1 / 1988
ADENOCARCINOMA
POLIMORFO DE BAIXO GRAU DE MALIGNIDADE.
ESTUDO
HISTOLÓGICO E IMUNOENZIMÁTICO
Y.R.
Carvalho; L.E.B. Rosa; N.S. Araújo; V.C. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal da FOUSP
Os
adenocarcinomas polimórfos de baixo grau de malignidade (APBGM) constituem um
grupo de tumores das glândulas salivares, os quais, pelas características
histológicas, clínicas e de prognóstico, justificam plenamente a separação e
individualização dos demais adenocarcinomas.
Caracteristicamente
os APBGM apresentam um padrão celular uniforme, com disposição lobular sólida,
trabecular ou papilifera. Os adenocarcinomas de ducto terminal estão incluídos
na variante sólida dos APBGM.
Seis
neoplasias malignas de glândulas salivares menores, pertencentes ao grupo
citado, foram estudadas no presente trabalho. Utilizou-se técnica histológica
de rotina e imunohistoquímica, a fim de se analisar a natureza das células
participantes destas lesões.
Para as
reações imunohistoquímicas, cortes de 3 µm de espessurra foram obtidos, a
partir do material incluído em parafina, e processados segundo os procedimentos
recomendados para a técnica da peroxidase-antiperoxidase ("PAP").
Utilizaram-se anticorpos mono e policlonais específicos para a detecção das proteínas
vimentina, S-100 e queratinas de alto e baixo peso molecular.
Nos casos
estudados são vistos grandes lóbulos, pequenos cordões, áreas trabeculares,
tubulares e papilíferas. Invasão perineural é encontrada. Em todos os tumores,
queratinas, vimentina e proteína S-100 são detectadas. Nos grandes lóbulos as
queratinas são observadas em pequenos grupos celulares, enquanto a vimentina é
detectada em maior número de células. A proteina S-100 não mostra padrão
uniforme, marcando grupos de células, incluindo os núcleos. As células que
revestem as papilas conjuntivas são vimentina positivas.
As técnicas
imunohistoquímicas utilizadas se mostraram úteis no estudo dos APBGM, revelando
a natureza das células participantes dos tumores, bem como a sua distribuição.
Pesquisa
subsidiada pela FAPESP. Projeto nº 87/0236-8
2 / 1988
ADENOMA
PLEOMÓRFICO -ESTUDO MICROESTRUTURAL
S.O.M. de
Sousa; V.C. Araújo; N.S. Araújo; A. Sesso
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
Laboratório
de Patologia Molecular -FMUSP
O adenoma
pleomórfico (AP) foi descrito por Billroth em 1859 e desde então muita
discussão tem havido em torno da sua histogênese, devido ao seu aspecto
peculiar exibindo áreas aparentemente "epiteliais" e outras
"mesenquimais". Mais recentemente a maioria dos autores prefere
acreditar que o AP é de origem puramente epitelial, mais precisamente
originário da célula de reserva do ducto intercalar.
O padrão
histológico do AP mostra que o mesmo é formado pela unidade
epitelial-mioepitelial a partir da qual há a proliferação celular e formação de
estroma que pode ser do tipo fibroso, mixomatoso, hialino e condróide.
No presente
estudo cinco casos de AP de glândula salivares menores foram observados à
microscopia de luz e eletrônica de transmissão. Para o estudo à microscopia de
luz o material cirúrgico foi fixado em formol a 10% e incluído em parafina.
Cortes foram obtidos e corados com hematoxilia e eosina. Para o estudo em
microscopia eletrônica o material foi fixado em glutaraldeido em tampão fosfato
a 2%, pós-fixado em tetróxido de ósmio a 1 %. Os fragmentos foram desidratados
em etanol, incluidos em Araldite, cortes ultra-finos obtidos e corados com
citrato de chumbo e acetato de uranila.
Nossos
estudos mostraram que no AP a célula mioepitelial é o principal elemento
celular proliferante. Ela pode ser vista na unidade epitelial-mioepitelial,
circundando espaços microcísticos, em blocos sólidos ou ainda isolada em
estroma mixomatoso ou condróide. Foram observados modificações na
microestrutura destas células mioepiteliais.
3 / 1988
ANÁLISE
FISIOLÓGICA DE CEPAS DE Streptococcus sanguis I, Streptococcus
sanguis II E DE Streptococcus mitis
M.R.L.
Simionato*: F. Zelante*; R.A. Cunha**
* Instituto
de Ciências Biomédicas - USP
**
Instituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro - UNESP
Apesar de
inúmeros estudos, persistem contradições sobre aspectos fisiológicos,
sorológicos e genéticos da espécie S. sanguis que, conseqüentemente, envolvem
sua classificação. Procurando-se esclarecer alguns destes aspectos, foram
verificadas 70 características fisiológicas de cepas de S. sanguis biotipo I e
II e de S. mitis, todas isoladas de placa dental, além das respectivas cepas de
referência. Dos caracteres verificados, foram selecionados 36 deles para a
aplicação da análise fenética, realizada com recurso do Sistema Computacional
"NTSYS-PC". Foi constatado que as provas de fermentação de arbutina,
celobiose e salicina, hidrólise de arginina e tolerância à bife a 40% devem ser
incluídas nos esquemas de identificação dessas bactérias. Por outro lado, os
estudos taxonômicos não devem
basear-se exclusivamente no comportamento de cepas padrão, pois estas
apresentaram algumas características distintas daquelas isoladas de placa
dental. A análise fenética evidenciou dois grandes agrupamentos, o que permite
concluir que a espécie S. sanguis deva ser constituída unicamente pelo biotipo
I e que o biotipo II e S. mitis sejam agrupados em espécie separada, S. mitior.
4 / 1988
APRESENTAÇÃO
DE UM SOFTWARE DESENVOLVIDO PARA AS ATIVIDADES
DA CLÍNICA
INTEGRADA DA F.O.P.
A.L.
Rodrigues Jr.
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP
Em trabalho
apresentado anteriormente, demonstrou-se que a Informatização agiliza as
atividades relacionadas ao atendimento odontológico da Clínica Integrada da
F.O.P.
O propósito
deste trabalho é mostrar como funcionam as atividades de cadastramento, triagem
e seleção de pacientes, através de um Software desenvolvido para armazenar as
informações provenientes da procura de tratamento odontológico. Para isto, são
utilizados 2 microcomputadores IBM-PC compatíveis, sendo um deles configurado
com Winchester de 10 Mbytes e acoplado a uma impressora, além de um software
gerenciador de Banco de Dados, que foi adequado para manipular informações
padronizadas.
O Software
desenvolvido distribui em arquivos diferentes as informações de cadastro e de
triagem, relacionando-os através de 2 campos de registros com conteúdo
codificado (Arquivos Relacionais). Desta maneira obtém-se arquivos com quadros
clínicos, que são selecionados de acordo com as solicitações feitas pelos
alunos da Clínica Integrada.
Neste
Sistema obtém-se sigilo dos Bancos de Dados, uma vez que os arquivos de quadros
clínicos não fornecem informações cadastrais. Além disto, os dados são
revisados com facilidade, mantendo a confiabilidade das informações de triagem.
5 / 1988
ASPECTOS
CLÍNICOS DAS FÍSTULAS DE LÁBIO INFERIOR EM PORTADORES DA
SÍNDROME DE VAN-der-WOUDE
M.A.
Onofre; R. Taga; H.B. Brosco; E. Miranda
Hospital de
Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais USP-Bauru
Faculdade
de Odontologia de Bauru-USP
Faculdade
de Odontologia de Araraquara-UNESP
A síndrome
de Van-der-Woude caracteriza-se pela associação de fissura lábio-palatal com
fístulas congênitas de lábio inferior. A importância do diagnóstico dessa
malformação através de um exame clínico mais cuidadoso, tanto em pacientes
fissurados como nos familiares normais está no fato de que a probabilidade de
um portador de fístula vir a ter um descendente com fissura lábio-palatal é
cerca de 10 vezes maior do que a de um portador de fissura de lábio e/ou
palato, sem fístula de lábio inferior exibir progênie portadora do mesmo mal.
Baseado nestes fatos, realizamos um estudo clínico em 11.000 pacientes
fissurados regularmente matriculados no H.P.R.L.L.P.-USP-Bauru, sendo 133
pacientes portadores desta Síndrome (1,2%). Destes pacientes, 103 (77,4%)
pertenciam a raça branca, 27 (20,3%) eram mestiços, 2 (1,5%) da raça amarela e
1 (0, 75%) negro. Com relação ao sexo obtivemos um índice de 1,1:1 para o sexo
feminino. Cerca de 66,2% (88) eram portadores de fissura completa, 16,5% (22)
somente de fissura de palato e 17,3% (23) somente de fissura de lábio. A
maioria das fístulas (49,7%) analisadas eram bilaterais simétricas distribuídas
nos diferentes tipos de fissura, 31,6% bilaterais assimétricos, 14,2%
microformas sendo a maioria associada a fissura de palato, 3, 75% medianas
associadas quase que exclusivamente a fissura completa e apenas 0, 75%
unilateral.
6 / 1988
AVALIAÇÃO
DE ALGUNS FATORES QUE INFLUENCIAM A SÍNTESE in vitro DE
POLISSACARÍDEOS EXTRACELULARES INSOLÚVEIS DA PLACA DENTÁRIA
C.E.
Pinheiro; M.I.F. Poletto; M.L.A.B. Negrato; C.F. Pinheiro
Faculdade
de Odontologia de Bauru-USP
A placa
dentária é um importante fator etiológico na formação da cárie e no
desencadeamento de doenças periodontais. A formação e o desenvolvimento da
placa estão diretamente relacionados à colonização bacteriana da superfície
dentária. Vários fatores influenciam a adesividade das bactérias à superfície
do dente, contudo, a produção de polissacarídeos extracelulares insolúveis é
considerada fundamental neste evento. Considerando a importância de se conhecer
as etapas iniciais de formação da placa dentária é que realizamos este estudo,
sobre alguns fatores que influenciam a síntese de polissacarídeos insolúveis, a
saber: pH, força iônica, tempo de incubação e inibidores (clorhexidina, cloreto
de cetilpiridinio, iodo e etanol).
Placas
dentárias recém-coletadas foram homogeneizadas em tampão fosfato 0,1M pH 6,8
(com exceção do efeito do pH) na proporção de 10 mg de placa para 1 ml de
tampão. Amostra da suspensão de placa foi adicionada ao meio contendo sacarose
0,1M e incubada a 37°C durante 16 horas. A suspensão foi centrifugada a 10.000
r.p.m., o precipitado lavado com água destilada e centrifugado novamente. Os
polissacarídeos insolúveis foram dissolvidos em KOH 1N. Amostra da solução
alcalina foi usada para dosagem de carboidratos totais. Os resultados obtidos
demonstram que: a) o pH ótimo está entre 6,5 e 7,0, b) a força iônica do meio
interfere na síntese de polissacarídeos insolúveis, c) todos os inibidores
testados inibiram totalmente a síntese de polissacarídeos insolúveis.
Concluindo
podemos dizer que o conhecimento dos fatores que interferem na síntese
bacteriana de polissacarídeos insolúveis çe de relevante importância para a
elaboração de medidas de controle da placa dentária.
7 / 1988
AVALIAÇÃO
DA ALTERAÇÃO DIMENSIONAL, PROVOCADO PELO PROCESSAMENTO HISTOLÓGICO, DA GLÂNDULA
SUBMANDIBULAR DO RATO MACHO E FÊMEA
W Martins
Júnior & L.C. Pardini
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Os cortes
histológicos representam fatias de um tecido ou órgão submetidos ao
processamento histológico, ou seja, fixação, inclusão, microtomia, coloração e
montagem entre lâmina e lamínula. Estas etapas do processamento histológico
devem ser consideradas, como um fator que possivelmente provocará alterações
dimensionais na peça histológica, quando da utilização de métodos
morfométricos. Nestes métodos os valores obtidos são parâmetros de natureza
bidimensionais, e a partir destes valores poderemos calcular parâmetros
tridimensionais. Para determinarmos estas possíveis alterações dimensionais que
ocorrem na glândula submandibular do rato, após o processamento histológico,
utilizamos 5 ratos machos e 5 fêmeas com 120 dias de idade. Logo após o
sacrifício por inalação de éter etílico em câmara de vidro fechada, as
glândulas submandibulares foram dissecadas, cuidadosamente removidas e
recortadas dando-se um perfil retangular à peça. Os lados do retângulo foram
medidos à fresco sob uma lupa (Bausch & Lemb - 10X) contendo uma ocular
micrométrica de tambor filar, tipo Ramsden (OSM 10X da Olympus). A peça
recortada foi fixada em fluído de Helly, por 3 horas, à temperatura ambiente,
após o que, foi processado para inclusão em parafina. Em cortes histológicos
com 6 µm de espessura, da mesma face retangular, corados pelo tricrômio de
Masson, determinou-se, sob a mesma lupa, as dimensões dos lados do retângulo. A
porcentagem da alteração dimensional foi obtida relacionando-se as medidas
obtidas na área retangular do material à fresco com aquelas obtidas no material
processado. Pela análise verificou-se que ocorreu retração. A retração média
obtida na glândula submandibular foi de 16,9% (desvio padrão = 1,72) e 15,8%
(desvio padrão = 2,29), respectivamente para os animais machos e fêmeas. A
diferença de valores da retração, da glândula submandibular do animal macho e
fêmea, não são estatisticamente significante à nível de 1 %.
8 / 1988
AVALIAÇÃO
CLÍNICA DO USO DE MOLDEIRAS INDIVIDUAIS EM PRÓTESE PARCIAL
REMOVÍVEL
O.L.
Bezzon; L.A. Fregonesi; M.G.C. Mattos
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
Com a
finalidade de comparar a adaptação de estruturas metálicas de próteses parciais
removíveis (PPR) construídas com liga de cobalto-cromo a partir de moldagens
realizadas com moldeiras de estoque e com moldeiras individuais, foram
realizados 62 casos clínicos de PPR.
Desses, 42
foram realizados através de moldagens realizadas com moldeira tipo Verner
ajustadas com cera utilizadade para melhor adaptação e 20 com moldeiras
individuais, perfuradas, de resina acrílica.
As
moldeiras individuais foram construídas sobre duplicatas dos modelos de estudo,
previamente cobertos com uma camada de cera utilidade de 5 mm, para
proporcionar uma distribuição uniforme do material de moldagem.
Todos os 62
casos foram moldados com alginato jel - trate (caulk) e os modelos vazados com
gesso-pedra extra-duro (Vel-mix) na
região dos dentes e gesso-pedra completando o vazamento.
Após o
polimento foi feita a avaliação das estruturas metálicas baseado num critério
clínico de verificação da adaptação dos apoios, dos grampos e dos conectores
menores em relação aos planos guias.
Dos 42
casos confeccionados com moldeira de estoque, 8 apresentaram falhas de
adaptação notadamente atribuídas à moldagem, uma vez que as estruturas estavam
bem adaptadas no modelo de trabalho e mal adaptadas na boca.
Dos 20
casos confeccionados com moldeira individual, apenas 1 indicou falha na
moldagem, que foi atribuída a uma insuficiente perfuração da moldeira, que não
reteve o alginato adequadamente.
9 / 1988
AVALIAÇÃO
DO MSB MODIFICADO NO ISOLAMENTO DE "ESTREPTOCOCOS
MUTANS".
ESTUDO PRELIMINAR
M.H. P.
Paz; M.O. Teixeira; 1.S. de Souza; T.M. da Rosa; L.L. Bammann
NPO -
Faculdade de Odontologia - UFPEL
Várias
investigações têm relacionado os microrganismos do grupo "estreptococos
mutans" com a etiologia da cárie no homem e animais. Para o isolamento
desse grupo microbiano diversos meios seletivo-indicadores têm sido propostos,
mas o mais frequentemente utilizado tem sido o "Mitis-Salivarius
Agar" (MS), acrescido de 15% de sacarose e 0.2U/ml de bacitracina (MSB).
O presente
trabalho teve por objetivos testar duas versões do MSB - MSB2 e MSB3 - quanto à
sua capacidade impediente frente a estreptococos orais e quanto à sua validade
na recuperação de "estreptococos mutans" da placa dental. O MSB2
continha 5% de sacarose 10% de açúcar UNIÃO, enquanto o MSB3 apresentava 5% de
sacarose e 15% de açúcar UNIÃO; como controle, foi usado o MSB.
Invariavelmente, nos três casos - controle e teste -, os meios continham
0.2U/ml de bacitracina e eram insetos de telurito de potássio. Na primeira
etapa, foram utilizadas amostras de S. sanguis, S. mitior, S. salivarius e S.
faecalis, três amostras de S. mutans e duas amostras de S. sobrinus. Assim, os microrganismos eram
cultivados em "Brain Heart Infusion" (BHI), em anaerobiose, durante
48 horas, submetidos a diluições decimais em salina redutora e,
subseqüentemente, o.1ml era distribuído na superfície do MSB2, MSB3 e MSB. As
amostras de placa dental eram colhidas de faces oclusais e proximais de dentes
hígidos, homogeneizadas em salina redutora e processadas segundo a mesma
técnica quantitativa descrita anteriormente, quando, então, uma alíquota de
0.1ml era distribuída na superfície dos meios controle e teste. Em todos os
casos, a incubação do material era procedida em anaerobiose, a 37º/48 horas +
24 horas à temperatura ambiente, em presença de 02. Os resultados preliminares
deste estudo, em suas duas etapas, sugerem o mesmo rendimento para o MSB2, MSB3
e MSB.
10 / 1988
AVALIAÇÃO
DA PROFUNDIDADE E DIMENSÕES TRANSVERSAIS DO
PALATO EM INDIVÍDUOS
RESPIRADORES BUCAIS, NA DENTIÇÃO DECÍDUA
M. Moreira
& A.P. Lino
Faculdade
de Odontologia -USP
A
literatura tem mostrado que alterações funcionais como a respiração bucal
crônica, tem conduzido à alterações morfológicas nas dentições mista e permanente.
Sendo previsíveis estas modificações, os autores estudam respiradores bucais
crônicos na fase de dentição decídua, leucodermas, 4 a 6 anos, afim de
verificar através de medidas tomadas em modelos dos arcos dentários, se já
existem alterações mensuráveis quando comparados à respiradores normais.
Para testar
a capacidade de respiração nasal, utilizaram um guia de vedamento labial, que
permite que o lábio superior e inferior entrem em contato, retomando desta
forma a "memória muscular". Deste modo o guia de vedamento labial
pode ser usado não só para o teste, mas também como recurso mioterápico.
Os
resultados indicam que há uma tendência à uma menor distância intermolar no
grupo respirador bucal e que para a distância intercanino e profundidade do palato
as diferenças entre os dois grupos mostram-se significantes.
Portanto,
na fase de dentição decídua faz-se necessário estabelecer-se a respiração
normal, prevenindo-se alterações esqueléticas e de maloclusão, o mais cedo
possível.
11 / 1988
CARCINOMA
ADENÓIDE CÍSTICO.
ESTUDO MORFOLÓGICO E IMUNOENZIMÁTICO
M.M.M.
Jaeger; L.E.B. Rosa; N.S. Araújo; V. C. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal - F.O.U.S.P.
Com o
objetivo de estudar o carcinoma adenóide cístico (CAC), foram examinados 16
casos de CAC pertencentes aos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da
Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP .
Os dados
epidemiológicos foram obtidos a partir das fichas de pedidos de exame, sendo o
estudo morfológico básico realizado nas lâminas coradas pelo método da
hematoxilina-eosina.
As reações
imunoenzimáticas foram realizadas a partir de cortes de 3 µm de espessura
obtidos do material parafinado, para revelação dos antígenos vimentina,
citoqueratinas de baixo e alto peso molecular e proteina S-100 nos elementos
neoplásicos. Para tal foi utilizada a técnica peroxidase-antiperoxidase (PAP),
com anticorpos mono e policlonais.
O estudo em
microscopia de luz revelou a presença dos quatro tipos histológicos descritos
por Perzin em 1978 e confirmados pelos estudos realizados por Caselitz em 1986.
O tipo cribriforme foi observado nos 16 tumores, aparecendo associado ao tipo
tubular em 6 casos, ao sólido em 4 casos e ao trabeculado em outros 4 casos.
O estudo
imunoenzimático revelou que nas áreas tubulares as queratinas de baixo e alto
peso moleculares são detectadas nas células internas dos túbulos. A proteina
S-100 é detectada em alguns tumores nas mesmas células mostrando-se o núcleo às
vezes com reação positiva. A vimentina é detectada na estreita faixa de
citoplasma das células externas dos túbulos (mioepiteliais).
Nas áreas
cribriformes as queratinas são detectadas em pequenos grupos de células
(ductais) que ficam por entre as que revestem os espaços císticos. A proteina
S-100 é detectada algumas vezes nas células que delimitam os espaços císticos,
as quais são positivas para a vimentina. A vimentina é detectada também nas
células mioepiteliais que se aglomeram por entre os espaços císticos. Nas áreas
sólidas e trabeculares tanto a queratina como a vimentina e a proteina S-100
são detectadas em algumas células.
Pesquisa
subsidiada pela FAPESP. Projeto nº 87/0236-8
12 / 1988
CISTOS DA
BOCA. ESTUDO EM MICROSCOPIA
ELETRÔNICA DE VARREDURA
R.G.
Jaeger; M.M.M. Jaeger; L.E.B. Rosa; V.C. Araújo; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal - FOUSP
São
estudados em MEV casos de cistos da cavidade bucal, com especial enfoque ao
epitélio de revestimento, bem como aos componentes do lúmen. Nesse trabalho são
apresentados os resultados referentes ao queratocisto, cisto dentígero e o
cisto epitelial odontogênico calcificante (cisto de Gorlin).
O queratocisto
exibiu revestimento epitelial homogêneo, ocupando grandes porções do espécime.
As células eram justapostas, poliédricas, com cerca de 15 µm de diâmetro.
Componente inflamatório escasso achava-se presente no lúmen.
O cisto
dentigero mostrou epitélio presente apenas em áreas focais, com células
semelhantes às descritas anteriormente, porém com nítida separação. Em
múltiplas áreas os elementos celulares apareciam em processo de descamação, na
forma isolada ou em bloco. O conteúdo da cavidade era fibrino hemorrágico.
O cisto
epitelial odontogênico calcificante mostrou, no seu revestimento, células
pequenas, justapostas e formando cordões dirigidos em múltiplas direções. O
lúmen apresentava rico conteúdo de material orgânico, fibrina, hemáceas e
células inflamatórias. Merece destaque a presença, no lúmen, de estruturas
grandes, redondas, com superfície irregular, cerca de 30 µm de diâmetro, muitas
vezes em contato direto com material cristalóide.
13 / 1988
DESENVOLVIMENTO
DE UMA GOTEIRA PARA MEDIDAS DE
BOLSAS PERIODONTAIS
M. T.L.
Rezende; J. Pertuiset; R. Saglie; S. Lima N.M. Sobrinho
Faculdade
de Odontologia de Goiânia - UFGO
O objetivo
da presente investigaçâo é comparar medidas obtidas com uma goteira de plástico
flexível, contendo tubos de pequenos diâmetros servindo como guia para a sonda
periodontal, com medidas obtidas sem a goteira, em áreas de bolsas periodontais
ativas.
Foram
selecionados 8 pacientes com bolsas periodontais maiores que 5 mm de
profundidade. Fizeram-se as moldagens e os modelos da boca destes pacientes.
Usando-se uma bomba de plastificação à vácuo, obteve-se uma moldeira dos dentes
com uma lâmina plástica de 1 mm de espessura. Colocada a moldeira na boca dos pacientes
a sonda periodontal contendo o tubo em sua parte mais coronária, era ajustada à
posição desejada de medida da profundidade da bolsa. Posteriormente o tubo era
então deslocado apicalmente na sonda, até contactar a superfície da moldeira,
onde era colado. Após a presa da cola, removia-se a sonda ficando os tubos
presos à moldeira servindo de guia para as sondagens.
Foram
tomadas duas medidas de profundidade da mesma bolsa com intervalo de pelo menos
10 minutos entre elas, utilizando-se a moldeira com os tubos como guia. No
experimento controle, foram tomadas as mesmas medidas, das mesmas bolsas, sem a
goteira como referência.
Comparando-se
os erros entre a 1ª e a segunda medidas em ambos experimentos, observou-se que
utilizando-se a goteira e tubos com guia para a sondagem, o erro foi
significantemente menor que aquele cometido quando não a utilizava.
O uso de
uma moldeira com tubos colados em sua superfície, servindo de guia para a sonda
periodontal mostrou maior fidelidade na reprodutibilidade de medidas de
profundidade de bolsas periodontais.
14 / 1988
DETERMINAÇÃO
DA DENSIDADE DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO RATO MACHO E FÊMEA ADUL TOS
W. Martins
Júnior & L.C. Pardini
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Uma das
grandezas físicas largamente empregada nas pesquisas morfométricas é a
densidade do órgão em estudo, sendo que este dado é de importância capital para
o cálculo de volume absoluto. O volume pode ser estimado a partir de medidas de
deslocamento de água ou a partir de sua massa fresca, desde que se conheça a
sua densidade. A metodologia para este cálculo se baseia no fato de que um
corpo submerso na água tem massa quantitativamente igual amassa de água
deslocada pelo corpo. Conhecendo-se a densidade da água (1 mg/m³) calculamos o
volume do órgão à fresco. No presente estudo utilizamos 5 ratos machos e 5
fêmeas com 120 dias de idade, dos quais coletamos as glândulas submandibulares.
Logo após o sacrifício, as glândulas foram dissecadas e removidas e seu peso
foi determinado. Um "becker" com volume de 100 cm³ parcialmente
preenchido com água destilada foi colocado sobre o prato da balança de
precisão; a glândula foi presa rapidamente a um suporte de laboratório através
de uma fina linha de algodão; o zero da balança foi ajustado, em seguida, o
órgão foi colocado no "becker" e completamente imerso na água; a
massa em gramas indicada na balança foi anotada, ela corresponde diretamente ao
volume do órgão em cm³, isto porque a densidade da água é lg/cm³, tendo-se a
massa à fresca e o volume da glândula, a sua densidade foi calculada. Os
resultados da análise de variância demonstraram que o peso médio da glândula
submandibular 437g e 345g, respectivamente para o animal macho e fêmea
apresentaram diferenças estatisticamente significante ao nível de 1 %,
caracterizando um dimorfismo sexual. Entretanto os valores da densidade média
obtida de 1,09g/cm³, (coeficiente de variação das médias de 0,55%), para os
machos e 1,08g/cm³ (coeficiente de vairação da média de 2,11%) não são
estatisticamente significantes, a nível de 1%, demonstrando assim, não existir
dimorfismo sexual em relação à densidade.
15 / 1988
DETERMINAÇÃO
MORFOMÉTRICA DO COMPRIMENTO DO SISTEMA DE DUCTO ESTRIADO DA GLÂNDULA
SUBMANDIBULAR DO RATO
R. Taga*;
A.S. Achôa*; L.C. Pardini**
* Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
**
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O
comprimento total do sistema de ductos estriados na glândula submandibular do
rato, foi determinado através de métodos morfométricos. Inicialmente estimamos
o volume processado do órgão, à partir da avaliação da massa fresca e densidade
da glândula, assim como da retração provocada pelo processamento histológico.
Em cortes histológicos de 5 µm determinamos, com um retículo de integração da
Zeiss de 100 pontos e 10 linhas paralelas, a densidade de volume (Vvi) e de
superfície (Svi) do ducto estriado na glândula. Tendo-se esses valores e o
volume processado do órgão calculamos o volume (Tvi) e a superffcie (Tsi) todal
do ducto estriado. Nesses mesmos cortes, com uma ocular de tambor tipo Ramsden,
realizamos a medida do raio de secções transversais de ductos estriados.
Considerando-se o ducto estriado como um cilindro reto calculamos o comprimento
total desse sistema de ductos através da relação geométrica de volume e de
superfície de um cilindro:
V = h. p r² e A = h. 2 p r
ou
h = _V_ e h =
__A__
p r² 2
p r
onde,
V = volume
total
A = área
lateral total
R = raio
médio do ducto
h =
comprimento total do ducto
O
comprimento total do sistema de ductos estriados foi de 1.384 cm, utilizando-se
do volume total e 1.183,8 cm, utilizando-se da superfície total.
16 / 1988
O EFEITO
DAS DIFERENTES TÉCNICAS EM ESTUDOS
QUE ENVOLVEM MENSURAÇÕES
M.A.L.
Souza & I.S. Lauxen
Faculdade
de Odontologia -UFRS
O trabalho
se propõe a mostrar os efeitos dimensionais introduzidos pelas diferentes
técnicas de preparação do material quando se pretende realizar estudos
envolvendo mensurações. Foram utilizados 175 ratos Wistar, para fazer a
mensuração através de cortes histológicos. Os animais foram sacrificados em
intervalos de 3 dias, no período de 10 a 40 dias de vida, que corresponde a
época do desenvolvimento da raíz, erupção e oclusão dos primeiros molares
inferiores. Após dissecadas as mandíbulas foram separadas em séries contendo
representantes de todos os grupos de idades e foram então utilizadas diferentes
técnicas histológicas, para evitar-se erros de interpretação devidos a técnica
de preparo do material.
Técnicas
histológicas: a) Resina de Poliester
b)
Cera/Parafina histológica
c)
Congelamento
As medições
foram feitas por mensuração direta da lâmina, usando-se uma ocular quadriculada
calibrada em micrômetros.
Utilizando
os parâmetros apresentados conclui-se que se estabelecermos o índice
dimensional de 100% para espécimes incluidos em resina de poliester, obteremos
um índice de 95% para material tratado por congelamento e 70% para aquelas
peças incluidas em parafina.
17 / 1988
EFEITOS DA
GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA NAS GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES DE CAMUNDONGOS MACHOS, EM VÁRIAS IDADES*
R.M.M.
Barotto & L.C. Bruschi
Departamentos
de Biologia Geral e Histologia - FUEL
As
glândulas submandibulares (GSM) de camundongos apresentam dimorfismo sexual,
sendo os ductos granulosos (DG) mais desenvolvidos nos animais machos. Este
diformismo é especialmente decorrente da ação de andrógenos. A Gonadotroina
Coriônica Humana (GCH) tem como principal propriedade estimular a
esteriodogênese nas células de Leydig. Como os DG das GSM são estruturas muito
sensíveis às variações de níveis androgênicos, nos propusemos a estudar os efeitos
da GCH nas GSM. Utilizamos 48 camundongos machos, distribuídos em 4 idades,
sendo que cada uma delas com 6 animais controles (C) e 6 experimentais {E). Os
animais E receberam 5 injeções de 50 UI de GCH, uma a cada 3 dias, a partir de
12 dias (1ª idade), 24 dias (2ª idade), 36 dias (3ª idade) e 48 dias (4ª
idade). Os animais C receberam idêntico tratamento com soro fisiológico. 3 dias
após a última dose os animais foram sacrificados e suas GSM processadas
histologicamente. Fizemos detecção histoquímica para triptofano, medimos
diâmetro e área dos DG e verificamos fração de volume dos compartimentos da
GSM. O peso das vesículas seminais e glândulas prepuciais serviu de parâmetro
da ação da GCH. Nossos resultados mostraram que:
1) Da mesma
forma que nos órgãos-teste da GCH, a GSM mostrou maiores pesos absoluto e
relativo nos animais E que nos C.
2) os
animais tratados com GCH mostraram maior % de DG e menor de ductos estriados
que os C. Animais mais jovens mostraram diferença mais acentuada que os de maior
idade.
3) Em todas
as idades, os DG apresentaram maior área nos animais E do que nos animais C.
4) Em todas
as idades, a reação histoquímica para triptofano foi mais reativa em DG dos
animais E do que nos animaisC.
Concluímos
que:
-Em todos
os grupos E a GCH estimulou esteroidogênese e um conseqüente desenvolvimento
dos DG.
-A GCH
estimulou aumento na fração de volume e área dos DG bem como dos grânulos
apicais de suas células.
-A GSM é
excelente parâmetro na avaliação da ação da GCH. .
-Trabalho
financiado pela CPG/UEL.
18 / 1988
EFEITOS DE
LIMPEZA DO CANAL RADICULAR FRENTE AO USO DE DIFERENTES SUBSTÂNCIAS
QUÍMICAS AUXILIARES
A.O.
Oliveira Filho; A.C. Bombana; R.G. Jaeger; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal - FOUSP
Disciplina
de Endodontia - FOUSP
Analisou-se,
em microscopia eletrônica de varredura, a ação de limpeza de 4 substâncias
químicas auxiliares ativadas por equipamento ultra-sônico (Cavitron Cavi-Endo);
potência média e fluxo contínuo de 60 seg por instrumento.
Foram
empregados 4 grupos de 4 caninos para cada substância química, preparados em
sequência de 3 instrumentos para cada dente, sendo o primeiro instrumento da
série aquele que melhor se ajustou ao comprimento real de trabalho.
A análise
dos espécimes se deu através da contagem do número de canalículos expostos, em
eletromicrografias de 500 aumentos. Foram verificados os seguintes valores
médios: líquido de Dakin 431,0; Tergentol 29,6; EDTAC 134,3; Endo PTC
neutralizado por líquido de Dakin 270,6.
Os
resultados sugerem: 1) a solução detergente isoladamente oferece pouco poder de
limpeza; 2) o aspecto de limpeza foi sempre melhor onde houve a ação do
hipoclorito de sódio.
19/ 1988
ESTERILIZAÇÃO
DA ODONTOLOGIA - CALOR SECO (FORNO DE PASTEUR)
S.N.M. Lima*; S.L. Salvador**; M.C.M.
Souza**; V.M. Roccha Barros*; C.R. Talassi**;I. Y. Ito**
* Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
**
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
A
esterilização pelo calor seco (Forno de Pasteur), é o método mais empregado
atualmente nos consultórios odontológicos por vários motivos, dentre os quais o
seu baixo custo, rotina de trabalho fácil e menor custo operacional. Quando
convenientemente utilizado, é um processo seguro, propiciando uma perfeita
esterilização dos instrumentos e das peças metálicas que possam ser submetidas
à ação do calor seco.
O presente
estudo foi realizado visando avaliar o desempenho e a efetividade desse
processo de esterilização, assim como, propor uma rotina de trabalho eficiente
e exequível ao cirurgião dentista. Para atingir esse objetivo, jogos de
instrumentos cirúrgicos periodontais foram expostos a 160°C por 30 minutos e à
160°C por 45 minutos, em Forno de Pasteur. A efetividade da esterilização foi
avaliada por ensaios microbiológicos.
Os
resultados indicaram que:
O emprego
do Forno de Pasteur a 160°C por 30 minutos, promoveu a esterilização em 99,3
por cento dos instrumentos testados, enquanto que a 160°C por 45 minutos
promoveu 100,0 por cento de esterilização.
20 / 1988
ESTUDO
CINÉTICO DA RELAÇÃO ENTRE A CONCENTRAÇÃO DE FLUOR NO OSSO E
SANGUE DE RATOS APÓS A ADMINISTRAÇÃO DE ÁGUA
FLUORETADA
M.A.
Saavedra Franco & J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - FOP-UNICAMP
As
condições que mantém a concentração sanguínea de fluor são ainda discutidas em
relação ao seu metabolismo. EKSTRAND e colabs (1981) demonstraram serem
necessários aproximadamente 14 dias para se atingir o estado aparente de
equilíbrio da concentração de fluor no sangue após o início da administração de
água fluoretada a ratos. Estaticamente demonstra-se uma relação entre a
concentração de fluor no sangue e a óssea, assim o objetivo do presente
trabalho é comprovar que cineticamente deve haver certa correspondência. Para
tal água com 25,0 ppmF foi fornecida a ratas com 5 meses de idade. Os animais
foram sacrificados antes, 5, 10, 15 e 20 dias após o início do experimento. lon
fluor foi determinado no femur e no plasma dos animais. Concluiu-se que são
necessários apenas 10 dias após o início da administração de água fluoretada
para se atingir um estado aparente de equilíbrio da concentração de fluor no
plasma de ratas adultas o qual está cineticamente relacionado com a
concentração óssea de fluor alcançada.
21 / 1988
ESTUDO
ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES DO EPITÉLIO LINGUAL DE FETOS
DE RATOS SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A
PELA VIA INTRAPERITONEAL
H.S. Leme
dos Santos*; R.A. Lopes**; M.A. Sala**; G. Maia Campos**; M.C. Komesu**; M.G.D.
Contrera***
*Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal - UNESP **Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto - USP
***Faculdade
de Farm. Ciências e Letras de Rib. Preto - USP
A
hipervitaminose A (150.000 UI, 1 dose, 10º dia de prenhez) ocasionou no
epitélio do feto de rato uma diminuição na espessura do epitélio dorsal
(regiões anterior e posterior) e ventral. Com o emprego da cariometria,
observou-se núcleos celulares das camadas basal e espinhosa do epitélio das 3
regiões estudadas com volume diminuído. Com o emprego de técnicas estereológicas
adequadas constatou-se o que segue: a) relação volume epitelial/interface com o
tecido conjuntivo diminuída na região dorsal anterior da língua do feto
hipervitaminótico A, aumentada na região posterior e diminuída na ventral; b)
relação volume epitelial/interface com a ceratina semelhante nas regiões
dorsais anterior e posterior da língua, e diminuída na ventral; c) relação
interface com a ceratina/interface com o conjuntivo diminuída na região dorsal
anterior, semelhante na posterior e diminuída na ventral; d) densidade de
superfície do epitélio diminuída na região dorsal anterior, e semelhante nas
regiões dorsal posterior e ventral; e) espessura do epitélio diminuída na
região dorsal anterior, aumentada na posterior e diminuída na região ventral.
22 / 1988
ESTUDO
HISTOPATOLÓGICO DAS FÍSTULAS DE LÁBIO INFERIOR
EM
PORTADORES
DA SÍNDROME DE VAN-DER-WOUDE
M.A.
Onofre; R. Taga; H.B. Brosco;J.U. Brosco
Hospital de
Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais de Bauru - USP
Faculdade de Odontologia de Bauru - USP
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
A fissura
lábio-palatal é uma malformação que pode se apresentar associada a outras
anomalias, entre essas estão as fístulas congênitas de lábio inferior. A
associação dessas duas malformações caracteriza uma síndrome, a síndrome de
Van-der-Woude (1954).
Considerando
que são poucos os trabalhos morfológicos na literatura, e esses representam
descrições de casos isolados, realizamos um estudo histopatológico em fístulas
de 18 pacientes com a síndrome de Van-der-Woude, na tentativa de caracterizar
melhor a variabilidade da fístula ao nível do microscópio de luz. A maioria das
fístulas apresentou-se revestida por epitélio pavimentoso estratificado
não-queratinizado. A lâmina própria estava formada por tecido conjuntivo denso
com áreas de infiltrado inflamatório crônico linfohistiocitário. Na submucosa
observou-se feixes de fibras musculares estriadas, vasos sanguíneos, nervos,
tecido adiposo e glândulas salivares.
Essas glândulas contornavam toda a parede da lesão e seus ductos abriam-se no
lúmen da fístula. Foi estudada ainda uma fístula congênita mediana a qual
histopatologicamente mostrou-se subdividida em duas e separadas por tecido
conjuntivo fibroso revestido por epitélio estratificado paraqueratinizado. Dois
casos de microforma da fístula foram analisados, sendo que no local
correspondente à abertura, notou-se apenas uma depressão na mucosa.
.
23 / 1988
ESTUDO
IMUNOHISTOQUÍMICO DAS CÉLULAS DENDRÍTICAS E INTERDIGITANTES, NOS LlNFOMAS
MALIGNOS DE BOCA PELA REVELAÇÃO DA
PROTEÍNA S-100
D.S. Pinto
Jr.; V.C. Araújo; F.O. Nunes; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal - FOUSP
O sistema
mononuclear fagocitário, não apenas apresenta uma população macrofágica. Este
sistema possue células denominadas "células dendríticas" e
"células interdigitantes".
Estas
células se encontram normalmente nos linfonodos e agregados linfóides, onde as
chamadas dendríticas são localizadas nos folículos primários e nos centros
germinativos dos linfonodos e do tecido linfóide periférico. Já as
interdigitantes estão tipicamente localizadas nas áreas timo-dependentes dos
linfonodos e medula tímica.
Funcionalmente
as células dendríticas são consideradas células acessórias nas áreas B dos
linfonodos, enquanto as interdigitantes como elementos acessórios da região T .
Em vista
disso, em 15 lesões diagnosticadas como linfoma maligno, pertencentes aos
Arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da FOUSP, estas células foram
pesquisadas e reveladas pela proteina S-100, segundo os procedimentos usuais da
técnica da peroxidase antiperoxidase (PAP).
A revelação
destas células foi positiva para todos os casos embora os tumores estudados
fossem extra-nodais e difusos, sugerindo tratar-se de elementos
"residentes" na população linfocitária.
Trabalho
subvencionado pela FAPESP
24 / 1988
ESTUDO DA
INIBIÇÃO in vitro DA GLICOSILTRANSFERASE ISOLADA DA PLACA DENTÁRIA
C.E.
Pinheiro; M.I.F. Poletto; M.L.A.B. Negrato; C.F. Pinheiro
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
A enzima
glicosiltransferase é sintetizada por algumas bactérias da placa dentária e
desempenha importante papel na colonização bacteriana da superfície lisa do
dente. O estudo de sua atividade catalítica é de grande interesse odontológico
uma vez que a síntese extracelular de polissacarídeos insolúveis está
intimamente relacionada à formação e ao desenvolvimento da placa dentária.
A obtenção
da glicosiltransferase é feita através da fermentação da placa dentária a 37°C
durante 16 horas, centrifugação da suspensão e precipitação fracionada do
extrato com álcool etílico gelado.
A enzima é
obtida na forma de complexo enizmático, contendo outras enzimas que metabolizam
a sacarose juntamente com grande quantidade de polissacarídeos firmemente
ligados ao complexo enzimático. A avaliação da atividade enzimática consiste na
dosagem de açúcares redutores e de polissacarídeos insolúveis após incubação
com sacarose 0,1 M e tampão fosfato 0,1 M pH 6,5. Os inibidores testados foram:
clorhexidina, cloreto de cetilpiridinio, lauril sulfato de sódio, fluoreto de
sódio e iodo. Os resultados obtidos demonstraram que o iodo foi o inibidor mais
eficaz, tanto para atividade hidrolítica quanto para a sintetizante.
Concluindo
podemos dizer que o sistema in vitro para avaliação de inibidores da
glicosiltransferase oferece um método prático e específico para estudo de
agentes antiplaca.
25 / 1988
ESTUDO
MORFOMÉTRICO DO CRESCIMENTO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO DURANTE A
VIDA PÓS-NATAL
R. Taga*
& L.C. Pardini**
*Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
**Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
A massa da
glândula submandibular do camundongo macho aumenta sensivelmente na vida
pós-natal, com um acréscimo maior entre 28 e 48 dias. Esse crescimento se deve
a dois processos: a) aumento do número de células através da atividade mitótica
e b) aumento do volume celular por aquisição de organelas citoplasmáticas.
Nesse trabalho procuramos determinar a participação desses dois processos nas
diferentes fases de crescimento da glândula submandibular do camundongo através
do estudo da evolução do número total de células avaliadas pelo método II de
Aherne e da evolução da massa glandular média por célula (segundo indicações de
Enesco & Leblond). O número total de células aumentou sensivelmente no
período de 14 a 84 dias passando de 188,2 x 105 para 718,8 x 105 células. Esse
crescimento se faz em duas fases, uma compreendida entre 14 e 21 dias e a outra
28 a 84 dias de idade, sendo que entre 21 a 28 dias, apesar de ocorrer aumento
de massa glandular, não se detectou aumento no número de células. O acréscimo
diário médio de células nas fases de crescimento do número de células, foi
respectivamente de 15,0 x 105 e 7,2 x 105 células. Entre 28 e 42 dias, que é o
período de maior crescimento da massa glandular, o acréscimo diário médio foi
de 12,9 x 105 células. Por outro lado, a massa por células que representa um
índice de ganho de volume celular , passa de 1,28 mµg aos 84 dias, sendo que
esse aumento se dá principalmente entre 21 e 42 dias de idade e nos demais
períodos os aumentos são muito pequenos. Nos intervalos de 21 a 28 e 28 a 42
dias, ocorrem aumentos respectivamente de 22,6% e 42,3%. Esses dados indicam
que durante o crescimento da glândula submandibular do camundongo ocorre
predomínio de proliferação celular no período de 14 a 21 dias, predomínio de
aumento de volume celular entre 21 e 28 dias, a ocorrência dos dois processos,
de modo significante, entre 28 a 42 dias e predomínio do aumento do número de
células entre 42 a 84 dias.
26 / 1988
ESTUDO
MORFOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DA GLÂNDULA PARÓTIDA DE HAMSTER (CRICETUS AURATUS) SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A
L.G.
Brentegani; R.A. Lopes; G. Maia Campos; M.A. Sala; S.O. Petenusci; S.
Lacerda do Vale
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O presente
estudo teve como finalidade, estudar as possíveis alterações nas estruturas da
glândula parótida (ácinos, ducto intercalar, ducto estriado e ducto excretor)
empregando-se técnicas morfométricas e estereológicas, em hamsters normais e
hipervitaminóticos A. Para isso, foram utilizados 20 hamsters machos, adultos,
pesando em torno de 150 gramas, os quais foram divididos em 2 grupos: I) 10
animais que receberam injeções diárias intraperitoneias de 150 Ul/g de vitamina
A (Arovit-Roche), sob a forma de palmitato, durante 10 dias; II) 10 animais que
receberam injeções diárias de solução salina. No 11º dia do experimento, os
animais foram anestesiados, e as glândulas parótidas retiradas, fixadas,
incluídas em parafina e os cortes corados pela hematoxilina e eosina. Foram
analisados os diâmetros médios dos núcleos celulares, empregando-se a
cariometria; além disso foram determinados a densidade do volume, densidade de
superfície, diâmetro médio, espessura da parede e densidade conjuntiva por meio
de técnicas estereológicas. Nos animais tratados com vitamina A, foi possível
observar: diâmetro nuclear diminuído para ácinos 4,91 µm ± 0,08; ducto
intercalar 4,81 µm ± 0, 11; ducto estriado 5,28 µm ± 0, 10 e ducto excretor
5,10 µm ± 0,08 quando comparados aos controles cujos valores foram de 5,08 µm ±
0,08; 5,01 ± 0,05; 5,51 µm ± 0,06 e 5,45 µm ± 0,03 respectivamente para ácinos
e ductos intercalar, estriado e excretor. A estereologia mostrou valores com
diferenças significantes (a = 0,05) para os ácinos e ductos estriados, enquanto
que para os ductos intercalares e excretores os resultados foram semelhantes.
27/ 1988
ESTUDO
MORFOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DE HAMSTER (CRICETUS
AURATUS) SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A
L.G.
Brentegani; R.A. Lopes; G. Maia Campos; M.A. Sala; S.O. Petenusci
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
Os autores
estudaram morfométrica e estereologicamente os efeitos da administração de
vitamina A (Arovit-Roche) sobre a glândula submandibular do hamster. Foram
utilizados 20 hamsters machos e adultos, pesando ao redor de 150 gramas, os
quais foram divididos em dois grupos: um grupo de 10 animais recebeu injeções
diárias, intraperitonealmente, de 150 Ul/g de vitamina A, sob a forma de
palmitato, durante 10 dias; um outro grupo, também de 10 animais, recebeu
injeções diárias de solução salina, nas mesmas condições do grupo anterior. No
11º dia do experimento, os animais foram anestesiados por inalação de éter
sulfúrico, as glândulas submandibulares foram retiradas, fixadas, incluídas em
parafina e os cortes corados pela hematoxilina e eosina. Foram analisados os
diâmetros nucleares médio do ácino, ductos granuloso, estriado e excretor,
empregando-se a cariometria. Foram avaliados também a densidade de volume,
densidade de superfície, diâmetro médio, espessura da parede e densidade do
conjuntivo, por meio de técnicas estereológicas. Observou-se, nos animais tratados
com vitamina A, diâmetros nucleares menores em todas as estruturas estudadas
(5,08 µm ± 0,09 e 6, 10 µm ± 0,10 para os ácinos; 5,31 µm ± 0, 13 e 5,90 µm ±
0,08 para o ducto granuloso; 5,36 µm ± 0,05 e 5,92 µm ± 0,09 para o ducto
estriado e 5,27 µm ± 0, 10 e 6,47 µm ± 0,11 para o ducto excretor dos animais
tratados e controles, respectivamente). Os resultados dos diversos parâmetros
estereológicos estudados mostraram diferença estatísticas significante (a = 0,05), entre os dois
grupos, somente nos ácinos e no ducto excretor .
28 / 1988
ESTUDO
MORFOMÉTRICO DA EVOLUÇÃO DAS POPULAÇÕES CELULARES DA GLÃNDULA SUBMANDIBULAR DO
CAMUNDONGO DURANTE VIDA PÓS-NATAL
L.C.
Pardini* & R. Taga**
*Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
** Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
O
desenvolvimento pós-natal da glândula submandibular do camundongo macho foi
estudado em animais com 14, 21, 28, 35, 42, 56 e 84 dias de idade através de
métodos morfométricos. A massa glandular aumentou substancialmente em todo
período analisado passando de 24,3 mg aos 14 dias para 175,2 mg aos 84 dias,
com um incremento diário médio de 2,16 mg. O volume processado na glândula foi
obtido a partir da massa fresca, da densidade e da retração provocada pelo
processamento histológico. Através de contagens realizadas ao microscópio de
luz, utilizando-se do método morfométrico II de Aherne, obtivemos o número
absoluto e a frequência de células de cada compartimento glandular. A análise
da evolução do número absoluto de células de cada compartimento glandular
permitiu calcular o tempo de duplicação e/ou decaimento de células, assim como
o acréscimo e/ou perda diária de células. Aos 14 dias de vida pós-parto a
glândula submandibular está constituída por células acinosas (64,1 x 105),
células do túbulo terminal (41 ,9 x 105), células do ducto intercalar (29,4 x
105), células do ducto estriado (26,5 x 105), células do ducto excretor (3,4 x
105), e estroma (22,9 x 105). No período de 14 a 84 dias ocorre um aumento
altamente significante no número total de células, assim como uma sensível
modificação na composição qualitativa de seus constituintes parenquimatosos.
Desse modo ocorre desaparecimento das células do túbulo terminal, crescimento e
depois queda do número de células do ducto estriado, e aparecimento e
crescimento exuberante no número de células do ducto granuloso. No final do
período a glândula passa a estar formada por 257,1 x 105 células acinosas, 83,9
x 105 células do ducto intercalar, 279,6 x 105 células do ducto granuloso, 14,3
x 105 células do ducto estriado, 8,3 x 105 células do ducto excretor e 75, 7 x
105 células do estroma. A análise do acúmulo diário de células compartimentais
permitiu verificar que as células acumuladas no compartimento dos ductos
estriados se diferenciam em células dos ductos granulosos. O balanço da
população de células nos vários compartimentos ductais mstrou que o crescimento
nos ductos granulosos depende ainda, da formação de novas células através de
atividades mitóticas que devem ocorrer em algum desses compartimentos ductais.
29 / 1988
ESTUDO
MORFOMÉTRICO DO SISTEMA DE DUCTOS INTRALOBUlARES DE GlÂNDUlAS SUBMANDIBULARES DE RATOS MACHOS E FÊMEAS
A.S.Achôa*;
R. Taga*; L.C. Pardini**
*Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
**Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
Em
contraste com o marcante dimorfismo sexual existente na glândula submandibular
do camundongo, no rato a existência dessas diferenças, mesma que discreta é
assunto ainda controvertido. Desse modo, a fim de caracterizar a existência de
alguma diferença entre sexos, assim como para determinar os parâmetros
morfométricos normais para a glândula submandibular do rato de ambos os sexos,
realizamos um estudo morfométrico ao microscópio de luz, em glândulas
submandibulares de 10 ratos, 5 machos e 5 fêmeas. O volume processado da
glândula foi avaliado a partir da sua massa fresca, utilizando-se de dados da
densidade do órgão e da retração provocada pelo processamento histológico. A
partir de contagens e/ou medidas realizadas ao microscópio em corte de 6 µm de
espessura estimamos para os ductos estriados e granulosos a: densidade de
volume, volume absoluto, densidade de superfície, superfície total, relação
superfície-volume, diâmetro médio, comprimento total, volume nuclear e celular,
e número absoluto de células. Não se detectou através da análise de variância
nenhuma diferença entre sexos, para todos os parâmetros avaliados.
30 / 1988
ESTUDO
ULTRAESTRUTURAL DA PAREDE DA FÍSTULA DE LÁBIO INFERIOR NA SÍNDROME DE
VAN-DER-WOUDE
R. Taga;
M.A. Onofre; T. Okada, J.U. Brosco
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP
Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais de Bauru -
USP
A síndrome
de Van-der-Woude se caracteriza pela ocorrência simultânea da fissura
lábio-palatal e de fístulas de lábio inferior. Na literatura esta síndrome é
considerada uma raridade devida a sua baixa incidência. O diagnóstico da
presença das fístulas isoladas ou associadas a fissura lábio-palatal é
relevante para o aconselhamento genético, uma vez que a sua presença aumenta em
muito a probabilidade do portador ter um filho com fissura lábio-palatal.
Desse modo
fica clara a importância de um conhecimento maior sobre os vários aspectos
dessa malformação. Assim, nesse trabalho analisamos ao microscópio eletrônico
de transmissão, a mucosa das fístulas de 4 pacientes portadores da síndrome de
Van-der-Woude. Para esta análise cada fístula foi dividida em porções proximal,
média e distal. De cada porção examinamos o epitélio, a lâmina própria e as
glândulas associadas.
As fístulas
de um dos pacientes, em sua porção proximal, apresentaram revestidas por
epitélio paraqueratinizado, nas demais porções o epitélio foi do tipo não
queratinizado. Para os outros pacientes o epitélio das três porções, foi sempre
o não queratinizado. As características ultraestruturais dos dois tipos de
epitélio foram semelhantes as descritas na literatura para mucosa humana
paraqueratinizada e não queratinizada. A lâmina própria apresentou-se formada
por uma densa rede de fibras colágenas. As glândulas exibiram dois tipos
celulares com grânulos de secreção diferentes. A análise mais detalhada dessas
células nos sugeriu que representem um único tipo celular em fases diferentes
do ciclo secretor.
31/ 1988
EXERCÍCIOS
MIOTERÁPICOS AUXILIARES NA CORREÇÃO DA DEGLUTIÇÃO ATÍPICA
V.C V.
Siqueira; M.H.C. Almeida; R.C. Almeida; M.B.B.A. Magnani
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
A
deglutição atípica é uma das causas da maloclusão conhecida como mordida aberta
e só se terá sucesso na correção desta maloclusão quando se diagnosticar
corretamente a existência ou não da deglutição atípica e a sua origem. No
tratamento da deglutição atípica existem vários aparelhos ortodônticos e
aparelhos funcionais os quais associados a exercícios específicos irão auxiliar
na reeducação da deglutição atípica.
Em
pacientes portadores de deglutição atípica na fase de dentição decídua, mista e
permanente foi indicado a aparatologia específica para o caso com exercícios
mioterápicos. A reeducação da postura lingual na deglutição levou em média 8 a
10 meses com conseqüente redução total ou parcial da mordida aberta existente.
32 / 1988
EXPOSIÇÃO A
MERCÚRIO E CONDIÇÕES DE TRABALHO DO CIRURGIÃO DENTISTA
A.A.O.B.
Cury; M.N. dos Santos; J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O
cirurgião-dentista está exposto ao mercúrio devido a utilização deste elemento
químico no preparo do amálgama dental. Publicações e notícias de meios de
divulgação tem gerado controvérsias a respeito do risco durante o exercício
profissional. Assim, o objetivo desta comunicação é relatar os níveis de
mercúrio observados na urina de 70 dentistas em função das condições de
trabalho. Para tal foi elaborado um questionário a respeito da idade,
especialidade, anos de exercício profissional, horas semanais de atividade
profissional, número médio de restaurações de amálgama realizadas semanalmente,
condições ambientais, tipo de amálgama utilizado, condições de trituração e
destino do excesso de mercúrio. A análise de mercúrio em uma amostra de urina
foi feita por espectrofotometria de absorção atômica (PREVLAB, Piracicaba). A
concentração média de mercúrio encontrada na urina foi de 16,2 ug/l
(microgramas por litro), portanto acima do valor normal de 10,0, porém menor
que 50,0 que é o limite de tolerância biológica, estabelecido no Brasil pelo
Ministério do Trabalho. Observou-se maior concentração de mercúrio na urina em
função de horas de atividade profissional semanal e do número de restaurações
de amálgama realizadas. O nível de excreção de mercúrio foi maior nos
cirurgiões-dentistas que removiam o excesso de mercúrio do amálgama recém preparado.
Concluiu-se que as condições de trabalho possibilitam uma maior exposição
profissional ao mercúrio e embora a princípio nada haja de alarmante, medidas
podem ser tomadas para melhorá-la.
.
33 / 1988
FLUORETAÇÃO
DO SAL DE COZINHA PARA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA AO NÍVEL FAMILIAR E
INSTITUCIONAL. III -ESTUDO METABÓLICO
P.S. Simoni
Gil; A.M. Amadio Rodtigues; J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - FOP-UNICAMP
A prevenção
da cárie dentária pela fluoretação do sal de cozinha é um método reconhecido em
Saúde Pública. Em 1983, CURY e colabs preconizaram um método estabelecido em
laboratório de fluoretação do sal de cozinha para uso familiar e institucional
como alternativa aos métodos sistêmicos para prevenção de cárie. Este método se
mostrou exequível (TEIXEIRA e colabs, 1985) e na presente comunicação relatamos
um estudo metabólico em comparação com a fluoretação da água. Assim, quando da
paralisação da fluoretação da água de Piracicaba, SP, sal fluoretado (250,0
mgF/Kg) foi fornecido a um orfanato para ser utilizado na alimentação. Durante
3 dias seguidos foi coletada urina de 30 crianças com idade média de 13 anos.
Quando da refluoretação da água (0,7 ppmF), novamente urina foi coletada
durante 3 dias. lon fluor foi determinado nas amostras de urina utilizando-se
eletrodo específico e expresso em mg excretado. Quando sal fluoretado foi
utilizado encontrou-se na urina 0,770 ± 0,176 (30) mgF, em comparação com 0,963
± 0,440 (24) quando da ingestão de água fluoretada, diferença estatisticamente
não significativa. (P < 0,05).
Conclui-se
que a fluoretação do sal de cozinha (250 mgF /Kg) a nível institucional mostra
padrão metabólico semelhante a fluoretação da água, além de maior homogeneidade
da quantidade de fluor ingerido.
CNPq (Proc.
100797-84)
34 / 1988
HIPERPLASIA
FIBROSA INFLAMATÓRIA - A LESÃO PSEUDOTUMORAL MAIS COMUM NA CAVIDADE BUCAL DE
CRIANÇAS NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 12 ANOS
S.P.
Vicente & N.S. Araújo
Faculdade
de Odontologia -USP
Há
numerosos tipos de lesões pseudotumorais que ocorrem nos tecidos moles da boca,
os quais apresentam semelhanças clínicas e etiológicas.
Estudos
sobre a freqüência e tipos dessas lesões são poucos numerosos e praticamente
inexistentes no grupo etário odontopediátrico, entretanto são os mesmos de grande
significado clínico pois têm a potencialidade de por em risco a saúde e,
eventualmente, a longevidade do paciente.
Os
pseudotumores mais frequentes na cavidade bucal compreendem a hiperplasia
fibrosa inflamatória, a lesão periférica de células gigantes, o granuloma
piogênico e o fibroma ossificante periférico.
O objetivo
deste trabalho foi fazer um levantamento das hiperplasias fibrosas
inflamatórias que ocorrem na cavidade bucal de crianças, com a finalidade não
só de conhecer estas lesões, mas também a sua freqüência, aspectos clínicos,
etiológicos, histopatológicos e terapêuticos, objetivando difundir os
conhecimentos de patologia bucal àqueles que se dedicam à odontopediatria.
Das 11.020
lesões diagnosticadas no Serviço de Patologia Cirúrgica, da Disciplina de
Patologia Buco Dentária do Departamento de Estomatologia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo, 848 representaram lesões da cavidade
bucal de crianças de 0 a 12 anos de idade. Destas lesões pseudotumorais, sendo
a hiperplasia fibrosa inflamatória a lesão pseudotumoral mais freqüente, com 68
casos (38,64%) com maior incidência no sexo feminino, na raça brança, e a
localização predominante foi a gengival.
35 / 1988
HISTOPATOLOGIA
DAS GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES DE CAMUNDONGOS INFECTADOS PELO TRYPANOSOMA
CRUZI
R.O.
Ribeiro*; R.A. Lopes**; A.S. Martini***; L.S.Utril1a****; C.C.A. Reis***
*Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP
**Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
***Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Araraquara –UNESP
****Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
O
Trypanosoma cruzl induz, no homem, hipertrofia das glândulas salivares
associada ao megaesôfago. Nos roedores, o parasita ocasiona atrofia das
glândulas submandibular e parótida. O objetivo do presente trabalho é estudar a
invasão do parênquima e estroma das glândulas parótida, submandibular e
sublingual de camundongos infectados pela cepa Bolívia do T. cruzi. Os animais
foram infectados intraperitonealmente com 2 x 105 tripomastigotas do parasita.
A cepa Bolívia caracteriza-se pelas suas características polimórficas, cujas
formas são predominante largas, tendo sido isolada das fezes do Triatoma
infestans capturado em Vitichi, Bolívia, e mantidas em camundongos por inoculação
quinzenal. As glândulas salivares foram incluídas em parafina e os cortes
corados pela hematoxilina e eosina. No presente estudo, foram observadas formas
amastigotas no interior das células acinares das glândulas submandibular,
parótida e sublingual, como também no estroma conjuntivo bordejando os ductos
estriados e no tecido periglandular .
36 / 1988
INTERAÇÃO
DAS SIALOTOXINAS I, II, III E IV COM O KC1 E A
ACETILCOLlNA
NA MUSCULATURA LISA
M.C.F. Arruda Veiga; O. Teixeira; A.
Guimarães; C.E. Pinheiro
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
As
sialotoxinas I, 11, IlI e IV isoladas de glândulas submandibulares de
camundongos machos e caracterizadas por cromatografia em Deae-Celulose por
PINHEIRO (1984), são um complexo de substâncias de baixo pêso molecular,
contendo radicais aromáticos e carboidratos.
As
sialotoxinas interferem na atividade ritmica e espontânea apresentada pela
musculatura lisa quando colocada em banho maria a 37°C, imersa em solução de
Tyrode continuamente oxigenada.
Este
trabalho tem por objetivo relacionar o efeito das sialotoxinas com agentes que
efetivamente potencializam a atividade contrátil da musculatura lisa.
As
sialotoxinas foram utilizadas em concentrações crescentes a partir de 0,30
ug/ml do banho, mostrando ser o efeito inibitório dose dependente, sendo que a
dose de 2,4 ug/ml inibe totalmente a atividade contrátil.
A
administração de KC1 na concentração de 1mg/ml no banho e de acetilcolina na
concentração de 2 ug/ml estimulam efetivamente a atividade contrátil,
aumentando a frequência e a amplitude das contrações.
O efeito
inibitório das sialotoxinas ocorre mesmo em presença do KCI, verificando desta
forma que as sialotoxinas inibem o efeito excitatório do KCI na musculatura
lisa, provavelmente alterando a permeabilidade da membrana celular. Entretanto,
associando-se as sialotoxinas com acetilcolina, verificou-se que estas não
inibem o efeito da acetilcolina, ocorrendo contração tetânica similar à
administração da acetilcolina isoladamente, embora reduzindo a freqüência das
contrações após tetanização, demonstrando desta forma que as sialotoxinas
provavelmente não agem a nível de receptor na musculatura lisa.
37 / 1988
LOCALIZAÇÃO
DO FORAME MANDIBULAR EM CRIANÇAS DE 3 A 11 ANOS ATRAVÉS DE RADIOGRAFIAS ORTOPANTOMOGRÁFICAS
A.M.
Minarelli & L.R..T. Ramalho
Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP
A
localização do Forame da Mandíbula e por consequência a língula e a porção
proximal do canal da mandíbula é extremamente importante para a prática
odontológica. Os conhecimentos anatômicos e particularmente os de natureza
topográfica serão premissa para o êxito em intervenções na região
ptérigo-mandibular.
Vários
trabalhos sugerem que o Forame da Mandíbula "move-se" em relação a
idade e as opiniões se confundem sobre a real localização desse Forame no
sentido póstero-anterior e em relação ao plano oclusal.
O objetivo
desse trabalho foi estudar a localização desse Forame em crianças de 3 a 11
anos na dentadura decídua e mista, utilizando traçados e mensurações obtidos
sobre 90 radiografias ortopantomográficas.
A análise
dos resultados demonstrou que o Forame da Mandíbula em crianças de 3 a 11 anos
se localiza:
a) sentido
póstero-anterior: início do terço médio
b) em
relação ao plano oclusal: abaixo do plano oclusal com uma "tendência"
do Forame se aproximar do plano.
38 / 1988
MANIFESTAÇÕES
ORAIS DO ACIDENTE RADIOATIVO DO 137Cs. I. AVALIAÇÃO CLÍNICA
M. T.L.
Rezende; M.A.M. Gomes; M.P. Curado
Faculdade
de Odontologia - UFGO
O objetivo
deste estudo é observar clinicamente o comportamento das estruturas orais de
pacientes envolvidos no acidente radioativo do Césio 137, em Goiânia, nos cinco
primeiros meses subseqüentes.
Foram
examinados 37 pacientes; com diferentes graus de contaminação entre o 2º e 5º
mês após o acidente radioativo. O exame compunha-se de exame clínico
convencional das estruturas moles e duras da cavidade oral, bem como detalhada
anamnésia.
Dos 37
pacientes examinados, 31 apresentavam aspectos normais das estruturas orais. Em
3 pacientes, 2 meses após a contaminação observou-se um quadro clínico de
candidíase disseminada em toda a boca. Porém com o tratamento convencional,
houve total regressão do quadro. Um paciente desenvolveu uma mancha rosa
"pink" na gengiva inserida de ± 2mm de diâmetro, bordos irregulares,
mas que desapareceu 15 dias após. Em dois pacientes que foram mais gravemente
contaminados, foram relatadas alterações e perda completa do paladar por
aproximadamente uma semana, logo após o contato com o césio 137. Um destes
pacientes relatou também descamação de todo o epitélio oral e grande mobilidade
em todos os dentes nos primeiros dias subseqüentes a contaminação.
O exame
clínico oral dos pacientes envolvidos no acidente radioativo de Goiânia entre o
2º e 5 mês após este evento não revelou nenhuma condição patológica que pudesse
ser correlacionada com o ocorrido. Apenas em dois pacientes mais gravemente
contaminados, observou-se alterações ou perda do paladar como manifestações
imediatas à contaminação.
39 / 1988
METALIZAÇÃO
DE MOLDES: ASPECTOS GEOMÉTRICOS LIGADOS À QUALIDADE DA PELÍCULA DEPOSITADA
L.E.
Rodrigues Filho & R.. Y. Ballester
Faculdade
de Odontologia -USP
A obtenção
de troquéis metalizados não é muito difundida em nosso meio, provavelmente
devido aos resultados deficientes obtidos como consequência do desconhecimento
de algumas características do procedimento técnico, que pode ser alterado
visando um melhor resultado.
Para tentar
uma abordagem didática do capítulo dos efeitos do posicionamento do molde na
cuba metalizadora, e sua influência sobre a distribuição da intensidade do
campo elétrico na superfície a metalizar (recordamos que da intensidade do
campo elétrico num determinado local dependerá a quantidade de massa depositada
naquele local, já que ela determina a corrente que passa naquele ponto) nos
utilizamos de uma montagem demonstrativa de campos elétricos.
Os padrões
de distribuição do campo elétrico mostraram ser diferentes dependendo da, forma
da superfície a metalizar, as pontas concentram o campo; da distância entre os
polos e da orientação relativa dos polos.
Para
comprovar esses efeitos fizemos também algumas metalizações de moldes
esquemáticos que mostraram distribuição não uniforme da película de metal,
coerente com a distribuição não uniforme do campo elétrico.
Os autores
sugerem certos cuidados quanto à disposição espacial relativa de ânodo e cátodo
com o intuito de melhorar a uniformidade do campo elétrico na superfície e,
portanto, a uniformidade da película depositada. ao mesmo tempo é feita uma
abordagem didática demonstrativa desses aspectos.
40 / 1988
OSTEOARTRITE
DA ATM. ESTUDO CLÍNICO,RADIOGRÁFICO E MICROANATÔMICO
J.G.C. Luz;
R.G. Jaeger; J.R.V. Resende; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal - FOUSP
Disciplina
de Traumatologia Maxilo-Facial - FOUSP
Dando
continuidade à pesquisas realizadas no campo das alterações da ATM (Luz e
colab, 1987) são estudados a nível clínico, radiográfico e microanatômico
material obtido de condilectomias de pacientes portadores de osteoartrite dessa
articulação.
Os
pacientes relacionados eram de ambos os sexos, e apresentavam ao exame clínico
e radiográfico alterações sugestivas de fenômenos degenerativos da ATM, cujo
comportamento clínico indicou o tratamento cirúrgico.
A cirurgia
constou de incisão pré-auricular, divulsão, abordagem da cápsula articular,
osteotomia com brocas e cinzéis, remoção dos fragmentos ósseos, sutura da
cápsula articular e síntese por planos.
As peças
cirúrgicas foram fixadas em aldeidoglutárico, sofrendo processamento de rotina
para exame em microscopia eletrônica de varredura.
A análise
em MEV mostrou zonas de achatamento do côndilo, bem como depressões de 0,5 mm
de extensão. Em múltiplas áreas pudemos observar a solução de continuidade da
fibrocartilagem, sendo constatada exposição do colágeno, que se dispunha em
feixes concêntricos. Por vezes, entre a trama fibrosa achavam-se presentes
corpos esféricos ou ovóides, à semelhança dos que ocorrem em outras
articulações sinoviais.
41 / 1988
PADRÕES DE
DESMINERALIZAÇÃO DO ESMALTE SUBMETIDO A SOLUÇÃO ÁCIDA. ESTUDO EM MEV
Y.R.
Carvalho; D.S. Pinto Jr.; F.D. Nunes; R.G. Jaeger; V.C. Araújo; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal - FOUSP
Foram
utilizados dentes humanos higidos, submetidos à profilaxia com pasta
apropriada, sem flúor, através de taça de borracha acionada por peça de mão,
embaixa rotação. Os dentes foram lavados com água destilada, secos com ar
comprimido e submetidoas à desmineralização por meio de ácido ortofosfórico, pH
1,05, nos tempos de 15, 30, 60 seg e 2, 4 e 10 min. Nos tempos de 4 e 10 min, o
ataque ácido era repetido em intervalos de 2 min, apís lavagem. Foi realizado
monitoramento da lesão obtida, através de lupa estereoscópica.
Os
espécimes obtidos foram secos em câmara de vácuo e colados com cianoacrilato em
bases apropriadas de alumínio, recobertos com ouro em "sput-tering"
catódico Balzers, para posteriormente serem observados e eletromicrografados em
Microscópio Eletrônico de Varredura Etec-Autoscan a 20 Kv.
A análise
dos resultados mostrou que nos tempos de 15, 30 e 60 seg, observa-se de maneira
geral uma dissolução da porção central do prisma, caracterizando o padrão 1 de
desmineralização, descrito por Silverstone e colaboradores. Vale ressaltar que
esta destruição do prisma era mais intensa na região mais próxima à periferia,
e se intensificava à medida que os tempos aumentavam.
No espécime
de 2 min predominou o padrão 2 de desmineralização, sendo evidente a destruição
periférica dos prismas. Em áreas focais foi observado o padrão 1.
No espécime
de 4 min, observou-se erosão superficial com áreas de cavitação do teto da
lesão. O padrão predominante foi o 3, onde não se pode definir com exatidão o
local em que se iniciou a desmineralização dos prismas. Sinais evidentes de
reprecipitação de cristais acham-se presentes em diversas áreas.
No espécime
de 10 min observou-se predomínio do padrão 1 de desmineralização, com arranjo
em favo de mel característico. Focos de remineralização foram observados.
42 / 1988
PAPILAS
VALADAS DA MUCOSA LINGUAL DE FETOS HUMANOS; ESTUDO AO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE
VARREDURA
I. Watanabe
& J.O.R. de Morais
Departamento
de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas - USP
Foi
observado o desenvolvimento das estruturas de botões gustativos da mucosa
lingual de fetos natimortos de 3 a 6 meses. As peças fixadas em solução de
formalina a 10% e em seguida em solução de Karnovsky modificada contendo 2,5%
de glutaradeído, 2% formaldeído em solução tampão fosfato de sódio a 0, 1 M e
pH 7,4. Todas as peças foram pós-fixadas em solução de tetróxido de ósmio a
0,5% durante 4 h à temperatura de 4°C. Desidratou-se em etanol, secagem ao
ponto crítico CPD-010, Balzers, metalização com íons de ouro e examinadas ao
microscópio eletrônico de varredura Jeol, JSM-P15. De acordo com as observações
podemos afirmar que (1) a mucosa lingual de fetos de 3 meses apresenta uma
camada epitelial em desenvolvimento correspondentes às papilas valadas, (2) na
mucosa lingual do terço posterior de fetos de 4 meses evidencia a formação de
papilas valadas, contendo a camada epitelial pouco diferenciada, (3) as papilas
valadas de língua de fetos de 5 meses mostram formações de botões gustativos
rodeados de camadas de células em formação. As microvilosidades estão presentes
em cada poro gustativo, (4) aos 6 meses, a forma da papila valada é totalmente
definida, contendo sulcos periféricos e células epiteliais adjacentes e (5) os
botões gustativos são também evidenciados em pregas de mucosa do terço
posterior da língua.
43 / 1988
PLACA
DENTAL EM RATOS NORMAIS E SIALODENECTOMIZADOS
V.S. Ito;
P.E.V. Silva; O.P. Almeida; L. Bozzo
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
A
xerostomia nos seres humanos está associada à maior incidência de cárie e
doença periodontal. A remoção das glândulas salivares de ratos provoca aumento
na incidência de cárie, mas são controversos os resultados com relação às
alterações periodontais. Estudando os efeitos sa sialodenectomia nas estruturas
orais de rato. não se observaram modificações na mucosa oral; no desenvolvimento
da doença periodontal, e na quantidade de placa nos dentes molares. Entretanto,
nos incisivos inferiores houve desaparecimento da placa dental 3-4 dias após o
início da xerostomia, persistindo até 60 dias. Os mecanismos envolvidos na
destruição da placa dental de ratos xerostômicos estão sendo estudados. visto
que este modelo experimental apresenta características interessantes para o
estudo da biologia da placa dental.
44 / 1988
PREVENÇÃO
DA CÁRIE EM PACIENTES SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA
A. Nuti
Sobrinho; P.N. Pontes; M.G.C. Mattos: R.M.Z. Felippe
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
A
radioterapia na área da cabeça e pescoço tem como objetivo erradicar tumores
por doses de irradiação inonizantes que idealmente seriam bem tolerados pelas
estruturas adjacentes.
As
complicações orais que resultam do tratamento são injúrias de radiação às
glândulas salivares, mucosa oral, musculatura oral e sangue alveolar . Estas
injúrias vão diretamente ou indiretamente criar uma quantidade de consequências
clínicas, dentre elas, xerostomia, cárie dental rampante, mucosites,
osteoradionecrose, infecção, trismo e estomatites nutricionais.
Os fatores
causais da cárie de radiação segundo DALE (1964) são:
- redução
do fluxo normal de saliva e o seu pH;
- contínua
formação de placa dentária;
- higiene
oral pobre ou irregular;
-
inabilidade do paciente em executar corretamente as medidas preventivas.
As medidas
de prevenção a serem tomadas visam reduzir o aparecimento de cárie rampante que
levarão à perda do dente pela amputação de sua coroa. São elas:
- limpeza
completa da boca após as refeições;
- escovar
os dentes cuidadosamente com dentifrício não irritante, a sua escolha;
- aplicação
de flúor num período de 5 a 10 minutos;
- com
escova dental só para este fim;
- com
goteira própria carregada com flúor gel, sendo o fluoreto de estanho a 0,4% o
indicado;
- bochechos
diários com solução morna de bicarbonato de sódio e sal de cozinha 4 vezes ao
dia.
Obs.: em
caso de xerostomia indica-se o uso de lubrificante oral (ORAL LUBE).
45/ 1988
RABDOMIOSSARCOMA
DE BOCA -ESTUDO IMUNOENZIMÁTICO
F.D. Nunes;
V.C. Araújo; D.S. Pinto Jr.
Disciplina
de Patologia Bucal - FOUSP
Embora o
rabdomiossarcoma seja um dos tumores malignos mais freqüentes em cabeça e pescoço,
a literatura referente aos casos de ocorrência em boca é escassa. O objetivo
deste trabalho é avaliar com a técnica imunoenzimática da peroxidase
anti-peroxidase (PAP), a reatividade apresentada por esse tumor à basicamente 3
anticorpos: vimentina, mioglobina e desmina. Estes anticorpos são marcadores
respectivamente de células de origem mesenquimal, células musculares estraidas
e células musculares lisas e estriadas. Como complementação, face à escassez de
dados referentes na literatura, apresentamos as características clínicas
apresentadas pelos casos.
A vimentina
apresentou positividade para todos os casos, como foi acontecer em neoplasias
mesenquimais. A mioglobina mostrou-se reativa apenas para 3 casos que
apresentavam maior componente citoplasmático. A desmina exibiu expressividade
para três casos que apresentavam células redondas e pequenas, com citoplasma
escasso.
Três casos
ocorreram no sexo masculino, numa faixa etária abaixo dos 5 anos. Dois casos
ocorreram no sexo feminino, nas idades de 26 a 60 anos.
A técnica
estudada permitiu-nos concluir que estes anticorpos são úteis no diagnóstico de
rabdomiossarcomas, quando utilizados em conjunto.
Técnica de
apoio: Edna Today
Trabalho
subvencionado pela FAPESP
46 / 1988
Staphylococcus
Aureus: SUSCETIBlLIDADE AOS FAGOS E DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA
MÍNIMA (CIM)
I.Y. Ito;
C. Talassi; N.C.A. Oliveira; M.P.A. Toldo; J.C. Salis; B. Bellini; M. Rosa
Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP
Faculdade
de Odontologia de Barretos - São Paulo - FEB
Foram
isoladas 77 cepas de S. aureus de saliva não estimulada de acadêmicos de
Odontologia de Barretos e avaliados quanto à suscetibilidade aos fagos e à
concentração inibitória mínima (CIM).
As cepas
foram submetidas a ação de 30 fagos do conjunto básico internacional a 1 X RTD
e a 100 X RTD, no laboratório de Estafilococos da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto.
Os
resultados mostraram que 88,3% das cepas eram suscetíveis aos fagos, e
classificadas em 41 fagótipos. Houve prevalência do fagótipo 3A/3C, com 13
cepas (19,9%) e, do fagogrupo II com 21 (27,3%). Os fagos 94 do grupo IV e o
fago extra 42D não lisaram nenhuma cepa.
Quanto à
CIM, mostraram que 100% das cepas eram sensíveis à concentração sérica máxima
alcançada com a dose terapêutica de amicacina, clindamicina, cloranfenicol,
lincomicina, oxacilina ou de penicilina. As concentrações de estreptomicina e
tetraciclina necessárias para inibição de 100% das cepas de S. aureus foram,
respectivamente, de 32 ug/ml e de 128ug/ml.
47/ 1988
TUMORES
ODONTOGÊNICOS. ESTUDO SUBCELULAR
R.G.
Jaeger; M.M.M. Jaeger; L.E.B. Rosa; V.C. Araújo; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal - FOUSP
Nesse
trabalho analisaremos os achados subcelulares de alguns tumores odontogênicos,
com espécimes fixados em aldeido glutárico e submetidos à processamento de
rotina para microscopia eletrônica de transmissão. São estudados casos de
ameloblastomas, tumor epitelial odontogênico calcificante (tumor de Pindborg) e
fibroma ameloblásticos.
O ameloblastoma
mostrou, ao MET, ninhos de células epiteliais justapostas, muitas delas
contendo vacúolos delimitados por membrana no seu interior. Achado conspícuo
nos elementos celulares foi a presença de desmossomos verdadeiros e
tonofilamentos justanucleares. As células eram revestidas por lâmina basal
característica. Em área focal achava-se presente a internalização de vesículas.
O tumor de
Pindborg exibiu células ricas em tonofilamentos, mitocôndrias dilatadas e
microfilamentos. Achado importante nesses elementos epiteliais diz respeito a
corpos tubulares, de perfil alongado, com 500 nm de comprimento x 100 nm de
espessura. Fora das células foi obervada secreção de aspecto granular e amorfo.
O fibroma
ameloblástico apresentou os componentes epiteliais e mesenquimais que o
caracteriza. As células epiteliais eram semelhantes às descritas nos outros
tumores. O mesênquima exibia fibroblastos em vários graus de maturação, alguns
com citoplasma bastante escasso e outros com citoplasma abundante, rico em REG
dilatado e com filamentos de actina e intermediários. O estroma conjuntivo
possuia escassas fibras colágenas, algumas ancoradas nos fibroblastos. A
interface epitélio - mesenquimal mostrou lâmina basal e hemisdesmossomos.
Agradecimento
- Prof. Dr. Antônio Sesso
Depto. de
Patologia - FMUSP
48 / 1988
ULTRA-ESTRUTURA
DAS TRABÉCULAS ÓSSEAS E OS FORAMES DO PROCESSO PALATINO DA MAXILA DE RATOS DE
30 DIAS
I.
Watanabe*; A. de Carvalho**; R.A. Lopes***; M.M. Iyomasa**; C.I. Mizusaki**
* Departamento
de Anatomia, ICB -USP
**
Departamento de Morfologia da Universidade do Oeste Paulista
***
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
A forma de
trabéculas ósseas e os forames do processo palatino da maxila em ratos não tem
sido estudados sistematicamente. Portanto, na tentativa de mostrar estas
características, utilizou-se de 12 ratos albinos Wistar de 30 dias. Os animais
foram anestesiados com a inalação de éter sulfúrico e em seguida, removeu-se as
maxilas, fixando-se durante 24 horas em solução de Karnovsky modificada. As
partes moles foram removidas com solução de hipoclorito de sódio a 5% (Lester
et al. 1981). Após a desidratação em etanol, secagem ao ponto crítico, e
metalização com ouro, as peças foram examinadas em microscópio eletrônico de
varredura.
As
fotomicrografias obtidas revelam que o processo palatino da maxila apresenta
uma forma retangular, contendo numerosos forames vasculares de diâmetros
variáveis. Pequenas trabeculações ósseas circundam os forames vasculares que se
acham septados em alguns casos. A superfície da trabeculação é revestida de
espessas camadas de fibras colágenas calcificadas. São notadas numerosos
forames vasculares de várias formas, as quais distribuem-se em três áreas
distintas: junto a superfície dental dos forames são alongados; na porção média
são circulares e na porção mediana, são alongados e circulares.
49 / 1988
USO DE
CORTICOSTERÓIDE NA INSTRUMENTAÇÃO DE CANAIS RADICULARES: SUA ASSOCIAÇÃO AO
CREME ENDO-PTC
L. Hamaoka; G.G. Debelian; J.M.P. Sampaio; E.G. Birman
Faculdade
de Odontologia de São Paulo - FOUSP
As
substâncias químicas auxiliares usadas no preparo do canal radicular são muito
utilizadas, embora sua ação irritante modificam o processo de reparo apical.
Na
tentativa de melhor controlar estes aspectos, associamos um antiinflamatório
(Prednisolona à 2%) ao já comumente utilizado creme de Endo-PTC.
Assim nos
propusemos a analisar a reparação da ferida cirúrgica realizada em tecido
conjuntivo de ratos, para isso utilizamos 20 ratos (Wistar) dividindo-os em 4
grupos que foram sacrificados às 24 h. 7, 14 e 28 dias.
Feridas
cirúrgicas circulares foram realizadas (5 cm de diâmetro) no dorso do animal
obtendo-se um disco de pele com profundidade que atingia até o plano muscular.
O grupo G0
constitui o controle, sendo nele apenas realizada a ferida. No grupo G1 as
feridas foram irrigadas com solução de Tergentol-Furacin. No grupo G2 as
feridas foram preenchidas com 5 ml de Endo-PTC que era neutralizado com solução
de Milton. Após 10 minutos era feita a lavagem das feridas com 2 ml da solução
de Tergentol-Furacin. No grupo G3 o mesmo procedimento foi feito, apenas com o
acréscimo de Prednisolona à 2% no creme de Endo-PTC.
Os
resultados macroscópicos e histológicos observados nos devidos tempos,
indicaram que o grupo G3 com Endo-PTC acrescido de Prednisolona à 2% apresentou
evolução diferente quantitativa e qualitativamente em relação aos grupos G1
(Tergentol-Furacin) e G2 (Endo-PTC normal) que se assemelharam mais aos
resultados obtidos no grupo controle G0.
50 / 1988
VARIAÇÃO DO
METABOLISMO DO GLICOGÊNIO EM GLÂNDULA
SUBMANDIBULAR E FÍGADO DE RATOS SUBMETIDOS A DOSES ELEVADAS DE FLÚOR
D.M.
Ribeiro & J. Nicolau
Departamento
de Bioquímica do Instituto de Química - USP
Devido às
suas propriedades cariostáticas o flúor é largamente utilizado como meio de
prevenção da cárie dentária, quer sistemicamente, através da água de
abastecimento, quer topicamente através de dentifrícios, gel e soluções
fluoretadas. Este fato acarreta a exposição de grande parte da população a este
elemento. Há que se considerar que foi demonstrado que crianças ingerem
aproximadamente 25% dos dentifrícios e soluções fluoretadas utilizadas.
Desta forma
vários autores tem se preocupado em estudar os possíveis efeitos tóxicos do
flúor pois sabe-se que este pode determinar alterações de processos
fisiológicos e bioquímicos tais como o acúmulo de cAMP em hepatócitos e
glândula submandibular de ratos, aumento da glicogenólise em tecido hepático e
muscular e a alteração da atividade de enzimas envolvidas no metabolismo de
carboidratos em hepatócitos de ratos. Frente ao exposto nos propusemos a
investigar o metabolismo do glicogênio em fígado e glândula submandibular de
ratos que receberam injeções intraperitoneais de 10mg F/Kp em l, 2 e 3 doses
consecutivas, com intervalos de 24 h. O conteúdo de glicogênio foi determinado
pelo método de Singh e cols., 1976; (Arch. Biochem. Biophys., 173:82), através
da reação com antrone. Vinte e quatro horas após uma única dose de solução de fluoreto
de sódio, observamos um aumento de 50% no conteúdo de glicogênio em glândula
submandibular expresso em µg/g de tecido (Exp. 0,929 ± 0,189 e cont. 0,6171 ±
0,116). O aumento observado após 2 doses foi de 100,5% (Exp. 1 ,2006 ± 0,3088 e
cont. 0,5987 ± 0, 1053). Com 3 doses, houve uma redução na porcentagem de
aumento de cerca de 36,3% (Exp. 0,8238 ± 0,1609 e cont. 0,6043 ± 0,1174). Em
relação ao fígado observou-se uma resposta diferente da glândula submandibular,
não encontrando-se variação no conteúdo de glicogênio 24 h após uma dose única
e uma diminuição de 20% (Exp. 44,8206 ± 8,5619 e cont. 56, 1673 ± 7,4244) 24 h
após 3 doses consecutivas de fluoreto de sódio. Não se observaram diferenças
estatisticamente significativas nos animais sacrificados 24 h após 2 doses
consecutivas.
TEMAS
LlVRES
51 / 1988
AÇÃO
ANTIMICROBIANA DE MATERIAIS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM DENTINA CARIADA DE CAVIDADES PROFUNDAS
P.A.
Sperança; J. Ranali; R.R. Biral
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O objetivo
deste trabalho foi verificar, comparativamente, a atividade antimicrobiana de
materiais à base de hidróxido de Cálcio quando aplicados em dentina de cáries
profundas. Foram utilizados 50 dentes molares permanentes, assintomáticos,
vitais, portadores de lesões cariosas do tipo Classe I, com comprometimento de
mais de 2/3 da dentina, sem evidências radiográficas de lesões periapicais e
que permitissem isolamento absoluto. O experimento constou de 5 grupos:
Controle, Dycal, Life, Renew e Pasta de Hidróxido de Cálcio.
O exame
microbiológido da dentina seguiu a técnica preconizada por GIBBONS et alii
(1963) e SOCRANSKY et alii (1963). O exame foi realizado em tempos diferentes,
a saber: de imediato para dentina da porção mesial das cavidades e após períodos
de 7 dias (25 dentes) e 30 dias (25 dentes) para a dentina localizada na porção
distal das cavidades e que receberam o tratamento com os materiais.
Pelos
resultados observou-se que a dentina da porção mesial (exame imediato)
mostrou-se contaminada em 100% dos casos; a dentina da porção distal no Grupo
Controle, que foi recoberta com material inerte (parafina), apresentou um
aumento do número de colônias nos períodos de observação (7 e 30 dias);
enquanto que para os outros grupos, verificou-se que nenhum dos materiais foi
capaz de descontaminar a dentina remanescente, embora tenha ocorrido uma
redução do número de colônias, sendo que o Dycal foi o mais efetivo, seguido do
Renew e do Life, respectivamente.
52 / 1988
ALTERAÇÃO
DE COR DE RESINAS COMPOSTAS IMERSAS EM
DIFERENTES
MEIOS LÍQUIDOS
F.J.G. de
Freiras; S. Consani; L.A. Ruhnke
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Os
materiais restauradores estéticos, hoje disponíveis no comércio, não reproduzem
permanentemente a função e a forma dos dentes. A adversidade do meio em que são
empregados e características inerentes ao próprio material determinam, com o
tempo, restaurações insatisfatórias. A grande queixa de paciente portadores de
restaurações estéticas refere-se à instabilidade de cor do material, verificada
após um período relativamente curto de uso - 3 a 4 anos. Vários trabalhos vêm
sendo desenvolvidos, nas últimas décadas, no sentido de detectar as possíveis
causas dessas alterações e, também sugerir alternativas para contornar o problema,
enquanto não solucionado totalmente.
O presente
trabalho teve por objetivo principal avaliar as alterações de cor de 3 resinas
compostas, imersas em diferentes meios líquidos, por um período de tempo não
superior a 30 dias. Visou, também, buscar uma possível correlação entre essas
alterações e fatores, tais como: concentração, tamanho das partículas de carga
e pH dos meios a que estavam expostos os materiais.
Os
registros das alterações de cor, a intervalos de tempo diferentes, foram feitos
através de fotomicrografias.
Os
resultados obtidos permitiram concluir que: 1) corpos de prova representativos
de resinas compostas convencionais são mais suscetíveis às alterações de cor;
2) os ácidos orgânicos, presentes nas soluções empregadas para o estudo, parecem
ter atacado a superfície dos compósitos, principalmente nos primeiros 7 dias,
favorecendo ainda maism, sua descoloração;3 ) a concentração das partículas de
carga parece não contribuir tanto para a descoloração do material, quanto o faz
o seu tamanho.
53 / 1988
ALTERAÇÕES
BUCAIS NA SÍNDROME DE DOWN - ESTUDO PRELIMINAR
S.
Caviglia; O.C.L. Correa; Z. Mustacchi; E.G. Birman
Faculdade
de Odontologia - USP
Hospital
Darcy Vargas
O obietivo
deste estudo visa as alterações bucais de pacientes com Síndrome de DOWN dado a
escassez de dados em nosso meio. A literatura nacional relata uma freqüência de
1 caso para 300 a 600 nascimentos. São descritas numerosas alterações
dentárias, maxilares e de tecidos moles que necessitam uma melhor avaliação.
Realizamos
um levantamento em pacientes com esta síndrome divididos em três grupos
etários. Nesta fase preliminar (até 5 anos) foram observados 30 crianças com
trissomia 21, sem translocação e sem mosaico, sendo 18 meninos e 12 meninas.
Antecedentes familiares, idade dos pais, problemas sistêmicos foram analisados.
Em relação aos tecidos moles observamos presença principalmente de língua
hipotônica (56,6%), fissurada (16,6%) seguida em menor porcentagem de
macroglossia, anquiloglossia, e língua geográfica. O palato ogival era
frequente bem como casss de queilite angular. Também observamos a boca dita em
carpa (16,6%) e introduzimos as medidas de distâncias intercomissural e do
filtrum.
Dentre as alterações dentárias encontramos
giroversão (43,3%) dentes conóides (23,3%) microdontia (20%) além de geminação
e fusão, alteração de erupção e presença de diastemas com atresia do maxilar
superior (13,3%). Entre os hábitos observados predominam o respirador bucal
(16,1%), protrusão do maxilar inferior, uso prolongado de chupeta e mamadeira e
sucção de dedo.
Estes
nossos resultados preliminares permitem uma noção mais profunda dos aspectos
estomatológicos desta Síndrome bem como a padronização de critérios e
parâmetros adequados para o nosso meio e das possibilidades de tratamento dos
problemas bucais e suas conseqüências nestes pacientes.
54 / 1988
ANÁLISE
CRÍTICA DO USO DE BROCAS GATES-GLIDDEN EM DENTES
COM RAÍZES
ACHATADAS (ESTUDO "IN VITRO")
L.R.
Ferreira; R.R. Biral; L. Valdrighi; R.A. Pino
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Trabalhos
anteriores têm mostrado as vantagens do preparo da porção cervical do canal
radicular, antes da instrumentação propriamente dita. Essas manobras facilitam
a manipulação do terço apical, bem como a obturação do canal; e em casos de
necrose pulpar, a descontaminação dos terços cervical e médio evita que restos
necróticos sejam projetados além do canal. Um dos instrumentos rotatórios mais
utilizados para o alargamento das porções cervical e média do canal é a broca
de Gates-Glidden. Essa broca permite a obtenção de uma forma afunilada para o
canal radicular. É necessária a instrumentação prévia do canal através de
instrumentos manuais, antes de utilizar essa broca, a fim de reduzir o risco de
fratura da broca. O objetivo da pesquisa é mostrar até que ponto as brocas de
Gates podem ser usadas em dentes de raízes achatadas, sem provocar ruptura ou
trepanação de suas paredes. Foram selecionados 40 dentes extraídos, 20
incisivos e 20 primeiros molares inferiores, sendo manipulados apenas os canais
mésio-vestibular e mésio-lingual. Estes dentes possuem a característica de
terem suas raízes bem achatadas no sentido mésio-distal. Os dentes foram
divididos em quatro grupos com 5 incisivos e 5 molares: -Grupo A: -Instrumentação
até LK 25 grupo controle; -Grupo B: -Instrumentação até LK 25 e broca GG 2;
-Grupo C: -Instrumentação até LK 25 e brocas GG 2 e 3; e -Grupo D:
-Instrumentação até LK 25 e brocas GG 2, 3 e 4. Os dentes foram mantidos numa
solução de formol apenas para facilitar a posterior instrumentação. A abertura
coronária foi realizada da maneira convencional inclusive com uso da broca de
Batt alargando a entrada do canal. Após a abertura coronária, os canais foram
sequencialmente instrumentados com limas tipo K nº 8, 10, 15, 20, 25 apenas até
o início da curvatura, e posteriormente utilizadas as brocas Gates-Glidden.
Utilizando-se um disco de carborundum, fizemos secções transversais
mésio-distais e vestíbulo-linguais nos dentes. A espessura dos canais radiculares
foi medida com uma lupa milimetrada (aumento de 12 vezes). Em cada um dos
grupos fizemos 3 tipos diferentes de cortes: 4 dentes em secção transversal, 3
dentes em sentido vestíbulo-lingual e 3 dentes em sentido mésio-distal. Em cada
dente foram feitos dois cortes, sendo que um deles no terço cervical e o outro
no terço médio, antes da curvatura. Os resultados das medidas foram comparados
e demonstrado que as paredes mais finas foram observados no Grupo 4, ocorrendo
trepanação em dois dentes desse grupo.
55 / 1988
ANÁLISE
DIFRATOMÉTRICA DE RAIOS X EM COMPÓSITOS ODONTOLÓGICOS
M.F. G6es*;
A.M. Razzaboni**; S.H. Pulcinelli***; H. Panzeri**
*Faculdade
Odontológica de Piracicaba – UNICAMP
**Faculdade
Odontológica de Ribeirão Preto - USP
***Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
O propósito
deste estudo foi determinar a cristalinidade e a composição química dos
elementos que compõem a fase inorgânica de vários compósitos odontológicos.
Cinco
produtos comerciais de procedências diferentes (Concise, P10, Prisma-Fill,
Durafill, Silux) foram polimerizados segundo a recomendação dos fabricantes, em
seguida triturados, compactados em um porta-amostra e analisados através de um
Goniômetro Horizontal de Raios X (HZG-4 VEB Carl Zeiss). Os difratogramas
obtidos contendo a posição angular e a intensidade relativa das linhas de
difração, possibilitaram a determinação da forma e do tamanho da cela unitária,
bem como a composição química da partícula inorgânica do compósito (tabela 1 ).
O concise e
o P10 apresentaram uma estrutura cristalina, enquanto que, o Prisma-Fill,
Durafill e a Silux mostraram-se como sólidos não cristalinos.
TABELA 1
Material
Procedência
Sistema
Cristalino
Fórmula
Química
Concise
P 10
Prisma-Fill
Durafill
Silux
3M Co.
3M co.
L.D. Caulk
Co.
Kulzer dCo.
3M co.
Cristalino
Cristalino
não
cristalino
não
cristalino
não
cristalino
Sio2
Sio2
(mistura)
(mistura)
(mistura)
56 / 1988
ANÁLISE
DIFRATOMÉTRICA DE RAIOS X EM
MATERIAIS
DE INTERESSE ODONTOLÓGICO
M.F. Góes*; S.H. Pulcinelli**; S. Panzeri***
* Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
**
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP
***
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O objetivo
deste trabalho foi estudar a cristalinidade e a composição química de alguns
produtos inorgânicos que possam oferecer condições para serem utilizados como
material de reforço em compósitos. Dezesseis produtos de procedências
diferentes foram preparados (trituração), compactados em um porta amostra e
analisados através de um goniômetro Horizontal de raios X (HZG-4 VEB Carl
Zeiss). Os difratogramas obtidos contendo a posição angular e a intensidade
relativa das linhas de difração, possibilitaram a determinação da foram e do
tamanho da cela unitária, bem como a composição química do material.
Os produtos
Aerosil 200, Celulose Micro-cristalina, Diatômita, Sident 12, sident 20 e o
Sicosil 63 mostraram-se como sólidos não cristalinos, enquanto que, a alumina
C-330, Alumina AM-17, Alumina-Tamiz 0,350 e 0,250, Alumina Alumax-203, Dióxido
de Silício, Quartzo Malha 400 e 600, Quartzo cristal Silmax-40F e a Zirconita
AM-16 apresentaram um estrutura cristalina.
57 / 1988
ANÁLISE
ESTRUTURAL DO CaS04
S.R.W.
Suzuki*; S.H. Pulcinelli**; H. Panzeri*
*Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
**Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
Diferentes
marcas comerciais do sulfato de cálcio (CaSO4) anidro, hemi-hidratado e
di-hidratado foram estudados por difração de raios X utilizando o Goniômetro
Horizontal HGZ-4 (VEB CARL ZEISS - RDA). O interesse na análise deste material
repousa na sua aplicabilidade odontológica, na confecção de moldes para
fundição.
A análise
difratométrica mostrou que os materiais apresentam diferentes formas
estruturais, bem como uma variação nos parâmetros cristalográficos,
evidenciando deformação do retículo.
É
importante notar ainda que foram evidenciadas, neste estudo, diferenças entre
materiais anteriormente estudados e os que encontram-se disponíveis no mercado
hoje.
58 / 1988
ANÁLISE
MORFOMÉTRICA DA MUCOSA PALATAL E GENGIVA INSERIDA EM SERES HUMANOS
A.C.M.
Stipp; M.R.D. de Menezes; J.H. Damante; L.E.M. Chinelatto
Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
A mucosa
normal de gengiva inserida e palato duro de indivíduos adultos de ambos os
sexos, foi submetida a uma análise morfométrica, a nível de microscopia óptica,
com a finalidade de investigar as possíveis diferenças, sob o ponto de vista
quantitativo, das mucosas entre si, bem como entre o sexo masculino e feminino.
Em relação
ao epitélio, as observações obtidas neste estudo, demonstraram que o volume
nuclear, citoplasmático e celular absoluto foram maiores no palato que na
gengiva, enquanto que o número de células por unidade de volume foi maior na
gengiva, em ambos os sexos. A relação superfície luminal/superfície basal do
epitélio não apresentou diferença estatisticamente significante entre a gengiva
e o palato, embora a espessura do epitélio tenha sido maior no palato, em ambos
os sexos.
Quanto à
avaliação morfométrica das estruturas presentes na lâmina própria, verificou-se
que o número absoluto de fibroblastos por unidade de volume foi maior na
gengiva do que no palato, enquanto que o número de células imigrantes não
apresentou diferença significante entre os dois tecidos. Relativamente às
frações de volume ocupadas pelas diferentes estruturas da lâmina própria,
observou-se que os núcleos de fibroblastos e os vasos sanguíneos ocuparam uma
maior fração de volume na gengiva, o mesmo não se verificando com as fibras
colágenas, que ocorreram em maior número no palato em ambos os sexos.
Todos os
parâmetros analisados não diferiram significantemente entre o sexo masculino e
feminino.
59 / 1988
ASPECTOS
MORFOLÓGICOS MOSTRADOS PELO TECIDO ÓSSEO QUANDO DA ERUPÇÃO DO 1º MOLAR SUPERIOR
DE RATOS
A.W.
Almeida & M.L.P. Almeida
Disciplina
de Histologia - UFU e ICB/USP
Temos
estudado a nível ultraestrutural, as reações teciduais encontradas do osso
alveolar e áreas vizinhas, durante o processo de erupção do primeiro molar.
Os achados
morfológicos têm mostrado que na face óssea que está sofrendo reabsorção,
existem certas características bem marcadas e constantes, a saber:
1. O
processo de erupção acontece em fase precoce do desenvolvimento do dente, antes
mesmo do início da mineralização do manto dentinário;
2. Nas
imediações dos osteoclastos, responsáveis pela digestão do tecido ósseo, há uma
reação tecidual que lembra morfologicamente um quadro inflamatório;
3. Grande
quantidade de células envolvidas em tal processo inflamatório mostram quadros
morfológicos de lise celular, com evidente fragmentação citoplasmática destes
elementos;
4. Os
osteoclastos apresentam um comportamento que sugere seu envolvimento com tais
elementos celulares. Entre as células envolvidas incluem-se também os
osteoclastos e osteócitos que mostram evidentes sinais de desagregação
citoplasmática quando próximos aos osteoclastos.
Diante dos
achados morfológicos, acreditamos que seja possível admitir a hipótese da
existência de uma relação entre processos de reabsorção com inflamação
localizada. Acreditamos ainda, que nos processos de reabsorção do osso alveolar
de ratos, os osteoclastos possam desempenhar outras funções, além de sua
conhecida atuação sobre a matriz óssea mineralizada.
60/ 1988
ATIVIDADE
MACROFÁGICA SOBRE SUBSTÂNCIAS DE USO ODONTOLÓGICO
R.C.C. Lia;
M.R.B. Oliveira; C. Benatti Neto
Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP
A atividade
macrofágica é visualizada com características diversas, onde os elementos
estranhos sugerindo material, encontram-se nas células ora mesclados ora
isolados, tanto em células gigantes quanto em macrófagos.
Nesta
pesquisa foram utilizados 36 ratos albinos, machos, adultos jovens que
receberam implantes no tecido subcutâneo de tubos de polietileno contendo os
materiais, conforme normas da American Dental Association, com períodos de
experimento de 7, 21 e 60 dias.
Nos
períodos pré-determinados realizaram-se as biópsias que, após tramitaçâo
laboratorial, foram examinadas por microscopia óptica comum.
1. A
atividade macrofágica é no geral intensa, sobretudo nos períodos médios,
persistindo nos finais, na dependência da possibilidade ou não de digestão;
2. Esta
ação é exercida sobre componentes do material isolados ou em grupos;
3. Em
alguns nódulos reacionais as células macrofágicas foram vistas por vezes em
diferentes graus de degeneração como que sofrendo a ação do material
fagocitado.
61 / 1988
AVALIAÇÃO
DE ATIVIDADE ANTISSÉPTICA FRENTE A CULTURAS DE C. albicans ISOLADAS DE
PACIENTES COM CÂNCER BUCAL, PACIENTES
IRRADIADOS
E PORTADORES DE PRÓTESE TOTAL
A. E. Cury; C.R. Paula; E. G. Birman
Faculdade
de Ciências Farmacêuticas – USP
Instituto
de Ciências Biomédicas – USP
Faculdade
de Odontologia -USP
A eficácia
em C. albicans do cloreto de cetilpiridino hexaclorofeno, timerosal
(mertiolate) e triclosan foi testada com 45 culturas obtidas da boca de
pacientes com câncer bucal, irradiados e portadores de prótese total.
Suspensões destas culturas foram usadas num teste de concentração inibitória
mínima (meio líquido), sendo cada antisséptico usado numa concentração entre
100 ug/ml a 0,39 ug/ml obtidas por diluições em sabouraud-dextrose. Os
resultados demonstraram que as amostras de C. albicans de pacientes com câncer
ou tratados por irradiações eram altamente sensíveis em pequenas concentrações
ao cloreto de cetilpiridino e triclosan. Uma baixa sensibilidade foi
demonstrada ao hexaclorofeno indicando um comportamento diferente das culturas
obtidas de pacientes usando uma prótese total e apresentando candidose atrófica
crônica. Apenas o timerosal apresentou resultados semelhantes em todos os
grupos. É necessário questionar sobre as condições bucais observadas nestes
pacientes que usam prótese total, e confirmar "in vivo" estes achados
laboratoriais para se poder compreender melhor a patogenia da candidose
atrófica crônica e tratá-la mais eficientemente.
62 / 1988
AVALIAÇÃO
DA CLÍNICA DA BARRAGEM SANTA LÚCIA - II
H.H.
Paixão; J.H.L. Amaral; Z.A. Silva; M.P.S. Silva
Faculdade
de Odontologia - UFMG
O presente
trabalho, subprojeto 4 do Projeto de Avaliação da Clínica Odontológica da
Barragem Santa Lúcia, no período 1981-86, se refere ao impacto da Clínica na
comunidade atendida, tendo como objetivos:
1.
Descrever o grau de envolvimento e expectativa da comunidade (moradores da
Barragem Santa Lúcia) com respeito à Clínica Odontológica;
2.
Descrever os principais problemas de saúde oral da comunidade;
3.
Verificar o impacto do serviço da clínica nos níveis de saúde oral da
comunidade.
Serão
realizadas:
a)
entrevistas em 500 domicílios, através de questionário com perguntas abertas e
fechadas;
b)
entrevistas com grupos organizados da comunidade e funcionários dos serviços
locais: posto de saúde; trabalhadores da fábrica comunitária de material de
construção e comissão de saúde;
c)
comparação dos dados levantados na implantação da clínica (quadro de queixas
principais) com aqueles que serão verificados agora;
d) relação
entre o número aproximado de moradores e o número de pacientes atendidos,
levando em conta a capacidade resolutiva da clínica.
O presente
trabalho se encontra em fase de teste do questionário. Este foi aplicado em 20
domicílios e agora passa por uma fase de estudo e reelaboração. Foram feitos
contatos com grupos organizados da comunidade no período de elaboração do
sub-projeto e do questionário, sendo que estes contatos foram estreitados
durante o período de aplicação do pré-teste.
63 / 1988
AVALIAÇÃO
CLÍNICA DA EFETIVIDADE DO CIMENTO DE SILICO-FOSFATO NA INIBIÇÃO DE CÁRIES
M.F. de L.
Navarro; R.M. de Carvalho; A. Ishikiriama; J. Mondelli
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
O flúor, a
partir da década de 40, tem se tornado o personagem principal no combate à
cárie dental. Alguns cimentos restauradores possuem flúor na sua composição e
esse flúor é liberado para as estruturas dentárias, exercendo um provável
efeito anticariogênico. O trabalho de SWARTZ et al. em 1980, demonstrou um
aumento de cerca de 500 a 5000% na quantidade de flúor presente no esmalte de
dentes restaurados com cimento de silico-fosfato. Baseado nessa afirmação, foi
realizada uma investigação clínica para avaliar a capacidade de inibição de
cáries do cimento de silico-fosfato em comparação com o amálgama. Foram selecionados
pacientes de ambos os sexos com idade entre 10 e 14 anos, que apresentavam
dentes premolares com cáries incipientes de cicatrículas e fissuras
exclusivamente oclusais, o que era confirmado pelo exame clínico e radiográfico
interproximal inicial. Cada paciente recebeu restaurações de classe I com
cimento de sílico-fostato em um hemiarco e amálgama para controle do hemiarco
oposto.
Na
avaliação de 1 ano não foi encontrada diferença entre os materiais em teste com
relação à presença de cárie, porém o cimento de sílico-fosfato se mostrou mais
vantajoso com relação ao custo-benefício do que o amálgama.
A avaliação
de 2 anos foi realizada através de exame clínico e radiográfico para
verificação do aparecimento de novas lesões. Após 2 anos de controle, foram
reexaminados 26 pacientes e não se observou o aparecimento de novas lesões
cariosas nos dentes tratados com os dois materiais. Apesar de algumas
restaurações de cimento de sílico-fosfato estarem ausentes clinicamente, também
não foi observada a reincidência de cárie na cavidade.
64 / 1988
AVALIAÇÃO
CLÍNICA DE RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA: DOIS ANOS DE ESTUDO
R..Y.
Ballester; P.E. Capel Cardoso; W.G. Miranda Junior
Faculdade
de Odontologia - USP
O amálgama
de prata é o material restaurador odontológico mais utilizado na clínica. A
maioria dos trabalhos nesta área referem-se ao comportamento laboratorial de
resistência mecânica e corrosão, e também características de manipulação. Nosso
trabalho visa obter dados do comportamento clínico de oito ligas para amálgama
após dois anos de uso no meio bucal.
As ligas e
os dentes a serem restaurados foram distribuídos ao acaso junto aos operadores,
bem como durante as avaliações. Os parâmetros utilizados foram os propostos por
Gunnar Ryge (recidiva de cárie, integridade marginal, forma anatômica,
descoloração e textura superficial).
As ligas de
alto teor de cobre (REZZIZT, REZZIZT II, VERALOY, ARISTALOY 21 e VENTURA III)
apresentaram melhor resultado quanto à integridade marginal que as
convencionais (VELVALOY e I.Z.N, [Experimental F.O.U.S.P.]) com exceção da liga
NOVALOY. Quanto à manutenção do brilho,
as ligas I.Z.N. e REZZIZT foram as melhoes, VELVALOY e VERALOY intermediárias e
as demais abaixo da expectativa.
Quanto à
textura superficial, VELVALOY , ARISTALOY 21 e VERALOY tiveram ótimo
desempenho, I.Z.N., REZZIZT intermediário e as demais abaixo da expectativa.
De todas as
ligas apenas a NOVALOY mostrou-se ser imprópria para uso Odontológico.
65 / 1988
AVALIAÇÃO
DAS CONCENTRAÇÕES INIBITÓRIAS MÍNIMAS DE PENICILINA G, METRONIDAZOL E
CLINDAMICINA, PARA AMOSTRAS ORAIS DO GRUPO Bacteroides fragilis ISOLADAS DE
Callithrix penicillata
M.J.
Avila-Campos; M.A.R. Carvalho; C.A.V. Damasceno; E.O. Cisalpino
Instituto
de Ciências Biológicas - UFMG
Considerando-se
o recente isolamento de bactérias do grupo B. fragilis da cavidade oral de
símios C. penlcillata mantidos em cativeiro no biotério do ICB/UFMG e, a partir
de uma avaliação preliminar de seu perfil de suscetibilidade a antimicrobianos,
tornou-se fundamental um aprofundamento deste estudo, tendo em vista a
reconhecida e crescente resistência de microrganismos desse grupo a drogas
comumente usadas na terapêutica. Assim, foram determinadas as concentrações
inibitórias mínimas para penicilina G, metronidazol e clindamicina, pelos
métodos de diluição em ágar (ágar BHI-S) e diluição em caldo (caldo BHI-S) de 9
amostras do grupo B. fragilis isoladas de placa dentária de 5 C. penicillata,
caracterizadas no Laboratório de Microbiologia Oral e Anaeróbios do Deptº de Microbiologia,
tendo como controle a amostra padrão ATCC 23745. As placas com meio sólido
foram inoculados com multi-alça e, os caldos, com uma gota das culturas
padronizadas. As leituras foram realizadas após 24 e 48 h de incubação a 37°C
em anaerobiose, pelo crescimento nas placas adicionadas de antimicrobianos em
relação às placas-controle e, pela comparação visual de crescimento em caldo
com as diferentes concentrações dos agentes, com aquele dos tubos-controle. A
análise dos resultados mostra que todas as amostras foram inibidas, em ambos os
métodos, pelas concentrações de 64 µg/ml de penicilina, 16 µg/ml de
metronidazol e 4 µg/ml de clindamicina. Todas foram resistentes, também em
ambos os métodos, às concentrações de 0,25 µg/ml de penicilina e de metronidazol,
sendo a maioria sensível à clindamicina nesta concentração. Os resultados
mostram variação na sensibilidade dos métodos e quanto aos níveis de
resistência, em comparação com isolados humanos intestinais. Tendo em vista a
relevância desse grupo microbiano, estes dados devem ser ampliados, como
informação biológica básica e para estudo comparativo com amostras humanas.
Apoio CNPq
66 / 1988
AVALIAÇÃO
DA EFICIÊNCIA DE DUAS TÉCNICAS ENDODONTICAS NA REDUÇÃO DA MICROBIOTA DOS CANAIS
RADICULARES
K.L. Melo
Maltos & G.R. Melo
Faculdade
de Odontologia - UFMG
Os
microrganismos são de fundalmental importância para o desenvolvimento das
alterações patológicas pulpares e periapicais. Sua eliminação juntamente com o
conteúdo necrótico dos canais radiculares são requisitos essenciais para o
sucesso da terapia endodôntica.
A técnica
de instrumentação coroa-ápice sem pressão, desenvolvida na Universidade de
Oregon, foi sugerida para minmizar a extrusão do conteúdo necrótico do canal
radicular para a região periapical, sendo sua principal indicação o tratamento
de dentes com canais acessíveis e infectados. Consiste na preparação prévia dos
2/3 coronários com brocas Gates Glidden e posterior preparação do terço apical
manualmente sem movimentos de limagem. Por ser atraumática, acreditam seus
preconizadores que, quando utilizada, não existe razão biológica que
contra-indique o tratamento em sessão única, desde que o dente apresente
condições clínicas satisfatórias.
Nosso
objetivo foi avaliar a eficiência desta técnica na redução da microbiota
presente nos canais radiculares, em comparação com a técnica de instrumentação
seriada convencional.
Foram
selecionados pacientes com dentes portadores de necrose pulpar, os quais foram
aleatoriamente divididos em 2 grupos. No grupo I utilizou-se a técnica seriada
convencional e no grupo II a técnica coroa-ápice sem pressão, ambas associadas
à irrigação com solução antisséptica. As colheitas das amostras foram feitas em
4 momentos do tratamento. 1ª sessão: 1º) Após acesso coronário; 2º) Após a
instrumentação. 2ª sessão: 3º) Após remoção do selamento provisório. 3ª sessão:
4º) Após remoção do selamento provisório. Nos intervalos entre as sessões
colocava-se no interior do canal um cone de papel estéril sem nenhum
medicamento. As amostras foram incubadas em aerobiose e anaerobiose.
Nos
resultados preliminares observou-se nos 2 grupos uma redução considerável da
microbiota em aerobiose e anaerobiose logo após a instrumentação, contudo com o
intervalo de até 2 semanas, houve um crescimento de microrganismos, observando
maior aumento naqueles incubados em anaerobiose.
67 / 1988
AVALIAÇÃO
DA INFILTRAÇÃO MARGINAL EM CAVIDADES DE CLASSE II MOD RESTAURADAS COM CINCO
SISTEMAS ADESIVOS
M.H. da
Silva e Souza Jr.; L.C.C. Vieira; M.F. de L. Navarro; J.L. Coradazzi
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
O objetivo
deste estudo foi avaliar cinco sistemas adesivos quanto à capacidade de impedir
a infiltração marginal em cavidades classe II MOD em dentes humanos extraídos,
tanto em margem de esmalte como de cemento. Cinco grupos de oito dentes foram
restaurados de acordo com as instruções dos fabricantes. Após o que os
espécimes foram submetidos a ciclagem térmica durante uma semana, num total de
105 ciclos, variando a temperatura de 5°C a 55°C. Durante o último ciclo foram
colocados em uma solução de Rhodamina-B a 0,1%, lavados e seccionados, com a
finalidade de verificar o grau de infiltração, o que foi realizado por dois
avaliadores, através de microscopia de fluorescência por luz incidente através
de epifluorescência. Os resultados foram submetidos a tratamento estatístico
através dos testes de Kruskal Wallis e ao de comparações individuais de Miller.
Desta forma podemos concluir que:
1 .Nenhum
dos sistemas restauradores adesivos estudados foi capaz de impedir totalmente a
infiltração marginal.
2. Os
sistemas restauradores adesivos Glass Ionomer Liner/Scotchbond/P-30,
Scotchbond/p-30 e Bondlite/Herculite apresentaram significantemente menos
infiltração marginal quando comparados com o sistema Gluma/Lumifor, para as
margens de esmalte.
3. O
sistema restaurador adesivo Glass Ionomer Liner/Scotchbond/P-30 apresentou
significantemente menos infiltração marginal quando comparado com os sistemas
ARM/Adaptic e Gluma/Lumifor para as margens de cemento.
4.
Independente do sistema restaurador adesivo empregado, houve significantemente
mais infiltração marginal nas margens de cemento.
68 / 1988
AVALIAÇÃO
PERIODONTAL COM SONDA INTPC E MICHIGAN COMPUTARlZADAS. UM NOVO MÉTODO
QUANTITATIVO USANDO ESTENSÔMETROS ELÉTRICOS
H.H.
Rodrigues* & C.A. Pelá**
* Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
* Federação
Dentária Internacional
**
Faculdade de Filosofia de Ribeirão Preto - USP
Foi
desenvolvido um novo sistema computadorizado de sondagem periodontal usando a
sonda INTPC proposta pela FDI/OMS. Desde que foi idealizado por AINAMO e
equipe, ela vem sendo empregada da maneira convencional pelo clínico ou pelo
periodontista, com vantagem sobre a sonda comum Michigan, por ser menos
iatrogênica e exigir menor treino de sondagem. Preocupados com as vantagens da
pressão de sondagem constante e medição eletrônica precisa do sulco gengival,
Gibbs e equipe (1988) Flórida-USA, aplicaram na sonda Michigan um transdutor
com leitura digital, cujas medidas de pressão e profundidade de sondagem
alimentam um computador através de uma interface. Sild e equipe (1987),
Bologna, Itália, desenvolveram um sistema computadorizado cuja sonda é
especial, similar à sonda Michigan. Verificando a nível clínico-histológico que
a sonda INTPC é sensivelmente menos iatrogênica que a sonda Michigan,
desenvolvemos um sistema mais simplificado que os de Gibbs ou Sild, onde
utilizamos nas sondas INTPC ou Michigan vários estensômetros eletrônicos da
Shinton Japan Co. Estes são presos a uma mesa para recebê-los, preparada no
istmo da sonda periodontal. A sonda, por sua vez, é conectada a um medidor de
deformação ME-01D-SODMEX-Brasil, que consiste de um amplificador de sinais e
uma ponte de Wheatstone munida de um transdutor com leitura digital, com
sensibilidade para 10-5/10-6 e/ou saída analógica para permitir registros
gráficos em um Registrador HD, X-5 Recorder da Hewlet Packard-USA. O sistema
que utilizamos permite controlar a pressão clínica de sondagem ideal da bolsa
periodontal, respeitando limites de pressão sobre o tecido gengival,
compatíveis com técnicas menos iatrogênicas, comprovadas histologicamente. Os
limites de pressão de sondagem variam desde 1 a 200 gramas. O armazenamento de
dados em computador permite análise e comparação estatística, obtendo-se,
rapidamente, inclusive histogramas ou curvas de ajuste que possibilitam
comparação gráfica, orientando a conduta clínica de avaliação entre dentes de
pacientes ou diferentes visitas.
69 / 1988
AVALIAÇÃO
QUANTITATIVA DA PELÍCULA DE ESPAÇADORES PARA TROQUEL DE GESSOS
W.
Matsumoto; R.B. Roselino; G. Maia Campos; R.M. Fernandes; R.P. Almeida
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O objetivo
deste trabalho foi avaliar quantitativamente a espessura das películas de
espaçadores com o rugosímetro TAYLOR HOBSON (Roselino & Maia Campos). Os
espaçadores utilizados foram de resina Duralay dissolvidas em clorofórmio nas
concentrações de 5, 10, 15, 20 e 25 por cento. Os modelos de gesso foram
pincelados com esas soluções de resinas. Qualquer que fosse a solução o modelo
de gesso recebia somente uma camada de espaçador.
Os resultados
mostraram que os valores médios em micrômetros foram: 2,65; 21,60; 30,25; 36,05
e 49,80 para os espaçadores com concentração de 5, 10, 15, 20 e 25%
respectivamente. Pode-se verificar que quanto mais alta for a concentração do
espaçador mais alto é o degrau formado sobre a superfície do corpo-de-prova, ou
seja, mais viscoso é o espaçador .
A análise
estatística mostrou que os espaçadores eram estatisticamente diferentes uma da
outra e dentre os espaçadores comparados, a de concentração 15% ofereceu a espessura
mais uniforme e regular.
70 / 1988
AVALIAÇÃO
DA RESISTÊNCIA DE UMA UNIÃO ENTRE CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO E RESINA
COMPOSTA
M.F. de L.
Navarro; L. T. de A. Poletto; A. Ishikiriama; J. Mondelli
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Desde que
foi proposta, a "técnica sanduíche" tem passado por várias
modificações, a fim de melhorar a resistência de união entre o cimento de
ionômero e a resina composta. O propósito deste estudo foi avaliar e comparar a
resistência de união às forças de tração entre resina composta-adesivo-ionômero
de vidro submetidos ao desgaste e condicionamento ácido em um tempo imediato e
mediato.
Foram
empregados os cimentos ChemFil II e Cerm-fil, unidos ao sistema restaurador
Scotchbond-Silux. Na técnica imediata a superfície do cimento foi desgastada
com lixa d'água número 400, sob água corrente, 10 minutos após o início da
mistura. Em seguida ao condicionamento ácido lavagem, secagem, aplicação de
adesivo, os corpos de prova de cimento foram unidos à resina composta. Para a
técnica mediata, os espécimes foram armazenados em saliva artificial por 24
horas previamente ao desgaste, condicionamento e união à resina composta. Foram
realizados 20 corpos de prova para cada grupo testado, a saber: Grupo A,
ChemFil II técnica imediata; Grupo B, ChemFil II técnica mediata; Grupo C,
Ceram-fil técnica imediata; Grupo D, Ceram-fil técnica mediata. Os testes de
tração foram realizados na máquina universal de ensaios regulada a uma
velocidade de 0,5 mm/min, 60 minutos após a união. Os resultados obtidos foram:
Grupo A 47,15 Kg/cm²; Grupo B, 63,07 Kg/cm²; Grupo C, 38,86 Kg/cm²; Grupo D,
43,39 Kg/cm².
Esses
dados, submetidos à análise de variância a dois critérios de classificação,
mostraram que a resistência de união foi significantemente melhor nos grupos
onde a técnica mediata foi empregada.
Para as
condições em que esse trabalho foi realizado, pode-se concluir que a técnica
mediata melhora a resistência de união ionômero resina em relação à técnica
imediata.
71 / 1988
AVALIAÇÃO
DAS RMF REALIZADAS PELOS ALUNOS, 60ª TURMA DENTÍSTICA OPERATÓRIA, FACULDADE
ODONTOLOGIA RIBEIRÃO PRETO, USP
A.M.
Razaboni; M.D. Souza Neto; R. Fachin; Y. T.C. Silva
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O propósito
deste trabalho foi analisar sob aspectos lisura superficial, brilho e adaptação
marginal, nas ligas Duracast MS e Goldent LA., em crescente uso na Odontologia.
Foram
confeccionados 75 RMF em molares utilizando a técnica de preparo proposta por
SHILLING-BURG, pelos alunos da 60ª Turma da Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto - USP, na disciplina de Dentística Operatória.
As
moldagens foram conseguidas com sistema Optosil x Xanopren, os troqueis
encerados e a fundição realizada com ligas citadas.
Após
polidas e cimentadas, as RMF foram analisadas estatisticamente, comparando-se
as ligas entre si, como também suas diferenças nas regiões da restauração tipo
onlay.
A liga
Goldent LA. apresentou maior valor de lisura superficial que a liga Duracast
MS. Com relação as regiões não houve diferença significativa estatisticamente
entre as duas ligas. Independentemente da liga, a face oclusal apresentou maior
lisura que as demais.
Sob aspecto
brilho, a liga Duracast MS. apresentou maior valor estatístico. No sulco
oclusal e na face oclusal não houve diferença entre as duas ligas enquanto que
na face mesial e distal a liga Duracast MS., apresentou maior valor.
Com relação
à adaptação marginal a liga Duracast MS., apresentou melhores resultados.
Independentemente da liga, a melhor adaptação foi verificada na face oclusal e
nesta, a sua porção vestibular .
72 / 1988
BACTERIOSCOPIA
QUANTITATIVA PARA DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DA DOENÇA PERIODONTAL AVANÇADA
S. Papini;
F.A. Diniz; R. Lotufo; M.A.A. Santos; R.M. Yanaguita
Instituto
de Ciências Biomédicas - USP
Procedeu-se
análise bacterioscópica quantitativa de microrganismos espiralados presentes na
placa dental sub-gengival de 48 dentes, dos quais 19 eram portadores de Doença
Periodontal Avançada (4 em tratamento) e 29 clinicamente sadios, de pacientes
do Ambulatório de Periodontia da Faculdade de Odontologia de São Paulo, USP.
Observou-se
que somente em 3 dentes "sadios" um de cada tipo analisado (dentes
anteriores) foi registrada a presença de uma única célula espiralada (40.000/g
de placa) enquanto que as contagens destes microrganismos nos dentes com Doença
Periodontal Avançada revelaram números superiores a 3 células espiraladas
(120.000/g de placa) até 84 (3.360.000/g de placa). Nos dentes em tratamento
periodontal, os valores obtidos são semelhantes aos dos "sadios" (0 -
40.000/g placa).
Concluiu-se
as contagens até 40.000 cels. espiraladas por grama de placa sub gengival
sugerem índices normais da população microbiana e que valores superiores seriam
indicativos de Doença Periodontal em atividades além de serem diretamente
proporcionais as perdas ósseas apresentadas.
73 / 1988
CÁRIE
RADICULAR: CONTROLE E TRATAMENTO DAS LESÕES
C.M. Neves;
S.L. Henz; M. Maltz
Faculdade
de Odontologia - UFRGS
O objetivo
do presente trabalho foi o de avaliar a possibilidade de controle de lesões de
cárie radicular ativa, através de medidas terapêuticas não restauradoras.
Sete
pacientes com lesões de cárie radicular ativas e não profundas (máx. 2 mm)
receberam terapia direcionada a inativação da lesão. São consideradas lesões de
cárie radicular ativa, aquelas com consistência mole e cor amarelada.
A terapia
instituída baseada no controle dos fatores determinantes da doença consistiu
de: instrução de higiene bucal e profilaxia profissional (controle de placa),
substituição de dieta cariogênica e aplicação tópica de flúor fosfato acidulado
(1,23%) semanal. A estabilização da lesão foi observada durante um período de
2-4 meses.
As lesões
de cárie radicular ativa estudadas se tornaram inativas (resistentes a sondagem
e de coloração mais escurecida). O tempo necessário para inativação das lesões
foi variável de paciente para paciente.
Os
resultados demonstraram que há possibilidade de controlar a progressão de
lesões de cárie radicular ativa, através da instituição de uma terapia de
controle dos fatores determinantes da doença.
74 / 1988
COMPARAÇÃO
ENTRE SOFTWARES UTILIZADOS NA CRIAÇÃO DE ARQUIVOS APLICADOS À ODONTOLOGIA
A.L.
Rodrigues Jr.
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Na fase
inicial de implantação da Informática na Odontologia, vários softwares têm sido
utilizados para manipular Banco de Informações.
O presente
trabalho compara um software desenvolvido especificamente para rotinas
hospitalares (MUMPS) com os disponíveis no mercado nacional, que são mais
utilizados na elaboração de programas de aplicação prática, nas áreas
odontológicas (DBASE III e BASIC).
Inicialmente,
foi definido o conceito de 'padronização de informação', para servir de
parâmetro de comparação entre os softwares. Além disto, foram analisados os
tipos de arquivos possíveis em cada software, bem como a perda de espaço de
memória (bytes) decorrente da criação de arquivos.
Nesta
comparação, o DBASE III e o BASIC apresentaram perda de bytes nos registros
criados, pois exigem que os campos dos registros sejam definidos previamente,
dificultando a manipulação de dados não padronizados. O MUMPS, por não perder
espaço de memória nem informações ao manipular dados não padronizados, foi o
software adequado à estruturação de arquivos, com a finalidade de armazenar
dados de pesquisas clínicas.
75 / 1988
CORRELAÇÃO
DOS ASPECTOS CLÍNICOS E ULTRA-ESTRUTURAIS DE LESÕES BRANCAS DA MUCOSA BUCAL
L. Bozzo;
O.P. Almeida; J. Jorge Junior; A. Nascimento
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Algumas
alterações estruturais da mucosa oral podem se manifestar clinicamente como
áreas esbranquiçadas. Leucoplasia, Liquen Plano, Candidíase, Leucoedema, Nevo
Branco Esponjoso, Língua Geográfica, Estomatite Nicotínica, Placa Sifilítica e
Carcinoma "in situ" são as lesões que mais comumente se manifestam
como lesões brancas da mucosa bucal. O aspecto esbranquiçado dessas lesões
constitue a expressão clínica de alterações que estão ocorrendo na intimidade
dos tecidos. O potencial maligno dessas alterações tem permitido a
caracterização de algumas dessas lesões como pré-cancerosas. Entendendo como
lesão pré-cancerosa, "um tecido morfologicamente alterado no qual o câncer
tem maior probabilidade de ocorrer do que em sua contraparte aparentemente
normal", procurou-se no presente trabalho, estabelecer uma correlação
entre o aspecto clínico e as alterações ultra-estruturais dessas áreas
esbranquiçadas da mucosa.
Biópsias
fixadas em Formol-Cálcio e em Gluteraldeído foram examinadas em Microscopia de
Polarização e M. Eletrônica. Displasia epitelial em diferentes graus de
severidade, variações na diferenciação e na maturação dos queratinocitos e
células inflamatórias no conjuntivo subjacente variam de uma lesão a outra. A
densidade da infiltração de linfócitos e plasmócitos não mostrou correlação com
as alterações epiteliais, aponto de permitir qualquer generalização.
(Trabalho
desenvolvido com apoio da FAPESP-Proc. 80/1086-0)
76 / 1988
CORRELAÇÃO
ENTRE OS MÉTODOS DE HEMÓLISE E DE EVANS, PARA TESTES DE BIOCOMPATIBILIDADE DE
SQLUÇÕES AUXILIARES
ENDODÔNTICAS
H. H.
Rodrigues
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O
"screening test" de hemólise é o único método in vitro, capaz de
quantificar os níveis de toxidez aguda de soluções detergentes, ou antisséticas
de uso endodôntico. Usando a hemácia em condições ideais o efeito hemolítico
que algumas drogas tem, pode ser quantificado através da leitura da densidade
ótica em espectrofotômetro. A concentração das drogas testadas é proporcional a
sua toxidez. Assim o hipoclorito de sódio a 0,5%, 1%, 2,5% e 5,0% como
diferentes concentrações clínicas de uso exibem toxidez aguda diferentes.
O teste de
Evans em tecido subcutâneo de rato, que seria o segundo método de escolha no
elenco de métodos da Federação Dentária Internacional (FDI-WG5) para testar
soluções endodônticas oferece boa correlação com o teste de hemólise.
A injeção
de concentrações similares de hipoclorito de sódio em subcutâneo de rato
demonstra que a permeabilidade capilar e a inflamação aumentam
proporcionalmente a concentração das soluções testadas.
Conclui-se
que os níveis de toxidez aguda em hemácias in vitro (efeito hemolítico) e o
efeito irritante in vivo em tecido subcutâneo (efeito irritante) são métodos
quantitativos reprodutíveis indispensáveis para o estudo da biocompatibilidade
de soluções auxiliares endodônticas.
77/ 1988
DENTIFRÍCIO
COM ATIVIDADE ANTISSÉPTICA
E. H.
Guimarães Lara* & H. Panzeri**
* Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP
**Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
Os
dentifrícios constituem o meio mais difundido, de higiene da cavidade bucal, de
aparelhos protéticos e de aparelhos ortodônticos.
Associado a
uma escova dental, oferece, de forma simples, condições para que um número,
cada vez maior de pessoas realizem a limpeza da boca.
Como
produto acabado, os dentifrícios correspondem a uma mistura equilibrada de um
número grande de substâncias com características muito diferentes entre si e
que, para exercerem sua atividade específica, não devem ter incompatibilidades
de qualquer natureza.
Apoiado
pelo FIPEC (proc. 1.1198), como um grupo de pesquisa, desenvolvemos um
dentífrio com algumas características fundamentais: ter atividade antisséptica;
ter baixa abrasão, não apresentar incompatibilidade de qualquer natureza, entre
os produtos componentes, viscosidade compatível; pH ajustado para melhor ação
antisséptica; consistência comparável a produtos comerciais; interação de
tensioativos ou determinantes catiônicos e anfóteros; cor branca; sabor
agradável.
Decorrente
da pesquisa básica, na qual foi dada ênfase, também, a utilização de produtos
básicos de origem nacional, foi desenvolvida toda tecnologia de obtenção deste
produto.
Após o
término dos ensaios, incluindo aqueles de natureza bacteriológica, a formulação
e tecnologia foi repassada à Fundação para o Remédio Popular do Estado de São
Paulo, através de Convênio com a USP.
Como uma
proposta de melhoria da saúde bucal, o compromisso está alicerçado na seguinte
sequência: a FURP produz, entrega às Secretarias Municipais de Saúde e estas
para a comunidade, principalmente, aos escolares dentro de um programa geral de
educação, incluindo a saúde.
78 / 1988
O
DESENVOLVIMENTO MANDIBULAR E DENTÁRIO EM RATOS – FONTE DE ESTUDOS ODONTOLÓGICOS
M.A.L.
Souza & L.M. Louro
Faculdade
de Odontologia - UFRS
O rato é um
excelente animal para experimentos em odontologia na medida em que é um animal
de fácil aquisição e manuseio e de ciclo evolutivo rápido. Seu sistema dentário
apresenta peculiaridades que o tornam particularmente interessante para
estudos, por exemplo, sobre:
-erupção
dentária
-amelogênese
-estabelecimento
dos periodontos
-reações
pulpares, etc, devido a existência do incisivo de crescimento contínuo e a
existência de 3 molares que se assemelham aos dentes humanos com relação aos
processos de morfogênese dos tecidos dentários e periodentais.
No entanto,
para que os trabalhos realizados neste animal experimental apresentem
confiabilidade, é necessário um perfeito conhecimento da morfofisiologia do
sistema mastigatório do rato assim como da evolução deste sistema.
O presente
trabalho se propõe a mostrar a anatomia macroscópica e radiográfica de
mandíbulas de rato em desenvolvimento dos 10 aos 40 dias de vida.
79 / 1988
DESENVOLVIMENTO
MORFOFUNCIONAL DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO: ANDRÓGENO E
TIRÓIDE-DEPENDÊNCIA
M.F.
Santos; C.A.S.A. Minetti; R..M. Oliveira Filho: F. Fava de Moraes; L.B.S. Valle
Instituto
de Ciências Biomédicas - USP
Um dos
aspectos mais intrigantes para o pesquisador em glândulas salivares é o
complexo controle multihormonal ao qual está sujeito o componente do parênquima
ducto granuloso (DG) da glândula submandibular (GSM) de roedores. Este fato
levou à investigação dos fatores que concorrem para a diferenciação de tais
estruturas e sua evolução no curso da vida do animal. Visto serem fortes
candidatos para estes efeitos os andrógenos (A) e hormônios tiroideanos (HT),
avaliou-se, neste trabalho, o grau de evolução testicular e tiroideana através
dos níveis séricos dos hormônios correspondentes, e de parâmetros morfométricos
das células produtoras. O desenvolvimento da GSM foi acompanhado através de
dados ponderais, bioquímicos e morfométricos. A análise dos resultados (feita
através de comparações múltiplas dos valores médios ou através das
distribuições de freqüência pelo teste de Kolmogorov-Smirnov) revelou que
existe paralelismo entre níveis de testosterona e cariometria das células de
Leydig com a evolução da atividade secretora das células dos DG (traduzida
pelos níveis de atividade proteolítica). O grau de atividade rnetabólica e
biossintética geral da GSM (obtida pela determinação da proteína total e pela
cariometria) correlacionou-se com os dados obtidos para avaliação da função
tiroideana (cariometria, altura de epitélio e diâmetro folicular e níveis de
T3 e T4).
Estes dados
fornecem apoio a trabalhos prévios deste laboratório onde se demonstra a
importância dos HT na fase preparatória de desenvolvimento dos DG (através da
biossíntese de receptores androgênicos), tornando-os aptos a responder aos
andrógenos na idade adulta; salientam também a sua importância no
desenvolvimento da GSM em sua plenitude.
80 / 1988
DETERMINAÇÃO
DO TEOR DE CLORO LIVRE NAS SOLUÇÕES DE HIPOCLORITO DE SÓDIO
J.G. Paiva;
I. Gutz; J.M.P. Sampaio; W. Simões
Faculdade
de Odontologia - USP
O preparo
químico-mecânico nos canais radiculares dos dentes ocupa um papel destacado na
terapia endodôntica. Através dele consegue-se a limpeza, a desinfecção e
modelagem do canal, tornando-o apto para a ulterior obturação. Neste ato
operatório, as substâncias químicas, auxiliares à instrumentação, são elementos
de vital importância.
Todavia,
para que os agentes químicos desempenhem adequadamente suas funções, mister de
faz que devam ser usados na formulação correta, dentro do tempo de sua vida
útil. Assim, diversos fármacos de uso na endodontia são instáveis, podendo
inclusive comprometer o tratamento endodôntico. O hipoclorito de sódio nas suas
várias concentrações, é atualmente, uma das drogas mais utilizadas como
substância auxiliar à instrumentação.
No presente
trabalho, a partir de um lote de hipoclorito de sódio (13 marcas comerciais)
adquirido aleatoriamente em São Paulo, nas concentrações de 0,5% a 1%,
procuramos verificar:
1 - O pH
das soluções; 2 - Possíveis alterações no teor de cloro disponível, principal
responsável pela ação farmacológica das soluções; 3 - Proposição de uma técnica
que possibilite ao clínico avaliar a concentração de cloro da solução em uso.
Concluímos:
1 -
Instabilidade das soluções na porcentagem a 0,5% (líquido de Dakin), com teor
de cloro ativo abaixo das especificações mínimas (na maioria das soluções). 2 -
Necessidade de manutenção adequada e data de validade. 3- Método de avaliação
confiável e acessível ao clínico na determinação de cloro ativo nas soluções em
uso.
81/ 1988
DOENÇA
PERIODONTAL E CORRELAÇÕES HORMONAIS
I.C.
Ribeiro*; R.D. Ribeiro**; E.E. Ribeiro Cesar***
*Faculdade
de Odontologia - UFMG
**Instituto
de Ciências Biológicas - UFMG
***Faculdade
de Farmácia - UFMG
A doença
periodontal é uma entidade mórbida que acomete seres humanos e outros animais.
Certos tipos de alterações periodontais são correlacionadas com outras
manifestações sistêmicas. Pesquisas realizadas pela Escola de Veterinária da
UFMG relatam que bovinos de certas áreas geográficas dos Estados de GO, MS, MT
e MG são sujeitos a certo tipo de "doença periodontal"
concomitantemente com outras alterações metabólicas. A partir dessas informações,
os autores se propuseram a levantar correlações entre a doença periodontal de
ocorrência comum em clínica periodontal e os valores de alguns hormônios. Numa
primeira etapa deste estudo, foram selecionados seis pacientes da Clínica de
Periodontia do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da UFMG.
Estes pacientes, acometidos por doença periodontal em vários graus de
severidade, foram examinados clinicamente e, através de questionário,
levantou-se dados relativos a hábitos alimentares, ausência de doença sistêmica
relacionada a hormônios, entre outros fatores; também foram tomadas
radiografias periapicais e foi colhida amostra de sangue para doseamento
hormonal de T3 e T4 por radioimunoensaio.
82 / 1988
DOENÇA
PERIODONTAL EM RATOS COM HIPERVITAMINOSE A
A.F.M.
Lima; L. Bozzo; A. Nascimento; A. W. Sallum; S. Toledo
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
A liberação
de enzimas proteolíticas por leucócitos em decorrência do acúmulo de placa
bacteriana estabelece uma resposta inflamatória nitidamente destrutiva que pode
atingir intensamente os tecidos periodontais. Doses excessivas de vitamina A
podem estimular a síntese e liberação de hormônios adrenocorticóides, além de
alterar a permeabilidade de membranas biológicas.
O objetivo
deste estudo foi avaliar a sequência dos fenômenos inflamatórios a nível de
microscopia óptica, em ratos com doença periodontal induzida experimentalmente
e submetidos a doses excessivas de vitamina A.
Por
entubação gástrica, foram administradas doses de 0,3 mililitros de vitamina A
(20.000 UI) em dias alternados até completar 7 doses (140.000 UI) quando então
foi colocado o irritante gengival na região cervical do primeiro molar inferior
esquerdo. A administração de vitamina A prosseguiu até que os animais fossem
sacrificados aos 1, 7, 14 e 21 dias após a colocação do irritante gengival.
Apesar da
vitamina A ter reconhecido efeito sobre o tecido epitelial, a permeabilidade de
membranas biológicas e síntese e liberação de hormônios adrenocorticóides que poderiam
influir sobre o processo inflamatório, não encontramos diferenças significantes
entre os animais experimentais e os animais controles.
Os
resultados demonstram que os eventos inflamatórios foram de intensidade sempre
crescentes, em decorrência da colocação do irritante gengival, caracterizando
uma gengivite que evolui até periodontite com reabsorção óssea e migração
apical do epitélio juncional. As doses excessivas de vitamina A utilizadas
neste estudo, não promoveram alterações significativas a este nível de
observação.
83 / 1988
DUREZA E
ASPECTOS HISTOBACTERIOLÓGICOS DA DENTINA REMANESCENTE APÓS REMOÇÃO DE LESÕES DE CÁRIE PROFUNDA EM DENTES
PERMANENTES
H. H.
Rodrigues*; C.A. Pelá**; H.I. Balsells***; C.M.N. Lopes****
Faculdades
de: Odontologia* e Filosofia** de Ribeirão Preto - USP; Odontologia*** de
Araraquara - UNESP e Odontologia**** de Fortaleza - UFCE
A
quantificação da dureza da dentina remanescente durante a remoção da cárie, tem
sido dificultosa e limitada, porque os métodos de medição da resistência dos
tecidos dentais ao corte, com instrumentos manuais ou rotatórios não reproduzem
fielmente e de maneira cinética a conduta clínica usual. Utilizando as colheres
de dentina computarizadas às quais foram ajustados estensômetros elétricos
conectados à ponte de Wheatstone conseguiu-se quantificar a pressão de corte,
exercida por diferentes operadores em condições clínicas de trabalho cinético diferentes.
123 dentes humanos permanentes portadores de uma ou mais cáries profundas foram
avaliados in vitro. Em um primeiro experimento o mesmo operador procurou
remover dentina amolecida por camadas e verificou após a remoção total da cárie
que progressivamente a pressão de remoção das diferentes camadas de dentina
cariadas (parede pulpar) aumenta até que se alcance pressões de corte similares
àquelas exigidas para se remover dentina sadia. Assim a primeira camada de
dentina (D1) exigiu pressão média (x ± S.D.) em gramas de 117 ± 50 (n = 518). A
penúltima camada remanescente (D2) que ainda não apresentava grito de dentina
característico (310 ± 47 gr) (n =
479) era de dureza similar à da dentina cariada removida (D3 = 325 ± 42 gr). A
cavidade controle (CO = 318 ± 45 gr) realizada no mesmo dente indicou quando D3
era de igual dureza. Em um segundo experimento um outro operador procurou
remover toda a dentina cariada segundo critérios clínicos de remoção de cárie.
Após terminada a cavidade, mediu-se a pressão necessária para cortar dentina
remanescente. Verificou-se que os valores extremos de pressão utilizada são
diferentes (dente 101 com 142,2 ± 19,5 e dente 119 com 256,5 ± 43,6) com uma
variação da ordem de 60%. Esses resultados demonstram que o critério clínico de
dureza da dentina não é exato. A avaliação histobacteriológica com a coloração
de Gram em cortes parafinados seriados, demonstrou que em cerca de 80% dos
casos, microrganismos remanescentes persistem em profundidades variáveis nos
túbulos dentinários da dentina remanescente.
84 / 1988
EFEITO DO
CITRATO DE CÁLCIO A 1% NA INCIDÊNCIA DE CÁRIES EM RATOS
M.C.F.
Moreira; A.A. Garrocho; G.R. Me/o
Faculdade
de Odontologia -FMG
A cárie
dentária é um processo patológico multifatorial, isto é, resultante da
interação entre os fatores equipotentes: microrganismos, dieta e dente
susceptível, além do fator tempo. Desse modo para cada um deles deveria existir
uma metodologia específica de prevenção que, atuando combinadas, poderiam
aumentar a capacidade preventiva.
Um grande
número de elementos tem sido pesquisado com finalidade preventiva. Dentre eles,
o citrato preenche alguns requisitos e, por isto, foi aqui pesquisado.
Neste
experimento foram utilizados 14 ratos, sendo 7 machos e 7 fêmeas (Rattus
Norvegicus Albinus Wistar), com 21 dias de idade. Estes animais foram mantidos
em dieta cariogênica por um período de 60 dias.
Inicialmente
os animais foram pesados e distribuídos em dois grupos de 7 animais, recebendo
o seguinte tipo de tratamento:
GRUPO I -
controle - dieta cariogênica e administração diária de água destilada.
GRUPO II -
água destilada associada com o citrato de cálcio a 1% e administração diária de
dieta cariogênica. Água ad libitum durante todo o período experimental.
Após o
período experimental, os ratos foram anestesiados com éter, sacrificados, e
suas mandíbulas e maxilas removidas, limpas dos tecidos moles e fixadas em
formol a 10% por 24 horas. As peças limpas foram fixadas em bloco de madeira
com lacre e seccionadas ao meio no sentido mésio-distal, com um disco de aço
serrilhado. As hemisecções das mandíbulas e maxilas foram coradas com o
reagente de Schiff e examinadas ao microscópio estereoscópio sob aumento de
12,5 vezes.
O escore de
cárie foi feito segundo o método de KEYES para lesões de sulco, sendo empregado
como método estatístico e não paramétrico de KRUSKAL - WALLIS.
Como
resultado, o citrato de cálcio a 1% apresentou-se como uma substância
anticariogênica, reduzindo a incidência de cárie nos ratos em aproximadamente
50%.
O estudo
sobre esta substância é apenas inicial e outros são necessários para que
tenhamos uma melhor compreensão a respeito de sua praticabilidade como agente
preventivo da cárie dentária.
85 / 1988
EFEITO
CRÔNICO DO FLÚOR NO ESMALTE E NOS AMELOBLASTOS SECRETORES DE INCISIVOS DE RATOS
D. T.
Oliveira
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Sabe-se que
a administração de fluoreto de sódio, acima de determinados níveis, provoca
distúrbios na formação e mineralização da matriz do esmalte (fluorose).
Entretanto o mecanismo de ação de flúor no dente não é bem conhecido.
Alterações na matriz do esmalte, assim como na morfologia dos ameloblastos
secretores têm sido descritas, porém a maioria dos trabalhos foi realizada
utilizando-se doses altas por curto período de tempo, motivo pelo qual nos
propomos, no presente trabalho, verificar o efeito da administração crônica de
fluoreto de sódio na matriz do esmalte e na morfologia dos ameloblastos
secretores. Ratos Wistar (120 animais), adultos jovens, receberam injeções de
fluoreto de sódio (0,06 mg, 0,12 mg e 4,0 mgF/kg peso), intraperitonealmente,
durante 45 dias consecutivos. Para estudo bio-químico do flúor utilizou-se o
plasma, os ossos fêmures e os incisivos superiores e inferiores, e para estudo
histológico foram retiradas as hemimandíbulas de 2 animais de cada grupo. As
concentrações de flúor no plasma e nos ossos foram obtidas a partir de leituras
potenciométricas interpoladas em uma curva de calibração previamente elaborada.
As determinações de fósforo, cálcio e flúor no esmalte jovem e maduro foram
realizadas pelos processos colorimétrico, absorção atômica e potenciométrico, respectivamente.
A matriz protéica de cada tipo de esmalte, obtida após diálise e liofilização,
foi analisada por eletroforese de géis de poliacrilamida com SDS. Para estudo
histológico da região de ameloblastos secretores, as hemimandíbulas de dois
animais de cada grupo (fixados por perfusão intracardíaca com paraformaldeído)
foram dissecadas, descaldificadas em EDTA 4,13% e incluídas em Poly bed. Cortes
semi-finos da região em estudo foram obtidos no sentido longitudinal e corados
com azul de toluidina. Os resultados permitiram concluir que doses crônicas de
flúor de 4,0 mgF/kg peso, que resultaram numa concentração média de flúor no
plasma de 159 ng/ml no final do experimento, foram comprovadamente tóxicas e
fluoróticas provocando inclusive retenção de amelogeninas, evidenciadas na
eletroforese. A administração crônica de flúor, mesmo em pequenas doses,
alterou a morfologia dos ameloblastos secretores.
86 / 1988
EFEITOS DA
SIALOTOXINA III SOBRE O QUADRO HEMATOLÓGICO DE
CAMUNDONGOS
FÊMEAS
M.B.J.
Caldas; A. Guimarães; P.L. Rosalem; D. Teixeira
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Diversos
pesquisadores têm demonstrado que os ductos granulosos das glândulas
submandibulares de camundongos machos são responsáveis pela secreção de vários
princípios biologicamente ativos.
PINHEIRO
(1984) isolou, das glândulas submandibulares de camundongos machos, 4
diferentes substâncias tóxicas de baixo peso molecular, contendo radicais
aromáticos e carboidratos, que foram denominadas de Sialotoxinas I, II, III e
IV.
Experimentos
realizados em nossos laboratórios demonstraram que a DL50 da Sialotoxina I para
camundongos machos é de 3,6 e para fêmeas 1,05 mg/kg de peso. Nesta pesquisa
propusemo-nos a verificar as possíveis alterações do quadro hematológico de
camundongos fêmeas submetidas à administração intraperitoneal de Sialotoxina
III. Foram utilizados 200 camundongos machos (dos quais retirou-se as gls.
submandibulares para extração da Sialotoxina) e 21 fêmeas divididas em 3
Grupos: I - 7 fêmeas controles; que receberam, cia I.P., sol. fisiológica (dose
diária, durante 10 dias); II - 7 fêmeas que receberam pela via I.P. no mesmo
período experimental Sialotoxina III, na concentração de 0,5 mg/kg de peso e
III - 7 fêmeas que receberam pela mesma via e, no mesmo período, Sialotoxina
III na concentração de 1,0 mg/kg de peso. No 10º dia do experimento os animais
foram sacrificados, o sangue coletado e analisado através do hemograma. Os
resultados mostraram, para o Grupo II, aumento do número de eritrócitos, de
leucócitos, principalmente de neutrófilos (247%) e monócitos (23%) e diminuição
de linfócitos (44%) e eosinófilos (47%). Para o Grupo III ocorreram as mesmas
variações porém, bem mais acentuadas. Esses dados sugerem que a Sialotoxina
III, nas concentrações utilizadas, deve agir a nível de medula óssea,
estimulando a gênese de eritrócitos e alguns leucócitos (neutrófilos e
monócitos principalmente) em decorrência da hipóxia causada pela mesma
(BOAVENTURA, 1988) e também a nível de tecido linfopoético, provocando sua
atrofia, evidenciando uma possível ação do timo, baço e nódulos linfáticos à
semelhança do observado por BUEKER e SCHENKEIN (1964) após a administração do
Fator do Crescimento Nervoso.
87 / 1988
ERUPÇÃO
DENTÁRIA - ASPECTOS CLÍNICOS NA POPULAÇÃO INFANTIL DE PORTO ALEGRE
M.A.L.
Souza; F.J.J. Bizzi; L.M.C. Harb
Faculdade
de Odontologia - UFRS
Este
trabalho tem por finalidade fazer uma análise da cronologia e seqüência da
erupção dentária avaliando particularidades regionais. As informações vigentes
sobre cronologia de erupção em geral são oriundas da tabela de Logan e Kronfeld
(1933) embora se saiba que a mesma foi produzida a partir de uma população
específica não condizente a nossa realidade. Em função dessa premissa
decidiu-se por uma pesquisa na população local considerando os fatores
apontados em ampla bibliografia.
A pesquisa
incluiu dois grupos distintos: a) crianças pobres (504) b) crianças de nível
sócio-econômico médio (1160).
Os dados
obtidos no levantamento forneceram até o momento os seguintes resultados:
- crianças
do sexo feminino apresentaram precocidade de erupção quando comparadas aos
meninos em qualquer uma das populações.
- crianças
de nível médio apresentaram precocidade na época de erupção quando comparadas
às crianças pobres em ambos os sexos.
- ao
comparar os nossos resultados com a tabela de Logan e Kronfeld observamos uma
precocidade de erupção no grupo de nível sócio-econômico médio e um retardo na
erupção do grupo pobre.
- quando
comparamos nossos resultados com as de outros estados do país obtivemos
semelhança na época de erupção em populações de mesmo nível sócio-econômico.
A partir
desses resultados estamos dando prosseguimento à pesquisa analisando os fatores
que possam influir na época de erupção.
88 / 1988
ESPECTRO
MICROBIANO DA CAVIDADE DE CÁRIE PROFUNDA COM ÊNFASE PARA ESTREPTOCOCOS. ESTUDO
"IN VIVO"
P.A.
Sperança; J. Ranali; R.R. Biral
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O objetivo
deste trabalho foi verificar, "in vivo", a esterilidade ou não da
região profunda de cavidades de cárie, determinar o número mais provável de
estreptococos, bem como, a ocorrência das principais espécies deste grupo
microbiano.
A dentina
cariada foi colhida assepticamente de 50 dentes molares permanentes,
assintomáticos, vitais, com lesões cariosas do tipo Classe I, com
comprometimento de mais de 2/3 da dentina, sem evidências radiográficas de
lesões periapicais e que permitissem isolamento absoluto.
Para o
exame microbiológico da dentina, seguiu-se a técnica comum aos exames
quantitativos e/ou qualitativos preconizada por GIBBONS et alii (1963) e
SOCRANSKY et alii (1963), utilizando-se meio seletivo para estreptococos (Agar
Mitis Salivarius).
A análise
dos resultados revelou que a dentina cariada mostrou-se contaminada em 100% dos
casos (50 dentes). O exame quantitativo mostrou, em média, 115 x 108 Unidades
Formadoras de Colônias (CFU)/mg de tecido cariado.
No estudo
da morfologia colonial, de um total de 176 amostras, houve evidências da
presença de dois grupos microbianos: os enterococos e os estreptococos
viridantes.
Os testes
bioquímicos e de resistência a agentes inibidores, de 143 amostras viáveis,
revelaram que 86 CFU (60,1%) apresentaram características de enterococos sendo
que 75 CFU (87,2%) foram identificados como S. faecalis e 11 CFU (12,7%) como
S. faecalis var. liquefaciens. Os viridantes compreenderam 57 CFU (39,8%);
sendo mais prevalente S. mutans (59,6%), seguido de S. mitis (28,0%) e de
Streptococcus sp (12,2%).
89 / 1988
ESTUDO DE
ALGUMAS PROPRIEDADES DOS GESSOS - TIPO II, III E IV
W.
Matsumoto*; R.B. Roselino*; R.M. Marchetti*; G. Maia Campos*; V.C.
Pandolfelli**
*Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
**
Departamento de Engenharia de Materiais - UFSCar
Os gessos
odontológicos, de qualquer tipo - II, III e IV, para modelos são os materiais
mais utilizados e, possivelmente como as ligas para amálgama, os mais
pesquisados. Assim o nosso objetivo foi estudar esses três tipos de gessos,
após terem sido manipulados com água ou com uma solução experimental
(ROSELINO). O estudo envolveu as seguintes propriedades: 1. Consistência; 2.
Tempo de presa inicial; 3. Expansão linear de presa; 4. Reação Exotérmica; 5.
Compatibilidade com material de moldagem; 6. Dureza superficial à penetração;
7. Resistência à compressão diametral e 8. Porosimetria de mercúrio. As três
últimas propriedades também foram estudadas adicionando-se aos gessos um
material inerte, ou seja, a alumina.
Os
resultados indicaram que:
1. A
consistência, o tempo de presa inicial; Expansão de presa, reação exotérmica e
a compatibilidade com material de moldagem para os três tipos de gessos não
foram modificados quando foram manipulados com a solução experimental.
2. A dureza
superficial Vickers, a Resistência à Compressão Diametral e a porosimetria de
mercúrio dos corpos-de-prova construídos com água mais gessos e água mais
gessos mais alumina foram semelhantes.
3. A
solução experimental aumentou a dureza dios gessos na seguinte ordem: 343% para
o gesso tipo II; 132% para o tipo III e 44% para o tipo IV, quando comparado
com esses mesmos gessos manipulados com água.
4. A
solução experimental provocou um aumento nos valores da resistência à
compressão diametral dos gessos tipo II e III, enquanto que para o gesso tipo
IV não houve nenhuma alteração nesses valores.
5. A
solução experimental provocou uma diminuição significativa no volume de poros
dos três tipos de gessos estudados.
90 / 1988
ESTUDO
ANÁTOMO-RADIOGRÁFICO DA REGIÃO TÊMPORO-MANDIBULAR, COM O EMPREGO DAS TÉCNICAS
RADIOGRÁFICAS TRANSFACIAL, TRANSCRANIAL E TOMOGRÁFICA
I.M. Alfaro
Silva; A. de Freiras; M. Fenyo-Pereira
Faculdade
de Odontologia - USP
Os autores
no presente trabalho analisam radiograficamente a região têmporo-mandibular de
pacientes adultos, empregando as técnicas radiográficas transfacial,
transcranial e tomográfica.
Foi
realizado um estudo comparativo dos resultados obtidos, procurando determinar
as técnicas que melhor oferecem uma visualização das estruturas que compõem a
articulação têmporo-mandibular.
Como
conclusão estabelecem as indicações e as limitações das diferentes técnicas
radiográficas com a finalidade de transmitir conhecimentos padronizados sobre
as indicações dos exames radiográficos desta região.
Assim
sendo, demonstrou-se que através da Técnica Transfacial é que obtemos um bom
exame radiográfico do côndilo mandibular, eminência articular do osso temporal.
A Técnica
Transcranial possibilita o exame do côndilo mandibular, espaço articular,
eminência articular do osso temporal nos seus limites anterior, posterior e
superior.
A Técnica
Tomográfica é aquela que nos fornece melhores resultados nos exames das
estruturas que compõem a região têmporo-mandibular.
91 / 1988
ESTUDO
CLÍNICO COMPARATIVO EM DUPLO CEGO ENTRE OS ANTIINFLAMATÓRIOS PAPAÍNA E A.A.S. EM CIRURGIA BUCAL
T. Wassall & S. T. Arbex
Faculdade
de Odontologia - PUCCAMP
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O emprego
de antiinflamatório em cirurgias bucais minimiza o edema, o trismo e a dor.
Nesta pesquisa comparamos clinicamente em duplo-cego, os antiinflamatórios
papaína e ácido acetilsalicílico em cirurgia bucal. Trinta e dois pacientes
sadios foram submetidos à mesma intervenção cirúrgica em duas ocasiões
diferentes, e que consistiu na avulsão dos terceiros molares inferiores
retidos. Os pacientes foram divididos em quatro grupos, recebendo cada grupo,
no pós-operatório das intervenções, drogas diferentes, as drogas objeto do
estudo e seus placebos. O parâmetro para se mensurar a ação antiinflamat6ria
das drogas foi o edema facial. O tempo médio entre as intervenções foi
controlado, variando de 18 minutos e 14 segundos a 21 minutos e 05 segundos.
As
conclusões foram as seguintes:
- A papaína
não mostrou redução significativa dos edemas, tanto em relação ao seu placebo
quanto em relação ao A.A.S.
- O A.A.S.
mostrou redução significativa dos edemas, somente em relação ao seu placebo.
92 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO CLÍNICO E HISTOPATOLÓGICO DA
INDICAÇÃO
DO TRATAMENTO EXPECTANTE
M.C. Gomes;
C.C. Miranda Netto; J.C. Silveira
Faculdade
de Odontologia - UFMG
Pacientes
na faixa etária entre 13 a 35 anos selecionados na Clínica Cirúrgica
Odontológica da Faculdade de Odontologia da UFMG.
Todos os
dentes selecionados (molares) tem indicação para extração com finalidade
protética. Estes dentes apresentam cárie profunda mas que radiograficamente não
se visualiza comunicação com a polpa. São tomadas radiografias bite-wing e
periapicais. Após o exame radiográfico é feito ficha clínica e anamnese do
paciente.
É
determinado o diagnóstico pulpar o mais correto possível, usando como meios de
diagnótico, testes térmico e elétrico. O dente é anestesiado e colocado sob
isolamento absoluto, após a abertura da caixa oclusal para se ter um bom
acesso. A dentina cariada bem amolecida é removida até um determinado ponto
onde se observa certa resistência à cureta. Neste ponto a dentina cariada é
deixada no fundo da cavidade, verificado portanto a possibilidade da indicação
do tratamento expectante, o dente é fechado com algodão e guta percha e
imediatamente extraído.
Após a
fixação, desmineralização e inclusão, são feitos cortes alternados e corados
pela H.E. As lâminas são montadas e determina-se o diagnóstico histopatológico
para uma comparação com o dignóstico clínico.
Todos os
dentes selecionados tem diagnóstico clínico de hiperemia de ou pulpite
reversível, sabendo-se que estes diagnósticos justificam a indicação para se
fazer o tratamento expectante.
93 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO DO EFEITO DE DOIS ANTISSÉPTICOS SOBRE A FORMAÇÃO DA PLACA
BACTERIANA
S.L. Henz;
M.S. Monteiro; R. V. Oppermann
Faculdde de
Odontologia - UFRS
O estudo
teve como objetivo analisar comparativamente o efeito de bochechos com sultato
de cobre e clorexidine a 0,016M, na formação da placa supra-gengival.
Durante a
fase experimental todos os métodos mecânicos de higiene oral foram suprimidos.
Previamente ao início de cada fase, os participantes receberam uma profilaxia
dental. Os três períodos experimentais foram de sete dias cada, com intervalos
de sete dias entre si.
Bochechos
com sulfato de cobre, clorexidine e água, como controle, foram realizados por
todos os participantes distribuídos nos três períodos experimentais. Índices de
placa (Silness-Löe) foram realizados ao final de cada período.
Sulfato de
cobre e clorexidine inibiram significativamente a presença de placa, quando
comparados ao controle, não havendo diferenças entre ambas. Efeitos colaterais
como manchas nos dentes e mucosas, bem como ardência destas foram observadas
nos participantes, tanto com o sulfato de cobre, como com a clorexidine.
Conclui-se
que a capacidade inibitória, observada para ambas as substâncias na
concentração utilizada, tem valor limitado pela presença de efeitos colaterais.
94 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO EM ENDODONTIA DE DUAS LlDOCAÍNAS COM VASOCONSTRITOR E DE DIFERENTES
PROCEDÊNCIAS
J.H.
Antoniazzi & A.C. Bombana
Faculdade
de Odontologia -USP
Em 100
pacientes submetidos a intervenções endodônticas em molares inferiores, foram
comparados os efeitos derivados da aplicação de duas soluções de lidocaína a 2%
(lidocaína+norepinefrina - XylocaínaR e lidocaína+fenilefrina - Novocol 100R)
observando-se clinicamente a eficácia do anestésico em função do nível de
insensibilização oferecido e a segurança no emprego da droga no que respeita a
variações da pressão arterial e freqüência cardíaca, cujas medidas foram
tomadas antes, durante e depois da intervenção.
O
experimento permitiu as seguintes observações:
1. Todos
pacientes submetidos a anestesia local mostraram variações de pressão arterial
e freqüência cardíaca.
2. Em
nenhum caso as variações assumiram caráter marcante, como também não se
verificaram intercorrências dignas da nota.
3.
XylocaínaR e Novocol 100R, mostraram-se soluções anestésicas locais seguras,
eficientes e iguais entre si quando do emprego clínico, mesmo no que respeita a
possíveis efeitos paralelos derivados da ação de seus diferentes
vasoconstritores.
4. A
lidocaína em solução 2% associada a agente vasoconstritor, constitui execelente
escolha como anestésico local para uso em clínica endodôntica.
95 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO ENTRE O AH26 E O DENTINOL – ANÁLISE HISTOLÓGICA EM TECIDO
CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DE RATOS
C. Benatti
Neto; R.M. Esberard; R.C.C. Lia; M.R. Leonardo; M.R.B. Oliveira
Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP
Na
tentativa de melhorar as propriedades biológicas do AH26' foi introduzido no
mercado o Dentinol, que em sua fórmula não apresenta prata nem óxido de
titânio.
Considerando
as diferenças reacionais entre os componentes desse material já analisados
individualmente mesclados com água destilada, ou associados com o éster de
bisfenol, avaliamos comparativamente em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos a
ação do AH26 tradicional e do Dentinol (AH26 modificado) e pudemos concluir
que:
1. Ambos os
materiais se caracterizam como irritantes do tecido conjuntivo subcutâneo do
rato, tendo como controle a resposta reacional sobre o polietileno (tubo).
2. Houve
persistência, aos 120 dias, de intensa atividade macrofágica exercida por
células mononucleares e gigantócitos, tanto na cápsula quanto em nódulos
reacionais adjacentes sobre componentes do material, isolados ou mesclados.
3. Os
materiais testados, embora irritantes, permitiram evolução por colagenização da
cápsula, todavia, não caracterizada como aquela vista no controle.
4. A
presença de nódulos reacionais na cápsula não impediu a evolução por
colagenização.
96 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO DO POTENCIAL ACIDOGÊNICO NA MICROBIOTA BUCAL (TESTE DE SNYDER) DE
PACIENTES ODONTOPEDIÁTRICOS
B.O. Souki;
M.L.A. Massara; R.D. Assis; M.G.B. Ribas; G.R. Me/o
Faculdade
de Odontologia - UFMG
Os autores
se propuseram a avaliar o potencial acidogênico da microbiota bucal (Teste de Snyder)
de pacientes (faixa etária 7-10 anos) que estão sendo submetidos a tratamento
odontológico, há pelo menos um semestre, na clínica odontopediátrica da
faculdade (Grupo I) e de pacientes (mesma faixa etária) que iniciaram
tratamento neste semestre (Grupo II).
54 amostras
de saliva (27 de cada grupo) obtidas por estímulo mastigatório, durante 5
minutos, com goma de mascar (Chicletes Adams imersos em água corrente por 24
horas) foram coletadas em tubos estéreis. Tal procedimento foi realizado no
momento que as crianças chegavam à clínica da faculdade, sendo as amostras
imediatamente processadas.
Os
resultados percentuais foram:
Veteranos Calouros
positivo 24
h 14.81
11.11
positivo 48 h 55.55
51.85
positivo 72h 11.11 18.51 total
positivo 81.47
81.47
negativos 18.53
18.53
Estes
dados nos indicam que:
1. Os
potenciais acidogênicos dos dois grupos são bastante semelhantes;
2. Os
potenciais acidogênicos encontrados são superiores a alguns outros descritos em
trabalhos em nosso país;
3. O
tratamento e orientação, fornecidos pela faculdade, parece não estar sendo
capaz de modificar o potencial acidogênico da microbiota bucal das crianças
atendidas.
97 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO DO POTENCIAL ACIDOGÊNICO DA MICROBIOTA BUCAL (TESTE DE SNYDER) DE
ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA
B.Q. Souki;
R.D. Assis; M.G.B. Ribas; G.R. Melo
Faculdade de
Odontologia - UFMG
Espera-se
que estudantes do último ano de Odontologia apresentem, em relação a recém
aprovados no vestibular, maior conhecimento a respeito da etiologia da cárie
dentária e consequentemente, maior motivação para sua prevenção e controle.
Testes
microbiológicos visando a identificação do potencial cariogênico de grupos
populacionais têm demonstrado uma boa correlação com achados clínicos. Desta
maneira, é objetivo deste trabalho avaliar o potencial acidogênico da
microbiota bucal da duas populações, através do teste de Snyder.
102
amostras de saliva (51 de cada grupo) obtidas, durante 5 minutos, por estímulo
mastigatório com goma de mascar (Chicletes Adams imersos em água corrente por
24 horas) foram coletadas em tubos estéreis. Tal procedimento foi realizado na
parte da tarde (14 às 16 horas) e as amostras forma mantidas em gelo até o
momento do seu processamento, no máximo 2 horas após a colheita.
Os
resultados percentuais foram:
Veteranos Calouros
positivo 24
h 3.92
0.00
positivo 48 h 25.88
1.96
positivo 72 h 11.96
9.80
total positivo 41.76 11.76 negativos 58.24
88.24
Estes dados
nos indicam que, possivelmente, alguns fatores podem estar contribuindo para a
inversão da expectativa de potenciais acidogênicos dos dois grupos
populacionais.
98 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO DA RADIOPACIDADE DE PASTAS A BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
L.R. Ferreira;
R.R. Biral; A. Montebello Filho; R. Sallum
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Pastas
contendo Hidróxido de Cálcio têm sido largamente utilizadas na Odontologia,
tanto como material forrados na Dentística Operatória, como curativo de demora
e cimento obturador na Endodontia. A importância de sua ação biológica junto
aos tecidos pulpares e periapicais tem sido amplamente pesquisada, como também
suas propriedades físicas. Dentre estas últimas, o Hidróxido de Cálcio
apresenta uma determinada radiopacidade quando submetido a tomadas
radiográficas periapicais. Esse estudo foi realizado com o propósito de
comparar a radiopacidade de diferentes tipos de pastas a base de Hidróxido de
Cálcio. Foram comparadas 3 marcas diferentes de pastas contendo Hidróxido de
Cálcio, utilizando a pasta de Hidróxido de Cálcio mais água destilada como
controle. As marcas testadas foram: Dycal (Caulk-Dentisply), Renew (SS White) e
Life (Kerr). Foram confeccionados 5 placas de resina acrílica com dimensões
próximas a de uma película radiográfica realizando em cada uma delas 4
oriífcios de 7 mm de diâmetro. Nesses orifícios foram inseridos os materiais
testados. Em cada placa foram colocados 4 tipos diferentes de pastas de
Hidróxido de Cálcio. As tomadas radiográficas foram realizadas através do
aparelho GE 100, utilizando 2 tipos de filmes: EKTA e AGFA. Os filmes EKTA
foram submetidos a 70 KVP, 10 mA e 12 imp. e a 50 KVP, 10 mA e 18 imp.,
enquanto que os filmes AGFA foram submetidos a 70 KVP, 10 mA e 24 imp. e a 50 KVP,
10 mA e 36 imp. A distância área focal-filme foi de 50 cm. O tempo de revelação
foi de 3,5 min utilizando revelador Kodak segundo as normas do fabricante, a
uma temperatura de 24°C. As radiografias foram submetidas a um banho
interruptor numa solução contendo 40 ml de ac. acético a 28% e 60 ml de água
destilada. Após levadas ao banho fixador por 10 min, as radiografias foram
submetidas a leitura da radiopacidade das pastas no Fotodensitômetro Ansco
MacBeth TD-504 com abertura de 2 mm e calibrado segundo as normas do
fabricante. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística e
demonstrado que a pasta que apresentou maior radiopacidade foi o Renew, seguido
do Dycal, Life e posteriormente a pasta de Hidróxido de Cálcio PA mais água
destilada a qual apresentou menor radiopacidade.
99 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE CIMENTOS DE FOSFATO DE ZINCO,
POUCARBOXILATO DE ZINCO E IONÔMERO DE VIDRO EM MEIOS DE PHs DIFERENTES
R.S. Fajardo;
L.A. Ruhnke, L.A.M. Cardoso
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Há muito
tempo não se tem notícias a respeito de inovações em cimentos para cimentação.
Com o advento dos cimentos de Ionômero de Vidro, uma nova opção surgiu neste
procedimento. Há pouco mais de 1 ano, um cimento deste tipo foi introduzido no
comércio nacional com estes fins (Ceram Chem - DFL Indústria e Comércio Ltda.).
Assim decidimos analisar a resistência à tração deste cimento comparado com
cimentos de Fosfato de Zinco (Cimento de Zinco - S.S. White Artigos Dentários
Ltda.) e de Policarboxilato de Zinco (Durelon - ESPE West Germany). Além disso,
procuramos correlacionar a possível interferência da variação do pH do meio de
armazenamento nos resultados de tração. Utilizando 30 dentes humanos molares
hígidos armazenados em soro fisiológico, fez-se preparos e confeccionou-se
coroas totais que eram cimentadas sobre os elementos e mantidos em saliva
artificial de pHs de valores 5,0 ou 7,0 sob agitação mecânica constante por 48
horas até ser adaptado o conjunto à máquina de tração.
Os dados
obtidos definiram uma menor resistência à tração dos cimentos de Ionômero de
Vidro na ordem de 42,3% para os cimentos de Fosfato de Zinco e 46,8% para os
cimentos de Policarboxilato de Zinco e nenhuma diferença significante entre os
cimentos de Policarboxilato de Zinco e de Fosfato de Zinco. Já a interferência
do pH do meio de armazenagem pareceu não existir nos cimentos de Fosfato de
Zinco e de Ionômero de Vidro enquanto o para os de Policarboxilato de Zinco o
grupo onde o pH se mostrava neutro (7,0) resistiu 43,4% menos que o grupo onde
o pH era ácido (5,0).
100 / 1988
ESTUDO
COMPARATIVO DE RESTAURAÇÕES RETIDAS A PINOS,
CANALETAS
CIRCUNFERENCIAIS INTERROMPIDAS E AMALGAMAPINOS: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
E.B.
Franco; M.E. Bullen; J.L. Coradazzi; J.C. Pereira
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Foram
avaliadas "in vitro" a resistência à remoção por tração de
restaurações de amálgama retidas por pinos, canaletas circunferenciais
interrompidas e amalgamapinos. Foram utilizados 30 molares humanos recentemente
extraídos e armazenados em formol 10%. Esses dentes foram montados em bases
plásticas e torneados determinando um diâmetro de 8 mm e altura de 2 mm. Dessa
forma obteve-se três grupos de 10 dentes cada um com retenções adicionais da
seguinte forma:
a) 10
dentes com pinos auto-rosqueados (0,5 mm de diâmetro)
b) 10
dentes com canaletas circunferenciais
interrompidas
c) 10
dentes com amalgamapinos
Após as
preparações os espécimes receberam matrizes plásticas individuais para a
condensação do material. Essas matrizes determinavam um contorno retentivo na
restauração para facilitar a adaptação da mesma ao dispositivo de tração
acoplado na máquina de ensaios universal. Uma vez realizadas as restaurações,
os espécimes foram armazenados em estufa a 37º, por 24 horas. Decorrido este
período, foram levados á máquina de ensaios universal e submetidos aos testes
de tração.
Posteriormente
à análise estatística foi verificado que:
- não houve
diferença estatística significante na resistência à remoção por tração entre
restaurações de amálgama retas com 4 pinos auto-rosqueados e uma canaleta
circunferencial interrompida.
- quando
comparados os grupos de dentes com restaurações de amálgama retida com 4 pinos
auto-rosqueados e 4 amalgamapinos observou-se uma diferença estatística
significante.
- a
resistência à remoção por tração de restaurações retidas por 4 amalgamapinos e
uma canaleta circunferencial interrompida também mostrou uma diferença
estatística significante.
- apesar da
diferença resultante entre os valores numéricos das restaurações retidas com
amalgamapinos e canaleta circunferencial interrompida, os amalgamapinos podem
ser usados, pois as forças geradas durante a mastigação localizam-se na faixa
de 5 a 10 kgf.
101 / 1988
ESTUDO
HISTOLÓGICO DA ATUAÇÃO DO RAIO LASER HE:NE NA NEOFORMAÇÃO DENTINÁRIA EM POLPAS
DE RATOS
R.G. Villa; A. Brugnera Jr.; C.E. Aun
Faculdade
de Odontologia - USP
Inúmeros
trabalhos tem sugerido através de constatação clínica da influência
bioestimuladora da radiação Laser sobre os tecidos. O processo inflamatório e
reparacional é modificado significativamente pela aplicação desta terapia.
Com o
intuito de demonstrar através de comprovação histológica os achados clínicos,
relizamos o presente trabalho. Para tanto foram utilizados 8 animais divididos
em 4 grupos que tiveram seus molares superiores desgastados de ambos os lados. A
seguir os animais foram irradiados com se segue:
GI - 1
aplicação de 4 mm -s acrifício após 7 dias
GII - 2
aplicações de 4 min - sacrif. após 7 dias
GIII - 2
aplicações de 4 min - sacrif. após 14 dias
GIV - 3
aplicações de 4 min - sacrif. após 7 dias
Irradiou-se
o patamar de molares direito dos animais deixando-se o lado esquerdo como
controle.
RESULTADOS:
1 -
Observou-se que nos grupos irradiados houve neoformação dentinária sendo o
processo inflamatório reacional ao desgaste de menor intensidade.
2 - A
intensidade da neoformação foi maior no grupo 1 decrescendo nos demais.
3 - O lado
não irradiado em todos os grupos mostrou intenso processo inflamatório que, por
vezes, evoluiu para necrose.
Tais
resultados nos permitiram concluir pela eficiência da radiação Laser como
bioestimuladora.
102 / 1988
ESTUDO
HISTOLÓGICO DAS CARACTERÍSTICAS DO EPITÉLIO ODONTOGÊNICO DE TERCEIROS MOLARES
RETIDOS
P. V.
Rados; J.J. Barbachan; M. Sant'Ana Filho; O.F. Quadros
Faculdade
de Odontologia - UFRS
Concluída a
fonnação do esmalte, o epitélio odontogênico agora epitélio reduzido do órgão
do esmalte, permanece em torno da coroa, tendo como estroma um tecido
conjuntivo densamente fibroso, que apresenta restos da lâmina dentária. Esta
estrutura é chamada folículo dentário, e o processo de erupção determina a sua
involução.
No momento
em que não houver erupção este folículo persiste, podendo apresentar
alterações, que são o objeto de estudo deste trabalho.
Através do
exame histológico dos folículos dentários de 3º molares que apresentavam
retardo de erupção, se buscou quantificar os restos epiteliais existentes, a
persistência do epitélio reduzido e áreas de hialinização no tecido conjuntivo.
O critério
de retardo de erupção foi fixado em até 3 anos e mais de 3 anos de retenção,
considerando como época normal de erupção os 18 anos. Foram estudados 22
folículos do 1º grupo e 20 folículos do 2º grupo.
Considerando-se
a presença de restos epiteliais, epitélio reduzido do órgão do esmalte e áreas
de hialinização, os resultados obtidos mostram uma maior proporção destes
achados no grupo de folículos com até 3 anos de retenção, o que permite
concluir que o epitélio odontogênico destes sofre uma involução com o aumento
do tempo de retenção.
103 / 1988
ESTUDO
HISTOLÓGICO DA INFLUÊNCIA DA RADIAÇÃO "LASER" NO PROCESSO DE REPARO EM RATOS
R. Rossi
Jr.; A. Brugnera Jr.; R.G. Villa
Faculdade
de Odontologia Camilo Castelo Branco
Alguns
estudos têm demonstrado, sob a óptica clínica, a influência positiva da
radiação "Laser" no reparo de feridas. Notadamente nas úlceras
tróficas e de estase, a aplicação do raio "Laser" induz a neoformação
de tecido de granulação e consequente reparo.
Com o
propósito de comprovar histologicamente esta influência procurou-se, através de
metodologia adequada, um modelo de estudo. Para tanto utilizou-se o implante
subcutâneo de espuma de P.V.C., após incisão dorsal em ratos e posterior
irradiação com "Laser" da forma que se segue:
Todos os
animais foram tricotomizados, receberam implantes subcutâneos da espuma em
ambos os lados e foram irradiados em três sessões, sendo a primeira,
imediatamente após o implante, a segunda, 24 horas após e, a última, 48 horas
após implante.
Irradiou-se
o lado direito dos animais, mantendo-se o esquerdo como controle.
O
sacrifício se deu nos tempos de 2, 7, 14, 21 e 28 dias, sendo os implantes
retirados, processados como de rotina para coloração em HE e, posteriormente
empregadas técnicas de morfometria.
Os
resultados indicaram uma aceleração do processo de reparo principalmente aos 7
e 14 dias e que ao final do experimento se comparavam aos animais controles.
104/ 1988
ESTUDO
HISTOLÓGICO DA PENETRAÇÃO MICROBIANA NOS
CANALÍCULOS
DENTINÁRIOS EM CÁRIE RADICULAR
P. V.
Rados; M. Maltz; S.L. Henz; C.M. Neves
Faculdade
de Odontologia - UFRS
O presente
trabalho estudou a penetração bacteriana nos canalículos dentinários de dentes
com lesões de cárie radicular.
Foram
empregados 11 dentes que apresentavam cárie radicular, extraídos por motivos
protéticos e/ou de doença periodontal, fixados em formol 10%, desmineralizados
pelo Ácido Fórmico 20%, incluídos em parafina, cortados com 5-7 micrômetros de
espessura e coloridos pela técnica de H/E e Brown & Brenn para análise em
microscopia óptica.
Os
resultados obtidos revelaram:
- Um
processo de descamação do cemento que seguia as linhas de deposição deste
tecido, além da presença sistemática de colonias bacterianas de aspecto
filamentoso, aderidas à superfície dentária.
Naquelas
lesões onde o processo de cárie havia atingido dentina, foi possível constatar
as zonas de peptonização, invasão e descalcificação. A evidenciação dos
microrganismos no interior dos canalículos dentinários e a profundidade de
infecção, são parâmetros que variam de acordo com a extensão da lesão e foi
possível constatá-la em todos os dentes estudados.
105 / 1988
ESTUDO DA
IMPACTAÇÃO DOS SEGUNDOS MOLARES ATRAVÉS DAS FORÇAS EXTRA BUCAIS
M.H.C.
Almeida; V.C.V. Siqueira; M.B.B.A. Magnani;D.F. Nouer; R..C. Almeida
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
A força
extra bucal é geralmente necessária durante o tratamento convencional das
maloclusões classe II em indivíduos jovens. É uma força amplamente utilizada
pelos odontopediatras e ortodontistas no tratamento ortodônticos. Para seu uso
é necessário uma rigorosa avaliação clínica e radiográfica de cada caso, a fim
de evitar problemas futuros. Assim sendo, realizamos um levantamento dos casos
tratados e casos a serem tratados na clínica ortodôntica para se determinar a
melhor época para seu uso, em função da idade dentária e cronológica. A
avaliação é realizada através de exame clínico, modelos e exames radiográficos
concluindo-se que a melhor idade para o uso correto das forças extra bucais
está por volta de 8 a 10 anos quando os segundos molares permanentes estão por
volta do estágio 5 a 7 de Nolla.
106/ 1988
ESTUDO DA
PARTICIPAÇÃO DO TRAUMA DE OCLUSÃO NA EVOLUÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL EM RATOS
A.W.
Sallum; A. do Nascimento; S. Toledo; L. Bozzo
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Diferentes
opiniões tem sido encontradas na literatura quanto a participação do trauma de
oclusão na evolução da doença periodontal.
Os mais
diferentes métodos para produzir trauma de oclusão foram utilizados em
cachorro, macaco e rato.
O método
utilizado na presente pesquisa foi o desgaste de todas as superfícies oclusais
dos dentes, 2º e 3º molares superiores e inferiores, ficando apenas em oclusão
o 1º molar superior e inferior direito. A gengivite experimental foi provocada,
através da colocação de um fio de seda, ao redor do 1º molar inferior direito,
junto à margem gengival, para favorecer o acúmulo de placa dental.
O período
experimental foi de 7, 15, 30, 90 e 120 dias.
Foram
examinados por cortes histológicos corados em H.E. e também avaliação
radiográfica.
Resultados:
1) O exame
histológico mostrou que a participação do trauma de oclusão, nos períodos de 15
e 30 dias de experimento, evidenciou verticalização no septo ósseo
interradicular.
2) O
resultado estatístico do exame radiográfico mostrou maior proporção de reabsorção
óssea no grupo que teve a participação do trauma de oclusão.
107 / 1988
ESTUDO
PRELIMINAR SOBRE A ORIGEM DOS OSTEOCLASTOS
ENCONTRADOS
NO OSSO ALVEOLAR QUE ENVOLVE O GERME DENTAL DO 1º MOLAR DO RATO
A W. Almeida
& M.L.P. Almeida
Disciplina
de Histologia - UFU e ICB/USP
A origem
dos osteoclastos sempre foi assunto bastante discutido pelos estudiosos dos
tecidos mineralizados. Recentemente tem-se demonstrado, particularmente graças
a estudos "in vitro", que os osteoclastos teriam sua origem ditada
pela agregação de macrófagos, ou suas células precursoras.
Nossos
estudos ultraestruturais e a nível de microscopia óptica mostram que os
osteoclastos são células facilmente observáveis, no osso alveolar que envolve o
germe dental do 1º molar superior do rato com 3 dias de idade.
Tal
material nos parece ser um modelo recomendado para o estudo dos osteoclastos e
de células que estariam relacionadas com a sua formação.
Em nossos
preparados, os clastos estão sempre envolvidos ou circundados por um quadro
inflamatório. Notamos que as prováveis células geradoras estão sempre afastadas
de tais locais, permitindo supor que seriam formadas previamente, antes de
migrarem para o local onde sua atuação se fará presente.
No osso
alveolar encontramos ao nível do periósteo, certos agregados celulares, que
sugerem fortemente sejam eles, os precursores dos osteoclastos. As membranas
citoplasmáticas de tais células estão muito próximas e mostram desmosomos ao
longo de sua extensão. As células apresentam-se com características
ultraestruturais semelhantes, apresentando R.E.G. muito desenvolvido, grande
quantidade de mitocondrias, lisosomos e grânulos de secreção espalhados pelo
citoplasma. Cada elemento celular assemelha-se morfologicamente a um macrófago.
108 / 1988
ESTUDO DA
RELAÇÃO SUPERFÍCIE LUMINAL/INTERFACE EPITÉLIO (S/I) CONJUNTIVO EM ENXERTOS
AUTÓGENOS LIVRES
A.C.M.
Stipp; A.F. Souza; M.E.A.F. Alves
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
O epitélio
de enxertos autógenos livres de mucosa palatina em local de gengiva inserida em
seres humanos, sofre uma série de modificações estruturais durante o processo
de regeneração. Na primeira semana ocorre uma necrose parcial, seguindo-se o
processo de reepitelização até apresentar-se morfologicamente maduro após 10-12
semanas. As mudanças estruturais correspondem principalmente ao aspecto
morfológico das projeções epiteliais. A relação S/I foi analisada nos períodos
de 7, 14, 21, 28, 45 e 90 dias após o transplante, em grupos de 6 pacientes por
período. As medidas foram obtidas através de um curvímetro em ampliações de
fotomicrografias do epitélio do enxerto nos diferentes períodos considerados,
comparando-se com as da área doadora (palato). Realizados os testes
estatísticos dos resultados constatou-se que, apesar dos aspectos variados que
ocorrem nas projeções epiteliais durante a reparação do enxerto, a relação S/I
é constante, consequentemente, não havendo alterações na superfície da
interface epitélio/conjuntivo.
109 / 1988
ESTUDO DA
RESISTÊNCIA À CORROSÃO DE LIGAS METÁLICAS RESTAURADORAS À LUZ DE REFLETÂNCIA
APARENTE
R.F.L.
Mondelli; W. Dinelli; J. Mondelli; A. Ishikiriama; E.C.A. Santos
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
A
resistência à corrosão de ligas metálicas alternativas foi avaliada através
ensaios de refletância aparente.
Foram
analisadas duas ligas comerciais do sistema cobre e zinco (GOLDENT) e
cobre-alumínio (DURACAST) e 4 ligas experimentais, sendo duas do sistema
cobre-zinco-alumínio-níquel e duas do sistema cobre-níquel-manganês, utilizando
ainda uma liga de ouro como controle, nas condições bruta de fusão e tratamento
térmico.
Os corpos
de prova foram imersos em quatro soluções: saliva artificial, sulfeto de sódio,
cloreto de potássio e ácido cítrico, mantidas à temperatura de 37 ± 1°C durante
todo o experimento. Os períodos de obtenção da porcentagem de refletância
aparente foram 30, 60, 90 e 120 minutos, com objetivo de acompanhar a formação
ou não de películas de oxidação em cada uma das ligas metálicas.
Concluiu-se
que a liga de ouro utilizada como controle, apresentou melhor resistência à
oxidação e corrosão, e que as ligas alternativas experimentais mostraram melhor
desempenho, do que as comerciais, pois a camada de oxidação não se formou tão
rapidamente, como nestas últimas.
110 / 1988
ESTUDOS DE
ALGUMAS PROPRIEDADES DE LIGAS ALTERNATIVAS DE USO ODONTOLÓGICO
E.C.A.
Santos; J. Mondelli; A. Ishikiriama; E.B. Franco; J.L. Coradazzi; J.C. Pereira;
R.F.L. Mondelli
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Foram
estudadas propriedades mecânicas (dureza superficial, resistência limite à
tração estática e porcentagem de alongamento) e resistência à corrosão (ensaio
de perda de massa, avaliação visual e rugosimétrica) de ligas metálicas
alternativas. Para tanto foram utilizadas duas ligas comerciais dos sistemas
cobre-zinco (GOLDENT) e cobre-alumínio (DURACAST) e 7 ligas experimentais,
sendo 6 do sistema cobre-zinco-alumínio-níquel e uma do sistema
cobre-níquel-maganês e corpos de provas com forma e dimensões segundo as
especificações aplicadas aos materiais odonto1ógicos.
A
resistência à corrosão foi determinada através processo de imersão alternada
onde os corpos de prova, depois de polidos e pesados, foram submetidos por 48
horas a agentes agressivos, tais corno: saliva artificial, solução de sulfeto
de sódio a 1% e saliva artificial com sulfeto de sódio a 1%, a uma temperatura
de 37°C ± 1. Em seguida os corpos de prova eram pesados, avaliados visualmente
e feita a medida rugosimétrica da superfície.
Dos
resultados obtidos, concluiu-se que as ligas alternativas experimentais
apresentavam, de modo geral resultados melhores do que as comerciais para os
testes e avaliações considerados.
111 / 1988
EQUIPO
ECONÔMICO DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO, Nº 1 (EEFORPUSP Nº 1)
OU EE-1
S.R.
Borges; H. Panzeri; S.M. Campos; P.C. Saquy
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O
crescimento das quantidades demandadas de bens de capital pela Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, determinada pelo aumento das suas atividades, no
caso, consultórios odontológicos, motivou sua Administração a solicitar da
Disciplina de Economia Profissional o planejamento, pesquisa e produção, de um
equipo econômico.
O equipo a
ser planejado seria utilizado para prestação de serviços profissionais
odontológicos pelos cirurgiões-dentistas residentes da F.O.R.P.- USP - fora e,
se necessário, dentro da unidade.
Tais
utilizações determinavam, além do baixo custo pretendido, certas
características ao projeto tais como: facilidade de locomoção. de montagem e
desmontagem, de durabilidade e um número mínimo de perdas de propriedades
ergonômicas em relação aos equipos convencionais - industrializados.
Este
trabalho descreve os estudos realizados e o projeto elaborado para a confecção
do protótipo, tendo recebido a identificação de EE-1.
112 / 1988
EVOLUÇÃO DA
CÁRIE DENTÁRIA E SUA RELAÇÃO COM A PERIODICIDADE DAS VISITAS ODONTOLÁGICAS
J.C.
Noronha; M.L.A. Massara; M.M.G. Faria; S.M.G. Pinto; V.M.S. Villar; B.Q. Souki;
G.R. Melo
Faculdade
de Odontologia - UFMG
Embora não
exista posicionamento científico a favor ou contra a semestralidade das visitas
ao consultório odontológico parece ser este o intervalo mais frequentemente
utilizado na prática clínica para o retorno de pacientes.
Um fator
importante na determinação da periodicidade das visitas é o risco individual à
cárie do paciente. A incidência de cárie no indivíduo baixo risco certamente
deve ser menor do que naquele alto risco. Isto significa que lesões de cárie
progridem com menor velocidade ou aparecem menos lesões ou ocorrem ambos os
fatos em pacientes de baixo risco. Desta maneira em países ou regiões onde a
cárie já está sob controle devem existir taxas médias de manifestação de lesões
através do esmalte menores do que em países onde a doença ainda não está
controlada.
Para tornar
possível a aplicação de medidas preventivas em bases mais adequadas à nossa
realidade idealizou-se um estudo em duas escolas públicas escolhidas
aleatoriamente na periferia de Belo Horizonte. Para 100 escolares de cada uma,
da faixa etária de 7 e 8 anos se levantarão os seguintes indicadores: índice de
placa, índice CPO-S, número de Streptococus mutans e Lactobacillus sp. na
saliva e contagem diária dos momentos de açúcar. Aos 12 e 24 meses far-se-á
novo levantamento visando tanto aferir a incidência de cárie ocorrida, como
analisar as possíveis correlações entre os vários indicadores selecionados. Com
isso espera-se alcançar um melhor balizamento para as propostas de
periodicidade das visitas odontológicas.
113 / 1988
FLÚOR,
CÁLCIO E FÓSFORO NA PLACA DENTAL DE ESCOLARES DE PIRACICABA, SP, DURANTE A
FLUORETAÇÃO, PARALISAÇÃO E REFLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO
M.N. dos
Santos & J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Para que um
dente se mantenha em equilíbrio frente às agressões do meio ambiente bucal, ou
ele apresenta resistência, ou necessita de condições externas especiais que
permitam sua sobrevivência. Neste particular, a manutenção de concentrações
adequadas de fiúor, cálcio e fósforo nos fluidos bucais e, portanto, ao nível
de placa dental, são fundamentais para o controle do desenvolvimento da cárie
dentária. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar a variação das
concentrações de fiúor (F), cálcio (Ca) e fósforo (P) na placa dental de
escolares da cidade de Piracicaba, quando a água de abastecimento estava
fiuoretada (0,80 ppm), 2 meses após a paralisação (0,06 ppmF) e 2 meses após o
reinício da fluoretação (0,70 ppm),decorridos 6 meses de interrupção. As placas
foram coletadas, desidratadas e submetidas a extração em HCLO4 0,5M. No extrato, F foi determinado com
eletrodo específico, Ca por espectrofotometria de absorção atômica e P
colorimetricamente. Os resultados obtidos mostraram que após a paralisação da
fiuoretação só houve decréscimo significativo na concentração de F da placa
dental, sendo que, 2 meses após a refluoretação, houve um quase
restabelecimento de F na placa dental. Os dados obtidos mostraram a importância
da ingestão continua de F, comprovando que o aumento do incremento de cárie,
observado quando a fluoretação de água é paralisada, ou quando as pessoas
mudam-se para uma região sem água fluoretada, deva ser atribuído à não
manutenção de F nos fluidos bucais e, portanto, ao nível de placa dental, o que
seria indispensável para que o efeito do F ingerido fosse mantido
(Apoio
FINEP)
114 / 1988
GENGIVITE
CRÔNICA. ASPECTOS CLÍNICOS, HISTOPATOLÓGICOS E DE IMUNOFLUORESCÊNCIA
A.
Nascimento; L. Bozzo; A. W. Sallum; S. Toledo
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O trabalho
focaliza aspectos da patologia da doença periodontal relativos a resposta
clínica, histológica e imune humoral, dirigida contra antígenos da placa dental
microbiana 20 pacientes, com 20 a 25 anos de idade, constituiram 4 grupos, de
acordo com o índice gengival (IG) de Loe & Silness. As biópsias gengivais
lavadas em salina isotônica a 4ºC, durante 36 h fixadas em etanol 95º a 4ºC por
16-24 horas foram incluídas em parafina de ponto de fusão 51-53ºC. Lâminas
foram coradas com HE e outras com conjugado fluoresceina anti-soro humano para
IgG, IgA, IgM, IgE. Avaliação das imuno-globulinas nas secções histológicas
baseou-se em uma contagem de pontos de uma ocular integradora Zeiss, que
incidiam sobre áreas fluorescentes. O exame histológico demonstrou, nas
gengivas: IG = 0, fraco infiltrado de monocleares no conjuntivo e neutrófilos
entre células do epitélio juncional; IG=1 , moderado infiltrado inflamatório
observando-se macrófagos, linfócitos e alguns plasmócitos; IG=2 e IG=3 maiores
áreas de degradação de colágeno, aumento do número de linfócitos e
principalmente de plasmócitos. Pela imunofluorescência IgG e IgA foram detectadas
em todas as gengivas, havendo sempre uma predominância de IgG sobre as demais
imunoglobulinas. Com o aumento do IG houve um contínuo aumento de células
contendo IgG intracelular. O mesmo fato foi observado com IgA, apenas com um
decréscimo nas gengivas IG=3. Estes resultados sugerem: que as modificações nas
propriedades imunogênicas da placa dental, a partir de IG=O, intensificam a
síntese de IgG, ampliando as condições para uma reação por imune-complexos que,
associada a outros mecanismos imunológicos, alteraria a homeostasia local
originando a gengivite clínica.
115/ 1988
GRAMPO PARA
ISOLAMENTO ABSOLUTO EM MOLARES DE RATO
C.L.F.
Salles & A. Pavarini
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Tendo em
vista, o rato ser um dos animais bastante utilizado em pesquisas odontológicas
e seus molares possuirem características anatômicas e biológicas similares aos
molares humanos, torna-se necessário o desenvolvimento de técnicas especiais
para o trabalho nestes dentes.
O
isolamento do campo operatório é de fundamental importância para se evitar a
umidade, a contaminação do campo e a deglutição de substâncias irrigadoras,
além de facilitar o acesso e melhorar a visibilidade da área.
O objetivo
do presente trabalho é de divulgar a idealização e confecção de um grampo que
se adapte anatomicamente ao molar do rato de modo prático sem causar injúrias
ao tecido gengival.
O grampo
foi confeccionado em chapa de aço inoxidável tipo AISI - 430 (Aço INAFER S.A.),
recortado com disco de carborundum e brocas de aço. As dobras foram feitas com
o auxílio de alicates ortodônticos.
O referido
grampo, respeitadas as especificações do material utilizado para sua fabricação
não apresentou sinais de deformação durante todo o tempo de utilização,
demonstrou ser prático quanto à sua colocação e remoção, cumprindo todas as
exigências de retenção e manutenção do lençol de borracha para isolamento
perfeito do campo operatório, sendo de extrema utilidade em trabalhos
experimentais em molares de rato.
116 / 1988
A
IMPORTÂNCIA DO CLÍNICO GERAL NA PREVENÇÂO E TERAPÊUTICA DA DOENÇA PERIODONTAL
N.A.
Catandi; A. Nascimento; A.W. Sallum; S. Toledo; A.F.M. Lima
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O Índice de
Necessidade de Tratamento Periodontal da Comunidade - "Community
Periodontal Index of Treatment Needs" - CPITN - (W.H.O. 1978), sugere os
procedimentos clínicos do Cirurgião Dentista de acordo com a severidade da
doença periodontal. A boca é dividida em 6 regiões - sextantes - e todos os
dentes são examinados com uma sonda periodontal especial. As necessidades de
tratamento periodontal do paciente, por sextante, baseia-se nos resultados das
sondagens e obedece aos critérios: Grau 0 - gengiva clinicamente normal; Grau 1
- necessidade de melhorar a higiene bucal para os casos de sangramento gengival
à sondagem; Grau 2 -raspagem dental para remoção de depósitos mineralizados e
orientação sobre higiene bucal; Grau 3 - raspagem dental para bolsas de 3,5 a
5,5 mm e controle da higiene bucal acrescido de manutenção; Grau 4 -
"tratamento complexo", para bolsas com mais de 5,5 mm de
profundidade.
Este estudo
em 258 pacientes das Clínicas da FOP-UNICAMP , com idades de 19 a 65 anos,
empregando o CPITN mostrou: 1,8% dos sextantes com grau 0; 7,6% com grau 1;
57,0% com grau 2; 27, 7% com grau 3 e 6,3% dos sextantes com grau 4. 83,3% dos
pacientes não apresentaram grau 4 em nenhum sextante da boca, mas todos os
pacientes examinados necessitavam de alguma forma de intervenção periodontal em
um ou mais sextantes. O tratamento para estes casos ficaria na competência do
clínico geral. O restante dos pacientes examinados apresentaram pelo menos um
sextante com grau 4, constituindo indicação para tratamento complexo atribuído
ao especialista.
117 / 1988
INCORPORAÇÃO
E RETENÇÃO DE FLÚOR EM ESMALTE E DENTINA APÓS APLICAÇÃO TÓPICA DE FLÚOR FOSFATO ACIDULADO
M.C. Serra;
R. Sartini Filho; J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Após uma
aplicação tópica de flúor, há um aumento da quantidade deste elemento na
superfície dental, na forma de fiuoreto de cálcio (CaFz) e apatita fluoretada
(AF). A presença, tanto de CaFz quanto de AF, é importante por reduzir o índice
de cárie. O propósito deste trabalho é avaliar, através de dosagens de CaFz e
AF, a deposição e retençãp de flúor em esmalte e dentina, após uma aplicação
tópica de flúor fosfato acidulado (FFA).
Foram
utilizados blocos de dentes humanos, divididos em cinco grupos. O grupo I
serviu de controle negativo, indicando a concentração de flúor presente em
esmalte e dentina antes do tratamento. Nos demais grupos, aplicou-se FFA (1.23%
F, H3PO4 0.1M) por um minuto, sendo que para o grupo II a quantidade de flúor
em esmalte e dentina foi determinada logo após a aplicação tópica, servindo de
controle positivo. Nos grupos III, IV e V a determinação foi feita após sete
dias. Durante este período, os blocos de dentes ficaram em saliva artificial,
com fluxo contínuo de 500 ml por dia, sendo que os blocos de dentes do grupo IV
eram colocados diariamente em uma solução de NaF a 0.05% por um minuto e, no
grupo V, a saliva artificial continha 0.05 ppm de flúor .
Os
resultados obtidos mostraram que o grupo II apresentou uma maior quantidade de
CaFz, não diferindo estatisticamente do grupo IV. Para AF, os melhores
resultados foram obtidos pelo grupo IV havendo uma diferença significativa
entre este e os demais grupos.
118 / 1988
INDUÇÃO DA
PLACA DENTAL "IN VITRO" POR AÇÚCAR MASCAVO
A.H. Serpentino;
M.A.A. dos Santos; E.N. Mós; C.S. Ferreira
Instituto
de Ciências Biomédicas - USP
Com o
objetivo de avaliar o papel do açúcar mascavo na formação da placa dental
"in vitro" e seu poder acidogênico, foram feitos testes comparativos
entre esta substãncia e açúcar refinado, sacarose (PA), sorbitol (PA) e xilitol
(PA). Estes adoçantes foram dissolvidos em meio de cultura, em anaerobiose e na
presença de S. mutans, e lamínulas de vidro foram usadas como suporte para a
formação de placa dental. O açúcar mascavo revelou-se um forte indutor de placa
dental, como também acidogênico, comparável à sacarose e ao açúcar refinado,
após determinação de absorbância, nas lamínulas, e pH nos meios de cultura.
119 / 1988
INFLUÊNCIA
DO CONDICIONAMENTO ÁCIDO NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO IONÔMERO DE VIDRO E RESINA
COMPOSTA
M.F. de L.
Navarro; L.T. de A. Poletto; A. Ishikiriama; J. Mondelli
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
O cimento
ionomérico tem sido sugerido com base de forramento em restaurações de resinas
compostas devido a sua biocompatibilidade e adesão às estruturas dentárias.
Entretanto, questionamentos sobre a influência do condicionamento ácido e seu
efeito sobre a morfologia da superfície do cimento estão sendo formuladas. O
propósito deste estudo foi avaliar o efeito do condicionamento ácido na
resistência de união entre resina composta -adesivo - ionômero de vidro na
"técnica sanduiche". Foram empregados os cimentos Ceramllin e 3M
glass liner. A superfície de cimento foi condicionada com ácido fosfórico a 37%
por 60 segundos, 6 minutos após o início da mistura e unidos a um sistema
restaurador Scotchbond-Silux. Um grupo sem condicionamento ácido serviu como
controle. Foram realizados 20 corpos de prova para cada grupo testado a saber:
Grupo A - Ceram-lin sem condicionamento ácido. Grupo B - Ceram-lin com
condicionamento ácido. Grupo C - 3M liner sem condicionamento ácido. Grupo D -
3M liner com condicionamento ácido. Os testes de tração foram realizados na máquina
universal de ensaios regulada a uma velocidade de 0,5 mm/min, 60 minutos após a
união. Os resultados obtidos foram: Grupo A - 25,82 Kg/cm2, Grupo B - 34,80
Kg/cm2, Grupo C - 23,92 Kg/cm2, Grupo D - 39,01 Kg/cm2. Esses dados submetidos
à análise de variância a dois critérios de classificação demonstraram que a
resistência de união foi significantemente melhor nos grupos submetidos ao
condicionamento independentemente do cimento ionomérico utilizado.
Para as
condições em que esse trabalho foi realizado pode-se concluir que o
condicionamento ácido da superfície do cimento melhora a resistência de união
ionômero resina em relação à superfícies não condicionadas.
120 / 1988
INFLUÊNCIA
DA DISFUNÇÃO TIROIDEANA SOBRE A DOENÇA PERIODONTAL
INFLAMATÓRIA CRÔNICA EXPERIMENTAL -
ESTUDO RADIOGRÁFICO E HISTOLÓGICO
S. Toledo;
A. do Nascimento; A.W. Sallum; A.F.M. de Lima
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
A fim de
observarmos, histológica e radiograficamente o efeito da interação do fator
local irritação marginal e disfunção tiroideana, na instalação e evolução da
doença periodontal inflamatória crônica, utilizamos 60 ratos adultos, machos,
divididos em 3 grupos.
Para
obtermos o quadro do hipertiroidismo, adicionamos 360 mcg de Levotiroxina
sódica e 90 mcg de L-triiodotironina sódica (LEVOID - Aché) em 1.000 ml de água
de beber: para a reprodução do hipotiroidismo, adicionamos 1 g de
propiltiouracil (PROPILTIOURACIL - Andrômaco) na mesma quantidade de água; o
outro grupo, que serviu como controle recebeu apenas água natural. Em todos os
animais foi colocado um fio de algodão, ao redor do 1º molar inferior esquerdo,
para atuar como irritante marginal, favorecendo o acúmulo de placa bacteriana.
Decorridos
30, 60, 90 e 120 dias, os animais foram sendo sacrificados e de cada um deles
foi removida a tiróide, e a mandíbula. Estas, foram radiografadas, para
posterior análise estatística das áreas de perda óssea dos septos interradiculares
dos 1ºs molares (direitos e esquerdos) e depois processadas histologicamente.
Os
resultados indicaram que:
a) as
alterações periodontais, provocadas pela irritação marginal, caracterizaram-se,
histologicamente, pela modificação estrutural do epitélio, pela migração da
junção epitelial em direção apical, pelo aumento da intensidade do processo
inflamatório no conjuntivo e pela reabsorção óssea, nos septos mesiais, distal
e interradiculares;
b) a
irritação marginal provocou perda óssea, nos septos interradiculares,
observadas através de radiografia, a nível estatisticamente significante;
c)
histologicamente, somente o hipotiroidismo, quando associado a irritação
marginal, interferiu nas estruturas periodontais, intensificando o processo
inflamatório;
d)
radiograficamente, as duas alterações tiroideanas aceleraram o processo de
reabsorção óssea do septo interradicular. Entretanto, aos 120 dias, o
hipotiroidismo agravou, de modo estatisticamente significante, as perdas ósseas
marginais.
Estes
resultados indicam que o hipotiroidismo, pode ser considerado como um fator
modificante de uma doença periodontal inflamatória crônica.
121 / 1988
INFLUÊNCIA
DA INTERFERÊNCIA DE UMA FACETA DE ESMALTE NA DUREZA E PROFUNDIDADE DE
POLIMERIZAÇÃO DE RESINAS COMPOSTAS FOTOPOLIMERIZÁVEIS
E.B.
Franco; S.R. Vieira; A. Ishikiriama; M.F. de L. Navarro
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
A
popularidade e a utilização de sistemas de resinas ativadas por luz têm sido
crescentes, mas é importante ser observado que o comportamento clínico de uma
restauração depende em grande parte das propriedades do material. A união entre
a matriz e as partículas de carga, assim como a extensão de polimerização se
constitui num fator importante sob o ponto de vista clínico; a polimerização e
a união incompletas levam à alteração do material. Vários fatores podem afetar
a eficiência da polimerização, esta é atribuída ao poder de penetração da luz;
a penetração insuficiente pode ser causada por uma fonte de luz inadequada ou
como resultado da matriz ou mesmo interferências externas, como por exemplo o
esmalte.
Dessa
forma, o objetivo desse trabalho foi o de investigar a profundidade de
polimerização de resinas compostas ativadas por luz visível com e sem
interferência do esmalte dentário.
Os
espécimes de resinas foram preparados em moldes cilíndricos de teflon com 12,0
mm de profundidade e 6,0 mm de diâmetro. Uma faceta de esmalte vestibular foi
obtida e, após o preenchimento do molde com resina, foi colocada uma lamínula
de vidro no topo do anel de teflon. A fonte de luz foi aplicada à superfície do
esmalte e à resina polimerizada. Esses mesmos procedimentos foram realizados
sem a presença da barreira de esmalte para a posterior comparação.
Após os
cilíndros de resina prontos, foi medida a profundidade de polimerização e a
dureza dos mesmos.
122 / 1988
INFLUÊNCIA
DA RADIAÇÃO X NA CRONOLOGIA DO PROCESSO DE REPARO EM FERIDAS DE EXTRAÇÃO
DENTAL. ESTUDO HISTOMORFOLÓGICO EM RATOS
D.B.
Raveli; B.A. Ferreira; T. Okamoto; M.F.R.. Gabrielli; R..C.L. Cordeiro
Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP
Os autores
estudaram histomorfologicamente a influência da radiação X sobre a cronologia
do processo de reparo em feridas de extração dental. Utilizaram 60 ratos,
divididos em 3 grupos: grupo Controle (I) e grupos que receberam 125 R (II) e
175 R (III) imediatamente após a extração dos incisivos superiores direito. Os
animais foram sacrificados aos 3, 7, 14 e 28 dias após as extrações dentais. As
peças obtidas sofreram tratamento laboratorial de rotina para se obter lâminas
coradas pela hematoxilina e eosina.
Concluiram
que: 1) houve retardo na proliferação da mucosa gengival nos animais submetidos
à irradiação X; 2) houve um considerável atraso na cronologia do processo de
reparo alveolar e; 3) este atraso foi mais acentuado quanto mais intensa a ação
dos raios X.
123/ 1988
INFLUÊNCIA
DA TÉCNICA DE INSTRUMENTAÇÃO NA QUANTIDADE DE MATERIAL PROJETADO ATRAVÉS DO FORAME APICAL (ESTUDO "IN VITRO")
L.R.
Ferreira; L. Valdrighi; R.R. Biral
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Algumas
pesquisas realizadas atualmente têm mostrado que o tratamento endodôntico, na
fase de instrumentação dos canais radiculares, apresenta tendência de extruir
restos necróticos e exsudatos através do forame apical. A projeção destes
conteúdos do canal, geralmente contaminados, para além do forame apical, podem
provocar alteração inflamatória periapical que resulta em dor pós-operatória. O
propósito deste estudo é de verificar a quantidade de material que é extruído
através do forame apical durante o preparo químico-mecânico dos canais
radiculares, realizado por diferentes técnicas de instrumentação. Para a
realização deste estudo foram selecionados sessenta dentes humanos extraídos
que foram divididos em cinco grupos de 12 elementos, cada um dos quais tendo os
canais instrumentados segundo a técnicas específicas a saber: - Grupo 1: -
Técnica Seriada Convencional; - Grupo 2: - Técnica Telescópica ou Escalonada
(step back); - Grupo 3: - Técnica de Schilder (recapitulação), - Grupo 4: -
Técnica da Universidade de Oregon (crown-down pressureless technique) e - Grupo
5: - Técnica Ultrasônica (sistema sinergístico ultra-sônico de Martin e Cols.).
Após realizado o acesso aos canais e a medida dos dentes, estes foram incluídos
em um troquel de resina acrílica. Com os dentes fixados dessa maneira
introduziu-se no interior dos canais uma solução de azul de metileno a 1% e
realizou-se a instrumentação dos canais. Para possibilitar e facilitar a
pesagem dos restos extruídos foram utilizados segmentos de papel absorvente
medindo 4 mm de comprimento que, antes de serem utilizadas, foram pesados em
balança de semiprecisão. Durante a instrumentação, as pontas eram usadas para
absorver e coletar restos necróticos e exsudatos projetados através do forame
apical. A seguir, as pontas contendo o material extruído, eram pesadas
novamente. Do peso final subtraiu-se o peso inicial, obtendo-se o peso
correspondente ao material extruído. Todas as técnicas de instrumentação
estudadas produziram projeção de material através do forame apical, sendo que
foi a seguinte a classificação em ordem decrescente de extrusão: 1º - Técnica
Seriada Convencional; 2º - Técnica Telescópica; 3º - Técnica Ultra-sônica; 4º -
Técnica de Schilder; 5º - Técnica da Universidade de Oregon. A variação na
quantidade de material extravazado provavelmente é influenciada pela amplitude
dos movimentos dos instrumentos durante a limagem dos canais e pela variação
individual de cada operador, fator que deverá ser analisado em futuras
pesquisas.
124 / 1988
INFLUÊNCIA
DO TEMPO DE ATAQUE ÁCIDO E DO TIPO DE AGENTE DE
UNIÃO NA
RETENÇÃO DE "BRACKETS" ORTODÔNTICOS
M.C.S.
Moscatello; P.E. CapeI Cardoso; W.G. Miranda Jr.
Faculdade
de Odontologia - USP
Nos últimos
anos, as resinas compostas tornaram-se uma grande opção para o uso do
cirurgião-dentista, tanto como material restaurador quanto selante de fóssulas
e fissuras, agente cimentante de próteses adesivas e coragem de brackets.
Isto só foi
possível pela utilização da técnica de condicionamento ácido do esmalte
empregada pela primeira vez em 1955, por Buonocore.
Embora
muito se tenha avançado com esta técnica, pesquisas têm demonstrado que pode
ocorrer certo grau de infiltração entre dente e resina. Para tentar solucionar
este problema surgiram os "agentes universais" ou adesivos, possuindo
alguma capacidade de adesão à superfície do esmalte e da dentina.
O objetivo
deste trabalho foi analisar a colagem de brackets sobre esmalte, tendo como
variável o tempo de ataque ácido (15" e 60") o agente de união
(agente universal e de união ao esmalte). Foram utilizados 20 incisivos
inferiores humanos subdivididos em 4 grupos: ataque ácido por 15 segundos +
agente de união de esmalte (Concise Ortodôntico - 3M), 15 segundos + agente
universal (Scotchbond - 3M), 60 segundos + agente de união de esmalte, 60
segundos + agente universal. Feita a análise de variância constatou-se não
existir diferença significativa quando empregados diferentes tempos de
condicionamento ácido do esmalte e agente de união ao esmalte e agente
universal.
125 / 1988
INFLUÊNCIA
DA TRIPSINA, QUIMIOTRIPSINA E PARACETAMOL NO DESENVOLVIMENTO DO TECIDO DE
GRANULAÇÃO, EM RATOS
P.P.
Barros; T.R. Mattos Filho; M.R. Vizioli
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Obejtivando
estudar a influência da tripsina, quimiotripsina e paracetamol, os autores
induziram tecido de granulação em ratos, mediante o implante subcutâneo de
esponjas de PVC, na região dorsal traseira. Após o implante das esponjas, os
animais foram separados em dois grupos: controle e tratados. Os animais do
grupo Controle tiveram seus tecidos de granulação retirados aos 5, 10, 14, 21 e
28 dias. Os referidos tecidos foram então encaminhados para a confecção de
lâminas para coloração em H.E. e reação metacromática com azul de toluidina, pH
4,0 para estudo histofotométrico.
Os animais
do grupo tratado foram divididos em três sub-grupos: sub-grupo ParenzymeR,
sub-grupo Parenzyme analgésicoR e sub-grupo EraldorR. Os três sub-grupos
constituiram-se, de acordo com o desenvolvimento do tecido de granulação, de
animais que receberam as drogas, intraperitonealmente, e foram sacrificados aos
5, 10, 14, 21 e 28 dias após o implante das esponjas. O tratamento
correspondente a cada sub-grupo teve início a partir de 48 horas antes da retirada do tecido de
granulação, sendo repetido a cada 8 horas. Os tecidos de granulação foram
enviados para confecção de lâminas histológicas coradas em H.E. e reação de
metacromasia, com azul de toluidina pH 4,0, para estudo histofotométrico.
Os
resultados obtidos, dentro de nossas condições experimentais, mostraram que o
ParenzymeR, o Parenzyme analgésicoR e o EraldorR, interferiram na síntese de
glicosaminoglicanas e colágeno, promovendo inibição do desenvolvimento e da
maturação do tecido de granulação, notadamente no décimo dia após o implante
das esponjas de PVC.
126 / 1988
INSTRUMENTAÇÃO
ULTRA-SÔNICA EM DENTES COM POLPA NECROSADA E LESÃO PERIAPICAL
J.C.G.
Biffi & H.H. Rodrigues
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O presente
estudo foi desenvolvido visando a esclarecer algumas controvérsias que o uso do
ultra-som em Endodontia vem despertando nos dias atuais.
O material
utilizado consistiu de 20 dentes humanos recém-extraídos. Esses dentes tinham
um único canal, polpa necrótica e lesão periapical, e foram instrumentados pela
técnica ultrassônica, a fim de testar uma possível ação do ultra-som na remoção
de microrganismos contidos no interior do canal e nos túbulos dentinários.
Observou-se
um melhor desempenho da instrumentação no terço médio do canal, em comparação
com o terço apical. Na região do extremoapical, verificou-se a compactação
frequente de detritos, que aí permaneciam, a despeito da eventual agitação
provocada pela vibração ultra-sônica.
Verificou-se
a presença de bactérias nos túbulos dentinários abertos para a luz do canal
radicular, mesmo após a instrumentação ultra-sônica.
Trabalho
subvencionado pelo CNPq
127/ 1988
LIGAS DE
PRATA-PALÁDIO: ANÁLISE POR DIFRAÇÃO DE RX E
VERIFICAÇÃO
DA DUREZA SUPERFICIAL
R.P.
Almeida*; W. Matsumoto*; H. Panzeri; S.H. Pulcinelli**
* Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
**
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP
Para que
uma liga possa ser empregada em trabalhos odontológicos é de extrema
importância um conhecimento detalhado de sua estrutura metalúrgica. Com o
objetivo de estudar as ligas de prata-paládio iniciou-se uma série de estudos
através de análise por difração de RX e determinação da dureza superficial de
corpo-de-prova fundidos e no estado do fabricante. Para análise de difração de
RX foi utilizado o Goniômetro horizontal HZG-4 (VEB Carl Zeiss), do Núcleo
Integrado de Pesquisas da FORP. A dureza superficial foi feita em aparelho para
testes de dureza; marca WOLPERT.
Pela
análise dos difratogramas-x obtidos conclue-se que as ligas estudadas são do
tipo estrutural PbPd3, sistema cúbico primitivo, com seus elementos
constituintes (Ag, Pd e Pb) ocupando as mesmas posições na rede cristalina,
pois tais elementos têm raio catiônico com valores muito próximos. Observou-se,
ainda, que após a fundição há modificação estrutural nas ligas, com aumento na
distância entre os átomos da cela unitária o que exerce influência na dureza
das ligas.
Com relação
a dureza, observou-se que após a fundição a dureza das ligas decresceu, dureza
esta muito baixa que classifica as ligas como "ligas moles",
comparáveis ao ouro tipo I.
128 / 1988
MEDIDAS DE
RESISTÊNCIA E DEFORMAÇÃO DE RESINA ACRÍLICA REFORÇADA COM FIBRAS DE VIDRO
L.A.
Fregonesi; G. Maia Campos; H. Panzeri
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
Realizaram-se
ensaios de tração em corpos-de-prova de resina acrílica para base de dentadura,
reforçados com fibras de vidro picadas e moídas, para testar as sua tensões de
ruptura, de alongamento e o módulo de elasticidade. Usaram-se fibras sem
tratamento superficial, fibras com tratamento original de fábrica e fibras tratadas
com SILANO A174 a 0,1, 0,5 e 1,0%, adicionadas como carga à resina, nas
proporções de 5, 10, 15 e 20%. Como controle e termo de comparação, adotou-se a
resina acrílica sem carga.
Os
resultados admitiram que: 1. as fibras picadas tendem a aumentar a resistência
da resina acrílica à forças de tração, e o incremento da porcentagem de carga
dessas fibras também aumenta essa resistência, ao passo que as moídas parecem
diminuir; 2. esse aumento de resistência foi mais acentuado quando se usou o
tratamento pelo SILANO A174 em qualquer das concentrações testadas, associado
às fibras picadas; 3. o teste de alongamento demonstrou que a adição de fibras
à resina acrílica tende a tornar mais rígidos os corpos-de-prova, fazendo-os
fraturarem-se com um alongamento menor do que o da resina sem carga e, a maior
rigidez foi verificada com a carga de 20%; 4. os módulos de elasticidade
demonstraram, por sua vez, que, ainda que a incorporação de fibras de vidro à
resina acrílica torne mais rígidos os corpos-de-prova, diminuindo-Ihes o
alongamento de ruptura, a presença das fibras confere ao material uma
capacidade maior de recuperação elástica, diminuindo portanto neles a
probabilidade de deformações plásticas, uma vez que o material tende a
fraturar-se, mais do que alongar-se permanentemente, ao ser ultrapassado o seu
limite de deformação elástica; 5. os módulos de elasticidade mostraram valores
maiores, quando se usaram fibras picadas, tratadas pelo SILANO A-174 a 1%, e
com carga de 20%.
129 / 1988
MEDO DE
DENTISTA - ANSIEDADE. AVALIAÇÃO DO TESTE "DAS" ATRAVÉS DA DOSAGEM DOS
DERIVADOS DE CATECOLAMINAS NA URINA
I.C.
Ribeiro & V.L. Resende
Faculdade
de Odontologia - UFMG
O medo de
dentista, ou ansiedade dos paciente significa uma verdadeira barreira impedindo
ou retardando a procura de tratamentos odontológicos pelos pacientes, apesar de
conhecerem a necessidade de recebê-los. As respostas comportamentais do medo
são acompanhadas de intensas alterações autonômicas e neurovegetativas que podem
ser avaliadas através da medida de epinefrina e norepinefrina no sangue e de
seus derivados na urina.
O teste
"DAS" (Dental Anxiety Scale) consiste na aplicação de um questionário
contendo 4 perguntas com 5 respostas, podendo o resultado variar de 4 a 20.
Segundo
Corah, seu idealizador, se o dentista está ciente do nível de ansiedade de seu
paciente, ele pode se prevenir sobre o seu comportamento e pode também tomar
medidas adequadas específicas em relação a cada paciente de acordo com seu
nível de ansiedade.
O objetivo
deste trabalho é relacionar o escore obtido na aplicação do "DAS" com
os níveis de derivados das catecolaminas encontrados na urina dos pacientes e
assim avaliar a aplicação do teste na clínica diária.
130 / 1988
MENSURAÇÃO
DOS ELEVADORES DE SELDIN ANGULADOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL COMPARATIVAMENTE AOS
VALORES DESSES ELEVADORES SEGUNDO A ESPECIFICAÇÃO DA "FEDERAL SUPPLY SERVICES- GG -E -1161"
J.L.
Piratininga; A.C. Campos; W.F. Alves; E. Matson
Faculdade
de Odontologia - USP
Foram
mensurados neste trabalho de pesquisa, 24 (vinte e quatro) elevadores dentais
(Seldin angulados) de quatro fabricantes nacionais por nós denominados de
marcas A, B, C, D; sendo 12 (doze) de números 1R* e 12 (doze) de números 1L *.
As
mensurações das dimensões dos elevadores foram feitas através de leitura direta
no paquímetro e micrômetro externo e ou do traçado geométrico do desenho da
projeção obtida de cada elevador, sobre um papel vegetal aposto na tela do
projetor de perfil.
Após as
mensurações efetuadas e que nesta parte da pesquisa se restringem a
apresentação de medidas do cabo e da haste dos elevadores, os resultados
obtidos foram submetidos à aplicação do teste "t" para verificação de
dimensões dos elevadores comparativamente ao seu padrão baseado nos critérios
propostos pela Federal Supply Services GG - E - 1161.
Com base na
metodologia proposta é lícito concluir que existem discrepâncias evidentes
entre as medidas do cabo e da haste dos elevadores de fabricação nacional
comparativamente com o padrão adotado.
* (1R -
Right e 1L - Left) são números do instrumental cirúrgico dados pelo fabricante.
131 / 1988
MÉTODO DO
ENSAIO DE RESISTÊNCIA TRANSVERSAL NO ESTUDO DAS UNIÕES SOLDADAS
A. Muench;
J.F.F. Santos; M. Ueti
Faculdade
de Odontologia - USP
O objetivo
do presente trabalho é apresentar o método do ensaio transversal para
determinar a resistência de uniões soldadas. Salienta-se sua vantagem, por
permitir com pouco material, a comparação da resistência da união com a da
liga. O trabalho ainda estuda a influência da ciclagem térmica na resistência
das uniões soldadas, da liga e sua dureza.
Para os
ensaios barras de cerca de 0,14X0,26X0,70 cm são obtidas por fundição e
adequadamente soldadas entre si, duas a duas. Comparativamente são obtidas e
ensaiadas barras inteiriças da liga. Dos tratamentos térmicos interessa muito
aquele da espera de alguns minutos antes de resfriar o conjunto incluído e
soldado. Paralelamente à determinação da resistência é obtida a dureza. Uma
fragilidade da união soldada é caracterizada por baixa resistência ao
rompimento em comparação com a da liga. A resistência é calculada pela fórmula:
R=3C1/2bh2 (R, resistência; 1, distância entre apoios; b, largura da barra; h,
altura da barra).
Os
resultados obtidos com ligas de ouro clássicas e de baixo conteúdo desse
elemento permitiram concluir que: a) o ensaio transversal é vantajoso no estudo
da resistência mecânica das uniões soldadas; b) o resfriamento após alguns
minutos do conjunto soldado, aumenta a dureza da liga e as resistências dela
própria e da sua união soldada; c) as resistências das uniões soldadas se
aproximaram daquelas das ligas.
132/ 1988
MICROBIOTA
FÚNGICA NA CAVIDADE BUCAL DE PACIENTES DIABÉTICOS
M.R.S.
Quirino*; C.R. Paula**; E.G. Birman*
*Faculdade
de Odontologia - USP
**Instituto
de Ciências Biomédicas - USP
Com o
objetivo de avaliar as repetidas afirmações na literatura à respeito de
infecções fúngicas em pacientes diabéticos, principalmente Candidoses, nós
estudamos um grupo de pacientes diabéticos ambulatoriais (controlados, não
controlados e juvenis). Observações clínicas, esfregaços e culturas foram
analisadas. A principal proposta foi o estudo qualitativo para correlacionar
sinais ou lesões e a presença de microrganismos e sua identificação. Os
resultados indicaram além de variações clínicas, sintomas e outros sinais, que a
candidose não foi um achado tão freqüente. Deste modo 59% de todos pacientes
apresentaram uma cultura negativa para fungos, 14% foram portadores de C.
albicans (sem lesões); 14,9% eram portadores de outras espécies de fungos.
Somente 14% apresentaram um quadro clínico de Candidíase Atrófica Crônica, com
cultura positiva para C. albicans; todos estes casos estavam associados a
presença de prótese total (superior). Somente um caso apresentou quadro de
Candidose Atrófica Aguda. O Sorotipo "A" de C. albicans, foi
predominante e fatores de virulência (fosfolipase e protease) foram também
estudados. Concluimos até este momento que estes pacientes não desenvolvem
infecção fúngica bucal tão frequentemente sem que outras condições
modificadoras estejam presentes.
133 / 1988
MODIFICAÇÕES
DA ESTRUTURA FIBRILAR DO OSSO APÓS SECCIONAMENTO
PARCIAL DO CORPO DA MANDÍBULA. ESTUDO PELA TÉCNICA DAS LINHAS DE FENDA
H. Faig
Leite; A.C.P. Agulha; S. Simões; M.C. Madeira
Faculdade
de Odontologia de São José dos Campos – UNESP
Faculdade
de Odontologia de Araçatuba - UNESP
Com o
propósito de se estudar possíveis modificações arquiteturais da compacta da
mandíbula decorrentes de seu seccionamento, foram operados seis coelhos
adultos. A cirurgia consistiu na exposição unilateral da superfície lateral do
corpo da mandíbula, seguida da secção transversal (vertical) de sua compacta
com o auxílio de broca odontológica. Os animais foram sacrificados aos 3, 4, 8
e 16 meses pós operatórios e suas mandíbulas foram submetidas à técnica das
linhas de fenda.
O lado
controle mostrou um padrão uniforme e regular, com linhas de fenda percorrendo
o comprimento do corpo e se distribuindo no ramo da mandíbula. Este arranjo
coincide com a disposição das chamadas trajetórias de força da mandíbula. O
lado operado mostrou, na área de seccionamento, intensa desorganização do
padrão normal das linhas, o que revela um desarranjo da própria organização dos
feixes de fibras colágenas, o principal constituinte orgânico do osso. As
trajetórias da mandíbula, que são tidas como vias de escoamento de forças
mecânicas, sofrem, assim, interrupção pelo seccionamento; sendo compensadas
funcionalmente pela vasta deposição de novo osso correspondente à formação de
calo ósseo.
134 / 1988
PERMEABlLIDADE
DOS VASOS GENGIVAIS EM RATOS DIABÉTICOS ALOXÂNICOS
A.O.C.
Jorge; O.P. Almeida; P.D. Novaes; M.R. Vizioli
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Está bem
estabelecido que o diabetes melito pode modificar a resposta inflamatória,
predispondo o indivíduo a maior susceptibilidade a infecções e provocando
significante retardo no processo de reparo. Embora os mecanismos não sejam bem
conhecidos, há evidências de que no diabetes a diminuição da permeabilidade
vascular, é devida a não abertura das junções epiteliais, processo que seria
mediado pela insulina. Foram utilizados no presente trabalho, 25 ratos
diabéticos aloxânicos (glicemia acima de 250 mg%) e 25 animais normais. Nestes
animais foram observados: permeabilidade vascular na pele, com o uso do azul de
Evans para quantificação; permeabilidade vascular no músculo cremáster com uso
do carvão coloidal; e, quantificação macroscópica e microscópica da
permeabilidade dos vasos gengivais, também com uso do carvão coloidal.
Os
resultados demonstraram que em ratos diabéticos aloxânicos, a permeabilidade
vascular mediada pela histamina, na pele e no músculo cremáster , está
diminuída. Por outro lado, nos vasos gengivais que apresentaram constante
aumento de permeabilidade, e que são responsáveis pela formação do fluido
gengival, não se observou significante modificação da permeabilidade vascular
nos animais diabéticos.
Os
resultados deste trabalho, apesar de não permitirem afirmar que o diabetes
aloxânico não tem qualquer influência na permeabilidade dos vasos gengivais,
claramente demonstram que estes vasos se comportam de maneira diferente do que
os da pele e músculo cremáster nas mesmas condições experimentais. Seria
interessante estudos comparativos usando-se animais com diabetes experimental,
por períodos mais prolongados, ou com diabetes espontâneo.
135 / 1988
PESQUISA DE
ANTICORPOS SÉRICOS PARA Actinobacillus actinomycetemcomitans EM INDIVÍDUOS COM
DIFERENTES
CONDIÇÕES PERIODONTAIS
I.R..R..
Fischer; O.P.S. Rosa; R.S.S. Rocha; N. Moraes; A.L.V. Marques
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Na
literatura internacional encontram-se referências à correlação entre
Actinobacillus actinomycetemcomitans e o quadro de periodontite juvenil
localizada.
No presente
trabalho, procuramos investigar, em brasileiros com diferentes condições
periodontais, a resposta imune humoral para a cepa Y4 desse microrganismo.
Através de
exames clínicos e radiográficos foram selecionados 40 indivíduos com periodonto
normal, sendo 20 com idades entre 10 e 16 anos (grupo N1) e 20 acima de 18 anos
(grupo N2), 20 portadores de gengivite (grupo G) e 20 portadores de
periodontite (grupo P), todos sem tratamento periodontal. Para o teste,
empregando a técnica de imunofluorescência indireta, foram utilizadas amostras
de soro obtidas a partir de sangue colhido em jejum, mantidas em congelador até
o uso e esfregaços feitos com uma suspensão de cepa Y4 de Actinobacillus
actinomycetemcomitans.
Os
resultados foram os seguintes:
- Soros
negativos: N1=1, N2=2, G=1 e P=2;
- Títulos
de 1:1- N1 =9, N2=8, G=6, P=8;
- Títulos
de 1:10 - N1=2, N2=6, G=5, P=2;
- Títulos
de 1:20 - N1 =4, N2=2, G=2, P=5;
- Títulos
de 1:40 - N1 =1, N2=2, G=6, P=2;
- Títulos
de 1:80 - N1 =2, N2=0, G=0, P=1;
- Títulos
de 1:160 - N1 =1, N2=0, G=0, P=0.
136 / 1988
PESQUISA DE
SUBSTÂNCIAS TIPO BACTERIOCINAS PRODUZIDAS POR AMOSTRAS DO GRUPO Bacteroides
fragilis ISOLADAS DA CAVIDADE
ORAL DE
PRIMATAS NÃO HUMANOS
L.M.
Farias; M.A.R.. Carvalho; C.A.V. Damasceno; E.C. Vieira; E.O. Cisalpino
Instituto
de Ciências Biológicas - UFMG
As
substâncias tipo bacteriocinas parecem ter a habilidade potencial de contribuir
para a regulação de uma microbiota, embora este papel ecológico não tenha sido
ainda comprovado "in vivo". Sugere-se que substâncias antagônicas
deste tipo, produzidas por bactérias orais, seriam determinantes ecológicos no
ecosistema placa dentária, entre outros fatores. As bactérias do grupo B.
fragilis constituem os representantes numericamente mais significativos da microbiota
indígena intestinal de muitos mamíferos, tendo sido descrito seu isolamento de
placa dentária de símios Callithrix penicillata. Com o intuito de contribuir
com dados fundamentais sobre este grupo microbiano, de interesse para a
ecologia oral e para a Microbiologia Comparada, o presente estudo preliminar
constou da avaliação da habilidade de .produção de substâncias tipo
bacteriocinas por amostras orais de B. fragilis, isoladas de C. penicillata,
contra 15 amostras intestinais destas bactérias isoladas dos mesmos primatas e
10 de Cebus sp. As amostras foram isoladas em meio seletivo
Bacteroides-bile-esculina e caracterizadas no Laboratório de Microbiologia Oral
e Anaeróbios do ICB/UFMG. Os testes foram realizados em ágar BHI-S (1,5%), a
partir de um inóculo de culturas de 24 horas em BHI-S. Após incubação, em
anaerobiose, por 48 horas, as células foram mortas por clorofórmio e recobertas
com 3,5 ml de culturas de 24 horas, em ágar semi-sólido (0, 7%), das amostras
reveladoras, contendo aproximadamente 106 - 107 cels/ml. A leitura, realizada
após 24 horas em anaerobiose, foi feita pela presença de halos de inibição
característicos, indicando que as 9 amostras testadas e uma padrão (ATCC 23745)
tiveram algum efeito inibitório contra uma ou várias de 13 amostras sensíveis,
ds 25 reveladoras.
Apoio CAPES
- PICD
137/ 1988
PLANEJAMENTO
DAS VISITAS DE RETORNO EM ODONTOPEDIATRIA
J.C.
Noronha; M.L.A. Massara; M.M.G. Faria; V.M.S. Villar; S.M.G. Pinto; D.T.M.
Prado; A.R.F. Moraes
Faculdade
de Odontologia - UFMG
O
estabelecimento de um programa de manutenção preventica é essencial, tomando-se
em conta O risco social e biológico de cada paciente. Resta-nos saber qual a
periodicidade de retorno, quais os critérios para estabelecê-la e as medidas a
serem aplicadas para alcançarmos o verdadeiro objetivo da prevenção.
Num esforço
de encontrarmos orientação científica para este planejamento, buscou-se na
literatura disponível, fundamentos para um programa de manutenção adequado às
características individuais dos pacientes. Desta busca surgiu a proposta de
periodicidade das visitas baseada na classificação de risco à cárie, no momento
inicial do tratamento odontológico, que é a seguinte:
CLASSIFICAÇÃO
DO PERIODICIDADE
DE
PACIENTE RETORNO
PARA M.P.
Imune Absoluto
Baixo
Risco: 6
em 6 meses Imune Relativo C.
Monofocal
Médio
Risco: 4
em 4 meses C. Multifocal
C. Detida 6
semanais Tratamento
Intensivo
Alto Risco C. Negligente 3
quinzenais Durante 6 C. Rampante 3
mensais meses
A
modificação da periodicidade se dará em função de uma reclassificação do risco,
quando se espera que o controle clínico da progressão da doença tenha ocorrido.
138 / 1988
POSSIBILIDADES
E LIMITES DA PREVENÇÃO DA CÁRIE: UM ESTUDO DA INTERVENÇÃO NA ZONA URBANA E
SUBURBANA DE BELO HORIZONTE
U.L.
Kirchner; L.L. Mendonça; M.C.R. Viana; M. Vasconcelos; M.A. Guerrino; L.S.
Castilho; P.F. Pinto
Faculdade
de Odontologia - UFMG
Considerando
a gravidade do quadro de saúde oral no Brasil, em especial na população
infantil, pretende-se analisar a distribuição das doenças orais em escolares da
rede pública de educação do 1º grau, em bairros de Belo Horizonte; pretende-se
ainda testar quatro métodos preventivos da cárie dentária (bochechos com
fluoretosm, higienização, educação para saúde e nutrição) visando verificar
qual deles oferece melhores resultados para utilização nas escolas.
O estudo é
longitudinal, previsto para 5 anos e realizado em 6 escolas; cada método é
aplicado em uma escola; a combinação dos quatro métodos é testada na quinta
escola; a última escola constitui o controle. São realizados levantamentos
inicial e anuais (sócio-econômico, clínico e nutricional). Os programas
preventivos são dirigidos a escolares e atingem pessoal da escola, pais e
comunidade. A amostra é de 1.200 crianças.
A pesquisa
foi programada em cinco fases:
1.Capacitação
e calibração dos pesquisadores (1987/88)
2.
Padronização e teste dos instrumentos (1987/88)
3. Análise
das condições de saúde dos escolares e seu comportamento frente à doença (1988)
4.
Aplicação dos métodos e programas preventivos (1988 a 1990) 5.
Avaliação, verificação dos resultados (1991-92)
139/ 1988
PREVALÊNCIA
DOS MARCADORES DA HEPATITE B EM ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA E DENTISTAS
C.M.C.
Ottoni*; C.O. Gomes**; F.J. Penna*; C.J.C.G. Souza***
*Faculdade
de Medicina - UFMG
**Faculdade
de Odontologia - UFMG
***Faculdade
de Farmácia - UFMG
Os
pesquisadores apresentam dados preliminares de investigação sorológica para os
marcadores da hepatite B (Anti-BHs e HBs-Ag), realizada em estudantes de
Odontologia das Faculdades de Odontologia da UFMG e PUC-MG e
cirurgiões-dentistas de Belo Horizonte, distribuídos em vários grupos, de
acordo com o tempo de graduação. Foram avaliados 91 estudantes do 2º, 3º e 4º
períodos da Faculdade, antes que os mesmos tivessem contato com pacientes em
aulas práticas, 74 estudantes do 7º e 8º períodos escolares envolvidos em aulas
prá.ticas por um período de 2 anos e 102 cirurgiões-dentistas com mais de 10
anos de formados.
A
incidência de Anti-HBs positivo (contato prévio com hepatite B) foi de 6,6% no
primeiro grupo, 8,1% no segundo grupo e 29,4% no terceiro grupo. Neste último
grupo, os profissionais que tinham entre 15 e 25 anos de formados apresentaram
uma positividade por Anti-HBs de 33%. Nenhum dos 267 indivíduos estudados
mostrou-se portador crônico do vírus (HBs-Ag positivo).
A pesquisa
está em andamento. Os grupos experimentais foram ampliados e estão sendo
formados os grupos-controle com indivíduos da mesma faixa etária e sexo e que
não estão expostos à atividades com risco de contaminação.
140 / 1988
QUANTIFICAÇÃO
COMPUTARIZADA DE TÉCNICA DE RASPAGEM E AVALIAÇÃO HISTOBACTERIOLÁGICA DE DENTES COM DOENÇA PERIODONTAL
D.
Magalhães* & H.H. Rodrigues**
*Faculdade
de Odontologia de Uberlândia
**Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O nosso
trabalho consistiu de uma avaliação in vitro de dentes com comprometimento
periodontal e que por esta razão tem sua extração indicada.
A
amostragem consiste de 31 dentes unirradiculares, onde a sua face mesial foi
raspada por uma cureta tipo Gracey nº 3/4 marca Hu-Friedey (USA), onde estão
adaptados sensores que nos informarão sobre pressões usadas para realizar
procedimentos de remoção do ligamento periodontal remanescente, cálculo,
dentina e para o alisamento radicular. A face distal se prestará como controle.
Os dentes
serão corados por uma solução evidenciadora de placa e raspados tantas vezes
forem necessário para que seja considerados clinicamente limpos.
O exame
histológico será realizado segundo os procedimentos de rotina para cortes
seriado em parafina, utilizando as colorações de Gram, Tricrômio de Masson e
H.E. Os resultados obtidos nos informam da existência de remanescentes de
placa, ilhas de cemento contaminados ou não e túbulos contaminados por
bactérias na superfície radicular tratada.
As pressões
de corte obtidas foram: 220 ± 66 gr para o ligamento remanescente; 686 ± 131 gr
para o cálculo; 383 ± gr para a dentina e 79 ± 33 para o alisamento.
A
associação das pressões de corte aos dados histológicos não demonstra existir
correlação entre valores das pressões de corte utilizadas com a presença ou ausência
de contaminação radicular.
141 / 1988
QUANTIFICAÇÃO
DA PRESSÃO E AVALIAÇÃO HISTOBACTERIOLÓGICA DA RASPAGEM DENTAL E ALISAMENTO RADICULAR, IN VITRO
A.F.M.
Lima*; H.H. Rodrigues**; L. Bozzo*
*Faculdade
de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP
**Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
A raspagem
dental e o alisamento radicular são os procedimentos clínicos que possibilitam
o tratamento da superfície dental das bolsas periodontais. Determinar qual a
pressão necessária e quanto de tecido dental deve ser removido, permanecem como
dúvidas na controvertida discussão a respeito da raspagem e alisamento
radicular .
Com o
propósito de registrar a pressão necessária à realização da raspagem e
alisamento radicular, bem como, avaliar as alterações do cemento e da dentina
submetida à esses procedimentos terapêuticos, foram utilizados 26 dentes
humanos com perda de inserção maior ou igual a 5 mm em consequência de doença
periodontal de evolução natural.
Nossos
resultados demonstram que as pressões de raspagem e alisamento radicular, que
representam a resistência dos tecidos dentais ao corte, no mesmo dente, são
comparativamente muito próximas e, para a amostra toda, situaram-se em torno de
113,0 ± 19,7 gramas e 104,6 ± 17,2 gramas, respectivamente.
Os
resultados histobacteriológicos demonstram que aplaca bacteriana e o tecido
dental contaminado por ela foi removido em 23 casos (88%) e houve remanescentes
em 3 casos (12%), e o cemento foi removido em 14 casos (54%) com remanescentes
em quantidades variáveis em 12 casos (46%) dos 26 casos tratados. Todos os
casos apresentaram a maior parte da área tratada composta por dentina nua, lisa
e plana e com os túbulos dentinários expostos.
Pela
metodologia utilizada foi possível quantificar a resistência dos tecidos
dentais ao corte, e também demonstrar que irregularidades anatômicas impedem a
ação uniforme do instrumento raspador .
142 / 1988
REPARO EM
FERIDAS DE EXTRAÇÃO DENTAL DE RATOS EXPOSTOS À RADIAÇÃO X NO CORPO TODO
R..C.L.
Cordeiro; B.A. Ferreira; T. Okamoto; D.B. Raveli
Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP
O presente
trabalho teve por objetivo estudar histomorfologicamente, a influência da
radiação X aplicada no corpo todo de ratos, sobre a cronologia do processo de
reparo de feridas de extração dental desses animais.
Foram
extraídos os incisivos superiores direitos de 50 ratos jovens, divididos em 2
grupos. O grupo I serviu de controle. Os animais do grupo II foram irradiados
no corpo todo com uma dose única de 180R imediatamente após a extração dental.
Transcorridos os períodos pós operatórios previamente estabelecidos (24 horas,
3, 7, 14 e 28 dias) os animais foram sacrificados. As peças obtidas passaram
por tramitação laboratorial de rotina para se obter lâminas coradas por
hematoxilina e eosina e serem examinadas no microscópio ótico comum.
Concluiu-se,
pelas observações histológicas, que houve um atraso no processo de reparo em
feridas de extração dental dos animais submetidos à irradiação.
143/ 1988
RESISTÊNCIA
AO CIZALHAMENTO ENTRE DENTINA E
ALGUNS
SISTEMAS RESTAURADORES
L.A.M.
Cardoso; M.F. Goes; S. Consani; L.A. Ruhnke; W.Stolf
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
A interação
do material restaurador com os tecidos dentais é ponto fundamental no seu
desempenho, desejando-se uma perfeita adaptação e adesão ao dente. Atualmente
os sistemas restauradores têm como uma das principais falhas seus
comportamentos junto à dentina. A proposição deste estudo foi a de comparar a
eficiência de alguns dos atuais sistemas restauradores sobre superfícies de
dentina "in vitro" quanto às suas resistências ao cizalhamento.
Vinte e
oito molares humanos extraídos foram raspados e limpos com pasta de pedra pomes
e água usando-se escovas. Após serem lavados em água foram seccionados num
plano transversal ao longo eixo e inferiormente 2 a 3 mm paralelo ao plano
oclusal. Foram então incluídos num molde cilíndrico de 8x11 mm com resina
acrílica autopolimerizável, de modo que as superfícies de dentina seccionadas
ficassem expostas. Aguardada a polimerização as superfícies de dentina foram
processadas com lixas 280-400-600 sendo então lavadas abundantemente com água
corrente e secas. Os dentes foram subdivididos em 4 grupos procedendo-se os
seguintes tratamentos: I - Scothbond + Silux; II - Bondlite + Herculite; III -
Prisma Universal Bond + Prisma Micro-Fne; IV -Ácido Poliacrílico 30% +
Ceram-Fil.
Os adesivos
foram aplicados sob orientação do fabricante e o ácido poliacrílico por 30
segundos. As resinas foram então inseridas em seringas plásticas transparentes
que serviram de molde; posicionadas, fixadas, polimerizou-se o material em 4
regiões totalizando 2 minutos. Após a retirada do molde foi realizada uma
polimerização adicional de 1 minuto. O cimento de ionômero foi levado à seringa
posicionado, fixado até que ocorresse sua presa. Retirado o molde aplicaram-se
duas camadas de verniz. As amostras foram armazenadas por 24 horas em ambiente
com 100% de umidade à 37 graus centígrados e após esse período levadas à
máquina de ensaios de tração posicionadas num suporte apropriado obtendo-se os
valores assim como os gráficos correspondentes.
Os
primeiros resultados indicam um melhor comportamento do sistema Scothbond-Silux
seguido da combinação Bondlite-Herculite e Prisma Universal Bond-Prisma
Micro-Fine, ambos com desempenho significativamente superiores ao cimento de
ionômero de vidro Ceram-Fil.
144 / 1988
RESISTÊNCIA
À CORROSÃO DE LIGAS METÁLICAS ALTERNATIVAS ATRAVÉS DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
VISUAL E MICROSCÓPICA
R.F.L.
Mondelli; W. Dinelli; J. Mondelli; A. Ishikiriama; E.C.A. Santos
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
A
resistência à corrosão de ligas metálicas alternativas comerciais e
experimentais, foi determinada através métodos de avaliação visual e
microscópico.
Foram
analisadas 2 ligas comerciais dos sistemas cobre-zinco (GOLDENT),
cobre-alumínio (DURACAST) e 4 ligas experimentais, sendo duas do sistema
cobre-zinco-alumínio-níquel e duas do sistema cobre-níquel-manganês, utilizando
ainda uma liga de ouro como controle, nas condições bruta de fusão e tratamento
térmico.
Os meios de
imersão utilizados foram a saliva artificial e soluções de sulfeto de sódio,
cloreto de potássio e ácido cítrico, mantidos à temperatura de 37 ± 1°C.
Os corpos
de prova nos períodos 30, 60, 90 minutos, 7 e 15 dias, foram avaliados visual e
microscopicamente, e a seguir fotografados em microscópio metalográfico com 100
X de aumento.
As
superfícies dos corpos de prova, segundo as alterações apresentadas, foram
classificadas da melhor para a pior (em ordem decrescente), seguindo critério
de avaliação numérico previamente estabelecido.
Foi
concluído que a liga de ouro utilizada como padrão apresentou melhor desempenho
seguido da liga experimental do sistema Cu-Zn-Al-Ni (liga 2) e que soluções de
sulfeto de sódio e cloreto de potássio atuaram com maior severidade do que
ácido cítrico e saliva artificial.
145 / 1988
RESISTÊNCIA
A REMOÇÃO POR TRAÇÃO DE RESTAURAÇÕES DE CLASSE V, FEITAS COM RESINA COMPOSTA
ASSOCIADA AO CIMENTO IONOMÉRICO
J.C.
Pereira; V.M.N.N. Azevedo; M.F.L. Navarro; M.H.S. Sousa Junior
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Foi
avaliada in vitro, a resistência à remoção por tração em restaurações Classe V,
e comparada a eficácia do cimento ionomérico para restaurações, com o cimento
ionomérico para proteção, utilizando a técnica de restauração mista
(ionômero/selante/resina composta) com a técnica convencional (selante/resina
composta). Foram utilizados trinta pré-molares humanos, que haviam sido
extraídos por razões ortodônticas. Os dentes foram seccionados e montados em um
cilindro metálico, e feitos preparos cavitários com uma broca diamantada, cone
invertido. Assim três grupos de dentes foram restaurados, como segue:
A) Dentes
restaurados pela técnica convencional.
B) Dentes
restaurados pela técnica mista, utilizando cimento ionomérico para restauração.
C) Dentes
restaurados pela técnica mista, utilizando cimento ionomérico para proteção.
Após estes
procedimentos os espécimes foram annazenados em estufa a 37°C, por 24 horas.
Decorrido este período, foram levados á máquina de ensaios universal e
submetidos aos testes de tração.
Após
análise estatística foi verificado que:
1 - Houve
diferença estatisticamente significante na resistência à remoção por tração das
restaurações feitas pela técnica convencional, quando comparada com a técnica
mista;
2 - Embora
tenha havido diferença numérica entre os dois tipos de cimento ionomérico
testados (CERAMFIL e CERAMLlN), esta não foi estatisticamente significante;
3 - A força
adesiva do cimento ionomérico é maior que a força coesiva deste cimento;
4 - Com a
resina composta, a fratura foi do tipo adesiva, enquanto que com o cimento
ionomérico a fratura foi do tipo coesiva;
5 -
Restaurações mistas são superiores às convencionais, no que diz respeito a
resistência à remoção por tração.
146 / 1988
REVESTIMENTO
PARA ALTAS TEMPERATURAS. CONTEÚDO TOTAL DE FOSFATO E SUA CORRELAÇÃO COM ALGUMAS
PROPRIEDADES
A.M.
Fernandes; R.B. Roselino; G. Maia Campos
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
Com a
introdução das ligas de metais base com alta temperatura de fusão, houve a
necessidade do emprego dos revestimentos fosfatados. Levando em consideração o
pequeno número de pesquisas, desde a introdução desses revestimentos, que nos
propusemos a: 1) avaliar as alterações dimensionais lineares de presa normal e
higroscópica de três revestimentos fosfatados e um aglutinado com gesso; 2)
conhecer as temperaturas máximas alcançadas pelos revestimentos; 3) avaliar o
conteúdo total de fosfato, e correlacionar com as alterações dimensionais. Para
avaliar a expansão de presa normal e higroscópica foi utilizado um medidor e um
apalpador eletrônico, estando os revestimentos confinados. As temperaturas das
reações exotérmicas foram detectadas por um termômetro digital. Para detectar a
presença de fosfato, foi utilizado uma análise quantitativa por
fotodensitometria. Assim, foi possível concluir que: - parece não haver relação
de proporcionalidade entre as alterações lineares de presa normal dos
revestimentos fosfatados e as concentrações dos líquidos especiais. As
temperaturas máximas da reação exotérmica foram variáveis, um revestimento
fosfatado acusou 63,4ºC e um aglutinado com gesso 29,7ºC. O conteúdo total de
fosfato foi praticamente igual, não permitindo correlacionar esse conteúdo com
as propriedades físicas estudadas, mesmo alterando as concentrações dos
líquidos especiais.
147 / 1988
SEQÜÊNCIA
ERUPTIVA DE DENTES DECÍDUOS EM CRIANÇAS CARENCIADAS SÓCIO-ECONOMICAMENTE DE
PIRACICABA
F. Bérzin*;
G. Soriano*; A.F. Iemma**
*Faculdade
de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP
**Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz -USP
Foram
examinadas 1.100 crianças carenciadas sócio-economicamente, na faixa etária de
3 a 48 meses de idade. Essas crianças frequentam os Centros Educacionais e
Creches de Piracicaba, mantidos pela Prefeitura Municipal de Piracicaba.
Os dados foram
anotados em fichas, sendo essas fichas incluídas num programa desenvolvido no
Centro de Computação da F.O.P. As crianças foram separadas por sexo e idade,
sendo cada um analisado separadamente para possível comparação. Foram
elaboradas 2 tabelas para cada sexo, uma da arcada superior e outra da arcada
inferior. Os dentes foram analisados por unidade e não por grupo.
Através do
método de Karbem, supondo distribuição aritmética normal, foram obtidas
estimativas por ponto e por intervalo para a média da idade de erupção.
Baseado
nesse método obteve-se o seguinte resultado, na seqüência eruptiva de dentes
decíduos do sexo masculino:
ICI ICS
ILS 1ºMS 1ºMI 2ºMI 2ºMS
81 71 61 51 52 62 64 54 82 72 75 85 65 55
148 / 1988
SÍNDROME
DOR-DISFUNÇÃO MIO-FACIAL. ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA
A.S.
Trindade Jr.; F.H. Westphalen: I.E.K. Trindade; R.L. Maringoni; A.G. Atta; J.A.
de Souza-Freitas
Faculdade
de Odontologia de Bauru - USP
Hospital de
Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais de Bauru - USP
Faculdade de Odontologia - PUC-PR
Na
percussão do mento, os músculos elevadores da mandíbula se distendem provocando
paralela e simultaneamente a distensão dos fusos musculares localizados na
intimidade desses músculos. A distensão dos fusos provoca a geração de
potenciais de ação que, via raiz e núcleo mesencefálico, provocam uma inibição
temporária do núcleo motor do trigêmio, o qual deixa de excitar os referidos
músculos por um breve período de tempo. Esta inibição temporária da atividade
muscular é denominada período de silêncio (PS). O objetivo do presente trabalho
foi avaliar a duração do PS em pacientes portadores de síndrome dor-disfunção
mio-facial (n=31 , sendo 5 homens e 26 mulheres).
Os
resultados foram comparados com aqueles obtidos em um grupo de 42 voluntários
normais (22 homens e 20 mulheres).
A
eletromiografia foi feita com eletrodos de superfície colocados sobre os
masséteres e os potenciais assim captados foram registrados em eletromiógrafo
DISA (1500 Digital EMG System). Os resultados, expressos em ms, e apresentados
como X ± DP foram os seguintes:
Normais Disfunção
Masséter D Masséter E Masséter
D Masséter E
19,75 ±
5,16 19,16 ±
4,55 33,57
± 12,23* 34,53 ± 12,05* * p < 0,01 D = Direito E = Esquerdo
Assim, os
pacientes com disfunção apresentaram valores de PS significativamente maiores
que aqueles do grupo normal evidenciando que, o PS pode ser utilizado como meio
objetivo de diagnóstico. Não foram observadas diferenças entre os valores
encontrados nos masséteres direito e esquerdo embora, com freqüência, os
pacientes relatassem dor mais intensa de um dos lados.
* Apoio
financeiro CNPq.
149 / 1988
SITUAÇÃO
DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES EM REGIÃO DE ÁGUA FLUORETADA (IRUPÇÃO E
CÁRIE)
C.F. Peters & M.B.D. Gavião
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Tem-se
demonstrado a susceptibilidade à cárie do primeiro molar permanente devido à
sua própria morfologia. Baseando-se neste aspecto e que a influência benéfica
do flúor é maior nas superfícies lisas dos dentes, propusemos a averiguar a
frequência de primeiros molares irrompidos integros, e cariados e a frequência
de faces cariadas, em escolares de 6 a 7 anos, naturais de Piracicaba,
localidade que tem aproximadamente 1 ppm de flúor na água de abastecimento.
Os
resultados indicaram que:
1 - A
frequência de irupção de primeiros molares permanentes foi 84,23% (347 dentes).
2 - A
frequência de primeiros molares cariados foi de 24,49%.
3 - A cárie
na superfície oclusal foi a mais prevalente, sendo de 44,55% para os molares
superiores e 26% nos molares superiores.
4 - Nas
outras superfícies encontramos em ordem decrescente, 17,64% para a superfície
vestibular dos inferiores 10,08% para a palatina dos superiores e 0,84% para a
superfície lingual dos inferiores.
Frente a
estes resultados concluímos que as cáries nos primeiros molares permanentes
iniciam-se precocemente e cuidados preventivos devem ser aplicados tanto em
regiões fluoretadas ou não.
150 / 1988
SOLUÇÕES
IRRIGADORAS DE CANAIS RADICULARES. AVALIAÇÃO
IN VITRO DA
INSTRUMENTAÇÃO MANUAL E COMBINAÇÃO MANUAL/ULTRA-SÔNICA
M.R.B.
Oliveira & R.C.C. Lia
Faculdade
de Odontologia de Araraquara - UNESP
Esta
pesquisa teve por objetivo avaliar in vitro, através de M.E.V., a eficiência de
limpeza de algumas substâncias empregadas para este fim, em paredes dentinárias
de canais radiculares de dentes humanos, nos terços cervical, médio e apical,
utilizando-se para tanto a instrumentação manual (técnica convencional) e
combinação manual/ultra-sônica. Para tanto, utilizaram-se 50 pré-molares
inferiores, divididos em 2 grupos de 25 dentes, para as duas técnicas de
instrumentação. Nos dentes foram realizados sulcos no sentido longitudinal e
transversalmente, ao nível dos terços cervical médio e apical, para posterior
divisão desses em hemisuperfícies. Os dentes foram abertos, instrumentados e
irrigados com a solução em teste (água destilada, líquido de Dakin, solução de
Milton, soda clorada/água oxigenada/soda clorada e EDTA), a seguir as peças
foram preparadas para análise no M.E.V.
Da análise
estatística pudemos concluir que:
1. Entre as
técnicas de instrumentação manual e ultra-sônica, as diferenças não chegaram a
ser significantes;
2. A
ordenação dos terços radiculares, partindo do que apresentou menor índice de
resíduos amorfos e partículas de dentina para o maior foi: terço cervical,
médio e apical;
3. A
ordenação das substâncias auxiliares da instrumentação, partindo da que
propiciou menor índice de resíduos amorfos e partículas de dentina, para o
maior foi:
a) EDTA
b) Soda
clorada e solução de Milton
c) Água
destilada e líquido de Dakin.
151 / 1988
"TEMPO
DE VIDA" DAS REVISTAS NACIONAIS DE ODONTOLOGIA
M.C. Madeira & M.A. Carvalho
Faculdade
de Odontologia de Araçatuba - UNESP
Uma
pesquisa científica só pode ser considerada concluída após a sua divulgação. É
comum os autores publicarem seus melhores trabalhos nas revistas internacionais
de grande penetração e relegar as nacionais à condição de rebotalho da
divulgação cientfíica. Mas, se por um lado a revista nacional não é prestigiada,
por outro lado ela não merece confiança devido à sua inconstância, falta de
padrão, circulação irregular, o que não raro a leva à extinção.
Verificamos,
através de levantamento, que dos 149 títulos de Odontologia já editados no
Brasil, apenas 40 (26,8%) continuam em circulação, alguns irregularmente; 109
(73,2%) simplesmente desapareceram! Vários não passaram do segundo fascículo!
São publicações "nati-mortas", que revelam a irresponsabilidade de
seus editores, que iniciaram um trabalho com pressa, sem planejamento, sem
previsão orçamentária e, muitas vezes, no calor de um entusiasmo passageiro.
A
circulação irregular das revistas prejudica a indexação, a transcrição de
resumos, a atualidade dos artigos, o serviço de permutas e, enfim, afeta a
própria credibilidade. A interrupção acaba com a credibilidade. Há que se tomar
medidas urgentes para solucionar os problemas levantados:
1. Adotar
pequenos estratagemas de economia para fazer face ao aumento crescente dos
custos de editoração.
2. Solicitar
subvenção aos órgãos financiadores da ciência.
3. Evitar
fundar novos títulos, reativar os interrompidos ou fundir duas ou três revistas
que estão se inviabilizando em uma publicação mais robusta.
4. Zelar
pela qualidade dos trabalhos, evitando-se valorizar o aspecto puramente
quantitativo da produção científica, selecionando para as nossas revistas
artigos de elevado padrão e não promover "ação entre amigos" com a
publicação de lixo científico, que revistas sérias dificilmente aceitariam.
152 / 1988
TESTE DE
BIOCOMPATIBILIDADE, COMPARANDO A SONDA PERIODONTAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE (OMS), COM A SONDA PERIODONTAL MICHIGAN
M.
Semprini*; M.F.M. Grisi*; C.A. Pelá**; H.H. Rodrigues*
* Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
**Faculdade
de Filosofia de Ribeirão Preto - USP
A sonda
periodontal da OMS-INTPC, de interesse para o Clínico Geral e o Periodontista,
tem sido pouco divulgada no Brasil. Com sua ponta esférica, permite a sondagem
periodontal, levando em consideração a forma anatômica do dente e um melhor
controle de pressão de sondagem, provocando menos iatrogenia que a sonda
convencional tipo Michigan. Um melhor controle de pressão de sondagem
possibilita menor traumatismo dos tecidos periodontais, minimizando os erros de
medida inerentes à sondagem periodontal.
Os autores,
usando estensômetros elétricos ajustados ao pescoço das sondas periodontais
testadas, conseguem quantificar e comparar a pressão clínica de sondagem das
sondas tipo OMS e Michigan.
As análises
foram realizadas em pacientes com saúde gengival com diferentes graus de
inflamação. A avaliação histobacteriológica sugere que pressões de sondagem
excessivas, além do efeito mecânico iatrogenico, podem acarretar a contaminação
dos tecidos periodontais por microrganismos adjacentes à bolsa.
Paralelamente
aos aspectos iatrogênicos da pressão excessiva de sondagem, foi avaliada a
profundidade das bolsas com os dois tipos de sondas, utilizando pressão
controlada de sondagem e o periograma computadorizado. O periograma procurou
demonstrar graficamente diferenças de medidas de profundidade de bolsa. a
computarização das sondas permitiu verificar que a pressão de perfuração e
rompimento mecânico do epitélio gengival é variável, sendo maior para a sonda
OMS (entre 37,2 ± 8,4 e 83,2 ± 14,2 gramas); e menor para a sonda Michigan
(entre 35,6 ± 10,6 e 68,4 ± 18,3 gramas). A pressão de perfuração é
influenciada também pelo grau de inflamação gengival. A sonda INTPC da
Organização Mundial da Saúde/Federação Dentária Internacional (OMS-FDI) por não
ser puntiforme é menos iatrogênica que a Sonda Michigan, e mais aconselhável
para o Clínico Geral.
153 / 1988
TIMOL EM
ENDODONTIA - SUA UTILIZAÇÃO EM CANAIS INFECTADOS
M.G.
Azevedo Bahia & G.R. Melo
Faculdade
de Odontologia - UFMG
Sabe-se que
a polpa dentária lesada é muito susceptível à infecção, da mesma forma que o
espaço pulpar contendo restos necróticos é um local excelente para o
desenvolvimento de microrganismos.
Deve
constituir preocupação para o endodontista a eliminação de microrganismos dos
canais radiculares principalmente nos casos de necrose pulpar onde Sundqvist
(1976) Moeller et allii (1981) encontraram predominância acentuada de
anaeróbios. A procura do controle desta microbiota se faz mister.
Para tanto
preparam-se soluções de Timol em álcool, propilenoglicol e água, em
concentrações que variaram de 0,5, 1,0, 2,0 e 5%. Estas soluções foram testadas
"in vitro" e "in vivo" - conjuntiva de coelho. As que maior
atividade antimicrobiana e menor citotoxicidade apresentaram, foram testadas em
60 pacientes divididos aleatoriamente em 3 grupos. Observou-se que:
1 - Quando
em anaerobiose (CO2, 5% e N2 95%) a microbiota dos canais mostrou-se mais
sensível à solução "aquosa" de Timol à 2% que a de paramonoclorofenol
na mesma concentração.
2 -
Observou-se uma inversão de cultura mais acentuada no grupo do PMCF, solução
aquosa, à 2% que nos outros grupos examinados.
3 - Existe
uma relação positiva entre presença de microrganismos no canal radicular e
destruição óssea periapical radiograficamente visível em 85 e 81.6% dos casos
em aerobiose e anaerobiose, respectivamente.
154 / 1988
TRANSPOSIÇÃO
DO MÚSCULO MASSÉTER E SEUS EFEITOS NA FORMA E ARQUITETURA DA MANDÍBULA DO
COELHO
L.A.
Teixeira; M.C. Madeira; A.A. Martins; I. Watanabe
Faculdade
de Odontologia de Araçatuba – UNESP
Instituto
de Ciências Biomédicas - USP
A cirurgia
de dez coelhos consistiu na desinserção unilateral do músculo masséter da fossa
massetérica e reinserção no corpo da mandíbula, abaixo dos dentes molares, sem
transfixação óssea.
Decorrido
um períodos de seis meses os animais foram sacrificados, suas cabeças
dissecadas, maceradas e preparadas para exames. Observou-se no lado operado as
seguintes modificações: 1) o masséter reinseriu-se no local previsto,
adaptou-se funcionalmente, mas perdeu parte do seu volume; 2) na área original
de inserção (que foi aliviada) surgiram algumas deformações e adelgaçamento do
osso; 3) na área onde se promoveu a nova inserção houve o aparecimento de
superestruturas por acréscimo de novo osso; 4) a mesma área, que foi ativada
funcionalmente, exibiu uma desorganização da orientação da estrutura fibrilar
conforme revelou a técnica ds linhas de fenda; 5) à microscopia eletrônica de
varredura, a mesma área mostrou inúmeras irregularidades e sinais de
remodelação óssea; 6) com exceção de reabsorção alveolar em um animal e desvio
sagital da mandíbula em outro, os arcos dentais mantiveram-se normais quanto à
formação e função.
155/ 1988
O
TRATAMENTO DA SOBREMORDIDA EM MALOCLUSÕES - CLASSE I
V.C.V.
Siqueira; M.H.C. Almeida; M.B.B.A. Magnani; R.C. Almeida
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
A
sobremordida é um dos aspectos que se somam a um grupo de características em
uma maloclusão apresentada pelo mesmo paciente o qual pode possuir maloclusão
classe I ou classe II. Esta sobremordida é preocupante pois impede os
movimentos mandibulares durante a mastigação inibindo um dos principais centros
de crescimento mandibular agravando desta forma a maloclusão. Conhecendo os
agravantes da não intervenção na sobremordida, propomos o uso de uma placa de
altura nos pacientes portadores de maloclusão classe I ou II que apresentem
sobremordida e observar os efeitos que esta proporciona a nível ósseo
remodelando-o e ou redirecionando o crescimento crâneo-facial e modificação
dentárias recolocando-os em suas respectivas bases ósseas. Esta observação é
realizada por meio de exames clínicos periódicos e análises cefalométricas dos
casos.
Até o
presente conclue-se que o uso da placa de altura é benéfica como tratamento
inicial da maloclusão existente pois libera a mandíbula para executar
movimentos atraumáticos e estimular o seu desenvolvimento, melhorando ainda todo
o complexo crâneo-facial.
156 / 1988
ULTRA-SOM
VERSUS CANAL FINDER SYSTEM EM PREMOLARES HUMANOS*
I.C. Fröner
& H.H. Rodrigues
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto - USP
O objetivo
desta pesquisa foi o de avaliar o efeito de três diferentes técnicas de
instrumentação endodôntica na anatomia dos canais radiculares de pré-molares
humanos. Foram comparadas a manual (lima tipo K); a ultrasônica (Profi-Endo** -
Lima tipo K-Flex) e a mecanizada (Canal Finder System*** - lima Hedstroen
modificada). De uma amostra de 80 pré-molares com dois canais, foram utilizados
para avaliação macroscópica em modelos de vinilite, 40 dentes para o grupo
controle e 40 para os grupos tratados, sendo 20 para as técnicas manual x
ultrasom e 20 para as técnicas manual x mecanizada. Todos os espécimes das
amostras foram radiografados antes e após a instrumentação. O comprimento de
trabalho foi de 1 mm aquém do ápice radiográfico. Para comparação alternou-se as
diferentes técnicas usando-se o canal vestibular ou o lingual. A solução
irrigante escolhida foi o hipoclorito de sódio a 0,5% "em todos os grupos
tratados". A avaliação comparativa de canais radiculares em modelos de
poliacetato de vinila (Union Carbide Co.) demonstrou que o sistema endodôntico
de canais torna-se mais complexo à medida que se aproxima do ápice radicular. A
resina Vinilite permitiu reconhecer detalhes anatômicos não observados nas
radiografias. A avaliação macroscópica do endodonto sugere que independente das
técnicas de instrumentação utilizadas, a complexa anatomia apical é inacessível
em seu todo.
*Subvencionado
pelo CNPq
**Profi-Endo
- Dabi-Atlante, Brasil
***Canal
Finder System - Societé Endo Téchnic, França
157 / 1988
ULTRASSONOGRAFIA
NO DIAGNÓSTICO DAS LESÕES DO COMPLEXO MAXILO MANDIBULAR
L.L. Dib;
D.S. Pinto; A.C. Gorski
As lesões
intra ósseas que acometem maxila e mandíbula com maior frequência são as de
origem odontogênica, notadamente cistos e neoplasias benignas.
Dentre os
recursos semiotécnicos utilizados destaca-se o exame radiográfico, que à
despeito de fornecer detalhes importantes sobre a extensão e desenvolvimento da
lesão, na maior parte das vezes não possibilita a determinação final do
diagnóstico havendo a necessidade da realização de exames mais detalhados como
a punção e biópsia.
A
realização destes exames apresenta uma série de contra indicações, notadamente
no caso de lesões císticas: falso disgnótico, prejuízo da intervenção cirúrgica
posterior, quadros infecciosos, etc.
No caso de
lesões sólidas, a utilização de biópsia é de extrema valia para definição do
diagnóstico e terapêutica.
Dessa forma
desenvolveu-se técnica ultrassonográfica para exame de estruturas ósseas, para
efetuar-se a diferenciação de lesões sólidas e císticas e portanto, de uma
forma não invasiva apresentar outros subsídios para o diagnóstico final e
conduta.
De 1985 a
1988, 38 pacientes portadores de lesões intra ósseas no complexo maxilo
mandibular foram submetidos ao exame ultrassonográfico, sendo que na totalidade
dos casos de lesões sólidas a técnica apresenou resultados condizentes.
158 / 1988
UNIDADE DE
ORIENTAÇÃO PREVENTIVA: UMA EXPERIÊNCIA NO FOMENTO À PRÁTICAS ODONTOLÁGICAS
PREVENTIVAS
F.M. Pires
Filho
Faculdade
de Odontologia - UFRS
O trabalho
é produto parcial de uma investigação, tipo pesquisa/ação, que teve por locus e
objetivo de estudo-intervenção o Serviço Odontológico do Sindicato dos
Bancários de Porto Alegre.
Esta
vertente do Projeto voltou-se para a análise e transformação da prática
desenvolvida pelo Serviço.
Mediante
métodos de observação direta, análise de registros clínicos e de controle
administrativo, entrevistas e reuniões com as equipes técnicas e auxiliares,
constatou-se que o modo de produção adotado, seguia o paradígma da odontologia
científica ou flexineriana. Com marcada presença de elementos estruturais
próprios desse modelo, a prática do serviço, no que respeita aos aspectos
preventivos, caracterizava-se, por: centrar-se na doença, privilegiar condutas
curativas, quase não incorporar procedimentos preventivos, não atuar no plano
educativo e descomprometer-se com a manutenção da saúde bucal dos pacientes, após
atuar no sentido de seu restabelecimento. A estratégia de intervenção nesse
quadro, afora outras medidas, incluiu a criação de uma Unidade de Orientação
Preventiva. Vencidas as etapas de coleta de subsídios que fundamentassem o
desenho da proposta, sua formulação e discussão para tomada da decisão final,
montagem da sala com equipamento adequado ao trabalho clínico/educativo,
formação e treinamento de equipe técnica e preparo do material instrucional de
apoio, passou-se a fase de funcionamento. A leitura técnico/política do
desenvolvimento da experiência levou as seguintes conclusões: 1) Este tipo de
serviço especializado respondeu plenamento a expectativa expressa pelos
usuários; 2) Seu modus/operandi viabilizou o preparo e a intervenção
preventiva/curativa que se tentou incrementar durante os tratamento clínicos
executados nos consultórios do Serviço; 3) Ainda que sem sistematicidade, o
trabalho desenvolvido reforçou a atuação preventiva em pacientes em tratamento,
no Serviço, cuja situação de saúde periodontal ou de hábitos e cuidados de
higiene bucal, recomendava um trabalho de orientação persistente e
planejado; 4) De certa forma,
coletivizou o atendimento individualizado dominante, na medida em que
introduziu algumas práticas de consultas familiares; 5) O curto tempo de
duração de seu desenvolvimento não permitiu, com segurança, avaliar sua
repercussão, enquanto mecanismo de efeito/demonstração, no redirecionamento da
conduta clínica dos demais profissionais do Serviço; 6) Representou uma forte
base de sustentação política ao projeto de mudança em andamento no Serviço,
tanto que foi o primeiro setor a ser desativado pela nova Diretoria do
Sindicato que não esposava do redirecionamento que havia sido proposto pela
Direção substituída.
Trabalho
financiado pelo CNPq
159 / 1988
USO DO
METRONIDAZOL COMO MEDIDA PREVENTIVA DE INFECÇÕES ANAERÓBICAS PÓS-EXODÔNTICAS (ALVEOLITE). ESTUDO EXPERIMENTAL EM
RATOS
G.M.
D'Antonio
Faculdade
de Odontologia de Araçatuba - UNESP
Com
objetivo de estudar a ação do metronidazol na prevenção de infecções do alvéolo
dental de ratos por bactérias anaeróbias estritas, utilizamos 40 ratos (Rattus
norvegicus, albinus, wistar) machos, pesando entre 120 e 140 gramas. Os animais
foram divididos em dois grupos, grupo controle e grupo Flagyl, contendo 20
animais cada.
Todos os
animais tiveram seus incisivos superiores direitos extraídos e submetidos ao
tratamento proposto por D'ANTONIO, 1984, com o objetivo de provocar a
instalação de alveolite. Os animais do grupo Flagyl receberam, por intubação
gástrica, uma dose de 1 mg de metronidazol iniciando 8 horas antes da exodontia
e repetida a cada 8 horas até completar 48 horas pós-operatória.
Nossos
resultados demonstraram que no grupo controle houve uma incidência de 100% de
alveolite. O grupo Flagyl apresentou uma redução de 40% na incidência da
alveolite. Foi observada também uma severidade maior da alveolite do grupo
controle, em relação ao grupo Flagyl. O grupo controle apresentou, no aspecto
bacteriológico, uma predominância das anaeróbias estritas enquanto no grupo
Flagyl predominaram as facultativas.
Com base em
nossos resultados concluímos que: 1) o metronidazol na concentração de 1 mg por
ml reduz em 40% a alveolite nos animais experimentais. 2) O metronidazol
modifica a qualidade da microbiota na alveolite dos ratos. 3) As bactérias
anaeróbias estritas determinam maior grau de severidade nas alveolites dos
animais experimentais.
160 / 1988
VALORES
CEFALOMÉTRICOS AVALIADOS ATRAVÉS DE MODELOS GNATOSTÁTICOS
D.F. Nouer;
M.H.C. de Almeida; M.B.B.A. Magnani; V.C.V. de Siqueira
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Durante o
diagnóstico de uma maloclusão, faz-se necessário exame clínico detalhado, exame
radiográfico minucioso e modelos excelentes. Constitui rotina avaliar-se
discrepâncias dentárias e bases óssea através de modelos. Entretanto o
relacionamento entre maxila, mandíbula e base anterior do crânio, não é fácil
de ser visualizados em modelos comuns. Propomos estudos utilizando aparelhagem
específica, a fim de se obter modelos mais fiéis que possibilitem a tomada de
valores lineares e angulares capazes de facilitar o diagnóstico e de confirmar
os valores radiográficos. Os modelos são tomados de pacientes da clínica do
curso de Pós-Graduação em Ortodontia. As moldagens e os modelos são preparados
com materiais comuns associados aos guias posicionando a maxila e a mandíbula convenientemente
a fim de permitir a visualização das medidas.
Estes
modelos oferecem os valores do FMA, FMI, IMPA e o posicionamento da sínfise,
anteriormente só visualizados e medidos nas telerradiografias da cabeça em
norma lateral. Assim o triângulo diagnóstico de Tweed pode ser obtido
diretamente sobre o modelo gnatostático.
161 / 1988
VEDAMENTO
MARGINAL DE OBTURAÇÕES DE CANAL RADICULAR COM E SEM PRÉ-MOLDAGEM DO CONE
PRINCIPAL
M.E.B.
Facchini; A.C. Bombana; H.F. Pesce
Faculdade
de Odontologia - USP
Foram
desenvolvidas observações em torno da qualidade do vedamento marginal de
obturações de canais radiculares com cones de guta-percha, cimento N-Rickert e
condensação vertical com e sem pré-moldagem do cone principal.
Trinta e
seis caninos humanos receberam "in vitro" o preparo dos canais
radiculares. Dezoito deles tiveram seus cones principais de obturação
escolhidos através dos testes: visual, táctil e radiográfico, sendo em seguida
associados aos cones acessórios em conjugação ao cimento obturador. O segundo
grupo obedeceu à mesma sistemática de obturação de canal sendo, que à seleção
do cone principal, antecedia a imersão de seu extremo por 10 segundos em
solvente (xylol), na busca de melhor adaptação apical do cone-mestre.
Os dentes
foram então impermeabilizados externamente com resina epóxica, menos os 2 mm
apicais e mergulhados em corante (azul de metileno 0,5%, pH 7,2 por 24 horas e
umidade relativa 100%). Posteriormente os dentes foram incluídos em blocos de
gesso e desgastados até que toda cavidade pulpar fosse visível, seguindo-se a
leitura dos níveis de penetração do corante em estéreomicroscópio e levando os
valores apurados à tratamento estatístico por análise de variância.
Nas
condições deste experimento foi possível observar:
1. Não
existem diferenças estatísticas significantes quando da comparação dos dois
grupos;
2. Se
convenientemente empregada a técnica de pré-moldagem do cone principal pode ser
utilizada em situações clínicas especiais sem prejuízos à qualidade final da
obturação.
162 / 1988
VERIFICAÇÃO
DA TOLERÂNCIA TECIDUAL E PODER BACTERICIDA DO HIPOCLORITO DE SÓDIO A 0,5% E 1%
USADO NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA
W.
Simões*;J.A. Bauer**;J.M.P. Sampaio*
* Faculdade
de Odontologia - USP
**
Instituto de Ciências Biomédicas - USP
Destarte se
faz enfatizar a importância do preparo químico mecânico dos canais radiculares
na terapia endodôntica e dentro deste, a ação das substâncias químicas
promovendo a ação de desinfecção e limpeza.
Todavia, a
par destas propriedades, deverão ainda estas substâncias ser o menos agressivas
possível aos tecidos vivos do complexo polpa-periápice.
A partir
desta premissa, em um lote de hipoclorito de sódio, substância largamente usada
durante o tratamento endodôntico, nos propomos a verificar: 1 - poder
bactericida nas várias concentrações (6 marcas comerciais de 0,5 a 1%) em
bactérias mais encontradiças no canal radicular dos dentes; 2 - tolerância
tecidual destas soluções em tecido conjuntivo de animais de laboratório
(camundongo) em diversos tempos (24, 72 e 168 horas).
Concluiu-se
no presente trabalho: 1 - O hipoclorito de sódio na concentração de 1% (Milton)
apresenta maior poder bactericida do que as soluções com concentração mais
baixa a 0,5% (líquido de Dakin). 2 - Não obsrvamos diferenças na resposta
inflamatória no conjuntivo dos animais testados com as variações de
concentração de teor de cloro livre (de 0,5% a 1%) do hipoclorito de sódio.