Impacto da fluoretação da agua nas desigualdades raciais e socioeconômicas no declínio de cárie dentária entre adolescentes brasileiros
Bomfim RA, Frazão P
Saúde Coletiva - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Esta pesquisa analisou o impacto da fluoretação da água nas desigualdades raciais e socioeconômicas no declínio da cárie dentária entre adolescentes brasileiros entre 2003 e 2010. Foram utilizados dois inquéritos nacionais de saúde bucal da população Brasileira, o SBBrasil 2003 e 2010. Foram incluídos somente indivíduos de 15 a 19 anos presentes nas cidades investigadas em ambas as pesquisas. Os desfechos foram o número de dentes cariados não tratados (DC) e a experiência de cárie (índice CPOD). As exposições foram os grupos raciais (Branco e Pardos/Pretos) e de renda (acima e abaixo de 1 salário mínimo per capita), ajustadas por covariáveis. Três fontes de informação sobre flúor (SNIS, Vigiflúor e PNSB) foram usadas para classificar as cidades. Foram realizadas regressões binomiais negativas multiníveis de Diferença nas Diferenças. Todos os participantes assinaram ao TCLE. Foram incluídos 7.198 adolescentes. Em cidades fluoretadas, a redução do índice CPOD [β = -0,31 (IC 95% -0,46; -0,15)] foi maior do que em cidades não fluoretadas. A redução dos dentes cariados em cidades fluoretadas foi semelhante para os grupos raciais [β = -0,34 (-0,74; +0,04)] e socioeconômicos [β = -0,04 (-0,43; +0,35)]. Em cidades não fluoretadas, a redução dos DC favoreceu o grupo socioeconômico privilegiado [β = -0,30 (-0,57; -0,01)] e os Brancos [β = -0,44 (-0,74; -0,14)]. Análise de sensibilidade confirmou os achados. As redução dos dentes cariados em cidades fluoretadas foram semelhantes para grupos raciais e socioeconômicos, mostrando que a fluoretação favorece a equidade na saúde. (Apoio: CNPq N° 153623/2018-7)COL011 - Prêmio Colgate Odontologia Preventiva
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Consumo excessivo de açúcares entre jovens: impacto na carga de doenças bucais e em risco de doenças crônicas no futuro
Ladeira LLC, Monteiro ELO, Alves CMC, Thomaz EBAF, Ribeiro CCC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que a ingestão de açúcar até 10% das calorias/ dia para prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT); e Associação Americana do Coração (AHA) limita o consumo até 25g de açúcar/dia para reduzir risco cardiovascular futuro. O estudo analisou associação entre consumo excessivo de açúcares (OMS e AHA) com a cárie e a inflamação periodontal em jovens. Estudo de base populacional no seguimento 18-19 anos da Coorte RPS, São Luís, Brasil (n = 2.569). As exposições foram consumo de açúcar pela OMS (≥ 10% da energia total) e pela AHA (≥ 25g/ dia). Os desfechos foram o número de dentes cariados (C-CPOD) e extensão da inflamação periodontal (dentes profundidade de sondagem ≥4 mm). Gráficos Acíclicos Direcionados foram usados para determinar ajustes: renda familiar, escolaridade do adolescente e sexo. As associações foram estimadas em regressão de Poisson. O consumo excessivo de açúcar foi observado em 65,41% dos jovens pelo critério OMS e, 81,35%, segundo AHA. O consumo excessivo de açúcar pela OMS (≥10% das calorias) foi associado ao maior número de dentes cariados (Razão de Médias RM = 1.41, p < 0.001, IC = 1.28-1.56) e à inflamação periodontal (RM = 1.17, p < 0.001, IC = 1.04-1.30). O consumo excessivo de açúcares segundo AHA (≥25g/dia) foi associado à carie (RM = 1.487, p < 0.001, IC = 1.33-1.65) e à inflamação periodontal (RM = 1.14, p < 0.001, IC = 1.02-1.29). É imperativa a necessidade de redução do consumo de açúcares de adição por jovens, com potencial impacto na carga de doenças bucais e no risco de DCNT de maior mortalidade no futuro. (Apoio: CNPq | CAPES | FAPEMA)