Epidermólise bolhosa distrófica recessiva: sugestão de protocolo de atendimento odontológico
Lopes LC, Souza MS, Oliveira DD, Souto GR, Souza PEA, Horta MCR, GROSSMANN SMC
Odontologia - Icbs - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Paciente A.R, feminino, 9 anos, procurou atendimento na PUC Minas, com lesões cariosas e higiene dental insatisfatórios. Constatou-se que a paciente apresentava epidermólise bolhosa distrófica recessiva, baixo peso e histórico de cirurgias. No exame extra-bucal observou-se múltiplas lesões cutâneas vésico-bolhosas e ulceradas. No intra-bucal observou-se lesões ulceradas em mucosa bucal, lábio e língua, anguiloglosia e lesões cariosa extensas. Foi proposto um protocolo de atendimento incluindo cuidados pré, trans e pós-operatórios. Orientou-se a higienização dos dentes com escova bitufo extra-macia. Previamente ao atendimento restaurador foi indicado o uso de bochecho com solução de saliva artificial, 3x/dia; bochecho com gluconato de clorexidina 0,12%, 2x/dia; e uso de creme hidratante e cicatrizante nos lábios. Foi realizado Tratamento Restaurador Atraumático. Após os procedimentos, prescreveu-se uso tópico bucal de Dexametasona (0,1 mg/ml/100ml), 2x/dia, e Nistatina (100000 UI/200ml), 3x/dia, durante 15 dias; Saliva artificial gel, 3x/dia, e complementação alimentar, 1x/dia, uso constante, além de sessões de laser de baixa potência. No acompanhamento de 15 dias a paciente apresentou melhora significativa da saúde bucal e não relatou nenhuma bolha após a manipulação da mucosa. Após 4 meses de retorno, a paciente passou por nova avaliação clínica. Foi realizada profilaxia, aplicação tópica de flúor e indicação de aplicação de selante, seguida de supervisão e aplicação de laser de baixa potência nas lesões intrabucais, semanalmente.RCR245 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
7 - Estomatologia
Lesão Central De Células Gigantes Agressiva: Relato De Caso
Oliveira CA, Diniz TB, Correa CFD, Silva AHA, Souto GR, Horta MCR, GROSSMANN SMC
Odontologia - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A Lesão Central de Células Gigantes (LCCG) é um processo proliferativo não neoplásico, intraósseo, geralmente assintomático e benigno apresentando comportamento agressivo ou não. Este caso, trata-se de uma paciente melanoderma, sexo feminino, 29 anos, encaminhada para a Clínica de Estomatologia da PUC Minas pela Ortodontista com queixa de sintomatologia dolorosa e aumento de volume no fundo de saco vestibular da região de incisivos e pré-molares do lado direito da mandíbula. A radiografia panorâmica mostrou imagem radiolucida mal delimitada na região anterior de mandíbula. A punção aspirativa mostrou líquido sanguinolento. Diante das hipóteses de LCCG, Ameloblastoma e Cavidade Óssea Idiopática, foi executada uma biopsia incisional. O histopatológico mostra fragmento de tecido conjuntivo fibroso, exibindo células mesenquimais mononucleadas fusiformes e ovoides permeadas por células gigantes multinucleadas de formato e tamanho variados, áreas de hemorragia e deposição de hemossiderina. A partir das características clínicas e histopatológicas o diagnóstico foi de LCCG. Foi realizada a enucleação cirúrgica e curetagem da lesão, com fixação de barra de titânio na base de mandíbula, indicação de tratamento endodôntico dos dentes afetados e acompanhamento pós-operatório, devido risco de recidiva da lesão. O diagnóstico de LCCG pode se tornar complexo pelas características da lesão, necessitando de um apurado exame clínico e exames complementares bem indicados. Dessa forma, é possível realizar o tratamento adequado de acordo com a gravidade da lesão.RCR246 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
7 - Estomatologia
Terapia fotodinâmica na prevenção e tratamento da osteonecrose dos maxilares: uma revisão integrativa da literatura
Fernandes-Neto JA, Gouveia ACV, Farias LG, Ferreira ACD, Simões TMS, Silva MGB, Batista ALA, Catão MHCV
Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desse estudo foi avaliar o uso da terapia fotodinâmica (PDT) na prevenção e tratamento da osteonecrose dos maxilares, por meio de uma revisão integrativa da literatura. Foi realizada uma busca em 8 bases (MEDLINE, Scopus, ISI Web os Science, Cochrane Library, LILACS, SciELO, BBO e Clinical Trials) utilizando estratégias preestabelecidas, sem restrição de idiomas, data de publicação e país de estudo. Procedeu-se uma triagem baseada nos títulos, resumos e leitura completa dos trabalhos por 2 avaliadores, de forma simultânea e independente. Foram identificados 309 estudos e 2 referências foram adicionadas manualmente. Após exclusão dos duplicados, 236 estudos foram selecionados para análise de títulos e resumos, e 17 foram analisados integralmente. Após a leitura dos artigos, 11 preencheram os critérios de inclusão e foram incluídos. Dentre os 11, 8 foram relatos de caso ou série de casos, 2 estudos in vivo com animais e 1 estudo in vitro. Todos os estudos com seres humanos utilizaram PDT conjuntamente com outros tratamentos e o azul de metileno foi o fotossensibilizador mais utilizado. Apesar da diversidade de protocolos, os estudos apontaram que a PDT pode ser considerada uma terapia coadjuvante útil na prevenção e no tratamento da osteonecrose dos maxilares. Mesmo com os resultados positivos já encontrados, devido à ausência de ensaios clínicos randomizados, sugere-se que esses estudos sejam desenvolvidos, a fim de que se tenha uma evidência científica mais forte e apoiar com maior segurança o uso da PDT no manejo da osteonecrose dos maxilares.RCR247 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
7 - Estomatologia
Manifestações bucais associadas ao COVID-19 - Uma Revisão de Literatura
Souza MBM, Viana BB, Brandão HN, Amorim LS, Costa PCQG, Queiroz RG, Sarmento HR, Perez LEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) é potencialmente grave e possui distribuição global devido à sua alta taxa de contágio e disseminação por meio de gotículas de saliva e aerossóis em contato com mucosas. Os principais sintomas atribuídos ao COVID-19 são tosse seca, febre, falta de ar e, em alguns casos, disgeusia e anosmia, não sendo descrito, ainda, como um sinal patognomônico. Assim, com o objetivo de investigar e analisar manifestações bucais associadas ao COVID-19, o presente trabalho realizou uma revisão narrativa. Para tal, foram utilizadas as bases de dados PubMed, Web of Science e Scopus, onde foram selecionados 30 artigos publicados no período de 2019 a 2021, nas línguas inglesa e portuguesa. Segundo os artigos, as principais manifestações bucais relatadas foram: disgeusia, xerostomia, gengivite descamativa, descamação da língua, lesões vesículo-bolhosas e úlceras. Configura-se como um ponto de divergência na literatura a real causa das manifestações. Apesar de alguns autores apresentarem somente o vírus como responsável por tais quadros, o dano imunológico, o impacto da terapia medicamentosa e até o estresse da internação podem ser fatores decisivos das manifestações bucais. Dessa forma, o cirurgião-dentista apresenta um papel importante, pois pode reconhecer sinais e sintomas que podem identificar a doença de maneira precoce, prevenindo sua transmissão e encaminhando corretamente os pacientes, proporcionando, assim, um melhor prognóstico.RCR248 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
7 - Estomatologia
Lesões orais, doença autoimune e histórico de cirurgia bariátrica e carcinoma: relato de caso
Aragão AS, Ferreira MH, Gobbi MF, Santos GMASA, Bergamin LG, Castro FG, Bezinelli LM, Eduardo FP
Odontologia Forense e Saúde Coletiva - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - SÃO PAULO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Relatar um caso envolvendo lesões orais de líquen plano e síndrome de Sjogren e sua relação com história médica. Paciente do sexo feminino, 54 anos, referiu dor em lesões orais de aparecimento intermitente, há 2 meses. Paciente foi tratada com antifúngicos, sem melhora. Possuía histórico de carcinoma basocelular em nariz, tratado há 6 meses, e cirurgia bariátrica há 12 anos. Ao exame clínico observou-se lesões ulceradas associadas a eritema em mucosa labial superior, eritema e edema em lábio inferior; demais mucosas íntegras. Executou-se biópsia incisional em lesão ulcerada na mucosa labial superior e a peça cirúrgica foi entregue para realização da análise anatomopatológica. As hipóteses diagnósticas foram infecção viral, autoimune e neoplasia. O resultado da biópsia mostrou sialodenite crônica e infiltrado inflamatório crônico de padrão liquenoide considerando um quadro de associação entre síndrome de Sjogren e liquen plano oral. Em consulta subsequente foi conversado sobre caráter crônico da doença autoimune e necessidade de acompanhamento periódico com dentista, além de prescrição de elixir de dexametasona. A biópsia incisional descartou a hipótese de neoplasia, por isso é fundamental a capacitação para indicar e realizar esse procedimento. O líquen plano e a síndrome de Sjogren são doenças autoimunes que se diagnosticadas e tratadas corretamente possuem bom prognóstico. Para correto diagnóstico e tratamento é necessário observar história médica detalhada, realizar exame clínico completo e saber dar seguimento com os procedimentos adequados.RCR249 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
7 - Estomatologia
Atuação do cirurgião-dentista no tratamento de radiodermite no paciente oncológico: relato de caso
Aires BTC, Ramos RSC, Costa CPS
Pós Graduação - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo deste estudo foi relatar o tratamento de radiodermite no paciente oncológico. Paciente sexo masculino, 74 anos, com diagnóstico de neoplasia maligna de hipofaringe, foi submetido a tratamento radioterápico da região de cabeça e pescoço (33 sessões) no Hospital São Luiz Jabaquara, São Paulo-SP. A equipe de Odontologia do Hospital foi acionada para realizar tratamento preventivo de lesões de mucosite oral. Na 23a sessão de radioterapia, o paciente apresentou vermelhidão em pescoço e queixa de ardência (radiodermite grau I). Caso discutido com equipe médica que prescreveu predinisolona 10 mg. Na 25a sessão de radioterapia apresentou queixa álgica, presença de exsudato inflamatório em pescoço e descamação intensa da região (radiodermite grau III), o que resultou em interrupção do tratamento. Então a equipe de Odontologia sugeriu associar as medicações furoato de mometasona , mepitex e prontosar a laserterapia na região do pescoço (laser vermelho- 4, laser infra-vermelho- 3J, a cada 12 horas), permitindo que o paciente conclui-se o tratamento radioterápico sem interrupções. Ao final do tratamento radioterápico as lesões do pescoço se agravaram (radiodermite grau IV), necessitando de seguimento por mais 10 dias, até remissão total das lesões. Conclui-se que o cirurgião-dentista tem muito a contribuir nas equipes multidisciplinares de tratamento do paciente oncológico, diminuindo as interrupções e o agravamento de intercorrências.RCR250 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
7 - Estomatologia
Líquen Plano Oral como comorbidade da Doença Tireoidiana: Uma Revisão Integrativa
Mares JLSO, Melo NS, Porto SS, Figueiredo PTS, Leite AF, Mesquita CRM, Massignan C
Odontologia - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O trabalho buscou responder, por meio de revisão integrativa, a seguinte questão: o Líquen Plano Oral (LPO) é comorbidade para as doenças tireoidianas (DT)? Para a construção da pesquisa, foi definida a pergunta norteadora, seguida da busca nas bases de dados Pubmed, Scopus e Lilacs, avaliação e análise dos dados através de categorização temática. Foram incluídos: estudos experimentais, ensaios clínicos, e revisões sistemáticas ou não, publicados em Inglês, Português, Espanhol ou Francês, e excluídos relatos de caso e carta ao editor, além dos que não apresentavam dados. Outros cinco estudos complementares foram encontrados com pesquisa manual. A busca foi feita por um pesquisador (JM) em julho de 2020, e os demais, corrigiram a pesquisa e avaliaram os dados. Inicialmente, 271 artigos foram encontrados, dos quais 17 foram selecionados. Foi feita a análise textual discursiva para a categorização dos dados, de onde emergiram 4 temas integrativos: eventos imunológicos, relações com medicamentos, expressões de proteínas em análises histopatológicas e hipotireoidismo. A análise de dados mostrou que, dos estudos selecionados, 80% concordam que LPO e DT são comorbidades. Os achados deste estudo apontam que LPO e DT podem ser vistos como comorbidades, sendo explicado, principalmente, por eventos imunológicos. Essa associação pode indicar uma via de mão-dupla ao cirurgião-dentistas (CD) e endocrinologistas. Diante das evidências disponíveis, sugere-se investigar a coexistência de LPO e endocrinopatias por parte do CD, por meio de exames de triagem, como TSH, T3 e T4. (Apoio: CNPq N° 1)RCR251 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
7 - Estomatologia
O papel das Terapias Fotônicas aplicadas no manejo da osteonecrose associada a bisfosfonatos em pacientes oncológicos: Relato de casos
Rodrigues M, Santos AS, Mena VRPG, Carvalho MH, Barbosa FS, Marques MM, Pedroni ACF
UNIVERSIDADE IBIRAPUERA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A osteonecrose associada ao uso de bisfosfonatos (MRONJ, do inglês- medication-related osteonecrosis of the jaw) é uma condição considerada rara, mas que vem sendo cada vez mais observada nos consultórios odontológicos. O manejo dessas lesões ainda é um desafio para os dentistas, principalmente em pacientes que necessitam realizar extração dentária e fazem uso de medicações antireabsortivas para tratamento de câncer ou osteoporose. As terapias fotônicas como a terapia de fotobiomodulação (PBM, Photobiomodulation) e a terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT, Antimicrobial PhotodynamicTherapy) podem ser usadas, isoladas ou em associação, em diferentes etapas do tratamento das lesões de MRONJ, com o objetivo de diminuir a infecção local, modular a inflamação, promover analgesia e acelerar o reparo da lesão. O objetivo deste trabalho é apresentar os protocolos usados para tratamento da MRONJ e os desfechos encontrados em uma série de 3 casos em pacientes oncológicos, que foram atendidos no Instituto Sorrir Para Vida, São Paulo, utilizando uma associação de PBM e aPDT no pré, trans e pós-cirúrgico. Todos os casos apresentaram regressão completa da lesão, sem recidivas. Além disso, o uso da PBM e aPDT no pré-cirúrgico favoreceram um procedimento cirúrgico mais conservador, controlando infecção, estimulando a rápida formação do tecido de granulação, permitindo a identificação do tecido saudável no leito cirúrgico. Apesar de apenas 3 casos, podemos inferir que a combinação da PBM e aPDT foram eficientes como auxiliares para o tratamento das lesões de MRONJ.