1 / 1989
APLICAÇÃO
DE UM BANCO DE DADOS RELACIONAL EM
MICROCOMPUTADOR,
PARA RECUPERAÇÃO DE INFORMAÇÕES EM ESTOMATOLOGIA
F.R.X.
Silveira & M.D. Novelli
Faculdade
de Odontologia -USP
A grande
dificuldade para coleta de informações a partir de arquivos não mecanizados,
nos levou a estudar os gerenciadores de bancos de dados relacionais sediados em
microcomputador, como alternativa para automação de acervos de casuística com
vistas à recuperação de informações em Estomatologia.
Foi
utilizado o "software" dBASE III (R) da Programoteca do CCE da USP
para elaboração de um Sistema para inclusão, edição e recuperação de
informações em Estomatologia. Este, foi estruturado de modo hierarquizado,
tanto a nível de programas quanto em relação à apresentação das opções
disponíveis, permitindo a operação através de listas de apresentação.
Qualquer
informação catalogada pode ser rapidamente editada e recuperada, tanto via
monitor, como por meio de relatórios impressos.
A
metodologia desenvolvida possibilita a automação de casuística em Estomatologia
podendo o sistema ser operado por pessoal não especializado em processamento de
dados.
* dBASE
III(R) é marca registrada de ASHTON TATE.
2 / 1989
APLICAÇÃO
DO MÉTODO DE FLUORESCÊNCIA PARA DETECÇÃO E ANÁLISE DA VIABILIDADE DE C.
ALBICANS EM MUCOSA ORAL
B. Corrêa*;
C.R. Paula*;W. Gambale*; E.G. Birman**
*Instituto de Ciências Biomédicas -USP
**
Faculdade de Odontologia -USP
A
utilização do método de fluorescência (solução de diacetato de fluoresceína-DF
e brometo de etídio-BE) para o estudo da averiguação e viabilidade de alguns
fungos já foi estabelecido. Neste trabalho avaliou-se os resultados obtidos com
este método em pacientes portadores de candidose oral.
Vinte
espécimes foram coletados com zaragatoa e colocados em tubos contendo 1 ml de
solução fisiológica estéril e, à seguir, foram retiradas alíquotas de 0,1 ml
das suspensões obtidas e adicionados 0,2 ml da mistura DF-BE preparadas pouco
antes do uso. As soluções foram incubadas a 25 e 37ºC por 5, 10, 15, 30, 45 e
60 minutos afim de se propiciar maior intensidade de fluorescência no menor
tempo de contacto. Estabelecidas as condições ideais, coletava-se uma gota da
mistura final depositando-se entre lâmina e lamínula e examinando-se em
microscópio de fluorescência. As células vivas apresentaram-se com
fluorescência esverdeada e as mortas com fluorescência vermelha, sem alteração
da morfologia típica, demonstrando a rapidez e praticidade do método face às
necessidades de estudos etiológicos.
Estes
resultados indicam a importância do método no que diz respeito à avaliação da
eficácia terapêutica e, como consequência, do controle de cura de pacientes
portadores de candidose.
3 / 1989
ASPECTOS
MORFOLÓGICOS DA PLACA DENTAL DE INCISIVOS DE RATOS*
P.D.
Novaes; R. G. Jaeger**; O.P. Almeida; J. Jorge Júnior
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
**
Faculdade de Odontologia -USP
Embora as
características morfológicas e bioquímicas da placa dental tenham sido
extensivamente estudadas, muitas dúvidas persistem quanto aos fatores que
participam de sua formação e desorganização. O incisivo de rato é recoberto por
esmalte na face labial, e por cimento nas demais regiões. O esmalte e o cimento
apresentam aderido à sua superfície, delgada camada de placa dental, que no
cimento é homogênea, estendendo-se desde a porção mais próxima à gengiva até o
terço incisal. Como o incisivo é de crescimento contínuo, o mesmo ocorre com a
placa dental, ou seja há continuamente formação e destruição. Através da
microscopia eletrônica de varredura estudaram-se os aspectos morfológicos da
placa dental de incisivo de rato, nas fases de formação, organização e
destruição. Dadas as particularidades do incisivo de rato e da placa dental,
este modelo pode fornecer informações que contribuem para o melhor conhecimento
da biologia da placa dental. Os resultados demonstram que a placa dental do
incisivo de rato inicia-se aproximadamente a 5 µm da margem gengival, com uma
monocamada de cocos que rapidamente torna- se mais espessa. Ao início, as
bactérias não se apresentam agregadas, com muitos espaços aparentemente vazios
entre as células enquanto no corpo da placa, as placas estão bem compactas e
unidas por substância intercelular. Na extremidade incisal a espessura é
irregular com evidentes regiões de desorganização da placa.
* Este
trabalho foi realizado com auxílio do Microscópio Eletrônico de Varredura, da
disciplina de Patologia da Faculdade de Odontologia da USP.
4/ 1989
AVALIAÇÃO
FUNCIONAL DOS MOVIMENTOS MANDIBULARES EM PACIENTES PORTADORES DE DISFUNÇÃO
DOLOROSA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
M.K.
Yamamoto;J.G.C. Luz;J.R. V. Rezende
Faculdade
de Odontologia -USP
Uma dai
expressões mais significantes das disfunções dolorosas da articulação
temporomandibular (ATM) é o espasmo muscular. Este leva a algias faciais e a
limitação dos movimentos mandibulares pelo comprometimento da musculatura
mastigatória. O objetivo deste trabalho foi demonstrar quantitativamente a
limitação funcional dos movimentos mandibulares em pacientes portadores de
disfunção dolorosa da ATM.
Foram
ava1iados 22 pacientes com diagnóstico de disfunção dolorosa de A TM,
portadores de dentição completa ou com ausência de até 3 dentes. Foram
realizadas medidas de amplitude dos movimentos mandibulares nos sentidos
vertical e horizontal, sendo avaliadas a abertura máxima de boca, movimentos de
lateralidade direito e esquerdo e protrusão máxima. Os valores da abertura
máxima e protrusão máxima foram corrigidos somando-se os valores dos trespasses
vertical e horizontal, respectivamente. As medidas foram obtidas 3 vezes para
cada movi- mento, com o uso de régua milimétrica. Quando a linha média não era
coincidente, esta era traçada com uso de lápis dermatográfico sobre os dentes
inferiores.
Considerando
a tomada repetida das medidas de cada movimento foi aplicado o teste
"t" de Student para dados pareados. Analisando-se os valores de cada
grupo, não foi encontrada diferença significante. A seguir, os dados obtidos
para cada movimento foram comparados com valores considerados normais, tendo
sido aplicado o teste "t" de Student para dados não pareados. Para os
movimentos de abertura máxima, abertura máxima corrigida e protrusão máxima
corrigida houve diferença significante a nível de 1%. Podemos concluir que
somente uma medida de cada movimento é necessária para a avaliação funcional do
paciente, sendo observada uma verdadeira diminuição da amplitude de
determinados movimentos mandibulares.
5 / 1989
AVALIAÇÃO
DA INFLUÊNCIA DE DENTES COM EXTRAÇÃO INDICADA SOBRE OS NÍVEIS DE S. mutans NA
SALIVA
J.C.
Noronha;B.Q. Souki;M.L.A. Massara;M.M.G. Faria; V. M.S. VilIar; A.P.A.
Nogueira; G.R. Melo
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A
correlação entre sítios de retenção microbiana (bandas ortodônticas, dentes em
erupção, prótese removíveis) e a prevalência de S. mutans tem sido demonstrada
em diversos estudos.
No Brasil,
alguns profissionais preconizam a manutenção no arco dental, de dentes decíduos
com extração indicada devido a falta de recursos para a confecção de mantenedor
de espaço protético para o sucessor permanente.
Assim,
procurou-se avaliar a correlação entre as taxas de S. mutans na saliva de
crianças portadoras (e não portadoras) de dentes decíduos com extração indicada.
149
escolares (7-8 anos) da Rede Pública Estadual de Belo Horizonte foram
submetidos a exames clínico, radiográfico e microbiológico, verificando-se que
:
-33
escolares apresentavam dentes com extração indicada, sendo que destes 79,8%
eram portadores de altas taxas de S. mutans (mais que 100.000 bactérias/ml
saliva).
-daqueles
51 escolares pouco infectados pelo S. mutans (menos que 100.000 bactérias/ml
saliva) apenas 13, 7% apresentavam algum dente para ser extraído.
Os
resultados demonstram que existe uma forte correlação entre a presença de
dentes com extração indicada e a presença de S. mutans, sugerindo que aqueles
profissionais que preconizam a manutenção destes dentes no arco, devem
reavaliar esta conduta.
6 / 1989
AVALIAÇÃO
DE ÍONS METÁLICOS SOBRE A FERMENTAÇÃO E A SÍNTESE DE POLISSACARÍDEOS
EXTRACELULARES INSOLÚVEIS (PEI) DA PlACA DENTÁRIA IN VITRO
C.E.
Pinheiro; M.I.F. Poletto;M.C.P. Figueiredo; M.L.A.B. Negrato
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
O controle
químico da placa dentária tem sido, atualmente, objeto de grande interesse da
odontologia preventiva. Inúmeras substâncias químicas têm sido preconizadas
como agentes antiplaca. Por esta razão, torna-se oportuno o estudo da ação
destas substâncias sobre o metabolismo da placa dentária. A fermentação e a
síntese de PEI in vitro, foram realizadas com suspensão de placa
recém-coletada, utilizando-se, respectivamente, glicose e sacarose como
substratos. Os resultados obtidos mostram que os íons metálicos mais potentes
(1mM) na inibição da fermentação, foram, em ordem decrescente, os seguintes:
Cu, Zn. Ni. Cd, Al Fe e, com relação à síntese de PEI, a seguinte ordem: Cu,
Ni, Zn, Cd. Al, Fe.
Os íons
metálicos têm sido largamente usados como antissépticos e, mais recentemente,
como agentes antiplaca. A potencialidade destes elementos como coadjuvantes no
controle da placa dentária é muito grande, considerando-se não somente a sua
eficácia, como também, sua baixa toxidade. Dos íons avaliados, o cobre e o
zinco foram os que apresentaram os melhores resultados, uma vez que o Ni não
apresenta utilidade prática, o que os tornam elementos úteis no controle da
placa dentária, particularmente em associação com outros antissépticos.
7 / 1989
CÂNCER DA
BOCA: ANÁLISE DESCRITIVA DA CASUÍSTICA DE 28 ANOS DO HOSPITAL A.C. CAMARGO
L.L.
Dib*;D.S. Pinto*; E. Franco**; V. Lombardo**
* Hospital
A.C. Camargo
**
Instituto Ludwig
O presente
estudo refere-se à avaliação de 4.527 casos de pacientes portadores de
carcinoma espinocelular de boca atendidos no Hospital A.C. Camargo de
1953-1980. Este número apresenta 8.1% dos casos de todas as neoplasias malignas
atendidas no Hospital no mesmo período.
Os
principais resultados obtidos do ponto de vista de estatística descritiva são
os seguintes:
-distribuição
por sexo: masculino (85,8%), feminino (14,2%);
-distribuição
por cor: branca (91,2%) , não branca (3,0%), amarela (0,8%);
-distribuição
por faixa etária: 7.a década (26,9%), 6.a década (26,3%), 5.a década (18,4%);
-distribuição
por região anatômica: lábio (40,7%); língua (20,8%); assoalho bucal (16,6%).
O
prognóstico do câncer bucal está intimamente relacionado à extensão da lesão no
momento do diagnóstico. O estadiamento dos casos, segundo o critério TNM,
permite distribuir os casos em dois grandes grupos, o de lesões iniciais (E
=T1N0M0) e o de lesões avançadas (E >T1N0M0). Dos casos estudados apenas
14,6% foram diagnosticados na fase inicial, sendo que os restantes (85,4%)
foram diagnosticados em fases mais avançadas, o que torna evidente a necessidade
de implementação de medidas que aumentem a ação do dentista e médico para a
identificação de lesões bucais em fases mais precoces.
A sobrevida
em 5 anos de pacientes portadores de CEC de boca em fase inicial foi de 84,3%,
enquanto que a de pacientes em fase avançada foi de apenas 33,4%, o que
caracteriza o pobre prognóstico do câncer bucal quando diagnosticado em fase
avançada.
É preciso
que as autoridades de Saúde e Faculdades de Medicina e Odontologia voltem as
suas atenções para este problema que é grave por representar um sério ônus
financeiro, cultural e social ao País.
8 / 1989
CÁRIES
DENTÁRIAS E HIGIENIZAÇÃO BUCAL EM ESCOLARES DE DIFERENTES NÍVEIS
SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAIS
L.F.C.
Batista;A.Z.N. Bergamo; F.A.C. Sanches; BO. Souki; M.D. Souza Neto;P. Bignelli
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
A condição
sócio-econômica-cultural da maioria da população brasileira faz com que os
cuidados com a saúde bucal não sejam prioritários (Bellini et al., 1981 ),
sendo o Brasil recordista mundial em cáries dentárias. Entretanto, percebe-se
que mesmo as classes economicamente mais favorecidas são bastante afetadas por
esta doença.
Assim,
procurou-se estudar a experiência de cárie e tratamento odontológico, a
higienização bucal e a condição sócio-econômica-cultural de 60 crianças (7-9
anos) de duas escolas de Ribeirão Preto, sendo a escola I pertencente à Rede
Pública Estadual e a escola II Particular .
Verificou-se
que os índices CPO-D/ceo-D são estatisticamente semelhantes nas classes sociais
encontradas (critério ABA/ABIPEME). Entretanto a variável C (cariados)
representou, em média, apenas 6,7% destes índices, nos indivíduos socialmente
mais favorecidos (escola II) , enquanto que nos escolares mais pobres {escola
I) o número de dentes cariados representou, em média, 77% destes índices.
As crianças
da escola II, possivelmente, já receberam instruções a respeito de higienização
bucal, pois quando a elas foi fornecido uma escova dental estas conseguiram uma
maior redução da quantidade de placa (74%) do que as da escola I (57%).
Entretanto, nos parece que as crianças da escola II não estão suficientemente
motivadas para a higienização bucal rotineira, pois o número de superfícies com
placa, ao chegarem na escola pela manhã, foi semelhante aos encontrados nos
escolares mais pobres na mesma situação.
Estes dados
confirmam as observações que mostram a alta incidência de cárie em nossa
população, independente do "status" social.
9 / 1989
COLORAÇÃO
DE BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS E GRAM NEGATIVAS EM CORTES HISTOLÓGICOS
N.J..
Moral; V.S. Ito; O.P. Almeida
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Bactérias
Gram positivas e Gram negativas foram injetadas intradermicamente em ratos, e
após 12h o material foi coletado e fixado em formol à 10% e em Bouin por 24h.
Após o processamento rotineiro para inclusão em parafina, os cortes
histológicos de 5 µm foram: corados pela H.E.; pela técnica de Gram para
tecidos, segundo Brown & Brenn ( 1931) e por modificações desta técnica por
nós elaboradas. As bactérias Gram positivas ficaram fortemente coradas pelo
cristal violeta, distinguindo-se facilmente dos tecidos adjacentes, sendo que
as bactérias Gram negativas não foram coradas pela fucsina.
Os nossos
resultados sugerem que a acetona, usada na técnica de Gram para tecidos,
segundo Brown & Brenn descora as bactérias Gram negativas, impedindo a sua
visualização.
10 / 1989
DETERMINAÇÃO
DA DL50 DA SIALOTOXINA III E SUAS MANIFESTAÇÕES BIOLÓGICAS EM CAMUNDONGOS
MACHOS E FÊMEAS
A.L.B.
Longhini;M.C.F. Arruda Veiga;M.I.F. Polleto;J.L. José
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
As
sialotoxinas I, II, III e IV isoladas de glândulas submandibulares de
camundongos machos e caracterizados por cromatografia em Deae-Celulose por
Pinheiro ( 1984) , são um complexo de substâncias de baixo peso molecular,
contendo radicais aromáticos e carboidratos, que apresentam atividade tóxica
quando injetadas em animais.
O presente
trabalho teve por objetivo a determinação da DL50 da sialo III e a avaliação de
suas manifestações biológicas em camundongos machos e fêmeas. Foram utilizados
180 camundongos, sendo 100 machos e 80 fêmeas os quais foram distribuídos em 2
grupos: GRUPO I -100 camundongos machos redistribuídos em subgrupos, de 10 cada
que receberam sialo III nas concentrações de: 70, 80, 90, 100, 110, 120, 130,
140, 150, 160 µg/kg de peso, e Grupo II -80 camundongos fêmeas redistribuídos
em subgrupos de 10 cada que receberam sialo III nas concentrações de: 10, 20,
30, 40, 50, 55, 60 µg/kg de peso. No grupo I, somente a concentração de 120
apresentou índice de mortalidade de 10% sendo que as doses subseqüentes
apresentaram taxa de mortalidade de 50, 60, 80 e 100% respectivamente. Pela
análise de probitos obtivemos uma DL50 = 155 + 3,9 µg/kg de peso. Quanto à análise
das manifestações biológicas apresentadas pelos animais que receberam sialo III
na concentração de 90 µg/kg notou-se reações de hiperexcitabilidade e apatia em
80% dos animais, festinação em 90% e hipotonia em 10%. As manifestações
biológicas tornaram-se mais intensas à medida que se aumentava a concentração
da sialo, sendo que a partir da concentração de 130 µg/kg os animais
apresentaram: hiperexcitabilidade, apatia, festinação, piloereção, epistótono
de cauda, convulsões, contratura e morte. No grupo II (fêmeas) a concentração
de 30 µg/kg já apresentou índice de mortalidade de 20%, sendo que as doses
subseqüentes apresentaram taxa de mortalidade de 50, 70, 80 e 100%
respectivamente. Pela análise de probitos obtivemos uma DL50 = 42 + 2,52 µg/kg de peso, sendo dessa forma as fêmeas
mais sensíveis à sialo III que os machos.
11 / 1989
DETERMINAÇÃO
DE FASE ?2 EM AMÁLGAMAS COM ALTO TEOR DE COBRE DE PARTÍULAS TIPO LIMALHA
R. Y.
Ballester; P. E. CapeI Cardoso; R. R. Braga
Faculdade
de Odontologia -USP
A fase ?2
tem sido responsabilizada pelas propriedades indesejáveis dos amálgamas. Em
1963, com a introdução dos amálgamas ricos em cobre tornou-se possível a
virtual eliminação da fase ?2após 7 dias resultando em restaurações com
melhores propriedades mecânicas e maior resistência à corrosão, que se refletem
em um melhor desempenho clínico.
Recentemente,
novas marcas foram lançadas no mercado nacional, tendo como características o
alto teor de cobre e baixo de prata, apresentadas na forma de simples limalhas.
Quando avaliados clinicamente, estes materiais apresentavam desempenho inferior
ao esperado. Responsabilizamos esse mau desempenho à possibilidade de
existência de ?2 mesmo em presença de alto teor de cobre, devido ao lento
resfriamento do lingote usado na fabricação da limalha, que permitiria a
formação da fase ? (neta -CuSn) já no lingote.
Para testar
esta hipótese, determinamos semiquantitativamente a fase ?2 usando o método de
análise colorimétrica por espectrofotômetro, segundo a técnica desenvolvida por
Kropp. Os corpos de prova foram preparados com uma liga tipo limalha
convencional + eutético Ag-Cu (Dispersalloy) e três ricas em cobre e pobres em
prata tipo limalha (Rezizt II, Novalloy e True Dentalloy II), segundo a
especificação n.º 1 da ADA, tendo sido analisados após 1, 7, 14 e 28 dias.
Os
resultados mostraram presença de fase ?2 nas amostras de ligas de alto teor de
cobre tipo limalha.
Concluímos
que os altos teores de Cu presentes numa limalha não são a garantia de que ela
consiga eliminar virtualmente a fase ?2; existem ao que parece, outros fatores
fundamentais dentro do processo de fabricação.
12 / 1989
EFEITOS DA
CONSISTÊNCIA FÍSICA DOS ALIMENTOS SOBRE A CARTILAGEM CONDILAR DA CABEÇA DA
MANDÍULA DE RATOS SUBMETIDOS A ALTERAÇÕES OCLUSAIS
S.M.
Campos; M.N.M. Campos; F.R. Carvalho; M.A. Palucci
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Os autores
estudaram o efeito da manutenção de animais com dieta de rotina (ração) e com
uma dieta pastosa na atividade remodeladora da cartilagem condilar de ratos
submetidos a alterações oclusais.
Foram
utilizados 44 ratos machos (Rattus norvegicus albinus) que foram divididos em
três grupos experimentais: 1) grupo controle; 2) grupo com alteração oclusal
provocada pela extração do 1º e 2º dentes molares superiores direitos aos 25
dias de vida; 3) grupo com alteração oclusal provocada pela extração do 1º, 2º
e 3º dentes molares superiores direitos aos 40 dias de vida. Nos três grupos
estudou-se a influência da consistência do alimento e os animais foram
sacrificados aos 40, 60, 90 e 120 dias de vida, exceção do grupo 3, cujos
animais foram sacrificados aos 60, 90 e 120 dias de vida. Usou-se a cartilagem
condilar das articulações têmporo-mandibulares direita e esquerda.
Usando
técnica morfométrica já estabelecida, foi feita a quantificação da área ocupada
pela cartilagem condilar.
Os
resultados obtidos permitiram admitir área maior para os animais que receberam
a dieta de rotina, além de evidenciar também, área maior da cartilagem condilar
para o lado esquerdo (não operado), o mais solicitado funcionalmente.
13 / 1989
EFEITOS DO
FLUORETO DE SÓD1O NO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO EM GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES
(GSM) DE RATOS
D.M.
Ribeiro & J. Nicolau
Instituto
de Química -USP
O uso
indiscriminado do flúor na odontologia tem se constituído numa preocupação para
os pesquisadores, visto surgirem casos de fluorose em regiões com baixo teor de
flúor na água. Sabemos que o flúor é um inibidor da enolase, ativador da adenil
ciclase, esta, um sistema enzimático importante na transdução de sinais para o
interior da célula. Levando-se em consideração que a ativação da adenil
ciclase, causa a formação do AMP cíclico, considerado o segundo mensageiro e
responsável por uma série de respostas na célula, decidimos examinar o papel do
flúor no metabolismo do glicogênio em glândulas submandibulares de ratos. Os
resultados obtidos na presente investigação mostram que o flúor interfere no
metabolismo do glicogênio, estimulando sua formação em animais alimentados e
promovendo inicialmente uma mobilização do glicogênio para, posteriormente,
favorecer o seu acúmulo nos animais submetidos ao jejum.
14 / 1989
EFICÁCIA DE
ALGUNS APARELHOS GERADORES DE LUZ VISÍVEL NA POLIMERIZAÇÃO DE RESINAS
COMPOSTAS: ESTUDO DA VARIAÇÃO DE VOLTAGEM E DE COR DA RESINA
D. Vinha;
M. T. Coêlho; G.M. Campos
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
As resinas
fotopolimerizáveis estão substituindo aquelas ativadas quimicamente de uma
maneira muito rápida. E não é sem razão, já que somam acima de 10 vantagens
sobre estas últimas. Mas ainda existem inúmeros problemas, que vão desde a
formulação do compósito, passando pelos aparelhos de fotopolimerização e
terminando na interferência do próprio profissional. No tocante aos aparelhos,
um dos fatores mais importantes é a tensão da corrente elétrica. Neste trabalho
estudou-se a efetividade de 5 aparelhos fotopolimerizadores de compósitos, em
função das variações de voltagem e da cor de uma mesma resina composta. A
resina usada foi a SILUX (3M) nas cores L e DY e os aparelhos foram o Fisiolux
(DABI- ATLANTE), Primilite (DENTISPLY), RESILUX (3M), STARLIGHT (FUNK) e TRANSL
YX (KULZER). Os testes de profundidade de polimerização foram feitos com corpos
de prova de 3 mm x 3 mm x 6 mm, variando-se a voltagem de 5 em 5 volts, de 100
a 130 volts. Um microdurômetro VOLPERT foi empregado, resultando em dureza
VICKERS. Todos os dados obtidos foram tratados estatisticamente concluindo-se:
a) a resina de cor clara (L) mostrou-se mais profundamente polimerizada do que
aquelas de cor escura (DY) ; b) os aparelhos E, A e D tiveram comporta- mentos
semelhantes superiores a B; e todos eles, porém foram superados pelo aparelho
C, que teve o melhor desempenho; c) a sobreposição das médias não permitiu
inferir qual a melhor voltagem.
15 / 1989
ESTUDO
CLÍNICO DAS ALTERAÇÕES DENTÁRIAS EM ESCOLARES DA CIDADE DE SÃO PAULO
F R.X.
Silveira;S.S. Silva; E. G. Birman
Faculdade
de Odontologia -USP
Objetivando
um melhor conhecimento das alterações dentárias mais prevalentes em nosso meio,
procuramos avaliá-las clinicamente quanto à estrutura, forma, tamanho e número.
Foram
examinados 1.396 estudantes da cidade de São Paulo, de ambos os sexos, na faixa
etária de 7 a 12 anos, por um único examinador, em cadeira odontológica, sob
iluminação de refletor, com espelho e sonda exploratória dupla.
Com relação
a defeitos estruturais, detectamos opacidades do esmalte, em diversos graus, em
16,69% da amostra. Destas, 7,74% foram observadas em estudantes do sexo
masculino e 8,95% nos de sexo feminino.
Quanto à
forma coronária, observamos geminação e fusão de coroas em 0,57% dos escolares,
sendo 0,50% para o sexo masculino e 0,07% para o sexo feminino. No que respeita
a tamanho, verificamos macrodontia em 5,87% da amostra, sendo 3,15% para o sexo
masculino e 2,72% para o feminino. Microdontia foi observada em 2,29% da
população estudada, com 1,43% de distribuição para o sexo masculino e 0,86%
para o feminino.
Em termos
de alteração no número de dentes, encontramos 0,57% de extranumerários,
exclusivamente representados por "mesio-dens", dos quais, 0,50%
ocorreram nos alunos de sexo masculino e 0,07% nos de sexo feminino.
Tendo em
vista esses resultados, conclui-se serem os mesmos compatíveis com os dados da
literatura internacional em relação a essas alterações, merecendo completá-los
com estudos radiológicos, bem como, correlacionar a etiopatogenia com dados de
antecedentes familiares ou história pregressa.
16 / 1989
ESTUDO DA
EXCURSÃO CONDILAR NA DISFUNÇÃO DOLOROSA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
J.B.D.
Lemos & I. Chilvarquer
Faculdade
de Odontologia --USP
Para a
avaliação completa de um paciente portador de disfunção dolorosa da articulação
temporomandibular, faz-se necessária a análise radiográfica da região em
questão.
Para um
estudo mais detalhado, não só o formato e as possíveis alterações dos elementos
articulares devem ser considerados, mas igualmente a sua função, e sua relação
com o quadro clínico apresentado.
Seguindo esse
princípio, foi idealizado um método prático para a mensuração linear da
excursão condilar, aplicado a seguir, em 106 pacientes do ambulatório da
disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial da FOUSP, todos portadores de
disfunção dolorosa da articulação temporomandibular. Após o exame radiográfico
transfacial dos mesmos, os valores das excursões condilares foram comparados
com os itens dor, vertigem, zumbido e/ou pressão. Após análise estatística dos
resultados, foi encontrada maior incidência de excursões amplas, em pacientes
portadores dos sintomas supra citados.
Quanto à
diferença das excursões entre os lados direito e esquerdo, tal fato não pareceu
influir no quadro apresentado pelo paciente.
17 / 1989
ESTUDO DAS
CÉLULAS DE LANGERHANS EM LESÕES DERMATOLÓGICAS DA MUCOSA BUCAL
M.M.M.
Jaeger; R.G. Jaeger; N.S. Araújo; V. C. Araújo
Faculdade
de Odontologia -USP
Células de
Langerhans são células pertencentes ao recentemente descrito sistema de células
apresentadoras de antígeno, de importante papel na resposta imunológica do
indivíduo. Fazem parte deste grupo as células dendríticas do baço, linfonodos e
placas de Peyers do camundongo; as células foliculares dendríticas e as
interdigitantes, respectivamente das regiões B e T dos linfonodos; células endoteliais
e macrófagos.
O precursor
intermediário da célula de Langerhans parece ser uma célula indeterminada (tipo
III alfa dendrítica) da epiderme parabasal, que após entrar em contato com o
epitélio queratinizado, passa a apresentar grânulos de Birbeck. Depois disso,
elas passam a ter localização basal (tipo II), podendo aparecer também no terço
médio do epitélio (tipo I), onde apresentam maior número de grânulos de
Birbeck.
Acredita-se
que a célula de Langerhans seja responsável pela vigilância imunológica do
epitélio pavimentoso estratificado. Devido a sua ação imunológica tivemos o
interesse de estudar a presença das células de Langerhans em diferentes lesões
dermatológicas da mucosa bucal. Para tanto foram selecionados casos de liquen
plano, pênfigo vulgar e penfigóide benigno de mucosa, pertencentes aos arquivos
do Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP.
O material
foi submetido ao estudo imunoenzimático, através da técnica da
peroxidase-antiperoxidase (PAP) para a evidenciação das células de Langerhans a
partir do uso de anticorpos monoclonais antiproteína S-1 00 no epitélio
pavimentoso estratificado.
O estudo
demonstrou a presença destes elementos em diferentes regiões do epitélio em
quantidades variáveis de lesão para lesão.
No liquen
plano bucal, as células predominaram no terço médio e região basal do epitélio,
em especial nas áreas onde a lâmina própria apresentava infiltrado
inflamatório. A distribuição celular nas lesões de pênfigo vulgar e penfigóide
benigno de mucosa foi semelhante à encontrada no epitélio normal.
18 / 1989
ESTUDO DOS
LINFOMAS T DE BOCA
D.S. Pinto
Júnior; M. F.S. Pinto; N.S. Araújo; V.. C. Araújo
Faculdade
de Odontologia --USP
O estudo da
histologia e patofisiologia das respostas imunes do tecido linfóide, e o
crescente conhecimento da biologia linfocitária, levaram ao conceito de que os
linfomas malignos representam a contraparte neoplásica de reações imunes que
usualmente se instalam após a estimulação antigênica.
No sistema
lintocitário B, os quadros morfológicos relativamente distintos permitem a
formulação de esquemas de classificação aceitáveis para os linfomas malignos de
origem B. Quanto aos linfomas malignos de origem T, os maiores problemas advém
da extrema diversividade de aspectos histológicos destes neoplasmas. Além
disso, o clone celular neoplásico não é freqüentemente monomórfico, e pode
incluir células em diferentes estágios de diferenciação ou ativação.
Dada a
raridade deste tipo de linfoma maligno nos sítios extranodais, principalmente
na cavidade bucal, e dada a escassez da literatura sobre este neoplasma, foram
selecionados para este estudo, 16 casos diagnosticados como linfomas malignos,
dos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica, da Disciplina de Patologia Bucal
do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de
São Paulo, na tentativa de se individualizar este tipo tumoral em particular .
Todos os
casos foram, submetidos a reação de Peroxidase-anti-peroxidase (PAP) e
submetidos ao anticorpo anticélulas T (PAN T) para a marcação desta população
celular, de acordo com os procedimentos preconizados para esta técnica.
Dos 16
casos estudados, 3 (18, 7%) se mostraram positivos, demonstrando a raridade
deste tipo de lesão, principalmente quando relacionadas à cavidade bucal.
Os casos
foram então reclassificados de acordo com a proposta mais atual de
classificação deste tipo de neoplasma.
Pesquisa
subsidiada pela FAPESP -Proc. n.º 87/0236-3.
19 / 1989
ESTUDO
ELETROMIOGRÁFICO DO MÚSCULO MASSETER ANALISANDO AS REGIÕES SUPERIOR, MÉDIA E
INFERIOR EM MOVIMENTOS MANDIBULARES
S.P. Barros
& M. Vitti
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
O músculo
masseter tem sido motivo de muitas investigações eletromiográficas, sobretudo
em movimentos mandibulares, e sempre abordado como um todo. O propósito deste
trabalho é analisar eletromiograficamente a atividade do músculo masseter,
dividindo-o em regiões superior, média e inferior e verificar a participação de
cada uma delas na execução de movimentos mandibulares, em voluntários
portadores de oclusão clinicamente normal.
Foram
estudados 10 pacientes adultos jovens de ambos os sexos. Um par de eletrodos de
superfície tipo Beckman foi posicionado sobre cada região muscular e os
indivíduos se mantiveram sentados com a cabeça orientada segundo o plano
horizontal de Frankfort.
Nos
movimentos de abertura, lateralidade direita, retrocesso da propulsão,
retrocesso da posição normal, deglutição de saliva e água o músculo masseter
apresentou-se inativo.
A
participação do músculo masseter se fez mais ativa nos movimentos de protusão
livre, protusão com contacto oclusal e protusão contra resistência, mastigação
incisiva, mastigação molar direita, mastigação molar esquerda e oclusão
cêntrica forçada, onde as regiões média e inferior tiveram maior grau de
atividade.
Concluímos,
portanto, que o músculo masseter não trabalha como um todo, apresentando
diferentes graus de contração em cada uma de suas regiões, conforme o movimento
mandibular executado, e sua maior participação se faz nos movimentos
mastigatórios.
20/ 1989
ESTUDO
IMUNOENZIMÁTICO DOS PAPILOMAS DE BOCA
P.F.M.
Barroso; F.D. Nunes; N.S. Araújo; V.C. Araújo
Faculdade
de Odontologia -USP
O vírus do
papiloma humano (HPV) está associado a inúmeras lesões da mucosa bucal e da
pele. Dentre elas podemos citar o condiloma acuminatum, a verruga vulgar, a
hiperplasia dérmica focal e o papiloma bucal.
A presença
do HPV no papiloma bucal é uma possibilidade admitida pela semelhança clínica e
histológica com a verruga vulgar, entidade reconhecidamente causada por esse
agente.
O objetivo
deste estudo foi avaliar a presença do vírus em 35 papilomas da mucosa bucal,
através da possibilidade obtida por reação imunoenzimática com anticorpo
anti-HPV do Tipo I.
Obtivemos
positividade em 9 (27%) casos, sendo que não pudemos correlacionar esses
achados com qualquer dado clínico e histológico. A replicação do DNA é
extracromossomal e confinada no terço inferior do epitélio, enquanto as
partículas do vírus maturo com propriedades antigênicas, primariamente aparecem
no núcleo das células do estrato granuloso e estrato córneo.
As células
infectadas mostram vacuolização citoplasmática com halo perinuclear e
alterações nucleares. Em alguns casos os antígenos virais não são detectados,
possivelmente porque a proteína viral produzida estaria em quantidades
insuficientes para detecção pela imunohistoquímica, já que as partículas virais
estariam em diferentes graus de replicação.
21 / 1989
ESTUDO
IMUNOHISTOQUÍMlCO DE MACRÓFAGOS INFLAMATÓRIOS
Y.R.
Carvalho; R.G. Jaeger; N.S. Araújo; V.C. Araújo
Faculdade
de Odontologia -USP
A
caracterização do macrófago inflamatório e sua diferenciação do histiócito do
tecido, é de grande interesse em patologia, quer com finalidade de pesquisa ou
de diagnóstico.
Com este
objetivo estudamos marcadores imunohistoquímicos para macrófagos inflamatórios,
pela técnica da peroxidase-anti-peroxidase (PAP) sobre a camada única de
células obtida pela implantação de lamínula de vidro no tecido subcutâneo de
camundongos.
40
lamínulas foram implantadas, retiradas após 7 dias e separadas em 4 grupos,
submetidos aos seguintes tratamentos:
1 -fixação
em formol tamponado;
2 -fixação
em "Carnoy";
3 -imersão
em saponina (0, 1% em PBS) por 1 minuto e fixação em formol tamponado e
4 -imersão
em saponina (0, 1% em PBS) por 1 minuto e fixação em "Carnoy".
Após
fixação todas as lamínulas foram processadas de acordo com a técnica de PAP.
Utilizamos anticorpos mono e policlonais para a detecção de "LCA",
"Lisozima", "Alfa 1 antiquimiotripsina" e "Fator VIII
RAG". Um controle em HE foi mantido para cada grupo.
As reações
para todos os antígenos estudados foram positivas, tendo sido as marcações para
"LCA" e "Lisozima" as mais intensas. A utilização da
saponina, seguida pela fixação em formol, apresentou os melhores resultados, em
todos os antígenos estudados.
22 / 1989
ESTUDO
MORFOLÓGICO E ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES PRESENTES NO EPITÉLIO DA MUCOSA
PALATINA DE FETOS DE RATO SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A
J.R.V.
Costa;R.A. Lopes;M.A. Sala;G.M. Campos;L.C. Pardini;M.G.D. Contrera
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Tendo em
vista que a vitamina A é indispensável para o crescimento fetal normal e o
desenvolvimento em muitas espécies animais, estar envolvida no controle do
crescimento e desenvolvimento da célula epitelial normal, ser teratogênica e
induzir o aparecimento de fendas palatinas quando administrada em excesso; o
presente trabalho foi planejado com a finalidade de estudar os efeitos da
hipervitaminose A no epitélio da mucosa palatina de fetos de ratos, cujas mães
receberam diversas dosagens da droga. Foram utilizados fetos de ratas que
receberam intraperitonealmente 30.000, 40.000, 50.000, 70.000, 100.000 e
150.000 UI de Arovit. No 21º dia de prenhez, os fetos foram colhidos, fixados
em alfac, incluídos em parafina e as cabeças cortadas semi-seriadamente. Além
do exame histopatológico, foram feitas mensurações empregando-se técnicas
morfométricas e estereológicas adequadas. Os resultados obtidos neste trabalho
sugerem que o excesso de vitamina A atua na embriogênese, causando modificações
no desenvolvimento, com o nascimento de fetos de menor peso e malformados.
Nossos resultados, confrontados com os da literatura, sugerem que a vitamina A
atua diretamente nos órgãos fetais, atrasando o seu desenvolvimento e
diferenciação. Sugerem, ainda, que as diferentes regiões do palato respondem
com intensidade diferente frente às diversas dosagens de vitamina A; como
também, respondem de modo diverso em cada camada epitelial. Ainda mais, que o
emprego de diferentes dosagens progressivas de vitamina A não significa
encontrar alterações microscópicas diferenciadas e cada vez mais graves. Essas
dosagens diferentes e crescentes de vitamina A só aumentam a intensidade e
diversificação das malformações anatômicas macroscópicas.
23 / 1989
ESTUDO
MORFOLÓGICO E ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES PRESENTES NO EPITÉLIO DA MUCOSA PALATINA
DE FETOS DE RATO SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A
J.R.V.
Costa;R.A. Lopes;M.A. Sala;G.M. Campos;L.C. Pardini;M.G.D. Contrera
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Tendo em
vista que a vitamina A é indispensável para o crescimento fetal normal e o
desenvolvimento em muitas espécies animais, estar envolvida no controle do
crescimento e desenvolvimento da célula epitelial normal, ser teratogênica e
induzir o aparecimento de fendas palatinas quando administrada em excesso; o
presente trabalho foi planejado com a finalidade de estudar os efeitos da
hipervitaminose A no epitélio da mucosa palatina de fetos de ratos, cujas mães
receberam diversas dosagens da droga. Foram utilizados fetos de ratas que
receberam intraperitonealmente 30.000, 40.000, 50.000, 70.000, 100.000 e
150.000 UI de Arovit. No 21º dia de prenhez, os fetos foram colhidos, fixados
em alfac, incluídos em parafina e as cabeças cortadas semi-seriadamente. Além
do exame histopatológico, foram feitas mensurações empregando-se técnicas
morfométricas e estereológicas adequadas. Os resultados obtidos neste trabalho
sugerem que o excesso de vitamina A atua na embriogênese, causando modificações
no desenvolvimento, com o nascimento de fetos de menor peso e malformados.
Nossos resultados, confrontados com os da literatura, sugerem que a vitamina A
atua diretamente nos órgãos fetais, atrasando o seu desenvolvimento e
diferenciação. Sugerem, ainda, que as diferentes regiões do palato respondem
com intensidade diferente frente às diversas dosagens de vitamina A; como
também, respondem de modo diverso em cada camada epitelial. Ainda mais, que o
emprego de diferentes dosagens progressivas de vitamina A não significa
encontrar alterações microscópicas diferenciadas e cada vez mais graves. Essas dosagens
diferentes e crescentes de vitamina A só aumentam a intensidade e
diversificação das malformações anatômicas macroscópicas.
24/ 1989
FIXAÇÃO DE
PRÓTESE ADESIVA POR MEIO DE ADESIVO DE LIGAÇÃO QUÍMICA (PANAVIA EX) -AVALIAÇÃO
CLÍNICA
L.E.
Rodrigues Filho;J.F.F. Santos; A. Muench
Faculdade
de Odontologia -USP
A fixação
das aletas metálicas das próteses adesivas nos dentes suportes tem sido
executada por meios retentivos mecânicos macroscópicos ( Rochette, Virginia,
etc.) ou microscópicos (ataque eletrolítico da estrutura metálica; Maryland).
Qualquer que seja o método escolhido sempre haverá a etapa laboratorial
envolvida no preparo da peça e a possibilidade de erros inerentes a qualquer
trabalho protético, e pela fase a mais necessária para a execução da prótese.
Recentemente,
foi oferecida a possibilidade de fixação das peças por meio de um cimento
adesivo que se une quimicamente (segundo seu fabricante) à estrutura metálica
constituída de uma liga de NiCr.
No Centro
de Pesquisas a Clínicas do Departamento de Materiais Dentários da FOUSP,
iniciamos a cerca de 18 (dezoito) meses o uso de Panavia Ex (Kuraray Co. Ltd.)
para a colagem de peças confeccionadas em ligas de Ni/Cr (Bio- Bond da
Caulk.Dentsply e Resistal da Degussa), sem praticar qualquer tipo de retenção
mecânica nas mesmas. Os procedimentos clínicos de fixação são os mesmos usados
nas condutas rotineiras: isolamento absoluto, profilaxia dos dentes suporte,
condicionamento ácido dos mesmos, e colagem propriamente dita. O preparo da
estrutura metálica se resume em limpeza rigorosa da mesma, o que é feito por
meio de jato de areia e pasta de pedra-pomes em água aplicada por meio de
escovas de Robinson.
Todos os
casos executados pela equipe de pesquisadores do Centro de Pesquisas Clínicas
estão se mantendo inalterados, embora tais resultados necessitem tempos mais
prolongados de observação.
Pesquisa
apoiada pela FAPESP -Processo n.o 87/0519-0.
25 / 1989
FLUORETAÇÃO
DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO E ÍON FLÚOR NO SANGUE MATERNO E CORDÃO UMBILICAL
C.A.B. Sanches & J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A
manutenção de íon flúor constante nos líquidos do organismo é função da
ingestão contínua e do estado de equilíbrio com o osso renovável. Essa
concentração de íon flúor circulante durante a gestação é de fundamental
importância com relação à segurança do feto. Assim o objetivo deste trabalho
foi avaliar a concentração de íon flúor no sangue materno e no cordão umbilical
de habitantes de região com ou sem água fluoretada.
Foi
analisado o sangue materno e do cordão umbilical de 52 parturientes de
Piracicaba, SP, (0,8 ppmF H2O) e de 10 de Capivari, SP, (< 0, 1 ppmF H2O). A
análise de íon flúor foi feita utilizando-se eletrodo específico Orion 94-09 e
potenciômetro digital Orion 701 A.
As
concentrações médias de íon flúor (ng/ml) no sangue materno e no cordão
umbilical foram de 29,7 (12,3) e 19,9 (10,8) para Piracicaba e de 3,4 (2,1) e
6,4 (5,8) para Capivari.
Concluiu-se
que a concentração de íon flúor no sangue materno e no cordão umbilical foi
função da concentração de flúor na água de abastecimento público, mas que está
dentro dos parâmetros aceitáveis em relação ao risco de fluorose dental.
26/ 1989
HIPERVITAMINOSE
A EXPERIMENTAL NO RATO - ALTERAÇÕES NO EPITÉLIO DO ESÔFAGO
J.A.G.P.
Oliveira; C.R. Silva-Netto; G.M. Campos; M.A. Sala; R.A. Lopes
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
A
administração de altas doses de vitamina A, no rato, induz um aumento na
espessura do epitélio da mucosa alveolar lingual e da papila gengival, com
redução da camada corneificada e aumento da camada granular. Tendo em vista
tais fatos, objetivou-se analisar os efeitos da hipervitaminose A sobre o
epitélio do esôfago. Foram utilizados ratos machos Wistar com peso corporal em
torno de 100 g, divididos em 2 grupos: Grupo I (Hipervitaminose A): animais que
receberam injeções intraperitoneais de 150 UI de Arovit (Palmitato de vitamina
A Roche), por grama/pc durante 10 dias; Grupo II (controle): animais que
receberam injeções intra-peritoneais diárias de solução salina, durante 10
dias. No 11º dia, os animais foram sacrificados por inalação do éter sulfúrico;
o esôfago era dissecado, deixado fixar por 24 horas e após dividido em 3
porções {superior, média e inferior), incluído em parafina, seccionado e corado
em HE. Histologicamente, o epitélio do esôfago evidenciou um aumento de
espessura nos animais tratados, caracterizando um quadro de hiperplasia e
hipertrofia. Nas camadas basal e espinhosa as células apresentaram núcleo mais
volumoso e grande quantidade de grânulos de cerato-hialina. Esses grânulos eram
mais numerosos e maiores na camada granulosa.
27 / 1989
ÍNDICES DE
S. MUTANS E LACTOBACILLUS EM ESCOLARES DE PIRACICABA. ESTUDO LONGITUDINAL
J.F.
Höfling; J.A Cury; B.H.W. Moreira; C.F.Peters, A.C, Usberti
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
O objetivo
deste é apresentar os dados obtidos da pesquisa microbiológica, relacionada com
a atividade cariogênica na região de Piracicaba, juntamente com outras
pesquisas de fatores salivares e dietéticos que foram realizados em outras
áreas, concomitantemente com o efeito de medidas preventivas no desenvolvimento
desta doença. A saliva foi coletada a cada 6 meses, para análise de S. mutans e
Lactobacillus, levando-se em conta uma série de procedimentos de pesquisas
realizados paralelamente, como a análise bioquímica; coleta de placa; exame
radiográfico; a aplicação de selante e flúor. A coleta de dados iniciou-se em
março de 1986, repetindo-se a cada 6 meses, finalizando em 1988. A saliva foi
coletada após a estimulação pela mastigação de 1,5 g de goma base pré-aquecida
e tempo determinado. As amostras foram mantidas em banho de gelo, sendo levadas
ao laboratório da Faculdade no prazo de 1-2 h, após coleta, para a análise
microbiológica segundo Klock & Krasse em 1977. De modo geral, os resultados
obtidos em nossos estudos, mostram primeiramente que: a) esses dados não podem
ser considerados em termos absolutos, havendo necessidade de serem associados a
outros fatores, b) os índices de S. mutans e Lactobacillus obtidos e
apresentados nessa comunicação, mostram que possuem um valor limitado, c) os
nossos dados em consonância com estudos anteriores relatados na bibliografia,
mostram que quando a colonização por estreptococos se estabelece, é muito
difícil se obter uma redução considerável desses microrganismos e levando-se em
conta que os objetivos desses tipos de estudos, baseiam-se fundamentalmente na
aplicação e desenvolvimento de programas de higiene oral, parece óbvio a
necessidade de se levar a efeito programas mais intensivos em curtos intervalos
de tempo e d) na discussão da análise e consideração dos resultados de um
trabalho dessa natureza, é impossível ignorar a influência de fatores que
extrapolam o tratamento microbiológico, propriamente dito.
28 / 1989
INFLUÊNCIA
DE ANTIÁCIDO NA FARMACOCINÉTICA DO FLÚOR APÓS APLICAÇÃO TÓPICA DE GEL
P. L.
Rosalen & J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A segurança
durante a aplicação tópica de flúor em gel tem sido ressaltada tendo em vista a
alta concentração de íon flúor (12.300 ppm ou 1,23%) nos produtos comerciais.
Contudo, as medidas de segurança restringem-se apenas às recomendações e
procedimentos clínicos para diminuir a ingestão de flúor sem se preocuparem com
a farmacocinética do flúor. Assim, o presente trabalho visa avaliar o efeito de
antiácido, como medida para diminuir a quantidade de flúor absorvido durante a
aplicação tópica de gel, uma vez que a literatura menciona o alumínio como um
eficiente inibidor da absorção sistêmica de flúor .
Na execução
do experimento clínico (duplamente cego) trabalhou-se com 10 voluntários
adultos, os quais receberam aplicação tópica de flúor em gel (2,5 mgF/Kg)
(Fluoride GelR -Kerr, 1,1% F) utilizando-se procedimentos clínicos de rotina.
Em cada voluntário foram feitas 2 aplicações: uma precedida da mastigação de
comprimido de hidróxido de alumínio (PepsmarR) e outra de placebo. A análise de
fluoreto no sangue (soro) coletado a intervalos de 15, 30, 45, 60, 120 e 180
min. após a aplicação tópica, foi feita por potenciometria de íon flúor, bem
como o flúor excretado na urina de 24 h antes e após sua aplicação.
A
quantidade média de íon flúor ingerido foi de 32, 74 e 36,26 mg para
respectivamente os grupos Placebo e Tratado. Os resultados médios obtidos de
absorção de flúor (ngF /ml ) no sangue dos voluntários que receberam o
antiácido foram menores do que no placebo. A quantidade média de íon flúor
excretado pelos voluntários em urina de 24 h foi: voluntários que receberam placebo
=7 ,63 mg/24 h (18,2%) e voluntários tratados =2,95 mg/24 h (6,5%).
Pode-se
concluir, dentro das condições de realização do experimento clínico, que as
análises das curvas de absorção e da porcentagem de íon flúor excretado
mostraram que o uso do antiácido aumentou a segurança da aplicação tópica de
flúor em gel. Em acréscimo, os 10 voluntários que ingeriram previamente o
antiácido não descreveram nenhuma sintomatologia de toxicidade aguda, ao
contrário de 5 dos 10 que ingeriram o placebo, os quais relataram mal-estar,
ânsia, azia e dor de cabeça. FAP (314/88).
29 / 1989
INFLUÊNCIA
DE ÍONS METÁLICOS SOBRE A ATIVIDADE IN VITRO DA GLICOSILTRANSFERASE ISOLADA DE
PLACA DENTÁRIA
C.E.
Pinheiro; M.I. F. Poletto;M.C.P. Figueiredo;M.L.A.B. Negrato
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
O controle
químico da placa dentária vem se tornando um importante método de prevenção da
cárie e de doenças periodontais. A formação e o desenvolvimento da placa
dentária são dependentes da atividade microbiana oral e de reações
extracelulares, envolvendo interações iônicas e moleculares. A
glicosiltransferase é um dos fatores extracelulares implicados na formação da
placa dentária. Os polissacarídeos extracelulares insolúveis, sintetizados pela
glicosiltransferase, contribuem grandemente na aderência dos microrganismos à
superfície do esmalte como também na formação de aglomerados bacterianos,
facilitando o acúmulo de placa.
Portanto, a
inibição da glicosiltransferase representa um meio químico de se controlar a
formação de placa. A enzima foi preparada a partir de placa recém-coletada por
fracionamento com etanol. A atividade hidrolítica e a de síntese de
polissacarídeos insolúveis foram determinados, respectivamente, pelos açúcares
redutores e pela dosagem de carboidratos totais. Os resultados obtidos
demonstram que os cátions metálicos apresentam diferenças entre si quanto ao
poder inibitório, sendo dispostos na sequência decrescente de potência; a)
atividade hidrolítica: Cd, Zn, Cu, Ni, Al, Fe e b) síntese de polissacarídeos:
Zn, Cd, Ni, Cu, Al, Fe.
30/ 1989
INFLUÊNCIA
DO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO CONVENCIONAL SOBRE O POTENCIAL CARIOGÊNICO DE
PACIENTES ODONTOPEDIÁTRICOS
R.D. Assis;
B.Q Souki; E.M. Guimarães; M.L.A. Massara; M.G.B. Ribas; G.R. Meio
Faculdade de
Odontologia -UFMG
SOUKI et
al., 1988 demonstraram que o tratamento odontológico convencional, como é
oferecido pela clínica de odontopediatria da FOUFMG não tem colaborado na
redução do potencial acidogênico de seus pacientes.
Preocupados
com este problema os autores procuraram avaliar a influência do tratamento
odontológico sobre as taxas de S. mutans dos pacientes odontopediátricos desta
faculdade.
Amostras de
saliva de 61 crianças (4-11 anos) foram inoculadas em placas de Petri contendo
ágar MSB, pelo método da espátula ( KOHLER e BRATTHALL, 1979). As placas foram
incubadas por 72 horas, a 37ºC, em microaerofilia.
Os dados
foram analisados, considerando-se que 30 crianças (Grupo I) estavam recebendo
atenção odontológica nesta faculdade pela primeira vez, e o restante (Grupo II)
recebia tratamento há pelo menos 1 semestre. Baseando- se nas taxas salivares
de S. mutans, dividiu-se as crianças em 3 níveis de risco (KAASSE,1986).
Os
resultados encontrados foram:
Níveis de
Risco
Grupo
I
II
BAIXO
MÉDIO
ALTO
11
10
09
12
13
06
Verificou-se
que os pacientes do Grupo I apresentaram taxas de S. mutans estatisticamente
semelhantes às encontradas naqueles do grupo II.
Conclui-se
que o tratamento odontológico convencional deve ser revisto, pois não tem conseguido
resolver de forma racional e efetiva o problema "cárie dentária", à
medida que o potencial cariogênico de seus pacientes pouco tem sido modificado.
31 / 1989
LESÕES DA
MUCOSA ORAL EM IDOSOS INTERNADOS EM PIRACICABA, SÃO PAULO
J. Jorge
Junior; L. Bozzo; O.P. Almeida; M.R. Vizioli
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Há mais de
duas décadas têm sido realizados estudos epidemiológicos de lesões bucais em
idosos, nos países europeus e na América do Norte. Em nosso País estes estudos
têm sido limitados em número e divulgação. O propósito principal deste estudo
foi determinar a prevalência de lesões da mucosa oral em idosos internados no
Asilo "Lar dos Velhinhos", de Piracicaba -SP. Foram entrevistados e
examinados 270 idosos de um total de 350 moradores da Instituição (77%). Cerca
de 62% dos idosos examinados apresentavam alterações da mucosa oral. 117
indivíduos usavam prótese total superior, sendo que destes, 46% apresentavam
estomatite por uso de dentadura. Das condições não relacionadas com o uso de
dentadura, as mais prevalentes foram: hiposalivação (3,7%), hemangiomas (3,3%)
e leucoplasias (3,0%). Destaca-se a ocorrência de três casos de carcinoma. As
condições de higiene e saúde bucal, e a alta prevalência de estomatite por
dentadura fazem recomendável que orientações de higiene e cuidados bucais sejam
difundidos e mantidos, principalmente por meio do corpo de enfermeiras e
auxiliares que lidam direta e continuamente com os idosos nas Instituições de
Assistência. A alta prevalência de lesões bucais particularmente de
leucoplasias e carcinomas, indicam que idosos devam ser examinados regularmente
por um dentista.
32/ 1989
METABOLISMO
DO FLÚOR EM RATAS PRENHES
M.A.
Saavedra Franco & J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A
manutenção do estado aparente de equilíbrio do íon flúor no sangue depende da
ingestão contínua e da sua concentração no osso renovável. Tendo em vista que
durante a prenhez ocorrem modificações fisiológicas que podem alterar o
metabolismo ósseo, o objetivo deste trabalho foi estudar o que isto afetaria o
metabolismo do flúor.
Foram
utilizadas 84 ratas de 5 meses de idade divididas em 4 grupos: Grupo I -animais
não prenhes e que não ingeriram flúor, sendo sacrificadas antes e no tempo
final correspondente a uma prenhez; Grupo II -animais não prenhes e que
ingeriram água fluoretada (durante o período de uma prenhez; Grupo III -animais
que começaram a ingerir água fluoretada (25,0 ppmF ) quando da fecundação e
Grupo IV constituído de animais que ingeriram água com 25,0 ppmF , antes ( 14
dias) e durante a prenhez. Os animais foram sacrificados de tempos em tempos e
o íon flúor foi analisado no plasma, osso total (fêmur) e dente total
(incisivo).
Os
resultados mostraram que a concentração de flúor no sangue não atingiu um
estado aparente de equilíbrio nos animais prenhes sendo maior nos animais do
grupo IV. As análises no osso e dente corresponderam simetricamente ao que
ocorreu no sangue.
Concluiu-se
que a prenhez modifica o metabolismo do flúor no organismo o que pode ser
importante do ponto de vista de segurança.
33 / 1989
MÉTODO DE
DESPERTAR A MEMÓRIA POR MEIO DO "GIBI ENDODÔNTICO"
J.D.
Pécora;L.P. Vansan;R.N. Savioli;R.G. Silva;P.C. Saquy;A.M. Cruz Filho; M.D.
Souza Neto; W.F. Costa; F.R.O. Domingues
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto-USP; UNAERP; Araras
O objetivo
do presente trabalho é mostrar um método didático desenvolvido pela disciplina
de Endodontia das Faculdades de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo, da Universidade de Ribeirão Preto e da Fundação "Hermínio
Ometto" de Araras.
A atrofia
da memória é o traço predominante na educação e na cultura dos meados e final
do século XX. A maioria dos alunos não consegue mais citar uma passagem
clássica ou bíblica, como também não consegue gravar na memória um texto
didático.
A relação
do leitor com o texto deve ser complementar e criativa. O leitor deverá ir ao
texto e para isso o texto não deve ser complicado e nem ser decifrado somente
por pessoas altamente especializadas.
Neste
trabalho, procurou-se colocar frases curtas para que o aluno possa decompô-la
facilmente. Aboliu-se os períodos longos porque para decompô-los faz-se
necessário um bom conhecimento gramatical, o que muitos alunos não têm.
As Figuras
foram colocadas, bem como os personagens, para facilitar a memória associativa.
Assim, por exemplo, quando se solicita do aluno explicar como deve ser a
consistência ideal de um material obturador de canais radiculares, ele se
lembrará mais rápido das figuras do que do texto e, desse modo, o aluno poderá
transformar as figuras em texto.
Foi
realizada uma avaliação do trabalho por meio de um questionário respondido por
alunos de graduação das citadas Faculdades e por profissionais ligados à
educação, foram obtidos os seguintes resultados:
96,46%
gostou do texto;
100%
considera a leitura agradável ;
96,46%
considera a mensagem possível de entendimento;
100% acha
que o conjunto todo do trabalho, texto e figuras, forma um conjunto didático;
92,86% considera
que o objetivo do presente trabalho foi alcançado.
34 / 1989
NÍVEIS DE
CÁLCIO E FÓSFORO NA SALIVA HUMANA MISTA, EM INDIVÍDUOS JOVENS -SECREÇÃO
EXPONTÂNEA
C.R.
Silva-Netto & S.O. Petenusci
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
As pesquisas,
em relação às concentrações de eletrólitos da saliva humana mista, em
particular sódio, potássio e magnésio, tiveram um grande avanço a partir do
século XX. Foram realizados estudos das concentrações desses elementos minerais
em relação a estados mórbidos do homem, ao fluxo salivar, à dieta alimentar, à
ingestão de drogas, ao sexo e à idade. Considerando os achados da.literatura,
nos propusemos verificar as concentrações dos íons cálcio e fósforo na saliva
humana mista de indivíduos de ambos os sexos, na faixa etária de 19 anos. A
coleta de saliva foi realizada por um período de 5 minutos, sem nenhum
estímulo, em alunos dos Cursos de Farmácia e de Odontologia, em temperatura
ambiente em torno de 25ºC, por volta das 15h30. Antes do início da coleta foi verificado:
higiene, presença de dentes cariados ou com cimento provisório, uso de aparelho
ortodôntico, afta ou outra lesão, o uso de chicletes ou bala, sendo que os
alunos que estavam sob tratamento médico, não foram incluídos neste estudo. Os
resultados obtidos foram: 1) grupo masculino (n = 36}, volume = 2,0 + 0,3 ml,
cálcio = 0,90 + 0,01 mg/ml e fósforo = 8,37 + 0,52 mg/ml) ; 2) grupo feminino
(n = 55) , volume = 1 ,6 + 0,2 ml, cálcio = 0,87 + 0,08 mg/ml e fósforo = 6,07
+ 0,29*mg/ml. A análise dos resultados demonstrou haver diferença significante
(P <0,05) para o volume e a concentração de íon fósforo. Em vista da não
alteração do íon cálcio, é de supor que a excreção salivar da amostra
considerada tenha sido em forma de fosfato de sódio, em vista do aumento
significativo da excreção de sódio.
35 / 1989
PARTICIPAÇÃO
DOS NEUTRÓFILOS NA PARACOCCIDIOIDOMICOSE
P.D.
Novaes; O.P. Almeida; L. Bozzo; M. R. Vizioli
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A
Paracoccidioidomicose é uma micose profunda caracterizada por reação
granulomatosa crônica, com áreas de supuração. Os macrófagos e o sistema
imunológico são fatores importantes para neutralizar a proliferação e
disseminação do fungo. Em pacientes imunosuprimidos, estes fatores estão
parcialmente bloqueados, e a participação de mecanismos inflamatórios não
imunológicos torna-se mais relevante. Dois pacientes com lesão pulmonar estavam
sendo tratados com corticosteróide sistêmico, quando apresentaram manifestação
bucal de Paracoccidipidomicose. Parte do material coletado foi processado para
observações em microscopia eletrônica de transmissão. As células epiteliais
apresentavam-se bastante alteradas, com inúmeros vacúolos e tonofilamentos
agrupados no conjuntivo adjacente. Os fungos observados em macrófagos e células
gigantes apresentavam-se morfologicamente íntegros. As células inflamatórias
predominantes eram os neutrófilos, que continham inúmeros vacúolos contendo
Paracoccidioides brasiliensis em vários graus de destruição. Frequentemente,
2-3 neutrófilos estavam justapostos, envolvendo o fungo, com aspecto semelhante
de uma célula gigante, sem entretanto ocorrer a fusão da membrana celular.
Estes resultados sugerem que em pacientes imunosuprimidos, os neutrófilos são
as principais células envolvidas na destruição do Paracoccidioides
brasiliensis.
36 / 1989
PERIODONTOPATIAS:
ALTERAÇÕES DE ALGUMAS ENZIMAS LISOSSOMAIS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DA DOENÇA
PERIODONTAL INFLAMATÓRIA
E.M.
Taga;E. Passanezi;J.R. Kina
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
A
participação de enzimas lisossomais na destruição dos tecidos periodontais
durante a doença periodontal inflamatória, tem sido motivo de várias
investigações.
Poucos
pesquisadores contudo se preocuparam em quantificar os níveis de enzimas
lisossomais no tecido gengival, relacionando-o com os diferentes, estágios da
doença periodontal inflamatória, o que levou-nos a realizar o presente
trabalho.
Para tanto
selecionamos setenta pacientes do sexo masculino, com idade variando entre 14 e
51 anos, previamente classificados de acordo com os índices: gengival de Löe e
Silness e de doença periodontal de Ramfjord, além de exame radiográfico da área
em estudo.
Desta
maneira, os pacientes foram divididos em sete grupos de dez, de onde obtivemos
amostras de tecido normal gengivite grau I, grau II, grau III, periodontite
grau I, grau II e grau III.
Para cada
grupo foi analisado o nível de fosfatase ácida, beta hexosaminidase e
aril-sulfatase.
De acordo
com a análise dos resultados obtidos, nas condições em que foi realizado o
estudo, pôde-se chegar às seguintes conclusões:
-as três
enzimas aumentam de nível durante a doença periodontal inflamatória;
-a beta
hexosaminidase mostrou uma tendência acentuada à elevação de acordo com a
progressão da doença periodontal inflamatória;
-a aril
sulfatase mostrou uma tendência a aumentar o nível principalmente nas fases
incipientes da gengivite.
37 / 1989
A PLACA DE
ALTURA E A PREDIÇÃO DE CRESCIMENTO FACIAL
V.C. V.
Siqueira; M.H.C. Almeida; M.B. B.A. Magnani; R. C. Almeida
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A proposta
deste estudo foi verificar os efeitos causados aos arcos dentários e o
crescimento crânio facial em indivíduos portadores de mal oclusões Classe I com
sobremordida. Trinta indivíduos com idade variando entre 8 e 10 anos tiveram
uma placa de altura anterior lisa como meio de tratamento ortodôntico, e após
11 meses de uso observaram-se mudanças consideradas promissoras pois houve
levantamento da mordida, crescimento mandibular de corpo e ramo, resposta
positiva de crescimento da área condilar e mudanças no perfil facial devido ao
reposicionamento dentário anterior .
Foi
aplicado a predição de crescimento facial (Dr. Rickets) com o objetivo de
verificar se o crescimento apresentado pelo paciente foi devido à terapia
utilizada ou se este iria acontecer mesmo em sua ausência.
Observou-se,
assim, que em pacientes com características faciais e cefalométricas
brevelíneas e com tendência de crescimento facial horizontal, o resultado final
foi ótimo. Em indivíduos com características faciais longelíneas o uso da placa
de altura deve ser restrito, pois poderá estimular o crescimento vertical
diminuindo a sobremordida e comprometendo o perfil facial.
38 / 1989
PREVALÊNCIA
DE FLUOROSE DENTÁRIA EM CIDADES COM NÍVEL "ÓTIMO" DE FLÚOR NA ÁGUA DE
ABASTECIMENTO
M. Maltz
& C. Farias
Faculdade
de Odontologia -UFRGS
Vários
trabalhos têm demonstrado que a ocorrência de fluorose dentária varia de acordo
com a concentração de flúor na água de abastecimento, sendo esta presente mesmo
em zonas com concentrações "ótimas" de flúor na água.
O presente
trabalho estudou a prevalência de fluorose dentária em crianças em duas faixas
etárias (8-9 anos e 10-12 anos) em uma cidade com nível "ótimo" de
flúor na água (0,7 -1,0 ppmF) Brasília, DF e em uma área controle com baixo
conteúdo de flúor na água (<0,3 ppmF) Luziania, GO.
Os
resultados indicam a quase ausência de fluorose na população controle (menos de
2%) e um índice de fluorose de 22,3% na cidade com "ótimo" conteúdo
de flúor na água (Brasília) considerando-se a faixa etária de 8-9 anos e 17,3%
nas crianças com idade entre 10-12 anos. Os níveis de fluorose dentária
encontrados restringiram-se em sua maioria a escores 1 e 2 de Thylstrup e
Fejerskov (TFI).
Os
resultados deste trabalho demonstram que o grau de fluorose dentária encontrado
em áreas com "ótima" concentração de flúor na água (0,7 - 1,0 ppmF) é
desprezível considerando-se os efeitos benéficos em relação à doença cárie.
39 / 1989
PREVALÊNCIA
DE MAL-OCLUSÕES EM PACIENTES PORTADORES DE DISFUNÇÃO DOLOROSA DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
AC.B.
Teixeira;J.G.C. Luz;A.S.F. Proc6pio
Faculdade
de Odontologia -USP
Um dos
principais fatores no desenvolvimento das disfunções dolorosas da articulação
temporomandibular (ATM) são as maloclusões. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a prevalência de maloclusões em pacientes portadores desta entidade.
Foram
avaliados 25 pacientes com diagnóstico de disfunção dolorosa de A TM que
apresentavam dentição completa ou ausência de até 3 dentes. Foram obtidos
modelos de estudo em gesso e respectivas mordidas em cera. Através da análise
dos modelos procedeu-se a classificação de Angle, as medidas de sobressaliência
e sobremordida, a verificação de mordida cruzada e do número de dentes
ausentes.
Foram
encontrados 12 casos classe I de Angle, 11 de classe II e 2 de classe III. As
medidas de sobressaliência revelaram 16 casos com valores menores, 3 iguais e 6
maiores que 2 milímetros, sendo que as medidas de sobremordida evidenciaram 12
casos com valores menores, 3 iguais e 10 maiores que 2 milímetros. Foram
observados 4 casos de mordida cruzada. Havia 11 pacientes sem ausências
dentárias, 4 com falta de 1 dente, 5 com falta de 2 e 5 com falta de 3 dentes.
Nas condições do presente trabalho é sugerido uma maior participação da
maloclusão classe II de Angle na ocorrência de disfunções dolorosas da ATM.
Também é indicativo o papel da instabilidade oclusal através das sobressaliências
e sobrerrmordidas fora dos padrões de normalidade.
40 / 1989
PROPORCIONADOR
GRAVIMÉTRICO PARA MISTURAS PÓ/LÍQUIDO
R. Y.
Balles ter, C.E. Francci; A.C. Lascala
Faculdade
de Odontologia da USP
Levando em
consideração a dificuldade para se conseguir na clínica e no laboratório um
proporcionamento exato de materiais que se apresentam sob a forma de pó/líquido
(gessos, amálgamas, etc.) desenvolvemos um proporcionador gravimétrico com o
objetivo de tornar mais prático o procedimento de proporcionar. Objetivamos
obter as melhores propriedades gerais do material e também uma economia ,de
material pela diminuição de erros.
O
proporcionador opera de modo muito simples. Coloca-se num dos recipientes uma
quantidade arbitrária, por exemplo de gesso. Neste momento, a agulha marcará
0%. Acrescenta-se água aos poucos, com uma pisseta, por exemplo, e a agulha
marcará então a porcentagem de água em relação à quantidade arbitrária de
gesso.
Concluímos
que o dispositivo possui alta sensibilidade; para massas da ordem de cem gramas
de pó acusa variações de até 0,50%. Um protótipo tem sido utilizado com sucesso
nas aulas de Materiais Dentários e começou a ser usado experimentalmente no
Laboratório de Apoio da Clínica da Faculdade, tendo como resultado despertar o
interesse dos alunos para a importância de se proporcionar corretamente o
material, e encontra boa aceitação pela sua praticidade. Isso nos leva a
ressaltar seu valor didático. Quanto ao seu uso em Clínicas particulares não
acreditamos ter grande repercussão no estágio atual devido ao tamanho exagerado
do equipamento; se resolvido este problema, será de grande valia o uso nestas
clínicas.
41 / 1989
PURIFICAÇÃO
DA PAREDE CELULAR DE MICRORGANISMOS DA PLACA DENTAL
R. T.
Miranda; O. Tárzia; S.A. Catanzaro Guimarães; E.M. Taga; A. L. V. Marques;
R.S.S.L. Rocha; M.C. Fellipe
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Neste
trabalho estabeleceu-se a metodologia para a purificação da parede celular
bacteriana de microrganismos da placa dental obtida de crianças de 11 a 15 anos
de idade, de localização supra gengival, ausente de contaminação com sangue. A
placa, recolhida em tubos de centrífuga contendo NaCI 0,9%, imersos em gelo foi
levada ao laboratório, ressuspensa em agitador para tubos e centrifugada a
1.800 rpm por 15 minutos em centrífuga refrigerada. O sobrenadante foi
descartado e o precipitado armazenado a -20ºC até o momento do uso. No processo
de purificação o material foi inicialmente liofilizado e em seguida suspenso a
5% em NaCI 0,9%, quebrado por sonificação durante 12 horas com o devido cuidado
para se evitar aquecimento acima de 14ºC. O sonicado, centrifugado a 1.000 rpm
por 30 minutos, foi separado do sobrenadante, sendo o sedimento lavado com água
destilada por 2 vezes e novamente centrifugado. Os sobrenadantes juntados foram
novamente centrifugados a 10.000 rpm por 20 minutos. O sedimento desta
centrifugação, parede celular impura, após tratamento enzimático com
Ribonuclease A e B (0,025%), tripsina 0,05% e desoxiribonuclease 0,0125% em
tampão fosfato de potássio 0,05 M pH, 7,5, a 37ºC, por 12 horas foi novamente
centrifugado a 10.000 rpm por 30 minutos. A seguir, 3 vezes lavado com água
destilada e centrifugado a 10.000 rpm por 30 minutos. Os sobrenadantes foram
desprezados e o sedimento final, após lavagem com água destilada foi
centrifugado a 3.000 rpm por 15 minutos em centrífuga refrigerada, sendo o
sobrenadante desta última centrifugação novamente centrifugado a 12.000 rpm por
45 minutos. O sedimento obtido, Fração IV, corresponde à parede celular
purificada que passamos a denominar de Parede Purificada de Placa Bacteriana
(PPPB).
O
purificado (peptidoglicano ligado ao ácido lipoteicóico) foi suspenso no menor
volume possível e quantificado com relação à proteina e carboidrato total cuja
proporção foi respectivamente 1 :2. 0 material purificado (PPPB) foi obtido com
um rendimento de 3,14% em termos de proteína, em relação à proteína total
obtida no sonicado a qual foi de 207 mg. Em relação ao peso seco da placa dental
(1.350 mg) foi possível a obtenção de 6,5 mg de protíina no purificado final.
Apesar do baixo rendimento o PPPB obtido demonstrou alto poder agressor como
agente flogógeno.
42/ 1989
RADIOGRAFIAS
PANORÂMICAS -ANOMALIAS ÓSSEO-DENTÁRIAS
V. C. V.
Siqueira; M.H. C. Almeida; M.B.B.A. Magnani; R. C. Almeida
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba --UNICAMP
Na
radiologia odontológica, observam-se várias técnicas de tomadas de radiografias
no sentido de se obter informações mais precisas sobre dentes, ossos e
crescimento crânio-facial auxiliando o diagnóstico.
É indicada
para estudar as normalidades ou anormalidades concernentes a padrões de
erupção, as formações e desenvolvimento radicular e coronário de dentes
decíduos ou permanentes e diversas patologias.
Foi
realizado um estudo com o objetivo de se observar quantitativamente e
qualitativamente as anomalias ósseo-dentárias existentes nos indivíduos que
freqüentam a clínica de odontologia infantil de nossa universidade. Com uma
amostra de 100 indivíduos de ambos os sexos e com idades variando entre 2 a 11
anos constatou-se que 4% não apresentavam anomalia alguma, 32% apresentavam
perda do perímetro do arco, 16% anormalidades de erupção de dentes permanentes,
12% atraso na erupção, 8% agenesia, 8% anodontias, 8% anquiloses, 6% tumores ou
outras patologias.
A
solicitação da radiografia panorâmica é de suma importância para que se detecte
precocemente os desvios e facilite o diagnóstico e seja desenvolvido um plano
de tratamento correto.
43 / 1989
REAÇÃO INFLAMATÓRIA
AGUDA PROVOCADA POR PAREDE CELULAR DE MICRORGANISMOS DA PLACA DENTAL E AÇÃO
ANTIINFLAMATÓRIA DOS ANES TEOREMIN, BENFLOGIN E EVRIL
R. T.
Miranda; O. Tárzia; S.A. Catanzaro Guimarães; E.M. Taga; M.C. Fellipe
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Neste
trabalho nos propusemos a verificar o efeito flogógeno da parede celular de
microrganismos da placa dental na reação inflamatória aguda. Na reação
inflamatória aguda foi estabelecida a faixa de proporcionalidade dose efeito em
relação às várias concentrações do Purificado de Parede de Microrganismos de
Placa Dental (PPPB) através de teste edemogênico realizado após uma e três
horas da injeção do agente flogógeno (permeabilidade imediata e tardia), bem
como identificada a concentração do agente flogógeno que provoca o máximo
efeito dose- dependente.
Com a
finalidade de comprovar a inibição da ação flogógena do PPPB, utilizou-se 3
diferentes ANES (Teoremin, Benflogin e Evril) na dose convencional, tanto na
fase de permeabilidade imediata quanto na tardia; além disso foi estabelecida a
dose de Evril capaz de reduzir completamente a reação inflamatória aguda
provocada pela dose-dependente máxima de PPPB (2,0 µg) e a concentração do
agente flogógeno passível de ser totalmente inibida por uma dose convencional.
A reação
flogógena aguda foi identificada através do teste edemogênico pelo método do
azul de Evans. O corante, uma vez injetado intravenosamente se distribui pelo
organismo do animal, sendo que na região inflamada, devido a maior
extravazamento de líquido plasmático, maior será a concentração do corante no
local que uma vez extraído pode ser quantificado em termos de µg de azul de
Evans por determinada região de pele recortada. A extração se faz a 45ºC, por 72
horas pela imersão da pele cortada em pequenos pedaços em formamida, após o que
se faz a leitura do corante extraído, em espectrofotômetro, no comprimento de
onda de 630 nm.
Doses
crescentes do agente flogógeno, variando de O, 1 µg a 20 µg provocaram um aumento
crescente da reação inflamatória aguda estudada no período de permeabilidade
imediata, sendo que o efeito dose-dependente se manifestou na faixa entre 0,1
µg e 2,0 µg de PPPB, sendo este valor o de dose-efeito máximo. A reação
inflamatória aguda provocada por 2,0 µg de PPPB após uma hora da injeção do
agente flogógeno foi superior à obtida na terceira hora. Comparando-se o efeito
inibitório dos 3 ANES utilizados, após uma hora observou-se que tanto o
Teoremin (18,58%) quanto o Evril (16,07%) tiveram um efeito semelhante,
enquanto o Benflogin atingiu uma excelência de inibição de 62,53%. Após 3 horas
da injeção de PPPB o Teoremin continuou apresentando o mesmo patamar de
inibição da reação inflamatória aguda (17,44%) enquanto o Evril aumentou de
16,07% para 30,62% e o Benflogin, apesar de ter mantido seu maior efeito (em
comparação com os outros dois ANES) perdeu um pouco sua potência, caindo de
62,53% para 54,75%.
Enquanto a
dose convencional do Evril foi capaz de inibir apenas 16,O7% da reação inflamat6ria
aguda provocada por 2,0 µg de PPPB, a dose dupla do medicamento foi capaz de
inibir 100%, e a mesma dose convencional inibiu 100% da reação provocada por
1,0 µg de PPPB.
44 / 1989
REAÇÃO
INFLAMATÓRIA CRÔNICA TIPO GRANULOMA PROVOCADA POR PAREDE CELULAR DE
MICRORGANISMOS DA PLACA DENTAL E AÇÃO ANTIINFLAMATÓRIA DOS ANES TEOREMIN,
BENFLOGIN E EVRIL
R. T.
Miranda; O. Tárzia; S.A. Catanzaro Guimarães; E.M. Taga; N. AlIe; M. C. Fellipe
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Este
trabalho foi realizado com a finalidade de verificar o possível desenvolvimento
de reação inflamatória crônica pela aplicação de Purificado de Parede de Placa
Bacteriana (PPPB ), estabelecer a concentração do agente flogógeno capaz de
desenvolver um modelo típico de reação inflamatória crônica num período
variando entre 5 e 30 dias, além de estudar o efeito de 3 diferentes ANES
(Teoremin, Benflogin e Evril) na evolução do processo inflamatório provocado
pela concentração do agente flogógeno considerada ideal, no período de 20 dias.
No estudo da inflamação crônica foram utilizadas diferentes concentrações de
PPPB (100 µg, 200 µg e 300 µg ) e após
20 dias a região onde o material foi injetado foi removida para corte
histológico, corado pelo HE. Uma vez estabelecida a concentração ideal de PPPB
capaz de desenvolver inflamação crônica granulomatosa típica, a mesma foi
estudada após 5, 10, 20 e 30 dias da introdução do agente flogógeno.
A reação
inflamatória crônica provocada por 100 µg de PPPB após 20 dias, demonstrou um
quadro característico de um granuloma inflamatório em fase de formação, onde se
encontram regiões de reação inflamatória crônica não granulomatosa ao lado de
áreas de reação crônica granulomatosa; a provocada por 200 µg de PPPB no mesmo
período mostrou um quadro histológico sugestivo de um estágio de formação mais
avançado que o anterior, que nos permitiu considerá-lo como padrão para este
estudo, tratando-se portanto de uma reação inflamatória granulomatosa típica. A
mesma reação provocada por 300 µg de PPPB mostrou-se semelhante ao
anteriormente descrito, porém caminhando para uma fase de maior colagenização e
portanto para uma fase de maturação cicatricial. No estudo da evolução da
inflamação crônica no período de 5 a 30 dias, observou-se já no 5º dia um
início de transformação de reação inflamatória aguda em crônica não
granulomatosa, no 10º dia se iniciou a definição de um tecido rico em fibras
colágenas, mostrando claramente a transformação da reação inflamatória crônica
não granulomatosa em granulomatosa, acompanhada de uma leve formação de cápsula
fibrosa envolvendo a região central que se achava bem definida aos 20 dias. Já
aos 30 dias o quadro permaneceu bastante semelhante ao de 20 dias, exceto pelo
fato de que os macrófagos (que sempre são predominantes em todas as fases
estudadas) apresentavam reduzida capacidade fagocitária. A reação inflamatória
provocada por 200 µg de PPPB na presença do Teoremin (após 20 dias) mostrou, em
relação ao controle, um quadro de redução do infiltrado inflamatório crônico acompanhado
por um aumento de fibras colágenas, indicando um estágio mais avançado de
maturação, enquanto no grupo tratado com Benflogin se observou uma celularidade
mais evidente do que a distribuição de fibras colágenas, indicando um retardo
no processo de diferenciação e maturação da reação inflamatória crônica
granulomatosa. No grupo tratado com Evril se vê uma predominância de fibras
colágenas em relação ao número de células inflamatórias, demonstrando um maior
grau de maturação do tecido reacional, indicando que o Evril apresentou um
efeito mais potente que os outros dois ANES estudados.
45 / 1989
REEMBASAMENTO
DE DENTADURA COM RESINA FOTOATIVADA: ALTERNATIVA PARA A SUA POLIMERIZAÇÃO
E. de Mare;
A.C. Santos; P.E. CapeI Cardoso
Faculdade
de Odontologia -USP
Os anos 80
foram marcados pela transformação de vários materiais quimicamente ativados em
materiais fotoativados.
Este é o
caso do TriadR ,uma resina fotoativada para base de dentadura que trouxe como
vantagens: melhor compatibilidade biológica, diminuição no tempo de
polimerização, menor porosidade e menor contração de polimerização. Também a
resistência mecânica é muito superior, dando como consequência maior
resistência ao impacto e maior resistência à tração em relação às resinas acrílicas
ativadas quimicamente (R.A.A.Q.) e às resinas acrílicas ativadas termicamente
(R.A.A.T.).
Além de
outras aplicações a resina TriadR permite que tanto o reembasamento como
pequenos consertos sejam feitos diretamente na boca do paciente, eliminando as
diversas fases laboratoriais da R.A.A. T ,ou mesmo os problemas de toxicidade
da R.A.A.Q.
A grande
desvantagem da resina para base de dentadura fotoativada seria o alto custo da
unidade geradora de luz.
Assim esse
trabalho tem por objetivo utilizar o aparelho de luz convencional empregado na
polimerização de resinas compostas para restauração como alternativa da unidade
de luz original.
Para
comparação do grau de polimerização entre a unidade original X aparelho
convencional foram confeccionados corpos de prova para testes de resistência à
tração. Também foram confeccionados corpos de prova de R.A.A.Q. e R.A.A.T.
Após a
análise de variância podemos concluir que, embora a resistência à tração dos
corpos polimerizados nos aparelhos convencionais seja semelhante à R.A.A.T. e
R.A.A.Q., a resistência fica muito aquém dos corpos polimerizados com a unidade
geradora de luz original.
46 / 1989
REFORÇOS
DENTINÁRIOS NA RECONSTRUÇÃO DE DENTES SEVERAMENTE DESTRUÍDOS =ADESIVOS
DENTINÁRIOS
J. Bianchi; J.F.F. Santos; A. Muench
Faculdade
de Odontologia -USP
A
restauração de dentes muito destruídos, quer por processos de cárie ou por
outros traumatismos, sempre utilizou recursos de reforços metálicos com dupla
finalidade: proteger a estrutura dental remanescente e oferecer retenção para a
prótese que virá em seguida.
Entretanto,
a fixação da parte metálica no remanescente dental sempre é consegui da por
meio de atrito, diretamente na dentina ou indiretamente, através de um cimento
de fixação. Em nosso entendimento, esses métodos de fixação não melhoram a
resistência da estrutura remanescente, pois a parte metálica usada para
reconstrução parcial do dente afetado não se integra intimamente nos tecidos
dentários.
Em virtude
disso, passamos a realizar experimentalmente, no Centro de Pesquisas Clínicas
do Departamento de Materiais Dentários da FOUSP, a colagem de porções de
dentina, obtidas de dentes extraídos, na restauração de dentes severamente
destruídos por processos os mais variados. Para a colagem dos fragmentos dentinários
estão sendo usados os adesivos disponíveis comercialmente: Scotch- Bond,
Bond-lite, Prisma Universal Bond, Gluma, Scotch-Bond 2 e cimentos de ionômero
de vidro. Após a fixação desses fragmentos os dentes atingidos têm sua
restauração completada por meio de resinas compostas fotoativadas, das mais
variadas procedências comerciais, sem preocupação de se seguir o mesmo
fabricante do adesivo dentinário.
Até o
presente essa técnica agora sugerida tem se mostrado efetiva e vantajosa sob
vários aspectos: economia de tempo, trabalho e etapas laboratoriais, e
provavelmente, maior resistência mecânica do órgão restaurado.
Pesquisa
apoiada pela FAPESP -Processo n.o 87/0519-0.
47 / 1989
RETENÇÃO DE
SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS: DUAS TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
L.A.
Ruhnke;A.C. Usberti;M.R.B. Cunha
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Os autores
procuraram verificar a retenção dos se1antes de fóssulas e fissuras a nível de
retenção associados com solução de fluoreto de sódio a 2% aplicado após o condicionamento
ácido do esmalte, antes da aplicação do selante comparando com resultados
obtidos pela técnica convencional de aplicação de selantes autopolimerizáveis.
Após 6 meses de observação os autores verificaram que 89,3% dos dentes do grupo
experimental (técnica modificada) apresentaram-se com os selantes íntegros e
após 12 meses, em 85, 7% dos dentes, os selantes estavam intactos. Esses
resultados foram ligeiramente superiores aos observados como técnica
convencional. Verificou-se ainda, uma maior retenção de selantes na arcada
inferior, com ambas as técnicas empregadas. Os autores concluíram que o
fluoreto de sódio aplicado após o condicionamento ácido do esmalte não
interferiu na retenção do selante.
Neste
estudo, está incluída a pesquisa realizada "in vitro", onde pudemos
observar resultados muito semelhantes dos obtidos da técnica convencional e da
técnica modificada.
48 / 1989
SEGURANÇA
DA APLICAÇÃO TÓPICA DE FLÚOR EM GEL EM CRIANÇAS
N.A.
D'Angelo e J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
O uso do
flúor tem sido o procedimento pelo qual o processo de cárie dentária pode ser
controlado. No entanto, seu uso racional implica na sua utilização dentro de
limites de segurança quanto a sua toxicidade. Neste trabalho foi avaliada a
segurança da aplicação tópica de flúor em gel.
Foram
utilizados três produtos comerciais, marcas KERR, ORAL B e ODHCAM, contendo
respectivamente 1 ,25, 1 ,23 e 1,19% de íon flúor . Os géis foram aplicados em
14 crianças do sexo masculino, de 7-10 anos e pesando de 21-28 kg. Para as
aplicações foram utilizadas moldeiras apropriadas, tendo sido solicitado para
que as crianças cuspissem, durante 1 min. após a aplicação. A quantidade de íon
flúor aplicado, ingerido, excretado na urina e o da saliva foi determinada com
eletrodo específico.
Os
resultados mostraram que as crianças ingerem aproximadamente 30% de gel por
aplicação. A dose de flúor ingerido foi de 0,75 mgF-/kg de peso corporal das
crianças. A análise de flúor na urina revelou uma alta porcentagem de
aproveitamento (>90%). Observou-sena saliva, mesmo 1 h após a aplicação, uma
concentração de íon flúor 150 vezes maior que o basal.
Concluiu-se
que solicitando para o paciente cuspir exaustivamente a dose de íon flúor ingerido,
foi 7 vezes inferior à dose provavelmente tóxica (DPT = 5,0 mgF/kg).
49/ 1989
TÉCNICA DE
RÉPLICA PARA ESTUDOS ODONTOLÓGICOS ATRAVÉS DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA
M.A.L.
Souza; L.M.C. Harb;I'.S. Lauxen
Faculdade
de Odontologia -UFRGS
O objetivo
do presente trabalho é procurar estabelecer um recurso para realizar estudos
sobre cárie, sua progressão e redução "in vivo". Para tal, foram
selecionados dentes pré-molares extraídos por razões ortodônticas, com cáries
incipientes em proximal. Foram feitas moldagens com Xantopren Blue, uma
silicona de baixa viscosidade. Sobre estas moldagens foi vazado Durcupan ACM,
uma resina epóxica e Batson, um polímero de acrílico para efeito de comparação
da capacidade de reprodução de ambos.
O dente que
serviu de modelo, assim como suas réplicas foram então metalizados, analisados
e fotografados ao microscópio eletrônico de varredura.
Os
resultados obtidos, mostram que ambos materiais não só reproduzem os acidentes
anatômicos como também são capazes de evidenciar a microestrutura tecidual
relativa a prismas e regiões interprismáticas descalcificadas no decurso do
processo carioso, o que os torna adequados para os estudos propostos "in
vivo".
50 / 1989
TRATAMENTO
DE FRATURAS INSTÁVEIS DO COMPLEXO ZIGOMÁTICO ATRAVÉS DA TRANSFIXAÇÃO DE FIO DE
KIRSCHNER
J.G.C. Luz;
O. CriveIlo Jr.; M.K. Yamamoto
Faculdade
de Odontologia -USP
As fraturas
do malar e do arco zigomático, analisadas como fraturas do complexo zigomático,
podem ser tratadas por redução através de via percutânea, temporal ou
intrabucal. Uma vez reduzida, a fratura que se apresentar instável deverá ser
contida através de osteossíntese, fixação externa, tamponamento do seio maxilar
ou transfixação de fio de Kirschner. Complicações relacionadas ao método de
contenção podem ocorrer, tais como: parestesia persistente, afundamento do
osso, infecção no seio maxilar, fístula buco-sinusal e cicatriz palpebral.
Neste trabalho analisamos pacientes portadores de fraturas instáveis do
complexo zigomático, tratadas por via percutânea ou temporal associada à
transfixação de fio de Kirschner .
Os casos
foram estudados clínica e radiograficamente e classificados em relação à
localização da fratura e a presença de deslocamento e rotação do osso. Foram
anotadas a etiologia, a sintomatologia, o tipo de redução utilizado e os
resultados do tratamento. O resultado final foi considerado bom quando havia
simetria facial, movimentação normal da mandíbula e parestesia infra-orbital em
regressão, sendo considerado regular diante de assimetria discreta, parestesia
persistente e movimentação normal da mandíbula.
O fator
etiológico mais freqüente foi o acidente automobilístico, sendo a
sintomatologia principal o edema. A presença de deslocamento com rotação medial
foi a forma mais freqüente de afundamento. Não houve diferença estatisticamente
significante entre os lados comprometidos. A via percutânea foi mais freqüente.
A maioria dos casos foi classificada como resultado bom, havendo apenas 7 ,6%
considerado regular. Os dados levam à conclusão de que a transfixação com fio
de Kirschner trata-se de um método de contenção para fraturas instáveis do
complexo zigomático eficiente e isento de complicações.
51/ 1989
VASCULARIZAÇÃO
DO EMBRIÃO HUMANO COM MOLDES DE ACETATO DE VINILA
C.J.A.
Souza; L.S. Lima; L. G. Souza; H. H. Rodrigues
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
A
circulação fetal humana foi pouco estudada em moldes anatômicos de Vinilite por
ser difícil a obtenção de espécimes, além da injeção de plástico ser
freqüentemente realizada após fixação em formol.
Foram
colhidos embriões humanos de várias idades. A injeção de acetato de vinila foi
realizada por punção da artéria carótida e da veia jugular. Cores diferentes foram
injetadas para se obter contraste entre as estruturas estudadas.
O sistema
circulatório da cabeça mostra nítida moldagem das arté- maxilares, lingual,
faciais, temporais de interesse odontológico.
O sistema
circulatório da região toráxica e abdominal, incluindo órgãos anexos como rins,
supra-renais, fígado, pâncreas, pulmões, e o próprio coração e grandes vasos
pode ser reproduzido com fidelidade anatômica. Essa técnica permitiu de maneira
fácil, prática e de baixo custo, estudar detalhes da distribuição inclusive a
nível de microcirculação que são de grande importância para o estudo da
embriologia.
52 / 1989
VASCULARIZAÇÃO
E DRENAGEM DO RIM HUMANO COM MOLDES DE ACETATO DE VINILA
L.S. Lima;
L. G. Souza; H.H. Rodrigues; C.J.A. Souza
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Usando a
técnica de acetato de vinila os autores injetaram 10 rins humanos de cadáver
para avaliar, com finalidade didática, o sistema circulatório arterial e
venoso. A Vinilite foi dissolvida em acetona e injetada com seringa tipo Luer a
nível do hilo renal. O sistema de ductos coletores da urina foi também
avaliado, permitindo reconhecer o número e a forma anatômica de cálices
menores.
O acetato
de vinila ao qual pode ser incorporado um pigmento corante é uma técnica de fácil
execução e adequada para a moldagem proposta.
Além de
simples, prática e econômica, a moldagem do sistema circulatório e drenagem do
rim humano com acetato de vinila, expressa com fidelidade os detalhes
morfológicos, que vão de microscópicos moldes de delicadas estruturas como
capilares sanguíneos, até grandes modelos do sistema circulatório.
Através
desta técnica pode-se visualizar toda a complexidade do sistema circulatório de
um determinado órgão, possibilitando uma melhor compreensão da sua distribuição,
obtendo-se, assim, um método eficaz no ensino da anatomia.
53 / 1989
VERIFICAÇÃO
DO PADRÃO DE REATIVIDADE DA PROTEÍNA S-100 EM LESÕES NEURAIS BENIGNAS DE BOCA
F.D. Nunes;
L.E.B. Rosa; N.S. Araújo; V. C. Araújo
Faculdade
de Odontologia -USP
Os tumores
benignos de nervos periféricos da boca são mais comumente representados por
três entidades: neuroma traumático, neurofibroma e neurilemoma. O neuroma
traumático é considerado não um tumor na acepção do termo, mas uma tentativa de
reparação exagerada de um tronco nervoso, apresentando entre os elementos
celulares, axônios com revestimento de mielina, células de Schwann e
fibroblastos. O neurofibroma, apresenta um espectro de tipos celulares variando
de fibroblastos à células de Schwann. O neurilemoma procede quase
exclusivamente da célula de Schwann da bainha neural.
A despeito
da natureza comum dos tumores neurais periféricos, eles continuam a apresentar
problemas na classificação e nomenclatura, podendo-se estender estes problemas
ao diagnóstico histológico, onde chegam a apresentar quadros muito semelhantes.
Assim
propusemo-nos a estudar o padrão de distribuição da proteína S-100 nessas
lesões neurais, nos valendo de um anticorpo policlonal disponível comercialmente,
evidenciado pela técnica imunoenzimática da peroxidase-antipero- xidase (PAP).
Foram
estudados 5 casos de cada entidade, pertencentes aos arquivos do Serviço de
Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP. O neurilemoma
apresentou positividade principalmente nas áreas Antoni A, com uma distribuição
difusa no tipo Antoni B. O neuroma traumático exibiu positividade para todos os
elementos neurais, exceto para as células periféricas do feixe nervoso. Dois
casos de neurofibroma foram negativos, mostrando os restantes marcação
positiva, embora com um número relativo de células negativas, o que parece
justificar a hipótese de diferentes elementos constitutivos.
54 / 1989
A VIMENTINA
COMO MARCADOR DA CÉLULA MIOEPITELIAL TUMORAL EM GLÂNDULAS SALIVARES
V. C.
Araújo;S.C.O.M. Souza; M.H. C. Gallottini; N.S. Araújo
Faculdade
de Odontologia -USP
O papel da
célula mioepitelial nos tumores de glândula salivar tem sido investigado por
diversos autores e a busca de uma técnica que permita identificá-la tem sido
incessante. Sabe-se que a microscopia de luz em HE ou colorações especiais e
mesmo a microscopia eletrônica de transmissão, na maioria das vezes falham em
identificar esta célula nas neoplasias, onde usualmente aparece sob for- mas
indiferenciada e modificada.
A
imunohistoquímica tem mostrado ser um método mais eficaz na identificação
destas células. Neste campo, vários antígenos têm sido propostos como
marcadores da célula mioepitelial tumoral-proteína S-100, queratina, actina,
miosina e desmina. A vimentina foi mostrada marcando a célula mioepitelial
tumoral no adenoma pleomórfico e no carcinoma adenóide cístico.
No presente
estudo, utilizamos 36 neoplasias benignas e malignas de glândula salivar,
pertencentes aos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da FOUSP, nos quais
a participação da célula mioepitelial tem sido postulada, com o objetivo de
pesquisar a presença da vimentina. Dos tumores já emblocados em parafina foram
obtidos cortes de 3 µm que foram submetidos à técnica da peroxidase-
antiperoxidase. O anticorpo antivimentina foi utilizado na diluição de 1 :200,
overnight, à temperatura ambiente. Aminoetilcarbazol foi o agente cromogênico
usado.
Nossos
resultados mostraram positividade para a vimentina em todos os tumores estudados
mostrando ser a vimentina um excelente marcador da célula mioepitelial tumoral
e um dos indicadores iniciais da diferenciação neoplásica da célula
mioepitelial.
Pesquisa
subsidiada pela FAPESP -Proc. n.o 87/0236-3.
PROJETOS
55 / 1989
AVALIAÇÃO
DA CLÍNICA ODONTOLÓGICA DA BARRAGEM SANTA LÚCIA -IMPACTO DA CLÍNICA
H. H.
Paixão;J.H.L. Amaral;Z.A. Silva;M.P.S. Silva;L.G. Fonseca;R.M.T. Sobral
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A proposta
deste trabalho foi avaliar o impacto da Clínica Odontológica Extra-Muros da
Fac. de Odontologia da UFMG, situada em área de favela, no período de 1981 a
1986. Os objetivos levantados referem-se à descrição do grau de envolvimento e
expectativa da comunidade atendida com relação à clínica, descrição dos principais
problemas de saúde oral da comunidade e verificação do impacto do serviço de
saúde oferecido à comunidade.
Para a
investigação foram realizadas entrevistas através da aplicação de formulários
em 549 domicílios distribuídos em 5 regiões da comunidade e entrevistas com 8
grupos organizados.
Como
resultados preliminares podemos citar que o grupo familiar predominante da
comunidade é composto por pai, mãe e filhos com uma densidade de 5,7
habitantes/domicílio. Com relação à resolução dos problemas de saúde
predominantemente procuram médico e utilizam chá caseiro. Quanto aos problemas
orais vão ao dentista e utilizam medicamentos, simpatia e recursos caseiros. As
pessoas que têm conhecimento e envolvimento com a clínica, e que conseguiram
atendimento dentário residem nas regiões próximas a esta.
Concluiu-se
também que a demanda por tratamento dentário é relatada por 2,5
habitantes/domicílio enquanto que a cobertura da clínica atingiu 1 ,6
habitante/domicílio.
56 / 1989
CARACTERIZAÇÃO
DO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PRESTADO AOS ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE
1º GRAU - BELO HORIZONTE
M.C. R.
Viana
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Foi
investigada através de questionários e de entrevistas durante exame clínico a
realidade do atendimento nas escolas. a partir das opiniões e informações de
dentistas (24), pessoal auxiliar (18), representantes da escola (17) e crianças
(880).
Evidenciou-se
pouca interação entre dentistas, escolas e pacientes e seus familiares; o
relacionamento e a confiança são elementos importantes para a escola e pessoal
auxiliar, mas não são citados como fator que interfira nos resultados do
tratamento pelos dentistas. Este aspecto é confirmado pelas crianças, das quais
81% não conhecem o nome do dentista que as atendeu.
Os profissionais
informam concentrar os esforços de atendimento nas faixas etárias compulsórias;
37,5% informam atingir a cobertura de apenas 20-50% dos escolares em
manutenção. Demonstram pouca aderência à padronização de técnicas. As
atividades do pessoal auxiliar também são diferentes, variando de acordo com
seu treinamento e função.
As escolas
participam pouco do serviço odontológico local, mas se sentem responsáveis,
pelo menos em parte, pela manutenção do serviço, contribuindo inclusive
financeiramente. Consideram, em 52% dos casos os serviços satisfatórios, mas
questionam a resolutividade, principalmente quanto aos dentes decíduos e aos
problemas que exigem referência a níveis mais complexos de cuidados.
Em conclusão,
a prática local do sistema incremental diverge das normas técnicas
estabelecidas e estas, por sua vez, atendem apenas parcialmente às expectativas
das escolas.
57 / 1989
CLÍNICA
ODONTOLÓGICA DO HOSPITAL DA BALEIA
M.A.
Furquim Werneck; M. Vasconcelos; M.D. Martins; M. Faria; J.H. L. Amaral; M.C.
R. Viana; E.F. Ferreira
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Decorrente
de um convênio firmado entre a Faculdade de Odotologia da UFMG e o Hospital da
Baleia -Fundação Benjamim Guimarães, esta Clínica Odontológica é a primeira
experiência clínica, extramural, curricular, de Odontologia Hospitalar
implementada na FOUFMG.
A
elaboração do Projeto, a implantação e viabilização do mesmo, bem como o
documento de Avaliação, foram de total responsabilidade da EQUIPE DE CLÍNICA do
Departamento de Odontologia Social e Preventiva da FOUFMG.
Sua
importância fundamenta-se nos seguintes aspectos: -ser uma Clínica de
Integração Docência-Serviço;
-ser uma
proposta de Odontologia Hospitalar;
-possuir
grande potencial de transformação didático-pedagógica;
-estimular
o crescimento do conhecimento científico -pesquisa apropriada;
-provocar a
transformação do atendimento e do serviço de triagem, a partir dos cuidados
primários de saúde e o Sistema de Referência.
A opção do
atendimento recaiu sobre os pacientes em tratamento no setor de Ortopedia
Infantil, os funcionários do Hospital e seus dependentes diretos e os pacientes
oriundos do setor ambulatorial, em caráter de urgência para complementação de
tratamento médico, clínico ou cirúrgico.
As
atendentes foram capacitadas em curso teórico-prático proposto elaborado e
executado pelos professores do Departamento de Odontologia Social e Preventiva.
O modelo de
atendimento proposto é o de Atenção Primária, devendo ser complementado por um
Sistema de Referência e Contra-Referência junto à Faculdade de Odontologia e a
outras Instituições do Sistema Público de Saúde, uma vez que a Fundação
Benjamim Guimarães mantém convênio com o INAMPS-SUS.
O
atendimento, em equipe, é realizado por alunos do 7º período, auxiliados por
alunos do 5º período e sob a supervisão-orientação de dois professores.
Paralelamente
ao tratamento clínico-preventivo, os alunos do 4º período executam um programa
exclusivamente preventivo abrangendo somente os internos.
Foram
elaborados fichas e documentos para facilitar o encaminhamento de pacientes
junto ao Hospital e à Faculdade.
Por fim,
cabe destacar alguns problemas, de natureza diversa, e que constituíram
barreiras em determinados momentos do funcionamento da clínica. São eles:
-Equipamento
antigo; instalação precária; dificuldades de manutenção e reposição.
-Material
de consumo em pequena quantidade e, às vezes, de má qualidade. Problema
constante na UFMG.
-Dificuldades
na integração multiprofissional no Hospital da Baleia.
-Inadequação
do horário de aulas nos setores intra e extramuros.
-Ingerências
da Administração do Hospital, relocando funcionários da clínica ou não
cumprindo compromisso quanto ao técnico de equipamentos.
-Não
efetuação de um Sistema de Referência e Contra-Referêncía com a Faculdade de
Odontologia ou outras Instituições Públicas de Saúde.
Ressalta-se
que, por outro lado, foram estes problemas, um constante desafio, verdadeiras
molas propulsoras no sentido da transformação necessária a esta prática.
58 / 1989
INTEGRAÇÃO
DE HÁBITOS E CONHECIMENTOS DE SAÚDE BUCAL POR PRÉ-ESCOLARES
M.
Vasconcelos; E.F. Ferreira; R.M. T. Sobral
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Justificativa:
Esse
projeto visa medir os resultados e acompanhar o desenvolvimento e a
incorporação de hábitos a partir de um programa de Prevenção e Educação para
Saúde Bucal realizado com pré-escolares.
Sabemos que
essa faixa etária não é priorizada nos programas institucionais de Saúde Bucal.
A atenção odontológica especifica a faixa etária de 7-14 anos, quando as
necessidades de tratamento se acumulam, advindas de uma demanda não coberta nas
idades de 0-6 anos.
Acreditamos
que, ao atuar na pré-escola, introduziremos práticas de saúde bucal, de forma
integrada com as demais ações de saúde que compõem o conjunto de atividades já
desenvolvidas nas pré-escolas, visando nas crianças hábitos e um aprendizado em
saúde bucal.
Objetivo
Geral:
Avaliar os
resultados relacionados às atividades de saúde bucal em pré-escolares de um
programa de Prevenção e Educação em Saúde.
Objetivos
Específicos:
-Experimentar
técnicas de motivação.
-Introduzir
práticas de Saúde Bucal nas diversas faixas etárias.
-Conhecer a
capacidade das crianças para aquisição de hábitos em Saúde Bucal de acordo com
a faixa etária.
Metodologia:
-Medir
através do I HO-S (amostragem) a redução de placa bacteriana no programa de
auto-cuidado I HO-S -março/setembro -período 2 anos.
-Treinar as
crianças e monitoras, em técnicas de limpeza bucal.
-Aplicar
questionários, para avaliação do programa, a monitores pais/coordenadoras das
creches -início/fim do programa -período de 2 anos.
59 / 1989
OS LIMITES
DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO PARA SAÚDE EM CRECHES
- RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
E.F.
Ferreira; M. Vasconcelos; M. T. Sobral
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Para
execução deste trabalho, partimos de questionamentos sobre o que pode e/ou deve
ser feito em creches, com relação a programas de prevenção e educação para
saúde, com utilização dos próprios recursos humanos da escola.
Por
estarmos implantando um projeto multidisciplinar de extensão nas creches da
UFMG, com programas de prevenção e educação para saúde, nossa análise será
feita nestas creches.
Objetivo
Geral:
Avaliar a
viabilidade da execução de um programa de educação para saúde numa creche.
Objetivos
Específicos:
1 -Avaliar
o desempenho dos professores de uma creche, no desenvolvimento do
programa.
2 -Avaliar
o desempenho dos demais Recursos Humanos da creche, no desenvolvimento do
programa.
3 -Avaliar
a necessidade e possibilidade de utilização/adequação do espaço físico da
creche para o programa.
4 -Avaliar
a incorporação do programa na rotina de uma creche.
Metodologia:
1
-Observação/relatórios sobre:
1.1.
Desempenho dos professores.
1.2.
Adequação do conteúdo nas práticas pedagógicas da creche.
1.3.
Adequação/utilização do espaço físico.
2 -Análise
de relatórios:
2.1.
Reuniões quinzenais da equipe de odontologia.
2.2.
Reuniões mensais da equipe multidisciplinar .
3
-Questionário/entrevista :
3.1.
Diagnóstico de conhecimento e hábitos em saúde oral.
3.2.
Avaliação/sugestões
4
-Relatório de atividades -volume do realizado:
4.1. Atividades integradas.
4.2.
Atividades específicas.
60 / 1989
A
ODONTOLOGIA INTEGRANTE DE UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NUM PROGRAMA DE PREVENÇÃO
E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE - RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
R.M. T.
Sobral; E.F. Ferreira; M. Vasconcelos
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Histórico:
- Equipe
Multidisciplinar: Professores das Faculdades: Medicina, Enfermagem,
Odontologia, Educação Física e Profissionais das Creches.(psicólogos e
pedagogos). .
-Elaboração
do Programa de Prevenção e Educação para a Saúde com Pré- Escolares.
Objetivos:
Acompanhar
e conhecer as facilidades e os entraves da integração da odontologia em uma
equipe multidisciplinar com relação a:
- Objetivos
e metas do programa.
-
Desenvolvimento e operacionalização.
- Avaliação
do alcance das metas e ajustes necessários.
- Demandas
específicas de outras áreas para a Odontologia e vice-versa.
-
Treinamento de recursos humanos.
Metodologia:
As
observações e participação serão realizadas através de:
- Reuniões
mensais da equipe multidisciplinar .
- Reuniões
quinzenais da equipe de Odontologia.
-
Seminários Anuais de Avaliação do Programa.
-
Relatórios.
61 / 1989
O TRABALHO
DE EDUCAÇÃO PARA SAÚDE E PREVENÇÃO EM ODONTOLOGIA, DENTRO DE UMA EQUIPE MUL
TIDISCIPLINAR - RELATO DE EXPERIÊNCIA
E.F.
Ferreira; M. Vasconcelos; R.M.S. França
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Este
projeto surgiu da necessidade de um acompanhamento sistematizado em um trabalho
de extensão (Projeto Interdisciplinar de Saúde e Educação em Creches) realizado
por professores e alunos da UF MG, nas creches desta instituição.
Objetivos:
Acompanhar
e conhecer as facilidades e entraves da integração de profissionais de
odontologia em uma equipe multidisciplinar, com relação a:
1.
Objetivos e metas de um programa de educação para saúde e prevenção.
2.
Desenvolvimento e operacionalização de trabalho.
3.
Avaliação das metas de programa e ajustes necessários para o prossegui. mento
do programa.
Metodologia:
1. Análise
das entrevistas de diagnóstico com professores e direção das creches.
2. Análises
das reuniões de avaliação de equipe já previstas no trabalho de extensão.
3. Análise
das entrevistas de avaliação com professores, direção das creches e membros da
equipe.
FORUM CIENTÍFICO
63 / 1989
COMPROVAÇÃO
PELA MUTACINOTIPAGEM, DA TRANSMISSIBILIDADE INTRAFAMILIAL DE STREPTOCOCCUS DO
"GRUPO MUTANS"
R. V.P. Azevedo
Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP
Foram
selecionadas e examinadas 22 famílias residentes no perímetro urbano da cidade
de Ribeirão Preto -SP, de diversos níveis sócio-econômicos, constituídas, além
dos pais, pelo menos por dois irmãos, sendo que um deles, quando da primeira
colheita de material, não deveria apresentar irrompimento de qualquer um dos
dentes.
O grupo de
estudo foi constituído de 112 indivíduos, compondo um total de 135 materiais a
serem analisados, 111 placas dentais e 24 raspados gengivais.
Dentre as
397 cepas de estreptococos isoladas, a maioria foi identificada como da espécie
S. mutans (48,61%); as espécies S. cricetus e S. rattus foram as que se
seguiram com maior freqüência, 25,94% e 20, 15%, respectivamente.
Quando submetidas à bacteriocinotipagem
frente à 15 cepas indicadoras de diferentes espécies, verificamos que em todas
as famílias, exceto uma, mais de um tipo de padrão bacteriocinogênico foi
encontrado, sendo que dois ou
mais de
seus membros compartilhavam de cepas semelhantes.
A
freqiiência de mutacinotipos similares num grupo familial comprovou a
transmissão intrafamilial dos estreptococos bucais, não se caracterizando a mãe
como a mais provável fonte de infecção, por também terem sido detectados na
cavidade bucal dos demais membros do grupo familial.
64 / 1989
ESTUDO DAS
VARIAÇOES DIMENSIONAIS LINEARES HORIZONTAIS E VERTICAIS DOS SEIOS MAXILARES,
COM O EMPREGO DAS RADIOGRAFIAS PANORAMICAS (ELIPSO E ORTOPANTOMOGRAFIAS)
J.B. Cahali
Faculdade
de Odontologia -USP
Exames
radiográficos panorâmicos têm sido usados para estudar estruturas anatômicas
vizinhas à área dento-alveolar, especificamente aquelas dos seios maxilares.
Sabe-se da constante preocupação dos radiologistas em dimensionar , o mais
exato possível, as estruturas anatômicas, que são ampliadas e/ou distorcidas
nas diferentes técnicas radiográficas usadas para o estudo dos seios maxilares.
Foram
utilizados vinte e cinco (25) pacientes adultos, de ambos os sexos, e
empregados os seguintes métodos radiográficos extrabucais: póstero-anterior ou
projeção de Waters e a técnica radiográfica panorâmica nos sistemas
elipso-pantomográfico (Panex E) e ortopantomográfico (Orthoceph 5). Foram
executados traçados pantomográficos sobre decalques feitos em papéis vegetais,
e constaram de 1 -Linha horizontal superior, 2- Linha horizontal inferior e 3
-Linha vertical. Os dados obtidos através das mensurações foram submetidos a
análise de variância, seguida, quando necessário, do dado de comparação
múltipla de Tuckey.
As
mensurações lineares horizontais e verticais dos seios maxilares, obtidas nas
condições em que esse trabalho foi realizado mostraram que:
1- Houve
variação estatisticamente significante entre os resultados obtidos com o
emprego das técnicas pantomográficas em um mesmo paciente.
2- As mensurações lineares horizontais e
verticais dos seios maxilares à direita e à esquerda da cabeça do paciente
demonstraram existir simetria radiográfica, quando do emprego das técnicas
radiográficas utilizadas.
3 - Na escolha de um ou outro aparelho
pantomográfico ("Panex E" ou "Orthoceph 5"), deve-se
considerar a maior ou menor ampliação radiográfica que haverá na projeção
horizontal ou vertical, dos seios maxilares.
65 / 1989
INTERAÇÃO
DE LECTINAS DE SEMENTE DE JACA (ARTOCARPUS INTEGRIFOLIA) COM GLICOPROTEÍNAS DA
SALIVA E SORO HUMANO
C.P. Costa
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Léctinas
são proteínas que se ligam a açúcares específicos de macromoléculas. Foram
descritas inicialmente em plantas, porém de outras fontes já foram isolados
como bactérias animais e até mesmo mamíferos. As lectinas apresentam várias
propriedades como hemaglutinação, aglutinação de bactérias, protozoários,
leucócitos, estímulo mitogênico para linfócitos e entre outras a reação e
precipitação de glicoproteínas, incluindo imunoglobulinas.
As
glicoproteínas constituem um grande grupo de substâncias presentes na saliva e
soro, dentre elas a imunoglobulina A. Tem sido descrito que lectina de semente
de jaca reage com IgA presente no soro e secreções humanas.
Neste
trabalho procuramos verificar se a lectina de semente de jaca, específica para
galactose, reagia com imunoglobulina A, salivar, e se era específica para esta
glicoproteína, comparado as reações com as glicoproteínas do soro. Através de
técnicas de dupla difusão em gel de agarose, eletroforese em gel de agarose e
poliacrilamida, com saliva e soro deficiente em imunoglobulina A, verificamos
que esta lectina reage com outras glicoproteínas da saliva e do soro além da
imunoglobulina A.
Após o
fracionamento do extrato bruto de semente de jaca, por cromatografia de
afinidade em agarose-D-galactose, verificamos a existência de outra lectina
neste extrato, não específica para galactose, com atividade precipitante para
várias proteínas do soro humano.
66 / 1989
RESINA
COMPOSTA EM DENTES POSTERIORES - APRESENTAÇÃO DE UMA NOVA TÉCNICA DE
RESTAURAÇÃO
0.8.
Oliveira Júnior
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Para que o
cirurgião-dentista possa devolver a um dente sua forma anatômica original,
muitas vezes tem necessidade de esculpir a restauração diretamente na boca do
paciente, e nem sempre este ato operatório é conseguido com facilidade.
Na
tentativa de facilitar a técnica e realizar com maior segurança as restaurações
dos dentes posteriores com resina composta, devolvendo sua forma e funções originais,
de restauração que se diferencia por utilizar como matriz um cimento cirúrgico
fotoativado, que além de oferecer resultados clínicos satisfatórios, tem
mostrado ser uma técnica simples, fácil, rápida e econômica.
O autor
concluí que:
1 - A utilização
desta técnica facilitou a reprodução da forma anatômica do dente.
2 -
Propicia ganho de tempo e economia.
3 - Ainda
necessita novas pesquisas.
67 / 1989
RESISTÊNCIA
À CORROSÃO DE QUATRO SISTEMAS DE LIGA PARA AMALGAMA EM RELAÇÃOÀ CONTAMINAÇÃO E
A DIFERENTES TIPOS DE ACABAMENTO SUPERFICIAL (ESTUDO "IN VITRO")
P. E. Capel
Cardoso
Faculdade
de Odontologia -USP
O autor
analisa a corrosão de restaurações de amálgama realizadas em dentes humanos
extraídos, tendo como variáveis o tipo de liga (quatro marcas pertencentes a
sistemas diferentes). a contaminação com saliva humana durante a condensação.
tipo de acabamento superficial (esculpido. brunido e polido) e meio corrosivo
(água destilada. NaO e Na2S).
Foram
tiradas fotografias em preto e branco, onde se analisou a textura superficial
das restaurações. classificando-as de acordo com o grau de corrosão.
Após a
análise estatística dos dados. usando teste não paramétrico de Krushal-Wallis,
ficou evidenciado que:
- o banho
de NaCI se mostrou mais agressivo quanto à corrosão quando comparado ao Na2S;
- o banho de Na2S atacou de maneira uniforme as
superfícies das restaurações, não apresentando diferenças dentro das variáveis
estudadas;
-com
exceção da liga Dispersalloy, as composições ricas em cobre obtiveram
melhor
desempenho do que a liga convencional, quando submetidas ao banho de NaCI ;
- as superfícies tratadas diferentemente
(esculpidas. brunidas e polidas) não apresentaram diferença quanto ao índice de
corrosão nos banhos de NaCI e Na2S;
- não houve
diferenças entre os índices de corrosão superficial de ligas contaminadas com
saliva durante a condensação e as não contaminadas.
TEMAS
LIVRES
69/ 1989
AMÁLGAMA
DENTAL: ESTUDO DE SUA MICRODUREZA EM FUNÇÃO DO USO DE VERNIZ CAVITÁRIO, DO
TEMPO E DIVERSOS REFERENCIAIS
L.E.
Bolsoni & D. Vinha
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
O uso de
vernizes cavitários sob restaurações a amálgama determina a diminuição da
emissão residual de mercúrio na interface, o presente estudo IU- põe que esta
diminuição dos vapores de mercúrio possa determinar uma m8ior concentração do
mesmo nas margens, e assim maior concentração de fase gama 1 . gama 2 nessa
região, podendo produzir um acréscimo no processo de fratura marginal. Foram
confeccionadas duas cavidades em cada um dos oito molares, uma foi usada como
controle e outra utilizou-se duas demãos de verniz copal, foi feito um corte
longitudinal dos dentes após 24 horas e medidas a microdureza VICKERS nas
margens e centro das restaurações neste tempo e também após 168 horas da
condensação. O verniz cavitário determinou a diminuição da microdureza de
margens da restauração a amálgama, enquanto que no centro das restaurações não
houve interferência da microdureza. Nas margens, também, foi encontrada uma
microdureza menor que no centro da restauração. O fator tempo foi diretamente
proporcional com os resultados de
microdureza..
70 / 1989
ANÁLISE
COMPARATIVA DOS ÍNDICES DE RIGIDEZ DE CONES DE GUTA-PERCHA ESTANDARDIZADOS DE
DIFERENTES PROCEDÊNCIAS
A.C.
Bombana & P.R. Pugliesi
Faculdade
de Odontologia -USP
Com
freqüência relativamente elevada o dentista defronta-se com problemas no
momento de promover a adaptação do cone mestre de obturação ao nicho apical
cirurgicamente criado durante a fase de preparo do canal.
Clinicamente
percebe-se existirem diferenças no manuseio de cones de guta-percha
estandardizados em função de suas procedências.
Assim
constitui proposta do presente trabalho comparar quatro diferentes marcas
comerciais entre si no intuito de avaliar seus índices de rigidez.
Para tanto
foram selecionados 120 cones estandardizados dos n.Os 30, 50 e 80 (40 unidades
para cada número) , das marcas Kerr, Dentsplay, Tanarí e Maillefer. Cada número
de cone constituiu um grupo de estudo onde eram analisadas 10 unidades de cada
marca.
Os ensaios
de flexão foram desenvolvidos em aparato formado por uma haste horizontal cuja
porção média prendia-se a outra haste vertical, à semelhança da travessa
horizontal de uma balança de pesos.
Em uma das extremidades
da haste existia uma garra de apreensão onde fixava-se o cone de guta-percha
experimental deixando-se apenas 16 mim do mesmo para fora da garra. Acima da
garra de apreensão existia um receptáculo onde eram depositados pesos de
valores previamente conhecidos. Na parte superior da porção média da haste
existia um ponteiro de curso livre que acompanhava os movimentos da mesma
granduando-os em escala de 0-70°. Estando o ponteiro em 0°, o aparato nivelado
e a temperatura ambiente a 20oC o cone experimental era sujeito às cargas até o
ponteiro da escala acusar 70°. Os resultados assim obtidos foram submetidos a
análise estatística (variância e teste Tuckey) permitindo as seguintes
conclusões:
1. Existem
diferenças estatisticamente significantes nos índices de rigidez entre as
quatro marcas estudadas.
2. Para os
cones de n.o 30 os mais rígidos foram os da marca Tanarí, seguidos dos da
Dentsplay, Kerr e Maillefer.
3. Para os
cones de n.os 50 e 80 os resultados foram iguais classificando-se como mais rígidos
os cones da Tanarí, seguidos pelos da Maillefer, Dentsplaye Kerr.
71 / 1989
ANÁLISE DAS
PROPRIEDADES ANTIINFLAMATÓRIAS DAS DROGAS: INDOMETACINA, BUTAZONA, CLINORIL,
NAPROSIN, BENFLOGIN E INFLARIL NA FORMAÇÃO DE MACRÓFAGOS E DAS CÉLULAS GIGANTES
EM GRANULOMAS EXPERIMENTAIS
N. AlIe & S.A. Catanzaro Guimarães
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
A
persistência do agente flogógeno no foco inflamatório estimula a atividade
proliferativa celular caracterizando a exsudação de células mononucleares associada
também à contínua destruição dos granulócitos neutrófilos, alterando
substancialmente o caráter celular do exsudato mostrando uma constituição
morfológica predominantemente de linfócitos e macrófagos definindo o processo
inflamatório crônico.
Para a
análise do efeito antiflogístico das drogas antiinflamatórias não Bsteróides:
Indometacina, Butazona, Clinoril, Naprosin, Benflogin e Inflaril, na inflamação
crônica, utilizamos como modelo experimental, a implantação no tecido
subcutâneo de ratos nos períodos de 3, 12 e 18 dias de lamínulas de vidro que,
sendo irritante, de baixa intensidade, acaba por desenvolver uma reação
inflamatória crônica inespecífica do tipo granulomatosa. Neste modelo de
inflamação crônica as células predominantes são os macrófagos e as células
gigantes. A elevada concentração de macrófagos em nível deste foco inflamatório
depende do recrutamento, proliferação, mobilização e ativação destas células.
Pelos
resultados podemos concluir que a maior proporção de células gigantes ao lado
de um menor fluxo de macrófagos induzindo por drogas, representaria uma ação
antigranulomatosa, uma vez que havendo diminuição do fluxo de macrófago no foco
inflamatório crônico, o granuloma se autolimitaria.
Esses
resultados indicaram uma diminuição significativa de macrófagos nos animais
tratados com Indomemcia, Butazona, e o Clinoril nos três períodos de observação
e uma diminuição em menores proporções com o Naprosin, o Benflogin e o
Inflaril.
Os
granulomas produzidos experimentalmente revelaram que a Indometacina, a
Butazona e o Clinoril foram as drogas que mais estimularam a formação de
células gigantes. No entanto, o Naprosin, o Benflogin e o Inflaril aparecem com
atividade menor na estimulação e formação de policariontes de macrófagos.
72 / 1989
ASPECTOS
ULTRAESTRUTURAIS DA SECREÇÃO EFETUADA PELOS AMENOBLASTOS DE GERMES DENTAIS DE
RATOS
A. W
Almeida; M. L.P. Almeida; D. T. Lima
CEBEM -
Universidade Federal de Uberlândia
O corpo
celular do ameloblasto comanda a síntese do material orgânico que é lançado no
meio extracelular, para que este venha a transformar-se em esmalte. Admite-se
que a célula trabalhe, promovendo sínteses e reabsorções que 56.0 evidenciáveis
particularmente no polo apical ou secretor. O processo de mineralização só ocorre
se houver uma matriz orgânica especialmente elaboração para tal finalidade e,
provavelmente, com características específicas.
Em nossos
achados ultra-estruturais, observamos que os ameloblastos portadores de
processos de Tomes, mostram material orgânico secretado em grande quantidade e
acumulado nos espaços intercelulares do polo secretor das células. Este
material é acumulado sob a forma de massas granulosas que estão ladeadas pelas
membranas citoplasmáticas de ameloblastos adjacentes, Incorporadas às membranas
ou em suas proximidades, observamos múltiplas vesículas revestidas (coated
vesicles) repletas de material que se assemelha morfologicamente às áreas
granulosas.
O
revestimento superficial destas vesículas, apresenta aspecto morfológico característico
e conta provavelmente com a presença da proteína clatrina, o que conferiria um
mecanismo de retorno a tais vesículas. Microtúbulos são encontrados nas
proximidades das mesmas, particularmente nos locais onde estas aproximam- se
dos perfís de aparelhos de Goigi, com os quais parecem manter algum tipo de
contato.
Na direção
da frente de mineralização, os agregados de grânulos das massas intercelulares
parecem mostrar uma disposição fibrilar com maior densidade eletrônica.
Admitimos que sobre tais fibrilas haverá a deposição ulterior dos cristais
minerais. Interpretamos nossos achados como indicativos da presença de um molde
previamente estabelecido pelo material grânulo-fibrilar, sobre o qual seriam
depositados os cristais minerais.
As
vesículas revestidas, encontradas em quantidade no polo secretor ao nível da emergência dos processos de T ames,
não foram observadas no interior dos mesmos.
73 / 1989
ATIVIDADE
ANTIMICROBIANA DE FÁRMACOS COADJUVANTES DA INSTRUMENTAÇÃO DE CANAIS RADICULARES
M.L.F. Menin* & L.L. Bammann**
* Curso de Pós-Graduação em Endodontia -UFPEL
**
Instituto de Biologia -UFPEL
O propósito
desta investigação foi avaliar a atividade antimicrobiana de fármacos
utilizados como auxiliares na instrumentação de canais radiculares infectados.
Os fármacos, testados "in vivo" e "in vitro", foram
hipoclorito de sódio a 1% (solução de Milton), ácido cítrico a 25%, ácido
cítrico a 50%, hipoclorito de sódio a 1% + ácido cítrico a 25% e hipoclorito de
sódio a 1% + ácido cítrico a 50%, utilizando-se água destilada estéril como
controle. Invariavelmente, os testes de 1itividade e controle foram efetuados
em "Fluid Thioglycollate Medium" (BBL), com incubação em ambiente de
aerobiose.
No estudo
"in vivo", foram selecionados dentes unirradiculares infectados, com
exame bacteriológico positivo. Subseqüentemente, os canais eram tratados
segundo técnica endodôntica de rotina e instrumentados com auxílio das
substâncias-testes, quando, então, seu estado bacteriológico era novamente
avaliado; esta avaliação era feita através de duas outras colheitas,
respectivamente, logo após (ação imediata) e decorridas 48 horas (ação mediata)
do tratamento químico- mecânico.
Os
resultados obtidos sugerem um maior efeito antimicrobiano das associações
testadas, em comparação às substâncias testadas isoladamente.
No estudo
"in vitro", a ação antimicrobiana das substâncias foi avaliada
diretamente. Assim, era procedida a contaminação experimental de pontas
absorventes em suspensões microbianas, com posterior exposição das mesmas às
substâncias-testes, durante 5 e 10 minutos; neste estudo, foram utilizados,
como microrganismos indicadores, S. mutans, S. sobrinus, S. salivarius, S.
faecalis, S. aureus, S. epidermidis, B. subtilis, E. coli e C. albicans.
Os dados
referentes à ação direta sugerem que O hipoclorito de sódio a 1%, isoladamente
ou em associação, apresenta um amplo\espectro de ação, enquanto as soluções de
ácido cítrico possuem ação variável, em função do microrganismo indicador
considerado e do tempo de exposição experimentado.
74 / 1989
AVALIAÇÃO
ANATÔMICA DE INTERESSE CLÍNICO ENDODÔNTICO, EM RAIZES MESIO-VESTIBULARES DE
MOLARES SUPERIORES "IN VITRO"
I.C.
Froner; C.J.A. Souza; S. Siéssere; J.C.G. Biffi
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
A presença
de dois canais na raiz mesio-vestibular ocorre em mais de 50% dos casos (HESS,
1921), porém clinicamente esse percentual nem sempre é alcançado (SEIDBERG.
1973). O propósito deste estudo foi de avaliar sob o ponto de vista morfológico
o início do canal radicular ao nível do assoalho da câmara pulpar, procurando
justificar as dificuldades clínicas em detectar o quarto canal, comum a esse
dente.
Foram
utilizados 100 (cem) dentes molares superiores (1.º e 2.º). A raiz
mesio-vestibular foi separada e radiografada nos planos M-D e V-L, em seguida
foram incluídas em acrílico e seccionadas com disco de diamante sob jato de
água. Procurou-se retirar três fatias transversais de 1 mm cada a partir do
assoalho da câmara pulpar.
Esse
procedimento permitiu o estudo da anatomia do canal radicular a um nível
estratégico para a detecção do quarto canal, bem como para a documentação de
todos os casos.
O resultado
da análise das variações anatômicas a esse nível, justificou em aproximadamente
20% dos casos, a dificuldade clínica na localização do quarto canal.
75 / 1989
AVALIAÇÃO
CLÍNICA DO TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PACIENTES PORTADORES DE FERIMENTOS POR ARMA
DE FOGO NA REGIÃO FACIAL
W.A. Jorge;
M.M. Soares; M.M. Gouveia
Faculdade
de Odontologia e Hospital Universitário -USP
Dada a alta
freqüência atual de ferimentos por arma de fogo na região facial, e a
controvérsia existente sobre o tratamento adequado, os autores fazem no
presente trabalho uma avaliação a fim de estabelecer uma padronização no
atendimento de urgência nos pacientes vitimados por este tipo de ferimento.
Foram
utilizados pacientes que deram entrada no P.S. do Hospital Universitário -USP,
apresentando características comuns que nos levaram a determinar as condutas
emergenciais: desobstrução das vias aéreas superiores com remoção de corpos
estranhos, coágulos, controle de edema, entubação ou traqueostomia; manobra de
hemostasia (pinçagem e ligadura dos vasos atingidos); adequadarlimpeza da
ferida, desbridamento, drenagem da área afetada, estabilização dos fragmentos
ósseos pela fixação intermaxilar (aguardando o 2º T.O.); medicação
antitetânica, antibioticoterapia, analgésicos e antiinflamatórios e hidratar o
paciente em perdas de volumes consideráveis.
A ação
mecânica do projétil em relação aos tecidos ósseos - presença de fraturas
cominutas que contra-indicam a cirurgia, imediata e tentativa de retirada do
projétil e em relação aos tecidos moles promove a presença de edema, hematoma e
ação necrótica sobre os tecidos, quando de ferimentos contaminados.
As
complicações advindas do FAF facial verifica-se quando da perda de substâncias,
contaminação do ferimento, nas lesões de estruturas nobres tais como nervos,
glândulas e seus canais acessórios, comunicação buco-sinusais e consolidações
viciosas.
Os
resultados atingidos, nos levam a concluir que realmente as normas aplicadas
são eficazes guardando contudo a especificidade de cada caso.
76 / 1989
AVALIAÇÃO
CLÍNICA DO TRATAMENTO CIRÚRGICO DO GRANULOMA CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES
WA. Jorge;
R. Martins; C. V. Salgado;A.F. Schulz
Faculdade
de Odontologia e Hospital Universitário -USP
Dada a
controvérsia sobre o tratamento a ser instituído em Granuloma Central de
Células Gigantes, os autores no presente trabalho, apresentam a terapêutica
cirúrgica instituída e a evolução de mais de 1 ano dos casos operados.
Os casos
estudados são de lesões de proporções significativas que envolviam e
transpassavam a linha mediana mandibular.
Sendo a
terapêutica cirúrgica a escolha por excelência no tratamento destas lesões, o
planejamento foi estabelecido em função da manutenção do segmento mandibular.
A
terapêutica cirúrgica foi instituída com paciente sob anestesia geral, e dada a
previsão de perda de grande volume sanguíneo, foi tipado, solicitado e
transfundido sangue num total de 250 ml durante o transoperatório. Durante o
ato cirúrgico transoperatório, por avaliação clínica foi desprezado o implante
aloplástico que havia sido programado como alternativa cirúrgica caso houvesse
uma fratura patológica remanescente ósseo.
Os
resultados cirúrgicos obtidos após avaliação constante num período de mais de 1
ano de seguimento, nos levam a afirmar que a cirurgia conservadora - embora o
cirurgião deva estar programado para as complicações transoperatórias como as
grandes perdas de volumes e eventual implante por fratura do remanescente ósseo
- deve ser a terapêutica cirúrgica a escolha por excelência desta patologia e
que traz cura da lesão sem grandes mutilações do complexo maxilo- facial.
77 / 1989
AVALIAÇÃO
DA ATIVIDADE DO IODO-POLIVINILPIRROLIDONA (PVP-I) SOBRE A MICROBIOTA DE MUCOSA
ORAL "IN VIVO"
J.
Timenetsky; J.L. De Lorenzo; M.R.L. Simionato; S. Cai
Instituto
de Ciências Biomédicas -USP
O
"Manual de Controle de Infecção em Cirurgia", editado pelo Colégio
Brasileiro de Cirurgiões (1982), recomenda o iodo-polivinilpirrolidona (PVP-I)
como o antisséptico mais adequado para uso em mucosas, contra-indicando todos
os germicidas de uso rotineiro e consagrado, tais como o timerosal. Baseados
nesse preceito, propusemo-nos a avaliar o potencial germicida desse produto,
"in vivo", frente à microbiota da mucosa lisa oral, local onde o
cirurgião-dentista freqüentemente atua para praticar atos anestésicos e
incisões cirúrgicas.
Neste
estudo inicial, em dez adultos com idades de 25 a 30 anos, efetuamos
comparações quantitativas entre a microbiota cultivável do fundo de saco
vestibular, antes e após a aplicação do PVO-I durante um minuto. O meio de
cultivo utilizado foi o Agar Nutriente (Difco) duplamente concentrado e a
incubação foi processada em aerobiose, a 37ºC durante 72 horas.
A
verificação do Efeito Germicida revelou valores médios de pelo menos 3º, o que
corresponde a 99,9% de redução da microbiota local, demonstrando marcante
atividade antibacteriana do produto em estudo.
78 / 1989
AVALIAÇÃO
DA CLÍNICA ODONTOLÓGICA DA BARRAGEM SANTA LÚCIA
IMPACTO DA
CLÍNICA .
H.H:
Paixão; J.H.L. Amaral; Z.A. Silva;
M.P.S. Silva; L.G. Fonseca; R.M.T: Sobral
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Este
trabalho pretende avaliar O impacto do funcionamento da Clínica no período de
1981 a 1986. Essa clínica situada em área de favela tem como proposta o
atendimento a nível de atenção primária e encontra-se fechada para reforma
desde 1987 com abertura prevista para agosto de 1989.
Os
objetivos deste trabalho referem-se à descrição do grau de envolvimento e
expectativa da comunidade atendida com relação à clínica, descrição dos
principais problemas de saúde oral da comunidade e verificação do impacto do
serviço de saúde oferecido para a comunidade.
Foram
realizadas entrevista, com questionários numa amostra de 549 domicílios. A
comunidade foi dividida em 5 regiões. Também foram feitas entrevistas com
representantes de 4 grupos organizados e funcionários do posto de saúde local.
Como
resultados preliminares (apuração de 536 questionários) podemos citar que, num
número de 2.919 pessoas cobertas pela pesquisa, o grupo familiar predominante
da comunidade é composto por pai, mãe e filhos, com uma densidade de 5,4
hab/domicílio. A pesquisa revela uma necessidade de tratamento odontológico em
2,7 hab/domicílio. No número de domicílios (103) onde alguém recebeu tratamento
na clínica a cobertura atingiu 1 ,6 hab/domicflio. Na resolução dos problemas
bucais as pessoas procuram dentista, utilizam medicamentos, simpatia e recursos
caseiros. Quanto ao grau de satisfação com o tratamento oferecido 83,3% das
pessoas atendidas relataram estarem satisfeitas com o atendimento na clínica.
Os
resultados referentes aos graus de envolvimento, participação e conhecimento a
respeito da clínica mostram que 57 ,8% dos entrevistados não sabem se a mesma
foi construída em regime de mutirão; 52,8% estão dispostos a participar da vida
da clínica "fazendo tratamento dentário" e 51,1% sabem que a clínica
atende crianças. O horário de funcionamento da clínica é conhecido por 44,1%
das pessoas e 65,5% sabem quais são os profissionais que trabalham na mesma.
Dentre os entrevistados 85% relatam a falta de vaga como um dos problemas presentes
e 63,4% têm algum grau de conhecimento sobre os tratamentos oferecidos. No
universo das pessoas atendidas na clínica 39,8% relatam como motivo da consulta
o sintoma dor e 50,6% procuraram a clínica para fazer tratamento dentário.
As pessoas
que têm maior conhecimento e envolvimento com a clínica e que conseguiram
atendimento odontológico residem nas regiões próximas a esta.
79 / 1989
AVALIAÇÃO
DA EFICIÊNCIA DE CORTE DAS LIMAS K-FLEX E FLEXOFILE EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE USOS
L O.
Cazetta; A. C. Bombana; A.A.M. Moura
Faculdade
de Odontologia --USP
Os autores
se propõem a analisar comparativamente a capacidade de corte inicial e a
manutenção dessa propriedade no uso sucessivo de instrumentos endodônticos dos
tipos K-Flex e Flexofile, através da instrumentação de 40 incisivos inferiores
humanos extraídos.
Os dentes
uma vez limpos e esvaziados foram submetidos à dupla pesagem em balança
analítica, numerados e divididos em dois grupos de 20, os quais foram
subdivididos em 4 lotes de cinco dentes cada. Um grupo teve os canais
preparados com limas K-Flex e o outro com limas Flexofile. O primeiro lote de
cada grupo foi preparado com limas de 1.º uso, o segundo, terceiro e quarto
lotes foram preparados de forma idêntica valendo-se dos mesmos instrumentos. Finda
a preparação os dentes eram novamente submetidos a dupla pesagem em balança
analítica.
Pela
subtração de P2 (peso final) do valor apurado em P1 (peso inicial) obtinha-se
um terceiro valor equivalente à perda de peso após o preparo. Os resultados
assim obtidos foram submetidos à análise de variância e permitiram concluir:
1.
independentemente do número de usos as limas K-Flex e Flexofile exibem
diferenças
significativas ao nível de 1 ,52%;
2.
considerando os diferentes números de uso nota-se que independentemente do tipo
de lima existem diferenças significativas ao nível de 0,53%;
3. a perda
da capacidade de corte entre O 1.º e 4º uso dos instrumentos varia em torno de
98,5% e 97,5% para o K-Flex e o Flexofile respectivamente;
4. do
primeiro para o segundo uso as limas Flexofile mostram maior perda de corte que
as K-Flex, porém do segundo uso em diante os decréscimos de corte para a
Flexofile são menores que os da K-Flex;
5. a
interação global tipo de instrumento x número de usos não demonstrou diferenças
significantes entre os dois tipos de limas.
80 / 1989
AVALIAÇÃO
DA ESPESSURA DE TIRAS PARA PEGISTRO OCLUSAL
S.M. Rode; C. Marín-de-Ios-Rios; C.P.
Eduardo; E. Matson
Faculdade
de Odontologia de São Paulo -USP
No estudo
da oclusão deve se saber obter e interpretar os registros de contatos oclusais,
que nem sempre apresentam a exatidão necessária. Existem várias formas de obter
estes registros, e o mais comum é através de tirar apropriadas.
Como a
percepção da espessura oclusal, pode variar de 12,5 a 100 (m, atira de registro
deveria estar abaixo destes valores, pois poderia indicar contatos entre dentes
que não existem ou alterar os existentes.
Para tanto,
foram medidos 13 tipos diferentes de tiras utilizadas para registro oclusal de
fabricação nacional e estrangeira, em um comparador eletrônico digital da
Mitutoyo do Brasil. Cada tira foi medida em 18 pontos diferentes, através de 3
retas imaginárias, e a leitura foi após 10 segundos, para que ocorresse uma
deformação plástica à semelhança do que ocorre na boca.
Dentre os
materiais de fabricação nacional o que apresentou menor espessura, foi o papel
carbono em folha para máquina de escrever, seguido do papel Dentalinc. Para os
de fabricação estrangeira, foi o Pulpdent-Bausch Articulating Ultrathin,
seguido do Accu-Film n.º 1.
81 / 1989
AVALIAÇÃO
DAS LESÕES TRAUMÁTICAS OCORRIDAS EM
93
PACIENTES DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFMG ,
M.I.S.
Côrtes; J. V. Bastos; C.S. Abrantes; M.C. Roenkhol; L.D. Figueiredo
Faculdade
de Odontologia -UFMG
O objetivo
desse trabalho foi avaliar a freqüência das lesões traumáticas ocorridas nos
dentes anteriores permanentes quanto ao sexo, faixa etária, elemento dental
acometido, classificação da lesão e etiologia. Foram encaminhados 93 pacientes,
de ambos os sexos, idade entre 7 e 34 anos, em tratamento na Clínica de
Traumatizados da Faculdade de Odontologia da UFMG,/no período de 1 ano.
Os
pacientes foram distribuídos em 4 grupos segundo a faixa etária: 7 a 11 anos;
12 a 17 anos; 18 a 23 anos e maiores que 24 anos. Foram avaliados os
traumatismos ocorridos nos dentes anteriores superiores e inferiores, de canino
a canino. As lesões traumáticas foram classificadas como se segue: - Fratura
coronária de esmalte, de esmalte e dentina, de esmalte e dentina com exposição
pulpar; -Fratura coronorradicular; -Fratura radicular de terço apical, de terço
médio, de terço cervical ; -Concussão; - Subluxação; -Luxação lateral; -Luxação
intrusiva; -Luxação extrusiva; - Avulsão. Quanto à etiologia, os grupos foram
divididos em acidentes por colisão contra corpos estranhos, esportes, meios
motorizados, quedas e violência. Conclui-se que: -a freqüência de traumatismos
foi maior nos pacientes do sexo masculino, em todos os grupos de idade
examinados; -a freqüência de traumatismos foi maior na faixa etária de 7 a 11
anos; -os elementos dentais mais acometidos foram os incisivos centrais
superiores, sendo que os do lado esquerdo apresentaram maior freqüência; - o
tipo de lesão mais freqüente foi a fratura coronária de esmalte e dentina e, na
maioria dos casos, causados por queda.
82 / 1989
AVALIAÇÃO
DE MÉTODOS PREVENTIVOS DA CARIE DENTARIA EM POPULAÇÃO ESCOLAR
A.M.D.
Vargas; M.D. Martins; D. Verdolim; I.P. Domingues; J.P.S. Mafra; M.C.M. Castro;
P.F. Pinto
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A
eficiência de alguns métodos preventivos da cárie dentária já foi comprovada
por uma série de trabalhos experimentais publicados. Baseado nestes estudos e
observando que a realidade das escolas públicas brasileiras parecia impedir a
obtenção dos mesmos resultados, os professores do DOSP da FOUFMG escolheram uma
escola pública de 1.º grau, da rede municipal de ensino onde testaram 4 destes
métodos preventivos. O objetivo do trabalho foi o de verificar qual ou quais
apresentariam melhores resultados, e fazer uma proposição à rede pública
escolar, para a adoção deste(s) método(s).
Os métodos
aplicados foram: (1) Educação para a Saúde, com ênfase na redução do consumo de
açúcar, utilizando metodologia inovada, centrada na participação efetiva da
criança através de atividades práticas alternadas aos conteúdos teóricos. (2)
Polimento Coronário com Periodicidade de acordo com risco de cárie. (3)
Escovação Diária Orientada. (4) Bochecho Semanal com Solução Fluoretada. As
crianças foram, agrupadas por classes, ou seja, cada 2 classes era submetida a
um só método. Um grupo não realizou nenhum procedimento ficando como controle.
Os
resultados obtidos neste trabalho nos mostraram que alguns dados peculiares à realidade
do ensino brasileiro têm que ser levados em conta no planejamento de qualquer
programa preventivo em escolares: alta taxa de evasão, alto índice de
repetência, distribuição heterogênea de faixa etária nas classes escolares e
dificuldade de envolvimento das famílias. A professora não está comprometida
com a questão da saúde oral e não se mostra inclinada a participar dos
programas preventivos. -Além disto foi possível concluir que: -Todos os métodos
são exeqüíveis em escola pública mas o de mais fácil aplicação é o bochecho
semanal com solução fluoretada. -A educação para a saúde deve acompanhar
qualquer outro método preventivo. -Os resultados de um programa de educação
para a saúde devem ser avaliados a longo prazo por envolverem mudanças de comportamento.
-A metodologia dos programas de educação para a saúde não deve ser centrada no
ato de ministrar conteúdos informativos mas na construção de uma relação
pedagógica que permita ao educando a apropriação do conhecimento que irá gerar
a mudança de atitude.
83 / 1989
AVALIAÇÃO
DO EFEITO ANTIMICROBIANO DE SOLUÇÕES FLUORADAS PARA "RINSAGEM" DE
CAVIDADES
M.E. Souza
e Silva & T.P.M. Cornacchia
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A
utilização da solução de fluoreto estanoso para "rinsagem" em
preparos para amálgama é considerada medida efetiva na prevenção contra a
reincidência da cárie.
Assim,
propusemo-nos a avaliar o efeito antimicrobiano destas soluções.
Foram
feitas coletas de material em preparos cavitários de dentes com indicação para
restaurações com amálgama. Após coletado o material, este foi colocado em meios
de cultura com tioglicolato de sódio e levado em ambientes de aerobiose e
anaerobiose, sendo observados após 24, 48 e 72 horas para aeróbicos e após 7
dias para anaeróbicos.
Sabe-se que
grande parte dos insucessos das restaurações com amálgama relacionam-se com
reincidência de cárie.
Assim,
comprovado o efeito antimicrobiano destas soluções poderemos relacionar a
limpeza de cavidade ao processo de prevenção da cárie.
Os
resultados preliminares obtidos, indicam que em 62% dos casos foi comprovado o
efeito bacteriostático da solução de fluoreto estanoso.
84 / 1989
AVALIAÇÃO
DO NIVEL DE INCISÃO NA REPARAÇÃO TECIDUAL PÓS-GENGIVECTOMIA - ESTUDO
HISTOLÓGICO EM HUMANOS
J.E.C.
Sampaio; S.R.P. Orrico; B.E.C. Toledo; C. Benatti Neto; R.S.G.
Abi Rached
Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP
Foram
realizadas observações histológicas sobre o efeito de níveis diferentes de
incisão na reparação tecidual pós-gengivectomia.
Em nove pacientes
da Clínica de Periodontia da faculdade de Odontologia de Araraquara, que tinham
como indicação na terapêutica periodontal da técnica da gengivectomia, foram
retiradas na ocasião de sua realização, duas faixas de tecido gengival,
correspondendo cada uma delas a um dente, de papila interdental de um lado à
papila do outro.
Em cada uma
dessas faixas foram realizadas, com uma sonda demarcadora tipo CRANE KAPLAN,
cinco demarcações para orientar o nível da incisão; numa das faixas a incisão
foi realizada cerca de 1 mm apicalmente aos pontos demarcados e na outra
aproximadamente a 1 mm coronariamente.
O material
colhido no dia da realização da gengivectomia foi considerado como biópsia
inicial ou zero dia; decorridos 14, 28 e 42 dias após a cirurgia, foram
realizadas novas biópsias nas mesmas regiões, para análise do processo de
reparo.
Os
resultados da análise histológica demonstraram que: 1 - a utilização da sonda
demarcadora é inadequada na determinação do nível de incisão; 2 -o processo de
reparo mostrou pequenas evidências de uma evolução mais rápida, até os 28 dias,
quando as incisões foram praticadas coronariamente; 3 -as diferenças entre os
dois grupos desapareceram aos 42 dias; 4 - na utilização da técnica da
gengivectomia, a incisão deve ser realizada coronariamente aos pontos
demarcados.
85 / 1989
AVALIAÇÃO
DO PADRÃO DE LIBERAÇÃO DE FLÚOR, A PARTIR DE ALGUNS CIMENTOS RESTAURADORES
R.M.
Carvalho; M. V.P. Albuquerque; M.F.L. Navarro; C.E. Pinheiro
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
O flúor, a
partir dos anos 40, passou a ser a principal arma no combate à cárie dentária.
A liberação de flúor a partir de
cimentos restauradores que contém esse elemento na sua composição já foi
comprovada por vários autores na literatura, entretanto, materiais recentemente
disponíveis no mercado nacional ainda não se encontram testados. O propósito
deste estudo foi verificar a liberação de flúor desses materiais e comparar com
outros já avaliados, em períodos de 24 horas e 7 dias.
Foram empregados
os cimentos de ionomero de viord, Ceram Fil, Chelon-Fil e Fuji II e
Sílico-fosfato, Kryptex e Petralit. Para cada período de teste foram
confeccionados 6 corpos de prova cilíndricos de 8 mm de diâmetro por
1 ,5 mm de
espessura para cada material. Após 20 minutos de presa foram mergulhadas em 18
ml de água destilada deionizada elevados a um agitador até o momento dos
testes. Os testes foram realizados num aparelho medidor de flúor por íon
específico, através da água contida nos recipientes. Para o período de 24 horas
foram feitas medidas de 6 em 6 horas e para o período de 7 dias de 24 em 24
horas. Foram observados diversos valores de liberação de flúor de acordo com os
materiais e com os períodos testados. O padrão de liberação no entanto foi
semelhante para todos os materiais sendo que a maior liberação de flúor se deu
nos períodos iniciais, seguindo-se uma queda e posterior estabilização da
liberação do íon. Em valores absolutos, os cimentos Ceram-Fil e Petralit foram
os que atingiram os maiores valores de liberação de flúor, seguidos pelo
Chelon-Fil, Kryptex e Fuji 11.
Dentro da
metodologia proposta, foi comprovada a liberação de flúor a partir dos
materiais em teste e definido que o padrão dessa difusão respeita uma curva
decrescente com tendência à estabilização em valores mínimos com o passar do
tempo.
86 / 1989
AVALIAÇÃO
DOS EFEITOS DO GLUTARALDEÍDO SOBRE OS TECIDOS PULPARES E PERIAPICAIS APÓS
PULPOTOMIAS EM MOLARES DE RATOS: ESTUDO MICROSCÓPICO
C.L.F.
Salles; E. Pavarini; A. Consolaro
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Até o
início da década passada, as pulpotomias em dentes decíduos eram realizadas com
base na ação do formocresol e do hidróxido de cálcio. A partir de 1972, foi
introduzido o glutaraldeído como uma alternativa neste procedimento clínico.
Com a finalidade de avaliar microscopicamente os efeitos do glutaraldeído sobre
os tecidos pulpares e periapicais em molares de ratos, após pulpotomias,
analisamos comparativamente as seguintes variações de técnica: 1) colocação da
pasta de óxido de zinco e glutaraldeído a 2%, sem e com curativo prévio de
glutaraldeído a 2%, por 5 minutos, e 2) colocação da pasta de óxido de zinco,
eugenol e glutaraldeído a 2%, sem e com curativo prévio de glutaraldeído a 2%,
por 5 minutos.
Com base na
metodologia empregada pudemos concluir:
1) Nos
grupos onde não foram realizados os curativos prévios, as pastas provocaram
efeitos indesejáveis de grande intensidade; 2) Nos grupos onde foram realizados
os curativos prévios, o processo de reparo pulpar sempre foi melhor quando
comparados aos grupos que não receberam o referido curativo; 3) Das 4 variações
estudadas, a mais compatível com a biologia do processo de reparo pulpar foi
aquela constituída de curativo prévio de glutaraldeído a 2%, por 5 minutos, seguido
da colocação de uma pasta de óxido de zinco, eugenol e glutaraldeído a 2%, que
provocou efeitos indesejáveis e induziu a formação de barreira de tecido duro
em maior intensidade; 4) Na região periapical nenhuma das variações de técnica
empregada induziram alterações teciduais visíveis ao microscópio de luz.
87 / 1989
AVALIAÇÃO
HISTOQUÍMICA DA GLÂNDULA PARÓTIDA DE RATOS ADULTOS SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA
(RADIAÇÃO X)
M.R.
Sposto; L.S. Utrilla; N.C. Roslindo
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Dentre os
efeitos nocivos produzidos pós-tratamento radioterápico nas glândulas
salivares, destaca-se na cavidade bucal o fenômeno traduzido clinicamente pela
Xerostomia.
A
Xerostomia de intensidade aguda e curso complexo, é responsável por uma série
de sinais e sintomas clínicos, que provocam a exacerbação de outras alterações
presentes na cavidade bucal, com agravação do quadro clínico.
Como vimos,
em estudo anterior, ocorrem no parênquima da glândula parótida severas
alterações histopatológicas. O propósito deste foi avaliar através de técnicas
histoquímicas a concentração e a capacidade de síntese protéica das glândulas
parótidas.
Foram
utilizados, neste experimento, 48 ratos adultos machos (Rattus norvegicus,
Albinus, Holtzmann) pesando em média 120 a 130 gramas com 60 dias de idade,
divididos em dois grupos: controle e experimental. Os animais do grupo
experimental foram submetidos a tratamento radioterápico local (dose única =
900 R). Após períodos de 2, 7, 15, 21, 30 e 45 dias, foram anestesiados para
dissecação e remoção das glândula parótidas. As peças sofreram tramitação
laboratorial de rotina sendo os cortes submetidos aos seguintes métodos
histoquímicos: RNA (Azul de Metileno) e Proteína Geral (Azul de Bromofenol).
A partir da
análise dos resultados constatamos a ocorrência de diminuição do metabolismo
protéico da glândula parótida com recuperação parcial visualizada nos períodos
finais de observação.
88/ 1989
AVALIAÇÕES
HISTOLÓGICAS DE TRANSPLANTES AUTÓGENOS DE CARTILAGEM HIALINA NATURAL E
TERMICAMENTE TRATADA, EM COELHOS
J. L. Santiago & N. Villa
Faculdade
de Odontologia -USP
O valor
clínico dos transplantes de cartilagem ainda não está bem definido e muito se
tem escrito sobre o sucesso e insucesso de tais procedimentos. Os estudos sobre
a cartilagem, bem como sobre os transplantes desse tecido, são importantes e de
interesse geral, não somente para aqueles que se dedicam à prática da cirurgia.
Assim sendo
os transplantes assumem um aspecto de relevante importância, fato que despertou
atenção a respeito dos enxertos de tecido cartilaginoso e diante disso foi
estudado experimentalmente, em coelhos, transplantes autógenos de cartilagem
hialina da orelha para o tecido ósseo em posição subperiostal -dos membros
anteriores (rádio} dos animais que foram comprobatórios de si mesmos. Isso
porque um dos membros recebia cartilagem natural e o outro cartilagem
termicamente tratada. O tratamento consistia na exposição do tecido à água em
ebulição durante cinco minutos. Do ponto de vista histológico não foram
observadas modificações relevantes que permitissem diferenciar a cartilagem
natural daquela que recebeu o tratamento térmico.
Pelos
resultados obtidos julgamos que os transplantes de cartilagem da costela humana
em condições semelhantes, apostos sobre o rebordo alveolar de pacientes
edentados poderão contribuir para obtermos um leito receptor mais adequado para
receber uma pr6tese dental.
89 / 1989
BASTONETES
GRAM-NEGATIVOS ANAERÓBIOS DA CAVIDADE ORAL DE CALLITHRIX PENICILLA TA
N.L.S. Raymundo;
M.J. Avila-Campos; M.A.R. Carvalho; C.A. V. Damasceno; L.H. Pereira; E. O.
Cisalpino
Instituto
de Ciências Biológicas -UFMG
A
literatura sugere a utilização de Primatas como modelo experimental para uma
melhor compreensão das interações hospedeiro-microrganismos, na doença
periodontal. Bastonetes anaeróbíos Gram-negativos foram, recentemente, isolados
da cavidade oral de outras espécies de pequenos Primatas (Cebus sp.). Teve- se,
então, por objetivo isolar e identificar espécies de bacteroides produtores de
pigmento negro, do grupo 8. fragilis e de Actinobacillus (Haemophilus)
actinomycetem-comitans de placa dentária de C. penicillata sadios, mantidos em
cativeiro no Biotério Central do ICB/UFMG.
Com curetas
periodontais esterilizadas obteve-se um "pool" de placa dentária, de
incisivos e molares, desses calitriquídeos, que foi transportado em salina
tamponada esterilizada e processado no Laboratório de Microbiologia Oral e
Anaeróbios do ICB/UFMG. A partir de diluições pré-estabelecidas de cada amostra,
alíquotas foram semeadas em meios próprios: BBE (8. fragilis); TSBV (A.
actinomy - cetemcomitans) e Agar-sangue com menadiona (8acteroides produtores
de pigmento negro). Após incubação em anaerobiose (10% CO2 + 90% N2) por 48 h,
72 h e 7 dias, respectivamente, a 37oC, realizou-se a leitura, observando-se as
características coloniais e tintoriais para cada espécie. Em seguida as
colônias típicas foram repicadas para outros meios, para obtenção de culturas
puras. Posteriormente, foram feitos os testes respiratórios e bioquímicos para
cada microrganismo. Os isolados foram conservados em skim-milk a - 20ºC.
Foram
isoladas e identificadas 35 cepas de A. actinomycetemco - mutans, 15 de
8acteroides produtores de pigmento negro e 6 do grupo 8. fragilis.
Essas
informações sobre a microflora oral aneróbica dos calitriquídeos, além do valor
biológico, são um primeiro passo para a utilização desses pequenos Primatas,
com características anatõmicas e fisiológicas mais semelhantes ao homem, como
um modelo experimental para estudo das periodontopatias, em nosso meio.
Será
essencial uma avaliação de outros aspectos da fisiologia e potencial agressor
dessas bactérias.
Apoio:
CAPES, CNPq, FINEP.
90 / 1989
BIOMECÂNICA
DA MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA - RESPOSTA INICIAL DOS TECIDOS PERIODONTAIS
L.T.O.
Ramalho* & L. Bozzo**
* Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP ** Faculdade de Odontologia de Piracicaba
-UNICAMP
Ocorre
resposta biológica dos tecidos de suporte dentário, em resposta às forças
fisiológicas externas e àquelas realizadas durante tratamento clínico com
propósitos ortodônticos. Estas forças diferem das primeiras, porque são
contínuas e tempo dependentes. A grande mobilidade dentária está relacionada
com o grau de organização dos tecidos do sistema periodontal, e a movimentação
ortodôntica deve utilizar adequadamente esta excepcional capacidade de
renovação e adaptação das estruturas periodontais.
Assim,
procurou-se avaliar por meios histológicos a sucessão de alterações do sistema
periodontal após aplicação de força ortodôntica nos molares de ratos jovens e
interpretar biologicamente os padrões de mobilidade horizontal e suas
conseqüências sobre as estruturas periodontais.
Utilizou-se
ratos jovens, aos quais aplicou-se uma força ortodôntica utilizando fio de aço
colocado em forma de anel no ponto de contato entre o primeiro e o segundo
molares inferiores. Os animais foram sacrificados após 30 minutos, 1 hora, 2,
6, 12, 24, 48, 72, 96 e 168 horas após a colocação do anel metálico.
Após preparo
técnico, as lâminas foram examinadas e os resultados confrontados. Concluiu-se
que em todas as secções era evidente a intensa atividade metabólica. Ocorreu
uma evolução gradual dos fenômenos de remodelação.
91 / 1989
CARACTERÍSTICAS
DA JUNÇÃO TECIDO CONJUNTIVO-AGULHA METÁLICA EM IMPLANTES NO ALVÉOLO DENTAL DE
CÃES - ESTUDO AO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA
C,.
Mizusaki; , I. Watanabe; M.M. Iyomasa
Faculdade
de Odontologia de Presidente Prudente -UNOESTE
Instituto
de Ciências Biomédicas -USP
Para
estudar as características de junção entre a agulha metálica e tecidos
adjacentes, realizou-se implantes em alvéolos de caninos inferiores de cães.
Após a extração dental e subseqüente implante da agulha no alvéolo, foi feita a
sutura com fio de algodão e os animais foram tratados durante 90 dias.
Posteriormente, sob a anestesia geral, as peças foram removidas e fixadas por
imersão em solução de Karnovsky modificada. A pós-fixação foi feita em solução
de tetróxido de ôsmio a 0,5% durante 6 horas. Desidratou-se em série crescente
de álcoois até o absoluto, secagem ao ponto crítico CPO-010, Balzers e
cobertura com íons de ouro em aparelho "Ions Sputter" SCO-040,
Balzers. Todas as peças foram examinadas ao microscópio eletrônico de varredura
Jeol, JSM-P15.
Notou-se
que ao nível do colo do dente houve um preenchimento por um tecido neoformado
apresentando numerosos feixes de fibras colágenas. A proliferação mais intensa
de fibras colágenas espessas ocorreu na porção superficial e as mais delgadas
na porção subjacente. Quanto à porção profunda, os terços médio e apical da
raiz apresentaram um preenchimento total do orifício da agulha metálica e áreas
adjacentes com espessos feixes de fibras colágenas. Em algumas regiões notou-
se a intercalação de feixes espessos e delgados. Também foi observado que o
tecido que atravessa o forame da agulha possui grupamentos de fibras colágenas
de disposição variada.
92 / 1989
CARACTERIZAÇÃO
DE CANDIDA ALBICANS EM INDIVÍDUOS SADIOS, FUMANTES E NÃO FUMANTES -ESTUDO
PRELIMINAR
F.R.X.
Silveira*; E.G. Birman*; C.R. Paula**
* Faculdade
de Odontologia -USP
**
Instituto de Ciências Biomédicas -USP
Estudos
micológicos foram realizados para se verificar a freqüência de Candida albicans
em portadores clinicamente sadios, fumantes e não fumantes. Para esse
propósito, foram inicialmente colhidas amostras de indivíduos dentados de ambos
os sexos, a partir de 15 anos de idade. Destes, 50% eram fumantes moderados e
50% não fumantes. O material foi obtido de mucosa jugal é cultivado em agar
Sabouraud, dextrose acrescido de cloroanfenicol.
Os
resultados revelaram 32% de culturas positivas para fungos, sendo 26%,
especificamente para C. albicans. Destas, 53,84% provinham de indivíduos
fumantes e 46,16% de não fumantes.
Foram
estudados os sorotipos prevalentes e as enzimas, protease e fosfolipase,
consideradas fatores de virulência, correlacionando-se esses dados.
Assim,
procuramos uma melhor compreensão da biologia da Candida albicans,
caracterizando-a em portadores sadios e avaliando o papel do hábito de fumar na
sua prevalência.
Até o
momento, podemos concluir que houve leve predominância de portadores de Candida
albicans no grupo dos fumantes, com presença de protease positiva em ambos os
grupos.
93 / 1989
CARACTERIZAÇÃO
MICROSCÓPICA DE FOLÍCULOS PERICORONÁRIOS DE DENTES NÃO IRROMPIDOS E
PARCIALMENTE IRROMPIDOS --- SUA RELAÇÃO COM A IDADE
A.
Consolaro; J.H. Damante; R.N. Fleury
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Foram
analisados microscopicamente 191 folículos pericoronários, sendo 155 de dentes
não irrompidos e 36 parcialmente irrompidos, com o objetivo de estabelecer os
parâmetros de normalidade para tais estruturas, sugerindo-se critérios para o
seu diagnóstico.
Pelos
resultados obtidos estabeleceu-se um padrão estrutural e organizacional para a
análise microscópica de folículos pericoronários de dentes não irrompidos e
parcialmente irrompidos.
As
constatações realizadas levaram às seguintes conclusões:
1) Existe,
microscopicamente, um padrão estrutural e organizacional para folículos
pericoronários de dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos; 2) a idade e
a inflamação são fatores modificadores dos folículos pericoronários pela
indução e alterações de natureza metaplásica; 3) a origem das ilhotas
epiteliais odontogênicas subepiteliais ocorre a partir das camadas mais
externas do epitélio reduzido do esmalte através de um processo de
pregueamento, desaparecendo com a idade; 4) a redução numérica das ilhotas
epiteliais odontogênicas profundas se dá principalmente pela presença da
inflamação, mas a hialinização e a mineralização também contribuem para sua
involução com o aumento da idade do paciente; 5) o quadro microscópico isolado
de um cisto dentígero, especialmente os incipientes, não permite um diagnóstico
diferencial seguro com folículo pericoronário de dentes não irrompidos; 6) a
transformação neoplásica do folículo pericoronário deve ser um achado ocasional
e raramente detectado em seus estágios incipientes, pois não foi observada em
nenhum dos espécimes; 7) os folículos pericoronários sofrem alterações com a
idade, porém tal fato não indica a necessidade, em caráter de urgência da
exodontia dos dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos, desde quando
nenhuma sintomatologia clínica exista e nenhum sinal radiográfico ponha em
dúvida a normalidade dos tecidos pericoronários, e,8) em casos cujo estado
geral do paciente contra-indique atos cirúrgicos e/ou a localização dos dentes
não irrompidos é de difícil acesso cirúrgico, o mesmo pode ser controlado radiograficamente
através de exames periódicos.
94 / 1989
CINESIOLOGIA
DO MÚSCULO ESTERNOHIOIDEO EM MOVIMENTOS MANDIBULARES, ESTUDADA ATRAVÉS DA
ELETROMIOGRAFIA
F. Bérzin;
C.R.H. Fortinguerra; A.S. Carvalho
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Como a
cinesiologia do músculo esternohioideo é pouco conhecida, sua ação nos
movimentos mandibulares foi estudada através da técnica eletromiográfica. O
músculo esternohioideo esquerdo foi estudado em 20 voluntários adultos jovens,
com idade variando de 18 a 22 anos, sendo 10 homens e 10 mulheres.
Foi
empregado um eletromiógrafo TECA TE-4 acoplado a um eletrodo monopolar de
agulha implantada na massa do músculo e outro eletrodo monopolar de superfície
fixado cerca de 0,5 cm acima do eletrodo de agulha.
Estudaram-se
os seguintes movimentos da mandíbula:
1)
Abaixamento
2) Ascensão
3) Protusão
4)
Retropulsão
5)
Lateralidade Direita
6)
Lateralidade Esquerda
7) Intrusão
8) Extrusão
O músculo
esternohioideo mostrou-se mais ativo no abaixamento da mandíbula, apresentando
também atividade na elevação, sugerindo que a sua ação estabiliza o osso hioide
para execução desse par de movimento. Também apresentou atividade na protusão,
lateral idade esquerda, lateralidade direita, concluindo-se que o músculo esternohioideo
é também ativo em todos os movimentos que possuam um componente de depressão da
mandíbula, contribuindo talvez para a estabilização do osso hioide.
95 / 1989
CONCEPÇÃO E
PRÁTICAS RELACIONADAS À SAÚDE EM ESCOLAS PÚBLICAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
DE 1.º GRAU - BELO HORIZONTE
E.F.
Ferreira; M. Vasconcelos; A.M.D. Vargas; M.C. R. Viana
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Com o
objetivo de obter maior eficácia na utilização de métodos preventivos de
auto-aplicação realizou-se o levantamento das percepções e práticas de saúde em
11 escolas municipais, áreas de estágio curricular de estudantes de
Odontologia, através de entrevistas e da medição do índice de higiene oral das
escolas.
Observou-se
a coexistência de diferentes concepções de saúde, relacionadas ao grau de
escolarização, inserção profissional e experiências de vida entre os adultos
(pessoal da escola, equipe de saúde); os escolares expressam uma síntese de
informações obtidas através de ensino formal e de dados da sua condição
concreta de vida. Também a abordagem dos problemas de saúde varia, sendo
considerado de competência exclusiva de profissionais de saúde em 50% dos
casos. Constatou-se ainda precária higiene oral das crianças, com pouca ou
nenhuma influência do fato de terem ou não recebido tratamento odontológico na
escola.
Concluiu-se
que a diversidade de concepção e prática influi na integração saúde-educação,
repercutindo na capacidade dos grupos envolvidos de aprimorar esquemas de
percepção e ação sobre si mesmos, sobre os outros e sobre o ambiente e, em
última instância, na possibilidade de seguirem regimes profiláticos de
auto-aplicação.
96 / 1989
CONDUTA
CLÍNICA FRENTE À FRATURA DE INSTRUMENTOS DURANTE O PREPARO BIOMECÂNICO DOS
CANAIS RADICUlARES
P.S. Cerri
&J.M. Leal
Faculdade
de Odontologia de Araraquara --UNESP
A fratura
de um instrumento durante o preparo biomecânico dos canais radiculares é um dos
acidentes mais desagradáveis a que está sujeito o profissional durante a
realização de um tratamento endodôntico.
A fim de
prevenir este desagradável acidente deve-se: 1) utilizar instrumentos novos e
bem conservados; 2) escolher adequadamente o tipo de instrumentação para cada
caso; 3) seguir rigorosamente a cinemática de cada instrumento; 4) dar
preferência aos instrumentos de aço inoxidável; 5) cautela e delicadeza durante
o preparo biomecânico.
O presente
trabalho tem o objetivo de elucidar sobre a conduta clínica do profissional
frente a esse acidente e o prognóstico que dependerá de diversos fatores, a
saber: 1) condição séptica do canal radicular; 2) localização do fragmento do
instrumento no canal radicular; 3) esterilização adequada do instrumental; 4)
da eleição do tratamento a ser realizado após o acidente.
Quando
ocorre a fratura do instrumento no interior do canal, principalmente se o
fragmento ficou retido na dentina, é tarefa trabalhosa e muitas vezes
frustrante sua remoção. Felizmente, os atuais instrumentos de aço inoxidável
resistem relativamente bem à corrosão e podem ficar incorporados à obturação
final do canal radicular ou, em algumas ocasiões, pode-se utilizar a cirurgia
perirradicular endodôntico como recurso complementar do tratamento.
O paciente
deve ser sempre avisado da presença do instrumento como afetará o curso do
tratamento, e portanto, qual será o prognóstico final do dente. Assim, o
profissional tem como obrigação ter pleno conhecimento sob o assunto, afim de
não alarmar indevidamente o paciente.
O sucesso
do tratamento dependerá das condições clínicas de cada caso, e, da conduta do
profissional frente ao acidente.
97 / 1989
CONTRIBUIÇÃO
AO ESTUDO CLÍNICO DA AÇÃO MUSCULAR NOS TRAÇOS DE FRATURA, EM PACIENTES
TRAUMATIZADOS FACIAIS PORTADORES DE FRATURAS MANDIBULARES
W.A. Jorge;
C. V. Salgado; C.J. G. Santos
Faculdade
de Odontologia e Hospital Universitário -USP
Os autores
fazem no presente trabalho uma avaliação clínica, cirúrgica e radiográfica da
ação muscular nos traços de fraturas na mandíbula . Foram utilizados no
presente trabalho 50 pacientes portadores de 76 fraturas mandibulares atendidos
no Pronto Socorro do Hospital Municipal "Carmino Caricchio" num
período de março de 1987 a maio de 1988. As fraturas e seus desvios foram
diagramados baseado em uma avaliação dos casos clínicos radiograficamente e nos
casos cirúrgicos no transoperatório.
Os
resultados obtidos foram analisados e discutidos mostrando conclusivamente a
intensa atividade que estas inserções exercem nos desvios dos fragmentos
estabelecendo padrões determinados de posicionamento que estes cotos fraturados
sofrem; definindo desta forma a conduta terapêutica que o profissional deve
adotar em seu planejamento.
Os autores
concluem que a terapêutica deve ser baseada na observação clínica da
movimentação dos cotos fraturados, que determinará a indicação e oportunidade
cirúrgica.
98 / 1989
CONTRIBUIÇÃO
AO ESTUDO DA BIOCOMPATIBILIDADE DE RESINAS: ACRÍLICAS, TERMICAMENTE ATIVADAS E
FOTOPOLIMERIZAVÉIS
S.M. Rode
& N. Villa ] Faculdade de Odontologia -USP
Desde que
as resinas foram introduzidas na Odontologia, muito se item feito para analisar
as reações e alterações das resinas, especialmente aquelas de compatibilidade
biológica e eficiência clínica, o que é mais relevante quando se enfoca as
próteses totais imediatas ou as próteses internas.
Para tanto,
testamos resinas acrílicas termicamente ativada, incolor e com pigmento rosa, e
uma resina fotopolimerizável; através de corpos de prova no formato de disco de
6 mm de diâmetro por 1 mm de espessura, polidos e com as arestas arredondadas.
Os corpos
de prova foram implantados no tecido subcutâneo do dorso de 12 ratos da
linhagem Wistar, examinados diariamente até o sacrifício aos 7 , 14, 21 e 28
dias de pós-operatório. O tecido ao redor do corpo de prova seguiu técnica de
preparo histológico de rotina. Cortes de 5( foram corados por H.E. ou tricrômio
de Mallory.
Baseados
nos resultados macrosc6picos e microscôpicos obtidos, pudemos concluir que os
materiais testados mostraram ser biocompatíveis ao tecido conjuntivo, podendo
ser utilizados na intimidade dos tecidos. A resina fotopolimerizável mostrou
ter reação tecidual mais favorável, enquanto que na resina termicamente ativada
com pigmento rosa/ocorreu a reação menos favorável.
99 / 1989
CONTRIBUIÇÃO
AO ESTUDO DO TRATAMENTO DOS FERIMENTOS FACIAIS ORIGINÁRIOS DE ATAQUE DE ANIMAIS
DOMÉSTICOS (CÃO E GATO)
W.A. Jorge;
A.F. Schulz; M.M. Soares
Faculdade
de Odontologia e Hospital Universitário -USP
No presente
trabalho os autores apresentam uma casuística significativa de pacientes
portadores de ferimentos faciais provocados por ataque de animais domésticos.
A
experiência clínica permitiu que fossem adotadas normas de conduta cirúrgica no
tratamento imediato, a saber: antissepsia adequada, lavagem intensa com água e
sabão e limpeza do ferimento com álcool iodado a 2%, escolha de fios e técnica
de sutura dos tegumentos faciais atingidos, bem como o seguimento do paciente,
troca de curativos e encaminhamento ao órgão competente, para controle da
evolução do paciente e do agente agressor .
Um dos
aspectos mais discutidos é: deve ou não ser suturado o ferimento originário por
mordida de animais. Nossas observações do seguimento clínico é conclusiva de
que os ferimentos devem ser suturados normalmente, observando os princípios de
técnica cirúrgica e as recomendações já aventadas anteriormente.
É
necessário pois que o cirurgião traumatologista buco-maxilo- facial, esteja
"Stand-by" para atender estes tipos de ferimentos não pouco comuns,
ressaltando que nos casos de perda de substâncias não cabe ao cirurgião buco-
maxilo-facial de formação odontológica tratá-los.
No presente
trabalho estabelecemos normas curativas que incluem a terapêutica cirúrgica e
complementar medicamentosa que trouxeram nos casos estudados resultados
satisfatórios.
100 / 1989
DETERMINAÇÃO
DA PREVALÊNCIA E ESTUDO MORFOLÓGICO DAS RAÍZES SUPRANUMERÁRIAS NOS GRUPOS
DENTÁRIOS PERMANENTES
E.J.B.
Santana & A. Consolaro
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
As
anomalias radiculares em dentes permanentes podem ter como, etiopatogenia, a
atuação de fatores genéticos ou externos durante todas as fases de formação
dentária. Entretanto, a quase totalidade dos fatores que as provocam, atuam e
transcorrem na fase de formação pós-natal. O propósito deste estudo foi
determinar a prevalência e analisar a morfologia das raízes supranumerárias nos
dentes permanentes, a fim de, não só propiciar uma perspectiva de diagnóstico
mais segura, mas implicá-las em prováveis teorias que procuram explicar a sua
etiopatogenia.
Foram
analisados macroscópica e radiograficamente 20.257 dentes isolados obtidos
aleatoriamente. Foram consideradas raízes supranumerárias aquelas que
ultrapassam o limite anatômico estabelecido para o grupo dentário. Uma vez
detectado o número de raízes, examinava-se a forma e o tamanho das mesmas,
classificando-as em eumorfas e dismorfas. Um subtipo de raiz dismorfa foi
identificado, recebendo a denominação de raiz apendiciforme. Outro aspecto
examinado foi a posição da raiz supranumerária em relação às faces dentárias e
estruturas vizinhas. Na análise radiográfica, além dos aspectos já mencionados
observou-se a presença ou não de canais radiculares.
Em toda a
amostragem a prevalência das raízes supranumerárias foi de 0,68%, sendo mais
freqüentemente comprometidos os caninos inferiores, pré- molares superiores e
inferiores, e molares superiores e inferiores. Elas foram predominantemente
eumorfas e apresentam canais radiculares próprios. A posição das raízes
supranumerárias em relação à face dentária, bem como o terço radicular de sua
emergência é variável de acordo com o grupo dentário analisado.
101 / 1989
DIFERENÇAS
HISTOMÉTRICAS ENTRE O EPITÉLIO DE REVESTIMENTO DO CISTO RADICULAR E DO CISTO
ODONTOGÊNICO CERATINIZADO
P. V.
Rados; M. Sant'Ana Filho; J.J. Barbachan; O.F. Quadros
Faculdade
de Odontologia -UFRS
O Cisto
Radicular é uma lesão que tem sua patogenia bem definida e representa uma
reação inflamatória do periodonto apical dos dentes. O seu aspecto morfológico
é descrito como uma cavidade contendo líquido, revesti da por epitélio escamoso
oriundo dos restos epiteliais de Malassez, circundado por tecido de granulação
e fibroplasia.
O Cisto
Odontogênico Ceratinizado é uma alteração cística de desenvolvimento do órgão
do esmalte ou os restos de epitélio odontogênico da lâmina dentária,
aprisionados nos ossos maxilares. Morfologicamente apresenta uma cavidade
irregular contendo quantidades variáveis de caratina, revestida por fina camada
de epitélio com células basais proeminentes, se unindo em linha reta com o
conjuntivo fibroso, do qual se desprende com facilidade. Pode apresentar,
ainda, cistos filhos na cápsula delgada.
O objetivo
deste trabalho é o de comparar as características histométricas do epitélio que
reveste estas duas lesões na busca de explicações sobre o comportamento do
epitélio odontogênico frente a estímulos diferentes.
Para tanto
foram considerados 20 (vinte) casos (10 de cada lesão) , e as medições
consideraram o comprimento da camada basal e da superfície descamativa e a
diferença entre estas dimensões. Os resultados obtidos foram submetidos ao
teste de significância "T" (0,01) dando como resultado a ausência de
diferença significativa entre as duas.
Estes dados
nos permitem concluir que o epitélio odontogênico envolvido em ambas lesões se
comporta de maneira semelhante, nos parâmetros considerados.
102 / 1989
DO EMPREGO
DO HIPOCLORITO DE SÓDIO EM NECROSE PULPAR - 1 FASE "lN VITRO"
G.R. Melo;
E.M.O. Oleto; A.A. Suzuki; A.M.N. Laperriere
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Para
irrigação dos canais radiculares durante seu preparo, várias substâncias têm
sido utilizadas. Dentre elas, o hipoclorito de sódio é a que tem uso mais
difundido, quer por sua ação antibacteriana, quer por ser sol vente de tecidos.
O objetivo
do nosso trabalho foi avaliar e comparar a ação bactericida das soluções de
Milton e de hipoclorito de sódio, esta última nas concentrações 5%, 2,5% e
1,25%. A primeira foi adquirida no comércio (Merrell Lepetit farmacêutica
Ltda.) e as outras foram preparadas no laboratório de nossa Faculdade, segundo
a fórmula de Grossman. Elas foram testadas frente a amostras de Streptococcus
mutans, Streptococcus faecalis e Escherichia coli em tubos de ensaio contendo
infuso cérebro-coração.
Cada solução
foi acondicionada em 4 recipientes diferentes, sendo que dois eram frascos de
vidro transparente e dois de vidro escuro. Durante uma semana, dois destes
frascos (um claro e um escuro), foram armazenados em repouso e os outros dois
colocados em um agitador.
Em cada
tubo de ensaio contendo 9 ml do meio de cultura foram pipetados 1 ml de
solução-teste e 0,5 ml de cultura de 24 horas dos microrganismos citados. Foram
feitos repiques em intervalos de 10, 30, 60, 120 minutos, e uma semana.
Os
resultados obtidos mostraram que:
-a solução
de Milton foi mais eficaz que as soluções de hipoclorito de sódio;
-a solução
de Milton é mais eficaz quando armazenada em frascos escuros e estes são
mantidos em repouso;
-das
soluções de hipoclorito de sódio, a mais eficaz foi a solução a 5%, a única
efetiva até uma semana;
-dos
microrganismos testados, o Streptococcus mutans se mostrou mais sensível que os
demais frente à solução de Milton;
-soluções
de hipoclorito de sódio vendidas no comércio deveriam trazer inscritos em seu
rótulo a data de fabricação e o prazo de validade.
103 / 1989
EFEITO DA
MANIPULAÇÃO COM LUVA EM ALGUNS MATERIAIS DE MOLDAGEM
R.M.
Carvalho; G.J. Bazzo; E.F. Devienne; R.B. Del'Hoyo; M.K. Sonohara; E.B. Franco;
M.H.S. Souza Júnior
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
A
possibilidade de contágio de diversas doenças infecto-contagiosas entre
profissional e paciente, sempre foi assunto de preocupação na odontologia. Mais
recentemente com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida essa
preocupação se tornou ainda maior, a ponto de levar uma grande parte de
profissionais a utilizarem luvas protetoras mesmo para procedimentos ditos
assépticos em clínica. Dessa maneira, o presente estudo objetivou verificar as
possíveis alterações de polimerização de uma silicona de adição quando
manipulada com luva. Uma silicona de adição, Provil, foi manipulada em quatro
situações diferentes com 5 marcas distintas de luvas. O material foi manipulado
com a luva vestida logo após a sua retirada da embalagem, após uma lavagem da
luva com água e sabonete, retirada a luva e sem lavagem das mãos e, finalmente,
após a lavagem das mãos. Foram observados diversos graus de inibição de
polimerização do material em relação ao tipo de luva e ao momento de manipulação.
Dentro do
proposto, pode-se concluir que a reação de polimerização da silicona de adição
foi alterada em diversos graus pela utilização de luvas durante sua
manipulação.
104/ 1989
EFEITO DE
XILITOL E ESTÉVIA EM UM MODELO DE CÁRIE EXPERIMENTAL EM HUMANOS
R. V. Oppermann; M.A. Graça; V. F. Wolwacz; A. Chaper;
L. W. Süffert
Faculdade
de Odontologia -UFRS
O objetivo
do presente trabalho foi testar o papel de dois adoçantes na desmineralização
do esmalte num modelo de cárie experimental em humanos. Aparelhos montados
intrabucalmente contendo pedaços de esmalte foram utilizados por 6 indivíduos
em regime de tratamento experimental que consistiu em 3 exposições diárias
durante um mês dos esmaltes nas segu1ntes soluções teste: Xilitol 5%,
Esteviosideo 0,5% em soluções aquosas e como controles foram utilizados
respectivamente solução aquosa de sacarose 5% e água destilada.
Os
resultados foram avaliados através de microdureza expressa em microns. A
diferença média na microdureza após o uso do Xilitol foi de 23,0 enquanto que
após o uso do Esteviosideo nas presentes condições experimentais foi de 89,2. A
alteração na microdureza observada com a utilização da sacarose foi de 194,4
microns e após o uso da água 4,9. As diferenças observadas entre os adoçantes
podem estar relacionadas a diferentes mecanismos que estes adoçantes possam
apresentar com relação à cariogenicidade da placa bacteriana.
105 / 1989
O EFEITO DE
XILITOL E FlÚOR NA REMINERALIZAÇÃO DE ESMALTE
R.V. Oppermann; M.A. Graça; V. F. Wolwacz; A. Chapper;
L. W. Süffert
Faculdade
de Odontologia -UFRS
O objetivo
do presente trabalho foi testar a partir de peças de esmalte previamente
desmineralizado a capacidade de remineralização de xilitol e flúor isolada ou
conjuntamente em um modelo de cárie experimental em humanos.
Aparelhos
montados intrabucalmente contendo pedaços de esmalte foram utilizados por 6
indivíduos em regime de tratamento experimental que consistiu em 3 exposições
diárias das peças de esmalte durante um mês nas seguintes soluções-teste: NaF
0,05%; Xilitol 0,6% e uma combinação de ambas.
Os
resultados obtidos em microns foram expressos como diferença percentual. Assim,
após o uso de NaF houve um reendurecimento do esmalte desmineralizado na ordem
de 27% do valor original (214,3 inicial -156,35 final). Após o uso de xilitol e
flúor a mesma redução percentual foi de 20% (144,47 inicial - 116,9 final)
enquanto que com xilitol isoladamente houve um aumento na desmineralização na
ordem de 20% (117 ,5 inicial -146,00 final). Pode-se concluir que nas condições
experimentais do presente estudo a associação de xilitol e flúor não produz uma
remineralização diferente da observada com o uso de flúor isoladamente. Ambos
os regimes de tratamento são mais eficazes no reendurecimento do esmalte se
comparados ao uso de xilitol apenas.
106 / 1989
EFEITO DO
CONDICIONAMENTO ÁCIDO SOBRE A SOLUBILIDADE DE DOIS CIMENTOS DE IONÔMERO DE
VIDRO
L.A.M.
Cardoso; M.F. Goes; S. Consani; L.A. Ruhnke; WL. Stolf
Faculdade
de Odontologia -UNICAMP
Desde a
introdução dos cimentos de ionômero de vidro na década de 70 novos produtos
desta classe de materiais vêm sendo desenvolvidos, na intenção de eliminar suas
principais falhas no comportamento clínico. Atualmente sua maior utilização se
dá como material de base para restaurações diretas. Particularmente numa
situação clínica os cimentos ionoméricos ganharam maior notoriedade: Mclean
(1985) preconizou o uso conjugado destes aos compósitos; para tanto sugeriu que
fosse realizado um condicionamento ácido sobre a superfície do cimento criando
maior retenção entre os materiais.
Atentando
para este procedimento Smith (1988 )analisou a superfície de um ionômero
condicionada e verificou degradação superficial prejudicial quando o tempo de
condicionamento ultrapassava os 15 segundos.
O objetivo
deste estudo foi verificar o efeito deste tempo de condicionamento sobre a
solubilidade de 2 cimentos encontrados no mercado nacional: Ketac Bond e Ceram
Lin.
A
metodologia usada foi a proposta pela A.D.A. na sua especificação n.º 9, que
após a espatulação do material permite um armazenamento dos corpos de prova por
1 hora em umidificador e 23 horas mergulhados em água, após o que o resíduo é
pesado e relacionado percentualmente ao corpo de prova originário.
Apenas duas
modificações foram realizadas: um grupo de cada material foi submetido a um
condicionamento em ácido fosfórico a 37% por 15" e também foram realizadas
medidas para corpos submersos em água durante 7 dias.
Os
resultados indicam um aumento de solubilidade estatisticamente significativo
quando se realiza um condicionamento ácido durante 15" em ambos os
cimentos com níveis mais altos de solubilidade para Ceram Lin.
107 / 1989
O EFEITO DO
CONTROLE DA PLACA SUPRAGENGIVAL NA DOENÇA PERIODONTAL
M.I. Fernandes; M.E.G. Friedrich; R. V. Oppermann
Faculdade
de Odontologia -UFRS
O objetivo
do presente estudo foi monitorar o efeito do controle de placa supragengival
per se nas condições clínicas inflamatórias de pacientes com doença
periodontal. Dezenove pacientes participaram de um completo e rigoroso programa
de controle de placa supragengival, durante um período médio de três meses.
Foram avaliados, higiene oral e inflamação através dos índices de Placa e
Gengival, profundidade de bolsa e sangramento ao sondar. O programa de controle
de placa supragengival consistiu de: 1. Remoção dos fatores retentivos de placa
localizados exclusivamente supragengival. 2. Instruções de higiene oral e
treinamento do paciente.
Os
resultados mostraram que a maioria das bolsas em vestibular- lingual eram
menores que 3 mm (79,5%), enquanto somente 1,5% eram mais profundas que 7 mm.
As bolsas mais profundas eram encontradas nas superfícies proximais sendo que
41, 7% das bolsas eram de 4-6 mm e 7 ,5% com 7 ou + mm. Após o tratamento pôde
observar-se que a maioria das bolsas de 1-3 mm mantiveram esta profundidade.
Aproximadamente 50% das bolsas com inicialmente 4-6 mm mantiveram-se, enquanto
40% reduziram-se para 1-3 mm e 1,5% aumentaram para 7 ou + mm. As bolsas com 7
ou + mm permaneceram como tal em 45% dos casos, enquanto 50% reduziram-se para
4-6 mm. Todas as bolsas com 7 ou + mm sangravam no início do estudo e
aproximadamente 80% das bolsas de 4-6 mm e 70% das bolsas de 1-3 mm estavam na
mesma condição. A grande redução no sangramento a sondagem foi observada nas
bolsas rasas. Aproximadamente 75% das bolsas com 7 ou + mm sangravam no final
do estudo, enquanto somente 15% das bolsas de 1-3 mm mantiveram-se sangrando.
As bolsas de 4-6 mm mostraram uma redução no sangramento em torno de 50%.
Os
resultados mostraram que a determinação clinica do estado inflamatório
subgengival pode somente ser estabelecido após um completo controle de placa
supragengival.
108 / 1989
EFEITOS DA
AÇÃO DO JATO DE BICARBONATO DE SÓDIO (SISTEMA PROFIDENT) SOBRE OS TECIDOS
GENGIVAIS - ANÁLISE HISTOLOGICA
S.R.P.
Orrico; R.A. Chierici; M.A. Onofre;J.E.C. Sampaio; 8.E.C. Toledo
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
O uso do
jato água-ar-bicarbonato (Sistema Profident) tem se mostrado eficiente na
remoção da placa bacteriana, porém o fato de ter sido notado dano aos tecidos
gengivais e sangramento mesmo em gengiva clinicamente normal, sugere que pode
haver uma irritação à nível de sulco gengival, pelo menos no momento da
aplicação.
Dessa
forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar histologicamente os efeitos
sobre o tecido gengival, da aplicação do Sistema Profident para remoção da
placa bacteriana das superfícies dentárias, comparando o com a utilização do
método convencional da taça de borracha.
As
observações foram realizadas em 20 pacientes, já submetidos ao tratamento
básico periodontal, nos quais uma região foi selecionada e avaliada quanto ao
estado de saúde gengival e presença de placa. Foram selecionadas 3 áreas
apresentando I.P. e I.G. grau 1; o Sistema Profident foi utilizado como um tipo
de tratamento, incidindo sobre a superfície dentária num ângulo entre 45° e 85°
voltado para o sulco. No dente contralateral, foi utilizado o método
convencional de limpeza com taça de borracha. A terceira área serviu como
controle.
Imediatamente
após, foram realizadas biópsias das 3 regiões; os espécimes, após codificação,
foram fixados, submetidos à tramitação laboratorial de rotina e os cortes
corados pela H.E. para análise histológica.
Os
resultados indicaram, para o grupo da taça, a ocorrência de erosão discreta da
parte mais superior do epitélio externo em 54% dos casos; no epitélio sulcular
ocorreu erosão de discreta a intensa em todos os casos, sendo 59, 1% somente
discreta, e ulceração na parte inferior de 27 ,2% dos espécimes.
No grupo do
Profident, foi demonstrado na parte superior do epitélio externo 40,9% de
erosão discreta, 4,5% moderada e ulceração em 18, 1% dos casos; no epitélio
sulcular 72, 7% dos casos exibiram erosão de discreta a intensa, com 49,9%
apresentando também ulceração; a ulceração do epitélio sulcular foi total em
27,3% dos espécimes. Esses resultados levam à conclusão que o Sistema Profident
promove mais injúria tecidual que a taça de borracha.
109 / 1989
EFEITOS DA
AÇÃO DO JATO DE BICARBONATO DE SÓDIO (SISTEMA PROFIDENT) SOBRE OS TECIDOS
GENGIVAIS, SOB VARIAÇÃO DO ÂNGULO DE INCIDÊNCIA --ANÁLISE HISTOLÓGICA
R.A.
Chierici; S.R.P. Orrico; M.A. Onofre; E. Marcantonio Jr.; B.E.C. Toledo
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Observações
clínicas e histológicas realizadas após a utilização do jato de água-ar e
bicarbonato de sódio (Sistema Profident) revelam uma ocorrência inicial de
danos aos tecidos gengivais, que poderiam ocorrer, de acordo com alguns
autores, devido à direção da aplicação do jato voltado para o sulco gengival.
Com o
objetivo de diminuir as agressões teciduais, tem-se sugerido uma modificação do
ângulo de incidência do jato; sendo assim, o propósito deste trabalho foi
avaliar a sua ação sobre os tecidos gengivais.
As
observações foram realizadas em 20 pacientes, já submetidos ao tratamento
periodontal e avaliados clinicamente através dos índices de placa e gengivite.
Nesses pacientes foram selecionados 2 dentes contralaterais, que apresentassem
o mesmo grau de gengivite e placa e que foram tratados com o jato de
bicarbonato de sódio incidindo sobre a superfície do dente num ângulo variável
de 45 a 85°, sendo, aleatoriamente, em um deles com o fluxo oblíquo em sentido
da superfície oclusal.
Imediatamente
após os tratamentos, foram realizadas 2 biópsias do tecido gengival dos dentes
em observação e de mais 1 que serviu de controle; os espécimes, após
codificação, foram fixados, submetidos à tramitação laboratorial e os cortes
corados pela H.E. para análise histológica.
Os
resultados revelaram que: houve influência do ângulo de aplicação do jato sobre
os tecidos gengivais, com a angulagem convencional produzindo maior agressão do
que a modificada.
Assim, de
acordo com a metodologia empregada, pode-se concluir que a modificação da
angulagem, com a direção do jato voltada para a superfície oclusal, deve ser a
recomendada.
110 / 1989
ERUPÇÃO
DENTÁRIA - ANÁLISE DE FATORES QUE INFLUEM NA CRONOLOGIA
M.A.L.
Souza; L.M.C. Harb; R.B. Basso
Faculdade de Odontologia -UFRS
Muitos
trabalhos foram realizados analisando a cronologia de erupção dentária em
diferentes populações e em diferentes épocas.
Em Porto
Alegre foi feito um estudo sobre este tópico em duas populações distintas:crianças
pobres da periferia da cidade e crianças de nível médio sócio-econômico.
Os dados
obtidos forneceram os seguintes resultados.
-Crianças
do sexo feminino apresentaram precocidade de erupção quando comparadas aos
meninos, em qualquer uma das populações.
-Crianças
de nível médio apresentaram precocidade na época de erupção quando comparadas
às crianças pobres, em ambos os sexos.
-Ao
comparar os nossos resultados com a tabela de Logan e Kronfeld, observamos uma
precocidade de erupção no grupo de nível sócio-econômico médio e um retardo na
erupção do grupo pobre.
-Quando
comparamos nossos resultados com os de outros Estados do País, obtivemos
semelhança na época de erupção em populações de mesmo nível sócio econômico.
Num segundo
momento de pesquisa em função do levantamento bibliográfico sobre os fatores
que influem na cronologia de erupção dos dentes, foram analisados alguns destes
fatores na população em estudo que:
-Filhos de
mães mais jovens tendem a apresentar uma cronologia de erupção sem desvios.
-Crianças
nascidas prematuramente mostraram precocidade na erupção dos primeiros dentes e
atraso na erupção dos últimos dentes permanentes (segundos pré-molares e
segundos molares).
-Crianças
com baixo peso ao nascer (- 2,5 kg) apresentaram atraso na época de erupção em
algumas peças dentárias, enquanto que crianças com peso acima de 4 kg ao nascer
apresentaram precocidade na época de erupção em 11 dentes.
- Como na
bibliografia, nossa amostra revelou que crianças primogênitas tiveram mais
situações de precocidade de erupção do que aquelas que não são primogênitas.
111 / 1989
ESTREPTOCOCOS
DO "GRUPO MUTANS": ANÁLISE DO COMPORTAMENTO FERMENTATIVO DE CEPAS
ISOLADAS DE INDIVÍDUOS CÁRIE-ATIVOS E
LIVRES DE CÁRIE
M.P.A.
Mayer; L.C. Silva; F. Zelante
Instituto
de Ciências Biomédicas -USP
Foram
analisados 8 indivíduos livres de cáries ( CPOS < 1) e O indivíduos
cárie-ativos (CPOS > 30) com relação à velocidade do fluxo salivar e ao
número de UFC de estreptococos do "grupo mutans" por ml de saliva. A
seguir, foram isoladas e identificadas bioquimicamente cepas destes
estreptococos. 8 cepas isoladas de indivíduos livres de cárie e 13 isoladas de
indivíduos cárie-ativos foram analisadas quanto à curva de pH produzida frente
a carboidratos. Foram utilizadas sacarose nas concentrações de 1,5 e 250 mM e
glicose e frutose nas concentrações de 1, 10 e 500 mM. Nas concentrações mais
baixas, houve uma queda de pH variando entre 5,8 e 6,5 nas primeiras 4 horas,
sendo que algumas cepas já exibiam um aumento do pH após a queda inicial. Após
24 horas todas as cepas exibiam um aumento do pH em relação à quarta hora. Nas
concentrações intermediárias houve uma queda acentuada do pH ao redor de 5,0
após a primeira hora, para algumas culturas classificadas como produtoras
rápidas. Entre as produtoras rápidas várias culturas exibiam um pH maior após 4
horas que o obtido em 1 ou 2 horas. Nas concentrações maiores do carboidrato
houve uma queda acentuada do pH e não foi observado um retorno do pH. Outras
culturas apresentaram até 2 horas pH por volta de 65 na concentração
intermediária e foram denominadas produtoras lentas. Estes comportamentos
distintos na velocidade de queda do pH e na elevação subseqüente, possivelmente
teriam influência no potencial cariogênico das cepas, embora não tenha sido
observado um comportamento distinto para as cepas isoladas de indivíduos livres
de cáries e cáries-ativos.
112 / 1989
ESTUDO AO
MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA DO ESMALTE APRISMATICO NORMAL EM TERCEIROS
MOLARES INCLUSOS
M. Fava de
Moraes*& I. Watanabe**
* Faculdade
de Odontologia -USP
**
Instituto de Ciências Biomédicas -USP
No presente
trabalho, empregando a técnica de microscopia eletrônica de varredura,
estudou-se a camada aprismática do esmalte em vinte terceiros molares inclusos
permanentes extraídos por indicação clínica.
Os dentes extraídos foram mantidos em solução
de álcool 70% procedendo-se, em seguida, fraturas longitudinais no sentido
vestíbulo-lingual para a observação da camada aprismática das faces vestibular
e lingual nos terços oclusal, médio e cervical.
Todas as
peças foram desidratadas em série crescente de álcoois, montada em bases
metálicas para a cobertura de ouro em aparelho "Ions Sputter" e examinados
em microscópio eletrônico de varredura Jeol, JSM-P15.
De acordo
com os dados obtidos podemos concluir que: 1 -A camada aprismática do esmalte
foi contínua nas três regiões estudadas, tanto nas faces vestibular como
lingual dos terceiros molares não erupcionados, apresentando um valor médio de
5,01 micrômetros ((), nos superiores e 5,58 micrômetros ((), nos inferiores.
Verificou-se ainda, que nas duas faces (vestibular e lingual) e nas três
regiões estudadas (oclusal, média e cervical ) , a espessura da camada
aprismática apresenta um valor crescente de oclusal (3,61 () para a cervical
(8, 11 ().
2 - A
camada aprismática está constituída por cristais de hidroxiapatita dispostos
paralelamente entre si e perpendicularmente à superfície externa do esmalte.
113 / 1989
ESTUDO
CLÍNICO DE MÉTODOS PREVENTIVOS DA CÁRIE DENTÁRIA - AVALIAÇÃO DE 12 MESES
M.B.D.
Gavião;R.M.P. Rontani; C.F. Peters
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
O efeito
preventivo da fluoretação da água de abastecimento público parece se processar
mais pela ação tópica que pela endógena, tornando o método mais eficaz para
superfícies lisas, deixando muito a desejar para os sulcos e fissuras.
Sendo nossa
comunidade beneficiada com o método da fluoretação pública e apresentando
paralelamente índices significativos de cárie dentária, foi nosso objetivo
aplicar um programa de prevenção fundamentando-se na aplicação em crianças de 5
a 7 anos, dos seguintes métodos; evidenciação da placa dentária e profilaxia de
todos os dentes com o "Profident" (Dabi-Atlante) ; aplicação tópica
de solução de flúor-fostato ácido em todos os dentes; aplicação de selante de
fóssulas e fissuras (Delton) nos molares decíduos. O programa preventivo foi
realizado de 3 em 3 meses durante um ano de estudo. Pelos resultados obtidos,
verificou-se a eficácia destes métodos em relação à incidência da cárie
dentária.
A retenção
do selante foi significativa, demonstrando efetividade na prevenção da cárie
oclusal para os molares decíduos.
114 / 1989
ESTUDO
COMPARATIVO CLÍNICO E HISTOPATOLOGICO DA INDICAÇÃO DO TRATAMENTO EXPECTANTE
M.C. Gomes;
C.C. Miranda Netto;J.C. Silveira
Faculdade
de Odontologia -UFMG
O presente
trabalho é feito junto à Clínica Cirúrgica Odontológica e ao Laboratório de
Anatomia Patológica da UF MG. Os pacientes se apresentam para exodontia por
finalidade protética ou social. Todos os dentes selecionados (molares e
pré-molares) se apresentam ao exame radiográfico (radiografias bite-wings e
periapicais) com cárie profunda, mas não se visualizando comunicação com a
câmara pulpar. É feito ficha clínica e anamnese do paciente. Ao exame objetivo
é observado: respostas às provas térmicas, elétrica, mecânica e percussão, para
estabelecimento do diagnóstico pulpar .
Os casos
selecionados têm como diagnóstico clínico, polpa em condições de
reversibilidade. Após anestesia a caixa oclusal é aberta e a dentina cariada
superficial é removida até se verificar a possibilidade de se fazer o
tratamento expectante. O dente é fechado elevado a exodontia.
Após
fixação, desmineralização e inclusão são feitos cortes alternados e as lâminas
são coradas pela H.E. Determina-se o diagnóstico histopatológico.
Os 30 casos
já selecionados são agrupados de acordo com os achados clínicos e
histopatológicos para comparação e determinação de uma real condição pulpar de
reversibilidade se instituindo o "Tratamento Expectante".
115 / 1989
ESTUDO
COMPARATIVO DA POLIMERIZAÇÃO DE RESINAS COMPOSTAS COM A UTILIZAÇÃO DE CUNHAS
REFLETIVAS
A.L. Ciamponi; V.A.P. Lujan;J.F.F. Santos
Faculdade
de Odontologia -USP
Foi
proposto por LUTZ o uso de cunhas refletivas que objetivam melhorar a
polimerização das resinas compostas nas regiões interproximais, direcionando a
contração de polimerização num sentido favorável. Todavia, até o presente, não
se tem informação acerca da efetividade do método proposto através de um
processo objetivo de avaliação. Este estudo está sendo realizado com o
propósito de avaliar comparativamente a efetividade da capacidade refletiva de
luz destas cunhas.
Foram
utilizados quatro tipos de resinas compostas para dentes posteriores (Estilux
posterior; Full-Fil; P-30; Herculite X R) três tipos de lâmpada (Translux; XR
light; Prisma light); quatro tempos experimentais (30", 60",
90", 120") e quatro cunhas (Caulk, números 1 e 3; Neos Hawe, fina e
larga).
Foi
confeccionada uma caixa de papelão preta (5 x 5 cm) na qual é inserida a cunha
e sobre esta, depositada uma certa quantidade de resina composta (0,02 g). A
caixa é então fechada com o intuito da luz externa não interferir na
polimerização. A seguir, procede-se a fotoativação das resinas compostas
segundo os tempos experimentais predeterminados. Logo após os corpos de prova
são imersos em álcool etílico por 1 hora e depois secados na estufa à 70ºC, em igual
tempo. Seguidamente pesamos os corpos de prova e comparamos as diferenças de
peso inicial e final. Foram confeccionados 576 corpos de prova alternando-se as
lâmpadas, as resinas e os tempos com as diferentes cunhas. Amostras-padrão das
quatro resinas, polimerizadas diretamente sob a ação das lâmpadas fotoativadas,
foram preparadas e servirão como parâmetro comparativo com os corpos de prova
experimentais.
Até o
presente, nossos resultados sugerem que parece haver uma diferença na
porcentagem de polimerização das resinas compostas, quando comparadas com
amostras-padrão, em função de algumas variáveis experimentais intencionalmente
introduzidas neste trabalho.
116 / 1989
ESTUDO
COMPARATIVO DA TEMPERATURA DE FUSÃO DE LIGAS METALICAS A BASE DE COBRE
J.
Monde!!i; P.A.S. Francisconi; E.B. Franco; J. C. Pereira
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Atualmente
um número crescente de ligas odontológicas estão sendo introduzidas no mercado
nacional, principalmente as à base de cobre. Embora essas ligas sejam bastante
utilizadas, pouco se conhece sobre suas propriedades físicas, mecânicas e
técnicas de utilização. Entre tais propriedades, a temperatura de fusão é uma
das pouco estudadas e que dificilmente o fabricante faz referência precisa
sobre a mesma.
O propósito
do presente trabalho foi determinar a temperatura de fusão de duas ligas
comerciais à base de cobre (Goldent LA e Duracast MS), quatro ligas
experimentais também à base de cobre, que estão sendo desenvolvidas pelos
Departamentos de Dentística e Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia
de Bauru-USP e duas ligas áuricas, sendo uma tipo III experimental e outra tipo
IV comercial (Degulor), frente a três testes distintos de determinação da
temperatura de fusão.
Com isto se
pretendeu:
-comparar
entre si as faixas de fusão das ligas testadas;
-avaliar a
efetividade das diferentes técnicas de determinação da temperatura de fusão.
As técnicas
utilizadas para se determinar a temperatura de fusão foram, conforme a norma
n.º 5 da American Dental Association (modificada por Mondei li em 1967) , pelo
método de Brumfield e a técnica utilizada em metalurgia.
Através dos
testes realizados, e de acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que:
-dos testes
realizados para a determinação da temperatura de fusão, o único que se mostrou
realmente efetivo para as ligas à base de cobre foi o utilizado em metalurgia;
-das ligas
estudadas as que apresentaram menores faixas de fusão foram:
* entre as
ligas áuricas a liga experimental tipo III;
* entre as
ligas à base de cobre a liga experimental n.º2, seguida das ligas Duracast MS,
liga experimental n.º 4, liga comercial Goldent LA e liga experimental n.º 3.
117
ESTUDO
COMPARATIVO DO ÁCIDO MEFENÂMICO, ÁCIDO METIAZÍNICO E GLUCAMETACINA NA RESPOSTA
INFLAMATÓRIA INDUZIDA PELA IMPLANTAÇÃO SUBCUTÂNEA DE PLACA DENTAL E NA
ATIVIDADE MITÓTICA DE GLÂNDULAS SALIVARES ESTIMULADAS PELO lSOPROTERENOL, EM
RATOS
T. Akatsu & S.A. Catanzaro Guimarães
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
O objetivo
da pesquisa foi estudar comparativamente os efeitos antiinflamatório e
antimitótico do Ácido Mefenâmico (Ponstan), Ácido Metiazínico (Soripal) e
Glucametacina (Teoremin) em modelos de inflamação aguda e crônica e em modelo
de proliferação celular, procurando estabelecer a correlação entre os dois
efeitos para cada droga isoladamente.
O efeito
antiinflamatório agudo foi avaliado através de um modelo inflamatório
caracterizado pela injeção subcutânea de uma suspensão de placa dental (teste
edemogênico, períodos de 1 e 3 horas). O efeito antiinflamatório crônico foi
avaliado pela implantação subcutânea de bolinha de algodão esterilizado
(determinação do peso do granuloma e histometria de fibras colágenas, período
de 12 dias). O efeito antimitótico foi avaliado através da proliferação de
células acinosas de glândulas parótidas estimuladas pelo isoproterenol, em
períodos de 3 e 20 dias.
O efeito
antiinflamatório agudo mais potente foi obtido pela Glucametacina no período de
1 hora e pelo Ácido Metiazínico no período de 3 horas. A Glucametacina é a
droga com maior poder inibidor na formação de granulomas experimentais, seguido
pelo Ácido Mefenâmico e Ácido Metiazínico. Com relação à atividade
antimitótica, todas as três drogas foram eficazes na inibição da proliferação
das células acinosas das glândulas parótidas estimuladas pelo isoproterenol.
Houve correlação positiva entre as atividades antiinflamatória e antimitótica
para as três drogas estudadas.
Pelos
resultados obtidos podemos concluir que, todos os testes empregados na
confecção deste trabalho constituem modelos experimentais úteis para se testar
as atividades antiinflamatória e antimitótica das drogas e, em conseqüência dos
efeitos antiexsudativo e antiproliferativo das drogas estudadas podemos sugerir
que essas drogas podem ser úteis na terapia das doenças inflamatórias crônicas.
118 / 1989
ESTUDO
COMPARATIVO ENTRE CISTOS DENTÍGEROS E SACOS FOLÍCULARES OU PERICORONÁRIOS
E.C. Silva;
M.A. V. Carmo; J.M. Santos
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Como a
literatura mostra, ainda, resultados conflitantes a respeito do diagnóstico das
2 entidades, objetivou-se fazer este estudo comparativo, baseado apenas em
padrões histopatológicos.
O material
examinado consta de 122 espécimes de tecido que recobriam a coroa de dentes
inclusos, assim divididos: faixa etária 12-15 anos (57 amostras) e faixa etária
16-18 anos (54 amostras). Não foi feita análise radiográfica e não foram
possíveis as informações sobre a localização exata das mesmas, sendo todos os
indivíduos da raça branca.
As amostras
foram fixadas em formol a 10%, incluídas em parafina e coradas pela HE. Foram
preparadas e examinadas 5 lâminas para cada amostra de tecido. Além do
diagnóstico (cisto dentígero ou saco pericoronário) , observou-se também os
seguintes parâmetros; presença ou ausência de cordões e/ou ilhotas epiteliais
no tecido conjuntivo, inflamação crônica e mineralizações difusas (análise
quantitativa e qualitativa).
Na faixa
etária de 12-15 anos, 37% das amostras foram diagnosticadas como cisto
dentígero contra 63% de sacos pericoronários. Na faixa etária 16-18 anos, 83%
de sacos pericoronários, contra apenas 17% de cistos dentígeros.
Estes
resultados entram em choque com algumas pesquisas realizadas na área e com
alguns achados clínicos, devendo ser o material revisto e os critérios para o
diagnóstico, reavaliados.
Não foram
feitas, ainda, todas as correlações possíveis com os dados obtidos, inclusive a
possível relação existente entre a incidência destas entidades e a de outras
lesões odontogênicas importantes.
119 / 1989
ESTUDO DA
RESISTÊNCIA DE AMOSTRAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS A DIFERENTES ANTIBIÓTICOS
M.F.
Chiarelli Legasper; A.A.P. Kleiner; J.L. José; O. Teixeira; M.C.F. Arruda Veiga
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba
Pela
constante introdução no ecossistema de antibióticos em altas concentrações,
criou-se uma situação de "stress bacteriano".
O presente
trabalho tem por finalidade analisar a resistência de amostras de S. aureus,
isoladas de um grupo de estudantes e do ambiente hospitalar, frente a uma gama
de 11 diferentes antibióticos. Procurando-se estabelecer a natureza
cromossômica ou plasmidial da resistência, utilizou-se o brometo de etídio como
agente de cura.
O método
para verificação do nível de resistência das 88 amostras de S. aureus isoladas
foi o do Kirby-Bauer sendo as amostras discriminadas nas categorias: sensível,
intermediário e resistente.
Duas
amostras multiresistentes obtidas do ambiente hospitalar, respectivamente, M5 e
M9, foram tratadas com brometo de etídio, método citado por Siqueira (1976).
As
condições experimentais utilizadas no presente trabalho subsidiam as seguintes
conclusões:
1 -As
amostras isoladas de S. aureus apresentaram elevados níveis de resistência a
praticamente todos os antibióticos testados;
2 -As
frequências mais elevadas de resistências foram evidenciadas para a
eritromicina, tetraciclina, penicilina G, estreptomicina, oxacilina e
canamicina; as frequências mais baixas de resistência foram notadas para a
rifampicina, netilmicina, amicacina e cefalotina;
3 -O gene
de resistência para o cloranfenicol e netilmicina é de origem plasmidial em S.
aureus.
120
ESTUDO DAS
PROPRIEDADES ANTIINFLAMATORIAS DAS DROGAS IBUPROFEN, NAPROXEN, SULINDAC E
GLUCAMETACINA NA FASE AGUDA DA INFLAMAÇÃO INDUZIDA PELA IMPLANTAÇÃO SUBCUTÂNEA
DE UMA SUSPENSÃO DE PAREDE CELULAR DE MICRORGANISMOS DA PLACA DENTAL, EM RATOS
T. Akatsu & S.A. Catanzaro Guimarães
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
A
inflamação é um processo dinâmico de resposta dos tecidos à lesão. Dela
participam elementos do tecido conjuntivo, sangue e microcirculação e sua
principal finalidade é eliminar o agente flogógeno e conduzir o tecido afetado
à cura. Apesar da complexidade do processo inflamatório, a partir das últimas
décadas o aparecimento de inúmeras substâncias e o desenvolvimento de
sofisticados métodos de pesquisa têm possibilitado demonstrar a modificação
desse processo. Como modelo experimental mais natural e adequado ao estudo da
fisiopatologia do processo inflamatório, por sua natureza infecciosa,
utilizamos a placa dental humana como agente flogógeno. E, para controlar a
evolução da inflamação, utilizamos 4 drogas antiinflamatórias não-esteróides:
Ibuprofen, Naproxen, Sulindac e Glucametacina.
O objetivo
do trabalho foi de obter uma suspensão de parede celular de microrganismos da
placa dental, através de procedimentos bioquímicos afim de utilizá-la como
modelo experimental para o teste de eficiência terapêutica de agentes
antiinflamatórios não-esteróides (AANEs).
O processo
para a obtenção da suspensão de parede celular de microrganismos da placa
dental consistiu basicamente de 3 fases: 1.a) método de sonicação, para
rompimento celular dos microrganismos e demais componentes da placa; 2.a)
centrifugações sucessivas, até a obtenção da parede celular não-purificada e,
3.a) procedimentos bioquímicos de purificação da placa.
O efeito
antiinflamatório das drogas utilizadas foi observado em modelo caracterizado
pela injeção subcutânea da suspensão de parede celular de microrganismos da
placa dental, nos períodos de 1/2 hora, 1 hora, 3 horas e 6 horas (teste
edemogênico).
Os
resultados demonstraram que em todos os grupos de animais houve a formação de
um pico inflamatório no período de 1/2 hora, notando-se ligeiro decréscimo de
formação do edema em 1 hora, seguindo-se um crescimento ascendente na ação
flogógeno do material, até o período máximo de 6 horas.
Pelos
resultados obtidos podemos concluir que, a suspensão de parede celular de
microrganismos da placa dental constitui em excelente modelo experimental para
o teste de eficiência terapêutica das drogas antiinflamatórias não- esteróides.
Além disso, verificou-se que todas as drogas utilizadas possuem efetiva
atividade antiinflamatória.
121 / 1989
ESTUDO DAS
PROPRIEDADES ANTIMITÓTICAS DAS DROGAS ANTIINFLAMATÓRIAS NÃO-ESTERÓIDES:
INDOMETACINA, BUTAZONA, CLINORIL, NAPROSIN, BENFLOGIN E INFLARIL NA ATIVIDADE
PROLIFERATIVA DAS CÉLULAS EPITELIAIS DA MUCOSA DUODENAL E DAS CÉLULAS
HEMATOGÊNICAS DA MEDULA ÓSSEA
N. AlIe & S.A. Catanzaro Guimarães
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
No presente
trabalho estudou-se o papel dos antiinflamatórios não-esteróides, Indometacina,
Butazona, Clinoril, Naprosin, Benflogin e Inflaril, na cinética da proliferação
celular epitelial da mucosa duodenal e das células hematogênicas da medula
óssea. No estudo em questão todo e qualquer desequilíbrio,entre a produção e
destruição do número de células, por perda, degeneração ou por incapacidade
proliferativa pode levar a lesões ulcerativas da mucosa duodenal e a hipoplasia
(anemias) na medula óssea com sérias perturbações ao hospedeiro. O assunto é de
total relevância que na área da reumatologia, onde os antiinflamatórios
não-esteróides e outros são empregados em larga escala, é particularmente
grande o número de trabalhos comparando os efeitos desta droga e a modificação
na cinética proliferativa nas células epiteliais da mucosa do sistema
gastrintestinal e/ou nas células hematogênicas da medula óssea.
A atividade
mitótica das células foi avaliada após 3, 18 e 36 dias de tratamento com as
drogas duas vezes diariamente. O efeito antimitótico foi avaliado no epitélio
duodenal e na medula óssea cuja proliferação foi calculada pela incorporação de
timidina triciada (Thymidine-Methyl3H com atividade específica de 6,7 Ci/mmol)
injetada em cada animal por via subcutânea, numa única dose de 0,25 µCi/g de
peso corporal, 30 minutos antes do sacrifício.
Concluímos
que o antiinflamatório mais marcante na inibição mitótica tanto a nível de
epitélio duodenal como a nível da medula óssea foi a Indometacina, seguida pela
Butazona e o Clinoril. O Naprosin ficou no meio termo, desenvolvendo razoável
efeito antimitótico na medula óssea e no epitélio de revestimento do duodeno,
menor que o da Indometacina, Butazona e do Clinoril e maior que o do Benflogin
e que o do Inflaril.
122/ 1989
ESTUDO DE
GERMES GRAM-POSITIVOS E GRAM-NEGATIVOS NO EPITÉLIO DE BOLSA PERIODONTAL
SUPRA-ÓSSEA
A. A.
Garrocho; H. A. Marigo; R. S. Gomez
Faculdade
de Odontologia - UFMG
Pacientes
com diagnóstico clínico de bolsa periodontal supra-óssea, foram biopsiados
retirando-se fragmentos de gengiva. Estes foram fixados em formol 10% e
processados rotineiramente. Os cortes foram corados pela HE e pelo método de
Mac-Callum para coloração de bactérias nos tecidos.
Foram
observadas bactérias somente na vertente interna da bolsa, sendo que as
bactérias gram-positivas se encontravam no epitélio sulcular e no tecido
conjuntivo subjacente a este epitélio. Não foram encontradas bactérias
gram-negativas nos tecidos, ficando estas estritas ao espaço do sulco gengival.
Apesar da
demonstração histológica de bactérias em bolsa periodontal seu papel é
controvertido na etiopatogenia da doença periodontal. Considerando-se a
natureza cíclica da doença periodontal, na qual observam-se períodos de grande
atividade alternados por períodos de quiescência, não podemos ainda associarmos
este período de destruição periodontal com a invasão bacteriana presente nos
tecidos.
123 / 1989
ESTUDO DE
UM MÉTODO DE DESINFECÇÃO PARA INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS CORTANTES
V.M. Rocha
Barros; U.N. Soares; I. Y. Ito; S.N.M. Lima; S.L.S. Salvador
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Diversos
materiais utilizados em consultórios odontológicos têm sido identificados como
vetores potencialmente perigosos na transmissão de infecção cruzada. Entre
estes materiais destacam-se os instrumentos rotatórios cortantes, os quais
durante o seu emprego tornam-se inevitavelmente contaminados com sangue e/ou
saliva.
Este
trabalho foi realizado com a finalidade de avaliar a ação desinfetante de uma
solução aquosa de glutaraldeído a 2,0% -CIDEX -sobre instrumentos rotatórios
cortantes durante o preparo de cavidades em dentes cariados.
Brocas de
aço carbono utilizadas em motores convencionais de baixa rotação foram
distribuídas em 14 grupos de 25 brocas. Cada grupo foi submetido a uma
seqüência diferente de procedimentos de esterilização, contaminação e
desinfecção química das brocas. Para a desinfecção foi empregada a solução de
glutaraldeído a 2,0% -CIDEX -associada ou não a outros métodos ou soluções
químicas. A seguir, as brocas de todos os grupos foram imersas em meio de
cultura- tioglicolato - e observadas no Laboratório de Microbiologia para a
verificação de crescimentos bacterianos.
A
comparação entre os resultados obtidos em função dos diferentes métodos de
desinfecção propostos para cada um dos grupos permitiu concluir que:
a) a
solução de glutaraldeído a 2,0% -CIDEX -empregada de acordo com as instruções
do fabricante e nas condições em que foi realizado este trabalho, é altamente
eficaz como desinfetante;
b) novos
estudos devem ser realizados para verificar a efetividade da atuação
desinfetante da solução de glutaraldeído a 2,0% - CIDEX - sobre diferentes
instrumentos odontológicos e quando empregada em outros métodos de desinfecção.
124 / 1989
ESTUDO DO
PODER FLOGÓGENO DA PLACA DENTAL ÍNTEGRA E TRATADA COM DIFERENTES SOLUÇÕES
EXTRATORAS
L.A.A.
Taveira; S.A. Catanzaro Guimarães; O. Tárzia; E.M. Taga
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
O poder
flogógeno da placa dental íntegra e tratada com as diferentes soluções
extratoras, foi avaliado utilizando-se do teste edemogênico com azul de Evans
em 110 ratos divididos em grupos de 1 , 3 e 6 horas; do teste quimiotáctico
através de injeção intraperitoneal das suspensões da placa e posterior contagem
total e diferencial dos leucócitos em 60 ratos divididos em 3 grupos de 24, 48
e 72 horas. Foi ainda induzida a formação de granulomas pela colocação de
bolinhas de algodão embebidas nas suspensões de placa dental no tecido
subcutâneo de 256 ratos divididos em 8 grupos, considerando-se os tempos de 12,
24 e 36 dias.
As
suspensões de placa dental utilizadas e avaliadas foram as de placa íntegra tratadas
com as soluções de Hanks pH 7.0, salina pH 5.5, tampão fosfato pH 7.3,
trisglicina pH 8.9, hidróxido de \sódio pH 13.0, ácido clorídrico pH 1.2 e
tratada com todas as soluções sucessivamente. Os animais foram uniformizados
quanto à raça, peso e idade. Os resultados a partir da metodologia empregada
permitiu-nos constatar e concluir que:
1) A
capacidade flogógena da placa dental integra é intensa, com grande capacidade
destrutiva em suas fases iniciais de ação, evoluindo para uma reação
predominantemente granulomatosa a partir de 36 dias. O tratamento da placa
dental com várias soluções químicas e de pH variáveis, reduz esta capacidade
agressiva devido à retirada de fatores flog6genos solúveis que normalmente
fazem parte da mesma; 2) A redução do poder flogógeno da placa dental na fase
aguda da inflamação ocorreu mais acentuadamente quando submetida à ação de
tratamentos com soluções extratoras de pH alcalino. Soluções extratoras de pH
fortemente ácido são menos efetivas na remoção dos fatores fiog6genos solúveis
da placa dental; 3) Embora as diversas soluções extratoras reduzam a
intensidade da inflamação aguda produzida pela placa dental, não altera,
contudo, a capacidade de indução granulomatosa da mesma; 4) Do ponto de vista
geral, a placa dental tratada sucessivamente com todas as soluções extratoras
apresenta menor poder fiog6geno, tanto na fase aguda como na crônica de
inflamação.
125 / 1989
ESTUDO EM
RATOS DAS PROPRIEDADES ANTIINFLAMATÓRIAS DAS DROGAS: INDOMETACINA, BUTAZONA,
CLINORIL,NAPROSIN, BENFLOGIN E INFLARIL, NA FASE AGUDA DA INFLAMAÇÃO
N. AlIe;
S.A. Catanzaro Guimarães; L.A.A. Taveira
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
A
inflamação é uma reação do organismo caracterizado por respostas vasculares e
teciduais, cuja magnitude depende da intensidade do agente flogógeno, cujas
agressões conduzem a alterações periódicas da permeabilidade vascular. Tomam
parte desse episódio tanto os capilares como as vênulas que extravasam no local
proteínas plasmáticas configurando o edema. A reação do agente flogógeno de
efeito moderado, induz o aumento da permeabilidade vascular em torno de uma
hora (fase imediata) e o edema atinge uma configuração máxima em três horas
(fase tardia).
Com a
finalidade de observar os efeitos das drogas antiinflamatórias não-esteróides:
Indometacina, Butazona, Clinoril, Naprosin, Benflogin e Inflaril nas fases
imediata e tardia da inflamação aguda, utilizou-se como agente flogógeno a
placa dental em duas concentrações: fraca (0,07 mg) e média (0, 7 mg).
Em relação
ao efeito antiexsudativo avaliado pelo teste edemogênico, todas as drogas
demonstraram efetiva atividade antiinflamatória nas fases da inflamação aguda e
nas duas concentrações, salientando-se um efeito maior, e pela ordem a
Indometacina, Butazona, Clinoril e Naprosin e com efeitos menores para o
Benflogin e o Inflaril.
126 / 1989
ESTUDO
HISTOFISIOLÓGICO COMPARATIVO ENTRE SUTURA COM FIO DE ALGODÃO E DERIVADOS DE
CIANOACRILATO EM RATOS
C.R. Outra;
M. V. Gayotto; N. Villa
Faculdade de Odontologia -USP
O objetivo
do trabalho foi realizar um estudo histofisiológico sobre reparação tecidual.
Foram utilizados dez ratos da linhagem Wistar, que foram divididos em cinco
grupos de sacrifício, assim determinados: 3, 5, 7, 9 e 12 dias de
pós-operatório. Foram comparados: sutura com fio de algodão, e pincelamento
sobre a área operada de dois adesivos à base de cianoacrilato: Sico Met 50 e
Super Bonder.
Baseados
nos resultados microscópicos obtidos ficou constatado que a reparação tecidual,
nos estágios iniciais de observação {terceiro e quinto dias) mostrou-se mais
compatível quando foram utilizados os adesivos, enquanto que nos estágios
subseqüentes de observação a sutura com fio de algodão revelou resposta
histofisiológica discretamente mais favorável do que aquelas dos adesivos,
demonstrando-se a viabilidade de uso destes materiais somente para aplicações
em superfície, desde que se evite a penetração dos mesmos no tecido conjuntivo.
127 / 1989
ESTUDO
HISTOMORFOLÓGICO DA GLÂNDULA PARÓTIDA DE RATO JOVEM SUBMETIDA A RADIAÇÃO
IONIZANTE
E. Balducci
Roslindo; L.S. Utrilla; N. C. Roslindo
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
A
utilização da radiação com finalidade diagnóstica e terapêutica nas ciências da
saúde, tem gerado discussões a respeito dos efeitos sistêmicos adversos que
variam amplamente.
O propósito
deste estudo foi avaliar as possíveis alterações estruturais do parênquima da
glândula parótida de rato jovem à ação dos raios X.
Foram
utilizados 30 ratos (Holtzman) com 25 dias de idade, com o objetivo de avaliar
os efeitos da radiação ionizante sobre as estruturas das glândulas parótidas de
ratos jovens. Os animais foram distribuídos equitativamente em dois grupos
experimentais: Grupo I, irradiado e Grupo II, controle. Utilizando um aparelho
de radioterapia convencional, a região ao nível das glândulas parótidas foi
irradiada com uma dose de 300 R, sendo o procedimento repetido a cada 48 horas,
totalizando, uma exposição de 1.200 R. Decorridos os períodos de 3, 8, 13, 18 e
28 dias, os animais de ambos os grupos foram sacrificados e as glândulas
parótidas removidas, fixadas em formolina a 10% e líquido de Bouin por 24
horas. Os cortes foram corados pela Hematoxilina e Eosina e Tricrômico de
Mallory, permitindo análise pela microscopia óptica comum. Com base na
metodologia empregada concluiu-se que: os ratos do grupo irradiado ganharam
peso corporal uniforme a partir do 13º dia, embora não equivalente aos do grupo
controle respectivamente; a fase crítica de desorganização glandular determinada
pela radiação, correspondeu ao período de 8 dias, decrescendo nos seqüentes; os
ácinos serosos e os ductos estriados mostraram-se mais radiosensíveis, mesmo
com o uso de dose baixa e fracionada; a glândula parótida apresentou sinais de
reparação morfológica à medida que se distanciou da última exposição aos raios
X.
128 / 1989
ESTUDO
PRELIMINAR DA INSTITUIÇÃO DO TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS FRATURAS MANDIBULARES
CONSOLIDADAS VICIOSAMENTE
WA. Jorge;
M.M. Gouveia; R. Martins
Faculdade
de Odontologia e Hospital Universitário -USP
Dada a alta
incidência de pacientes que procuram o Hospital Universitário-USP portadores de
consolidação viciosa, no presente trabalho, os autores ressaltam a importância
do diagnóstico e planejamento cirúrgico adequados, associa dos a um tempo
hábil, a fim de que não se estabeleça a consolidação viciosa iatrogênica nas
fraturas de ossos da face.
A não
intervenção rápida e/ou a instituição de terapêutica inadequada nas fraturas
mandibulares favoráveis ao desvio, podem levar a uma condição de fibrose em
cotos fragmentários, impactados, condição esta de desvio estabelecida pelo
tracionamento muscular.
Instalada a
fibrose, há uma acomodação por parte do paciente, concernente à sintomatologia
e uma alteração da oclusão dentária e assimetria facial, principais causas de
desconforto, que leva o mesmo a procurar um serviço especializado, deixando de
fazê-lo, até que esteja caracterizado a condição de consolidação viciosa de
fratura, fato que tornará o tratamento corretivo, muito mais complexo, uma vez
que será necessário planejar a refratura cirúrgica dos fragmentos consolidados
inadequadamente.
O trabalho
visa estabelecer o planejamento e execução do tratamento cirúrgico que
constitui em: refraturar os ossos da face, consolidados erroneamente,
estabelecer a correção osteoplástica, reduzir e conter os fragmentos, e
imobilização intermaxilar, promovendo desta forma o restabelecimento do
contorno facial e a funcionalidade oclusal do aparelho estomagnático
restituindo o paciente a sua bionormalidade.
129 / 1989
HISTOPATOLOGIA
DA INJÚRIA E REPARAÇÃO DA GLÂNDULA PARÓTIDA DE RATOS SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA
(RADIAÇÃO X)
M.R. Sposto; L.S. Utrilla; M.A. Onofre; R. C. C. Lia
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
A
radioterapia para câncer de cabeça e pescoço, geralmente inclui as glândulas
salivares em seus campos de irradiação. As alterações histológicas no
parênquima glandular foram produzidas experimentalmente porém, estes efeitos
têm sido pouco explorados do ponto de vista histopatológico gerando
controvérsias com respeito à iniciação dos efeitos degenerativos e a evolução
deste comportamento. Assim, a análise criteriosa da histopatologia do
parênquima glandular ainda suscita grande interesse na tentativa de surpreender
possíveis modificações celulares, o grau destas e as possibilidades de volta à
normalidade.
Foram
utilizados, neste experimento, 48 ratos adultos machos (Rattus norvegicus,
Albinos, Holtzmann) pesando em média 120 a 130 gramas com 60 dias de idade,
divididos em dois grupos: controle e experimental. Os animais do grupo
experimental foram submetidos a tratamento radioterápico local (dose única =900
R). Após períodos de 2, 7, 15, 21, 30 e 45 dias, foram anestesiados para
dissecação e remoção das glândulas parótidas. As peças seguiram tramitação
laboratorial de rotina, sendo os cortes corados pelos métodos HE e Tricrômico
de Mallory .
Através da
análise dos resultados constatamos: a glândula parótida foi altamente sensível
com as células serosas apresentando injúrias mais severas que as mucosas; aos
15 dias detectamos injúrias de grau máximo; os ductos intercalares e estriados
sofreram danos sendo que os do tipo estriado apresentaram severas alterações em
morfologia e volume.
130 / 1989
ÍNDICES
CPO-S E ceo-S E SUAS RELAÇOES COM A TAXA DE S. MUTANS EM ESCOLARES DE BELO
HORIZONTE
J.C.
Noronha;B.O. Souki;M.M.G. Faria;M.L.A. Massara; V.M.S. VilIar; A.P. Nogueira;
G.R. Melo
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A prática
odontológica atual tem evidenciado, cada vez mais, a necessidade de estarem
disponíveis métodos simples e confiáveis para a determinação de indivíduos ou
grupos cárie-susceptíveis. Na literatura recente tem surgido trabalhos que
visam analisar, em diversas faixas etárias, a relação de índices
epidemiológicos (CPO-D, CPO-S) com taxas salivares de S. mutans. Tais estudos
revestem-se de especial importância porque podem representar um avanço no
sentido da identificação dos grupos de alto risco à cárie.
O presente
trabalho tem por objetivo verificar e analisar a relação CPO-S/ceo-S e taxas
salivares de S. mutans em escolares da periferia de Belo Horizonte. Para tanto
escolheu-se, ao acaso, uma escola pública, da qual 105 crianças de 7 a 8 anos
de idade foram submetidas a exame clínico (segundo critérios da OMS), exame
microbiológico (KOHLER E BRATTHALL, 1979) modificado e exame radiográfico
padronizado, focalizando os dentes posteriores (Bite-Wing).
Os
resultados foram analisados e mostraram-se estatisticamente significativos (p
0,01), indicando que os escolares de índices elevados (CPO-S >3 ou ceo-S
> 10) são mais prevalentes no grupo muito infectado (> 105 S. mutans/ml
saliva). Verificou-se que os escolares de 7 e 8 anos portadores de mais de 3
superfícies cariadas em dentes permanentes ou mais de 10 superfícies cariadas
em dentes decíduos, têm aproximadamente 2 vezes mais chance de estar muito
infectado do que pouco infectado. Também foi possível concluir que o CPO-S e o
ceo-S foram instrumentos relativamente adequados para esboçar, ainda que de
maneira imprecisa, a prevalência de S. mutans nos escolares de 7-8 anos.
131 / 1989
INFECÇÃO
EXPERIMENTAL COM ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS BACTEROIDES DE
PIGMENTAÇÃO NEGRA EM RATOS
L.M.
Farias; M.J. Ávila-Campos; M.A. R. Carvalho; C.A. V. Damasceno; E. C. Vieira;
E. O. Cisalpino
Instituto
de Ciências Biológicas -UFMG
A partir de
ensaios preliminares em camundongos, procurou-se avaliar, em ratos Spraque
Dawley e Fischer, isentos de germes, a implantação de Actinobacillus
(Haemophilus) actinomycetemcomitans e de Bacteroides de pigmentação negra,
isolados de lesões periodontais humanas, como monocontaminantes, e também em
associação, com vistas ao estudo da ação patogênica.
Foram
realizados dois ensaios: no primeiro, 15 ratos Spraque Dawley isentos de germes
foram inoculados com uma cultura de A. actinomycetemcomitans, isolada de
Periodontite Juvenil localizada, por via oral (swab) e por contaminação da
ração e da água. No segundo, foram utilizados 25 ratos Fisher, em grupos de
cinco animais, assim distribuídos: grupo I, controle, sem inóculo; grupos II e
III, respectivamente, com monoculturas de A. actinomycetemcomitans e de
Bacteroides de pigmentação negra, ambos isolados no laboratório de
Microbiologia Oral e Anaeróbios do ICB/UFMG; grupo IV, com A.
actinomycetemcomitans Y4-ATCC e, finalmente, o grupo V, com a associação dos
dois primeiros microrganismos. Foram feitas três inoculações por via oral
(swab), em intervalos variados, neste ensaio.
No primeiro
ensaio, conseguiu-se recuperar o microrganismo das fezes de todos os animais
inoculados, mas não da cavidade oral. No segundo, em quatro coletas, realizadas
em momentos diferentes, de todos os grupos inoculados, conseguiu-se recuperar
os microrganismos: no 4.º dia do experimento, de espécimes orais e fecais; no
15.º dia, apenas de fezes; no 22.º dia, de espécimes fecais e orais. Após 69
dias, percebeu-se, em alguns animais, alteração gengival, com sangramento
marcante ao toque com swab, no grupo inoculado com A. actinomycetemcomitans isolado
no laboratório, recuperando-se o microrganismo das lesões. Está em andamento a
avaliação histopatológica.
Estes dados
preliminares suportarão estudos sobre a implantação de microrganismos
periodontopáticos, monitorando uma avaliação clínica especializada,
incluindo-se índices de placa dentária e gengival, ao lado de aspectos
radiográficos, histológicos e imunológicos, em roedores e em primatas não
humanos do Novo Mundo, modelos que vêm sendo utilizados em nosso meio.
Apoio:
FINEP, CNPq e CAPES.
132 / 1989
INFLUÊNCIA
DO TRATAMENTO TÉRMICO NA DUREZA SUPERFICIAL DAS LIGAS À BASE DE COBRE
R.R. Vaz;
M.F. Góes;O. Zaniquelli;H. Panzeri
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Normalmente,
os tratamentos térmicos provocam alterações estruturais em todo tipo de liga
metálica. Dessa forma, o propósito deste estudo foi avaliar e comparar a
influência do tratamento térmico na dureza superficial (Vickers) entre duas
ligas experimentais à base de cobre em relação a outras duas comerciais.
Foram
usadas as ligas Duracast M.S. e Golden L.A. (lotes diferentes) e duas ligas
experimentais denominadas CuBe 1 e CuBe 2, trinta e seis corpos de prova na
forma de pastilhas com 12 mm de diâmetro e 3,2 mm de espessura foram
utilizados; divididos em grupos de 6, onde 3 corpos de prova de cada grupo eram
submetidos a uma temperatura de 850oC, durante uma hora e imediatamente
resfriados em água a 23oC. Em seguida, já com a superfície plana e polida,
procedeu-se o ataque superficial do corpo de prova para evidenciar a estrutura
da liga, com um reagente químico adequado. As observações e os ensaios de
dureza Vickers foram feitas em um microscópio Neophot 30 da Carl Zeiss.
Os
resultados foram obtidos mediante tratamentos estatísticos, sendo que, o
tratamento térmico influenciou na dureza Vickers, somente na liga Golden L.A.2.
Nas demais ligas, não houve diferença significativa na dureza Vickers quando
executado tratamento térmico.
133 / 1989
INVESTIGAÇÃO
EM HIGIENE ORAL
M.
Vasconcelos
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Essa
investigação em Higiene Oral surgiu da necessidade de motivar os estudantes do
4( período da Faculdade de Odontologia da UFMG para a disciplina de Odontologia
Preventiva. Inicialmente se constituiu como um recurso didático preparatório
para o desenvolvimento do conteúdo "Controle de Placa Bacteriana através
do Autocuidado". No entanto, pela sua aplicação sistematizada, passou a se
configurar como uma avaliação dos procedimentos em higiene oral utilizados
pelos familiares dos estudantes de odontologia.
A
metodologia utilizada foi a aplicação de roteiro de observação junto a um
membro da família do estudante, durante 3 dias consecutivos. Nesta observação
foram contemplados aspectos vários da rotina de autocuidado do membro familiar
escolhido, tais como: freqüência e técnica de escovação; uso do fio e creme
dental, uso dos antissépticos bucais, higienização da língua e finalmente a
maneira pela qual a pessoa aprendeu a realizar sua rotina de higienização.
Os
resultados, além de outros dados, demonstraram que:
-A maioria
dos observados aprendeu a técnica de higienização com o dentista e/ou pais.
-Apesar
disto as técnicas não são as preconizadas pela literatura.
Estas
conclusões preliminares nos remetem a duas reflexões:
1 -Se os
conteúdos sobre autocuidado estão sendo ministrados de forma eficiente, com a
ênfase adequada e no momento oportuno da graduação.
2 -Se,
quando o estudante estiver no final do curso de odontologia, estes dados
estariam alterados.
134 / 1989
lSOPROTERENOL
E ENZIMAS GLICOLÍTICAS DE NÚCLEOS CELULARES DE GLANDULAS SALIVARES
G.
Nuñez-Burgos & J. Nicolau
Instituto de Química -USP
Estudos
sobre o processo sialadenotrófico, utilizando-se o isoproterenol (IPR), em
nosso laboratório, mostraram alterações de algumas enzimas do esquema
glicotítico, no sobrenadante do homogenado centrifugado à 27,750 xg.
Tendo-se em
vista que todas as enzimas glicolíticas foram demonstradas existir no núcleo de
células hepáticas, renais e cerebrais, decidimos examinar a possibilidade de
enzimas glicolíticas no núcleo de glândulas salivares sofrerem alterações
durante o processo hiperplástico e hiperplásico.
Nestas
condições procuramos estudar as enzimas fosfofrutoquinase, piruvatoquinase e
lactato desidrogenase, em ratas injetadas com IPR.
Os resultados
mostraram um aumento nas atividades das três enzimas estudadas,
fosfofrutoquinase (PFK), piruvatoquinase (PK) e lactato desidrogenase (LDH) no
núcleo de células da parótida 12 e 24 horas após o estímulo pelo agonista
ß-adrenérgico. Na glândula submandibular enquanto se observou aumento na PFK e
PK para os grupos de 12 e 24 horas, a LDH sofreu uma redução.
135 / 1989
LESÕES
PERIAPICAIS RECIDIVANTES DE APICECTOMIA COM RETROBTURAÇÃO EM AMALGAMA DE PRATA:
ESTUDO CLÍNICO/HISTOLÓGICO
E.C. Silva
ü H.M. Capistrano; A.P.G. Chiari; I.C. Ribeiro
Faculdade
de Odontologia -UFMG
O trabalho
foi realizado com a finalidade de investigar lesões periapicais recidivantes de
dentes humanos após apicectomia com retrobturação em amálgama de prata e
relacionar dados clínicos, tipos histológicos e presença de pigmentos de
amálgama.
Foram
utilizados 41 casos de lesões periapicais recidivantes de apicectomias
efetuadas por um mesmo cirurgião seguindo uma mesma técnica de trabalho. O
material foi fixado em formol à 10%, incluído em parafina, cortado a 5µ de
espessura e corado em hematoxilina e eosina. Os dados clínicos considerados
foram tempo para recidiva, sexo, idade e localização das lesões. Foi feita
análise microscópica das lesões para determinar seu tipo histopatológico e
verificar a presença ou ausência de partículas de amálgamanas mesmas.
A análise
dos dados clínicos mostrou que o tempo para constatação da recidiva mais
freqüente foi entre 0 e 2 anos, após a 1( cirurgia. A localização mais comum
foi a região posterior da mandíbula. A maioria das lesões foi encontrada na
faixa etária de 21 a 40 anos, no sexo feminino. O tipo histológico prevalente
foi o granuloma periapical. Não houve relação entre tipo histológico, dados
clínicos e presença ou ausência de micropartículas de amálgama na amostra
estudada.
Os
resultados encontrados não permitiram conclusões acabadas, mas a constatação de
um maior número das recidivas nos 2 primeiros anos após a cirurgia inicial pode
sugerir uma tendência de reparo das lesões com o tempo ou um silêncio clinico
levando a não constatação das mesmas. A presença ou ausência das
microparticulas de amálgama nas lesões parece não influir nas variáveis
histológicas encontradas.
136 / 1989
LEVANTAMENTO
CLÍNICO DE MANIFESTAÇÕES BUCAIS EM PACIENTES GRÁVIDAS
S. Lauar & E. G. Birman
Faculdade
de Odontologia -USP
Dada as
divergências da Literatura em relação à ocorrência de diversas patologias que
afetam os tecidos moles da cavidade bucal durante a gestação, propusemo-nos a
estudar a sua freqüência em pacientes grávidas da Clínica de obstetrícia do
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.
A
casuística consta de pacientes grávidas na faixa etária de 18 a 40 anos
examinadas trimestralmente durante o período gestacional, comparadas a um grupo
de pacientes-controle (não grávidas) na mesma faixa etária (Clínica de Triagem
da FOUSP).
Os
resultados demonstram que entre as alterações observadas, a gengivite crônica,
avaliada pelo índice de Löe (1963), foi a patologia mais prevalente nas
gestantes bem como no grupo controle, estando relacionado a fatores locais. Das
lesões proliferativas não neoplásicas mais comumente citadas em relação às
gestantes, o granuloma piogênico foi encontrado em apenas uma paciente.
Hiperplasias fibrosas inflamatórias relacionadas a fatores traumáticos (prótese
total) foram observadas em oito pacientes. Uma alteração relativamente
freqüente foi a língua "geográfica".
Lesões
brancas, pigmentações e outras alterações não foram dignas de nota.
Concluímos
que na nossa amostra, lesões bucais principalmente do tipo proliferativo, ou
outras alterações da mucosa bucal de pacientes gestantes não são tão freqüentes
quanto descritas na literatura. Os fatores irritativos ou traumáticos locais
devem ser mais valorizados e o papel dos hormônios como fator primário destas
alterações, deve merecer estudos mais conclusivos.
137 / 1989
LEVANTAMENTO
DE BIÓPSIAS ENCAMINHADAS AO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA DA FACULDADE DE
ODONTOLOGIA DA UFMG
A.M. Loyola,. H.M. Capistrano; R.S. Gomez
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Foi
realizado um levantamento das biópsias enviadas para o Laboratório de Patologia
da FOUFMG de Belo Horizonte no período de 1983 a 1988 com o objetivo de
analisar a natureza e a freqüência das lesões histologicamente diagnosticadas.
A
amostragem foi avaliada quanto ao sexo e idade dos pacientes e dividida
posteriormente, em onze categorias principais: tumores odontogênicos; cistos
dos maxilares e tecidos moles; lesões de glândulas salivares; hiperplasias e
lesões reativas de tecido mole; inflamações periapicais e cicatrizes fibrosas;
lesões ósseas; tumores benignos de tecido mole; pericoronarites e folículos
dentais; lesões pré- malignas e malignas; lesões da mucosa oral e outras.
Em relação
à faixa etária dos pacientes as lesões aparecem em maior número nas 2.a, 3.a,
4.a, 5.a e 6.a décadas de vida, com pico na 3.a década. A distribuição dos
pacientes por sexo, embora ligeiramente mais alta no sexo feminino, não foi
significativa estatisticamente.
138 / 1989
MODIFICAÇÕES
MORFOLÓGICAS DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DO MACACO-PREGO À DIMINUIÇÃO DA
DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO
A.A.
Martins*; M.C. Madeira*; I. Watanabe* *
*Faculdade de Odontologia de Araçatuba
-UNESP
**
Instituto de Ciências Biomédicas -USP
A existência
de interdependência entre elementos do aparelho mastigador tem sido verificada
na literatura, onde se descreve que quando um deles sofre alterações, podem
ocorrer modificações em outro componente do complexo.
O propósito
deste trabalho foi analisar as possíveis alterações morfológicas da articulação
temporomandibular do macaco-prego, decorrentes do desgaste oclusal exagerado
dos dentes e a conseqüente diminuição da dimensão vertical de oclusão.
A análise
dos resultados revelou a ocorrência de modificações adaptativas (remodelação)
tanto ao nível dos tecidos de revestimento das superfícies articulares, como no
tecido ósseo subjacente aos mesmos.
Baseados na
análise dos resultados obtidos no presente trabalho, podemos concluir que a
articulação temporomandibular do macaco-prego sofre um processo de remodelação
que leva ao aumento da espessura do tecido ósseo dos componentes mandibular e
temporal, altera as características microscópicas óptica e eletrônica de
varredura da superfície e das camadas de revestimento e promove uma
reorganização estrutural do disco articular, com aumento de sua espessura e
modificação na orientação das fibras colágenas.
139 / 1989
MUCOCELES-
ESTUDO CLÍNICO E MICROSCÓPICO DE 112 CASOS
D. T.
Oliveira & A. Consolaro
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Mucoceles
são cistos mucosos relacionados à obstrução ou traumatismos das glândulas
salivares acessórias que levam à retenção e/ou extravasamento de muco. São de
ocorrência comum na boca e devido à ausência de sintomatologia podem ser
tolerados durante meses ou anos pelos pacientes. As características
microscópicas, geralmente, demonstram a presença de uma cavidade cística
preenchida por um material amorfo, eosinofílico e que pode ser revestida (cisto
de retenção mucoso) ou não (cisto de extravasamento) por epitélio. A
etiopatogenia da lesão ainda não foi totalmente esclarecida e algumas vezes,
fatores como trauma têm sido associados ao seu desenvolvimento.
Este
trabalho refere-se a um estudo criterioso de 112 casos de mucoceles
diagnosticados no Departamento de Patologia da Faculdade de Odontologia de
Bauru -USP. Dados clínicos como idade, sexo, localização da lesão e possíveis
fatores relacionados à etiologia foram obtidos a partir de fichas de registro
dos pacientes. Aspectos histológicos da cavidade cística e estruturas
circunjacentes, inclusive glândulas salivares acessórias envolvidas quando
presentes, foram estudados e registrados em fichas previamente elaboradas.
Os
resultados obtidos demonstraram que os mucoceles ocorrem preferencialmente no
lábio inferior, na faixa etária de 10 a 20 anos, sem predileção por um dos
sexos. O trauma esteve associado em 10% dos casos sendo a recidiva da lesão
observada em 20%. O cisto de extravasamento, envolvido por um tecido de granulação,
foi o mais comumente encontrado, ainda que o cisto de retenção mucoso tenha
também sido observado. O muco retido ou extravasado no tecido conjuntivo
circunjacente era do tipo fibrilar e continha células, principalmente
neutrófilos, no interior. As glândulas mucosas envolvidas apresentavam, quase
sempre, degeneração e metaplasia.
140 / 1989
NOVAS
AQUISIÇÕES EM EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS COMPUTADORIZADOS
H. H.
Rodrigues
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Os recentes
avanços tecnológicos na área de informática tem revolucionado conceitos de
atendimento clínico de pesquisa e de ensino odontológico. O cirurgião-dentista,
tem hoje a seu alcance expressivo equipamento informatizado, a serviço das mais
avançadas e diferentes áreas. Um exemplo concreto é a técnica de subtração de
imagem, já usada em periodontia desde os anos 80, expandindo-se por cariologia,
ou mesmo endodontia ao estudar lesões periapicais. O periograma, já realidade,
deixa vislumbrar possíveis "cariogramas e granulogramas", como termos
odontológicos informatizados. O Dental Vision, o Video Dentistry, a sonda ótica
periodontal, a colher de dentina, a sonda exploradora, a turbina e o
micromotor, todos computadorizados nos parecem reais, e brevemente constituirão
armamentário comum nas clínicas e laboratórios.
A
Radio-Visio-Graphy, já substitui a radiografia convencional, armazenando-se a
formação em disquetes e fitas magnéticas. O Cad-Cam System dispensa a moldagem,
o enceramento e a fundição de coroas totais. A avaliação cinética da ATM ou a
miografia já são realidade. Estamos praticamente a um passo da Odontologia
informatizada do ano 2000.
O autor
demonstra que a avaliação informatizada da cárie, usando extensômetros
elétricos aplicados em instrumentos manuais de uso clínico-odontológico, abrirá
um amplo campo na odontologia, que já vem trazendo resultados profícuos no
diagnóstico da pressão de corte de dentes. Histogramas, com monitoramento em
vídeo, facilitarão sobremaneira o acompanhamento "off line" de passos
técnicos de preparo cavitário. Com os instrumentos manuais informatizados já é
possível a avaliação da resistência ao corte da dentina cariada.
141 / 1989
PATOLOGIA
GENGIVAL PREVALENTE EM PACIENTES COM A SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA
C.R. Costa;
L.F. Godoy; G. Birman
Centro de
Referência -AIDS -SUDS -SP
Faculdade
de Odontologia -USP
Foram
estudadas as alterações gengivais observadas num grupo de pacientes
soropositivos para o vírus HIV. Face à escassez e controvérsia de informações a
respeito de prevalência das patologias gengivais destes pacientes, elas foram
detalhadamente avaliadas. Nossa amostra formada predominantemente por homens
(90,9%) homossexuais (45,4%) na faixa etária de 16 a 54 anos, principalmente
2.a e 3.a décadas, com 57,6% pacientes classificados no grupo IV. A avaliação
clínica permitiu classificar 39,4% dos pacientes com índice gengival de nível
1. Dor e ardor localizados foram relacionados em 39,3%, sendo avaliada a
atuação dos irritantes locais (quantidade). Guna foi detectada em 9,0%.
Ulcerações inespecíficas da gengiva inserida foram também observadas 6,0%, e
6,0% associadas a bactérias Gram-negativos. Candidose gengival foi observada em
12,1 %. Associada à lesões pseudo-membranosas em outros locais. Os processos
considerados como gengivites atingiram 45,4% e os de periodontite 21,2%, não se
podendo correlacionar a melhoria das condições locais com a evolução do quadro
clínico. O agravamento do quadro geral, repercute na gengiva, demonstrando
nesta síndrome uma inter-relação evidente entre o problema sistêmico e as
condições gengivais.
142 / 1989
PERÍODO DE
SILÊNCIO MASSETERINO: DETERMINAÇÃO DO LIMITE SUPERIOR DE NORMALIDADE
F.H.
Westphalen****; I.E.K. Trindade* / ***;J.A. Souza-Freitas* / **; A.S. Trindade
Jr..** / ***
*Hospital de Pesquisa e Reabilitação de
Lesões Lábio-Palatais, USP -Bauru
**
Faculdade de Odontologia de Bauru -USP *** Faculdade de Ciências de Bauru
-UNESP
**** Faculdade de Odontologia -PUC/Curitiba
O período
de silêncio (PS) é uma pausa temporária da atividade eletromiográfica dos
músculos (mm.) elevadores da mandíbula que tem sido utilizado como um índice
objetivo do estado funcional do sistema estomatognático, especialmente no
diagnóstico das disfunções da articulação temporomandibular (ATM), onde se
encontra aumentado. Os objetivos do presente trabalho foram os de determinar a
duração do PS no eletromiograma dos mm. masséteres em indivíduos normais e
calcular, a partir do valor médio, o limite superior de normalidade (percentil
95%) para a duração do PS. O PS foi provocado pela percussão do mento (10
percussões, 1/s) com um martelo de teste de reflexos, estando os indivíduos
ocluindo maximamente os seus dentes. A atividade eletromiográfica dos mm.
masséteres foi captada com eletrodos bipolares de superfície e registrada em
eletromiógrafo DISA (1500 EMG-System). Os resultados (¯x + DP) evidenciaram que
no grupo estudado (n = 39) a duração do PS foi de 25,45 + 4,20 ms e de 25,33 +
4,18 ms nos mm. masséter direito (MD) e esquerdo (ME), respectivamente, valores
que não diferiram estatisticamente entre si (teste t pareado). O limite
superior de normalidade foi de 33,68 ms para o MO e de 33,52 ms para o ME,
valores que devem ser considerados como os limites máximos abaixo dos quais 95%
da população normal está incluída. Assim sendo, no diagnóstico das disfunções
da ATM, só podem ser considerados portadores dessa patologia indivíduos cujos
valores de PS no eletromiograma masseterino estejam acima dos valores
estabelecidos no presente estudo.
Auxílio:
CAPES, CNPq.
143 / 1989
PESQUISA DE
ANTICORPOS IgG SÉRICOS CONTRA A CEPA ATCC 29523 DE ACTINOBACILLUS
ACTINOMYCETEMCOMITANS EM INDIVIDUOS NORMAIS E PACIENTES COM PERIODONTITE
O.P.S.
Rosa; R.S.S. Rocha; N. Moraes; I.R.F. Rubira
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
A
composição microbiana da placa subgengival e a resposta imune humoral aos seus
integrantes tem sido pesquisadas em diferentes regiões do mundo, na tentativa
de compreender o papel que desempenham nos diferentes quadros de doença
periodontal. Com base em tais estudos, alguns microrganismos têm sobressaído
como patógenos periodontais potenciais, como o Actinobacillus
actinomycetemcomitans. Investigações sorológicas identificaram 3 sorotipos
desse microrganismo, a, b e c, sendo os dois primeiros os mais comumente
encontrados na cavidade oral. Procuramos identificar se essa mesma distribuição
é encontrada entre nós, tendo anteriormente pesquisado anticorpos contra a cepa
Y4, catalogada como soro- tipo b e agora, contra a cepa ATCC 29523, do sorotipo
a. Para tanto, utilizamos a técnica da imunofluorescência indireta, soro de
coelho anti-IgG humana marcado com isotiocianato de fluoresceina diluído 1 :80
e soros de 20 indivíduos normais na faixa etária < 16 anos, 20 na faixa
etária > 18 anos e 20 adultos com periodontite, tendo encontrado
positividades de 55%, 85% e 40%, respectivamente. Ressalte-se, porém que os
títulos desses soros foram extremamente baixos, com os títulos de 1:1
prevalecendo em todos os grupos (72,7%, 76,5% e 62,5%). Títulos de 1:10 constituíram
18,2%, 11,8% e 25% dos resultados positivos. Títulos de 1:20 só foram
encontrados em um indivíduo do grupo N2 e um de periodontite, enquanto os de 1
:40 foram detectados em um indivíduo nos 2 grupos normais. As freqüências de
positividade e de títulos > 1 :10 para a cepa 29523 foram significantemente
menores que as observadas para a cepa Y4 nos soros dos mesmos indivíduos.
144 / 1989
PREVALÊNCIA
DE INFECÇÕES E LESÕES BUCAIS RELACIONADAS A BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS EM
PACIENTES COM A SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA
C.R.
Costa*;C.T. Calsada**;E.G. Birman***
*Centro de Referência e Treinamento
-AIDS -SP
** Instituto Adolfo Lutz
*** Faculdade de Odontologia -USP
Foram
estudados 120 pacientes infectados pelo HIV (vírus da imunodeficiência
adquirida) com diferentes comportamentos de risco. Clinicamente foram
diagnosticados vários tipos de patologias bucais, ficando sem diagnóstico
conclusivo ulcerações persistentes (50%); pequenas áreas eritematosas (40%) e
placas branco-amareladas (10%). Em 65% destes pacientes, estavam associados
sintomas como alteração do paladar, dor à deglutição, xerostomia, dor e ardor .
As biópsias
realizadas descartaram patologias ou lesões específicas que no caso das lesões
ulceradas não se comportavam como aftas e juntamente com as eritematosas foram
diagnosticadas histopatologicamente como processos inflamatórios inespecíficos
(agudos/crônicos). No caso das placas, as hipóteses de hiperqueratose,
leucoplasia pilosa e candidose, entre outras, também não foram compatíveis. As
culturas destas lesões não confirmaram presença de fungos. Culturas para
pesquisa de bactérias Gram-negativas foram realizadas em meios adequados a
partir de esfregaços das lesões. Uma associação positiva (75%) foi observada
entre estas lesões e a presença de bactérias identificadas como: Pseudomonas
aerugionosa, Enterobacter cloacae, Klebsilla oxytoca, Serratia marcenses e
Actinobacter sp. O cirurgião-dentista deve estar preparado para o diagnóstico e
tratamento de infecções bacterianas, antes raras na cavidade bucal.
145 / 1989
PREVALÊNCIA
DE S. MUTANS EM ESCOLARES DA PERIFERIA DE BELO HORIZONTE
J.C.
Noronha;B.Q. Souki;M.L.A. Massara;M.M.G. Faria;A.P.A. Nogueira;
G.R. MeIo
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A identificação
do risco à cárie através da contagem de S. mutans salivar tem sido atualmente
muito utilizada, especialmente em países escandinavos.
No Brasil,
a condição sócio-econômica-cultural da nossa população faz com que estratégias
desta natureza sejam, relativamente, inviáveis no momento a nível de saúde
pública.
Entretanto,
a determinação das taxas deste microrganismo é bastante útil na compreensão das
inter-relações entre a cárie dentária e seus fatores etiológicos em diferentes
populações.
Assim, procurou-se
levantar as taxas de S. mutans de escolares da 1.a série (7-8 anos) da
periferia de BH. As 149 amostras de saliva foram inoculadas em placas de Petri
contendo ágar MSB (Gold et al., 1973) utilizando-se o método da espátula
(Kohler e Bratthall, 1979) ligeiramente modificado. As placas foram incubadas à
37(C por 48 horas em microaerofilia (uma lavação com mistura gasosa - 90% N2
-10% CO2).
Os
resultados indicaram que 20,1% dos escolares apresentaram menos 100.000 S.
mutans/ml saliva (0-20 UFC); 45,6% entre 100.000 e 1.000.000 (21-100 UFC) e
34,2% são portadores de mais de 1.000.000 S. mutans/ml saliva (mais que 100
UFC). Não encontrou-se diferenças na prevalência de S. mutans nos sexos
masculino e feminino.
146 / 1989
PREVALÊNCIA
DOS MARCADORES DA HEPATITE BEM ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA E CIRURGIÕES-DENTISTAS
DE BELO HORIZONTE*
C.M.C.
Ottoni; C. O. Gomes; F.J. Penna; C.J.C.G. Souza
A hepatite
B é uma das doenças infecto-contagiosas passível de ser transmitida através do
sangue, da saliva e de outras secreções orgânicas. Isto torna os
cirurgiões-dentistas e os estudantes de Odontologia sujeitos à infecção e
conseqüentemente com possibilidades de ser um elo a mais na sua transmissão.
Apresentamos
alguns resultados finais da investigação sorológica para os marcadores da
hepatite B (Anti-HBs e HBs-Ag) realizada em estudantes de Odontologia e
cirurgiões-dentistas, distribuídos em grupos, de acordo com o tempo de
graduação. Foram avaliados 88 estudantes do 2.(, 3.( e 4.( períodos, antes que
os mesmos tivessem contatos com pacientes em aulas práticas (grupo I) , 84
estudantes do 7.( e 8.( períodos escolares, envolvidos em aulas práticas
durante 2 anos (grupo II) e de 180 cirurgiões-dentistas com mais de 5 anos de
formados (grupo III ).
A
incidência de Ariti-HBs positivo (contato prévio com vírus da hepatite B) foi
de 6,8% no primeiro grupo, de 7,1% no segundo e de 23,9% para o terceiro grupo.
Deste último, os profissionais que tinham acima de 20 anos de formados
apresentaram uma positividade de 34,2% para o Anti-HBs.
Estudou-se
também um grupo-controle, equivalente ao grupo III na sua distribuição por
faixa etária, sexo e nível social, entretanto não sujeito a atividades com
riscos de contaminação pela hepatite B. Neste grupo, foi encontrada a porcentagem
de 14,5 para o Anti-HBs positivo.
*Pesquisa
financiada pelo CNPq e CPq-UFMG.
147 / 1989
PREVALÊNCIA
E GRAU DE SEVERIDADE DA CÁRIE DENTÁRIA E MANCHAS BRANCAS, EM MOLARES DECÍDUOS
S. V. Souza
& C. F. Peters
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Os autores
determinaram a prevalência, distribuição e extensão, bem como o grau de
severidade das manchas brancas e cáries de primeiros e segundos molares
decíduos de 180 crianças, na faixa etária de 6 a 9 anos, de ambos os sexos,
residentes em Piracicaba -SP, e distribuídas em 2 níveis sócio-econômicos: o
grupo I constituído por crianças de nível sócio-econômico baixo, residentes na
região periférica da cidade; e o grupo II por crianças da área central da
cidade, considerada de nível sócio-econômico mais elevado. Os dados analisados
parecem mostrar que tanto a mancha branca quanto a cárie são mais freqüentes no
sexo masculino que no feminino e bem mais freqüente no grupo I {periférico) que
no grupo II (centro urbano). As faces mais atingidas foram a oclusal para
cáries e a vestibular dos inferiores e face palatina dos superiores para mancha
branca. Observou-se que o número de dentes hígidos e restaurados foram bem mais
elevados para as crianças do grupo II {nível sócio-econômico mais elevado), evidenciando
que estas crianças recebEm mais cuidados odontológicos que aquelas do nível
sócio-econômico mais baixo.
148 / 1989
PROGRAMA
ODONTOLOGICO ESCOLAR DE SAÚDE -PROESA
R. V.
Oppermann;M.A. Graça;A.A.F. Zurita;B.B. Scheirr;I.S. Baron; M.A.E. Nascimento;
R.E. Gerrhardt
Prefeitura
Municipal de Porto Alegre -RS
Este
trabalho tem como objetivo a redução e controle da atividade de cárie em
escolares matriculados nos jardins de infância e primeiras séries em duas
escolas da rede municipal.
Foram realizados
exames iniciais de CPOS modificado em 132 crianças de 6 a 8 anos de idade,
seguindo-se controle sistemático profissional de placa; utilização intensiva de
fluoretos; instrução, motivação e orientação para higiene oral; manutenção
periódica preventiva; e remoção de fatores de retenção da placa dental
(restaurações e extrações de dentes decíduos e permanentes). Paralelamente aos
procedimentos clínicos, a integração dentista-criança-professores-funcionários-
direção das escolas, desenvolveu-se fora do círculo convencional de atuação do
dentista.
Após 2 anos
de trabalho foram realizados novos exames com a mesma metodologia do
levantamento inicial. Nos resultados preliminares foram observados que das
2.595 superfícies de risco no início do programa, isto é, hígidas, manchas
brancas ativas e inativas, 24 cariaram, 20 foram restauradas e 1 extraída,
perfazendo 1,73% da amostra. Das 1.521 superfícies que erupcionaram durante o
programa 3 cariaram, 4 foram restauradas, portanto 0,46% da amostra.
A diminuição da atividade cariosa observada
no presente estudo pode estar relacionada à: 1) Reorganização da prática
odontológica; 2) Utilização intensiva de fluoretos; 3) Participação da
comunidade escolar.
149 / 1989
PULPOTOMIA
COMO TRATAMENTO DAS FRATURAS CORONÁRIAS COM EXPOSIÇÃO PULPAR EM DENTES
ANTERIORES PERMANENTES
M.I.S.
Cortes;J.V. Bastos;L.D. Figueiredo;M.C. Rohenkohl;C.S. Abrantes; A.R.M. Diniz;
S. V. Zeferino
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A
pulpotomia nos dentes anteriores que sofreram fratura coronária com exposição
pulpar está usualmente indicada quando a polpa apresenta vitalidade e extensa
área exposta. O tratamento tem como objetivo a preservação da polpa radicular
viva, livre de inflamação e protegida biologicamente por barreira de tecido
mineralizado, visto que a pulpectomia nos pacientes jovens impede a continuação
da deposição de dentina fisiológica, deixando paredes radiculares delgadas
elevando à maior freqüência de fraturas.
Os fatores
considerados para a eleição deste tratamento são: intervalo de tempo
transcorrido entre o acidente e o momento do atendimento; observação clínica de
hiperplasia no local da exposição; ausência de luxação do elemento dental
envolvido; idade do paciente. O curto intervalo de tempo determinará o grau de
contaminação da polpa. A presença de hiperplasia do tecido pulpar significa uma
reação proliferativa associada a uma inflamação superficial e conseqüentemente
benigna em relação ao prognóstico. A luxação nos dentes com rizogênese completa
compromete o suprimento sanguíneo da polpa sendo portanto uma contra-indicação
para o tratamento conservador. A severidade da luxação deve ser considerada nos
dentes com rizogênese incompleta, uma vez que a polpa apresenta grande
capacidade de regeneração. Não é possível fixar um limite de idade para a
indicação do tratamento conservador: devemos levar em consideração que a polpa
dental de um paciente adulto é mais susceptível às lesões degenerativas ou
inflamatórias, além da maior possibilidade de comprometimento periodontal.
Foram
selecionados 10 pacientes de ambos os sexos, de 7 a 12 anos, portadores de
fratura coronária de esmalte e dentina com exposição pulpar, na Clínica de
Tratamento dos Dentes Traumatizados da Faculdade de Odontologia da UFMG.
Realizada a
pulpotomia imediata houve formação da barreira de tecido mineralizado,
confirmada clínica e radiograficamente, num espaço de tempo que variou de 2 a 6
meses.
150 / 1989
RELAÇÃO DE
OCLUSÃO DOS CANINOS SUPERIORES EM PACIENTES PORTADORES DE FISSURA TRANSFORAME
INCISIVO UNILATERAL
R.C. Pascotto & H.B. Brosco
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
Com o
objetivo de avaliar as variações de posição dos caninos superiores em
portadores de fissura lábio-palatal, por essas alterações interferirem no
resultado estético final da prótese, foi feita uma análise e medição dessas
alterações em modelos de gesso articulados de 208 pacientes portadores de
fissura transforame incisivo unilateral, na fase de tratamento pré-protético,
verificando: no sentido vertical a infraversão e no sentido horizontal, o
desvio mésio-distal de sua relação de oclusão normal e a distância em relação à
linha média.
A análise
estatística dos resultados permitiu as seguintes conclusões:
-no sentido
vertical, notou-se uma freqüente mordida aberta anterior e lateral no segmento
fissurado;
-no sentido
horizontal, quanto à relação mésio-distal dos caninos superiores, observou-se
uma posição mesial mais frequente desses dentes em relação à oclusão com os
antagonistas;
-com
relação à linha média superior, verificou-se um freqüente desvio para o lado
não fissurado devido à situação em geral para a mesial dos caninos superiores
do lado acometido pela fissura.
151 / 1989
O SISTEMA INCREMENTAL
DE ATENDIMENTO AOS ESCOLARES EM BELO HORIZONTE
M.C.R.
Viana
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Visando
caracterizar os resultados de 25 anos de prestação de serviços odontológicos
aos escolares pelo setor público - nível estadual e 13 anos de atuação dos
serviços municipais, foram analisados documentos-base dos serviços. Como
instrumento complementar de análise utilizou-se os levantamentos
epidemiológicos realizados em Belo Horizonte (1975, 1983, 1986).
Os
resultados demonstraram a contradição entre métodos de avaliação propostos
pelos serviços e os estudos efetivamente realizados. Revelam deficiências da
cobertura alcançada pelos programas e descontrole da incidência, ainda que se
evidencie claramente a drástica redução do número de dentes perdidos, a
diminuição da prevalência da cárie associada à utilização de fluoretos nas
águas de abastecimento público e a expansão do tratamento restaurador de dentes
permanentes.
A fase
preventiva do sistema incremental está reduzida à utilização dos fluoretos nas
águas de abastecimento, com iniciativas no uso de outros métodos preventivos.
Concluiu-se
que os índices e métodos utilizados servem mais à perspectiva dos serviços,
confirmando os seus resultados imediatos, mas evitando estabelecer níveis de
análise quanto à incidência da cárie, mais facilmente revelada através da
discriminação de superfícies e de estudos longitudinais.
152 / 1989
SISTEMA
INCREMENTAL EM SAÚDE PÚBLICA E SUA RELAÇÃO COM OS SÍTIOS DE RETENÇÃO MICROBIANA
ORAL
J.C.
Noronha;M.L.A. Massara; V.M.S. Villar;M.M.G. Faria; B. Q.. Souki; A.P.
Nogueira; G.R. Melo
Faculdade
de Odontologia -UFMG
O Sistema
Incremental de Atenção Odontológica tem sido, nos últimos tempos, a forma mais
utilizada em nosso meio, para a prestação de serviços odontológicos, pelo poder
público, aos escolares matriculados nas primeiras séries de ensino. Em virtude
de razões econômicas e políticas, tal forma de atendimento privilegia os dentes
permanentes, deixando sem tratamento os decíduos, a menos que estejam com indicação
para extração (comprometimento pulpar).
O presente
estudo procurou verificar em pacientes considerados pelo Sistema Incremental
"sem tratamento a realizar -(STR)", isto é, aqueles com dentes
permanentes hígidos ou já devidamente restaurados e sem dentes decíduos com
indicação para extração, qual seria a prevalência de lesões cariosas nas
superfícies não atingidas pelo programa curativo. Para tanto, selecionou-se uma
amostra de 105 crianças com 7-8 anos, de uma escola pública de Belo Horizonte,
das quais 54 foram consideradas STR. Procedeu-se, através de exames clínico
(critérios da OMS) e radiográfico (Bite-Wing) , uma análise da prevalência
dessas lesões.
Os
resultados encontrados foram :
____________________________________________________________________________________
Superfície/dente Dentes Lesões %
_____________________________________________________________________________________
mesial/ó
216
13 6
distal
IV
211
39
18,6
mesialIV 211 69 32, 7
distal/IV
202
71
35,1
mesial/IV 202 36 17,8
oclusal/IVe
V
16,2
vest. ling.
e palat.
1 ,4
_______________________________________________________________________________________
É
necessária uma reavaliação da vertente curativa do Sistema Incremental, por se
mostrar limitada para reduzir possíveis fontes de contaminação das superfícies
não cariadas. Também deve ser dada maior ênfase às vertentes educativa e
preventiva deste mesmo sistema.
153 / 1989
SÍTIOS DE
RETENÇÃO MICROBIANA ORAL EM CRIANÇAS E SUASRELAÇOES COM A TAXA SALIVAR DE S.
MUTANS
J.C.
Noronha;B.Q. Souki;M.L.A. Massara;M.M.G. Faria; V.M.S. Villar; A.P. Nogueira;
G.R. Melo
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A presença
de sítios de retenção microbiana na cavidade oral, especialmente nas lesões de
cárie, pode representar um reservatório para os S. mutans, que são
constantemente deslocados para a saliva. Os níveis salivares deste
microrganismo têm sido utilizados, atualmente, como um dos critérios
microbiológicos na avaliação do risco à cárie de indivíduos ou grupos
populacionais.
No presente
trabalho, procurou-se avaliar a influência das lesões cariosas abertas sobre as
taxas de S. mutans na saliva de escolares da periferia de Belo Horizonte.
Amostras salivares de 105 escolares de 7-8 anos foram inoculadas em placas de
Petri contendo ágar MSB, pelo método da espátula (KÖHLER E BRATTHALL, 1979)
modificado. As placas foram incubadas por 48 horas a 37(C, em microaerofilia.
Realizaram-se também exames clínico (segundo critérios da OMS) e radiográfico
padronizado para dentes posteriores (Bite-Wing) para que o número de lesões
cariosas presentes fosse verificado.
Os
resultados revelaram que existe uma correlação estatisticamente significativa
(p 0,01) entre o número de lesões (incipientes e cavitadas) e a prevalência de
S. mutans. Podemos concluir que aquelas crianças com grande número de lesões de
cárie (mais de 3 em dentes permanentes ou de 10 em dentes decíduos) têm maior
chance de estarem muito infectadas (> 105 S. mutans/ml saliva). Tal fato
sugere que o selamento provisório de lesões cariosas pode significar uma
diminuição do risco à cárie e estar, portanto, justificado como medida de
rotina nas etapas iniciais do tratamento odontopediátrico.
154 / 1989
SITUAÇÃO
DOS DENTES E DOS TRATAMENTOS REALIZADOS EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO
DE 1( GRAU - BELO HORIZONTE
M.C. Viana
Faculdade
de Odontologia -UFMG
A dentição
mista dos escolares foi examinada para se verificar o padrão de ataque carioso,
segundo idade e sexo. Buscou-se ainda estimar o incremento anual de cáries. No
conjunto dos dentes examinados, 34,3% eram decíduos e 65,7%, permanentes, num
total de 880 escolares de 7 a 16 anos.
Dos dentes
decíduos, analisou-se a situação específica do segundo molar, por sua importância
para a integridade oclusal e pela permanência significativa ao longo das idades
consideradas (7-12 anos). O segundo molar decíduo representa, em todas as
idades percentuais acima de 50% da experiência de cárie total dos dentes
decíduos, em ambos os sexos.
O padrão de
ataque carioso aos dentes permanentes demonstra que 78% dos dentes cariados,
91% dos dentes perdidos e 79% dos restaurados em todas as idades são primeiros
molares permanentes; outros grupos de dentes, que fazem erupção posteriormente
começam a sofrer ataque pela cárie aos 10 anos, sexo feminino, principalmente
segundos molares e segundos pré-molares. As crianças do sexo masculino não
apresentaram esta situação aos 11 anos. Assim, o incremento anual de cáries
varia de 7,2% a 14,3%.
Numa segunda
etapa, foram examinados 880 escolares, com tratamento concluído no período de
até 12 meses anteriores à data do exame. Dos dentes cariados presentes, 16% já
haviam sido tratados anteriormente e apresentavam necessidade de substituição
de restaurações; 11,2% apresentavam lesões em outras superfícies dos dentes,
82% eram primeiros molares inferiores. Os demais, eram primeiros molares
superiores.
O número de
crianças do sexo masculino que apresentou exclusivamente reincidências atingiu
22,6% e as crianças com incidência de novas lesões cariosas representam 43,2%.
O grupo que não apresenta incidência é de 34,2%. Para o sexo feminino estes
valores são respectivamente 27,9, 37 ,3 e 34,8%.
A análise
das restaurações revelou que o tipo mais relacionado à incidência corresponde a
restaurações sem extensão preventiva, sem polimento e com alterações marginais
(67,2%).
Não se pode
fazer distinções claras quanto à relação com incidências para os critérios
polimento e alteração marginal, pois apenas 4% das restaurações estavam polidas
e a integridade marginal comprometida em 85% dos casos.
155 / 1989
SUSCEPTIBILIDADE
A ANTIMICROBIANOS DE ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS ISOLADOS DE PRIMATAS
NÃO HUMANOS - ESTUDO COMPARATIVO COM CEPAS HUMANAS
N.L.S.
Raymundo; M.J. Avila-Campos; M.A.R. Carvalho; C.A. V. Damasceno; E.O. Cisalpino
Instituto
de Ciências Biológicas -UFMG
Um dos
aspectos importantes dos Actinobacillus (Haemophilus) actinomycetemcomitans,
usualmente implicados na Periodontite Juvenil Localizada e em outros processos
patológicos de interesse humano, é o seu perfil de susceptibilidade a
antimicrobianos, em comparação com outros organismos periodontopáticos, tendo
em vista a antibioticoterapia na Clínica Odontológica. Assim, teve-se por
objetivo avaliar, comparativamente, a susceptibilidade a antimicrobianos de A.
actinomycetemcomitans isolados de Primatas não humanos em relação a cepas de
humanos com ou sem doença periodontal.
Testou-se a
sensibilidade de 35 cepas orais de A. actinomycetemcomilans de Callithrix
penicillata sadios, mantidos em cativeiro no Biotério Central do ICB/UFMG, a
bacitracina, eritromicina, lincomicina, metronidazol, penicilina G e
vancomicina, comparando-a com a de 37 cepas humanas, de lesões periodontais
(28) e de sadios (9), todas isoladas e identificadas no Laboratório de
Microbiologia Oral e Anaeróbios do ICB/UFMG. Utilizou-se o método de diluição
em caldo, pela técnica de eluição do disco em caldo-BHI, suplementado com
extrato de levedura (0,5%), com concentrações adequadas de cada droga. A
sensibilidade e a resistência de cada isolado são interpretadas,
respectivamente, pela inibição ou crescimento do microrganismo, comparando-se
com a cultura controle, sem antibiótico.
Os
resultados confirmam a relativa sensibilidade desse microrganismo à
eritromicina, assim como sua elevada resistência a bacitracina, penicilina G e
vancomicina, comparando-se com os isolados humanos. Destaca-se o encontro de
alguns isolados animais sensíveis ao metronidazol, para o qual todas as cepas humanas
foram resistentes. Quanto à lincomicina, todas as amostras animais foram
resistentes, sendo metade das humanas sensíveis.
Esses
resultados sobre o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos de A.
actinomycetemcomitans de Calitriquídeos, têm um significado importante para a
Microbiologia Comparada, tanto como dado biológico básico como para a
utilização desses animais experimentais no estudo das periodontopatias.
Apoio:
CAPES, CNPq, FINEP.
156 / 1989
TRANSMITÂNCIA
DAS CUNHAS CERVICAIS REFLETORAS
M.F.
Goes*E. Rubbi**; O. Baffa**; H. Panzeri***
* Faculdade de Odontologia de Piracicaba
-UNICAMP
** Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto -USP
***
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Lutz et al. (1986) levantaram a hipótese de
que a inversão na direção dos vetores de força de contração dos compósitos
ativados por luz visível pode melhorar substancialmente a adaptação marginal
proximal de restaurações tipo classe II. Para isso, seria necessário direcionar
a luz na região gengivo-proximal através de cunhas laterais totalmente
transparentes e com um centro refletor provocando o desvio lateral da luz com a
mesma intensidade com que sai da fonte. O propósito deste estudo foi
quantificar a intensidade da luz transmitida pelas cunhas refletoras, após
sofrer a deflexão.
Para tanto,
cinco cunhas refletoras HOWE NEOS foram usadas. Cada cunha foi fixada em uma
máscara e adaptada no porta-amostra de um espectrofotômetro U. V.visível
BECKMANN-DU-70, para permitir a passagem de um feixe luminoso com as dimensões
da base da cunha (3 x 3 mm), onde normalmente é posicionado o aparelho
fotopolimerizador. Foi utilizado ainda, um Densitômetro VICTOREEN para avaliar
a intensidade de luz absorvida pelo material da cunha e saber o quanto de luz
efetivamente emerge no sentido transversal. O resultado obtido para a
transmitância da luz foi 7,54%, o que permite inferir que 92,46% da luz
incidente é espalhada no sentido transversal da cunha. No entanto, nas medidas
de densidade óptica foi observado um valor de 0,11, que corresponde a uma
transmitância de 77,6%. Considerando as perdas do sistema devido a
transmitância longitudinal (7,54%) e a parte da luz que foi absorvida pelo
material da cunha (22,4%) , pode-se concluir que apenas 70,06% da intensidade
da luz inicial é espalhada a 180(, na região gengivo-proximal.
157 / 1989
TRATAMENTO
ENDODÔNTICO EM DENTES DECÍDUOS - AVALIAÇÃO DO EFEITO DA MEDICAÇÃO TÓPICA
INTRACANAL PARAMONOCLOROFENOL CANFORADO (PMCC)
R.M.P. Rontani; A.M. Worliczek; C.F. Peters; M.B.D.
Gavião
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
As autoras
estudaram "in vivo" o efeito da medicação tópica intracanal em 44
molares decíduos com polpa necrosada, divididos em dois grupos experimentais (I
e II). Os dois grupos foram tratados segundo a técnica endodôntica, preconizada
por GUEDES-PINTO, PAIVA e BOZZOLA, 1981. Entretanto, o grupo II recebeu
previamente a medicação de espera Paramonoclorofenol canforado (3:7). Todos os
dentes foram avaliados clínica e radiograficamente no início do experimento,
aos 7 dias, aos 6 e 12 meses, após a finalização do mesmo. Pela análise dos
dados obtidos, pode-se inferir que o PMCC utilizado como medicação de espera
parece não ter interferência na velocidade de reparação, apresentando os dois
grupos resultados semelhantes.
158 / 1989
TRINTA E
TRÊS ANOS DE FLUORETAÇÃO DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO - RESULTADOS PARA
UMA POPULAÇÃO ADULTA
J. V. Bastos
& R.O. Santos
Escola de
Saúde de MG -Fundação Ezequiel Dias
O flúor de
um modo geral, tem sido objeto de extensa literatura e de um grande número de
pesquisas, desde o início do século. Tanto sua utilização tópica, quanto
sistêmica, tem inspirado discussões e reavaliações constantes. No que toca a
sua utilização sistêmica, o método mais difundido e utilizado mundialmente é a
fluoretação das águas de abastecimento público. Hoje quase 200 milhões de
pessoas consomem, em mais de 40 países, água fluoretada por meios artificiais.
No presente
trabalho os autores propõem a levantar se os benefícios do flúor,
comprovadamente adquiridos na infância, permanecem para a idade adulta em uma
população que ingeriu água fluoretada desde o seu nascimento. Foram levantados
os índices CPO-D de 3 cidades distintas: Baixo Guandu -que possui água
fluoretada desde 1953 além de atendimento odontológico aos escolares através
dos serviços da Fundação SESP; Aimorés que representava a utilização do flúor
tópico, pela técnica de Knutson, além dos serviços da Fundação SESP e Itaguaçu
representando a ausência de medidas preventivas e curativas em qualquer nível.
O trabalho
também se propôs a identificar as diferentes condicionantes sócio-econômicas e
culturais das populações envolvidas em cada cidade estudada, bem como entre
elas.
Os
resultados confirmam em primeira instância o benefício da fluoretação das águas
para uma população adulta, ainda que em menor escala do que para a idade
infantil.
Também
confirmam a supremacia deste método sobre a utilização do flúor tópico e a sua
atuação indistinta em todas as classes examinadas neste levantamento.
159 / 1989
A
UTILIZAÇÃO DE COMPUTADORES COMO EXAME COMPLEMENTAR NOS DIAGNÓSTICOS CLÍNICOS
-TEORIA DE GRAFOS E SIMULAÇÃO
M.D.
Novelli & F.R.X. Silveira
Faculdade
de Odontologia -USP
Uma das
mais antigas aspirações do homem é poder associar variáveis clínicas com
variáveis biológicas, ou seja alterações teciduais em um dado momento.
O presente
trabalho propõe uma metodologia de diagnóstico numérico baseado na teoria de
Grafos.
Grafo (G)
por definição é a relação binária (A) dos (N) elementos de um conjunto
qualquer; portanto G =(N, A).
O estudo da
simulação busca, através da construção de modelos, reproduzir uma situação
real, analisando as diversas variáveis envolvidas e sua interação, com vistas à
obtenção de uma ou mais soluções, aplicáveis à dada situação real. Têm sido
muito utilizados, os modelos matemáticos para estudos de simulação nas mais
diversas áreas de aplicação, inclusive nas ciências da saúde. Nas simulações
que envolvem elementos interagindo por relação binária, assume particular
relevância, a representação utilizando grafos.
A
metodologia proposta permite concluir: É possível o diagnóstico formulado por
máquina.
Este diagnóstico
em principio é numérico sendo passível de transformação para valores clínicos.
160 / 1989
VERIFICAÇÃO
DO CALIBRE E DA MORFOLOGIA DOS GUIAS DE PENETRAÇÃO DAS LIMAS TIPO KERR E DAS
BROCAS DE LARGO E GATES-GLIDDEN
A.L.C.
Antunes; M.F. Góes;J. Pupo;R.R. Biral
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Tem sido
amplamente demonstrado as vantagens do preparo das porções cervical e média do
canal radicular com instrumentos rotatórios previamente à sua instrumentação.
Identificam-se entre as vantagens facilitação na ampliação e irrigação do terço
apical, bem como, nas manobras de obturação do canal. Entre os instrumentos
rotatórios utilizados, merecem atenção especial as brocas de Largo e de
Gates-Glidden. A broca de Largo indicada como complemento à broca de Batt para
a realização de desgastes compensatórios a nível cervical. A broca de
Gates-Glidden para o preparo do canal até o terço médio. Tanto a broca de Largo
como a broca de Gates-Glidden possuem um guia de penetração polido, portanto,
desprovido de corte. O guia de penetração orienta a broca para o desgaste em
lateralidade. Para o uso das brocas, portanto, como pré-requisito, é necessário
a dilatação do canal em calibre compatível com o volume do guia de penetração
da broca para que este deslize sem ser forçado. Entre as várias técnicas de
instrumentação onde as brocas de Gates-Glidden são preconizadas, tem sido
apresentado, além de momentos diferentes para seu uso, maneiras diferentes para
se obter o preparo prévio do canal e amplitudes diferentes de dilatação deste.
Obviamente não podemos deixar de considerar a conicidade das limas endodônticas
que podem determinar em diferentes segmentos do canal, calibre de dilatação
diferente. Por essa razão, para orientar a pesquisa, nos fixamos na técnica da
Universidade de Oregon, onde é importante a proporcionalidade do volume do guia
das limas endodônticas e o das brocas. O propósito da presente pesquisa foi o
de verificar a morfologia dos guias de penetração das limas tipo Kerr e os das
brocas de Gates-Glidden e Largo, bem como sua calibração e proporcionalidade.
Este estudo
permitiu concluir que:
1) Os guias
de penetração das brocas de Largo e Gates-Glidden e das limas tipo Kerr,
apresentam variações quanto sua morfologia, bem como sua calibração é
questionável.
2) os guias
de penetração proporcionalmente ao calibre das brocas parecem ser mais delgados
na broca de Largo que o da broca de Gates-Glidden.
3) Para a
penetração parcial da broca de Largo n.(2, é necessário ampliar o terço
cervical do canal, preferivelmente, até a LK 40.
4) Para a
penetração da broca de Gates-Glidden n.( 2 como indicado na técnica de Oregon,
é necessário ampliar o terço médio do canal, preferivelmente, até LK 55.