Tratamento endodôntico não usual de canino superior com duas raízes e dens invaginatus. Relato de caso
Dettogne EFL, Girelli CFM, Silva RV, Silveira FF, Nunes E
Odontologia - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Dens invaginatus é uma anomalia de desenvolvimento resultante de uma invaginação do órgão do esmalte na papila dentária que acomete habitualmente os incisivos laterais superiores permanentes, sendo a incidência em caninos superiores não usual. Uma variação anatômica muito rara de ocorrer é a presença de duas raízes em caninos superiores. O presente estudo teve como objetivo relatar um caso de dens invaginatus tipo I em canino superior com presença de duas raízes. No controle clínico e radiográfico de 80 meses pós tratamento, foi observado ausência de sinais e sintomas, bem como reparo dos tecidos perirradiculares. Diante dos resultados, fica evidente que o tratamento endodôntico não cirúrgico é uma alternativa viável para a resolução dessas situações clínicas.RCR042 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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2 - Terapia endodôntica
Revascularização Pulpar de Incisivo Central Permanente Imaturo com Abscesso Apical Crônico: Relato de Caso Clínico
Ferreira IS, Carvalho MS, Leal ASM, Mont'Alverne Breno, Rabelo-Junior PMS, Souza SFC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este relato de caso apresenta o manejo terapêutico de um incisivo central superior permanente imaturo com fratura coronária complicada e abscesso apical crônico em uma criança de 11 anos. Foi realizada a técnica de revascularização pulpar. O canal foi acessado e desbridado cautelosamente. A desinfecção foi realizada com NaOCl a 2,5% seguida do protocolo de irrigação final com EDTA a 17%. A pasta a base de hidróxido de cálcio foi empregada como medicação intracanal. Após 14 dias, o dente estava assintomático e a fístula cicatrizada. Trinta dias depois, a medicação intracanal foi removida. Foi estimulado um sangramento na região periapical para formação de um coágulo sanguíneo intracanal. Um plug de MTA foi colocado sobre o coágulo sanguíneo na altura da região cervical. Foi realizado o selamento coronário com ionômero de vidro e resina composta. No acompanhamento radiográfico de 3, 6, 12 e 40 meses foi observada progressiva resolução da radioluscência periapical, crescimento radicular e aumento da espessura das paredes dentinárias e fechamento apical. Aos 30 meses foi realizada a reconstrução coronária com resina composta. Nas tomografias computadorizadas cone-beam pós-operatórias (12 e 40 meses) observamos pontos radiopacos sugestivos de calcificação do canal radicular. Em todos os tempos avaliados o dente 11 apresentou-se assintomático. Conclui-se que a revascularização pulpar é uma alternativa eficaz para o tratamento de dentes permanentes imaturos com abscesso apical crônico.RCR043 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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2 - Terapia endodôntica
Os scaffolds alternativos empregados em endodontia regenerativa promovem melhor desenvolvimento radicular do que o coágulo sanguíneo?
Araujo L, Goulart TS, Gil ACK, Schuldt DPV, Coelho BS, Figueiredo DR, Almeida J
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desse estudo foi identificar, por meio de uma revisão integrativa, se os scaffolds alternativos empregados em endodontia regenerativa contribuem para um melhor desenvolvimento radicular, em termos de aumento do comprimento da raiz e espessura das paredes dentinárias, do que o scaffold de coágulo sanguíneo (CS). A busca da literatura foi conduzida nas bases de dados PubMed, SciELO e Lilacs, empregando-se descritores relacionados ao tema. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, 11 artigos foram selecionados e analisados de acordo com o objetivo proposto, sendo 5 estudos clínicos e 6 in vivo, em animais. Diferentes tipos de scaffold foram comparados ao CS, com destaque para plasma rico em plaquetas (PRP) e fibrina rica em plaquetas (FRP). O desenvolvimento radicular foi avaliado por meio de exame radiográfico, tomografia computadorizada e análise histológica, em períodos que variaram entre 1 mês e 49 meses. Todos os scaffolds testados, alternativos ou CS, promoveram aumento do comprimento da raiz e da espessura das paredes de dentina, com percentuais de aumento variados entre os estudos. Em geral, foi observado aumento significativo no comprimento da raiz e na espessura dentinária, promovido pelos scaffolds FRP e PRP, comparado ao CS. A presente revisão integrativa identificou 11 estudos, dos quais a maioria dos scaffolds testados contribuiu para o aumento do comprimento de raiz e espessura das paredes dentinárias, com destaque para FRP e PRP.RCR044 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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2 - Terapia endodôntica
Endodontia guiada em incisivo lateral superior com metamorfose cálcica: Relato de caso
Santiago MC, Altoe MM, Salles LP
Odontologia - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A prevalência de dentes com metamorfose cálcica da polpa (MCP) tem aumentando, proporcional ao envelhecimento da população. O estudo visa analisar, por meio de um relato de caso, o tratamento endodôntico guiado em incisivo lateral superior com MCP, necrose pulpar e lesão apical (LA). Após exame clínico e radiográfico, foram realizados tomografia Cone Beam (FOV 160x160x54, Voxel 0.2x0.2x0.2mm, 120 kV e 5.0mA) e escaneamento intraoral da arcada para diagnóstico acurado, planejamento e confecção de guia endodôntica em impressão 3D, assistidos por computador (fluxo CAD-CAM). A estabilidade da guia foi testada e a mesma fixada na arcada sob anestesia. O acesso coronário guiado foi efetuado com broca de implante 1.3mm até a profundidade planejada. O dente foi isolado e o conduto negociado com lima K 10. O tratamento endodôntico foi concluído com sistema Wave One® Gold. A tomografia revelou obliteração do canal radicular estendendo-se no terço médio e inclinação acentuada da raiz em direção palatina. O acesso guiado foi executado em aproximadamente 5 minutos, sem intercorrências. O tratamento endodôntico foi concluído e a paciente esta em acompanhamento de 12 meses. O dente está reabilitado, assintomático e com regressão da LA. O desenho inovador da guia permitiu visualização, estabilização nos dentes vizinhos e irrigação durante o procedimento. A endodontia guiada proporcionou precisão, segurança e, clinicamente, significativa redução do tempo operatórioRCR045 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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2 - Terapia endodôntica
Fraturas Dentais em Período de Pandemia de COVID-19
Feron B, Reis MS, Zimmer KE, Krabbe WM, Wagner MH
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo deste estudo foi relatar um caso clínico de trinca e fratura dentais, diagnosticadas em paciente feminina, 46 anos, leucoderma, que buscou atendimento odontológico de urgência, apresentando pulpite irreversível no dente 27. Ao exame clínico foi observada restauração oclusal de resina composta e presença de trincas nas faces palatina e distal. Durante o acesso endodôntico foi visualizada trinca no teto da cavidade pulpar estendendo-se de mesial para distal. Havia um único e amplo canal, que teve a polpa removida e recebeu curativo de demora. A tomografia computadorizada cone beam (TCCB) evidenciou linhas hipodensas estendendo-se da coroa até os terços cervical e médio da raiz, nas faces mesial, distal e palatina. Isso confirmou a presença de trincas corono-radiculares, que se constituíram em vias de contaminação da polpa. O tratamento indicado foi exodontia e implante. Um mês após a exodontia do 27, o dente 46, que possuía restauração MOD de amálgama, apresentou pulpite irreversível e recebeu o mesmo tratamento de urgência. Passados cinco dias a paciente retornou com trinca na oclusal do 46 no sentido mésio-distal, com mobilidade dos fragmentos. A TCCB evidenciou linha hipodensa compatível com fratura corono-radicular oblíqua longitudinal estendendo-se até o terço médio da raiz. O plano de tratamento para o dente 46 foi o mesmo do 27. Pode-se concluir que durante a pandemia de COVID-19, aumentaram os casos de ansiedade e estresse, que parece ter provocado um aumento nas trincas dentárias, até mesmo em dentes vitais podendo levar à sua perda.RCR046 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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2 - Terapia endodôntica
Resolução de fístula nasal após tratamento endodôntico: relato de caso com análise microbiológica
Pinto IAR, Cardoso FGR, Martinho FC, Khoury RD, Valera MC
INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA / ICT-UNESP-SJC
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Descrever a resolução de uma fístula nasal após tratamento endodôntico com múltiplas sessões de medicação intracanal (MIC) de um caso de 20 anos com diagnóstico incorreto. A avaliação clínica, incluiu testes diagnósticos e rastreamento de fístula nasal, seguida de tomografia computadorizada de feixe cônico. As análises microbiológicas e de endotoxinas foram realizadas a partir da fístula nasal e infecção do canal radicular: antes (s1) e após a instrumentação (s2), e após 7 (s3), 14 (s4) e 21 (s5) dias de MIC de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. A análise microbiológica foi realizada pela técnica de CheckerboardDNA-DNA hybridization e os níveis de endotoxina foram quantificados pelo ensaio do lisado de amebócito de Limulus. A análise bacteriana revelou perfis de microbiota semelhantes presentes na fístula nasal e infecção de canal radicular com grande variedade de espécies gram-positivas e negativas. Nenhuma espécie bacteriana alvo foi detectada em s2, s3 e s5. No entanto, as espécies Actinomyces israellii e Eubacterium nodatum ainda foram detectadas em s4. Diferenças na detecção bacteriana foram encontradas entre s1 vs. s2, s3 vs. s4 e s4 vs. s5 (P<0,05). Endotoxinas foram detectadas em todas as coletas do canal radicular. Diferenças nos níveis de endotoxina foram encontradas entre s1 vs. s2, s2 vs. s3 e s3 vs. s4 (P<0,05). Um perfil microbiano semelhante foi encontrado na fístula nasal e na infecção do canal radicular. O tratamento endodôntico com várias sessões de MIC de Ca(OH)2 foi eficaz na desinfecção do sistema de canais radiculares e na resolução da fístula nasal. (Apoio: FAPs - FAPESP N° 2018/01703-9 | FAPs - FAPESP N° 2014/25789-9)RCR047 - Painel Relatos de Casos e Revisões
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2 - Terapia endodôntica
Marsupialização de cisto radicular na maxila: relato de caso
Santana-Neto JOJ, Cabral LPA, Brandt LMT, Roman DDS, Macedo-Filho RA, Santos KSA
Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O trabalho objetivou-se relatar a utilização da marsupialização associada à terapia endodôntica para o tratamento de um cisto radicular de grande extensão. O caso refere-se a paciente do sexo feminino, 26 anos de idade, com queixa de dor e edema na região de maxila esquerda. Ao exame intraoral observou-se aumento de volume na região de fundo de sulco e palato na porção anterior da maxila, além de apinhamento dos dentes 22 e 23. Ao exame tomográfico cone bean, verificou-se imagem hipodensa extensa unilocular de contornos irregulares que se estendia do dente 12 ao 23 e tratamento endodôntico falho do dente 22. Devido à extensão da lesão, realizou-se biópsia incisional obtendo diagnóstico de tecido de cisto odontogênico. Seguiu-se a abordagem endodôntica com instrumentação e uso de medicação intracanal. Após 30 dias, foi observado persistência de exsudato, sendo assim, optou-se pela marsupialização com dreno fixado a maxila por 21 dias, com o objetivo de reduzir a pressão intracística e o volume da lesão. Após 3 meses, foi realizada obturação dos canais radiculares, sendo evidenciado desvio de trajeto no teço apical do canal radicular do 22. Após 8 dias realizou cirurgia parendodôntica do 22 com enucleação total da lesão e envio de espécime para exame histopatológico, confirmando o diagnóstico de cisto radicular. A paciente foi acompanhada durante quatro meses, sendo observado regressão dos sinais e sintomas. A marsupialização associada a terapia endodôntica proporcionaram regressão dos sinais e sintomas, alcançando restabelecimento da homeostasia oral da paciente.