1  / 1986

 

AÇÃO DOS RAIOS X SOBRE A ODONTOGÊNESE. ESTUDOMORFOLÓGICO.

L. T. O. Ramalho; L. S. Utrilla; N. C. Roslindo

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

A despeito das inúmeras informações, a respeito da resposta biológica à irradiação, poucas são aquelas referentes a atuação dos Raios X, incidentes sobre o folículo dentário.

Em pesquisa anterior, verificamos que houve comprometimento dentinário nos molares em desenvolvimento de ratos jovens submetidos aos Raios X.

No presente trabalho, avaliaremos a ação precoce da irradiação, sobre o dente em formação de conceptos. Para tanto, irradiamos a rata prenhe, com dose única de 300 R, incidentes sobre a região abdominal, no 10º dia de gestação.

A ninhada foi sacrificada em períodos compreendidos entre 5 a 30 dias de idade, sendo o material submetido a análise histomorfológica, que demonstrou alterações mais freqüentes nos ameloblastos e esmalte quando comparados com os odontoblastos e dentina.

Estas alterações eram principalmente nucleares, perda do alinhamento celular usual e ausência na produção de matriz do esmalte, o que evidencia a intensidade da lesão promovida pelos raios X quando aplicados precocemente sobre um tecido em formação, pois sabemos que o núcleo é a fonte de toda a maquinaria de síntese celular e de informação genética.

 

 

2  / 1986

 

ALTERAÇÕES CRISTALOGRÁFICAS E DE DUREZA DAS LIGAS Cu-Al INFLUENCIADAS POR FONTES DE CALOR.

G. S. Veronesi; S. Consani; L A. Ruhnke .

Departamento de Materiais Dentários. Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Para a confecção dos corpos de prova foram utilizadas três ligas de composição básica Cu-Al, conhecidas comercialmente pelas marcas Goldent, Ideolloy e Duracast.

Os padrões de cera, obtidos em matriz metálica simulando preparo de classe II, foram incluídos rotineiramente de acordo com a técnica da expansão térmica do revestimento. Para cada tipo de liga foram incluídos 15 padrões de cera. As fontes de calor utilizadas para fundição das ligas foram de gás/ar, oxigênio/gás e eletricidade. Para cada fonte de calor foram obtidos 5 corpos de prova de cada liga. Após a fundição, os corpos de prova foram removidos do revestimento, limpos e submetidos ao polimento metalográfico. As superfícies polidas foram examinadas sob teste de dureza superficial Knoop, com o penetrômetro calibrado para 100 gramas de carga axial. Em seguida, as amostras foram analisadas metalograficamente utilizando como reagente a solução de água oxigenada e amônia (1/1).

Os resultados obtidos indicam que existe uma influência marcante das fontes de calor sobre a distribuição e orientação cristalina e sobre a dureza superficial das ligas.

 

 

3  / 1986

 

ALTERAÇÕES HISTOMORFOLÓGICAS INDUZIDAS PELA BENZOILMETILECGONINA NA GLÂNDULA SUBLINGUAL DE CAMUNDONGOS.

A. S. Martini; R. D. Ribeiro; C. C. A. Reis; R. A. Lopes; L. S. Utrilla

Departamento de Ciências Biológicas. Faculdade de Ciência Farmacêuticas - UNESP

Departamento de Ciências Patológicas. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Princípios Ativos, Nat. e Toxicológicos. Faculdade de Ciências Farmacêuticas -UNESP

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

As sublinguais são glândulas mistas que completam sua diferenciação no camundongo adulto. São estruturas predominantemente mucosas, apresentando-se sob a forma de ácinos simples em sua maioria e alguns poucos acoplados por células serosas com disposição destas em formas de meia lua. O presente trabalho tem por objetivo verificar as alterações estruturais e morfológicas induzidas pela benzoilmetilecgonina (BME) na sublingual de camundongos jovens. Animais de 27 dias foram tratados com 50 ug de cloridrato de B.M.E. (i.p.) durante 16 dias. Os resultados obtidos foram: 1) Nos ácinos simples, as células mucosas estão palidamente coradas e de aspecto bem vacuolar. 2) Nos ácinos mistos, a porção serosa é mínima freqüentemente constituída por uma única célula cubóide e acidófila. 3) Os ductos estriados estão revestidos por epitélio prismático baixo, cujas células apresentam irregularidade nas estrias basais. As alterações ocorridas principalmente ao nível dos ductos dessas glândulas poderiam ser justificadas em parte, pelo processo de atuação da B.M.E. que interfere bloqueando o mecanismo de transporte ativo responsável pela captação neuronal de catecolaminas.

 

 

3  / 1986

 

ALTERAÇÕES HISTOMORFOLÓGICAS INDUZIDAS PELA BENZOILMETILECGONINA NA GLÂNDULA SUBLINGUAL DE CAMUNDONGOS.

A. S. Martini; R. D. Ribeiro; C. C. A. Reis; R. A. Lopes; L. S. Utrilla

Departamento de Ciências Biológicas. Faculdade de Ciência Farmacêuticas - UNESP

Departamento de Ciências Patológicas. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Princípios Ativos, Nat. e Toxicológicos. Faculdade de Ciências Farmacêuticas -UNESP

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

As sublinguais são glândulas mistas que completam sua diferenciação no camundongo adulto. São estruturas predominantemente mucosas, apresentando-se sob a forma de ácinos simples em sua maioria e alguns poucos acoplados por células serosas com disposição destas em formas de meia lua. O presente trabalho tem por objetivo verificar as alterações estruturais e morfológicas induzidas pela benzoilmetilecgonina (BME) na sublingual de camundongos jovens. Animais de 27 dias foram tratados com 50 ug de cloridrato de B.M.E. (i.p.) durante 16 dias. Os resultados obtidos foram: 1) Nos ácinos simples, as células mucosas estão palidamente coradas e de aspecto bem vacuolar. 2) Nos ácinos mistos, a porção serosa é mínima freqüentemente constituída por uma única célula cubóide e acidófila. 3) Os ductos estriados estão revestidos por epitélio prismático baixo, cujas células apresentam irregularidade nas estrias basais. As alterações ocorridas principalmente ao nível dos ductos dessas glândulas poderiam ser justificadas em parte, pelo processo de atuação da B.M.E. que interfere bloqueando o mecanismo de transporte ativo responsável pela captação neuronal de catecolaminas.

 

 

5  / 1986

 

ALTERAÇÕES NO EPITÉLIO PALATINO DE EMBRIÕES DE RATOS, CUJAS MÃES FORAM SUBMETIDAS AO ALCOOLISMO. RESUL TADOS PRELIMINARES.

G. Maia Campos; S. O. Petenusci; M. G. C. Mattos; M. G. D. Contrera; L. G. Brentegani; R. A. Lopes

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Foram utilizados fetos de ratos albinos, variedade Wistar, cujas mães foram submetidas ao alcoolismo durante todo o período de gestação. Para tal empregaram-se aguardente de cana a 20% e etanol a 20% na água do bebedouro. Os animais controles beberam água pura. Todas as ratas tiveram livre acesso à água ou mistura alcoólica e à ração triturada. Os fetos foram colhidos, pesados, fixados em alfac, incluídos em parafina e os cortes sagitais foram corados pelo HE. Resultados: 1) a quantidade de líquido ingerido foi igual a 31,20 ml/24h para o grupo controle, 32,52 ml/24h para o do aguardente e 23,70 ml/24h para o do etanol; 2) a quantidade de alimento ingerido foi igual a 24,15 g/24h para o controle, 20,77 g/24h para o grupo de aguardente e 15,85 g/24h para o grupo do etanol; 3) o peso das placentas foram, respectivamente para os grupos controle, aguardente e etanol, iguais a: 0,55 g, 0,57 g e 0,55 g; 4) o peso dos embriões foram: 5,56 g, 2,61 g e 4,48 g respectivamente; 5) o volume nuclear das células da camada basal do epitélio palatino foi igual a 159,92 (m3 + 6,55 para o feto controle, 134,71 (m3 + 9,04 para o feto do grupo aguardente e 111,89 (m3 para o do grupo etanol; 6) o volume nuclear das células da camada espinhosa foi igual a 170,24 (m3 + 7,10 para o controle, 134,62 (m3 + 5,53 para o grupo aguardente e 114,84l(m3 +  para o grupo etanol.

 

 

6  / 1986

 

ALTERAÇÕES VOLUMÉTRICAS SOFRIDAS POR ALGUNS ALGINATOS FRENTE A DIVERSAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAGEM

J. C. Battistuzzo; R. S. Filho; L. R. M. Martins; J. R. Lovadino .

Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia Piracicaba- UNICAMP

O alginato, material moldador altamente sensível às condições do ambiente, foi estudado, tendo-se em mira detectar qual a melhor condição de armazenagem. Para tanto, os autores utilizaram-se de três marcas de alginato (Jeltrate, Jelprint, e Xantalgin) encontrados no mercado e após manipulação de acordo com as indicações do fabricante. confeccionaram corpos prova, a partir de matriz cujo volume é conhecido. Em seguida, cada grupo de 5 corpos de prova de cada um dos três materiais utilizados era armazenado em: toalha de papel umedecida, envolvendo o corpo de prova; em refrigerador doméstico; em ambiente com umidade relativa de 98% (obtido com solução saturada de Carbonato de Sódjo) e exposto ao meio ambiente.

Utilizando-se de um dilatômetro de mercúrio desenvolvido pelo autor, foram feitas medições das alterações volumétricas sofridas pelos corpos de prova, armazenados nas diversas condições acima descritas, após 15, 30 e 60 minutos do início da mistura água-pó.

Observou-se que, na impossibilidade do vazamento do gesso de imediato, o melhor resultado obtido foi aquele em que os corpos de prova foram armazenados em toalha umedecida, durante 15 minutos. O segundo melhor resultado, obtivemos após 15 minutos armazenados em ambiente fechado altamente umidificado. Em seguida, quando o corpo de prova era deixado no ambiente e finalmente quando armazenado em refrigerador.

Após 30 minutos as alterações volumétricas (contração) cresceram proporcionalmente nos diversos ambientes.

Pelo exposto, os autores consideram conveniente o vazamento do modelo imediatamente após a moldagem, ou quando isso for impossível, deve ser feito armazenagem envolvendo-se o molde em toalha umedecida ou em ambiente com umidade controlada, porém, por período não maior do que 15 minutos.

 

 

7  / 1986

 

ALTURA FACIAL EM PACIENTES COM PERDA DOS PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES. ESTUDO RADIOGRÁFICO.*

S.A. Torres; T. Sakima; A. Mendes; A. A. Santos

Departamento de Clínica Infantil. Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

Departamento de Ciências Biológicas. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara- UNESP

Verificamos as possíveis alterações da altura facial em pacientes com perda dos primeiros molares permanentes inferiores em ambos os sexos e em diversas faixa etárias, por meio de estudo em telerradiografias.

Foram selecionados 100 indivíduos da Rede Escolar de 1( grau do Município de Araraquara/SP, compreendidos em dois grupos de 50 elementos cada um (grupo experimental e grupo controle). Em cada grupo foram selecionados 25 indivíduos do sexo feminino e 25 indivíduos do sexo masculino, subdivididos em 5 faixas etárias, variando de 114 a 174 meses, com um intervalo médio entre cada uma delas de 12 meses.

Dos traçados cefalométricos foram tomadas três medidas angulares (PHF, PM, ANB, ENA.Xi.Pm) e três medidas lineares (N-ENA, ENA- Me, N-Me) que, em função dos dados obtidos nesta pesquisa, podemos concluir que:

1 -A presença ou ausência dos primeiros molares permanentes inferiores não foi um fato que houvesse influenciado os dois grupos estudados.

2 -Os indivíduos do sexo masculino apresentaram valores maiores nas variáveis estudadas, quando comparados com os do sexo feminino, entretanto, quando comparamos os indivíduos dentro do mesmo grupo não verificamos uma grande variação.

3 -Nas diversas faixas etárias foi observado um aumento na altura facial anterior, sendo a face inferior a responsável direta pelo mesmo.

4 -Frente à escassez de informações na literatura sobre os efeitos da perda dos primeiros molares permanentes na altura facial anterior, acreditamos que estudos complementares poderiam ser levados em grupos homogêneos, onde se levaria em consideração além do sexo e faixa etária, outras variáveis, tais como a classificação de má oclusão e o padrão esquelético

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Trabalho subvencionado pela Capes

 

 

9  / 1986

 

ANÁLISE DE PROJETOS DE PRÓTESES PARCIAIS REMOVÍVEIS

ELABORADOS POR 10 LABORATÓRIOS DE PRÓTESES COMERCIAIS.

W.B. Oliveira.; D. Vinha**

 

* Departamento de Odontologia Clínica e Restauradora. Universidade Federal de Uberlândia

** Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Quando se analisa o desempenho das próteses parciais removíveis, constata-se que parece existir mais fracassos do que sucesso. Mas estes fracassos não devem ser imputados às peças protéticas em si. São decorrentes da inobservância de princípios biomecânicos no seu planejamento. Cada componente da prótese deve ser cuidadosamente desenhado e projetado, visando obter-se o máximo de estabilidade da peça e respeito aos tecidos de sustentação. Para isso, há necessidade de um correto diagnóstico do paciente e de um profundo conhecimento de anatomia, fisiologia, fonética, oclusão, estética e diversos outros, que só o Cirurgião-dentista é detentor .

Por entender que os protéticos, embora importantíssimos auxiliares, nem sempre conseguem desenhar e projetar, corretamente, uma prótese parcial removível,foi que o autor se propôs a analisar projetos de próteses parciais removíveis, elaborados por 10 laboratórios de próteses comerciais.

Selecionou-se pacientes portadores das 4 classes de dentados parciais de KENNEDY .Os modelos, com os seus antagonistas, foram duplicados, formando-se 10 "kits" que continham um modelo superior e inferior de cada classe. Cada "kit" foi mandado para 1 laboratório, para que sobre eles se projetassem as estruturas de próteses parciais removíveis.

Os esboços foram analisados, segundo os itens: apoios oclusais, retentores, conectores maiores, conectores menores e selas.

Uma última análise foi feita com relação à eficiência dos laboratórios.

Os resultados mostraram o que já era esperado: projetos muito díspares, ora com falta ora com excesso de detalhes e, no geral, com total desrespeito aos tecidos de sustentação.

 

 

 

10  / 1986

 

ANÁLISE DO TEOR DE FLÚOR NO LÍQUIDO AMNIÓTICO EM GESTANTES CLINICAMENTE NORMAIS, NO TERCEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO *

T. G. Femandes

Departamento de Odontologia -UFRN

No presente estudo, em 37 gestantes clinicamente normais, no terceiro trimestre da gestação, verificou-se o teor de flúor no líquido aminiótico. Para isto, foi feita uma subdivisão em grupos: controle (GI) e experimentais (GII e GIII). O GI se constituiu de gestantes que não tomaram flúor; o GII, por gestantes que beberam água de abastecimento público contendo, 0,7 ppmF- e o GIII, por gestantes, que além de beberem água a 0,7 ppmF- foram suplementadas com complexo vitamínico, contendo 1 mg de flúor. Se fez uso do potenciômetro digital 701 A, da ORION, para determinação do teores de flúor. Nos resultados apresentados, constatou-se (x =10,7 e sd = 7,3 no GI, (x = 11,0 e sd = 4,0 no GII, e (x = 11,2 e sd = 4,2 para o GIII. Percebeu-se desse modo, através dos desvios padrões, que o GI continha flúor, mesmo por incorporação natural; porém quando comparado com os demais grupos, não apresentou diferença estatisticamente significativa. Concluindo, se demonstrou, também haver correlação do teor de flúor no líquido amniótico com a variável idade da gestante, bem como entre o teor de flúor e a paridade. Não havendo entretanto, correlação entre a idade da gestação e o teor do íon no líquido amniótico.

* Tese de Mestrado -Curso de Mestrado em Odontologia Social da UFRN Orientadores: Renato Leite de Carvalho, Jaime Aparecido Cury, Aldemir José de Albuquerque.

 

 

 

11 / 1986

 

ANÁLISES DA VARIAÇÃO DE CONSISTÊNCIA DO ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL UTILIZADOS COMO SELADOR EM PULPECTOMIAS. ESTUDO HISTOMORFOLÓGICO EM CÃES.

R. C. C. Lia*; E. Harrán**; C. B. Neto*; E. Martín***; M. R. B. Oliveira

* Departamento de Fisiologia e Patologia. Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara -UNESP

** Cirurgião-Dentista (Endodontia)

*** Departamento de Anatomia e Veterinária. Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade Nacional de Rio Cuarto. Argentina

A preparação biomecânica do sistema de canais radiculares e sua obturação, significa na maioria dos casos uma agressão física e química para o côto pulpar, não descartando-se a possível contaminação bacteriana.

O objetivo desta pesquisa foi avaliar o potencial de irritabilidade de pastas, de óxido de zinco e eugenol com consistências variadas utilizadas na obturação de canais radiculares.

Assim efetuou-se a pulpectomia em 48 canais radiculares de cães adultos jovens, que em seguida receberam obturação com óxido de zinco e eugenol de consistência considerada como fluída (0,08 ml de líquido para 0,20 mg de pó) e densa (0,08 ml de líquido para 0,40 mg de pó).

A análise histomorfológica aos 180 dias mostrou a nível apical e periapical, persistente infiltrado inflamatório em grau discreto para a consistência fluida e grau não significante/discreto para a densa, concluindo-se que a maior quantidade de eugenol livre é responsável por maior irritação.

 

 

 

12  / 1986

 

Análise ultraestrutural da participação dos ameloblastos no início do processo de calcificação da dentina.

A. W. Almeida; M. L. P. Almeida; E. Katchburian

Departamento de Histologia e Embriologia. Instituto de Ciências Biomédicas - USP

As primeiras etapas do processo de mineralização da dentina é assunto muito controvertido. Discute-se ainda se os primeiros depósitos cristalinos aconteceriam sobre as fibrilas colágenas ou com a participação das vesículas da matriz.

Estudando a ultraestrutura de germes dentais de ratos com 3 a 4 dias de idade (fase de campânula), verificamos que a temperatura do líquido fixador é fator fundamental para a melhor preservação de macromoléculas encontradas na matriz do manto dentinário. .

 

Utilizando métodos de preparação do material convencionais, e outros onde se promove a prévia "coloração" em bloco, coletamos dados que sugerem fortemente que há uma participação da secreção dos amelobastos na fase de início de mineralização da dentina. Tal secreção parece ser molde para a deposição de material mineral. 

Os achados sugerem ainda, que a secreção dos ameloblastos envolve as fibrilas colágenas secretadas pelos odontoblastos. Assim, acreditamos que nesta fase exista a participação dos dois tipos celulares na formação da primeira frente de calcificação que será ulteriormente o limite amelodentinário.

* Trabalho subvencionado pelo CNPq.

 

 

 

13   / 1986

 

ANOMALIAS DENTAIS EM CRIANÇAS. ESTUDO CLÍNICO E RADIOGRÁFICO.

 

M. R. B. Oliveira**

* Departamento de Clínica Infantil- UNESP/Araraquara

** Departamento de Fisiologia e Patologia -UNESP/Araraquara

 

As anomalias dentais são as diversas alterações que podem sofrer os dentes, determinadas por causas hereditárias, congênitas e por transtornos do desenvolvimento após o nascimento.

O desenvolvimento dessas anomalias são detectados freqüentemente durante os exames normais de rotina.

A maioria das anomalias dentais evidenciam-se durante a infância.

DAHLBERG divide os dentes em:

1 -Estáveis: aqueles que embora podendo sofrer anomalias, são menos freqüentes.

2 -Instáveis: sofrem mais comumente anomalias.

Uma classificação de anomalias da dentição é de grande valor para o clínico que procura a realização de um diagnóstico.

Em vista que a maioria dos defeitos dos dentes e das estruturas de sustentação são consideradas alterações da anatomia normal, utilizamos os constituintes anatômicos dos dentes e de sustentação como princípios fundamentais da classificação.

Assim as anomalias dentais são divididas em cinco categorias relatadas pelo desenvolvimento deficiente ou excessivo durante os estágios embrionários do desenvolvimento do dente.

1)Anomalias de número de dentes

2)Anomalias de forma de dentes

3) Anomalias de estrutura e textura dos dentes

4) Anomalias de erupção e exfoliação dos dentes

5) Anomalias de posição dos dentes.

O nosso estudo avalia as variações entre os diversos tipos de anomalias, detectados clínica e radiograficamente durante os exames normais nas crianças.

Concluimos, que as anomalias mais freqüentes encontradas em nosso estudo foram as anomalias de número de dentes (dentes supranumerários e ausência de dentes) acompanhados pelas anomalias de forma (dileceração, flexão) e defeitos hipoplásicos resultantes de trauma, doenças exantemáticas ou síndromes genéticos.

 

 

 

14  / 1986

 

APLICAÇÃO TÓPICA DE SOLUÇÃO AQUOSA DE NaF A 2%, pH 3.6, SOBRE ESMALTE E DENTINA DE RATO.

R. S. Fillo; S. Consani; M. Goes

Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

1( M.I.E., de ratos adultos, previamente desgastados em sua fase oclusal, sofreram aplicação tópica de solução aquosa de NaF a 2% pH 3.6, durante 1 minuto. O 1( M.I.D. sofreu o mesmo tipo de desgaste, porém não recebeu a aplicação tópica. Os dentes não receberam nenhum tipo de proteção, tendo permanecido, tanto a dentina como o esmalte, expostos ao meio bucal, durante todo o transcurso do experimento. Os animais, receberam dieta cariogênica, composta de 80% de ração para ratos, sem antibiótico, 10% de açúcar refinado, 10% de leite em pó integral e água fluoretada.

A data do sacrifício dos animais variou do imediato, 5, 30 e 60 dias. Foram efetuadas observações -macroscópicas, através de lupa binocular c/ 5x de aumento, avaliando-se os aspectos: molar cariado (dentina exposta de tonalidade escura), não cariado (dentina clara e de aparência luminescente) e observações microscópicas, avaliando-se: exposição pulpar, pulpite, necrose e polpa normal. Em nível percentual, foram observados os seguintes resultados:

                       Índice % de cárie                                 Índice % da vitalidade pulpar

                    1( MID        1( MIE                                    1( MID              1( MIE

Imediato         0,00%        0,00%               Imediato        100,00%             100,00%

    5 dias          0,00%        0,00%                5 dias              20,00%            100,00%

  30 dias         73,33%      13,33%              30 dias             13,33%             73,00%

  60 dias       100,00%      20,00%              60 dias              20,00%            80,00%

 

Obs.: No primeiro ensaio, foram utilizados 45 animais. Na etapa complementar, 20.

 

 

 

15  / 1986

 

ASPECTOS DA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA EM GRUPO DE 30 PACIENTES.

C. R. Costa

Instituto Paulista de Odontologia

Tendo em vista o grande interesse despertado em nosso meio pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), temos acompanhado o serviço de rotina do Instituto de Saúde, realizando exame estomatológico em pacientes de risco. Assim seguimos uma amostra de 30 pacientes que perfaziam um grupo ARC e AIDS característico com obtenção de exames comprobatórios. A amostra constitui-se exclusivamente de homens, sendo 16 homossexuais, 2 heterossexuais e 12 bissexuais com idade de 20 a 45 anos (Idade média 30.5 anos). No decurso do acompanhamento dos pacientes a história médica revelava linfoadenopatia generalizada, perda de peso, quadro de diarréia intermitente, febre, além de outros sinais e sintomas.

Ao exame bucal pudemos observar que 70% apresentaram candidose sob a forma pseudomembranosa e atrófica (comprovadas por cultura em várias localizações, principalmente palato, língua e mucosa jugal). Entre as neoplasias destacou-se o Sarcoma de Kaposi confirmado histológicamente, não tendo neste grupo de pacientes sido encontrados outros tipos de neoplasia. Associadamente encontramos presença de lesões sifilíticas e a lesão clinicamente chamada de "leucoplasia pilosa" (Silvermann84).

Esta pequena amostra nos induz a discutir os problemas de diagnóstico da AIDS pelo C.D. tendo em vista principalmente a grande frequência de candidose sem presença de fatores locais ou independentemente de problemas sistêmicos expressivos. Ressalta-se a importância dos cuidados gerais do C.D. não só frente a esta síndrome tão discutida e atual com às demais doenças infecciosas no nosso meio.

 

 

 

16  / 1986

 

ASPECTOS ULTRA-ESTRUTURAIS DO EPITÉLIO SULCULAR ORAL NA GENGIVA HUMANA CLINICAMENTE NORMAL E NA ALTERADA PELA

DOENÇA PERIODONTAL, NO MESMO INDIVÍDUO

M. F. M. Grisi; F. E. Pustiglioni; S. Kon; P. A. Abrahamsohn

Faculdade de Odontologia -USP

Instituto de Ciências Biomédicas -USP

A leitura revelou poucos estudos ultra-estruturais do Epitélio Sulcular Oral na normalidade e na doença periodontal, não havendo dados comparativos no mesmo indivíduo.

O objetivo do trabalho foi, com auxílio da microscopia eletrônica, comparar o Epitélico Sulcular Oral na gengiva humana clinicamente normal e na alterada pela doença periodontal crônica.

Na pesquisa, utilizamos biópsias de 5 (cinco) pacientes, que não haviam sofrido tratamento periodontal anterior e que apresentavam dentro da cavidade bucal, áreas clinicamente normais e áreas afetadas pela doença periodontal crônica. As áreas foram classificadas de acordo com o índice Gengival (IG) de LÖE & SILNESS (1963).

As biópsias foram fixadas em glutaraldeído a 2% e processadas histologicamente. Foram efetuados cortes semi-finos para microscópio óptico e cortes ultra-finos para microscopia eletrônica.

Os resultados encontrados revelaram que o Epitélio Sulcular Oral é formado por três camadas celulares: a basal e a espinhosa bem definidas e a superficial com indícios de queratinização. Esse padrão foi mantido em casos alterados.

As alterações mais significativas foram: interrupção da lâmina basal, aumento dos espaços intercelulares, com grande quantidade de substância eletrondensa amorfa e células inflamatórias e diminuição no número de desmossomas.

 

 

 

17  / 1986

 

ASSOCIAÇÃO DO FLUOR TÓPICO E SELANTE OCLUSAL NA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTAL

A. Valsecki Junior; V. Vertuan

Foram selecionadas 132 crianças com idade média de 6 anos com 396 primeiros molares permanentes, que totalizavam 1.980 superfícies dentais, dos quais, 132 dentes receberam selantes exclusivamente (GRUPO 1 ) e, outros 132 receberam selante oclusal associado à aplicação tópica de flúor- fosfato acidulado 1,23% (GRUPO 2). Outros 132 primeiros molares permaneciam como grupo CONTROLE.

Após 6 a 12 meses respectivamente, foram observados os seguintes percentuais de eficiência na redução de cáries nos dois grupos de estudo:

                                                                                               6 meses                    12 meses

Grupo1 ...................................................................................60%                -          94,4%

Grupo2 ................................................................................100%                 -          97,8%

Foi observada ainda, uma maior retenção do selante nos molares do Grupo 2.

 

18  / 1986

 

ATAQUE ÁCIDO NO DENTE DECÍDUO -ESTUDO ATRAVÉS DO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA.

F. B. Araujo; M. A. L. Souza; C. A. Feldens

A recuperação estética de dentes decíduos anteriores atingidos por cárie continua sendo uma preocupação constante para o clínico geral, uma vez que é sabido da existência da camada aprismática no esmalte do dente decíduo, o que implica numa possível alteração no processo de retenção do material restaurador através do mecanismo de ataque ácido.

Com o objetivo de se fazer um esclarecimento ao clínico a respeito do problema, foi realizado um levantamento bibliográfico, onde são sugeridas algumas alternativas clínicas de tratamento, como por exemplo o aumento do tempo de ataque ácido e/ou o desgaste da camada aprismática.

Baseado no que foi descrito acima, procedeu-se a um estudo preliminar através da microscopia eletrônica de varredura, objetivando-se esclarecer o melhor pré-tratamento a ser feito no esmalte do dente decíduo afim de que seja eliminado o problema da camada aprismática.

A partir de cavidades simuladas em 2 incisivos decíduos, comparou-se a efetividade do bisel do ângulo cavo-superficial contra o desgaste homogêneo da camada superficial, com alta e baixa rotação. Tal comparação foi realizada através de fotomicrografias dos terço cervical, médio e incisal da face vestibular dos incisivos decíduos.

 

 

 

19  / 1986

 

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE MATERIAIS ODONTOLÓGICOS À BASE DE HIDRÓXlDO DE CÁLCIO SOBRE GERMES ALCALIS-RESISTENTES (Str. faecalis)*.

P. A. Sperança**; R. R. Biral***; L. Valdrighi***; J. Ranali***

** Faculdade de Odontologia de Pernambuco

*** Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Na presente pesquisa os autores procuraram avaliar a possível influência que o tempo de contato exerce na Ação de Materiais Odontológicos à base de Hidróxido de Cálcio sobre germes de reconhecida resistência a meios de elevada alcalinidade (Str. faecalis). Foram testados os cimentos Dycal, Life e Rewew, bem como, a suspensão saturada de Ca(OH)2.

Corpos de prova dos cimentos foram contaminados com culturas puras de Str. faecalis durante um contato de 3 minutos. Após isto, foram transferidos para placas de Petri estéres, onde permaneceram períodos de 2, 4, 6, 8, 24 e 48 horas. A seguir, os corpos de prova foram transferidos para tubos contendo Tioglicolato, (BREWER), quando então o meio foi colocado em outro tubo de ensaio estéril, evitando-se a passagem do corpo de prova, a incubação foi realizada em condições de aerobiose por 48 horas a 37oC em estufa.

Para o teste da suspensão saturado de Ca (OH) foram utilizados cones de guta percha estéreis que após contaminados foram postos em contato com a suspensão nos mesmos períodos de tempo de experimento anterior. Após, os cones eram levados a tubos com o meio de Tioglicolato de BREWER e incubados em aerobiose por 48 horas a 37oC.

Foram realizadas também contra provas contaminando-se , pequenos pedaços de bastão de vidro e verificando-se a viabilidade dos microrganismos após 48 horas.

 

A análise dos resultados permitiu concluir que o tempo de contacto exerce influência positiva sobre a atividade dos diversos materiais testado.

*Trabalho subvencionado pelo CNPq. Proc. 404478-84.

 

 

 

20 / 1986

 

ATIVIDADE CARIOGÊNICA NA REGIÃO DE PIRACICABA: FATORES MICROBIOlÓGICOS*

J. F. Hofling; J. A. Cury; B. H.; W. Moreira; C. P. da Costa; C. F. Peters; A. C. Usberti

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Amostras de saliva de crianças com 6-8 anos de idade foram analisadas do ponto de vista microbiológico em concomitância com demais fatores salivares, como capacidade tampão, fluxo salivar, etc., com o objetivo de se relacionar tais índices cariogênicos antes e após tratamento odontológico específico. A saliva foi coletada utilizando-se mastigação 1,5 g. de goma base. A saliva produzida dessa forma, foi coletada (sob gelo) em tubos de ensaio com rosca esterilizados. Após homegeneização com agitador de tubos tipo Phoenix (mod. A T 56/30 seg.) 0,5 ml da amostra foi diluída em tampão fosfato 0,05 M, pH 7,0 a 10-1, 10-2 e 10-3. Para o cultivo de S. mutans 25 µl foi inoculado em placas de Petri contendo agar mitis-salivarius contendo sacarose e bacitracina. As placas foram incubadas por 48 h em anaerobiose a 37oC. Para a contagem de lactobacilos 25 µl da saliva diluída foi inoculada em agar Rogosa pela técnica de "pour plate". Para a contagem desses microganismos usou-se contador de colônias PHOENIX -Mod. EC 550A. Das 366 amostras analisadas até o momento, os resultados demonstram que 51% das crianças apresentaram valores entre 105- 106 de S. mutans p/ml de saliva e que 22% mostraram valores menores que 105. Somente 15% das crianças analisadas apresentaram. valores maiores que 106 bact/ml de saliva. Os resultados de lactobacilos demonstraram que 49% das amostras analisadas apresentaram valores 104. Apenas 3% das amostras mostraram valores 106 bact/ml saliva. Valores correspondente a 21% e 26%, respectivamente entre 104- 105 e 105- 106 bact/ml de saliva foram detectados para o restante das crianças analisadas. Concomitante com medidas preventivas, os valores atuais e após 2 anos, serão correlacionados.

* Trabalho subvencionado pela FINEP .

 

 

 

21  / 1986

 

ATIVIDADE CARIOGÊNICA NA REGIÃO DE PIRACICABA: FATORES SALIVARES*

 

J. A. Cury; J. F. Hofling; C. F. Peters; B. H. W. Moreira; C. P. da Costa; A. C. Usberti

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

 

A importância da saliva no desenvolvimento da cárie dentária tem sido demonstrada por uma série de pesquisas e observações clínicas. Dos fatores salivares relacionados com a prevalência de cárie, o fluxo e a capacidade tampão salivar apresentam respectivamente envolvimento menor e maior. O objetivo desta comunicação é apresentar o levantamento dos mesmos feito em 360 escolares de Piracicaba da faixa etária de 6-8 anos. A saliva foi coletada pela mastigação de 1,5 g de goma base, a qual foi conservada em banho de gelo até ser levada ao laboratório da Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Mediu-se o volume, o qual dividido pelo tempo de mastigação forneceu o fluxo salivar em ml/min. A seguir a capacidade tampão foi determinada, medindo-se clororimétrica e potenciometricamente o pH final de 0,5 ml de saliva acrescentada a 1,5 ml de HCI 5mM. Os resultados obtidos mostraram um fluxo salivar médio de 0,79 + 0,48 e cuja distribuição de frequência mostrou uma maior porcentagem de fluxo considerado baixo. A capacidade tampão mostrou um pH médio final de 5,30 + 0,70, de distribuição de frequência maior para o valor intermediário. Uma correlação com o estado atual e o incremento de cárie após 2 anos será realizada, concomitante com medidas preventivas.

* Subvencionado pela FINEP

 

 

22  / 1986

 

ATIVIDADE DA CREATINAFOSFOQUINASE (CPK) E DA LACTATODESIDROGENASE (LDH) NO SÔRO E NA SALIVA DE INDIVIDUOS TREINADOS E NÃO TREINADOS, SUBMETIDOS AO TESTE DE COOPER.

I. L. Pelegrinotti; A. Guimarães; J. A. Cury; D. Teixeira

Departamento de Ciências Fisiológicas -UNICAMP

O presente estudo procurou verificar o comportamento das atividades da creatinafosfoquinase e da lactatodesidrogenase, antes e após a aplicação do Teste de Cooper, em indivíduos treinados e não treinados.

As observações foram realizadas nos seguintes intervalos de tempo: em repouso (tempo "0"), logo após o teste (13') e três horas após a realização do esforço.

Utilizou-se 16 esportistas treinados em atletismo, futebol e voleibol e 14 indivíduos destreinados.

O procedimento experimental constou de: a) coleta de sangue (5,0 ml a cada intervalo de tempo estudado e, b) coleta de saliva (salivação normal) por um período de 6 minutos.

Da análise dos resultados, pode-se observar que:

a) a concentração de LDH, no sôro, em todos os tempos estudados, foi maior nos atletas, em relação aos destreinados;

b) a concentração de LDH, na saliva, com exceção do tempo 2 (13') também foi mais elevada nos atletas;

c) a concentração de CPK, no sôro, foi maior nos treinados, sendo que essa concentração apresentou valores crescentes à medida que se desenvolveu o esforço;

d) a concentração de CPK, na saliva, foi maior nos atletas porém, à medida que se desenvolveu o esforço ela apresentou valores decrescentes.

Observou-se ainda que, entre os diferentes esportes, há variabilidade no comportamento dessas enzimas tudo levando a crer que o grau de treinamento tem uma influência significativa nas atividades enzimáticas.

 

 

 

23  / 1986

 

ATUAÇÃO DA BENZOILMETILECGONINA NO SISTEMA DE DUCTOS DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR.

L.S Utrilla; R. A. Lopes; C. C. A. Reis; R. O. Ribeiro; A. S. Martini

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

Departamento de Estomatologia -Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Princípios Ativos, Nat. e Toxicológicos. Faculdade de Ciências Farmacêuticas -UNESP

Departamento de Ciências Patológicas. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Ciências Biológicas. Faculdade de Ciências Farmacêuticas - UNESP

Os ductos salivares não constituem meros condutores de secreção produzida pelos ácinos mas participam, por mecanismo ativo, no produto final da saliva, isto é, atuam na regulação da concentração eletrolítica da mesma. Em relação aos ductos estriados modificados atribui-se grande importância na histofisiologia da glândula submandibular de roedores, pela presença de inúmeros fatores biológicos como: a amilase (SMITH et al., 1971), fator de crescimento nervoso (LEVI-MONTALCINI E COHEN, 1960), fator de crescimento epidermal (COHEN, 1962) e fator indutor de crescimento de células mesenquimais (ATTARDI et al., 1967). Estes ductos se diferenciam no rato macho dois meses após o nascimento (JACOBY & LEESON, 1959), e são estruturas profundamente influenciadas pelas glândulas endócrinas (BAKER et al. 1964) e pelo sistema nervoso simpático e parassimpático (WELLS & PERONACE, 1964). O mecanismo de transporte ativo, responsável pela captação de aminas para as terminações adrenérgicas é bloqueado pela Benzoilmetilecgonina (B.M.E.), promovendo acúmulo de neurotransmissores na biofase do órgão efetor. Assim, propusemo-nos verificar o comportamento morfológico dos ductos da glândula submandibular em camundongos de 27 dias, tratados pela B.M.E. A B.M.E. interfere na morfogênese e desenvolvimento dos ductos pois os mesmos apresentaram como característica comum, paredes finas. Nos ductos estriados, as células continham estrias basais com arranjo irregular; os ductos estriados modificados se encontravam escassos e os ductos excretores apresentaram parede com espessura irregular ora mono ora biestratificada.

 

 

 

24  / 1986

 

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS ATARÁXICOS EM PACIENTES PORTADORES DE DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO TEMPORO MANDIBULAR*

J. B. D. Lemos; O. C. Jr.;W. A. Jorge; J. G. C. Luz

Disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial- FOUSP

Foi efetuada a avaliação clínica de medicamentos ataráxicos como auxiliares no tratamento de pacientes portadores de síndrome dor - disfunção de A TM. Foram utilizados no presente estudo 78 pacientes do Ambulatório da Disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial da FOUSP, sendo os seguintes os critérios de seleção para figurarem no mesmo; -espasmos da musculatura mastigatória presentes; ausência de contra-indicação físicas para o uso da medicação; -ausência de tratamento com outras substâncias, que interferissem com a que seria utilizada; -ausência de sinais radiográficos de lesões ósseas. O medicamento de escolha foi o Diazepam, tendo sido a posologia fixada com 6 mg/dia, em doses fracionadas de 2 mg cada 8 horas. A indicação de seu uso prende-se ao fato de termos como fatores etiológicos importantes no desencadeamento do síndrome, além dos aspectos oclusais, o "stress" emocional e a presença de espasmos musculares na musculatura mastigatória. A medicação apresenta eficácia no combate ao stress e no relaxamento muscular. Os pacientes foram divididos em três grupos a saber: Grupo A: 14 pacientes submetidos a tratamento clínico {englobando terapia oclusal através de placas de mordida inferiores totais, fisioterapia com exercícios ativos e passivos e avaliação fonoaudiológicos) e tratamento medicamentoso com Diazepam; Grupo B: 14 pacientes submetidos à idêntico tratamento clínico e a tratamento medicamentoso com placebo; Grupo C: 50 pacientes submetidos apenas ao tratamento clínico. A eficácia do Diazepam foi avaliada por meio de ensaio duplo cego entre os grupos A e B, sendo a identificação da substância feita após o término do tratamento através de tabela de randomização. Os resultados dos grupos A e B foram comparados entre si e também com os grupos C. As avaliações foram de cunho eminentemente clínico sem o uso de métodos laboratoriais. O estudo compreendeu um período de 50 dias, as avaliações de melhora da sintomatologia foram feitas no 14º dia. Para a análise estatística dos resultados foi utilizado o método do qui-quadrado (X2). Os grupos A e B não apresentaram diferença significativa entre si quanto à melhora da sintomatologia. Ambos apresentaram melhora significativa em relação ao grupo C (A versus C, x2 = 15,1 para G.L. = 1; significante ao nível de 1% e B versus C, x2 = 6,2 para G.L. = 1; significante ao nível de 5%.

Concluímos, baseados nos resultados obtidos nas condições de nosso trabalho que: I -O diazepam mostrou-se de eficácia significativa no tratamento de pacientes portadores de síndrome dor -disfunção de A TM, na redução do tempo necessário para a melhora da sintomatologia.II- O relacionamento profissional/paciente é de fundamental importância para a obtenção do efeito placebo.

* Trabalho realizado com a cooperação de Produtos Roche Q.F. S/A.

 

 

 

25  / 1986

 

AVALIAÇÃO CLÍNICA DE DIFERENTES FIOS DE SUTURA EM FERIMENTOS BUCO-FACIAIS

J. G. C. Luz; W. A. Jorge; J. B. D. Lemos; O. Crive/1o Jr

Disciplina de Traumatologia Buco-Maxilo-Facial- Faculdade de Odontologia - USP

Foi feita uma avaliação clínica do comportamento de alguns fios de sutura frente a ferimentos contusos de localização intra e extra-bucal. Para este estudo foram escolhidos tipos de fios disponíveis comercialmente, e utilizados freqüentemente em pronto-socorros hospitalares. Para os ferimentos extra-bucais foram comparados os fios de nylon, polipropileno e seda, e para os ferimentos intra-bucais foram comparados os fios de nylon, seda e categute simples, todos agulhados. Os pacientes receberam suturas com nós simples.

Os fios de nylon e polipropileno quando utilizados em ferimentos extra-bucais apresentaram bons resultados clinicamente evidenciáveis quando comparados ao fio de seda (significante a nível de 5% para G.L=2). Por outro lado, os fios de nylon, seda e categute quando utilizados em ferimentos intra-bucais, apresentaram um resultado clínico que foi considerado semelhante, comparativamente entre si (não significante a nível de 5%, para G.L.=2).

 

 

26 / 1986

 

AVALIAÇÃO CLÍNICA DE LIGAS PARA AMÁLGAMA COM BAIXO TEOR DE PRATA: UM ANO DE ESTUDO*

W. G. Miranda Jr.**; J. F. F. Santos***

** Auxiliar de Ensino. Departamento de Materiais Dentários. Faculdade de Odontologia- USP

*** Prof. Adjunto. Departamento de Materiais Dentários. Faculdade de Odontologia- USP

Os diversos testes laboratoriais de resistência e escoamento do amálgama não conseguem prever com exatidão o desempenho clínico do amálgama ao longo dos anos. Assim, o método mais confiável de se obter dados clínicos a respeito de uma liga para amálgama é o seu desempenho ao longo do tempo de uso na boca.

Os estudos desenvolvidos no Centro de Pesquisas Clínicas (projeto FINEP) são programados para uma avaliação semestral durante dois anos de cada restauração feita com as diferentes ligas. Este trabalho tem o intuito de informar os resultados obtidos após o primeiro ano de observação de algumas ligas existentes no mercado brasileiro, principalmente aquelas com baixo conteúdo de prata, de grande penetração no mercado (devido a seu custo mais baixo), embora ainda faltem dados relativos a seu comportamento clínico.

As ligas usadas nesta pesquisa foram: Novaloy, Aristaloy 21, Veraloy e a liga Velvalloy como controle, já que ela é uma das mais vendidas no mercado odontológico. O método utilizado para a avaliação das restaurações foi aquele proposto por Gunnar Ryge, que tem como parâmetros a presença de cárie recidivante, a integridade marginal, a manutenção da forma anatômica, o brilho superficial e a textura da superfície.

Foram colocadas trinta restaurações de cada liga e cada restauração foi analisada, após um ano, por dois avaliadores devidamente capacitados.

Os resultados mostram principalmente uma maior descoloração das ligas de baixo teor de prata, sendo entretanto prematura qualquer conclusão da importância clínica desse fato. Quanto aos outros parâmetros da avaliação, essas ligas tiveram desempenho satisfatório.

* Pesquisa apoiada financeiramente pela FINEP.

 

 

27 / 1986

 

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA CITOTOXIDADE DO EDTA TRISSÓDICO, ÁCIDO CÍTRiCO A 1% E 10% E SOLUÇÃO AQUOSA DE HIPOCLORITO DE SÓDIO A 0,5 E 1,0%.

J. Pupo; O. P. Almeida; R. R.Biral; L. Valdrighi

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Durante o preparo químico-mecânico dos canais radiculares geralmente lança-se mão de algumas substâncias que facilitam a dilatação do canal ou auxiliam na remoção de raspas de dentina.

A solução de EDTA -Trissódica a 20% com pH 7,0 tem sido usada em endodontia devido sua ação desmineralizante fugaz pelo sequestro de íons de cálcio das paredes do canal.

A solução de ácido cítrico usado alternadamente com a solução aquosa de hipoclorito de sódio são considerados agentes efetivos para remover tecido necrótico, dentina amolecida, substâncias gordurosas, bem como, abrindo os canalículos dentinários viria a facilitar a penetração dos medicamentos utilizados como curativo e dando melhor contato entre o material obturador e as paredes do canal.

O presente estudo teve por finalidade analisar comparativa mente a ação citotóxica destas substâncias procurando-se estabelecer sua adequabilidade de uso em casos de bio e de necropulpectomia.

 

 

28  / 1986

 

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO ÁLCOOL ETÍLICO A 70% P/V NA DESINFECÇÃO DE SUPORTES PORTA-FILMES EMPREGADOS NA

TÉCNICA RADIOGRÁFICA INTRABUCAL DO PARALELISMO.

M. Z. Denigres*; J. Timenetsky**; A. Freitas*; J. L. Lorenzo**

* Disciplina de Radiologia do Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia- USP

** Departamento de Microbiologia. Instituto de Ciências Biomédicas -USP

Considerando que

 a) existe concreta desinformação com respeito à eficácia do álcool etílico na desinfecção de instrumentais, gerando discordância de opiniões e dúvidas em sua utilização;

b) inexistem, na literatura pertinente e até mesmo nas indicações do fabricante, normas para a desinfecção específica dos suportes porta-filmes empregados na técnica radiográfica intrabucal do paralelismo que reconhecidamente fornece melhores resultados em comparação à mais difundida técnica da bissetriz;

c) o álcool etílico apresenta inúmeras propriedades (ação antimicrobiana, facilidade de obtenção, preço acessível, etc.) que acarretam vantagens em seu uso, particularmente em nosso país,

os autores se propuseram a verificar o comportamento do álcool etílico a 70%, frente à microbiota salivar, num tempo considerado compatível com o uso desses aparelhos entre pacientes consecutivos e já considerado suficiente em outros sistemas. Corpos de prova do mesmo acrílico empregado na confecção desses suportes,foram naturalmente contaminados pela saliva total e imersos na solução desinfetante, durante cinco minutos; a incubação foi realizada em meio de tioglicolato, a 37oC durante 48 horas. Os resultados de 16 testes evidenciaram culturas negativas em 13 deles; nos outros três, houve turvação do meio, devida a bacilo Gram-positivo esporulado, que desenvolveu-se graças à reconhecida resistência dos esporos ao álcool.

Num teste paralelo, afim de verificar se o desinfetante não interfere com as propriedades do acrílico ou da cola empregada, o aparelho foi imerso no álcool a 70% durante 15 dias, tendo-se constatado apenas discreto amolecimento do excesso da cola, sem alterar o efeito adesivo da mesma.

Os resultados permitem sugerir a adoção da desinfecção dos suportes porta-filmes através da imersão em álcool 70% P/V , durante cinco minutos, na utilização entre pacientes.

 

 

 

29  / 1986

 

AVALIAÇÃO DA PERMANÊNCIA DOS SELANTES PELO USO DA RÉPLICA (MOLDAGEM-MODELO)

A. Ferelle; L. R. F. Wafter; B. Shibayama

Com o uso de modelos, obtidos por moldagem dos dentes, antes, imediatamente, após seis meses e um ano, os autores observaram o comportamento dos selantes oclusais em primeiros molares permanentes inferiores. Com o auxílio de uma lupa esterioscópia foi desenhada a morfologia do sulco antes da aplicação do selante, o que serviu de parâmetro para as comparações.

 

 

 

30  / 1986

 

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE ORAL E GENGIVAL NAS DIFERENTES FASE DO TRATRAMENTO PERIODONTAL

M.I, Fernandes & R. V. Oppermann

Curso de Especialização em Periodontia- UFRGS

O presente estudo tem por objetivo avaliar as condições periodontais de pacientes tratados no curso de Especialização em Periodontia durante os anos de 1983 à 1985. Neste primeiro comunicado estão descritas as condições de higiene oral e gengival iniciais e a sua evolução ao longo do tratamento periodontal.

O material consistiu de 18 pacientes, com idade média de 42 anos com doença periodontal em diferentes graus de evolução e que estavam em manutenção por um período mínimo de 12 meses. Para avaliar o estado periodontal dos pacientes foram utilizados os seguintes índices: índice de Placa (Silness & Löe), índice Gengival (Löe & Silness), profundidade de bolsa. O desenvolvimento do tratamento seguia a seguinte ordem: exame inicial, controle de placa supragengival, controle de placa subgengival, exame pós raspagem subgengival, nova raspagem subgengival se necessário (com ou sem acesso cirúrgico), exame controle e exame manutenção.

O tempo médio de tratamento e manutenção foi de 28 meses. Foram tratados 415 dentes sendo que 381 dentes sem acesso cirúrgico à placa subgengival (92%) e 34 dentes com acesso cirúrgico (8%). De acordo com os resultados dos índices de placa e gengival pode-se observar que as áreas onde foi realizado acesso cirúrgico no início do tratamento apresentavam mais altos índices que as áreas onde não foi realizado acesso cirúrgico e que após a fase ativa de tratamento, estes índices se igualaram e mantiveram-se durante o período de manutenção. Ao longo do tratamento e durante o período de manutenção houve uma redução dos índices em relação às condições iniciais e isto pode estar relacionado com a forma como se desenvolveu o tratamento periodontal. A redução do sangramento gengival proporcionalmente foi maior ao longo do estudo-faces proximais. Contudo os níveis de saúde gengival no exame de controle e manutenção são semelhantes em todas as áreas da boca.

O controle profissional baseado na divisão da boca em áreas e a prioritação por severidade na condução do controle de placa supragengival aparentemente foi capaz de produzir níveis de saúde satisfatórios tanto em áreas de maior como de menor risco a doença periodontal independente do tipo de tratamento realizado.

 

 

 

31  / 1986

 

AVALIAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS UTILIZADOS NA DESINFECÇÃO DO DIQUE DE BORRACHA *

J. I. L. Teixeira; I.W. Stephan; L. L. Bammann; T. M. Rosa

Curso de Pós-Graduação em Endodontia e Núcleo de Pesquisas em Odontologia. Faculdade de Odontologia -UFPEL

O presente trabalho teve por objetivo determinar a capacidade de cinco agentes químicos, disponíveis no comércio, em manter o dique de borracha em condições adequadas da desinfecção. As soluções desinfetantes testadas foram álcool etílico 70%, álcool isopropílico 70%, álcool iodado, "Timerosal" e "Zephirol". Assim, recorrendo-se à técnica comum de exames bacteriológicos, foi colhido material dos lençóis de borracha, com auxílio de "swabs" esterilizados, em diferentes períodos experimentais; um imediatamente após a colocação do dique e, outros, através de colheitas seqüenciais, aos 10, 20, 30 e 40 minutos da aplicação das soluções desinfetantes. Os testes controle e de atividade foram realizados em "Brain Heart Infusion", isento ou não de neutralizantes, em ambiente de aerobiose, a 37oC, durante 48 horas de incubação. A comparação dos resultados referentes à colheita imediata (0 min.) e às colheitas seqüenciais (10, 20, 30 e 40 min.) permitiu a avaliação dos efeitos imediato e residual dos agentes químicos selecionados.

Os resultados obtidos sugerem que o efeito antimicrobiano mais acentuado foi verificado com a utilização do "Timerosal", que também evidenciou o melhor efeito residual; efeito intermediário comparável foi observado com o uso do álcool etílico isopropílico 70% e álcool iodado; finalmente, o "Zephirol, mostrou discreta ação desinfetante.

* Trabalho financiado, em parte, pelo Conv. FINEP/UFPEL 43.83.0539.00.

 

 

32  / 1986

 

AVALIAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES FÍSICAS E BIOLÓGICAS DE CIMENTO ENDODÔNTICO CLÁSSICO LIVRE DA PRATA.

J. Magalhães; E. Sato; F. Glezer; J. M. P. Sampaio; E. G. Birman

Faculdade de Odontologia -USP

A prata pelas suas características bactericidas, corporificadores e de contraste tem sido adicionada a muitos cimentos endodônticos. Recentemente um produto tradicional do mercado foi lançado sem prata (AH.26).

Em face de ausência de estudos físicos e biológicos, propusemo-nos a estudar suas propriedades físicas avaliando seu escoamento e adesividade à dentina conforme especificação de SAMPAIO & SATO, 1984 e SATO,1984.

A biocompatibilidade foi estudado tendo por base a introdução de lâminúlas de vidro revestidas pelo cimento e introduzidas no subcutâneo de camundongo segundo BIRMAN e col., 1983.

O material foi estudado em vários tempos até 60 dias. As observações histológicas quando comparados ao cimento clássico não apresentaram grandes modificações, apesar de resposta inflamatória mais discreta em alguns tempos persistindo grande atividade macrofágica e difusão do material até o final do experimento.

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*  AH -26 Der Trey Dentsply

* AH -26 Silver Free

 

 

 

 

33  / 1986

 

AVALIAÇÃO DO GRAU DE INFILTRAÇÃO DA SOLUÇÃO DE AZUL DE TOLUIDINA A 0,5%, EM DENTINA DE PORCO, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE SECAGEM.

R. S. Filho; J. C. Battistuzzo; J. R. Lovadino; L. R. M. Martins

Departamento Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

Incisivos, caninos e molares, removidos de porcos adultos, recém sacrificados e armazenados em formol a 10%, receberam desgaste do 1/3 incisal (I e C) com: + 3,36 mm2 e PC do tipo C1 I (M) com + 3,6 mm de profundidade. Todos os dentes c/ 1/3 apical seccionados, e imersos em solução de formol a 10% permaneceram em estufa a 37 +1oC, durante todo o tempo do ensaio. Após a secagem os "PC", segundo as variáveis, algodão, ar comprimido a 10, 20, 30 e 40 Ibs/pol2, durante 30", receberam aplicação generosa de solução de azul de toluidina a 0,5%. O tempo de aplicação foi de 24 h.

Removidos da estufa, os dentes foram seccionados longitudinalmente, no sentido VL. As secções sob observação em lupa, tiveram os níveis de penetração do corante mensurados: através de compasso de ponta seca (tomada das dimensões) e paquímetro (mensuração).

Relacionando área e profundidade do PC, com as variáveis, pudemos concluir, conforme tabela, que houve um acentuado agravamento da infiltração com o acréscimo da pressão de ar, tanto para a profundidade do PC e, ainda mais, quanto a sua amplitude.

        Variáveis                                   Superfície do PC                                       Profundidade do PC

                                                       acréscimo % cf. variável                       acréscimo % cf. variável

I -Algodão                                         I      335,89%V                                     I             160,00% V

II -10 Ibs/pol2 30"                            II     258, 10% V                                   II             135,55% V

III -20 Ibs/pol2 30"                         III     134,48 % V                                  III               76,60% V

IV -30 Ibs/pol2 30"                         IV        23,18% V                                  IV               10,41% V

 V -40 Ibs/pol2 30"

 

 

 

34  / 1986

 

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DA SOLUBILIDADE, EM SALIVA

ARTIFICIAL DE DIFERENTES CIMENTOS À BASE DE Ca (OH)2.

 

J. R. Lovadino; L. R. M. Marfins; J. C. Battistuzzo; R. Sartini Filho

Departamento Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

Foram realizados 10 cp de 3 cimentos de Hidróxido de Cálcio, "Life", "Renew" e "Dycals", medindo 3 mm de ø por 1,5 mm de altura. As técnicas de manipulação utilizadas, foram as indicadas pelo fabricante. Estes cp foram então armazenados por 30 min. em estufa a 37 + 1° C e depois pesados.

Cada grupo, formado pelos cp de um determinado cimento, foi então colocado em recipiente contendo 300 ml de saliva artificial sob constante agitação, durante 60 min. Os cp permaneceram estáticos, sobre uma tela de "nylon", não sofrendo, portanto, durante o tempo de agitação, qualquer avaria. Após este procedimento os cp novamente armazenados em estufa a 37 + 1° C por 24 e pesados novamente.

Pelos valores obtidos, quanto à perda de massa, (solubilização) dos cp dos três diferentes cimentos, poderemos afirmar que o "Renew" foi o mais solúvel, seguido pelo "Life" e finalmente o "Dical" fórmula avançada II, que praticamente se comportou como insolúvel nas condições da pesquisa.

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cp = corpo de prova.

 

 

 

35  / 1986

 

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL IRRITATIVO DE COMPONENTES DAS RESINAS COMPOSTAS, NA FASE EXSUDATIVA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO.

R. S. Vieira*

T. Tavares**

* Departamento de Estomatologia da UFSC. Aluno do Curso de Doutorado em Odontopediatria da USP

** Departamento de Ciências Biológicas -UFSC

Reações pulpares ocorrem a médio e longo prazo, em dentes restaurados com resinas compostas, nos quais não foi realizada uma proteção adequada. Ainda não foi possível definir o quanto isto é devido à agressão química do material e como contribuem para estas reações, os diversos componentes de sua fórmula.

A presente pesquisa analisou o potencial irritativo de 4 componentes da fórmula das resinas compostas (BisGMA, 3 metacriloxipropiltri- metoxi silano, éter metílico de benzoína e silicato de vidro), tecido subcutâneo do rato na fase exsudativa do processo inflamatório. Foram utilizados 30 ratos machos, adultos pesando em média 200 a 300 gr. Após o período experimental de 3 horas, os animais foram sacrificados, o material coletado e os resultados transformados em densidade óptica e classificados segundo o critério de avaliação do potencial irritativo, preconizado por NAGEN FILHO & PEREIRA.

Dos quatro componentes testados, apenas o 3 metacriloxi- propiltrimetoxi silano mostrou alto grau de irritabilidade-severo. Os demais componentes foram tolerados pelo tecido, mostrando potenciais irritativos semelhantes, apesar de pequenas diferenças em suas médias, de magnitude comparável com a dos controles, soro fisiológico e óleo mineral não significante a discreto.

 

 

 

36  / 1986

 

AVALIAÇÃO "IN VITRO" DA CAPACIDADE SELADORA DE DIFERENTES TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES FRENTE A INFILTRAÇÃO DA RODAMINA B A 0,2%

I. Bonettí Filho & J. M. Leal

Disciplina de Endodontia -UNESP

O objetivo deste trabalho é avaliar a capacidade seladora produzida por diferentes técnicas de obturação dos canais radiculares: técnica da condensação lateral ativa (biológica controlada), condensação lateral ativa (clássica), condensação lateral passiva, condensação lateral passiva com vibração, McSpadden sem cimento e McSpadden com cimento obturador, frente a infiltração do corante rodamina B a 0,2%. Utilizamos 120 incisivos centrais superiores que foram instrumentados, preparados e obturados pelas técnicas acima mencionadas. Após as obturações, os dentes receberam uma impermeabilização com esmalte de unha em toda a sua superfície menos 1 mm da porção apical, sendo estes colocados em cubas de vidro contendo corante, identificados e permanecendo em estufa por 7 dias a 37oC. Decorrido este período, removemos a impermeabilização, fixamos com lacre os dentes em um suporte de madeira e cortamos estes no sentido do seu longo eixo para evidenciar as possíveis infiltrações. Com auxílio de um aparelho para medir superfície obtemos medidas que foram tabuladas e submetidas a análise estatística. A técnica da condensação lateral ativa (clássica) propiciou a menor infiltração seguida da técnica da condensação lateral ativa (biológica controlada) condensação lateral passiva, condensação lateral passiva com vibração e McSpadden com cimento obturador que propiciou iguais infiltrações médias vindo a seguir a técnica de McSpadden sem cimento que propiciou a maior infiltração média.

 

 

 

37  / 1986

 

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA AÇÃO DAS BROCAS DE GATES-GLIDDEN NO PREPARO QUÍMICO MECÂNICO.

J. C. Vieira; R. R. Biral; L. Valdrighi; M. Tomazzello; L. Bussacos

 Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Trabalhos de pesquisa tem demonstrado que tanto a população microbiana, como a contaminação dos canalículos dentinários são mais intensas nos terços cervical e médio dos canais radiculares infectados. As Brocas de Gates-Glidden preconizadas nas técnicas de instrumentação mais recentes, propiciam um significativo desgaste nestas regiões.

No presente trabalho investigou-se através de testes bacteriológicos para verificação da esterilidade dos canais radiculares se este instrumento poderia conduzir a uma descontaminação mais rápida e eficiente. De 50 dentes monorradiculados, todos com necrose pulpar e comunicação com o meio bucal. Dois grupos com 25 dentes cada foram formados: no grupo I, os dentes foram manipulados pelas técnicas convencionais; no grupo II, durante a exploração e esvaziamento gradual, os canais eram ampliados com as brocas de Gates-Glidden número 3 ou 4, segundo o volume do dente.

Em ambos os grupos, testes bacteriológicos foram realizados e mostraram no grupo I 40% dos canais contaminados, enquanto que no grupo II não ocorreram contaminações.

Estes dados permitem inferir que mesmo nos casos de necrose pulpar, com ausência de sensibilidade dolorosa e exsudato fluente, os tratamentos dos canais, através da técnica aqui recomendada, poderão ser concluídos em uma única sessão.

 

 

 

38  / 1986

 

AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E HISTOBACTERIOLÓGICA DA CÁRIE DENTAL*.

 

 J. C. G. Biffi & H. H. Rodrigues

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

A literatura mostra que o diagnóstico clínico/radiográfico da cárie não apresenta relação com o diagnóstico histológico, particularmente quando se examina a infiltração de microrganismos na dentina, com técnicas histobacteriológicas e se compara com o exame radiográfico.

A controvérsia que esse assunto suscita, motivou-nos a desenvolver a presente pesquisa.

Utilizaram-se 60 premolares permanentes humanos com cárie proximal e/ou oclusal. A padronização da técnica radiográfica permitiu eliminar erros de angulagem próprios da técnica radiográfica "in vivo".

A avaliação comparativa de dentes inteiros e hemiseccionados, pelas técnicas mencionadas, revelou que o exame radiográfico é limitado e exige avaliação cuidadosa.

O diagnóstico radiográfico quando realizado por mais de um operador imprime ainda maior discordância de resultados.

A alteração pulpar quando avaliada em cortes seriados representativos de toda a extensão da cárie e da polpa subjacente, revela intensidade de inflamação muito variável que depende também da presença ou não de dentina reacional sob a cárie.

* Trabalho subvencionado pelo CNPq.

 

 

 

39  / 1986

 

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA FACE OCLUSAL DO PRIMEIRO PREMOLAR INFERIOR HUMANO

E. R. Villi; W. Silva Júnior**; F. A. R. Franco***

* Prof. Dr. do Departamento Anatomia, Instituto de Ciências Biomédicas - USP

** Prof. Dr. do Departamento de Ciências Fundamentais p/Saúde -CEBIM - Universidade Federal de Uberlância

*** Aluno-monitor do Departamento de Anatomia. Instituto de Ciências Biomédicas- USP (In Memoriam)

O presente trabalho visa o estudo da face oclusal do 1º premolar inferior , cuja morfologia é descrita de modo bastante controvertido pelos diversos autores.

Estudaram-se inicialmente os aspectos anatômicos da ponte de esmalte, tendo a mesma evidenciado as seguintes características: desvio para mesial; desvio para distal; posição central; bifurcada e interrompida.

Foram examinadas 180 mandíbulas humanas maceradas e identificadas, o que permitiu estudar 295 primeiros premolares. Os dados, em números, encontrados foram os seguintes: desvio para mesial -189; desvio para distal- 37; central- 25; bifurcada -10; e interrompida -34.

Verifica-se, portanto, que em 295 dentes primeiros premolares inferiores, 189 mostaram a ponte de esmalte desviada para o lado mesial, determinando um predomínio da porção distal da face oclusal em relação a porção mesial.

 

 

 

40  / 1986

 

CISTO DERMATÓIDE DE OVÁRIO.

 M. E. Drouet; L S. Utríl1a; L.  T. O. Ramalho

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara -

UNESP

Na literatura é frequente a presença de odontóides e dentes verdadeiros incluídos na massa tumoral dos cistos dermóides do ovário. Entretanto não se tem relato da presença específica de caninos e a quantidade excessiva de estruturas dentárias por tumor.

Estudo mesoscópico e radiográfico de três cistos dermatóides ováricos de pacientes jovens, demonstrou a presença de treze dentes decíduos e permanentes alojados no promontório com implantação óssea nos respectivos alvéolos e na cápsula sem implantação óssea.

Nos sete decíduos encontrou-se todos os tipos de dentes (incisivo central e lateral, canino, primeiro e segundo molares, todos superiores e um canino inferior).

Em relação aos permanentes constatou-se dentes do tipo pré-molares e molares, observados pelo estudo mesoscópico. Incisivos e caninos na cripta óssea de decíduos, visualizados no exame radiográfico. Salienta-se ainda, no periápice de um decíduo, estrutura radiopaca com aproximadamente 8 mm compatível com odontóide, porque pela radiografia não se constata dentina.

Estas estruturas dentárias apresentaram-se: 1) com coroa anatômica bem definida e a raiz em seu alvéolo; 2) dentes com rizogênese incompleta num alvéolo primário semelhante ao dente na fase pré-funcional da erupção; 3) coroa com ausência de raiz semelhante ao dente na fase de esfoliação e 4) dente com coroa e raiz encoberta por revestimento fibroso.

 

 

 

41 / 1986

 

COLAGEM AUTÓGENA DE FRAGMENTOS -ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA EM DIFERENTES TIPOS DE COLAGENS.

L. R. M. Martins; R. S. Filho; J. C. Battistuzzo; J. Lovadíno

Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

O presente trabalho propõe-se atestar a efetividade da colagem de fragmentos e compará-la com tipos de "colagens reforçadas", através de testes de resistência ao cisalhamento. Os dentes após seleção, foram seccionados no terço médio, sendo que na face palatina (do fragmento e da remanescente coronária) confeccionou-se um bizel. Para a realização das colagens idealizou-se 5 variáveis, a saber: A. "colagem simples". B. "colagem com reforço vestibular "(polimerização com luz ultra-violeta). C. "colagem com reforço em canaleta" (polimerização com luz ultra-violeta). D. "colagem com reforço vestibular" (polimerização com luz visível). E. "colagem com reforço em cana- leta" (polimerização com luz visível).

A tabela abaixo indica os valores médios de 5 ensaios:

Valores médios (5 ensaios) da resistência ao cisalhamento

 

Grupos

A                     B                     C                     D                   E                 Tukey 5%

 5,7               10,5                 7, 1                  11,1                8,0                     2,2

Através dos resultados obtidos e da análise estatística, foram obtidas as seguintes conclusões: o grupo A apresentou a menor resistência, a maior resistência foi obtida pelos grupos D e B.

 

 

 

42  / 1986

 

COLAGEM HETERÓGENA DE DENTES FRATURADOS

F. Mandarinondarino

Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de

Araraquara- UNESP

Devido às dificuldades inerentes as restaurações estéticas aumentarem consideravelmente na ocorrência das fraturas dos dentes anteriores. Várias técnicas têm sido propostas para suprir estas dificuldades.

O que nós propomos, é exatamente restaurar um dente fraturado, em que não foi possível utilizar o próprio fragmento, utilizando-se de um fragmento dentário preparado, de um dente previamente extraído.

Esta técnica tem sido considerada clinicamente viável, pois os resultados obtidos por nós têm sido plenamente satisfatórios; pois estamos substituindo o material restaurador por esmalte dentário, eliminando-se assim i as impropriedades das resinas compostas.

O controle clínico posterior, têm-nos mostrado dentes "colados" sem perder a forma anatômica, sem alteração de cor, retenção adequada do fragmento.

Contudo, devido à resina composta e o selante utilizados como elementos de união e fixação do fragmento, pode ocorrer a visualização do traço de fratura.

 

 

 

43  / 1986

 

COMPORTAMENTO CLÍNICO DE ANTIGAS RESTAURAÇÕES QUANDO ACRESCIDAS DE NOVO AMÁLGAMA.

R. B. C. Vianna; W. Portella; I. P. R. Souza; E. P. S. Bastos; O. Chevitarese

 Faculdade de Odontologia da UFRJ

Vários autores (COWAN, R. D. -J. Prostett Dent, 49 (1 ). 49-51, 1983; JORGENSEN, K. D. et al. Acta. Odont. Scand, 26:605, 1968; TERKLA, M. et al -J. Pros Dent., 11 :947-, 1961) pesquisaram emendas de amálgama, que é uma prática realizada na dentística operatória sem ser uma técnica definida.

Esta linha de pesquisa foi desenvolvida tendo como proposição observar o comportamento clínico dessas emendas através de observações clínicas utilizando o método de RYGE (JADA, 87:269-377, 1973) e análise da estrutura utilizando microscópio ótico, MEV e micro-sonda.

Foram restaurados e emendados 149 dentes, de clientes da Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Sob isolamento absoluto foram feitos preparos cavitários Classe I e II de Black e restauração de amálgama. Uma semana após a restauração era feito no amálgama antigo próximo ao sulco central um novo preparo pequeno, cuja profundidade era semelhante à da restauração. Os dentes restaurados com "CONVENALLOY" (limalha Convencional) eram emendados com "DISPERSALOY" (limalha com alto teor de cobre) e vice-versa.

Os resultados clínicos mostraram que entre 6 e 11 meses dos 86 dentes examinados quanto às condições de adaptação marginal, 80 (93,02%), obtiveram ALFA (satisfaz a todos os padrões), 3 (3,48%) obtiveram BRAVO  {verifiquem na próxima visita-pequena fenda), 1 (1,6%) obteve CHARLIE (substituição preventiva), 2 (2,32%) obtiveram DELT A (substituição imediata: mobilidade ou fratura da restauração ou cárie ou fratura do dente). Quanto à forma anatômica 80 dentes obtiveram ALFA, 3 obtiveram BRAVO e 3 obtiveram CHARLIE.

No 2º exame, feito após 12 meses, 31 dentes foram examinados, e 30 (96,77%) obtiveram ALFA, e 1 (3,23%) obteve CHARLIE, tanto nas condições de adaptação marginal quanto na forma anatômica.

21 dentes exfoliados foram embutidos em resina epóxica, seccionados perpendicularmente à emenda, metalograficamente polidos e com o concurso da micro-sonda verificou-se a distribuição do cobre nas estruturas respectivas.

 

 

 

44  / 1986

 

CONTAGEM DE STREPTOCOCCUS MUTANS NA SALIVA

DE PAULISTANOS COM IDADE ENTRE 12 E 14 ANOS.

M. P. Alves; M. R. Lorenzetti; F. Zelante

Vários autores desenvolveram técnicas de contagem de S. mutans na saliva, possibilitando correlação entre o número desse microrganismo e o risco à cárie, bem como avaliação da eficiência de métodos preventivos.

Neste trabalho realizou-se a contagem de S. mutans na saliva de 95 indivíduos com idade entre 12 e 14 anos. Para tanto, a saliva foi semeada no meio MSB através do método da espátula.

Os resultados revelaram 19 indivíduos (20%) com 0-20 unidades formadoras de colônias (UFC), 25 (26,31%) com 21-100 UFC e 51 (53,68%) com mais de 100 UFC. Dada a reconhecida correlação entre o número de S. mutans e a possibilidade de atividade de cárie, acreditamos ser válida a conclusão de que 20% desses indivíduos apresentam baixo risco à cárie, 26,31% apresentam médio risco e 56,68%, alto risco.

Esses dados confirmam observações clínicas que mostram a alta incidência de cárie em nossa população.

 

 

 

45  / 1986

 

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO ELETROMIOGRÁFICODO MÚSCULO MASSETER EM INDIVÍDUOS PORTADORES DA SÍNDROME DE DOWN

W. D. N. Filho* & M. Vitti**

* Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia

** Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

A musculatura que participa da dinâmica mastigatória, foi estudada inicialmente por Moyers (1949 e 1950). Desde então, inúmeros trabalhos foram publicados, enfocando os mais diversos aspectos funcionais da .musculatura que envolve o sistema estomatognático.

Sabemos nós que a Síndrome de Down, descrita por Down em 1866 é o padrão mais comum de má formação genética em humanos, tendo uma incidência de 1 :650 nascidos vivos (Stewart & Prescott, 1976), tendo além de repercussões crânio-faciais, a hipotonia muscular generalizada.

Tendo em vista que a literatura até aqui consultada não faz menção a estudos eletromiográficos do sistema estomatognático em indivíduos portadores de tal síndrome, estamos realizando o estudo do comportamento funcional do músculo masseter nestes indivíduos.

 

 

 

46 / 1986

 

CONTRIBUIÇÃO DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA NO DIAGNÓSTICO DE TUMORES EM PATOLOGIA BUCAL.

V. C. Araujo; A. Sesso; N. S. Araújo

Disciplina de Patologia Buco-Dentária. Faculdade de Odontologia -USP

Não há dúvida de que a instituição do tratamento adequado e, portanto, do seu sucesso está na dependência de um correto diagnóstico. Dentro deste contexto a oncologia tem preocupado os pesquisadores.

Não obstante, a maioria dos tumores possa ser diagnosticado ao microscópio de luz, há aqueles em que a identificação é difícil e questionável. Assim por exemplo o carcinoma indiferenciado, o linfoma, o melanoma amelanótico, o sarcoma epitelióide entre outros, podem representar um desafio para o anátomo-patologista.

Colorações especiais muitas vezes ajudam a concluir o diagnóstico e mais recentemente a imunohistoquímica e a microscopia eletrônica têm dado uma maior contribuição nesta área.

O uso da microscopia eletrônica em oncologia vem sendo enfatizado nos últimos anos e vários trabalhos têm demonstrado o seu valor pela identificação das características ultraestruturais da célula neoplásica.

Recentemente Físcher et al (1985) quantitaram o valor da microscopia eletrônica no diagnóstico dos tumores na rotina de um laboratório de patologia geral de um hospital, mostrando que em 64% dos "casos problemas" a microscopia eletrônica pôde determinar o diagnóstico.

Em patologia bucal, embora a grande maioria dos tumores pertença ao grupo do carcinoma epidermóide alguns casos têm se apresentado como problemas. Há alguns anos a disciplina de Patologia Buco-Dentária do Departamento de Estomatologia da FOUSP vem colhendo alguma experiência nesta área. Apesar de ser pequeno o número de casos por ser de uma área especializada. o percentual de "casos problemas" esclarecidos pela microscopia eletrônica é comparável com o do trabalho de Fischer et al. Além do mais, há que se ressaltar o valor da microscopia eletrônica no diagnóstico dos tumores de glândulas salivar, área bastante carente de subsídios para o correto diagnóstico. A análise da ultraestrutura propicia o estabelecimento da natureza da célula glandular, contribuindo para o estudo da histogênese do tumor.

 

 

 

47  / 1986

 

CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DO M. LEVATOR VELI PALATINI EM CRIANÇAS.

P. D. A. Bolíni* & J. C. Prates**

   *Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

** Departamento de Morfologia: Escola Paulista de Medicina

Até o presente momento, existem controvérsias quanto à inserção do m. levator veli palatini na tuba auditiva.

Procedemos a um estudo das inserções do referido músculo em 15 hemi-cabeças de crianças de 30 dias a 1 ano.

Após a fixação em solução de formalina a 10%, fizemos a descalcificação em solução de ácido clorídrico a 5%.

As peças foram reduzidas e, em seguida, dissecadas com o auxílio de um microscópio cirúrgico, propiciando aumento de 6 vêzes.

Segundo nossas observações, o m. levator veli palatini, após deixar o palato mole vai em direção à tuba, tornando-se paralelo a ela nas proximidades do óstio faríngico, acompanhando-a até a sua porção óssea. Nossas observações mostram que o m. levator veli palatini insere-se nas porções cartilaginosa e membranosa da tuba, assim como na porção petrosa do osso temporal. A nosso ver, a ação do m. levator veti palatini sobre a tuba ainda não está bem esclarecida. Segundo BLAKEWAY, a abertura da tuba auditiva tem mecanismo variável, por compressão e por tração. Pretendemos aumentar a nossa casuística com novas vias de acesso, para que venham a fornecer maiores dados sobre a sintopia do músculo em estudo.

 

 

48 / 1986

 

DEGRADATION OF THE PROTEINASE INHIBITORS ALPHA-1-ANTITRYPSIN and ALPHA-2-MACROGLOBULIN BY Bacteroides gingivalis.

J. Carisson; B. F. Herrmann; J. F. Hofling; G. K. Sundqvist

Departaments of Oral Microbiology and Endodontics, University of Umea, Sweden

Various strains of black -pigmented Bacteroides species were grown on horse blood agar and suspended in humam serum. After various times of incubation the effect of the bacteria on the serum was evaluated by polyacrylamide gel electrophoresis and "rocket" immunoelectrophoresis. The formation of trichloroacetic acid-soluble material in the suspensions and the capacity of the treated sera to inhibit the activity of trypsin were also determined. The two tested strains of Bacteroides gingivalis (W83, H185), degraded most serum proteins, including the plasma proteinase inhibitors alpha-1- antitrypsin and alpha-2-macroglobulin. They did not, however, degrade alpha- 1-antichymotrypsin. Bacteroides intermedius NCTC 9336. Bacteroides asaccharolyticus NCTC 9337, and an asaccharolytic oral strain different from B. gingivalis (BN11 a-f) did not degrade the plasma proteinase inhibitors. These strains were, however, able to inactivate the capacity of serum to inhibit the activity of trypsin.

 

 

49  / 1986

 

DESCOLAGEM DE BRÁQUETES: INFLUÊNCIA DE MATERIAIS DE COLAGEM AVALIADA ATRAVÉS DE TRAÇÃO E MOMENTO TORSOR.

E. Bastos; R. B. C. Vianna; O. Chevitarese

 Faculdade de Odontologia da UFRJ

O presente trabalho tem como finalidade estudar a resistência da colagem direta de bráquetes ortodônticos feita com quatro produtos comerciais empregados neste mister quando submetidos à tração e ao momento torsor. Para tal foram utilizados pré-molares hígidos recém-extraídos, por finalidade ortodôntica, de pacientes jovens. Das resinas testadas o Concise Ortodôntico e o Adaptic com ARM apresentaram os melhores resultados. O Simulate, embora semelhante em comportamento ao Concise Ortodôntico e ao Adaptic com ARM, na tração, foi significantemente inferior quando submetido ao momento torsor. O Sevriton, em todas as situações, mostrou-se significativamente inferior. A localização da fratura de descolagem por tração se deu mais frequentemente a nível do interface resina/base no bráquete para todos os materiais, exceção feita ao Concise Ortodôntico, verificada com mais fre- quência a nível esmalte/resina. Entretanto, quando submetidos ao momento torsor verificou-se que o rompimento ocorreu com mais frequência a nível da solda com todos; menos o Sevriton, que se mostrou menos resistente que esta.

 

 

50 / 1986

 

DETECÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS FRAGMENTOS METÁLICOS MICROSCÓPICOS QUE SE DESPRENDEM DOS INSTRUMENTOS DE USO INTRA-CANAL

C. A. Campos

Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora

Em desenvolvimento à pesquisa iniciada com o estudo de desprendimento de fragmentos metálicos das limas e dos alargadores (Tese de Livre-Docência, 1977), o autor demonstra, através de fotomicrografias, fragmentos metálicos localizados no interior do canal e periápice bem como no pote Dappen. Enfatiza o autor a experiência em cães e ratos observando, quando da instrumentação do canal em toda sua extensão, fragmentos de aço inoxidável levados ao periápice.

A continuidade desta pesquisa vem se desenvolvendo com o Prof. José Carlos Borges Teles da UFRJ, estudando a possibilidade de pequenos fragmentos metálicos serem levados pela corrente circulatória apartes distantes do organismo e as reações teciduais aos fragmentos metálicos que se desprendem dos instrumentos de uso intra-canal.

 

 

51  / 1986

 

DISCRIMINAÇÃO DIAGNÓSTICA DO SANGRAMENTO À SONDAGEM DURANTE A FASE DE MANUTENÇÃO DO TRATAMENTO PERIODONTAL. *

E. S. Chaves**; R. G. Caffesse; D. L. Stults

*Departamento de Periodontia. Universidade de Michigan, Ann Arbor, Mi, USA

**Prof. Adjunto de Periodontia. Faculdade de Odontologia Camillo Castelo Branco, São Paulo, SP

A frequência de sangramento à sondagem periodontal tem sido considerada como um sinal clínico que avalia a necessidade de tratamento da doença periodontal. O propósito deste estudo foi testar a discriminação diagnóstica de sangramento à sondagem em 71 pacientes que foram trata- cada três meses e avaliações clínicas anuais. Dentes que foram extraídos ou retratados não foram incluídos e um total de 1746 dentes foram analisados. A presença ou ausência de sangramento à sondagem era registrada anualmente para cada dente. A soma da presença de sangramento em cada avaliação anual durante os cinco anos de manutenção resultou na frequência de sangramento para cada dente. O nível de inserção clínica foi sondado anualmente tendo 5 medidas clínicas por dente. Estas sondagens anuais foram feitas pelo mesmo investigador durante todo o estudo e o mesmo tipo de sonda periodontal (Marquis M-1) foi usada. A perda de inserção clínica para cada dente durante os 5 anos de estudo foi calculada fazendo-se a diferença entre os valores do último ano (quinto ano) e o primeiro ano de manutenção. Apenas a diferença que apresentava a maior perda de inserção entre as cinco faces dentais registradas foi selecionada. O dente foi considerado doente caso este apresentasse pelo menos uma face com uma perda de inserção igual ou maior que 3 mm após aos cinco anos de manutenção. A prevalência de dentes doentes usando este critério foi de 19,7% (344) dentes). A sensibilidade diagnóstica diminuía com o aumento da frequência do sangramento. A especificidade deste teste mostrou uma associação com o aumento da frequência de sangramento à sondagem. Sendo assim, a especificidade aumentava com o aumento da frequência do sangramento. Além disso, a predictabilidade do teste negativo permaneceu com valores acima de 80%. Os resultados deste estudo retrospectivo demonstraram que o sangramento à sondagem não substitue os valores dos níveis de inserção obtidos pela sondagem periodontal quando o nível de suporte periodontal é avaliado clinicamente. Além disso, demonstra que é necessário definir melhor a população estudada e os objetivos do tratamento periodontal.

 

 

 

52  / 1986

 

EFEITO DA APLICAÇÃO TÓPICA DE SOLUÇÕES FLUORETADAS SOBRE A PERMEABILIDADE DENTINÁRIA.

G. S. Veronesi; S. Consani; L. A. Ruhnke

Departamento de Materiais Dentários. Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Foram utilizados 27 dentes humanos, hígidos e recém-extraídos. Cavidades circulares medindo 2 mm de diâmetro por 2 mm de profundidade foram preparadas nas faces vestibulares e linguais dos dentes. Em seguida, os dentes, foram fixados pelas porções radicular e coronária, por meio de blocos de gesso, afim de manter as faces contendo os preparos em posição horizontal.

A aplicação tópica das soluções de fluoretos foi feita nas cavidades vestibulares e os preparos linguais foram usados como controle. As soluções utilizadas foram: fluoreto estanhoso (8%), fluoreto de sódio (2%) e fluoreto acidulado. O tempo de permanência das soluções de fluoretos nas cavidades foi de 1 minuto, fim do qual as cavidades foram lavadas em água corrente e secas com jatos de ar. Em seguida, foi feita a aplicação do corante (fucsina, à 0,5%) nos grupos imediato e com armazenagem de 7 e 90 dias após a aplicação da solução de fluoreto. Todos os grupos de dentes foram armazenados em estufa, à 37oC e umidade relativa de 100%. Após os períodos de armazenagem, os dentes foram seccionados longitudinalmente e as hemisecções examinadas numa lupa estereoscópica. A penetração do corante foi verificada de acordo com os níveis de infiltração: O (nenhuma penetração), 1 (penetração abaixo da parede pulpar) e 2 (penetração até a câmara pulpar). Foram observados diferentes níveis de infiltração nas cavidades vestibulares, enquanto que nas cavidades linguais (controle) o corante atingiu nível 2 em todos os dentes.

A partir desses achados, foi observado que existe uma leve tendência das soluções de fluoretos para impedir a penetração do corante no interior dos canalículos dentinários, exceção feita para o grupo tratado com fluoreto de sódio (2%). Essa tendência foi mais acentuada no grupo tratado com fluoreto estanhoso (8%), com aplicação imediata do corante, onde os níveis de infiltração foram 0 e 1 .

 

 

53   / 1986

 

 EFEITO DA CASTRAÇÃO NA ATIVIDADE TÓXICA DO EXTRATO DE GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES DE CAMUNDONGOS.

O. Teixeira; J. A. Cury; C. E. Pinheiro; A. Guimarães; M. C. F. A. Veiga

Departamento de Ciências Fisiológicas -Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

Diversos pesquisadores têm demonstrado que a castração do camundongo macho adulto, após 30 dias, leva a uma significante redução na quantidade dos ductos granulosos, atrofia e subsequente diminuição de polipeptídeos biologicamente ativos. Evidentemente, provoca também, uma queda da testosterona, sem entretanto, conhecer-se a interação existente entre esse hormônio e a produção dos fatores ativos produzidos pelos ductos granulosos.

Por outro lado, sabe-se também, que as glândulas submandibulares de camundongos machos produzem toxinas com efeito letal com maior sensibilidade para as fêmeas.

Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo verificar os eventuais efeitos da castração na atividade tóxica do extrato de glândulas salivares (sialotoxinas) de camundongos machos.

Foram obtidos extratos concentrados de glândulas submandibulares de camundongos machos normais e castrados. Esses extratos, quando administrados intra peritonealmente nas fêmeas, provocaram uma taxa de 100% e de 0% de mortalidade, respectivamente. Extratos de fêmeas, quando injetados em outras fêmeas revelaram 0% de mortalidade.

Ainda, a determinação das taxas proteicas (LOWRY) dos diferentes extratos mostraram que existe uma concentração proteica 50% maior nos extratos dos animais normais. O perfil eletroferético demonstrou modificações quali-quantitativas das proteínas nos diferentes extratos.

Essas alterações, possivelmente, indicam serem os ductos granulosos os responsáveis pela produção das sialotoxinas.

 

 

54  / 1986

 

EFEITO DETERGENTE DE SOLUÇÕES AUXILIARES EM ENDOOONTIA.

H. H. Rodrigues

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

A avaliação quantitativa da ação detergente de soluções auxiliares sido feita de maneira empírica até nossos dias. Isto porque até o presente momento no elenco de métodos sugeridos pela FDI não existe um método quantitativo específico para esse fim. Procuramos desenvolver um método que controlando todos os parâmetros envolvidos pudesse utilizar hemácias "in vitro". Assim suspensões de hemácias em PBS em quantidades predeterminadas (10-6 hemácias por tubo de ensaio) quando hemolisadas resultam em soluções coradas, cuja densidade ótica varia conforme a capacidade detergente de diferentes soluções auxiliares endodônticas. Dessa maneira foi quantificada a ação dissolvente de hipoclorito de sódio a 5%, 2,5%,1% e 0,5% (solução de Dakin). Comparativamente foram também testadas as soluções de Salvisol, de Wescodine, Chlorhexedine, Tubulicid, Tergentol, Tergentec, Tergidrox, e os detergentes da linha Extran fabricados pela Merck brasileira denominados MA-01, e os de origem alemã AP-41 e AP-43. Além da apresentação de um novo método quantitativo de avaliação da ação dissolvente, procurou-se demonstrar quantitativamente o nível de toxidez aguda e ação dissolvente das soluções endodônticas e de laboratório mais em evidência hoje.

* PBS = Phosphate buffer solutar .

 

 

55  / 1986

 

EFEITO DO BISELAMENTO EM DENTES RESTAURADOS COM SISTEMAS ADESIVOS DE RESINA COMPOSTA "IN VITRO" E "IN VIVO".

R. N. Konish*; K. F. Leinfelder**; M. F. C. Konishi*; R. Abbud***.

*Departamento de Clínica Integrada da Universidade de Brasília-DF

   ** Director of Bio-materials Research. University of Alabama USA.

*** Departamento de Fisiologia e Patologia. Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara -UNESP.

Com a utilização do ataque ácido para a retenção das resinas compostas e da introdução de selantes adesivos dentinários, sugeriu-se alterar os preparos cavitários destinados às restaurações estéticas.

Dentre as modificações propostas, teríamos a aplicação de biséis no ângulo cavo superficial, condicionamento de ambos, esmalte e dentina, ausência de proteção pulpar em preparos rasos e de média profundidade, da eliminação de retenções adicionais em dentina, além de preparos atípicos, aonde se remove apenas os tecidos lesados.

Este estudo visou analisar o efeito de biséis em esmalte para restaurações estéticas, através de observação de réplicas de dentes restaurados "in vivo" e de testes mecânicos de cizalhamento em preparos simulados, com e sem bisel. Analisou-se também, a morfologia da interfase dente-restauração, através de microscopia eletrônica de varredura, além de se observar os prováveis fatores que justificassem ou não, o uso de bisel nas prováveis condições clínicas de utilização da resina composta.

Dentre os resultados, foi possível concluir o seguinte:

1) O uso do biselamento melhora a estética das restaurações.

2) A área de retenção em esmalte é aumentada consideravelmente com o uso de biséis.

3) O acabamento das restaurações em preparos biselados é aparentemente mais fácil, porém o profissional não possui acuidade visual suficiente para a obtenção de restaurações sem excesso ou falta de material nas margens bi- seladas.

4) Em dentes posteriores, o desgaste funcional das resinas compostas geralmente abrange a área biselada, sendo indicado apenas a utilização de biséis em pré-molares inferiores, aonde o desgaste oclusal é mínimo.

5) Nos testes mecânicos de cizalhamento constatou-se fratura de esmalte apenas nos preparos sem bisel, indicando possivelmente uma maior resistência à fratura do esmalte biselado.

 

 

56  / 1986

 

EFEITO DO CITRATO DE CÁLCIO A 2% NA INCIDÊNCIA DE CÁRIES EM RATOS

M. C. F. Moreira; A. A. Garrocho; C. E. Pinheiro; G. R. Melo.

 Departamento de Odontopediatria e Ortodontia -UFMG

Neste experimento foram utilizados 14 ratos, sendo 7 machos e 7 fêmeas (Rattus Norvegicus, albinos, Wistar), com 21 dias de idade. Estes animais foram mantidos em dieta cariogênica (REGOLATI & MUHLEMANN), por um período de 60 dias.

Inicialmente os animais foram pesados e distribuídos em 2 grupos de 7 animais cada (3 fêmeas e 4 machos) recebendo o seguinte tipo de tratamento:

GRUPO I -controle -dieta cariagênica e administração diária de água destilada.

GRUPO II -dieta cariagênica associada com o citrato de cálcio a 2% e administração diária de água destilada na água de beber .

Água "ad libitum" para beber durante todo o período experimental.

Após o período experimental, os ratos foram anestesiados com éter, sacrificados e suas mandíbulas e maxilas, removidas, limpas dos tecidos moles e fixadas em formol a 10% por 24 horas. As peças limpas foram fixadas em bloco de madeira com lacre e seccionadas ao meio no sentido mesio- distal, com um disco de aço serrilhado de acordo com a técnica descrita por Vono. As hemisecções das mandíbulas e maxilares foram coradas com o reagente de Schiff e examinadas ao microscópio estereoscópico sob aumento de 12,5 vezes.

O escore de cárie, foi feito segundo o método de KEYES, para lesões de sulco, sendo empregado como método estatístico o não paramétrico de KRUSKAL -WALLIS.

Como resultado, o citrato de cálcio apresentou-se como uma substância anticariogênica, reduzindo a incidência de cárie nos ratos em aproximadamente 50%. Isto é justificado por pesquisas bibliográficas, que dizem ser o citrato de cálcio, um inibidor enzimático da via glicolítica, um regulador metabólico tipo do flúor, e mais, um elemento de ligação entre o cristal e hidroxiapatita e as proteínas da matriz orgânica conferindo-lhe pois a função estrutural de aumentar a resistência do dente, formando uma estrutura calcificada mais coesa.

Tudo isto leva-nos a acreditar na possibilidade do emprego desta substância como agente preventivo da cárie dentária em humanos.

 

 

57  / 1986

 

EFEITO DOS RAIOS X NA GLÂNDULA PARÓTIDA DA PROLE DE RATAS IRRADIADAS NO PERÍODO DE PRENHEZ

L. S. Utrilla; L.Tr. O. Ramalho; N. C. Roslindo

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

No presente trabalho foram utilizados 24 ratos nascidos de mães submetidas a irradiação ionizante, no 14º dia de prenhez e na dose única de 300 R sobre a região abdominal (grupo experimental) e a prole de ratas normais mantidas em gaiolas individualizadas e bem distante das primeiras (grupo de controle).

Para cada grupo considerado, foram sacrificados 4 animais nas faixas etárias de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 dias num total de 48, os quais tiveram removidas as glândulas parótidas, incluídas em parafina e submetidas à microtomia. Os cortes obtidos foram analizados ao microscópio após colorações pelo H/E e tricrômico de Mallory.

A irradiação X produz danos na morfogênese da glândula parótida caracterizados pela: 1) menor atividade proliferativa; 2) hipotrofia acinosa e ductular e 3) septos finos delimitando mal os lobos e lóbulos.

 

 

58  / 1986

 

EFEITO INIBIDOR DA SIALOTOXINA I SOBRE A INSULINA NA RESPIROMETRIA CELULAR

 

 M. C. Boaventura; O. Teixeira; J. L José

Departamento de Ciências Fisiológicas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

Tem sido demonstrado por inúmeros pesquisadores através de estudos "in vitro", que a insulina ativa consideravelmente o consumo de oxigênio celular .

Recentemente, observou-se que os diferentes polipeptídeos produzidos pelas glândulas submandibulares de camundongos machos (sialotoxinas) tem um efeito letal (fêmea 1,5m/Kg e macho, 3,7m/Kg) quando injetado intraperitonealmente.

Nesse estudo, procurou-se analisar o eventual efeito da sialotoxina I sobre a ação ativadora da insulina no processo de respirometria de tecido adiposo.

Frações de tecido adiposo do epidídimo foram incubadas em frascos de Warburg pela técnica convencional. O ensaio biológico constou de glicose, glicose + insulina e glicose + insulina + sialofoxina

Os resultados revelaram que na presença da glicose + insulina, houve um aumento acentuado do consumo de oxigênio, enquanto que em presença de glicose + insulina + sialotoxina I, ocorreu uma considerável inibição.

 

 

59  / 1986

 

EFEITOS DA COLCHICINA NA DENTINOGÊNESE DO INCISIVO SUPERIOR DE RATO. ESTUDO RADIOAUTOGRÁFICO

T. O. Nogueira

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos -UNESP

O alcalóide colchicina (CLC) tem sido usado para o estudo da função dos microtúbulos na secreação de colágeno, durante a dentinogênese. Doses de 0,5mg/kg de CLC foram administradas ao grupo A e de 1,5mg/kg de CLC ao grupo B. O volume injetado foi de 0,5ml/200g do peso corporal. Os grupos foram formados por 12 animais cada um, sendo que cada 3 animais foram sacrificados após 5h, 24h, 3 dias e 7 dias após a injeção de CLC. Todos os animais receberam injeção intraperitoneal de prolina triciada 1 :30h antes de serem sacrificados.

A análise quantitativa do grupo A mostrou aumento da atividade secretora dos odontoblastos após 3 dias da administração de CLC.

No grupo B após 5h de observação, houve uma nítida inibição da atividade secretora dos odontoblastos do lado lingual. No lado labial ocorreu deficiente incorporação do radioisótopo pelas células da camada odontoblástica, devido à ação da CLC.

Após 24h a maioria dos odontoblastos estava necrótica tanto no lado labial como lingual. Alguns odontoblastos, com características morfológicas de normalidade, incorporaram prolina triciada mas, poucas destas células foram capazes de secretar colágeno. Aos 3 dias da injeção de CLC, alterações nos setores mais incisais do dente eram observadas ao passo que os setores mais apicais apresentavam-se semelhantes ao controle. Do lado lingual, foi observada dentina irregular, marcada pelo precursor radioativo na sua região mais pulpar.

Após 7 dias da administração de CLC, o lado lingual ainda apresentava dentina intensamente irregular e pouca marcação sobre os odontoblastos. Massas de osteodentina foram observadas na região correspondente à polpa dos setores mais incisais. Grânulos de prata reduzida distribuíam-se irregularmente ao redor das lacunas com inclusões celulares presentes neste tipo de dentina.

Todas as alterações acima mencionadas foram dose-dependentes, variaram segundo os tempos de observação e segundo os diferentes graus de sensibilidade das células da camada odontoblástica nos vários setores do dente.

 

 

60  / 1986

 

EFEITOS DA DESNERVAÇÃO AUTONÔMICA ASSOCIADA COM O TRATAMENTO CRÔNICO COM FENOXIBENZAMINA, SOBRE A ESTRUTURA DO DUCTO GRANULOSO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO MACHO ADULTO

M. G. Freire & J. A. Bauer

Departamento de Histologia e Embriologia. Instituto de Ciências Biomédicas. Universidade de São Paulo. SÃO PAULO (SP), Brasil

Foram utilizados 30 camundongos machos adultos, divididos em 3 grupos, submetidos à desnervação autonômica da glândula submandibular esquerda, segundo o esquema abaixo relacionado:

Grupo 1 -(Sx) Simpatectomia pós-ganglionar;

Grupo 2 -(SxFB) Simpatectomia pós-ganglionar seguida de administração diária de fenoxibenzamina (0,5mg/10g de peso corporal).

Grupo 3 -(SxPxFB) Simpatectomia pós-ganglionar + parassimpatectomia pré-ganglionar total e pós-ganglionar parcial, seguidas de administração diária de fenoxibenzamina (0,5m/10g de peso corporal),

Todos os animais foram sacrificados 21 dias após a cirurgia. As glândulas submandibulares esquerdas (desnervadas) e direitas (controles) foram removidas, pesadas e, cortadas em fragmentos mantidos por 8 horas na mistura fixadora de Helly. Fragmentos incluídos em parafina, cortados com 7 u de espessura e corados pelo tricrômio de Mallory.

Além da análise morfológica, foram calculadas para as glândulas de 6 animais de cada grupo (desnervadas e controles) as médias das áreas de 50 ductos granulosos observados em cortes transversais.

Fragmentos das glândulas dos grupos Sx e SxPxFB também foram congelados em hexana a -70° e utilizados para a evidenciação histoquímica de catecolaminas e atividade de acetilcolinesterase, respectivamente. Em nenhum dos grupos estudados foram observadas alterações morfológicas ou das médias das áreas dos ductos granulosos. No grupo SxPxFB, a média tanto do peso absoluto como do relativo das glândulas desnervadas foi estatisticamente significantemente menor do que as médias das glândulas intactas.

 

 

61  / 1986

 

EFEITOS DA HEMIDESCORTICAÇÃO NA ERUPÇÃO DE INCISIVOS DE RATOS*

M. C. Boaventura; G. A. Fernandes; J. Merze/

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Dos vários fatores sistêmicos que interferem na velocidade de erupção dental, os hormônios tiroidianos têm um papel preponderante. Para tentar estabelecer e elucidar uma possível correlação neuroendócrina, utilizamos o rato hemidescorticado (HD), modelo experimental usado por vários autores na abordagem de problemas neuroendócrinos, por apresentar uma regulação hipotalâmica alterada sobre a adeno-hipófise. Num primeiro experimento 34 ratos machos da linhagem Wistar divididos em 20 HD e 14 controles (C), tiveram a erupção dos incisivos superiores medida por doze semanas. Os resultados ao final foram, para os incisivos direitos, de 2,37+0,02mm/semana para C (p < 0,05). Para os incisivos esquerdos os valores foram de 2,30+0,05mm/semana para HD e de 2,53+0,03mm/semana para C (p<0,05). Num segundo grupo, 19 ratos machos Wistar, em condições controladas de luminosidade e temperatura, os valores encontrados para a erupção de incisivos direitos foi de 3,51 +0, 12mm/semana para 10 ratos H De 3,94 +0,06mm/semana para 9 ratos C (p< 0,01 ). Entre os incisivos esquerdos os valores foram de 3,37+0,16mmm/semana para HD e de 3,83+0,80mm/semana para C (p < 0,02).

Em um terceiro grupo de 20 ratos HD foi medida a erupção antes e após a administração, durante seis semanas, de 100ug/dia/rato do fator liberador TRH, dissolvido em óleo mineral, por via subcutânea. A velocidade de erupção foi de 2, 10+0,07mm/semana antes do TRH e de 2,26+0,06mm/semana após TRH (p< 0,05).

Os resultados encontrados nos levam a considerar que a hemidescorticação, ao produzir uma disfunção do SNC, leva ao retardo na erupção dental por deprimir a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-tireóide. A administração do fator liberador TRH aumenta a velocidade da erupção, indicando que o rato hemidescorticado é portador de uma insuficiência hipotalâmica que o torna um animal hipotireóideo do tipo terciário.

* Trabalho financiado pela FAPESP (Proc. 81/0566-1) e CNPq (Proc. 40.3421/81 ).

 

 

62  / 1986

 

EFEITOS DA HEMIDESCORTICAÇÃO SOBRE A TIREÓIDE E O CRESCIMENTO DE DENTES E MANDÍBULAS DE RATOS*

C. O. G. Munhoz; D. O. Tosello; M. C. P. Tse; G. A. Fernandes; J. Merzel

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Vários trabalhos têm revelado que a hemidescorticação (HD) produz alterações no eixo hipotálamo-hipófise. Com o fim de verificar seus efeitos sobre a tireóide fez-se uma série de experimentos em ratos Wistar machos jovens. Em 14 ratos (7HD e 7 Controles) mantidos em dieta normal e temperatura ambiente determinou-se: a) o peso do corpo, das hemimandíbulas, dos incisivos e da tireóide; b) o comprimentos dos incisivos; c) o nível de T 3 e T 4 no soro sanguíneo, por radioimunoensaio. Noutros 19 ratos (10HD e 9C) mantidos em dieta normal e condições controladas de luminosidade e temperatura dosou-se os níveis séricos de T 3 e T 4. Em mais de 19 ratos (11 HD e 8C), mantidos em dieta normal e temperatura ambiente, injetou-se, i.p., 2,5uCi/g de peso corporal de 3H-glicina. Sacrificaram-se os animais aos 20 min., 1,2 e 4 h após a injeção. As tireóides foram removidas, incluídas em Poly-Bed e cortes de 1 um de espessura foram radioautografados. Determinou-se a área e a concentração de grãos de prata em 20 folículos tireoidianos.

Os resultados dos dois primeiros experimentos mostraram que nos ratos HD houve sempre uma diminuição em todos os parâmetros (pesos, medidas e dosagens) examinados, sendo que em condições controladas de luminosidade e temperatura a queda dos níveis séricos de T 4 (3,45+0,9 para os HD e 4,10+0,143 ug/dl para os C) foi significativa o mesmo não ocorrendo com o T3. No 39 experimento observou-se uma diminuição da área folicular média nos HD (5.110um2) em relação aos C (5.627um2) devido principalmente a redução da área do colóide (HD = 1.492um2 e C= 1.934um2) enquanto que a concentração de grãos de prata no colóide foi praticamente igual nos dois grupos (HD = 10,85g/100um2 e C= 10,54g/100um2).

Estes dados são compatíveis com a interpretação de que a HD provoca um discreto hipotiroidismo.

* Trabalho financiado pela FAPESP (Proc. 81/0566-1) eCNPq (Proc. 40.3421/81).

 

 

63 / 1986

 

EFEITOS DA MALNUTRIÇÃO PROTÊICO-CALÓRICA (MPC), SOBRE DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL DAS GLÂNDULAS SALIVARES SUBMANDIBULARES DO RATO*

A. H. S. Jofre*; A. M. L. Ferreira***; I. G. Piza***

** Universidade de Tarapacá (Chile)

*** Universidade Estadual de Londrina -PR

O desenvolvimento pós-natal das glândulas submandibulares de ratos foi estudado por métodos ponderais, histológicos e histoquímicos, em animais provenientes de matrizes alimentadas, desde o 1º dia da gravidez, com ração peletizada contendo 8% de proteína. As matrizes que forneceram os animais controles, receberam ração com 27% de proteína. Aos filhotes foram ofertadas, a partir do período de alimentação mista, as mesmas rações que receberam as respectivas mães. Os animais para estudo, foram sacrificados com zero, 5, 10, 20, 30, 40, 50 e 60 dias de idade.

Os pesos relativos glandulares dos animais-MPC foram comparáveis aos dos controles, até os 10 dias de idade, passando a serem significativamente maiores entre os 10 e os 20 dias, indicando que, a partir desse intervalo de idade, a glândula foi menos afetada do que o corpo, o que se atribui à hipertrofia do órgão, conseqüente à alimentação mista e ao desmame.

O desenvolvimento do parênquima glandular sofreu expressivo atraso, particularmente evidente quanto à diferenciação dos ácinos e dos ductos granulosos e, nos ácinos já completamente formados. a concentração de mucossubstâncias neutras apresentou-se diminuída.

As alterações observadas evidenciam terem sido afetados os processos de diferenciação e de síntese celular. corroborando estarem, as glândulas salivares, implicadas na produção dos efeitos da MPC.

* Trabalho subvencionado pela FINEP e pela CPG/UEL.

 

 

64  / 1986

 

EFEITOS DA PLACA LÁBIO-ATIVA SOBRE O COMPORTAMENTO ELETROMIOGRÁFICO DO MÚSCULO ORBICULAR DA BOCA E SOBRE A ARCADA DENTÁRIA EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE MALOCLUSÃO DO TIPO CLASSE I DE ANGLE

F. A. Oliveira; M. Vitti; J. A. Oliveira

 

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Araçatuba -UNESP

 

O propósito deste estudo foi investigar através da eletromiografia, os efeitos da placa lábio-ativa sobre o músculo orbicular da boca (porções lateral e medial), após três meses de uso e sobre a arcada dentária inferior. Foram examinados indivíduos de ambos os sexos com idades entre 8 e 12 anos, como portadores de maloclusão do tipo Classe I de Angle, com perda precoce de molares decíduos inferiores.

Todos os movimentos realizados foram repetidos pelo menos cinco vezes para se assegurar a sua perfeita reprodutibilidade. Para o registro dos potenciais utilizou-se um par de eletrodos de superfície do tipo Beckman e um eletromiógrafo TECA, TE-4, de duplo canal. A calibração de rotina foi de 1000µV/ divisão e a velocidade de deslocamento dos feixes fixada em 370 mseg/divisão.

Após três meses de uso da placa lábio-ativa, verificou-se que: 1) ocorrem pequenos aumentos na dimensão vertical da face (N-Me) e nas inclinações dos dentes incisivos (IMPA e I-NB); 2) aumento do perímetro da arcada dentária mandibular pela distalização dos primeiros molares permanentes inferiores; 3) não foram observadas alterações na atividade eletromiográfica dos músculos orbiculares da boca durante o repouso, contato labial e deglutição; 4) a porção lateral do músculo orbicular da boca inferior apresentou majores aumentos de atividade muscular durante os movimentos de sopro, emissão das consoantes "M" e .'P", mastigação molar direita e mastigação incisiva.

 

 

65  / 1986

 

EFEITOS DAS DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DA SIALOTOXINA I NA SOBREVIVÊNCIA DE CAMUNDONGOS PREVIAMENTE TRATADOS COM ESTRADIOL E PROGESTERONA

S. M.S. Agostinho; O. Teixeira; C. E. Pinheiro; M. C. F. A. Vieira; J. L. José

Pesquisas realizadas em nossos laboratórios, têm demonstrado que a sialotoxina I apresenta um efeito letal (100% de mortalidade) nas concentrações de 3,7 mg/Kg em camundongos machos e 1,5 mg/Kg nas fêmeas. 

O presente estudo procurou analisar a variação da taxa de mortalidade nos camundongos machos previamente tratados com estradiol, fêmeas com testosterona e machos orquidectomizados.

 

Os machos foram tratados (grupo I) durante 10 dias com estradiol (2,0 mg/Kg de peso/dia) em seguida foi administrado I.P. sialotoxina na concentrações de 1,0; 1,3; 1,5; 1,7; 2,0; 2,3 e 2,5 mg/Kg de peso.

 

As fêmeas receberam testosterona (grupo II), (2,0 g/Kg de peso/dia) durante 10 dias. A seguir, administrou-se sialotoxina I, via I.P., nas concentrações de 1,5; 1,8; 2,0; 2,3; 2,5; 2,8; e 3,0 mg/Kg de peso.

Os machos orquidectomizados (grupo III) receberam sialotoxina I, mesma via, 10 dias após a cirurgia, nas concentrações de 2,0; 2,2; 2,4; 2,5; e 2,6 mg/Kg de peso.

Os resultados mostraram que para os animais do Grupo I, já numa concentração de 1,5 mg/Kg de peso, 60% de mortalidade alcançando a taxa de 100% com a concentração de 2,5 mg. Já para as fêmeas mais testosterona, somente foi conseguido a taxa de 60% de mortalidade com 2,5 mg e 100% com 3,0 mg/Kg.

Para o Grupo III a taxa de 60% foi obtida com 2,4 mg e a de 100% com 2,6 mg/Kg, revelando que as sialotoxinas são andrógenos dependentes.

 

 

66  / 1986

 

EFEITOS DAS DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SIALOTOXINA, NO CONSUMO DE OXIGÊNIO DE TECIDO ADIPOSO

M. C. Boaventura; o. Teixeira; C. E. Pinheiro; J. L. José

Departamento de Ciências Fisiológicas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

Procurando correlacionar a causa mortis, provocada pelas sialotoxinas, estudou-se o efeito das diferentes concentrações das mesmas sobre a respirometria do tecido adiposo da cabeça do epidídimo de ratos normais.

O ensaio biológico usado foi o metódo convencional de Warburg e era constituído de glicose, glicose + sialotoxina I nas concentrações de 0,07 mg/ml; 0, 10 mg/ml e 0, 14 mg/ml.

Os resultados revelaram no meio que continha somente glicose, um consumo médio de 142,4 ul de O2/h. enquanto que na presença de glicose e sialoxotina (0,07 mg/ml) mostrou uma média de 75,4 para as concentrações de O, 10 e 0, 14 mg/ml um consumo médio de 72,4 e 35,4 ul/ O2/h.

Esses dados, levam a conclusão de que, efetivamente, a sialotoxina I age inibindo o processo a respirometria celular, na proporção da dose -resposta.

 

67  / 1986

 

EFEITOS DO LASER CO2 NO ESMAL TE DE DENTES MOLARES PERMANENTES HUMANOS. ESTUDO AO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA

 

I-S. Watanabe; A. Nutti-Sobrinho; E. A. Liberti; R. A. Azeredo; M. V. Araújo

 

 Departamento de Anatomia. Instituto de Ciências Biomédicas -USP

 

Molares superiores permanentes de morfologia normal foram estudados após a irradiação pelo laser CO2 nas faces vestibular, lingual, mesial, distal e oclusal. Foram realizados disparos simples e contínuos com uma intensidade de 10 W.

Em seguida as peças foram seccionadas, desidratadas em série crescente de álcoois, e montadas em bases apropriadas para metalização com os íons de ouro. O exame das peças foi feito em um microscópio eletrônico de varredura, JSM-P15, Jeol.

A irradiação contínua do laser CO2 provocou a formação de uma superfície apresentando características de aspecto vitrificado, contendo algumas gotículas sobre as áreas irradiadas e normal adjacentes. Geralmente, as bordas da superfície irradiada apresentavam-se bem delimitadas. O esmalte adjacente à área irradiada, apresentou os mesmos prismas de esmalte alterados. O esmalte adjacente era separado por uma fenda profunda daquela superfície vitrificada.

Após o disparo simples, apresentaram-se uma extensa área circular vitrificada. As bordas laterais são relativamente irregulares, contendo superfície de esmalte alterado, e mais profundamente, a permanência de prismas de esmalte.

Estruturalmente, não se observou diferenças significativas quanto à profundidade e extensão das alterações causadas pela irradiação do laser CO2 em todas as faces de esmalte analisadas.

 

 

68  / 1986

 

EFEITOS DO RAIO LASER CO2 SOBRE A MUCOSA PALATINA DO RATO. ESTUDOS AO MICROSCÓPIO ÓPTICO E ELETRÔNICO.

I-S. Watanabe.; R. A. Azeredo.; S. Goldenberg.; E. A. Liberti; R. A. Lopes..

* Departamento de Anatomia. Instituto de Ciências Biomédicas -USP

** Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto- USP

Os autores estudaram os efeitos de um único disparo de raio laser CO2 (Sharplan 733) sobre a mucosa palatina do rato. Os animais foram sacrificados O, 1, 3, 5 e 7 dias após a operação, e os palatos fixados em alfac para a microscopia óptica e em solução de Karnovsky modificada, para a microscopia eletrônica. Resultados: logo após a aplicação do raio laser CO2 sobre a mucosa palatina normal, forma-se uma cratera com material necrótico em suas bordas, além de áreas de material carbonizado. No 3º dia pós-operatório, observou-se intensa proliferação de fibras colágenas e poucos neutrófilos polimorfonucleares. No 5º dia pós-operatório, a cavidade apresentou-se preenchida por um tecido bem organizado constituído de fibras colágenas, vasos neoformados, linfócitos e plasmócito; e o epitélio neo-formado mostrou-se íntegro e com aspecto normal. No 7º dia pós-operatório, o tecido cicatricial mostrou-se bem organizado e o epitélio regenerado.

 

 

69  / 1986

 

EFICÁCIA CLÍNICA DA PREDNISONA NO TRATAMENTO DE PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS INFLAMATÓRIAS ULCERATIVAS BUCAIS: UM ESTUDO DE CINQUENTA E CINCO PACIENTES*

S. Silverman Jr.; F. Lozada-Nur; C. A. Migliorati

Faculdade de Odontologia da Universidade da Califórnia - San Francisco, USA. Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo

Um estudo objetivo de 55 pacientes portadores de doenças vesiculoerosivas da cavidade bucal foi realizado com o objetivo de comparar os efeitos beneficiais e adversos do tratamento com prednisona. Os pacientes foram divididos em grupos que recebiam doses altas, médias e baixas de prednisona, bem como em grupos que recebiam a droga por curtos ou longos períodos. A prednisona beneficiou 49 pacientes apesar de que 55% apresentaram alguns efeitos colaterais adversos. O tempo de duração da administração de prednisona pareceu ter maior impacto no aparecimento de efeitos colaterais do que a dosagem diária da droga. Os efeitos colaterais mais comuns foram os distúrbios gastrointestinais, alteração do humor, poliúria e insônia. Não ocorreram alterações significantes na pressão arterial, nível de açúcar sangüíneo, peso e contagem de células leucocitárias. Este estudo confirma que o uso sistêmico de prednisona é benéfico e de grande utilidade como modalidade de tratamento para pacientes com doenças bucais inflamatórias crônicas.

* Este trabalho foi parcialmente subvencionado pela Bolsa de 05890-01 do

Instituto Nacional de Pesquisa Odontológica, Instituto Nacional de Saúde - USA.

 

 

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ENSAIO MECÂNICO EM MOLAS ORTODÔNTICAS

(Mola H, loop Reverso, Bull Loop, Molas para fechamento de espaço tipos I, II e III )

P. C. Freitas; P. E. Baggio; M. A. S. Almeida; J. W. Santos; J. K. Nabeshía; C. C. A Quintão; E. Chevitarese; P. S. Neto

Procurou-se relacionar a Tensão da Ativação de cada Mola com a sua respectiva Abertura durante o período Elástico, com vistas ao Trabalho clínico a ser desempenhado por estes dispositivos.

 

71  / 1986

 

ESCURECIMENTO DA RAIZ E COROA PROVOCADO PELO USO DE MEDICAMENTO INTRACANAL DURANTE O TRATAMENTO ENDODÔNTICO. ESTUDO "IN VITRO".

O. Benattí; R. R. Bira/; O. Di Hipolito Jr.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Esta pesquisa objetivou estudar os diferentes graus de alterações de cores verificadas na raiz e coroa de dentes humanos (estudo "in vitro") provocado pelo uso de algumas substâncias químicas usadas durante a desinfecção dos canais radiculares.

Após o preparo biomecânico, 25 canais de dentes incisivos centrais superiores íntegros e da mesma cor, receberam curativos de: Eugenol, P. monoclorofenol canforado, Tricresol formalina, Lugol e Fenol. Os curativos foram aplicados a cada 48 horas, por três vezes.

Através de observações visuais com lupas e fotografias antes e depois da aplicação do medicamento, comparando-se com o dente controle, pode-se concluir que; o Eugenol foi a substância que mais induziu modificação na coloração da raiz e coroa. O Fenol alterou a cor de forma moderada e, sem apresentarem modificações de cores perceptíveis, portanto, sem prejudicar qualquer efeito estético em relação ao dente, estariam os medicamentos: P monoclorofenol canforado, Lugol e Tricresol formalina.

 

 

 

72  / 1986

 

ESTREPTOCOCOS MUTANS; LACTOBACILOS E SAÚDE ORAL DE CRIANÇAS DE 9 E 10 ANOS EM BRASÍLIA*

M. Maltz; F. V. Freitas; J. C. Carvalho

Departamento de Odontologia. Faculdade de Ciências da Saúde- UB

A prevalência de Estreptococos mutans e lactobacilos, a experiência de cárie, as condições gengivais e a higiene oral foram estudadas em 191 crianças de 9 a 10 anos de idade. Das crianças, 1,8% apresentaram menos que 103 S. mutans por ml de saliva, enquanto que 14,6% apresentaram 106 ou mais. Lactobacilos foram encontrados em níveis inferiores a 103 por ml de saliva em 38,7% das crianças, enquanto que 12,5% apresentaram 105 ou mais (somente 1,5% das crianças possuíam 106 ou mais lactobacilos por ml de saliva). A experiência média de cárie foi de 10.3 superfícies; 20% das crianças apresentaram CPOS entre 16 e 24 representando 44,2% da necessidade de trata- mento de todo o grupo. Foi observada correlação estatisticamente significante entre CPOS e S. mutans, CPOS e lactobacilos, CPOS e índice de placa, CPOS e índice de gengivite e entre índice de gengivite e índice de placa.

As crianças que tinham mais que 10(S. mutans por ml de saliva apresentaram em média maior prevalência de cárie do que aquelas com menos que 105 (P 0,001).

* Trabalho subvencionado pelo CNPq.

 

 

 

73  / 1986

 

ESTUDO CLÍNICO - PATOLÓGICO DO ODONTOMA.

 

O. S. Pinto Jr.; R. C. Jaeger; V. C. Araújo; N. S. Araújo

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia -USP

O odontoma é um dos mais freqüentes tumores odontogênicos. É dividido histologicamente em dois grupos, a saber: um denominado completo, na realidade uma malformação composta por massas teciduais desordenadas; e o odontoma composto, que seria uma verdadeira neoplasia derivada da proliferação anormal da lâmina dentária, formando diversos dentículos.

No presente trabalho foram levantados 41 casos de odontoma pertencentes à Disciplina de Patologia Buco Dentária da FOUSP, com o intuito de se fazer uma completa revisão clínica e histológica dessa entidade.

Foram encontradas diversas variações nas estruturas odontogênicas que compõem o tumor, tais como presença de esmalte de transição em proporções consideráveis; modificações morfológicas importantes na dentina, resultante das alterações de mineralização. Foram também observados alterações no cemento e áreas de marcante cementogênese.

Especial enfoque foi dado, no presente estudo, ao comportamento do epitélio reduzido do órgão do esmalte, devido às suas carcaterísticas proliferativas, fato que não está de acordo com a literatura com pulsada. A atividade desse elemento histológico, levando inclusive à secreção de substâncias de aspecto dentinoíde, nos faz questionar os aspectos conceituais da entidade.

 

 

 

74  / 1986

 

ESTUDO COMPARATIVO DA RESPOSTA DO TECIDO CONJUNTIVO SUB-CUTÂNEO DO RATO AO IMPLANTE DE TUBOS DE DENTINA, OBTURADOS PARCIALMENTE E COMPLETADOS COM DIFERENTES MISTURAS DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO.

M. R. Leonardo*; C. A. S. Cézar**; R. C. C. Lia*** & C. Bonatti Neto***

* Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia do Campus, de Araraquara -UNESP

** Departamento de Dentistica. Faculdade de Odontologia de Diamantina. Minas Gerais

*** Departamento de Fisiologia e Patologia. Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara -UNESP

Na obturação dos canais radiculares, é grande a responsabilidade do endodontista quanto à seleção e utilização de substâncias que preservem a vitalidade do coto pulpar, bem como, estimulem a tão desejada neo-formaçâo cementâria nas biopulpectomias e não se constituam em agente de irritação constante aos tecidos periapicais, nos casos de necropulpectomias.

A substância que tem oferecido melhores resultados biológicos, quando colocada em contato com o tecido pulpar, é o hidróxido de cálcio, por permitir e estimular a tão desejada neo-formação de barreira mineralizada, corno também por preservar a vitalidade dos tecidos apicais.

O objetivo principal dessa pesquisa foi o de observar o com- portamento biológico de produtos utilizados como veículos do hidróxido de cálcio.

Foi avaliada comparativamente a resposta de tecido conjuntivo sub-cutâneo de rato ao implante de tubos de dentina, obturados com cimento N-Rickert, deixando-se espaços de 1,5 a 2 mm, os quais foram preenchidos com três diferentes pastas de Hidróxido de Cálcio.

A maior ação irritante foi observada no grupo em que o lipiodol foi o veículo, prejudicando a formação de estruturas sugerindo mineralização. Nos grupos em que o polietileno glicol 400 foi utilizado, estruturas amor- fas basófilas, como mineralizações, com tendência à formação de barreira, foram visualizadas.

 

 

 

75  / 1986

 

ESTUDO COMPARATIVO DO CONSUMO DE OXIGÊNIO ENTRE ANIMAIS DIABÉTICOS E NORMAIS, FRENTE ÀS DIFERENTES FRAÇÕES DO PAROTIN.

M. C. F. A Veiga; D. Teixeira; C. E. Pinheiro; A. Guimarães

Departamento de Ciências Fisiológicas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba

O presente trabalho procurou elucidar o efeito das diferentes frações do Parotin (I, II, III e IV) caracterizadas por cromatografia em Deae- Celulose por Pinheiro (1984) sobre o consumo de oxigênio "In vitro" em ratos normais e diabéticos.

Foram utilizados 70 ratos machos com 3 meses de idade, distribuídos em dois grupos: Grupo I -controle (normais) e Grupo 11- Diabéticos Aloxânicos. Os animais foram sacrificados por decapitação e o tecido adiposo da cabeça do epidídimo foi retirado e incubado em frascos de Warburg, para determinação do consumo de oxigênio, durante 90 minutos.

Em presença das frações II, III e IV, houve um aumento significativo no consumo de O2 pelo tecido adiposo dos animais diabéticos de 72,7%, 95,7% e 48,7% respectivamente em relação ao meio contendo apenas glicose. A fração I mostrou ser menos efetiva, aumentando apenas 8% o consumo.

Nos animais controles as frações I, II, III e IV aumentaram o consumo em 13%, 16%, 27 ,3% e 26,3% respectivamente como pode ser observado o meio contendo frações do parotin apresentou maior consumo de O2 J Quando comparados com o meio contendo apenas glicose tanto nos animais t controles como nos diabéticos. Entretanto nos animais diabéticos as frações II, r III e IV foram mais efetivas que nos animais controles. Comparando-se o consumo de oxigênio entre os animais controles e diabéticos nota-se diferença altamente significativa, sendo que os animais diabéticos apresentaram em média um consumo de 73,4% maior que 05 animais normais.

 

 

 

76  / 1986

 

ESTUDO COMPARATIVO DO MECANISMO DE PRODUÇÃO E LIBERAÇÃO DE ENZIMAS LISOSSOMAIS POR CULTURA DE MACRÓFAGOS DURANTE UM PERÍODO DE 24 E 48 HORAS EM PRESENÇA DE PLACA DENTAL ÍNTEGRA E SUBMETIDA A VÁRIOS TRATAMENTOS DE EXTRAÇÃO.*

S.A. Catanzaro-Guimarães; A. M. M. Gomes; O. Tárzia: M. E. Taga; L. A. A. Taveira

Departamentos de Patologia e de Bioquímica da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo - Bauru -SP

Em trabalhos anteriores comprovamos que a presença de placa dental em meio de cultura de macrófagos é um agente flogógeno capaz de induzir a produção e liberação de enzimas lisossomais, tendo sido observado um efeito dose - dependente.

Na tentativa de elucidar quais os componentes da placa dental responsáveis por este efeito, frações de placa dental esterilizada foram submetidos a tratamentos extrativos com a finalidade de se remover a maior parte dos constituintes da matriz.

Após um período de incubação de 12 horas as culturas de macrófagos foram lavadas com salina morna, o meio substituído e amostras de placa dental íntegra esterilizada e placa dental esterilizada tratada foram endo nesta cultura em diferentes concentrações (10 ml, 25 ml, 50 ml e 100 ml), sendo a cultura mantida por um período de 24 a 48 horas sob estímulo.

Após os períodos de incubação de 24 e 48 horas as enzimas lisossomais e fosfatase ácida, N-acetil-glicosaminidase, beta-galactosidase, beta-glicuronidase e aril-sulfase foram analisados no meio de cultura e no lisado de células.

Os resultados obtidos serão descritos e analisados comparativamente em função da capacidade da placa dental íntegra e tratada agir ativando macrófagos na produção e liberação de enzimas hidrolíticas lisossomais para o meio de cultura após 24 e 48 horas de estímulo. O papel da placa dental na destruição tecidual através da ativação dos macrófagos será discutida em termos da secreção das enzimas lisossomais pela respectivas células.

* Trabalho subvencionado pela FAPESP e pelo CNPq

 

 

 

77  / 1986

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A DOR DENTAL E OUTRAS REGIÕES CORPORAIS.*

L. G. Brentegani; M. R. Brentegani; M. C. Lico

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Fisiologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP

Os autores estudaram neste trabalho se a aplicação tópica de serotonina (5-HT) no obex cuja ação é sincronizante, podia modificar a resposta aversiva frente a estimulação elétrica (E.E) de um dente ou da EE nociva de outra região corporal (Pata) na cobaia anestesiada superficialmente, registrando a resposta motora de defesa (RMD) e o eletrocorticograma (ECog). Os resultados mostraram que nos animais com EE do dente não houve alterações significantes do ECoG e da RMD após aplicação de 5HT, enquanto que aqueles com EE nociva da pata apresentaram um traçado eletrocortical sincronizado 20 minutos após a droga e uma diminuição do RMD, que durava até os 90 minutos aproximadamente após a droga. Esses dados experimentais parecem , apontar para uma sensibilidade diferencial à dor da polpa dentária se comparada com outras regiões periféricas, assim como um efeito de realimentação possivelmente diverso sobre a resposta aversiva

* Auxílio CNPq e FINEP

 

 

 

78  / 1986

 

ESTUDO DA ADAPTAÇÃO MARGINAL DE AMÁLGAMAS DE PRATA SOB A INFLUÊNCIA DE LIGAS, TRITURAÇÕES E BRUNIDURA.

J. R. Lovadino

Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Piracicaba

O objetivo desse trabalho foi verificar o nível de adaptação da superfície da parede lateral de corpos de prova confeccionados em amálgamas de prata. Foram realizados corpos de prova através de três ligas de prata diferentes, cujos nomes comerciais foram Novo True Dentalloy, Novaloy e Sybra- loy.

Essas ligas foram trituradas mecanicamente e manualmente, conforme Especificação nº 1 da Associação Dentária Americana e condensadas com condensador tipo Hollemback nº 1, sob pressão de 1 kgf, de maneira convencional e associada à brunidura, em cavidades preparadas em dentes humanos recém-extraídos e em matriz metálica.

Os corpos de prova, assim confeccionados, tiveram suas paredes laterais analisadas através de um rugosrmetro marca JENA, e, então, fotografados. Através das fotografias, que exibiam pontos claros e escuros, e considerando que os pontos claros foram representativos das regiões onde o amálgama de prata condensado na cavidade mais se aproximou da parede, pudemos concluir que a brunidura proporcionou melhor adaptação do amálgama de prata às paredes laterais das cavidades. Com exceção da liga Sybra- loy, a trituração mecânica apresentou melhor adaptação e os amálgamas de prata que melhor se adaptaram às paredes laterais das cavidades foram, em ordem crescente, os confeccionados com as ligas Novo True Dentalloy, Nova- loy, e Sybraloy.

 

 

 

79  / 1986

 

ESTUDO DA DIREÇÃO DAS ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS DOS MOLDES DE REVESTIMENTO UTILIZADOS NA OBTENÇÃO DE RESTAURAÇÕES METÁLICAS FUNDIDAS.

G. L. Adabo & F. P. M. Silva Filho

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese. Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

As dificuldades na obtenção de restaurações metálicas fundidas perfeitamente adaptadas aos preparos cavitários tem desafiado os pesquisadores e clínicos que atuam na Dentistica Restauradora e Prótese. Apesar do desenvolvimento de novos materiais e técnicas, a literatura é rica em observações de autores que citam as limitações das técnicas disponíveis atualmente.

Assim sendo, decidimos estudar a direção das alterações dimensionais que se processam no molde de revestimento expandido. Padrões de cera obtidos a partir de troquei metálico tipo M.O.D. foram incluídos em dois tipos de revestimento (HIGROTERM e HI- TEMP). Antes da inclusão, foram realizadas medidas no padrão de cera em oito regiões pré - determinadas através de projetor de perfis, sensível a micrômetro e após a inclusão e expansão hidroscópica, o bloco de revestimento foi seccionado no sentido longitudinal e o molde resultante também foi medido nas regiões pré-estabelecidas. Através da comparação entre as duas mensurações realizadas e análise estatística foi possível concluir que as alterações que se processam nos moldes de revestimento são bastante irregulares, desordenadas e sofrem influência do tipo de revestimento empregado.

 

 

 

80  / 1986

 

ESTUDO DA REAÇÃO INFLAMATÓRIA NO COTO PULPAR DE DENTES DE RATOS APÓS A APLICAÇÃO DE DEXAMETASONA A 2%.

S. Lobarinhas; V. C. Araújo; N. S Araújo

Disciplina de Patologia Buco - Dentária. Faculdade de Odontologia -USP

O presente estudo teve o propósito de verificar histologicamente a reação inflamatória pós-pulpectomia em dentes de ratos quando a Dexametasona isoladamente é utilizada como medicação intra canal.

Para tanto a seguinte metodologia foi utilizada; Ratos de linhagem Wistar, pesando de 150 a 200 gramas foram anestesiados, radiografados na região de molares superiores e posicionados na mesa operatória. Segue-se isolamento absoluto do primeiro molar superior, abertura para acesso ao canal mesial, irrigação com soro fisiológico e penetração de uma lima tipo "Torpan" nº 08, baseando-se seu comprimento na radiografia de estudo. A dilatação do canal radicular foi feita até a lima nº 25, de modo a possibilitar as- sim a remoção total da polpa.

No grupo experimental, após a secagem do canal, foi aplicada a dexametasona a 2% em soro fisiológico. Nos dentes/controles nenhuma substância foi colocada.

Os dentes foram selados com óxido de zinco e eugenol (Tipo 'I) e os animais sacrificados nos tempos de 24 horas, 7,14, 2' e 28 dias. A peça obtida foi processada histologicamente e corada por hematoxilina-eosina. Algumas lâminas no tempo de 28 dias foram selecionadas para receber a coloração de Brown e Breen, para a pesquisa de microrganismos.

Os resultados evidenciaram que a utilização da substância corticóide não acompanhada de anti-microbiano, levou a necrose pulpar com formação de abscesso periapical e evolução para quadros de osteomielite, sendo possível verificar a presença de colônias bacterianas na região periapical.

 

 

 

81  / 1986

 

ESTUDO DE ALGUMAS PROPRIEDADES FISICAS E BIOLÓGICAS DE CIMENTO OBTURADOR DE CANAIS RADICULARES A BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO.

J. M. P. Sampaio; F. Glezer; E. Saio; J. Magalhães; E. G. Birman

Faculdade de Odontologia -USP

Frente a novos materiais que vem sendo introduzidos na prática odontológica, procuramos estudar as propriedades físicas e biológicas de um cimento obturador a base de hidróxido de cálcio.

Assim foram avaliados o escoamento e a adesividade à dentina. O primeiro teste utiliza placa de vidro em posição vertical deixados em es- tufa a 37º2C e U.R. 100% (SAMPAIO & SATO, 1984) e a adesividade pela utilização de amostra de dentina radicular, preparadas químico-mecanicamente à semelhança da clínica.

Entre elas é colocado uma camada de cimento e após 1 hora, 24 horas, 168 horas (tempt. 37ºC e 100% U. R.). O teste de tração com dispositivo adequado é realizado (SATO, 1984).

A biocompatibilidade foi avaliado com a introdução de lamínulas de vidro revesti das pelo cimento no subcutâneo de camundongos em vários tempos até 60 dias.

Os resultados demonstraram que as propriedades físicas estudadas não são ideais e biologicamente o cimento induziu uma resposta mais intensa por parte dos tecidos quando comparado a produto similar sem hidróxido de cálcio (Tubuli-Seal-Kerr*). Apesar de suas propriedades quanto a calcificação os aspectos de sua biocompatibilidade ainda devem ser melhor avaliados.

* Sealapex-Kerr

 

 

 

82  / 1986

 

ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DE CIMENTOS UTILIZADAS COMO BASE PROTETORA EM RESTAURAÇÕES.

L R. M. Martíns

Departamento de Odontologia Restauradora - Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

Para a realização desta pesquisa foram utilizados 315 corpos de prova (c.p.) objetivando estudar o comportamento de sete cimentos de diferentes composições e marcas comerciais ("Fosfato de Zinco SS White", "Ceramico", "Intermed", "Life", "Renew", "Dycal", "Pulcap"), quanto à resistência ao cisalhamento por puncionamento, compressão, e tração diametral. Os períodos de armazenagem foram de 7 minutos, 30 minutos e 24 horas. Os cimentos foram. proporcionados e manipulados de acordo com as respectivas recomendações do fabricante, em ambiente com temperatura e umidade controlados. Levando-se em consideração e metodologia adotada na prelente pesquisa, os resultados encontrados e a sua análise criteriosa, foram obtidas as seguintes conclusões: 1. na resistência ao cisalhamento por puncionamento, os cimentos "Fosfato de Zinco", e "Ceramco" apresentaram os melhores resultados e o "Intermed" mostrou-se superior aos cimentos de hidróxidos de cálcio; deles o "life" foi o melhor, sendo que o "Dycal" e o "Renew" foram semelhantes e superiores ao "Pulpcap". 2. a resistência à compressão apresentou comportamento na seguinte ordem decrescente de desempenho: "Fosfato de Zinco", "Ceramco", "Intermed", e Hidróxido de Cálcio, "Life", "Dycal", "Renew", "Pulcap. 3. resistência à tração diametral teve a seguinte ordem decrescente de desempenho: "Fosfato de Zinco", "Ceramco", "Intermed", "life", "Dycal", "Pulpac" e "Renew". 4. a resistência de todos os materiais testados aumentou em função do tempo.

 

 

 

83  / 1986

 

ESTUDO DO ALONGAMENTO, DA RESISTÊNCIA ATRAÇÃO E DA DUREZA VICKERS DE DUAS LIGAS METÁLICAS À BASE DE COBRE. ZINCO, PARA USO ODONTOLÓGICO

M. A. M. R. Silva*; C. L. A. Porto*

* Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

** Departamento de Dentística. Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP

A pesquisa científica, de um modo geral, tem sido conduzida sempre no interesse da resolução de problemas que são comuns a diferentes comunidades.

Isto tem proporcionado o desenvolvimento de novos materiais e novas técnicas na Odontologia, que buscam melhorar a condição de saúde oral e a própria satisfação cliente/profissional.

Esta tendência levou ao desenvolvimento de muitas ligas metálicas de interesse odontológico. Assim, foram comercializadas ou pelo menos desenvolvidas, ligas com menor conteúdo de ouro e ligas dos sistemas prata/paládio; prata/estanho; cobre/alumínio e cobre/zinco.

O uso destas ligas é questionável: entusiasmados defensores confrontam-se com rigorosos críticos. Problemas de oxidação, corrosão, dureza e propriedades mecânicas vêm sendo exaustivamente estudados. E um longo tempo ainda haverá de passar antes que se possam tê-las totalmente resolvidos. O mesmo pode ser dito para as ligas do sistema cobre/zinco. O presente trabalho se propõe a ser mais uma contribuição nesta literatura que promete ser muito extensa.

Estudou-se o alongamento à resistência, à tração e a dureza Vickers de duas ligas de uso odontológico, do sistema cobre/zinco; uma experimental (M1) e outra comercial (M2).

 

 

 

84  / 1986

 

ESTUDO DO COMPORTAMENTO BIOLÓGICO DA DENTINA CARIADA DE DENTES PERMANENTES SUBMETIDOS AO CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO. ANÁLISE ATRAVÉS DE MÉTODOS MORFOLÓGICOS, HISTOQUIMICOS E DA MICROSCOPIA ELETRÓNICADE VARREDURA.

M. M. M. Jaeger; R. G. Jaeger; V. C. Araújo; N. S. Araújo

Departamento de Estomatologia -FOUSP

Foram utilizados no presente trabalho dentes permanentes de humanos com cáries profundas, que foram tratados pelo método do capeamento pulpar indireto.

Numa primeira sessão, após remoção da dentina superficial e necrótica, foi removida a dentina das camadas mais profundas através de cureta afiada, sendo o dente restaurado provisoriamente em óxido de zinco- eugenol. Numa segunda sessão, 40 dias após, a restauração provisória foi re- movida e foi retirada nova escama de dentina.

O material removido em ambas as sessões foi fixado em Bouin e submetido a estudo microscópico através de hematoxilina-eosina e métodos histoquímicos PAS, Alcian-blue e Alcian-blue + PAS. O material a ser estudado à luz da microscopia eletrônica de varredura foi fixado em aldeido- glutárico, submetido a desidratação em um aparelho de "ponto - critico", recoberto com ouro observado em um microscópio Siemens-Autoscan, a 25 Kve vácuo de 10-5 TORR.

A coloração pela hematoxilina-eosina assim como os métodos histoquímicos utilizados mostraram diferenças marcantes entre o material obtido na primeira sessão e aquele removido após 40 dias. Merece destaque a verificação da positividade ao alcian-blue na dentina obtida na segunda sessão, fato indicativo da presença de glicosaminoglicanas, e de grande importância no processo de remineralização desse tecido.

O estudo em varredura nos permite observar as numerosas áreas de destruição dentinária no material obtido na primeira sessão, sua desorganização, e presença numerosa de bactérias. O material obtido posterior- mente mostrou uma dentina mais próxima da normalidade, com esboço de estruturas em favo de mel causado pelo protrusão dos calcoglóbulos, sem bactérias na camada superficial e evidenciando áreas de esclerose peritubular .

 

 

 

85  / 1986

 

ESTUDO DOS DISTÚRBIOS PROVOCADOS POR TRAUMATISMO MECÂNICO NO DESENVOLVIMENTO DE MOLARES DE RATOS

R. G. Jaeger; V. C. Araújo; N. S. Araújo

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia -USP

Oitenta ratos recém-nascidos (Rattus norvegicus albinus. Rodentia. Mammalia) foram submetidos a trauma mecânico na região de molares da mandíbula, realizado através de agulha hipodérmica 2Sn. Decorridos cinqüenta dias, os animais foram sacrificados e suas mandíbulas examinadas macroscópica e microscopicamente ao HE. Dos oitenta animais, sessenta exibiam distúrbios de desenvolvimento dentários que variavam desde alterações estruturais até anomalias de erupção. Nas mandíbulas onde verificou-se macroscopicamente ausência de dentes, foi observada uma grande variedade de distúrbios, representados por dentes inclusos, quadros compatíveis com o da odontodisplasia regional, malformações semelhantes a odontomas, lesões císticas e proliferações teciduais sugestivas de outros tumores odontogênicos.

As anomalias de erupção dentária provavelmente foram desencadeadas por um dano direto ou indireto do agente físico em questão, ou mesmo através da quebra do processo indutivo, acarretando uma interrelação tecidual anômala. É discutida também a presença, no nosso material, de dentes inclusos, sendo achado marcante o processo de anquilose dento-alveolar determinado experimentalmente.

A presença de dentes retidos com aspecto de "dentes fantasma", nunca foi anteriormente relatada pelos trabalhos experimentais compulsados, assim como a obtenção de uma lesão semelhante ao mixoma odontogênico e outra idêntica ao fibroma cementificante central. Outro tumor odontogênico obtido com nossa metodologia foi o odontoma cujas peculiaridades aqui verificadas nos permitem questionar a verdadeira natureza da identidade.

 

 

 

 

86 / 1986

ESTUDO HISTOMORFOLÓGICO DO TECIDO CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DO RATO AO IMPLANTE DE PASTAS À BASE DE HIDRÓXlDO DE CÁLCIO, CONTIDAS EM TUBOS DE DENTINA HUMANA

R. C. C. Lia*; C. V. Mauricio**; M. R. Leonardo***; C. Benatti Neto*; M. R. B. Oliveira

* Departamento de Fisiologia e Patologia. Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara -UNESP

*Departamento de Odontologia Restauradora. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba

*.* Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara -UNESP

 

 Em endodontia nas biopulpectomias, uma instrumentação atraumática, o emprego de soluções irrigadoras e medicamentos inócuos e o uso de substâncias obturadoras que preservem a vitalidade do côto pulpar e que estimulem a reparação apical e periapical devem ser os objetivos do endodontista.

Em relatos de inúmeros trabalhos experimentais, é sobejamente estudada a ação osteogenética do hidróxido de cálcio, utilizado puro ou em associação e com várias indicações em Odontologia. Assim esta pesquisa tem por objetivo analisar o compor1amento histomorfológico do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos albinos, frente a implantes de tubos de dentina humana, contendo misturas à base de hidróxido de cálcio.

Foram utilizados 36 ratos, albinos, machos, adultos jovens, divididos em 3 grupos, de 12 animais cada. Os animais receberam implantes de tubos de dentina humana contendo as seguintes pastas: Grupo I -Hidróxido de cálcio + Polietileno Glicol 400; Grupo II -Hidróxido de cálcio + Lipiodol {ultra- fluido) e Grupo III -Hidróxido de cálcio + Paramonoclorofenol canforado 2,5 - 7,5. Decorridos os períodos de 30, 60, 90 e 120 dias, os animais foram reoperados e as áreas referentes aos implantes, removidas e preparadas para es- tudo histológico. Os resultados microscópicos mostraram que as misturas correspondentes aos Grupos I, II, e III, comportaram-se como irritantes de tecido conjuntivo subcutâneo do rato, possibilitando no entanto cápsula em colagenização progressiva no decorrer dos períodos, como também a formação de estruturas como mineralizadas dispostas regularmente acompanhando a orientação dos feixes de fibras colágenas nos grupos I e III.

 

 

 

 

87 / 1986

 

ESTUDO IMUNOENZIMÁTICO DAS LESÕES DE BOCA DA LEISHMANIOSE CUTÂNEO MUCOSA.

F. O. Nunes; M. N. Solto; V. C. Araújo; N. S. Araújo; V. L R. Malta

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia -USP

A leishmaniose Cutâneo-Mucosa é uma doença infecciosa, cujo agente etiológico é leishmaniose brasiliensis entre outras cepas.

Ocorre em todo o território nacional, principalmente nas áreas de florestas, transmitida pelas várias espécies do mosquito do gênero Phlebotomus.

As leishmanias produzem lesões cutâneas únicas ou múltiplas, graves e desfigurantes, podendo ocorrer envolvimento mucoso ou cutâ- neomucoso.

O quadro histopatológico não é característico para a lesão, pois é representado geralmente por resposta inflamatória crônica, com difícil identificação do parasita. Disto depreende-se que é essencial para o diagnóstico da doença, métodos de demonstração do protozoário nos tecidos, como as técnicas da imunoperoxidase e imunofluorescência indireta.

Baseados nessas considerações propusemo-nos a estudar 9 casos de leishmaniose Cutâneo-Mucosa com manifestações bucais, recebidas pelo Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Buco-Dentária da FOUSP .

Os fragmentos foram processados pela técnica histológica de rotina e corados pela hematoxilina-eosina, recebendo o diagnóstico de compatível com Leishmaniose, confirmado pela reação intradérmica de Montenegro.

A seguir o material embebido em parafina foi cortado e submetido a técnica imunoenzimática da peroxidase-antiperoxidase (PAP).

O material corado pela hematoxilina-eosina foi submetido ao estudo morfológico básico, com o intuito de se analisar a região tissular do hospedeiro. Dessa forma, especial enfoque foi dado ao tipo de resposta inflamatória. suas caracteristicas, celularidade e arranjo, bem como alterações vasculares e regressivas presentes.

O estudo imunoenzimâtico nos permitiu verificar positividade para o parasita em cinco dos oito casos avaliados. A presença de padrões amastigotas, celular e vascular foi pesquisada e analisada perante a literatura Previamente compulsada.

 

 

 

88  / 1986

ESTUDO "IN VITRO" DE ALGUNS ANTISSÉPTICOS FRENTE A CUL TURAS DE LEVEDURAS ISOLADAS DE BOCA DE PACIENTES COM CANCER ANTES E DURANTE A RAIOTERAPIA.

A. Cury*; M. C. C. Sampaio **; C. R. Pau/a ***; E. G. Birman**

* Faculdade de Ciências Farmacêuticas -USP ** Faculdade de Odontologia -USP

*** Instituto de Ciências Biomédicas -USP

As leveduras da boca tem sido tratadas com antimicóticos, notadamente, a nistatina. Muitas drogas, como a violeta de genciana. tem originado o aparecimento de cepas resistentes. Os antissépticos. por sua vez. apresentam ação inespecífica sobre leveduras que podem cohabitar como comensais em indivíduos sadios ou como patogênicos oportunistas em indivíduos imunodeprimidos. Menos tóxicos para o hospedeiro e mais acessíveis do que os antimicóticos eles merecem melhores avaliações. Nosso trabalho objetiva o estudo da sensibilidade "in vitro" de leveduras frente a quatro (4) anti-sépticos, escolhidos pelo seu difundido uso em estomatologia para vários problemas bucais. As cepas isoladas em culturas puras foram avaliadas frente a diferentes concentrações que vão de 0,007 g/l no mínimo a 20,00 g/l no máximo de cloreto de cetilpiridino, hexaclorofeno, timerosal e violeta de genciana. Os testes para o estudo da concentração inibitória e da concentração fungistática mínima foram realizadas em meio sólido e em triplicata para cada levedura.

Vinte (20) pacientes foram estudados sendo que 5 deles apresentaram culturas negativas, antes da radioterapia. Nestes foram observados 4 espécies de fungos. a maior parte representada pela Candida albicans. Durante a radioterapia todas as culturas dos 20 pacientes foram positivas com 8 espécies de fungos diferentes, havendo num mesmo pacientes até 3 espécies diferentes, predominando a Candida albicans da mesma forma que anteriormente. Entre os antissépticos estudados o cloreto de cetilpiridino mostrou-se o mais efetivo "in vitro'. sobre as leveduras encontradas devido a elevada atividade fungistática e fungicida em baixas concentrações antes da radioterapia e um pouco mais alta, durante o tratamento, evitando assim, o uso de altas concentrações utilizadas para outras drogas. Estudo em andamento está sendo realizado "in vivo" para comprovação dos resultados obtidos nesta etapa preliminar.

 

 

 

 

89  / 1986

 

ESTUDO MORFOLÓGICO DA FACE OCLUSAL DOS SEGUNDOS MOLARES INFERIORES, NA ESPÉCIE HUMANA.

W. Silva Junior*; E. R. Villi*; F. A. R. Franco**

* Departamento de Ciências Fundamentais para Saúde -CEBIM - Universidade Federal de Uberlândia

.* Departamento de Anatomia. Instituto de Ciências Biomédicas -USP

*.* Aluno-monitor do Departamento de Anatomia. Instituto de Ciência Biomédicas- USP (In Memoriam)

Os autores observaram a disposição, em volume, das cúspides presentes na superfície oclusal dos segundos molares inferiores.

Foram examinados 154 segundos molares inferiores, encontrados em 103 mandíbulas humanas maceradas e identificadas, onde estudaram a disposição das seguintes cúspides: M-V; D-V; M-L; D-L e mediana vestibular.

As observações mostraram à seguinte ordem, em volume, das cúspides examinadas; MV- (51,30%); D-V (41,56%); M-L (48,70%); D-L (55,84%) e mediana vestibular (10,0%).

 

 

 

90  / 1986

 

ESTUDO MORFOLÓGICO DE SULCOS E FISSURAS DE PRÉ-MOLARES JOVENS E SENIS.

L. R. F. Walter; M. J. Foroni; H. C. Scarparo

Utilizando-se de 585 cortes vestíbulos linguais das superfícies oclusais de pré-molares jovens e senis, obtidos no aparelho desenvolvido por Walter e Okama em 1976, os autores observaram os sulcos em lupa esterioscópica.

A avaliação morfológica foi realizada pelo método de Nagano e a observação da integridade da desmineralização e da obliteração dos sulcos e fissuras por método visual.

 

 

 

 

91  / 1986

 

ESTUDO MORFOLÓGICO E BIOQUÍMICO DA FLUOROSE EXPERIMENTAL EM DENTES INCISIVOS DE RATOS.

R. L S. BarrichekJ & J. A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

O excesso de flúor provoca alterações morfológicas no esmalte de intensidade proporcional a dose. O mecanismo pelo qual ocorre o fenômeno é desconhecido. Procurando estudar o processo, durante 20 dias injetou-se em 15 ratos recém-desmamados 4,0 mgF/Kg de peso. Num mesmo número de animais administrou-se solução fisiológica. Após este período, os animais foram sacrificados e seus incisivos foram extraídos. Após uma limpeza com gaze, a matriz do esmalte de duas regiões distintas foi cuidadosamente raspada. Assim, amostras de esmalte jovem (cheese-Iike) e parcialmente maduro (chalk-like) foram reunidas. A mandíbula de 2 animais foi fixada para a análise morfológica. A porcentagem de água na matriz do esmalte foi determinada. Para a análise das proteínas, a matriz do esmalte foi submetida a diálise em ácido acético 0,5M, a 4oC, durante 5 dias. Após a remoção do resíduo insolúvel, o extrato foi liofilizado. As proteínas foram dissolvidas em uréia 6M e analisadas por etetroforese em gel de poliacrilamida. Os resultados mostraram não haver alteração morfológica dos ameloblastos, quando observados ao microsópio óptico. O teor de água na matriz do esmalte dos dentes dos animais tratados com flúor foi bem menor do que do controle em ambas as frações (13,6 vs 46,2; 5,7 vs 33.8). A análise de protelas do esmalte jovem mostrou di- ferenças quantitativas, havendo diminuição das de peso motecular maior com aumento das de menor quando da administração do flúor .

 

 

 

92  / 1986

 

ESTUDO MORFOLÓGICO E MORFOMÉTRICO DA GLÂNDULA  SUBMANDIBULAR DE RATOS COM LESÂO DA REGIÂO ÂNTERO-VENTRAL DO TERCEIRO VENTRICULO (AV3V).

A Renzi; L A Camargo; W. A. Saad; J. W. Menani; R. A Lopes

Departamento de Fisiologia e Patologia. Faculdade de Odontologia de Araçatuba -UNESP

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Foram utilizados ratos albinos, variedades Holtzman, machos, com peso variando entre 240 e 290 gramas. Um grupo de animais foi lesado estereotaxicamente através de corrente inidica continua de 1,0 mA, durante 5 segundos. O outro grupo não recebeu qualquer tratamento e serviu de controle. Os animais foram sacrificados 7 e 15 dias após o inicio do experimento. As glândulas submandibulares foram retiradas, separadas da sublingual e imersas em alfac, durante 24 horas. Os cérebros foram imersos em formol a 10% durante 48 horas, posteriormente congelados e cortados seriada mente.

Cortes frontais de 15 micrometros de espessura foram corados pelo HE, e comprovaram a LA V3V. Resultados: 1) Os pesos das glândulas submandibulares dos ratos controles e submetidos à LAV3V (7 dias) foram iguais 8 0,455 9 :t 0,023 e 0,423 g -010211 respectivamente; para os animais sacrificados após 15 dias esses valores foram iguais a 0,448 :t 0,022 para o controle e 0,407 g :t 0,027 para o tratado; 2) Os volumes nucleares das células dos ácinos e ductos granulosos, estriados e excretores foram iguais a 119,95 (m3 (7,47,119, (m3 (10,07,157,75 (m3 (15,01 e 168,24 (m3 ( 4,83 para os controles (7 dias); 81,58 (m3 ( 5125,106,38 (m3 (7,47111,78(m3 ( 8,12 e 132,95 (m3 ( 9,71 para os tratados (7 dias); 112,72 (m3 ( 9,72, 121 ,45 (m3 (6,81,127,19 (m3 ( 7,24 e 185,98(m3 :t 18,25 para os controles de 15 dias; e finalmente 66,48 (m3 ( 1,451 92,04 (m3 (11108, 99,34 (m3 ( 8,52 e 120,07 (m3 14,92 para os tratados de 15 dias.

 

 

 

93  / 1986

 

ESTUDO MORFOMÉTRICO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO. COMPARAÇÂO ENTRE SEXOS.

L C. Pardini & R. Taga

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Bauru -USP

No estudo morfométrico foram utilizadas glândulas submandibulares de camundongos albinos (Mus Musculus), de ambos os sexos. com idade de 120 dias pesando o animal macho 34, 7 g e a fêmea 26,0 g. Resultados: 1) a densidade da glândula, em ambos os sexos, foi de 1,09 glcmJ. 2) a densidade de volume e o volume total do ducto granuloso é maior no macho. 3) o volume total do ácino e ducto intercalar é maior no macho. 4) o ducto estriado exibe maior densidade especifica e volume total na fêmea. 5) a densidade de superfície do ducto granuloso no macho é de 1.134 cm2/cmJ e na fêmea é de 731,8 cm2/cmJ. 6) a superfície total do ducto granuloso e do ácino exibem valores mais elevados no macho. 7) a relação superfície - volume do ducto granuloso é maior no macho. 8) o diâmetro externo e o comprimento total do ducto granuloso é 37%, 203% maior no macho. 9) o volume nuclear, o número e a freqüência de células do ducto granuloso é maior no macho. 10) o número e a freqüência de células do ducto estriado é maior na fêmea. 11) o comprimento do ducto estriado é 166% maior na fêmea.

 

 

 

94  / 1986

 

ESTUDO MORFOMÉTRICO DAS AL TERAÇÕES DA GLÂNDULA SUBLINGUAL DO RATO, DETERMINADAS PELO ENVELHECIMENTO.

M. C. Komesu; R. A. Lopes; S. O. Petenusci; C. R. Silva-Netto; O. V. Paula-Lopes

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Foram utilizados ratos albinos, variedade Wistar, com 3, 6, 12 e 24 meses de idade. Após o sacrifício, as glândulas sublinguais foram retiradas juntamente com as submadibulares, separadas uma da outra e imersas em alfac. Os cortes obtidos foram corados pela hematoxilina e eosina. Com o objetivo de avaliar percentualmente as estruturas da glândula sublingual, empregou- se a técnica de Chalkley (1943). Utilizou-se para tal, uma ocular preparada com quatro pontos padrão e uma objetiva de imersão (100 x). Cada ponto padrão correspondia à extremidade livre da seta e as estruturas histológicas escolhidas (citoplasma, núcleo, ductos e tecido conjuntivo) foram registradas individual- mente. Foram contados 500 pontos, ao acaso, para cada glândula, que, posteriormente, foram transformados em valores percentuais. Os volumes nucleares foram avaliados com o emprego da cariometria, de acordo com Valeri et alii (1967). Os valores percentuais para conjuntivo foram, respectivamente para os ratos com 3, 6, 12 e 24 meses, iguais a: 61,8%, 56,2%, 57 ,7% e 55,5%; os valores para núcleo foram: 19,4%, 19,9o/0, 16,4% e 17,8%; os valores para ductos foram: 5,9%, 5,6%, 6,OOfo e 5,0%, e, finalmente, os valores para tecido conjuntivo foram: 12,9%, 18,3%, 19,9% e 21,7%. Os valores dos volumes nucleares foram: 104,12 ( 3,62 I((m(, 108,50 (3,18 (m(, 121,08 (3,91 (m( e 106,66 ( 3,18 (m( para as semi-Luas serosas, 109,88 (3,36 (m(, 109, 43 (5,10 (m(, 118,86 (6,15 (m(e 132,59 ( 4,41 (m( para as células dos ductos estriados; 113,95 ( 10,65 (m(  112,06 (3,46 (m(, 145,03 (4,13 (m(e 140,63 (10,28 (m(para as células dos ductos excretores.

 

 

 

95  / 1986

 

ESTUDO ULTRA-ESTRUTURAL DAS CÉLULAS DOS DUCTOS GRANULOSOS DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO MACHO ADULTO CASTRADO.*

A. ,. Doine

Departamento de Histologia e Embriologia. Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Células dos ductos granulosos (DG) da glândula submandibular (GSM) de camundongos foram estudadas 1, 2, 3, 5, 7, 10, 15,20,25,30 e 120 dias após a castração. Sabe-se que estas células, sob influência dos hormônios testiculares aumentam grandemente em número e sintetizam quantidades aumentadas de princípios biológicos ativos, definindo um dimorfismo sexual evidente já no 1º mês de vida pós-natal. A castração dos animais machos adultos leva à redução morfológica e funcional dessas células dos DG. A grande maioria dos trabalhos pertinentes ao assunto mostra modificações morfológicas e bioquímicas dos DG após períodos de castração longos (30 dias ou mais), sendo escassas as informações acerca das modificações que possam ocorrer após curtos períodos. Dessa forma, 4 animais de cada período, acima mencionado, foram utilizados, e fragmentos da GSM foram processados para microscopia eletrônica. As observações feitas aos microscópio eletrônico (Zeiss ou Jeol 100 CX-II) podem assim serem resumidas: a) inicialmente, há um aumento de lisossomos primários e secundários, vacúoloa autofágicos já nos primeiros 10 dias após a castração; b) frequentemente são observadas fusão de vesículas e lisossomos com grânulos de secreção; c) dobras da membrana plasmática na região basal das células aumentam com o decorrer do tempo de castração, bem como o número e tamanho das mitocôndrias, que passam a ocupar também esta região celular; d) os corpos residuais aumentam em tamanho e número nas células dos ductos granulosos. Essas observações indicam que a regressão das células dos DG são devidas não apenas à extrusão dos grânulos de secreção, mas também a processos de autofagia (crinofagia).

* Trabalho subvencionado pela FAPESP, FINEP.

 

 

96  / 1986

 

ESTUDO ULTRA ESTRUTURAL E CITOQUIMICO DA SECREÇÃO ORGÂNICA DOS AMELOBLASTOS E SUA RELAÇÃO COM OS PRIMEIROS ESTÁGIOS DE MINERALIZAÇÃO DA DENTINA USO DO VERMELHO DE RUTÊNIO ASSOCIADO ÀS TEMPERATURAS DE FIXAÇÃO DE 24oC E 37oC.

M. L. P. Almeida; A. W. Almeida; E. Katchburian

Departamento de Histologia e Embriologia. Instituto de Ciências Biomédicas - USP

O vermelho de rutânio é um corante utilizado para a evidenciação de macromoléculas aniônicas tanto em microscopia óptica como eletrônica. Em microscopia eletrônica caracterizaria as glicosaminoglicanas, sendo muito utilizado para a demonstração da existência de glicocálix em certas células. As substâncias vermelho de rutênio-positivas são fortemente eletrondispersantes ao microscópio eletrônico.

Estudos anteriores em germes dentais. utilizando corantes catiônicos, demonstraram que a distribuição de grânulos evidenciados pelo vermelho de rutênio estava relacionada com a quantidade de glicosaminoglicanas ácidas encontradas no manto dentinário.

Associamos O método citoquímico às temperaturas de fixação mais altas que as convencionais e acreditamos que isto tenha resultado numa preservação e caracterização mais apropriada das macromoléculas aniônicas.

Nossos achados, até o momento, mostraram que o vermelho de rutênio marcou seletivamente algumas estruturas, destacando-se as vesículas da matriz, as fibrilas colágenas e um material eletrondispersante associado à membrana externa das vesículas ou disposto ao longo das fibrilas colágenas.

Acreditamos que o material aniônico associado às vesículas e fibrilas colágenas venha a desempenhar funções importantes nas etapas iniciais do processo de calcificação da dentina, talvez agindo como elemento agregador de íons cálcio, aumentando a concentração do mesmo em tais pontos.

 

 

 

97  / 1986

 

EXÉRESE DE HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA COM PROTEÇÃO POR CONDICIONADOR DE TECIDOS OU PASTA ZINCO-EUGENÓLICA. AVALIAÇÃO CLÍNICA E HISTOLÓGICA EM PACIENTES

L A. Passeri.; E. M. Abreu.; A. C. P. Carvalho..; S. R. P. Une...

* Cirurgia Buco-Maxilo-Facial. F. O. Piracicaba -UNICAMP ** Cirurgia Buco-Maxilo-Facial. F. 0. Araçatuba -UNESP *** Pós-graduando, Patologia. F.M.V.Z. -USP

Após a exérese de hiperplasia fibrosa inflamatória foi utiliza- do condicionador de tecidos (Lynal, The L.D. Caulk Co.) em oito pacientes e pasta zinco-eugenólica (Pasta Lysanda, Lab. Lysanda Ltda.) em outros oito pacientes, visando a proteção da área cruenta resultante. As lesões removidas foram submetidas à biópsia, confirmando o diagnóstico. 0 material protetor foi trocado aos 7 e 14 dias pós-operatórios.

A área foi examinada e avaliada clinicamente aos 7, 14 e 21 dias após a cirurgia, quando à dor, odor, hemorragia secundária, supuração, inflamação periférica e aderência do material à ferida. Biópsias foram realizadas aos 7 e 14 dias pós-operatórios e os cortes corados pela hematoxilina e eosina para o estudo histológico.

O grupo que utilizou o condicionador apresentou feixes de fibras colágenas em organização mais precoce e o grupo de pasta um maior infiltrado inflamatório. O condicionador de tecidos mostrou-se mais biocompatível.

 

 

98  / 1986

 

FLUORETAÇÃO DO SAL DE COZINHA PARA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA AO NÍVEL FAMILIAR: 111- ESTUDO METABÓLICO.

P. S. S. Gil* & J. A. Cury

Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. (Proc. 100797-84)

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Em trabalho anterior (CURY e cols. 1983) foi preconizado um método estabelecido em laboratório para o fluoretação domiciliar do sal de cozinha. Posteriormente (TEIXEIRA e cols. 1986) demonstrou-se a homogeneidade da mistura quando preparada por famílias de diferentes níveis de escolaridade. Na presente comunicação comparou-se a manutenção das condições metabólicas devido a ingestão de refeições preparadas com sal contendo 250 mgF/Kg, em relação a ingestão de flúor devido a água fluoretada. Assim, durante 3 dias coletou-se urina das crianças da creche da Faculdade de Odontologia de Piracicaba as quais bebem água fluoretada (0,8 ppm). A seguir foi fornecido sal fluoretado para preparar as refeições e água destilada para o mesmo fim e para as crianças beberem. Novamente, durante 3 dias coletou-se urina. Os resultados obtidos mostraram que a fluoretação dos sal de cozinha parece ser capaz de manter as condições metabólicas estabelecidas pela fluoretação da água.

 

 

 

99  / 1986

 

AS GLÂNDULAS CEFÁLICAS DE RÉPTEIS E ANFIBIOS BRASILEIROS. IV. HISTOLOGIA E HISTOMETRIA DAS GLÂNDULAS LABIAIS, PRÉMAXILAR, DE DUVERNOY E DE HARDER DE Oxyrhopus trigenJnus (SERPENTES: COLUBRIDAE).

R. A. Lopes; M. G. D. Contrera; J. R. V. Costa; G. M. Campos, S. O.  Petenusci

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Os autores estudaram morfológica e morfometricamente as glândulas supralabial, infralabial, prémaxilar, de Duvernoy e de Harder de Oxyrhopus trigerrinus. Baseados nos resultados concluíram: 1) glândula supra- labial. É uma glândula do tipo túbulo-alveolar e os ácinos são formados por células mucosas altas, de cito plasma repleto de grânulos basófilos e com núcleos basais de volume médio igual a 53,45 (m( + 4,88; além de células muco- serosas mais baixas, de cito plasma acidófilo e com núcleos maiores de volume médio igual a 117,94 (m( + 9,54. Os ductos são constituídos de células baixas, e basófilas e de núcleos basais grandes com um volume médio de 187,37 (m( + 14,64. 2) glândula infralabial. Esta glândula é histologicamente semelhante à supra labial e os volumes nucleares médios são: 60,07 (m(+ 5,68 para as células acinares mucosas, 114,85 (m(+ 8,00 para as muco-serosas e 106,12 (m(+ 11,37 para as do ducto. 3) glândula prémaxilar. Esta glândula é constituída por ácinos formados por células prismáticas baixas, basófilas e com núcleos basais de volume médio igual a 80,03 (m(+ 5,12. As células dos ductos apresentam núcleo de volume médio igual a 88,16 (m(+ 6,68.4) glândula de Duvernoy. Esta glândula é constituída de túbulos formados de células altas, repletas de grânulos acidófilos, com núcleos basais de volume médio igual a 82,64 (m(+ 5,77; e que se continuam com ductos formados de células mucosas altas e de núcleos basais de volume médio igual a 122,30 (m(+ 8,67. 5) glândula de Harder. Esta glândula é constituída por ácinos pequenos, de células altas, acidófilas, de núcleos ovóides de cromatina densa e de volume médio igual a 101,30 (m(+ 5,54. Os ductos são constituídos de células baixas, basófilas, de núcleos basais com volume médio igual a 78,89 (m(+ 8,17.

 

 

 

100  / 1986

 

HIPERVITAMINOSE A EXPERIMENTAL NO EMBRIÃO DO RATO. ALTERAÇÕES NA CAVIDADE BUCAL.

M. G. O. Contrera; R. Azoubel; R. A. Lopes

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Foram utilizados fetos de ratos albinos, variedade Wistar, cujas mães foram submetidas à hipervitaminose A através de uma única injeção intraperitoneal de 150.000 UI de Arovit, ou depois da ingestão de uma única dose de 150.000 U I de vitamina diretamente no estômago. Os fetos controles receberam salina. Os animais foram pesados, fixados em alfac, incluídos em parafina e os cortes corados com HE. Resultados: ao exame macroscópico pôde-se constatar, que quase todos os fetos tratados apresentavam alguma mal- formação na abertura e na cavidade bucais. Esses fetos apresentaram astomia, microstomia, que variou desde uma abertura mínima com fundo cego até quase a normalidade; em algumas observou-se macrostomia. Histologicamente, o epitélio do lábio e do vestíbulo apresentou-se espessado obstruindo quase a abertura inteira da cavidade oral. O vestíbulo bucal estava ausente em muitos casos. Observou-se, ainda, soldadura precoce dos ossos que formam a boca primitiva, além de fusão dos processos maxilar e mandibular do primeiro arco branquial. O maxilar mostrou-se mais curto e com trabéculas pouco calcificadas e com desenvolvimento prejudicado, dando origem à fenda parcial oblíqua. Houve micrognatia mandibular, com trabéculas delgadas e pouco calcificadas. Em três casos observou-se fenda mandibular mediana. Devido ao encurtamento desses ossos a língua fica protrusa.

 

 

 

101  / 1986

 

HIPERVITAMINOSE A EXPERIMENTAL NO EMBRIÃO DO RATO. II. ESTUDO VOLUMÉTRICO DO EPITÉLIO DO PALATO.

M. G. O. Contrera; R. Azoubel; R. A. Lopes

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Foram utilizados fetos de ratos albinos, variedade Wistar, cujas mães receberam, no 10º dia de gestação, uma única injeção intraperitoneal de 150.000 UI de vitamina A sob a forma de palmitato ou então 150.000 UI de vitamina A diretamente no estômago após canulação. Os animais controles receberam salina. Os fetos foram pesados, fixados em alfac e submetidos à técnica rotineira para inclusão em parafina. Os volumes nucleares foram avaliados com o emprego da cariometria. O palato apresentou epitélio mais delgado e núcleos das regiões basal e espinhosa, menos volumoso, quando comparado aos controles. A maioria dos animais apresentou fenda palatina e as glândulas palatinas eram rudimentares. As médias dos volumes nucleares das células da camada basal do palato mole foram: 172,60 (m3 + 11,90 nos fetos controles, -0,62 (m3  + 5,16 nos fetos cujas mães receberam a vitamina por via digestiva, e 76,59 + 4,81 nos fetos cujas mães receberam a vitamina interperitonealmente. O volume nuclear das células da camada espinhosa foram: 149,17 (m3 + 6,55 para os controles, 66,51 (m3 + 5,53 para os da via digestiva, e 72,82 (m3 + 7,02 para os da via intraperitoneal. Os volumes nucleares das células da camada basal do epitélio do palato duro dos animais tratados com vitamina A, quer dos da via digestiva (104,36(m3  + 12,76) quer dos da intraperitoneal (75,15 (m3 + 7,44) foram menores que os dos animais controles (179,75(m3 + 12,52). O volume nuclear das células da camada espinhosa do epitélio dos animais tratados com a vitamina foi menor (82,94(m3  + 9,07 pela via digestiva e 73,72 (m3 + 6,91 pela intraperitoneal) que o dos animais controles (138,73 (m3 (7,32).

 

 

 

102  / 1986

 

HIPERVITAMINOSE A EXPERIMENTAL NO EMBRIÃO DO RATO. III. ESTUDO VOLUMÉTRICO DO EPITÉLIO LINGUAL.

Mo G. O. Contrera; R. A. Lopes; R. Azoubel

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Foram utilizados fetos de ratos albinos, variedade Wistar, cujas mães foram submetidas à hipervitaminose A recebendo uma única dose de 150.000 UI de Arovit, por via oral ou intraperitoneal. Os animais controles receberam salina. Os fetos foram pesados, fixados em alfac, incluídos em parafina e os cortes sagitais foram corados pelo HE. Os volumes nucleares foram avaliados empregando-se a cariometria. Resultados: a língua do feto malformado apresentou-se com tamanho menor (microglossia), com epitélio mais delgado e com núcleos de menor volume. As fibras musculares estriadas eram mais delgadas e de núcleos menores. As glândulas linguais são pouco desenvolvidas, em relação às do feto controle. Em um caso observou-se Língua bífida. As médias dos volumes nucleares das células da camada basal do epitélio do dorso da língua foram, para a região anterior: 153,63 (m3 ( 9,27 (controle), 109,15 (m3 ( 7,60 (via digestiva) 96,23 (m3 ( 6,31 (via peritoneal). Para a região posterior, foram: 158,98 (m3 ( 8,20 (controle), 110,46(m3 ( 11,63 (via digestiva) e 116,06 (m3 ( 8,74 (via peritoneal). Para a superfície ventral, foram: 198,04 (m3 ( 310,38 (controle), 92,67 (m3 ( 4,95 (via digestiva) e 109,10 (m3 ( 8,58 (via peritoneal). As médias dos volumes nucleares das células da camada espinhosa do epitélio do dorso da Língua, na região anterior, foram: 171,38 (m3 ( 9,07 (controle), 113, 44 (m3 ( 11,97 (via digestiva) e 95,06 (m3 ( 10,14 (via peritoneal). Para a região posterior, foram: 166,54 (m3 ( 7,87 (controle), 115,25 (m3 ( 7,05 (via digestiva) e 124,58 (m3 ( 10,09 (via peritoneal). Na superfície ventral, foram: 169,76 (m3 ( 5,01 (controle), 89,90 (m3 ( 5,38 (via digestiva) e 102,59 (m3 ( 4,76 (via peritoneal).

 

 

 

103  / 1986

 

HIPERVITAMINOSE A EXPERIMENTAL NO EMBRIÃO DO RATO. ESTUDO VOLUMÉTRICO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR

M. G. D. Contrera; R. A. topes; R. Azoubel

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Foram utilizados fetos de ratos albinos, variedade Wistar, cujas mães foram submetidas à hipervitaminose A recebendo uma única dose de 150.000 U I de vitamina A, por via oral ou intraperitoneal. Os fetos controles receberam salina. Os fetos foram pesados, fixados em alfac, incluídos parafina e os cortes sagitais foram corados pelo HE. Resultados: a glândula submandibular apresentou-se menos desenvolvida, com botões terminais e cordões celulares menos desenvolvidos, com células mais baixas e núcleos de menor volume, além de tecido conjuntivo mais abundante entre os elementos parenquimatosos da glândula. A média dos volumes nucleares das células dos ácinos (botões terminais) da glândula submandibular foram: 176,76 (m3 (8,43 aos fetos controles, 104,01 (m3 ( 2,51 nos fetos cujas mães receberam a vitamina por via digestiva, e 85,39 (m3 ( 3,56 nos fetos cujas mães receberam a droga intraperitonealmente. A média dos volumes nucleares das células dos ductos (cordões celulares) da glândula submandibular foram: 155,91 (m3 ( 2,88 para os controles, 111,00 (m3 (4,04 para os fetos cujas mães receberam a vitamina A via digestiva após canulação diretamente no estômago, e 134,23 (m3 ( 4,13 para os fetos cujas mães receberam a droga intraperitonealmente.

 

 

 

104  / 1986

 

HIPOALGESIA DENTAL PRODUZIDA PELA APLICAÇÃO DE NORADRENALINA (NA) EM NÚCLEO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL*

L. G. Brentegani; M. C. Lico; M. R. Brentegani

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Departamento de Fisiologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP

Os autores estudaram neste trabalho se a microinjeção de noradrenalina no núcleo magno da rafe (NMR), podia modificar a resposta aversiva frente à estimulação elétrica de um dente na cobaia anestesiada superficialmente, registrando a resposta motora de defesa (RMD) e o ECoG bilateral. Os resultados mostraram que após a injeção de NA houve uma diminuição significante da RMD, que durava até os 50 minutos aproximadamente após a droga. Enquanto que o exame qualitativo das ondas eletrocorticais, fornecida por um analisador de freqüências, demonstraram uma alteração gradativa no padrão destas ondas, isto é, de alta freqüência (alerta) para de baixa freqüência (sono) após a aplicação da NA. Estes dados mostram que este neurotransmissor é de grande importância nos mecanismos tanto da atividade elétrica cerebral como nas atividades dos neurônios responsáveis pela transmissão dos impulsos dolorosos.

* Auxilio CNPq e FINEP

 

 

 

105  / 1986

 

HORMÂNIO-DEPENDÊNCIA E CAPACIDADE LIGANTE DE ANDRÓGENOS DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: VARIAÇÕES INTER-ESPÉCIE*

C. A. S. A. Minetti*; N. M. Moura**; M. M. Oshiro***.; L. B. S. Valle**; R. M. Oliveira Filho**

* Departamento de Histologia e Embriologia. Instituto de Ciências Biomédicas- USP

** Departamento de Farmacologia. Instituto de Ciências Biomédicas -USP

*** Acadêmico da Faculdade de Odontologia -USP

A glândula submandibular (GSM) de roedores apresenta marcante dependência hormonal, especialmente no camundongo em relação ao estímulo androgênico (Chrétien M. Int. Rev. Cytol., 50:333-96, 1977). Reforça este conceito a comprovada presença de receptores androgênicos nesse tecido (Verhoeven & Wilson J. D. Endocrinology, 99:79-92, 1976; Minetti C.A.S.A. et al. Archs. Oral Biol., 30:615-19, 1985a), os quais apresentam características semelhantes às encontradas em órgãos-alvo clássicos. embora tenhamos demonstrado ser a sua regulação diferente em alguns aspectos (Minetti C.A.S.A. et al., 1985a op. cit.; Minetti C.A.S.A. et al. J. Biol. Bucc., 13:205-13, 1985b; Minetti C.A.S.A. et at. Acta Endocrinol., 112, 1986a - no prelo). Na GSM do rato, a andrógeno-dependência, conquanto presente, é menor que aquela observada no camundongo.

Neste trabalho estudaram-se as capacidades ligantes de andrógenos em citosol de GSM de ratos e camundongos em paralelo com estudo comparativo dos efeitos de diferentes situações endócrinas: estudo em machos e fêmeas. castração (Cx), tiroidectomia (Tx) e hipofisectomia (Hx). Para os ensaios de união a receptores androgênicos. utilizou-se o andrógeno sintético [3H] R1881 adicionado a alíquotas de citosol de GSM na presença ou ausência de R1881 radioinerte (Minetti C.A.S.A. et al.. 19BBa - op cit.). A interferência dos hormônios endógenos foi afastada por castração dos machos uma semana antes dos experimentos. Efetuaram-se ainda estudos ponderais e morfométri- cos (cariometria e histometria).

Os resultados obtidos permitem as seguintes observações: os efeitos de C x e o dimorfismo sexual são muito mais discretos na GSM do rato; não obstante, H x afeta drasticamente a histofisiologia deste tecido, fato também observado em animais Tx. Apesar do diminuto dimorfismo sexual nesta espécie. chama a atenção a alta capacidade ligante androgênica da GSM do rato (cerca de 10.vezes maior que a do camundongo) e sua alta suscetibilidade a H x e Tx.

* Trabalho subvencionado com verbas da FAPESP e FINEP.

 

 

 

106  / 1986

 

INCORPORAÇÃO DE 3H-GLICINA NO LIGAMENTO PERIODONTAL DE INCISIVOS DE RATOS HEMIDESCORTICADOS*

M. C. P. Tse; G. A. Femandes; J. Merzel

Departamento de Morfologia. Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

Resultados anteriores demonstraram que a hemidescorticação produz um retardo na erupção de incisivos de ratos. Com o objetivo de estudar a biossíntese protêica no ligamento periodontal (LP) de dentes com erupção alterada, 11 ratos Wistar, machos, jovens, sendo 6 hBmidescorticados (HD) e 5 controles (C), receberam por via i.p. uma dose de 2,5(Ci/g de peso corporal de 3H-glicina (Amersham, 12,4 Ci/mol) e sacrificados em 2 lotes, 1 h e 4h após. As hemimandíbulas foram divididas em 5 segmentos transversais da extremidade apical a incisal dos incisivos inferiores e incluídas em Poly Bed, sendo cada bloco subdividido em 2 metades- lingual e labial. Cortes de 1 µm das metades linguais foram radioautografados (emulsão K-5 da Ilford) e a concentração de grãos de prata foi determinada em cada segmento nas seguintes regiões do LP: junto ao dente, junto ao osso e na região intermediária.

Não houve diferença significativa na concentração de grãos de Ag entre os dois tempos e na média a incorporação do aminoácido foi significantemente maior no LP dos animais HD (12,25 e 10,96 gr. de Ag/49pm2, respectivamente para os dentes D e E) em relação aos C (respectivamente 8, 15 e 8,42 gr. de Ag/49~m2), sendo que a radioatividade foi maior no segmento apical em relação aos demais tanto nos C como nos HD. Não houve, porém, diferenças significantes entre regiões de cada segmento. Em experimento à parte, no qual os incisivos superiores dos mesmos animais foram incluídos em parafina e os cortes submetidos à ação da colagenase (Serva) antes da radioautografia, observou-se que Somente 30% dos grãos de prata foram removidos, indicando que cerca de 70% do aminoácido incorporado corresponde a outras proteínas que não o colágeno.

Estes resultados são compatíveis com o quadro de hipotireoidismo causado pela HD que resulta num mixedema e conseqüente aumento de material proteico na substância fundamental. Este mixedema, alterando a consistência do LP, pode explicar o retardo na erupção verificado em animais HD. à luz das recentes teorias sobre o mecanismo da erupção dental.

* Trabalho financiado pela FAPESP (Proc. 81/0566-1) e CNPq (Proc. 40.3421 /81 ).

 

 

 

107  / 1986

 

ÍNDICE SIMPLIFICADO DE HIGIENE ORAL PARA DENTIÇÃO DECIDUA E DENTIÇÃO MISTA

C. R. M. D. Rodrigues; T. Ando

Faculdade de Odontologia -USP

Sabe-se que a placa dental tem papel fundamental no desenvolvimento das doenças bucais, cáries e doença periodontal, e que seu controle é de vital importância na prevenção dessas doenças. Em virtude das diferenças anatômicas dos dentes decíduos e permanentes, faz-se necessário uma diferenciação para a avaliação da higiene bucal nas diferentes fases do desenvolvimento: dentição decídua, mista e permanente. Grande parte dos índices de higiene oral fazem referência apenas à dentição permanente, onde um dos índices mais usados é o índice simplificado de Green e Vermillion, 1964, que utiliza apenas 6 superfícies dentais.

Baseado nos poucos dados existentes sobre índice de higiene para dentição decídua e mista, foram examinadas 420 crianças, na faixa etária de 4 a 10 anos, verificando o índice de placa de todos os dentes, nas superfícies vestibulares e linguais, de acordo com os critérios de Green e Vermillion, 1960 e a partir daí tentou-se obter um índice simplificado de higiene oral para as duas fases de dentição: decídua e mista.

Na dentição decídua, tentou-se a simplificação com 4 superfícies: superfícies vestibulares do 54, 61 e 82 e lingual do 75. Na dentição mista, testou-se a simplificação de Green e Vermillion e tentou-se uma simplificação ainda major com 4 superfícies: superfícies vestibulares do 26, 11, 31 e lingual do 46. Em todos os casos, obteve-se boa correlação com os índices de contagem de placa de todos os dentes.

 

 

 

 

108  / 1986

 

INTERAÇÃO DE LECTINAS COM GLICOPROTEINAS SALIVARES

C. P. Costa; J. A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Em trabalho anterior foi mostrado que extrato bruto (EB) de semente de jaca, interage com glicoproteínas de saliva e soro, não tendo sido demonstrado especificidade. Em continuidade foi estudado o efeito da presença de açúcares, pH, osmolaridade e temperatura na reação de precipitação entre EB e glicoproteínas de saliva e soro usando a técnica de dupla difusão em gel de agarose a 1%. Vários açúcares na concentração de 0,4M foram incorporados ao gel. A galactose inibiu completamente a reação de precipitação com o soro e saliva. Os demais açúcares testados mostraram alguma alteração nas linhas de precipitação em relação ao controle. O efeito do pH foi estudado preparando o meio de agarose com tampão citrato fosfato nos pH 2,2; 3,0; 4,0; 5,0; 6,0; 7,0; 7,4; 8,0; 9,0; 10,0 e 11,0. No pH 2,2 o gel não teve boa solidificação, ocorrendo leve precipitação apenas com glicoproteínas de saliva; no pH 3,0 não houve precipitação com o soro, porém ocorreu normalmente com saliva; a partir do pH 4,0 até pH 11,0 a reação de precipitação foi semelhante ao controle que ocorreu no pH 7,2. O efeito da osmolaridade foi testado preparando o gel de difusão em água e em solução salina de cloreto de sódio nas concentrações de 0,0375M, 0,075M, 0,15M, 03M, 06M e 1,2M. Apenas em água que houve desaparecimento de uma linha de precipitação do soro, nas demais concentrações não houve alteração nem para o soro ou saliva. A temperatura na reação de precipitação foi analisada e mostrou que a 4ºC as linhas de precipitação são mais nítidas que a 37ºC.

 

 

 

 

 

109 / 1986

ISOLAMENTO DE ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS EM DIABÉTICOS MELLITUS INSULINO DEPENDENTES COM DOENÇA PERIODONTAL

A. C. R. Feitosa*; M. Uzeda**; A. B. Novaes Jr.*

* Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro ** Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

O objetivo do presente trabalho é verificar a ocorrência de " Actinobacillus actinomycetemcomitans em pacientes com diabetes mellitus inusulino dependentes (DMID) portadores de doença periodontal.

Um total de 20 pacientes com idades variando de 10 a 25 anos foi incluído neste estudo. Os pacientes foram selecionados a partir de uma população de diabéticos tratados no Instituto de Puericultura e Pediatria Marta gão Gesteira -UFRJ.

Seis sítios subgengivais (num total de 120 sítios) foram selecionados em cada paciente para amostragem bacteriológica de A. actinomycetemcomitans. A profundidade clínica do sulco ou bolsa periodontal, exame radiográfico e uma modificação do índice Periodontal Juvenil (Cianciola & Gols., JADA, 104: 653-660, 1982) foram determinados para analisar a doença periodontal em diabéticos juvenis. Amostras de placa dental dos sítios subgengivais dos DMID foram removidas com curetas periodontais tipo Gracey n2s 11/12, 13/14 e 17/18 e transferi das para um papel alumínio estéril e pré-pesado. As amostras foram diluídas e homogeneizadas em agitador Vortex por 20 segundos em solução salina estéril até a diluição 10-4. Uma alíquota de 0,1 ml de cada diluição foi semeada no meio seletivo TSBV Agar (Slots, J. J. Clin. Microbiol., I15: 606-609, 1982) com incubação em microaerofilia (método da vela) à 37ºC durante 5 dias. As amostras suspeitas isoladas foram submetidas à identificação presuntiva através de sua morfologia colonial e celular em microscopia ótica, reação de catalase e oxidase. Estas amostras foram liofilizadas e submetidas à identificação bioquímica de acordo com o esquema proposto por Slots, J. (Arch. Microbiol., 131: 60-67, 1982). A sensibilidade dos microrganismos aos  agentes antimicr6bianos será avaliada pelo método do disco no caldo descrito  por Wilkins & Thiel (Antimicrob. Agents Chemother, 3: 350-356, 1973).

 

 

 

 

110 / 1986

 

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE STREPTOCOCCUS MITIS E DOS BIOTIPOS I E II DE STREPTOCOCCUS SANGUIS COLHIDOS DE PLACA DENTAL HUMANA*

M. R. Lorenzetti; F. Zelante

Considerando que existem, na literatura, aspectos extremamentes controversos com relação à classificação de S. sanguis, com seus 2 biotipos, e de S. mitis, nos propusemos a realizar um amplo estudo de suas características fisiológicas, com o objetivo de contribuir para o esclarecimento de algumas dessas dúvidas.

A parte inicial desse trabalho refere-se ao isolamento e identificação de cepas desses microrganismos. Foram isoladas 300 cepas de Streptococcus de placa dental de 30 indivíduos em meio M.S. Através de provas de fermentação de lactose, inulinal, manitol, sorbitol e rafinose, hidrólise de esculina e redução do leite tornassolado, foram identificadas 45 cepas de S. sanguis biotipo I, 62 de S. sanguis biotipo II e 20 cepas de S. mitis.

A partir desse resultado inicial, pretendemos ampliar o número de provas bioquímicas com a finalidade de verificar se alguma delas se prestará melhor a uma definição mais adequada dos biótipos. Para tanto, nos valeremos dos recursos de Taxonomia Numérica, não muito utilizados em Microbiologia.

* Convênio CNPq - Processo n2 403665/84.

 

 

 

111  / 1986

 

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE ALTERAÇÕES BUCAIS EM PACIENTES DA TERCEIRA IDADE

C. R. Gosta*; M. C. C. Sampaio**; E. G. Birman**

* Instituto Paulista de Odontologia ** Faculdade de Odontologia -USP

Um levantamento de 150 pacientes da terceira idade foi realizado no serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Raros trabalhos apresentam um quadro real da situação bucal dos pacientes idosos quer em nosso meio ou em outros países.

Um questionário bem detalhado acerca da vida familiar, história médica pregressa bem como um exame minucioso da boca foi realizado por dois observadores independentemente.

Os achados mais comuns foram varizes ou varicosidades linguais (54%) seguido por suspeita de candidose (37%) presença de Grânulos de Fordyce (17%) e hiperplasias fibrosas (15%). Numerosos pacientes apresentaram em várias localizações presença de telangectasia (12%) seguido de outras lesões frequentes como queilites principalmente angular, lesões brancas, língua despapilada, entre outras.

Associação de pacientes com tratamento hipertensivo e boca seca, bem como candidose e o uso de prótese foram significativas sendo o número de pacientes portadores de prótese (total ou parcial) de 76%. Stress emocional, problemas psicológicos, medo, fobias eram frequentes mas não puderam ser relacionados com nenhum problema bucal assim como alterações hormonais ou nutricionais.

Conclui-se que uma visão mais profunda da saúde bucal de pacientes idosos deve ser enfocada e que uma patologia específica não pode ser encontrada, com exceção das varizes linguais e dos problemas associados a próteses como um grande número de candidose.

 

 

 

 

112  / 1986

 

LIGA DO SISTEMA COBRE-ALUMÍNIO. EFEITO DE TIPOS CAVITÁRIOS E TÉCNICAS DE FUNDIÇÃO NO DESAJUSTE CERVICAL

F. P. M. Silva Filho: D. N. Sá: W. C. Rettondini: G. L. Adabo; C. A. S. Cruz

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese. Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

As ligas de cobre-alumínio, introduzidas no comércio recentemente, para obtenção de restaurações metálicas fundidas, apresentam entre outros problemas a dificuldade na obtenção de adequado ajuste aos preparos cavitários devido, principalmente, ao fato de apresentarem maior concentração de fundição (comparadas às ligas áureas) e as fundições serem obtidas pelas mesmas técnicas das ligas de ouro. Preocupados com este problema, os autores estudaram o desajuste marginal de uma liga do sistema cobre-alumínio (1- DEALLOY) através da confecção de restaurações metálicas fundidas (Coroa total e M.O.D.) obtidas por 8 técnicas de fundição diferentes. Após a fundição as peças eram assentadas nos troquéis metálicos de origem e submetidas a carga de 9 kg por 1 minuto e o desajuste cervical medido em microscópio comparador .

Os resultados mostraram que existe grande influência do tipo de técnica empregada, bem como do tiJX> de preparo realizado. Os menores desajustes marginais foram encontrados nas restaurações tipo M.O.D. obtidas pela técnica de fundição que utilizou o revestimento HIGROTERM pela técnica da expansão higroscópica.

 

 

 

113  / 1986

 

LIGAS NÃO-PRECIOSAS PARA METALO-CERÂMICA. ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL EM FUNÇÃO DA COMPOSIÇÃO

C. Comério; L. A. Ruhnke; S. Consani

Departamento de Materiais Dentários. Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Quatro ligas não-preciosas para metalo-cerâmica, encontradas no comércio especializado, ligas essas compostas basicamente de níquel- cromo, foram estudadas em seus aspectos de micro-estrutura e dureza superficial.

A combinação entre o elevado custo das ligas de ouro com a diferença na densidade entre as ligas nobres e as não nobres, resulta num fator realmente atrativo para a utilização cada vez maior das ligas não-preciosas.

É objetivo desta investigação o conhecimento das características e alguns aspectos da micro-estrutura de tais ligas.

As ligas foram fundidas e os corpos de prova obtidos foram incluídos em resina e submetidos a polimento metalográfico. Em seguida foram feitos ensaios de dureza Knoop na superfície dos C.P. Finalmente foi realizado o ataque metalográfico para verificação da cristalização apresentada nas diversas ligas. As ligas utilizadas foram Nicron's, Durabond-MS, Resistal-P e Unibond. O revestimento usado foi Multivest da Dentsply-High Heat Casting Investment na proporção 14ml/100g. A fonte de calor foi do tipo oxigênio/gás. As leituras de dureza foram feitas através de um pequeno escleroscópio marca "leitz" com ponta de diamante Knoop com uma carga de 100g. Após as leituras da dureza o C.P. foram submetidos a um ataque eletrolítico para evidenciar os cristais.

 

 

 

 

114  / 1986

 

MANIFESTAÇÕES BUCAIS EM PACIENTES COM AIDS OU DE ALTO RISCO: UM ESTUDO DE 375 HOMOSSEXUAIS DO SEXO MASCULINO

S. Silverman Jr.; C. A. Migliorati; F. Lozada-Nur; D. Greenspan; M. Conanti,

Faculdade de Odontologia e Medicina da Universidade da Califórnia, San Francisco -USA.

Faculdade de Odontologia -USP

Um total de 375 homossexuais do sexo masculino foram estudados para a verificação de manifestações bucais, estilo de vida e fatores de risco, por um período de 4 anos. Ao exame inicial, 136 pacientes tiveram o diagnóstico de AIDS, 116 foram considerados como alto risco para AIDS e 123 foram considerados sadios. Em um tempo médio de seguimento dos pacientes de 23 meses, 9 pacientes de alto risco para AI DS e 5 pacientes considerados sadios tiveram o diagnóstico de AIDS. Sarcoma de Kaposi foi a neoplasia bucal mais freqüente e candidíase foi a infecção bucal mais encontrada. Leucoplasia pilosa foi encontrada em 28% dos pacientes ao passo que doença periodontal de avanço rápido foi diagnosticada em 17% dos pacientes. Portadores do vírus da AIDS não são identificados facilmente e medidas de profilaxia e prevenção devem ser adotadas imediatamente no consultório odontológico.

 

 

 

115  / 1986

MICROINJEÇÃO DE XILOCAÍNA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E ANALGESIA*

L. G. Brentegani; M. C. Lico; M. R. Brentegani

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto- USP Departamento de Fisiologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP

Microinjeções de carbacol, serotonina e noradrenalina no núcleo trigeminal espinhal (NTE), inibem ou diminuem a resposta aversiva por uma estimulação nociva da polpa de um dente. Estes resultados sugeriram que o efeito analgésico obtido, podia depender de uma via analgésica já conhecida, descendente da rafe magno bulbar, que poderia estar conectada com o núcleo caudal do trigêmio. Neste trabalho estudou-se, se o bloqueio químico prévio da rafe com xilocaína, podia modificar aquela analgesia observada com o carbacol. Foram registradas as respostas motoras de defesa (RMD) e o eletrocorticograma (ECoG), frente ao estímulo nocivo dental em cobaias superficialmente anestesiadas. Os resultados mostraram que a inativação do núcleo magno da rafe (NMR) diminuiu o efeito do carbacol, pois a RMD não era diferente do controle. A análise qualitativa do ECoG mostrou uma mundança rápida pra uma atividade de alta freqüência e baixa amplitude durante 30 minutos, o que é um fato consistente com a reação de alerta à dor agora presente.

* Auxílio CNPq e FINEP.

 

 

 

116  / 1986

 

MODELO DE CÁRIE EXPERIMENTAL "IN VIVO"

M. C. R. Witt; R. V. Oppermann

Curso de Especialização em Periodontia -UFRGS

Este trabalho objetiva o desenvolvimento de um modelo experimental de cárie dental em humanos, no qual os vários fatores relativos a evolução do processo cárie e suas múltiplas formas de prevenção possam ser controlados.

A partir de modelos experimentais propostos na literatura, elaboramos um aparelho removível que carrega um pedaço de esmalte e pode ser utilizado por jovens sem falhas dentárias e sem causar danos a seus dentes naturais. Através deste método, também é possível controlar variáveis do processo cárie, tais como flúor, consumo de açúcar e higiene oral, de tal modo que a forma de prevenção a ser testada possa ser facilmente evidenciada.

O aparelho é composto por um pedaço de esmalte fixado em uma banda ortodôntica e coberto por uma lâmina, que é encaixada em dois brackets. Estes brackets são colados nos dentes 1º pré-molar e 1º molar superior permanente de voluntários jovens. A peça de esmalte é obtida de dentes permanentes inclusos, que nunca estiveram em contato com a cavidade oral e que não apresentem nenhuma mancha ou má formação.

O sistema de encaixe desenvolvido, permite que o aparelho seja facilmente removido durante a higienização dos dentes do portador. Os participantes são instruídos para não utilizarem dentifrícios contendo flúor e nem beber água encanada, que também é fluoretada. O consumo de sacarose é de 4 ou mais ingestões diárias e nenhum tipo de limpeza é feito no aparelho. Após o período de 30 dias o aparelho é removido e o bloco de esmalte examinado.

A avaliação do processo de desmineralização e remineralização é realizado através da inspeção visual em fotografias e testes de dureza. Também é realizada a contagem de formas bacterianas em um esfregaço obtido da placa bacteriana sobre o pedaço de esmalte.

A avaliação do processo de desmineralização e remineralização da peça de esmalte por comparação fotográfica tem demonstrado ser método eficaz para avaliação das alterações ocorridas na superfície do esmalte. O teste de dureza foi introduzido recentemente e ainda está em desenvolvimento.

 

 

117  / 1986

 

MOLDAGENS DOS CANAIS RADICULARES DE DENTES USANDO ACETATO DE VINILA

I. C. Frõner & H. H. Rodrigues

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

O profissional deverá ter um conhecimento amplo do aspecto anatômico da cavidade pulpar, e de suas possíveis variações. Ao realizar as intervenções endodônticas para obter o maior sucesso possível, ele conta apenas com as radiografias e a experiência clínica. Vários métodos foram utilizados para estudar a topografia da cavidade pulpar na tentativa de obter mais informações. A presente pesquisa analisa "in vitro", a morfologia interna de 120 incisivos e caninos superiores e inferiores humanos permanentes. Foi utilizado o acetato de vinila (vinilite) para obter moldes da câmara e dos canais radiculares. O aspecto morfológico dos canais radiculares, seu canal principal, lateral, acessórios e deltas serão estudados. A técnica é simples, de fácil execução e reproduz detalhes das paredes dos canais que não são evidenciados nas radiografias. A técnica consiste na remoção do conteúdo pulpar com hipoclorito de sódio e preenchimento dos canais com vinilite em consistência pastosa através da seringa Luer-Look. A seguir os dentes são imersos em ácido nítrico e obtém-se um modelo sólido dos canais radiculares. A radiografia prévia à moldagem dos canais possibilitou fazer uma análise comparativa da presença de ramificações do canal principal.

 

 

 

118  / 1986

NECESSIDADES ODONTOLÓGICAS NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA*

 

 L R. F. Walter; W. T. Gartbelini; A. Ferelle; N. Hokama; R. Iega; M. P. Franco; V. G.

Pelanda

Após a instalação da Clínica Odontológica para bebês, na Universidade Estadual de Londrina, os autores relatam as necessidades odontológicas da população estudada. Mais de 260 bebês com idade variando de O a 30 meses foram analisados em grupos de:

                     0...... 6meses                       6...... 12meses

                  12..... 24 meses                    24....... 30 meses

De uma maneira geral as necessidades odontológicas, nas idades menores, se referem à aspectos congênitos tais como: presença de dentes natais e neo natais, fissuras lábio palatais etc, e ou orientação à respeito de anomalias de desenvolvimento ou à respeito da dentição e seus cuidados. Nas idades maiores, problemas odontológicos relacionados com traumatismos dos dentes e o aparecimento de cárie, já se tornam evidentes, e finalmente aquelas cuja idade aproxima-se dos 30 meses possuem em sua maioria necessidades relacionados com tratamento odontológico.

*Trabalho financiado pela FINEP.

 

 

119  / 1986

 

 OBSERVAÇÃO DA PRESENÇA DE CEPAS HEMOLÍTICAS DE S. MUTANS EM PAULISTANOS COM IDADE ENTRE 12 E 14 ANOS

M. R. Lorenzeiti; F. Zelante; M. P. Alves; C Marques :

S. mutans tem sido comumente relatado como hemolítico ou como anemolítico ( ? ). Raros trabalhos mostraram a presença de cepas hemolíticas, observadas em cultivo anaeróbico.

Neste trabalho, 142 cepas de S. mutans isoladas da saliva de 53 indivíduos entre 12 a 14 anos de idade, foram analisadas quanto à produção de halos de hemólise, sob condições de anaerobiose, em meios contendo sangues de carneiro, de cavalo e de coelho. De 22 indivíduos, foram isoladas 37 cepas hemolíticas, sendo que a atividade hemolítica exerce-se sobre os três tipos de sangue.

Não foi observada correlação entre o tipo de hemólise e os biotipos de S. mutans, em quaisquer dos tipos de sangue estudados.

O papel biológico das hemolisinas de S. mutans permanece desconhecido, mas seu estudo se torna importante, pela sua implicação como agente de endocardites bacterianas.

 

 

 

120  / 1986

 

OCORRÊNCIA DE BIOTIPOS DE STREPTOCOCCUS MUTANS NA SALIVA DE PAULISTANOS COM IDADE ENTRE 12 E 14 ANOS

M. R. Lorenzetti; C. Marques; F. Zelante

Estudos epidemiológicos realizados nas populações de diversos países têm demonstrado diferenças na ocorrência de sorotipos de S. mutans, sendo o sorotipo C (biotipo I) o mais incidente. Neste trabalho, foram bioquimicamente tipadas 147 cepas de S. mutans isoladas de saliva de 53 indivíduos residentes em São Paulo, com idade entre 12 e 14 anos. A caracterização bioquímica foi realizada através das provas de fermentação de manitol, com e sem bacitracina, sorbitol, rafinose, melibiose, hidrólises de arginina e esculina e produção de peróxido de hidrogênio. O biotipo I, correspondente aos sorotipos C e F, foi o de maior incidência nesse grupo, seguido do biotipo IV, correspondente aos sorotipos De G. Verificou-se, por outro lado, que, do total dos indivíduos estudados, 30 (56,60%) albergavam apenas 1 biotipo da bactéria, enquanto que 21 (39,62%) apresentavam 2 biotipos e 2 (3,77%) apresentavam 3 biotipos.

 

 

 

121  / 1986

 

PERDA DE PRIMEIROS MOLARES PERMANENTES INFERIORES E POSICIONAMENTO DOS DENTES ADJACENTES. ESTUDO RADIOGRÁFICO.*

A. A. Santos; T. Sakima; A. J. O. Mendes; S. A. Torres

Departamento de Clínica Infantil. Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

Os 1ºs molares permanentes são os guias de irrupção e de posicionamento do grupo de molares e devem ser tratados com prioridade. Havendo perda dos 1ºs molares permanentes danos à oclusão serão notados, especialmente caracterizados no posicionamento dos 2ºs molares permanentes e 2ºs pré-molares.

Para avaliação dessas alterações, foram estudadas 72 radiografias ortopantomográficas de pacientes na faixa etária de 9 a 14 anos, freqüentadores das clínicas de ortodontia e odontopediatria da Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara -UNESP.

Através de medidas angulares e lineares, observou-se o grau de inclinação e migração do 2º molar e 2º pré-molar inferior quando intra-ósseo ou irrompido, após 6 meses no mínimo e 5 anos no máximo da extração do 1º molar permanente, assim como o fechamento do espaço resultante.

Com base nos dados obtidos e na metodologia empregada concluímos que: 1 -a inclinação dos 2ºs molares permanentes não se alterou quando intra ósseos, observando-se acentuada inclinação quando irrompidos; 2 -com relação aos pré-molares não se verificou qualquer alteração na inclinação; 3 -a migração dos 2ºs molares permanentes foi observada quando intra ósseos, mas não quando irrompidos; 4 -nos pré-molares não se notou migração quando intra ósseos, mas sim quando irrompidos; 5 -o fechamento de espaço se deu pela migração mesial dos 2ºs molares, quando intra ósseos; 6 - o fechamento de espaço foi maior pela inclinação mesial dos 2ºs molares permanentes e migração distal dos 2ºs pré-molares quando irrompidos.

* Trabalho subvencionado pela CAPES

 

 

122  / 1986

 

POROSIDADE EM RESINS COMPOSTAS: AVALIAÇÃO DO VOLUME DE AR INTRODUZIDO DURANTE A ESPATULAÇÃO E/OU INSERÇÃO

P. S. L. Prazeres*; E. Miyashita*; R. Y. Ballester**

* Acadêmicos do IOP

** Auxiliar de Ensino. Faculdade de Odontologia -USP

A introdução de ar na massa plástica durante a manipulação tem sido apontada como uma das principais responsáveis pelas propriedades indesejáveis de resinas compostas, tais como a baixa resistência à abrasão e o manchamento.

Os trabalhos disponíveis na literatura tem se preocupado com a área de bolhas encontrada em cortes seriados de corpos de prova. Neste trabalho nos propusemos medir a porcentagem de volume de ar que pode ser encontrado na massa polimerizada de diversos tipos de resina composta, dependendo do sistema de ativação (por luz ou duas pastas), plasticidade da resina e variações do operador. Por extrapolação, foi calculada a porcentagem de volume polimerizado incompletamente considerando a ação inibitória do oxigênio na reação de polimerização.

Foram feitos corpos de prova de sete marcas comerciais comprimindo-se uma quantidade de resina (o suficiente, segundo critérios clínicos, para restaurar uma cavidade de classe III de tamanho médio) entre duas lâminas de acetato, até alcançarmos uma espessura aproximada de O, 1 mm. Utilizando um perfilógrafo e por transiluminação, foram medidos os diâmetros das bolhas de ar de campos selecionados, com volumes conhecidos, através de método fotográfico.

Os resultados permitem agrupar as resinas em três grupos. Existe a tendência estatística que permite separar as resinas em três grupos de acordo com a porosidade apresentada e a porcentagem de volume de polimerização incompleta. Prisma-Fil e Herculite apresentaram ao redor de 0,06% de ar e 1,4% de volume não polimerizado; P-30 e P-10 incluem-se num outro grupo com até 0,5% de ar e 10% de volume de polimerização incompleta; Estic e Silar, com até 1 ,4% de ar chegando até 25% de volume de polimerização incompleta.

A porosidade por manipulação é muitas vezes menor nas resinas fotopolimerizadas. Por outro lado, não parece depender da plasticidade da massa ou das variações devidas ao operador. Os casos intermédios de P-10 e P-30 merecem estudos mais aprofundados: P-30 apresentou mais porosidade do que o esperado (talvez introduzida nos processos de fabricação) e P-10 menos (talvez pela elevada quantidade de carga).

 

 

 

123  / 1986

 

PREPARAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA PAREDE CELULAR DE BACTÉRIAS DA PLACA DENTAL

S. A. Catanzaro; A. M. M. Gomes; T. Akatsu; E. M. Taga; O. Tárzia; R. Taga

Departamentos de Patologia, de Bioquímica e de Morfologia (Histologia). Faculdade de Odontologia de Bauru -USP

Em trabalho anterior, apresentamos o aspecto histopatológico de lesões induzidas pela injeção de parede celular purificada no tecido subcutâneo de ratos. A evolução das lesões dérmicas variou em tamanho de um local para outro e de um animal para outro, mas todos desenvolveram as lesões. O histopatológico destas lesões evidenciou um granuloma clássico com presença de poucos leucócitos e linfócitos espalhados com predominância de monócitos e macrófagos.

Seguindo esta mesma linha de pesquisa descrevemos agora a preparação das paredes celular de bactérias da placa dental, sua composição em carboidrato, fósforo, proteína e o perfil eletroforético. Para melhor caracterizar a parede celular apresentamos também o seu aspecto do microscópio eletrônico.

 

 

 

124  / 1986

 

PRESENÇA DE MASTÓCITOS NO EPITÉLIO GENGIVAL

O. P. Almeida; P. O. Novaes; L. Bozzo; M. R. Vizioli

Departamento de Patologia. Faculdade de Odontologia de Piracicaba -

UNICAMP

Desde a descrição de Ehrlich em 1877 os mastócitos têm sido demonstrados em vários tecidos e órgãos, incluindo as estruturas orais. Estudos quantitativos dos mastócitos em gengivas normais e inflamadas são contraditórios, e isto provavelmente é devido aos diferentes métodos usados para a preservação destas células. Os mastócitos também foram descritos no interior do epitélio de gengiva normal e principalmente no epitélio funcional. Estudando biópsias gengivais de Gengivite Aguda Úlcero Necrosante, observamos a presença de mastócitos intraepteliais. Os mastócitos apresentavam forma irregular e inúmeros prolongamentos citoplasmáticos sugestivos de desgranulação, não havendo entretanto descontinuidade da membrana celular. Os aspectos morfológicos sugerem que os mastócitos intraepiteliais participam das alterações gengivais que ocorrem na GUNA.

 

 

 

125  / 1986

 

PREVALÊNCIA DAS FRATURAS DA FACE EM TRÊS HOSPITAIS DE SÃO PAULO

O. CriveIlo Jr.; J.B. D.. Lemos; J. G. C. Luz; W. A. Jorge

Disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial. Faculdade de Odontologia -USP

Na atualidade é significativa a incidência de fraturas que envolvem o complexo maxilo-mandibular, sendo competência do cirurgião dentista que exerce a especialidade de cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial tratar  todas as fraturas que determinam a disfunção do aparelho mastigatório.

Utilizando prontuários de 550 pacientes portadores de fraturas da face tratados em três Hospitais do Município de São Paulo indistinta mente em relação ao sexo, raça ou cor, variando a idade entre 02 e 84 anos, analisamos a localização da fratura, etiologia, e o tratamento associado apresentando-os em tabelas de contingência.

Os resultados obtidos nos permitem concluir que o complexo zigomático composto pelo osso malar e o arco zigomático foi a estrutura de maior frequência de fratura apresentada; os acidentes automobilísticos foram os maiores causadores de traumatismos faciais e as técnicas terapêuticas conservadoras predominaram nos diferentes ossos fraturados.

 

 

 

126  / 1986

 

PRÓTESE ADESIVA: TÉCNICA DO SAL PERDIDO.

J. F. F. Santos & P. E. C. Cardoso

Faculdade de Odontologia -USP

Devido ao seu caráter extremamente prático e conservador , as próteses adesivas indiretas têm se difundido cada vez mais na prática odontológica. O maior problema deste tipo de aparelho é o sistema de união estrutura metálica/resina composta. Vários métodos foram propostos desde a perfuração do metal até o ataque eletrolítico do mesmo. Este segundo método, mais difundido entre nós, tem se mostrado caro e extremamente crítico durante a sua confecção, envolvendo uma série de equipamentos e materiais que muitas vezes não são disponíveis nos laboratórios de prótese, o que limita a sua aplicação. Sob o nosso ponto de vista além de se obter uma superfície metálica com pequenas retenções, o método deve ser barato e prático, podendo facilmente ser reproduzido em qualquer laboratório de prótese. Neste sentido estamos trabalhando com a técnica de "sal perdido", que em testes laboratoriais na Universidade da Virginia, mostrou-se adequado para uma aplicação clínica. Em nosso trabalho nos propomos a mostrar todas as faces de execução da prótese até a sua colocação em boca, com posterior acompanhamento clínico.

 

 

127  / 1986

 

REAÇÃO DA POLPA DO MOLAR DO RATO SOB MATERIAIS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO (MPD E HIPO-CAL). ESTUDO HISTOLÓGICO.

R. M. G. V. Leite*; R. C. C. Lia**; C. B. Neto**; R. Abbud**

* Departamento de Clínica Infantil. Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

** Departamento de Fisiologia e Patologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara- UNESP

Um número variável de materiais contendo hidróxido de cálcio tem sido lançado no comércio especializado. Foram adicionadas substâncias para conferir resistência à compressão e radiopacidade. Entretanto, a adição dessas substâncias pode interferir no mecanismo reparador do hidróxido de cálcio.

Em nosso estudo, foram utilizados 54 ratos (Rattus norvegicus, albinus, Wistar) machos, com 60 dias de idade, divididos em 3 grupos experimentais. As polpas dos primeiros molares superiores foram expostas e protegidas com um dos seguintes materiais: hidróxido de cálcio puro, MPC e Hypo-Cal. Sobre esses materiais foi colocado um disco de aço inoxidável e as cavidades foram seladas com óxido de zinco e eugenol. Decorridos 24, 48 e 72 horas e 7, 15 e 30 dias de pós-operatório, os animais foram sacrificados, e os maxilares removidos e preparados para estudo histológico. Os resultados mostraram que a resposta pulpar não diferiu nos períodos curtos de tempo pós-operatório, para os diferentes materiais testados. Para os períodos mais longos de pós-operatório, a resposta pulpar diferiu ante os materiais utilizados, sendo que, apenas sob o hidróxido de cálcio chegou a formar-se completa barreira defensiva, ao nível da polpa radicular.

 

 

128  / 1986

 

REAÇÃO DO TECIDO SUBCUTÂNEO DO RATO SOB MATERIAIS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO (MPC E HYPO-CAL). ESTUDO HISTOLÓGICO.

R. M. G. V. Leite*; R. C. C. Lia** C. B. Neto** R. Abbud**

* Departamento de Clínica Infantil. Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

** Departamento de Fisiologia e Patologia. Faculdade de Odontologia de Araraquara- UNESP

A reação do tecido conjuntivo subcutâneo tem sido o método em nível I de pesquisa, mais comum para testar a compatibilidade biológica dos materiais dentários. A reação do tecido conjuntivo subcutâneo do rato caracteriza- se pelas fundamentais alterações inflamatórias, degenerativas frente a agentes irritantes. Em nosso estudo, foram utilizados 36 ratos (Rattus norvegicus, albinus, Wistar) machos, com 60 dias de idade, divididos em três grupos experimentais. Os animais receberam implantes subcutâneos com os seguintes materiais: hidróxido de cálcio puro, MPC e Hypo-Cal. Esses materiais foram implantados em tubos de polietileno, na região dorsal, nos lados direito e esquerdo. Decorridos 2, 16 e 32 dias de pós-operatório os animais foram sacrificados e as áreas circunjacentes aos implantes, removidas e preparadas para estudo histológico. Os resultados microscópicos mostraram que o hidróxido de cálcio puro e o Hypo-Cal foram pouco agressivos ao tecido subcutâneo, e que o MPC provocou reação mais severa do que os outros materiais.

 

 

129  / 1986

 

REATIVIDADE DOS DENTIFRÍCIOS FLUORETADOS COM O ESMALTE DENTAL HUMANO

R. N. Teixeira* & Jaime A Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

A heterogeneidade química dos dentifrícios fluoretados comercializados no Brasil foi demonstrada por CURY e cols (1981 ). Uma avaliação (1982) de estabilidade e de metabolismo também foi realizada. No presente trabalho analisou-se os produtos formados após a reação com esmalte dental. O sobrenadante da suspensão de dentifrício (1 :3) foi agitado com pó de esmalte dental humano. A seguir determinou-se com eletrodo específico as concentrações de flúor total (FT), fluoreto de cálcio (CaF2) e apatita fluoretada (FA) produzidas no esmalte. Os resultados obtidos com os diferentes dentifrícios analisados mostraram a seguinte ordem decrescente de reatividade: X, KG, KSMF, M, CF e S para FT; X, KG, KSMF, M, CF e S para CaF2; X, KG, M, KSMF, CF e S para FA. Concluiu-se em função desta reatividade diferencial, que o efeito cariostático dos dentifrícios não deve ser o mesmo.

* Bolsista (1982) do Programa Bolsa Pesquisa UNICAMP, como aluna de Graduação da FOP .

 

 

130  / 1986

 

REMINERALIZAÇÃO DE CÁRIE INCIPIENTE "IN VIVO" E "IN VITRO"

 

M. G. S. Silva & J. Nicolau

Instituto de Química -USP

A saliva é um fluido que apresenta em sua constituição cálcio e fosfato em concentrações supersaturantes em relação à hidroxiapatita do esmalte dentário (GRON, Arch. oral Biol., 18: 1365 e 1385, 1973). Este fato o torna muito importante para o estabelecimento de um estado de equilíbrio entre o esmalte dentário e o meio ambiental, visto que, lesões de cáries incipientes podem ser revertidas pela deposição de sais de cálcio da saliva (BACKER- DIRKS, J. dent. Res., 45: 503, 1966) um processo que se convencionou chamar de remineralização. Desde algum tempo que os pesquisadores vêm testando soluções artificiais no sentido de abreviar a reversão da lesão incipiente de cárie. Segundo GELHARD & ARENDS, 1984 (J. biol. Bucalle, 12: 49) "in vivo", a taxa de remineralização é relativamente rápida nos primeiros 15 dias, tornando-se lenta posteriormente. Em nosso laboratório estamos testando "in vitro"  e "in vivo" uma solução artificial, contendo além de cálcio e fosfato, zinco, estrônico, alumínio e flúor. Os testes "in vitro" são realizados com manchas brancas artificiais (SILVERSTONE, Caries Res., 1: 261, 1967) e remineralizadas em saliva natural e artificial com aplicações diárias da solução remineralizante. Os resultados são avaliados através de testes de microdureza (PURDELL LEWIS; GROENVELD; ARENDS, 10: 201) e microscopia de polarização (SILVERSTONE, Oral Sci. Rev., 3: 100, 1973). "In vivo", os pacientes portadores de manchas brancas naturais, realizam auto-aplicações diárias com a solução remineralizante, e, a avaliação da regressão das lesões são efetuadas por exame clínico e fotográfico. Até o momento, os resultados dos testes "in vivo" têm demonstrado satisfatórios, uma vez que, as manchas brancas têm regredido consideravelmente nos primeiros 15 dias de aplicação e depois lentamente tendem ao desaparecimento completo da lesão.

 

 

131 / 1986

 

REMINERALIZAÇÃO DE ESMALTE BOVINO DESMINERALIZADO APÓS APLICAÇÃO DE UM DENTIFRÍCIO FLUORETADO "IN VIVO"

D, Korytnicki

.

Faculdade de Odontologia -USP

Lesões de cárie incipientes podem ser remineralizadas in vivo sob condições ideais. Este processo é altamente estimulado na presença de baixas concentrações de flúor. O propósito deste estudo foi o de investigar  o potencial de remineralização de blocos de esmalte bovino desmineralizado após aplicações repetidas de um dentifrício à base de NaF in vivo. Blocos de esmalte de incisivos permanentes de bovinos, foram cortados e polidos. Os blocos foram desmineralizados utilizando uma solução buffer de ácido láctico parcialmente saturado para preservar uma camada intacta. Dois voluntários usaram aparelhos móveis inferiores durante 3 dias nos quais foram enxertados 16 blocos de esmalte. Um dentifrício contendo 0,243% da NaF foi aplicado na superfície do esmalte 4 vezes ao dia. A remineralização foi medida pelo método de microdureza superficial e análise de incorporação de flúor. Os resultados indicaram um aumento substancial de dureza superficial após aplicação do dentifrício. Este aumento foi confirmado pela significativa incorporação de flúor nos blocos experimentais. Foi também observado um alto grau de resistência  ao ataque ácido in vitro nos blocos experimentais que poderia ser relacionado a formação de uma nova estrutura cristalina insolúvel.

 

 

 

132  / 1986

 

REMOÇÃO DA "SMEAR LAVER" EM ENDODONTIA

 M. F. Z. Scelza; O. Chevitareze; P. Scelza Neto

O trabalho verificou o efeito de algumas soluções irrigadoras na remoção da "SMEAR LAYER" em endodontia,  buscando subsídios para melhor saneamento endodôntico e posterior vedamento do canal, bem como uma melhor fixação de pinos em canais com finalidade protética.

 

 

 

133 / 1986

 

REMOÇÃO MONITORADA DA DENTINA CARIADA AVALIAÇÃO CLÍNICO-HISTOBACTERIOLÓGICA

C. M. N. Lopes; H. H. Rodrigues; R. Vono

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Faculdade de Odontologia do Ceará -UFC

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

A presente pesquisa, após uma breve avaliação da literatura sobre o tratamento da cárie dental, mostra que os resultados obtidos através de uma avaliação clínico-radiográfica não coincidem com a avaliação histobacteriológica. A dentina remanescente do assoalho cavitário, após a remoção da dentina fucsinófila desorganizada e amolecida, apresentou micorganismos em 75% dos casos. A fucsina básica em propileno glicol foi utilizada para evidenciar a dentina cariada a ser removida, como sugeriram FUSAYAMA e cols. (1972, 1980). Associado a essa técnica de evidenciação da cárie, na presente pesquisa utilizou-se também o "Sensor Digital" sugerido por RODRIGUES & PELÁ (1948), que consiste em um aparelho eletrônico acoplado a escavadores de dentina munidos de estensômetros, o que permitiu quantificar a pressão de corte da dentina a ser removida. Objetivou-se dessa maneira, ao remover dentina com um corante evidenciador de cárie, conhecer também a resistência dessa dentina desorganizada à pressão de corte controlada clinicamente. Para isso, a amostra constituiu-se de 52 dentes humanos portadores de cárie de dentina, que após avulsão foram avaliados clinicamente, e a seguir fixados em formol, processados rotineiramente em parafina, cortados em série, e corados em hematoxilina-eosina e coloração de Gram para tecidos modificada por Brown e Brenn. Foram colhidos valores da pressão de corte de diferentes camadas de dentina fucsinófíla. Tais valores foram obtidos durante as sucessivas remoções em condições clínicas ideais in vitro, procurando-se remover a superfície corada do assoalho cavitário. Será apresentada documentação fotográfica macroscópica ilustrando a evidenciação da cárie pela fucsina tópica e microscópica mostrando os microrganismos da dentina remanescente após a remoção do tecido cariado.

. * Trabalho subvencionado pela CAPES

 

 

 

134  / 1986

 

RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE 3 CIMENTOS DE Ca(OH)2 SOB O EFEITO DO CARREGAMENTO DE CONDENSAÇÃO DO AMÁLGAMA DE Ag

J. R. Lovadino; J. C. Battistuzzo; L R. M. Marins; R. Sartini Filho

Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP

Foram utilizados 10 cp de 3 cimentos de Ca(OH)2 confeccionados em matriz metálica medindo 3 mm de diâmetro por 1,5 mm de altura. Após aguardar 4 minutos do início da espatulação, através de um complemento da matriz metálica medindo internamente 3 mm de diâmetro por 6 mm de altura, foi realizada nesse momento a condensação de amálgama de prata (Agestan-68-Bayer Dental), proporcionado em 1 :1 e triturado mecanicamente com auxílio de condensador mecânico (Dabi-Atlante), munido de ponta ativa com corte circular e de 1,5 mm de diâmetro sob pressão constante (1,5 kgf).

Após uma hora, a matriz onde foi condensado o amálgama foi separada da matriz que continha o cimento e foram analisadas por 2 observadores, as condições da superfície do cimento, sob lupa esteroscópica. Como resultado foi encontrado o que expressa em porcentagem a tabela Z. .)

Tabela Z .

Situação observada sob lupa esteroscópica, de aumentos de hidróxido de cálcio após receberem o carregamento de condensação de amálgama dental.

Cimentos

Trincas

Penetração

Manchamento

utilizados

da base (%)

do amálgama

da base pelo

da base (%)

amálgama (%)

Life

25

25

100

Renew

Dycal*

* Fórmula avançada II

 

 

135

 

RETENÇÃO DO FLÚOR DA ÁGUA POR FILTROS DE CARV ÃO ATIVADO

P. S. S. Gil* & J.A. Cury

 Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

 

A possibilidade dos filtros de carvão reterem o flúor da água é bastante divulgada no nosso meio. A presente comunicação procurou analisar esta capacidade de ligação. Filtros de carvão foram equilibrados com água destilada. A seguir volumes sucessivos de 1 litro de água fluoretada foram filtradas, sendo colhidas amostras de 100 ml. A concentração de flúor inicial e das amostras filtradas foi determinada potenciometricamente. Os resultados mostraram que houve uma diminuição de 90% na concentração de flúor nos primeiros 100 ml de água filtrada, havendo decréscimo progressivo da retenção nas filtrações seguintes. Este comportamento, de intensidade decrescente, se repetiu sucessivamente, de tal maneira que após serem filtrados 6 litros de água a diminuição de concentração parece não ter qualquer significado em termos de comprometer o efeito do flúor .

* Bolsista (1986) do Programa Bolsa Pesquisa UNICAMP. Aluno de Graduação da FOP

 

 

136

SIALADENOSE EXPERIMENTAL: ESTUDO DO CONTEÚDO DE ATP EM

GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES (GSM) DE RATOS SUBMETIDOS A TRATAMENTO COM ISOPROTERENOL (IPR) E AMPUTAÇÂO DOS DENTES INCISIVOS INFERIORES (AMPT)*

F. D. Ferrira* & J. Nicolau**

   *Instituto de Ciências Biomédicas -USP

 ** Instituto de Química -USP

O aumento em peso e volume de glândulas salivares de ratos e camundongos se constitui num bom modelo biológico para o estudo da sialadenose humana. Esta ocorre frequentemente em distúrbios pluri-glandulares (diabetes melito, hipofunção das gônadas), em moléstias deficitárias (beri-beri, Kwashiorkor, deficiência de vitamina A), em cirrose hepática e alcoolismo crônico (SEIFERT, In: Secretory Mechanisms of Salivary Glands, 1967, p.191). A sialadenose experimental pode ser obtida pela injeção crônica de isoproterenol, amputação dos dentes incisivos e administração de enzimas proteolíticas. Em comunicações anteriores (Resumos da I Reunião da SBPqO, 1984, p. 27; Arq. Biol. Tecnol., 28 (1): 102,1985), mostramos diferenças na atividade de algumas enzimas em GSM de ratos, injetados com IPR, e aqueles AMPT. É sabido que o fluxo glicolítico pode ser inibido por ATP , visto que, existem na via metabólica da glicose, enzimas sensíveis à variação do conteúdo desse nucleotídeo. Em vista disso, decidimos estudar comparativamente o conteúdo de ATP no desenvolvimento da sialadenose experimental em ratos, provocada por IPR e AMPT. Na sialadenose das GSM obtida pela injeção de IPR, observa-se aumento no conteúdo de ATP , quando comparado ao do controle, já a partir de 1 dose (2mg/kg peso corporal) enquanto que naquela obtida pela AMPT, somente com 5 e 6 estímulos foi possível observar maior conteúdo de ATP nos experimentais.

* Auxílio: FINEP

 

 

 

 

137 / 1986

 

 

SOROTIPAGEM DA Candida albicans EM PACIENTES COM CÂNCER DE BOCA. A.NTES E DURANTE  O TRATAMENTO RADIOTERÁPICO

 

A. Síqueira;* M. C. C. Sampaio**; E. G. Birman**; C. R. Paula***

* Instituto de Biologia de Alfenas

** Faculdade de Odontologia -USP .

*** Instituto de Ciências Biomédicas -USP

Atualmente existe grande interesse no estudo das leveduras e principalmente da composição e estrutura das várias espécies Candida. As dificuldades encontradas, porém são muitas, já que a preparação do anti-soro demanda tempo bem como utilização de técnicas especificas, laboratórios apropriados e por isso pouco utilizadas em nosso meio.

Não se conhecem ainda os fatores que facilitam o desenvolvimento de determinado sorotipo, por isso o conhecimento da estrutura antigênica das espécies de Candida viria permitir uma melhor compreensão dos fenômenos imunológicos desencadeados no hospedeiro utilizando-se preparações antigênicas de Candida albicans para o diagnóstico de infecções graves e progressivas provocadas por espécies desse gênero. 

O objetivo desse trabalho foi a verificação dos sorotipos encontrados em pacientes com câncer de boca, portadores de Candida albicans procurando observar se haveria alguma modificação do sorotipo da Candida antes e durante a radioterapia, se esta mudança estaria relacionada a patogenicidade da própria levedura ao tratamento ou se seriam as condições do hospedeiro que induziriam tais modificações antigênicas.

Utilizando 20 pacientes a Candida albicans foi isolada e sorotipada em 10 pacientes. Antes da radioterapia 9 amostras apresentaram sorotipo A. Durante a radioterapia os mesmos procedimentos foram realizados, encontrando-se também somente espécies com  sorotipo A.

A análise da sorotipagem da Candida albicans nesta amostra vem demonstrar que as condições prévias do paciente ou o tratamento não modificaram a estrutura antigênica da Candida albicans, fato este que merece investigações e que tem sido muito discutido (Odds) frente a condições de cultura em que elas são realizadas.

 

 

138  / 1986

 

STREPTOCOCCUS SALIVARIUS; VERIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS SEMELHANTES À BACTERIOCINA E SEU ESPECTRO DE AÇÃO*.

V. F. Dametto & F. Zelante

Departamento de Patologia. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos- UNESP 

Departamento de Microbiologia. Instituto de Ciências Biomédicas -USP

Colheu-se material de raspado de língua e mucosa de bochecha, de indivíduos sadios, com o objetivo de isolamento de Streptococcus salivarius. Após semeadura em agar Mitis-Salivarius e identificação bioquímica, obteve-se 41 cepas pertencentes à referida espécie. Foram realizados 218 testes para verificação da produção de substâncias semelhantes à bacteriocina pelas espécies de S. salivarius isoladas, contra cepas de referência de Actinomyces viscosus, Rothia dentocariosa, Streptococcus pyogenes e Streptococcus mutans, utilizadas como indicadoras.

Observou-se que a maioria das cepas utilizadas como indicadoras mostrou crescimento inibido em presença de Streptococcus salivarius, sendo que praticamente nenhuma das cepas de Streptococcus mutans, apresentou o mesmo comportamento. Embora as demais tenham se mostrado sensíveis, é de se notar que R. dentocariosa e S. pyogenes mostraram uma sensibilidade maior, visto que dentre as 34 espécies de R. dentocariosa testadas, 31 evidenciavam-se francamente sensíveis, o mesmo ocorrendo com 29 dentre 35 de S. pyogenes.

* Trabalho subvencionado pela FAPESP

 

 

139 / 1986

 

TÉCNICA DE RESTAURAÇÃO PORCOLAGEM DE FRAGMENTO DE DENTE FRATURADO: 3ANOS DE OBSERVAÇÃO

A.M.Razaboni*; C.M.C.Bussadori**.

*Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP **Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese. Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP

 

As fraturas dentais ocorrem numa incidência bastante grande em pacientes jovens, trazendo como consequência problemas estéticos bastante sérios. A colagem de fragmentos dentais se apresenta como um procedimento restaurador, onde se consegue devolver ao remanescente uma estrutura igual à que foi perdida: seu próprio fragmento. Além de extremamente conservadora, a técnica atende a expectativa dos pacientes com relação a  estética. Os autores apresentam um caso clínico, onde houve uma fratura,  no sentido do longo eixo do dente, envolvendo o terço mesial da coroa clínica e em nível subgengival, no incisivo central superior esquerdo, de um rapaz de 18 anos, provocada por um trauma bastante grande. Como consequência, o fragmento perdeu sua porção incisal, ficando ligeiramente intruído e preso apenas por fibras do tecido periodontal. Após tratamento endodôntico, foi levantado um retalho para expor o nível da fratura, onde foi constatada a presença de grande quantidade de tecido de granulação, inclusive entre o fragmento, e o remanescente, com equivalente reabsorção óssea. Removido o fragmento, o tecido de granulação foi curetado e a crista óssea regularizada. sob isolamento absoluto do campo operatório, sendo constatada a perfeita adaptação do fragmento ao remanescente. Realizou-se a técnica de colagem através do sistema completo de Resina Composta. Houve reposição óssea e, após 3 anos de observação, a relação entre fragmento e dente remanescente apresenta-se sem solução de continuidade. Esses fatos comprovam o sucesso do procedimento realizado.

 

 

140  / 1986

 

TRANSPLANTES AUTÓGENOS DE 3º MOLARES COM RIZOGÊNESE COMPLETA, EM HUMANOS. ESTUDO CLÍNICO E RADIOGRÁFICO.

A. C. Menezes & P. Marçal.

Faculdade Federal de Uberlândia -Curso de Odontologia

Nos últimos anos tem aumentado as pesquisas relacionadas aos transplantes autógenos de dentes. Segundo (KRISTERSON (1095), os transplantes de órgãos dentários com rizogênese completa (estágio 7, classificação -MOORRESS podem ser realizados, quando complementados com tratamento endodôntico. O autor afirma que esta conclusão está baseada em poucas observações. Assim sendo, decidimos testar em humanos os transplantes dos 3º molares autógenos com rizogênese completa. De um grupo de 250 pacientes que se submeteram a transplantes autógenos, selecionamos 33 de ambos os sexos, com idade variando de 21 a 63 anos (média de 32). Foram transplantados 33 terceiros molares com rizogênese completa (estágio 7), para substituição de elementos dentários perdidos por cáries, periodontite avançada, processos apicais e fraturas. A endodontia foi realizada de 25 a 545 dias (media de 127) após o ato cirúrgico do transplante. Os pacientes foram examinados semanalmente durante 60 dias. Em seguida foram acompanhados 1 vez por mês, até completar 12. À partir daí, os casos tem sido avaliados 1 vez por ano. A avaliação radiográfica seguiu o seguinte critério: -primeira semana após o transplante; depois com 60, 120, 180, 360 dias e à partir daí, 1 vez por ano. O exame clínico envolveu a mobilidade dentária, estado gengival e oclusão. O exame radiográfico compreendeu a avaliação do ligamento periodontal, superfície radicular e área periapical. Após o tempo de observação, que variou de 2 a 5 anos (média de 3); constatamos quatro casos negativos, de 33 dentes transplantados, correspondendo a 87% de sucessos.

 

141  / 1986

 

O ULTRA-SOM EM ENDODONTIA -AVALIAÇÃO IN VITRO EM HEMÁCIAS E EM DENTES HUMANOS.

 

H. H. Rodrigues 

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Endosonic e Profiendo são os dois aparelhos de ultra-som já em teste no Brasil. Trata-se de equipamentos similares e que com cerca de 25.000 ciclos por minuto produzem vibrações de alargadores endodônticos em canais radiculares, reduzindo o tempo de trabalho durante a instrumentação mecânica. Limas diamantadas ou do tipo convencional oferecem capacidade de corte diferentes. É particularmente notável o conforto que oferecem ao profissional. É discutível entretanto, a sua efetivação ao nível do terço apical, sua mais efetiva ação de limpeza à nível de túbulos dentinários, e sua possível ação bactericida. Parece provável a sua capacidade maior de desintegrar células ou remanescentes de tecido necrótico a nível de terço cervical e terço médio radicular. Com esse objetivo foi testado in vitro e de forma comparativa a ação desintegradora do equipamento Endosonic de origem americana e do equipamento Profiendo de origem brasileira. A alta ciclagem e consequente vibração das limas produz hemólise que pode ser quantificada in vitro em hemácias. A temperatura gerada durante a vibração da lima influi na hemólise in vitro. Um teste comparativo a nível de dentes humanos mostra que a capacidade de corte a nível de dentina não difere significativamente. A literatura pertinente a nível internacional já atinge cerca de 40 publicações apresentando resultados bastante controvertidos. Ressaltamos que o ultra-som não é uma técnica nova de instrumentação endodôntica e que se iniciou com RICHMAN (J. Dent. Med., 12 (1 ): 12, 1957), portanto há trinta anos atraz, e não nos parece válido afirmar que uma nova era surge na instrumentação endodôntica.

 

 

 

142  / 1986

 

UTILIZAÇÃO DO ARQUIVO DE DADOS NA SIMULAÇÃO DE HIPÓTESE DE DIAGNÓSTICO EM PATOLOGIA BUCAL COM AUXÍLIO DE COMPUTADORES.

M. D.. Novelli

Departamento de Estomatologia. Faculdade de Odontologia -USP

O trabalho a ser apresentado relata e discute o resultado de14 anos de acompanhamento dos arquivos de Patologia do Departamento de Estomatologia, que permitiram o desenvolvimento de classificações nosológicas e a simulação de hipóteses diagnósticas, abrindo novos caminhos no campo  Odonto-Estomatológico.

 

 

143 / 1986

 

 UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DOS PACIENTES DA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA.

F. R. X. Silveira

Disciplina de Semiologia -Aluno de Pós-graduação em Clínicas Odontológica

(Mestrado)

O trabalho a ser apresentado discute uma alternativa de utilização do computador na implantação de um sistema de armazenamento e recuperação de informações clínicas e cadastrais dos pacientes atendidos pelo Serviço de Diagnóstico Bucal (Disciplina de Semiologia). Introduz uma nova ficha clínica que se presta, ao mesmo tempo, como entrada de dados para o computador, via terminal remoto.

O sistema possibilita a análise completa de toda a casuística da Disciplina (cerca de 4500 pacientes) evidenciando a importância da informática como instrumento que não pode ser ignorado no auxílio à pesquisa e ensino em Odontologia e particularmente na área de Diagnóstico.

 

 

144  / 1986

 

VARIAÇÕES ELETROLÍTICAS DO SÓDIO, POTÁSSIO E CLORO EM TRAUMATIZADOS FACIAIS (PORTADORES DE FRATURAS DOS OSSOS DA FACE) SUBMETIDOS A TERAPÊUTICA CIRÚRGICA.

W. A. Jorge; O. Crívello Jr.; J. B. D. Lermos; J. G. C. Luz

Disciplina de Traumatologia Buco Maxilo Facial. Faculdade de Odontologia -USP

No presente trabalho os autores pesquisam as alterações eletrolíticas em pacientes traumatizados de face, portadores de fraturas dos ossos da face, submetidos a terapêutica cirúrgica.

São analisados os íons sódio, potássio e cloro, no soro, saliva humana mista e urina, após o ato cirúrgico, 8 dias após a cirurgia, 5 dias após as remoções das contenções intermaxilares e 90 dias após o retorno do paciente a sua bionormalidade.

 

 

145  / 1986

 

VERIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS FACILITADORES DA INSTRUMENTAÇÃO: SOLUÇÕES AQUOSAS DE EDTA, ÁCIDO CÍTRICO E HIPOCLORITO DE SÓDIO

J. Pupo; O. P. Almeida; R. R. Biral; L. Valdrighi

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

No preparo dos canais radiculares a irrigação ou lavagem constitui em importante e indispensável meio auxiliar da instrumentação. A instrumentação e irrigação são usadas alternadamente e se completam. Detritos, raspas de dentina, restos orgânicos, microrganismos etc. são removidos pela irrigação. As soluções de hipoclorito de sódio têm sido, dentre as soluções irrigadoras as mais usadas. Paralelamente a ação de remoção mecânica, têm sido empregadas em endodontia algumas substâncias facilitadoras da instrumentação, as quais acumulam alguma propriedade química desejada.

Os quelantes são compostos dotados de aprisionar íons metálicos p. ex. íons de cálcio. As soluções de EDTA foram propostas em endodontia por sua atividade quelante que originaria ação desmineralizante limitada sobre as paredes do canal.

O ácido cítrico tem sido proposto como facilitador por sua propriedade em remover tecido necrótico, dentina amolecida, gorduras, etc.

No presente trabalho objetivou-se analisar as propriedades antimicrobianas dessas substâncias procurando-se esclarecer até que ponto estas substâncias podem atuar na descontaminação do canal.

 

 

 

146 / 1986

VERIFICAÇÃO DA DUREZA DOS GESSOS EM FUNÇÃO DA COMPATIBILIDADE COM MATERIAIS DE MOLDAGEM

R. M. Araujo & F. P. M. Silva Filho

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese. Faculdade de Odontologia de Araçatuba -UNESP

O material mais empregado atualmente na construção de modelos é o gesso que a par de técnica simples reúne condições bastante satisfatórias com relação à propriedades mecânicas, físicas e químicas. Porém, a compatibilidade relativa dos gessos com os materiais de moldagem pode comprometer as qualidades da superfície do modelo.

Os autores realizaram este trabalho com a finalidade de verificar se materiais de moldagem à base de borracha (Xantopren, Permlastic e Provil) têm influência na dureza do gesso pedra-tipo III (Herodent) e gesso pedra melhorado-tipo IV (Velmix).

Foram utilizados corpos de prova cilíndricos de gesso medindo 2,5 cm de altura e 2 cm de diâmetro que tomaram presa em contato com os materiais de moldagem que foram polimerizados em contacto com a superfície polida de um cilindro de aço. Corpos de prova controle, onde os gessos tomaram presa em contacto com placas de vidro foram confeccionados para a verificação de possíveis efeitos dos materiais de moldagem na dureza superficial dos gessos.

Os corpos de prova foram armazenados em temperatura de 23 + 2oC e umidade relativa de 50 + 10% por 30 minutos e a seguir foram transferidos para uma estufa a 50 + 2oC por 5 horas. Após a armazenagem a superfície dos corpos de prova que tomaram presa em contacto com os materiais de moldagem, ou com a placa de vidro foram levadas ao Aparelho Micro Testor Wolpert equipado com diamante Vickers, para a determinação da dureza.

 Pelos resultados obtidos podemos concluir:

1 -O gesso pedra melhorado-tipo IV apresentou maior média de dureza que a do gesso pedra-tipo III

2- Todos materiais de moldagem testados diminuíram a dureza dos dois tipos de gesso

3 -O material de moldagem Xantopren (silicona) foi a que teve maior influência, reduzindo a dureza do gesso pedra melhorado tipo IV em cerca de 50%.

 

 

 

 147 / 1986

 VERIFICAÇÃO DO PERFIL ISOENZIMÁTICO DA FOSFOFRUTOQUINASE-1 (PFK-1) EM GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES DE RATOS TRATADOS COM PAPAÍNA.

 H. R. Martins* & J. Nicolau**

 *Fundação Universitária do Rio Grande

 ** Instituto de Ouímica -USP

Comunicações prévias deste laborat6rio (Arq. Biol. Tecnol., 25: 50,1982, Arq. Biol. Tecnol., 27: 164,1984; Arq. Biol. Tecnol., 28: 102,1985; Anais SBPqO, 1 : 29, 1985) enfatizaram o fato de que os eventos bioquímicos durante o desenvolvimento da sialadenose experimental, sofrem variação de acordo com o procedimento utilizado. Foi demonstrado que a atividade da PFK-1 aumentou na glândula submandibular de ratos submetidos a amputação dos dentes incisivos inferiores e reduziu naqueles animais que receberam injeções de isoproterenol. Presentemente estamos estudando a composição isoenzimátíca da PFK-1 em glândulas salivares de ratos submetidos a instilação oral de papaína (0,05 mg/100g de peso corporal) através de eletroforese em gel de poliacrilamida. O desenvolvimento do eletroferograma é feito de acordo com Kemp, R.G. J. Biol. Chem, 246, 1971. Os resultados mostram uma redução em cada uma das três enzimas animais submetidas a instilação de água.

Auxílio: FINEP

 

 

148  / 1986

VARIAÇÃO DO PERFIL ISOENZIMÁTICO DA LDH EM POLPAS DE DENTES MOLARES DE RATAS DURANTE O DESENVOLVIMENTO RADICULAR 

E. M. LOSSO & J. Nicolau

Instituto Química -USP

Em trabalhos anteriores deste laboratório (Siquara-da-Rocha, M.C.B & Nicolau, J., J. dent. Res., 59: 762,1980; Martins-da-Silva, A.M. & Nicolau J., J.Biol. Buccale, 13: 97,1985), foi demonstrado para polpa de dentes decíduos de suínos que tanto a atividade de enzimas glicolíticas quanto o metabolismo de glicogênio variam durante o período de formação radicular e na rizólise. Foi demonstrado que a atividade da LDH decresce quando a raiz está atingindo a etapa de raiz completa, e aumenta na etapa de rizólise. O conhecimento da predominância das formas isoenzimáticas da LDH de um tecido permite que se faça algumas considerações acerca do tipo de metabolismo predominante. Alguns trabalhos trataram da descrição do perfil de isoenzimas de LDH em polpas de incisivos de ratos (Dobrynina, Stomatology, 153: 1,1974; Linde & Ljunggreen, Arch. oral. Biol., 15: 65,1970). No presente trabalho observamos maior atividade da LDH na fase de rizogênese do que na de raiz completa. Quanto ao perfil isoenzimático observamos a presença das cinco isoenzimas da LDH em todas as idades, com predomínio da forma LDH-1 seguido pela forma LDH-2. As formas isoenzimáticas LDH-3 e LDH-4 apresentam quantidades relativas, aproximadamente iguais, porém maior que LDH-5. A LDH-5 representa uma proporção menor em todas as idades com relação as outras isoenzimas. A LDH-1 aumenta com início da rizogênese, tem um pico neste estágio, e diminui com a raiz completa. A variação observada entre as várias isoenzimas estão vinculadas à idade do dente e não aos diferentes dentes entre si.

 

 

 

149  / 1986

VERIFICAÇÃO DE BOLHAS NA APLICAÇÃO DE "SELANTES" EM SULCOS E FOSSETAS. INFLUÊNCIA DE TÉCNICA, MATERIAL E FORMA ANATÕMICA.

R. H. Sundfeld*; R. H. B. T. S. Fontana*; M. Russo**; U. F. Fontana***; J. Komatsu**

* Alunos do Curso de Pós-Graduação em nível de Doutorado, na Área de Dentística Restauradora da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP

** Professor Titular da Disciplina de Dentística Restauradora da Faculdade de Odontologia de Araçatuba -UNESP

*** Professor Titular da Disciplina de Dentística Restauradora da Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

Disciplina de Dentística Restauradora -UNESP

Os autores procuraram analisar a presença de bolhas, no interior da massa de "selantes" quimicamente e fotopolimerizáveis, aplicados nas regiões de sulcos e fossetas de pré-molares humanos íntegros extraídos. Usaram duas técnicas distintas de aplicação dos selantes, uma considerada convencional e outra que era realizada com auxílio de um condensador lateral endodôntico adaptado para esta técnica, sendo afilado na sua extremidade.

Após análise microscópica e discussão das observações realizadas, dentro da metodologia empregada, julgaram válido concluir, entre outras, que independentemente de material, técnica e forma anatômica, geralmente existia a presença de bolhas, e também que a técnica de aplicação com auxílio do instrumento adaptado, reduz um pouco o número de bolhas.