Avaliação da relação entre o trauma nos incisivos superiores e o "overjet" na dentição decídua: revisão de literatura
Brito MA, Rocha CT, Araki JV
Odontologia - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O presente estudo objetivou investigar através de uma revisão da literatura, a associação entre o trauma dos incisivos superiores e o "overjet" na dentição decídua. O levantamento bibliográfico selecionou artigos publicados em língua inglesa e língua portuguesa entre os anos de 1990 e 2020. Considerou-se apenas artigos de pesquisa compreendendo o período da dentição decídua e as palavras chave usadas como critérios de busca foram: trauma e má oclusão, trauma na dentição decídua, trauma e "overjet". Como resultado, pôde-se observar relação significativa entre a má oclusão com "overjet" acentuado e o trauma dentário em pré-escolares. Fatores como imaturidade motora, ausência de selamento labial e mordida aberta anterior também foram associados às causas mais frequentes de trauma dentário. Concluiu-se que o trauma na dentição decídua é uma complicação comum e com alto índice de incidência que pode chegar a 30%. A fase de dentição decídua está diretamente relacionada ao aumento do número de traumatismos dado o período de aprimoramento das funções motoras das crianças, que se encontram imaturas e em desenvolvimento. O "overjet" aumentado é um forte fator de risco para a ocorrência de traumatismo dentário na dentição decídua, podendo dobrar ou até triplicar os riscos, pois deixa os incisivos superiores mais protruídos em relação aos inferiores, dificultando o selamento labial passivo e aumentando a exposição destes dentes.RCR151 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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4 - Ortodontia
Tracionamento ortodôntico de incisivo central superior retido - acompanhamento de 10 anos
Copello FM, Nigri AP, Lira LF, Araujo LFC, Bolognese AM, Castro ACR, Sant´Anna EF, De Souza MMG
Odontopediatria e Ortodontia Ufrj - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O tratamento de incisivos impactados é um desafio clínico e requer uma abordagem interdisciplinar. O objetivo deste trabalho foi descrever um caso clínico, com período de acompanhamento de 10 anos, de paciente do sexo masculino, 8 anos de idade, com histórico de traumatismo dentário na dentição decídua, no qual o tracionamento do incisivo central superior esquerdo retido e com dilaceração radicular foi o tratamento escolhido. O exame clinico mostrou relação Classe I de Angle presença de mordida aberta anterior em decorrência de hábito parafuncional. A escolha foi por um tratamento sem extrações dentárias, com aparelho arco de Nance modificado, como ancoragem para o tracionamento ortodôntico do incisivo central esquerdo. Na sequência, bráquetes edgewise standard foram colados aos incisivos permanentes superiores e a ancoragem foi fornecida por um fio retangular rígido de aço inoxidável passivo (0,019" x 0,025"). Além disso, esporões associados ao arco lingual foram utilizados para interrupção do hábito parafuncional. A mordida aberta foi corrigida e o incisivo central superior ausente foi tracionado e posicionado com sucesso obtendo-se contorno gengival estético, sem a necessidade de cirurgia periodontal. Radiografia periapical final do elemento tracionado mostrou a integridade dos tecidos periodontais e mínima reabsorção radicular. A escolha da técnica de erupção fechada, o uso de ancoragem adequada, aplicação correta de forças ortodônticas e manejo de hábitos orais deletérios foram pontos fundamentais para a obtenção de resultados satisfatórios. (Apoio: CAPES N° 001)RCR152 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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4 - Ortodontia
Metamorfoses cálcicas dentais: relato de um caso clínico
Guimarães LC, Monteiro JL, Oliveira PC, Costa JG, Cury-Saramago AA
Ortodontia e Odontopediatria - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Metamorfose cálcica dental resulta da metaplasia do tecido conjuntivo pulpar. Há depósito de dentina displásica nos espaços pulpares por células transformadas em odontoblastos. Os dentes adquirem discreta coloração amarelada perceptível, provocando maior incômodo ao progredir e escurecer a coroa. Objetiva-se relatar caso envolvendo metamorfoses cálcicas dentais, após tratamento ortodôntico de maloclusão classe II divisão 1 de Angle. Paciente MBGF, 11 anos, sexo feminino, branca, procurou por atendimento ortodôntico. No exame inicial não se verificou hábitos deletérios, parafunções ou traumatismos dentários. Radiografia panorâmica e periapical completa iniciais não indicaram alterações pulpares. Ao final dos 3 anos de ortodontia com aparelho extraoral e fixo edgewise standard, o dente 23 estava escuro, com encaminhamento ao endodontista. A imagem periapical sugeriu estreitamento do canal pulpar, e o teste de vitalidade foi positivo. A endodontia e o clareamento dental foram realizados. A coroa do 34 apresentou obliteração total da câmara pulpar e radicular, assintomática e com alteração estética, sendo proservado. A coroa do 12 escureceu oito anos pós-tratamento ortodôntico, sem alterações apicais radiográficas, com conduto estreitado e teste de vitalidade negativo, requerendo endodontia e clareamento. Conclui-se que há casos em que esta condição não apresenta sabida etiologia, e o tratamento deve ser adequado aos sinais e sintomas de cada dente. A parceria do ortodontista e endodontista parece ter melhorado o prognóstico.RCR153 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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4 - Ortodontia
Impacção dentária pós-traumática de incisivos central, lateral e canino superiores e seus tracionamentos: relato de caso
Aguiar MCS, Fernandes LQP, Capelli Júnior J
Precom - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O presente relato de caso tem como objetivo apresentar o tratamento de uma paciente de 11 anos, classe II esquelética e dentária, com perda precoce de elementos decíduos por trauma dentário e consequente impacção de 11, 12 e 13. A documentação da paciente foi avaliada, sendo detectado na tomografia que os dentes estavam superpostos, com o 12 posicionado mais inferiormente, o 11 acima deste e o 13 mais próximo à cavidade nasal. Inicialmente, foi realizada a montagem do aparelho fixo metálico superior, de prescrição Roth. O primeiro tracionamento foi do elemento 12, sendo realizado através da ancoragem de barra transpalatina e elástico em cadeia. Este dente foi então distalizado em relação a linha média. O elemento 11 foi exposto e tracionado através de gancho soldado ao arco e elástico em cadeia. Após a exposição, foi feita uma dobra do tipo "box" para melhorar sua posição enquanto era extruído. Ao tracionar o 13, foi necessário deslocar o 12 para a região do palato, para não haver contato entre estes elementos. O elemento 13 foi exposto e tracionado por mecânica envolvendo elástico em cadeia e gancho soldado ao arco. Para sua verticalização e extrusão foi usado um arco segmentado, acoplado ao 16. O resultado alcançado foi uma relação bilateral de classe I de caninos e molares, com os elementos 11, 12 e 13 em posição, contatos oclusais estáveis e adequadas guias anterior e de caninos. Conclui-se que o tracionamento ortodôntico de dentes inclusos permite a reabilitação funcional e estética em pacientes que sofreram trauma dentário, sem a necessidade de reabilitação protética. (Apoio: FAPERJ)RCR154 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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4 - Ortodontia
Tratamento transdisciplinar de discrepância esquelética de classe III e perdas dentárias múltiplas
Sousa RLS, Verissimo AH, Cardoso MA
Odontologia - FACULDADE DE ODONTOLOGIA SÃO LEOPOLDO MANDIC
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Relato de caso clínico de uma abordagem transdisciplinar no tratamento de discrepância esquelética de Classe III, mordida cruzada anterior, deficiência anteroposterior de maxila, protusão mandibular, ausências dentárias múltiplas. Paciente G.A.B.S, 41 anos, sexo feminino, atendida em clínica particular e com queixa principal relacionada a estética facial. Por meio do Protocolo SYM 3D, método sistemático de diagnóstico e planejamento baseado em tomografia, foi planejado tratamento ortodôntico-cirúrgico e reabilitação oral. A ortodontia foi iniciada com a instalação de duas miniplacas inferiores posteriores bilateralmente para ancoragem na abertura de espaços para a instalação de implantes. As coroas provisórias foram confeccionadas logo após o período de osseointegração. Na arcada superior a movimentação consistiu em alinhamento e nivelamento. Após o preparo ortodôntico, a cirurgia ortognática de avanço maxilar, recuo mandíbular e avanço de mento associados a um giro horário do plano oclusal foi realizada. A ortodontia pós cirurgia restringiu-se a um realinhamento e renivelamento seguida pela remoção do aparelho. Neste momento foi iniciada a reabilitação oral e estética com as coroas definitivas. A correção da deformidade facial, com um efeito estético marcante positivamente na face da paciente, além da obtenção de uma oclusal funcional e equilibrada, sinalizam o sucesso deste tratamento, levando-nos a inferir que a evolução das especialidades e atuação transdisciplinar tornaram a odontologia integrada mais previsível.RCR155 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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4 - Ortodontia
Correção de apinhamento moderado em um paciente adulto através de uma expansão dentoalveolar posterior: relato de caso
Lima-Filho FLB, Sant'anna GQ, Bellini-Pereira SA, Aliaga-Del-castillo A, Borges CGG, Amaral LG, Soldevilla L, Henriques JFC
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - BAURU
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
As opções de tratamento para apinhamento dentário geralmente incluem expansão, extração e/ou desgaste. A expansão dentoalveolar posterior por meio de dispositivos ortodônticos é mais realizada na dentição mista ou no início da dentição permanente. No entanto, a expansão também pode ser considerada para pacientes adultos quando outros tipos de tratamento para o apinhamento são contraindicados. Diante disso, este relato de caso tem como propósito apresentar o tratamento ortodôntico de um paciente de 21 anos, que apresentava má oclusão de Classe I, com apinhamento moderado no arco inferior, sobremordida aumentada e um perfil aceitável. Inicialmente foi realizada a expansão dentoalveolar com uma barra transpalatina e um bihélice nos arcos superior e inferior, respectivamente. Para potencializar a expansão e realizar o alinhamento e nivelamento dos dentes, o aparelho fixo foi colado em ambos os arcos. Fios redondos de níquel-titânio foram usados para este objetivo. Em seguida, quando a correção transversal foi obtida, fios de aço retangulares foram instalados e contornados na formatação de um arco ideal. Após 20 meses de tratamento o paciente apresentava uma excelente relação oclusal, relações transversais e sagitais adequadas. Por fim, uma contenção Hawley superior e fixa de canino-a-canino inferior foram instaladas. Pode-se concluir que a expansão dentoalveolar em pacientes adultos é uma estratégia de tratamento bem efetiva para a solução de apinhamentos moderados/severos na região anterior quando bem indicada.RCR156 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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4 - Ortodontia
Verticalização de molares inferiores com cantilever associado a miniimplantes
Taha NS, Vasconcelos JB, Fernandes TMF, Oltramari PVP, Almeida-Pedrin RR, Conti ACCF, Almeida MR
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desse trabalho é descrever a utilização de cantilever na verticalização de molares inferiores associados ou não a miniimplantes, ressaltando vantagens e limitações no emprego de tal alternativa. A literatura descreve diversos sistemas de força que podem ser utilizados para a verticalização de molares inferiores. Alguns dispositivos foram idealizados para controlar de maneira eficiente os efeitos colaterais da mecânica de verticalização dos molares. Contudo, essas mecânicas trazem algumas desvantagens, como a complexidade das dobras dos fios, o aumento no tempo de atendimento, tanto para ativar quanto para confeccionar adequadamente as molas e braços de alavanca, e o desconforto ao paciente. Ao analisar os dispositivos, biomecânica, vantagens e desvantagens, cantilevers associados aos miniimplantes representam uma alternativa efetiva, minimizando os efeitos colaterais, reduzindo o número de acessórios ortodônticos colados ao dente, proporcionando menor tempo de tratamento e maior conforto para o paciente. Diversas mecânicas vêm sendo utilizadas, demonstrando variados índices de sucesso e rapidez no tratamento, para a seleção da mesma, deve-se considerar as particularidades de cada caso. Entretanto, as vantagens do emprego da mecânica de verticalização de molares com a utilização de cantilever são evidentes, constituindo-se atualmente como uma opção viável. (Apoio: CAPES)RCR157 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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4 - Ortodontia
Má oclusão e qualidade de vida (QV): revisão integrativa
Rosa JCB, Dardengo CS, Sarmento LC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A má oclusão acomete grande parte das crianças de todo o mundo. O conceito de QV foi definido pela Organização Mundial da Saúde como "percepções dos indivíduos sobre sua posição no contexto da cultura e dos sistemas de valores em que vivem e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações". O objetivo foi verificar os impactos da má oclusão na QV de crianças e adolescentes. A pesquisa foi realizada de outubro de 2020 a abril de 2021, nas plataformas Pubmed e Bireme, bases de dados Lilacs, BBO e MedLine. Utilizou-se a expressão booleana "AND" entre os descritores: ("má oclusão") AND ("qualidade de vida") AND ("criança"); e ("malocclusion") AND ("quality of life") AND ("child"). Critérios de inclusão: artigos completos disponíveis, em português, inglês ou espanhol, de 2011 a 2021, que respondessem à pergunta norteadora: quais os impactos da má oclusão na QV de crianças e adolescentes? Os critérios de exclusão: artigos fora da data estipulada, acesso apenas ao resumo e que não respondessem à pergunta norteadora. Um total de 29 trabalhos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram revisados de forma integrativa. A má oclusão impacta na QV das crianças e adolescentes em diferentes aspectos: bem-estar emocional e social, percepção global, limitação funcional e sintomas orais, sendo o bem-estar emocional o mais relatado. Os questionários de QV constituem-se uma ferramenta importante para o conhecimento da percepção do paciente frente às más oclusões e o impacto na QV, podendo contribuir na clínica de ortodontia no atendimento de crianças e adolescentes.