1 / 1988

ADENOCARCINOMA POLIMORFO DE BAIXO GRAU DE MALIGNIDADE.                               

ESTUDO HISTOLÓGICO E IMUNOENZIMÁTICO

Y.R. Carvalho; L.E.B. Rosa; N.S. Araújo; V.C. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP

Os adenocarcinomas polimórfos de baixo grau de malignidade (APBGM) constituem um grupo de tumores das glândulas salivares, os quais, pelas características histológicas, clínicas e de prognóstico, justificam plenamente a separação e individualização dos demais adenocarcinomas.

Caracteristicamente os APBGM apresentam um padrão celular uniforme, com disposição lobular sólida, trabecular ou papilifera. Os adenocarcinomas de ducto terminal estão incluídos na variante sólida dos APBGM.

Seis neoplasias malignas de glândulas salivares menores, pertencentes ao grupo citado, foram estudadas no presente trabalho. Utilizou-se técnica histológica de rotina e imunohistoquímica, a fim de se analisar a natureza das células participantes destas lesões.

Para as reações imunohistoquímicas, cortes de 3 µm de espessurra foram obtidos, a partir do material incluído em parafina, e processados segundo os procedimentos recomendados para a técnica da peroxidase-antiperoxidase ("PAP"). Utilizaram-se anticorpos mono e policlonais específicos para a detecção das proteínas vimentina, S-100 e queratinas de alto e baixo peso molecular.

Nos casos estudados são vistos grandes lóbulos, pequenos cordões, áreas trabeculares, tubulares e papilíferas. Invasão perineural é encontrada. Em todos os tumores, queratinas, vimentina e proteína S-100 são detectadas. Nos grandes lóbulos as queratinas são observadas em pequenos grupos celulares, enquanto a vimentina é detectada em maior número de células. A proteina S-100 não mostra padrão uniforme, marcando grupos de células, incluindo os núcleos. As células que revestem as papilas conjuntivas são vimentina positivas.

As técnicas imunohistoquímicas utilizadas se mostraram úteis no estudo dos APBGM, revelando a natureza das células participantes dos tumores, bem como a sua distribuição.

Pesquisa subsidiada pela FAPESP. Projeto nº 87/0236-8

 

 

2 / 1988

ADENOMA PLEOMÓRFICO -ESTUDO MICROESTRUTURAL

S.O.M. de Sousa; V.C. Araújo; N.S. Araújo; A. Sesso

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

Laboratório de Patologia Molecular -FMUSP

O adenoma pleomórfico (AP) foi descrito por Billroth em 1859 e desde então muita discussão tem havido em torno da sua histogênese, devido ao seu aspecto peculiar exibindo áreas aparentemente "epiteliais" e outras "mesenquimais". Mais recentemente a maioria dos autores prefere acreditar que o AP é de origem puramente epitelial, mais precisamente originário da célula de reserva do ducto intercalar.

O padrão histológico do AP mostra que o mesmo é formado pela unidade epitelial-mioepitelial a partir da qual há a proliferação celular e formação de estroma que pode ser do tipo fibroso, mixomatoso, hialino e condróide.

No presente estudo cinco casos de AP de glândula salivares menores foram observados à microscopia de luz e eletrônica de transmissão. Para o estudo à microscopia de luz o material cirúrgico foi fixado em formol a 10% e incluído em parafina. Cortes foram obtidos e corados com hematoxilia e eosina. Para o estudo em microscopia eletrônica o material foi fixado em glutaraldeido em tampão fosfato a 2%, pós-fixado em tetróxido de ósmio a 1 %. Os fragmentos foram desidratados em etanol, incluidos em Araldite, cortes ultra-finos obtidos e corados com citrato de chumbo e acetato de uranila.

Nossos estudos mostraram que no AP a célula mioepitelial é o principal elemento celular proliferante. Ela pode ser vista na unidade epitelial-mioepitelial, circundando espaços microcísticos, em blocos sólidos ou ainda isolada em estroma mixomatoso ou condróide. Foram observados modificações na microestrutura destas células mioepiteliais.

 

 

 

3 / 1988

ANÁLISE FISIOLÓGICA DE CEPAS DE Streptococcus sanguis I,                                                   Streptococcus sanguis II E DE Streptococcus mitis

M.R.L. Simionato*: F. Zelante*; R.A. Cunha**

* Instituto de Ciências Biomédicas - USP

** Instituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro - UNESP

Apesar de inúmeros estudos, persistem contradições sobre aspectos fisiológicos, sorológicos e genéticos da espécie S. sanguis que, conseqüentemente, envolvem sua classificação. Procurando-se esclarecer alguns destes aspectos, foram verificadas 70 características fisiológicas de cepas de S. sanguis biotipo I e II e de S. mitis, todas isoladas de placa dental, além das respectivas cepas de referência. Dos caracteres verificados, foram selecionados 36 deles para a aplicação da análise fenética, realizada com recurso do Sistema Computacional "NTSYS-PC". Foi constatado que as provas de fermentação de arbutina, celobiose e salicina, hidrólise de arginina e tolerância à bife a 40% devem ser incluídas nos esquemas de identificação dessas bactérias. Por outro lado, os estudos taxonômicos não devem   basear-se exclusivamente no comportamento de cepas padrão, pois estas apresentaram algumas características distintas daquelas isoladas de placa dental. A análise fenética evidenciou dois grandes agrupamentos, o que permite concluir que a espécie S. sanguis deva ser constituída unicamente pelo biotipo I e que o biotipo II e S. mitis sejam agrupados em espécie separada, S. mitior.

 

 

4 / 1988

APRESENTAÇÃO DE UM SOFTWARE DESENVOLVIDO PARA AS ATIVIDADES

DA CLÍNICA INTEGRADA DA F.O.P.

 

A.L. Rodrigues Jr.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP

Em trabalho apresentado anteriormente, demonstrou-se que a Informatização agiliza as atividades relacionadas ao atendimento odontológico da Clínica Integrada da F.O.P.

O propósito deste trabalho é mostrar como funcionam as atividades de cadastramento, triagem e seleção de pacientes, através de um Software desenvolvido para armazenar as informações provenientes da procura de tratamento odontológico. Para isto, são utilizados 2 microcomputadores IBM-PC compatíveis, sendo um deles configurado com Winchester de 10 Mbytes e acoplado a uma impressora, além de um software gerenciador de Banco de Dados, que foi adequado para manipular informações padronizadas.

O Software desenvolvido distribui em arquivos diferentes as informações de cadastro e de triagem, relacionando-os através de 2 campos de registros com conteúdo codificado (Arquivos Relacionais). Desta maneira obtém-se arquivos com quadros clínicos, que são selecionados de acordo com as solicitações feitas pelos alunos da Clínica Integrada.

Neste Sistema obtém-se sigilo dos Bancos de Dados, uma vez que os arquivos de quadros clínicos não fornecem informações cadastrais. Além disto, os dados são revisados com facilidade, mantendo a confiabilidade das informações de triagem.

 

 

5 / 1988

ASPECTOS CLÍNICOS DAS FÍSTULAS DE LÁBIO INFERIOR EM                                              PORTADORES DA SÍNDROME DE VAN-der-WOUDE

M.A. Onofre; R. Taga; H.B. Brosco; E. Miranda

Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais USP-Bauru  

Faculdade de Odontologia de Bauru-USP

Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP

A síndrome de Van-der-Woude caracteriza-se pela associação de fissura lábio-palatal com fístulas congênitas de lábio inferior. A importância do diagnóstico dessa malformação através de um exame clínico mais cuidadoso, tanto em pacientes fissurados como nos familiares normais está no fato de que a probabilidade de um portador de fístula vir a ter um descendente com fissura lábio-palatal é cerca de 10 vezes maior do que a de um portador de fissura de lábio e/ou palato, sem fístula de lábio inferior exibir progênie portadora do mesmo mal. Baseado nestes fatos, realizamos um estudo clínico em 11.000 pacientes fissurados regularmente matriculados no H.P.R.L.L.P.-USP-Bauru, sendo 133 pacientes portadores desta Síndrome (1,2%). Destes pacientes, 103 (77,4%) pertenciam a raça branca, 27 (20,3%) eram mestiços, 2 (1,5%) da raça amarela e 1 (0, 75%) negro. Com relação ao sexo obtivemos um índice de 1,1:1 para o sexo feminino. Cerca de 66,2% (88) eram portadores de fissura completa, 16,5% (22) somente de fissura de palato e 17,3% (23) somente de fissura de lábio. A maioria das fístulas (49,7%) analisadas eram bilaterais simétricas distribuídas nos diferentes tipos de fissura, 31,6% bilaterais assimétricos, 14,2% microformas sendo a maioria associada a fissura de palato, 3, 75% medianas associadas quase que exclusivamente a fissura completa e apenas 0, 75% unilateral.

 

 

6 / 1988

AVALIAÇÃO DE ALGUNS FATORES QUE INFLUENCIAM A SÍNTESE                                                     in vitro DE POLISSACARÍDEOS EXTRACELULARES INSOLÚVEIS                                                          DA PLACA DENTÁRIA

C.E. Pinheiro; M.I.F. Poletto; M.L.A.B. Negrato; C.F. Pinheiro

Faculdade de Odontologia de Bauru-USP

A placa dentária é um importante fator etiológico na formação da cárie e no desencadeamento de doenças periodontais. A formação e o desenvolvimento da placa estão diretamente relacionados à colonização bacteriana da superfície dentária. Vários fatores influenciam a adesividade das bactérias à superfície do dente, contudo, a produção de polissacarídeos extracelulares insolúveis é considerada fundamental neste evento. Considerando a importância de se conhecer as etapas iniciais de formação da placa dentária é que realizamos este estudo, sobre alguns fatores que influenciam a síntese de polissacarídeos insolúveis, a saber: pH, força iônica, tempo de incubação e inibidores (clorhexidina, cloreto de cetilpiridinio, iodo e etanol).

Placas dentárias recém-coletadas foram homogeneizadas em tampão fosfato 0,1M pH 6,8 (com exceção do efeito do pH) na proporção de 10 mg de placa para 1 ml de tampão. Amostra da suspensão de placa foi adicionada ao meio contendo sacarose 0,1M e incubada a 37°C durante 16 horas. A suspensão foi centrifugada a 10.000 r.p.m., o precipitado lavado com água destilada e centrifugado novamente. Os polissacarídeos insolúveis foram dissolvidos em KOH 1N. Amostra da solução alcalina foi usada para dosagem de carboidratos totais. Os resultados obtidos demonstram que: a) o pH ótimo está entre 6,5 e 7,0, b) a força iônica do meio interfere na síntese de polissacarídeos insolúveis, c) todos os inibidores testados inibiram totalmente a síntese de polissacarídeos insolúveis.

Concluindo podemos dizer que o conhecimento dos fatores que interferem na síntese bacteriana de polissacarídeos insolúveis çe de relevante importância para a elaboração de medidas de controle da placa dentária.

 

 

7 / 1988

AVALIAÇÃO DA ALTERAÇÃO DIMENSIONAL, PROVOCADO PELO                      PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO, DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR                                              DO RATO MACHO E FÊMEA

W Martins Júnior & L.C. Pardini

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Os cortes histológicos representam fatias de um tecido ou órgão submetidos ao processamento histológico, ou seja, fixação, inclusão, microtomia, coloração e montagem entre lâmina e lamínula. Estas etapas do processamento histológico devem ser consideradas, como um fator que possivelmente provocará alterações dimensionais na peça histológica, quando da utilização de métodos morfométricos. Nestes métodos os valores obtidos são parâmetros de natureza bidimensionais, e a partir destes valores poderemos calcular parâmetros tridimensionais. Para determinarmos estas possíveis alterações dimensionais que ocorrem na glândula submandibular do rato, após o processamento histológico, utilizamos 5 ratos machos e 5 fêmeas com 120 dias de idade. Logo após o sacrifício por inalação de éter etílico em câmara de vidro fechada, as glândulas submandibulares foram dissecadas, cuidadosamente removidas e recortadas dando-se um perfil retangular à peça. Os lados do retângulo foram medidos à fresco sob uma lupa (Bausch & Lemb - 10X) contendo uma ocular micrométrica de tambor filar, tipo Ramsden (OSM 10X da Olympus). A peça recortada foi fixada em fluído de Helly, por 3 horas, à temperatura ambiente, após o que, foi processado para inclusão em parafina. Em cortes histológicos com 6 µm de espessura, da mesma face retangular, corados pelo tricrômio de Masson, determinou-se, sob a mesma lupa, as dimensões dos lados do retângulo. A porcentagem da alteração dimensional foi obtida relacionando-se as medidas obtidas na área retangular do material à fresco com aquelas obtidas no material processado. Pela análise verificou-se que ocorreu retração. A retração média obtida na glândula submandibular foi de 16,9% (desvio padrão = 1,72) e 15,8% (desvio padrão = 2,29), respectivamente para os animais machos e fêmeas. A diferença de valores da retração, da glândula submandibular do animal macho e fêmea, não são estatisticamente significante à nível de 1 %.

 

 

8 / 1988

AVALIAÇÃO CLÍNICA DO USO DE MOLDEIRAS INDIVIDUAIS EM                                           PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL

O.L. Bezzon; L.A. Fregonesi; M.G.C. Mattos

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

Com a finalidade de comparar a adaptação de estruturas metálicas de próteses parciais removíveis (PPR) construídas com liga de cobalto-cromo a partir de moldagens realizadas com moldeiras de estoque e com moldeiras individuais, foram realizados 62 casos clínicos de PPR.

Desses, 42 foram realizados através de moldagens realizadas com moldeira tipo Verner ajustadas com cera utilizadade para melhor adaptação e 20 com moldeiras individuais, perfuradas, de resina acrílica.

As moldeiras individuais foram construídas sobre duplicatas dos modelos de estudo, previamente cobertos com uma camada de cera utilidade de 5 mm, para proporcionar uma distribuição uniforme do material de moldagem.

Todos os 62 casos foram moldados com alginato jel - trate (caulk) e os modelos vazados com gesso-pedra extra-duro  (Vel-mix) na região dos dentes e gesso-pedra completando o vazamento.

Após o polimento foi feita a avaliação das estruturas metálicas baseado num critério clínico de verificação da adaptação dos apoios, dos grampos e dos conectores menores em relação aos planos guias.

Dos 42 casos confeccionados com moldeira de estoque, 8 apresentaram falhas de adaptação notadamente atribuídas à moldagem, uma vez que as estruturas estavam bem adaptadas no modelo de trabalho e mal adaptadas na boca.

Dos 20 casos confeccionados com moldeira individual, apenas 1 indicou falha na moldagem, que foi atribuída a uma insuficiente perfuração da moldeira, que não reteve o alginato adequadamente.

 

 

 

9 / 1988

AVALIAÇÃO DO MSB MODIFICADO NO ISOLAMENTO DE "ESTREPTOCOCOS

MUTANS". ESTUDO PRELIMINAR

M.H. P. Paz; M.O. Teixeira; 1.S. de Souza; T.M. da Rosa; L.L. Bammann

NPO - Faculdade de Odontologia - UFPEL

Várias investigações têm relacionado os microrganismos do grupo "estreptococos mutans" com a etiologia da cárie no homem e animais. Para o isolamento desse grupo microbiano diversos meios seletivo-indicadores têm sido propostos, mas o mais frequentemente utilizado tem sido o "Mitis-Salivarius Agar" (MS), acrescido de 15% de sacarose e 0.2U/ml de bacitracina (MSB).

O presente trabalho teve por objetivos testar duas versões do MSB - MSB2 e MSB3 - quanto à sua capacidade impediente frente a estreptococos orais e quanto à sua validade na recuperação de "estreptococos mutans" da placa dental. O MSB2 continha 5% de sacarose 10% de açúcar UNIÃO, enquanto o MSB3 apresentava 5% de sacarose e 15% de açúcar UNIÃO; como controle, foi usado o MSB. Invariavelmente, nos três casos - controle e teste -, os meios continham 0.2U/ml de bacitracina e eram insetos de telurito de potássio. Na primeira etapa, foram utilizadas amostras de S. sanguis, S. mitior, S. salivarius e S. faecalis, três amostras de S. mutans e duas amostras de  S. sobrinus. Assim, os microrganismos eram cultivados em "Brain Heart Infusion" (BHI), em anaerobiose, durante 48 horas, submetidos a diluições decimais em salina redutora e, subseqüentemente, o.1ml era distribuído na superfície do MSB2, MSB3 e MSB. As amostras de placa dental eram colhidas de faces oclusais e proximais de dentes hígidos, homogeneizadas em salina redutora e processadas segundo a mesma técnica quantitativa descrita anteriormente, quando, então, uma alíquota de 0.1ml era distribuída na superfície dos meios controle e teste. Em todos os casos, a incubação do material era procedida em anaerobiose, a 37º/48 horas + 24 horas à temperatura ambiente, em presença de 02. Os resultados preliminares deste estudo, em suas duas etapas, sugerem o mesmo rendimento para o MSB2, MSB3 e MSB.

 

 

10 / 1988

AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE E DIMENSÕES TRANSVERSAIS DO

PALATO EM INDIVÍDUOS RESPIRADORES BUCAIS, NA DENTIÇÃO DECÍDUA

 

M. Moreira & A.P. Lino

Faculdade de Odontologia -USP

A literatura tem mostrado que alterações funcionais como a respiração bucal crônica, tem conduzido à alterações morfológicas nas dentições mista e permanente. Sendo previsíveis estas modificações, os autores estudam respiradores bucais crônicos na fase de dentição decídua, leucodermas, 4 a 6 anos, afim de verificar através de medidas tomadas em modelos dos arcos dentários, se já existem alterações mensuráveis quando comparados à respiradores normais.

Para testar a capacidade de respiração nasal, utilizaram um guia de vedamento labial, que permite que o lábio superior e inferior entrem em contato, retomando desta forma a "memória muscular". Deste modo o guia de vedamento labial pode ser usado não só para o teste, mas também como recurso mioterápico.

Os resultados indicam que há uma tendência à uma menor distância intermolar no grupo respirador bucal e que para a distância intercanino e profundidade do palato as diferenças entre os dois grupos mostram-se significantes.

Portanto, na fase de dentição decídua faz-se necessário estabelecer-se a respiração normal, prevenindo-se alterações esqueléticas e de maloclusão, o mais cedo possível.

 

 

11 / 1988

CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO.                                                                                                       ESTUDO MORFOLÓGICO E IMUNOENZIMÁTICO

M.M.M. Jaeger; L.E.B. Rosa; N.S. Araújo; V. C. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal - F.O.U.S.P.

Com o objetivo de estudar o carcinoma adenóide cístico (CAC), foram examinados 16 casos de CAC pertencentes aos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP .

Os dados epidemiológicos foram obtidos a partir das fichas de pedidos de exame, sendo o estudo morfológico básico realizado nas lâminas coradas pelo método da hematoxilina-eosina.

As reações imunoenzimáticas foram realizadas a partir de cortes de 3 µm de espessura obtidos do material parafinado, para revelação dos antígenos vimentina, citoqueratinas de baixo e alto peso molecular e proteina S-100 nos elementos neoplásicos. Para tal foi utilizada a técnica peroxidase-antiperoxidase (PAP), com anticorpos mono e policlonais.

O estudo em microscopia de luz revelou a presença dos quatro tipos histológicos descritos por Perzin em 1978 e confirmados pelos estudos realizados por Caselitz em 1986. O tipo cribriforme foi observado nos 16 tumores, aparecendo associado ao tipo tubular em 6 casos, ao sólido em 4 casos e ao trabeculado em outros 4 casos.

O estudo imunoenzimático revelou que nas áreas tubulares as queratinas de baixo e alto peso moleculares são detectadas nas células internas dos túbulos. A proteina S-100 é detectada em alguns tumores nas mesmas células mostrando-se o núcleo às vezes com reação positiva. A vimentina é detectada na estreita faixa de citoplasma das células externas dos túbulos (mioepiteliais).

Nas áreas cribriformes as queratinas são detectadas em pequenos grupos de células (ductais) que ficam por entre as que revestem os espaços císticos. A proteina S-100 é detectada algumas vezes nas células que delimitam os espaços císticos, as quais são positivas para a vimentina. A vimentina é detectada também nas células mioepiteliais que se aglomeram por entre os espaços císticos. Nas áreas sólidas e trabeculares tanto a queratina como a vimentina e a proteina S-100 são detectadas em algumas células.

 

Pesquisa subsidiada pela FAPESP. Projeto nº 87/0236-8

 

 

12  / 1988

CISTOS DA BOCA. ESTUDO EM MICROSCOPIA                                                                         ELETRÔNICA DE VARREDURA

R.G. Jaeger; M.M.M. Jaeger; L.E.B. Rosa; V.C. Araújo; N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal - FOUSP

São estudados em MEV casos de cistos da cavidade bucal, com especial enfoque ao epitélio de revestimento, bem como aos componentes do lúmen. Nesse trabalho são apresentados os resultados referentes ao queratocisto, cisto dentígero e o cisto epitelial odontogênico calcificante (cisto de Gorlin).

O queratocisto exibiu revestimento epitelial homogêneo, ocupando grandes porções do espécime. As células eram justapostas, poliédricas, com cerca de 15 µm de diâmetro. Componente inflamatório escasso achava-se presente no lúmen.

O cisto dentigero mostrou epitélio presente apenas em áreas focais, com células semelhantes às descritas anteriormente, porém com nítida separação. Em múltiplas áreas os elementos celulares apareciam em processo de descamação, na forma isolada ou em bloco. O conteúdo da cavidade era fibrino hemorrágico.

O cisto epitelial odontogênico calcificante mostrou, no seu revestimento, células pequenas, justapostas e formando cordões dirigidos em múltiplas direções. O lúmen apresentava rico conteúdo de material orgânico, fibrina, hemáceas e células inflamatórias. Merece destaque a presença, no lúmen, de estruturas grandes, redondas, com superfície irregular, cerca de 30 µm de diâmetro, muitas vezes em contato direto com material cristalóide.

 

 

13 / 1988

DESENVOLVIMENTO DE UMA GOTEIRA PARA MEDIDAS                                                                       DE BOLSAS PERIODONTAIS

M. T.L. Rezende; J. Pertuiset; R. Saglie; S. Lima N.M. Sobrinho

Faculdade de Odontologia de Goiânia - UFGO

O objetivo da presente investigaçâo é comparar medidas obtidas com uma goteira de plástico flexível, contendo tubos de pequenos diâmetros servindo como guia para a sonda periodontal, com medidas obtidas sem a goteira, em áreas de bolsas periodontais ativas.

Foram selecionados 8 pacientes com bolsas periodontais maiores que 5 mm de profundidade. Fizeram-se as moldagens e os modelos da boca destes pacientes. Usando-se uma bomba de plastificação à vácuo, obteve-se uma moldeira dos dentes com uma lâmina plástica de 1 mm de espessura. Colocada a moldeira na boca dos pacientes a sonda periodontal contendo o tubo em sua parte mais coronária, era ajustada à posição desejada de medida da profundidade da bolsa. Posteriormente o tubo era então deslocado apicalmente na sonda, até contactar a superfície da moldeira, onde era colado. Após a presa da cola, removia-se a sonda ficando os tubos presos à moldeira servindo de guia para as sondagens.

Foram tomadas duas medidas de profundidade da mesma bolsa com intervalo de pelo menos 10 minutos entre elas, utilizando-se a moldeira com os tubos como guia. No experimento controle, foram tomadas as mesmas medidas, das mesmas bolsas, sem a goteira como referência.

Comparando-se os erros entre a 1ª e a segunda medidas em ambos experimentos, observou-se que utilizando-se a goteira e tubos com guia para a sondagem, o erro foi significantemente menor que aquele cometido quando não a utilizava.

O uso de uma moldeira com tubos colados em sua superfície, servindo de guia para a sonda periodontal mostrou maior fidelidade na reprodutibilidade de medidas de profundidade de bolsas periodontais.

 

 

14 / 1988

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO                                    RATO MACHO E FÊMEA ADUL TOS

W. Martins Júnior & L.C. Pardini

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Uma das grandezas físicas largamente empregada nas pesquisas morfométricas é a densidade do órgão em estudo, sendo que este dado é de importância capital para o cálculo de volume absoluto. O volume pode ser estimado a partir de medidas de deslocamento de água ou a partir de sua massa fresca, desde que se conheça a sua densidade. A metodologia para este cálculo se baseia no fato de que um corpo submerso na água tem massa quantitativamente igual amassa de água deslocada pelo corpo. Conhecendo-se a densidade da água (1 mg/m³) calculamos o volume do órgão à fresco. No presente estudo utilizamos 5 ratos machos e 5 fêmeas com 120 dias de idade, dos quais coletamos as glândulas submandibulares. Logo após o sacrifício, as glândulas foram dissecadas e removidas e seu peso foi determinado. Um "becker" com volume de 100 cm³ parcialmente preenchido com água destilada foi colocado sobre o prato da balança de precisão; a glândula foi presa rapidamente a um suporte de laboratório através de uma fina linha de algodão; o zero da balança foi ajustado, em seguida, o órgão foi colocado no "becker" e completamente imerso na água; a massa em gramas indicada na balança foi anotada, ela corresponde diretamente ao volume do órgão em cm³, isto porque a densidade da água é lg/cm³, tendo-se a massa à fresca e o volume da glândula, a sua densidade foi calculada. Os resultados da análise de variância demonstraram que o peso médio da glândula submandibular 437g e 345g, respectivamente para o animal macho e fêmea apresentaram diferenças estatisticamente significante ao nível de 1 %, caracterizando um dimorfismo sexual. Entretanto os valores da densidade média obtida de 1,09g/cm³, (coeficiente de variação das médias de 0,55%), para os machos e 1,08g/cm³ (coeficiente de vairação da média de 2,11%) não são estatisticamente significantes, a nível de 1%, demonstrando assim, não existir dimorfismo sexual em relação à densidade.

 

 

 

15 / 1988

DETERMINAÇÃO MORFOMÉTRICA DO COMPRIMENTO DO SISTEMA DE                                DUCTO ESTRIADO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO RATO

R. Taga*; A.S. Achôa*; L.C. Pardini**

* Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

** Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O comprimento total do sistema de ductos estriados na glândula submandibular do rato, foi determinado através de métodos morfométricos. Inicialmente estimamos o volume processado do órgão, à partir da avaliação da massa fresca e densidade da glândula, assim como da retração provocada pelo processamento histológico. Em cortes histológicos de 5 µm determinamos, com um retículo de integração da Zeiss de 100 pontos e 10 linhas paralelas, a densidade de volume (Vvi) e de superfície (Svi) do ducto estriado na glândula. Tendo-se esses valores e o volume processado do órgão calculamos o volume (Tvi) e a superffcie (Tsi) todal do ducto estriado. Nesses mesmos cortes, com uma ocular de tambor tipo Ramsden, realizamos a medida do raio de secções transversais de ductos estriados. Considerando-se o ducto estriado como um cilindro reto calculamos o comprimento total desse sistema de ductos através da relação geométrica de volume e de superfície de um cilindro:

V = h. p r²                               e                            A = h. 2 p  r

ou

 

h = _V_                   e                             h =  __A__

      p r²                                                                 2 p r

onde,

V = volume total

A = área lateral total

R = raio médio do ducto

h = comprimento total do ducto

O comprimento total do sistema de ductos estriados foi de 1.384 cm, utilizando-se do volume total e 1.183,8 cm, utilizando-se da superfície total.

 

 

 

16 / 1988

O EFEITO DAS DIFERENTES TÉCNICAS EM ESTUDOS                                                                            QUE ENVOLVEM MENSURAÇÕES

M.A.L. Souza & I.S. Lauxen

Faculdade de Odontologia -UFRS

O trabalho se propõe a mostrar os efeitos dimensionais introduzidos pelas diferentes técnicas de preparação do material quando se pretende realizar estudos envolvendo mensurações. Foram utilizados 175 ratos Wistar, para fazer a mensuração através de cortes histológicos. Os animais foram sacrificados em intervalos de 3 dias, no período de 10 a 40 dias de vida, que corresponde a época do desenvolvimento da raíz, erupção e oclusão dos primeiros molares inferiores. Após dissecadas as mandíbulas foram separadas em séries contendo representantes de todos os grupos de idades e foram então utilizadas diferentes técnicas histológicas, para evitar-se erros de interpretação devidos a técnica de preparo do material.

Técnicas histológicas: a) Resina de Poliester

b) Cera/Parafina histológica

c) Congelamento

As medições foram feitas por mensuração direta da lâmina, usando-se uma ocular quadriculada calibrada em micrômetros.

Utilizando os parâmetros apresentados conclui-se que se estabelecermos o índice dimensional de 100% para espécimes incluidos em resina de poliester, obteremos um índice de 95% para material tratado por congelamento e 70% para aquelas peças incluidas em parafina.

 

 

 

17 / 1988

EFEITOS DA GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA NAS GLÂNDULAS      SUBMANDIBULARES DE CAMUNDONGOS MACHOS, EM VÁRIAS IDADES*

R.M.M. Barotto & L.C. Bruschi

Departamentos de Biologia Geral e Histologia - FUEL

As glândulas submandibulares (GSM) de camundongos apresentam dimorfismo sexual, sendo os ductos granulosos (DG) mais desenvolvidos nos animais machos. Este diformismo é especialmente decorrente da ação de andrógenos. A Gonadotroina Coriônica Humana (GCH) tem como principal propriedade estimular a esteriodogênese nas células de Leydig. Como os DG das GSM são estruturas muito sensíveis às variações de níveis androgênicos, nos propusemos a estudar os efeitos da GCH nas GSM. Utilizamos 48 camundongos machos, distribuídos em 4 idades, sendo que cada uma delas com 6 animais controles (C) e 6 experimentais {E). Os animais E receberam 5 injeções de 50 UI de GCH, uma a cada 3 dias, a partir de 12 dias (1ª idade), 24 dias (2ª idade), 36 dias (3ª idade) e 48 dias (4ª idade). Os animais C receberam idêntico tratamento com soro fisiológico. 3 dias após a última dose os animais foram sacrificados e suas GSM processadas histologicamente. Fizemos detecção histoquímica para triptofano, medimos diâmetro e área dos DG e verificamos fração de volume dos compartimentos da GSM. O peso das vesículas seminais e glândulas prepuciais serviu de parâmetro da ação da GCH. Nossos resultados mostraram que:

1) Da mesma forma que nos órgãos-teste da GCH, a GSM mostrou maiores pesos absoluto e relativo nos animais E que nos C.

2) os animais tratados com GCH mostraram maior % de DG e menor de ductos estriados que os C. Animais mais jovens mostraram diferença mais acentuada que os de maior idade.

3) Em todas as idades, os DG apresentaram maior área nos animais E do que nos animais C.

4) Em todas as idades, a reação histoquímica para triptofano foi mais reativa em DG dos animais E do que nos animaisC.

Concluímos que:

-Em todos os grupos E a GCH estimulou esteroidogênese e um conseqüente desenvolvimento dos DG.

-A GCH estimulou aumento na fração de volume e área dos DG bem como dos grânulos apicais de suas células.

-A GSM é excelente parâmetro na avaliação da ação da GCH. .

-Trabalho financiado pela CPG/UEL.

 

 

 

18 / 1988

EFEITOS DE LIMPEZA DO CANAL RADICULAR FRENTE AO USO DE                                     DIFERENTES SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS AUXILIARES

A.O. Oliveira Filho; A.C. Bombana; R.G. Jaeger; N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal - FOUSP

Disciplina de Endodontia - FOUSP

Analisou-se, em microscopia eletrônica de varredura, a ação de limpeza de 4 substâncias químicas auxiliares ativadas por equipamento ultra-sônico (Cavitron Cavi-Endo); potência média e fluxo contínuo de 60 seg por instrumento.

Foram empregados 4 grupos de 4 caninos para cada substância química, preparados em sequência de 3 instrumentos para cada dente, sendo o primeiro instrumento da série aquele que melhor se ajustou ao comprimento real de trabalho.

A análise dos espécimes se deu através da contagem do número de canalículos expostos, em eletromicrografias de 500 aumentos. Foram verificados os seguintes valores médios: líquido de Dakin 431,0; Tergentol 29,6; EDTAC 134,3; Endo PTC neutralizado por líquido de Dakin 270,6.

Os resultados sugerem: 1) a solução detergente isoladamente oferece pouco poder de limpeza; 2) o aspecto de limpeza foi sempre melhor onde houve a ação do hipoclorito de sódio.

 

 

19/ 1988

ESTERILIZAÇÃO DA ODONTOLOGIA - CALOR SECO (FORNO DE PASTEUR)

 

 S.N.M. Lima*; S.L. Salvador**; M.C.M. Souza**; V.M. Roccha Barros*; C.R. Talassi**;I. Y. Ito**

* Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

** Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP

A esterilização pelo calor seco (Forno de Pasteur), é o método mais empregado atualmente nos consultórios odontológicos por vários motivos, dentre os quais o seu baixo custo, rotina de trabalho fácil e menor custo operacional. Quando convenientemente utilizado, é um processo seguro, propiciando uma perfeita esterilização dos instrumentos e das peças metálicas que possam ser submetidas à ação do calor seco.

O presente estudo foi realizado visando avaliar o desempenho e a efetividade desse processo de esterilização, assim como, propor uma rotina de trabalho eficiente e exequível ao cirurgião dentista. Para atingir esse objetivo, jogos de instrumentos cirúrgicos periodontais foram expostos a 160°C por 30 minutos e à 160°C por 45 minutos, em Forno de Pasteur. A efetividade da esterilização foi avaliada por ensaios microbiológicos.

Os resultados indicaram que:

O emprego do Forno de Pasteur a 160°C por 30 minutos, promoveu a esterilização em 99,3 por cento dos instrumentos testados, enquanto que a 160°C por 45 minutos promoveu 100,0 por cento de esterilização.

 

 

 

20 / 1988

ESTUDO CINÉTICO DA RELAÇÃO ENTRE A CONCENTRAÇÃO DE                                               FLUOR NO OSSO E SANGUE DE RATOS APÓS A ADMINISTRAÇÃO                                                      DE ÁGUA FLUORETADA

M.A. Saavedra Franco & J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP-UNICAMP

As condições que mantém a concentração sanguínea de fluor são ainda discutidas em relação ao seu metabolismo. EKSTRAND e colabs (1981) demonstraram serem necessários aproximadamente 14 dias para se atingir o estado aparente de equilíbrio da concentração de fluor no sangue após o início da administração de água fluoretada a ratos. Estaticamente demonstra-se uma relação entre a concentração de fluor no sangue e a óssea, assim o objetivo do presente trabalho é comprovar que cineticamente deve haver certa correspondência. Para tal água com 25,0 ppmF foi fornecida a ratas com 5 meses de idade. Os animais foram sacrificados antes, 5, 10, 15 e 20 dias após o início do experimento. lon fluor foi determinado no femur e no plasma dos animais. Concluiu-se que são necessários apenas 10 dias após o início da administração de água fluoretada para se atingir um estado aparente de equilíbrio da concentração de fluor no plasma de ratas adultas o qual está cineticamente relacionado com a concentração óssea de fluor alcançada.

 

 

 

21 / 1988

ESTUDO ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES DO EPITÉLIO                                                   LINGUAL DE FETOS DE RATOS SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A                                        PELA VIA INTRAPERITONEAL

H.S. Leme dos Santos*; R.A. Lopes**; M.A. Sala**; G. Maia Campos**; M.C. Komesu**; M.G.D. Contrera***

*Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal - UNESP                                                   **Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

***Faculdade de Farm. Ciências e Letras de Rib. Preto - USP

A hipervitaminose A (150.000 UI, 1 dose, 10º dia de prenhez) ocasionou no epitélio do feto de rato uma diminuição na espessura do epitélio dorsal (regiões anterior e posterior) e ventral. Com o emprego da cariometria, observou-se núcleos celulares das camadas basal e espinhosa do epitélio das 3 regiões estudadas com volume diminuído. Com o emprego de técnicas estereológicas adequadas constatou-se o que segue: a) relação volume epitelial/interface com o tecido conjuntivo diminuída na região dorsal anterior da língua do feto hipervitaminótico A, aumentada na região posterior e diminuída na ventral; b) relação volume epitelial/interface com a ceratina semelhante nas regiões dorsais anterior e posterior da língua, e diminuída na ventral; c) relação interface com a ceratina/interface com o conjuntivo diminuída na região dorsal anterior, semelhante na posterior e diminuída na ventral; d) densidade de superfície do epitélio diminuída na região dorsal anterior, e semelhante nas regiões dorsal posterior e ventral; e) espessura do epitélio diminuída na região dorsal anterior, aumentada na posterior e diminuída na região ventral.

 

 

 

22 / 1988

ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DAS FÍSTULAS DE LÁBIO INFERIOR  EM                       

PORTADORES DA SÍNDROME DE VAN-DER-WOUDE

M.A. Onofre; R. Taga; H.B. Brosco;J.U. Brosco

Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais de Bauru - USP                                              Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

A fissura lábio-palatal é uma malformação que pode se apresentar associada a outras anomalias, entre essas estão as fístulas congênitas de lábio inferior. A associação dessas duas malformações caracteriza uma síndrome, a síndrome de Van-der-Woude (1954).

Considerando que são poucos os trabalhos morfológicos na literatura, e esses representam descrições de casos isolados, realizamos um estudo histopatológico em fístulas de 18 pacientes com a síndrome de                  Van-der-Woude, na tentativa de caracterizar melhor a variabilidade da fístula ao nível do microscópio de luz. A maioria das fístulas apresentou-se revestida por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. A lâmina própria estava formada por tecido conjuntivo denso com áreas de infiltrado inflamatório crônico linfohistiocitário. Na submucosa observou-se feixes de fibras musculares estriadas, vasos sanguíneos, nervos, tecido adiposo e  glândulas salivares. Essas glândulas contornavam toda a parede da lesão e seus ductos abriam-se no lúmen da fístula. Foi estudada ainda uma fístula congênita mediana a qual histopatologicamente mostrou-se subdividida em duas e separadas por tecido conjuntivo fibroso revestido por epitélio estratificado paraqueratinizado. Dois casos de microforma da fístula foram analisados, sendo que no local correspondente à abertura, notou-se apenas uma depressão na mucosa.

 

 

.

23 / 1988

 

ESTUDO IMUNOHISTOQUÍMICO DAS CÉLULAS DENDRÍTICAS E INTERDIGITANTES, NOS LlNFOMAS MALIGNOS DE BOCA PELA  REVELAÇÃO DA PROTEÍNA S-100

D.S. Pinto Jr.; V.C. Araújo; F.O. Nunes; N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal - FOUSP

O sistema mononuclear fagocitário, não apenas apresenta uma população macrofágica. Este sistema possue células denominadas "células dendríticas" e "células interdigitantes".

Estas células se encontram normalmente nos linfonodos e agregados linfóides, onde as chamadas dendríticas são localizadas nos folículos primários e nos centros germinativos dos linfonodos e do tecido linfóide periférico. Já as interdigitantes estão tipicamente localizadas nas áreas timo-dependentes dos linfonodos e medula tímica.

Funcionalmente as células dendríticas são consideradas células acessórias nas áreas B dos linfonodos, enquanto as interdigitantes como elementos acessórios da região T .

Em vista disso, em 15 lesões diagnosticadas como linfoma maligno, pertencentes aos Arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da FOUSP, estas células foram pesquisadas e reveladas pela proteina S-100, segundo os procedimentos usuais da técnica da peroxidase antiperoxidase (PAP).

A revelação destas células foi positiva para todos os casos embora os tumores estudados fossem extra-nodais e difusos, sugerindo tratar-se de elementos "residentes" na população linfocitária.

Trabalho subvencionado pela FAPESP

 

 

24  / 1988

ESTUDO DA INIBIÇÃO in vitro DA GLICOSILTRANSFERASE ISOLADA DA PLACA DENTÁRIA

C.E. Pinheiro; M.I.F. Poletto; M.L.A.B. Negrato; C.F. Pinheiro

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

A enzima glicosiltransferase é sintetizada por algumas bactérias da placa dentária e desempenha importante papel na colonização bacteriana da superfície lisa do dente. O estudo de sua atividade catalítica é de grande interesse odontológico uma vez que a síntese extracelular de polissacarídeos insolúveis está intimamente relacionada à formação e ao desenvolvimento da placa dentária.

A obtenção da glicosiltransferase é feita através da fermentação da placa dentária a 37°C durante 16 horas, centrifugação da suspensão e precipitação fracionada do extrato com álcool etílico gelado.

A enzima é obtida na forma de complexo enizmático, contendo outras enzimas que metabolizam a sacarose juntamente com grande quantidade de polissacarídeos firmemente ligados ao complexo enzimático. A avaliação da atividade enzimática consiste na dosagem de açúcares redutores e de polissacarídeos insolúveis após incubação com sacarose 0,1 M e tampão fosfato 0,1 M pH 6,5. Os inibidores testados foram: clorhexidina, cloreto de cetilpiridinio, lauril sulfato de sódio, fluoreto de sódio e iodo. Os resultados obtidos demonstraram que o iodo foi o inibidor mais eficaz, tanto para atividade hidrolítica quanto para a sintetizante.

Concluindo podemos dizer que o sistema in vitro para avaliação de inibidores da glicosiltransferase oferece um método prático e específico para estudo de agentes antiplaca.

 

 

25 / 1988

ESTUDO MORFOMÉTRICO DO CRESCIMENTO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO DURANTE A VIDA PÓS-NATAL

R. Taga* & L.C. Pardini**

*Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

**Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

A massa da glândula submandibular do camundongo macho aumenta sensivelmente na vida pós-natal, com um acréscimo maior entre 28 e 48 dias. Esse crescimento se deve a dois processos: a) aumento do número de células através da atividade mitótica e b) aumento do volume celular por aquisição de organelas citoplasmáticas. Nesse trabalho procuramos determinar a participação desses dois processos nas diferentes fases de crescimento da glândula submandibular do camundongo através do estudo da evolução do número total de células avaliadas pelo método II de Aherne e da evolução da massa glandular média por célula (segundo indicações de Enesco & Leblond). O número total de células aumentou sensivelmente no período de 14 a 84 dias passando de 188,2 x 105 para 718,8 x 105 células. Esse crescimento se faz em duas fases, uma compreendida entre 14 e 21 dias e a outra 28 a 84 dias de idade, sendo que entre 21 a 28 dias, apesar de ocorrer aumento de massa glandular, não se detectou aumento no número de células. O acréscimo diário médio de células nas fases de crescimento do número de células, foi respectivamente de 15,0 x 105 e 7,2 x 105 células. Entre 28 e 42 dias, que é o período de maior crescimento da massa glandular, o acréscimo diário médio foi de 12,9 x 105 células. Por outro lado, a massa por células que representa um índice de ganho de volume celular , passa de 1,28 mµg aos 84 dias, sendo que esse aumento se dá principalmente entre 21 e 42 dias de idade e nos demais períodos os aumentos são muito pequenos. Nos intervalos de 21 a 28 e 28 a 42 dias, ocorrem aumentos respectivamente de 22,6% e 42,3%. Esses dados indicam que durante o crescimento da glândula submandibular do camundongo ocorre predomínio de proliferação celular no período de 14 a 21 dias, predomínio de aumento de volume celular entre 21 e 28 dias, a ocorrência dos dois processos, de modo significante, entre 28 a 42 dias e predomínio do aumento do número de células entre 42 a 84 dias.

 

 

26 / 1988

ESTUDO MORFOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DA GLÂNDULA PARÓTIDA  DE HAMSTER (CRICETUS AURATUS) SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A

L.G. Brentegani; R.A. Lopes; G. Maia Campos; M.A. Sala; S.O. Petenusci; S. Lacerda  do Vale 

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O presente estudo teve como finalidade, estudar as possíveis alterações nas estruturas da glândula parótida (ácinos, ducto intercalar, ducto estriado e ducto excretor) empregando-se técnicas morfométricas e estereológicas, em hamsters normais e hipervitaminóticos A. Para isso, foram utilizados 20 hamsters machos, adultos, pesando em torno de 150 gramas, os quais foram divididos em 2 grupos: I) 10 animais que receberam injeções diárias intraperitoneias de 150 Ul/g de vitamina A (Arovit-Roche), sob a forma de palmitato, durante 10 dias; II) 10 animais que receberam injeções diárias de solução salina. No 11º dia do experimento, os animais foram anestesiados, e as glândulas parótidas retiradas, fixadas, incluídas em parafina e os cortes corados pela hematoxilina e eosina. Foram analisados os diâmetros médios dos núcleos celulares, empregando-se a cariometria; além disso foram determinados a densidade do volume, densidade de superfície, diâmetro médio, espessura da parede e densidade conjuntiva por meio de técnicas estereológicas. Nos animais tratados com vitamina A, foi possível observar: diâmetro nuclear diminuído para ácinos 4,91 µm ± 0,08; ducto intercalar 4,81 µm ± 0, 11; ducto estriado 5,28 µm ± 0, 10 e ducto excretor 5,10 µm ± 0,08 quando comparados aos controles cujos valores foram de 5,08 µm ± 0,08; 5,01 ± 0,05; 5,51 µm ± 0,06 e 5,45 µm ± 0,03 respectivamente para ácinos e ductos intercalar, estriado e excretor. A estereologia mostrou valores com diferenças significantes (a = 0,05) para os ácinos e ductos estriados, enquanto que para os ductos intercalares e excretores os resultados foram semelhantes.

 

 

 

27/ 1988

 

ESTUDO MORFOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DE HAMSTER (CRICETUS AURATUS) SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A

L.G. Brentegani; R.A. Lopes; G. Maia Campos; M.A. Sala; S.O. Petenusci

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

Os autores estudaram morfométrica e estereologicamente os efeitos da administração de vitamina A (Arovit-Roche) sobre a glândula submandibular do hamster. Foram utilizados 20 hamsters machos e adultos, pesando ao redor de 150 gramas, os quais foram divididos em dois grupos: um grupo de 10 animais recebeu injeções diárias, intraperitonealmente, de 150 Ul/g de vitamina A, sob a forma de palmitato, durante 10 dias; um outro grupo, também de 10 animais, recebeu injeções diárias de solução salina, nas mesmas condições do grupo anterior. No 11º dia do experimento, os animais foram anestesiados por inalação de éter sulfúrico, as glândulas submandibulares foram retiradas, fixadas, incluídas em parafina e os cortes corados pela hematoxilina e eosina. Foram analisados os diâmetros nucleares médio do ácino, ductos granuloso, estriado e excretor, empregando-se a cariometria. Foram avaliados também a densidade de volume, densidade de superfície, diâmetro médio, espessura da parede e densidade do conjuntivo, por meio de técnicas estereológicas. Observou-se, nos animais tratados com vitamina A, diâmetros nucleares menores em todas as estruturas estudadas (5,08 µm ± 0,09 e 6, 10 µm ± 0,10 para os ácinos; 5,31 µm ± 0, 13 e 5,90 µm ± 0,08 para o ducto granuloso; 5,36 µm ± 0,05 e 5,92 µm ± 0,09 para o ducto estriado e 5,27 µm ± 0, 10 e 6,47 µm ± 0,11 para o ducto excretor dos animais tratados e controles, respectivamente). Os resultados dos diversos parâmetros estereológicos estudados mostraram diferença estatísticas significante               (a = 0,05), entre os dois grupos, somente nos ácinos e no ducto excretor .

 

28 / 1988

ESTUDO MORFOMÉTRICO DA EVOLUÇÃO DAS POPULAÇÕES CELULARES DA GLÃNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO DURANTE  VIDA PÓS-NATAL

L.C. Pardini* & R. Taga**

*Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

** Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

O desenvolvimento pós-natal da glândula submandibular do camundongo macho foi estudado em animais com 14, 21, 28, 35, 42, 56 e 84 dias de idade através de métodos morfométricos. A massa glandular aumentou substancialmente em todo período analisado passando de 24,3 mg aos 14 dias para 175,2 mg aos 84 dias, com um incremento diário médio de 2,16 mg. O volume processado na glândula foi obtido a partir da massa fresca, da densidade e da retração provocada pelo processamento histológico. Através de contagens realizadas ao microscópio de luz, utilizando-se do método morfométrico II de Aherne, obtivemos o número absoluto e a frequência de células de cada compartimento glandular. A análise da evolução do número absoluto de células de cada compartimento glandular permitiu calcular o tempo de duplicação e/ou decaimento de células, assim como o acréscimo e/ou perda diária de células. Aos 14 dias de vida pós-parto a glândula submandibular está constituída por células acinosas (64,1 x 105), células do túbulo terminal (41 ,9 x 105), células do ducto intercalar (29,4 x 105), células do ducto estriado (26,5 x 105), células do ducto excretor (3,4 x 105), e estroma (22,9 x 105). No período de 14 a 84 dias ocorre um aumento altamente significante no número total de células, assim como uma sensível modificação na composição qualitativa de seus constituintes parenquimatosos. Desse modo ocorre desaparecimento das células do túbulo terminal, crescimento e depois queda do número de células do ducto estriado, e aparecimento e crescimento exuberante no número de células do ducto granuloso. No final do período a glândula passa a estar formada por 257,1 x 105 células acinosas, 83,9 x 105 células do ducto intercalar, 279,6 x 105 células do ducto granuloso, 14,3 x 105 células do ducto estriado, 8,3 x 105 células do ducto excretor e 75, 7 x 105 células do estroma. A análise do acúmulo diário de células compartimentais permitiu verificar que as células acumuladas no compartimento dos ductos estriados se diferenciam em células dos ductos granulosos. O balanço da população de células nos vários compartimentos ductais mstrou que o crescimento nos ductos granulosos depende ainda, da formação de novas células através de atividades mitóticas que devem ocorrer em algum desses compartimentos ductais.

 

 

 

29 / 1988

ESTUDO MORFOMÉTRICO DO SISTEMA DE DUCTOS INTRALOBUlARES DE  GlÂNDUlAS SUBMANDIBULARES DE RATOS MACHOS E FÊMEAS

A.S.Achôa*; R. Taga*; L.C. Pardini**

*Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

**Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

Em contraste com o marcante dimorfismo sexual existente na glândula submandibular do camundongo, no rato a existência dessas diferenças, mesma que discreta é assunto ainda controvertido. Desse modo, a fim de caracterizar a existência de alguma diferença entre sexos, assim como para determinar os parâmetros morfométricos normais para a glândula submandibular do rato de ambos os sexos, realizamos um estudo morfométrico ao microscópio de luz, em glândulas submandibulares de 10 ratos, 5 machos e 5 fêmeas. O volume processado da glândula foi avaliado a partir da sua massa fresca, utilizando-se de dados da densidade do órgão e da retração provocada pelo processamento histológico. A partir de contagens e/ou medidas realizadas ao microscópio em corte de 6 µm de espessura estimamos para os ductos estriados e granulosos a: densidade de volume, volume absoluto, densidade de superfície, superfície total, relação superfície-volume, diâmetro médio, comprimento total, volume nuclear e celular, e número absoluto de células. Não se detectou através da análise de variância nenhuma diferença entre sexos, para todos os parâmetros avaliados.

 

 

30 / 1988

ESTUDO ULTRAESTRUTURAL DA PAREDE DA FÍSTULA DE LÁBIO INFERIOR NA SÍNDROME DE VAN-DER-WOUDE

R. Taga; M.A. Onofre; T. Okada, J.U. Brosco

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP                                                                                           Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais de Bauru - USP

A síndrome de Van-der-Woude se caracteriza pela ocorrência simultânea da fissura lábio-palatal e de fístulas de lábio inferior. Na literatura esta síndrome é considerada uma raridade devida a sua baixa incidência. O diagnóstico da presença das fístulas isoladas ou associadas a fissura lábio-palatal é relevante para o aconselhamento genético, uma vez que a sua presença aumenta em muito a probabilidade do portador ter um filho com fissura lábio-palatal.

Desse modo fica clara a importância de um conhecimento maior sobre os vários aspectos dessa malformação. Assim, nesse trabalho analisamos ao microscópio eletrônico de transmissão, a mucosa das fístulas de 4 pacientes portadores da síndrome de Van-der-Woude. Para esta análise cada fístula foi dividida em porções proximal, média e distal. De cada porção examinamos o epitélio, a lâmina própria e as glândulas associadas.

As fístulas de um dos pacientes, em sua porção proximal, apresentaram revestidas por epitélio paraqueratinizado, nas demais porções o epitélio foi do tipo não queratinizado. Para os outros pacientes o epitélio das três porções, foi sempre o não queratinizado. As características ultraestruturais dos dois tipos de epitélio foram semelhantes as descritas na literatura para mucosa humana paraqueratinizada e não queratinizada. A lâmina própria apresentou-se formada por uma densa rede de fibras colágenas. As glândulas exibiram dois tipos celulares com grânulos de secreção diferentes. A análise mais detalhada dessas células nos sugeriu que representem um único tipo celular em fases diferentes do ciclo secretor.

 

 

31/ 1988

 

EXERCÍCIOS MIOTERÁPICOS AUXILIARES NA CORREÇÃO DA DEGLUTIÇÃO ATÍPICA

V.C V. Siqueira; M.H.C. Almeida; R.C. Almeida; M.B.B.A. Magnani

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

A deglutição atípica é uma das causas da maloclusão conhecida como mordida aberta e só se terá sucesso na correção desta maloclusão quando se diagnosticar corretamente a existência ou não da deglutição atípica e a sua origem. No tratamento da deglutição atípica existem vários aparelhos ortodônticos e aparelhos funcionais os quais associados a exercícios específicos irão auxiliar na reeducação da deglutição atípica.

Em pacientes portadores de deglutição atípica na fase de dentição decídua, mista e permanente foi indicado a aparatologia específica para o caso com exercícios mioterápicos. A reeducação da postura lingual na deglutição levou em média 8 a 10 meses com conseqüente redução total ou parcial da mordida aberta existente.

 

32 / 1988

EXPOSIÇÃO A MERCÚRIO E CONDIÇÕES DE TRABALHO DO CIRURGIÃO DENTISTA

A.A.O.B. Cury; M.N. dos Santos; J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

O cirurgião-dentista está exposto ao mercúrio devido a utilização deste elemento químico no preparo do amálgama dental. Publicações e notícias de meios de divulgação tem gerado controvérsias a respeito do risco durante o exercício profissional. Assim, o objetivo desta comunicação é relatar os níveis de mercúrio observados na urina de 70 dentistas em função das condições de trabalho. Para tal foi elaborado um questionário a respeito da idade, especialidade, anos de exercício profissional, horas semanais de atividade profissional, número médio de restaurações de amálgama realizadas semanalmente, condições ambientais, tipo de amálgama utilizado, condições de trituração e destino do excesso de mercúrio. A análise de mercúrio em uma amostra de urina foi feita por espectrofotometria de absorção atômica (PREVLAB, Piracicaba). A concentração média de mercúrio encontrada na urina foi de 16,2 ug/l (microgramas por litro), portanto acima do valor normal de 10,0, porém menor que 50,0 que é o limite de tolerância biológica, estabelecido no Brasil pelo Ministério do Trabalho. Observou-se maior concentração de mercúrio na urina em função de horas de atividade profissional semanal e do número de restaurações de amálgama realizadas. O nível de excreção de mercúrio foi maior nos cirurgiões-dentistas que removiam o excesso de mercúrio do amálgama recém preparado. Concluiu-se que as condições de trabalho possibilitam uma maior exposição profissional ao mercúrio e embora a princípio nada haja de alarmante, medidas podem ser tomadas para melhorá-la.

 

 

.

33 / 1988

 

FLUORETAÇÃO DO SAL DE COZINHA PARA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA AO NÍVEL FAMILIAR E INSTITUCIONAL. III -ESTUDO METABÓLICO

P.S. Simoni Gil; A.M. Amadio Rodtigues; J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP-UNICAMP

A prevenção da cárie dentária pela fluoretação do sal de cozinha é um método reconhecido em Saúde Pública. Em 1983, CURY e colabs preconizaram um método estabelecido em laboratório de fluoretação do sal de cozinha para uso familiar e institucional como alternativa aos métodos sistêmicos para prevenção de cárie. Este método se mostrou exequível (TEIXEIRA e colabs, 1985) e na presente comunicação relatamos um estudo metabólico em comparação com a fluoretação da água. Assim, quando da paralisação da fluoretação da água de Piracicaba, SP, sal fluoretado (250,0 mgF/Kg) foi fornecido a um orfanato para ser utilizado na alimentação. Durante 3 dias seguidos foi coletada urina de 30 crianças com idade média de 13 anos. Quando da refluoretação da água (0,7 ppmF), novamente urina foi coletada durante 3 dias. lon fluor foi determinado nas amostras de urina utilizando-se eletrodo específico e expresso em mg excretado. Quando sal fluoretado foi utilizado encontrou-se na urina 0,770 ± 0,176 (30) mgF, em comparação com 0,963 ± 0,440 (24) quando da ingestão de água fluoretada, diferença estatisticamente não significativa. (P < 0,05).

Conclui-se que a fluoretação do sal de cozinha (250 mgF /Kg) a nível institucional mostra padrão metabólico semelhante a fluoretação da água, além de maior homogeneidade da quantidade de fluor ingerido.

CNPq (Proc. 100797-84)

 

34 / 1988

HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA - A LESÃO PSEUDOTUMORAL MAIS COMUM NA CAVIDADE BUCAL DE CRIANÇAS NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 12 ANOS

S.P. Vicente & N.S. Araújo

Faculdade de Odontologia -USP

Há numerosos tipos de lesões pseudotumorais que ocorrem nos tecidos moles da boca, os quais apresentam semelhanças clínicas e etiológicas.

Estudos sobre a freqüência e tipos dessas lesões são poucos numerosos e praticamente inexistentes no grupo etário odontopediátrico, entretanto são os mesmos de grande significado clínico pois têm a potencialidade de por em risco a saúde e, eventualmente, a longevidade do paciente.

Os pseudotumores mais frequentes na cavidade bucal compreendem a hiperplasia fibrosa inflamatória, a lesão periférica de células gigantes, o granuloma piogênico e o fibroma ossificante periférico.

O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento das hiperplasias fibrosas inflamatórias que ocorrem na cavidade bucal de crianças, com a finalidade não só de conhecer estas lesões, mas também a sua freqüência, aspectos clínicos, etiológicos, histopatológicos e terapêuticos, objetivando difundir os conhecimentos de patologia bucal àqueles que se dedicam à odontopediatria.

Das 11.020 lesões diagnosticadas no Serviço de Patologia Cirúrgica, da Disciplina de Patologia Buco Dentária do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, 848 representaram lesões da cavidade bucal de crianças de 0 a 12 anos de idade. Destas lesões pseudotumorais, sendo a hiperplasia fibrosa inflamatória a lesão pseudotumoral mais freqüente, com 68 casos (38,64%) com maior incidência no sexo feminino, na raça brança, e a localização predominante foi a gengival.

 

 

35 / 1988

HISTOPATOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES DE CAMUNDONGOS INFECTADOS PELO TRYPANOSOMA CRUZI

R.O. Ribeiro*; R.A. Lopes**; A.S. Martini***; L.S.Utril1a****; C.C.A. Reis***

*Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP

**Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

***Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara –UNESP

****Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

O Trypanosoma cruzl induz, no homem, hipertrofia das glândulas salivares associada ao megaesôfago. Nos roedores, o parasita ocasiona atrofia das glândulas submandibular e parótida. O objetivo do presente trabalho é estudar a invasão do parênquima e estroma das glândulas parótida, submandibular e sublingual de camundongos infectados pela cepa Bolívia do T. cruzi. Os animais foram infectados intraperitonealmente com 2 x 105 tripomastigotas do parasita. A cepa Bolívia caracteriza-se pelas suas características polimórficas, cujas formas são predominante largas, tendo sido isolada das fezes do Triatoma infestans capturado em Vitichi, Bolívia, e mantidas em camundongos por inoculação quinzenal. As glândulas salivares foram incluídas em parafina e os cortes corados pela hematoxilina e eosina. No presente estudo, foram observadas formas amastigotas no interior das células acinares das glândulas submandibular, parótida e sublingual, como também no estroma conjuntivo bordejando os ductos estriados e no tecido periglandular .

 

36 / 1988

INTERAÇÃO DAS SIALOTOXINAS I, II, III E IV COM O KC1 E A

ACETILCOLlNA NA MUSCULATURA LISA

 

 M.C.F. Arruda Veiga; O. Teixeira; A. Guimarães; C.E. Pinheiro

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

As sialotoxinas I, 11, IlI e IV isoladas de glândulas submandibulares de camundongos machos e caracterizadas por cromatografia em Deae-Celulose por PINHEIRO (1984), são um complexo de substâncias de baixo pêso molecular, contendo radicais aromáticos e carboidratos.

As sialotoxinas interferem na atividade ritmica e espontânea apresentada pela musculatura lisa quando colocada em banho maria a 37°C, imersa em solução de Tyrode continuamente oxigenada.

Este trabalho tem por objetivo relacionar o efeito das sialotoxinas com agentes que efetivamente potencializam a atividade contrátil da musculatura lisa.

As sialotoxinas foram utilizadas em concentrações crescentes a partir de 0,30 ug/ml do banho, mostrando ser o efeito inibitório dose dependente, sendo que a dose de 2,4 ug/ml inibe totalmente a atividade contrátil.

A administração de KC1 na concentração de 1mg/ml no banho e de acetilcolina na concentração de 2 ug/ml estimulam efetivamente a atividade contrátil, aumentando a frequência e a amplitude das contrações.

O efeito inibitório das sialotoxinas ocorre mesmo em presença do KCI, verificando desta forma que as sialotoxinas inibem o efeito excitatório do KCI na musculatura lisa, provavelmente alterando a permeabilidade da membrana celular. Entretanto, associando-se as sialotoxinas com acetilcolina, verificou-se que estas não inibem o efeito da acetilcolina, ocorrendo contração tetânica similar à administração da acetilcolina isoladamente, embora reduzindo a freqüência das contrações após tetanização, demonstrando desta forma que as sialotoxinas provavelmente não agem a nível de receptor na musculatura lisa.

 

 

37 / 1988

LOCALIZAÇÃO DO FORAME MANDIBULAR EM CRIANÇAS DE 3 A 11 ANOS ATRAVÉS DE RADIOGRAFIAS ORTOPANTOMOGRÁFICAS

A.M. Minarelli & L.R..T. Ramalho

Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

A localização do Forame da Mandíbula e por consequência a língula e a porção proximal do canal da mandíbula é extremamente importante para a prática odontológica. Os conhecimentos anatômicos e particularmente os de natureza topográfica serão premissa para o êxito em intervenções na região ptérigo-mandibular.

Vários trabalhos sugerem que o Forame da Mandíbula "move-se" em relação a idade e as opiniões se confundem sobre a real localização desse Forame no sentido póstero-anterior e em relação ao plano oclusal.

O objetivo desse trabalho foi estudar a localização desse Forame em crianças de 3 a 11 anos na dentadura decídua e mista, utilizando traçados e mensurações obtidos sobre 90 radiografias ortopantomográficas.

A análise dos resultados demonstrou que o Forame da Mandíbula em crianças de 3 a 11 anos se localiza:

a) sentido póstero-anterior: início do terço médio

b) em relação ao plano oclusal: abaixo do plano oclusal com uma "tendência" do Forame se aproximar do plano.

 

38 / 1988

MANIFESTAÇÕES ORAIS DO ACIDENTE RADIOATIVO DO 137Cs. I. AVALIAÇÃO CLÍNICA

M. T.L. Rezende; M.A.M. Gomes; M.P. Curado

Faculdade de Odontologia - UFGO

O objetivo deste estudo é observar clinicamente o comportamento das estruturas orais de pacientes envolvidos no acidente radioativo do Césio 137, em Goiânia, nos cinco primeiros meses subseqüentes.

Foram examinados 37 pacientes; com diferentes graus de contaminação entre o 2º e 5º mês após o acidente radioativo. O exame compunha-se de exame clínico convencional das estruturas moles e duras da cavidade oral, bem como detalhada anamnésia.

Dos 37 pacientes examinados, 31 apresentavam aspectos normais das estruturas orais. Em 3 pacientes, 2 meses após a contaminação observou-se um quadro clínico de candidíase disseminada em toda a boca. Porém com o tratamento convencional, houve total regressão do quadro. Um paciente desenvolveu uma mancha rosa "pink" na gengiva inserida de ± 2mm de diâmetro, bordos irregulares, mas que desapareceu 15 dias após. Em dois pacientes que foram mais gravemente contaminados, foram relatadas alterações e perda completa do paladar por aproximadamente uma semana, logo após o contato com o césio 137. Um destes pacientes relatou também descamação de todo o epitélio oral e grande mobilidade em todos os dentes nos primeiros dias subseqüentes a contaminação.

O exame clínico oral dos pacientes envolvidos no acidente radioativo de Goiânia entre o 2º e 5 mês após este evento não revelou nenhuma condição patológica que pudesse ser correlacionada com o ocorrido. Apenas em dois pacientes mais gravemente contaminados, observou-se alterações ou perda do paladar como manifestações imediatas à contaminação.

 

 

39 / 1988

METALIZAÇÃO DE MOLDES: ASPECTOS GEOMÉTRICOS LIGADOS À QUALIDADE DA PELÍCULA DEPOSITADA

L.E. Rodrigues Filho & R.. Y. Ballester

Faculdade de Odontologia -USP

A obtenção de troquéis metalizados não é muito difundida em nosso meio, provavelmente devido aos resultados deficientes obtidos como consequência do desconhecimento de algumas características do procedimento técnico, que pode ser alterado visando um melhor resultado.

Para tentar uma abordagem didática do capítulo dos efeitos do posicionamento do molde na cuba metalizadora, e sua influência sobre a distribuição da intensidade do campo elétrico na superfície a metalizar (recordamos que da intensidade do campo elétrico num determinado local dependerá a quantidade de massa depositada naquele local, já que ela determina a corrente que passa naquele ponto) nos utilizamos de uma montagem demonstrativa de campos elétricos.

Os padrões de distribuição do campo elétrico mostraram ser diferentes dependendo da, forma da superfície a metalizar, as pontas concentram o campo; da distância entre os polos e da orientação relativa dos polos.

Para comprovar esses efeitos fizemos também algumas metalizações de moldes esquemáticos que mostraram distribuição não uniforme da película de metal, coerente com a distribuição não uniforme do campo elétrico.

Os autores sugerem certos cuidados quanto à disposição espacial relativa de ânodo e cátodo com o intuito de melhorar a uniformidade do campo elétrico na superfície e, portanto, a uniformidade da película depositada. ao mesmo tempo é feita uma abordagem didática demonstrativa desses aspectos.

 

40 / 1988

OSTEOARTRITE DA ATM. ESTUDO CLÍNICO,RADIOGRÁFICO E MICROANATÔMICO

J.G.C. Luz; R.G. Jaeger; J.R.V. Resende; N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal - FOUSP

Disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial - FOUSP

Dando continuidade à pesquisas realizadas no campo das alterações da ATM (Luz e colab, 1987) são estudados a nível clínico, radiográfico e microanatômico material obtido de condilectomias de pacientes portadores de osteoartrite dessa articulação.

Os pacientes relacionados eram de ambos os sexos, e apresentavam ao exame clínico e radiográfico alterações sugestivas de fenômenos degenerativos da ATM, cujo comportamento clínico indicou o tratamento cirúrgico.

A cirurgia constou de incisão pré-auricular, divulsão, abordagem da cápsula articular, osteotomia com brocas e cinzéis, remoção dos fragmentos ósseos, sutura da cápsula articular e síntese por planos.

As peças cirúrgicas foram fixadas em aldeidoglutárico, sofrendo processamento de rotina para exame em microscopia eletrônica de varredura.

A análise em MEV mostrou zonas de achatamento do côndilo, bem como depressões de 0,5 mm de extensão. Em múltiplas áreas pudemos observar a solução de continuidade da fibrocartilagem, sendo constatada exposição do colágeno, que se dispunha em feixes concêntricos. Por vezes, entre a trama fibrosa achavam-se presentes corpos esféricos ou ovóides, à semelhança dos que ocorrem em outras articulações sinoviais.

 

 

41 / 1988

PADRÕES DE DESMINERALIZAÇÃO DO ESMALTE SUBMETIDO A SOLUÇÃO ÁCIDA. ESTUDO EM MEV

 

Y.R. Carvalho; D.S. Pinto Jr.; F.D. Nunes; R.G. Jaeger; V.C. Araújo; N.S. Araújo

 

Disciplina de Patologia Bucal - FOUSP

Foram utilizados dentes humanos higidos, submetidos à profilaxia com pasta apropriada, sem flúor, através de taça de borracha acionada por peça de mão, embaixa rotação. Os dentes foram lavados com água destilada, secos com ar comprimido e submetidoas à desmineralização por meio de ácido ortofosfórico, pH 1,05, nos tempos de 15, 30, 60 seg e 2, 4 e 10 min. Nos tempos de 4 e 10 min, o ataque ácido era repetido em intervalos de 2 min, apís lavagem. Foi realizado monitoramento da lesão obtida, através de lupa estereoscópica.

Os espécimes obtidos foram secos em câmara de vácuo e colados com cianoacrilato em bases apropriadas de alumínio, recobertos com ouro em "sput-tering" catódico Balzers, para posteriormente serem observados e eletromicrografados em Microscópio Eletrônico de Varredura Etec-Autoscan a 20 Kv.

A análise dos resultados mostrou que nos tempos de 15, 30 e 60 seg, observa-se de maneira geral uma dissolução da porção central do prisma, caracterizando o padrão 1 de desmineralização, descrito por Silverstone e colaboradores. Vale ressaltar que esta destruição do prisma era mais intensa na região mais próxima à periferia, e se intensificava à medida que os tempos aumentavam.

No espécime de 2 min predominou o padrão 2 de desmineralização, sendo evidente a destruição periférica dos prismas. Em áreas focais foi observado o padrão 1.

No espécime de 4 min, observou-se erosão superficial com áreas de cavitação do teto da lesão. O padrão predominante foi o 3, onde não se pode definir com exatidão o local em que se iniciou a desmineralização dos prismas. Sinais evidentes de reprecipitação de cristais acham-se presentes em diversas áreas.

No espécime de 10 min observou-se predomínio do padrão 1 de desmineralização, com arranjo em favo de mel característico. Focos de remineralização foram observados.

 

42 / 1988

PAPILAS VALADAS DA MUCOSA LINGUAL DE FETOS HUMANOS; ESTUDO AO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA

I. Watanabe & J.O.R. de Morais

Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Foi observado o desenvolvimento das estruturas de botões gustativos da mucosa lingual de fetos natimortos de 3 a 6 meses. As peças fixadas em solução de formalina a 10% e em seguida em solução de Karnovsky modificada contendo 2,5% de glutaradeído, 2% formaldeído em solução tampão fosfato de sódio a 0, 1 M e pH 7,4. Todas as peças foram pós-fixadas em solução de tetróxido de ósmio a 0,5% durante 4 h à temperatura de 4°C. Desidratou-se em etanol, secagem ao ponto crítico CPD-010, Balzers, metalização com íons de ouro e examinadas ao microscópio eletrônico de varredura Jeol, JSM-P15. De acordo com as observações podemos afirmar que (1) a mucosa lingual de fetos de 3 meses apresenta uma camada epitelial em desenvolvimento correspondentes às papilas valadas, (2) na mucosa lingual do terço posterior de fetos de 4 meses evidencia a formação de papilas valadas, contendo a camada epitelial pouco diferenciada, (3) as papilas valadas de língua de fetos de 5 meses mostram formações de botões gustativos rodeados de camadas de células em formação. As microvilosidades estão presentes em cada poro gustativo, (4) aos 6 meses, a forma da papila valada é totalmente definida, contendo sulcos periféricos e células epiteliais adjacentes e (5) os botões gustativos são também evidenciados em pregas de mucosa do terço posterior da língua.

 

 

43 / 1988

PLACA DENTAL EM RATOS NORMAIS E SIALODENECTOMIZADOS

 

V.S. Ito; P.E.V. Silva; O.P. Almeida; L. Bozzo

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

A xerostomia nos seres humanos está associada à maior incidência de cárie e doença periodontal. A remoção das glândulas salivares de ratos provoca aumento na incidência de cárie, mas são controversos os resultados com relação às alterações periodontais. Estudando os efeitos sa sialodenectomia nas estruturas orais de rato. não se observaram modificações na mucosa oral; no desenvolvimento da doença periodontal, e na quantidade de placa nos dentes molares. Entretanto, nos incisivos inferiores houve desaparecimento da placa dental 3-4 dias após o início da xerostomia, persistindo até 60 dias. Os mecanismos envolvidos na destruição da placa dental de ratos xerostômicos estão sendo estudados. visto que este modelo experimental apresenta características interessantes para o estudo da biologia da placa dental.

 

 

 

44 / 1988

PREVENÇÃO DA CÁRIE EM PACIENTES SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA

A. Nuti Sobrinho; P.N. Pontes; M.G.C. Mattos: R.M.Z. Felippe

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP 

A radioterapia na área da cabeça e pescoço tem como objetivo erradicar tumores por doses de irradiação inonizantes que idealmente seriam bem tolerados pelas estruturas adjacentes.

As complicações orais que resultam do tratamento são injúrias de radiação às glândulas salivares, mucosa oral, musculatura oral e sangue alveolar . Estas injúrias vão diretamente ou indiretamente criar uma quantidade de consequências clínicas, dentre elas, xerostomia, cárie dental rampante, mucosites, osteoradionecrose, infecção, trismo e estomatites nutricionais.

Os fatores causais da cárie de radiação segundo DALE (1964) são:

- redução do fluxo normal de saliva e o seu pH;

- contínua formação de placa dentária;

- higiene oral pobre ou irregular;

- inabilidade do paciente em executar corretamente as medidas preventivas.

As medidas de prevenção a serem tomadas visam reduzir o aparecimento de cárie rampante que levarão à perda do dente pela amputação de sua coroa. São elas:

- limpeza completa da boca após as refeições;

- escovar os dentes cuidadosamente com dentifrício não irritante, a sua escolha;

- aplicação de flúor num período de 5 a 10 minutos;

- com escova dental só para este fim;

- com goteira própria carregada com flúor gel, sendo o fluoreto de estanho a 0,4% o indicado;

- bochechos diários com solução morna de bicarbonato de sódio e sal de cozinha 4 vezes ao dia.

Obs.: em caso de xerostomia indica-se o uso de lubrificante oral (ORAL LUBE).

 

 

45/ 1988

 

RABDOMIOSSARCOMA DE BOCA -ESTUDO IMUNOENZIMÁTICO

 

F.D. Nunes; V.C. Araújo; D.S. Pinto Jr.

 

Disciplina de Patologia Bucal - FOUSP

 

Embora o rabdomiossarcoma seja um dos tumores malignos mais freqüentes em cabeça e pescoço, a literatura referente aos casos de ocorrência em boca é escassa. O objetivo deste trabalho é avaliar com a técnica imunoenzimática da peroxidase anti-peroxidase (PAP), a reatividade apresentada por esse tumor à basicamente 3 anticorpos: vimentina, mioglobina e desmina. Estes anticorpos são marcadores respectivamente de células de origem mesenquimal, células musculares estraidas e células musculares lisas e estriadas. Como complementação, face à escassez de dados referentes na literatura, apresentamos as características clínicas apresentadas pelos casos.

A vimentina apresentou positividade para todos os casos, como foi acontecer em neoplasias mesenquimais. A mioglobina mostrou-se reativa apenas para 3 casos que apresentavam maior componente citoplasmático. A desmina exibiu expressividade para três casos que apresentavam células redondas e pequenas, com citoplasma escasso.

Três casos ocorreram no sexo masculino, numa faixa etária abaixo dos 5 anos. Dois casos ocorreram no sexo feminino, nas idades de 26 a 60 anos.

A técnica estudada permitiu-nos concluir que estes anticorpos são úteis no diagnóstico de rabdomiossarcomas, quando utilizados em conjunto.

Técnica de apoio: Edna Today

Trabalho subvencionado pela FAPESP

 

 

46 / 1988

Staphylococcus Aureus: SUSCETIBlLIDADE AOS FAGOS E DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM)

I.Y. Ito; C. Talassi; N.C.A. Oliveira; M.P.A. Toldo; J.C. Salis; B. Bellini; M. Rosa

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP

Faculdade de Odontologia de Barretos - São Paulo - FEB

Foram isoladas 77 cepas de S. aureus de saliva não estimulada de acadêmicos de Odontologia de Barretos e avaliados quanto à suscetibilidade aos fagos e à concentração inibitória mínima (CIM).

As cepas foram submetidas a ação de 30 fagos do conjunto básico internacional a 1 X RTD e a 100 X RTD, no laboratório de Estafilococos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Os resultados mostraram que 88,3% das cepas eram suscetíveis aos fagos, e classificadas em 41 fagótipos. Houve prevalência do fagótipo 3A/3C, com 13 cepas (19,9%) e, do fagogrupo II com 21 (27,3%). Os fagos 94 do grupo IV e o fago extra 42D não lisaram nenhuma cepa.

Quanto à CIM, mostraram que 100% das cepas eram sensíveis à concentração sérica máxima alcançada com a dose terapêutica de amicacina, clindamicina, cloranfenicol, lincomicina, oxacilina ou de penicilina. As concentrações de estreptomicina e tetraciclina necessárias para inibição de 100% das cepas de S. aureus foram, respectivamente, de 32 ug/ml e de 128ug/ml.

 

47/ 1988

 

TUMORES ODONTOGÊNICOS. ESTUDO SUBCELULAR

 

R.G. Jaeger; M.M.M. Jaeger; L.E.B. Rosa; V.C. Araújo; N.S. Araújo

 

Disciplina de Patologia Bucal - FOUSP

 

Nesse trabalho analisaremos os achados subcelulares de alguns tumores odontogênicos, com espécimes fixados em aldeido glutárico e submetidos à processamento de rotina para microscopia eletrônica de transmissão. São estudados casos de ameloblastomas, tumor epitelial odontogênico calcificante (tumor de Pindborg) e fibroma ameloblásticos.

O ameloblastoma mostrou, ao MET, ninhos de células epiteliais justapostas, muitas delas contendo vacúolos delimitados por membrana no seu interior. Achado conspícuo nos elementos celulares foi a presença de desmossomos verdadeiros e tonofilamentos justanucleares. As células eram revestidas por lâmina basal característica. Em área focal achava-se presente a internalização de vesículas.

O tumor de Pindborg exibiu células ricas em tonofilamentos, mitocôndrias dilatadas e microfilamentos. Achado importante nesses elementos epiteliais diz respeito a corpos tubulares, de perfil alongado, com 500 nm de comprimento x 100 nm de espessura. Fora das células foi obervada secreção de aspecto granular e amorfo.

O fibroma ameloblástico apresentou os componentes epiteliais e mesenquimais que o caracteriza. As células epiteliais eram semelhantes às descritas nos outros tumores. O mesênquima exibia fibroblastos em vários graus de maturação, alguns com citoplasma bastante escasso e outros com citoplasma abundante, rico em REG dilatado e com filamentos de actina e intermediários. O estroma conjuntivo possuia escassas fibras colágenas, algumas ancoradas nos fibroblastos. A interface epitélio - mesenquimal mostrou lâmina basal e hemisdesmossomos.

Agradecimento - Prof. Dr. Antônio Sesso

                            Depto. de Patologia - FMUSP

 

 

48 / 1988

ULTRA-ESTRUTURA DAS TRABÉCULAS ÓSSEAS E OS FORAMES DO PROCESSO PALATINO DA MAXILA DE RATOS DE 30 DIAS

I. Watanabe*; A. de Carvalho**; R.A. Lopes***; M.M. Iyomasa**; C.I. Mizusaki**

* Departamento de Anatomia, ICB -USP

** Departamento de Morfologia da Universidade do Oeste Paulista

*** Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

A forma de trabéculas ósseas e os forames do processo palatino da maxila em ratos não tem sido estudados sistematicamente. Portanto, na tentativa de mostrar estas características, utilizou-se de 12 ratos albinos Wistar de 30 dias. Os animais foram anestesiados com a inalação de éter sulfúrico e em seguida, removeu-se as maxilas, fixando-se durante 24 horas em solução de Karnovsky modificada. As partes moles foram removidas com solução de hipoclorito de sódio a 5% (Lester et al. 1981). Após a desidratação em etanol, secagem ao ponto crítico, e metalização com ouro, as peças foram examinadas em microscópio eletrônico de varredura.

As fotomicrografias obtidas revelam que o processo palatino da maxila apresenta uma forma retangular, contendo numerosos forames vasculares de diâmetros variáveis. Pequenas trabeculações ósseas circundam os forames vasculares que se acham septados em alguns casos. A superfície da trabeculação é revestida de espessas camadas de fibras colágenas calcificadas. São notadas numerosos forames vasculares de várias formas, as quais distribuem-se em três áreas distintas: junto a superfície dental dos forames são alongados; na porção média são circulares e na porção mediana, são alongados e circulares.

 

 

 

 

49 / 1988

USO DE CORTICOSTERÓIDE NA INSTRUMENTAÇÃO DE CANAIS RADICULARES: SUA ASSOCIAÇÃO AO CREME ENDO-PTC

L. Hamaoka; G.G. Debelian; J.M.P. Sampaio; E.G. Birman

Faculdade de Odontologia de São Paulo - FOUSP

As substâncias químicas auxiliares usadas no preparo do canal radicular são muito utilizadas, embora sua ação irritante modificam o processo de reparo apical.

Na tentativa de melhor controlar estes aspectos, associamos um antiinflamatório (Prednisolona à 2%) ao já comumente utilizado creme de Endo-PTC.

Assim nos propusemos a analisar a reparação da ferida cirúrgica realizada em tecido conjuntivo de ratos, para isso utilizamos 20 ratos (Wistar) dividindo-os em 4 grupos que foram sacrificados às 24 h. 7, 14 e 28 dias.

Feridas cirúrgicas circulares foram realizadas (5 cm de diâmetro) no dorso do animal obtendo-se um disco de pele com profundidade que atingia até o plano muscular.

O grupo G0 constitui o controle, sendo nele apenas realizada a ferida. No grupo G1 as feridas foram irrigadas com solução de Tergentol-Furacin. No grupo G2 as feridas foram preenchidas com 5 ml de Endo-PTC que era neutralizado com solução de Milton. Após 10 minutos era feita a lavagem das feridas com 2 ml da solução de Tergentol-Furacin. No grupo G3 o mesmo procedimento foi feito, apenas com o acréscimo de Prednisolona à 2% no creme de Endo-PTC.

Os resultados macroscópicos e histológicos observados nos devidos tempos, indicaram que o grupo G3 com Endo-PTC acrescido de Prednisolona à 2% apresentou evolução diferente quantitativa e qualitativamente em relação aos grupos G1 (Tergentol-Furacin) e G2 (Endo-PTC normal) que se assemelharam mais aos resultados obtidos no grupo controle G0.

 

50 / 1988

VARIAÇÃO DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO EM GLÂNDULA  SUBMANDIBULAR E FÍGADO DE RATOS SUBMETIDOS A DOSES ELEVADAS DE FLÚOR

D.M. Ribeiro & J. Nicolau

Departamento de Bioquímica do Instituto de Química - USP

Devido às suas propriedades cariostáticas o flúor é largamente utilizado como meio de prevenção da cárie dentária, quer sistemicamente, através da água de abastecimento, quer topicamente através de dentifrícios, gel e soluções fluoretadas. Este fato acarreta a exposição de grande parte da população a este elemento. Há que se considerar que foi demonstrado que crianças ingerem aproximadamente 25% dos dentifrícios e soluções fluoretadas utilizadas.

Desta forma vários autores tem se preocupado em estudar os possíveis efeitos tóxicos do flúor pois sabe-se que este pode determinar alterações de processos fisiológicos e bioquímicos tais como o acúmulo de cAMP em hepatócitos e glândula submandibular de ratos, aumento da glicogenólise em tecido hepático e muscular e a alteração da atividade de enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos em hepatócitos de ratos. Frente ao exposto nos propusemos a investigar o metabolismo do glicogênio em fígado e glândula submandibular de ratos que receberam injeções intraperitoneais de 10mg F/Kp em l, 2 e 3 doses consecutivas, com intervalos de 24 h. O conteúdo de glicogênio foi determinado pelo método de Singh e cols., 1976; (Arch. Biochem. Biophys., 173:82), através da reação com antrone. Vinte e quatro horas após uma única dose de solução de fluoreto de sódio, observamos um aumento de 50% no conteúdo de glicogênio em glândula submandibular expresso em µg/g de tecido (Exp. 0,929 ± 0,189 e cont. 0,6171 ± 0,116). O aumento observado após 2 doses foi de 100,5% (Exp. 1 ,2006 ± 0,3088 e cont. 0,5987 ± 0, 1053). Com 3 doses, houve uma redução na porcentagem de aumento de cerca de 36,3% (Exp. 0,8238 ± 0,1609 e cont. 0,6043 ± 0,1174). Em relação ao fígado observou-se uma resposta diferente da glândula submandibular, não encontrando-se variação no conteúdo de glicogênio 24 h após uma dose única e uma diminuição de 20% (Exp. 44,8206 ± 8,5619 e cont. 56, 1673 ± 7,4244) 24 h após 3 doses consecutivas de fluoreto de sódio. Não se observaram diferenças estatisticamente significativas nos animais sacrificados 24 h após 2 doses consecutivas.

 

 

 

TEMAS LlVRES

 

 

51 / 1988

AÇÃO ANTIMICROBIANA DE MATERIAIS À BASE DE HIDRÓXIDO DE  CÁLCIO EM DENTINA CARIADA DE CAVIDADES PROFUNDAS

P.A. Sperança; J. Ranali; R.R. Biral

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

O objetivo deste trabalho foi verificar, comparativamente, a atividade antimicrobiana de materiais à base de hidróxido de Cálcio quando aplicados em dentina de cáries profundas. Foram utilizados 50 dentes molares permanentes, assintomáticos, vitais, portadores de lesões cariosas do tipo Classe I, com comprometimento de mais de 2/3 da dentina, sem evidências radiográficas de lesões periapicais e que permitissem isolamento absoluto. O experimento constou de 5 grupos: Controle, Dycal, Life, Renew e Pasta de Hidróxido de Cálcio.

O exame microbiológido da dentina seguiu a técnica preconizada por GIBBONS et alii (1963) e SOCRANSKY et alii (1963). O exame foi realizado em tempos diferentes, a saber: de imediato para dentina da porção mesial das cavidades e após períodos de 7 dias (25 dentes) e 30 dias (25 dentes) para a dentina localizada na porção distal das cavidades e que receberam o tratamento com os materiais.

Pelos resultados observou-se que a dentina da porção mesial (exame imediato) mostrou-se contaminada em 100% dos casos; a dentina da porção distal no Grupo Controle, que foi recoberta com material inerte (parafina), apresentou um aumento do número de colônias nos períodos de observação (7 e 30 dias); enquanto que para os outros grupos, verificou-se que nenhum dos materiais foi capaz de descontaminar a dentina remanescente, embora tenha ocorrido uma redução do número de colônias, sendo que o Dycal foi o mais efetivo, seguido do Renew e do Life, respectivamente.

 

52 / 1988

ALTERAÇÃO DE COR DE RESINAS COMPOSTAS IMERSAS EM

DIFERENTES MEIOS LÍQUIDOS

 

F.J.G. de Freiras; S. Consani; L.A. Ruhnke

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

Os materiais restauradores estéticos, hoje disponíveis no comércio, não reproduzem permanentemente a função e a forma dos dentes. A adversidade do meio em que são empregados e características inerentes ao próprio material determinam, com o tempo, restaurações insatisfatórias. A grande queixa de paciente portadores de restaurações estéticas refere-se à instabilidade de cor do material, verificada após um período relativamente curto de uso - 3 a 4 anos. Vários trabalhos vêm sendo desenvolvidos, nas últimas décadas, no sentido de detectar as possíveis causas dessas alterações e, também sugerir alternativas para contornar o problema, enquanto não solucionado totalmente.

O presente trabalho teve por objetivo principal avaliar as alterações de cor de 3 resinas compostas, imersas em diferentes meios líquidos, por um período de tempo não superior a 30 dias. Visou, também, buscar uma possível correlação entre essas alterações e fatores, tais como: concentração, tamanho das partículas de carga e pH dos meios a que estavam expostos os materiais.

Os registros das alterações de cor, a intervalos de tempo diferentes, foram feitos através de fotomicrografias.

Os resultados obtidos permitiram concluir que: 1) corpos de prova representativos de resinas compostas convencionais são mais suscetíveis às alterações de cor; 2) os ácidos orgânicos, presentes nas soluções empregadas para o estudo, parecem ter atacado a superfície dos compósitos, principalmente nos primeiros 7 dias, favorecendo ainda maism, sua descoloração;3 ) a concentração das partículas de carga parece não contribuir tanto para a descoloração do material, quanto o faz o seu tamanho.

 

 

53 / 1988

ALTERAÇÕES BUCAIS NA SÍNDROME DE DOWN - ESTUDO PRELIMINAR

S. Caviglia; O.C.L. Correa; Z. Mustacchi; E.G. Birman

Faculdade de Odontologia - USP

Hospital Darcy Vargas

 

O obietivo deste estudo visa as alterações bucais de pacientes com Síndrome de DOWN dado a escassez de dados em nosso meio. A literatura nacional relata uma freqüência de 1 caso para 300 a 600 nascimentos. São descritas numerosas alterações dentárias, maxilares e de tecidos moles que necessitam uma melhor avaliação.                      

Realizamos um levantamento em pacientes com esta síndrome divididos em três grupos etários. Nesta fase preliminar (até 5 anos) foram observados 30 crianças com trissomia 21, sem translocação e sem mosaico, sendo 18 meninos e 12 meninas. Antecedentes familiares, idade dos pais, problemas sistêmicos foram analisados. Em relação aos tecidos moles observamos presença principalmente de língua hipotônica (56,6%), fissurada (16,6%) seguida em menor porcentagem de macroglossia, anquiloglossia, e língua geográfica. O palato ogival era frequente bem como casss de queilite angular. Também observamos a boca dita em carpa (16,6%) e introduzimos as medidas de distâncias intercomissural e do filtrum.

 Dentre as alterações dentárias encontramos giroversão (43,3%) dentes conóides (23,3%) microdontia (20%) além de geminação e fusão, alteração de erupção e presença de diastemas com atresia do maxilar superior (13,3%). Entre os hábitos observados predominam o respirador bucal (16,1%), protrusão do maxilar inferior, uso prolongado de chupeta e mamadeira e sucção de dedo.

Estes nossos resultados preliminares permitem uma noção mais profunda dos aspectos estomatológicos desta Síndrome bem como a padronização de critérios e parâmetros adequados para o nosso meio e das possibilidades de tratamento dos problemas bucais e suas conseqüências nestes pacientes.

 

 

 

54 / 1988

ANÁLISE CRÍTICA DO USO DE BROCAS GATES-GLIDDEN EM DENTES

COM RAÍZES ACHATADAS (ESTUDO "IN VITRO")

 

L.R. Ferreira; R.R. Biral; L. Valdrighi; R.A. Pino

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Trabalhos anteriores têm mostrado as vantagens do preparo da porção cervical do canal radicular, antes da instrumentação propriamente dita. Essas manobras facilitam a manipulação do terço apical, bem como a obturação do canal; e em casos de necrose pulpar, a descontaminação dos terços cervical e médio evita que restos necróticos sejam projetados além do canal. Um dos instrumentos rotatórios mais utilizados para o alargamento das porções cervical e média do canal é a broca de Gates-Glidden. Essa broca permite a obtenção de uma forma afunilada para o canal radicular. É necessária a instrumentação prévia do canal através de instrumentos manuais, antes de utilizar essa broca, a fim de reduzir o risco de fratura da broca. O objetivo da pesquisa é mostrar até que ponto as brocas de Gates podem ser usadas em dentes de raízes achatadas, sem provocar ruptura ou trepanação de suas paredes. Foram selecionados 40 dentes extraídos, 20 incisivos e 20 primeiros molares inferiores, sendo manipulados apenas os canais mésio-vestibular e mésio-lingual. Estes dentes possuem a característica de terem suas raízes bem achatadas no sentido mésio-distal. Os dentes foram divididos em quatro grupos com 5 incisivos e 5 molares: -Grupo A: -Instrumentação até LK 25 grupo controle; -Grupo B: -Instrumentação até LK 25 e broca GG 2; -Grupo C: -Instrumentação até LK 25 e brocas GG 2 e 3; e -Grupo D: -Instrumentação até LK 25 e brocas GG 2, 3 e 4. Os dentes foram mantidos numa solução de formol apenas para facilitar a posterior instrumentação. A abertura coronária foi realizada da maneira convencional inclusive com uso da broca de Batt alargando a entrada do canal. Após a abertura coronária, os canais foram sequencialmente instrumentados com limas tipo K nº 8, 10, 15, 20, 25 apenas até o início da curvatura, e posteriormente utilizadas as brocas Gates-Glidden. Utilizando-se um disco de carborundum, fizemos secções transversais mésio-distais e vestíbulo-linguais nos dentes. A espessura dos canais radiculares foi medida com uma lupa milimetrada (aumento de 12 vezes). Em cada um dos grupos fizemos 3 tipos diferentes de cortes: 4 dentes em secção transversal, 3 dentes em sentido vestíbulo-lingual e 3 dentes em sentido mésio-distal. Em cada dente foram feitos dois cortes, sendo que um deles no terço cervical e o outro no terço médio, antes da curvatura. Os resultados das medidas foram comparados e demonstrado que as paredes mais finas foram observados no Grupo 4, ocorrendo trepanação em dois dentes desse grupo.

 

 

 

55 / 1988

ANÁLISE DIFRATOMÉTRICA DE RAIOS X EM COMPÓSITOS ODONTOLÓGICOS

M.F. G6es*; A.M. Razzaboni**; S.H. Pulcinelli***; H. Panzeri**

*Faculdade Odontológica de Piracicaba – UNICAMP

**Faculdade Odontológica de Ribeirão Preto - USP

***Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP

O propósito deste estudo foi determinar a cristalinidade e a composição química dos elementos que compõem a fase inorgânica de vários compósitos odontológicos.

Cinco produtos comerciais de procedências diferentes (Concise, P10, Prisma-Fill, Durafill, Silux) foram polimerizados segundo a recomendação dos fabricantes, em seguida triturados, compactados em um porta-amostra e analisados através de um Goniômetro Horizontal de Raios X (HZG-4 VEB Carl Zeiss). Os difratogramas obtidos contendo a posição angular e a intensidade relativa das linhas de difração, possibilitaram a determinação da forma e do tamanho da cela unitária, bem como a composição química da partícula inorgânica do compósito (tabela 1 ).

O concise e o P10 apresentaram uma estrutura cristalina, enquanto que, o Prisma-Fill, Durafill e a Silux mostraram-se como sólidos não cristalinos.

 

TABELA 1

 

Material

Procedência

Sistema

Cristalino

Fórmula

Química

Concise

 

P 10       

 

Prisma-Fill    

Durafill     

Silux                   

3M Co.

 

3M co.

 

L.D. Caulk Co.

Kulzer dCo.

3M co.

Cristalino

 

Cristalino

 

não cristalino

não cristalino

não cristalino

Sio2

 

Sio2

 

(mistura)

(mistura)

(mistura)

 

 

56 / 1988

 

ANÁLISE DIFRATOMÉTRICA DE RAIOS X EM

MATERIAIS DE INTERESSE ODONTOLÓGICO

 

 M.F. Góes*; S.H. Pulcinelli**; S. Panzeri***

* Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

** Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP

*** Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O objetivo deste trabalho foi estudar a cristalinidade e a composição química de alguns produtos inorgânicos que possam oferecer condições para serem utilizados como material de reforço em compósitos. Dezesseis produtos de procedências diferentes foram preparados (trituração), compactados em um porta amostra e analisados através de um goniômetro Horizontal de raios X (HZG-4 VEB Carl Zeiss). Os difratogramas obtidos contendo a posição angular e a intensidade relativa das linhas de difração, possibilitaram a determinação da foram e do tamanho da cela unitária, bem como a composição química do material.

Os produtos Aerosil 200, Celulose Micro-cristalina, Diatômita, Sident 12, sident 20 e o Sicosil 63 mostraram-se como sólidos não cristalinos, enquanto que, a alumina C-330, Alumina AM-17, Alumina-Tamiz 0,350 e 0,250, Alumina Alumax-203, Dióxido de Silício, Quartzo Malha 400 e 600, Quartzo cristal Silmax-40F e a Zirconita AM-16 apresentaram um estrutura cristalina.

 

 

 

57 / 1988

 

ANÁLISE ESTRUTURAL DO CaS04

 

S.R.W. Suzuki*; S.H. Pulcinelli**; H. Panzeri*

 

*Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

**Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP

Diferentes marcas comerciais do sulfato de cálcio (CaSO4) anidro, hemi-hidratado e di-hidratado foram estudados por difração de raios X utilizando o Goniômetro Horizontal HGZ-4 (VEB CARL ZEISS - RDA). O interesse na análise deste material repousa na sua aplicabilidade odontológica, na confecção de moldes para fundição.

A análise difratométrica mostrou que os materiais apresentam diferentes formas estruturais, bem como uma variação nos parâmetros cristalográficos, evidenciando deformação do retículo.

É importante notar ainda que foram evidenciadas, neste estudo, diferenças entre materiais anteriormente estudados e os que encontram-se disponíveis no mercado hoje.

 

 

 

58 / 1988

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA MUCOSA PALATAL E GENGIVA INSERIDA EM SERES HUMANOS

A.C.M. Stipp; M.R.D. de Menezes; J.H. Damante; L.E.M. Chinelatto

Faculdade de Odontologia de Bauru -USP

A mucosa normal de gengiva inserida e palato duro de indivíduos adultos de ambos os sexos, foi submetida a uma análise morfométrica, a nível de microscopia óptica, com a finalidade de investigar as possíveis diferenças, sob o ponto de vista quantitativo, das mucosas entre si, bem como entre o sexo masculino e feminino.

Em relação ao epitélio, as observações obtidas neste estudo, demonstraram que o volume nuclear, citoplasmático e celular absoluto foram maiores no palato que na gengiva, enquanto que o número de células por unidade de volume foi maior na gengiva, em ambos os sexos. A relação superfície luminal/superfície basal do epitélio não apresentou diferença estatisticamente significante entre a gengiva e o palato, embora a espessura do epitélio tenha sido maior no palato, em ambos os sexos.

Quanto à avaliação morfométrica das estruturas presentes na lâmina própria, verificou-se que o número absoluto de fibroblastos por unidade de volume foi maior na gengiva do que no palato, enquanto que o número de células imigrantes não apresentou diferença significante entre os dois tecidos. Relativamente às frações de volume ocupadas pelas diferentes estruturas da lâmina própria, observou-se que os núcleos de fibroblastos e os vasos sanguíneos ocuparam uma maior fração de volume na gengiva, o mesmo não se verificando com as fibras colágenas, que ocorreram em maior número no palato em ambos os sexos.

Todos os parâmetros analisados não diferiram significantemente entre o sexo masculino e feminino.

 

 

59 / 1988

ASPECTOS MORFOLÓGICOS MOSTRADOS PELO TECIDO ÓSSEO QUANDO DA ERUPÇÃO DO 1º MOLAR SUPERIOR DE RATOS

A.W. Almeida & M.L.P. Almeida

Disciplina de Histologia - UFU e ICB/USP

Temos estudado a nível ultraestrutural, as reações teciduais encontradas do osso alveolar e áreas vizinhas, durante o processo de erupção do primeiro molar.

Os achados morfológicos têm mostrado que na face óssea que está sofrendo reabsorção, existem certas características bem marcadas e constantes, a saber:

1. O processo de erupção acontece em fase precoce do desenvolvimento do dente, antes mesmo do início da mineralização do manto dentinário;

2. Nas imediações dos osteoclastos, responsáveis pela digestão do tecido ósseo, há uma reação tecidual que lembra morfologicamente um quadro inflamatório;

3. Grande quantidade de células envolvidas em tal processo inflamatório mostram quadros morfológicos de lise celular, com evidente fragmentação citoplasmática destes elementos;

4. Os osteoclastos apresentam um comportamento que sugere seu envolvimento com tais elementos celulares. Entre as células envolvidas incluem-se também os osteoclastos e osteócitos que mostram evidentes sinais de desagregação citoplasmática quando próximos aos osteoclastos.

Diante dos achados morfológicos, acreditamos que seja possível admitir a hipótese da existência de uma relação entre processos de reabsorção com inflamação localizada. Acreditamos ainda, que nos processos de reabsorção do osso alveolar de ratos, os osteoclastos possam desempenhar outras funções, além de sua conhecida atuação sobre a matriz óssea mineralizada.

 

 

 

60/ 1988

ATIVIDADE MACROFÁGICA SOBRE SUBSTÂNCIAS DE USO ODONTOLÓGICO

R.C.C. Lia; M.R.B. Oliveira; C. Benatti Neto

Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

A atividade macrofágica é visualizada com características diversas, onde os elementos estranhos sugerindo material, encontram-se nas células ora mesclados ora isolados, tanto em células gigantes quanto em macrófagos.

Nesta pesquisa foram utilizados 36 ratos albinos, machos, adultos jovens que receberam implantes no tecido subcutâneo de tubos de polietileno contendo os materiais, conforme normas da American Dental Association, com períodos de experimento de 7, 21 e 60 dias.

Nos períodos pré-determinados realizaram-se as biópsias que, após tramitaçâo laboratorial, foram examinadas por microscopia óptica comum.

1. A atividade macrofágica é no geral intensa, sobretudo nos períodos médios, persistindo nos finais, na dependência da possibilidade ou não de digestão;

2. Esta ação é exercida sobre componentes do material isolados ou em grupos;

3. Em alguns nódulos reacionais as células macrofágicas foram vistas por vezes em diferentes graus de degeneração como que sofrendo a ação do material fagocitado.

 

 

61 / 1988

AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE ANTISSÉPTICA FRENTE A CULTURAS DE C. albicans ISOLADAS DE PACIENTES COM CÂNCER BUCAL, PACIENTES

IRRADIADOS E PORTADORES DE PRÓTESE TOTAL

A. E. Cury; C.R. Paula; E. G. Birman

Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP

Instituto de Ciências Biomédicas – USP

Faculdade de Odontologia -USP

A eficácia em C. albicans do cloreto de cetilpiridino hexaclorofeno, timerosal (mertiolate) e triclosan foi testada com 45 culturas obtidas da boca de pacientes com câncer bucal, irradiados e portadores de prótese total. Suspensões destas culturas foram usadas num teste de concentração inibitória mínima (meio líquido), sendo cada antisséptico usado numa concentração entre 100 ug/ml a 0,39 ug/ml obtidas por diluições em sabouraud-dextrose. Os resultados demonstraram que as amostras de C. albicans de pacientes com câncer ou tratados por irradiações eram altamente sensíveis em pequenas concentrações ao cloreto de cetilpiridino e triclosan. Uma baixa sensibilidade foi demonstrada ao hexaclorofeno indicando um comportamento diferente das culturas obtidas de pacientes usando uma prótese total e apresentando candidose atrófica crônica. Apenas o timerosal apresentou resultados semelhantes em todos os grupos. É necessário questionar sobre as condições bucais observadas nestes pacientes que usam prótese total, e confirmar "in vivo" estes achados laboratoriais para se poder compreender melhor a patogenia da candidose atrófica crônica e tratá-la mais eficientemente.

 

 

 

62 / 1988

AVALIAÇÃO DA CLÍNICA DA BARRAGEM SANTA LÚCIA - II

H.H. Paixão; J.H.L. Amaral; Z.A. Silva; M.P.S. Silva

Faculdade de Odontologia - UFMG

O presente trabalho, subprojeto 4 do Projeto de Avaliação da Clínica Odontológica da Barragem Santa Lúcia, no período 1981-86, se refere ao impacto da Clínica na comunidade atendida, tendo como objetivos:

1. Descrever o grau de envolvimento e expectativa da comunidade (moradores da Barragem Santa Lúcia) com respeito à Clínica Odontológica;

2. Descrever os principais problemas de saúde oral da comunidade;

3. Verificar o impacto do serviço da clínica nos níveis de saúde oral da comunidade.

Serão realizadas:

a) entrevistas em 500 domicílios, através de questionário com perguntas abertas e fechadas;

b) entrevistas com grupos organizados da comunidade e funcionários dos serviços locais: posto de saúde; trabalhadores da fábrica comunitária de material de construção e comissão de saúde;

c) comparação dos dados levantados na implantação da clínica (quadro de queixas principais) com aqueles que serão verificados agora;

d) relação entre o número aproximado de moradores e o número de pacientes atendidos, levando em conta a capacidade resolutiva da clínica.

O presente trabalho se encontra em fase de teste do questionário. Este foi aplicado em 20 domicílios e agora passa por uma fase de estudo e reelaboração. Foram feitos contatos com grupos organizados da comunidade no período de elaboração do sub-projeto e do questionário, sendo que estes contatos foram estreitados durante o período de aplicação do pré-teste.

 

 

 

63 / 1988

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA EFETIVIDADE DO CIMENTO DE SILICO-FOSFATO NA INIBIÇÃO DE CÁRIES

M.F. de L. Navarro; R.M. de Carvalho; A. Ishikiriama; J. Mondelli

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

O flúor, a partir da década de 40, tem se tornado o personagem principal no combate à cárie dental. Alguns cimentos restauradores possuem flúor na sua composição e esse flúor é liberado para as estruturas dentárias, exercendo um provável efeito anticariogênico. O trabalho de SWARTZ et al. em 1980, demonstrou um aumento de cerca de 500 a 5000% na quantidade de flúor presente no esmalte de dentes restaurados com cimento de silico-fosfato. Baseado nessa afirmação, foi realizada uma investigação clínica para avaliar a capacidade de inibição de cáries do cimento de silico-fosfato em comparação com o amálgama. Foram selecionados pacientes de ambos os sexos com idade entre 10 e 14 anos, que apresentavam dentes premolares com cáries incipientes de cicatrículas e fissuras exclusivamente oclusais, o que era confirmado pelo exame clínico e radiográfico interproximal inicial. Cada paciente recebeu restaurações de classe I com cimento de sílico-fostato em um hemiarco e amálgama para controle do hemiarco oposto.

Na avaliação de 1 ano não foi encontrada diferença entre os materiais em teste com relação à presença de cárie, porém o cimento de sílico-fosfato se mostrou mais vantajoso com relação ao custo-benefício do que o amálgama.

A avaliação de 2 anos foi realizada através de exame clínico e radiográfico para verificação do aparecimento de novas lesões. Após 2 anos de controle, foram reexaminados 26 pacientes e não se observou o aparecimento de novas lesões cariosas nos dentes tratados com os dois materiais. Apesar de algumas restaurações de cimento de sílico-fosfato estarem ausentes clinicamente, também não foi observada a reincidência de cárie na cavidade.

 

 

64  / 1988

AVALIAÇÃO CLÍNICA DE RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA: DOIS ANOS DE ESTUDO

R..Y. Ballester; P.E. Capel Cardoso; W.G. Miranda Junior

Faculdade de Odontologia - USP

O amálgama de prata é o material restaurador odontológico mais utilizado na clínica. A maioria dos trabalhos nesta área referem-se ao comportamento laboratorial de resistência mecânica e corrosão, e também características de manipulação. Nosso trabalho visa obter dados do comportamento clínico de oito ligas para amálgama após dois anos de uso no meio bucal.

As ligas e os dentes a serem restaurados foram distribuídos ao acaso junto aos operadores, bem como durante as avaliações. Os parâmetros utilizados foram os propostos por Gunnar Ryge (recidiva de cárie, integridade marginal, forma anatômica, descoloração e textura superficial).

As ligas de alto teor de cobre (REZZIZT, REZZIZT II, VERALOY, ARISTALOY 21 e VENTURA III) apresentaram melhor resultado quanto à integridade marginal que as convencionais (VELVALOY e I.Z.N, [Experimental F.O.U.S.P.]) com exceção da liga NOVALOY.  Quanto à manutenção do brilho, as ligas I.Z.N. e REZZIZT foram as melhoes, VELVALOY e VERALOY intermediárias e as demais abaixo da expectativa.

Quanto à textura superficial, VELVALOY , ARISTALOY 21 e VERALOY tiveram ótimo desempenho, I.Z.N., REZZIZT intermediário e as demais abaixo da expectativa.

De todas as ligas apenas a NOVALOY mostrou-se ser imprópria para uso Odontológico.

 

 

 

65 / 1988

AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES INIBITÓRIAS MÍNIMAS DE PENICILINA G, METRONIDAZOL E CLINDAMICINA, PARA AMOSTRAS ORAIS DO GRUPO Bacteroides fragilis ISOLADAS DE Callithrix penicillata

M.J. Avila-Campos; M.A.R. Carvalho; C.A.V. Damasceno; E.O. Cisalpino

Instituto de Ciências Biológicas - UFMG

Considerando-se o recente isolamento de bactérias do grupo B. fragilis da cavidade oral de símios C. penlcillata mantidos em cativeiro no biotério do ICB/UFMG e, a partir de uma avaliação preliminar de seu perfil de suscetibilidade a antimicrobianos, tornou-se fundamental um aprofundamento deste estudo, tendo em vista a reconhecida e crescente resistência de microrganismos desse grupo a drogas comumente usadas na terapêutica. Assim, foram determinadas as concentrações inibitórias mínimas para penicilina G, metronidazol e clindamicina, pelos métodos de diluição em ágar (ágar BHI-S) e diluição em caldo (caldo BHI-S) de 9 amostras do grupo B. fragilis isoladas de placa dentária de 5 C. penicillata, caracterizadas no Laboratório de Microbiologia Oral e Anaeróbios do Deptº de Microbiologia, tendo como controle a amostra padrão ATCC 23745. As placas com meio sólido foram inoculados com multi-alça e, os caldos, com uma gota das culturas padronizadas. As leituras foram realizadas após 24 e 48 h de incubação a 37°C em anaerobiose, pelo crescimento nas placas adicionadas de antimicrobianos em relação às placas-controle e, pela comparação visual de crescimento em caldo com as diferentes concentrações dos agentes, com aquele dos tubos-controle. A análise dos resultados mostra que todas as amostras foram inibidas, em ambos os métodos, pelas concentrações de 64 µg/ml de penicilina, 16 µg/ml de metronidazol e 4 µg/ml de clindamicina. Todas foram resistentes, também em ambos os métodos, às concentrações de 0,25 µg/ml de penicilina e de metronidazol, sendo a maioria sensível à clindamicina nesta concentração. Os resultados mostram variação na sensibilidade dos métodos e quanto aos níveis de resistência, em comparação com isolados humanos intestinais. Tendo em vista a relevância desse grupo microbiano, estes dados devem ser ampliados, como informação biológica básica e para estudo comparativo com amostras humanas.

Apoio CNPq

 

 

 

66 / 1988

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE DUAS TÉCNICAS ENDODONTICAS NA REDUÇÃO DA MICROBIOTA DOS CANAIS RADICULARES

 

K.L. Melo Maltos & G.R. Melo

Faculdade de Odontologia - UFMG

Os microrganismos são de fundalmental importância para o desenvolvimento das alterações patológicas pulpares e periapicais. Sua eliminação juntamente com o conteúdo necrótico dos canais radiculares são requisitos essenciais para o sucesso da terapia endodôntica.

A técnica de instrumentação coroa-ápice sem pressão, desenvolvida na Universidade de Oregon, foi sugerida para minmizar a extrusão do conteúdo necrótico do canal radicular para a região periapical, sendo sua principal indicação o tratamento de dentes com canais acessíveis e infectados. Consiste na preparação prévia dos 2/3 coronários com brocas Gates Glidden e posterior preparação do terço apical manualmente sem movimentos de limagem. Por ser atraumática, acreditam seus preconizadores que, quando utilizada, não existe razão biológica que contra-indique o tratamento em sessão única, desde que o dente apresente condições clínicas satisfatórias.

Nosso objetivo foi avaliar a eficiência desta técnica na redução da microbiota presente nos canais radiculares, em comparação com a técnica de instrumentação seriada convencional.

Foram selecionados pacientes com dentes portadores de necrose pulpar, os quais foram aleatoriamente divididos em 2 grupos. No grupo I utilizou-se a técnica seriada convencional e no grupo II a técnica coroa-ápice sem pressão, ambas associadas à irrigação com solução antisséptica. As colheitas das amostras foram feitas em 4 momentos do tratamento. 1ª sessão: 1º) Após acesso coronário; 2º) Após a instrumentação. 2ª sessão: 3º) Após remoção do selamento provisório. 3ª sessão: 4º) Após remoção do selamento provisório. Nos intervalos entre as sessões colocava-se no interior do canal um cone de papel estéril sem nenhum medicamento. As amostras foram incubadas em aerobiose e anaerobiose.

Nos resultados preliminares observou-se nos 2 grupos uma redução considerável da microbiota em aerobiose e anaerobiose logo após a instrumentação, contudo com o intervalo de até 2 semanas, houve um crescimento de microrganismos, observando maior aumento naqueles incubados em anaerobiose.

 

 

 

67 / 1988

AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO MARGINAL EM CAVIDADES DE CLASSE II MOD RESTAURADAS COM CINCO SISTEMAS ADESIVOS

M.H. da Silva e Souza Jr.; L.C.C. Vieira; M.F. de L. Navarro; J.L. Coradazzi

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

O objetivo deste estudo foi avaliar cinco sistemas adesivos quanto à capacidade de impedir a infiltração marginal em cavidades classe II MOD em dentes humanos extraídos, tanto em margem de esmalte como de cemento. Cinco grupos de oito dentes foram restaurados de acordo com as instruções dos fabricantes. Após o que os espécimes foram submetidos a ciclagem térmica durante uma semana, num total de 105 ciclos, variando a temperatura de 5°C a 55°C. Durante o último ciclo foram colocados em uma solução de Rhodamina-B a 0,1%, lavados e seccionados, com a finalidade de verificar o grau de infiltração, o que foi realizado por dois avaliadores, através de microscopia de fluorescência por luz incidente através de epifluorescência. Os resultados foram submetidos a tratamento estatístico através dos testes de Kruskal Wallis e ao de comparações individuais de Miller. Desta forma podemos concluir que:

1 .Nenhum dos sistemas restauradores adesivos estudados foi capaz de impedir totalmente a infiltração marginal.

2. Os sistemas restauradores adesivos Glass Ionomer Liner/Scotchbond/P-30, Scotchbond/p-30 e Bondlite/Herculite apresentaram significantemente menos infiltração marginal quando comparados com o sistema Gluma/Lumifor, para as margens de esmalte.

3. O sistema restaurador adesivo Glass Ionomer Liner/Scotchbond/P-30 apresentou significantemente menos infiltração marginal quando comparado com os sistemas ARM/Adaptic e Gluma/Lumifor para as margens de cemento.

4. Independente do sistema restaurador adesivo empregado, houve significantemente mais infiltração marginal nas margens de cemento.

 

 

 

 

68 / 1988

AVALIAÇÃO PERIODONTAL COM SONDA INTPC E MICHIGAN COMPUTARlZADAS. UM NOVO MÉTODO QUANTITATIVO USANDO ESTENSÔMETROS ELÉTRICOS

H.H. Rodrigues* & C.A. Pelá**

* Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

* Federação Dentária Internacional

** Faculdade de Filosofia de Ribeirão Preto - USP

Foi desenvolvido um novo sistema computadorizado de sondagem periodontal usando a sonda INTPC proposta pela FDI/OMS. Desde que foi idealizado por AINAMO e equipe, ela vem sendo empregada da maneira convencional pelo clínico ou pelo periodontista, com vantagem sobre a sonda comum Michigan, por ser menos iatrogênica e exigir menor treino de sondagem. Preocupados com as vantagens da pressão de sondagem constante e medição eletrônica precisa do sulco gengival, Gibbs e equipe (1988) Flórida-USA, aplicaram na sonda Michigan um transdutor com leitura digital, cujas medidas de pressão e profundidade de sondagem alimentam um computador através de uma interface. Sild e equipe (1987), Bologna, Itália, desenvolveram um sistema computadorizado cuja sonda é especial, similar à sonda Michigan. Verificando a nível clínico-histológico que a sonda INTPC é sensivelmente menos iatrogênica que a sonda Michigan, desenvolvemos um sistema mais simplificado que os de Gibbs ou Sild, onde utilizamos nas sondas INTPC ou Michigan vários estensômetros eletrônicos da Shinton Japan Co. Estes são presos a uma mesa para recebê-los, preparada no istmo da sonda periodontal. A sonda, por sua vez, é conectada a um medidor de deformação ME-01D-SODMEX-Brasil, que consiste de um amplificador de sinais e uma ponte de Wheatstone munida de um transdutor com leitura digital, com sensibilidade para 10-5/10-6 e/ou saída analógica para permitir registros gráficos em um Registrador HD, X-5 Recorder da Hewlet Packard-USA. O sistema que utilizamos permite controlar a pressão clínica de sondagem ideal da bolsa periodontal, respeitando limites de pressão sobre o tecido gengival, compatíveis com técnicas menos iatrogênicas, comprovadas histologicamente. Os limites de pressão de sondagem variam desde 1 a 200 gramas. O armazenamento de dados em computador permite análise e comparação estatística, obtendo-se, rapidamente, inclusive histogramas ou curvas de ajuste que possibilitam comparação gráfica, orientando a conduta clínica de avaliação entre dentes de pacientes ou diferentes visitas.

 

 

69 / 1988

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA PELÍCULA DE ESPAÇADORES PARA TROQUEL DE GESSOS

 

W. Matsumoto; R.B. Roselino; G. Maia Campos; R.M. Fernandes; R.P. Almeida

 

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

 

O objetivo deste trabalho foi avaliar quantitativamente a espessura das películas de espaçadores com o rugosímetro TAYLOR HOBSON (Roselino & Maia Campos). Os espaçadores utilizados foram de resina Duralay dissolvidas em clorofórmio nas concentrações de 5, 10, 15, 20 e 25 por cento. Os modelos de gesso foram pincelados com esas soluções de resinas. Qualquer que fosse a solução o modelo de gesso recebia somente uma camada de espaçador.

Os resultados mostraram que os valores médios em micrômetros foram: 2,65; 21,60; 30,25; 36,05 e 49,80 para os espaçadores com concentração de 5, 10, 15, 20 e 25% respectivamente. Pode-se verificar que quanto mais alta for a concentração do espaçador mais alto é o degrau formado sobre a superfície do corpo-de-prova, ou seja, mais viscoso é o espaçador .

A análise estatística mostrou que os espaçadores eram estatisticamente diferentes uma da outra e dentre os espaçadores comparados, a de concentração 15% ofereceu a espessura mais uniforme e regular.

 

 

70 / 1988

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UMA UNIÃO ENTRE CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO E RESINA COMPOSTA

M.F. de L. Navarro; L. T. de A. Poletto; A. Ishikiriama; J. Mondelli

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Desde que foi proposta, a "técnica sanduíche" tem passado por várias modificações, a fim de melhorar a resistência de união entre o cimento de ionômero e a resina composta. O propósito deste estudo foi avaliar e comparar a resistência de união às forças de tração entre resina composta-adesivo-ionômero de vidro submetidos ao desgaste e condicionamento ácido em um tempo imediato e mediato.

Foram empregados os cimentos ChemFil II e Cerm-fil, unidos ao sistema restaurador Scotchbond-Silux. Na técnica imediata a superfície do cimento foi desgastada com lixa d'água número 400, sob água corrente, 10 minutos após o início da mistura. Em seguida ao condicionamento ácido lavagem, secagem, aplicação de adesivo, os corpos de prova de cimento foram unidos à resina composta. Para a técnica mediata, os espécimes foram armazenados em saliva artificial por 24 horas previamente ao desgaste, condicionamento e união à resina composta. Foram realizados 20 corpos de prova para cada grupo testado, a saber: Grupo A, ChemFil II técnica imediata; Grupo B, ChemFil II técnica mediata; Grupo C, Ceram-fil técnica imediata; Grupo D, Ceram-fil técnica mediata. Os testes de tração foram realizados na máquina universal de ensaios regulada a uma velocidade de 0,5 mm/min, 60 minutos após a união. Os resultados obtidos foram: Grupo A 47,15 Kg/cm²; Grupo B, 63,07 Kg/cm²; Grupo C, 38,86 Kg/cm²; Grupo D, 43,39 Kg/cm².

Esses dados, submetidos à análise de variância a dois critérios de classificação, mostraram que a resistência de união foi significantemente melhor nos grupos onde a técnica mediata foi empregada.

Para as condições em que esse trabalho foi realizado, pode-se concluir que a técnica mediata melhora a resistência de união ionômero resina em relação à técnica imediata.

 

 

 

71 / 1988

AVALIAÇÃO DAS RMF REALIZADAS PELOS ALUNOS, 60ª TURMA DENTÍSTICA OPERATÓRIA, FACULDADE ODONTOLOGIA RIBEIRÃO PRETO, USP

A.M. Razaboni; M.D. Souza Neto; R. Fachin; Y. T.C. Silva

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O propósito deste trabalho foi analisar sob aspectos lisura superficial, brilho e adaptação marginal, nas ligas Duracast MS e Goldent LA., em crescente uso na Odontologia.

Foram confeccionados 75 RMF em molares utilizando a técnica de preparo proposta por SHILLING-BURG, pelos alunos da 60ª Turma da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP, na disciplina de Dentística Operatória.

As moldagens foram conseguidas com sistema Optosil x Xanopren, os troqueis encerados e a fundição realizada com ligas citadas.

Após polidas e cimentadas, as RMF foram analisadas estatisticamente, comparando-se as ligas entre si, como também suas diferenças nas regiões da restauração tipo onlay.

A liga Goldent LA. apresentou maior valor de lisura superficial que a liga Duracast MS. Com relação as regiões não houve diferença significativa estatisticamente entre as duas ligas. Independentemente da liga, a face oclusal apresentou maior lisura que as demais.

Sob aspecto brilho, a liga Duracast MS. apresentou maior valor estatístico. No sulco oclusal e na face oclusal não houve diferença entre as duas ligas enquanto que na face mesial e distal a liga Duracast MS., apresentou maior valor.

Com relação à adaptação marginal a liga Duracast MS., apresentou melhores resultados. Independentemente da liga, a melhor adaptação foi verificada na face oclusal e nesta, a sua porção vestibular .

 

 

72 / 1988

 

BACTERIOSCOPIA QUANTITATIVA PARA DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DA DOENÇA PERIODONTAL AVANÇADA

S. Papini; F.A. Diniz; R. Lotufo; M.A.A. Santos; R.M. Yanaguita

Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Procedeu-se análise bacterioscópica quantitativa de microrganismos espiralados presentes na placa dental sub-gengival de 48 dentes, dos quais 19 eram portadores de Doença Periodontal Avançada (4 em tratamento) e 29 clinicamente sadios, de pacientes do Ambulatório de Periodontia da Faculdade de Odontologia de São Paulo, USP.

Observou-se que somente em 3 dentes "sadios" um de cada tipo analisado (dentes anteriores) foi registrada a presença de uma única célula espiralada (40.000/g de placa) enquanto que as contagens destes microrganismos nos dentes com Doença Periodontal Avançada revelaram números superiores a 3 células espiraladas (120.000/g de placa) até 84 (3.360.000/g de placa). Nos dentes em tratamento periodontal, os valores obtidos são semelhantes aos dos "sadios" (0 - 40.000/g placa).

Concluiu-se as contagens até 40.000 cels. espiraladas por grama de placa sub gengival sugerem índices normais da população microbiana e que valores superiores seriam indicativos de Doença Periodontal em atividades além de serem diretamente proporcionais as perdas ósseas apresentadas.

 

 

73 / 1988

 

CÁRIE RADICULAR: CONTROLE E TRATAMENTO DAS LESÕES

 

C.M. Neves; S.L. Henz; M. Maltz

 

Faculdade de Odontologia - UFRGS

 

O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a possibilidade de controle de lesões de cárie radicular ativa, através de medidas terapêuticas não restauradoras.

Sete pacientes com lesões de cárie radicular ativas e não profundas (máx. 2 mm) receberam terapia direcionada a inativação da lesão. São consideradas lesões de cárie radicular ativa, aquelas com consistência mole e cor amarelada.

A terapia instituída baseada no controle dos fatores determinantes da doença consistiu de: instrução de higiene bucal e profilaxia profissional (controle de placa), substituição de dieta cariogênica e aplicação tópica de flúor fosfato acidulado (1,23%) semanal. A estabilização da lesão foi observada durante um período de 2-4 meses.

As lesões de cárie radicular ativa estudadas se tornaram inativas (resistentes a sondagem e de coloração mais escurecida). O tempo necessário para inativação das lesões foi variável de paciente para paciente.

Os resultados demonstraram que há possibilidade de controlar a progressão de lesões de cárie radicular ativa, através da instituição de uma terapia de controle dos fatores determinantes da doença.

 

 

74 / 1988

COMPARAÇÃO ENTRE SOFTWARES UTILIZADOS NA CRIAÇÃO DE ARQUIVOS APLICADOS À ODONTOLOGIA

A.L. Rodrigues Jr.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Na fase inicial de implantação da Informática na Odontologia, vários softwares têm sido utilizados para manipular Banco de Informações.

O presente trabalho compara um software desenvolvido especificamente para rotinas hospitalares (MUMPS) com os disponíveis no mercado nacional, que são mais utilizados na elaboração de programas de aplicação prática, nas áreas odontológicas (DBASE III e BASIC).

Inicialmente, foi definido o conceito de 'padronização de informação', para servir de parâmetro de comparação entre os softwares. Além disto, foram analisados os tipos de arquivos possíveis em cada software, bem como a perda de espaço de memória (bytes) decorrente da criação de arquivos.

Nesta comparação, o DBASE III e o BASIC apresentaram perda de bytes nos registros criados, pois exigem que os campos dos registros sejam definidos previamente, dificultando a manipulação de dados não padronizados. O MUMPS, por não perder espaço de memória nem informações ao manipular dados não padronizados, foi o software adequado à estruturação de arquivos, com a finalidade de armazenar dados de pesquisas clínicas.

 

 

75 / 1988

CORRELAÇÃO DOS ASPECTOS CLÍNICOS E ULTRA-ESTRUTURAIS DE LESÕES BRANCAS DA MUCOSA BUCAL

 

L. Bozzo; O.P. Almeida; J. Jorge Junior; A. Nascimento

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

Algumas alterações estruturais da mucosa oral podem se manifestar clinicamente como áreas esbranquiçadas. Leucoplasia, Liquen Plano, Candidíase, Leucoedema, Nevo Branco Esponjoso, Língua Geográfica, Estomatite Nicotínica, Placa Sifilítica e Carcinoma "in situ" são as lesões que mais comumente se manifestam como lesões brancas da mucosa bucal. O aspecto esbranquiçado dessas lesões constitue a expressão clínica de alterações que estão ocorrendo na intimidade dos tecidos. O potencial maligno dessas alterações tem permitido a caracterização de algumas dessas lesões como pré-cancerosas. Entendendo como lesão pré-cancerosa, "um tecido morfologicamente alterado no qual o câncer tem maior probabilidade de ocorrer do que em sua contraparte aparentemente normal", procurou-se no presente trabalho, estabelecer uma correlação entre o aspecto clínico e as alterações ultra-estruturais dessas áreas esbranquiçadas da mucosa.

Biópsias fixadas em Formol-Cálcio e em Gluteraldeído foram examinadas em Microscopia de Polarização e M. Eletrônica. Displasia epitelial em diferentes graus de severidade, variações na diferenciação e na maturação dos queratinocitos e células inflamatórias no conjuntivo subjacente variam de uma lesão a outra. A densidade da infiltração de linfócitos e plasmócitos não mostrou correlação com as alterações epiteliais, aponto de permitir qualquer generalização.

(Trabalho desenvolvido com apoio da FAPESP-Proc. 80/1086-0)

 

 

76 / 1988

CORRELAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE HEMÓLISE E DE EVANS, PARA TESTES DE BIOCOMPATIBILIDADE DE SQLUÇÕES                                                         AUXILIARES ENDODÔNTICAS

H. H. Rodrigues

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O "screening test" de hemólise é o único método in vitro, capaz de quantificar os níveis de toxidez aguda de soluções detergentes, ou antisséticas de uso endodôntico. Usando a hemácia em condições ideais o efeito hemolítico que algumas drogas tem, pode ser quantificado através da leitura da densidade ótica em espectrofotômetro. A concentração das drogas testadas é proporcional a sua toxidez. Assim o hipoclorito de sódio a 0,5%, 1%, 2,5% e 5,0% como diferentes concentrações clínicas de uso exibem toxidez aguda diferentes.

O teste de Evans em tecido subcutâneo de rato, que seria o segundo método de escolha no elenco de métodos da Federação Dentária Internacional (FDI-WG5) para testar soluções endodônticas oferece boa correlação com o teste de hemólise.

A injeção de concentrações similares de hipoclorito de sódio em subcutâneo de rato demonstra que a permeabilidade capilar e a inflamação aumentam proporcionalmente a concentração das soluções testadas.

Conclui-se que os níveis de toxidez aguda em hemácias in vitro (efeito hemolítico) e o efeito irritante in vivo em tecido subcutâneo (efeito irritante) são métodos quantitativos reprodutíveis indispensáveis para o estudo da biocompatibilidade de soluções auxiliares endodônticas.

 

 

 

77/ 1988

 

DENTIFRÍCIO COM ATIVIDADE ANTISSÉPTICA

 

E. H. Guimarães Lara* & H. Panzeri**

* Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP

**Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

Os dentifrícios constituem o meio mais difundido, de higiene da cavidade bucal, de aparelhos protéticos e de aparelhos ortodônticos.

Associado a uma escova dental, oferece, de forma simples, condições para que um número, cada vez maior de pessoas realizem a limpeza da boca.

Como produto acabado, os dentifrícios correspondem a uma mistura equilibrada de um número grande de substâncias com características muito diferentes entre si e que, para exercerem sua atividade específica, não devem ter incompatibilidades de qualquer natureza.

Apoiado pelo FIPEC (proc. 1.1198), como um grupo de pesquisa, desenvolvemos um dentífrio com algumas características fundamentais: ter atividade antisséptica; ter baixa abrasão, não apresentar incompatibilidade de qualquer natureza, entre os produtos componentes, viscosidade compatível; pH ajustado para melhor ação antisséptica; consistência comparável a produtos comerciais; interação de tensioativos ou determinantes catiônicos e anfóteros; cor branca; sabor agradável.

Decorrente da pesquisa básica, na qual foi dada ênfase, também, a utilização de produtos básicos de origem nacional, foi desenvolvida toda tecnologia de obtenção deste produto.

Após o término dos ensaios, incluindo aqueles de natureza bacteriológica, a formulação e tecnologia foi repassada à Fundação para o Remédio Popular do Estado de São Paulo, através de Convênio com a USP.

Como uma proposta de melhoria da saúde bucal, o compromisso está alicerçado na seguinte sequência: a FURP produz, entrega às Secretarias Municipais de Saúde e estas para a comunidade, principalmente, aos escolares dentro de um programa geral de educação, incluindo a saúde.

 

 

 

78 / 1988

O DESENVOLVIMENTO MANDIBULAR E DENTÁRIO EM RATOS – FONTE DE ESTUDOS ODONTOLÓGICOS

M.A.L. Souza & L.M. Louro

Faculdade de Odontologia - UFRS

O rato é um excelente animal para experimentos em odontologia na medida em que é um animal de fácil aquisição e manuseio e de ciclo evolutivo rápido. Seu sistema dentário apresenta peculiaridades que o tornam particularmente interessante para estudos, por exemplo, sobre:

-erupção dentária

-amelogênese

-estabelecimento dos periodontos

-reações pulpares, etc, devido a existência do incisivo de crescimento contínuo e a existência de 3 molares que se assemelham aos dentes humanos com relação aos processos de morfogênese dos tecidos dentários e periodentais.

No entanto, para que os trabalhos realizados neste animal experimental apresentem confiabilidade, é necessário um perfeito conhecimento da morfofisiologia do sistema mastigatório do rato assim como da evolução deste sistema.

O presente trabalho se propõe a mostrar a anatomia macroscópica e radiográfica de mandíbulas de rato em desenvolvimento dos 10 aos 40 dias de vida.

 

 

 

79 / 1988

DESENVOLVIMENTO MORFOFUNCIONAL DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO: ANDRÓGENO E TIRÓIDE-DEPENDÊNCIA

 

M.F. Santos; C.A.S.A. Minetti; R..M. Oliveira Filho: F. Fava de Moraes; L.B.S. Valle

 

Instituto de Ciências Biomédicas - USP

 

Um dos aspectos mais intrigantes para o pesquisador em glândulas salivares é o complexo controle multihormonal ao qual está sujeito o componente do parênquima ducto granuloso (DG) da glândula submandibular (GSM) de roedores. Este fato levou à investigação dos fatores que concorrem para a diferenciação de tais estruturas e sua evolução no curso da vida do animal. Visto serem fortes candidatos para estes efeitos os andrógenos (A) e hormônios tiroideanos (HT), avaliou-se, neste trabalho, o grau de evolução testicular e tiroideana através dos níveis séricos dos hormônios correspondentes, e de parâmetros morfométricos das células produtoras. O desenvolvimento da GSM foi acompanhado através de dados ponderais, bioquímicos e morfométricos. A análise dos resultados (feita através de comparações múltiplas dos valores médios ou através das distribuições de freqüência pelo teste de Kolmogorov-Smirnov) revelou que existe paralelismo entre níveis de testosterona e cariometria das células de Leydig com a evolução da atividade secretora das células dos DG (traduzida pelos níveis de atividade proteolítica). O grau de atividade rnetabólica e biossintética geral da GSM (obtida pela determinação da proteína total e pela cariometria) correlacionou-se com os dados obtidos para avaliação da função tiroideana (cariometria, altura de epitélio e diâmetro folicular e níveis de T3  e T4).

Estes dados fornecem apoio a trabalhos prévios deste laboratório onde se demonstra a importância dos HT na fase preparatória de desenvolvimento dos DG (através da biossíntese de receptores androgênicos), tornando-os aptos a responder aos andrógenos na idade adulta; salientam também a sua importância no desenvolvimento da GSM em sua plenitude.

 

 

80 / 1988

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CLORO LIVRE NAS SOLUÇÕES DE HIPOCLORITO DE SÓDIO

J.G. Paiva; I. Gutz; J.M.P. Sampaio; W. Simões

Faculdade de Odontologia - USP

O preparo químico-mecânico nos canais radiculares dos dentes ocupa um papel destacado na terapia endodôntica. Através dele consegue-se a limpeza, a desinfecção e modelagem do canal, tornando-o apto para a ulterior obturação. Neste ato operatório, as substâncias químicas, auxiliares à instrumentação, são elementos de vital importância.

Todavia, para que os agentes químicos desempenhem adequadamente suas funções, mister de faz que devam ser usados na formulação correta, dentro do tempo de sua vida útil. Assim, diversos fármacos de uso na endodontia são instáveis, podendo inclusive comprometer o tratamento endodôntico. O hipoclorito de sódio nas suas várias concentrações, é atualmente, uma das drogas mais utilizadas como substância auxiliar à instrumentação.

No presente trabalho, a partir de um lote de hipoclorito de sódio (13 marcas comerciais) adquirido aleatoriamente em São Paulo, nas concentrações de 0,5% a 1%, procuramos verificar:

1 - O pH das soluções; 2 - Possíveis alterações no teor de cloro disponível, principal responsável pela ação farmacológica das soluções; 3 - Proposição de uma técnica que possibilite ao clínico avaliar a concentração de cloro da solução em uso.

Concluímos:

1 - Instabilidade das soluções na porcentagem a 0,5% (líquido de Dakin), com teor de cloro ativo abaixo das especificações mínimas (na maioria das soluções). 2 - Necessidade de manutenção adequada e data de validade. 3- Método de avaliação confiável e acessível ao clínico na determinação de cloro ativo nas soluções em uso.

 

 

81/ 1988

DOENÇA PERIODONTAL E CORRELAÇÕES HORMONAIS

 

I.C. Ribeiro*; R.D. Ribeiro**; E.E. Ribeiro Cesar***

 

*Faculdade de Odontologia - UFMG

**Instituto de Ciências Biológicas - UFMG

***Faculdade de Farmácia - UFMG

A doença periodontal é uma entidade mórbida que acomete seres humanos e outros animais. Certos tipos de alterações periodontais são correlacionadas com outras manifestações sistêmicas. Pesquisas realizadas pela Escola de Veterinária da UFMG relatam que bovinos de certas áreas geográficas dos Estados de GO, MS, MT e MG são sujeitos a certo tipo de "doença periodontal" concomitantemente com outras alterações metabólicas. A partir dessas informações, os autores se propuseram a levantar correlações entre a doença periodontal de ocorrência comum em clínica periodontal e os valores de alguns hormônios. Numa primeira etapa deste estudo, foram selecionados seis pacientes da Clínica de Periodontia do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da UFMG. Estes pacientes, acometidos por doença periodontal em vários graus de severidade, foram examinados clinicamente e, através de questionário, levantou-se dados relativos a hábitos alimentares, ausência de doença sistêmica relacionada a hormônios, entre outros fatores; também foram tomadas radiografias periapicais e foi colhida amostra de sangue para doseamento hormonal de T3 e T4 por radioimunoensaio.

 

 

 

82 / 1988

DOENÇA PERIODONTAL EM RATOS COM HIPERVITAMINOSE A

A.F.M. Lima; L. Bozzo; A. Nascimento; A. W. Sallum; S. Toledo

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

A liberação de enzimas proteolíticas por leucócitos em decorrência do acúmulo de placa bacteriana estabelece uma resposta inflamatória nitidamente destrutiva que pode atingir intensamente os tecidos periodontais. Doses excessivas de vitamina A podem estimular a síntese e liberação de hormônios adrenocorticóides, além de alterar a permeabilidade de membranas biológicas.

O objetivo deste estudo foi avaliar a sequência dos fenômenos inflamatórios a nível de microscopia óptica, em ratos com doença periodontal induzida experimentalmente e submetidos a doses excessivas de vitamina A.

Por entubação gástrica, foram administradas doses de 0,3 mililitros de vitamina A (20.000 UI) em dias alternados até completar 7 doses (140.000 UI) quando então foi colocado o irritante gengival na região cervical do primeiro molar inferior esquerdo. A administração de vitamina A prosseguiu até que os animais fossem sacrificados aos 1, 7, 14 e 21 dias após a colocação do irritante gengival.

Apesar da vitamina A ter reconhecido efeito sobre o tecido epitelial, a permeabilidade de membranas biológicas e síntese e liberação de hormônios adrenocorticóides que poderiam influir sobre o processo inflamatório, não encontramos diferenças significantes entre os animais experimentais e os animais controles.

Os resultados demonstram que os eventos inflamatórios foram de intensidade sempre crescentes, em decorrência da colocação do irritante gengival, caracterizando uma gengivite que evolui até periodontite com reabsorção óssea e migração apical do epitélio juncional. As doses excessivas de vitamina A utilizadas neste estudo, não promoveram alterações significativas a este nível de observação.

 

 

 

83 / 1988

DUREZA E ASPECTOS HISTOBACTERIOLÓGICOS DA DENTINA  REMANESCENTE APÓS REMOÇÃO DE LESÕES DE CÁRIE PROFUNDA EM DENTES PERMANENTES

H. H. Rodrigues*; C.A. Pelá**; H.I. Balsells***; C.M.N. Lopes****

Faculdades de: Odontologia* e Filosofia** de Ribeirão Preto - USP; Odontologia*** de Araraquara - UNESP e Odontologia**** de Fortaleza - UFCE

A quantificação da dureza da dentina remanescente durante a remoção da cárie, tem sido dificultosa e limitada, porque os métodos de medição da resistência dos tecidos dentais ao corte, com instrumentos manuais ou rotatórios não reproduzem fielmente e de maneira cinética a conduta clínica usual. Utilizando as colheres de dentina computarizadas às quais foram ajustados estensômetros elétricos conectados à ponte de Wheatstone conseguiu-se quantificar a pressão de corte, exercida por diferentes operadores em condições clínicas de trabalho cinético diferentes. 123 dentes humanos permanentes portadores de uma ou mais cáries profundas foram avaliados in vitro. Em um primeiro experimento o mesmo operador procurou remover dentina amolecida por camadas e verificou após a remoção total da cárie que progressivamente a pressão de remoção das diferentes camadas de dentina cariadas (parede pulpar) aumenta até que se alcance pressões de corte similares àquelas exigidas para se remover dentina sadia. Assim a primeira camada de dentina (D1) exigiu pressão média (x ± S.D.) em gramas de 117 ± 50 (n = 518). A penúltima camada remanescente (D2) que ainda não apresentava grito de dentina característico (310 ± 47 gr)      (n = 479) era de dureza similar à da dentina cariada removida (D3 = 325 ± 42 gr). A cavidade controle (CO = 318 ± 45 gr) realizada no mesmo dente indicou quando D3 era de igual dureza. Em um segundo experimento um outro operador procurou remover toda a dentina cariada segundo critérios clínicos de remoção de cárie. Após terminada a cavidade, mediu-se a pressão necessária para cortar dentina remanescente. Verificou-se que os valores extremos de pressão utilizada são diferentes (dente 101 com 142,2 ± 19,5 e dente 119 com 256,5 ± 43,6) com uma variação da ordem de 60%. Esses resultados demonstram que o critério clínico de dureza da dentina não é exato. A avaliação histobacteriológica com a coloração de Gram em cortes parafinados seriados, demonstrou que em cerca de 80% dos casos, microrganismos remanescentes persistem em profundidades variáveis nos túbulos dentinários da dentina remanescente.

 

 

84 / 1988

EFEITO DO CITRATO DE CÁLCIO A 1% NA INCIDÊNCIA DE CÁRIES EM RATOS

M.C.F. Moreira; A.A. Garrocho; G.R. Me/o

Faculdade de Odontologia -FMG

A cárie dentária é um processo patológico multifatorial, isto é, resultante da interação entre os fatores equipotentes: microrganismos, dieta e dente susceptível, além do fator tempo. Desse modo para cada um deles deveria existir uma metodologia específica de prevenção que, atuando combinadas, poderiam aumentar a capacidade preventiva.

Um grande número de elementos tem sido pesquisado com finalidade preventiva. Dentre eles, o citrato preenche alguns requisitos e, por isto, foi aqui pesquisado.

Neste experimento foram utilizados 14 ratos, sendo 7 machos e 7 fêmeas (Rattus Norvegicus Albinus Wistar), com 21 dias de idade. Estes animais foram mantidos em dieta cariogênica por um período de 60 dias.

Inicialmente os animais foram pesados e distribuídos em dois grupos de 7 animais, recebendo o seguinte tipo de tratamento:

GRUPO I - controle - dieta cariogênica e administração diária de água destilada.

GRUPO II - água destilada associada com o citrato de cálcio a 1% e administração diária de dieta cariogênica. Água ad libitum durante todo o período experimental.

Após o período experimental, os ratos foram anestesiados com éter, sacrificados, e suas mandíbulas e maxilas removidas, limpas dos tecidos moles e fixadas em formol a 10% por 24 horas. As peças limpas foram fixadas em bloco de madeira com lacre e seccionadas ao meio no sentido mésio-distal, com um disco de aço serrilhado. As hemisecções das mandíbulas e maxilas foram coradas com o reagente de Schiff e examinadas ao microscópio estereoscópio sob aumento de 12,5 vezes.

O escore de cárie foi feito segundo o método de KEYES para lesões de sulco, sendo empregado como método estatístico e não paramétrico de KRUSKAL - WALLIS.

Como resultado, o citrato de cálcio a 1% apresentou-se como uma substância anticariogênica, reduzindo a incidência de cárie nos ratos em aproximadamente 50%.

O estudo sobre esta substância é apenas inicial e outros são necessários para que tenhamos uma melhor compreensão a respeito de sua praticabilidade como agente preventivo da cárie dentária.

 

 

 

85 / 1988

EFEITO CRÔNICO DO FLÚOR NO ESMALTE E NOS AMELOBLASTOS SECRETORES DE INCISIVOS DE RATOS

D. T. Oliveira

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Sabe-se que a administração de fluoreto de sódio, acima de determinados níveis, provoca distúrbios na formação e mineralização da matriz do esmalte (fluorose). Entretanto o mecanismo de ação de flúor no dente não é bem conhecido. Alterações na matriz do esmalte, assim como na morfologia dos ameloblastos secretores têm sido descritas, porém a maioria dos trabalhos foi realizada utilizando-se doses altas por curto período de tempo, motivo pelo qual nos propomos, no presente trabalho, verificar o efeito da administração crônica de fluoreto de sódio na matriz do esmalte e na morfologia dos ameloblastos secretores. Ratos Wistar (120 animais), adultos jovens, receberam injeções de fluoreto de sódio (0,06 mg, 0,12 mg e 4,0 mgF/kg peso), intraperitonealmente, durante 45 dias consecutivos. Para estudo bio-químico do flúor utilizou-se o plasma, os ossos fêmures e os incisivos superiores e inferiores, e para estudo histológico foram retiradas as hemimandíbulas de 2 animais de cada grupo. As concentrações de flúor no plasma e nos ossos foram obtidas a partir de leituras potenciométricas interpoladas em uma curva de calibração previamente elaborada. As determinações de fósforo, cálcio e flúor no esmalte jovem e maduro foram realizadas pelos processos colorimétrico, absorção atômica e potenciométrico, respectivamente. A matriz protéica de cada tipo de esmalte, obtida após diálise e liofilização, foi analisada por eletroforese de géis de poliacrilamida com SDS. Para estudo histológico da região de ameloblastos secretores, as hemimandíbulas de dois animais de cada grupo (fixados por perfusão intracardíaca com paraformaldeído) foram dissecadas, descaldificadas em EDTA 4,13% e incluídas em Poly bed. Cortes semi-finos da região em estudo foram obtidos no sentido longitudinal e corados com azul de toluidina. Os resultados permitiram concluir que doses crônicas de flúor de 4,0 mgF/kg peso, que resultaram numa concentração média de flúor no plasma de 159 ng/ml no final do experimento, foram comprovadamente tóxicas e fluoróticas provocando inclusive retenção de amelogeninas, evidenciadas na eletroforese. A administração crônica de flúor, mesmo em pequenas doses, alterou a morfologia dos ameloblastos secretores.

 

 

86 / 1988

EFEITOS DA SIALOTOXINA III SOBRE O QUADRO HEMATOLÓGICO DE

CAMUNDONGOS FÊMEAS

 

M.B.J. Caldas; A. Guimarães; P.L. Rosalem; D. Teixeira

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Diversos pesquisadores têm demonstrado que os ductos granulosos das glândulas submandibulares de camundongos machos são responsáveis pela secreção de vários princípios biologicamente ativos.

PINHEIRO (1984) isolou, das glândulas submandibulares de camundongos machos, 4 diferentes substâncias tóxicas de baixo peso molecular, contendo radicais aromáticos e carboidratos, que foram denominadas de Sialotoxinas I, II, III e IV.

Experimentos realizados em nossos laboratórios demonstraram que a DL50 da Sialotoxina I para camundongos machos é de 3,6 e para fêmeas 1,05 mg/kg de peso. Nesta pesquisa propusemo-nos a verificar as possíveis alterações do quadro hematológico de camundongos fêmeas submetidas à administração intraperitoneal de Sialotoxina III. Foram utilizados 200 camundongos machos (dos quais retirou-se as gls. submandibulares para extração da Sialotoxina) e 21 fêmeas divididas em 3 Grupos: I - 7 fêmeas controles; que receberam, cia I.P., sol. fisiológica (dose diária, durante 10 dias); II - 7 fêmeas que receberam pela via I.P. no mesmo período experimental Sialotoxina III, na concentração de 0,5 mg/kg de peso e III - 7 fêmeas que receberam pela mesma via e, no mesmo período, Sialotoxina III na concentração de 1,0 mg/kg de peso. No 10º dia do experimento os animais foram sacrificados, o sangue coletado e analisado através do hemograma. Os resultados mostraram, para o Grupo II, aumento do número de eritrócitos, de leucócitos, principalmente de neutrófilos (247%) e monócitos (23%) e diminuição de linfócitos (44%) e eosinófilos (47%). Para o Grupo III ocorreram as mesmas variações porém, bem mais acentuadas. Esses dados sugerem que a Sialotoxina III, nas concentrações utilizadas, deve agir a nível de medula óssea, estimulando a gênese de eritrócitos e alguns leucócitos (neutrófilos e monócitos principalmente) em decorrência da hipóxia causada pela mesma (BOAVENTURA, 1988) e também a nível de tecido linfopoético, provocando sua atrofia, evidenciando uma possível ação do timo, baço e nódulos linfáticos à semelhança do observado por BUEKER e SCHENKEIN (1964) após a administração do Fator do Crescimento Nervoso.

 

 

 

87  / 1988

ERUPÇÃO DENTÁRIA - ASPECTOS CLÍNICOS NA POPULAÇÃO INFANTIL DE PORTO ALEGRE

M.A.L. Souza; F.J.J. Bizzi; L.M.C. Harb

Faculdade de Odontologia - UFRS

Este trabalho tem por finalidade fazer uma análise da cronologia e seqüência da erupção dentária avaliando particularidades regionais. As informações vigentes sobre cronologia de erupção em geral são oriundas da tabela de Logan e Kronfeld (1933) embora se saiba que a mesma foi produzida a partir de uma população específica não condizente a nossa realidade. Em função dessa premissa decidiu-se por uma pesquisa na população local considerando os fatores apontados em ampla bibliografia.

A pesquisa incluiu dois grupos distintos: a) crianças pobres (504) b) crianças de nível sócio-econômico médio (1160).

Os dados obtidos no levantamento forneceram até o momento os seguintes resultados:

- crianças do sexo feminino apresentaram precocidade de erupção quando comparadas aos meninos em qualquer uma das populações.

- crianças de nível médio apresentaram precocidade na época de erupção quando comparadas às crianças pobres em ambos os sexos.

- ao comparar os nossos resultados com a tabela de Logan e Kronfeld observamos uma precocidade de erupção no grupo de nível sócio-econômico médio e um retardo na erupção do grupo pobre.

- quando comparamos nossos resultados com as de outros estados do país obtivemos semelhança na época de erupção em populações de mesmo nível sócio-econômico.

A partir desses resultados estamos dando prosseguimento à pesquisa analisando os fatores que possam influir na época de erupção.

 

 

 

88 / 1988

ESPECTRO MICROBIANO DA CAVIDADE DE CÁRIE PROFUNDA COM ÊNFASE PARA ESTREPTOCOCOS. ESTUDO "IN VIVO"

P.A. Sperança; J. Ranali; R.R. Biral

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

O objetivo deste trabalho foi verificar, "in vivo", a esterilidade ou não da região profunda de cavidades de cárie, determinar o número mais provável de estreptococos, bem como, a ocorrência das principais espécies deste grupo microbiano.

A dentina cariada foi colhida assepticamente de 50 dentes molares permanentes, assintomáticos, vitais, com lesões cariosas do tipo Classe I, com comprometimento de mais de 2/3 da dentina, sem evidências radiográficas de lesões periapicais e que permitissem isolamento absoluto.

Para o exame microbiológico da dentina, seguiu-se a técnica comum aos exames quantitativos e/ou qualitativos preconizada por GIBBONS et alii (1963) e SOCRANSKY et alii (1963), utilizando-se meio seletivo para estreptococos (Agar Mitis Salivarius).

A análise dos resultados revelou que a dentina cariada mostrou-se contaminada em 100% dos casos (50 dentes). O exame quantitativo mostrou, em média, 115 x 108 Unidades Formadoras de Colônias (CFU)/mg de tecido cariado.

No estudo da morfologia colonial, de um total de 176 amostras, houve evidências da presença de dois grupos microbianos: os enterococos e os estreptococos viridantes.

Os testes bioquímicos e de resistência a agentes inibidores, de 143 amostras viáveis, revelaram que 86 CFU (60,1%) apresentaram características de enterococos sendo que 75 CFU (87,2%) foram identificados como S. faecalis e 11 CFU (12,7%) como S. faecalis var. liquefaciens. Os viridantes compreenderam 57 CFU (39,8%); sendo mais prevalente S. mutans (59,6%), seguido de S. mitis (28,0%) e de Streptococcus sp (12,2%).

 

 

 

89 / 1988

 

ESTUDO DE ALGUMAS PROPRIEDADES DOS GESSOS - TIPO II, III E IV

 

W. Matsumoto*; R.B. Roselino*; R.M. Marchetti*; G. Maia Campos*; V.C. Pandolfelli**

 

*Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

** Departamento de Engenharia de Materiais - UFSCar

Os gessos odontológicos, de qualquer tipo - II, III e IV, para modelos são os materiais mais utilizados e, possivelmente como as ligas para amálgama, os mais pesquisados. Assim o nosso objetivo foi estudar esses três tipos de gessos, após terem sido manipulados com água ou com uma solução experimental (ROSELINO). O estudo envolveu as seguintes propriedades: 1. Consistência; 2. Tempo de presa inicial; 3. Expansão linear de presa; 4. Reação Exotérmica; 5. Compatibilidade com material de moldagem; 6. Dureza superficial à penetração; 7. Resistência à compressão diametral e 8. Porosimetria de mercúrio. As três últimas propriedades também foram estudadas adicionando-se aos gessos um material inerte, ou seja, a alumina.

Os resultados indicaram que:

1. A consistência, o tempo de presa inicial; Expansão de presa, reação exotérmica e a compatibilidade com material de moldagem para os três tipos de gessos não foram modificados quando foram manipulados com a solução experimental.

2. A dureza superficial Vickers, a Resistência à Compressão Diametral e a porosimetria de mercúrio dos corpos-de-prova construídos com água mais gessos e água mais gessos mais alumina foram semelhantes.

3. A solução experimental aumentou a dureza dios gessos na seguinte ordem: 343% para o gesso tipo II; 132% para o tipo III e 44% para o tipo IV, quando comparado com esses mesmos gessos manipulados com água.

4. A solução experimental provocou um aumento nos valores da resistência à compressão diametral dos gessos tipo II e III, enquanto que para o gesso tipo IV não houve nenhuma alteração nesses valores.

5. A solução experimental provocou uma diminuição significativa no volume de poros dos três tipos de gessos estudados.

 

 

90 / 1988

ESTUDO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICO DA REGIÃO TÊMPORO-MANDIBULAR, COM O EMPREGO DAS TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TRANSFACIAL, TRANSCRANIAL E TOMOGRÁFICA

I.M. Alfaro Silva; A. de Freiras; M. Fenyo-Pereira

Faculdade de Odontologia - USP

Os autores no presente trabalho analisam radiograficamente a região têmporo-mandibular de pacientes adultos, empregando as técnicas radiográficas transfacial, transcranial e tomográfica.

Foi realizado um estudo comparativo dos resultados obtidos, procurando determinar as técnicas que melhor oferecem uma visualização das estruturas que compõem a articulação têmporo-mandibular.

Como conclusão estabelecem as indicações e as limitações das diferentes técnicas radiográficas com a finalidade de transmitir conhecimentos padronizados sobre as indicações dos exames radiográficos desta região.

Assim sendo, demonstrou-se que através da Técnica Transfacial é que obtemos um bom exame radiográfico do côndilo mandibular, eminência articular do osso temporal.

A Técnica Transcranial possibilita o exame do côndilo mandibular, espaço articular, eminência articular do osso temporal nos seus limites anterior, posterior e superior.

A Técnica Tomográfica é aquela que nos fornece melhores resultados nos exames das estruturas que compõem a região têmporo-mandibular.

 

 

 

91 / 1988

ESTUDO CLÍNICO COMPARATIVO EM DUPLO CEGO ENTRE OS                     ANTIINFLAMATÓRIOS PAPAÍNA E  A.A.S. EM CIRURGIA BUCAL

T. Wassall & S. T. Arbex

Faculdade de Odontologia - PUCCAMP

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

O emprego de antiinflamatório em cirurgias bucais minimiza o edema, o trismo e a dor. Nesta pesquisa comparamos clinicamente em duplo-cego, os antiinflamatórios papaína e ácido acetilsalicílico em cirurgia bucal. Trinta e dois pacientes sadios foram submetidos à mesma intervenção cirúrgica em duas ocasiões diferentes, e que consistiu na avulsão dos terceiros molares inferiores retidos. Os pacientes foram divididos em quatro grupos, recebendo cada grupo, no pós-operatório das intervenções, drogas diferentes, as drogas objeto do estudo e seus placebos. O parâmetro para se mensurar a ação antiinflamat6ria das drogas foi o edema facial. O tempo médio entre as intervenções foi controlado, variando de 18 minutos e 14 segundos a 21 minutos e 05 segundos.

As conclusões foram as seguintes:

- A papaína não mostrou redução significativa dos edemas, tanto em relação ao seu placebo quanto em relação ao A.A.S.

- O A.A.S. mostrou redução significativa dos edemas, somente em relação ao seu placebo.

 

 

 

92 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO CLÍNICO E HISTOPATOLÓGICO DA

INDICAÇÃO DO TRATAMENTO EXPECTANTE

 

M.C. Gomes; C.C. Miranda Netto; J.C. Silveira

 

Faculdade de Odontologia - UFMG

Pacientes na faixa etária entre 13 a 35 anos selecionados na Clínica Cirúrgica Odontológica da Faculdade de Odontologia da UFMG.

Todos os dentes selecionados (molares) tem indicação para extração com finalidade protética. Estes dentes apresentam cárie profunda mas que radiograficamente não se visualiza comunicação com a polpa. São tomadas radiografias bite-wing e periapicais. Após o exame radiográfico é feito ficha clínica e anamnese do paciente.

É determinado o diagnóstico pulpar o mais correto possível, usando como meios de diagnótico, testes térmico e elétrico. O dente é anestesiado e colocado sob isolamento absoluto, após a abertura da caixa oclusal para se ter um bom acesso. A dentina cariada bem amolecida é removida até um determinado ponto onde se observa certa resistência à cureta. Neste ponto a dentina cariada é deixada no fundo da cavidade, verificado portanto a possibilidade da indicação do tratamento expectante, o dente é fechado com algodão e guta percha e imediatamente extraído.

Após a fixação, desmineralização e inclusão, são feitos cortes alternados e corados pela H.E. As lâminas são montadas e determina-se o diagnóstico histopatológico para uma comparação com o dignóstico clínico.

Todos os dentes selecionados tem diagnóstico clínico de hiperemia de ou pulpite reversível, sabendo-se que estes diagnósticos justificam a indicação para se fazer o tratamento expectante.

 

 

 

93 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO DO EFEITO DE DOIS ANTISSÉPTICOS SOBRE A FORMAÇÃO DA PLACA BACTERIANA

S.L. Henz; M.S. Monteiro; R. V. Oppermann

Faculdde de Odontologia - UFRS 

O estudo teve como objetivo analisar comparativamente o efeito de bochechos com sultato de cobre e clorexidine a 0,016M, na formação da placa supra-gengival.

Durante a fase experimental todos os métodos mecânicos de higiene oral foram suprimidos. Previamente ao início de cada fase, os participantes receberam uma profilaxia dental. Os três períodos experimentais foram de sete dias cada, com intervalos de sete dias entre si.

Bochechos com sulfato de cobre, clorexidine e água, como controle, foram realizados por todos os participantes distribuídos nos três períodos experimentais. Índices de placa (Silness-Löe) foram realizados ao final de cada período.

Sulfato de cobre e clorexidine inibiram significativamente a presença de placa, quando comparados ao controle, não havendo diferenças entre ambas. Efeitos colaterais como manchas nos dentes e mucosas, bem como ardência destas foram observadas nos participantes, tanto com o sulfato de cobre, como com a clorexidine.

Conclui-se que a capacidade inibitória, observada para ambas as substâncias na concentração utilizada, tem valor limitado pela presença de efeitos colaterais.

 

 

 

94 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO EM ENDODONTIA DE DUAS LlDOCAÍNAS COM VASOCONSTRITOR E DE DIFERENTES PROCEDÊNCIAS

J.H. Antoniazzi & A.C. Bombana

Faculdade de Odontologia -USP

Em 100 pacientes submetidos a intervenções endodônticas em molares inferiores, foram comparados os efeitos derivados da aplicação de duas soluções de lidocaína a 2% (lidocaína+norepinefrina - XylocaínaR e lidocaína+fenilefrina - Novocol 100R) observando-se clinicamente a eficácia do anestésico em função do nível de insensibilização oferecido e a segurança no emprego da droga no que respeita a variações da pressão arterial e freqüência cardíaca, cujas medidas foram tomadas antes, durante e depois da intervenção.

O experimento permitiu as seguintes observações:

1. Todos pacientes submetidos a anestesia local mostraram variações de pressão arterial e freqüência cardíaca.

2. Em nenhum caso as variações assumiram caráter marcante, como também não se verificaram intercorrências dignas da nota.

3. XylocaínaR e Novocol 100R, mostraram-se soluções anestésicas locais seguras, eficientes e iguais entre si quando do emprego clínico, mesmo no que respeita a possíveis efeitos paralelos derivados da ação de seus diferentes vasoconstritores.

4. A lidocaína em solução 2% associada a agente vasoconstritor, constitui execelente escolha como anestésico local para uso em clínica endodôntica.

 

 

 

95 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O AH26 E O DENTINOL – ANÁLISE HISTOLÓGICA EM TECIDO CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DE RATOS

C. Benatti Neto; R.M. Esberard; R.C.C. Lia; M.R. Leonardo; M.R.B. Oliveira

Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

Na tentativa de melhorar as propriedades biológicas do AH26' foi introduzido no mercado o Dentinol, que em sua fórmula não apresenta prata nem óxido de titânio.

Considerando as diferenças reacionais entre os componentes desse material já analisados individualmente mesclados com água destilada, ou associados com o éster de bisfenol, avaliamos comparativamente em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos a ação do AH26 tradicional e do Dentinol (AH26 modificado) e pudemos concluir que:

1. Ambos os materiais se caracterizam como irritantes do tecido conjuntivo subcutâneo do rato, tendo como controle a resposta reacional sobre o polietileno (tubo).

2. Houve persistência, aos 120 dias, de intensa atividade macrofágica exercida por células mononucleares e gigantócitos, tanto na cápsula quanto em nódulos reacionais adjacentes sobre componentes do material, isolados ou mesclados.

3. Os materiais testados, embora irritantes, permitiram evolução por colagenização da cápsula, todavia, não caracterizada como aquela vista no controle.

4. A presença de nódulos reacionais na cápsula não impediu a evolução por colagenização.

 

 

 

96 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO DO POTENCIAL ACIDOGÊNICO NA MICROBIOTA BUCAL (TESTE DE SNYDER) DE PACIENTES ODONTOPEDIÁTRICOS

B.O. Souki; M.L.A. Massara; R.D. Assis; M.G.B. Ribas; G.R. Me/o

Faculdade de Odontologia - UFMG

Os autores se propuseram a avaliar o potencial acidogênico da microbiota bucal (Teste de Snyder) de pacientes (faixa etária 7-10 anos) que estão sendo submetidos a tratamento odontológico, há pelo menos um semestre, na clínica odontopediátrica da faculdade (Grupo I) e de pacientes (mesma faixa etária) que iniciaram tratamento neste semestre (Grupo II).

54 amostras de saliva (27 de cada grupo) obtidas por estímulo mastigatório, durante 5 minutos, com goma de mascar (Chicletes Adams imersos em água corrente por 24 horas) foram coletadas em tubos estéreis. Tal procedimento foi realizado no momento que as crianças chegavam à clínica da faculdade, sendo as amostras imediatamente processadas.

Os resultados percentuais foram:

Veteranos                                                                             Calouros

positivo 24 h                                                          14.81                                                                                     11.11                                             positivo 48 h                                                   55.55                                                                                     51.85                                     positivo 72h                                                             11.11                                                                                     18.51                                       total positivo                                                         81.47                                                                                     81.47                                      negativos                                                              18.53                                                                                     18.53                                                      Estes dados nos indicam que:

1. Os potenciais acidogênicos dos dois grupos são bastante semelhantes;

2. Os potenciais acidogênicos encontrados são superiores a alguns outros descritos em trabalhos em nosso país;

3. O tratamento e orientação, fornecidos pela faculdade, parece não estar sendo capaz de modificar o potencial acidogênico da microbiota bucal das crianças atendidas.

 

 

 

97 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO DO POTENCIAL ACIDOGÊNICO DA MICROBIOTA BUCAL (TESTE DE SNYDER) DE ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA

B.Q. Souki; R.D. Assis; M.G.B. Ribas; G.R. Melo

Faculdade de Odontologia - UFMG

Espera-se que estudantes do último ano de Odontologia apresentem, em relação a recém aprovados no vestibular, maior conhecimento a respeito da etiologia da cárie dentária e consequentemente, maior motivação para sua prevenção e controle.

Testes microbiológicos visando a identificação do potencial cariogênico de grupos populacionais têm demonstrado uma boa correlação com achados clínicos. Desta maneira, é objetivo deste trabalho avaliar o potencial acidogênico da microbiota bucal da duas populações, através do teste de Snyder.

102 amostras de saliva (51 de cada grupo) obtidas, durante 5 minutos, por estímulo mastigatório com goma de mascar (Chicletes Adams imersos em água corrente por 24 horas) foram coletadas em tubos estéreis. Tal procedimento foi realizado na parte da tarde (14 às 16 horas) e as amostras forma mantidas em gelo até o momento do seu processamento, no máximo 2 horas após a colheita.

Os resultados percentuais foram:

Veteranos                                                                                             Calouros

positivo 24 h                                                          3.92                                                                                                       0.00                              positivo 48 h                                                    25.88                                                                                                     1.96                              positivo 72 h                                                    11.96                                                                                                     9.80                                 total positivo                                                  41.76                                                                                                     11.76                   negativos                                                  58.24                                                                                                     88.24

Estes dados nos indicam que, possivelmente, alguns fatores podem estar contribuindo para a inversão da expectativa de potenciais acidogênicos dos dois grupos populacionais.

 

 

98 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO DA RADIOPACIDADE DE PASTAS A BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO

 

L.R. Ferreira; R.R. Biral; A. Montebello Filho; R. Sallum

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

Pastas contendo Hidróxido de Cálcio têm sido largamente utilizadas na Odontologia, tanto como material forrados na Dentística Operatória, como curativo de demora e cimento obturador na Endodontia. A importância de sua ação biológica junto aos tecidos pulpares e periapicais tem sido amplamente pesquisada, como também suas propriedades físicas. Dentre estas últimas, o Hidróxido de Cálcio apresenta uma determinada radiopacidade quando submetido a tomadas radiográficas periapicais. Esse estudo foi realizado com o propósito de comparar a radiopacidade de diferentes tipos de pastas a base de Hidróxido de Cálcio. Foram comparadas 3 marcas diferentes de pastas contendo Hidróxido de Cálcio, utilizando a pasta de Hidróxido de Cálcio mais água destilada como controle. As marcas testadas foram: Dycal (Caulk-Dentisply), Renew (SS White) e Life (Kerr). Foram confeccionados 5 placas de resina acrílica com dimensões próximas a de uma película radiográfica realizando em cada uma delas 4 oriífcios de 7 mm de diâmetro. Nesses orifícios foram inseridos os materiais testados. Em cada placa foram colocados 4 tipos diferentes de pastas de Hidróxido de Cálcio. As tomadas radiográficas foram realizadas através do aparelho GE 100, utilizando 2 tipos de filmes: EKTA e AGFA. Os filmes EKTA foram submetidos a 70 KVP, 10 mA e 12 imp. e a 50 KVP, 10 mA e 18 imp., enquanto que os filmes AGFA foram submetidos a 70 KVP, 10 mA e 24 imp. e a 50 KVP, 10 mA e 36 imp. A distância área focal-filme foi de 50 cm. O tempo de revelação foi de 3,5 min utilizando revelador Kodak segundo as normas do fabricante, a uma temperatura de 24°C. As radiografias foram submetidas a um banho interruptor numa solução contendo 40 ml de ac. acético a 28% e 60 ml de água destilada. Após levadas ao banho fixador por 10 min, as radiografias foram submetidas a leitura da radiopacidade das pastas no Fotodensitômetro Ansco MacBeth TD-504 com abertura de 2 mm e calibrado segundo as normas do fabricante. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística e demonstrado que a pasta que apresentou maior radiopacidade foi o Renew, seguido do Dycal, Life e posteriormente a pasta de Hidróxido de Cálcio PA mais água destilada a qual apresentou menor radiopacidade.

 

 

 

99 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE CIMENTOS DE FOSFATO DE ZINCO, POUCARBOXILATO DE ZINCO E IONÔMERO DE VIDRO EM MEIOS DE PHs DIFERENTES

R.S. Fajardo; L.A. Ruhnke, L.A.M. Cardoso

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Há muito tempo não se tem notícias a respeito de inovações em cimentos para cimentação. Com o advento dos cimentos de Ionômero de Vidro, uma nova opção surgiu neste procedimento. Há pouco mais de 1 ano, um cimento deste tipo foi introduzido no comércio nacional com estes fins (Ceram Chem - DFL Indústria e Comércio Ltda.). Assim decidimos analisar a resistência à tração deste cimento comparado com cimentos de Fosfato de Zinco (Cimento de Zinco - S.S. White Artigos Dentários Ltda.) e de Policarboxilato de Zinco (Durelon - ESPE West Germany). Além disso, procuramos correlacionar a possível interferência da variação do pH do meio de armazenamento nos resultados de tração. Utilizando 30 dentes humanos molares hígidos armazenados em soro fisiológico, fez-se preparos e confeccionou-se coroas totais que eram cimentadas sobre os elementos e mantidos em saliva artificial de pHs de valores 5,0 ou 7,0 sob agitação mecânica constante por 48 horas até ser adaptado o conjunto à máquina de tração.

Os dados obtidos definiram uma menor resistência à tração dos cimentos de Ionômero de Vidro na ordem de 42,3% para os cimentos de Fosfato de Zinco e 46,8% para os cimentos de Policarboxilato de Zinco e nenhuma diferença significante entre os cimentos de Policarboxilato de Zinco e de Fosfato de Zinco. Já a interferência do pH do meio de armazenagem pareceu não existir nos cimentos de Fosfato de Zinco e de Ionômero de Vidro enquanto o para os de Policarboxilato de Zinco o grupo onde o pH se mostrava neutro (7,0) resistiu 43,4% menos que o grupo onde o pH era ácido (5,0).

 

 

 

100 / 1988

ESTUDO COMPARATIVO DE RESTAURAÇÕES RETIDAS A PINOS,

CANALETAS CIRCUNFERENCIAIS INTERROMPIDAS E AMALGAMAPINOS: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO

E.B. Franco; M.E. Bullen; J.L. Coradazzi; J.C. Pereira

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Foram avaliadas "in vitro" a resistência à remoção por tração de restaurações de amálgama retidas por pinos, canaletas circunferenciais interrompidas e amalgamapinos. Foram utilizados 30 molares humanos recentemente extraídos e armazenados em formol 10%. Esses dentes foram montados em bases plásticas e torneados determinando um diâmetro de 8 mm e altura de 2 mm. Dessa forma obteve-se três grupos de 10 dentes cada um com retenções adicionais da seguinte forma:

a) 10 dentes com pinos auto-rosqueados (0,5 mm de diâmetro)

b) 10 dentes  com canaletas circunferenciais interrompidas

c) 10 dentes com amalgamapinos

Após as preparações os espécimes receberam matrizes plásticas individuais para a condensação do material. Essas matrizes determinavam um contorno retentivo na restauração para facilitar a adaptação da mesma ao dispositivo de tração acoplado na máquina de ensaios universal. Uma vez realizadas as restaurações, os espécimes foram armazenados em estufa a 37º, por 24 horas. Decorrido este período, foram levados á máquina de ensaios universal e submetidos aos testes de tração.

Posteriormente à análise estatística foi verificado que:

- não houve diferença estatística significante na resistência à remoção por tração entre restaurações de amálgama retas com 4 pinos auto-rosqueados e uma canaleta circunferencial interrompida.

- quando comparados os grupos de dentes com restaurações de amálgama retida com 4 pinos auto-rosqueados e 4 amalgamapinos observou-se uma diferença estatística significante.

- a resistência à remoção por tração de restaurações retidas por 4 amalgamapinos e uma canaleta circunferencial interrompida também mostrou uma diferença estatística significante.

- apesar da diferença resultante entre os valores numéricos das restaurações retidas com amalgamapinos e canaleta circunferencial interrompida, os amalgamapinos podem ser usados, pois as forças geradas durante a mastigação localizam-se na faixa de 5 a 10 kgf.

 

 

 

101 / 1988

ESTUDO HISTOLÓGICO DA ATUAÇÃO DO RAIO LASER HE:NE NA NEOFORMAÇÃO DENTINÁRIA EM POLPAS DE RATOS

R.G. Villa; A. Brugnera Jr.; C.E. Aun

Faculdade de Odontologia - USP

Inúmeros trabalhos tem sugerido através de constatação clínica da influência bioestimuladora da radiação Laser sobre os tecidos. O processo inflamatório e reparacional é modificado significativamente pela aplicação desta terapia.

Com o intuito de demonstrar através de comprovação histológica os achados clínicos, relizamos o presente trabalho. Para tanto foram utilizados 8 animais divididos em 4 grupos que tiveram seus molares superiores desgastados de ambos os lados. A seguir os animais foram irradiados com se segue:

GI - 1 aplicação de 4 mm -s acrifício após 7 dias

GII - 2 aplicações de 4 min - sacrif. após 7 dias

GIII - 2 aplicações de 4 min - sacrif. após 14 dias

GIV - 3 aplicações de 4 min - sacrif. após 7 dias

Irradiou-se o patamar de molares direito dos animais deixando-se o lado esquerdo como controle.

RESULTADOS:

1 - Observou-se que nos grupos irradiados houve neoformação dentinária sendo o processo inflamatório reacional ao desgaste de menor intensidade.

2 - A intensidade da neoformação foi maior no grupo 1 decrescendo nos demais.

3 - O lado não irradiado em todos os grupos mostrou intenso processo inflamatório que, por vezes, evoluiu para necrose.

Tais resultados nos permitiram concluir pela eficiência da radiação Laser como bioestimuladora.

 

 

 

102 / 1988

ESTUDO HISTOLÓGICO DAS CARACTERÍSTICAS DO EPITÉLIO ODONTOGÊNICO DE TERCEIROS MOLARES RETIDOS

P. V. Rados; J.J. Barbachan; M. Sant'Ana Filho; O.F. Quadros

Faculdade de Odontologia - UFRS

Concluída a fonnação do esmalte, o epitélio odontogênico agora epitélio reduzido do órgão do esmalte, permanece em torno da coroa, tendo como estroma um tecido conjuntivo densamente fibroso, que apresenta restos da lâmina dentária. Esta estrutura é chamada folículo dentário, e o processo de erupção determina a sua involução.

No momento em que não houver erupção este folículo persiste, podendo apresentar alterações, que são o objeto de estudo deste trabalho.

Através do exame histológico dos folículos dentários de 3º molares que apresentavam retardo de erupção, se buscou quantificar os restos epiteliais existentes, a persistência do epitélio reduzido e áreas de hialinização no tecido conjuntivo.

O critério de retardo de erupção foi fixado em até 3 anos e mais de 3 anos de retenção, considerando como época normal de erupção os 18 anos. Foram estudados 22 folículos do 1º grupo e 20 folículos do 2º grupo.

Considerando-se a presença de restos epiteliais, epitélio reduzido do órgão do esmalte e áreas de hialinização, os resultados obtidos mostram uma maior proporção destes achados no grupo de folículos com até 3 anos de retenção, o que permite concluir que o epitélio odontogênico destes sofre uma involução com o aumento do tempo de retenção.

 

 

103 / 1988

ESTUDO HISTOLÓGICO DA INFLUÊNCIA DA RADIAÇÃO "LASER" NO  PROCESSO DE REPARO EM RATOS

R. Rossi Jr.; A. Brugnera Jr.; R.G. Villa

Faculdade de Odontologia Camilo Castelo Branco

Alguns estudos têm demonstrado, sob a óptica clínica, a influência positiva da radiação "Laser" no reparo de feridas. Notadamente nas úlceras tróficas e de estase, a aplicação do raio "Laser" induz a neoformação de tecido de granulação e consequente reparo.

Com o propósito de comprovar histologicamente esta influência procurou-se, através de metodologia adequada, um modelo de estudo. Para tanto utilizou-se o implante subcutâneo de espuma de P.V.C., após incisão dorsal em ratos e posterior irradiação com "Laser" da forma que se segue:

Todos os animais foram tricotomizados, receberam implantes subcutâneos da espuma em ambos os lados e foram irradiados em três sessões, sendo a primeira, imediatamente após o implante, a segunda, 24 horas após e, a última, 48 horas após implante.

Irradiou-se o lado direito dos animais, mantendo-se o esquerdo como controle.

O sacrifício se deu nos tempos de 2, 7, 14, 21 e 28 dias, sendo os implantes retirados, processados como de rotina para coloração em HE e, posteriormente empregadas técnicas de morfometria.

Os resultados indicaram uma aceleração do processo de reparo principalmente aos 7 e 14 dias e que ao final do experimento se comparavam aos animais controles.

 

104/ 1988

ESTUDO HISTOLÓGICO DA PENETRAÇÃO MICROBIANA NOS

CANALÍCULOS DENTINÁRIOS EM CÁRIE RADICULAR

P. V. Rados; M. Maltz; S.L. Henz; C.M. Neves

Faculdade de Odontologia - UFRS

O presente trabalho estudou a penetração bacteriana nos canalículos dentinários de dentes com lesões de cárie radicular.                                                                                                                                                                

Foram empregados 11 dentes que apresentavam cárie radicular, extraídos por motivos protéticos e/ou de doença periodontal, fixados em formol 10%, desmineralizados pelo Ácido Fórmico 20%, incluídos em parafina, cortados com 5-7 micrômetros de espessura e coloridos pela técnica de H/E e Brown & Brenn para análise em microscopia óptica.

Os resultados obtidos revelaram:

- Um processo de descamação do cemento que seguia as linhas de deposição deste tecido, além da presença sistemática de colonias bacterianas de aspecto filamentoso, aderidas à superfície dentária.

Naquelas lesões onde o processo de cárie havia atingido dentina, foi possível constatar as zonas de peptonização, invasão e descalcificação. A evidenciação dos microrganismos no interior dos canalículos dentinários e a profundidade de infecção, são parâmetros que variam de acordo com a extensão da lesão e foi possível constatá-la em todos os dentes estudados.

 

 

 

105 / 1988

ESTUDO DA IMPACTAÇÃO DOS SEGUNDOS MOLARES ATRAVÉS DAS FORÇAS EXTRA BUCAIS

 

M.H.C. Almeida; V.C.V. Siqueira; M.B.B.A. Magnani;D.F. Nouer; R..C. Almeida

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

A força extra bucal é geralmente necessária durante o tratamento convencional das maloclusões classe II em indivíduos jovens. É uma força amplamente utilizada pelos odontopediatras e ortodontistas no tratamento ortodônticos. Para seu uso é necessário uma rigorosa avaliação clínica e radiográfica de cada caso, a fim de evitar problemas futuros. Assim sendo, realizamos um levantamento dos casos tratados e casos a serem tratados na clínica ortodôntica para se determinar a melhor época para seu uso, em função da idade dentária e cronológica. A avaliação é realizada através de exame clínico, modelos e exames radiográficos concluindo-se que a melhor idade para o uso correto das forças extra bucais está por volta de 8 a 10 anos quando os segundos molares permanentes estão por volta do estágio 5 a 7 de Nolla.

 

 

 

106/ 1988

ESTUDO DA PARTICIPAÇÃO DO TRAUMA DE OCLUSÃO NA EVOLUÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL EM RATOS

A.W. Sallum; A. do Nascimento; S. Toledo; L. Bozzo

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Diferentes opiniões tem sido encontradas na literatura quanto a participação do trauma de oclusão na evolução da doença periodontal.                                                                                                                                     

Os mais diferentes métodos para produzir trauma de oclusão foram utilizados em cachorro, macaco e rato.

O método utilizado na presente pesquisa foi o desgaste de todas as superfícies oclusais dos dentes, 2º e 3º molares superiores e inferiores, ficando apenas em oclusão o 1º molar superior e inferior direito. A gengivite experimental foi provocada, através da colocação de um fio de seda, ao redor do 1º molar inferior direito, junto à margem gengival, para favorecer o acúmulo de placa dental.

O período experimental foi de 7, 15, 30, 90 e 120 dias.

Foram examinados por cortes histológicos corados em H.E. e também avaliação radiográfica.

Resultados:

1) O exame histológico mostrou que a participação do trauma de oclusão, nos períodos de 15 e 30 dias de experimento, evidenciou verticalização no septo ósseo interradicular.

2) O resultado estatístico do exame radiográfico mostrou maior proporção de reabsorção óssea no grupo que teve a participação do trauma de oclusão.

 

 

 

107 / 1988

ESTUDO PRELIMINAR SOBRE A ORIGEM DOS OSTEOCLASTOS

ENCONTRADOS NO OSSO ALVEOLAR QUE ENVOLVE O GERME DENTAL DO 1º MOLAR DO RATO

A W. Almeida & M.L.P. Almeida

Disciplina de Histologia - UFU e ICB/USP

A origem dos osteoclastos sempre foi assunto bastante discutido pelos estudiosos dos tecidos mineralizados. Recentemente tem-se demonstrado, particularmente graças a estudos "in vitro", que os osteoclastos teriam sua origem ditada pela agregação de macrófagos, ou suas células precursoras.

Nossos estudos ultraestruturais e a nível de microscopia óptica mostram que os osteoclastos são células facilmente observáveis, no osso alveolar que envolve o germe dental do 1º molar superior do rato com 3 dias de idade.

Tal material nos parece ser um modelo recomendado para o estudo dos osteoclastos e de células que estariam relacionadas com a sua formação.

Em nossos preparados, os clastos estão sempre envolvidos ou circundados por um quadro inflamatório. Notamos que as prováveis células geradoras estão sempre afastadas de tais locais, permitindo supor que seriam formadas previamente, antes de migrarem para o local onde sua atuação se fará presente.

No osso alveolar encontramos ao nível do periósteo, certos agregados celulares, que sugerem fortemente sejam eles, os precursores dos osteoclastos. As membranas citoplasmáticas de tais células estão muito próximas e mostram desmosomos ao longo de sua extensão. As células apresentam-se com características ultraestruturais semelhantes, apresentando R.E.G. muito desenvolvido, grande quantidade de mitocondrias, lisosomos e grânulos de secreção espalhados pelo citoplasma. Cada elemento celular assemelha-se morfologicamente a um macrófago.

 

 

108 / 1988

ESTUDO DA RELAÇÃO SUPERFÍCIE LUMINAL/INTERFACE EPITÉLIO (S/I) CONJUNTIVO EM ENXERTOS AUTÓGENOS LIVRES

A.C.M. Stipp; A.F. Souza; M.E.A.F. Alves

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

O epitélio de enxertos autógenos livres de mucosa palatina em local de gengiva inserida em seres humanos, sofre uma série de modificações estruturais durante o processo de regeneração. Na primeira semana ocorre uma necrose parcial, seguindo-se o processo de reepitelização até apresentar-se morfologicamente maduro após 10-12 semanas. As mudanças estruturais correspondem principalmente ao aspecto morfológico das projeções epiteliais. A relação S/I foi analisada nos períodos de 7, 14, 21, 28, 45 e 90 dias após o transplante, em grupos de 6 pacientes por período. As medidas foram obtidas através de um curvímetro em ampliações de fotomicrografias do epitélio do enxerto nos diferentes períodos considerados, comparando-se com as da área doadora (palato). Realizados os testes estatísticos dos resultados constatou-se que, apesar dos aspectos variados que ocorrem nas projeções epiteliais durante a reparação do enxerto, a relação S/I é constante, consequentemente, não havendo alterações na superfície da interface epitélio/conjuntivo.

 

 

 

109 / 1988

ESTUDO DA RESISTÊNCIA À CORROSÃO DE LIGAS METÁLICAS RESTAURADORAS À LUZ DE REFLETÂNCIA APARENTE

R.F.L. Mondelli; W. Dinelli; J. Mondelli; A. Ishikiriama; E.C.A. Santos

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

A resistência à corrosão de ligas metálicas alternativas foi avaliada através ensaios de refletância aparente.

Foram analisadas duas ligas comerciais do sistema cobre e zinco (GOLDENT) e cobre-alumínio (DURACAST) e 4 ligas experimentais, sendo duas do sistema cobre-zinco-alumínio-níquel e duas do sistema cobre-níquel-manganês, utilizando ainda uma liga de ouro como controle, nas condições bruta de fusão e tratamento térmico.

Os corpos de prova foram imersos em quatro soluções: saliva artificial, sulfeto de sódio, cloreto de potássio e ácido cítrico, mantidas à temperatura de 37 ± 1°C durante todo o experimento. Os períodos de obtenção da porcentagem de refletância aparente foram 30, 60, 90 e 120 minutos, com objetivo de acompanhar a formação ou não de películas de oxidação em cada uma das ligas metálicas.

Concluiu-se que a liga de ouro utilizada como controle, apresentou melhor resistência à oxidação e corrosão, e que as ligas alternativas experimentais mostraram melhor desempenho, do que as comerciais, pois a camada de oxidação não se formou tão rapidamente, como nestas últimas.

 

 

 

110 / 1988

ESTUDOS DE ALGUMAS PROPRIEDADES DE LIGAS ALTERNATIVAS DE USO ODONTOLÓGICO

E.C.A. Santos; J. Mondelli; A. Ishikiriama; E.B. Franco; J.L. Coradazzi; J.C. Pereira; R.F.L. Mondelli

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Foram estudadas propriedades mecânicas (dureza superficial, resistência limite à tração estática e porcentagem de alongamento) e resistência à corrosão (ensaio de perda de massa, avaliação visual e rugosimétrica) de ligas metálicas alternativas. Para tanto foram utilizadas duas ligas comerciais dos sistemas cobre-zinco (GOLDENT) e cobre-alumínio (DURACAST) e 7 ligas experimentais, sendo 6 do sistema cobre-zinco-alumínio-níquel e uma do sistema cobre-níquel-maganês e corpos de provas com forma e dimensões segundo as especificações aplicadas aos materiais odonto1ógicos.

A resistência à corrosão foi determinada através processo de imersão alternada onde os corpos de prova, depois de polidos e pesados, foram submetidos por 48 horas a agentes agressivos, tais corno: saliva artificial, solução de sulfeto de sódio a 1% e saliva artificial com sulfeto de sódio a 1%, a uma temperatura de 37°C ± 1. Em seguida os corpos de prova eram pesados, avaliados visualmente e feita a medida rugosimétrica da superfície.

Dos resultados obtidos, concluiu-se que as ligas alternativas experimentais apresentavam, de modo geral resultados melhores do que as comerciais para os testes e avaliações considerados.

 

 

 

111 / 1988

EQUIPO ECONÔMICO DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO, Nº 1 (EEFORPUSP Nº 1) OU EE-1

 

S.R. Borges; H. Panzeri; S.M. Campos; P.C. Saquy

 

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

 

O crescimento das quantidades demandadas de bens de capital pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, determinada pelo aumento das suas atividades, no caso, consultórios odontológicos, motivou sua Administração a solicitar da Disciplina de Economia Profissional o planejamento, pesquisa e produção, de um equipo econômico.

O equipo a ser planejado seria utilizado para prestação de serviços profissionais odontológicos pelos cirurgiões-dentistas residentes da F.O.R.P.- USP - fora e, se necessário, dentro da unidade.

Tais utilizações determinavam, além do baixo custo pretendido, certas características ao projeto tais como: facilidade de locomoção. de montagem e desmontagem, de durabilidade e um número mínimo de perdas de propriedades ergonômicas em relação aos equipos convencionais - industrializados.

Este trabalho descreve os estudos realizados e o projeto elaborado para a confecção do protótipo, tendo recebido a identificação de EE-1.

 

 

 

112 / 1988

EVOLUÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA E SUA RELAÇÃO COM A PERIODICIDADE DAS VISITAS ODONTOLÁGICAS

J.C. Noronha; M.L.A. Massara; M.M.G. Faria; S.M.G. Pinto; V.M.S. Villar; B.Q. Souki; G.R. Melo

Faculdade de Odontologia - UFMG

Embora não exista posicionamento científico a favor ou contra a semestralidade das visitas ao consultório odontológico parece ser este o intervalo mais frequentemente utilizado na prática clínica para o retorno de pacientes.

Um fator importante na determinação da periodicidade das visitas é o risco individual à cárie do paciente. A incidência de cárie no indivíduo baixo risco certamente deve ser menor do que naquele alto risco. Isto significa que lesões de cárie progridem com menor velocidade ou aparecem menos lesões ou ocorrem ambos os fatos em pacientes de baixo risco. Desta maneira em países ou regiões onde a cárie já está sob controle devem existir taxas médias de manifestação de lesões através do esmalte menores do que em países onde a doença ainda não está controlada.

Para tornar possível a aplicação de medidas preventivas em bases mais adequadas à nossa realidade idealizou-se um estudo em duas escolas públicas escolhidas aleatoriamente na periferia de Belo Horizonte. Para 100 escolares de cada uma, da faixa etária de 7 e 8 anos se levantarão os seguintes indicadores: índice de placa, índice CPO-S, número de Streptococus mutans e Lactobacillus sp. na saliva e contagem diária dos momentos de açúcar. Aos 12 e 24 meses far-se-á novo levantamento visando tanto aferir a incidência de cárie ocorrida, como analisar as possíveis correlações entre os vários indicadores selecionados. Com isso espera-se alcançar um melhor balizamento para as propostas de periodicidade das visitas odontológicas.

 

 

 

113 / 1988

FLÚOR, CÁLCIO E FÓSFORO NA PLACA DENTAL DE ESCOLARES DE PIRACICABA, SP, DURANTE A FLUORETAÇÃO, PARALISAÇÃO E REFLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO

M.N. dos Santos & J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Para que um dente se mantenha em equilíbrio frente às agressões do meio ambiente bucal, ou ele apresenta resistência, ou necessita de condições externas especiais que permitam sua sobrevivência. Neste particular, a manutenção de concentrações adequadas de fiúor, cálcio e fósforo nos fluidos bucais e, portanto, ao nível de placa dental, são fundamentais para o controle do desenvolvimento da cárie dentária. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar a variação das concentrações de fiúor (F), cálcio (Ca) e fósforo (P) na placa dental de escolares da cidade de Piracicaba, quando a água de abastecimento estava fiuoretada (0,80 ppm), 2 meses após a paralisação (0,06 ppmF) e 2 meses após o reinício da fluoretação (0,70 ppm),decorridos 6 meses de interrupção. As placas foram coletadas, desidratadas e submetidas a extração em HCLO4  0,5M. No extrato, F foi determinado com eletrodo específico, Ca por espectrofotometria de absorção atômica e P colorimetricamente. Os resultados obtidos mostraram que após a paralisação da fiuoretação só houve decréscimo significativo na concentração de F da placa dental, sendo que, 2 meses após a refluoretação, houve um quase restabelecimento de F na placa dental. Os dados obtidos mostraram a importância da ingestão continua de F, comprovando que o aumento do incremento de cárie, observado quando a fluoretação de água é paralisada, ou quando as pessoas mudam-se para uma região sem água fluoretada, deva ser atribuído à não manutenção de F nos fluidos bucais e, portanto, ao nível de placa dental, o que seria indispensável para que o efeito do F ingerido fosse mantido

(Apoio FINEP)

 

 

 

114 / 1988

GENGIVITE CRÔNICA. ASPECTOS CLÍNICOS, HISTOPATOLÓGICOS E DE IMUNOFLUORESCÊNCIA

A. Nascimento; L. Bozzo; A. W. Sallum; S. Toledo

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

O trabalho focaliza aspectos da patologia da doença periodontal relativos a resposta clínica, histológica e imune humoral, dirigida contra antígenos da placa dental microbiana 20 pacientes, com 20 a 25 anos de idade, constituiram 4 grupos, de acordo com o índice gengival (IG) de Loe & Silness. As biópsias gengivais lavadas em salina isotônica a 4ºC, durante 36 h fixadas em etanol 95º a 4ºC por 16-24 horas foram incluídas em parafina de ponto de fusão 51-53ºC. Lâminas foram coradas com HE e outras com conjugado fluoresceina anti-soro humano para IgG, IgA, IgM, IgE. Avaliação das imuno-globulinas nas secções histológicas baseou-se em uma contagem de pontos de uma ocular integradora Zeiss, que incidiam sobre áreas fluorescentes. O exame histológico demonstrou, nas gengivas: IG = 0, fraco infiltrado de monocleares no conjuntivo e neutrófilos entre células do epitélio juncional; IG=1 , moderado infiltrado inflamatório observando-se macrófagos, linfócitos e alguns plasmócitos; IG=2 e IG=3 maiores áreas de degradação de colágeno, aumento do número de linfócitos e principalmente de plasmócitos. Pela imunofluorescência IgG e IgA foram detectadas em todas as gengivas, havendo sempre uma predominância de IgG sobre as demais imunoglobulinas. Com o aumento do IG houve um contínuo aumento de células contendo IgG intracelular. O mesmo fato foi observado com IgA, apenas com um decréscimo nas gengivas IG=3. Estes resultados sugerem: que as modificações nas propriedades imunogênicas da placa dental, a partir de IG=O, intensificam a síntese de IgG, ampliando as condições para uma reação por imune-complexos que, associada a outros mecanismos imunológicos, alteraria a homeostasia local originando a gengivite clínica.

 

 

 

115/ 1988

 

GRAMPO PARA ISOLAMENTO ABSOLUTO EM MOLARES DE RATO

 

C.L.F. Salles & A. Pavarini

 

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

 

Tendo em vista, o rato ser um dos animais bastante utilizado em pesquisas odontológicas e seus molares possuirem características anatômicas e biológicas similares aos molares humanos, torna-se necessário o desenvolvimento de técnicas especiais para o trabalho nestes dentes.

O isolamento do campo operatório é de fundamental importância para se evitar a umidade, a contaminação do campo e a deglutição de substâncias irrigadoras, além de facilitar o acesso e melhorar a visibilidade da área.

O objetivo do presente trabalho é de divulgar a idealização e confecção de um grampo que se adapte anatomicamente ao molar do rato de modo prático sem causar injúrias ao tecido gengival.

O grampo foi confeccionado em chapa de aço inoxidável tipo AISI - 430 (Aço INAFER S.A.), recortado com disco de carborundum e brocas de aço. As dobras foram feitas com o auxílio de alicates ortodônticos.

O referido grampo, respeitadas as especificações do material utilizado para sua fabricação não apresentou sinais de deformação durante todo o tempo de utilização, demonstrou ser prático quanto à sua colocação e remoção, cumprindo todas as exigências de retenção e manutenção do lençol de borracha para isolamento perfeito do campo operatório, sendo de extrema utilidade em trabalhos experimentais em molares de rato.

 

 

 

116 / 1988

A IMPORTÂNCIA DO CLÍNICO GERAL NA PREVENÇÂO E TERAPÊUTICA DA DOENÇA PERIODONTAL

N.A. Catandi; A. Nascimento; A.W. Sallum; S. Toledo; A.F.M. Lima

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

O Índice de Necessidade de Tratamento Periodontal da Comunidade - "Community Periodontal Index of Treatment Needs" - CPITN - (W.H.O. 1978), sugere os procedimentos clínicos do Cirurgião Dentista de acordo com a severidade da doença periodontal. A boca é dividida em 6 regiões - sextantes - e todos os dentes são examinados com uma sonda periodontal especial. As necessidades de tratamento periodontal do paciente, por sextante, baseia-se nos resultados das sondagens e obedece aos critérios: Grau 0 - gengiva clinicamente normal; Grau 1 - necessidade de melhorar a higiene bucal para os casos de sangramento gengival à sondagem; Grau 2 -raspagem dental para remoção de depósitos mineralizados e orientação sobre higiene bucal; Grau 3 - raspagem dental para bolsas de 3,5 a 5,5 mm e controle da higiene bucal acrescido de manutenção; Grau 4 - "tratamento complexo", para bolsas com mais de 5,5 mm de profundidade.

Este estudo em 258 pacientes das Clínicas da FOP-UNICAMP , com idades de 19 a 65 anos, empregando o CPITN mostrou: 1,8% dos sextantes com grau 0; 7,6% com grau 1; 57,0% com grau 2; 27, 7% com grau 3 e 6,3% dos sextantes com grau 4. 83,3% dos pacientes não apresentaram grau 4 em nenhum sextante da boca, mas todos os pacientes examinados necessitavam de alguma forma de intervenção periodontal em um ou mais sextantes. O tratamento para estes casos ficaria na competência do clínico geral. O restante dos pacientes examinados apresentaram pelo menos um sextante com grau 4, constituindo indicação para tratamento complexo atribuído ao especialista.

 

 

 

117 / 1988

INCORPORAÇÃO E RETENÇÃO DE FLÚOR EM ESMALTE E DENTINA  APÓS APLICAÇÃO TÓPICA DE FLÚOR FOSFATO ACIDULADO

M.C. Serra; R. Sartini Filho; J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Após uma aplicação tópica de flúor, há um aumento da quantidade deste elemento na superfície dental, na forma de fiuoreto de cálcio (CaFz) e apatita fluoretada (AF). A presença, tanto de CaFz quanto de AF, é importante por reduzir o índice de cárie. O propósito deste trabalho é avaliar, através de dosagens de CaFz e AF, a deposição e retençãp de flúor em esmalte e dentina, após uma aplicação tópica de flúor fosfato acidulado (FFA).

Foram utilizados blocos de dentes humanos, divididos em cinco grupos. O grupo I serviu de controle negativo, indicando a concentração de flúor presente em esmalte e dentina antes do tratamento. Nos demais grupos, aplicou-se FFA (1.23% F, H3PO4 0.1M) por um minuto, sendo que para o grupo II a quantidade de flúor em esmalte e dentina foi determinada logo após a aplicação tópica, servindo de controle positivo. Nos grupos III, IV e V a determinação foi feita após sete dias. Durante este período, os blocos de dentes ficaram em saliva artificial, com fluxo contínuo de 500 ml por dia, sendo que os blocos de dentes do grupo IV eram colocados diariamente em uma solução de NaF a 0.05% por um minuto e, no grupo V, a saliva artificial continha 0.05 ppm de flúor .

Os resultados obtidos mostraram que o grupo II apresentou uma maior quantidade de CaFz, não diferindo estatisticamente do grupo IV. Para AF, os melhores resultados foram obtidos pelo grupo IV havendo uma diferença significativa entre este e os demais grupos.

 

 

118 / 1988

INDUÇÃO DA PLACA DENTAL "IN VITRO" POR AÇÚCAR MASCAVO

A.H. Serpentino; M.A.A. dos Santos; E.N. Mós; C.S. Ferreira

Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Com o objetivo de avaliar o papel do açúcar mascavo na formação da placa dental "in vitro" e seu poder acidogênico, foram feitos testes comparativos entre esta substãncia e açúcar refinado, sacarose (PA), sorbitol (PA) e xilitol (PA). Estes adoçantes foram dissolvidos em meio de cultura, em anaerobiose e na presença de S. mutans, e lamínulas de vidro foram usadas como suporte para a formação de placa dental. O açúcar mascavo revelou-se um forte indutor de placa dental, como também acidogênico, comparável à sacarose e ao açúcar refinado, após determinação de absorbância, nas lamínulas, e pH nos meios de cultura.

 

 

119 / 1988

INFLUÊNCIA DO CONDICIONAMENTO ÁCIDO NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO IONÔMERO DE VIDRO E RESINA COMPOSTA

M.F. de L. Navarro; L.T. de A. Poletto; A. Ishikiriama; J. Mondelli

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

O cimento ionomérico tem sido sugerido com base de forramento em restaurações de resinas compostas devido a sua biocompatibilidade e adesão às estruturas dentárias. Entretanto, questionamentos sobre a influência do condicionamento ácido e seu efeito sobre a morfologia da superfície do cimento estão sendo formuladas. O propósito deste estudo foi avaliar o efeito do condicionamento ácido na resistência de união entre resina composta -adesivo - ionômero de vidro na "técnica sanduiche". Foram empregados os cimentos Ceramllin e 3M glass liner. A superfície de cimento foi condicionada com ácido fosfórico a 37% por 60 segundos, 6 minutos após o início da mistura e unidos a um sistema restaurador Scotchbond-Silux. Um grupo sem condicionamento ácido serviu como controle. Foram realizados 20 corpos de prova para cada grupo testado a saber: Grupo A - Ceram-lin sem condicionamento ácido. Grupo B - Ceram-lin com condicionamento ácido. Grupo C - 3M liner sem condicionamento ácido. Grupo D - 3M liner com condicionamento ácido. Os testes de tração foram realizados na máquina universal de ensaios regulada a uma velocidade de 0,5 mm/min, 60 minutos após a união. Os resultados obtidos foram: Grupo A - 25,82 Kg/cm2, Grupo B - 34,80 Kg/cm2, Grupo C - 23,92 Kg/cm2, Grupo D - 39,01 Kg/cm2. Esses dados submetidos à análise de variância a dois critérios de classificação demonstraram que a resistência de união foi significantemente melhor nos grupos submetidos ao condicionamento independentemente do cimento ionomérico utilizado.

Para as condições em que esse trabalho foi realizado pode-se concluir que o condicionamento ácido da superfície do cimento melhora a resistência de união ionômero resina em relação à superfícies não condicionadas.

 

 

 

120 / 1988

INFLUÊNCIA DA DISFUNÇÃO TIROIDEANA SOBRE A DOENÇA  PERIODONTAL INFLAMATÓRIA CRÔNICA EXPERIMENTAL  - ESTUDO RADIOGRÁFICO E HISTOLÓGICO

S. Toledo; A. do Nascimento; A.W. Sallum; A.F.M. de Lima

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

A fim de observarmos, histológica e radiograficamente o efeito da interação do fator local irritação marginal e disfunção tiroideana, na instalação e evolução da doença periodontal inflamatória crônica, utilizamos 60 ratos adultos, machos, divididos em 3 grupos.

Para obtermos o quadro do hipertiroidismo, adicionamos 360 mcg de Levotiroxina sódica e 90 mcg de L-triiodotironina sódica (LEVOID - Aché) em 1.000 ml de água de beber: para a reprodução do hipotiroidismo, adicionamos 1 g de propiltiouracil (PROPILTIOURACIL - Andrômaco) na mesma quantidade de água; o outro grupo, que serviu como controle recebeu apenas água natural. Em todos os animais foi colocado um fio de algodão, ao redor do 1º molar inferior esquerdo, para atuar como irritante marginal, favorecendo o acúmulo de placa bacteriana.

Decorridos 30, 60, 90 e 120 dias, os animais foram sendo sacrificados e de cada um deles foi removida a tiróide, e a mandíbula. Estas, foram radiografadas, para posterior análise estatística das áreas de perda óssea dos septos interradiculares dos 1ºs molares (direitos e esquerdos) e depois processadas histologicamente.

Os resultados indicaram que:

a) as alterações periodontais, provocadas pela irritação marginal, caracterizaram-se, histologicamente, pela modificação estrutural do epitélio, pela migração da junção epitelial em direção apical, pelo aumento da intensidade do processo inflamatório no conjuntivo e pela reabsorção óssea, nos septos mesiais, distal e interradiculares;

b) a irritação marginal provocou perda óssea, nos septos interradiculares, observadas através de radiografia, a nível estatisticamente significante;

c) histologicamente, somente o hipotiroidismo, quando associado a irritação marginal, interferiu nas estruturas periodontais, intensificando o processo inflamatório;

d) radiograficamente, as duas alterações tiroideanas aceleraram o processo de reabsorção óssea do septo interradicular. Entretanto, aos 120 dias, o hipotiroidismo agravou, de modo estatisticamente significante, as perdas ósseas marginais.

Estes resultados indicam que o hipotiroidismo, pode ser considerado como um fator modificante de uma doença periodontal inflamatória crônica.

 

121 / 1988

INFLUÊNCIA DA INTERFERÊNCIA DE UMA FACETA DE ESMALTE NA DUREZA E PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAÇÃO DE RESINAS COMPOSTAS FOTOPOLIMERIZÁVEIS

E.B. Franco; S.R. Vieira; A. Ishikiriama; M.F. de L. Navarro

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

A popularidade e a utilização de sistemas de resinas ativadas por luz têm sido crescentes, mas é importante ser observado que o comportamento clínico de uma restauração depende em grande parte das propriedades do material. A união entre a matriz e as partículas de carga, assim como a extensão de polimerização se constitui num fator importante sob o ponto de vista clínico; a polimerização e a união incompletas levam à alteração do material. Vários fatores podem afetar a eficiência da polimerização, esta é atribuída ao poder de penetração da luz; a penetração insuficiente pode ser causada por uma fonte de luz inadequada ou como resultado da matriz ou mesmo interferências externas, como por exemplo o esmalte.

Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi o de investigar a profundidade de polimerização de resinas compostas ativadas por luz visível com e sem interferência do esmalte dentário.

Os espécimes de resinas foram preparados em moldes cilíndricos de teflon com 12,0 mm de profundidade e 6,0 mm de diâmetro. Uma faceta de esmalte vestibular foi obtida e, após o preenchimento do molde com resina, foi colocada uma lamínula de vidro no topo do anel de teflon. A fonte de luz foi aplicada à superfície do esmalte e à resina polimerizada. Esses mesmos procedimentos foram realizados sem a presença da barreira de esmalte para a posterior comparação.

Após os cilíndros de resina prontos, foi medida a profundidade de polimerização e a dureza dos mesmos.

 

 

122 / 1988

INFLUÊNCIA DA RADIAÇÃO X NA CRONOLOGIA DO PROCESSO DE REPARO EM FERIDAS DE EXTRAÇÃO DENTAL. ESTUDO HISTOMORFOLÓGICO EM RATOS

D.B. Raveli; B.A. Ferreira; T. Okamoto; M.F.R.. Gabrielli; R..C.L. Cordeiro

Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

Os autores estudaram histomorfologicamente a influência da radiação X sobre a cronologia do processo de reparo em feridas de extração dental. Utilizaram 60 ratos, divididos em 3 grupos: grupo Controle (I) e grupos que receberam 125 R (II) e 175 R (III) imediatamente após a extração dos incisivos superiores direito. Os animais foram sacrificados aos 3, 7, 14 e 28 dias após as extrações dentais. As peças obtidas sofreram tratamento laboratorial de rotina para se obter lâminas coradas pela hematoxilina e eosina.

Concluiram que: 1) houve retardo na proliferação da mucosa gengival nos animais submetidos à irradiação X; 2) houve um considerável atraso na cronologia do processo de reparo alveolar e; 3) este atraso foi mais acentuado quanto mais intensa a ação dos raios X.

 

 

 

123/ 1988

 

INFLUÊNCIA DA TÉCNICA DE INSTRUMENTAÇÃO NA QUANTIDADE DE  MATERIAL PROJETADO ATRAVÉS DO FORAME APICAL  (ESTUDO "IN VITRO")

L.R. Ferreira; L. Valdrighi; R.R. Biral

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Algumas pesquisas realizadas atualmente têm mostrado que o tratamento endodôntico, na fase de instrumentação dos canais radiculares, apresenta tendência de extruir restos necróticos e exsudatos através do forame apical. A projeção destes conteúdos do canal, geralmente contaminados, para além do forame apical, podem provocar alteração inflamatória periapical que resulta em dor pós-operatória. O propósito deste estudo é de verificar a quantidade de material que é extruído através do forame apical durante o preparo químico-mecânico dos canais radiculares, realizado por diferentes técnicas de instrumentação. Para a realização deste estudo foram selecionados sessenta dentes humanos extraídos que foram divididos em cinco grupos de 12 elementos, cada um dos quais tendo os canais instrumentados segundo a técnicas específicas a saber: - Grupo 1: - Técnica Seriada Convencional; - Grupo 2: - Técnica Telescópica ou Escalonada (step back); - Grupo 3: - Técnica de Schilder (recapitulação), - Grupo 4: - Técnica da Universidade de Oregon (crown-down pressureless technique) e - Grupo 5: - Técnica Ultrasônica (sistema sinergístico ultra-sônico de Martin e Cols.). Após realizado o acesso aos canais e a medida dos dentes, estes foram incluídos em um troquel de resina acrílica. Com os dentes fixados dessa maneira introduziu-se no interior dos canais uma solução de azul de metileno a 1% e realizou-se a instrumentação dos canais. Para possibilitar e facilitar a pesagem dos restos extruídos foram utilizados segmentos de papel absorvente medindo 4 mm de comprimento que, antes de serem utilizadas, foram pesados em balança de semiprecisão. Durante a instrumentação, as pontas eram usadas para absorver e coletar restos necróticos e exsudatos projetados através do forame apical. A seguir, as pontas contendo o material extruído, eram pesadas novamente. Do peso final subtraiu-se o peso inicial, obtendo-se o peso correspondente ao material extruído. Todas as técnicas de instrumentação estudadas produziram projeção de material através do forame apical, sendo que foi a seguinte a classificação em ordem decrescente de extrusão: 1º - Técnica Seriada Convencional; 2º - Técnica Telescópica; 3º - Técnica Ultra-sônica; 4º - Técnica de Schilder; 5º - Técnica da Universidade de Oregon. A variação na quantidade de material extravazado provavelmente é influenciada pela amplitude dos movimentos dos instrumentos durante a limagem dos canais e pela variação individual de cada operador, fator que deverá ser analisado em futuras pesquisas.

 

 

124 / 1988

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ATAQUE ÁCIDO E DO TIPO DE AGENTE DE

UNIÃO NA RETENÇÃO DE "BRACKETS" ORTODÔNTICOS

 

M.C.S. Moscatello; P.E. CapeI Cardoso; W.G. Miranda Jr.

 

Faculdade de Odontologia - USP

Nos últimos anos, as resinas compostas tornaram-se uma grande opção para o uso do cirurgião-dentista, tanto como material restaurador quanto selante de fóssulas e fissuras, agente cimentante de próteses adesivas e coragem de brackets.

Isto só foi possível pela utilização da técnica de condicionamento ácido do esmalte empregada pela primeira vez em 1955, por Buonocore.

Embora muito se tenha avançado com esta técnica, pesquisas têm demonstrado que pode ocorrer certo grau de infiltração entre dente e resina. Para tentar solucionar este problema surgiram os "agentes universais" ou adesivos, possuindo alguma capacidade de adesão à superfície do esmalte e da dentina.

O objetivo deste trabalho foi analisar a colagem de brackets sobre esmalte, tendo como variável o tempo de ataque ácido (15" e 60") o agente de união (agente universal e de união ao esmalte). Foram utilizados 20 incisivos inferiores humanos subdivididos em 4 grupos: ataque ácido por 15 segundos + agente de união de esmalte (Concise Ortodôntico - 3M), 15 segundos + agente universal (Scotchbond - 3M), 60 segundos + agente de união de esmalte, 60 segundos + agente universal. Feita a análise de variância constatou-se não existir diferença significativa quando empregados diferentes tempos de condicionamento ácido do esmalte e agente de união ao esmalte e agente universal.

 

 

 

125 / 1988

INFLUÊNCIA DA TRIPSINA, QUIMIOTRIPSINA E PARACETAMOL NO DESENVOLVIMENTO DO TECIDO DE GRANULAÇÃO, EM RATOS

P.P. Barros; T.R. Mattos Filho; M.R. Vizioli

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Obejtivando estudar a influência da tripsina, quimiotripsina e paracetamol, os autores induziram tecido de granulação em ratos, mediante o implante subcutâneo de esponjas de PVC, na região dorsal traseira. Após o implante das esponjas, os animais foram separados em dois grupos: controle e tratados. Os animais do grupo Controle tiveram seus tecidos de granulação retirados aos 5, 10, 14, 21 e 28 dias. Os referidos tecidos foram então encaminhados para a confecção de lâminas para coloração em H.E. e reação metacromática com azul de toluidina, pH 4,0 para estudo histofotométrico.

Os animais do grupo tratado foram divididos em três sub-grupos: sub-grupo ParenzymeR, sub-grupo Parenzyme analgésicoR e sub-grupo EraldorR. Os três sub-grupos constituiram-se, de acordo com o desenvolvimento do tecido de granulação, de animais que receberam as drogas, intraperitonealmente, e foram sacrificados aos 5, 10, 14, 21 e 28 dias após o implante das esponjas. O tratamento correspondente a cada sub-grupo teve início a partir de  48 horas antes da retirada do tecido de granulação, sendo repetido a cada 8 horas. Os tecidos de granulação foram enviados para confecção de lâminas histológicas coradas em H.E. e reação de metacromasia, com azul de toluidina pH 4,0, para estudo histofotométrico.

Os resultados obtidos, dentro de nossas condições experimentais, mostraram que o ParenzymeR, o Parenzyme analgésicoR e o EraldorR, interferiram na síntese de glicosaminoglicanas e colágeno, promovendo inibição do desenvolvimento e da maturação do tecido de granulação, notadamente no décimo dia após o implante das esponjas de PVC.

 

 

 

126 / 1988

 

INSTRUMENTAÇÃO ULTRA-SÔNICA EM DENTES COM POLPA NECROSADA E LESÃO PERIAPICAL

J.C.G. Biffi & H.H. Rodrigues

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O presente estudo foi desenvolvido visando a esclarecer algumas controvérsias que o uso do ultra-som em Endodontia vem despertando nos dias atuais.

O material utilizado consistiu de 20 dentes humanos recém-extraídos. Esses dentes tinham um único canal, polpa necrótica e lesão periapical, e foram instrumentados pela técnica ultrassônica, a fim de testar uma possível ação do ultra-som na remoção de microrganismos contidos no interior do canal e nos túbulos dentinários.

Observou-se um melhor desempenho da instrumentação no terço médio do canal, em comparação com o terço apical. Na região do extremoapical, verificou-se a compactação frequente de detritos, que aí permaneciam, a despeito da eventual agitação provocada pela vibração ultra-sônica.

Verificou-se a presença de bactérias nos túbulos dentinários abertos para a luz do canal radicular, mesmo após a instrumentação ultra-sônica.

Trabalho subvencionado pelo CNPq

 

 

 

127/ 1988

 

LIGAS DE PRATA-PALÁDIO: ANÁLISE POR DIFRAÇÃO DE RX E

VERIFICAÇÃO DA DUREZA SUPERFICIAL

 

R.P. Almeida*; W. Matsumoto*; H. Panzeri; S.H. Pulcinelli**

 

* Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

** Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP

Para que uma liga possa ser empregada em trabalhos odontológicos é de extrema importância um conhecimento detalhado de sua estrutura metalúrgica. Com o objetivo de estudar as ligas de prata-paládio iniciou-se uma série de estudos através de análise por difração de RX e determinação da dureza superficial de corpo-de-prova fundidos e no estado do fabricante. Para análise de difração de RX foi utilizado o Goniômetro horizontal HZG-4 (VEB Carl Zeiss), do Núcleo Integrado de Pesquisas da FORP. A dureza superficial foi feita em aparelho para testes de dureza; marca WOLPERT.

Pela análise dos difratogramas-x obtidos conclue-se que as ligas estudadas são do tipo estrutural PbPd3, sistema cúbico primitivo, com seus elementos constituintes (Ag, Pd e Pb) ocupando as mesmas posições na rede cristalina, pois tais elementos têm raio catiônico com valores muito próximos. Observou-se, ainda, que após a fundição há modificação estrutural nas ligas, com aumento na distância entre os átomos da cela unitária o que exerce influência na dureza das ligas.

Com relação a dureza, observou-se que após a fundição a dureza das ligas decresceu, dureza esta muito baixa que classifica as ligas como "ligas moles", comparáveis ao ouro tipo I.

 

 

 

128 / 1988

 

MEDIDAS DE RESISTÊNCIA E DEFORMAÇÃO DE RESINA ACRÍLICA  REFORÇADA COM FIBRAS DE VIDRO

L.A. Fregonesi; G. Maia Campos; H. Panzeri

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

Realizaram-se ensaios de tração em corpos-de-prova de resina acrílica para base de dentadura, reforçados com fibras de vidro picadas e moídas, para testar as sua tensões de ruptura, de alongamento e o módulo de elasticidade. Usaram-se fibras sem tratamento superficial, fibras com tratamento original de fábrica e fibras tratadas com SILANO A174 a 0,1, 0,5 e 1,0%, adicionadas como carga à resina, nas proporções de 5, 10, 15 e 20%. Como controle e termo de comparação, adotou-se a resina acrílica sem carga.

Os resultados admitiram que: 1. as fibras picadas tendem a aumentar a resistência da resina acrílica à forças de tração, e o incremento da porcentagem de carga dessas fibras também aumenta essa resistência, ao passo que as moídas parecem diminuir; 2. esse aumento de resistência foi mais acentuado quando se usou o tratamento pelo SILANO A174 em qualquer das concentrações testadas, associado às fibras picadas; 3. o teste de alongamento demonstrou que a adição de fibras à resina acrílica tende a tornar mais rígidos os corpos-de-prova, fazendo-os fraturarem-se com um alongamento menor do que o da resina sem carga e, a maior rigidez foi verificada com a carga de 20%; 4. os módulos de elasticidade demonstraram, por sua vez, que, ainda que a incorporação de fibras de vidro à resina acrílica torne mais rígidos os corpos-de-prova, diminuindo-Ihes o alongamento de ruptura, a presença das fibras confere ao material uma capacidade maior de recuperação elástica, diminuindo portanto neles a probabilidade de deformações plásticas, uma vez que o material tende a fraturar-se, mais do que alongar-se permanentemente, ao ser ultrapassado o seu limite de deformação elástica; 5. os módulos de elasticidade mostraram valores maiores, quando se usaram fibras picadas, tratadas pelo SILANO A-174 a 1%, e com carga de 20%.

 

 

 

129 / 1988

MEDO DE DENTISTA - ANSIEDADE. AVALIAÇÃO DO TESTE "DAS" ATRAVÉS DA DOSAGEM DOS DERIVADOS DE CATECOLAMINAS NA URINA

I.C. Ribeiro & V.L. Resende

Faculdade de Odontologia - UFMG

O medo de dentista, ou ansiedade dos paciente significa uma verdadeira barreira impedindo ou retardando a procura de tratamentos odontológicos pelos pacientes, apesar de conhecerem a necessidade de recebê-los. As respostas comportamentais do medo são acompanhadas de intensas alterações autonômicas e neurovegetativas que podem ser avaliadas através da medida de epinefrina e norepinefrina no sangue e de seus derivados na urina.

O teste "DAS" (Dental Anxiety Scale) consiste na aplicação de um questionário contendo 4 perguntas com 5 respostas, podendo o resultado variar de 4 a 20.

Segundo Corah, seu idealizador, se o dentista está ciente do nível de ansiedade de seu paciente, ele pode se prevenir sobre o seu comportamento e pode também tomar medidas adequadas específicas em relação a cada paciente de acordo com seu nível de ansiedade.

O objetivo deste trabalho é relacionar o escore obtido na aplicação do "DAS" com os níveis de derivados das catecolaminas encontrados na urina dos pacientes e assim avaliar a aplicação do teste na clínica diária.

 

 

 

130 / 1988

MENSURAÇÃO DOS ELEVADORES DE SELDIN ANGULADOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL COMPARATIVAMENTE AOS VALORES DESSES ELEVADORES SEGUNDO A ESPECIFICAÇÃO DA "FEDERAL SUPPLY  SERVICES- GG -E -1161"

J.L. Piratininga; A.C. Campos; W.F. Alves; E. Matson

Faculdade de Odontologia - USP

Foram mensurados neste trabalho de pesquisa, 24 (vinte e quatro) elevadores dentais (Seldin angulados) de quatro fabricantes nacionais por nós denominados de marcas A, B, C, D; sendo 12 (doze) de números 1R* e 12 (doze) de números 1L *.

As mensurações das dimensões dos elevadores foram feitas através de leitura direta no paquímetro e micrômetro externo e ou do traçado geométrico do desenho da projeção obtida de cada elevador, sobre um papel vegetal aposto na tela do projetor de perfil.

Após as mensurações efetuadas e que nesta parte da pesquisa se restringem a apresentação de medidas do cabo e da haste dos elevadores, os resultados obtidos foram submetidos à aplicação do teste "t" para verificação de dimensões dos elevadores comparativamente ao seu padrão baseado nos critérios propostos pela Federal Supply Services GG - E - 1161.

Com base na metodologia proposta é lícito concluir que existem discrepâncias evidentes entre as medidas do cabo e da haste dos elevadores de fabricação nacional comparativamente com o padrão adotado.

* (1R - Right e 1L - Left) são números do instrumental cirúrgico dados pelo fabricante.

 

 

 

131 / 1988

MÉTODO DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA TRANSVERSAL NO ESTUDO DAS UNIÕES SOLDADAS

 

A. Muench; J.F.F. Santos; M. Ueti

 

Faculdade de Odontologia - USP

 

O objetivo do presente trabalho é apresentar o método do ensaio transversal para determinar a resistência de uniões soldadas. Salienta-se sua vantagem, por permitir com pouco material, a comparação da resistência da união com a da liga. O trabalho ainda estuda a influência da ciclagem térmica na resistência das uniões soldadas, da liga e sua dureza.

Para os ensaios barras de cerca de 0,14X0,26X0,70 cm são obtidas por fundição e adequadamente soldadas entre si, duas a duas. Comparativamente são obtidas e ensaiadas barras inteiriças da liga. Dos tratamentos térmicos interessa muito aquele da espera de alguns minutos antes de resfriar o conjunto incluído e soldado. Paralelamente à determinação da resistência é obtida a dureza. Uma fragilidade da união soldada é caracterizada por baixa resistência ao rompimento em comparação com a da liga. A resistência é calculada pela fórmula: R=3C1/2bh2 (R, resistência; 1, distância entre apoios; b, largura da barra; h, altura da barra).

Os resultados obtidos com ligas de ouro clássicas e de baixo conteúdo desse elemento permitiram concluir que: a) o ensaio transversal é vantajoso no estudo da resistência mecânica das uniões soldadas; b) o resfriamento após alguns minutos do conjunto soldado, aumenta a dureza da liga e as resistências dela própria e da sua união soldada; c) as resistências das uniões soldadas se aproximaram daquelas das ligas.

 

 

 

132/ 1988

 

MICROBIOTA FÚNGICA NA CAVIDADE BUCAL DE PACIENTES DIABÉTICOS

 

M.R.S. Quirino*; C.R. Paula**; E.G. Birman*

 

*Faculdade de Odontologia - USP

**Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Com o objetivo de avaliar as repetidas afirmações na literatura à respeito de infecções fúngicas em pacientes diabéticos, principalmente Candidoses, nós estudamos um grupo de pacientes diabéticos ambulatoriais (controlados, não controlados e juvenis). Observações clínicas, esfregaços e culturas foram analisadas. A principal proposta foi o estudo qualitativo para correlacionar sinais ou lesões e a presença de microrganismos e sua identificação. Os resultados indicaram além de variações clínicas, sintomas e outros sinais, que a candidose não foi um achado tão freqüente. Deste modo 59% de todos pacientes apresentaram uma cultura negativa para fungos, 14% foram portadores de C. albicans (sem lesões); 14,9% eram portadores de outras espécies de fungos. Somente 14% apresentaram um quadro clínico de Candidíase Atrófica Crônica, com cultura positiva para C. albicans; todos estes casos estavam associados a presença de prótese total (superior). Somente um caso apresentou quadro de Candidose Atrófica Aguda. O Sorotipo "A" de C. albicans, foi predominante e fatores de virulência (fosfolipase e protease) foram também estudados. Concluimos até este momento que estes pacientes não desenvolvem infecção fúngica bucal tão frequentemente sem que outras condições modificadoras estejam presentes.

 

 

 

133 / 1988

MODIFICAÇÕES DA ESTRUTURA FIBRILAR DO OSSO APÓS  SECCIONAMENTO PARCIAL DO CORPO DA MANDÍBULA. ESTUDO PELA TÉCNICA DAS LINHAS DE FENDA

H. Faig Leite; A.C.P. Agulha; S. Simões; M.C. Madeira

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP

Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP

Com o propósito de se estudar possíveis modificações arquiteturais da compacta da mandíbula decorrentes de seu seccionamento, foram operados seis coelhos adultos. A cirurgia consistiu na exposição unilateral da superfície lateral do corpo da mandíbula, seguida da secção transversal (vertical) de sua compacta com o auxílio de broca odontológica. Os animais foram sacrificados aos 3, 4, 8 e 16 meses pós operatórios e suas mandíbulas foram submetidas à técnica das linhas de fenda.

O lado controle mostrou um padrão uniforme e regular, com linhas de fenda percorrendo o comprimento do corpo e se distribuindo no ramo da mandíbula. Este arranjo coincide com a disposição das chamadas trajetórias de força da mandíbula. O lado operado mostrou, na área de seccionamento, intensa desorganização do padrão normal das linhas, o que revela um desarranjo da própria organização dos feixes de fibras colágenas, o principal constituinte orgânico do osso. As trajetórias da mandíbula, que são tidas como vias de escoamento de forças mecânicas, sofrem, assim, interrupção pelo seccionamento; sendo compensadas funcionalmente pela vasta deposição de novo osso correspondente à formação de calo ósseo.

 

 

134 / 1988

PERMEABlLIDADE DOS VASOS GENGIVAIS EM RATOS DIABÉTICOS ALOXÂNICOS

A.O.C. Jorge; O.P. Almeida; P.D. Novaes; M.R. Vizioli

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Está bem estabelecido que o diabetes melito pode modificar a resposta inflamatória, predispondo o indivíduo a maior susceptibilidade a infecções e provocando significante retardo no processo de reparo. Embora os mecanismos não sejam bem conhecidos, há evidências de que no diabetes a diminuição da permeabilidade vascular, é devida a não abertura das junções epiteliais, processo que seria mediado pela insulina. Foram utilizados no presente trabalho, 25 ratos diabéticos aloxânicos (glicemia acima de 250 mg%) e 25 animais normais. Nestes animais foram observados: permeabilidade vascular na pele, com o uso do azul de Evans para quantificação; permeabilidade vascular no músculo cremáster com uso do carvão coloidal; e, quantificação macroscópica e microscópica da permeabilidade dos vasos gengivais, também com uso do carvão coloidal.

Os resultados demonstraram que em ratos diabéticos aloxânicos, a permeabilidade vascular mediada pela histamina, na pele e no músculo cremáster , está diminuída. Por outro lado, nos vasos gengivais que apresentaram constante aumento de permeabilidade, e que são responsáveis pela formação do fluido gengival, não se observou significante modificação da permeabilidade vascular nos animais diabéticos.

Os resultados deste trabalho, apesar de não permitirem afirmar que o diabetes aloxânico não tem qualquer influência na permeabilidade dos vasos gengivais, claramente demonstram que estes vasos se comportam de maneira diferente do que os da pele e músculo cremáster nas mesmas condições experimentais. Seria interessante estudos comparativos usando-se animais com diabetes experimental, por períodos mais prolongados, ou com diabetes espontâneo.

 

 

 

135 / 1988

PESQUISA DE ANTICORPOS SÉRICOS PARA Actinobacillus actinomycetemcomitans EM INDIVÍDUOS COM

DIFERENTES CONDIÇÕES PERIODONTAIS

I.R..R.. Fischer; O.P.S. Rosa; R.S.S. Rocha; N. Moraes; A.L.V. Marques

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Na literatura internacional encontram-se referências à correlação entre Actinobacillus actinomycetemcomitans e o quadro de periodontite juvenil localizada.

No presente trabalho, procuramos investigar, em brasileiros com diferentes condições periodontais, a resposta imune humoral para a cepa Y4 desse microrganismo.

Através de exames clínicos e radiográficos foram selecionados 40 indivíduos com periodonto normal, sendo 20 com idades entre 10 e 16 anos (grupo N1) e 20 acima de 18 anos (grupo N2), 20 portadores de gengivite (grupo G) e 20 portadores de periodontite (grupo P), todos sem tratamento periodontal. Para o teste, empregando a técnica de imunofluorescência indireta, foram utilizadas amostras de soro obtidas a partir de sangue colhido em jejum, mantidas em congelador até o uso e esfregaços feitos com uma suspensão de cepa Y4 de Actinobacillus actinomycetemcomitans.

Os resultados foram os seguintes:

- Soros negativos: N1=1, N2=2, G=1 e P=2;

- Títulos de 1:1- N1 =9, N2=8, G=6, P=8;

- Títulos de 1:10 - N1=2, N2=6, G=5, P=2;

- Títulos de 1:20 - N1 =4, N2=2, G=2, P=5;

- Títulos de 1:40 - N1 =1, N2=2, G=6, P=2;

- Títulos de 1:80 - N1 =2, N2=0, G=0, P=1;

- Títulos de 1:160 - N1 =1, N2=0, G=0, P=0.

 

 

 

136 / 1988

PESQUISA DE SUBSTÂNCIAS TIPO BACTERIOCINAS PRODUZIDAS POR AMOSTRAS DO GRUPO Bacteroides fragilis ISOLADAS DA CAVIDADE

ORAL DE PRIMATAS NÃO HUMANOS

L.M. Farias; M.A.R.. Carvalho; C.A.V. Damasceno; E.C. Vieira; E.O. Cisalpino

Instituto de Ciências Biológicas - UFMG

As substâncias tipo bacteriocinas parecem ter a habilidade potencial de contribuir para a regulação de uma microbiota, embora este papel ecológico não tenha sido ainda comprovado "in vivo". Sugere-se que substâncias antagônicas deste tipo, produzidas por bactérias orais, seriam determinantes ecológicos no ecosistema placa dentária, entre outros fatores. As bactérias do grupo B. fragilis constituem os representantes numericamente mais significativos da microbiota indígena intestinal de muitos mamíferos, tendo sido descrito seu isolamento de placa dentária de símios Callithrix penicillata. Com o intuito de contribuir com dados fundamentais sobre este grupo microbiano, de interesse para a ecologia oral e para a Microbiologia Comparada, o presente estudo preliminar constou da avaliação da habilidade de .produção de substâncias tipo bacteriocinas por amostras orais de B. fragilis, isoladas de C. penicillata, contra 15 amostras intestinais destas bactérias isoladas dos mesmos primatas e 10 de Cebus sp. As amostras foram isoladas em meio seletivo Bacteroides-bile-esculina e caracterizadas no Laboratório de Microbiologia Oral e Anaeróbios do ICB/UFMG. Os testes foram realizados em ágar BHI-S (1,5%), a partir de um inóculo de culturas de 24 horas em BHI-S. Após incubação, em anaerobiose, por 48 horas, as células foram mortas por clorofórmio e recobertas com 3,5 ml de culturas de 24 horas, em ágar semi-sólido (0, 7%), das amostras reveladoras, contendo aproximadamente 106 - 107 cels/ml. A leitura, realizada após 24 horas em anaerobiose, foi feita pela presença de halos de inibição característicos, indicando que as 9 amostras testadas e uma padrão (ATCC 23745) tiveram algum efeito inibitório contra uma ou várias de 13 amostras sensíveis, ds 25 reveladoras.

Apoio CAPES - PICD

 

 

 

137/ 1988

PLANEJAMENTO DAS VISITAS DE RETORNO EM ODONTOPEDIATRIA

 

J.C. Noronha; M.L.A. Massara; M.M.G. Faria; V.M.S. Villar; S.M.G. Pinto; D.T.M. Prado; A.R.F. Moraes

Faculdade de Odontologia - UFMG

O estabelecimento de um programa de manutenção preventica é essencial, tomando-se em conta O risco social e biológico de cada paciente. Resta-nos saber qual a periodicidade de retorno, quais os critérios para estabelecê-la e as medidas a serem aplicadas para alcançarmos o verdadeiro objetivo da prevenção.

Num esforço de encontrarmos orientação científica para este planejamento, buscou-se na literatura disponível, fundamentos para um programa de manutenção adequado às características individuais dos pacientes. Desta busca surgiu a proposta de periodicidade das visitas baseada na classificação de risco à cárie, no momento inicial do tratamento odontológico, que é a seguinte:

CLASSIFICAÇÃO DO                                                                            PERIODICIDADE DE

           PACIENTE                                                                                   RETORNO PARA M.P.            

 Imune Absoluto

Baixo Risco:                                                                                                                         6 em 6 meses                                                                                                       Imune Relativo                                                                                                                                                                                                    C. Monofocal

Médio Risco:                                                                                                                         4 em 4 meses                                                                                                       C. Multifocal

C. Detida                                                                                               6 semanais             Tratamento Intensivo                          

Alto Risco               C. Negligente                                                                                         3 quinzenais           Durante 6                                                               C. Rampante                                                                                         3 mensais              meses

A modificação da periodicidade se dará em função de uma reclassificação do risco, quando se espera que o controle clínico da progressão da doença tenha ocorrido.

 

 

 

138 / 1988

POSSIBILIDADES E LIMITES DA PREVENÇÃO DA CÁRIE: UM ESTUDO DA INTERVENÇÃO NA ZONA URBANA E SUBURBANA DE BELO HORIZONTE

U.L. Kirchner; L.L. Mendonça; M.C.R. Viana; M. Vasconcelos; M.A. Guerrino; L.S. Castilho; P.F. Pinto

Faculdade de Odontologia - UFMG

Considerando a gravidade do quadro de saúde oral no Brasil, em especial na população infantil, pretende-se analisar a distribuição das doenças orais em escolares da rede pública de educação do 1º grau, em bairros de Belo Horizonte; pretende-se ainda testar quatro métodos preventivos da cárie dentária (bochechos com fluoretosm, higienização, educação para saúde e nutrição) visando verificar qual deles oferece melhores resultados para utilização nas escolas.

O estudo é longitudinal, previsto para 5 anos e realizado em 6 escolas; cada método é aplicado em uma escola; a combinação dos quatro métodos é testada na quinta escola; a última escola constitui o controle. São realizados levantamentos inicial e anuais (sócio-econômico, clínico e nutricional). Os programas preventivos são dirigidos a escolares e atingem pessoal da escola, pais e comunidade. A amostra é de 1.200 crianças.

A pesquisa foi programada em cinco fases:

1.Capacitação e calibração dos pesquisadores (1987/88)

2. Padronização e teste dos instrumentos (1987/88)

3. Análise das condições de saúde dos escolares e seu comportamento frente à doença (1988)

4. Aplicação dos métodos e programas preventivos (1988 a 1990)                                                                   5. Avaliação, verificação dos resultados (1991-92)

 

 

 

139/ 1988

 

PREVALÊNCIA DOS MARCADORES DA HEPATITE B EM ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA E DENTISTAS

C.M.C. Ottoni*; C.O. Gomes**; F.J. Penna*; C.J.C.G. Souza***

*Faculdade de Medicina - UFMG

**Faculdade de Odontologia - UFMG

***Faculdade de Farmácia - UFMG

Os pesquisadores apresentam dados preliminares de investigação sorológica para os marcadores da hepatite B (Anti-BHs e HBs-Ag), realizada em estudantes de Odontologia das Faculdades de Odontologia da UFMG e PUC-MG e cirurgiões-dentistas de Belo Horizonte, distribuídos em vários grupos, de acordo com o tempo de graduação. Foram avaliados 91 estudantes do 2º, 3º e 4º períodos da Faculdade, antes que os mesmos tivessem contato com pacientes em aulas práticas, 74 estudantes do 7º e 8º períodos escolares envolvidos em aulas prá.ticas por um período de 2 anos e 102 cirurgiões-dentistas com mais de 10 anos de formados.

A incidência de Anti-HBs positivo (contato prévio com hepatite B) foi de 6,6% no primeiro grupo, 8,1% no segundo grupo e 29,4% no terceiro grupo. Neste último grupo, os profissionais que tinham entre 15 e 25 anos de formados apresentaram uma positividade por Anti-HBs de 33%. Nenhum dos 267 indivíduos estudados mostrou-se portador crônico do vírus (HBs-Ag positivo).

A pesquisa está em andamento. Os grupos experimentais foram ampliados e estão sendo formados os grupos-controle com indivíduos da mesma faixa etária e sexo e que não estão expostos à atividades com risco de contaminação.

 

 

140 / 1988

QUANTIFICAÇÃO COMPUTARIZADA DE TÉCNICA DE RASPAGEM E  AVALIAÇÃO HISTOBACTERIOLÁGICA DE DENTES COM DOENÇA PERIODONTAL

D. Magalhães* & H.H. Rodrigues**

*Faculdade de Odontologia de Uberlândia

**Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O nosso trabalho consistiu de uma avaliação in vitro de dentes com comprometimento periodontal e que por esta razão tem sua extração indicada.

A amostragem consiste de 31 dentes unirradiculares, onde a sua face mesial foi raspada por uma cureta tipo Gracey nº 3/4 marca Hu-Friedey (USA), onde estão adaptados sensores que nos informarão sobre pressões usadas para realizar procedimentos de remoção do ligamento periodontal remanescente, cálculo, dentina e para o alisamento radicular. A face distal se prestará como controle.

Os dentes serão corados por uma solução evidenciadora de placa e raspados tantas vezes forem necessário para que seja considerados clinicamente limpos.

O exame histológico será realizado segundo os procedimentos de rotina para cortes seriado em parafina, utilizando as colorações de Gram, Tricrômio de Masson e H.E. Os resultados obtidos nos informam da existência de remanescentes de placa, ilhas de cemento contaminados ou não e túbulos contaminados por bactérias na superfície radicular tratada.

As pressões de corte obtidas foram: 220 ± 66 gr para o ligamento remanescente; 686 ± 131 gr para o cálculo; 383 ± gr para a dentina e 79 ± 33 para o alisamento.

A associação das pressões de corte aos dados histológicos não demonstra existir correlação entre valores das pressões de corte utilizadas com a presença ou ausência de contaminação radicular.

 

 

 

141 / 1988

 

QUANTIFICAÇÃO DA PRESSÃO E AVALIAÇÃO HISTOBACTERIOLÓGICA DA  RASPAGEM DENTAL E ALISAMENTO RADICULAR, IN VITRO

A.F.M. Lima*; H.H. Rodrigues**; L. Bozzo*

*Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP

**Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

A raspagem dental e o alisamento radicular são os procedimentos clínicos que possibilitam o tratamento da superfície dental das bolsas periodontais. Determinar qual a pressão necessária e quanto de tecido dental deve ser removido, permanecem como dúvidas na controvertida discussão a respeito da raspagem e alisamento radicular .           

Com o propósito de registrar a pressão necessária à realização da raspagem e alisamento radicular, bem como, avaliar as alterações do cemento e da dentina submetida à esses procedimentos terapêuticos, foram utilizados 26 dentes humanos com perda de inserção maior ou igual a 5 mm em consequência de doença periodontal de evolução natural.

Nossos resultados demonstram que as pressões de raspagem e alisamento radicular, que representam a resistência dos tecidos dentais ao corte, no mesmo dente, são comparativamente muito próximas e, para a amostra toda, situaram-se em torno de 113,0 ± 19,7 gramas e 104,6 ± 17,2 gramas, respectivamente.

 

Os resultados histobacteriológicos demonstram que aplaca bacteriana e o tecido dental contaminado por ela foi removido em 23 casos (88%) e houve remanescentes em 3 casos (12%), e o cemento foi removido em 14 casos (54%) com remanescentes em quantidades variáveis em 12 casos (46%) dos 26 casos tratados. Todos os casos apresentaram a maior parte da área tratada composta por dentina nua, lisa e plana e com os túbulos dentinários expostos.

 

Pela metodologia utilizada foi possível quantificar a resistência dos tecidos dentais ao corte, e também demonstrar que irregularidades anatômicas impedem a ação uniforme do instrumento raspador .

 

 

 

142 / 1988

REPARO EM FERIDAS DE EXTRAÇÃO DENTAL DE RATOS EXPOSTOS À RADIAÇÃO X NO CORPO TODO

R..C.L. Cordeiro; B.A. Ferreira; T. Okamoto; D.B. Raveli

Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

O presente trabalho teve por objetivo estudar histomorfologicamente, a influência da radiação X aplicada no corpo todo de ratos, sobre a cronologia do processo de reparo de feridas de extração dental desses animais.

Foram extraídos os incisivos superiores direitos de 50 ratos jovens, divididos em 2 grupos. O grupo I serviu de controle. Os animais do grupo II foram irradiados no corpo todo com uma dose única de 180R imediatamente após a extração dental. Transcorridos os períodos pós operatórios previamente estabelecidos (24 horas, 3, 7, 14 e 28 dias) os animais foram sacrificados. As peças obtidas passaram por tramitação laboratorial de rotina para se obter lâminas coradas por hematoxilina e eosina e serem examinadas no microscópio ótico comum.

Concluiu-se, pelas observações histológicas, que houve um atraso no processo de reparo em feridas de extração dental dos animais submetidos à irradiação.

 

 

 

143/ 1988

 

RESISTÊNCIA AO CIZALHAMENTO ENTRE DENTINA E

ALGUNS SISTEMAS RESTAURADORES

 

L.A.M. Cardoso; M.F. Goes; S. Consani; L.A. Ruhnke; W.Stolf

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

A interação do material restaurador com os tecidos dentais é ponto fundamental no seu desempenho, desejando-se uma perfeita adaptação e adesão ao dente. Atualmente os sistemas restauradores têm como uma das principais falhas seus comportamentos junto à dentina. A proposição deste estudo foi a de comparar a eficiência de alguns dos atuais sistemas restauradores sobre superfícies de dentina "in vitro" quanto às suas resistências ao cizalhamento.

Vinte e oito molares humanos extraídos foram raspados e limpos com pasta de pedra pomes e água usando-se escovas. Após serem lavados em água foram seccionados num plano transversal ao longo eixo e inferiormente 2 a 3 mm paralelo ao plano oclusal. Foram então incluídos num molde cilíndrico de 8x11 mm com resina acrílica autopolimerizável, de modo que as superfícies de dentina seccionadas ficassem expostas. Aguardada a polimerização as superfícies de dentina foram processadas com lixas 280-400-600 sendo então lavadas abundantemente com água corrente e secas. Os dentes foram subdivididos em 4 grupos procedendo-se os seguintes tratamentos: I - Scothbond + Silux; II - Bondlite + Herculite; III - Prisma Universal Bond + Prisma Micro-Fne; IV -Ácido Poliacrílico 30% + Ceram-Fil.

Os adesivos foram aplicados sob orientação do fabricante e o ácido poliacrílico por 30 segundos. As resinas foram então inseridas em seringas plásticas transparentes que serviram de molde; posicionadas, fixadas, polimerizou-se o material em 4 regiões totalizando 2 minutos. Após a retirada do molde foi realizada uma polimerização adicional de 1 minuto. O cimento de ionômero foi levado à seringa posicionado, fixado até que ocorresse sua presa. Retirado o molde aplicaram-se duas camadas de verniz. As amostras foram armazenadas por 24 horas em ambiente com 100% de umidade à 37 graus centígrados e após esse período levadas à máquina de ensaios de tração posicionadas num suporte apropriado obtendo-se os valores assim como os gráficos correspondentes.

Os primeiros resultados indicam um melhor comportamento do sistema Scothbond-Silux seguido da combinação Bondlite-Herculite e Prisma Universal Bond-Prisma Micro-Fine, ambos com desempenho significativamente superiores ao cimento de ionômero de vidro Ceram-Fil.

 

 

 

144 / 1988

 

RESISTÊNCIA À CORROSÃO DE LIGAS METÁLICAS ALTERNATIVAS ATRAVÉS DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO VISUAL E MICROSCÓPICA

R.F.L. Mondelli; W. Dinelli; J. Mondelli; A. Ishikiriama; E.C.A. Santos

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

A resistência à corrosão de ligas metálicas alternativas comerciais e experimentais, foi determinada através métodos de avaliação visual e microscópico.

Foram analisadas 2 ligas comerciais dos sistemas cobre-zinco (GOLDENT), cobre-alumínio (DURACAST) e 4 ligas experimentais, sendo duas do sistema cobre-zinco-alumínio-níquel e duas do sistema cobre-níquel-manganês, utilizando ainda uma liga de ouro como controle, nas condições bruta de fusão e tratamento térmico.

Os meios de imersão utilizados foram a saliva artificial e soluções de sulfeto de sódio, cloreto de potássio e ácido cítrico, mantidos à temperatura de 37 ± 1°C.

Os corpos de prova nos períodos 30, 60, 90 minutos, 7 e 15 dias, foram avaliados visual e microscopicamente, e a seguir fotografados em microscópio metalográfico com 100 X de aumento.

As superfícies dos corpos de prova, segundo as alterações apresentadas, foram classificadas da melhor para a pior (em ordem decrescente), seguindo critério de avaliação numérico previamente estabelecido.

Foi concluído que a liga de ouro utilizada como padrão apresentou melhor desempenho seguido da liga experimental do sistema Cu-Zn-Al-Ni (liga 2) e que soluções de sulfeto de sódio e cloreto de potássio atuaram com maior severidade do que ácido cítrico e saliva artificial.

 

 

 

145 / 1988

RESISTÊNCIA A REMOÇÃO POR TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES DE CLASSE V, FEITAS COM RESINA COMPOSTA ASSOCIADA AO CIMENTO IONOMÉRICO

J.C. Pereira; V.M.N.N. Azevedo; M.F.L. Navarro; M.H.S. Sousa Junior

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Foi avaliada in vitro, a resistência à remoção por tração em restaurações Classe V, e comparada a eficácia do cimento ionomérico para restaurações, com o cimento ionomérico para proteção, utilizando a técnica de restauração mista (ionômero/selante/resina composta) com a técnica convencional (selante/resina composta). Foram utilizados trinta pré-molares humanos, que haviam sido extraídos por razões ortodônticas. Os dentes foram seccionados e montados em um cilindro metálico, e feitos preparos cavitários com uma broca diamantada, cone invertido. Assim três grupos de dentes foram restaurados, como segue:

A) Dentes restaurados pela técnica convencional.

B) Dentes restaurados pela técnica mista, utilizando cimento ionomérico para restauração.

C) Dentes restaurados pela técnica mista, utilizando cimento ionomérico para proteção.

Após estes procedimentos os espécimes foram annazenados em estufa a 37°C, por 24 horas. Decorrido este período, foram levados á máquina de ensaios universal e submetidos aos testes de tração.

Após análise estatística foi verificado que:

1 - Houve diferença estatisticamente significante na resistência à remoção por tração das restaurações feitas pela técnica convencional, quando comparada com a técnica mista;

2 - Embora tenha havido diferença numérica entre os dois tipos de cimento ionomérico testados (CERAMFIL e CERAMLlN), esta não foi estatisticamente significante;

3 - A força adesiva do cimento ionomérico é maior que a força coesiva deste cimento;

4 - Com a resina composta, a fratura foi do tipo adesiva, enquanto que com o cimento ionomérico a fratura foi do tipo coesiva;

5 - Restaurações mistas são superiores às convencionais, no que diz respeito a resistência à remoção por tração.

 

 

 

146 / 1988

 

REVESTIMENTO PARA ALTAS TEMPERATURAS. CONTEÚDO TOTAL DE FOSFATO E SUA CORRELAÇÃO COM ALGUMAS PROPRIEDADES

A.M. Fernandes; R.B. Roselino; G. Maia Campos

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

Com a introdução das ligas de metais base com alta temperatura de fusão, houve a necessidade do emprego dos revestimentos fosfatados. Levando em consideração o pequeno número de pesquisas, desde a introdução desses revestimentos, que nos propusemos a: 1) avaliar as alterações dimensionais lineares de presa normal e higroscópica de três revestimentos fosfatados e um aglutinado com gesso; 2) conhecer as temperaturas máximas alcançadas pelos revestimentos; 3) avaliar o conteúdo total de fosfato, e correlacionar com as alterações dimensionais. Para avaliar a expansão de presa normal e higroscópica foi utilizado um medidor e um apalpador eletrônico, estando os revestimentos confinados. As temperaturas das reações exotérmicas foram detectadas por um termômetro digital. Para detectar a presença de fosfato, foi utilizado uma análise quantitativa por fotodensitometria. Assim, foi possível concluir que: - parece não haver relação de proporcionalidade entre as alterações lineares de presa normal dos revestimentos fosfatados e as concentrações dos líquidos especiais. As temperaturas máximas da reação exotérmica foram variáveis, um revestimento fosfatado acusou 63,4ºC e um aglutinado com gesso 29,7ºC. O conteúdo total de fosfato foi praticamente igual, não permitindo correlacionar esse conteúdo com as propriedades físicas estudadas, mesmo alterando as concentrações dos líquidos especiais.

 

 

 

147 / 1988

 

SEQÜÊNCIA ERUPTIVA DE DENTES DECÍDUOS EM CRIANÇAS CARENCIADAS SÓCIO-ECONOMICAMENTE DE PIRACICABA

F. Bérzin*; G. Soriano*; A.F. Iemma**

*Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP

**Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz -USP

Foram examinadas 1.100 crianças carenciadas sócio-economicamente, na faixa etária de 3 a 48 meses de idade. Essas crianças frequentam os Centros Educacionais e Creches de Piracicaba, mantidos pela Prefeitura Municipal de Piracicaba.

Os dados foram anotados em fichas, sendo essas fichas incluídas num programa desenvolvido no Centro de Computação da F.O.P. As crianças foram separadas por sexo e idade, sendo cada um analisado separadamente para possível comparação. Foram elaboradas 2 tabelas para cada sexo, uma da arcada superior e outra da arcada inferior. Os dentes foram analisados por unidade e não por grupo.

Através do método de Karbem, supondo distribuição aritmética normal, foram obtidas estimativas por ponto e por intervalo para a média da idade de erupção.

Baseado nesse método obteve-se o seguinte resultado, na seqüência eruptiva de dentes decíduos do sexo masculino:

ICI                            ICS                          ILS                          1ºMS                       1ºMI                        2ºMI                        2ºMS

81   71     61   51     52   62     64   54     82   72     75   85     65   55

 

 

 

148 / 1988

 

SÍNDROME DOR-DISFUNÇÃO MIO-FACIAL. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA

A.S. Trindade Jr.; F.H. Westphalen: I.E.K. Trindade; R.L. Maringoni; A.G. Atta; J.A. de Souza-Freitas

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais de Bauru - USP                                                     Faculdade de Odontologia - PUC-PR

Na percussão do mento, os músculos elevadores da mandíbula se distendem provocando paralela e simultaneamente a distensão dos fusos musculares localizados na intimidade desses músculos. A distensão dos fusos provoca a geração de potenciais de ação que, via raiz e núcleo mesencefálico, provocam uma inibição temporária do núcleo motor do trigêmio, o qual deixa de excitar os referidos músculos por um breve período de tempo. Esta inibição temporária da atividade muscular é denominada período de silêncio (PS). O objetivo do presente trabalho foi avaliar a duração do PS em pacientes portadores de síndrome dor-disfunção mio-facial (n=31 , sendo 5 homens e 26 mulheres).

Os resultados foram comparados com aqueles obtidos em um grupo de 42 voluntários normais (22 homens e 20 mulheres).

A eletromiografia foi feita com eletrodos de superfície colocados sobre os masséteres e os potenciais assim captados foram registrados em eletromiógrafo DISA (1500 Digital EMG System). Os resultados, expressos em ms, e apresentados como X ± DP foram os seguintes:

Normais                                                                                 Disfunção

Masséter D                             Masséter E                                             Masséter D                             Masséter E

19,75 ± 5,16                           19,16 ± 4,55                                           33,57 ± 12,23*        34,53 ± 12,05*                                            * p < 0,01                           D = Direito                                  E = Esquerdo

Assim, os pacientes com disfunção apresentaram valores de PS significativamente maiores que aqueles do grupo normal evidenciando que, o PS pode ser utilizado como meio objetivo de diagnóstico. Não foram observadas diferenças entre os valores encontrados nos masséteres direito e esquerdo embora, com freqüência, os pacientes relatassem dor mais intensa de um dos lados.

* Apoio financeiro CNPq.

 

 

 

149 / 1988

 

SITUAÇÃO DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES EM REGIÃO DE ÁGUA FLUORETADA (IRUPÇÃO E CÁRIE)

C.F. Peters & M.B.D. Gavião

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Tem-se demonstrado a susceptibilidade à cárie do primeiro molar permanente devido à sua própria morfologia. Baseando-se neste aspecto e que a influência benéfica do flúor é maior nas superfícies lisas dos dentes, propusemos a averiguar a frequência de primeiros molares irrompidos integros, e cariados e a frequência de faces cariadas, em escolares de 6 a 7 anos, naturais de Piracicaba, localidade que tem aproximadamente 1 ppm de flúor na água de abastecimento.

Os resultados indicaram que:

1 - A frequência de irupção de primeiros molares permanentes foi 84,23% (347 dentes).

2 - A frequência de primeiros molares cariados foi de 24,49%.

3 - A cárie na superfície oclusal foi a mais prevalente, sendo de 44,55% para os molares superiores e 26% nos molares superiores.

4 - Nas outras superfícies encontramos em ordem decrescente, 17,64% para a superfície vestibular dos inferiores 10,08% para a palatina dos superiores e 0,84% para a superfície lingual dos inferiores.

Frente a estes resultados concluímos que as cáries nos primeiros molares permanentes iniciam-se precocemente e cuidados preventivos devem ser aplicados tanto em regiões fluoretadas ou não.

 

 

 

150 / 1988

SOLUÇÕES IRRIGADORAS DE CANAIS RADICULARES. AVALIAÇÃO

IN VITRO DA INSTRUMENTAÇÃO MANUAL E COMBINAÇÃO MANUAL/ULTRA-SÔNICA

M.R.B. Oliveira & R.C.C. Lia

Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

Esta pesquisa teve por objetivo avaliar in vitro, através de M.E.V., a eficiência de limpeza de algumas substâncias empregadas para este fim, em paredes dentinárias de canais radiculares de dentes humanos, nos terços cervical, médio e apical, utilizando-se para tanto a instrumentação manual (técnica convencional) e combinação manual/ultra-sônica. Para tanto, utilizaram-se 50 pré-molares inferiores, divididos em 2 grupos de 25 dentes, para as duas técnicas de instrumentação. Nos dentes foram realizados sulcos no sentido longitudinal e transversalmente, ao nível dos terços cervical médio e apical, para posterior divisão desses em hemisuperfícies. Os dentes foram abertos, instrumentados e irrigados com a solução em teste (água destilada, líquido de Dakin, solução de Milton, soda clorada/água oxigenada/soda clorada e EDTA), a seguir as peças foram preparadas para análise no M.E.V.

Da análise estatística pudemos concluir que:

1. Entre as técnicas de instrumentação manual e ultra-sônica, as diferenças não chegaram a ser significantes;

2. A ordenação dos terços radiculares, partindo do que apresentou menor índice de resíduos amorfos e partículas de dentina para o maior foi: terço cervical, médio e apical;

3. A ordenação das substâncias auxiliares da instrumentação, partindo da que propiciou menor índice de resíduos amorfos e partículas de dentina, para o maior foi:

a) EDTA

b) Soda clorada e solução de Milton

c) Água destilada e líquido de Dakin.

 

 

151 / 1988

"TEMPO DE VIDA" DAS REVISTAS NACIONAIS DE ODONTOLOGIA

 M.C. Madeira & M.A. Carvalho

Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP

Uma pesquisa científica só pode ser considerada concluída após a sua divulgação. É comum os autores publicarem seus melhores trabalhos nas revistas internacionais de grande penetração e relegar as nacionais à condição de rebotalho da divulgação cientfíica. Mas, se por um lado a revista nacional não é prestigiada, por outro lado ela não merece confiança devido à sua inconstância, falta de padrão, circulação irregular, o que não raro a leva à extinção.

Verificamos, através de levantamento, que dos 149 títulos de Odontologia já editados no Brasil, apenas 40 (26,8%) continuam em circulação, alguns irregularmente; 109 (73,2%) simplesmente desapareceram! Vários não passaram do segundo fascículo! São publicações "nati-mortas", que revelam a irresponsabilidade de seus editores, que iniciaram um trabalho com pressa, sem planejamento, sem previsão orçamentária e, muitas vezes, no calor de um entusiasmo passageiro.

A circulação irregular das revistas prejudica a indexação, a transcrição de resumos, a atualidade dos artigos, o serviço de permutas e, enfim, afeta a própria credibilidade. A interrupção acaba com a credibilidade. Há que se tomar medidas urgentes para solucionar os problemas levantados:

1. Adotar pequenos estratagemas de economia para fazer face ao aumento crescente dos custos de editoração.

2. Solicitar subvenção aos órgãos financiadores da ciência.

3. Evitar fundar novos títulos, reativar os interrompidos ou fundir duas ou três revistas que estão se inviabilizando em uma publicação mais robusta.

4. Zelar pela qualidade dos trabalhos, evitando-se valorizar o aspecto puramente quantitativo da produção científica, selecionando para as nossas revistas artigos de elevado padrão e não promover "ação entre amigos" com a publicação de lixo científico, que revistas sérias dificilmente aceitariam.

 

 

 

152 / 1988

TESTE DE BIOCOMPATIBILIDADE, COMPARANDO A SONDA PERIODONTAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS), COM A SONDA PERIODONTAL MICHIGAN

M. Semprini*; M.F.M. Grisi*; C.A. Pelá**; H.H. Rodrigues*

* Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

**Faculdade de Filosofia de Ribeirão Preto - USP

A sonda periodontal da OMS-INTPC, de interesse para o Clínico Geral e o Periodontista, tem sido pouco divulgada no Brasil. Com sua ponta esférica, permite a sondagem periodontal, levando em consideração a forma anatômica do dente e um melhor controle de pressão de sondagem, provocando menos iatrogenia que a sonda convencional tipo Michigan. Um melhor controle de pressão de sondagem possibilita menor traumatismo dos tecidos periodontais, minimizando os erros de medida inerentes à sondagem periodontal.

Os autores, usando estensômetros elétricos ajustados ao pescoço das sondas periodontais testadas, conseguem quantificar e comparar a pressão clínica de sondagem das sondas tipo OMS e Michigan.

As análises foram realizadas em pacientes com saúde gengival com diferentes graus de inflamação. A avaliação histobacteriológica sugere que pressões de sondagem excessivas, além do efeito mecânico iatrogenico, podem acarretar a contaminação dos tecidos periodontais por microrganismos adjacentes à bolsa.

Paralelamente aos aspectos iatrogênicos da pressão excessiva de sondagem, foi avaliada a profundidade das bolsas com os dois tipos de sondas, utilizando pressão controlada de sondagem e o periograma computadorizado. O periograma procurou demonstrar graficamente diferenças de medidas de profundidade de bolsa. a computarização das sondas permitiu verificar que a pressão de perfuração e rompimento mecânico do epitélio gengival é variável, sendo maior para a sonda OMS (entre 37,2 ± 8,4 e 83,2 ± 14,2 gramas); e menor para a sonda Michigan (entre 35,6 ± 10,6 e 68,4 ± 18,3 gramas). A pressão de perfuração é influenciada também pelo grau de inflamação gengival. A sonda INTPC da Organização Mundial da Saúde/Federação Dentária Internacional (OMS-FDI) por não ser puntiforme é menos iatrogênica que a Sonda Michigan, e mais aconselhável para o Clínico Geral.

 

 

 

153 / 1988

 

TIMOL EM ENDODONTIA - SUA UTILIZAÇÃO EM CANAIS INFECTADOS

 

M.G. Azevedo Bahia & G.R. Melo

Faculdade de Odontologia - UFMG

Sabe-se que a polpa dentária lesada é muito susceptível à infecção, da mesma forma que o espaço pulpar contendo restos necróticos é um local excelente para o desenvolvimento de microrganismos.

Deve constituir preocupação para o endodontista a eliminação de microrganismos dos canais radiculares principalmente nos casos de necrose pulpar onde Sundqvist (1976) Moeller et allii (1981) encontraram predominância acentuada de anaeróbios. A procura do controle desta microbiota se faz mister.

Para tanto preparam-se soluções de Timol em álcool, propilenoglicol e água, em concentrações que variaram de 0,5, 1,0, 2,0 e 5%. Estas soluções foram testadas "in vitro" e "in vivo" - conjuntiva de coelho. As que maior atividade antimicrobiana e menor citotoxicidade apresentaram, foram testadas em 60 pacientes divididos aleatoriamente em 3 grupos. Observou-se que:

1 - Quando em anaerobiose (CO2, 5% e N2 95%) a microbiota dos canais mostrou-se mais sensível à solução "aquosa" de Timol à 2% que a de paramonoclorofenol na mesma concentração.

2 - Observou-se uma inversão de cultura mais acentuada no grupo do PMCF, solução aquosa, à 2% que nos outros grupos examinados.

3 - Existe uma relação positiva entre presença de microrganismos no canal radicular e destruição óssea periapical radiograficamente visível em 85 e 81.6% dos casos em aerobiose e anaerobiose, respectivamente.

 

 

 

 

154 / 1988

 

TRANSPOSIÇÃO DO MÚSCULO MASSÉTER E SEUS EFEITOS NA FORMA E ARQUITETURA DA MANDÍBULA DO COELHO

L.A. Teixeira; M.C. Madeira; A.A. Martins; I. Watanabe

Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP

Instituto de Ciências Biomédicas - USP

A cirurgia de dez coelhos consistiu na desinserção unilateral do músculo masséter da fossa massetérica e reinserção no corpo da mandíbula, abaixo dos dentes molares, sem transfixação óssea.

Decorrido um períodos de seis meses os animais foram sacrificados, suas cabeças dissecadas, maceradas e preparadas para exames. Observou-se no lado operado as seguintes modificações: 1) o masséter reinseriu-se no local previsto, adaptou-se funcionalmente, mas perdeu parte do seu volume; 2) na área original de inserção (que foi aliviada) surgiram algumas deformações e adelgaçamento do osso; 3) na área onde se promoveu a nova inserção houve o aparecimento de superestruturas por acréscimo de novo osso; 4) a mesma área, que foi ativada funcionalmente, exibiu uma desorganização da orientação da estrutura fibrilar conforme revelou a técnica ds linhas de fenda; 5) à microscopia eletrônica de varredura, a mesma área mostrou inúmeras irregularidades e sinais de remodelação óssea; 6) com exceção de reabsorção alveolar em um animal e desvio sagital da mandíbula em outro, os arcos dentais mantiveram-se normais quanto à formação e função.

 

 

 

155/ 1988

 

O TRATAMENTO DA SOBREMORDIDA EM MALOCLUSÕES - CLASSE I

 

V.C.V. Siqueira; M.H.C. Almeida; M.B.B.A. Magnani; R.C. Almeida

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

A sobremordida é um dos aspectos que se somam a um grupo de características em uma maloclusão apresentada pelo mesmo paciente o qual pode possuir maloclusão classe I ou classe II. Esta sobremordida é preocupante pois impede os movimentos mandibulares durante a mastigação inibindo um dos principais centros de crescimento mandibular agravando desta forma a maloclusão. Conhecendo os agravantes da não intervenção na sobremordida, propomos o uso de uma placa de altura nos pacientes portadores de maloclusão classe I ou II que apresentem sobremordida e observar os efeitos que esta proporciona a nível ósseo remodelando-o e ou redirecionando o crescimento crâneo-facial e modificação dentárias recolocando-os em suas respectivas bases ósseas. Esta observação é realizada por meio de exames clínicos periódicos e análises cefalométricas dos casos.

Até o presente conclue-se que o uso da placa de altura é benéfica como tratamento inicial da maloclusão existente pois libera a mandíbula para executar movimentos atraumáticos e estimular o seu desenvolvimento, melhorando ainda todo o complexo crâneo-facial.

 

 

 

156 / 1988

ULTRA-SOM VERSUS CANAL FINDER SYSTEM EM PREMOLARES HUMANOS*

I.C. Fröner & H.H. Rodrigues

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP

O objetivo desta pesquisa foi o de avaliar o efeito de três diferentes técnicas de instrumentação endodôntica na anatomia dos canais radiculares de pré-molares humanos. Foram comparadas a manual (lima tipo K); a ultrasônica (Profi-Endo** - Lima tipo K-Flex) e a mecanizada (Canal Finder System*** - lima Hedstroen modificada). De uma amostra de 80 pré-molares com dois canais, foram utilizados para avaliação macroscópica em modelos de vinilite, 40 dentes para o grupo controle e 40 para os grupos tratados, sendo 20 para as técnicas manual x ultrasom e 20 para as técnicas manual x mecanizada. Todos os espécimes das amostras foram radiografados antes e após a instrumentação. O comprimento de trabalho foi de 1 mm aquém do ápice radiográfico. Para comparação alternou-se as diferentes técnicas usando-se o canal vestibular ou o lingual. A solução irrigante escolhida foi o hipoclorito de sódio a 0,5% "em todos os grupos tratados". A avaliação comparativa de canais radiculares em modelos de poliacetato de vinila (Union Carbide Co.) demonstrou que o sistema endodôntico de canais torna-se mais complexo à medida que se aproxima do ápice radicular. A resina Vinilite permitiu reconhecer detalhes anatômicos não observados nas radiografias. A avaliação macroscópica do endodonto sugere que independente das técnicas de instrumentação utilizadas, a complexa anatomia apical é inacessível em seu todo.

 

*Subvencionado pelo CNPq

**Profi-Endo - Dabi-Atlante, Brasil

***Canal Finder System - Societé Endo Téchnic, França

 

 

 

157  / 1988

 

ULTRASSONOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO DAS LESÕES DO COMPLEXO MAXILO MANDIBULAR

L.L. Dib; D.S. Pinto; A.C. Gorski

As lesões intra ósseas que acometem maxila e mandíbula com maior frequência são as de origem odontogênica, notadamente cistos e neoplasias benignas.

Dentre os recursos semiotécnicos utilizados destaca-se o exame radiográfico, que à despeito de fornecer detalhes importantes sobre a extensão e desenvolvimento da lesão, na maior parte das vezes não possibilita a determinação final do diagnóstico havendo a necessidade da realização de exames mais detalhados como a punção e biópsia.

A realização destes exames apresenta uma série de contra indicações, notadamente no caso de lesões císticas: falso disgnótico, prejuízo da intervenção cirúrgica posterior, quadros infecciosos, etc.

No caso de lesões sólidas, a utilização de biópsia é de extrema valia para definição do diagnóstico e terapêutica.

Dessa forma desenvolveu-se técnica ultrassonográfica para exame de estruturas ósseas, para efetuar-se a diferenciação de lesões sólidas e císticas e portanto, de uma forma não invasiva apresentar outros subsídios para o diagnóstico final e conduta.

De 1985 a 1988, 38 pacientes portadores de lesões intra ósseas no complexo maxilo mandibular foram submetidos ao exame ultrassonográfico, sendo que na totalidade dos casos de lesões sólidas a técnica apresenou resultados condizentes.

 

 

 

158 / 1988

UNIDADE DE ORIENTAÇÃO PREVENTIVA: UMA EXPERIÊNCIA NO FOMENTO À PRÁTICAS ODONTOLÁGICAS PREVENTIVAS

F.M. Pires Filho

Faculdade de Odontologia - UFRS

O trabalho é produto parcial de uma investigação, tipo pesquisa/ação, que teve por locus e objetivo de estudo-intervenção o Serviço Odontológico do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.

Esta vertente do Projeto voltou-se para a análise e transformação da prática desenvolvida pelo Serviço.

Mediante métodos de observação direta, análise de registros clínicos e de controle administrativo, entrevistas e reuniões com as equipes técnicas e auxiliares, constatou-se que o modo de produção adotado, seguia o paradígma da odontologia científica ou flexineriana. Com marcada presença de elementos estruturais próprios desse modelo, a prática do serviço, no que respeita aos aspectos preventivos, caracterizava-se, por: centrar-se na doença, privilegiar condutas curativas, quase não incorporar procedimentos preventivos, não atuar no plano educativo e descomprometer-se com a manutenção da saúde bucal dos pacientes, após atuar no sentido de seu restabelecimento. A estratégia de intervenção nesse quadro, afora outras medidas, incluiu a criação de uma Unidade de Orientação Preventiva. Vencidas as etapas de coleta de subsídios que fundamentassem o desenho da proposta, sua formulação e discussão para tomada da decisão final, montagem da sala com equipamento adequado ao trabalho clínico/educativo, formação e treinamento de equipe técnica e preparo do material instrucional de apoio, passou-se a fase de funcionamento. A leitura técnico/política do desenvolvimento da experiência levou as seguintes conclusões: 1) Este tipo de serviço especializado respondeu plenamento a expectativa expressa pelos usuários; 2) Seu modus/operandi viabilizou o preparo e a intervenção preventiva/curativa que se tentou incrementar durante os tratamento clínicos executados nos consultórios do Serviço; 3) Ainda que sem sistematicidade, o trabalho desenvolvido reforçou a atuação preventiva em pacientes em tratamento, no Serviço, cuja situação de saúde periodontal ou de hábitos e cuidados de higiene bucal, recomendava um trabalho de orientação persistente e planejado;  4) De certa forma, coletivizou o atendimento individualizado dominante, na medida em que introduziu algumas práticas de consultas familiares; 5) O curto tempo de duração de seu desenvolvimento não permitiu, com segurança, avaliar sua repercussão, enquanto mecanismo de efeito/demonstração, no redirecionamento da conduta clínica dos demais profissionais do Serviço; 6) Representou uma forte base de sustentação política ao projeto de mudança em andamento no Serviço, tanto que foi o primeiro setor a ser desativado pela nova Diretoria do Sindicato que não esposava do redirecionamento que havia sido proposto pela Direção substituída.

Trabalho financiado pelo CNPq

 

 

 

159 / 1988

USO DO METRONIDAZOL COMO MEDIDA PREVENTIVA DE INFECÇÕES  ANAERÓBICAS PÓS-EXODÔNTICAS (ALVEOLITE). ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

G.M. D'Antonio

Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP

Com objetivo de estudar a ação do metronidazol na prevenção de infecções do alvéolo dental de ratos por bactérias anaeróbias estritas, utilizamos 40 ratos (Rattus norvegicus, albinus, wistar) machos, pesando entre 120 e 140 gramas. Os animais foram divididos em dois grupos, grupo controle e grupo Flagyl, contendo 20 animais cada.

Todos os animais tiveram seus incisivos superiores direitos extraídos e submetidos ao tratamento proposto por D'ANTONIO, 1984, com o objetivo de provocar a instalação de alveolite. Os animais do grupo Flagyl receberam, por intubação gástrica, uma dose de 1 mg de metronidazol iniciando 8 horas antes da exodontia e repetida a cada 8 horas até completar 48 horas pós-operatória.

Nossos resultados demonstraram que no grupo controle houve uma incidência de 100% de alveolite. O grupo Flagyl apresentou uma redução de 40% na incidência da alveolite. Foi observada também uma severidade maior da alveolite do grupo controle, em relação ao grupo Flagyl. O grupo controle apresentou, no aspecto bacteriológico, uma predominância das anaeróbias estritas enquanto no grupo Flagyl predominaram as facultativas.

Com base em nossos resultados concluímos que: 1) o metronidazol na concentração de 1 mg por ml reduz em 40% a alveolite nos animais experimentais. 2) O metronidazol modifica a qualidade da microbiota na alveolite dos ratos. 3) As bactérias anaeróbias estritas determinam maior grau de severidade nas alveolites dos animais experimentais.

 

 

 

160 / 1988

VALORES CEFALOMÉTRICOS AVALIADOS ATRAVÉS DE MODELOS GNATOSTÁTICOS

D.F. Nouer; M.H.C. de Almeida; M.B.B.A. Magnani; V.C.V. de Siqueira

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Durante o diagnóstico de uma maloclusão, faz-se necessário exame clínico detalhado, exame radiográfico minucioso e modelos excelentes. Constitui rotina avaliar-se discrepâncias dentárias e bases óssea através de modelos. Entretanto o relacionamento entre maxila, mandíbula e base anterior do crânio, não é fácil de ser visualizados em modelos comuns. Propomos estudos utilizando aparelhagem específica, a fim de se obter modelos mais fiéis que possibilitem a tomada de valores lineares e angulares capazes de facilitar o diagnóstico e de confirmar os valores radiográficos. Os modelos são tomados de pacientes da clínica do curso de Pós-Graduação em Ortodontia. As moldagens e os modelos são preparados com materiais comuns associados aos guias posicionando a maxila e a mandíbula convenientemente a fim de permitir a visualização das medidas.

Estes modelos oferecem os valores do FMA, FMI, IMPA e o posicionamento da sínfise, anteriormente só visualizados e medidos nas telerradiografias da cabeça em norma lateral. Assim o triângulo diagnóstico de Tweed pode ser obtido diretamente sobre o modelo gnatostático.

 

 

 

161 / 1988

 

VEDAMENTO MARGINAL DE OBTURAÇÕES DE CANAL RADICULAR COM E SEM PRÉ-MOLDAGEM DO CONE PRINCIPAL

M.E.B. Facchini; A.C. Bombana; H.F. Pesce

Faculdade de Odontologia - USP

Foram desenvolvidas observações em torno da qualidade do vedamento marginal de obturações de canais radiculares com cones de guta-percha, cimento N-Rickert e condensação vertical com e sem pré-moldagem do cone principal.

Trinta e seis caninos humanos receberam "in vitro" o preparo dos canais radiculares. Dezoito deles tiveram seus cones principais de obturação escolhidos através dos testes: visual, táctil e radiográfico, sendo em seguida associados aos cones acessórios em conjugação ao cimento obturador. O segundo grupo obedeceu à mesma sistemática de obturação de canal sendo, que à seleção do cone principal, antecedia a imersão de seu extremo por 10 segundos em solvente (xylol), na busca de melhor adaptação apical do cone-mestre.

Os dentes foram então impermeabilizados externamente com resina epóxica, menos os 2 mm apicais e mergulhados em corante (azul de metileno 0,5%, pH 7,2 por 24 horas e umidade relativa 100%). Posteriormente os dentes foram incluídos em blocos de gesso e desgastados até que toda cavidade pulpar fosse visível, seguindo-se a leitura dos níveis de penetração do corante em estéreomicroscópio e levando os valores apurados à tratamento estatístico por análise de variância.

Nas condições deste experimento foi possível observar:

1. Não existem diferenças estatísticas significantes quando da comparação dos dois grupos;

2. Se convenientemente empregada a técnica de pré-moldagem do cone principal pode ser utilizada em situações clínicas especiais sem prejuízos à qualidade final da obturação.

 

 

 

162 / 1988

 

VERIFICAÇÃO DA TOLERÂNCIA TECIDUAL E PODER BACTERICIDA DO HIPOCLORITO DE SÓDIO A 0,5% E 1% USADO NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA

W. Simões*;J.A. Bauer**;J.M.P. Sampaio*

* Faculdade de Odontologia - USP

** Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Destarte se faz enfatizar a importância do preparo químico mecânico dos canais radiculares na terapia endodôntica e dentro deste, a ação das substâncias químicas promovendo a ação de desinfecção e limpeza.

Todavia, a par destas propriedades, deverão ainda estas substâncias ser o menos agressivas possível aos tecidos vivos do complexo polpa-periápice.

A partir desta premissa, em um lote de hipoclorito de sódio, substância largamente usada durante o tratamento endodôntico, nos propomos a verificar: 1 - poder bactericida nas várias concentrações (6 marcas comerciais de 0,5 a 1%) em bactérias mais encontradiças no canal radicular dos dentes; 2 - tolerância tecidual destas soluções em tecido conjuntivo de animais de laboratório (camundongo) em diversos tempos (24, 72 e 168 horas).

Concluiu-se no presente trabalho: 1 - O hipoclorito de sódio na concentração de 1% (Milton) apresenta maior poder bactericida do que as soluções com concentração mais baixa a 0,5% (líquido de Dakin). 2 - Não obsrvamos diferenças na resposta inflamatória no conjuntivo dos animais testados com as variações de concentração de teor de cloro livre (de 0,5% a 1%) do hipoclorito de sódio.