Um caso de Noma em uma criança brasileira. Relato de caso raro
Santos AJF, Aires CCG, Barbosa LM, Vasconcellos RJH, Vasconcelos BE
Odontologia - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O noma é uma gangrena orofacial oportunista, que provoca uma destruição rápida dos tecidos de forma indolor. Ele se encontra muito documentado na literatura, porém a maioria dos pacientes não se apresenta a um médico até a doença estar em estágio avançado, desta forma seu início continua necessitando de mais informações. No Brasil, existe apenas um caso de noma relatado, contudo teve como desfecho o óbito. No presente caso, uma paciente do sexo feminino, 9 anos, compareceu a um serviço de urgência em Recife-PE, com sinais de infecção quatro dias após procedimento endodôntico no elemento 46, porém teve evolução rápida, onde dias após a paciente encontrava-se na UTI com lábio inferior em fase de mumificação, difusão de áreas enegrecidas para as pálpebras, pescoço e couro cabeludo, estando num quadro de sespe e coma. Foram realizadas biopsias em tecidos moles e duros, teste de sensibilidade a antibióticos, exames de sangue e de imagem. Após um mês foi realizado desbridamento dos tecidos necrosados e exodontias. Após cirurgia e antibioticoterapia específica, a paciente obteve melhora gradual recebendo alta vinte dias depois, porém com ausência de lábio inferior e grande desfiguração em face, estando há 5 anos em acompanhamento sem recidivas da infecção e em processo de reabilitação. Desta forma, o presente caso clínico busca evidenciar a importância do conhecimento da doença, principalmente seus sinais iniciais e processo de evolução, pois a rapidez do curso do noma exige uma rápida intervenção. Além disso, mostrar o valor do planejamento multidisciplinar em casos como este.RCR018 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
1 - Cirurgia bucomaxilofacial
Pacientes sob terapia anticoagulante com Varfarina: como devemos proceder sua exodontia?
Mendes ES, Silva FBM, Cunha GB, Sartoretto SC, Uzeda MJ, Ferreira LG, Freitas PLA, Resende RFB
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O número de pacientes anticoagulados cresce, em todo mundo, diariamente. Esse grupo de pessoas necessita de um cuidado diferenciado por parte do cirurgião-dentista no momento da exodontia, por apresentarem risco aumentado de sangramento, o que pode ser um fator complicador. Por conta de tais questões, o presente trabalho tem como objetivo descrever o manejo do paciente anticoagulado com Varfarina e que necessita de exodontia, esclarecendo qual a melhor conduta com este paciente: interromper ou continuar a terapia anticoagulante com Varfarina no momento do procedimento cirúrgico. As estratégias de busca foram aplicadas nas bases de dados PubMed, SciELO e por pesquisa manual. A busca pelos periódicos ocorreu entre março de 2020 e abril de 2021 e foram selecionadas as palavras-chave "Varfarina", "anticoagulante" e "cirurgia oral". As evidências científicas sugerem que não seja necessário interromper ou modificar a terapia anticoagulante com Varfarina, caso a Razão Normatizada Internacional (INR) esteja dentro da faixa terapêutica, ou seja, entre 2.0 e 3.0, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, para realizar simples exodontias. É possível constatar que o controle de uma hemorragia trans ou pós-operatória é mais simples que tratar complicações decorrentes de possíveis eventos tromboembólicos. Porém, o manejo ideal desta condição requer uma avaliação individual de cada paciente e deve ser interdisciplinar entre o cirurgião-dentista e o médico responsável pelo paciente.RCR019 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
1 - Cirurgia bucomaxilofacial
Uso de colutórios orais em exodontia de terceiros molares inferiores: uma revisão de escopo
Caixeta AR, Félix TR, Paranhos LR, Herval AM
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Realizou-se uma revisão de escopo com o objetivo de analisar a literatura científica disponível sobre o uso de colutórios para a prevenção de alveolite em exodontias de terceiros molares inferiores. Essa revisão seguiu as recomendações PRISMA-ScR para delineamento do protocolo de revisão. Foram incluídos apenas ensaios clínicos identificados em seis bases de dados principais (Pubmed, Embase, Scopus, Web of Science, SciELO, LILACS) e em duas bases de dados para captura parcial da "literatura cinzenta" (Open Thesis e Open Grey). Dois revisores realizaram a extração dos dados e avaliação do risco de viés individual dos estudos elegíveis por meio da ferramenta do JBI. A busca resultou em 9.319 estudos, dos quais 12 preencheram os critérios de elegibilidade. Entre os seis estudos que avaliaram a efetividade da clorexidina, a aplicação na forma de irrigação e a associação de uso pré e pós-operatório mostraram menor incidência de alveolite. Foram incluídos também outros seis estudos que avaliaram colutórios alternativos à clorexidina, como a Cloramina-T, a Iodopovidona, o extrato de Aloe Vera, Água Oxigenada e o Óleo Essencial de St. John's Wort. Dentre estes, Água Oxigenada e ao Óleo Essencial de St. John's Wort que apresentaram incidência de alveolite semelhante à clorexidina. Protocolos de uso da clorexidina ainda precisam de mais estudos para consolidar estratégias mais eficientes de uso. A Água Oxigenada e ao Óleo Essencial de St. John's Wort se mostraram promissores como alternativas à clorexidina.RCR020 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
1 - Cirurgia bucomaxilofacial
Protocolo da obtenção e fusão de dados para o planejamento virtual em cirurgia ortognática
Cadó MEG, Gil LF
Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A cirurgia ortognática é um procedimento complexo que tem utilizado da tecnologia para o seu planejamento cirúrgico. Fez-se uma revisão de literatura do planejamento virtual em cirurgia ortognática nas bases de dados Pubmed, Scielo e periódicos Capes. O primeiro protocolo proposto (PT1) foi desenvolvido com base na melhor precisão comprovada pela literatura, obtendo as imagens digitais do tecido ósseo e mole, pela tomografia computadorizada cone beam (TCCB), das superfícies dentárias através do escaneamento a laser do modelo do paciente, e a posição natural da cabeça pelo método da estereofotogrametria. Já o segundo protocolo (PT2), foi fundamentado em praticidade para dia-a-dia clínico do cirurgião bucomaxilofacial. Em ambos protocolos foi sugerido a TCCB. Todavia para se obter as imagens das superfícies dentárias o escaneamento do modelo de gesso pela TCCB foi indicado. Já para se obter a posição natural da cabeça guias radiopacos utilizados durante a tomada tomográfica, foram preconizados. Logo, ambos protocolos criados para obtenção dos dados necessários para construir o paciente virtual, e consequente planejamento virtual em cirurgia ortognática, são capazes de fornecer resultados precisos, condizentes com a literatura. Logo, ambos protocolos criados para obtenção dos dados necessários para construir o paciente virtual, e consequente planejamento virtual em cirurgia ortognática, são capazes de fornecer resultados precisos, condizentes com a literatura.RCR022 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
1 - Cirurgia bucomaxilofacial
Ressecção parcial de ameloblastoma em paciente jovem associado a reabilitação com enxerto de crista ilíaca: Relato de caso
Alencar ABN, Tavares RN, Santos TJS, Melo HC, Alves APNN, Evangelista IG, Soares ECS, Costa FWG
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O ameloblastoma é um tumor odontogênico benigno de origem epitelial, com crescimento lento, frequentemente encontrado em mandíbula. Composto por diversas variedades clínicas, radiológicas e histológicas, torna-se uma neoplasia de alta relevância. O objetivo deste relato de caso clínico é descrever o tratamento cirúrgico reparador e reabilitador realizado em uma paciente jovem acometida pelo ameloblastoma. Paciente AKFS, 17 anos, gênero feminino, normossistêmica, compareceu ao Hospital Universitário Walter Cantídio relatando aumento de volume em corpo mandibular direito, com início de sintomatologia dolorosa há 10 meses. Ao exame intra-oral, apresentava abaulamento de fundo de sulco ipsilateral. Ao exame tomográfico, apresentava lesão multiloculada hipodensa de caráter expansivo. Diante isso, após a biopsia incisional com resultado compatível com ameloblastoma, o tratamento indicado foi a ressecção parcial do corpo direito da mandíbula. Devido à natureza expansiva do tumor, ao comprometimento funcional e à estética, foi realizada a ressecção parcial, desde ângulo até corpo mandibular, associada a reabilitação com enxerto autógeno de crista ilíaca e placa do sistema 2.4 de reconstrução, e posterior instalação de implantes dentários. Este caso encontra-se em proservação com acompanhamento de 3 anos, observando-se a ausência de sintomatologia dolorosa e reabilitação estética e funcional em progressão, concluindo, assim, que a modalidade terapêutica adotada obteve êxito.RCR024 - Painel Relatos de Casos e Revisões
Área:
1 - Anatomia
Bloqueio do Nervo Mentual e Bloqueio do Nervo Incisivo: Diferenças entre as técnicas anestésicas
Salles TS, Oliveira MS, Ferreira MS, Resende RFB, Uzeda MJ, Brum SC, Campello AF, Sartoretto SC
UNIVERSIDADE IGUACU
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Evitar a dor é imprescindível no tratamento dentário. Dentre as técnicas de bloqueio anestésico, as mandibulares são mais realizadas devido a espessura da lâmina cortical óssea adulta. A técnica de bloqueio do nervo mentual (BNM) é uma das menos indicadas na mandíbula. Já a de bloqueio do nervo incisivo (BNI) é mais utilizada e, rotineiramente confundida com o BNM. Objetiva-se apresentar as principais diferenças entre as técnicas através de revisão de literatura por meio de pesquisa bibliográfica (PubMed, Scielo e LILACS) sendo selecionados artigos publicados entre 2000 e 2021. O BNM anestesia o nervo mentual, a membrana mucosa bucal anterior ao forame mentual até a linha média e a pele do lábio inferior e do mento. Os marcos anatômicos são os pré-molares (PM) mandibulares e a prega mucobucal. Apesar das altas taxas de êxito, é pouco indicada, pois anestesia apenas tecidos moles. O BNI anestesia as mesmas áreas do BNM além das fibras nervosas pulpares dos PM, canino e incisivos ipsilaterais. É indicado para anestesia pulpar em dentes mandibulares anteriores ao forame mentual. Em ambas as técnicas deve-se usar agulha curta, 27G e inseri-la na prega mucobucal na direção do forame mentual ou anterior a ele, porém, como principal diferença entre elas, no BNI é necessário fazer pressão leve com o dedo sobre o local de injeção para aumentar o volume de solução penetrando no forame. Os marcos anatômicos são iguais. Conclui-se que as técnicas possuem diferenças sutis especialmente quanto aos objetivos, sendo o BNI otimizado pelo direcionamento da solução no interior do forame.