1 / 1987
AÇOS
INOXIDÁVEIS NA ODONTOLOGIA
J.M.D.A.
Rollo
Departamento
de Materiais -EESC/USP
Três tipos
de aços inoxidáveis austeníticos, sendo dois deles ao nióbio, foram
investigados em termos de suas composições, microestruturas, propriedades
mecânicas e de corrosão.
Estes aços
foram estudados em duas condições distintas; lamina dos e no estado bruto de
fusão, sendo analisados os achados sobre conformabilidade e fusibilidade.
O autor
indica o aço ao nióbio com porcentagens hipo-estequiométricas deste elemento
para a aplicação no estado laminado (coroa estampada, banda), e com porcentagem
um pouco acima da faixa estequiométrica, para ser utilizado no estado bruto de
fusão (aplicação em metalo-plástica, metalo-cerâmica, coroas fundidas e
próteses unitárias).
É
evidenciado o emprego do aço inoxidável da série 300 ao nióbio como um material
que poderá ser utilizado em odontologia, principalmente pelo fato de possuir
baixo custo e boas propriedades quanto à corrosão.
2 / 1987
ACTINOBACILLUS
ACTINOMYCETEMCOMITANS: SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS PELOS MÉTODOS DE
DIFUSÃO EM AGAR E DILUIÇÃO EM CALDO.
M.J.A.
Campos; L.M. Farias; M.A.R. Carvalho; C.A. V. Damasceno; E. O. Cisalpino; J.E.
Costa.
Departamento
de Microbiologia -ICB -UFMG
41 amostras
de A. actinomycetemcomitans isoladas de 15 pacientes com periodontite juvenil
localizada (28), de 5 indivíduos sem doença periodontal (9) e de 4 cuspideiras
de equipamentos odontológicos (4), caracterizadas no laboratório de
Microbiologia Oral e Anaeróbios do Departamento de Microbiologia, e 5 de
referência, foram submetidas a testes de susceptibilidade a 17 antimicrobianos
pelos métodos de difusão em agar (técnica de disco-difusão em meio sólido de
Wilkins & Chalgren para anaeróbios) e de diluição em caldo (técnica de
diluição do disco em caldo BHI, suplementado com L-cisteína). O inóculo, para
ambos os métodos, foi previamente padronizado, determinando-se o número ótimo
de células (104 a 105 células/mL), que correspondeu à diluição 1 1:100 da
cultura mãe. As leituras foram realizadas após 24 e 48 hs de incubação a 37ºC,
em microaerofilia (método da vela), pela comparação visual do crescimento em
caldo com aqueles dos tubos-controle, e pelas medidas dos halos de inibição no
meio sólido, interpretadas segundo tabelas padronizadas.
Todos os
isolados foram resistentes, nos dois métodos, à bacitracina, vancomicina,
metronidazol e penicilina G, com variações ponderáveis na sensibilidade dos
métodos para lincomicina, eritromicina e clindamicina, o que sugere, pela importância
dessas drogas para anaeróbios e pelo uso clínico, estudos mais detalhados, com
maior número de amostras. Destaca-se, pela importância do microrganismo na
patologia oral e tendo em vista os usuais esquemas terapêuticos na odontologia,
a singular resistência dessas bactérias à penicilina G e ao metronidazol.
*Auxílio
parcial de CNPq e FINEP.
3 / 1987
ADAPTAÇÃO
DO AMÁLGAMA EM CAVIDADES DE CLASSE II MODIFICADAS. CONDENSAÇÃO MANUAL VS
MECÂNICA
J.R.
Lovadino* ;. J.L. Coradazzi**;. A. Ishikiriama**; J. Mondelli**. C.E.
Francischone*** .
*Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
.*Faculdade
de Odontologia de Bauru -USP
O amálgama
dentário, sem dúvida, continua sendo o material odontológico mais utilizado em
restaurações dentais. Deste modo, pareceu-nos oportuno verificar a influência
da condensação manual e mecânica, com esforço controlado, no que diz respeito à
formação de poros e à adaptação do amálgama na região dos ângulos
gengivo-vestibular e gengivo-lingual. Para tanto utilizamos troquéis metálicos
que exibiam uma cavidade de classe II com a superfície mesial plana. Estes
troquéis foram fixados numa base e neles foram realizadas restaurações de
amálgama, com o auxílio de uma matriz de acrílico plana e polida, mantida em
posição, na superfície proximal plana, por meio de um porta matriz munido de
tira de matriz de aço. A limalha foi triturada mecanicamente e condensada no
troquel em 3 etapas, com o condensador atuando 10 vezes em cada incremento e
ainda com o esforço controlado em 1,5 kgf atuando no condensador. Foram
realizadas condensação manual e mecânica. Os corpos de prova foram então
armazenados por 24 horas em estufa à 37( 2º C e umidade relativa 100%.
Decorrido este tempo os corpos de prova foram preparados segundo o novo método
para o estudo da adaptação do amálgama às margens cavitárias, descrito por
Marques et ai, 1986. Por este método foram obtidas fotomicrografias dos ângulos
gengivo-vestibular e gengivo-lingual que após analisadas, foram ordenadas por dois
avaliadores calibrados, na seqüência da melhor para a pior em termos de
adaptação e porosidades, levando os autores concluirem o seguinte: que a
condensação mecânica promove uma menor incidência de poros na região dos
ângulos diedros gengivo- vestibular e gengivo-lingual, e que este tipo de
condensação promove ainda uma melhor adaptação da massa de amálgama na
interface troquél metálico-restauração.
4 / 1987
ADERÊNCIA
BACTERIANA SOBRE O CORPO DE PROVA METÁLICO. ESTUDO PRELIMINAR*
C.A.P.
Fonterrada** ; F. Zelante*** ; E. Matson** ; M.R. L orenzetti*** ; R.
.G.Jaeger**
**
Faculdade de Odontologia -USP
***
Departamento de Microbiologia do ICB -USP
O
considerável aumento no emprego de ligas de metais alternativos na confecção de
próteses, torna de interesse avaliar a eventual influência da sua composição
com a aderência.
Foram
confeccionados corpos de prova de 5mm x 10mm, aproximadamente, de ligas de
prata-estanho, cobre-alumrnio e cobre-zinco, adequadamente polidos para
eliminar ao máximo a retenção mecânica, identificados e pesa- dos. Após a
esterilização, os corpos de prova foram depositados em tubo contendo BH I
sacarosado e contaminado com cultura de Streptococcus mutans, seguindo-se a
incubação a 37ºC, em atmosfera rica em CO2. Após 24 horas de incubação, os
corpos de prova foram transferidos para novo tubo com BHI e mantidos de forma
semelhante.
Após esta
incubação, os corpos de prova foram submetidos à dessecação a vácuo, durante 48
horas e novamente pesados, para verificar a quantidade de depósito formado.
Posteriormente,
estes corpos de prova foram submetidos à microscopia de varredura, com o
objetivo de se verificar o tipo de formação desenvolvida, bem como as possíveis
variações na quantidade aderida.
________________________________________________________________
Peso inicial Peso final Peso diferença
_____________________________________________________________________
CuAI
0,36912
0,36977 0,00065
CuZn
0,37660
0,37917
0,00257
Ag
0,41759
0,42561
0,00802
________________________________________________________________
*Pesquisa
subvencionada pela FAPESP .
5 / 1987
ADMINISTRAÇÃO
SISTÊMICA DE FLUORETO DE SÓDIO E A MORFOLOGIA DO PRIMEIRO MOLAR DE RATO (RATTUS
NORVEGICUS ALBINUS, HOLTZMAN). ESTUDO DIMENSIONAL EM DUAS GERAÇOES.
R. Abbud; N. Moraes; R.A. Rocca
Departamento
de Fisiologia e Patologia -FOA/UNESP
Foram analisados comparativamente em duas
gerações sucessivas a dimensão mesio-distal, altura das cúspides e a
profundidade dos sulcos mesial, central e distal de 112 primeiros molares
inferiores de ratos com 25 dias de idade, cujas mães e ninhadas receberam
tratamento com água fluoretada contendo 0,8 - 0,9 ppm (T 1 ), 25 ppm (T2), 50
ppm (T3) ou 100 ppm (T 4) de flúor durante os períodos de crescimento (25 a 120
dias), acasalamento, prenhez e lactação. Nas condições experimentais
estabelecidas e com base na análise estatística foi lícito concluir:
1) Foram
observadas diferenças entre os valores médios das dimensões mesio-distal,
altura de cúspide e profundidade de sulcos dos primeiros molares inferiores,
dos grupos tratados, em relação aos controles, na 1ª e 2ª geração e entre
gerações.
2) As
diferenças para os valores médios da dimensão mesio-distal foram
estatisticamente significantes apenas na 2ª geração, para o sexo masculino.
3) As
diferenças para os valores médios da altura das cúspides mesial, central e
distal, foram estatisticamente significantes apenas na 2ª geração, independente
do sexo.
4) As
diferenças para os valores médios da profundidade dos sulcos, foram estatisticamente
significantes apenas para o mesial, na 2ª geração, independente do sexo.
5) O sexo
masculino apresentou as maiores variações (aumento) nas concentrações menores
(25 ppmF e 50 ppmF) do que os do sexo feminino, para todas as dimensões estudadas,
na 1ª e 2ª geração, com diferenças estatisticamente não significantes.
6) Os
valores para a 2ª geração foram quase sempre os mais acentuados observados para
todas as medidas, em todas as condições experimentais (sexo e tratamento) com
diferenças estatisticamente não significantes.
7) A dose
de 100 ppmF (T 4) , de modo geral, foi a que apresentou menores valores médios
para ambos os sexos e, os maiores valores médios foram associados ao tratamento
T 2, para o sexo masculino, e ao tratamento T3, para o sexo feminino, com
diferenças estatisticamente não significantes.
6 / 1987
ALTERAÇÕES
MORFOLÓGICAS DE FIBRAS NERVOSAS DA POLPA DENTAL HUMANA, RElACIONADAS COM O
PROCESSO DE CÁRIE.
S.P.
Barros; L. Bozzo; E.A. Gregório; O.P. Almeida
Departamento
de Diagnóstico Oral-Patologia -FOP/UNICAMP
A
sensibilidade pulpar em dentes cariados tem sido estudada sob vários aspectos.
No presente trabalho procuramos correlacionar alterações morfológicas das
fibras nervosas da polpa, com aspectos e manifestações clínicas. Foram
estudados dentes com cárie superficial, média e profunda, e também dentes
inclusos. Os dentes foram clivados imediatamente após sua remoção, com o
auxílio de morsa, e a polpa dental, foi preparada para análise ao Microscópio
Eletrônico.
Observamos,
através de fotomicrografias, que com a evolução do processo de cárie, as fibras
nervosas amielinizadas apresentam um número aumentado de mitocôndrias e
vacuolizações. As fibras mielinizadas sofrem uma maior alteração estrutural,
chegando ao rompimento das camadas de mielina e por fim o axônio aparece
destruído.
Considerando-se
que os axônios amielinizados Possuem alto limiar de estimulação e baixa
velocidade de condução, caracterizando a dor como crônica e ao correlacionarmos
com os relatos dos pacientes, que com cáries profundas caracterizaram a dor
como intermitente, podemos concluir que apesar de haver fibras nervosas
mielinizadas em condições de transmitir impulsos do tipo "agulhada",
quem comanda os impulsos no estágio avançado da cárie são fibras nervosas
amielinizadas. A melhor preservação estrutural destas fibras vem reforçar estas
conclusões.
7 / 1987
ANALGESIA
DENTAL POR BAIXAS DOSES DE PEPTÍDEO NO SNC.
L.G.
Brentegani; M.C. Lico; M.R. Brentegani
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto -USP
Estudou-se
no presente trabalho, se a substância P (SP), a qual foi demonstrado produzir
uma ação moduladora nas transmissões sinápticas, agindo como um
neurotransmissor nos neurônios aferentes primários, podia modificar as
respostas aversivas quando injetada no núcleo magno da rafe (NMR), que emite
uma via de ação analgésica, para o núcleo trigeminal espinhal. Foi efetuado a
microinjeção deste peptideo (doses baixas) no NMR de cobaias superficialmente
anestesiados e registrou-se a resposta motora de defesa (RMD) e o ECoG, antes e
após estimulações elétricas da polpa dental. Foi verificado que este
neurotransmissor em doses baixas possue um efeito analgésico e sincronizante,
pois houve uma diminuição significante dos RMD e um aumento das ondas lentas no
traçado eletrocortical.
8 / 1987
ANÁLISE
COMPARATIVA DAS ÁREAS NASAL E NASOFARINGEA EM FISSURADOS TRANSFORAME INCISIVO
UNILATERAL, ATRAVÉS DA TELERRADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA.
G. Scar*;
L. Capelozza F.**; J.A. Souza Freitas** ; E.S. Lopes***
*
Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -FOA/UNESP
** Hospital
de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio Palatais/USP
***
Departamento de Odontologia Social -FOB/USP
Na
expectativa de minimizar os efeitos decorrentes das alterações morfológicas e
funcionais do complexo crânio-facial, de pacientes portadores de fissuras
lábio-palatinas, sentiu-se a necessidade de avaliar as áreas nasal e
nasofaringea, "a priori" consideradas grandemente comprometidas pela
lesão, comparando- as a parâmetros de normalidade. Acredita-se que os
resultados deste trabalho possam contribuir nas diversas especialidades, para
uma melhora na reabilitação do paciente fissurado, sabendo da participação das
áreas nasal e nasofaríngea em funções importantes da fisiologia humana e que
estas se encontram alteradas no fissurado.
Através da
telerradiografia cefalométrica, foram avaliadas as áreas nasal e nasofaríngea,
de 149 pacientes portadores de fissura lábio palatina transforame incisivo unilateral
e 157 normais, leucodermas, de ambos os sexos, nas idades de 12 a 16 anos.
Utilizaram-se grandezas cefalométricas lineares (S -N; N -P';P' -Ptm'; Ptm' -S;
Ptm' -IPPF; (x)), ângulo (SNA) e medidas das áreas nasal e nasofaríngea.
Considerando
a análise comparativa das áreas nasal e nasofaríngea, entre os grupos
fissurados e controle, pode-se concluir que:
1. a área
nasal e os seus limites: superior, inferior, anterior e posterior são menores
para os fissurados;
2. a área
nasofaríngea apresenta um tamanho menor para o grupo fissurado;
3. a
profundidade nasofaríngea resulta em uma medida menor para os fissurados;
4. a
proporção entre as áreas nasal e nasofaríngea tem um valor menor para o grupo
fissurado;
5. não há
correlação entre o ângulo SNA e as áreas nasal e naso- faríngea, para os grupos
fissurado e controle.
9 / 1987
ANÁLISE DE
"WITS" EM INDIVÍDUOS NEGRÓIDES.
MB.B.A.
Magnani; M.H. C. Almeida; V. C. V. Siqueira; L. Teramoto; R.S. Prata
Apresentaremos
a aplicação da análise de "Wits" em indivíduos negróides da região de
Piracicaba por considerarmos um método muito importante no relacionamento entre
as bases ósseas apicais desses indivíduos.
Material e
Método
Utilizamos
para nosso trabalho, uma amostra de 100 indivíduos, sendo assim distribuídos:
25
indivíduos negróides masculinos
25
indivíduos negróides femininos
25
indivíduos caucasóides masculinos
25
indivíduos caucasóides femininos
Resultados
Foram
feitos traçados cefalométricos de interesse para nosso trabalho.
Dessa
forma, verificamos os valores do ângulo SNA, SNB, ANB, AO-BO, para os
caucasóides bem como para os negróides.
Dessa
forma, chegamos às seguintes conclusões:
1) Os
valores de SNA, SNB, estão aumentados no grupo dos negróides, demonstrando
maior prognatismo facial para este grupo.
2) Quanto
ao relacionamento maxilo-mandibular, ditado pelo ângulo ANB e pela média da
AO-BO, notou-se que existe um prognatismo maior no grupo negróide e que a
mandíbula se posicionava mais distalmente.
10 / 1987
ANÁLISE DOS
EFEITOS DAS DIFERENTES FRAÇÕES DO PAROTIN SOBRE A HIPERGLICEMIA DE RATOS
DIABÉTICOS EXPERIMENTAIS.
J.L.José;D.
Teixeira;M.C. Boaventura;M.C.F.A. Veiga.
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP
A
interrelação das atividades entre as glândulas salivares e o pâncreas, mais
objetivamente ligados ao controle da glicemia, têm sido amplamente estudados
por numerosos pesquisadores. Da mesma forma, já foram identificados nas
glândulas salivares numerosos peptídeos com ações biológicas.
Para o referido
trabalho distribuiram-se os animais Diabéticos Experimentais aloxânicos em 2
grupos, sendo o Grupo I, composto de 5 animais que receberam via
intraperitoneal dose única de solução fisiológica; o Grupo II de Diabéticos
Experimentais formado de 20 animais redistribuídos em 4 sub-grupos. Os 5
animais de cada sub-grupo, receberam, respectivamente, no dia do experimento,
dose única da fração 1, 2, 3 e 4 de Parotin, via intraperitoneal, numa
concentração de 0,40 mg/100g de peso corporal em um volume médio de 0,5 ml. O
sangue, para as determinações glicêmicas, foi coletado nos intervalos de tempo
0, 3, 6 e 12 horas.
A análise
dos valores glicêmicos individuais dos animais diabéticos, os quais receberam
0,40 mg/100g de peso corporal da Fração 1, 2, 3 e 4 do Parotin, mostra que os
níveis glicêmicos médios antes da administração do Parotin, tempo zero, foi
respectivamente 422. 0+ 150.2; 245.6 + 72.9; 493.0 + 89.3; 387.8 + 47.3 e as
médias dos valores glicêmicos que receberam as frações 1, 2, 3 e 4, foram respectivamente
de 422.0 + 150.2; 244.0 + 140.0; 324.0 + 91.0; 345.0 + 88.3; Fração 2, 245.6 +
72.9; 196.4 + 62.1; 232.0 + 96.2; 293.6 + 105 e a Fração 3, 493.0 + 89.3; 351.2
+ 24.1; 272.6 + 62; 289.2 + 67.1, Fração 4, 387.8 + 47.3; 288.2 + 49.1; 325.0 +
81,3; 337.2 + 95.5. A análise de variança obtidas entre os animais do grupo I e
II (sub-grupo) demonstrou que há diferenças significativas ao nível de 1% entre
as Frações 1 e 3 quando comparados com o grupo I.
11 / 1987
ANÁLISE
MORFOLÓGICA DAS ALTERAÇÕES TECIDUAIS ENCONTRADAS AO NÍVEL DO OSSO ALVEOLAR QUE
ENVOLVE O GERME DENTAL DO 1º MOLAR SUPERIOR DO RATO ALBINO COM TRÊS DIAS DE
IDADE. ESTUDO ULTRAESTRUTURAL.
M. L.P.
Almeida; A. W. Almeida; E. Katchburian.
Departamento
de Histologia ICB/USP. Disciplina de Histologia UFU.
Durante o
processo de desenvolvimento do germe dental do rato, observa-se que são
evidentes as alterações morfológicas que se fazem presentes, não só no futuro
elemento dental bem como nas estruturas ósseas a ele adjacentes.
O osso
alveolar que envolve o germe dental do primeiro molar superior do rato com três
dias de idade apresenta um quadro morfológico de intensa atividade
osteoclástica em inúmeros sítios da lâmina óssea que o separa da cavidade oral.
Com auxilio
da microscopia óptica foi possível determinar que tais sítios apresentam
capilares com suas luzes extremamente dilatadas, mostrando ao seu redor um
infiltrado celular cujos constituintes se assemelham àqueles encontrados no
processo inflamatório crônico.
A análise
com auxilio do microscópio eletrônico de transmissão mostrou que em tais áreas
existe um quadro geral de fragmentação e morte celular em meio ao qual alguns
elementos celulares mostram-se vivos e com um aspecto morfológico que sugere
grande atividade metabólica.
Dentre as
células que mostram aspectos morfológicos que sugerem processos degenerativos
destacam-se os osteoblastos e os osteócitos. Tais células apresentam nas suas
proximidades a presença de osteoclastos que além de participarem nitidamente
dos processos de reabsorção do tecido ósseo mineralizado, parecem desempenhar
importante papel também nas ações lesivas observadas junto a outros elementos
tissulares.
Trabalho
subvencionado pelo CNPq
12 / 1987
ANESTESIA
AMBULATORIAL EM ODONTOPEDIATRIA COM A KETAMINA. I - AVALIAÇÃO DO ANESTÉSICO.
S. Cromberg & C. G. Mota
Divisão de
Odontologia -H.C. -F.M.U.S.P.
Procuramos
dar condições propícias de tratamento às crianças rebeldes, excepcionais e com
patologias diversas sem necessidade da internação hospitalar ou do risco de uma
anestesia geral.
Nosso
trabalho baseia-se na notável potência analgésica da Ketamina (CI 581
PARKE.DAVIS) e na sua propriedade de conservação dos reflexos
faringo-laringeanos e sobretudo do tônus muscular da língua e dos músculos
periorais.
A chamada
anestesia dissociativa foi estudada quanto a pressão arterial, a amplitude
respiratória e tempo de duração das doses aplicadas em relação ao tipo de
tratamento dentário.
Estudamos
1000 crianças de ambos os sexos de 8 meses a 15 anos aplicando de 3 a 5 mg de
Ketamina por kg, via intra.muscular e 114 a 1/2 mg de atropina conforme a
idade.
Concluímos
que a Ketamina em doses adequadas e bem maneja. da constitui-se para nós num
agente de grande utilidade e valor, principalmente pela sua excepcional
tolerância e ampla margem de segurança nos tratamentos odontopediátricos em
regime ambulatorial.
13 / 1987
ANESTESIA
AMBULATORIAL EM ODONTOPEDIATRIA COM A KETAMINA. II- AVALIAÇÃO CLÍNICA.
C.G. Mota;
S. Cromberg
Divisão de
Odontologia -H.C.
Com o
desenvolvimento obtido pelas Cirurgias Cardíacas nos últimos anos e a
confirmação da importância dos focos dentários em infecções focais como as
endocardites bacterianas acentuou-se na atualidade a necessidade da prevenção e
eliminação cirúrgica, quando indicada de focos infecciosos odontogênicos.
Em
cirurgias bucais para erradicação completa de focos infecciosos (exodontias
múltiplas) em crianças, introduziu-se no H.C. o uso da anestesia dissociativa;
desta forma evitou-se a anestesia geral e a internação do paciente, já que o
mesmo não perde os reflexos e pode ser atendido a nível ambulatorial,
acompanhado dos pais. O método foi estendido a crianças com diferentes
patologias (neurológicas, endócrinas, etc.) e a pacientes rebeldes, tanto para atendimento
cirúrgico rápido e seguro como para tratamentos clínicos extensos.
A avaliação
clínica revelou excelentes resultados ao longo do tempo.
14 / 1987
ASPECTOS
MORFOLÓGICOS DA GENGIVITE NECROSANTE AGUDA (GNA)
P.D.
Novaes;A.O.C. Jorge; O.P. Almeida; L. Bozzo Disciplina de Patologia
-FOP/UNICAMP
A gengivite
necrosante caracteriza-se por quadro inflamatório agudo, que se manifesta
clinicamente por ulcerações necróticas interproximais. Nas áreas necróticas o
tecido normal é substituído por acúmulo de neutrófilos e resíduos bacterianos e
teciduais. Nas áreas de integridade do epitélío, verificamos em microscopia
eletrônica a presença de netrófilos, macrófagos, linfócitos e mastócitos. Os
neutrófilos mostravam evidências de degranulação, tanto no conjuntivo quanto no
interior do epitélio. Foi encontrado frequentemente mastócitos intraepiteliais,
principalmente no terço interno do epitélio, e no conjuntivo mostravam aspectos
característicos de degranulação. Os fibroblastos apresentavam as vesículas do
retículo endoplasmático dilatadas e continham no citoplasma fibrilas de
colágeno. O conjuntivo, principalmente nas áreas próximas aos neutrófilos,
estava em desorganização, e não observou-se fibrilas de colágeno no citoplasma
dos neutrófilos e macrófagos. A lâmina basal do epitélio mostrava soluções de
conti- nuidade, associadas ou não a penetração de células para o interior do
epitélio. Observou-se também a separação da lâmina basal do tecido epitelial
formando um espaço ocupado por fibrilas de colágeno. Nas áreas estudadas,
bactérias não foram encontradas e as alterações descritas não devem resultar da
interação direta dos microorganismos com os componentes teciduais da gengiva.
15 / 1987
ASPECTOS
VASCULARES DE GRANULOMAS EXPERIMENTAIS*
M.C.C.
Sampaio & E.G. Birman**
**
Faculdade de Odontologia -USP
O aspecto
da vascularização de granulomas é muito importante para compreender os aspectos
evolutivos e o destino deste processo inflamatório. Utilizando o modelo experimental
de produção de granulomas a partir da inoculação intradérmica por BCG,
estudamos três espécies animais induzindo a formação de granulomas que foram
estudados pela técnica do carvão ativado (Nankim - modificado por lojan,
utilizando-se o método de Spateholzs. Pudemos demonstrar que estas lesões
tendem a se vascularizar a partir dos 15 dias no hamster e camundongo e um
pouco mais tardiamente no rato, contrariando os clássicos padrões destas
lesões, arguindo-se se seria esta uma resposta reacional de substituição e
reparo face a evolução do processo inflamatório presente e da resposta imune
destas espécies.
O estudo da
vascularização nestes casos seguiu os padrões usuais já descritos embora
técnicas alternativas (A TPase) , imunoperoxidase) também foram tentadas
constituindo alternativa de grande interesse para o patologista, em geral.
* Trabalho
subvencionado pelo CNPq
16 / 1987
ASSISTÊNCIA
ODONTOLÓGICA E AÇÃO SINDICAL - QUE TIPO DE PROBLEMA SE PENSA ENFRENTAR.
F.M. Pires
Filho
Centro de
Pesquisas em Odontologia Social- FO/UFRGS
O trabalho
constitui parte de uma pesquisa mais ampla em que o autor estuda o Serviço de
Odontologia mantido pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre-RS. A
investigação procura desvendar os papéis que esse Serviço cumpre, não apenas
como instrumento de assistência, as, como instância ideológica das práticas
sociais que são inerentes a própria natureza dos organismos sindicais. Nesta
parte do estudo o autor busca identificar e trabalhar a compreensão que os
diferentes autores envolvidos com o Serviço têm sobre a questão da assistência
odontológica. Neste sentido foram entrevistados usuários, funcionários
técnico/administrativos, cirurgiões-dentistas e membros da Diretoria do
Sindicato. O estudo concluiu pela prevalência entre eles de três tipos de
percepção, catalogadas como difusa, técnica e política. Observou-se que a cada
uma delas correspondia um tipo de solução diferente, que o autor denominou de:
racionalizadora, pragmática e estratégica. Identificou-se também, que a escolha
de um determinado tipo de solução privilegiava, na perspectiva de enfrentamento
da questão, focos específicos de atenção. A pesquisa aponta esses focos e
adjetiva o que no entendimento do autor, constitui os limites de resolutividade
que cada abordagem impõe ao trato da questão. Enquanto a visão política só foi
percebida entre os membros da Diretoria, a difusa e a técnica, em intensidade
variada, foi manifesta entre todos os segmentos entrevistados.
.Trabalho
financiado pelo CNPq
17 / 1987
ATIVIDADES
BIOLÓGICAS DA SIALOTOXINA I. DETERMINAÇÃO DA DL50 EM CAMUNDONGOS TRATADOS COM
ESTRADIOL E TESTOSTERONA.
D.
Teixeira;S.M.S. Agostinho; M.C. F.A. Veiga;J.L. José
Departamento de Ciências Fisiológicas
-FOP/UNICAMP
Determinou-se
a DL50 da Sialotoxina I e analisou-se seus efeitos biológicos em camundongos
machos tratados com Estradiol e camundongos fêmeas tratadas com Testosterona.
Grupo I -80 camundongos machos redistribuídos em 8 subgrupos compostos de 10
camundongos cada, os quais receberam tratamento com hormônio Estradiol, via
I.P., na conc. de 2,Omg/kg de peso, durante 10 dias, em seguida receb. Sial. 1,
via I.P. nas conc. de: 0,5; 1,0; 1,3; 1,5; 1, 7; 2,0; 2,3; 2,5mg/kg de peso,
cuja taxa de mort. apresent. foi respect. 0% para conc. de 0,5 e 1,Omg/kg e 40,
60, 70, 80, 90 e 100%. Através da análise de probltos obteve-se uma D L50 =
1,45 I 0, 11 mg/kg para Sialotoxina I. Analis. os efeitos biológicos provocados
observ. que na conc. de 0,5mg/kg, 100% dos animais apresent. as reações de
hiperexcitabilidade, apatia e a partir da conc. de 1,3mg/kg as manifestações
foram crescentes e na concentração de 2,5mg/kg de peso as manifestações de:
hiperexcitabilidade, apatia, festinação, hipotonia, piloereção, taqulcardia,
sudoração, cianose, midrlase e exoftalmia, poliúria, epistótono da cauda e
convulsões e, contraturas foram evidenciadas em 100% dos animais. Grupo II -90
camundongos fêmeas, redistribuídos em 9 subgrupos de 10 camundongos cada, que
receberam tratamento com Testosterona na mesma concentração e período do grupo
I anterior e em seguida recebeu Sialotoxina I nas concentrações de: 0,5; 1,0;
1,5; 1,8; 2,0; 2,3; 2,5; 2,8 e 3,Omg/kg
apresent. taxa de mort. de 10% a partir da concentração de 1,8, as doses subsequentes
respectivamente mort. de: 20, 50, 60, 80 e 100%. A DL50 foi de 2,26 I 0,10mg/kg
de peso. Com relação à ativ. biol. observou-se que a partir da conc. de
1,5mg/kg de peso apresent. em 100% dos animais as reações hiperexcitabilidade e
apatia, e na conc. de 2,3mg/kg de peso tanto as reações biol. quanto o nP de
mortes dos animais foram mais acent., demonst. todas as manifest. já citados no
grupo anterior na conc. de 3,Omg/kg de peso. Concluímos que a administ. de
Estradiol em camund. machos aumenta a sua sensib. à Sial. I quando compar. com os
machos normais e que a Testosterona protege, parcial. as fêmeas, dimin. a sua
sensib. quando compar. com as fêmeas normais.
18 / 1987
AVALIAÇÃO
CITOLOGICA DA MUCOSA BUCAL DE PACIENTE AIDÉTICOS: ESTUDO PRELIMINAR.
L.S.U.Yamamoto;C.
R. osta ; V.A. F. Alves; E.G.Birman
*Instituto
Adolpho Lutz
**Instituto
da Saúde
***FOUSP
As
deficiências imunológicas, em geral, acarretam predisposições a numerosas
infecções relacionadas a certo grupo de agentes microbianos. Tais manifestações
podem se revelar em vários órgãos ou sistemas mas também a nrvel das mucosas,
notadamente a bucal. Assim, procuramos realizar um estudo prospectivo em
pacientes de risco da srndrome de imunodeficiência adquirida (Aids) para
caracterizar as alterações citológicas obtidas de esfregaços da mucosa bucal,
correlacionando-as com as modificações observadas na clínica bem como analisar
os agentes microbianos mais significativos presentes. Foram estudados 40
pacientes de risco (sendo confirmado até agora 19 anti-HIV positivos), representados
por grande maioria de pacientes do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 57
anos. As colheitas foram executadas em várias áreas, preferencialmente onde a
mucosa apresentava alterações clínicas, (mucosa jugal, borda lateral e dorso da
língua). Os esfregaços fixados em álcool-éter foram corados pelo método de
Papanicolaou e permitiram caracterizar alterações de maturação celular até
atipias nucleares. Quadros inflamatórios em variados graus foram observados em
alta porcentagem, sendo encontrados pelo menos um agente microbiano associado
em grande número de esfregaços além da presença de flora mista bem
caracterizada. Destaca-se o encontro de Actinomices, Histoplasma capsulatum,
fungos leveduriformes, esporos e hifas de Candida sp., não sendo observado
aspectos conclusivos da presença de virus. Estes achados preliminares
motivaram-nos a prosseguir este estudo buscando agora não só a correlação
citada como a correlação citológica com a cultura e posterior definição das
espécies.
19 / 1987
AVALIAÇÃO CLÍNICA
DE RESTAURAÇOES CONFECCIONADAS COM LIGAS METÁLICAS DO SISTEMA COBRE/ALUMÍNIO E
COBRE/ZINCO.
M.F. de
Andrade; W Dinelli; J.R. C. Saad
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Até o
presente momento as investigações relacionadas com as ligas alternativas estão
restritas a testes de laboratório.
Assim sendo
e com objetivo de confrontar os resultados até então obtidos com o desempenho
clínico de restaurações efetuadas com estas ligas, consideramos oportuno
avaliá-las clinicamente, através de rigoroso acompanhamento, por um período de
24 meses.
Serão
analisados, o ajuste marginal e a resistência à corrosão de 3 marcas
comerciais: Duracast, Idealoy e Goldent.
Serão
utilizados para avaliação o método de Gunnar Ryge, que consiste na análise da
restauração diretamente na boca, o método fotográfico, classificando da melhor
para pior, e análise em modelo de gesso.
Como
conclusões parciais, dentro do per lodo de 12 a 18 meses temos observado bom
desempenho das ligas em termos de ajuste marginal.
Com relação
a resistência a corrosão, observa-se que estas apresentaram estreita relação
com a higiene oral dos pacientes.
20 / 1987
AVALIAÇÃO
CLÍNICA DE RESTAURAÇÕES DE AMALGAMA DE BAIXO TEOR DE PRATA -2 ANOS DE ESTUDO*
P.E.C.
Cardoso; W.G. Miranda Jr.;J.F.F. Santos
Departamento
de Materiais Dentários -F0/USP
Desde 1970,
quando a A.D.A. liberou a porcentagem de cobre nas ligas para amálgama, novas
formulações foram lançadas no mercado. A ausência da fase (2 destes materiais
tem gerado uma expectativa otimista no que se refere a uma maior resistência
mecânica e a corrosão.
Nos últimos
anos muito se tem investido no Brasil, no sentido de lançar ligas de alto teor
de cobre e baixo teor de prata. laboratorialmente esses materiais têm
apresentado bom desempenho, no que diz respeito às propriedades mecânicas. Por
outro lado, pouco se sabe sobre o comportamento clínico dessas ligas.
Apresentamos aqui, os resultados obtidos após 2 anos de uso na boca, avaliados
segundo critério proposto por Gunnar Ryge e modificado por leinfelder, de 3
ligas de baixo teor de prata e alto teor de cobre (Novaloy, Veraloy e Aristaloy
21 ), comparadas com uma liga convencional de alto teor de prata e baixo teor
de cobre (Velvaloy). As três ligas de baixo teor de prata sofreram perda de
brilho precoce, constatada na primeira avaliação (6 meses), e na avaliação
final as ligas Ve- raloy e Aristaloy 21 apresentavam comportamento clínico
aceitável, ao contrário da liga Novaloy que se mostrou inaceitável.
*Trabalho
subvencionado pela FINEP.
21 / 1987
AVALIAÇÃO
DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO, COM RELAÇÃO AOS RISCOS DE INFECÇÃO CRUZADA, NA
PRÁTICA ODONTOLÓGICA.
G.M.
D'Antonio; N. Y. Sakakibara; R. R. Koga; M.E.M. Hirata
Visando o
controle da transmissão de doenças entre profissionais e pacientes, foram
avaliados 58 Cirurgiões Dentistas em atividade em três cidades, por meio de
questionários contendo quesitos abrangendo medidas de proteção pessoal:
tratamento dispensado ao lixo, ambiente de trabalho, técnicas de esterilização
e desinfecção comparando os métodos utilizados na prática odontológica com o
recomendado na literatura. Como resultado notamos que: as medidas de proteção
pessoal mostraram que 65% dos profissionais não usam gorro e 80% não trocam
aventais ao deixar o consultório, óculos e máscaras são utilizados por 60%, dos
entrevistados e as luvas, 50% utilizam em cirurgias. Quanto ao tratamento do
lixo, 80% possuem recipientes com tampa e 39% usam saco plástico nas lixeiras.
Com relação ao ambiente de trabalho, 78% possuem paredes e pisos que facilitam
a limpeza e desinfecção, as torneiras abertas com o pé ou cotovelo são
utilizadas por 6 e 8% respectivamente; quanto à retenção de poeira (cortinas,
persianas, prateleiras e quadros) são encontrados em 71% dos consultórios.
Quanto às técnicas de esterilização, 85%, dos profissionais usam o forno
Pasteur e, destes, 50% obedecem o tempo e temperatura recomendados; a autoclave
e panela de pressão são utilizadas por 9% dos entrevistados. As substâncias
químicas mais utilizadas foram Germkill e álcool, perfazendo um total de 85%
dos Cirurgiões Dentistas, as pastilhas de formol por 60%, e o Gluratex por 2%.
Avaliando os resultados, notamos que os cuidados preventivos quanto a infecções
cruzadas são ainda negligenciados por boa margem de profissionais. Necessário
se faz promover palestras e seminários para reciclagem dos mesmos.
22 / 1987
AVALIAÇÃO
DE AGENTES QUIMICOS UTILIZADOS NA ESTERILIZAÇÃO DE CONES DE GUTA-PERCHA.
M.H.P. Paz;
T.M. da Rosa; L.L. Bammann
Curso de
Pós-Graduação em Endodontia e Núcleo de Pesquisas em Odontologia, Faculdade de
Odontologia, UFPEL.
O presente
estudo teve por objetivos determinar a atividade antimicrobiana de 10 agentes
químicos, e avaliar sua utilização para a esterilização de cones de
guta-percha. As soluções químicastestadas foram "Cepacol",
"Creosolit", "Germekil", "Merthiolate",
"Microcide", "Milton", "Paramonoclorofenol canforado
(PMC)", "Romisan", "Tergentol" e "Valmicid".
Assim, numa primeira etapa, o efeito antimicrobiano das soluções foi estudado,
pela técnica da difusão em meio sólido, na superfície do "Brain Heart
Infusion Agar", frente a amostras de B. subtilis, E. coli, S. aureus, S.
mutans e S. ulivarius. Nesse modelo de estudo, o microrganismo que apresentou
maior sensibilidade, em relação às substâncias-teste, foi S. mutans, aparecendo
o "Creosolit" como o agente de maior atividade sobre os
microrganismos indicadores. Para avaliar a aplicabilidade das referidas
soluções à esterilização de cones de guta-percha, estes eram contaminados nas culturas
microbianas, lavados em salina esterilizada e, subsequentemente, expostos à
ação direta das substâncias ou a seus vapores ("Creosolit" e PMC); o
efeito direto foi experimentado durante 1 a 3 minutos, e a ação dos vapores foi
ensaiada entre 0 e 24 horas. Os testes controle e de atividade, removido o
excesso de agente químico, foram procedidos em "Brain Heart
Infusion", ocorrendo a incubação segundo as exigências respiratórias dos
microrganismos, a 37ºC, por um período de 72 horas.
Os
resultados referentes à ação direta sugerem que os agentes químicos testados
foram efetivos na esterilização dos cones de guta-percha, com exceção do
"Microcide" e "Tergentol"; o efeito inibidor dessas
soluções somente foi observado em relação a certos microrganismos, em
determinados tempos experimentais. A ação antimicrobiana dos vapores foi
bastante variável, em função do microrganismo indicador considerado, do agente
químico testado e do tempo de exposição experimentado.
Trabalho
financiado, em parte, pela CAPES.
23 / 1987
AVALIAÇÃO
DE UM SISTEMA INFORMATIZADO.
A.L. Rodrigues Jr.
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Uma
estrutura de informações (coleta, processamento, análise e armazenamento) foi
estabelecida para melhorar a eficiência no atendimento clínico odontológico da
Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Esta estrutura é gerenciada pelos
Coordenadores da Clínica Odontológica com o apoio de microcomputadores
de 8 bits, 2 dlsk drives, monitor de vídeo e uma Impressora seqüencial tipo
Rima, sendo toda a informação utilizada armazenada em minidiscos magnéticos de
dupla face e de dupla densidade. O fluxo de informações nesta nova estrutura é
o mais simples possível para permitir o armazenamento dos dados em arquivos
relacionais usando a linguagem dBase II.
Após 4
meses de utilização prática 1.793 clientes foram cadastrados e os dados
armazenados em 414 kbytes de memória. Estas informações, necessárias ao
gerenciamento da estrutura, são arquivadas em espaço físico reduzido e podem
ser acessadas com facilidade.
Os
resultados têm se mostrado satisfatórios pela rapidez em gerar informações em
forma da relatório, localizar dados com facilidade e atualizar automaticamente
os dados arquivados. Além disso, relatórios tidos como impossíveis de serem
realizados manualmente e levantamentos estatísticos podem ser obtidos em
minutos através deste Sistema Informatizado.
24 / 1987
AVALIAÇÃO
DO ÍNDICE DE PLACA O'LEARY EM PROGRAMA DE HIGIENE ORAL.
C. Sansone & R. V. Oppermann
Disciplina
de Periodontia do Departamento de CIínica -FO/UFRJ.
No Brasil,
ficou popularizado nos últimos anos a utilização do índice de placa O'LEARY
para avaliação de programas de higiene oral graças a sua aplicação em grande
número de Faculdades de Odontologia. Este índice revela a presença de depósitos
moles sobre as superfícies dentárias na junção dentária gengival; ele não
analisa a quantidade de placa presente, muito embora os níveis de inflamação
gengival pareçam estar diretamente relacionados com esta quantidade. Desta
forma, surge o questionamento sobre a capacidade do índice de placa O'LEARY
traduzir com fidelidade as eventuais variações existentes nos níveis de
inflamação gengival. Foi realizada uma análise aprofundada da relação do índice
de placa proposto por O'LEARY e os níveis de inflamação gengival ao longo de um
programa de controle de placa, com a finalidade de identificar os limites de
rendimento de ambos frente à modificações da higiene oral dos pacientes.
Dezoito
pacientes do sexo masculino com idade variando entre 18 e 21 anos que
apresentavam quadros de gengivite, diagnosticada através de exame clínico onde
se procurou observar a presença de sangramento gengival à sondagem, assim como
a presença de edema e alterações na coloração da gengiva. A presença de placa
nos dentes foi avaliada através do índice de placa O'LEARY (Plaque control
Record, O'LEARY, 1967). Enquanto que as condições gengivais foram avaliadas
através do índice gengival de Loe e Silness, 1963. Cada paciente foi examinado
no início do estudo, 7, 14 e 21 dias após, sendo em cada oportunidade
levantados os índices de placa e gengival. O programa de Higiene Oral utilizado
no estudo constou de escovação e uso do fio dental pelos participantes, foi
realizado no início do estudo, 7 e 14 dias após, portanto teve a duração de 21
dias.
No início
do experimento, 88,39% das superfícies dentárias apresentavam placa corada. O
percentual diminuiu para 70,41. 7 dias após o início do trabalho; houve redução
adicional no 14º e 21º dia, sendo essa redução de 62,49% e 60,74%
respectivamente. Os valores encontrados no índice gengival foram 1.52 no início
do estudo, tendo esse valor reduzido significativamente 7, 14 e 21 dias após,
sendo esses valores 0.99, 0.83 e 0.71 respectivamente. Níveis significativos de
saúde gengival foram alcançados mesmo quando o índice de O'LEARY encontrava-se
muito além do recomendado pelo autor (10 a 15%). Ocorreram reduções
significativas de níveis de inflamação gengival embora o índice de placa
O'LEARY manifestasse uma tendência de estabilização. Como o principal objetivo
de um programa de higiene oral é melhorar as condições gengivais dos pacientes,
o índice gengival reflete adequadamente a consecucão deste interesse. Os
programas de higiene oral devem usar uma associação de índices de placas e
gengival.
25 / 1987
AVALIAÇÃO
DOS EFEITOS DO TRAUMA INDIRETO SOBRE A ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR.
J.G.C.
Luz;J.R. V. Rezende; R.G. Jaeger
Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial -FOUSP
Foi
desenvolvido um modelo experimental que permitiu a avaliação dos efeitos do
trauma indireto sobre a articulação temporomandibular (ATM), um evento comum em
pacientes.
Para a
padronização do trauma foi desenvolvido um suporte em madeira que permitiu a queda
livre de um corpo metálico. Através de um pino de madeira o impacto foi
transmitido ao ângulo da mandíbula, estando os animais em decúbito dorsal.
Utilizando
ratos albinos jovens, pesando entre 170 e 180 gramas, o trauma foi aplicado
indiretamente sobre a ATM do lado direito, sendo que a ATM esquerda serviu de
controle. Os animais foram distribuídos em 5 grupos e sacrificados em períodos
de 24 horas, 7 dias, 15 dias, 30 dias e 90 dias.
A avaliação
histológica do HE revelou que o trauma Indireto foi capaz de lesar o côndilo, o
disco articular e a cavidade glenóide. Inicialmente ocorreu uma resposta
inflamatória. Com a regressão desta, houve uma resposta proliferativa das
superfícies articulares, principalmente da cavidade glenóide. Esta resposta apresentou
uma tendência de preencher o espaço articular .
26 / 1987
AVALIAÇÃO
DOS ELEMENTOS CELULARES DO ODONTOMA PELA TÉCNICA IMUNOENZIMATICA.
D. S. Pinto
Jr.; F.D Nunes; V.C Araujo; V.A.F.
Alves; N.S. Araujo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP.
Em continuidade
ao estudo clínico-patológico do odontoma (SBPqO, 1986), o presente trabalho
visa fornecer subsídios para uma melhor compreensão dos componentes celulares
da lesão.
Nesta
pesquisa, foi utilizada parte do material diagnosticado como odontoma dos
arquivos pertencentes à Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP, o qual foi
submetido à técnica imunoenzimática da peroxidase-antiperoxidase (PAP).
Cortes de 3
(m obtidos de material emblocado em parafina, foram submetidos aos
procedimentos preconizados para a técnica do PAP, utilizando-se anticorpos mono
e policlonais específicos para a detecção de AE-1 , vimentina, fibronectina,
S-100, fosfatase alcalina e enolase, nos elementos do tumor .
Os
anticorpos utilizados nesta pesquisa foram elucidativos para vários componentes
teciduais da lesão, entre os quais podemos citar o epitélio odontogênico,
positivo para AE-1, a papila dentária para vimentina e enolase, e fosfatase
alcalina para matriz, cutícula de esmalte e pré-dentina.
Os achados
obtidos serão discutidos durante a apresentação, com especial Anfase à
positividade da enolase tanto para odontoblastos como para ameloblastos.
27 / 1987
"AVALIAÇAO
FOTOMICROGRAFICA DE LIGAS PARA RESTAURAÇOES DE AMALGAMA."
S. T. Porto
Neto; F. Mandarino; M.S.M. Candido; W. Dinelli; A.L. Lolato
Faculdade de Odontologia de Araraquara.
O amálgama
dental tem sido exaustivamente estudado e a melhoria de suas propriedades
nestes últimos anos tem sido atribuída à introdução de maior porcentagem de
cobre na sua composição associada com diminuição do tamanho de suas partículas.
Neste
estudo nos propomos a investigar ligas para amálgama tanto convencionais como
as de alto teor cobre para uma comparação de sua forma e tamanho.
Serão
feitas fotomicrografias de cada liga utilizada no trabalho para uma melhor
comparação entre estas e assim obtermos uma conclusão sobre o seu formato e
dimensão.
28 / 1987
AVALIAÇÃO
MONITORADA DA PROFUNDIDADE DE BOLSA PERIODONTAL. USANDO A SONDA PERIODONTAL
INTCP SUGERIDA PELA FEDERAÇÃO DENTÁRIA INTERNACIONAL.
H. H.
Rodrigues:D.. Magalhães: M. Semprini: C.A. Pelé
O exame
periodontal simplificado. Também chamado Índice das Necessidades Terapeuticas
Periodontais da Comunidade (INTCP) foi o resultado da colaboração técnica entre
a FRDI e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A sonda
INTCP, apresentando dimensões apropriadas tem em sua extremidade uma
modificação (ponta esferoidal) que não sendo perfurante, oferece maior
segurança de trabalho ao clínico geral no diagnóstico da doença periodontal.
Sendo esta sonda periodontal já um projeto vitorioso da FDI, foi nossa intensão
modificá-la no sentido de ajustar ao seu istmo estensômetros elétricos, e dessa
forma monitorar a penetração da sonda em sulcos gengivais ou bolsas
periodontais. Com essa nova t6cnica foi possível controlar a pressão de
penetração da sonda durante a medida de profundidade da bolsa. A monitoração
permitiu avaliar a conduta de diagnóstico do operador, conduta essa que de
avaliação clínica qualitativa passou a ser avaliação quantitativa monitorada.
Após a avaliaçio clínica, espécimes controles serão testados a nível
histológico conforme as normas da FDI.
.Pesquisa
em parte subvencionada pela FAPESP
29 / 1987
BACTERIEMIAS
TRANSITÓRIAS POR MICRORGANISMOS ANAERÓBICOS, PÓS-REMOÇÃO DE FIO DE SUTURA .
M. V.
Gayotto; M.A.A. Santos; C. Gregori
Departamento
de Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial -FOUSP .
O presente
trabalho visou a constatação da ocorrência de hemoculturas positivas,
pós-remoção do fio de sutura, aposto na mucosa gengival depois de exodontia de
molar superior, tendo sido feito, previamente, o uso, como colutório, de uma
solução aquosa de cloreto de cetilpiridínio 1 :4000 que embebia a região
durante 1 (um) minuto. Foram utilizados seres humanos de sexo masculino,
normo-reativos, os quais foram divididos em grupos: A e B. O grupo Avisava a
detecção de possíveis bacteriemias transitórias, pela simples punção venosa do
antebraço e a permanência do "Butterfly" pelo tempo de duração do
teste (cinco minutos). O grupo B se constituía de pacientes que foram
submetidos à avulsão de dentes molares superiores nos quais, após oito dias,
removia-se o fio de sutura. Do grupo A colhia-se 3 ml de sangue imediatamente à
punção venosa e também após um minuto e cinco minutos. Do grupo B colhia-se a
mesma quantidade de sangue, pré-remoção
do fio de sutura e também um minuto e cinco minutos após a remoção do mesmo.
Todas as hemoculturas foram processadas em meio de cultura para anaeróbicos,
conforme as normas preconizadas pelo Virginia Polytechnic Institute (VPI).
Constatou-se que, em todos os casos do grupo A, (dez indivíduos) as
hemoculturas foram negativas. Nos pacientes de grupo B (dezoito pacientes),
todas as hemoculturas feitas pré-remoção do fio de sutura foram negativas e nas
hemoculturas realizadas a um minuto e cinco minutos, após a remoção do fio,
houve positivância em 50% dos casos. As colônias de microrganismos encontrados
foram identificadas quanto ao gênero
Resumo da Tese apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade de São
Paulo, para obtenção do título de Doutor em Clínicas Odontológicas.
30 / 1987
CALCIFICAÇÕES
PULPARES -ESTUDO MORFOLÓGICO EM MICROSCOPIA DE LUZ E ELETRONICA DE VARREDURA.
M.M.M.
Jaeger: R.G. Jaeger: V.C. Araújo: N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP .
Calcificações
pulpares foram pesquisadas em 203 polpas de dentes de humanos, pertencentes ao
Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Buco-Dentária do
Departamento de Estomatologia da FOUSP .
O estudo
morfológico se deu através de microscopia de luz em lâminas coradas pela
hematoxilina-eosina e pelo método de Von Kossa, para detecção de sltios de íon
cálcio.
Ao HE
verificou-se que cerca de 78% das polpas estudadas possuiam calcificações, com
maior evidência nos pacientes com idade entre 14 e 30 anos (69,8%), sem
preferência por sexo (45,6%F e 54,4%M). Usualmente as calcificações apareciam
ao redor de vasos sanguíneos, seguindo o trajeto vásculo-nervoso ou em áreas
hialinizadas da polpa, dados concordes com a literatura previamente compulsada.
Estas calcificações aparecem na forma nodular às vezes bem definida, ovóídes ou
arredondadas; ou mesmo difusas pela polpa com dimensões e formatos variados.
Por vezes encontramos um quadro misto, onde estão presentes nódulos e
calcificações difusas, sendo esse último o tipo mais comum.
Estas
calcificações parecem ser do tipo distrófica e alguns nódulos exibem deposição
concêntrica. Somente um caso, diagnosticado como displasia pulpar, entidade
hereditária autossômica dominante, permitiu a observação de nódulo verdadeiro,
representado por tecido dentinário de configuração tubular .
Parte do
material obtido foi fixado em glutaraldeido, pós-fixado em tetróxido de ósmio,
desidratado em série crescente de alcoóis, submetido ao
"ponto-crltico", colado em bases apropriadas de alumínio, recoberto
com ouro em um "sputtering" catódico Balzers, observado e fotografado
em um microscópio eletrônico de varredura Etec-autoscan, a 20Kv, no intuito de
fornecer maiores subsídios para o presente trabalho.
31 / 1987
CÁRIE DE
DENTINA. ESTUDO EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA*
R.G.
Jaeger; M.M.M. Jaeger; V. C. Araújo; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
Concluindo
trabalho previamente apresentado na SBPqO (JAEGER, 1986) foram estudadas
amostras de cárie aguda e crônica de dentina, a nível de microscopia eletrônica
de varredura.
O material
selecionado foi fixado em glutaraldeido, pós fixado em tetróxido de ósmio,
desidratado em série crescente de alcoóis, submetido ao
"ponto-crítico", montados em bases apropriadas de alumínio,
recobertos com ouro em um "sputtering" catódico Balzers, observados e
fotografados em um microscópio eletrônico de varredura Etec-Autoscan, a 20 Kv e
vácuo de 10-5 torr .
Os
resultados obtidos mostraram alterações evidentes de comportamento biológico
nos dois tipos de dentina cariada estudadas. A cárie aguda mostrou exposição
dos canaliculos dentinários em múltiplas áreas e desmineralização da dentina
peritubular e intercanalicular. Tanto a dentina peri quanto a intertubular
mostraram perda do seu conteúdo de hidroxiapatita, restando delicada trama
reticular de colágeno em torno dos prolongamentos odontoblásticos. Grande
número de bactérias foi verificado, principalmente formas cocóides e bacilares.
A cárie
crônica exibiu quadro microestrutural diferente, sendo evidente a neoformação
dos túbulos dentinários, bem como foram verificadas múltiplas áreas de
esclerose. Ninhos de estruturas cristalóides, de formato filamentoso e de
morfologia similar, porém com tamanho superior ao dos cristais de cárie
descritos por Boyde e colab, foram verificados, sugerindo intrigante campo de
futuras investigações.
*Trabalho
subvencionado pela FAPESP.
32 / 1987
CISTO
ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE. ESTUDO MORFOLÓGICO, IMUNOENZIMÁTICO E
MICROESTRUTURAL.
L.E.B.
Rosa; R. G. Jaeger; V.C. Araújo; V.A.P. Alves; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
Departamento
de Patologia -I.A. Lutz
Dando
continuidade a estudos realizados pela Disciplina (SANTOS PINTO JR., 1986),
vimos no presente trabalho estudar os aspectos morfológicos do cisto
odontogênico epitelial calcificante a nível de microscopia de luz e eletrônica
de varredura, com o intuito de fornecer maiores subsídios para a correta
compreensão do mesmo.
Foram
utilizados 18 casos diagnosticados como cisto odontogênico epitelial
calcificante, pertencentes aos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da
Disciplina de Patologia Bucal, Departamento de Estomatologia da FOUSP.
Os dados
clínicos referentes à localização; idade; sexo; raça e sintomatologia da lesão
foram obtidos a partir das fichas de pedido de exame arquivadas no Núcleo de
Informática desta Disciplina. Por vezes o número de observações não é
coincidente com o total de casos devido a ausência de informações relativas
àquele tópico.
As lâminas
coradas pela hematoxilina-eosina foram revistas para detalhar e enumerar os
aspectos principais da lesão. Novos cortes com espessura de 5(m foram corados
pelo PAS; Papanicolaou; Tricrômico de Masson e Vermelho do Congo.
De um grupo
de espécimes previamente selecionados foram obtidos cortes de 3(m de espessura,
submetidos à técnica imunoenzimática de peroxidase-antiperoxidase (PAP), tendo
como finalidada verificar a positividade para queratina, vimentina,
fibronectina e fosfatase alcalina dos elementos secretores da entidade. Outro
grupo de espécimes sofreu desparafinização, sendo posteriormente submetido ao
"ponto-crítico", reooberto oom ouro em um "sputtering",
observado e fotografado em um microscópio eletrônico de varredura
Etec-autoscan, à 20 Kv e vácuo de 10-5 torr .
Os
resultados obtidos parecem mostrar que a secreção dos elementos da lesão é
essencialmente epitelial, fato justificado principalmente pela positividade à
citoqueratina. A presença dessa proteína em graus variáveis no material
dentinóide sugere fortemente que tal substância seja resultante da agregação de
"células fantasma".
33 / 1987
COMPORTAMENTO
DE CÁRIE OCLUSAL SOB SELANTE DE FÓSSULAS E FISSURAS. AVALIAÇÃO CLÍNICA E
MICROBIOLÓGICA. RESUL TADOS PRELIMINARES.
R.S
Vieira*; C. Prado*. A. C. Bezerra*. V.
Brunner*. D. Koritnik . T Ando. F Zelante**
* Faculdade
de Odontologia da USP
*
Departamento de Microbiologia -ICB/USP
O presente
estudo visa verificar o comportamento de lesões cariosas ativas, seladas com um
selante de fóssula e fissura, em dentes permanentes posteriores, através de
exames clínico, radiográfico e microbiológico e determinar se os microrganismo
abaixo do selante permanecem viáveis ou se ocorre diminuição de sua população.
Estão sendo
usados 20 dentes posteriores permanentes de crianças de 07 a 12 anos de idade.
O método de
se lamento das lesões é o mesmo usado rotineiramente para dentes não Criados,
usando-se um selante quimicamente ativado (Delton, da Johnson & Johnson),
com os dentes anestesiados e isolados com dique de borracha.
A abertura
das fissuras é realizada com uma broca 330 e a colheita do material feita com
uma cureta esterilizada. O material é pesado e semeado em meios de cultura,
para a contagem das UFC. Após a retirada do material do fundo da cavidade, esta
é isolada com cera utilidade para evitar interferências externas, entre as
colheitas posteriores. O selante é em seguida aplicado conforme recomendação do
fabricante e os dentes são reexaminados após 1 semana, 30, 60 e 90 dias,
seguindo a metodologia descrita.
Os
resultados obtidos até o momento indicam uma redução acentuada no número de
UFC, nos dentes em que o selante está íntegro. Foi observada ainda uma
modificação do estado físico da dentina, passando de um estado amolecido para
uma consistência mais endurecida.
34 / 1987
CORRELAÇÃO
ENTRE OS CRITÉRIOS DO ÍNDICE DE PLACA E A CONDIÇÃO HISTOLÓGICA DOS TECIDOS GENGIVAIS.
E.
Marcantonio Júnior; B. E. C. Toledo; R. C. C. Lia; R.L. Tagliavini; R.S.G.A.
Rached; A.J.D. Mendes
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Diversos
índices têm sido utilizados na avaliação da severidade da inflamação gengival.
Porém as avaliações histológicas destes índices mostram que eles não traduzem
perfeitamente o real estado inflamatório dos tecidos gengivais, especialmente
nos estágios iniciais. Desta forma testou-se a correlação entre os critérios do
Índice de Placa de Silness & Loe ( 1967) e a inflamação tecidual avaliada
histologicamente, sendo encontrada uma correlação positiva em 60% 80% 90% e 90%
dos casos para os graus 0, 1, 2 e 3 respectivamente.
35 / 1987
DESENVOLVIMENTO
E AVALIAÇÃO DE UM GEL DENTIFRÍCIO CONTENDO XILITOL E FLUOR.
J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A
formulação correta de um dentifrício fluoretado requer conhecimento científico
para se conseguir flúor disponível, estável e reativo. Foi idealizado um
dentifrício contendo basicamente 15% de sílica, O,25% de NaF e 12% de xilitol,
denominado de EXPERIMENTAL, o qual foi comparado com um dentifrício sem flúor
(PLACEBO) e um aprovado pela ADA (PADRÃO).
No
dentifrício EXPERIMENTAL determinou-se a disponibilidade e estabilidade do
flúor, analisando-se íon flúor total e solúvel antes e após o teste de
envelhecimento precoce. A reatividade do dentifrício foi estudada utilizando-se
solução da suspensão de dentifrício (1 p) com saliva humana estimulada (3p) e
avaliando-se íon flúor total (FT), íon flúor na forma de fluoreto de cálcio F
(CaF2) e na forma de apatita fluoretado (FA) no esmalte dental após 1 minuto de
reação. Os resultados mostraram que o dentifrício EXPERIMENTAL apresenta íon
flúor totalmente disponível e estável, e que sua reatividade com o esmalte foi
significativamente melhor que o PLACEBO e PADRÃO.
36 / 1987
DETERMINAÇÃO
DA DL50 DA SIALOTOXINA I E SUAS MANIFESTAÇÕES BIOLÓGICAS EM CAMUNDONGOS MACHOS
E FÊMEAS.
S.M.S.
Agostinho; D. Teixeira; A. Guimarães; C.E. Pinheiro
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP
O trabalho
foi realizado com o objetivo de se determinar a DL50 da Sialotoxina I e de
avaliar as suas manifestações biológicas em camundongos machos e fêmeas. Foram
utilizados 160 camundongos sendo 60 fêmeas e 100 machos, os quais foram
distribuídos da seguinte forma: Grupo I -60 camundongos fêmeas redistribuídos
em 6 subgrupos compostos de 10 camundongos cada, nos quais foram administradas
Sialotoxina I nas concentrações de: 0,5; 0,75; 1,0; 1,3; 1,4 e 1,5 mg/kg de
peso corporal, via I.P., apresentando respectivamente, a taxa de mortalidade de
0,20, 50, 70, 80 e 100%. Utilizando-se da análise de probitos obtivemos uma D
L50 = 1,05 ( 0,06 mg/kg de peso para Sialotoxina I. A análise das manifestações
biológicas demonstrou que nos animais que receberam Sialotoxina I na conc. de
0,5 mg/kg, havia reações de hiperexcitabilidade, apatia em 100% dos animais,
festinação em 30% e poliúria em 20% dos animais. A medida em que aumentaram-se
as concentrações, as manifestações biológicas se agravaram e, na concentração
de 1,5 mg/kg houve manifestações de: hiperexcitabilidade, apatia, festinação,
hipotonia, piloereção, epistótono da cauda, conulsões, contraturas e morte.
Grupo II -100 camundongos machos redistribuídos em 10 subgrupos de 10 cada, que
receberam Sial. I nas concentrações de: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,3; 3,5;
3,6 e 3, 7 mg/kg de peso demonstrou-se que somente a conc. de 3,3 apresentou
(ndice de mortalidade de 10% e as doses subssequentes respectivamente, taxas de
mortalidade de 30, 60 e 100%; pela análise de probitos obtivemos uma DL50 = 3,
( 0,09 mg/kg de peso. auanto às manifestações biológicas, verificou- se que os
efeitos iniciais de hiperexcitabilidade e apatia aparecem apenas na
concentração de 2,0 mg/kg de peso corporal e as demais manifestações, já
citadas no Grupo I foram evidenciadas na concentração de 3,7 mg/kg de peso.
Concluímos que existe diferença na DL50 da Sialotoxina I em camundongos machos
e fêmeas, sendo a fêmea muito mais sensível do que o macho.
37 / 1987
DETERMINAÇÃO
DA DL50 PARA STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM CAMUNDONGOS PORTADORES DE TUMOR DE
EHRLICH.
A.O.C.
Jorge; J.F. Hofling ; P.D. Novaes; O.P. Almeida
Disciplinas
de Microbiologia e Patologia -FOP/UNICAMP
O trabalho
teve como finalidade verificar, através da determinação da DL50, se camundongos
portadores de Tumor de Ehrlich apresentavam alterações na sua resistência à
infecção por Staphylococcus aureus (NCTC 8530).
Foram
utilizados 10 grupos com 8 animais portadores de tumor de Ehrlich na pata
traseira direita e 10 grupos com 8 animais sem tumor. Em cada grupo foi
inoculada uma quantidade conhecida de S. aureus (u.f.c/ml), e os animais
observados por 24, 48 horas e 1 semana. Foram utilizadas doses padronizadas
crescentes do microrganismo nos diferentes grupos.
As DL50,
nos diferentes tempos observados, foram obtidas estatisticamente pelo método de
estimadores de máxima verossimilhança (análise de probitos), processo
iterativo, através do computador .
Os
resultados demonstraram, que para tempos de 24 e 48 horas, a DL50 foi maior
para os camundongos portadores do tumor, embora sem significância estatística.
38 / 1987
DIAGNÓSTICO
ENZIMÁTICO UTILIZANDO PLACA SUBGENGIVAL EM PACIENTES COMPROMETIDOS
PERIODONTALMENTE. CARACTERÍSTICAS DA REAÇÃO*
WA. Bretz;
W.J. Loesche
Departamento
de Biologia Oral, Bacteriologia, University of Michigan, Ann Arbor , Michigan,
48109, USA.
Estudos
anteriores demonstraram que a hidrólise do substrato sintático para tripsina
N-benzoil-DL-arginina-ß-naftalamida (BANA) pela placa subgengival obtida de um
único sítio gengival, correlacionou melhor com os números e proporções de
espiroquetas em amostras de placa e poderia ser utilizado como indicador de
doença clínica. No presente trabalho determinou-se se esta mesma associação da
hidrólise do substrato BANA com os espiroquetas poderia ser obtida em amostras
de placa subgengival coletadas de vários sítios em um mesmo paciente.
Concomitantemente, as características desta reação quanto ao tipo de substrato
e concentração, números microbianos necessários para promover uma reação
positiva (microscopia de campo escuro), rapidez da hidrólise, e o efeito do pH
e de vários aditivos na interação placa-BANA foram estudadas em pacientes
comprometidos periodontalmente ou normais. Da mesma forma, objetivou-se
determinar se a atividade hidrolítica do substrato BANA com a placa subgengival
refletia oontribuições da saliva e da placa supragengival. Os resultados
indicaram que o teste pode ser utilizado na concentração de 0,67 mmol/L BANA no
pH 7,0. EDTA e CaCl2 promoveram uma pequena inibição e DTT, um pequeno estímulo
na reação do BANA com as suspensões de placa suegengival. A maioria das reações
(85%) desenvolveram a cor (vermelho) na totalidade após incubação por 18 horas.
A hidrólise do BANA pela saliva não foi detectada, e ocorreu numa frequência
maior na placa subgengival ao contrário da placa supragengival. Este estudo
demonstrou que a hidrólise do BANA pela placa subgengival coletada de vários
sítios gengivais é um teste adequado para a detecção de espiroquetas quando 2 a
3 espiraquetas por campo microscópico observado estão presentes na amostra de
placa subgengival. O teste é simples, de baixo custo, e poderia ser utilizado
pela comunidade odontológica como um parâmetro para diagnosticar e monitorar as
proporções de espiroquetas em amostras de Placa subgengival de pacientes
comprometidos periodontalmente ou normais.
*Trabalho
subvencionado em parte pelo CNPq
39 / 1987
DIFERENTES
PROCEDIMENTOS DURANTE A CORREÇÃO DE UMA MALOCLUSÃO CLASSE II
M.H.C.
Almeida; M.B.A. Magnani; V. C. Siqueira; L. Teramoto; R. Salge Prata; R.C.
Almeida
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNESP
A maior
porcentagem de pacientes que procura tratamento ortodôntico, são portadores de
maloclusão classe II divisão 1. Esta anomalia consome 98% do tempo do
profissional, porém nem sempre é totalmente resolvida. Portanto, sua correção é
uma preocupação constante. Deve-se tomar o cuidado na remoção ou não de dentes
para a correção da chave molar. Ao empregar-se a análise total da dentadura
dividem-se os arcos dentários em três áreas, podendo visualizar melhor a
discrepância em cada setor. Após estudo criterioso decide-se quanto ao dente a
extrair ou não e em que área. Quando a discrepância apresentar-se maior na área
anterior extraem-se os 1ºs. pré-molares; quando na área média, e não é desejo
modificação de perfil, escolhem-se os 2ºs. pré-molares. Pode haver combinação
de escolha entre os arcos. De conhecimento da idade do paciente pode-se avaliar
o crescimento individual e a possibilidade de irrompimento dos 3ºs. molares.
Através deste estudo pode-se justificar a necessidade de extração em mais que
uma área por exemplo: extração de 1º pré-molar e de 3º molar, quando a
discrepância é muito grande e extração, somente de pré-molar, não resolve o
problema. Considera-se a correção da maloclusão classe II bem sucedida quando
há perfeito engrossamento entre dentes de ambos os arcos em correta relação com
o seu antagonista, pois o crescimento esquelético e muscular é melhor
estimulado em tal situação, proporcionando ao paciente equilíbrio facial e
estabilidade na dentadura.
40 / 1987
DINÂMICA
EVOLUTIVA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO DOS TECIDOS GENGIVAIS.
R.L.
Tagliavini; R. C. C. Lia; B.E.C. Toledo
Departamento
de Diagnóstico e Cirurgia -Araçatuba/UNESP
Departamento
de Patologia e Fisiologia -Araraquara/UNESP
Departamento
de Diagnóstico e Cirurgia -Araraquara/UNESP
Convém
salientar que não é fácil correlacionar com precisão, do ponto de vista
clínico, o estado histopatológico dos tecidos gengivais (AMBROSE e DETAMORE,
1960; ZACHRISSON e SCHUL TZ-HAUDT, 1968; MOTTA e cols., 1983; ABI RACHED e
cols., 1983 e MARCANTONIO Jr., 1986). Assim, foi nosso propósito, verificar se
a utilização de um Indice Histológico Gengival (I.H.G.), visando a avaliação
quantitativa por áreas de infiltrado inflamatório para atribuição qualitativa
permita: a) Análise histopatológica mais precisa; b) Estabelecimento de uma
dinamica de evolução e difusão do processo inflamatório em diversos graus
clínicos. Neste estudo, 187 biópsias foram realizadas, em 40 pacientes sendo
que na maioria deles, mais de uma foi efetuada. O índice clínico aplicado foi o
Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963) de acordo com os critérios
propostos por LÖE (1967). Nossos resultados demonstraram, que o nível de
concordância entre o I.G. e o I.H.G. foram representativos (95%), o que torna o
método preciso e confiável, devido a sistematização da análise histopatológica.
41 / 1987
DISCRIMINAÇÃO
HISTOLÓGICA ENTRE DISPLASIA FIBROSA MONOSTÓTICA, FIBROMA OSSIFICANTE E FIBROMA
CEMENTIFICANTE
P. V. Rados
Faculdade
de Odontologia -U. de Chile/UFRS
Realizou-se
um estudo histométrico comparativo entre Displasia Fibrosa, Fibroma Ossificaste
e Fibroma Cementificante com base em 6 casos de cada lesão, que tinham seu
diagnóstico clínico - radiográfico e histológico confirmados.
O objetivo
era o de estabelecer diferenças que permitissem discriminar lesões de forma
objetiva do ponto de vista histológico. Para isto se analisaram variáveis
relacionadas com o tecido conjuntivo fibroso, o tecido mineralizado, além de se
estabelecer índices considerando as relações entre alguns dos parâmetros
medidos.
Foi
possível observar que no Fibroma Ossificante, as células do tecido conjuntivo
fibroso têm uma tendência a transformarem-se em células de matriz orgânica
mineralizada. A Displasia Fibrosa mostrou uma marca da relação entre a presença
de vasos sangüíneos e zonas hemorrágicas, além de se comprovar a presença de
osteoblastos ativos, em torno das trabéculas mineralizadas, fato este negado
por alguns investigadores.
O Fibroma
Cementificante apresenta uma maior área de matriz orgânica não mineralizada
quando comparado com o Fibroma Ossificante e Displasia Fibrosa, possivelmente por
ser uma lesão onde a mineralização ocorre mais lentamente de mostrar um menor
número de células presas no interior desta matriz orgânica.
A variável
mais confiável para diferenciar as três lesões é a forma das trabéculas,
predominando os "cementículos" no Fibroma Cementificante,
"caracteres chineses" na Displasia Fibrosa e trabéculas
"retangulares" no Fibroma Ossificante.
*Bolsista
da CAPES -Trabalho realizado no CREPO (Centro de Referências em Patologia Oral
-Santiago do Chile)
42 / 1987
DOENÇA PERIODONTAL
EM ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA: OCORRÊNCIA E ASPECTOS RELACIONADOS.
J.E. C.
Sampaio; E. Marcantonio Júnior; S. R.P. Orrico
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Alguns
estudos têm demonstrado a existência de taxas elevadas de doença periodontal em
estudantes de Odontologia e uma correlação positiva entre os índices
periodontais e os de higiene bucal.
A
constatação desses fatos em grupo populacional no qual a motivação e a
conservação dos dentes deveriam ser pontos essenciais, nos levou a realizar
levantamento das condições periodontais de um grupo de 85 alunos do 5º semestre
do Curso de Odontologia relacionando-as com as condições de higiene bucal,
presença de sinais ou sintomas e o conhecimento prévio da presença ou não da
doença periodontal.
Foram
utilizados os índices de Gengivite e de Placa e um questionário especialmente
organizado para a colheita dos dados relatados pelos acadêmicos. Os resultados
indicaram que:
1. A
totalidade dos acadêmicos apresentou gengivite.
2. Os índices
de placa foram elevados, com 27,05% dos indivíduos apresentando índices acima
de 50%.
3. 65,88%
dos estudantes não tinham conhecimento da presença ela doença periodontal,
embora relatassem a existência de sinais a ela relacionados.
4. Dentre
os sinais relacionados com a Doença Periodontal, 85,88% relatou a presença da
impactação alimentar, 36,47% da halitose e 23,52% do sangramento gengival.
5. Os
acadêmicos também não estavam
informados a respeito da escovação dental, utilizando a maioria, técnicas
incorretas e escova inadequada.
Esses
resultado nos indicam que maior ênfase
deve ser dada aos estudantes de Odontologia sobre o problema periodental, desde
o início do Curso.
43 / 1987
EFEITO DAS
DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SIALOTOXINA I SOBRE A INCORPORAÇÃO DA GLICOSE EM
DIAFRAGMA DE RATOS.
M.C.
Boaventura; D. Teixeira; C. E. Pinheiro; A. Guimarães; M.C. F.A. Veiga
Departamento de Ciências Fisiológicas
-FOP/UNICAMP
Pesquisas
recentes revelam que diferentes polipeptídeos produzidos pelas glândulas
submandibulares de camundongos machos denominados Sialotoxinas, têm um efeito
letal quando injetadas, intraperitonealmente, em fêmeas e machos. O presente
trabalho procurou verificar os eventuais efeitos das diferentes concentrações
de Sialotoxinas I sobre a incorporação de glicose, "In Vitro", pelo
diafragma de ratos. Foram utilizados 35 ratos, com 2 a 3 meses de Idade, dos
quais foi retirado o tecido diafragma e frações desse tecido foram incubadas em
frascos de Warburg. Os ensaios biológicos constaram de: Endógeno + Glicose,
Endógeno + Glicose + Insulina, Endógeno + Glicose + Sialotoxina I (nas
concentrações de 0,01; 0,07 e 0,14 mg/ml); Endógeno + Glicose + Insulina +
Sialotoxina I (0,10 mg/ml) e Endógeno + Glicose + Sialotoxina I (0,10 mg/ml). Após
90 minutos de agitação, o tecido foi retirado e baseando-se na diferença de
concentração entre a glicose introduzida inicialmente (1 mg/ml) e a glicose
residual, calculou-se a quantidade de incorporação de glicose, expressa em
ug/mg/tecido/hora, segundo a técnica de glicose-oxidase. Os resultados
revelaram que nos ensaios contendo Sialotoxina I, a incorporação de glicose é
menor quando comparada com os ensaios contendo glicose e insulina. Verificou-se
também que, à medida que se aumenta a concentração das Sialotoxinas no meio de
incubação, ocorre uma diminuição progressiva e significativa na incorporação da
glicose, demonstrando que a Sialotoxina I interfere no mecanismo de transporte
de glicose através das células.
44 / 1987
EFEITO DAS
VARIÁVEIS BRUNIDURA E PERÍODOS DE ARMAZENAGEM NA INFILTRAÇÃO MARGINAL DAS
RESTAURAÇOES DE AMÁLGAMA
C.G.
Guirado;S. Consani; L.A. Ruhnke
Os níveis
de micro-infiltração marginal das restaurações confeccionadas com limalha de
prata de partículas convencionais (Novo True Dentalloy) e de partículas
convencionais, com alto conteúdo de cobre (Novaloy), foram verificados nas
variáveis brunidura e períodos de armazenagem (48 horas, 7 dias e 90 dias).
Cavidades
circulares foram preparadas nas faces V e P ou L de 72 dentes humanos,
recém-extraídos, lavados em água e armazenados em soro fisiológico, restauradas
pelas técnícas de trituração mecânica e condensação manual e trituração e
condensação manuais. Para padronízar a condensação foram feitas pressões
verticais e laterais de 1 kg. As cavidades foram super preenchidas e
contornadas com instrumento cortante. Em cada dente, a face V ficou reservada
para as restaurações brunidas e a face L ou P para as não brunidas.
A
micro-infiltração foi observada através do uso de solução de violeta de
genciana a 0,5%, numa lupa estereoscópica Carl Zeiss, com aumento de 125 vezes
e os resultados obtidos foram anotados de acordo com escores de infiltração.
A análise
dos resultados obtidos apontou a brunidura das restaurações de amálgama como um
fator preponderante na redução da micro-infiltração marginal nas duas limalhas
utilizadas.
Os maiores
escores de penetração pelo corante ocorreram no período de armazenagem de 7
dias e de 48 horas, para a limalha convencional; já para a limalha com alto
conteúdo de cobre, os maiores escores ocorreram aos 7 e 90 dias.
45 / 1987
EFEITO DE
DROGA XEROSTÔMICA NA ATIVIDADE METABÓLICA DA GLÂNDULA SALIVAR DE RATOS.
F. Andrade
e Silva & J. A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O efeito de
medicamentos no fluxo salivar e o conseqüente incremento de cárie tem sido
descrito ultimamente. No presente trabalho procurou-se estudar o efeito do
Diazepam no metabolismo da glândula submandibular de ratos. Diazepam (
0,28mg/Kg) foi administrado
subcutaneamente a ratos de 21 dias de idade. Após 30 dias avaliou-se nos
animais o fluxo salivar (ml/min), concentração de glicogênio (mg%), quociente
metabólico (QO2) e atividade específica da glucose-6-fosfato desidrogenase
(G6PDH) das glândulas submandibulares, quando comparado com animais controle,
nos quais injetou-se NaCl 0,9%. Foram obtidos os seguintes resultados do fluxo
salivar, concentração de proteínas, concentração de glicogênio, QO2 e atividade G6PD para respectivamente os
anmais controle e experimental: 0,053 e 0,040; 5,9 e 5,7; 0,030 e 0,026; 2,7 e
0,8; 0,197 e 0,0173.
Os
resultados obtidos mostraram que aparentemente, talvez o Diazepam diminua a
atividade metabólica da glândula submandibular de ratos.
46 / 1987
EFEITO DE
PASTAS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO SOBRE A POLPA DE MOLARES DE RATOS, EXPOSTA
EXPERIMENTALMENTE. ESTUDO HISTOPATOLÓGICO COMPARATIVO.
D.C.
Oliveira; R. C. C. Lia; C. Benatti Neto
Departamento
de Fisiologia e Patologia -FOA/UNESP.
O
capeamento e a pulpotomia são considerados como métodos adequados para o
tratamento da exposição pulpar, cujo objetivo tem sido um selamento biológico
no local da exposição. Pastas à base de hidróxido de cálcio têm recebido a
preferência de muitos autores (LIA e cols., ANDRADE, DIAS). Assim, avaliamos o
efeito de três misturas em polpas expostas de molares de ratos, em períodos de
3, 7, 15, 30 e 45 dias, a saber: hidróxido de cálcio + polietileno glicol 400
(oontrole), hidróxldo de cálcio + iodofórmio + polietileno glicol 400,
hidróxido de cálcio + óxido de zinco + polietileno glicol 400. Concluiu-se que:
- Todas as
pastas avaliadas caracterizam-se como irritantes do tecido conjuntlvo pulpar
permitindo entretanto no decorrer dos períodos, evolução por reparação.
- Houve
melhor oomportamento reacional quando da utilização das pastas de hldróxido de
cálcio + polietileno glicol 400 (Grupo I) e hidróxido de cálcio + óxido de
zinco + polietileno glicol 400 (Grupo III) sobre a de hidróxido de cálcio +
iodofórmio + polietileno glicol 400 (Grupo II).
-A condição
de barreira completa e maior regularidade com esboço de canalículos e camada
odontoblástica em paliçada associada, vistas nos períodos finais de 30 e 45
dias, foram mais frequentes nos Grupos I e III e esporádicas no Grupo II.
47 / 1987
EFEITOS
BIOLÓGICOS DA SIALOTOXINA I E DETERMINAÇÃO DA DL50 EM CAMUNDONGOS MACHOS
CASTRADOS E FÊMEAS OVARIECTOMIZADAS.
S.M.S.
Agostinho; O. Teixeira; C. E. Pinheiro; M.C. Boaventura
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP
A proposta
deste trabalho foi analisar os efeitos biológicos da Sialotoxina I e determinar
a DL50 em camundongos machos castrados e fêmeas ovariectomizadas. Utilizaram-se
80 camundongos machos castrados e fêmeas ovariectomizadas. Utilizaram-se 80
camundongos machos e 60 fêmeas, assim distribuídos: Grupo I -80 camundongos
machos redistribuídos em 8 subgrupos com. postos de 10 camundongos cada, os
quais foram submetidos à orquidectomia e após 30 dias receberam Sialotoxina I
nas concentrações de: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,2; 2,4; 2,5 e 2,6 mg/kg de peso
corporal, via I.P. que apresentaram a taxa de mortalidade de 30% somente a
partir da concentração de 2,2 mg/kg de peso e as concentrações subsequentes uma
taxa de 60, 80 e 100% de mortalidade. A DL50 obtida através da análise de probitos
foi de 2,32 ( 0,06 mg/kg de peso. Analisando os efeitos biológicos provocados
pela Sialotoxina I observamos que nas concentrações de 0,5; 1,5 e 2,0 mg os
animais apresentaram manifestações de hiperexcitabilidade e apatia e nas demais
concentrações apresentaram as manifestações de: hiperexcitabílidade, apatia,
festinação, hipotonia, piloereção, taquicardia, sudoração, cianose, midríase,
exoftalmia, poliúria, epistótono da cauda, convulsões, contraturas e mortes.
Grupo II -60 camundongos fêmeas redistribuídos em 6 subgrupos de 10 camundongos
cada, os quais foram submetidos à ovariectomia e 30 dias após receberam via
I.P. Sialotoxina I nas concentrações de 0,5; 0,75; 1,0; 1,3; 1,4 e 1 ,5 mg/kg
de peso, apresentaram respectivamente as taxas de mortalidade de: 0, 30, 50,
80, 90 e 100% e uma DL50 de = 0,97 (0,07 mg/kg de peso, com relação aos efeitos
biológicos já na concentração de 0,75 mg/kg de peso de Sialotoxina I
apresentaram os sintomas de hiperexcitabílidade, apatia, festinação, hipotonia,
piloereção, taquicardia, sudoração, cianose, midríase, exoftalmia e poliúria em
percentual significativo de animais e nas concentrações subsequentes
completou-se o quadro de manifestações já citado no grupo anterior .
48 / 1987
EFEITOS DA
DESIDRATAÇÃO SOBRE AS ESTRUTURAS BUCO-DENTÁRIAS.
C.G.
Marques; F.M.C. Martinez-Quintana; M.A. de Cabrera; T. Okamoto; C.
Cabrera-Peralta.
Departamentos
de Ciências Fisiológicas e Diagnóstico e Cirurgia -FOA/UNESP .
Os líquidos
corporais formam o meio onde as células realizam as reações químicas visando o
seu crescimento e desenvolvimento. A desidratação afeta esta funções através de
alteração que promove a movimentação de molécuIas em consequência do
desequilíbrio hidroeletrolítico.
A fim de
analisar os efeitos da desidratação sobre estruturas buco-dentárias, foram
submetidos à hidroprivação, por períodos de 24, 48 e 72 horas, 150 ratos
machos, adultos jovens, com massa corporal de 180-220 g, mantidos em gaiolas
metabólicas individuais com ração "ad lib".
Os resultados
mostram uma alteração significativa no comportamento alimentar, havendo nítida
redução no consumo de ração (p ( 1 %) e diminuição da massa corporal (p (
0,1%). Na mucosa lingual, histologicamente observa-se um aumento de
queratinização, aparecendo locais de degeneração celular na mucosa de animais
com desidratação mais severa. O dente torna-se friável e quebradiço à tração
exodôntica. A reparação de ferida pós-exodôntica mostra nítido atraso na
cronologia de formação tecidual. A susceptibilidade à cárie dentária não sofre
variação significativa.
Baseado nos
dados obtidos conclui-se que a desidratação tem importantes reflexos na
cavidade bucal, afetando significativamente as condições morfológicas e
funcionais dos tecidos buco-dentários.
49 / 1987
EFEITOS DA
OOFORECTOMIA SOBRE A GLÂNDULA SUBMANDIBULAR (GSM) DA CAMUNDONGA PORTADORA DA
SÍNDROME ANOVULATORIA ANDROGÊNICA (SAA).
I.R.S.
Costa & P.E.P. Leite
Departamento
de Biologia Geral. Universidade Federal de Viçosa (MG) e Departamento de
Histologia e Embriologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Para
detectar as possíveis alterações das glândulas submandibulares, especialmente a
nível dos ductos granulosos, estudo morfológico foi realizado em camundongas
normais e portadoras da SAA, após a ooforectomia. Para isso, foram organizados
os seguintes grupos (cada grupo com 11 animais) : machos controle, fêmeas
controle, fêmeas androgenizadas, fêmeas androgenizadas castradas e fêmeas
castradas. A androgenização consistiu na aplicação subcutânea de uma única dose
de propionato de testosterona (1,25 mg de hormônio para 0,05 ml de óleo de
amendoim neutro) no terceiro dia de vida pós-natal, enquanto que a ooforectomia
foi realizada aos 21 dias de idade. Todos os animais foram sacrificados aos 90
dias de idade, após jejum prévio de aproximadamente 12 horas. As glândulas
submandibulares foram removidas rapidamente e submetidas ao processamento
rotineiro de inclusão em parafina ou ao processo de congelamento, para fins
histoquímicos. Para análise morfológica, foram utilizados cortes de 7 (m
corados com Hematoxilina-Eosina ou com tricrômico de Mallory. As reações
histoquímicos foram usadas para detectar o aminoácido triptofano e as enzimas
fosfatase ácida e succino-desidrogenase. Através de análise histométrica em
cortes submetidos à reação histoquímica para o triptofano, foram obtidos os
seguintes valores percentuais de ductos granulosos: machos controle: 57%.
fêmeas controle: 17.9%. fêmeas com SAA: 27.9%, fêmeas SAA castradas: 19.5% e
fêmeas castradas: 7,5%. Todos os resultados indicam que a ooforectomia em
fêmeas com SAA é capaz de estabelecer a semelhança no sentido morfológico entre
as glândulas de fêmeas com SAA e fêmeas controle. Porém, a redução no volume de
ductos granulosos na glândula de fêmeas castradas é muito mais acentuada do que
em fêmeas com SAA. Isto sugere que em resposta à androgenização, outros
hormônios, além dos esteróides ovarianos, estão provavelmente alterados
contribuindo para a manutenção do "padrão masculinizante" verificado
na glândula submandibular .
'Trabalho
subvencionado pela FINEP 43830186/00.
50 / 1987
EFEITOS DAS
DIFERENTES ASSOCIACÕES DAS FRACÕES DO PAROTIN SOBRE A HIPERGLICEMIA DE ANIMAIS
DIABÉTICOS.
J.L. José;
A. Guimarães; D. Teixeira; R.S. Moraes
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP
Inúmeros
trabalhos têm revelado a participação de diferentes fatores biológicos
secretados pelas glândulas salivares, sobre o metabolismo de carboidratos.
Deste modo,
propôs-se ao presente trabalho, observar o eventual efeito das associações das
Frações 1 + 2 + 3 + 4 sobre a glicemia de ratos diabéticos aloxânicos.
Após a
verificação da instalação do estado diabético (glicofita) os animais foram
divididos em três grupos experimentais: Grupo I, animais controles diabéticos
aloxânicos que receberam somente solução fisiológica; Grupo II, 5 ratas
diabéticas, as quais receberam, via intraperitoneal dose única das frações 1 +
3 do Parotin, numa concentração de 0,40 mg/100 g de peso corporal; Grupo III, 5
ratos diabéticos, que receberam, pela mesma via, as associações das frações 1 +
2 + 3 + 4 do Parotin na mesma concentração do grupo anterior, no volume máximo
de 1,0 ml.
As amostras
sanguíneas, para as dosagens de glicemia foram Coletadas nos intervalos de
tempo de 0, 3, 6 e 12 horas, sendo tempo O considerado como grupo controle,
antes da administração das referidas frações do Parotin.
Os animais
do Grupo II apresentaram respectivamente valores glicêmicos de 287,4 ( 68.8;
188,8 ( 34.6; 222,4 ( 33.1 e 229,8 ( 28, e os animais do Grupo III de 337,4 (
37,5; 216,4 ( 38,7; 215,4 ( 27,3 e 305, 8 (28,4. A análise de variança
demonstrou que há diferenças específicas ao nível de 1% de probabilidade entre
os Grupos II e III, quando comparados com o Grupo I.
51 / 1987
EFEITOS DA
XEROSTOMIA NAS ESTRUTURAS ORAIS DO RATO
V.S. Ito;
O.P. Almeida; P.E. V. Silva; P. D. Novaes
Disciplina
de Patologia --FOP/UNICAMP
A saliva é
importante para a manutenção do equilíbrio da flora bucal e da saúde das
estruturas orais. A saliva contém substâncias anti-microbianas como lisosima,
lactoperoxidase, lactoferrina e imunoglobulinas. A saliva também é rica em
mucina, que como elemento lubrificador auxilia na deglutição, fala e
mastigação. São várias as causas da xerostomia no homem, e os sinais e sintomas
dependem do grau de severidade da doença. No rato, a xerostomia pode ser
provocada pela retirada cirúrgica das glândulas parótida, submandibular e
sublingual. Houve acentuada diminuição da saliva produzida normalmente ou pela
estimulação com pilocarpina. O índice de cárie aumentou, assim como o consumo
de água. Entretanto, não ocorreu alterações significantes no peso corporal;
consumo de ração; morfologia e espessura das diferentes mucosas da boca. Não se
observou também modificações na quantidade de bactérias aderidas às células
epiteliais descamadas ou nas superfícies da língua. Estes resultados sugerem
que no rato, as glândulas salivares menores conseguem manter a integridade das
mucosas que recobrem as estruturas da boca, e que para se observar efeitos mais
pronunciados da xerostomia, há necessidade de se bloquear a secreção das
glândulas menores.
52 / 1987
EFEITOS DO
LASER CO2 NA SUPERFÍCIE DA COMPACTA ÓSSEA DO CORPO DA MANDIBULA DE FETOS
HUMANOS. ESTUDO AO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA.
I.
Watanabe; E.A. Liberti; R.A. Azeredo
Departamento
de Anatomia, Instituto de Ciências Biomédicas -USP
Face
lateral do corpo da mandibular de fetos humanos foram utilizadas para a
presente pesquisa. Disparos contínuos com uma intensidade de 10 W foram
aplicados na superfície da compacta óssea da mandíbula. Em seguida, as peças
foram seccionadas, desidratadas em série crescente de alcoóis e metalizadas com
os íons de ouro. As peças foram examinadas em um microscópio eletrônico de
varredura, da Jeol, JSM-P15.
A aplicação
do raio laser CO2 com intensidade de 10 watts, provocou na superfície óssea a
formação de um sulco relativamente profundo bem delimitado no osso normal
adjacente. A estrutura óssea esponjosa subjacente é notada em algumas áreas. Ao
longo do sulco determinado pelo raio laser, nota-se a formação de estruturas
planas caracterizadas em forma de ondas. Fotomicrografias de maior aumento,
revelam a formação de superfície plana e pouca quantidade de microporos.
São
observadas também, gotículas de material fundido de diversos tamanhos, e linhas
de fraturas dispostas em várias direções.
Observa-se
que as margens do sulco formado pela irradiação do laser CO2 não provoca
grandes alterações de tecido ósseo. A região irradiada compreende uma faixa de
largura mais ou menos constante e bem delimitada do osso normal. A porção
central do sulco contém o tecido ósseo extremamente alterado pela irradiação do
laser CO2 mostrando que áreas lisas ou de tecido aglomerado caracterizam-se
como estruturas típicas desta área.
53 / 1987
ESTRUTURAÇÃO
DE NÚCLEO DE INFORMÁTICA NA DISCIPLINA DE PATOLOGIA BUCAL DA FOUSP.
L.E.B.
Rosa; J.H.B. Rosa*; N.S. Araújo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
*Consultor
Técnico-Científico
A
utilização da Informática nos diversos campos do conhecimento, tem propiciado
novas perspectivas de desenvolvimento da Ciência, com evidentes benefícios à
Sociedade. Em Odontologia, temos utilizado essa tecnologia na área de Patologia
Bucal.
Dando
continuidade a trabalhos anteriormente realizados na Disciplina, estamos
estruturando um Núcleo de Informática, para adequada e racional utilização de
metodologia anteriormente desenvolvida.
Para tanto,
estamos utilizando um microcomputador IBM-PC, de quarta geração, da classe dos
computadores pessoais, constituindo-se de per si em um aparelho de fácil
manuseio, principalmente para usuários que não possuam conhecimento prévio de
programação
A unidade
do sistema PC consiste de uma CPU (unidade central de processamento), memória
RAM de 256 Kbytes, memória ROM, unidade de disco flexível e de disco rígido
(Winchester) com capacidade esta última de 10 Mbytes. Teclado alfanumérico,
monitor e impressora completam o "hardware" utilizado.
Os
aplicativos ("softwares") a serem utilizados foram selecionados de
acordo com as necessidades da Disciplina. Para tanto, foi escolhido
inicialmente O programa dBase III, por ser um gerenciador de bancos de dados, onde
as informações são arquivadas de maneira estruturada, permitindo ao usuário
rapidez no acesso e grande flexibilidade de consulta. Foram criadas planilhas
para inserção de dados, baseada em ficha de pedido de exame anátomo-patológico
da Disciplina. A seguir, foram confeccionados relatórios para estudo em
planilha de cálculo estatístico, para geração de gráficos e textos. Para tanto,
foram associados ao dBase III outros "softwares", como Lotus 1-2-3,
VP Planner, PC Tools e Wordstar .
Em virtude
dos numerosos casos arquivados na Disciplina, a utilização desses programas
permite levantamento epidemiológico de um ou dos diversos grupos de doenças da
boca, bem como projeções de incidência futura. Os trabalhos a serem
apresentados na SBPqO já possuem seus dados estatísticos acionados pelo núcleo
em epígrafe.
54 / 1987
ESTUDO
CLÍNICO COMPARATIVO DA RESINA COMPOSTA E CIMENTO DE SILICATO PROTEGIDO
SUPERFICIALMENTE COM "SELANTE".
J.R.C.
Saad; U.F. Fontana;M.F. Andrade
Foi
realizada uma avaliação para se verificar, comparativamente, por análise
clínica e fotográfica, o comportamento de materiais restauradores estéticos.
Foram
utilizadas três marcas comerciais, o cimento de Silicato da S.S. White,
protegido superficialmente com selante (Prisma Shield), Resina Composta
Prisma-Fill fotoativada e a Resina Composta Estic microfill do sistema
pasta-pasta.
Através de
métodos clínicos e fotográficos pré-estabelecidos, serão avaliados a cor, a
descoloração marginal, integridade marginal, contorno e reincidência de cárie,
em intervalos de 6 meses, até completar-se 3 anos de avaliação.
Foram
realizadas (30) restaurações de cavidade de CI III para restauração estética,
em dentes de pacientes previamente selecionados, sendo 10 restaurações para
cada material cimento de Silicato S.S.W., Resina Prisma-Fill e Resina Composta
Estic-microfill.
55 / 1987
ESTUDO
CLÍNICO DAS LESÕES NA MUCOSA BUCAL EM PACIENTES DE PRÓTESE TOTAL MUCO
SUPORTADA.
P.P.
Feltrin; A.L. Zanetti; G. Marcucci;. V.C. Araujo; N.S. Araujo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
As
condições da mucosa bucal em pacientes portadores de prótese total muco
suportada e a correlação das lesões eventualmente encontradas com possíveis
falhas técnicas de confecção, foram analisadas e estudadas em 100 pacientes.
A metodologia
utilizada consistiu no exame do paciente e no exame da prótese.
Como na
presente investigação baseamo-nos exclusivamente em características clínicas
das alterações presentes, houve necessidade de se estabelecer critérios para o
diagnóstico, para o qual baseamo-nos no consenso de diversos autores referente
a manifestações de doenças.
Dos 100
pacientes examinados, 93 apresentaram uma ou mais lesões, que somaram um total
de 118 lesões, sendo que o maior número ocorreu na faixa etária entre 40 e 50
anos.
A lesão
mais frequente foi a hiperplasia fibrosa inflamatória perfazendo 31,4% do
total, seguida pela estomatite por prótese com 18,6%, ulceração traumática com
15,3%, rebordo flácido com 13,6%, hiperplasia papilomatosa inflamatória com
10,2%, candidíase com 4,2%, áreas de compressão com 3,4%, reabsorção óssea
acentuada com 1,7%, hiperqueratose com 0,8% e queilite angular com 0,8%.
Com relação
a prótese, verificamos que onde esta apresentava algum tipo de irregularidade,
seja por falta ou excesso de material ou mesmo por oclusão desbalanceada, como
consequência a mucosa que a suportava estava comprometida, ora por resposta
meramente inflamatória, ora por hiperplasias.
56 / 1987
ESTUDOS
CLÍNICOS E ULTRA-ESTRUTURAL DA REPIGMENTAÇÃO MELÂNICA FISIOLÓGICA EM GENGIVA DE
CAUCASIANOS*.
O.
Bergamaschi; A.I. Doine; S. Kon
O
comportamento da pigmentação melânica fisiológica e dos melanócitos em gengiva
de caucasianos, após a realização de gengivectomias, foi estudado, a nível
clínico e de ultra-estrutura, em 3 homens e 2 mulheres. Para o estudo da
ultra-estrutura, foram examinados 450 micrografias eletrônicas, obtidas de
biópsias efetuadas no ato operatório e aos 2, 3, 6, 7, 15, 49, 155, 330 dias e
5 anos pós-operatórios. Os pacientes foram observados, clinicamente, durante um
período que variou de 180 dias a 5 anos. Verificou-se, a partir do 6º dia
pós-operatório, o aparecimento de mitoses de melanócitos ativos, junto às
margens da ferida cirúrgica, os quais passsaram a repopular a área operada,
juntamente com as células basais do epitélio recém-formado e a produzir
melanossomas maturos que eram transferidos, paulatinamente, para os
queratinócitos. Foi observado, clinicamente, que a partir do 180º dia começaram
a surgir os primeiros sinais de repigmentação melânica, com variações de
intensidade de um paciente para o outro e que estas variações pareciam ser
proporcionais à quantidade de melanossomas presentes nos queratinócitos.
*Parte da
Tese de Doutorado, F.O.U.S.P., 1986.
57 / 1987
ESTUDO
COMPARATIVO DA RESPOSTA DO TECIDO CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DE RATO AO IMPLANTE DE
TUBOS DE POLIETILENO E DE DENTINA, OBTURADOS PARCIALMENTE COM ENDOMETHASONE.
E. M. S.
Zanoni; M. R. Leonardo; R. C. C. Lia; R.L. Tagliavini; C. Benatti Neto
Departamento
de Dentística Restauradora -FOA/UNESP
Departamento
de Fisiologia e Patologia -FOA/UNESP
Departamento
de Diagnóstico e Cirurgia -FOAraçatuba/ UNESP
Tubos de
polietileno e de dentina, obturados parcialmente com cones de gutapercha e
cimento endomethasone, de tal forma a deixar espaços vazios em uma de suas
extremidades, numa distância que variou de 0,5 a 1,0 mm; 1,5 a 2,0 mm e 4,0 mm
aquém da abertura final dos mesmos, foram implantados em tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos.
Decorridos
7, 21 e 60 dias de período pós-operatório, os animais foram sacrificados. As
lâminas, obtidas, após os procedimentos laboratoriais de rotina, foram
analisadas morfologicamente.
Comparativamente,
os tubos de dentina com menor espaço vazio, apresentaram melhor evolução por
colagenização, enquanto que, nos subgrupos com 4,0 mm, quer em tubos de dentina
como, de polietileno, persistiu reação inflamatória e prevalência marcante de
resíduos diversos.
58 / 1987
ESTUDO
COMPARATIVO DAS PARTÍCULAS DE RESINAS COMPOSTAS (ANÁLISE FOTOMICROGRAFICA).
F.
Mandarino; S. T. Porto Neto; W. Dinelli; A. L. Lolato; M.S.M. Candido
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
As Resinas
Compostas basicamente sao constituídas de 2 partes distintas: o sistema
resinoso ou matriz (BISGMA) e um sistema de reforço (70 a 80% do material) que
pode ser em forma de pérolas, contas ou lâminas de vidro, quartzo cristalino ou
alumínio silicato de lítio, tratadas com um agente de ligação chamada
gama-metacriloxi-propil-silano.
Com a
evolução das resinas compostas, temos observado que elas são classificadas de
acordo com o tamanho e forma de suas partículas. A metodologia realizada
baseou-se fundamentalmente no processo de dissolução da matriz orgânica,
objetivando melhor visualização dessas partículas.
Nossa
intenção nesse trabalho, é analisar fotomicrograficamente o tamanho e forma das
partículas de algumas Resinas Compostas disponíveis em nosso mercado
odontológico.
59 / 1987
ESTUDO
COMPARATIVO DAS TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES EM RELAÇÃO A
EXTRUSÃO DE RESTOS NECRÓTICOS DO INTERIOR DO CANAL PARA ALÉM DO ÁPICE
RADICULAR.
L.R.
Ferreira; R.R. Biral; L. Valdrighi
Departamento
de Endodontia -FOP/UNICAMP
Técnicas distintas
de instrumentação dos canais radiculares foram comparadas em um estudo
realizado em 48 dentes humanos extraídos. Objetivou-se estabelecer uma
comparação entre a quantidade de material necrótico que é levada além do ápice
radicular e a técnica empregada. Foram escolhidos para o estudo dentes
superiores, monorradiculares e que se apresentassem necrosados.
Nos dentes
tomados para o estudo foi realizado a abertura do canal bem como sua
retificação. Seguiu-se a colocação no interior dos canais da solução de azul de
metileno a 1%, com a finalidade de corar os restos remanescentes de material
necrótico dos canais, possibilitando assim verificar com mais exatidão a
quantidade desses restos que extravazavam além do ápice radicular. A solução de
azul de metileno foi levada ao canal através de uma lima tipo K nº 20 ou 25 à 3
mm aquém do ápice radicular visando preencher toda a luz do canal. Os dentes
foram então instrumentados utilizando as quatro técnicas mais usadas
atualmente: -Técnica seriada modificada por De Deus; -Técnica escalonada ou
telescópica (step-back) ; -Técnica da Universidade de Oregon; -Técnica de
Schilder. Para a manipulação dos canais foram utilizadas limas tipo K e
alargadores (téc. de Schilder), irrigação com soro fisiológico através de seringa
Luer Lok 3 ml com agulha calibre (30-5) e aspiração com cânula suctora. Os
canais foram manipulados até a lima 50 com parada apical à 1 mm do ápice. Em
relação a quantidade de restos extruídos além do ápice elaborou-se a seguinte
leitura: 0- ausente; 1- escasso (restos aproximaram do ápice mas não chegaram a
ultrapassá-lo); 2- presente (restos extravazaram o ápice permanecendo porém nas
proximidades do orifício apical); 3- grande quantidade (restos extruíram em
excesso além do ápice recobrindo toda a região ao redor do orifício apical). De
acordo com esses critérios foi elaborada uma tabela e concluído que a técnica
modificada de De Deus foi a que apresentou maiores níveis de extravazamento
seguida da técnica telescópica que apesar de menor apresentou altos níveis de
extrusão. As técnicas de Schilder e principalmente a técnica da Universidade de
Oregon apresentaram os menores índices de extrusão. Dos 12 dentes
instrumentados pela técnica de Oregon 9 apresentaram nível 0 de extrusão
enquanto 3 dentes apresentaram nível 1. Notou-se, portanto, que nas técnicas
que tiveram maiores índices de extravazamento, a sua manipulação deve ser de
modo cuidadoso, uma vez que esta extrusão pode acarretar dor pós-operatória e
contaminação do periápice.
60 / 1987
ESTUDO
COMPARATIVO ENTRE OS GRAUS CLÍNICOS DA INFLAMAÇÃO GENGIVAL E SUA
CORRESPONDÊNCIA HISTOPATOLÓGICA.
R.L.
Tagliavini; R. C. C. Lia; B.E.C. Toledo
Departamento
de Diagnóstico e Cirurgia - Araçatuba/UNESP
Departamento
de Patologia e Fisiologia -Araraquara/UNESP
Departamento
de Diagnóstico e Cirurgia -Araraquara/UNESP
É essencial
conhecer a relação entre a avaliação clínica e o estado histopatológico da
gengiva, para que seja possível determinar acuradamente a extensão e o tipo de
inflamação presente (ORBAN e cols., 1970). Entretanto, convém salientar que não
é fácil correlacionar com precisão, do ponto de vista clínico, o estado
histopatológico dos tecidos gengivais. Assim, nosso estudo teve como objetivo,
verificar se os escores do Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963)
correspondem ao grau de inflamação constatado na mucosa gengival, quando
analisados histopatologicamente, e assim avaliar, por concordância, sua
utilização em especial nos estudos clínicos. Neste estudo, 82 pacientes foram
escolhidos ao acaso, aos quais, antes de qualquer medida terapêutica,
aplicou-se o Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963), de acordo com os
critérios de LÖE (1967).
Nossos
resultados demonstraram que houve uma correlação significativa entre os graus
clínicos da inflamação gengival (I.G.) e sua correspondência histopatológica
(I.H.G.).
61 / 1987
"ESTUDO
COMPARATIVO RADIOGRÁFICO DOS PADRÕES DOS OSSOS LONGOS HUMANOS VERSUS
ANIMAIS".
I.
Chilvarquer*; L.W Chilvarquer; J.O.
Katz; D.M. Glassman; T.J. Prihoda; J.A. Cottone
* Faculdade
de Odontologia -USP
O objetivo
deste estudo foi testar a hipótese de que certas características radiográficas
poderiam ser distinguidas entre fragmentos de ossos longos de humanos e
animais, e portanto, úteis na identificação forense. Usando critérios
radiográficos propostos, 13 arqueologistas e 12 dentistas foram requisitados
para identificar 20 amostras radiográficas de ossos humanos e animais.
Resultados mostraram que os arqueologistas identificaram corretamente 86,8% das
amostras, e os dentistas acertaram 81,9% das mesmas. Baseado nos resultados
deste estudo, concluiu-se que a interpretação radiográfica de fragmentos ósseos
pode ser um subsídio na identificação forense de remanescentes humano e animal.
62 / 1987
ESTUDO DA
CONTAMINAÇÃO BACTERIANA EM AMPOLAS DE ANESTÉSICOS ODONTOLÓGICOS QUANDO
PRIMARIAMENTE MANIPULADOS.
M. V.
Gayotto; D. Tommasi; M.A.A. Santos
Com o
objetivo de verificar a ocorrencia ou não de crescimento bacteriano em
anestésicos odontológicos, quando estes são parcialmente utilizados e
conservados para uma posterior aplicação, desenvolvemos este trabalho
experimental no sentido de favorecer o crescimento bacteriano aeróbio e/ou
anaeróbio nas amostras estudadas, as quais foram colhidas durante dois meses
consecutivos, e escolhidas ao acaso, totalizando 100 unidades. Os anestésicos
CITANEST 3% C/OCTAPRESSIN, primariamente conservados em álcool comum, e
utilizados, foram inoculados em meios de cultura naturalmente oxidados (para
aeróbios) e meios pré-reduzidos (PRAS), para aneróbios, ambos BHI (Brain Heart
Infusion). Após período de incubação não inferior a 15 dias, a 37ºC, notou.se
ausência de crescimento em quaisquer dos meios de cultura, em todas as amostras
até agora estudadas.
Os
trabalhos devem ter prosseguimento, no sentido de se aumentar a amostragem, num
período mais longo, uma vez que outros estudos fazem referência a contaminações
ocorridas durante a manipulação dos referidos anestésicos.
63 / 1987
ESTUDO DA
MICROBIOTA AMBIENTAL DO AR DA CLÍNICA ODONTOLÓGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA
FOUSP-SP.
M.C.P.
Prado; D. Tommasi; A.C. Campos; M.A.A. Santos
Com a
finalidade de analisar a microbiota ambiental e verificar se existem diferenças
entre as áreas estudadas, procedeu-se, no período de abril a junho de 1986, à
análise microbiológica do ar do ambulatório da FOUSP. Para tal foram realizadas
10 exposições em cada um dos 10 pontos estratégicos, durante 10 minutos, de
placas de Petri contendo ágar-sangue e ágar-Sabouraud, seguindo a identificação
a nível de gênero (em alguns casos, espécie), segundo a literatura
convencional. Foi feita análise estatística, usando-se o método qui quadrado,
onde os resultados obtidos, após incubação, isolamento e identificação,
evidenciaram maior incidência de bactérias do que de fungos, e maior
diversidade de fungos do que de bactérias. Sob o ponto de vista de saúde
odontológica, os microrganismos isolados, cosmopolitas no ar, não exibem
patogenicidade, sendo, todavia, determinantes das condições de higiene local.
64 / 1987
ESTUDO DOS
EFEITOS DE DIETA HIPERPROTÉICA NA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO RATO DIABÉTICO PELA
ACÃO DO ESTREPTOZOTOCINA.
L.G.
Brentegani; S.O. Petenusci; R.A. Lopes; D.L. Eizirik; M.A. Sala; G.M. Campos
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Os autores
estudaram morfológica e morfometricamente os efeitos da administração de dieta
rica em proteínas sobre a glândula submandibular de ratos diabéticos após a
injeção de estreptozotocina. Foram utilizados 15 ratos albinos, variedade
Wistar, machos pesando ao redor de 200g , os quais foram divididos em 3 grupos:
I) 5 animais alimentados com dieta balanceada e que serviram de controles; II)
5 animais diabéticos alimentados com dieta balanceada, e III) 5 animais
diabéticos alimentados com dieta hiperprotéica e livre de carboidratos. Após 25
dias do início do experimento, os animais foram sacrificados e as glândulas
retiradas, fixadas em alfac, incluídas em parafina e os cortes corados pelo HE.
Foram analisados o volume nuclear, volume acinar e os níveis glicêmicos de
todos os animais. Observou-se, nos ratos diabéticos tratados com dieta
hiperprotéica, maior volume nuclear e acinar, maior diâmetro nuclear e nível
glicêmico menor. Esses resultados permitem concluir que a dieta hiperprotéica exerce uma proteção frente à ação
diabetogênica da estreptozotocina.
65 / 1987
ESTUDO
HISTOLÓGICO COMPARATIVO DA MUCOSA PALATINA
EM
PACIENTES PORTADORES E NÃO PORTADORES DE PRÓTESES TOTAIS ANTES E APÓS A
INSTALAÇÃO DE NOVAS PRÓTESES.
N.C.
Roslindo; E.B. Roslindo; L.S. Utrilla; L. T.O. Ramalho; M.A. Compagnoni &
S. Russi
Departamentos
de Morfologia e Materiais Odontológicos e Prótese -UNESP/Araraquara
Os autores
verificaram sob o aspecto histológico, a influência de próteses totais sobre a
mucosa do palato duro em dois grupos a saber: 1 -pacientes que nunca utilizaram
prótese total. 2- pacientes portadores prévios de prótese total. Para cada
grupo constituído de 10 pacientes foram confeccionadas novas próteses. Foram
realizadas biópsias antes e após 90 dias da instalação das dentaduras completas
recém construídas. O material biopsiado foi fixado em formol 10% e corado pelo
H.E. e tricrômico de Mallory. Procedeu-se a análise histomorfológica e
mensurações da camada córnea. Os resultados foram submetidos a análise
estatística.
Diante da
metodologia empregada pode-se observar que: 1 -A coloração ou substituição de
uma prótese total determina a redução de espessura da camada córnea. 2 -A
diferença média de espessura da camada córnea entre os Grupos I e II (4,86
um/2,18 um), estatisticamente não foi significante e, após o uso da prótese, a
camada córnea do epitélio tende a paraceratinização.
66 / 1987
ESTUDO
HISTOLÓGICO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBUlAR (ATM) EM CAMUNDONGOS.
D. T. Lima
& A.A. Tavares
Departamento
de Histologia e Embriologia -ICB/USP
Camundongos
de 3, 4, 5 e 6 meses de idade, foram utilizados para descrição histológica dos
elementos articulares da ATM. As preparações histológicas foram coradas pelo
H.E. e tricrômicos de Mallory e Gomori, sendo examinadas ao microscópio óptico,
além das miaoscopias de polarização, contraste de fase e campo escuro. Foram
descritos os elementos ósseos articulares: escamoso e côndilo mandibular, com
seus respectivos revestimentos; o disco articular e a cápsula articular .
O escamoso
apresenta estrutura de díploe, sendo visível uma fina lâmina óssea interna, do
tipo compacta, constituindo o teto da cavidade glenóide; uma região
intermediária de osso esponjoso, com amplas cavidades medulares e uma lâmina
externa, cujo osso compacto apresenta sistemas de Havers pouco desenvolvidos.
Revestindo a superfície articular do escamoso, observa-se tecido
fibrocartilaginoso de espessura variável.
O côndilo
mandibular apresenta-se constituído de 6 zonas histologicamente distintas, que
se sucedem, cujas dimensões são reduzidas e limites imprecisos: 1. Zona
Fibrosa, faixa estreita fortemente eosinófila, em contato com a superfície
articular; 2. Zona de Células Jovens, bastante
celularizada, rica em elementos pouco diferenciados; 3. Zona de Condrócitos
Maduros, células volumosas, arredondadas, com aspecto de condrócitos típícos;
4. Zona de Condrócitos Hipertrófícos; 5. Zona de Calcificação estando presentes
condrócitos em graus variados de degeneração; 6. Zona Óssea, a qual ocupa o
maior volume do côndilo, sucedendo e suportando a cartilagem articular. Nos
animais mais velhos (5 e 6 meses), quando comparados aos mais jovens (3 e 4
meses) , há uma crescente redução da zona de células jovens, a favor de um
espessamento gradativo da zona fibrosa.
Interpondo-se
às superfícies ósseas, há o disco articular, constituído de tecido conjuntivo
denso, composto cle grossos feixes colágenos entrecruzados, sendo ainda
visíveis áreas de fibrocartilagem. A cápsula articular consiste de duas
camadas: uma externa fibrosa e uma interna, a membrana sinovial, a qual
apresenta-se lisa em alguns pontos e noutros mostra vilosidades, as quais se
projetam para as cavidades articulares, nos sentidos antero-posterior e
látero-medial.
67 / 1987
ESTUDO
IMUNOENZIMÁTICO DE NEOPLASIAS MALIGNAS BUCAIS.
F.D. Nunes; V. C. Araujo; V.A. F. Alves; N.S.
Araujo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
Departamento
de Patologia -I.A. Lutz
No objetivo
maior da saúde do indivíduo, as neoplasias malignas assumem importantes
proporções. Nesse contexto, o cirurgião-dentista não pode se furtar ao
conhecimento e estudo destas lesões, não só pela sua freqüência, mas também
pela evolução que podem apresentar .
Dessa
forma, o correto diagnóstico é fundamental para o tratamento adequado do
paciente. Embora a maioria dos tumores seja diagnosticada usualmente pela
microscopia de luz, sabe-se que alguns são de identificação difícil e
questionável.
Entre os
diversos métodos e técnicas que o profissional lança mão para alcançar o
objetivo final do diagnóstico, a imunohistoquímica desponta com seu valor
comprovado e como área de pesquisa das mais promissoras.
Assim, propusemo-nos a estudar algumas neoplasias
malignas bucais, pertencentes aos arquivos da Disciplina de Patologia Bucal da
FOUSP, com o objetivo de contribuir para elucidar eventuais dúvidas de
diagnóstico.
Foram
selecionados 10 casos, que processados de acordo com os procedimentos
preconizados para a técnica, foram submetidos à anticorpos específicos,
selecionados de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo H.E.
Comparando
os achados imunohistoquímicos com os morfológicos obtidos pelo H.E., pudemos
obter concordância de diagnóstico em 7 casos. Em um dos casos diagnosticado
como tumor maligno indiferenciado, a técnica possibilitou a elucidação da
origem da lesão. Em dois casos, o achado de antígenos específicos modificou o
diagnóstico estabelecido em bases morfológicas pelo H.E.
68 / 1987
ESTUDO
IMUNOHISTOQUÍMICO DA CÉLULA MIOEPITELIAL PRESENTE NO MIOEPITELIOMA DE GLÂNDULA
SALIVAR.
S.O.M. de
Sousa; L.A.G. Cabral; V.A.F. Alves; V.C. Araujo; N.S. Araujo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
F.O.S.J.C.
-UNESP
Departamento
de Patologia -I.A. lutz
A célula
mioepitelial nos recentes anos tem ocupado lugar de destaque na literatura
mundial. Todos aqueles que militam na área das glândulas salivares preocupam-se
com sua origem, morfologia e seu papel no desenvolvimento de tumores.
Com o
advento da imunohistoquímica, surgiu uma nova possibilidade para o estudo da
sua origem. Na literatura são encontrados alguns relatos que empregam reações
imunohistoquímicas para evidenciação de células mioepiteliais tanto em glândula
salivar normal quanto em tumores (principalmente o adenoma pleomórfico).
Sendo o
mioepitelioma tumor composto exclusivamente por células mioepiteliais,
propusemo-nos a estudar pela imunohistoquímica três casos pertencentes aos
arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da FOUSP.
Os três
casos foram processados de acordo com os procedimentos preconizados para a
técnica imunohistoquímica de peroxidase-antiperoxidase (PAP), e submtidos à
anticorpos mono e policlonais específicos para as proteínas: vimentina, S-100,
GFAP, queratina e miosina.
A revelação
pelas proteínas vimentina, S-100 e miosina foi fortemente positiva nos três
casos estudados. Já a GFAP mostrou-se presente apenas em raras células
fusiformes em dois dos tumores estudados. A revelação pela queratina mostrou
distribuição irregular nos lençóis celulares, sendo mais positiva em células de
aspecto fusiforme e isoladas.
69 / 1987
ESTUDO
MORFOLÓGICO E CITOFOTOMÉTRICO EM CARTILAGEM ARTICULAR DE ATM SUBMETIDA A
ALTERAÇÕES EXPERIMENTAIS DA OCLUSÃO DENTÁRIA.
D.T. Lima
& N. Macha
Departamento
de Histologia e Embriologia -ICB/USP
Camundongos
de 3 meses de idade, foram submetidos a desgaste bilateral das superfícies
oclusais dos molares superiores e inferiores. Após um período de 90 dias foram
sacrificados, tendo sido realizado estudo morfológico dos elementos articulares
da ATM e análise quantitativa das glicosaminoglicanas da cartilagem articular .
Para
descrição histológica, as preparações foram coradas pelo H.E. e tricrômicos de
Mallory e Gomori, enquanto para análise citofotométrica, foram coradas pelo
Alcian Blue 8GX 0,1% tampão acetato pH 5,7 MgCI2 0,4M, segundo o método CEC
-Critical Eletrolyte Concentration. As leituras foram realizadas no
Citofotômetro Zeiss MPM 05, a um comprimento de onda de 580 nm. Procedeu-se em
seguida a análise estatística dos dados obtidos, sendo aplicados os testes
não-paramétricos de Wilcoxon e Mann-Whitney.
As
alterações morfológicas mais evidentes, ocorreram a nível do côndilo
mandibular. Foi observado espessamento da cartilagem articular, sendo visíveis
maior número de condrócitos, constituindo grupos isógenos axiais. Foi visível,
ainda no côndilo, espessamento do trabeculado ósseo, com consequente redução
das cavidades medulares. As leituras citofotométricas revelaram haver um
aumento significante (p < 0,05), na quantidade de glicosaminoglicanas
sulfatadas da região média e posterior da cartilagem articular.
Os
resultados morfológicos e citofotométricos, permite-nos concluir: 1. Alterações
oclusais, determinadas experimentalmente através do desgaste bilateral dos
molares, acarretam alterações morfológicas nas superfícies articulares, da ATM,
principalmente a nível do côndilo mandibular; 2. Estímulos mecânicos,
provocados pela perda de oclusão dentária, ocasionam incremento na atividade
metabólica dos condrócitos da cartilagem articular, detectável peto aumento na
secreção de glicosaminoglicanas.
70 / 1987
ESTUDO
MORFOLÓGICO, MORFOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELO
CHUMBO, NOS EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO E GLANDULAR DAS MUCOSAS PALATINA E
LINGUAL DO EMBRIÃO DE RATO.
R.A. Lopes;
T.L. Lamano Carvalho,. W.G. Kempinas; S.O. Petenusci; M.A. Sala; M. G.D.
Contrera; G.M. Campos
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Os
compostos de chumbo atravessam a placenta e provocam retardo no nascimento,
ossificação retardada, hidrocefalia, exencefalia, meningocele, anoftalmia,
espinha bífida, hipoplasia do globo ocular e dos dentes, costelas fusionadas,
etc. no embrião do coelho, camundongo, rato e hamster. Esses compostos não tem
efeito no gado, carneiro e macaco. Tendo em vista tais fatos, os autores
estudaram morfológica e morfometricamente as alterações presentes nos epitélios
de revestimento e glandular das mucosas palatina e lingual do embrião do rato,
após a mãe ter recebido, no 10º dia da gestaça-o, 0,004 ml/100g de peso
corporal de uma solução contendo chumbo, perfazendo a dosagem final de 2,5 mg
do metal/100 g de peso corporal. No 19º dia de gestação as ratas foram
sacrificadas e os embriões foram colhidos e imersos em alfac. As cabeças foram
separadas, cortadas longitudinalmente, incluídas em parafina e os cortes
seriados corados com HE. Foram observados: crescimento fetal retardado (1,14 g
de peso corporal para o intoxicado e 1,44 g para o controle), epitélios de
revestimento palatino e lingual de menor espessura, com células de menor volume
e núcleos das camadas basal e espinhosa com volume diminuído, além de glândulas
palatinas e linguais pouco desenvolvidas. Essas alterações foram avaliadas
morfométrica e estereologicamente.
71 / 1987
ESTUDO
MORFOMÉTRICO DAS GLÂNDULAS PARÓTIDA E SUBMANDIBULAR DE RATOS SUBMETIDOS AO
ALCOOLISMO.
S.
Zucoloto; T. L. Lamano Carvalho; M.A.
Rossi; R.A. Lopes
Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto -USP
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Ratos
albinos recém-desmamados de peso variável entre 27 e 29 g, foram divididos em 2
lotes. O primeiro (alcoolismo) recebeu, no bebedouro, etanol a 32% + 25% de
sacarose, durante 7 meses. O segundo lote (controle) recebeu água + 25% de
sacarose, também durante 7 meses. Ambos os lotes de animais receberam dieta
artificial constituída de: proteína de caseína, 14%; óleo vegetal, 8%; amido
comercial, 68%; mistura de sais (Hegested et al., 1941 ), 5% mistura de
vitaminas, 1 %. Cada grama de ração corresponde a 3,88 calorias. Os animais foram
pesados diariamente e a quantidade de alimentos sólido e líquido ingerido por
todos os animais foi controlada. Após o sacrifício pelo éter, as glândulas
salivares maiores eram colhidas e imersas, imediatamente, em solução de alfac
durante 24 horas e incluídas em parafina. Os cortes histológicos foram corados
pelas técnicas da hematoxilina + eosina. As técnicas morfométricas utilizadas
foram a cariometria e a Chalkley (1947). A glândula parótida dos animais
alcoólatras apresentou-se com volume nuclear acinar menor (155,55 (m3 + 6,26)
quando comparado ao do controle (163.96 (m3 + 8.65). Com a aplicação da técnica
de Chalkley observou-se os seguintes valores percentuais: 74.06 para a célula,
10.63 para o conjuntivo e 15,31 para os ductos no animal alcoólatra e 71,60
para a célula, 10,93 para o conjuntivo e 17,47 para os ductos no animal
controle. Os volumes nucleares acinares da glândula submandibular foram: 146,90
(m3 + 5,92 para o alcoólatra e 174,37 (m3 + 8,89. Os valores percentuais para a
submandibular dos ratos alcoólatras foram: 59,62 para a célula. 12,71 para o
conjuntivo e 27,67 para os ductos; os dos ratos controles foram: 65,02, 12,04 e
22,94 para as mesmas estruturas.
72 / 1987
ESTUDO
MORFOMÉTRICO DO DUCTO GRANULOSO (DG) DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR (GSM) DA
CAMUNDONGA PORTADORA DA SÍNDROME ANOVULATÓRIA ANDROGÉNICA (SAA).
M.H.C.
Fabretti & P.E.P. Leite*
*
Departamento de Histologia e Embriologia -ICB/USP
A GMS do
camundongo apresenta, após a puberdade, marcante diformismo sexual, andrógeno
dependente a nível dos DG, em sua histologia e bioquímica. O DG é mais
desenvolvido, numeroso e repleto de grânulos no macho do que na fêmea.
Vários
modelos de estudo como castração, reposição hormonal, tiroidectomia, etc., vem
sendo empregados na tentativa de elucidar as implicações hormonais na
morfologia e secreção do DG, fonte de uma variedade de fatores biológicos com
atuações fisiológicas diferentes daquelas relacionadas à digestão na cavidade
oral.
O presente
trabalho visa detectar as alterações ultraestruturais ocorridas na célula do DG
após tratamento neonatal de fêmeas, até o 5º dia de vída, com propionato de
testosterona (1,25 mg/ml de óleo de amendoim). Esse tratamento resulta no estabelecimento da SAA, no
animal adulto, apresentando evidente masculinízação do DG quando comparado à
seus controles macho e fêmea.
Os DG na
fêmea com SAA comparados à fêmea controle apresentam aumento na densidade de
volume de 4,6% que pode ser atribuído ao aumento de 35,5% no volume absoluto
eelular (hipertrofria). O valor da densidade de volume do núcleo da célula
granulosa da fêmea com SAA revela que o núcleo é relativamente mais
desenvolvido que o da fêmea controle e que o do próprio macho.
Os grânulos
de secreção e as mitecôndrias foram as mais atingidas pelo tratamento, sendo
que os primeiros aumentaram 46,7% e as mitocôndrias diminuiram em 13,5%, em
relação à fêmea controle. O aumento do volume do retículo endoplasmático
granular foi proporcional ae aumento do volume celular, mantendo-se inalteradas
sua forma e distribuição intracelular. O aparelho de Golgi não mostrou
variações volumétricas significativas.
Essas
alterações poderiam ser atribuídas à ação androgênica e/ou anabolizante da
testosterona circulante na fêmea com SAA, que se verifica na puberdade por
indução do tratamento neonatal. Contudo, a masculinização da GSM da fêmea com
SAA não atinge os valores do macho, o que leva a suposição que outros fatores
estejam implicados no fenômeno. As alterações quantitativas de grânulos e
mitocôndrias sugerem que o tratamento evoca maior grau de modulacão de células
estriadas secretoras mais ricas em mitocôndrias mas pobres em grânulos, em
células granulosas, que se verifica na GMS no início da puberdade.
Trabalho
subvencionado pela FINEP 43830186/00
73 / 1987
ESTUDO
MORFOMÉTRICO E BIOQUÍMICO DA GLÂNDULA
SUBMANDIBULAR
(GSM) DE RATOS INJETADOS NEONATALMENTE COM 6 OH-DOPAMINA (60HD) E CAPSAICINA
(CAP).
S.A.
Guimarães*; E.S. Oliveira** ;. M.M. Sakamoto; M. V. V. Rondon***;. C.A.S.A. Minetti*
Departamento
de Histologia e Embriologia e** Farmacologia do Instituto de Ciências
Biomédicas/USP-05508, São Paulo (SP; ***Acad. do IB/USP
São
conhecidas as consequências da desnervação simpática e parassimpática
cirúrgicas sobre a morfologia e padrão de secreção das glândulas salivares de
roedores. Mais recentemente, demonstrou-se que tais glândulas estão sob
controle não apenas autonômico clássico, mas são também reguladas por outros
sistemas neurotransmissores, entre os quais, aqueles que envolvem VIP e substância
P. Neste trabalho avaliamos a influência da administração neonatal de 60HD
(droga que em tais condições promove degeneração das terminações simpáticas) e
CAP ( que destruindo as fibras sensitivas ocasiona depleção irreversível de
substância P) sobre a histofisiologia da GSM de ratos machos. Para tanto, ratos
machos foram injetados sc ao nascer com 6OH D (150 mg/Kg/dia, a partir do
nascimento, durante 14 dias) em salina contendo 1% de ácido arcórbico, tendo
outro grupo recebido CAP em injeção neonatal única (50 mg/Kg) em PBS contendo
10% de etanol abs. 10% de Tween 80. Os resultados foram:
_____________________________________________________________________________________________
Grupos Peso da mg prot. mg
tir (mol Nana Volume
Volume Diametro
GSM(mg) /gland. /gland. /gland.
Nuclear Acinos Ductos
((m3) ((m3) ((m)
_____________________________________________________________________________________________
Controle 280,3 43,38
3,99 0,3900 109,21 1.072,31
158,20
+16,0 +4,96 +0,12
+0,007 + 5,13 +105,17 + 3,68
60HD 248,9 40,00
3,96 0,462 88,62 1.382,14
162,70
+25,0 +0,001 + 0,001
+0,001 + 4,58 + 66,80 + 3,95
CAP. 293,2 38,85
4,62 0,289 148,33 1.625,11
145,00
+23,0 + 2,304 +0,076 +O,036
+ 9,43 +82,90 +
3,64
____________________________________________________________________________________________
Os
resultados revelam que a ação das drogas estudadas se concentram no segmento
acinoso. A notar pelos dados cariométricos de tais estruturas enquanto os
animais do grupo 60HD tiveram redução os do grupo CAP tiveram seus volumes
nucleares aumentados sugerindo respectivamente redução e aumento da atividade
de síntese de suas células. Estudos estão em curso para esclarecer os
mecanismos para tais achados.
______________________
Apoio
financeiro CNPq
74 / 1987
ESTUDO
MORfOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DE
CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A.
A. R. Silva
Júnior: R.A. Lopes: M.A. Sala: S.O. Petenusci: G.M. Campos
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Uma das
funções principais da vitamina A é a manutenção morfológica e funcional das
células epiteliais. O objetivo do presente trabalho é estudar as alterações da
glândula submandibular do camundongo adulto submetido à hipervitaminose A.
Foram utilizados 14 camundongos machos com peso médio de 38,6 gramas: I) sete
animais receberam excesso de vitamina A, durante 11 dias e II) sete animais
receberam salina e serviram de controles. Os animais foram sacrificados e as
glândulas retiradas, fixadas em alfac, incluídas em parafina e os cortes
corados pela HE. Os núcleos foram avaliados morfometricamente pela cariometria.
O volume relativo de ácinos, ductos e conjuntivo; a relação superfície/volume,
a densidade de superfície e o diâmetro de ácinos e ductos foram analisados
estereologicamente, empregando-se agrade de MERZ (1968). Após a cariometria
observou-se volumes nucleares acinares semelhantes nos dois grupos e volume
menor nos ductos granuloso e excretor do animal tratado com vitamina A. O
volume relativo para tecido conjuntivo mostrou-se major no animal
hipervitaminótico. A densidade de superfície mostrou-se menor no ducto
granuloso, e maior no estriado. A relação superfície/volume dos ductos
granulosos foi menor no animal tratado. maior para o ducto estriado e menor
para o excretor. Quanto aos diâmetros das estruturas glandulares, somente o dos
ductos excretores mostrou-se maior no animal tratado.
75 / 1987
ESTUDO
ULTRAESTRUTURAL E CITOQUÍMlCO DO PRODUTO DE SECREÇÃO DOS AMELOBLASTOS ASSOCIADO
À NUCLEAÇÃO DE CRISTAIS NO INTERIOR DAS FIBRILAS COLÁGENAS QUANDO DO INÍCIO DO
PROCESSO DE MINERALlZAÇÃO DA DENTINA.
A.W
Almeida; M.L.P. Almeida; E. Katchburian
Departamento
de Histologia ICB/USP. Disciplina de Histologia UFU.
Nossos
estudos anteriores sugerem que o início do processo de mineralização da dentina
ocorre em concomitância com o aparecimento do produto de secreção dos
ameloblastos. Tal secreção é lançada no meio extracelular e parece envolver as
fibrilas colágenas que foram previamente secretadas pelos odontoblastos.
No meio
extracelular encontramos núcleos de mineralização associados aos aglomerados de
secreção eletrodispersantes que acreditamos seriam provenientes do trabalho dos
ameloblastos. Tais aglomerados estão dispersos por entre as fibrilas colágenas
e no interior das mesmas e os cristais parecem iniciar sua formação quando
associados à sua presença.
A análise
das micrografias eletrônicas do material preparado após a ação do vermelho de
rutênio, mostrou que tais grumos possuem carga elétrica negativa. A marcação
característica foi também observada nas vesículas da matriz e acompanhando o
longo eixo de muitas fibrilas colágenas.
A
"coloração" do material após a ação do EDTA, num tempo suficiente
para promover a dissolução dos cristais, mostrou que o material
eletron-dispersante continua presente no interior das fibrilas de colágeno,
corroborando com a hipótese de que talvez as mesmas possam conter no seu
interior, além dos cristais, uma substância amorfa que nos parece ser fruto da
secreção dos ameloblastos.
_________________________________
*Trabalho
subvencionado pelo CNPq
76 / 1987
EXAME
BACTERIOLÓGICO EM ENDODONTIA. UMA ALTERNATIVA PARA USO EM CONSULTÓRIO
ODONTOLÓGICO.
J.F.
Hofling & Hannah C.C. Ribeiro Silva
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
O momento
da obturação do canal radicular tem chamado a atenção de pesquisadores e
profissionais da área de endodontia. A avaliação do canal após tratamento,
tendo como objetivo a obturação final, parece necessitar , até os dias de hoje,
de melhores conceitos e investigações, apropriadas, já que parece
inquestionável que a ausência de microrganismos no interior do canal constitui
um dos elementos fundamentais para o sucesso do tratamento endodontico. Daí ser
apropriado investigações que de alguma forma, viabilizem constatar a
desinfecção do canal radicular e, especialmente, o desenvolvimento de uma
prática, de fácil execução e viável, para ser empregada rotineiramente pelo
clínico. Visando contribuir para conscientizar o cirurgião dentista da
importância do uso corriqueiro do teste bacteriológico no consultório, nossa
preocupação foi a de propor uma alternativa prática de controle bacteriológico
e o aspecto clínico. Os resultados obtidos com o meio de cultura utilizado para
o cultivo de material colhido dos canais radiculares de polpa necrozada com
cárie profunda, mostraram crescimento bacteriano satisfatório após 12-24 hs. à
37ºC quando comparado com o controle. Os tubos idealizados como recipientes do
meio de cultura, se mostraram adequados e de fácil manipulação. Esse
crescimento foi positivo quando se utilizou a estufa convencional e similares.
77 / 1987
EXPRESSÃO
IMUNO-HISTOPATOLÓGICA DA EVOLUÇÃO DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE.
L. Bozzo;
R. C. Audi; O.P. Almeida; N.G.S. Mota
Departamento
de Patologia
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A
Paracoccidioidomicose é uma infecção relativamente comum em nosso meio,
afetando com frequência a mucosa bucal. Em algumas circunstâncias, a lesão fica
por longos períodos de tempo restrita à cavidade bucal. Outras vezes, a lesão
se difunde por diversas regiões, afetando pulmões, linfonodos, pele, etc. Esta
multiplicidade de manifestações da paracoccidioidomicose humana, deve
constituir expressões clínicas das interações parasita-hospedeiro. Fatores
inerentes à virulência ou patogenicidade do fungo, à intensidade da resposta
imune-celular, à produção de anticorpos, à idade, sexo, ou condições
nutricionais do paciente devem participar dessa interação. A fim de avaliar
alguns desses fatores, foram isoladas de humanos, duas cepas diferentes do
Paracoccidioides brasiliensis (Bt1 e Bt2), representando formas progressiva
aguda e crônica mista da doença, respectivamente, e inoculadas nos testículos
de 100 hamsters. Foi feito um estudo da Imunidade Humoral e Celular,
procurando-se correlacionar os dados obtidos com os achados histopatológitos do
testículo, baço, fígado, rins, pulmões e linfonodos dos animais infectados.
Durante 14
semanas, grupos de animais iam sendo sacrificados e os dados avaliados. Os
aspectos histopatológicos alteram-se paralelamente com o aumento do nível de
anticorpos circulantes, e com a depressão progressiva da resposta
imune-celular, e com a multiplicação dos fungos nas lesões.
78 / 1987
FLÚOR NA
PLACA DENTAL APÓS A PARALlSAÇÃO DA FLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO
PÚBLICO.
M. Nobre
dos Santos & J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A
eficiência da fiuoretação da água na redução da cárie dentária está bem
estabelecida. No entanto, um aumento do incremento de cárie á observado quando
a fiuoretação da água á paralisada ou quando as pessoas mudam-se para urna
região sem água fluoretada. Deste modo, o fluoreto incorporado durante a
formação do esmalte, parece não ser suficiente para manter o efeito
cariostático da água fluoretada ingerida, logo a presença constante do flúor
nos fluidos bucais deve ser fundamental para a persistência do seu efeito.
Assim, o objetivo da presente pesquisa foi determinar a variação da
concentração de flúor na placa dental dois meses após a paralisação da
fiuoretação de água de Piracicaba, SP. Amostras de placa dental foram coletadas
em escolares de 6-8 anos de idade de ambos os sexos. A concentração de fluor
solúvel em ácido foi determinada utilizando-se eletrodo de flúor. O valor médio
da concentração de flúor na placa dental expresso em ngF/mg de peso seco de
placa, antes e após a descontinuação da fiuoretação da água de Piracicaba foi
de 21,7 ( 12,5 e 1,7 ( 0,6 respectivamente. Esses resultados mostram que há um
decréscimo significativo da concentração de fluor na placa dental após a
paralisação da fluoretação da água, o que poderia explicar a perda do efeito
cariostático do fluor quando o mesmo não foi ingerido continuamente.
Apoio FINEP
(4/3/85/0521/00)
79 / 1987
FONÉTICA EM
PRÓTESE TOTAL. ESTUDO PALATOGRÁFICO DO SOM G
S. Russi;
J. G. Lombardo; M.A. Compagnoni; S.S. Nogueira
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Visando
estudar o relacionamento da língua com a base das dentaduras completas
superiores, foi investigado o palatograma do som palato-lingual G com a
finalidade de estabelecer sua extensão e morfologia. permitindo sua aplicação
como elemento auxiliar na elaboração da superfície palatina da base das prótese
totais.
Os
resultados obtidos revelaram uma predominância dos contactos totais da língua
em toda a região posterior da base, avançando lateralmente. A região anterior
permaneceu como área livre enquanto na região média da base a prevalência
observada foi de contactos parciais da língua, sendo, portanto, uma área
parcialmente livre.
A
amostragem constou de 35 pacientes portadores de prótese totais bimaxilares. As
palavras utilizadas para estabelecimento dos palatogramas foram: Gema, Guia.
Goma, Gago e Gume.
80 / 1987
FONÉTICA EM
PRÓTESE TOTAL . ESTUDO PALATOGRÁFICO DO SOM L .
S. Russi; J. G. Lombardo; M.A. Compagnoni; S.S.. Nogueira
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Os autores
investigaram em pacientes portadores de próteses totais os limites do
palatograma do som palato lingual L, com o objetivo de proporcionar maiores
subsídios à atividade clínica do Cirurgião Dentista no estabelecimento da
morfologia da superfície palatina destas próteses.
Foram
utilizados para este trabalho 35 pacientes portadores de próteses totais
bimaxilares.
As palavras
utilizadas para o estabelecimento dos palatogramas foram: Lima, Lua, Lama, Lôbo,
Lei.
Os
resultados obtidos demonstraram na maioria dos casos a presença de áreas de
contato da língua com o palato na região anterior e lateral do mesmo, ficando
sem contato a região média e posterior .
81 / 1987
FONÉTICA EM
PRÓTESE TOTAL. ESTUDO PALATOGRÁFICO DO SOM R.
S. Russi; J.G. Lombardo; M.A. Compagnoni;
S.S. Nogueira
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Os autores
verificaram o padrão fonético do som Palato lingual R em portadores de Prótese
Totais, com o objetivo de proporcionar maiores subsídios para a confecção da
anatomia palatina destas próteses.
As áreas de
contacto e não contacto da língua com o palato da prótese foram verificadas em
35 pacientes portadores de próteses totais bi-maxilares.
Para tanto
foram utlizadas as palavras: Ramo, Rua, Remo, Rio, Roma.
Os
resultados obtidos demonstraram a prevalência de palatogramas com contactos
laterais da língua, havendo a tendência de formação na região mediana da
prótese de um canal de escape de ar com uma área de não contacto lingual mais
ampla na região anterior .
82 / 1987
GRANULOMAS
EXPERIMENTALMENTE INDUZIDOS POR BCG*
L.F. Godoy & E.G. Birman.'**
**
Faculdade de Odontologia -USP
O processo
granulomatoso caracteriza numerosas doenças humanas de considerável importância,
podendo representar um problema diagnóstico para o patologista cirúrgico.
Procuramos
assim estudar o desenvolvimento e a evolução do processo inflamatório
granulomatoso em vários animais de laboratório afim de contribuir para seu
melhor conhecimento histopatológico.
Utilizando-se
a inoculação intradérmica de BCG, provocamos o desenvolvimento de granulomas na
região dorsal em cinco espécies animais (coelho, cobaia, hamster, rato e
camundongos) tendo sido estudado o padrão macroscópico e microscópico (H-E) dos
granulomas bem como o destino dos microrganismos (Ziehl-Nielsen) nos prazos de
7, 15, 30 e 60 dias.
Os
resultados observados indicam nos animais estudados a ausência da típica
necrose caseosa descrita nos granulomas tuberculosos humanos bem como do
clássico halo linfocitário do padrão avascular e das células gigantes
multinucleadas (com exceção do cobaia) fazem-nos especular sobre o envolvimento
da resposta imunogenética.
O granuloma
pode ser considerado um grande desafio para o patologista sendo portanto seu
conhecimento fundamental para compreensão de doenças granulomatosas que também
ocorrem ou se refletem na boca.
83 / 1987
HIPERALGESIA
DENTAL POR ALTAS DOSES DE PEPTÍDEO NO SNC.
L.G.
Brentegani; M.C. Lico; M.R. Brentegani
Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto -USP
Em
continuidade com o projeto de identificação de agentes neuromoduladores, ativos
em alterar à resposta frente a uma estimulação nociva, estudou-se neste
trabalho o efeito da microinjeção de substância P (SP) no núcleo magno da rafe
(NMR); tido como um dos responsáveis pela ação inibitória descendente sobre a
medula; sobre a resposta aversiva produzida pela estimulação nociva da polpa
dental de cobaia superficialmente anestesiada, registrando as respostas motora
de defesa (RMD) e o eletrocorticograma (ECoG) bilateral. Os resultados
mostraram que após a injeção deste peptídeo houve uma diminuição das RMD, nos
primeiros minutos após a droga, mas dos 10 minutos em diante ficaram acima dos
valores controles. A análise qualitativa do ECoG, demonstrou uma ligeira
sincronização, especialmente nos intervalos finais do experimento.
84 / 1987
INCIDÊNCIA
DE CÁRIE DENTAL EM RATOS SUBMETIDOS À DIETA ALIMENTAR CARIOGÊNICA E INTUBAGEM GÁSTRICA
COM GLICEROFOSFATO DE CÁLCIO E DE SÓDIO.
M. lnada;
C.E. Pinheiro; A. Gonçalves
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP
Inúmeras
investigações estio envolvidas no estudo de controle da cárie dentária, em
muitas condições experimentais e/ou clínicas. Uma evolução nessas pesquisas diz
respeito à preocupação em se analisar influência sistêmica na cavidade bucal,
principalmente às relacionadas com a dieta alimentar. Trabalhos já
desenvolvidos em nosso laboratório tem demonstrado que o local de atuação de
várias substências diretamente no dente ou sistemicamente, constitui ponto
fundamental para o estudo do aparecimento e desenvolvimento da cárie dentária.
Neste trabalho foi estudado a influência do glicerofosfato de cálcio e de sódio
na incidência de cárie, uma vez que essas substâncias são removidas durante a
moagem e processamento dos cereais. O fornecimento representaria a restauração
dos fosfatos perdidos durante o processamento dos alimentos. Os animais (ratos)
foram divididos em 6 grupos experimentais alimentados com dieta cariogenica:
Grupo 1 - controle -Dieta cariogênica; Grupo 2 - com glicerofosfato de Ca a 5%
na ração; Grupo 3 - glicerofosfato de Na a 5% na ração; Grupo 4 - controle com
intubagem gástrica com glicerofosfato de Na a 50% e Grupo 6 - intubagem
gástrica com glicerofosfato de Ca a 50%.
Após o
sacrifício, as mandíbulas e maxilas foram hemiseccionadas, coradas e as cáries
de sulco dos molares foram avaliadas pelo método de Keyes.
Os dados
mostraram que o glicerofosfato de Ca e glicerofosfato de Na quando adicionados
à dieta (grupos 2 e 3 respectivamente) tem uma ação anticariogenica comparados
com o controle ao nível de significância a 5% em escores de cárie de esmalte e
dentina. Quando administrados por intubagem gástrica ocorreu diminuição de
escores de cáries tanto do esmalte quanto da dentina somente no grupo 6
(entubagem com glicerofosfato de Ca) ao nível de significância de 5% (p <
0,05).
A análise
dos dados obtidos permite concluir que o glicerofosfato de sódio tem um efeito
anticariogênico somente local, enquanto que o glicerofosfato de cálcio tem
efeito tanto local como sistêmico.
85 / 1987
INCIDÊNCIA
DE CÁRIE DENTÁRIA EM RATOS SUBMETIDOS À DIETA
CARIOGÊNICA
E INTUBAGEM GÁSTRICA COM ÁCIDO NICOTÍNICO (NIACINA)*.
A.
Gonçalves; M. Inada
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP
Vários
fatores de ordem local e sistêmico, tais como, hormônios, vitaminas e sais
minerais podem alterar a susceptibilidade de dente à cárie dentária modificando
a sua resistência.
As
vitaminas como um dos fatores nutritivos, fazem parte de sistemas enzimáticos
envolvidos em processos metabólicos essenciais, tem sido amplamente estudadas,
procurando associá-las com a patogenia e prevenção de cárie dentária.
Neste
trabalho verificamos o efeito do ácido nicotínico na incidência de cárie,
adicionado na ração cariogênica e ração normal moída, assim como o efeito desta
substância quando administrada por intubagem gástrica, em ratos com 21 dias e
18 dias de idade, acompanhamos por um período de 45 dias de observação.
Após o
sacrifício, as mandíbulas e maxilas foram hemiseccionadas, coradas e as cáries
de sulco dos molares foram avaliadas pelo método de Keyes.
Os dados de
escores de cáries, embora tenhamos observado um aumento na incidência de cárie
quando administramos o ácido nicotínico na ração e uma diminuição por entubagem
gástrica no grupo de 21 dias de idade e um aumento nessa incidência no grupo de
18 dias com ácido nicotínico na ração, esses dados não apresentaram
significância estatística. No entanto, a entubagem gástrica do ácido provocou
diminuição na incidência de cárie estatisticamente significativa (p < 0,05)
no grupo de 18 dias de idade.
___________________________________
*Trabalho
subvencionado pela FAPESP
86 / 1987
ÍNDICES
PERIODONTAIS: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE 1 E 4 EXAMINADORES.
R.L.
Tagliavini; R. C. C. Lia; B.E.C. Toledo
Departamento
de Diagnóstico e Cirurgia - Araçatuba/UNESP Departamento de Patologia e
Fisiologia -Araraquara/UNESP Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -
Araraquara/UNESP
Um dos
métodos mais utilizados em Prevenção da Doença Periodontal é a aplicação de
Índices Periodontais. Porém, a sua utilização não deve restringir-se unicamente
a estudos de campo, consequentes a levantamento epidemiológicos, mas transferir
a sua aplicabilidade aos estudos clínicos. Assim, vários trabalhos foram
realizados na tentativa de se encontrar uma correlação precisa entre os dados
clínicos e os achados histopatológicos. Entretanto, o número de resultados
discordantes entre os autores foi significativo, e muitos afirmam que uma das
possíveis causas esteja relacionada com o fator erro entre examinadores. Assim,
este fato (erro entre examinadores), é uma variável fundamental quando se
deseja interpretar resultados, advindos de diferentes examinadores (GUIMARÃES.
1968; MOTA e cols., 1983). Portanto, o propósito deste trabalho, foi o de
comparar através do Índice Histológico Gengival (I.H.G.) os graus clínicos do
Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963), atribuídos por 1 e por 4
examinadores com pleno conhecimento da biologia periodontal. Nossos resultados
demonstraram que foi significativa a porcentagem de acertos na aplicação do
I.G., por um único examinador, enquanto o erro entre examinadores na avaliação
clínica foi evidente, para esse tipo de estudo.
87 / 1987
INFLUÊNCIA
DA AGITAÇÃO SOBRE O pH E A ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES
DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO.
G.R. Me/o
& M.G.B. Ribas
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Hidróxido
de cálcio é, sem dúvida, uma das substâncias mais longamente utilizadas em
Odontologia. Em trabalhos anteriores, Melo e cols (1984), Melo & Campos
(1984), foi verificado que a menor concentração do hidróxido de cálcio que
demonstrou eficácia antimicrobiana foi a de 20%; nesta condição o hidróxido de
cálcio pode ser utilizado como antisséptico após preparo cavitário, quando
reduz em 70% a microbiota aeróbia e anaeróbia presentes em cavidades recém
preparadas. Para testar se alguma modificação ocorria nesse sal quando
submetido à agitação, foram preparadas amostras em duplicatas das soluções em
concentrações de 5, 10 e 20%. Uma das amostras foi submetida à agitação por 24
horas em agitador mecânico "Ética". Ambas as amostras, agitadas e
não, foram deixadas em repouso até que houvesse a sedimentação. Colhia-se o
sobrenadante - água de cal - e avaliava-se tanto a "água de cal" como
"leite de cal" após agitação das várias concentrações testadas, para
avaliação da atividade antibacteriana e do pH. A atividade antimicrobiana se
fez frente à amostras de S. faecalis, S. mutans e E. coli e o pH determinado.
Verificou-se
que o hidróxido de cálcio tem uma efetiva ação antimicrobiana a 20%; esta
atividade foi mais efetiva após agitação por 24 horas, além de se apresentar
mais alcalino do que as amostras não agitadas.
88 / 1987
INFLUÊNCIA
DA SÍNTESE TECIDUAL NA REPARAÇÃO PÓS-EXODONTICA DE MOLARES DE RATOS.
M.H.C.
Gallottini; R.G. Jaeger; V.C. Araujo;N.S. Araujo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
Com a
finalidade de analisar a influência da sutura no processo de reparação alveolar
foram utilizados 20 ratos albinos, distribuídos em dois grupos. Os animais do
grupo I receberam sutura alveolar após avulsão do primeiro I molar superior
direito. Os animais do segundo grupo não foram suturados, permanecendo o
alvéolo aberto após a exodontia.
Foram
sacrificados dois animais de cada grupo, decorridos 24 horas, 7, 15, 21 e 30
dias da realização da exodontia, sendo obtidas peças macroscópicas que sofreram
processamento usual de rotina e estudo morfológico do HE.
A análise
dos resultados mostra o retardamento cronológico das fases de reparação nos
alvéolos não suturados. Diante do exposto, podemos concluir que a síntese
tecidual melhorou as condições locais, facilitando dessa forma o processo de
cicatrização alveolar .
A
metodologia aqui proposta, além dos resultados anteriormente descritos, procura
estabelecer um modelo experimental que possibilite o estudo da reparação
alveolar frente a inúmeros fatores, utilizando o molar do rato, dente que possui
bastante semelhança biológica com o do ser humano. Em sequência a essa linha de
pesquisa, estamos investigando a ação de substâncias farmacológicas no processo
de reparação alveolar, com resultados preliminares já obtidos.
89 / 1987
INFLUÊNCIA
DE ADESIVOS DE DENTINA NA INFILTRAÇÃO
MARGINAL DE
RESTAURAÇÕES CERVICAIS.
M.F. Goes;
L.A.M. Cardoso; S. Consani; L.A. Ruhnke
Área de
Materiais Dentários -FOP/UNICAMP
O propósito
deste estudo foi avaliar "in vitro" o nível de penetração de corante
nas restaurações cervicais de resina composta, cujos preparos foram
acondicionados co adesivos de dentina (Scotchbond e Bondlite) e a
compatibilidade de união do Scotchbond com resina de outro fabricante
(Prisma-Fill). Oitenta cavidades de classe V foram feitas na junção
cemento-esmalte das faces vestibular e lingual de 40 dentes que foram separados
em grupos controle e experimental. O grupo controle foi subdividido em
subgrupos A e B e o experimental nos subgrupos C, D e E, sendo cada um com 8
dentes. As cavidades preparadas com brocas diamantadas refrigeradas à agua
foram acondicionadas com gel de ácido fosfórico e restauradas como segue:
subgrupos A) Prisma-bond e Prisma-Fil,; B) SUE e Concise; C) Scotchbond e P10;
D) Bondlite Herculite; e, E) Scotchbond e Prisma-Fill. A seguir, os dentes
foram submetidos à 100 ciclos térmicos (5ºC e 60ºC), posteriormente isolados
com esmalte e cera e imersos em solução de azul de metileno à 0,5%, durante 72
horas. Após remoção do corante, os dentes foram raspados para remover os
isolantes, lavados e seccionados no sentido vestíbulo- lingual. A profundidade
de penetração do corante ao redor das margens oclusal e cervical foi
determinada de acordo com os seguintes critérios: nível 0, quando não houve
penetração do corante; nível 1, penetração do corante até a metade da extensão
da parede lateral do preparo cavitário; nível 2, penetração do corante em toda
extensão da parede lateral; e, nível 3, penetração do corante até a câmara
pulpar. As observações dos níveis de infiltração e as fotomicrografias dos
resultados foram feitas com auxílio de lupa estereoscópica Carl Zeiss.
Os
resultados mostraram que não houve infiltração do corante no esmalte cavo
superficial correspondente à margem oclusal das restaurações de classe V,
quando o esmalte foi tratado com o sistema de união convencional ou com os
adesivos de dentina. Entretanto, todos os preparos exibiram infiltração na
região correspondente à margem cervical constituída de cemento. Os dentes que
foram submetidos à aplicação de Scotchbond e P10 apresentaram níveis menores de
infiltração na margem cervical em relação àqueles dentes onde foram utilizados
Bondlite e Herculite e o Scotchbond e Prisma-Fill. O Scotchbond também se
mostrou incompatível à união com as resinas compostas produzidas por outros
fabricantes.
90 / 1987
INFLUÊNCIA
DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS ENZIMÁTICOS VEGETAIS: PAPAÍNA, ESCINA E BROMELINA NA
MIGRAÇÃO DE CÉLULAS AO FOCO INFLAMATÓRIO.
A.M.S.
Arruda; L.C. Silva; S. T. Arbex; A.C. Neder
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP
Este
trabalho tem por objetivo observar se anti-inflamatórios enzimáticos vegetais
exercem alguma modificação na migração de células ao foco inflamatório.
Foram
utilizados camundongos Swiss fêmeas, pesando 25g no início do experimento os
quais foram submetidos a tratamento rom os anti-inflamatórios enzimáticos
vegetais durante cinco dias consecutivos em doses terapâuticas e doses cinco
vezes maior que a terapâutica. No sexto dia de experimentação, produziu-se
reação inflamatória nestes animais com injeção intraperitoneal de ovalbumina,
observando-se a migração celular ao peritôneo após 6 horas. Para isso,
retirou-se o exudato peritoneal e contaram-se as células existentes (contagens
global e diferencial).
Os
resultados obtidos, embora ainda não sejam conclusivos, parecem mostrar que
estas drogas pouco ou nenhuma influência exercem sobre o número de células que
migram ao foro inflamatório, neste modelo experimental.
91 / 1987
INFLUÊNCIA
DO TAMOXIFEN SOBRE A GENGIVA DE RATAS.
ESTUDO
ULTRA-ESTRUTURAL.
O.A. Mora
& M.J. Simões
Escola
Paulista de Medicina
O Tamoxifen
é uma substância conhecida por sua ação anti- estrogênica.
Doze ratas,
adultas, foram divididas ao acaso em 4 grupos. O primeiro grupo (controle)
constituído por 3 ratas na fase de estro. As demais (9) sofreram ooforectomia
bilateral e constituíram, 21 dias após a cirurgia, os outros grupos. Grupo II
recebeu 1 mg/Kg (i.p) de 17 dietilestilbestrol; grupo III recebeu durante os
últimos 3 dias (19º, 20º e 21º) doses diárias de 1 mg de Tamoxifen, sendo que
no último dia recebeu 1 mg/Kg (i.p) de 17 dietilestilbestrol; o grupo I V foi
constituído de ratas sem tratamento hormonal.
Os
resultados mostraram nos grupos controle (I) e injetados com estrógeno (II)
epitélio bem desenvolvido (estratificado pavimentoso queratinizado) e lâmina
própria contendo fibroblastos bem desenvolvidos, espaços intercelulares
bastante evidentes e grande concentração de eosinófilos.
Nos grupos
III e IV notamos epitélio menos desenvolvido e lâmina própria fibrosa com
fibroblastos pouco desenvolvidos além de escassos eosinófilos.
Esses
achados são indicativos de que a gengiva está na dependência dos hormônios
sexuais.
Tamoxifen
-Nolvadex
92 / 1987
INFLUÊNCIA
DO TRATAMENTO ODONTOLOGICO SOBRE AS FUNÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS.
C.G.
Marques; C. Y. Tokubo; M.A. de Cabrera; C. Cabrera-Peralta
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP
As
alterações emocionais provocadas pela aplicação de anestesia, tempo de
tratamento e a apreensão causada pelo próprio ato operatório, faz com que o
tratamento odontológico atue como um estímulo estressante. Isto implica na
ativação do sistema nervoso simpático que através da liberação de adrenalina e
noradrenalina promove aumento no trabalho cardíaco (taquicardia e maior força
de contração) e aumento da resistência periférica total (vasoconstrição)
induzindo a um significativo aumento da pressão arterial sistêmica.
Para
avaliar a importância e/ou risco que este efeito poderia representar, foi
realizada a determinação da pressão arterial, pelo método auscultatório, em
7.100 pessoas de ambos os sexos, e de 15 a 75 anos de idade, a fim de verificar
os valores de pressão arterial em condições ambientais habituais da população.
Os
resultados mostraram que 1.207 pessoas (17,2%) eram portadoras de diferentes
graus de hipertensão arterial. Destas pessoas hipertensas 808 pessoas {67%)
desconheciam serem portadoras da mesma. Seguindo o critério adotado pelo OMS,
foi verificado que em 913 pessoas {75,7%) a pressão diastólica era de 95 a 109
mmHg (HA-I), em 234 pessoas (19,4%) a pressão diastólica era de 110 a 125 mmHg
(HA-II) e em 60 pessoas (4,9%) a pressão diastólica era acima de 125 mmHg
(HA-III).
O alto
índice de hipertensão arterial verificado no ambiente habitual da população, e
a influência que os trabalhos odontológicos tem sobre o sistema
cardiocirculatório, permite concluir sobre a conveniência da determinação de
pressão arterial nos pacientes antes da realização de tratamentos
Odontológicos, a fim de orientar o plano de tratamento e atenuar os riscos de
acidentes no trans e pós-operatório.
93 / 1987
INFLUÊNCIA
DO USO DE APARELHOS ORTODÔNTICOS SOBRE A PRESENÇA DE Candida albicans NA
CAVIDADE BUCAL.
A.O.C.
Jorge; M. T. Shimizu; N.O. Almeida; C.S. UntBrkircher
Disciplina
de Microbiologia -FOSJC/UNESP
Aceita-se,
atualmente, que microrganismos hospedeiros da cavidade bucal coexistam em
estado balanceado de harmonia. Entretanto, a ocorrência de mudanças na boca,
pode acarretar alterações qualitativas e quantitativas no estado de equilíbrio
da microbiota bucal. A colocação de aparelhos ortodônticos propicia, também,
modificações na microbiota da boca, as quais podem produzir alterações em
determinados grupos de microrganismos.
A presença
de Candida albicans foi pesquisada em amostras de saliva de 266 pacientes na
faixa etária de 7 a 25 anos, e correlacionada com o tipo de aparelho
ortodôntico utilizado (placa acrílica, aparelho fixo e extra-oral), o sexo e o
grau da higiene bucal do paciente.
Os
resultados demonstraram maior isolamento de C. albicans nos portadores de
aparelhos ortodônticos em relação ao grupo controle, e percentuais menores de
isolamento do microrganismo nos pacientes com higiene bucal mais eficiente.
94 / 1987
ISOLAMENTO
DE MICRORGANISMOS ANAERÓBIOS DE INFECÇÕES PÓS-EXODÔNTICAS DO ALVÉOLO DENTAL DE
RATOS.
G.M. D'Antonio; P.S. Camargo
O presente
trabalho refere-se à criação de um modelo de alveolite experimental em ratos,
com o objetivo de estudar o componente bacteriano envolvido nas infecções
pós-exodônticas. Foram utilizados 70 ratos machos (Rattus norvegicus, albinus,
Wistar), divididos em 5 grupos. Os animais tiveram seus incisivos superiores
direitos extraídos e seus alvéolos submetidos aos seguintes procedimentos.
Grupo I - Controle apenas exodontia. Grupo II - exodontia mais isquemia por
adrenalica. Grupo III - exodontia mais isquemia e inoculação de
"pool" de secreção purulenta obtida de animais com alveolite
espontânea. Grupo IV - exodontia mais inoculação de "pool" de
secreção purulenta e Grupo V - exodontia mais inoculação com meio de transporte
reduzido que foi utilizado como meio de suspensão das secreções purulentas. Os
resultados dos esfregaços das secreções purulentas apresentaram quadros
qualitativamente iguais, variando apenas na quantidade. Os exames
bacteriológicos demonstraram uma predominância dos anaeróbios por volta de 98%
sobre os facultativos, que totalizaram 2% das amostras de secreção purulenta.
Dentre os anaeróbios, houve predominância de um biotipo que foi isolado em 100%
das culturas, cuja morfologia celular, da colônia, testes bioquímicos e
sensibilidade a antibióticos, foi classificado presuntivamente como Bacteroides
fragilis. Em menor proporção, foi isolada uma bactéria cuja morfologia celular,
da colônia e testes bioquímicos permitiram classificá-la como Streptococcus
sp., também anaeróbio. Em vários casos, foram isolados estafilococos coagulase
negativos. Esse modelo experimental cria a possibilidade de estudar métodos de
prevenção e/ou terapêutica das infecções por anaeróbios da cavidade bucal.
95 / 1987
ISOLAMENTO
E CARACTERIZAÇÃO DE ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS DE INDIVÍDUOS COM
DOENÇA PERIODONTAL, SEM DOENÇA PERIODONTAL E DE AMBIENTE*
M.J.A.
Campos; L.M. Farias; M.A.R. Carvalho; C.A. V. Damasceno; E. O. Cisalpino; J.E.
Costa
Departamento
de Microbiologia -ICB/UFMG
Pesquisou-se
a ocorrência de A. actinomycetemcomitans em espécimes orais de 30 pacientes com
bolsa periodontal, 30 sem bolsa periodontal (sulco gengival) e de 30
cuspideiras de equipamento odontológicos, encontrando-se o microrganismo em 15,
5 e 4 espécimes, respectivamente, sendo isoladas e caracterizadas 41 amostras.
Os espécimes clínicos foram coletado, com cureta periodontal e cone de papel
absorvente, esterilizados, este último mais eficaz. Os ambientais foram
colhidos com "swabs" esterilizados. Com exceção das placas dentárias,
transportadas em microaerofilia (método da vela), os espécimes foram
transportados em solução Ringer pré-reduzida, pH 7.2, também utilizada para as
diluições. Alíquotas das diluições pré-estabelecidas foram transferidas para
placas com meio agar de soja tripticaseína, suplementado e contendo ainda
bacitracina e vancomicina (TSBV), incubando-se em anaerobiose, método mecânico
(10% CO2 + 90% N2), a 37ºC, por 72 hs, para isolamento primário. Após os testes
respiratórios, a caracterização bioquímica foi processada em microaerofilia,
utilizando-se como controle 5 amostras de referência.
Todos os
isolados apresentaram características morfo-coloniais, celulares e fisiológicas
típicas da espécie, reforçando alguns testes aprovável heterogeneidade do
grupo, destacando-se a eficácia do isolamento primário em anaerobiose e o pobre
crescimento em aerobiose. A proporção de isolamento em pacientes cor respondeu
à literatura: 50% em bolsa periodontal e 17% em sulco gengival fisiológico.
Considerando-se o expressivo potencial periodontopático desses microrganismos,
o seu isolamento "in natura", como dado original, abre perspectivas
novas quanto à ecologia e patogênese, tendo em vista novas fontes de infecção,
restando esclarecer sobre o tempo de viabilidade no ambiente, que experimentos
recentes indicam não ser permanente.
Auxílio
parcial de CNPq e FINEP.
96 / 1987
LIBERAÇÃO
DE Cu, Sn E Hg DE AMÁLGAMAS DENTAIS EM SALIVA ARTIFICIAL.
A.A. Del Bel Cury; L.A. Ruhnke; S. Consani
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
A corrosão
de amálgama dental como fator de insucesso clínico das restaurações de
amálgamas dentais é um fato consumado. Esse comportamento foi extensivamente
estudado por métodos eletroquímicos, mas poucas pesquisas têm sido realizadas
sobre a liberação de elementos específicos a partir de amálgamas.
A
finalidade da presente pesquisa é determinar a liberação de Cu, Sn e Hg de três
diferentes produtos, comerciais sem zinco. 25 amostras dos amálgamas Aristalloy
21, Ventura III e Standalloy F foram confeccionados e imersos em saliva
artificial. As amostras permaneceram nesta solução por 32 dias a condições ambientais
sob agitação constante. De tempos em tempos até 32 dias, amostras da solução
foram retiradas para análise dos elementos químicos Sn, Cu e Hg. As análises
foram realizadas por espectrofotometria de absorção atômica. Pelos resultados
obtidos foi observado que houve diferença significativa quanto a liberação de
Cu, Hg e Sn em relação ao tempo, entre os diferentes amálgamas. Quanto aos
amálgamas foi observado que em relação a liberação de Cu há diferença
estatisticamente significativa do amálgama Standalloy F em relação aos
amálgamas Aristalloy 21 e Ventura III. Liberação de Sn apresenta diferença
significante entre o amálgama Ventura III em relação aos amálgamas Aristalloy
21 e Standalloy 21 e Standalloy F apresentam diferenças estatisticamente significativa
em relação ao amálgama Ventura IIl. Conclui-se que os amálgamas estudados
mostram comportamentos diferentes em relação a liberação dos produtos de
corrosão em saliva artificial.
97 / 1987
MANOBRA
FUNCIONAL PREVENTIVA PARA MANUTENÇÃO DOS MOVIMENTOS MANDIBULARES.
F.M.C.
Martinez-Quintana; Y. Takahashi; M.A. de Cabrera; C. Cabrera-Peralta
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP
Em
condições normais somente 40-50% da capacidade total dos movimentos
mandibulares é utilizada habitualmente. Estados psicológicos desfavoráveis
promovem redução dos movimentos mandibulares através da estimulação de
complexos circuitos neuronais que inervam os músculos da mastigação,
deglutição, fonação, mímica e expressão facial. A estimulação desses circuitos
desencadeia reflexos neuromusculares que induzem a um aumento da tonicidade
muscular e diminuição da capacidade de trabalho. Esta limitação funcional
constitue um fator determinante para a implantação de bruxismo, fadiga muscular
e dor .
Baseada em
mecanismo fisiológicos de atividade neuromuscular, neste trabalho é proposta a
"Manobra Funcional Preventiva" que visa mlnimizar ou mesmo evitar as
disfunções buco-dentárias que tem como fator desencadeante as alterações
emocionais.
A
"Manobra Funcional Preventiva" consiste na realização diária de
movimentos mandibulares máximos, puros e combinados, com a finalidade de
promover estimulação mioneural intensa, maior que a habitual, afim de induzir a
ativação circulatória na região buco-dentária e consequentemente melhorar as
condições metabólicas, diminuindo o tônus muscular.
A
estimulação neuromuscular deve ser praticada por um período mínimo de 10 dias,
2 vezes ao dia, por 3-6 minutos. O esquema de estimulação deve ser repetido e
os períodos prolongados toda vez que for necessário, e ainda ser associado à
aplicação de massagens faciais e estimulação térmica, de acordo à necessidade
de adequação funcional de nervo-músculo-dente-ATM.
A adoção
desta manobra permite a manutenção dos movimentos mandibulares em condições
fisiológicas, preservando a capacidade máxima de função neuromuscular .
98 / 1987
MENSURAÇÃO
DAS VARIAÇÕES DA FORÇA MECÂNICA DESENVOLVIDA NA PONTA DA LÂMINA DE ELEVADORES
DE SELDIN ANGULADOS, PORTADORES DE DIMENSÕES -PROCEDÊNCIAS - DIFERENTES*
A.C.
Campos; C. Gregori; T.I. Tachibana
Departamento
de Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial -FOUSP
O objetivo
do presente trabalho foi obter uma mensuração acurada das variações da força
mecânica desenvolvida na ponta da lâmina de elevadores de Seldin angulados, de
números 1 R e 1 L, portadores de diferentes dimensões.
Foram
utilizados vinte e seis elevadores dentais, previamente usinados, com as
seguintes procedências: quatro americanos, quatro alemães e dezoito nacionais
de três marcas diferentes.
As
mensurações das dimensões dos elevadores foram obtidas do traçado geométrico no
desenho da projeção obtida de cada elevador, sobre um papel vegetal, aposto na
tela do projetor de perfil e também usando-se uma máquina de medir tridimensional
"Micro-Cord".
Após as
mensurações, estes elevadores foram submetidos a um dispositivo de ensaio de
elevadores (DEE). Assim, cada elevador desalojou a raiz dentária de resina de
um modelo do segmento posterior da arcada dentária mandibular, também em
resina. As raízes foram fixadas aos modelos com um selante à base de silicona
que, em nosso experimento desempenhou função semelhante a dos ligamentos
alvéolo dentários.
Após a
colocação do modelo da arcada dentária mandibular no DEE, posicionamos a ponta
da lâmina do elevador no espaço existente entre a raiz de resina e O modelo
suporte, e acionamos a manivela do DEE, imprimindo um movimento de rotação na
lâmina do elevador, resultando no desalojamento da raiz. Uma célula de carga,
disposta no fio de aço que traciona a polia do DEE, mediu a força desenvolvida
para o desalojamento da raiz, através de um impulso elétrico, transmitido ao
registrador potenciométrico. O registro gráfico da força permitiu- nos calcular
a força máxima.
Os valores
médios da força máxima medida na ponta da lâmina de elevadores de Seldin
angulados, de números 1 R e 1 L, permitiu-nos concluir, pela metodologia
proposta, que existem variações da força máxima presente na ponta da lâmina
destes elevadores, que pela procedência diversificada apresentam diferentes
dimensões.
Resumo da
tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, no
Curso de Pós-graduação em Clínica Odontológica, para obtevção do grau de
Doutor.
99 / 1987
NOVO
TREPONEMA SP ISOLADO DE PACIENTES
COM PERIODONTITE.
S.L.
Salvador; M. Suzuki; S.A. Syed; K.K. Makinen;P.L. Makinen; C.A. Edwards; W.J.
Loesche
Departamento
de Ciências da Saúde -FCFRP/ USP e Universidade de Michigan - USA
Utilizando-se
da técnica do poço, foi isolado um novo espiroqueta oral sacarolítico de
tamanho médio. O meio de cultura empregado para o isolamento foi
Tryptone-Yeastolate-glicose, suplementado com 10% de soro inativo de coelho
(M-TYGVS). A morfologia ultra-estrutural revelou que da extremidade das células
originavam-se 4 a 5 fibrilas axiais, proporcionando uma relação
."4-8-4/5-10-5". As células apresentavam 5 a 10 (m de comprimento e
0,20 a 0,28 (m de diâmetro. Diferentemente do T. denticola e T. vincentii, a
glicose e a pectina foram fermentadas resultando um pH final de 5,2-5,3. Este
espiroqueta difere do T. pectinovorum por não produzir H2S, fermentar a glicose
e produzir lactato e succinato como maiores produtos de fermentação. Este
microrganismo difere de T. socranskii por não produzir H2S, não fermentar a
frutose e não produzir o acetato como produto final. Nenhum dos 25
N-L-aminoacyl-2-naphythylamina ou azacol, azocaseína e elastina-orceína foram
hidrolisados, sugerindo que as células apresentam muito pequena ou nenhuma
atividade aminopeptidásica. Entretanto, uma enzima capaz de hidrolisar
rapidamente o substrato sintético para atuação da colagenase: phenyl
azobenzyloxycarbonyl-L-prolyl-L-leucylglycyl-L-prolyl-D-arginina (PZPLGPA) foi
isolada e purificada por Cromatografia líquida de alta eficiência (FPLC) em
colunas Mono Q e Superose. O peso molecular dessa enzima foi estimado em
100.000 daltones. Os resultados obtidos permitem verificar que apesar do novo
espiroqueta apresentar um limitado espectro proteolítico, produz uma importante
enzima proteolítica que tem atividade sobre o colágeno sintético.
100 / 1987
PAPEL DA
SIALOTOXINA I NO CONSUMO DE OXIGÊNIO, NO DIAFRAGMA DE RATOS.
M.C.
Boaventura; D. Teixeira; C. E. Pinheiro; J.A. Cury; J. L. José; S.M.S.
Agostinho
Departamento
de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP
Inúmeras
pesquisas têm comprovado a existência de diversos fatores biologicamente ativos
isolados das glândulas salivares. Alguns peptídeos, com atividades biológicas,
foram extraídos de glândulas submandibulares de camundongos machos e isolados
recentemente por PINHEIRO (1984). Foram já identificadas diferentes frações
destes peptídeos denominados de Sialotoxina I, II, III e IV, com efetiva ação
tóxica. O presente trabalho procurou verificar o efeito da Sialotoxina I sobre
o consumo de oxigênio do diafragma de ratos normais. Frações deste tecido foram
incubadas em frascos de Warburg, para determinação do consumo de oxigênio,
durante 90 minutos. Os ensaios biológicos foram constituídos de: Endógeno;
Endógeno + Glicose; Endógeno + Glicose + Insulina; Endógeno + Glicose +
Sialotoxina 1(0,10 mg/ml); e Endógeno + Sialotoxina I (0,10 mg/ml).
Através dos
resultados, verificou-se que a Sialotoxina I diminuiu o consumo de oxigênio e
que, mesmo na presença de insulina houve também uma significativa diminuição do
consumo de oxigênio. Deste modo, os resultados demonstraram que a Sialotoxina I
age no transporte de glicose, diminuindo-o, com ou sem insulina, significando
que a mesma deve estar agindo a nível de receptor , no mecanismo de transporte
e na via glicolítica.
101 / 1987
PATOLOGIA
BUCAL COMPARADA.
M.
L.Z.Dagli; J. L. Guerra; E. G. Birman
Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia -USP
Faculdade
de Odontologia -USP
É
indiscutfvel a importância do estudo da oncologia comparada, tanto para a
patologia humana, como para a patologia animal. Com este intuito, é feita uma
revisão de 170 casos de lesões bucais de cães, das quais 97 eram de natureza
neoplásica colecionadas no Departamento de Patologia da FMVZ-USP, num período
de aproximadamente 40 anos. São discutidos os aspectos clínicos, etiológicos e
histopatológicos, procurando-se estabelecer uma comparação com os mesmos
tumores na espécie humana. Constatou-se que a neoplasia bucal mais frequente em
nossa amostra foi o carcinoma epidermóide (26,8% dos casos), sendo que este
constitui no homem mais de 90% das neoplasias bucais. Diagnosticou-se casos de
melanoma em 9,07%; 10%, das neoplasias corresponderam aos mastocitomas, sendo
observados ainda sarcomas em 12,4%, papilomas em 21,6%, neurofibromas em 6,2% e
fibromas em 5,2% O aspecto histopatológico destas neoplasias não apresenta
diferenças das correspondentes na espécie humana. Ressalta-se aqui a
necessidade de se estabelecer prontuários clínicos mais detalhados, afim de se
obter melhor avaliação do comportamento biológico e da etiopatogenia das
neoplasias bucais que acometem os cães, enriquecendo o conhecimento da
patologia.
102 / 1987
PLACAS DE
MORDIDA EM PRÓTESE TOTAL - AVALIAÇÃO CLÍNICA
S. Russi
Departamento
de Materiais Odontológicos e Prótese - FOAR/UNESP
Investigou-se
clinicamente o efeito terapêutico de placas de mordida em portadores de
próteses totais os quais apresentavam sintomatologia dolorosa nas articulações
temporo-mandibulares ou na musculatura da cabeça e pescoço.
Inicialmente
foram avaliados 09 pacientes, tratados com placas construídas por metodologia
própria, desenvolvida pelo autor.
Os
resultados clínicos preliminares indicaram que em 80% dos casos houve uma
regressão total dos sintomas durante a primeira semana de uso das placas, sendo
que nos 20% dos casos restantes ocorreu a normalização dentro do período de 30
dias.
Concluiu-se
pela amostra estudada que o uso de placas para reposicionamento mandibular em
pacientes disfuncionados e portadores de próteses totais é um procedimento
terapêutico útil e perfeitamente viável.
103 / 1987
POSTURA DE
TRABALHO EM ODONTOLOGIA: AVALIAÇÃO DAS POSIÇÕES DO CIRURGIÃO-DENTISTA E DA
AUXILIAR ODONTOLÓGICA.
M.D.
Figlioli
Departamento
de Odontologia Social -FO/UNESP
Neste
trabalho, relacionamos os conceitos de equipamento funcional à postura e às
posições de trabalho do dentista e auxiliar, com o paciente deitado na cadeira
operatória.
Nosso
objetivo é contribuir com o estudo dos problemas relacionados com a postura em
odontologia, procurando obter posições de trabalho que permitam à equipe,
manter uma postura ergonômica durante todo o procedimento clínico.
Assim
sendo, registramos fotograficamente:
1. as
posiçqes do dentista destro em 7, 9 e 11 horas, e a auxiliar em 3 e 5 horas,
2. o
dentista e a auxiliar trabalhando em cada uma das respectivas posições, com o
equipo nas concepções 1/, 2/ e 3/, e a unidade auxiliar na concepção /1; para
cada posição, fotografamos a equipe nas fases de apreensão das pontas e de
preparos cavitários.
De acordo
com nossas observações, concluímos que:
1. o
equipamento odontológico deve possuir os requisitos necessários para a equipe
trabalhar sentada, com o paciente horizontalmente posicionado, mantendo postura
ergonômica,
2. para o
dentista, a posição de 7 horas é contra-indicada, sendo que as de 9 e 11 horas
são ideais,
3. a melhor
posição para a auxiliar, é a de 3 horas, a de 5 horas é indicada apenas para
manipulação de materiais,
4. o equipo
de concepção 3/ é ideal pois as pontas podem ser transferidas pela auxiliar,
ficando dentro do campo de visão da equipe e
5. a equipe
deve ter tudo ao alcance mínimo.
104 / 1987
PROGRAMA
PRÉ-ORTODÔNTICO ADOTADO PELOS ALUNOS DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FOP/UNICAMP.
M.H.C.
Almeida; M.B.B.A. Magnani; V. C. V. Siqueira; L. Teramoto; R. Salge Prata; C.
Aihara; V. Maraccini; R. C. Almeida
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Serão
apresentados em forma de painel fotográfico, diversos tipos de aparelhos
removíveis e alguns fixos empregados pelo Programa Pré-Ortodôntico, para os
diferentes tipos de maloclusões apresentados pelos pacientes da Clínica de
Ortodontia do Curso de Graduação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da
UNICAMP.
1.
Manutenção ou prevenção do fechamento de espaço pela perda prematura de dentes
decíduos. Mantenedores fixos, removíveis e estético funcionais.
2.
Recuperadores de espaço quando é possível o emprego de molas helicoidais, ou
tornos.
3.
Cruzamentos dentários anteriores, planos inclinados fixo e removíveis.
4.
Cruzamentos dentários posteriores: uni ou bi-laterais e mais complexos. Com uso
de tornos, mola de Coffin, progênico e quadri-helix.
5.
Interposição labial - bumper acoplado
aplaca de Hawley.
6. Hábitos:
fala -deglutição atípica, interposição lingual com mordida aberta - placa para
exercícios e grade palatina.
7. Mordida
profunda -placa de altura simples de Sved.
8. Programa
de extração seriada - arco lingual de Nance.
9. Mialgias
da A TM na dentadura decídua e dentição mistagoteira oclusal e estimuladas do
posicionamento correto dos condilos articulares.
10. Redução
do ponto B através de mentoneiras.
105 / 1987
PURIFICAÇÃO
DE LECTINA DE JACA E SUA INTERAÇÃO COM GLICOPROTEÍNAS SALIVARES E SÉRICAS.
C. Paulino
da Costa; N.J. Moral; J.A. Cury
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Em
comunicações anteriores mostramos que o extratoprotéico bruto (EB) de semente
de jaca (Artocarpul intagrifolia) reagia tamo com glicoproteínas do soro humano
normal (SoHN) e saliva humana normal (SaHN) como com soro e saliva de pacientes
com imonodeficiência hipogama (SoLC, SaLC). Estes resultados levaram a
suspeitar de que a lectina (jacalina) presente no EB não fosse específica para
IgA, o que poderia ser confirmado após sua purificação. Assim, jacalina foi
purificada por cromatografia de afinidade usando uma coluna de agarose-
D-galactose (Selectin 16, Pierce) conforme descrito por ROQUE-BARREIRA et al
(1986). As proteínas não ligadas foram eluidas com PBS 0,15M pH 7,2, e a
lectina com D-galactose 0,4M em tampão fosfato 0,01 M pH 7,2- Os picos de
proteínas foram reunidos dialisados contra água e liofilizados.
Após teste
de difusão em gel e imunoeletroforese contra SoHN, SoLC, SoLC e SaLC evidências
adicionais confirmaram de que jacalina não reage especificamente com IgA.
106 / 1987
A
REABS0RÇÃO RADICULAR DENTÁRIA EM ORTODONTIA: UMA ABORDAGEM
PREVENTIVA.
E.O.S.
Bacchi & C. O. G. Munoz
Curso de
Pós-Graduação em Ortodontia
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
Baseado em
trabalho experimental, o autor relata efeitos histológicos de estados
carenciais de Vitamina C sobre estruturas periodontais submetidas a situações
de "stress" biomecânico semelhantes aos provocados durante os
tratamentos ortodônticos, dando ênfase às lesões denominadas reabsorções
radiculares.
Ressalta a
importância de o clínico levar em conta estados carenciais subclínicos
(hipovitaminose C) que, embora não configurem situações de escorbuto, podem
gerar condições inadequadas para uma conveniente e rápida resposta dos tecidos
periodontais à mecânica ortodôntica.
107 / 1987
RECEPTOR
PARA PROLACTINA NA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO.
R.M.
Oliveira-Filho*; C.A.S.A. Minetti*;
L.B.S. Valle*; M.M. Oshiro** & P.E.P. Leite*.
Departamento
de *Farmacologia e +Histologia/Embriologia do Instituto de Ciências
Biomédicas/USP -05508 São Paulo (SP); ++Acadêmico da FOUSP.
A despeito
da grande quantidade de trabalhos acerca de andrógeno-dependência da glândula
submandibular (GSM) do camundongo por um lado, e das inúmeras evidências que
apontam a prolactina (Prl) como
importante agente modulador da expressão androgênica em vários órgãos alvo
por outro, praticamente inexistem na
literatura dados vinculando a Prl com essa glândula salivar .
Para
estudar os efeitos da Prl sobre a GSM, camundongos machos de 45 dias de idade
foram tratados com o antagonista dopaminérgico haloperidol (2,5 mg/kg s.c. por
dia, 10 dias), ou com prolactina (NIAMDD o Prl-14, 10 mg/kg i.p. por dia
10dias). Para estudar a possível interação andrógenos/prolactina, camundongos
fêmeas da mesma idade foram tratadas com propionato de testosterona (TP, 5
mg/animal, dose única s.c. 5 dias antes dos experimentos), com haloperidol, com
haloperidol + TP, ou com prolactina, como acima. Numa segunda série de
experimentos, camundongos machos e fêmeas normais de 45 dias foram usados para
estudo da presença de receptor para Prl na glândula. As GSM foram
hormogeneizadas em tampão PBS e a fração de membranas usada para ensaios de
união com [125I] oPrl.
Os
resultados obtidos nestes experimentos preliminares levam às seguintes
considerações (1) A Prl não mostrou efeito considerável no compartimento
andrógeno-dependente da GSM; (2) Isto foi corroborado nos grupos injetados com
a associação Halo + TP, onde o efeito do TP não foi incrementado em relação a
TP isoladamente; (3) Os ensaios de união de [125I] oPrl à GSM mostraram a presença
de sítios receptores específicos para este hormõnio (entre 10 e 25 fmo I/mg de
proteína) com alta afinidade (Ka = 2 a 8 x 1010 M-1 ); (4) Os dados disponíveis
não permitem atribuir uma localização exata para os receptores encontrados.
Experimentos estão em progresso no laboratório com o fim de estudar o possível
papel fisiológico da Prl na GSM.
Apoio Financeiro : FAPESP 86/2683-9 e 86/2139- 7.
108 / 1987
REPARAÇÃO
ALVEOLAR.INFLUÊNCIA DA METIL-PREDINISOLONA SISTÊMICA.
M.H. C.
Gallottíní; R.G. Jaeger; V. C. Araujo; N.S. Araujo
Disciplina
de Patologia Bucal -FOUSP
Em
sequência à trabalhos anteriormente realizados na Disciplina (Gallottini, MHC,
1987), foram analisados os efeitos da administração sistêmica, por via
subcutânea, do corticoesteróide metil-predinisolona (Depo-medrol, Up- Jonh), em
diferentes dosagens, no processo de reparação de feridas pós-exodônticas de
molares de rato.
Os animais
foram submetidos à técnica cirúrgica para remoção do primeiro molar superior
direito, posteriormente alojados em gaiolas e alimentadas com ração comercial
granulada e água "ad libitum".
Dois dias
antes da exodontia, os animais começaram a receber a droga, sendo esta
administrada diariamente até o sacrifício. Três doses distintas foram
utilizadas: 1 mg (grupo I), 0,5 mg (grupo II), 0,25 mg (grupo III). Em
princípio esperávamos sacrificar os animais em tempos de 24 horas, 7, 15, 21 e
30 dias, sendo realizados exame macroscópico e microscópico das peças ao H.E.
Os animais
do primeiro grupo mostraram grande perda de peso, indo a óbtido aos oito dias
pós-operatórios. Os animais do grupo II apresentaram também significativa perda
de peso, ocorrendo a morte aos 15 dias após a exodontia. Nos dois grupos,
microscopicamente foi evidenciado na região alveolar extensa área de
osteomielite, com grande formação de sequestro ósseo. O infiltrado inflamatório
era escasso, representado por neutrófilos e células mononucleares,
predominantemente no grupo II.
O terceiro
grupo apresentou animais com menor perda de peso que nos grupos anteriores.
Histologicamente, aos 20 dias, pudemos observar coágulos necróticos preenchendo
o alvéolo, infiltrado inflamatório mononuclear mais exuberante, e células
gigantes de permeio à fragmentos ósseos necróticos. Tecido ósseo reativo foi observado
à distância.
Frente a
esses resultados, acreditamos que uma dosagem de 0,25 mg, administrada a cada
quatro dias, poderá atenuar a intensa imunossupressão verificada, modulando
efetivamente a resposta inflamatória no alvéolo.
109 / 1987
RESULTADO
DO TRATAMENTO EFETUADO EM 30 PACIENTES COM DISFUNÇÃO DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
TRATADOS PELA ELETROESTIMULAÇÃO TRANSCUTÂNEA PERIFÉRICA.
R. T.L.S.
de Almeida; A. Nuti-Sobrinho; L.G. Brentegani; E. Ignácio
Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto -USP
Estudou-se
no presente trabalho, se a eletroestimulação transcutânea (EET), podia
modificar o quadro de dores articulares e musculares produzidas por alguma
disfunção do sistema estomatognático. A EET é um método não invasivo de
analgesia no tratamento de dores crônicas localizadas na cabeça, pescoço, face
e no tratamento de nevralgia do trigêmio, adaptando-se os eletrodos em locais
correspondentes aos nervos periféricos, em pontos de acupuntura ou ainda ao
redor da área dolorosa. Os resultados embora qualitativos mostraram que 90% dos
pacientes submetidos a este método, obtiveram o alívio da dor disfuncional
temporomandibular após a 3ª aplicação da estimulação.
111 / 1987
SIGNIFICAÇÃO
CLÍNICA DA INERVAÇÃO SUPLEMENTAR DE DENTES INFERIORES: ESTUDO ANATÔMICO DO
NERVO CERVICAL TRANSVERSO (CUTÂNEO DO PESCOÇO)
R.J. Cruz
Rizzolo; M. C. Madeira; V. de Freitras; J.M. Bernaba
Departamento
de Morfologia - Fac. Odont. Araçatuba/UNESP
Departamento
de Anatomia -IBBMA Botucatu/UNESP
Dificuldades
eventuais em se obter anestesia completa após o bloqueio do nervo alveolar
inferior têm levado os autores a suspeitar que o nervo cervical transverso
desempenha um papel especial na inervação de dentes inferiores. Dissecções
anatômicas dos ramos terminais deste nervo foram feitas para comprovar se a
suposição é correta ou não. O trabalho foi realizado em 25 cadáveres, sob
microscópio anatômico. Notou-se que os ramos ascendentes do nervo cervical
transverso perfuram o músculo platisma e se dividem na pele ao nível da borda inferior
da mandíbula. Ainda que tenham sido descritos numerosos pequenos forames no
aspecto lingual da borda inferior da mandíbula, dando passagem a vasos e
nervos, esta pesquisa não revelou nenhum ramúsculo do cervical transverso
penetrando em algum desses forames.
Do ponto de
vista clínico, se a dor persiste após injeção de rotina do nervo alveolar
inferior, uma anestesia complementar pode ser útil. Neste caso uma infiltração
dos tecidos moles ao nível da borda inferior da mandíbula entre premolares e molares
pode alcançar pequenos ramos de outros nervos que não sejam o cervical
transverso.
112 / 1987
SÍNDROME DA
DOR E DISFUNÇÃO MIO-FACIAL: FATORES IATROGÊNICOS.
J.T.T
Siqueira
Divisão de
Odontologia -Hospital das Clínicas -USP
O diagnóstico
de alterações mastigatórios (oclusais, articulares ou musculares) em pacientes
com história de dor facial (dores mandibulares, otalgias relexas, cefaléias
temporais, etc.), tem aumentado significativamente na atualidade.
Constituímos
uma amostra de pacientes deste grupo que está sendo submetido a tratamento e
controlado por período de até 3 anos.
A
incidência de alterações oclusais em próteses totais antigas ou inadequadas em
pacientes com queixa de dor facial tende a ser significativa em pacientes idosos,
confirmando nosso trabalho, observações prévias de outros autores.
A
importância de uma história clínica e exame conveniente para diagnóstico
diferencial. tratamento ou encaminhamento pelo Cirurgião-Dentista é ressaltada
nesta linha de pesquisa clínica.
113 / 1987
STAPHYLOCOCCUS
AUREUS: INCIDÊNCIA NA SALIVA DE PORTADORES ASSINTOMÁTICOS E SUSCETIBILIDADE A
12 ANTIMICROBIANOS, PELO MÉTODO DE KIRBY-BAUER.
I. Y. Ito;
A.M. Brito; B.S. Bellini; J.C. V. Salis; M.A. Kisere; M. Rosa Jr.; M. V. Grandini
Disciplina
de Microbiologia e Imunologia
Faculdade
de Odontologia da Fundação Educacional de Barretos
A
incidência de S. aureus em 140 alunos da Faculdade de Odontologia de Barretos
foi estimada por meio da análise de amostras de saliva. Foram coletados
aproximadamente 2,0 ml de saliva não estimulada, em tubos de ensaio de 20x 150
mm, contendo 5 pérolas de vidro esterelizados. De cada amostra 0,1 ml foi
depositado em placas de petri com meio seletivo (meio hipercloretado com gema
de ovo) e espalhado em toda a superfície com bastão de vidro em forma de L.
Essa metodologia permitiu isolar S. aureus de 77 acadêmicos (55,0%). Os
isolamentos ocorreram em 54 alunos do sexo masculino (59,3%) dentre 91
acadêmicos e em 23 (47,0%) de 49 pertencentes ao sexo feminino.
Quando
submetidas ao teste de sensibilidade a 12 antimicrobianos, pelo método de
Kirby-Bauer, as 77 cepas mostraram que a cefalotina foi mais eficaz, com 100,0%
de sensibilidade. Em seguida, pela ordem, surgiram: netilmicina (94,8%);
sulfametoxazol-trimetoprima (80,5%); ceftriaxone (76,5%). O antibiótico menos
eficaz foi a estreptomicina com 100,0% de resistência. Os antibióticos mais
indicados em Odontologia apresentaram os seguintes valores: lincomicina, 11,7%;
penicilina e ampicilina, 22,1%; tetraciclina, 50,6%; eritromicina e
cloranfenicol, 71,4% de sensibilidade.
114 / 1987
TERAPIA
PULPAR DE DENTES DECÍDUOS COM POLPA MORTIFICADA
R.M.P.
Rontani; C.F. Peters; M. Cebim
Faculdade
de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP
As autoras
pesquisaram o efeito de duas medicações tópicas intra-canal, no tratamento
endodôntico de decíduos com mortificação pulpar , através de análises
clínico-radiográficas. A amostra constituída de 42 dentes decíduos de crianças
com idade variando de 4 a 8 anos, foi dividida em dois grupos: o primeiro
constituído de 26 dentes, e o segundo de 16, utilizando-se como medicação de
espera, o formocresol e o tricresol-formalina, respectivamente. Todos os dentes
foram obturados com a pasta reabsorvível preconizada por GUEDES-PINTO, PAIVA
& BOZZOLA (19811, composta da associação: Rifocort(r),
paramonoclorofenol-canforado e iodofórmio. Firmadas nos resultados obtidos,
concluíram que, embora o tricresol-formalina tenha demonstrado alto poder
antisséptico, os melhores resultados foram obtidos quando se utilizou o
formocresol como medicação de espera.
115 / 1987
TIPO DE
TECIDO GENGIVAL REMOVIDO NA GENGIVECTOMIA COM O EMPREGO DA SONDA DEMARCADORA.
ANÁLISE HISTOLÓGICA.
S.R.P.
Orrico; B.E. C. Toledo; R.S.G.A. Rached; R. C. C. Lia
Faculdade
de Odontologia de Araraquara -UNESP
Foi
estudada uma faixa de tecido gengival removida na gengivectomia, quando a
incisão é realizada de 1 a 2 mm apical ao ponto determinado pelo uso da sonda
demarcadora, tendo em vista que a profundidade da sondagem é influenciada por
diferentes fatores, entre os quais, o estado do tecido. 28 biópsias, obtidas de
21 pacientes de 13 a 46 anos de idade foram analisadas morfologicamente com a
aplicação de um Índice Histológico Gengival (I.H.G.).
Os
resultados revelaram; em 68,86% dos casos um I.H.G. = 0, em 32,14% um I.H.G. =
1 relacionado com o ponto de demarcação e o fundo do sulco, e nenhuma evidência
de I.H.G. mais elevados. Esses resultados indicam que a incisão realizada de 1
a 2 mm apical aos pontos sangrantes, leva à remoção de uma faixa de tecido
gengival normal.
116 / 1987
TRANSPLANTE
AUTÓGENO DE CARTILAGEM HIALINA DE COSTELA, PRESERVADA EM GLICERINA, APÓS
REMOÇÃO DO PERICÔNDRIO, PARA O PROCESSO MALAR DE RATOS. ESTUDO HISTOLÓGICO.
T. Okamoto
& M.F.R. Gabrieli
Departamento
de Diagnóstico e Cirurgia -FOA/UNESP
Foi
estudado o comportamento de implantes de cartilagem hialina de costela,
conservada em glicerina após remoção do pericôndrio, no processo malar de
ratos. Para tanto, foram empregados 72 ratos (Rattus norvegicus, albinus,
Wistar), machos, com peso corporal variando entre 300 e 350 gramas, divididos
em 2 grupos de 36. Os animais do Grupo I (controle) receberam implantes de
cartilagem preservada em glicerina 98%, tendo sido mantido o pericôndrio. Os
animais do Grupo II (tratados), tiveram o pericôndrio removido previamente à
preservação em glicerina.
Seis
animais de cada grupo, correspondentes às repetições de cada condição
experimental foram sacrificados aos 5, 10, 20, 30, 60 e 120 dias de pós-operatório.
As peças obtidas seguiram tramitação laboratorial de rotina e cortes,
semi-seriados na espessura de 6 micrômetros, foram corados pela H/E para estudo
histológico. Nos limites das condições experimentais utilizados, puderam
concluir que a preservação em glicerina manteve a estrutura da cartilagem e o
material preservado mostrou-se bem tolerado como implante intra-ósseo. Por
outro lado, a reabsorção da cartilagem sem pericôndrio foi mais intensa e mais
rápida que a observada no grupo controle e, por outro lado, a neoformação óssea
foi mais rápida e intensa no caso dos implantes sem pericôndrio.
117 / 1987
TRANSPLANTES
AUTOGÊNICOS SUB-PERIÓSTICOS DE CARTILAGEM. ESTUDO EXPERIMENTAL EM COELHOS
(ORYCTOLLAGUS CUNICULLUS L.)*
J. L.
Santiago
Departamento
de Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial -FOUSP
Realizamos
um trabalho experimental sobre transplantes autogênicos de cartilagem, em
coelhos. Após serem submetidos ou não a um tratamento térmico, os transplantes
eram colocados sob o periósteo das patas anteriores dos animais. Observamos,
comparativamente, macro e microscopicamente os resultados do procedimento
cirúrgico efetuado. Os resultados encontrados permitiram as seguintes
conclusões:
1. Não
foram encontradas reações inflamatórias com infiltrado linfocitário ou
linfo-plasmocitário que evidenciassem rejeição com participação imunológica do
transplante praticado.
2.
Ocorreram áreas de calcificação dentro da estrutura cartilaginosa,
indistintamente, na cartilagem tratada ou não tratada.
3. Não foi
constatado aumento de crescimento do transplante em relação ao seu tamanho
original.
* Resumo da
tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, para
obtenção do título de Mestre em Clínicas Odontológicas.
118 / 1987
TRATAMENTO
DE DENTES TRAUMA TIZADOS.
M.I.S.
Côrtes; J. V. Bastos; L.A.F. Pimenta
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Selecionamos
pacientes de ambos os sexos, sem delimitação de faixa etária, que sofreram
traumatismo nos dentes anteriores permanentes.
Quando
necessário, realizamos a imobilização temporária de acordo com as diversas
técnicas preconizadas.
Nos casos
de fratura de esmalte ou de esmalte e dentina quando a polpa apresenta
vitalidade, nos limitamos a proteção pulpar indireta, usando cimento de hidróxido
de cálcio (Dycal) e restauração com resina fotopolimerizável. O controle desses
pacientes é mensal, através de exame radiográfico e provas de vitalidade
pulpar. Verificada a ausência de resposta aos testes de vitalidade e
confirmada, radiograficamente, rizogênese incompleta, continuamos o controle
até o completo fechamento do ápice ou até que surja alguma alteração clínica ou
radiográfica que nos conduza ao tratamento endodôntico radical.
Nos casos
onde o diagnóstico é necrose pulpar em dentes com rizogênese incompleta,
procedemos o tratamento endodôntico radical usando, na 1.º sessão, irrigação
com hipoclorito de sódio a 1% (solução Milton) e obturação provisória do canal
com pasta de hidróxido de cálcio PA e paramonoclorofenol (solução aquosa a 2%)
que permanece 30 dias. Na 2.º consulta, realizamos irrigação com solução de
hidróxido de cálcio e renovamos a obturação provisória com pasta de hidróxido
de cálcio PA e soro fisiológico. Na 3ª consulta, 30 dias após, realizamos exame
radiográfico para confirmar a presença da pasta de hidróxido de cálcio, até o
ápice. Quando verificamos ausência do material procedemos a nova obturação.
Quando o material está presente, marcamos nova consulta, 30 dias após, quando
renovamos a obturação provisória. Novas consultas são marcadas, seguindo a
sistemática descrita acima até o completo fechamento do ápice.
Nos casos
onde a polpa apresente vitalidade em dentes com rizogênese incompleta,
procedemos o tratamento endodôntico radical utilizando na 1ª sessão, irrigação
com solução de hidróxido de cálcio e obturação provisória com pasta de
hidróxido de cálcio PA e soro fisiológico. Nas consultas subsequentes
realizamos os mesmos procedimentos descritos para os casos de necrose pulpar
com rizogênese incompleta.
Nos casos
de dentes com necrose pulpar ou polpa vital e rizogônese completa, realizamos o
tratamento endodôntico de modo convencional e obturação provisória com pasta de
hidróxido de cálcio PA e soro fisiológico por 30 dias. Na 2ª consulta
procedemos a obturação pela técnica da condensação lateral, diante da ausência
de sinais e sintomas.
119 / 1987
ULTRA-ESTRUTURA
DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DE RATOS OBSERVADA ATRAVÉS DO MÉTODO DE CONGELAÇÃO
RÁPIDA.
I.
Watanabe* ; K. Ogawa** ; E. Yamada **
*
Departamento de Anatomia -ICB/USP
**
Departamento de Anatomia, Faculdade de Medicina da Universidade de Fuko- ka,
Japão
O método de
congelação rápida consiste em obter fragmentos de tecido vivo congelado sobre a
base polida de cobre puro. O dispositivo contém um tubo no interior de uma
câmara a qual é preenchida com o hélio líquido a -263ºC. O material a ser
congelado é levado através de uma haste contendo a base cilindrica de cobre. O
contacto das duas bases com a peça é por vários segundos e em seguida, as
mesmas são colocadas em um recipiente de nitrogênio liquido (-196º C) para
proceder a retirada dos blocos congelados. Para a presente pesquisa utilizamos
o equipamento RF-20, Eiko Engineering Co. do Departamento de Anatomia da
Faculdade de Medicina da Universidade de Fukuoka, Japão. Para o presente
trabalho, utilizamos a glândula submandibular de ratos.
Em seguida,
as peças foram mantidas em acetona absoluto contendo 4% de OSO4 a -90ºC,
durante 48 horas, tempo necessário para proceder a substituição em baixa
temperatura. A seguir, os blocos foram mantidos a -20ºC por várias horas e
elevou-se a temperatura gradualmente. Procedeu-se a lavagem por várias vezes em
acetona absoluto e incluídos em resina Epox 812. Corte ultra- finos foram
obtidos em ultramicrótomo LKB, corados com a solução de acetato de uranila a 4%
em 50% de etanol e de citrato de chumbo a 0,4%. As telas foram examinadas em um
microscópio eletrônico Hitachi, H-700, regulado para 200 Kv.
As
estruturas celulares de ácinos foram evidenciadas contendo numerosos reticulo
endoplasmático granular, mitocôndrias, núcleo volumoso e grânulos de secreção.
Foi notado um espaço intercelular que varia de 0,5 a 1 (m e também, a presença
de numerosos prolongamentos citoplasmáticos com características semelhantes
daquelas que apresentam no animal vivo.
120 / 1987
"UMA
NOVA TÉCNICA PARA A VISUALIZAÇÃO DA A.T.M. USANDO UM APARELHO PANTOMOGRÁFICO.
PARTE 1- DESCRIÇÃO DA TÉCNICA".
I.
Chilvarquer*. L.W: Chilvarquer; W. D. McDavid; R.P. Langlais; P. V. Nummikoski
.
Faculdade
de Odontologia -USP
Uma nova
técnica para a visualização da A. T .M. com um aparelho pantomográfico é
explicada e demonstrada, usando um phantom. Nesta técnica, o paciente é
deslocado para frente e para o lado oposto ao lado examinado. Radiografias
foram feitas usando a técnica proposta, as quais mostraram a A.T.M. com menor
distorção e mais detalhe do que as técnicas panorâmicas convencionais.
121 / 1987
"UMA
NOVA TÉCNICA PARA A VISUALIZAÇÃO DA A.T.M. USANDO UM APARELHO PANTOMOGRÁFICO.
PARTE II- POSICIONAMENTO BASEADO EM DADOS CLÍNICOS".
I. Chilvarquer* L.W. Chilvarquer; W. D.
McDavid; R.P. Lsnglais; P. V. Nummikoski; B.J. Glass
Faculdade
de Odontologia -USP
No primeiro
estudo desta série, uma nova técnica para a visualilação da A.T.M. foi
descrita. No presente estudo, demonstra-se que o posicionamento requerido para
a implementação desta técnica pode ser inferido pelo sexo, etnicidade e
distância biligomática do paciente. Tabelas para o posicionamento no Panoral
foram derivadas da análise dos dados de 196 pacientes. O uso destas tabelas
elimina a necessidade de uma radiografia submento-vertex adicional e a
consequente radiação advinda do uso desta.
122 / 1987
UTILIZAÇAO
DO EXAME RAOIOGRÁFICO PANORÂMlCO EM PACIENTES EDENTADOS.
S.M. Paulino;
C.B. Souza; L.C. Pardini
Faculdade
de Odontologia de Ribeirlo Preto -USP
Sem o
conhecimento das condições existentes nas estruturas ósseas de suporte da
prótese total, o tratamento de pacientes desdentados torna-se empírico e
inconfiável, uma vez que o tecido ósseo poderá estar albergando alguma
patologia. Assim, torna-se essencial, na prática odontológica, o exame
radiográfico dos pacientes desdentados, o qual auxiliará no planejamento da
prótese total. Todavia, tais pacientes não são rotineiramenre radiografados.
Com o
propósito de salientar a importância desse exame na confecção da prótese total,
realizou-se um estudo, utilizando a radiografia panorâmica, em 100 pacientes
desdentados, sendo 71 mulheres, entre 28 e 66 anos, e 29 homens, entre 30 a 70
anos.
Desses 100
pacientes, 65 não apresentaram qualquer anormalidade, tanto nas regiões dos
maxilares e mandíbula. Nos 35 restantes, encontraram- se: 8 fragmentos de raiz,
1 dente incluso, 17 lesões ósseas radiopacas, 1 lesão óssea radiolúcida.
Considerando
apenas 35 casos positivos, a distribuição desses achados, por radiografia
panorâmica, foi a seguinte: 27 panorâmicas com apenas um achado radiográfico, 6
radiografias com dois, e 2 radiografias com três.
A alta
incidência de achados positivos confirma a necessidade do exame radiográfico de
todos os pacientes desdentados antes da confecção da prótese total.
123 / 1987
VASOS
GENGIVAIS E DIABETE EXPERIMENTAL.
A.O.C.
Jorge; P.D. Novaes; O.P. Almeida; M.R. Vizioli
Disciplina
de Patologia -FOP/UNICAMP
Está bem
estabelecido que a diabete experimental em ratos através da aloxana, modifica a
resposta inflamatória tornando o animal mais suscetível a infecção. A
permeabilidade vascular provocada por mediadores químicos, tipo histamina e
serotonina, está diminuída em animais diabéticos. Existem evidências de que a
migração celular, nas diferentes fases da inflamação, está diminuída na
deficiência de insulina. Na gengiva há uma constante migração de neutrófilos e
exsudação vascular, e os mecanismos que controlam a formação do fluído gengival
não são conhecidos. Embora haja similaridades morfológicas entre as alterações
dos vasos gengivais com a de outros tecidos inflamados, é possível que a
fisiologia e os mediadores envolvidos sejam diferentes. Fizemos um estudo
quantitativo da permeabilidade vascular do músculo cremáster e da gengiva de
ratos normais e diabéticos. No músculo cremáster houve evidente redução do
aumento da permeabilidade nos animais diabéticos, entretanto os resultados
obtidos até o momento indicam que nos vasos gengivais não houve diferenças nos
dois grupos. Estes resultados sugerem que os mecanismos envolvidos na
permeabilidade dos vasos gengivais responsáveis pela formação do fluído
gengival, são diferentes do que ocorre na reação inflamatória em outros
tecidos.
124 / 1987
VERIFICAÇÃO
DA CAPACIDADE ANTIBACTERIANA DE "ESTERILIZADORES" QUE UTILIZAM LUZ
ULTRAVIOLETA.
G.R.
Melo;M.G.B. Ribas,.C.C. Miranda Netto
Faculdade
de Odontologia -UFMG
Para verificar-se
a eficácia dos chamados "esterilizadores" cujo princípio ativo é a
luz ultravioleta, selecionamos instrumental que o dentista usa na clínica
cotidiana, como espátula, tesoura, seringa, fórceps, pinça goiva, alavancas,
que foram submetidos à ação do aparelho citado.
Cada
instrumento era primeiramente lavado rigorosamente com água, sabão e escova; em
seguida, era levado à estufa de ar quente para secagem. Depois de seco era
levado à câmara asséptica onde cada parte do instrumento - por ex. fórceps: cabo:
parte externa e parte interna; mordente: parte externa e interna, na
intercessão parte superior e inferior - era pincelada com uma cultura de 24
horas de E. coli, S. faecalis e S. mutans. Cada instrumento era pincelado com
um único germe e a operação era repetida para cada germe. Com o auxílio de uma
pinça autoclavada o instrumental era levado ao aparelho de U. V. e deixado por
10, 20, 30, 60 e 120 minutos.
Depois do
tempo aprazado em câmara asséptica cada parte do instrumento era friccionado
com bolinhas de algodão estéril - duas para cada parte do instrumento e
inoculavam-se em tubos de caldo tioglicolato - sendo no incubado e maerobiose e
outro em anaerobiose (CO2 + N2), ambos a 37ºC. Leituras eram feitas com 24, 48
e 72 horas para aerobiose e 6 dias para anaerobiose.
Usando,se a
mesma técnica de contaminação em outra parte do experimento testamos os mesmos
instrumentos somente esterilizados em autoclave.
Verificamos
que em nenhum dos tempos examinados, isto é, no prazo máximo de 2 horas, o
aparelho que utiliza a luz ultravioleta não foi capaz de impedir o crescimento
de E. coli, S. faecalil e S. mutans, tendo sido observado um crescimento mais
acentuado no instrumental previamente autoclavado.
Frente a
estes resultados não se recomenda a utilização dos chamados
"esterilizadores" de luz ultravieleta para instrumental odontológico
de clínica.