A001

Prevalência dos tipos de fissuras lábio-palatais entre pacientes não-operados.

DALBEN, G. S.*, SANTAMARIA Jr., M., FREITAS, P. Z., SILVA FILHO, O. G.

Departamento de Ortodontia – HRAC – USP. Tel.: (0**14) 235-8143. E-mail: gsdalben@ig.com.br

Procurou-se investigar a epidemiologia dos vários tipos de fissuras lábio-palatais encontrados no HRAC no ano de 2000, buscando dados atuais sobre a sua prevalência, sua distribuição entre pacientes brasileiros em relação ao sexo, região de origem e classificação sócio-econômica; e investigar a porcentagem destes pacientes que relatam a ocorrência de outros casos de fissuras na família, indicando sua tendência hereditária. Os dados foram obtidos através de questionário e exame clínico aplicados em 803 pacientes não-operados que compareceram ao serviço no ano de 2000. Foi encontrada uma maior prevalência de fissuras completas de lábio e palato unilaterais e bilaterais (40%), seguidas pelas fissuras de palato (34%) e pelas fissuras de lábio (25,5%). Foi encontrada uma predileção discreta das fissuras de palato pelo sexo feminino (53%), com predominância do sexo masculino em todos os outros tipos de fissuras lábio-palatais (cerca de 60%). Não foi observada diferença na distribuição dos tipos de fissuras em relação às regiões brasileiras. A maior parte dos pacientes (71,4%) pertencia à classe sócio-econômica baixa (superior e inferior). Uma porcentagem significante de pacientes (32%) relatou presença de um ou mais casos de fissuras lábio-palatais na família, principalmente em parentes de primeiro grau (66,7%) e com predominância entre os parentes de fissuras completas de lábio e palato (34%).

As informações obtidas permitem afirmar a predominância das fissuras completas, de tratamento mais complexo, a maior ocorrência no sexo masculino e a tendência hereditária da anomalia.

A002

Modulação simpática da expressão de CGRP em neurônios do gânglio trigeminal que inervam a ATM do rato em condições de normalidade e inflamação induzida.

ERVOLINO, E.*, CASATTI, C. A., DAMICO, J. P., ARROYO, M. T., BAUER, J. A.

ICB – USP.

O trabalho analisou a influência exercida pelo sistema nervoso simpático sobre a expressão do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), nos neurônios do gânglio trigeminal (GT) que inervam a articulação temporomandibular (ATM), em condições de normalidade e, após indução de inflamação com carragenina. Foram utilizados 4 grupos (n = 5) de ratos Wistar machos submetidos à deposição do neurotraçador, “fast blue” (FB), na ATM: (A) grupo controle absoluto; (B) grupo com inflamação na ATM e, com inervação simpática intacta; (C) grupo submetidos à remoção cirúrgica prévia do gânglio cervical superior (GCS) e com ATM normal; (D) grupo submetido à remoção cirúrgica prévia do GCS, e inflamação na ATM. Após 15 dias da deposição do neurotraçador, os animais foram perfundidos transcardiacamente com solução de NaCl 0,9% seguida de solução fixadora (formaldeído 4%, 0,1 M, pH 9,5). Os GT ipsilaterais foram coletados e seccionados (30 µm), submetidos a imunofluorescência indireta para detecção do CGRP, e analisados em microscopia de epifluorescência. A média das porcentagens de neurônios FB positivos e CGRP imunorreativos (IR) foi de 34,7 ± 2,6%, 49,5 ± 2,3%, 40,6 ± 1,8% e 49,6 ± 3,5%, respectivamente para os grupos A, B, C e D.

Os dados permitem concluir que: 1) a expressão de CGRP em neurônios do GT é modificada durante o processo inflamatório; 2) a desnervação simpática da ATM induz um aumento do número de neurônios FB/CGRP-IR do GT somente em animais com a articulação em estado de normalidade. (Apoio: FAPESP.)

A003

Ação antimicrobiana no líquido de cistos odontogênicos.

TRAINA, A. A.*1, DEBONI, M. C. Z.2, NACLÉRIO-HOMEM, M. G.2, CAI, S.3

1Graduação, Iniciação Científica; 2Disciplina de Cirurgia – FOUSP; 3Departamento de Microbiologia Oral – ICB – USP - SP.

A terapêutica de eleição para os cistos odontogênicos é a cirúrgica e, quando apresentam-se infectados, necessitam de cobertura antibiótica no pré-operatório. Há controvérsias quanto à difusão de antibióticos no interior dessas lesões, pela pouca vascularização do epitélio cístico. O objetivo deste trabalho foi verificar a ação antimicrobiana da amoxicilina e do metronidazol, em cistos odontogênicos infectados. Oito cistos radiculares odontogênicos foram puncionados antes e após antibioticoterapia. Os pacientes foram divididos em: Grupo I, constituído de cinco pacientes, com administração de amoxicilina, 500 mg a cada seis horas, e Grupo II, composto de três pacientes, tratados com metronidazol, 400 mg a cada oito horas, durante sete dias. Após este período foram submetidos à cirurgia de enucleação. O líquido cístico coletado das punções foi semeado em meios de cultura, para contagem de bactérias totais e de bactérias anaeróbias estritas. Os resultados revelaram que, inicialmente, o número de bactérias presentes no líquido cístico foi significativamente superior à quantidade isolada após a antibioticoterapia. Verificou-se também que, a maioria dos microrganismos presentes no material coletado, antes da administração dos antibióticos, era anaeróbia estrita.

Concluímos que a antibioticoterapia, suplementar à cirurgia foi capaz de diminuir o número de bactérias presentes no líquido cístico e, portanto, houve difusão dos antibióticos para o interior das lesões císticas, em concentrações suficientes para exercerem atividade antimicrobiana. (Apoio financeiro: FUNDECTO.)

A004

Avaliação do período pós-operatório em 232 pacientes submetidos à cirurgia oral.

Breithaupt-Silva, A. C.*, Manzano, R., Oliveira-Filho, R. M., Crivello Jr., O.

Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo-Faciais – FOUSP; Departamento de Farmacologia – ICB – USP.

No período pós-operatório (PO), em geral, os cirurgiões tendem a superestimar a dor, enquanto os pacientes dão mais importância a problemas como dificuldades na mastigação de alimentos consistentes, edema e ageusia. Neste trabalho estudamos o período PO através de um questionário focalizando a sintomatologia, aplicado na clínica do Curso de Cirurgia Oral da EAP-APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas). A casuística compreendeu 232 pacientes atendidos nos anos de 1998 e 1999. Os PO foram classificados como “ótimo” (sem queixas); “bom” (1 ou 2 queixas referidas, p. ex. dor, edema); “regular” (3 ou 4 queixas) ou “péssimo” (mais de 4 queixas). As cirurgias estão resumidas no quadro abaixo. Os resultados apontaram 40,4% de PO ótimo, 32,5% bom, 24,6% regular e 2,5% péssimo.

Ano

3ºm

ExoS

RaizR

LOss

LTMol

Apc

Fren

Alv

Supr

Outras

1998

41,3%

26,6%

13,8%

4,6%

4,6%

1,8%

1,8%

1,8%

3,7%

1999

54,3%

15,3%

  7,3%

4,8%

0,8%

2,2%

3,1%

0,8%

4,1%

7,3%

Abreviaturas: 3ºm = terceiro molar; ExoS = exodontia simples; RaizR = raiz residual; LOss = lesão óssea; LTMol = lesão de tecido mole; Apc = apicectomia; Fren = frenectomia; Alv = alveoloplastia; Supr = supranumerário.

Como esperado, a maioria (71%) dos PO regulares e péssimos relacionaram-se com cirurgias de terceiros molares. Apesar de prescrição específica, 14,3% dos casos resolveram-se sem uso de qualquer medicação.

A005

Efeito do tratamento ortopédico no perfil tegumentar utilizando dois tipos de aparelhos diferentes.

DOMINGUEZ-RODRIGUEZ, G. C.*, CRISTANTE, J. F.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP.

O presente estudo prospectivo teve como objetivo comparar as mudanças observadas no perfil tegumentar decorrentes do tratamento com dois tipos de aparelhos ortopédico-funcionais, em adolescentes com maloclusão de Classe II divisão 1a e retrognatismo mandibular. A amostra utilizada foi constituída por 88 telerradiografias em norma lateral de 44 pacientes, divididos em dois grupos. O Grupo I foi formado por 21 pacientes (idade média: 10 anos e 7 meses ± 1,1 anos), tratados com o aparelho Bionator de Balters durante 18 meses e o Grupo II formado por 23 pacientes (idade média: 12 anos e 11 meses ± 1 ano) tratados com o aparelho de Herbst durante 12 meses. As telerradiografias foram obtidas em todos os pacientes imediatamente antes e depois do tratamento. Uma vez traçadas, foram determinadas as grandezas cefalométricas H-Nariz e ângulo H.NB, que avaliam o perfil tegumentar. Após a avaliação dos dados e a análise estatística observou-se uma diminuição estatisticamente significante das duas grandezas nos dois grupos (ângulo H.NB: 2,15º no Grupo I e 3,42º no Grupo II ; distância H-Nariz: 3,34 mm no Grupo I e 4,45 mm no Grupo II) mostrando uma redução favorável da convexidade facial estatisticamente maior no Grupo II.

Com isto, pode-se concluir que a resposta ao tratamento com os dois tipos de aparelhos ortopédico-fun­cionais utilizados foi vantajosa em relação ao perfil, porém, quando comparadas as diferenças o Herbst mostrou ser mais eficiente.

A006

Freqüência do trauma facial em centros traumatológicos de Porto Alegre.

FUTTERLEIB, A.*, PADILHA, D. M. P., BARBISAN, A. O., BAUMGART, C.

Faculdade de Odontologia – UFRGS.

O trauma pode ser considerado um problema de saúde pública, pois é causa comum de morbidade e mortalidade, um grande número de pessoas são envolvidas e apesar da existência de meios de prevenção e controle, os eventos traumáticos continuam ocorrendo. O trabalho tem por objetivo avaliar estatisticamente a freqüência, as causas e conseqüências dos traumas faciais em dois centros de trauma em Porto Alegre entre 1º/01/98 e 31/12/99. Trata-se de uma pesquisa documental direta retrospectiva de pron-tuários, observando a região anatômica fraturada, idade e sexo dos pacientes, causa do trauma, lesões associadas, dias e meses das internações são apresentados. A análise estatística foi realizada no programa EPI INFO 6.04. Foram internados 782 pacientes com trauma facial; 649 pacientes (83,00%) eram homens; a faixa etária dos 18 aos 30 anos foi a mais prevalente com 297 pacientes (37,98%). Os acidentes de trânsito levaram 266 pacientes aos hospitais (34,01%); agressões físicas 203 (26,00%). A região da face mais fraturada foi a mandíbula com 381 fraturas (36,04%), seguida pelo complexo zigomático com 337 (31,88%). Ocorreram 243 lesões associadas. O dia mais freqüente foi domingo com 153 internações (19,56%).

O mês mais freqüente foi janeiro com 89 internações (11,38%). Os homens são mais atingidos por traumas faciais; a faixa etária dos 18 aos 30 anos é mais prevalente; a região mandibular é mais fraturada; os acidentes de trânsito e agressões físicas são as principais causas dos traumas.

A007

Características morfológicas e relações anatômicas do processo estilóide.

SOUSA, L. G.*, SIÉSSERE, S., VITTI, M., SEMPRINI, M.

Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4026.

O processo estilóide é uma estrutura anatômica em forma de estilete que se localiza no osso temporal, abaixo da porção timpânica. Seu tamanho médio é de aproximadamente 2,5 cm podendo apresentar-se alongado até 8 cm caracterizando a Síndrome do Processo Estilóide ou Síndrome de Eagle, sendo estas largamente abordadas pela literatura. O objetivo deste trabalho é de mostrar as características morfológicas do processo estilóide, assim como suas relações anatômicas, já que este se relaciona direta ou indiretamente com importantes estruturas anatômicas e tal fato não é relatado na literatura. Para a realização deste trabalho foram utilizadas cabeças humanas que foram fixadas em formol a 10%. Posteriormente, com o uso de bisturi, tesouras curvas de pontas fina e romba, pinça íris, afastadores e osteótomo, fez-se a dissecação por planos, removendo-se parcialmente as estruturas adjacentes até que se atingisse o local do processo estilóide expondo as estruturas relacionadas.

Com este trabalho pode-se concluir que as estruturas relacionadas diretamente ao processo estilóide são os músculos estilofaríngeo, estiloglosso e estilo-hioídeo e os ligamentos estilo-hioídeo e estilomandibular e as estruturas indiretamente relacionadas são inúmeras, incluindo os nervos facial e trigêmio, artéria carótida externa e ramos da artéria carótida interna, sendo estas de grande importância clínica.

A008

Análise da ação da dexametasona administrada via enteral e parenteral.

SCHEIDEGGER-SILVA, L.*, MORAES, M., PASSERI, L. A.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – Unicamp.

Este estudo se propôs a comparar clinicamente os efeitos sobre a dor, edema e limitação de abertura bucal, de 4 mg de dexametasona administrada pelas vias enteral e parenteral, em pacientes submetidos a extrações dos terceiros molares inferiores inclusos bilaterais em posições similares. Dezenove pacientes foram submetidos às extrações em sessões distintas, onde de um lado foi utilizada a via oral e do outro a intramuscular intrabucal (m. masseter). Utilizando-se de dados recolhidos nos períodos pré- e pós-operatórios de 24 e 48 h, foram realizadas as seguintes análises: dor pela escala analógica visual (KEESLING, KEATS, Oral Surg, v. 11, p. 736, 1958) e pelo consumo de analgésicos; edema por medidas na face (NEUPERT III et al., JOMS, v. 50, p. 1177, 1992) e por medidas fotográficas; e limitação da abertura bucal utilizando-se um paquímetro. Todos os dados foram submetidos ao teste de Wilcoxon pareado (p >> 0,05), exceto o edema pelas medidas na face que foram submetidos ao teste de Tukey (p >> 0,05). Os resultados indicaram que não houve diferença estatistica significativa para a dor, a limitação de abertura bucal, e o edema pelo método fotográfico. Entretanto, houve menos edema pela via parenteral segundo a análise das medidas na face.

Foi concluído que não houveram diferenças na dor e limitação de abertura bucal, quando se empregou a dexametasona, por via oral ou intramuscular. A dexametasona por via intramuscular controlou melhor o edema, segundo a análise das medidas na face diferindo dos resultados da análise fotográfica. (Apoio financeiro: CAPES.)

A009

Alterações nas glândulas salivares causadas por lesão do nervo facial.

CRIPPA, G. E.*, NUCCI-DA-SILVA, L. P., SILVA, C. A., DEI BEL, E. A.

Departamento de MEF – FORP – USP - Ribeirão Preto, SP. Tel.: (0**16) 602-4050. E-mail: gecrippa@hotmail.com

A lesão unilateral do nervo facial causa paralisação motora da hemiface correspondente. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações no peso e na expressão da NADPH-diaforase das glândulas submandibular e sublingual do rato. Foram utilizados ratos Wistar machos (150 g) distribuídos em 3 grupos: controle; falso operado e axotomia (secção unilateral do nervo facial direito). As glândulas dos animais do grupo axotomia apresentaram redução bilateral de peso 7 (216:1: 5 mg, n = 20) e 28 dias (230:1:4 mg, n = 20) após a lesão em relação ao controle (7 dias - 284:1:4,6 mg, n = 20 e 28 dias - 290:1:5,4 mg, n = 20) ou falso operado (7 dias - 278:1:8,5 mg, n = 20 e 28 dias - 289:1:4,3 mg, n = 20). Não houve alteração no peso das glândulas aos 56 dias. A histoquímica para NADPH-diaforase na glândula submandibular indicou maior número de ductos marcados no grupo axotomia 7 dias após a lesão (72:1:4,7 ductos/105 mm2, n = 10) comparado ao controle (51:1:2,3 ductos/105 mm2, n = 10) ou falso operado (57:1:2,3 ductos/105 mm2, n = 10), bilateralmente. Não foram observadas alterações no número de ductos marcados 28 ou 56 dias da lesão. Na sublingual, não houve qualquer diferença entre os grupos nos 3 tempos analisados.

A lesão do nervo facial provoca atrofia bilateral reversível nas glândulas submandibular e sublingual acompanhado de aumento do número de ductos NADPH-diaforase positivos na submandibular na fase aguda da lesão. (Apoio financeiro: FAPESP, CNPq.)

A010

Análise epidemiológica, formas de tratamento e complicações dos traumatismos faciais.

SILVA, A. C.*, PASSERI, L. A.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – Unicamp. E-mail: alessandrofop@yahoo.com

Este estudo avaliou a epidemiologia, formas de tratamento e complicações dos traumatismos de face ocorridos na região de Piracicaba e atendidos pela Área de Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp, no período de abril de 1999 a março de 2000. Observou-se a ocorrência desses traumatismos em 340 pacientes, envolvendo principalmente homens (78,53%), da cor branca (60,59%), na faixa etária dos 21 aos 30 anos (25,88%), sendo a maioria economicamente ativo (54,71%), principalmente no mês de outubro (12,94%) e aos finais de semana (44,41%), tendo como etiologia mais freqüente as quedas (37,06%). As fraturas zigomáticas foram as que mais ocorreram (38,02%). 50,59% dos pacientes submeteram-se a alguma intervenção, sendo que dos que não se submeteram, 52,98% apresentavam fraturas. Do total das fraturas maxilomandibulares, 5,83% submeteram-se ao bloqueio maxilomandibular. 68,22% dos traumatismos nos tecidos moles necessitaram de sutura, sendo a região mais afetada a extrabucal (56,30%). As complicações pós-operatórias ocorreram em 18,92% dos casos cirúrgicos, sendo mais comum as infecções (9,91%).

Pôde-se concluir que tais traumatismos ocorreram principalmente aos finais de semana envolvendo homens, jovens, brancos, economicamente ativos e apresentando na maioria dos casos algum vício. O tempo decorrido do traumatismo à cirurgia, as múltiplas fraturas de face, especialmente as mandibulares, relacionaram-se intimamente com a incidência de complicações pós-operatórias. (Processo FAPESP nº 99/04057-8.)

A011

Substituição do amálgama pela pasta zinco-eugenólica em um novo preparo apical.

QUIRINO, L. C., COMUNIAN, C. R., FARIA, R. A., NAVES, M. D.*

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológicas – UFMG. Tel.: (0**31) 3482-3076.

Os insucessos na apicectomia com obturação retrógada são significativos, tendo como causa principal o não-vedamento do novo forame pelo material retrobturador, levando, portanto, à indicação de um novo ato cirúrgico. Esta pesquisa in vitro realizada com 45 dentes humanos, extraídos na Clínica Cirúrgica da FO – UFMG por indicação clínica, procurou avaliar o vedamento da pasta zinco-eugenólica em um preparo de retrobturação onde anteriormente estava retrobturado com o amálgama sem zinco. Após a realização de um grupo controle com 15 dentes, 30 dentes tiveram suas coroas e o terço apical removidos, o canal radicular esvaziados e alargados até o terço médio com brocas de Gates. O preparo apical foi realizado com 2 mm de profundidade utilizando brocas esféricas para PM e retrobturados com o amálgama sem zinco. Após sete dias, um novo preparo de retrobturação, amplo e logo abaixo da superfície apical de amputação, foi realizado, removendo-se o amálgama neste local. A pasta zinco-eugenólica foi inserida nesse preparo. Todas as raízes receberam o corante azul de metileno a 2% com pH 7,2 gotejado no interior do canal por sete dias. A seguir, as raízes foram clivadas longitudinalmente e os preparos da retrobturação com a pasta zinco-eugenólica avaliados quanto à presença e ausência do corante.

Observou-se que a realização de um novo preparo apical melhorou a capacidade de vedamento da pasta zinco-eugenólica, não permitindo a infiltração do corante azul de metileno em todos os preparos de retrobturação dessa pesquisa.

A012

Avaliação clínica descritiva da freqüência de fatores que podem interferir na erupção de caninos permanentes superiores.

ABREU, A. T.*, OLIVEIRA, F. A. M.

Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – FO – PUCRS.

A identificação precoce de distúrbios no trajeto de erupção dos caninos permanentes superiores proporciona um número maior de opções de tratamento e um melhor prognóstico para o paciente. Foram examinados 41 pacientes, entre 7 e 12 anos de idade, com o objetivo de avaliar a freqüência de fatores que podem interferir na erupção dos caninos superiores: ausência ou malformações de incisivos laterais permanentes superiores, identificação clínica do canino permanente por meio de palpação bidigital e espaço disponível no arco maxilar para erupção destes elementos dentários. Utilizando avaliação clínica e radiográfica e análise de modelos de estudo, observou-se agenesia de incisivos laterais superiores em 2,4% e malformação destes dentes em 14,6% da amostra. A posição do canino permanente superior foi identificada bilateralmente em 75,6% dos indivíduos avaliados, unilateralmente em 14,6% e em 9,8% da população estudada não foi possível identificar a posição do canino. Dos pacientes avaliados, 55% não apresentaram espaço disponível no arco maxilar para erupção dos caninos e pré-molares permanentes superiores.

As freqüências de agenesia e malformações de incisivos laterais não foram consideradas expressivas, enquanto as freqüências de identificação bilateral do canino e de deficiência de espaço maxilar foram consideradas expressivas. (Apoio financeiro: CAPES – demanda social. Aprovado pela Comissão Científica e de Ética da FO – PUCRS: protocolo nº 35/99.)

A013

Crescimento craniofacial em crianças com fissura unilateral completa de lábio e palato: comparação entre dois protocolos cirúrgicos.

CALVANO, F.*, SILVA FILHO, O. G., ASSUNÇÃO, A.

Departamento de Ortodontia – HRAC – USP. Tel.: (0**14) 235-8146.

O presente trabalho de pesquisa descreve os resultados de uma avaliação radiográfica usando telerradiografias de norma lateral de 75 crianças portadoras de fissura unilateral completa de lábio e palato, numa faixa etária compreendida entre os 4 e 7 anos. A amostra foi composta por 33 pacientes do sexo masculino e 20 do sexo feminino, que foram tratados de acordo com o protocolo cirúrgico adotado pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), da Universidade de São Paulo, em Bauru, Brasil. A cirurgia reparadora de lábio foi realizada a partir de 3 meses de idade (idade média de 9 meses) e a cirurgia reparadora de palato a partir de 12 meses de idade (idade média de 19 meses). Um outro grupo composto por 22 pacientes (12 do sexo masculino e 10 do feminino), foi submetido ao protocolo cirúrgico proposto por Malek (MALEK, PSAUME, 1983) que foi modificado no HRAC. Este protocolo envolveu cirurgia de palato mole com 5,5 meses de idade, juntamente com a queiloplastia, e cirurgia reparadora de palato duro com aproximadamente 20 meses de idade. Os resultados mostram que a época da realização das cirurgias reparadoras do palato não interferem no crescimento facial, pelo menos nesta faixa etária aqui avaliada (4 aos 7 anos), fato constatado nos resultados cefalométricos que não revelaram nenhuma diferença significante entre os 2 grupos amostrais avaliados.

Portanto, o padrão cefalométrico das crianças com fissura unilateral completa de lábio e palato, para ambos grupos amostrais (protocolo de Malek e protocolo do HRAC) foi similar.

A014

Epidemiologia das fraturas mandibulares no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo entre 1996 e 1998.

VALENTE, R. O. H.*, SOUZA, L. C. M., OLIVEIRA, M. G., NISA-CASTRO-NETO, W., GLOCK, L.

Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – FO – PUCRS.

As fraturas mandibulares constituem um segmento importante dos problemas de saúde pública, pois suas seqüelas podem acarretar graves inabilidades morfofuncionais. Realizou-se uma análise em 195 prontuários entre 1996 e 1998 no Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do HSCSP. Foram observadas 299 fraturas mandibulares. Na correlação entre os parâmetros analisados, optou-se pela distribuição Qui-Quadrada (c2) para a estatistica e os graus apropriados de liberdade entre as etiologias que apresentaram maior incidência. Os resultados indicaram 161 H e 34 M, com uma média de 30,1 anos para ambos os sexos. A faixa etária mais prevalente foi entre 20 a 29 anos de idade, com 42,6% dos indivíduos atendidos. As agressões físicas foram responsáveis por 29,8% de tais fraturas. Seguida pelas quedas – 25,1% – e acidentes de tráfego com 23,2%. Os ferimentos por arma de fogo constituíram 9,2% da amostra, sendo o dobro dos casos de acidente motociclístico. As fraturas mandibulares mais prevalentes foram: de corpo, com 32,1%; de côndilos, com 24,1%; de parassínfises, com 18,7%. A correlação entre as fraturas de sínfise e côndilo direito c2cal = 20,862 e p << 0,000, corpo direito e côndilo esquerdo c2cal = 15,029 e p << 0,000, e corpo esquerdo com côndilo direito c2cal = 5,831 e P << 0,009, são indicativos de rupturas por contra-golpe nos traumas frontais (côndilo D*sínfise) e laterais (corpo D*côndilo E) e (corpo E*côndilo D) para p << 0,05.

A015

Crescimento e flexão da base do crânio humana: estudo cefalométrico.

LANZA, P.*, SANTOS-PINTO, A., BOLINI, P. D. A.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

 Neste estudo, analisou-se o crescimento e flexão da base do crânio, com objetivo de avaliar as relações entre as estruturas cranianas e maxila, nos primeiros seis meses de vida pós-natal. Com auxílio de suporte construído com distância foco-filme de 1,52 m, foram radiografadas 31 hemicabeças de crianças entre o nascimento e seis meses de idade. Foram utilizados os fatores 90 Kv, 15 Ma e 6 Im, após testes para contraste e nitidez adequados. Foram implantados pinos de aço inoxidável nos pontos anatômicos de referência, de forma a permitir sua clara identificação na radiografia. Estes pontos foram transferidos para papel Ultraphan e digitados no programa “DFPlus”, adequado para obtenção das medidas lineares e angulares necessárias ao estudo. A análise estatística (programa SPSS), mostrou que os ângulos NaSiBa (násio-sela-básio), NaSiPpal (násio-sela-plano palatino) e BaSeE (básio-sincondrose esfenoccipital-esfenóide) não alteraram significativamente. Por outro lado, Na-Si (násio-sela) aumentou consideravelmente, diferente de Ba-Si (básio-sela), que não teve alteração significativa.

Pudemos concluir que não houve variação na flexão da base do crânio ou na inclinação da maxila. Entretanto, houve crescimento significativo da região, determinado principalmente pela elongação da porção anterior da base do crânio, já que a porção posterior apresentou-se praticamente estável.

A016

Avaliação da resistência à tração de botões ortodônticos fixados com cimento ionomérico.

GERMANO, A. R.*, MAZZONETTO, R., MORAES, M.

Departamento de Diagnóstico Oral – Área de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5274, fax: (0**19) 430-5218. E-mail: adrianofop@yahoo.com

Este trabalho teve como propósito avaliar in vitro a resistência à tração da união entre esmalte e botões ortodônticos fixados através do cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável (Fuji ORTHO LC), utilizados nos procedimentos de tracionamento de dentes inclusos, verificando se os efeitos da contaminação por sangue e o condicionamento ácido, interferem nas propriedades de adesão. A amostra foi constituída de 144 terceiros molares inclusos, em cujas faces vestibulares realizou-se a colagem do botão ortodôntico (nacional/Morelli e importado/Ormco) com cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável, divididos em 12 grupos com 12 dentes cada. Após a colagem dos botões, as amostras foram submetidas à termociclagem (500 ciclos com temperatura variando entre 5º C a 60º C) e armazenadas nos períodos de 2, 30 e 90 dias, em estufa (37º C) e 100% de umidade relativa do ar. Cada amostra foi submetida após estes períodos ao teste de tração na máquina de ensaio universal (Instron), a uma velocidade de 0,5 mm/min até ocorrer o descolamento do botão ortodôntico. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey com 5% de significância.

Através da análise dos resultados foi possível concluir que a fixação do botão ortodôntico com cimento ionomérico, apresentou in vitro resistência suficiente para suportar forças ortodônticas, exceto em condições de extrema contaminação e umidade, representado pelos grupos nos quais a contaminação do sangue ocorreu antes da adaptação do acessório ortodôntico.

A017

Morfometria mandibular de ratos que consumiram lítio.

HAMMES, M.*1, PADILHA, D. M. P.1, ROCHA, E.2

1Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS; 2Instituto de Biociências – UFRGS.

O lítio é uma droga largamente utilizada no tratamento da depressão. Sabe-se que esta droga interfere no metabolismo do cálcio. O objetivo deste estudo foi comparar a morfometria mandibular de ratos submetidos ao consumo de lítio e ratos controle. Ratos com seis semanas foram utilizados no estudo. Dez ratos foram tratados com dieta acrescida de lítio até que sua litemia sérica atingisse 0,6-1,2 mmol/l, o que corresponde a uma concentração similar à atingida na prática clínica. Cinco animais controle foram alimentados com dieta normal ad libitum. Com 140 dias de vida, os ratos foram sacrificados, a mandíbula foi dissecada, separada na linha média e todo o tecido mole da hemimandíbula direita removido. Essas hemimandíbulas foram então radiografadas em películas para tomadas periapicais, automaticamente processadas e, a seguir, digitalizadas por meio de um “scanner”. Utilizando o programa UTHSCSA Image Tool, cinco medições foram realizadas, a saber: largura do processo condilar, altura do processo da sínfise mentoniana, comprimento mandibular, altura mandibular e comprimento da base da mandíbula. Os resultados foram analisados estatisticamente pelo teste “t” de Student, não pareado, e demonstraram que, no grupo que consumiu lítio, houve uma diminuição do crescimento mandibular, em relação à largura do processo condilar e ao comprimento da base (p << 0,05). Não houve diferenças quanto às demais medidas.

Concluímos que o desenvolvimento mandibular foi afetado pelo consumo de lítio, causando uma redução em alguns parâmetros morfométricos.

A018

Estudo da oclusão em modelos de gesso em pré-escolares.

DINELLI, T. C. S.*, MARTINS, L. P., SANTOS-PINTO, A., GIMENES, P. P.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
 Tel.: (0**16) 271-6014. E-mail: dinelli@uol.com.br

No Brasil, os dados de má-oclusão para dentição decídua são escassos e se originam de pequenas amostras. Estudos realizados em Natal e Belém revelaram que pouco mais da metade das crianças daquelas regiões apresentavam más-oclusões. Dados de um levantamento realizado na cidade de São Paulo mostraram que a má-oclusão foi mais prevalente do que os dados referidos acima (79 %). Realizou-se um levantamento nas creches da rede municipal de Araraquara mantidas pelo serviço público, totalizando um universo de 3.100 crianças, das quais foram examinadas e moldadas 838, na faixa etária entre 2 e 6 anos, mostrando 80% de incidência de má-oclusão. Os resultados desse estudo não mostraram diferença estatística significante a respeito da prevalência de má-oclusão entre os sexos. Os dados compreendem medidas lineares (comprimento de arco, perímetro de arco, espaço primata, distância intercanina e intermolar) realizadas indiretamente em modelos de gesso, da dentição decídua de pré-escolares, de ambos os sexos, com o digitalizador Microscribe. (Apoio financeiro: CAPES.)

A019

Modificações de tecidos moles em cirurgias ortognáticas planejadas no computador.

GONÇALVES*, J. R., SANTOS-PINTO, A., TAVARES, H. S., GIMENES, P. P.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
 Tel.: (0**16) 201-6325.

O aumento das cirurgias ortognáticas vem tornando mais freqüente o uso de programas para predição cirúrgica. Entretanto, não se sabe se as alterações ocorridas nos tecidos moles são realmente fiéis aos movimentos realizados nessas simulações. O objetivo deste estudo é comparar as modificações nos tecidos moles resultantes das simulações cirúrgicas com as obtidas após a cirurgia. Utilizou-se 2 telerradiografias laterais de cada caso (n = 21), uma pré-cirúrgica imediata (t2) e outra pós-cirúrgica mediata (t4). Ambas foram digitalizadas em programa cefalométrico específico (DFP). Na t2, simulou-se a cirurgia realizada e este traçado foi denominado de t3. Foram avaliadas as posições dos lábios e mento (horizontal e vertical) na t3 e t4. Na análise estatística utilizou-se o teste “t” de Student. Resultados:

Variável

LsH

LsV

StsH

StsV

StiH

StiV

LiH

LiV

PgH

PgV

GnH

GnV

Média

-1,23 

1,72

1,70

1,21

1,47

 0,51

-1,09  

1,37

-1,81 

0,83

-1,81 

2,26

DP

 1,44

2,00

2,16

1,91

2,07

1,95

2,70

3,07

3,70

3,97

3,70

3,65

T

-3,92 

3,93

3,59

2,89

3,24

1,19

-1,84  

2,03

-2,24 

0,95

-2,24 

2,83

P

   0,001*

   0,001*

   0,002*

   0,009*

   0,004*

  0,245

  0,081*

  0,055

   0,037*

  0,350

   0,037*

  0,010*

O vermelhão dos lábios e a posição do mento, ambos no sentido horizontal, foram subestimados. No sentido vertical, o lábio superior e o mento foram projetados mais para inferior pelo programa, enquanto o lábio inferior estava adequado.

Portanto, as simulações do DFP são interessantes, mas não 100% reais.

A020

Influência da posição do côndilo na composição facial.

GIMENES, P. P.*, SANTOS-PINTO, A., GONÇALVES, J. R., DINELLI, T. C. S.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
 Tel.: (0**16) 201-6325.

A face harmônica é resultado do desenvolvimento e relacionamento correto das estruturas esqueléticas e faciais. Este trabalho objetiva avaliar a influência da posição condilar nos padrões faciais. Selecionou-se telerradiografias laterais de 30 meninos e 32 meninas, de 7 a 9 anos. Obteve-se medidas representativas da posição horizontal e vertical do côndilo em relação à sela túrcica (CoH, CoV), padrão de crescimento facial (SNGoMe, NMe, SGo), e posição anteroposterior da mandíbula (SNB, ANB). Os resultados e a análise dos dados (testes de correlação de Pearson, nível de 95% de probabilidade) estão na tabela abaixo.

Resultados

 

CoH

CoV

SNGoMe

NME

SGo

ANB

SNB

 

Média

-11,5 mm

16,7 mm

35,4º

105,2 mm

67,5 mm

 4,7º

78,5º

 

DP

2,6   

3,2    

 5,6

4,8  

4,4    

2,5

3,4

Correlação

CoH

-

0,06  

 -0,16

-0,08  

0,14  

-0,23

    0,36**

**= p << 0,01

CoV

0,06 

-

    -0,47**

-0,06  

0,64**

-0,64

    0,51**

Portanto: 1) quanto mais anterior o côndilo, mais anterior a mandíbula estará; 2) quanto mais inferior o côndilo, mais anterior a mandibula estará, menor a inclinação do plano mandibular e maior a distância de Sela a Gônio.

Portanto, a posição anteroposterior e vertical do côndilo, em relação às estruturas cranianas, contribui para a composição do perfil facial.

A021

Atividade de três solventes de guta-percha: proposição de uma metodologia alternativa.

CORREIA, D. P.*, ZAPPAROLI, F. Q., PALLOTTA, R. C., MACHADO, M. E. L.

Faculdade de Odontologia – UCCB. Tel./fax: (0**11) 3045-5984. E-mail: danielcorreia88@hotmail.com

Foi objetivo do presente trabalho avaliar a ação de solvência, sobre cones de guta-percha, de três diferentes soluções utilizadas para esse fim, a saber o xilol, o óleo de casca de laranja e o eucaliptol. Para isso, foram selecionados 40 cones de guta-percha, de calibre 80, que foram pesados e identificados. Posteriormente os mesmos foram colocados em tubos de ensaio, onde deveriam ser imersos nas diferentes soluções em grupos de 10, sendo o volume de solução suficiente para submergir todo o cone. Passados cinco minutos, retirava-se a solução a ser testada, colocando-se álcool no tubo em quantidade também suficiente para cobrir o cone, deixando por mais cinco minutos, sendo em seguida imerso em água, onde permanecia por mais dez a quinze minutos. Os cones eram então virados sobre um filtro de papel, onde eram pesados 1 hora e 24 horas depois. Comparavam-se os pesos dos três momentos, sendo verificada a diferença para o peso inicial. Foram criados dois grupos controle, com cinco cones cada, um que não foi submetido a ação de qualquer líquido e outro que foi imerso em álcool e água sem ação de solventes.

A análise dos dados obtidos permite verificar uma ação de solvência maior do xilol, seguido pelo óleo de casca de laranja e pelo eucaliptol, nos grupos controle, não houve qualquer alteração de peso durante o período do experimento. A análise estatística permite verificar uma distribuição normal dos dados, sendo que há uma diferença estatisticamente significativa somente entre o xilol e o eucaliptol.

A022

Avaliação da citotoxidade do digluconato de clorexidina a 2,5% e a 5%, do hipoclorito de sódio a 1% e do soro fisiológico, em subcutâneo de ratos.

BIANCONCINI, I. V.*, GAVINI, G.

FOUSP.

A reação tecidual causada por algumas substâncias foram avaliadas durante o processo inflamatório agúdo, na fase exsudativa. Em 20 ratos adultos da linhagem Wistar, variação albina, pesando de 400-450 gramas, foi injetado intravenosamente 20 mg/kg de azul de Evans, na veia caudal lateral sendo inoculado no subcutâneo dos ratos as substâncias testes: digluconato de clorexidina a 2,5% e a 5%, hipoclorito de sódio a 1% tendo como solução controle o soro fisiológico. Após intervalos de 30 minutos, 6 horas e 24 horas os animais foram sacrificados, suas peles dorsais excisadas, removidas e submetidas à análise do corante extravasado pela espectrofotometria da absorção de luz (A620). Os valores em µg da quantidade de corante extravasado foram submetidos à estatística através da ANOVA (análise de variância a 2 critérios) e constatada a diferença, o teste de Tukey foi aplicado para comparações individuais. Classificou-se as substâncias quanto ao seu potencial irritativo na seguinte ordem decrescente: as clorexidinas a 5% (137,05 µg) e 2,5% (125,16 µg), o hipoclorito de sódio a 1% (85,40 µg), e o soro fisiológico (30,35 µg), sendo observada diferenças estatísticas significantes (p << 0,05) entre os grupos, menos entre as clorexidinas a 2,5% e a 5% que se mostraram semelhantes quanto a biocompatibilidade. Quanto ao fator tempo o hipoclorito mostrou-se menos irritante que as clorexidinas aos 30 minutos e 24 horas. No período das 6 horas todas se comportaram de modo semelhante.

A023

Efeito das soluções desmineralizantes – ácido cítrico e EDTA – na dureza dentinária.

AKISSUE, E.*, GAVINI, G.

Departamento de Dentística, Disciplina de Endodontia – FOUSP - SP. E-mail: eakisue@bol.com.br

Durante a fase de preparo químico cirúrgico ocorre a formação do magma dentinário, resultado da associação de raspas dentinárias, restos orgânicos e substâncias auxiliares a instrumentação. Inúmeros estudos têm demonstrado a importância da eliminação desta sujidade por substâncias descalcificantes, cuja permanência dificulta a ação das substâncias químicas, resultando numa sanificação inadequada do canal radicular. O objetivo foi avaliar a ação da solução de EDTA a 17% e do ácido cítrico a 25%, na dureza da dentina depois da imersão de fragmentos dentinários nos respectivos agentes, em diferentes períodos de tempo como descrito a seguir: Grupo 1- solução fisiológica (controle), Grupo 2- EDTA a 17% por 3 min., Grupo 3- EDTA a 17% por 15 min., Grupo 4- ácido cítrico a 25% por 3 min., Grupo 5- ácido cítrico a 25% por 15 min. Resultados: para a variável tempo de contato observou-se diferença estatística siginificante ao nível de 5% (valor de F tabelado igual a 4,00 para a = 5%), sendo que aumentando-se o tempo de imersão dos fragmentos diminui-se a dureza Knoop da dentina. Levando-se em conta a variável solução desmineralizante, também observou-se diferença significante para a = 5% (valor de F tabelado igual a 4,00), no qual o ácido cítrico a 25% mostrou-se mais efetivo que o EDTA a 17%.

O tempo de contato do agente desmineralizante interfere na sua capacidade descalcificante. A solução de ácido cítrico a 25% mostrou-se mais efetivo que o EDTA a 17%, independente da variável tempo de contato.

A024

Atividade antimicrobiana da clorexidina e do paramonoclorofenol, em veículo gel.

GUIMARÃES, C. C. P.*1,3, CAI, S.2, LAGE-MARQUES, J. L.3

Departamento de Estomatologia – 1UNISA; 2ICB - USP; 3FOUSP. Tel.: (0**11) 5051-6199. E-mail: clauvinajp@uol.com.br

Várias propostas de medicação intracanal vem sendo estudadas, no entanto, a formulação ideal ainda não foi estabelecida, sendo que, alguns microrganismos são mais resistentes às manobras de desinfecção, que outros. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito antimicrobiano frente a Enterococcus faecalis, da clorexidina a 2% e do paramonoclorofenol a 2%, ambos em veículo gel. Raízes de incisivos bovinos foram preparadas em forma de discos e os canais foram padronizados com broca esférica. Os espécimes foram então, esterilizados e infectados com uma suspensão de E. faecalis ATCC 29212, a 37ºC por 24 horas. Foram divididos em dois grupos de três, para aplicação da medicação: Grupo I - clorexidina veiculada em natrosol; Grupo II - paramonoclorofenol veiculado em carbopol. Dois espécimes foram utilizados como controle (Grupo III). Foram novamente incubados a 37ºC por 24 horas. Raspas de dentina foram coletadas após o corte com brocas ISO 25, 27 e 29. Após novo período de incubação e nova inoculação em outros tubos, foi observada a presença de crescimento bacteriano, cuja pureza da cultura era verificada. Todos os procedimentos foram realizados em sextuplicata.

Os resultados foram analisados com o teste do qui-quadrado e observou-se que o digluconato de clorexidina a 2% apresentou-se mais eficaz na eliminação do microrganismo teste que o paramonoclorofenol a 2% (p << 0,001). (Trabalho financiado pela Universidade Santo Amaro.)

A025

Avaliação in vitro da resistência à fratura de raízes endodonticamente tratadas com ácido cítrico e fosfórico.

BRITO, L. M. de*, MALHEIROS, C. F., LAGE-MARQUES, J. L.

Disciplina de Endodontia – Universidade Ibirapuera; Disciplina de Endodontia – FOUSP. E-mail: claudiamalheiros@uol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência à fratura de raízes submetidas à irrigação final do canal radicular com ácido cítrico e fosfórico, soluções ácidas recomendadas para remoção do magma dentinário. Foram utilizados 24 pré-molares inferiores humanos recentemente extraídos, de proporções semelhantes. As coroas foram removidas e os canais instrumentados até a lima tipo K de # 40. A seguir, os espécimes foram divididos em quatro grupos: Grupo A (6 raízes - irrigação final com hipoclorito de sódio a 0,5% - controle); Grupo B (6 raízes - irrigação final com 15 ml de ácido cítrico a 15% por 3 minutos); Grupo C (6 raízes tratadas com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos) e Grupo D (6 raízes - irrigação final com 15 ml de ácido cítrico a 15% e obturação final). As raízes foram incluídas até o terço médio em blocos de resina acrílica, e submetidas, individualmente, à carga axial em uma máquina de ensaio universal (Riehle Testing Machine, Modelo FS-5, Illinois, EUA). A força aplicada em cada espécime foi registrada quando da fratura radicular. Os valores médios encontrados para a ocorrência da fratura dos espécimes foram: Grupo A- 68,2 kg/s; B- 58,8 kg/s; C- 52,8 kg/s e D- 52,0 kg/s.

Observou-se que os espécimes do grupo controle apresentaram maior resistência à fratura, e que a obturação do canal radicular não interferiu positivamente na resistência à fratura das raízes, contudo a análise estatística pelo teste ANOVA revelou não haver diferença significante entre os grupos.

A026

Avaliação da reabsorção radicular apical em dentes com lesões periapicais.

PRATA, M. I. A.*, VILLA, N., CARDOSO, R. J. A.

Departamento de Endodontia – Universidade de Uberaba. Tel.: (0**34) 3312-7834,
 fax: (0**34) 3311-6200. E-mail: miaprata@uol.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a reabsorção radicular apical, em dentes com lesão periapical, através da observação radiográfica e histológica de dentes humanos extraídos. Foram selecionados 66 dentes, com diferentes diagnósticos, tendo como indicação clínica a sua avulsão. Após os exames clínicos, radiográficos de rotina e extração do elemento dental, os espécimes foram armazenados em formol a 10%. Os dentes foram seccionados ao meio, no sentido longitudinal do longo eixo do dente, dividindo-o em duas metades, a partir do canal radicular. Uma metade de cada espécime sofreu processamento histológico, corada alternadamente pelas técnicas de hematoxilina-eosina, Tricrômico de Masson e Brown & Brenn. A outra metade de cada espécime foi preparada por desgaste para avaliação em microscopia de luz polarizada. A avaliação foi feita pela evidência de lacunas de reabsorção na superfície radicular apical e região do canal cementário. A avaliação radiográfica foi feita pela evidência de alterações no contorno apical da raiz no exame radiográfico. Os resultados radiográficos foram comparados aos histológicos quanto à presença de reabsorção, mostrando que as reabsorções radiculares estavam presentes em 80% dos dentes com lesões periapicais, e estas puderam ser vistas em apenas 22,6% dos exames radiográficos.

Concluiu-se que dentes com alterações periapicais freqüentemente apresentam reabsorção radicular apical, podendo alterar sua anatomia apical, e que o exame radiográfico não é confiável em diagnosticar pequenas reabsorções radiculares apicais.

A027

Variação do pH externo frente a utilização de pastas de hidróxido de cálcio.

ZANINI, A.*, SIQUEIRA, E. L., BOMBANA, A. C.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839. E-mail: arienezanini@hotmail.com

Há muito tempo, utiliza-se como alternativa nos tratamentos endodônticos o hidróxido de cálcio como componente básico da medicação intracanal. O objetivo deste trabalho foi avaliar, a partir de aglutinações de hidróxido de cálcio P.A. em três diferentes veículos (solução anestésica, polietilenoglicol 400 e soro fisiológico), inseridos à guisa de medicação intracanal em dentes humanos, as variações de pH que essas composições pudessem induzir na água destilada (pH 7,0) com o passar do tempo, considerando-se como via de liberação de íons cálcio e íons hidroxila para o meio, a própria dentina, destituída da cobertura de cemento. Observou-se que variações de pH estatisticamente significantes ocorreram com maior incidência quando se utilizou como veículo o polietilenoglicol, seguido do soro fisiológico e, nenhuma diferença foi notada no decorrer do tempo quando se utilizou a solução anestésica, somente entre uma e duas semanas.

De posse dos resultados, parece-nos lícito inferir que: 1. O potencial de dissociação iônica da medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio se mostra maior quando da utilização do polietilenoglicol 400 como veículo, seguido do soro fisiológico e da solução anestésica. 2. As variações observadas não refletem, do ponto de vista químico, alterações significativas do potencial hidrogeniônico. 3. Dentes com pequenas perdas estruturais de cemento radicular no terço cervical, como descrito neste trabalho, não permitem grandes alterações de pH no meio externo. (FAPESP, processo nº 99/09965-0.)

A028

Análise do vedamento apical de canais tratados com EDTA-T e EDTA-C e obturados com cimento N-Rickert.

CARLIK, J.*1, NUNES, M. R. L.2, ANTONIAZZI, J. H.3

1UMC/UnG; 2UMC; 3USP.

Analisou-se a influência da aplicação do EDTA-T e EDTA-C no vedamento apical de canais radiculares de 21 dentes caninos humanos extraídos. O preparo químico-cirúrgico dos canais radiculares foi realizado pela técnica de Paiva & Antoniazzi e a irrigação-aspiração efetuada com 5,4 ml de Tergentol-Furacin. Os dentes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos que receberam um tratamento químico específico por três minutos a saber: grupo I - soro fisiológico; grupo II - EDTA-T; e, grupo III - EDTA-C, seguindo-se nova irrigação-aspiração com Tergentol-Furacin. Finalmente todos os canais radiculares foram obturados com cimento N-Rickert pela técnica de cones múltiplos com condensação vertical. As raízes, impermeabilizadas externamente com Super Bonder, foram imersas em azul de metileno a 0,5% com pH 7,2. Após 72 horas de armazenamento em estufa a 37ºC, foram lavadas, clivadas e medida a maior infiltração marginal em cada canal radicular.

A maior média de infiltração ocorreu no grupo III tratado com EDTA-C (1,59), com diferença estatisticamente significante (p << 0,05) em relação às médias registradas no grupo I tratado com soro fisiológico (1,10) e no grupo II tratado com EDTA-T (1,11).

A029

Análise da adesividade de um cimento obturador endodôntico em dentina tratada por diferentes substâncias.

MONTEIRO, P. G.*, BOMBANA, A. C.

FOUSP. Tel.: (0**11) 217-6856, 6191-2552. E-mail: paticagm@yahoo.com.br, acbomban@fo.usp.br

A possível influência do uso de duas soluções de ácido cítrico (10 e 25%) e duas de EDTA (EDTA 15% e EDTA-T 15%), na adesividade à dentina do cimento Sealer-26 foi estudada com auxílio de ensaios de tração e dentes de origem bovina. Vinte e cinco incisivos inferiores foram desgastados de modo a ficarem com suas distâncias vestíbulo-lingual e mésio-distal muito próximas entre si, seguindo-se a inclusão dos espécimes em tubos de PVC com resina acrílica. Cada espécime recebeu na porção incisal uma haste de resina a fim de servir à apreensão do dispositivo de tração. Isso feito promoveu-se um corte horizontal dividindo-se a coroa em duas partes, uma incisal e outra cervical; as quais tiveram as superfícies polidas até lixa 600. Cada parte foi então lavada e tratada em ultra-som visando a máxima remoção de resíduos possível. As amostras foram divididas em quatro grupos experimentais (um para cada agente irrigante) e um grupo controle, irrigando-se as superfícies de dentina exposta com 5 ml de cada um dos produtos, dispensando-se 1 ml por minuto. Após a secagem as partes foram unidas pelo cimento e o conjunto submetido a testes de tração em um dinamômetro Instron.

Os dados obtidos foram tratados estatisticamente e revelaram diferenças significativas entre o grupo controle e os experimentais, permitindo concluir que: 1) a adesividade do cimento à dentina melhorou diante do tratamento químico da superfície do tecido; 2) o melhor resultado foi oferecido pelo ácido cítrico a 25%, seguido do EDTA-T, revelando o ácido cítrico 10% e o EDTA 15% ações praticamente idênticas. (Apoio financeiro: FAPESP.)

A030

Análise comparativa de duas substâncias utilizadas na impermeabilização da superfície radicular externa.

NUNES, M. R. L.*1, PORTES, M. L.2, CARLIK, J.3, ANTONIAZZI, J. H.4

1UMC; 2UNIBAN; 3UMC/UnG; 4USP.

Diversos estudos in vitro realizados em Endodontia empregam a impermeabilização da superfície externa radicular como parte de suas metodologias. Para tanto, as substâncias mais utilizadas são o esmalte de unha e o cianoacrilato de metila, sendo este último na atualidade mais utilizado por apresentar melhor capacidade de vedamento. O presente trabalho propõe um verniz náutico como nova alternativa de agente impermeabilizante, comparando-a com o cianoacrilato de metila. Foram utilizadas 20 raízes de caninos humanos extraídos (do acervo da UnG), todas com o mesmo comprimento e com as entradas dos canais vedadas com óxido de zinco e eugenol, aleatoriamente divididas em dois grupos de acordo com o agente impermeabilizante utilizado: cianoacrilato de metila (Super Bonder®) e verniz náutico (Ypiranga Sparlack Extra Marítimo®). Após a aplicação de camada dupla e aguardados os tempos de secagem de cada material, as raízes foram imersas em solução de azul de metileno a 0,5%, pH = 7,2 e armazenadas em estufa por 72 horas a 37ºC. Finalmente as raízes foram lavadas, secas e seccionadas transversalmente para verificar uma possível infiltração do corante. As secções foram examinadas por meio de lupa estereoscópica.

Os resultados baseados no número de amostras com e sem infiltração mostraram uma diferença estatisticamente significante entre os dois materiais (p << 0,05) e um melhor comportamento do verniz náutico em relação ao cianoacrilato.

A031

Laser Er:YAG versus EDTA: efeito na adaptação de cimentos endodônticos.

VALE, M. S.*, GARCIA, R. B.

Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários – FOB – USP. E-mail: monicavale@uol.com.br

A adaptação do Ketac-Endo, AH Plus e Endométhasone, à dentina radicular foi estudada pelas microscopias óptica e eletrônica de varredura (MEV). Empregaram-se noventa caninos humanos extraídos, que após preparo químico-mecânico, foram divididos em três grupos de 30: Grupo A, empregando-se laser de Er:YAG intracanal, com 44 mJ, 10 pps, durante dez segundos, seguido de irrigação com solução salina fisiológica; Grupo B, empregando-se 5 ml de EDTA durante cinco minutos, seguido de irrigação com solução salina fisiológica, Grupo C, empregando-se 20 ml de solução salina fisiológica. Após secagem e armazenagem, os canais foram obturados pela técnica clássica, vedados com Cimpat, e as raízes armazenadas em umidade de 100% a 37oC, durante 30 dias. Em seguida, foram seccionadas transversalmente a 5 mm do ápice radicular, fixadas em discos de resina, fotografadas nas microscopias, escaneadas e transferidas para o programa SigmaScan para mensuração das áreas preenchidas pelos materiais obturadores e das fendas entre parede do canal e material obturador. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística pelo teste de Kruskal-Wallis, Dunn e Wilcoxon.

Como conclusões obteve-se que: o laser de Er:YAG prejudicou a adaptação de todos os cimentos; o EDTA melhorou a adaptação do Endométhasone e do AH Plus; a solução salina fisiológica melhorou a adaptação do Ketac-Endo; o Endométhasone apresentou a pior adaptação; o AH Plus apresentou a melhor adaptação com EDTA em MEV.

A032

Comparação da citotoxicidade in vitro do ácido cítrico em diversas concentrações.

MALHEIROS, C. F.*, GAVINI, G., JAEGER, M. M. M.

Departamento de Dentística – FOUSP. E-mail: claudiamalheiros@uol.com.br

A irrigação final do canal radicular objetiva a remoção do magma dentinário, possibilitando a atuação da medicação intracanal e facilitando o selamento dentinário do material obturador. As soluções de ácido cítrico em diversas concentrações têm sido recomendadas para este momento importante do tratamento endodôntico. A fim de avaliar a citotoxicidade destas soluções, realizaram-se ensaios de viabilidade pela exclusão de células coradas pelo azul de Trypan. Soluções de ácido cítrico a 25%, 15% e 10% foram diluídas a 1% e 0,5% em DMEM, e aplicadas em culturas de fibroblastos NIH-3T3. Células crescidas e mantidas em DMEM serviram como controle. Foram realizadas contagens celulares em hemocitômetro após 0, 6, 12 e 24 horas de contato (resposta celular de curto prazo) e 1, 3, 5 e 7 dias (longo prazo). Na diluição de 1% houve morte celular imediata para todas as soluções. No experimento de curto prazo, as soluções se comportaram de maneira semelhante ao controle. A solução de ácido cítrico a 25%, na diluição de 0,5%, apresentou crescimento celular estatisticamente menor no experimento de longo prazo.

Conclui-se que as soluções de ácido cítrico mostraram-se biocompatíveis nas concentrações de 15% e 10%, enquanto a 25% foi citotóxica em ambas as diluições.

A033

Avaliação da temperatura intrapulpar durante irradiação com lasers de diodo.

PELINO, J. E. P.*, HAYPEK, P., GOUW-SOARES, S., TANJI, E., BACHMAN, L., EDUARDO, C. P.

Departamento de Dentística – FOUSP; CLA-IPEN. Tel.: (0**11) 5641-8847. E-mail: pelinoj@fo.usp.br

O aumento de temperatura produzido pelos lasers quando aplicados nas superfícies dentais podem provocar danos pulpares irreversíveis dependendo dos parâmetros utilizados. O estudo realizado tem por objetivo analisar o aumento de temperatura produzido pelo laser de diodo (830 nm) quando utilizado para realizar o clareamento dental, através do uso de dois sistemas de lasers de marcas comerciais distintas, ADT e Opus Dent. Foram utilizados 10 dentes de antílope, distribuídos em 4 grupos descritos a seguir: Grupo 1- 1,5-3,0 W (ADT) sem produto clareador (n = 3); Grupo 2- 1,2-3,0 W (Opus Dent) sem produto clareador (n = 3); Grupo 3- 2,0-3,0 W (ADT) com produto clareador (n = 2); e Grupo 4- 2,0-3,0 W (Opus Dent) com produto clareador (n = 2). O produto clareador utilizado foi o Opus White (Opus Dent). Foram acoplados termopares tipo T (cobre-estanho) no interior da câmara pulpar dos dentes, que ficaram imersos (na face lingual) numa cuba térmica à temperatura de 37ºC. As temperaturas obtidas neste estudo não ultrapassaram 5,0ºC dentro dos parâmetros de laser utilizados, sendo que as maiores elevações de temperatura obtidas foram nos parâmetros maiores.

Nos grupos onde o produto clareador não foi aplicado o aumento de temperatura foi maior do que nos grupos onde o produto clareador foi aplicado. Foi observado também que a queda de temperatura ao normal demora mais no grupo onde o produto clareador foi aplicado. Este estudo se mostra de extrema importância para se realizar o procedimento de clareamento dental com segurança e efetividade. (Apoio: FAPESP.)

A034

Avaliação in vivo da precisão de um modelo de localizador apical eletrônico.

RAMOS, C. A. S.*, BERNARDINELI, N.

Endodontia – Universidade Norte do Paraná. Tel.: (0**43) 323-8982. E-mail: caco@inbrapenet.com.br

Os métodos de odontometria que utilizam interpretação de imagens radiográficas apresentam um considerável índice de insucesso na localização da constrição apical. Modificações no princípio de funcionamento dos localizadores apicais eletrônicos foram executadas objetivando medições em canais úmidos. Neste experimento, avaliamos o método eletrônico da impedância freqüência-dependente (Endex), verificando in vivo a influência da condição pulpar e do diâmetro do forame apical na precisão das leituras. Noventa e oito dentes com indicação prévia de extração, totalizando cento e oitenta e seis canais foram utilizados no experimento. Uma vez obtida a leitura, a lima utilizada como eletrodo foi fixada em posição e o dente extraído. As medidas foram obtidas através da visualização direta e um paquímetro, tabuladas e analisadas estatisticamente. Os resultados indicaram que, em média, nos casos de polpa viva, as medidas estavam a 0,9725 ± 0,56 mm aquém da saída do forame apical. Nos casos de necrose, a média foi de 0,9898 ± 0,57 mm aquém, não apresentando diferença estatisticamente significante. Os casos de necrose com forames de diâmetros estreitos (0,8725 ± 0,15 mm aquém), apresentaram resultados diferentes estatisticamente (p << 0,05) dos casos de necrose com diâmetros largos (1,1071 ± 0,23 mm aquém). O mesmo fato não foi observado nos casos de polpa viva.

Todas medições estiveram dentro de um limite clínico aceitável, demonstrando que o método de localização apical eletrônica é seguro e confiável na determinação do comprimento de trabalho.

A035

Estudo comparativo da infiltração apical de três cimentos obturadores.

CALIL, E.*, CALDEIRA, C. L., AUN, C. E., GAVINI, G.

Disciplina de Endodontia, Departamento de Dentística – FOUSP.

O objetivo maior da fase de obturação do sistema de canais radiculares é o perfeito preenchimento deste espaço, utilizando guta-percha associada a um cimento obturador. Tendo em vista a grande variedade de cimentos, os autores se propuseram a estudar comparativamente o grau de infiltração apical de dentes obturados com um cimento à base de óxido de zinco e eugenol, outro à base de hidróxido de cálcio e um outro resinoso, visando determinar qual deles atende melhor às necessidades de selamento apical. Foram selecionados 30 dentes humanos unirradiculares anteriores superiores extraídos, que foram submetidos ao preparo químico-cirúrgico segundo a técnica preconizada por Paiva & Antoniazzi e irrigação final com 10 ml de EDTA-T a 17% e 10 ml de hipoclorito de sódio a 1%. Os dentes foram obturados pela técnica de condensação lateral, variando-se os cimentos obturadores, sendo que no grupo 1 utilizou-se o cimento N-Rickert, no grupo 2 o cimento Sealapex e no grupo 3 o cimento AH Plus. Posteriormente as amostras foram impermeabilizadas com cianoacrilato, exceto o 1 mm apical e coradas com azul de metileno. Em seguida, os dentes foram clivados e examinados em lupa estereoscópica avaliando-se o grau de infiltração linear do corante. Os resultados foram analisados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis (p << 0,005) e mostraram uma menor infiltração do corante no grupo 3, significante quando comparado com os demais grupos.

Podemos concluir que o cimento resinoso apresentou melhor capacidade seladora e impermeabilizante da região apical.

A036

Avaliação de três substâncias químicas auxiliares na remoção de hidróxido de cálcio dos canais radiculares.

CARDOSO, L. N.*, TORRESI, E. C. B., PROKOPOWITSCH, I.

Departamento de Dentística – FOUSP - SP.

Este trabalho teve como objetivo avaliar o EDTA-T, o líquido de Dakin e a clorexidina líquida a 2% quanto à remoção do hidróxido de cálcio do interior dos canais radiculares. Foram utilizadas 30 raízes padronizadas de dentes bovinos (19 mm), que sofreram PQC acorde Paiva e Antoniazzi (18 mm, lima final 90) e preenchimento com uma pasta de hidróxido de cálcio. Após um período de 15 dias mantidas à seco, foram divididas em 3 grupos: G1- EDTA-T, G2- Dakin e G3- clorexidina. Em cada grupo, procedeu-se à remoção da pasta até o CRT, utilizando-se uma lima K 25 e 20 ml da substância química auxiliar; findo esse processo, mais 10 ml da mesma substância auxiliar foram usados na irrigação do conduto. Os dentes foram secos, impermeabilizados externamente com cianoacrilato de metila e imersos em uma solução de azul de metileno a 0,5% por 12 horas. As raízes coradas e lavadas foram inclusas em resina, sendo cortadas e observadas em microscópio óptico acoplado a um microcomputador. Utilizando-se do programa Image Lab, pode-se obter os valores referentes às áreas coradas. A análise e o tratamento estatístico dos dados nos mostrou que no G1 (EDTA-T) ocorreu a melhor remoção da medicação, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os grupos 2 e 3.

Parece-nos lícito concluir que a ação quelante do EDTA-T foi fundamental na obtenção de resultados significantemente melhores quando comparados com o líquido de Dakin e a clorexidina líquida a 2%.

A037

Avaliação in vitro da permeabilidade dentinária na presença ou não de cemento radicular variando-se a técnica de instrumentação.

ROTA, E. L.*, PROKOPOWITSCH, I.

Disciplina de Endodontia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839. E-mail: emersonrota@uol.com.br

Este estudo teve o objetivo de avaliar a influência da remoção do cemento radicular na permeabilidade dentinária. Para tanto foram utilizadas duas técnicas de instrumentação. Foram selecionados 12 dentes unirradiculares, portadores de canal único. Foi confeccionada uma canaleta no sentido axial dos dentes (na parede vestibular e lingual) para delimitar duas superfícies. Em uma das superfícies, 0,5 mm da superfície radicular foi removida com auxílio de brocas diamantadas tronco-cônicas. Já a outra superfície sofreu apenas a remoção do cálculo visível, utilizando-se curetas periodontais. Feito isso, as coroas foram removidas e procedeu-se o acesso ao conduto radicular e posteriormente a odontometria. Os dentes, então, foram divididos em dois grupos: Ga- preparo valendo-se de instrumentos manuais; Gb- preparo com instrumentos rotatórios. Em ambos os grupos, foi utilizado como substância química auxiliar creme de Endo PTC neutralizado com hipoclorito de sódio a 0,5%. Ao final do preparo o dente sofreu irrigação e aspiração de 10 ml de hipoclorito de sódio a 0,5% e de 10 ml de EDTA-T. O conduto radicular foi preenchido com corante azul de metileno a 0,5% por 48 horas. Tanto a entrada do conduto como o forame apical foram vedados com Cimpat e impermeabilizados com cianocrilato de etila (Super Bonder). Os dentes foram incluídos em resina e cortados no sentido transversal nos terços cervical, médio e apical.

O grupo no qual não foi removido o cemento apresentou maior penetração do corante independentemente da técnica de instrumentação.

A038

Avaliação de duas metodologias e quantificação da extusão de debris apicais.

DEONÍZIO, M .D. A.*, GAVINI, G., PONTAROLO, R.

Departamento de Endodontia – FOUSP. E-mail: maridoro@rla01.pucpr.br

O propósito deste estudo foi verificar, in vitro, as metodologias: esponja de poliuretano e sistema de filtração Millipore com filtros de 0,45 micrômetros para coletar material extruído, líquido e sólido, além do forame apical, quando do preparo químico-cirúrgico de canais radiculares. Foram utilizados doze incisivos inferiores do banco de dentes da FOUSP. Foram mergulhados em timol a 0,1% e suas superfícies radiculares foram alisadas. A cirurgia de acesso foi realizada de acordo com PAIVA; ANTONIAZZI (1988). O dispositivo metálico, com o elemento dental fixado e com isolamento absoluto; o sistema de filtração Millipore e a esponja de poliuretano foram fixados à haste universal com garra dupla. Todos os espécimes foram instrumentados de acordo com parte da técnica PAIVA; ANTONIAZZI (1988) com água destilada como líquido irrigador, sendo 10ml o  volume total de irrigante utilizados para cada espécime. Para realização da coleta primária, a esponja de 2 x 2 x 2 cm permaneceu encostada ao forame e foi removida após instrumentação. Após isto, os debris residuais aderidos à superfície radicular foram removidos com 40 ml de água destilada e então coletados pelo sistema de filtração Millipore (coleta secundária). Tanto as esponjas quanto os filtros foram levados à estufa por 24 horas a 37ºC, retirados e levados à sala com 49% de U.R. e a 20ºC dentro de um dessecador, resfriados por 5’, pesados e os valores comparados entre a pesagem final e inicial. O método primário coletou 38,9% do material sólido extruído, enquanto que o método secundário coletou 61,1% desse material além do forame.

A039

Avaliação comparativa da permeabilidade dentinária após o preparo do canal variando as substâncias químicas.

AMORIM, C. V. G.*, LAGE-MARQUES, J. L.

Universidade de São Paulo; Universidade Ibirapuera - São Paulo - Brasil. E-mail: jmarques@fo.usp.br

O aumento da permeabilidade dentinária obtida durante o preparo do sistema de canais radiculares é fator fundamental para a adequada ação dos agentes químicos utilizados na terapia endodôntica. A proposta deste estudo foi avaliar, in vitro, a penetração do corante rodamina B após o preparo químico e cirúrgico de 27 incisivos com canal único. Esses especimes foram distribuídos aleatoriamente em 3 três grupos experimentais: Grupo I- hipoclorito de sódio 0,5% + creme Endo PTC, irrigação final: EDTA-T (farmácia de manipulação: Oficinalis), Grupo II- hipoclorito de sódio 0,5% + Glyde File Prep (Dentsply), Grupo III- hipoclorito de sódio 0,5% + File-Eze (Ultradent). Os espécimes do Grupo controle (3) foram preparados com água destilada. Após a irrigação-aspiração final e secagem, o corante foi introduzido nos canais e removido imediatamente por aspiração e secagem com cones de papel. Cada espécime recebeu 5 cortes transversais, resultando em seis amostras (2 leituras/terço). As amostras foram digitalizadas, e com o auxílio do software Image Lab, avaliou-se a penetração do corante pela mensuração das áreas coradas (%). As médias de penetração (%) do corante nas amostras foram analisadas e tratadas estatisticamente, p << 0,05 (Kruskal-Wallis).

As substâncias químicas auxiliares: hipoclorito de sódio + Endo-PTC, hipoclorito de sódio + Glyde e hipoclorito de sódio + File-Eze promoveram aumento de permeabilidade dentinária radicular de maneira semelhante. O terço apical de todas as raízes experimentais apresentou-se menos permeável que os terços médio e cervical.

A040

Análise histoquímica da invasão microbiana da lesão periapical em pacientes imunocompetentes e imunodeprimidos pelo HIV.

OLIVEIRA, R. B.*, ARAÚJO, V. C., LAGE-MARQUES, J. L.

Departamento de Dentística – FOUSP. E-mail: riborveira@hotmail.com

Este trabalho teve como objetivo verificar a importância do sistema imunológico na possível prevenção da invasão por microrganismos nas lesões periapicais de dentes extraídos de pacientes imunodeprimidos pelo vírus HIV e imunocompetentes, que constituíram dois grupos. Foram selecionados cinco exames anátomo-patológicos de cada grupo os quais mencionavam na descrição do exame macroscópico lesão ou tecido apenso ao ápice radicular. Além disso, no grupo imunodeprimido pelo vírus HIV selecionou-se os espécimes de pacientes com nível de CD4 menor que 200 céls./mm3 de sangue. Os espécimes selecionados foram submetidos aos procedimentos laboratoriais para análise histoquímica pela técnica de coloração de Brown & Hopps.

A avaliação ocorreu em microscopia de luz quando detectou-se invasão das lesões periapicais por microrganismos em todos os espécimes analisados ressaltando que, a mesma foi mais facilmente perceptível em algumas lâminas dos pacientes imunodeprimidos pelo vírus HIV, onde os microrganismos aparentavam estar presentes em maior número.

A041

Avaliação da resistência a torção de limas de níquel-titânio, variando-se conicidade e fixação da ponta.

SHIMABUKO, D. M.*, AUN, C. E., GAVINI, G.

Disciplina de Endodontia – UNICID; FOUSP. Tel.: (0**11) 9249-0805. E-mail: ddmshi@aol.com

Procurando possibilitar uma adequada modelagem e sanificação do canal radicular curvo, limas rotatórias de níquel-titânio têm sido empregadas, principalmente devido a grande flexibilidade e baixo módulo de elasticidade que esses instrumentos apresentam. Atuando em movimento rotacional no interior do canal radicular, devem ser utilizados de forma controlada e rítmica, evitando a sua fratura. Desse modo, a avaliação da resistência a fratura desses instrumentos, por meio de ensaios de torção, permite a determinação de qual intensidade de força podemos imprimir a lima, sem o risco de acidentes. Em nosso estudo, comparamos limas Quantec com duas conicidades distintas: 0.04 e 0.06, variando-se o sistema de fixação da ponta. Comparando-se as duas conicidades, a resistência a torção das limas Quantec nº 6 foram estatisticamente menores em relação as limas Quantec nº 8, independentemente do sistema de fixação da ponta. Houve diferença estatisticamente significante entre os testes rígido e elástico, independentemente da conicidade do instrumento.

Instrumentos rotatórios de maior conicidade, tendem a apresentar maior resistência a torção, quando comparados aos de menor, considerando-se mesmo comprimento de parte ativa e diâmetro inicial.

A042

Avaliação morfológica de 5 marcas de limas endodônticas do tipo K existentes no mercado.

MARTINELLI, R. S.*, NEIVA, V. L., HOAMAOKA, L., MOURA, A. A. M.

FOUSP.

Cinco marcas de limas endodônticas vendidas como tipo K foram avaliadas com relação à sua morfologia. As marcas escolhidas foram aquelas que são mais comumente encontradas no mercado brasileiro e mundial, são elas: lima K-file colorinox, fabricada pela Maillefer Instruments, Ballaigues - Suíça; lima Mor-Flex K-type files, fabricada pela Moyco Union Broach, York PA; lima K-file, fabricada pela Dyna Endodontic instruments, Bourges - França; lima K-file, fabricada pela Many, Japão e lima K-file da marca Kerr Sybron - México. Foram analisadas 10 limas de cada marca acima relacionada, totalizando 50 limas que foram divididas em 5 grupos distintos. Analisamos primeiramente o comprimento do instrumento, tamanho da parte ativa e distância entre os passos utilizando-se para tanto um microscópio óptico ajustado para uma magnificação de 40 vezes, sendo todas as medidas expressas em milímetros e os dados foram anotados em uma tabela separando-se cada grupo. Num passo subseqüente, preparamos as limas para microscopia eletrônica de varredura onde foi analisada a anatomia da ponta, a secção transversal e a qualidade das arestas cortantes, sendo os dados anotados em tabelas específicas.

Os resultados mostraram diferenças entre as marcas observadas neste experimento, alertando assim os endodontistas que fazem uso deste tipo de lima.

A043

Perfil do paciente traumatizado – levantamento do centro de trauma – FOUSP.

SHIMIZU, M. H.*, PUGGINA, C., PROKOPOWITSCH, I., AZEVEDO, C.

Disciplina de Endodontia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7477.

A Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo possui um centro de atendimento (CADE - Trauma Dental) para as vítimas de traumatismos dentais. O atendimento é realizado diariamente e atua principalmente nos traumas que envolvem os tecidos duros e de sustentação dos dentes. O objetivo deste trabalho é obter o perfil do paciente traumatizado. Através da ficha de anamnese de 387 pacientes foram observados sexo, idade, dentes envolvidos no trauma, tempo decorrido do trauma  até o 1º atendimento no CADE - Trauma Dental, etiologia, tipos de trauma, dentes avulsionados, freqüência de avulsão versus idade, tempo decorrido da avulsão versus 1º atendimento no CADE - Trauma Dental e etiologia da avulsão. Todos os resultados foram analisados estatisticamente através do teste de qui-quadrado.

Podemos concluir que o perfil do paciente que sofreu traumatismo dental é do sexo masculino, 65,9%, com idade na faixa dos 9 aos 11 anos, com forte incidência no dente 11 (32%) ou no 21 (33,6%). A causa mais provável é a queda, acidental ou de bicicleta. A avulsão dos elementos dentais é o tipo de lesão mais freqüente quando ocorre envolvimento dos tecidos de sustentação e a fratura coronária ao envolver os tecidos duros dos dentes. O maior problema está no tempo decorrido do trauma até a primeira consulta no centro de trauma. O atendimento imediato favorece o prognóstico do tratamento e corresponde apenas a 5,8% dos pacientes e somente 31,5% comparecem na primeira semana.

A044

Infiltração apical da obturação de canais radiculares de secção elíptica.

FERREIRA, R.*, SANTOS, M., DOTTO, S. R.

Universidade de Santa Cruz do Sul - RS.

Objetivos: o propósito deste estudo foi avaliar, in vitro, a capacidade de vedamento apical da obturação dos canais radiculares com secção transversal elíptica, utilizando diferentes técnicas de condensação. Métodos e resultados: no estudo foram utilizados trinta segundos pré-molares superiores, obturados com a técnica de condensação vertical, variando o uso de condensadores circulares e elípticos, e a técnica de condensação lateral. Após imersão no corante azul de metileno por 48 horas, os dentes foram diafanizados e a infiltração linear máxima foi medida.

Conclusão: avaliados pelo teste de Kruskal-Wallis, a variação das técnicas e dos condensadores não mostrou diferença significativa quanto ao vedamento marginal apical da obturação, embora o grupo onde a condensação vertical foi realizada com o condensador elíptico tenha demonstrado o menor índice de infiltração.

A045

Avaliação in vitro da influência da instrumentação manual e rotatória na permeabilidade dentinária radicular.

PANZANI, C.*, SANTOS, M., BOMBANA, C., SIQUEIRA, E. L.

Disciplina de Endodontia – FOUSP. Tel.: (0**13) 3288-4298.

A possível influência das instrumentações manual e rotatória na permeabilidade dentinária, foi avaliada com o auxílio do corante azul de metileno. Vinte pré-molares inferiores tiveram as suas coroas removidas, e foram divididos em quatro grupos. Primeiro grupo, oito espécimes, foram instrumentados manualmente com a técnica cérvico-apical com limas tipo K Flexofile. Segundo grupo, oito espécimes, foram preparados com instrumentos ProFile .04. A substância química utilizada para os dois grupos foi o hipoclorito de sódio a 0,5%, que era renovada cada vez que mudava o instrumento. Grupo controle positivo onde dois espécimes foram apenas irrigados com hipoclorito de sódio a 0,5%. Controle negativo, dois espécimes, que não foram submetidos a nenhum tipo de instrumentação ou irrigação. Todos os dentes foram impermeabilizados na sua porção externa com cianoacrilato de etila e, imersos em azul de metileno a 0,5%, pH 7,2 e levados à estufa a 37ºC em umidade relativa 100% por 24 horas. Foram então removidos da solução e lavados em água corrente. Confeccionou-se sulcos longitudinais e com o auxílio de um clivador, as raízes foram separadas. Para a análise dos espécimes, foi utilizada uma placa de polietileno, quadriculada milimetricamente, e com o auxílio de uma lupa, foi quantificada a área total das hemi-secções e a região em que foram coradas.

As duas formas de preparo do canal radicular estudadas neste trabalho, não apresentaram diferença estatisticamente significante quanto ao aumento de permeabilidade dentinária.

A046

Avaliação in vitro da microinfiltração coronária em canais radiculares obturados após irrigação com clorexidina gel.

GOMES, N. V.*, FERRAZ, C. C. R., GOMES, B. P. F. A., TEIXEIRA, F. B., SOUZA-FILHO, F. J.

Disciplina de Endodontia – FOP – UNICAMP.

A irrigação tem importante função no preparo químico-mecânico do sistema de canais radiculares. A “smear layer” sobre as paredes do canal radicular atua como barreira física, interferindo no selamento dos cimentos obturadores. Com a remoção da “smear layer” ocorre penetração do cimento obturador no interior dos túbulos dentinários, aumentando a interface entre a obturação e a parede dentinária, melhorando a capacidade seladora da obturação. O objetivo deste estudo foi avaliar a microinfiltração coronária após o uso de diferentes tipos de irrigantes endodônticos. Cinqüenta dentes monorradiculares humanos foram instrumentados pela técnica híbrida e obturados pela técnica da condensação lateral, sendo cada grupo (n = 10) irrigado com uma das seguintes soluções: G1- NaOCl 1%, G2- NaOCl 1% + EDTA 17%, G3- gel de clorexidina 2%, G4- gel de clorexidina 2% + NaOCl 1%, G5- água destilada. Após obturação os dentes foram armazenados por 10 dias a 37ºC para completa presa do cimento obturador, imersos por 10 dias em saliva humana a 37ºC, seguido por mais 10 dias em tinta nanquim. Os dentes foram diafanizados, e a microinfiltração coronária medida em milímetros.

No grupo G2 obteve-se a menor infiltração (2,62 mm), no entanto, sem diferença estatisticamente significante (p << 0,05) ao grupo G3 (2,78 mm). Os grupos G1 (3,51 mm), G5 (6,10 mm), e G4 (9,36 mm) tiveram as médias de infiltração coronária progressivamente maior, diferindo estatisticamente dos grupos G2 e G3, e entre si (p >> 0,05).

A047

Estudo bacteriológico de canais radiculares associados a abscessos periapicais.

SOUSA, E. L. R.*, FERRAZ, C. C. R., PINHEIRO, E. T., GOMES, B. P. F. A., TEIXEIRA, F. B., SOUZA-FILHO, F. J.

Endodontia – FOP – UNICAMP.

O objetivo do presente estudo foi identificar microrganismos presentes em canais radiculares associados a abscessos periapicais, suas possíveis correlações com as fases dos abscessos, além de avaliar a sensibilidade microbiana. Coletou-se amostras microbiológicas de 30 canais radiculares usando pontas de papel estéreis, transportadas em VMGA, diluídas, plaqueadas e incubadas na câmara de anaerobiose. As colônias microbianas foram purificadas, caracterizadas e identificadas. Cento e dezessete bactérias foram encontradas, sendo 75 (64,1%) anaeróbias estritas. As bactérias anaeróbias mais freqüentemente isoladas foram: P. prevotii (43,3%), P. micros (30%), F. necrophorum (23,3%). Embora menos freqüentes, bactérias facultativas como G. morbillorum (30%) e S. mitis (20%) também foram encontradas. As espécies mais prevalentes P. prevotii e F. necrophorum foram testadas quanto à suscetibilidade antimicrobiana através do método do “E-test”, utilizando os seguintes antibióticos: benzilpenicilina, amoxicilina, amoxicilina + ácido clavulânico, metronidazol e clindamicina. P. prevotii e F. necrophorum apresentaram-se sensíveis a todos os antibióticos testados.

Apesar da ausência de significância estatística, nossos resultados indicaram predominância de bactérias anaeróbias gram-positivas e a presença de microbiota mista nos canais radiculares infectados associados a abscessos periapicais. Os testes de suscetibilidade antimicrobiana revelaram que as espécies P. prevotii e F. necrophorum apresentaram-se sensíveis a todos os antibióticos testados. (FAPESP - 1999/08504-9.)

A048

Detecção de microrganismos superinfectantes em pacientes portadores de infecção endodôntica de caráter primário.

FERRARI, P. H. P.*, CAI, S., BOMBANA, A. C.

Departamento de Dentística, Disciplina de Endodontia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839. E-mail: pferrari@fo.usp.br

O objetivo do estudo foi detectar a presença de espécies de enterococos, leveduras e enterobactérias em 25 pacientes portadores de polpa necrótica e lesão periapical com câmara pulpar fechada. As amostras foram colhidas com cones de papel esterilizados, em vários momentos: 1ªcoleta- superfície dental; 2ª- imediatamente após acessar o canal radicular; 3ª- após preparo químico-cirúrgico; 4ª- após 7 dias sem medicação intracanal e a 5ª coleta- 7 dias após a inserção da medicação. Os cones foram transferidos para o meio VMGAIII. As amostras foram semeadas na superfície de meios sólidos seletivos e não-seletivos. A identificação foi baseada no perfil bioquímico apresentado pelas amostras em testes específicos. Em 92% dos casos microrganismos puderam ser isolados do interior dos canais quando da 2ª coleta, sendo 16% enterococos, 4% enterobactérias e 4% leveduras. Após o preparo químico-cirúrgico, os oportunistas pesquisados não foram isolados. Após 7 dias sem medicação intracanal, 100% dos canais abrigavam microrganismos, sendo 48% enterococos, 12% enterobactérias e 12% leveduras. Porém, quando empregamos a medicação intracanal PRP por 7 dias, enterobactérias e leveduras não foram mais isoladas enquanto os enterococos foram identificados em 3 casos.

Concluímos que os microrganismos superinfectantes pesquisados foram pouco freqüentes nos casos de infecção endodôntica primária e que os enterococos, especialmente E. faecalis e E. faecium, mostraram-se resistentes mesmo após o preparo do canal seguido do uso da medicação PRP. (FAPESP – 99/07323-0.)

A049

Avaliação marginal apical de três técnicas de preparo do canal radicular.

ANDRADE, W. B.*1, HADDAD FILHO, M. S.1, NEIVA, V. L. M.1, CALDEIRA, C. L.1,
MEDEIROS, J. M. F.2

1FOUSP; 2USF. E-mail: drweber@ig.com.br

O propósito dessa pesquisa foi cotejar a influência do emprego de três técnicas de preparo do canal radicular na infiltração apical. Utilizou-se 60 raízes mésio-vestibulares de molares humanos extraídos, que foram divididas em três grupos: Grupo A- os canais foram instrumentados com a técnica escalonada; Grupo B- valeu-se da técnica cérvico- apical; Grupo C- empregou-se aparelho mecânico rotatório para preparo do canal radicular. Os canais radiculares foram obturados pela técnica de cones múltiplos com condensação lateral, empregando-se o cimento N-Rickert como material obturador. A seguir, impermeabilizou-se a superfície externa das amostras com 3 camadas de esmalte de unhas, deixando-se visível 1 mm do terço radicular apical. As raízes foram então imersas em corante azul de metileno a 0,5% (pH 7,2) durante 72 horas a 37ºC em ambiente de umidade relativa 100%. As amostras foram depois incluídas em gesso-pedra e a seguir, desgastadas. Com auxílio de microscópio comparador tomaram-se as medidas de penetração do corante azul de metileno. Os resultados obtidos mostram valores médios de infiltração: G.A = 2,26 mm; G.B = 1,86 mm; G.C = 1,46 mm.

Concluiu-se então que o Grupo C mostrou desempenho superior, com média de infiltração menor que os Grupos A e B; essa diferença porém, não foi estatisticamente significante.

A050

Análise das características superficiais de instrumentos ProFile através de microscopia eletrônica de varredura.

MARTINS, R. C.*, BAHIA, M. G. A., BUONO, V. T. L.

Departamento de Odontologia Restauradora, Departamento de Engenharia Metalúrgica de Materiais – FO/EE – UFMG. E-mail: r.c.martins@uol.com.br

Os procedimentos de usinagem e acabamento a que são submetidos os instrumentos de níquel-titânio resultam em superfícies irregulares, com imperfeições e impurezas. Um total de 15 instrumentos de Ni-Ti acionados a motor, ProFile, calibres nº 20/.04, nº 25/.04, nº 20/.06, cinco instrumentos de cada, foram analisados através de microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia de energia dispersiva de raios X, com o intuito de observar as características superficiais de instrumentos novos, antes e após dois métodos de esterilização. Foram encontrados muitos fragmentos, rebarbas e raspas de metal, além de irregularidades e variações na geometria de instrumentos dentro de um mesmo calibre. Uma grande quantidade de material depositado nas pontas e ao longo das hastes cortantes dos instrumentos foi detectada, sendo que este padrão não se modificou após um ciclo de esterilização em autoclave ou estufa. O material de depósito, constituído basicamente de carbono, enxofre e oxigênio, mostrou-se muito retentivo, não sendo eliminado pelos procedimentos de limpeza e esterilização utilizados comumente.

De acordo com as observações deste estudo, sugere-se que a presença deste material de depósito juntamente com as imperfeições encontradas na superfície dos instrumentos de Ni-Ti, podem propiciar um ­maior acúmulo de resíduos resultantes da formatação do sistema de canais radiculares e, ao mesmo tempo, dificultar uma adequada limpeza e desinfecção das limas, levando à quebra da cadeia asséptica imprescindível para a manutenção da biossegurança durante a terapia endodôntica.

A051

A infiltração marginal no canal radicular após procedimentos de clareamento interno.

NEIVA, V.*, MARTINELLI, R., HAMAOKA, L., MOURA, A.

Departamento de Dentística, Disciplina de Endodontia – Universidade de São Paulo. E-mail: veralmn@fo.usp.br

A finalidade desse trabalho foi avaliar os efeitos de duas pastas utilizadas no clareamento ambulante (“walking bleaching”): perborato de sódio associado ao peróxido de hidrogênio e o uso de perborato de sódio misturado à água destilada sobre duas barreiras cervicais utilizadas após a obturação dos canais radiculares. Os materiais utilizados nas barreiras foram o cimento de ionômero de vidro (tipo II – Shofu) e o cimento provisório Citodur, colocadas em momentos diferentes: na mesma sessão de início dos procedimentos de clareamento ou colocadas numa sessão, aguardado o devido período de presa das mesmas e início do clareamento em outra sessão. Quarenta e quatro incisivos centrais superiores foram selecionados, estabelecidos os CRTs e tratados acorde técnica Paiva & Antoniazzi. Todos os espécimes foram obturados com cimento N-Rickert e condensação lateral. Foram então divididos em 8 grupos e 4 espécimes foram usados para controles positivo e negativo. Após os procedimentos de clareamento, os dentes foram impermeabilizados com cianocrilato de etila e imersos em corante Rodamina B 1% por 48 horas a 37oC. Após esse período, foram incluídos em resina e seccionados longitudinalmente, no sentido vestíbulo-palatino. Com auxílio de uma lupa esteroscópica com 15 aumentos, foi feita a mensuração da média de infiltração de corante de cada espécime.

Pode-se concluir que os grupos que esperaram o devido período de presa do material utilizado nas barreiras tiveram um resultado melhor que os grupos que iniciaram o clareamento na mesma sessão que inseriram as suas barreiras. Percebeu-se também menor infiltração nos grupos que não utilizaram o peróxido de hidrogênio como material clareador.

A052

Ação do Carisolv® na permeabilidade da dentina radicular, quando utilizado após o preparo químico-cirúrgico do canal.

POLO, I.*, LAGE-MARQUES, J. L., SHIMABUKO, D. M.

Departamento de Dentística, Disciplina de Endodontia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839.

Avaliou-se a influência Carisolv® na penetração do corante Rodamina B a 1% na dentina radicular. Trinta dentes humanos unirradiculares tiveram os canais preparados pela técnica seriada com instrumentos endodônticos, Endo PTC e Dakin. Após, constituíram-se três grupos com dez espécimes. No grupo I os canais receberam irrigação final com soro fisiológico, no grupo II com EDTA-T e no grupo III com o gel Carisolv®. Após secagem do canal com cones de papel, eles foram preenchidos com solução Rodamina e mantidos em estufa a 37ºC, durante 30 minutos. Em seguida, os canais foram esvaziados, secados com cones de papel e mantidos em estufa a 50ºC, durante 15 minutos. Após secagem do corante, cortou-se transversalmente o dente no limite amelocementário. Na raiz, após novos cortes, obteve-se seis fragmentos (anéis) de espessura iguais, sendo dois apicais, dois médios e dois cervicais. A área da superfície cervical e da infiltração do corante, em cada anel, foi mensurada, em pixels. Após, obteve-se a média porcentual da infiltração de cada terço radicular. Para tal, a imagens das superfícies foram digitalizadas com auxílio do “scanner” e arquivada em computador, onde se utilizou o programa Image Lab 2.3 para a leitura. O porcentual médio da infiltração do corante na dentina radicular no G I foi 27,41, no G II foi 66,80 e no G III foi 51,49.

Foi possível concluir que a irrigação final, após preparo químico-cirúrgico, pela utilização do gel Carisolv® e do EDTA-T, aumenta a permeabilidade dentinária nos três terços radiculares enquanto que o terço apical foi o menos permeável.

A053

Estudo comparativo de quatro sistemas de instrumentação rotatória.

CAMPOS, C. A .*, CAMPOS, C. N.

Departamento de Clínica Odontológica, Disciplina de Endodontia – FO – UFJF. Tel.: (0**32) 3229-3864. E-mail: cauber@terra.com.br

O objetivo do presente estudo foi comparar a eficiência de quatro sistemas rotatórios de instrumentação de canais radiculares quanto à capacidade de efetuar a dilatação sem provocar desvios ou deformações anatômicas, mantendo o eixo de curvatura original do canal. Oitenta raízes mésio-vestibulares com curvatura em torno de 30º, de molares superiores, divididos em quatro grupos de 20 dentes cada, tiveram os canais instrumentados pelos sistemas: ProFile® .04 e .06, Quantec® LX, ProFile series 29® e Pow-R®. Após instrumentação biomecânica, os canais foram preenchidos com Telebrix® 38 e delineados através de projeções das radiografias pré- e pós-preparo. Os canais foram medidos em oito níveis e avaliados através de um método matemático que dispensa a presença de observadores.

Os resultados mostraram preparos com boa conicidade, bem centrados, com baixo índice de transporte, sem rasgo, perfuração ou “zip” apical que pudessem comprometer a instrumentação. Estatisticamente, quanto à qualidade do preparo, não foi encontrada diferença significante entre os grupos (p >> 0,05). ­Quanto à manutenção do eixo do canal, o sistema Pow-R® apresentou índices de transporte mais elevados, com diferença significante em relação ao ProFile .04 e .06 (p << 0,05).

A054

Ação do EDTA 17% na remoção da “smear layer” endodôntica.

FARIA, R. A., CÔRTES, M. I. S., BASTOS, J. V.

Departamento de Odontologia Restauradora – FO – UFMG. E-mail: galaco@gold.com.br

O método quantitativo de avaliação da remoção da “smear layer” foi desenvolvido para caracterização morfológica (MEV) da superfície dentinária, utilizando 8 pré-molares extraídos, instrumentados com limas Pow-R e submetidos a diferentes técnicas de irrigação final com EDTA 17% e NaOCl 2,5%. Dois dentes foram utilizados para controle, negativo antes da instrumentação e, positivo, após a formação da “smear layer”. Foram obtidas 5 fotomicrografias (2.000 X) da região apical de cada canal para definição dos critérios de caracterização de túbulos íntegros e áreas danificadas. Após análise da aplicabilidade do método (FARIA et al., SBPqO, 2000, resumo 178), sua validação foi realizada comparando-se as leituras de 3 examinadores em 4 fotomicrografias selecionadas aleatoriamente. Em seguida, o método foi utilizado com o objetivo de comparar 3 volumes de EDTA 17%. A amostra foi composta de 9 dentes, sendo 3 por grupo (G1 = área volumétrica do canal; G2 = 1,5 ml; G3 = 3,0 ml). Para cada grupo foram utilizadas 15 fotomicrografias divididas em 180 campos. Após análise pelo teste de Kruskal-W allis, observou-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos quanto ao número de túbulos íntegros (p = 0,003) e de áreas danificadas (p << 0,001). Os resultados para túbulos íntegros foram (média/DP), G1 (0,69/09), G2 (0,39/0,8) e G3 (0,50/0,8);e em relação ao número de áreas danificadas, G1 (0,04/0,2), G2 (0,14/0,4) e G3 (0,23/0,5).

Estes resultados demonstraram que no G1, foram identificados maior número de túbulos íntegros e menor número de áreas danificadas. (Apoio financeiro: CAPES.)

A055

Comparação entre técnica de McSpadden modificada e técnica de condensação lateral.

CAMõES, I. C. G.*, FREITAS, L. F., Chevitarese, O., Gomes, C. c., Sales, C. L.

Departamento de Odontoclínica – UFF. Tel.: (0**21) 274-5228. E-mail: icamoes@matrix.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a qualidade de duas técnicas de obturação do sistema de canais radiculares através da visualização ao microscópio eletrônico da penetração do cimento e/ou guta-percha nos túbulos dentinários. Dez caninos extraídos foram biomecanicamente preparados, usando Edta para remover o “smear layer” e divididos em dois grupos de cinco amostras. Todos os canais radiculares foram preenchidos com cimento Endo-Fill e cones de guta-percha, sendo que o Grupo 1 teve os condutos obturados pela técnica de condensação lateral e o Grupo 2 pela técnica de McSpadden modificada. As raízes foram cortadas em terços e apenas os terços médios foram aproveitados sendo “splitados” de forma a obter-se um total de 20 amostras, observadas ao microscópio eletrônico de varredura (MEV), com finalidade de se observar o grau de penetração do material obturador nos túbulos dentinários. Os corpos-de-prova foram visualizados com aumentos de 500, 1.200, 1.500 e 2.000 vezes, avaliando-se o preenchimento dos túbulos dentinários.

Após análise das fotografias (MEV) por 7 observadores concluiu-se que o Grupo 2 mostrou presença de material obturador em seus túbulos dentinários significativamente maior que o Grupo 1, deixando explícita a superioridade da técnica de McSpadden modificada no que concerne ao selamento do material obturador.

A056

Difusão de substâncias provenientes de associações com Ca(OH)2: estudo cromatográfico (HPLC).

CAMÕES, I. C. G., SALLESM, R., CHEVITARESE, O., GOMES, G. C.

Departamento de Odontoclínica – UFF. Tel.: (0**21) 274-5228.

Esta pesquisa teve por propósito avaliar, por meio de cromatografia líquida de alta performance (High Performance Liquid Chromatography – HPLC), alíquotas de meios aquosos em que estiveram imersos 25 pré-molares humanos mantidos, um a um, em frascos de 800 ml de água deionizada ultrapura durante 1.687 horas após o preenchimento dos condutos com associações entre Ca(OH)2 e diversos veículos. Os dentes foram divididos em grupos de 5, sendo que cada um teve seus condutos preenchidos individualmente por pasta de Ca(OH)2 associado a um veículo respectivo; Grupo 1 - polietilenoglicol e colofônia (Calen); Grupo 2 - glicerina e paramonoclorofenol canforado (PMCC); Grupo 3 - PMCC; Grupo 4 - glicerina, tricresol e formalina; e Grupo 5 - solução anestésica (prilocaína). Ao término deste período foram feitas análises cromatográficas dos meios aquosos relativos a cada grupo com o objetivo de detectar substâncias que além do cálcio e da hidroxila, tenham se difundido a partir das pastas e que sejam detectáveis por meio de HPLC.

Após a análise dos cromatogramas, pode-se concluir que além do Ca2+ e do íon OH uma considerável quantidade de substâncias foram capazes de atingir o meio externo, sendo detectadas no meio aquoso, particularmente no Grupo 4.

A057

Verificação do teor de cloro ativo em soluções comerciais de hipoclorito de sódio.

SAYÃO MAIA, S. M., VARGAS, C. M., PÉCORA, J. D.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Pernambuco – Universidade de Pernambuco. Tel.: (0**81) 3458-1088, fax: (0**81) 3458-1476. E-mail: ssayao@uol.com.br

A pesquisa objetivou avaliar o real teor de cloro em soluções de hipoclorito comercializadas nas casas de materiais dentários. O teor de cloro ativo presente em 14 soluções de hipoclorito de sódio – 7 líquidos de Dakin; 5 soluções de Milton e 2 sodas cloradas – foi verificado através da titulometria. Dentre as soluções, 11 foram adquiridas no comércio e 3 preparadas no laboratório da FORP - USP.Os valores encontrados foram comparados àqueles descritos pelos fabricantes nos rótulos das embalagens e a intervalos de valores considerados ideais pela literatura consultada. Das amostras testadas, 6 apresentavam teor de cloro abaixo do declarado (4 líquidos de Dakin, 1 solução de Milton e 1 soda clorada). As três soluções preparadas serviram como parâmetro. O tempo de validade declarado no rótulo da maioria das soluções foi de 12 meses, sendo predominante a embalagem plástica em cor branca. A literatura recomenda 3 meses como o tempo máximo de validade e embalagem escura, preferentemente vidro de cor âmbar.

Os resultados encontrados permitem concluir que faltou efetivo controle na qualidade das soluções analisadas o que pode comprometer a ação das referidas substâncias durante o preparo químico-mecânico dos sistemas de canais radiculares.

A058

Análise das alterações morfológicas de canais radiculares irradiados com laser de Er:YAG com ponteira cilíndrica e cônica.

ARAKI, A. T.*, LAGE-MARQUES, J. L., OKAGAMI, Y., KATAOKA, K., OISHI, J.

Morita Co.; Endodontia – FOUSP - SP. E-mail: jmarques@fo.usp.br

Usualmente preconiza-se a ponteira cilíndrica (PCI) na ação intracanal com movimentos circulares, no entanto a nova ponteira cônica (PCO) tem como objetivo distribuir maior quantidade de irradiação na superfície dentinária do canal radicular proporcionando o controle do extravasamento apical do laser. Assim a proposta deste estudo in vitro foi analisar as alterações morfológicas provocadas pelo laser de Er:YAG com PCI e a PCO em canais radiculares. Foi realizado o tratamento endodôntico acorde técnica tradicional nos espécimes selecionados (12). Os parâmetros utilizados para o Grupo 1 (6) foram 47 mJ (“output”), 10 Hz, 2 mm/s, 15 ml de água/espécime, PCI de 2 anéis (Kavo), sendo que estes foram subdivididos em: 1A (3) movimentos circulares ápico-cervical (AC) (2 X) e cérvico-apical (CA) (2 X) e 1B (3) com movimentos longitudinais (4 X). No Grupo 2 (6) empregou-se a PCO (Morita) com movimentos longitudinais (AC) e irrigação com 0,5 ml de água/min., estes foram subdivididos em: 2A (3) utilizando ponteira com 300 mm, 10 mJ (“output”), 10 pps, 0,5 mm/s e 2B (3) ponteira com 400 mm, 30 mJ (“output”), 10 pps, 1 mm/s. Após a irradiação os espécimes foram preparados para análise em MEV. Nas imagens obtidas foram observadas microfraturas, fusão e áreas não irradiadas no Grupo 1 e nas amostras do Grupo 2, verificou-se a ação do laser em todo o canal, sendo que o Grupo 2A apresentou fusão e microfraturas.

O modelo experimental possibilitou concluir que a PCO com 10 mJ empregada nos espécimes do Grupo 2B produziu resultados mais efetivos, por agir ao longo de todo o canal mantendo a característica saudável da dentina.

A059

Avaliação do tecido conjuntivo de rato frente a implantes de MTA, Apexit e hidróxido de cálcio.

TAMBARA, K. R.*, MOTTA, A. G., REBOUÇAS, A. A. P., CARVALHO, M. C. A.

Departamento de Odontoclínica – UFF - Niterói. Tel.: (0**21) 719-1055.

Através deste trabalho pretendemos avaliar as alterações do tecido conjuntivo de ratos frente a implantes de tubos contendo: MTA, Apexit e hidróxido de cálcio, para determinar a biocompatibilidade. Foram utilizados 30 ratos machos da linhagem Wistar, pesando entre 150 e 200 g, sendo distribuídos em 3 grupos experimentais de 7, 14 e 30 dias. Selou-se uma das extremidades dos tubos com parafina, sendo a outra selada pela substância teste ou ficando vazia. Utilizamos anestésico geral tiopental intraperitonealmente, tricotomizou-se a região dorsal, e foi feita uma desinfecção com povidine e incisamos. Cada animal recebeu 4 implantes, sendo 3 tubos contendo os materiais e um tubo vazio (controle). Após transcorridos os períodos experimentais os grupos foram sacrificados com overdose de tiopental e os tubos removidos com tecido conjuntivo circunjacente e imersos em formol. Processou-se histologicamente as peças realizando as colorações de H. E. e Von Kossa. Cada peça foi analisada e classificada quanto ao grau de irritação. Utilizamos o teste das medianas, adotando-se a prova de Fisher com significância de 5%.

Conclusões: 1) com 7 e 14 dias o melhor material foi o MTA seguido do Apexit e por último o Ca(OH)2; 2) com 30 dias todos os materiais apresentaram-se bem tolerados, caracterizado pela presença de fibroblastos e fibras colágenas. (Este trabalho foi financiado pela FAPERJ através de bolsa de iniciação científica.)

A060

Avaliação de obturação endodôntica pelo processamento digital de imagens.

MARTINS, P. N.*, DE DEUS, G., GURGEL, E., PACIORNIK, S., COUTINHO FILHO, T.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6373.

O presente estudo foi realizado para comparar e avaliar qualitativamente obturações endodônticas utilizando três técnicas diferentes (G1 = condensação lateral, G2 = compressão hidráulica e G3 = sistema Thermafil). O acesso, a instrumentação e o preparo químico obedeceram uma seqüência clínica padronizada. Foram utilizados blocos de resina padronizados simulando canais curvos com abertura apical e comprimento médio de 16 mm. Em cada grupo, utilizou-se 3 blocos de resina e em cada bloco foram feitos 3 cortes transversais paralelos em Isomet (Mitutoyo) de 2 mm de espessura apenas nos 6 mm apicais. Os cortes foram avaliados em microscópio óptico com aumento de 100 X e as imagens digitalizadas para visualização e processamento utilizando o programa KS 400 (Zeiss). A extração de atributos de cada imagem foi realizada através de operações algébricas, binarização e segmentação. As frações de guta-percha e cimento ocupadas foram segmentadas por cores, para posterior mensuração digital. As amostras foram tratadas estatisticamente pelo teste paramétrico ANOVA, que determinou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (p << 0,01). Utilizando o teste de Bonferroni verificou-se que os melhores resultados foram observados no G3, seguido por G2, e por último o G1 (p << 0,05).

De acordo com a metodologia e os resultados desse trabalho, podemos concluir que o sistema Thermafil promoveu um melhor selamento apical que as outras duas técnicas estudadas.

A061

Atividade antimicrobiana de diferentes concentrações de NaOCl e clorexidina.

SASSONE, L.*, FIDEL, R., FIDEL, S., VIEIRA, M., HIRATA Jr., R.

Departamento de Procedimentos Clínicos Integrados – FO – UERJ. E-mail: lsassone@montreal.com.br

O objetivo do presente trabalho foi avaliar, in vitro, a atividade antimicrobiana das soluções de clorexidina a 0,12%, 0,5% e 1% e hipoclorito de sódio a 1% e 5% na presença ou não de carga orgânica (BSA), através da metodologia de teste por contato. Para tal, foram utilizadas cepas ATCC de microrganismos anaeróbios facultativos (Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis e Escherichia coli) e anaeróbios estritos (Porphyromonas gingivalis e Fusobacterium nucleatum). Cada solução foi avaliada após 4 diferentes tempos de contato (t0- imediato, t5- 5 minutos, t15- 15 minutos e t30– 30 minutos) e foram realizadas 10 repetições para cada grupo. Em metade dos experimentos, adicionou-se albumina sérica bovina (BSA) a 0,5%. Os resultados demonstraram que a solução de clorexidina a 0,12% não foi capaz de eliminar o E. faecalis em nenhum dos tempos testados independente da adição de BSA. A clorexidina a 1% foi capaz de eliminar todos os microrganismos independentemente do tempo e da adição de BSA assim como ambas concentrações de hipoclorito de sódio.

Através dos resultados obtidos parece-nos lícito concluir que para melhor eliminação microbiana seria necessária uma solução de clorexidina de concentração superior a 0,12%, que a adição de carga orgânica não apresentou diferença expressiva sobre a atividade antimicrobiana das soluções testadas.

A062

Estudo comparativo do escoamento da guta-percha através da termoplastificação.

ALVARES, G. R.*, MOREIRA, E. J. L., FIDEL, S. R., FIDEL, R. A. S., RICHA, S.

Departamento de Odontologia – UNIGRANRIO. Tel.: (0**21) 672-7777.

O objetivo do estudo foi avaliar o grau de escoamento de cinco diferentes marcas de cones de guta-percha através da termoplatificação com o System “B”. As amostras foram divididas em cinco grupos com seis espécimes cada. Os espécimes possuiam 1 mm de comprimento por 1 mm de diâmetro e foram submetidos a temperatura de 200ºC através do System “B” por 5 segundos. Após o aquecimento as amostras foram colocadas entre duas laminas de vidro para microscopia e comprimidas por 1 min, com um peso de 300 g. Terminada esta etapa os espécimes foram medidos em milímetros no seu maior diâmetro por um paquímetro digital. Os dados foram analisados estatisticamente através da ANOVA e do teste Tukey demonstrando haver diferença estatisticamente significativa entre os grupos 4 e 1, 4 e 2, 3 e 1.

Através dos resultados podemos concluir que o grupo 4 demonstrou maior escoamento em relação aos grupos 1 e 2 e o grupo 3 maior escoamento em comparação ao grupo 1.

A063

Avaliação, in vitro, da atividade antimicrobiana de dez seladores temporários frente a uma cultura mista.

KOPPER, P. M. P.*, ANDRADE, M., SÓ, M. V. R., BAMMANN, L. L., OLNEIRA, E. P. M.

Departamento de Odontologia – ULBRA. E-mail: endoso@ig.com.br

O selamento coronário, entre sessões, permitindo a atuação da medicação intracanal adequadamente e evitando a contaminação ou recontaminação do sistema de canais radiculares, é um dos pilares para a obtenção do sucesso no tratamento endodôntico. O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, dez materiais seladores temporários, livres de eugenol, com relação à ausência ou presença de atividade antimicrobiana, frente a uma cultura mista de microrganismos. A atividade antimicrobiana do Cavit Branco, Cavit Rosa, Cimpat Branco, Cimpat Rosa, Dentalville Branco, Dentalville Rosa, Citodur Duro, Citodur Mole, Coltosol e Cavitec foi avaliada frente a cultura mista de Enterococcus faecalis, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Candida albicans. A cultura foi inoculada em placas de Petri, contendo meio de cultura TSB-A (“tripticase-soy broth-agar”). Sobre cada uma dessas placas foram colocados dois corpos-de-prova, de dois diferentes materiais. Duas placas com TSB-A inoculadas serviram de controle positivo e duas, não inoculadas, contendo meio de cultura, foram utilizadas como controle negativo. As placas foram incubadas, durante 48 horas, a 37ºC. A seguir, foi feita a avaliação da presença ou ausência de halo de inibição de crescimento microbiano em torno dos corpos-de-prova.

Através desse estudo, foi lícito concluir que: a) nenhum dos materiais seladores temporários testados apresentou atividade antimicrobiana frente a cultura mista testada; b) a presença dos seladores temporários no meio de cultura TSB-A, não inoculado, não permitiu o crescimento de microrganismos.

A064

Análise das paredes dentinárias pós-desobturação endodôntica com diferentes solventes.

PORTO, P. O. B.*, SANTOS, R. A., CARVALHO, C. M. R. S.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UPE. Tel.: (0**81) 3467-5493. E-mail: patporto@elogica.com.br

A remoção de material obturador dos canais radiculares é feita com auxílio de solventes formando camada residual. Seria interessante que além da capacidade de solvência, tais solventes removessem também “smear layer”. Diante disto, este estudo averiguou a capacidade de limpeza e de remoção de “smear layer” efetuada pelo eucaliptol, eucaliptol e EDTA e óleo de laranja. Quarenta raízes palatinas de molares superiores, instrumentadas, foram divididas em 4 grupos: G1 (controle), G2, G3 e G4. Os grupos G2, G3 e G4 foram obturados e desobstruídos com eucaliptol, eucaliptol e EDTA, e óleo de laranja respectivamente, e radiografados. Todas as amostras sofreram impermeabilização, excetuando-se o forame, e submeteram-se à infiltração de azul de metileno a 2% seguido por clivagem vertical. A capacidade de limpeza dos solventes foi verificada através da análise visual das radiografias recebendo escores 0 (nenhum material obturador), 1 (mínimo material obturador), 2 (menos de 50% de material obturador) ou 3 (mais de 50% de material obturador). A remoção de “smear layer” foi avaliada pela medição linear do corante através de estereomicroscópio. Os resultados do grau de limpeza foram analisados com o teste de Kruskal-Wallis observando-se diferença significativa entre os grupos a nível de 1%. Para a penetração do corante, o teste ANOVA revelou haver diferença estatística (p << 0,01) entre o grupo controle e os demais grupos.

Pode-se concluir que, nas desobturações, os materiais testados não removem totalmente o material obturador nem tornam os túbulos dentinários permeáveis.

A065

Quantidade e direção de dentina excisada pelas limas manuais de aço inoxidável e de níquel-titânio durante o preparo seriado do canal radicular.

CAVADA, L.*, ANTONIAZZI, J. H.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839. E-mail: cavada@conex.br

É finalidade do preparo químico-cirúrgico sanear o sistema de canais radiculares e dar forma afunilada a este para que um selamento ápico-cervical seja realizado de maneira impermeável. Este trabalho buscou comparar a quantidade e direção de dentina cortada durante o preparo seriado do canal radicular com limas de aço inoxidável (Flex-R) e níquel-titânio (Onix-R) manuais, utilizando para isso dentes primeiro e segundo molares humanos. A leitura dos resultados deu-se após o preparo com a lima número 30, 35 e 40 através de radiografias que foram medidas por um projetor de perfil (perfilômetro). Os resultados não mostraram diferenças estatisticamente significantes entre as limas avaliadas, tanto no que diz respeito a quantidade de dentina quanto a direção de desgaste produzido pelos instrumentos.

Podemos concluir neste trabalho que as limas estudadas desgastam quantidades semelhantes de dentina em canais curvos em cada um dos terços radiculares avaliados sendo a diferença estatística não significante; a direção de desgaste proporcionada pelas limas Flex-R e Onix-R é idêntica numérica e estatisticamente em cada um dos terços radiculares, sendo predominante para o lado externo da curvatura nos terços apical e cervical e para o lado interno da curvatura no terço médio; ambos os tipos de limas testados, aço inoxidável e níquel-titânio, até os calibres 30, 35 e 40 podem ser utilizados na técnica de preparo seriado e com movimentos de limagem (tração de viés) sem produzir danos ao sistema de canais radiculares curvos.

A066

Avaliação in vitro dos instrumentos rotatórios de liga de níquel-titânio sobre a permeabilidade da dentina radicular.

MARCHI, J. A.*, FRÖNER, I. C., CHAVES, M., PÉCORA, J. D.

Departamento de Odontologia Restauradora, Disciplina de Endodontia – FORP – USP.
 Tel.: (0**16) 602-4055. E-mail: tuirp@uol.com.br

A nova geração de instrumentos endodônticos é representada pelas limas de níquel-titânio, confeccionadas a partir de uma liga de nitinol, caracterizada pela grande elasticidade e efeito memória. Durante o reparo biomecânico os instrumentos endodônticos promovem o alargamento, sanificação e modelagem dos canais radiculares e podem alterar a permeabilidade dentinária. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, in vitro, a ação de diferentes instrumentos rotatórios de níquel-titânio sobre a permeabilidade da dentina radicular. Foram utilizados 20 dentes pré-molares inferiores divididos em quatro grupos, cada qual com cinco dentes, distribuídos aleatoriamente. Os instrumentos utilizados foram: Quantec (Analytic), Pow-R (Moyco Union Broach), ProFile (Maillefer/Dentsply) e limas manuais tipo K (Maillefer/Dentsply) e utilizou-se o hipoclorito de sódio a 1% como solução irrigante. Após o preparo biomecânico dos dentes, procedeu-se o preparo histoquímico, com a utilização do método de infiltração dos íons cobre. Foram obtidos cortes dos terços radiculares (cervical, médio e apical), montados em lâminas para microscopia óptica e em seguida foram submetidos à analise morfométrica para avaliação dos níveis de permeabilidade dentinária.

A análise estatística dos dados obtidos permitiu concluir que não houve diferença significante nos níveis de permeabilidade dentinária entre as técnicas avaliadas, assim como entre os terços radiculares.

A067

Diferentes tratamentos em lesões de furca em dentes de cães.

RODRIGUES, R. R.*, TEIXEIRA, F. B., FERRAZ, C. C. R., GOMES, B. P. F. A., SOUZA-FILHO, F. J.

Área de Endodontia – FOP – UNICAMP.

O objetivo deste trabalho foi analisar radiograficamente a perda óssea na região de furca de dentes de cães intencionalmente perfurados e contaminados com fluido bucal, frente ao emprego de vários materiais seladores. Foram utilizados 6 cães adultos, pesando entre 9 e 15 kg, fêmeas e de raça indefinida. Perfurações foram produzidas na região de furca dos 2º, 3º e 4º pré-molares inferiores direitos e esquerdos, permanecendo expostas à cavidade oral por um período de 30 dias. Após este intervalo de tempo, tendo constatado a formação das lesões de furca através de radiografias periapicais, os dentes foram limpos e tratados de acordo com a divisão dos grupos experimentais. As perfurações dos 2º, 3º e 4º pré-molares foram preenchidas com sulfato de cálcio hemiidratado e seladas com guta-percha, IRM e resina Z100, respectivamente, sendo descontaminadas com clorexidina gel a 2% somente os dentes do lado direito. Radiografias padronizadas foram realizadas no início do experimento, 30 dias após a exposição das perfurações à cavidade oral e 180 dias após o emprego dos materiais seladores. As imagens foram transportadas para o computador e mensuradas as áreas de perda óssea utilizando o programa Image Lab.

Os resultados foram analisados estatisticamente e as imagens demonstraram menor perda de estrutura óssea quando as perfurações foram seladas com resina Z100, ao serem comparadas com IRM e guta-percha. A utilização da clorexidina gel a 2% para a descontaminação, demonstrou aspectos benéficos no tratamento.

A068

Avaliação da precisão de localizadores apicais eletrônicos na determinação do comprimento de trabalho.

BROCHADO, V. H. D.*, SILVA NETO, U. X. da, GONÇALVES JÚNIOR, J. F., RAMOS, C. A. S., BRAMANTE, C. M.

Departamento de Endodontia – FOB – USP. Tel.: (0**14) 227-0670. E-mail: vbrochado@uol.com.br

A determinação do comprimento de trabalho é uma das mais importantes etapas clínicas do tratamento endodôntico. Ainda hoje, não foi alcançado um meio preciso, prático e de fácil confirmação, para obtenção do limite apical de instrumentação. Os métodos que utilizam tomadas radiográficas têm sido avaliados e indicam questionáveis índices de sucesso. Nesta pesquisa objetivou-se avaliar comparativamente a precisão na determinação do comprimento de trabalho propiciada pelos localizadores apicais eletrônicos Root ZX, Just II e Bingo 1020. Foram selecionados para o estudo trinta incisivos centrais superiores permanentes de humanos, de tamanho e forma aproximados, com raízes integras, retas e ápices totalmente formados. Os dentes foram armazenados em solução de formol a 10% até o momento de sua utilização, quando foram lavados abundantemente em água corrente. Em seguida, procedeu-se a abertura coronária dos espécimes e sua posterior inclusão em solução de ágar a 1% em solução salina de fosfato tamponado, de maneira que somente a porção radicular permanecesse submersa na solução. Após, realizou-se a determinação do comprimento de trabalho com os referidos aparelhos e os resultados em milímetros, foram submetidos à análise estatística pelo teste ANOVA. Não verificou-se diferença estatisticamente significante (p << 0,05) entre os localizadores.

A069

Estudo in vitro da infiltração marginal coronária em canais radiculares obturados.

ALMEIDA, Y. M. E. M.*, BARBIN, E. L., SPANÓ, J. C. E., SILVA, R. S., MIRANZI, B. A. S.,
PÉCORA, J. D.

FORP – USP; Universidade de Uberaba (UNIUBE).

Avaliou-se in vitro a infiltração via coronária em canais radiculares obturados com remoção ou não de “smear layer” e dois tipos de cimentos obturadores. Utilizou-se 64 caninos, dotados aproximadamente do mesmo tamanho. Realizou-se a instrumentação pela técnica “step back” utilizando NaOCl a 1% como solução irrigante. Dividiu-se os dentes em três grupos. Grupo I, 10 dentes foram obturados com cimento Sealer 26® e 10 com cimento tipo Grossman, pela técnica da condensação lateral. Grupo II, os canais receberam irrigação final com EDTA 17% por 10 minutos e tiveram os canais obturados conforme o Grupo I. Grupo III, os canais receberam aplicação adicional de laser Er:YAG com parâmetros de 140 mJ, 15 Hz e energia total de 42 J e foram obturados conforme o Grupo I. Após obturação dos canais, selou-se as câmaras com Cimpat, colocando-os em estufa a 37ºC e umidade relativa 95% durante 1 semana. Após, removeu-se o selador provisório e impermeabilizou-se a superfície externa dos dentes com cianoacrilato, imergindo-os em tinta nanquim por 60 dias. Decorrido esse tempo, foram descalcificados, desidratados e diafanizados em salicilato de metila. Os resultados obtidos por ANOVA e teste de Tukey mostraram que o cimento Sealer 26® permitiu menor infiltração coronária que o cimento tipo Grossman de modo estatisticamente significante (p << 0,01). Os procedimentos que removem “smear layer” (EDTA 17% e laser Er:YAG) não apresentaram diferença estatística significante entre si (p >> 0,05) e propiciaram menor infiltração coronária (p << 0,01).

A070

Estudo comparativo da limpeza das paredes dos canais radiculares.

OLIVEIRA, D. P.*, TEIXEIRA, F. B., FERRAZ, C. C. R., GOMES, B. P. F. A., SOUZA-FILHO, F. J.

Área de Endodontia – FOP – UNICAMP.

O objetivo deste trabalho foi comparar in vitro, através de microscópio eletrônico de varredura, a ação entre o hipoclorito de sódio a 5,25%, EDTA a 17%, Endoquil e o gel de Natrosol, tendo a água destilada como grupo controle, na remoção de “smear layer” dos canais radiculares. Foram utilizados 25 dentes humanos monorradiculares, distribuídos aleatoriamente entre 4 grupos: Grupo A - EDTA 17%, Grupo B - hipoclorito de sódio a 5,25%, Grupo C - Endoquil, Grupo D - gel de Natrosol; tendo a água destilada como grupo controle (Grupo E). Os dentes foram instrumentados de acordo com a técnica clássica de instrumentação. Em seguida, foram clivados e as amostras submetidas à análise em microscopia eletrônica de varredura. As imagens foram avaliadas por 2 examinadores. Os resultados mostraram diferença estatisticamente significante entre o grupo controle e o hipoclorito de sódio a 5,25%, e enquanto os grupos do EDTA 17%, gel de Natrosol e Endoquil não obtiveram diferença estatisticamente significante obtendo uma maior capacidade de limpeza das paredes dos canais radiculares, quando comparados aos dois primeiros grupos.

Face aos experimentos realizados, pode-se concluir que: 1- O EDTA a 17%, gel de Natrosol e Endoquil, promoveram maior capacidade de remoção da “smear layer”, não diferindo estatisticamente entre si. 2- Os grupos B e E, onde foram empregados hipoclorito de sódio 2,5% e água destilada respectivamente, obtiveram os piores resultados, diferindo estatisticamente entre si e entre os demais grupos. (Apoio financeiro: FAPESP nº 99/09837-1.)

A071

Resposta pulpar ao hidróxido de cálcio precedido de diferentes curativos de demora.

OLIVEIRA, M. F.*, GIRO, E. M. A., RAMALHO, L. T. O., ABBUD, R.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6325. E-mail: maucky@ig.com.br

Diante da importância da preservação da vitalidade de um dente com exposição pulpar, avaliou-se histologicamente a reação tecidual de polpas de dentes de ratos expostas, à pasta de hidróxido de cálcio em água destilada, precedida de curativo de corticosteróide (Decadron) ou corticosteróide/antibiótico (Otosporin) por 5 minutos ou 72 horas. A proteção pulpar com pasta de hidróxido de cálcio, sem curativo prévio, foi utilizada como grupo controle. Foram utilizados 60 ratos, os quais tiveram os primeiros molares superiores tratados. Decorridos os períodos pós-operatórios de 7, 14, 30 e 60 dias, os animais foram sacrificados, as peças removidas, e preparadas para análise histológica. Observou-se, nos períodos iniciais, uma leve reação inflamatória quando os curativos de demora com corticosteróide (Decadron) ou corticosteróide/antibiótico (Otosporin) foram aplicados por 5 minutos ou 72 horas. A reação tecidual e a barreira formada sob ação do hidróxido de cálcio após o curativo de Otosporin por 5 minutos foi semelhante aquelas do grupo controle (hidróxido de cálcio sem curativo) nos períodos pós-operatórios de 30 e 60 dias. Os curativos de demora com corticosteróide (Decadron) por 5 minutos e 72 horas e corticosteróide/antibiótico (Otosporin) por 72 horas promoveram um retardo no processo de reparação.

Concluiu-se que no tecido pulpar livre de inflamação e contaminação, a aplicação do curativo de demora com corticosteróide ou com corticosteróide/antibiótico, antes da proteção com a pasta de hidróxido de cálcio em água destilada pode ser dispensada. (Apoio: FAPESP.)

A072

Avulsão dentária: avaliação do conhecimento de professores de primeiro grau.

PACHECO, L. F., GARCIA FILHO, P. F.

Endodontia, Clínica Odontológica – Universidade Gama Filho.

No presente trabalho, os autores realizaram uma pesquisa direcionada a professores da rede municipal de primeiro grau da cidade do Rio de Janeiro, a respeito do conhecimento e experiência sobre a avulsão dentária. Eles também realizaram uma revisão de literatura mostrando vários aspectos desta urgência. De acordo com os resultados da pesquisa, embora os professores tivessem obtido uma melhor performance nas questões que envolvem lógica, eles não obtiveram os mesmos resultados quando foram usadas questões que necessitavam de um maior conhecimento técnico. Os autores propõem uma comunicação mais ampla entre as faculdades de Odontologia e escolas de primeiro grau.

A073

Ação do laser Er:YAG sobre a permeabilidade dentinária de canais radiculares instrumentados.

RIBEIRO, R. G.*, BARBIZAM, J. V. B., BRUGNERA Jr., A., MARCHESAN, M. A.,
PÉCORA, J. D.

Odontologia Restauradora – FORP – USP. E-mail: pecora@forp.usp.br

Avaliou-se a permeabilidade dentinária dos canais radiculares instrumentados com diferentes soluções irrigantes e associados ou não ao uso do laser de Er:YAG. Utilizou-se 50 dentes incisivos centrais superiores humanos de estoque. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 10 grupos com 5 dentes cada e instrumentados com diferentes soluções irrigantes: água destilada e deionizada, lauril dietileniglicol éter sulfato de sódio 0,1%, NaOCl 1%, EDTA 15% e ácido cítrico 10%, com e sem a aplicação do laser. O laser Er:YAG - KaVo Key, foi utilizado nos seguintes parâmetros: 15 Hz, 300 impulsos, 42 J e 140 mJ “input”. Os dentes foram preparados histoquimicamente. A quantificação da infiltração de cobre foi realizada pela análise morfométrica. Os resultados mostram que a solução de NaOCl 1% isoladamente e a água destilada deionizada + laser apresentaram maior evidenciação da permeabilidade (p >> 0,05). A utilização da água destilada deionizada e da solução de lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1%, quando utilizadas isoladamente, apresentaram menor evidenciação da permeabilidade dentinária. As utilizações do hipoclorito de sódio a 1% + laser, EDTA, EDTA + laser, ácido cítrico, ácido cítrico + laser e lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio a 0,1% + laser, apresentaram-se com valores intermediários em relação aos demais tratamentos utilizados.

A074

Efeitos do laser Er:YAG sobre a infiltração marginal apical em canais radiculares obturados.

BARBIZAM, J. V. B.*, RIBEIRO, R. G., GUERISOLI, D. M. Z., SILVA, R. G., PÉCORA, J. D.

Departamento de Odontologia Restauradora – FORP – USP. E-mail: pecora@forp.usp.br

O objetivo deste estudo era avaliar, in vitro, a infiltração marginal apical em canais radiculares obturados após o uso de laser Er:YAG. Utilizaram-se 65 incisivos centrais superiores humanos, de estoque, instrumentados sob irrigação com hipoclorito de sódio a 1%, num volume de 2 ml a cada troca de instrumento. Um dente serviu como controle positivo da infiltração e outro como negativo. Dividiram-se os demais dentes em 3 grupos iguais de 21 dentes cada. Grupo I: após o preparo descrito, 10 dentes foram obturados com cimento Endo-Fill e 10 dentes com cimento Top Seal, pela técnica da condensação lateral. Grupo II: após o preparo, realizou-se uma irrigação final com 5 ml de solução de EDTA a 17%, por 5 minutos e obturou-se de modo idêntico ao Grupo I. Grupo III: após o preparo, aplicou-se o laser Er:YAG (140 mJ, 15 Hz, 42 J) e obturaram-se os canais radiculares conforme o Grupo I. Um dente de cada um dos três grupos, não foram obturados e serviram para análise em microscópio eletrônico de varredura. As superfícies externas dos dentes foram impermeabilizadas e imersas em tinta nanquim à 37ºC por uma semana. Posteriormente, os dentes foram diafanizados em salicilato de metila. Os resultados evidenciaram níveis menores de infiltração apical (p << 0,01) com o uso do cimento Top Seal, quando comparado ao cimento Endo-Fill. Os dentes preparados exclusivamente com hipoclorito de sódio a 1%, e aqueles irradiados com laser Er:YAG não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre si (p >> 0,05), e mostraram níveis maiores de infiltração apical que os dentes que receberam a irrigação final com a solução EDTA a 17% (p << 0,01).

A075

Análise digital da infiltração marginal realizada em obturações retrógradas.

PAVAN, N. N. O.*, GONÇALVES, E. A. L., PAVAN, A. J., MORAES, I. G.

Universidade Estadual de Maringá (UEM), FOB – USP.

A cirurgia parendodôntica é um procedimento que visa à resolução de problemas relacionados com o tratamento endodôntico. Uma das modalidades da cirurgia apical é a obturação retrógrada, para o seu sucesso o material retroobturador deve ser biocompatível e proporcionar bom selamento. Portanto, avaliaram-se quatro materiais retroobturadores quanto ao selamento marginal, utilizando-se da leitura direta das imagens por meio do programa Sigma Scan. Foram utilizados 80 dentes anteriores humanos extraídos, distribuídos aleatoriamente, em quatro grupos de 20 elementos de acordo com os materiais retroobturadores. Eliminou-se as porções coronárias em nível de terço cervical. Os canais foram instrumentados e obturados, em seguida realizaram-se as apicectomias, confecções das cavidades retrógradas, impermeabilizações dos espécimes e as retroobturações propriamente ditas, com os seguintes materiais: Grupo I- polímero de mamona; Grupo II- epóxico experimental; Grupo III- Fuji II LC; Grupo IV- Super EBA. Posteriormente, os espécimes foram imersos em solução aquosa de azul de metileno a 2% a 37ºC, por 48 horas. Após a lavagem e remoção da impermeabilização, as mesmas foram seccionadas longitudinalmente e escaneadas para a utilização do programa Sigma Scan.

Submeteu-se os resultados à análise estatística pelo teste de Kruskal-Wallis que indicou que o grupo que propiciou menor infiltração foi o Grupo I, seguido pelos Grupos II, IV e III, com diferença estatisticamente sigificante (p << 0,05) entre os Grupos I e III.

A076

Avaliação da capacidade seladora de preenchimento do sistema de canais radiculares de diferentes técnicas de termoplastificação da guta-percha.

BONETTI FILHO, I., SOMENZARI NETO, H.*, LEONARDI, D. P.

Disciplina de Endodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a capacidade de preenchimento dos canais radiculares utilizando-se das técnicas Obtura que emprega guta-percha injetada para o interior do canal radicular através de uma pistola, condensada com um condensador vertival, híbrida de Bonetti empregando um cone de guta-percha principal travado no batente apical, guta-percha do Obtura injetado lateralmente e compactador de níquel e titânio completando a obturação e a condensação lateral ativa com cone de guta-percha travado no batente apical, espaçador lateral e cones de guta-percha secundários. Foram empregados 30 dentes humanos unirradiculares, incluídos em bloco de resina, seccionados longitudinalmente, unidos em um aparato de madeira e divididos em 3 grupos de dez dentes cada. Foi confeccionada uma depressão em cada terço do canal radicular em uma das metades dos dentes. Em seguida, foram obturados com as técnicas citadas acima. Fotografias e radiografias avaliaram a qualidade das obturações, submetidas a diferentes escores.

Os resultados mostraram estatisticamente que: o sistema Obtura preencheu melhor as três depressões seguidas das técnicas híbrida de Bonetti e condensação lateral ativa. Quanto à permanência da obturação no comprimento de trabalho, a híbrida de Bonetti e a condensação lateral ativa foram melhores que a técnica Obtura. Em relação às falhas de obturação, as técnicas híbrida de Bonetti e Obtura foram melhores que a técnica da condensação lateral ativa.

A077

Estudo in vitro da eficácia do AH Plus na qualidade do selamento apical.

REISS ARAUJO, C. J.*, ARAS, W. M. F., MONTEIRO CORDEIRO, P. S.

Departamento de Saúde – Universidade Estadual de Feira de Santana. Tel.: (0**79) 214-5540. E-mail: reiss@infonet.com.br

Este trabalho observou a adesividade do AH Plus no selamento do canal radicular. Utilizou-se 40 dentes humanos, divididos em 4 grupos. Foram empregados o hipoclorito de sódio a 2,5% e EDTA a 17%. Após obturados, os 15 dentes do grupo I (GI) foram mantidos em soro fisiológico a 0,9% por 3 meses; os 15 dentes do grupo II (GII) foram mantidos fora do soro. Nos grupos controle negativo (GIII) e controle positivo (GIV) com 5 dentes cada, procedeu-se o mesmo preparo químico-mecânico, sem obturá-los. Aplicou-se esmalte vermelho nos dentes para impermeabilização a saber: grupo GIII- em todo o dente incluindo a porção apical; grupo GIV- em todo o dente exluindo a porção apical. Após 3 meses o grupo I foi impermeabilizado com esmalte azul excluindo a porção apical e o grupo II foi impermeabilizado da mesma forma porém com esmalte vermelho. Os 4 grupos foram imersos em azul de metileno a 2% e levados à estufa a 37ºC por 24 h. A seguir os dentes foram lavados em água corrente por 24 h e realizado cortes longitudinais para observação em lupa estereoscópica. A análise estatística da penetração do corante nos grupos I e II baseou-se no teste U de Mann-Whitney. Os resultados mostraram maior infiltração do azul de metileno no grupo I (GI) do que no grupo II (GII), porém os dados de GI, quando comparados com outras pesquisas com tempo de avaliação inferior a 3 meses revela uma menor infiltração após obturação.

Conclui-se que o AH Plus mostrou-se eficaz na adesão. (Apoio financeiro: Dentsply.)

A078

Corrosão em limas de níquel-titânio após instrumentação, desinfecção e esterilização.

BORGES, L. P.*, SANTOS, M., BORGES, L. H.

Departamento de Endodontia – Universidade de Uberaba. Tel.: (0**34) 3312-5122. E-mail: luis.borges@uniube.br

Este trabalho teve o objetivo de avaliar a influência da instrumentação, desinfecção e esterilização na corrosão em limas de níquel-titânio. Foram utilizadas 21 limas de níquel-titânio. Para o Grupo Experimental, após a autoclavagem foram realizados 400 ciclos de instrumentação para cada uma das 15 limas, irrigadas simultaneamente com 15 ml solução de hipoclorito de sódio a 1%. Após a instrumentação as limas foram lavadas e inseridas em uma cuba de ultra-som durante 15 minutos, banhadas com uma solução de água e Endozime. A seguir sofreram o processo de autoclavagem durante 127ºC/6 min., e três limas separadas para análise do nível de corrosão. As demais limas passaram pela mesma seqüência descrita anteriormente até completarem 2.000 ciclos de instrumentação. Para o Grupo Controle Parcial a instrumentação, limpeza e ultra-som, foram feitos da mesma forma porém, não se utilizou a autoclavagem. Para o Grupo Controle Total, as limas foram removidas da embalagem e encaminhadas para avaliação da corrosão. Os resultados mostraram que instrumentos novos, mostraram um baixo potencial de corrosão. À medida que vai sendo utilizado, o potencial de corrosão aumenta e, acima de 1.200 ciclos de instrumentação, encontravam-se diferenças estatisticamente significantes (p >> 5%) do grau de corrosão quando se compararam instrumentos utilizados, limpos e autoclavados com aqueles utilizados, limpos e não autoclavados, bem como, aqueles intactos.

Pode-se concluir que a quantidade de utilizações interfere na corrosão do instrumento autoclavado.

A079

Actinobacillus actinomycetemcomitans: cepas leucotóxicas em pacientes periodontais.

TOMAZINHO, P. H.*, MALHEIROS, V. J., AVILA-CAMPOS, M. J.

Departamento de Microbiologia – Instituto de Ciências Biomédicas – USP - SP. E-mail: paulotomazinho@uol.com.br

Actinobacillus actinomycetemcomitans é um coco gram-negativo e é considerado como residente da cavidade bucal humana. A leucotoxina é o fator-chave da virulência em A. actinomycetemcomitans a qual destrói células do sistema imune. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência e detectar a deleção de 530 bp no promotor ltx, características dos clones altamente leucotóxicos. Amostras de placa subgengival foram coletadas de 40 pacientes com periodontite moderada à avançada e de 50 indivíduos saudáveis. A. actinomycetemcomitans foi identificado por cultura convencional e por PCR, usando-se iniciadores específicos (FU-1/FU-2). Também, os iniciadores (PRO-L/PRO-R) foram usados para detectar a região promotora do gene ltx. Cepas de referências A. actinomycetemcomitans KC 517, FDC Y4, ATCC 29522, ATCC 33384 e JP2 foram usadas. Pela cultura convencional, 5 (12,5%) dos 40 pacientes com doença periodontal e somente 1 (2%) dos 50 indivíduos saudáveis foram positivos para A. actinomycetemcomitans. PCR diretamente do VMGA III detectou A. actinomycetemcomitans em 38 (42,2%) das amostras derivadas dos indivíduos examinados. Cepas altamente leucotóxicas apresentando a deleção produziram bandas características de 545 bp.

Nossos resultados sugerem que cepas altamente leucotóxicas podem estar presentes em pacientes periodontais.

A080

Cárie dentária e fatores de risco na etnia Fulni-ô, Pernambuco.

GUIMARÃES, C. D.*, RODRIGUES, C. S.

FUNASA/PE; Faculdade de Odontologia de Pernambuco – Universidade de Pernambuco.

Informações sobre a saúde bucal de indígenas brasileiros são raras. Este estudo objetivou a descrição de dados coletados através de exames clínicos e formulários em 1998 pela FUNASA/PE, índios Fulni-ô, Águas Belas - PE. A prevalência de cárie foi medida pelo índice CPO em superfícies/dentes, classificação de WONG; SCHWARTZ; LO (Com Dent Oral Epidem, v. 25, p. 343-347, 1997) de severidade de cárie e presença de edentulismo. O critério da OMS (1997) foi utilizado para diagnosticar a cárie dentária e as concordâncias intra-/interexaminador consideradas excelentes. O software estatístico SPSS versão 9.0 foi utilizado. 638 índios nas idades de 0 a 86 anos foram examinados, num total de 27% da etnia. Para a faixa etária de 2-5 anos existiam 8,5% de crianças com cárie rampante. O CPOD aos 5 anos de idade foi 4 (D.P. = 3,5), apenas 27% estavam livres de cárie e 23,1% apresentaram grau máximo de severidade. Aos 12 anos, o CPOD foi 2,1 (D.P. = 2,3), 29% estavam livres de cárie e 50% encontravam-se nas zonas 2 e 3 de severidade. Aos 18 anos apenas 22% possuíam todos os dentes, longe da meta da OMS de 85%. A população idosa apresentou a pior condição de saúde bucal, 55% era edêntula. Famílias e escola foram identificados como importante fonte de informações sobre saúde bucal. O consumo de açúcar foi identificado como um hábito já incorporado, relatado pela maioria dos entrevistados uma freqüência diária de até 3 vezes. A pasta e a escova de dentes foram os itens de higiene bucal mais utilizados. Adultos e crianças citaram o uso de juá na higiene bucal. Dor de dente foi o problema mais citado.

A081

Comparação em MEV entre a dentina humana e a dentina bovina.

MIRANDA, M. S., LAMOSA, A. C.*, DIAS, K., TEIXEIRA, F. B., LOPES, M. F.

Disciplina de Dentística – FO – UERJ; UFRJ; UNICAMP; PUC - RJ; UNIGRANRIO.

O objetivo do estudo foi comparar a dentina superficial e a profunda humana e bovina quanto a densidade tubular, o diâmetro dos túbulos e o percentual de dentina intertubular, em  MEV. Foram utilizados 14 molares humanos (DH) e 13 incisivos bovinos (DB). Os dentes foram seccionados em diferentes profundidades: o corte superficial foi feito 0,5 ± 1 mm abaixo da junção amelo-dentinária e o corte profundo 0,5 ± 1 mm acima da câmara pulpar, sendo nos molares paralelo à oclusal e nos incisivos paralelos ao 1/3 médio da vestibular. Após condicionamento (ácido fosfórico 37%, 10 s), as superfícies dentinárias foram observadas em MEV. Para cada espécime, foi feita uma imagem com aumento de 1.000 X. A área total destas imagens foi medida, todos os túbulos dentinários contados e o diâmetro de doze túbulos dentinários, escolhidos aleatoriamente, medidos através de cursor do MEV. O percentual de dentina intertubular foi obtido pelo programa Image Lab 2.3. As médias e os desvios-padrão, teste t de Student (p << 0,05), em dentina superficial e profunda foram respectivamente: densidade tubular: DH = 24.179,89 ± 8.079,20 e 37.098,76 ± 9.185,04; DB = 14.653,36 ± 3.895,37 e 20.170,93 ± 4.739,18; diâmetro tubular: DH = 2,81 ± 0,271 e 2,98 ± 0,236; DB = 4,08 ± 0,553 e 4,29 ± 0,635; e percentual de dentina intertubular: DH = 82,04 ± 5,63 e 69,57 ± 10,58, DB = 81,27 ± 4,51 e 65,42 ± 12,57.

Os autores concluíram que a dentina superficial e profunda humana apresenta em relação à bovina: 1- maior densidade tubular; 2- menor diâmetro tubular; 3- o mesmo percentual de dentina intertubular.

A082

Avaliação da atividade antimicrobiana de desinfetantes sobre Staphylococcus aureus.

MOTTA, R. H. L.*, RAMACCIATO, J. C., FLÓRIO, F. M., GROPPO, F. C., MATTOS-FILHO, T. R.

Departamento de Farmacologia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5310. E-mail: fcgroppo@fop.unicamp.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade antimicrobiana de desinfetantes contra Staphylococcus aureus. Foram analisados produtos à base de amônia (Lysol® e Kalipto®), fenóis (Pinho-Sol®), hipoclorito de sódio (Q-Bôa® e Veja® com cloro ativo), álcool a 70% e gluraldeído a 2%. Testes de concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) foram realizados contra Staphylococcus aureus ATCC 25923, utilizando-se Müller-Hinton caldo e salt-mannitol ágar/ágar-sangue, respectivamente. As concentrações dos desinfetantes utilizadas foram 5, 2,5, 1,25, 0,625, 0,312, 0,156, 0,078, 0,039, 0,019, 0,009%. Foram utilizados um grupo controle positivo (meio + microrganismo) e negativo (meio + desinfetantes). Todos os testes foram obtidos utilizando estufa de cultura a 37oC durante 18 h. Para o Lysol os resultados foram: CIM << 0,009%, CBM100 = 0,039%, CBM90 = 0,019% e CBM50 << 0,009%. Para o Kalipto foram: CIM << 0,009%, CBM100 = 0,156%, CBM90 = 0,078% e CBM50 = 0,039%. Para o Pinho-Sol foram: CIM = 0,078%, CBM100 = 0,156%, CBM90 = 0,078% e CBM50 = 0,039%. Para a Q-Bôa e Veja foram: CIM = 2,5%, CBM100 = 5%, CBM90 = 2,5% e CBM50 = 1,25%. Para o álcool 70% e glutaraldeído foram: CIM >> 5% e CBM50 >> 5%. Não houve contaminação no controle negativo e nem no positivo, sendo que neste último foi verificado o crescimento confluente da cepa.

Concluímos que os desinfetantes à base de amônia foram mais efetivos contra o microrganismo testado.

A083

Efeito do diclofenaco sódico sobre a concentração da amoxicilina.

GROPPO, F. C.*, SIMÕES, R. P., RAMACCIATO, J. C., REHDER, V., COSTA, C. P.,
ANDRADE, E. D., MATTOS-FILHO, T. R.

Departamento de Farmacologia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5310. E-mail: fcgroppo@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi observar o efeito do diclofenaco sódico (DIC) sobre concentrações séricas e teciduais da amoxicilina (AMO), bem como sobre a infecção estafilocócica. Quatro esponjas de poliuretana foram implantadas no dorso de 30 ratos. Após 14 dias, 2 tecidos granulomatosos receberam 0,5 ml de 108 ufc/ml (S. aureus ATCC 25923). Dois dias após os ratos foram divididos em 5 grupos: grupo 1 recebeu AMO 50 mg/kg/v. o., grupo 2 recebeu AMO 25 mg/kg/v. o., grupo 3 recebeu DIC 2,5 mg/kg/i. m. + AMO 50 mg/kg/v. o., grupo 4 recebeu DIC 2,5 mg/kg/i. m. e grupo 5 (grupo controle) recebeu 0,9% NaCl 1 ml/v. o. Após 6 h da administração, o soro (10 µl) e os tecidos não infectados foram colocados sobre o ágar Müller-Hinton inoculado com 108 ufc/ml (S. aureus). Os tecidos infectados sofreram dispersão e foram espalhados (10 μl) em agar salt-mannitol. Os microrganismos foram contados e os halos de inibição medidos após 18 h de incubação a 37ºC. A concentração tecidual da AMO foi 6,6 µg/g para o grupo 1, 2,8 µg/g para o grupo 2 e 0,8 µg/g para o grupo 4. A concentração sérica foi 11,6 µg/ml para o grupo 1, 5,4 µg/ml para o grupo 2 e 1,3 µg/ml para o grupo 4. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (teste de Kruskal-Wallis, 5%) entre os grupos 1, 2 e 4 com relação à contagem de estafilococos. O grupo 3 reduziu mais (p << 0,05) as contagens com relação ao grupo 5.

Concluímos que, mesmo em altas doses, a AMO não erradicou a infecção estafilocócica e o DIC reduziu a concentração sérica e tecidual da AMO. (Apoio financeiro: CAPES.)

A084

Perfil da utilização de anestésicos locais por cirurgiões-dentistas.

RAMACCIATO, J. C.*, RANALI, J., VOLPATO, M. C., GROPPO, F. C., FLÓRIO, F. M.,
SOARES, P. C. O.

Departamento de Farmacologia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5310. E-mail: jramacciato@yahoo.com

O objetivo deste trabalho foi verificar a utilização dos anestésicos locais (AL) por cirurgiões-dentistas. Um questionário, aplicado durante eventos de classe, foi formulado com as seguintes características: 1) perfil da amostra; 2) critérios de escolha dos ALs; 3) uso de anestesia tópica; 4) manuseio de pacientes especiais e 5) complicações locais e sistêmicas. Os 133 formulários que retornaram mostraram que 46,6% dos profissionais foram formados em instituições privadas e 45,9% em públicas. Do total, 63,9% foram formados entre 1990 e 2000 e 56,4% não tinham especialização. Dos especialistas, 74,5% concluíram sua especialização na última década, sendo a endodontia a mais apontada (31,3%). A maioria dos profissionais (75,2%) possui 2 a 4 tipos de ALs, sendo que 85,7% usam a prilocaína. A eficácia foi apontada como o fator mais importante de escolha da solução (77,4%). A anestesia tópica não é utilizada por 9%. A lidocaína é o AL preferido para o atendimento de gestantes (34,6%), sendo a prilocaína indicada por 30,8%. Este último é o preferido para idosos (60,3%) e crianças (56,7%). Complicações locais foram verificadas por 27,1%, sendo o edema (9%) o mais citado. A maioria (96,3%) não relatou ocorrência de complicações sistêmicas. A maior porcentagem de falhas (40,6%) foi apontada para anestesia dos nervos alveolar inferior e lingual.

Concluímos que não houve diferenças significativas com relação ao perfil dos respondedores quanto aos critérios de escolha e manuseio de pacientes especiais e que há desconhecimento quanto à escolha do AL para pacientes especiais.

A085

Análise in vitro da própolis da Bahia contra estreptococos mutans.

DUARTE, S.*, KOO, H., BOWEN, W. H., HAYACIBARA, M. F., CURY, J. A., IKEGAKI, M.,
PARK, Y. K., ROSALEN, P. L.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5313. E-mail: rosalen@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da própolis da Bahia (mata atlântica) e suas frações purificadas no crescimento de estreptococos mutans. Diferente das própolis de outras regiões, esta possui uma composição química contendo compostos apolares, não apresentando flavonóides agliconas. O extrato etanólico da própolis (EEP) foi preparado a partir da própolis bruta, e 4 frações (hexano, clorofórmio, acetato de etila e etanol) foram obtidas de acordo com um gradiente de polaridade. Ensaios de concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM) do EEP, de suas frações e dos controles foram utilizados para determinar a atividade antibacteriana. Os microrganismos testados foram Streptococcus mutans Ingbritt 1600, S. sobrinus 6715 e um isolado clínico de cada uma destas espécies. Os valores da CIM para o EEP foram: 50-100 µg/ml para ambos S. mutans Ingbritt 1600 e isolado clínico correspondente; 12,5-25 µg/ml para S. sobrinus 6715; e 25-50 µg/ml para seu isolado clínico. Entre as frações, as únicas que mostraram CIM foram: hexano, que apresentou as menores concentrações contra todos os microrganismos (6,25-50 µg/ml), e clorofórmio (12,5-100 µg/ml). A CBM para o EEP e suas frações (hexano e clorofórmio) foi 4-8 vezes maior que os valores da CIM.

Os dados mostram que esta própolis tem uma efetiva atividade antimicrobiana contra estreptococos mutans e esta atividade está relacionada com compostos apolares. (Apoio: FAPESP – Processo: 99/11994-8; CNPq – Processo: 466879/00-8.)

A086

Cinco anos de avaliação clínica da retenção e eficácia de dois selantes ionoméricos.

PARDI, V.*, PEREIRA, A. C., MENEGHIM, M. C., AMBROSANO, G. M. B., MIALHE, F. L.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209. E-mail: vpardi@uol.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a retenção e eficácia de dois selantes ionoméricos, sendo um convencional (A) e o outro modificado por resina (B), após 5 anos de aplicação clínica. A amostra foi constituída por crianças na faixa etária de 6 a 8 anos. Houve um grupo experimental que recebeu os selantes de acordo com o “design splith mouth”, sendo os dentes 16 e 46 selados com o material A e os dentes 26 e 36 selados com o material B e um grupo controle que recebeu apenas reforço na técnica de escovação. Após 5 anos, a retenção total para ambos os materiais, A e B, foi muito baixa, no entanto na análise estatística, somando-se os graus de retenção parciais com o grau de retenção total, verificou-se diferença estatisticamente significante no grau de retenção entre os mesmos (teste de Wilcoxon pareado), sendo o material B superior ao material A. O grupo experimental apresentou 22,69% de incidência de cárie, enquanto o grupo controle apresentou 34,8%, havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos (teste qui-quadrado). É importante salientar que apenas 1,9% dos dentes do grupo experimental e 10,1% do grupo controle encontravam-se cariados, o restante apresentavam-se restaurados.

Esses resultados sugerem que o ionômero de vidro utilizado como selante oclusal foi eficaz para a prevenção da cárie dentária mesmo apresentando baixos graus de retenção total. (Apoio financeiro: FAPESP – Processo: 96/5278-0.)

A087

Polimorfismo genético de S. mutans isolados de cárie dental.

NASCIMENTO, M. M.*, HÖFLING, J. F., GONÇALVES, R. B.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5321. E-mail: reginald@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de colonização dos Streptococcus do grupo mutans isolados da cavidade oral de indivíduos que apresentam lesões de cárie coronária e radicular. A correlação entre a presença e distribuição clonal destas espécies e os tipos de lesões cariosas também foram verificados. O isolamento e posterior identificação bioquímica destas espécies foi realizado a partir de amostras de saliva, placa dental bacteriana e tecido das lesões de cárie. A fim de se confirmar a identidade molecular, S. mutans e S. sobrinus foram submetidos a técnica de PCR, utilizando-se os “primers” específicos para o gene da glucosiltransferase (gtfB e gtfI, respectivamente). A técnica de AP-PCR foi usada para detectar o polimorfismo genético destas espécies. Dentre as espécies isoladas, 82% foram identificadas bioquimicamente como Streptococcus do grupo mutans. Aplicando-se a técnica de PCR, 56% foram identificadas como S. mutans e 30% como S. sobrinus. Os indivíduos estavam colonizados por ambos S. mutans e S. sobrinus, bem como por um ou mais tipos clonais destas espécies. A freqüência de distribuição dos genótipos de S. mutans variou entre os diferentes sítios pesquisados. Bactérias capazes ou não de fermentar determinados açúcares, como a melibiose, puderam ser distinguidas pela técnica de AP-PCR.

Diferentes tipos clonais de Streptococcus do grupo mutans podem colonizar seletivamente sítios específicos da cavidade oral de um indivíduo, e podem apresentar propriedades fenotípicas diferentes. (Apoio financeiro: FAPESP – Processos: 00/03490-9; 00/06171-1).

A088

pH, capacidade tampão, concentrações de cálcio e fósforo nos alimentos infantis.

OLIVEIRA, F. S.*, PIN, M. L. G., SILVA, S. M. B., BUZALAF, M. A. R., MACHADO, M. A. A. M., GRANJEIRO, J. M., KIRA, C.

FOB – USP. Tel.: (0**14) 235-8246. E-mail: mbuzalaf@fob.usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o pH, a capacidade tampão e as concentrações de Ca e P em bebidas e alimentos infantis. Dez produtos comercialmente disponíveis foram analisados: produtos lácteos (leite integral, fermentado, achocolatado e iogurte); sucos (laranja integral e de maçã); refrigerantes (Coca-Cola normal e “light”), e papinhas (frutas sortidas e sopinha cremosa). O pH foi medido com um pH-metro (Micronal B317). A capacidade tampão foi determinada através de titulação com NaOH 0,2 M, usando o mesmo aparelho. Foi calculado o número de adições (25 µl) para atingir o pH 5,5 e 7,0. As dosagens de Ca e P foram realizadas através da espectrometria de emissão atômica por plasma de argônio induzido (Espectrômetro Optima 3000 DV – Perkin Elmer). Coca-Cola normal e “light”, sucos de laranja e maçã, papinha de frutas sortidas e leite fermentado apresentaram valores médios de pH inferiores a 4,0. O leite fermentado, papinha de frutas sortidas, iogurte e sucos de laranja e de maçã apresentaram alta capacidade tampão. As concentrações (média ± DP; unidade ppm) de Ca e P foram: 1.037 ± 35 e 867 ± 17, 546 ± 22 e 431 ± 16, 776 ± 1 e 718 ± 9, 776 ± 29 e 940 ± 32, 40 ± 3 e 84 ± 6, 22 ± 1 e 47 ± 2, 15 ± 2 e 73 ± 6, 18 ± 0,1 e 132 ± 5, 47 ± 1 e 107 ± 3, 76 ± 2 e 475 ± 5, respectivamente para o leite integral, fermentado e achocolatado, iogurte, sucos de laranja e de maçã, Coca-Cola normal e “light”, papinha de frutas sortidas e cremosa.

O consumo de alimentos com baixo pH, alta capacidade tampão e baixa concentração de Ca e P pode representar um fator de risco tanto para a erosão quanto para a cárie dentária em crianças.

A089

Mudanças morfológicas de superfície seguida de clareamento.

OYAMA, K. O. N.*, GUIMARÃES, S. M. D. B., SIQUEIRA, E. L., AZAMBUJA Jr., N., SANTOS, M.

Departamento de Dentística – FOUSP. Fax: (0**11) 6748-3486. E-mail: oyama@originet.com.br

Técnica recente de clareamento de dentes vitais escurecidos envolve o uso de moldeira confeccionada e peróxido de carbamida a 10%. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de 4 agentes clareadores sobre a superfície de esmalte, dentina e cemento. Para isto, 20 dentes anteriores extraídos, íntegros e sem cárie foram submetidos à profilaxia com ultra-som e autoclavados. Os dentes foram distribuídos casualmente em dez grupos. Cinco grupos tiveram a porção cementária completamente impermeabilizada com esmalte de unha e outros cinco grupos tiveram 1 mm de cemento sem a impermeabilização, adjacente à junção cemento-esmalte. Foi confeccionada moldeira em resina acrílica para cobrir completamente a porção coronária e um terço da raiz de cada dente. Os dentes foram reidratados e foram clareados com seguintes produtos: A-Nite-White, B-Sorriso, C-Review, D-Opalescence e E-água destilada como controle. A porção coronária e um terço da raiz dos dentes foi imersa diariamente no agente clareador por um período de 8 horas e 16 horas em água destilada, durante 20 dias. Cada dente teve dois terços da raiz removida e o remanescente foi clivado longitudinalmente no sentido vestíbulo-lingual em dois segmentos iguais, secos à temperatura ambiente e foram preparadas para observação em Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV).

Todos os dentes tratados com agentes clareadores não mostraram alterações significantes em esmalte e dentina, mas no cemento mostraram múltiplas irregularidades e fragmentação da superfície.

A090

Monitoramento salivar de bebês atendidos na Bebê-Clínica da UNIGRANRIO.

ABREU, F. V.*, MIASATO, J. M., PESTANA, M.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UNIGRANRIO; FESO - RJ. Tel.: (0**21) 611-3120. E-mail: volpe@montreal.com.br

O presente estudo tem por objetivo avaliar a microbiota salivar dos bebês que participam do Programa de Atenção na Primeira Infância (Educação em saúde – técnica do grupo focal – e acompanhamento clínico de 3/3 meses) da FO – UNIGRANRIO. Para a realização deste trabalho foi utilizado o teste de saliva “No Caries 1 e 2” e as crianças foram classificadas de acordo com o grau de infecção salivar em 4 categorias: A (+ +), B (– +), C (+ –) e D (– –). Foi avaliada a condição salivar de 41 bebês de ambos os sexos, com idade variando de 5 a 36 meses. Todas as mães destas crianças já participaram da educação em saúde e 16 bebês estavam fazendo o primeiro exame clínico, enquanto os outros 25 já participavam do Programa por, pelo menos 3 meses (tempo no programa - de 3 a 31 meses; média 7,44 ± 8,74 meses). Todas essas crianças já apresentavam pelo menos 1 dente erupcionado (média 9,80 ± 6,48) e tinham o índice ceo-d = 0. Em relação ao monitoramento salivar, 38 (92,7%) dos bebês estavam na categoria A (pior classificação), 1 (2,4%) foi B e 2 (4,9%) foram C. Constatou-se, também, que 20 (48,8%) destes bebês, embora o resultado final do exame tenha apresentado-se crítico, estavam com a capacidade tampão ainda não esgotada.

Apesar do teste salivar ter mostrado que o nível de infecção destes bebês não está compatível com a saúde da boca, as estratégias adotadas pelo Programa demonstraram eficiência.

A091

Detecção do gene vapp em Actinobacillus actinomycetemcomitans isolados de diferentes localizações geográficas.

QUEIROZ, A. C.*, MAYER, M. P. A.

Departamento de Microbiologia – Instituto de Ciências Biomédicas II – USP.

O gene vapp, homólogo a genes vapp existentes nas cepas virulentas de Dichelobacter nodosus e Helicobacter pylori foi seqüenciado na cepa Y4 de Actinobacillus actinomycetemcomitans (MAYER et al., 1999) isolada de um paciente com Periodontite Juvenil Localizada (PJL), produtora de baixos níveis de leucotoxina. No presente estudo, analisamos a presença do gene vapp em 39 amostras de Actinobacillus actinomycetemcomitans, provenientes do Brasil, Quênia, Japão, Suécia e EUA. Vinte e seis entre as 39 amostras analisadas apresentaram ampliação quando utilizados “primers” homólogos ao gene vapp (cepa Y4) e treze não apresentaram. O gene vapp foi observado em amostras isoladas de todas as localizações geográficas estudadas, demonstrando que em Actinobacillus actinomycetemcomitans este não é restrito a determinado clone ou a isolados de determinada região.

Não foi observada relação entre a detecção do gene vapp, nas cepas de Actinobacillus actinomycetemcomitans e as formas mais agressivas de doença periodontal. (FAPESP: 98/15596-4.)

A092

Fluorose dentária em escolares da zona sul de São Paulo.

BUSCARIOLO, I. A.*, PENHA, S. S., ADDE, C. A., TORTAMANO, N.

Disciplina de Clínica Integrada – Departamento de Estomatologia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7813.

Nesse estudo avaliamos a prevalência de fluorose dentária em escolares residentes e nascidos no município de São Paulo, cuja água de abastecimento público apresenta flúor em concentração de 0,7 ppm. Essa fluoretação data de 1989, quando ainda não havia fontes alternativas de flúor, e foi responsável direta pela queda do índice de CPOD. Recentemente, muitas outras fontes de flúor foram incorporadas, como os dentifrícios e as soluções para bochecho elevando a biodisponibilidade do flúor e resultando no surgimento da fluorose dentária. Escolares de ambos os sexos, na faixa etária dos 8 aos 16 anos de idade, matriculados na rede de ensino público municipal, foram examinados para investigação da fluorose dentária. Utilizando-se o índice de Thylstrup e Fejerskov (TF). Verificou-se que 48,6% da amostra de 956 estudantes apresentaram TF maior ou igual a 1. Houve predomínio em 61,5 % do TF = 1, 29,9 % do TF = 2 e 11,5 % do TF = 3, o restante encontrou-se distribuído nos TF = 4, 5 e 6. As condições de saúde bucal foram também avaliadas, e pôde-se verificar que o índice CPOD continua em franca queda e que grande parte dessa amostra (69%) apresentou alguma oclusopatia.

Esses dados sugerem que novas e futuras pesquisas deverão ser realizadas, na tentativa de estabelecer a posologia adequada dos fluoretos, de forma a oferecer máximo benefício e mínimo efeito deletério à população consumidora.

A093

Associação de clorexidina e própolis atuando na inibição da aderência de Streptococcus spp.

SWERTS, M. S. O.*, COSTA, A. M. D. D., PAOLIELLO, R. C., FIORINI, J. E.

Clínica Odontológica – UFRJ; UNIFENAS - MG.

E-mail: mariosergio.swerts@unifenas.br

Este estudo avaliou in vitro a associação de gluconato de clorexidina (Periogard® Colgate) e própolis (Apis Flora®) formulando um composto a 0,12%, no intuito de se contribuir para obtenção de um novo meio preventivo de periodontopatias. A solução associada a 0,12% e a solução de gluconato de clorexidina (Periogard® Colgate) a 0,12% (controle), grupos separados, foram diluídas em várias concentrações para comprovação do potencial inibitório. As concentrações que variaram de 120 µg/ml a 0,06 µg/ml foram adicionadas em um meio de crescimento microbiano com sacarose a 5%. Ambas foram adicionadas em um sistema formado por tubos de vidro de 12 x 150 mm contendo no seu interior bastões capilares de 75 mm com formato de bengala para a adesão bacteriana. Posteriormente, inoculou-se 0,1 ml de Streptococcus mutans, grupo I (ATCC 25175), Streptococcus sanguis, grupo II (ATCC 10557) e Streptococcus salivarius, grupo III (CDC 262). A incubação foi realizada a 35,5ºC por 48 h em microaerofilia. Fez-se a pesagem das bengalas, relacionando-as às concentrações de cada tubo. Aplicando o teste “t” de Student ao nível de 5% de significância, a solução associada a 0,12% foi mais eficiente na inibição da aderência bacteriana que o grupo controle. A primeira obteve um “t” calculado de 3,32, 5,10 e 5,59 para Streptococcus mutans, sanguis e salivarius, respectivamente, em “t” tabelado = 2,36. Enquanto que a solução de gluconato de clorexidina (Periogard® Colgate) a 0,12% alcançou para as cepas de Streptococcus mutans, sanguis e salivarius, “t” calculado = 3,36, 5,57 e 6,39, respectivamente, onde os maiores valores indicaram maior adesão bacteriana.

A094

Avaliação da concordância entre diferentes métodos de diagnóstico de lesões de cárie.

ROCHA, R. O.*, ARDENGHI, T. M., OLIVEIRA, L. B., RODRIGUES, C. R. M. D., CIAMPONI, A. L.

Disciplina de Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7814. E-mail: rr10@ig.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vivo a concordância dos métodos visual, radiográfico e fluorescência a laser (DIAGNOdent – KaVo) na detecção de lesões de cárie dentária em superfícies oclusais de molares decíduos. A amostra foi composta por 122 molares decíduos (225 sítios) de 30 crianças (9 e 11 anos de idade). Dois examinadores realizaram o diagnóstico da presença ou não de lesão de cárie, em condições padronizadas, seguindo os critérios: (0) sítio hígido; (1) lesão em esmalte e (2) lesão em dentina. Os dados obtidos foram submetidos ao teste estatístico Cohen’s Kappa e estão dispostos na tabela (valor de “k”):

Examinador/Método

Visual

Radiográfico

Laser

A X A

0,45

0,64

0,56

B X B

0,63

0,85

0,57

A X B

0,58

0,44

0,59

Conclui-se que, de acordo com a avaliação feita, o ferro encontrado em excesso na água da comunidade é a causa do aparecimento de manchas escuras e difusas na superfície do esmalte, que são facilmente removidas com profilaxia em consultório dentário e não recidivam quando descontinuado o uso da água.

A095

Mutacinas: espectro de ação e amplificação dos genes mutA em Streptococcus mutans isolados de indivíduos livres de cáries e cárie-ativos.

LONGO, P. L.*, MATTOS-GRANER, R., MAYER, M. P. A.

Departamento de Microbiologia – Instituto de Ciências Biomédicas – USP.
 Tel.: (0**11) 3091-7348, 3091-7354. E-mail: priscilalongo@usa.net

Streptococcus mutans produz uma substância bactericida protéica denominada mutacina. Existem 4 grupos descritos de mutacinas e já foram seqüenciados os genes estruturais responsáveis pela sua produção (mutA I, II, III e IV). Neste trabalho, através do antagonismo posposto, 22 cepas de S. mutans isoladas de crianças livres de cáries ou cárie-ativas e com hábitos dietéticos semelhantes foram testadas quanto a produção de mutacinas usando como indicadoras espécies de estreptococos e Neisseria subflava. Os resultados foram analisados medindo-se o diâmetro dos halos inibitórios do crescimento das bactérias indicadoras. Todas as cepas produziram halo inibitório do crescimento de pelo menos uma das amostras indicadoras. Três cepas produziram halos inibitórios pequenos em estreptococos, porém grandes em N. subflava, exibindo um espectro ainda não descrito entre as mutacinas. Através da análise estatística pelo método de Fisher não foi possível detectar diferença significativa entre a produção e sensibilidade às mutacinas entre cepas isoladas de crianças cárie-ativas e livres de cáries. A amplificação dos genes mutA foi realizada usando-se iniciadores homólogos aos genes mutA das mutacinas tipos I, II e III. Como controle foram usados iniciadores homólogos ao gene gtfB, específicos para S. mutans. Em apenas uma amostra clínica foi observada amplificação do gene mutA II. As demais amostras não apresentaram amplificação de nenhum gene mutA.

Os resultados sugerem que as mutacinas fazem parte de um grupo muito heterogêneo, que abriga mais divisões do que as 4 descritas. (Apoio: FAPESP – Processo: 99/07687-2.)

A096

Efeito erosivo de um vinho tinto brasileiro sobre esmalte bovino.

HUGO, F. N.*, PADILHA, D. M. P., SOUSA, M. A. L. de

Faculdade de Odontologia – UFRGS; Faculdade de Biociências, IGG – PUCRS.

O consumo de vinho está associado ao risco de erosão dentária. O objetivo deste trabalho é descrever o efeito erosivo in vitro de um vinho tinto brasileiro sobre o esmalte bovino previamente imerso em saliva humana e água. Blocos de esmalte foram cortados com disco diamantado, lavados com água destilada, sonicados, secos e as faces cortadas. As metades das superfícies cobertas com esmalte de unhas. Metade dos blocos foram mantidos em água e o resto imersos em saliva humana total por 12 h. Depois disso as peças foram lavadas e imersas no vinho por 1 h, lavadas novamente, sonicadas em acetona, lavadas e deixadas para secar. Foram então montadas em “stubs” e metalizadas com ouro para microscopia eletrônica de varredura. O pH do vinho foi medido antes do início do estudo. Os espécimes foram investigados sob pequenos e grandes aumentos seguindo-se a borda de esmalte de unhas para que se detectassem mudanças na superfície do esmalte. Não houve diferenças nos aspectos da erosão ocorridos tanto no grupo de blocos imerso em saliva como no em água. O espectro do efeito erosivo em ambos os grupos foi similar. Poucos efeitos erosivos foram observados em alguns blocos, resultado do alargamento de ranhuras fisiológicas do esmalte. Quando as erosões eram mais pronunciadas as ranhuras desapareciam. Onde houve erosão severa, foi possível reconhecer o aspecto de favos de mel dos prismas, que algumas vezes eram rasos, outras profundos.

Concluiu-se que esmalte bovino imerso em vinho tinto com pH 4,55 por 1 h sofreu erosão. Nas condições do experimento, a saliva não protegeu a superfície do esmalte.

A097

Procedimentos realizados por dentistas no controle de infecção.

MENDONÇA, M. J.*, PAVARINA, A. C., VARJÃO, F. M., MACHADO, A. L., GIAMPAOLO, E. T., VERGANI, C. E.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Fax: (0**16) 201-6406. E-mail: cucci@foar.unesp.br

A utilização de procedimentos efetivos para o controle de infecção no consultório odontológico pode prevenir a contaminação cruzada entre dentistas, equipe odontológica, técnicos de laboratório e pacientes. O objetivo deste estudo foi identificar os materiais e métodos utilizados pelos dentistas no consultório para o controle de infecção. O questionário, aplicado por meio de entrevista, era constituído de 20 questões relacionadas à prática habitual de controle de infecção, relativas a desinfecção de próteses e outros trabalhos laboratoriais. De acordo com os resultados foi possível verificar que 95% dos entrevistados têm consciência sobre o potencial de transmissão de microorganismos patogênicos para o laboratório de prótese por meio de trabalhos protéticos contaminados. Além disso, 87% dos dentistas acreditam que doenças infecciosas podem ser transmitidas do laboratório para o consultório odontológico. Cinqüenta e oito por cento dos entrevistados desinfetam as próteses antes de enviá-las ao laboratório. Por outro lado, somente 33% dos profissionais desinfetam as próteses novas provenientes do laboratório. Os tipos de agentes químicos utilizados para desinfecção são variados. Os profissionais geralmente usam luvas (100%) e máscaras (95%), mas somente 67% usam óculos de proteção.

Os resultados deste estudo demonstraram que os procedimentos para o controle de infecção cruzada variam significativamente entre os consultórios, e vários dentistas ainda enviam trabalhos contaminados ao laboratório.

A098

Análise do potencial antimicrobiano de medicações intracanal utilizadas em Endodontia.

NASSRI, M. R. G.*, MARTINELLI, F., PORTES, M. L., PIETRO, R., LIA, R. C. C.

Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. Tel.: (0**16) 603-6717.

O objetivo do presente estudo foi determinar a ação antimicrobiana de duas substâncias – NDP e PRP – utilizadas como medicação intracanal em endodontia, quando em contato com bactéria comumente encontrada no canal radicular, Staphylococcus aureus (ATCC), em meios de cultura sólido e líquido. A infusão bacteriana foi preparada utilizando meio BHI, correspondente a 0,5 da escala MacFarland. Para o meio sólido, foi realizado o experimento em duas camadas de meio de cultura sobre a placa de Petri. Na base foram colocados 10 ml de Müller-Hinton e, após sua solidificação, uma outra camada, também de 10 ml, preparada com infusão de bactéria diluída em 5:10, meio BHI e 5 ml de Müller-Hinton. Feito isto, foram espalhados aleatoriamente na placa de Petri, discos de filtro previamente embebidos das substâncias testadas e soro fisiológico, usado como controle negativo. Em cada placa foram colocados vários discos contendo uma única substância-teste. Para o meio líquido (BHI), foram colocados em tubos 2 ml de meio BHI acrescidos de uma mistura de 5 ml de 2:10 de infusão bacteriana e BHI, previamente preparada. Em cada tubo foi colocado apenas um disco de filtro. As placas e os tubos foram armazenados em estufa, e após 24 horas, os resultados foram obtidos.

Foi concluído que houve formação de halos de inibição quando do uso das medicações PRP e NDP, sendo que o PRP mostrou maiores halos de inibição, indicando maior potencial antimicrobiano. Em meio líquido houve crescimento bacteriano em todos os tubos.

A099

Efeito da oclusão e do grau de higienização na atividade de bactérias causadoras da doença cárie.

FRANCISCO, M. G., GARROTE, C. S., JORGE, A. O. C., PORTO, C. L. A., FARIA, I. S.

São Paulo.

O biofilme (placa bacteriana) é considerado o fator etiológico determinante da cárie dentária e, por isso observa-se a importância do papel da higiene oral na promoção e prevenção da saúde bucal. Os métodos de remoção do biofilme das superfícies do dente através da escovação representam um meio eficaz e de grande amplitude na população e têm como finalidades diminuir as concentrações bacterianas e prevenir a cárie. Os contatos oclusais também apresentam influência significativa sobre a remoção da placa bacteriana nestas superfícies dentais. Este estudo visa observar se o efeito mecânico da oclusão poderá ou não atuar sobre a quantidade de bactérias cariogênicas. O objetivo será verificar este efeito da oclusão e do grau de higienização na quantidade de S. mutans em relação às fóssulas funcionais e não funcionais de primeiros molares inferiores. Para tanto serão selecionados, no momento da triagem e 30 dias após a motivação para os procedimentos de higienização, 10 fóssulas mesiais e 10 fóssulas centrais de dentes primeiros molares inferiores humanos íntegros de pacientes com idade média de 8 anos e com oclusão 1:2 (cúspide crista). As amostras serão obtidas com a utilização de cone de papel absorvente estéril e imediatamente após a coleta, estes cones serão imersos em solução salina e semeados em meio de cultura seletivo para o desenvolvimento de Streptococcus mutans.

A100

Avaliação da inibição bacteriana dos dentifrícios “naturais”.

MORAIS, A. P.*, VELMOVITSKY, L., MOTTA, L., MEDEIROS, U. V., UZEDA, M.

UFRJ; UFF; UNIVERSO. E-mail: andmor@highway.com.br

Foi avaliada a capacidade inibitória mínima (CIM), in vitro, de 4 dentifrícios contendo agentes considerados “naturais” – Sorriso Herbal® (SH), Malvatricin® (M), Gessy Cristal® (GC) e Paradontax® (P), sobre cepas bacterianas envolvidas no processo de cárie (Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus casei – padrão ATCC). Foram testadas, em triplicata, uma solução concentrada com 3 g de cada dentifrício para 10 ml de água deionizada e diluições seriadas de 1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32 e 1:64 dessa solução. O dentifrício GC não apresentou inibição bacteriana em nenhuma das concentrações e nas diluições 1:16, 1:32 e 1:64 nenhum dentifrício foi eficaz. Os dentifrícios mais eficazes na inibição global, ou seja, somada a CIM das 3 cepas, com a solução concentrada, foram em ordem decrescente: M (31,3 mm), SH (16,6 mm) e P (13,7 mm). Nas diluições 1:2 e 1:4 apenas SH apresentou inibição para as três cepas (somatório de 8 mm e 4 mm respectivamente). O dentifrício M, nas diluições 1:2, 1:4 e 1:8, só foi eficaz para Streptococcus sobrinus com CIM de 11 mm, 7 mm e 5,7 mm respectivamente.

Conclui-se que, nas condições propostas, o GC não possui atividade antibacteriana; o M obteve melhor desempenho na inibição global e produziu inibição, mesmo que de uma única cepa, nas maiores diluições porém SH foi o dentifrício que manteve-se efetivo para uma maior variedade de cepas mesmo quando diluído.

A101

Concentração de flúor em medicamentos pediátricos e risco de fluorose dental.

ANZAI, A.*, RIZZI, R. I., FURLANI, T. A., SILVA, T. L., SILVA, S. M. B., BUZALAF, M. A. R.

Departamento de Ciências Biológicas – FOB – USP. Tel.: (0**14) 235-8346. E-mail: mbuzalaf@fob.usp.br

Os índices de fluorose dental têm aumentado em todo o mundo nos últimos anos. Isto se deve ao consumo de flúor (F) a partir de várias fontes. Assim, todas as fontes possíveis de F consumidas por crianças na faixa etária de risco para fluorose dental devem ser avaliadas. Muitos medicamentos pediátricos são consumidos diariamente por crianças com problemas de saúde crônicos, ou mesmo na forma de vitaminas. O objetivo deste estudo foi analisar a concentração de F total (FT) e solúvel (FS) em HCl 0,01 N (“suco gástrico”) em 119 medicamentos mais comumente prescritos a crianças, em diversas áreas médicas, para problemas de saúde crônicos. As amostras dos medicamentos foram adquiridas em Bauru e Presidente Prudente, SP. O conteúdo de FT foi separado por difusão facilitada por HMDS e o de FS, incubando-se as amostras (que continham mais de 10 ppm FT) a 37ºC por 1 h em HCl 0,01 N. As análises de F foram feitas com o eletrodo íon-específico (Orion 96-09). As concentrações de FT encontradas variaram de 0 a 54,24 (ppm) e 4 medicamentos apresentaram concentração de FT maior que 10 ppm. Nestes, as concentrações de FS variaram entre 0,15 e 27,32 ppm.

Em virtude dos resultados obtidos, concluímos que alguns dos medicamentos testados podem ser importantes fatores de risco para fluorose dental, quando somados à ingestão total de F a partir da dieta. Os profissionais da saúde deveriam ser informados destes resultados. Além disto o rótulo dos produtos deveria informar a sua concentração de F.

A102

Purificadores de água domésticos e concentração de flúor na água.

LEVY, F. M., RODRIGUES, M. H. C., CAVASSANI, T. T., BASTOS, J. R. M., BUZALAF, M. A. R.*

Departamento de Ciências Biológicas – FOB – USP. Tel.: (0**14) 235-8346. E-mail: mbuzalaf@fob.usp.br

Os purificadores de água à base de osmose reversa e destilação removem uma grande quantidade de flúor (F) da água, entretanto ainda há controvérsias quanto ao comportamento dos purificadores à base de carbono ativado. Se a remoção de F pelos purificadores for significativa, pode haver um número cada vez maior de crianças bebendo água com um nível de F abaixo do recomendado para prevenir cáries, o que indicaria uma suplementação. O objetivo do nosso trabalho foi avaliar o grau de remoção de flúor por purificadores de água caseiros, bem como verificar a qualidade de fluoretação da água de abastecimento da cidade de Bauru, SP. Foram coletadas amostras da água da torneira e do purificador de água de 20 residências, em 3 pontos de distribuição de água da cidade. A análise de F nas amostras foi feita com o eletrodo íon-específico (Orion 96-09), após tamponamento com Tisab II. As concentrações de F (ppm) encontradas nas amostras de água provenientes da torneira e do filtro (média ± DP, n = 20) foram: 1,05 ± 0,170 e 1,113 ± 0,228; 0,695 ± 0,145 e 0,591 ± 0,221; 0,603 ± 0,093 e 0,596 ± 0,157, para as regiões 1, 2 e 3, respectivamente. Dos 60 purificadores testados, 4 (à base de carvão ativado) removeram o F da água, total ou parcialmente.

Concluiu-se que a fluoretação da água de abastecimento da cidade de Bauru, SP não é homogênea e que alguns filtros à base de carvão ativado removem total ou parcialmente o F da água. Maiores estudos são necessários para se estudar o comportamento dos filtros de carvão ativado, a fim de se esclarecer por que alguns removem F da água e outros não.

A103

Avaliação in situ de uma formulação de dentifrício com concentração reduzida de flúor.

PERES, P. E. C.*, DEL BEL CURY, A. A., CURY, J. A.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. E-mail: jcury@fop.unicamp.br

Avaliação in vitro demonstrou que uma formulação contendo 550 ppm F apresentou reatividade similar a um dentifrício convencional com 1.100 ppm F. Resultados preliminares desta formulação, com o uso de placas palatinas, demonstraram sua eficiência em reduzir a desmineralização do esmalte. Entretanto não foi avaliada a relação dose/efeito e não foi utilizado um controle positivo. Foi feito um estudo cruzado, duplo-cego, composto de 5 etapas de 15 dias, onde 15 voluntários adultos, usando prótese parcial removível, contendo 4 blocos de esmalte, sendo 2 hígidos e 2 com lesão artificial de cárie, foram submetidos a tratamentos com dentifrícios: I = não fluoretado; II = 275; III = 550 e IV = 1.100 ppm F; V = Crest Regular (controle positivo). Os dentifrícios continham sílica e suas formulações foram modificadas para melhorar a reatividade do flúor (NaF) com o esmalte dental. Análises da dureza (Knoop) da superfície, secção longitudinal e flúor incorporado foram determinadas no esmalte. Os resultados demonstram que a formulação com 550 ppm F foi mais eficiente que os dentifrícios placebo e 275 ppm F (p << 0,05) e foi equivalente em efeito ao controle positivo (p >> 0,05) em: 1) reduzir a desmineralização da superfície e da lesão de cárie; 2) potencializar a remineralização da superfície do esmalte e da lesão de cárie; 3) aumentar o flúor incorporado no esmalte hígido e com lesão de cárie.

Os resultados sugerem que a formulação experimental com concentração reduzida de flúor pode ter a mesma eficácia do dentifrício convencional e seria mais seguro em relação a fluorose dental. (CNPq - processo 522679/96-0.)

A104

Estudo in vitro da eficácia anticárie de uma formulação de dentifrício contendo NaF e CaCO3 estabilizado.

ARGENTA, R. M. O.*, TABCHOURY, C. P. M., CURY, J. A.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5303. E-mail: jcury@fop.unicamp.br

Alguns estudos têm sugerido que dentifrícios com NaF são mais eficientes que os com MFP. Em acréscimo, formular dentifrício com NaF e CaCO3, abrasivo e matéria-prima nacional de boa qualidade farmacotécnica é um desafio. Entretanto, uma formulação contendo NaF e CaCO3 estabilizado foi desenvolvida e assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a eficácia desta formulação em inibir a desmineralização do esmalte dental. Preparou-se dentifrícios com 275, 550 e 1.100 ppm F (G1 a G3), contendo NaF/CaCO3, os quais foram comparados com um controle positivo (CrestÒ, G4). Quarenta blocos de esmalte foram obtidos a partir de dentes humanos. Uma ciclagem de pH consistindo de 6 h/dia na solução desmineralizante, 17 h/dia na solução remineralizante, e 2 tratamentos com os dentifrícios por dia, durante 14 dias foi realizada. Os blocos foram seccionados longitudinalmente e microdureza da lesão de cárie (KHN x mm) foi determinada nos blocos que participaram da ciclagem e em um grupo de blocos hígidos (G5) que não participou da ciclagem. Os resultados foram (média ± DP): G1) 28.198,9 ± 4.844,3a; G2) 30.509,3 ± 6.744,4a; G3) 37.495,3 ± 5.744,3b; G4) 38.633,0 ± 3.622,8b; G5) 47.915,8 ± 2.576,9c. Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente (p << 0,05).

A formulação experimental com 1.100 ppm F contendo NaF e CaCO3 estabilizado apresentou a mesma eficácia do controle positivo na redução da perda mineral da lesão cariosa, sendo mais eficiente que as concentrações de 275 e 550 ppm F. (FAPESP – Processos: 99/12229-3 e 01/00722-9.)

A105

Cariogenicidade de diferentes leites suplementados ou não com ferro.

PERES, R. C. R., COPPI, L. C., ROSALEN, P. L.*, DUARTE, S., VOLPATO, M. C., HECK, A. R.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel./fax: (0**19) 430-5308. E-mail: rosalen@fop.unicamp.br

Os objetivos do trabalho são avaliar a cariogenicidade de diferentes tipos de leite e o efeito cariostático do ferro (Fe) quando suplementado em uma fórmula infantil, utilizando modelo de cárie em rato dessalivado. Utilizaram-se 60 ratas Wistar spf, infectadas com Streptococcus sobrinus 6715. Aos 25 dias de idade, estas foram submetidas à cirurgia de dessalivação. As ratas foram divididas em 6 grupos que receberam ad libitum: (1) água destilada esterilizada; (2) leite humano; (3) leite bovino; (4) leite Ninho em crescimento®; (5) leite Ninho em crescimento® + Fe (88 ppm) e (6) água com 5% de sacarose. Os grupos controles (1 e 6) receberam dieta essencial NCP#2, 2 vezes/dia, via gavagem. O consumo de líquidos foi registrado diariamente e os animais, pesados semanalmente. Após 21 dias, as ratas foram sacrificadas e avaliadas quanto a microbiota oral e índice de cárie pelo método de Keyes modificado por Larson. Os resultados foram submetidos ao teste Kruskal-Wallis. Não houve diferença estatística quanto a porcentagem de S. sobrinus entre os grupos 2, 3, 4, 6 (37,5-44,8%) e entre os grupos 1 e 5 (6,5-15,2%) (p << 0,05). Os índices de cárie de sulco e [superfícies lisas], são os que se seguem: (1) 6,3 [16,3]; (2) 20,9 [25,7]; (3) 21,5 [9,5]; (4) 47,1 [45,0]; (5) 33,3 [31,6]; (6) 53,8 [54,8].

Conclui-se que os leites humano e bovino não apresentaram cariogenicidade significativa, diferentemente das fórmulas infantis, e a adição de Fe mostrou efeito cariostático, podendo ser um método preventivo nos dois problemas de saúde pública como cárie e anemia ferropriva. (Apoio: FAPESP – Processo: 9804779-0; CNPq; CAPES.)

A106

Composição bioquímica da placa dental formada na presença de dentifrício fluoretado.

LEME, A. F. P.*, TABCHOURY, C. P. M., DEL BEL CURY, A. A., CURY, J. A.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5303. E-mail: jcury@fop.unicamp.br

Trabalhos anteriores têm mostrado uma baixa concentração de cálcio (Ca), fósforo (P) e flúor (F) na placa dental formada na presença de sacarose. Esses estudos foram realizados na presença de apenas água fluoretada, entretanto não se sabe se o mesmo ocorreria com o uso de dentifrício fluoretado (DF). Para esse estudo dez voluntários utilizaram dispositivos acrílicos intrabucais contendo 4 blocos de esmalte bovino. Esses blocos estavam protegidos por uma tela plástica para permitir o acúmulo de placa. Sacarose a 20% foi gotejada sobre os blocos dentais sendo que em dois deles a freqüência foi de 4 X/dia e nos outros dois, 8 X/dia. Os voluntários utilizaram dentifrício fluoretado (1.100 ppm F como NaF). Uma suspensão (1:3) do mesmo dentifrício foi gotejada sobre os blocos 3 X/dia. Após 14 dias, a placa formada sobre os blocos foi coletada e no extrato desta foram analiticamente determinados F, Ca, P solúveis em ácido. Polissacarídeo solúvel em álcali (PSA) também foi avaliado na placa dental. Os resultados (médias ± DP) de acordo com a exposição a sacarose, 4 X/dia e 8 X/dia, foram respectivamente: 1) F (µg/g): 74,20 ± 46,62a; 24,05 ± 25,37b; 2) Ca (mg/g): 1,04 ± 0,38a; 0,52 ± 0,27b; 3) P (mg/g): 0,58 ± 0,17a; 0,37 ± 0,20b; 4) PSA (mg/g): 27,16 ± 8,72a; 76,53 ± 38,39b. Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente (p << 0,05).

Considerando a freqüência de sacarose, os resultados confirmam estudos anteriores, entretanto a concentração de flúor na placa foi maior no presente estudo do que quando somente água fluoretada foi usada. (Apoio: FAPESP – Processo: 99/12080-0.)

A107

Atividade antimicrobiana da própolis e suas frações sobre mutans.

HAYACIBARA, M. F.*, DUARTE, S., KOO, H., IKEGAKI, M., PARK, Y. K., BOWEN, W. H., ROSALEN, P. L., CURY, J. A.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5303. E-mail: jcury@fop.unicamp.br

Estudos recentes têm mostrado resultados promissores em relação ao efeito anticárie do extrato da própolis de Apis mellifera da região de Minas Gerais (MG). Entretanto, ainda não está definido qual(is) substância(s) ativa(s) é responsável por esse efeito. O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade antimicrobiana de frações purificadas da própolis de MG com a finalidade de se isolar os compostos ativos desta substância natural. O extrato etanólico da própolis (EEP) foi fracionado com os seguintes solventes, num gradiente crescente de polaridade: A-hexano, B-clorofórmio, C-acetato de etila e D-etanol. As 4 frações (A, B, C e D) e o EEP foram avaliados nos seguintes testes: 1) determinação do halo de inibição realizada em placas contendo BHIA inoculadas com S. mutans Ingbritt 1600 e S. sobrinus 6715; 2) determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM); e 3) determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM). Os resultados do teste 1 mostraram que A, B e C não diferiram (p << 0,05) do EEP. Entretanto, este mesmo comportamento não foi encontrado para os testes 2 e 3. O EEP apresentou a CIM entre 200 e 400 µg/ml, enquanto A demonstrou atividade antimicrobiana superior ao EEP. A fração B e demais apresentaram menor ou nenhuma atividade, respectivamente. Para o teste 3, foi observado que somente A apresentou atividade bactericida.

Assim, conclui-se que a atividade antimicrobiana da própolis está mais relacionada com a fração hexânica, sendo o composto ativo de caráter apolar. (Apoio: FAPESP – Processo: 99/12085-1; CNPq – Processo: 468474/00-5.)

A108

Formação de “CaF2” no esmalte dental após ATF profissional.

GONÇALVES, N. C. V.*, HAYACIBARA, M. F., LEME, A. F. P., LIMA, Y. B., QUEIROZ, C. S., GOMES, M. J., KOZLOWSKY, F.

Departamento de Ciências Fisiológicas – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5303.
E-mail: jcury@fop.unicamp.br

Os produtos utilizados para aplicação tópica profissional (ATF) apresentam-se em diferentes veículos e concentrações de flúor (F). Entretanto, a relação entre a concentração de F total presente nos produtos e sua reatividade com o esmalte em termos de formação de flúor fracamente ligado (“CaF2”) não é conhecida. Embora os vernizes fluoretados apresentem altas concentrações de F, a maior parte deste apresenta-se sob a forma particulada e não solúvel. Foram avaliados: I) flúor fosfato acidulado (FFA) gel (Dentsply,1,23% F); II) FFA espuma (Laclede, 1,23% F); III) verniz fluoretado (Duraphat 2,26% F); IV) verniz fluoretado centrifugado; e V) controle. O F solúvel presente no IV foi determinado após centrifugação (16.000 g) por 3 min. Blocos de esmalte dental bovino (n = 50) foram divididos nos 5 grupos acima descritos. A concentração de “CaF2” foi determinada após extração com KOH 1 M e analisada com eletrodo específico para íon F. Os resultados (média ± DP) da concentração de F (ppm) nos produtos foram: I) 12.645,4 ± 428,3; II) 12.204,1 ± 970,4; III) 19.862,9 ± 2.463,9; IV) 3.235,5 ± 910,7. As concentrações de “CaF2” formado (µgF/cm2) no esmalte foram: I) 50,8 ± 31,8 a,b; II) 77,0 ± 35,9 a; III) 28,6 ± 10,2 b; IV-21,9 ± 8,8 b; V) 0,53 ± 0,16 c. Médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente (p << 0,05).

Os dados mostraram que todos os produtos para ATF formaram quantidade significativa de “CaF2” quando comparados ao grupo controle. Entretanto, considerando que apenas o F solúvel presente no verniz está livre para reagir com o esmalte, sugere-se a redução da quantidade de F presente neste produto por razões de segurança.

A109

Análise de flúor em enxaguatórios bucais encontrados no comércio brasileiro.

RODRIGUES, L. K. A.*, DALCICO, R., GOMES, V. E., ZANIN, I. C. J., NASCIMENTO, M. N., DUARTE, S.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5303.
E-mail: lidianykarla@yahoo.com

Considerando que o flúor tem se constituído como a medida mais importante para reduzir os níveis de cárie de populações, o uso de bochechos fluoretados representa uma das alternativas para manter a constância deste elemento na cavidade bucal. Tendo em vista que o grau de elevação e manutenção do íon flúor no meio bucal é proporcional à sua concentração encontrada no veículo utilizado, o presente trabalho teve por objetivo analisar as concentrações deste íon em sete marcas comerciais de enxaguatórios bucais. Foram determinadas as concentrações de flúor presentes em cada um dos enxaguatórios adquiridos em três estabelecimentos comercias diferentes da cidade de Piracicaba - SP. Para isto, utilizou-se um eletrodo íon específico Orion 96-09 acoplado a um analisador de íons ORION EA 940, ambos previamente calibrados com soluções padrões de flúor de 1,5 a 10 mg/ml. Os enxaguatórios foram diluídos 20 X para que os valores encontrados satisfizessem a curva de calibração realizada. As concentrações (ppm), média ± dp, de flúor encontradas nos enxaguatórios (n = 3) foram respectivamente: Kolynos Flúor® 213,3 ± 9,0; Fluordent® 223,7 ±1,7; Plax Kids® 229,1 ± 3,8; Cepacol Júnior® 218,6 ± 1,1; Sorriso Herbal® 220,6 ± 6,5; Fresh Breath Menta® 88,7 ± 1,1; Fresh Breath Menta Azul® 88,0 ± 3,7.

Os resultados mostraram que apenas os enxaguatórios da Marca Fresh Breath® estavam em desacordo com a portaria nº 29 de 28 de agosto de 2000 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde do Brasil.

A110

Reatividade do esmalte com bochechos fluoretados para crianças.

DALCICO, R.*, GOMES, V. E., RODRIGUES, L. K. A., ZANIN, I. C. J., NASCIMENTO, M. N., DUARTE, S.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5303.
E-mail: rodalcico@hotmail.com

O presente trabalho avaliou três marcas comerciais de bochechos fluoretados, que foram codificados: Plax Kids (I), Cepacol Júnior (II) e Fluordent (III). Uma solução de NaF 0,05% (V) e água deionizada (IV) foram, respectivamente, utilizadas como controles positivo e negativo. A reatividade dos bochechos foi determinada utilizando-se 130 blocos de esmalte humano, metade dos quais hígidos (BH) e os outros 65 tinham lesão de cárie artificial (BC). O tempo de reação foi de dez minutos. Dos produtos de reação com o esmalte, o flúor fracamente ligado (CaF2) foi extraído utilizando-se KOH M e o fortemente ligado (FA) por ataque ácido (HCl 0,5 M). As concentrações de flúor foram mensuradas com eletrodo íon específico. Os resultados (média ± DP) de “CaF2” em µgF/cm² nos grupos BH - I a V foram respectivamente: 93,7 ± 52,6 a; 2,9 ± 2,7 b; 1,24 ± 0,43 b; 0,135 ± 0,13 c; 1,85 ± 0,96 b. Nos grupos BC - I a V foram respectivamente: 23,4 ± 23,1 a; 5,42 ± 2,88 b; 6,2 ± 2,44 b; 1,4 ± 0,39 c; 4,9 ± 1,45 b. Os resultados (média ± DP) de FA (µg/g) para BH foram, na mesma ordem: 2.369,7 ± 1.593,7 a; 2.460,6 ± 1.126,2 a; 1.961,1 ± 605,3 a; 2.095,1 ± 997,0 a; 1.388,5 ± 832,4 a. Para o grupo BC: 811,7 ± 400,8 a; 642,5 ± 399,3 a; 597,8 ± 145,6 a; 645,4 ± 215,8 a; 622,5 ± 229,9 a. Médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente (p << 0,05).

Os resultados sugerem que existem diferenças na reatividade dos bochechos quanto à formação de flúor fracamente ligado (“CaF2”), tanto para esmalte hígido quanto para esmalte cariado.

A111

Concentração de F nos principais dentifrícios do Brasil e a nova portaria de regulamentação.

TABCHOURY, C.*, ARGENTA, R., ASSAF, A., ZANIN, L., PARDI, V., JORDÃO, M., KLEIN, A., MIALHE, F.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5303. E-mail: cinthia@fop.unicamp.br

Tendo em vista a importância dos dentifrícios fluoretados na redução da cárie dental, a recente mudança ocorrida na portaria brasileira que os regulamenta pode comprometer seu potencial terapêutico. Assim, foram analisados os cinco principais dentifrícios comercializados no Brasil e um dentifrício recém-lançado, na vigência da atual portaria. Foram feitas determinações de todas as formas de flúor, e principalmente do solúvel (“ativo” contra cárie). Para isto, utilizou-se eletrodo específico para íon flúor Orion 96-09 acoplado a um analisador de íons Orion EA 940 previamente calibrados. As concentrações (ppm), média ± DP, de flúor total e solúvel encontradas nos dentifrícios (n = 3) foram respectivamente: Colgate® 1321,6 ± 49,4; 1026,6 ± 159,4; Close-Up® 994,0 ± 22,3; 990,7 ± 19,0; Gessy Lever® 1443,3 ± 38,2; 1217,3 ± 116,9; Signal Flúor® 1394,0 ± 124,6; 1305,6 ± 96,8; Sorriso® 1356,3 ± 18,7; 1164,9 ± 28,4; Contente® 1423,1 ± 19,7; 635,0 ± 9,4. Os resultados demonstraram que embora a concentração de flúor total nos dentifrícios analisados esteja de acordo com a portaria atual, a concentração de flúor solúvel encontrada no dentifrício lançado na vigência desta não atenderia a portaria anterior.

Concluiu-se que é necessário revisar a portaria atual, a fim de garantir à população brasileira o acesso a dentifrícios contendo flúor potencialmente ativo em quantidade e qualidade que realmente seja capaz de interferir com o desenvolvimento da cárie dental.

A112

Saúde dentária de pré-escolares de instituições públicas no Distrito Federal.

MESTRINHO, H. D., TOLEDO, O. A.*

Departamento de Odontologia – UnB. Tel.: (0**61) 577-1439. E-mail: hdmestrinho@uol.com.br

A prevalência da cárie dentária em pré-escolares tem mostrado acentuada redução em países industrializados. No Brasil, pesquisas de âmbito nacional ou regional com pré-escolares são escassas. O objetivo deste trabalho foi efetuar estudo epidemiológico da cárie dentária em crianças de 5 anos de idade de pré-escolas públicas em 6 regiões do DF onde a água de abastecimento é fluoretada, e analisar a importância de algumas variáveis na condição de saúde dentária desta população. Foram examinadas aleatoriamente 594 crianças (287 M e 307 F) por um único examinador (HDM), após remoção da placa dentária e secagem dos dentes com gaze, sob adequada iluminação. A atividade da cárie dentária foi registrada em seus diferentes estágios e um questionário foi aplicado aos pais com informações sobre condição sócio-econômica, hábitos alimentares e de escovação dentária. Teste do qui-quadrado (c²) foi empregado para análise das variáveis. O percentual de crianças livres de cárie foi 35,35%; o índice ceod foi 3,99 (+ 4,71) e o ceos foi 6,76 (+11,24). Os segundos molares e a superfície oclusal foram os mais afetados. Maior prevalência de cárie foi observada em crianças de condição sócio-econômica não-privilegiada (p << 0,001) e naquelas com maior freqüência de ingestão de guloseimas (p << 0,0001). A condição de saúde dentária foi independente da freqüência e da forma de escovação dentária.

Os resultados indicam necessidade de programas odontológicos preventivos e curativos para a população estudada.

A113

Avaliação da eficácia de estufas odontológicas usando indicadores biológicos.

SERRATINE, A. C. P.*, ROCHA, M. J. C.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Doutorado em Odontopediatria.

O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia da esterilização realizada por meio de estufas em consultórios odontológicos de Florianópolis, SC, empregando-se tiras com esporos do B. subtilis para monitorar os ciclos de esterilização. Foram testados dentre 115 estufas 40 aparelhos escolhidos aleatoriamente, distribuídos posteriormente em 8 grupos de acordo com suas marcas comerciais e tempo de utilização. O desempenho de cada estufa foi testado através de 2 ciclos de esterilização monitorados. No primeiro empregou-se uma carga padronizada, distribuída da mesma forma em todas as estufas testadas, composta por 6 caixas metálicas contendo cada uma 10 instrumentos e um envelope com a tira dos esporos. No segundo uma única tira foi colocada em uma carga esterilizada durante a rotina do próprio consultório. Após a esterilização as tiras foram semeadas em meio de cultura líquido seletivo, incubadas em aerobiose a 37oC por 7 dias, sendo o crescimento bacteriano avaliado diariamente. Tiras de esporos que sofriam todo o translado e condições de armazenamento idênticas eram incubadas conjuntamente para servir de controle positivo e tubos de cultura estéreis, nas mesmas condições, forneciam o controle negativo. Partindo-se de uma análise de variância (ANOVA) constatou-se que as marcas comerciais e o tempo de uso das estufas não constituíram variáveis significativas em relação a qualidade de esterilização (p = 0,5535). Por isso os aparelhos foram considerados como um só grupo, verificando-se 22,5% de falhas de esterilização, correspondentes ao desempenho de 9 estufas.

A114

Determinação microfotográfica de espiroquetas bucais.

YOKOYAMA, J. L., SANTOS, E. B.*, KOZLOWSKI Jr., V. A.

Departamento de Odontologia – Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR.
Tel.: (0**42) 222-8731. E-mail: betebrasil@uol.com.br

Espiroquetas têm sido associadas a casos clínicos agudos e presença de exsudato, com autores apresentando diferenças nas porcentagens de espiroquetas em abscessos periodontais e endodônticos. Amostras oriundas da cavidade oral de 51 pacientes atendidos nas clínicas odontológicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa foram preparadas pela coloração de Gram e microfotografadas em microscópio Carl Zeiss, utilizando filmes preto-e-branco e filtro verde. As fotos obtidas de 80 lâminas foram avaliadas distintamente por dois examinadores calibrados para o diagnóstico morfológico de espiroquetas. Não foram encontradas espiroquetas nas amostras coletadas de palato, língua e exsudato endodôntico. Entretanto, em exsudato proveniente de doença periodontal, a porcentagem de identificação foi de 38,09%. Espiroquetas foram significantemente mais abundantes em exsudatos periodontais que em endodônticos (p << 0,05, segundo teste de qui-quadrado).

A utilização de microfotografia para identificação de espiroquetas pode ser de valor no diagnóstico diferencial de exsudatos.

A115

Avaliação de anestésico de longa duração com e sem vasoconstritor.

SOARES, P. C. O.*, volpato, m. c., ARRIVABENE, F. Q., Ranali, j., AMBROSANO, G.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5308. E-mail: pcosoares@bol.com.br

A literatura mostra dados inconclusivos a respeito do efeito da bupivacaína em anestesia infiltrativa. Realizou-se um estudo cruzado e duplo-cego para avaliar os tempos de latência e duração da anestesia pulpar e em tecidos moles após injeção de: G1) Neocaína® -bupivacaína 0,5% com adrenalina 1:200.000 e G2) Neocaína® - bupivacaína sem vasoconstritor. Dezoito voluntários adultos saudáveis foram submetidos a 2 anestesias infiltrativas (intervalo de 2 semanas) na região vestibular do canino superior direito. A anestesia foi avaliada através da aplicação de estímulo elétrico (Vitallity Scanner Analytic Technology Pulp Tester). O limiar basal foi estabelecido previamente à injeção. Após esta, o dente foi testado a cada 2 minutos até ausência de resposta ao estímulo máximo e então a cada 10 minutos até o retorno ao limiar basal. Os dados foram avaliados pelo teste de Wilcoxon (a = 0,05). Não houve diferença significativa entre os grupos para tempo de latência (X ± S [min.]: G1 = 2,44 ± 0,89; G2 = 2,89 ± 1,79; p = 0,2489) e para anestesia em tecidos moles (X ± S [min.]: G1 = 717,53 ± 164,96; G2 = 690,38 ± 183,01; p = 0,4265). A duração da anestesia pulpar foi estatisticamente maior no G1 (X ± S [min.]: G1 = 76,67 ± 36,78; G2 = 29,44 ± 17,31; p = 0,0005).

Conclui-se que a bupivacaína associada a vasoconstritor tem sua ação aumentada no tecido pulpar, o mesmo não ocorrendo em tecidos moles. (Apoio: FAEP; UNICAMP.)

A116

Supressão bacteriana in vitro entre S. mutans e S. sobrinus e seu significado em relação à cárie dentária.

PEREIRA, C. V.*, ROSA, E. A. R., GONÇALVES, R. B., BORIOLLO, M. F. G., ROSA, R. T., HÖFLING, J. F.

Laboratório de Microbiologia – FOP – UNICAMP.

O estudo in vitro das inter-relações bacterianas entre S. mutans e S. sobrinus tem sua importância baseada na determinação do papel desses microrganismos no estabelecimento dos biofilmes sobre as estruturas dentais e de seus potenciais indutores de lesões cariosas. Com base nesses pressupostos, a presente pesquisa tem como objetivo o estudo da supressão e recolonização da placa bacteriana in vitro, entre S. mutans e S. sobrinus, a partir de amostras estreptomicina- e rifampicina-resistentes. Para o estudo das relações de supressão entre essas espécies, foram inoculadas simultaneamente alíquotas previamente padronizadas em tubos acrescidos de diferentes carboidratos fermentáveis. Em intervalos de tempo determinados foram realizadas coletas, diluições e inoculações das culturas mistas de S. mutans/S. sobrinus em meio BHI contendo rifampicina ou estreptomicina e posterior contagem do número total de células para cada espécie. Na avaliação dos processos de colonização e recolonização da placa bacteriana in vitro a pesquisa foi dividida em três experimentos: I) inoculação simultânea de S. mutans e S. sobrinus; II) placa bacteriana pré-formada por S. sobrinus e inoculação de S. mutans; e III) placa bacteriana pré-formada por S. mutans e inoculação de S. sobrinus. Após cada experimento, a placa bacteriana foi dispersa e inoculada em meio BHI. contendo estreptomicina ou rifampicina e submetidas à contagem do número de células para cada espécie.

Os resultados demonstraram uma predominância do número de células de S. mutans em relação ao S. sobrinus determinando a sua capacidade, in vitro, de inibir a formação de placa por outras espécies e recolonizar as superfí­cies. (Apoio: FAPESP.)

A117

Influência da fluorescência dos materiais restauradores na detecção de lesões secundárias de cáries pelo laser 655 nm.

ZANIN, F.*, SOUZA-CAMPOS, D. H., ZANIN, S., BRUGNERA Jr., A., PÉCORA, J., PINHEIRO, A., HARARI, S.

Departamento de Odontologia Social – UFRJ.

O objetivo deste trabalho é determinar a diferença de fluorescência de sete materiais restauradores obtida através da utilização de um laser diodo 655 nm. O sistema de fluorescência laser (DIAGNOdent) tem sido utilizado como método auxiliar na detecção de lesões cariosas secundárias em torno das restaurações. Este novo método de diagnóstico acrescenta informações significativas para a decisão do tratamento a ser realizado pelo cirurgião-dentista. Sabendo-se que a fluorescência da dentina e esmalte clinicamente sadios é em torno de 0 a 15, procurou-se determinar in vitro a fluorescência de 7 grupos de materiais restauradores com 10 dentes cada grupo. O valor médio encontrado para cada material foi: selante sem carga (Delton) – 22,1; selante com carga (Fluroshield) – 5,8; ionômero de vidro tipo II (Shofu) – 17,8; resina composta (Z100) – 2,5; Ormocer (Definit) – 2,4; porcelana (Empress II) – 1,8 e amálgama (Dispersalloy) – 1,7. As leituras do laser numa escala percentual diferiram de acordo com o material, variando de 1 a 23. O selante sem carga e o ionômero de vidro, mostraram valores de fluorescência similares ao da dentina cariada o que interfere na leitura em torno das restaurações.

O conhecimento do valor da fluorescência dos materiais restauradores pode nos facilitar a detecção de lesões de cáries secundárias ao redor das restaurações.

A118

Purificação de antígenos dentinários e reatividade a soros de pacientes com reabsorção.

HIDALGO, M. M.*, ITANO, E. N., MAGRO, M. A., PREVIDELLI, I. T. S., CONSOLARO, A.

UEM; UEL; FOB – USP. E-mail: mhidalgo@onda.com.br

Muito se tem discutido sobre o potencial imunogênico da dentina e sua participação na etiopatogenia das reabsorções dentárias. O objetivo do presente trabalho foi verificar a presença de anticorpos específicos às frações purificadas do extrato dentinário em soros de pacientes com reabsorção radicular ativa (RRA – n = 12) comparados aos indivíduos sem reabsorção (n = 12). Adicionalmente foram analisados soros de pacientes apresentando reabsorção de progressão rápida (RPR – n = 4). O extrato dentinário foi fracionado por cromatografia de alta eficiência (HPLC) sendo selecionadas 6 frações antigênicas. A reatividade dos soros (1/50) foi analisada por ensaio imunoenzimático (ELISA) utilizando conjugado peroxidase anti-IgM ou anti-IgG humana e OPD, seguida de leitura a 492 nm. Os resultados demonstraram aumento significativo de IgG sérica em pacientes com RRA frente ao extrato dentinário e às frações purificadas de massa molecular ~170, ~82/78, ~62, ~55 e ~32,5 kDa quando comparados aos controles e frente aos antígenos de ~170, ~55 e ~32,5 kDa em relação aos pacientes com RPR. Não foi observado aumento significativo de IgM ao extrato dentinário, porém, foi estatisticamente diferente quando utilizadas as frações ~82/78 e ~62 kDa em soros de pacientes com RPR e RRA e ~62 kDa entre RPR e controles.

Concluímos que os pacientes com RRA apresentam aumento dos níveis de IgG e IgM aos antígenos de diferentes massas moleculares presentes no extrato dentinário. (Apoio financeiro: FAPESP – Processo: 98/11690-6.)

A119

Adesão de estudantes de Odontologia ao controle de infecção: um estudo qualitativo.

FREIRE, D. N.*, PAIXÃO, H. H., PORDEUS, I. A.

Programa de Pós-Graduação – Faculdade de Odontologia – UFMG. Tel.: (0**31) 3499-2470. E-mail: posgrad@mail.odonto.ufmg.br

Diversos autores têm investigado a adesão de estudantes de Odontologia ao controle de infecção cruzada, encontrando diversas falhas na adoção dessas medidas, apesar de terem um nível adequado de conhecimento a esse respeito. Visando encontrar explicações para esse comportamento, um estudo qualitativo longitudinal foi realizado com uma turma de estudantes de graduação da FO – UFMG, em três momentos distintos do curso, entre 1998 e 2000. Para a coleta de dados, foram realizados três grupos focais, cada um composto por nove alunos escolhidos aleatoriamente (n = 27), e pelo mediador. O conteúdo das reuniões era gravado em áudio e, em seguida, transcrito para análise de conteúdo. A maioria dos estudantes declarou-se satisfeita com o conteúdo teórico ministrado sobre controle de infecção. Como fatores que poderiam explicar as falhas na adoção dessas normas nas clínicas, foram apontados: infra-estrutura, envolvimento dos funcionários, exemplo dos professores, tempo, baixa percepção da relevância de determinadas práticas, falta de experiência, motivação e valores éticos, entre outros.

Portanto, para o exercício consciente e consistente do controle de infecção, é necessário não apenas uma eficiente transmissão de conhecimentos, mas também uma atitude de consenso, envolvimento e senso de responsabilidade individual por parte de todos os indivíduos inseridos no processo ensino-aprendizagem. (Apoio: CAPES.)

A120

Associação entre consistência de dieta e composição inorgânica da saliva.

FORTALEZA, B. M.*, BEZERRA, A. C. B.

Departamento de Odontologia – Universidade de Brasília. Tel.: (0**61) 226-2981. E-mail: biafort@unb.br

O objetivo deste trabalho foi verificar na primeira infância, que é uma população onde naturalmente há mudança na ingestão de alimentos líquidos para sólidos, modificação na composição inorgânica de saliva. Tratou-se de um estudo transversal, duplo-cego. Escolheram-se, aleatoriamente, 72 crianças, da faixa etária entre 0 e 36 meses. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Foi preenchido um questionário de dieta recordatório de 24 horas e amostras de saliva total não-estimulada foram coletadas para determinação de titânio, cálcio, magnésio, manganês, fósforo, cromo, ferro, silício, cobre, alumínio, zinco, bário e boro, por meio da espectrometria de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado. Foram aplicados aos dados a análise de variância e a regressão linear múltipla, considerando resultados significativos quando o valor de “p” foi menor ou igual a 0,05. Não foram observadas diferenças nas concentrações dos elementos salivares conforme a predominância de ingestão de alimentos líquidos e sólidos, exceto para o fósforo, cujas concentrações foram maiores quando a alimentação era sólida. Ao verificar o papel da idade, do número de dentes e da consistência de dieta na composição de fósforo na saliva, por meio da análise multivariável, observou-se que 27% das modificações na composição da saliva deveram-se à idade.

A mudança na composição inorgânica da saliva observada na primeira infância deve-se à idade.

A121

Fatores de risco à contaminação mercurial entre profissionais de consultórios públicos e privados.

ASSUNÇÃO, E. F. P. de*, SILVA NETO, J. M. da, MOREIRA, P. V. L., DUARTE, R. M.,
SAMPAIO, M. C. C.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB.

O amálgama ainda é um material muito usado na odontologia brasileira, apesar das implicações sobre a toxicidade de um de seus componentes, o mercúrio. O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento do cirurgião-dentista (CD) que atua em consultório privado e na rede pública em relação à contaminação mercurial quando do uso do amálgama de prata. O instrumento de coleta de dados constou de um questionário que foi aplicado em 47 profissionais, sendo 26 provenientes de consultórios particulares e 21 da rede pública do município de João Pessoa (PB). Na rede pública, foi registrado o uso da forma manual de amalgamação em 23,8% dos CDs que responderam ao questionário, enquanto que, nos consultórios particulares, os profissionais não mais utilizavam este método. 85,72% dos CDs que atuam em consultórios públicos não faziam o polimento das restaurações, sendo que, nos consultórios particulares, todos os profissionais realizavam o polimento, com ou sem refrigeração. Apenas um profissional de consultório público e dois de consultórios particulares realizaram o exame para detecção da dosagem de mercúrio na urina.

Concluiu-se que os cirurgiões-dentistas em questão ainda se expõem à contaminação mercurial quando do uso do amálgama de prata, entretanto, já utilizam alguns meios de biossegurança que minimizam esta contaminação. Em acréscimo, há diferença no comportamento dos profissionais que atuam no consultório privado e na rede pública frente à contaminação mercurial.

A122

Correlação manchas dentais extrínsecas – água utilizada pela comunidade Vila Sapê-Imbariê.

PARANHOS, F. F.*, COSTA, M. C.

CBMERJ; Disciplina de Odontopediatria – Doutorado – FO – UFRJ. Tel.: (0**21) 268-1332. E-mail: ffparanhos@aol.com

O presente estudo se propõe a relacionar a grande incidência de manchas dentais extrínsecas na população da comunidade de Vila Sapê-Imbariê, Duque de Caxias - RJ, observadas em razão do atendimento odontológico que vem sendo realizado no CIEP 226, com a água por eles utilizada. Para tal correlação foi feita uma anamnese para obtenção de informações sobre alimentação, suplementos vitamínicos, água utilizada e hábitos de higiene, sendo constatado a ausência de complementos vitamínicos e que grande parte da água consumida vem de poços, pois a única fonte de água tratada está localizada a mais de um quilômetro da comunidade. Foi realizada uma amostragem da água dos poços da região, na qual a análise físico-química (Laboratório de Hidrobiologia – UFRJ) revelou índices muito elevados de ferro.

Locais

CEDAE

CIEP

Nasc.Rio Taquara

Rio Taquara

Poço 1

Poço 2

Poço 3

Poço 4

Poço 5

Ferro (mg/l)

                0,05               

0,01

                 0,09        

 1,30

10,94

2,34        

0,66        

1,34        

8,44

Limites de acordo com a Resolução CONAMA nº20 (1986): Classe 1 – Águas Doces / Ferro << 0,3mg/l.

Conclui-se que, de acordo com a avaliação feita, o ferro encontrado em excesso na água da comunidade é a causa do aparecimento de manchas escuras e difusas na superfície do esmalte, que são facilmente removidas com profilaxia em consultório dentário e não recidivam quando descontinuado o uso da água.

A123

Efeito bactericida de lasers de baixa potência na presença de fotossensibilizador sobre Streptococcus mutans.

ZANIN, I. C. J.*, BRUGNERA Jr., A. J., GONÇALVES, R. B.

Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5321. E-mail: reginald@fop.unicamp.br

Streptococcus mutans presente na placa supragengival é considerado como o principal agente etiológico da cárie dental. O objetivo deste estudo in vitro foi determinar se a luz laser de baixa potência na presença de um fotossensibilizador pode matar Streptococcus mutans. Suspensões de Streptococcus mutans foram expostas à luz de um laser de arseneto-gálio-alumínio (660 nm) na presença do fotossensibilizador azul de toluidina O. Os microrganismos viáveis foram contados em placas de ágar cérebro-coração após incubação a 37ºC em atmosfera parcial de 10% de CO2 por 48 horas. Sua exposição à luz laser na ausência do corante, ou do corante na ausência da luz laser, não apresentou efeito significativo na viabilidade dos microrganismos. Entretanto, uma densidade de energia relacionada com a redução do número de microrganismos viáveis (Streptococcus mutans) foi verificada somente quando eles foram expostos à luz laser e ao corante ao mesmo tempo. Uma significante proporção de mortes (total inibição de crescimento) foi encontrada com a concentração de 0,1 mg/ml do corante e uma densidade de energia de 9,6 J/cm2. Isto foi obtido com uma exposição de 300 segundos à luz laser.

Concluindo, estes resultados sugerem que estas bactérias podem ser mortas pela luz de lasers de baixa potência na presença de um fotossensibilizador. (Apoio: FAPESP – Processo: 00/04945-0; FAEP – Processo: 0991/00.)

A124

Relação entre hipoplasia/opacidade e cárie em dentes decíduos.

GOMES, V. E.*, HOFFMANN, R. H. S., SOUSA, M. L. R., GERLACH, R. F., WADA, R. S.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. E-mail: vivigomes_br@yahoo.com.br

O aumento da prevalência de defeitos de esmalte na dentição decídua nos levantamentos epidemiológicos mais recentes pode estar relacionado a um aumento no risco de cárie. O objetivo deste estudo foi relacionar a presença de defeitos de esmalte, no geral e discriminando hipoplasias e opacidades, com o componente “c” (cariado) do índice ceo. A amostra foi composta por 2.846 pré-escolares provenientes de pré-escolas da cidade de Piracicaba. A coleta de dados foi realizada por 10 dentistas da rede pública, calibrados e treinados previamente, no ano de 1999. Adotou-se o índice ceo para cárie e identificou-se os defeitos de esmalte, discriminando em hipoplasias e opacidades, ambos segundo critérios da OMS. Os exames clínicos foram realizados sob luz natural e foram utilizados espelhos bucais. O erro intra-examinador foi de 0,20% de discordância para defeitos sendo 0,17% para hipoplasia e 0,10% para opacidade. O índice Kappa para o ceo foi 0,92. Foi utilizado o teste qui-quadrado para verificar a existência da independência entre as variáveis com nível de 5% de significância. Verificou-se a relação existente entre cárie e defeito (p = 0,001), cárie e hipoplasia (p << 0,0001) e não verificou-se relação entre cárie e opacidade (p = 0,4110).

A presença de opacidade não apresentou relação com a cárie, entretanto a relação entre defeitos de esmalte e cárie foi confirmada, evidenciando a importância de incorporar este indicador de defeitos de esmalte nos levantamentos epidemiológicos. (Apoio financeiro: FAPESP – Processos: 99/12891-8 e 00/07353-6.)

A125

Liberação de cálcio de materiais restauradores em diferentes soluções.

BIJELLA, M. F. B.1*, GARCEZ, R. M. B. O.1, WHITFORD, G. M.2, GRANJEIRO, J. M.1,
BUZALAF, M. A. R.1

1FOB – USP; 2M. C. G. – EUA. E-mail: mbuzalaf@fob.usp.br

O objetivo deste estudo foi determinar os valores de cálcio (Ca) liberados por dois materiais, Vitremer (Vit), um cimento ionomérico modificado por resina, e Ariston pHc (Ari), uma resina composta. Os fabricantes declaram que a resina Ari libera Ca, especialmente em baixo pH, enquanto que o Vit não. Durante 15 dias, oito amostras cilíndricas de cada material foram testadas em água e oito em um sistema de ciclagem de pH. Os espécimes foram colocados na solução de Des (pH 4,3) por 6 h e na solução de Re (pH 7,0) por 18 h, cada dia. A análise da concentração de Ca foi feita por espectrometria de absorção atômica. Os resultados (µg/mm2/dia, média ± DP) foram:

 

Ari Dia 1

Ari Dia 7

Ari Dia 15

Vit Dia 1

Vit Dia 7

Vit Dia 15

Água

0,769 ± 0,776

0,447 ± 0,073

0,341 ± 0,052

0,005 ± 0,070

0,002 ± 0,013

-0,008 ± 0,007 

Des

0,185 ± 0,322

0,304 ± 0,152

0,112 ± 0,070

-0,248 ± 0,160 

0,072 ± 0,105

0,318 ± 0,051

Re

0,261 ± 0,096

-0,287 ± 0,041 

-0,310 ± 0,053 

0,523 ± 0,025

0,277 ± 0,187

0,210 ± 0,079

O Ca liberado do Ari em água decresceu com o tempo mas foi significantemente maior que o do Vit. Na solução de Des, o Ca liberado do Ari foi significativamente menor que quando em água e houve um balanço de Ca negativo quando na solução de Re. Estes achados inesperados podem ser devidos à precipitação de CaF2 nas superfícies dos espécimes do Ari. Na solução de Re, o Ca liberado pelo Vit foi significantemente maior que o do Ari. Estudos de maior duração deveriam ser feitos para confirmação.

A126

Fatores de virulência e variabilidade genética em amostras de Candida albicans.

KOGA-ITO, C. Y.*, RESENDE, M. A., VIDOTTO, V.

Departamento de Microbiologia – UFMG. Tel./fax: (0**31) 3499-2760. E-mail: caito@uninet.com.br

Com a crescente incidência clínica das infecções causadas por leveduras do gênero Candida, a compreensão de sua patogenicidade é de grande importância. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de exoenzimas (fosfolipase e proteinase) e a aderência às células epiteliais bucais em amostras de Candida albicans isoladas da cavidade oral de pacientes com candidose e indivíduos controle. A variabilidade genética entre amostras com diferentes graus de virulência também foi estudada. Foram utilizadas 30 amostras isoladas de pacientes com candidose e 30 de indivíduos controle. A determinação da produção de exoenzimas foi realizada de acordo com POLAK (Mycoses, v. 35, p. 9-16, 1992) e AOKI et al. (Zhl Bakt, v. 273, p. 332-343, 1990). Os experimentos de aderência às células epiteliais bucais foram realizados de acordo com WELLMER e BERNHARDT (Mycoses, v. 40, p. 363-368, 1997). O estudo da variabilidade genética foi realizado através da técnica de PCR-RFLP. A produção de fosfolipase e proteinase foi maior no grupo candidose em relação ao grupo controle. Diferenças estatisticamente significantes foram encontradas para a produção de proteinase. As amostras do grupo candidose apresentaram maior aderência às células epiteliais bucais em relação aos controles. Não foi observado polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição de DNAr entre as amostras estudadas.

Conclui-se que as amostras do grupo candidose apresentaram maior produção de proteinase e apresentaram maior aderência em relação aos controles. (Apoio financeiro: FAPEMIG.)

A127

Avaliação de um método para a desinfecção de escovas dentais.

SATO, S.*, PEDRAZZI, V., LARA, E. H. G., PANZERI, H., OGASAWARA, M. S., WATANABE, E.,
ITO, I. Y.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP. Fax: (0**16) 633-0999.
E-mail: ssato@forp.usp.br

O objetivo desta pesquisa foi verificar a eficácia in vivo de um “spray” para a desinfecção de escovas dentais. Quinze pacientes, 7 homens e 8 mulheres, participaram de 4 grupos (estudo “crossover”), testando em cada um deles um tipo de “spray”: 1- composição básica (conservantes, solvente, veículo) e digluconato de clorexidina a 0,12%; 2- composição básica e cloreto de cetilpiridínio a 0,05%; 3- somente a composição básica; 4- somente água de torneira esterilizada. Após cada escovação, os indivíduos borrifavam o “spray” sobre as cerdas, sendo que, decorrida uma semana, as escovas usadas foram recolhidas e novas fornecidas para uso com outro grupo de “spray”. As escovas recolhidas eram colocadas em tubos de ensaio contendo 10,0 ml de Letheen Broth (Difco). Cada amostra era submetida à agitação ultra-sônica por 5 s; retirava-se a escova e o caldo era submetido a uma diluição decimal seriada e semeado nos meios ágar-sangue suplementado (com 1% de hemina e menadiona), Mitis Salivarius Agar (Difco) e ágar-sangue. Decorrido o período de incubação, foi feita a contagem das UFC/ml. Os dados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis a um nível de significância de 5%. Os resultados demonstraram que a quantidade de contaminação era sempre menor nos grupos 1 e 2, sem diferença estatisticamente significante entre eles, sendo o mais alto grau de contaminação encontrado no grupo 4.

Os “sprays” contendo CHX e CPC demonstraram eficácia em reduzir a contaminação, sendo um método prático e viável na prevenção de infecção cruzada e reinfecção do próprio paciente.

A128

Controle de infecção cruzada nos laboratórios de prótese.

CAMPANHA, N. H.*, GARCIA, P. P. N. S., PAVARINA, A. C., MACHADO, A. L.,
GIAMPAOLO, E. T., VERGANI, C. E.

Departamento de Mat. Odont. Prót. – FOAr – UNESP. Fax: (0**16) 201-6406. E-mail: pavarina@foar.unesp.br

A desinfecção dos trabalhos protéticos é uma etapa importante para prevenir a contaminação cruzada entre pacientes, dentistas e técnicos de laboratório. O objetivo deste estudo foi obter informações sobre os métodos utilizados nos laboratórios de prótese para prevenir a transmissão de microrganismos entre o consultório e o laboratório. O questionário, aplicado por meio de entrevista, era constituído de questões relativas à desinfecção de moldes e outros trabalhos laboratoriais. Foram entrevistados 131 técnicos de laboratório e os resultados revelaram que 82% estão conscientes da possibilidade da transmissão de infecções virais e bacterianas dos pacientes para os técnicos. Entretanto, 90% deles não desinfetam os trabalhos que chegam ao laboratório e 77% não usam luvas. Oitenta e sete por cento dos técnicos lavam rotineiramente os moldes com água. Entre os itens que chegam ao laboratório, os mais freqüentemente desinfetados são: moldes (9%), bases de registro de resina acrílica (3%), registros intermaxilares (2%), estruturas metálicas (1,5%), dentes montados em cera (1,5%) e modelos de gesso (1%). Somente 8% dos técnicos responderam que são informados se os pacientes pertencem a um grupo de risco.

Os resultados deste estudo evidenciaram a necessidade de maior conscientização por parte dos técnicos para prevenir a contaminação cruzada através dos trabalhos protéticos que são encaminhados do consultório para o laboratório.

A129

Relação entre respiração bucal e distúrbios do sono.

BARROSO NETO, L. G., MARTINES, O. E. R.*, CALAZANS, P. M., MATUCK, I. C.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF – Niterói - RJ. E-mail: afr@afr.org.br

Pacientes portadores de respiração bucal ou de insuficiente respiração nasal apresentam em sua história clínica, queixas de distúrbios do sono. O objetivo deste trabalho foi o de verificar a prevalência de queixas de distúrbios do sono associadas a presença de padrão respiratório bucal em pacientes sob tratamento de desordens têmporo-mandibulares na Clínica de Oclusão da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense. Foi realizada uma pesquisa documental onde foram examinadas 98 fichas de pacientes disponíveis (90% da clientela). Como resultado do exame, foram encontrados 33 (34%) pacientes respiradores bucais (RB) e 65 (66%) pacientes respiradores nasais (RN). Dos pacientes RB, 16 (48,4%) apresentaram queixas de distúrbios do sono, enquanto dos pacientes RN, 18 (27,6%) o fizeram.

Observou-se uma maior prevalência de queixas de distúrbios do sono entre os pacientes respiradores bucais do que entre os pacientes respiradores nasais, sugerindo uma forte correlação entre a presença de padrão respiratório bucal e distúrbios do sono nesta população estudada.

A130

Metodologia estatística nos resumos das Reuniões da SBPqO.

AMBROSANO, G. M. B.*, ANTONIO, E. A. A., BELOTSERKOVETS, L. R., MORAES, A. B. A.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209. E-mail: glaucia@fop.unicamp.br

A melhoria na qualidade da pesquisa científica tem sido acompanhada de um significativo aumento no número de experimentos com análises estatísticas; a causa desse aumento é atribuída a facilidade que a informática tem proporcionado. Contudo, apesar desse fato ser aparentemente favorável, tem sido associado a um aumento no número de erros e uma análise inadequada pode comprometer seriamente a validade do trabalho, levando o leitor a acreditar em conclusões não verdadeiras. Sabendo-se que do grau de familiaridade do leitor com as técnicas estatísticas depende o quanto ele pode analisar criticamente os resultados de uma pesquisa; a análise da freqüência de utilização das diferentes metodologias pode auxiliar na identificação daquelas que devem receber atenção especial por parte dos pesquisadores e professores de Bioestatística. Assim, o objetivo do presente estudo foi descrever as metodologias estatísticas utilizadas com maior freqüência em resumos publicados das Reuniões da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO) dos anos de 1998, 1999 e 2000, avaliando-se todos os resumos.

Observou-se que 59,6% dos resumos utilizaram alguma metodologia estatística, sendo que destes, 53,2% utilizaram estatística paramétrica, 43,6% não-paramétrica e 3,2% ambas. As técnicas estatísticas mais freqüentemente utilizadas foram: ANOVA, Kruskal-Wallis, teste t, teste de qui-quadrado, teste de Mann-Whitney, estatística descritiva, correlação de Pearson e teste de Wilcoxon. (Apoio financeiro: CNPq.)

A131

Dieta, higiene oral e visita ao dentista entre crianças nordestinas.

ELY, M. R.*, THOMAZ, E. B. A. F., LIRA, C. C., MORAES, E. S., VALENÇA, A. M. G.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409. E-mail: msodont2@ccs.ufpb.br

O presente trabalho avalia características de hábitos dietéticos, higiene oral e visita ao dentista entre 600 crianças de 2 a 5 anos de idade, matriculadas em 17 creches públicas das cidades de Aracaju (SE), Bayeux (PB), João Pessoa (PB) e Recife (PE). Os dados foram obtidos através de questionários e os resultados foram tratados estatisticamente por análise descritiva e pelos testes não-paramétricos do qui-quadrado e Fisher. Observou-se que 528 (88%) crianças mamaram ao peito. A mamadeira noturna foi utilizada por 232 (38,6%) crianças, sendo acrescido açúcar ao leite em 208 dos 232 casos (89,6%). Verificou-se um decréscimo significativo no uso da mamadeira noturna com o avanço da idade (p << 0,01). Quando observado o hábito de higiene oral, 582 (97%) crianças possuíam sua própria escova de dentes, enquanto que um total de 586 (97,6%) executavam escovação dentária regularmente. Em 374 (62,3%) relatos a escovação era efetuada pela própria criança, sendo que 183 (30,5%) delas visitaram o dentista pelo menos uma vez. A faixa etária em que a visita ao dentista ocorreu mais freqüentemente foi a de 4-5 anos (p << 0,01).

Conclui-se que a alta prevalência do hábito de mamadeira noturna é preocupante tanto quanto a baixa freqüência de crianças que visitaram o dentista, fatos que denotam a necessidade de implementação de programas educativos e preventivos. O dentista possui um papel vital em informar e alertar quanto ao comportamento em saúde bucal a fim de melhorar o perfil epidemiológico da população infantil.

A132

Prevalência de sobressaliência, sobremordida, apinhamento e perda prematura na dentição decídua.

THOMAZ, E. B. A. F.*, ROESCH, M. E., LIRA, C. C., MORAES, E. S., VALENÇA, A. M. G.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409.

O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de maloclusões na dentição decídua em 989 crianças de 2 a 5 anos de idade matriculadas em creches públicas das cidades de Aracaju (SE), Bayeux (PB), João Pessoa (PB) e Recife (PE). O exame constou de inspeção visual, observando-se: a) protrusão dos incisivos superiores (PR); b) “overbite” acentuado (OV); c) apinhamento (AP); d) perda prematura de elementos dentários (PP). Para o tratamento estatístico, utilizou-se o teste não-paramétrico do qui-quadrado (c2) e a análise descritiva. Constatou-se que 556 (56,22%) crianças já portavam maloclusões e que PR foi a condição mais prevalente (36,1%), seguida de OV (16,7%), AP (9,9%) e PP (2,9%). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os sexos (p >> 0,05). PR e OV demonstraram uma significativa diminuição com o avanço da idade (p << 0,01), enquanto que PP comportou-se de forma inversa (p << 0,01), sendo que a maioria destas perdas ocorreu por trauma nos incisivos superiores. Quanto à distribuição geográfica, as cidades de Recife e Bayeux apresentaram os maiores índices de AP (p << 0,05), OV (p << 0,01) e PR (p << 0,01) quando comparados aos valores registrados para as cidades de Aracaju e João Pessoa.

Tais achados revelam um elevado número de crianças que, ainda na dentição decídua, são portadoras de maloclusões ou de condições que favoreçam a instalação das mesmas, fato que denota a importância da adoção de medidas ortodônticas educativas e preventivas com o intuito de evitar a instalação ou perpe­tuação deste problema na população infantil. (Apoio: CAPES.)

A133

Características da dieta consumida por crianças das escolas pública e privada.

ROSA, M. R. D.*, RABELLO, P. M., DORNELAS, S. K. L., QUEIROZ, D. M. C., VALENÇA, A. M. G.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a dieta consumida por 154 crianças, entre 7 e 12 anos, matriculadas em escolas pública (EPUBL, n = 75) e privada (EPRIV, n = 79), situadas em João Pessoa (PB). Foram avaliados: 1. freqüência das refeições principais; 2. grupo de alimentos consumidos nestas refeições; 3. número de lanches realizados; 4. freqüência de ingestão de sacarose ao dia e nos lanches; 5. alimentos mais consumidos durante os lanches. Os achados foram submetidos à análise estatística através dos testes não-paramétricos do qui-quadrado e exato de Fisher. Em relação à freqüência de refeições principais, os dois grupos de escolares comportaram-se de maneira similar. Leite e derivados foram mais ingeridos pelos escolares da EPRIV no desjejum e no jantar (p << 0,01). A ingestão de frutas no jantar predominou entre as crianças da EPRIV (p << 0,01). Constatou-se uma freqüência mais elevada de sacarose, entre as refeições, em crianças da EPRIV em relação às da EPUBL (p << 0,05). Refrigerantes, balas, pirulitos e chocolates foram significativamente mais consumidos entre as refeições pelas crianças da EPRIV, enquanto a ingestão de sorvetes e picolés foi maior naquelas da EPUBL (p << 0,01).

Conclui-se que a dieta consumida pelas crianças das EPUBL e EPRIV se diferenciou em alguns grupos de alimentos ingeridos no desjejum e no jantar como também nos alimentos consumidos entre as refeições, sendo necessário, em ambos os grupos, o aconselhamento dietético com o intuito de mudança dos hábitos alimentares, particularmente quanto aos alimentos consumidos nos lanches. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

A134

Experiência e distribuição da cárie dentária entre crianças de 2 a 5 anos.

LIRA, C. C.*, MORAES, E. S., THOMAZ, E. B. A. F., ELY, M. R., VALENÇA, A. M. G.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409. E-mail: msodont2@ccs.ufpb.br

No presente estudo foi avaliada a experiência de cárie e sua distribuição na dentição decídua de 989 crianças de 2 a 5 anos, matriculadas em creches das cidades de Aracaju (SE), Bayeux (PB), João Pessoa (PB) e Recife (PE). O exame clínico constou de inspeção visual, sendo os dados tratados estatisticamente pelo teste do qui-quadrado. Os resultados mostraram que a experiência de cárie entre as meninas (47,1%) não foi significativamente diferente da observada no sexo masculino (52,9%) (p >> 0,05). Em acréscimo, a experiência de cárie mostrou um aumento significativo com o avanço da idade (p << 0,01). Em relação aos dentes mais afetados pela cárie, os molares decíduos (superiores e inferiores) apresentaram-se mais atingidos do que os dentes anteriores (p << 0,01).

Concluiu-se que, na amostra estudada: as crianças do sexo feminino tiveram experiência de cárie semelhante às do sexo masculino; o número de crianças afetadas pela cárie foi maior naquelas de idade mais elevada; os dentes mais afetados pela cárie foram os elementos posteriores; não foram alcançadas, na amostra estudada, as metas da Organização Mundial de Saúde para o ano 2000; a realidade epidemiológica encontrada apontou a necessidade da elaboração de programas que possibilitem a diminuição da prevalência de cárie dentária, ainda na dentição decídua em desenvolvimento.

A135

Percepção da estética dental em crianças e seus responsáveis.

ALMEIDA, C. G.*, CIAMPONI, A. L., WANDERLEY, M. T.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3846-1191. E-mail: almeidacg@zipmail.com

Os padrões de estética estão cada vez mais exigentes e isso reflete-se também na Odontologia, através da busca de um sorriso perfeito. O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção da estética dental em crianças e seus responsáveis, quando presentes alterações dento-faciais como lesões de cárie e mordida aberta na região ântero-superior da dentição decídua. Participaram do estudo 88 crianças e seus respectivos responsáveis, selecionados nas clínicas da Disciplina de Odontopediatria da FOUSP, que foram divididos em 4 grupos: 1) Grupo de cárie (n = 48); 2) Grupo de cárie e mordida aberta (n = 12); 3) Grupo com mordida aberta (n = 9) e 4) Grupo controle/sem alterações (n = 19). Antes do início da realização do trabalho o mesmo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FOUSP. Foi realizada uma entrevista com responsáveis e uma dinâmica psicológica com as crianças, usando bonecos e uma escala visual analógica de faces. Os resultados mostraram para os grupos 1, 2, 3 e 4 respectivamente, 85,4%, 66,7%, 55,6% e 21,1% dos responsáveis insatisfeitos com o sorriso da criança, assim como 85,4%, 83,3%, 55,6% e15,8% perceberam o problema dental da criança. As crianças perceberam sua condição dental em 54,2%, 33,3% e 11,1% e receberam comentários de terceiros em 56,2%, 50,0% e 22,2% para os grupos 1, 2 e 3 respectivamente.

Conclui-se que a percepção da estética dental nos responsáveis é grande quando estão presentes lesões de cárie e em crianças parece depender das influências do meio e das relações sociais para se processar.

A136

Orientações psicológicas para o manejo clínico dos pacientes com indicação de prótese ocular.

NICODEMO, D.*, RODE, S. M.

Departamento de Odontologia Social e Clínica Infantil – FOSJC – UNESP. E-mail: denise@fosjc.unesp.br

A Prótese Buco-Maxilo-Facial é uma especialidade abrangente pois ao restaurar tanto a função como a estética, favorece o ajustamento e reabilitação dos pacientes à sociedade. Assim, sucesso e eficiência, competência e compromisso, são aspectos diretamente relacionados ao bem-estar biopsicossocial. Objetivamos conhecer as expectativas e necessidades do paciente com indicação de prótese ocular; permitir um traçado psicológico do seu perfil e delinear as principais orientações para o manejo clínico. Utilizamos o estudo exploratório para levantamento básico do linguajar e do conteúdo emocional ligado à problemática da perda. Com base nesse levantamento, elaboramos um questionário, composto de 43 questões, que pode ser dividido em 5 blocos. Foi aplicado na forma de entrevista dirigida, para pacientes adultos, de ambos os sexos, assistidos pelo Ambulatório do Curso de Pós-Graduação em Prótese-Buco-Maxilo-Facial da FOSJC – UNESP. A análise qualitativa dos resultados, nos levou, dentre outras, a essas principais considerações: o questionário pode ser aplicado na íntegra ou a partir da seleção de blocos; a inserção de parte do questionário no cadastro do paciente é de grande valia para que a intervenção técnica se constitua, cada vez mais, numa abordagem integradora; faz-se necessário uma maior particularização nas informações e orientações dadas aos pacientes, considerando suas dúvidas e desejos que são tão simples mas nem por isso banais.

A prótese constitui-se numa forma de readaptação do indivíduo à sociedade; algumas alterações da conduta profissional podem favorecer, ainda mais, seu benefício.

A137

Entendimento de estudantes de Odontologia sobre violência doméstica (crianças e adolescentes).

SILVA, M. R.*, MELANI, R. F. H.

Departamento de Odontologia Social – FOUSP. Tel.: (0**11) 4436-9372. E-mail: marciaroberti@yahoo.com

Distribuiu-se um questionário entre 61 alunos do quarto ano de duas faculdades de Odontologia da cidade de São Paulo para avaliar o entendimento destes sobre a violência doméstica contra crianças e adolescentes e investigar a postura que eles assumiriam caso se vissem diante de uma vítima. O questionário continha 4 questões abertas e duas de múltipla escolha, e foi distribuído no início de uma aula, com autorização do professor responsável. O trabalho foi aprovado pelo parecer nº 55/00 do Comitê de Ética em Pesquisa da FOUSP. 90,2% dos entrevistados entendeu por violência doméstica contra crianças e adolescentes todos atos que produzem danos (físicos, sexuais, psicológicos e “morais”, este último interpretado tanto como sexual ou psicológico). 1,6% entendeu que omissões (abandono, negligência) também são modalidades de violência doméstica. 45,9% acredita que todos os casos (suspeitos ou confirmados) de violência devam ser notificados (conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), e nenhum dos entrevistados soube indicar corretamente a quem notificar (ao Conselho Tutelar, também segundo o ECA). 82% nunca recebeu informações sobre o assunto.

Considerando que o cirurgião-dentista é tido como um dos profissionais mais aptos a identificar casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes entre seus pacientes, é preciso oferecer já no curso de graduação informações aos futuros profissionais, capacitando-os para que possam intervir de forma adequada nos processos de violência e assim efetivamente colaborar na solução deste problema.

A138

A relação entre a cronologia de erupção dos dentes decíduos e o peso e a estatura.

HADDAD, A. E.*, CORREA, M. S. N.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3887-3719,
 fax: (0**11) 3091-7854. E-mail: anahaddad@uol.com.br

A erupção dentária é um fenômeno que faz parte do processo de crescimento e desenvolvimento do organismo. O ritmo de crescimento pode ser muito variável de uma criança para outra e isto, condicionado à interação de fatores genéticos e ambientais. O crescimento físico é monitorado através do peso e estatura. Quando estas medidas estão discrepantes da idade cronológica, usa-se também a idade óssea. Existe uma ampla variação dos limites de normalidade da idade óssea, e estudos têm mostrado que a idade dentária pode apresentar uma maior correlação com a idade cronológica do que a idade óssea. O objetivo deste estudo foi investigar a correlação entre a cronologia de erupção dos dentes decíduos e as medidas somáticas de peso e estatura, em duas fases distintas do crescimento infantil. A amostra foi composta por 870 crianças de 0 a 36 meses, submetidas à pesagem, medição e exame da cavidade bucal para contagem do número de dentes erupcionados. Foram obtidos os seguintes dados em entrevista com os pais: data de nascimento, peso e comprimento ao nascimento de cada criança. O protocolo de pesquisa foi aprovado conforme o Parecer nº 72/00 do CEP. A correlação entre o nº de dentes erupcionados e as medidas de peso e comprimento ao nascimento e peso e estatura para a idade foi testada através da técnica estatística de regressão múltipla.

 A maior correlação foi verificada entre o nº de dentes erupcionados e a estatura da criança para a idade. Foi montada uma tabela de referência onde o nº médio de dentes erupcionados é estimado com base na idade e estatura da criança.

A139

Avaliação do perfil odontológico da paciente gestante da FO – UFRGS.

ROSITO, D. B.*, SLAVUTZKY, S. M. B.

Faculdade de Odontologia – UFRGS.

O tratamento odontológico à gestante é oportuno e indicado, pois suas necessidades presentes apresentam-se exacerbadas em função de negligência na higiene bucal, alterações hormonais e dietéticas que acometem o estado gestacional. O estudo descreve o perfil de 111 pacientes gestantes que buscaram atendimento na FO – UFRGS no período de 1999 e 2000. Os dados obtidos de fichas clínicas padronizadas relativos a idade das gestantes, índice CPOD, índice de perdas de restaurações durante a gestação, alteração de hábitos dietéticos, índices gengivais e periodontais desta população e acompanhamento obstétrico são apresentados e discutidos. Os resultados demonstram que a idade das pacientes variou entre 14 e 45 anos, com maior prevalência entre 21-30 anos, CPOD médio entre as gestantes estudadas foi 10,17, o índice de perda de restaurações nesta gestação foi de 37%, sendo 85,71% das pacientes cárie-ativas. Constatou-se que 57,97% das gestantes entrevistadas citou aumento da ingestão de frutas cítricas, e em geral as gestantes relatam aumento da ingestão de alimentos tanto doces, quanto salgados. Os índices de placa visível e sangramento gengival encontrados foram respectivamente 51% e 55%.

Conclui-se que é necessário um programa de atenção odontológica que priorize gestantes, pois este é um grupo estratégico para que haja modificações de posturas e atitudes, em razão do papel que estas mulheres exercerão na promoção de saúde bucal de seus filhos. A ênfase na educação é a chave do tratamento odontológico à gestante.

A140

Causas de abandonos a programa de promoção de saúde bucal.

BARROSO, S.*, DAMASCENO, L., GAMA, R., MIASATO, J., SILVA, C.

Odontopediatria e Odontologia de Promoção de Saúde – FO – UFRJ; UNIGRANRIO.

Um programa de promoção de saúde bucal para bebê traz grandes benefícios à cavidade bucal da criança e mesmo assim, 289 pais ou responsáveis abandonaram o programa. Foi considerado como desistência, àqueles que não retornaram às consultas por um período mínimo de 12 meses. O propósito deste estudo foi de investigar as causas das desistências ao programa e suas conseqüências na manutenção da saúde bucal dos infantes.

Cento e três famílias participaram como universo dessa investigação e diante dos resultados encontrados, pôde-se concluir que: (1) grande parte dos abandonos ao programa deveu-se a motivos inconsistentes ou temporários; (2) 88,3% (n = 91) dos familiares sequer tentaram retornar às consultas e mesmo assim; (3) 70% (n = 72) dos pais valorizavam a ida dos bebês ao dentista para prevenir doenças bucais; e (4) após o reingresso ao programa, 78,6% (n = 81) das crianças apresentaram ceos = 0 (zero).

A141

Análise das decisões judiciais sobre as lesões maxilo-mandibulares.

Cardozo, H. F.*, Serafim, C.

Odontologia Social – FOUSP.

O objetivo deste estudo foi verificar o entendimento dos tribunais sobre a gravidade do dano das lesões maxilo-mandibures. Foram analisados 46 acórdãos, do quais 39 referentes a lesões dentárias (uma fratura, 10 perdas dentárias unitárias e 28 múltiplas); 3 de lesões ósseas (fraturas mandibulares); 1 ósteo-dentária (fratura da maxila com perdas dentárias) e três cujo tipo de lesão não foi especificado. Em 36 acórdãos, o dano mastigatório compareceu como a conseqüência funcional decorrente do trauma. Quanto a gravidade do dano, na avaliação pericial: uma lesão foi dada como leve; 38 como grave; 3 como gravíssima; 4 como grave/gravíssima. Dessas qualificações iniciais, 19 foram mantidas nos acórdãos e 27 (59%) foram desqualificadas – 26 lesões dentárias e uma não-especificada. Das lesões que foram desclassificadas, 21 passaram de grave para leve; duas de gravíssima para leve; uma de gravíssima para grave e 2 grave/gravíssima para leve. O motivo da desqualificação declarado nos acórdãos foi a ausência de subsídios periciais para a qualificação pretendida, em 16 casos; discordância do dano alegado no laudo pericial, em 8 casos e elementos dentários comprometidos previamente ao trauma, em 3 casos.

Verificou-se grande divergência entre o entendimento pericial e o dos tribunais quanto à gravidade do dano das lesões dentárias motivada, principalmente, pela deficiência de fundamentação nos laudos periciais, demonstrando a necessidade de maiores cuidados na elaboração desses documentos.

A142

Prevalência de maloclusão em crianças de 5 a 35 meses de idade de Diadema - SP.

TOLLARA, M. C. R. N*., DUARTE, D. A., BÖNECKER, M. S., PINTO, V. G.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP.

O objetivo deste estudo foi estabelecer a prevalência de maloclusão em crianças na faixa etária entre 5 e 35 meses de idade. Para cumprir tal proposta utilizou-se uma amostra transversal (n = 413), um critério metodológico próprio, universalizando a amostra com a coleta de dados no Dia de Campanha Nacional de Multivacinação. O índice epidemiológico utilizado foi o da OMS (1997) - método 4 - DAI e a avaliação de aspectos morfológicos da oclusão seguiu os critérios de Baume (1950), Moyers (1958) e Foster; Hamilton (1969). Registrou-se, então, apinhamento, espaçamento anterior e presença de espaços primatas; “overjet” e “overbite” maxilar; mordida cruzada anterior; mordida aberta anterior; desvio de linha média; mordida cruzada unilateral/bilateral posterior; relação canina e molar. De acordo com a metodologia aplicada inferiu-se que a prevalência de maloclusão foi de 55,9%, não havendo diferença estatisticamente significante entre os sexos. Sua distribuição entre as crianças examinadas de acordo com as diferentes fases de erupção foi: na fase de erupção 1 (grupo dos incisivos decíduos), 23,5%; fase 2 (grupo dos primeiros molares decíduos), 69,4%; fase 3 (grupo dos caninos decíduos), 80,0% e fase 4 (grupo dos segundos molares decíduos), 87,1%.

Assim, torna-se possível diagnosticar os desvios de normalidade e interceptá-los precocemente, restabelecendo a integridade da dentadura decídua.

A143

A formação profissional do ACD e do THD frente às exigências da atual LDB.

LIÑAN, M. B. G.*, BOTAZZO, C.

Departamento de Odontologia Social – Faculdade de Odontologia – USP.
Tel.: (0**11) 3091-7891.

Este trabalho analisa as implicações da reforma educacional profissional introduzidas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96, nos artigos 36 § 2º, e de 39 a 42, regulamentados pelo Decreto nº 2.208/97, em curso no Brasil, para a formação dos profissionais auxiliares da Odontologia: o ACD e o THD. Os procedimentos utilizados baseiam-se em pesquisas teóricas das legislações estabelecidas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), do Conselho Nacional de Educação (CNE), da Câmara de Educação Básica (CEB), da Secretaria do Ensino Médio e Tecnológico (SEMTEC), a reforma curricular determinada pelo Programa de Educação Profissional (PROEP), bem como as Resoluções e Portarias exaradas pelo CFO que ultrapassam o seu poder de regulamentação.

As novas propostas do ensino profissionalizante, por meio das mudanças preconizadas pela nova LDB estabelecem que os cursos serão desenvolvidos por módulos, sendo a qualificação técnica de ACD integrante de itinerário de profissionalização de THD. A organização da matriz curricular de THD é desenhado na perspectiva da construção de competências ou seja capacidade de mobilizar, articular conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho das atividades requeridas no trabalho. O docente (dentista) deverá cursar programas especiais de formação pedagógica ou licenciatura. A alteração radical do panorama da educação profissional determinará mudança no ensino da Odontologia.

A144

O cirurgião-dentista e outros profissionais de Saúde portadores de HIV/AIDS: considerações bioéticas e psicológicas.

ALVES, E. G. R.*, RAMOS, D. L. P.

Departamento de Odontologia Social – FOUSP. Tel.: (0**11) 5549-2618. E-mail: egralves@hotmail.com

Este estudo teve objetivo de analisar experiências vividas por profissionais de Saúde portadores de HIV/AIDS e seus aspectos bioéticos e psicológicos. Após aprovação do Comitê de Ética, foram feitas entrevistas com estes profissionais sobre seu relacionamento com pacientes e pessoas de seu convívio social. A oportunidade de continuarem ou não exercendo a profissão também foi analisada e as implicações em comunicar ou não seu paciente. Foi observado o pavor que têm de serem identificados como pessoas infectadas pelo vírus HIV, pois haveria implicações insustentáveis em sua vida pessoal e profissional, além de temerem necessitar mudar de atividade.

Conclui-se que, o profissional de Saúde HIV-positivo, pode continuar exercendo sua profissão enquanto estiver em condições físicas e psicológicas, devendo estar sendo acompanhado por equipe de saúde. O profissional não é obrigado a informar seu paciente sobre sua soropositividade. Como qualquer pessoa portadora de HIV/AIDS, deve informar seu contactante sexual. É urgente uma campanha nacional para informar a população sobre seu direito de ser atendido, em qualquer serviço de saúde, particular ou não, com todo equipamento de biossegurança. Há ainda, a necessidade de um plano de apoio e orientação para este profissional que pode se desenvolver em parceria entre organismos governamentais e não-governamentais.

A145

Comparação de cinco métodos para odontometria de dentes decíduos.

MENDES, F. M.*, ARAKI, A. T., DUARTE, D. A.

Departamento de Odontopediatria e de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7854. E-mail: fausto@fo.usp.br

O objetivo do trabalho foi comparar in vitro cinco métodos de odontometria em dentes decíduos. Para isso foram selecionados 20 dentes unirradiculares com reabsorção radicular limitado ao máximo de um terço da raiz. Estes dentes se submeteram a cinco métodos para determinação do comprimento real de trabalho (CRT): tátil, radiográfico convencional, tátil associado ao radiográfico, radiográfico digital e localizador apical eletrônico. Para cada método, estabeleceu-se uma média de três medições. Para verificar o comprimento real do conduto (grupo controle), uma lima foi introduzida até a sua visualização no limite apical. Os valores dos diferentes grupos foram divididos em quatro categorias comparadas ao grupo controle: apropriado quando o CRT estava entre 0,1 e 1,0 mm aquém do ápice; aceitável quando estava entre 1,1 e 2,0 mm aquém do ápice; inadequado quando era mais de 2,0 mm aquém do ápice; indesejável quando o CRT coincidia (CRT = 0 mm) ou ultrapassava o ápice do dente. O grupo do localizador apical obteve maior número de resultados apropriados (85%), enquanto que o grupo tátil apresentou os piores resultados, com maior número no grupo indesejável (45%) e apenas 15% no apropriado. Os grupos de radiografia digital, radiografia convencional e radiografia + tátil apresentaram resultados intermediários (55%, 45% e 35% no grupo apropriado, respectivamente).

Concluímos que os grupos com radiografia apresentaram resultados razoáveis, mas o localizador apical foi o método mais eficiente na odontometria de dentes decíduos.

A146

Influência do nível econômico na severidade de má-oclusão na cidade de Araraquara.

CAPOTE, T. S. O.*, ZUANON, A. C. C.

Departamento de Clínica Infantil – UNESP – Araraquara. Tel.: (0**16) 201-6335, 201-6328. E-mail: aczuanon@foar.unesp.br

Foi realizado um estudo para verificar a existência de correlação entre a severidade de má-oclusão e o nível econômico em 930 crianças de 6 a 12 anos de idade, sendo que 447 eram do sexo masculino (48,06%) e 483 do sexo feminino (51,94%), alunos de escolas da rede pública e particular de ensino da cidade de Araraquara - SP. Todos os exames foram realizados nas próprias escolas por um único profissional treinado, com auxílio de luvas descartáveis, espátulas de madeira e luz natural. Foi empregado o Índice de Prioridade de Tratamento Ortodôntico, método de análise internacional que registra seis características oclusais e fornece a severidade de má-oclusão. A avaliação do nível econômico foi realizada por meio de questionário (Critério de Classificação Econômica Brasil), respondido pelos pais das crianças estudadas, os quais foram classificados em 7 classes econômicas (A1, A2, B1, B2, C, D e E). De acordo com os dados obtidos, 85,92% das crianças apresentaram algum tipo de anormalidade oclusal e as maiores porcentagens de crianças faziam parte das classes econômicas D (31,61%) e C (29,89%). De acordo com a análise de variância, não houve evidência estatística de que a classe econômica interfere significativamente na severidade de má-oclusão (p = 0,353873).

Os autores concluíram que embora a maioria das crianças estudadas tenha apresentado algum tipo de má-oclusão, não foi observada correlação com o nível econômico das mesmas. (Apoio financeiro: FAPESP.)

A147

Efeito do Sistema Carisolv™ na resistência da união ao cisalhamento resina/dentina em diferentes substratos dentinários.

CALDO-TEIXEIRA, A. S.*, PUPPIN-RONTANI, R. M., SINHORETI, M. A. C.,
CORRER-SOBRINHO, L.

FOP – UNICAMP.

Este estudo teve por objetivo avaliar o efeito do Sistema Carisolv™ (SC™) na resistência da união ao cisalhamento (RUC) de um sistema adesivo à diferentes substratos dentinários. Foram empregados 90 dentes, divididos eqüitativamente em: permanentes, decíduos e bovinos; subdivididos de acordo com o tratamento (com ou sem aplicação do SC™ - controle). As amostras foram desgastadas para obtenção de uma superfície plana em dentina e distribuídas em 6 grupos, sendo os grupos 1, 3 e 5 (aplicação do SCTM - diferentes substratos) e os grupos 2, 4 e 6 (controle). O SC™ foi aplicado de acordo com as instruções do fabricante. A seguir, o sistema de união Scotchbond Multi-Purpose Plus (3M) e o compósito Z100 (3M), foram aplicados. Após 72 h de armazenamento em água a 37ºC, foram submetidos ao ensaio de cisalhamento na máquina de ensaio Universal, com velocidade de 0,5 mm/min. Os dados obtidos (MPa) foram submetidos à ANOVA e ao teste de Tukey (p << 0,05).

 

 Bovino

Decíduo

Permanente

Tratamento

Média

Desvio-padrão

Média

Desvio-padrão

Média

Desvio-padrão

Com SC™

3,7388 a

1,5003

2,0643 b

0,9184

2,1203 b

1,3867

Sem SC™

1,4105 b

0,5472

2,6503 a

1,0006

3,1655 a

1,4025

Pôde-se concluir que o emprego do SC™ nos diferentes substratos estudados produziu menores valores de RUC daqueles encontrados no grupo controle, exceto para o substrato bovino.

A148

Correlação entre os índices de placa e gengival em pares de mães e crianças com dentição mista.

RAMIRES-ROMITO, A. C. D.*, MAYER, M. P. A., OLIVEIRA, L. B., RODRIGUES, C. R. M. D.

Departamento de Odontopediatria/Ortodontia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3088-9201. E-mail: garomito@uol.com.br

Este trabalhou visou correlacionar as condições periodontais clínica e radiográfica entre pares de mães (M) e crianças (C). Foram examinados 30 pares M e C (média = 8,76 anos) de ambos os sexos, sem estarem em tratamento odontológico no momento da pesquisa e não-submetidos à antibioticoterapia há pelo menos 3 meses do início do estudo. Foram registrados seus índices de placa bacteriana (IP) e gengival (IG) e realizadas radiografias interproximais e periapicais. Através de questionários, respondidos pelas M, foram colhidas informações a respeito dos hábitos de higiene bucal das M e C, nível de escolaridade das M, se M trabalhava fora ou não e a renda familiar.

Após análise estatística (p << 0,05), concluiu-se que houve maior correlação entre os IP e IG no grupo composto por M do que no grupo de C, com exceção da região dos primeiros molares permanentes onde houve valores semelhantes. Não existiu correlação significante entre os IP e IG dos pares M e C. Não foi encontrada nenhuma correlação significante entre perda óssea e IP ou IG dos pares. O IP total das M foi maior nas mães com as maiores idades e diminuiu com a freqüência “sempre” do uso de fio dental e quando elas trabalhavam fora. IG total das M também foi menor quando elas trabalhavam fora de casa. Houve redução no IP total da C quando ela foi auxiliada pela mãe durante a escovação, quando M declarou que usava fio dental “sempre” e quando M trabalhava fora. O índice IG total das C foi reduzido com aumento da escovação e quando M utilizava fio dental “sempre”. Não houve diferença do sexo da C em relação aos seus IP e IG.

A149

Perfil dos estudantes de Odontologia – expectativas de trabalho e remuneração.

ROBLES, L. P.*, ROBLES, F. R. P.

Pós-Graduação em Administração de Empresas – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP.

O objetivo do estudo é conhecer o perfil dos estudantes de Odontologia, expectativas quanto ao exercício profissional e remuneração esperada. Colaboraram livremente 132 alunos de instituições pública e privada com opiniões sobre mercado e local de trabalho, união em grupo, necessidade de complementação de renda, motivação e especializações, através de respostas fechadas e abertas, cujos dados foram categorizados e transformados de qualitativos para quantitativos. Predominaram alunos do sexo feminino, principalmente na faculdade particular; todos advêm de famílias de classe média e média-alta. Estão pessimistas com relação a: oportunidades, mercado, distribuição de profissionais e excesso de faculdades. Têm necessidade de aprimorar-se, dentro e fora do país, preocupam-se com a falta de apoio governamental, sorte, tempo de experiência, paciência, e problemas devido à proliferação de operadoras em saúde bucal, além da falta de recursos e de educação da população com vistas à saúde bucal. Pretendem empregos públicos, partilhar consultórios, credenciamentos e, só após cinco anos de formados, atingir remuneração mensal de R$ 1.500,00. Muitos sugerem sair dos grandes centros.

Conclui-se que os alunos percebem que o alto investimento pessoal, familiar e da sociedade gera retorno financeiro baixo, mas mantém expectativas de ultrapassar esta fase de transição, e que a manutenção do estado de saúde e o controle dos riscos devem ser atendidos e entendidos pelos usuários, governo, insti­tuições e sociedade.

A150

Capacitação profissional em Odontologia: instituição pública e particular.

ROBLES, L. P., ROBLES, F. R. P.*, ROBLES Jr., A.

Pós-Graduação em Administração de Empresas – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP.

Esta pesquisa quer mostrar a avaliação e opinião de alunos no último ano de graduação em Odontologia, de escolas pública e particular sobre sua capacitação profissional e possíveis propostas de mudanças. Os tópicos investigados foram: razão da escolha da profissão, adequação do conteúdo programático, equilíbrio entre teoria e prática e anseio por programas de pós-graduação. Aplicou-se 132 questionários a alunos das instituições pública e privada que consentiram livremente em colaborar, gerando respostas fechadas e abertas, que foram codificadas, classificadas e categorizadas para tabulação e interpretação através de média, percentual e análise de variabilidade relativa. Segundo os resultados, as principais razões de escolha da carreira para alunos de ambas instituições foram: caráter liberal, prestação de serviços à sociedade, desenvolvimento de habilidades e boa remuneração. As matérias mais importantes para eles estão ligadas ao exercício clínico, seguidas das ciências básicas e por último das sociais para as duas instituições. Na faculdade pública houve percepção de equilíbrio entre teoria e prática, enquanto na particular predominou a teoria. Todos sugerem inclusão de disciplinas de alta complexidade técnica e desejam continuar aprendendo em cursos de especialização, complementação e carreira acadêmica. Julgam-se capacitados para o exercício da profissão, e as instituições atenderam às suas expectativas.

Conclui-se que as disciplinas clínicas e curativas destacam-se para os alunos, numa visão reabilitadora, pouco expressando a necessidade do estudo das Ciências Sociais na sua atuação.

A151

Avaliação institucional – alunos de faculdade de Odontologia pública e particular.

ROBLES, L. P., ROBLES Jr., A.*, ROBLES, F. R. P.

Pós-Graduação em Administração de Empresas – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP.

O estudo propõe avaliar a percepção de alunos do último ano em Odontologia das faculdades pública e particular a que pertencem. Os itens analisados foram quanto ao incentivo à pesquisa, laboratórios, biblioteca, salas de aula, recursos de apoio audiovisual, instalações das clínicas, secretaria, docentes, possibilidades de trabalho, estudo e convivência com colegas, informações recebidas, dedicação e desempenho do estudante nessas instituições. A pesquisa analisou respostas obtidas de questões que o aluno atribuía valor de 0 a 10 para cada item; as 132 respostas (84 de escola privada e 42 de escola pública) geraram resultados que foram tabulados e interpretados quanto à média, percentual e variabilidade relativa, observando-se maior homogeneidade e concentração nas respostas dos alunos do sexo masculino. Para alunos de faculdade particular, as instalações e os recursos das clínicas foi o fator que obteve maior destaque, recebendo pior avaliação por parte dos alunos da faculdade pública. Outra diferença foi no incentivo à pesquisa, em que a instituição pública se destaca em relação à particular. Não houve diferença entre as instituições a respeito de instalações como: laboratório, sala de aula, recursos audiovisuais, docentes e ambiente de convivência, bem como dedicação e desempenho dos estudantes, enquanto os alunos da pública melhor avaliaram biblioteca e secretaria.

Conclui-se que os alunos de ambas instituições consideraram-se bem assistidos, com diferenças entre: clínicas, secretaria e biblioteca, necessitando modernização e aprimoramento do ensino odontológico nestes aspectos.

A152

Resistência à fratura de dentes decíduos restaurados com diferentes técnicas de colagem de fragmentos.

MASTRIA, T. V., WANDERLEY, M. T.*, RODRIGUES FILHO, L. E., RODRIGUES, C. R. M. D.

Disciplina de Odontopediatria – FOUSP. E-mail: crmdrodr@fo.usp.br

O objetivo deste foi comparar a resistência à fratura de dentes decíduos restaurados com três diferentes técnicas de colagem de fragmentos. Trinta incisivos superiores foram seccionados no terço médio, e os fragmentos foram colados de diferentes formas: G1- adesivo Single Bond e resina composta Z100; G2- resina composta Z100 fluidificada pela adição de 1 gota do adesivo Scotchbond Multi-Uso; G3- cimento resinoso dual Variolink/Vivadent. Todos os dentes e respectivos fragmentos foram previamente condicionados com ácido fosfórico em gel por 30 s. Após imersão em água destilada por 24 h, 37ºC, foram polidos e submetidos ao ensaio mecânico de cisalhamento, em máquina de ensaio universal (Riehle), com carga aplicada à velocidade de 6 mm/min. Os valores de ruptura foram submetidos à análise de variância, sendo que o Grupo 1 (8,68 ± 2,21) mostrou-se estatisticamente superior aos demais (G2- 3,51 ± 1,01 e G3- 3,94 ± 1,64), que foram semelhantes entre si.

Concluiu-se que a combinação de adesivo seguido de resina composta, foi mais eficiente na colagem de fragmentos em dentes decíduos.

A153

Higiene bucal e saúde gengival: percepções e atitudes dos responsáveis.

BARCELOS, R.*, SOUZA, I. P. R.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2101. E-mail: rbarcelos@predialnet.com.br

Este trabalho avaliou, através de formulários, a percepção e as atitudes de responsáveis (RE) por crianças, quanto a higiene bucal (HB) e sua importância na manutenção da saúde gengival. Foram entrevistados 72 RE por crianças de 3 a 12 anos de idade, atendidas no ambulatório de Pediatria de um hospital municipal do Rio de Janeiro. Os resultados foram inseridos em um banco de dados do programa Epi Info 6.02. A média de idade dos RE foi 31,5 ± 6,6 anos, 94,5% sexo feminino, e das crianças 6,3 ± 2,4 anos, 47,2% sexo feminino. A escovação dentária (ED) era realizada, diariamente, por 97,2% dos RE e 97,2% das crianças. Apenas 13,9% das crianças eram ajudadas pelos RE durante a ED, e 41,7% precisavam ser lembradas de realiza-lá, principalmente aquelas acima de 10 anos (75,0%). O sangramento gengival durante a ED foi relatado por 50,0% dos RE e 22,0% das crianças. Para apenas 5,6% dos RE a ED era importante para a manutenção da saúde dental, assim como da gengival. Relacionando RE orientados ou não sobre HB e suas atitudes, verificou-se diferença significante quanto à conduta frente ao sangramento gengival (qui-quadrado = 16,61; p = 0,00). Embora não havendo diferenças entre os grupos quanto ao conhecimento do termo gengivite (qui-quadrado = 1,35; p = 0,25), sua definição (qui-quadrado = 2,05; p = 0,11) e razões para o sangramento gengival (qui-quadrado = 3,39; p = 0,06), o grupo orientado apresentou melhores resultados.

Conclui-se, que a importância da HB na manutenção da saúde gengival deve ser enfatizada junto aos RE de pa­cientes infantis.

A154

Alterações renais: conhecimentos de pós-graduandos/graduados em Odontopediatria no RJ.

MENDES*, P. C. A., MARASSI, C., PRIMO, L. G.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2098. E-mail: patmendes@hotmail.com

Objetivou-se avaliar o conhecimento e as atitudes de 65 profissionais ligados a cursos de pós-graduação em Odontopediatria em relação aos cuidados no atendimento a pacientes com alterações renais, através de entrevistas (12 perguntas fechadas e 2 abertas). Os dados foram tabulados no Epi Info 6.04 e analisados pelo teste qui-quadrado (p << 0,05). A média de idade foi 29,1 ± 7,35 anos. Os resultados mostraram que 96,9% (n = 63) realizavam anamnese com história médica detalhada e 58,5% (n = 38) só pediam o telefone do médico se houvesse dado relevante. Apenas 15,4% (n = 10) consideravam capacitados a atender estes pacientes. 90,8% da amostra (n = 59) acredita que esses pacientes necessitam de cuidados odontológicos especiais e entraria em contato com o médico antes da intervenção. 26,2% relataram conhecer as principais manifestações bucais e citaram gengivite (40,9%), hipoplasia de esmalte (31,8%), periodontite (13,6%) e candidíase (4,5%). Quanto a medicação, há necessidade de precaução no uso de anestésicos (53,8%) e de antiinflamatórios (52,3%). 61,5% (n = 40) não sabiam se essas crianças apresentavam maior tendência à sangramento. 44,6% (n = 29) responderam que pacientes transplantados eram mais sujeitos a infecções dentárias. Apenas 37,5% (n = 3) sabiam o melhor momento para o atendimento a pacientes que realizam hemodiálise (p = 0,02).

Os resultados mostraram que os conhecimentos para atender paciente com nefropatias foram insuficientes, e há necessidade de cuidados especiais e aquisição de informações.

A155

Substâncias químicas auxiliares e “smear layer” radicular de dentes decíduos.

PRIMO, L. G.*, CHEVITRESE, O., GUEDES-PINTO, A. C.

Disciplina de Odontopediatria – FO – USP; FO – UFRJ. Tel./fax: (0**21) 286-9305. E-mail: lprimo@pobox.com

Este estudo qualitativo avaliou, in vitro, substâncias químicas auxiliares (SQA) na instrumentação de canais de dentes decíduos anteriores, quanto à remoção da “smear layer” (SL), usando duas seqüências de instrumentação. Foram utilizados 24 dentes, divididos aleatoriamente em 2 grupos de 12 dentes cada, de acordo com a instrumentação: limas tipo Kerr (nº 15 a 25) (Fase I - G1 a G4) ou limas tipo Kerr (nº 15 a 40) (Fase II - G5 a G8). Os conjuntos de SQA empregados foram: G1 e G5 - água destilada (controle); G2 e G6 - Endo-PTC + Líquido de Dakin; G3 e G7 - NaOCl a 4% alternado com H2O2 a 3% (SOS); e G4 e G8 - NaOCl a 1% e lavagem final com ácido cítrico a 10%. Cada subgrupo (G1 a G8) contou com 3 dentes cada. Os dentes foram secados e a porção radicular foi clivada transversalmente em duas partese longitudinalmente. Fotografias representativas foram obtidas ao MEV e avaliadas de modo cego: (0) SL densa; (1) SL moderada; (2) sem SL (ROME et al., 1985). Os dados foram tabulados no programa Epi Info 6.04. Na Fase I, os escores mais freqüentemente encontrados foram: G4- escore 2 em 88,8% das amostras; G2- escore 1 em 55,5% e, G3- escore 0 em 44,4%. E na Fase II: G8- escore 2 em 77,8% das amostras, G6 e G7- escore 0 em 50,0%. Em ordem decrescente, as seqüências de SQA mais efetivas na remoção da SL foram: G4 e G8; G2 e G6; e G3 e G7.

Diante dos resultados, conclui-se que o NaOCl a 1% seguido de ácido cítrico a 10% mostrou o melhor desempenho na remoção da SL do canal de dentes decíduos anteriores, in vitro. (O projeto foi aprovado pelo CEP/FO - USP - Parecer nº 106/99.)

A156

Avaliação da desmineralização do esmalte dentário causada por bebidas esportivas.

BOMFIM, A. R.*, MOLITERNO, L. F., SAMPAIO, H., FISCHER, R. G.

FO – UERJ. Tel./fax: (0**21) 587-6372. E-mail: arbomfim@uol.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar o potencial erosivo de duas marcas de bebidas esportivas: Gatorade e Marathon.  Foram utilizadas 80 amostras de dentes humanos, sendo 40 de dentes decíduos e 40 de permanentes. As amostras foram distribuídas em 8 grupos, formados por dentes decíduos (DA) e permanentes (PA), imersos em água destilada; por dentes decíduos (DS) e permanentes (PS), imersos em saliva artificial; por dentes decíduos (DG) e permanentes (PG) imersos em Gatorade e por dentes decíduos (DM) e permanentes (PM) imersos em Marathon. As amostras foram submetidas à 3 imersões diárias nas bebidas em teste de 10 minutos cada, por 30 dias. A avaliação foi feita através da pesagem das amostras, antes e depois das imersões. Avaliou-se porcentualmente a perda de peso das amostras. Os testes t para amostras pareadas e não-pareadas, e ANOVA foram utilizados para avaliar as diferenças das perdas dos 8 grupos (p << 0,05). Os resultados demonstraram perda de peso significativa nos grupos imersos em Marathon e Gatorade, quando comparados aos grupos controle. Verificou-se que as duas bebidas testadas são capazes de causar erosão no esmalte dentário humano. O Marathon foi considerado mais erosivo que o Gatorade. As amostras de dentes decíduos sofreram maior erosão que as amostras formadas por dentes permanentes.

Concluiu-se que os repositores hidroeletrolíticos testados têm alto poder erosivo para o esmalte dentário humano e seu consumo deve ser racionalizado. (Esta pesquisa contou com apoio financeiro da CAPES.)

A157

Comportamento infantil no ambiente odontopediátrico: fatores de predição.

RAMOS-JORGE, M. L.*, SERRA-NEGRA, J. M. C., BOGUTCHI, T., PORDEUS, I.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. E-mail: mlrjorge@hotmail.com

Com o objetivo de verificar os fatores potencialmente capazes de influenciar o comportamento infantil no ambiente odontológico foi realizada uma pesquisa em Belo Horizonte - MG com 118 crianças de 48 a 68 meses de idade, sem qualquer experiência odontológica prévia. O comportamento infantil foi avaliado durante os procedimentos de exame clínico e profilaxia utilizando-se a escala de Frankl (++,+,–,– –). Todas as mães responderam a um teste para avaliar a sua ansiedade (MAS) e a um questionário. Um teste para avaliar a ansiedade infantil (VPT modificado) foi respondido pelas crianças. Utilizando-se o programa Minitab 11, foram realizadas as análises estatísticas (qui-quadrado e multivariada - regressão logística). Os resultados do ajuste do modelo de regressão logística advogam que os fatores preditores do comportamento infantil incluam as variáveis idade (OR = 9,9), ansiedade infantil (OR = 175,4), ansiedade materna (OR = 8,6), experiência de dor de dente (OR = 29,1) e experiências médicas (OR = 13,5). Através  da análise multivariada os resultados revelaram que a criança não ansiosa, com idade superior a 54 meses, que é filha de mãe com ansiedade baixa, que nunca sofreu dor de dente e que se comportou positivamente nas experiências médicas anteriores têm uma probabilidade de 86,38% de se comportar positivamente na primeira consulta odontológica.

Assim, conclui-se que é possível predizer o comportamento infantil através da inclusão na anamnese de questões relativas às experiências médicas, de dor de dente e adoção de testes para avaliar as ansiedades materna e infantil.

A158

Capacidade das mães para predizer o comportamento infantil no ambiente odontológico.

RAMOS-JORGE, M. L., SERRA-NEGRA, J. M. C.*, PORDEUS, I. A., PAIVA, S. M.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. E-mail: mlrjorge@hotmail.com

A dificuldade de predizer o comportamento da criança na sua primeira experiência odontológica constitui um complicador para o odontopediatra quando ele vai escolher a melhor maneira de lidar com a criança em determinada situação. Objetivando avaliar a capacidade da mãe de predizer o comportamento do filho durante a primeira visita deste ao dentista, participaram da pesquisa 118 crianças de 48 a 68 meses sem experiências odontológicas prévias. Todas estavam acompanhadas de suas mães que relataram sua opinião sobre como seria o comportamento do filho (positivo, negativo). O comportamento da criança durante o procedimento odontológico de exame clínico e profilaxia foi avaliado através da escala de Frankl (definitivamente positivo ++, positivo +, negativo –, definitivamente negativo – –). Utilizando-se o programa Epi Info 6.02, foi realizado o teste estatístico qui-quadrado. Verificou-se uma relação estatisticamente significante (c2 = 9,27; p = 0,002) entre a opinião das mães e o comportamento observado pela criança. Filhos de mães cuja predição sobre o comportamento infantil foi positivo apresentaram comportamento positivo em sua maioria (70,8%). Entre as mães que previram um comportamento infantil negativo, 63,6% das crianças apresentaram comportamento também negativo.

Desta forma, conclui-se que as mães foram capazes de predizer o comportamento do filho no ambiente odontológico. Assim, colher a opinião das mães antes da primeira experiência odontológica da criança é de grande valia para o odontopediatra.

A159

A percepção da criança sobre o uso do equipamento de proteção individual pelo odontopediatra.

OLIVEIRA, A. C. B.*, RAMOS-JORGE, M. L., PAIVA, S. M.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. E-mail: tl1276178@terra.com.br

A utilização de equipamento de proteção individual (EPI) pelo odontopediatra é uma medida de biossegurança importante. Objetivando correlacionar o tipo de vestuário e EPI utilizado pelo odontopediatra, com a receptividade da criança em ser cuidada por este, foram pesquisadas 39 crianças, de dois a cinco anos de idade, na cidade de Belo Horizonte - MG. Três fotos de uma odontopediatra em diferentes apresentações; roupa colorida (foto 1), roupa branca (foto 2) e EPI completo (foto 3) foram exibidas aos participantes; que indicaram a foto da dentista por quem elas preferiam ser atendidas. As mães responderam perguntas sobre a experiência odontológica anterior da criança. Utilizando-se o programa Minitab 11, foi realizado o teste estatístico de correlação de Pearson. Verificou-se uma correlação estatisticamente significante entre a foto escolhida pela criança e o fato da criança já ter tido experiência odontológica (p = 0,002), e se essa experiência foi positiva ou negativa (p = 0,032). Das crianças que escolheram a foto 3, 66,6% já tinham tido experiência odontológica. A foto 2 foi escolhida por 66,6% daquelas que não tiveram tal experiência. Dos participantes que tiveram experiência odontológica negativa, 40% optaram pela foto 1.

Assim, conclui-se que a medida que a criança vai sendo apresentada ao EPI ela se torna receptiva a ele, não criando nenhum problema na aceitação do uso do EPI pelo profissional.

A160

Percepção do Sistema Único de Saúde por alunos de graduação em Odontologia, Valença - RJ.

GOUVÊA, M. V.*, HURST, J. L. S., CRUZ, C. W., SOARES, E. L. P.

Graduação em Odontologia Social – UFF – Niterói - RJ; Faculdade de Odontologia de Valença – FAA - RJ.

O trabalho surgiu no contexto de integração entre faculdade de Odontologia e serviço público de saúde no município de Valença - RJ, buscando corresponder às determinações do projeto político-pedagógico da faculdade. Assim, objetivou- se conhecer a percepção dos alunos de graduação em Odontologia da FAA, frente ao Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). Para tanto, trabalhou-se com 69 alunos do 2º ano da faculdade na construção coletiva de painéis. A discussão foi norteada a partir de três grandes temas: 1) democracia, cidadania e participação social, 2) o SUS, seus atores e seus papéis e 3) a formação de RH para o serviço público de saúde – papel da universidade. Os dados foram coletados e analisados qualitativamente através da análise de conteúdo do material exposto (BARDIN, 1979). Verificou-se que o tema 1 foi percebido como algo estático e auto-aplicável. Não houve referência à necessidade de conquista destes conceitos pela sociedade. A maioria dos alunos identificou na análise do tema 2, apenas os usuários e os profissionais de saúde, deixando de lado os poderes executivos locais. Com relação ao tema 3, observou-se uma visão dicotômica entre o serviço público e o privado. A percepção dos alunos pesquisados traduziu um desconhecimento da organização do SUS, sendo as opiniões formuladas a partir da visão de senso comum.

O trabalho sugere que os temas sejam retomados uma vez que a falta de reflexão política no conteúdo apresentado, pode favorecer uma práxis futura descompromissada com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde brasileiro.

A161

Avaliação da efetividade da escovação e do bochecho após a ingestão de alimento à base de amido e sacarose.

MACARI, K.*, SOUZA, E., BARBIERI, C., MELHADO, F., PERCINOTO, C.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. E-mail: macari@investnet.com.br

Os alimentos considerados mais cariogênicos são aqueles que contêm amido e sacarose pois permanecem retidos no dente por um longo tempo. O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente a efetividade da escovação e do bochecho com água após a ingestão de alimento à base de amido e sacarose em escolares, analisando sua retenção na superfície oclusal de molares inferiores hígidos. A amostra constou de 90 crianças com idades entre 6 e 9 anos, divididas em três grupos. Foi realizado exame clínico para seleção da amostra e posteriormente oferecido dois biscoitos sabor chocolate para cada criança, imediatamente após, o Grupo I realizou escovação supervisionada, o Grupo II bochecho com 10 ml de água filtrada por 1 minuto e o Grupo III (controle) nenhum procedimento. Um novo exame foi realizado para verificar o grau de retenção do alimento utilizando uma escala idealizada pelos autores. Os resultados mostraram que o Grupo I apresentou melhores resultados, seguido dos Grupos II e III (p << 0,05).

Concluiu-se que a escovação foi capaz de promover uma melhor higiene dentária.

A162

Influência do atendimento odontológico em bebês sobre a prevalência da cárie dentária.

MELHADO, F. L.*, BARBIERI, C., MACARI, K., CUNHA, R. F.

Departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. E-mail: fablemos@terra.com.br

A influência do atendimento odontológico precoce sobre a prevalência da cárie dentária foi analisada neste estudo. Foram compostos dois grupos com 160 crianças cada um, na faixa etária de 35 a 40 meses de idade, sendo que em um deles as crianças participaram do programa de atendimento odontológico desde o primeiro ano de vida até a data desta avaliação, enquanto no outro as crianças não haviam recebido nenhum atendimento odontológico. As condições clínicas consideradas para avaliação foram: dente hígido, cárie em esmalte sem cavitação, cárie em esmalte com cavitação e cárie em dentina. Para a análise estatística foram utilizados o teste de proporções e teste qui-quadrado, em nível de significância de 5%. Houve diferença estatisticamente significativa quanto à presença da cárie dentária entre os dois grupos, especialmente quanto ao número de crianças apresentando cárie em esmalte com cavitação (p valor << 0,0001). O número de crianças apresentando cárie em esmalte sem cavitação e cárie em dentina foi semelhante nos dois grupos.

Considerando o aspecto de prevenção de cárie dentária, concluiu-se que crianças que recebem o atendimento odontológico precoce apresentaram melhores condições bucais na faixa de idade entre 3 e 4 anos.

A163

Estudo do paradigma da cárie dentária e da imagem do cirurgião-dentista na população infantil.

BARBIERI, C.*, AGUIAR, S., MELHADO, F., MACARI, K.

Departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: cintiamb@foa.unesp.br

A cárie dentária é a doença da cavidade bucal que mais afeta as crianças, principalmente as que estão em idade escolar. Técnicas de condicionamento e orientações em saúde bucal têm sido aplicadas pelo odontopediatra. O objetivo desse trabalho foi o de estudar o paradigma da cárie dentária e da imagem do cirurgião-dentista na população infantil com idade entre 8 a 10 anos. Foram selecionadas 180 crianças estudantes de escolas particulares e públicas do município de Araçatuba - SP. Aplicou-se um questionário de múltipla escolha a respeito de saúde bucal e foi solicitado às crianças que fizessem o desenho da cárie dentária. Os dados coletados das questões foram digitados no programa Epi Info 6.2 e encaminhados para análise estatística, onde foram utilizados o teste qui-quadrado e o teste exato de Fisher. Os desenhos foram avaliados por uma psicóloga, e foi feita uma análise descritiva dos mesmos.

A associação dos desenhos com o questionário, permitiu concluir que a imagem que as crianças analisadas têm do cirurgião-dentista foi favorável. Quanto à percepção sobre o que é cárie dentária, pôde-se constatar que a maioria das crianças tinha noção do que seria um dente cariado, porém este conceito parece ter sido absorvido mais como “sujeira” e “bicho”, principalmente na escola pública.

A164

Percepção da comunidade sobre o impacto da estética do sorriso na inserção no mercado de trabalho.

TEIXEIRA, M. C. B.*, CASOTTI, C. A., SENNA, M., SILVEIRA, F. M.

Departamento de Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF. Tel.: (0**21) 710-0590.

O mercado de trabalho torna-se cada vez mais restrito e exigente, onde, além de habilidades específicas inerentes a cada função ou profissão, estudos recentes mostram que a avaliação da estética do sorriso é sempre requerida pelos empregadores. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a percepção da população sobre o impacto da estética do sorriso na inserção no mercado de trabalho. Foi utilizado o método indutivo e a técnica de pesquisa de observação direta intensiva, através de entrevista no terminal rodoviário de Niterói - RJ. A amostra foi constituída por 183 transeuntes com idade entre 18 e 59 anos (média = 30,89 ± 10,11). Observou-se que: nenhum entrevistado acreditava que a saúde bucal interfira na manutenção de sua saúde geral; 45,4% eram do sexo masculino; 28% estavam desempregados; 21% afirmam que a aparência interfere na admissão do emprego e somente 2,1% acredita que o sorriso seja relevante na sua aparência e 4,3% já deixaram de conseguir emprego devido a estética do seu sorriso.

Concluiu-se que a percepção da amostra estudada não considerou a aparência do sorriso como fundamental na inserção no mercado de trabalho.

A165

Correlação de cárie em diferentes superfícies dentais em escolares de 6 a 8 anos.

YOKOYAMA, R. T., PERES, R. C. R., GAVAZZI, J. C. C., NOBRE DOS SANTOS, M.*

Departamento de Odontologia Infantil – FOP – UNICAMP. E-mail: nobre@fop.unicamp.br

Este estudo objetivou determinar a prevalência de cárie em diferentes dentes em pré-escolares de 6 a 8 anos como também, estudar a correlação entre cárie nas superfícies proximais adjacentes e entre cárie nas superfícies proximal e oclusal. Para isto, 104 escolares da rede pública de ensino de Piracicaba foram submetidos ao exame clínico e adicionalmente, 2 radiografias interproximais foram feitas e examinadas para o diagnóstico de cárie interproximal. Os dentes considerados neste estudo foram os caninos decíduos (cd), primeiros e segundos molares decíduos (1os md e 2os md) e primeiros molares permanentes (1os mp). A análise estatística dos dados foi realizada pelo teste exato de Fisher Bicaudal. Os resultados mostraram que na maxila e na mandíbula as mais altas prevalências de cárie foram observadas nos 2os md (57% e 59%) seguidas por 49% e 48% nos 1os mp, 21%e 32% nos 1os md e 2,1% nos cd. Notou-se na maxila e na mandíbula correlações positivas significativas apenas entre cárie nas superfícies mesiais dos 2os md e cárie nas distais dos 1os md (p = 1,8 x 10–9 e p = 1,4 x 10–12). As probabilidades da ocorrência de cárie entre as faces oclusais e proximais desde os 1os mp até os cd foram respectivamente: 0,029; 3,55 x 10–17; 1,78 x 10–17; 1,80 x 10–7; 0,234; 3,51 x 10–14; 2,85 x 10–6; 5,04 x 10–13.

Estes resultados sugerem que os exames clínico e radiográfico dos dentes decíduos examinados devem ser realizados precocemente devido a alta correlação de cárie entre as superfícies adjacentes e oclusais.

A166

Graduandos em Pedagogia: seus conhecimentos sobre saúde e higiene bucal como futuros professores do ensino fundamental.

GOURSAND, D.*,VASCONCELOS, R., PAIVA, S. M.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. E-mail: goursand@yahoo.com.br

Sabe-se que o professor do ensino fundamental é uma grande referência para a criança em formação. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar os conhecimentos dos graduandos em Pedagogia sobre saúde bucal como futuros professores do ensino fundamental. Participaram da pesquisa 54 graduandos de Pedagogia, 37 da UFMG e 17 da UEMG, que responderam a um questionário estruturado. Dos entrevistados 70,37% receberam informações sobre este tema durante sua formação escolar e 29,63% nunca receberam tais informações. A fase da vida mais significativa quanto à aquisição deste conteúdo foi a adolescência de acordo com 55,56% dos graduandos, seguida da infância 25,93% e adulta 12,96%. Tais informações foram obtidas principalmente no ensino fundamental (97,36%), enquanto 21,05% citaram também o ensino médio e 10,52% o ensino superior e/ou curso normal. Dos entrevistados, 62,96% gostariam da inclusão desse assunto no currículo dos cursos de Pedagogia. Todos os estudantes afirmaram que as crianças deveriam ter contato com o tema, em função de que esta é a fase da vida mais propícia à formação de hábitos saudáveis. Fato citado por 96,31% dos entrevistados.

Os graduandos em Pedagogia reconheceram a importância de se abordar o tema saúde bucal com os estudantes do ensino fundamental, principalmente por considerarem esta a idade mais apropriada para a consolidação destes conhecimentos. (Apoio: PAD/PROGRAD/UFMG.)

 

A167

Comparação histométrica ultra-estrutural da polpa de dentes decíduos humanos – rizólise fisiológica versus Safluoride.

CAMARGO, F. G., MARTINS, M. L.*, PIANHO, A. C., SASAHARA, L. A. Y.

CCBS – Odontologia – Universidade São Francisco - Bragança Paulista.

A proposta é verificar histometricamente as características ultra-estruturais de polpa de dentes decíduos hígidos e sem rizólise que receberam aplicação de Safluoride com polpa de dentes decíduos com rizólise. A amostra constou de G. controle: canino sem cárie e sem rizólise, G1: canino sem cárie e com rizólise até a metade da raiz e G2: caninos hígidos com desgaste dentinário e Safluoride. Os procedimentos para MET contaram com a adição de vermelho de rutênio. Trinta micrografias com área de 16 cm2 de cada grupo foram selecionados por amostragem aleatória simples para histometria. Sobrepondo transparência, com mesma área, contendo 24 traços de 3 mm, eqüidistante entre si procedeu-se a contagem. Foram construídos intervalos de confiança de 95% para as proporções de elementos da população para cada estrutura: fibrilas colágenas, material não-fibrilar e outros (demais estruturas). A significância entre os grupos quanto as proporções de elementos de cada estrutura foi verificada através de teste de hipóteses paramétricos.

Constatou-se que a proporção de fibrilas colágenas e material não-fibrilar não apresentam diferença estatisticamente significante entre os grupos G1 e G2. (Apoio financeiro: PROPEP – USF - Bragança Paulista.)

A168

Prevalência de alterações orais em bebês especiais.

BUNDZMAN, E. R.*, ELIAS, R., ANDRADE, L. H. R., MAYDANA, A. V.

UNIGRANRIO; UNIVERSO; UFRJ. E-mail: uarlellen@highway.com.br

O objetivo desta pesquisa foi investigar a prevalência de alterações na cavidade oral de bebês com necessidades especiais. Foram analisadas 29 fichas clínicas de bebês de 1 a 42 meses (média de idade 13,14 meses; desvio-padrão 14,18 meses), 10 do sexo feminino e 19 do sexo masculino, pacientes da Disciplina de Pacientes Especiais da UNIGRANRIO. As patologias de base destes pacientes dividiram-se entre prematuridade (55,6%), síndromes (33,3%), encefalopatias (7,4%) e atraso de desenvolvimento psicomotor (3,7%). As alterações encontradas na cavidade oral foram: cárie (24,1%), hipotonia de lábio e língua (13,8%), gengivite (13,8%), palato ogival (13,8%), pérolas de Epstein (10,3%), hipoplasia de esmalte (10,3%), candidíase (10,3%), língua fissurada (3,4%), fenda palatina (3,4%) e fístula (3,4%). Nos pacientes com dentes irrompidos (n = 13), a média do ceod foi de 2,23 (desvio-padrão 3,52) e a média de lesões de cárie em esmalte foi de 1,00 (desvio-padrão 2,37). Nos pacientes prematuros, a candidíase foi a alteração bucal mais freqüente, enquanto nos pacientes sindrômicos a hipotonia labial foi a predominante.

Os bebês com necessidades especiais deste estudo apresentaram várias alterações na cavidade oral, ratificando a importância da atenção odontológica a recém-natos.

A169

Análise da dieta de pacientes portadores de deficiências neuropsicomotoras.

CASTILHO, L. da S., RESENDE, V. L. S., MARINHO, K. C.*

Departamento de Odontologia Restauradora – UFMG. Tel.: (0**31) 3477-7018. E-mail: klingercm@ig.com.br

O objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise da dieta de 190 alunos da Escola Estadual Dr. João Moreira Salles a partir dos cardápios servidos nessa instituição. Os cardápios analisados foram elaborados por duas nutricionistas da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais e por uma nutricionista da Associação Mineira de Reabilitação. As refeições eram servidas às 10 horas (lanche), 12 h (almoço) e às 15 h (lanche). O método de análise dietética foi proposto por Fanning; Smith, que classificam os alimentos pela consistência, classificando como escore 1 os líquidos sacarosados e 3 para os sólidos sacarosados. A classificação também se dá pelo momento da ingestão de sacarose: alimentos ingeridos durante as refeições recebem peso 1 e no intervalo, peso 3. O resultado foi obtido multiplicando-se os valores de consistência do alimento pelo momento de ingestão e soma-se a todos os outros valores obtidos durante o dia. A seguir somou-se todos os valores obtidos na semana e dividiu-se pelo número de dias desta (5 dias). O mesmo foi feito por 3 semanas, sendo que, ao final somou-se as médias de cada semana e dividiu-se pelo total de semanas analisadas.

A média considerada como consumo de sacarose preocupante é de 10. A média final obtida na pesquisa foi de 7,2. Ainda assim, foi considerada uma média alta, pelo fato dos alunos tomarem o café da manhã e o jantar em suas casas. Para contornar a situação sem necessidade de medidas drásticas, sugeriu-se a diminuição do açúcar nos sucos, mingaus, achocolatados, etc.

A170

O papel da escola na saúde bucal do deficiente.

RUAS, R. O.*, CASTILHO, L. S., RESENDE, V. L. S.

Departamento de Odontologia Restauradora – FO – UFMG. Tel.: (0**31) 3221-1648. E-mail: silres@dedalus.lcc.ufmg.br

Procurou-se relacionar a necessidade de realização de procedimentos como restaurações e exodontias e a condição de estar ou não freqüentando regularmente a escola, em pacientes que receberam tratamento no projeto de extensão “Atendimento odontológico ao paciente portador de necessidades especiais”, da Faculdade de Odontologia da UFMG. Procedeu-se a análise das fichas clínicas, observando-se os tipos de procedimentos realizados, faixas etárias, atendimento sob anestesia local ou geral e relato de freqüência escolar. Foram considerados como procedimentos invasivos aqueles relacionados a restaurações e exodontias. Os pontos de corte das faixas etárias foram definidos em função das dentições decídua, mista ou permanente. Foram analisadas 140 prontuários de pacientes que freqüentavam a escola regularmente e 219 que não preenchiam este quesito. Chama atenção o grande número de exodontias de dentes permanentes realizadas no grupo de pacientes tratados sob anestesia geral: 566, contra 309 realizadas no grupo de pacientes tratados em ambulatório. Finalizando, 101 pacientes que freqüentavam a escola receberam restaurações e/ou exodontias e 45 não necessitaram de tais procedimentos. Do grupo de pacientes que não estavam freqüentando a escola, 176 receberam restaurações e/ou exodontias e 43 não necessitaram, sendo a associação estatisticamente significativa (p >> 0,05).

Concluiu-se que a condição de freqüência regular a escola tem associação benéfica em relação ao número de necessidades odontológicas cirúrgico-restauradoras nesse tipo de paciente.

A171

Por que o odontopediatra de BH tem maior disposição para atender crianças portadoras de lesões malignas, paralisia cerebral/Síndrome de Down à crianças HIV+?

VILAÇA, Ê. L.*, PORDEUS, I. A., PAIXÃO, H. H.

CPGO – FO – UFMG. E-mail: enio@dedalus.lcc.ufrng.br

Este estudo teve como objetivo avaliar a disposição dos odontopediatras de BH - MG em atender crianças portadoras do HIV, portadoras de necessidades especiais, tumores malignos (TM), e Síndrome de Down/paralisia cerebral (SD/PC). A amostra foi composta por 82 profissionais, recenseados, agrupados por tempo de especialista: Grupo 1 (até nove anos), Grupo 2 (entre 9 e 20 anos) e Grupo 3 (mais de 20 anos). Após pré-teste e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa/UFMG, os questionários foram entregues/recolhidos pelo pesquisador. Os dados foram processados no programa Epi Info, e aplicou-se os testes t de Student, ANOVA e qui-quadrado (nível de significância de 5%). Em relação à disposição dos odontopediatras de BH para atender crianças portadoras de necessidades especiais, a maioria (90,2%) dos profissionais estaria disposta a atender SD/PC, portadores de TM, como leucemia (86,6%) e HIV+ (70,7%). Os profissionais com até 20 de formados (Grupos 1 e 2) apresentaram maior disposição para atender crianças HIV+ do que os com mais de 20 anos de formados (p = 0,02). E, no Grupo 3, há uma maior disposição para tratar portadores de SD/PC, e TM quando comparados às crianças HIV soropositivas (p = 0,02).

Conclui-se que há necessidade de uma sensibilização desse grupo profissional em relação a disposição para tratar crianças HIV+ e uma rediscussão por parte dos profissionais dos valores éticos em relação a recusa ao atendimento deste grupo de indivíduos. (Apoio: CPGO – FO – UFMG e CAPES.)

A172

Manifestações bucais da doença do refluxo gastroesofágico na infância.

SANTOS, R. O., GOMES, A. M. M.*, DEL CARO, E. R.

Centro Biomédico – Departamento de Clínica Odontológica – UFES.

A expressão doença por refluxo gastroesofágico (DRGE) é aplicada quando o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago causa alterações consideradas patológicas, que podem se manifestar em vários órgãos, de diferentes formas e com diversos graus de intensidade. Dentre esses sinais e sintomas, podemos observar alguns de especial importância na Odontologia, uma vez que poderiam levar a alterações bucais em crianças com esse distúrbio. Com o objetivo de detectar essas possíveis alterações em crianças portadoras de DRGE, foram selecionadas quarenta crianças de ambos os sexos, com idades entre quatro e sete anos. Essas foram divididas em dois grupos, sendo o grupo amostra com vinte crianças com diagnóstico médico de DRGE e o grupo controle com vinte crianças que não apresentavam esse distúrbio. Todas as crianças foram submetidas a anamnese e ao exame clínico bucal para avaliar o índice CPOD, a incidência de lesões de manchas brancas, a presença de erosão dentária e a ocorrência de bruxismo. Foram realizados também os testes salivares para determinação do fluxo, pH e capacidade tampão da saliva.

Com base nos resultados, pôde-se concluir que não foi comprovada a ocorrência de erosão dentária e o aumento do índice CPOD em crianças portadoras de DRGE. Porém, observou-se a maior ocorrência de lesões de manchas brancas e de bruxismo no grupo de portadores de DRGE. Com relação aos testes salivares, foi observado menor fluxo salivar nas crianças portadoras de DRGE, mas o pH e a capacidade tampão não tiveram diferenças significantes entre os dois grupos.

A173

Saúde bucal de pacientes especiais submetidos à anestesia geral para tratamento odontológico.

MEDEIROS, C.*, WINZ, M. L. P., VIEIRA, A. S., FORNASARI, M., OLIVEIRA, V., GUIMARÃES, S.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – UFRJ. Tel.: (0**21) 560-2074. E-mail: crismed@gbl.com.br

O objetivo foi avaliar o perfil de pacientes portadores de necessidades especiais submetidos a tratamento odontológico sob anestesia geral e a colaboração dos responsáveis quanto à higiene oral (HO). Foi feito um levantamento de 56 prontuários de pacientes submetidos à anestesia geral para tratamento odontológico na Unidade de Pacientes Especiais da UFRJ nos últimos 10 anos. Foram avaliados aspectos relativos às condições de saúde bucal e comportamento desses pacientes antes e depois da anestesia geral. Para a análise estatística, utilizou-se o teste do qui-quadrado de McNemar (p << 0,01). A média de idade dos pacientes foi 8,7 ± 6,4, variando de 1 a 32 anos. O comportamento e a extensão do tratamento (66,1%) foram as principais indicações para o tratamento sob anestesia geral. Em 64,3% a HO era inicialmente deficiente e após o tratamento dentário houve uma melhora, com 64,4% (n = 29) da amostra apresentando HO boa ou regular (p << 0,001). O comportamento também melhorou significativamente nas consultas posteriores a anestesia geral (p << 0,001) e 62,2% (n = 28) conseguiu manter sua saúde bucal, permanecendo sem novas lesões cariosas após o tratamento.

Pode-se concluir que o tratamento dentário sob anestesia geral constitui-se em uma alternativa eficaz para manutenção da saúde bucal de pacientes especiais, pois houve melhora significativa na higiene oral e no comportamento destes pacientes após o tratamento, facilitando assim, o sucesso de programas de promoção de saúde para esta população.

A174

Estudo comparativo entre preparos ultraconservadores ao MEV.

ROCHA, J. C.*, FAVA, M., SCHREINER, C. C., ABUD, K. R., GOMES, M. F.

Disciplina de Odontopediatria – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

Analisamos os preparos realizados em dentes decíduos com pontas indicadas na realização da técnica invasiva para selantes de fossas e fissuras, observados ao microscópio eletrônico de varredura (MEV). Foram selecionados 12 molares decíduos do banco de dentes da Disciplina de Odontopediatria da FOSJC, sem lesões de cárie, sem restaurações e sem anomalia de desenvolvimento. Após limpos, foram preparados com as seguintes pontas: 1/4 tipo “carbide” esférica KG Sorensen, ultraconservadora da Komet, 2137F da KG Sorensen e 1191F KG Sorensen. Após preparados foram desidratados em série crescente de álcoois do 70% ao absoluto, montados em bases metálicas, metalizados, avaliados e fotografados em MEV. Os dados foram discutidos morfologicamente não necessitando de tratamento estatístico.

Observamos que todas as pontas foram eficientes no preparo dos dentes para a técnica invasiva e que todas podem ser indicadas para o preparo mecânico de fossas e fissuras.

A175

Condições de trabalho de cirurgião-dentista credenciado a operadora de planos de assistência odontológica.

GARCIA, P. P. N. S.*, CORONA, S. A. M., DOVIGO, L., SERRA, M. C.

Departamento de Odontologia Social – FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6343.

O presente trabalho teve como objetivo analisar as condições de trabalho de cirurgiões-dentistas credenciados a administradoras de planos de assistência odontológica. A população de estudo foi constituída por 67 cirurgiões-dentistas com atividade profissional no estado de São Paulo. Foi aplicado um questionário, contendo questões referentes ao motivo do credenciamento, grau de satisfação em relação à empresa conveniada, motivos de insatisfação e valor mensal dos honorários recebidos da empresa. Os resultados mostraram que para 41,8% dos profissionais o motivo do credenciamento foi a procura por maior número de clientes, para 10,4% necessidade financeira, sendo também mencionada a exigência feita por clientes particulares (18%). 56,7% dos profissionais estavam relativamente satisfeitos com a empresa conveniada e 11,9% insatisfeitos. Dentre os motivos da insatisfação, 56,7% referiram-se aos valores baixos pagos pelos serviços e 10,4% ao atraso nos pagamentos. Com relação aos honorários mensais provenientes do convênio, 31,3% recebem menos de R$ 500,00, 26,9% entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00 e 13,5% acima de R$ 1.000,00.

Mediante a metodologia aplicada pode-se concluir que o aumento no número de pacientes do consultório foi o principal motivo alegado para o credencimento, grande parte dos profissionais não estavam completamente satisfeitos com a empresa que eram conveniados, principalmente pelos baixos valores pagos pelos serviços e poucos cirurgiões-dentistas recebiam das empresas credenciadas honorários profissionais superiores a R$ 1.000,00.

A176

Condições de saúde bucal em lactentes residentes em Feira de Santana - BA.

SCAVUZZI, A. I. F., CALDAS Jr., A. F., COUTO, G. B., PAIM, S.*, PAIXÃO, R. F.

UEFS - BA; Faculdade de Odontologia de Pernambuco – UPE. E-mail: susipaim@ig.com.br

No presente estudo, foi verificada a prevalência de cárie dental (C), placa visível (PV) e mancha branca (MB) nos incisivos decíduos superiores, sendo analisada a associação entre lesão de cárie (C e/ou MB) e PV, numa amostra de 217 crianças, de 12 a 30 meses, registradas num Programa de Puericultura em Feira de Santana - BA. No exame dental, investigou-se todas as superfícies dentárias para obtenção do índice ceo e, nas superfícies vestibulares dos incisivos decíduos superiores (IDS), a presença de PV e MB. A criança foi considerada com PV presente se todos as IDS apresentassem PV. A análise estatística foi feita mediante distribuição de freqüências, obtenção de médias e desvio-padrão e teste qui-quadrado, com intervalo de confiança a 95%. A idade média da amostra foi de 17,5 meses (desvio-padrão 5,18). Apenas 13 (6%) das crianças apresentaram cárie dental e nenhuma apresentou dentes obturados ou com extração indicada, sendo o ceo igual a 0,22 (desvio-padrão 1,02). Entretanto, 32 (14,7%) crianças tinham mancha branca e 91 (41,9%) tinham PV. Quanto à presença de lesão de cárie, 36 (16,6%) crianças apresentaram esta condição, sendo que 13,5% tinham até 18 meses de idade e 22,4% entre 19 e 30 meses (p = 0,093), não se comprovando associação significativa com a presença de PV.

A prevalência de cárie dental foi baixa para a amostra estudada, entretanto ao se considerar a presença de mancha branca houve um agravamento do quadro sem relação com a presença de PV.

A177

Higiene bucal em bebês: avaliação clínica de diferentes métodos.

VIEIRA, A. L. F.*, BRESCIANI, E., MACHADO, M. A. A. M.

Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva – FOB – USP.
Tel.: (0**14) 235-8218. E-mail: vieira@techno.com.br

Este trabalho avaliou a efetividade na remoção de placa dentária de cinco dispositivos diferentes: fralda (F), gaze (G), escova dental monobloco Científica Baby (CB), escova dental para uso no dedo Infa-Dent (ID) e escova dental convencional Dental Prev Baby (DPB), que foram testados em todas as crianças do estudo. No total, 63 crianças de 12 a 36 meses de idade participaram do estudo, divididas em 2 grupos, no primeiro grupo (I) as crianças (36) tiveram seus dentes higienizados pelas próprias mães e no outro (II) (27 crianças), um odontopediatra é que realizava este procedimento. A avaliação foi feita por um único examinador através do índice de placa de Quigley & Hein, realizados antes e após a higiene bucal, com solução evidenciadora de placa verde de malaquita a 0,6%. Todo o dente com mais de ½ da coroa erupcionada foi avaliado. As médias (± DP) da remoção de placa em % são as seguintes:

Grupo

F

G

 CB

ID

 DPB

I (mãe)

11,7 (± 8,2)

  9,2 (± 6,9)

10,0 (± 6,9)

7,1 (± 5,7)

18,8 (± 9,7)

II (dentista)

23,3 (± 8,3)

20,2 (± 7,0)

16,9 (± 8,6)

2,3 (± 3,0)

39,7 (± 8,2)

Os dados foram analisados pelos testes de Friedman, Dunn and Mann-Whitney (p << 0,05). A análise estatística mostrou diferença significante entre ID e os outros métodos e entre DPB e os outros métodos.

Considerando a metodologia utilizada, pode-se concluir que a escova de dente convencional mostrou ser o método mais efetivo para remoção de placa dental em bebês.

A178

Mulheres na Odontologia – uma análise ao longo do tempo.

BLANCO, M. R. B.*, VILELA, R. M., SALIBA, N., MOIMAZ, S. A. S.

Departamento de Odontologia Preventiva e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP .

A participação da mulher como força de trabalho tem aumentado nos últimos anos, nas diferentes atividades humanas. Este fato é também observado na área de Saúde, especialmente na Odontologia.Os autores tiveram como propósito, a análise quantitativa, numa série temporal, no se diz respeito à demanda do sexo feminino pelo curso de Odontologia. Para este estudo, utilizou-se o banco de dados da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP, analisando-se, desde a década de 60 até o ano de 2000, o número de mulheres em relação ao número total de formandos. Os resultados obtidos foram apurados, utilizando-se o software Epi Info v. 6.02. O total de 2.558 fichas, que foram divididas por períodos, e calculadas as porcentagens. Constatou-se que de 1960 a 1970 18,69% dos graduandos eram mulheres, de 71 a 80 esse número passou para 41,43 %; de 81 a 90 foi de 51,5% e finalmente de 91 a 2000 foi de 59,95%.

Diante dos resultados, pode-se concluir, que houve, um aumento progressivo do número de mulheres no curso de Odontologia, confirmando assim a tendência observada em algumas áreas da Saúde.

A179

Conhecimento, atitudes e integração dos odontopediatras e pediatras sobre os distúrbios miofuncionais (DMFs) da região oronasal.

PASTOR, I. M. O.*, ROCHA, M. C. S.

Odontopediatria – Departamento de Odontologia Social – FOUFBA. E-mail: ianpastor@e-net.com.br

Foram verificados o conhecimento, as atitudes e a integração dos odontopediatras e pediatras da cidade de Salvador sobre os distúrbios miofuncionais (DMFs) da região oronasal em crianças de 0 a 5 anos de idade. A amostra constou de 37 odontopediatras e 65 pediatras, inscritos em seus respectivos orgãos de classe - CROBA e CREMEB. Para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-estruturada, que facilitou a uniformização dos dados. Os dados análogos foram categorizados, viabilizando o tratamento estatístico: medidas de tendência central, medida de dispersão, além do qui-quadrado. Os resultados indicaram que o conhecimento dos odontopediatras e pediatras da cidade de Salvador, sobre os vários aspectos abordados, está embasado na literatura científica. As atitudes dos odontopediatras e pediatras em relação aos DMFs da região oronasal mostraram-se pontuais e dispersas diante das questões formuladas quanto à aplicabilidade do conhecimento. A integração dos odontopediatras e pediatras mostrou-se insatisfatória, uma vez que 70,3% dos odontopediatras disseram que raramente recebem pacientes encaminhados por pediatras e 16% disseram nunca ter recebido. Dentre os pediatras, 38,5% afirmam encaminhar sempre para os odontopediatras; a faixa etária de encaminhamento ao odontopediatra é entre 2 a 3 anos de idade; 47,7% motivado por conduta preventiva. Para os odontopediatras a média de idade do primeiro atendimento está na faixa etária de 2 a 3 anos; 54,1% motivado por necessidades terapêuticas, quando encaminhados por pediatras.

A180

Clínica de Odontopediatria III: percepção dos responsáveis sobre o atendimento.

TAVARES, C.*, BARCELOS, R., CHANCA, T., VIANNA, R.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2101.

A Clínica de Odontopediatria III da Faculdade de Odontologia da UFRJ (COPIII) destaca-se por realizar um programa preventivo, em que cirurgiões-dentistas e técnicas em higiene dental atendem pacientes recebidos por livre demanda. O enfoque principal é a educação para saúde das crianças e seus responsáveis. Este trabalho avaliou, através de questionários, a percepção dos responsáveis pelas crianças sobre o atendimento na COP III e seu impacto na vida da família. Os resultados foram inseridos em um banco de dados e processados pelo programa Epi Info 6.02. Participaram da pesquisa, 80 responsáveis. A renda familiar da amostra foi de: 37,5% entre 1 e 2 salários mínimos (SM); 33,8% entre 3 e 5 (SM) e 28,7% mais de 5 (SM). Com relação ao atendimento clínico, o menor conceito foi bom, sendo que 71,3% dos entrevistados o consideraram excelente. Dentre as opiniões compiladas, destacaram-se: atendimento diferenciado (41,8%), filosofia de promoção de saúde (10,1%), respeito às normas de biossegurança e qualidade na relação profissional/paciente (26,6% ) e preço acessível (8,9%). No que tange à melhoria do serviço, 37,5% não apresentaram queixas e 33,8% sugeriram extensão do atendimento a adultos. Houve unanimidade (100%) entre os responsáveis quanto à mudança nos hábitos de higiene bucal por parte das crianças e suas famílias.

Conclui-se que a COP III baseada na atenção primária apresenta excelentes resultados, sendo uma alternativa para a melhoria da condição de saúde bucal da população.

A181

Avaliação clínica, radiográfica e microbiológica das alterações gengivais em crianças de 2 a 5 anos.

MORAES, E. S.*, WANDERLEY, J. N. H., VALENÇA, A. M. G., SANTOS FILHO, L.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia – UFPH. Tel.: (0**83) 216-7409.

O presente estudo objetivou avaliar a prevalência de alterações gengivais em 41 crianças de 2 a 5 anos, matriculadas em creche da cidade de João Pessoa (PB), através de exames clínico (EC) e radiográfico (ER) e avaliação microbiológica (AM). No EC foi utilizada sonda periodontal, constatando-se a presença de sangramento à sondagem e bolsa periodontal. As áreas gengivais com sangramento e/ou perda de inserção foram submetidas à ER interproximal para verificar a ocorrência de perda óssea e à AM para analisar a presença de bactérias anaeróbias na placa subgengival (PSUB). A PSUB foi coletada por meio de cone de papel, sendo o material armazenado em tubo de ensaio com meio adequado (caldo de tioglicolato, 3 ml). Decorridas 24 horas realizou-se a semeadura do material coletado empregando-se como meio o ágar Columbia acrescido de 5% de ágar-sangue, sendo o material incubado em condições de anaerobiose e após 24 e 48 horas procedeu-se a sua leitura. Constatou-se, ao EC, uma prevalência de alterações gengivais de 39% (n = 16). A perda óssea foi detectada em 60% dos casos enquanto, após 24 horas, em 54,5% das amostras de PSUB detectou-se bactérias anaeróbias, elevando-se este percentual para 68,2% após 48 horas.

Conclui-se ser expressiva a prevalência de alterações gengivais na dentição decídua, as quais englobam não apenas a inflamação tecidual como também a ocorrência de bolsa periodontal e presença de bacté­rias anaeróbias, o que denota a importância do exame criterioso dos tecidos periodontais para o diagnóstico precoce destas patologias.

A182

Avaliação da concentração de flúor de 24 águas minerais comercializadas em Florianópolis.

PITHAN, S. A.*, NOGUEIRA, D. A., VIEIRA, R. S., QUEIROZ, R. R. U.

Departamento de Ciências da Saúde – Universidade Federal de Santa Catarina.
Tel.: (0**48) 331-9920, fax: (0**48) 234-8776. E-mail: pithansa@terra.com.br

O consumo de águas minerais aumentou nos últimos anos, sendo estes produtos recomendados principalmente para crianças, pois se acredita que sejam mais saudáveis e livres de impurezas. Uma vez que as águas minerais estão sendo usadas em substituição e/ou adição as águas de abastecimento, é importante investigar a concentração de flúor presente nestes produtos. O conteúdo de flúor de 24 águas minerais comercializadas em Florianópolis - Santa Catarina foi analisado. As amostras foram analisadas em duplicata, sendo a determinação do conteúdo de flúor realizada por meio de potenciômetro marca Coring, modelo 220, com o eletrodo íon-seletivo para o flúor, marca Orion, modelo 9409 e eletrodo de referência dupla junção Ag/AgCl marca Orion. Utilizou-se o método da curva analítica, para o qual foram preparadas soluções padrões de fluoreto e a força iônica da solução foi mantida constante com TISAB e o pH ajustado para 5,0-5,5. Foram observadas concentrações de flúor que variaram de 0 a 3,7 mgl–1. Das 24 amostras analisadas 11 (45,8%) apresentaram menos de 0,7 mgl–1, 10 (41,7%) apresentaram concentrações superiores a 1,5 a apenas 3 (12,5%) estavam dentro da faixa considerada ideal (0,7 a 1,5 mgl–1) para prevenção da doença cárie.

Conclui-se: 1) os rótulos dos produtos estudados não apresentam a concentração correta de fluoreto; 2) é necessário um maior controle do teor de flúor nas águas minerais para orientação do público consumidor.

A183

Avaliação histológica de dentes permanentes de cães após intrusão dos decíduos.

TORRIANI, D. D.*, PERCINOTO, C.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: dionedt@aol.com.br

A intrusão de dentes decíduos tem sido apontada como uma das principais etiologias de alterações no desenvolvimento do esmalte dental. Os objetivos do presente trabalho foram analisar a histomorfologia durante a odontogênese de dentes permanentes, cujos dentes decíduos antecessores tenham sofrido intrusão traumática, bem como estudar a influência que diferentes condutas diante deste traumatismo podem ter ou não na formação dos dentes permanentes. Para tanto, utilizamos 9 cães de 45 a 50 dias de idade, submetidos à intrusão dos incisivos intermédios e laterais superiores decíduos. O traumatismo foi provocado pela força de um martelo cirúrgico aplicado manualmente sobre um vazador, adaptado sobre as cúspides incisais dos dentes, com a maxila bem acomodada em dispositivo desenvolvido para tal. Os dentes do lado direito foram mantidos no alvéolo e os do lado esquerdo, extraídos depois de 30 minutos. Após períodos pós-operatórios de 30 e 60 dias, quatro (grupo 1) e cinco (grupo 2) cães, respectivamente, foram sacrificados por perfusão. A leitura histológica mostrou que, no grupo 1, ocorreu alteração da camada odontoblástica e deposição da matriz de esmalte em dois espécimes, além de presença de sangue nas células epiteliais do órgão de esmalte. No grupo 2, visualizou-se uma porção de matriz não mineralizada até o momento da erupção do dente.

Concluímos que estes achados sugerem relação com o traumatismo ocorrido, não tendo sido encontradas diferenças evidentes entre uma conduta e outra.

A184

Prevalência de alterações estomatológicas em crianças nutridas e desnutridas na cidade de João Pessoa (PB).

GOMES, D. Q. C.*, DUARTE, R. C., VALENÇA, A. M. G.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409.

O presente trabalho objetivou determinar a prevalência de alterações estomatológicas (AE) em crianças nutridas e desnutridas, com idade entre 25 e 72 meses, matriculadas em creches municipais da cidade de João Pessoa (PB). A amostra foi composta por 200 crianças, sendo 98 (49%) do gênero masculino e 102 (51%) do feminino. O exame clínico foi realizado sob fonte de luz artificial (fotóforo), e para a avaliação do estado nutricional utilizou-se o indicador peso/idade (P/I), empregando-se como padrão de referência a escala NCHS, sendo as crianças classificadas, de acordo com o percentil, em: desnutridas, em risco, eutróficas e com excesso de peso. Os dados foram submetidos à análise estatística pelo teste do qui-quadrado. Constatou-se que 72% (n = 144) das crianças eram eutróficas 12,5% (n = 25), estavam em risco, 11% (n = 22), desnutridas e 4,5% (n = 9) com excesso de peso. A prevalência de AE foi de 73% (n = 146), afetando 76% (n = 109) das crianças eutróficas, 59% (n = 13) das desnutridas, 80% (n = 20) daquelas em risco e 44% (n = 4) das com excesso de peso, não sendo estas diferenças significativas (p >> 0,05). As AE mais prevalentes nas crianças desnutridas, eutróficas e com excesso de peso foram os grânulos de Fordyce, respectivamente, nos seguintes percentuais – 30,8%, 46,8% e 50% –, enquanto naquelas em situação de risco a pigmentação melânica da gengiva inserida foi a AE mais freqüente.

Conclui-se que a prevalência de AE foi elevada não tendo a desnutrição influenciado no aparecimento destas patologias, sendo os grânulos de Fordyce a AE mais observada.

A185

Maturidade dental em crianças de São Paulo, utilizando análise de Demirjian.

EID, R. M. R.*, FISBERG, M., FRIGGI, M. N. P., SIMI, R.

Departamento de Pediatria – Escola Paulista de Medicina – UNIFESP.

A maturidade dental, freqüentemente expressa como idade dental, é um dos indicadores biológicos da criança em crescimento. O método de Demirjian é um indicador de maturidade dental largamente utilizado no mundo, por ser aplicável a diferentes populações. O objetivo deste estudo foi construir as curvas de maturidade dental de crianças de 6 a 14 anos do município de São Paulo ao se aplicar a análise de Demirjian. Para isso foram analisadas 689 radiografias panorâmicas contidas em pastas ortodônticas dos arquivos de um grande instituto radiológico da cidade. Destas pastas, foram colhidos dados como: peso, altura, data e local de nascimento e dados de anamnese. Com os resultados obtidos foram construídas as curvas de maturidade dental. Comparando-se os resultados dos indivíduos de nossa amostra com os da amostra analisada por Demirjian, verificamos que há um adiantamento de maturidade dental de nossa amostra (significante para p << 0,001) de 0,681 anos para o sexo masculino e 0,616 anos para o sexo feminino. Além disso não foi observada relação estatisticamente significante entre o índice de massa corpórea do indivíduo (I.M.C.) e o grau de maturidade dental.

Concluímos que crianças do município de São Paulo estão avançadas em maturidade dental em relação às crianças franco-canadenses testadas por Demirjian.

A186

Eficácia de uma dedeira, comparada com escova convencional na desorganização da placa de dentes decíduos.

AURICH, T., FIGUEIREDO, M. C., JARDIM, J. J.*, MOURA, C. F.

Departamento de Cirurgia e Ortopedia, Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRGS.
Tel./fax: (0**51) 316-5027. E-mail: jujobim@yahoo.com, marciacf@myway.com, claudinhamoura@yahoo.com

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia de uma dedeira, confeccionada com gaze, comparada com uma escova convencional, na desorganização do biofilme placa dentária de dentes decíduos em irrupção. Para tal fim, vinte bebês, de ambos os sexos, com idade variando entre seis e dezoito meses, foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: I - dedeira e II - escova convencional. A quantidade de placa dentária foi mensurada mensalmente, utilizando o índice de placa PHP modificado, durante três meses consecutivos. Os resultados foram analisados e mostraram um aumento contínuo no índice de placa no grupo I, que passou de 51% no exame inicial para 58% na avaliação final, contrastando com a redução do índice no grupo II, que passou de 49% no exame inicial para 12% na avaliação final.

A partir desses resultados, sugere-se que a dedeira seja utilizada para higienização da cavidade bucal do bebê antes da irrupção dos primeiros dentes decíduos. A escova convencional parece ser o instrumento realmente eficaz a ser utilizado para a desorganização do biofilme placa dentária quando os primeiros dentes decíduos irrompem na cavidade bucal. Salientamos que essas conclusões assumem importância significativa, visto que são indícios para uma nova proposta de atitudes educativas-preventivas com relação à higienização da cavidade bucal dos bebês. (Este trabalho contou com apoio financeiro do CNPq – Processo nº 109882/00-8).

A187

Saúde bucal de trabalhadores: percepção de necessidades e acesso à assistência.

TOMITA, N. E., CHINELLATO, L. E. M., LAURIS, J. R. P., KUSSANO, C. M., MENDES, H. J., CARDOSO, M. T. V.*

Saúde Coletiva – FOB – USP. E-mail: netomita@usp.br

Este estudo transversal avaliou as condições de saúde bucal de 219 trabalhadores da construção civil de Bauru, Brasil, com idades entre 17 e 72 anos. Foi utilizado o índice CPOD e necessidade de tratamento odontológico, segundo metodologia proposta pela OMS (1997). Foram descritas a prevalência de cárie segundo o relato de ida ao dentista, tempo desde a última consulta e orientações de higiene bucal. Nos resultados encontrados, o CPOD foi 17,0. Entre aqueles que relataram nunca ter ido ao dentista, o CPOD foi 8,8 e os que já foram pelo menos uma vez 17,6 (p << 0,001*). Dentre aqueles que foram ao dentista, com a última visita inferior a 12 meses, o CPOD foi de 16,9, sendo muito semelhante ao grupo de 1 a 3 anos (16,3), porém inferior ao com mais de 10 anos da última visita (22,2) (p = 0,001*). O CPOD entre os indivíduos que receberam orientações de higiene bucal foi de 15,7 e os que não receberam, 17,8, porém sem diferenças estatisticamente significantes. 54,85% dos que relataram necessitar de tratamento odontológico tiveram sua última visita ao dentista em menos de três anos, enquanto 37,5% dos que relataram não necessitar de tratamento procuraram atendimento neste mesmo período (p = 0,006*). Os resultados encontrados estão em conformidade com tendências globais.

Para os trabalhadores da construção civil, as variáveis acesso e regularidade da assistência odontológica mostraram-se associadas às condições objetivas de saúde bucal.

A188

Comparação da cronologia de erupção dos dentes permanentes entre indivíduos fissurados e não-fissurados.

CARRARA, C. F. C.*, VONO, B. G., LIMA, J. E. O.

Odontopediatria – HRAC – USP. E-mail: caduclei@travelnet.com.br

Este trabalho foi realizado com o objetivo de se estabelecer a cronologia de erupção dos dentes permanentes em indivíduos portadores de fissura completa unilateral de lábio e palato e compará-la com a cronologia de erupção dos dentes permanentes de indivíduos não-fissurados. A amostra constou de 477 pacientes brasileiros, leucodermas, de ambos os sexos, na faixa etária de 5 a 14 anos, regularmente matriculados para tratamento no HRAC - USP. O estudo foi realizado de maneira transversal, e os dados foram colhidos através de exame clínico. Para a determinação das idades médias de erupção os dados foram tabulados separadamente para cada sexo e os maxilares foram divididos de acordo com a presença da fissura, em: lado superior fissurado, lado superior não-fissurado, lado inferior fissurado (lado correspondente ao lado fissurado superior) e lado infeiror não-fissurado (lado oposto ao lado superior fissurado). Pela aplicação do método de Karber foram calculados a média, o desvio-padrão, o erro-padrão e o intervalo de confiança a 95% da média, para cada dente, para cada sexo, de acordo com a divisão dos maxilares. As idades médias de erupção dos dentes permanentes dos indivíduos portadores de fissura foram comparadas com as idades médias de erupção dos dentes permanentes obtidas de um trabalho realizado com indivíduos brasileiros não-fissurados.

Os indivíduos portadores de fissura apresentaram idade média de erupção maior em relação aos indivíduos não-fissurados para a maioria dos dentes permanentes, em todos os hemiarcos e em ambos os sexos.

A189

A influência da dieta na experiência de cárie dentária em crianças pré-escolares.

GAUDERETO, D.*, PORDEUS, I. A., PAIVA, S. M., BOGUTCHI, T. F.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – FO – UFMG. E-mail: diana.gaudereto@ig.com.br

O consumo de alimentos ricos em sacarose por crianças tem sido um dos maiores desafios para os programas de educação em saúde bucal infantil. Objetivando avaliar a influência do consumo de sacarose na experiência de cárie em pré-escolares de Belo Horizonte, foram pesquisadas 213 crianças, na faixa etária de 37 a 82 meses, e seus respectivos responsáveis. Estas famílias foram selecionadas em cinco pré-escolas públicas e particulares. Os pais responderam a um questionário que avaliou a freqüência do consumo de sacarose de seus filhos. A experiência de cárie das crianças foi determinada através de exames clínicos realizados nas próprias escolas. Através do programa Epi Info 6.0, os dados receberam tratamento estatístico para determinação das freqüências e para análise de correlação pelo teste do qui-quadrado. Cerca de 28,0% das crianças com experiência de cárie consumiam balas, chicletes, doces, pirulitos e “chips” duas ou mais vezes ao dia, enquanto no grupo livre de cárie, a porcentagem de crianças que apresentou esta freqüência de consumo foi, em média, 6,8% (p = 0,001). O consumo de balas duas vezes ou mais ao dia foi nitidamente maior entre as crianças doentes (41%) (p = 0,000). Entre as crianças que não apresentaram cárie, 7% nunca consumiram balas, enquanto apenas 1,6% com experiência da doença não as consumiram (p = 0,000).

No grupo estudado, a alta freqüência de consumo de alimentos ricos em sacarose teve marcada influência na experiência de cárie, evidenciando a importância de uma abordagem educativa por parte dos odontopediatras.

A190

Ocorrência de traumas dentários em pré-escolares.

MORAES, A. B. A.*, ORTIZ, C. E., GRILO, A. C. A., MORAES, T. S.

Odontologia Social Cepae – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5276. E-mail: abento@fop.unicamp.br

O traumatismo na dentição decídua constitui um problema freqüente, de alta incidência e difícil prevenção. Comum entre um e dois anos de idade, quando o desenvolvimento psicomotor promove a aprendizagem de andar e correr tornando as crianças susceptíveis às quedas, sua causa mais freqüente. Portanto a primeira experiência odontológica de uma criança pode estar na ocorrência de um trauma, situação que gera dor e ansiedade. O objetivo do estudo foi detectar a ocorrência de trauma dentário em pacientes de 0 a 48 meses do atendimento regular do Centro de Pesquisa e Atendimento Odontológico para Pacientes Especiais (Cepae) e em pacientes que procuram o atendimento de emergência, estes na faixa etária de 0 a 36 meses. Identificou-se os traumas, freqüência por faixa etária e sexo, causas, dentes mais atingidos e tipos mais freqüentes. Os dados foram coletados das fichas de 388 pacientes regulares e de 152 pacientes do atendimento de emergência, de ambos os sexos. A ocorrência de trauma foi de 22,6%, sendo a faixa etária média de 18 a 25 meses, não havendo diferença significativa entre os sexos. Fratura de esmalte e luxação intrusiva foram os tipos de lesões mais freqüentes e a causa mais comum foram as quedas, sendo o arco maxilar o mais afetado.

Este estudo reforça os dados já apresentados na literatura e mostra que os odontopediatras e clínicos devem estar preparados para intervir clínica e psicologicamente nestes pacientes e seus responsáveis, já que experiências traumáticas ocorrem muito cedo na história odontológica das crianças e podem representar a origem do medo de tratamento.

A191

Indicação pré-natal de suplementos fluoretados por médicos ginecologistas/obstetras – estudo piloto.

NOGUEIRA, D. A.*, CZERNAY, A. P. C., SCHARDOSIM, L. R., VIEIRA, R. S.

Programa de Pós-Graduação – UFSC. Tel./fax: 248-8776. E-mail: nogueiradani@hotmail.com

Nos últimos anos ocorreram grandes mudanças a respeito do uso de flúor (F) em Odontologia, quer seja em termos de benefícios como de riscos. Apesar do conhecimento científico atual quanto à eficácia do F tópico, suplementos pré-natais com F ainda são encontrados e a prescrição necessitaria de fundamentos em relação à existência de resultados clínicos confiáveis e eficientes, significância na formação intra-uterina dos dentes, a relação dose-efeito empírica. Os objetivos deste estudo foram: estabelecer o número de médicos ginecologistas e obstetras (MGO) que realizam a indicação de suplementos com F durante a gestação na cidade de Florianópolis (SC), em que época prescrevem, qual o efeito esperado do F e verificar se fornecem alguma orientação para a sua saúde bucal das mães e dos bebês. Dos 125 questionários de questões abertas enviados a todos os MGO inscritos no CRM local, 25% retornaram. A análise das respostas revelou que 31,5% dos MGO prescrevem suplementos com F, esperando que tenha papel na prevenção da cárie (67%) e na formação dentária (33%). 63% dão orientações às gestantes, sendo que as mais citadas foram cuidados com a higiene (32%) e a alimentação (21%). Cerca de 25% recomendam a visita ao dentista.

Apesar da maioria dos MGO não prescreverem suplementação com F, 100% dos que prescrevem esperam que o F tenha ação preventiva na cárie dental, demonstrando que estes profissionais, em contato constante com as futuras mães, desconhecem alguns conceitos importantes de saúde bucal.

A192

Perfil do conhecimento dos cirurgiões-dentistas de Florianópolis sobre as fissuras labiopalatais.

SCHARDOSIM, L. R., CZERNAY, A. P. C., NOGUEIRA, D. A., BOSCO, V. L.*

Programa de Pós-Graduação – UFSC. Tel.: (0**48) 234-4556. E-mail: lisandrears@hotmail.com

Os portadores de fissuras labiopalatais necessitam de acompanhamento odontológico desde o início do processo de reabilitação e os dentistas devem estar capacitados para garantir as condições bucais necessárias a sua reabilitação. Através de um questionário enviado a 161 cirurgiões-dentistas da cidade de Florianópolis - SC, procurou-se caracterizar o nível de conhecimento em relação a esta malformação congênita. Verificou-se que 72% consideram a etiologia das fissuras multifatorial e 27,2% não sabem; 56,5% acreditam que o risco à cárie é maior que nos não-fissurados, 24,2% acham que é igual e 19,1% não sabem. Daqueles 91 dentistas que responderam maior, 58,2% atribuíram à dificuldade de higienização, 28,5% ao mau posicionamento dentário, 15,3% ao fluxo salivar alterado enquanto o tipo de dieta foi citado por 14,2% deles. Quanto ao padrão alimentar no primeiro ano de vida, 29,8% acham que é igual ao dos não-fissurados, 23,6% acreditam ser mais cariogênico e 8,5% não sabem. Para 61,4%, as anomalias dentárias são as únicas alterações bucais presentes enquanto para 27,9% estas também estão associadas a anquiloglossia e ao fluxo salivar alterado. Em relação à idade média ideal para a primeira correção cirúrgica, 57,7% responderam até os 18 meses, 27,3% não sabiam e 11,5% depois dos 4 anos.

Conclui-se que embora os profissionais apresentem algum conhecimento sobre o assunto, o nível de desinformação é ainda bastante elevado. Sugere-se adequação dos currículos das faculdades de Odontologia, visando um melhor preparo dos cirurgiões-dentistas desde a graduação.

A193

Avaliação do atendimento odontológico a portadores de deficiências físicas na UFMG.

ABREU, M. H. N. G.*, CASTILHO, L. S., RESENDE, V. L. S.

Departamento de Odontologia Restauradora – UFMG; Departamento de Odontologia – Unimontes. Tel.: (0**31) 3334-0146.

O objetivo desse estudo foi apresentar dados sobre o atendimento odontológico ambulatorial realizado aos portadores de deficiências físicas atendidos na Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia da UFMG. Esses dados envolvem o sexo, a idade e os procedimentos odontológicos realizados no período de março de 1998 a dezembro de 2000. Todos os pais e responsáveis autorizaram a utilização e publicação dos dados do atendimento em eventos de pesquisa – ETIC 046/97. Foram analisados 74 prontuários odontológicos. A idade média foi igual a 12,9 anos. Observou-se que 34 (45,9%) eram do gênero feminino e 40 (54,1%) do gênero masculino. O total de procedimentos foi igual a 494. Foram realizadas 92 (18,6%) instruções de higiene bucal e orientações dietéticas e 92 (18,6%) controles profissionais de placa. Outros procedimentos de controle das doenças cárie dentária e periodontal como, aplicações tópicas de flúor, utilização de selantes e raspagens supra- e subgengivais, representaram, respectivamente, 7,3%, 2,2% e 11,5% do total. O tratamento restaurador atraumático totalizou 61 (11,6%) procedimentos. Foram realizadas 16 (3,2%) restaurações com amálgama e resina composta, 25 (5,1%) selamentos provisórios de cavidades e 3 (0,6%) tratamentos conservadores de polpa. As exodontias totalizaram 5,5% do total de procedimentos.

O estudo permite concluir que a maioria (58,2%) dos procedimentos realizados foi preventiva e de controle das doenças cárie e periodontal, mostrando uma tendência diferente do paradigma tradicional de atenção odontológica a esse grupo.

A194

Epidemiologia do atendimento de emergências na FOP – UPE.

DOURADO, A. T.*, ALBUQUERQUE, D. S., CALDAS Jr., A. F., RODRIGUES, V. S.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UPE. Tel.: (0**81) 3342-3922,
 fax: 3231-1118. E-mail: adridourado@uol.com.br

O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a relação do diagnóstico dos pacientes atendidos na emergência da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco, no segundo semestre de 2000, com o tratamento proposto, gênero e idade. Foram utilizados 227 prontuários de pacientes de ambos os gêneros, com idade variando de 11 a 81 anos. A análise estatística foi feita mediante distribuição de freqüências, obtenção de médias, desvio-padrão e teste qui-quadrado no programa estatístico SPSS. O erro-padrão de 5% e o intervalo de confiança de 95% foram previamente estabelecidos. A amostra consistiu de 70,5% de pacientes do gênero feminino e 29,5% do masculino. A idade média foi de 29 anos (DP = 11,75 anos). Dos casos atendidos, 33% tiveram como diagnóstico pulpite irreversível sintomática, seguida de 17,2% de pulpite reversível. A abertura coronária foi indicada nos casos de pulpite irreversível sintomática, abscesso dento-alveolar agudo, abscesso fênix e periodontite apical aguda, correspondendo a 55,1% dos tratamentos realizados. Observou-se relação estatisticamente significativa entre o diagnóstico e a idade do paciente (p << 0,001) e tratamento (p = 0,001).

Conclui- se que o alto percentual de emergências endodônticas reflete o perfil de saúde bucal da população atendida exibindo um padrão cariogênico que necessita ser revertido.

A195

Perfil da força de trabalho dos egressos da FOUSP, 1990-1998.

Michel-Crosato, E.*, Calvielli, I. T. P. C., Biazevic, M. G. H. B.

Faculdade de Odontologia – USP.

O presente estudo visa examinar a força de trabalho representada pelos egressos da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP) entre 1990 e 1998. Foram enviados questionários a todos os cirurgiões-dentistas inscritos no CROSP e egressos da FOUSP no período. Dos 954 questionários enviados foram respondidos 320 (34,45% do total). A análise dos resultados permitiu observar que 59,62% dos profissionais pertence ao sexo feminino, e 55,00% tem pais com curso superior completo. A principal atividade odontológica exercida – tanto no primeiro ano pós-formatura quanto atualmente – é o consultório odontológico, com 54,26% e 50,78% de respostas, respectivamente. Dentre os profissionais que atuaram em consultório odontológico no primeiro ano de formado, a maioria trabalhou por porcentagem (50,16%); atualmente, a maioria trabalha em consultório próprio (50,16%). A maioria dos profissionais trabalhava mais de 8 horas diárias e 5 ou mais dias por semana no primeiro ano pós-formatura, o que se mantém atualmente, com percentuais de 74,13% e de 71,92%. A maioria dos profissionais não é responsável pela principal fonte renda da família. No primeiro ano de formado, 67,50% ganhavam menos de R$ 1.000,00 por mês; já atualmente, 51,74% ganham mais de R$ 2.000,00 por mês. A maioria dos profissionais atua como clínico geral.

O mercado de trabalho, atualmente, não pode ser considerado promissor. Entretanto e apesar das dificuldades, com o passar do tempo os egressos da FOUSP começam a se estabilizar na profissão. (Apoio financeiro: CAPES.)

A196

Doenças periodontais em crianças e adolescentes das DIR XV e DIR XXIII do estado de São Paulo.

MEDINA, M. R. J.*, SOUSA, M. L. R., WADA, R. S.

Departamento de Odontologia Social – FOP – UNICAMP. E-mail: mrajordao@merconet.com.br

A OMS recomenda que levantamentos em saúde bucal sejam realizados a cada 5 anos, para que os municípios possam dispor de dados atualizados e direcionarem recursos para este setor. As doenças periodontais representam um importante problema de saúde pública e assim foram dimensionadas neste trabalho. Dezesseis dentistas, 10 pela DIR XV (região de Piracicaba) e 6 pela DIR XXIII (região de Sorocaba), foram treinados de acordo com o índice CPI da OMS, para realizarem exames de doenças periodontais em crianças de 5 e 12 anos. Sorteou-se 7 municípios de cada uma das DIR XV e XXIII. Utilizou-se o teste de proporções com nível de 5% de significância estatística. Aos 5 anos de idade para a DIR XV, 84,0% apresentaram-se sem sangramento gengival e 30,6% o apresentaram (menor que na DIR XXIII, p = 0,00). Já para a DIR XXIII, estas porcentagens foram 37,1% e 62,6%. Aos 12 anos na DIR XV, 59,2% apresentaram-se sem sangramento gengival e 30,6% o apresentaram (menor que na DIR XXIII, p = 0,00). Observa-se cálculo dentário em 10,3% das crianças na DIR XV. Na DIR XXIII, 26,4% apresentaram-se sem sangramento gengival, 56,9% o apresentaram e 16,7% apresentaram cálculo dentário, proporcionalmente maior que na DIR XV (p = 0,00). Tanto na idade de 5 como aos 12 anos observou-se as melhores condições periodontais na DIR XV (p << 0,05).

Os dados sugerem que a proporção de sangramento encontrada nas crianças de 5 e 12 anos na DIR XXIII é estatisticamente maior que a da DIR XV. Já a proporção de cálculo é estatisticamente maior aos 12 anos na DIR XXIII.

A197

Avaliação da radiopacidade de resinas compostas indicadas em dentes posteriores.

KRAUL, A.*, LOGUERCIO, A. D., REIS, A., BAUER, J., FILHO, L. E., ODA, M.

Departamento de Dentística e de Materiais Dentários – FOUSP. E-mail: gscarpati@hotmail.com

O propósito deste estudo foi avaliar a densidade óptica de resinas compostas indicadas para dentes posteriores, comparativamente a radiodensidade do esmalte e dentina. Três resinas compostas compactáveis (Alert, Filtek P60 and Surefil) e uma resina híbrida (TPH Spectrum) foram avaliadas. Três corpos-de-prova (cps) com dimensões padronizadas foram construídos para cada um dos materiais testados. Como parâmetro, utilizou-se uma fatia de dente molar com a mesma espessura dos cps (2 mm). A densidade óptica do esmalte, dentina e materiais restauradores foram obtidas através de radiografias, utilizando um fotodensitômetro. Após a análise de variância e teste de Tukey para contraste de médias (a = 0,05%), observou-se que a densidade óptica da dentina foi superior aos demais materiais (p << 0,0001), que a densidade óptica do esmalte e da resina Alert foram similares (p = 0,8122) e superiores aos demais materiais (p << 0,0001), sendo eles semelhantes entre si (Filtek P60, Surefil e TPH Spectrum).

Conclui-se que: apesar das diferenças detectadas, todos os materiais cumpriram os pré-requisitos de radiopacidade para utilização em dentes posteriores. (Apoio: FAPESP – Processo nº 99/05124-0.)

A198

Resistência de união de cimentos resinosos em dentina humana através do teste de microtração.

PRAZERES, P. S.*, SANTOS, J. F. F., CARDOSO, P. E. C., MALLMAN, A., JACQUES, L. B., TAVARES, A. V.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 5032-2328.

O objetivo do trabalho foi avaliar a resistência de união de cimentos resinosos em dentina humana. Foram utilizados dois sistemas que exigem prévio condicionamento ácido: Single Bond - 3M + Rely X - 3M (SB + RX) e Scothbond Multi-Uso Plus - 3M + Rely X (SBMP + RX); e dois sistemas com adesivos self-etching primers: Bistite IISC -Tokuyama (BIS) e Clearfil Liner Bond 2V + Panavia F - Kuraray (PAN). Para cada condição experimental, dez molares hígidos tiveram as superfícies oclusal e radicular cortadas transversalmente e o esmalte circundante removido. O remanescente foi seccionado no seu longo eixo com disco diamantado refrigerado, obtendo-se assim 2 metades semelhantes cujas superfícies foram abrasionadas em lixa d’água 600 refrigerada em água. Os sistemas resinosos foram aplicados nas duas metades de acordo com a orientação do fabricante. Após a sua união, as duas metades foram armazenadas em água destilada a 37ºC por 24 h e a seguir cortadas nos eixos x e y, obtendo-se palitos (Cp) com área unida de aproximadamente 0,8 mm2. Os Cp foram colados em paquímetros adaptados para o teste de microtração e levados à Máquina de Ensaios Universal Kratos para o ensaio de tração a uma velocidade de 1 mm/min. Os resultados (MPa) obtidos: SB + RX = 40,5; SBMU + RX = 40,6; PAN = 38,4; BIS = 28,4, foram analisados estatisticamente através de análise de variância e Tukey.

Concluiu-se que não houve diferença estatística entre os grupo SB + RX, SBMP + RX e PAN e que o grupo BIS apresentou menor resistência de união que os demais (p << 0,05).

A199

Microdureza de resinas compostas: tiras de poliéster versus superfície polida.

MALLMAN, A.*, JACQUES, L. B., MUENCH, A., CARDOSO, P. E. C.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP.

O objetivo do estudo foi comparar a microdureza Knoop de resinas compostas quando comprimidas por tiras de poliéster e após a execução de um polimento. As seguintes resinas compostas foram testadas: Durafill VS - Kulzer, Ælite Flo - Bisco, Filtek Z250 - 3M e Pyramid - Bisco. Foram confeccionados 4 corpos-de-prova (Cp) em matrizes de poliacetal com 3 mm de diâmetro e 2 mm de profundidade. As resinas foram inseridas em camada única, sendo uma tira de poliéster e uma lamínula de vidro posicionadas sobre a matriz para obter uma superfície plana. Os Cp foram fotopolimerizados com 600 mW/cm² por 40 s e armazenados em água destilada a 37ºC por 24 h. Foram realizadas 5 leituras em cada Cp no microdurômetro Shimadzu. Após as leituras iniciais, os Cp foram desgastados em aproximadamente 300 mm e novas leituras foram realizadas. Os resultados, na Tabela 1, foram submetidos à análise de variância com fatores vinculados e Tukey (Tukey 5% = 9,43).

Tabela1 - Médias (kgf/mm²) de microdureza Knoop.

 

Durafill vs

Ælite Flo

Filtek Z250

 Pyramid

Tira de poliéster

16,8f

17,2f

70,7c

52,1d

Após polimento

 34,6e

 34,8e

108,9a 

93b  

Letras iguais não são diferentes estatisticamente.

Concluiu-se que houve um aumento significante de dureza nas diferentes resinas testadas quando a camada superficial era removida.

A200

Resistência de união ao esmalte após clareamento com peróxido de hidrogênio à 35% associado ao laser.

AYALA, D.*, ZITTO, L. M., EDUARDO, C. de P., PIRES, L. A. G.

Materiais Dentários – ULBRA - Canoas - RS; IPEN – FOUSP - SP.

Desde o surgimento, as técnicas de clareamento têm-se tornado cada vez mais sofisticadas e variadas. O objetivo deste estudo foi avaliar se o clareamento com peróxido de hidrogênio à 35% associada ao laser influencia na resistência de união ao esmalte. Foram seccionadas as coroas de 50 incisivos centrais superiores permanentes 1 mm abaixo da junção cemento-esmalte com 1 disco de dupla face de diamante, incluídas em resina acrílica autopolimerizável utilizando uma matriz padrão para a confecção das amostras e armazenados em saliva artificial. Foram divididas em 5 grupos: Grupo I: controle, foram realizadas apenas o procedimento restaurador; Grupos: II, III, IV e V foram submetidos ao clareamento com peróxido de hidrogênio à 35% (Opalescense Xtra, Ultradent) com laser de diodo de alta intensidade de 960 nm. Logo após o clareamento, o Grupo II foi condicionado com ácido fosfórico à 37% por 15 s, lavado e secado le- vemente, aplicando-se adesivo Excite (Vivadent) conforme instruções, confeccionando cones de compósito Tetric-Ceram (Vivadent) A1; no Grupo III realizou-se o mesmo procedimento, após 7 dias do clareamento; no Grupo IV e V, 15 e 28 dias respectivamente. As amostras foram submetidas ao teste de tração com velocidade de 1 mm/min. A média para os resultados em MPa foram: G. I: 29,79; G. II: 19,32; G. III: 22,23; G. IV: 27,57 e G. V: 29,95. Os valores foram submetidos à ANOVA e Tukey ao nível de significância de 5%.

O agente clareador influenciou significativamente na resistência de união do sistema adesivo ao esmalte nos Grupos II e III, e os Grupos IV e V não diferiram estatisticamente do Grupo I.

A201

Durabilidade da resistência adesiva à dentina: efeito da armazenagem.

CARRILHO, M. R. O.*, CARVALHO, R. M., PASHLEY, D. H.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. E-mail: cella100@hotmail.com

O objetivo do estudo foi verificar o efeito da armazenagem na resistência adesiva à dentina humana. Os sistemas adesivos, Single Bond (SB) e One Step (OS), foram aplicados sobre dentina úmida condicionada por 15 ou 30 s. Em seguida, adicionaram-se 3 camadas de resina composta Z250, fotopolimerizadas por 40 s (450 mW/cm2). Os dentes foram armazenados em água destilada por 24 h e fatiados em forma de “palitos” para serem testados pelo ensaio de microtração (0,5 mm/min.). Parte dos palitos foi testada imediatamente e o restante, após 6 meses de armazenagem em água destilada (6A) ou em óleo mineral (6O). Os dados foram submetidos à analise de variância e ao teste de Tukey (a = 5%). A tabela expressa os resultados [MPa ± DP(N)], de acordo com as condições experimentais.

Adesivo/tempo

SB/15 s

SB/30 s

OS/15 s

OS/30 s

Imediato

33 ± 10 a (12)

 22  ±  7 b (11)

36 ± 11 a (10)

23  ±  9 b (09)

6 meses/água

26 ± 14 c (14)

 14  ±  7 d (18)

30  ±  9 c (16)

17 ± 11 d (15)

6 meses/óleo

44 ± 15 e (15)

 35 ± 16 f  (18)

43  ±  9 e (16)

26 ± 14 f (16)

Letras iguais = semelhança estatística.

Conclusões: 1) A armazenagem em água por 6 meses reduziu significantemente a resistência adesiva (p << 0,05). 2) O tempo de condicionamento afetou significantemente a resistência adesiva para os dois materiais (p << 0,05). (Apoio: FAPESP - 99/10043-0, NIDCR 06427 e CNPq - 300481/95.)

A202

Dentina humana e bovina: resistência adesiva ao cisalhamento em três diferentes profundidades.

ANIDO, A. A.*, GONÇALVES, S. E. P., PADILHA, R. Q.

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP; UNIBAN - SP.

O objetivo do presente estudo foi comparar a resistência adesiva da dentina humana e bovina em três diferentes espessuras de remanescente, frente ao teste de cisalhamento, a fim de estabelecer uma possível relação de profundidade entre os substratos visando a substituição da dentina humana em testes de adesão. Empregaram-se 48 dentes humanos (H) e 48 dentes bovinos (B), recém-extraídos, armazenados em água destilada e congelados a –18ºC, por no máximo quatro semanas. Foram utilizadas lixas de granulação 240, 400 e 600, para expor a dentina e padronizar a “smear layer”, com espessura de dentina de 0,5; 1,0 e 2,0 mm. O sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus foi utilizado seguindo instruções do fabricante, em uma área padronizada de 4 mm, seguido da aplicação incremental da resina Z100. O ensaio de cisalhamento foi realizado em máquina Instron Universal à velocidade de 0,5 mm/min. Foi realizada análise estatística pelo teste ANOVA (p = 0,05). Houve diferença significativa entre a resistência adesiva em dentes H e B, sendo os maiores valores para H; houve diferença significativa de resistência para as profundidades analisadas: H0,5 = 12,06 ± 3,48 MPa; H1 = 14,90 ± 4,43 MPa; H2 = 16,88 ± 3,93 MPa; B0,5 = 7,09 ± 1,83 MPa; B1 = 8,90 ± 2,97 MPa; B2 = 12,64 ± 2,7 MPa.

 Houve semelhança de comportamento entre os substratos H0,5 mm e B2 mm; o substrato B presta-se aos estudos laboratoriais de resistência adesiva como indicativos da performance inicial de novos produtos; mais pesquisas são necessárias para a correlação entre os substratos.

A203

Avaliação do desajuste de elementos fundidos em função de diferentes técnicas de moldagem.

FRANCO, E. B., TAVARES, P. G., FRANCO, E. J., LOPES, L. G.*

Disciplina de Dentística Restauradora – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.

O objetivo deste estudo foi o de avaliar o comportamento de moldes obtidos de diferentes técnicas de moldagem (reembasamento sem e com alívio de lâmina plástica, e impressão simultânea), usando siliconas de adição (SA), Express - 3M e condensação (SC), 3M. Foi utilizado, como padrão, um troquel metálico simulando um preparo para coroa métalica. A partir deste foram obtidos, após a realização de diferentes técnicas de moldagem, os troquéis de gesso (Durone - Dentsply). Nestes, foram feitos enceramentos de coroas com abertura oclusal e, em seguida, fundidos em liga de Cu-Al. No grupo controle as fundições foram obtidas diretamente do troquel padrão. O desajuste foi medido em função das discrepâncias das fundições no troquel padrão, por meio de microscópio de profundidade. Os resultados foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey (p << 0,05) e estão dispostos no quadro abaixo como médias de desajuste (mm).

Grupos

Controle

SC Reemb. s/Al.

SC Reemb. c/Al.

SC Impr. única

SA Reemb. s/Al.

SA Reemb. c/Al.

SA Impr. única

Desajuste

327,6

1.734,1

883,8

598,6

571,6

620,7

648,6

Portanto, a técnica de fundição exerce uma influência significativa na adaptação das restaurações, sendo que a silicona de adição sofre menor influência face ao tipo de técnica de moldagem.

A204

Resistência de união à tração de sistemas adesivos sobre a dentina aos 10 minutos e 24 horas pós-polimerização.

CUNHA, M. R. B.*, DE GOES, M. F.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP - São Paulo, Brasil. E-mail: marciarbcunha@helicomnet.com

Este estudo avaliou a resistência de união à tração de sistemas adesivos dentinários aos 10 minutos e 24 h pós-polimerização. As faces vestibulares de 120 incisivos inferiores bovinos foram desgastados para se obter superfície dentinária plana. Os dentes foram divididos em 8 grupos (Gs). Nos Gs A, B, C e D, a dentina foi condicionada por 15 s com ácido fosfórico a 35%. Nos Gs A e B foi aplicado Scotchbond Multi-Uso Plus (SBMUP); C e D- Single Bond (SB); E e F- Clearfil Liner Bond 2V (CLB 2V) e G e H- Clearfil SE Bond (CSEB). Um cilindro de resina composta foi posicionado sobre a área de união e fotoativado por 20 s em 3 regiões da interface. O ensaio de tração foi conduzido após 10 min. da união para os Grupos A, C, E e G. Os Grupos B, D, F e H foram armazenados em água a 37ºC e o ensaio foi realizado após 24 h da união. O padrão de fratura foi observado sob MEV. Os resultados em MPa foram: A- 7,69 ± 1,40; B- 7,86 ± 2,66; C- 8,56 ± 2,97, D- 7,99 ± 2,12; E- 11,46 ± 1,96; F- 12,97 ± 2,86, G- 11,73 ± 3,01 e H- 13,04 ± 3,57. Os valores dos Grupos E, F, G, H foram maiores e diferentes estatisticamente em relação aos Grupos A, B, C, D (p << 0,05) aos 10 min. e 24 h. Os valores dos adesivos convencionais (Grupos A, B, C, D) e autocondicionantes (Grupos E, F, G, H) não apresentaram diferença estatística entre si nos períodos de 10 min. e 24 h. Os adesivos SBMUP e SB apresentaram padrão de fratura coesiva no adesivo-camada híbrida e os adesivos CLB2V e CSEB coesivo na dentina e características morfológicas distintas na camada híbrida.

A205

Efeito do laser Er:YAG na resistência à tração da dentina.

GONÇALVES, M.*, CORONA, S. A. M., BORSATTO, M. C., SILVA, P. C. S., PÉCORA, J. D.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4075/633-0999. E-mail: ane@netsitemail.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar in vitro a resistência à tração na interface dentina-sistemas restauradores resinosos após a irradiação com laser de Er:YAG. Foram utilizadas 42 superfícies de dentina humana de terceiros molares superiores extraídos e conservados em solução aquosa de cloramina a 0,5% em refrigeração, planificadas e divididas em 3 grupos experimentais e 3 grupos controle. Os sistemas restauradores foram Alert (Jeneric/Pentron), Prodigy (Kerr Co.) e Z100 (3M Co.), com seus adesivos correspondentes Bond 1, OptiBond Solo e Single Bond, respectivamente. Para realizar os testes de tração, foi utilizado um sistema especial de pares de hastes alinhados em dispositivo específico proposto pelo Documento ISO/TR 11.405, de 1994. Obteve-se através da análise estatística utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis que o grupo laser + ácido + Alert, com valor médio de 18,89 MPa, diferiu significativamente do grupo ácido + Alert, com valor médio de 8,03 MPa (p << 0,10), e não diferiu dos demais grupos. O grupo ácido + Prodigy, apresentando valor médio de 19,88 MPa, diferiu do grupo laser + ácido + Prodigy apresentando 12,57 MPa (p << 0,05) e não diferiu dos grupos laser + ácido + Z100, com valor médio de 14,11 MPa, e do grupo ácido + Z100, com valor médio de 19,58 MPa. O grupo laser + ácido + Z100 não diferiu estatisticamente do grupo ácido + Z100.

Conclui-se que o tratamento prévio com laser Er:YAG na estrutura dentinária melhorou a resistência da união apenas do sistema restaurador Alert.

A206

Avaliação da resistência à tração de bráquetes ortodônticos colados pela técnica indireta.

NAUFF, F.*, NACCARATO, S. R. F., TORTAMANO, A.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7812.

O objetivo desse estudo é avaliar a resistência à tração de bráquetes ortodônticos cimentados pela técnica indireta e pela técnica direta convencional. Foram utilizados 50 pré-molares humanos íntegros recém- extraídos por motivos ortodônticos divididos em 5 grupos nos quais foram cimentados bráquetes ortodônticos metálicos (Lancer), com as resinas compostas ortodônticas Concise (3M) e Transbond XT (3M), utilizadas nas técnicas direta e indireta e Transbond Sondhi (3M), desenvolvida exclusivamente para técnica indireta: Grupo I (controle I) - colagem direta com Concise; Grupo II (controle ll) - colagem direta com Transbond XT; Grupo III - colagem indireta com Concise; Grupo IV - colagem indireta com Transbond XT e Grupo V - colagem indireta com Transbond Sondhi. Na técnica direta, o bráquete foi cimentado diretamente sobre o esmalte após condicionamento ácido e aplicação de adesivo, na técnica indireta, os bráquetes foram cimentados primeiramente sobre modelo de gesso e depois transferidos para o dente através de moldeira individualizada. Os corpos-de-prova foram submetidos testes de tração (Instron 4400) e nos resultados foram aplicados os testes estatísticos de análise de variância e Tukey a 5%.

Foram encontrados resultados menores estatisticamente significantes dos Grupos III, V quando comparados com os dois grupos controle. Concluiu-se que para a técnica indireta de cimentação de bráquetes ortodônticos, dos agentes cimentantes, apenas o Transbond XT não apresentou resultados estatisticamente diferentes aos obtidos pela técnica direta convencional.

A207

Influência da técnica restauradora na infiltração de restaurações classe V.

KENSHIMA, S.*, GRANDE, R. H. M., BALLESTER, R. Y., SINGER, J. M.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: sil.k@sti.com.br

O objetivo deste estudo foi o de avaliar a capacidade de duas técnicas restauradoras teste, de reduzir a infiltração marginal em restaurações classe V em dentes bovinos, comparadas com técnicas convencionais. Foram utilizadas duas resinas compostas (Z250 - Z e Durafill VS - D) com o sistema adesivo (Single Bond) em 120 preparos confeccionados nas superfícies vestibular dos dentes (fator C = 3). As técnicas restauradoras empregadas foram seis: incremental horizontal (Z-h e D-h), incremental vertical (Z-v e D-v), e teste [t-Z e t-D (forramento das paredes cavitárias com uma resina e preenchimento com a outra)]. As restaurações foram divididas em dois grupos: imediato (4 h após a confecção os espécimes foram impermeabilizados e submetidos à técnica do nitrato de prata) e mediato (espécimes submetidos a ciclos térmicos – 1.000 X, a 5º-55ºC, com 1 min. de imersão - antes dos demais procedimentos) seguindo um delineamento completamente aleatório (n = 10). Cada espécime foi secionado no sentido V-L gerando 4 superfícies e as imagens foram digitalizadas a fim de medir a penetração do corante (mm). Após tratamento estatístico dos dados (ANOVA) os resultados foram: sítio incisal - houve diferença significativa entre as técnicas restauradoras (p = 0,008) e o grupo mediato apresentou maiores valores de infiltração marginal (p = 0,006); sítio gengival - não foi evidenciado o efeito de nenhum dos tratamentos.

Pôde-se concluir que, nas condições avaliadas, a técnica restauradora D-h apresentou maior infiltração marginal que Z-h e Z-v em esmalte. (Apoio: CAPES.)

A208

Efeito da resina de baixa viscosidade e do adesivo com carga na resistência de união da resina composta sobre dentina.

MONTES, M. A. J. R.*, de GOES, M. F., CUNHA, M. R. B., SOARES, A. B.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP - São Paulo, Brasil.

Este estudo avaliou o efeito das resinas de baixa viscosidade e de um sistema adesivo com carga na resistência de união da resina composta sobre dentina. Cento e vinte incisivos inferiores bovinos foram desgastados na face vestibular para obter uma superfície dentinária plana, sobre a qual foi posicionada uma fita adesiva delimitando uma área de união de 4 mm de diâmetro. Os dentes foram divididos em seis grupos (G). Em todos os grupos a dentina foi condicionada com ácido fosfórico a 35% por 15 segundos, seguida da aplicação dos adesivos: Single Bond para os G 1, 2, 3, 6 e OptiBond Solo para os G 4 e 5. Nos G 1 e 4, um cilindro de resina composta com uma alça foi cimentado diretamente sobre a superfície do adesivo com resina Z100; no G 2, sobre a superfície do adesivo foi aplicada a resina Flow-It; no G 3, foi aplicada a resina Protect Liner F; no G 5, uma segunda camada do adesivo OptiBond Solo foi aplicada; e no G 6, foi aplicada a resina experimental, e então foi cimentado o cilindro de resina. Os espécimes foram armazenados em água a 37ºC por 24 h e submetidos ao ensaio de tração (MPa): G1 (7,86 ± 2,28); G2 (7,62 ± 1,85); G3 (7,60 ± 2,14); G4 (7,96 ± 2,36); G5 (7,50 ± 2,70); G6 (7,18 ± 2,40). Em seguida foram analisados em MEV para avaliação do modo de fratura. Não houve diferença estatística significante entre os G quanto aos valores de resistência obtidos (p << 0,05). A análise do modo de fratura mostrou diferença considerável entre os G.

O uso de adesivo com carga e de resina de baixa viscosidade como camada intermediária demonstrou maior capacidade de preservação da interface de união.

A209

Efeito de diferentes concentrações de peróxido de carbamida na microdureza do esmalte em diferentes tempos de clareamento.

BASTING, R. T.*, RODRIGUES Jr., L. A., SERRA, M. C.

Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: rbasting@yahoo.com

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a microdureza do esmalte dental humano submetido ao tratamento com diferentes concentrações de peróxido de carbamida em diferentes tempos. Sete agentes clareadores foram analisados: Nite White 10% Excel/Discuss Dental, Nite White 16% Excel/Discuss Dental, Nite White 22% Excel/Discuss Dental, Opalescence 10%/Ultradent, Opalescence F 20%/Ultradent, Rembrandt 15%/Den-Mat Corporation e Nupro Gold/Dentsply. Um agente placebo foi utilizado como grupo controle. Os clareadores e o agente placebo foram aplicados sobre a superfície de fragmentos planificados de esmalte pelo período de oito horas diárias e armazenados durante dezesseis horas diárias em saliva artificial em recipientes individuais. Ensaios de microdureza foram realizados previamente à aplicação dos agentes, 8 horas, 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias de tratamento e 7 e 14 dias após o término do clareamento. A análise de variância mostrou não haver diferenças significativas entre os tratamentos em diferentes concentrações. O teste de Tukey mostrou diferenças significativas entre valores de microdureza iniciais, durante o período de aplicação dos agentes e na fase pós-tratamento. Os agentes de peróxido de carbamida significativamente diminuíram a microdureza do esmalte durante o tratamento. Após 14 dias do término do clareamento, houve um aumento significativo da microdureza.

Diferentes concentrações de peróxido de carbamida alteram a microdureza do esmalte dental humano, embora a saliva artifical apresente um efeito remineralizante na fase pós-clareamento. (FAPESP – 99/11735-2.)

A210

Avaliação da adaptação cervical de coroas totais metálicas com diferentes términos cervicais.

CORRER SOBRINHO, L.*, BRISOLARA, P. G. S., CONSANI, S., SINHORETI, M. A. C.

Materiais Dentários – FOP – UNICAMP - São Paulo, Brasil.

O propósito deste estudo foi avaliar o ajuste cervical antes e após a cimentação de coroas totais metálicas, em preparos sobre dentes bovinos com diferentes términos cervicais: chanfro 45º, ombro biselado 20º e ombro reto, com 3 cimentos. Trinta coroas totais com 8 mm de diâmetro por 7 mm de altura foram confeccionadas para cada tipo de término cervical com a liga de níquel-cromo-Verabond 2. Após a fundição, as coroas foram adaptadas sobre os dentes com carga de 9 kg e a discrepância marginal foi medida com micrômetro digital (Mitutoyo). Em seguida, as coroas foram removidas e fixadas sobre os dentes com os cimentos de fosfato de zinco, ionômero de vidro e resinoso e novamente a discrepância marginal foi medida. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%) e indicaram que: antes da cimentação, o término cervical em ombro biselado 20º (35,22 mm) mostrou maior média e desajuste cervical, sendo diferentes estatisticamente do chanfro 45º (17,08 mm) e ombro reto (9,11 mm), também diferentes entre si (p << 0,05); após a cimentação, com os cimentos de fosfato de zinco, ionômero de vidro e resinoso, o melhor ajuste cervical foi obtido com o término cervical em ombro reto (107,11 mm; 107,20 mm; 286,55 mm), seguido pelo chanfro 45º (163,53 mm; 111,95 mm; 256,89 mm) e ombro biselado 20º (166,00 mm; 121,72 mm; 312,21 mm).

Concluindo, independente do término cervical, as coroas metálicas fixadas com o cimento de ionômero de vidro apresentaram as melhores adaptações, seguido pelo cimento de fosfato de zinco e resinoso.

A211

Efeito do tempo pós-prensagem sobre a rugosidade, dureza e porosidade superficial da resina acrílica QC-20, em diferentes ciclos de polimerização.

BORGES, L. H.*, DOMITTI, S. S., CONSANI, S., BORGES, L. P., CONSANI, R. L. X.

Universidade de Uberaba; FOP – UNICAMP. Tel.: (0**34) 3312-5122. E-mail: luis.borges@uniube.br

Este trabalho teve o objetivo de avaliar o efeito do tempo pós-prensagem sobre a rugosidade, dureza superficial e porosidade da resina acrílica QC-20, em diferentes ciclos de polimerização. Para a confecção dos 81 corpos-de-prova foram utilizadas matrizes circulares de silicona de condensação medindo 30 mm de diâmetro e 5 mm de espessura, obtidas através de um molde padrão. As matrizes foram incluídas em muflas metálicas e com reforço de fibra de vidro. Após a prensagem da resina acrílica, as muflas foram deixadas em descanso por 30 minutos, 12 e 24 horas antes da polimerização que foi realizada nos ciclos de água aquecida a 74ºC por 9 horas, 20 minutos em água em ebulição, e energia de microondas por 3 minutos a 500 W. Após o resfriamento, os corpos-de-prova foram submetidos aos processos de acabamento e polimento em politriz, e submetidos aos testes de rugosidade superficial média, através do rugosímetro Surfcorder SE 1700, dureza superfical em um microdurômetro Shimadzu, e porosidade superficial, através da imersão dos corpos-de-prova em tinta nanquim por 8 horas, contados em área determinada. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, e ao teste de Tukey ao nível de significância de 5%.

Concluiu-se que não houve diferenças significativas entre as médias obtidas pelos métodos para as variáveis rugosidade e porosidade. Para a variável dureza superficial, houve diferenças significativas entre o método convencional e os outros dois métodos, mostrando que o método convencional apresentou menor dureza em relação aos demais.

A212

Efeito da presença de sangue ou saliva na resistência à tração de adesivo monocomponente.

SANTOS, F. A. M.*, OLIVEIRA, M. E., SILVA, A. P., EDUARDO, C. P., MATSON, E.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia – USP. Tel.: (0**11) 3091-7839.

Este estudo in vitro avaliou a resistência à tração de um adesivo monocomponente (Single Bond) aplicado em dentina condicionada e exposta aos fluidos freqüentes no meio bucal (sangue ou saliva). 60 dentes terceiros molares foram incluídos em resina acrílica e lixados em politriz até exposição da dentina. Foram condicionados com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavados por 30 segundos e secos com papel absorvente. O grupo 2 (n = 12) sofreu contaminação da superfície com saliva e secagem por 2 segundos; grupo 3, contaminação com saliva e nova lavagem da superfície por 10 segundos. No grupo 4, contaminação com sangue e secagem por 2 segundos; grupo 5, contaminação com sangue e lavagem por 10 segundos. A seguir, todos os grupos, inclusive o grupo 1 – controle (sem contaminação da dentina), sofreram aplicação de adesivo monocomponente segundo recomendações do fabricante e foram restaurados com resina composta (Z100, cor B2). Após a estocagem em água (37ºC) por 72 horas, as amostras foram submetidas ao teste de tração em máquina universal de ensaio (Instron 4442) com velocidade de 0,5 mm/min. As médias obtidas em MPa foram: grupo 1 (6,05 ± 2,66), grupo 2 (1,94 ± 1,04), grupo 3 (5,84 ± 2,1), grupo 4 (0,92 ± 0,71) e grupo 5 (2,7 ± 2,3). Os resultados foram submetidos a análise de variância (F = 16,07, p << 0,05) e ao teste Tukey (p << 0,05), permitindo afirmar que houve diferença estatisticamente significante entre o grupo 1 (controle) e os grupos 2, 4, 5.

Concluiu-se que a contaminação da superfície de dentina influiu negativamente na resistência à tração do adesivo Single Bond, exceto quando a dentina contaminada com saliva foi lavada e seca (grupo 3).

A213

Avaliação da resistência à tração de diferentes adesivos aplicados sobre a dentina radicular.

SANTOS, F. A. M., SALAMI, T. M., COGA, A.*, EDUARDO, C. P., MATSON, E.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia – USP. Tel.: (0**11) 3091-7839.

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar a resistência à tração de diferentes sistemas adesivos aplicados sobre a dentina radicular. 36 raízes de incisivos superiores humanos foram incluídos em resina acrílica e lixados em politriz até exposição da dentina radicular (lixas nº 240, 400, 600). As amostras foram condicionadas com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavadas por 30 segundos e secas com papel absorvente. Em todos os procedimentos adesivos foram seguidas as recomendações dos fabricantes, sendo a área de colagem circunscrita com fita adesiva. No grupo 1 (n = 12) aplicou-se um sistema adesivo de dois frascos (Scotchbond Multi-Purpose “primer” e “bond”). No grupo 2 foi aplicado um adesivo monocomponente ou de frasco único (Single Bond). No grupo 3 foi aplicado um adesivo dual (Scotchbond MP Plus). Todas as amostras foram restauradas com resina composta (Z100, cor B2). Após a estocagem em água deionizada a 37ºC por 72 horas, as amostras foram submetidas ao teste de tração em máquina universal de ensaio (Instron 4442) com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos a análise estatística ANOVA (F = 8,79, p << 0,05) e o teste Tukey (p << 0,05), permitindo afirmar que os grupo 1 (4,39 MPa ± 2,97) e 2 (5,09 MPa ± 2,34) não apresentaram diferença estatisticamente significante entre si, mas ambos foram inferiores com significância estatística ao grupo 3 (9,76 MPa ± 2,34).

Os resultados obtidos permitem concluir que o sistema adesivo dual apresentou maior resistência à tração que os grupos de frasco único e de dois frascos.

A214

Resistência de uniões cimentadas de titânio e níquel-cromo.

RODRIGUES FILHO, L. E.*, FRANÇA, R. O., MUENCH, A., GRANDE, R. H. M.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840. E-mail: lerfilho@fo.usp.br

Avaliou-se a resistência de união, por ensaio de tração, entre titânio e liga de Ni-Cr, e cimentos resinosos. Os fatores estudados foram: cimentos (Enforce, 3M e Cement-it); conjugação liga/revestimento (titânio obtido com revestimentos que formam ou não “a case” – Tica e Tisa e liga de Ni-Cr, obtida com revestimento fosfatado); tratamento superficial (jateamento com Al2O3, 250 mm, ou emprego do sistema Siloc). Os espécimes foram discos fundidos cimentados entre si 2 a 2, armazenados por 5 dias e termociclados (1.000 ciclos – 5º-55ºC). Os dados (n = 5) foram submetidos à análise de variância e as médias (MPa) contrastadas pelo teste de Tukey (p << 0,05). Conforme tabela, mesmas letras indicam não-significância.

Cimento

Al2O3

Siloc

 

Tica

Tisa

Ni-Cr

Tica

Tisa

Ni-Cr

Enforce

 6,6ef

   9,1ef

   9,3ef

26,7c   

28,6bc

29,1bc

3M

14,6de

18,2d

18,5d

32,8abc

35,0ab

37,0a 

Cement-it

16,1d 

19,0d

18,1d

35,1ab 

38,4a 

37,3a 

Conclusões: houve grande diferença entre cimentos e semelhança entre titânio e Ni-Cr; o Siloc conduz, geralmente, ao dobro de retentividade daquela do Al2O3.

A215

Estudo das tensões geradas por diferentes pinos intra-radiculares em um incisivo central superior.

LEWGOY, H. R.*, MATSON, M. R., BOCANGEL, J. S., ANAUATE NETTO, C., AMORE, R., YOUSSEF, M. N.

Departamento de Dentística – FOUSP; UMC; UnG - SP.

A utilização de pinos intra-radiculares (núcleos metálicos fundidos e pinos pré-fabricados) tem se mostrado uma excelente alternativa para o tratamento de dentes com tratamento endodôntico. Este trabalho teve como objetivo, avaliar, utilizando o Método dos Elementos Finitos (MEF), como, diferentes pinos intra-radiculares, podem alterar o padrão das tensões geradas de von Mises e de máxima tração e compressão em relação ao elemento dental hígido. A comparação foi realizada entre um incisivo central superior hígido e com tratamento endodôntico restaurado com núcleo metálico fundido (ouro), ou pinos pré-fabricados (Flexi Post/aço inoxidável e titânio, Flexi Flange/aço inoxidável e titânio, C Post/fibra de carbono) e preenchimento coronário em resina composta. Todos os pinos intra-radiculares foram fixados, com um cimento resinoso e recobertos por uma coroa total cerâmica. A partir de fotografias, da peça anatômica e, dos pinos estudados, foram criados modelos matemáticos bidimensionais, no programa MSC/Nastran 4.5 e, após aplicação de uma força de 100 Newtons (N) a 45 graus na superfície palatina dos modelos, foi avaliada a distribuição das tensões geradas.

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que os diferentes pinos intra-radiculares alteram o padrão das tensões geradas e dependendo do desenho do pino intra-radicular (cônico ou paralelo) e, do tipo de material constituinte (ouro, aço inoxidável, titânio ou fibra de carbono), a concentração e dissipação das tensões geradas, ocorrem de maneiras diferentes, com menores tensões no pino de fibra de carbono.

A216

Microinfiltração em restaurações de resina composta com selante de superfície em dentes decíduos.

LEMOS, S.*, MYAKI, S. I., MARTINS, C. M. L., HAYASHI, P. M., BALDUCCI, I.

Disciplina de Odontopediatria – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar a microinfiltração em dentes decíduos restaurados com resina composta após a aplicação de selante de superfície. Foram utilizados vinte dentes decíduos anteriores, onde foram preparadas cavidades classe V na face vestibular, com margens em esmalte. As amostras foram divididas em dois grupos. Grupo 1 (n = 10): controle, sistema adesivo Single Bond (3M) + resina composta Z100 (3M); Grupo 2 (n = 10): experimental, igual ao G1 + recondicionamento ácido + selante de superfície Protect-it!® (Jeneric/Pentron®). Após o polimento, os espécimes foram submetidos a ciclagem térmica (500 ciclos - 5ºC e 55ºC - 30 segundos em cada banho), impermeabilizados e imersos em azul de metileno a 0,5%, por 4 horas. Em seguida, os dentes foram seccionados longitudinalmente e avaliados quanto ao grau de microinfiltração. Os resultados obtidos demonstraram que aplicação do selante de superfície Protect-it!® propiciou redução na microinfiltração na margem incisal e a análise estatística (teste de Mann-Whitney, p = 0,009) demonstrou haver diferença significante. Na margem cervical os valores de microinfiltração foram semelhantes e a análise estatística (teste de Mann-Whitney, p = 0,909) demonstrou não haver diferença significante.

Concluiu-se que a aplicação do selante de superfície reduziu a microinfiltração apenas na margem incisal.

A217

Avaliação in vivo da biossegurança de sílicas em dentifrícios.

PEDRAZZI, V.*1, PANZERI, H.1, FERNANDES, R. R.2, LARA, E. H. G.2

1Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP; 2Departamento de Ciências Farmacêuticas – FCFRP. Fax: (0**16) 633-0999.

Considerando-se o crescente uso das sílicas em dentifrícios e os benefícios físico-químicos que elas incrementam aos mesmos, e a grande preocupação com a deglutição destes, aspectos biológicos decorrentes da ingestão de misturas contendo sílicas foram estudados com a finalidade de conhecer seus efeitos toxicológicos em ratos albinos Wistar. Três preparações completas de dentifrícios experimentais que continham sílica abrasiva (Tixosil 73Ò) e/ou espessante (Tixosil 333Ò ou Aerosil 200Ò), foram analisadas frente a dois dentifrícios comerciais tanto in vitro quanto in vivo, tendo-se o cloreto de sódio 0,9% como controle. Os 72 animais (12 ratos/grupo, 6 de cada sexo) recebiam água e ração ad libitum, retiradas sempre 4 horas antes da administração diária de 1,0 ml de uma suspensão obtida a partir de cada uma dessas preparações, através de intubação orogástrica com cânula metálica 50/10. Após 28 dias de tratamento, a urina dos ratos era coletada em gaiolas biológicas. Ao 29º dia os ratos foram sacrificados, tendo sido colhido o sangue e, através de laparotomia, obtidas biópsias dos órgãos: fígado, rins, estômago e glândulas submandibulares para a realização de exames laboratoriais (hematológico completo, transaminases TGO e TGP, histopatológico e exame de urina total).

A estatística não-paramétrica de Wilcoxon revelou, à exceção de ligeira flogose urinária, ausência de efeitos colaterais nocivos, indicando o uso seguro das sílicas em dentifrícios, nos parâmetros estabelecidos pela ABO.

A218

Efeito do abrasionamento a ar sobre a força de cisalhamento.

ZUANON, A. C. C.*, BORDIN, M. M.

Departamento de Clínica Infantil – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP - SP, Brasil. Tel.: (0**16) 201-6325. E-mail: aczuanon@foar.unesp.br

A abrasão a ar tem sido considerada uma boa alternativa para aumentar a adesão de materiais restauradores à superfície dental. Este trabalho tem como objetivo avaliar a força de cisalhamento de uma resina composta à superfície de esmalte de dentes decíduos hígidos após condicionamento ácido precedido ou não da técnica de abrasão. Foram utilizados 16 incisivos decíduos hígidos, os quais após incluídos em resina com a superfície vestibular exposta, receberam profilaxia e limpeza em ultra-som. Os dentes foram divididos em: Grupo I- sobre o esmalte foi aplicado o sistema de abrasão a ar, utilizando partículas de óxido de alumínio de 50 mm, durante 15 segundos com 80 psi de pressão a 5 mm da superfície dental. Em seguida, os dentes foram condicionados com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos e a resina foi aplicada (8 dentes). Grupo II- foi realizado apenas o condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos e a resina foi aplicada (8 dentes). A força de cisalhamento foi medida com auxílio de uma máquina MTS-810 e os dados foram submetidos ao teste “t” de Student. Os autores observaram que a média de força de cisalhamento foi significantemente maior para o grupo que recebeu apenas o condicionamento ácido (10,65 MPa) que quando associado à técnica de abrasão a ar (6,54 MPa).

Pôde-se concluir que a melhor superfície para união foi criada apenas pelo condicionamento ácido.

A219

Resistência a flexão de um cerômero e uma resina composta com diferentes tratamentos térmicos.

MIYASHITA, E.*, CASTRO-FILHO, A. A., ITINOCHE, M. K., GIANNINI, V., VAZ, L. G.,
ARAÚJO, M. A. J.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP.

O propósito deste estudo foi de comparar a resistência a flexão de um cerômero (Targis - Ivoclar), de um material estético para restaurações indiretas e de uma resina composta para restaurações diretas (Tetric Ceram - Vivadent) usando diferentes tratamentos térmicos. Quatro grupos de nove amostras cada foram obtidos, medindo 15 mm x 2 mm x 1 mm. (G1) Targis - polimerizado segundo as recomendações do fabricante; (G2) Tetric Ceram - fotopolimerizado durante 40 s (1.000 mW/cm²); (G3) Tetric Ceram - fotopolimerizado e autoclavado durante 12 minutos a 120ºC, com pressão máxima de 1,8 kgf/cm2 e (G4) Tetric Ceram - fotopolimerizado e aquecido sob calor seco em estufa durante 15 minutos a 100ºC. As amostras foram armazenadas em água destilada a 37ºC durante 14 dias e submetidas a teste mecânico em uma máquina de ensaios universal (MTS) a uma velocidade de 0,75 mm/min., carregando a amostra em sua região central sobre a sua superfície mais larga, mantendo uma distância de 10 mm entre os apoios. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística (ANOVA). Os resultados (G1 = 142,631 MPa; G2 = 137,663 MPa; G3 = 127,590 MPa e G4 = 130,511 MPa) demonstraram não haver diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p = 0,140).

A220

Avaliação do módulo de elasticidade de resinas compostas após tratamento térmico.

BUSO, L.*, CASTRO-FILHO, A. A., MIYASHITA, E., NEISSER, M. P., FIGUEIREDO, A. R., BALDUCCI, I., ARAÚJO, M. A. J.

FOSJC – UNESP. Tel.: (0**11) 284-1868.

Neste estudo objetivou-se analisar a influência do tratamento térmico no módulo de elasticidade de duas diferentes resinas compostas. A partir de uma matriz metálica foram confeccionados dezoito corpos-de-prova para os seguintes materiais: Z100 (3M) e Surefil (Dentsply), com as dimensões de 1 mm x 2 mm x 15 mm. Nove corpos-de-prova de cada grupo receberam tratamento térmico em estufa a 100ºC durante período de 15 minutos e nove não sofreram nenhum tipo de tratamento. As amostras foram armazenadas em água destilada à temperatura de 37ºC durante 14 dias e submetidas ao teste mecânico em máquina de ensaio universal à velocidade de 0,75 mm/min., carregando a amostra em sua região central sobre a sua superfície mais larga, mantendo uma distância de 10 mm entre os apoios. Os resultados obtidos com o teste Two-Way mostraram maiores valores do módulo de elasticidade para resina Z100 (19,43 e 18,77 GPa) em relação à resina Surefil (18,73 e 15,96 GPa), com e sem tratamento térmico respectivamente.

A análise estatística dos dados permitiu concluir que houve diferença entre as resinas compostas e que o tratamento térmico influenciou no módulo de elasticidade dos materiais testados.

A221

Avaliação da aderência de biofilme a materiais estéticos indiretos.

SILVA NETO, D. R.*, KIMPARA, E. T., GONÇALVES, A. R., BUSO, L., JORGE, A. O. C., TAKAHASHI, F. E.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166. E-mail: domicioneto@hotmail.com

Uma nova geração de materiais têm sido indicados para uma variedade de restaurações estéticas (“inlays”, “onlays”, facetas laminadas, coroas e próteses fixas não-extensas). Dentre as características destes materiais, o acúmulo de biofilme em sua superfície polida torna-se relevante, por ser uma das principais causas de insucessos, como cáries recorrentes e doença periodontal. Neste trabalho, observamos a formação de biofilme, in vitro, na superfície dos materiais: Solidex (Shofu) e Cerâmica Omega 900 (Vita), com a finalidade de comparar, qual material apresentaria maior aderência bacteriana. 15 corpos-de-prova (cp) cilíndricos de cada material, com dimensões de 6,0 mm x 6,0 mm, foram imersos em meio de cultura sacarosado por 24 horas, 72 horas e 7 dias. Os cp foram secos e corados com fucsina diluída a 2%. Os resultados foram obtidos através de análise visual em estereomicroscópio. Observou-se mínima diferença visual entre a quantidade aderida de biofilme nos dois materiais. Uma maior espessura de biofilme ocorreu com o tempo de 7 dias de imersão, em ambos os materiais. Atribuiu-se escores de 0 a 4 para quantificar os resultados e permitir análise estatística dos dados, através do teste não-paramétrico de Mann-Whitney.

Conclui-se que ambos os materiais acumularam grande quantidade de biofilme. A resina Solidex, apresentou uma película mais compacta com maior formação de colônias bacterianas, enquanto que a Cerâmica mostrou uma deposição mais homogênea, com menor granulação. Não houve diferença estatística significante entre os materiais (p = 0,647). (Apoio: FAPESP - Processo nº 00/10511-2).

A222

Ligas de Ni-Cr, amálgama com alto teor de cobre e implantes osseointegrados.

COSTA, V.*, GUIMARÃES, M. M., BOTTINO, M. A., GUASTALDI, A. C., QUINTAS, A. F.,
NISHIKA, R. S.

FOSJC – UNESP. E-mail: mmguima@uol.com.br

O propósito desse trabalho foi avaliar, in vitro, o efeito da liga de Ni-Cr e do amálgama com alto teor de cobre na união entre o “abutment” e o implante de titânio. Trinta amostras foram colocadas em uma solução de NaCl 0,9%, pH 6 a 37ºC. Estas amostras foram divididas em dois grupos: Grupo I – “abutment” + implante com a liga de Ni-Cr, Grupo II – “abutment” + implante com o amálgama de alto teor de cobre, e posteriormente divididas em três subgrupos de acordo com o tempo de imersão na solução, 30, 60 e 90 dias. Após a remoção das amostras da solução, estas foram submetidas a análise por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de energia dispersiva (EDS). A solução foi também analisada quimicamente após cada período mencionado por espectroscopia de absorção atômica (AAS). Os resultados revelaram que após cada período todas as amostras mostraram microinfiltrações progressivas dos componentes da solução de NaCl. Aos 90 dias, independentemente da liga usada ocorreu uma leve perda de titânio (<< 0,007 mg/l) observada pelo AAS.

Baseados nos resultados obtidos, concluímos que os metais não-preciosos podem promover galvanização pela interação com a solução, podendo estas microinfiltrações interferir na durabilidade dos componentes dos implantes osseointegrados.

A223

Curvas térmicas de resinas acrílicas durante polimerização por energia de microondas.

HILGERT, E.*, CAVALCANTI, B. N., SUTERIO, R., BARROS, E. A., TAKAHASHI, F. E.,
NEISSER, M. P.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166. E-mail: ehilgert@yahoo.com

A polimerização de resinas acrílicas através de energia de microondas vem se tornando uma alternativa bastante viável e prática, reduzindo o tempo de processamento de próteses totais. Apesar disto é observada, em muitos casos, presença de porosidade, que pode ser associada à ebulição do monômero (100,8ºC) devido a temperaturas elevadas durante o ciclo. Em vista disto, neste estudo foi registrado, com monitoramento contínuo, a temperatura interna da massa de resina em função de 4 ciclos de polimerização em forno de microondas – 1) 3 min. a 475 W; 2) 13 min. a 95 W versus 1,5 min. a 475 W; 3) 3 min. a 475 W + carga mínima de 150 ml de água; 4) 7 min. a 95 W versus 7 min. a 95 W – com a finalidade de analisar o comportamento térmico da massa de resina. Para tal, foram confeccionados corpos-de-prova simulando uma condição clínico-laboratorial, sobre modelos-padrão de maxila edêntula em gesso-pedra tipo III, que foram incluídos em mufla própria. Na inclusão, foram posicionados 7 termopares nas regiões de palato e rebordo alveolar, que foram conectados a um computador capaz de registrar, gráfica e continuamente, as temperaturas da massa de resina acrílica nos tempos e potências determinados.

Os resultados foram submetidos a tratamento estatístico ANOVA, permitindo concluir que: o ciclo 1 apresentou os maiores valores de temperatura, seguido do ciclo 2, 3 e 4. Apenas o ciclo 4 não ultrapassou a temperatura de ebulição do monômero. Foi observado menor incremento de temperatura quando foi colocada a carga mínima de água junto à mufla.

A224

Retenção da resina composta a pinos de fibra: efeito do jateamento.

QUINTAS, A. F.*, GIANNINI, V., GUIMARÃES, M. M., OLIVIERI, K., FIGUEIREDO, A. R., BOTTINO, M. A.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP.

O objetivo desse estudo foi verificar o efeito do jateamento na superfície de pinos de fibra de vidro na retenção da resina composta de preenchimento. Foram utilizados vinte pinos de fibra de vidro (Luscent Anchors, Dentatus) no experimento. Uma matriz em resina acrílica foi usinada para a adaptação dos pinos, contendo um espaço de 3,0 mm na região correspondente à extremidade coronária para a inserção da resina composta de preenchimento. Metade dos pinos recebeu a resina composta de preenchimento (Grupo I); a outra metade recebeu jateamento com óxido de alumínio (50 mm, a 1,0 mm de distância) em 3,0 mm da extremidade coronária antes da confecção do núcleo de preenchimento (Grupo II). O ensaio de tração foi feito em uma máquina MTS-810 com o auxílio de um dispositivo para que a carga fosse aplicada no longo eixo do dente, sob velocidade de 0,05 mm/min. A carga foi aplicada até o deslocamento ou a fratura da resina composta de preenchimento. Os resultados revelaram que não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos.

Concluímos que o jateamento não influiu na retenção da resina composta de preenchimento a pinos de fibra de vidro.

A225

A influência da ciclagem mecânica na interface ceramo-cerâmica.

DIAS, A. H. M.*, OLIVIERI, K. N., GIANNINI, V., TAKAHASHI, F. E., KIMPARA, E. T.,
BOTTINO, M. A.

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Unesp. E-mail: ahmdias@bol.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar in vitro a influência da ciclagem mecânica na interface da infra-estrutura cerâmica e o revestimento cerâmico. 10 amostras foram confeccionadas de forma cilíndrica. A parte correspondente a infra-estrutura (Cergogold/Degussa), apresenta as dimensões de 5 mm de comprimento, sendo 4 x 4 mm de diâmetro e 1 x 5 mm de diâmetro, na extremidade. O revestimento cerâmico (Duceragold/Degussa) apresenta 3 x 4 mm de diâmetro. As amostras foram armazenadas em água destilada e dividas em 2 grupos: 1- sem ciclagem mecânica (grupo controle) e, o 2 - com ciclagem mecânica que foram submetidos a ciclagem, numa atmosfera aquosa (água destilada) recebendo uma força de 5 N, no sentido axial, freqüência de 20 Hz, durante 50.000 ciclos, e em seguida, foram submetidos ao teste de resistência ao cisalhamento, na mesma máquina (MTS - 810 Material Test System). Os resultados demonstrados nos grupos 1 e 2, observaram valores médios de tensão máxima (MPa) de 30,83 e 26,58, respectivamente. Os valores foram submetidos ao teste “t” (Student), não apresentando diferença estatisticamente significante.

Os autores concluíram que a ciclagem mecânica não reduziu significantemente a resistência na interface ceramo-cerâmica avaliada.

A226

Distorção de estruturas sobre implantes soldadas a laser e brasagem.

COSTA, E. M. V.*, NEISSER, M. P., BOTTINO, M. A.,CARVALHO, M. C., BONDIOLI, I. R.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, r. 1305. E-mail: neisser@iconet.com.br

Próteses sobre implantes osseointegrados requerem critério de fabricação preciso devido à ausência de tecidos periodontais que compensam erros menores de relacionamento. Em um arco mandibular edêntulo em aço-cromo, foram fixados cinco análogos de pilares de implante, paralelos entre si, com distância de 10 mm medidos centro a centro. Sobre estes foram instalados cilindros de ouro, pré-torneados e parafusados com torque de 10 N/cm. Foram executadas 10 sobre-estruturas divididas em três grupos: GC - adaptação de 25 cilindros de ouro; GB - segmentos soldados por brasagem (5 estruturas); GL - segmentos soldados a laser (5 estruturas). Observou-se os grupos sob microscópio de mensuração no eixo y e a medição foi realizada na vestibular e lingual de cada cilindro, anotadas em tabela própria. Os dados obtidos foram submetidos a ANOVA e ao teste de Tukey.

Para o eixo y, a técnica de soldagem a laser apresentou menor distorção (média = 2,99 e desvio-padrão = 1,89) do que a técnica de brasagem (média = 4,47 e desvio-padrão = 1,78).

A227

Influência do tratamento térmico na resistência à flexão de materiais restauradores estéticos diretos.

CASTRO FILHO, A. A.*, MIYASHITA, E., ITINOCHE, M. K., BALDUCCI, I., KIMPARA, E. T., ARAÚJO, M. A. J.

FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 323-5467.

A resistência à flexão de um material está diretamente ligada a tensão máxima que esse material pode suportar antes da ruptura. A finalidade dessa pesquisa foi avaliar a influência do tratamento térmico na resistência à flexão de resinas compostas utilizadas para restaurações diretas em dentes posteriores. Para a realização do ensaio mecânico foram selecionados dois tipos de materiais resinosos, uma resina micro-híbrida convencional (Z100/3M) e uma resina compactável (Surefil/Dentsply). Foram confeccionados 18 corpos-de-prova de cada material com dimensões de 1 mm x 2 mm x 10 mm, sendo 9 expostos ao calor seco em uma estufa durante 15 min. sob 100ºC de temperatura e 9 não sofreram nenhum tipo de tratamento térmico. As amostras foram armazenadas em água destilada à temperatura de 37ºC, durante 14 dias e submetidas ao teste mecânico em uma máquina de ensaio universal à velocidade de 0,75 mm.min–1. Os resultados obtidos demonstraram maiores valores para os grupos que sofreram tratamento térmico (184,92 MPa) quando comparado ao outro grupo (154,08 MPa).

Concluiu-se que o tratamento térmico influencia na resistência à flexão dos materiais resinosos, com diferença estatisticamente significante no nível de 5%.

A228

Estudo da alteração dimensional em silicones polimerizados por reação de condensação.

ALMEIDA, E. E. S.*, CASTRO FILHO, A. A., HILGERT, E., OYAFUSO, D. K., NISHIOKA, R. S., KIMPARA, E. T.

DMOP – FOSJC – UNESP.

O objetivo deste trabalho foi estudar a alteração dimensional de silicones por reação de condensação, submetidos a diferentes meios de armazenagem dos moldes em um modelo padrão com diferentes características morfológicas axiais. Utilizou-se a técnica de moldagem da massa densa/material leve em dois estágios, utilizando casquetes metálicos para alívio com espessura padronizada de 2,0 mm para a moldagem preliminar. Os modelos confeccionados em gesso-pedra tipo IV foram mensurados em um projetor de perfil, com ampliação de 10 X e suas medidas comparadas as do modelo padrão, sendo os resultados obtidos, submetidos a ANOVA ao nível de significância de 5%.

Concluiu-se que o silicone Coltoflax-Coltex imerso em água, originou modelos estatisticamente mais largos que o 3M também imerso em água e que a característica axial, com angulação de 6º e sulco em forma de “v”, originou modelos mais largos estatisticamente que o pilar cilíndrico; os materiais Optosil-Xantopren e Speedex originaram modelos mais altos estatisticamente do que o 3M e a imersão dos moldes em água, originou modelos mais altos que os moldes mantidos em condições ambientes; não foi encontrada diferença estatisticamente significante, quando se analisou as medidas entre os pilares dos modelos de gesso, para qualquer condição experimental estudada.

A229

Efeito da oxidação prévia na união metalocerâmica, utilizando uma liga de paládio-prata.

DEKON, S., VIEIRA, L. F., ZAVANELLI, A. C., PELISSER, J.*

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3200. E-mail: dekon@foa.unesp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a propriedade resistência de união metalocerâmica em uma liga seminobre de paládio-prata, marca comercial Pors-on IV, frente a diferentes tempos de oxidação prévia (0, 5, 10 e 15 minutos) à aplicação de três sistemas cerâmicos (Duceram, Willians, Noritake). Utilizou-se um teste de cisalhamento modificado a partir do teste proposto por Shell; Nielsen (J Dent Res, v. 41, n. 6, p. 1424-37, 1962).

Frente aos resultados obtidos chegou-se as seguintes conclusões: 1) Tanto os grupos controles como os grupos experimentais não exibiram diferenças estatisticamente significantes entre si. 2) As maiores mé­dias de resistência ao cisalhamento foram obtidas nos grupos I (Duceram - sem oxidação prévia), II (Duceram - oxidação prévia de 5 minutos) e VI (Willians - oxidação prévia de 5 minutos). 3) As menores médias foram encontradas nos grupos que utilizaram o sistema Noritake, independente do uso ou não de tratamento térmico de oxidação prévia.

A230

Substituição do ácido fosfórico por “primer” autocondicionante em adesivos simplificados.

FRANCCI, C.*1, PERDIGÃO, J.2, CARRILHO, M. R. O.3, LOPES, M.2

1Departamento de Materiais Dentários – Universidade Ibirapuera; 2University of Minnesota, EUA; 3 Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. E-mail: francci@uol.com.br

O objetivo deste estudo foi comparar a resistência máxima à microtração (RMT) de sistemas adesivos aplicados à dentina condicionada por ácido fosfórico ou por um “primer” autocondicionante. O condicionamento ácido convencional ou com o “primer” autocondicionante foi realizado em superfícies dentinárias planas. Os grupos estudados foram: (1) Clearfil SE Bond (SE, controle); (2) H3PO4/Single Bond; (3) H3PO4/One Coat Bond; (4) H3PO4/Excite; (5) SE Primer/Single Bond; (6) SE Primer/One Coat Bond; (7) SE Primer/Excite. Após a reconstrução das coroas com Herculite XRV, os espécimes foram armazenados em água a 37ºC por 24 h. Para o ensaio de RMT os espécimes foram obtidos através de cortes de 1 mm de espessura e a região da interface reduzida a uma área de secção de 0,8 ± 0,2 mm². Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de contraste de Tukey (letras em destaque, p << 0,05). Resultados em MPa (Média ± DP): Grupo1: 47,9a ± 19,1; Grupo 2: 47,5a ± 13,8; Grupo 3: 36,3b ± 10,9; Grupo 4: 21,4c ± 8,1; Grupo 5: 52,2a ± 6,9; Grupo 6: 38,3b ± 9,5; Grupo 7: 11,6d ± 2,3. Excite resultou em menor resistência de microtração que os outros adesivos. Excite resultou em maior resistência adesiva quando a dentina foi condicionada com ácido fosfórico do que quando condicionada com Clearfil SE Bond “primer”. O teste de microtração para Single Bond e para One Coat não depende do pré-tratamento da dentina.

Algumas formulações específicas de sistemas adesivos dentinários podem ser usadas com condicionamento ácido total ou com “primers” autocondicionantes.

A231

Rugosidade superficial: resina termopolimerizável submetida ao polimento químico.

KAIZER, R. O. F.*, SILVA, L. C. F., MELO, G. C., BRAUN, K. O.

Departamento de Odontologia Restauradora – UFSM; Departamento de Materiais Dentários – FOUSP.

É desejável que próteses confeccionadas em resina acrílica possuam superfícies lisas, proporcionando facilidade de limpeza e conforto ao paciente. O polimento químico é uma alternativa ao polimento mecânico convencional. Segundo GOTUSSO et al. essa técnica era importante porque permitia o polimento interno das próteses fazendo com que estas fossem menos lesivas aos tecidos. Este estudo avaliou a rugosidade superficial (Ra) de corpos-de-prova de resinas termopolimerizável convencional (Vipi) submetidas a diferentes tratamentos. Foram confeccionadas 10 amostras para cada grupo, com dimensões de 2,0 cm x 2,0 cm x 5,0 mm. Estas foram divididas em 4 grupos: (G1) resina Vipi termopolimerizável sem tratamento, (G2) resina Vipi termopolimerizável com acabamento e polimento mecânico, (G3) resina Vipi termopolimerizável sem acabamento e com polimento químico e o (G4) resina Vipi termopolimerizável com acabamento e com polimento químico. Sendo que o grupo G1 e G2 são os grupos controles de ambos, respectivamente. A rugosidade superficial foi verificada pelo rugosímetro Surftest 211 (Mitutoyo) e os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e comparados pelo teste de Tukey (significância de 5%). Os resultados foram (em Ra): G1 = 0,90 = 1: 0,42 (a); G2 = 0,28 = 1: 0,11 (b); G3 = 1,15 = 1: 0,27 (c); G4 = 1,03 = 1: 0,08 (a).

Avaliando os dados concluiu-se que o polimento químico apresentou superfície menos lisa quando comparado às superfícies polidas mecanicamente e sem tratamento.

A232

Selamento marginal apical de canais irradiados com Er e Nd e obturados com AH Plus.

BEZERRA, A. G.*, ARAKI, A. T., CALDEIRA, C. L.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839.

A utilização do laser vem ganhando crescente importância na prática odontológica, inclusive na área endodôntica, atuando na desinfecção e experimentalmente até no preparo de canais radiculares. A ação de diferentes tipos de laser resulta em alterações representadas, ora por aumento da permeabilidade dentinária (Er:YAG), ora pela diminuição com fusão e recristalização da dentina (Nd:YAG). Neste sentido, este estudo avaliou, através da infiltração apical de corante, a influência da irradiação com dois tipos de laser, na qualidade do selamento apical de obturações endodônticas. Para isto, foram utilizados 36 raízes de dentes unirradiculares que após preparadas com o sistema ProFile até o instrumento # 40, foram divididas em 4 grupos experimentais e 2 grupos controle, onde procedeu-se da seguinte forma previamente à obturação: G1- irradiado com Er:YAG; G2- irradiado com Nd:YAG; G3- irradiado com Er:YAG seguido de Nd:YAG, G4- não foi irradiado. Após impermeabilização externa e secagem, os espécimes foram obturados com uma técnica de condensação vertical a frio, utilizando AH Plus como cimento, sendo logo em seguida imersos em azul de metileno a 0,5%, para posterior clivagem. Os valores lineares de infiltração marginal apical foram obtidos com o auxílio de um microscópio óptico acoplado a um computador e dos programas Vid Cap 32 e Image Lab 98.

A análise dos dados mostrou a não-existência de diferenças estatisticamente significantes (p >> 0,05) entre os diferentes grupos, evidenciando a não-influência do laser na qualidade de selamento para essa hipótese experimental.

A233

Avaliação clínica de compômeros em cavidades classe V: estudo de três anos.

CARDOSO, M. V.*, RUSSO, E. M. A., CARVALHO, R. C. R., SANTOS, M. G., PAGLIARI, A. F.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7843.

O objetivo deste estudo foi de analisar o comportamento clínico dos compômeros Dyractâ (Dentsply) e Compoglassâ (Vivadent) e da resina composta Z100â (3M) em lesões cervicais não-cariosas. Um total de 90 restaurações foram realizadas in vivo, sendo 30 com cada um dos três materiais estudados, conforme as orientações dos fabricantes. Os casos foram clinicamente analisados depois de 1, 2 e 3 anos de acordo com o critério USPHS (US Public Health Service). Retenção, recidiva de cárie, cor, adaptação marginal, forma anatômica e descoloração marginal foram as características consideradas. Os dados foram obtidos na forma de escores e submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis através do programa GMC 8.1. Após 2 e 3 anos, os resultados encontrados mostraram uma diferença estatisticamente significante entre o compômero Compoglassâ e a resina composta Z100â quanto à forma anatômica (p << 0,01). Por outro lado, nenhuma diferença foi observada entre os materiais quanto aos outros aspectos estudados.

Concluímos que os compômeros comportaram-se de maneira clinicamente satisfatória quando comparados às resinas compostas, apesar do maior desgaste de superfície apresentado pelo Compoglassâ.

A234

Efeito de diferentes formas de selamento da dentina na adaptação marginal de restaurações diretas e indiretas.

SOARES, A. B.*, ANDRADE, O. S., ANDRADE, R. M., DE GOES, M. F.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP - SP.

O propósito deste estudo foi avaliar a adaptação marginal de restaurações diretas e indiretas confeccionadas em resina composta condensável após selamento da dentina por diferentes formas de aplicação do agente adesivo. Preparos do tipo “inlay” foram confeccionados em dentes bovinos e divididos em três grupos de 10. No Grupo 1 foi usado o ácido fosfórico a 35%, o adesivo Prime & Bond 2.1 NT, fotoativado por 10 s, e um único incremento da resina Surefil fotoativada por 40 s. No Grupo 2, as paredes cavitárias foram isoladas e a resina Surefil foi aplicada em um único incremento. Após polimerização as restaurações foram removidas. As cavidades foram preparadas com ácido, adesivo e as restaurações unidas com o cimento resinoso Calibra. No Grupo 3, a hibridização das paredes da cavidade foi feita antes do isolamento. Após o selamento, as restaurações foram unidas seguindo o procedimentos do Grupo 2. A solução “Caries Detector” foi gotejada  sobre cada restauração. A penetração do corante foi observada em uma lupa estereoscópica e o valor percentual de penetração foi obtido pela proporção entre o comprimento da penetração do corante pelo comprimento total da cavidade. As amostras também foram observadas em MEV. Os valores foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (p >> 0,05) e não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre si. Em MEV não foi observado fenda nas margens cavo-superficiais e paredes internas entre dentina e restauração. Bolhas de ar foram observadas na interface entre o cimento e a restauração e dentro destes materiais.

A235

Liberação e retomada de flúor de diferentes materiais restauradores.

NAMEN, F.*, GALAN Jr., J.

Departamento de Odontotécnica – UFF.

A presente pesquisa teve como objetivo estudar a liberação de flúor de alguns materiais restauradores que contêm flúor. Foram escolhidos três compômeros (Compoglass, F2000 e Dyract), um ionômero quimicamente ativado (Vidrion R), uma resina com carga mineral (Degufil Mineral) e uma resina composta híbrida como controle (TPH). Foram determinados os tempos de 24 horas, 7, 30, 60, 90 e 180 dias para observação das liberações de flúor individualizadas. Os corpos-de-prova foram obtidos através de uma matriz de teflon padronizada e os materiais foram manipulados de acordo com as instruções dos fabricantes. Após a presa, os corpos-de-prova, seis para cada material, foram imersos separadamente em 5 ml de água deionizada e armazenados para o período. Findo o período de observação, os corpos eram transferidos para nova solução e assim subseqüentemente até o período final estabelecido. A quantidade de fluoreto liberada foi analisada em analisador de flúor Procyon mod. AS 720 após a adição de Tisab III. A análise estatística foi obtida através da análise de variável (ANOVA) e teste de Tukey.

Por esse estudo verificou-se que houve diferenças significativas de liberação de flúor entre os materiais analisados (p >> 0,5).

A236

Avaliação in vitro da microinfiltração de três sistemas adesivos em restaurações classe II com resina composta.

COSTA, J. F.*, PIMENTA, L. A. F., COSTA, E. L., CASANOVAS, R. C., BARON, G. M. M.,
BEDRAN, A. K.

UNICAMP; UFMA. E-mail: balc@ig.com.br

A proposta deste estudo foi investigar in vitro a microinfiltração marginal em restaurações classe II realizadas com três sistemas adesivos e resina composta em dentes bovinos. Setenta e cinco cavidades classe II, do tipo “slot vertical” foram preparadas, com margem gengival localizada 1,0 mm além da junção esmalte/cemento, numeradas e divididas aleatoriamente em três grupos distintos de acordo com o sistema adesivo utilizado: Grupo SBMP - sistema adesivo múltiplos frascos, Scotchbond Multi-Uso (3M); Grupo PB2.1 - sistema adesivo frasco único, Prime & Bond 2.1 (Dentsply); grupo CLB2V - sistema adesivo autocondicionante, Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray). As cavidades foram restauradas com resina composta Tetric Ceram (Vivadent) com três incrementos, polidas e os dentes, adequadamente impermeabilizados, foram submetidos a 1.000 ciclos em água destilada nas temperaturas de 5oC-55oC e corados com azul de metileno por 4 horas, seccionados nos centro das restaurações e analisados em lupa estereoscópica. Os resultados através das somas somas das ordens foram: Grupo SBMP - 936,50; Grupo PB2.1 – 1.053,00; Grupo CLB2V - 860,50. Embora o Clearfil Liner Bond 2V tenha apresentado melhor performance, o teste de Kruskal-Wallis revelou não possuir estatisticamente diferença significante na microinfiltração, para a = 0,4531 e p = 0,05.

Concluiu-se, que os três sistemas adesivos estudados não foram capazes de evitar completamente a microinfiltração, e o adesivo autocondicionante comportou-se da mesma forma que os adesivos que utilizam ácido fosfórico como condicionador.

A237

Contração de polimerização: efeito da técnica de inserção da resina composta e do fator C.

LOGUERCIO, A. D.*, BALLESTER, R. Y.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: aloguercio@hotmail.com

Foram avaliados: 1) contração linear de polimerização (CLP); 2) os efeitos da CLP sobre 2.1) a largura média das frestas interfaciais; 2.2) a resistência coesiva (RC) e 2.3) adesiva (RA) de uma resina (Z250) variando a técnica de inserção (TI) e o fator C (FC). Cavidades de 4 x 4 x 2 mm (Fator C = 3/C3) ou superfícies dentinárias planas (4 x 4 x 2 mm) (Fator C = 0,3/C0) de incisivos bovinos receberam o mesmo volume de resina, após a aplicação do adesivo Single Bond, inserida em uma (B) ou três porções (I), e polimerizadas com 600 mW/cm2 por 80 s. A CLP foi medida pelo método do disco deflectivo modificado. As frestas foram medidas (aumento de 400 X) nas fatias (FF) obtidas após o 1º corte das restaurações, e nos palitos (FP) resultantes do 2º corte. RA e RC foram obtidas por microtração dos palitos em uma máquina Kratos (0,5 mm/min). A tabela apresenta os resultados (média ± desvio-padrão) após a análise de variância e teste de Tukey (a = 0,05).

FC/TI

CLP (%)

RC (MPa)

RA (MPa)

FF (mm)

FP (mm)

C3/I

1,57 ± 0,10 b

96,5 ± 12,5 d

31,3 ± 12,0 f

12,4 ± 5,2 j

8,1 ± 3,9 h

C3/B

1,95 ± 0,08 c

98,4 ± 22,1 d

34,9 ± 12,1 f

13,9 ± 5,8 j

9,4 ± 5,2 h

C0/I

1,05 ± 0,04 a

93,7 ± 13,9 d

 37,3 ±   9,2 e

5,15 ± 2,9 i

4,6 ± 2,8 g

C0/B

0,98 ± 0,05 a

89,8 ± 14,1 d

39,9 ± 13,8 e

4,68 ± 2,4 i

4,5 ± 2,3 g

1) A CLP foi influenciada pela TI apenas no maior FC; 2) RA, FF e FP foram significantemente influenciados pelo FC. (Apoio: FAPESP - Processo nº 99/05124-0.)

A238

Efeito de diferentes tratamentos na força de adesão ao esmalte.

RUSSO, E. M. A.*, CARVALHO, R. C. R., ANDRADE, A. P., CAMPOS, K. C.

Departamento de Dentística – FOUSP - SP. Tel.: (0**11) 3091-7839. E-mail: emarusso@fo.usp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos de limpeza na força de adesão ao esmalte. Trinta e dois incisivos centrais e laterais, foram inseridos em resina acrílica e foram divididos em 4 grupos de 8 espécimes cada. Todas as superfícies de esmalte receberam um desgaste, por 20 segundos, com IAD nº 2.068, sendo a caneta de alta rotação lubrificada por 3 segundos a cada desgaste. Os grupos receberam os seguintes tratamentos: G-I - “spray” ar/água (SA/A) por 20 s; G-II - (SA/A) por 20 s, profilaxia por 5 s, (SA/A) por 10 s; G-III - (SA/A) por 20 s, profilaxia por 5 s, (SA/A) por 10 s; Tergensol (um detergente biológico) por 5 s, (SA/A) por 10 s; G-IV - (SA/A) por 20 s, profilaxia por 5 s, (SA/A) por 10 s, EDTA-T por 5 s, (SA/A) por 10 s. Foi aplicado o sistema adesivo Single Bond (3M). Uma matriz de teflon com diâmetro de 3 mm foi fixada na superfície do esmalte para limitar a área a ser restaurada com resina Z250 (3M). Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas, termociclados e submetidos à tração em uma máquina Instron. A análise de variância e o teste de Tukey foram usados para comparar os vários grupos (p << 0,05). Resultados em MPa: G-I (controle): 18,5; G-II: 19,4; G-III: 25,3; G-IV: 27,5. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos I e II e entre os grupos III e IV. Os grupos III e IV mostraram diferença estatisticamente significante em relação aos grupos I e II.

Pudemos concluir que a limpeza com Tergensol ou com EDTA-T foi capaz de aumentar a força de adesão ao esmalte.

A239

Avaliação da resistência à tração de um sistema adesivo dentinário autocondicionante com duas técnicas de utilização.

CASSONI, A.*, CAPP, C. I., NAVARRO, R. S., MOLDES, V. L., YOUSSEF, M. N.

Departamento de Dentística – FOUSP - SP - Brasil. E-mail: acassoni@fo.usp.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a resistência à força de tração do novo sistema adesivo dentinário Prompt L-Pop (Espe - German), utilizando duas técnicas de fotopolimerização propostas pelo fabricante. Foram confeccionados 20 corpos-de-prova através do desgaste vestibular de pré-molares incluídos em resina acrílica. A superfície dental foi desgastada com lixas de carboneto de silício em politriz refrigerada a água. Esses 20 dentes incluídos e desgastados foram divididos em 2 grupos de 10 dentes cada: grupo 1 (adesivo fotopolimerizado) e grupo 2 (adesivo não-fotopolimerizado). Para o grupo 1, o adesivo foi fotopolimerizado durante 20 segundos imediatamente após a sua aplicação. O corpo-de-prova de resina composta Z100 (3M) foi realizado com formato tronco-cônico invertido de 4 mm de altura e área adesiva de 3 mm através de uma matriz de teflon e a resina composta foi inserida em incrementos, fotopolimerizados 40 s. Para o grupo 2 somente após a aplicação do adesivo, colocação da matriz de teflon e inserção da primeira camada de resina era realizada a fotopolimerização. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC durante 24 horas. Foi realizado o teste de tração na máquina de ensaio universal, com velocidade de 0,5 mm/min. e carga de 500 N. Os resultados de resistência adesiva às forças de tração do Grupo 1 foram 3,89 MPa (± 1,49) e do Grupo 2 foram 3,69 MPa (± 1,59).

Conclui-se não haver diferenças nas formas de aplicação do sistema adesivo auto-condicionante Prompt L-Pop indicadas pelo fabricante.

A240

Descolamento espécime-garra em teste de microtração.

MEIRA, J. B. C.*1, BALLESTER, R. Y.1, LIMA, R. G.2

1Departamento de Materiais Dentários – FOUSP; 2Departamento de PME-EPUSP.
 Tel.: (0**11) 3091-7840. E-mail: jo@fo.usp.br

Um problema freqüente durante o teste de microtração [TMT], quando aplicado em espécimes muito resistentes, é o descolamento espécime-garra. O objetivo foi estudar, por análise de elementos finitos, a distribuição de tensões na cola que une o espécime à garra, visando dar alternativas que diminuam a perda de espécimes por descolamento. Na simulação, validada pela concordância com os dados experimentais de Bianchi (Tese Doutorado, 1999), os espécimes foram submetidos à tensão nominal de 85,5 MPa e colados por apenas um dos lados. Analisou-se a influência de variações no módulo de elasticidade da garra [EG] e da cola [EC] sobre as máximas tensões de tração [MT] e de cisalhamento [MC] desenvolvidas na cola. Os resultados são apresentados na tabela.

EG/EC (GPa)

MT (MPa)

MC (MPa)

EG/EC (GPa)

MT (MPa)

MC (MPa)

200/4

40,2

21,8

200/2

36,2

20,2

100/4

40,0

21,7

100/2

36,1

20,2

  10/4

37,5

20,3

  10/2

34,6

19,3

A cola é mais solicitada quando a garra é constituída por um material mais rígido, sugerindo que, para evitar o descolamento dos espécimes em TMT, é preferível utilizar garras de menor rigidez. (Apoio: FAPESP - Processos nº 99/09977-8 e 99/09978-4.)

A241

Adaptação marginal de restaurações indiretas em compósito fixadas com resinas de ativação dupla.

ANDRADE, O. S.*, SILVA, F. A., DE GOES, M. F.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP - SP.

O objetivo deste estudo foi avaliar a adaptação marginal de restaurações indiretas em compósito fixadas com cimentos resinosos de ativação dupla. Molares humanos foram desgastados a fim de se obter uma superfície plana em dentina. Foram realizados preparos tipo “inlay” em dentina, seguido de moldagem e obtenção de modelos em gesso. As restaurações foram confeccionadas em compósito Targis nos modelos e divididos em dois grupos de 20. No Grupo 1 foi usada a resina Panavia F e no Grupo 2 a resina Rely X. Após a polimerização das resinas foi realizado acabamento e polimento dos espécimes. A solução Caries Detector foi gotejada sobre cada restauração. A penetração do corante foi observada e captada em uma lupa estereoscópica e transferida para um computador com um programa de mensuração e o valor percentual de penetração foi obtido pela proporção entre o comprimento da penetração do corante pelo comprimento total da cavidade multiplicado por 100. Resultados mostraram que a resina Panavia F apresentou média de 22,17% e a resina Rely X 36,78% para penetração do corante. Os valores foram submetidos ao teste de Mann-Whitney (p >> 0,05) e não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre si. Metade dos espécimes de cada grupo foram submetidos à análise em MEV e mostrou ausência de fendas entre dentina e restauração tanto na parede interna como na parede externa para ambos os cimentos. Bolhas de ar e porosidades foram observadas em áreas das superfícies oclusais, independente do tipo de material fixador.

A242

Avaliação in vitro da capacidade de penetração de corantes usados em ensaios de microinfiltração.

CAMARGO, D. A. A.*, SINHORETI, M. A. C.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP – Piracicaba - SP, Brasil.

A proposta deste estudo foi avaliar, in vitro, a capacidade de penetração de corantes utilizados em ensaio de infiltração marginal. Foram utilizados 25 dentes terceiros molares, livres de defeitos superficiais, sendo que estes foram cobertos com duas camadas de esmalte para unhas, permanecendo apenas uma abertura de aproximadamente 4 mm², localizada na junção amelocementária das faces proximais de cada elemento dental. Estes dentes foram divididos em cinco grupos, de acordo com o tipo de corante utilizado: Grupo 1 - azul de metileno a 0,5% tamponado, Grupo 2 - azul de metileno a 0,5%, Grupo 3 - fucsina básica a 0,5 %, Grupo 4 - nitrato de prata a 50%, Grupo 5 - azul de metileno a 2% tamponado. Após seccionados no sentido mésio-distal, foram analisados em lupa estereoscópica, onde a penetração do corante foi quantificada em escores. Estes resultados foram submetidos ao teste estatístico não-paramétrico de Kruskal-Wallis (p << 0,05) e os seguintes resultados foram obtidos: em esmalte, não houve penetração de corante em nenhum grupo. Em dentina, os grupos 2 e 4 apresentaram as maiores médias para penetração dos corantes, não diferindo estatisticamente entre si. O grupo 2 apresentou diferença estatística dos grupos 1, 3 e 5, enquanto o grupo 4 não apresentou diferença com o grupo 1, mas foi diferente estatisticamente dos grupos 3 e 5.

Pôde-se concluir que as substâncias corantes diferem em sua capacidade de penetração em dentina e que o tamponamento pode influenciar esta capacidade.

A243

Influência das fases da resina na adaptação de bases polimerizadas com o dispositivo RS de contenção.

CONSANI, S.*, CONSANI, R. L. X., DOMITTI, S. S., CORRER SOBRINHO, L.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A estabilidade dimensional das bases de prótese total pode ser afetada por diversos procedimentos. Este estudo verificou a adaptação de bases de prótese total superior sob influência das fases da resina acrílica Clássico, proporcionada de acordo com as instruções do fabricante. Foram feitas quinze bases de cera, divididas em 3 grupos de 5 elementos, de acordo com as fases da resina acrílica (fibrilar, plástica e borrachóide). Após prensagem final nas fases propostas, em muflas metálicas, com auxílio do dispositivo RS de contenção, as bases de resina foram polimerizadas em água aquecida a 74ºC por 9 horas. As bases foram retiradas das muflas, acabadas e fixadas nos modelos com adesivo instantâneo Super Bonder. Os conjuntos modelo-base foram seccionados lateralmente nas regiões correspondentes à distal de caninos (A), mesial dos primeiros molares (B) e palatina posterior (C). A desadaptação da base de resina ao modelo de gesso foi verificada com microscópio comparador linear (Leitz), com precisão de 0,001 mm, em cinco pontos referenciais para cada corte. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%).

Os autores concluíram que: 1- houve diferença estatística significativa (p << 0,05) na adaptação das bases confeccionadas nas fases plástica (0,173 mm), fibrilar (0,219 mm) e borrachóide (0,272 mm); 2- os maiores valores de desajuste nos cortes foram obtidos na fase borrachóide (A = 0,249 mm, B = 0,252 mm e C = 0,315 mm) e os menores na plástica (A = 0,119 mm e C = 0,240 mm), exceção do B, sem diferença estatística entre plástica (0,167 mm) e fibrilar (0,185 mm).

A244

Influência do tempo pós-fixação na resistência ao cisalhamento de bráquetes colados com diferentes mate­riais.

CORRER, G. M.*, CORRER-SOBRINHO, L., CONSANI, S., SINHORETI, M. A. C.

Departamento de Materiais Dentários – FOP – UNICAMP.

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento (RC) da união, nos tempos pós-fixação de 10 min. e 24 h de quatro materiais para colagem de bráquetes. Foram utilizados 64 pré-molares humanos embutidos em resina. As faces vestibulares de 32 pré-molares foram condicionadas com ácido fosfórico a 35%, por 30 s e os bráquetes foram colados na superfície do esmalte com Concise Ortodôntico (3M) e Z100 (3M). Em 32 pré-molares os bráquetes foram colados, sem condicionamento das faces vestibulares, com ionômero de vidro Fuji I (GC) e Fuji Ortho LC (GC). Após a fixação dos bráquetes, 32 corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC, em estufa, por 10 min. e o restante por 24 h. Após o tempo de armazenamento, os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento numa máquina de ensaio universal numa velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos à ANOVA e ao teste de Tukey (p << 0,05). De acordo com os dados obtidos, os maiores valores de RC aos 10 min. e 24 h foram observados com a resina composta Concise Ortodôntico (6,22 e 7,73 MPa), com diferença estatisticamente significativa em relação ao Fuji Ortho LC (3,32 e 5,10 MPa), Z100 (2,72 e 4,51 MPa) e Fuji I (2,52 e 4,54 MPa). Nenhuma diferença estatística foi observada entre os Fuji Ortho LC, Z100 e Fuji I (p << 0,05).

Pôde-se concluir que, o Concise Ortodôntico apresentou maiores valores de RC em relação aos outros três materiais para colagem, nos tempos de 10 min. e 24 h; e, os valores obtidos no período de 24 h foram superiores em relação ao de 10 min., para todos materiais.

A245

Estudo in vivo e in vitro do vedamento marginal em restaurações de resina composta em cavidades de classe V.

BADINI, S. R. G.*, ARAUJO, R. M.

Dentística – Faculdade de Odontologia – UNESP - São José dos Campos. Tel.: (0**13) 3288-4298.

A finalidade deste trabalho foi verificar a possível infiltração marginal, em restaurações de classe V, restauradas com resina composta e dois sistemas adesivos, in vivo e in vitro. No estudo in vitro, foram realizados dois testes laboratoriais: 1) termociclagem, empregando-se 300 ciclos/30 s em banhos entre 5º a 55ºC e, 2) estudo in vitro utilizando-se termociclagem mais carga de 33 kgf/100 ciclos, em 60 pré-molares humanos. Os preparos tiveram dimensões de 3 mm x 2 mm x 2 mm. Os dentes para os testes in vitro foram divididos em quatro grupos de dez dentes cada: grupo 1- aplicação de carga e termociclagem com o adesivo Single Bond; grupo 2- aplicação de carga e termociclagem com o adesivo Prime & Bond NT; grupo 3- aplicação de termociclagem com o adesivo Single Bond; grupo 4- aplicação de termociclagem com adesivo Prime & Bond NT. Para os estudos in vivo, formaram-se dois grupos: grupo 5- adesivo Single Bond; grupo 6- adesivo Prime & Bond NT. Os dentes permaneceram em função por sessenta dias e fora extraídos. Ficaram imersos em solução de nitrato de prata a 50% por 24 horas, expostos à luz fluorescente em solução reveladora, e analisados quanto a microinfiltração. Os escores utilizados foram de 0 a 4.

Pelas estatísticas da mediana e Kruskal-Wallis, observou-se: a) a carga não influenciou significantemente a infiltração nos testes in vitro; b) a infiltração in vivo foi maior, que as encontradas in vitro; c) nenhum sistema adesivo foi capaz, de prevenir, a microinfiltração; d) não houve diferença estatisticamente significante de infiltração, entre os dois adesivos. (Apoio: CAPES.)

A246

Adesão à dentina com laser de Er:YAG e adesivos autocondicionantes.

TANJI, E. Y.*, YAMADA Jr., A. M., MYAKI, S. I.

Departamento de Dentística – FOUSP; Disciplina de Odontopediatria – UBC. E-mail: edgartanji@hotmail.com

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar os efeitos da irradiação do laser de Er:YAG sobre a adesão da resina composta à dentina após a utilização de dois sistemas adesivos autocondicionantes. Foram utilizados 60 incisivos bovinos, que tiveram a dentina vestibular exposta por desgaste por meio de politriz. As amostras foram divididas em quatro grupos de 15 espécimes. G1: sistema adesivo Prompt L-Pop (LP); G2: laser de Er:YAG + LP; G3: sistema adesivo Etch & Prime 3.0 (EP); G4: laser de Er:YAG + EP. Todas as amostras receberam a aplicação da resina composta Z100. Os parâmetros de irradiação do laser de Er:YAG (KaVo Key Laser) foram de 60 mJ de energia, 4 Hz de taxa de repetição, modo desfocalizado (20 mm da lente ao tecido alvo), com refrigeração água-ar. Os testes de tração foram realizados com aparelho Instron. Os resultados obtidos demonstram os seguintes valores: G1: 13,88 ± 7,11 MPa; G2: 11,35 ± 5,35 MPa; G3: 7,28 ± 2,05; G4: 8,93 ± 3,53 MPa. A análise estatística (ANOVA a 5%) indicou que houve diferença significante entre os G1 e G3 e entre G2 e G4.

Concluiu-se que a irradiação do laser de Er:YAG não interferiu na adesão. O sistema adesivo LP propi­ciou maiores valores de adesão.

A247

Acúmulo de placa bacteriana e rugosidade superficial em resinas ionoméricas.

LEITE Jr., F. H. C.1, PAULILLO, L. M. S.*1, SANTOS, C. T.2, CURY, J. A.1

1FOP – UNICAMP; 2ESALQ – USP - Piracicaba - SP. E-mail: paulillo@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar sistemas de acabamento para materiais híbridos, no acúmulo de placa bacteriana in situ e na rugosidade superficial in vitro. Foram testados os sistemas acabamento, tira matriz, discos Sof-Lex, pontas Viking e Enhance, e duas resinas compostas modificadas por poliácidos, Compoglass F - Vivadent e Dyract AP - Dentsply. Para o acúmulo de placa bacteriana in situ, foram selecionados dez voluntários, para os quais foram confeccionados dispositivos palatinos em acrílico, onde foram fixados quatro amostras, uma de cada grupo experimental. Durante oito semanas, os voluntários utilizaram o dispositivo por três dias, gotejando solução de sacarose a 20% oito vezes ao dia. No quarto dia, a placa formada sobre cada corpo-de-prova foi extraída em NaOH 1,0 M e quantificada em espectrofotômetro. Para avaliação da rugosidade, após o acabamento, realizou-se a leitura no rugosímetro (Ra). O teste t de Student revelou que o Dyract AP apresentou maior acúmulo de placa bacteriana, com diferença estatística significativa do Compoglass F.

Entre os sistemas de acabamento, não houve diferença estatística significativa quanto ao acúmulo de placa bacteriana. Na avaliação in vitro, o teste de Duncan mostrou que as maiores médias de rugosidade foram apresentadas pelos tratamentos tira matriz e Sof-Lex, com diferença estatística das pontas Viking e Enhance. Os materiais híbridos não apresentaram diferenças estatísticas significativas entre si em relação a rugosidade superficial. (Apoio financeiro: FAPESP - Processo 99/05187-2.)

A248

Efeito da idade dos dentes na resistência adesiva.

CHAVES, P.*, GIANNINI, M., AMBROSANO, G. M. B.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. E-mail:pchaves@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi investigar o efeito da idade dentinária na resistência à tração do sistema adesivo Prime & Bond NT. Vinte e cinco terceiros molares foram divididos em cinco faixas etárias (n = 5): até 20 (G1), 21-30 (G2), 31-40 (G3), 41-50 (G4) e acima de 51 (G5). Os dentes foram seccionados na altura da metade da coroa clínica, no sentido transversal, perpendicularmente ao longo eixo e abrasionados com lixas Si-C de granulação 600. Sobre as superfícies dentinárias foi aplicado o sistema adesivo de acordo com instruções do fabricante, e um bloco de compósito (THP Spectrum) de aproximadamente 7 mm de altura foi confeccionado de maneira incremental. Em seguida, os dentes foram armazenados por 24 horas em água destilada a 37ºC. Após este período, foram seccionados no sentidos mésio-distal e vestíbulo-lingual, transversalmente à interface adesiva, para obtenção dos espécimes. Cada espécime foi testado individualmente em um dispositivo para microtração (0,5 mm/min.). Os dados foram expressos em MPa e submetidos à ANOVA (p << 0,05). As médias ± DP foram: G1- 21,42 ± 7,52a; G2- 30,14 ± 10,19a; G3- 31,69 ± 11,78 a; G4- 30,69 ± 8,47 a e G5- 35,66 ± 9,53a.

Os resultados sugerem que não houve diferença estatística significativa na resistência à tração entre as faixas etárias estudadas. (Apoio financeiro: FAEP/PRP – UNICAMP – 0574/00.)

A249

Resistência à fratura de dentes decíduos restaurados com diferentes tipos de retenção intracanal.

CASELLATTO, C.*, GIOMETTI, C. F., WANDERLEY, M. T., RODRIGUES FILHO, L. E., RODRIGUES, C. R. M. D.

Disciplina de Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7835.

O objetivo desta pesquisa foi avaliar diferentes técnicas de retenção intracanal, utilizadas na reconstrução de dentes decíduos anteriores. Raízes de incisivos decíduos, tratadas endodonticamente, foram restauradas com resina Z100 e diferentes formas de retenção intracanal, sendo cada grupo composto de 10 dentes, a saber: G1- pinos FKG, G2- pino com macrorretenção proposto por Rodrigues et al. (1995), G3- fio ortodôntico 0,6 em formato de a, G4- pinos feitos com fragmentos de raízes de dentes decíduos, G5- pinos de Ribbond e G6- preenchimento com a resina composta. Os pinos foram cimentados com cimento resinoso (Dual Cement - Vivadent). A resistência à fratura foi testada por ensaio de cisalhamento, em máquina de ensaio universal (Riehle), com carga aplicada à velocidade de 6 mm/min. Os valores de ruptura foram submetidos à análise de variância, que mostrou não existir diferenças significantes entre as diferentes técnicas (G1-13,4 ± 3,4, G2- 12,7 ± 3,4, G3- 10,5 ± 3,9, G4- 10,7 ± 2,8, G5- 12,0 ± 5,8 e G6- 10,5 ± 3,9).

Concluiu-se que as diferentes técnicas de retenção intracanal utilizadas em dentes decíduos mostraram resistência semelhante à fratura.

A250

A porcentagem de contração de polimerização linear é uma constante?

SCHROEDER, M.*, LOGUERCIO, A. D., FRANCO, L. L., BALLESTER, R. Y.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: aloguercio@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar se os valores de porcentagem de contração linear de polimerização (%CLP) de uma resina (Herculite XRV cor A3 - Kerr) se alteram em função de: 1) o fator C da resina que polimeriza; 2) o total de mJ/cm2 recebidos na ativação. Os espécimes tinham formato cilíndrico (diâmetro 2 mm), com alturas de 2 mm (fator C = 0,5) ou 4 mm (fator C = 0,25). A luz ativadora incidiu perpendicularmente ao eixo dos cilindros (n = 5) por 15, 30, 60, ou 120 s com 300 ou 600 mW/cm2. A %CLP na direção do eixo dos cilindros aos 5 min. (média ± desvio-padrão, na tabela), foi obtida com extensômetro (Instron). A análise de variância revelou diferenças significantes (p << 0,000) para os dois fatores principais e não significantes para a interação. O teste de Tukey (p << 0,05) permitiu estabelecer as diferenças significantes, representadas na tabela pelas letras diferentes que acompanham cada média (letras gregas para comparações dentro colunas e latinas para comparações dentro de linhas).

Fator C

Energia de Ativação (mJ/cm2)

 

4.500

9.000

18.000

36.000

72.000

0,25

 0,94 ± 0,09 (a a)

0,99 ± 0,05 (a a)

1,09 ± 0,08 (a b,c)

1,12 ± 0,06 (a c)

1,11 ± 0,09 (a c)

0,50

1,25 ± 0,11 (b a)

1,29 ± 0,09 (b a)

1,29 ± 0,12 (b b,c)

1,34 ± 0,10 (b c)

1,38 ± 0,06 (b c)

Concluiu-se que: a %CLP é maior em espécimes de maior fator C e em espécimes ativados com maior energia. (Apoio: FAPESP – processos 00/005500-0 e 99/05124-0 e CAPES.)

A251

O potencial do laser de hólmio na oclusão dos túbulos dentinários.

BACHMANN, L.*, ROSSI, W., ZEZELL, D. M.

Centro de Lasers e Aplicações – IPEN/CNEN - SP. Tel.: (0**11) 3816-9313. E-mail: bachmann@net.ipen.br

A exposição dos túbulos dentinários na região cervical da raiz gera desconforto e dor aos pacientes. O objetivo deste trabalho é avaliar o potencial de uso do laser de hólmio associado com um fotoiniciador em ocluir túbulos dentinários na região do cemento cervical pela fusão do tecido duro. A superfície do cemento de raízes humanas foi irradiada com laser de hólmio pulsado (2.065 nm). Como fotoiniciador foi utilizado nanquim aplicado com um pincel na região que seria irradiada. As amostras foram divididas em um Grupo Controle (cemento natural); Grupo A (irradiado sem fotoiniciador) e Grupo B (irradiado com fotoiniciador). Foram usadas densidades de energia abaixo do limiar de ablação do cemento e para avaliar as mudanças nas superfícies das amostras utilizou-se microscopia eletrônica de varredura. Nos resultados observou-se a formação de uma camada uniforme de tecido duro ressolidificado no Grupo B, enquanto que para as mesmas densidades de energia tal efeito não é observado no Grupo A, onde foi aplicado somente o laser. A formação desta camada ressolidificada é originária de uma efetiva transferência de energia do laser através do fotoiniciador para a estrutura mineral em forma de energia térmica, o que não ocorreria na ausência do mesmo.

Em regime subablativo o laser de hólmio associado com o fotoiniciador forma uma camada superficial ressolidificada uniforme podendo ocluir os túbulos dentinários e assim ser utilizado como coadjuvante em técnicas para a redução da hipersensibilidade dentinária. (Agradecimento a FAPESP, CNPq e RHAE pelo suporte financeiro.)

A252

Diferenças de cor (DE) de resinas acrílicas para mesmas finalidades.

BALLESTER, R. Y.*, ZANATTA, E. C., MUENCH, A., GRANDE, R. H. M.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: ryballes@fo.usp.br

Propõe-se avaliar diferenças de unidades de cor (DE) entre resinas acrílicas de mesmas cores nominais. Alguns indivíduos conseguem distinguir 0,5 DE, e outros só acima de 3 DE. As resinas ensaiadas foram: duas cor-de-rosa (Clássico - RoCl; Vipi - RoVi) e três da cor 66 (Clássico - 66Cl; Vipi - 66Vi; Duralay - 66Du). Os espécimes apresentaram 6 mm de espessura e 10 mm de diâmetro. Inicialmente determinaram-se os parâmetros de cor (L*, a*, b*), por meio do espectrofotômetro 968 (X-Rite, EUA), que levaram às diferenças de cor (DE = [(DL)2 + (Da)2 + (Db)2]1/2). A tabela da esquerda apresenta as médias dos parâmetros de cor. Os dados DE foram submetidos à análise de variância (p << 0,001). As médias de DE (n = 6) foram comparadas pelo teste de Tukey (p << 0,05) e encontram-se na tabela da direita.

Conclusões: entre resinas cor de rosa pode haver semelhança visual; entre marcas de cor 66 as discrepâncias visuais foram altíssimas.

A253

Resistência à tração de cinco cimentos de ionômero de vidro.

RAGGIO, D. P.*, NAVARRO, R. S., IMPARATO, J. C. P., MATOS, A. B.

Departamento de Odontopediatria – FOUSP.

O objetivo desse estudo foi avaliar a resistência à força de tração de cinco cimentos de ionômero de vidro à superfície dentinária de dentes decíduos. Foram confeccionados 50 corpos-de-prova, a partir de 25 molares decíduos, secionados no sentido mésio-distal, incluídos em resina acrílica e desgastados até exposição de dentina superficial. Os espécimes foram divididos em 5 grupos (n = 10): G1 - Chem Flex; G2 - Fuji IX; G3 - Ketac Molar; G4 - Vidrion N; G5 - Vidrion R. Os materiais foram manipulados seguindo as recomendações dos fabricantes e inseridos em matriz de teflon com 4 mm de altura. Após o tempo de presa e a proteção mecânica do material, os corpos-de-prova foram armazenados em água por 24 h, em temperatura ambiente. A seguir foi realizado o teste de tração, na máquina de ensaio universal Mini Instron (modelo 4442), com velocidade de 0,5 mm/min., carga de 500 N. O padrão de fratura ocorrido foi avaliado em lupa estereoscópica (25 X). Após análise estatística (ANOVA e teste de Tukey), a média dos valores de resistência (MPa) e os desvios-padrão foram: G1 - 3,86 (± 1,92); G2 - 4,46 (± 1,56); G3 - 3,72 (± 1,35); G4 - 2,31 (± 0,90); G5 - 3,20 (± 1,30). Não houve diferença estatisticamente significante (p >> 0,025) entre os grupos avaliados, exceto no G2 (Fuji IX) quando comparado ao G4 (Vidrion N). Em 100% da amostra pode-se observar presença do material na superfície dentinária, indicando modo de fratura coesivo no material restaurador.

A254

Avaliação da termociclagem em estudo de microinfiltração em dentes decíduos.

PINHEIRO, S. L.*, DE BENEDETTO, M. S., MENDES, F. M., IMPARATO, J. C. P.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP - SP. Tel.: (0**11) 3091-7854. E-mail: p-sérgio@siso.fo.usp.br

Nos estudos in vitro de microinfiltração, as amostras passam por ciclagem térmica para tentar simular as variações de temperatura presentes na boca. No entanto, ainda não se sabe a relação entre o número de ciclos e as verdadeiras situações que ocorrem no ambiente bucal. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a microinfiltração em restaurações de resina composta confeccionadas em dentes decíduos que foram submetidos a ciclagem térmica e em dentes decíduos utilizados em mantenedores de espaço; assim como verificar a relação entre o tempo de utilização do aparelho e o número de ciclos no estudo in vitro. Dentes decíduos naturais foram selecionados e acrilizados com os aparelhos. Nestes dentes foram realizadas restaurações classe V, com resina composta Z100 e sistema adesivo Prime & Bond 2.1. Após 3 meses de uso, os aparelhos foram substituídos por novos. Foram realizadas restaurações da mesma forma descrita acima em 40 caninos decíduos e estes foram divididos em 4 grupos para ciclagem térmica (0, 100, 500 e 700 ciclos a 5-55ºC).Todos os dentes foram imersos no corante azul de metileno 0,5% por 4 horas, seccionados e examinados em lupa estereoscópica.

Após aplicação do teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis, na parede incisal observamos que 500 ciclos térmicos não apresentaram diferenças significantes com a cavidade bucal, entretanto, nenhum ciclo foi diferente significantemente com a boca ao nível de 1%, 100 ciclos 0,5% e 700 ciclos 5%. Na parede gengival a única variação significante foi a comparação entre 0 e 700 ciclos, com 1% de significância.

A255

Rugosidade superficial entre dois materiais após diferentes técnicas de polimento.

TAKEUTI, M. L.*, RAGGIO, D. P., RODRIGUES, C. R. M. D.

Disciplina de Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7835. E-mail: marysa@mailcity.com

A proposta deste estudo in vitro foi verificar a rugosidade superficial do Ariston pHc (Vivadent), com liberação de íons F, Ca e OH, segundo informações do fabricante, e compará-lo a uma resina composta Z100 (3M), ambos submetidos a diferentes técnicas de polimento. Foram confeccionados 12 corpos-de-prova de cada material (2,5 mm x 4 mm de diâmetro), e polimerizados por 40 segundos em cada superfície. Após armazenados em água destilada, 37ºC, por 24 horas, os espécimes foram divididos em 4 grupos: Grupo  1- sem tratamento superficial (controle); Grupo 2- polimento com Super Snap (Shofu); Grupo 3- polimento com discos Sof-Lex (3M); Grupo 4- polimento com pontas de silicone Enhance (Dentsply). Cada corpo-de-prova foi submetido a 6 leituras, na escala Ra, utilizando-se o rugosímetro Surftest 211 (Mitutoyo). Após as leituras, os dados foram submetidos a análise de variância.

Sem polimento

Super Snap

Sof-Lex

Enhance

0,29

0,18

0,21

0,48

a b

a

a

b

De acordo com os resultados, não houve diferença estatística quanto à rugosidade entre os materiais (p >> 0,05), e com relação aos sistemas de polimento, as pontas Enhance apresentaram valores de rugosidade maiores quando comparado ao Sof-Lex e ao Super Snap (p << 0,05).

A256

Contaminação microbiana em bisnagas de resina composta em consultório odontológico.

ROMÃO, W. J.*, MIRANDA Jr., W. G., GUIMARÃES, J. G. A., MAYER, M. P. A.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP; FOUFF; ICB – USP. E-mail: waldyr@fo.usp.br

O controle de infecção em consultório odontológico pode ser realizado por meio da limpeza e esterilização do instrumental, desinfecção ou cobertura de superfícies e equipamentos e colocação de barreiras de proteção. Outro fator a ser analisado é a possibilidade de contaminação de bisnagas contendo material restaurador, que poderiam ser veículo de infecção cruzada. No presente estudo foram analisados os níveis de contaminação da ponta de bisnagas de resina composta. Imediatamente após o uso pelo profissional, as pontas de 4 bisnagas foram cortadas com discos de aço estéreis e inseridas em tubos contendo meio de transporte VMGA III. Como controle, foi analisada também uma bisnaga sem uso. As amostras foram enviadas para o laboratório e manipuladas em até 24 h após a coleta. Após a dispersão em agitador de tubos, alíquotas foram inoculadas em duplicata na superfície de ágar Mitis salivarius, seguindo-se incubação em condições de microaerofilia, em estufa a 37ºC por 48 h. A contaminação por saliva foi detectada, observando-se colônias características de estreptococos orais nas placas.

Foi constatada contaminação por saliva nas pontas testadas (níveis de contaminação superiores a 6 x 105 UFC de estreptococos), exceto na ponta controle. Os achados sugerem que o uso destes materiais deva seguir um protocolo rígido para evitar a contaminação cruzada.

A257

Estudo da retenção entre dentes artificiais e resinas acrílicas para dentaduras ativadas termicamente e por microondas.

BATALIN, F.*, MAEKAWA, M. Y., MONTEIRO, J. A., MELONCINI, M. A.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**15) 232-1390.

O objetivo do presente trabalho foi o de estudar a adesão entre dentes de acrílico e base de resina acrílica, por meio de ensaios de tração utilizando espécimes feitos com duas marcas de dentes artificiais de resina: Biotone (Dentsply) e Orthosit (Ivoclar), dois tipos de resina uma polimerizada por microondas, a Onda Cryll (Clássico Artigos Odontológicos) e outra termicamente ativada, a Clássico (Clássico Artigos Odontológicos) e verificar ainda a influência do tratamento com monômero das superfícies dos dentes, antes da prensagem da resina acrílica.

Frente aos dados obtidos podemos concluir que existem diferenças na resistência à remoção entre as marcas de dentes testada independente das resinas utilizadas; os diferentes modos de ativação das resinas para base de dentaduras não proporcionam diferenças na resistência à tração; o uso do tratamento da superfície com monômero sobre os dentes, antes da inclusão, aumenta a união à resina, principalmente para os dentes da marca Orthosit (Ivoclar) e os dentes da marca Biotone (Dentsply) quando processados por banho de água quente, e com superfície pincelada com monômero antes da inclusão apresentaram os melhores resultados no estudo realizado.

A258

Análise de monômero residual em resinas compostas por RMN1H.

CORRÊA, I. C.*, BRUNO, M. I. T., MIRANDA Jr., W. G.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP; Instituto de Macromoléculas Eloísa Mano – UFRJ. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: ivo@fo.usp.br

A presença de monômero não-reagido após a polimerização de resinas compostas causa a diminuição das propriedades mecânicas e biológicas. O objetivo deste estudo foi avaliar o percentual de monômero residual sob o efeito da variação do tempo de fotoativação de resinas compostas, através de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio, em solução (RMN1H). Foram confeccionados corpos-de-prova cilíndricos (d = 5 mm e h = 3 mm), com as resinas Z250, Fill Magic, Durafill e A110 (cor A2), fotoativados por 20, 40 e 80 s, com o aparelho Optilux 401 (500 mW/cm2). Os c.p. foram solubilizados em clorofórmio deuterizado, com tempo de extração de 24 h, e analisados em um espectrômetro Varian Mercury 300. Os espectros de hidrogênio mostraram percentual de monômero não-reagido em todos os c.p., após a extração, pela detecção de sinais em 5,6 e 6,1 ppm, dos grupos CH2=.

 

Z250

Fill Magic

Durafill

A110

20 s

2,45

4,5 

7,27

7,76

40 s

1,98

2,48

5,91

4,24

80 s

1,55

2,22

4,74

3,36

Nos tempos indicados pelo fabricante, a Z250 e a Fill Magic apresentaram valores similares de % monômero não-reagido e, também, menores quando comparados aos da Durafill e da A110. (PRONEX – CNPq – 0327.00/00 e CAPES.)

A259

Avaliação clínica de 5 resinas compostas em dentes posteriores: análise de 1 ano.

BUSATO, A. L. S.*, LOGUERCIO, A. D., REIS, A., RODRIGUES FILHO, L. E.

Departamento de Dentística – ULBRA - RS; Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: ale@fo.usp.br

Avaliou-se o desempenho clínico de restaurações, classe I e II, de resina composta em dentes posteriores após um ano. A amostra consistiu de 16 adultos, com no mínimo 5 dentes a serem restaurados, que consentiram em participar do estudo após serem esclarecidos pelos pesquisadores. Os materiais utilizados para realizar as 84 restaurações foram: 1- Solitaire + Solid Bond (n = 18); 2- Alert + Bond-1 (n = 14); 3- Surefil + Prime & Bond NT (n = 21); 4- P60 + Single Bond (n = 17); 5- TPH + Prime & Bond 2.1 (n = 14). Cada produto foi empregado de acordo com o indicado pelo fabricante, sob isolamento absoluto. Após acabamento e polimento, dois examinadores avaliaram após uma semana (“baseline”) e um ano, com base no critério USPHS modificado. Os dados foram submetidos a um teste qui-quadrado (p << 0,05). Todos os participantes retornaram após um ano. Nos itens retenção, integridade e adaptação marginal, sensibilidade pós-operatória e lesões de cárie secundária, todos os materiais receberam “Alfa”. Demais resultados: 1) 6 restaurações fraturadas, sendo 4 de TPH e 2 de Solitaire; 2) 24 restaurações com o corpo manchado, sendo 10 de Solitaire, 8 de Alert e 6 de TPH e foram classificadas como “Bravo”; 3) 6 restaurações foram classificadas quanto à textura superficial como “Bravo”, todas da Alert. As diferenças foram estatisticamente significativas (p << 0,05) em todas as condições.

Concluiu-se que: as resinas compostas Surefil e P60 apresentaram um desempenho clínico excelente; para as resinas TPH, Solitaire e Alert a performance clínica foi satisfatória. (Apoio: FAPESP – Processo nº 99/05124-0 e CNPq.)

A260

Resistência ao cisalhamento de adesivos dentinários fotoativados.

MUZILLI, C. A.*, MUTARELLI, P. S., MELONCINI, M. A., CARDOSO, P. E. C.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**15) 232-1930.

O estudo in vitro avaliou a resistência ao cisalhamento de dois adesivos dentinários, utilizando duas formas de carregamento em cisalhamento, isto é, por cinzel e por meio de fio ortodôntico, comparando simultaneamente o material e a metodologia. Vinte e quatro dentes humanos, recém-extraídos foram limpos, incluídos em resina acrílica e foram lixados até expor uma superfície dentinária plana e divididos em dois grupos. Para a área de adesão na dentina foram feitos cones de resina composta, de três milímetros de diâmetro. O Etch & Prime 3.0 (EP) e o 3M Single Bond (SB) foram aplicados respectivamente ao primeiro e segundo grupos de dentes. Depois de estar armazenado em água à temperatura ambiente durante 24 horas, as amostras foram submetidas ao teste de cisalhamento por fio ortodôntico. Os mesmos dentes então, foram reembutidos em resina acrílica e lixados, e uma nova superfície de dentina apareceu em cada dente. As amostras foram preparadas com os mesmos adesivos e as mesmas combinações do experimento anterior. Depois de 24 horas submergidas em água à temperatura ambiente os corpos foram submetidos ao ensaio de cisalhamento por cinzel.

Após a análise dos resultados podemos concluir que os valores de força em cisalhamento com adesivo EP foram significativamente inferiores (p << 0,01) em relação ao adesivo SB para os dois tipos de carregamento. Para o adesivo EP, os valores por cinzel foram superiores (p << 0,01), enquanto para o adesivo SB não houve uma diferença significante. A discrepância nos valores determinados pelo uso de cinzel foi menor. Houve uma correlação significante da resistência estimada nos mesmos dentes (p << 0,01).

A261

Estudo in vitro do desgaste de restaurações de diversos materiais em dentes decíduos.

VILLALTA, P. M. B., RODRIGUES, C. R. M. D.*

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7854. E-mail: crmdrodr@fo.usp.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar o desgaste de materiais restauradores em dentes decíduos. Faces vestibulares ou linguais, de dentes decíduos, foram aplainadas mantendo esmalte. Após inclusão em blocos de resina, preparou-se na área central, uma cavidade cilíndrica de 3,3 mm de profundidade por 2,2 mm de diâmetro, restauradas com: resina composta Filtek Z250, resina modificada por poliácido Dyract AP, cimento de ionômero de vidro reforçado por resina Vitremer e amálgama Dispersalloy. Os corpos-de-prova, 8 em cada grupo, foram submetidos à ciclagem mecânica e avaliados após 400.000 e 800.000 ciclos. A avaliação foi feita por 3 examinadores, que repetiram o exame em dois momentos distintos, comparando o degrau formado entre o dente e a restauração, pelos critérios da escala de modelos ML, com intervalo de 25 micrômetros. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância. O cimento de ionômero de vidro, Vitremer, apresentou o maior valor médio de desgaste (41,4 micrômetros), sendo estatisticamente superior aos demais, que foram semelhantes entre si (Filtek Z250 = –2,1 micrômetros; Dispersalloy = 2,8 micrômetros; Dyract AP = 9,6 micrômetros). A resina composta Filtek Z250 foi o único material que desgastou menos que o esmalte, observando-se degrau negativo entre o dente e o material restaurador, não sendo desejável seu uso em dentes decíduos.

A262

Efeitos de vários agentes polidores na pigmentação de compósitos compactáveis.

REIS, A. F.*, GIANNINI, M., LOVADINO, J. R., AMBROSANO, G. M.

Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: reisandre@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de diferentes agentes polidores na susceptibilidade à pigmentação de diferentes compósitos para dentes posteriores. Amostras com os compactáveis Solitaire, Alert, Surefil e o micro-híbrido Z250 foram preparadas e polidas com as pastas Ultralap (UL) e Poli I e II (PP), borrachas abrasivas Enhance (EN) e Politip (PO), pontas diamantadas (PD), e multilaminadas (MU). Os espécimens foram imersos em uma solução de corante azul de metileno a 2% por 24 horas e preparados para o ensaio de espectrofotometria. Os resultados foram estatisticamente analisados pela ANOVA e teste de Tukey (p << 0,05). Os resultados de pigmentação em mg/ml mostraram diferenças estatísticas significativas, e estão apresentados na tabela abaixo:

Para a maioria dos agentes de acabamento e polimento utilizados, a resina Z250 apresentou a menor absorção de corante. (FAPESP – processo nº 00/01792-8.)

A263

Rugosidade superficial e pigmentação do esmalte submetido ao clareamento.

CAVALLI, V.*, ARRAIS, C. A. G., GIANNINI, M., AMBROSANO, G. M. B.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – Unicamp. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: vcavalli@yahoo.com

Altas concentrações do peróxido de carbamida são indicadas para o clareamento em consultório, com a finalidade de reduzir a freqüência e o tempo de aplicação. Os objetivos deste estudo foram avaliar a rugosidade superficial e susceptibilidade à deposição de corante em esmalte após o clareamento com Opalescence 35% - Ultradent (O35) e Whiteness 37% - FGM (W37). Vinte e quatro espécimes obtidos de terceiros molares íntegros foram divididos aleatoriamente em dois grupos experimentias, O35 e W37, e um controle (C) não clareado (n = 6). As amostras dos grupos O35 e W37 foram submetidas à aplicação do peróxido por 30 min. diários, por 4 dias, com intervalos de 72 h entre as aplicações, de acordo com as recomendações dos fabricantes. Após cada sessão, os espécimes clareados foram armazenados em saliva artificial, enquanto as amostras do grupo controle permaneciam constantemente nesta solução. O teste de rugosidade foi realizado antes e após o tratamento, e a análise de deposição de corante, através do teste de espectrofotometria. Os dados foram analisados através da ANOVA e teste Tukey (p << 0,05). Os resultados de rugosidade inicial (mm) foram: C- 0,120 ± 0,024a; O35- 0,104 ± 0,031a; W37- 0,095 ± 0,015a e final: C- 0,129 ± 0,032a; O35- 0,158 ± 0,055b; W37- 0,118 ± 0,057a. Em relação à deposição de corante (mg/ml), os resultados foram: C- 0,046 ± 0,006A; O35- 0,071 ± 0,026AB e W37- 0,224 ± 0,167B.

As amostras tratadas com O35 mostraram aumento significativo na rugosidade e as clareadas com W37 apresentaram maior deposição de corante em relação ao controle, embora semelhantes ao grupo O35.

A264

Espessura da camada híbrida em dentina desmineralizada e não-condicionada.

ARRAIS, C. A. G.*, GIANNINI, M.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: cesararrais@zipmail.com.br

A formação de camada híbrida na dentina intertubular representa o principal mecanismo de união dos sistemas adesivos. Este estudo avaliou a micromorfologia e espessura da camada híbrida formada em dentina por sistemas adesivos com prévio condicionamento ácido e autocondicionantes. Os adesivos dentinários foram aplicados seguindo as recomendações dos fabricantes, em superfícies dentinárias oclusais de dentes terceiros molares humanos hígidos planificadas e abrasionadas em lixa de Si-C de granulação 600, promovendo a formação de “smear layer” padronizada. Os espécimes foram preparados e analisados em microscopia eletrônica de varredura em magnificação de 2.000 X (DSM 940 A/Zeiss). Os dados foram analisados estatisticamente através da ANOVA e teste de Tukey (p << 0,05). Os sistemas adesivos proporcionaram diferentes espessuras de camada híbrida e os valores médios obtidos foram (mm): Scotchbond MP Plus (SM): 7,41 ± 1,24a; Single Bond (SB): 5,55 ± 0,82b; Etch & Prime 3.0 (EP): 3,86 ± 1,17c e Clearfil SE Bond (CB): 1,22 ± 0,45d.

Os resultados sugerem que o sistema adesivo convencional de três etapas (SM) seguido pelo adesivo de frasco único (SB) exibiram as camadas híbridas mais espessas, enquanto os adesivos autocondicionantes, EP e CB exibiram as mais finas camadas híbridas, respectivamente.

A265

Fraturas adesivas em esmalte exposto ou não a Coca-Cola®.

DE SOUZA, F. L.*, PADILHA, D. M. P., DE SOUZA, M. A. L.

PUCRS. Tel.: (0**5l) 233-8778. E-mail: carollo@zaz.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar através da microscopia eletrônica de varredura (MEV) o diagnóstico clínico e microscópico de fratura adesiva. As coroas de 20 terceiros molares superiores humanos retidos foram cortadas em 2 partes. Metade da amostra serviu como controle e a outra metade foi exposta ao refrigerante (200 minutos - intermitente). Cones de resina (Transbond XT - 3M/Unitek) foram colados ao esmalte. O teste de resistência de união foi realizado 24 horas após a colagem. A resistência de união no grupo controle (x = 17,94 ± 6,34 MPa) foi significantemente menor do que no grupo exposto (x = 24,03 ± 6,89 MPa) (p << 0,05). Após o teste de resistência de união os dentes foram examinados ao microscópio óptico (40 X) e separados de acordo como tipo de fratura (coesiva em esmalte, coesiva em resina ou adesiva). As peças classificadas como fratura adesiva foram selecionadas e examinadas ao MEV.

Os espécimes classificados ao microscópio óptico com fraturas adesivas apresentaram, ao MEV, a combinação de fraturas coesiva em esmalte, coesiva em resina e adesiva, não havendo diferença entre grupo controle e exposto ao refrigerante.

A266

Resistência à corrosão de ligas odontológicas submetidas à desinfecção.

SCHALCH, M. V.*, ADABO, G. L., CRUZ, C. A. S., VAZ, L. G.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6415. E-mail: adabo@foar.unesp.br

Pouca atenção tem sido dada aos trabalhos protéticos que circulam entre clínicos e técnicos, representando real perigo de infecção cruzada. Existem algumas orientações de como desinfetar moldes, modelos e próteses totais, mas não há um protocolo de tratamento de peças protéticas metálicas. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da desinfecção ou esterilização sobre a resistência a corrosão de 5 tipos de ligas metálicas (Ag-Sn, Cu-Al, Cu-Zn, Ni-Cr e Co-Cr). Foram obtidos 150 corpos-de-prova circulares com 6 mm de diâmetro e 3 mm de altura, fundidos, polidos e submetidos a um dos seguintes tratamentos: 1- hipoclorito de sódio a 1% - 30 min., 2- álcool a 70% - 30 min., 3- glutaraldeído a 2% - 30 min., 4- glutaraldeído a 2% - 10 horas, 5- estufa seca a 170ºC - 1 hora, 6- autoclave - 120ºC - 20 min. Foram realizados 6 ciclos de tratamento, representando a entrada e a saída da peça do laboratório, simulando 3 etapas clínico-laboratoriais. Ao final os corpos-de-prova foram armazenados em sulfeto de sódio a 0,25%, por 24 horas. A superfície foi analisada visualmente por dois examinadores e classificada segundo o seguinte critério: 0- ausência de alterações, 1- perda de brilho, 2- ligeira alteração de cor, 3- intensa alteração de cor, 4- corrosão generalizada.

A análise revelou que as ligas de cobre são mais susceptíveis à corrosão e as de Ni-Cr e Co-Cr as mais resistentes, ficando a Ag-Sn em posição intermediária. O método menos agressivo foi a estufa seca, seguida de glutaraldeído por 30 min. ou 10 horas e álcool a 70%, enquanto o hipoclorito de sódio e autoclave promoveram maiores alterações.

A267

Resistência à remoção por tração de coroas metálicas cimentadas com cimentos resinosos.

FONSECA, R. G.*, CRUZ, C. A. S., ADABO, G. L., VAZ, L. G.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. E-mail: renata@foar.unesp.br

Apesar do crescente emprego dos cimentos resinosos de dupla ativação na cimentação de restaurações metálicas indiretas, tais como coroas e próteses parciais fixas conforme indicação do próprio fabricante, ainda faltam trabalhos que comprovem a eficácia destes materiais em tais situações, uma vez que a fotoativação é impedida pela presença do metal. Diante do exposto, foi objetivo deste estudo avaliar a resistência à remoção por tração de coroas de Ni-Cr cimentadas em troquéis metálicos esquemáticos, empregando-se diferentes marcas comerciais de cimentos resinosos duais, além do cimento de fosfato de zinco como grupo controle. O ensaio de remoção por tração foi realizado na máquina de ensaios MTS 810 com velocidade do atuador de 0,5 mm/min., tendo a força máxima necessária para a remoção das coroas sido registrada em Newton (N). Para cada grupo foram confeccionados 10 corpos-de-prova. A análise estatística dos resultados (análise de variância e teste de Tukey) mostrou igualdade entre os cimentos Enforce (Dentsply) (1.645 N), Scotchbond Resin Cement (3M) (1.625 N) e Cement-It (Jeneric/Pentron) (1.465 N), enquanto os grupos constituídos pelos cimentos Panavia F (Kuraray) (3.345 N) e Fosfato de Zinco (SS White) (1.068 N) apresentaram maior e menor valores de resistência, respectivamente.

Os cimentos resinosos avaliados mostraram-se eficazes, quanto ao aspecto estudado, na cimentação de restaurações metálicas, quando comparados com o tradicional cimento de fosfato de zinco.

A268

Estudo da contração de polimerização de compósitos para dentes posteriores.

ADABO, G. L.*, CRUZ, C. A. S., FONSECA, R. G., VAZ, L. G.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6415. E-mail: adabo@foar.unesp.br

Existem muitas dúvidas quanto às diferenças entre as propriedades físicas de novos compósitos em relação aos materiais tradicionais. O objetivo deste estudo foi comparar a contração de polimerização dos compósitos: Alert, Ariston, Solitaire, Definite, Filtek P60, Z100 e Tetric Ceram. Para a medida da contração foi empregado um anel plástico transparente, com 5 mm de altura e 6,75 mm de diâmetro interno. O material era inserido no anel até o nível de 3,0 mm e um êmbolo metálico posicionado sobre o compósito. O conjunto era levado ao instrumento de medida linear (Tesa), com sensibilidade de 1 mm, o material fotopolimerizado pelo aparelho XL2500 (3M), por 60 segundos e a contração registrada pelo deslocamento do êmbolo (a). Para o cálculo do percentual de contração, o corpo-de-prova após polimerizado, era medido em projetor de perfil (sensível a micrômetro) e o comprimento inicial da amostra (b) calculado pela soma da altura do compósito polimerizado com a do deslocamento do êmbolo. A contração de polimerização percentual foi calculada segundo a seguinte equação: 100 ´ a/b. Os dados de 10 réplicas por material submetidos à análise de variância e teste de Tukey revelaram que a menor contração média foi obtida para o compósito Alert (0,795%), seguido de Definite (0,991%), Filtek P60 (1,073%) e Z100 (1,101%), enquanto Solitaire (1,421%), Ariston pHc (1,432%) e Tetric Ceram (1,509%) apresentaram as maiores médias.

Os materiais mais recentes não apresentam necessariamente menores valores de contração de polimerização.

A269

Avaliação da influência no tratamento dentinário com ácido e abrasão na adesão.

AHID, F.*, ANDRADE, M. F., LUCINO, F., VAZ, L. G.

Departamento de Dentística Restauradora e Endodontia – FOA – UNESP.

No presente trabalho avaliou-se a influência do tratamento da superfície dentinária utilizando ácido fosfórico a 10% e 37% e jato de ar abrasivo no processo de adesão, por meio do teste de microtração, utilizando faces oclusais de terceiros molares humanos recém-extraídos. Os dentes foram cortados e polidos com lixa granulação 100, 320 e 600, expondo toda a dentina e criando uma “smear layer”, que receberam o tratamento com ácido a 10% por 30 segundos (G1); condicionamento ácido a 37% por 15 segundos (G2); jato de ar abrasivo por 10 segundos (G3). O adesivo Solo Bond Plus e resina composta Z100 foram aplicados sobre a superfície e o conjunto dente/resina armazenado à temperatura de 37ºC, por 24 horas e após ciclagem térmica, novamente armazenados. Os conjuntos foram cortados em espessura de aproximadamente 0,7 mm + 0,05, e individualmente fixados para os ensaios de microtração. Os valores de resistência adesiva foram expressos em MPa. As superfícies dentinárias correspondentes ao local da área de adesão foram observadas em lupa estereoscópica com aumento de 60 X, verificando o modo das fraturas. A análise estatística dos resultados mostrou que os tipos de tratamento da superfície dentinária, aplicados neste trabalho, tiveram influência na resistência adesiva, mostrando que o grupo G2 teve uma média significativamente menor que o grupo G1.

Concluiu-se que os tipos de tratamentos dentinários, usados neste estudo, tiveram influência na resistência adesiva.

A270

Influência da ciclagem mecânica na resistência à tração do titânio.

VAZ, L. G.*, ADABO, G. L., FONSECA, R. G., CRUZ, C. A. S., DINELLI, W.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6415. E-mail: lugervaz@foar.unesp.br

O estudo das aplicações e propriedades do titânio e suas ligas, vem ao longo dos anos sendo pesquisado por diferentes áreas do conhecimento. Neste trabalho estudou-se a influência da ciclagem mecânica na resistência a tração dos biomateriais Ti c.p. (titânio comercialmente puro) e a liga Ti-6Al-4V (titânio-alumínio-vanádio). Na execução dos ensaios de tração e ciclagem mecânica utilizou-se uma máquina de ensaios mecânicos MTS 810, com uma célula de cargas de 100 kN. Os ensaios de tração foram efetuados antes e após a ciclagem, a uma velocidade de 1,0 mm/min. Na ciclagem mecânica fixou-se o número de ciclos em 100.000, freqüência de 10 Hz e a carga em 60% da carga máxima. Como parte complementar analisou-se a fratura dos corpos-de-prova, utilizando-se um microscópio eletrônico de varredura JEOL-JSM, modelo T330A. Verificou-se, para ambos biomateriais, que após a ciclagem mecânica há uma diminuição na resistência, provavelmente, devido a formação de pequenos defeitos na rede cristalina, no entanto a ruptura se dá sempre na região estrita, caracterizando a boa qualidade dos materiais. Na análise da fratura predominou o tipo de fratura dúctil, com uma apreciável deformação plástica macroscópica.

Concluiu-se que a ciclagem mecânica diminui a resistência a tração dos biomateriais. O modo de fratura foi semelhante para ambos os materiais, nas duas condições estudadas, fato que pode ser atribuído aos materiais serem formulados por elementos de elevada pureza. (Apoio financeiro: Fapesp - processo nº 1999/05144-1.)

A271

Avaliação da largura e da profundidade de cavidades preparadas pelo sistema de abrasão a ar.

CORDEIRO, R. C. L., SANTOS-PINTO, L. A. M., PERUCHI, C.

Departamento de Clínica Infantil – UNESP – Araraquara. Tel.: (0**16) 201-6335, 201-6328. E-mail: ritacord@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a influência do tempo de aplicação do jato abrasivo e da granulação do abrasivo na largura e na profundidade de preparos realizados pelo sistema de abrasão a ar em dentes decíduos e permanentes. Para tanto, foi utilizado o aparelho PrepStar (Danville Engineering) operando com 80 psi, com ponta ativa de 0,38 mm de diâmetro interno e 80º de angulação, posicionada a 2 mm da superfície vestibular de molares. Os dentes foram abrasionados por 5 e 10 segundos utilizando pó de óxido de alumínio de 27 e 50 mm. A largura e a profundidade dos cortes foram medidas em fotomicrografias obtidas ao MEV.

Pela análise de variância a 3 fatores e teste de Duncan, foi observado que a largura dos cortes foi influenciada por todos os fatores, bem como pelas interações entre eles, com exceção do fator tempo, que influenciou significativamente na profundidade dos cortes realizados.

A272

Estudo da caracterização e dureza do titânio submetido à ciclagem mecânica.

OLIVA, E. A.*, CRUZ, C. S., VAZ, L. G., ADABO, G. L., FONSECA, R. G.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOA – UNESP. E-mail: eduardoliva@bol.com.br

Os metais e ligas mais usados como materiais de implante, podem ser discutidos em termos metalúrgicos, para um melhor entendimento de seus efeitos nas suas propriedades. Estudou-se a caracterização metalográfica e dureza do Ti c.p. (titânio comercialmente puro) e da liga Ti-6Al-4V (titânio-alumínio-vanádio), antes e após serem submetidos à ciclagem mecânica. Os corpos-de-prova foram obtidos de acordo com a norma técnica ASTM e 167-M e a ciclagem mecânica foi feita numa máquina de ensaios mecânicos MTS 810, com célula de cargas de 100 kN, fixando-se o número de ciclos em 100.000, freqüência em 10 Hz, e carga em 60% da carga máxima. Na caracterização metalográfica utilizou-se a microscopia eletrônica varredura, feita em um microscópico eletrônico de varredura JEOL-ISM, modelo T330A. Os ensaios de dureza foram feitos num microdurômetro Micromet 2003 - Buehler, com uma carga de 300 gf, o valor da dureza foi determindado na escala Vickers. Os resultados mostraram que a microestrutura do Ti c.p., antes e após a ciclagem mecânica, não se modificou, isto é, permaneceu com uma fase granular do tipo superalfa, o mesmo ocorreu para a liga Ti-6Al-4V, que em ambas situações apresentou uma microestrutura do tipo Windmanstaten. Quanto à dureza, para ambos biomateriais, houve uma diminuição nos valores médios após ciclagem mecânica, fato que se deve a maior deformação permanente quando submetidos a tais esforços.

Conclui-se que a ciclagem mecânica não promove mudanças microestruturais, entretanto, aumenta a ductibilidade.

A273

Efeito da polimerização complementar na resistência à flexão de compósitos diretos.

ROCHA, S. S.*, ADABO, G. L., VAZ, L. G., VIDO, R. N.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6415. E-mail: adabo@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento mecânico das resinas compostas diretas Solitaire 2 (Kulzer) e Z100 (3M) submetidas a polimerização complementar térmica, por meio do ensaio de resistência à flexão, tendo como grupo controle o compósito indireto Artglass (Kulzer). Os corpos-de-prova foram obtidos com as seguintes dimensões: 2 mm de altura, 2 mm de espessura e 25 mm de comprimento. As compósitos diretos foram subdivididos em três grupos: (1) fotopolimerizados por 40 segundos, (2) fotopolimerizados por 40 segundos e calor seco a 120ºC por 20 minutos e (3) fotopolimerizados por 40 segundos e calor úmido a 120ºC por 20 minutos. O compósito indireto (controle) foi polimerizado no forno UniXS (Kulzer), de acordo com instruções do fabricante. Após a polimerização, os corpos-de-prova foram armazenados em frascos com água destilada, permanecendo em estufa a 37ºC por 24 horas. Decorrido este período foram submetidos ao ensaio de resistência à flexão em máquina de ensaios MTS 810, à velocidade de 0,75 mm/min. Os dados de resistência à flexão de 10 réplicas para cada condição experimental foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey.

Não houve diferença estatística entre a resistência das resinas Z100 em autoclave (127,91 MPa), Z100 em estufa (121,63 MPa), Artglass (121,52 MPa), Z100 fotopolimerizada (117,96 MPa), Solitaire 2 em estufa (114,83 MPa). Já o compósito Solitaire 2, em autoclave (94,88 MPa) e fotopolimerizado (91,44 MPa), apresentou médias estatisticamente inferiores ao grupo controle (Artglass).

A274

Substituição do amálgama pela pasta zinco-eugenólica em retrobturações.

QUIRINO, L. C.*, PINTONE, A. V. L., JANSEN, W. C., HORTA, H. G. P.

Departamento de Odontologia Restauradora – Universidade Federal de Minas Gerais.
Tel.: (0**31) 3482-3076.

A apicectomia com obturação retrógrada está indicada frente aos insucessos do tratamento endodôntico, quando seja inviável o retratamento e/ou impossível a execução do mesmo. Diversos materiais têm sido propostos para o uso em retrobturações, sendo que o amálgama é o material mais conhecido e utilizado, mesmo não apresentando o vedamento desejável para essa finalidade. A pasta zinco-eugenólica tem sido proposta como material retrobturador, com resultados mais satisfatórios quanto ao vedamento apical. O objetivo desse trabalho é avaliar a capacidade de vedamento da pasta zinco-eugenólica quando em substituição ao amálgama. Este trabalho in vitro utilizou 32 raízes de dentes humanos, extraídos na Clínica Cirúrgica da FO – UFMG por indicação clínica, as quais receberam apicectomia com obturação retrógrada realizada com amálgama com zinco e sem zinco. Após 7 dias, os amálgamas foram removidos e a pasta zinco-eugenólica foi inserida no preparo da retrobturação. As raízes receberam isolamento em sua superficie externa e então tiveram contato com o corante azul de metileno a 2%, pH 7,2, por uma semana. A presença e ausência, bem como a infiltração do corante foi então avaliada. Houve infiltração do corante que variou de 75% a 87,50%.

A pasta zinco-eugenólica não apresentou resultados satisfatórios quanto ao vedamento quando em substituição aos amálgamas, e a inserção de micropartículas de amálgama no interior dos túbulos dentiná­rios poderia invalidar a adapatação dessa pasta na parede dentinária do preparo cavitário. (FAPEMIG – processo CDS-1227/95.)

A275

Análise da microfenda marginal comparando-se polimerização por luz halógena e plasma.

DUARTE Jr., S. L. L., ANDRADE, M. F. de, SILVA, J. S. O., RASTELLI, A. N. de S.*

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

O propósito deste estudo foi analisar, por meio de microscopia eletrônica de varredura, a microfenda marginal em restaurações de resina composta direta, fotopolimerizadas por diferentes unidades de polimerização. Foram utilizados 20 molares humanos, recentemente extraídos e livres de cárie, os quais receberam preparos cavitários de classe V em ambas as faces, vestibular e palatina, totalizando 40 cavidades. Após o término dos preparos cavitários, os dentes foram divididos em dois grupos de 20 espécimes cada: Grupo I- condicionamento ácido total por período de 30 segundos, aplicação do Solid Bond (Kulzer), inserção da resina composta Solitaire (Kulzer), em incremento único e fotopolimerização durante 40 segundos com a unidade Optilux 400 (Demetron) e Grupo II- mesmo procedimento restaurador e fotopolimerização durante 2 segundos com a unidade Apollo 95E (DMC Inc.). Concluídas as restaurações, os espécimes permaneceram armazenados em solução de soro fisiológico durante 24 horas. Em seguida, foram submetidos à ciclagem térmica com temperaturas de 10ºC a 50ºC, totalizando 200 ciclos. Subseqüentemente, os espécimes foram preparados e fixados para que pudessem ser analisados à microscopia eletrônica de varredura.

Mediante análise estatística descritiva de variância e teste de Shapiro-Wilk, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os valores das microfendas marginais obtidas pelo uso das diferentes unidades de polimerização, porém, nenhuma das duas unidades foi capaz de impedir a formação de microfenda marginal.

A276

Estudo comparativo de polimerização de resinas para base de prótese total removível (PTR).

ALMEIDA, H. C.*, MOTA, J. M. L. F., SALOMÃO, U. E., JANSEN, W. C., GABRICH, J. F. B. G.

Departamento de Odontologia Restauradora – UFMG.

O objetivo deste trabalho foi avaliar vantagens e desvantagens de três técnicas de polimerização de resinas para base de PTR, a saber, banho de água convencional (TC), banho de água e pressão (TP) e energia de microondas (M), analisando propriedade física de porosidade. Foram confeccionados sessenta corpos-de-prova de 64 mm por 10 ± 0,2 mm e 3,3 ± 0,2 mm, assim divididos: vinte TC (dez com muralha de gesso (Herodent) e dez com muralha de silicona (Zetalabor Titanium)), vinte TP (dez com muralha de gesso e dez com muralha de silicona) e vinte M (dez com muralha de gesso e dez com muralha de silicona). Para avaliação de porosidade, os corpos-de-prova, após o embutimento e polimento, foram avaliados através de microscópio óptico (Leitz) com aumento de 100 X acoplado a computador com software para quantificar a fração volumétrica dos poros da área analisada. Foram feitas três leituras em cada corpo-de-prova, em pontos eqüidistantes demarcados previamente na mesma região para todos os corpos, mantendo dessa forma a uniformidade da leitura. As resinas utilizadas para o teste foram resina Clássico (Artigos Odontológicos) e resina Clássico (Ondacryl) para polimerização em microondas.

Pela análise dos resultados, pode-se concluir que os corpos-de-prova, independentemente da técnica de polimerização (TC, TP ou M), apresentam níveis de porosidade compatíveis com o bom desempenho clínico, e que a técnica de microondas, embora não seja comumente usada nos laboratórios, possui a vantagem de redução de tempo e facilidade na confecção da PTR.

A277

Avaliação da perda de massa e rugosidade superficial de resinas compostas híbridas por escovação simulada.

DESIDERATO, G.*, PEREIRA, C. S. S., MONDELLI, R. F. L., FRANCO, E. B.

FOB – USP.

Resinas compostas de partículas híbridas foram submetidas a um teste de abrasão in vitro através de escovação simulada, para analisar a perda de massa e a rugosidade superficial após a escovação. As marcas comerciais utilizadas foram: Z250, TPH Spectrum, Charisma, Suprafill. Durafill VS foi o grupo controle. Foram confeccionados 10 corpos-de-prova para cada resina composta, com 5 mm de diâmetro e 3 mm de espessura. Para os testes de abrasão utilizou-se uma máquina apropriada com escovas macias e soluções de dentifrício. A quantidade de massa perdida foi verificada antes e depois da escovação, utilizando-se uma balança analítica Sartorius. A avaliação da rugosidade superficial foi obtida com um rugosímetro Hommel Tester T 1000 antes e após o término da escovação. A análise estatística dos resultados mostrou que as resinas Z250 (1,28%) e Suprafill (1,60%) apresentaram menor alteração de massa, seguida da resina TPH (2,14%), com comportamento intermediário e das resinas Durafill (3,43%) e Charisma (3,78%) com as maiores alterações. Com relação à rugosidade superficial, observou-se um melhor comportamento da resina Charisma (0,0756 mm), seguida das resinas Z250 (0,1148 mm), Durafill (0,1640 mm), Suprafill (0,1816 mm) e TPH (0,1936 mm).

De forma geral, a resina Z250 apresentou o melhor comportamento frente ao teste de escovação simulada. (FAPESP: nº 99/09759-0.)

A278

Influência da profilaxia na permeabilidade marginal de selantes em pré-molares.

CHEVITARESE, A. B.*, SOUZA, I. P. R., CHEVITARESE, O., VIANNA, R. C.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia – UFRJ. Tel.: (0**21) 572-2280. E-mail: biachevitarese@ig.com.br

Este estudo objetivou verificar, in vitro, a influência da profilaxia na microinflitração de selantes em pré-molares extraídos por motivos ortodônticos. 30 dentes foram divididos em: GA - profilaxia com pedra-pomes e água em taça de borracha; GB - profilaxia com jato de bicarbonato de sódio; GC - sem profilaxia. Após isto, foi realizado condicionamento com H3PO4 em gel (37%) e aplicação do selante FluroShield (Dentsply) de acordo com o fabricante. As amostras foram isoladas com esmalte e imersas em solução de AgNO3 (50%) por 2 h e após em revelador (Kodak) por 30 min. Depois disto, os dentes foram limpos, seccionados em Isomet (M-D) e observados ao microscópio óptico (MO) e ao MEV (JSM 5800 LV/JEOL). Utilizou-se escore 0: ausência de infiltração (MO)/presença de “tags” (MEV) e 1: presença de infiltração (MO)/ausência de “tags” (MEV). Ao MO, os grupos GA, GB e GC apresentaram o percentual de amostras com escore 0: 80, 70 e 30; e com escore 1: 20, 30 e 70, respectivamente. Ao MEV, GA e GB apresentaram escore 0: 100 e GC apresentou escores 0 e 1: 80 e 20, respectivamente. Através do teste exato de Fisher (p << 0,05), houve diferença significativa entre os grupos quanto à presença de microinfiltração, mas não quanto à presença de “tags”.

A profilaxia exerceu influência quanto à microinfiltração do selante, mas não quanto à ocorrência de “tags”.

A279

TiF4 e colagem de compósito: comportamento do cisalhamento e IRA.

RAMOS VALENTE, A. G. L., DUTRA, P. B., CHEVITARESE, O., PRIMO, L.

Disciplina de Odontopediatria – FO – UFRJ; Química – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2101. E-mail: aavalent@ruralrj.com.br

Neste estudo, avaliou-se o efeito da aplicação do TiF4 a 4% sobre a dentina decídua, quanto à resistência ao cisalhamento da colagem de um compósito e o Índice de Remanescente Adesivo (IRA). A superfície dentinária de 60 molares decíduos foi exposta e planificada, os espécimes fixados em anéis de PVC e divididos em 4 grupos (15 dentes cada): G1 (controle negativo): condicionamento ácido (CA) + Scotchbond Multi-Uso® (SBMU®) + compósito Z250®; G2 (TiF4 + CA + SBMU® + Z250®); G3 (CA + TiF4 + SBMU® + Z250®); G4 (controle positivo): NaF + CA + SBMU® + Z250®). Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC ± 2ºC durante 7 dias. Decorrido este período, foram submetidos a ensaio de cisalhamento, a velocidade de deformação de 0,5 mm/min. e a fratura avaliada em microscópio estereoscópico, para determinar o IRA. Os resultados foram tabulados no programa Epi Info 6.04 e analisados através dos testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney (p << 0,05). Os valores de resistência mecânica da colagem (MPa) foram (média ± DP): G1: 15,33 ± 4,83; G2: 7,03 ± 3,44; G3: 2,13 ± 0,79 e G4: 6,06 ± 3,66, havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos (p << 0,001). Os valores do IRA foram: G1 (escore 0: 26,7%, escore 1: 73,3%), G2 (escore 0: 86,7%, escore 1: 13,3%), G3 (escore 0: 100%) e G4 (escore 0: 80,0%, escore 1: 20,0%) (p << 0,003).

Diante dos resultados, concluiu-se que a aplicação do TiF4 a 4% interferiu significativamente na resistência ao cisalhamento da colagem de compósito à dentina decídua.

A280

Biossegurança na clínica privada.

ALVES, W. V.*, GALLITO, M. A., CAMPOS, P., PUPPIN, F., MIRANDA, M. S.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Faculdade de Odontologia de Campos; UGF; UNIVERSO.

O objetivo deste trabalho foi analisar o protocolo de biossegurança e os meios de esterilização utilizados por CDs na clínica privada. Foram distribuídos 130 questionários na FO - UERJ e na ABO - RJ, com a intenção de abordar como os CDs procedem em relação à biossegurança. Foram respondidos 97 questionários, os quais foram submetidos à análise estatística descritiva e obtivemos os seguintes resultados: 98,87% dos entrevistados usam luvas nos seus procedimentos clínicos e 4,12% não usam; 98,96% usam máscara de proteção e 1,03% não usam; 61,85% usam óculos de proteção e 38,14% não usam. Quanto ao tipo de esterilização: 5,15% utilizam o estufa, 57,73% autoclave, 7,21% estufa e químico, 6,18% químico e autoclave, 16,49% estufa e autoclave e 7,18% químico, estufa e autoclave. Quanto ao meio de esterilização das turbinas e micromotores: 44,32% utilizam método químico superficial, 40,20% autoclave, 3,09% sistema “flush”, 3,09% “flush” e químico superficial, 5,15% químico e autoclave, 3,09% sistema “flush” e autoclave, 1,03% nenhuma das modalidades. Quanto ao uso de PVC nos equipamentos: 83,50% utilizam e 16,49% não.

Baseado nesses dados podemos concluir que a maioria dos CDs entrevistados apresentam noções de ­biossegurança e adotam um protocolo na clínica, podendo assim, minimizar a disseminação de doenças e infecção cruzada nos consultórios odontológicos.

A281

Capeamento pulpar direto com sistema adesivo é uma alternativa viável?

CAMPOS, P.*, ALVES, W. V., PUPPIN, F., GALLITO, M. A., DIAS, K. R. H. C.

Departamento de Dentística – UERJ; Faculdade de Odontologia de Campos; UGF; UNIVERSO.

O objetivo deste trabalho foi avaliar se o capeamento pulpar direto com sistema adesivo está sendo uma técnica viável e praticada por CDs. Foram distribuídos 130 questionários na Faculdade de Odontologia da UERJ e na ABO - RJ, com questões relacionadas com o tema. Foram respondidos 110 questionários os quais foram submetidos à análise estastística descritiva e obtivemos os seguintes resultados aproximados: 80% acreditam no capeamento pulpar direto e 20% não acreditam. Dos que acreditam 90,90% utilizam o hidróxido de Ca PA + cimento de hidróxido de Ca, 5,68% cimento de hidróxido de Ca e 3,40% adesivo dentinário; 75,45% apresentam conhecimento sobre capeamento pulpar direto com sistema adesivo e 24,54% não conhecem; 7,27% o executam e 92,72% não executam; 83,63% consideram que o capeamento pulpar direto com sistema adesivo causa danos pulpares irreversíveis e 16,36% não consideram; 22,72% consideram o ácido fosfórico o principal agressor, 33,63% o “primer”, 7,27% o adesivo dentinário e 36,36% os três em conjunto.

Baseando nesses dados podemos concluir que a maioria não adota esta técnica de capeamento direto com adesivo por achar que causa danos pulpares irreversíveis, e acreditam no capeamento pulpar direto com hidróxido de cálcio.

A282

Um ano de avaliação clínica de restaurações em resinas compostas condensáveis.

SOARES, N. B.*, DIAS, K. R. H. C.

Departamento de Dentística – UERJ; UFRJ.

Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento clínico das resinas compostas condensáveis Solitaire (Heraeus Kulzer) e Alert (Jeneric/Pentron), realizando-se um estudo comparativo com a resina micro-híbrida Z100 (3M Dental). Foram preparadas 120 cavidades do tipo classe I, II composta e II complexa de Black. Dessas cavidades, 40 foram restauradas com a resina Z100, 41 com a resina Solitaire e 39 com a resina Alert. As restaurações foram avaliadas no início e um ano após sua colocação, segundo o critério USPHS modificado (van Dijken et al. J Dent Res, v. 78, n. 7, p. 1319-25, 1999). Os resultados foram tratados estatísticamente pela ANOVA, teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney com p << 0,005, que mostraram não haver diferença estatisticamente significativa entre os três materiais estudados, em relação aos aspectos: forma anatômica, cárie, adaptação marginal e descoloração marginal, sendo estatisticamente diferentes em relação aos itens alteração de cor e rugosidade superficial, sendo que o Alert foi o material que apresentou os maiores valores em relação ao último item.

Quanto ao tipo de cavidade, concluiu-se que as cavidades do tipo classe II compostas e complexas foram semelhantes em todos os aspectos, porém diferiram das cavidades do tipo classe I, quanto aos itens forma anatômica e adaptação marginal.

A283

Morfologia e estereologia da reação tecidual a implantes em ratos.

MUSSEL, R. L. O.*, MANDARIM-DE-LACERDA, C. A.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia e Laboratório de Morfometria do Instituto de Biologia – UERJ. E-mail: mussel@npoint.com.br

Implantes padronizados de hidróxido de cálcio (HC), cimento de ionômero de vidro (CIV) e adesivo dentinário fotoativado (ADF) foram colocados cirurgicamente no tecido subcutâneo de ratos Wistar adultos jovens, machos, e deixados por 15 e 30 dias, sendo cinco animais por tipo de implante e por tempo experimental. Além desses, os respectivos grupos controles (C) e “sham” (S) foram estudados. Decorrido o período de experimentação os animais foram anestesiados e sacrificados, a região do implante (no grupo experimental) ou região de mesma topografia e tamanho (nos grupos C e S) foram retiradas cirurgicamente, fixadas e preparadas para estudo histológico, coradas pelo H. E. e “picro sirius red”. Realizou-se também identificação imuno-histoquímica para fibronectina. A determinação das densidades de volume celular (Vv[c]), vascular (Vv[v]) e de fibras do tecido subcutâneo (Vv[f]) foi realizada em cortes verticais e analisadas com sistema de ciclóides. Com 15 dias de experimento observou-se áreas de fibrose superficial com adipócitos grandes e desorganizados e vasos com fibrose perivascular fibronectina-positiva (grupos IC e CIV), o aspecto histológico foi semelhante aos 30 dias, porém mostrou acentuada fibrose no grupo CIV fibronectina positiva. No grupo “sham” a fibrose foi discreta e mais concentrada em áreas específicas. O grupo controle apresentou aspecto histológico normal, sem fibrose subcutânea. As diferenças quantitativas foram significativas apenas para Vv[f], separando o grupo “sham” dos outros grupos. (Apoio: Faperj e CNPq.)

A284

Distribuição de tensões em dentes restaurados com núcleos metálicos fundidos e pinos em fibra de carbono.

DUARTE, J. L. P.*, BALASSIANO, D. F., SOEIRO, F. J. C. P., GUIMARÃES, L. P.,
SOTELO, L. M. O., FRAGA, O. A. S.

FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6664.

O presente estudo teve o propósito de comparar a distribuição de tensões in vitro, em dentes humanos restaurados com núcleo metálico fundido e pino em fibra de carbono, através do método dos elementos finitos. A imagem de um corte sagital de um incisivo central superior e suas estruturas de suporte foi digitalizada e com o auxílio dos programas Corel Draw 8.0, Mechanical Desktop 2.0 e ANSYS 5.5, foi possível criar três modelagens bidimensionais: a primeira simulando um dente hígido; a segunda simulando o dente restaurado com núcleo metálico fundido e a terceira o dente restaurado com pino em fibra de carbono. As três modelagens foram submetidas à ação de carga de 150 N, na região palatina, próxima à borda incisal, com inclinação de 45 graus em relação ao eixo do elemento dentário, simulando o contato oclusal cêntrico com o dente antagonista. O método possibilitou a análise qualitativa e quantitativa da distribuição de tensões nos modelos selecionados.

Os resultados mostraram que a colocação de um pino intra-radicular, muda a distribuição de tensões no elemento dentário, quando comparado a dentes hígidos, que nos dentes restaurados com pinos intra-radiculares, há sempre uma concentração de tensões na dentina, na região do ápice dos pinos e que os pinos fundidos em liga de ouro absorvem mais estresse que os pinos confeccionados em fibra de carbono.

A285

“Inlay” versus restauração direta em resina composta: onde ocorre a maior infiltração marginal.

PEROBA, J. P.*, SOARES, N. B., MUSSEL, R. L. O.

Departamento de Dentística – UERJ.

Este estudo comparou in vitro a microinfiltração em restaurações diretas e indiretas em resina composta micro-híbrida Charisma (Heraeus Kulzer). Foram realizados preparos mésio-ocluso-distais em trinta terceiros molares hígidos com margem cervical na face mesial em esmalte e na face distal em cemento, que foram divididos em dois grupos: grupo 1 - restaurações diretas em resina composta e grupo 2 - restaurações indiretas em resina composta. Os dentes do grupo 1 foram restaurados através da técnica incremental e no grupo 2, as restaurações foram confeccionadas a partir de modelo de silicona dos dentes preparados e cimentadas com cimento resinoso Enforce (Dentsply). O sistema adesivo utilizado nos dois grupos foi o Prime & Bond 2.1 (Dentsply). Após restaurados, os dentes foram imersos em solução de nitrato de prata a 50% por 24 horas, incluídos em resina epóxi e seccionados mésio-distalmente. Dois examinadores avaliaram a microinfiltração, atribuindo escores de 0 a 4 aos dentes de acordo com o grau de microinfiltração.

Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de Mann-Whitney, de onde se concluiu que houve menor infiltração em margem de esmalte nos dois grupos estudados (técnica direta versus técnica indireta) e que em relação ao cemento, a técnica direta (grupo 1) apresentou melhor resultado do que a indireta (grupo 2).

A286

Microinfiltração em restaurações de classe V submetidas a carregamento oclusal cíclico.

SAMPAIO FILHO, H. R.*, DIAS, A. M., MARTINS, L. R. M.

Departamento de Dentística – FO – UERJ; Área de Dentística – FOP – UNICAMP.

Este trabalho avaliou a microinfiltração pelas margens de esmalte e de dentina em restaurações classe V, realizadas com ionômero de vidro convencional e modificado por resina; com resina modificada por poliácidos; com um compósito de baixa viscosidade, um híbrido e um de alta densidade em dentes submetidos a carregamento oclusal cíclico. Trinta pré-molares recém-extraídos receberam preparos padronizados em forma de U com limite da parede cervical localizando-se na junção esmalte-cemento e o da parede oclusal em esmalte com bisel de 0,5 mm. Os procedimentos de acabamento e polimento foram realizados uma semana após as restaurações. A seguir os dentes foram submetidos a 4.000 ciclos de carregamento oclusal com uma carga de 150 N e 1 s de duração, sendo então imersos em solução de azul de metileno a 2%. O grau de microinfiltração do corante foi avaliado com auxílio de uma lupa estereoscópica com aumento de 40 vezes. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico não-paramétrico de Kruskal-Wallis, que observou diferença significante ao nível de 1%. O teste de Tukey verificou que a diferença foi somente entre a resina de alta densidade em dentina e os demais grupos.

Concluiu-se que com exceção da resina de alta densidade, os demais materiais foram capazes de minimizar a microinfiltração em restaurações de classe V em dentes submetidos a carregamento oclusal cíclico.

A287

Avaliação volumétrica dos efeitos da desinfecção da resina acrílica Duralay.

LOZANO, L. A. S.*, PUPPIN, F. F., BALASSIANO, D. F., ALMEIDA, F. R.

Departamento de Prótese – FO – UERJ.

Devido ao aumento da incidência de doenças infecto-contagiosas (ex.: hepatite B e AIDS), há necessidade de assepsia dos procedimentos clínicos, evitando a infecção cruzada entre profissional-paciente-laboratório. Dentre vários procedimentos para esse fim, faz-se indispensável a desinfecção de moldagens, dos trabalhos protéticos e nos padrões intra-orais. O objetivo deste estudo é avaliar a variação volumétrica (Vv) de amostras cilíndricas de resina acrílica Duralay vermelha, comumente usada para modelagem de núcleos, em três situações de armazenamento para envio ao laboratório de prótese: grupo A - 10 amostras mantidos secas todo o tempo; grupo B - 10 amostras mantidas em 100% de umidade todo o tempo; e grupo C - 10 amostras mantidas em 100% de umidade e submetidas a desinfecção com glutaraldeído a 2%, em imersão por 15 minutos. Os padrões foram medidos com micrômetro manual com precisão de 10–4 mm no tempo t0 = 3 horas, quando já ocorreu 95% da contração de polimerização da resina; e t1 = 24 horas, simulando tempo de trânsito consultório-laboratório. Aplicou-se às variações volumétricas calculadas o teste da ANOVA, obtendo-se valor estatístico F = 0,97, significando a não-rejeição da hipótese nula (que tem como premissa que não há variação volumétrica, F = 1).

Decorre, portanto, que a desinfecção não produz variações volumétricas relevantes na resina acrílica Duralay.

A288

Avaliação comparativa através da flexão das próteses fixas em metalocerâmica e cerômeros reforçados.

BAZHUNI, J. L. D., CRUZ FERREIRA, A. B., SOTELO, L. M. O., DUARTE, J. L. P., SOTELO, R. M.

IOPUC; FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6664.

O objetivo do trabalho foi avaliar comparativamente a resistência à flexão de dois tipos de materiais reforçados, metal e fibras. Foram confeccionados dezoito corpos-de-provas, sendo nove em metalocerâmica e nove em cerômero com fibras reforçadas (Targis/Vectris). Os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio mecânico realizado na máquina de Instron 55005 com uma célula-carga Kratos 7AK 9385 de 200 kgf, a velocidade de 0,02 mm/min. Os resultados foram avaliados estatisticamente apresentando diferença estatística p = 0,000.

Os autores concluíram que em relação a resistência à flexão, os cerômeros reforçados com fibras não apresentam melhor comportamento do que a metalocerâmica.

A289

Avaliação comparativa da resistência à flexão entre metalocerâmica e cerâmica pura.

CAMILLO, A. M. P., SOTELO, L. M. O., DUARTE, J. L. P., BELLA, R., FRAGA, O. A. S., CORVISIER, A. C. F.

IOPUC; FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6664.

O objetivo do trabalho foi de avaliar comparativamente a resistência à flexão entre metalocerâmica e cerâmica pura. Foram utilizados dezoito corpos-de-prova sendo divididos em dois grupos; grupo 1- nove corpos-de-prova em metalocerâmica (Verabond com a cerâmica Noritake) e nove corpos-de-prova em cerâmica pura In-Ceram. Foram construídas barras cilíndricas metálicas com 3 mm de diâmetro e 15 mm de comprimento para a aplicação da porcelana. Para o grupo 2 também foram confeccionadas as barras nas mesmas dimensões. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste mecânico, realizado na máquina Instron 55005 com uma célula-carga Kratos 7AK 9385 de 200 kgf, a velocidade de 0,02 mm/min. Os resultados foram avaliados pela ANOVA e teste t, onde apresentaram diferença estatisticamente significantes (p = 0,000).

Os autores concluíram que em relação a resistência a flexão o In-Ceram apresenta melhor comportamento do que a metalocerâmica.

A290

Análise da microinfiltração marginal em classe V com diferentes intensidades de luz.

MAZUR, R. F.*, SAAD, J. R. C., VIEIRA, S.

Departamento de Dentística Restauradora – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 201-6438. E-mail: posgradu@foar.unesp.br

Avaliou-se in vitro a microinfiltração marginal em restaurações de classe V com resina composta utilizando diferentes intensidades de luz. Foram confeccionadas 64 cavidades de classe V padronizadas em 32 dentes molares humanos extraídos. Para a fotoativação da resina composta foi utilizado um aparelho fotopolimerizador OptiLight 600 da Gnatus, que apresenta seis diferentes intensidades de luz, de 100 mW/cm2 a 600 mW/cm². Os grupos foram formados da seguinte maneira: G1- 100 mW/cm2, 300 mW/cm2, 600 mW/cm2; G2- 200 mW/cm2, 300 mW/cm2, 600 mW/cm2; G3- 100 mW/cm2, 400 mW/cm2, 600 mW/cm2; G4- 200 mW/cm2, 400 mW/cm2, 600 mW/cm2; G5- 100 mW/cm2, 300 mW/cm2, 500 mW/cm2; G6- 200 mW/cm2, 300 mW/cm2, 500 mW/cm2; G7- 100 mW/cm2, 400 mW/cm2, 500 mW/cm2; G8- 200 mW/cm2, 400 mW/cm2, 500 mW/cm2. O material restaurador utilizado foi a resina composta P60 e Single Bond, inserido pela a técnica incremental. As restaurações foram submetidas a ciclagem térmica à 300 ciclos com temperaturas de 5ºC e 55ºC, e imersas em solução de nitrato de prata a 50% por 2 horas. A penetração do corante foi avaliado por escores de zero (0) a 4, com lupa estereoscópica Zeiss.

Os resultados foram submetidos à análise de Kruskal-Wallis e demonstraram que as diferentes intensidades de luz não foram capazes de impedir a microinfiltração marginal e a microinfiltração terminada em cemento/dentina foi maior quando comparada com o esmalte.

A291

Avaliação da penetração no esmalte do ionômero de vidro utilizado como selante.

SOUZA, E. A.*, BARBIERI, C. M., MACARI, K. S. M., MELHADO, F. L., PERCINOTO, C.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: percinot@foa.unesp.br

Dados epidemiológicos têm demonstrado que o uso de fluoretos, nas suas mais diferentes formas, tem levado à diminuição da incidência de cárie. Entretanto, tal efeito é mais evidente nas superfícies livres e proximais, o que tem apontado os selantes de fóssulas e fissuras como um método preventivo específico para superfícies oclusais. Com o advento dos cimentos de ionômero de vidro, alguns autores têm utilizado este material para o selamento dentário. Para avaliar esta proposta, 48 molares decíduos humanos hígidos foram selados com ionômero de vidro (Vitremer) e com selante à base de resina (Concise), sob isolamento absoluto e condicionamento ácido por 60 segundos. Após a extração dos dentes, por apresentarem reabsorção radicular em fase adiantada, secções longitudinais medianas foram obtidas e adelgaçadas a uma espessura de aproximadamente 100 mm. A seguir, realizou-se a desmineralização das amostras em ácido nítrico a 40% para eliminação da estrutura dental, restando apenas o adesivo e suas projeções. Após, foram montadas em lâminas e as projeções dos materiais examinadas e medidas em microscopia óptica comum. As médias dos prolongamentos dos materiais foram 8,66 e 16,42, para o Vitremer e Concise, respectivamente, diferindo significativamente a nível de 1%.

Concluiu-se que o Concise promoveu prolongamentos maiores e mais constantes.

A292

Caracterização pelo MEV/EDS da resina “flow”, cimento resinoso e selante.

AKAKI, E*1, SANTOS, M. H.1, MANSUR, H. S.1, MOTA, J. M. L. F.2, JANSEN, W. C.2, REIS, N. A.2

1Departamento de Engenharia de Materiais, 2Departamento de Odontologia Restauradora – UFMG. E-mail: akakie@terra.com.br

O uso da resina “flow” é controverso na literatura. Alguns autores afirmam ser esta igual aos cimentos e selantes. Aspectos comerciais estariam sendo priorizados em detrimento de características técnicas dos produtos, segundo uma estratégia de marketing. Diante destas considerações, realizamos uma caracterização destes materiais pelo MEV/EDS (Jeol 4010), avaliando as diferenças na composição e estrutura da resina “flow” (Fill Magic Flow®), cimento resinoso (Dual Cement®) e selante (Flúor Seal®), todos do mesmo fabricante. Amostras de cada material foram fotoativadas de acordo com as instruções do fabricante e recobertas por Au e Pd. Para a resina “flow” e o selante, as imagens do MEV sugerem uma semelhança na proporção matriz/carga, distribuição, forma e tamanho médio das partículas inorgânicas. As imagens do cimento resinoso sugerem uma maior proporção matriz/carga e poucas diferenças quanto ao tamanho médio e forma das partículas. A análise pelo EDS indica que a composição química elementar dos três materiais seria muito semelhante (Al, Si e Ba), dentro da faixa de erro da técnica, exceto pelo cimento que não apresentou o bário. Apesar do fabricante anunciar o flúor como componente destes produtos, este não foi detectado pelo EDS.

Os resultados sugerem uma semelhança entre os materiais analisados, principalmente entre a resina “flow” e o selante. Um estudo mais aprofundado de análise e caracterização destes materiais torna-se necessário para uma avaliação determinante de diferenças existentes, independentes de aspectos comerciais alegados pelo fabricante.

A293

Avaliação do desgaste de pontas diamantadas e sua influência na infiltração marginal de restaurações.

BORGES, A. B.*, TAVARES, A. C .S., CAVALCANTI, B. N., CLARO, F. A., ARAÚJO, M. A. M., VALERA, M. E.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOSJC – UNESP.

O propósito deste estudo foi avaliar o desgaste de pontas diamantadas na realização de preparos cavitários e a sua influência na infiltração marginal de restaurações de resina composta. Foram utilizados 50 dentes bovinos e 10 pontas diamantadas 1092 (KG Sorensen). 20 dentes foram utilizados apenas para simular o desgaste das pontas e, em seguida, foram descartados. Os 30 dentes restantes foram divididos em 3 grupos (n = 10): Grupo I- preparo cavitário realizado com pontas novas (controle); Grupo II- pontas usadas 4 vezes (5º preparo), Grupo III- pontas usadas 9 vezes (10º preparo). As cavidades foram restauradas com Prime & Bond 2.1/TPH (Dentsply). Realizou-se a termociclagem (500 ciclos - 5ºC e 55ºC) e imersão em Rodamina B 0,2% (12 h). Os dentes foram seccionados no sentido V/L, avaliados em estereomicroscópio e atribuídos escores para as infiltrações. As pontas diamantadas foram avaliadas e fotografadas em estereomicroscópio antes da utilização, após o 1º, 5º e 10º preparos e estabelecidos escores para a determinação do desgaste. Os dados da análise de infiltração marginal foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (5%) e não mostraram diferença estatisticamente significante entre os grupos. Os escores do desgaste das pontas diamantadas foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis e ao teste de Dunn para comparações múltiplas (5%), onde verificou-se diferenças significantes antes da utilização da ponta e após o 5º e 10º preparos.

Conclui-se que, embora as pontas diamantadas tenham apresentado um pequeno desgaste após o 5º e 10º preparos, não houve influência na infiltração marginal.

A294

Influência da degradação hidrolítica na resistência à microtração de adesivos.

PEREIRA, G. D. S.*, GIANNINI, M., PAULILLO, L. A. M. S., DIAS, C. T. S.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP. E-mail: giseledamiana@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da degradação hidrolítica na resistência à microtração de três sistemas adesivos. Trinta e seis discos dentinários obtidos de terceiros molares, com a espessura da “smear layer” padronizada (SiC 600), foram aleatoriamente divididos em 9 grupos (n = 4). O sistema Prime & Bond 2.1 (PB) foi utilizado no grupo A e avaliado após armazenamento em água destilada por 7 (A1), 60 (A2) e 180 (A3) dias respectivamente. O mesmo ocorreu para os sistemas Prime & Bond NT (NT), nos grupos B1, B2 e B3, e Clearfil MegaBond (MB) nos grupos C1, C2 e C3. A adesão foi obtida sob o efeito da pressão pulpar simulada de 25 mm Hg e as superfícies dentinárias foram restauradas com coroas de compósito com 8 mm de altura. Após os diferentes períodos de tempo, os dentes foram seccionados paralelamente ao seu longo eixo para a obtenção de espécimes com 1 mm2 de diâmetro da região central – dentina superficial (DS) e da região acima dos cornos pulpares – dentina profunda (DP), para o teste de microtração. O teste PLSD de Fisher apontou os resultados, em MPa: A1/DS- 39,0 a, A1/DP- 30,0 fg; A2/DS- 38,5 ab, A2/DP- 29,0 fg; A3/DS- 36,8 b, A3/DP- 21,6 h, B1/DS- 32,3 cde, B1/DP- 31,0 def; B2/DS- 30,07 ef, B2/DP- 28,10 g; B3/DS- 21,20 h, B3/DP- 19,0 i; C1/DS- 34,4 c, C1/DP- 33,5 cd; C2/DS- 10,4 j, C2/DP- 7,4 k, C3/DS- 8,2 k, G3/DP- 7,5 k.

Desta forma, conclui-se que a resistência adesiva dos sistemas MB e NT decresceu significativamente após os períodos de 60 e 180 dias de armazenamento em água e a profundidade dentinária influenciou o comportamento do sistema PB.

A295

Avaliação clínica de clareamento em dentes vitais: agentes com e sem carbopol.

REIS, A.*, LOGUERCIO, A. D., BUSATO, A. L. S.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP; Departamento de Dentística – ULBRA - RS. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: ale@fo.usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e longevidade da técnica para clareamento caseiro em dentes vitais, com produtos contendo (CC) ou não o carbopol (SC). Foram selecionados 20 indivíduos, que concordaram em participar do estudo após os devidos esclarecimentos, que possuíam dentes ântero-superiores de cor A3. Foram empregados: 1- Whiteness/FGM (CC) e 2- Karisma Alpha/DFL (SC). Os dois produtos eram colocados em moldeiras individualizadas, previamente obtidas, e usados de modo concomitante (um para cada hemiarco) pelos voluntários, por cerca de 6 a 8 horas ao dia. Os participantes foram examinados após cada semana de tratamento até obtenção da cor desejada (A1/B1) e após um ano do término do tratamento; as informações sobre sensibilidade eram anotadas durante cada consulta. Os dois examinadores, após calibragem, empregaram uma escala de cores Vita. Os dados foram submetidos a um teste qui-quadrado (95%). O tempo médio necessário para o clareamento foi de 4 semanas para o produto CC e de 5 semanas para o SC (p << 0,05). Foram observados 16 casos de sensibilidade: 15 para o CC e 1 para o SC (p << 0,05).

Concluiu-se que: 1) o agente CC foi efetivo em menor tempo, porém mais casos de sensibilidade foram encontrados; 2) após um ano de avaliação os dentes já apresentavam escurecimento significativo, independente do produto utilizado. (Apoio: FAPESP - 99/05124-0 e CAPES.)

A296

Abordagem da produção laboratorial de restaurações indiretas em dentes posteriores.

LAMAS, A. F.*, GUIMARÃES, J. C., BATITUCCI, M. H. G., GUERRA, S. M. G.

Departamento de Prótese Dentária – CBM/UFES. Tel.: (0**27) 335-7227. E-mail: ppgo@npd.ufes.br

Atualmente existe uma preocupação intensa com a preservação de estrutura dentária durante os preparos para uma restauração. No entanto, em alguns casos, o dente se encontra previamente destruído e uma restauração indireta é necessária para conferir proteção à estrutura remanescente. Outro aspecto de grande interesse é a estética. Tendo em vista o movimento estético que vem ocorrendo nos dias atuais, este estudo tem o intuito de verificar na população de Vitória (ES) se a estética também está sendo um fator relevante na escolha do material para confecção de restaurações parciais (“onlays”/“inlays”). Foi solicitado a técnicos de Prótese Dentária um histórico de produção de restaurações “onlays”/“inlays” confeccionadas em metal, resina composta e cerâmica, durante o ano de 2000. A amostra englobou técnicos cadastrados na Associação de Protéticos do Espírito Santo que possuíssem laboratórios localizados em Vitória (ES). Os profissionais deveriam utilizar simultaneamente os três materiais anteriormente mencionados. Foi realizado o teste paramétrico t de Student para verificar diferenças estatisticamente significantes entre as médias de cerâmica, resina e metal. Os resultados indicam haver diferenças significantes entre cerâmica e resina (t = 7,218; p = 0,000), entre cerâmica e metal (t = 8,592; p = 0,000) e entre cerâmica + resina comparado com metal (t = 11,097; p = 0,000). Não houve significância entre resina e metal (t = 0,088; p = 0,381).

Os resultados sugerem que a estética tem influência sobre a opção restauradora na população de Vitória (ES).

A297

Adaptação marginal e resistência à fratura de restaurações indiretas estéticas.

Soares, c. j.*, Martins, l. r. m., FERNANDES NETO, A. J., pfeifer, j. m. g. a.,
giannini, m.

FO – UFU; FOP – UNICAMP. E-mail: carlosjsoares@uol.com.br

A adaptação marginal e a resistência à fratura de “inlays” podem ser influenciadas pelo material restaurador. A proposta deste estudo foi avaliar a discrepância marginal e resistência à fratura de dentes restaurados com cerâmica, Duceram LFC e resinas indiretas, Solidex, Artglass e Targis. Sessenta molares foram selecionados e incluídos em cilindros de resina, reproduzindo o ligamento periodontal. Preparos MOD foram realizados, em seguida moldados e as restaurações confeccionadas seguindo as orientações dos fabricantes. A adaptação foi avaliada com sistema computadorizado (ROI - Optical), em quatro pontos da região oclusal, proximal e cervical. Os “inlays” foram então fixados com cimento Rely X (3M), e então submetidos a carregamento de compressão em máquina Instron (4411). Os dados foram analisados pela ANOVA e teste Tukey (5%). Os resultados foram:

Os resultados demonstram que as resinas laboratoriais apresentaram maior resistência à fratura e melhor adaptação marginal que a cerâmica feldspática. (Apoio: PIDCT/CAPES.)

A298

Estudo comparativo in vitro da capacidade de desgaste de estrutura de esmalte dental em diferentes tempos, utilizando pontas de diamante e o Air-Touch System.

FERNANDES, M. A.*, FONTANA, V. F.

Realizou-se uma avaliação in vitro da capacidade de desgaste da estrutura do esmalte dental utilizando-se pontas de diamante e o sistema de preparo por abrasão Air-Touch System em função do tempo para os dois sistemas e da pressão para sistema de preparo por abrasão. Foram comparados o peso inicial e, o peso após o desgaste dos corpos-de-prova nos tempos de 10 s na superfície vestibular, 15 s em uma das superfície proximal e 20 s na superfície lingual, utilizando-se os dois sistemas. Como resultado, foi encontrado um desgaste médio variando entre 0,0049 mg de esmalte para o sistema de preparo por abrasão, e 0,0178 mg de esmalte com pontas de diamante.

Conclui-se que o sistema de preparo por abrasão promoveu um menor desgaste quando comparado com pontas de diamante.

A299

Estudo da distribuição de tensões em dentina através do método dos elementos finitos tridimensional.

VASCONCELLOS, W. A.*, CAMPOS, T. M., CIMINI Jr., C. A., ALBUQUERQUE, R. C.

Departamento de Odontologia Restauradora e Engenharia Mecânica – UFMG.

Pinos intra-radiculares pré-fabricados têm sido usados como forma de aumentar a retenção dos materiais de preenchimento e reforçar as estruturas dentárias remanescentes. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da colocação de um pino intra-radicular pré-fabricado na distribuição de tensões na dentina, através do método dos elementos finitos tridimensional e compará-lo com modelos bidimensionais previamente realizados. Um incisivo central tratado endodonticamente foi restaurado com um pino cilíndrico de dois estágios constituído de fibras de carbono em matriz de Bis-gma, e com preenchimento coronário constituído de resina composta. O modelo incluiu osso cortical, dentina, polpa, guta-percha, pino e núcleo de preenchimento. Todos os materiais foram considerados lineares, homogêneos e isotrópicos, exceto os pinos de fibra de carbono que foram considerados ortotrópicos. Foi aplicada uma carga estática de 100 N com inclinação de 45º na superfície palatina do dente. A análise qualitativa resultou em concentrações de tensão de tração internamente na porção coronária radicular e na interface pino-dentina do lado palatino. Esses resultados, quando comparados com os obtidos em análise bidimensional, apresentaram níveis de concentrações de tensão de tração significativamente inferiores.

Concluiu-se que a colocação de um pino intra-radicular em incisivo tratado endodonticamente induz uma alteração na distribuição de tensão na dentina e que nos modelos 3D essas alterações apresentam níveis de tensões inferiores quando comparados com modelos 2D.

A300

Avaliação da alteração dimensional da silicona de adição submetida à desinfecção por imersão.

CORRÊA, L. J. D., FRAGA, O. A. S.*, PINTO, L. S., CRUZ FEREIRA, A. B., BALASSIANO, D. F., QUERINO, V. P.

Departamento de Prótese – FO – UERJ. Tel.: (0**21) 587-6664.

O objetivo do trabalho foi avaliar in vitro a alteração dimensional de modelos de gesso tipo IV obtidos através de moldes feitos com silicona de adição Aquasil - Dentsply após o processo de desinfecção por imersão em solução de hipoclorito de sódio a 0,5% durante trinta minutos. Foram feitos vinte moldes com casquetes padronizados e numerados de resina acrílica Duralay, de um troquel mestre cilíndrico em aço, utilizando a silicona de adição de acordo com as recomendações do fabricante. Os dez primeiros moldes não foram imersos, sendo considerados o grupo controle. Os dez seguintes foram imersos na solução desinfectante por trinta minutos. Todos os moldes foram vazados com gesso tipo IV Vemix - Kerr e os troquéis obtidos reservados. Após dez dias, os corpos-de-prova foram medidos em um projetor de perfis Deltronic modelo DV.114 CNC e os resultados avaliados estatisticamente pela ANOVA, onde p = 0,278 não apresentando diferença estatisticamente significante.

Os autores concluíram que o processo de desinfecção adotado não alterou dimensionalmente os modelos obtidos podendo portanto, ser incluído na rotina clínica.

A301

Adesivo autocondicionante: influência de materiais de profilaxia no selamento marginal.

RODRIGUES, V.*, CORREIA, M. N., RODRIGUES FILHO, J. F., DOURADO, A. T.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UPE. Tel.: (0**81) 3458-1208. E-mail: veronica@hotlink.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi analisar a influência de alguns materiais utilizados em profilaxia no selamento marginal de restaurações associadas a um sistema adesivo autocondicionante (Clearfil SE Bond - Kuraray). Em 20 molares hígidos, foram preparadas duas cavidades classe V nas faces vestibulares e linguais com margem em esmalte (parede oclusal) e em dentina (parede cervical). Os dentes foram divididos em 4 grupos de acordo com o material utilizado na profilaxia: G1- água destilada (controle); G2- pedra-pomes/água destilada; G3- pasta profilática com flúor; e G4- água oxigenada a 3%. A profilaxia foi realizada em todos os grupos com escova de Robson, seguida da aplicação do sistema adesivo e restauração das cavidades com resina híbrida (Z100/3M). As amostras foram termocicladas, imersas em fucsina a 0,5% e seccionadas no sentido vestíbulo-lingual. As restaurações foram avaliadas em lupa estereoscópica (40 X). Os índices de infiltração marginal nas paredes oclusal e cervical foram registrados em graus (0-3). Os dados foram analisados estatisticamente (Kruskal-Wallis e Mann-Whitney). Os postos médios obtidos por grupo foram: parede oclusal: G1 = 22,55; G2 = 20,75; G3 = 20,30; G4 = 18,40 e parede cervical: G1 = 22,60; G2 = 22,40; G3 = 18,50; G4 = 18,50. A análise estatística não demonstrou existir diferença significativa entre os grupos (p >> 0,05).

Concluiu-se que os materiais estudados não interferiram no selamento marginal de restaurações que utilizaram o Clearfil SE Bond.

A302

Adesivo autocondicionante: influência da soda clorada na infiltração marginal.

RODRIGUES FILHO, J. F.*, PINHEIRO, J. T., DOURADO, A., RODRIGUES, V.

Departamento de Prótese e CBMF – Faculdade de Odontologia – UFPE. Tel.: (0**81) 3228-4911. E-mail: francisco@hotlink.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi analisar qualitativamente, através da penetração de corante, a influência da soda clorada utilizada como solução irrigadora nos canais radiculares, na infiltração marginal de restaurações confeccionadas com uma resina híbrida (Z100/3M) em associação com um sistema adesivo autocondicionante (Clearfil SE Bond/Kuraray). Foram selecionados 19 pré-molares hígidos, divididos em 2 grupos e submetidos a preparo biomecânico, estabelecendo-se um tempo médio de 15 min. para sua realização. No G1 (controle) os canais foram irrigados com água destilada e no G2 (experimental) com soda clorada. Em seguida, a câmara pulpar foi lavada com água destilada. A entrada dos canais foi obliterada com algodão. O adesivo foi aplicado, sendo a cavidade restaurada com Z100. Os grupos foram submetidos à termociclagem de 350 ciclos (5ºC e 55ºC - 20 s), imersos em fucsina a 0,5%, lavados, secos, seccionados longitudinalmente no sentido vestíbulo-lingual e depois analisados em lupa estereoscópica (40 X) por três examinadores. Os índices de infiltração das paredes vestibular e lingual foram registrados em graus (0-3). Os postos médios obtidos foram: parede vestibular: G1 = 9,35; G2 = 10,72 e parede lingual: G1 = 11,30; G2 = 8,55. O teste de Mann-Whitney (p >> 0,05) demonstrou que os grupos 1 e 2 não diferiram estatisticamente entre si em nenhuma das paredes avaliadas.

Concluiu-se que a soda clorada não interferiu no selamento marginal do Clearfil SE Bond.

A303

Propriedades do gesso tipo IV submetido a métodos de desinfecção.

SANTOS Jr., G. C., BASTOS, L. G. C.*, FREITAS, A. P., RUBO, J. H.

Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.

O presente trabalho teve o propósito de avaliar as alterações físicas ocorridas em um gesso tipo IV através de dois ensaios mecânicos: teste de resistência à compressão e à tração diametral, quando submetido a diferentes métodos de desinfecção. Foram obtidos 20 corpos-de-prova, seguindo a norma ISO, para cada tipo de teste mecânico, que foram divididos em quatro grupos que correspondem a três métodos de desinfecção mais um grupo controle. O primeiro grupo foi imerso em glutaraldeído a 2%, o segundo grupo em hipoclorito de sódio a 0,5%, o terceiro grupo foi inserido em uma autoclave e submetido a um ciclo de três minutos a 134ºC, e o quarto grupo, o controle, não foi submetido a qualquer método.

Com base nos ensaios mecânicos realizados e seus valores analisados estatisticamente concluiu-se que os métodos usuais de desinfecção de modelos, de acordo com esse estudo, incluindo a imersão em glutaraldeído a 2% e em hipoclorito a 0,5%, durante 10 minutos, são satisfatórios no que diz respeito as propriedades mecânicas do gesso tipo IV. Entretanto o método de desinfecção por autoclave fica impossibilitado, pela alteração física provocada no gesso tipo IV, diminuindo sua resistência à compressão e à tração diametral.

A304

Microinfiltração em restaurações de amálgama associadas a diferentes materiais intermediários.

HOSHI, A. T.*, PAVARINI, A., SILVA, S. M. B.

Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Tel.: (0**14) 235-8218. E-mail: adrhoshi@yahoo.com

Este trabalho avaliou, in vitro, a microinfiltração marginal de restaurações de amálgama associadas ao verniz cavitário Copalite - Cooley & Cooley (GI - CP), ao adesivo dentinário OptiBond Solo - Kerr (GII - OS) e ao CIV Vitremer - 3M (GIII - VT). Foram utilizados 45 pré-molares hígidos e extraídos, que receberam cavidades independentes classe II nas faces mesial e distal, envolvendo as cristas marginais. Todas as cavidades foram restauradas com a liga Dispersalloy - Dentsply, sendo que, posteriormente, os dentes sofreram termociclagem e foram então armazenados em solução de fucsina básica a 0,5% por 24 horas. A avaliação foi realizada através de um microscópio óptico com aumento de 150 vezes (Mitutoyo TM-505) e no software Sigma Scan, utilizando linha única e linhas segmentadas. O GI - CP apresentou valores maiores e estatisticamente significantes em relação aos demais grupos em todos os métodos de avaliação. Os menores valores foram obtidos pelo GIII - VT, porém sem diferença estatisticamente significante quando comparado ao GII - OS, exceto pela avaliação no Sigma Scan em linha única, para um valor de p << 0,05.

Os três métodos de avaliação de medidas lineares empregados mostraram ter uma forte correlação positiva, apesar de apresentarem resultados estatisticamente diferentes entre si em pelo menos um dos grupos de estudo. Nenhum dos materiais foi capaz de eliminar a microinfiltração marginal e os métodos de ava­liação apresentaram confiabilidade de resultados. (Apoio financeiro: Fapesp.)

A305

Gesso tipo IV: influência das técnicas de manipulação.

PEREIRA, T.*, SANTOS Jr., G. C., RUBO, J. H.

Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo.

O objetivo deste trabalho foi analisar e comparar a resistência à tração diametral e à compressão de corpos obtidos com gesso tipo IV através de técnicas de manipulação diferentes, feitas por um aluno de graduação, que não estava ciente dos objetivos do trabalho. Para tal, foram utilizados tubos de PVC com o mesmo diâmetro (20 mm) e alturas diferentes: 40 mm para os testes de compressão e 10 mm para os de tração diametral. Foram divididos 4 grupos: Grupos 1 e 3- controle (seguindo todas as recomendações do fabricante, com espatulação mecânica); Grupos 2 e 4- corpos obtidos utilizando-se proporções água/pó recomendadas pelo fabricante, com espatulação manual. Nos Grupos 1 e 2 verificou-se a resistência à compressão e nos Grupos 3 e 4, à tração diametral. Para interpretação dos resultados foi utilizada a análise de variância, cujo valor encontrado foi de p >> 0,01. Os resultados demonstraram que não houve diferença estatística entre os grupos nos dois ensaios.

Com base nos dados obtidos, podemos concluir que apesar de os resultados dos grupos controle serem numericamente superiores em sua média (Grupo 1: 1.633 kg e Grupo 2: 1.589,8 kg; Grupo 3: 154,8 kg e Grupo 4: 125,77 kg), estatisticamente apresentaram-se sem significância, o que nos permite dizer que a espatulação mecânica e manual apresentam a mesma eficiência.

A306

Avaliação in vivo do espaço para o cimento em próteses metalocerâmicas.

OLIVEIRA, P. C. G.*, BONFANTE, G., FRANCISCONI, P. A. S.

Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários – FOB – USP.
 Tel.: (0**14) 234-5561. E-mail: pcdeoliveira@uol.com.br

Neste trabalho foi avaliado o espaço disponível para o cimento em próteses fixas metalocerâmicas. Para a realização, vinte próteses fixas foram selecionadas com vinte retentores molares, vinte pré-molares, um ponto de solda e um ou dois pônticos, sendo a avaliação do espaço para o cimento realizada antes da soldagem, após a soldagem e após a vitrificação da porcelana. Uma silicona fluida foi introduzida no interior dos retentores e estes pressionados contra os dentes pilares com pressão digital. Após a polimerização do material os retentores foram retirados e através de uma silicona pesada colocada em seu interior, removeu-se a película de silicona fluida, quando nova quantidade de silicona pesada foi acrescida, formando-se um conjunto. Após secção no sentido vestíbulo-lingual em três partes cada retentor, procedeu-se a inclusão em resina acrílica e leitura em microscópio, tanto nas paredes axiais como na oclusal. Este procedimento foi realizado em todos os retentores, durante as três etapas do trabalho.

Os dados numéricos foram submetidos à análise estatística (teste de Tukey e ANOVA) de onde pôde-se concluir que ocorreu um aumento do espaço interno durante as etapas do trabalho, principalmente após a vitrificação da porcelana, sendo que os maiores aumentos ocorreram na superfície oclusal.

A307

Recuperação elástica em materiais elastoméricos.

CARVALHO, M. C. F. S.*, GARCEZ, R. M. V. B., FRANCISCONI, P. A. S., COSTA, S. C.,
NAVARRO, M. F. L., ARAUJO, P. A.

Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários – FOB – USP. E-mail: serpacarvalho@hotmail.com

O objetivo foi avaliar a recuperação elástica de materiais de moldagem elastoméricos. A recuperação elástica de 15 elastômeros (Silicona de adição I, Silicona de adição II, Vision, Xantopren VL, Speedex Light Body, Alphasil Mono, Oranwash, Lastic Xtra, Silaxil Light, Coltex, Silon, Alphasil Dum, Alphasil EX Dum, K light, Silicona 3M) foi avaliada utilizando-se um dispositivo construído com base no aparelho “elasticímetro” desenvolvido por MUENCH (Rev Paul Odont, 1992). Os materiais foram espatulados seguindo orientações dos fabricantes e colocados no receptáculo do aparelho que possui uma haste móvel entalhada para reter o material durante o ensaio. A deformação foi medida por intermédio de um ponteiro fixo à haste projetado sobre um transferidor (180º). O grau de deformação em função do ângulo observado permitiu calcular a porcentagem de recuperação elástica, a partir da deformação provocada após a presa final (previamente verificada para cada material). As porcentagens de recuperação elástica obtidas foram: Silicona de adição I: 99,9; Silicona de adição II: 99,8; Vision: 99,8; Xantopren VL: 99,7; Speedex Light Body: 99,7; Alphasil Mono: 99,7; Oranwash: 99,7; Lastic Xtra: 99,6; Silaxil Light: 99,6; Coltex: 99,6; Silon: 99,5; Alphasil Dum: 99,4; Alphasil EX Dum: 99,4; K light: 99,4; Silicona 3M: 98,0.

Os valores foram tratados estatisticamente e plotados em gráficos, concluindo-se que os elastômeros apresentaram valores de recuperação elástica dentro dos limites propostos pela Norma ISO 4823 (entre 96,5% e 100%).

A308

Influência da polimerização gradual na microinfiltração de restaurações de resina composta.

LOPES, P. A.*, SILVA, E. M., MATTOS, R. P., CAMPANY, R. O., SANTOS, G. B.,
PIMENTEL, L. M. N.

Disciplina de Dentística – FO – UFF - Niterói, RJ.

Avaliou-se a influência da técnica de polimerização gradual na microinfiltração de cavidades restauradas com as resinas compostas A110 (3M), P60 (3M) e Point 4 (Kerr). Cavidades com a parede oclusal em esmalte e a cervical em cemento foram confeccionadas nas superfícies vestibulares e linguais de pré-molares. Em todas as cavidades foi aplicado o adesivo Gluma One Bond (Heraeus Kulzer). As cavidades foram preenchidas com dois incrementos fotopolimerizados com o aparelho Degussa SoftStart, empregando duas técnicas: convencional (C) - 500 mW/cm2/40 s ou SoftStart (SS) - 300 mW/cm2/20 s + 500 mW/cm2/20 s. Foram produzidos os seguintes grupos experimentais: Grupo I - A110 (C); Grupo II - A110 (SS); Grupo III - P60 (C); Grupo IV - P60 (SS); Grupo V - Point 4 (C); Grupo VI - Point 4 (SS). As restaurações foram polidas e os espécimes impermeabilizados com esmalte de unha, imersos em solução neutra de azul de metileno à 2% por 24 horas, lavados, secos e seccionados vestíbulo-lingualmente. A microinfiltração foi avaliada em esmalte e cemento por três examinadores calibrados utilizando escores de 0-3. Os valores foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (p << 0,05) e Mann-Whitney (p << 0,01). Não houve diferença estatística entre os grupos polimerizados com a técnica convencional (Uc 6.596,5) e a SoftStart (Uss 7.803,5) A inflitração nas margens em cemento (Uce 11.078,0) foi superior (p << 0,01) àquelas em esmalte (Ue 3.322,0).

Concluiu-se que a polimerização gradual pode ser empregada de forma segura na confecção de restaurações de resina composta.

A309

Análise da microinfiltração marginal em cavidades classe II restauradas com ionômero resinoso, resina “flow” e resina compactável.

RIBEIRO, M.*, MELLO, J. B.

UGF; UNITAU.

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a microinfiltração marginal na parede cervical de restaurações classe II apresentando uma margem em esmalte e outra em cemento. Trinta molares humanos, foram dividido em 3 grupos: Grupo 1 - restaurados com uma base de ionômero híbrido, Vitremer - 3M; Grupo 2 - restauradas com uma base de resina Natural Flow - DFL; após a confecção das bases com 2 mm de altura cérvico-oclusal os grupos 1 e 2 foram preenchidos com resina compactável P60 - 3M e Grupo 3 - restauradas diretamente com resina compactável P60 - 3M onde foi padronizada a força de condensação do incremento responsável pelo preenchimento das paredes cervicais nas caixas proximais. Cabe ressaltar que para todos os materiais utilizados foi preconizado a utilização do protocolo recomendado pelo fabricante. Em seguida os dentes foram termociclados por 250 ciclos em banhos de 5º ± 3ºC e 55º ± 3ºC por 10 s, quando então foram impregnados com nitrato de prata 50% por 4 h. Os espécimes foram seccionados mésio-distalmente e avaliados em escores de 0 a 3, com auxílio de lupa.

A análise estatística dos resultados mostrou uma significante maior microinfiltração em cemento quando comparado ao esmalte em qualquer grupo e ainda mostrou ser significantemente maior a microinfiltração no grupo 1 quando comparado com o grupo 2 e 3 em qualquer uma das margens. No entanto, não revelou diferença significante em nenhuma situação de comparação entre os grupos 2 e 3.

A310

Influência da polimerização gradual na adesão de dois sistemas adesivos de 5ª geração.

VASCONCELLOS, A. B.*, SILVA, E. M., BARCELLOS, A. A. L., SANTOS, G. B.,
MONTE ALTO, R. V., PIMENTEL, L. M. N.

Disciplina de Dentística – FO – UFF.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da polimerização gradual na adesão de dois sistemas adesivos de 5ª geração. Foram utilizados quarenta incisivos bovinos incluídos, com resina de poliéster, em tubos de PVC de 1 polegada de diâmetro e 2 cm de altura. As superfícies vestibulares foram desgastadas com lixas d’água de granulação 220 e 600 até a exposição de dentina. Foram divididos quatro grupos de dez dentes: Gp I e II - condicionamento com H3PO4/15 s + Single Bond (3M); Gp III e IV - condicionamento com H3PO4/15 s + Gluma One Bond (Heraeus Kulzer). Em seguida foram confeccionados, nas superfícies adesivas, cilindros de resina composta Tetric Ceram (Vivadent), cor A3 (2,0 x 3,0 mm). Nos grupos I e III os cilindros de resina foram polimerizados por 40 s com luz halógena (500 mW/cm2); nos grupos II e IV foi utilizado o aparelho Degussa SoftStart, (20 s/300 mW/cm2 + 20 s/500 mW/cm2). Os espécimes foram armazenados, em água destilada, durante sete dias à 37ºC, sendo em seguida submetidos a ensaio de cisalhamento em máquina EMIC modelo DL 10000 (50 kg à velocidade de 0,5 mm/min). Os valores obtidos foram tratados estatisticamente por ANOVA e teste de Tukey (p >> 0,05). A média e o desvio-padrão de cada grupo foram respectivamente: Gp I - 18,67 ± 4,52; Gp II - 13,79 ± 2,50 e Gp III - 21,58 ± 4,69 e Gp IV - 13,38 ± 2,07.

O adesivo Single Bond foi superior ao Gluma One Bond. Não houve diferença estatística significante entre os grupos submetidos à polimerização gradual e os grupos controle.

A311

Avaliação in vitro dos cimentos de ionômero de vidro utilizados como selantes oclusais.

FRACASSO, M. L. C.*, ABDO, R. C. C., MACHADO, M. A. A. M., SILVA, S. M. B.

FOB – USP; Odontopediatria – UEM - PR. Tel.: (0**14) 235-8218. E-mail: mafracasso@zaz.com.br

O objetivo da pesquisa foi comparar a microinfiltração marginal (MM) e a profundidade de penetração (PP) dos cimentos de ionômero de vidro (CIV) e um selante resinoso (SR) em fossas e fissuras oclusais. Setenta e dois terceiros molares hígidos foram distribuídos em 6 condições experimentais: grupo 1 - condicionamento com ácido fosfórico 37%/Delton; 2 - ácido poliacrílico 40%/Ketac-Molar/esmalte de unha; 3 - Fuji Plus Conditioner/Fuji Plus/esmalte de unha; 4 - ácido fosfórico 37%/Vitremer/Finishing Gloss; 5 - ácido fosfórico 37%/“primer”/Vitremer/Finishing Gloss; e 6 - ácido fosfórico 37%/Vitremer diluído na proporção de 1/4 de pó/Finishing Gloss. Após 24 horas em água deionizada (37ºC), os dentes foram submetidos ao tratamento térmico correspondente a 300 ciclos (5º/55ºC) de 15 s, e cobertos com esmalte de unha, exceto 1 mm ao redor do material selador, sendo então imersos em solução de fucsina básica 0,5%, por 24 horas. Posteriormente, os dentes foram seccionados vestíbulo-lingualmente, e avaliados microscopicamente (aumento 150 X), por meio de escores predeterminados.

Os dados foram submetidos a cálculos estatísticos (teste de Kruskal-Wallis) concluindo-se que: não houve diferença estatística entre os materiais testados em relação à PP, embora os CIVs apresentassem ­maior viscosidade. Com relação à MM, os CIVs apresentaram os melhores resultados, distinguindo-se estatisticamente do SR, observando-se, no entanto, que nenhum material selador foi capaz de impedir a total penetração da solução corante. (Apoio financeiro: Capes.)

A312

Avaliação da fundibilidade de uma liga de Ni-Cr submetida a diferentes temperaturas de fundição.

CARREIRO, A. F. P., PRADO, C. J., RIBEIRO, R. F., RODRIGUES, R. C. S., SILVA, E. P.*

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. E-mail: rribeiro@forp.usp.br

A substituição de ligas de ouro tem desafiado clínicos e pesquisadores. Embora tenha havido grande desenvolvimento técnico quanto à utilização de ligas alternativas o processo de fundição permanece, ainda, com desempenho não-satisfatório. O objetivo deste trabalho foi verificar a fundibilidade de uma liga comercial de Ni-Cr avaliando os efeitos da variação da temperatura de fundição. Foram preparados 24 corpos-de-prova, na forma de uma rede de “nylon”, com 10 x 10 mm, contendo 100 espaços, incluídos em revestimento fosfatado manipulado de acordo com as recomendações do fabricante. A temperatura do molde foi fixada em 900oC. Foram utilizadas as temperaturas de fundição: 1.280º, 1.310º, 1.340º e 1.370ºC. As fundições foram realizadas em máquina de indução, sob vácuo e atmosfera inerte de argônio. Os resultados foram representados pelo número de espaços de malha reproduzidos. Os dados foram submetidos à análise estatística pelo teste de Kruskal-Wallis, sendo detectadas diferenças estatisticamente significantes em nível de 0,1% entre a temperatura de 1.280ºC e as demais. Entre as outras temperaturas (1.310º, 1.340º e 1.370ºC) não houve diferenças estatisticamente significantes.

Da análise dos dados conclui-se que a fundibilidade da liga de Ni-Cr é dependente do controle da temperatura de fundição, com clara tendência de que temperaturas mais altas melhoram o potencial de fundibilidade.

A313

Efeito dos agentes clareadores caseiros na morfologia do esmalte.

LOPES, G. C., BONISSONI, L.*, BARATIERI, L. N., VIEIRA, L. C. C., MONTEIRO Jr., S.

Dentística Restauradora – UFSC. Tel.: (0**48) 331-9880, fax: (0**48) 234-1788. E-mail: guilherme_lopes@ig.com.br

Este estudo laboratorial teve como objetivo analisar o efeito na morfologia do esmalte submetido ao clareamento com dois agentes clareadores caseiros (peróxido de carbamida 10% - Opalescence 10%, Ultradent e um gel livre de oxigênio - Hi-Lite II, Shofu) e de duas soluções separadas dos componentes do peróxido de carbamida 10% (peróxido de hidrogênio 3% e uréia 7%). Quinze molares humanos conservados em água por no máximo 3 meses foram seccionados. As superfícies vestibular e lingual foram incluídas em resina acrílica, e os espécimes polidos até lixa de granulação 600 (n = 6). O procedimento clareador foi realizado durante 3 horas por dia por 2 semanas, com exceção do grupo controle. Depois de cada secção de clareamento, os espécimes eram lavados e mantidos em saliva artificial a 37ºC, trocada todos os dias. Depois do clareamento por duas semanas, os espécimens foram recobertos e observados por um microscópio eletrônico de varredura Philips XL 30. Nenhuma alteração morfológica foi observada no esmalte tratado com peróxido de carbamida 10% (Opalescence), ou gel livre de oxigênio (Hi-Lite II), nem a solução de uréia 7% quando comparados com o controle (saliva artificial). Por outro lado, o esmalte clareado com peróxido de hidrogênio 3% resultou em áreas de leve erosão. Entretanto, este efeito não foi uniforme, ocorrendo com intensidade variável em todos os espécimes submetidos ao clareamento com peróxido de hidrogênio 3%.

Com as limitações desta avaliação laboratorial, conclui-se que o clareamento realizado com peróxido de hidrogênio 3% parece resultar em um efeito negativo na morfologia do esmalte.

A314

Avaliação clínica de dois anos de restaurações adesivas diretas em dentes posteriores.

VIEIRA, L. C. C., LOPES, G. C., MAIA, E. A. V.*, BARATIERI, L. N., ANDRADA, M. A. C.

Dentística Restauradora – UFSC. Tel.: (0**48) 331-9880, fax: (0**48) 234-1788. E-mail: dentist@ccs.ufsc.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar, clinicamente, 2 sistemas restauradores para dentes posteriores (Scotchbond Multi-Uso [SBMU] + Z100 - 3M e Magic Adhesiv + Fill Magic - Vigodent) quando empregados em restaurações classe II (MO, MOD, OD) em molares e pré-molares. Foram executadas 80 restaurações, sendo que destas, 40 com sistema restaurador SBMU + Z100 e 40 com o sistema Magic Adhesive + Fill Magic. Os adesivos foram aplicados de acordo com as instruções do fabricante. As restaurações foram avaliadas seguindo critérios a seguir: sensibilidade pós-operatória (SPO), descoloração marginal (DM), alteração de cor (AC), recidiva de cárie (RC), presença de trinca (T), desgaste perceptível (DP), qualidade da restauração, se satisfatória ou não (QR). Os dados foram analisados através do teste de proporção. Os resultados obtidos podem ser observados na tabela abaixo:

Critérios

Sistema restaurador

SPO

DM

AC

RC

T

DP

SR

SBMU/Z100

2,5%

11,5%

11,5%

73%

Magic Adhesive/Fill Magic

5%  

20%  

3,8%

  3,8%

64%

Os dois sistemas restauradores obtiveram resultados equivalentes após dois anos de avaliação clínica.

A315

Resistência de união de diferentes sistemas cerâmicos.

LOPES, G. C., LOPES, M. F.*, VIEIRA, L. C. C., BARATIERI, L. N., CARDOSO, A.

Dentística – UFSC. Tel.: (0**48) 331-9880. E-mail: guilherme_lopes@ig.com.br

O presente trabalho teve por intenção avaliar a resistência de união ao esmalte de quatro sistemas cerâmicos (IPS Empress e IPS Empress 2, Ivoclar; In-Ceram Alumina e In-Ceram Zircônia, Vigodent). 40 incisivos e caninos humanos foram incluídos com resina acrílica em tubos de PVC. As superfícies vestibulares foram polidas até lixa de granulação 600. E, divididos aleatoriamente entre os 4 grupos (n = 10). O cimento resinoso Variolink II (Vivadent) foi utilizado para todos os grupos conforme instruções do fabricante. 10 cilindros de cada porcelana (d = 2,5 mm) foram polidos até lixa de granulação 600. Os cilindros de porcelana foram tratados conforme recomendações dos fabricantes: para o sistema IPS e IPS 2 o condicionamento com ácido hidrofluorídrico a 10% foi realizado por 60 e 20 segundos, respectivamente; para os sistemas In-Ceram Zircônia e Alumina o jateamento com óxido de alumínio foi realizado. Após a realização dos procedimentos adesivos os cilindros foram posicionados sobre as superfície dentais e o cimento fotopolimerizado durante 40 segundos. Após 24 horas em água, os corpos-de-prova foram submetidos a ensaios de cisalhamento em uma máquina de ensaios Instron 1 mm/min.). As médias de força de união em MPa foram:

Sistema cerâmico

IPS Empress

IPS Empress 2

In-Ceram Alumina

In-Ceram Zircônia

Esmalte

20,6 (6,5)b

37,8 (9,2)a

7,2 (3,0)c

9,0 (4,3)c

Os dados foram analisados por “one-way” ANOVA. Concluiu-se que a cimentação adesiva com os sistemas cerâmicos que permitem o condicionamento com ácido hidrofluorídrico apresenta resistência de união superior aos sistemas que utilizam apenas o jateamento com óxido de alumínio.

A316

Efeito das condições histológicas na adesão dentinária – uma análise com MEV.

LOPES, G. C.*, VIEIRA, L. C. C., BARATIERI, L. N.

Dentística Restauradora – UFSC. Tel.: (0**48) 224-6990, fax: (0**48) 234-1788. E-mail: guilherme_lopes@ig.com.br

Este estudo teve como objetivo verificar a ultramorfologia da interface adesiva com duas técnicas adesivas (“primers” autocondicionantes e condicionamento ácido total) frente a dois substratos dentinários distintos (dentina esclerótica oclusal e dentina oclusal em condição histológica normal) através da análise de microscópio eletrônico de varredura (MEV - XL 30, Philips). Os sistemas adesivos testados foram: Clearfil SE Bond (Kuraray) e Single Bond (3M). Foram selecionados oito molares humanos cariados e que após a remoção da porção oclusal apresentavam regiões de dentina esclerótica oclusal e regiões de dentina oclusal não alterada. Os dentes foram divididos aleatoriamente em dois grupos de quatro dentes. Os procedimento adesivo realizado conforme instruções do fabricante e uma camada de 2 mm de resina de alta fluidez (Natural Flow) foi aplicada sobre a região. Os espécimes foram cortados longitudinalmente, fixados e desidratados para microscopia, embebidos em resina epóxica, polidos até alto polimento, condicionados e desproteinados, recobertos com ouro/paládio, e analisados ao MEV. A formação de camada híbrida foi constatada em todos os espécimes sem que houvesse formação de fendas na interface em nenhuma região. Para ambos sistemas adesivos, na região de dentina com condição normal a camada híbrida apresentou-se com maior espessura e uma maior quantidade de “tags” resinosos estava presente. Na dentina esclerótica, a camada híbrida era menos espessa, e havia mínima formação de “tags” resinosos no interior dos túbulos dentinários, e quando presentes apresentavam-se mais curtos e sem formação de camada híbrida na dentina peritubular.

O maior conteúdo mineral da dentina esclerótica parece dificultar a interação dos sistemas adesivos neste substrato.

A317

Resistência à compressão de cimentos resinosos de presa dual: seria a fotoativação imprescindível?

WERNECK, D.*, REIS, R. S., DIAS, K.

Dentística Restauradora, Materiais Dentários – UNIGRANRIO; Mestrado em Odontologia – UERJ.

Este trabalho comparou a resistência à compressão de 2 cimentos resinosos de presa dual, fotoativado (F) e autoativado (A) em duas idades (24 h e 30 dias). Foram selecionadas 2 marcas comerciais: Enforce (EN) e Dual Cement (DC). A metodologia de ensaio foi realizada de acordo com Especificação nº 8 da ADA, em um tensiômetro universal (EMIC). A amostra para cada combinação cimento-método de polimerização-idade constitui-se de 9 corpos-de-prova armazenados em saliva artificial, perfazendo-se um total de 72. Para cada idade, os cimentos e seus dois tipos de polimerização tiveram suas médias compradas pela ANOVA e teste de Tukey com 99% de confiança. Para cada cimento as diferenças de médias entre idades (24 h versus 30 dias), porém com mesmo método de ativação, foram comparadas pelo teste t de Student com 99% de confiança. Os resultados de 24 h mostraram que ENA apresentou um valor de 112,9 (31,1) MPa e para ENF de 85,1 (19,2) MPa. Para o DCA o resultado foi respectivamente de 136,6 (36,5) MPa e para DCF 107,7 (12,1) MPa. Após 30 dias ENA obteve 144,65 (39,8) MPa e ENF de 115,8 (29,9) MPa. Para DCA o resultado foi de 147,4 (59,6) MPa e para DCF 153,7 (57,8) MPa. Na idade de 24 h todas as médias estatisticamente equivaleram-se exceto para ENF. No perído de 30 dias não houve diferença estatisticamente significativa entre as médias. Para ENA e DCA não houve diferença estatisticamente significativa entre 24 h e 30 dias, enquanto que EF e DCF com 30 dias foram mais resistentes que em 24 h.

A resistência à compressão de ambos cimentos independeu de fotoativação.

A318

Microinfiltração em restaurações classe V expostas ao peróxido de carbamida.

SANTOS, M. C. M. S.*, PINHEIRO, J. T., CONSANI, S.

FOP – UPE; FOP – UNICAMP.

Esta pesquisa teve o objetivo de avaliar a microinfiltração em restaurações de classe V em amálgama, resinas Durafill, Z250, Flow-It e um compômero F2000 após o clareamento com peróxido de carbamida (PC) 10%, in vitro. Foram preparadas em 150 terceiros molares, cavidades de classe V nas faces vestibular e lingual e divididos em 15 grupos, restaurados seguindo as recomendações dos fabricantes. Para as restaurações em resina e compômero das faces linguais foi aplicado o selante de superfície Fortify e para as restaurações em amálgama aderido nas faces linguais foi usado cimento Rely X. Após restaurados os dentes foram expostos ao PC nos tempos de 3 e 6 horas dia por 4 semanas, sendo um grupo armazenado em solução de NaCl 0,9% a 37ºC, como controle. Em seguida todos os espécime foram selados e submetidos a 500 ciclos/por 5º a 60ºC e corados em fucsina básica 0,5%. A seguir foram seccionados e analisados por 3 avaliadores em microscópio 25 C, considerando 4 escores de penetração do corante.

Os dados foram submetidos aos testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis (5%) e foi possível concluir que: o clareador PC 10% (Nite White) não alterou significativamente a microinfiltração das restaurações testadas, entretanto as realizadas em amálgama e resina de baixa viscosidade apresentaram os ­maiores graus de infiltração.

A319

Alteração de temperatura intrapulpar durante o preparo de cavidades classe V com o laser Er:YAG.

BRUGNERA Jr., A.*, MARCHESAN, M. A., SILVA, R. S., ZANIN, F., PÉCORA, J. D.

Odontologia Restauradora – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3982. E-mail: brugnera@globo.com.br

Os lasers de alta potência como os de CO2 e Nd:YAG geram calor nos tecidos durante o uso, isso preocupa os pesquisadores porque o calor gerado durante o preparo cavitário pode levar a danos irreversíveis na polpa e ligamento periodontal. Devido a interação com a água, o laser de Er:YAG, provoca ablação do tecido dental sem injúrias como fusão, rachaduras e carbonização deste. Assim o laser de Er:YAG tem sido indicado para remoção de cáries, preparo cavitário e desinfecção de canais radiculares. Vários estudos recomendam parâmetros para o uso do laser de Er:YAG na remoção de tecido cariado, porém nenhum estudou individualmente o efeito desse laser na alteração de temperatura dos diferentes grupos dentais. Estudou-se as alterações intrapulpares em 10 incisivos, 10 caninos, 10 pré-molares, 10 molares durante o preparo de cavidades classe V com o laser de Er:YAG em diferentes pulsos “short” (250 ms/pulso) e “very short” (80-120 ms/pulso) com 10 Hz, 500 mJ, 6 s, 10 mm de distância focal, 25 ml de fluxo de água, 23ºC e 65% de humidade. O maior aumento foi verificado nos incisivos e o menor nos molares nos dois pulsos utilizados. O pulso “very short” causou menor aumento de temperaturana câmara pulpar do que o pulso “short”.

A320

“Slot” do bráquete Clarity®: avaliação após 2 anos de tratamento.

MANSO, N. F. C.*, CHEVITARESE, O.

Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Biomateriais – UFRJ; COPPE.
 Tel./fax: (0**21) 205-6785. E-mail: neusaman@easynet.com.br

Os bráquetes cerâmicos são considerados uma importante alternativa de uso com relação aos bráquetes metálicos, principalmente quanto à estética, tornando a sua escolha cada vez mais freqüente pelos pacientes. Entretanto a porcelana tem a sua superfície mais áspera que o metal, o que aumenta a resistência ao deslocamento deste bráquete no fio ortodôntico, além de ser um material mais frágil. Assim, ela é mais susceptível às fraturas durante a sua manipulação no decorrer do tratamento, como por exemplo na incorporação de torques. Nesse contexto, surgiu o bráquete Clarity® (3M Unitek) que, entre outras, traz como novidade, um recobrimento metálico no “slot”, com o intuito de diminuir o atrito com o fio e aumentar sua resistência. O objetivo deste trabalho foi observar o desempenho do recobrimento metálico em relação à corrosão e adaptação da interface metal/porcelana. Foram utilizados bráquetes descolados conforme normas do fabricante, após um tratamento de dois anos. Seus fragmentos foram coletados e observados ao MEV quando foram realizadas diversas eletromicrografias.

Em nenhuma amostra, aparentemente, foram observados fenômenos de corrosão e desgaste na superfície externa do recobrimento. Da mesma forma, a superfície interna (interface metal/porcelana) apresentou-se isenta de descontinuidade ou corrosão.

A321

Análise morfológica da interface substrato/adesivo após diferentes tratamentos de superfície.

CORONA, S. A. M.*, PALMA DIBB, R. G., BORSATTO, M. C., ROCHA, R. A. S. S.

Odontologia Restauradora – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4075, 633-0999. E-mail: nelsoncorona@linkway.com.br

O objetivo do presente trabalho foi analisar morfologicamente, por meio de microscopia eletrônica de varredura, as interfaces adesivo/esmalte e adesivo/dentina (camada híbrida), e as superfícies de esmalte e dentina após diferentes tratamentos de superfície. Empregou-se 6 terceiros molares hígidos, dos quais foram obtidos discos de aproximadamente 1 mm de espessura. A “smear layer” foi padronizada utilizando-se lixas d’água (280, 320, 400 e 600). Os discos de esmalte e dentina, foram divididos em três grupos: I - ácido fosfórico a 37%, II - jato de óxido de alumínio e III - jato de óxido de alumínio + ácido fosfórico a 37%. Após o tratamento da superfície os discos foram seccionados ao meio e numa metade foi aplicado o sistema restaurador Single Bond/Filtek Z250 (3M). Os hemidiscos foram seccionados ao meio, perpendicularmente à superfície e tratados para análise ao microscópio eletrônico de varredura. Observou-se quando da aplicação apenas do jato de óxido de alumínio, no esmalte, um aspecto irregular, na dentina, a presença de trincas na superfície, túbulos dentinários obliterados e ausência de camada híbrida. No esmalte, a associação do jato de óxido de alumínio ao ácido fosfórico apresentou padrão de superfície semelhante ao que ocorre após o condicionamento ácido, e na dentina, foram verificadas trincas na superficie e túbulos dentinários abertos, sendo possível observar a formação da camada híbrida.

Pode-se concluir que é necessário a associação do jato de óxido de alumínio com condicionamento ácido para que se tenha uma superfície adequada para adesão.

A322

Resistência à compressão de restaurações de cerâmica e resina composta de laboratório.

ANDRÉ, M. A., CARA, A. A., CAPP, C. I.*, RODA, M. I., SANTANA, A. C.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel./fax: (0**11) 3091-7839. E-mailcapp@fo.usp.br

O objetivo deste trabalho foi comparar a resistência à compressão de restaurações parciais do tipo “onlay” confeccionadas em cerâmica feldspática (Noritake) e uma resina composta de laboratório de segunda geração (Targis). Um pré-molar humano superior hígido foi preparado para receber uma restauração do tipo “onlay”. A partir deste elemento dental preparado foram confeccionadas 20 réplicas na liga metálica Ni-Cr, divididas em 2 grupos de 10 espécimes cada: grupo I (restaurados com Noritake) e grupo II (restaurados com Targis). Após a verificação da adaptação interna e marginal das restaurações aos seus respectivos troquéis, as mesmas foram cimentadas adesivamente aos troquéis por meio de um cimento resinoso dual (Enforce). Todas as amostras foram submetidas ao teste de resistência à compressão numa máquina de testes universal (Kratos). As médias (kgf) obtidas foram de 259,75 (± 70,87) para cerâmica e 158,30 (± 34,24) para Targis. Os resultados foram submetidos à análise estatística, através do teste de Tukey (p = 0,01).

As restaurações cerâmicas apresentaram resistência à compressão significativamente maior que as restaurações confeccionadas em resina composta de laboratório.

A323

Influência da técnica de polimerização e de inserção de compósito na microinfiltração e microdureza.

AMARAL, C. M.*, BEDRAN de CASTRO, A. K. B., PIMENTA, L. A. F., AMBROSANO, G. M. B.

Dentística – FOP – UNICAMP. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da técnica de polimerização e de inserção da resina composta sobre a microinfiltração marginal e microdureza. Foram preparadas 180 cavidades classe II que foram divididas em 6 grupos: G1 - 1 incremento + polimerização convencional; G2 - incrementos vestíbulo-linguais + polimerização convencional; G3 - 1 incremento + polimerização SoftStart; G4 - incrementos vestíbulo-linguais + polimerização SoftStart; G5 - 1 incremento + polimerização “ramping”; G6 - incrementos vestíbulo-linguais + polimerização “ramping”. Todas as cavidades foram restauradas com o sistema Z100/Single Bond (3M). Após termociclagem, as amostras foram imersas em solução aquosa de azul de metileno a 2%, por 4 horas e a microinfiltração foi avaliada. Metade das amostras foram incluídas em resina de poliestireno e a microdureza Knoop foi avaliada. Após o teste Kruskal-Wallis, não foi observada diferença significativa (p >> 0,05) entre todas as técnicas de polimerização e de inserção quanto à microinfiltração (todas as medianas foram 0). Quanto à microdureza, após os testes “two-way” ANOVA e Tukey, não houve diferença significativa entre as técnicas restauradoras empregadas (p >> 0,05), porém a polimerização “ramping” (G5 e G6) apresentou menor dureza Knoop (p << 0,05): G1 = 144,11; G2 = 143,89; G3 = 141,14; G4 = 142,79; G5 = 132,15; G6 = 131,67.

Concluiu-se que as técnicas de polimerização e de inserção da resina composta não afetaram a microinfiltração, mas ocorreu uma diminuição na microdureza do material quando a polimerização “ramping” foi utilizada.

A324

Alteração volumétrica de materiais para registro interoclusal submetidos à desinfecção.

PAGNANO, V. O.*, SOBREIRA, M. R. A., CATIRSE, A. B. E.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4005. E-mail: valpag@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi verificar a influência de procedimentos de desinfecção sobre a estabilidade dimensional, por meio da análise da alteração volumétrica de materiais comumente utilizados para obtenção de registros interoclusais: silicona de adição para registro (Occlufast), cera nº 7 (Wilson), resina acrílica (Duralay), pasta zincoenólica (Lysanda) e silicona de condensação (pesada - 3M). Foram obtidos 24 corpos-de-prova de cada material, sendo que um grupo de 6 foi imerso em água (grupo controle) por 10 minutos e os 3 outros grupos de 6 foram submetidos aos seguintes tratamentos por 10 minutos: imersão em glutaraldeído a 2%, imersão em hipoclorito de sódio a 1% e manutenção no meio ambiente. Foram obtidos os volumes das amostras por meio das medidas do diâmetro (mm) e altura (mm). A alteração volumétrica foi avaliada por meio das diferenças das medidas obtidas logo após a presa dos materiais e após os tratamentos. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey a 5%.

De acordo com a análise estatística, não houve diferença estatisticamente significante para os tratamentos e, em relação aos materiais, a resina acrílica Duralay apresentou menor porcentagem de alteração volumétrica, enquanto que as siliconas (de adição e condensação) e a cera apresentaram maior porcentagem de alteração volumétrica.

A325

Microinfiltração marginal em dentes decíduos preparados com laser Er:YAG.

BORSATTO, M. C.*, CORONA, S. A. M., PALMA DIBB, R. G., ROCHA, R. A. S. S., ALVES, A. G., PÉCORA, J. D.

Clínica Infantil – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4082, 633-0999. E-mail: borsatto@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar quantitativamente in vitro a microinfiltração marginal em restaurações de cavidades de classe V, preparadas com turbina de alta rotação (fresa “carbide”) e laser Er:YAG, restauradas com o sistema restaurador resinoso tipo “flowable” Bond One/Flow-It! Foram realizados 16 preparos cavitários em segundos molares decíduos, nas faces V/L. No grupo I, o preparo cavitário foi realizado com turbina de alta rotação, e no grupo II, foi utilizado o laser Er:YAG, modo “short pulse” (500 mJ, 5 Hz). Os dentes foram restaurados, polidos e após 24 horas, termociclados por 500 ciclos, isolados e imersos em Rodamina B a 0,2% durante 24 horas. Os corpos-de-prova foram incluídos em resina acrílica, seccionados e a análise da microinfiltração foi realizada por meio de um microscópio óptico acoplado a uma câmera e computador, obtendo uma imagem digitalizada para medir quantitativamente, em milímetros, a penetração do corante. Os valores médios no esmalte foram 4,70% (± 13,13) e 3,44% (± 9,75) e na margem cervical 17,38% (± 18,44) e 90,37% (± 16,53) para turbina e laser, respectivamente. A análise estatística foi feita pelo teste Wilcoxon e Mann-Whitney. Observou-se que os preparos realizados com turbina apresentaram menor infiltração quando comparados com os preparos a laser. A margem em esmalte apresentou menor penetração do corante que a cervical.

Pode-se concluir que nenhum preparo permitiu o completo vedamento das margens da restauração, tendo o preparo com turbina os melhores resultados em dentes decíduos.

A326

Adaptação, porosidade, resistência à flexão e ao impacto de resinas acrílicas.

GANZAROLLI, S. M.*, MELLO, J. A. N., DEL BEL CURY, A. A.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 4305-2940. E-mail: disol@uol.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a adaptação, porosidade, resistência à flexão e ao impacto de três resinas acrílicas: termopolimerizável convencional Clássico (C), polimerizada por energia de microondas Onda Cryl (O) e injetada Palaxpress (P). A avaliação da adaptação foi realizada imediatamente após a demuflagem (TI) e após armazenagem por 30 dias (AA). A desadaptação foi verificada com o peso de silicone por adição (Express - 3M) interposto entre a base de resina e o modelo metálico. A porosidade foi avaliada pelo peso de cada amostra em balança de precisão de 0,001 g. Para os testes de resistência à flexão e ao impacto, foram confeccionadas amostras de 65 x 10 x 2,5 mm. Os resultados foram: adaptação em gramas (g) TI: C = 0,573 ± 0,037 (ab); O = 0,640 ± 0,061 (a); P = 0,503 ± 0,062 (b); AA: C = 0,705 ± 0,055 (a); O = 0,696 ± 0,051 (a); P = 0,583 ± 0,087 (b). Quando comparados TI com AA, verificou-se distorção das 3 resinas. Porosidade em cm3: C = 0,450 ± 0,052 (a); O = 0,500 ± 0,0 (ab); P = 0,590 ± 0,128 (b); resistência à flexão em MPa: C = 81,970 ± 7,999 (a); O = 97,550 ± 9,713 (b); P = 92,090 ± 6,301 (b); resistência ao impacto em Joules: C = 0,250 ± 0,0 (a); O = 0,267 ± 0,004 (b); P = 0,258 ± 0,006 (b). A análise de variância e o teste t mostraram diferenças entre os grupos e as médias seguidas por letras diferentes mostraram diferença significativa (a = 5%).

Concluiu-se que a resina P possui melhor adaptação se comparada com as resinas C e O; e a resina C apresentou menor porosidade e menor resistência à flexão e ao impacto quando comparada com as duas outras resinas utilizadas.

A327

Propriedades superficiais de uma resina acrílica submetida a caracterização intrínseca.

ALMEIDA, M. A. B.*, MESQUITA, M. F., NÓBILO, M. A. A., HENRIQUES, G. E. P.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. E-mail: mesquita@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da técnica de caracterização intrínseca sobre a dureza e rugosidade superficial de uma resina acrílica polimerizada por microondas em diferentes períodos pós-prensagem (1/2, 2, 6, 12 e 24 horas). Foram confeccionadas 180 amostras em resina acrílica, metade pela técnica convencional utilizando resina acrílica incolor (M1); metade pela técnica de caracterização intrínseca (M2). Todas as amostras foram polimerizadas em forno de microondas sob ciclo de 6 minutos a 40% de potência, 5 minutos a 0% de potência e 3 minutos a 80% de potência. Após a polimerização as amostras foram desincluídas, finalizadas e polidas. Ensaio de dureza Knoop foi realizado em uma microdurômetro HMV-2000 (Shimadzu) e o ensaio de rugosidade superficial em um rugosímetro Surfcorder SE 1700 (Kosaka Lab). Adicionalmente foi realizada observação em microscopia eletrônica de varredura para observar a morfologia superficial das amostras e das fibras de caracterização. Os dados foram analisados por análise de variância e pelo teste F (p << 0,05). Os resultados médios de dureza Knoop (KHN), rugosidade superficial Ra (mm) foram: 18,25; 0,0587 para grupo M1 e 18,04; 0,0795 no grupo M2, respectivamente.

Foi concluído que: o tempo pós-prensagem não influenciou as propriedades estudadas; os resultados de dureza superficial da resina caracterizada e da incolor não diferiram estatisticamente entre si; e que os valores médios de rugosidade superficial da resina acrílica caracterizada foram estatisticamente supe­riores aos da incolor.

A328

Intensidade de luz emitida pelos fotopolimerizadores em Porto Alegre.

PASSOS, D. G.*, GALVAGNI, L. E., PIRES, M. M., PIRES, L. A. G.

Materiais Dentários – ULBRA - Canoas - RS. E-mail: dizapassos@hotmail.com

A importância da completa polimerização das resinas compostas depende principalmente da efetividade do aparelho fotopolimerizador. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a intensidade dos aparelhos fotopolomerizadores da cidade de Porto Alegre - RS. Foram avaliados 435 aparelhos fotopolimerizadores de diversas marcas comerciais, que foram medidos utilizando o radiômetro Curing Radiometer Model 100 (Demetron Research Corporation). Obtivemos em 58 aparelhos (13,3%) valores que variavam de 50 a 100 mW/cm2, 102 (23,45%) de 100 a 200 mW/cm2, 179 (41,15%) de 200 a 300 mW/cm2, 77 (17,7%) de 300 a 500 mW/cm2 e 19 (4,37%) com valores acima de 500 mW/cm2. A grande maioria dos aparelhos com emissão de luz até 200 mW/cm2 transmitiam a luz via cabo de fibra óptica. Os resultados com maior intensidade eram de aparelhos tipo pistola.

Por isso consideramos de extrema importância a verificação periódica da intensidade de luz dos aparelhos fotopolimerizadores, como uma forma de manter a qualidade dos procedimentos clínicos adesivos.

A329

Comparação da resistência de união entre sistemas adesivos de frasco único e Scotchbond MU.

Mota, E. G.*, Pires, L. A. G., Pacheco, J. F. M.

Materiais Dentários – ULBRA - Canoas - RS.

O objetivo desta pesquisa foi comparar as resistências de união à tração de sistemas adesivos dentinários de frasco único ao Scotchbond Multi-Uso. Para isso foram utilizados 40 terceiros molares humanos hígidos e extraídos. Estes dentes foram seccionados a fim de expor a dentina e, então, foram incluídos em resina acrílica deixando exposta a superfície dentinária. As amostras foram separadas aleatoriamente em 4 grupos: Scotchbond Multi-Uso (SM), OptiBond Solo (OS), Excite (EX) e Single Bond (SB), respectivamente. Em cada amostra foi aplicado o sistema adesivo de acordo com as especificações do fabricante e utilizando um delimitador para área de adesão (2 mm2). Em seguida foram restaurados com a resina Tetric Ceram. Todos corpos-de-prova foram testados em uma máquina de ensaio universal Versat 500 com velocidade de 1 mm/min. Os resultados médios obtidos (MPa) foram: 25,27 (EX); 26,01 (SM); 27,55 (OS) e 28,66 (SB).

Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos ao teste ANOVA/Tukey (p << 0,05). (Apoio: ULBRA.)

A330

Resinas fluidas: avaliação da densidade óptica.

PIRES, L. A. G., SPOHR, A. M., PIRES, M. M., PACHECO, J. F. M.

Materiais Dentários – ULBRA - Canoas - RS; PUCRS - Porto Alegre - RS.

O surgimento no comércio de compósitos com diferentes características de escoamento motivou a realização deste estudo com o objetivo de avaliar a densidade óptica das resinas compostas fluidas (tipo “flow”) através do sistema Dentview DentScan. Foram confeccionadas 5 amostras com espessuras de 2 e 3 mm com 5 mm de diâmetro na cor A2 para cada um dos seguintes materiais: Wave Flow (SDI), Tetric Flow (Vivadent), Natural Flow (DFL), Fill Magic Flow (Vigodent) e Flow-It (Jeneric/Pentron). As amostras foram radiografadas com filme nº 2 Ultraspeed (Kodak) com 30 cm de distância foco-filme por 0,8 segundos de exposição com aparelho de Raio X (Dabi Atlante) de 70 kV e 10 mA. As radiografias após processadas foram escaneadas pelo sistema Dentview DentScan que forneceu os resultados na medida de pontuação “pixel”. Foram obtidas as seguintes médias: Wave Flow: 2 mm com 91; 3 mm com 154; Tetric Flow: 2 mm com 146; 3 mm com 206; Natural Flow: 2 mm com 110; 3 mm com 166; Fill Magic Flow: 2 mm com 144; 3 mm com 203; Flow-It: 2 mm com 133; 3 mm com 193. Os dados foram submetidos a ANOVA e Tukey a 5%.

Os maiores valores em ambas as espessuras foram obtidos com as resinas Tetric Flow, Fill Magic e Flow-It, diferindo estatisticamente da Natural Flow e Wave Flow que não diferiram entre si.

A331

Avaliação da microinfiltração em classes V restauradas com diferentes sistemas adesivos.

GOMES, F. M.*, SANTOS, A. J. S., AGUIAR, F. H. B., LOVADINO, J. R.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. E-mail: biagomes@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi avaliar quantitativamente a microinfiltração em cavidades classe V restauradas com sistemas adesivos monocomponentes e sistemas adesivos autocondicionantes utilizados com e sem condicionamento ácido. Foram avaliados três sistemas adesivos: Clearfil Megabond; autocondicionante; Single Bond; monocomponente contendo água e álcool como solvente; Prime & Bond 2.1; monocomponente contendo acetona como solvente. Utilizou-se 132 dentes humanos unirradiculares, divididos em 7 grupos, com 20 restaurações classe V e margens em dentina, para cada sistema adesivo; sendo seis grupos testes onde o mesmo sistema adesivo foi utilizado com e sem condicionamento ácido, e um grupo controle negativo em que os dentes foram restaurados em amálgama. Os corpos-de-prova foram preparados, termociclados, corados com azul de metileno a 2%, seccionados, triturados e avaliados quantitativamente por leitura em aparelho de espectrofotometria.

Verificou-se, através do teste ANOVA, que o não-condicionamento da dentina não gerou diferença estatística significativa na microinfiltração dos sistemas adesivos; no entanto, quando ocorreu a utilização do condicionamento ácido o sistema adesivo Single Bond demonstrou menor microinfiltração marginal com diferença estatística significativa dos sistemas Clearfil Megabond e Prime & Bond 2.1 que não diferiram entre si. Quando utilizados de acordo com a recomendação do fabricante, os sistemas adesivos Single Bond (utilizado com condicionamento ácido) e Clearfil Megabond (utilizado sem condicionamento ácido) não diferiram entre si, em relação à microinfiltração.

A332

Avaliação da infiltração marginal utilizando dois sistemas adesivos em dentes humanos e bovinos.

RESENDE, A. M.*, GONÇALVES, S. E. P.

Odontologia Restauradora – UNESP.

O selamento marginal constitui-se em um dos principais obstáculos para as restaurações adesivas, principalmente quando novos tratamentos são propostos para esmalte e/ou dentina. Este estudo tem por finalidade analisar a capacidade de selamento marginal de dois sistemas adesivos atuais, um com “primer” autocondicionante (Clearfil Liner Bond 2V) e o outro com condicionamento ácido total (Excite), e comparar a performance dos mesmos em dentina humana e bovina, frente a testes de microinfiltração. Para isto, foram utilizados vinte terceiros molares e vinte incisivos bovinos. Foram preparadas cavidades de classe V em todos os dentes e após a aplicação dos sistemas adesivos foi feita a restauração com resina composta. Os espécimens foram impermeabilizados com esmalte para unhas, com exceção de 1,0 mm ao redor das restaurações, termociclados (300 ciclos variando de 5º a 55ºC) e imersos em solução de nitrato de prata a 50% por 24 horas.

Após análise da microinfiltração em lupa estereoscópica e teste estatístico de Kruskal-Wallis ao nível de significância de 5%, constatou-se que o sistema adesivo Excite foi o que apresentou a menor microinfiltração em esmalte; o Clearfil foi o que melhor selou o cemento em dentes humanos e bovinos; dentes humanos e bovinos se comportaram de maneira semelhante frente ao Excite, porém em relação ao Clearfil houve diferença estatisticamente significante.

A333

Resinas compostas de uso universal versus “compactáveis” na restituição dos contatos proximais.

TORRES, C. R. G.*, TORRES, A. C. M., PAGANI, C., ARAUJO, M. A. M.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste estudo foi comparar a qualidade dos contatos proximais (CP) obtidos utilizando resinas compostas universais ou “compactáveis”. Os CP in vitro foram simulados, de forma que pré-molares humanos hígidos contatassem dentes artificiais padronizados. “Slots” verticais foram preparados nas faces mesiais de 90 pré-molares, utilizando a ponta ultra-sônica SONICSYS approx. Todos os dentes receberam o mesmo tipo de matriz e cunha e foram divididos em 9 grupos, de acordo com o material utilizado: A) Tetric Ceram, B) LC, C) Z250, D) Solitaire, E) Alert, F) Prodigy Condensável, G) Fill Magic Condensável, H) Surefil e I) amálgama Permite (controle). A qualidade dos CP foi verificada medindo-se, através de um dinamômetro, a força necessária para um fio dental transpor o contato. As medições foram realizadas antes do preparo cavitário (inicial) e após o término das restaurações (final). Para cada grupo, os valores iniciais e finais foram comparados utilizando-se o teste t. Para os grupos B, D, A e F os CP foram restituídos, sem diferenças significantes em relação aos contatos originais. Para os grupos E, C, G, H e I foram observados aumentos significativos dos CP. Para comparar os valores finais, entre os grupos, foram utilizados os testes ANOVA e Tukey. Foi constatado que os grupos H e I não diferiram estatisticamente entre si, mas apresentaram os CP mais fortes que todos os demais grupos.

Podemos concluir que todos os materiais testados são favoráveis na restituição dos CP. Porém, apenas a resina “compactável” Surefil resultou em contatos tão fortes quanto a liga de amálgama.

A334

Avaliação da liberação de flúor de resinas compostas em água.

GARCEZ, R. M. V. B.*, BIJELLA, M. F. B., SILVA, T. L., BUZALAF, M. A. R., ARAÚJO, P. A.

Departamento de Dentística, Materiais Dentários e Endodontia – FOB – USP. E-mail: mbuzalaf@fob.usp.br

É fundamental conhecer o comportamento dos materiais restauradores no que diz respeito à liberação de flúor (F). O objetivo desse trabalho foi avaliar a liberação de F, em água deionizada, de 6 materiais restauradores, por 15 dias. Os materiais utilizados foram: Vitremer (VIT) - controle positivo, Dyract (DYR), Ariston (A), Tetric Ceram (TET), Definite (DEF) e Z100 - controle negativo. Para cada material foram confeccionados 8 corpos-de-prova na forma de discos (11 mm de diâmetro e 1,5 mm de espessura), os quais foram armazenados individualmente em 4 ml de água deionizada. A água foi trocada diariamente e os espécimes foram mantidos em mesa agitadora durante 15 dias. O F liberado foi medido diariamente, através do eletrodo íon-específico (Orion 96-09). Para os materiais Z100, DEF e TET, a liberação de flúor foi medida após difusão facilitada por HMDS, nos períodos de 1, 7 e 15 dias. O pico de liberação para os materiais (com exceção do A, que apresentou uma liberação constante) foi maior no 1º dia, declinando do 2º dia em diante, e alcançando níveis baixos e constantes a partir do 7º dia. Os resultados foram submetidos a ANOVA 3 critérios e ao teste de Tukey (p << 0,05). A liberação total no período do experimento em ordem decrescente (µgF/mm2), foi: A (3,6603), VIT (1,7529), DYR (0,2481), TET (0,0140), DEF (0,0086) e Z100 (0,0020).

Assim, concluímos que os materiais apresentaram padrão semelhante de liberação de flúor, exceto o Ariston, que mostrou comportamento estável e liberação praticamente constante durante os 15 dias.

A335

Epidemiologia da má-oclusão na dentadura decídua.

FREITAS, P. Z.*, SILVA FILHO, O. G., SILVA, P. R. B., REGO, M. V. N. N., SILVA, F. P. L.

Setor de Ortodontia – HRAC – USP. E-mail: pzfreitas@uol.com.br

O presente trabalho epidemiológico reuniu 2.016 crianças de 8 pré-escolas particulares e 12 pré-escolas públicas do município de Bauru - SP no ano de 2000, sendo 1.032 do gênero masculino e 984 do gênero feminino, no estágio de dentadura decídua, compreendendo a faixa etária entre 3 e 6 anos. Apenas 26,74% das crianças mostraram características de oclusão normal neste estágio do desenvolvimento oclusal. O restante, 73,26% exibiu algum padrão de má-oclusão. Dentre as más-oclusões, as seguintes entidades clínicas foram diagnosticadas e apresentadas em ordem de prevalência: mordida aberta anterior (27,74%), mordida cruzada posterior unilateral (11,65%), mordida aberta anterior associada à mordida cruzada posterior (6,99%), mordida cruzada anterior (3,57%), perda precoce de dentes decíduos (2,82%), mordida cruzada posterior bilateral (1,19%) e mordida cruzada total (0,19%). O apinhamento dentário não foi considerado como má-oclusão. Na presente amostra de dentadura decídua, 11,1% das crianças apresentaram apinhamento em algum ou em ambos os arcos dentários. O apinhamento estava presente no arco dentário superior em 4,91% das crianças e no arco dentário inferior em 9,42% das crianças.

Os resultados demonstraram que a prevalência de má-oclusão na dentadura decídua é tão elevada quanto nos estágios subseqüentes do desenvolvimento da oclusão, justificando a intervenção precoce.

A336

Análise de diferentes formas de conectores para próteses fixas estéticas.

ÁVILA, M. F. S.*, FELTRIN, P. P.

UNICID; UNICASTELO.

Utilizando modelos de próteses parciais fixas de três elementos confeccionados em metal e em In- Ceram, através do método bidimensional dos elementos finitos, analisou-se o comportamento das tensões de von Mises em conectores com três formas diferentes. Observou-se que quanto maior o raio de curvatura formado entre as faces proximais de pôntico e retentores na região de conectores, menores as tensões máximas ocorridas com carregamento vertical. Em todas as seqüências de modelos, as próteses parciais fixas confeccionadas em In-Ceram demonstraram maiores concentrações de tensões.

Os resultados da pesquisa confirmam vários estudos biomecânicos realizados dentro da Odontologia através do método dos elementos finitos e também de fotoelasticidade, que demonstram a relação entre variações de forma e concentrações de tensões, sugerindo possíveis alternativas técnicas para o aumento da vida útil de próteses parciais fixas, podendo ser aplicados para melhora das propriedades mecânicas de próteses parciais fixas sem metal.

A337

Avaliação da ATM pela RM de pacientes portadores ou não de disfunção da ATM.

VACARIUC, S.*, YAMASHITA, H. K., BOLZAN, M. C., PEREIRA, M. F. S. M.

Departamento de Materiais Dentários – NAPEM – FOUSP - SP.

A RM nos permite visualizar estruturas mineralizadas ou não. Comparamos os resultados da RM em ambos os grupos para: posição do disco articular, formato do disco, posição do côndilo de boca fechada e excursão do côndilo. Estudamos 40 indivíduos, 20 clinicamente com disfunção da ATM e 20 sem, sendo 10 indivíduos do sexo feminino e 10 do masculino em cada grupo. A idade variou dos 18 aos 53 anos. Os exames foram feitos com equipamento de RM de 0,5 Tesla. Foram adquiridas imagens no plano sagital da ATM em T1 (SE) e T2 (EG e SE) com a boca fechada e aberta. Resultados: posição do disco articular: no grupo com disfunção encontramos disco deslocado em 14 (35,0%) articulações, sendo 8 (57,1%) destas com redução e 6 (42,9%) sem redução; no grupo sem disfunção encontramos 5 (12,5%) articulações com deslocamento, sendo 2 (40,0%) com redução e 3 (60,0%) sem redução, e 35 (87,5%) articulações normais. Forma do disco articular: no grupo com disfunção, obtivemos 21 (52,5%) das articulações com a forma não-bicôncava e 19 (47,5%) bicôncava; no grupo sem disfunção obtivemos 32 (80,0%) articulações com o disco bicôncavo e 8 (20,0%) não. Posição do côndilo de boca fechada: no grupo com disfunção, 23 (57,5%) estavam centralizados, 6 (15%) protruídos e 11 (27,5%) retruídos; no grupo sem disfunção, 33 (82,5%) estavam centralizados, 6 (15%) protruídos e 1 (2,5%) retruído. Para excursão do côndilo, no grupo com disfunção obtivemos 28 (70,0%) com excursão acentuada, 9 (22,5%) normal e 3 (7,5%) reduzida; no grupo sem disfunção, 26 (65,0%) tinham excursão acentuada e 14 (35,0%) normal.

Conclusões: pacientes com disfunção da ATM tendem a apresentar maior incidência de discos deslocados, com a forma não-bicôncava e posição do côndilo retruída. Excursão acentuada do côndilo foi a mais observada.

A338

Análise da dimensão vertical de repouso em indivíduos totalmente edêntulos.

ZAMBOTTO, J.*, PAES-JUNIOR, T. J., KIMPARA, E. T., CERVEIRA-NETTO, H.

Departamento de Prótese Dentária – Universidade Metropolitana de Santos. Tel.: (0**13) 3289-2335.

Este trabalho teve como objetivo avaliar a dimensão vertical de repouso (DVR) em 46 pacientes, submetidos a tratamentos por próteses totais no ambulatório da faculdade, sendo variáveis aspectos como idade e, uso ou não de próteses. Foi mensurada a DVR, antes do início do tratamento e após 15 dias de uso contínuo de novas próteses. Os pacientes foram divididos em dois grupos: A- os que nunca usaram próteses e, B- usuários de próteses bimaxilares. Para o grupo B obtiveram-se subgrupos considerando-se o tempo de uso das peças: B1- mais de 25 anos; B2- entre 15 e 25 anos; B3- menos de 15 anos. Quanto à faixa etária separou-se em: indivíduos com mais de 60 anos e, entre 40 e 60 anos de idade. Computadas as diferenças entre os valores de DVR obtidos, aplicou-se o teste qui-quadrado (c²) que foi estatisticamente significante ao nível de 5%. Os valores percentuais foram assim distribuídos:

Idade/tempo de uso

A

B1

B2

B3

Mais de 60 anos

55%

50%

75%

100%

Entre 40 e 60 anos

33%

40%

100%

100%

Concluiu-se que os indivíduos que não utilizavam próteses antes do tratamento, mostraram as menores variações na DVR, em contrapartida indivíduos com mais de 25 anos de uso de próteses mostraram as maiores variações, independentemente da faixa etária estudada.

A339

Avaliação da dureza e resistência ao impacto da resina acrílica para esclera de prótese ocular.

GONÇALVES, A. R.*, SILVA NETO, D. R., MURATORE, V., FIGUEIREDO, A. R., RODE, S. M., NEISSER, M. P.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

A resistência ao impacto e a dureza superficial de resinas acrílicas são muito importantes para o sucesso de próteses oculares devido a necessidade destas resistirem a choques mecânicos e de manterem o polimento por um maior período de tempo. Surgiu recentemente no mercado uma resina termoativada específica para a confecção de escleras para próteses oculares (Clássico nº 3), não havendo informações na literatura sobre suas propriedades. A proposta desse trabalho foi de determinar a dureza e a resistência ao impacto dessa resina e comparar com uma resina incolor termoativada (Clássico). Foram confeccionados 30 corpos-de-prova com 10 mm de largura por 50 mm de comprimento por 2 mm de espessura, sendo 15 de cada material, seguindo um ciclo de polimerização longo (9 horas a 74ºC). Após realizado o acabamento e polimento, os corpos-de-prova foram submetidos a ensaio de resistência ao impacto (EMIC - Equipamentos e Sistemas de Ensaios Ltda.). Em seguida foi realizado o teste de dureza Knoop em um microdurômetro digital (Shimadzu - hmv 2000). Foram feitas 3 indentações em cada amostra e em seguida calculado o valor médio da dureza para cada corpo-de-prova. O valor médio de dureza Knoop da resina para esclera foi de 17,9 e para a incolor foi de 18,3 e o valor médio de resistência ao impacto foi de 82 J/m para a resina para esclera e de 88 J/m para a resina incolor. Os resultados foram avaliados pelo teste t de Student.

Concluiu-se que não houve diferença estatística (p >> 0,05) tanto para a dureza como para a resistência ao impacto entre as duas resinas.

A340

Avaliação de dois desenhos de coroas fresadas usadas para o primeiro pré-molar em extremidade livre classe I de Kennedy inferior: face lingual com degrau por meio de processamento de imagens.

CASTILLA, M. C.*, STEGUN, R. C.

Departamento de Prótese – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7888, fax: (0**11) 3091-7640. E-mail: pmarisol@yahoo.com

O propósito desse trabalho foi avaliar o desenho da face lingual de coroas fresadas a serem utilizadas em classe I de Kennedy. Analisamos dos tipos de desenhos da coroa fresada no primeiro pré-molar: com face lingual sem degrau e a coroa fresada com face lingual com degrau; quando submetidos a carga, e por meio de processamento de imagens. As observações foram feitas através de medição angular realizada nas próteses parciais removíveis em repouso e com aplicação de carga mediante a digitalização de imagens. Definimos assim as medidas dos ângulos formados para a prótese em repouso e com aplicação de carga, tomando como referências retas que passam pelos pontos estabelecidos na PPR e pelo lado lingual e vestibular. Isso avaliou o comportamento do aparelho num plano sagital. Foi observada uma alavanca em vista lateral da prótese parcial removível logo após a aplicação da carga em segundos molares, tendo como fulcro os apoios dos primeiros pré-molares reabilitados com as coroas fresadas sem degrau. Porém, houve um afastamento dos apoios de cíngulo do canino, em relação aos descansos para eles previamente preparados. Verificamos também maior liberdade de movimentação para o braço de reciprocidade com a coroa fresada com face lingual sem degrau; já o degrau lingual ofereceu travamento à livre movimentação do braço de reciprocidade. Com isso observamos que houve um afastamento dos apoios em cíngulo do canino e dos apoios dos pré-molares de seus respectivos descansos. Analisamos também a ação de ponta ativa do braço retentivo à barra T, agindo de uma forma elástica e se deslocando da sua retenção estabelecida conforme a movimentação da prótese removível.

A341

Avaliação da adaptação de “abutments” UCLA, antes e após a porcelanização, através de mev.

TOGUEDANI, E. E.*, HANADA, C. R., TAKAHASHI, C. U., NETO, P. T., VEIGA, J. A. L.

Departamento de Prótese Parcial Fixa – FOUSP. Tel.: (0**11) 6969-4460. E-mail: toguedani@aol.com

Este estudo tem o objetivo de avaliar e comparar a adaptação da interface “abutment”/implante em “abutments” UCLA usinados e calcináveis, antes e após a aplicação de porcelana. Quatro “abutments” UCLA usinados receberam sobrefundição e quatro “abutments” UCLA calcináveis foram fundidos, ambos com liga de Au-Pd, recebendo então aplicação de porcelana. Obtendo-se desta forma 5 grupos: Grupo controle - UCLA usinado; G1 - UCLA usinado sobrefundido; G2 - UCLA calcinável após fundição; G3 - obtido a partir de aplicação de porcelana sobre o grupo G1 e G4 - obtido a partir da aplicação de porcelana sobre o grupo G2. A fenda “abutment”/implante foi fotomicrografada em 4 áreas através de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Em cada área foram realizadas 4 medidas a um aumento de 1.200 vezes. Após análise estatística verificamos que houve diferença estatisticamente significante entre G1 (2,58 ± 1,32 mm) e Grupo controle (1,94 ± 1,46 mm) (p = 0,028). Porém não verificamos diferenças significantes entre G1 e G3 (2,92 ± 1,87 mm) (p = 0,233). O grupo que apresentou a maior desadaptação foi o G4 (6,53 ± 3,79 mm), seguido pelo G2 (5,01 ± 1,92 mm).

Através da metodologia utilizada podemos concluir que não há diferença na adaptação entre UCLA usinado após sobrefundição e UCLA calcinável após fundição. A aplicação de porcelana promoveu distorção sendo esta mais evidente sobre UCLA calcinável, entretanto, a faixa de desadaptação encontrada situa-se dentro dos limites clinicamente aceitáveis encontrados na literatura.

A342

Resistência da união ao cisalhamento entre revestimentos estéticos e Ni-Cr.

ALMILHATTI, H. J.*, GIAMPAOLO, E. T., MACHADO, A. L., PAVARINA, A. C., VERGANI, C. E.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6406. E-mail: almilhatti@cesumar.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a resistência da união de quatro materiais utilizados como revestimento estético de próteses fixas a uma liga de Ni-Cr. Para tanto, 68 estruturas metálicas circulares foram construídas e divididas em 4 grupos: porcelana feldspática convencional (Noritake EX-3) e três sistemas de resinas compostas laboratoriais (Sistema Artglass - Siloc Pre e Bond; Solidex - Metal Photo Primer e Targis - Targis Link) que foram aplicados sobre as estruturas de acordo com as instruções dos fabricantes. Em seguida, os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC por 7 dias e, então, submetidos aos ensaios mecânicos de cisalhamento em máquina de ensaios universais com velocidade de 0,5 mm/min. Os tipos de falhas foram também avaliados utilizando-se uma lupa estereoscópica com aumento de 40 vezes e microscopia eletrônica de varredura. Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey (p << 0,01). A porcelana Noritake EX-3 proporcionou o maior valor médio de tensão de cisalhamento (42,9 MPa). Os sistemas Solidex (11,94 MPa) e Targis (12,9 MPa) não apresentaram diferenças estatisticamente significantes nas resistências de união resina-metal, porém superiores ao do sistema Artglass (10,04 MPa). A análise da superfície fraturada indicou que para os sistemas Targis e Noritake EX-3 as falhas foram predominantemente mistas, enquanto para os sistemas Solidex e Artglass as falhas foram predominantemente adesivas.

Concluiu-se que a técnica metalocerâmica apresentou resistência de união maior que aquela proporcionada pelas três resinas avaliadas. (Apoio financeiro: FAPESP - nº 98/03525-5.)

A343

Dispositivo empregado para a tomada de telerradiografias em PNC.

NEGREIROS, P. E.*, SIQUEIRA, V. C. V.

FOP – UNICAMP - SP; FO – PUC - MG, Brasil. Tel.: (0**19) 3231-9141. E-mail: paulonegreiros@yahoo.com

Devido a grande variabilidade interindividual da inclinação do plano horizontal de Frankfurt gerando interpretações duvidosas durante o diagnóstico cefalométrico nele baseado, a posição natural da cabeça (PNC) associada a uma linha de referência extracraniana, tornou-se a posição de interesse para as avaliações da estética facial, o estudo longitudinal do crescimento craniofacial e o diagnóstico ortodôntico/cirúrgico. Os autores desse trabalho objetivaram desenvolver um dispositivo denominado Unidade Orientadora do Posicionamento (UOP) empregado durante as tomadas das telerradiografias padronizando-as em PNC. Utilizaram uma amostra de 180 telerradiografias em PNC, de 30 pacientes do sexo feminino com a idade média de 21,3 anos obtidas em duas séries de tomadas radiográficas com intervalo de 15 dias entre as séries. Registrou-se em cada série a PNC, a PNC acrescida de 5º, e a PNC com flexão de 5º de cada paciente. Avaliaram as alterações das grandezas cefalométricas comumente usadas em cefalometria, como S-N; SNA; SNB; ANB; SN.GoGn; FMA; SN.PP; PP.GoGn; ENA-ENP; Co-Gn; Co-Go; Go-Gn; 1.PP; IMPA; 1.1; ângulo Z; SN.VER; HF.VER. A análise estatística realizou o teste t de Student pareado para as comparações entre as tomadas, a análise de variância segundo 2 critérios e o teste de Tukey para comparações entre posições.

Os resultados conduziram os autores a concluírem que o emprego da UOP permite a reprodutibilidade da posição natural da cabeça com grande confiabilidade e reprodutibilidade dentro de uma faixa de va­riação da PNC em + ou – 5º.

A344

Efeito do tempo pós-prensagem na adaptação de bases polimerizadas com o dispositivo RS de contensão.

CONSANI, R. L. X.*, DOMITTI, S. S., MESQUITA, M. F., TANJI, M.

Departamento de Prótese e Periodontia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Diversos procedimentos afetam a estabilidade dimensional das bases de prótese. Este estudo valiou a adaptação de bases sob influência do tempo pós-prensagem da resina acrílica Clássico polimerizada termicamente, proporcionada e manipulada de acordo com as instruções do fabricante. Foram feitas vinte bases superiores em cera, divididas em 4 grupos de 5 elementos, de acordo com os tempos de polimerização pós-prensagem imediata, 6, 12 e 24 horas. Após prensagem final em muflas metálicas, com o auxílio do dispositivo RS de contensão, a resina foi polimerizada em água aquecida a 74ºC por 9 horas. As bases foram removidas das muflas, acabadas e fixadas aos modelos com adesivo instantâneo. O conjunto modelo-base foi seccionado lateralmente nas regiões correspondentes à distal de caninos (A), mesial dos primeiros molares (B) e palatina posterior (C). A desadaptação da base de resina ao modelo de gesso foi verificada com microscópio comparador linear (Leitz), com precisão de 0,001 mm, em cinco pontos referenciais para cada corte. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%).

Os autores concluíram que: 1- não houve diferença estatística significativa (p >> 0,05) entre os valores nas pós-prensagens imediata (0,165 mm), 6 horas (0,162 mm), 12 horas (0,168 mm) e 24 horas (0,160 mm); 2- não houve diferença estatística significativa (p >> 0,05) entre os valores nas pós-prensagens nos cortes B (imediata = 0,156 mm, 6 horas = 0,150 mm, 12 horas = 0,137 mm e 24 horas = 0,130 mm) e C (imediata = 0,225 mm, 6 horas = 0,198, 12 horas = 0,209 mm e 24 horas = 0,198 mm).

A345

Fissura labiopalatina: nível de conhecimento no curso de Odontologia.

BRITO e DIAS, R.*, MATTOS, B. S. C., MAIA, F. de A. S.

Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo-Faciais – FOUSP.

Este levantamento teve por objetivo determinar o nível de conhecimento dos alunos do último ano do curso de graduação em Odontologia sobre o assunto fissura labiopalatina. Foi aplicado um questionário constituído por 20 quesitos, sendo 5 relativos a contacto prévio com a malformação, 10 sobre o conhecimento específico da patologia e 5 referentes ao processo de reabilitação, a 439 alunos do curso de Odontologia de 3 faculdades particulares e l pública. Apesar de 86,56% terem afirmado que o assunto FLP havia sido previamente abordado em seu currículo, 50,57% nunca havia visto uma fissura palatina e apenas 2,73% tinham tido contato clínico com pacientes portadores de FLP. A porcentagem de acerto nos quesitos referentes ao conhecimento específico variou de 6,38% a 49,89% e nos aspectos de reabilitação de 9,11% a 61,28%. O assunto FLP foi abordado de forma esporádica e inconsistente ao longo do curso de graduação, com baixo índice de retenção das malformações transmitidas, bem como desconhecimento teórico e clínico da patologia, e baixo nível de identificação dos possíveis distúrbios anátomo-funcionais e dos processos terapêuticos necessários à reabilitação.

O assunto FLP deverá ser revisto de forma integrada e global no último ano do curso de graduação em Odontologia, proporcionando aos alunos embasamento teórico e exposição clínica à patologia.

A346

Influência de ciclos de polimerização sobre a rugosidade e porosidade de resinas acrílicas.

TANJI, M.*, DOMITTI, S. S., CONSANI, R. L. X., CONSANI, S., SINHORETI, M. A. C.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A qualidade da superfície da base está intimamente relacionada com a estética da prótese. Este trabalho verificou a influência de ciclos de polimerização sobre a rugosidade e porosidade de superfície em corpos-de-prova (65 x 10 x 3 mm) de resinas acrílicas termopolimerizável Clássico e polimerizada por microondas Onda Cryl, curadas nos ciclos: água aquecida a 74ºC, 20 minutos em ebulição e em microondas por 3 minutos a 500 W. Após polimerização, os corpos-de-prova foram acabados e polidos pela técnica de rotina e submetidos ao ensaio de rugosidade (Ra) num rugosímetro Surfcorder modelo SE-1700. O ensaio de porosidade foi efetuado com auxílio de um dispositivo metálico contendo 3 orifícios de 0,5 cm de diâmetro, sendo um em cada extremidade e outro na região central do corpo-de-prova, submerso em tinta nanquim por 12 horas, quando foram lavados em água e secos com jatos de ar. A quantidade de poros nas áreas delimitadas foi verificada com lupa estereoscópica Carl Zeiss, com aumento de 63 vezes. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%).

Os autores concluíram que: a) não houve diferença significativa (p >> 0,05) nos valores de rugosidade entre as resinas Clássico = 0,061 mm e Onda Cryl = 0,057 mm, independente dos ciclos, b) houve diferença significante (p << 0,05) entre as resinas apenas no ciclo de microondas (Clássico = 0,077 mm e Onda Cryl = 0,055 mm), c) o menor número de poros foi observado na resina Clássico polimerizada no ciclo de 9 horas, d) não houve diferença significante (p >> 0,05) entre os ciclos com a resina Onda Cryl.

A347

Formas das arcadas dentárias de indivíduos com diferentes tipos faciais.

KANASHIRO, L. K.*, VIGORITO, J. W.

Departamento. de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7812. E-mail: lkk@apcd.org.br

A literatura ortodôntica demonstra o possível relacionamento das características das arcadas dentárias com os padrões faciais. Desta maneira, propusemo-nos a verificar: a) as características das curvas das arcadas dentárias superior e inferior; b) se há diferença na caracterização das formas das arcadas dentárias, considerando-se os diferentes tipos faciais; c) as possíveis diferenças na forma das arcadas dentárias, considerando-se os diversos tipos faciais, quando se compara as arcadas dentárias superior à inferior. Foram selecionadas documentações ortodônticas de pacientes com maloclusão de Classe II - divisão 1ª e dentadura permanente completa, onde 30 apresentavam padrão dolicofacial, 30 mesofacial e 30 braquifacial. Pontos de referência nas faces vestibulares de todos os dentes dos modelos de estudo duplicados foram demarcados, suas faces oclusais desgastadas e “scanneadas” por vista oclusal, e as formas geométricas que melhor se ajustavam às arcadas dentárias foram identificadas por meio de um software. Os comportamentos estatísticos destas variáveis qualitativas foram representadas por freqüências absoluta e relativa de acordo com a arcada e o grupo a que pertenciam, e observou-se que a ocorrência da forma catenária era predominante e significativa. Por meio do teste do qui-quadrado, comparou-se a distribuição destas formas de acordo com os tipos faciais, não encontrando diferenças estatisticamente significativas.

Comparando-se as formas das arcadas dentárias superior e inferior dentro de um mesmo grupo pelo teste da razão da máxima verossimilhança, verificamos que existia diferença estatisticamente significativa apenas no grupo dolicofacial.

A348

Efeito da soldagem laser e eletroerosão em próteses sobre implantes.

SILVA, T. B. P.*, NÓBILO, M. A. A., ALVES, B. F., MESQUITA, M. F. HENRIQUES, G. E. P.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP– UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350. E-mail: tabernardon@yahoo.com

A proposta deste trabalho foi avaliar a adaptação marginal de infra-estruturas de próteses fixas implanto-suportadas fundidas em monobloco e submetidas à soldagem laser, antes e após a eletroerosão (EDM) através da análise do assentamento passivo. Vinte infra-estruturas foram confeccionadas a partir de um modelo mestre metálico com cinco implantes, e fundidas em titânio comercialmente puro. As amostras foram divididas em dois grupos: G1 - 10 estruturas fundidas em monobloco e G2 - 10 estruturas seccionadas em 4 pontos e submetidas à soldagem laser. O assentamento passivo entre infra-estrutura metálica e implante foi avaliado antes e após a eletroerosão dando-se um torque de 10 N no parafuso de titânio do implante da extremidade e aferindo-se as discrepâncias marginais no implante mais central (IC) e no distal (ID), utilizando-se um microscópio óptico. Os resultados G1 (IC 170 ± 68 mm e ID 472 ± 177 mm); G1 + EDM (IC 56 ± 23 mm e ID 154 ± 79 mm); G2 (IC 65 ± 50 mm e ID 155 ± 77 mm); G2 + EDM (IC 28 ± 19 mm e ID 59 ± 27 mm), foram submetidos ao teste t de Student (análises intergrupos) e teste t de Student pareado (análises intragrupos). Houve diferença estatística significante (p << 0,05) entre G1 e G1 + EDM , G2 e G2 + EDM, G1 e G2, G1 e G2 + EDM, G1 + EDM e G2 + EDM, não foi encontrada diferença estatística (p >> 0,05) entre G1 + EDM e G2.

Conclui-se que soldagem laser e eletroerosão são técnicas eficazes na otimização da passividade em próteses sobre implantes e que a associação de ambas conduz a resultados ainda melhores. (FAPESP - processo nº 99/01504-3.)

A349

Efeito da placa de Michigan sobre a atividade elétrica dos músculos mastigatórios de pacientes bruxistas.

FERREIRA, J. A. N. D.*, SEMEGHINI, T. A., GARCIA, R. C. M. R., NÓBILO, M. A. A., BÉRZIN, F.

FOP – Unicamp; FO – UFMG.

O propósito deste estudo foi avaliar os achados eletromiográficos dos músculos temporal anterior e masseter de pacientes com hábito de bruxismo, antes e durante o uso de placas estabilizadoras do tipo Michigan e compará-los com os do grupo controle. Foram avaliados dois grupos de voluntários: grupo 1 (grupo bruxista), composto de 16 pacientes bruxistas e grupo 2 (grupo controle), composto de 16 voluntários assintomáticos. Os voluntários do grupo 1 fizeram uso de placas do tipo Michigan, o que não ocorreu para o grupo 2. Entretanto, todos realizaram contrações isométricas (ISO) com contração voluntária máxima de 5 segundos de duração e, para a avaliação da dor, foi aplicada a escala visual analógica (EVA). O exame eletromiográfico foi realizado em todos os voluntários por meio de um sistema de aquisição de sinais, com eletrodos diferenciais ativos de prata pura de superfície durante os diferentes tempos (T0, T1, T2, T3 e T4). Para a análise dos dados utilizou-se o teste t para dados pareados e o teste t para duas amostras independentes. Os resultados mostraram que ao se comparar os grupos 1 e 2, no movimento ISO, verificou-se que no tempo T4 as médias de amplitude dos músculos temporal esquerdo, temporal direito e masseter direito do grupo 1 foram menores do que as do grupo 2, para o masseter esquerdo este comportamento se deu no tempo T1.

A partir dos resultados concluiu-se que a placa do tipo Michigan reduziu significativamente a amplitude do sinal eletromiográfico nos músculos mastigatórios do grupo 1 durante o uso da mesma.

A350

Cinco escalas de aferição da dor na disfunção temporomandibular.

LISBOA, J. A. A.*, SANTANA, E. B.

Universidade Federal da Bahia. Tel.: (0**19) 430-5295. E-mail: jal.ba@terra.com.br

Com o objetivo de avaliar o desempenho de cinco escalas de aferição da dor nas desordens temporomandibulares (DTM), com idade de trinta e um anos, de ambos os gêneros, quarenta e oito pacientes foram tratados com aparelho interoclusal ajustado em relação cêntrica (RC), guia em dente canino em excursões laterais, guia em dentes incisivos e eventualmente também dente canino na protrusiva. Aplicou-se um questionário com as cinco escalas de aferição da dor, tomando a escala análoga visual (EAV), como padrão ouro. O grau de concordância entre as escalas foi avaliado através do coeficiente de correlação de Spearman e é altíssimo em todos os parâmetros: especificidade, sensibilidade, e valor preditivo positivo, negativo e precisão. Nos parâmetros de especificidade, sensibilidade e valor preditivo negativo é 100%.

Quanto a precisão a escala que obteve o menor coeficiente de variação (%) foi a escala de proporção comportamental (EPC) com 28,21% consagrando-se assim a mais precisa de todas as cinco escalas.

A351

Comparação entre os aparelhos de Michigan, plano e reposicionador.

ALVES, B. P.*, NÓBILO, M. A. A., SOUSA, S. A., MESQUITA, M. F., HENRIQUES, G. E. P.

Prótese e Periodontia – Fop – Unicamp. Tel.: (0**19) 430-5350. E-mail: bpalves@ig.com.br

O presente estudo avaliou pacientes com desordem temporomandibular (DTM) tratados com aparelhos oclusais tipo Michigan, plano e reposicionador. Foram selecionados 45 pacientes do gênero feminino, na faixa etária de 18 a 55 anos, totalmente ou parcialmente dentados e sintomáticos, divididos aleatoriamente entre os três tipos de aparelhos oclusais. Todas as pacientes foram avaliadas com 0, 15, 45 e 90 dias através da escala analógica visual, para a mensuração do nível de dor e registro intra-oral para a obtenção do arco gótico de Gysi, onde foi verificada a movimentação mandibular no plano horizontal através da lateralidade direita (LD), lateralidade esquerda (LE), protrusão (PROT), ângulo do arco gótico (AAG), ângulo da habitual (AH), ângulo da protrusiva (AP) e a diferença entre a relação cêntrica e fechamento habitual (RC/Hab). Foi verificado através do teste de Kruskal-Wallis (p << 0,05) que todos os tratamentos foram estatisticamente significativos na redução da dor e da aproximação da RC/Hab, sendo o aparelho reposicionador estatisticamente melhor na avaliação de 15 dias quando comparado aos aparelhos de Michigan e plano para dor. Em relação à LD, LE, PROT e AAG, os tratamentos foram capazes de aumentá-los, porém sem diferenças estatísticas. O AH apresentou melhora estatisticamente significativa para os aparelhos de Michigan e plano, já o AP apresentou melhora nos três tratamentos, porém não foi significativo estatisticamente.

Concluiu-se que os três tratamentos podem ser indicados para o tratamento da DTM. (FAPESP - processo nº 99/01505-0.)

A352
FC02

Efeitos de um aparelho ortopédico funcional sobre a expressão de IGF-I e IGF-II  na cartilagem condilar de ratos jovens.

HAJJAR, D.*, SANTOS, M. F., KIMURA, E. T.

Departamento de Histologia e Embriologia – ICB/USP. E-mail: hajjarde@originet.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar a expressão gênica e protéica de fatores de crescimento semelhantes à insulina I e II (IGF-I e IGF-II) na cartilagem condilar de ratos Wistar jovens e verificar uma modulação desta expressão após utilização de um aparelho propulsor da mandíbula durante 3, 5, 7, 9, 11, 13 ou 15 dias. Cortes histológicos sagitais dos côndilos descalcificados e incluídos em parafina foram submetidos a reações de imuno-histoquímica e hibridização in situ. A análise mostrou a expressão protéica e de RNAm para IGF-I nas camadas proliferativa e hipertrófica da cartilagem condilar. O número de células que expressavam este peptídeo aumentou com a idade, atingindo uma expressão máxima e distribuição uniforme aos 35 dias. Este número encontrava-se aumentado em animais que utilizaram o aparelho por pelo menos 9 dias. O IGF-II mostrou um padrão de expressão muito similar ao IGF-I, porém com menor intensidade de marcação. O aumento de expressão relacionava-se com um aumento da expressão protéica de antígeno nuclear de células em proliferação (PCNA).

Estes resultados mostram a expressão e a modulação de IGF-I e IGF-II durante o crescimento do côndilo mandibular e com o uso do aparelho ortopédico, sugerindo que ambos os peptídeos estão envolvidos na proliferação e diferenciação da cartilagem durante o desenvolvimento mandibular. O aparelho ortopédico estimulou o crescimento mandibular por meio de um mecanismo que possivelmente envolve os IGFs. (Apoio financeiro: FAPESP, CNPq.)

A353

Efeito da Coca-Cola sobre a superfície de porcelana in vitro.

AMENABAR, J. M.*, CORSO, A. C., RIVALDO, E. G., PADILHA, D. M. P.

Faculdade de Odontologia – UFRGS; Curso de Odontologia – ULBRA; IGG – PUCRS.

O incremento no consumo de bebidas ácidas vem provocando um aumento no estudo na Odontologia dos efeitos dessas substâncias. O objetivo deste trabalho foi analisar a superfície de porcelana de uso odontológico exposta a Coca-Cola. Foram confeccionadas 5 peças de porcelana, quadradas, 8 mm de lado. Cada uma foi seccionada em 4 partes. Metade da superfície de cada um dos fragmentos foi coberta com esmalte de unhas. Das 20 peças obtidas, 5 foram imersas em Coca-Cola durante 1 hora; 5, por 2 horas; e 10, sob agitação, durante 1 minuto, 5 vezes ao dia, com intervalo de 2 horas, por 7 dias. Neste intervalo, as peças foram mantidas em saliva artificial. O pH do refrigerante foi medido imediatamente após a abertura da garrafa (600 ml) e após o período de imersão em 50 ml. Foi usada uma garrafa de refrigerante para cada dia e esta, nos intervalos entre imersões, foi mantida em temperatura ambiente, tampada. Após os período de imersão, as peças foram submetidas ao ultra-som em acetona, para remoção do esmalte. A seguir, as peças foram lavadas em água destilada e deixadas secar em temperatura ambiente, montadas em “stubs” e metalizadas com ouro. O pH mínimo inicial do refrigerante foi de 2,3 e, após as imersões, foi de 2,55. No microscópio eletrônico de varredura, as peças foram analisadas em pequeno e grande aumento. Não foram observadas zonas de condicionamento ácido em nenhuma das peças submetidas aos vários regimes de imersão na Coca-Cola.

Concluiu-se que a Coca-Cola, ainda que ácida, não foi capaz de provocar, in vitro, alterações na superfície de peças de porcelana.

A354

Reprodutibilidade interexaminadores de um novo índice de placa para dentaduras.

DICKIE de CASTILHOS, E.*, PADILHA, D. M. P.

Departamento de Odontologia Preventiva e Social – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Diversos métodos tem sido descritos para monitorar depósitos de placa na superfície de contato de próteses totais, porém, são de difícil reprodução entre diferentes examinadores ou demandam muito tempo ou recursos para sua execução. O índice proposto por Dickie de Castilhos e Padilha visa preencher esta lacuna. Neste índice, examinam-se dez áreas a partir de um diagrama-guia em acetato, registrando as áreas com presença de placa visível. O objetivo deste trabalho foi verificar em réplicas de dentaduras superiores, a reprodutibilidade interexaminadores do novo índice de placa. Foram confeccionadas 20 réplicas de uma prótese total superior e numeradas de 1 a 20. As réplicas foram pintadas aleatoriamente com esmalte de unha de duas cores (vermelha e preta). Dois dentistas foram convidados a fazer os exames, aos quais foram dadas as orientações para aplicação do índice. Foi estabelecido que apenas as zonas com esmalte preto deveriam ser consideradas como placa presente. Os escores foram registrados em fichas individuais identificadas conforme o número da dentadura e o examinador. Os dados foram tabulados e analisados. Das 200 áreas examinadas, em 44 houve divergência entre os examinadores. A análise estatística dos resultados apresentou um valor de kappa igual a 0,56 com intervalo de confiança de 95% e uma concordância de 78% entre os examinadores.

Os resultados do teste kappa e da concordância interexaminadores evidenciam a reprodutibilidade do índice proposto por Dickie de Castilhos e Padilha.

A355

Avaliação da relação das desordens temporomandibulares e da depressão psicológica.

FIGUEIRA, C. M. M.*, CAMPARIS, C. M.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 201-6406. E-mail: cristianefigueira@yahoo.com.br

A participação de fatores psicológicos, como a depressão, na etiologia das desordens temporomandibulares (DTMs) vem sendo bastante considerada. Vários pesquisadores têm afirmado que pacientes com DTM, especialmente os casos considerados crônicos, relatam muitos dos sintomas de depressão psicológica. Com objetivo de explorar a possível relação entre o agravamento de sintomas de DTM e o aumento da prevalência de depressão psicológica, foram selecionados pacientes com e sem DTM, empregando-se um questionário anamnésico auto-aplicável (Índice Anamnésico de Fonseca), classificando quanto ao grau da desordem 34 pacientes como “sem DTM” (Grupo I - controle), 49 como “DTM leve” (Grupo II), 69 como “DTM moderada” (Grupo III) e 37 como “DTM severa” (Grupo IV). A depressão foi avaliada por escores obtidos com aplicação do Inventário de Depressão de Beck. Os resultados apontaram para uma associação estatisticamente significante entre o agravamento da desordem e o aumento na prevalência de depressão psicológica.

A metodologia utilizada, contudo, não foi capaz de estabelecer relação de causa/efeito entre as variáveis estudadas. (Apoio financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.)

A356

Comparação das tensões em raízes com pinos intra-radiculares escalonados variando-se o núcleo e a linha de terminação.

YOKOYAMA, C. H.*, YAMAMOTO, E., CALDART, R. M., CONTIN, I.

Departamento de Prótese – FOUSP - SP. Tel.: (0**11) 3091-7888. E-mail: cipi@yokoyama.com.br

Este estudo teve por objetivo comparar as tensões geradas em raízes endodonticamente tratadas, restauradas com pinos intra-radiculares escalonados, variando-se o tipo de núcleo e as linhas de terminação. O método utilizado foi o do elemento finito, onde se analisou imagens representando as seguintes situações experimentais: 1- raiz com pino intra-radicular escalonado e núcleo maciço de titânio, variando-se a linha de terminação (degrau puro, degrau com bisel de l mm e degrau com bisel de 2 mm). 2- raiz com o mesmo pino e o núcleo recoberto com resina Z100 com as mesmas variações de linhas de terminação. As seis imagens obtidas foram transportadas para o programa de elemento finito MSC Nastran for Windows, onde foram inseridas as informações sobre as propriedades físicas dos materiais e da raiz. Simulou-se a aplicação de uma carga de 100 N, a 45 graus em relação ao longo eixo do dente. A análise de todas as imagens sugere resistência ao efeito de cunha e diminuição à tendência de rotação da coroa, sendo mais evidente na imagem que representava o núcleo maciço com bisel de 2 mm. Observamos também que a menor resistência à fratura e menor resistência à rotação foi representada pela imagem com núcleo recoberto com resina e degrau puro.

Concluímos, através deste estudo, que o bisel aumenta a proteção da raiz contra fratura e diminui a tendência à rotação da restauração.

A357

Efeito das cargas oclusais sobre o primeiro pré-molar superior – MEF.

SCABELL, P. L. A.*, BALASSIANO, D. F., SOEIRO, F. J. C. P.

Departamento de Prótese e Departamento de Engenharia Mecânica – UERJ.
 Tel.: (0**21) 587-6255, fax: (0**21) 611-9751. E-mail: scabell@microlink.com.br

As forças oclusais causam a flexão de cúspides gerando assim tensões na estrutura dentária. Alguns autores correlacionam a perda de estrutura dentária na região cervical dos dentes à essas tensões, e sendo assim, o propósito do presente estudo foi avaliar o efeito das cargas oclusais sobre a região cervical do primeiro pré-molar superior, através do Método dos Elementos Finitos (MEF). A imagem de um corte sagital do elemento dental foi selecionada, em seguida digitalizada, e com o auxílio do programa ANSYS - versão 5.5, executou-se o estudo, simulando-se a aplicação de cargas oclusais axiais e horizontais. O modelo computacional foi constituído de 11.012 elementos e 11.096 nós. O experimento constou de 3 etapas, sendo que o valor da carga oclusal foi padronizado em 170 N. Na primeira etapa, a carga axial foi dividida em dois pontos da superfície oclusal, simulando o contato na fossa mesial, e nas duas etapas subseqüentes, as cargas horizontais foram aplicadas sendo estas: em sentido vestibular, sobre a cúspide vestibular (V) do dente, e em sentido palatino, sobre a cúspide palatina (P). O MEF possibilitou a análise qualitativa e quantitativa da distribuição de tensões de tração e compressão no modelo selecionado. Os resultados mostraram que a carga oclusal horizontal aplicada sobre a cúspide P gerou a maior concentração de tensão de tração na estrutura do esmalte.

 Esses valores variaram entre 362,757 e 725,513 MPa, e essa tensão de tração concentrou-se no esmalte da área cervical vestibular do dente, próxima à junção amelocementária.

A358

Estudo da movimentação da prótese total resultante da deformação da fibromucosa em desdentados totais.

LELES, C. R.*, COMPAGNONI, M. A., SOUZA, R. F.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

Devido às características de compressibilidade da fibromucosa, a incidência de cargas sobre a prótese total resulta na movimentação da prótese em direção ao rebordo, a qual pode resultar no aumento da reabsorção do rebordo residual, desadaptação interna e perda de retenção da prótese. O objetivo do presente estudo é avaliar o padrão de movimentação da prótese total superior em função da deformação da fibromucosa. Foram selecionados 10 pacientes usuários de próteses totais duplas, com retenção satisfatória e relações oclusais corretas e rebordos alveolares com volume e grau de resiliência normais. Para a análise da movimentação da prótese total superior foi utilizado o sistema eletrônico K6-I Diagnostic System®, sendo o dispositivo eletromagnético fixado na região vestibular dos incisivos centrais da prótese superior, de acordo com uma adaptação do método sugerido por MAEDA et al. (1984). Foram obtidos registros gráficos em duas condições experimentais: (A) 3 ciclos de apertamento máximo voluntário e (B) mastigação unilateral simulada por um período de 20 segundos. Os resultados mostraram um padrão uniforme de movimentação durante o apertamento máximo e mastigação simulada.

Sob a ação de cargas a fibromucosa apresenta uma deformação rápida e uma recuperação mais lenta e incompleta, de forma que a ação repetida da aplicação de carga reduz gradualmente a quantidade de movimentação e retorno da prótese, e na mastigação simulada não há a completa recuperação da fibromucosa durante os ciclos mastigatórios. (FAPESP - processo nº 99/11727-0.)

A359

Alterações oclusais em próteses totais polimerizadas por dois diferentes métodos.

Pitta, M. S. S.*, Rizzatti-Barbosa, C. M., Muzilli, C. A.

Departamento de Fisiologia – Universidade Estadual de Campinas.

O objetivo deste estudo foi comparar o efeito da polimerização por microondas e polimento na oclusão de próteses totais. Trinta dentaduras com as mesmas características foram confeccionadas sobre um modelo de maxila edêntula. As próteses foram divididas em três grupos e polimerizadas por três diferentes métodos: banho de água quente a 73ºC por 9 horas (Grupo I), energia de microondas a 440 W por 4 minutos (Grupo II) e energia de microondas a 80 W por 15 minutos (Grupo III). O desvio angular da cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior foi medido antes, após a polimerização e após o polimento. Foram encontradas a variância e desvio-padrão das variações angulares ocorridas entre as fases de pré-polimerização e pós-polimerização e entre as fases de pós-polimerização e polimento nos três grupos. Os resultados da matriz de correlação para variância e desvio-padrão dos Grupos I, II e III foram, respectivamente, 19% e 24%; 54% e 62%; e 33% e 30%.

Os resultados demonstraram que: 1) as amostras polimerizadas pelos três métodos apresentaram alterações; 2) o método de polimerização por microondas a 440 W por 4 minutos apresentou a menor alteração; 3) o polimento pelo método convencional alterou significativamente a inclinação das cúspides.

A360

Estudo do comportamento de resinas laboratoriais sob ação de grampos.

MARCHINI, L.*, ARAÚJO, M. A. M., ARAÚJO, J. E. J.

FOSJC – UNESP; Curso de Odontologia – UNIVAP.

O objetivo deste estudo foi investigar in vitro o comportamento das facetas de Artglass™ e Targis™ quando submetidas à inserção e remoção de grampos circunferenciais de cromo-cobalto. Foram confeccionadas 24 coroas “veneer” (12 com facetas de Artglass™ e 12 de Targis™), bem como os respectivos grampos. Utilizando um dispositivo elaborado para este fim, as coroas foram submetidas a cinco mil ciclos de inserção e remoção dos grampos, em meio aquoso. Para avaliar os efeitos dos ciclos sobre os corpos-de-prova, foi verificada a força necessária para remover os grampos das coroas (em dinamômetro de arrasto acoplado ao dispositivo) a cada cem ciclos até dois mil ciclos e cada duzentos ciclos de dois mil a cinco mil ciclos, bem como a inspeção macroscópica das coroas e a pesagem de grampos e coroas antes e após os ciclos. A força necessária para remoção dos grampos das coroas não foi alterada significativamente durante o experimento em nenhum dos corpos-de-prova. Entretanto, todas as coroas apresentaram ao final dos ciclos uma área de abrasão, observável por inspeção visual, e houve uma perda de massa média de 0,006 g nas coroas de Targis™ e 0,002 g nas coroas de Artglass™ e, nos grampos, de 0,004 g e 0,001 g respectivamente.

Deste modo, é possível depreender que as facetas feitas com Artglass™ e Targis™ sofreram e causaram abrasão durante a inserção e remoção de grampos circunferenciais em cromo-cobalto, mas esta abrasão não influenciou significativamente a força necessária para remover o grampo da coroa durante este estudo. (Apoio financeiro: CAPES.)

A361

Avaliação do movimento de dentes de prótese total frente à polimerização por microondas.

DAMIÃO, C. F.*, CUNHA,V. P. P., NEISSER, M. P., RODE, S. M.

Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté - SP.

O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações na dimensão vertical de oclusão (DVO) de prótese total (PT), devido a movimentação dos dentes artificiais, decorrentes do processo de polimerização, comparando o uso de mufla específica para microondas e a mufla HH com a técnica convencional. Foram utilizados cinco pares de PT acrilizadas por microondas e resultados de cinco pares com o uso da mufla HH. Padrões metálicos usinados no formato de quatro pirâmides, em alumínio, foram fixados nas regiões de molares e caninos, de modelos de trabalho duplicados em gesso-pedra tipo IV, superiores e inferiores, substituindo os dentes artificiais e possibilitando a obteção de pontos de referência para as mensurações. Aferiu-se as medidas, no metroscópio horizontal, na fase cera e após a acrilização, totalizando 320 pontos. Como resultados, obteve-se: (1) a média total das diferenças medidas entre as fases cera e acrilizada, sem separar as PT dos respectivos modelos, sendo o valor igual a –0,4258 mm para as PT confeccionadas por microondas contra 0,0025 mm para as com a mufla HH. Esses valores foram empregados para realizar a análise estatística por teste z, a qual apresentou diferença estatisticamente significante, na ordem de z = –3,3463, com z crítico bicaudal de 1,9600 e 95% de confiança; (2) o maior aumento da DVO, para a mufla por microondas foi de –1,4070 mm contra –0,7560 mm para a mufla HH.

Ambas as técnicas levaram à alterações dimensionais das PT com o aumento na DVO e a mufla HH pode ser considerada um fator minimizador dessas alterações.

A362

Rugosidade superficial e fadiga do Ti c.p. e liga Ti-6Al-4V após diferentes polimentos.

GUILHERME, A. S.*, HENRIQUES, G. E. P., NÓBILO, M. A. A., MESQUITA, M. F.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350.

Considerando que a qualidade da superfície rege o desempenho em fadiga de estruturas metálicas, além da indefinição quanto ao correto protocolo de polimento de artefatos em titânio, foram propósitos deste estudo: avaliar a rugosidade superficial de amostras obtidas em titânio comercialmente puro (Ti c.p.) e liga de titânio-alumínio-vanádio (Ti-6Al-4V), submetidas ao polimento convencional ou eletrolítico, e correlacionar os resultados da rugosidade com a resistência à fadiga, mediante ensaio cíclico de flexão. O polimento eletrolítico, foi realizado a partir de uma fonte elétrica de corrente e solução contendo 5% de ácido fluorídrico, 35% de ácido nítrico e 60% de água destilada. Na avaliação da rugosidade foi considerada como unidade experimental a média dos três valores de rugosidade – Ra (em mm) sendo realizada em rugosímetro digital (SurfCorder SE 1700) e o ensaio de fadiga, numa máquina de ensaios universal (MTS-Test Star II). Para o cálculo estatístico empregou-se a análise de variância (ANOVA), e as médias significativas foram avaliadas pelo teste de Tukey com nível de significância de 5%. A avaliação da rugosidade, mostrou que o Ti c.p. (0,31 mm) apresentou uma média de rugosidade significativamente maior que a da liga Ti-6Al-4V (0,25 mm) após os polimentos. O polimento eletrolítico (0,24 mm) conferiu menor média de rugosidade às amostras, diferindo estatisticamente em relação ao polimento convencional (0,32 mm).

Pelos níveis de rugosidade apresentado, a correlação entre a rugosidade e resistência à fadiga não foi ratificada.

A363

Prevalência das desordens temporomandibulares e dores bucofaciais: um estudo piloto.

REIS, C. A., SOUZA, E. M. D., LIMA, C. C. M*., MENDES, A. C. R., NAVARRO, R. C.,
ALVES, K. M. F.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409.

O presente estudo objetivou avaliar o perfil epidemiológico das desordens temporomandibulares (DTMs) e das dores bucofaciais (DBF) em indivíduos na cidade de João Pessoa - PB. Os dados foram coletados de 60 prontuários odontológicos de pacientes portadores de sinais e sintomas do sistema estomatognático, atendidos pelo Centro Odontológico de Estudos e Pesquisas - ano 2000. Os procedimentos estatísticos revelaram que 22 (36,6%) eram portadores exclusivamente de DTMs, 4 (6,7%) apresentavam de dores bucofaciais, 34 (56,6%) portavam as duas patologias. Constatou-se predominância de DTMs e DBF no gênero feminino (85%, n = 51) em relação ao masculino (15 %, n = 9). A queixa principal de 45 (75%) dos pacientes incluía dor de cabeça, 44 (73,3%) apresentaram dor muscular e 15 (25%) eram portadores de barulhos articulares sem qualquer sintomatologia. A freqüência das queixas era distribuída em: 45 (75%) diária, 12 (20%) semanal e 3 (5%) mensal. A automedicação foi realizada por 50 pacientes (83,3%) e apenas 10 (16,6%) buscaram ajuda em mais de uma especialidade médico-odontológica.

Conclui-se que o perfil epidemiológico recomenda uma maior atenção dos profissionais da área quanto à informação, acesso e tratamento para os pacientes portadores de desordens no sistema estomatognático.

A364

Estudo do desempenho em uso simulado de “attachments” extracoronários do tipo “stud” (Microfix - Rod).

RIVALDO, E. G.*, BONACHELA, W. C., MEZZOMO, E.

Departamento de Prótese – ULBRA. Tel.: (0**51) 241-3337. E-mail: rosarivaldo@via-rs.net

O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento retentivo de dois encaixes extracoronários, do tipo “stud” sendo um metálico, Microfix, e o outro com fêmea em teflon, Rod, em um período simulado de uso de zero a cinco anos. Foi desenvolvido um simulador de ciclos Rivaldo-Bonachela para viabilizar a ciclagem. Com o auxílio de uma máquina de ensaio universal realizou-se a separação das partes: macho e fêmea a uma velocidade de 5 mm/min. e quantificou-se a retenção em Newtons. Os encaixes foram submetidos à verificação da massa nos períodos de uso simulado (inicial, 6 meses, 1, 2, 3, 4 e 5 anos) e analisados em lupa estereoscópica, com aumento de 2,5 vezes antes e depois da simulação.

Os resultados permitiram concluir que a resistência à tração inicial, tanto do encaixe Microfix quanto do encaixe Rod, não apresentaram um padrão constante; a partir dos 6 meses de uso simulado houve um aumento da resistência à tração. A força retentiva foi superior para o encaixe Microfix (10,9 N), quando comparada ao encaixe Rod (6,5 N). Após 2 anos ocorreu uma estabilização na força retentiva. No quinto ano a resistência a tração foi igual para os dois encaixes; os encaixes não apresentaram alteração na massa após os cinco anos de uso simulado. (Apoio financeiro: ULBRA.)

A365

Adaptação marginal de cinco opções protéticas sobre intermediários CeraOne.

MANHÃES, L. A.*, FRANCISCHONE, C. A.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia de Campos - RJ. E-mail: lussara@bol.com.br

O critério mais importante para a aceitabilidade clínica de uma restauração indireta é o grau de adaptação marginal. Em próteses sobre implantes também torna-se necessária a obtenção de adequada adaptação marginal para a manutenção da saúde periimplantar. Avaliou-se in vitro a adaptação marginal entre intermediário CeraOne e cinco tipos de coifas: coifa cerâmica pré-fabricada CeraOne (1), In-Ceram (2), coifa pré-fabricada poliacrílica do sistema CeraOne (3), IPS Empress (4) e Fortune (5). Foram obtidas 10 coifas em cada grupo, estas foram assentadas em um intermediário CeraOne (sem cimentação) e a adaptação marginal foi avaliada, de acordo com o número de ajustes e média de desajuste marginal (em micrômetros). Para a leitura das margens foi utilizado o microscópio óptico Mitutoyo com aumento de 150 vezes, mostrador digital embutido e precisão de 1 micrômetro. O número de ajustes em cada grupo foi: 1) 47; 2) 25; 3) 4; 4) 3; 5) 0. A média de desajuste marginal e respectivo desvio-padrão foi: 1) 5,6 ± 4,1; 2) 21,6 ± 12,4; 3) 16,6 ± 8,4; 4) 26,9 ± 12,5; 5) 75,8 ± 26,4. A quantidade de ajustes e as médias de desajuste obtidos em cada sistema foram submetidas à análise de variância Kruskal-Wallis a um critério e para as comparações individuais foi utilizado o teste Student-Newman-Keuls.

As coifas cerâmicas pré-fabricadas são consideradas a melhor opção restauradora sobre intermediários CeraOne. As coifas In-Ceram e IPS Empress são consideradas aceitáveis como segunda opção. As coifas Fortune não exibiram resultados satisfatórios. (Apoio financeiro: CNPq.)

A366

Influência da caracterização intrínseca sobre porosidade de uma resina acrílica.

BOTEGA, D. M.*, ALMEIDA, M. A. B., MESQUITA, M. F., NÓBILO, M. A. A., HENRIQUES, G. E. P.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. E-mail: mesquita@fop.unicamp.br

Este estudo avaliou a influência da técnica de caracterização intrínseca sobre a ocorrência de porosidade de uma resina acrílica polimerizada por microondas em diferentes períodos pós-prensagem (1/2, 2, 6, 12 e 24 horas). Foram confeccionadas 90 amostras em resina acrílica, metade pela técnica convencional utilizando resina acrílica incolor (M1); metade pela técnica de caracterização intrínseca (M2). Todas as amostras foram polimerizadas por energia de microondas, sendo em seguida desincluídas, finalizadas, polidas e imersas em tinta nanquim durante 24 horas. Após serem lavadas em água corrente e secas com jatos de ar, delimitou-se 4 campos de leitura por amostra. A ocorrência de porosidade foi verificada por meio de uma lupa estereoscópica MG 63A (Carl Zeiss), com aumentos de 40 e 63 vezes. Adicionalmente, foram realizadas observações em microscopia eletrônica de varredura da morfologia superficial das amostras e das fibras de caracterização. Do total de 360 campos de leitura, constatou-se que: 347 (96,4%) não apresentaram porosidade, e 13 campos (3,6%) apresentaram de 1 a 3 poros.

Baseados na análise dos resultados, conclui-se que a ocorrência de porosidade foi considerada desprezível em todos os grupos avaliados e que o tempo pós-prensagem não influenciou o aparecimento de poros.

A367

Avaliação eletromiográfica dos músculos masseter e temporal, de pacientes com DTMs tratados com aparelhos oclusais.

LANDULPHO, A. B.*, SILVA, W. A. B., SILVA, F. A., CASSELLI, H.

FOP – UNICAMP. E-mail: landulfo@splicenet.com.br

Em função das evidências fisiológicas na relação entre estabilidade oclusal e a função muscular e articular; a utilização de aparelhos oclusais planos no diagnóstico e na terapia de pacientes com desordens temporomandibulares, têm sido amplamente difundida. A proposta deste estudo foi verificar a efetividade deste tipo de aparelho, através de registros eletromiográficos (EMG), em pacientes portadores de sintomatologia dolorosa. Foram examinados vinte e dois pacientes sintomáticos. Os registros EMG em microvolt (mV) dos músculos masseter e temporal anterior foram realizados na posição mandibular de repouso, antes e após 90, 120 e 150 dias da instalação dos aparelhos oclusais, sendo que os mesmos receberam modificações (guias em canino e em grupo) nos dias 90 e 120 respectivamente. Os resultados foram submetidos à análise estatística de regressão polinomial, e demonstraram que para o músculo masseter direito e esquerdo não houve diferença significante entre os períodos estudados, no entanto, para o músculo temporal anterior os resultados diferiram (p << 0,05) em todos os períodos de avaliação: para o músculo temporal esquerdo dia 0 (3,44 mV) , dia 90 (3,15 mV), dia 120 (2,76 mV) e dia 150 (2,56 mV), para o músculo temporal direito dia 0 (2,98 mV), dia 90 (2,54 mV), dia 120 (2,81 mV) e dia 150 (2,24 mV).

No presente estudo pode-se concluir que: para o músculo temporal anterior houve uma redução significativa na atividade EMG durante o período de tratamento, e a guia em grupo produziu uma menor atividade EMG durante o tratamento.

A368

Ressonâncias magnéticas das ATMs de crianças tratadas com RF-2 (Fränkel).

FRANCO, A. A.*, CEVIDANES, L. H. S., VIGORITO, J. W., YAMASHITA, H. K., LEDERMAN, H. M.

Departamento de Ortodontia – UMESP - São Bernardo do Campo - SP.

O presente estudo objetivou monitorar pela RM a posição e forma dos discos das ATMs em 86 pré-adolescentes com oclusão normal (n = 30) e má-oclusão de Classe II divisão 1ª (n = 56), de Angle. Os pacientes foram randomicamente divididos em grupo controle (n = 28, idade média de 10,3 anos, que não foram submetidos a qualquer tratamento durante o período de observação de 18 meses) e grupo tratado (n = 28, idade média de 10,9 anos, os quais foram tratados com o regulador de função de Fränkel-2 [RF-2] por um período ativo de 18 meses, para a correção da má-oclusão de Classe II). Os responsáveis pelos menores assinaram um termo de consentimento pós-informação, previamente aprovado pela comissão de ética. Os exames bilaterais de RM das ATMs dos pacientes do grupo normal foram realizados ao início (T1), enquanto que nos do grupo controle e tratado as imagens foram adquiridas em T1 e ao término do período de observação (T2). Dois examinadores realizaram a leitura das imagens, sendo o chefe da RM o “gold standard”. Os resultados revelaram que a propulsão mandibular promovida pelo aparelho de Fränkel influenciou de forma positiva as ATMs do grupo tratado em todos os casos (100%), não diferindo estatisticamente (teste do qui-quadrado) do grupo controle em T1 e T2 e do normal em T1.

 A forma do disco foi bicôncava em 86,7%, 82,1% e 89,3% das articulações dos grupos normal, controle e tratado, respectivamente, em T1, alterando para 100% bicôncava em T2, apenas nos pacientes tratados pelo RF-2 (estatisticamente significante pelo teste da binomial). (Apoio: FAPESP - processo 97/01388-8.)

A369

Efeito da termociclagem sobre a resistência à tração da união entre reembasadores resilientes e resina acrílica.

SANCHEZ, J. L. L.*, MESQUITA, M. F., PINTO, J. R., DOMITTI, S. S., CONSANI, R. L. X.

FOP – UNICAMP. E-mail: mesquita@fop.unicamp.br

Este trabalho teve como objetivo comparar a resistência à tração da união entre bases resilientes (Silagum, Softliner e Mollosil plus) e resina acrílica (Clássico), submetidas ou não à termociclagem. Foram utilizadas 60 amostras divididas em 6 grupos de variáveis, com 10 repetições. Para a confecção das amostras, foram utilizadas matrizes metálicas incluídas em mufla, cujo molde impresso em silicona e gesso foi preenchido com resina acrílica. Após polimerizadas, as amostras foram unidas duas a duas em seu eixo longitudinal por uma base resiliente. Em seguida, 30 amostras foram levadas ao termociclador (MCT2 AMM) onde foram realizados 3.000 ciclos de 1 minuto em água à 5ºC e 1 minuto em água a 65ºC. A outra metade foi armazenada em água à 37ºC durante 24 horas. As amostras foram submetidas à tração (EMIC - DL500MF) com velocidade de 5 mm/min. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade e observado o tipo de falha ocorrida nas amostras. O material Silagum apresentou os maiores valores de resistência à tração. O material Softliner apresentou valores intermediários, não diferindo estatisticamente dos materiais anteriormente citados.

Para os materiais ensaiados, a termociclagem promoveu a diminuição dos valores de resistência à tração. Entretanto, apenas para o material Mollosil plus os valores apresentados diferiram estatisticamente em relação aos não-termociclados. (Apoio: FAPESP.)

A370

Prótese parcial removível associada a um implante osseointegrado – estudo através do método dos elementos finitos.

ROCHA, E. P.*, DEL BEL CURY, A. A., LUERSEN, M. A., PELLIZZER, E. P.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. E-mail: eprocha@foa.unesp.br

Os dados clínicos e científicos sobre a associação entre os implantes osseointegrados e a prótese parcial removível de extremidade livre (PPREL) são poucos e inconclusivos. Devido a isso, foi objetivo deste trabalho avaliar através do método dos elementos finitos bidimensional (MEF) a distribuição de tensões nas estruturas de suporte da PPREL associada a um implante osseointegrado – Sistema Branemark – de 10,0 x 3,75 mm, localizado na porção distal do rebordo alveolar. Para isto, foram criados 3 modelos em corte sagital: modelo A (MA) - hemiarcada contendo os dentes naturais 33 e 34, e ausência dos dentes 35, 36 e 37; modelo B (MB) - semelhante ao MA, com uma PPREL convencional, substituindo os dentes ausentes; modelo C (MC) - semelhante ao MB, com um implante na região posterior do rebordo, servindo como suporte. Com o auxílio do programa de elementos finitos, ANSYS 5.5, os modelos foram carregados com forças verticais de 50 N em cada ponta de cúspide. Como resultados, observaram-se as seguintes tensões (máxima e mínima, respectivamente) em MPa: MA (39,668 e 0,005); MB (72,430 e 0,736) e MC (205,662 e 0,057), e deslocamentos de (cm): MA (0,064); MB (0,107) e MC (0,099).

Conclui-se que, em comparação ao MA, a presença da PPREL (MB) proporcionou maiores níveis de tensão para as estruturas de suporte, a presença do implante osseointegrado (MC) proporcionou suporte para a base da PPREL, diminuindo a intrusão desta sobre a fibromucosa, com níveis semelhantes de tensão no dente suporte quando comparado ao MB.

A371

Efeito da abrasão por Co-Cr sobre a rugosidade de ionômeros de vidro.

VERGANI, C. E.*, PEARSON, G. J.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr – UNESP; Queen Mary, University of London - UK. Fax: (0**16) 201-6406. E-mail: vergani@foar.unesp.br

Os materiais restauradores deveriam apresentar características de superfície similares àquelas dos dentes naturais. Neste estudo foi avaliado o efeito da abrasão por liga de Co-Cr sobre a rugosidade (Ra) de ionômeros de vidro: material experimental (EX), Diamond Carve (DC), Fuji IX (FIX), Fuji II LC improved (FIILC). Cada material foi manipulado de acordo com as instruções dos fabricantes e os corpos-de-prova foram confeccionados em moldes de silicona. Após 1 h em estufa à 37ºC, os corpos-de-prova foram removidos dos moldes e armazenados em água à 37ºC por 1, 7, 30, 90, 180 e 270 dias. Quatro corpos-de-prova foram obtidos para cada material e tempo. Os testes foram realizados em uma máquina de abrasão por meio de pinos de Co-Cr e, após 10.000 ciclos, a rugosidade das superfícies intactas e abrasionadas era avaliada por meio de um perfilômetro a laser. Os resultados, submetidos à análise de variância seguida pelo teste de Tukey (p << 0,05), indicaram um aumento da rugosidade após a realização dos testes de abrasão (p << 0,05). FIX demonstrou uma redução na rugosidade entre 1 (1,77 mm) e 7 (0,92 mm) dias (p << 0,05). A seguir, nenhuma alteração foi observada. Para o material EX, um aumento da rugosidade foi verificado entre 30 (0,76 mm) e 180 (1,43 mm) dias. Alta rugosidade foi observada para DC após 90 dias (2,08 mm). Nenhuma diferença foi identificada para FIILC durante os períodos.

Concluiu-se que a rugosidade dos materiais é aumentada pela ação abrasiva da liga de Co-Cr. Além disso, a rugosidade pode variar em diferentes tempos de armazenamento. (FAPESP - 1998/5517-0.)

A372

Dureza de resinas para reembasamento após protocolo de infecção cruzada.

SEÓ, R. S.*, AZEVEDO, A., MACHADO, A. L., GIAMPAOLO, E. T., PAVARINA, A. C.,
VERGANI, C. E.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOAr – UNESP. Fax: (0**16) 201-6406. E-mail: cucci@foar.unesp.br

Após a realização de reembasamento, as próteses devem ser desinfetadas para prevenção de infecção cruzada entre pacientes e profissionais. Neste estudo foi avaliado o efeito de um protocolo para o controle de infecção cruzada na dureza Vickers de duas resinas para reembasamento imediato (Duraliner II - DII e Kooliner - K) e de uma resina termopolimerizável (Lucitone 550 - L550). Corpos-de-prova foram confeccionados seguindo-se as orientações dos fabricantes. Após a análise da dureza e armazenamento em água por 48 h, os corpos-de-prova foram submetidos, por duas vezes, ao protocolo, que incluía imersão em clorexidina a 4% por 1 min., seguida da imersão em hipoclorito de sódio a 1% ou clorexidina a 4%, por 10 min. A dureza foi mensurada antes e após a realização do protocolo. Oito corpos-de-prova foram confeccionados para cada material, além de 8 corpos-de-prova adicionais para a resina DII, para se avaliar o efeito da imersão em água a 55ºC por 10 min. A análise de variância, seguida pelo teste de Tukey (p << 0,05), indicou a ausência de alteração da dureza após a realização do protocolo. K e DII produziram valores de dureza menores que a resina L550. A dureza da resina K foi maior que a da resina DII com ou sem tratamento térmico (p << 0,05). Após o protocolo, valores maiores de dureza foram observados nos corpos-de-prova da resina DII que foram submetidos ao tratamento térmico (p << 0,05).

Concluiu-se que a resina para base de prótese apresenta maior dureza que as resinas para reembasamento e que nenhuma redução dessa propriedade ocorre após a realização do protocolo.

A373

Qualidade de dieta em portadores de próteses totais tecnicamente corretas ou deficientes.

SHINKAI, R. S. A.*, HATCH, J. P., RUGH, J. D., SAKAI, S., MOBLEY, C. C., SAUNDERS, M. J.

FOP – UNICAMP; UTHSCSA - San Antonio - TX.

Este trabalho avaliou se próteses totais (PT) tecnicamente deficientes estão relacionadas com redução de performance mastigatória, percepção de dificuldades em mastigar e qualidade de dieta pobre (medida pelo Healthy Eating Index, HEI, o qual é um índice de qualidade de dieta). Os dados foram obtidos de 54 portadores de PTs através de exame clínico, testes de performance mastigatória e 2 entrevistas de dieta 24 h. As variáveis dependentes foram o HEI e seus componentes, e ingestão de determinados nutrientes. As variáveis independentes foram qualidade das PTs (Boa, Média e Pobre), performance mastigatória e habilidade mastigatória subjetiva. Os dados foram analisados por testes Kruskal-Wallis, U de Mann-Whitney e Fisher, ao nível de significância de 0,01. O grupo PT de Boa Qualidade teve performance mastigatória significativamente superior aos grupos Média e Pobre Qualidade (p << 0,01), mas os escores medianos de HEI (amplitude: 60,5 a 72,0) e a ingestão de nutrientes não foram estatisticamente diferentes entre os 3 grupos. Os escores de ingestão de leite, vegetais, frutas e grãos foram os principais responsáveis pelos baixos escores de HEI. Performance mastigatória e habilidade de mastigação subjetiva não afetaram a qualidade de dieta.

Os resultados sugerem que qualidade de dieta não está relacionada a aspectos técnicos das próteses to­tais, capacidade de trituração de alimentos e percepção de habilidade de mastigação. (Apoio financeiro: NIH/NIDCR P50 DE 10756 e CAPES BEX 0807/99-0.)

A374

Localização de leveduras no biofilme dentadura em candidíase atrófica crônica.

FREITAS, K. M.*, PONTES, C. B., SILVA, C. H. L., AGOSTINHO, A. M., PARANHOS, H. F. O.,
ITO, I. Y.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4006.

Este estudo analisou o número e o padrão de localização de unidades formadoras de colônias (ufc) de fungos em forma de leveduras em próteses totais superiores, correlacionando-os com a localização clínica de áreas eritematosas do palato de 30 pacientes acometidos de candidíase atrófica crônica. As próteses foram transportadas ao laboratório de Microbiologia (FCFRP - USP) em condições assépticas e encaixadas em fluxo laminar. O meio de cultura CHROMagar® Candida a 50ºC foi vazado nos encaixamentos e estes foram armazenados por dez minutos em refrigerador Coolins para serem removidos e incubados a 32ºC por 48 horas em câmara úmida. Após o período de incubação foram realizadas a leitura dos meios através da contagem das ufc e fotografias para a análise do padrão de deposição dos microrganismos. Os palatos dos pacientes foram também fotografados. A fotografia de cada palato foi analisada com a do meio de cultura correspondente. As espécies mais isoladas foram C. albicans e C. glabrata (>> 300 ufc). A localização de ufc nos meios de cultura foi predominantemente periférica, correspondendo à região do rebordo alveolar residual e a localização clínica das áreas eritematosas correspondeu à região central do palato.

Em conclusão, não houve correlação entre a localização dos microrganismos com a localização das lesões eritematosas palatinas.

A375

Identificação do gênero Candida no palato e base protética e ação antifúngica de Cymbopogom citratus.

CAMPELO, R. S.*, QUEIROZ, M. V. F., LIMA, E. O., SAMPAIO, M. C.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409.

Várias lesões podem ocorrer na cavidade bucal, em conseqüência da utilização de prótese dentária, algumas são causadas por leveduras do gênero Candida principalmente por C. albicans. Foi avaliada a ação terapêutica do fitoterápico denominado CCR 2000, produzido a base de óleo essencial Cymbopogom citratus, conhecida como capim-santo. A amostra foi constituída de 75 indivíduos, sendo subdividido em 3 grupos de 25 pacientes. O medicameno fitoterápico foi testado na forma de creme (grupo I) e de “spray” (grupo II) e a nistatina (grupo III) foi usada como controle, para os 3 grupos foram realizadas aplicações 3 vezes aos dia sobre mucosa do palato e base da dentadura dos respectivos pacientes. Após a terapia constatou-se redução significativa das leveduras na mucosa do palato e base protética, destacando a eficiência do fitoterápico em “spray” sobre C. albicans, que foi reduzida de 60% para 12% na mucosa e 80% para 36% na base da dentadura.

Dos resultados registrados conclui-se a eficácia antifúngica do fitoterápico nas formulações citadas, constituindo-se em recurso terapêutico viável para a candidose e como anti-séptico preventivo para as próteses móveis.

A376

Condutas terapêuticas para estomatite protética associada à candidose bucal: estudo comparativo.

LUCENA, L. B. S.*, COSTA, L. J., LIMA, E. O., SAMPAIO, M. C. C.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409.

O objetivo deste estudo foi avaliar, comparativamente, a eficácia de três condutas terapêuticas para a estomatite protética, associada à candidose bucal, em pacientes usuários de prótese mucossuportada. A amostra foi composta por 54 pacientes, submetidos aos exames clínico, para verificação da presença de estomatite protética (Newton, 1962), e micológico, da mucosa palatal, para isolamento e identificação de Candida spp. Os pacientes foram distribuídos em três grupos proporcionais, de acordo com a conduta terapêutica instituída: grupo I - técnica de higiene bucal e da prótese, com remoção desta à noite; grupo II - administração de antifúngico tópico Daktarin gel oral (Miconazol), técnica de higiene bucal e da prótese e remoção desta à noite; grupo III - administração de antifúngico tópico Daktarin gel oral (Miconazol). A cura clínica ocorreu em 5,5% nos pacientes do grupo I e 33,3% nos pacientes, tanto do grupo II quanto do grupo III. No entanto, a eliminação da candidose foi de 38,9% no grupo I; 94,4% no grupo II e 72,2% no grupo III.

Concluiu-se que a conduta terapêutica adotada nos grupos II e III apresentou melhores resultados para a estomatite protética do que a instituída no grupo I. Os resultados para os três grupos foram favoráveis na eliminação da candidose, não sendo tão satisfatório, clinicamente, na cura da estomatite protética.

A377

Nova perspectiva para implantes dentários em 3D utilizando computação gráfica.

CAVALCANTI, M. G. P., RUPRECHT, A., VANNIER, M. W.

Departamento de Estomatologia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7807. E-mail: mgpcaval@fo.usp.br

A proposição deste trabalho foi determinar a precisão e a acurácia da tomografia computadorizada em 3D utilizando a computação gráfica para implantes dentários por meio de medidas lineares in vitro. Cinco cabeças de cadáveres foram submetidas à tomografia computadorizada espiral por meio de cortes axiais de 0,5 milímetro de espessura com 0,5 milímetro de intervalo de reconstrução em 0,5 segundo. As imagens foram enviadas para uma estação de trabalho onde foram processadas em reconstruções multiplanares e em 3D. Por meio da reconstrução multiplanar criou-se um mapeamento da região de interesse em 3D. Medidas lineares da parte mais superior do forame mentoniano até a crista alveolar correspondente, bilateralmente, foram obtidas por 2 observadores 2 vezes cada um por imagens em 3D utilizando propriedades da computação gráfica. Os tecidos moles correspondentes às medidas foram removidos e medidas físicas foram obtidas utilizando um aparelho denominado 3D Space Digitizer. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre e intra-observadores nem entre medidas físicas e em 3D in vitro (p >> 0,05) para medidas lineares.

A validação da computação gráfica em 3D por meio de tomografia computadorizada para implantes dentários está estabelecida com suficiente precisão e acurácia que justifique a aplicabilidade clínica. Utilizando esta nova tecnologia da tomografia computadorizada é possível obter uma avaliação quantitativa e qualitativa com mais confiabilidade para o planejamento de tratamento.

A378

Estudo clínico comparativo entre sutura convencional e vaporização a laser de dióxido de carbono (CO2) em pele de ratos.

PAES-JUNIOR, T. J. A.*, NICCOLI-FILHO, W.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

Este estudo propôs-se a comparar clinicamente a reparação de retalhos em pele de rato unidos por sutura, com aqueles vaporizados com laser de dióxido de carbono (CO2). Para tanto, foram utilizados 24 ratos (Rattus norvegicus albinus Wistar), sendo feitas duas incisões longitudinais na pele de seus dorsos por lâmina de bisturi. Nas incisões do lado esquerdo, procedeu-se à união dos retalhos com fios de sutura de “nylon”. Nas incisões do lado direito, os bordos da ferida foram aproximados e fez-se a vaporização com laser de CO2, em modo contínuo, feixe desfocado e com 8 watts de potência. A reparação dos tecidos foi acompanhada clinicamente por tomadas fotográficas, nos seguintes tempos: imediatamente após o ato cirúrgico, 24 horas, três, sete, 14 e 21 dias. Os resultados demonstraram um atraso inicial da reparação das feridas vaporizadas com laser em relação à sutura, no entanto, ao final de 21 dias, ambos os tecidos em reparação apresentavam o mesmo aspecto clínico.

Estes achados sugerem que o laser de CO2 pode ser utilizado como substituto eventual das suturas.

A379

Avaliação da acurácia da tomografia acionada por computador na Implantodontia.

OLIVEIRA, R. J.*, FENYO-PEREIRA, M.

Departamento de Estomatologia – Disciplina de Radiologia – FOUSP.

O propósito neste estudo foi avaliar a acurácia do exame obtido em tomógrafo acionado por computador, na avaliação de 32 regiões com indicação para a instalação de implantes dentários intra-ósseos. Os pacientes foram submetidos a exames tomográficos pré- e pós-operatórios. Os exames pré-operatórios foram avaliados e mensurados nas regiões em questão por um radiologista, tendo suas observações conferidas por um segundo profissional da mesma especialidade. As cirurgias foram realizadas respeitando-se as orientações fornecidas com base no exame executado. Após o período necessário à reparação óssea, esses pacientes retornaram para o exame de controle pós-operatório, que respeitou os procedimentos executados no primeiro exame. Nesse momento já tínhamos o resultado fornecido pelo cirurgião no que se refere às dimensões do implante instalado, confirmando ou não os valores iniciais fornecidos e confirmando com novo exame, se os implantes encontravam-se dentro dos espaços adequados e preestabelecidos ou se ultrapassavam os limites da região avaliada. Os resultados foram obtidos por testes estatísticos de análise de variância e teste t de Student.

A partir dos resultados obtidos pudemos concluir que: o método tomográfico acionado por computador pode ser utilizado no planejamento em Implantodontia; 100% das mensurações preeestabelecidas foram consideradas satisfatórias e que as medidas do exame pré-operatório foram maiores do que os tamanhos dos implantes dentários instalados.

A380

Estudo da localização do forame mandibular nas radiografias panorâmicas.

CARVALHO, P. L.*, REIS, H. S. M.

CCBS – Curso Odontologia – Universidade São Francisco. Tel.: (0**11) 4034-8355, 4034-8044. E-mail: pedro@usf.com.br

O objetivo deste estudo foi determinar se é possível localizar o forame mandibular em mandíbulas adultas, por exames radiográficos panorâmicos. Realizamos neste trabalho radiografias panorâmicas de 50 (cinqüenta) mandíbulas adultas isoladas em diferentes fases de desenvolvimento, portadoras de dentes ou não, pertencentes ao Departamento de Ciências Morfológicas e Patológicas da Disciplina de Anatomia da Universidade São Francisco. As mensurações na mandíbula foram realizadas previamente à obtenção das radiografias. Nos exames radiográficos foram confeccionados traçados radiográficos, que obedeceram aos desenhos anatômicos da mandíbula, efetuando-se a medição das áreas de interesse: (1) distância FM-IM - mensuração entre os pontos FM (forame mandibular) e IM (incisura mandibular), (2) distância FM-MA - mensuração entre os pontos FM (forame mandibular) e MA (mandibular anterior). A análise foi realizada comparando as medidas obtidas nas radiografias, pelo traçado, e as medidas obtidas nas mandíbulas isoladas. Os dados obtidos foram avaliados para estudar a relação do forame mandibular aos pontos e/ou planos descritos, por um teste t e análise de variância.

Constatamos que a posição do forame mandibular foi variável (p << 0,05), apesar disso, as radiografias panorâmicas podem produzir dados numéricos para a localização do forame mandibular, com finalidade cirúrgica ou anestésica. (Apoio financeiro: Universidade São Francisco.)

A381

Expressão imuno-histoquímica de diferentes marcadores de maturação da célula de Langerhans na histiocitose de células de Langerhans e quantificação das populações celulares marcadas.

SALAMI, D.*, NUNES, F. D.

Disciplina de Patologia Bucal – Departamento de Estomatologia – FOUSP.
 Tel.: (0**11) 5589-9062. E-mail: danisalami@hotmail.com

As células de Langerhans são células mononucleares dendríticas que estão geralmente presentes na epiderme e na mucosa, entre outros locais. A proliferação dessas células dá origem a uma importante patologia denominada histiocitose das células de Langerhans, ou histiocitose X. A patogênese da histiocitose de células de Langerhans permanece desconhecida e o estudo do perfil de marcadores de superfície dessa célula pode colaborar para sua melhor compreensão. O presente projeto visa verificar a expressão de diferentes marcadores presentes nas diferentes células da lesão, e quantificar essa marcação na tentativa de melhor compreender a celularidade e o fenótipo celular dessa patologia de boca. Para tanto, foi utilizada a imuno-histoquímica para detectar anticorpos para CD-20, CD-45 (LCA), CD-45RO, CD-68, S-100, revelados pela técnica da estreptavidina-peroxidase e diaminobenzidina como cromógeno. Foi obtida marcação com todos os anticorpos utilizados revelando a heterogeneidade do infiltrado celular presente na lesão, foi observada presença em número maior do que o esperado de células expressando o marcador de células B (CD20).

Baseado nos resultados obtidos não se pode concluir por alguma relação entre as populações celulares marcadas e as características clínicas das lesões, sendo que estudos posteriores são necessários para explicar a presença aumentada de linfócitos B no infiltrado inflamatório presente. (Financiamento: PIBIC-FUNDECTO.)

A382

Efeito da laminina e do seu peptídio bioativo SIKVAV, no fenótipo do mioepitelioma.

CAPUANO, A. C. T.*, JAEGER, R. G.

Patologia Bucal – FOUSP - São Paulo - Brasil. E-mail: rgjaeger@fo.usp.br

O mioepitelioma é um tumor benigno raro de glândula salivar. Em estudos anteriores descobrimos que uma membrana basal reconstituída (Matrigel), induz morfo- e citodiferenciação dessa neoplasia. Um dos componentes do Matrigel candidato a desempenhar o papel principal como molécula morforregulatória é a laminina. Essa proteína é o componente mais abundante do Matrigel, possui peptídios ativos na diferenciação e proliferação celular, e exerce papel importante na diferenciação do epitélio da glândula salivar normal. O peptídio SIKVAV (Ser-Ile-Lis-Val-Ala-Val) possui efeito tanto na proliferação como na diferenciação celular neoplásica. Vale ressaltar que seu efeito nunca foi analisado antes em tumores de glândulas salivares. Assim, nos interessamos em estudar o efeito da laminina e do peptídio SIKVAV no fenótipo das células de mioepitelioma (M1). Inicialmente crescemos células M1 em preparações tridimensionais de laminina. Nessa preparação, a célula é crescida dentro de um gel de laminina, o que simula o ambiente tridimensional existente na neoplasia in vivo. Os resultados, analisados em microscopia de luz (H. E.), mostraram que a laminina por vezes induzia a formação de células plasmocitóides, semelhantes àquelas observadas na neoplasia in vivo. Preparados de laminina e agarose enriquecidos com SIKVAV induziram por completo a morfodiferenciação das células M1 em células plasmocitóides.

Nossos resultados sugerem que a laminina, provavelmente através do peptídio SIKVAV, regula o fenótipo plasmocitóide do mioepitelioma.

A383

Localização radiográfica de caninos superiores permanentes impactados.

DOMINGOS, V. B. T. C.*, PEREIRA, M. F. S. M.

Radiologia – FOUSP.

A impactação de canino superior é uma anomalia dental freqüentemente encontrada na prática ortodôntica. Depois do terceiro molar, o canino superior é o dente que mais freqüentemente encontra-se impactado. A incidência é de aproximadamente 2% dos pacientes que buscam por tratamento ortodôntico. Sabemos que a detecção precoce de possível impactação pode ser feita em pacientes jovens, com base numa combinação cuidadosa de exames radiográficos e clínicos. Avaliamos neste trabalho o grau de confiabilidade do diagnóstico referente à posição relativa de caninos impactados na maxila, através da análise da radiografia panorâmica e telerradiografia em norma lateral, constantes da documentação ortodôntica de 34 pacientes portadores de má-oclusão, que foram examinadas por três observadores especialistas (cirurgião, ortodontista e radiologista). Aplicamos o teste de qui-quadrado, teste exato de Fisher e estudo de associação.

Concluímos que: a grande maioria dos caninos impactados apresentam-se por palatino, no estudo da radiografia panorâmica encontramos maior índice de acerto quando o dente encontra-se impactado no palato, encontramos o maior índice de erro na telerradiografia, quando o dente está por vestibular, o menor índice de erro na telerradiografia, quando o dente se encontra impactado no palato e a radiografia panorâmica é considerada melhor que a telerradiografia em norma lateral, principalmente quando o dente está por vestibular.

A384

Influência da irradiação local sobre a cicatrização em ratos diabéticos.

FERREIRA, R. I.*, ALMEIDA, S. M., BÓSCOLO, F. N., VIZIOLI, M. R.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5327. E-mail: riveaines@yahoo.com

As radiações ionizantes e certos estados patológicos, como a diabetes mellitus, determinam alterações nos fenômenos biológicos do reparo tecidual. O presente trabalho experimental teve por finalidade pesquisar o efeito da irradiação por elétrons sobre a cicatrização, na pele de ratos diabéticos. Para tanto, 48 ratos da linhagem Wistar foram separados em 4 grupos: controle, irradiado, diabético e diabético irradiado. O estado diabético foi induzido por meio da administração intravenosa de estreptozotocina. Após 15 dias da indução, todos os animais foram submetidos a uma cirurgia para a realização de uma ferida excisional, na região dorsal anterior. No 3º dia pós-operatório, apenas uma área que compreendia cerca de 1cm, lateralmente a cada borda das feridas, foi irradiada com uma dose única de 1,0 Gy, por feixes de elétrons com 6 MeV de energia. A reparação tecidual foi estudada aos 4, 7, 13 e 21 dias pós-operatórios, por microscopia óptica. Empregou-se a técnica de coloração por hematoxilina-eosina, visando à observação das características morfológicas do tecido de granulação.

A avaliação qualitativa das amostras teciduais permitiu concluir-se que: 1. a irradiação local causou um retardo na cicatrização, contudo, não impediu que o processo de reparo culminasse na restauração tecidual; 2. os desequilíbrios metabólicos inerentes à fase precoce da diabetes mellitus atuaram em sinergismo com a irradiação no retardo da reparação tecidual. (Apoio financeiro: CAPES.)

A385

Prevalência das lesões de furca diagnosticadas por alunos de graduação em pacientes encaminhados para tratamento periodontal.

ABUD, R. H. S.*, CORÁ, C. S., CARNEIRO, S. R. S.

Departamento de Estomatologia – FOUSP.

O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência das lesões de furca, além de constatar as indicações de exodontia decorrentes desta seqüela da doença periodontal em 195 pacientes do ambulatório da Disciplina de Periodontia do Curso de Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP). A metodologia empregada consistiu da análise das fichas clínicas, de diagnóstico, plano de tratamento e de reavaliação preenchidas pelos alunos da FOUSP, em atendimentos realizados no período de julho de 1998 a janeiro de 2000. Desse estudo foram excluídos os terceiros molares, por suas particularidades anatômicas e presença inconstante, e incluídos os primeiros pré-molares superiores, por geralmente apresentarem 2 raízes. Os resultados indicaram que 493 molares superiores (MS) estavam presentes e erupcionados e, destes, 121 (24,54%) apresentaram LF. Quanto aos molares inferiores (MI), 352 estavam presentes e erupcionados, com 61 (17,33%) com LF. Já dos 255 pré-molares superiores (PMS) presentes e erupcionados, 10 (3,92%) apresentaram perda de inserção superior a 7 mm, o que poderia indicar uma LF (BOOKER; LOUGHLIN, 1985). Do total de dentes com LF (192), 38 deles (19,79%) foram indicados à exodontia, sendo 19 MS (50%), 14 MI (36,84%) e 5 PMS (13,16%).

Frente a estes resultados, concluímos que tanto as LF como as exodontias delas decorrentes foram relevantes do ponto de vista clínico-periodontal. Este fato reforça a importância da identificação de LF durante o exame e a avaliação dos pacientes submetidos a tratamento odontológico e, em especial, o periodontal.

A386

Estudo da matriz extracelular em tumores de glândula salivar.

RAITZ, R.*, ARAÚJO, V. C.

Disciplina de Patologia Bucal – Faculdade de Odontologia – USP.

Constituintes da matriz extracelular, laminina (LN), colágeno IV, fibronectina (FN) e tenascina (TN) foram estudados imuno-histoquimicamente pela técnica da estreptoavidina-biotina e analisados em tumores de glândula salivar com origem no ducto intercalar, a saber: adenoma pleomórfico (AP), mioepitelioma, adenoma de células basais (ACB), adenocarcinoma polimorfo de baixo grau de malignidade (APBGM) e carcinoma adenóide cístico (CAC). Os resultados mostraram que a LN e o colágeno IV estão presentes sempre, em todos os tumores. No AP e mioepitelioma, marcavam a membrana basal em torno das estruturas ductiformes e de grupamentos de células mioepiteliais, estando presentes também no estroma. De acordo com os subtipos histológicos do ACB, estavam presentes delimitando blocos celulares ou estruturas tubulares de 2 camadas de células. No APBGM, entremeavam as estruturas ductiformes, geralmente de uma camada de células e no CAC, além de estarem presentes junto às células mioepiteliais e no estroma, delimitavam o interior dos espaços pseudocísticos. Por sua vez, a FN esteve presente no estroma de todos os tumores e seus subtipos, mas não nos espaços pseudocísticos do CAC. A TN mostrou expressão variada nos tumores benignos, sendo mais positiva naqueles com menor organização glandular, como o ACB sólido e negativa em tumores com formação de túbulos bem diferenciados, como o ACB do tipo tubular. Já nos tumores malignos, a expressão da TN foi maior naqueles com maior grau de malignidade, como o CAC sólido. (Apoio: Fapesp.)

A387

Estudo da morfologia da curvatura do palato ósseo durante o tratamento ortodôntico.

RINO NETO, J.*, VIGORITO, J. W.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7812. E-mail: jrneto@fo.usp.br

O objetivo desse estudo foi avaliar as possíveis alterações na morfologia da curvatura do palato ósseo no decorrer do tratamento ortodôntico, com o propósito de delimitar uma área de estabilidade, sobre a qual pudéssemos apoiar dispositivos auxiliares de ancoragem. Foram selecionados 60 pacientes da Clínica de Pós-Graduação em Ortodontia da FOUSP, tratados empregando-se a técnica do arco de canto, com extrações dos primeiros pré-molares supe­riores. A amostra foi dividida em dois grupos de 30 pacientes. No grupo I os incisivos superiores foram retraídos com movimento de translação e no grupo II, com movimento de inclinação. Foram obtidas telerradiografias laterais nas fases início, nivelamento, retração anterior e término do tratamento. Após o traçado dos cefalogramas foram medidas as grandezas cefalométricas angulares e lineares, esqueléticas e dentárias. A análise estatística foi feita a partir dos testes t de Student, análise de variância com medidas repetidas, prova não-paramétrica de Mann-Whitney e de correlação linear de Pearson. Adotou-se o nível de significância de 5%.

Pode-se concluir que a região anterior e inferior da curvatura do palato ósseo sofreu deflexão, estatisticamente significante, em direção posterior durante o tratamento ortodôntico nos dois grupos estudados, sendo maior no grupo II. Foi observada uma área de estabilidade, medindo 9,0 mm de extensão, na região anterior superior. As correlações entre as medidas dentárias e esqueléticas nos grupos I e II mostraram que o movimento dos incisivos, em direção posterior, provocou a deflexão da curvatura do palato ósseo.

A388

Estudo retrospectivo das leucoplasias bucais.

MARTINS, M. A. T.*, RIBEIRO, K. C. B., DOMINGUES-MARTINS, M., DIB, L. L.

Disciplina de Diagnóstico Bucal – Universidade Paulista (UNIP).

O objetivo deste estudo clínico epidemiológico foi analisar retrospectivamente 199 pacientes portadores de leucoplasias bucais, que foram admitidos, diagnosticados e tratados no Centro de Tratamento e Pesquisa do Hospital do Câncer, no período de 1953 a 2000, com o intuito de observar os fatores relacionados a dados sociodemográficos, fatores de risco, diagnóstico clínico e histopatológico, comportamento e tratamento dessas lesões. A prevalência das lesões voltou-se para o sexo masculino (70,9%), idade média de 52 anos, raça branca (92,0%), localizadas principalmente no lábio inferior, mucosa jugal, língua e rebordo alveolar. Quanto à associação com fatores de risco, encontrou-se que 70,9% dos pacientes eram fumantes e 45,7% consumiam bebidas alcoólicas freqüentemente. Os aspectos histopatológicos mais freqüentes foram acantose e hiperqueratose, havendo 3,5% de casos com variado grau de atipia epitelial. O tratamento realizado foi predominantemente cirúrgico, com resolução da lesão em 69,5%. Os 7 casos com atipia epitelial foram tratados com remoção cirúrgica, não apresentando recorrência ou transformação maligna. A taxa de transformação maligna no estudo foi de 2,0%, sendo que, em todos esses casos, a primeira biópsia não revelou sinais de atipia epitelial.

Diante da dificuldade de padronização dos dados coletados em função dos anos estudados, da impossibilidade de revisão histopatológica dos casos e da própria diversidade de aspectos relacionados à lesão, não foi possível definir um critério de graduação de malignidade.

A389

Alterações cefalométricas em maloclusões Classe II/I tratadas com ancoragem extra-oral.

PIMENTEL, F. M.*, ANTUNES, B. S.

UNIGRANRIO - RJ. E-mail: flutucanit@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi verificar o resultado radiográfico/cefalométrico da ancoragem extra-oral (AEO) de tração cervical do tipo Kloehn, em indivíduos de 9 a 15 anos, portadores da maloclusão Classe II/I de Angle, através da interpretação cefalométrica pré- e pós-tratamento. A amostra constituiu-se de 18 radiografias cefalométricas de perfil (9 iniciais e 9 finais) obtidas de pacientes de ambos os sexos, pré- e pós-utilização de AEO (com tempo médio de uso diário de 12 horas, pressão local de 350 g/lado, durante 20 meses consecutivos). As medidas de referência utilizadas para este estudo radiográfico/cefalométrico comparativo foram: Convexidade Facial (Pt. A), Eixo Facial (EF), Plano Oclusal (Pl. O) e Altura Facial Posterior (Go’- CF). Como resultados pode-se observar que houve uma redução média do Pt. A no valor de 2,95 mm, redução do EF em 0,06º, rotação no sentido anti-horário do Pl. O e aumento médio de 7,44 mm do Go’- CF.

A partir destes resultados, sugere-se que a utilização da ancoragem extra-oral propicie o destravamento do côndilo mandibular em relação à fossa articular, potencializando o crescimento mandibular posterior com redução da convexidade facial. Desta forma, a ancoragem extra-oral mostra-se de capital importância para o tratamento eficaz, radiográfica/cefalometricamente, da maloclusão Classe II/I de Angle.

A390

Avaliação de lesões bucais em pacientes de atendimento de urgência.

PENHA, S. S.*, BORSATTI, M. A., BIRMAN, E. G., ROCHA, R. G., TORTAMANO, N.

Disciplina de Clínica Integrada – Departamento de Estomatologia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7813.

No atendimento odontológico, lesões de tecido mole que requerem tratamento posterior ou orientação, muitas vezes não representam a queixa principal do paciente. Assim, procuramos avaliar a prevalência dessas lesões em 719 pacientes que procuraram atendimento de urgência entre julho de 98/julho de 00 (Parecer CEP 23/97). Os pacientes foram examinados clinicamente, e as lesões diagnosticadas frente às características apresentadas ou baseados em lesões fundamentais (WHO. Comm Dent Oral Epidemiol, v. 8, p. 1-26, 1980). Esta amostra foi dividida comparando-se a ocorrência de lesões em três faixas etárias: 0 a 14 anos, 15 a 44, e 45 ou mais anos. O uso de próteses e a eventual ocorrência de lesões relacionadas também foi pesquisada. Pôde-se avaliar um aumento na ocorrência de lesões com o aumento da idade, estando a úlcera traumática presente nos três grupos avaliados. Nódulos encaminhados para esclarecimento foram verificados em 5,35% dos pacientes até 14 anos; em 4,04% dos pacientes entre 15 e 44 anos, e em 9,24% dos pacientes com idade acima de 45 anos. Os pacientes portadores de próteses removíveis ou totais representaram 18,77% do total da amostra; com 46,6% dos pacientes (54,02% mulheres; 31,25% homens) apresentando lesões relacionadas ao uso das mesmas, como a estomatite protética e a hiperplasia fibrosa inflamatória.

Mesmo sem representar a queixa principal, lesões de mucosa podem ser diagnosticadas no exame clínico.

A391

Presença de desmoplasia em neoplasias de glândula salivar.

FURUSE, C.*, SOBRAL, A. P. V., ARAÚJO, V. C.

Departamento de Estomatologia – Faculdade de Odontologia – USP - São Paulo - SP. Tel.: (0**11) 3091-7902, 3091-7912, 9156-2598. E-mail: cfuruse@fo.usp.br

Desmoplasia é uma deposição proeminente de colágeno de permeio às células neoplásicas, tendo o miofibroblasto (MF) como a célula responsável por esse processo. Sua presença tem sido associada a um prognóstico mais favorável em algumas neoplasias e, diante disso, propusemo-nos a estudar sua presença nas neoplasias de glândula salivar. A fim de verificar a presença de MF no estroma tumoral do adenoma pleomórfico (AP), carcinoma adenóide cístico (CAC), carcinoma epitelial-mioepitelial (CEM), adenocarcinoma de células acinares (ACA), carcinoma mucoepidermóide (CME) e adenocarcinoma polimorfo de baixo grau de malignidade (APBGM) foram testados os anticorpos actina muscular lisa e caldesmona utilizando o método imuno-histoquímico. No AP, CAC e CEM não foi verificada a presença de MF. No ACA foi observada raramente em áreas focais e, no CME e APBGM, quantidades variadas. Os CMEs de baixo grau de malignidade apresentaram maior quantidade de MF do que os de alto grau e no APBGM foi mais exuberante nos que exibiam blocos celulares bem delimitados.

Concluímos que, nos AP, CAC e CEM, que não apresentam as células mioepiteliais como componente tumoral, não se verifica a presença de MF e, nos outros tumores, a quantidade de MF foi variável.

A392

Comparação da expressão imuno-histoquímica da ciclina D1 e do p21 com a gradação histológica de malignidade de carcinomas epidermóides de boca.

NEVES, A. C.*, TODDAI, E., SOUSA, S. C. O. M.

Disciplina de Patologia Bucal – FO – USP. Tel.: (0**11) 3091-7902. E-mail: neves@fo.usp.br

A proliferação celular intensa e descontrolada é uma característica marcante do câncer, tendo esta como causa principal alterações nos mecanismos de controle do ciclo de crescimento e divisão das células. Assim, uma das linhas de combate ao câncer está baseada na compreensão dos processos bioquímicos associados ao ciclo celular e na identificação de proteínas que controlam a proliferação celular. Entre essas proteínas destacam-se a ciclina D1 e o p21, que atuam respectivamente estimulando e inibindo o ciclo de divisão celular. Assim, a proposição desse trabalho foi correlacionar a expressão da ciclina D1 e do p21 em carcinomas epidermóides de boca, e comparar a expressão das mesmas com os escores de malignidade atribuídos para essa neoplasia. Utilizamos 28 casos de carcinomas epidermóides de boca, os quais foram classificados de acordo com o sistema de gradação histológica de malignidade proposto por ANNEROTH et al. (Scand J Dent Res, v. 95, n. 3, p. 229-249, 1987). A expressão das proteínas foi obtida através da utilização da técnica imuno-histoquímica da estreptoavidina-biotina. A análise estatística revelou não haver correlação entre a expressão da ciclina D1 e do p21 nos carcinomas epidermóides estudados.

Não houve correlação entre os números médios de núcleos ciclina D1 e p21 positivos e os escores histológicos da malignidade atribuídos para os carcinomas estudados.

A393

Dupla marcação PCNA/AgNOR em adenoma pleomórfico e carcinoma adenóide cístico.

RIVERO, E. R. C.*, CALIARI, M., TARQUÍNI, S. B., LOYOLA, A. M., AGUIAR, M. C. F.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica – UFMG. E-mail: rivero@fo.usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre dois marcadores de proliferação celular, PCNA e AgNOR, através da técnica de dupla marcação, em 10 casos de adenoma pleomórfico (AP) e em 16 casos de carcinoma adenóide cístico (CAC). Foi realizada a análise numérica e morfométrica das AgNORs nos núcleos positivos e negativos para o PCNA. No AP, foi observada diferença estatisticamente significante para a média numérica das AgNORs, que foi maior nas células PCNA positivas, quando comparada com as células PCNA negativas. A análise morfométrica das AgNORs, no AP, mostrou que a área e o perímetro foram maiores e que o índice de contorno (IC) menor nas células PCNA positivas, no entanto, diferença estatística foi observada para os valores referentes ao perímetro e IC. Não foi observada diferença estatisticamente significante para os valores referentes às áreas das AgNORs, entre as células positivas e negativas ao PCNA. No CAC, diferença estatística foi observada apenas para os valores referentes às áreas das AgNORs, que se apresentaram maiores nas células PCNA positivas, quando comparados com as células PCNA negativas. Para os demais valores morfométricos (perímetro e IC) e numéricos das AgNORs, não foi observada essa diferença.

Nossos resultados mostraram que nem sempre existe relação entre os parâmetros numéricos e morfométricos das AgNORs e a imunoexpressão do PCNA.

A394

Principais alterações sistêmicas de interesse odontológico na síndrome de Down.

CAIRES, M. P. K. M., NUNES, F. D.

Disciplina de Patologia Bucal – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7902. E-mail: kapicius@aol.com

Os pacientes com a síndrome de Down apresentam importantes alterações, tanto sistêmicas, quanto faciais e bucais. Foram analisados 248 pacientes trissômicos, observadas suas principais alterações sistêmicas de interesse odontológico, e discutidos os aspectos etiológicos, moleculares e clínicos de cada uma. O grupo também foi dividido segundo a faixa etária, sexo e cor de pele, e as prevalências dessas alterações comparadas. As alterações de maior freqüência foram, em ordem decrescente: doenças infecciosas (56,45%), pneumonia (38,31%), cardiopatias (34,27%), problemas oftálmicos (26,61%), alergias (20,16%), bronquite (15,75%), amigdalite (13,71%) e convulsão (12,5%). As alterações que apresentam percentuais insignificantes foram anemias, diabetes, leucemias e distúrbios de coagulação. A faixa etária influenciou na prevalência de todas as alterações médicas estudadas. O sexo não influenciou, exceto na bronquite onde o masculino foi mais afetado.

As várias alterações sistêmicas presentes nessa síndrome, seus aspectos etiológicos, moleculares e clínicos, devem ser consideradas pelo cirurgião-dentista quando do planejamento do tratamento desses pa­cientes.

A395

Estudo imuno-histoquímico e zimográfico das metaloproteinases no ameloblastoma.

PINHEIRO, J. J. V.*, TODAI, E., JAEGER, R. G.

Patologia Bucal – FOUSP. Tel./fax: (0**11) 3091-7902. E-mail: rgjaeger@siso.fo.usp.com.br

O ameloblastoma é um tumor odontogênico de origem ectodérmica, caracterizado pela proliferação do epitélio odontogênico sem a participação do ectomesênquima. Embora caracterizado como uma neoplasia benigna, o ameloblastoma é localmente invasivo o que resulta em recidivas freqüentes mesmo após a realização de cirurgias radicais, além de metástases relatadas na literatura. Um dos pontos importantes no estudo desta neoplasia, é o mecanismo pelo qual ela invade os tecidos vizinhos. Entre os fatores que modulam a invasividade local de uma neoplasia estão as metaloproteinases da matriz (“matrix metalloproteinases”, MMPs). Essas enzimas podem degradar a maioria, se não todos os componentes da matriz extracelular. Por isso achamos interessante investigar a expressão de diversas MMPs nas células do ameloblastoma. Para o estudo foi realizada a análise imuno-histoquímica em cortes histológicos de ameloblastoma humano e estudo zimográfico do mesmo. Nossos resultados revelaram a expressão de MMP-1, MMP-2 e MMP-9, no ameloblastoma humano. No estudo zimográfico observamos a atividade de enzimas com peso molecular de aproximadamente 66 e 84 Kd o que corresponde as MMP-2 e MMP-9 respectivamente.

Concluímos que as células do ameloblastoma expressam metaloproteinases da matriz e que as metaloproteinases 2 e 9 apresentam-se ativas no tumor. Nossos resultados indicam que as metaloproteinases podem estar envolvidas no mecanismo de invasão local dessa neoplasia.

A396

Correlações entre a base craniana e o padrão facial em brasileiros leucodermas com oclusão normal.

SIMONE, K. R. I.*, COSTA, C., FALTIN Jr., K.

Ortodontia – Universidade Paulista.

Considerando-se que a base craniana é composta por estruturas que estabelecem sua deflexão e estabilidade precocemente, avaliou-se a possibilidade de usar o ângulo da base craniana como parâmetro de comparação entre ângulos e áreas que expressam as dimensões faciais. Foi aplicada a análise de correlação de Pearson entre o ângulo da base craniana, ângulo do eixo facial, ângulo facial e da dentição, além das áreas correspondentes a estes ângulos, em radiografias cefalométricas de 47 jovens do sexo masculino e 53 jovens do sexo feminino, com idade média de 13 anos e 5 meses, leucodermas, com harmonia facial, oclusão normal e dentição permanente. Aferimos que o ângulo da base craniana, o ângulo do eixo facial e ângulo facial apresentaram correlação direta e estatisticamente significante, enquanto que a correlação entre o ângulo da base craniana e o ângulo da dentição apresentou-se inversa e estatisticamente significante.

Concluiu-se que o ângulo da base craniana é um parâmetro confiável, podendo ser utilizado na avaliação do desenvolvimento facial normal do paciente infantil. A área da base craniana se correlacionou de maneira direta e estatisticamente significante com a área facial e a área da dentição.

A397

Verificação radiográfica de reparos anatômicos em crânios, em técnicas convencionais.

FREITAS, A. C. P. A.*, PEREIRA, M. F., FREITAS, C.

Departamento de Estomatologia – Faculdade de Odontologia – Universidade de São Paulo. Tel.: (0**11) 3826-3265, 3826-1337. E-mail: cfreitas@fo.usp.br

O estudo dos reparos anatômicos relativos ao crânio apresenta dificuldades na identificação dos mesmos, não somente em nível topográfico, mas principalmente nas imagens radiográficas obtidas por meio de incidências radiográficas convencionais e pelos métodos recentes de diagnóstico por imagem. A amostra foi constituída de 24 crânios secos, sendo subdivididos em quatro grupos, nos quais se estudaram alguns reparos anatômicos específicos às diferentes normas representadas nas incidências panorâmica, telerradiografias em norma lateral e frontal, póstero-anterior para seios maxilares e axial. Todos os crânios foram previamente radiografados e somente depois demarcados no contorno e/ou extensão dos reparos anatômicos, com auxílio de uma solução de contraste, de sulfato de bário manipulada na concentração de 80%, e posteriormente as técnicas radiográficas foram executadas. As imagens radiográficas foram examinadas separadamente por três observadores, calibrados, com o intuito de se identificar os reparos anatômicos. O tratamento estatístico foi executado utilizando-se os testes de Kruskal-Wallis, de Wilcoxon e de Iman-Davenport.

Os resultados apontaram os seguintes reparos anatômicos de maior dificuldade de identificação: forame redondo (técnica axial), forame infra-orbitário (panorâmica), asas maior e menor do osso esfenóide, células etmoidais e o ponto craniométrico básio (telerradiografia lateral), células etmoidais (telerradiografia frontal), asa menor do osso esfenóide, células etmoidais e processo pterigóide do osso esfenóide (póstero-anterior para seios maxilares).

A398

Susceptibilidade a anti-sépticos de Candida albicans isoladas de pacientes portadores de estomatite protética.

SANTOS, V. A.*, SUGAYA, N. N., BIRMAN, E. G., CURY, A. E.

Departamento de Estomatologia – FOUSP; Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP.

A estomatite protética é uma condição inflamatória de ocorrência comum entre portadores de próteses totais. A etiologia da EP ainda não se encontra completamente definida, entretanto parece depender de causas locais relacionadas à prótese, bem como da participação de microrganismos, especialmente leveduras do gênero Candida. O tratamento da EP é de certa forma ainda empírico, baseando-se na indicação de antifúngicos e anti-sépticos diversos sem previsão confiável de resultados. Propusemo-nos a avaliar in vitro a susceptibilidade de Candida proveniente de pacientes portadores de estomatite protética a anti-sépticos. A coleta de material dos pacientes foi realizada através de “swab”, seguindo-se cultivo e isolamento segundo a metodologia utilizada pelo laboratório de Micologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Isolamos 39 cepas de Candida que foram mantidas em estoque para os testes de susceptibilidade ao cloreto de cetilpiridínio (CCP) e ao triclosan (TRI), segundo o método de diluição em ágar. Obtivemos concentração inibitória mínima (CIM) ³ 0,07 g/l e concentração fungicida mínima (CFM) também ³ 0,07 g/l para o CCP, e CIM ³ 2,5 g/l e CFM ³ 10 g/l para o TRI.

Concluímos que os anti-sépticos testados apresentam atividade fungicida sobre as cepas de Candida isoladas de pacientes portadores de EP e que o CCP é mais eficaz, in vitro, que o TRI.

A399

Casas geriátricas e negligência odontológica em Porto Alegre, Brasil.

MELLO, A. L. S. F.*, PADILHA, D. M. P., RODRIGUES, G. S., BENNETT, G.

FO – UFRGS; IGG – PUC-RS; SVS – POA; Universidade de Londres. Tel.: (0**51) 246-1426. E-mail: alfm@zaz.com.br

O quadro demográfico brasileiro está sofrendo mudanças. A população idosa, composta por indivíduos com mais de 60 anos, é a que mais cresce proporcionalmente. Conseqüentemente, o número de idosos que passa a residir em instituições geriátricas está aumentando. A maioria das instituições é privada e poucas são públicas. O objetivo deste estudo é apresentar os resultados do levantamento de casas geriátricas no município de Porto Alegre, com ênfase na atenção e assistência odontológicas disponíveis. Arquivos do Setor de Vigilância em Serviços de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde foram analisados e atualizados, e as seguintes informações foram coletadas: endereço, telefone, natureza jurídica, situação na Vigilância, número de leitos, número de residentes, sexo, residentes << 60 anos, custo, e presença de serviços odontológicos. Em Porto Alegre existem 111 instituições geriátricas que acolhem 2.113 idosos. A taxa de institucionalização é de 1,44%. Somente uma casa privada possui dentista no quadro de funcionários, atendendo 60 idosos. Três casas filantrópicas (2,7%) possuem serviço odontológico prestado por voluntários, atendendo 387 idosos (18,3%). Foi observado que tratamento odontológico é solicitado em caso de emergência e a família ou o idoso deve custeá-lo.

Conclui-se que serviços odontológicos não são fornecidos regularmente aos idosos institucionalizados do município de Porto Alegre. Ignorar e não corresponder às necessidades dessa população constitui negligência.

A400

Determinação da profundidade da lesão de cárie através da radiografia digital.

GONÇALVES, M. A.*, CORDEIRO, R. C. L., SANTOS-PINTO, L. A. M.

Departamento de Clínica Infantil – UNESP – Araraquara. Tel.: (0**16) 201-6335, 201-6328. E-mail: ritacord@foar.unesp.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a efetividade da radiografia convencional, digital direta e digital direta com ajuste do contraste e brilho, na determinação da profundidade da lesão de cárie oclusal. Foram selecionados 51 sítios de cárie em molares decíduos esfoliados, posicionados em um dispositivo que permitiu a padronização das imagens. As tomadas radiográficas convencionais foram realizadas com filme Ektaspeed Plus (Kodak) e as digitais com sensor CCD do sistema digital direto CDR (Schick Technologies Inc., USA), que permite o ajuste do contraste e brilho. As análises das radiografias foram realizadas por um examinador experiente e devidamente calibrado, e o padrão-ouro obtido após secção dos dentes e análise em lupa estereoscópica. Aos dados obtidos foi aplicada a correlação de Pearson.

Os autores concluíram que foram observadas similaridade na concordância entre os métodos convencional, digital direto sem e com ajuste do contraste e brilho, na determinação da profundidade da lesão de cárie oclusal, embora a última tenha apresentado a maior correlação com a lupa. (Apoio financeiro: CNPq.)

A401

Fissuras labiopalatais: prevalência na AFLAP de São José dos Campos - SP.

NEVES, A. C. C.*, MONTEIRO, A. M., NG, H. G., RODE, S. M., PATROCÍNIO, M. C.

Faculdade de Odontologia – Universidade de Taubaté. Tel.: (0**12) 225-4147.

As fissuras labiopalatais constituem problema médico-odonto-social, ocupando lugar de destaque dentre os demais processos patológicos da mesma natureza. Situam-se entre o 3º e 4º defeito congênito mais freqüente, sendo que no Brasil, parecem ocorrer na ordem de grandeza de 1 para 650 nascimentos e, estimativa superficial sugere a existência de aproximadamente 180.000 fissurados no Brasil. Apresentam graus diferentes de severidade, e embora facilmente reconhecíveis, estas anomalias exigem uma abordagem complexa, multidisciplinar. Com o objetivo de relacionar o tipo de fissura com o sexo, mês de nascimento do paciente, hereditariedade e uni- ou bilateralidade das mesmas, foram estudados dados coletados de fichas clínicas de pacientes com fissuras labiopalatais atendidos na Associação de Fissurados Labiopalatinos (AFLAP) de São José dos Campos - SP, no período de 1992 a 2000, os quais foram anotados em ficha informatizada elaborada para este fim. Após análise estatística dos dados, realizada através da freqüência em número e porcentagem das variáveis propostas e teste do qui-quadrado, com nível de significância de 5%, observou-se que a fissura transforame incidia mais freqüentemente que a pré- e a pós-forame; não havia relação significativa entre os tipos de fissura e o sexo dos pacientes e entre os tipos de fissura e a variável hereditariedade. Relação estatística significativa foi evidenciada entre os tipos de fissura e a uni- ou bilateralidade das mesmas e entre os tipos de fissura e o mês de nascimento dos pacientes.

A402

Avaliação da presença de mastócito em hemangiomas e granulomas piogênicos bucais.

SPETIC, M. B. S. A.*, LARA, V. S.

Departamento de Estomatologia, Área de Patologia – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Tel.: (0**14) 235-8251. E-mail: vanessa@fob. usp.br

Os hemangiomas são lesões vasculares benignas, caracterizadas por uma marcante proliferação do endotélio capilar, podendo sofrer ou não regressão espontânea. Os estímulos que induzem as células endoteliais a iniciar e manter este ciclo evolutivo ainda não estão totalmente esclarecidos. Os mastócitos estão sendo considerados células coadjuvantes na manutenção deste processo biológico. Visto a inexistência de trabalhos esclarecedores e as inúmeras dúvidas quanto à participação dos mastócitos na evolução natural das lesões vasculares bucais, propusemo-nos a realizar este trabalho. Foram estudados 10 casos de cada um dos grupos: 1- granuloma piogênico; 2- hemangioma capilar; 3- hemangioma cavernoso; e 8 casos de mucosa bucal normal (grupo controle), por meio da imunomarcação das triptases presentes nos grânulos dos mastócitos, com posterior quantificação e análise estatística. Os resultados indicaram um número significativamente superior de mastócitos nos hemangiomas capilares (259,1 ± 55,3), quando comparado àquele observado nos hemangiomas cavernosos (99,9 ± 20,7), nos granulomas piogênicos (93,6 ± 15,6) e na mucosa bucal normal (96,6 ± 7,6).

Os achados permitiram sugerir a participação mais efetiva dos mastócitos na evolução natural dos hemangiomas capilares, o que acreditamos ser provavelmente pela estimulação da angiogênese por meio da produção de bFGF. (Suporte financeiro: FAPESP.)

A403

A confiabilidade de medidas realizadas em tomografias lineares e radiografias panorâmicas.

ROCKENBACH, M. I. B.*, SAMPAIO, M. C. C., COSTA, L. J., COSTA, N. P.

Pós-Graduação em Odontologia – UFPB. Tel.: (0**83) 216-7409.

Avaliou-se a confiabilidade da tomografia linear e da radiografia panorâmica realizadas com o equipamento de raios X Vera View Scope X - 600 (Morita). A amostra constituiu-se de 20 hemimandíbulas humanas secas, cuja área selecionada localizou-se a 1,5 cm para distal do limite anterior do forame mental. Quatro medidas foram estabelecidas: 1) distância entre o limite superior do rebordo alveolar e o limite inferior da base da mandíbula; 2) distância entre o limite superior do rebordo alveolar e o limite superior do conduto mandibular; 3) diâmetro do conduto mandibular; 4) distância entre o limite inferior do conduto mandibular e o limite inferior da base da mandíbula. As imagens obtidas foram traçadas em papel acetato e as hemimandíbulas seccionadas na região demarcada. As mensurações foram realizadas com a utilização de um paquímetro eletrônico digital (Starret). Os valores encontrados nas imagens radiográficas foram comparados com aqueles obtidos nos espécimes mandibulares e submetidos a avaliação estatística pelo teste de Wilcoxon. Concluiu-se que a tomografia linear superestimou as medidas obtidas nos espécimes mandibulares. A radiografia panorâmica apresentou valores próximos das medidas reais das mandíbulas secas.

Entretanto, ambas as técnicas são confiáveis para a realização de medidas lineares verticais na área selecionada, recomendando-se a utilização de uma margem de segurança de 2,0 mm.

A404

Avaliação do processamento de filmes nas densidades óptica e radiográfica.

PAVAN, A. J.*, GONÇALVES, E. A. L., PAVAN, N. N. O., CAMARINI, E., TAVANO, O.

Universidade Estadual de Maringá – UEM; Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB – USP.

A qualidade da imagem radiográfica depende das soluções e métodos adequados, podendo ter o auxílio da informática. Analisou-se a utilização da densidade radiográfica (D.R.) como substituto da densidade óptica (D.O.) no controle de processamento radiográfico de filmes periapicais DF-58 que foram sensibilizados por um aparelho General Electric. Os filmes foram divididos em cinco faixas, sendo uma não exposta, servindo para avaliação da densidade base e velamento e as outras quatro faixas foram expostas com 1, 10, 60 e 300 impulsos, os quais foram processados manualmente em solução Kodak em grupos de três nas temperaturas de 20ºC, 25ºC e 30ºC, com diferentes tempos. Para se avaliar a densidade óptica utilizou-se o fotodensitômetro MRA e para a avaliação das densidades radiográficas escanearam-se as radiografias com o “scaner” Scanjet da HP e utilizou-se o programa Digora que forneceu dados que puderam ser comparados para análise da solução de processamento radiográfico. Os resultados mostraram que a densidade óptica medida pelo fotodensitômetro, apresentou valores baixos, enquanto que a densidade radiográfica apresentou uma variação correspondente aos níveis de cinza e variou conforme o número de impulsos nas faixas.

Concluiu-se que as imagens das radiografias digitalizadas nas diferentes combinações de temperatura/tempo nos fornecem uma maior precisão de resultados e rapidez na operação e podem substituir o fotodensitômetro na avaliação das imagens em filmes radiográficos processados manualmente.

A405

Estudo clínico e radiográfico das alterações periodontais na menopausa.

FALCÃO, A. F. P. *, SANTANA, E. J. B.

Programa Integrado de Pós-Graduação em Odontologia – UFPB; UFBA.

A atenção à mulher antes, durante e após a menopausa desperta interesse atualmente. Duas são as razões principais: o envelhecimento populacional e as controvérsias quanto aos benefícios da terapia de reposição hormonal – TRH, no controle das alterações, associadas a osteopenia e a osteoporose. Estima-se que 30 a 40% das mulheres tenham suscetibilidade para desenvolver osteoporose. Os reflexos na cavidade bucal variam desde secura e ardência das mucosas até mobilidade e perda do dente. Objetiva-se identificar essas alterações, o mais precoce possível, pelo acompanhamento de 60 menopausadas, sendo 30 sem TRH e 30 com TRH através de avaliações clínicas, radiografia interproximal digitalizada – DentScan com medidas linear e de densidade óptica - e dosagem de estradiol.

Os resultados obtidos mostram uma tendência para progressão e severidade das alterações no grupo sem TRH, e para estabilidade ou ausência de relatos ou achados no grupo TRH.

A406

Alterações morfológicas no palato mole de ratos alcoolizados experimentalmente.

PALOMARI, E. T.*, CUNHA, M. R., MARCONDES, C. A., CAMILLI, J. A.

Departamento de Anatomia – IB; UNICAMP. Tel.: (0**19) 3788-7391. E-mail: epaloma@obelix.unicamp.br

As alterações das relações sócio-comportamentais associadas ao aumento de moléstias crônicas fazem atualmente do alcoolismo, segundo a OMS, um dos mais sérios problemas da saúde pública mundial. O objetivo deste trabalho foi observar possíveis alterações morfológicas no palato mole de ratos submetidos ao alcoolismo crônico experimental. Foram utilizados 24 ratos Wistar, adultos, machos, divididos em dois grupos. O grupo controle recebeu dieta sólida e água ad libitum. O grupo alcoólatra recebeu a mesma dieta sólida e solução de água e etanol numa concentração de 25%. Após 60, 100 e 160 dias, quatro (4) animais de cada grupo foram anestesiados, sacrificados e tiveram o palato mole dissecado. As observações macroscópicas e microscópicas, incluindo a análise ultra-estrututral, demonstraram que os animais alcoólatras apresentaram alterações em relação aos grupos controles. Dentre as alterações microscópicas foram verificadas a irregularidade do epitélio, aparente atrofia das células basais, ácinos dispersos no estroma, além de alterações nos ductos glandulares. A análise ultra-estrutural demonstrou aumento dos espaços intercelulares, diminuição dos grânulos secretores e presença de inclusões lipídicas no citoplasma das células epiteliais.

Com base nesses resultados podemos inferir que o alcoolismo crônico pode alterar a mucosa palatina de ratos. (Apoio financeiro: Fundo de Apoio ao Ensino e Pesquisa - FAEP, UNICAMP.)

A407

Câncer bucal e desigualdades sociais - Brasil, 1980 e 1991.

MACIEL, S. S. S. V.*, RODRIGUES, C. S.

Departamento de Odontologia Preventiva e Social – FOP – UPE. E-mail: wamberto@supranet.com.br

O objetivo deste estudo foi descrever e analisar os diferenciais de mortalidade por câncer bucal ocorridos nas capitais brasileiras, nos anos de 1980 e 1991, analisando as relações com as condições de vida das populações que nelas habitam. O desenho do estudo foi do tipo ecológico. Os dados trabalhados foram provenientes da base de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (CID-9 140-145). As populações utilizadas para construção dos coeficientes foram as dos censos de 1980 e 1991. Os índices utilizados para medir desigualdades sociais foram o IDH-M e o ICV. Os resultados confirmam uma maior vulnerabilidade à doença em homens, em grupos de idosos e em pessoas de baixo nível educacional. Os achados sugerem uma correlação positiva entre componentes dos IDH-M e ICV e taxas de mortalidade por câncer bucal, podendo gerar hipóteses específicas para o estudo da relação entre condições de vida e câncer bucal. A comparação entre os anos estudados mostrou ligeira tendência ao declínio da mortalidade em algumas capitais, enquanto outras, apresentaram tendência inversa, como: Recife, Curitiba, Teresina, Vitória e Campo Grande. As capitais identificadas no grupo de IDH-M alto apresentaram uma taxa média de mortalidade mais alta por neoplasias bucais (1,94/100 mil hab.) que o grupo de capitais com o IDH-M médio (0,79/100 mil hab.). (Apoio financeiro: CAPES.)

A408

Estudo clínico, radiográfico, histopatológico e imuno-histoquímico da cavidade óssea idiopática.

PERDIGÃO, P. F.*, SILVA, E. C., CÂNDIDO, V. S., GOMEZ, R. S.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia – Faculdade de Odontologia – UFMG.
 Tel.: (0**31) 3499-2477. E-mail: rsgomez@mail.odonto.ufmg.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar e relacionar parâmetros clínicos, radiográficos, histológicos e imuno-histoquímicos da cavidade óssea idiopática. Quarenta casos de cavidade óssea idiopática foram selecionados do laboratório de Patologia e incluídos no estudo. Deste total, 20 apresentavam radiografias que foram incluídas na análise. Os seguintes parâmetros radiográficos foram estudados: contorno da lesão, presença de halo esclerótico, projeção entre raízes dentárias, número de raízes dentárias envolvidas, número de lesões e locularidade. Análise morfométrica do tecido conjuntivo fibroso celularizado que reveste a cavidade foi também realizada. Para identificação da imuno-histoquímica da proteína morfogenética do osso (BMP-4) foi utilizada a técnica da estreptavidina-biotina-peroxidase. O teste de Mann-Whitney e de Fisher foram usados na análise estatística. Os resultados mostraram predominância de pacientes mais jovens nos casos que exibiam menor espessura de conjuntivo na parede da cavidade. A presença de lesões múltiplas foi identificada preferencialmente associada a displasias cemento-ósseas. Positividade para BMP-4 foi identificada em sete casos.

Concluindo, o nosso estudo sugere que existe relação entre alguns aspectos clínicos com dados radiográficos e histológicos na cavidade óssea idiopática.

A409

Expressão gênica da estomatite aftosa recorrente pela técnica de “microarray”.

BORRA, R. C.*, ANDRADE, P. M., ABREU, M. A. M. M., REGINA NETO, D., SALAORNI, S.,
SILVA, I. D. C. G., FRANCO, M. F., WECKY, L. L. M.

UNIFESP – EPM.

A estomatite aftosa recorrente (EAR) é uma doença inflamatória crônica com distribuição mundial e de etiopatogenia desconhecida que acomete 20% da população. Pesquisas recentes investigaram a possibilidade da reação imune anormal ser a responsável pela destruição da mucosa oral. Atualmente, o método mais usado para pesquisar simultaneamente a expressão gênica é o “microarray” de cDNA. O primeiro passo para entender o processo da EAR seria caracterizar os eventos inflamatórios em termos moleculares, para tentar identificar os mais importantes. O objetivo desse estudo foi caracterizar o padrão de expressão gênica na EAR, usando “microarray” de 1.176 genes. Foram selecionados 20 pacientes portadores de EAR, que apresentavam pelo menos um episódio a cada 15 dias. Foram obtidas duas amostras de tecido (borda e adjacente) da úlcera com até 48 h de evolução, em cada paciente. O material foi congelado em nitrogênio líquido. O RNA total foi extraído dos tecidos usando Trizol® e dividido em dois grupos (PI- adjacente, PII- borda). Foram usadas duas membranas de cDNA “microarray” para análise da expressão gênica. A sonda de cDNA, obtida de 17 mg RNA total, foi marcada com 33P. A hibridização ocorreu à 42ºC por 12 horas. As membranas foram reveladas usando “scaner” à laser, para obtenção das imagens. Os “spots” de cDNA do “microarray” foram quantificados e normalizados, sendo que os 3% com maior intensidade nos dois grupos foram selecionados. Os resultados permitiram identificar os 34 genes mais expressos na EAR com possibilidades de envolvimento na patogenia. (Suporte: FADA.)

A410

Associação do Helicobacter pylori com a estomatite ulcerosa recorrente.

VICTÓRIA, J. M. N., KALAPOTHAKIS, E., GOMEZ, R. S.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica – Faculdade de Odontologia – UFMG. E-mail: rsgomez@mail.odonto.ufmg.br

Considerando estudos que sugerem associação entre alguns agentes microbianos com a estomatite ulcerosa recorrente (EUR), o presente trabalho tem por objetivo avaliar a presença de DNA do Helicobacter pylori em amostras de raspados bucais de pacientes afetados pela EUR. Raspados da mucosa bucal foram realizados em 27 pacientes afetados pela lesão e em 30 indivíduos controles. Após a extração de DNA, as amostras foram submetidas a técnica do “nested PCR” para identificação do Helicobacter pylori. Controles positivos e negativos foram utilizados nas reações de PCR e reações de sequenciamento de DNA foram realizadas para todos os produtos de PCR positivos. Os resultados mostraram associação positiva da bactéria com a presença da EUR (p = 0,048).

Concluindo, estes dados reforçam a hipótese de que o Helicobacter pylori pode estar envolvido na patogênese da EUR.

A411

VEGF em glândulas salivares labiais de transplantados de medula óssea.

SOUZA, L. N.*, CARNEIRO, M. A., GOMEZ, R. S.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológicas – Faculdade de Odontologia – UFMG. Fax: (0**31) 3413-7533.

O fator de crescimento vascular (VEGF) participa do reparo da mucosa bucal, sendo produzido pelas glândulas salivares e secretado na saliva. No transplante de medula óssea (TMO), a inflamação crônica nas glândulas salivares pela doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) poderia alterar a expressão deste fator e a sua concentração na saliva, interferindo na homeostasia da mucosa bucal. Foi avaliada a influência do TMO na imunolocalização do VEGF em glândulas salivares labiais dos pacientes transplantados e verificada a relação entre a presença da DECH e esta imunolocalização, além do impacto do grau de imunolocalização na sobrevida dos pacientes. Não houve diferença entre a imunolocalização do VEGF em glândulas salivares de pacientes transplantados e o grupo controle e também entre os graus da DECH e a imunolocalização do VEGF. A análise de sobrevida incluiu os parâmetros clínicos que poderiam interferir, sendo obtida significância estatística para as variáveis doador masculino e do número de plaquetas >> 100.000 células/mm3 no dia da biópsia, mas sem significância do grau de imunolocalização do VEGF nas glândulas salivares para a sobrevida destes pacientes.

A imunolocalização do VEGF em glândulas salivares labiais de pacientes submetidos ao TMO não difere da observada em não-transplantados e a DECH em seus variados graus também não interfere na imunolocalização. Os doadores masculinos e o número de plaquetas >> 100.000 células/mm3 foram os únicos fatores de prognóstico positivo na sobrevida dos pacientes submetidos ao TMO.

A412

Associação de Candida spp. com lesões da mucosa bucal.

OLIVEIRA, J. R.*, SANTOS, V. R., CARMO, M. A V. do.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia – FO – UFMG.

A associação de espécies oportunistas de Candida com lesões específicas da mucosa bucal ainda é uma questão bastante controversa na literatura. O presente trabalho teve, como objetivo, avaliar a possível associação subclínica entre Candida spp. e lesões brancas e ulceradas da mucosa bucal. Para tanto, foram avaliados 31 pacientes portadores dessas lesões, sem evidências clínicas de candidíase bucal, utilizando-se raspado das lesões com “swabs” estéreis. As espécies foram identificadas pelo Sistema Auxacolor® para identificação rápida de leveduras. Foram, também, colhidas e identificadas amostras do dorso de língua dos pacientes, para verificação da condição de portador assintomático de Candida spp. Avaliaram-se 17 lesões brancas (12 leucoplasias, 3 hiperceratoses e 2 líquen plano reticulares) e 14 lesões ulceradas (6 aftas, 4 líquen plano erosivos, 3 penfigóides e 1 pênfigo). Observou-se uma correlação positiva entre a condição de portador de Candida spp. na cavidade bucal e a presença desses microorganismos nas lesões estudadas. Não houve diferença, estatisticamente significante, quanto a presença desse fungo, nos grupos de lesões brancas ou ulceradas da mucosa bucal, embora tenha havido uma discreta predileção pelas lesões brancas. A C. albicans foi a espécie prevalente (92,6%), seguida pela C. tropicalis (7,4%).

No presente estudo, não se constatou relação direta entre os fatores predisponentes, apresentados pelos pacientes e a presença do fungo nas lesões, embora o estado de portador assintomático tenha sido mais freqüente nos usuários de próteses removíveis.

A413

Caracterização do paciente com carcinoma bucal atendido em hospital do SUS/BH.

ABDO, E. N.*, MARIGO, H. A., MEIRA, A. J., GARROCHO, A. A., AGUIAR, M. C. F.

Faculdade de Odontologia – Universidade Federal de Minas Gerais.

O objetivo do trabalho foi traçar o perfil do paciente com carcinoma epidermóide de boca atendido em hospital vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) de Belo Horizonte. Foram entrevistados 154 pacientes com diagnóstico histopatológico de carcinoma epidermóide. A maioria dos pacientes (80,52%) eram do sexo masculino. A idade média variou de 55,7 anos para os homens e 66,3 para as mulheres. Quanto à cor, mais da metade dos pacientes eram brancos (55,1%). A maioria dos pacientes era proveniente da zona urbana (81,5%), 44% eram analfabetos e 66% ganhavam um salário mínimo ou menos. Apenas 6,4% dos pacientes nunca haviam fumado. O tempo médio de exposição ao fumo dos demais foi de 41,6 anos com uma média de 28,9 cigarros por dia. Quanto ao uso de bebidas alcoólicas, 15% relataram nunca ter bebido. Para o restante encontrou-se uma média diária de ingestão de etanol de 291,8 ml por um tempo médio de 34,6 anos. Quase todos os pacientes mostraram desconhecimento sobre os fatores de risco para o câncer bucal e muitos não abandonaram o fumo e o álcool após o tratamento. Ainda que 50,42% dos pacientes não freqüentasse o dentista há mais de 3 anos, 29,93% foram encaminhados por um dentista.

Concluindo, pacientes com câncer de boca atendidos pelo SUS apresentam pouco conhecimento sobre os fatores de risco, são em grande parte analfabetos e de baixo poder aquisitivo. Campanhas preventivas especificamente destinadas a esta população devem ser idealizadas.

A414

A saúde oral na perspectiva do idoso em Niterói.

CORMACK, E.

Departamento de Odontologia Social e Preventiva – UFRJ. Tel.: (0**21) 560-2050. E-mail: elson@odonto.ufrj.br

Este trabalho é resultado de uma tese, que analisou a saúde oral dos idosos em Niterói, segundo a perspectiva dos pesquisados. Foram entrevistados domiciliarmente 52 idosos oriundos de diversos bairros do município, escolhidos de forma aleatória e extratificada, a partir do cadastro de “Passe Livre para Idosos” da Secretaria Municipal de Bem-Estar Social do Município de Niterói. O instrumento utilizado nesse levantamento foi o questionário BOAS – “Brazilian Old Age Schedule” – que levantou diversos aspectos sobre a população pesquisada, tais como indicadores de saúde, utilização de serviços médicos e dentários, atividades diárias, recursos sociais e econômicos, dados sobre a saúde mental e necessidades que afetavam os entrevistados.

Os resultados demonstraram, entre diversos aspectos relativos ao grupo pesquisado, que os idosos tem uma boa imagem sobre sua saúde geral, que, entretanto, não se coaduna com a opinião sobre a sua saúde bucal, revelando uma dicotomia existente entre esses dois aspectos, onde a saúde bucal não é vista como integrante da saúde geral. Este trabalho servirá para nortear a implantação de uma política municipal de atendimento odontológico à terceira idade.

A415

CD-ROM multimídia: banco interativo em diagnóstico bucal.

SVERZUT, A. T.*, SEMPRINI, M., PARDINI, L. C., SOUSA, L. G., ROSIN, H. R., LOPES, R. A.

DMEF – FORP – USP. Tel.: (0**16) 642-2935. E-mail: sverzut@forp.usp.br

Com o avanço tecnológico corrente e o crescimento do uso de imagens digitais, internet e computação gráfica a área da Saúde não pode se dar ao luxo de não evoluir nesse campo promissor; pensando nisso a proposta do trabalho é complementar o aprendizado através de um método inovador de apoio que ajuda tanto alunos graduandos e também profissionais da área ligando-os diretamente com a universidade e com o professor, complementando o aprendizado com um banco de imagens contidas em um CD-ROM multimídia de fácil uso pois é totalmente integrado com a internet, um meio de comunicação indispensável nos dias de hoje. Foram utilizados programas de editoração gráfica, máquinas digitais, peças anatômicas humanas, aparelhos de RX, casos clínicos em humanos, resultando em uma gama de imagens auto-explicativas descrevendo acidentes anatômicos, vídeos interativos, dentre outras se tornando um método de apoio e de ensino a distância, em uma interface fácil para que a pessoa possa se integrar ao programa sem muitas dificuldades, valendo ressaltar que não dispensa a figura do professor.

Assim esse projeto apesar de modesto é inovador pois alia professor, aluno, profissionais, universidade e a tecnologia que nos dias de hoje não pode ser ignorada em um CD-ROM totalmente interativo com imagens belíssimas com movimentos e interatividades, coisas que um livro não pode nos dar. (Financiado pelo Cnpq/Fapesp.)

A416

A utilização das radiografias panorâmicas na determinação da assimetria mandibular.

MATHEUS, R, A.*, ALMEIDA, S. M., BÓSCOLO, F. N., HAITER NETO, F.

Radiologia – FOP – UNICAMP. E-mail: ric_matheus@yahoo.com

O presente trabalho teve como finalidade avaliar o grau de assimetria mandibular produzida por alterações de posicionamento em radiografias panorâmicas. Para tanto, crânios macerados foram posicionados, alterando-se o plano sagital mediano em relação ao feixe central de luz do aparelho panorâmico, sendo realizadas as seguintes alterações no posicionamento: desvio lateral em 2, 4, 6, 8, 10 mm; inclinação e giro em 2, 4, 6, 8, 10 graus, todas para o antímero direito. Em cada alteração de posicionamento determinadas regiões mandibulares foram medidas e analisadas. Os crânios foram classificados quanto ao seu grau de assimetria mandibular, quando posicionados corretamente e também com a realização das alterações de posicionamento. Além disso foi realizada uma análise subjetiva, que teve como finalidade avaliar a capacidade de profissionais em identificar a presença e tipos de erros. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística pelo teste t: duas amostras em par para médias (p << 0,05) e pelo teste de Tukey (p << 0,05).

Tendo como base os resultados, pode-se concluir que o desvio lateral do plano sagital mediano foi o tipo de alteração que proporcionou maior distorção nas medidas das estruturas anatômicas mandibulares analisadas, proporcionando um maior aumento no índice de assimetria, sendo as medidas do corpo da mandíbula, as que apresentaram maior distorção. A avaliação da análise subjetiva, de acordo com o teste de kappa, classificou a concordância entre os examinadores como sendo leve.

A417

Correlação entre bactérias gram-negativas e lesões da mucosa bucal decorrentes da quimioterapia antineoplásica.

CARVALHO, A. A. T.*, MEDEIROS-BATISTA, O., SAMPAIO, M. C. C., COSTA, L. J.

Programa Integrado de Odontologia – UFPB; UFBA. Tel.: (0**83) 216-7409.

Este estudo teve como objetivo detectar a presença de bactérias gram-negativas e sua correlação com lesões bucais em 50 pacientes portadoras de câncer de mama tratadas com quimioterapia, sem uso de antibioticoterapia, utilizando-se o esquema de Fluroracil, Adriblastina e Ciclofosfamida (FAC), por um período mínimo de 30 dias. O material biológico utilizado para cultura em meio seletivo para espécies gram-negativas foi coletado do dorso da língua, através de “swabs” alginatados. Os dados foram analisados através do teste exato de Fisher, adotando-se o nível de significância de 5%. Todos os testes foram bilaterais. Os resultados demonstraram um número elevado de bactérias tanto no grupo de estudo quanto no grupo de controle, sendo as espécies mais prevalentes: Pseudomonas 48% (C 30%), Enterobacter 28% (C 20%), Shigella 16% (C 0%) e Klebisiella 14% (C 15%). Em 66% dos pacientes do grupo de estudo foram encontradas lesões bucais, sendo a mucosite a mais freqüente com 32%, tendo ocorrido em proporção significativamente maior no grupo de pacientes submetidos à quimioterapia antineoplásica.

Conclui-se que não houve evidência de correlação entre as bactérias isoladas e as lesões bucais encontradas.

A418

Avaliação da fidelidade das imagens obtidas de crânios secos por meio de exames radiográficos convencionais e tomográficos.

MONTEBELO FILHO, A.*, CARNEIRO Jr., E. G.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – Unicamp. Tel.: (0**19) 430-5327.

Neste trabalho realizamos exames radiográficos em dezesseis áreas totalmente desdentadas de quinze crânios secos humanos, utilizando técnicas periapicais, cefalométrica oblíqua, panorâmicas, tomográficas convencionais e computadorizada. Os crânios foram seccionados para obtenção de fatias ósseas finas e colocadas sobre filmes radiográficos, em contato íntimo, e expostos à radiação X. Sobre todas as imagens obtidas, foram realizados traçados, de modo padronizado, dos contornos dos limites externos das corticais ósseas. As imagens foram medidas para obtenção da dimensão vertical (altura) do rebordo alveolar remanescente, nas imagens obtidas. As dimensões horizontais (largura), foram medidas nas cefalométricas e nas tomográficas. Os dados obtidos demonstraram que ocorreu uma grande variação em ambas as dimensões, ou seja, a mesma região não apresentou a mesma proporção de ampliação, em comparação com as dimensões reais, para todas as técnicas.

Quanto a fidelidade da técnica que apresenta imagens que mais se aproximam das dimensões verdadeiras, os resultados apresentaram uma tendência na seguinte ordem: tomografia computadorizada; tomografia (Denar Quint); cefalométrica; periapical (paralelismo), periapical (bissetriz); panorâmica ortogonal (OP100); panorâmica padrão (OP100); panorâmica padrão (Orthopantomograph); tomografia (OP100).

A419

Calcitonina na regeneração óssea em mandíbulas de ratas ovariectomizadas.

ARISAWA, E. A. L.*, CARVALHO, Y. R., ALMEIDA, J. D., BRANDÃO, A. A. H., ROCHA, R. F.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 3221-8166. E-mail: pato@unvap.br

Neste trabalho estudou-se a ação da calcitonina no processo de regeneração óssea em mandíbulas de ratas normais e ovariectomizadas, com e sem a administração de calcitonina. Para este estudo foram utilizadas cem ratas com idade aproximada de sessenta dias. Desses, cinqüenta foram ovariectomizados formando o grupo Ov e, um mês após esta cirurgia, em todos os cem animais foi realizado defeito ósseo cirúrgico, na região do ângulo da mandíbula, criando uma lesão óssea de aproximadamente 4 mm, recoberta com uma barreira de PTFE. Os animais Ov foram divididos em dois grupos iguais: Ov (ovariectomizados) e OvM (ovariectomizados com administração de calcitonina). Os outros cinqüenta animais, somente com a lesão óssea, também foram divididos em dois grupos: C (controle) e CM (controle com administração de calcitonina). Os animais tratados receberam a primeira dose da substância imediatamente após a cirurgia, na dose de 2 UI/kg, i.m., 3 vezes por semana. Os animais foram sacrificados após 7, 14, 21 e 28 dias, sendo suas mandíbulas removidas e encaminhadas para preparação histológica de rotina. Análises densitométrica, histológica e histomorfométrica foram realizadas verificando-se que foi possível observar que os animais Ov apresentavam diminuição da densidade óssea e um processo regenerativo muito mais lento, quando comparados com os animais controle.

A calcitonina mostrou-se efetiva tanto nos animais ovariectomizados quanto naqueles apenas com lesão óssea.

A420

Anodontia parcial: forma e tamanho dos dentes remanescentes e provável implicações ortodônticas.

CONSOLARO, A., MARTINS-ORTIZ, M. F., OLIVEIRA, A. G., FURQUIM, L. Z., VELLOSO, T. R. G.*

Faculdade de Odontologia de Bauru – USP - São Paulo, Brasil.

Os dentes permanentes de 82 pacientes com anodontia parcial foram analisados em modelos e radiografias periapicais e comparados biometricamente com outros 82 pacientes sem anodontia do grupo controle. Os resultados mostraram: 1. redução mesiodistal das coroas; 2. simplificação morfológica com redução ou ausência do tubérculo de Carabelli, da cúspide distopalatina dos segundos molares superiores e do cíngulo dos dentes antero-superiores; 3. redução da distância intercaninos e manutenção da distância intermolares e do comprimento dos arcos dentários; 4. ausência de influência na prevalência do apinhamento dentário antero-inferior, mesmo na anodontia parcial dos terceiros molares inferiores; 5. coroas simplificadas quanto a altura das cúspides, número e complexidade dos sulcos e fossetas; 6. raízes triangulares com formas mais delicadas em seu término apical.

Estas características podem interferir em vários aspectos da movimentação ortodôntica, em especial na maior prevalência de reabsorções dentárias apicais em portadores de anodontia parcial, mas em decorrência da morfologia radicular e não de uma predisposição geneticamente determinada.

A421

Estudo comparativo da presença de mastócitos em gengivites associadas à placa bacteriana e periodontites crônicas localizadas.

BATISTA, A. C.*, LARA, V. S.

Departamento de Estomatologia – Área de Patologia – FOB – USP. Tel.: (0**14) 235-8251. E-mail: vanessa@fob.usp.br

As doenças periodontais são lesões inflamatórias crônicas e seu agente etiológico primário é a placa bacteriana, a qual induz a formação de um infiltrado inflamatório intenso e secreção de uma série de mediadores químicos. Os mastócitos participam ativamente na resposta imune e inflamatória, sintetizando um grande número de substâncias ativas, tais como a enzima óxido nítrico sintase-induzível (iNOS), responsável pela produção de NO, associado com o metabolismo ósseo, fenômenos vasculares e destruição tecidual; o fator de crescimento fibroblástico básico (bFGF), que possui efeito mitótico e angiogênico, e fator de necrose tumoral (TNF)-alfa. O objetivo deste estudo foi identificar e quantificar a presença de mastócitos em 20 casos de cada um dos grupos: I - periodontite crônica localizada, II - gengivite associada à placa bacteriana e III - tecido gengival clinicamente saudável. A partir da técnica imuno-histoquímica do tipo imunoperoxidase, utilizando anticorpos antitriptase de mastócitos humanos, registrou-se o número de mastócitos por mm2. O número de mastócitos foi significativamente diferente (p = 0,009) entre os grupos I (112,8 ± 45,4) e III (58,32 ± 25,7) e entre os grupos II (101,27 ± 53,57) e III. Em todos os grupos, os mastócitos apresentaram marcação intensa e encontravam-se difusamente distribuídos.

Mediante os dados obtidos, constatamos que, na doença periodontal humana, ocorre aumento do número de mastócitos, sugerindo sua participação nos mecanismos de defesa e ou nos eventos destrutivos observados nesta doença. (Apoio: FAPESP e CAPES.)

A422

Expressão da enzima óxido nítrico sintase-induzível na doença periodontal.

SILVA, T. A.*, BATISTA, A. C., LARA, V. S.

Departamento de Estomatologia – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.
 Tel.: (0**14) 235-8251. E-mail: vanessa@fob.usp.br

A enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS) é expressa em resposta a estímulos inflamatórios e produz elevadas quantidades de óxido nítrico (NO), o qual pode agir como molécula citotóxica contra microrganismos invasores. A excessiva formação de NO tem sido implicada na patogênese da doença periodontal, pela estimulação da destruição tecidual e reabsorção óssea. O objetivo deste estudo foi identificar e quantificar a expressão de iNOS em amostras de tecido gengival clinicamente sadio (n = 7), gengivite associada à placa bacteriana (n = 11) e periodontite crônica localizada (n = 15). A partir da técnica imuno-histoquímica do tipo imunoperoxidase, utilizando anticorpos antiiNOS, registrou-se o número de células iNOS positivas por mm2. O número de células iNOS positivas foi significantemente superior (p = 0,0065) em amostras de gengivite associada à placa bacteriana (997,59 ± 354,57) e periodontite crônica localizada (950,79 ± 872,26) em relação ao tecido gengival sadio (316,25 ± 218,87). A proporção de células iNOS positivas em relação ao total de células inflamatórias não foi significantemente diferente entre os grupos. A maioria das células iNOS positivas são mononucleares e, no revestimento epitelial, observou-se células imunomarcadas.

A expressão de iNOS está associada com a intensidade da inflamação nos tecidos periodontais e o NO pode representar uma via adicional de ativação celular e pode estar associado com fenômenos destrutivos ou antimicrobianos. (Apoio financeiro: FAPESP e CAPES.)

A423

Uso do Denta-Scan® na avaliação dos tumores malignos da boca: estudo piloto.

FREIRE, A. R. S.*, KOWALSKI, L. P., CARVALHO, A. L., CHOJNIAK, R.

FO – UFMG; A. C. Camargo/Hospital do Câncer. Tel.: (0**31) 3342-1409. E-mail: addah@uol.com.br

A ineficácia do uso das radiografias planas para avaliar a anatomia óssea da região maxilofacial já é estabelecida. Fatores técnicos como o grau de distorção, borramento e sobreposição, contribuem para isto. Porém, avaliações da eficácia da tomografia computadorizada (TC) com reconstrução multiplanar (Denta-Scan®) em lesões que acometem os maxilares são pouco descritas. O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade do Denta-Scan® em acrescentar informações de imagem à radiografia panorâmica e à TC com cortes axiais e coronais, na avaliação do acometimento ósseo, em pacientes com tumores malignos da boca. Foram realizadas radiografia panorâmica, TC e Denta-Scan® em 13 pacientes com tumores malignos da boca, selecionados por conveniência, no ambulatório de Cabeça e Pescoço do Hospital do Câncer. Os exames foram avaliados, por dois radiologistas, na mesma ordem em que foram realizados, permitindo que as informações obtidas fossem somadas. Os resultados mostraram que o Denta-Scan® apresentou as seguintes vantagens: eliminação de artefatos causados por restaurações metálicas; maior definição dos limites da destruição óssea no sentido mésio-distal e buco-lingual, eliminando a necessidade da radiografia oclusal; maior precisão na determinação da invasão de estruturas anatômicas como forame mental e canal mandibular e melhor definição do comprometimento da cortical da base da mandíbula e soalho do seio maxilar.

O Denta-Scan® acrescentou informações relevantes na avaliação do comprometimento ósseo nos tumores malignos da boca.

A424

Método de fluorescência-laser: comparação entre duas tabelas utilizadas no diagnóstico de lesões cariosas oclusais.

MENDONÇA, S. M. S.*, FERREIRA, E. F., PAIXÃO, H. H., MESQUITA, O. N.

Departamento de Odontologia Restauradora – UFMG. E-mail: santuza@bol.com.br

Com o objetivo de selecionar a melhor tabela para ser usada como referência no diagnóstico de lesões cariosas oclusais, através do método de fluorescência-laser (MFL), realizou-se um estudo in vitro, com o laser de gálio/alumínio (KaVo DIAGNOdent 2095®), comparando a tabela recomendada pelo fabricante com outra elaborada por LUSSI et al. (1999 - adaptada). Treze sítios com diagnóstico duvidoso, quanto à presença de lesão cariosa, foram examinados através do MFL em dois momentos, sendo realizadas três medidas consecutivas em dente seco e, posteriormente, três em dente umedecido com saliva artificial. Os exames foram executados por um único examinador e os diagnósticos dados de acordo com cada tabela, em função do valor médio obtido nas três medidas. Na análise dos dados, considerou-se como doença a presença de lesão em dentina. A tabela LUSSI mostrou concordância boa para dentes secos (0,78) e ótima para dentes umedecidos (0,85), já a tabela do fabricante obteve boa concordância para dentes secos (0,61) e fraca em dentes com saliva (0,17). Quanto à validade do teste, melhores resultados foram observados através da tabela LUSSI que apresentou sensibilidade de 0,67 (seco e umedecido) sem prejuízo da especificidade (0,80 e 0,90).

A tabela do fabricante apesar da alta especificidade (1,00 seco ou umedecido), apresentou baixa sensibilidade tanto para dentes secos (0,33) quanto para dentes com saliva (0), sendo lícito concluir que a tabela LUSSI oferece vantagens sobre a tabela do fabricante. (Apoio: CNPq.)

A425

Estudo tomográfico da persistência do forame de Huschke.

FAIG-LEITE, H.*, REIS, H. N.

Disciplina de Anatomia – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. E-mail: horacio@fosjc.unesp.br

O forame de Huschke (HF) está presente na porção timpânica do osso temporal, e após os cinco anos de idade passa a ser uma anomalia anatômica. Sua persistência em indivíduos adultos é dificilmente visualizada por meio radiográficos convencionais. A presença deste forame provoca sérias e graves complicações no conduto do ouvido externo e na articulação temporomanbibular (ATM). Nenhuma literatura foi encontrada com relação ao estudo tomográfico do HF. O objetivo deste estudo foi avaliar a presença do HF, em indivíduos acima dos dez anos de idade, através da tomografia computadorizada (TC), chamando a atenção para suas implicações clínicas. Foram utilizadas 150 TC da região mastóide de paciente de ambos os sexos, obtidas no Serviço de Radiodiagnóstico do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. De ambos os lados de cada TC, dois examinadores analisaram toda a região timpânica do temporal. Em cada TC foi estudada a presença ou ausência do HF com relação ao sexo e a incidência uni- ou bilateral. Nas 150 TC estudadas, o HF foi encontrado em 17 (11,3%), sendo que destas 13 (76,5%) TC pertenciam a mulheres e 4 (23,5%) a homens. Nas 17 TC onde foi encontrado, o HF incidiu bilateralmente em 11 (64,7%) e unilateralmente em 6 (35,3%).

O teste de Fisher mostrou que a incidência do HF nas mulheres foi estatisticamente significante. O HF é perfeitamente visualisado nas TC, justificando problemas otológicos sérios que normalmente estão relacionados com a ATM.

A426

Avaliação da confiabilidade da análise cefalométrica de perfil computadorizada.

FERREIRA, J. T. L.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

A utilização do computador como instrumento de auxílio na avaliação de casos e procedimentos na área da Saúde não é novidade e vantagens do seu emprego têm, cada vez mais, se tornado aparente. Número crescente de ortodontistas tem adquirido sistema computadorizado para análises cefalométricas. Por isso este trabalho teve o propósito de avaliar a confiabilidade entre dois métodos utilizados na elaboração do cefalograma de perfil: o computadorizado e o manual. Foram selecionadas 50 radiografias de perfil no arquivo do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Boa qualidade do material foi única condição indispensável nesta seleção. Os resultados foram submetidos ao coeficiente de correlação intraclasse.

Semelhança confiável foi observada entre os dados cefalométricos obtidos a partir dos métodos empregados, porém não se pôde recomendar a utilização da cefalometria computadorizada como absolutamente confiável na clínica. (Apoio financeiro: CAPES.)

A427

Avaliação quantitativa de núcleo/citoplasma e AgNORs em fumantes e não-fumantes.

SOARES PINTO, T. A.*, RADOS, P. V., SANT’ANA FILHO, M., BARBACHAN, J. J. D.

Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Patologia Bucal – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5011. E-mail: taspinto@terra.com.br

A citopatologia é um método de diagnóstico baseado em células obtidas por raspagem. Com a finalidade de constatar quantitativamente as alterações celulares ocasionadas pelo fumo em mucosa bucal normal, durante a Campanha de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo/RS de 2000, foram selecionados todos os indivíduos homens, fumantes e não-fumantes, acima de 40 anos e sem lesão bucal aparente. Os sítios bucais estudados foram: lábio, soalho bucal e língua. Realizaram-se dois esfregaços em cada sítio, sendo o primeiro submetido à técnica de impregnação pela prata (AgNORs) para avaliação quantitativa via Image Lab® e o segundo ao método de Papanicolaou Modificado para confirmação de normalidade. Através do teste estatístico Mann-Whitney (p = 0,05) foram obtidos os seguintes resultados: (1) em soalho, o número de AgNORs por núcleo foi superior em fumantes comparado ao grupo não-fumantes; (2) em língua, a relação núcleo/citoplasma em fumantes é maior em comparação aos não-fumantes; (3) em lábio, o grupo com média acima de 3 AgNORs/núcleo apresentou área nuclear maior.

Considerando que cada sítio possui comportamento específico frente às injúrias ocasionadas pelo fumo, concluímos que as referências quantitativas de relação núcleo/citoplasma e número de AgNORs/núcleo são eficazes para o controle de alterações celulares prévias à lesão bucal visível. (Apoio: CAPES.)

A428

Resposta do tecido ósseo, muscular e conjuntivo subcutâneo à membrana fibrosa da casca do ovo.

OLIVEIRA, M. Q.*, SANTANA, E. J. B.

Faculdade de Odontologia – UFBA.

Muitos materiais usados para o técnica da regeneração tecidual guiada (RTG) podem ser listados, sendo alguns deles reabsorvíveis e outros não-reabsorvíveis podendo ser de origem biológica ou não. Qualquer que seja o tipo ou origem da membrana, as suas propriedades determinam as vantagens e desvantagens, o que torna imperativo a pesquisa de novos produtos para melhorar as qualidades. Com esse propósito foi analisada histologicamente, a resposta do tecido ósseo, muscular e conjuntivo subcutâneo do Rattus norvegicus albinus à membrana fibrosa da casca do ovo (MFCO), nos tempos de 24 horas, 7, 14 e 21 dias, objetivando avaliar a sua biocompatibilidade e o seu funcionamento como membrana para a RTG. A atividade experimental desenvolveu-se em 40 animais, divididos em dois grupos de 20 e subdivididos em grupos de 5 animais. Os resultados histológicos obtidos ao final de três semanas, revelaram a presença de poucos fibroblastos, áreas de neoformação vascular, grande quantidade de fibras colágenas na mesma direção da membrana e mínimo infiltrado crônico linfocitário. A resposta do tecido ósseo usando a tíbia do rato como modelo para a técnica da RTG, revelou formação de novo osso nos grupos controle e experimental sendo estatisticamente significante quando comparado os grupos experimentais das primeira, segunda e terceira semanas, com níveis de significância de 0,05, usando o teste de Kruskal-Wallis.

Dentro das condições do experimento é possível concluir que: 1 - a MFCO é um novo material biocompatível; e 2 - a MFCO pode ser usada como membrana para a técnica da RTG.

A429

Influência da sinvastatina na reparação óssea de mandíbulas de ratas ovariectomizadas.

JUNQUEIRA, J. C.*, MANCINI, M. N. G., BRANDÃO, A. A. H., ROCHA, R. F.

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166, 321-2036. E-mail: julianacjunqueira@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da sinvastatina na reparação óssea guiada de mandíbulas de ratas ovariectomizadas e observar os níveis de colesterol sangüíneo. Foram utilizadas 70 ratas, divididas em 4 grupos: controle normal, controle ovariectomizado, tratado normal e tratado ovariectomizado. Após um mês da ovariectomia, foi confeccionado um defeito ósseo bicortical na mandíbula, recoberto por membrana de politetrafluoretileno. Os grupos tratados receberam 20 mg/kg/dia de sinvastatina, por 15 ou 30 dias. As ratas foram sacrificadas 15, 30 e 60 dias após a cirurgia, tendo o sangue retirado para dosagem do colesterol e a mandíbula removida para análise densitométrica, histológica e morfométrica. Todos os espécimes foram submetidos à análise de variância (ANOVA). Os grupos ovariectomizados apresentaram nível de colesterol superior ao grupo tratado normal e não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os diferentes tempos de tratamento e sacrifício. As análises densitométrica, histológica e morfométrica demonstraram que o grupo tratado ovariectomizado apresentou maior quantidade de tecido ósseo neoformado em relação ao controle ovariectomizado, mas não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os tempos de tratamento.

Concluiu-se que a deficiência de estrógeno promoveu um aumento do nível de colesterol sangüíneo e que a sinvastatina favoreceu a reparação óssea guiada nos animais ovariectomizados. (Apoio financeiro: FAPESP.)

A430

Laminina induz proteínas juncionais em linhagem de carcinoma adenóide cístico.

JAEGER, R. G., FREITAS, V. M., KACHAR, B.*

Patologia Bucal – FOUSP - São Paulo, Brasil, *NIDCD, NIH, EUA. E-mail: rgjaeger@siso.fo.usp.br

Em projetos anteriores demonstramos que, em preparações tridimensionais, a laminina induz formações tubulares e pseudocísticas em células do carcinoma adenóide cístico (células CAC2). Essas estruturas são semelhantes àquelas observadas na neoplasia in vivo. Dessa forma nos interessamos em estudar a ultra-estrutura desses arranjos, procurando elementos do complexo juncional. Esse estudo foi feito através da análise dessas amostras por microscopia eletrônica de transmissão (MET). Tendo em vista a evidenciação, em MET, de estruturas sugestivas de junções celulares nas células CAC2 crescidas no interior de laminina, decidimos pesquisar quais as proteínas juncionais estariam presentes. As células foram submetidas a protocolo de imunofluorescência para detecção de proteínas juncionais. Seccionamento óptico por microscopia confocal a laser (Zeiss LSM 510, Section on Structural Cell Biology, NIDCD, NIH, EUA) mostrou a presença de proteínas das junções “tight” e aderentes (beta-catenina).

Nossos resultados preliminares permitem concluir que a laminina induz a expressão de proteínas juncionais em células cultivadas de carcinoma adenóide cístico humano. (Apoio: FAPESP - projetos 00/04693-0; 01/00391-2; 00/14814-0.)

A431

Análise histométrica da reparação tecidual em lesões cutâneas irradiadas com laser.

FERREIRA, M. C. D.*, SIMONE, J. L., SIMONE, K. R. I., BARBOSA, J., GROTH, B. E., TORTAMANO, N., MELLO, J. A. J.

Esta pesquisa visa estabelecer uma análise comparativa do processo de reparação tecidual entre lesões cutâneas provocadas no dorso de ratos e irradiadas com laser Nd:YAG com grupo controle. Através da análise histométrica, foi estabelecida uma correlação entre o número de fibroblastos, vasos sanguíneos e fibras colágenas presentes em ambos os grupos. Foi utilizado um laser Nd:YAG (Pulse Master 1000 of American Dental Technology), dezoito ratos (Rattus novergicus, albinus, Wistar) dos quais foram removidos dois fragmentos com 6 mm de diâmetro e 2 mm de profundidade da região dorsal, a lesão do lado direito irradiada com laser Nd:YAG com 1 W, 10 Hz e 100 mJ imediatamente após a confecção da lesão do modo não-contato a uma distância aproximada de 2 mm por 1 minuto, e a lesão do lado esquerdo não recebeu nenhum tratamento. Os animais foram divididos em grupos para o sacrifício: Grupo 1 – 24 h; Grupo 2 – 72 h; Grupo 3 - 5 dias; Grupo 4 - 7 dias; Grupo 5 - 14 dias; Grupo 6 - 21 dias. Após a remoção e preparo das peças foram realizados cortes histológicos e corados pelas técnicas H. E. e tricrômico de Masson para análise histométrica, utilizando-se um microscópio óptico e uma ocular integradora de 25 pontos. A histometria nos revelou que as lesões irradiadas apresentaram um maior número de fibroblastos e vasos sanguíneos, bem como de fibras colágenas nos Grupos 1, 2 e 3.

Concluímos que a irradiação com laser Nd:YAG nos parâmetros por nós estudados promoveu um aumento no numero de fibroblastos e vasos sanguíneos, assim como uma estimulação na formação de fibras colágenas que apresentaram uma melhor ordenação em um período menor de tempo.

A432

Alterações morfológicas e de maturação dentária observadas em ortopantomografias de pacientes submetidos ao transplante de medula óssea.

SANTOS, D. T.*, MORAES, L. C., SCHUBERT, M. M.

O objetivo deste trabalho foi o de verificar as alterações morfológicas e de maturação dentária em pacientes infantis e adolescentes que foram submetidos ao transplante de medula óssea. Para tanto analisamos ortopantomografias de 220 pacientes do Hospital Fred Hutchinson Cancer Research Center - Seattle - EUA. Do total de pacientes, 80 eram do sexo feminino e 140 do sexo masculino, numa faixa etária que variou de 3 a 18 anos. A classificação das alterações morfológicas foi dividida em 5 grupos, baseada em DAHLLÖF et al. (1988) e para a maturação dentária utilizamos o método de DEMIRJIAN et al. (1973). Pudemos observar 45% dos pacientes com algum tipo de alteração morfológica, sendo que 40 pacientes apresentaram apenas alterações do grupo I; 36 apresentaram alterações dos grupos II, III, IV e em 24 pacientes observamos alterações do grupo especial V. Com relação a alterações da maturação dentária pudemos observar diferenças estatisticamente significantes entre idade cronológica e idade dentária.

Alterações de morfologia e de maturação dentária podem estar diretamente relacionadas à toxicidade da terapia instituída e idade do paciente na época do tratamento.

A433

Comparação microscópica entre a GVHD crônica e o líquen plano.

VILLAR, C. C.*, CORRÊA, M. E. P., ALMEIDA, O. P., CINTRA, M. L.

Departamento de Diagnóstico Oral – FOP – UNICAMP. E-mail: cris_villar@yahoo.com

O líquen plano (LP) é uma doença mucocutânea crônica, de causa desconhecida, que freqüentemente afeta a mucosa oral. Histologicamente, o LP apresenta diferentes graus de acantose e atrofia, com desorganização da camada basal e infiltrado inflamatório subepitelial em banda, composto principalmente de linfócitos T. Lesões semelhantes ao líquen plano, chamadas reações liquenóides, podem acometer a mucosa oral. As reações liquenóides podem estar associadas à desordens sistêmicas, como na doença do enxerto contra o hospedeiro crônica (GVHDc). Os achados histológicos da reação liquenóide associada à GVHDc são semelhantes aos encontrados no LP. O objetivo deste trabalho foi comparar as características microscópicas do LP e da GVHDc em boca. As alterações epiteliais e no tecido conjuntivo foram avaliadas em 40 casos de LP e 31 de GVHDc, assim como a presença de mastócitos, macrófagos e células de Langerhans. As maiores diferenças entre as lesões foram observadas na região da junção epitélio-tecido conjuntivo. No LP, o infiltrado inflamatório foi mais intenso, porém a desorganização e vacuolização das células da camada basal foram menos evidentes. As células de Langerhans e os mastócitos foram mais numerosos no LP, enquanto os macrófagos foram na GVHDc. A expressão de laminina foi similar nos dois grupos.

Estes resultados mostram que a lesão liquenóide associada a GVHDc difere do LP, particularmente na junção epitélio-tecido conjuntivo. (Suporte financeiro: FAPESP.)

A434

Matriz extracelular em lesões central e periférica de células gigantes.

QUINDERÉ, L. B.*, SOUZA, L. B., PEREIRA PINTO, L., FIGUEIREDO, C. R. L. V.

Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN. Tel.: (0**84) 201-4004. E-mail: iedaq@bol.com.br

O objetivo deste estudo foi analisar a expressão imuno-histoquímica do colágeno IV, da fibronectina e da tenascina C, na matriz extracelular de lesões central e periférica de células gigantes, utilizando o método da estreptavidina-biotina. Foram analisados 24 casos (8 lesões periféricas e 16 lesões centrais), cujos resultados imuno-histoquímicos revelaram expressão positiva para o colágeno IV em membranas basais subepitelial e perivascular em ambas lesões, evidenciadas num padrão descontínuo para as lesões periféricas, freqüentemente associado à áreas de infiltrado inflamatório e, para as lesões centrais, invariavelmente contínuo, porém diminuindo de intensidade da periferia para o centro das lesões. Toda a matriz extracelular intersticial de ambas lesões foi positiva para a tenascina C, apresentando-se predominantemente dispersa e não uniforme, com padrões reticular e fibrilar. A fibronectina demonstrou extensa e uniforme expressão por toda essa matriz, com padrões reticular e fibrilar, associada às células mononucleadas e células gigantes multinucledas, sendo também evidenciada na membrana perivascular, com expressão aparentemente diminuída nas lesões centrais quando comparadas às lesões periféricas.

Através da metodologia empregada não foi possível evidenciarmos diferença na expressão imuno-histoquímica das proteínas colágeno IV, tenascina C e fibronectina, entre as lesões estudadas.

A435

Citopatologia em pacientes HIV+ usuários e não usuários de drogas.

GALVÃO, H. C.*, OLIVEIRA, J. A. C., SOUZA, L. B., PEREIRA PINTO, L.

Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN. Tel.: (0**84) 215-4138. E-mail: mstpator@odonto.ufrn.br

O potencial de agressão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) pode comprometer as células de defesa do sistema imunológico com evidente capacidade de promover modificações morfológicas e estruturais no epitélio oral. O presente estudo visa constatar as alterações celulares, nessa estrutura, em indivíduos HIV+, usuários (Grupo I) e não usuários (Grupo II) de drogas (Cannabis sativa e cocaína). Foram envolvidos 29 pacientes de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 55 anos, sem presença de lesões orais clinicamente visíveis. Os esfregaços para análise foram obtidos de ambos os lados da mucosa jugal, sendo confeccionadas duas lâminas, coradas pela técnica de Papanicolaou para leitura em microscopia de luz. Entre outras observações, comprovou-se que os pacientes do Grupo II constituíram 54,67% da amostra. Foram observadas as seguintes alterações: no Grupo I- núcleos picnóticos (17,46%), células com halo perinuclear (15,89%), núcleos hipercromáticos (15,88%), membrana nuclear corrugada (14,29%) e células em vidro fosco (14,28%). Para o Grupo II as alterações mais ocorrentes foram núcleos picnóticos (19,75%), núcleos hipercromáticos (17,10%), membrana nuclear corrugada (17,10%), células com halo perinuclear (13,15%), núcleo em colar (10,52%).

Concluiu-se que não ocorreram diferenças substanciais entre as alterações nos grupos estudados.

A436

Estudo clínico e citomorfológico do epitélio oral de crianças leucêmicas.

OLIVEIRA, P. T.*, FREITAS, R. A., SOUZA, L. B., PEREIRA PINTO, L.

Departamento de Odontologia – UFRN. Tel./fax: (0**84) 215-4138. E-mail: mstpator@odonto.ufrn.br

O objetivo da presente pesquisa foi avaliar clinica e microscopicamente o epitélio oral de crianças leucêmicas submetidas a quimioterapia antineoplásica e a bochechos diários de clorexidina 0,12% atendidas no Hospital Infantil Varela Santiago (HIVS) em Natal - RN. As leucemias representam uma das neoplasias mais freqüentes em pacientes pediátricos, sendo a mucosite oral, uma das principais intercorrências observadas na cavidade oral destes pacientes. Estas alterações em mucosa oral podem estar associadas tanto ao curso da própria doença como aos quimioterápicos utilizados para o tratamento da leucemia. A rotina do Centro de Oncologia Infantil do HIVS é a utilização de bochechos diários com clorexidina 0,12% durante o período em que a criança esteja fazendo o metotrexato (fase de intensificação), principal droga associada ao desenvolvimento de mucosites. Foram avaliadas 33 crianças com idade variando de 1 a 15 anos de idade no período de dezembro de 1999 a fevereiro 2001. Foram realizados exames clínicos diários na cavidade oral e esfregaços citológicos de mucosa jugal destes pacientes no início e no final da fase de intensificação. Do total de pacientes avaliados apenas 5 desenvolveram mucosite. Nos esfregaços citológicos não foram observadas alterações na morfologia das células mostrando padrão de normalidade da região.

O uso da clorexidina 0,12% pode diminuir o desenvolvimento de mucosites em pacientes leucêmicos submetidos a terapia antineoplásica. (Apoio financeiro: CNPq.)

A437

Manifestações orais em pacientes em hemodiálise e transplantados renais.

SILVA, L. C. F., MIRANDA, J. L., FREITAS, R. A.*

Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN. Tel./fax: (0**84) 215-4138. E-mail: roseanafreitas@hotmail.com

O propósito deste estudo foi verificar a prevalência de manifestações orais em pacientes portadores de insuficiência renal crônica em programa de hemodiálise e em transplantados renais sob uso de terapia imunossupressora, atendidos no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe. Foram avaliados 21 pacientes em programa de hemodiálise e 21 transplantados renais, nos quais investigou-se clinicamente a prevalência de lesões na cavidade oral que pudessem ser associadas à doença renal ou às suas formas de tratamento. Nos pacientes em hemodiálise, foram encontrados 11 casos de cálculos (52,38%), 6 de gengivite (28,57%), 5 petéquias (23,80%), palidez de mucosa em 4 casos (19,04%), 4 casos de pigmentações dentais (19,04%), 3 de estomatite urêmica (14,28%), 3 candidíases pseudomembranosas (14,28%), 2 hemorragias espontâneas (9,52%), 2 leucoplasias (9,52%) e 1 caso de ulceração mucosa (4,76%). Nos transplantados renais, foram detectados 14 casos de crescimento gengival (66,66%), 3 ulcerações mucosas (14,28%), 2 candidíases pseudomembranosas (9,52%), 1 candidíase eritematosa (4,76%), 1 caso de herpes labial (4,76%), 1 carcinoma epidermóide (4,76%), 1 leucoplasia (4,76%) e 1 caso com pigmentações dentárias (4,76%).

Concluiu-se que a cavidade oral pode sediar uma variedade de manifestações associadas à doença renal ou às suas formas de tratamento e que se faz necessária a implantação de um programa de cuidados preventivos odontológicos visando melhorar as condições de saúde oral destes pacientes.

A438

AgNORs em epitélio oral normal, hiperplásico e em papiloma.

ANDRADE, E. S. S.*, AMORIM, R. F. B., MIRANDA, J. L., PEREIRA PINTO, L., FREITAS, R. A.

Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN. E-mail: roseanafreitas@hotmail.com

Numerosos estudos vêm demonstrando uma íntima relação numérica de AgNORs com o nível de atividade celular proliferativa. Com base neste fato, o objetivo do presente trabalho foi realizar uma análise quantitativa das regiões organizadoras nucleolares (NORs) em epitélio oral normal, hiperplásico e em lesões de papiloma, por meio do método de coloração pela prata (AgNOR). Para tanto, fizeram parte de nossa amostra 5 espécimes de cada condição em questão, selecionados dos arquivos do Serviço de Anatomia Patológica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para cada caso analisado foram realizadas duas contagens de AgNORs em 150 células epiteliais e obtida a média aritmética correspondente. Os valores médios detectados em epitélio normal, hiperplásico e em papiloma, foram respectivamente, 1,87, 2,53 e 4,33 AgNORs/núcleo.

O número médio de AgNORs encontrado nas lesões de papiloma foi estatisticamente maior do que aquele observado nos outros dois grupos, sugerindo um maior potencial proliferativo dos papilomas, quando comparado ao epitélio hiperplásico.

A439

Incisivos centrais inferiores de humanos – estudo morfométrico das concavidades proximais e comprimento radicular.

SANCHEZ, P. R. L.*, STORRER, C., PUSTIGLIONI, F. E., ROMITO, G. A.

Estomatologia – USP - SP. Tel.: (0**11) 3091-7833. E-mail: docsanchez@uol.com.br

É importante o conhecimento das concavidades radiculares, pois sendo esta área propensa ao acúmulo de placa e cálculo, torna-se um fator predisponente à doença periodontal, dificultando a instrumentação e interferindo no curso da mesma. O objetivo deste trabalho foi estudar as concavidades radiculares (largura e profundidade nas faces proximais) e o comprimento radicular do incisivo central inferior nessas faces. Foram selecionados 90 dentes de humanos. As radiculares foram avaliadas a cada 2 mm. As medidas foram obtidas 2 mm coronariamente à JEC (posição zero); na JEC (posição 1), e a cada 2 mm em direção apical (posições 2, 3, 4, 5 e 6). Foi utilizado um aparelho de alta precisão acoplado a um computador, representando graficamente o contorno de superfície. Os comprimentos radiculares foram medidos por meio de um paquímetro digital. Após análise estatística, foram obtidos os seguintes resultados: 1) o comprimento radicular médio na face distal (13,88 ± 1,47 mm) foi maior que na face mesial (13,76 ± 1,50); 2) quanto às concavidades: 2a) existem em 100% da amostragem; 2b) para a face mesial existem concavidades apenas a partir de 4 mm apicalmente à JEC; 2c) na JEC não existem concavidades; 2d) para a face distal as mesmas se iniciam 2 mm apicalmente à JEC; 3) quanto à largura vestíbulo-lingual e à profundidade dessas concavidades: são maiores 6 mm apicalmente à JEC, diminuindo e tendendo a não existir nos terços coronário e apical. (CAPES - PROAP nº 05/2000.)

A440

Avaliação microscópica de UCLAs calcináveis fundidos em dois métodos de inclusão de revestimento.

BONDIOLI, I. R.*, CARVALHO, M. A. C., BOTTINO, M. A., NISHIOKA, R. S., COSTA, E. M. V., KIMPARA, E. T.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP.

O objetivo deste trabalho foi de analisar, in vitro, se os pilares calcináveis de teflon, tipo UCLA, fundidos em Ni-Cr, sofrem alterações dimensionais quando o revestimento é incluído com a técnica de expansão livre, comparada com a de anel de metal. Foi construída uma base quadrada em aço inoxidável refratário ASTM 310 para a fixação de 2 implantes (3i Implant Innovations), com 3,75 mm de diâmetro, à distância de 6,2 mm do centro de cada implante, simulando a substituição de um molar. Utilizou-se 30 pilares UCLA de teflon, calcináveis, sem hexágono interno (3i Implant Innovations), encerados em monobloco, fundidos em liga de Ni-Cr (Wiron 99, Bego, Alemanha) e incluídos em revestimento Bellavest-T (Bego, Alemanha), divididos em Grupo A: expansão livre (5 monoblocos) e Grupo B: anel de metal (5 monoblocos). Para os grupos controle utilizou-se 10 pilares UCLA fundidos separadamente, sendo 5 para o Grupo A e 5 para o Grupo B, nas respectivas técnicas de inclusão. A adaptação foi avaliada em microscópio comparador Olympus STM, 30 vezes, com mesa de coordenação equipada com micrômetro digital. Cada medida foi realizada 3 vezes para as faces distal, mesial, vestibular e lingual de cada uma das fundições em monobloco, bem como dos grupos controle. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente pela ANOVA (p << 0,05) e completados com teste Tukey, em nível de significância de 5%, demonstrando que a desadaptação das peças fundidas pela técnica de expansão livre foi menor do que a de anel de metal.

A441

Avaliação microscópica dos pilares UCLA calcináveis fundidos em liga de titânio e níquel-cromo-titânio.

CARVALHO, M. C. A.*, BONDIOLI, I. R., COSTA, E. V., BOTTINO, M. A., NISHIOKA, R. S., NAISSER, M. P.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP.

O propósito deste estudo foi analisar a superfície de assentamento de componentes protéticos padrões (UCLA) fundidos em ligas alternativas de Ni-Cr-Ti (Versão Omega: Ni 60-70%, Cr 12-21%, Mb 4 -16%, Ti 4 -6% (Tilite, Talladium do Brasil Inc.) e titânio c.p. (titânio comercialmente puro). A tecnologia necessária para a fundição do titânio puro é especializada, realizada em câmara com gás argônio, e para a fundição do Tilite pode ser utilizada a centrífuga por indução. Para tanto 15 corpos-de-prova padrão (UCLA calcinável 3i Innovations) foram utilizados, sendo um grupo de 5 fundido em Tilite e um grupo de 5 em titânio. Para o grupo controle foram utilizados cinco componentes protéticos do tipo Gold UCLA. Um implante de 3,75 x 8 mm foi fixado no centro de uma plataforma poligonal de aço inoxidável por intermédio de uma perfuração lateral e um parafuso. Os corpos-de-prova com demarcações prévias foram assentados um a um ao implante com forças de 10 a 20 Ncm. Utilizou-se um microscópio comparador Olympus STM, 30 vezes, com mesa de coordenação equipada com micrômetro digital. Os dados numéricos obtidos foram submetidos a análise de variância (p << 0,05) em parcelas subdivididas com a finalidade de verificar diferenças entre os grupos, forças, e a interação grupo e força, complementando-se posteriormente com o teste de Tukey ao nível de significância de 5%.

Em vista dos resultados pode-se concluir que a qualidade do assentamento da fundição com Tilite mostrou-se superior à do titânio porém ambos inferiores ao padrão Gold UCLA.

A442

Efeitos clínicos e microbiológicos da azitromicina no tratamento periodontal.

TRAMONTINA, R. G.*, MATSURA, E., SAFIOTI, L. M. L., LOTUFO, R. F.

Esse estudo duplo-cego avaliou os efeitos da azitromicina no tratamento não cirúrgico de periodontite do adulto. Foram selecionados 28 pacientes. O exame inicial incluiu avaliação clínica e microbiológica. Foram selecionados 4 dentes unirradiculares de cada paciente. Dos 4 dentes, dois receberam raspagem e alisamento corono-radicular por duas semanas, e dois dentes não receberam tratamento. Os pacientes foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos com 14 pacientes cada. Um grupo de pacientes recebeu azitromicina 500 mg por 3 dias. Durante o mesmo período o outro grupo de pacientes recebeu placebo. Desta forma, diferentes tratamentos foram avaliados: grupo 1- terapia antibiótica mais raspagem e alisamento radicular; grupo 2- terapia antibiótica sem raspagem e alisamento; grupo 3- placebo mais raspagem e alisamento radicular; grupo 4- placebo sem raspagem e alisamento. Os parâmetros clínicos foram coletados antes da raspagem e alisamento e dois meses após o final do tratamento mecânico radicular. Três amostras da microbiota subgengival de cada dente selecionado foram obtidas nos seguintes momentos do estudo: antes da raspagem e alisamento radicular, uma semana depois, e dois meses após o início da administração de azitromicina/placebo.

Os resultados demonstraram que, em pacientes com periodontite do adulto, a combinação tratamento mecânico radicular/azitromicina sistêmica não foi mais efetiva que o tratamento mecânico radicular como terapêutica única no controle dos parâmetros clínicos e microbiológicos da doença periodontal.

A443

Avaliação clínica da utilização de um dispositivo de liberação controlada de clorexidina no tratamento das periodontites agressivas.

DUARTE, F. F. *, LOTUFO, R. F. M.

Departamento de Estomatologia – FOUSP. Tel./fax: (0**11) 3091-7833. E-mail: duarteff@bol.com.br

Este estudo analisou a efetividade de um dispositivo de liberação local e controlada de clorexidina associado aos procedimentos de raspagem e alisamento radicular. Num estudo paralelo, cego e aleatório, foram registradas medições da profundidade de sondagem (PS) e nível clínico de inserção (NCI) no “baseline”, 6 semanas e 3 meses após a realização do tratamento. Pacientes com bom estado de saúde, portadores de periodontite agressiva, sem tratamento periodontal ou antibioticoterapia sistêmica no período mínimo de 6 meses, portadores de 4 dentes unirradiculares com profundidade de sondagem ³ 5 mm, apresentando sangramento à sondagem foram selecionados. Os resultados indicaram que ambos os grupos apresentaram uma redução significativa em relação aos parâmetros clínicos avaliados (p << 0,001), sendo que no grupo teste, aos 3 meses, pode-se notar uma redução na profundidade de sondagem e um ganho nos níveis de inserção estatisticamente superiores aos encontrados no grupo controle (p << 0,05). As médias de redução na PS foram equivalentes a 2,00 mm (± 1,27) no grupo controle e 2,86 mm (± 1,32) no grupo teste. Com relação ao NCI, o grupo controle apresentou um ganho médio de 1,59 mm (± 1,3), enquanto que no grupo teste este ganho foi de 2,50 mm (± 1,34).

Os dados coletados indicaram que o uso adjunto do “chip” de clorexidina resulta em uma significante redução da profundidade de sondagem e significante ganho nos níveis de inserção adicionais quando comparados ao resultado obtido com os procedimentos de raspagem e alisamento radicular isolados.

A444

Reparação do retalho de espessura total reposto em áreas saudáveis: análise histológica em cães.

ALMEIDA, M. M., AZEM, A. C.*, GEORGETTI, M. A. P., LIMA, L. A .P. A.

Departamento de Estomatologia – FOUSP. Tel./fax: (0**11) 3091-7833. E-mail: lapalima@fo.usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar, histologicamente, a reparação dos tecidos periodontais, após a realização de retalho de espessura total reposto, em áreas sem doença periodontal. Foram utilizados no experimento quatro cães sem raça definida. Após a remoção de cálculos supragengivais e controle de placa com gluconato de clorexidina, foram realizados retalhos de espessura total, na região do segundo pré-molar, terceiro pré-molar, quarto pré-molar, primeiro molar e segundo molar. Os retalhos foram elevados apenas na face vestibular, sendo o lado lingual preservado (controle). Nenhum procedimento de instrumentação foi realizado nas superfícies radiculares. Os animais foram sacrificados nos tempos de 7 e 28 dias e os espécimes foram submetidos a análise histológica (coloração hematoxilina-eosina). Os resultados revelaram que, do lado experimental, no tempo de 7 dias, o epitélio oral apresentava características semelhantes às do lado controle; o epitélio sulcular mostrava uma descontinuidade na porção mais apical e o conjuntivo subjacente a presença de infiltrado inflamatório intenso. Aos 28 dias, no lado experimental o epitélio oral apresentou um aumento significativo da camada espinhosa, além disso, as células mais apicais do epitélio sulcular localizavam-se na junção cemento-esmalte. A crista óssea alveolar apresentou áreas de reabsorção e remodelação.

Concluímos que o procedimento cirúrgico sem instrumentação radicular, em áreas de saúde periodontal, parece não provocar perda de inserção e permite uma rápida reinserção.

A445

Efeito clínico e microbiológico do gel de clorexidina a 0,5% em pacientes especiais.

PANNUTI, C. M.*, CAI, S., FREITAS, N. M., SARAIVA, M. C., LOTUFO, R. F. M.

Disciplina de Periodontia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7833. E-mail: p-pannut@fo.usp.br

O objetivo deste estudo foi determinar o efeito clínico e microbiológico do gel de clorexidina (CHX) a 0,5% em 43 deficientes mentais institucionalizados, com idade entre 17 e 35 anos. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em grupos teste (gel de clorexidina) e controle (placebo). A aplicação do gel foi realizada com moldeiras, duas vezes ao dia, durante oito semanas. O Índice de Sangramento Interdental (ISI) foi aferido antes e após a aplicação do gel. Foram coletadas amostras de placa bacteriana supragengival antes do gel, após o gel e 16 semanas após o início. As amostras foram processadas e semeadas em meios não-seletivos e seletivos para bacilos entéricos, estafilococos e leveduras. A análise estatística mostrou que não havia diferença entre os grupos (p = 0,82) quanto às médias de ISI antes do gel. Após a aplicação do gel houve diminuição significativa (de 55,6% para 33,2%, p << 0,001) na média de ISI no grupo teste, e um pequeno aumento (de 54,5% para 60,6%) no grupo controle, sendo que a diferença entre os grupos foi significativa (p << 0,001). Não houve diferença entre os grupos quanto a presença de bacilos entéricos e estafilococos. Após oito semanas, o grupo teste apresentou menor ocorrência de leveduras que o controle (p = 0,02).

Os autores concluem que o gel de clorexidina a 0,5% foi eficiente na redução da inflamação gengival interproximal e não provocou alteração indesejável na composição da placa bacteriana supragengival. (Financiamento: FAPESP - processo 96/12367-9.)

A446

Tratamento regenerativo das lesões de furca grau III – análise histométrica e histológica em cães.

ZENÓBIO, E. G.*, SANTOS, F. A., MARTINS, M. C., SHIBLI, J. A., SPLIDÓRIO, L. C., MARCANTONIO, R. A. C., MARCANTONIO Jr., E.

COP – PUCMG; FOA – UNESP.

Esta pesquisa avaliou o potencial regenerativo do uso da RTG (membrana de colágeno) associada ao material de implante Bio-Oss, no tratamento regenerativo de lesões de furca grau III, induzidas em cães. Seis cães de raça indefinida foram selecionados e receberam no segundo e quarto pré-molares, defeitos de furca grau III, com 4,5 mm e 5,5 mm de altura respectivamente, totalizando 24 espécimes. Após 45 dias as lesões foram cirurgicamente tratadas através de raspagem, aplainamento, condicionamento radicular (tetraciclina hidroclorídrica) e divididas em 4 grupos de tratamento: G1- membrana de colágeno e Bio-Oss, G2- membrana de colágeno, G3- Bio-Oss e G4- controle (sem tratamento adicional). Após 150 dias os animais foram sacrificados e submetidos à análise histométrica e histológica. A análise histológica descritiva indicou uma melhor regeneração nos grupos experimentais. A histometria apresentou um resultado médio (%) com maior regeneração nos grupos experimentais (G1 = 65%; G2 = 60%; G3 = 48,5%) em comparação com o grupo 4 = 39,7%. A análise estatística, (teste de Kruskal-Wallis, p >> 0,05) demonstrou não existir diferença significante entre os grupos em relação às áreas regeneradas, mas uma significante formação de cemento (p >> 0,28) nos grupos G1, G2, G3 em relação ao grupo 4 que apresentou maior formação de epitélio (p >> 0,034).

Portanto, não existe diferença estatística entre os tratamentos apresentados para a regeneração das lesões de furca grau III, apesar da maior regeneração periodontal apresentada pelo grupo 1.

A447
FC01

Reparação de defeitos de furca classe II tratados por RTG – análise histológica em plano vestíbulo-lingual, em cães.

GEORGETTI, M.*, CORDIOLI, M., PUSTIGLIONI, F.

FOUSP.

Este trabalho teve por objetivos o estudo do comportamento do tecido epitelial e a formação de um novo sulco gengival após procedimento de RTG em defeitos de furca classe II, criados cirurgicamente, em cães. A análise histológica foi realizada em plano vestíbulo-lingual, uma forma incomum de estudo. Foram criados defeitos de furca classe II mandibulares, em 4 cães SRD, que foram tratados por RTG, com membranas de PTFE-e. As áreas controle foram as faces linguais, saudáveis. Os espécimes obtidos corresponderam a 7 e 28 dias de reparação, após a remoção da membrana. No momento de remoção das membranas, foi observado completo fechamento das furcas, em todos os espécimes. Os espécimes de 7 dias mostraram epitélio recobrindo o tecido conjuntivo neoformado no interior dos defeitos, interposto entre este e o teto da furca, estendendo-se até o 1/3 lingual da coroa (em plano V-L). Nos espécimes de 28 dias o epitélio foi observado na porção central da furca, ou deslocado para o 1/3 vestibular da coroa. Pudemos verificar a presença de epitélio juncional longo e a ocorrência de bolsa, dispostos horizontalmente, formando um sulco sob a coroa dental, abaixo do teto da furca. O tecido ósseo neoformado, trabecular e abundante, ocorreu exclusivamente na porção intra-óssea do defeito, disposto anatomicamente, como uma rampa ascendente, entre a crista óssea vestibular e a crista óssea lingual remanescente.

Foi concluído que a RTG não propiciou a regeneração dos defeitos e que, mesmo com técnicas de membrana, ocorre penetração epitelial para o interior dos defeitos tratados.

A448

Inter-relação da doença periodontal e sintomas ansiosos e depressivos.

SOLIS, A. C. O.1*, MARQUES, A. H.2, LOTUFO, R. F. M.1, LOTUFO-NETO, F.2

1 Departamento de Estomatologia – FOUSP; 2 Departamento de Psiquiatria – FMUSP. E-mail: acris_solis@hotmail.com

A proposta deste estudo foi verificar se pacientes com sintomas ansiosos (SA) e depressivos (SD) apresentam maior probabilidade de apresentar doença periodontal (DP). Um total de 97 pacientes que se apresentaram para tratamento odontológico na Universidade do Vale do Paraíba, com idade média de 37,3 anos, 66 mulheres e 31 homens, sendo 89,7% da raça branca, constituíram a população a ser estudada. Esses pacientes, após consentimento informado, foram convidados a responder aos seguintes instrumentos psicométricos: Self Report Questionary-20 (SRQ-20), Inventário de Depressão de Beck, Escalas de Eventos Vitais e Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). O exame periodontal consistiu no registro do NCI e PCS em 6 sítios por dente bem como dos índices de placa e gengival. Foi considerado paciente com DP aquele que apresentava 2 sítios com NCI de 6 mm e um sítio adicional com PCS de 5 mm. Os resultados mostraram que os pacientes com SD apresentavam risco de 89% (“odds ratio”: 1,89) para DP, SRQ positivo apresentavam risco de 11% (“odds ratio”: 1,11) para DP e pacientes com traço ansioso apresentavam risco de 7% (“odds ratio”: 1,07) para DP. A freqüência de eventos vitais e o estado de ansiedade não tiveram correlação com a DP.

Embora esses sintomas sejam avaliados por escalas psicométricas e não por meio de instrumentos diagnósticos, os dados sugerem uma participação de SA e SD no processo da periodontite. (Apoio financeiro: FAPESP – processos: 00/09234-4, 99/08446-9.)

A449

Avaliação de enxertos ósseos autógenos perfurados e não-perfurados de origens embriológicas diferentes – estudo experimental em coelhos.

CARVALHO, R. S.*, CAMILLI, J. A., BELMONTE, G. C.

Universidade do Sagrado Coração – Bauru - SP.

O enxerto ósseo autógeno configura-se como material de escolha quando se objetiva a reconstrução craniofacial. Estudos prévios têm demonstrado superioridade dos enxertos de origem membranosa sobre os endocondrais no que se refere à manutenção do seu volume, neoformação óssea e revascularização. Publicações mais recentes têm isentado a origem embriológica desta responsabilidade atribuindo as variações de comportamento às características estruturais do osso enxertado, bem como, a presença ou ausência de perfurações neste enxerto. No presente estudo buscou-se, à luz da microscopia óptica, avaliar qualitativa e quantitativamente estes dois tipos de enxerto (endocondral e membranoso) que apresentavam microarquiteturas semelhantes. Catorze coelhos receberam 4 enxertos cada um aplicados de forma “onlay” na calota craniana. Dois deles oriundos da tíbia direita e outros 2 do osso frontal, sendo que um enxerto de cada tipo recebeu sete perfurações acessórias. Análises histológicas nos períodos de 30 e 60 dias, não demonstraram diferenças significantes nos padrões de comportamento entre os dois tipos de ossos quanto à manutenção volumétrica e neoformação óssea. As perfurações favoreceram a neoformação óssea nos enxertos membranosos observados aos 30 dias. No que se refere à revascularização, aos 60 dias, os enxertos endocondrais exibiram supremacia numérica de vasos sobre os membranosos.

Conclui-se que a origem embriológica não influenciou os aspectos de neoformação óssea e manutenção dos enxertos, contudo as perfurações aceleraram a remodelação nos membranosos.

A450

MEV da supefície de implantes irradiados com laser de CO2.

HAYPEK, P.*1, SIMIONATTO, M. R.2, ZEZELL, D. M.3, EDUARDO, C. P.1

1Dentística – FOUSP; 2Microbiologia – ICB; 3CLA – IPEN. Tel.: (0**11) 5055-8267. E-mail: patihaypek@uol.com.br

As infecções periimplantares podem ser responsáveis por falhas na osseointegração. A contaminação por bactérias dos sítios periimplantares e das superfícies dos sistemas de implante dificulta muito o tratamento das lesões. O estudo realizado objetiva avaliar o efeito da irradiação do laser de CO2 sobre superfícies de implantes, visando oferecer uma nova alternativa de tratamento para lesões periimplantares. Foram utilizados 5 implantes, do tipo padrão Brånemark, previamente esterilizados. Os parâmetros de potência e tempo de exposição foram determinados num estudo prévio onde se avaliou o aumento de temperatura durante a irradiação com o laser de CO2, através de termopares posicionados na região apical dos implantes. As superfícies dos implantes foram analisadas em MEV para avaliação de alterações morfológicas. Foram analisadas as superfícies das roscas e as superfícies da região fresada dos implantes. O laser foi aplicado em quatro implantes, com um tempo de exposição de irradiação de 40 segundos e diferentes potências: o primeiro, com 0,3 W; o segundo, com 0,6 W; o terceiro, com 0,9 W e quarto, com 1,2 W. O laser foi aplicado desfocado perpendicularmente à superfície dos implantes. Um quinto implante foi analisado como controle. Não houve observação de alterações morfológicas estruturais de superfícies sobre os implantes irradiados com o laser de CO2 dentro dos parâmetros estabelecidos no estudo.

O laser de CO2 pode ser utilizado como uma alternativa de tratamento para superfícies de implantes com tratamento químico de superfície. (Apoio: CNPq e FDCTO.)

A451

Soldagem à laser em estruturas de titânio e liga de paládio-prata.

SOUSA, S. A.*, NÓBILO, M. A. A., SILVA, T. B., HENRIQUES, G. E. P., MESQUITA, M. F.

Departamento de Prótese e Periodontia – Fop – Unicamp. E-mail: Nobilo@fop-unicamp.br

O assentamento passivo é requisito básico na fabricação de próteses sobre implantes. Este estudo se propôs avaliar o assentamento passivo de estruturas em titânio e liga de Pd-Ag, confeccionadas em monobloco e soldadas à laser. A partir de uma matriz metálica com cinco implantes, obteve-se um modelo mestre, onde foram feitos os procedimentos de enceramento, inclusão e acabamento das estruturas metálicas. Foram enceradas 20 amostras, sendo 10 fundidas em titânio e 10 em liga de Pd-Ag. As amostras foram divididas em 4 grupos, G I: 5 estruturas fundidas em peça única em liga de Pd-Ag; G II: 5 estruturas fundidas em liga de Pd-Ag, seccionadas e submetidas a soldagem à laser; G III: 5 estruturas fundidas em peça única de titânio e G IV: 5 estruturas de titânio, seccionadas e submetidas a soldagem à laser. As mensurações das interfaces foram feitas através de um miscroscópio mensurador. Os dados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey (5% de significância). Os resultados indicaram que: não existiram diferenças estatisticamente significantes entre as estruturas fundidas em titânio e liga de Pd-Ag para os cilindros distais, na técnica monobloco. No entanto, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os dois materiais, após a soldagem à laser, sendo que o titânio (31,37 mm) apresentou melhores resultados que a liga de Pd-Ag (106,59 mm).

Concluiu-se que a técnica da soldagem à laser melhorou significantemente o assentamento passivo das estruturas em titânio e liga de Pd-Ag. (Apoio financeiro: Fapesp - 99/00846-8.)

A452

PSR versus exame periodontal convencional em pacientes usuários de nifedipina.

SOUSA, C. P.*, VILAR, C. D., ROSSA Jr., C., SPOSTO, M. R.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia, Disciplina de Periodontia – FOAr – UNESP.

O objetivo do trabalho é avaliar a capacidade do exame periodontal simplificado (PSR) em identificar perda de inserção nos pacientes sob terapia com droga associada à ocorrência de crescimento gengival (nifedipina), quando comparado ao exame periodontal convencional. A amostra foi composta por 24 pacientes, de ambos os sexos, com faixa etária entre 30-50 anos, dentre os quais 14 faziam uso de nifedipina (grupo teste) e 10 não utilizavam o medicamento (grupo controle). Foram realizados dois exames em cada um dos 24 pacientes, PSR e avaliação do nível de inserção clínico, com intervalo mínimo de 48 h. Dois examinadores, cada um treinado e calibrado em um dos métodos, PSR e sondagem do nível de inserção, realizaram os exames de forma independente e cega para os resultados do outro examinador. Nos exames de cada paciente foram registrados o maior escore do PSR e o maior valor de perda de inserção para cada dente, com os resultados classificados segundo a presença de perda de inserção inicial (até 5 mm ou escore do PSR até 3) ou avançada (maior que 5 mm ou escore 4 do PSR). Não foram observadas correlações (Spearman) significativas entre os dois exames nos grupos teste e controle (r = 0,06; p = 0,83 e r = 0,49; p = 0,14, respectivamente). O percentual de dentes apresentando perda de inserção inicial e avançada identificados por cada exame foi significativamente diferente apenas para o grupo teste (Wilcoxon, p = 0,009).

Os resultados obtidos, embora preliminares, revelam falha do PSR em identificar a perda de inserção em pacientes portadores de crescimento gengival.

A453

Tratamento da periimplantite utilizando fotossensibilização: resultados microbiológicos.

SHIBLI, J. A.*, MARTINS, M. C., GARCIA, V. G., MARCANTONIO Jr., E.

Periodontia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. E-mail: perio@foar.unesp.br

Este estudo avaliou, por meio de culturas, a efetividade da fotossensibilização no tratamento da periimplantite em diferentes superfícies de implantes (Ticp, TPS, HA e superfície tratada por ácidos) em 6 cães adultos. Três meses após exodontia dos quatro pré-molares inferiores os implantes foram aleatoriamente colocados. Cinco meses após osseointegração, ligaduras foram posicionadas apicalmente aos implantes durante 2 meses, induzindo perda óssea. Após a remoção das ligaduras, os cães foram mantidos sob controle químico e mecânico supragengival durante 12 meses, ocorrendo a progressão natural da periimplantite. Retalho mucoperiostal foi elevado por vestibular e lingual e amostras microbiológicas iniciais foram obtidas de 19 implantes. A área do implante à ser detoxificada foi tratada por meio de curetas de teflon associada a agente fotossensibilizador (azul de toluidina O, 100 mg/ml) e sensibilizado por um laser diodo com comprimento de onda de 685 nm e 50 mW de potência durante 80 s, sendo logo após colhidas novas amostras microbiológicas. Diferenças significantes foram observadas para contagem total de microrganismos (1,50 + 0,67 ´ 107 UFC para 1,00 + 0,76 ´ 107 UFC; p = 0,0002), Prevotella spp. (2,50 + 2,49 ´ 106 UFC para 0,0 + 0,99 ´ 106 UFC; p = 0,0015), estreptococos beta-hemolíticos (12,50 + 0,48 ´ 106 UFC para 0,25 + 0,27 ´ 106 UFC; p = 0,0209), e Fusobacterium spp. (0,87 + 0,70 ´ 106 UFC para 0,0 + 0,77 ´ 106 UFC, p = 0,0249) antes e após fotossensibilização.

Conclui-se que a fotossensibilização associada a raspagem no tratamento da periimplantite pode reduzir a viabilidade microbiana.

A454

Crescimento gengival em pacientes transplantados que utilizam ciclosporina (CsA).

AFONSO, M.*, SHIBLI, J. A., SPOSTO, M. R.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. E-mail: sposto@foar.unesp.br

A incidência do crescimento gengival (CG) associada ao uso da ciclosporina A (CsA) é controversa. O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência de CG, em pacientes transplantados renais, sob terapia com CsA, e as possíveis associações entre as variáveis periodontal e farmacológica. O grupo teste foi formado por 20 pacientes transplantados renais e o grupo controle por 20 pacientes não-transplantados. As condições periodontais foram avaliadas por índice de placa (IP), índice gengival (IG), profundidade de sondagem (PS) e índice de crescimento gengival (ICG), juntamente com as variáveis farmacológicas (dose diária e tempo de uso de CsA). Verificou-se diferença significante entre os grupos teste e controle para o IP (p << 0,01) e para PS (p << 0,01). No entanto não houve diferença para o IG (p = 0,15). Utilizando o teste de correlação de Pearson, observou-se uma diferença estatisticamente significante entre o IG (p << 0,001; r = 0,8141) e PS (p << 0,001; r = 0,866) em relação ao CG. As demais correlações avaliadas não foram estatisticamente significantes.

Com base nos resultados obtidos concluímos que o CG induzido pela CsA pode variar de acordo com a sensibilidade individual de cada paciente e que o CG pode ou não estar relacionado às condições periodontais.

A455

Hiperatividade neutrofílica em sítios com destruição tecidual em pacientes com periodontite de adulto.

CASIUCH, R. N.*, FIGUEREDO, C. M. S., FISCHER, R. G.

Departamento PROCLIN – FOUERJ. E-mail: fischer@uerj.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a hiperatividade de neutrófilos em sítios com destruição periodontal em pacientes com periodontite do adulto. Amostras do fluido gengival foram coletadas com o método de lavagem intra-sulcular de 19 pacientes do grupo controle (GC) que apresentavam gengivite, e de 24 pacientes do grupo experimental (GE), com periodontite do adulto. Os sítios foram divididos em sítios sem destruição tecidual em pacientes com gengivite (sítios GG); sítios sem destruição tecidual em pacientes com periodontite (sítios GP) e sítios com destruição tecidual em pacientes com periodontite (sítios PP). Os parâmetros clínicos utilizados para a seleção destes sítios foram: Índice de Placa, Índice Gengival, Profundidade de Bolsa à Sondagem e Nível de Inserção à Sondagem. A lactoferrina foi medida com anticorpos específicos pelo método ELISA enquanto a atividade enzimática da elastase foi medida com um substrato específico (S-2484). Os resultados demonstraram que a atividade de elastase estava significativamente aumentada em sítios PP (7.033 ± 5.130), enquanto a lactoferrina estava aumentada nos sítios GG (15.296 ± 10.908). Em todos os sítios analisados, a maior parte da elastase estava presente na forma de elastase livre.

A taxa entre atividade enzimática de elastase e lactoferrina foi significativamente mais elevada nos sítios PP (1,07 ± 0,99) quando comparados aos sítios GP (0,48 ± 0,50) e GG (0,36 ± 0,36), o que confirma a hiperatividade de neutrófilos em sítios com destruição tecidual em pacientes com periodontite do adulto.

A456

Avaliação clínica das fissuras alveolares enxertadas na terapia com implantes osseointegrados.

FREIRE, J. N. O.*, NAZARENO GIL, J., REZENDE, M. L. R., COURA, G. S.

Programa de Pós-Graduação – UFSC. Tel./fax: (0**48) 234-8776. E-mail: nilofreire@hotmail.com

Esse estudo clínico avaliou o comportamento das fissuras alveolares reconstruídas com enxerto ósseo autógeno medular da crista ilíaca, visando a terapia com implantes osseointegrados. Após a realização do enxerto, quando a espessura óssea estava deficiente para instalação dos implantes, uma área doadora intra-oral era escolhida para ser reenxertada na fissura. No caso da formação de ponte óssea na área da fissura, os implantes eram instalados, associados ou não à técnica de RGO. Dez pacientes, dos 42 avaliados (23,81%) necessitaram de reenxerto antes da instalação dos implantes. Foi observada a formação de ponte óssea alveolar em 13 pacientes (30,95%), que tiveram seus implantes instalados 18,38 ± 11,08 meses após a realização dos enxertos. Dezenove pacientes (45,24%), que tiveram seus implantes instalados 5,1 ± 0,73 meses após o procedimento de enxerto, apresentaram quantidade óssea suficiente para o posicionamento ideal dos implantes. Apenas 2 implantes fracassaram: um 3 meses após entrar em função, e o outro, durante o período de osseointegração, ambos em áreas não reenxertadas.

Os autores concluíram que a taxa de sucesso de implantes instalados em fissuras alveolares enxertadas com osso ilíaco, com ou sem reenxerto e suportando cargas oclusais por um período de 18 ± 9,28 meses, é alta (95,24%). Além disso, houve uma maior porcentagem de casos onde se deu a reabsorção em forma de ponte, mais favorável à instalação de implantes, do que a reabsorção em espessura, que sempre requer reenxerto prévio à instalação de implantes, prolongando assim, o tempo da reabilitação.

A457

Ausência de associação entre polimorfismo no VDR e doença periodontal.

BRITO Jr., R. B.*, TREVILATTO, P. C., SOUZA, A. P. de, SCAREL, R. M. C., BARROS, S. P.

Morfologia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5214, 430-5218. E-mail: rui_barbosa@hotmail.com

A doença periodontal (DP) é causada por interações entre fatores do hospedeiro, microrganismos específicos patogênicos e fatores ambientais. Torna-se interessante a investigação do papel dos fatores genéticos relacionados ao hospedeiro, que podem ser utilizados como marcadores de risco à doença, trazendo importantes contribuições sobre a patogênese da DP. Polimorfismos genéticos no receptor da vitamina D (VDR) estão associados a alterações da homeostasia óssea e com doenças nas quais a perda óssea é um importante sinal, em particular a osteoporose. Sendo a perda óssea progressiva uma característica da DP, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre DP e polimorfismos no gene do VDR. O DNA foi extraído de células da mucosa oral de 113 indivíduos: 44 saudáveis (grupo controle), 31 com periodontite moderada e 38 com periodontite severa. O polimorfismo do sítio de restrição no exon 9 do gene do VDR foi analisado pela técnica de PCR, seguida de digestão pela Taq I (técnica de RFLP) e eletroforese com géis de poliacrilamida a 10% corados por prata. Os dados foram analisados pelo teste de c2 pela razão de verossimilhança. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa na freqüência dos alelos e genótipos entre o grupo controle e os grupos com DP.

Conclui-se que o polimorfismo estudado não pode ser usado como um marcador de susceptibilidade para a DP crônica na população analisada. (FAPESP - processo nº 00/04487-1; Comitê de Ética em Pesquisa da FOP/UNICAMP 43-A/2000.)

A458

Influência do sangramento gengival na sondagem computadorizada com pressão controlada.

MOLINA, G. O., SOUZA, S. L. S.*, GRISI, M. F. M., NOVAES Jr., A. B., TABA Jr., M.

Departamento de CTBMF e Periodontia – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

O presente estudo foi realizado com a finalidade de ajudar a esclarecer o quanto a existência de sangramento do fundo de bolsa pode alterar as medidas de sondagem. Foram sondados, através de sonda de força constante e igual a 0,25 N (Florida Disk Probe), 50 sítios sem sinais de inflamação e 50 sítios apresentando sangramento após a sondagem, todos com indicação para a realização de cirurgias periodontais. Estes sítios foram submetidos a duas sondagens: uma pré-cirúrgica e outra transcirúrgica. A sondagem pré-cirúrgica mediu o nível de inserção relativo, ou seja, a distância entre a oclusal de uma placa acrílica pré-confeccionada e o fundo do sulco gengival ou da bolsa periodontal (S1). A segunda sondagem (transcirúrgica) mediu, no mesmo local de S1, a distância entre a oclusal da placa acrílica e a crista óssea (S2). A diferença entre as medidas das duas sondagens realizadas em cada sítio determinou a distância entre o fundo de sulco clínico e a crista óssea (S3). Na análise dos resultados, a mediana e a média das medidas S3 foi igual a 1,60 mm e 1,64 mm para os sítios sadios e 1,50 mm e 1,63 mm para os sítios inflamados, respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significante entre a sondagem em sítios sadios e em sítios inflamados (teste de Mann-Whitney, p = 0,625).

Com base nesses achados, concluiu-se que esta sonda periodontal de força igual a 0,25 N parece não ser influenciada pelo estado inflamatório da gengiva, evidenciado pela existência de sangramento no fundo da bolsa, sendo um instrumento a ser considerado no diagnóstico e na avaliação dos tratamentos periodontais realizados.

A459

Proteínas do esmalte e membranas reabsorvíveis em defeitos periimplantares: estudo histométrico.

CASATI, M. Z.*, NOCITI Jr., F. H., SALLUM, A. W., SALLUM, E. A.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP.

O objetivo deste estudo foi avaliar, histometricamente, a utilização das proteínas derivadas do esmalte (PME), associadas ou não à técnica de regeneração óssea guiada (ROG), no tratamento de deiscências ósseas periimplantares. As deiscências foram criadas em 6 cães, sendo estas designadas aleatoriamente aos seguintes grupos de tratamento: PME, ROG, PME + ROG e controle. Foram utilizados dois períodos experimentais de um e três meses de pós-operatório. Após o sacrifício dos animais e processamento do material, as porcentagens médias obtidas de contato osso/implante nos grupos PME, ROG, associação PME + ROG e grupo controle, no período de um mês de pós-operatório, foram: 15,03 ± 23,76; 12,87 ± 9,35; 8,52 ± 6,89; 3,88 ± 5,70, respectivamente (p = 0,055). No período de três meses: 18,07 ± 13,52; 24,42 ± 19,88; 36,11 ± 17,53; 16,96 ± 17,77, respectivamente (p = 0,7). Para o parâmetro área de novo osso na região das roscas, no período de um mês de pós-operatório, observou-se: 41,82 ± 22,03; 42,89 ± 18,08; 34,43 ± 15,75; 34,07 ± 22,08, respectivamente (p = 0,1). No período de três meses: 55,55 ± 11,81; 53,89 ± 16,35; 62,15 ± 18,47; 36,95 ± 25,10, respectivamente, sendo as diferenças entre o grupo controle e o grupo da associação PME + ROG estatisticamente significantes (p << 0,05).

Considerando os limites deste estudo, pode-se concluir que a associação PME + ROG proporcionou um maior preenchimento ósseo das roscas do implante, quando comparado ao grupo controle, após três meses de pós-operatório. (Apoio financeiro: Fapesp - 99/08094-5.)

A460

Avaliação periodontal simplificada (PSR) em pacientes indicados para tratamento protético.

SANTOS Jr., G. C.*, BARNABÉ, W., RUBO, J. H., GREGHI, S. L. A.

Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.

O objetivo deste trabalho foi avaliar as necessidades periodontais dos pacientes encaminhados para a Clínica Integrada de Prótese/Periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru (USP) utilizando-se os critérios do exame PSR. 61 pacientes foram avaliados com uso de sondas periodontais tipo 621 da OMS da marca Trinity, recomendada pela ADA (American Dental Assossiation)/AAP (American Academy of Periodontology). Os resultados obtidos revelaram que 51,6% dos pacientes necessitavam de tratamento periodontal complexo (códigos 3 e 4) antes do início dos tratamentos protéticos, havendo maior prevalência do código 3 (37,09%). Nos pacientes com idade até 40 anos, apenas 37,05% apresentavam necessidade de tratamento periodontal complexo enquanto na faixa etária de 41 a 71 anos esta necessidade estava presente em 62,85%. Nos pacientes do sexo masculino 48% necessitavam de tratamento periodontal complexo, assim como, 54,05% dos pacientes do sexo feminino.

A aplicação do PSR revelou-se simples e satisfatória para a identificação das necessidades de tratamentos periodontais dos pacientes.

A461

Avaliação morfométrica de um adesivo de fibrina em enxertos gengivais.

OLIVEIRA, M. D. B.*, GREGHI, S. L. A., STIPP, A. C.

Departamento de Prótese – Faculdade de Odontologia de Bauru. Tel.: (0**14) 235-8278. E-mail: monicadourados@uol.com.br

Testou-se em enxertos gengivais livres um adesivo de fibrina experimental, produzido a partir de veneno de serpentes, comparando-se morfometricamente a reparação de enxertos fixados com sutura (grupo controle) em relação aos fixados com o adesivo (grupo teste). Realizou-se um enxerto de cada grupo em 15 pacientes e colheram-se 5 biópsias de cada grupo nos períodos de 7, 15 e 45 dias. A avaliação da densidade de volume para núcleos de fibroblastos, núcleos de células inflamatórias e vasos sangüíneos demonstrou diminuição gradativa significante de 7 dias até 45 dias em ambos os grupos. Já para a substância intercelular a densidade volumétrica foi aumentando significantemente com o tempo entre 7, 15 e 45 dias. No grupo teste houve tendência a maior densidade de núcleos de fibroblastos e densidade significantemente menor de núcleos de células inflamatórias em 7 dias, e significantemente maior de substância intercelular em 45 dias, em relação ao controle. A avaliação da área da interface epitélio/tecido conjuntivo indicou o seu aumento com o tempo em ambos os grupos, com tendência a valores mais altos no teste.

Portanto, o adesivo promoveu um padrão reparativo semelhante ao controle, embora inicialmente mais acelerado. (Financiamento: FAPESP.)

A462
FC03

Análise do gene da catepsina C na síndrome de Papillon-Lefèvre.

CURY, V. F.*1, COSTA, J. E.1, BOSON, W. L.2, DEMARCO, L.2, GOMEZ, R. S.1

1 Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia – FO – UFMG. 2 Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas – UFMG.

A síndrome de Papillon-Lefèvre (SPL) é uma doença que envolve uma destruição periodontal grave e uma hiperceratose palmo-plantar. Tem sido demonstrado que esta síndrome é causada por uma alteração molecular no gene de uma protease lisossomal, denominada catepsina C. Entretanto, pouco se sabe a respeito das interações entre as  alterações genéticas e o fenótipo da síndrome. O objetivo deste estudo foi, através do seqüenciamento do DNA de pacientes com  a expressão total ou parcial da síndrome, avaliar o gene da catepsina C em uma família afetada pela SPL. Para isso, oito indivíduos de uma família afetada por essa síndrome foram examinados. DNA foi extraído das células leucocitárias, e todos os exons do gene amplificados através da reação da polimerase em cadeia. A partir do sequenciamento dos exons,  pôde-se constatar a presença de uma nova mutação no exon 4, caracterizada por  uma substituição homozigótica 587T® C, causando uma troca do aminoácido leucina por prolina.  Três indivíduos que apresentaram a completa expressão da síndrome mostraram-se  homozigotos para essa mutação. Um paciente que apresentou somente hiperceratose plantar, mostrou-se heterozigoto. Dois irmãos analisados também mostraram heterozigose, entretanto sem nenhum dos sinais clínicos da doença.

Desta forma, o presente estudo mostrou uma nova mutação no gene da catepsina C, demonstrando ainda evidências de que a heterozigose em alguns indivíduos não predispôs estes à doença periodontal.

A463

Estudo comparativo da resistência superficial do titânio comercialmente puro e do titânio nitretado em plasma.

KAPCZINSKI, M. P.*, GIL, C., SANTOS, C. A.

FOUSP - SP.

Com o objetivo de melhorar as propriedades tribológicas da superfície do titânio usado em implantes dentais, particularmente sua resistência ao desgaste, foi desenvolvida na presente tese uma investigação sistemática do efeito da nitretação em plasma (NP) sobre as referidas propriedades de amostras de titânio comercialmente puro. A NP é um método de modificação superficial capaz de gerar compostos (nitretos e óxidos) que aumentam consideravelmente o rendimento tribológico das superfícies tratadas. Foram utilizados inicialmente 13 diferentes conjuntos de parâmetros operacionais para nitretação (variações de tempo, temperatura da amostra e composição do gás nitretante). As amostras obtidas foram testadas com aparelho sônico (Sonicborden, Kavo) e caracterizadas com difratometria de raios X e microscopia eletrônica de varredura. As amostras que se destacaram por sua resistência foram novamente produzidas (em três momentos diferentes) e testadas com curetas Gracey, aparelho sônico e teste de pino-sobre-disco. A caracterização superficial foi novamente realizada com o uso de difratometria de raios X, reação nuclear e microscopia eletrônica de varredura.

A análise dos dados obtidos indica que a nitretação em plasma aumenta a resistência superficial do titânio. Os seguintes parâmetros: 3 horas de tratamento; composição gasosa N2/H2 = 80/20 e N2/H2 = 20/80; e temperaturas de 600ºC e 800ºC produzem amostras de titânio mais resistentes que o titânio comercialmente puro.

A464

Registro periodontal simplificado em gestantes e lactantes (PSR).

ROSELL, F. L.*, SILVA, S. R. C., VALSECKI Jr., A.

Departamento de Odontologia Social – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP; Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. Tel.: (0**16) 201-6343, 603-6781. E-mail: rosell@techs.com.br.

Este estudo teve a finalidade de avaliar através do PSR (Periodontal Screening and Recording) as condições periodontais encontradas em gestantes e lactantes comparando-as ao grupo controle de um Centro Municipal de Saúde de Araraquara - SP. O índice foi aplicado em gestantes e nas mesmas no período pós-gestacional (lactantes), com idades entre 15-36 anos e o grupo controle com idades de 15-48 anos. Com auxílio da sonda 621 OMS, recomendada para este exame, os códigos 0-4 (identificam critérios de sangramento, cálculo e bolsa periodontal) foram atribuídos a cada sextante, estando estes associados ou não a um asterisco (*) (presença de recessão, invasão de furca, mobilidade ou alterações mucogengivais). O código 2 do PSR foi o maior percentual encontrado em gestantes/lactantes em todas faixas etárias. O maior percentual encontrado no grupo controle foi do código 2 e 3 igualmente (37,5%) para as idades de 15-24 anos e o código * (64,3%) de 37-48 anos. As condições periodontais das gestantes pioraram quando no período pós-gestacional. As condições periodontais desfavoráveis aumentaram conforme aumentou a idade do grupo controle. Tanto gestantes/lactantes como grupo controle necessitam de algum tratamento periodontal. O maior percentual do grupo gestante/lactante necessitam de instrução de higiene bucal, controle de placa e raspagem e alisamento radicular e remoção de fatores retentivos de placa. O maior percentual do grupo controle necessitam de tratamento mais complexo, encaminhamento para especialista e exame radiográfico de toda boca.

Mais estudos longitudinais com gestantes e lactantes devem ser realizados a fim de relatar a realidade deste grupo populacional.

A465

Influência dos materiais e técnicas de transferência em implantes osseointegrados.

KLEINE, A.*, NÓBILO, M. A. A., HENRIQUES, G. E. P., MESQUITA, M. F.

Departamento de Prótese – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350. E-mail: nobilo@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de alguns materiais de moldagem e três diferentes técnicas de transferência em implantes orais. Assim, sobre uma matriz metálica foram implantados cinco cilindros de titânio dispostos simetricamente na região anterior. Materiais de moldagem utilizados: silicona por adição (Aquasil); silicona por condensação (Speedex) e poliéter (Impregum F). Técnicas de moldagem de transferência: técnica com transferentes quadrados unidos; técnica com transferentes quadrados esculpidos e separados; e, técnica de transferentes cônicos. Então, foram confeccionados cinco moldes para cada material de moldagem e cada uma das técnicas de transferência. As leituras dos valores das alterações dimensionais lineares foram realizadas num microscópio com precisão de 0,005 mm, e em seguida, submetidas à análise de variância e teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Na distância A-E, a técnica dos transferentes quadrados unidos associada aos materiais silicona de adição e poliéter evidenciou os menores valores de alteração dimensional linear. Para a distância A-C todos os três materiais de moldagem apresentaram valores não significantes estatisticamente entre si, nas três técnicas de transferência. Na distância B-D, os melhores resultados foram para os transferentes quadrados unidos e separados associadas ao material poliéter.

Concluiu-se que o material poliéter apresentou maior estabilidade dimensional e a técnica dos transferentes unidos foi a mais fiel na transferência dos análogos. (Apoio financeiro: Fapesp - nº 99/00846-8.)

A466

Localização imuno-histoquímica do egf em incisivos de ratos.

PASETTO, S.*, NOVAES, P. D., ROMANI, E., KAMINAGAKURA, E.

Departamento de Morfologia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Tel.: (0**19) 430-5214. E-mail: pasetto@yahoo.com

A erupção dental é um processo complexo e multifatorial, onde causa e efeito não são facilmente separados. Apesar das muitas pesquisas, ainda não está claro quais células que estão associadas ao desenvolvimento do dente, e quais sinais moleculares desencadeiam este processo. Atualmente a biologia molecular têm sido usada para estudar os tecidos dentais dando ênfase ao folículo dental, e, várias são as moléculas que parecem participar do processo eruptivo. Este estudo visou localizar o Fator de Crescimento Epidermal - EGF, que é um dos fatores que participa do processo da erupção dentária, em 5 diferentes regiões de dente com erupção contínua (incisivo), utilizando a técnica de imuno-histoquímica. Para realização deste trabalho foram utilizados os incisivos inferiores de 9 ratos Wistar adultos (250 g). Ficou evidente que este fator de crescimento se encontra disperso em todas as regiões, distribuído nos diferentes tecidos. A maior intensidade da marcação do EGF, foi encontrada no folículo dental externo; seguida pela polpa/papila, camada papilar, ameloblastos e ligamento periodontal.

A maior concentração do EGF no folículo dental sugere que este realmente tenha um papel fisiológico na erupção dentária, concordando assim com as pesquisas mais recentes. (Projeto financiado pelo CNPq, aprovado pelo Comitê de Ética - protocolo nº 090-1.)

A467

Expressão e produção de metaloproteinases de matriz e colágeno tipo I em fibromatose gengival hereditária.

MARTELLI-JUNIOR, H.*, COTRIM, P., ALMEIDA, O. P., COLETTA, R. D.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP; Universidade de Alfenas.

Fibromatose Gengival Hereditária (FGH) é uma condição oral rara, caracterizada por acúmulo de colágeno e outras macromoléculas da matriz extracelular, com maior capacidade proliferativa dos fibroblastos do tecido gengival. Clinicamente verifica-se um aumento gengival generalizado com progressivo crescimento. Para elucidar algumas características que regulam este aumento gengival, linhagens celulares provenientes de seis indivíduos de uma mesma família com FGH foram isolados e caracterizados em relação à expressão e produção de colágeno tipo I e enzimas do grupo das metaloproteinases de matriz (MMPs), particularmente MMP-1 e MMP-2. A expressão de MMPs e colágeno tipo I foi avaliada por ensaios de transcriptase reversa – reação em cadeia de polimerase –, enquanto a produção de colágeno tipo I foi analisada por ELISA e MMPs por enzimografia. Os resultados demonstraram que a expressão e produção de colágeno tipo I foram maiores em fibroblastos de FGH comparados a fibroblastos de gengiva normal (GN), enquanto que a expressão e produção de MMP-1 e MMP-2 foram menores em fibroblastos de FGH.

Estes resultados sugerem que a patogênese do aumento gengival em pacientes portadores de FGH é possivelmente resultante da modulação na biossíntese de colágeno tipo I e alterações na produção de enzimas do grupo das MMPs. (Apoio: FAPESP - processo 1999/08191-0 e CNPq - processo 140676/00-7.)

A468

Influência da nicotina na osseointegração – estudo em coelhos.

CÉSAR NETO, J. B.*, STEFANI, C. M., NOGUEIRA FILHO, G. R., SALLUM, E. A., SALLUM, A. W., NOCITI Jr., F. H.

Periodontia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5301. E-mail: jbcesar@yahoo.com.

O objetivo deste estudo foi avaliar histometricamente a influência da nicotina sobre o reparo ósseo ao redor de implantes de titânio colocados em tíbias de coelhos. Trinta e dois coelhos Nova Zelândia, adultos, fêmeas, foram utilizados neste estudo. Sob anestesia geral, um implante de titânio usinado foi colocado em cada tíbia. Em seguida, os coelhos foram sorteados para receber um dos seguintes tratamentos através de injeção subcutânea: a) solução fisiológica; b) 0,18 mg de nicotina/kg/dia; c) 0,56 mg de nicotina/kg/dia e d) 0,93 mg de nicotina/kg/dia. Os animais foram sacrificados 42 dias após a colocação dos implantes. Secções não descalcificadas foram avaliadas histometricamente utilizando os seguintes parâmetros: área da rosca do implante preenchida por tecido ósseo e extensão de tecido ósseo em contato direto com a superfície do implante. Os dados obtidos foram comparados estatisticamente pelo teste ANOVA (a = 0,05). Não houve diferenças estatísticas entre os grupos para ambos os parâmetros avaliados (p >> 0,05).

Dentro dos limites do presente estudo, é possível concluir que a nicotina não influenciou o reparo ósseo ao redor dos implantes de titânio para os parâmetros avaliados.

A469

Influência da associação de ciclosporina A e nifedipina sobre a evolução da periodontite induzida em ratos.

GONÇALVES, P. F.*, SALLUM, E. A., TOLEDO, S., SALLUM, A. W., NOCITI Jr., F. H.

Departamento de Prótese e Periodontia – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5298,
 fax: (0**19) 430-5218. E-mail: nociti@fop.unicamp.br

O objetivo desse trabalho é avaliar o efeito da associação ciclosporina A/nifedipina sobre o periodonto de sustentação, utilizando o modelo de periodontite induzida em ratos. Vinte e quatro ratos machos adultos Wistar serão incluídos no presente estudo, recebendo, em nível do sulco gengival, uma ligadura de fio de algodão ao redor do primeiro molar inferior direito ou esquerdo, aleatoriamente escolhido. Após a colocação das ligaduras os animais serão divididos aleatoriamente em 4 grupos, com 6 ratos cada, que receberão por 45 dias, via subcutânea, os seguintes tratamentos diários: Grupo A (controle) - solução fisiológica/DMSO. Grupo B - ciclosporina A (10 mg/kg). Grupo C - nifedipina (0,4 mg/kg). Grupo D - ciclosporina A (10 mg/kg) e nifedipina (0,4 mg/kg). Após o período experimental os animais serão sacrificados e suas mandíbulas removidas para obter os cortes histológicos. A avaliação histométrica será realizada quantificando a perda óssea na região inter-radicular para os grupos teste e controle, utilizando o sistema de pontos de um retículo quadriculado (Image-Pro). Os dados obtidos serão comparados estatisticamente através do teste de análise de variância (ANOVA), adotando-se p = 0,05.

A470

Subtração radiográfica digital quantitativa avaliando ganhos ósseos em furcas.

SOUZA, D. M.*, SALDANHA, D. V., OPPERMANN, R. V.

Mestrado em Periodontia – UFRGS.

O presente estudo teve como objetivo avaliar in vitro a capacidade um método de tomada radiográfica seguido de subtração em detectar diferentes níveis de preenchimento ósseo nas lesões de furca mandibulares. Foram utilizados 12 molares inferiores em crânios secos. Nas áreas inter-radiculares removeu-se porções ósseas seqüenciais, realizando-se radiografias padronizadas. As radiografias foram digitalizadas e as imagens foram avaliadas quanto ao ganho de densidade. As 57 imagens foram analisadas como um todo e em 5 subgrupos de acordo com intervalos de medidas ósseas horizontais na furca (0,5 a 1; 1 a 1,5; 1,5 a 2,5; 2,5 a 3,5 e >> 3,5 mm). Houve alta acurácia da subtração em detectar ganho ósseo existente pelo teste t (p << 0,0000000). A correlação de Pearson foi significativa ao nível de 1% para os valores de densidade e medidas ósseas (r = 0,6). A ANOVA e teste de Tukey verificaram diferenças significativas das médias de densidade (p << 0,05) entre o grupo 5 e os grupos 1, 2 e 3; e também entre o grupo 1 e os grupos 3 e 5.

Pode-se concluir que o método de tomada radiográfica e subseqüente subtração das imagens digitalizadas é capaz de detectar alterações ósseas em áreas de furca correlacionadas com ganhos horizontais presentes no local. (Apoio: CAPES.)

A471

Análise das tensões na mandíbula sob esforços mastigatórios em próteses implanto-suportadas com cantiléver.

VAZ, M. A. K. *, DEL BEL CURY, A. A.

Departamento de Prótese/Periodontia – Faculdade de Odontologia de Piracicaba –Universidade Estadual de Campinas. Tel.: (0**41) 335-9015. E-mail: vazvaz@ifnet.com.br

O objetivo deste estudo foi o de verificar a distribuição de tensões produzidas na mandíbula pela simulação dos esforços mastigatórios em próteses fixas implanto-suportadas com cantiléver. Foram confeccionadas 12 réplicas de mandíbulas com a resina fotoelástica PLM-4B e sobre cada uma delas instalou-se um par de implantes de 4 mm de diâmetro na região dos 2 pré-molares, variando-se o comprimento dos mesmos: GI: 11,5 mm de comprimento; GII: 13 mm; GIII: 15 mm; GIV: 18 mm. Sobre estes foram confeccionadas próteses fixas com pôntico distal em cantiléver. Uma carga de 89 N foi aplicada sobre a prótese, em diferentes pontos a partir do 2º implante, nas distâncias de: 5, 10, 15 e 20 mm. O conjunto, prótese mais carregamento aplicado foi levado individualmente ao polariscópio de transmissão, as franjas fotoelásticas foram visualizadas, identificadas e interpretadas. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (p = 0,05) que detectou influência estatisticamente significante para os fatores comprimento do implante, comprimento do cantiléver e pontos marcados (p << 0,05).

Concluiu-se que: 1) a distribuição de tensão foi semelhante para os quatro grupos; 2) quanto mais distante o ponto de aplicação da carga no cantiléver, maior a tensão transmitida; 3) a concentração de tensão mais evidente deu-se na região interimplantes, independentemente do comprimento do implante ou do cantiléver. (Apoio financeiro: FAPESP - processo nº 97/07849-7.)

A472

Protocolo de avaliação da morbidade da região ilíaca como zona doadora de enxertos ósseos para reconstruções alveolares.

AZEVEDO, R. M. G.*, NARY FILHO, H.

Universidade do Sagrado Coração – Bauru - SP.

Nosso objetivo foi determinar as alterações e seqüelas induzidas, tanto no pós-operatório imediato quanto tardio, em pacientes que submetem-se a este tipo de tratamento, executado por uma mesma equipe cirúrgica e estabelecer um protocolo de avaliação clínica da morbidade da região da crista ilíaca como zona doadora de enxertos ósseos, em procedimentos de reconstrução alveolar. Neste estudo, a porção anterior da crista ilíaca foi eleita como área doadora de enxertos ósseos devido ao seu rico conteúdo de osso esponjoso, tratando-se de enxertos de grande extensão para reabilitação de severas reabsorções alveolares utilizando-se implantes osseointegrados. Um total de 18 pacientes, sendo 5 homens e 13 mulheres, com idades variando de 15 a 68 anos (média de 44 anos), responderam a questionários subjetivos no pós-operatório analisando dor, estética e grau de expectativa quanto ao procedimento, assim como receberam avaliações por equipe de fisioterapeutas em relação à normalidade da motricidade e alterações sensitivas nos seguintes prazos pós-operatórios: 1, 3 e 6 meses e 1 ano.

A utilização deste protocolo contribuirá para um melhor conhecimento da morbidade associada a remoção de enxertos desta zona doadora, nas diversas aplicações clínicas, quer seja na Odontologia ou área médica, além de sua importância legal e de diagnóstico para terapia precoce de seqüelas. Contudo, deve ser aplicado inclusive no período pré-operatório devido ao seu potencial de detectar alterações funcio­nais já apresentadas pelos pacientes.

A473

Aumento de rebordo alveolar usando proteína óssea morfogenética-2 (BMP-2).

BARBOZA, E. P., LEITE DUARTE, M. E., CARVALHO NETO, L. G. M.*

Mestrado em Patologia Bucodental – UFF. Tel.: (0**21) 521-2243. E-mail: geolas@ruralrj.com.br

Muitas técnicas cirúrgicas têm sido utilizadas para reconstrução de rebordos alveolares defeituosos, através do uso de enxertos de diversos biomateriais. Um conjunto formado pela recombinante humana da proteína óssea morfogenética-2 (rhBMP-2), em uma esponja de colágeno absorvível (ACS), tem mostrado ser eficaz na indução da formação óssea em vários locais da região craniofacial. O objetivo deste trabalho foi testar a rhBMP-2 no aumento de rebordo alveolar em um modelo animal que simule esta situação. Foram utilizados cinco cães mestiços adultos, nos quais criaram-se defeitos alveolares bilaterais através da extração dos quartos pré-molares. Após oito semanas de cicatrização, foi feita nova cirurgia para recuperação dos defeitos alveolares crônicos, através da colocação somente de rhBMP-2/ACS ou rhBMP-2/ACS associado à hidroxiapatita, alternadamente. Os resultados foram avaliados através das medidas dos defeitos, com espessímetro, antes do aumento e no dia do sacrifício (12 semanas após), quando foram removidos blocos ósseos dos dois lados para avaliação histológica.

Os resultados mostraram mínimo aumento dos rebordos alveolares quando usado somente rhBMP-2/ACS, devido, provavelmente, à falta de um mantenedor de espaço. Com a introdução de hidroxiapatita no conjunto rhBMP-2/ACS, observou-se um aumento clinicamente considerável, porém com a qualidade do osso formado comprometida para a colocação de implantes.

A474

Avaliação clínica da neoformação de biofilme dental utilizando dois enxaguatórios bucais comparado ao controle mecânico.

FERREIRA, Z. A.*, SILVA, A. B. M., PILATTI, G. L., ZAFFALON, G. T.

UNAERP – Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: zuleneferreira@netsite.com.br

O objetivo deste estudo foi comparar a neoformação do biofilme dental com o uso de clorexidina a 0,12% (Periogard*) ou triclosan a 0,03% (Plax*), em comparação ao controle mecânico (técnica de Bass). Tomaram parte deste estudo cruzado, duplo-cego e randomizado 30 pacientes, os quais, após profilaxia dental, receberam em seqüência aleatória três diferentes tratamentos: T1- bochechos diários com Periogard*; T2- bochechos diários com Plax*; T3- técnica de escovação de Bass. Nos grupos T1 e T2, os pacientes foram orientados a suspender o controle mecânico. O registro do índice de placa (TURESKI, 1970) das faces vestibular e lingual de todos os dentes, exceto terceiros molares, foi feito após 4 dias de tratamento, através da evidenciação de placa dental, obtendo-se a média do índice de placa encontrado para cada paciente, em cada período experimental. A seguir, os pacientes receberam nova profilaxia dental e foram inseridos em outro grupo experimental após um período de 3 dias, para que houvesse a eliminação de efeitos residuais. Os dados coletados foram submetidos ao teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis, adotando-se como nível de significância p = 0,05. Os valores das medianas obtidas para índice de placa foram: T1 = 1,46, T2 = 2,03 e T3 = 1,22. A comparação entre os postos médios das amostras revelou que T2 apresentou valores de índice de placa dental superiores aos outros dois grupos, não havendo diferença entre T1 e T2.

Desta forma, a clorexidina a 0,12% mostrou-se superior ao triclosan a 0,03% no controle da neoformação do biofilme dental.

A475

Características clínicas periodontais em gestantes.

RICARDO, L. H.*, LOBERTO, J. C. S., PALLOS, D., CORTELLI, J. R.

Departamento de Odontologia/Periodontia – UNITAU. Tel.: (0**12) 225-4147.

Os sintomas da inflamação gengival tornam-se mais acentuados durante a gestação e isso pode ser observado por meio da avaliação dos parâmetros clínicos periodontais tais como Índice de Placa (IP), Índice Gengival (IG) e Perda de Inserção Clínica (PIC). Outra característica é o aumento de mediadores endógenos associados à reabsorção óssea tais como PGE2 e TNF-a. Estes mediadores também estão associados à ocorrência de partos prematuros e bebês de baixo peso. O objetivo do presente estudo foi avaliar características clínicas periodontais em gestantes e associar estes dados ao peso dos respectivos bebês ao nascimento. Foram incluídas no presente estudo 31 gestantes entre 19 e 38 anos de idade (média 24,7 ± 4,4) sendo avaliados IG, IP e PIC por um único examinador. As pacientes que apresentaram problemas sistêmicos tais como hipertensão, diabetes, AIDS, infecções genito-urinárias e hábito de fumar foram excluídas do estudo. De acordo o peso do bebê ao nascimento as 31 mães foram divididas em dois grupos: grupo 1 (4 mães) com BBP (<< 2.500 g) e grupo 2 (27 mães) com bebês ³ 2.500 g. Os resultados obtidos quanto aos índices periodontais para o grupo 1 mostraram IG = 1,16 ± 0,13 e IP 0,85 ± 0,27, e para o grupo 2 foi IG = 1,13 ± 0,48 e IP = 1,07 ± 0,55. A análise dos níveis de PIC para o grupo 1 foi de 0,93 ± 0,73 e para o grupo 2 foi 0,95 ± 0,48.

As características clínicas periodontais foram semelhantes nos dois grupos estudados, não havendo associação da DP com BBP.

A476

Avaliação do uso do PSR em crianças – comparação do método total e parcial.

ZENÓBIO, M. F.*, ZENÓBIO, E. G., SANTOS, F. A., SHIBLI, J. A.

COP – PUCMG; UEPG – PR; FOAr – UNESP.

Este estudo avaliou o Registro Periodontal Simplificado (PSR), como método de diagnóstico periodontal em crianças de 7 a 10 anos, comparando o método de registro total e parcial. Foram examinadas 183 crianças por duas alternativas: o mais alto código para o sextante de acordo com os registros dos dentes-índice (método parcial) e o registro de todos os dentes, para posteriormente determinar o mais alto código encontrado para o sextante (método total). Com o teste estatístico Kappa avaliou-se o nível de concordância entre os dois métodos e pelo teste de Kruskal-Wallis o grau de severidade da doença periodontal em relação aos grupos de idade; ambos os testes com significância p << 0,05. O índice de concordância obtido, no geral, foi de 0,66 com p << 0,001. Os resultados quanto ao grau de severidade entre os grupos de idade, analisados pelo método parcial, foi significante (p << 0,007, menor severidade) para o grupo 7 anos e sem significância para os grupos 8, 9, 10 anos. Em relação ao método total não foi observada diferença estatística. A pior condição observada foi o índice de sangramento seguida da presença de cálculo em ambos os métodos. A presença de recessão foi observada em 16 crianças (8,9%).

Diante dos dados obtidos podemos concluir que os métodos utilizados não apresentam diferença significante e são efetivos na detecção da condição periodontal e, por conseguinte, da necessidade de tratamento.

A477

Quantificação de fator de crescimento derivado de plaquetas em tecido gengival inflamado.

PINHEIRO, M. L. B.*, ELSAS, P. P., ELSAS, M. I. C., FERES FILHO, E. J.

Departamento de Clínica Odontológica – UFRJ. Tel.: (0**21) 527-9992. E-mail: mleticia.rlk@terra.com.br

O objetivo desse estudo foi testar a hipótese de que o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) está presente em concentrações elevadas em sítios de doença periodontal associados a perda óssea alveolar. Foram selecionados 5 pacientes, de ambos os sexos, com idade entre 35 e 60 anos, apresentando doença periodontal avançada localizada. Os pacientes foram submetidos à terapia periodontal básica em sessão única e acesso cirúrgico às áreas palatinas e retromolares com profundidade de sondagem igual ou superior a 6 mm. Dos tecidos excisados nos procedimentos terapêuticos obteve-se um extrato protéico a partir do qual realizou-se a dosagem de proteína total, através de “kit” comercial, e de PDGF, pela técnica de ELISA. A dosagem protéica foi, em média, 2,7 vezes maior nos extratos protéicos provenientes de áreas inflamadas do que das áreas não-inflamadas, provenientes das regiões retromolares, utilizadas como controle (teste: X = 7,44 mg versus controle: X = 2,68 mg). Também as concentrações totais de PDGF foram mais elevadas quando da análise das áreas inflamadas (teste: X = 7,69 ng versus controle: X = 0,89 ng).

A concentração de PDGF no extrato protéico foi, em média, 2,9 vezes maior nas áreas doentes (teste: X = 0,83 ng/mg versus controle: X = 0,33 ng/mg) (p << 0,05, teste t de Student para amostras pareadas), permitindo concluir que o PDGF apresenta-se em concentrações elevadas em tecidos gengivais inflamados associados a perda óssea alveolar. (Apoio: CAPES.)

A478

Implantes de biomateriais em alvéolos dentais – análise histológica em cães.

SANTOS, F. A.*, ZENÓBIO, E. G., SPOLIDÓRIO, L. C., MARCANTONIO Jr., E.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – FOAr - Araraquara.

Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento biológico de quatro biomateriais, implantados em alvéolos de cães. Foram selecionados 10 animais de raça indefinida, fêmeas e extraídos os primeiros e terceiros pré-molares, inferiores e superiores (direito e esquerdo). Os alvéolos foram divididos em 5 grupos: Grupo 1 - (Controle); Grupo 2 - (OsteoGen®); Grupo 3 - (Biohapatita®); Grupo 4 - (Biogran®) e Grupo 5 - (Bio-Oss®). Os períodos de avaliação foram de 30, 60 e 200 dias. Os resultados histológicos mostraram que a Biohapatita® apresentou poucas partículas, nos períodos iniciais, e esses estavam envoltos por tecido conjuntivo entre o trabeculado ósseo. Ao final do estudo não foram mais observadas no interior do alvéolo, sugerindo total reabsorção e/ou expulsão. A maioria das partículas de OsteoGen® apresentaram formação óssea direta em suas superfícies, ao final do estudo, porém algumas partículas estavam envolvidas por tecido conjuntivo. Nos grupos com Bio-Oss®, as partículas não foram totalmente reabsorvidas, apresentando deposição direta de tecido ósseo sobre a sua superfície remanescente. Com o Biogran®, as partículas, em alguns cortes, estavam ausentes, sugerindo reabsorção. Em alguns espécimes os grânulos estavam envolvidos por um delgado tecido calcificado e esse, por sua vez, circundado por tecido conjuntivo.

Concluiu-se que os materiais tiveram reação orgânica semelhante, o Bio-Oss® foi o biomaterial que apresentou o maior número de partículas envolvidas por tecido ósseo seguido pelo OsteoGen® e Biogran® respectivamente.