,4%). Cerca de
15,0% da amostra apresentavam o hábito do fumo, sendo predominante no sexo
masculino. A coleta de dados
consistiu de uma anamnese detalhada e exame físico, composto de inspeção,
palpação, percussão e aussultação. Entre as condições fisiológicas
observadas, destacaram-se os grânulos de Fordyce (77,4%) e varicosidades
(43,4%) e lesões decorrentes do uso de prótese total inadequada ou inadapda
foram observadas, sendo 20,0% de candidíase, 11,4% de hiperplasia fibrosa
inflamatória, 5,6% hiperplasia papilar palatina ou papilomatosa.
Em vista
dos achados, pôde-se concluir que a elevada frequência de lesões de superfície
de mucosa, causadas por inadequações da prótese dentária, justifica o
atendimento à reabilitação bucal no programa de clínicas extra-muros com
pacientes da 3.ª idade.
Apoio
financeiro da FUNCRAF
187
Saúde
Bucal nos Idosos: Realidade Ignorada
N.A.SALIBA;
G.MARCELINO*; C.A.SALIBA
Pós-Graduação em Odont
Prev. Social - FOA-UNESP
O Brasil vem
apresentando nas últimas décadas, um declínio nas taxas de mortalidade e
fecundidade, levando-o a um processo de envelhecimento populacional, sem que
haja uma melhoria das condições de vida desta. Baseado no fato de que há uma
escassez de dados sobre a prevalência das doenças bucais nos idosos e que, os
profissionais devam conhecer as condições de saúde bucal e necessidade de
tratamento destes, propusemo-nos a realizar este estudo, para direcionar o
planejamento de programas neste grupo populacional. Foram examinados 97 indivíduos,
de ambos os sexos, na faixa etária
de 42 a 102 anos, utilizando os índices CPOD, ICNTP e uso e/ou necessidade de
prótese, segundo os critérios da OMS. Pelos dados obtidos, 69,07% eram
desdentados, sendo que somente 47,76% deste total faziam uso de prótese total.
30,92% eram edêntulos parciais, com CPOD médio de 25,10. Segundo o ICNTP,
71,11% apresentavam sextantes excluídos e, 16,65% necessitavam de tratamento
periodontal (instrução de higiene oral e tartarectomia).
A
severidade do quadro epidemiológico detectado leva à indicação urgente de
uma política de saúde planejada, onde os recursos disponíveis deverão ser
usados com máxima eficiência.
188
Implicação
Ética da Imagem Digitalizada
C.M.
FERREIRA*; A.A. CAMPOS; I.C. FRÖNER; L.C. PARDINI
LACIRO - FAC. ODONTOLOGIA
DE RIBEIRÃO PRETO-USP- BRASIL
Os sistemas
de radiografias computorizadas estão, atualmente, disponíveis ao cirurgião-dentista
e permitem a obtenção de imagens intra-bucais digitalizadas, que são
utilizadas como meio auxiliar de diagnóstico, planejamento e tratamento das
doenças orais. Por outro lado, seu valor como documentação legal é discutível.
Os softwares atuais podem nos oferecer melhores informações quando utilizamos
imagens digitalizadas mas o manuseio incorreto dos programas poderá gerar erros
de interpretação o que poderá ocasionar problemas éticos ao profissional. O
objetivo desse trabalho foi demonstrar que o uso de imagens digitalizadas não
tem valor legal e que o arquivo de radiografias deve ser mantido com este propósito.
O material utilizado consta de 10 radiografias periapicais (DF-58) que
apresentavam erros relacionados ao tratamento endodôntico (extravasamento, ausência
de material obturador, lesões periapicais) e obtidas dos prontuários dos
pacientes. De posse de um scanner (HP ScanJet 4C/IT) essas radiografias foram
digitalizadas, e as imagens foram manipuladas para que simulassem, em cada
radiografia, um tratamento correto. As imagens manipuladas foram apresentadas em
tela de computador, separadamente, para 10 endodontistas, que atribuíam valores
de 1 a 5 (escala crescente) quanto a eficácia do tratamento realizado. O
resultado mostrou que cerca de 80% dos examinadores foram unânimes em dar valor
5 para o conjunto de radiografias sugerindo, portanto, que o “tratamento”
realizado estava correto.
Conclui-se
que apesar da incontestável utilidade dos softwares de armazenamento de imagem,
o profissional não deve abandonar as fichas clínicas e radiográficas dos
pacientes pois as mesmas são fundamental importância do ponto de vista legal.
189
Processamento
digital de sinais eletromiográficos utilizando Redes Neurais Artificiais
D.A.MARTINELLI*;
I.A. GIL; E.F.CABRAL JR; F. BÉRZIN; R. RUDY; E.J.X. COSTA
Departamento de Ciências
Fisiológicas, FOP-UNICAMP
A determinação
de um padrão de atividade mioelétrica, característico de um determinado grupo
de sujeitos ainda é controversa, uma vez que a variabilidade dos métodos de
registro, dos diferentes equipamentos eletromiográficos, interferências
eletromagnéticas, seleção dos eletrodos e características da amostra
concorrem para a obtenção de resultados diversos, dificultando o
estabelecimento de registros eletromiográficos confiáveis, capazes de
representar a atividade elétrica normal . A utilização de uma Rede Neural
Artificial (RNA) no processamento digital dos sinais eletromiográficos
corresponde a um recurso para otimizar essa metodologia. Foram selecionados
aleatoriamente 12 voluntários do sexo feminino com idade entre 17 e 21 anos.
Todos apresentavam dentição completa e ausência de sinais e sintomas de
Desordens Craniomandibulares. Os registros eletromiográficos (EMG) foram
obtidos no Laboratório de Eletromiografia do Departamento de Morfologia da FOP
- UNICAMP, através do eletromiógrafo Nicolet Viking II. Os eletrodos bipolares
de superfície foram posicionados sobre os músculos temporais e masséteres
bilateralmente. Os voluntários foram orientados a realizarem 7 tipos de
movimentos mandibulares. As análises computadorizadas dos sinais EMG foram
realizadas no Laboratório de Comunicações e Sinais da Escola Politécnica -
USP. O treinamento da RNA ocorreu no modo supervisionado (Learning Vector
Quantization - LVQ) com um único vencedor por classe de sinal.
Obteve-se como resultado que a rede apresentou 75 % de acerto para os
movimentos estudados.
Concluiu-se
que as RNAs podem ser utilizadas como instrumento para otimizar o processo de
avaliação eletromiográfica dos movimentos mandibulares.
Apoio
financeiro CAPES: processo nº 33070539
190
Verificação
da Proporção Divina na Face de pacientes Totalmente Desdentados
M.R. Piccin; K.A. Nóbilo; A.L. Rodrigues Jr.
Departamento de Ciências
Fisiológicas - FOP/UNICAMP
O objetivo
desta pesquisa foi verificar a presença da Proporção Divina em segmentos da
face em indivíduos totalmente dentados, utilizando-se método fotográfico.
A Proporção Divina já era utilizada
desde a Antiga Grécia por escultores e arquitetos, e foi estudada durante o
Renascimento. Na Odontologia tem sido utilizada em áreas como a Ortodontia e Prótese.
A amostra deste estudo constitui-se
de 121 indivíduos totalmente dentados, de raça branca, ambos os sexos, cuja
faixa etária variou entre 20 e 26 anos de idade. Os pacientes foram
posicionados em um cefalostato, onde foram fotografados em norma lateral
direita, na posição postural de repouso fisiológico. Sobre as fotografias
foram realizadas mensurações dos segmentos obtidos entre os seguintes pontos
faciais Lc (lateral cantus), Sbn (Sb-nasal), St (stomion) e Gn (gnátio),
utilizando-se um paquímetro digital de precisão. Através da análise estatística
pelo método de Teste de Hipótese, verificou-se quais destes segmentos estariam
em Proporção Divina, e se haveria a presença da proporção sugerida por
Willis. Os resultados confirmaram a presença da proporção Divina entre os
segmentos Lc-Sbn e Sbn-St, Lc-Sbn e Sbn-Gn assim
como confirmou-se a presença da proporção de Willis (Lc-St = Sbn-Gn),
que seria uma conseqüência da presença da Proporção Divina.
Em vista
destes resultados os autores puderam concluir que estes segmentos possuem a
Divina Proporção. A confirmação destas proporções da face poderão
auxiliar na reabilitação oral de pacientes desdentados totais ou parciais que
possuem diminuição da dimensão vertical da face.
191
Estudo dos
Movimentos Mandibulares Horizontais nos Desdentados Totais
L.E.T.L. Passos; K.A. Nóbilo
Departamento de Ciências
Fisiológicas - FOP/UNICAMP
Estudos têm
demonstrados que a perda da DVO leva a diminuição dos movimentos mandibulares.
Propusemos neste estudo analisar os movimentos mandibulares horizontais,
(A/P=antero-posterior, LD= lateral direita, LE=lateral esquerda), através de
registros intra-orais em 10 pacientes desdentados sem perda da DVO (controle) e
10 pacientes desdentados com perda da DVO entre 10 a 11mm. As próteses foram
moldadas e feita a tomada com o arco facial. Os modelos foram montados no
articulador semi-ajustável e confeccionados os registros intra-orais, 1 para o
grupo controle e 2 registros (R1 e R2) para o grupo com DVO alterada sendo R1
com DVO alterada e R2 com DVO recuperada. Os valores médios das extensões dos
movimentos apresentados pelo grupo controle foram: A/P=12,680, LD= 10.525,
LE=10,506. Para o grupo com perda da DVO foram: R1; A/P=8,616, LD=6.032,
LE=6.828 e R2= A/P=10,481;LD=9,139, LE=9,007. Aplicando-se o teste T pareado no
segundo grupo, houve diferença significativa ao nível de 5% entre R1 e R2 e
aplicando-se o teste T entre R2 e o grupo controle, não houve diferença
significativa neste mesmo nível.
Desta
forma concluímos que, para recuperarmos os movimentos mandibulares nos
pacientes desdentados totais devemos recuperar a DVO fisiológica, pois sua
diminuição resultou em redução da amplitude dos movimentos horizontais.
192
Interpretação
das estruturas maxilo-mandibulares frente à ressonância magnética
H.
DAVIDOWICZ*; C.G. MORELLI; A.A.M. MOURA
Disciplina de Endodontia,
Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista – SP
Em busca de
novos métodos de diagnóstico capazes de fornecer imagens das estruturas dento
alveolares com grande detalhamento, superior as obtidas através do exame
radiográfico, a ressonância magnética tem sido alvo de inúmeros estudos. Foi
objetivo deste estudo analisar as imagens fornecidas através do exame de ressonância
magnética com vista às estruturas anatômicas que compõem os maxilares. Doze
pacientes aleatoriamente selecionados foram submetidos a exames de ressonância
magnética do segmento cefálico obtendo-se cortes sagitais e axiais da região
oro-facial. As imagens obtidas foram então analisadas com ênfase ao
detalhamento das estruturas dento-alveolares. Cabe ressaltar que as estruturas
calcificadas mostraram-se como uma área escura, ou “sem sinal”,
dificultando a correta observação. Associado a esta dificuldade técnica, inúmeros
artefatos de imagem foram observados em decorrência da presença de metais na
cavidade oral ou da mobilidade do paciente durante o exame. Salientamos, porém,
que quando as estruturas dentais formaram um plano mesio-distal ou vestíbulo-lingual
de 90o
com o plano de corte para a obtenção das imagens, as estruturas pulpares se
apresentavam com bom detalhamento.
Embasados
nas imagens obtidas, conclue-se que a ressonância magnética é capaz de
fornecer imagens de tecidos desmineralizados, como tecido pulpar e periodontal,
embora não mostre a mesma qualidade na visualização de estruturas
mineralizadas, além de restaurações metálicas causarem diversos distúrbios
nas imagens. Novos estudos devem ser conduzidos a fim de contornar tais limitações,
buscando uma melhor qualidade na visualização das estruturas dentais, e
consequentemente, um diagnóstico mais apurado.
193
Estudo
cefalométrico computadorizado de indivíduos da raça negra
J.J.
SILVA*; M. G. OLIVEIRA; N. P. COSTA
Mestrado em Cirurgia
Bucomaxilofacial, Faculdade de Odontologia da PUC – RS
Este estudo
tem como objetivo estabelecer uma relação entre as dimensões cefalométricas
computadorizadas, obtidas a partir de 40 telerradiografias em norma frontal, de
pacientes da raça negra, de ambos os sexos, dentados e clinicamente simétricos
em vista frontal, e o padrão estabelecido pelo programa SMTC (Sistema de Medição
e Traçado Cefalométrico) para os indivíduos da raça branca, assim como
realizar um estudo comparativo entre os sexos masculino e feminino, no sentido
de avaliar as dimensões cefalométricas lineares e angulares para os indivíduos
da raça negra, sendo as referidas dimensões cefalométricas determinadas a
partir da análise de Ricketts frontal, a qual utiliza as medidas lineares que
determinam as dimensões transversal da mandíbula, do maxilar, da face,
vertical e transversal nasal, além das medidas angulares que dimensionam a
simetria postural e a linha mediana maxilomandibular.
Os
resultados obtidos indicam que há diferenças estatisticamente significativas,
no nível de (p=0,01) no que se refere ao dimorfismo sexual para todas as dimensões
cefalométricas lineares e angulares em norma frontal, com exceção da medida
angular LMM que se mostrou maior no sexo feminino da raça negra. Em relação
aos padrões de normalidade para as dimensões lineares, foi verificada diferença
estatisticamente significativa no nível de (p=0,01), o mesmo não ocorrendo com
as dimensões angulares, nas quais não ocorreram diferenças significativas.
Apoio
financeiro: PICDT/CAPES/UFPE
194
Análise
radiográfica de lesões periapicais em dentes de cães com forame ampliado
E.B.S.ARAÚJO*;
A.A.ZAIA; C.T.S.DIAS; F.J.SOUZA FILHO
Área de Endodontia -
FOP/UNICAMP - (019) 430-5215
A presença
de bactéria no sistema de canais radiculares, é o principal agente etiológico
para o desenvolvimento das lesões periapicais. As interações entre agentes
irritantes e os tecidos periapicais, estimulam a liberação de mediadores químicos,
levando à formação de um tecido de granulação, que posteriormente entrará
em equiliíbrio com os agentes agressores, estabilizando seu crescimento. Esse
tecido caracteriza-se por uma imagem radiolúcida circunjacente ao periápice do
dente contaminado. O objetivo deste trabalho foi comparar radiograficamente o
desenvolvimento de lesões periapicais em cães, após pulpectomia com ou sem
ampliação do forame apical até a lima K#30, durante os períodos de 30, 60 e
90 dias. Após o sacrifício dos animais, as mandíbulas foram retiradas, sendo
radiografadas com filmes periapicais “ultra-speed”. As imagens radiográficas
foram transcritas para papel e as referidas áreas mensuradas (cm2)
através de Medidor de área (modelo 3100, LI-COR).
Os
resultados apresentaram pequena diferença estatística, sugerindo que a ampliação
do forame apical promove uma maior osteólise na região do periápice, enquanto
que a presença do ápice em delta em cães, reduz a formação de lesão nesta
região.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo 96/5597-8
195
Estudo
comparativo entre radiografias
digitais e convencionais obtidas pela técnica intrabucal periapical aplicadas
em pacientes especiais
J.C.A.MAGALHÃES,
M.FENYO-PEREIRA*; O.J.VAROLI. Departamento de Estomatologia, Faculdade de
Odontologia da USP.
O crescente
uso da Informática nas ciências biomédicas, em geral, proporcionou o
surgimento da radiografia digital. Por se tratar de um sistema de exame radiográfico
bastante fácil de se operar possibilitando correções das possíveis imperfeições,
sua utilização, em pacientes denominados “especiais” vem resolver, em
parte um problema enfrentado por muitos profissionais quando se faz necessário
o exame radiográfico de tais pacientes e que se torna inviável na maioria das
vezes. Nossa proposta nesse estudo foi a de compararmos os resultados radiográficos
obtidos com filmes periapicais convencionais e com as obtidas com um sistema de
imagem digital intra-bucal em pacientes especiais. O filme utilizado na tomada
radiográfica intra-bucal foi um lançamento recente que visa a diminuição do
tempo de exposição sem prejuízo da qualidade radiográfica . O sistema
digital foi o DIGORA que necessita
menos de 50% do tempo de exposição necessário para o filme utilizado.
Concluiu-se que o sistema DIGORA apresentou melhores resultados no que se refere
a qualidade diagnóstica da imagem, uma vez que os fatores prejudiciais a qualidade da imagem,
podem ser compensados na tela. Com relação a fator movimento 26,67% das
radiografias convencionais foram prejudicadas, contra 13,33% com o sistema
DIGORA.
Considerando-se
o fator enquadramento da região de eleição na imagem foi o sistema
convencional de radiografia periapical que apresentou melhores resultados em
virtude das placas sensoras do aparelho serem rígidas, dificultando o
posicionamento.
196
Efeito da
radiação de elétrons na reparação tecidual
S.M. Almeida*; F.N. Bóscolo; M.R. Vizioli
Departamento
de Diagnóstico Oral, Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP
A ação das
radiações ionizantes nos tecidos vivos tem despertado um grande interesse. Os
autores estudaram o efeito de 1,0 Gy de radiação de elétrons, com um feixe de
6 MeV no processo de reparação tecidual. Foram produzidas feridas de 2,3 cm X
1,4 cm na região dorsal de ratos, as quais foram protegidas, sendo irradiada
somente uma região correspondente a 1,0 cm lateralmente a cada borda da ferida,
estando o restante do animal protegido. Um grupo de animais foi irradiado
imediatamente após a produção da ferida e o outro grupo foi irradiado 3 dias
após esse procedimento. Dois grupos de animais não sofreram irradiação,
sendo usados como controles. O
processo de raparação tecidual foi avaliado para o primeiro grupo aos 2, 4, 7,
11, 14, 17 e 21 dias. Para o segundo grupo aos 5, 7, 10, 14, 17, 20 e 24 dias. A
avaliação do processo de reparação tecidual foi feita histologicamente pela
coloração da hematoxilina-eosina, impregnação argêntica e reação histoquímica
pelo azul de toluidina.
Os
autores concluíram que a radiação de elétrons causou um retardo no processo
de reparação tecidual em todos os tempos avaliados, sendo que o maior retardo
foi observado para o grupo de animais que sofreu irradiação 3 dias após a
abertura da ferida.
197
Filtração
de Alumínio e de Zinco: Qualidade da imagem radiográfica e
dose de
exposição
L.C. PARDINI*; P.C.A.
WATANABE; J.R. TAMBURUS - Lab. Análise Controle da Imagem Radiográfica Odontológica
- FORP/USP-BRASIL
Filtro de
metal é preconizado como um dos principais meios de radioproteção, pois
quanto maior o número atômico maior filtração da radiação X. A finalidade
desta é comparar a qualidade da imagem radiográfica (densidade e contraste) e
a dose de exposição(mR), quando utiliza-se filtros de Alumínio (2,0mm) e de
Zinco(0,15mm), associados aos filmes periapicais, sendo 10(DF57) e 10(EP21) com
exposição de 0,8 seg e 0,4 seg, respectivamente. Empregou-se aparelho de raios
X (70 KVp, 10mA, DFF 40 cm), solução processadora(kodak) e fotodensitrômetro.
A metodologia compreende a exposição de penetrômetro escalonado de alumínio,
medindo 10x32 mm com 8 degraus, com espessuras incrementais de 2mm. Após o
processamento radiográfico os valores das densidades ópticas das imagens foram
analisado no fotodensitrômetro e confeccionou-se tabela e gráfico (x=espessura
do penetrômetro e y=densidade óptica). Para análise estatística utilizou-se
os valores originais da tabela (n=10) que foram submetidos a testes de regressão
linear para múltiplas curvas matemáticas, sendo que, a análise dos valores de
“r” indicou a hipérbole de 2o.grau. A seguir trasnformou-se em reta(y=b+ax) a hipérbole
original. A análise estatística demostrou distribuição-não-normal para os
valores do contraste (“b”) e da densidade (“a”) correspondentes a equação
da reta. Os resultados demostraram existir diferenças significantes (n=10,
p<0,01) quando compara-se contraste e densidade, com redução de 90% a dose
de exposição.
Conclui-se
que a associação do filme E com o filtro de Zinco expõe o paciente a menor
quantidade de radiação e apresenta menor densidade radiográfica e menor
contraste, quando comparada com a associação do filme E e filtro de Alumínio.
CNPq
Processo: 301042/94-2
198
Cisto ósseo
traumático: estudo clínico, radiográfico e terapêutico de 18 casos
E.N. SILVA*;
J.H. DAMANTE; O. FERREIRA JR.; M.A.G.S. SILVA
Departamento de
Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
O cisto ósseo
traumático é uma lesão incomum nos ossos maxilares, identificado há várias
décadas, mas de etiopatogenia ainda desconhecida. Neste trabalho, os aspectos clínicos, radiográficos e terapêuticos
do cisto ósseo traumático foram estudados para melhor compreensão do seu
comportamento biológico. Uma
amostra, constituida de dezoito (18) pacientes portadores de cisto ósseo traumático,
tratados e/ou em proservação, foi avaliada quanto aos dados clínicos (sexo,
idade e história da doença atual), radiográficos (localização, forma da lesão,
definição e expansão) e terapêuticos. Dezesete (17) casos de cisto ósseo traumático ocorreram em
pacientes menores de 20 anos, todos localizados na mandíbula sendo 14 no corpo,
2 na região anterior e 2 em ambas as regiões. 0 aspecto radiográfico revelou
imagem radiolúcida radicada em osso medular, unilocular, raramente expandindo
as corticais, com presença comum das projeções semilunares entre as raízes
dentárias. Onze (11) casos foram
tratados cirurgicamente. Sete (7)
casos estão apenas em controle clínico e radiográfico, destes, 5 apresentam
lesão estável e 2 apresentam lesão em regressão.
Os
resultados revelaram que o cisto ósseo traumático é uma doença mais comum na
segunda década, assintomática, de incidência quase exclusiva do corpo
mandibular, e aspectos radiográficos característicos, normalmente
diagnosticado nos exames de rotina. 0 tratamento mais comum foi o cirúrgico,
mas os casos apenas controlados, apresentaram um bom comportamento biológico,
reforçando a hipótese de tratar-se de uma lesão autolimitante e de regressão
espontânea.
199
Análise
radiográfica digital da neoformação óssea em defeitos cirúrgicos
experimentais
A.J. PAVAN*; E.A.L. GONÇALVES;
R.M. Hayacibara; O. TAVANO - UEM -
Maringá; FOB-USP
Novas técnicas
radiográficas têm sido desenvolvidas, permitindo a redução da dose de radiação
e maior rapidez na obtenção da imagem. Sistemas diretos de obtenção de
imagens radiográficas digitais, capazes de substituir as radiografias
convencionais, possibilitam a otimização no diagnóstico radiográfico. Mais
pesquisas, entretanto, mostram-se necessárias para tornar a radiografia digital
uma prática rotineira de exame complementar. Este trabalho objetivou o estudo
do processo de reparo ósseo através da manipulação de imagens e análise da
densidade radiográfica com o sistema DIGORA. Defeitos cirúrgicos foram
confeccionados no osso rádio de 16 cães e coelhos, sacrificados em
períodos de 15, 30, 45 e 90 dias. Após a fixação, as peças contendo
os defeitos ósseos foram expostas a radiação X, empregando-se um sensor tipo
placa de imagem. Um fotomultiplicador coleta a imagem latente formada no sensor
quando expõe-se à luz laser, transformando-a em um sinal eletrônico análogo
digitalizado. A análise das imagens radiográficas foi executada através de um
software do sistema DIGORA e visualizadas no monitor de um computador,
possibilitando medir e quantificar a densidade radiográfica.
Os
resultado obtidos permitiram as seguintes conclusões: (a) A análise da
densidade radiográfica óssea forneceu uma avaliação gradativa da neoformação
óssea; (b) A evolução do processo de reparo ósseo depende da escala filogenética
do modelo animal experimental, ocorrendo mais rapidamente em coelhos do que em cães.
200
Avaliação
da precisão dos cronômetros dos aparelhos de raios x
odontológicos
da forp/usp
S. B. CORRÊA; L. C.
PARDINI; P. C. A. WATANABE***
- Universidade de São Paulo
- Fac. de Odontologia de Ribeirão Preto. LACIRO
Nos
aparelhos de raios X odontológicos existentes no mercado brasileiro, o único
fator de exposição manuseável é o dispositivo marcador do tempo no qual o
aparelho de raios X emite radiação durante o procedimento radiográfico. A
proposição deste trabalho é avaliar os aparelhos de raios X que são
rotineiramente utilizados nas clínicas e laboratórios da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da USP, quanto ao grau de precisão dos
marcadores de tempo de exposição dos mesmos.
Foram analisados 23 aparelhos de raios X da FORP/USP, nos intervalos de
tempo 0,25 segundo, 0,40 segundo e 1,00 segundo. Para isso utilizou um cronômetro
de raios X. Os resultados demonstraram diferença significante(n=23, p<0,01),
quando os cronômetros foram comparados. Todos os aparelhos testados
apresentaram mal funcionamento do marcador de tempo, acima dos 5% de erro aceitáveis.
Quanto menor o “set” de exposição, maior o erro registrado. Houve
acuracidade apenas para alguns “sets” de exposição de alguns aparelhos de
raios X.
Podemos
concluir que os marcadores de tempo dos aparelhos examinados não possuem
acuracidade, produzindo erro médio entre 11% e 50%, o que é altamente
significante quando se utiliza filmes radiográficos do grupo E.
CNpQ
-PIBIC/USP e Projeto CNpQ Grant 301042/94-2.
201
Estudo da
manifestação periodontal da paracoccidioidomicose
M.R.
SPOSTO*; M.A. ONOFRE; C.M. NAVARRO; M.E.S.F. MOTTA; C. SCULLY; M.J. GIANINI
Faculdades de Odontologia
& Ciências Farmacêuticas Araraquara-UNESP; Eastman Dental Institute,
Londres
A
paraccocidioidomicose é uma micose sistêmica com manifestações bucais que
ocorrem com maior freqüência no periodonto de proteção ou mucosa alveolar
(SPOSTO et al., J. Oral Pathol. Med., 1994). O objetivo deste trabalho foi
realizar um estudo clínico e histológico da manifestação periodontal
(gengiva e mucosa alveolar) da paracoccidioidomicose. Foram analisados 15 prontuários
de pacientes com diagnóstico de paracoccidioidomicose confirmado por exames
direto, sorologia e histológico. Os resultados revelaram que a maioria dos
pacientes eram homens (86,5%), brancos (80%), com idades entre 28 e 65 anos, e
profissões exercidas ao ar livre (60%). O questionário de saúde mostrou
envolvimento pulmonar em 60% dos casos confirmados por exames direto da secreção
pulmonar e radiográfico. Foram constatadas 29 lesões bucais sendo 1,9 lesão
por paciente. As lesões no periodonto de proteção ocorreram em 47% dos casos
e as de mucosa alveolar em 20%. A história dentária revelou sintomas de
prurido, dor local, doença periodontal e mobilidade dentária. Ao exame clínico
detectou-se pontos vermelhos e áreas granulomatosas na gengiva e em locais de
extração dentária com atraso na cicatrização. O exame histológico da
gengiva mostrou inflamação crônica granulomatosa caracterizada por grande
quantidade de linfócitos, plasmóticos e macrófagos.
A
freqüência de manifestações periodontais na paracoccidioidomicose foi alta,
o que poderia ser explicado pela inflamação periodontal crônica causada pela
placa dental proporcionando a fixação e reprodução local do fungo. Estas
observações indicam que as lesões periodontais podem aparecer nos estágios
iniciais da infecção fúngica. A paracoccidioidomicose deve ser considerada no
diagnóstico diferencial de doenças incomuns envolvendo o periodonto.
CNPq
(523700/95-4) FAPESP
(96/04653-1)
202
Prevalência
de lesões da mucosa em campanhas de prevenção de Câncer Bucal
M.E.S.F.MOTTA*;
M.A.ONOFRE; D. THAME; M.R.SPOSTO; C.M.NAVARRO
Serviço de Medicina Bucal.
Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP
Atualmente
tem-se enfatizado a importância e a necessidade de campanhas educativas para a
prevenção do câncer, com a realização de exames bucais para aumentar o índice
do diagnóstico precoce desta doença. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
prevalência de lesões da mucosa e dos fatores de risco para o câncer, em duas
campanhas de prevenção de câncer bucal realizadas em Araraquara, nos anos de
1994 e 1995. Foram examinados 1191 indivíduos, 287 homens e 904 mulheres, na
faixa etária de 3 a 90 anos, sendo 974 brancos, 161 negros, 54 mulatos e 2
amarelos. Os resultados mostraram que 581 pessoas apresentaram lesões de mucosa
bucal, assim distribuídas: candidoses 276 (23,2%); hiperplasias reacionais 143
(12,1%); lesões epiteliais potencionalmente malígnas 135 (11,3%); tumores benígnos
22 (1,8%); câncer 3 (0,2%) e outras lesões 138 (11,6%). Quanto aos fatores de
risco para o câncer verificamos que 373 (31,3%) eram fumantes e 82 (6,9%)
ingeriam álcool com frequência.
Concluímos
que a prevalência de lesões e o percentual para os fatores de risco foram
altos. As campanhas têm contribuído para o diagnóstico precoce do câncer
bucal, pois detectamos 11,3% de lesões potencialmente malígnas na população
examinada, a qual se encontra em proservação no Serviço de Medicina Bucal.
203
Estudo
comparativo de duas substâncias de contraste usadas em sialografia:
Lipiodol UF
e Telebrix 38
M. E. FLORES*; O. DI HIPÓLITO
JÚNIOR; F. HAITER NETO - Depto. de Diagnóstico Oral. Fac. de Odont. de
Piracicaba - Unicamp – SP
Um estudo in
vitro teve por finalidade comparar duas substâncias de contraste utilizadas
em exames sialográficos, sendo uma lipossolúvel - Lipiodol UF -, e outra
hidrossolúvel - Telebrix 38 -, em relação a radiopacidade e a diluição.
Esta comparação
foi realizada por meio de modelos experimentais e da densitometria óptica, com
os quais se pôde simular uma glândula salivar num exame sialográfico.
Os meios de
contraste foram avaliados quanto a sua radiopacidade nos estados puros e quando
aplicados contra uma coluna de saliva artificial, observando-se a presença de
solubilidade de acordo com o tempo de aplicação - 0 segundos,
30 segundos, 1 minuto e 1 minuto e 30 segundos.
O Lipiodol
UF e o Telebrix 38 não apresentaram diferença de radiopacidade no estado puro.
Quanto à
solubilidade, o Lipiodol UF não apresentou diluição na presença da saliva
artificial, ficando com níveis de densidade óptica semelhante estatisticamente
aos do Lipiodol UF puro em todos os tempos estudados. Já o Telebrix 38
apresentou diluição imediatamente após a aplicação contra a saliva
artificial. Para se quantificar a diluição média de acordo com o tempo de
aplicação, foram realizadas diluições do Telebrix 38 na ordem de 25%, 50% e
75%. No tempo imediatamente após a aplicação do contraste - 0 segundos -, o
Telebrix 38 apresentou diluição na ordem de 50 %; nos tempos 30 segundos e 1
minuto, a diluição ficou situada entre 50% a 75% e, no tempo 1 minuto e 30
segundos após a aplicação do contraste, a diluição ficou acima de 75%.
204
Expressão
das citoqueratinas no líquen plano e na displasia liquenóide
E.TURATTI*;
M.T.MARTINS; V.C.ARAÚJO
Departamento de
Estomatologia , Faculdade de Odontologia da USP – SP
O líquen
plano oral é uma lesão amplamente estudada tanto por sua etiopatogenia como
também pela variedade de aspectos clínicos que exibe e devido ao seu discutível
potencial de transformação maligna. Apresenta muitas vezes uma dificuldade na
elaboração do diagnóstico diferencial com outras entidades patológicas,
sendo uma delas a displasia liquenóide que é uma lesão com característica
liquenóide e alterações displásicas no epitélio como projeções em gotas e
maior número de figuras de mitose. Este trabalho teve como objetivo comparar o
padrão de expressão de citoqueratinas no líquen plano e na displasia liquenóide
localizadas em mucosa jugal, e em cortes normais de mucosa jugal. Para as reações
imuno-histoquímicas usou-se a técnica da streptavidina-biotina, tendo sido os
cortes submetidos aos anticorpos monoclonais anti-citoqueratinas
7,10,13,14,16,19 e 20. Pudemos avaliar que a expressão das citoqueratinas
7,10,13,19 e 20 em ambas as lesões seguiu o padrão normal. A citoqueratina 14
apresentou padrão de marcação suprabasal em ambas lesões, sendo mais
evidente em regiões com maior presença de infiltrado inflamatório.A
citoqueratina 16 foi mais expressiva nas lesões, principalmente na displasia
liquenóide
Concluímos
que as alterações de expressão das citoqueratinas podem contribuir no diagnóstico
histológico dessas lesões.
205
Estudo
epidemiológico de tumores odontogênicos - Análise de 148 casos
J. N. Santos*; L. B. Souza; L. P. Pinto
Mestrado em Patologia Oral,
Curso de Odontologia da UFRN
O presente
estudo propôs-se a analisar uma série de tumores odontogênicos diagnosticados
no período de 1970 a 1995, no Serviço de Anatomia Patológica da Disciplina de
Patologia Oral da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foram estudados a
freqüência dessas entidades, bem como os dados quanto à idade, sexo, localização
anatômica, cor da pele dos pacientes e grau de recidiva.
De um
total de 148 tumores odontogênicos, o mais comum deles foi o odontoma composto
(25%) seguido do ameloblastoma (23%). A ocorrência dos tumores odontogênicos
apresentou-se maior no sexo feminino (64,9%), com pico de incidência na segunda
e terceira década de vida. Em relação à localização anatômica das lesões,
estas predominaram na mandíbula, representando 52,7% dos casos estudados. Além
disso, cinco casos de ameloblastoma e um mixoma odontogênico apresentaram recidiva.
206
Carcinoma
basocelular. Determinação dos parâmetros nucleares
M.C.
KOMESU*; R.A. LOPES; M.A. SALA
Departamento de
Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP
O carcinoma
basocelular é um tumor epitelial que pode afetar a cavidade oral. As células
neoplásicas se originam da camada basal da epiderme ou a partir de elementos
indiferenciados dos anexos epidérmicos. Estas células se dispõem constituindo
ninhos, massas ovaladas, ilhotas compactas ou fileiras ramificadas e
anastomosadas entre si. O propósito do presente trabalho é determinar os parâmetros
nucleares das células neoplásicas em carcinomas basocelulares, e compara-los
com os parâmetros nucleares correspondentes ás células basais normais. Com
essa finalidade foram determinados os seguintes parâmetros nucleares em células
basais neoplásicas e normais de 10 carcinomas basocelulares: diâmetro maior,
diâmetro menor, diâmetro médio, perímetro, área, superfície, volume, relação
superfície/volume, relação entre diâmetros, excentricidade, coeficiente de
forma e índice de contorno. Os resultados obtidos demonstram a ausência
de alterações maiores no tamanho nuclear das células cancerosas. Por outro
lado, a forma nuclear apresentou modificações significativas. Os núcleos das
células basais neoplásicas apresentam-se mais arredondados que os das células
basais normais, devido a um ligeiro aumento do diâmetro menor e a uma leve
diminuição do diâmetro maior.
De acordo
com os resultados do presente estudo é possível concluir que os parâmetros
que estimam a forma nuclear são mais sensíveis que aqueles que avaliam o
tamanho dos núcleos para detectar a malignidade no carcinoma basocelular.
207
Influência
de um benzodiazepínico no reparo alveolar de ratos estressados
K.F.
BOMBONATO*; LAMANO-CARVALHO; T.L.; L.G. BRENTEGANI
Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto-USP, RP - Fax: (016) 633-0999
O objetivo
do presente trabalho foi avaliar histometricamente a influência de um
benzodiazepínico (ValiumÒ, Roche) na cronologia de reparo alveolar de ratos
estressados. Sabe-se que os benzodiazepínicos potencializam a ação do ácido
gama amino-butírico (GABA), diminuindo a liberação de cortisol, reduzindo a
ansiedade. Grupos com uma amostra de 5 animais tiveram os incisivos superiores
extraídos sob anestesia e a mucosa suturada; um grupo recebeu benzodiazepínico
intraperitonealmente a uma dose de 5mg/Kg, uma hora antes do estresse durante 7,
15 e 21 dias após a extração dental. Foram feitos cortes semi-seriados do alvéolo
que foram corados por HE. Realizou-se a análise histométrica, contando 6.000
pontos por alvéolo (terços cervical, médio e apical), avaliando o volume
percentual de tecido ósseo, com a aplicação do teste estatístico de
Mann-Whitney:
Período
Controle
Estressado
Estressado com Valium
7 dias
17.2±1.2
8.5±1.5**
14.6±1.3**
15dias
39.8±2.8
26.2±2.6**
31.1±2.6
21dias
53.2±1.8
37.6±3.0**
41.3±1.8
Os
resultados mostraram que os animais estressados tratados com benzodiazepínico
apresentaram valores próximos aos controles, sugerindo uma ação benéfica
deste medicamento em situações de estresse.
Apoio
Financeiro do CNPq- Processo 520156/95.1 e FAPESP- Processo 1996/5745-7
208
Comparação
dos perfis imunohistoquímicos do mixoma odontogênico
e do germe
dental
R,
Foronda*, M.T. Martins, S.C.O. Machado de Sousa - Depto. de Estomatologia - Disc. de Patologia Bucal – FOUSP
Os mixomas
odontogênicos (MO) são neoplasias benignas raras compostas de pouca quantidade
de células e fibras colágenas em um estroma mixomatoso abundante. Estudos
imunohistoquímicos recentes relacionam os mixomas com os tecidos
ectomesenquimais que formam os tecidos dentais, porém sua etiopatogenia é
ainda motivo de controvérsia. O objetivo deste trabalho foi caracterizar através
de método imunohistoquímico a matriz extra-celular e a célula do MO,
comparando-as aos tecidos da embriogênese dental. Para este estudo foram
utilizados 9 casos de MO e 1 germe dental, no qual analizou-se separadamente a
papila dental (PD) e o folículo dental (FD).
Para as reações imunohistoquímicas a técnica usada foi da
streptavidina-biotina e os cortes submetidos aos anticorpos contra: vimentina,
AE-1, AE-3, proteina S-100, actina músculo liso-específica, fator XIIIA colágeno
IV, laminina, tenascina, fibronectina. Foi
observada positividade para vimentina e negatividade para AE-1, AE-3, proteina
S-100 e actina em todos os MO, na PD e no FD. Viu-se positividade para fator
XIIIa em 5 casos de MO e no FD. Laminina
foi positiva em 6 MO e colágeno IV negativo em todos. Tanto na PD quanto no FD
notamos positividade apenas nas áreas de membrana basal para esses anticorpos.
A tenascina teve expressão variável no tumor, foi abundante no FD e foi
presente apenas na periferia da PD. A
fibronectina foi abundante no tumor e no FD e ausente na PD.
Concluímos
que há maior semelhança entre o perfil imunohistoquímico dos mixomas odontogênicos
e do folículo dental do germe.
209
Expressão
da tenascina em lesões ósseas dos maxilares
M.T. Martins*; R. Raitz; N.S. Araújo; V.C. Araújo
Departamento de
Estomatologia - Patologia Bucal – FOUSP
Lesões com
um componente conjuntivo denso e um calcificado são de ocorrência
relativamente comum nos maxilares. Embora seus comportamentos biológicos sejam
distintos, implicando em um tratamento diferenciado, muitas vezes o diagnóstico
diferencial fica por conta dos aspectos clínicos, pois os aspectos histopatológicos
confundem-se. A tenascina é uma macromolécula da matriz extra-celular,
sintetizada por fibroblastos, abundante durante a embriogênese, nos processos
neoplásicos, reparativos e de diferenciação celular. Sua ocorrência nos
tecidos adultos normais é rara e restrita. Neste trabalho propusemo-nos a
estudar a presença e distribuição da tenascina, através da técnica da
streptavidina-biotina de imunohistoquímca, em um grupo de lesões com as
características citadas acima, na intenção de detectar alguma correlação
com a deposição do tecido calcificado. Para tanto utilizamos 9 casos de
displasia fibrosa, 7 de displasia cementiforme, 6 de fibroma ossificante central
e 9 de fibroma ossificante periférico. Vários padrões de deposição de
tenascina foram observados aleatoriamente nas diversas lesões estudadas, não
exibindo uma correlação direta com o tipo de lesão. Em alguns casos a
tenascina distribuía-se adjacente às deposições ósseas; em outras
apresentava-se na mesma localização mas abrangia área maior. Por vezes podia
ser vista em todo o componente conjuntivo da lesão. Em lesões com trabéculas
muito imaturas a tenascina estava presente nas trabéculas.
Sugerimos
que a distribuição da tenascina esteja mais relacionada aos estágio de maturação
dos depósitos calcificados do que ao tipo de lesão, lembrando-se também de
que é molécula de distribuição variável ao longo do desenvolvimento.
210
Co-expressão
de vimentina, actina, ema e citoqueratinas 7, 8, 14, 18 e 19 no carcinoma adenóide
cístico
Y.R. CARVALHO*; E. TODDAI;
E. MORAES; A.A.H. BRANDÃO - Depto.Patologia,
Fac.Odontologia S.J.Campos - UNESP.
O
carcinoma adenóide cístico (CAC), neoplasia maligna relativamente frequente em
glândulas salivares menores, apresenta três variantes histológicas
(cribriforme, tubular e sólida), relacionadas ao prognóstico. Para
caracterizar o grau de diferenciação das células presentes em dois tipos
histológicos, pesquisou-se a co-expressão de actina, vimentina, antígeno
epitelial de membrana (EMA) e das citoqueratinas (Cks) 7, 8, 14, 18 e 19, em
seis casos de CAC, 02 predominantemente tubulares e 04 cribriformes, mediante
reação imuno-histoquímica para dupla marcação. Usou-se a técnica da
Streptoavidina-peroxidase com o cromógeno Diaminobenzidina, para o primeiro antígeno
e Streptoavidina-fosfatase alcalina com ‘Fast Red’, para o segundo.
Em ambos tumores, as células luminais co-expressam todas as Cks e
eventualmente EMA quando há conteúdo secretório luminal. As células
tubulares externas co-expressam vimentina e actina e, menos frequentemente,
CK14. As células que revestem os espaços pseudo-císticos e as periféricas
dos cilindros co-expressam vimentina e actina e, raramente, CK14.
Os
resultados demonstraram que a célula mioepitelial expressa a vimentina,
co-expressando de maneira não uniforme actina e CK14. A expressão das CKs 7,
8, 18 e 19 nas células luminais, com eventual co-expressão da CK14, indica
alto grau de diferenciação das mesmas, por vezes associada inclusive com função
secretória, detectada pelo EMA. A presença de secreção luminal parece estar
relacionada com a co-expressão de actina, vimentina e CK14 nas células
mioepiteliais externas. Maior diferenciação,
tanto das células luminais como das mioepiteliais, foi mais evidente no tipo
tubular, seguido pelo cribriforme.
Apoio
Financeiro: FAPESP-94/0438-3; FUNDUNESP-470/94-DFP/F/CBS;
CNPq-300625/94-4
(NV)
211
Polimorfismo
do promotor do COL1A2 em pacientes portadores de FGH
R.F.
GERLACH*; P. TREVILATTO; M.A.N. MACHADO; S.R.P. LINE.
Departamento de Morfologia,
Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP
Há grande
variação interindividual de fibroblastos gengivais em relação à síntese de
proteínas da matriz. Esta variabilidade está bem documentada em casos de reação
fibrótica gengival induzida por drogas, mas o mesmo não acontece em relação
à Fibromatose Gengival Hereditária (FGH), condição em que há aumento da
secreção de colágeno normal na matriz extracelular. Particularidades
individuais como polimorfismos genéticos podem influir na resposta de
fibroblastos a estímulos do ambiente. Assim, procuramos identificar
polimorfismos na região do promotor da cadeia alfa 2 do gene do colágeno tipo
1 (COL1A2) em um grupo de pacientes normais (n=12) e outro de portadores de FGH
(n=13). Primeiramente foi feita a amplificação por PCR da região do promotor
da cadeia alfa 2 do colágeno entre -340 e +2 pares de bases (bp), ao que se
seguiu a análise de heteroduplex para a identificação de polimorfismos, que
consistiu no aquecimento das amostras a 98oC
por 5 minutos, resfriamento a OoC e manutenção a 20oC
por uma hora. A detecção de heteroduplex foi feita em gel de poliacrilamida a
6%/ tampão TBE, corado pelo método da prata. Não houve diferença na migração
dos fragmentos de DNA entre os dois grupos de indivíduos.
Concluiu-se
que a expressão clínica de FGH não pode ser relacionada com polimorfismo da
região do promotor da cadeia alfa 2 do colágeno.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo 96/1769-9
212
Estereologia
das alterações do epitélio da língua de fetos de ratos, induzidas pela
gentamicina
A.A. CAMPOS*; S.A.L. VALE;
W. G. PASSOS; R.A. LOPES; M.A. SALA - Universidade. São Paulo - Fac. Odont.
Ribeirão Preto
Os antibióticos
aminoglicosídeos são usados no tratamento de infecções por bactérias
gram-negativas durante a gestação. Eles atravessam a placenta e são nefrotóxicos
em adultos e a exposição a estes medicamentos deve ser cuidadosa em fase de
desenvolvimento renal. É propósito do presente trabalho verificar
estereologicamente as alterações induzidas no epitélio de revestimento da língua
de feto de rato, pela administração de gentamicina, durante a gestação. Para
tanto foram utilizadas ratas albinas, variedade Wistar, que receberam dose única
de 5mg de gentamicina por Kg de peso corporal, por injeção intramuscular; no
10º dia de prenhez. No 20º dia os animais foram sacrificados, os fetos
colhidos, fixados e as cabeças separadas dos corpos para confecção das lâminas.
Foram realizadas mensurações empregando-se técnicas morfométricas e estereológicas
e os resultados foram analisados estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney.
Macroscopicamente notou-se retardo no crescimento intrauterino. A gentamicina
reduziu significantemente o peso fetal e da placenta e o comprimento do cordão
umbilical. Histologicamente o epitélio lingual era mais espesso, com células
mais volumosas e alongadas tanto para as camadas basal e espinhosa, a ceratina
era menos espessa e a densidade numérica celular era menor. Os resultados foram
semelhantes para as três regiões estudadas.
Concluiu-se
que a gentamicina, na dose empregada, não causou malformações porém produziu
alterações a nível de epitélio lingual, quando administrada durante a
prenhez da rata.
CNPq
350.104/95-6 e 120.590/95-6
213
Aspectos
morfométricos e estereométricos da regressão do aumento gengival induzido
pela CsA em ratos
L.C.SPOLIDORIO*;
O.P.ALMEIDA - F.O.Araraquara - UNESP e F.O. Piracicaba- UNICAMP
A
ciclosporina é a principal droga imunossupressora usada na prevenção da rejeição
de enxertos em transplantes alogênicos, assim como, no tratamento de varias
doenças autoimunes. A CsA age preferencialmente ao nível de linfócitos T
inibindo a síntese de IL-2. O aumento gengival é um dos efeitos colaterais da
CsA, e o principal na boca. O objetivo deste trabalho foi avaliar o aumento
gengival de ratos tratados diariamente com 10 mg/kg de peso corporal, de CsA,
por via sub-cutânea, durante 60 dias, assim como a regressão do aumento
gengival após a interrupção do tratamento. A análise morfométrica(mm) foi
realizada através de um programa analisador de imagens ( Mocha, Jandel
Scienyific, San Rafael, USA), e a densidade de volume foi calculado usando-se
uma ocular KpL 10x com retículo de
integração Zeiss de 25 pontos quadriculados. Todos os ratos tratados com CsA
desenvolveram aumento gengival, com aumento da espessura do epitélio bucal, da
altura e largura do tecido conjuntivo, e da densidade volumétrica de
fibroblastos e fibras colágenas. A diminuição de volume gengival foi avaliado
5 a 90 dias após o cessamento do tratamento com CsA. Houve diminuição
progressiva do volume gengival e da densidade de fibras e fibroblastos. A
diminuição foi mais acentuada nos períodos iniciais, mas mesmo após 90 dias
não retornou completamente às características normais.
Com base
nos resultados obtidos e dentro das condições experimentais deste trabalho,
pode-se concluir que a
interrupção ou diminuição da dosagem de CsA leva a redução parcial do
aumento gengival induzido pela ciclosporina.
214
Compatibilidade
biológica de pastas de óxido de zinco, clorexidine e nimesulide
M.R.B.OLIVEIRA*;
C.M.BARBOSA; M.MARCHEZI; F.C.B.ABREU E LIMA; R.C.C.LIA. Depto de Patologia, Fac.
de Odontol. de Araraquara – UNESP
A associação
de antissépticos e antiflamatórios tem despertado, ultimamente, real interesse
na proteção direta de feridas cirúrgicas, considerando-se a somatória desses
efeitos, na tentativa de melhor direcionar o processo de reparo. Assim, tivemos
por objetivo avaliar, em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos, a
compatibilidade biológica de pastas à base de óxido de zinco, colocadas em
tubos de polietileno, nas seguintes condições: Grupo 1 - óxido de zinco p.a.
mais polietileno glicol (controle); Grupo 2 - óxido de zinco p.a. mais
nimesulide mais clorexidine gel a 1%; Grupo 3: óxido de zinco p.a. mais
clorexidine gel a 1% e; Grupo 4: óxido de zinco p.a. mais nimesulide e os períodos
experimentais foram de 7, 15, 30 e 60 dias. Após avaliação dos cortes histológicos
em Microscopia Óptica Comum, pudemos concluir que: todas as composições
testadas apresentam persistente potencial irritativo, porém decrescente no
decorrer dos períodos; a composição correspondente ao Grupo 2 apresentou
menor potencial irritativo, em todos os períodos, permitindo a evolução da cápsula
à colagenização densa e; os materiais empregados ativaram o sistema de
fagocitose exercido fundamentalmente por fagócitos mononucleares e com menor
frequência por células gigantes inflamatórias.
Apoio
Financeiro - PIBIC 96/97-CNPq
215
Histometria
do reparo alveolar em ratos tratados com diclofenaco sódico.
L.I.
YUGOSHI*; M.A. SALA; L.G. BRENTEGANI; T.L. LAMANO-CARVALHO.
Departamento de Estomatologia - Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto – USP
O objetivo
deste trabalho foi avaliar, histometricamente, o reparo alveolar em feridas de
extração dental, em ratos controles e tratados com diclofenaco sódico
(Voltarenâ/Geigy). O diclofenaco sódico leva a menor formação de fibras colágenas
na cicatrização do miométrio de ratas (Abdalla et al., Gen.Pharm., 25:
989-993, 1994) e retardo do reparo de lesões gastro-intestinais (Stadler et
al., Dig. Dis.Sci., 36: 594-600, 1991). Os animais tiveram os incisivos
superiores extraídos sob anestesia e a mucosa suturada. Cinco ratos foram
tratados por 5 dias com diclofenaco (10 mg/kg/dia) e sacrificados 3, 7, 14 e 21
dias após a extração. Foram feitos cortes semi-seriados do alvéolo e corados
com H.E. Para a histometria foram contados 6000 pontos por alvéolo, nos terços
apical, médio e cervical, e avaliado o percentual de tecido ósseo.
Período
(dias)
Controle
Tratado
p
3
0,0
0,0
7
19,2 ± 1,6
13,1± 5,9
< 0,01
14
30,0 ± 2,1
19,9 ± 2,4
< 0,01
21
45,2 ± 1,7
25,0 ± 3,1
< 0,01
Os
resultados mostraram que os animais tratados com diclofenaco sódico
apresentaram volume percentual de tecido ósseo significativamente menor que os
controles, sugerindo um retardo no processo de reparo alveolar.
Apoio
financeiro: Capes.
216
Expressão
do CD44 e seus variantes exons pelo
epitélio da mucosa bucal normal
D.T.
OLIVEIRA; E.W. ODELL Depto. de Patologia, Faculdade de Odontologia de Bauru -
USP
Dept. Oral Medicine and
Pathology, UMDS Guy’s Hospital, London SE1 9RT
A expressão
alterada do CD44H e das combinações das variantes do CD44 estão associadas
com metástases em vários tumores, mas esta associação requer o conhecimento
do padrão de normalidade desta expressão que é específica para os tecidos.
Existem variações regionais consideráveis na diferenciação epitelial da
cavidade bucal incluindo diferenças nas glicoproteínas da superfície celular.
O objetivo deste estudo consiste na determinação das possíveis variações
regionais na expressão das variantes do CD44 no epitélio bucal. Cortes em
congelação e incluídos em parafina foram obtidos da borda do vermelhão do lábio,
mucosa jugal, dorso e ventre da língua, assoalho da boca, gengiva e palato
duro. Estes cortes foram corados imunohistoquimicamente para CD44H e os produtos
das combinações de seus exons v3,
v4/5, v6 e v9. Os cortes em parafina foram submetidos ao forno de microondas
para recuperação dos antígenos. Todos os epitélios coraram fortemente para
todas as variantes do CD44 na
camada basal, suprabasal e espinhosa. As camadas superficiais e queratinizadas e
a superfície basal das células basais foram negativas.
O padrão
de coloração foi idêntico para os cortes em congelação e os fixados em
formalina e incluídos em parafina. Embora exista heterogeneidade no epitélio
bucal, nenhuma variação regional foi detectada.
Apoio
financeiro: CNPq (201317/95-8)
217
Expressão
de citoqueratinas em germes dentários em desenvolvimento
M.G.DOMINGUES*;
M.M.M.JAEGER; N.S.ARAÚJO; V.C.ARAÚJO
Disciplina de Patologia
Bucal, Faculdade de Odontologia da USP – SP
A odontogênese
é um processo embriológico complexo que resulta na
formação e erupção dos dentes. Várias condições patológicas tais como
cistos e tumores odontogênicos, derivam dos tecidos formadores dos elementos
dentários em vários estágios de desenvolvimento. Desta forma, para melhor
compreender e discutir a origem e diferenciação tecidual do epitélio odontogênico,
propusemo-nos a estudar o padrão de expressão das citoqueratinas (CKs) em
diferentes estágios do desenvolvimento de germes dentários humanos. O material
foi obtido a partir de 4 fetos humanos (material de autópsia) variando entre 6
e 7 meses de idade gestacional. Cortes histológicos
de 3mm foram submetidos à identificação imunohistoquímica das CKs
(polipeptídeos 7, 8, 10, 13, 14, 16, 17, 18, 19 e 20) utilizando o método da
steptavidina- biotina. Germes dentários de molares e incisivo em fase de campânula
precoce e tardia foram analisados. A CK 14 foi fortemente positiva no epitélio
interno no estágio de campânula precoce tornando-se negativa com a progressão
para o estágio tardio. Entretanto, a CK 19 foi fracamente positiva neste mesmo
epitélio no estágio de campânula precoce e a marcação tornou-se mais forte
com a diferenciação destas células para ameloblastos.
O
conhecimento da expressão de CKs nos tecidos formadores dos dentes é de
fundamental relevância . Estudos comparativos entre os padrões de expressão
de CKs no germe dentário e nas diversas patologias odontogênicas contribuirão
sobremaneira para definição da histogênese destas lesões.
218
Análise de
AgNOR em carcinoma de língua de rato induzido pelo 4-NQO
E.B.SANTOS*;
J.JORGE Jr.; O.P. ALMEIDA
Departamento de Diagnóstico
Oral, Faculdade de Odontologia de Piracicaba/ UNICAMP
Regiões
organizadoras do nucléolo (AgNOR) são sequências do DNA que codificam o RNA
ribossômico, identificadas pela técnica de impregnação pela prata,
aparecendo no núcleo como pontos pretos, com 0.1 a 2 mm de diâmetro. A técnica
de AgNOR é usada em histopatologia para avaliar o grau de proliferação
celular e identificar lesões hiperplásicas, benignas e malignas. A análise de
AgNOR foi realizada em 10 casos de carcinoma de língua de ratos, induzidos pela
aplicação de 4-NQO e em 10 tecidos normais de língua, usados como controle.
Os carcinomas se formaram após 9-10 meses, sendo que o 4-NQO foi aplicado
durante 4 meses. Os ratos controle apresentaram 2.73±0.44 AgNOR/núcleo nas células
basais, sendo significativamente maior que 1.74±0.18 nos carcinomas. Nas células
da camada espinhosa, o número de AgNOR foi estatisticamente maior nos
carcinomas, com valores de 1.29±0.11 em relação ao valor de 1.18±0.08 no
controle. A área e o perímetro das AgNOR foram maiores nos carcinomas, com área
de 2.16±0.69 mm2
nas células basais e 5.50±2.14 nas espinhosas, enquanto que no controle, os
valores foram de 1.12±0.42 e 3.36±0.85 respectivamente. Os valores do perímetro
foram de 5.88±0.90 e 9.13±1.65 nas células basais e espinhosas nos carcinomas
e 4.38±0.31 e 7.62±0.62 nas células do grupo controle.
Estes
dados indicam que o número de AgNOR nas células basais normais é maior que
nas neoplásicas da mesma região, ocorrendo o inverso nas células da camada
espinhosa. A área e o perímetro das AgNOR foram maiores nos carcinomas nas células
das duas camadas estudadas. Considerando que as células neoplásicas tem
proliferação maior que as normais, o perímetro e a área expressam melhor as
diferenças entre os dois grupos.
219
Hormônios
da gravidez e sua influência na doença periodontal experimental
NASCIMENTO;
L.M.C.*; SALLUM, A.W.
Departamento de Prótese e
Periodontia. Fac. Odontologia de Piracicaba – UNICAMP
O
objetivo deste experimento foi examinar em Rattus norvergicus albinus
os efeitos provocados pela presença de uma ligadura de seda aplicada na região
cervical do primeiro molar inferior esquerdo, pela prenhez e por ambos os
fatores atuando concomitantemente. A ligadura foi colocada no sulco gengival de
75 ratas fêmeas. Após 6 dias 40 ratas foram deixadas por uma noite com machos,
para fertilização. O dia seguinte ao da fecundação foi designado como
primeiro dia de prenhez. Imediatamente após o parto as ratas foram
sacrificadas, completando um período experimental de 27 a 29 dias com ligadura.
Trinta e cinco ratas não-prenhes foram também sacrificadas aos 28 dias após
as ligaduras. Todas as mandíbulas foram removidas fixadas em formol e divididas
pela sínfise. As amostras foram divididas nos seguintes grupos: I)controle
(n=30), II)ligadura(n=30), III)prenhes(n=30), IV)ligadura mais prenhez (n=30)
todas tomadas ao acaso. Exames radiográficos foram feitos para quantificar a
reabsorção óssea nas áreas inter-radiculares de primeiros molares. Todas as
hemi-mandíbulas foram processadas para exame histológico e as secções
coradas com H.E.
Os
resultados mostraram que em áreas de gengiva marginal havia infiltrado
principalmente de leucócitos polimorfonucleares, mais evidente e com reabsorções
ósseas nos grupos com ligadura (grupos II e IV). A análise estatística pelo
teste t-Student dos dados radiográficos dos mesmos grupos mostrou que a prenhez
aumentou a destruição das estruturas periodontais e a reabsorção óssea
(p<0,05). Os resultados indicaram que a prenhez atuou em conjunção com o
irritante local na periodontite experimental por ligadura em ratas. Esses
efeitos podem ser atribuídos às condições hormonais da prenhez. O grupo IV
(prenhez com ligadura) foi o que apresentou maior perda óssea.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo -96/3163-0
220
PCNA e
AgNOR no Fibroma Ossificante e no Fibroma Ossificante Juvenil.
S.B.C.
TARQUINIO*; M.G. DOMINGUES; A.L.L COSTA; V.C. ARAÚJO
Departamento de Patologia
Bucal - Faculdade de Odontologia – USP
O grupo das
lesões fibro-ósseas inclue uma variedade de entidades como Fibroma Ossificante
(FO). O Fibroma Ossificante Juvenil (FOJ) é descrito como um tipo de lesão
fibro-óssea benigna porém localmente agressiva, que ocorre principalmente na
maxila de crianças. Antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA) é
considerado um importante indicador do comportamento biológico de muitas
neoplasias e é fundamental na replicação do DNA. AgNOR é uma técnica
histoquímica que identifica as regiões organizadoras nucleolares (NORs)
coradas pela prata. No presente estudo analisamos a expressão de PCNA e o número
de NORs/núcleo em 3 casos de FO e 3 casos de FOJ, utilizando respectivamente o
método imuno-histoquímico da streptolidina-biotina e a técnica histoquímica
do AgNOR. A análise estatística (teste t de student) não mostrou diferença
estatística na média de células PCNA positivas entre FO (36,73 ±21,5) e FOJ
(47,07 ±6,12). O mesmo resultado foi observado para a média do número de
NORs/núcleo entre FO (2,97 ±0,16) e FOJ (3,14 ±1,05).
Assim
concluímos que FO e FOJ não podem ser diferenciados no que diz respeito a
atividade proliferativa de ambos.
221
Fibromatose gengival hereditária e hiperplasias
gengivais medicamentosas: Aspectos imuno-histoquímicos
L.M.G. QUEIROZ*; M.G. DOMINGUES; S.B.C. TARQUINIO; N.S. ARAÚJO
São Paulo Dental School-
Univ. of São Paulo-Dep. of Oral Pathology
O
crescimento gengival excessivo pode estar vinculado à fatores hereditários
como na fibromatose gengival hereditária (FGH), ou em decorrência de efeitos
adversos provocados por drogas como a fenitoína, no caso da hiperplasia
gengival dilantínica (HGD) ou por imunossupressores, como na hiperplasia
gengival por ciclosporina A (HGCSA). Estas três entidades apresentam
semelhantes aspectos clínicos e histopatológicos. As células de Langerhans e
os dendrócitos fator XIIIa+ apesar de serem populações celulares distintas
apresentam algumas semelhanças morfo-funcionais. Objetivando estudar a
participação dos dendrócitos fator XIIIa+ e células de Langerhans nestas lesões,
foram analisados 2 casos de FGH, 2 de HGD e 2 de HGCSA, através da técnica
imuno-histoquímica da streptoavidina-biotina, utilizando anticorpos anti-fator
XIIIa+ e anti-S-100. Os nossos resultados demonstraram não haver diferenças
estatisticamente significantes entre as lesões estudadas com relação ao número
de células de Largerhans e dendrócitos
fator XIIIa+ (teste Kruskal-Wallis).
Concluímos
que provavelmente os mecanismos envolvidos na apresentação de antígenos
mediada pelas células de Largerhans e
dendrócitos fator XIIIa+ nas lesões estudadas são bastante semelhante.
222
Efeito tóxico
do amálgama sobre o desenvolvimento de germes dentais
R.H.Vilarinho*; L.T.O .Ramalho; S.Hetem.
Depto. de Morfologia - Fac. de Odontologia de Araraquara
UNESP- SP - Tel.: (016)
232-1233
O amálgama
com ampla aplicação na clínica odontológica como material restaurador que
oferece muitas vantagens sobre os outros materiais incluindo facilidade de
manipulação, baixo custo, razoável resultado clínico e resistência às forças
mastigatórias, tem sido questionado quanto a sua toxicidade. O objetivo é
analisar “in vitro” a citotoxicidade do amálgama, após sua remoção da
cavidade oral, sobre o desenvolvimento de germes dentais. Duzentos germes de
primeiros molares inferiores de fetos de camundongocom 17 dias foram cultivados
“in vitro” na presença de fragmentos de amálgama por 6 dias incubados a 37°C
em atmosfera umidificada. O meio de cultura ( MEM Eagle) foi trocado a cada 2
dias. Assim os germes foram submetidos a procedimentos histológicos para análise
de seu desenvolvimento.Os resultados mostraram diferenças no desenvolvimento
entre os grupos experimental e controle. Algumas células do epitélio interno
do esmalte na porção cúspidea não diferenciaram mas mantiveram-se baixas.
Alterações na papila e odontoblastos também foram observadas.
Os
resultados sugerem que em alguns pontos referentes às cúspides os ameloblastos
apresentaram atraso de desenvolvimento comparado ao grupo controle.
Apoio
financeiro da FAPESP- Processo 96/4409-3
223
Efeito da
ciclofosfamida na A.T.M. após condilectomia unilateral em camundongos
L.T.TEÓFILO*;
H.M.TEIXEIRA.; L.T.O.RAMALHO, S.HETEM
Depto. de Morfologia -
Histologia - FOAr - UNESP - (016)
232-1233-R 158
O processo
condilar é uma das partes mais estudadas da articulação temporomandibular por
ser um dos centros de crescimento da face e muito envolvido em cirurgias e
fraturas. A ciclofosfamida é uma droga anti-neoplásica que age a nível
celular determinando um bloqueio do DNA, provocando retardo na proliferação
epitelial, alterações na mucosa da cavidade bucal e diminuindo a vascularização
do tecido de granulação. A proposta do trabalho é verificar a influência
dessa droga sobre o reparo ósseo após condilectomia. Utilizamos 35 camundongos
divididos em dois grupos: controle e experimental que tiveram seus côndilos
removidos cirurgicamente; os animais do grupo experimental receberam dose única
de ciclofosfamida (150mg/Kg) cerca de 12 horas após a cirurgia. O sacrifício
ocorreu aos 5,10,15,30 e 45 dias após a cirurgia. Os resultados demonstram que
a ciclofosfamida provoca um atraso no processo de reparo ósseo.
É lícito
concluir que a droga lentifica o reparo ósseo, que se faz às expensas da
neoformação cartilaginosa e remodelação óssea. É importante ressaltar que
a A.T.M. se reestrutura frente à agressão.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo nº 96/1689/ - 5
224
Comparação
da citodiferenciação de linhagens celulares derivadas de adenoma pleomórfico
e de mioepitelioma de glândulas salivares
P.T. OLIVEIRA*; M.M.M.
JAEGER; V.C. ARAÚJO; R.G. JAEGER -
Patologia Bucal, FO-USP
Adenoma
pleomórfico e mioepitelioma são neoplasias de glândulas salivares que exibem
aspectos clínicos e histológicos semelhantes (Dardick, Ultrastruct. Pathol.,
19:335-345, 1995). Para avaliar o estágio de diferenciação das células de
maior capacidade proliferativa dessas neoplasias, utilizamos linhagens celulares
derivadas de adenoma pleomórfico (AP2) e de mioepitelioma (M1). Estudamos a
expressão de proteínas citoesqueléticas, os aspectos subcelulares e a
resposta das linhagens à membrana basal reconstituída (Matrigel). Células AP2
mostraram imunomarcação a vimentina e citoqueratina 14, enquanto que células
M1 a vimentina, pan-queratina e actina de músculo liso. Estudo subcelular da
linhagem AP2 revelou características de células pouco diferenciadas. Células
M1 mostraram aspectos subcelulares de fenótipo mioepitelial bem diferenciado,
exibindo feixes de microfilamentos com adensamentos focais. Após uma semana
envolvidas por Matrigel, células AP2 exibiram formação de estruturas
ductiformes e células M1 organizaram-se em cordões celulares.
Nossos
resultados indicam que células AP2 exibem fenótipo epitelial glandular neoplásico
pouco diferenciado, enquanto que células M1, fenótipo mioepitelial neoplásico
bem diferenciado. Admitindo-se que o adenoma pleomórfico e o mioepitelioma
resultem de proliferação neoplásica de células do ducto intercalado de glândulas
salivares, o adenoma pleomórfico originar-se-ia de células mais
indiferenciadas e permissivas, enquanto que células já comprometidas com a
diferenciação no sentido mioepitelial dariam origem ao mioepitelioma.
225
Aspectos clínicos,
histo e citopatológicos da Leucoplasia Pilosa
A.SILVA Jr*;
E.C.FEIJÓ; G.A.C.POLIGNAMO; E.C.FONSECA.
Depto
de Patologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói,RJ.
Muitas
investigações tentam melhor diagnosticar a Leucoplasia Pilosa (LP).
Atualmente, critérios nucleares indicativos da infecção pelo EBV permitem o
diagnóstico histo e/ou citopatológico, embora alguns só o considerem
definitivo com identificação do EBV. O objetivo deste estudo foi avaliar os
aspectos clínicos, a precisão da histopatologia e a eficácia da citopatologia
no diagnóstico da LP.
Estudo
retrospectivo: 14 pacientes com AIDS e LP. Aspectos avaliados: a) Clínicos:localização,
tamanho e configuração da lesão; b) Histopatológicos:paraceratose,hiperplasia
epitelial,células claras, alterações nucleares (inclusão, núcleo em
“vidro fosco” e em “colar”) e a presença de Candida sp; c)
Imuno-histoquímicos: anticorpo anti-EBV. Estudo prospectivo: em esfregaços de
30 pacientes com LP investigou-se:a)disposição,orangeofilia e alterações
nucleares das células epiteliais; b)Candida
sp.
As lesões
planas(43%) e pequenas(36%) predominaram. As alterações nucleares foram diagnósticas
de LP, exibindo imunopositividade para o EBV. Alterações nucleares foram
observadas em todos os esfregaços, sendo que o núcleo “em colar” foi
identificado em 100%. A candidíase foi frequente.
A
Leucoplasia Pilosa possui critérios histopatológicos próprios e suficientes
para o diagnóstico da lesão e de compatibilidade com a infecção pelo EBV. A
citopatologia foi diagnóstica em 100% dos casos, quando baseada na presença do
núcleo “em colar”, identificado com facilidade. Considerando a importância
do diagnóstico preciso da LP na AIDS, concluímos que é necessário uma ampla
divulgação da Citopatologia como método de escolha para diagnóstico de lesões
clinicamente suspeitas de Leucoplasia Pilosa.
Apoio:Capes/CNPq/Curso de Pós-graduação de Patologia-UFF.
226
Citologia
esfoliativa da mucosa normal frente fumo e chimarrão
M. ROSOLEN;
M. C. A. E SILVA*; P. V. RADOS
Mestrado em Patologia
Bucal, Faculdade de Odontologia da UFRGS – RS
Chimarrão
é uma infusão de ervas Ilex Paraguaiensis, contendo cafeína (3g/l), é uma
bebida quente consumida no Uruguai, Paraguai, Argentina e Sul do Brasil. Estudos
epidemiológicos têm encontrado uma associação positiva entre beber chimarrão
e câncer de esôfago, cavidade bucal, faringe, laringe, estômago e bexiga.
Existindo uma correlação também entre o chimarrão e o fumo.O objetivo deste
trabalho foi observar os aspectos citológicos da mucosa bucal, em áreas de
risco para câncer: lábio inferior, soalho bucal e borda de língua. Foram
avaliados 66 indivíduos do sexo masculino de 30 à 79 anos,
sendo 20 fumantes e bebedores de chimarrão; 10 fumantes e não bebedores
de chimarrão; 19 não fumantes e bebedores de chimarrão e 17 não fumantes e não
bebedores de chimarrão.Os esfregaços obtidos foram corados pela técnica de
Papanicolaou e contadas 100 células, no aumento de 400X, de acordo com os
seguintes critérios: superficiais anucleadas, superficiais nucleadas e
intermediárias.Os resultados observados demonstraram que no lábio e na borda
da língua, o número de células descamadas é maior com o hábito do chimarrão
associado ou não ao fumo (células intermediárias e superficiais com núcleo).
O hábito do fumo isoladamente provoca diminuição do número destas mesmas células
descamadas nestas duas áreas anatômicas.Estes resultados foram submetidos ao
teste do Qui quadrado e mostrou significância à 1%.
Nestas áreas
anatômicas, avaliadas a ação destes irritantes, provoca mudanças no padrão
das células epiteliais descamadas.
Apoio
financeiro da CAPES.
227
Análise
dos níveis de contaminação e desinfecção dos plastificadores de godiva
F. R. S.
FRANCO*
1; V. H. PELLIZARI 2; F. C. RIBEIRO 1
1. Depto.
de Prótese da FOUSP/SP 2. Lab. de Microbiologia Ambiental, ICB - USP/SP
As áreas de
saúde têm se deparado com um problema cada vez mais sério que é o da infecção
cruzada. Embora o enfoque principal seja sempre o perigo de contaminação com
AIDS e Hepatite B, devemos nos lembrar que existem outros patógenos que também
são transmitidos pelos fluidos bucais como saliva, sangue e perdigotos. Entre
eles temos a tuberculose, pneumonia, caxumba, mononucleose infecciosa e outros.
Nossa preocupação neste trabalho centralizou-se em analisar quais os níveis
de contaminação e potencial de infecção existentes nos plastificadores de
godiva através da contagem das bactérias heterotróficas totais existentes na
água expressos em UFC/ml, vez que estes banhos-maria podem vir a funcionar como
um meio de cultura para vários microrganismos presentes na cavidade oral e a
partir dali serem transmitidos para uma grande rede de pessoas. A análise dos
resultados nos permitiu concluir que existe a contaminação da água com os
fluidos bucais dos pacientes em níveis muito superiores aos estabelecidos pela
Portaria da Vigilância Sanitária; que o uso rotineiro destes aparelhos sem
cuidados apropriados de desinfecção permite o crescimento de microorganismos,
sugerindo um protocolo de limpeza e desinfecção com glutaraldeído 2% por 30
min. após lavagem com água e sabão com fricção.
Apoio
financeiro: FOUSP
228
Contaminação
cruzada durante o polimento de próteses totais
N. GNOATTO*;
A. M. AGOSTINHO; P. R. MIYOSHI; R. X. ALVES°; H. F. O. PARANHOS; S. L. S.
SALVADOR
FORP-USP, FCFRP-USP.
O presente
trabalho objetivou verificar a possibilidade de transferência microrganismos em
laboratórios de prótese a partir do polimento de próteses totais de pacientes
desdentados. Para tal finalidade foram determinados: Grupo I - número total de
unidades formadoras de colônias (U.F.C.) transferidas ao operador durante o
processo de polimento das próteses. Grupo II - número total de U.F.C.
transferidas a próteses previamente esterilizadas após o procedimento com o
Grupo I. Grupo III - número total de U.F.C. remanescentes no cone de feltro da
politriz após os procedimentos efetuados com os Grupos I e II. A contagem total
de U.F.C. foi determinada após a semeadura dos materiais em ágar-B.H.I.-sangue
após a incubação a 37ºC/48 horas.Os resultados permitiram constatar: I.
Grande disseminação de microrganismos pelo processo de polimento protético.
II. Alta transferência de microrganismos às próteses estéreis (X=1,7 x 107
U.F.C.). III. Alto potencial contaminante do cone de polimento, pelo número de
U.F.C. remanescentes ao término do procedimento (X=3,5 x 108
U.F.C.).
Conclui-se
que o processo de polimento de próteses totais é responsável por uma alta
disseminação de microrganismos no meio laboratorial, requerendo cuidadosa
rotina de controle de infecção.
* Bolsista
de iniciação científica CNPq-USP.
229
Estudo in
vitro da atividade de exoenzimas de Candida albicans da boca de indivíduos
saudáveis e com estomatite protética
F. R. X. SILVEIRA; E. G.
BIRMAN; S. F. BUENO* - Depto. de
Estomatologia. Faculdade de Odontologia da USP – SP
Candida
albicans,
habitante do tubo digestivo de ser
humano é bastante comum, também,
na cavidade bucal. Apresenta
atividade de produção de exoenzimas, dentre as quais, proteinase e
fosfolipase, em níveis variáveis, tidas como fatores de virulência. A freqüente
observação de casos da
denominada estomatite protética, em cuja etiologia C. albicans tem sido
discutida como importante componente, levou os autores à indagação da possível
ação in vitro dessas enzimas, produzidas por amostras isoladas da boca de
indivíduos saudáveis, dentados, fumantes e não fumantes (Grupo I) e indivíduos
portadores de prótese total, com estomatite protética, fumantes e não
fumantes (Grupo II), estabelecendo
e analisando os biotipos baseados nesses fatores, da levedura e dos portadores.
As amostras foram identificadas de acordo com a metodologia proposta por Lodder,
J. The Yeasts: a taxonomic study. 2 Ed. Amsterdan, North-Holland, 1385 p., 1970,
segundo o protocolo da seção de micologia do Departamento de Microbiologia do
ICB-USP. Do total das amostras (63) foi possível estabelecer 25 biotipos, dos
quais 14 pertenciam ao Grupo I, sendo os mais freqüentes representados
por 32221 e 32220. Dos 11
restantes, os mais representativos foram, respectivamente, 33112, 33113 e 32112.
Foi empregado o teste estatístico de correlação de Spearman para análise dos
níveis de produção de proteinase e fosfolipase para os dois grupos estudados,
tendo havido significância ( a = 0,01)
Os
autores concluiram que os biotipos evidenciaram um padrão de saprofitismo para
o Grupo I e um padrão de comprometimento local para o Grupo II.
230
Susceptibilidade
de cepas de Candida albicans isoladas de pacientes com estomatite protética
a drogas antifúngicas
J.
M. Batista; A. E. Cury; E. G. Birman* -
Faculdade de Odontologia e Ciências Farmacêuticas da Universidade de São
Paulo
A estomatite
protética está associada a vários fatores etiológicos, entre eles fungos,
principalmente Candida albicans. Dado a difícil abordagem terapêutica
desta lesão, procuramos avaliar a susceptibilidade de C. albicans a
alguns agentes antifúngicos. Assim, foram isoladas 19 cepas de C. albicans
do palato de portadores de próteses totais superiores com estomatite protética.
Utilizando-se de “swabs” alginatados, o material foi removido e cultivado em
placas de ágar-Sabouraud-dextrose + cloranfenicol, sendo posteriormente
identificado, conforme protocolo do departamento de Microbiologia – secção
de Micologia ICB (USP), de acordo com Lodder, J. The yeasts: A Taxonomic Study.
2a
Ed. Amsterdan, N. H., 1970, 1385p. A atividade antifúngica das seguintes
drogas: anfotericina B (derivado poliênico – diluida e sol. aquosa)1
e cetoconazol e miconazol ( derivados azóicos – diluidos em dimetil-sulfóxido)2
foi avaliada “in vitro”, pela técnica de diluição em ágar a fim de
determinar as concentrações inibitórias e fungicidas mínimas (CIM e CFM). Os
resultados indicaram que para anfotericina B os valores de CIM e CFM foram
baixos (£ 0,15mg/mL) frente a todas as cepas estudadas. A CIM foi £ 4,00mg/mL,
revelando miconazol com melhor ação que o cetoconazol. As CFMs foram ³
16,00mg/mL frente a maioria das cepas para estes azóis.
A
anfotericina B demonstrou ótima atividade fungicida em baixas concentrações,
enquanto os azóis apresentaram boa atividade fungistática, mas não fungicida,
indicando a necessidade de uma reavaliação no tratamento destas lesões.
1-Fungizon-Squibb;
2-Johnson & Johnson, com 100% de potência.
231
Presença
de Candida em indivíduos
controle e pacientes com fatores predisponentes.
A.O.C
JORGE*; C.A.P. MARTINS; C.Y. KOGA-ITO.
Odontologia de São José
dos Campos- UNESP e Odontologia de Taubaté-UNITAU
Os
microrganismos do gênero Candida são em geral comensais da cavidade
bucal, mas em determinados indivíduos e em situações específicas, podem
transformar-se na forma parasitária produzindo candidoses bucais. O objetivo
deste trabalho foi analisar a presença das espécies do gênero Candida
na saliva de indivíduos controle, comparando com pacientes que apresentavam
diferentes fatores predisponentes. Foram utilizados 493 pacientes divididos em 7
grupos: prótese total, prótese parcial removível, periodontite crônica do
adulto, respiração bucal, aparelho ortodôntico fixo, aparelho ortodôntico
removível e aparelho extra-bucal. O grupo controle consistiu de 570 indivíduos
que não apresentavam nenhum destes fatores, divididos em 2 grupos: infantil e
adulto. Foram realizadas contagens de leveduras na saliva e realizada a
identificação das espécies do gênero Candida. A comparação entre as
porcentagens de isolamento foi realizada utilizando o teste qui-quadrado (p<0,05).
Todos os grupos com fatores predisponentes apresentaram porcentagem de
isolamento superior em relação aos controles, porém apenas o grupo de
portadores de prótese parcial removível (52%), portadores de prótese total
(50,67%) e usuários de aparelhos ortodônticos tipo arco extra-oral (45%) e
placa acrílica (42,35%) apresentaram diferenças de proporção
estatisticamente significantes.
Os
resultados mostraram maior porcentagem de pacientes positivos para Candida
nos grupos com fatores predisponentes em relação aos controles. Houve predominância
de isolamento de C. albicans em todos os grupos, porém os pacientes com
fatores predisponentes apresentaram diversidade maior de espécies.
232
Avaliação
antimicrobiana de cinco substâncias usadas no preparo químico-cirúrgico do
sistema de canais radiculares
L.B. GONÇALVES*; M.D.B.
MANGELLI; R. HIRATA JR. - Departamento de Microbiologia, FO/UERJ
O objetivo
deste estudo foi o de avaliar a atividade antimicrobiana de cinco substâncias
disponíveis comercialmente (Solução de Dakin, Solução de Milton, soda
clorada, Endo-PTC e RC-prep, respectivamente números 1, 2, 3, 4 e 5) e usadas
como auxiliares no preparo químico-cirúrgico do sistema de canais radiculares
em cepas de Porphyromonas endodontalis e Porphyromonas gingivalis.
A atividade antimicrobiana de cada substância foi determinada pelo método
de difusão de discos em ágar. Cada
disco possuia 7mm de diâmetro e era embebido em 15µl de cada substância.
Os discos foram dispostos na superfície de placas de Petri contendo meio
de ágar-sangue suplementado com 10µg/ml de hemina e 1µg/ml de menadiona,
previamente semeadas com Porphyromonas gingivalis ATCC 332277, MC18, W83 e
Porphyromonas endodontalis f11.
Após incubar as placas em
jarras de anaerobiose a 37ºC por 48 horas, a atividade antimicrobiana das substâncias
foi determinada pela formação de zonas de inibição ao redor dos discos.
A substância 5 (RC-prep) foi a única a apresentar zonas de inibição
significativas e ao mesmo tempo variáveis (de 1,5 a 3,0cm de diâmetro) frente
à diferentes cepas de Porphyromonas gingivalis. Entretanto, nenhuma zona de inibição foi detectada na cepa
de Porphyromonas endodontalis. Uma
pequena zona de inibição foi observada na substância 3 (soda clorada), mas não
foi constante em todas as cepas testadas. Observou-se
também um efeito hemolítico da substância 4 (Endo-PTC).
Os
autores concluíram que a substância 5 (RC-prep) foi a melhor amostra testada.
233
Relação
entre o Grau de Imunossupressão e Manifestações Orais em Crianças HIV+
L.C.
SANTOS*; L. F. R. TURA; I.P.R. SOUZA
FO-UFRJ/IPPMG/NESC
Este estudo
verificou a freqüência de manifestações orais em tecidos moles e sua relação
com o grau de imunossupressão em 80 crianças HIV+, entre 2 e 12 anos, de ambos
os sexos, pacientes do Ambulatório de AIDS Pediátrica/IPPMG/UFRJ. O exame oral
foi realizado por um único examinador, com auxílio de espelho bucal plano,
gaze e lanterna. Os valores de CD4%, obtidos dos prontuários médicos, foram
utilizados para definir o grau de imunossupressão (Classificação de AIDS Pediátrica,
CDC, 1994). Para análise estatística foi usado o teste Qui2.
Dos 80 pacientes examinados, 62,5% não apresentaram nenhuma manifestação
oral, sendo sua média de CD4% 17,78. Os 37,5% restantes apresentaram pelo menos
uma manifestação e sua média de CD4% foi 9,33. A diferença entre as médias de CD4% para os dois
grupos foi estatisticamente significativa (p=0,0001). Dos pacientes com lesão,
22,5% apresentaram candidíase oral (CO), sendo 72,2% tipo pseudomembranosa,
44,4% eritematosa e queilite angular. Quanto ao grau de imunossupressão
associada a CO: 86,7% tinham imunossupressão grave (IG) e 13,3% moderada(IM). A
gengivite ocorreu em 17,5% dos pacientes, sendo 71,4% com IG, 21,4% IM e 7,1%
imunossupressão ausente (IA). A hipertrofia de parótidas manifestou-se em 8,8%
das crianças, sendo 28,6% IG, 57,1% IM, 14,3% IA. Apenas uma criança (1,3%)
manifestou lesões de herpes simples e IM ocorrendo o mesmo para leucoplasia
pilosa.
Crianças
com IG apresentaram mais manifestações do que as com IM ou IA; sugerindo uma
relação entre a presença de manifestações orais e a progressão da infecção
pelo HIV.
Apoio
Financeiro:CNPq-Processo no 521652/95-2
234
Avaliação
da ação antimicrobiana do Cervitec na saliva de
pacientes ortodônticos
M.E*.RAMOS;
L. MONTEALTO; J. MASSAO ; M. UZEDA.
FO-UERJ / FO-UFRJ - Brasil
- Tel.: (021) 295-7011
O objetivo
deste trabalho foi avaliar o efeito antimicrobiano “in vitro” de um verniz
composto de clorexidina e timol (“Cervitec”) sobre a microbiota mista da
saliva de 10 pacientes portadores de aparelhos ortodônticos fixos totais e 10
controles (sem aparelhos). Preliminarmente comparou-se a densidade bacteriana
salivar dos 2 grupos, através de cultura e contagem das unidades formadoras de
colônias por mililitro (UFC/ml), não se tendo detectado diferença
estatisticamente significativa pela aplicação do teste de Mann-Whitney. A
seguir, estudou-se o efeito antibacteriano do verniz e seus componentes
isoladamente, através do teste de inibição por difusão em ágar,
utilizando-se discos impregnados com: verniz Cervitec (composto de clorexidina a
1% e timol a 1%), clorexidina pura em solução aquosa a 1%, timol puro a 1%, álcool
(diluente do timol) e verniz placebo (composto de polivinil butiral e etanol). A
medida dos diâmetros dos halos de inibição do crescimento microbiano forneceu
os seguintes resultados em termos de média e desvio padrão, respectivamente:
8,85 e +3,74 para o Cervitec; 13,45 e +2,01 para a clorexidina;
2,73 e +3,59 para o timol, e 0,0 e +0,0 para o álcool e o
placebo. A análise estatística pelo teste de Wilcoxon revelou uma diferença
significante entre o verniz Cervitec e a clorexidina pura a 1% em relação aos
outros materiais testados.
Concluiu-se
que o verniz Cervitec é antimicrobiano e atua através de difusão em ágar
sobre culturas mistas de saliva.
235
Níveis de
estreptococos do grupo mutans em pacientes com Síndrome de Down
S.L.SALVADOR;
L.C.FIGUEIREDO*; W.MESTRINER JR.; N.C.V.GONÇALVES.
FCFRP-USP, FORP-USP,
FOAr-UNESP.
Os níveis
de estreptococos do grupo mutans na saliva têm sido utilizados para indicar
risco à cárie, bem como avaliar a necessidade ou a eficiência de medidas
preventivas. O objetivo deste estudo foi avaliar a experiência de cárie e os níveis
salivares de estreptococos do grupo mutans em pacientes com Síndrome de Down.
Para tal finalidade, foram selecionados 20 pacientes institucionalizados
portadores de Síndrome de Down-SD (Grupo I), com faixa etária entre 15 a 32
anos de idade, os quais foram comparados com dois grupos controles com sexo e
idade semelhantes: Retardo no Desenvolvimento Neuro-Psico-Motor
institucionalizados-RDNPM (Grupo II) e Normais-N (Grupo III). A experiência de
cárie foi determinada pela aplicação do índice CPOS (OMS) e a condição de
higiene oral foi avaliada pelo IHO (Greene & Vermillion, 1964). A contagem
de estreptococos do grupo mutans, expressa pelo número de Unidades Formadoras
de Colônias-UFC, foi determinada pela cultura de amostras de saliva em Agar
Sacarose Bacitracina (SB20). Os resultados do índice CPOS para os grupos I, II e III
foram, respectivamente, 25,9; 29,5 e 11,8. Para o IHO foram 1,6; 1,5 e 0,6,
enquanto que para o número de UFC foram 8,7 x 106;
3,2 x 107
e 1,8 x 107.
Diferenças estatisticamente significantes (Teste U de Mann-Whitney) foram
encontradas para o CPOS e IHO entre os grupos I x II e II x III (p < 0,01), e
para a contagem de estreptococos do grupo mutans entre os grupos I x III (p <
0,05).
Os
resultados permitem verificar que os pacientes com Síndrome de Down
apresentaram menor número de UFC de estreptococos do grupo mutans comparados
aos pacientes normais.
236
Esterilização
rápida de cones de guta-percha por hipoclorito de sódio
C.R.
KOTAKA*; R. REDMERSKI; M.M. HIDALGO; C.L. CARDOSO
Departamentos de
Odontologia e de Análises Clínicas, UEM, Maringá – PR
Os cones de
guta-percha constituem atualmente o material mais usado para a obturação dos
canais radiculares. Entretanto, por não resistirem aos processos convencionais
de esterilização, eles necessitam de uma descontaminação rápida no momento
de uso para não quebrar a cadeia de assepsia, que constitui um fator essencial
para o sucesso do tratamento endodôntico. Apesar da reconhecida tradição de
uso do hipoclorito de sódio como germicida na prática odontológica, sua eficácia
na esterilização rápida (1-15 minutos) de cones de guta-percha tem sido muito
pouco investigada em nosso meio. No presente trabalho, realizamos um estudo
“in vitro” comparando a ação de diferentes concentrações da solução de
hipoclorito de sódio (0,25% a 4%) sobre cones de guta-percha contaminados com Staphylococcus
aureus, Escherichia coli e esporos de Bacillus subtilis.
Como controle foi usado, em paralelo, uma solução de hipoclorito padrão
doseada por volumetria. Após 1 minuto de tratamento as soluções ensaiadas
apresentaram efeito bactericida e esporocida a partir das concentrações de,
respectivamente, 0,25% e 1%. Na concentração de 0,25%, as soluções testadas
somente foram efetivas na destruição dos esporos a partir do tempo de exposição
de 5 minutos.
Com base
neste estudo, recomenda-se o tratamento dos cones durante 1 minuto quando do
emprego do hipoclorito de sódio a 1% (solução de Milton) e de no mínimo 5
minutos no caso da utilização do líquido de Dakin (hipoclorito de sódio a
0,5%).
*Bolsista
PIBIC/CNPq-UEM.
237
Condições
periodontais e teste BANA em pacientes renais crônicos
M.
FUJIMAKI*; O.P.S. ROSA; M.C.M. GUIMARÃES; W.A. BRETZ
Disciplina Microbiologia
Imunologia-Departamento de Patologia - FOB-USP
Através de
indicadores clínicos e microbiológicos, buscou-se avaliar as condições
periodontais de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise.
Um total de 16 pacientes, de 29 a 53 anos de idade (42±7 anos), tempo de diálise
de 10 a 88 meses (29±22 meses), número de dentes de 19 a 29 (23±4 dentes) e
que não receberam antibioticoterapia nos últimos três meses, foi submetido a
exame clínico periodontal de boca toda com relação aos índices de placa(IP),
gengival(IG), cálculo(IC), recessão gengival(RG), profundidade de bolsa(PB) e
nível de inserção à sondagem(NI), e à colheita de placa subgengival dos
quatro sítios com a maior profundidade de sondagem, para a realização do
teste BANA (“PerioScan”- Oral B - USA), indicador da presença de número
elevado de P.gingivalis e/ou Bacteroides forsythus e Treponema
denticola. As médias e desvios-padrão para os índices IP, IG e IC foram
de 1,64±0,56, 0,64±0,42 e 1,17±0,64, respectivamente. As medidas de PB, RG e
NI apresentaram em 98,2%, 97,9% e 84,2% dos sítios, valores £ 3mm e médias e
desvios-padrão de 1,77±0,32, 0,57±0,55 e 2,34±0,64 respectivamente.Do total
de 64 sítios amostrados, 23 (35,9%) foram BANA-positivos. O estudo das correlações
pelo teste de Spearman, não evidenciou correlação entre o teste BANA e IP,
IG, IC, PB, RG e NI do mesmo sítio. A maior positividade do teste num indivíduo,
porém, correlacionou-se com a recessão gengival média da boca toda (p=0,035)
e com a idade (p=0,001).
Os
pacientes com IRC, apesar da presença de fatores irritantes locais e ambientes
anaeróbios, não apresentam condições periodontais severas.
238
Avaliação
da contaminação de cones de papel absorvente
F.C. PIMENTA*;
A.H.G. ALENCAR; C. ESTRELA; C.B. GOULART
Deptº MIPP-IPTSP / Deptº
de Ciências Estomatológicas, FO da UFG-GO 062-261-1460.
Cones de
papel absorvente são largamente usados durante o tratamento endodôntico para
secagem dos canais radiculares. Para a manutenção da desinfectation dos canais
radiculares, impoê-se o emprego de cones de papel estéries. O objetivo do
presente trabalho foi avaliar a contaminação de cones de papel absorvente de
quatro marcas comerciais (Tanari e Tanari esterilizada; Dentsply e Dentsply
esterilizada; Diadenty esterilizada; Conne). Em zona asséptica, com auxilio de
uma pinça esterilizada, foram retirados 20 cones de cada marca, aleatoriamente,
da primeira e segunda série, somando um total de 120 cones. Estes foram
inoculados em tubos de ensaio contendo 5 mL de caldo tioglicolato e incubados à
37oC
e observadas diariamente até sete dias. As culturas positivas foram submetidas
a coloração de Gram para a identificação presuntiva dos microrganismos. Os
resultados mostraram que dos 20 cones Tanari esterilizado analisados 14 estavam
contaminados e da Dentsply esterilizada 17 amostras estavam contaminadas com
bacilo Gram positivo esporulado. Não foi encontrada contaminação nos cones da
marca Diadent nem da Conne.
Conclui-se
que os cones de papel absorvente das marcas Tanari pré-esterilizada e Dentsply
pré-esterilizada, ou não, estavam contaminadas e deveriam ser esterilizadas
antes do uso clínico.
239
Leveduras
da cavidade bucal: Detecção de sensibilidade a diferentes antimicóticos
R.V.P. Azevedo1*;
M.C. Komesu2; R.C. Candido2; F.H.C. Rezende3; C. Salvetti3
1FCFRP-USP, 2FORP-USP,
3Alunos
de Iniciação Científica
Nosso
objetivo foi avaliar a sensibilidade de leveduras do gênero Candida,
da cavidade bucal, com e sem lesão, frente diferentes antimicóticos.
Foi detectada a suscetibilidade a antifúngicos, pela técnica do Etest
(AB BIODISK-Solna, Suécia), com o agar RPMY-1640 (Sigma), semeadura em 8 direções,
com zaragatoa (37ºC-24h). A
determinação da diluição inibitória mínima (DIM) dos anti-sépticos foi
realizada com a técnica da diluição em meio sólido (MHA-Difco), e semeadura
com aplicador de Steers (37º-24 e 48h). Observou-se
que 7/10,3% cepas apresentaram resistência a algum antifúngico, sendo 3 de lesão
e 4 de saliva ou língua. Verificou-se
que C.albicans, 23/lesão e 30/nichos sadios, foram sensíveis,
com exceção de 1 cepa Ketoconazol/R. Quanto
às C.tropicalis, 4/lesão e 4/outros nichos, detectou-se 1 cepa
de cada amostra Itraconazol/R e 1 de lesão Fluconazol/R. As C.parapsilosis
foram sensíveis. Candida spp, C.krusei e C.guilliermondii
apresentaram cepas Fluconazol/R. Somente
1 paciente albergava 2 cepas, C.tropicalis, resistentes a
Itraconazol e Fluconazol. 67 cepas (95,7%) foram sensíveis aos anti-sépticos,
sendo 29/42% com DIM de 1:160 para o Periogard e 1:20 para a Própolis;
dentre estas, 28/96,55% C.albicans. Resultados diferentes
ocorreram com o Periogard, variando de 1:100-1:200 para C.albicans
e, 1:200-1:300 para outras espécies. Em
relação à Própolis, C.albicans e C.tropicalis
apresentaram DIMs de 1:20 ou 1:40 e outras espécies, DIM de 1:20. As 3 cepas
resistentes à Própolis foram C.albicans, C.tropicalis
e C.glabrata, isoladas de lesões bucais.
Provas
microbiológicas possibilitam a escolha do agente terapêutico adequado. A Própolis
e o Periogard (clorexidina) poderão ser empregados, também, na prevenção da
candidose bucal.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo 95/3694-3.
240
Estreptococos
do grupo mutans na placa dentária das superfícies interproximais
M.N.
Shigetomi*; L. Fonseca; P.P.L. Cazelli
Curso de Odontologia,
UFES-ES
O trabalho
tem como objetivo relacionar os índices CR, placa (IP) e gengival (PMA), com a
presença de estreptococos do grupo mutans na saliva e nas superfícies
interproximais da dentição decídua e permanente. Foram selecionados pacientes
com dentição decídua ou permanente completa de ambos os sexos. A colheita é
feita introduzindo uma fita dental nas superfícies interproximais dos molares
(M), pré-molares (PM) permanentes, e entre canino e 1o
molar decíduo (C), que após removidas são imediatamente transferidas para
tubos contendo salina tamponada esterelizada (PBS), a coleta da saliva é feita
com auxílio de tubo de ensaio. Após dispersões e diluições são semeadas em
SB20 As placas são encubadas a 37oC
por 48 a 72 horas.
Avaliando
a associação entre o número médio de ufc de estreptococos do grupo mutans
detectados na superfície interproximal de PMS, ou PMI, ou MS, ou MI com os índices
CR, IP e PMA pacientes com dentição permanente completa, verifica-se não
haver diferença significativa entre elas. Revendo, então a associação entre
o número médio de ufc de estreptococos do grupo mutans detectados em todas as
superfícies interproximais estudadas com os índices CR, e IP deste mesmos
pacientes observou-se haver diferença significativa (p<0,05), o que implica
dizer que a chance de um paciente com dentição permanente completa com maior
índice CR ou IP albergará maior número de ufc de Estreptococos do grupo
mutans nas superfícies interproximais. Não foi observado diferença
significativa na associação entre o número médio de estreptococos do grupo
mutans na PMA das superfícies interproximais da dentição permanente.
CNPq-PRPPG/UFES.
241
Grupo mutans:
suscetibilidade microbiana 60 dias após o uso de “Dentafrício”
RFG André1*;
FC Pimenta2; HFO Paranhos1; EHG Lara3; E Panzeri1;
IY Ito3
1FORP-USP, 2FO-UFGO,
3FCFRP-USP.
Estreptococos
do grupo mutans, agente etiológico da cárie, além da formação da placa
dental, pode aderir na dentadura e formar BIOFILME/placa dentadura.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a concentração inibitória
mínima e a diluição inibitória máxima de enxaguatórios bucais, de 53 cepas
de grupo mutans em formas sésseis, isoladas de 46 próteses totais, 60 dias após
o uso da pasta formulada “DENTAFRÍCIO”,
23 cepas do grupo experimental e 26 do grupo controle. Os enxaguatórios
bucais: gluconato de clorexidina (Periogard: Colgate-Palmolive Ltda, SP) a
0,12%, cloridrato de cetilpiridinio (Merrel Lepetit Ltda, SP) a 0,5mg% e
triclosan (Colgate-Palmolive Ltda, SP) a 0,03%, foram submetidas a diluição
seriada de 1:20 a 1:2560, em agar Brain Heart Infusion Agar (Difco) e semeadas
com o multiaplicador de Steers. Em seguida, foram incubadas em jarras de
anaerobiose por 24 horas a 37ºC, pelo sistema
de chama de vela. Foram considerados CIM a menor concentração sem
crescimento. Cepacol foi o menos ativo, com 3,125ug/mL (controle) e 6,25ug/mL
(experimental), seguido de Periogard, com CIM de 3,7ug/mL (controle e
experimental), e Plax, o mais
ativo, com 1,875ug/mL (controle e experimental). Em relação a DIM, os
resultados foram: 320 para
Periogard (controle e experimental), 320 (controle) e 160 (experimental) para
Cepacol, e 160 (controle e experimental) para Plax.
Concluiu-se
que estes três enxaguatórios bucais podem ser usados como adjuvantes na
manutenção da higiene da dentadura.
Supported by
CNPq/USP #80.30.70/87.0
242
Ácidos siálicos
na superfície celular de Porphyromonas endodontalis
R.R.L.S.
COLLAZO*; R.. GONÇALVES; W. ALVIANO; C.S. ALVIANO; M. UZEDA
Instituto de Microbiologia
Prof.Paulo de Góes - UFRJ.
Porphyromonas
endodontalis é uma
bactéria assacarolítica, obrigatoriamente anaeróbica e produtora de pigmento
negro. Ácidos siálicos são constituintes de glicoconjugados de vários
organismos e estão envolvidos em diversos
processos biológicos tais como, interação célula-célula, endocitose,
aderência e podem interferir na resposta do sistema imune. Ácidos siálicos em
Porphyromonas endodontalis foram extraídos por hidrólises ácidas e
purificados por ultracentrifugação, micropartição Centricon 3 (Amicon),
cromatografia de troca iônica e gel filtração. Ácidos siálicos obtidos de Porphyromonas
endodontalis foram caracterizados com ácido N-acetilneuramínico (NeuNac) e
ácido N-O-diacetilneuramínico (Neu5,9Ac2) por cromatografia em camada fina de
alta performance. A localização superficial destes açúcares foi determinada
por análise fluorocitométrica da reação entre a lectina Limulus
polyphemus conjugada a isotiocianato de fluoresceína (FITC-LPA).
Nossos
resultados indicam que ácidos siálicos em Porphyromonas endodontalis são
expressos em estruturas de superfície, possivelmente na cápsula e/ou
componentes do LPS. A ocorrência de ácidos siálicos nesta bactéria talvez
seja uma característica importante na patogenicidade como relatado em outros
microrganismos
243
Análise numérica de perfis protéicos de SDS-PAGE de
leveduras isoladas
da cavidade oral
E.A.R.*ROSA; A.S.CAMPOS; C.V. PEREIRA; D.M.P. SPOLIDORIO; J.F.
HÖFLING.
Laboratório de Microbiologia e Imunologia, Faculdade de
Odontologia de Piracicaba-UNICAMP.
As leveduras
do gênero Candida são os microrganismos eucariotos mais comumente
encontrados na cavidade oral, e podem ou não estar associadas com um estado
patológico. A eletroforese de alta resolução combinada com análise
computadorizada de perfis proteicos tem sido satisfatoriamente usada na
classificação de bactérias e fungos. A alta reprodutibilidade permite avaliar
diferenças quantitativas e qualitativas encontradas em nível intraespecífico.
O alvo do presente estudo foi investigar a correlação fenética existente
entre cinco diferentes espécies de Candida isoladas da cavidade oral de
humanos. Proteínas celulares
totais de 12 isolados de Candida, de cinco diferentes espécies (albicans,
krusei, parapsilosis, tropicalis e guillermondii) foram separadas por
eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE), em sistema descontínuo e
analisadas por densitometria. Os correspondentes valores de Rf foram plotados em
uma matriz binominal que gerou um fenograma de similaridade, usando-se
coeficiente Simple Matching (SM) e o método de agrupamento UPGMA.
Foi
detectada alta similaridade entre os isolados de mesma espécie com correlação
cofenética intraespecífica maior que 80%. A construção de um banco de dados
para caracterização de proteínas por fenogramas mostrou ser uma ferramenta útil
na identificação rotineira, para as leveduras estudadas.
244
Prevalência de A. actinomycetemcomitans entre
pacientes com
periodontite em São Paulo
M.P.A.
MAYER; F.C.B. BARBOSA; R. CONTI*; S. CAI - Depto. de Microbiologia, ICB-USP-SP /
Depto. de Periodontia, FO-UCCB-SP
Actinobacillus
actinomycetemcomitans (Aa) é considerado o principal patógeno na PJL e em
menor extensão em outras formas de periodontite. Sua importância aumenta por não
ser eliminado pela terapia mecânica, e geralmente requer o uso de antibióticos.
O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência de Aa entre pacientes com
periodontite em diferentes grupos etários. Cento e dezoito pacientes com
periodontite, com idade entre quinze e sessenta e seis anos, iniciando
tratamento periodontal foram estudados. Os 4 sítios com maior profundidade de
bolsa periodontal foram amostrados com o uso de pontas de papel, e estas foram
transferidas para um único tubo contendo meio de transportes (VMGA III). Aa foi
isolado em ágar TSBV e identificado através de características morfológicas
e teste bioquímicos. Aa foi detectado em 26 pacientes (22%). Entre 17 pacientes
de PJL (idade entre 15 e 24 anos) Aa foi recuperado em 8 (47%). Entre 52
pacientes com idade entre 25 e 40 anos, 12 apresentaram a bactéria (23%). De 49
pacientes com idade acima de 41 anos, a bactéria foi detectada em 6 (12.3%).
Estes
dados confirmam a maior prevalência de Aa entre pacientes jovens com
periodontite. No entanto, deve ser enfatizado que a bactéria não foi isolada
na maioria dos casos, assim outros patôgenos podem ser responsáveis pela doença.
245
Efeito da
calcitonina de salmão sobre a cicatrização de defeitos ósseos. Estudo histológico
e radiográfico em coelhos
*S.L.S. PEREIRA; E.A. SALLUM; V.A. TRAMONTINA; G.R. FILHO -
FOP-UNICAMP
O objetivo
deste estudo foi avaliar, histológica e radiograficamente, em animais saudáveis,
a ação da calcitonina de salmão sobre defeitos ósseos circunscritos,
cirurgicamente criados no fêmur de coelhos adultos fêmeas da raça Nova
Zelândia. Estes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: controle (n=12)
e tratado (n=12). O grupo controle não recebeu qualquer substância durante o
experimento, enquanto que no grupo tratado foi aplicada dose diária de 2 UI/kg
de calcitonina por via intramuscular. Os animais foram sacrificados aos 7, 14,
21 e 28 dias após a criação dos defeitos ósseos. As áreas radiolúcidas
destes foram medidas, em mm2,
através de um programa de computador denominado Auto-Cad, demonstrando que
estas, em média, foram menores no grupo tratado, mas estatisticamente
significantes apenas nos períodos intermediários de 14 e 21 dias.
Histologicamente, aos 7 dias, os defeitos do grupo tratado apresentaram uma
maior neoformação óssea. No entanto, aos 14 e 21 dias, os resultados foram
semelhantes entre os dois grupos, com a formação de um osso mais compacto no
grupo tratado ao período final de 28 dias.
Os
resultados obtidos neste trabalho possibilitaram inferir que a calcitonina de
salmão acelerou o processo de cicatrização óssea em defeitos circunscritos,
baseados nas análises radiográficas e histológicas realizadas.
Apoio
Financeiro da FAPESP - Processo 95/1541-5
246
Influência
da diabetes mellitus na resposta ao tratamento periodontal
G.L.PILATTI*;
J.E.C.SAMPAIO; R.C.VENDRAMINI; A.LOURENZONI
Depto. Diag. e Cirurgia -
Fac. de Odontologia de Araraquara – UNESP
Apesar da
diabetes mellitus vir sendo considerada um importante fator de risco para a
prevalência e severidade da doença periodontal, os estudos que avaliam a
resposta ao tratamento periodontal e sua relação com os níveis glicêmicos
mostram resultados divergentes. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações
nos parâmetros clínicos da doença periodontal em 36 sítios de pacientes diabéticos
não insulino-dependentes, submetidos ao tratamento periodontal não-cirúrgico
(raspagem e alisamento radicular), e a relação com os níveis glicêmicos
(hemoglobina glicosilada - HBA1).
Os parâmetros clínicos avaliados antes e 30 dias após o tratamento foram: índice
de placa (SILNESS & LOE, 1964), sangramento à sondagem (s.s.), profundidade
de sondagem ( p.s.) e nível de inserção ( n.i.). Os sítios
periodontais foram dicotomizados em dois grupos: controlados (HBA1
=<8%) e não controlados (HBA1 >8%). Os resultados demonstraram, após o
tratamento, uma redução significativa nos valores de p.s. e n.i., em ambos os
grupos, em relação ao baseline (teste t de Student), sem haver, no entanto,
diferenças estatísticamente significantes entre os dois grupos. A porcentagem
de sítios com s.s. reduziu significativamente após o tratamento (teste de
McNemar), sendo esta redução estatisticamente superior no grupo controlado
(teste de Fisher). Desta forma, os resultados sugerem que, apesar de ambos os
grupos apresentarem redução nos valores de p.s. e n.i., os pacientes diabéticos
com níveis glicêmicos não controlados tendem a apresentar maior frequência
de sítios com s.s. após o tratamento periodontal não cirúrgico, em relação
aos pacientes controlados.
247
Análise
Morfométrica dos melanossomos presentes no interior do queratinócito
na gengiva
normal e inflamada, em humanos
C.M.C. ALVES; G.A. ROMITO; R.F.M. LOTUFO; V.E. ARANA-CHAVEZ;
S. KON
Com o
objetivo de quantificar os diferentes estágios de melanossomos no interior dos
queratinócitos e avaliar a variação quantitativa dos mesmos, foram realizadas
biópsias em gengiva inflamada de quatro pacientes (Grupo I). Após o término
dos Procedimentos Básicos, novas biópsias foram coletadas em áreas homólogas
(Grupo II). Os espécimes foram estudados através de Microscopia Eletrônica de
Transmissão. Foram avaliadas 80 micrografias eletrônicas, sendo
10 obtidas de cada biópsia. Para obtenção dos resultados usou-se análise
morfométrica, onde se contava o número de grânulos através de um “grid”
quadriculado. Os grânulos que estavam sobrepostos sobre as intersecções eram
contados, bem como os pontos que incidiam sobre o citoplasma, para calcular-se a
densidade volumétrica, ou seja, o volume que o melanossomo ocupava no
citoplasma da célula. Para análise estatística foi utilizado o teste t de
Student. A presença dos
melanossomos, nos seus diferentes estágios de maturação e sua distribuição
na célula, foram observadas com o auxílio de uma lupa.
Concluiu-se
que a fração de volume dos melanossomos no interior dos queratinócitos foi
maior nos pacientes B, C e D do Grupo I. Os melanossomos se apresentavam
isolados e agrupados no interior dos queratinócitos na maioria dos pacientes e
houve uma predominância de melanossomos no estágios III e IÑ de maturação
nos dois grupos estudados.
248
Prevalência
de enterobactérias e pseudomonas na periodontite moderada e severa
F.C.B.BARBOSA1*;
S.CAI2;
M.P.A.MAYER2;
E.SABA-CHUJFI3
1,3Departamento de
Periodontia,UCCB-SP;2 Departamento de
Microbiologia, ICB-USP
A placa
bacteriana é o principal fator etiológico das doenças periodontais e variações
na prevalência e severidade dessas doenças podem refletir diferenças na
microbiota periodontal de acordo com a região geográfica ou grupos raciais
analisados. Assim, os autores se propuseram a analisar a prevalência de bacilos
entéricos e pseudomonas em 80 indivíduos adultos (32 homens e 48 mulheres),
residentes em S. Paulo-Brasil, na faixa etária de 17 a 58 anos, com
periodontite moderada ou severa. Estes microrganismos foram encontrados em 25
pacientes (31,2%). Desse total, Pseudomonas aeruginosa foi isolada de 9
pacientes (36%), Serratia marcescens de 7 (28%), Klebsiella oxytoca de 5 (20%),
Enterobacter cloaceae de 5 (20%), Kluyvera cryocrescens de 2 (8%), Enterobacter
sakazakii e Pseudomonas cepacia foram isolados, cada um, de apenas um indivíduo.
A associação de bacilo entérico e pseudomonas foi encontrada em apenas um
paciente e, em 4 indivíduos, foram encontradas mais de uma espécie de
enterobactéria.
Portanto,
conclui-se que bacilos entéricos e Pseudomonas ocorrem na microbiota
subgengival dessa amostra populacional, em altos níveis, e que podem envolver
importantes implicações terapêuticas e profiláticas.
Apoio
financeiro da U.C.C.B.
249
Primeiro
molar inferior: distância entre as bifurcações
G.A. Romito; C.V. Carvalho*; I.S. Feist; H.N. Amorim; G.C. Tristão
Disciplina de Periodontia -
Faculdade de Odontologia - USP/S.P.
O prognóstico
e modalidade terapêutica de um dente multirradicular com perda de inserção na
região de bifurcação depende de um correto diagnóstico. A classificação
dos defeitos da região de bifurcação mais comumente usada é baseada no grau
de penetração da sonda periodontal no sentido horizontal. Entretanto, nesta
classificação os parâmetros para determinar os graus de envolvimento não
foram amparados em trabalho científico.
A proposição
da presente pesquisa foi de estudar a distância entre as entradas das duas
bifurcações no primeiro molar inferior. Foram utilizados quarenta e seis
primeiros molares inferiores, direitos ou esquerdos, sem nenhum dano superficial
ou raízes fusionadas. As raízes foram seccionadas perpendicularmente ao seu
longo eixo a 1,5mm(P1) do teto da bifurcação. Para esta finalidade empregamos
disco de carburundo montado em mandril para peça de mão acionada por motor de
baixa rotação. Para a localização espacial de cada raiz foi utilizado um
perfilômetro digital(modelo PJ300, n.302-912-A, Mitutoyo). Com os dados obtidos
foi possível calcular, através do uso de fórmulas de geometria analítica, a
distância entre as entradas das duas bifurcações. O mesmo procedimento foi
realizados em 41 dentes do grupo anterior, cortados a 0,5mm(P2) do teto da
bifurcação.
Após análise
estatística (ANOVA test e prova do qui-quadrado)(p<0,05) concluiu-se que
havia diferença estatística significante entre os dois grupos P1 e P2. A distância
entre as entradas das bifurcações foi em média de 7,79±0,58mm (limites 6,66
a 8,92mm) para o grupo P1 e 5,19±0,56mm (limites 4,09 a 6,29mm) para
250
Avaliação
histológica de cicatrização com e sem membrana de celulose em fenestrações
ósseas de cães
E.C. PAULA*; A.B. NOVAES;
M.F.M. GRISI; J.C.L. SILVA. (FORP-USP, São Paulo, Brasil).
O elemento
principal que caracteriza a técnica de Regeneração Tecidual Guiada é a
barreira mecânica, que é colocada entre retalho e restante do periodonto. Na
literatura internacional várias membranas foram estudadas. Foi nosso propósito
neste trabalho avaliar histologicamente os tecidos periodontais em presença de
uma membrana nacional de celulose ( Gengiflex ). Usamos neste estudo cinco cães,
utilizando os segundos e terceiros pré-molares inferiores. Após o levantamento
do retalho mucoperióstico, foi preparada fenestração no osso com brocas. O
cemento foi removido, deixando dentina exposta e ranhuras coronal e apical foram
feitas para delimitar a área exposta pela fenestração. Do lado esquerdo foi
colocada membrana isolando o retalho da fenestração e o lado direito, sem
membrana, serviu de controle. Os animais foram sacrificados a zero hora, 7, 14,
21 e 28 dias e as peças preparadas histologicamente. Os resultados mostraram
que ambos os lados reconstruíram completamente o osso e o ligamento, havendo
suave, mas talvez não significante vantagem do lado com membrana.
A
principal conclusão tirada foi que a membrana nacional Gengiflex desempenhou
satisfatoriamente sua função de barreira mecânica, não interferindo com o
processo cicatricial e permitindo que a reconstrução da fenestração
provocada se desenvolvesse completamente de maneira semelhante a outras
membranas já estudadas.
Apoio CAPES
251
Efeito da
Clorexidina e do Triclosan na cicatrização em ratos
V.A.TRAMONTINA*;
G.R. NOGUEIRA-FILHO; S.L.S. PEREIRA; S. TOLEDO
Departamento de Prótese e
Periodontia da FOP / UNICAMP.
Os efeitos
benéficos da clorexidina no controle de placa supragengival são notórios, porém
alguns autores (BASSETTI et al., J Clin Periodontol., 7:443-56,1980) citam que
ela promove atraso no
processo de
reparação. O triclosan é um antimicrobiano de amplo espectro e com
propriedades antiinflamatórias(KJAERHEIM et al., J Clin.
Periodontol.,22(6):488-93,1995) .Em vista do exposto, os autores propuseram
estudar o efeito de uma solução de clorexidina 0,12% ( Periogard ®) e de uma
solução contendo triclosan 0,03% (Plax ®) no processo de reparação, quando
comparados a um controle (soro fisiológico 0,9%).Para tanto, foram utilizados
15 ratos Wistar, adultos, machos, no dorso dos quais confeccionou-se 03 feridas
padronizadas por um bisturi circular de 3,5mm de diâmetro e 2,0mm de
profundidade, procedendo-se a rinsagem com as substâncias, sendo as mesmas
utilizadas 2X/dia por 30 segundos.Os animais foram sacrificados em três
períodos ( 1,7 e 15 dias).Análise histologica e histométrica foram
realizadas (medidas de imagem digitalizadas em computador -MOCHA software-).A
avaliação histológica não demonstrou variações relevantes entre os grupos.
Histometricamente, no período de 1 dia não se observou diferenças
estatisticamente significantes quanto à área de tecido ulcerado ( ANOVA), para
os períodos de 7 e 15 dias, o tratamento com triclosan e o controle
apresentaram áreas de tecido de granulação maiores que o tratamento com
clorexidina.( teste Tukey, p<0,05).
Os
autores concluem que inicialmente ( 1 dia ) não há diferença entre os
tratamentos, e que, com 7 e15 dias, as feridas tratadas com clorexidina
apresentaram uma evolução mais rápida no processo de reparação..
252
Estudo Morfométrico das Concavidades Radiculares Proximais
em Primeiros Pré-Molares Inferiores de Humanos
J.E.B. MARINHO*; F.E.
PUSTIGLIONI; S. KON - Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da
USP, São Paulo - BRASIL.
Este estudo
foi desenvolvido para avaliar aspectos morfológicos e métricos das
concavidades radiculares proximais de primeiros pré-molares inferiores de
humanos. Foram utilizados 54
dentes com superfícies radiculares íntegras, que foram analisados sob
metodologia que envolveu: evidenciação das superfícies proximais com grafite,
análise de perfis gráficos obtidos com um equipamento especial e medições
com um paquímetro digital de leitura centesimal. Foi possível verificar que: 1-
houve presença de concavidade em 100,0% e 98,1%, respectivamente nas faces
mesial e distal; 2- quando única,
a concavidade estava localizada no terço médio da largura vestíbulo-lingual
das faces proximais em 86,5% dos casos; 3- os
comprimentos radiculares médios foram, respectivamente, 14,461mm e 14,133mm (s=1,5134mm), para as faces mesial e distal;
4- a presença de concavidade ao nível da JEC foi verificada em
54,6% das faces proximais;
5- a face mesial foi a que mostrou maior variação, apresentando 02
concavidades localizadas nos terços vestibular e lingual, da largura vestíbulo-lingual,
em 61,1%
dos dentes; 6- na
concavidade localizada no terço lingual da face mesial, verificou-se: a maior
proximidade da JEC, a maior extensão sobre a superfície radicular e, as
maiores profundidades a partir de 4,0mm apicais à JEC;
7- em todas as localizações, nos níveis onde as concavidades eram mais
largas, estas sempre eram mais profundas; 8-
em 100,0% dos casos, as concavidades presentes no terço médio de ambas as
faces proximais e no terço vestibular da face mesial se apresentavam mais
largas e profundas a 6,0mm apicais
à junção esmalte-cemento.
253
Frequência
de Fibroblastos Ciliados em Diferentes Tecidos Conjuntivos de Camundongo
S.C.P.
BARBOSA;* J. MERZEL;
P. D. NOVAES
Departamento de Morfologia
-FOP-Universidade Estadual de Campinas- S.P.
A frequência
de fibroblastos ciliados foi estudada em tecidos conjuntivos, que diferem entre
si pela
origem e
pela atividade metabólica. Foram utilizados
7 camundongos machos, pesando em
média 36g, e colhidas
amostras dos seguintes tecidos:
gengiva, ligamento
periodontal de incisivo
e de molar, todos
de origem ectomesenquimal e
derme de origem
mesodérmica. Foram contados
600 fibroblastos por tecido de cada animal, no aumento de 16.000x
ao Microscópio Eletrônico de trans missão. Todas as células com cílios
foram fotografadas e não
encontramos nenhuma particularida-
de em relação a sua
localização, porém
os cílios
examinados apresentaram
um padrão 9+0
de microtúbulos o que sugere que sua função não esteja
relacionada a
motilidade. A
função desses cílios,
permanece desconhecida, embora tenha sido aventada a hipótese
de terem função
sensorial ou apenas ser
uma organela rudimentar
sem qualquer
finalidade.
A
frequência de
fibroblastos ciliados parece estar relacionada a atividade metabólica do
tecido( taxa de renovação
de células
e colágeno): foi maior no ligamento periodontal de incisivos e de
molares e menor na derme, ficando a
gengiva em posição intermediária.
Apoio
financeiro da CNPq - Processo 135394
/ 95 - 3
254
O Ligamento
Periodontal e Erupção Dental. Experimentos de ressecção
e transecção
em incisivos de ratos
J. MERZEL*; P.D. NOVAES; S.
FURLAN. Dep. de Morfologia.
FOP/UNICAMP.
O ligamento periodontal (LPD) em incisivos
de roedores apresenta uma transição entre o folículo dental na extremidade
apical e o ligamento plenamente desenvolvido a alguns milímetros antes de alcançar
a crista alveolar. A erupção contínua destes dentes após a ressecção da
porção apical (odontogênica) ou do segmento distal (incisal) do dente após
sua transecção, tem sido um dos principais indícios da participação do LPD
no processo. A maioria dos experimentos tem sido realizada
em dentes desimpedidos com duração em torno de 40 dias, quando os
dentes, geralmente, exfoliam. Foram feitas ressecções ou transecções em
incisivos inferiores, em oclusão normal, de ratos machos, adultos e observados
durante 3 a 4 meses após a cirurgia. Marcas no dente esquerdo operado e no
contralateral serviram para o controle semanal da erupção. Após o sacrifício,
as hemimandíbulas foram radiografadas e dos casos mais representativos foram
feitos cortes histológicos:
a) Em 19 animais, após ressecção apical, os IIE erupcionaram de 6 a 7
semanas, quando os dentes atingiram a região da crista alveolar. Cinco animais
morreram neste período. Em 14, o IIE permaneceu 4 a 11 semanas paralisado nesta
região antes de exfoliar, 8 animais, ou do sacrifício, 6 animais.
b) Em 18 animais, o IIE foi seccionado a altura do 1o
MI e a base do segmento distal, após 3 a 4 semanas, atingiu a região da crista
alveolar. Em 12 animais, este segmento ficou ali paralisado de 2 a 14 semanas
antes de exfoliar, 4 animais, ou do sacrifício, 8 animais. Dos 6 restantes, 4
morreram no período de erupção e em 2 o segmento proximal, entre 4 a 10
semanas após a operação, começou a erupcionar forçando a exfoliação do
segmento distal.
A paralisação da erupção, na região da crista alveolar, nos dois
experimentos, indica que o LPD plenamente desenvolvido não participa da erupção.
Apenas o ligamento imaturo, equivalente ao ligamento de dentes de crescimento
limitado em fase de erupção, parece ter um papel no processo eruptivo.
CNPq 303435/87-9
255
Correlação
entre o sangramento à sondagem e a temperatura subgengival.
M.A. COZ
FANO; M. TABA JR*; A. CAMPOS JR.
Periodontia - Faculdade de
Odontologia de Bauru - USP.
O objetivo
deste estudo foi avaliar a correlação entre o sangramento à sondagem e a
temperatura subgengival em indivíduos considerados de risco à doença
periodontal. Foram examinados 28 indivíduos (14 homens e 14 mulheres), com
idade variando entre 18 a 45 anos. Os parâmetros de seleção foram a presença
de no mínimo duas bolsas periodontais de 5mm ou mais profunda e pelo menos um
dente apresentando perda de inserção maior ou igual a 4mm. O sangramento à
sondagem foi considerado positivo ou negativo, positivo quando observava-se
sangramento imediatamente após a realização de sondagem com sonda eletrônica
de pressão constante da Flórida e negativo na ausência de sangramento. A
temperatura subgengival foi avaliada em 6 pontos de cada dente utilizando-se uma
sonda tipo “T” preparada acoplada a um termômetro digital modelo BAT - 10.
Do total de sítios examinados (3900) 58.94% não apresentaram sangramento e
41.06% sangraram após sondagem independente do aumento (52.1%) ou não (47.9%)
da temperatura subgengival. Observou-se uma baixa correlação entre as duas
variáveis analisadas (r < 0.15) e concluiu-se que embora o
sangramento à sondagem e a análise da temperatura subgengival expressem sinais
de inflamação, essas variáveis são independentes e ocorrem em períodos
distintos no processo inflamatório gengival.
256
Monitoração
da doença periodontal em relação ao hábito de fumar
J.A.M. DAMÉ*;
M. TABA Jr.; A. CAMPOS Jr.
Disciplina de Periodontia,
FOB-USP- Tel.(014)235-8278
Na pesquisa
periodontal, a monitoração longitudinal da doença por meio de medição do nível
de inserção à sondagem, é considerada como “gold standard” para a avaliação
de outros métodos de diagnóstico, como exames radiográficos, testes microbiológicos
e imunológicos. O surgimento de sondas periodontais de força constante com
maior precisão permite a detecção de alterações precoces no nível de inserção
em um menor intervalo de tempo, aumentando sensivelmente seu potencial diagnóstico.
Para avaliar a progressão da doença periodontal em pacientes fumantes e não
fumantes, não tratados, um grupo de 27 indivíduos, sendo 15 do sexo masculino
(56%) e 12 do sexo feminino (44%), 8 fumantes e 19 não fumantes, média de
idade de aproximadamente 35 anos (variação de 22 a 47), considerados de risco
à doença periodontal, foi monitorado por um período de um ano, com exames
semestrais de sondagem eletrônica padronizada do nível de inserção. As
alterações no nível de inserção conjuntiva nos sítios examinados foram
dicotomicamente classificadas em com ou sem perda. Do total de 3.895 sítios,
391 (10,01%) apresentaram perda de inserção. Aproximadamente 40% dos sítios
com perdas encontravam-se nos fumantes. Em torno de 9,20% dos sítios dos
fumantes apresentavam perdas, contra somente 5,50% dos sítios dos não
fumantes. As mulheres e os indivíduos com mais idade apresentaram mais perda de
inserção.
Em vista
dos resultados os autores puderam concluir que o fumo tem importante ação na
perda de inserção de pacientes periodontalmente doentes.
257
Determinação
do risco à perda de inserção periodontal através da Rede Neural
M.C.M.
GUIMARÃES*; S.L.A GREGHI; A. CAMPOS Jr; M.K.SONOHARA
Disciplina de Periodontia,
Fac. de Odontologia de Bauru-USP - Tel.(014)235-8278
As Redes
Neurais (RN) constituem sistemas de computadores capazes de estabelecer uma memória
associativa, simulando o raciocínio humano, a partir de conexões entre informações.
Este trabalho teve como objetivo verificar o desempenho do programa de RN aiNet
1.22 na determinação do risco à perda de inserção( RPI) em Periodontia.
Para as fases de treinamento e teste da RN utilizou-se um banco de dados com
informações periodontais de 1110 pacientes (394 homens e 716 mulheres),
classificados quanto ao RPI. Indivíduos apresentando o somatório do nível de
inserção (NI) > 4 mm menor que a mediana do somatório (NI > 4mm) da sua
faixa etária foram designados como de baixo risco (BRPI) e indivíduos com o
somatório maior, como de alto risco (ARPI). Do total da amostra, 888 pacientes
(567 BRPI e 543 ARPI), selecionados aleatoriamente, foram utilizados no
treinamento
da RN,
fornecendo-se as informações das variáveis clínicas (sexo, número de dentes
ausentes, hiperplasia gengival, recessão gengival e profundidade de bolsa) e o
RPI. Na fase de teste da RN (verificação do treinamento), foram inseridos os
dados das variáveis clínicas, sem o RPI, dos 222 pacientes restantes (126 BRPI
e 96 ARPI). A RN apresentou índice de acerto do RPI de 89,68% (113 em 126) para
os pacientes BRPI e de 58,33% (56 em 96) para os pacientes de ARPI.
O maior
índice de acerto da RN esteve relacionado à maior freqüência dos pacientes
BRPI na fase de treinamento (567; 51,08 %). Os resultados demonstram a
viabilidade do emprego da RN na determinação do risco à perda de inserção,
sendo o seu grau de desempenho proporcional à representatividade da amostra.
258
Utilização
da Rede Neural para identificar sítios com e sem perda de inserção.
M.K.
SONOHARA*; S.L.A GREGHI; M.C.M. GUIMARÃES
Disciplina de Periodontia,
Fac. de Odontologia de Bauru-USP - Tel.(014)235-8278
As Redes
Neurais (RN), um ramo da Inteligência Artificial, têm sido aperfeiçoadas para
o seu emprego na área da saúde, processando as informações clínicas
codificadas. O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade do programa de RN
aiNet 1.22 para determinar sítios com ou sem alteração no nível de inserção.
As medidas do nível de inserção com sonda eletrônica com pressão controlada
(Florida Probe®) foram realizados em 19 pacientes (9 mulheres e 10 homens), 6 sítios
por dente, nos períodos de baseline, 6, 12 e 18 meses. Os valores das
sondagens de cada sítio foram analisados pelo método estatístico de regressão
para estabelecer alterações no nível de inserção, classificando-os em sítios
com (CPI) e sem perda de inserção (SPI). De 2701 sítios, 2188 (2136 SPI e 52
CPI) foram utilizados no treinamento da RN, baseando-se em variáveis clínicas,
como sexo, fumo, idade, dente e face (variáveis input) e variáveis output
(SPI e CPI). Os 513 sítios (505 SPI e 8 CPI) restantes foram empregados como um
conjunto teste e apresentados à rede, sem variável output, para
verificar o seu treinamento. A RN foi capaz de identificar corretamente todos os
505 sítios SPI e nenhum dos 8 sítios CPI.
Os
autores concluíram que o alto índice de acerto observado esteve relacionado
com uma maior freqüência dos sítios SPI (2136; 97,6%) na amostra utilizada na
fase de treinamento. Os resultados mostraram que a RN pode ser aplicada em
Periodontia para definir a condição dos sítios, desde que a amostra utilizada
seja representativa.
259
Avaliação
de pacientes com periodontite juvenil
antes e após
antibioticoterapia
ARAÜJO, F.V.R. BASTOS
NETO*; A. CAMPOS Jr.; E. PASSANEZI. V.M. Disc. Periodontia, Fac. de Odont. de
Bauru, USP, Bauru, S.P.
O presente
trabalho avaliou o impacto da antibioticoterapia sobre parâmetros clínicos e
microbiológicos em portadores de periodontite juvenil. A amostra compreendeu 12
pacientes portadores de periodontite juvenil localizada e generalizada e 6 indivíduos
sadios. Os pacientes foram inicialmente avaliados através das medidas de
profundidade de sondagem, inserção à sondagem, sangramento à sondagem e
supuração. Depois disso, foi feita a raspagem e alisamento radicular da boca
toda. Dois meses depois, foi realizada a Análise 1, com a avaliação clínica
dos parâmetros anteriores e escolha dos sítios mais afetados para a colheita
das amostras de placa subgengival. Nos indivíduos com sulco gengival sadio, a
colheita foi feita nos sítios mesiais dos primeiros molares. Foi pesquisada a
presença de A.a., através de imunofluorescência, e realizado o teste BANA. Após
a colheita do material fez-se nova raspagem, e os indivíduos foram divididos em
dois grupos: um controle e outro teste. O grupo teste recebeu 100 mg/dia de
doxaciclina por 14 dias. A Análise 2 ocorreu dois meses e meio após a Análise
1, e a Análise 3 foi feita 4 meses após a Análise 2, mantendo os mesmos
procedimentos. Os resultados mostraram que nos dois grupos houve estabilização
clínica da evolução das lesões, pois a profundidade de sondagem e o nível
de inserção mantiveram-se inalterados em 80% a 90% dos sítios. Os indicadores
microbiológicos também não mostraram diferenças estatisticamente
significantes entre os dois grupos. Os dois tipos de tratamento não atuaram
significativamente sobre o A.a.
Concluiu-se
que o antibiótico não intensificou a ação do tratamento de raspagem, e que o
aumento do A.a. apresentou correlação com a perda de inserção ocorrida no
grupo com antibiótico.
260
Utilização
do PSR em adolescentes segundo o método de registro
M.M.S.M.
MOREIRA*; B.E.C. TOLEDO; E.L. DINI; L.A.B. BARROS
Faculdade de Odontologia de
Araraquara – UNESP
O Periodontal
Screening and Recording (PSR) foi aplicado em 300 adolescentes com idade
entre 15 a 19 anos por um único examinador, com o intuito de comparar o seu uso
através dos registros de todos os dentes e dos dentes-índice. Em ambos os métodos,
os resultados indicaram que 100% dos pacientes examinados apresentaram alguma
forma de doença periodontal, sendo os fatores retentivos de placa bacteriana (código
2) a condição mais observada para os indivíduos, mas a maioria dos sextantes
mostrou sangramento à sondagem (código 1). A concordância entre os dois métodos
foi calculada usando a estatística Kappa. Os valores Kappa foram 0,85 para os
indivíduos e 0,75 para os sextantes, respectivamente consideradas excelente e
boa.
Foram
observadas diferenças entre os códigos 1 e 2 para os indivíduos quando
considerou-se os dentes-índice e todos os dentes, respectivamente, o mesmo
ocorrendo entre os códigos 0 e 1 para os sextantes.
Apoio
financeiro da FAPESP - Processo no
95/8308-4
261
Condições
periodontais em escolares no interior de São Paulo
F.A. Santos*; E.G. Zenóbio; E.Jr. Marcantonio
Disciplina de Periodontia,
Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP.
O objetivo
deste estudo foi avaliar as condições e necessidades de tratamento periodontal
em 341 crianças de 6 a 14 anos de idade, escolares da zona rural da região de
Fernandópolis estado de São Paulo. Foi utilizado o Índice de Necessidade de
Tratamento Periodontal. Os resultados mostraram que 99,5% das crianças
apresentavam algum tipo de doença gengival. O código 1 (sangramento a
sondagem) apresentou a maior prevalência
(61,2%), porém o código 2 (cálculo e fatores retentores de placa) se fez
presente em 38,3% das crianças, porcentagem considerada alta para esta faixa de
idade. Apenas 0,5% das crianças não necessitavam de nenhum tipo de tratamento
gengival, 38,3% necessitavam de raspagem e aplainamento radicular em algum
sextante. A Necessidade de Tratamento 1 (orientação de higiene bucal) foi
necessária em 99,5% das crianças.
Conclui-se
que a doença periodontal apresentou uma prevalência muito alta na população
infantil. Desta forma o planejamento de programas preventivos e terapia
periodontal básica são necessários em idades precoces.
Apoio
financeiro CAPES
262
Avaliação
da resposta imune humoral em pacientes com periodontites
M. M. HIDALGO*; M. J.
AVILA-CAMPOS; E. N. ITANO. Departamentos de Odontologia-UEM-Maringá, Patologia
Geral-UEL-Londrina, Microbiologia-USP-São Paulo. Fone/fax (044) 224-4975.
O objetivo
do presente trabalho foi avaliar, comparativamente, os níveis de IgG e IgA séricas
e IgG e IgA secretora (IgAs) salivares reativas a Actinobacillus actinomycetemcomitans
(Aa), e dosar IgM, IgG e IgA séricas totais em pacientes com Periodontite de
Incidência Precoce (PIP), Periodontite do Adulto (PA) e controles saudáveis
sem doença periodontal. Os níveis de imunoglobulinas (Igs) a Aa foram
determinados por ELISA e a dosagem de Igs séricas totais realizada por
imunodifusão radial simples, utilizando como antígeno, extrato sonicado de uma
mistura de cinco isolados obtidos de pacientes com PIP e confirmados como Aa e a
cepa de referência Aa FDC Y4. Não foi observada diferença estatisticamente
significativa entre os níveis séricos de IgG e IgA e IgG e IgAs
salivares reativas a Aa entre os grupos PIP (n=9), PA (n=20) e indivíduos
sadios (n=20). Pela dosagem de Igs séricas totais, também não foi observada
diferença estatisticamente significativa entre os pacientes com PIP (n=9) em
relação àqueles com PA (n=9) ou controles saudáveis (n=9).
Estes
resultados sugerem a inexistência de alterações significativas à nível de
resposta imune humoral específica a Aa e de ativação policlonal de linfócitos
B em pacientes com periodontites.
Apoio
financeiro: CPG/UEL e PROUNI/CCS/UEL.
263
Prevalência
de recessão gengival em escolares e sua relação com estado inflamatório
M.P. AZEVEDO
*; C. SUSIN; C.K. RÖSING
Departamento de Periodontia
da Faculdade de Odontologia da UFRGS – RS
O presente
estudo epidemiológico objetivou avaliar a prevalência de recessão gengival em
escolares de 9 a 12 anos da rede pública de Porto Alegre, bem
como estabelecer a correlação existente entre recessão gengival e o
estado inflamatório do periodonto. Para tanto, foram examinadas de forma visual
201 crianças, previamente autorizadas por seus pais ou responsáveis legais. O
exame objetivou avaliar a presença ou não de recessão gengival. Após
verificada a presença da condição clínica, através da utilização do índice
de sangramento gengival de Carter e Barnes, observou-se a prevalência de
inflamação gengival nos sítios que apresentaram recessão. Os resultados
obtidos mostraram uma prevalência de recessão gengival de 8,95% na faixa etária
examinada e, dentre os sítios com
recessão, uma prevalência de alterações inflamatórias no periodonto de 80%.
Os resultados indicam uma prevalência elevada de recessão gengival, bem como o
fato das áreas afetadas apresentarem uma alta prevalência de inflamação.
Conclui-se
que já numa faixa etária bastante precoce, a recessão gengival deve ser uma
preocupação da odontologia, lembrando que a mesma pode ser uma expressão clínica
da perda de inserção do periodonto. Dessa forma, sugere-se que tanto as áreas
que já apresentem recessão gengival, como os indivíduos portadores recebam
especial atenção, por poderem constituir um grupo considerado de risco à
continuidade do processo saúde-doença periodontal.
264
Comparação
de técnicas de diagnóstico de invasão do espaço biológico
F.E.
FESTUGATTO; F.A. DAUDT*; C.K.ROSING
Faculdade de Odontologia,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
O objetivo
deste estudo foi comparar três formas de diagnóstico de invasão do espaço
biológico do periodonto: sondagem transperiodontal, exame radiográfico pela técnica
periapical com paralelismo, em relação à medida realizada no transcirúrgico.
Participaram deste estudo 38 pacientes, sistemicamente saudáveis e livres de
inflamação gengival marginal, os quais totalizaram 53 faces avaliadas para os
parâmetros em questão. Os valores em milímetros foram obtidos com exames
radiográficos e tranperiodontais comparados com a medida cirúrgica através
das diferenças encontradas. As médias das diferenças foram obtidas e
comparadas entre si através do Teste t de Student
para um nível de significância de 5%. Foi também analisado o índice
de concordância entre os valores dos métodos transperiodontal e radiográfico
em relação à cirurgia através da distribuição da freqüência das diferenças
igual a zero. Os resultados demonstraram uma média de diferença entre a
sondagem transperiodontal e o método cirúrgico de 0,41. Em relação às
diferenças encontradas entre o método radiográfico
e o cirúrgico obteu-se valor de 0,66. Estas diferenças demonstraram-se
estatisticamente significantes. A concordância absoluta entre o método
transperiodontal e o cirúrgico foi de 52,83% e do método radiográfico com o
cirúrgico foi de 33,96%.
Pode-se
concluir portanto, que o método clínico de sondagem transperiodontal é mais
fidedigno para o diagnóstico de invasão do espaço biológico do periodonto
quando comparado com a análise radiográfica.
265
Controle da
placa em escolares da zona rural. Efeito da motivação
C.P.
TURSSI*; E.M. BOECK; R.A.C. MARCANTONIO
Departamento de Diagnóstico
e Cirurgia, Fac. Odontologia de Araraquara-UNESP
O controle
da placa bacteriana tem se mostrado eficiente na prevenção das doenças
periodontais e cárie dental. O objetivo desse trabalho é avaliar a influência
do reforço da motivação no controle do índice de placa bacteriana em crianças
da zona rural. A amostra consistiu de 219 escolares, divididos em 2 grupos:
A(experimental) - motivado repetidas vezes e, B(controle) - motivado em uma única
sessão. O programa aplicado ao primeiro grupo foi desenvolvido através da
utilização de diversos meios de motivação como escovações supervisionadas,
orientações diretas e apresentações de recursos audiovisuais. Foram feitos
dois levantamentos do índice de placa, sempre realizados por um único
examinador, o primeiro antes de qualquer atividade e, o segundo ao final do
trabalho educativo. Os resultados demonstraram uma redução estatisticamente
significativa no índice de placa para o grupo A (z=2,68), quando analisados os
exames inicial e final, enquanto para o grupo B não foi encontrado valor
significativo (z=0,77). A comparação entre ambos os grupos em relação ao
segundo levantamento do índice de placa revelou a existência de diferença
significativa (z=1,96).
Com base
nos resultados obtidos, podemos concluir que o reforço da motivação quanto à
higiene bucal se mostra eficiente no controle da placa bacteriana.
266
Análise
morfométrica do recobrimento radicular pelo posicionamento lateral do retalho
A.H.T.
LOURENÇO; S.L.S. SOUZA*; E. PASSANEZI. Depto. Prótese, Disc. Periodontia,
Faculdade de Odontologia de
Bauru, USP, Bauru, S.P.
A natureza
da interface cicatricial formada após terapia cirúgica é um importante campo
de estudo em Periodontia. O presente estudo utilizou uma amostra de 12 cães
adultos para analisar histometricamente a cicatrização após retalho
posicionado lateralmente. Na região vestibular de cada canino superior foi
preparada uma recessão periodontal padronizada, perpetuada pela colocação de
uma aleta metálica que ali permaneceu por 15 dias. Trinta dias após a retirada
da aleta, o periósteo da região doadora do enxerto pediculado foi ativado, e
doze dias após este procedimento a superfície radicular exposta foi recoberta
por retalho osteoperióstico lateralmente posicionado. O tratamento da raiz
exposta foi feito no momento da cirurgia, pela raspagem radicular e utilização
de ácido fosfórico a 37 % por 3 minutos. O canino do arco oposto não recebeu
o ácido, servindo como controle. Os animais foram sacrificados aos 7, 14, 30 e
90 dias pós-operatórios (3 animais em cada data). As amostras foram
processadas histologicamente, sendo feitos cortes seriais. Foram analisadas as
volumetrias celular e de reabsorção e a inclinação fibroblástica, como
forma de avaliação de uma possível reinserção à superfície radicular. A
leitura volumétrica morfotípica foi feita com microscópio óptico equipado
com retícula de contagem, sendo utilizada análise computadorizada (programa
Mocha Image Analysis) para a observação do grau de inclinação dos
fibroblastos. Os resultados demonstraram que a volumetria de reabsorção de
cemento e de dentina não se alterou entre os grupos tratados ou não por ácido
fosfórico. Não foi demonstrada também reinserção fibroblástica.
Desse
modo, de acordo com o modelo experimental, concluiu-se que a utilização de ácido
fosfórico na cirurgia de posicionamento lateral do retalho não necessariamente
aumenta a reinserção gengival à superfície radicular.
267
Avaliação
clínica de um dentifrício no controle da sensibilidade dentinária
L.M.
SAMPAIO*; A.H. RODRIGUES; J.E.C. SAMPAIO
Disciplina de Periodontia
da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP – SP
A
sensibilidade dentinária é uma dor originada pela exposição dos túbulos
dentinários, em resposta à estímulos térmicos, tácteis e osmóticos. Por
ser um problema encontrado com muita frequência na clínica diária e de difícil
resolução pelo cirurgião dentista, diversos materiais dessensibilizadores são
empregados para o seu tratamento. Foi lançado no mercado, um dentifrício à
base de nitrato de potássio, que tem a capacidade de despolarizar as membranas
das fibras nervosas, bloqueando a ação axônica e a passagem do estímulo,
possuindo um efeito neural (Kim, J. Endodont. 12:482, 1986). O objetivo deste
estudo foi avaliar clinicamente, em pacientes que se submeteram ao tratamento
periodontal, a eficácia desse dentifrício (Emoform Clorofila) de nitrato de
potássio, na tentativa de eliminar ou diminuir a sensibilidade dentinária. Os
pacientes foram orientados para escovarem os dentes 3 vezes ao dia,
utilizando-se da técnica de Bass e do dentifrício em questão. Foram
analisados 28 dentes e o grau de sensibilidade foi avaliado de acordo com o
proposto por Uchida e cols (J. Periodontol. 51:578-81, 1980)
e anotado em ficha especialmente elaborada. Foram realizadas 5 avaliações
com intervalos de 7 dias, verificando a redução ou eliminação da
sensibilidade.
Concluiu-se
que o dentifrício avaliado reduziu a sensibilidade nos pacientes com
100% no
grau 1 e mais de 50% no grau 2.
268
Hábito de
Fumar e Doença Periodontal em Jovens
L.L. OBICI*;
J.C. JOLY; A.F.M. de LIMA
Departamento de Prótese e
Periodontia, FOP – UNICAMP
É de
conhecimento geral que o hábito de fumar causa uma série de alterações
locais e sistêmicas ao organismo humano. A cavidade bucal também sofre alterações
sendo o primeiro órgão a ser afetado. Alguns autores demonstraram que os
fumantes apresentam maior profundidade de sondagem, perda de inserção, óssea
e dental quando comparados com não fumantes, e que o cigarro é por si só um
fator de risco na etiologia da doença periodontal. Este estudo tem por
finalidade comparar os índices de Placa - IPl, de Cálculo - IC, e Gengival
-IG, a profundidade de sondagem - PS - e a coloração gengival, entre indivíduos
fumantes e não fumantes jovens. Foram examinados 205 soldados (idade média de
18,6 anos, sendo 149 não fumantes e 56 fumantes) utilizando a sonda tipo OMS
introduzida em quatro pontos nos seis dentes selecionados como amostra. Como
critério para os IPl e IC foram considerados a presença ou não de placa e
calculo, respectivamente. Para o IG fez-se uso da escala de Löe e Silness, na
PS foram considerados sítios <
3,5 mm , > 3,5mm , > 5,5mm. Após exame clínico os soldados responderam a
um questionário que abrangia hábito de fumar e higiene oral. Entre os
fumantes, a média de duração do hábito foi de 2,7 anos com consumo de 10,3
cigarros por dia. Os IPl, IC e IG foram praticamente iguais nos dois grupos, não
havendo diferença estatística significante (p>0,05). Entretanto a PS foi um
pouco maior para os não fumantes, embora não tenha havido diferença estatística
significante entre esses resultados (p>0,05).
Isto nos
leva a concluir que devido a baixa idade e ao pouco tempo de duração do hábito
de fumar, não foi possível observar alterações, para os parâmetros clínicos
adotados, nos fumantes quando comparados com não fumantes.
269
Imagem
digitalizada para avaliação da cicatrização periodontal
D.B.
PALIOTO; S. SATO; G. RITTMAN; L.F. MOTA; R.G.CAFFESSE
Departamento de Periodontia
-Universidade do Texas - Houston.
O objetivo
desse estudo foi determinar a precisão de um método de análise de imagem
digitalizada e avaliar sua utilização para verificar a cicatrização
periodontal. Material histológico de um estudo em cães usando fatores de
crescimento para verificar a nova formação tecidual foi analisado através de
um microscópio óptico conectado a uma câmera colorida CCD. A imagem foi então
transmitida a um aquisitor sendo assim digitalizada e transmitida a um
computador onde é manipulada e armazenada. Vinte especimens foram lidos duas
vezes num intervalo de 24 horas para acessar reproducibilidade intraexaminadores
e interexaminadores. Os parâmetros utilizados foram:
área de epitélio, área preenchida por novo tecido, área de novo osso,
medidas lineares de novo cemento. Os números foram analisados pelo Teste-t de
student para testar a hipótese de não diferença entre as leituras. Nenhuma
diferença estatisticamente significante foi encontrada em nível 5% para todos
os parâmetros quando verificado leitura intra-examinador. As leituras
inter-examinadores para o parâmetro medidas lineares de cemento mostraram
diferença estatisticamente significante (p<0,05).
Resultados
foram consistentemente uniformes e o método demonstrou alta precisão. É um
recurso valioso para avaliação quantitativa e qualitativa do processo de cura
periodontal.
270
Estudo in
vitro do índice de polimento dos dentifrícios
A.C.C.
ANDRADE Jr*;M.R.C. ANDRADE; R.G. FISCHER (Departamento de Periodontia)
Faculdade de Odontologia da
UERJ. Rio de Janeiro.
O objetivo
do presente estudo foi avaliar o índice de polimento de 15 dentifrícios
nacionais. Uma solução contendo 50g de cada marca mais 800 ml de água
destilada era colocada no aparelho Einlehner AT 1000, que promovia 174000 rotações
da haste metálica, com cilindro descartável de borracha, sobre uma tela de
cobre previamente pesada (P1), por 100 min. Com o término da operação, a tela
era lavada, secada e novamente pesada (P2). Através da equação: (P1 - P2) /
3.07 x 10-4
encontrava-se o número de gramas/ m2
. Cada dentifrício foi
testado 3 vezes e o valor final encontrado era a média dos 3 valores.
Adicionalmente foram investigados o pH e o teor de sólidos das diferentes
marcas. Os resultados mostraram que os dentifrícios possuem uma grande variação
no grau de polimento, e poderiam ser divididos em 3 classes: alta, média e
baixa abrasividade. As 3 marcas mais abrasivas foram: Close Up com flúor,
Colgate Anti-Tártaro e Oral B dentes e gengivas. As 3 marcas menos abrasivas
foram: Colgate MFP com cálcio, Gessy com flúor e Signal com flúor.
O
estabelecimento desse “ranking” dos cremes dentais brasileiros, baseado nas
características abrasivas das diferentes marcas, facilitaria ao clínico geral
a indicação racional do uso dos dentifrícios, a partir das necessidades específicas
de cada paciente.
271
Neuropeptídeos
em gengiva saudável e na periodontite do adulto
H.G.
TEIXEIRA*; R.G. FISCHER
Dep. de Anatomia e
Periodontia; Faculdades de Odontologia da UFJF e UERJ. Juiz de Fora e Rio de
Janeiro, Brasil
O objetivo
do presente estudo foi avaliar a presença dos neuropeptídeos (VIP, SP, CGRP)
em periodonto saudável e em periodontite do adulto, sem tratamento prévio. 15
adultos (8 homens e 7 mulheres), com idade média de 38.3 anos de idade, foram
selecionados. Os pacientes não poderiam apresentar patologia sistêmica, ter
usado antibiótico ou ter recebido tratamento periodontal nos 6 meses anteriores
ao trabalho. Os exames clínicos incluiram: (1) índice de placa, (2)
sangramento a sondagem, (3) profundidade de bolsa a sondagem (PBS) e (4) nível
clínico a sondagem. Exame radiográfico periapical completo também foi
realizado. Foram retiradas 2 biópsias (1 experimental e 1 controle) da gengiva
inserida de cada paciente. Área experimental apresentava
PBS maior que 3 mm, sangramento a sondagem e imagem radiográfica compatível
com perda óssea maior que 1/3 da raiz. Área controle apresentava PBS menor que
3 mm, sem sangramento a sondagem e imagem radiográfica compatível com perda óssea
menor que 1/3 da raiz. As biópsias foram processadas pela técnica da
imunohistoquímica. Os resultados indicaram a presença de VIP, SP e CGRP na lâmina
própria gengival, ao redor de vasos sanguíneos e nervos, nas áreas
experimental e controle, com tendência a níveis aumentados nas áreas
controles quando comparados com as áreas experimentais. CGRP foi demonstrado
também no epitélio, com uma tendência a níveis maiores nas áreas
experimentais quando comparado com as áreas controles.
Estudos
adicionais são necessários para determinar o significado da presença dos
neuropeptídeos na patogênese da doença periodontal.
272
Prevalência
de bruxismo excêntrico noturno em crianças de 2 a 11 anos
R.S.A.
SHINKAI*; L.M.SANTOS; F.A. SILVA; M.Nobre
dos SANTOS
Depto de Prótese
e Depto de Odontopediatria, FOP-UNICAMP.
Relata-se
uma grande variação de incidência de bruxismo infantil na literatura (5% a
81%), dificultando o estabelecimento de parâmetros comparativos. O objetivo
deste estudo foi registrar a prevalência de bruxismo excêntrico noturno (BEN)
e suas características em 213 crianças de 2 a 11 anos, sendo 130 crianças
atendidas na FOP-UNICAMP e 83 crianças atendidas em consultório particular. Os
dados foram coletados mediante entrevista dirigida ao responsável pela criança
e ao seu dentista e analisados através dos testes c2
e de Kruskal-Wallis. A prevalência de BEN verificada foi de 28,64% (n=61). A
diferença de freqüência entre bruxômanos e não-bruxômanos não foi
significativa em relação ao local de atendimento (FOP X consultório)
(p>0,05). Considerando o tipo de dentição, 39,34% das crianças de
dentadura decídua e 24,34% com dentição mista eram bruxômanos (p<0,05).
Entre os bruxômanos (n=61), 27,87% eram crianças ansiosas e 31,15% eram
hiperativas. Cinqüenta e um por cento das crianças com BEN tinham problemas
respiratórios e/ou alérgicos. Em relação à idade, houve alta prevalência
de BEN em crianças de 2 a 5 anos e de 10 a 11 anos. Não pôde ser verificada
relação com parasitose ou sexo.
Conclui-se
que a prevalência de BEN encontrada (28,64%) foi expressiva, devendo ser
considerada no atendimento de crianças de todas as faixas etárias.
273
Mudanças
transversais no tratamento com Bionator das maloclusões Cl.II, div.1a
C.
DOMINGUEZ; C. ROIZENBLATT*; J.W. VIGORITO.
Depto. de Ortodontia e
Odontopediatria - Disciplina de Ortodontia/FOUSP
As mudanças
sagitais decorrentes do tratamento com Aparelhos Ortopédicos Funcionais das
maloclusões de Classe II, divisão 1a
têm sido amplamente estudadas; porém, são poucos os estudos publicados que
avaliam o aspecto transversal. Uma vez que a relação ântero-posterior das
bases ósseas é mudada terapeuticamente, as novas relações musculares e
funcionais podem afetar concomitantemente a dimensão transversal das arcadas.
Para verificar isto, realizamos um estudo prospectivo em 18 pacientes
brasileiros (10 meninas e 8 meninos) em crescimento, com idade média inicial de
10 anos e 7 meses (D.P.+1,3 anos) e final de 12 anos e 2 meses (D.P.+1,3
anos) e tratados durante 18 meses com um Aparelho Ortopédico Funcional tipo
Bionator de Balters. Comparamos os modelos de gesso iniciais e finais
determinando as mudanças transversais na região anterior ao nível dos 1os pré-molares ou 1os
molares decíduos e na região posterior ao nível dos 1os molares permanentes superiores e inferiores. Os resultados
foram analisados pelo teste “t” de Student, observando aumento
estatisticamente significante ao nível de 1% na região anterior e posterior
superior e posterior inferior e nenhuma mudança na região anterior inferior.
Com estes
resultados, achamos por bem concluir que em decorrência do crescimento
transversal e também da correção da Classe II-1 pelo Bionator,
ocorreram modificações nas dimensões transversais nos arcos superior
na região anterior e posterior, enquanto que no arco inferior se observaram
modificações só na região posterior.
274
Relação
esquelética e aspecto facial da maloclusão de Cl II, div. 1a
A.M.B. BRANDÃO*;
C. DOMINGUEZ; L. CAPELOZZA
Departamento de Ortodontia
e Odontopediatria, Faculdade de Odontologia da USP-SP
Na tentativa
de esclarecer a possível correlacão entre o aspecto esquelético facial e o
aspecto facial dos tecidos moles em pacientes com maloclusão de Cl II div. 1a,
propusemo-nos a comparar o comportamento da discrepância ântero-posterior
das bases ósseas maxilar e mandibular e dos tecidos moles
correspondentes, de um grupo de 14 pacientes brasileiros leucodermas (11 meninos
e 3 meninas) em crescimento com idade média de 13 anos e 7 meses D.P +
2,1anos. Para tanto, foram avaliadas as radiografias cefalométricas em norma
lateral e as fotografias de perfil desses pacientes. Nas radiografias cefalométricas
e nas fotografias foi medido o ângulo constituído pelos pontos A, N, e B
esqueléticos e dos tecidos moles respectivamente. O valor médio obtido para o
ângulo ANB esquelético foi de 5,39o
D.P + 2,6 e para o ângulo ANB dos tecidos moles foi de 12,64o
D.P + 3,1. As diferenças obtidas foram avaliadas pelo teste “t”de
Student e apresentaram significancia estatística ao nível de 1%.
A partir
destes resultados achamos por bem concluir que a maloclusão de Classe II, divisão
1a
(deste grupo de pacientes), reflete-se de forma mais evidente no aspecto facial,
tornando-a mais severa que no aspecto esquelético, quando avaliada pelo ângulo
ANB. Isto poderia ser explicado pela infuência do tônus muscular decorrente da
incompetência labial e das inclinações dentárias características deste tipo
de maloclusão, uma vez que estas afetariam o perfil mole e não o perfil esquelético.
275
Avaliação
de métodos de traçado do plano oclusal: estudo comparativo.
J.B. PAIVA;
C.C. ARRUDA*
Depto. de Ortodontia e
Odontopediatria - Disciplina de Ortodontia/FOUSP.
O presente
trabalho enfoca as dificuldades em se padronizar o traçado cefalométrico do
plano oclusal. As análises dos resultados conduziram a se aceitar a grande
variabilidade existente, entre os métodos utilizados. Empregou-se 30 pacientes,
dos quais se obteve telerradiografias onde foram traçados os planos oclusais na
fase antes do início do tratamento ortodôntico e quatro anos após a remoção
da aparelhagem. Para o estudo, empregou-se a medida do ângulo NS.PLO para
avaliar-se o comportamento do plano oclusal. Tem-se como comprovada a grande
estabilidade da linha SN. Portanto, as variações deste ângulo correm por
conta da variação do plano oclusal. Empregou-se cinco métodos: BRODIE9
(1953), JACOBSON30
(1976), RICKETTS42
(1982), DOWNS15
(1948) e PADRÃO USP (INTERLANDI29,
1968)
Conlcuiu-se
que há grande variabilidade do plano oclusal no período estudado. O método de
menor variabilidade, segundo as diferenças das médias dos valores angulares,
foi o Padrão USP (INTERLANDI29,
1968).
276
Aspectos
ultra-estruturais da permeabilidade da mucosa sublingual à ósmio-amina
T.S. MASUKO;
B. KÖNIG Jr.
Departamento de Morfologia,
Faculdade de Odontologia S.J.C./UNESP; Departamento de Anatomia ICB/USP
O estudo da
permeabilidade da mucosa sublingual é importante devido à administração
sublingual de medicamentos, que, quando administrados são absorvidos e vão
diretamente e mais rapidamente para o sistema sangüíneo. A mucosa sublingual
é muito fina e a submucosa muito delicada. Os vasos sangüíneos podem ser
observados por transparência quando a língua é elevada. Este trabalho tem
como objetivo o estudo da permeabilidade in vivo e in vitro da
mucosa sublingual de ratos através da microscopia eletrônica de transmissão.
Foram utilizados ratos Wistar adultos, machos, com peso entre 200 e 350 g. A
solução de ósmio-amina foi obtida segundo o método de COGLIATI (1973) e
FOLKAN e COGLIATI (1976) e diluída em solução tampão fosfato. Para o método
in vivo foi colocado algodão embebido em ósmio-amina por diferentes
tempos. Para o método in vitro pequenos fragmentos de mucosa foram
mantidos em solução de ósmio-amina à temperatura ambiente por diferentes
tempos. As amostras foram fixadas em paraformaldeído, pós-fixadas em solução
de ósmio a 1% durante 2 horas a 4oC,
desidratadas em uma série crescente de álcoois, incluídas em epon e
observadas no microscópio eletrônico de transmissão Jeol CX II do Instituto
de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.
Com base
nestes estudos os autores concluíram que a mucosa sublingual é permeável à
ósmio-amina e que esta substância atinge a submucosa; os desmosomas dos
diferentes níveis das camadas epiteliais da mucosa sublingual não constituem
barreira para o progresso da penetração do material.
Apoio
financeiro da FUNDUNESP - Proc. 028/96-DFP/1S
277
Ultra-estrutura
das papilas linguais de morcegos frugívoros Carollia perspicillata
B. KÖNIG Jr*
; S.N. BOARO; T.S.
MASUKO*
Depto. Anatomia ICB/USP,
Fac. Ciências e Tecnologia, PP/UNESP; *Depto. Morfologia, Fac. Odontologia
S.J.C./UNESP
As papilas
linguais variam na sua morfologia de acordo com a espécie animal, bem como
dentro de uma mesma espécie animal. A principal razão para esta diversidade é
o tipo de alimentação do animal, além do modo de apreensão do alimento e do
como ele deglute o alimento. Os morcegos são mamíferos voadores, da ordem
Chiroptera, que apresentam uma grande variedade de hábitos alimentares e de
habitat. Este trabalho tem como objetivo o estudo das papilas linguais de
morcegos frugívoros Carollia perspicillata (Phyllostomidae) por intermédio
do microscópio eletrônico de varredura. Foram utilizados quatro morcegos de
ambos os sexos, adultos, que após o sacrifício dos animais foi feita perfusão
com solução tampão fosfato 0,1 M, pH 7,4 seguida de solução de Karnovsky.
Duas amostras foram submetidas à digestão com solução de NaOH a 1%. Em
seguida, todas as línguas foram pós-fixadas em solução de tetróxido de ósmio
a 1%, desidratadas em uma série crescente de álcoois, metalizadas e observadas
ao microscópio eletrônico de varredura Jeol 6100 do Instituto de Ciências
Biomédicas da Universidade de São Paulo.
Com base
nestes estudos os autores concluíram que os morcegos frugívoros apresentavam
três tipos de papilas: papilas valadas, em número de quatro, sendo duas
mediais e duas laterais, estas mais globosas e situadas no mesmo nível das
mediais; papilas fungiformes, distribuídas em toda a superfície dorsal da língua;
e papilas filiformes, com diferentes formas de acordo com a região.
278
Avaliação
do estresse e sensibilidade a palpação muscular e das
ATMs em 200
Pacientes
C. KLIEMANN*; P. I.
SERAIDAIAM; E. COLONELLO - Departamento de Materiais Dentários e Prótese,
FOSJC.-UNESP
Este
trabalho avalia uma amostra de 200 pacientes dentados da cidade de São José
dos Campos - São Paulo,
pertencentes ao ambulatório da FOSJC - UNESP. Eles foram divididos em dois
grupos de 100 pacientes, sendo o primeiro formado por indivíduos queixosos de
disfunção craniomandibular e o segundo sem queixas de disfunção (grupo
controle). Todos os indivíduos responderam ao questionário de auto-avaliação
de Holmes e Rahe, 1967 para presença do estresse e avaliação clínica da
sensibidade a palpação muscular pela técnica sugerida por Solberg et al. ,
1972 e Mahan & Alling, 1991. A escala de zero a três foi utilizada para
registrar a evolução da sensibilidade muscular produzida pelo exame táctil na
palpação muscular e das ATMs: “grau 0”(negativa); “grau 1”(discreta);
“grau 2”(moderada); “grau 3”(severa). O exame clínico compreendeu a
palpação bilateral das ATMs e dos principais músculos do sistema estomatognático.
A análise
estatística para o estresse foi através do teste (x2) com nível de significância
de 5%, cujos resultados encontrados após análise, mostraram alta significância
para o estresse: (77% queixosos) e
(55% não queixosos). Para sensibilidade muscular e das ATMs, encontrou-se alta
significância para o “grau 0”, “grau 1”, “grau 2”, e “grau 3”.
O cálculo do índice médio geral foi realizado através do teste de
Mann-Withney com o objetivo de se obter uma média das sensibilidades musculares
e das ATMs apresentada pelos pacientes . O resultado estatístico encontrado,
apresentou quatro vezes mais sensibilidade a palpação muscular e das ATMs para
os pacientes queixosos de disfunção craniomandibular.
279
Avaliação
da evolução oclusal e sintomática em pacientes com placa oclusal
A.S.
LUSVARGHI*; M.C. BOLZAN
NAPEM-USP
Foram
avaliados 34 pacientes da clínica de disfunção têmporo mandibular do
NAPEM-USP, todos em tratamento com placa estabilizadora oclusal. Os mesmos foram
monitorados durante 3 sessões de reajuste da placa quanto a evolução de seus
sintomas, e quanto à estabilidade da oclusão com a placa em posição. Foram
analisadas as seguintes sessões, após a instalação da placa: primeira (média
de 13 dias), terceira (média de 66 dias) e quinta (média de 126 dias). Os
sintomas foram avaliados através de entrevista, e comparados com a sessão
anterior. A estabilidade oclusal foi avaliada com a fita Mylar de 8mm de espessura. Os pacientes foram divididos em quatro
categorias: 1A (remissão parcial ou total de sintomas e oclusão estável); 2A
(sem remissão de sintomas e oclusão estável); 1B (remissão parcial ou total
de sintomas e oclusão instável); 2B (sem remissão de sintomas e oclusão instável)
1a
3 a
5 a
1A
26%
38%
44%
2A
3%
3%
3%
1B
59%
59%
53%
2B
12%
0%
0%
Em vista
dos resultados obtidos (vide tabela), pode-se concluir que a maioria dos
pacientes apresentou uma melhora de sintomas com o uso da placa oclusal,
progressiva a partir do primeiro reajuste. A estabilidade oclusal também
aumentou ao longo do tempo em quase metade dos pacientes, o que sugere uma tendência
de melhora de sintomas seguida de estabilidade oclusal.
280
Persistência
do forame de Huschke em crânios adultos
H.
FAIG-LEITE*; J.A.C.* HORTA Jr.
Disciplina de Anatomia, F.
de Odontologia de São José dos Campos/SP – UNESP
O forame de
Huschke (HF) aparece durante o desenvolvimento embriológico da porção timpânica
do osso temporal, e comumente fecha-se aos cinco anos de idade. Sua persistência
em crânios adultos é uma anomalia anatômica. Nosso objetivo foi estudar a
incidência, forma e dimensões deste forame em crânios de indivíduos
brasileiros adultos, chamando a atenção para suas implicações clínicas.
Foram utilizados 776 crânios, sendo 305 identificados segundo o sexo e o grupo
étnico. De ambos os lados de cada crânio foi observada a região timpânica do
temporal, procurando na sua porção mediana o HF. Uma vez constatada sua presença,
foram estudados a sua incidência uni ou bilateral, suas possíveis formas, e
mensurado seu diâmetro nos sentidos transversal e longitudinal. O HF foi
encontrado em 9,92% do total de crânios estudados, sendo sua presença
bilateral em 4,64% e unilateral em 5,29%. Quanto a forma encontramos o HF na
forma irregular em 56,90% dos casos, oval em 18,10%, redondo em 17,24%, na forma
de fenda em 6,9% e de forma quadrado em 0,86% dos casos. Este forame apresentou
um diâmetro transversal médio de 2,37 mm e um diâmetro longitudinal médio de
2,42 mm.
A persistência
do HF pode explicar o aparecimento de hérnias na articulação
temporomandibular, ou também problemas otológicos como fístulas no conduto
auditivo externo.
Apoio
financeiro: FAPESP
281
Comparação
entre técnicas transcranianas e a confecção de um gabarito
F. N. BÓSCOLO;
S. M. ALMEIDA; T. C. R. PEREIRA*
Departamento de Diagnóstico
Oral -Área de Radiologia - FOP – UNICAMP
As técnicas
radiográficas transcranianas foram estudadas por vários autores que procuraram
estabelecer protocolos de exames para se complementar o diagnóstico de casos clínicos,
sendo relatada a necessidade da associação de diversas técnicas para se obter
uma boa imagem da ATM, que as vezes pode ser de pouca valia, caso o profissional
desconheça os aspectos das imagens obtidas nestas técnicas. O estudo teve como
finalidades comparar duas técnicas radiográficas transcranianas com o auxílio
do cefalostato ACCURAD-200, nas posições Padrão e Corrigida e desenvolver um
gabarito que auxilie o profissional a medir os espaços articulares anterior e
posterior, fornecendo informações sobre o posicionamento condilar. Foram
radiografados 59 pacientes, numa faixa etária entre 18 e 35 anos, que se
propuseram a participar deste estudo. Foram realizadas radiografias ínfero-superior
e transcranianas. Sobre as transcranianas foram realizados os traçados com o
auxílio do gabarito e feitas as medidas lineares dos espaços articulares,
utilizando um paquímetro digital.
Nossos
resultados demonstraram que para ambas as técnicas empregadas o espaço
articular posterior apresentou-se menor que o anterior, e embora não tenha
havido diferença estatisticamente significante entre as duas técnicas, a
Corrigida demonstrou uma maior confiabilidade nos resultados e que o método
desenvolvido permite a avaliação do posicionamento condilar.
Apoio
financeiro da CAPES.
282
Erro de
reprodutibilidade de valores cefalométricos pelos métodos computadorizado e
convencional
H.R. ALBUQUERQUE Jr*;
M.H.C. ALMEIDA - Departamento de odontologia infantil, FOP-UNICAMP
Foi
realizado um estudo para avaliar o erro de reprodutibilidade dos valores cefalométricos
usados na filosofia Tweed-Merrifield, tanto pelo método computadorizado quanto
pelo convencional. Utilizou-se uma amostra de 30 telerradiografias da cabeça em
norma lateral, do arquivo do curso de pós-graduação em Ortodontia da
FOP-UNICAMP. Dois operadores realizaram os traçados e mensurações em dois
momentos, com intervalo de 30 dias entre cada conjunto de traçados. Para
avaliar o efeito sistemático dos fatores em estudo, realizou-se uma análise de
variância para cada variável investigada, levando-se em consideração a
dependência gerada pela realização de diversas medidas nas radiografias de
cada paciente, assim como foram feitos testes t-Student. Para estimar os erros
aleatórios, determinou-se a variância do erro, fórmula de Dahlberg, para
combinação de método e operador, e para cada medida. Como alternativa de
avaliar a contribuição dos erros aleatórios na reprodutibilidade das medidas,
calculou-se o coeficiente de confiabilidade.
A
investigação demonstrou que os erros na cefalometria radiográfica,
inevitavelmente, ocorrem, havendo uma interferência significante do fator
operador na reprodutibilidade das medidas. O método computadorizado foi confiável,
apresentando variâncias do erro menores que as do convencional. As medidas FMIA
e IMPA manifestaram as maiores possibilidades de erro, sendo essencial, dentro
da filosofia em estudo, a replicação de traçados, para tomadas de decisões
seguras.
Apoio financeiro da FAPESP - Processo 95/1130-5.
283
Avaliação
dos espaços interproximais na dentição decídua
E.P.S.
BASTOS*; V.M. SOVIERO; F.V.G. ABREU; M.E.B. RAMOS
Odontopediatria - UFRJ.
Com objetivo
de avaliar a prevalência e o comportamento dos diferentes espaços
interproximais durante a fase de dentição decídua, realizou-se um estudo
transversal, envolvendo 400 crianças de 2 a 6 anos de idade, na cidade de Petrópolis
- RJ. As crianças foram examinadas em carteiras escolares, sob luz natural, por
apenas 1 examinador. O fio dental foi utilizado para checar a presença de cada
espaço interproximal. O teste qui-quadrado foi utilizado para a análise estatística
realizada no programa EpiInfo 6.02. Os arcos dentários foram classificados em
tipo I (espaçado) e tipo II (não espaçado). O arco tipo I foi o mais
prevalente tanto no arco superior (93,2%), como no inferior (90,5%), sendo que o
superior tipo II foi mais comum no sexo feminino (p<0,01).
Os espaços
primatas foram os espaços interproximais mais encontrados em ambos os arcos. A
correlação entre a presença de espaços interproximais e idade foi
estatisticamente significante para ambos os arcos (p<0,01), sugerindo uma
tendência para o fechamento dos espaços ainda na fase de dentição decídua
completa.
284
Dentição
decídua: avaliação do plano terminal e da relação canino
VM SOVIERO*;
FVG ABREU; LA MONTE ALTO; E.P.S BASTOS
Odontopediatria – UFRJ
No intuito
de conhecer mais sobre as características da dentição decídua, apresentadas
pelas crianças brasileiras, realizou-se um estudo de prevalência, envolvendo
400 crianças, com dentição decídua completa, de 2 a 6 anos, na cidade de
Petrópolis - RJ. Os exames foram realizados por 1 examinador, em carteiras
escolares, sob luz natural. Crianças com cáries proximais ou oclusais extensas
e mordida cruzada posterior foram excluídas. Os dados foram analisados no
programa EpiInfo 6.02, utilizando o teste qui-quadrado. A relação terminal dos
arcos dentários foi a mesma em ambos os lados em 85,0% da amostra. O plano
terminal reto (PTR) foi predominante (45,0%), seguido do degrau mesial (DM)
(21,5%) e do degrau distal (DD) (18,5%). O PTR associado ao DD foi observado em
8,8% e ao DM em 6,2%. A Classe 2 de caninos esteve presente em 51% das crianças,
bilateralmente, seguida da Classe 1 (36,8%) e da Classe 3 (1,3%). A Classe 1
associada à Classe 2 esteve presente em 10% e à Classe 3, em 1%. Não houve
influência do sexo ou da idade no tipo de relação molar e relação canino
(p>0,05). A correlação entre relação molar e relação canino foi
estatisticamente significante
(p<0,0001). Dos casos de DM, cerca de 90% possuíam caninos em Classe 1,
incluindo as crianças com mordida aberta anterior. Dos casos de DD, 100%
apresentaram caninos em Classe 2. Dos casos de PTR, cerca de 60% apresentaram
caninos em Classe 2 e 40% Classe 1.
O PTR e a
Classe 2 de caninos foram as características mais comuns. A correlação
existente entre relação molar e canino, sugere que o DM seja a relação molar
mais estável e, portanto, mais favorável para o desenvolvimento de uma boa
oclusão na dentição permanente.
285
Comportamento
da mordida aberta anterior, após a remoção do hábito de sucção
R.C. BONI;
M.C.F.A. VEIGA; R.C. ALMEIDA
Faculdade de Odontologia de
Piracicaba - UNICAMP - São Paulo, Brasil
Este
trabalho teve como objetivo verificar a alteração na mordida aberta anterior,
em crianças de 4 a 6 anos de idade, após a retirada de hábitos de sucção de
chupeta e/ou mamadeira, através do método de conscientização. A amostra foi
constituída de 20 crianças, leucodermas, da região de Limeira, com idade de 4
a 6 anos, de ambos os sexos, portadoras de hábito de sucção de chupeta e/ou
mamadeira, que possuíssem mordida aberta anterior, podendo ou não apresentar
outra maloclusão associada. As alterações morfológicas decorrentes da remoção
do hábito foram avaliadas através análise cefalométrica em telerradiografias
em norma lateral da cabeça, que foram executadas no início do tratamento e 30
dias após a eliminação do hábito. A avaliação cefalométrica considerou as
grandezas: FMA, SNA, 1. NA, Ângulo Interincisivos, Ângulo Z,
Comprimento da Maxila, 1-NA, Sobressaliência e AFA. Os resultados mostraram que
as medidas FMA (1,325o),
SNA (0,275o),
Ângulo Z (0.325), Comprimento da Maxila (0,6mm) e AFA (0,5mm), apresentaram
diferenças que não foram significativas a (5%), entretanto o Ângulo
Intericisal (4,875o),
1-NA (6,1o),
o 1-NA (1,575 mg) e a Sobressaliência (2,625mm) apresentaram alterações
estatisticamente significativas (5%).
Portanto
após a análise dos resultados, bem como das observações clínicas, foi possível
concluir que, alterações no posicionamento dos incisivos, e consequentemente
diminuição, ou mesmo fechamento, da mordida aberta ocorreu em decorrência do
tratamento através da conscientização do paciente, e consequentemente
abandono do hábito de sucção de chupeta e/ou mamadeira.
286
Efeitos da
estimulação elétrica transcutânea nos movimentos mandibulares
R. S. M.
FERNANDES*; V. S. BARROSO; M. O. MAZZETTO
Departamento de Odontologia
Restauradora, FORP/USP
A estimulação
elétrica transcutânea (TENS) possue uma ação analgésica, pela liberação
de endofinas e encefalinas, e uma ação miorelaxante pela diminuição da tensão
das fibras musculares proporcionada pelo relaxamento normal e não invasivo de
áreas específicas da musculatura; com isso os autores avaliaram os efeitos
desta estimulação nos movimentos mandibulares antes e após a instalação de
placa miorelaxante, em pacientes que apresentavam sintomatologia dolorosa no
Sistema Estomatognático e abertura bucal inicial inferior a 40mm. Na 1ª fase
do trabalho, 10 pacientes da clínica de oclusão da FORP/USP foram avaliados
através de ficha clínica, onde anotou-se as medidas de abertura bucal e dos
movimentos excêntricos mandibulares; em seguida colocaram-se os eletrodos na
região correspondente a chanfradura mandibular D e E e aplicou-se a estimulação
elétrica por 20mm. Decorrido este tempo, registrou-se as novas medidas e as
comparou com as anteriores. Na 2ª fase, após 1 semana de utilização da placa
miorelaxante, fez-se as medições dos movimentos já citados e depois a
estimulação elétrica, seguindo o protocolo anterior, registrando assim os
novos valores. O movimento de abertura bucal foi estatisticamente maior após a
estimulação elétrica nas 2 fases do trabalho, enquanto o movimento de protusão
só foi maior na 1ª fase, no entanto os movimentos de lateralidade permaneceram
inalterados.
Com os
resultados obtidos conclui-se que a ação miorelaxante da estimulação elétrica
favorece a uma maior amplitude da abertura bucal, proporcionando aplicações
diagnósticas e terapéuticas.
287
Estudo
eletromiográfico dos músculos do sistema estomatognático durante mastigacão
de diferentes produtos
R.V. BUZINELLI*; D.A.
BIASOTO; S.M.D.S. PIEDADE; F. BERZIN - Dep. Morfologia, Faculdade de Odontologia
de Piracicaba-UNICAMP
Buscou-se no
presente estudo comparar a uniformidade do exame eletromiográfico dos músculos
da mastigação quando da utilização de duas
gomas comerciais Ping-Pongâ
e Tridentâ e dois materiais insípidos, rolinho de algodão e parafina
(Parafilmâ).Para tanto realizou-se a eletromiografia de superfície dos músculos
temporais anteriores e masséteres bilaterais e supra-hióideos em 6 voluntários
do sexo feminino ( idade variando de 17 a 27 anos) com normoclusão e ausência
de sinais ou sintomas de disfunção temporomandibular.O voluntário foi
orientado a mastigar bilateral e simultaneamente cada um dos produtos em sequência
aleatória.O sinal eletromiográfico foi armazenado e analisado pelo valor
RMS(root mean square) expresso em micovolts nas fases de contração isotônica,
de cada músculo, para cada produto
A
atividade verificada nos músculos temporais anteriores e masséteres foi maior
durante a mastigação das gomas e da parafina que durante a mastigação do
algodão.Durante a mastigação dos materiais insípidos ( algodão e parafina
), a atividade dos músculos supra-hióideos foi menor que durante a mastigação
das gomas.
288
Análise
quantitativa do nervo infraorbitário do macaco-prego (Cebus apella),
estudo microscópico
P.R. BOTACIN*; J.A. DE
OLIVEIRA; M. VITTI - Departamento de Morfologia - Faculdade de Odontologia de
Araçatuba – UNESP
Neste estudo
propôs-se uma análise quantitativa do nervo infraorbitário do macaco-prego (Cebus
apella). Para isto cinco animais machos e adultos foram perfundidos com
solução de formol a 10% tamponada. O nervo contido no sulco infraorbitário
foi dissecado e seccionado em duas partes, com aproximadamente 0,5cm de
comprimento cada: a porção anterior (junto à borda infraorbitária) e a porção
posterior (anterior à fissura orbital inferior). As amostras foram inicialmente
fixadas em solução de formalina, pH 7,0, por 24 horas e pós-fixadas por sete
dias em tetróxido de ósmio aquoso a 1%. Os segmentos de nervos foram então
incluídos em parafina, cortados com 5mm de espessura e montados em lâmina de
vidro. A porção anterior do nervo continha 5,5±1,58 fascículos que variaram
de 2,12 a 80,79mm2 de área, em corte transversal. A porção posterior era
composta de 2,6±1,26 fascículos que variaram de 1,63 a 72,0mm2 de área, em
corte transversal. A contagem do número total de axônios apontou para uma média
de 13.699,55 axônios mielínicos para a porção anterior, enquanto que na porção
posterior a média foi de 15.277,65 axônios mielínicos.
Com relação
ao diâmetro, as medidas demonstraram que 60% das fibras pertenciam ao grupo Aa,
e as demais incluíam-se no grupo Ad.
289
Alterações
cefalométricas na Classe II após o tratamento com o Regulador de Função
J.L. ALEGRIA
T.; D.R. MARTINS
Disciplina de Ortodontia,
Faculdade de Odontologia de Bauru, USP
Avaliaram-se,
cefalometricamente, as alterações ocorridas em jovens brasileiros, com Classe
II, após um ano de tratamento com o Regulador de Função de Fränkel (RF).
Foram selecionados 27 jovens brasileiros, leucodermas, entre os 9 e 10 anos de
idade, na fase de dentadura mista, com Classe II, 23 com 1a divisão e quatro
com 2a divisão, tratados com o RF, pelos alunos do curso de pós-graduação em
ortodontia, ao nivel de mestrado, da FOB,USP. As telerradiografias laterais
iniciais e de controle (um ano de tratamento) foram traçadas, medidas e
comparadas estatisticamente. Observou-se que após um ano de utilização do RF
I, para o tratamento da Classe II, 1a divisão, ocorreu um aumento do
comprimento mandibular e da altura facial ântero-inferior, assim como a
linguoversão dos incisivos superiores. Evidenciou-se também uma ligeira restrição
da protrusão maxilar e do deslocamento anterior dos molares superiores; um
discreto aumento da protrusão mandibular e da inclinação labial dos incisivos
inferiores, com uma suave melhora na estética facial. Embora o tamanho da
amostra não permita uma conclusão definitiva, o RF II, para o tratamento da
Classe II, 2a divisão, parece apresentar efeitos similares aos observados com o
Regulador de Função I, diferindo unicamente pela vestibularização dos
incisivos superiores.
O
presente trabalho descreve apenas as alterações ocorridas sem diferenciar as
decorrentes do crescimento normal daquelas advindas da utilização do aparelho.
Contudo, pode-se afirmar que o RF constitui uma alternativa apropriada para o
tratamento da Classe II, particularmente quando a mandíbula se apresenta
subdesenvolvida, com os incisivos superiores inclinados para vestibular (na 1a
divisão) e com uma tendência de crescimento horizontal ou equilibrada.
290
Análise
espectral dos mm masseter, temporal e suprahioideos em desdentados totais
F.L.CUNHA *;
P.C. PACINI ; F. BÉRZIN
Depto. Morfologia,
Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP
Para
determinação da fisiologia bem como na detecção de disfunções musculares
do sistema mastigatório, temos como recurso diagnóstico a Eletromiografia.
Considerando a importância dos músculos masseter (M) e temporal (T) nos
movimentos mandibulares durante a mastigação e fala, e dos músculos digástrico
(D) e milohioideo (MH) na depressão da mandíbula e manutenção do equilíbrio
e postura da cabeça, este trabalho teve como objetivo analisar as atividades
destes músculos através da análise espectral. A amostra analisada contou com
11 voluntários desdentados totais, portadores ou não de prótese total
(mono/dupla). Realizou-se mordida isométrica bilateral com rolete de algodão.
Os resultados obtidos foram expressos em Turns/seg, RMS (mV), Frequência (Hz) e
Amplitude (mV), sendo os aspectos mais importantes para a análise o RMS e
Turns/seg. Os dados foram:RMS: ME-24,45+13,68; MD-25,21+17,41;
TE-31,42+17,14; TD-34,21+23,30; D-61,30+43,82; MH-8,15+4,83.
TURNS: ME-56,58+49,28; MD-72,42+63,60; TE-102,55+81,32;
TD-126,45+110,87; D-196,91+89,60; MH-1,64+2,96.
Em vista
dos resultados, podemos concluir que não houve diferença entre os lados
direito e esquerdo dos músculos M e T, havendo tendência de maior atividade do
T em relação ao M. Há, entretando, uma hiperatividade do D em relação aos
demais músculos analisados.
Apoio
Financeiro: CNPq/PIBIC; FAPESP Processo 95/9729-3
291
Análise
espectral do músculo masséter em crianças de dentição mista
R.H.U.
SATTO*; F. BERZIN; R.V. BUZINELLI
Departamento de Morfologia,
FOP-Universidade Estadual de Campinas – SP
O presente
estudo foi realizado visando a padronização de dados eletromiográficos em
crianças de den- tição mista, oclusão normal e sem distúrbios no sistema
estomatognático. Os dados obtidos poderão
servir como base de comparação para dados de crianças com disfunção
no sistema estomatognático, analisando seus parâmetros. Os músculos masséteres
direito e esquerdo de 14 crianças, de ambos os sexos, com idade variando dos 6
aos 11 anos, foram avaliados por um eletromiógrafo NICOLET-VIKING II de oito
canais. Foram realizados movimentos de máxima contração voluntária e de
mastigação bilateral com goma de mascar PING-PONG. Os dados de TURNS (T), RMS
(R) e FREQÜÊNCIA MÉDIA (F) obtidos na
máxima contração voluntária foram fornecidos automaticamente pelo eletromiógrafo
NICOLET-VIKING II. Os dados de RMS (R) da mastigação bilateral foram
transferidos para disquetes e analisados secundariamente pelo software SISDIN.
Os resultados do músculo masséter esquerdo foram: 482,0Hz±94,8Hz (T), 162,1µV±82,9µV
(R) e 199,4Hz± 49,7Hz (F) durante a máxima contração voluntária e 187,4µV±65,9µV
(R) durante a mastigação bilateral. Os resultados do músculo masséter
direito foram 476,7Hz±62,7Hz (T), 167,5µV±67,2µV (R) e 188,1Hz±33,3Hz (F)
durante a máxima contração voluntária e 192,0µV±70,8µV (R) durante a
mastigação bilateral. Os resultados foram analisados estatisticamente através
do teste-t de Student.
Comparando-se
os músculos masséteres direito e esquerdo para cada variável, observou-se que
não houve diferenças estatisticamente significantes. As probabilidades
encontradas foram: p=0,40(T), p=0,34(R) na máxima contração voluntária,
p=0,17(F) e p=0,31(R) na mastigação bilateral.
Apoio
Financeiro do PIBIC/CNPq - Processo 106336/96-7
292
Alometria
bivariada do crescimento da maxila
e mandíbula fetal humanas
M. U.
ALVES*; C. A. MANDARIM-DE-LACERDA; N. A.TATO
Odontopediatria/ UNIG;
Morfologia e Morfometria/UERJ; Odontopediatria/UNIG
e Patologia/UFRJ
Com o
progressivo refinamento das técnicas de visualização não invasiva, do feto,
abrem-se possibilidades para descrever o crescimento fetal e usá-lo como base
para a identificação, descrição e correção cirúrgica precoce de anomalias
de desenvolvimento. O presente estudo utilizou 34 hemi-maxilas e 34 hemi-mandíbulas
de fetos humanos (12 femininos e 22 masculinos), de gestação não gemelar,
estadiados entre a 19ª e 39ª semanas gestacionais. Para
fins estatísticos foram analisados os dados biométricos ponderais das
hemi-maxilas (direita, esquerda e maxila total) e hemi-mandíbulas (direita,
esquerda e mandíbula total), através de alometria bivariada, empregando-se a
equação alométrica Ln y = Ln a + (b) Ln x. A análise estatística,
considerando os coeficientes R² e
F, confirmou a propriedade do modelo linear e as regressões bivariadas foram
significativas (p<0,001). O crescimento foi isométrico (isometria=1). Não
houve diferença significativa entre os lados direito e esquerdo, nem entre o
crescimento da maxila e da mandíbula. Todas as correlações foram
“fortes”e altamente significativas.
Concluindo,
nossos resultados são uma aproximação
matemática e estatística que possibilita interpretar os fenômenos biológicos
do crescimento da maxila e da mandíbula no período fetal. A maxila e
mandíbula apresentam o mesmo padrão de crescimento fetal, apesar de, ao
nascimento, a mandíbula se apresentar em retrognatia. Sugerimos pesquisas
posteriores para confirmação dos resultados obtidoss utilizando-se amostras de
maior magnitude.
CNPq Proc.
521622/93-0
293
Desenvolvimento
de uma escala em silicona para tons de pele humana
A.C.C.
NEVES*; L.C. VILLELA
F.O .S J Campos -UNESP.
O objetivo
deste estudo foi desenvolver em silicona, uma escala de tonalidades de pele
humana. Foram confeccionados vinte e sete corpos de prova em silicona acética
(Silastic 732 RTV), pigmentados com óxidos de ferro e dióxido de titânio. A
quantidade de silicona acética, manteve-se constante (dois gramas) em todos os
corpos de prova, e os pigmentos foram misturados a ela, em várias proporções,
até a obtenção das vinte e sete diferentes tonalidades. À partir da comparação
dos corpos de prova, com a cor da pele de quarenta e um indivíduos, foram
selecionados os cinco corpos de prova com as tonalidades que mais se igualavam
à cor da pele dos mesmos, compondo assim, um guia de tonalidades. Variações
nas quantidades dos pigmentos utilizados permitiram a obtenção de novas
tonalidades. Com a metodologia empregada, foi possível desenvolver uma
escala básica de tonalidades de pele que facilita a definição do tom da pele
do paciente, quando da confecção de próteses faciais em silicona, permitindo
economia de tempo e de material no momento da seleção da cor.
294
Variabilidade
das forças de mordida em um mesmo indivíduo
E.P.
PELLIZZER; R. de O. FRANÇA*; L.E. RODRIGUES FILHO; R.Y. BALLESTER
Faculdade de Odontologia da
USP, Departamento de Materiais Dentários, São Paulo, Brasil
A finalidade
da pesquisa foi a de avaliar a reprodutibilidade da força de mordida em um
mesmo indivíduo, determinada três vezes em uma mesma sessão, com intervalo de
poucos minutos. Esta mesma conduta repetiu-se uma semana após. As forças foram
determinadas por meio de um gnadinamômetro. Escolheram-se 73 pacientes
portadores de prótese parcial removível na mandíbula e na arcada superior
havia várias formas de próteses ou dentes naturais. A fim de determinar a
variabilidade fizeram-se análises de variância para cada um dos pacientes,
entre a 1a
e a 2a
fases. Como recurso estatístico usaram-se para repetições as três determinações
em uma mesma sessão. Dos 73 pacientes, em 40 (54,8%) dos casos encontraram-se
diferenças significantes entre a 1a
e a 2a
sessão, sob vários níveis de significância (p < 0,05; p < 0,01; p <
0,001). Em 33 (45,2%) dos casos não se encontraram diferenças significantes. O
teste qui-quadrado mostrou que cerca da metade dos indivíduos apresentou variação
da força de mordida da 1a
para a 2a
sessão. O coeficiente de variação menor foi de 8,9% e o maior de 40,9%. Esses
coeficientes de variação, desde o menor até o maior, refletem a não reprodução
das forças de mordida em um mesmo indivíduo em uma mesma sessão, pois se
fossem exatamente iguais, esses coeficientes seriam nulos. A menor força de
mordida foi de 5,2 kgf e a maior foi de 41,9 kgf, diferentes entre si (p <
0,001). As conclusões foram: em cerca da metade dos indivíduos não se
reproduziram as forças de mordida em sessões diferentes; entre as forças de
mordida determinadas em uma mesma sessão há grande variabilidade; as forças
de mordida variaram muito, dependendo da dentição.
295
Inserções
periorbitais dos músculos pterigóideo lateral e temporal
J.C. Andreo; E.A.Q. Oliveira; J.A.C. Navarro*
Departamento de Morfologia
(Anatomia), Faculdade de Odontologia da USP – Bauru
Os músculos
da mastigação originam-se do mesmo arco branquial (1º arco ou mandibular),
através de inserções e pedículos vasculonervosos comuns, assim, esses músculos
recebem ramos arteriais e nervosos denominados temporomosseterinos,
temporobucais, temporopterigóideos laterais e interpterigóideos lateral e
medial. Müller observou feixes
musculares, na fissura orbital inferior próximos à região periorbital
lateroposterior (Músculo de Müller), onde os músculos pterigóideo lateral e
temporal apresentam inserções comuns. Vinte hemi-cabeças de indivíduos
adultos, de ambos os sexos, formolizadas (10%) e desmineralizadas (ácido nítrico
5%), foram dissecadas ao microscópio cirúrgico MC-900 (D.F.Vasconcellos),
através de acesso petrigomaxilar, para exposição periorbital. A trajetória
do nervo maxilar foi observada em relação às inserções profundas e
superiores dos músculos pterigóideo lateral e temporal, na parede lateral da
periórbita. Inserções periorbitais do músculo pterigóideo lateral foram
observados em 12 casos (60%); feixes anteriores e profundos do músculo temporal
estavam presentes em 4 casos (20%); enquanto feixes de ambos os músculos
apresentaram inserções periorbitais em 2 casos (10%); nesses casos, os feixes
anteriores e profundos tinham inserções comuns na parede periorbital, em duas
dissecções (10%) o nervo maxilar encontrava-se entre os feixes do músculo
pterigóideo lateral; e em 2 casos se o ramo zigomático-orbital, também.
Provavelmente
o “músculo de Müller” e estas inserções periorbitais são as mesmas
estruturas. Com a evolução, a retração do focinho e a migração anterior da
órbita, ocorrem, com a origem da cavidade orbital, a manutenção da fissura
orbital inferior e a continuidade das inserções musculares ptérigo-temporais
na periórbita.
296
Análise in
vitro, da composição química, metalográfica e da superfície de três
implantes dentais
R. MAZZONETTO*; A. C.
GUASTALDI; P.S. PERRI DE CARVALHO - Faculdade de Odontologia de Araçatuba –
UNESP
Três
implantes dentais de titânio disponíveis no Brasil foram analisados neste
estudo. O objetivo desta análise foi avaliar a topografia superficial, a
interface implante-conector protético e a composição metalográfica, usando
para isso microscopia eletrônica de varredura (MEV), além da análise da
composição química através de espectroscopia por dispersão de energia (EDS)
e espectrometria de emissão atômica. Os resultados obtidos com MEV não
mostraram diferenças significantes entre os diferentes implantes analisados,
exceto para o jateado, o qual apresentou uma superfície mais irregular. As
superfícies de todas as amostras mostraram um contorno homogêneo, mas
apresentaram-se cobertos por contaminantes e irregularidades, demostrando
provavelmente falta de controle de qualidade na usinagem dos mesmos. A análise
da interface implante-conector protético variou de acordo com o implante, mas
de uma forma geral, todas as amostras apresentaram uma boa adaptação entre os
componentes. A análise metalográfica mostrou que todos os implantes
apresentavam uma estrutura de fase
a + b, típica para titânio comercialmente puro, tido como material ideal para
implantes dentais. A espectrometria por emissão atômica mostrou uma composição
química semelhante entre as amostras (titânio e menos de 0,5% de outros
elementos, como o ferro, por exemplo). A EDS de energia mostrou uma composição
de titânio, reforçando os resultados da análise anterior.
Podemos
concluir que todos os implantes analisados apresentaram, de uma forma geral com
uma boa qualidade e dentro dos padrões encontrados no mercado.
Apoio da
CAPES, proc. 34100016
297
Análise da
reutilização de brocas na inserção de implantes
J.A.P.
SPERANDIO; S.M.B. CORREIA*; A. CAMPOS Jr.
Periodontia,
F.O.B. - USP
Avaliou-se o
reaproveitamento de brocas de aço inoxidável para a inserção de implantes,
em relação à sua influência no comportamento ósseo. Em cada um dos 15
coelhos machos albinos inseriu-se na tíbia 2 implantes usinados de titânio
grau 1 tratados previamente na superfície com ácido sulfúrico a 10%.
Utilizou-se um dos implantes para análise histológica e o outro para avaliação
mecânica. Dividiu-se a amostra em 3 grupos de 5 coelhos cada, de acordo com as
condições de uso das brocas: Grupo I- novas, Grupo II- 5 usos e Grupo III- 10
usos. As perfurações foram iniciadas com broca esférica seguida por cilíndrica
com diâmetro de 3 mm sob profusa irrigação com soro fisiológico. Da segunda
à quinta semana administrou-se marcadores ósseos fluorescentes, tetraciclina e
calceína, e na sexta semana foram obtidas as peças para análise histológica.
As lâminas foram confeccionadas de acordo com o protocolo para material não-descalcificado
em equipamento EXACT e analisadas com processador de imagens digitalizadas.
Mediu-se o percentual de contato linear osso-implante e preenchimento ósseo nas
2 primeiras e 2 últimas roscas de cada implante. O outro implante foi
desrosqueado com torquímetro manual obtendo-se o pico de força em Ncm. Os
dados foram avaliados utilizando-se o teste paramétrico para p< 0.05.
Os
resultados demonstraram ausência de diferença estatisticamente significante
com a reutilização de brocas frente aos parâmetros de percentual de ósseo-integração,
preenchimento de roscas do implante e teste de remoção ao torque.
Este
trabalho de pesquisa foi financiado pelo CNPQ.
298
Membrana
biológica cálcica produzida pelo Saccharomyces cerevisiae
r. rossa*; m. f. gomes;
t. o. nogueira
fousp,
fosjc- unesp,
São Paulo, Brasil
A pesquisa
para um material biocompatível e biodegradável, a qual não estimule resposta
imunológica e tecidual, tem sido o objetivo de muitos estudos. O uso de
membranas está associado principalmente a enxerto, propiciando indução
precoce do processo de reparo, reconstrução de tecido mole, alívio de dor,
hemostasia e processo de regeneração tecidual guiada (GTR) usada em perda
tecidual como resultado de doença periodontal. O objetivo desta pesquisa foi
produzir uma membrana biológica biocompatível, estimulando o mínimo de
resposta imunológica e tecidual, estudando sua estrutura morfológica e seu
aspecto bioquímico. A membrana biológica cálcica (MBC) foi produzida por Saccharomyces
cerevisiae em meio de cultura de sais de cálcio, a qual foi mantida a
25oC
durante um período de 10 dias. Esse processo foi realizado no laboratório de Biotecnologia
Homus. Na macroscopia, a MBC assemelhava-se a folha de papel,
apresentando uma superfície lisa e brilhante, coloração esbranquiçada e
consistência rígida. Na microscopia óptica e na SEM, a MBC mostrou uma massa
eosinofílica, densa e acelular constituída por fibras delicadas, a qual
entrelaçavam-se entre si como uma rede, com espessura de aproximadamente 120µm.
Nas análises bioquímicas, a membrana apresentava grande quantidade de colágeno,
era insolúvel e, usando a técnica de absorção atômica, também apresentava
sais de Ca, Mg, Na e K. Baseado nas observações analisadas, foi possível concluir
que a MBC pode ser usada como um material de enxerto devido a ausência aparente
de antígenos de histocompatibilidade; permite a troca de fluidos; poderia agir
como uma barreira mecânica para determinadas células teciduais; e poderia
apresentar biocompatibilidade.
299
Comparação entre características histológico-
radiográficas de áreas candidatas a implante
A.P.F. Bassi*; M.F.R. Gabrielli;
M.A.C. Gabrielli; C.A.S. Costa ; E.H. Vieira; R.H. Barbeiro
DeptO
Diagnóstico e Cirurgia FO-Unesp Araraquara
O advento de
implantes osseointegrados na última década, tem ajudado muito na restauração
das funções mastigatória em desdentados totais ou parciais, utilizando-se
como principal meio de avaliação da qualidade óssea, as radiografias
ortopantomográficas e periapicais, devido principalmente, ao custo que outros
tipos de exames demandam. Alguns autores classificam a qualidade óssea em relação
ao trabeculado ósseo observado radiograficamente. Poucos são os achados literários
em que se confirmam uma relação das características radiográficas com
achados histológicos do osso. Assim, achamos oportuno um estudo comparativo
entre achados radiográficos e histológicos. Utilizou-se, neste estudo, 35
pacientes, dos quais foram realizadas biópsia excisionais em áreas desdentadas
e os resultados histólogicos dessas biópsias comparadas com radiografias
periapicas da região em questão. Os
resultados obtidos foram:dos 24 pacientes analisados, houve coincidência entre
as análises em aproximadamente 21% dos casos; resultados histólogicos-radiográficos
próximos em 54% dos casos e resultados discrepantes em 25% dos casos.
Assim,
podemos cosiderar confiável a análise de radiográfias para indicação de
implantes para 75% dos casos.em relacão a qualidade óssea.
300
Análise da
proliferação endosteal sobre discos de titânioc.p.
submetidos a diferentes tratamentos químicos
W.M.S. ROCHA; E.J.V. LOURENÇO*;
L. C. A. ARAGONES - Periodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
A proposta
deste trabalho foi avaliar microscopicamente o processo de reparo inicial sobre
de discos de titânioc.p., submetidos a diferentes tipos de tratamento químico de
superfície, fixados endostealmente. Foram utilizados 15 coelhos albinos machos,
com peso médio de 3,2 kg, sendo que cada animal recebeu 2 discos de titânioc.p.
Os animais foram divididos em 4 grupos de acordo com o tratamento químico
superficial dos discos. Em todos os animais, os discos de titânio foram
utilizados para avaliação microscópica do crescimento ósseo. Grupo “S” -
ácido sulfúrico (H2SO4)
à 10%; Grupo “SN” - ácido nítrico (HNO3)
à 30%, ácido fluorídrico (HF) à 3% e ácido sulfúrico (H2SO4)
à 10%.; Grupo “N” - ácido nítrico (HNO3)
à 30% e ácido fluorídrico (HF) à 3% e o Grupo “ST” - não foi submetido
à tratamento. Um disco de cada grupo foi analisado por microscópio de força
atômica para avaliar a rugosidade provocada pelo tratamento químico. Após 8
semanas as peças foram removidas para análise microscópicas dos espécimes,
sendo processadas de acordo com protocolo para material não descalcificado em
equipamento EXAKT e as lâminas analisadas em programa de imagem digitalizada.
Foi medido o crescimento ósseo de contato linear entre o osso e toda a superfície
do disco.
Os
resultados demonstraram superioridade dos grupos tratados com métodos que
aumentam a rugosidade superficial, e os valores mais altos de osseointegrção
foram encontrados nos grupos “SN” (308,4 +/- 38,8) e “N” (299,3 +/-
43,2) significativos para o teste não paramétrico KRUSKAL-WALLIS (p=0,005),
enquanto os grupos “S” (128,2 +/- 34,1) e “ST” (143,9 +/- 53,0)
apresentaram resultados bem próximos.
301
Estudo do
padrão oclusal para as próteses totalmente implanto - suportadas
P.
TORTAMANO*; T. SAITO; W. BORUSZEWSKI
Departamento de Prótese,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
A distribuição
das tensões geradas pelas cargas mastigatórias, ao longo do osso que recebe
implantes osseointegrados, é motivo de estudo de diversos autores. Uma
concentração de tensão em determinada região de osso pode desencadear
processo de reabsorção óssea e, consequentemente o insucesso da terapêutica
por implantes. A correta escolha do padrão oclusal é fundamental para uma
distribuição homogênea das cargas mastigatórias entre os implantes que
suportam a prótese. Através do Método de Análise dos Elementos Finitos,
estudou–se a distribuição das tensões ao redor do osso que envolve os
implantes que suportam uma prótese totalmente implanto–suportada, segundo
dois tipos diferentes de padrão oclusal: guia canina e oclusão balanceada.
Criou–se um modelo matemático tridimensional, simulando uma mandíbula
contendo uma prótese suportada por seis implantes osseointegrados,
submetendo–a às duas situações de oclusão mencionadas.
Levando-se
em conta apenas o aspecto biomecânico, os autores concluíram que: oclusão
balanceada apresenta uma distribuição de tensões, ao longo da porção de
osso que recebe os implantes, mais homogênea, quando comparada com o padrão
oclusal de guia canina; os implantes posicionados distalmente de ambos os lados
da mandíbula foram os mais solicitados; o lado de trabalho absorve maior
concentração de tensões em ambas as simulações.
302
Revestimentos
de hidroxiapatita em titânio para implantes dentários
M.C. de Andrade*;
T. Ogasawara
PEMM/COPPE-UFRJ
Devido à
conciliação das propriedades mecânicas do metal com a bioatividade dos
fosfatos de cálcio (compostos que constituem a parte mineral do tecido ósseo),
os revestimentos de titânio com HAP têm sido de grande interesse para a ciência
médica e odontológica. Com isso, os implantes revestidos com fosfatos de cálcio
são mais osteocondutores e aceleram a osteointegração dos metais biocompatíveis
como o titânio e suas ligas. Devido às limitações existentes no processo
comercialmente usado, vários métodos vem sendo analisados a fim de obter um
revestimento com melhor aderência.
Peças de
titânio foram inicialmente submetidas a um tratamento superficial em condições
hidrotérmicas com soda cáustica, durante 6 horas a 120°C em solução
concentrada de NaOH, e a seguir tratadas termicamente a 600°C durante 1 hora a
fim de converter a película de TiO2 num gel. Posteriormente, as amostras de titânio foram
mergulhadas em solução sorológica a 37°C, para reagir com os íons de cálcio
e fósforo existentes. As amostras foram caracterizadas através de Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Energia Dispersa (EDS).
Os
tratamentos prévios da superfície, constituídos pelas duas primeiras etapas
do processo, ativaram a superfície do titânio para a nucleação e o
crescimento de fosfatos de cálcio, resultando num revestimento poroso sobre o
substrato bioestrutural, quimicamente ligado justificando a melhor aderência.
303
Análise de
tensões pelo método dos elementos finitos transmitidos pelos IME nos implantes
IMZ
N.L.
Ulbrich*; A.D. Bassanta; A.A.D.B. CURY, M.A.K.Vaz - Depto. de Odont. Restauradora, Universidade Federal do Paraná.
Os dentes
naturais possuem fibras destinadas a neutralização das forças mastigatórias
transmitidas ao osso alveolar, denominadas ligamento periodontal. Um desenho de
implantes do sistema IMZ (Interpore, Irvine, CA) incorpora entre o implante e a prótese um elemento intramóvel
resiliente (IME) confeccionado em resina polioximetileno (POM). De acordo com
seu proponente este elemento IME simula a função do ligamento periodontal. O
sistema IMZ possui também um IME de resina (POM) mais titânio, de forma geométrica
diferente. A finalidade do presente estudo foi determinar o comportamento mecânico
do sistema IMZ em implante unitário, constituído por osso - implante IMZ - prótese,
sob ação de forças mastigatórias. Com esta finalidade foi utilizado o
Método de Elementos Finitos através
de modelos matemáticos tridimensionais. Foi utilizado um implante IMZ de 4 x 13
mm colocado em osso maxilar e restaurado com uma coroa de ouro fundido.
Comparou-se estes dois IME resilientes do sistema IMZ aplicando uma carga de 173
N de força com uma inclinação de 30o em relação ao longo eixo do implante. Observou-se o maior
stress no parafuso de titânio, tendo como resultados 300 MPa e 150 MPa no
primeiro e segundo modelos respectivamente, do que nos IME de resina (POM) ou
IME (POM mais titânio), ambos entre 25 e 70 Mpa.
Conclui-se
que não é o parafuso de fixação que normalmente falha e sim o IME de resina.
Isto pode ser considerado pelo fato da resistência do titânio (entre 160 e 550
MPa) ser muito maior do que o polioximetileno (aproximadamente 70 MPa),
justificando a maior longevidade clínica do segundo IME em relação ao
primeiro.
304
Avaliação
histológica de 2 materiais fosfato
de cálcio
E.G. Zenóbio;*
E. Marcantonio Jr.; B.A. Ferreira;
T. Okamoto
Dep. de Diag. e Cirurgia da
Fac. de Odontologia - UNESP Araraquara
– SP
Este
trabalho teve o objetivo de avaliar o comportamento biológico dos materiais
sintéticos OsteoGenâ e Biohapatitaâ, implantados em alvéolos de pré-molares
inferiores de 4 cães. Todos os pré-molares
inferiores foram extraídos, totalizando 14 alvéolos por mandíbula. Em
cada mandíbula um grupo controle foi sorteado e os demais alvéolos foram
preenchidos com os materiais, utilizando
um sistema de rodízio, obtendo-se 3 grupos: Grupo Controle (13
espécimes), Grupo OsteoGen (20 espécimes) e o Grupo Biohapatita (20 espécimes).
Aos 65 dias, os cães foram sacrificados e as peças obtidas preparadas para o
exame histológico em microscopia óptica, coradas por Hematoxilina e Eosina. A
análise histológica mostrou que a Biohapatita
apresentou a maioria de seus cristais envoltos por tecido conjuntivo com pequena
quantidade de formação óssea, enquanto que o OsteoGen apresentou formação
óssea direta na superfície dos seus cristais. Poucos cristais de Biohapatita
permaneceram nos espécimes analisados, ao contrário do grupo OsteoGen, que
apresentava grande número de cristais.
Desta
forma conclui-se que a reabsorção do OsteoGen foi mais lenta que a da
Biohapatita, porém com maior grau de contato ósseo e que os dois materiais
retardaram o processo de reparo alveolar.
Suporte
financeiro - CAPES
305
Estudo
comparativo de diferentes membranas oclusivas no reparo ósseo
m.f. gomes*; t.o. nogueira; m.j.a.
silva, s.a. catanzaro guimarães,
o. tavano
fosjc-unesp;
fob-usp, SP, Brasil
O propósito
deste estudo foi comparar a utilização da membrana amniótica humana (mah)
e da membrana politetrafluoroetileno expandida (dentoflex),
no processo de regeneração óssea guiada (rog)
em defeitos cirúrgicos no osso frontal de coelhos, mediante estudo clínico e
radiográfico. Nesta pesquisa, foram empregados 24 coelhos adultos com peso médio
de aproximadamente 4,5Kg e divididos em dois grupos, mah e dentoflex.
Após a confecção do defeito ósseo, as respectivas membranas foram
posicionadas no assoalho da loja cirúrgica, a cavidade foi preenchida pelo coágulo
sangüíneo e a superfície completamente recoberta pelas mesmas membranas. Em
seguida, procedeu-se à sutura do periósteo sobre as membranas e a da pele.
Decorridos 15, 30, 90 e 120 dias, três coelhos de cada grupo foram
sacrificados. As peças contendo os defeitos ósseos foram removidas em bloco e
fixadas em formol a 10%. Para obtenção das imagens radiográficas
digitalizadas dos espécimes, utilizou-se o sensor tipo placa de imagem, exposta
aos Raios X a 40cm dff, com 2 mAs e 70kVp. O processamento da placa de imagem
foi realizada no scanner a laser digora, e
a imagem foi transferida para um computador tipo IBM PC, onde foi analisada e
interpretada em um programa de imagem especialmente desenvolvido (digora).
Os
resultados obtidos possibilitaram concluir que ambas as membranas contribuiram
para o processo de reparo; a Dentoflex permaneceu na região de implantação
durante todos os períodos estudados, enquanto que a MAH foi reabsorvida; a
evolução do processo de reparo ocorreu mais rapidamente quando utilizada a MAH
no processo de ROG.
306
Alterações
cardiovasculares decorrentes de anestesia local com Novocol 100
J.L.
SIMONE*; M.A. BORSATTI; R.G. ROCHA; N. TORTAMANO
Departamento de
Estomatologia da FOUSP – SP
Foram
avaliadas as alterações cardiovasculares decorrentes da anestesia infiltrativa
local com vasoconstritor (Novocol 100 - cloridrato de lidocaina 2% associada ao
cloridrato de fenilefrina a 1:2.500) precedidas de medicação ansiolítica
(Valium 10 mg - benzodiazepínico) ou placebo (amido), administrado via oral 1
hora antes da anestesia local, em estudo duplo cego. Foram selecionados 40
pacientes normorreativos com indicação bilateral de tratamento restaurador (80
dentes superiores posteriores), divididos em grupo 1 (placebo) e grupo 2 (princípio
ativo). Os parâmetros cardiovasculares foram obtidos pelos métodos oscilométrico
e fotopletismográfico para as pressões arteriais (PS, PD, PM) e freqüência
cardíaca, respectivamente, de modo contínuo, a cada minuto. Os valores
controle foram obtidos por 5 minutos uma semana antes da sessão clínica
restauradora. A dinâmica da experiência foi dividida em 6 etapas: a) período
de espera na ante-sala por 5 minutos; b) na cadeira odontológica, antes da
anestesia local (5 min.); c) 2 minutos durante a 1a
administração anestésica (1,8 ml); d) 5 minutos após a anestesia local; e) 2
minutos durante a 2a
anestesia local (1,8 ml); f) 5 minutos após a 2a anestesia local, antes de iniciar o preparo cavitário.
Não se
constatou nenhuma diferença significativa entre valores médios das variáveis
(PS, PD, PM e FC) entre o grupo placebo e com o princípio ativo. Houve efeito
do tempo para todas as variáveis (PS, PD, PM e FC), isto é, os valores médios
diferem ao longo do tempo (etapas clínicas). Houve alteração na dinâmica
cardiovascular desencadeada pelo estresse pré-clínico.
307
Alterações
cardiovasculares após a injeção de XylocaínaR
em ratos
F.N.
FARACO*; P.L. ARMONIA; I.P. TORTAMANO; N. TORTAMANO
Departamento de
Estomatologia, Faculdade de Odontologia da USP – SP
Os anestésicos
locais são as principais drogas utilizadas pelo cirurgião dentista na prática
odontológica diária. São seguros quando administrados em doses apropriadas,
porém concentrações sangüíneas
elevadas, alcançadas através da injeção intravascular acidental podem causar
efeitos tóxicos sobre o Sistema Nervoso Central e Sistema Cardiovascular.
Convulsões, depressão cardiorespiratória e colapso cardiovascular representam
os maiores riscos para a saúde (YAGIELA,J.A., Anesth Prog. 38(4):128-41,1991.).
Em vista do exposto, ou autores propuseram-se a avaliar os efeitos provocados
pela XylocaínaR (Lidocaína
a 2% mais Noradrenalina - 20 mg/ml) sobre as pressões arteriais sistólica,
diastólica, média e freqüência cardíaca em
13 ratos Wistar. Os registros foram avaliados nos tempos: durante a injeção,
durante o 1o. minuto e nos 1o,
2o,
3o,
4o,
5o,
10o,
15o,
20o,
25o
e 30o
minutos. Para esse fim utilizou-se um Fisiógrafo Beckman (Type RM DynographR Recorder). O período controle foi de 15 minutos antes da injeção.
Foram aplicados a análise de variância e o teste T, ao nível de significancia
de 0,01. A pressão sistólica sofreu seu maior aumento no 1o.
minuto (25,16%). A pressão diastólica aumentou significativamente no 1o.
minuto (23,47 %), como consequência a pressão média também aumentou
significativamente (23,07%) no 1o
minuto. A freqüência
cardíaca sofreu queda durante a injeção (2,15%).
Os
autores concluiram que essas variações têm grande significado clínico e
portanto o uso da Xylocaína R deve
ser realizado com critério na Odontologia, evitando-se injeções
intravasculares.
308
Efeito de
Losartan sobre o fluxo salivar de ratos hipertensos
A.K.B.B.
CASTRO*; F.D.COSTA E SILVA; G.A.MOURAD; K.T.SASSAKI
Departamento de C.Fisiológicas,
Faculdade de Odontologia-UNESP-Araçatuba.
Um efeito
colateral comumente associado com a terapia antihipertensiva é a sensaçâo de
boca seca ou xerostomia. Angiotensina II é um potente efetor hormonal do
sistema renina-angiotensina, que leva a am aumento da pressão arterial. Este
aumento da pressão arterial é completamente suprimido pelo tratamento com o
bloqueador de receptor AT1 Losartan (DuP 753). O objetivo desse trabalho foi determinar
o efeito da administração de Losartan sobre o fluxo salivar estimulado pela
pilocarpina de ratos normotensos e hipertensos. Ratos Wistar machos adultos
pesando 150-200g foram divididos em quatro grupos: 1) ratos normotensos (N); 2)
ratos hipertensos HG1 (H); 3) ratos normotensos tratados com Losartan (NL); 4)
ratos hipertensos tratados com Losartan (HL). Após 12 h de jejum, os animais
foram anestesiados com pentobarbital sódico (i.p., 45 mg/Kg peso corporal). A
saliva induzida por pilocarpina (i.p., 1 mg/Kg p.c.) foi coletada em frascos
previamente pesados. Os grupos NL e HL receberam Losartan (i.p., 5mg/Kg p.c.) 30
minutos antes de pilocarpina. Os fluxos salivares (ml/min/100g p.c.) dos grupos
NL e HL foram maiores(p<0,05, teste t) do que dos grupos N e H,
respectivamente: N=0,0189 ± 0,0010(13); H= 0,0193 ± 0,0011(23); NL=0,0235 ±
0,0016 (13); HL= 0,0231 ± 0,0012 (23).
Os
resultados mostram que não há diferença entre os fluxos salivares de ratos
normo e hipertensos. Por outro lado, o aumento do fluxo salivar observado em
ratos tratados com Losartan sugere um envolvimento de receptores de angiotensina
na regulação da secreção salivar.
CNPq/PIBIC
309
Índice de
aspiração sangüínea durante anestesia local
M.A.BORSATTI
*; I.P. TORTAMANO; M.F.SANTOS
Depto. de Estomatologia da
FOUSP-SP
A utilização
de seringas de aspiração (SA) durante a anestesia local (AL) em Odontologia é
indicada em todas as técnicas convencionais. A injeção intravascular do anestésico
pode resultar em complicações sistêmicas severas, com efeitos variando do
trivial ao fatal, dependendo da relação entre concentração sanguínea da
droga e sensibilidade do paciente. Os objetivos deste estudo foram: 1)
determinar a incidência de aspirações sangüíneas durante a AL, expressa
como porcentagem do nº total de aspirações para cada técnica, e 2) avaliar,
através de um questionário, o conhecimento dos dentistas sobre este
procedimento e sua importância clínica. Foram selecionados pacientes adultos,
normorreativos, de ambos os sexos, na Clínica de Emergência-FOUSP. Um total de
579 aspirações foram realizadas, 360 durante bloqueio regional do n. alveolar
inferior (BRI) e 219 durante anestesia infiltrativa maxilar (AIM). Foram
empregados apenas tubetes plásticos de CITANESTR e NOVOCOLR
e seringa de aspiração Health CoR.
Os resultados preliminares mostraram que aspirações sanguíneas ocorrem em
20,7% dos BRI (7,4% na 1ª posição e 13,3% na 2ª), e em 12,9% dos AIM. Dos
400 dentistas que responderam o questionário, 92% aprenderam anestesiologia em
disciplinas afins ou em cursos extracurriculares. 76% nunca utilizaram uma SA,
embora apenas 15% ignorem a possibilidade de uma injeção IV. Entretanto, os
riscos potenciais de uma injeção IV foram atribuídos principalmente ao
vasoconstrictor apenas (82,5%). Dentre os clínicos, 90% confiam no teste, mas
72% não saberiam como utilizar apropriadamente uma SA. Possivelmente, os
principais motivos para a ignorância sobre este assunto são o fato dos
dentistas subestimarem a elevada frequência de aspirações sanguíneas (17,8%)
e a fraca abordagem a respeito da importância da manobra de aspiração durante
a AL no curso de graduação.
310
Avaliação
de Biossegurança
nas Clínicas e
Odontologia da
UFPI
H. HOUW*;
L.M. FARIAS; V.M.N.N. AZEVEDO ;
J.S. HAMDAN ; M.A.R. CARVALHO ;
F.L.
LIMA; A.N. CHRISTOFOLLETI; T.S.P. LOPES; F.F. FARIAS; A.C. FIALHO -
UFPI/UFMG
A
rotina odontológica tem sofrido inúmeras transformações e, atualmente, a
biossegurança é reconhecida como item de fundamental importância na prática
clínica. Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de estabelecer um perfil
da qualidade do controle de infecção cruzada nas Clínicas vinculadas ao Curso
de Odontologia da Universidade Federal do Piauí. Foram analisados o ar
ambiente, a água, ar e superfícies críticas de equipos e instrumental
esterilizado. Acompanhou-se, também, a rotina de atendimento aos pacientes. Foi
colhido um total de 541 amostras. No instrumental, não se constataram
microrganismos viáveis. Entretanto, de todas as amostras do ar ambiente e
equipos, recuperou-se, pelo menos, uma espécie de microrganismo. Treze gêneros
de fungos filamentosos e leveduriformes (Paecilomyces, Cladosporium,
Aspergillus, Penicillium, Drechslera, Curvularia,
Trichosporum, Botrytis, Geotrichum, Fusarium,
Acremonium, Rhodotorula, Candida) e três
gêneros de bactérias (Streptococcus, Staphylococcus
e Bacillus) foram isolados. Com base nos resultados, a grande
variedade de fungos isolados, alguns reconhecidamente patógenos oportunistas,
assim como as bactérias, podem indicar tanto contaminação pela manipulação
do profissional durante os procedimentos, como falta de controle de qualidade
dos equipamentos e do ambiente. Esta avaliação corresponde ao percebido no
acompanhamento da rotina clínica.
Observou-se
que o controle de infecções cruzadas não vem sendo realizado com sucesso nas
Clínicas investigadas, alertando-se para a necessidade de otimização de
procedimentos que visem evitar a transmissão de microrganismos na cadeia
paciente-equipamentos odontológicos-ambiente-profissional.
Apoio
Financeiro: CNPq e PRPPG/UFPI.
311
Avaliação
dos efeitos da desinfecção nas moldagens com alginato
I.
CABRAL-ALEXANDRE*; R. ROCHA; L.M. MENEZES; E. C. SENFF.
Depto. de Estomatologia,
Universidade Federal de Santa Catarina
A moldagem
de alginato é, provavelmente, a mais utilizada dentro da odontologia e a de
eleição dentro da ortodontia, porém o alginato é muito suscetível a distorções
durante a desinfecção devido a sua natureza hidrofílica. Este estudo
objetivou definir um meio efetivo de desinfecção para as moldagens feitas em
alginato, sem perda de detalhes, nem alterações dimensionais no modelo
reproduzido em gesso. Com este fim foram testados, segundo orientação do
Ministério da Saúde, a solução de hipoclorito de sódio a 1% e glutaraldeído
a 2%, na forma de spray e imersão por 10 minutos, com uma marca de alginato
comumente empregada. Foram constituídos quatro grupos, com 10 corpos de prova
em cada. Além destes, um quinto grupo, o controle, não submetido a tratamento
desinfetante, foi adotado. Nestes 50 corpos de prova preparados, avaliou-se o
detalhe de superfície. Outros 50 elementos, divididos em grupos conforme
descrito anteriormente, foram utilizados para avaliação da estabilidade
dimensional. Os resultados revelaram que os métodos de desinfecção testados não
promoveram alterações dimensionais significativas nos modelos vazados (ANOVA).
Constatou-se, ainda, uma vantagem adicional para as soluções desinfetantes
avaliadas, que permitiram uma melhor reprodução de detalhe nos modelos vazados
quando comparados aos modelos cujas moldagens não foram desinfetadas, segundo o
teste de Kruskal-Wallis.
Conclui-se,
portanto, que os procedimentos de desinfecção empregados, não causaram alterações
nas dimensões dos modelos resultantes e ainda proporcionaram um melhor detalhe
de superfície aos mesmos.
Apoio
financeiro: Fapeu - Funpesquisa
312
Novo
enfoque na determinação de fluoreto em urina
L.M.CHEVITARESE*;
P.B.DUTRA; D.S.VAITSMAN; O. CHEVITARESE.
Dep. de Odontopediatria
-FO/UFRJ e Inst. de Química/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil
É
reconhecido que o excesso de fluoreto ( F- ) ingerido por um indivíduo é excretado pelos flúidos
corpóreos, que incluem a urina. O objetivo do presente trabalho foi avaliar
eventuais alterações dos níveis desta espécie iônica em urina de 4 crianças,
com idade média de 8,7 anos durante 13 dias consecutivos. Do 40
ao 100
dia ( 7 dias), os participantes portaram dispositivo intra-oral superior
(DIOS ) contendo uma área de 6 cm2
por 2 mm de profundidade de cimento de ionômero de vidro
(CIV ) Fuji IX ( GC Corp., Japan ). Do 10
ao 30
e do 110
ao 130
dia, não fizeram uso dos DIOS. O regime alimentar e de escovação
( 3 vezes ao dia , com 0,5ml de Tandy Pump de Kolynos ) foi o mesmo para
todos. A urina total de cada de cada dia, após a coleta, foi imediatamente
congelada e assim se manteve até o
dia da avaliação do F-
livre pela técnica do Eletrodo Íon Seletivo (EIS) - Orion Research Inc.,
enquanto que o F- total pela Cromatografia de Íons ( CI ) - Dionex DX 100, com
coluna separadora, com resina aniônica. Os resultados preliminares foram
individualizados, para cada criança sugerindo que o emprego do CIV, nas
condições deste estudo, acarretou significante aumento de F-
total na urina determinado pelo CI, enquanto que pelo EIS, face as suas características
operacionais, não se detectou alteração significante no teor de F- livre na
urina.
Apoio
Financeiro CAPES
313
Influência
da pasta de metronidazol a 10% e lidocaína a 2% sobre o processo de reparo
alveolar
S. L. SALINEIRO*; R. C.
PAULISTA; W. R. POI; P. S. P. CARVALHO - Depto. de Diagnóstico e Cirurgia, Fac.
Odont. de Araçatuba –UNESP
O processo
de reparo do alvéolo infectado de ratos (Rattus norvegicus, albinus,
Wistar) foi avaliado após a
limpeza cirúrgica e irrigação com soro fisiológico seguida do preenchimento
da loja com uma pasta à base de metronidazol a 10%, lidocaína a 2%, menta e
carboximetilcelulose ou lanolina utilizadas como veículo. Para tanto, todos os
animais utilizados (8 ratos doadores e outros 75 animais experimentais) tiveram
o incisivo central superior direito extraído e, alveolite provocada
experimentalmente, nos animais doadores e naqueles dos grupos II, III, IV e V.
Os 75 ratos experimentais constituíram os seguintes grupos: I. controle (reparo
normal); II. alveolite sem tratamento; III. limpeza cirúrgica e irrigação;
IV. metronidazol 10%, lidocaína 2%, menta e lanolina (pasta “A”); V.
metronidazol a 10%, lidocaína a 2%, menta e carboximetilcelulose (pasta
“B”). Os animais, em número de cinco em cada grupo, foram sacrificados aos
6, 15 e 28 dias pós-operatórios e as peças obtidas incluídas em parafina,
cortadas e coradas com hematoxilina e eosina para análise em microscopia óptica.
Os resultados foram submetidos a análise qualitativa e quantitativa e
evidenciaram a melhor resposta reparacional nos grupos tratados em relação àquele
sem tratamento. Com base nos resultados foi possível concluir que: (1) a
pasta “B” não mostrou diferença estatística significante quando comparada
ao processo de reparo sem perturbação (Grupo I); (2) as pastas “A” e
“B“ não apresentaram significância estatística ao nível de 1%, quando
confrontadas entre si; (3) a composição proposta neste estudo apresentou
resultados que indicam a sua aplicação em alvéolos acometidos por alveolite,
constituindo-se numa segura opção para o seu controle
314
Avaliação
cintigráfica da reparação alveolar pós-cirúrgica com osso liofilizado
O. Crivello Jr*;
P.F. Lara; A.P. Minicheli–José; C. Galantier ; R.M. Oliveira– Filho
FO/USP, ICB/USP e Hosp.
Benef. Portuguesa, SP
As cirurgias
de terceiros molares inclusos (TMI) são as de resposta pós-cirúrgica mais
exuberante. O osso liofilizado é uma das opções de biomateriais para acelerar
a reparação óssea das cavidades cirurgicamente criadas. Entre as indicações
de seu uso figura o preenchimento de grandes cavidades císticas/tumorais ou
daquelas resultantes da remoção de dentes inclusos. Na mesma linha apresentada
em trabalhos anteriores, usamos cintilografia óssea para registrar a evolução
do processo inflamatório após preenchimento da loja cirúrgica com osso
liofilizado. Em 5 pacientes submetidos a cirurgia de TMI (mandíbula),
preenchemos a loja óssea com pó de osso liofilizado bovino (Integra®,
Cirumédica SP) embebido em salina estéril. Os exames cintigráficos seqüenciais
de crânio, realizados conforme já descrito (Crivello Jr et al. Anais da
SBPqO 8:38, 1992), confrontados com os do grupo controle previamente
estudado, mostraram que o tecido ósseo, no 1º dia pós-operatório, reage
significativamente (P<0,05) à medicação, apresentando menor resposta
inflamatória do que quando a loja óssea não é preenchida (Crivello Jr et
al. Anais da SBPqO 9:28, 1993). Nos dias de observação posteriores,
entretanto (10º, 20º e 40º dias PO) a resposta inflamatória passou a ser
semelhante à encontrada no grupo controle.
Estes
resultados mostram que, a longo prazo, o preenchimento da loja óssea com osso
liofilizado não alterou a evolução do processo inflamatório ósseo após
cirurgia de TMI.
315
Condilectomia
na fase de crescimento e assimetria mandibular
Estudo
experimental em ratos.
L.RODRIGUES *; J.G.C. LUZ;
M.D.NOVELLI - Faculdade de Odontologia -USP -Depto. C.T.B.M.F.
Alterações
de crescimento mandibular decorrentes de traumas à articulação
temporomandibular são frequentes. Entretanto, seu mecanismo não é
completamente esclarecido. Assim, através de um modelo experimental, avaliamos
os efeitos da condilectomia na fase de crescimento. Foram utilizados 40 Rattus
norvegicus albinus com um mês de idade, distribuidos em três grupos:
condilectomia, controle-operado e controle. No primeiro grupo foi removido o côndilo
mandibular direito, no segundo foi feito acesso cirúrgico ao côndilo e no
terceiro nenhum procedimento foi realizado. Todos os procedimentos foram
realizados sob anestesia geral. Os animais foram sacrificados aos três meses de
idade e submetidos a radiografias axial e rostro-caudal do crânio.
A partir destas, foram feitas mensurações cefalométricas através de
um sistema de computador. Foram mensuradas as seguintes distâncias: bula timpânica-incisivos
inferiores; bula timpânica-forame infra-orbitário; arco zigomático-incisura
antegônica; e arco zigomático-ramo mandibular.
A análise estatística, através do teste “t”de Student, revelou
diferença significante para todas as mensurações entre os grupos
condilectomia e controle, não havendo diferença significante entre os grupos
controle e controle-operado.
Concluímos
que a condilectomia na fase de crescimento levou a uma assimetria significante
na mandíbula, havendo também alterações na maxila.
Apoio
financeiro da FAPESP- Processo 95/7883-5
316
Anti-sepsia
intra-oral no controle de bacteriemia após exodontias
V.M.R.
BARROS; I.Y. ITO; L.C. FILIPECKI*; D. MORELLO; R.V.P.AZEVEDO; P.A. ROSATELI
Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, USP
O objetivo
do trabalho foi avaliar a freqüência de bacteriemia pós-exodontia com a
utilização de dois métodos de anti-sepsia pré-operatória, identificando os
microrganismos isolados de hemoculturas após a extração e avaliando a sua
suscetibilidade a alguns antibióticos. Vinte e seis pacientes tiveram 35 dentes
extraídos. Dezessete casos foram submetidos à anti-sepsia com bochecho com 15
ml de gluconato de clorhexidina a 0,12% por 1 minuto, seguido da fricção das
faces dentais com cotonete embebido na mesma solução (método 1) e 18 casos à
anti-sepsia com 2 bochechos com 15 ml de cloreto de cetilpiridínio a 1:4.000
por 1 minuto, intercalados pela fricção das faces dentais com peróxido de
hidrogênio a 3% (método 2). Previamente à extração dental e cerca de 1 a 3
minutos após a mesma, colhiam-se 5 ml de sangue que eram semeados em meio de
cultura e incubados em aerobiose e anaerobiose, por 20 dias. As cepas
provenientes de hemoculturas positivas foram identificadas e submetidas ao
antibiograma. Do total de casos, 68,8% apresentaram hemocultura positiva para o
método 1 e 70,6% para o método 2. Houve prevalência de Actinomyces
seguido de Streptococcus, Staphylococcus e Pepostreptococcus
em ambos os métodos. O maior índice de resistência esteve relacionado à
oxacilina, enquanto não foi observada nenhuma cepa resistente à amoxicilina
associada ao ácido clavulânico ou à cefalotina.
Conclui-se
que a freqüência de bacteriemia pós-exodontias foi elevada independentemente
do método de anti-sepsia empregado, prevalecendo microrganismos anaeróbios, os
quais foram mais suscetíveis à amoxicilina associada ao ácido clavulânico e
à cefalotina.
Este estudo teve apoio
financeiro do CNPq e FAPESP(Processos 520824/94 e 94/0703-9)
317
Conseqüências
da fratura do arco zigomático no crescimento facial em ratos jovens
E.M.V.
FERNANDES*; A.C. GOULART; M.D. NOVELLI; J.G.C. LUZ
Faculdade de Odontologia
USP-Depto. C.P.T.M.F.
Fraturas do
arco zigomático são relativamente frequentes na população. Entretanto, suas
repercussões no crescimento facial quando ocorrem em indivíduos jovens não
estão bem esclarecidas. Para tanto, através de um modelo experimental,
analisamos as conseqüências desta fratura no crescimento facial em ratos
jovens. Foram utilizados 25 ratos com um mês de idade. Foi realizada fratura do
arco zigomático direito com desvio medial, tendo o lado esquerdo servido como
controle. Os animais foram sacrificados com três meses de idade e sua mandíbula
foi desarticulada. O crânio foi submetido à tomada radiográfica axial e as
hemimandíbulas à norma lateral. Através das imagens radiográficas foram
feitas mensurações cefalométricas com base num sistema por computador. Foi
utilizado o teste “t” de Student para as análises estatísticas dos
resultados. Foi verificada diferença significante para a altura do corpo e do
ramo ascendente da mandíbula. Não houve diferença significante para a
profundidade da fossa infratemporal, bem como para as diversas mensurações na
maxila e para o comprimento mandibular.
Concluímos
que a fratura do arco zigomático no período de crescimento promoveu alterações
significantes na altura mandibular.
318
Merenda
escolar: seu papel social e potencial cariogênico
S.M. PAIVA*;
A.B.C.G. DRUMOND; S.B.G. BARROSO
Depto. Odontopediatria e
Ortodontia - FO UFMG. Belo Horizonte, Brasil.
Considerando
que a merenda escolar tem sido largamente utilizada em escolas públicas
brasileiras, exercendo um importante papel social e representando para muitas
crianças até mesmo o limite da sobrevivência, julgou-se de interesse avaliar
esta fonte de alimentação infantil adotada em escolas da rede pública de Belo
Horizonte, Minas Gerais, no que diz respeito aos aspectos sociais que envolvem
este fato e à seu potencial cariogênico. Para tanto, foram entrevistados
diretores e vice-diretores de 40 escolas públicas (estaduais e municipais)
localizadas na Região Oeste de Belo Horizonte. Estes estabalecimentos de ensino
acolhem um total de 50.478 alunos. Verificou-se que mais de 80% dos escolares
consumia a merenda regularmente e, em 35% das escolas, de 30% a 50% dos alunos
utilizavam a merenda como principal refeição do dia. Na composição da
merenda houve predominância de alimentos com alto teor calórico,
principalmente carboidratos. A complementação do valor calórico recomendado
para a merenda escolar era feita utilizando-se alimentos açucarados, muitas
vezes altamente adesivos como mel e doces. Doses extras de sacarose eram
consumidas pelas crianças através de produtos comercializados dentro das próprias
escolas, sendo esta prática freqüente em 75% dos estabelecimentos.
Sendo
assim, pôde-se concluir que a merenda escolar desempenha um relevante papel
social, embora possa ser considerada cariogênica quando analisados
individualmente os alimentos que a compõem.
319
Estudo da
sobrevida de uma coorte hospitalar de pacientes com câncer de boca
I.C.G. LEITE*; S. KOIFMAN,
Depto. de Epidemiologia (DEMQS)-ENSP-FIOCRUZ- TEL(FAX):(021) 270-6772
No Brasil, o câncer de boca (CID-O 140-5) é uma das neoplasias mais
prevalentes, particularmente nos relatos de base hospitalar e populacional das
regiões Norte e Nordeste. As localizações anatômicas mais comuns são língua,
lábio superior e gengiva. A forma histológica de tumor de células escamosas
é referido em mais de 75% dos casos (exceto em tumores de glândula salivar). A
literatura relata, em geral, pobre sobrevida para estes tumores (especialmente
para língua). Entretanto, poucos estudos têm sido levados à termo (número
pequeno de casos ou análises concentradas no resultado dos tratamentos).
Objetivando contribuir para esta carente área de conhecimento em Saúde Pública,
os autores elaboraram um estudo utilizando uma coorte hospitalar, reunindo
442 pacientes com câncer de boca registrados no período de 1986-7 no
Hospital do Câncer do INCa (RJ - Brasil). Aplicando o software SPSS 6.0 for
Windows foram obtidas as sobrevidas médias da população, bem como as variáveis
de valor prognóstico por localização e tratamento.A descrição do perfil
deste grupo foi feita com base no programa EPI-INFO 6.0, e as representações
gráficas pelo Harvard Graphics for Windows 2.0.
Os
tumores de boca caracterizam-se por baixa a moderada sobrevida (29,8 meses). A
sobrevida segundo localização anatômica baseou-se nas variáveis: estadimento
(TNM), sexo, idade avançada ao diagnóstico, tipo de tratamento
implementado.Com relação ao tipo de tratamento, as variáveis preditoras
anteriores são acrescidas daquelas referentes a estilo de vida, como o
etilismo.
Apoio financeiro:CNPq, proc.1315261/95-2
320
Manifestações
Locais e Sistêmicas durante a Erupção Dentária Decídua.
A.S.S.
CRISPIM*; M.J.S.BÖNECKER; D.A.DUARTE,
Centro Odontológico de
Estudos e Pesquisa - COESP- João Pessoa - PB Tel./Fax (083) 246-5500
O objetivo
do trabalho foi avaliar quais manifestações
foram mais frequentemente observadas por 30 médicos pediatras e 30 pais
de crianças com idade entre 4 meses e 3 anos de João Pessoa. Os dados foram
obtidos a partir de questionários. 100% dos médicos acreditam haver
relação entre erupção e manifestações. Pais (60%) e médicos (96%)
relataram que a alteração mais frequentemente encontrada é a do tipo
comportamental, em que a criança apresentava-se irritada. A redução do
apetite pode ser pelo desconforto da mastigação. O aumento da salivação
estaria presente como consequência da maturação das glândulas salivares, e
pelo estímulo da sucção de objetos. 73% dos médicos e 40% dos pais
referiram-se a diarréia que pode ser causada por contaminação de objetos
levados à boca, decorrente de infecções bacterianas ou problemas alimentares.
Os pais (54%) observaram a prevalência
de febre que foi confirmada por 67% dos médicos, geralmente sem causa aparente.
As alterações locais mais frequentemente observadas foram inflamação
gengival e o cisto de erupção. Com a finalidade de minimizar e eliminar
sintomas sistêmicos foi relatado por médicos e pais o uso de medicamentos alopáticos
e homeopáticos além de crioterapia e anestésicos tópicos
para alívio e da dor e desconforto locais. Nossos resultados são
similares a estudos previamente realizados, o que nos permite concluir que há
alta prevalência de manifestações locais e sistêmicas durante a erupção
dentária decídua.
321
Avaliação
da efetividade na remoção de placa utilizando métodos convencional e
alternativos em bebês
R.S. VILLENA; D.G.
BORGES*;C.R.D.M. RODRIGUES. Disciplina de. Odontopediatria FOUSP. São Paulo,
Brasil.
Usualmente
indica-se para a higiene dos dentes de bebês, o uso de dedeira de borracha,
fralda ou escova. Porém, nenhum estudo comparou a utilização destes
métodos. Assim, este estudo avaliou a efetividade na remoção de placa
promovida por estes três métodos. Trinta crianças de 11 a 27 meses, freqüentadoras
de uma creche em São Paulo, foram divididas em três grupos experimentais,
tendo seus dentes higienizados, por duas funcionárias da creche sem treinamento
prévio, com escovas (G.U.M-100, ButlerÒ ),
com dedeiras de silicone (FarlinÒ
) ou com pontas de
fraldas. A avaliação clínica foi realizada por um único examinador, com a
criança deitada (técnica joelho a joelho), sem uso de evidenciação de placa,
sob luz natural e prévia secagem das superfícies dentais com pêra de ar. Os
dentes examinados antes e após a higienização foram os anteriores superiores
e inferiores, utilizando-se o índice de placa de PODSHALEY e HALEY. Os
resultados mostraram uma redução média da placa de 29,6%, 47,7% e 62,9%,
quando a dedeira, a fralda e a escova foram respectivamente utilizadas. A análise
de variância mostrou significância a nível de 5%. O teste de Tukey a 5%
provou que houve diferença apenas entre os grupos da escova e da dedeira.
Assim,
conclui-se que a escova foi mais eficiente na remoção da placa bacteriana em
relação aos métodos alternativos como a dedeira e a ponta da fralda,
destacando que somente houve significância estatística quando comparados os
grupos da escova e da dedeira.
322
Análise
das alterações bucais apresentadas por crianças de 0 a 3 anos de idade
A.C.C.
ZUANON*; J.A.S. ZUANON; E.M.A. GIRO; J. HEBLING. Depto. de Clínica Infantil,
Faculdade de Odontologia de
Araraquara-UNESP. Fax: (016) 222-4823.
Desde o
nascimento do bebê, muita atenção deve ser voltada para sua cavidade bucal, a
fim de que se possa detectar e prevenir suas alterações precocemente. Contudo,
a maioria dos pais não estão conscientes da necessidade da aplicação de
medidas preventivas desde os primeiros anos de vida da criança, o que resulta
em alta prevalência de cárie, problemas de maloclusão, hábitos bucais,
algumas alterações patológicas de tecido mole, entre outras. A proposta deste
estudo foi portanto, avaliar os
problemas apresentados por 771 crianças de 0 a 3 anos de idade que procuraram
atendimento na clínica infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara -
UNESP, no período de 1990 a 1996. Para isto, fez-se um levantamento dos dados
catalogados nas fichas preenchidas na primeira visita de cada paciente. Os
autores puderam observar que a cárie estava presente em 55,7% da amostra, sendo
que entre estas crianças, 70% apresentavam 3 anos, 31,3%, 2 anos e 7,6%, um ano
de idade. Bebês que sofreram trauma, representaram 33,5% da amostra, e aqueles
que apresentavam alterações em tecido mole, como candidose, gengivite e outras
estomatites, perfaziam apenas 3,1% das crianças analisadas. Pode-se observar
também pequena porcentagem de dentes neonatais, mordida aberta e síndromes.
Apenas 5 % das crianças compareceram ao atendimento para realização de exame
clínico e prevenção.
Baseados
nestes dados, os autores concluiram que através de programas direcionados à
educação e motivação dos pais, estes devem ser informados e conscientizados
sobre a prevenção das doenças bucais e realizar medidas preventivas diárias
com seu bebê, logo após seu nascimento.
323
Atribuições,
composição e funcionamento de um Comitê de Ética em Pesquisa
N.T. Maruyama*; V. Módolo; D.L.P.
Ramos
Departamento de Odontologia
Social da Faculdade de Odontologia da USP-SP
A
odontologia, é uma “...profissão que se exerce para o benefício da saúde
do ser humano e da coletividade...”(Código de Ética Odontológica, 1991).
Para o seu desenvolvimento necessita que sejam realizadas experimentações com
seres humanos. É objetivo deste trabalho levar à conhecimento dos
pesquisadores as diretrizes nacionais sobre pesquisa envolvendo seres humanos,
como realizar o seu protocolo de pesquisa para fins de avaliação ética,
a composição e as atribuições do Comitê de Ética em Pesquisa(CEP) de
acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Saúde (Resolução CNS nº 196
de 10 de outubro de 1996). Em toda instituição de pesquisa odontológica deve
haver um CEP, cuja função não é apenas de fiscalizar, mas também de
representar um espaço para o aprofundamento e difusão dos princípios éticos
que devem nortear a pesquisa envolvendo seres humanos.
A experiência
do CEP-FOUSP desde sua criação há 6 meses, demonstra que os pesquisadores
desconhecem tais diretrizes, havendo a necessidade de ter o conhecimento de
todas estas informações, não apenas para cumprimento de uma formalidade
burocrática, mas também para que possa refletir sobre este tema tão relevante
e que possa servir de educador na
retomada de uma moralidade verdadeira, tendo como objetivo principal o benefïcio
do ser humano.
324
Prevalência de cárie dentária nas dentições decíduas
e permanente em escolares de diferentes níveis sociais
D.M.P. SPOLIDORIO; D. MOREIRA; E.A.R. ROSA; J.F. HÖFLING
Laboratório de
Microbiologia e Imunologia, Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP
A prevalência
de cárie em 120 escolares de diferentes classes sócio-econômicas (alta, média
e baixa) da região de Piracicaba, com idade de 6 a 8 anos foi avaliada
clinicamente investigando-se a dentição decídua e permanente dessas populações,
além de identificar crianças de alto risco cariogênico na dentição
permanente, baseado na experiência de cárie na dentição decídua. A avaliação
clínica foi realizada sob luz artificial, com auxílio de espelho plano, sonda
exploradora, sugador com ponta suctora e secagem local com gaze. As condições
dos dentes foram avaliadas por meio de índice de cárie CPOD, CPOS, ceo e ceos,
segundo os critérios da OMS e anotadas em fichas individuais. Em todas as
classes sócio-econômicas, entre os indivíduos com cárie, os segundos molares
decíduos inferiores foram os dentes mais comprometidos por esse evento, seguido
pelos primeiros molares decíduos inferiores, em todas as amostras, sendo a
superfície oclusal a mais lesionada por essa patologia. Pode-se constatar que a
porcentagem de lesões por cárie nos primeiros molares permanentes aumentou
inversamente à classe sócio-econômica.
Dentre o
parâmetro analisado para se identificar grupos de alto risco - índice
ceos/CPOS - observou-se uma correlação estatisticamente significante para
todas as classes sócio-econômicas, entre prevalência de cárie em dentes decíduos
e dentes permanentes, sugestivo de que o índice ceos pode ser um indicativo de
cáries futuras.
Este
trabalho foi financiado pelo FAPESP - processo 94/0908-0
325
Educação
em saúde bucal para adolescentes: uso de métodos participativos
N.E. TOMITA;
R. de A. PERNAMBUCO*; T.C.L. BAPTISTA; J.R.P. LAURIS
Depto. de Odontologia
Social, FOB-USP. Tel.(014)235-8256/Fax:223-5525
O objetivo
deste trabalho foi verificar o impacto de métodos educativos dinâmicos e
participativos em saúde bucal e suas relações com a melhoria da higiene bucal
em adolescentes. A amostra foi constituída de 100 indivíduos com idades entre
12 a 16 anos, de ambos dos sexos, pertencentes
a três instituições públicas que atendem adolescentes de diferentes inserções
sociais, do município de Bauru, Estado de São Paulo. O estudo comparativo foi
realizado em três etapas, com intervalo de dois meses entre elas, onde em uma
primeira etapa foram aferidos os índices CPOD
e PHP (Patient Hygiene Performance). Nas etapas subseqüentes aplicou-se o índice
PHP e métodos educativos teóricos e dinâmicos participativos. Foi verificado
o nível de adesão dos estudantes ao programa educativo mediante oficinas pedagógicas.
Questionários aplicados e desenhos desenvolvidos pelos adolescentes, foram
avaliados por um profissional da área de psicologia. Os dados foram processados
através do programa EPI-INFO, sendo observadas reduções estatisticamente
significantes no índice de placa (p<0.001).
Os
resultados indicam que programas dinâmicos em motivação à saúde
bucal, quando aplicados com freqüência preestabelecida, têm fundamental
importância na mudança de hábitos de higiene bucal em adolescentes,
independente de sua inserção social.
326
Conhecimento
sobre saúde oral de adolescentes em Niterói - R.J
T.C.A. GRAÇA*;
I.C. MATUCK; N.J.F. GRAÇA; O.E.R. MARTINS
Doutorado de Odontologia
Social,Universidade Federal Fluminense -Niterói – RJ
O objetivo
deste estudo foi verificar os conhecimentos dos adolescentes acerca das
patologias bucais, hábitos de higiene oral, controle de açúcar, além da
auto-avaliação destes em relação à sua saúde bucal.Este estudo
desenvolveu-se na E. E. Ismael Coutinho em Niterói - R.J., com adolescentes de
ambos os sexos e idade de 11 a 18 anos (média 14 + 9.22) do segundo
segmento do primeiro grau.Foi utilizado um questionário estruturado,
previamente testado em população similar, sendo aplicado a uma amostra
representativa do universo a ser investigado composta por 313 indivíduos. Os
resultados obtidos demonstraram que 82,42% receberam informações sobre doenças
bucais, (62,94% dos dentistas). Observou-se que 90,41% recebeu orientação
quanto à técnica de escovação dentária; 77,63%, quanto ao uso de fio dental
e 66,77% quanto ao tipo adequado de escova dentária, sendo esta orientação
realizada pelo dentista. A maior frequência de escovação relatada foi de 3 a
4 vezes ao dia em 63,58% da amostra. Com relação à ingestão diária de açúcar,
37,69% relatou um consumo de 1 a 2 vezes ao dia durante as refeições.
(29,07%).Com relação à própria condição dentária, 57,8% considerou-a boa.
Para estes adolescentes a população brasileira não cuida bem de seus dentes
(88,17%) devido,principalmente, à falta de acesso ao tratamento
gratuito.Manifestaram o desejo de adquirir maiores informações sobre saúde
oral na escola 84,02%
Concluiu-se
que o adolescente está ávido por adquirir conhecimentos sobre auto-cuidado com
relação à saúde oral,embora possuam conhecimentos básicos sobre higiene
dentária e controle de açúcar.O cirurgião-dentista mostrou-se um agente
educador efetivo.O auto-julgamento da situação dentária contrasta com a opinião
de que a população brasileira não cuida bem dos seus dentes.
327
Prevalência
e relação do tipo de aleitamento com doenças bucais
M.C.F.
CAMARGO; R.B.P. BORGES; A.MODESTO*
Odontopediatria,
FO-Araras-SP/FO-UFRJ
O objetivo
deste trabalho foi determinar o tipo e as condições de aleitamento e correlácioná-los
com a prevalência de doenças bucais em bebês de 0 a 8 meses. Foram examinadas
160 crianças atendidas no Centro de Saúde Jabaquara (São Paulo-SP) para a
determinação da ocorrência de doenças bucais e do tipo de aleitamento. Na
presença do aleitamento artificial, foi determinada a posição da criança e
as mamadeiras foram avaliadas com relação ao bico e estado de conservação.
Para que as condições fossem consideradas satisfatórias, a criança deveria
ser amamentada no colo da mãe e com alternância dos lados, o bico deveria ser
curto e de forma arredondada com furo que permitisse uma vazão de leite de 20 a
30 gotas/minuto, quando a mamadeira era virada para baixo, e a mamadeira deveria
estar limpa e com a borracha do bico nova. Das 160 crianças examinadas (88
meninos e 72 meninas), 36,5% realizavam aleitamento natural, 40,62% artificial e
23,12% misto. Das 65 crianças que recebiam aleitamento artificial, 96,9% o
recebiam em uma posição insatisfatória, 100% das mamadeiras apresentavam
forma do bico insatisfatória (73,8% deles com o tamanho do furo inadequado) e
7,7% não apresentavam um bom estado de conservação. A prevalência de doenças
bucais (candidíase e impetigo) foi de 24,37% e as crianças que possuíam
aleitamento artificial apresentaram estatististicamente mais (Qui-quadrado,
p=0,000004) doenças bucais (74,4%) do que as que faziam o natural (17,9%) ou o
misto (7,7%).
Os
autores sugerem que o aleitamento artificial favorece o aparecimento de doenças
bucais (candidíase e impetigo) em bebês.
328
Objeto e métodos
da odontologia social - descrição histórica
W.W.N.
PADILHA* ; V. OLIVEIRA.
Pós-Graduação em
Odontologia Social - UFF, Niterói, RJ
Este
trabalho teve como objetivo identificar o objeto de estudo e descrever as
metodologias utilizadas nas dissertações do mestrado da universidade federal
fluminense. Foi utilizada uma abordagem hipotética - dedutiva, procedimento
histórico, do tipo descritiva com a técnica documental.A amostra é do tipo
sistemática, onde sortearam-se 50 trabalhos de um total de 85, de modeo a
cobrir todo o período de existência do curso ( 1974 a 1996). Procurou-se
identificar em cada dissertação; o objeto de estudo, método de abordagem, método
de procedimento, tipo de pesquisa, conforme MARCONI e LAKATOS, 2a
ed,33-89,1995.Os resultados após a análise estatística, indicaram a predominância
dos serviços odontólogicos(34%) e recursos humanos(22%) como objeto de estudo;
68% não citam o método de abordagem; 56% não indicam o tipo de pesquisa; 64%
utilizam a estatística como método de procedimento e 34% utilizam a técnica
de pesquisa documental
Conclui-se
que as formulações metodológicas encontradas são restritas e incompletas e o
objeto de estudo sendo adequado às proposições da odontologia social.
329
Determinantes
socioeconômicos e hábitos bucais: influência na oclusão de pré-escolares
N.E.
TOMITA*; V.T. BIJELLA; L.J. FRANCO
Depto. de Odontologia
Social, FOB-USP, Depto. de Medicina Preventiva-UNIFESP - Tel: 014-235 8256 /
Fax: 014-223 5525
Tendo por
objetivo avaliar como determinantes socioeconômicos afetam a oclusão dentária
em pré-escolares, este estudo transversal foi desenvolvido em três etapas:
exame de oclusão, medidas antropométricas e questionário socioeconômico. O
inquérito epidemiológico foi realizado no período de outubro de 1994 a
dezembro de 1995. A amostra probabilística foi constituída por 2139 crianças,
de ambos os sexos, na faixa etária de 3 a 5 anos, matriculadas em instituições
públicas ou privadas do município de Bauru-SP-Brasil. A avaliação de
aspectos morfológicos da oclusão seguiu a classificação de ANGLE,
observando-se também o trespasse horizontal, trespasse vertical, espaçamento/apinhamento,
mordida aberta anterior, mordida cruzada total, mordida cruzada anterior e
mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Uma sub-amostra de 618 crianças
apresentou resposta ao questionário socioeconômico. A partir da hipótese que
determinantes socioeconômicos afetam o estado emocional da criança e isto se
manifesta através de hábitos bucais, que por sua vez afetam a condição
oclusal, foram realizadas análises bivariadas envolvendo a prevalência de má
oclusão e algumas variáveis de exposição. A prevalência de má oclusão foi
de 51,3% para o sexo masculino e 56,9% para o sexo feminino, sem variação
quanto a grupo étnico, sexo ou tipo de escola. A maior prevalência de má
oclusão foi verificada no grupo etário de três anos, decrescendo
significantemente com a idade (p<0,05).
Entre os
fatores ambientais estudados, o hábito de sucção de chupeta foi o mais
importante na associação com má oclusão. Alguns determinantes socioeconômicos,
como o trabalho materno e ocupação da pessoa de maior renda no domicílio estão
relacionados com a maior prevalência de hábitos bucais, que por sua vez estão
positivamente associados com a má oclusão.
330
Consumo de
produtos de higiene bucal em Passo Fundo/RS
P. COLUSSI - ULBRA, CANOAS-
RS
O objetivo
do presente estudo foi identificar os padrões de consumo de produtos de higiene
bucal na população de Passo Fundo - RS correlacionando os achados com três
estratos sócio-econômicos. Foram realizados 868 entrevistas domiciliares: 190
na classe considerada alta (+10 SM) 345 média (entre 5 e 7 SM ) e 333 baixa (até
2 SM). Os resultados foram analisados por distribuição de frequência e
submetidos ao qui- quadrado. A frequência de escovação mais prevalente foi 3
vezes ao dia. Assim tanto 70 %
dos pais na classe alta, 80 % na classe média e 60% na classe baixa
apresentaram esta opção. Na classe baixa a média de escovas por indivíduo
foi próxima de 1 enquanto na classe alta foi 1,2 .O consumo de creme dental foi
significativamente maior na classe alta quando comparado com a baixa. As classes
média e alta mostraram optar por escovação e creme dental encima de motivos
como flúor, 40% para a classe alta, prevenção da cárie 50% da classe média
enquanto 50% da classe baixa apontou limpar os dentes como opção. Observou-se também que o consumo de fio dental bem como
outros produtos como soluções para bochechos foi maior nas classe alta e média
do que na classe baixa.
Pode-se
concluir que o acesso aos bens de higiene bucal dependem de fatores sócio-econômicos
embora as classes menos favorecidas de Passo Fundo/RS apresentam o hábito de
escovar seus dentes com escova própria e creme dental com flúor.
331
Avaliação
de 07 anos do programa odontológico da Clínica de Bebês da UFRGS
D.R.
ARAUJO*; M.C. FIGUEIREDO; G.V.D. SEADI; J.A. MICHEL; I.D. AZEVEDO
Disciplina de
Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da UFRGS
Devido a
preocupação com a situação bucal na primeira infância e a falta de preparo
profissional para bem atender essa faixa etária, foi implementada, a partir de
1990, a Clínica de Bebês da F.O./UFRGS. É objetivo da Clínica de Bebês
estar constantemente reavaliando o trabalho oferecido nos aspectos educativo,
preventivo curativo comparando-se o
perfil inicial do paciente que procura este tipo de atenção odontológica e os
resultados do tratamento proposto após seus 07 anos de funcionamento. A partir
da avaliação de dados de 462 pacientes, em relação à distribuição das
crianças por faixa etária, motivo da consulta, avaliação inicial e final da
atividade cariosa, índice de abandono de tratamento, avaliação da alteração
da atividade cariosa e a relação entre a faixa etária e o motivo da consulta,
foi estabelecido o perfil da criança atendida. Para análise estatística dos
resultados utilizou-se o método de ANOVA que evidenciou que a faixa etária
mais atendida é a de 2 a 3 anos(37%), sendo a cárie dentária o motivo
principal da primeira consulta (51%). Conseguiu-se inverter o quadro de
atividade de doença de 61,5%, em atividade no início do tratamento, para 32,9%
após o período de avaliação. O índice de abandono de tratamento vem
diminuindo, encontrando-se em 12% nesta avaliação.
Concluindo-se
podemos afirmar que a cárie dentária é passível de controle (redução de cárie
em 34,5%) mesmo em crianças em idade precoce, desde que seja realizado um
tratamento voltado para os fatores causadores e moduladores da doença. E que as
rechamadas periódicas foram efetivas para reduzir o índice de abandono de
tratamento de 29%, na avaliação de 5 anos, para 12% nesta última avaliação,
mostrando a necessidade da motivação constante dos pais para conseguir-se eficácia
na proposta de tratamento.
332
Avaliação
Comparativa de um Programa Preventivo, Educativo e Restaurador em gestantes
M.
Martinelli; M.C. Figueiredo; A.A.F. Machado .Disciplina de odontopediatria da Faculdade de Odontologia da UFRGS
Diante dos novos conceitos que estabelecem a cárie como uma
doença de natureza infecto-contagiosa, transmissível em humanos e, atuando
dentro de uma PRÁTICA odontológica voltada para a “Promoção de Saúde”
iniciamos, com esta pesquisa, uma avaliação comparativa entre gestantes de
dois grupos distintos no Município de Vila Rica - MT. Primeiramente foi
realizada uma coleta de dados para que as condições de Saúde Bucal de toda a
população estudada fosse avaliada (índice de Cárie - CPOS modificado: 69,5;
índice de Placa Visível - IPV: 52% das superfícies e Índice de Sangramento
Gengival - ISG: 58,5% das superfícies). Esta população era composta por 66
gestantes de faixa etária variando de 14 a 39 anos que se encontravam entre o 1º
ao 9º mês de gestação e participavam de um programa pré-natal oferecido
pela prefeitura do referido Município. Em uma segunda etapa dividiu-se as
gestantes em dois grupos: Grupo de Tratamento (GT), onde as gestantes receberam
durante seis meses um tratamento educativo, preventivo e restaurador; e Grupo
Controle (GC), onde as gestantes foram apenas examinadas. Após seis meses estes
grupos foram reavaliados e obtiveram-se os seguintes resultados: GT - CPOS
modificado: 69,5; IPV: 22,8% e ISG: 31,7%. GC - CPOS modificado: 73; IPV: 49% e
ISG: 69%. As gestantes que tiveram
as suas necessidades restauradoras sanadas e receberam instruções de higiene
bucal e dieta alimentar (GT), obtiveram uma melhoria significativa de suas condições
bucais em comparação ao grupo que não recebeu qualquer atenção odontológica,
permitindo assim concluir que um pré-natal incluindo um programa odontológico
baseado na resolução das necessidades restauradoras, preventivas e educativas,
é de fundamental importância para melhorarmos as condições bucais dessa
futura mãe que está suscetível ao aprendizado e que poderá ser responsável
pela prevenção da doença cárie no seu bebê.
333
Estudo
comparativo de duas metodologias para obtenção da prevalência de cárie
R.M.
ACIERI*; B. UNFER; A.G.R.C. OLIVEIRA; I.C.C. COSTA,
Pós-Graduação em Odont
Prev. Social - UNESP-FOAraçatuba / UFRN-CMOS
Os diagnósticos
comunitários de saúde, obtidos através de levantamentos epidemiológicos são
fundamentais para planejamento e
avaliação das ações de saúde. A falta destes levantamentos, com o
desconhecimento da situação de cada município, no aspecto sócio-econômico e
na área específica de saúde bucal gera deficiências no serviço. As características
da cárie dental podem ser estimadas pelo índice CPO-D, proposto na década de
30 por Klein e Palmer. Os critérios e procedimentos para a obtenção deste índice
foram modificados através da proposta da OMS publicada em 1987, sendo uma das
principais modificações uma maior restrição ao uso do explorador como critério
de diagnóstico. Tem-se a necessidade, então, de estudos comparativos entre as
duas propostas. O objetivo do presente trabalho foi comparar o índice CPO-D,
empregando os métodos e critérios propostos por Klein e Palmer com o índice
de “condição dental” proposto pela OMS, colaborando para a validação dos
dados disponíveis anteriores com os novos dados publicados. Foram, então,
examinadas 55 crianças de 12 anos em duas ocasiões diferentes por um único
examinador devidamente calibrado para os dois índices. Os exames foram
realizados sob luz natural e seguindo as normas preconizadas para cada um deles.
Comparou-se, então, os resultados obtidos pelos dois levantamentos (baseado no
CPO-D de Klein e Palmer e baseado na “condição dental” da OMS) através de
testes estatísticos (teste “t”). Verificou-se que foram encontradas diferenças
significativas (a nível de 5% de confiança) entre as médias dos dois índices
bem como de seus componentes, à exceção do componente obturado, podendo-se
concluir que existem diferenças nos escores de CPO-D médio, dentes cariados e
dentes hígidos entre os dois métodos utilizados.
334
Avaliação
de métodos de motivação adotados para o retorno de
pacientes
ao consultório odontológico
P.P.N.S. GARCIA*;
S.A.M. CORONA; W. DINELLI - Faculdade de Odontologia de Araraquara –
UNESP
O perfil de
motivação para o retorno de cinco profissionais, o nível de cooperação para
o retorno de 1.358 pacientes de consultório particular e a periodicidade
praticada por estes pacientes foram avaliados através da obtenção de dados do
sistema de retorno de cada Cirurgião-Dentista. Para a obtenção do perfil
profissional, os Cirurgiões-Dentistas foram entrevistados individualmente para
possibilitar a coleta de informações sobre o sistema de educação e motivação
para a prevenção e retorno. Para a análise do nível de cooperação e
periodicidade de retorno, a obtenção dos dados constou de um exame criterioso
das fichas clínicas de todos os pacientes que frequentaram os consultórios
odontológicos dos cinco profissionais em 1992, avaliando o retorno destes
pacientes de 1992 a 1994, totalizando 36 meses de observações e acompanhamento
do retorno. Os resultados obtidos mostram que todos os profissionais
apresentavam projeto de prevenção. Os profissionais A e C foram os que
apresentaram maiores porcentagens de pacientes com cooperação completa, 47,8%
e 41,2% respectivamente; os pacientes dos profissionais A, B e C apresentaram
maior retorno de 7 a 12 meses, 36,8%, 31,7% e 23,1%; e os dos profissionais D e
E, de 19 a 36 meses, 25,1% e 31,1% respectivamente.
Através
da metodologia aplicada pode-se concluir que apesar do perfil de motivação ser
bem definido, os pacientes analizados não retornavam na época recomendada por
seus profissionais e os níveis de cooperação completa precisam ser
aumentados.
335
Medo frente
ao tratamento odontológico em escolares
D.P.QUELUZ*
Faculdade de Odontologia de
Piracicaba - UNICAMP, Caixa Postal 52, Piracicaba – SP
A prática
odontológica é marcada por relatos de dificuldades em relação à prevalência
do medo produzido pelo tratamento odontológico e sua influência sobre o
trabalho do cirurgião dentista. O
objetivo desse estudo é analisar os fatores relacionados ao comportamento de
escolares frente a: problema do medo ao tratamento odontológico, ocorrência de
troca de cirurgião dentista e freqüência periódicas ao cirurgião dentista.
Isto foi feito segundo uma pesquisa de campo, onde foram avaliados 275
questionários de escolares selecionados aleatoriamente (57,5% meninas e 42,5%
meninos) na faixa etária de 11 a 17 anos (média= 14,29, D.P.= 2,57) de escola
pública em Piracicaba - SP. Os
resultados foram analisados estatisticamente e revelam que uma pequena
porcentagem (9,1%) dos escolares apresentaram medo ao tratamento odontológico,
sendo a anestesia e a alta rotação os medos mais comuns.
A freqüência de visitas periódicas ao cirurgião dentista foi de 32,4%
de 6 em 6 meses e 17,8% de ano em ano; o que nos indica que visitas regulares ao
cirurgião dentista tornam o tratamento dentário mais agradável. Em
relação a troca de cirurgião dentista pelos escolares 23,6% responderam que
trocam de cirurgião dentista.
Conclui-se,
primeiramente, que o medo não foi fator decisivo na freqüência do escolar ao
cirurgião dentista e esta freqüência vem aumentando. Os resultados evidenciaram que os escolares não trocam de
cirurgião dentista constantemente.
336
Utilização
de Serviços de Urgência Odontológica: análise de aspectos relevantes
O. FERREIRA
JR.*; J.H. DAMANTE
Departamento de
Estomatologia - Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
A utilização
de serviços de urgência e emergência refletem as falhas de um sistema de saúde
e, embora seja uma preocupação dos que administram estes sistemas, pouco se
sabe a este respeito. Este desconhecimento é ainda maior em relação as urgências
odontológicas e pode ser demonstrado pelo pequeno número de estudos publicados
nos últimos 20 anos. No Brasil, um país com alto índice de desemprego, baixa
renda per capta e indicadores de saúde em níveis alarmantes, a maioria
da população depende do sistema público de saúde que, por sua vez, não está
estruturado para atender adequadamente toda a demanda, gerando um grande afluxo
de pacientes aos serviços de urgência. Face a estas dificuldades, torna-se um
grande desafio dimensionar e organizar um sistema de atendimento aos casos de
urgência. Foram analisadas 30918 fichas de atendimento do Serviço de Urgência
Odontológica ( SUO ) da Faculdade de Odontologia de Bauru ( FOB ), Universidade
de São Paulo ( USP ), e discutidos aspectos como idade, gênero e procedência
dos pacientes, total e média diária de atendimentos, diagnósticos e
tratamentos realizados, além da participação do SUO no convênio com Sistema
Único de Saúde ( SUS ), em relação aos outros setores clínicos da FOB.
Concluiu-se
que existe demanda suficiente, que a cárie e suas conseqüências são as
principais causas de atendimento, que o SUO-FOB/USP realizou 19 % dos
procedimentos pagos pelo SUS e desempenha um importante papel em relação ao
ensino, aperfeiçoamento profissional e extensão à comunidade.
337
Cronologia
de erupção de dentes deciduos em crianças sem carência sócio-económica
Severino*; A. C.; Berzin, F.
Departamento de morfologia
- FOP, universidade est. de campinas – SP
O objetivo
deste trabalho é demonstrar a seqüência
e a cronologia de dentes decíduos em crianças sem carência sócio-econômica.
Para alcançar esse objetivo, foi realizado um estudo transversal. Foram
examinadas 718 crianças na idade de 0 a 50 meses que freqüentam o Pronto
Socorro Infantil Independência (só atendimentos particulares). As crianças
foram examinadas no colo das mães e /ou responsáveis, na sala de espera dos
consultórios médicos, enquanto as mesmas esperavam por consultas de rotina. O
dente foi considerado erupcionado quando visível na cavidade oral, sendo possível
toca-los com uma sonda . A seqüência encontrada neste trabalho foi: 81, 71,
51, 61, 52, 62, 72, 82, 84, 74, 54, 64, 53, 63, 85, 75, 55, 65. A
cronologia encontrada por
faixas etárias, os dentes 81 e 71 variam do 3° até o 9° mês de vida da
criança para erupcionar, o dente 51 e 61 variam do 4° ao 13° mês de vida, os
dentes 72 e 82 variam do 5° ao 14° mês de vida, os dentes 62 e 52 variam do 5°
ao 14°mês de vida, os dentes 74 e
84 variam do 7°ao 22° mês de vida, os dentes 54 e 64 variam de10° ao 25°mês
de vida, os dentes 53 e 63 variam do 11°ao 30° mês de vida, os dentes 73 e 83
variam de13°ao 31° mês de vida, os dentes 75 e 85 variam e do11°ao 37° mês
de vida, os dentes 55 e 65 variam do13°ao 31° mês de vida .
Concluiu-se
que na faixa sócio-econômica estudada as crianças do sexo masculino são
mais precoces que as do sexo feminino com uma diferença
pequena e a mesma seqüência.
338
Avaliação
de valores de saúde e higiene bucal de responsáveis por crianças HIV+
A.C.O.B.
FERNANDES*; A.A. NEVES; M. MAGNANINI; L.F.R.TURA; I.P. SOUZA
FO/IPPMG/NESC – UFRJ
O objetivo
deste trabalho foi avaliar se as percepções e atitudes relacionados à saúde
e higiene bucal de responsáveis por crianças HIV+ sofreram alguma alteração
nos 2 anos posteriores a avaliação diagnóstica e implantação de um programa
preventivo individualizado para a cárie dentária baseado no reforço e motivação
da escovação. Para isto foram realizadas 40 entrevistas estruturadas com questões
relacionadas aos hábitos de higiene de responsáveis e crianças HIV+ (GI),
sendo que as respostas foram comparadas com outra avaliação final composta por
43 responsáveis (GF). A análise descritiva dos dados mostrou que a média
idade de responsáveis e crianças foi 37,5 (±14,8) e 4,8 (±3,3) no GI e 37,8
(±15,8) e 5,6(±3,5) no GF. 41,9% dos responsáveis no GI
e 67.5% no GF eram mães das crianças (p<0,05), sendo o restante
composto por avós e tios. Quando inquiridos sobre as causas de morbidade dentária,
23,4% e 49,2% dos responsáveis, respectivamente no GI e GF citaram a falta de
escovação (p<0,05 teste “t”). No GF, quando perguntados sobre o papel
do dentista em sua saúde, 51,2% afirma este ter um papel curativo, sendo que
somente 20,9% percebe a importância de seu papel preventivo. Ainda, no GF a média
de escovações diárias pelos responsáveis foi de 2,9 vezes.
Esta
avaliação permite concluir que, neste grupo especial de crianças, o reforço
da escovação dentária foi adquirido mediante o programa, no entanto, os
responsáveis ainda valorizam fortemente o papel curativo tradicional do
dentista, em detrimento de sua função preventiva.
Financiamento:
CNPq 521652/95-2
339
Percepção
dos pais quanto à saúde bucal na clínica de Odontopediatria da UFBa
A.C. ALVES
*; M.C.S. ROCHA ; D. VIANNA
Departamento de Odontologia
Social da F.O - Universidade Federal da Bahia
Conhecendo a
importância dos pais na manutenção da saúde dos filhos, é essencial
determinar o perfil e avaliar a percepção destes quanto aos aspectos
relacionados à saúde bucal (SB) visando promovê-la na clínica odontopediátrica.
Para esta proposição, foram entrevistados 49 responsáveis pelos pacientes
(3-11 anos) da clínica de graduação em odontopediatria da Universidade
Federal da Bahia (UFBa), através de questionários com abordagens quantitativa
e qualitativa. Na análise descritiva dos resultados (Epi-Info 6.0), 81% dos
pais estavam representados por mães, donde 47% exerciam a função doméstica
no lar. O primeiro grau incompleto esteve presente em 51%, caracterizando o
baixo nível de escolaridade e a renda familiar foi > 3 salários-mínimos
(40%). Dentre outros, com relação à percepção e conhecimento sobre SB, 73%
consideraram a cárie uma doença, embora, apenas 24% destes afirmaram ser
transmissível. O tipo de alimentação teria influência no aparecimento da cárie
para 81% da amostra, sendo a higiene bucal um meio preventivo em 91%. Por outro
lado, apenas 26,5% relatou o auxílio freqüente na escovação, sendo mais
expressivo no grupo da menor faixa etária (3-6 anos) e, curiosamente, apenas
14% dos responsáveis relataram a possibilidade dos filhos manterem-se livres de
cáries, após a conclusão do tratamento.
Os
resultados sugerem priorizar e enfatizar a atuação precoce dos alunos de
graduação no que concerne à educação para SB, ampliando e consolidando o
conhecimento dos pais dos pacientes da clínica de Odontopediatria da UFBa.
340
Técnicas
de controle do comportamento em Odontopediatria:
aceitação
pelos responsáveis
M.N.L. SOUZA; P. BISI Jr.;
L.G. PRIMO* (UFPA; EAP-ABO/PA; Disciplina de Odontopediatria da UFRJ - WHO Coll.
Ctr.)
O presente
trabalho teve por objetivo avaliar o nível de aceitação dos pais às diversas
técnicas de controle de comportamento, farmacológicas e não farmacológicas.
Duzentos e noventa e sete responsáveis responderam à questionários mediante
prévia apresentação de slides contendo sequências de cada técnica. Foram
coletados dados relativos a renda familiar, ao número de filhos em tratamento,
a idade do responsável e da criança, a participação dos pais como
acompanhante durante o tratamento e a aceitação às técnicas. Foram atribuídos
três graus de aceitação às mesmas: (A) totalmente aceitável; (R) aceitável
com restrições; (I) totalmente inaceitável. Os dados foram transformados em
frequências através do programa Statistica 4.5. As técnicas não farmacológicas
obtiveram total aceitação de 44,9%, aceitação com restrições de 30,6% e
foram consideradas inaceitáveis por 24,5% dos pais. Já os métodos farmacológicos
obtiveram total aceitação de 32,2%, aceitação com restrições de 30,4% e
foram considerados totalmente inaceitáveis por 37,4% dos pais. Dentre os métodos
não farmacológicos, a técnica que mostrou melhor aceitação foi a
dizer-mostrar-fazer (72,0%) e a que obteve pior aceitação foi a mão sobre a
boca (41,0%). As técnicas farmacológicas obtiveram níveis de aceitação
semelhantes: sedação com óxido nitroso: 33,0%(A); 36,4% (R); 30,6% (I)
comparado com a anestesia geral: 31,3% (A); 24,6% (R); 44,1%(I).
Os
resultados sugerem que a técnica dizer-mostrar-fazer foi a mais aceita pelos
pais (72,0%) e a anestesia geral foi a que obteve o maior grau de rejeição
(44,1%).
341
Utilização
de métodos preventivos em consultórios particulares
C. A.
COSTA*; C. A. SALIBA; T. A. SALIBA
Deptº.
de Odontologia Social, Faculdade de Odontologia de Araçatuba-UNESP
Este estudo
foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a utilização de métodos
preventivos por cirurgiões-dentistas em consultórios particulares no município
de Araçatuba-SP. Foram selecionados 100 cirurgiões-dentistas, segundo a posição
geográfica do consultório do profissional, de uma lista fornecida pelo
DIR-VI. Para a realização do trabalho, foi elaborado um questionário com 18
perguntas abrangendo principalmente temas sobre prevenção, os quais foram
distribuídos aos cirurgiões-dentistas. De acordo com os resultados obtidos,
verificou-se que apesar de 96% dos profissionais afirmarem terem a prevenção
como conduta habitual, 63% deles não chamam seus pacientes para controle e
manutenção. Observou-se também que é alta a porcentagem dos cirurgiões-dentistas
que não utilizam índices para determinação da placa bacteriana, existindo
ainda cirurgiões-dentistas que não vêem na prevenção, satisfação
profissional.
É lícito
concluir que apesar dos vários métodos de prevenção existentes, de
comprovada eficácia, estes não são utilizados com regularidade e nem tampouco
empregados de forma integrada, de acordo com o risco individual de doenças,
visando um atendimento voltado à promoção de saúde bucal.
Palavras-chaves
: prevenção, métodos preventivos, consultórios particulares.
342
Avaliação
da produtividade de um centro de pesquisa e
atendimento
de pacientes especiais
J.J.P. SANCHES*; C.E.
ORTIZ; P.C. CHIORATO; A.B.A. MORAES. - Cepae - FOP – UNICAMP
Com a
implantação do Centro de Pesquisa e Atendimento Odontológico de Pacientes
Especiais (Cepae) na FOP-UNICAMP em 1993, visando a prevenção de problemas
bucais e a instalação de hábitos saudáveis de higiene e alimentação,
tornou-se necessário o desenvolvimento de instrumentais que possibilitassem a
coleta de dados para a avaliação dos procedimentos clínicos e educacionais
utilizados. O projeto de administração e controle da produtividade do Cepae
visa analisar todas as atividades desenvolvidas, compará-las, identificar
acertos e erros, e propor soluções. No período de 24 meses referentes aos
anos de 1995 e 1996 entraram no programa de atendimento odontológico de bebês
199 novos pacientes. Foram realizadas 2821 práticas odontológicas sendo 90,53%
práticas preventivas e 9,46% práticas curativas. Os pacientes que realizaram
exame clínico inicial em 1996 (n= 122) apresentaram 4,21% de incidência de
mancha branca, 0,74% de incidência de cárie e 95,09% de incidência de dentes
hígidos. O índice de prevenção alcançado ao final de 1996 foi de 90,54%
para os pacientes que iniciaram o programa em 1995 (n=77), 92,31% para os
pacientes que iniciaram de janeiro a julho de 1996 e 98,41% para os pacientes
que iniciaram de agosto a dezembro de 1996. O índice de cariostase nos
pacientes que iniciaram o programa em 1995 foi de 50%, já para os que iniciaram
em 1996 foi atingido o índice de 100%. Nas áreas educacional e de pesquisa
foram realizados 19 programas de orientação de mães, 10 estudos
comportamentais já concluídos e 38 seminários de atualização.
Em vista
dos resultados obtidos concluímos que o programa vem cada vez mais atingindo
seus objetivos, crescendo de forma estruturada e desenvolvendo seus trabalhos
com eficácia.
Apoio
financeiro do CNPq
343
Prevenção
precoce de cáries em crianças: avaliação de fluorterapia
C.C. VILLAR; I.T.R. MORAES;
J.T.REGAZZO; A.B.A. MORAES.
O flúor é uma importante medida na prevenção de cárie. No
Cepae/ FOP-UNICAMP o flúor vem sido utilizado em todas as consultas desde 1995.
De 1995 a junho de 1996, foram realizadas aplicações tópicas de flúor (ATF)
em todas as sessões, FluorterapiaI (FI). A partir de junho de 1996, um novo
programa de fluorterapia foi instituído, levando em consideração que a alta
freqüência e a baixa concentração de flúor constituem a melhor forma de
controle de cárie dental. Neste programa de fluorterapia, FII, a ATF foi
realizada após a remoção profissional de placa ou na presença de mancha
branca e/ou de cárie em atividade, desta forma, a ATF foi vista como um método
terapêutico. Na FII, as crianças entraram em contato com o flúor através da
escovação com pastas fluoretadas, realizadas pelas mães e supervisionadas
pelo dentista. Este estudo visa avaliar a fluorterapia I e II através da análise
da incidência de manchas brancas e cavitações em dois grupos de crianças, um
submetido a FI e outro a FII, durante um ano, com um mínimo de cinco consultas,
neste período. Das 44 crianças submetidas a FI, com idade entre 6 e 26 meses,
79.5% não apresentou ou desenvolveu lesões, 6.8% apresentou 1 mancha branca,
4.5% apresentou 2 manchas brancas e 4.5% apresentou 4 manchas brancas. 2.3%
desenvolveu 1 cárie e 4.5% desenvolveu 2 cáries. Neste grupo houve uma incidência
de 18 manchas brancas e 3 cavitações.
Das 27 crianças submetidas a FII, com idade entre 09 e 20
meses, 92.6% não apresentou ou
desenvolveu lesões,3.7% apresentou 3 manchas brancas e 3.7% apresentou 1cavitação.
Assim, houve a incidência de 3 manchas brancas e 1 cavitação. Embora, a
amostra do grupo FII seja menor que a do grupo FI, proporcionalmente, pode-se
constatar menor incidência de mancha branca e cavitação no grupo FI, levando
a supor que a FII parece ser mais eficaz na prevenção do aparecimento e
desenvolvimento de cárie.
344
Programa de
Orientação e Atendimento Odontológico Para Gestantes
S.C.AFFONSO*; G.B.GARCIA;
R.F.POSSOBON; A.B.A. MORAES. Cepae- FOP- UNICAMP.
Para se
obter sucesso nos programas de promoção e manutenção da saúde bucal de bebês
é necessário conseguir a adesão da mãe, que deverá realizar em casa os
cuidados relativos ao controle da placa bacteriana e ingestão de sacarose,
seguindo as orientações fornecidas pela equipe odontológica. Acredita-se que,
se essas informações forem transmitidas à mãe durante a gestação, haverá
menor chance de ocorrer a introdução de alimentos cariogênicos na dieta do
bebê e os hábitos de higiene bucal serão instalados precocemente, o que seria
determinante para a prevenção de cárie. Para garantir a presença da gestante
nas sessões de orientação, pode ser oferecido à ela algum benefício
imediato, tal como o seu tratamento odontológico. O programa desenvolvido no
Cepae-FOP-UNICAMP oferece orientação e atendimento odontológico à gestante,
visando a saúde bucal do bebê. O
objetivo desse programa é avaliar o grau de adesão das gestantes à realização
das práticas caseiras de manutenção da saúde bucal do bebê, que será
avaliado quando este ingressar no programa de atendimento a bebês, no Cepae.
Assim, 7 gestantes participaram de cinco encontros, nos quais receberam
atendimento odontológico e orientações sobre saúde bucal e geral, relativos
ao bebê e à própria gestante. Estes encontros tiveram duração de 2 horas,
com intervalos semanais e contemplavam duas gestantes em cada grupo. Até o
momento das sete gestantes atendidas, três crianças já nasceram e já estão
em atendimento no programa de bebês do Cepae.
Os dados
preliminares mostram que a adesão dessas mães em relação ao controle da
dieta cariogênica foi de 33,3% e de 100% quanto às práticas de higiene bucal,
mostrando que o programa pode ser adequado para a promoção da saúde bucal.
* Bolsista
do CNPq.
345
Sessões de
autoscopia na capacitação profissional do cirurgião-dentista
M.E.S.CAE- TANO*;
A.B.A.MORAES -Cepae-FOP-UNICAMP e A.M.TOREZAN-UNICAMP.
O cirurgião-dentista
(CD) tem uma formação clínica de alta qualidade. Porém, não se observa o
mesmo durante o atendimento odontológico (AT), com relação ao manejo do
comportamento do paciente não-colaborador. O objetivo deste trabalho é
capacitar o CD para a realização plena do AT através de estratégias não-aversivas
de manejo do comportamento (distração, terapia do brinquedo, reforçamento e
outras) que são transmitidas através das sessões de autoscopia. São
denominadas sessões de autoscopia o encontro entre pesquisador e CD no qual
discutem as práticas clínicas e comportamentais ocorridas na sessão de AT,
com o pesquisador atuando como mediador na interação profissional - paciente.
Este estudo está sendo desenvolvido no Cepae - FOP - UNICAMP com a participação
de uma CD, uma auxiliar, pacientes especiais, seus respectivos acompanhantes e a
pesquisadora. Foram realizadas sessões semanais de, uma hora cada, sob observação
sistemática e gravadas em VT. Entre uma sessão de AT e outra, realizou - se
uma sessão de autoscopia na qual os procedimentos da sessão seguinte eram
determinados. Essas sessões eram gravadas em fitas K-7. Foram atendidos dois
pacientes pelo mesmo CD, realizadas 18 sessões de procedimentos clínicos
restauradores, preventivos e orientação de mães e 16 sessões de autoscopia.
Das 18 sessões, 94,45% foram realizadas através das estratégias não-aversivas
e 5,55% com contenção física.
Estes
resultados preliminares demonstram que o intercâmbio entre Psicologia e
Odontologia parece ser eficaz para tornar o AT de pacientes especiais menos
aversivo e estressante para todos os participantes envolvidos em uma sessão.
Bolsista de
doutorado FAPESP.
346
Controle do
comportamento de pacientes infantis não-colaboradores
R.F. POSSOBON*;
M.E.S.CAETANO; A.B.A.MORAES (Cepae-FOP-UNICAMP)
O manejo do
comportamento da criança, no consultório odontológico, parece ser um dos
maiores problemas enfrentados pelo clínico. Alguns comportamentos podem
interromper o tratamento, reduzindo a eficiência do serviço, e muitas vezes
desencorajando o cirurgião-dentista a trabalhar com odontopediatria. Uma vez
que, 1 em cada 4 crianças apresentam comportamentos de não-colaboração,
parece ser de fundamental importância o treino das habilidades de manejo desses
comportamentos, preferencialmente por meio de estratégias não-aversivas e sem
uso de sedação. O objetivo deste trabalho é demonstrar a eficácia de estratégias
não-aversivas de controle do comportamento (canto, conversa, elogio e atividade
lúdica), que podem ser inseridas na rotina do consultório e aplicadas
concomitantes aos procedimentos clínicos, sem custo ou tempo adicionais, em
substituição a estratégias aversivas (HOME, contenção física) ou farmacológicas.
Apresentamos o tratamento de um paciente com 4 anos de idade, que emitia choro,
grito, vômito, recusa em sentar-se à cadeira odontológica e movimentos de
corpo e cabeça, e necessitava de tratamento preventivo e curativo em 6 dentes,
incluindo 2 endodontias. O tratamento foi realizado no Laboratório de
Psicologia Aplicada do Cepae-FOP-UNICAMP. As sessões foram filmadas em VT, e
planejadas com base nos resultados obtidos na sessão anterior, sob orientação
da psicologia comportamental.
O
tratamento foi concluído com o paciente colaborando em mais de 80% do tempo
total das sessões.
347
Avaliação
da educação em saúde oral nos serviços de saúde pública de Niterói
L. C. H.
MOREIRA *; S.A.A. LUZ.
Pós Graduação em
Odontologia Social - Univ. Federal Fluminense.
Para
analisar a inserção das atividades de educação em saúde oral na rotina dos
ambulatórios públicos de Niterói e sua eficácia na incorporação de
atitudes positivas em relação à cárie e doença peridontal, realizou-se uma
pesquisa domiciliar em comunidade com renda mensal de até 5 salários mínimos/mês.
Foram entrevistados 250 pessoas (entrevista semi-estruturada), onde 218
afirmaram freqüentar os serviços de saúde pública. Destes usuários, 41.74%,
participou de alguma atividade de educação em saúde (E.S.SIM), e a maioria (58.26%) não participou de qualquer destas atividades (E.S.NÃO).
A compreensão do grupo (E.S.SIM) sobre o que seja placa bacteriana, uso
de flúor e do fio dental na prevenção das doenças da boca foi em média
20.41% maior do que o grupo (E.S.NÃO). Os dois grupos indistintamente
identificaram a escovação com creme dental como prática de saúde. Já o
componente dieta (consumo de açucarados somente às refeições) não é
identificado por nenhum dos grupos, pois 92% nos dois grupos não estabeleceu
qualquer relação entre “consumo inteligente de açucar” e cárie dental.
A pesquisa nos indica que: a questão consumo restrito de açucar não
é enfocada em ações de educação em saúde, e 92% da população não a
identifica como agravo à saúde. A maioria dos serviços de saúde não
incorporou procedimentos de educação em saúde oral em suas atividades
rotineiras, 58% dos entrevistados nunca participou de qualquer atividade desta
categoria.
348
Análise do
conteúdo das fichas de anamnese de clínicas integradas
COSTA, R. A.
H.*; SILVA FILHO; C. F., SOARES, E. L..
Pós-graduação
(Mestrado/Doutorado) em Odontologia Social – UFF/RJ
Segundo
MALETTA (Epidemiologia em saúde pública, 1988. p.2) a importância do conceito
de causalidade múltipla das doenças reside no fato de que o tratamento
preventivo ou curativo deve basear-se na eliminação ou no controle tanto da
causa direta e provocadora, como dos fatores pré-disponentes e mantenedores da
doença, sendo importante reconhecer que estes, em sua maioria, são sociais e não
médicos. Partindo desta premissa os autores pretendem analisar o conteúdo das
fichas de anamnese utilizadas nas Clínicas Integradas das Faculdades de
Odontologia de sete Universidades do Rio de Janeiro (4 particulares e 3 públicas),
escolhidas por conveniência de obtenção do material. As questões das
referidas fichas foram classificadas em 3 grupos: demarcação sócio-demográfica
(SD) abrangendo as questões referentes à identificação e localização do
paciente; fatores médicos (FM) correspondente às questões relativas ao
histórico pessoal e familiar de doenças passadas e atuais e fatores sociais
(FS) abrangendo as questões relativas aos determinantes sociais do processo
saúde-doença, como situação de moradia, renda, hábitos de vida, higiene,
dieta e outros. As médias e desvios padrão encontrados após a tabulação dos
dados foram respectivamente: SD=14,29% (± 4,8985), FM=80,35% (± 5,2565) e
FS=5,36% (± 3,2179). A partir dos resultados obtidos pôde-se observar que
informações sobre fatores médicos são coletadas e utilizadas pelo
profissional durante o tratamento, aquelas relativas à demarcação sócio-demográfica
são coletadas, porém subtilizadas.
As questões
referentes aos determinantes sociais são poucas e inexploradas, o que impede a
realização de diagnósticos e tratamentos em concordância com a prática
integral da Odontologia como profissão de saúde.
349
Utilização
dos recursos odontológicos disponíveis na Internet por alunos
e
professores da FO-UFRJ
G.K.BASTOS*; F.C.CARNEIRO;
T.CHIANCA; C.MEDEIROS; P.MIRANDA; R.TORRES; R.VIANNA, Odontopediatria/CEDROS, FO
– UFRJ
O objetivo
de nosso trabalho foi avaliar a possível utilização da Internet como
instrumento de estudo em Odontologia. Um questionário constando de quinze tópicos,
foi aplicado a uma amostra aleatória e significativa de professores e alunos da
FO-UFRJ, durante um período de oito dias. A amostra constou de 237 indivíduos
divididos nas seguintes categorias: alunos de graduação (n=160; 67,5%), alunos
de pós-graduação (n=44; 18,6%) e docentes (n=33; 13,9%). Do total da amostra:
89,5% indicou ter acesso a computador, 41,8% tem acesso à Internet e 35,4% já
visitaram alguma página de Odontologia na Internet. Dos 99 indivíduos que tem
acesso a computador e à Internet, 67,7% já visitaram páginas de Odontologia,
embora mais da metade destes com uma frequência baixa (menos de um acesso
quinzenal). Os 67 professores e alunos que visitaram as páginas de odontologia,
o fizeram, principalmente, com a finalidade de pesquisa e/ou busca de informação
específica, seguido de curiosidades e informações gerais e, um pequeno número,
indicou participar de grupos de discussão. Os dados apresentados indicam que:
a) existe uma quantidade relevante de professores e alunos da FO-UFRJ com
acesso a computadores; b) a utilização dos recursos odontológicos disponíveis
pode ser considerada ainda pouco explorada, embora um número significativo da
amostra tenha indicado acesso a computador e à Internet; c) as páginas de
odontologia disponíveis na Internet estão sendo acessadas, principalmente, com
fins de desenvolvimento do conhecimento científico.
350
Estudo
descritivo das páginas brasileiras de Odontologia na Internet
R. VIANNA*;
F. C. CARNEIRO; T. CHIANCA; G. K. BASTOS; C. MEDEIROS;
R. TORRES; P. MIRANDA;
Odontopediatria/CEDROS, FO-UFRJ
O objetivo
do nosso trabalho foi verificar o conteúdo das páginas brasileiras de
Odontologia na Internet. Para definição da amostra foram utilizados dois
mecanismos de busca eletrônica nacionais ( Cadê e Yahi ).A busca foi feita
pela palavra-chave “odontologia”, obtendo-se um total de 166 endereços
eletrônicos, em 21 de maio de 1997. Após a eliminação das páginas
coincidentes e com endereços não válidos, a amostra final totalizou 92 páginas.
Seis cirurgiões-dentistas calibrados avaliaram as páginas selecionadas num período
de cinco dias, tendo como base um instrumento descritivo que levou em consideração
10 tópicos pertinentes ao interesse profissional. A análise dos dados
demonstrou que 82,6% das páginas apresentavam atrativos visuais. Cerca de 50%
apresentavam contador e “links” para outras páginas de Odontologia. Em
34,8% encontrou-se informações para o público leigo, enquanto que informações
técnicas e atualidades voltadas para os dentistas foram encontradas em 21,7%
das páginas. Informações sobre calendário de eventos constavam em 18,5% da
amostra e menos de 10% destas páginas apresentavam uma destas características:
artigos científicos, grupos de discussão, “chat” de conversação ou
mecanismos de busca de informação. Os resultados obtidos sugerem que as páginas
de Odontologia brasileiras na Internet estão mais direcionadas ao público
leigo e ao “marketing” pessoal, sendo ainda incipiente o número de páginas
que objetivam a disseminação e troca de conhecimento científico para a classe
odontológica.
351
Abordagens
metodológicas na Pós-Graduação
em
Odontologia Social: uma análise qualitativa
E. L. SOARES*; M. P. F.
CORVINO; M.V. GOUVÊA. - Univ. Fed. Fluminense, Niterói, RJ, Brasil
Este estudo
representa uma reflexão metodológica sobre a produção científica do curso
de Pós-Graduação da Odontologia Social. Tal análise reveste-se de particular
importância uma vez que este constitui um dos quatro cursos da área existentes
no Brasil. Avaliou-se os procedimentos metodológicos utilizados em dissertações
e teses dos cursos de mestrado e doutorado em questão, buscando-se atender o
princípio de contínuo aperfeiçoamento conforme preconizado pelas instituições
responsáveis pelo desenvolvimento científico e tecnológico da área. De um
universo de 86 dissertações concluidas desde 1974 e 13 teses defendidas a
partir de 1993, procedeu-se análise de conteúdo (Bardin, Análise de conteúdo,
Ed.70, Lisboa, 1979) caracterizando uma pesquisa documental (Lakatos &
Marconi, Técnicas de pesquisa, Atlas, São Paulo, 1982). A amostra do tipo
intencional constituiu-se dos 26 trabalhos apresentados entre 1992-1996, sendo
85% do conjunto das teses e 15% das dissertações, que representou 25% do
total. Os trabalhos foram analisados por cada pesquisador e submetidos à
discussões em reuniões semanais. Conheceram-se os recursos metodológicos
quanto à definição, justificativa e referencial teórico, sua adequação ao
problema, à descrição dos instrumentos de pesquisa e das técnicas utilizadas
para coleta e análise dos dados.
A
manipulação do instrumental metodológico na maioria dos casos no período
investigado, mostra que o método não é plenamente valorizado como
desencadeador de uma prática atuante da ciência, em um conjunto ordenado de
procedimentos que ao longo da história tem se mostrado eficiente na busca do
saber, distanciando-se da filosofia que norteia a essência da produção científica.
352
Práticas e
atitudes de automedicação em odontalgias
entre usuários
de serviços de saúde
J. L. S. A HURST*; M. V.
GOUVÊA; S. P. BARROSO - K. Univ. Fed. Fluminense, Niterói, RJ, Brasil
O estudo
teve como objetivo conhecer práticas e atitudes de automedicação em
odontalgias entre usuários do serviço de saúde ambulatorial no munçípio de
Paraty/Rj, bem como identificar as fontes mais usuais de indicação de
medicamentos e práticas alternativas. Objetivou-se também, verificar o papel
do cirurgião-dentista na orientação e prescrição terapêutica da população.
O universo do estudo correspondeu a 2.713 pacientes cadastrados para atendimento
no Centro Integrado de Saúde. Para determinação da amostra trabalhou-se com nível
de confiança de 95% (Z=1,96) e precisão de 5%, tendo assim uma população
amostral de 340 pessoas. A equipe realizou entrevista semi-estruturada (pós pré-teste
do instrumento) no período de 1 a 30 de abril de 1997, colhendo dados pessoais
além de questões específicas sobre automedicação. As pessoas foram
entrevistadas enquanto aguardavam atendimento medico-ambulatorial não odontológico.Tal
cuidado visou evitar qualquer tipo de indução nas respostas. Analisando os
dados coletados pôde-se verificar que: 1) 45,29% declararam fazer uso de drogas
adquiridas em farmácias sem prescrição do cirurgião-dentista; 2) 33,24%
declararam utilizar terapias alternativas para solução do problema, sendo a
maior parte influenciada no próprio núcleo familiar; 3) Somente 21,47%
declararam não utilizar automedicação em odontalgias sendo que, deste total
35,61% relataram nunca terem sido acometidos por tal problema.
A partir
dos dados podemos verificar que a maior parte da população estudada faz uso de
automedicação influenciada por indivíduos sem qualquer formação na área de
saúde, não procurando o cirurgião-dentista como primeira atitude para resolução
de seus problemas odontológicos emergenciais.
353
Avaliação
dos resultados do tratamento ortodôntico utilizando-se o Índice PAR
J.A.M.
MIGUEL*; G. ROSENBACH; M.G. CARLINNI
Disciplina de Ortodontia -
Fac. Odonto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
A variação
dos critérios de avaliação utilizados por diferentes profissionais dificultam
a comparação dos resultados do tratamento ortodôntico. O uso de um critério
preciso é essencial, necessitando-se de um método quantitativo objetivo para
medir a maloclusão e a eficácia do tratamento. O Índice PAR (Peer Assessment
Rating - Richmond et al., Eur. J. Orthod., 14:125-39, 1992) foi criado com este
objetivo, e através dele notas são dadas aos diferentes componentes que
caracterizam a maloclusão. O objetivo deste trabalho foi avaliar a porcentagem
de melhora dos casos tratados ortodonticamente na Clínica da F.O -UERJ. A
amostra foi composta aleatoriamente por 112 pacientes que já haviam terminado o
tratamento corretivo total, e apresentavam documentação completa. A diferença
entre os valores de PAR iniciais e finais indicam o grau de melhora resultante
da terapia ortodôntica. O tempo de tratamento também foi avaliado.
%
de melhora
% média (s.d.)
n (%)
Mediana-tempo
de tratamento (meses)
100%
- 90%
94,32 (2,90)
62,00 (55,36)
51,00
89,9%
- 80%
84,58 (2,86)
28,00 (25,00)
58,50
79,9%
- 70%
74,87 (2,78)
16,00 (14,28)
61,50
<70%
50,33 (10,13)
6,00 (5,36)
51,50
Pode-se
concluir que os tratamentos tiveram resultados excelentes para a maioria dos
casos, e que o Índice PAR mostrou-se eficiente e prático para a avaliação
dos resultados da terapia ortodôntica.
354
Bioestimulação
de tecidos com Soft Laser tipo DI-IODO
D.C. ALISIO*. Rosario,
Argentina.
O presente
trabalho clínico procura demosntrar a estimulação biológica de tecidos
peridentários por meio de Soft Laser de potência média MID.IR CEB. Pot 0,9mW
com aplicações de 4 minutos a 0,5 cm do ponto de aplicação. A casuística em
cinco pacientes documentados demonstra que a bioestimulação do laser produz
uma ativação da irrigação sangüínea, estimulação de substrastos
favorecedores de processos regenerativos. A aceleração da redução do edema
tissular permite a organização da fibrina. A osteogênese pode ser observada
pelo aparecimento de um tecido osteóide com organização trabecular diversa.
Clinicamente foi evidenciada uma estabilidade dentária, coadjuvada pelo
preenchimento do defeito ósseo.
Foi
realizado um controle por meio de um dispositivo de higiene oral desenvolvido
com cerdas plásticas montadas especialmente para estimular o trofismo gengival
mediante o estímulo gerado pela resiliência que oferece a inserção das
cerdas na cabeça da escova utilizada. Uma boa resposta tissular foi observada,
além da óssea e gengival.
355
Desenvolvimento
pós-natal da glândula zigomática da cobaia. Estudo
morfológico
e estereológico
G.T. ASSIS*; D.A.
RIBEIRO**; D. SOTTOVIA FILHO; R. TAGA - Depto. de Morfologia Faculdade de
Odontologia de Bauru - USP (SP)
Apesar da
morfologia da glândula zigomática ser bem conhecida no animal adulto, pouco se
sabe sobre o seu desenvolvimento ontogenético. Desse modo, na presente pesquisa
estudamos em glândulas zigomáticas de cobaia de 2, 7, 14, 21, 35, 70, 140 dias
de vida pós natal (5 animais por grupo): a) a evolução da morfologia; b) a
evolução da massa glandular (mg); c) a evolução da densidade de volume (%) e
do volume absoluto (mm3)
de cada compartimento morfológico da glândula.
Os
resultados foram submetidos à ánalise de regressão em função da idade em
dias e a análise de variancia. Os resultados mostraram que o período de maior
desenvolvimento da glândula ocorreu entre 2 e 70 dias. Nesse período a massa
glandular e o volume absoluto do compartimento acinar aumentaram,
respectivamente, 282% (P<0,01) e 288% (P<0,01). A Análise de regressão
permitiu obter as equações exponenciais y=5,072 e0,0184x(r2=0,94)
e y=4,296 e0,0175x(r2=0,92),
respectivamente, para cada um dos dois parâmetros analisados.Os tempos de
duplicação calculados pelas equações foram, respectivamente, 37,7 e 39,6
dias. Esta proximidade dos percentuais de crescimento e dos tempos de duplicação
entre os dois parâmetros, mostraram que o crescimento dos ácidos foi o
principal fator responsável pelo aumento glandular; os demais compartimentos
pouco influenciaram nesse aumento. As observações morfológicas confirmaram
este fato, mostrando um nítido aumento do tamanho dos ácinos. Entre 70 e 140
dias o pouco aumento glandular verificado teve influência do compartimento do
estroma.
**Bolsista
da FAPESP - Processo Nº 96/06257-6
356
Resistência
à tração da porcelana sob influência de materiais cimentantes
C.M.L.S. Carvalho*;
M.F. DE GoES; s. cONSANI; I. FERREIRA
faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP - SP.
O objetivo
deste estudo foi avaliar a resistência à tração da porcelana, sob
influência de materiais cimentantes. Foram confeccionados 48 discos cerâmicos
(Duceram - Degussa) de 20,75 mm de diâmetro por 1,28 mm de espessura. As
amostras foram divididas em 6 grupos: A- Amostras sem tratamento de superfície
ou aplicação de material cimentante; B- A superfície não glazeada da amostra
foi condicionada com ácido fluorídrico a 10% por 4 minutos; C- Procedimento
similar ao do grupo B, seguido da aplicação de silano, adesivo e do cimento
resinoso Choice Porcelain (Bisco); D-Procedimento
similar ao grupo C, e aplicação do cimento resinoso (Resin Cement-3M); E
-Superfície não condicionada e utilização do cimento de fosfato de
zinco(S.S.White); F- Superfície não condicionada e aplicação do Vitremer
para cimentação (3M). Os corpos-de-prova foram
armazenados por 24 horas a
37o C
e 100% de umidade relativa. A seguir, foram posicionados na máquina MTS, modelo
810 para a realização do ensaio de flexão através do teste
biaxial, a velocidadde de 2 mm/mim.. Os valores do ensaio de flexão foram
submetidos à Distribuição de Weibull. Os valores médios de resistência à
fratura foram: Grupo A=12,69MPa; B=10,90MPa; C=178,63MPa; D=145,34MPa;
E=126,66MPa; F=128,62MPa. O uso de materiais cimentantes aumentou a resistência
à tração da porcelana para todos os grupos. A associação
condicionamento/sistema adesivo/cimento resinoso apresentou
maior resistência à fratura do que os grupos cimentados com fosfato de
zinco e ionômero de vidro.
A resistência
à tração da porcelana variou de acordo com o material cimentante e foi maior
quando utilizada a associação condicionamento ácido/sistema adesivo/cimento
resinoso.
Apoio
Financeiro da CAPES.
357
Efeito do
condicionamento ácido sobre a infiltração marginal em dentes deciduos
Mônica
Tostes*; Depart. de Odontopediatria.-FO
UFF-Niterói/RJ- FO-USP.
O presente
trabalho de pesquisa avaliou a microinfiltração nas paredes cavitárias de
restaurações classe V de dentes decíduos com tempos de condicionamento ácido
diferentes. Para tal, foram utilizados 12 dentes decíduos hígidos, estocados
em solução de formol a 10%. Restaurações classe V, com margens em esmalte,
foram realizadas nas faces vestibulares de cada dente com brocas n. 330, e os
dentes, divididos em 2 grupos. No grupo 1 a dentina e o esmalte foram
condicionados com ácido fosfórico a 37% por 15 seg., e no grupo 2, por 30
seg.. A seguir foram restaurados com sistema adesivo Primer & Bond 2.0 e
resina TPH (Dentsply-Caulk), polimerizados com Optilux 403 (Demetron) seguindo
as recomendações do fabricante. Os dentes foram imersos em solução de
nitrato de prata, cortados longitudinalmente (Sano et. al.1994). O grau de
penetração da prata ao longo das margens foi avaliado, por dois
investigadores, usando um esteriomicroscópico (100X), e o escore dado, foi de 0
(nenhuma infiltração) a 4 (infiltração na parede pulpar). Os escores obtidos
foram analisados pelo teste estatístico Kruskal Wallis.
Concluiu-se
que não houve diferença estatiscamente significante entre os grupos e entres
as margens das restaurações com relação ao grau de infiltração
(P>0.05). Foram observadas fraturas no esmalte ao longo das paredes cavitárias
em ambos os grupos.
358
Efeito do
Verapamil, na secreção salivar de ratos
M. G.
VILELA-GOULART*; M. N. M. GASPAROTO; W. P. BASTOS-RAMOS; A. C. PEREZ
Departamento de Ciências
Fisiológicas, UNESP FOCSJC
A saliva tem
várias funções, e há considerável variação, em sua composição iônica,
entre as espécies. Em geral a saliva é rica em substâncias orgânicas e inorgânicas,
tendo um papel importante na mineralização do órgão do esmalte dental.
Pacientes com salivação deficiente (xerostomia) tem maior incidência de cáries
dentárias. Nossos resultados anteriores demonstraram que Verapamil (um
bloqueador dos canais de cálcio) quando administrado crônicamente
(24 mg/rato/dia dissolvido na água de beber) a ratas antes e durante a
gravidez, acelerou a deposição de cálcio na matriz da dentina.
Como a
mineralização do órgão dental é dependente da fosfatase alcalina e da troca
iônica na saliva, o objetivo deste estudo foi investigar os níveis de cálcio,
fosfato e fosfatase alcalina na secreção salivar de ratos tratados com esta
droga.
Os níveis
de cálcio não diferiram no grupo tratado quando comparado com o controle (3,85
± 0,3 mg/dl e 3,57 ± 0,3; n=9 respectivamente). Os níveis de fosfato foram
significantemente maiores no grupo controle (tratado 1,42 ± 0,2 e controle 3,08
± 0,7 mg/dl). A saliva do grupo tratado continha uma concentração maior de
fosfatase alcalina (128,3 ± 59 U/l) enquanto foram detectadas 74,6 ± 24 U/l no
controle.
Estes
resultados demonstram que Verapamil pode influenciar no índice cariogênico
e na formação do esmalte afetando a composição iônica e enzimática da
saliva
359
Diagnóstico
de cárie oclusal em molares decíduos
S.C.GOMES*;
R.V.OPPERMANN. – UFRGS
O objetivo
do presente estudo foi avaliar a capacidade de diagnóstico clínico da presença
ou ausência de cavidades de cárie em molares decíduos extraídos ou
exfoliados. Trinta dentes com diferentes graus de comprometimento do complexo de
fossa e fissuras foram examinados por três examinadores, de forma independente,
em dois exames clínicos. No segundo exame, sete dias após , foi permitido o
uso da sonda exploradora. Exames histológicos das áreas apontadas nos exames
serviram como certificação do estado geral destes locais. Variações intra e
inter- examinadores , bem como a sensibilidade e especificidade de cada exame
foram comparados pelo teste qui-quadrado. Os resultados mostraram variações
semelhantes intra-individuais de 10% para dois examinadores e de 6,6% para o
terceiro .Inter-examinadores, contudo a variação observada foi significativa. A sensibilidade variou de 0.5 a
6.6. A especificidade atingiu valores mais elevados variando de 0.86 a 1.0 . O
uso da sonda exploradora pelos examinadores variou de 10% dos exames para o
primeiro examinador, de 26% para o segundo e de 16,6% para o terceiro, mas
não modificou de forma significativa a sensibilidade e especificidade
observadas para os dois exames.
Pode-se
concluir que, nas condições do presente estudo, a capacidade de determinar a
presença de cavidades cariosas foi baixa. Porém, a capacidade de determinar
superfícies hígidas foi alta para os três examinadores. Conclui-se, também,
que o uso da sonda não modificou, de forma significativa, a acuidade diagnóstica
da avaliação visual realizada.
360
O
periodonto relacionado ao esmalte dos incisivos de rato parece ter um papel no
processo eruptivo do dente
J. MERZEL; P.D. NOVAES*; S.
FURLAN. Depto. de Morfologia.
FOP/UNICAMP.
O periodonto
relacionado ao esmalte ocupa as faces labial e parte da distal do incisivo de
rato e não tem função de sustentação do dente. É formado por um tecido
conjuntivo ricamente vascularizado, originado do folículo dental e pelo orgão
do esmalte que em cortes longitudinais apresenta as várias etapas de seu ciclo
vital. Este tecido nunca foi implicado no processo eruptivo dos incisivos de
roedores. Recentemente, porém, moléculas sinalizadoras, como fatores de
crescimento, que parecem estar relacionadas com a iniciação do processo
eruptivo foram localizadas no folículo e/ou no orgão do esmalte (Gorski &
Marks, Crit. Rev. Oral Biol. Med. 3: 185, 1992; Wise et al, in The Biol.
Mech of Tooth Eruption, Davidovitch, ed., Harvard Soc., Boston, 1994, pg.
383-389).
Lesamos o periodonto relacionado ao esmalte com um “estirpa-nervo”
introduzido através de um furo feito na face posterior da eminência na face
lateral do ramo da mandíbula indicativa da porção odontogênica do incisivo
inferior. Radiograficamente verificamos que o instrumento ocupou todo o espaço
labial do periodonto até uma distância de 5 a 6 mm da crista alveolar.
O procedimento foi feito em 12 ratos, 9 dos quais tiveram a erupção do
incisivo inferior esquerdo retardada durante 4 a 14 semanas, após as quais a
taxa de erupção voltou ao normal. Em 3 animais a erupção do dente ficou
paralizada durante todo experimento (15 semanas) e cortes histológicos corados
com HE mostraram que o dente foi perfurado pelo instrumento e a cavidade pulpar
foi quase que inteiramente ocupada por tecido osseo que por sua continuidade com
o osso alveolar deve ter imobilizado o dente.
Estes resultados parecem indicar que a integridade do periodonto
relacionado ao esmalte é importante, senão essencial no processo eruptivo de
incisivos de ratos.
CNPq
303435/87-9
361
Esmalte
aprismático em molares deciduos humanos não erupcionados: E.M.E.V.
M. FAVA*; I.
WATANABE; F. FAVA; L.R.R. COSTA
Departamento de Clínica
Infantil, Faculdade de Odontologia-UNESP-SJC.
Foram
descritas a frequência, estrutura e a espessura da camada de esmalte aprismático
nas superficies vestibular e lingual de molares decíduos não-erupcionados.
Os dentes foram extraídos e mantidos em solução de álcool a 70% e, em
seguida, desidratados, cobertos com ouro e examinados em um microscópio eletrônico
de varredura JEOL, JSM-6.100.
A
camada aprismática foi observada nos terços oclusal, médio e cervical de
todas as superfícies vestibular e lingual.
Os cristais de hidroxiapatita seguiram um arranjo paralelo entre si e
perpendicular à superfície do esmalte. Nenhuma diferença estatisticamente
significante foi observada entre os terços oclusal, médio e cervical, que
apresentaram uma espessura média de 7.257 mm.
Apoio
financeiro CNPq-Processo 150.033-74-0.
362
Alterações morfológicas e ponderais em parótidas:
influências sazonais durante ciclo circadiano
R.M. HASSUNUMA*; T.M. CESTARI; G.F. ASSIS; A.C.M. STIPP, Depto
de Morfologia
Faculdade de Odontologia de
Bauru, USP-SP Tel (014) 235-8259
Vários
trabalhos na literatura vêm descrevendo alterações presentes em glândulas
salivares, relacionados à influências sazonais e do ciclo circadiano. Com o
objetivo de se verificar quais foram as alterações ponderais, morfológicas e
em quais períodos ocorriam, foram estudadas parótidas de ratos brancos Wistar,
em intervalos de 4 horas, durante 24 horas de um dia de inverno e outro de verão.
Os animais receberam alimentação e água ad libitum, e foram mantidos
em condições ambientais normais do Biotério Central da Faculdade de
Odontologia de Bauru. Foi verificado que as alterações mais significantes
ocorreram no período do inverno, entre os grupos de 00 e 04 horas (P<0,01),
quando a massa glandular sofreu uma redução de 32,11%. Esta diminuição
ponderal foi associada à liberação dos grânulos de secreção, tendo como
conseqüência uma redução no tamanho das células acinosas. Nesse período
foi verificado também uma redução na altura do epitélio ductal e um aumento
relativo no espaço ocupado pelo estroma glandular inter e intralobular. No verão,
não foram observadas alterações morfológicas importantes, e a massa
glandular variou muito pouco.
Pode ser
concluído que as alterações morfológicas e ponderais são mais
significativas no inverno que no verão, especialmente entre o período de 00 e
04 horas. Vale ressaltar ainda a importância de um controle no período de
coleta de material biológico a ser utilizado em pesquisas.
363
Esterilização
de dentes para uso na técnica de colagem heterógena
S.W.SAMUEL;
M.A SOUZA; M. SCROFERNEKER; C. RUBINSTEIN; D.BASSANI*
Faculdade de
Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Reproduzir
restaurações apropriadas à função e à estética, tem sido um desfio da
odontologia restauradora. Teoricamente, o material ideal seria o próprio tecido
dentário, utilizável através de uma técnica manual de colagem de fragmentos
dentais heterogêneos. Sendo assim, a proposta deste trabalho foi verificar: 1-
a efetividade do processo de esterilização dos fragmentos; 2- a sua influência
sobre a dureza e; 3- a sua influência sobre o aspecto morfológico através de
microscopia eletrônica de varredura. Foram selecionados e secionados 10 dentes
para cada grupo, sendo que um fragmento de cada dente permanecia sem tratamento
(controle) e os demais foram autoclavados (20min 1200C).Os
resultados mostraram que: 1- a esterilização foi efetiva pois não ocorreu
crescimento de microorganismos em nenhum dos meios de cultura; 2- o número de
dureza Knoop do esmalte, obtida no N.U. Research Microscope foi, para o grupo
controle 236 e para o grupo teste 208; 3- os fragmentos metalizados e analisados
no microscópio eletrônico de varredura (Jeol JSM- 5200) não apresentaram
diferenças morfológicas entre os grupos.
Pela análise
dos resultados foi possível concluir que a esterilização, em autoclave, de
dentes extraídos é um método seguro na eliminação de microorganismos e não
interfere significativamente nas propriedades do esmalte, viabilizando assim a técnica
de colagem heterógena de fragmentos dentários.
Apoio
financeiro CNPQ.
364
Dupla marcação
PCNA/AgNOR e Ki-67/AgNOR em carcinoma bucal
A.L.L. COSTA*; E. TODDAI;
N.S. ARAÚJO; V.C. ARAÚJO. (Disciplina de Patologia Bucal, Faculdade de
Odontologia da USP-SP)
A avaliação
simultânea dos marcadores PCNA/AgNOR e Ki-67/AgNOR através do método de dupla
marcação imuno-histoquímica/histoquímica permite o estudo da proliferação
celular por dois métodos diferentes. O objetivo deste estudo foi investigar a
relação entre a expressão do PCNA e o número médio de regiões
organizadoras nucleolares (NORs) e entre a expressão do Ki-67 e o número médio
de NORs em carcinoma epidermóide bucal utilizando o método de dupla marcação
para quantificar as NORs em células PCNA positivas e negativas e em células
Ki-67 positivas e negativas. Selecionamos 15 casos de carcinoma epidermóide
bucal, os quais foram classificados de acordo com o sistema de gradação histológica
de malignidade proposto por Anneroth et al. (1987), modificado por Pinto
Jr. (1991), e submetidos ao método de dupla marcação PCNA/AgNOR e
Ki-67/AgNOR. A análise estatística dos dados utilizando o teste “t”
pareado revelou diferença significante (p<0.001) do número médio de NORs/núcleo
entre células PCNA positivas (3.11) e negativas (2.43) e diferença
significante (p<0.001) do número médio de NORs/núcleo entre células Ki-67
positivas (3.09) e negativas (2.46).
Diante
destes resultados concluímos que existe uma relação positiva entre a expressão
do PCNA e o número médio de NORs/núcleo e entre a expressão do Ki-67 e o número
médio de NORs/núcleo em carcinoma epidermóide bucal.
365
Avaliação da recidiva da sobressaliência, em jovens
com Classe II, 1a. divisão, submetidos ao tratamento ortodôntico
Estudo cefalométrico longitudinal observando influência do
crescimento craniofacial.
V.C.V. SIQUEIRA*; M.R.
FREITAS; FOP-UNICAMP, FOB-USP.
A
estabilidade da oclusão, resultante de uma terapia ortodôntica bem conduzida,
é certamente um dos maiores objetivos a ser alcançado pelo profissional, e
gratificante quando os resultados estéticos e os funcionais permanecem a longo
prazo. A sua instabilidade correlaciona-se com as alterações induzidas pelo
crescimento, pela maturação da dentadura e as modificações produzidas pelo
tratamento ortodôntico. Com o propósito de verificar a influência do
crescimento craniofacial sobre a recidiva da sobressaliência, realizou-se uma
pesquisa cefalométrica longitudinal em 48 jovens brasileiros leucodermas, de
ambos os sexos, que apresentavam inicialmente má oclusão de Classe II, 1a.
divisão, que submeteram-se ao tratamento ortodôntico com extrações dos
quatro primeiros pré-molares. Avaliou-se os valores de S-N; Co-A; ENA-ENP;
Co-Gn; Co-Go; Go-Gn; SNA; SNB; ANB; SN.GoGn; FMA; SN.PP; e PP.GoGn nas
telerradiografias tomadas ao início, final e 5 anos após o tratamento. As que
demonstraram estabilidade da correção da sobressaliência formaram os grupos
controles (grupos I sexo feminino e III masculino) e as que apresentaram
recidiva, os grupos experimentais (grupos II sexo feminino e IV masculino).
Utilizando-se
a análise de variância com medidas repetidas e a análise de regressão logística,
ao nível de 5% de significância, verificou-se significância estatística
apenas para as alterações observadas nos valores de Co-A; SN.PP e PP.GoGn e a
recidiva da sobressaliência, indicando que essas grandezas seriam fatores de
risco para a recidiva, mas a análise de Regressão Logística não confirmou
essa observação.
366
Controle de
placa interproximal através de
palitos impregnados com clorexidina
F.L.
PILLON*; R.V. OPPERMANN
Curso de Mestrado em
Periodontia, ULBRA - Canoas, RS
O objetivo
do presente estudo foi determinar uma concentração de clorexidina adequada
para impregnar palitos interdentais, e testar seu efeito clínico sobre a formação
de placa dental. Palitos embebidos em concentrações de 1% a 20% foram testados
frente a bactérias da placa cultivadas em ágar-sangue. Os resultados avaliados
por ANOVA e comparações múltiplas mostraram ser a concentração de 10% a
mais apropriada para o estudo clínico. Doze participantes foram divididos em 2
grupos que, durante dois períodos experimentais de 14 dias separados por 14
dias de intervalo, utilizaram palitos preparados com clorexidina e sem
clorexidina. Raspagem, alisamento e polimento corono-radicular foram executados
no início de cada período experimental. Os participantes foram instruídos a
usar 1 palito por hemi-arcada 2 vezes ao dia. A presença de placa no final dos
períodos experimentais foi avaliada pelo Índice de Placa de Silness & Löe
(1964). Os resultados mostraram que a média dos escores do Índice de Placa
para as faces proximais após uso de palitos com clorexidina foi de 0,21, tendo
este valor aumentado para 0,49 quando foram utilizados palitos sem clorexidina.
Análise estatística por Teste-t de Student demonstrou diferenças
significativas para estes valores. Nas faces livres, a média dos escores após
uso de palitos com clorexidina foi 0,15, tendo este valor aumentado para 0,19 após
uso de palitos sem clorexidina, não sendo estatisticamente diferentes entre si.
Também foi observado que o uso de palitos com clorexidina diminuiu
significativamente os valores dos escores do índice nos aspectos linguais das
faces proximais.
Pode-se
concluir que o uso de palitos impregnados com clorexidina foi eficaz em inibir a
formação de placa dental interproximal.
367
Avaliação in vitro da superfície do esmalte
dental após aplicação
de três diferentes agentes clareadores
E. L. SIQUEIRA*, B. G. P. CAMPOS, R. G. JAEGER, M. SANTOS
Disciplina de Endodontia da
Faculdade de Odontologia da USP – SP
O
clareamento dental vem se popularizando como prática clínica usual. No Brasil,
a variada gama de produtos colocados no mercado oferece ao cirurgião-dentista a
oportunidade e ao mesmo tempo a angústia pôr optar pelo produto de resultados
mais expressivos, bem como de menores efeitos indesejáveis. No presente estudo
empregou-se 03 diferentes produtos (Opalescence, Nite White 16% e Hi-Light)
sobre metade da superfície vestibular de 06 incisivos centrais inferiores,
mantendo a outra metade da coroa sem contato com as substâncias clareadoras,
conforme orientação dos fabricantes. Durante os intervalos entre as aplicações
os dentes foram mantidos em saliva artificial. À luz da Microscopia eletrônica
de varredura observou-se as superfícies de esmalte comparando a metade
submetida ao agente clareador com a outra metade não clareada. Notou-se, ao
aumento de 25x, áreas de alteração da superfície de esmalte da área não
clareada quando da aplicação do
Nite White (Peróxido de Carbamida a 16%) e no mesmo aumento não se notou
alteração para o Opalescence (Peróxido de Carbamida 10%) e Hi-Light (Peróxido
de Hidrogênio a 30%). Ao aumento de 350x, observou-se grande destruição da
camada de esmalte com o Nite White, com relevantes erosões; Pequenas deformações
e erosões provocadas pelo Opalescence , e mínimas deformações causadas pelo
Hi-Light.
De posse
das fotomicrografias, pode-se concluir que: 1.Os agentes clareadores à base de
peróxido de carbamida provocam alterações na estrutura do esmalte tanto
maiores quanto mais concentrados forem .e, 2. O agente clareador à base de peróxido
de hidrogênio a 30% (Hi-Light) causou mínimas alterações da superfície de
esmalte.
368
Estudo dos
efeitos do Nd:YAG laser em prevenção de cárie
R.C.M.
CECCHINI *; C.P. EDUARDO
Departamento de Dentística,
Faculdade de Odontologia da USP – SP
Dada a
importância de novas técnicas que previnam o desenvolvimento de lesões de cárie,
tem se tentado com muitos esforços uma aproximação para com a Odontologia
Preventiva, através de métodos químicos e atualmente físicos, para reduzir a
solubilidade da superfície do esmalte. Com isso abriu-se o campo para o Laser
associando-o muitas vezes ao flúor, promovendo alterações quanto a
pemeabilidade e solubilidade do esmalte. Objetivou-se com este trabalho analisar
e comparar a resistência ácida desenvolvida em amostras de esmalte dental
tratadas ou não com laser e flúor. Para tanto foi utilizado o laser de Nd:YAG
(L.E.L.O ./ FOUSP) que emite no comprimento de onda de 1,064 mm. As superficies
de esmalte das amostras foram irradiadas com energia de 80 mJ e 25 Hz (99,5 J/cm2).
Os espécimes foram submetidos a 4 diferentes condições: 1) aplicação tópica
de flúor fosfato acidulado APF (2% NaF; 0,68 M H3PO4;
pH 5,3) por 10 minutos após irradiação laser. 2) irradiação laser; 3)
aplicação tópica de flúor por 10 minutos; 4) ataque com ácido perclórico
0,5 M por 10 minutos. Em seguida as amostras foram atacadas por ácido perclórico
por 10 minutos (exceto as do grupo 4 anteriormente atacadas), analisadas as
concentrações de cálcio, fósforo, flúor e oxigênio e observado o grau de
desmineralização encontrado. Foram deixadas amostras para controle. Os
resultados das amostras foram avaliados em M.E.V. e Flourescência de raios-X
(IPEN/CNEN).
As
aplicações de laser e laser + flúor nas condições utilizadas parecem
promover um aumento da resistência ácida do esmalte sugerindo que o método
possa ser utilizado em prevenção de cárie .
369
Presença
de placa e sangramento gengival relacionados à limpeza proximal
M. TRENTIN*;
R.V.OPPERMANN,
MESTRADO EM
PERIODONTIA - ULBRA - CANOAS – RS
O objetivo
do presente estudo foi comparar a situação quanto a presença de placa e
inflamação gengival em jovens usuários e não-usuários de recursos
interproximais de higiene. Participaram 90 meninos e 64 meninas entre 14-18 anos
que após responderem a um questionário foram agrupados em 56 usuários (US) e
98 não-usuários (NUS) do fio dental.. A presença de placa foi medida pelo IPL
de Silness & Loe (1964) e a inflamação gengival pelo ISG de Ainamo &
Bay (1975). Médias e frequências para faces livres (LI) e faces proximais
(PROX) foram comparadas estaticamente pelo teste F. O IPL médio nas PROX-US foi 0,98 e PORX-NUS 1.10 enquanto para as faces LI-US o valor
foi de 0,78 e LI-ÑUS 0,85. Na comparação intrafaces não foram observadas
diferenças significativas entre US e NUS porém as faces LI de US e NUS
apresentam IPL médio significativamente menor que as faces PROX. A frequência
percentual de escovas 2+3 do IPL não apresentou diferenças significativas. Na
PROX-US foi observado 29% destes escores, nas PROX-NUS 23% enquanto que LI-US
foi 20% e LI-NUS 23%. O percentual de sangramento foi significativamente maior
nas PROX do que na LI porém não houve diferenças entre US e NUS. Assim, 38%
das faces PROX-NUS e 32% das faces PROX-US sangraram
enquanto 19% das faces
LI-NUS e 17% da LI-US apresentavam-se nesta condição.
Pode-se
concluir que de forma como o fio dental é empregado nesta população ele não
representa um acréscimo à qualidade do controle de placa executado com a
escova dental.
370
Adesivos
dentinários sobre esmalte: análise em microscópio eletrônico de varredura
P.E.C.
CARDOSO; T. KAWASHIMA; E. PLACIDO*; F.A NUNES, F.T. SADEK
Departamento de Materiais
Dentários, Faculdade de Odontologia da USP- SP
Os efeitos
dos novos materiais adesivos hidrofílicos com técnicas cada vez mais
simplificadas têm sido exaustivamente testados sobre dentina, mas nada se tem
observado em relação ao esmalte após os clássicos trabalhos de Silverstone
et al., The acid technique p.13-39, 1975. Em vista disto os autores se
propuseram a comparar, através de microscópio eletrônico de varredura (MEV),
os efeitos de oito novos adesivos hidrofílicos observando os “tags”
formados. Dentes humanos íntegros tiveram parte da coroa asperizada com broca
diamantada, seguindo-se da aplicação dos adesivos de acordo com os respectivos
fabricantes: ARM (padrão), One Step, Syntac SC, Primebond 2, Scotchbond MP
Plus, Permaquik, Optibond FL, Clearfil Liner Bond 2 e Solist. Foram colocadas 2
camadas de resina composta Heliomolar RO, sendo cada uma fotopolimerizada por 40
segundos. Após armazenagem em água por 24 horas a 37°C, os dentes foram
imersos em HCl, sendo os remanescentes preparados e observados ao MEV. Todos os
sistemas adesivos promoveram a formação de “tags” em maior ou menor grau.
Materiais que contêm primer + adesivo em frasco único apresentaram “tags”
menores e com maior porosidade se comparados ao padrão ARM. Os adesivos
“Self-Conditioner” mostraram morfologia diferente entre si, sendo que o
Solist mostrou grande heterogeneidade na superfície.
O tipo de
ácido, composição e técnica de aplicação influíram drasticamente na
morfologia dos “tags”.
371
Ponta de
diamante CVD - Estudo comparativo in vivo entre
diferentes instrumentos rotatórios em função da infiltração marginal
RM ARAÚJO*;
M.C. VALERA; M.A.M. ARAUJO. Depto Odont. Restauradora - Fac. Odont. S.J. Campos
- UNESP.
O sucesso e
longevidade das restaurações depende, dentre outros fatores, do acabamento das
paredes cavitárias, e neste caso, o instrumento utilizado na confecção dos
preparos assume papel fundamental. O objetivo deste trabalho foi avaliar in
vivo a infiltração marginal gengival em restaurações de resina composta,
cujo preparo cavitário foi realizado com diferentes instrumentos rotatórios
existentes no comércio e com a ponta de diamante CVD. Para tanto, foram
selecionados 20 prémolares hígidos, com indicação ortodôntica para
exodontia, que receberam preparo tipo slot nas faces proximais M e D,
totalizando 40 preparos. Os dentes foram divididos em 4 grupos: I - preparo
cavitário com ponta diamantada 1013 (K. G. Sorensen); II- broca de carbeto de
tungstênio 330 (Maillefer); III - ponta de diamante experimental CVD ( Chemical
Vapor Deposition - INPE); IV - ponta de diamante 514, 4c (Two Striper- Premier).
As restaurações foram realizadas com sistema adesivo SMUP/ resina composta Z100
(3 M). Os dentes
permaneceram por 3 dias na cavidade bucal, sendo posteriormente extraídos, e
imersos em corante Rodamina B a 0,2%, por 24h. Em seguida, foram seccionados no
sentido MD e avaliados em Lupa Estereoscópica para verificação da presença
de infiltração marginal empregando-se o critério de atribuições de escores
de graus 0 a 4.
Os
resultados mostraram que a infiltração marginal das restaurações ocorreu em
menor grau no grupo III; entretanto. aplicando o modelo estatístico de Kruskal
- Wallis, a nível de significância de 5%, não foi verificada diferença
estatisticamente significante entre os grupos analisados. Este estudo mostrou
que a ponta de diamante CVD foi efetiva para a finalidade a que se propõe.
372
Incremento
de cárie e fatores predisponentes a cárie em crianças com história pregressa
de cárie de amamentação
M.P.GOMES*; G.F.CASTRO;
E.P.BASTOS - Odontopediatria-UFRJ
O objetivo
do estudo foi correlacionar a experiência atual de cárie e hábitos de higiene
oral, dieta e utilização de fluoretos em 70 crianças de ambos os sexos, de
5-10 anos de idade (7.47±1,78), que tiveram cárie de amamentação no passado
e foram tratados no consultório dentário do Projeto Renascer (Niterói-RJ).
Entrevistas individuais foram conduzidas entre o dentista e as mães sobre
consumo de açúcar, freqüência de escovação e exposição profissional ao
fluoreto nos seus filhos. Experiência de cárie (ceo/CPOD-OMS-modificado) foi
determinada em exame clínico oral com auxílio de espelho bucal e sonda
exploradora “romba”. As crianças foram divididas em 3 grupos de acordo com
o tempo de acompanhamento, sendo G1: 2 anos, G2: 4 anos e G3: 6 anos. A dieta
foi considerada cariogênica quando a ingestão de açúcar era 5x/dia ou +. Os
novos dentes permanentes
erupcionados que cariaram ao longo do acompanhamento foram considerados como
incremento de dentes cariados. Foram utilizados análise de variância e teste
do Qui-quadrado. Resultados: *p<0,05
grupo
n
idade
CPOD
incremento escova
3x ou + fluoreto
dieta cariogênica
grupo
1
33
6,06±1,03* 0,60±1,14*
2,63%*
87,9%
100%
75,8%
grupo
2
23
8,17±1,23*
1,59±1,22* 8,50%*
65,2%
100%
65,2%
grupo
3
14
9,64±0,84* 3,14±2,47*
13,85%*
78,6%
100%
64,3%
Apesar da
alta freqüência de escovação dentária e de toda amostra ter recebido
elevada aplicação profissional de fluoreto, foi verificado um grande aumento
no incremento de cáries. Como no passado, a alta atividade de cáries persiste
nestas crianças, sugerindo a necessidade de análise de microbiota.
373
Análise do
encaixe extracoronário rígido, através do elemento finito
D.C.LAGANÁ;
A C. MATHIAS*; A L.ZANETTI
Departamento de Prótese,
Faculdade de Odontologia da USP-SP
O emprego de
encaixes extracoronários rígidos em próteses parciais removíveis de
extremidades livres, é motivo de muitas controvérsias, devido às reações
que produz nas estruturas de suporte. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
distribuição interna das tensões, geradas a partir de uma aplicação de
carga concentrada de 100N, em uma prótese parcial removível de extremidade
livre com dois pônticos e encaixe extracoronário rígido,
associada a uma prótese parcial fixa em 3 situações de aplicação de
carga: 1. no1º molar; 2. no 2ºmolar; 3. ambos os pônticos. Foram analisadas
as regiões referentes aos tecidos de suporte periodontal e fibromucoso e as
estruturas protéticas.O método empregado foi o do elemento finito.Os
resultados foram: 1. As maiores tensões ocorridas nas estruturas das próteses
parciais removível e fixa e do encaixe se deram quando as cargas foram
aplicadas em ambos os pônticos; 2. No ligamento periodontal as maiores tensões
ocorreram na região cérvico/distal da raiz do 2º pré molar com aplicação
de carga em ambos os pônticos; 3. As maiores tensões na fibromucosa ocorrem
nas regiões subjacentes aos pontos de aplicação das cargas sobre os pônticos.Quando
a carga foi aplicada somente no 1º molar ocorreu menor tensão sobre a
fibromucosa.
A
principal conclusão verificada foi
que para todas as situações do experimento, o ligamento periodontal dos
dentes-suportes recebeu mais tensões (5,5; 2,3; e 3,3 vezes mais
respectivamente nas situações 1,2 e 3) do que a região de fibromucosa.
374
Estudo comparativo da liberação de flúor de 4
cimentos de ionômero
de vidro reforçados
A.L.F. VIEIRA*; L.M.A. TENUTA; R.C.; PASCOTTO; M.F.L. NAVARRO;
E.M. TAGA
Deptos. de Dentística e
Bioquímica, Fac. de Odont. de Bauru – USP
Este
trabalho teve o intuito de fazer uma análise comparativa da liberação de flúor
da 4 cimentos de ionômero de vidro reforçados: GC Fuji PLUS (F PLUS), GC Fuji
PLUS CAPSULE (PLUS CAP), Fuji II LC CORE Material (F CORE) e Miracle Mix (M
MIX). Para cada material testado, foram confeccionados 8 discos (11,0 mm x 1,5
mm). Cada corpo de prova foi suspenso em um tubo de polietileno com 32 mL de água
deionizada a 37oC ±1oC. Durante 7 dias foram realizadas leituras diárias e depois
nos dias 14, 21 e 28, utilizando um eletrodo específico para íon flúor
(Orion, modelo 96-09), com um analisador de pH/íons (Procyon, modelo SA 720).
Para cada análise, utilizamos 10 mL da água e 1,0 mL de TISAB III. Os dados
foram submetidos a ANOVA e teste de Tukey-Kramer. M MIX liberou a maior
quantidade de flúor, seguido de PLUS CAP, F PLUS e F CORE. Não houve diferença
estatisticamente significante entre a liberação de PLUS CAP e F PLUS
(p<0,05).
7 dias
14 dias
21 dias
28 dias
F
PLUS
1,70 + 0,60
0,40 + 0,09
0,32 +0,07
0,26 + 0,02
PLUSCAP
1,80 +0,42
0,38 +0,07
0,30 +0,06
0,24 + 0,05
F
CORE
0,57 +0,15
0,16 + 0,02
0,11 + 0,02
0,10 +0,01
M
MIX
2,86 +0,37
0,75 +0,37
0,56 +0,09
0,42 +0,06
Os
resultados mostraram que os cimentos de ionômero de vidro reforçados testados
seguem o padrão de liberação de flúor dos ionômeros convencionais e M MIX
foi o que liberou maior quantidade de flúor.
Liberação
cumulativa de flúor: média + desvio padrão, em mgF-.mm-
Apoio: CNPq
- Processo no 523620/96-9
Prêmios Hatton
H1
Estudo
longitudinal de implantes de titânio cp e recobertos por hidroxiapatita
A .V.Imbronito*; F.F.Todescan; P. Tortamano; R.F.M.Lotufo; F.E.
Pustiglioni; J.H.Todescan
Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
Este estudo
tem como objetivos avaliar aspectos clínicos relacionados a implantes de titânio
revestidos de hidroxiapatita (HA) e implantes sem revestimento (Ti), assim como
a microbiota da placa subgengival associada a estes, no período de 3 anos.
Foram selecionados 8 pacientes adultos, com ausência de molares inferiores.
Aleatoriamente, cada paciente recebeu dois implantes HA e dois Ti (Screw-Vent),
10mm de comprimento. Após 3 meses, foi realizada a confecção das próteses.
Imediatamente após a instalação das próteses, os seguintes parâmetros clínicos
foram avaliados: índice de placa (IP), gengival (IG) e profundidade de sondagem
(PS). Tal avaliação foi feita anualmente. Ao final do terceiro ano, foi feita
avaliação microbiológica. Não houve diferença estatisticamente significante
de IP entre os dois grupos. Houve diferença estatisticamente significante entre
IP da avaliação inicial e das subseqüentes (p<0.01). Foram observadas
diferenças significantes entre IG de ambos os grupos, assim como entre IG médio
da avaliação inicial e das seguintes (p<0.01). A PS média dos HA foi
significativamente maior que dos Ti (p<0.01). A diferença inicial média era
de 0.33mm (p<0.05). A PS média inicial foi menor que das avaliações de 1,2
e 3 anos (p<0.01). No terceiro ano, nenhum dos implantes Ti e 31% dos HA
apresentavam sinais clínicos de periimplantite. P.gingivalis, P.intermedia,
P.micros, bacilos entéricos e S.epidermidis foram associados a estes. Em
implantes estáveis, não foram observados microorganismos periodontopatogênicos.
Após um
período de 3 anos, HA apresentaram maior PS e IG e abrigavam maiores
porcentagens de microorganismos periodontopatogênicos.
Implantes
fornecidos por Dentisply Implant Division.
H2
Comparação
de diferentes métodos de diagnóstico de lesões de cáries oclusais
R.G.PALMA*; A.L. MENATO;
J.S.BOCANGEL; E.MATSON. (Fac. Odontologia - USP, Depto de Dentística)
O propósito
deste estudo foi avaliar a habilidade do exame clínico (Ec), a radiografia
interproximal convencional (Rc) e a radiografia interproximal digitalizada (Rd)
para detectar lesões de cárie oclusal, usando a abertura da cavidade (Ac),
como critério de validação. Quarenta pacientes, com idade entre 14 e 30 anos,
de ambos os sexos, foram examinados. Foram realizados as faces oclusais dos PMs
e 1º e 2º Ms, sendo que cada exame foi feito por 3 examinadores calibrados.
Obteve 4 radiografias
interproximais de cada paciente e analisadas com auxílio de lupa com 2x de
aumento. O exame clínico foi
realizado após profilaxia com boa iluminação e a superfície seca. As radiografias interproximais foram digitalizadas
utilizando Polaroid SprintScan 35 e manipuladas e analisadas com o
“software” Lview pro 1.0. A ausência de radioluscência de esmalte e/ou
dentina na Rc e RD, e a ausência de cavidade no Ec foi considerado como superfície
saudável. A concordância entre 2
examinadores no Ec ou Rx em relação a presença de cavidade foi o fator
determinante para a Ac. Após a ampliação e remoção da dentina cariada,
analisou a profundidade da lesão cariosa.
Os resultados foram expressos em sensibilidade (S), especificidade (E) e
Kappa (K). Para os métodos analisados a S, E e o K foram
respectivamente: Rc: 0,25; 1,0; 0,30, Rd: 0,10;
0,98; 0,11, Ec: 0,45; 1,0; 0,48. Os dados foram analisados e permitiram as
seguintes conclusões: todos os métodos apresentaram altamente específico,
porém com baixa sensibilidade; a radiografia digitalizada não proveu melhores
resultados do que a convencional; necessita da conjunção de métodos para o
diagnóstico precoce da cárie de superfície oclusal.
H3
Dentes decíduos
não irrompidos: morfologia da dentina normal e condicionada
L.R.R.S.
COSTA*; I. WATANABE
Dep. Odontopediatria FOUSP,
FOUFG e Dep. Anatomia ICB-USP
Foi estudada
a estrutura da dentina, normal e condicionada, de incisivos decíduos humanos não
irrompidos, através do microscópio de luz e do microscópio eletrônico de
varredura. Avaliou-se a morfologia dentinária de amostras preparadas pelos métodos
do desgaste, demineralização ou fratura em nitrogênio líquido. Comparou-se
tipo de ácido e tempo de sua aplicação. Realizou-se também medidas do diâmetro
e densidade tubulares, estabelecendo regiões de comparação. Morfologicamente,
a dentina primária constituiu-se por túbulos dentinários, túbulos gigantes,
canalículos, dentina peritubular e intertubular, dentina interglobular e pré-dentina.
O diâmetro dos túbulos dentinários variou de 0,50 a 1,94 micrometros, sendo
crescente da camada externa para a interna, e cujas diferenças foram
estatisticamente significantes. Entretanto, não houve diferenças quando
comparados os terços incisal, médio e cervical. A quantidade de túbulos por
milímetro quadrado variou de 3.281 a 32.313, e o número aumentou da região
dentinária externa para a mais interna. A camada de smear layer formada
pela broca 37 na superfície da dentina foi alterada pela utilização de
agentes ácidos. A concentração de ácido fosfórico a 10% ou a 35%, aplicado
por 7 ou 15 segundos, e também a solução 10:3 empregada por 15 segundos,
removeram smear layer e smear plugs (padrão tipo I). O ácido maléico
a 10%, nos períodos de 7 ou 15 segundos, dissolveu-os parcialmente (padrão
tipo III). A solução 10:3 aplicada durante 5 segundos provocou poucas alterações
superficiais (padrão tipo IV). Assim, os autores concluíram que a dentina
de dentes decíduos apresenta particularidades, se comparada aos dentes
permanentes, e isto deve ser considerado na clínica odontopediátrica.
H4
Validação
do diagnóstico visual, FOTI e radiográfico em cáries oclusais
DF CÔRTES*1;
MFL NAVARRO1;
EH VERDONSCHOT2;
RC PASCOTTO1;
JB SOUZA1;
M COUTINHO1.
1) Faculdade de Odontologia
de Bauru, USP, Brasil; 2) TRIKON,
Universidade de Nijmegen, Holanda
O objetivo
deste estudo foi avaliar o desempenho da inspeção visual, transluminação por
fibra ótica (FOTI) e exame radiográfico interproximal no diagnóstico de cáries
oclusais dentinárias in vivo. Na literatura foi encontrado apenas um
estudo in vivo enfocando a validação desses três métodos de diagnóstico
(Verdonschot et al., Caries Res., 26:59-64, 1992). Superfícies oclusais não
restauradas em molares permanentes de 36 pacientes na faixa etária de 11 a 21
anos foram diagnosticadas por 2 examinadores calibrados. Dentre elas, as 102
oclusais diagnosticadas como cariadas por pelo menos um examinador em pelo menos
um dos métodos foram agendadas para validação. Após abertura cavitária
conservativa até a junção amelo-dentinária, os exames foram validados através
de inspeção tatil-visual e de uso de corante para dentina cariada (fucsina básica
em propilenoglicol a 0,5%). As sensibilidades e especificidades apresentadas
pelos métodos foram, respectivamente: 0,36 e 1,00 para inspeção visual, 0,44
e 0,99 para o FOTI e 0,42 e 0,87 para o exame radiográfico. As áreas ROC
apresentaram os valores respectivos de 0,77, 0,86 e 0,63. A área ROC para o
FOTI foi estatisticamente superior àquela correspondente às radiografias
(p<0,05).
A inspeção
visual e o FOTI apresentaram desempenho moderado e similar. O número considerável
de diagnósticos falso-positivos do exame radiográfico sugere que o uso
rotineiro das radiografias interproximais no diagnóstico de cárie oclusal
dentinária pode resultar em sobretratamento restaurador.
(Pesquisa
financiada por Bolsa de Doutorado do CNPq e Bolsa de Pesquisador Visitante da
Organização Européia de Pesquisas sobre Cárie para DF Côrtes).
H5
Estudo in
vivo e in vitro da biocompatibilidade de dois sistemas adesivos
F.F.
DEMARCO*a;
S.B.C. TARQUINIOb;
M.M.M. JAEGERb;
V.C. ARAÚJOb;
E. MATSONa.
(FOUSP- Departamentos de
Dentísticaa e Patologia Bucalb).
Neste estudo avaliamos a biocompatibilidade de dois sistemas
adesivos, Clearfil Liner Bond 2 (CLB2) e Scotchbond Multipurpose Plus (SBMP)
aplicados diretamente sobre polpas humanas e em culturas de células. Em 20
terceiros molares, indicados para extração, foram confeccionadas cavidades de
Cl I ou V sob refrigeração. Uma exposição pulpar foi realizada com broca #
1/2. A hemostasia foi obtida através de irrigação com soro fisiológico.
Dezesseis dentes foram capeados com os 2 sistemas (8 cada), seguindo as
recomendações dos fabricantes, e restaurados com Z100. Um fotopolimerizador XL
1500 foi usado em todo o experimento. No grupo controle, os 4 dentes foram
capeadas com Ca(OH)2 e selados com IRM. Os dentes foram extraídos aos 30 e 90
dias, sendo processados para análise histológica (HE) e detecção bacteriana
(BH). No estudo in vitro, os mesmos materiais foram aplicados em placas
de Petri onde foram semeadas células NIH-3T3 (1x104 cels/placa). Dois, 4, e 6 dias após, as células foram
contadas para realização de curvas de crescimento e viabilidade celular. Os
dados foram submetidos a análise estatística (ANOVA e Tukey). Infiltrado
inflamatório discreto ou ausente foi observada nos espécimens capeados com
CLB2, enquanto que naqueles capeados com SBMP o infiltrado variou de discreto a
moderado. Formação de tecido mineralizado foi observada no grupo capeado com
CLB2 aos 30 dias (1 caso) e barreira calcificada aos 90 dias (2 casos), enquanto
polpas capeadas com SBMP não apresentaram tal formação. Todas as polpas
capeadas com Ca(OH)2 apresentaram formação de barreira dentinária e ausência
de infiltrado. Bactérias não foram detectadas em nenhum caso. No estudo in
vitro, a proliferação e a viabilidade celular foram similares em ambos
adesivos sendo, porém, menores (p<0.002) que aquelas do Ca(OH)2.
O Ca(OH)2 produziu resultados melhores e mais rápidos em
ambos os testes, no entanto, apesar da citotoxicidade demonstrada, nenhum
adesivo produziu necrose pulpar nos tempos analisados e reparo pulpar foi
observado com CLB2.
H6
O efeito de diferentes concentrações de flúor no
desenvolvimento
C.P.M.TABCHOURY1*;S.K.PEARSON2;
W.H.BOWEN2;J.A.CURY1.
Fac Odont. Piracicaba,Unicamp,SP,Brasil1
e Dept. Dent Res.,Univ.
Rochester,NY,EUA2.
Toda evidência disponível mostra claramente que flúor é um
agente cariostático efetivo, embora a quantidade de flúor necessária para
efeito ótimo sob vários níveis de desafio cariogênico ainda não tenha sido
determinada. Então, a influência de diferentes concentrações de flúor
presentes na água no desenvolvimento de cárie dental foi estudado em ratos
Sprague-Dawley desalivados, o que fornece um dos mais intensos desafios cariogênicos
disponíveis. Os resultados deste estudo poderiam ajudar no planejamento de
prevenção de cárie em pacientes com disfunção salivar e também fornecer
informação sobre os limites do efeito protetor do flúor. Sessenta ratos foram
infectados oralmente com uma cultura em crescimento ativo de S. sobrinus 6715.
Aos 24 dias de idade, eles foram desalivados e
receberam dieta 2000 ad libitum por 21 dias e o seguinte para
beber: grupo (I) água destilada estéril; (II) água contendo 10 ppm F; (III)
água contendo 20 ppm F; (IV) água contendo 30 ppm F; (V) água contendo 40 ppm
F. Os animais foram mortos, decapitados e a mandíbula inferior esquerda foi
preparada para análise microbiológica. Os dentes foram preparados para índice
de cárie de acordo com a técnica de Keyes modificada por Larson para
quantificar a quantidade e severidade da cárie dental. Indices de cárie de
superfície lisa foram (média±desvio padrão): (I) 89,4±14,5a; (II) 69,3±27,8a;
(III) 48,7±5,4b; (IV) 31,5±11,5b; (V) 35,3±13,8b. Contagem de S. sobrinus
(107)
para os grupos foram: (I) 1,2±0,5a; (II) 0,6±0,3b; (III) 0,4±0,2b; (IV) 0,6±0,3b;
(V) 0,4±0,3b. Médias seguidas de letras distintas diferem significativamente
(p<0,05). Considerando todas superfícies dentais, somente concentrações de
30 e 40 ppm F foram efetivas em reduzir cárie em qualquer delas.
De acordo com os resultados obtidos usando este modelo de alto
desafio cariogêncio, é sugerido que níveis elevados de flúor podem ser
efetivos em pacientes com alto risco de cárie e seu efeito antibacteriano pode
ter contribuição significativa.
*Bolsista do CNPq- processo 20135995/2 (Doutorado Sandwich)
H7
Resistência
a tração, análise da estrutura e da superfície de cerâmicas condicionadas
A. DELLA
BONA*; J.A.A. HOOD (Grupo de Pesquisas Odontológicas, Universidade de Passo
Fundo, RS,
Brasil e Universidade de
Otago, Dunedin, Nova Zelândia).
Este estudo
examinou a microestrutura e composição de 7 cerâmicas, o padrão de ataque
produzido por três ácidos e a resistência a tração (TBS) da adesão a um
cimento resinoso. A composição superficial das cerâmicas foi determinada
através de “wave-length dispersive system” (WDS) em um microexplorador
eletrônico por raios-x (Jeol JXA-8600, Japão) e correção ZAF. O aspecto
superficial foi examinado por SEM (Cambridge Scan 360, UK). As cerâmicas
Vitadur-N de corpo (VB)ƒ e para casquete (VC)ƒ, Omega de corpo (OB)ƒ e opaco
(OO)ƒ, Fortress (FR)‡, Mirage II Fiber (MF)‡ e Duceram LFC (LF)p foram
sinterizadas de acordo com as instruções dos fabricantes. Trinta corpos de
prova de cada tipo de cerâmica foram polidos até 1mm com suspensão de
diamante e preparados para os testes de TBS. Eles foram divididos em 3 grupos e
tratados com um dos seguintes ácidos: bifluoreto de amônia (B)† por 1min, ácido
hidrofluorídrico a 9.6% (H)‡ por 2min e flúor fosfato acidulado a 4% (A)‡
por 2min. Uma resina de cimentação dual (Scotchbond)§ foi aderida a superfície
tratada usando um aparato de montagem. Todos os corpos de prova foram deixados a
370C
por 24h antes do teste TBS. Os valores do TBS (MPa) variaram de 5.90 ± 1.72
para a FR atacada com o H até 2.00 ± 0.37 para a LF atacada com A. Os dados
foram analisados por ANOVA e Tukey (P>0.05) e nenhuma diferença
significativa foi encontrada entre as cerâmicas tratadas com o A ou com o B.
WDS e SEM
sugerem que o mecanismo de ataque é diferente para cada um dos 3 ácidos, sendo
o H o mais agressivo. Contudo, os resultados de TBS mostraram que o H foi
superior apenas para VB, OO e FR.
†Dentsply;
‡Mirage; ƒVita
Zahnfabrik; §3M Dental
Products; pDucera.
H8
Avaliação
e mensuração da topografia oclusal utilizando um perfilômetro digital
A.F.
QUINTAS*; M.P. NEISSER; W.J.S. URSI; M.A.BOTTINO
Disciplina de Prótese
Parcial Fixa, Faculdade de Odontologia de S.J. Campos – UNESP
No meio
odontológico têm surgido diversos sistemas de avaliação e mensuração da
topografia oclusal dentária. Alguns requerem equipamentos sofisticados e
onerosos, outros necessitam cálculos trigonométricos, muitas vezes complexos,
para obtenção dos valores dos pontos estudados. 0 objetivo deste trabalho foi
avaliar a viabilidade de utilização de um “perfilômetro digital”, para
mensurar, bidimensionalmente, a superfície oclusal de modelos de gesso.
Este equipamento permite a leitura direta de um ou mais pontos referidos
a um sistema cartesiano ortogonal, com precisão de ±0,00lmm.
Foram utilizados 45 modelos de gêsso tipo IV obtidos a partir de
moldagem com hidrocolóide reversível, de bocas que possuiam dentes hígidos e
sem sinais de desgastes parafuncionais. Como pontos de referência para as
mensurações foram utilizadas as pontas das cúspides mésio vestibulares e mésio
palatinas e as cristas marginais mesiais dos dentes 16 e 26 e as pontas das cúspides
vestibulares e palatinas e as cristas marginais mesiais dos dentes 14 e 24.
Nestes pontos foi apoiado um cursor eletrônico que transformava sinais analógicos
em digitais, registrados em micrometros nas três dimensões do espaço. A
utlização desta metodologia possibilitou a determinação precisa da altura
das cúspides, da diferença entre suas alturas e da distância entre suas
pontas.
Em vista
dos resultados os autores concluiram que o método aplicado se mostrou preciso,
prático e rápido.