Percepção quanto ao uso de diamino fluoreto de prata no tratamento de lesões de cárie: como ela é medida e qual a sua influência no desfecho?
Haibara KN, Viganó MEF, Raggio DP, Imparato JCP, Braga MM
Ortodontia e Odontopediatria - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - SÃO PAULO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O diamino fluoreto de prata (DFP) é uma opção mostrada como efetiva no tratamento de lesões cariosas, que vem sendo cada vez mais estudada, pela sua técnica simples, eficácia e não geração de aerossóis. A pigmentação do DFP tem sido apontada pelos profissionais como razão de não aceitação pelos pacientes. Porém, a percepção dos usuários nem sempre reflete isso. Este estudo avaliou como tem sido medida a percepção de usuários/dentistas em relação ao uso do DFP no tratamento de lesões de cárie e se a metodologia utilizada influencia essa medida. Foi realizado uma busca em diferentes bases de dados até maio de 2020. Ensaios clínicos randomizados e não randomizados, e observacionais que avaliaram a percepção de pacientes/cuidadores e dentistas no uso de compostos de prata no tratamento de lesões de cárie foram incluídos. O risco de viés foi avaliado por ferramenta para estudos de percepção. Quatro meta-análises foram feitas considerando diferentes desfechos relacionados à percepção do tratamento em si e da pigmentação causada pelo produto. As análises de subgrupo avaliaram a influência do instrumento nos desfechos. 19 estudos foram incluídos e 12 meta-analisados. Estudos que avaliaram a pigmentação clinicamente após o tratamento tiveram melhor aceitação da coloração do DFP aos que avaliaram a pigmentação por fotos (90% clinic./59% foto). Alto risco de viés foi verificado quanto a validade dos instrumentos e presença de dados faltantes. Conclui-se que a forma de avaliar a percepção dos cuidadores/dentistas pode influenciar a satisfação e aceitação do tratamento com DFP. (Apoio: CAPES)RS088 - Painel Revisão Sistemática
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4 - Odontopediatria
Cárie dentária em crianças e adolescentes com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: uma revisão sistemática e meta-análise
Drumond VZ, Souza GLN, Pereira MJC, Mesquita RA, Abreu LG
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a relação entre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a frequência de carie dentária em crianças e adolescentes por meio de uma revisão sistemática e meta análise. O estudo foi elaborado seguindo os critérios do MOOSE (Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology) e um registro na plataforma PROSPERO foi obtido (CRD42021238923). A pesquisa foi realizada em quatro bases de dados eletrônicas: PubMed, Embase, Web of Science e Scopus. Pesquisas no Open Grey e na lista de referências dos artigos incluídos também foram feitas. A seleção dos estudos foi realizada de modo independente por dois pesquisadores. O risco de viés foi avaliado através da ferramenta do Instituto Joanna Briggs. Meta-análises foram realizadas e diferenças de média (DM), razão das chances (RC) e intervalos de confiança (95%) foram fornecidos. Treze referências foram incluídas e os indivíduos com TDAH apresentaram valores significativamente maiores de DMFT [I²=42%; DM=0,75 (0,38-1,13)] quando comparados aos pacientes sem ADHD. Não houve diferenças significativas entre indivíduos com e sem TDAH para os índices DMFS [I²=0; DM=0,39 (-0,02-0,80)] e DS/ds [I²=0%; DM=0,35 (-0,63-1,33)]. Uma meta-análise com variância inversa mostrou que indivíduos com TDAH apresentavam mais chances de ter cárie dentária [I²=89%; RC=12,34 (1,97-77,39)] que indivíduos sem ADHD. O risco de viés variou de baixo a alto. Conclui-se que crianças e adolescentes com TDAH são mais propensos a desenvolverem cárie dentária em comparação aos seus pares sem ADHD.RS089 - Painel Revisão Sistemática
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4 - Ortodontia
Esporões linguais impactam na qualidade de vida relacionada à saúde oral durante o tratamento da mordida aberta? Uma revisão sistemática
Moda LB, Ribeiro SMM, Chaves-Junior SC, Artese F, Normando D
Programa de Pós-graduação Em Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Objetivou-se avaliar o impacto dos esporões linguais na qualidade de vida relacionada à saúde oral de crianças e/ou adolescentes durante o tratamento da mordida aberta anterior. A revisão foi registrada no banco de dados PROSPERO (CRD42020203780). As bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, Cochrane Library, Lilacs, OpenGrey, ClinicalTrials e Google Scholar, foram examinadas sem restrição de idioma ou ano. Também foi realizada busca manual nas referências dos artigos incluídos. A avaliação do risco de viés foi realizada através da ferramenta Joanna Briggs Institute (JBI) Critical Appraisal Checklist tool ou ROBINS-I (Risk of Bias in Non-randomized Studies of Interventions) de acordo com o desenho do estudo. A ferramenta GRADE foi utilizada para avaliar a certeza das evidências. Cinco estudos atenderam aos critérios de elegibilidade da revisão. Após avaliação da qualidade, dois ensaios clínicos não randomizados apresentaram sérios riscos. Dos estudos séries de casos, dois apresentaram baixo risco e um risco moderado. A certeza da evidência foi classificada como muito baixa para todos os resultados avaliados. De maneira geral, os estudos relataram impacto negativo inicial com o uso de esporões linguais, porém de natureza temporária. A análise quantitativa não ocorreu devido à grande heterogeneidade entre os estudos. Embora limitada, a evidência atual sugere que os esporões linguais apresentam impacto negativo inicial temporário. Ensaios clínicos com melhor metodologia são necessários para a avaliação deste tema com melhor nível de evidência.RS090 - Painel Revisão Sistemática
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4 - Ortodontia
Dor relacionada à inserção de mini-implantes: uma revisão sistemática e meta-análise
Barros DMC, Paiva TT, Lorenzoni DC, Mattos CT
Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar a percepção da dor relatada pelos pacientes antes e após a instalação de mini-implantes interradiculares. A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: Medline via Pubmed, Scopus, Web of Science, Cochrane Library e BVS (Lilacs e BBO) e, no Sistema de Informação Grey Literature da Europa (SIGLE) até abril de 2021. Avaliação de risco de vieses foi realizada de acordo com as ferramentas Cochrane Collaboration´s, utilizada na avaliação de RCTs e, Robins-I, na avaliação dos ensaios clínicos não randomizados. No total, foram encontrados 3074 artigos, porém, apenas 13 atenderam aos critérios de elegibilidade. Na qualificação de risco de vieses pela ferramenta Robins-I, seis artigos foram classificados como moderados, um como crítico e outros dois como sérios. A qualificação dos artigos pela ferramenta Cochrane Collaboration´s encontrou quatro domínios com risco não claro e dois com alto risco de vieses. A meta-análise foi realizada por meio do software Comprehensive Meta-Analysis. Pode-se observar, com evidência moderada, que em uma escala de 0 a 10 a expectativa de dor (effect size 4,45) dos pacientes foi maior do que aquela efetivamente provocada pelo procedimento (effect size 3,35) e, após vinte e quatro horas do procedimento, a dor é quase inexistente (effect size 0,32).RS091 - Painel Revisão Sistemática
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4 - Ortodontia
Anomalias dentárias em indivíduos com Osteogênese imperfeita: Revisão sistemática e meta-análise
Soares ECB, Prado HV, Carneiro NCR, Abreu LG, Borges-Oliveira AC
Saúde Coletiva - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desta revisão sistemática e meta-análise foi avaliar a prevalência de anomalias dentárias em indivíduos com OI e comparar com indivíduos sem OI. Foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science, Scopus e Ovid. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pela escala do Joanna Briggs Institute. Foram incluídos 12 artigos. Os resultados indicaram que os indivíduos com OI tiveram 6,90 vezes maior chance de apresentarem impactação dentária do que aqueles sem OI (IC = 1,54 - 31,00, I2 = 59,0%). Foram registrados os seguintes dados de prevalência nos indivíduos com OI: agenesia (35,89%), coroa bulbosa (18,11%), descoloração (22,42%), erupção ectópica (20,39%), impactação de segundos molares (32,43%), impactação dentária (38,75%), microdontia (11,52%), obliteração pulpar (35,61%) e taurodontismo (15,22%). Dos 12 artigos incluídos, a maioria (66,66% / n=8) apresentou qualidade metodológica com alto risco de viés. A força da evidência foi baixa ou muito baixa. Indivíduos com OI possuem uma chance maior de apresentarem alguma anomalia dentária, quando comparados a indivíduos sem OI. Agenesia dentária, impactação dentária e obliteração pulpar foram as anomalias mais prevalentes em indivíduos com OI. (Apoio: CAPES)RS092 - Painel Revisão Sistemática
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4 - Ortodontia
Tratamentos precoces classe III com ancoragem esquelética comparado a ortopedia facial: revisão sistemática
Aguiar JPD, Cacique K, Sousa AC, Santamaria-Jr M, Macedo CR, Marco AC
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Realizou-se revisão sistemática para avaliar a eficiências da ancoragem esquelética comparada a ortopedia facial no tratamento de Classe III esquelética em fase de crescimento pré-puberal, por meio de parâmetros cefalométricos. Foram utilizados ensaios clínicos randomizados ou quasi-randomizados comparando 3 tipos de tratamento em relação a mudança do perfil ósseo. 1) Ancoragem esquelética em maxila e mandíbula (AE/Mx + Md); 2) Ancoragem esquelética em maxila + máscara facial (AE/Mx + MF) e 3) Expansão rápida da maxila + máscara facial (ERM + MF). Foi realizada busca nas bases de dados CENTRAL, MEDLINE, EMBASE, LILACS. Foram incluídos 9 estudos nas análises qualitativa e quantitativa. Para o posicionamento anteroposterior da maxila, os resultados foram favoráveis para os tratamentos em AE/Mx + Md ou AE/Mx + MF quando comparados aos controles ERM + MF ou não tratados. Para o posicionamento anteroposterior da mandíbula, não houve diferenças quanto aos tratamentos. Para maxila em relação à mandíbula, os resultados demonstraram valores de ANB e Wits favoráveis ao tratamento AE/Mx + Md e AE/Mx + MF quando comparados a pacientes não tratados, porém quando comparado com ERM + MF não houve diferença significativa. Os resultados da revisão sistemática encontraram que o tratamento com ancoragem esquelética é efetivo para o tratamento de Classe III esquelética em adolescentes. Os benefícios com o avanço da maxila podem ser observados com a melhora dos parâmetros cefalométricos.RS093 - Painel Revisão Sistemática
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4 - Ortodontia
Estabilidade após tratamento ortodôntico com contenções fixas versus termoplásticas: Revisão sistemática
Bellini-Pereira SA, Aliaga-Del-castillo A, Santos CCO, Sant'anna GQ, Garib DG, Henriques JFC, Janson G
Ortodontia - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - BAURU
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desta revisão sistemática foi comparar a efetividade de contenções fixas versus termoplásticas em sua capacidade de manter estável o resultado obtido durante o tratamento ortodôntico. Um total de dez bases de dados englobando literatura publicada e não publicada foram acessadas sem restrições de linguagem e ano de publicação. A busca foi feita independentemente por dois avaliadores, e ensaios clínicos randomizados (RCTs) comparando os dois tipos de contenções foram incluídos. A avaliação do risco de viés foi realizada utilizando a ferramenta RoB 2.0 da Colaboração Cochrane. O processo de busca resultou em 923 estudos, mas após a minuciosa seleção, somente 5 foram incluídos na análise qualitativa. Não foi possível a realização de meta-análise pela característica não paramétrica dos desfechos. Dos 5 RCTs incluídos, 4 apresentavam baixo risco de viés e 1 deles resultou em "algumas preocupações". A certeza da evidência foi julgada pelo GRADE. Observou-se que nos primeiros 6 meses as contenções fixas foram mais efetivas que as termoplásticas, mas esta diferença não foi significante após 1 ou 2 anos de contenção. Após 4 anos, as contenções fixas parecem ser novamente mais efetivas que as termoplásticas. Baseados em um nível de certeza moderado, é possível afirmar que as contenções fixas são mais efetivas que as termoplásticas em manter estáveis os resultados obtidos com o tratamento ortodôntico nos primeiros 6 meses. Entretanto, após 1-2 anos de contenção ambas são igualmente efetivas. Por fim, a longo prazo, sugere-se que as contenções fixas são mais efetivas. (Apoio: CAPES N° 001)RS094 - Painel Revisão Sistemática
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4 - Ortodontia
Efeitos da ativação/instalação de diferentes aparelhos ortodônticos na mastigação e nutrição: meta-análise
Duarte L, Bezerra AP, Flores Mir C, Canto GL, Pereira LJ, Sakurada MA, Gonçalves TMSV
Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar os efeitos da instalação e/ou ativação de diferentes aparelhos ortodônticos sobre a mastigação e nutrição dos pacientes. Foram avaliadas 6 bases de dados, sem restrições de idioma ou tempo de publicação. A revisão foi registrada no PROSPERO (CRD42020199510). Após a triagem, 15 estudos foram incluídos, sendo 6 estudos utilizados para metanálise. Houve redução na performance mastigatória (p < 0,001) e na força de mordida (p = 0,03) nas primeiras 24 a 48 horas da ativação e/ou instalação dos aparelhos fixos labiais. O limiar de deglutição se manteve constante e a função mastigatória foi recuperada totalmente após 30 dias (p > 0,05). Apenas um estudo relatou dados nutricionais com redução no cobre (p = 0,002) e manganês (p = 0,016) e maior ingestão de calorias e gordura saturada (p < 0,05) após a ativação e/ou instalação dos aparelhos labiais. Os usuários de aparelhos fixos linguais também relatam maiores problemas mastigatórios em comparação aos usuários de aparelhos labiais. Por outro lado, usuários de alinhadores estéticos relataram menor desconforto mastigatório quando comparados aos usuários de aparelhos fixos labiais. A ativação e/ou instalação de aparelhos fixos labiais reduziu a mastigação nas primeiras 24 a 48 horas, mas essa função foi recuperada após 30 dias. Dados sobre o estado nutricional e o impacto de alinhadores estéticos e aparelhos fixos linguais foram insuficientes para embasar maiores conclusões. (Apoio: CAPES)