Análise do sistema de referência e contrarreferência na especialidade de Endodontia, em Contagem, Minas Gerais, Brasil
Oliveira-Júnior M, Mello VMBM, Werneck MAF, Mattos FF, Vargas-Ferreira F, Abreu MHNG, Martins RC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo analisou a referência e contrarreferência entre a atenção primária e secundária no serviço de Endodontia do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de Contagem, Minas Gerais. Trata-se de um estudo transversal quantitativo que utilizou dados secundários do Sistema de Informação Municipal e prontuários do CEO, do período de 2009 a 2014. Os dados foram analisados por meio do Teste Exato de Fisher, por meio do programa Stata 14.0. Um total de 507 pacientes foi referenciado para o serviço de Endodontia no CEO, sendo a maioria do sexo feminino (71,7%), com idades entre 31 a 59 anos. Um total de 521 dentes foram tratados endodonticamente, sendo 50,29% multirradiculares. O tempo médio de tratamento nas diferentes regiões de Contagem foi de 3,12 meses. A perda de dentes antes de iniciar o tratamento endodôntico foi menor na faixa etária de 19-59 anos (28,57%). A taxa de abandono do tratamento após a primeira consulta foi mais alta na região Industrial (85,34%), faixa etária de 60 anos ou mais (84,21%) e no sexo feminino (80,88%), mas sem diferença estatística (p>0,005). A taxa de dentes sem restauração temporária não diferenciou estatisticamente entre as regiões (23,81%; p>0,005), e foi maior para o sexo masculino (28,8%) e na faixa etária de 6 a 12 anos (41,6%). É necessário monitorar a indicação correta de tratamento endodôntico, realização de restaurações temporárias nos dentes encaminhados, tempo de encaminhamento e de espera pelo tratamento endodôntico, e redução do intervalo de tempo médio entre a primeira consulta no CEO e conclusão do tratamento. (Apoio: CAPES)PN0702 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Insegurança quanto ao processo de trabalho dos profissionais de saúde bucal do SUS durante a pandemia de Covid-19 no Ceará
Silva RADA, Calvasina PG, Pereira PM, Firmeza LMD, Teixeira AKM
CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A pesquisa analisou o processo de trabalho dos profissionais de saúde bucal do Sistema Único de Saúde do Ceará, e identificou os fatores associados à insegurança quanto a realização de suas funções laborais durante a pandemia de COVID-19. Foram utilizados dados secundários coletados pela Coordenadoria de Atenção à Saúde do Ceará em maio de 2020, período do pico da primeira onda de COVID-19 no estado. Foram analisadas as variáveis relacionadas com à formação e atuação profissional, o processo de trabalho durante a pandemia e o contágio de COVID-19. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 22.0 considerando um nível de confiança de 95%. Observou-se que os profissionais que relataram maior insegurança para exercer o trabalho odontológico na pandemia eram aqueles com maior tempo de formado (p=0,004), sem acesso às informações sobre os novos protocolos odontológicos (p<0,001) e aos equipamentos de proteção individual adequados (EPI) (p<0,001). A ausência de EPI adequado esteve mais presente entre os técnicos e auxiliares de saúde bucal (p<0,001) e nos que atuavam no interior do estado (p<0,001). Conclui-se que apesar do baixo número de profissionais de saúde bucal infectados pela COVID-19, estes atuavam em situação de insegurança laboral durante o primeiro pico da pandemia, seja por falta de acesso ao EPI ou por falta de atualização profissional, o que evidencia a necessidade de mobilizar esforços da gestão para garantir condições de trabalho adequadas aos profissionais do SUS durante a pandemia.PN0703 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Condição de saúde bucal e qualidade de vida em pacientes com anorexia e bulimia nervosa
Oliveira RAF, Moimaz SAS, Saliba TA, Garbin AJI, Garbin CAS, Chiba FY
Odontologia Infantil e S - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARAÇATUBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Os transtornos alimentares são distúrbios do comportamento alimentar associados à instabilidade nos pensamentos, ações e atitudes, resultando em severos prejuízos físicos e psicológicos. Objetivou-se avaliar a condição de saúde bucal e a relação com a qualidade de vida em pacientes com anorexia nervosa e bulimia nervosa. Participaram da pesquisa 30 mulheres atendidas em uma Faculdade de Medicina do Estado de São Paulo, em 2019. Os dados sobre a condição dentária, erosão dentária, lesões bucais, uso e necessidade de prótese foram coletados de acordo com o Manual de Levantamentos em Saúde Bucal da OMS, e a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) foi avaliada por meio do questionário OHIP-14. Observou-se que todas as pacientes tinham experiência de cárie, com CPOD médio de 14,14 + 6,16; o número médio de elementos dentários acometidos por erosão dentária foi de 10,71 + 4,64, com predomínio de casos de lesão envolvendo a estrutura dentinária; 14,29% das pacientes apresentavam lesões na forma de úlceras na região da mucosa bucal; duas pacientes utilizavam prótese dentária, porém, 21,43% das pacientes necessitava de prótese superior e 50,00% necessitava de prótese inferior. Houve associação significante (p<0,05) entre escores do questionário OHIP-14 e maior índice CPOD, presença de lesões na mucosa bucal e necessidade de prótese. Concluiu-se que as pacientes com anorexia e bulimia nervosa apresentaram prejuízos na condição de saúde bucal, com alto índices de cárie dentária, erosão dentária e necessidade de prótese, os quais estiveram associados à pior QVRSB. (Apoio: CAPES)PN0704 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Lesões bucais e maxilofaciais em crianças e adolescentes vítimas de abuso físico
Sampaio TRC, Trajano RKN, Nogueira DGM, Barbosa LM, Castro CCLP, Andrade ESS, Dourado ACAG
Cirurgia Oral e Maxillof - UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desse estudo foi caracterizar os episódios de lesões bucais e maxilofaciais em crianças e adolescentes vítimas de violência física, traçando o perfil do agressor e das lesões encontradas. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, por meio de coleta de dados secundários, presentes em laudos periciais arquivados no banco de dados do Instituto Médico Legal Gerardo Vasconcelos, em Teresina-PI, entre os anos de 2017 e 2019. O estudo foi submetido à aprovação no comitê de ética e a análise estatística foi realizada através do teste qui-quadrado e de estatísticas descritivas. Foram avaliados 811 laudos de lesão corporal, nos quais apontam que há um predomínio de vítimas com idade entre 12 e 18 anos (70,8%). A maior parte dos agressores foram do sexo masculino (48,5%) e com vínculo extrafamiliar (38,1%). A região corporal mais acometida por lesões foi cabeça e pescoço (41,6%), destacando-se as situadas na região bucofacial, em que a região orbitária foi a mais afetada, seguida pelas regiões frontal, malar, labial e bucinadora e, as lesões mais prevalentes foram equimose (31,8%), edema (29,6%) e escoriação (22,2%). Dessa forma, os dados encontrados podem facilitar a identificação da violência infantil no momento do atendimento inicial, além disso, a alta prevalência de lesões na cabeça e face reforça a importância de peritos Odontolegistas na análise e interpretação dessas lesões durante o exame pericial.PN0700 - Painel Efetivo
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Fluoretação das águas de abastecimento público e cárie dentária: estudo comparativo das iniquidades encontradas no SB Brasil 2003 e 2010
Schmitt EJ, Rocha JS, Caldarelli PG, Ditterich RG, Ignácio SA, Moysés SJ, Gabardo MCL
Odontologia - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Foram comparados os levantamentos epidemiológicos nacionais em saúde bucal (SB Brasil) de 2003 e de 2010, quanto aos fatores associados à fluoretação de águas e cárie dentária aos 12 anos de idade, evidenciando possíveis iniquidades. Utilizaram-se dados de 57.388 habitantes dos 50 municípios coincidentes em ambos os levantamentos. Com dados do SB Brasil 2003 o ponto de corte da existência de fluoretação foi 1990 e as variáveis independentes foram relativas ao ano de 2000; para o SB Brasil 2010, esse corte foi 2004 e as variáveis independentes foram de 2010. As seguintes variáveis explanatórias foram consideradas: macrorregião, porte populacional, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e acesso à água encanada. Aplicou-se o teste de Qui-Quadrado (p<0,05) para associações entre as variáveis explanatórias e os desfechos de interesse. Macrorregiões menos favorecidas, com menos habitantes, menor IDH-M e menos acesso à água encanada, foram as que menos receberam água fluoretada ou, se a receberam, isso se deu tardiamente, também com impacto no aumento da experiência de cárie dentária. Não houve melhoria, no período analisado, quanto à redução de iniquidades e na relação entre fluoretação e cárie dentária.PN0701 - Painel Efetivo
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Cartilha informativa sobre saude bucal para pessoas surdas
Costa EL, Macêdo RFC, Aguiar-da-Silva LD, Costa JF
Odontologia Ii - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O maior obstáculo dos surdos no atendimento odontológico está relacionado com a dificuldade de comunicação com o dentista, falta de manejo do profissional e escassez de instrumentos que auxiliem nesta comunicação. O estudo objetivou elaborar e produzir uma cartilha informativa sobre saúde bucal para pessoa surda, usuários da língua brasileira de sinais (LIBRA), além de proporcionar a inclusão social e qualidade de vida destas pessoas contribuindo para otimização da interação entre paciente surdo e o cirurgião-dentista. A cartilha traz informações em português e em LIBRAS sobre saúde bucal, com ilustrações de qualidade, apresenta um glossário de termos Odontológicos de Sinais. Participaram 83 adolescentes surdos de 12 a 19 anos de idade, matriculados no Centro de Ensino e Apoio a Pessoa com Surdez do Maranhão. Os alunos responderam dois questionários sobre saúde bucal. Um antes e outro após leitura individual da cartilha, para avaliar o conteúdo programático, facilidade de entendimento das informações e integração com o profissional. 88% compreenderam as informações da cartilha; 90% satisfeito com o material. A produção da Cartilha Informativa para surdos contribuiu significativamente para entendimento sobre as doenças bucais, fatores etiológicos e suas medidas preventivas.