Impacto da pandemia de COVID-19 na percepção da aprendizagem autorregulada em estudantes de graduação em Odontologia no Brasil
Passos KKM, Bezerra HKF, Leonel ACLS, Ramos-Perez FMM, Martelli-Júnior H, Pontual AA, Bonan PRF, Perez DEC
Clínica e Odontologia Preventiva - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo avaliou os impactos da pandemia de COVID-19 na percepção da aprendizagem autorregulada de estudantes brasileiros de odontologia. Foi realizado um estudo transversal com 779 alunos de graduação em Odontologia do Brasil. Os dados foram coletados por meio de um questionário virtual anônimo autoaplicável, que continha uma seção inicial com perguntas relacionadas aos dados demográficos, categoria da instituição educacional em que estava matriculado e os possíveis impactos da pandemia na renda familiar, atividades universitárias e autopercepção de aprendizagem. A segunda parte era composta por 31 questões da Escala de Percepção de Aprendizagem Autorregulada adaptada. Dos 779 estudantes, 425 (54,6%) relataram que a faculdade continuou com atividades de ensino a distância, enquanto 354 (45,4%) tiveram interrupção total das atividades. Dos estudantes que mantiveram atividades remotas, 13 (2,8%) consideraram o desempenho excelente, 82 (17,6%) bom, 172 (37%) regular, 111 (23,9%) ruim e 87 (18,7%) muito ruim. Estudantes que relataram bom desempenho durante o ensino remoto foram mais competentes na aprendizagem autorregulada quando comparados àqueles com desempenho regular (p=0,026), ruim (p=0,000) e muito ruim (p=0,000), além daqueles que tiveram as atividades acadêmicas totalmente suspensas (p=0,000). A performance dos estudantes de Odontologia no ensino remoto durante a pandemia influenciou a percepção da aprendizagem autorregulada. Da mesma forma, a suspensão total das atividades acadêmicas impactou negativamente essa competência.PN0760 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Impacto do tabagismo na qualidade de vida relacionada à saúde bucal: um estudo transversal
Soares AC, Picciani BLS, Assaf AV, Silveira FM, Gomes CC, Neves BTP, Valente MIB
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE- PÓLO NOVA FRIBURGO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Os efeitos adversos do tabaco na saúde bucal são bem documentados, porém, seu impacto na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) ainda é mal compreendido. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o impacto do tabagismo na QVRSB. Realizou-se um estudo transversal, observacional e analítico com uma amostra de fumantes e não fumantes atendidos em uma universidade pública do Rio de Janeiro. Foram coletados dados sociodemográficos e avaliado o impacto dos problemas bucais na QVRSB através do "Oral Health Impact Profile" (OHIP-14). Realizou-se o exame oral dos participantes, registrando-se o Índice Periodontal Comunitário (CPI), o Índice de Perda de Inserção Periodontal (PIP) e o CPO-D (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados). Os dados foram analisados através de estatística descritiva e inferencial. Valores de p < 0.05 foram considerados significativos. Participaram 207 indivíduos sendo 112 não fumantes e 95 fumantes, entre estes, 54,25% eram do sexo masculino (p = 0,039), 54,72% relataram fumar mais de 11 cigarros/dia e o tempo médio de fumo foi de 24,74 ± 14,84 anos. Além disso, fumantes apresentaram maiores valores no escore total do OHIP-14 (p = 0,026), nas dimensões "limitação funcional" (p < 0,001), "desconforto psicológico" (p = 0,024) e "incapacidade psicológica" (p = 0,047). Não foram detectadas diferenças quanto ao CPO-D (p = 0,166), CPI (p = 0,959), PIP (p = 0,797) e número de dentes perdidos (p = 0,098). Em suma, fumantes apresentaram maior impacto na QVRSB, apesar de não serem identificadas diferenças entre os grupos quanto à condição clínica oral. (Apoio: CAPES)PN0761 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Construção de um indicador multidimensional de saúde bucal para a população idosa da cidade de Manaus-AM
Birman D, Freitas YNL, Rebelo MAB, Cardoso EM, Rebelo Vieira JM
Faculdade de Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O presente estudo tem como objetivo produzir um indicador multidimensional de saúde bucal para a pessoa idosa do município de Manaus-AM. Os dados utilizados são oriundos de um estudo transversal de base populacional conduzido com 667 indivíduos de 65 a 74 anos de idade, aleatoriamente selecionados, residentes na cidade de Manaus/Amazonas/Brasil. As condições de saúde bucal da amostra foram avaliadas por meio dos índices CPO-D (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados), CPI(Índice Periodontal Comunitário), PIP (Perda de Inserção Periodontal), uso e necessidade de próteses dentárias. Coletou-se, ainda, dados socioeconômicos e o índice GOHAI (Geriatric Oral Health Assessment Index). Para a construção do indicador proposto, optou-se por uma Análise Fatorial. O modelo final foi composto por nove variáveis (quatro referentes à condição de saúde bucal, três referentes às dimensões do GOHAI e duas que aferem condições socioeconômicas). A análise gerou três fatores que, em conjunto, explicaram 72,9% da variância do modelo (KMO = 0,749 e p<0,001 para o teste de esfericidade de Bartlett).Esses três fatores foram reduzidos à variável "soma", calculada a partir da soma dos escores fatoriais por indivíduo. Logo, o indicador produzido foi representado pela dicotomização dessa soma pela mediana, gerando as categorias condição de saúde bucal "favorável" e "desfavorável". O modelo proposto foi capaz de agregar diversas dimensões da saúde bucal em uma única medida, facilitando a tomada de decisão, no que diz respeito às políticas de saúde bucal para a população idosa.PN0762 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Avaliação do desempenho das Equipes de Saúde Bucal no Brasil: uma abordagem da Teoria de Resposta ao Item
Scalzo MTA, Mambrini JVM, Machado ATGM, Abreu MHNG, Martins RC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo avaliou o desempenho das Equipes de Saúde Bucal (ESB) brasileiras participantes do 3º Ciclo do "Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica-PMAQ-AB". Foram avaliadas 22.993 ESB que responderam a um questionário estruturado. Foram avaliados 13 itens através do auto-relato dos profissionais sobre procedimentos preventivos, cirúrgicos, restauradores e relacionados a próteses dentárias e rastreamento/monitoramento de câncer bucal. Os dados foram analisados utilizando a Teoria de Resposta ao Item, por meio do software R. O coeficiente alfa de Cronbach foi igual a 0,53 e o escore relacionado ao primeiro componente explicou 45,32% dos itens analisados. A maioria das ESB realizou ações de atendimento de urgência (98,04%), preventivas (92,89%), cirúrgicas (92,09%) e restauradoras (93,21%). Poucas ESB realizaram ações relacionadas a próteses (29,95%) e de rastreamento/monitoramento de câncer bucal (9,83%). Os maiores parâmetros de dificuldade (b) foram para as questões relativas à realização de prótese (b=1,157) e ações para o monitoramento câncer bucal (b=2,544). O escore de desempenho das ESB variou de -3,65 (baixo desempenho) a +1,33 (alto desempenho). A curva de informação do teste revelou que os 13 itens são capazes de discriminar ESB com desempenho muito ruim daquelas com desempenho ruim. Os resultados sugerem que os itens avaliados mostraram algum potencial de avaliação do desempenho das ESB, sendo os itens relacionados a próteses e câncer oral os menos frequentemente realizados. (Apoio: FAPs - FAPEMIG N° PPM 00148-17 | PRPq-UFMG)PN0763 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Avaliação do medo do Coronavírus em estudantes de Odontologia: um estudo utilizando a Escala de Medo da COVID-19
Souza SLX, Laureano ICC, Cavalcanti AL
Odontologia - CENTRO UNIVERSITÁRIO - UNIFACISA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo transversal objetivou avaliar o medo da COVID-19 em estudantes de Odontologia. Compuseram a amostra 120 estudantes de faculdades públicas e privadas no estado da Paraíba. Foram coletados dados sobre questões sociodemográficas e aplicada a Escala de Medo da COVID-19 (EMC-19), ambos de forma remota. Os dados foram analisados descritivamente; o teste de Kolmogorov-Smirnov foi usado para verificação de normalidade da variável escore total de medo da COVID-19; seguido do teste t de Student ou ANOVA e o modelo de regressão linear múltipla foi construído com as variáveis com diferenças significativas. Foi adotado o nível de significância de 5%. A maioria dos estudantes de Odontologia era do sexo feminino (71,7%), entre 21-25 anos (47,5%), vivia sem companheiro (75,0%) e com renda familiar mensal de mais de um e menos de três salários mínimos (44,3%). A média do escore total na EMC-19 foi de 20,84 (DP=6,79), com escore mínimo de 7 e máximo de 30. A maioria dos estudantes mostrou ter "pouco medo" da COVID-19 (42,5%), e o item "Eu tenho muito medo da COVID-19" foi o de maior valor médio. A pontuação média de medo da COVID-19 para estudantes com companheiro foi significativamente maior do que para os sem companheiro (p=0,012), assim como em estudantes do primeiro ao quinto período em comparação com os do sexto ao décimo (p=0,013). Conclui-se que a maioria dos estudantes apresentou pouco medo da COVID-19, apesar de o item "Eu tenho muito medo da COVID-19" ter sido o de maior valor médio.PN0764 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Avaliação do serviço de prótese total na regional sudoeste no Distrito Federal, 2014 - 2019
Pinto MVP, Zanin L, Oliveira A MG, Flório FM
Saúde Coletiva - FACULDADE DE ODONTOLOGIA SÃO LEOPOLDO MANDIC
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo foi avaliar o tempo de conclusão da reabilitação protética e fatores a ele associados em um serviço público da regional sudoeste do Distrito Federal. Estudo observacional transversal analítico com coleta de dados de 252 prontuários de pacientes reabilitados entre os anos de 2014 e 2019. Foram coletadas informações relacionadas ao paciente (idade, sexo, número de próteses realizadas, tipo de prótese, número de faltas) e processo de trabalho (número de sessões realizadas, número de sessões para ajuste, se houve reembasamento final, problemas de prazos do laboratório, problemas técnicos do laboratório). Foram realizadas análises descritivas dos dados e a seguir foram estimados modelos de regressão logística simples e múltiplo para o desfecho. Foram considerados dados de 242 participantes, com idade de 63,4 (±9,2) anos, 71,5% do sexo feminino. Em média foram realizadas 6,0 (±1,6) sessões para confecção das próteses, não contando os ajustes, que envolveram 1,0 (±1,3) sessão. 28,5% dos participantes tiveram pelo menos uma falta e o tempo médio de conclusão da reabilitação foi de 211,4 (±135,7) dias. Pacientes com maior número de sessões (OR=2,52; IC95%: 1,42-4,49), que faltaram mais (OR=4,56; IC95%: 2,34-8,90) e cujos casos tiveram mais problemas de prazos no laboratório (OR=4,97; IC95%: 2,60-9,51) têm mais chance de ter maior tempo de conclusão da reabilitação (p<0,05). Conclui-se que a adesão do paciente ao tratamento e o alinhamento do serviço protético com o profissional interferem no tempo de conclusão da reabilitação no SUS.PN0765 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Saúde bucal autorreferida da população adulta e idosa no Brasil: análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019
Smith CV, Herkrath FJ, Queiroz AC, Cordeiro DS, Guedes AC, Herkrath APCQ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo do estudo foi descrever desfechos de saúde bucal autorreferidos da população adulta e idosa do Brasil. Foram analisados dados de 88.531 moradores com mais de 18 anos selecionados nos domicílios visitados na Pesquisa Nacional de Saúde 2019, correspondendo ao terceiro estágio de seleção amostral do inquérito. Foram estimados os desfechos relacionados ao módulo de saúde bucal do questionário, considerando o plano complexo de amostragem e os pesos amostrais. 62,6% (IC95% 61,9-63,2) referiram a perda de pelo menos um dente e 38,7% (IC95% 38,2-39,3) relataram o uso de algum tipo de prótese dentária. O número médio de dentes perdidos foi 4,0 (IC95% 3,9-4,0), sendo que 7,5% (IC95% 7,2-7,8) apresentaram dentição não funcional, 2,9% (IC95% 2,7-3,1), perda severa e 1,4% (IC95% 1,2-1,6), perda total. A perda dentária foi maior entre os indivíduos mais velhos, do sexo feminino, residentes em áreas rurais e que se declararam pretos ou pardos. A autopercepção da saúde bucal foi ruim ou muito ruim em 5,3% (IC95% 5,0-5,5) dos indivíduos e 1,8 % (IC95% 1,7-2,0) reportou grau de dificuldade intensa ou muito intensa para se alimentar por causa de problemas com seus dentes ou dentadura. Quanto maior a perda dentária, pior a autopercepção da saúde bucal e maior o impacto referido na alimentação. Apesar da melhora nos indicadores de perda dentária avaliados em relação ao inquérito anterior, não se observou diferença no impacto percebido pelos indivíduos. Iniquidades persistem nas condições de saúde bucal no Brasil. (Apoio: FAPEAM | CAPES)